6
HOUVE NA TERRA UM LONGO PERÍODO DE CHUVA, QUANDO NUVENS MUITO ESCURAS ENVOLVERAM AS CIDADES E OS CAMPOS, DEIXANDO A PAISAGEM DO PLANETA PARECENDO UMA ENORME LAGOA. ERA TANTA CHUVA E FRIO QUE ATÉ O SOL FICOU GRIPADO, SEM FORÇAS PARA SECAR A ÁGUA DO MUNDO. FOI, ENTÃO, QUE ELE CHAMOU TRÊS DE SEUS RAIOZINHOS E ENTREGOU-LHES UMA GRANDE MISSÃO.
7
8
- BAIXEM À TERRA, MEUS FILHOS. PRECISAMOS SECAR O PLANETA! OS RAIOZINHOS FICARAM ASSUSTADOS COM O PEDIDO. SENTIAMSE MUITO BEM ONDE ESTAVAM, VENDO O MUNDO TODO DO ALTO, SEQUINHOS E AQUECIDOS. LÁ EMBAIXO AS COISAS PARECIAM MOLHADAS E FRIAS, E OS TRÊS NÃO GOSTAVAM DE ÁGUA E DE FRIO. - VÃO! ESTOU GRIPADO E PRECISO DE AJUDA PARA VOLTAR A
9
BRILHAR – DISSE O SOL, COM OS OLHOS VERMELHOS DE FEBRE. MESMO COM UM POUCO DE MEDO, OS RAIOZINHOS CONCORDARAM E LOGO DESCERAM, ENFRENTANDO OS RELÂMPAGOS E TROVÕES DAS PESADAS NUVENS DE CHUVA, SEM SABER O QUE ENCONTRARIAM POR BAIXO DELAS.
10
O PRIMEIRO RAIO CHEGOU A UM CAMPO MUITO VERDE, REPLETO DE ÁRVORES, PLANTAS E ARBUSTOS. MAS TUDO ESTAVA ALAGADO E AS PLANTAS ENCOLHIAM-SE DE FRIO. NÃO CONSEGUIAM CRESCER, POIS HAVIA MUITA ÁGUA PESANDO EM SUAS FOLHAS. AS NUVENS CINZA SOBRE O CAMPO PARECIAM UMA ENORME COLCHA DE CHUMBO. O RAIOZINHO FICOU CONFUSO E SEM SABER O QUE FAZER. FOI QUANDO LEMBROU DO PEDIDO QUE O SOL LHE HAVIA FEITO.
11
12
- ELE ME PEDIU PARA AJUDAR A SECAR O PLANETA. RESPIROU FUNDO, FECHOU OS OLHOS E DEIXOU SAIR DE DENTRO DE SI UMA ENORME QUANTIDADE DE LUZ, ABRAÇANDO TODAS AS PLANTAS A SUA VOLTA. QUANDO TORNOU A ABRIR OS OLHOS, A ÁGUA HAVIA SECADO, AS FLORES ABRIRAM SUAS PÉTALAS COLORIDAS, MUITAS FRUTAS SURGIRAM NAS COPAS DAS ÁRVORES E O CÉU VOLTOU A SER AZUL COMO O MAR. O RAIOZINHO SORRIU E PÔDE ATÉ SENTIR UM CHEIRO DE PRIMAVERA SE ESPARRAMANDO PELO CAMPO.
13
14
15
O SEGUNDO RAIO VIAJOU ATÉ UMA CASA À BEIRA DE UM RIO. AS ROUPAS ESTENDIDAS NO VARAL NÃO SECAVAM, A LENHA ESTAVA MOLHADA E A FAMÍLIA QUE LÁ MORAVA NÃO CONSEGUIA SE AQUECER. O CLARÃO DOS RELÂMPAGOS E O BARULHO DOS TROVÕES DAVAM A IMPRESSÃO DE QUE O CÉU ESTAVA COM DOR DE BARRIGA. ERA TANTA ÁGUA E FRIO QUE O RAIOZINHO SENTIU QUE NÃO SERIA CAPAZ DE AJUDAR.
16
17
- É MUITA ROUPA. É MUITA LENHA. ESTÁ TUDO MOLHADO! ENTÃO, OLHANDO PARA A ROUPA E A LENHA POR SECAR, LEMBROU DA MISSÃO QUE RECEBEU DO SOL. ENCHENDO-SE DE CORAGEM, BUSCOU TODO O CALOR QUE TROUXE DO CÉU E BRILHOU MUITO FORTE. POUCO A POUCO, AS NUVENS CARRANCUDAS FORAM SUMINDO, A ROUPA SECOU E A FAMÍLIA COMEMORAVA EM TORNO DA CASA COBERTA PELO SOL. FELIZ, O RAIOZINHO PENSOU QUE SERIA CAPAZ DE FAZER TUDO DE NOVO.
18
RESTAVA O ÚLTIMO RAIO, O MENOR DOS TRÊS QUE DESCERAM À TERRA. QUANDO CHEGOU AO PLANETA, DEPAROU-SE COM UMA CASINHA POBRE E TRISTE, ESCURECIDA PELAS NUVENS NERVOSAS QUE COBRIAM O CÉU. COM MEDO, O RAIOZINHO APROXIMOU-SE DELA, DEVAGAR, OBSERVANDO PELA FRESTA ABERTA DA PORTA UMA VELHINHA DOENTE QUE TENTAVA SE AQUECER COM UM COBERTOR TÃO FINO QUANTO UM PEDAÇO DE PAPEL.
19
O RAIOZINHO PERMANECIA COM MEDO. PENSOU EM IR EMBORA. ACHAVA-SE PEQUENO DEMAIS PARA ENFRENTAR TAMANHA ESCURIDÃO E FRIO. O CÉU CONTINUAVA ESCURO, COM TANTOS TROVÕES QUE MAIS PARECIA O RONCO DE UM GIGANTE QUE DORMIA. MAS PELA FRESTA DA PORTA OUVIU A VELHINHA CHORAR E PEDIR A DEUS QUE FIZESSE O SOL BRILHAR PARA QUE PUDESSE SE AQUECER DE NOVO. - VIM PARA AJUDAR. VOU CONSEGUIR! – REPETIA O RAIOZINHO.
20
CONFIANTE, ELE ENTROU NA CASA E APROXIMOU-SE DA VELHINHA. AO FECHAR OS OLHOS, PRENDEU A RESPIRAÇÃO E BRILHOU O MAIS FORTE QUE PÔDE. A LUZ QUE SURGIU DE SEU CORPINHO FINO E COMPRIDO ILUMINOU O AMBIENTE, ESPARRAMANDO-SE CASA A DENTRO. UMA CLARIDADE DE ALGODÃO SURGIU PELA JANELA. A VELHINHA, ERGUENDO OS OLHOS, SAIU DA CAMA E DEU UM SORRISO AO VER QUE O CÉU SE ABRIRA DO LADO DE FORA.
21
- OBRIGADA, MEU DEUS, POR ENVIAR O SOL NOVAMENTE – DISSE A VELHA SENHORA, COM OS DEDOS BRINCANDO COM A LUZ SUAVE DO SOL.
22
O RAIOZINHO SE ENCHEU DE ALEGRIA E RETORNOU AO CÉU, ENCONTRANDO-SE NO MEIO DO CAMINHO COM OS SEUS IRMÃOS. TODOS ESTAVAM CONTENTES PELO QUE FIZERAM. COMEMORARAM DANDO PIRUETAS NO CÉU E ESPARRAMANDO-SE SOBRE AS NUVENS BRANCAS E MACIAS. DE REPENTE, OUVIRAM UM ASSOBIO VINDO DO ALTO. OS TRÊS RAIOZINHOS ERGUERAM OS OLHOS E VIRAM O SOL, QUE OS OBSERVAVA COM UM LINDO SORRISO. ESTAVA RECUPERADO, BRILHANDO PROFUNDAMENTE NA IMENSIDÃO DO CÉU AZUL. OS TRÊS RAIOZINHOS SE DIRIGIRAM A ELE E ABRAÇARAM-NO.
23
- ESTÃO FELIZES? - PERGUNTOU O SOL. OS RAIOZINHOS SORRIAM, RELUZINDO DE EMOÇÃO. NOS OLHOS DE CADA UM EXISTIA O BRILHO DAQUELES QUE APRENDEM A DIVIDIR A SUA LUZ. - ENTÃO VAMOS! - CONTINUOU O SOL. - A TERRA É MUITO GRANDE. ESTÁ CHOVENDO EM OUTROS LUGARES. E AO LONGE, PODIA-SE VER OS QUATRO, GIRANDO PELO CÉU E PRONTOS PARA SEGUIR DERRAMANDO JUNTOS SEUS BELOS RAIOS DE LUZ SOBRE O MUNDO.
Programa Conte Mais, 2017 Gerência Editorial: Roseni Siqueira Kohlmann Ilustrações, Projeto gráfico: CD D’Vaz Design Sedenir Sotello Vaz Revisão: Mônica Ballejo Canto Livraria e Editora Francisco Spinelli- FERGS Av. Travessa Azevedo, 88 - Floresta Fone (51) 3406.6464 90220-200 - Porto Alegre, RS, Brasil gerenciaeditorial@livrariaspinelli.com.br www.fergs.org.br Impressão: Gráfica Camaleão
Três raios de Sol/Programa Conte Mais Porto Alegre:Francisco Spinelli,2017. 20x27 cm. ; il. ; 28 p. 1. Espiritismo. 2. Infância. 3.Moral.. I, Título
ISBN: 978-85-61520-731
“Em Três Raios de Sol, o Sol e seus raiozinhos demonstram a alegria e a felicidade que a prática das boas ações proporcionam. Valorizando a natureza, eles também nos ensinam o quanto o meio ambiente necessita de cuidados para que a vida na Terra continue a transcorrer em harmonia.”