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Turismo rural abre caminho

Receber visitantes, vender produtos e promover experiências

Gisele Tamamar

A52 quilômetros da Praça da Sé, marco zero de São Paulo, está localizado o Sítio Campo Verde, no distrito de Parelheiros, extremo sul da Capital. Foi lá que a empreendedora Auricleide Gonçalves Duarte resolveu testar e começar a plantar mirtilo, também conhecido como blueberry, fruta nativa de regiões da Europa e Estados Unidos. A plantação começou em 2014, mas foi em 2021 que ela resolveu também abrir as portas da sua propriedade para receber visitantes interessados no cultivo.

Uma mesa farta de café da manhã, com geleia de mirtilo, bolos com a fruta e outras delícias, recepciona os visitantes, que também podem participar da colheita e fazer trilhas no local. O sítio é um dos exemplos de propriedades que apostam no turismo rural como forma de diversificar as receitas e incrementar o faturamento.

O turismo rural ganhou destaque, principalmente, após o relaxa- mento das medidas de restrição devido à pandemia de Covid-19 e com o avanço da vacinação. De acordo com a gestora estadual de turismo do Sebrae-SP, Aline Delmanto, as pessoas se sentiram mais seguras para viajar, entretanto, a tendência inicial foi buscar espaços abertos que propiciassem contato com a natureza e tivessem um fluxo menor de turistas. “Foi natural que se buscassem destinos onde o turismo rural e o turismo de natureza fossem a oferta princi- pal. O grande desafio agora é manter esse fluxo alto porque os destinos tradicionais e consolidados já estão reabertos”, pondera.

No caso do Sítio Campo Verde, Auricleide segue apostando no crescimento do interesse por locais próximos das cidades e com muita natureza. O plano é construir chalés para receber ainda mais pessoas e estender o período de hospedagem.

A decisão de apostar no turismo rural foi motivada após a realização de cursos do Sebrae-SP. Até então, o faturamento vinha do plantio e venda da fruta. A produtora era dona de um restaurante em Guarulhos, mas sempre teve vontade de comprar um sítio para lazer.

Ao adquirir a propriedade, Auricleide se interessou pelos benefícios do mirtilo, fez testes e apostou no plantio orgânico da fruta. A rotina de ir e voltar para a cidade começou a pesar e motivou a mudança definitiva da família para o sítio em janeiro de 2020 –pouco antes do início da pandemia. Como o sítio ainda não tem uma grande estrutura para receber muitas pessoas, Auricleide trabalha com o sistema day use. “Durante as visitas, temos a oportunidade de falar do mirtilo para que as pessoas conheçam e consumam mais, porque é uma fruta que ainda não está na mesa dos brasileiros”, destaca Auricleide. Segundo ela, metade do faturamento da propriedade vem do turismo.

Foco No Vinho

A busca por uma pequena propriedade para passar os fins de semana também marcou o início dos negócios da sócia da Vinícola Villa Santa Maria, Celia Carbonari. A família chegou à Serra da Mantiqueira no ano 2000, e logo começou a planejar algo para transferir a moradia definitiva para o município de São Bento do Sapucaí. “Pensamos em vinho. Era um pouco arrojado, pois ninguém plantava uvas na região. Fomos atrás e logo

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