Guia de redação e estilo imprensa

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Manual de Redação e Estilo


Sumário

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1. Apresentação

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2. Agência Sebrae de Notícias

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2.1 Breve Histórico

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2.2 Linha Editorial

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2.3 Agências Sebrae nos Estados

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2.4 Agência de Notícias e as Redes Sociais

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3. Redação Jornalística

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Manual de Redação e Estilo


1. Apresentação O presente Manual de Redação e Estilo da Agência Sebrae de Notícias (ASN) é um importante instrumento para os profissionais de Comunicação do Sistema Sebrae em sua rotina de redação e edição de textos, notícias e releases destinados à publicação na própria ASN e à imprensa – jornais, revistas, rádio, televisão e websites – em geral. Ele é resultado de discussões internas entre os participantes/integrantes do Núcleo de Jornalismo da Unidade de Marketing e Comunicação (UMC), do Sebrae e a equipe de jornalistas – editores e repórteres – da ASN, em Brasília (DF), bem como de observações e sugestões dos profissionais que atuam nas gerências de Marketing e Comunicação do Sebrae nos estados. Para isso, foi definida no Encontro Nacional de Gestores de Comunicação do Sistema Sebrae, realizado em 2010, em Brasília, uma comissão técnica responsável por reunir, discutir e uniformizar todo o conteúdo deste Manual, sob a coordenação da UMC com apoio da ASN. Além de buscar imprimir uma identidade própria ao conteúdo veiculado pela ASN, este Manual deverá possibilitar uma maior aproximação com a linguagem usual da imprensa à medida que as normas nele contidas seguem os princípios básicos da redação jornalística. Esperamos que este Manual seja útil a todos os profissionais envolvidos na ASN e que possa contribuir efetivamente para o aperfeiçoamento da prática jornalística no Sistema Sebrae. Por isso, deverá ser revisto periodicamente, sempre que novas situações se apresentem às equipes que dele participam. O envolvimento de cada jornalista, portanto, será sempre bem-vindo. A todos que colaboraram para tornar viável esta publicação, votos de um Manual realmente prático e útil ao cotidiano profissional e conteúdos qualitativamente melhores aos leitores da ASN. Cândida Bittencourt Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação Sebrae Nacional Manual de Redação e Estilo

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2. Agência Sebrae de Notícias 2.1. Breve Histórico Ao somar quase uma década de atividade dedicada a ampliar o espaço jornalístico do empreendedorismo e das micro e pequenas empresas na mídia brasileira, a Agência Sebrae de Notícias (ASN) adota o presente Manual de Redação e Estilo no momento em que todo o Sistema Sebrae está equipado com uma Agência similar – online – em cada estado e no Distrito Federal. Projeto de comunicação considerado vitorioso, à medida que conta com a adesão do Sebrae em quase todas as 27 unidades da Federação, a ASN hoje é referência nacional em informação jornalística especializada em pequenos negócios. 4

Com essa dimensão, a ASN inaugura também uma nova forma de jornalismo online, acompanhando a tendência da abordagem multimídia em todo o mundo. Assim, além de leitores, a ASN conta com ouvintes e telespectadores. Quando começou suas atividades, em 2002, a imprensa dispunha muito pouco de informações sobre as micro e pequenas empresas. A ASN, ao longo dos anos, vem dando visibilidade a avanços importantes, que contaram com o esforço articulado do Sebrae, como a aprovação do Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Os responsáveis pelo sucesso da ASN são muitos, desde as unidades do Sistema a coordenadores, editores e repórteres. Todos atentos ao objetivo de ampliar, cada vez mais, a compreensão dos formadores de opinião e da sociedade brasileira em geral sobre a importância do empreendedorismo e das micro e pequenas empresas para o País. Os profissionais da ASN trabalham em uma rotina que compreende a apuração de informações, cobertura de eventos, redação, edição, realização de entrevistas, produção fotográfica com foco nas estratégias e resultados do Sebrae e parceiros, sempre levando em conta a conjuntura nacional e internacional. A ASN chega a divulgar, diariamente, 30 matérias sobre diferentes temas de interesse das micro e pequenas empresas e do público em geral, como inovação e tecnologia, encadeamento produtivo, desenvolvimento sustentável, turismo, capacitação, agroneManual de Redação e Estilo


gócios, política e legislação, artesanato, comércio e serviços, responsabilidade social, comércio exterior e serviços financeiros. Todo esse esforço conta com a importante e indispensável contribuição das assessorias de comunicação das 27 unidades do Sebrae nos estados. O efeito multiplicador do trabalho da ASN pode ser aferido a partir de depoimentos espontâneos de empresários que foram notícia. “A matéria da ARMTEC, no âmbito do convênio Petrobras/Sebrae, chegou a ser referenciada em cerca de 65 mil sites em mais de 20 idiomas no período logo posterior à publicação da matéria na Agência. Por meio dela, a ARMTEC alçou voos em todos os continentes e estamos negociando com a Ásia e os Estados Unidos. Devo salientar e com muita felicidade dizer que a reportagem fez nascer uma matéria de primeira página na Gazeta Mercantil, publicada na EXAME/PME”, afirma o proprietário da empresa, Roberto Macedo, sobre matéria publicada a respeito do tema cadeia de petróleo e gás. Esse e muitos outros depoimentos confirmam que estamos no caminho certo. A ASN contribui para que o Sebrae se posicione cada vez mais como uma referência no mundo dos pequenos negócios.

2.2. Linha Editorial A ASN busca ampliar a compreensão da importância da micro e pequena empresa para o país. O conteúdo produzido pela Agência, disponibilizado gratuitamente, tem o objetivo de promover a cultura do empreendedorismo e a inovação, a competitividade e a cooperação como formas de estimular a sustentabilidade dos pequenos negócios. A ASN tem como premissas informar, orientar, esclarecer e oferecer conhecimento ao empresário de pequenos negócios, além de promover o debate das principais questões que envolvem o ambiente das micro e pequenas empresas.

2. 3. Agência Sebrae nos Estados O sonho já era acalentado há anos. O desejo, desde o início, era criar uma estrutura que pudesse contemplar todos os estados. Em princípio, alguns estados não perderam tempo e criaram uma espécie de sucursal da ASN para atender aos locais de abrangência do Sebrae em suas regiões. Foi o caso, por exemplo, do Piauí, da Bahia e do Rio Grande do Sul. Como o Sebrae está presente em todos os estados da Federação e em diversos municípios, a intenção era estender a ideia para que todos pudessem usufruir do serviço. Em 2009, a proposta de criar agências estaduais em todo o país ganhou força e, em 2010, virou realidade. De acordo com a gerente da Unidade de Marketing e Comunica-

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ção do Sebrae (UMC), Cândida Bittencourt, a iniciativa amplia ainda mais a pauta dos pequenos negócios na imprensa brasileira. “É a primeira vez que um projeto da área de Comunicação se consolida nacionalmente com a adesão de todo o Sistema Sebrae. Significa uma grande vitória”, diz. O lançamento desse veículo online nas 27 unidades da Federação consolida o projeto da ASN que comemorou oito anos de atividade em 2010. As agências estaduais passam a ser mantidas e coordenadas pelas unidades de marketing e comunicação nos estados. Com isso, os fatos locais ganham destaque nas respectivas homes e aqueles que têm abrangência nacional também são publicados com relevância pela ASN. O ano de 2010 pode ser considerado um período de consolidação, ajustes e amadurecimento de todo o projeto.

2. 4. Agência de Notícias e as Redes Sociais

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Jornalismo de internet precisa ser rápido, dinâmico e ágil. Quase instantâneo. Essa é uma das vantagens do meio: a possibilidade de garantir a publicação de informações sem a necessidade de grandes rebuscamentos, mas com precisão, criatividade e qualidade. Se, por um lado, o jornalista ganha em agilidade, por outro, precisa ter claro que o seu texto deve estar pronto para publicação. Nos Estados Unidos, criaram a figura do mojo (redução em inglês de mobile journalist, ou jornalista móvel, em tradução livre), o jornalista mochileiro, pois a ideia é que ele próprio consiga atender às necessidades da produção de uma informação, incluindo a publicação. Assim, os jornalistas de web, hoje, chegam dispostos a produzir o texto, editar e publicar e, se possível, realizar o click fotográfico. Texto pronto representa uma verdadeira revolução no jornalismo, pois estamos diante de uma cultura que previa o copy desk (revisor), o editor e, agora, o texto instantâneo. Isso pode parecer exigência demais para um mundo sedento de informações diárias precisas e claras. Uma mudança de cultura que requer cuidados, pois são vários os relatos de profissionais que encaram a dura rotina de portais e sites de informação, sobre as falhas na divulgação por falta de apuração e tratamento minucioso da notícia. As agências de notícias ganham capítulo especial com a internet, pois elas conquistaram um ambiente favorável para um negócio que já existia e que sempre teve a agilidade e a precisão como referências. Se os telégrafos ajudaram nas

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décadas de 1960, 70 e 80, a internet representou uma verdadeira revolução, mudança de paradigma. Agora, é possível distribuir a informação e a imagem na velocidade do acontecimento. Não há dúvidas de que a internet propiciou avanços consideráveis, mas ainda precisamos adequar toda uma cultura que vem do impresso, teatro, rádio, televisão. O que mais nos parece é que o texto para internet tem um pouco das características da linguagem de rádio e televisão, mas sem perder a estrutura do texto de redação de jornal. O texto mais enxuto acabou sendo uma exigência do mundo web. Quem quer ser rápido não pode ser prolixo. O espaço virtual impõe limites ao tamanho do texto. Informação online precisa ser objetiva. Enfim, o negócio de uma agência é divulgar informações de forma rápida e precisa. Afinal, ela é fonte primária de outros veículos. A notícia deve ser curta. Nada de parágrafos longos, se há necessidade de falar mais, o melhor é fazer uso do hiperlink. Saber usar esse recurso gera riqueza no material publicado. 7

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3. Redação Jornalística Objetivos

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Tornar viável uma unidade de tratamento, de grafia, de redação e de edição no âmbito do Sistema Sebrae, tendo em vista uma identidade nacional do conteúdo publicado na ASN para o formato online.

Apoiar as gerências de Marketing e Comunicação do Sebrae nos estados de modo a facilitar a produção e a atualização de suas respectivas agências de notícias em seus websites institucionais.

Facilitar a assimilação pelas redações das mídias informativas das notícias veiculadas pela ASN, aproximando ao máximo da linguagem usual de seus jornalistas.

Premissas •

A ASN é especializada em empreendedorismo e micro e pequenas empresas, este é o diferencial de suas notícias.

É uma agência informativa com viés institucional, mas essencialmente jornalística.

É um veículo online.

Normas básicas Texto •

Deve ser claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias.

Adote como norma a ordem direta e dispense o “nariz de cera”no lide.

Matérias com o máximo de seis parágrafos e, excepcionalmente, até oito parágrafos com quatro ou cinco linhas, contendo frases curtas.

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A partir de seis parágrafos, abrir retranca(s), se necessário.

As frases devem ser curtas, simples e objetivas – sujeito, verbo e complemento, como referência básica.

Os temas de maior abrangência e/ou profundidade devem ser desmembrados em várias matérias vinculadas para manter o formato do jornalismo online (textos curtos).

Não abra períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra nem use, várias vezes, a mesma estrutura na frase.

Títulos •

Procure deixá-los em uma só linha e sempre elaborar frases verbais.

Use sempre verbo e título na forma direta – similar a uma frase: sujeito, verbo e complemento. Exemplo: Em vez de: Estudo do Ipea mostra crescimento dos pequenos negócios no país Melhor: Ipea constata crescimento dos pequenos negócios no país

Use a boa e tradicional voz ativa para o verbo. Tempo verbal no passado nem pensar! Exemplo: Em vez de: Governo reuniu empresários da região serrana do Rio Sebrae atendeu 1,1 milhão de empresas em 2010 Melhor: Governo reúne empresários da região serrana do Rio Sebrae atende 1,1 milhão de empresas em 2010

Chamadas / “sutiãs” •

Objetividade é tudo.

Eles devem dar sustentação ao título com informações complementares e não repetitivas.

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Devem estimular o interesse de leitura da notícia.

Intertítulos •

Grafá-los sempre em negrito.

Construí-los com uma ou, no máximo, duas palavras.

Usar maiúscula somente na primeira palavra.

Posicioná-los como um parágrafo e não junto ao texto.

Nome Sebrae •

Deve ser escrito em caixa alta e baixa: Sebrae. É desnecessário descrever o significado da sigla Sebrae nas matérias da ASN;

Atenção! Se a matéria da ASN for usada como release, é importante adaptar o texto, grafando-se Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na primeira citação do nome da instituição. Nas demais citações, somente a marca Sebrae.

Usar Sebrae no estado “x” e jamais ‘Sebraes estaduais’ ou ‘Sebrae/UF’. É importante imprimir o sentido de sistema e valorizar a marca nacionalmente. Exemplo: Sebrae no Rio de Janeiro; Sebrae no Pará.

Usar a criatividade na redação quando se trata de parceria do Sebrae, nacionalmente, e Sebrae em Pernambuco, por exemplo.

Nos títulos é melhor usar apenas a palavra Sebrae, sem indicação de estado.

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Exemplo: Sebrae inicia projeto de salões de beleza. A informação do Sebrae local (onde está acontecendo) naturalmente virá no lide.

Parceiros •

Os nomes dos parceiros precisam ser explicados nas matérias. É importante sempre antes de cada sigla relatar o que ela significa. Exemplo: Sebrae firma parceria de R$ 8 mi com a Financiadora de Estudos e Projetos para beneficiar micro e pequenas empresas (Finep).

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Siglas •

Siglas com até três letras devem ser escritas com letras maiúsculas (caixa alta), sempre o seu significado e depois a sigla. Exemplos: Sistema Único de Saúde (SUS); Caixa Econômica Federal (CEF) ou Caixa, mais usual.

Siglas com mais de três letras devem ser escritas apenas com a inicial maiúscula e o restante, em minúsculo (caixa baixa), sempre o seu significado e depois a sigla. Exemplos: Centrais Elétricas de Goiás (Celg); Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg); e Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg).

Atenção: Siglas com mais de três letras, quando soletradas, devem ser escritas com letras maiúsculas (caixa alta) e quando formam conjuntos pronunciáveis como palavras e com mais de três letras devem ser escritas em caixa alta e baixa. Exemplos: Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS); Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Siglas devem ser grafadas sempre no singular e o significado sempre deverá vir antes da sigla. Exemplo: Federação de Agricultura do Estado do Amazonas (FAEA).

Números •

É regra básica gravar por extenso os numerais de zero a dez unidades de medida (quilo - kg, metro - m, litro - l, quilômetro - km etc) ou alguma coisa. Exemplos: A vítima foi atropelada por um caminhão. Serão necessários dez caminhões para remoção dos entulhos da implosão. No seminário, seis especialistas estrangeiros irão debater o futuro das microempresas.

A partir de dez unidades, grafa-se o numeral.

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Exemplos: No total, 11 trabalhadores deixaram o recinto. Cerca de 20 empresários participam do evento. Foram 345 dias de viagem em torno do planeta. •

Mas há exceções: grafam-se cem e mil unidades de medida ou alguma coisa. No mês passado de cada mil pagamentos, 948 foram quitados à vista.

E no caso de milhares, milhões, bilhões etc... no jornalismo econômico e online, que é o caso da ASN, é mais fácil para os jornalistas da editoria de economia grafarem R$ 1,5 mil (em vez de R$ 1.500,00) ou 11,3 milhões de pessoas (em vez de 11.300.000 de pessoas ou 11 milhões 300 mil pessoas).

Notem que a tendência é usar números redondos em vez de inteiros. É usual, portanto, recorrer a recursos como cerca de..., quase...,mais de .... Exemplos: Cerca de 50 profissionais participam... Quase 1,5 milhão de empreendedores individuais... Mais de 10,3 milhões de trabalhadores autônomos ainda não se formalizaram...

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Números exatos são grafados somente quando se trata de alguma situação bastante específica, em alguns casos de caráter legal ou juridicamente correto. Geralmente, estão associados à informação oficial e ao valor “cheio” (completo) quando for imprescindível ao esclarecimento público. Exemplo: O programa do governo federal fechou 2010 com o total de 904.657 empreendedores individuais... O Censo 2010 do IBGE apurou a presença de 33.456.071 habitantes nas dez maiores regiões metropolitanas do País.

Maiúsculas/Minúsculas •

Substantivos próprios – nome de pessoas, de governos, instituições, lugares, regiões geográficas – são grafados com maiúscula na primeira letra de cada palavra e as demais, minúsculas. Exemplos: Governo Mário Covas, Júlio Verne, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Região Metropolitana do Recife, Paris, Franca, Prefeitura Municipal de Toledo etc.

Grafam-se substantivos comuns em minúsculas e quando se trata de plural. Exemplos: governo estadual, administração municipal, estados de Sergipe

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e Paraíba, governo federal; os municípios de Minas Gerais estão em alerta...; governos da Bahia, Mato Grosso e Alagoas...; os vereadores de Gramado (RS)...; •

Cargos em organizações públicas e privadas são grafados em letra minúscula, porém, o nome de unidade operacional deve ser grafada em maiúsculas e minúsculas. Exemplos: secretário executivo do Ministério da Fazenda, ...; gerente de agronegócios do Sebrae no Rio de Janeiro, ...; coordenador da Divisão Econômica da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), ...; governador do Espírito Santo, ...etc.

Vícios de linguagem •

Em nome da qualidade dos textos, vale evitar algumas expressões que, se não forem usadas, não fazem falta. Pelo contrário, evitá-las torna o texto jornalístico mais objetivo e elegante. Exemplos: Além disso, ...; Nesse sentido, ...; No que se refere...; No que diz respeito ...;

Da mesma forma, cuidado com os pleonasmos viciosos. É melhor evitar. Apenas uma opção é suficiente. Exemplos: E também...; Monopólio exclusivo...; vereador da cidade...; prefeitura municipal...; A grande maioria...etc.

Evitar a utilização do pleonasmo “como, por exemplo”. Para exemplificar, utilize um ou outro, não os dois ao mesmo tempo. Exemplo: Desde então, passou a ser comum encontrar produtos de conveniência nas locadoras de vídeo, como pipoca, sorvetes, refrigerantes, chocolates, brinquedos, eletroeletrônicos, presentes e até peças de vestuário. Exemplos:

Evitar: Ele disse que vai participar tanto do evento oficial como da solenidade de certificação.

Melhor: Ele disse que vai participar (ou participará) do evento oficial e da solenidade de certificação.

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Nova Ortografia 1 Trema •

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que e qui. Exemplos: Arguir, bilíngue, cinquenta, ensanguentado, frequente, sequestro, sagui etc. Obs: O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras. Exemplos: Müller, mülleriano.

Mudanças nas regras de acentuação •

Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Exemplos: Alcateia, androide, apoio, apoia, boia, colmeia, Coreia, ideia, geleia, joia, plateia etc.

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Obs: Essa regra é válida apenas para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos em éis e ói(s). Ex.: papéis, herói, dói etc. •

Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Exemplos: abençoo, creem, deem, doo, leem, magoo, enjoo etc.

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pólo/polo e pêra/pera. Exemplo: Esse gato tem pêlos brancos. (como era) / Esse gato tem pelos brancos. (como fica) Obs: Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair cedo, mas hoje ele pode. Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir etc).

1 - Informações disponíveis em http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.php Manual de Redação e Estilo


Uso do hífen com compostos •

Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: Guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, joão-ninguém, bate-boca etc. Exceções: Não se usa hífen em palavras que perderam a noção de composição, como girassol, mandachuva, paraquedismo, pontapé etc.

Usa-se hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: Reco-reco, zum-zum, pingue-pongue, esconde-esconde, pega-pega, tique-taque etc.

Não se usa hífen em compostos que possuem elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, ponto e vírgula, fim de semana, cara de pau, dia a dia, olho de sogra etc. Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Usa-se o hífen nos compostos cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d´água, pé-d´água.

Uso do hífen com prefixos •

Usa-se o hífen diante de palavras iniciadas por h. Ex.: anti-higiênico, anti-histórico, mini-hotel, super-homem, ultra-humano etc.

Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ondas, anti-inflamatório, inter-regional etc. Obs: Não se usa hífen, se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Se o prefixo terminar com vogal e a outra palavra começar com r ou s, dobram-se essas letras. Ex.: minissaia, antirracismo, ultrassom etc.

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Casos particulares •

Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional etc.

Com os prefixos circum e pan, usa-se hífen diante de palavras iniciadas por m, n e vogal. Exemplos: circum-murado, circum-navegação, pan-americano etc.

Usa-se hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, recém-casado, sem-terra, vice-rei etc.

O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Nesse último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: coobrigação, coedição, coeducar, correspondente etc.

Com os prefixos pre e re, não se usa hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos: preexistente, preelaborar, reescrever etc.

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Para Relembrar 2 Critérios elementares para definir a importância de uma notícia: •

Ineditismo (a notícia inédita é mais importante do que a já publicada);

Improbabilidade (a notícia menos provável é mais importante do que a esperada);

Interesse (quanto mais pessoas possam ter sua vida afetada pela notícia, mais importante ela é);

Apelo (quanto maior a curiosidade que a notícia possa despertar, mais importante ela é);

Empatia (quanto mais pessoas puderem se identificar com o personagem e a situação da notícia, mais importante ela é).

2 - Conforme o Manual de Redação da Folha de São Paulo Manual de Redação e Estilo


lide: palavra aportuguesada do inglês “lead”, conduzir, liderar. O jornalismo usa o termo para resumir a função do primeiro parágrafo: introduzir o leitor no texto e prender sua atenção. Há dois tipos básicos de lide: o noticioso, que responde às questões principais em torno de um fato (o quê, quem, quando, como, onde, por quê), e o não-factual, que lança mão de outros recursos para chamar a atenção do leitor. O caráter condutor do lide se aplica para quem lê e para quem escreve. Se ao produzir um texto você não avança, fica preso nos primeiros parágrafos, é muito provável que o problema esteja no lide – ele o conduziu a um caminho errado de estrutura de texto. Você não consegue mais escrever. O leitor, possivelmente, não conseguirá mais ler. Nesses casos, o melhor é refazer o lide. Elabore seu lide de modo que um título atraente e informativo seja feito a partir dele com naturalidade. Não deixe para quem vai titular o texto (pode até ser você mesmo) a tarefa de decifrar o raciocínio do autor e juntar informações dispersas. Em um jornal, o lide noticioso deve: •

Sintetizar a notícia de modo tão eficaz que o leitor se sinta informado só com a leitura do primeiro parágrafo do texto;

Ser tão conciso quanto possível. Procure não ultrapassar cinco linhas de 70 toques (lauda) ou de 80 toques (terminal de computador normal);

Ser redigido de preferência na ordem direta (sujeito, verbo e predicado).

• Atenção para o que você deve evitar no lide: •

Esconder o fato principal em meio a informações como localização geográfica, horário, ambientação e idade – todas elas recomendadas neste manual, o que não quer dizer que todas devam ser fornecidas de uma só vez;

Usar, sem explicar, nome, palavra ou expressão pouco familiar à média dos leitores;

Começar com advérbio ou gerúndio;

Começar com declaração entre aspas, fórmula desgastada pelo uso indiscriminado. Reserve-a para casos de declarações de impacto: “Não acredito no livre mercado”, disse o empresário. Para o segundo tipo de lide, o não-factual, não existe receita. É fácil fazer um lide burocrático. Mas conquistar a atenção do leitor e, ao mesmo tempo, informá-lo é um desafio.

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O Caso SEBRAE 3 Embora seja uma entidade privada, que atue como serviço social autônomo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é frequentemente percebido como sendo um órgão público. Essa interpretação equivocada acontece devido ao fato de o Sistema Sebrae ter suas origens – quando ainda se chamava Cebrae – vinculadas ao governo federal. Apesar de ter sido desvinculado do governo em 1990, o equívoco prevalece porque, em sua estrutura, a entidade possui um órgão colegiado denominado Conselho Deliberativo, o qual é composto por entidades que representam não apenas os segmentos empresariais como também órgãos e instituições ligadas aos governos federal e estadual. O Sebrae, muitas vezes, é também confundido com instituição financeira. É que por desenvolver projetos na área de crédito orientado e por elaborar projetos direcionados à obtenção de financiamentos para as micro e pequenas empresas, o Sebrae mantém um estreito relacionamento com os bancos. Portanto, para ter clareza do que é o Sebrae, verifique a seguir as principais perguntas que surgem no nosso dia a dia.

Perguntas e Respostas 18

O certo é dizer “o” Sebrae ou “a” Sebrae? A letra “S” da palavra Sebrae significa “Serviço”, portanto o correto é “o” Sebrae, ou seja, “o” Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Os agentes estaduais são identificados como Sebrae - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de (nome do Estado) ou simplesmente Sebrae em Goiás, por exemplo. Sebrae é órgão público ou entidade privada? O Sebrae é uma entidade privada que, em sua primeira fase de existência, teve vínculo com o governo federal. Em 1990, a Lei 8.029 desvinculou o antigo Cebrae (e os Ceag, nos Estados) da administração pública e, no mesmo ano, o Decreto 99.570 transformou o Cebrae em serviço social autônomo, mudando a sua denominação para Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os antigos Ceag, de cada estado da Federação, tiveram que aderir ao novo modelo deste Sistema e a sua Estrutura Organizacional. »O Sebrae não visa lucro. Por isso é que a entidade subsidia os custos de seus produtos e serviços, como consultoria, treinamentos, publicações editoriais etc. É, também, por isso, que os atendimentos presenciais são gratuitos e muitos seminários, palestras e teleconferências são abertos ao público sem qualquer cobrança de taxa de inscrição. 3 - Fonte: Sebrae em Goiás Manual de Redação e Estilo


»É a iniciativa privada quem mantém e administra o Sebrae por meio das 13 entidades e instituições que compõem o Conselho Deliberativo. Os integrantes do Conselho representam a sociedade como um todo, o que inclui os segmentos empresariais e o governo. Talvez por isso, o Sebrae seja, frequentemente, confundido com órgão público. Qual a origem dos recursos financeiros do Sebrae? Os recursos do Sebrae vêm de uma contribuição social que as empresas recolhem mensalmente por meio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Essa contribuição corresponde a 0,3% sobre a folha de pagamento de qualquer empresa (exceto aquelas que optam pelo Imposto Simples). Uma empresa que tem uma folha de pagamento de R$ 1.000,00, por exemplo, contribui com R$ 3,00 ao mês para a manutenção do Sistema Sebrae. O INSS transfere o dinheiro ao Sebrae Nacional, que faz o repasse para os agentes estaduais do Sistema, com base na programação orçamentária de cada um. O fato de os recursos do Sebrae serem arrecadados via INSS, que é ligado ao governo federal, contribui também para que o Sistema seja visto, equivocadamente, como órgão público. Então são as empresas que mantêm o Sebrae? Se considerarmos que todos os custos de uma empresa são rateados e entram na composição do preço de venda de um produto ou serviço, então o consumidor acaba pagando a contribuição recolhida pelas empresas. Por isso, seria coerente afirmar que é a sociedade quem mantém, não somente o Sebrae, mas todo o chamado Sistema “S” (Sebrae, Senai, Sesi, Senac, Sesc, Senat, Senar). Portanto, o Sebrae é uma entidade privada de interesse público, já que seus recursos vêm por meio de contribuição das empresas e, por conseguinte, da própria sociedade. O Sebrae faz empréstimo? Não. O Sebrae não é instituição financeira. Por força de lei, não pode conceder empréstimos e financiamentos. Porém, o Sebrae possui vários produtos e serviços que podem auxiliar a micro e pequena empresa para obtenção de um financiamento, desde que identifique as reais necessidades do cliente. A evolução histórica do Sebrae no Brasil Durante a década de 60 apareciam os primeiros indícios de uma política voltada aos interesses da pequena empresa brasileira. Tanto que a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Banco Nacional de Desenvolvimento (atual BNDES)

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abriam linhas de crédito específicas a esse segmento econômico. O Plano de Metas do Governo de Juscelino Kubitschek, por sua vez, já incluía a criação do Grupo Executivo de Assistência à Média e Pequena Empresa (Geamp). Mas até o início dos anos 70, a proposta não saiu do papel. Após absorver as experiências e conhecer os resultados do trabalho desenvolvido pela Sudene e BND, o governo federal materializou o primeiro organismo inteiramente dedicado a estimular, apoiar e orientar a pequena e média empresa. Assim, no dia 17 de julho de 1972, por iniciativa do BNDES e do Ministério do Planejamento, foi criado o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae). Nasce, formalmente, a instituição, dentro da estrutura do Ministério do Planejamento, oriunda de iniciativas de apoio aos pequenos estabelecimentos realizadas no Nordeste e no BNDES.

Soluções Online para suas dúvidas http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_introducao.htm http://michaelis.uol.com.br/novaortografia.php http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL936903-5604,00-IMPRIMA+GUIA+DA +REFORMA+ORTOGRAFICA.html 20

Referências bibliográficas O ESTADO DE S. PAULO. Manual de redação e estilo. Organizado e editado por Eduardo Martins. São Paulo, 2010. FOLHA DE S. PAULO. Manual geral da redação. São Paulo, 2010. Sebrae em Goiás.

Manual de Redação e Estilo



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