Juliana Pessoa e Patrick Tavares C513M Facha 2014 2

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20 ANOS DE “O REI LEÃO”

A Pedra do Rei não foi o limite

Projeto sobrepõe a realidade virtual de jogos na vida real

“I’m Not Falling”: disco de estreia de Paul McDonald & Nikki Reed

American Horror Story de um jeito como você nunca viu

It’s About Us – álbum de estreia de Alex & Sierra 1


A Pedra do Rei não foi o limite Lançado há 20 anos, “O Rei Leão” se consolida como a maior animação 2D dos Estúdios Disney Após a morte de seu fundador, Walt Disney, em 1966, os estúdios Disney passaram por grandes dificuldades. A recuperação teve início nos anos 80, com “A Pequena Sereia”, e nos anos 90, com “A Bela e a Fera” e “Aladdin”. No entanto, a equipe foi dividida aós esses lançamentos e produziu duas animações simultâneas: “Pocahontas” e “O Rei Leão”. O primeiro era considerado sucesso garantido e contou com a equipe mais experiente e renomada. Trata-se de um romance com um toque de “Romeu e Julieta”, onde Pocahontas é uma índia norte-americana e John Smith é um colono inglês recém chegado à América. O segundo, por sua vez, foi desenvolvido por uma equipe de “segunda linha” e seu sucesso era considerado incerto. Inspirado em “Hamlet”, de Shakespeare, “Bambi”, da própria Disney e “Kimba, o Leão Branco”, de Osamu Tezuka, O Rei Leão retrata a vida do príncipe Simba, pequeno leão da savana africana. Sua vida é prejudicada pelos interesses do tio Scar, que deseja ser o novo Rei.

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Juliana Pess么a pessoabj@gmail.com

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A história de Simba rendeu frutos como as continuações “O Rei Leão 2: O Reino de Simba” (1998) e “O Rei Leão 3: Hakuna Matata” (2003), histórias em quadrinhos, jogos, séries de desenhos animados e uma montagem na Broadway, apresentada no Brasil em 2013. O filme original foi orçado em US$ 45 milhões e, após a exibição em 3D, em 2011, o total de arrecadação da bilheteria chegou a US$ 987.483.777. Ganhador dos Oscars de Melhor Trilha Sonora e Canção Original (“Can You Feel The Love Tonight?”, de Elton John), a animação também conta com clássicos como “Circle of Life” e “Hakuna Matata”. Para quem não lembra, Sarabi e Mufasa são pais de Simba. Mufasa é o Rei da savana e Sarabi, a Rainha. Ele é assassinado pelo irmão, Scar, e Sarabi, após perder o filho e o marido em um acidente (todos acreditavam que Simba também havia morrido), continua vivendo no grupo do qual foi rainha, porém, sob as ordens de Scar. O vilão é um dos grandes responsáveis pelo sucesso do longa. Além de todas as características básicas, ele possui um toque a mais de sarcasmo, inveja e charme, o que fica evidente em sua primeira cena, quando faz o discurso: “A vida não é justa, não é? Entenda, eu… Ora, eu nunca serei rei e você? Você nunca mais verá a luz de outro dia, adeus!”. A cena em que ele recruta e é saudado pelo seu exército de hienas foi inspirada na marcha de soldados nazistas diante de Hitler. Scar é o responsável pela debandada de gnus que resulta na morte de Mufasa, cuja cena, de dois minutos de duração, foi produzida em dois anos. As hienas Banzai, Shenzi e Ed compõem seu exército e, apesar de carrascas e maléficas, participam de cenas divertidas da animação. Simba é acusado pelo tio pela morte do próprio pai. Após crescer longe de seu reino, ele acaba sabendo por Nala, sua amiga de infância e futura esposa, que o reino da Pedra do Rei está devastado, momento em que resolve “desafiar o tio e tomar o lugar dele como rei”. Nala, por sua vez, sempre foi mais esperta e mais forte que Simba, ganhando dele nas brincadeiras de criança e tinha sempre as melhores ideias. Com o declínio do reino, Nala precisa buscar alimento em terras vizinhas e, ao perseguir Pumba, encontra Simba.


Fotos: Divulgação

Timão e Pumba surgem ao acolher Simba logo após a morte de Mufasa. Pumba quer adotar o pobre leãozinho, enquanto Timão desconfia que possam ser comidos pelo filhote. Ao longo do filme, descobrimos que o “Senhor Porco” estava certo. Sob o lema “Hakuna Matata”, que quer dizer “sem problemas”, ensinaram a Simba que, por vezes, é necessário “deixar seu passado para trás”. Além disso, fizeram com que um leão passasse a se alimentar de insetos “viscosos, mas gostosos”. Timão e Pumba tornam-se a família e melhores amigos de Simba, acompanhando-o até mesmo na reconquista da Pedra do Reino, quando protagonizam uma das suas melhores cenas, a cena da “Hula”. Vale ressaltar que Pumba foi o primeiro personagem da Disney a soltar pum e que a dupla é a responsável por trazer de volta uma certa leveza ao filme após a morte do Rei. O babuíno Rafiki é o grande sábio e mentor espiritual do reino e é responsável pela apresentação de Simba aos súditos. Posteriormente, fará o mesmo com Kiara, filha deste. Rafiki tem uma participação muito importante no retorno de Simba ao mostrar que Mufasa vive dentro do príncipe e afirma que “o passado pode doer, mas, do jeito que eu vejo, você pode fugir dele ou aprender com ele”. Zazu é o pássaro azul e falastrão, algo como o primeiro ministro e conselheiro de Mufasa. Seu cargo inclui tomar conta e acompanhar o jovem Simba. Em uma das cenas, sugere que Mufasa transforme Scar “num belo tapete”. Zazu faz a primeira observação sobre um romance entre Simba e Nala quando ambos ainda eram filhotes e sua lealdade a Mufasa é transferida para Simba. Diversas discussões permeiam o universo do nosso aniversariante. Uns dizem que a animação não alcançaria o mesmo sucesso caso estreasse nos dias atuais e outros defendem que o estúdio não produziria algo com este conteúdo atualmente por tratar de temas pesados demais para as nossas crianças. Apesar de lidar com assuntos fortes e utilizar palavras, por vezes, agressivas, como a sequência em que as hienas ameaçam um pequeno Simba com “se você voltar, te matamos”, o sucesso que fez – e faz – é indiscutível. Vida longa ao Rei!

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Projeto sobrepõe a realidade virtual de jogos na vida real

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Não é preciso ser viciado em games para notar que os gráficos exibidos pela nova geração de consoles retratam uma realidade cada vez mais convincente. A qualidade das imagens de jogos como GTA V e Far Cry 3, por exemplo, é superior às versões anteriores. O fotógrafo Benoit Paillé criou “Crossroad of Realities”, algo como “Intersecção de Realidades”. O projeto consiste em sobrepor as realidades virtual e real, tornando sutil e quase imperceptível a fronteira entre estes dois mundos. Ao invés de utilizar os frames originais do jogo, o fotógrafo passeia pelos cenários de GTA V e, com sua câmera – fora do jogo – registra as cenas que servirão posteriormente para sua composição. Nas imagens do artista, podemos observar suas inserções, como as mãos que seguram o tablet, inseridas em estúdio e editadas virtualmente por Paillé. A técnica utiliza modelos simulando a ação de tirar fotografias dentro do jogo. Neste projeto, o artista faz com que o real seja determinado pelo virtual. Um exemplo disso


Fotos: Divulgação

Fotos produzidas por Paillé em “Crossroad of Realities”, projeto que une realidades virtual e real

é que os frames reais inseridos naqueles retirados do game são iluminados de acordo com a luminosidade do virtual. O artista obedece ao clima do ambiente do jogo, borrifando água nos braços e nos aparelhos utilizados pelos modelos no estúdio, aumentando ainda mais a sensação de realidade da cena inserida. Paillé nos confunde ao misturar a realidade do dia a dia com a dos jogos de videogame atuais, uma vez que as fotografias são amostras do que vemos na realidade enquanto os jogos retratam um outro universo, por mais realistas que possam parecer para os jogadores. O virtual e o real se misturam tão bem nas fotografias que, a princípio, pode-se desconfiar que sejam Easter Eggs (surpresas deixadas por criadores de jogos), um novo personagem ou uma nova franquia. O fotógrafo questiona a validade de obras criadas desta forma e de fotos que retratam paisagens não produzidas pelo homem: o que seria real, de fato, nas fotos que este produz?

Juliana Pessôa pessoabj@gmail.com

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IT’S ABOUT US Álbum de estreia de Alex & Sierra Divulgação

Patrick Tavares patrick_tavares23@hotmail.com

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epois de escutar o álbum duas vezes, eu tive a mesma sensação que na primeira vez: Alex & Sierra mereceram, sem dúvidas, a vitória na segunda temporada do programa The X Factor USA. Espectador assíduo de reality shows musicais, sempre que o vencedor é anunciado, eu fico com um pensamento meio extremista: ou o vencedor tem chances de realmente fazer sucesso (segue exemplos como Kelly Clarkson e Carrie Underwood [A. I.], Little Mix e One Direction [X. F.]) ou eu acho que ele vai ser só mais um na fila do pão francês (vide a queridinha Cassadee Pope, ex-Hey Monday, que está meio sumida da grande mídia após a vitória na terceira temporada do The Voice USA). Mas com eles foi diferente. Desde a primeira aparição do casal 20 da temporada – ele brincalhão e ela envergonhada –, e com uma apresentação que misturava nervosismo e brilhantismo, Alex e Sierra, ao melhor cover acústico de “Toxic”, demonstravam que não estariam ali pra ser mais um casalzinho bonitinho-fofo-lindo-invejem. Ali estava uma oportunidade de reconhecimento que, infelizmente, com falta de visibilidade e patrocínio seria quase

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Apresentação da dupla na fase dos Live Shows no The X Factor

impossível de ser atingida. E eles souberam usar perfeitamente. A vitória, ao longo das semanas, era uma certeza pra qualquer pessoa. Meu top 5 não poderia ficar sem as apresentações que, de certa forma, fizeram com que eu tivesse certeza que seguiria a carreira deles: “Toxic”, “Addicted to Love“, “Say My Name”, “Little Talks” e “Gravity“. Primeiro álbum de estúdio It’s About Us – lançado no início do mês de outubro – não poderia ser mais perfeito do que já é (estou escutando pela quarta vez desde que comecei a escrever esse texto): treze faixas muito bem escritas, que mesclam as diferentes emoções de estar apaixonado. O que poderia, sem dúvida alguma, ir

pelo caminho chato e melodramático, aponta pro lado completamente oposto, passando a sensação de coerência e de harmonia entre todas as canções. Tenho de admitir que, com o lançamento do primeiro single, “Scarecrow”, fiquei um tanto quanto receoso, pois achei que o lado comercial fosse pesar no álbum de estreia. Felizmente eu estava errado. As músicas que seguem o single de abertura são completamente pessoais, apontando o melhor lado de ambos – as vozes e os instrumentais estão sincronizados em perfeição. Destaque para “Give Me Something”, “Here We Go”, “Little Do You Know”, “Broken Frame” e “All For You”. Fico agora no aguardo de uma turnê mundial e uma passada pelo Brasil.


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