Piaçava pelo Olhar Artesão
ARTESANATO REFERÊNCIA DA BAHIA | SUA INTERPRETAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL, TRAMAS, TRANÇADOS E TEXTURAS COM A FIBRA E PALHA DA PIAÇAVA
Piaçava pelo Olhar Artesão
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul da Bahia
Maria da Conceição (Amparo)
Porta-travessas
Trançart
Mestre José Roque
Cesto em fibra de piaçava e pátina, fio colorido e palha da costa.
Município de Ituberá
Empreendedorismo de Fibra
A fibra da piaçava, extraída da palmeira do mesmo nome, é um importante componente da história e cultura dos quilombos do Baixo Sul da Bahia e dos núcleos de ancestralidade indígena tupinambá do Litoral Norte do estado. Devido a esta representatividade para os nossos produtores e comunidades, o Sebrae trata do tema com entusiasmo, investindo em capacitações técnicas e no desenvolvimento do empreendedorismo nos núcleos produtivos dessas localidades, com o foco principal de contribuir para o fortalecimento da identidade cultural da Bahia.
Por meio das capacitações ofertadas, os artesãos têm a oportunidade de desenvolver suas habilidades e aprimorar conhecimentos, ao mesmo tempo em que preservam os recursos naturais e reverenciam a ancestralidade da sua região. O resultado não poderia ser outro: produtos com reconhecimento histórico e maior valor comercial, que movimentam a nossa economia e aumentam a renda de quem vive do artesanato.
Jorge Khoury
Superintendente do Sebrae Bahia
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
A Piaçava: Resistência e Sustentabilidade na Bahia
No contexto geral, a cultura da piaçava tem significativa importância econômica para muitas comunidades rurais da Bahia, onde a fibra é transformada em vassouras, escovas, chapéus, dentre outros produtos amplamente comercializados em todo o estado, sendo, portanto, a principal fonte de renda de muitas famílias do campo. A sua versatilidade vai além dos itens mencionados, agregando valor também aos mercados da construção civil, decoração e artesanato.
Além de cumprir o papel social de gerar ocupação e sustento, a piaçava reafirma a sustentabilidade e a diversidade do agro baiano ao preservar a vegetação nativa em áreas onde a mesma é cultivada.
Ter uma edição que ressalta o potencial da palmeira da piaçava é duplamente especial, pois não só reforça sua importância histórica, mas também destaca a necessidade de preservação da espécie, tanto do ponto de vista econômico quanto cultural. Investir nesse projeto reafirma nosso compromisso em contribuir para o fortalecimento da identidade cultural, especialmente no que se refere à atividade artesanal na área rural, valorizando os núcleos produtivos do campo, no contato direto com a matéria-prima local e o fazer manual.
Humberto Miranda Oliveira
Presidente do Sistema FAEB/SENAR
Costa dos Coqueiros
Cestos em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Chitart
Flores bordadas e fuxico.
Município de Cachoeira
Apresentação
O Artesanato Referência da Bahia tem como ofício a tradição de atividades manuais. Muitas delas atravessam gerações. A palmeira da piaçava tem um grande valor econômico e cultural nas regiões do Baixo Sul e no litoral da Bahia. Além do fortalecimento do setor, a proposta desta publicação também envolve os valores iconográficos, culturais e sociais que preservam a identidade de um povo, assim como a importância em relação à preservação da palmeira e as questões sustentáveis do seu entorno.
O Sebrae e a parceria da FAEB/SENAR viabilizam o investimento nas consultorias e capacitações técnicas diretamente nos núcleos produtivos que trabalham com essa tipologia, mas também os empreendedores que participam do projeto e utilizam essa matéria-prima como insumo principal ou complementar nos artefatos artesanais.
O incentivo à inovação parte de um princípio de transformação de “olhares”, nos quais artesãos e equipe técnica se empenham diariamente em potencializar a riqueza de saberes, técnicas transformadas em um artesanato repleto de beleza e valores conceituais e históricos, impulsionados para gerar renda e negócios.
Tatiana Martins
Coordenadora do Artesanato Sebrae Bahia
Pyaçawa
Piaçava é uma palavra tupi anhenguetsu, tupi antigo, onde o prefixo pya significa coração e çawa, pelos, fibras. No tupi-guarani, é fibra que faz utensílios úteis, significado encontrado no dicionário de Gonçalves Dias e no do Padre Antônio Vieira, provavelmente ao observar como esta fibra negra se desdobrava em objetos como cordas, pentes e pequenos cestos feitos para a pesca chamados de samburás. O entrelace entre índios e jesuítas teve início no século XVI.
O coração de onde esta fibra sai é localizado na palmeira cujo nome científico é Attalea funifera Martius. O nome Attalea foi proposto em 1816 por Humboldt, Bomplant e Kunth e dado em homenagem a Attalus (197 a.C.), o rei de Pérgamo, cidade-estado na Ásia Menor (GLASSMAN, 1998), pois ele amava as plantas e cultivava um belo jardim. O nome funifera está relacionado à forma do fio da piaçava que parece um funil e o último nome, Martius, está relacionado a Carl Von Martius, um botânico que veio ao Brasil na expedição de Nassau no início do século XIX e
deu o nome científico à piaçava sob as regras de Lineu*.
Os ciclos da piaçava
A corda
É muito importante saber que esta fibra é autóctone do Brasil. No globo terrestre, a única floresta da piaçava da espécie
Attalea funifera Martius se encontra na Bahia. Podemos afirmar que é a matéria
fibrosa mais importante do Brasil desde tempos imemoriais, onde primeiro os índios tupis se relacionaram e fizeram objetos importantes para sua vida cotidiana, principalmente a corda que, ao ser descoberta pelos portugueses, se transformou na matéria mais importante europeia, pois ela resiste à água e é capaz de sobreviver por 20 anos debaixo d’água.
A corda então faz parte do primeiro ciclo da piaçava na relação Brasil-Europa.
O segundo ciclo da piaçava é o da vassoura. Esse ciclo remete a uma história muito importante de como uma matéria é descartada, considerada lixo até que novas affordances** sejam experimenta-
das e assim apresentamos a biografia da vassoura. Esse ciclo é o que se entrelaça com os africanos das regiões Angola-Congo, que se iniciou há aproximadamente 130 anos.
A vassoura
Os navios que levavam a cana-de-açúcar colocavam na base um monte de piaçava para assegurar que durante a travessia o líquido do açúcar não passasse para outros compartimentos, causando sujeira. Porém, ao chegar perto dos portos de destino, era atirada para fora do navio para não contar como carga, significando despesas por esta carga extra. Foi assim que toneladas de piaçava foram arremessadas ao mar durante mais de um século.
Um belo dia, uma tempestade em Liverpool, na Inglaterra, requereu que as piaçavas fossem usadas para atracar o navio e um Brushmaker (KIDDIER, 1912 p. 89) que era um fazedor de pincéis, vendo aqueles fios negros, nunca antes vistos, tentou fazer pincéis e vassouras. Desde então, mais ou menos há 184 anos, por volta de 1840, a piaçava começou a ser
exportada como o “angel clean”, o anjo da limpeza, pois foi essa matéria que revolucionou a limpeza das ruas congeladas da Inglaterra, rapidamente se espalhando por outros países europeus, como Bélgica, Alemanha e Portugal. Conhecida fora do Brasil como bass brom ou a balais de piaçava, é até hoje fabricada como melhores vassouras para limpeza pesada e para limpar ruas com nevada.
O terceiro ciclo
O segundo ciclo, o das vassouras, delineou os quilombos do Baixo Sul, principalmente o de Jatimane, pois sua configuração geo-histórica favoreceu a retirada e a entrega das pia-
çavas nos navios. Porém é o terceiro ciclo, o artefato cultural, que mostra a estonteante criatividade dos descendentes do povo Angola-Congo, cuja matriz tecnológica têxtil é evidente há 3.000 anos antes de Cristo.
Este ciclo pode acontecer por conta de uma série de fatores, principalmente a formalização das terras quilombolas e o olhar para os quilombos do Brasil, revelando possibilidades expressivas em consequência dos movimentos negros no início do século XXI. Este ciclo é representado pelo uso da piaçava para criação de objetos feitos pelos artesãos do Baixo Sul desde 2007, a partir do aprendizado da técnica espiralar cosida, ensinada pela artesã Maria Helena, trazida pela COOPRAP (Cooperativa dos Produtores e Produtoras do Pratigi), com o objetivo de incentivar novos rumos para a fibra e dar mais qualidade de vida aos quilombolas, além de uma valorização maior desta fibra, cuja disponibilidade passa por uma cadeia operatória arriscada e muito trabalhosa.
Neste ciclo, designers e artistas se aproximaram inicialmente apoiados por empre-
sas multinacionais e nos últimos anos, de forma mais intensificada, pelo Sebrae-BA, impulsionando a comercialização, a partir da criatividade e da qualidade das peças.
Este ciclo é fundamental para a valorização da piaçava da Bahia, única no Brasil.
*Carl von Linné (Suécia, 1707-78) era médico e naturalista. Em 1735, publicou o livro Systema naturae, no qual apresentava determinadas regras capazes de padronizar a forma de nomear espécies.
**Termo que designa a qualidade de um objeto que convida e com o qual se permite fazer algo, mantido ao longo desta tese no seu inglês original (INGOLD, 2000).
Referências:
KIDDIER, W. (1912). The Brushmaker and his craft. Sir Isaac Pitman Pub.
GLASSMAN, S. F. (1999). A Taxonomic Treatment of the Palm Subtribe Attaleinae (Tribe Cocoeae). Illinois biological Monographs; 59. Urbana and Chicago, USA. 414 p.
INGOLD (2018). Marcher avec les Dragons. Paris: Points.
PRESTES; JENSEN; OLIVEIRA (2009). Maria Luedy Doutora em Artes Visuais | EBA - UFBA
Piaçava Piaçaba Piaçá
A piaçava (Attalea funifera) é uma palmeira fascinante e de grande importância econômica e cultural no Brasil, em especial no Baixo Sul e no litoral da Bahia. Além de ser nativa e endêmica da Mata Atlântica, seu nome tem origem etimológica no tupi-guarani (Pyá-açaba) e significa o traspasse de apertar. Além disso, é popularmente conhecida como piaçava, piaçaba e piaçá, nomes que também são usados para designar os diversos produtos confeccionados por essa fibra. As vassouras são amplamente fabricadas com essa fibra, assim como coberturas de cabanas e, em especial, o artesanato.
O manejo extrativista da piaçava é uma prática ancestral, herdada dos povos originários que habitavam a região antes da chegada dos colonizadores. Hoje, muitas comunidades quilombolas na Bahia ainda dependem dessa atividade para sua subsistência.
A extração da fibra de piaçava é um processo manual e cuidadoso, que envolve várias etapas, desde a coleta das fibras, que são retiradas manualmente da base das folhas da palmeira, sem a necessidade de cortá-la, o que ajuda a preservar a planta. Em seguida, elas são desembaraçadas para remover impurezas e separar as fibras individuais. Ao final do processo, as fibras são cortadas do tamanho desejado e amarradas em feixes para facilitar o transporte e a comercialização.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul da Bahia
Daniela Lacerda
Tigela em fibra de piaçava e palha da costa.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Esse método contribui para a economia local, fornecendo matéria-prima para a fabricação de diversos produtos, dentre eles as vassouras, escovas e, em especial, o artesanato.
A remoção da piaçava é feita de forma responsável, com o corte de apenas algumas folhas da palmeira, permitindo que ela continue a crescer e produzir novas fibras. As comunidades quilombolas também se preocupam com a proteção do ecossistema da Mata Atlântica, garantindo a manutenção do habitat natural da palmeira.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul da Bahia
Daniela Lacerda
Cesto em fibra de piaçava, palha da costa e detalhes em couro.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Grupo Raízes do Quilombo
Renailde Santos
Cesto em fibra de piaçava e palha da costa.
Município de Simões Filho
Grupo Raízes do Quilombo
Zeny Simões
Cesto em fibra de piaçava e palha da costa.
Município de Simões Filho
Grupo Raízes do Quilombo
Zeny Simões
Cesto em fibra de piaçava descolorida e palha da costa.
Município de Simões Filho
Suporte de Madeira
A combinação de madeira, palha da costa e piaçava é uma estratégia criativa e sustentável no artesanato, além de valorizar o potencial das matérias-primas encontradas na região.
Grupo Raízes do Quilombo
Francisco Celestino
Cesto em fibra de piaçava e palha da costa.
Município de Simões Filho
Palha da Costa
A palha da costa é uma fibra vegetal, resistente e flexível, extraída de palmeiras do gênero Raphia. É amplamente utilizada no artesanato e tem sua origem em palmeiras nativas da África, mas também é encontrada no Brasil, na região amazônica. A inserção da palha da costa na costura da piaçava foi uma técnica difundida na costura do trançado com a piaçava, como uma estratégia de agregar valor e durabilidade aos produtos feitos com essa fibra.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul da Bahia
Daniela Lacerda
Cesto em fibra de piaçava e palha da costa.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Trançart
Mestre José Roque
Cesto em fibra de piaçava e fio colorido.
Município de Ituberá
Trançart
Mestre José Roque
Cesto em fibra de piaçava e fio colorido.
Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Maria da Conceição (Amparo)
Bolsa em fibra de piaçava e pátina.
Colab com a artesã Regina Soares com as alças em couro de tilápia.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Valdete Conceição
Cesto em fibra de piaçava e pátina.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Geiza Santos Colar de mesa.
Município de Ituberá
A coloração da fibra de piaçava é um processo que pode adicionar cor e valor estético aos produtos artesanais, permitindo que as fibras de piaçava adquiram cores, nos seus mais variados tons, ampliando suas possibilidades de uso no artesanato. Em especial, nessa coleção, que adota o preto e o branco, com a variação tonal clássica, seja ela na técnica de colorir a matéria-prima, assim como nos fios que são costurados na modelagem da fibra e na construção do artefato.
Trançart
Mestre José Roque
Cesto em fibra de piaçava e pátina, fio colorido e detalhe em palha de piaçava.
Colab com as artesãs da Costa dos Coqueiros.
Município de Ituberá
“Meu nome é José Roque, sou mestre artesão do Quilombo do Boitacara. Trabalho com a fibra de piaçava, que, tradicionalmente, era usada apenas para a confecção de vassouras. A partir de 2000, comecei a transformar essa fibra natural em arte, agregando valor a essa matéria-prima. Criei peças utilitárias e decorativas belíssimas, enquanto também compartilho essa técnica com outras pessoas de diferentes quilombos e regiões do Baixo Sul da Bahia, promovendo o artesanato local e a valorização cultural.”
Mestre José Roque
Trançart
Joviniana Guimarães
Travessas em fibra de piaçava e pátina, fio colorido e tala da piaçava.
Município de Ituberá
Trançado Costurado
fibra da piaçava costurada
A técnica do trançado costurado pode ser empregada em diferentes fibras ou até mesmo com a mistura delas. Os pontos podem ser alternados, assim como as cores e matérias-primas utilizadas. É possível formar diversos desenhos geométricos, dentre eles os mais conhecidos são trançado costurado com falso nó, ponto de nó, ponto longo e costurado espacejado.
O contraste entre cores e materiais é a principal característica do trançado costurado, principalmente em se tratando da fibra da piaçava com a palha da costa ou com fios coloridos. A costura proporciona a firmeza do trançado e a modelagem do artefato. Pontos mais próximos ou mais distantes geram contraste em relação à cor original da fibra. Esta também já apresenta novas intervenções criativas por meio de oficinas em design com composições que envolvem, além da inserção dos fios coloridos, outras técnicas de coloração e intercâmbio de fibras.
Diferentes registros do processo de costura da fibra de piaçava nas diferentes comunidades.
de Ituberá
tramas desenhos e texturas
Tramas, desenhos e texturas compõem os grafismos utilizados na costura da palha da costa, assim como os fios sintéticos ou de algodão aplicados na piaçava. Esses elementos foram originalmente inspirados nas tradições culturais indígenas e africanas. Os
desenhos são decorativos, mas também carregam significados simbólicos que atravessam gerações. Atualmente, as composições misturam padrões geométricos e pigmentos, além de diferentes fibras e inspirações. Isso revela uma estrutura que mergulha nas tradições, mas também se insere em um contexto contemporâneo, explorando o olhar criativo, as texturas, as sensações e as composições, enriquecidas por diversas experiências.
Grafismo
À medida que as voltas são montadas no trançado costurado, os pontos de linhas podem ser alternados, mais próximos ou mais afastados, mais grossos, preenchidos ou mais leves e finos, com diferentes cores ou diversas matérias-primas. Dessa forma, é possível formar diferentes desenhos geométricos de grande impacto visual, de modo que em cada comunidade as coleções são criadas visando sua própria identidade.
contraste
A coloração das fibras, especialmente da piaçava, com o uso de cores contrastantes, realça os padrões e grafismos, tornando o produto ainda mais atraente. A técnica do trançado costurado, utilizando fios coloridos, também desempenha essa função, destacando os detalhes e adicionando um toque vibrante às peças artesanais.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Daniela Lacerda
Travessa em fibra de piaçava e palha da costa.
Colab com Regina Soares, detalhes em couro de tilápia.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Geiza de Jesus dos Santos
Colar de mesa em madeira.
Município de Ituberá
Na página seguinte.
Trançart
Valdinéia Santos
Cesto em fibra de piaçava, fio colorido e palha da costa.
Município de Ituberá
Trançart
Mestre José Roque
Cestas em fibra de piaçava, pátina, fio colorido e palha da costa.
Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Daniela Lacerda e Maria da Conceição (Amparo)
Tigelas em fibra de piaçava, pátina, fios coloridos e palha da costa.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
tingimento e costura
Trançart
Mestre José Roque
Tigelas em fibra de piaçava e fio colorido.
Município de Ituberá
A mistura de materiais e muita habilidade para produzir uma composição visual de cor e, principalmente, textura. A combinação dos diferentes elementos, coloração das fibras, fios coloridos, palha da costa e muita habilidade para conduzir a costura, proporcionando estampas únicas.
O uso de cores no beneficiamento da fibra de piaçava ou, com o uso dos fios coloridos, pode ter um impacto significativo na comercialização dos produtos artesanais, valorizando esteticamente os artefatos e potencializando a inovação durante o processo produtivo.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Valdete Conceição
Bandejas em fibra de piaçava e fio colorido.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Mari Correia
Colar de mesa em fio de algodão cru e miçangas.
Município de Ituberá
A estratégia de composição das cores resulta em combinações exclusivas, criando um senso de exclusividade e tornando os produtos ainda mais desejáveis. Além disso, amplia a variedade de produtos e a diversidade de aplicações, aumentando a competitividade das coleções no mercado consumidor.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Daniela Lacerda
Bandeja em fibra de piaçava, pátina, fios coloridos e palha da costa.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Albertina Conceição
Travessas em fibra de piaçava, pátina, fios coloridos e palha da costa.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Trançart
Mestre José Roque
Bandeja em fibra de piaçava, fio colorido e alças em couro.
Município de Ituberá
Mari Correira
Colar de mesa, fios de algodão, sisal e miçangas de madeira
Município de Salvador
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Trançart
Mestre José Roque
Vaso em fibra de piaçava, fio colorido e detalhe em cipó.
Município de Ituberá
AAMOM
Vasos em cerâmica.
Localidade de Maragogipinho Município de Aratuípe
Trançart
Joviniana Guimarães
Bandejas em fibra de piaçava, fio colorido e alças em cipó.
Município de Ituberá
A mistura de diversos materiais e uma técnica refinada resultam em composições visuais ricas em cor e, sobretudo, textura. A combinação dos diferentes elementos, como o tingimento das fibras, fios coloridos, e a palha da costa, conduzida com grande habilidade na costura, cria estampas exclusivas e de caráter único.
“A piaçava é uma grande contribuidora pra sustentabilidade encômica que utiliza como a matéria-prima pra confecção de cestaria, biojoias. Um ofício ancestral feito de forma manual utilizando a matéria-prima natural, sendo também o produto final feito por um artesão visando uma fonte de renda pra pessoas da comunidade.”
Daiane
Santos
Historicamente, essa tradição artesanal carrega uma herança indígena, que, ao longo dos anos, se mistura aos saberes das raízes africanas, principalmente no que se refere aos quilombos do Baixo Sul da Bahia. O trançado costurado com as fibras da piaçava e a palha entrelaçada, sejam elas tingidas naturalmente ou com pigmentos químicos, ou ainda exibindo a exuberância dos seus tons naturais, transformam-se, pelas mãos habilidosas dos artesãos em artefatos de beleza genuína que enriquecem ainda mais o nosso artesanato.
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Daniela Lacerda Tigelas e bandejas em fibra de piaçava, pátina, fios coloridos e alça de cobre.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Daniela Lacerda
Detalhe da artesã costurando.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Daniela Lacerda
Bolsa em fibra de piaçava, pátina e fios coloridos.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul
Algumas artesãs integrantes do grupo, apresentando os artefatos artesanais.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Alguns artesãos integrantes do grupo, apresentando os artefatos artesanais.
Cestas em fibra de piaçava com fio colorido.
Vaso em fibra de piaçava com fio colorido e detalhe com palha de piaçava.
Colab com artesãs da Costa dos Coqueiros.
de Ituberá
Palha
A palha de piaçava, matéria-prima utilizada para a confecção dos variados artefatos que caracterizam o colorido artesanal da região da Costa dos Coqueiros é a Piaçava da Bahia (Attalea funifera Martius), produto natural mais utilizado para dar formas diversas ao trançado.
Ela é uma fibra natural de grande importância econômica e cultural no Litoral Norte da Bahia. A produção do artesanato com palha gera emprego e renda para muitas comunidades locais. Além de movimentar a economia local, ela também visa preservar as tradições culturais e contribuir para a conservação ambiental.
O manejo da matéria-prima pelas artesãs atravessa gerações e envolve um conhecimento sobre o ciclo das palmeiras, no qual permite a retirada das fibras sem comprometer a capacidade de recuperação da planta. Dessa forma, é uma estratégia de manter a tradição e minimizar os impactos ao meio ambiente, com a preocupação em não extrair mais do que a capacidade de reposição das palmeiras.
entrelaçar da palha
Palha Trançada
Costa dos Coqueiros
Detalhe do cesto trançado em palha de piaçava.
Municípios de Entre Rios e
Mata de São João
Na Bahia, o trançado é uma técnica de entrelaçamento de fibras ou outras matérias-primas, em forma de fios, cordões e tiras, utilizada para a confecção de diversos produtos.
Na Costa dos Coqueiros, o trançado e a cestaria são historicamente considerados uma herança dos índios tupinambás, que habitavam a região no passado. Essa técnica é baseada em saberes ancestrais transmitidos por gerações, sendo utilizada principalmente na produção de cestos, tapetes, bolsas, bocapios, dentre outros. As fibras e demais matérias-primas são habilmente entrelaçadas ou costuradas, resultando em peças únicas e funcionais.
arte de
Fazer trança é como as artesãs chamam o processo de produzir o trançado. Entre uma roda de conversa, surge o trançado, que por meio do linho da fibra do licuri e agulhas as tranças são unidas para a modelagem do produto.
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Evanira Gonçalves
Detalhe das mãos trançando as palhas.
Município de Entre Rios
As tranças variam em largura conforme o número de palhas utilizadas. Elas são confeccionadas com palha riscada, ou seja, cortada na espessura determinada pela artesã. Após esse processo, elas são reunidas e combinadas em um número ímpar de duplas. Existem várias opções de “pontos” no trançado da palha de piaçava, sendo os mais utilizados pelas artesãs do Litoral Norte da Bahia os pontos tradicionais dos pares, 17 pares, lacinho e o bicão.
Delza Conceição Santos
Detalhe da costura das tranças.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
tramas desenhos texturas cores
O entrelaçamento das palhas, variando em quantidade e cores, resulta na formação de desenhos geométricos. Nessa “coreografia” habilidosa das mãos das artesãs, diferentes composições tonais são empregadas de forma criativa, produzindo estampas exclusivas repletas de cores e vivacidade.
Com um olhar sustentável, o entrelaçamento de “sobras” de tranças renova o olhar para a transformação de novas texturas e composições.
Cestos em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
trama e texturas
São marcadas pela composição criativa das variações tonais das palhas tingidas e tramadas. Esse resgate cultural, embasado na ancestralidade, é enriquecido com generosas pitadas de conceitos estéticos contemporâneos.
“Minha história envolve as mulheres da minha família trançando com a palha da piaçava, minha bisa, minha avó e minha mãe. Elas faziam as bolsas, bocapios e os chapéus na sua forma mais tradicional, com a palha no tom natural. As cores vieram mais recentemente e começamos a tingir, de forma bem colorida, fazendo as combinações e misturas de tons, que pode tecer fazendo a casca de camboto, olho de pombo e outros trançados bem coloridos.
Nessa trajetória, por meio das oficinas de design pelo Sebrae, fomos desafiadas a aproveitar todos os pedaços de tranças que iam para o lixo. A minha proposta surgiu a partir da emenda de todos esses pedaços, trançando um a um, aproveitando todas as cores e pedaços trançados das palhas, construindo novos produtos, cestas, carteiras e, no futuro, os tapetes. A coleção Amor em pedaços reforça o cuidado com o nosso artesanato. É fazer nossa arte por amor.”
Delza Conceição Santos
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Mãos Nativas
Antônia Soares de Lemos
Cestos em palha de piaçava natural e tingida.
Município de Mata de São João
Delza Conceição Santos
Cesto em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
tingimento etapas preparatórias trançado
No processo de tingimento com anilina ou pigmentos naturais, como o urucum, lama do mangue, cipó de rego, entre outros. Já com o pigmento químico, a palha ganha tonalidades vibrantes e cheias de energia. A pigmentação amplia a composição das tramas e das cores empregadas no trançado.
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Mãos Nativas
Jacira Soares
Sequência de fotos da preparação da palha.
Município de Mata de São João
Delza Conceição Santos Bolsa em palha de piaçava tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
tingimento natural
Os corantes vegetais utilizados na produção artesanal, para tonalizar as fibras naturais, seguem um processo de pesquisa e experimentação que muitas vezes é adquirido entre as gerações.
Costa dos Coqueiros
Cestos tingidos naturalmente com cipó de rego.
Municípios de Entre Rios e Mata de São João
trançado natural
Utilizando as tranças na sua coloração natural. Sem pigmentações.
Delza Conceição Santos
Carteiras em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
Sobre quem cria
O entrelaçar das fibras, herança dos indígenas tupinambás.
A palha da piaçava, planta nativa do meu lugar, é a matéria-prima que utilizamos para trançar.
Colher, cozinhar, secar, riscar, tingir, tecer e ver as peças se transformarem.
Uma rede de mulheres e mãos que se unem e criam.
Mãos que acolhem
Mãos que fortalecem
Mãos que preservam
Mãos que se doam
Mãos que caminham
Trançando a piaçava
Tramando a vida.
“ Artesanato não enriquece ninguém, mais não deixa passar fome”
Maria Joelma Bispo Silva
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Joelma Bispo
Cesto em palha de piaçava natural e detalhes com trançado da palha tingida.
Município de Entre Rios
Costa dos Coqueiros
Bolsas trançadas na palha de piaçava na cor natural e tingida de verde.
Municípios de Entre Rios e Mata de São João Bolsa Lua, inspiração da modelagem dos antigos bocapios, que os ancestrais utilizavam na pesca.
Tranças
As variadas tranças ampliam as possibilidades criativas de aplicação da palha da piaçava. Além das composições na palha natural, as pigmentações exercem mais um recurso de inovação nas coleções artesanais com a fibra.
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Detalhe das bolsas em palha de piaçava natural e tingida.
Município de Entre Rios
Biquinho
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Bolsa em palha de piaçava natural e tingida.
Município de Entre Rios
Costa dos Coqueiros
Carteira em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Lacinho
Trançado
17 pares
A escolha das cores nos trançados é realizada de forma espontânea, refletindo o processo criativo individual de cada artesã. Entretanto, elas seguem um padrão de referência no desenho, onde as cores se organizam em um ritmo sequencial, encaixando-se harmonicamente após a costura das tranças. Existem diferentes denominações para esses padrões, que muitas vezes seguem uma sequência semelhante, mas recebem nomes diferentes conforme a região.
Delza Conceição Santos
Carteiras em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
Costa dos Coqueiros
Bolsa em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
escama de camboja escama de camboto casca de caboje
espinha de peixe caracol viuvinha balãozinho
tramas e cores
Os motivos geométricos das esteiras, bolsas, bocapios, chapéus, dentre tantos outros produtos, são compostos pelo contraste entre as colorações das fibras, que podem ser tingidas com pigmentos naturais ou com o uso das anilinas industriais.
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Cesto em palha de piaçava tingida naturalmente.
Município de Entre Rios
tingimento natural cipó de rego
Elenita da Conceição
Bolsa em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
variações tonais
O processo de tingimento da palha pode ser feito de forma natural ou artificial, utilizando, neste último caso, anilinas químicas. Atualmente, os corantes naturais voltaram a ser valorizados, resgatando conhecimentos tradicionais. A lama preta do mangue, capianga, o urucum e o cipó de rego são utilizados pelos grupos de artesãs. A combinação das cores nos trançados é feita de maneira espontânea, sendo parte do processo criativo individual de cada artesã.
Iniciativas genuínas das artesãs na composição das palhas tingidas na produção dos desenhos geométricos que se formam no entrelaçar das palhas.
Delza Conceição Santos
Detalhes circulares em palha de piaçava tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
grafismos combinados
Os desenhos presentes nos trançados são marcas preciosas de influência indígena. Essas estruturas complexas e simétricas muitas vezes só se revelam após a costura final, quando as tranças se entrelaçam e formam padrões
Na página anterior.
Delza Conceição Santos
únicos. No processo criativo, a mistura de texturas enriquece ainda mais o resultado, gerando transferências exclusivas e cheias de charme, que refletem a influência e a sensibilidade artística.
Carteiras em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
junco e 17 pares
Mistura de fibras na composição da carteira.
Elenita da Conceição
Bolsa em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
Costa dos Coqueiros
Mãos Nativas
Cestos em palha de piaçava tingida.
Município de Mata de São João
Costa dos Coqueiros
Cestos em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Colar de mesa em sisal, contas e madeira reaproveitada.
Município de Lauro de Freitas
Na página anterior.
Mãos Nativas
Elaine Borges
Cestos em palha de piaçava.
Município de Mata de São João
Edna Marta
Frutas, caju em cerâmica.
Município de Salvador
Mãos Nativas
Jacira Soares
Cestos em palha de piaçava e diversas argolas de guardanapos.
Município de Mata de São João
Costa dos Coqueiros
Cestos em palha de piaçava natural e tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Edna Marta
Terço em cerâmica.
Município de Salvador
Mãos Nativas
Elaine Borges
Cestos em palha de piaçava.
Município de Mata de São João
“Desde criança, minha mãe me ensinou a fazer a trança. É uma tradição na nossa região. Além da trança, ela fazia o chapéu Calabar, modelo com abas grandes para o pessoal trabalhar na roça. Oficialmente, tem quase 10 anos que me dedico a essa arte, produzindo bolsas em diferentes modelos e cores. Produtos para participar de feiras e eventos de comercialização. Quando entrei na associação, mais oportunidades de divulgação aconteceram. Atualmente, me sinto feliz e realizada em fazer minha arte, estou envolvida no artesanato diariamente e quando não estou traçando meu dia não foi completo.”
Jacira Soares
Mãos Nativas
Antônia Soares Lemos
Cestos em palha de piaçava.
Município de Mata de São João
Costa dos Coqueiros
Bolsa em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Delza Conceição Santos
Bolsa em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
“Sou Evanira, nasci no Litoral Norte da Bahia, na Costa dos Coqueiros e desde os 5 anos minha mãe me ensinou a fazer o trançado tupinambá contando as histórias do artesanato e continuo hoje fazendo a mesma coisa para minhas filhas, noras, netas e netos também. O trançado é uma tradição dos índios tupinambás e minha mãe, também criança, na mesma idade, aprendeu a trançar. Naquela época faziam apenas a trança, a esteira e o bocapio, mas hoje temos diferentes modelos, cores e desenhos. Criamos o trançado lacinho e outras combinações inspiradas na natureza, como a escama de caboje, que é a escama de um peixe daqui do litoral, trançado caracol, trançado Jurema, homenagem à índia. Além do bico de pomba, formiguinha e outros, formando desenhos diferenciados.
Ainda hoje o artesanato é o meu sustento, assim como é o de muitas famílias daqui, mas além disso é o meu orgulho, uma grande herança que os nossos índios antepassados nos deixaram. Um legado que não posso deixar morrer. Divulgando o artesanato já conheci vários estados, conheci muitas pessoas que valorizam o que fazemos. Quero agradecer a todas as instituições que nos ajudaram e nos apoiam para que o artesanato seja reconhecido e valorizado.”
Evanira Gonçalves
Costa dos Coqueiros
Bolsa em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São
João e Entre Rios
Elenita da Conceição
Bolsa em palha de piaçava natural e tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
Mãos Nativas
Elaine Borges
Bolsa em palha de piaçava tingida.
Município de Mata de São João
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Bolsa e cesto em palha de piaçava natural e tingida. Município de Entre Rios
Delza Conceição Santos
Bolsa em palha de piaçava tingida.
Localidade Quilombo de Massarandupió Município de Entre Rios
Mãos Nativas
Antônia Soares Lemos
Cesto em palha de piaçava.
Município de Mata de São João
Mãos Nativas
Jacira Soares
Bolsa em palha de piaçava natural.
Município de Mata de São João
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Joelma Bispo
Cesto em palha de piaçava.
Município de Mata de São João
APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Rosalia Santana
Cesto em palha de piaçava.
Município de Mata de São João
“É muito importante não deixar nosso trançado morrer, que vem dos nossos antepassados, é como eles sobreviviam e que até hoje também mantém o sustento das nossas famílias. Manter sempre vivo o trançado manual, o tingimento natural. Nosso trabalho revigora nosso dia a dia, o nosso bem-estar, nossa saúde e o mais prazeroso é passar esses ensinamentos para os mais jovens e não deixar morrer nossa cultura.”
Marluce da Conceição
cipó e 17 pares
Trançado das Marias
Cestos em cipó, mesclado com tranças de palha de piaçava.
Localidade de Cachoeira do Edgar Município de Esplanada
Costa dos Coqueiros
Algumas artesãs integrantes das associações que compõem as unidades produtivas da Costa dos Coqueiros, no Litoral Norte da Bahia.
Municípios de Mata de São João, Entre Rios e Esplanada
Trançado das Marias
Fruteira em palha de piaçava e cesto mesclado em cipó e tranças de palha de piaçava.
Localidade de Cachoeira do Edgar Município de Esplanada
Trançado das Marias
Cestos com tampa em palha de piaçava, linhas de algodão decorativas e cesto em cipó com linhas de algodão e detalhes das alças com a palha do licuri.
Localidade de Cachoeira do Edgar Município de Esplanada
Trançado das Marias
Flores em palha de piaçava e cesto em cipó e tranças de palha.
Localidade de Cachoeira do Edgar Município de Esplanada
Costa dos Coqueiros
Cesto em palha de piaçava natural e tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Costa dos Coqueiros
Cesto em palha de piaçava natural e porta-moedas em palha tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Delza Conceição Santos
Cesto em palha de piaçava natural e tingida costurado com diferentes tranças.
Localidade Quilombo de Massarandupió
Município de Entre Rios
APAS - Associação das Produtoras Artesãs de Vila Sauípe, Estiva, Canoas e Água Comprida
Bolsas em palha de piaçava com diferentes tramas.
Município de Entre Rios
APAS - Associação das Produtoras Artesãs de Vila Sauípe, Estiva, Canoas e Água Comprida
Evanira Gonçalves
Bolsa em palha de piaçava.
Município de Entre Rios
Município de
piaçava e sisal
Adelice Reis
Cesto em fibra de sisal e fibra de piaçava.
Município de Valente
Cooperafis
Lucivalda Santos
Cesto em fibra de sisal e fibra de piaçava.
Município de Valente
Cooperafis
Maria do Carmo Dias
Mandalas em fibra de sisal e fibra de piaçava.
Município de Valente
Cooperafis
Suzane Pereira
Vaso em fibra de sisal e fibra de piaçava.
Município de Valente
Cooperafis
Terezinha Silva
Bolsa em fibra de sisal e fibra de piaçava, detalhe em tricô no sisal.
Município de Valente
Cooperafis
Cooperafis
Maria do Carmo Dias
Carteira em sisal, tecido bordado com fios e retalhos e detalhes em fibra de piaçava.
Colab com Luzinete Carneiro.
Município de Valente
Valdenice Gonçalves
Carteira em sisal, tecido bordado com fios e retalhos e detalhes em fibra de piaçava.
Colab com Luzinete Carneiro.
Município de Valente
Luzinete Carneiro
Bolsas em tecido bordado com fios e retalhos e detalhes em fibra de piaçava.
Colab com os artesãos do Baixo Sul da Bahia.
Município de Salvador
facetas do coco da piaçava
Coco da piaçava
O coco da piaçava desempenha um papel importante no artesanato da Bahia, sendo uma matéria-prima sustentável, versátil e valiosa. A piaçava, conhecida principalmente por suas fibras, também fornece o coco, que é aproveitado de diversas formas na preparação de peças artesanais. Esse material é transformado em itens decorativos, principalmente como elemento complementar de cestos, bolsas e uma infinidade de itens, mas tem o seu potencial criativo elevado quando aplicado em acessórios de moda, como colares, pulseiras e brincos.
A extração e utilização do coco da piaçava é feita de forma sustentável, visando a preservação do meio ambiente, de forma que não seja prejudicado e que os recursos naturais sejam preservados.
colares e acessórios
A produção de biojoias, com o coco da piaçava, além do aspecto que envolve a sustentabilidade, essas peças são valorizadas por sua estética natural que envolve texturas e cores.
Janaína Rodrigues da Silva Colar com fio de algodão e retalhos de couro.
Colab com artesãs da Costa dos Coqueiros.
Município de Salvador
Janaína Rodrigues da Silva Adorno de cabeça em palha de piaçava, cordão de algodão e retalhos em couro.
Colab com artesãs da Costa dos Coqueiros.
Artesã Milla Floquet com adorno de cabeça.
Município de Salvador
Costa dos Coqueiros
Pulseiras diversas e colares em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Costa dos Coqueiros
Pulseiras diversas e colares em palha de piaçava tingida.
Municípios de Mata de São João e Entre Rios
Dorian Almeida
Pulseiras, colares com a fibra de piaçava, contas de madeira e flores miúdas em frivolité.
Sousplat de frivolité em fios de algodão.
Município de Salvador
Marialba Gomes
Sousplat de tricot em fios de algodão.
Município de Salvador
Geiza de Jesus dos Santos
Colares de mesa com coco, fibras diversas, coco da piaçava e folha da piaçava cozida e tinturada.
Município de Ituberá
“Meu trabalho com o coco da piaçava começou em 2010, durante uma capacitação oferecida por uma cooperativa que atuava em toda a cadeia produtiva da piaçava. A partir dessa formação, comecei a produção de biojoias. O coco da piaçava é uma matéria-prima abundante na minha região e, quando polido, adquire uma aparência de madeira, permitindo a criação de peças lindíssimas. Além das biojoias, descobri o potencial do coco para decoração, uma área que me apaixonei. Hoje, utilizo o coco em meus acessórios de mesa, dando a eles diversos formatos criativos.”
Geiza de Jesus dos Santos
Geiza de Jesus dos Santos
Colares de mesa com coco, fibras diversas, palha de piaçava e coco da piaçava.
Município de Ituberá
Joias do Quilombo
Daiane dos Santos
Colar de coco de piaçava.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Bergson Marques de Sousa
Colares em coco de piaçava, resina, madeira, fios de couro e detalhes da palha da piaçava tingida.
Município de Salvador
Geiza de Jesus dos Santos
Colar de mesa com coco, fibras diversas, palha da piaçava e coco da piaçava.
Município de Ituberá
Assim como na fibra e na palha de piaçava, o uso do coco da piaçava no artesanato é uma herança cultural dos povos afro-indígenas, no qual utilizam essa matéria-prima ao longo das gerações. Os artesãos mais experientes transmitem suas habilidades e conhecimentos aos mais jovens, no intuito de preservar a identidade cultural e as tradições locais.
Por isso, o coco da piaçava, não só enriquece o artesanato baiano com sua versatilidade e beleza, mas também desempenha um papel crucial na sustentabilidade econômica e cultural das comunidades locais.
Sonia Costa
Adornos de parede e colares no segmento da moda, com fios da fibra da piaçava e contas em cerâmica, coco e fios de algodão.
Município de Salvador
“Gosto desses contrastes que incentivam a reflexão, estimulando mudanças na mentalidade das pessoas. A fibra nativa do Nordeste, que cresce em solos com baixa fertilidade, tradicionalmente utilizada na confecção de vassouras, é dura, flexível e bela. Por que não uni-la ao metal nobre e às preciosas pérolas, símbolo da sofisticação e desejo?”
Silvana Grappi
Silvana Grappi
Biojoias na fibra da piaçava, prata e pérolas.
Município de Salvador
Joias do Quilombo | Associação dos Produtores da Floresta do Baixo Sul da Bahia
Daiane Santos
Colar em fibra de piaçava e madeira reaproveitada.
Localidade de Lagoa Santa Município de Ituberá
Município
Município de Salvador
Mari Correia
Bolsa em palha de piaçava com estrutura do macramê em fios de algodão.
Colab com Jacira Soares, da Costa dos Coqueiros.
Pulseiras em fios de algodão.
Município de Salvador
Antônia Soares Lemos
Bolsa em palha de piaçava com alça de macramê em fios de algodão, detalhe da argola em coco de piaçava.
Colab com Luciano Pinto.
Município de Mata de São João
Tania Cruz
Bolsa e pochetes de couro com aplicação da trança da palha de piaçava.
Colab com as artesãs da Costa dos Coqueiros.
Município de Salvador
mix matéria-prima
Travessa em cerâmica.
Município de Barra
Luis Santana
Trilhos de mesa com fibra da piaçava e fios de algodão.
Município de Salvador
Luis Santana
Trilhos de mesa e jogos americanos confeccionados no tear com fibra da piaçava, fios de algodão e outras fibras.
Jogos americanos confeccionados no tear com a piaçava e outras fibras.
Município de Ituberá
Mirinha Floquet Leal
Milla Floquet Leal
Escultura em massa fria, aplicação na madeira e detalhes da palha da piaçava tingida.
Município de Salvador
Nice Costa
Bolsas de cipó canabrava com aplicação decorativa de tecido, coco de piaçava, palha da costa e retalhos de tecelagem da fibra da piaçava e fios de algodão.
Colab com Luis Santana.
Município de Salvador
Escultura em massa fria, coco Bahia. Detalhe para as vassouras de piaçava.
Município de Salvador
Jociane Santos
Escultura em massa fria. Detalhes para as vassouras de piaçava e chapéu em palha de piaçava.
Município de Salvador
Bianca Tourinho
Escultura em arame e detalhes em fibra de piaçava.
Município de Salvador
Aldir Floquet
Cachimbos com coco da piaçava e madeiras diversas.
Município de Salvador
Casa das Rendeiras | Associação dos Artesãos de Saubara
“A minha experiência utilizando a trança da palha da piaçava fazendo uma complementação com a trança da palha de licuri, que é nosso trabalho nativo, foi um desafio muito bom! A possibilidade de experimentar e incluir cores no nosso trabalho aumenta as possibilidades do novo e da troca de saberes.”
“O coco da piaçava traz a estética e a versatilidade de um bom cachimbo.”
Aldir Floquet
Mestra Raimunda Alexandria
Bolsa e carteira em palha de piaçava e palha de licuri.
Colab com as artesãs da Costa dos Coqueiros.
Município de Saubara
Mestra Raimunda Alexandria
“Os fios sempre me encantaram. Aos sete anos comecei a tecer meus primeiros fios, utilizando a técnica do tricô, após ganhar as minhas primeiras agulhas presenteadas por minha avó. Ao longo da minha caminhada me deparei com sobras de fios que são descartadas, o que muito incomodou. Com foco na sustentabilidade, parti para criar peças utilizando sobras de retalhinhos e sobras de fios que iam para descarte. Em 2024, fui desafiada a experimentar agregar ao meu trabalho a piaçava, este insumo que nossas artesãs tão bem utilizam na produção de belas peças. Desafio aceito. Que experiência rica e desafiadora! Assim, os resíduos da palha da piaçava que foram para descarte agreguei ao resíduo de fios de algodão, dando formas a desenhos aleatórios, produzindo um efeito encantador. Surge aí a nossa Bolsa Primavera, única e exclusiva, da coleção ‘Tecendo fios’.”
Marialba Gomes
Gomes
Carteiras confeccionadas com reaproveitamento de diversas matérias-primas, linhas, retalhos de tecidos, palha de piaçava e detalhe em crochê.
Município de Lauro de Freitas
Carteira
Colab
Município
Esta publicação reforça nosso propósito de promover a identidade cultural da Bahia e destaca a importância da sustentabilidade e preservação da palmeira nativa em nossa região. É fundamental valorizar os recursos que ela nos oferece – fibras, palha, coco – e toda a cadeia produtiva em que o artesanato assume um papel de protagonista.
As consultorias reforçam a releitura do passado e presente no contexto contemporâneo, valorizando a estética artesanal e seu diálogo com olhares criativos e expressivos. Esse processo reflete a riqueza da cultura material e visual do nosso estado, evidenciando a importância do artesanato baiano na construção de uma identidade cultural singular.
Nosso agradecimento a todos os envolvidos ao longo dessa jornada criativa!
agradecimento referências bibliográficas
eCycle. Piaçava: fibra natural com grande valor ecológico. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/piacava. Acesso em: 20 set. 2024.
Blog Modacad. Grafismo e a identidade cultural indígena. Disponível em: https://blog.modacad.com.br/grafismo-identidade-cultural-indigena. Acesso em: 20 set. 2024.
Artesol - Artesanato Solidário. Artesanato da piaçava: uma herança afro-indígena dos territórios quilombolas do Baixo Sul da Bahia. Disponível em: https://artesol.org.br/stories/artesanato-da-piacava-uma-heranca-afro-indigena-dos-territorios-quilombolas-do-baixo-sul-da-bahia/. Acesso em: 20 set. 2024.
Arteblog. Cooperativa de artesãs da Bahia usa palha de piaçava e faz sucesso. Disponível em: https://www.arteblog.net/2013/10/01/ cooperativa-artesas-bahia-palha-piacava-sucesso/. Acesso em: 20 set. 2024.
OLIVEIRA, Ingrid Gonçalves de. A arte da piaçava: estudo léxico-etnográfico do artesanato no litoral norte baiano. Volume I. 2024. Tese (Doutorado em Língua e Cultura) – Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2024.
Fios & Fibras Imbiras, Bitús e Caçuás. A fiação, a tecelagem e o trançado artesanal na Bahia. Salvador: Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, 2014.
expediente
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Fotos concedidas pelos artesãos participantes
Impressão | Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda.
Publicação: novembro/2024
Tiragem: 400 exemplares
Capa
Composição de imagens com recortes dos artefatos artesanais.
Páginas
Págs. 7, 9, 11, 13, 15, 61, 112, 113 e 149 | Luis Santana
Pág. 14 | Mestre José Roque | Valdineia Santos
Págs. 16 e 18 | Fotos da palmeira de piaçava
Pág. 146 | APSA - Associação de Artesãos de Porto Sauípe
Pág. 147 | Trançart
Pág. 148 | Costa dos Coqueiros
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