2 minute read

Personagem Em todas as frentes

Com mais de 30 anos de trabalho na região de Marechal Cândido Rondon, o imparável Osvanir e a esposa Rosemere atuaram na produção de alevinos, assistência técnica, comercialização de tilápia e de venda de ração, além de uma engorda própria

Texto: Fabi Fonseca | Edição: Ricardo Torres

Aregião Oeste do Paraná é hoje uma das referências em piscicultura no Brasil, mas nem sempre foi assim. Com um agronegócio forte e diversificado de suínos, gado, aves, leite e grãos, os produtores aos poucos começaram a enxergar a tilápia como uma sexta ou sétima força na rentabilização do uso das propriedades rurais. Em Marechal Cândido Rondon, foi um filho da terra de origem da família Dalpizol que despertou a atenção de muitos ali para a atividade.

Antes de ele próprio descobrir a tilápia, Osvanir Dalpizol entrou aos 15 anos no colégio interno agrícola da região e saiu de lá formado como técnico em agropecuária. Depois de 10 anos na suinocultura, já casado com Rosemere, professora de educação física da escola local, repensou tudo. “Chegou um momento que queríamos algo a mais. Qual seria a oportunidade que a vida nos oferecia? A gente fez uma pesquisa rápida de mercado sobre o que poderia se encaixar e nós optamos pela produção de tilápia”, conta.

Foi quando o casal decidiu deixar as antigas profissões e começou a se dedicar à piscicultura. Em 1998, já no primeiro

Osvanir foi um dos primeiros técnicos de piscicultura no oeste do Paraná e se tornou referência para os produtores independentes da região ano de produção, chegaram a 1 milhão de alevinos de tilápia, um número considerável para a época. Dalpizol abordava os potenciais clientes com a solução completa: alevinos próprios, ração - que representava - e assistência técnica. Mas eram poucos os produtores que já operavam com tilápia. A alternativa foi convencê-los a investirem na tilapicultura. “Esse era o maior desafio: mostrar que, além do que o produtor fazia aqui na região com suínos, aves, leite ou grãos, ele poderia ter uma terceira ou quarta atividade rentável”, conta.

Com experiência e organização, eles prosperaram. Osvanir ainda atuou como distribuidor comercial de uma cooperativa, antes de abrir com a esposa a própria tilapicultura, em 2015. “Se nós ensinamos como se produz tilápia, nós também podemos produzir. Além da área comercial e de assistência técnica, passamos a ter a nossa própria produção”. O aprendizado de anos de assistência os motivou a “montar uma propriedade diferente” para “maximizar o uso com o menor número possível de mão de obra”, nas palavras dele. Assim nasceu a AgroFish, que Osvanir e Rosemere operam junto à Bruna, filha do casal. “Graças às parcerias e as conexões da época, resolvemos inovar na época e acreditamos que fomos uma das primeiras propriedades do Brasil a utilizar alimentadores automáticos na tilapicultura”, calcula. A AgroFish tem área de 10 hectares e atua em 50 municípios no Oeste do Paraná, onde além do fornecimento de ração, comercializa cerca de 300 toneladas mês de tilápia dos clientes. E, também tem uma produção própria na faixa de 80 a 100 toneladas de peixe por mês. Dos suínos, Osvanir já nem sente falta.

This article is from: