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A ADAPTAÇÃO DAS VENDAS DE IMÓVEIS AO NOVO CENÁRIO

COVID-19 E O MERCADO IMOBILIÁRIO

As Vendas de imóveis e a adaptação ao novo cenário.

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Dando continuidade no processo de entender mais sobre o setor imobiliário no período de crise causada pelo novo coronavírus, a Revista Secovi conversou com Fernando Silveira, Sócio Diretor da Polo Negócios Imobiliários, que tem sua atuação voltada para o mercado de vendas de imóveis. Nessa entrevista buscamos entender melhor como está o setor e como a covid-19 impactou, tanto a forma de trabalho quanto os negócios.

Revista Secovi: Fernando, é visível que o novo coronavírus trouxe uma realidade inédita para todos, mas pensando no mercado de vendas de imóveis, qual foi o impacto que a covid-19 trouxe para este setor?

Fernando: Eu considero que este momento seja uma adaptação no formato negocial, esse foi o grande impacto. A gente tem que se cuidar. Temos feito muito mais trabalho homeoffice e usado as ferramentas digitais disponíveis para apresentação de produtos. As incorporadoras que têm plantões estão obedecendo aos decretos municipais que nesse momento têm sido de segunda a sexta das 10h às 18h (decreto em vigor no momento da entrevista). Em todos os estandes de vendas, a gente pôde perceber que houve uma diminuição no fluxo de clientes. O próprio cliente comprador está evitando a proximidade, mas quando tem alguma situação de assinatura ou de ter que ir até o local para ver o produto, todo mundo está tomando os cuidados recomendados de assepsia, uso de máscaras e distanciamento. Coincidiu com o momento da covid-19, a baixa da Selic. Hoje estamos vendo a taxa a 2,25% que fez com que o mercado desse uma acelerada no volume de vendas. Investidores com medo de deixar o dinheiro parado e as baixas remunerações de fundos de investimento fizeram com que as pessoas procurassem investir de uma forma mais segura e conservadora. Essa busca é natural pelo o imóvel. Mas com certeza existe uma crise sanitária mundial e isso de fato impacta no dia a dia das imobiliárias.

Revista Secovi: Você falou sobre homeoffice, como foi a transição do seu pessoal em relação a isso? Vocês já tinham a tecnologia necessária ou foi preciso buscá-la? Houve complicações ou foi uma transição suave? t i n h a a questão da assinatura digital e existem ferramentas hoje que atendem às nossas necessidades. Em relação a essas tecnologias quem não tinha muita habilidade, teve que fazer uma imersão. Eu acredito que a normalidade que a gente sempre quer e busca não vai acontecer como se pensa. Quando passar isso tudo, não será o normal de antes, vai ser um normal pós-pandemia. Porque tem condição, sim, de você fazer algumas reuniões que antes você tinha que se deslocar para outras cidades e estados e que hoje com o uso dessas ferramentas ficam muito mais ágeis. De certa forma eu acredito que todo mundo está trabalhando até mais do que antes.

Revista Secovi: Para os corretores de imóveis que antes trabalhavam muito com contato pessoal, como tem sido essa nova realidade?

Fernando: De uma forma geral, no mercado, existem as pessoas que tem mais flexibilidade e capacidade maior de adaptação e existem também as pessoas mais conservadoras que buscam manter a tradição. O mesmo serve para os clientes: tem clientes que

se adaptaram com essas novas ferramentas, mas tem clientes que não conseguiram, tem clientes que ainda querem o contato pessoal, mas esse contato pessoal obviamente não é como antes porque agora deve se ter os cuidados necessários.

Revista Secovi: Sobre os plantões de vendas das incorporadoras, alguns desses plantões ficam em lugares abertos, como shopping ou outros lugares com restrição total de abertura. Qual tem sido a alternativa que vocês tem buscado para suprir essa condição?

Fernando: Na verdade, as incorporadoras se adaptaram e se prepararam para um atendimento mais digital, com mais materiais, mais instrução, vídeos e outras questões que se adaptam ao momento, ou seja, que deixa de ter a necessidade de plantões. Nos shoppings normalmente são plantões específicos usados em espaços também específicos e por um período apenas, com certeza faz falta, mas houve uma a d a p ta ç ã o bem rápida. Revista Secovi: Sobre esse momento difícil que estamos vivendo, a perda de poder de compras da sociedade é mais um problema entre outros. Isso tem alterado os valores dos imóveis? Fernando: Até que não, seria normal um aumento nos valores devido a essa alteração de fluxo que comentei anteriormente sobre o crescimento das vendas, sobre as baixas de fundos de investimentos e redução da taxa Selic, mas os preços ainda têm se mantido, então realmente é um bom momento para comprar um imóvel e um bom momento para se posicionar sem dúvida alguma. Sem dúvida se torna um investimento mais conservador como também um fluxo bem agressivo de rentabilidade, pois na hora que o mercado voltar a sua normalidade, no que diz respeito a covid-19, a tendência é que os preços se ajustem para mais, então além da segurança patrimonial traz também um ganho de patrimônio.

Revista Secovi: Outros mercados já se posicionaram dizendo que após a pandemia muita coisa vai mudar, como por exemplo, a adesão por completo ao trabalho homeoffice e uso maior das tecnologias. Você acredita que o mercado imobiliário seguirá essa tendência?

Fernando:

Acredito sinceramente que já vínhamos mudando, o que aconteceu foi que a covid-19 acelerou esse processo de mudança. Creio que o mercado imobiliário está em constante mutação, uma constante adequação e uma constante evolução. Por isso eu entendo que só tivemos que acelerar algumas coisas que já mudariam mesmo sem a covid-19. Revista Secovi: Para finalizar, você gostaria de acrescentar alguma informação ou preocupação sobre esse momento que estamos vivendo? Fernando: Olha, eu acho que esse momento é muito único, para repensar uma série de coisas e também acabou sendo uma situação favorável para venda de imóveis. Mas principalmente a gente precisa repensar como ser humano. Existem situações em que a gente realmente precisa aprender a dar mais valor a certas coisas. Olhar as bases da nossa vida que são a família, os amigos, nosso núcleo familiar. Acredito que esse é o momento que está fazendo todo mundo pensar de uma forma diferente e de certa forma deu uma parada no mundo como um todo, para respirar, limpar o ecossistema, fazendo a gente pensar um pouco mais em como usar esse bem tão precioso que Deus nos oferece que é nosso planeta e que é o que im

porta. «

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