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Guarapuava: conquistas e desafios
192 Anos
2 EDITORIAL
O Desenvolvimento depende de todos A necessidade de promover o desenvolvimento de Guarapuava vem pautando discussões contínuas há décadas. Não se poupam críticas aos problemas históricos que retardam um crescimento mais acelerado e, principalmente, mais equitativo. Sabe-se que o município participa de processos mais gerais, cuja dinâmica lhe escapa do controle direto. É o processo de urbanização, de certo modo, acelerada; a pressão social que exige a oferta de infraestrutura e a qualidade dos serviços públicos; o espaço adequado e uso e ocupação do solo, evitando desta forma as ocupações irregulares; a demanda por emprego e renda. Não se pode fazer um recorte na municipalização das políticas públicas sociais; a participação da sociedade civil organizada é imprescindível. No caso de Guarapuava, depara-se com a falta de metas, de projetos, de planejamento estratégico. Vive-se um tempo vesperal às eleições municipais de 2012 e mais do que nunca é preciso pensar em ações que levem a um desenvolvimento que vá além de um mandato. Esse quadro, embora parcial, coloca tanto desafios quanto oportunidades, que se expressam no município de forma muito peculiar. Sabe-se que o desenvolvimento depende do tamanho e porte populacional, da situação geográfica, geopolítica e ambiental, do perfil de atividades produtivas. Depende também da cultura de sua gente, da qualidade política e capacidade administrativa de seus líderes, do grau de organização da sociedade civil. Guarapuava ainda engatinha em alguns desses requisitos. Essa diversidade de situações, entretanto, não autoriza generalizações. Pessoas novas estão chegando, novas ideias e conceitos estão surgindo. Mas sabe-se que quando se trata de desenvolvimento há a dependência da iniciativa de inúmeros agentes privados e públicos. Necessário se faz, então, identificar os atores locais e supra-locais que têm interesses no desenvolvimento regional. É preciso identificar qual é a natureza de seus interesses e dos valores que professam. Referimo-nos às lideranças que têm expressão política, ou seja, o prefeito e os vereadores, os empresários e suas associações, as lideranças partidárias, sociais, comunitárias, sindicais, estudantis, os agentes governamentais das demais esferas de poder. É preciso saber que cada um cumpre um papel diferenciado na cena política, que nem todos propõem o mesmo caminho para a promoção do desenvolvimento municipal, nem elegem as mesmas prioridades de uso dos recursos sempre escassos. Como superar a parcialidade da visão e dos interesses de cada um? Como evitar a dispersão de esforços? Como identificar e promover a dinamização de eixos de desenvolvimento em que todos reconhecem a chance de alcançar seus objetivos? Qual o papel de cada um, enquanto Poder Público, sociedade civil, iniciativa privada? Guarapuava tem conquistas, e não são poucas. É preciso encontrar respostas para essas questões. Quando isso acontecer é preciso planejar e potencializar tudo o que Guarapuava possui de bom. Esse é o grande desafio!
3 AGRONEGÓCIO
Maior produtividade na mesma área Os produtores de Guarapuava têm desenvolvido de forma consistente o setor agropecuário nos últimos anos. Mas engana-se quem pensa que o aumento na produtividade vem aliado ao aumento de área cultivada. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, o que houve foi um aumento na produtividade, mas utilizando praticamente a mesma área. “Vários fatores têm contribuído para isso nos últimos anos. É um caminho que os produtores estão trilhando com muito profissionalismo e competência”, avalia Botelho. Para o presidente do Sindicato, entre os principais fatores que contribuíram para o aumento da produtividade em Guarapuava estão: - A consolidação da prática do plantio direto. “Iniciou há cerca de 40 anos, mas foi intensificado nos últimos 20 anos. É uma tecnologia que foi implementada por todos os produtores e que trouxe resultados muito bons”, diz. - Embrapa. Botelho cita a empresa como fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias e de novas cultivares. “É impossível se falar em aumento de produtividade sem citar o trabalho da Embrapa. Ela tem sido decisiva no setor de pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias e de cultivares adaptadas para cada região do País e que produzam cada vez mais”, afirma Botelho. - IAPAR e Universidades. Assim como o trabalho da Embrapa, para o presidente do Sindicato outros setores de pesquisa também têm contribuído para a melhoria da produtividade. “O
Rodolfo Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava.
IAPAR, mesmo passando por altos e baixos, também tem contribuído para isso. As Universidades estão desenvolvendo um importante papel de geradores de novas tecnologias, pois além de preparar a mão-de-obra qualificada, têm pesquisas constantes e que estão gerando ótimos resultados também”, acrescenta. - Difusão de tecnologias. A realização de palestras e dias de campo pelas empresas particulares, cooperativas ou universidades, também é um fator positivo apresentado por Botelho. “Vale destacar que os produtores estão
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO PRODUÇÃO SAFRA VERÃO CULTURA SOJA NORMAL MILHO NORMAL FEIJÃO DAS ÁGUAS FEIJÃO DA SECA BATATA DAS ÁGUAS BATATA SECA
SAFRA
ÁREA PRODUTI ÁREA ÁREA PRODUÇÃO PLANTADA PERDIDA COLHIDA VIDADE (t) (ha) (ha) (ha) (kg/ha) 58.500 23.200 2.300 1.600 785 1.220
-
PRODUÇÃO SAFRA INVERNO CULTURA AVEIA BRANCA CEVADA TRIGO TRITICALE
2010/11
58.500 23.200 2.300 1.600 785 1.220
3.420 8.800 1.500 1.500 37.382 31.250
SAFRA
200.070 204.160 3.450 2.400 29.345 38.125
2010
ÁREA PRODUTI ÁREA ÁREA PRODUÇÃO PLANTADA PERDIDA COLHIDA VIDADE (t) (ha) (ha) (ha) (kg/ha) 1.600 12.500 18.800 2.250
Fonte: DERAL NR. GUARAPUAVA
-
1.600 12.500 18.800 2.250
2.475 4.300 3.150 2.100
3.960 53.750 59.220 4.725
-
NÚCLEO REGIONAL DE GUARAPUAVA
PRODUÇÃO SAFRA VERÃO CULTURA SOJA NORMAL MILHO NORMAL FEIJÃO DAS ÁGUAS FEIJÃO DA SECA BATATA DAS ÁGUAS BATATA SECA
SAFRA
ÁREA PRODUTI ÁREA ÁREA PRODUÇÃO PLANTADA PERDIDA COLHIDA VIDADE (t) (ha) (ha) (ha) (kg/ha) 47.200 29.400 1.700 900 933 930
-
PRODUÇÃO SAFRA INVERNO CULTURA AVEIA BRANCA CEVADA TRIGO TRITICALE
2005/06
47.200 29.400 1.700 900 933 920
2.850 6.800 1.050 1.650 28.450 24.250
SAFRA
134.520 199.920 1.785 1.485 26.544 22.310
2005
ÁREA PRODUTI ÁREA ÁREA PRODUÇÃO PLANTADA PERDIDA COLHIDA VIDADE (t) (ha) (ha) (ha) (kg/ha) 2.250 14.500 14.700 2.200
-
2.250 14.500 14.700 2.200
1.940 2.550 2.485 1.775
4.365 36.975 36.529 3.905
indo cada vez mais em busca de informação. Eles entenderam que é importante aliar a teoria com a prática. Através de palestras eles recebem as informações teóricas e têm a oportunidade de ver na prática, nos dias de campo, os resultados”, explica. - Senar. Outro aspecto decisivo apontado por Botelho é o trabalho que vem sendo realizado pelo Senar. “Com foco direto nos pequenos e médios produtores e nos funcionários rurais, o Senar tem capacitado cada vez mais e melhor a todos. Através de cursos, aliando também teoria e prática, os produtores e os funcionários podem transferir cada vez mais tecnologia a um custo baixo para as suas atividades”, diz. - Qualificação. Entre todos os setores que vêm contribuindo para o aumento da produtividade, na avaliação do presidente do Sindicato Rural, deve-se destacar a importância que os produtores têm dado para a qualificação. “Mas não é só o produtor que está se qualificando. A esposa e os filhos também estão buscando novas alternativas para melhorar a renda no campo e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida da família. O caminho é capacitar o produtor e sua família, independente do tamanho da área, para que ele produza da melhor maneira possível. Desta forma, ele se torna um empresário rural”, afirma.
Desafio é produzir em harmonia com o meio ambiente Depois de aumentar a produtividade sem aumentar a área cultivada, para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava o principal desafio para os próximos anos é produzir em harmonia com o meio ambiente. “Primeiro houve a integração entre a lavoura e a pecuária, onde os produtores entenderam que dá para se produzir sem agredir e ainda recuperar o que tenha sido afetado durante o processo produtivo. Agora, está ocorrendo a integração entre a agricultura, a pecuária e as florestas. Esses três segmentos podem ser trabalhados em harmonia e ainda um acaba garantindo a sustentabilidade econômica do outro quando houver alguma oscilação de mercado. Esse é o grande desafio para os próximos anos: trabalhar em harmonia, produzindo e respeitando o meio ambiente “, conclui Botelho.
4 AGROINDUSTRIALIZAÇÃO
ANTON GORA
O segredo pode estar nas pequenas empresas É consenso entre as lideranças agropecuárias de Guarapuava que o município não possui um projeto de incentivo à agroindustrialização. Ao longo dos anos, os produtores, principalmente os pequenos, produzem primeiro para buscar mercado, depois ficando “reféns” da ponta final da etapa de produção, que são os atravessadores que farão a venda aos consumidores. Na avaliação do presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, Anton Gora, a solução não está somente na atração de grandes indústrias. “O segredo para agregar valor à produção primária dos pequenos produtores está num programa de incentivo para a implantação de pequenas agroindústrias, onde ele poderia beneficiar o seu produto e efetivamente melhorar a renda da família”, enfatiza. Conforme Anton Gora, Guarapuava não tem projetos que beneficiem a produção dos pequenos produtores. “São várias as possibilidades e todas elas não requerem investimentos de grande porte. É mais uma questão política, de incentivo mesmo, do que de aporte financeiro. Por exemplo, poderiam ser instaladas pequenas indústrias de embutidos, que atenderiam a produção dos pequenos produtores de aves e suínos. Ou de geleias, ou de verduras. As
Nossa equipe dia e noite compartilha com as festividades dos guarapuavanos. E é por isso que nesta data temos todos os motivos para dizer:
“Guarapuava tem necessidade e mercado para as pequenas agroindústrias.”
EXPEDIENTE Rede Sul de Notícias
Edição Especial 192 Anos de Guarapuava
Propriedade – Izabel Cristina Esteche – ME ______ CNPJ – 13660357/0001-48 Rua Guaíra, 3170 – Sala 07 – Centro – Guarapuava/PR. Diretora administrativa – Luana Esteche Korocoski Editora-chefe- Cristina Esteche - RP Reportagens – Cristina Esteche, Rogério Thomas, Dalner Palomo Fotos – Dalner Palomo Diagramação – Sinval Gomes Revisão – Carlos Fernando Huf Impressão – Folha de Londrina
PADI
A
Carnes e Embutidos Rua Colorado, s/n, Boqueirão - Guarapuava - PR
TRANSPORTES RODOVIÁRIOS Com dedicação a Laponia Transportes se orgulha de transportar as riquezas de nossa terra para o progresso de nossa cidade. Feliz aniversário, Guarapuava! Rua Leonardo Valente Hiczy, 261, sala 02 - Bairro Primavera - (42) 3624-7776
5 COMÉRCIO
MAURÍCIO HYCZY
“É preciso valorizar o negócio e o empreendedor” A cidade desperta quando o comércio abre as suas portas e começa a mover e economia do município. Ao andar pela Rua Saldanha Marinho, pelo Calçadão da XV de Novembro, pela Rua Padre Chagas, pelas avenidas Moacyr Silvestri e Manoel Ribas, pelos vários bairros que compõem a cidade é possível perceber que a vida pulsa, que as pessoas se movem num vai-evem incessante, que o comércio oferece, que o consumidor compra. Entretanto ainda é preciso empreender. Estatística do Banco Central mostra que Guarapuava continua no “ranking” dos municípios paranaenses que mais investem em caderneta de poupança. Até agosto de 2011, último mês em que os dados foram disponibilizados, Guarapuava estava em 8º lugar do Paraná nessa aplicação. O montante, segundo a Estban (Estatística Bancária por Município) foi de R$ 290.368.676,00 contra R$ 247.327.906,00, poupados no mesmo período em 2010, o equivalente a um aumento de quase 18%. Essa centralização de recursos, entretanto, tem um peso histórico. “Por termos uma cultura muito tradicional, conservadora, poucas pessoas investiram e isso, até certo ponto, continua acontecendo”, observa o empresário Maurício Hyczy, diretor-superintendente do Grupo Superpão, um dos mais bem sucedidos “cases” de sucesso na área do empreendedorismo em Guarapuava. De acordo com o empresário, quando o assunto é empreender, ainda falta conhecimento e coragem às pessoas para que invistam e enfrentem os desafios do mercado empreendedor. “O mercado é extremamente competitivo e difícil, até pelas próprias dificuldades que o Governo impõe. Temos a burocracia, a carga tributária, o controle, que de uma forma mais generalizada contribuem para essa realidade, mas é preciso entender que o desenvolvimento da cidade está ligado diretamente à capacidade e ao potencial de investimentos das empresas ”, entende Hyczy. A falta de uma política que valorize os empresários locais também é um entrave para que o comércio cresça e se desenvolva. “Um pouco da falta de vontade do guarapuavano investir está na falta de valorização do empreendedor e das empresas que aqui existem. As outras coisas são consequência”, diz.
valores, que têm boa formação, boa remuneração, e que contribuem direta e indiretamente para o desenvolvimento da cidade. Alia-se a isso o recolhimento de tributos tanto das lojas daqui quanto das filiais que temos fora,” observa. “Guarapuava é próspera e acreditamos no potencial da cidade e da região. Torcemos para que haja um empenho mais forte para que Guarapuava se torne o pólo que realmente é”, afirma Hyczy.
Um novo momento Para o empresário Maurício Hyczy, entretanto, Guarapuava vive um novo momento, provocado em parte pela expansão do ensino superior. “Os cursos superiores trazem pessoas de outros centros, com outra mentalidade, outra cultura. Muitos se formam e acabam ficando aqui. Essa abertura acaba fomentando novos empreendimentos”, afirma. Num outro viés, por ser pólo da microrregião, Guarapuava está atraindo grandes redes de lojas. “Basta ver que a maioria das lojas comerciais são filiais de empresas de fora que também ajudam o desenvolvimento, mas se fosse o contrário o efeito seria muito melhor para a cidade. O dinheiro que entra diariamente na contabilidade das filiais nem dorme em Guarapuava. Vai direto para a conta corrente da matriz que fica fora daqui. Entretanto, quanto mais as empresas locais investirem na cidade e em filiais em outros municípios esse caminho seria o inverso”, observa. Mauricio Hyczy cita como exemplo o próprio Grupo Superpão que é genuinamente guarapuavano. “Embora tenhamos filiais em outros municípios, toda a nossa estrutura central está em Guarapuava. São 250 colaboradores trabalhando nos setores administrativo, financeiro, de recursos Humanos, Central de Distribuição. São pessoas que agregam
Rua Saldanha Marinho: um shoping a céu aberto
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
CÉLIO TEIXEIRA CUNHA
Indústrias precisam de mão-de-obra qualificada fabril.
A procura crescente por técnicos e tecnólogos é resultado da especialização do mercado brasileiro, que exige profissionais com conhecimento específico, e da expansão de setores em que essa qualificação é essencial, como é o caso dos mais diversos segmentos da indústria. Guarapuava não é uma exceção à regra. Para o empresário Célio Teixeira Cunha, devido à migração da área rural nossa região se ressente mais dessa realidade. Os trabalhadores são dedicados, disciplinados, mas apresentam baixa qualificação técnica para trabalhar na indústria, onde as máquinas modernas têm grau de sofisticação muito elevado. Esse quadro acaba deixando um vácuo no mercado de trabalho. Essa carência se reflete tanto no chão de fábrica, quanto na gestão
Essa carência tem uma explicação. Durante décadas, os governos subestimaram a necessidade de investimento na formação especializada, e agora têm de correr atrás do prejuízo para acompanhar os principais concorrentes mundiais, especialmente os países asiáticos onde a física e a matemática são a base do ensino. E a engenharia é o foco. Em contrapartida, houve o crescimento de profissionais na área administrativa. “Guarapuava resolveu formar 10 mil administradores por ano, sob diversas denominações e se esqueceram que a produção é feita por técnicos”, lembra Célio Teixeira Cunha. Felizmente isto está mudando, mas tardia e modestamente. Para o empresário, o ensino técnico envolve desde o currículo escolar básico, com foco em matemática, física, química até a fase profissionalizante com engenheiros, técnicos e tecnólogos, pesquisadores e gestores de produção. Não adianta ter só engenheiros, mas principalmente técnicos de nível médio que têm emprego garantido. Atualmente desperdiçamos muito dinheiro na formação de profissionais sem empregabilidade, alguns por incompetência e outros porque o curso não se encaixa na demanda presente. “Uma região que deseja se industrializar precisa formar pessoas na área de produção e de operação. As escolas deviam ter essa preocupação. Guarapuava tem abundância de matérias primas e precisamos desses profissionais para industrializá-las. Um aspecto importante é que o parque industrial de Guarapuava se modernizou e se diversificou, e agora precisa crescer”. Mas não é apenas dessa carência que o setor industrial de Guarapuava se ressente. A falta de duplicação da BR-277 também é apontada como um dos pontos cruciais para o setor. “ A BR -277 é um grande gargalo para a expansão industrial da região, não apenas de Guarapuava, mas para o interior do Paraná”, afirma.
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
O presente que embala o futuro com qualificacão Presente! Essa palavra tem dois significados quando se fala da presença do SESI/SENAI em Guarapuava. Parte integrante do Sistema Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federações das Indústrias dos estados, a exemplo da FIEP no Paraná, o sistema se faz presente no município como apoio às áreas industriais por meio da formação de recursos humanos e da prestação de serviços como assistência ao setor produtivo, pesquisa aplicada e informação tecnológica. Considerado um dos mais importantes pólos nacionais de geração e difusão de conhecimento aplicado ao desenvolvimento industrial, anuncia agora mais um presente para Guarapuava. A obra de 3,6 mil metros quadrados que está sendo construída junto às atuais instalações e que deverá ser inaugurada em janeiro de 2012 vai sediar, inicialmente, dois cursos superiores para a formação de tecnólogos. Com duração de três anos, os cursos superiores pretendem contribuir para o desenvolvimento de Guarapuava como pólo do ensino acadêmico. “A nossa intenção não é concorrer com as outras faculdades existentes no município, mas sim trazer coisas novas, a partir do projeto que deve vigorar em 2014”, afirma Tede William Gomes Camacho, gerente do SESI.
A vida em equipe Entendendo que a estrutura e o modelo de oferta dos sistemas educacionais precisam ser remodelados para atender às necessidades da vida cidadã e às tendências regionais e do mercado internacional, a educação no SESI/SENAI começa cedo, desde o maternal até o superior. A Unidade do Colégio do SESI, hoje com 320 alunos no ensino médio, oferece um novo conceito em educação a partir de um método diferenciado. “Nossos alunos estudam em equipe, não há nenhuma atividade que seja realizada individualmente. Eles aprendem a viver de forma coletiva. Tudo na vida é feito em equipe”, observa Tede William.
Pronatec Parceria pela qualificação A partir do princípio de que nada é feito de forma individual a parceria SENAI e SESI em educação busca o desenvolvimento pautado pelo conhecimentos da educação básica com os da educação profissional. São ofertados cursos em eletromecânica, eletrotécnica, automação, logística, instrumentalização, abertos à comunidade. Na capacitação profissional os cursos para pedreiro, carpinteiro, eletricista, entre outros. “São 20 cursos nas áreas: madeireira, construção civil, automotiva”, lista Tede William. GRATUIDADE - Implantado em 1984, o SESI/SENAI forma em média 10 mil pessoas por ano em Guarapuava e outros 35 municípios da macrorregião. “Descentralizamos os cursos em Candói, Laranjeiras do Sul e outros municípios atendendo o acordo firmado entre o ex-Presidente Lula e o Sistema S. Temos que chegar em 2018 com 66% de gratuidade nos cursos ofertados. No Paraná já atingimos 58%. Partimos do princípio de que a contribuição que sai da indústria volta para ela». No Colégio D. Bosco há o curso de marcenaria, na Indústria Santa Maria aulas de mecânica de automóveis e auxiliar administrativo na Ibema. Mecânica de automóveis é oferecido na sede da entidade. Além desses, há o programa Caminhos da Profissão, com 160 horas/aula, para formação básica de pedreiros, carpinteiros, pintores, assentadores de cerâmica. “Concluímos o 13º curso em Cantagalo”, diz.
A preocupação passa também pela saúde Além da capacitação profissional que proporciona o crescimento pessoal do trabalhador, a preocupação passa também pela saúde do público-alvo. São atendidas 160 empresas e um universo de 6,5 mil trabalhadores com exames admissionais, demissionais e periódicos. Recentemente, foi inaugurado um ambulatório odontológico para atender o Cartão SESI. É uma espécie de plano de odontologia que a empresa adquire para o seu colaborador. “São pagos apenas R$ 5,00 por mês, valor que é subsidiado”, explica Tede William.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) criado pelo Governo Federal e que tem o SESI/SENAI como parceiros, objetiva expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores. Em Guarapuava, os cursos serão oferecidos em colégios estaduais que não possuem cursos profissionalizantes. “Temos autorização para oito cursos ainda em 2011 e outros 12 ficaram para 2012 nas áreas elétrica, industrial (solda), manutenção industrial e outros. Vamos atacar onde está o foco do apagão da mão-de-obra”, afirma.
Em busca de espaço no mercado, mulheres se qualificam no Senai.
Nem só de trabalho vive o homem Quadras esportivas, ginásio de esportes, ginástica laboral nas empresas, consultoria esportiva oferecidos ao trabalhador garantem momentos de entretenimento e lazer. O potencial esportivo é mostrado durante os Jogos do SESI, o maior campeonato da indústria paranaense, sediando em 2011 em Guarapuava, atraindo 1,7 mil trabalhadores atletas. Como pode se observar, o SESI exerce papel fundamental no desenvolvimento social brasileiro, colaborando com a melhoria da qualidade de vida do industriário, seus familiares e comunidade em geral
Esse benefício atende 1,5 mil trabalhadores na área odontológica nos períodos da manhã, tarde e noite em convênio com os sindicatos.
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
Parabéns a todos que diariamente cumprem sua missão, buscando sempre novos projetos e aceitando o desafio de fazer mais e melhor. S I N DICA TO DO COM ERCIO
GUARAPUAVA
Parabéns, Guarapuava!
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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MÃO DE OBRA QUALIFICADA
“Ninguém busca capacitação se não tiver oportunidade”
Marcos Borges “ ninguém se qualifica se não vê oportunidades”
Um dos maiores desafios para o desenvolvimento do município, ao contrário do que se pensa, não é a da falta de mão-de-obra qualificada, nos mais diferentes setores da economia. O que falta é a presença de empresas que absorva o potencial de recursos humanos existente na cidade. A afirmação é feita pelo gerente de filial da Employer Organização de Recursos Humanos, Marcos Borges. “São as empresas que vão fazer as pessoas se qualificarem. Embora as pessoas queiram, ninguém se qualifica se não vê oportunidades”, afirma. De acordo com o especialista em RH, as grandes empresas quando se instalam na cidade ou trazem profissionais de fora ou realizam treinamento interno. A quebra de paradigmas no setor de qualificação profissional, segundo Borges, vai acontecer no município com a oferta dos cursos na área de engenharia que vão formar pessoas com uma nova visão empreendedora. “Um engenheiro sai da faculdade e monta uma construtora, uma indústria,
dependendo da área de atuação. Isso demanda empregos, técnicos, profissionais especializados”, diz. Exemplos de cidade que se desenvolvem e que provocam a necessidade de capacitação profissional é o que não faltam. “Temos um cliente em Pato Branco que fabrica fogões e emprega mais de mil pessoas e outras 200 temporárias. A maioria capacitada em cursos técnicos do Cefet”, diz. De acordo com Borges, no geral, não há apagão de mão de obra, mas há profissões e níveis em que há falta de profissionais, sobretudo nas áreas técnicas. Para Borges, os cursos em tecnologia são a “mola propulsora” para a atração de novas empresas e para a qualificação. “Profissional qualificado gera competitividade, qualidade e um produto final com menos custo porque tenho menos problemas, menos desperdício. Hoje as empresas não querem mais o colaborador passivo, mas aquele que possui conhecimento, visão, discernimento. Aquele profissional que se preocupa com coisas básicas, mas que são importantes no dia a dia da empresa, que seja um técnico organizado, que saiba trabalhar,” afirma. Borges observa que a área operacional também está com escassez de mão de obra. O setor, embora não exija muita qualificação, cobra a disciplina e a cada dia que passa a oferta desse profissional está sendo reduzida. “Como não temos um crescimento populacional na Região Sul, daqui a alguns anos esse trabalhador tende a desaparecer, pois quem faz o segundo grau não se sujeita a cortar e carregar lenha. Por isso vamos ter um operacional ganhando mais do que o administrativo. Isso já está acontecendo nos grandes centros”, diz. Esse cenário abre espaço para que as mulheres ocupem postos até então restritos aos homens. “Há tempos atrás não se cogitava colocar uma mulher na construção civil ou na área de cereais. Hoje está meio a meio”, observa Borges.
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
PAPEL DA INFRAESTRUTURA NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Novos desafios, velhos problemas Quando se fala em infraestrutura urbana é impossível deixar de analisar a questão do saneamento básico. Muito mais do que um fator para a melhoria da qualidade de vida da população, trata-se de uma questão de saúde pública. Nesse aspecto, Guarapuava enfrenta novos desafios, mas enfrenta problemas gerados pela falta de planejamento em um passado não muito distante. De acordo com o gerente regional da Unidade da Sanepar em Guarapuava (URGA), João Edson Lima, a empresa vem realizando constantes investimentos, colocando o município em equilíbrio com os melhores índices do Estado em questão de atendimento com saneamento básico. “A sede de Guarapuava está atendida atualmente com 65,71% de rede coletora de esgoto. Nos próximos dois anos, com os investimentos previstos, deveremos atingir o índice de 75,81%. Atualmente, a média do Estado é de 63%, ou seja, mesmo sem os investimentos, já estamos superando o índice estadual”, destaca João Edson. O gerente enfatiza ainda que os locais que não são atendidos com a rede coletora de esgoto são frutos de projetos onde a benfeitoria não era obrigatória para a liberação dos loteamentos. “De alguns anos para cá, todos os empreendimentos imobiliários só foram liberados a partir do momento da construção da rede coletora, entre outras benfeitorias urbanas exigidas. Ou seja, o problema não é para os projetos mais recentes ou para os novos projetos, mas sim com aqueles que no passado eram liberados sem essa obrigatoriedade ou até mesmo em ocupações irregulares. Mesmo assim, a Sanepar corre atrás do prejuízo e, dentro da possibilidade, uma vez que a demanda de investimentos é muito grande, está realizando esse atendimento. Mas é um problema que será resolvido somente a longo prazo”, afirma João Edson.
aparecem aos olhos, uma vez que a rede é enterrada, a comunidade pode achar que não há investimentos. Pelo contrário. A Sanepar está fazendo um dos maiores investimentos da história no município e quando o trabalho é bem feito a comunidade sente o reflexo positivo”, explica o gerente.
João Edson: “vamos chegar a 75,81% da sede do município atendida com rede coletora de esgoto”.
Água
Comparativo
Já no quesito de água tratada, João Edson se orgulha em apresentar o índice de 100% do município atendido. “Este é um índice do qual temos orgulho, pois todas as regiões e todos os bairros de Guarapuava têm água tratada”, comemora.
O que vem por aí
Veja o índice de implantação de rede coletora de esgoto na sede urbana de Guarapuava comparado com outros municípios paranaenses: Estadual = 63% Curitiba = 93% Cascavel = 67% Foz do Iguaçu = 72%
Guarapuava = 65,35% Maringá = 98% Ponta Grossa = 86%
Confira os investimentos que estão sendo realizados pela Sanepar para que o índice de atendimento no município com rede coletora de esgoto se eleve para 75,81%:
Investimentos “Por se tratar de obras que não
INVESTIMENTOS NO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA OBRA
ANO 2010
EM ANDAMENTO
A PARTIR DE 2012
FASE
VALORES (R$)
Implantação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vassoural em Guarapuava
CONCLUÍDA
14.515.000,00
Ampliação da rede coletora de esgoto e implantação de estação elevatória de esgoto na Colônia Vitória, em Entre Rios
EM CONCLUSÃO
1.688.980,00
Implantação do interceptor de esgoto norte/sul, junto ao rio Cascavel em Guarapuava
EM CONCLUSÃO
8.435.000,00
Ampliação do sistema de abastecimento de água – poço - no sistema de Guará
EM CONCLUSÃO
60.000,00
Otimização da produção e distribuição de água tratada de Guarapuava
A INICIAR
6.986.000,00
Ampliação da rede coletora de esgoto de Guarapuava
A INICIAR
Otimização da Estação de Tratamento de Esgoto da Colônia Vitória, em Entre Rios
A INICIAR
STOETZER R
24.698.980,00
11.564.500,00 18.988.500,00 438.000,00
Parabéns Guarapuava! Que os caminhos da nossa cidade estejam sempre abertos ao progresso. BR 277 - km 345 Guarapuava - Paraná
Fone/Fax: (42) 3629-2005
A cada ano que passa uma nova gratificação fica em nossos corações, e isso tudo devemos à nossa cidade e ao desempenho de cada um de nossos habitantes! Parabéns, e muito obrigado Guarapuava!
JORGE STOETZER & CIA. LTDA
Comércio de Carnes e Frios
Av. A, 420 - Colônia Samambaia - Entre Rios - Guarapuava Pr
Fone: (42) 3659 - 1162
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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Na contramão da industrialização Outro ponto fundamental que não pode ficar de fora de qualquer discussão sobre desenvolvimento é a industrialização. Esse setor tem sido o “calcanhar de Aquiles” das últimas administrações municipais, uma vez que na história de Guarapuava ainda não houve uma preocupação coletiva para a elaboração de um plano estratégico de industrialização. “O que tem ocorrido historicamente é que as administrações mantêm “olheiros” em busca de indústrias que estão apontando para investimentos no Paraná. Quando elas (as indústrias) são identificadas, o Poder Público vai atrás e vê o que ela precisa para se instalar no município. Isso é histórico e errado. O caminho tem que ser o inverso. Tem que se elaborar um plano estratégico de industrialização, através do qual o município sempre estará pronto para receber as indústrias. O caminho passa ser inverso e o processo se aperfeiçoa”, explica o coordenador regional da FIEP em Guarapuava, Júlio Cezar Pacheco Agner.
Vazio regional Júlio Agner chama a atenção para uma avaliação sobre o mapa da industrialização no Paraná, onde há um vazio na região central do Estado. “Eu considero que há 10 pólos econômicos no Estado. Se fizermos uma avaliação econômica, a região de Guarapuava é a menos favorecida. O que precisamos é que haja um comprometimento entre os poderes públicos municipal e estadual, com a união de todas a forças políticas, para que esse vazio seja coberto na região. Sem o envolvimento do Município, do Estado, dos representantes políticos, das universidades, dos empresários, das entidades de classe e organizadas e da comunidade como um todo, é impossível desencadear um processo de industrialização eficiente”, avalia Agner.
Agner: “Se for iniciado logo, o plano estratégico de industrialização pode dar ótimos frutos entre cinco e vinte anos”
Olhar para casa O coordenador Regional da FIEP afirma ainda que o processo de industrialização não precisa necessariamente se desencadear mais intensamente a partir da atração de grandes indústrias. “O primeiro passo é apostar nos empresários que já estão atuando no município. Se houver um apoio mais forte, através de benefícios fiscais, muitos desses empresários vão apostar em aumento da capacidade de produção. Em muitos casos, a solução para o processo de industrialização estará em casa, nos nossos próprios empresários”, acrescenta.
Infraestrutura Alguns aspectos nos quais Guarapuava está atrás de municípios “concorrentes” no processo de industrialização também são apontados como culpados pelo atraso do desenvolvimento. “Qualquer indústria de grande porte que busca um novo município para investir busca infraestrutura, pois isso irá baratear o custo de produção e, consequentemente, aumentar os lucros. É o mercado. Nesse aspecto precisa que o plano contemple a implantação do gasoduto, melhorias no aeroporto e também melhorias ferroviárias, principalmente no trecho entre Guarapuava e Ponta Grossa. Além disso, há outros pontos que têm que ser avaliados e, em parceria entre Município, Estado e União, resolvidos. Caso isso não ocorra vamos continuar perdendo grandes investimentos para as cidades que se estruturaram mais. E elas se estruturaram mais porque vislumbraram antes a importância da criação de um plano estratégico, do qual hoje colhem os frutos. Do jeito que está é uma concorrência desleal entre Guarapuava e outros municípios, pois estamos muitos anos atrás deles em planejamento”, acrescenta.
Médio e longo prazo Julio Agner se diz otimista com relação ao processo de industrialização de Guarapuava, porém aponta para resultados em médio e longo prazos. “Mas tem que ser iniciado logo. Quanto mais a união em torno de um plano coletivo for retardado, mais irá demorar para que o resultado surta. E esse resultado virá em maior desenvolvimento econômico para o Município, além da melhoria de geração e renda e, consequentemente, melhoria da qualidade de vida da população. Acredito que, se for iniciado logo, o plano estratégico de industrialização pode dar ótimos frutos entre 05 e 20 anos”, conclui o coordenador regional da FIEP.
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Dos quebra-cabeças a grandes obras Um guarapuavano que brilha no mundo da engenharia
Emerson Fernando Brustolin
Jogar futebol, tênis de mesa, brincar com carrinhos,todas essas brincadeiras fizeram parte infância de Emerson Fernando Brustolin, porém o que mais ele gostava de fazer era montar quebra-cabeças. Segundo sua mãe Soeli Oliveira Brustolin, com 3 anos de idade seu filho ganhou o primeiro jogo e já conseguiu montá-lo. “O primeiro quebra-cabeças que demos para o Emerson tinha 150 peças e ele conseguiu montar com apenas 3 anos e meio de idade”, relembra. O gosto pelo jogo de peças já mostrava o que o garoto iria ser no futuro. Outro sinal da vocação de engenheiro era a forma que brincava com os carrinhos que ganhava do seu pai Luiz Fernando Brustolin. “Eu ameaçava que não ia comprar mais brinquedos, pois eu achava um absurdo ele desmontar todos para saber como funcionava ou como era feito”, lembra Brustolin. Essa busca pelo conhecimento foi crescendo com o passar dos anos. Emerson se interessava cada vez mais por livros, jornais, revistas, e é lógico, por quebra-cabeças. “Ele sempre queria o jogo mais difícil de montar. Perdi a conta de quantos quebra-cabeças ele terminou”, diz Soeli. E toda essa vontade de aprender fazia de Emerson o primeiro aluno da classe. “O Emerson sempre estudou no Visconde e sempre tirava 10. Ele acordava uma hora antes da aula para estudar e mesmo doente ele queria ir para a escola”, conta o pai. Na hora de prestar vestibular todos já sabiam que o curso seria Engenharia Civil, como também sabiam que ele não teria dificuldade para entrar em uma boa universidade. Na Prova do Enem, de 90 perguntas o jovem acertou 89, o que fez Emerson conseguir uma bolsa na PUC em Curitiba.
Para estudar na capital seu pai teve que vender um terreno que tinha em Guarapuava e comprar um apartamento para o filho. Emerson também sabia da difícil condição financeira da família. Por isso, procurou um emprego para que pudesse se sustentar sem depender totalmente dos pais. “Ele dava aula como monitor e recebia R$ 200. Em 2006, conseguiu um estágio em uma empresa de engenharia de projetos especializada em estruturas metálicas, onde continua até hoje”, comenta Luiz. Assim como no colégio, durante todo o curso de Engenharia Civil Emerson se destacou como o primeiro da turma. A coroação do seu esforço veio quando seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre uma ponte no metrô no Rio de Janeiro, foi aprovado com louvor e o projeto foi executado. “Além desse projeto, o Emerson também participou na elaboração da construção de uma estrutura metálica do Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro”, exalta o pai. Emerson também compõe a equipe que trabalha no planejamento da construção da fábrica de motores da GM, em Joinville (SC), e na fábrica da Suzano Papel e Celulose, no Nordeste. Participar desses grandes projetos mostra a confiança que Jeferson Luiz Andrade, um dos responsáveis pela empresa de engenharia em que Emerson trabalha, tem no jovem talento. “Ele se destaca pelo comprometimento e sempre na busca de se manter atualizado. Com esta determinação ele tem capacidade de gerenciar uma grande empresa de engenharia”, diz Andrade. O sucesso do garoto que adorava montar quebra-cabeças e hoje se dedica a planejamento de grandes obras é uma inspiração para sua irmã de 16 anos, Gabriela Brustolin. “Ele me fala que tenho que ter um objetivo e dar o melhor de mim para alcançá-lo. Meu irmão é uma referência para mim, aprendo muito com ele”, diz Gabriela. Apesar do sucesso profissional, Emerson continua sua trajetória construindo sonhos. O principal deles é ter a sua própria empresa. “Ele A família de Emerson comemora seu sucesso. vai alcançar tudo o que quiser, pois ele tem força de vontade. O Emerson tem um objetivo e vai atingi-lo. Ele está chegando lá”, acredita a mãe.
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
“Guarapuava precisa liderar as demandas regionais” Com um extenso territórios e vastas disparidades econômicas e sociais, Guarapuava e os municípios que compõem a região CentroOeste do Paraná enfrentam, em seus processos de integração, desafios comuns. O principal deles é criar ações que promovam o desenvolvimento de forma integrada e que favoreçam o crescimento, a competitividade, o emprego e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida da população. Embora Guarapuava seja o pólo da região, o ponto-chave para essa discussão é retirá-la do isolamento ao qual foi submetida nos últimos anos perante os demais municípios. Mas para isso é preciso uma definição.
“Precisamos saber qual é o papel que Guarapuava desempenha na política regional. Qual é o seu protagonismo? Hoje não há nenhuma representatividade, nenhuma participação na Amocentro (Associação dos Municípios do Centro do Paraná), quando deveria assumir a sua condição de cidade-pólo, liderar e atender as demandas dos demais municípios, encabeçar projetos e com isso alavancar o desenvolvimento regional”, entende o deputado Cesar Filho (PPS). Para o deputado, Guarapuava precisa estar inserida nos consórcios existentes na área da saúde, na agricultura familiar, no turismo. “Somos pólo, mas não participamos de nada, não agregamos”, diz. O diálogo sobre política regional, porém, constitui o reconhecimento formal da convergência de interesses, ideais e aspirações entre os municípios, bem como dos desafios comuns a enfrentar para alcançar um desenvolvimento regional equilibrado. “A partir do momento em que houver esse protagonismo regional, essa integração, o cenário se transforma. Por falta de liderança já perdemos investimentos em infraestrutura e não podemos mais permanecer dessa forma. Em Guarapuava, quando as lideranças se uniram tivemos conquistas, como é o caso do campus da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal), mas Guarapuava demorou para iniciar esse processo de conquistas”, observa Cesar Filho. Para o deputado, a hora é agora. “É preciso criar um movimento político regional pautado em reivindicações pela duplicação da BR 277, por melhorias nas rodovias da região, pela extensão do gasoduto, pelo novo ramal da Ferroeste entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá. São demandas complexas e onerosas que precisam de mobilização. E o nosso grande problema hoje é de infraestrutura”, diz.
A cooperação entre os municípios da região no campo da política regional decorrerá do compromisso assumido a partir do diálogo, da participação, e uma parceria estratégica é considerada área fundamental de cooperação, na qual todos os os parceiros podem compartilhar informações e experiências. “Temos em Guarapuava cursos acadêmicos e técnicos que podem contribuir na elaboração de projetos para suprir a demanda dos municípios. É preciso entender que só vamos crescer quando os demais municípios do entorno de Guarapuava se desenvolverem. É dessa forma que a cidade cresce e se expande, ampliando a sua presença, além de seu perímetro urbano, sobre aglomerados rurais e aproximando-se de cidades vizinhas, criando uma rede de solidariedade que abarca várias áreas, para melhorar as condições de vida da população. “Quando houver uma espécie de conurbação haverá um desenvolvimento que vai consolidar Guarapuava como pólo, atraindo moradores de outros municípios, que passarão a utilizar serviços aqui oferecidos, gerando renda, emprego, aquecendo a economia, movimentando o comércio, a rede hoteleira, os restaurantes, a cultura, o entretenimento, o lazer, o ensino superior, o setor de saúde, entre outros setores”, lista o deputado. Para Cesar Filho, essa integração pelo processo de expansão entre as estruturas políticas, administrativas e de espaço faz com que os limites físicos que havia entre as áreas antes distanciadas deixem de existir. “Guarapuava é a bola da vez. Temos coisas que outros municípios não têm. As regiões de Ponta Grossa, do Sudoeste e outras já enfrentam problemas de saturação. Guarapuava ainda tem espaços para a industrialização e pode irradiar esses benefícios também para a região. Entendemos que as grandes conquistas são viáveis, desde que se tornem demandas regionais. Se tivermos essa visão, se fizermos essa intermediação, Guarapuava terá tudo para acontecer”, acredita.
FOTO DE ANDY TROC
“Guarapuava é a bola da vez”
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
DESENVOLVIMENTO SOCIALMENTE JUSTO
O gargalo está na falta de informação Assim como a grande maioria das cidades brasileiras, Guarapuava é feita de contrastes. No centro, o trânsito caótico emperrado por muitos dos 60 mil veículos existentes no município, segundo registros do DETRAN (Departamento Nacional de Trânsito). Nos bairros, e mesmo na área central, de acordo com a oferta do setor imobiliário, é possível compreender que a falta de moradia própria é um problema que atinge grande fatia da população, com predominância na baixa renda. Se esse olhar for desviado para a maquiagem que se faz na pavimentação urbana é possível ver imagens dessa distorção estampadas em equívocos como, por exemplo, a largura da pavimentação em detrimento do espaço das ruas. Há ruas largas recebendo 5 metros de pavimentação, sem drenagem, comprometendo a segurança de motoristas e pedestres. Ou em outro exemplo é possível ver que a ciclovia que está sendo construída na Avenida Manoel Ribas, principal acesso entre o trevo na BR 277 e o centro da cidade, compromete espaços de estacionamentos. Quem andar pelos bairros pode perceber que não existem investimentos em inter-ligações, há tempo existe o planejamento para fazê-las. E nas regiões periféricas, onde impera a exclusão social? O que salta aos olhos e ao olfato é o cheiro da sujeira misturada com a pobreza. Permanecer alguns instantes em locais como a “Ocupação do CAIC”, o Paz e Bem, a “Ocupação do Xarquinho”, por exemplo, é sufocante. As garrafas pet, os sapatos e roupas velhas, os pedaços de madeira, de ferro, os fardos de papel que ficam empilhados em frente às casas, deprimem, mas não são suficientes para que as autoridades, no mínimo, se compadeçam com desses cidadãos desnudos de dignidade e cidadania. Para essas famílias, porém, se desfazer de “suas coisas” é jogar fora o pouco da sobrevivência que ainda lhe resta. O problema urbano manifesta-se em toda a sua complexidade, quando se avalia a insuficiência das políticas de habitação, transporte e saneamento básico. As condições de habitabilidade urbana mostram-se especialmente precárias nas áreas periféricas que hoje concentram parcela expressiva da população de baixa renda. Mais uma vez é a Guarapuava que a própria Guarapuava desconhece.
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Guarapuava não conhece Guarapuava Tendo esse cenário como “pano de fundo” é possível se pensar em desenvolvimento socialmente justo? O que se faz necessário para que esse desafio seja vencido? A resposta é simples. “Guarapuava não tem informação. Guarapuava não conhece Guarapuava. Existem cadastros humanos. O que se tem são estimativas e oralidade, e informação é fundamental para o desenvolvimento, pois não existe gestão sem informações”, diz o engenheito Flavio Alexandre. É esse o gargalo que estrangula Guarapuava. Quem conhece o município e se preocupa com o seu desenvolvimento sabe que nas favelas que proliferam atrás do CAIC na Vila Bela existem pessoas que padecem de enfermidades causadas pela falta de saneamento básico. Alguém vê isso? Segundo especialistas, Guarapuava ainda não possui o Plano Municipal de Transporte e de Saneamento Básico. O Plano de Habitação de Interesse Social, exigido pelo Governo Federal para o repasse de recursos na área habitacional, ainda não saiu do papel. O que existe é um levantamento precoce que ainda depende da aprovação da Câmara de Vereadores. Mas existem informações na área social? Onde esses bolsões de miséria estão localizados? Como atacar o problema, se há o desconhecimento de onde está radicado? O que se percebe é que a falta de planejamento estratégico a partir de informações é substituída pela vontade do prefeito, que determina quando e onde uma obra será construída. É o retrato de uma administração não comprometida com o bem comum.
Parabéns, Guarapuava!
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“Faca de dois gumes” A partir de informações é possível um planejamento urbano que propicie a aplicação do dinheiro público de forma correta. O centro da cidade, por exemplo, é uma área dotada de toda a infraestrutura. Aumentar esse potencial densificando a área, porém, é uma “faca de dois gumes”. Se por um lado move o desenvolvimento, por outro, ao mesmo tempo aumenta o trânsito, há maior demanda de água, energia elétrica, mas o mercado cresce, gira a economia, há maior demanda por cultura, por entretenimento, por lazer, por moradia. É preciso promover isso para que as demandas se estendam aos bairros da cidade Para agir dessa forma é preciso ter visão de longo prazo, consciência de que as relações sociais e o estilo de vida impactam diretamente a realidade que está à volta. É preciso ter solidariedade com os descendentes. Para que isso aconteça de fato, é preciso entender a construção da sustentabilidade como um desafio de muitas faces. Só assim será possível encontrar as múltiplas respostas que o problema impõe. Há muito Guarapuava convive com o problema gerado pela especulação imobiliária. Sabe-se que as melhores áreas estão nas mãos de famílias mais abastadas, tradicionais, ou especuladores. É o vazio urbano que ainda impera a aplicação do imposto
PROMOVENDO OPORTUNIDADES
Casa da Cidadania é cada vez mais procurada pela comunidade Promover oportunidades. Este é o principal objetivo do projeto pelo Bem Comum desenvolvido pela vereadora Eva Schran (PHS) no Bairro Primavera. A busca pela dignidade de vida e o protagonismo das pessoas fez com que fosse implantada a Casa da Cidadania, um espaço de formação, interação, geração de renda, palestras e cursos, que vêm sendo realizados desde 2009 para participantes não só daquele bairro, mas também do Conradinho, São Cristovão, Feroz II, Xarquinho, Palmeirinha , Rio das Mortes e Guairacá. Além disso, o espaço também serve para sediar as reuniões do Grupo de Apoio ao Mandato e do movimento de Mulheres do Bairro Primavera. A Casa, que pertence à vereadora, hoje é lar de projetos e ideias que vêm colaborando para a construção de uma comunidade melhor. Só nesse ano de 2011, cerca de 500 pessoas já participaram dos cursos, e o número cresce a cada ano. No momento, estão sendo ofertados os cursos de inglês, informática, cachecol, chinelos e violão, sendo que são abertos a toda comunidade. Leila de Fátima Gumieiro, de 34 anos, é uma das alunas da Casa. Moradora da Vila Feroz. Há tempos ela ouve falar da Casa da Cidadania, mas somente há dois meses se matriculou para um curso. “Fiz o curso de unhas decoradas há cerca de dois meses, e logo resolvi me matricular no de informática. Estou gostando muito e pretendo usar o que estou aprendendo para um futuro trabalho”, declara. Quem já está praticando o que aprendeu com as participações nos cursos é Leyciane dos Santos Mendez, de 19 anos, moradora do Conradinho. Ela realizou o curso de unhas decoradas, cachecol, chinelo, biscuit, oratória, inglês e informática . “Cada dia quero inventar algo novo. No momento estou fazendo unhas, pretendo ajudar a família e guardar meu dinheiro. Ainda quero fazer faculdade de Inglês”, conta, entusiasmada. Ponto de referência no bairro Primavera, a Casa da Cidadania já se tornou fundamental no bairro. “A Casa aqui no Bairro nos traz oportunidades que não teríamos”, declara a estudante Maiara Nascimento Bastos, de 19 anos. .
“O Plano Diretor é que dá as diretrizes do crescimento, é que rege o uso e a ocupação do solo, do sistema viário, é que desenha a
Só nesse ano de 2011, cerca de 500 pessoas já participaram dos cursos, e o número cresce a cada ano.
No momento, Há falta de áreas para o programa Minha Casa estão sendo Minha Vida, que vai reduzir o déficit habitacional no ofertados os cursos município. Mas qual é esse número? Há quem diga que a de inglês, falta de moradia beira 4,5 mil unidades. Mas qual informática, pesquisa fundamenta essa informação? cachecol, chinelos O que é certo é que a Prefeitura deve dar a sua contrapartida, e a liberação de loteamentos poderia ser Para maiores informações sobre a Casa mais ágil se a administração municipal intervisse nesse da Cidadania, ligar para 42 3629-3003, ou setor. Sabe-se que as melhores áreas estão nas mãos das famílias tradicionais, as mais abastadas. É o vazio urbano
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
CRESCIMENTO VERTICAL
Guarapuava volta a construir grandes prédios
Após 15 anos sem construir grandes prédios, Guarapuava volta a assistir o lançamento de edifícios de grande porte. Nada menos que oito empreendimentos imobiliários foram lançados desde agosto. Além dos edifícios Isabeli, da construtora IP com 10 andares na Rua XV; do edifício San Marino de 23 andares, na Senador Pinheiro Machado, quase esquina com a Quintino Bocaiúva, da Construtora Sanches, e do edifício Pinheiro de Gaia, de 13 andares, na Benjamin Constant, da construtora Marluc e Kaneco Imóveis, a cidade comemora o lançamento de quatro grandes prédios da Construtora Rui Brasil e
da Apcenter Imóveis de Maringá. São os edifícios Trianon, na esquina das ruas Floriano Peixoto e Frei Caneca, na região da Lagoa das Lágrimas que terá 18 pavimentos com 30 apartamentos; o Residencial Eunice Guimarães na Benjamin Constant com a XV de Novembro que, terá 35 andares, sendo o segundo residencial mais alto do Paraná, atrás apenas do Royal Garden em Maringá, com 38 pavimentos. A Rui Brasil e a Apcenter lançaram ainda os comerciais Centro Empresarial Darcy Sell na rua Dr. Laranjeiras quase esquina com Vicente Machado que terá 14 andares e 33 conjuntos comerciais, além de lojas no térreo; e o Policlínica Karan Semaan, na rua Pedro Alves no Bairro do Batel com 16 pavimentos, e 60 conjuntos para profissionais da área da saúde. Também no Batel a Construtora Sanches lançou e já vendeu o edifício Biocenter Batel com 10 andares e 40 salas para profissionais da Saúde. A Construtora IP, do empresário Ivo Paganini, deverá lançar em breve outro prédio na senador Pinheiro Machado esquina com a Brigadeiro Rocha com 14 andares. Mais alguns projetos estão sendo elaborados pelos arquitetos e deverão ser lançados ainda este ano, o que demonstra que a cidade acordou para a verticalização. Para o jornalista e corretor de imóveis Guaracy Ribas, que participou do fechamento de 16 grupos de condomínios, a cidade vai mudar sua cara outra vez, como aconteceu entre 1987 e 1992, quando 14 grandes
prédios foram construídos. “ Tem que aproveitar a estabilidade econômica e investir em imóveis cujo o retorno é garantido”, realçou Ribas, otimista com a chegada em Guarapuava, de grandes grupos econômicos como as Lojas Americanas e Havan e da maior indústria de cosméticos naturais do mundo. “Em 2012 assistiremos a chegada do tão sonhado shopping center e de uma grande indústria de placas para captação de energia solar, a maior do Brasil, além de outros empreendimentos de grande porte como a indústria de recuperação de rótulos da Coca Cola”, concluiu Guaracy.
Nossos presentes a Guarapuava
nos seus 192 Anos
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Guarapuava busca sua verdadeira identidade “Do rio que tudo arrasta se diz violento. Mas não se dizem violentas as margens que o oprimem.” (Bertold Brecht) Guarapuava parece viver uma espécie de crise existencial. Não faz muito, 30 anos digamos, debatíamo-nos sob uma cultura que exaltava o ruralismo exacerbado, sem se dar conta que a cidade existia de fato, com todas as necessidades básicas de um povoamento. Estamos a conviver, por décadas, enaltecendo colonizadores que segregaram os povos indígenas à escravidão ou morte, tal como fizeram com os negros, impregnando em nossa genética hábitos puramente machistas num processo de autofagia, de auto-degeneração. Os historiadores oficiais recitam versos laudatórios sobre o ciclo da erva-mate, da madeira, do gado, da soja. Guarapuava sobe. No reverso da história, os indicadores sociais despencam: mortalidade infantil no gritante índice 20, se 10 já seria uma aberração; desemprego em contínuo crescimento; número de habitantes por quilômetro quadrado, um dos menores do Sul do Brasil (muita terra, pouca gente em cima); uma humilhante concentração de renda. Se lá pelos anos 1980 a Cadeia Pública de Guarapuava era abarrotada de criminosos que matavam por “motivos fúteis” (“beba se não eu te mato”, e matavam), podemos voltar a roda do tempo há 2 séculos, quando a Coroa Portuguesa mandou instalar em Pinhão uma colônia de “degredados”, transferindo presos que aterrorizavam São Paulo. Ou para a Guerra do Contestado, que fez com que pistoleiros de alto calibre se embrenhassem entre nossas matas como foragidos e aqui permanecessem. “Hoje os jovens, frutos de tudo isso, se enfrentam na porta da escola com facas e tornam-se homicidas porque não gostam da cor do cabelo de suas vítimas indefesas” Guarapuava que nasceu em forma de sesmarias – 6 mil alqueires para um só dono –, também abrigou disputas sangrentas pela posse da terra, da grilagem consentida à falência planejada do sistema agrícola familiar, originando o êxodo rural e o favelamento. A violência urbana se nutre de costumes rústicos (aqueles que se perpetuaram desde a colonização), do andar armado porque macho de Guarapuava é assim; de brigar por qualquer coisa, como se nada na vida tivesse valor. Hoje os jovens, frutos de tudo isso, se enfrentam na porta da escola com facas e tornam-se homicidas porque não gostam da cor do cabelo de suas vítimas indefesas. Se um jovem encontra outro no parque, desafia-o com o que lhe ressoa mais improvável – um surdo e mudo deve falar, se não é impiedosamente agredido. O crescimento demográfico de Guarapuava estacionou faz duas décadas. A impressão que temos é que Guarapuava é uma cidade pequena, com problemas de cidade grande. O planejamento é urbanístico, e não humanístico. É grafitado sobre uma prancheta. Bem que poderia respeitar, no mínimo, o Estatuto da Cidade, ouvindo a população. Políticos teimam em ser maiores que a população. Jamais ficarão para História. Querem ser maiores que a própria História. Estão fadados ao esquecimento, de uma geração para outra. Uma pessoa é lembrada por suas atitudes, posicionamentos. Obras? São como um castelo de areia que com o vento da mudança política, somem na primeira substituição da placa de inauguração. O líder político inspira, cria confiança, move uma montanha de gente.
PAULO ESTECHE (*)
Define conceitos. Os outros, serão sempre os outros. “A crise existencial de Guarapuava é a busca de uma identidade que sempre foi amordaçada, que está presente em cada cidadão” Gostaria, sim, de estar falando de flores. Nasci e cresci em Guarapuava. Estou 15 anos longe, e nunca consegui me desligar, porque trago os traços do “ser guarapuavano” cunhado em minha gene social. Se me perguntam “dos qualera”, digo sem pestanejar: sou guarapuavano. A crise existencial de Guarapuava é a busca de uma identidade que sempre foi amordaçada, que está presente em cada cidadão. O guarapuavano gosta da vida simples, de nadar no Rio Jordão, uma esticada no Alagado, das festas de família, do carteado com amigos, com uma gaita e um violão faz a maior diversão. O sistema político paternalista, que estende uma mão no ano eleitoral e tira com as duas nos três anos seguintes, subverteu o próprio eleitor, que bate no posto de saúde pedindo remédio e mais remédio. É a dor emocional que ele não consegue traduzir ou ser entendido, do marido desempregado, dos filhos ao deusdará. É uma dor interminável que lhe corrói a alma. Como a medicina tradicional não trata do espírito, veja senhor-doutor se tem um analgésico para o corpo inteiro. Guarapuava, a cidade de uma farmácia em cada esquina. Quando se distorce a memória de um povo – para que a dos “vencedores” prevaleça –, o vértice da História fica de cabeça para baixo. O cavalo se destaca mais que o vulto. No dizer campeiro, o governante equipara-se ao quadrúpe – maldomado, chucro, arredio, desembestado. E o povo se debate igual ao “cavalo do João Machado”: mal-e-mal o João Machado conseguia controlar. Se não falamos de flores, podemos falar de esperança. Mas, qual o quê? Com escândalos nas hostes políticas a invadir os lares pelos noticiários nacionais? Guarapuava está em crise existencial porque está passando por um choque, provocado pela evolução do setor educacional (que ainda não foi suficiente para modificar a estrutura sócio-econômica, mas já diminuiu o analfabetismo), a convivência entre diferentes cabeças pensantes, uma tênue revolução de ideais no modo de sentir e viver a cidade. Guarapuava quer respirar tecnologia, ser high-tech, qualquer coisa que seja de bom, mas indispensavelmente que tenha o sotaque e o jeito guarapuavanos. Simples por essência, amistoso por necessidade, aguerrido por índole. A violência que assusta a todos nós é a tradução livre do que o dramaturgo alemão Bertold Brecht referia-se, de uma Europa desumana e descontrolada. O rio era a revolta popular que a tudo arrastava, as margens a opressão do governo “para poucas pessoas”, da marginalidade política corroída e corrompida. Guarapuava tem sede de mudança. Para além da artificialidade, para bem perto do calor humano, onde todos tenham o direito ao sol, num lugar que é frio por natureza. (*) Paulo Esteche, jornalista guarapuavano, mora atualmente em Florianópolis -SC
, s n é b a r a P puava, ra a u G
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
O futuro é o que nos move Parece que nossos relógios não acompanham mais o tempo. Tem vezes que a gente para pra pensar e comentar sobre algo que dá a impressão de que acabou de acontecer. No entanto, é aí que a gente se dá conta que já se passou muito mais do que se imaginava. Estes são sinais de que a vida está passando muito rápido, e sem tréguas. Por isso devemos pensar muito bem antes de tomar nossas decisões. Mas o que nos move é o fato de que podemos mudar o futuro. Essa esperança podemos renovar sempre e deixar que o passado sirva apenas de exemplo, especialmente na hora que tivermos uma nova oportunidade. Este ano o tempo passou tão rápido que as vitrines de nossa cidade já estão novamente enfeitadas para o Natal. Tão rápido que nossa cidade querida está prestes a completar 192 anos. Uma terra com muitas histórias bonitas de dedicações. Terra de gente séria e batalhadora, que tem sensibilidade e que deseja que essa imagem seja preservada sempre, cultivando nossas raízes. E é por estes 192 anos que eu quero aqui deixar meus parabéns a todos os guarapuavanos que acreditam neste lugar abençoado. A todos que fazem parte desta história, desde os nossos primeiros tropeiros e imigrantes, como a todas as famílias e às novas gerações entusiasmadas pela evolução desta terra. E desejar a todos que, com este novo ano que se aproxima, possamos viver melhor nosso tempo, com mais amor junto aos nossos familiares e amigos. Com respeito pelo próximo, caráter, dignidade, humildade e, claro, muita saúde. Que venha um ano novo cheio de esperança, renovações e realizações para nós e para nossa cidade. Que todos tenham um Natal abençoado por Deus e que seu espírito se faça presente em nossas vidas sempre. Um 2012 de paz, de alegrias e de muitas conquistas. Feliz Natal a todos e próspero Ano Novo!
Neto Rauen
PARABÉNS GUARAPUAVA!
Que Deus continue abençoando essa terra e sua gente, que não mede esforços para construir um mundo cada vez mais juso para todos. Parabéns, Guarapuava e sua gente, pelos 192 anos.
Rua Cândido Xavier, 705 Bairro Tancredo Neves - Guarapuava - PR
Parabéns, Guarapuava, pelos 192 anos de desenvolvimento!
Rua Guaíra, 3472 - centro Fone (42) 3035-4905 Guarapuava - PR
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Investimentos maciços transformam atendimento à saúde A partir da última década, Guarapuava presencia uma transformação em dois importantes setores da economia: educação e assistência à saúde. Do ano 2000 para cá, tivemos a abertura de novos cursos gratuitos na Unicentro, a criação de novas instituições de ensino superior na rede privada e a implantação de uma universidade federal tecnológica em Guarapuava. Investimentos públicos federais, estaduais e privados que, sem dúvida, deram início à transformação da realidade local. No entanto, é na saúde que presenciamos uma verdadeira revolução, tanto na prestação de serviços privados, como na reestruturação do atendimento público de média e alta complexidade. Uma amostra concreta está na ação da iniciativa privada e de agentes públicos de Guarapuava que, em uma demonstração de comprometimento com a população local e de toda a região, não cruzaram os braços após o fechamento de três hospitais na última década, mas enfrentaram o problema. Foram em busca de soluções para sanar as dificuldades existentes em virtude do fechamento dos hospitais e, acima de tudo, melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de serviços de saúde prestados no município. A implantação do serviço de hemodinâmica e cirurgia cardíaca e o respectivo credenciamento dos serviços ao SUS (Sistema Único de Saúde) podem ser considerados o início desse processo de modernização e ampliação do atendimento à saúde. Toda a sociedade de Guarapuava e região acompanhou o trabalho do deputado federal Cezar Silvestri para conseguir o credenciamento. O esforço de Silvestri possibilitou que, em dez anos, mais de 8.300 pacientes fossem atendidos. Aliado a isso, houve uma série de outros investimentos feitos pela iniciativa privada, com a abertura de novas clínicas especializadas e a oferta de serviços de média e alta complexidade. O fechamento do Hospital Estrela de Belém, em 2010, foi um duro golpe no setor que se encontrava em plena reestruturação. Os servidores estaduais foram os mais afetados, pois deixaram de ter o hospital referência de atendimento para toda a região. Os pacientes do SUS perderam leitos, atendimento de clinica médica, de urgência e clínica geral. Foi então que novamente lideranças políticas de Guarapuava tiveram participação decisiva no processo de reestruturação. Por meio de uma articulação conjunta entre o deputado federal Cezar Silvestri e o deputado estadual Cesar Silvestri Filho, o
Hospital São Vicente de Paulo passou a atender os servidores estaduais, recebendo, para isso, um aporte mensal do Governo do Estado. Além disso, o Hospital São Vicente de Paulo conseguiu mais R$ 3 milhões em recursos repassados pelo Estado, sendo incluído no programa Hospsus, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A inclusão da instituição no Hospsus só foi possível graças a uma articulação feita pelo deputado estadual Cesar Silvestri Filho, junto à Secretaria da Saúde. Os investimentos no hospital filantrópico não pararam por aí. Em 2012, o hospital também pode contar com R$ 5,9 milhões para compra de
população de Guarapuava e região que terá um atendimento ainda melhor”, completou. O Hospital São Vicente de Paulo é o maior beneficiado com os recursos por ser entidade hospitalar com certificação de utilidade pública federal, o que a torna apta a receber recursos por intermédio de emendas parlamentares. No entanto, os investimentos na saúde feitos por Silvestri extrapolam a destinação de recursos à instituição. Para 2012, estão previstos mais R$ 1,2 milhão em recursos oriundos de emenda individual alocada por Cezar Silvestri para a compra de equipamentos para a Associação de Saúde Frederico Guilherme Keche Virmond, pertencente ao Hospital Santa Tereza, que
Reunião define recursos.
equipamentos, provenientes de uma emenda federal de Silvestri. A emenda está prestes a ser empenhada e o hospital já está providenciando a compra de uma série de equipamentos. Recentemente, outra grande notícia para a saúde pública foi anunciada por Silvestri. O Hospital São Vicente de Paulo receberá mais R$ 5 milhões para a compra de equipamentos. O recurso faz parte de uma emenda coletiva de R$ 15 milhões apresentada por Silvestri juntamente com os deputados federais Sandro Alex e Osmar Serraglio, e que já está empenhada. “Todos os investimentos feitos no hospital somam R$ 16 milhões. É o maior valor de investimento já recebido na história do hospital e, sem dúvida, o maior investimento que um hospital filantrópico do Paraná recebe”, destacou Silvestri, sendo enfático nos benefícios que esses equipamentos trarão. “O Hospital São Vicente será um dos melhores e mais aparelhados hospitais do Paraná e quem ganhará com isso é a
recentemente conseguiu o certificado de Utilidade Pública Federal, e mais R$ 500 mil para o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Centro Oeste, sediada em Guarapuava. Em seus três mandatos na Câmara Federal, Silvestri destinou aproximadamente R$ 20 milhões à saúde, beneficiando tanto quem reside em Guarapuava, como à população de mais de 20 municípios das regiões Centro e Centro-Oeste do Paraná. “Nesses 192 anos de Guarapuava, só posso dizer que a maior felicidade de um verdadeiro homem público é poder transformar o seu trabalho em benefícios para aqueles que mais precisam. É por isso que me considero uma pessoa extremamente feliz, porque sei que esses recursos ajudam milhares de pessoas que necessitam de tratamento de saúde, dando uma vida mais digna e diminuindo o sofrimento dos doentes e de toda a família que os acompanha”, concluiu Silvestri.
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS POLO DE SAÚDE
Guarapuava está se tornando referência estadual O Governo do Paraná está concentrando investimentos no setor da Saúde em Guarapuava, contribuindo para a transformação do município em um polo estadual de referência. Guarapuava está recebendo recursos do Programa HOSPSUS. O programa foi lançado no dia 13 de julho pelo governador Beto Richa e se propõe a reestruturar o sistema hospitalar do Estado de forma a ter hospitais qualificados em todo Paraná. Por meio do HOSPSUS, a Secretaria destinará recursos para hospitais públicos e filantrópicos que sejam social e sanitariamente necessários. Em Guarapuava, o Hospital São Vicente de Paulo participa do programa.
“A Diagmax parabeniza Guarapuava pelos seus
Investimentos Nesta primeira fase, o governo do Paraná está investindo mais de R$ 20 milhões em custeio, R$ 15 milhões em obras e equipamentos e R$ 1 milhão em capacitação. Os hospitais que aderiram ao HOSPSUS terão acesso a uma parceria estabelecida para capacitar gestores e profissionais de saúde em gestão hospitalar, trauma e obstetrícia.
192 anos!"
Novas instalações da primeira Farmácia do Paraná, programa do Governo do Estado.
Farmácia do Paraná Da mesma maneira, Guarapuava foi contemplada com a primeira Farmácia do Paraná, outro projeto do Governo do Estado que visa beneficiar diretamente o setor da Saúde. O objetivo do Programa Farmácia do Paraná é promover o acesso da população a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade, garantindo sua adequada dispensação. O programa prevê três ações estratégicas: estruturação das farmácias e almoxarifados das 22 regionais de saúde, qualificação
Rua Vicente Machado, 997 Guarapuava - PR Fone: (42) 3623-2042
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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22 POLO DE SAÚDE - GERENCIAMENTO
Faltam profissionais no setor da Saúde no interior “Nenhum médico ou outro profissional do setor da Saúde se sujeita a depender somente dos pagamentos do SUS” Guarapuava tem absorvido ao longo dos últimos anos a demanda do setor de Saúde dos municípios da região. Porém, a estrutura profissional não atendeu ao crescimento dessa demanda. Hoje, apesar de todos os investimentos em estrutura física e de equipamentos que vêm sendo realizados, o número de profissionais não tem acompanhado essa evolução. Na avaliação do chefe da 5ª Regional de Saúde, Vinicius Traiano, hoje o mercado de trabalho para os profissionais da área de saúde está sendo concentrado nos grandes centros, fazendo com que as cidades do interior tenham dificuldade na contratação de pessoal qualificado. “Podemos dizer que há uma concorrência desleal entre os grandes centros e as cidades do interior. Mesmo com todos os investimentos que estão sendo realizados nas estruturas físicas e com a aquisição de equipamentos de ponta nos hospitais em Guarapuava, sendo os melhores disponíveis no mercado, os profissionais ainda preferem a capital. Esse fato é sentido diariamente e enquanto não houver uma significativa melhora nos repasses do SUS, onde a concorrência é direta com os hospitais particulares nas capitais, que pagam bem os médicos e os demais profissionais da Saúde, não há como concorrer. Mesmo nós tendo toda a qualidade de equipamentos e a qualidade de vida que os médicos buscam, não há como concorrer nos pagamentos efetuados a eles. Isso é histórico”, explica Traiano. Como exemplo, Vinicius Traiano cita o Município de Guarapuava, onde num universo de quase 170 mil habitantes, cerca de 80% depende do SUS. “Se nós levarmos em consideração que um dos principais planos de saúde do País cobre apenas 8% da população de Guarapuava, dá pra se ter uma noção do que faz com ocorra a falta de profissionais. Nenhum médico ou outro profissional do setor da Saúde se sujeita a depender somente dos pagamentos do SUS”, acrescenta. Além disso, o chefe da 5ª Regional destaca que os hospitais particulares têm maior facilidade nos pagamentos de plantões. “É uma série de fatores que complementa o salário dos profissionais. E não é só médico que busca essa melhor remuneração. Há mercado para outros profissionais, que também encontram nos grandes centros uma melhor possibilidade salarial”, afirma.
Médio e longo prazos Na avaliação de Vinicius Traiano, apesar do processo de evolução constante, os bons resultados das ações que estão sendo implementadas na atração de novos profissionais e no gerenciamento dos hospitais devem ser sentidom a médio e longo prazos. “Não há perspectivas imediatas de melhorias. Esse é um trabalho intenso e incessante. As ações já estão sendo implementadas e é uma verdadeira corrida contra o tempo, mas os maiores resultados serão sentidos somente a médio e longo prazos”, conclui Traiano.
Vinicius Traiano: “Concorrência desleal dos grandes centros.”
Desafio da Saúde é o gerenciamento hospitalar Uma das alternativas apresentadas por Vinicius para amenizar a situação de falta de profissionais está no gerenciamento hospitalar. “O grande desafio dos próximos anos para o setor da Saúde é o gerenciamento hospitalar. Os administradores hospitalares têm que ter consciência e noções de que não há milagres para a Saúde. Os recursos são escassos e a fórmula é distribuir e gerenciar de forma que o trabalho não seja comprometido com a falta de recursos. Isso tem evoluído muito nos últimos anos, mas ainda precisa melhorar”, destaca o chefe da Regional. Como alternativa para a capacitação dos gerenciadores, o governo do Estado está criando um curso de gerenciamento hospitalar. “É um evento realizado em parceria com a FEMIPA, a Universidade Católica do Paraná e a Secretaria de Estado da Saúde. A meta do governo do Estado é aplicar uma gestão diferenciada na administração pública. O correto gerenciamento vai desde manter a equipe de profissionais motivada até a correta utilização de recursos, sem investir mais do que tem. O atendimento na Saúde vai evoluir com a mudança de ações, pois todos os setores estão interligados. Por exemplo, num postinho de saúde num bairro onde o atendimento à saúde primária não é eficiente, vai acabar levando esse paciente para o hospital, sendo que se o trabalho fosse bem executado no postinho, isso não seria necessário. A saúde é um setor que não espera, pois o ser humano sempre tem urgência no atendimento e no tratamento. Se ele não for bem atendido, vai buscar outras possibilidades”, acrescenta.
Produtos para Saúde! Parabéns, Guarapuava pelos 192 anos! Rua Presidente Getulio Vargas, 1955 - centro - Fone: (42) 3622-1080
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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O centenário São Vicente se revigora com choque de gestão A saúde de Guarapuava e da região passa pelo Hospital São Vicente. Entidade filantrópica às vésperas de completar 100 anos de serviços prestados, o São Vicente passa por transformação. “Estamos melhorando a gestão, revendo procedimentos, estabelecendo regras claras e tendo um funcionamento em absoluta harmonia com o corpo médico, técnico e administrativo”, diz o provedor Antonio Cesar Ribas Pacheco. Com 400 colaboradores e 100 médicos o hospital, nesse novo conceito em que se mescla a história e a modernidade, por conta de ser um hospital generalista tem que atuar de maneira integrada em três eixos centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Pronto Socorro. “Nossa maior demanda está nesses três setores durante 24 horas por dia”, diz Pacheco. Para fazer frente às necessidades de Guarapuava e da região nesse setor o centro cirúrgico já está reformado e modernizado, a recepção e o Pronto Socorro passam por reestruturação e em janeiro de 2012 a UTI será modernizada. Mas por detrás de tudo isso o maior desafio está sendo enfrentado. Para que as ações de proteção à Saúde sejam eficientes são necessários planejamento e boa gestão. “Recursos não faltam, mas precisam ser bem aplicados”, defende o provedor. Para ele, os recursos recebidos por meio de emendas parlamentares são importantes (de autoria do deputado federal licenciado Cezar Silvestri e agora em nível estadual dos deputados Cesar Filho). Mas também são importantes as doações feitas pela sociedade. Essas doações mantém a rotina do Hospital e permitem as reformas da estrutura física, a manutenção da cozinha com alimentação adequada e de qualidade, e atende as substituições e reformas do enxoval dos leitos. Para entender melhor a estrutura do São Vicente é preciso ter um olhar
Provedor Antonio Cesar Ribas Pacheco: “Recursos não faltam, mas precisam ser bem aplicados.”
diferenciado. Afinal, dentro do hospital há um complexo composto por várias empresas que funcionam de modo integrado. É o restaurante, a farmácia (dispensação de medicamentos), a hotelaria (leitos e roupas), o pronto socorro (urgência e emergência). “Cada um tem padrões e necessidades específicas que para funcionar é preciso ter organização e informação de forma integrada”, observa Pacheco. Com um atendimento regionalizado, o São Vicente se pauta também em pontos fundamentais para melhor atender o público. “Só vamos conseguir um atendimento diferenciado através da modernização dos equipamentos, expansão da área física, gestão e capacitação. É preciso dar condições de trabalho para que as pessoas tenham condições de melhorar a qualidade dos serviços prestados. Esse é nosso desafio”, diz. Trabalhando para oferecer um atendimento humanizado e eficiente, a Provedoria acredita que um trabalho integrado, comprometido e de qualidade possibilita que o São Vicente ofereça serviços e profissionais que garantam ao paciente a assistência, o diagnóstico e tratamento também especializado.
24 Hospital São Vicente
Homenagear Guarapuava é lembrar do Hospital São Vicente Viviane Siqueira Ribas, vice-provedora
O Hospital São Vicente de Paulo tem uma historia secular, que se confunde com a própria historia de Guarapuava. Por isso, celebrar o aniversário da nossa cidade é também uma oportunidade de homenagear essa instituição, que nos foi legada por sucessivas gerações de abnegados e segue servindo com dedicação e competência não apenas ao povo de Guarapuava, mas a toda uma região onde vivem mas de 500 mil habitantes. Às vésperas de completar 99 anos, o Hospital São Vicente de Paulo passa pela maior reestruturação desde a sua fundação. Fazer parte dessa historia é um privilégio, a exemplo de muitos outros provedores que, voluntariamente, doaram seu tempo e trabalho ao hospital. Essa dedicação permitiu que o São Vicente chegasse até aqui com toda essa vitalidade. Além do constante investimento em novos equipamentos e melhor estrutura, o Hospital São Vicente oferece a todos, indistintamente, acesso a vários serviços médicos de alta qualidade, imprimindo no seu dia a dia um conceito de alto profissionalismo aliado à
visão essencialmente humanista do doente e de seus familiares. Sediado na área central de Guarapuava, ele agrega no seu entorno clínicas, laboratórios, consultórios, centro de imagens e outras unidades de saúde. Guarapuava nunca esteve tão bem assistida nesta área, ficamos felizes quando percebemos que o São Vicente tem sido a escolha de profissionais que apostam em suas carreiras, que tem visão empreendedora e que contribuem com o seu trabalho para o desenvolvimento de nossa cidade, contando com a estrutura do hospital para dar suporte no atendimento de seus pacientes. Tudo isso mostra que é possível um hospital filantrópico, que atende em sua maioria pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), ser referência em tecnologia e atendimento de ponta.xemplos de muitos outros provedores, que voluntariamente doaram seu tempo e trabalho ao hospital. Essa dedicação permitiu que o HSVP chegasse até aqui. Hoje podemos afirmar que a importância Social do
Referência regional O São Vicente vem sendo preparado para se tornar a maior referencia em saúde da região, e para isso temos buscado o envolvimento de todos. Trabalhar em sintonia com profissionais dedicados e comprometidos com a nossa instituição tem permitido que as ações propostas pela provedoria alcancem seus objetivos. O São Vicente vai chegar aos 100 anos com o fôlego renovado para enfrentar quaisquer novos desafios. Estamos confiantes de estar no caminho certo, porque temos certeza que os investimentos no aprimoramento e na assistência em saúde que estamos realizando consolidará definitivamente o nosso hospital filantrópico como referência em serviços de saúde em todo o Paraná. Quero ressaltar que muito desses resultados se devem também ao excelente relacionamento da Provedoria e do corpo clínico com nossos representantes políticos, numa demonstração de que onde há boa vontade e espírito público as transformações acontecem. A propósito, permito-me um registro e um agradecimento especial: a presença amiga do deputado Cesar Silvestri Filho junto à nossa Provedoria faz toda a diferença. Encontramos nele o respaldo necessário para enfrentar as dificuldades e, por meio de sua incansável atuação política, conseguir os recursos que estão possibilitando aumentar e melhorar a nossa capacidade de atendimento. Juntos, compartilhamos o sonho de fazer do São Vicente o hospital centenário mais moderno do Paraná. Por tudo isso, entendo que homenagear Guarapuava pelos seus 192 anos, significa também homenagear uma de suas instituições mais queridas, o Hospital São Vicente. Afinal, ambas tem histórias que se confundem e se somam, para orgulho de todos os guarapuavanos.
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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SANTA TEREZA
Atendimento a quem precisar A história do Hospital Santa Tereza, um dos mais tradicionais de Guarapuava, é marca registrada na história da saúde de Guarapuava. Fundado em 1962 pelo médico Frederico Guilherme Keche Virmond, com uma estrutura que então possuía 80 leitos, a demanda de atendimento o mantinha sempre com lotação máxima. Nesse período, Frederico Guilherme, era o único médico que atendia no hospital, contando posteriormente com o Dr. Emiliano de Jesus Medeiros. De acordo com o médico Frederico Eduardo W. Virmond, filho do fundador do Hospital, o Santa Tereza possuía uma média de 30 funcionários divididos nos setores de assistência ao paciente, recepção, limpeza, lavanderia e esterilização. Para atender a demanda e acompanhar o crescimento de Guarapuava, em meados da década de 1.980 a diretoria iniciou a construção do novo prédio. Nessa época existiam seis hospitais na cidade, o mais antigo era o Hospital São Vicente, que contou com a ajuda do avô do médico Frederico Guilherme em sua construção. Além dele havia o São João, São Judas, Pronto Socorro – em frente à Lagoa das Lágrimas, e o Hospital Estrela de Belém. De acordo com Frederico Eduardo, o que o destacava o Santa Tereza dos demais hospitais era a existência de alguns equipamentos utilizados como referência para a região, como tomógrafo e aparelhos para atendimento de otorrinolaringologia e oftalmologia. “Como era comum na época que freiras coordenassem o serviço dos hospitais, o Santa Tereza também vivenciou esse momento”, diz o médico. Dos seis hospitais que Guarapuava possuía, entretanto, atualmente existem somente dois, um deles é o Hospital Santa Tereza. Atualmente o hospital possui 253 leitos e um quadro de 391 funcionários, 102 médicos. Atende a população de aproximadamente 406.912 mil habitantes (segundo IBGE no ano de 2010). Esse número inclui os 20 municípios pertencentes a 5ª Regional de Saúde. Dentre esses municípios, o hospital é o único que disponibiliza leitos em UTI neonatal e pediátrica cadastrados pelo SUS no Ministério da Saúde através do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESNet – Secretaria de Atenção à Saúde – DATASUS).
A transformação Desde o inicio de sua fundação o Hospital Santa Tereza foi constituído como pessoa jurídica privada, com encargos e tributos iguais a uma empresa de linha de produção. A partir de 1º de novembro de 2011, porém, o Hospital Santa Tereza foi sucedido pela Associação de Saúde Frederico Guilherme W. Virmond. “Essa alteração de pessoa jurídica é para dar continuidade à prestação de serviços do hospital e também para se tornar hospital filantrópico”, explica o médico Frederico Eduardo, presidente da entidade. De acordo com o presidente, o principal objetivo da administração atual é investir em equipamentos, reformas da estrutura física, no credenciamento de procedimentos de alta complexidade para ampliar a resolutividade no atendimento. “Apesar da imensa crise que assolou e encerrou as atividades de inúmeros hospitais do país, o hospital Santa Tereza jamais deixou de prestar atendimento à população, pois desde seu início foi determinado pelo seu fundador Frederico Guilherme K. Virmond: prestar atendimento a quem necessitar”.
São 192 anos que nossa cidade comemora.
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Que 9 de dezembro seja tão importante quanto os demais que virão. Prosseguimos acreditando em uma cidade próspera e saudável de se viver. Parabéns Guarapuava!
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
É preciso evoluir sem esquecer a história Em seus 192 anos de existência, a pequena aldeia formada no local escolhido pelo Padre Chagas, transforma-se em uma cidade polo da região e ainda é o município mais populoso da região centro-sul do Paraná e o nono mais populoso do estado, com 167 463 habitantes, segundo o censo 2010.. É um polo regional de desenvolvimento com forte influência sobre os municípios vizinhos. A cidade faz parte também de um entroncamento rodo-ferroviário de importância nacional, o Mercosul. Mas não se pode citar o presente sem olhar para o passado. Para a pesquisadora professora Márcia Tembil, que atua na linha da História e Cidades, Guarapuava começa a tomar ares de cidade no início do século 20 durante o ciclo do tropeirismo que trouxe capital e provocou a modernização da freguesia. Uma nova fase, porém, começou a ser vivenciada na década de 40 com a chegada das madeireiras. Segundo a pesquisadora, nessa época houve um incremento populacional, onde as pessoas enriquecerem e constituíram uma nova elite. “Com a vinda das madeireiras começou a urbanização de Guarapuava com a criação de supermercados, outros pontos de comércio e a mecanização agrícola”, diz. De acordo com Márcia Tembil, a última transformação aconteceu após a década de 90 com a criação da Universidade e das Faculdades, fazendo crescer principalmente o setor imobiliário, e consequentemente, a economia. O professor Ariel José Pires, doutor em História e Movimentos Sociais, recorre a fatos mais antigos para justificar as características atuais de Guarapuava. Ele considera que a cultura conservadora teve início ainda no Governo Imperial com o expansionismo do Império e a ocupação de terras como forma de assegurá-las. “Foi uma imposição do Governo Imperial distribuir terras aos amigos do rei que não se preocupavam com a questão do desenvolvimento, mas sim com a política de manutenção das terras em relação aos espanhóis mostrando ser uma cidade conservadora”, comenta Pires.
Nesses 192 anos de Guarapuava, o presente que deixamos são os projetos que se tornaram realidade, os sonhos que conseguimos conquistar. Parabéns, Guarapuava! BR 277, KM 344,5 Sala 06 (anexo ao Posto Guarapuavão) (42) 3629-1111 (42) 3624-9511
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Foto: Hélio Luiz de Almeida Oliveira
A professora Liliane da Costa Freitag, doutora em História e Cultura Política, lembra que esse conservadorismo trouxe consigo a exclusão social e o seu silenciamento, além da xenofobia, homofobia e negação da igualdade dos gêneros. “Não se tem percebido um desenvolvimento sustentável e educação de políticas públicas vinculadas aos direitos sociais, direitos humanos e inclusão social”, observa. Porém, é um consenso entre os entrevistados que durante toda a história, Guarapuava seguiu seu ritmo de desenvolvimento. “Ao seu próprio tempo Guarapuava foi construindo seu avanço, aquilo que sua elite ou os políticos da cidade entendiam como progresso ou modernização”, diz Tembil. Pires observa que a cidade pode não ter tido um avanço significativo econômico e social. Entretanto, se destaca no desenvolvimento do conhecimento com a instalação de Faculdades e a ampliação dos cursos da Universidade. “Não é possível olhar para o futuro sem lembrar do passado. São marcas na sua constituição. Mas a história continua sendo escrita pelo seu presente e as coisas caminham a bom termo”, entende o pesquisador.
Nós queremos compartilhar da felicidade do povo guarapuavano, comemorando os 192 anos de nossa cidade. Queremos levantar um brinde ao trabalho, à prosperidade, à saúde e à união de nosso povo. Parabéns, Guarapuava!
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Viver em Guarapuava não é só trabalhar de sol a sol. É participar dos sonhos e acreditar que a cada ano podemos reforçar os nossos desejos de Feliz Aniversário. Parabéns, Guarapuava!
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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Em cada página um pouco de história
Busto do Coronel Luis Daniel Cleve, na praça que leva seu nome na área central de Guarapuava.
Desenvolver a cidade, avançar, crescer. Nada disso será possível se esquecermos de olhar atrás e buscar no passado, na memória dos fatos históricos, a explicação para o presente e o rumo para o futuro. É essa máxima que conduz o tempo livre do desembargador Jeorling Cordeiro Clève. Desde que se aposentou em 2002 ele faz das letras um rosário de histórias que vai tecendo a partir de pesquisas, de amor à terra que acolheu o seu antepassado, Luiz Daniel Clève. Nesses 192 anos de emancipação política e 200 anos da chegada da Real Expedição aos campos guarapuavanos o desembargador jamais poderá ser esquecido. Membro da Academia de Letras do Paraná, o imortal que ocupa a cadeira 23 que pertenceu ao ex-presidente da APL, Túlio Vargas, dá a sua contribuição à literatura ainda antes de se aposentar, quando escreveu o livro “O Poder Judiciário e a Emancipação Política do Paraná – Memória Histórica”. Foi uma homenagem ao sesquicentário do Paraná. “É preciso ocupar a mente e o tempo”, costuma dizer. É no universo da literatura que Jeorling Cordeiro Clève traduz na prática o que prega na teoria. E foi a trajetória do seu bisavô paterno, o imigrante dinamarquês Luiz Daniel Cleve, que lhe despertou o interesse em se dedicar ao registro em livros. Em 2005, o desembargador escreve “Luiz Daniel Clève – Memória Histórica”, obra lançada pela Juruá Editora e reeditada com o apoio das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), Faculdade Campo Real (Unicampo), de Guarapuava, e Faculdade do Centro do Paraná (UPC), de Pitanga. Novas pesquisas e um novo livro. A obra “Povoamento de Guarapuava – Cronologia Histórica” traz nas páginas a história da terra onde nasceu. O livro mereceu uma segunda edição em 2009 com prefácio do historiador Túlio Vargas. Nessa edição o escritor enriquece ainda mais a obra ao adicionar a origem do nome Guara (lobo) Puava (bravo), numa referência ao lobo guara, espécie que habitava o local quando do seu descobrimento e colonização. O desembargador sempre foi atraído por obras, pensamentos e frases célebres, muitas das quais anotadas durante boa parte da sua vida, uma paixão herdada do seu pai Aloísio Guimarães Clève. É esse compilado que ocupa as páginas de “Pensamentos de Todos os Tempos – Lições de Sabedoria”. Nessa obra, o escritor optou por uma divisão temática. O livro já está no volume três. Sempre ligado às raízes do Município, a história de Antonio de Sá Camargo, o Visconde de Guarapuava, foi tema de palestra proferida pelo desembargador na Academia de Letras do Paraná, a convite de Túlio Vargas. O teor compôs novo livro que foi publicado em 2007. Uma antologia de frases, pensamentos e textos de diversos pensadores será lançada em breve. Nela o escritor prestigia Ulisses Guimarães e Clèmerson Merlin Clève sobre a Constituição Cidadã. O município de Pitanga, desmembrado de Guarapuava, e onde o desembargador iniciou a sua carreira na magistratura não escapou à pena do escritor.
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
Núcleo Regional de Educação de Guarapuava O Núcleo Regional de Educação de Guarapuava – NRE responde à necessidade de acompanhamento e orientação às escolas da região, numa concepção de educação transformadora, enfatizando o caráter público e o papel do Estado, para a construção de uma proposta educacional regida por ações que assegurem a qualidade do trabalho escolar como condição necessária ao exercício da cidadania, com suas finalidades culturais, políticas, humanas, profissionais e de formação.
José Valdir Kukelcik, atual chefe do Núcleo Regional de Educação é professor há mais de 22 anos, Formado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, tem Pós Graduação em Interdisciplinariedade em Educação na IBEPEX; licenciado do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional); foi diretor do Colégio Estadual Manoel Ribas por 5 anos e diretor do Colégio Estadual Ana Vanda Basssara por mais 5 anos; foi também Diretor de Esportes e Recreação do Município de Guarapuava por 6 anos. Para o Prof. Valdir, a Educação é a expressão mais completa daqueles que desejam ensinar e preparar para o desempenho consciente da cidadania, trabalhada de forma a criar entre professores e alunos, bem como a escola e com a comunidade, relações de interesses comuns, crescimento e bem estar de todos. O NRE tem sob sua jurisdição 8 municípios, sendo eles: Candói, Campina do Simão, Foz do Jordão, Goioxim, Guarapuava, Pinhão, Reserva do Iguaçu e Turvo, totalizando 64 instituições de ensino, sem contar com atendimentos também à rede particular. Atualmente tem 2.527 professores e 602 funcionários, dentre concursados e temporários.
São 33.092 alunos atendidos em toda jurisdição do NRE, somente no município de Guarapuava são 20.228 alunos. Os recursos liberados para as escolas pelo Governo do Estado, através do Fundo Rotativo, em 2011, somaram R$ 1.930.535,38, para uso com merenda, serviços e consumo e as verbas para obras e reparos foram R$ 7.909.653,83. O Núcleo de Educação conta com 85 funcionários, distribuidos em diversos setores com funções administrativas e pedagógicas e prestam atendimento a diretores, professores, pedagogos, funcionários e comunidade de modo geral. O NRE oferece: CURSOS PROFISSIONALIZANTES, que oferece formação Profissional Técnica em nível médio, Integrada e Subsequente e cursos de qualificação profissional. PARANÁ ALFABETIZADO E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, que envolve os alunos fora da faixa etária escolar GESTÃO ESCOLAR que apóia à Organização do Trabalho Pedagógico das Escolas. PROGRAMAS DE CONTRATURNO que visam uma escola integrada e integradora, promovendo a ampliação de tempo, espaços e oportunidades educativas contribuindo, dessa forma, para a diminuição das desigualdades sociais. EDUCAÇÃO ESPECIAL responsável pela inclusão das pessoas com deficiência. DIVERSIDADE cuida da formação e atendimento aos profissionais da escola referente à educação do campo e educação escolar indígenas, às relações etnicorraciais e gênero e diversidade sexual. EVENTOS CULTURAIS são amostras artísticas das escolas, envolvendo alunos e comunidade em geral. USINA DE CONHECIMENTO – PARQUE DO LAGO conta com 350 alunos em contraturno, fortalecendo o aprendizado do educando. Os profissionais que atuam tanto na escola pública como no NRE de Guarapuava, trabalham no sentido de proporcionar à comunidade melhores condições de aprendizado e também vislumbrar possibilidades de que as oportunidades do conhecimento sejam alcançadas por todos.
O Núcleo Regional de Educação, deseja um FELIZ ANIVERSÁRIO a Guarapuava, que continue sendo acolhedora e progressista. “ Parabéns a toda população da cidade coração, parabéns a todos os profissionais da Educação ”.
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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POLO EDUCACIONAL
Aldo Bona: “Como polo gerador de conhecimento, será um acelerador do desenvolvimento” Na avaliação do vice-reitor e reitor eleito da Unicentro, Aldo Nelson Bona, Guarapuava está no caminho certo para se transformar, em médio prazo, num grande polo educacional, que seja referência para o Estado. “Guarapuava está caminhando para ser um polo de referência. Uma cidade universitária. Um polo educacional importante. Primeiro, pela consolidação da Unicentro. Segundo, pela efetivação das três universidades particulares e, agora, com a consolidação da UTFPR”, enfatiza Aldo. Aldo Bona se mostra otimista com relação aos próximos anos no setor educacional de Guarapuava. “Depende do ritmo de crescimento das instituições particulares e da UTFPR, e da retomada do crescimento vertical da Unicentro, mas acredito que até 2015 essa referência educacional esteja já bastante solidificada. É uma projeção de médio prazo”, enfatiza. Na avaliação de Aldo, o desenvolvimento de Guarapuava está diretamente ligado ao desenvolvimento do setor educacional. “Guarapuava, se constituindo como um polo educacional, mas acima de tudo se constituindo como uma cidade universitária, terá alterações significativas no seu modo de ser. A educação superior sendo um fenômeno recente, um fenômeno novo já vem trazendo significativa ajuda no processo de transformação da cidade, mas isso será acelerado quando o polo educacional se constituir. O fato de ser um polo gerador de conhecimento será um acelerador do desenvolvimento de Guarapuava e da região”, conclui Aldo Bona.
Em 20 anos, ensino superior foi decisivo para crescimento É incontestável o crescimento populacional que Guarapuava tem experimentado nos últimos 20 anos. Um dos fatos que fundamentam esse crescimento é o crescimento e fortalecimento do ensino superior no município. “O ensino superior teve papel fundamental no desenvolvimento de Guarapuava. É só ver o que era Guarapuava há 20 anos e o que é hoje”, defende o diretor da Faculdades Guarapuava, Carlos Alberto Gomes. Conforme o diretor, as atuações das instituições de ensino superior se complementam. “A nossa instituição tem contribuído para formar profissionais nas áreas onde a pública não tem. O ensino superior deu um grande salto quantitativo e também qualitativo em Guarapuava de 97 para cá”, exemplifica Carlos Alberto. Conforme o diretor, as instituições de ensino superior representam uma alternativa para a promoção do desenvolvimento. “Quanto melhor for o nível educacional do município, maior será a promoção do desenvolvimento que irá acontecer. Outros setores que vale destacar são a pesquisa e a extensão, que abrem a oportunidade de integração entre empresas e universidades”, diz. Carlos Alberto enfatiza ainda que as instituições de ensino superior continuam com seus planos de expansão. “É unânime o sentimento de necessidades de crescimento constante. As instituições se completam e há mercado para todas. O caminho agora é apostar na expansão, com o oferecimento de novos cursos, em novas áreas, nos próximos anos”, conclui o diretor da
Alunos de outros municípios movimentam economia local A Faculdade Campo Real, nos últimos dois anos, implementou um grande projeto de mudanças. Além de melhorias em estrutura física, a Faculdade tem focado suas ações na capacitação pessoal dos profissionais que atuam na instituição. De acordo com o diretor geral da faculdade, Edson Aires da Silva, a história da Campo Real está dividida em duas fases, uma anterior e a atual, constituída em um formato diferenciado, com uma visão mais preocupada com o acadêmico e com o pedagógico. “Isso atraiu mais alunos e, consequentemente, com a vinda de mais alunos também provoca uma maior movimentação econômica e social na cidade”, explica o diretor. Conforme Edson, a atuação e o desenvolvimento da Campo Real, somada às outras instituições, são benéficas para o desenvolvimento do município. “Isso é importante porque favorece e aguça uma melhoria na qualidade de vida de Guarapuava e da região na questão de qualificação de novos profissionais que ingressam no mercado de trabalho”, enfatiza. O diretor da Campo Real informou ainda que esses investimentos em infraestrutura já visam novos cursos. “Já foi encaminhado o processo para implantação de Medicina Veterinária e outros, que estão em fase de elaboração. O objetivo é utilizar o horário da manhã. Hoje também estamos focados em capacitação de professores e funcionários. O futuro é de muito otimismo e a evolução da instituição que ocorreu nos últimos dois anos continuará”, conclui o diretor.
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
O fator humano faz a diferença Há 7 anos em atividade em Guarapuava, a Faculdade Guairacá já colhe bons frutos do projeto criado para oferecer ensino superior diferenciado. Nesse curto período, a instituição já figura entre as melhores do País e credita o sucesso que está conquistando ao fator humano, tanto de acadêmicos quanto dos profissionais que a compõem. Para o diretor da Faculdade Guairacá, Juarez Matias Soares, o diferencial da instituição é estar inserida com as necessidades da comunidade. “Temos a preocupação principal de manter uma direção socialmente destacável. Até podemos ser seguidos no nosso projeto, mas temos certeza que o desenvolvimento da instituição está ligado à qualidade dos acadêmicos e, principalmente, da equipe de profissionais da Faculdade”, enfatiza o diretor. Entre as melhores Com base nos dados do Ministério da Educação, especificamente com a nota do ENADE (índice que avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação), Cláudio de Moura Castro, um dos mais respeitados especialistas em educação do Brasil, liderou a preparação de um ranking publicado no site da revista Exame (http://exame.abril.com.br/) indicando as 100 melhores instituições de ensino superior do Brasil. Nesse ranking, a Faculdade Guairacá ficou em 41° em âmbito
UTFPR: a caçula com ares de gigante A efetivação de um campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Guarapuava ainda é recente. As aulas iniciaram no dia 28 de fevereiro de 2011 para as duas primeiras turmas: Engenharia Mecânica e Sistemas para Internet. Porém, o projeto já nasce gigantesco no que poderá representar para o desenvolvimento tecnológico da região. De acordo com o diretor geral do Campus Guarapuava da UTFPR, João Paulo Aires, a efetivação da instituição em Guarapuava foi uma estratégia geográfica. “A região de Guarapuava engloba mais de 300 mil habitantes e havia uma lacuna no setor tecnológico. A UTFPR vem somar esforços com as outras instituições de ensino, com o objetivo de formar profissionais nas áreas tecnológicas”, explica o diretor. Na avaliação de João Aires, Guarapuava tem potencial para absorver os profissionais formados pela UTFPR. “Além disso, podemos crescer ainda mais. Hoje, o mercado, as indústrias procuram profissionais qualificados. A possibilidade de existir uma instituição tecnológica que forme esses profissionais no município, também é um atrativo a mais para que novos investimentos industriais ocorram”, enfatiza. “Vale destacar que a UTFPR no Paraná ainda é nova também, pois tem apenas seis anos de história. Podemos ter certeza que em 10 anos a UTFPR vai mudar a visão da cidade sobre desenvolvimento tecnológico”, afirma João Aires. A UTFPR, nos dois cursos que oferece, atende 140 acadêmicos. A estrutura funcional é composta por 20 profissionais, entre técnicos e professores. A perspectiva é que até 2013 a UTFPR tenha 400 acadêmicos e 49 profissionais trabalhando na instituição. Também para 2013, a instituição estuda a implantação dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia em Controle e Automação.
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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SINDICALISMO
Valorização salarial contribui para o desenvolvimento da cidade Clair: “Combate à precarização e à terceirização, e desconstrução de direitos.”
Para que um Município busque o desenvolvimento com equidade, justiça social, é necessário que estabeleça relações justas de trabalho com seus servidores. Em Guarapuava o movimento sindical busca atingir esse objetivo. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos e Professores Municipais (SISPPMUG), Clair Simões Rodrigues, a entidade entende que uma cidade só é viável do ponto de vista dos seus serviços essenciais quando a Administração Pública trata com respeito e dignidade os trabalhadores e trabalhadoras que diuturnamente fazem com que esta funcione. “Servidor e servidora com salário digno, condições adequadas de trabalho e segurança social desempenham melhor suas funções e gastam seus salários em sua própria cidade fazendo também com que a economia do município seja movimentada”, observa.
Essa opinião é compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Guarapuava, Eloi Myszka. “É importante que luta em busca do bem-estar comum de todas as categorias continue, pois Guarapuava só vai conseguir se desenvolver quando o trabalhador for bem remunerado”, diz. A luta sindical, porém, esbarra também num problema cultural. “Guarapuava é uma cidade que possui empresas tradicionais e ainda sofre em relação a baixos salários. “Nesse sentido as categorias que possuem sindicatos buscam a melhoria das condições de trabalho e de salários, mas ainda sentimos dificuldades”, diz Miszka. De acordo com Clair Simões Rodrigues, no contexto atual, as propostas do SISPPMUG se articulam com a noção de Trabalho Decente da OIT, reforçando os objetivos que o sustentam, ou seja: liberdade de organização sindical; trabalho seguro e de qualidade; melhoria salarial, proteção da saúde e segurança dos trabalhadores, igualdade de oportunidades, proteção e diálogo social. “Concretizar estes objetivos é o nosso desafio, posto que o desrespeito aos direitos, a imposição de situações de risco à saúde dos trabalhadores, políticas de gestão discriminatórias e ausência de democracia nos locais de trabalho ainda são realidades vividas cotidianamente por trabalhadores e trabalhadoras do setor público rural e urbano”, diz a sindicalista. Para reverter esta situação, o SISPPMUG entende que é importante fortalecer o papel regulador do Conselho do Trabalho, a representação sindical e a negociação coletiva, de forma a garantir o combate à precarização, à terceirização e a todas as estratégias de desconstrução dos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora.
Miszka: “Empresas tradicionais e baixos salários.”
Há 192 anos um povo guerreiro trabalhando para construir uma cidade.
Parabéns Guarapuava! SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE GUARAPUAVA E REGIÃO - CUT
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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Será que é disso que eu preciso? Por Cristiano Martinez (*) Nesta edição especial da Rede Sul de Notícias, fui convidado para falar de um assunto que sempre me interessou; seja à época em que era professor, seja agora atuando naquilo que o pessoal costuma chamar de “jornalismo cultural”. Estou falando de cultura, com “c” minúsculo mesmo, sem muita pompa ou circunstância. Morando há dois anos em Guarapuava, posso ainda ser considerado um “forasteiro” nestas terras. Afinal, não tenho o mesmo jeito de falar do guarapuavano; não apresento um sobrenome cheio de consoantes; e tampouco compartilho do tradicional chimarrão. A princípio, não seria a pessoa mais adequada para falar sobre a tal cultura da cidade. Mesmo assim, atrevo-me a dar alguns palpites nessa história toda. Um olhar de “lugar nenhum” talvez esclareça alguma coisa. Ou não. Bom, antes de mais nada, gostaria de me afastar daquele velho discurso de que a cidade não tem cultura, de que o poder público não valoriza a produção artística, de que o artista é um incompreendido. Enfim, todo aquele blablablá de que estamos cansados de ouvir. FOTO DE KALLYANDRA A. M. XAVIER
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A equipe Cred Facil parabeniza Guarapuava e toda a população por mais um ano de conquistas e realizações.
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Essa imagem do “chorão” não cabe mais e tampouco se justifica; em qualquer cidade. Enquanto os produtores acharem que a expressão cultural está vinculada a questões de “alta cultura” e à necessidade de espaços “nobres”, a situação vai permanecer na mesma. Quero dizer com isso que a cultura não pode mais ser vista como uma manifestação circunscrita ao espaço “erudito”: teatro, cinema, literatura etc. Muita gente pode torcer o nariz, mas há muito tempo (e bota tempo nisso) a produção passou a ser regulada pela indústria cultural. E isso a tornou massificada. Por um lado, trouxe simplificações e alienações (como gostam de dizer os seguidores da Escola de Frankfurt); por outro, provocou mudanças significativas nos modos de produção. Tanto é verdade que, hoje, posso falar na ideia de transações entre cultura erudita e cultura de massa. Ou seja, um produto pode trafegar entre várias esferas, rompendo com antigas tradições. Nesse contexto, cultura pode ser tudo ou nada: de shows dos mais variados estilos (funk, sertanejo, gauchesco etc.) a intervenções artísticas. Por exemplo, na periferia de São Paulo existem bares que promovem saraus poéticos. Diante disso, fica a pergunta que não quer calar: por que Guarapuava precisa de um espaço nobre para apresentações culturais? Numa outra oportunidade, vou tocar em outra ferida: a questão do público. Você não perde por esperar. (*) Cristiano Martinez é acadêmico do segundo ano de Jornalismo da Unicentro
Parabéns Guarapuava!
Foto inscrita no Concurso de Fotografias da RSN: 192 Anos de Guarapuava
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
GUARAPUAVA: UMA CIDADE HOSPITALEIRA
Foi com um toque de imigrante ... Caminhar pelas ruas de Guarapuava, seja no centro, nos bairros ou em localidades do interior é perceber a multiplicidade étnica que compõe o seu universo. Imigrantes, filhos de outras terras, por um motivo ou outro, aqui aportaram, fincaram raízes, constituíram famílias, trabalham e contribuem para o desenvolvimento do município. Com cerca de 170 mil habitantes, Guarapuava continua sendo o maior município da Região Central do Paraná. Pode-se dizer que é cosmopolita, vibrante, e também caótica. Para muitos, a cidade oprime, para outros, impressiona, se torna intraduzível.
“Desde que cheguei aqui há 24 a n o s o m e u crescimento tem sido progressivo. São muitos bons momentos, bons contatos e isso me proporcionou uma adaptação rápida, apesar da diferença cultural. Sair do Chile foi muito forte para mim, mas aqui encontrei muitas semelhanças, como o frio, as paisagens, as pessoas, as várias culturas. Viajei muito, tive oportunidade de escolher outro lugar, mas decidi ficar em Guarapuava, onde tive meus dois filhos, Fernando Esteban (23 anos) e Luis Alberto (16 anos). Fui a primeira imigrante a me naturalizar brasileira quando a Polícia Federal foi implantada na cidade. Fiz isso para poder assumir cargos de concursos públicos em que passei. Essa decisão também foi muito forte para mim. Por tudo isso, amo esta cidade que me acolheu com carinho e apreço. Amo os lugares, as pessoas, amo tudo o que tenho e tenho tudo o que amo”. Luz Mejias Montero – chilena
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Obrigado Guarapuava por ter gerado tanta gente boa nesses seus 192 anos de história. Sentimos orgulho de fazer parte dessa família. Parabéns !
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
“Vim de Assunção para Guarapuava em 1990. Antes disso tinha participado de um encontro religioso em Cascavel, onde conheci uma pessoa que morava aqui. Casamos mas nosso relacionamento não deu certo. Depois da separação voltei para Assunção, mas vi que aquele não era mais o meu lugar e que sentia muita falta de Guarapuava. Voltei e como eu já trabalhava na área da saúde acabei me especializando em massoterapia. Aqui fiz grandes amigos, aqui vivo e tenho muito carinho pela cidade” - Oscar Duarte - paraguaio
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“Vim para Guarapuava, juntamente com minha esposa Rosa Mamcazs, preparado para uma vida simples e em busca de um trabalho para sobreviver. Em pouco tempo me firmei como professor, inicialmente, no Colégio Belém, depois como professor municipal e por fim como professor da Unicentro, onde continuo até hoje. Sou pai de duas filhas: Silmara (que é adotiva) e Leila que nasceu em 1990. Para retribuir o carinho que Guarapuava me deu, durante 14 anos eu e minha esposa fomos pais sociais de uma Casa Lar que abrigava crianças órfãs. Em Guarapuava encontrei o sabor da vida, estando em contato com as pessoas e vivendo de maneira simples”. Germán Calderón Calderón – colombiano.
Parabéns Guarapuava pelos 192 anos !!!
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36 CONCURSO DE FOTOGRAFIAS DA RSN:
O retrato de uma cidade movida a conquistas e desafios Uma cidade com belo pôr-do-sol, de ruas que sobem e descem, casarios antigos que convivem com o moderno, muitos tons conforme a estação, uma lagoa, um lago, histórias, estórias, tradição, multiplicidade étnica. Guarapuava é assim. Uma cidade acolhedora, bela em sua natureza, que convive entre conquistas e desafios. Esta foi a proposta lançada no I Concurso de Fotografia da Rede Sul de Notícias cuja intenção foi a de descobrir como as pessoas vêem a cidade onde moram. A vencedora entre as 60 inscritas ilustra a capa da Edição Especial alusiva aos 192 anos com o tema “Guarapuava – Conquistas e Desafios”. É de autoria de Wilson João da Silva que levou para casa um televisor LCD 32 Polegadas, patrocinado pela Mservice. “Sempre no final da tarde eu passava em frente à Catedral e via o reflexo da construção antiga refletido na nova. Então quis destacar o antigo refletido no moderno”, diz Wilson. Ele ganhou um televisor LCD 32 polegadas patrocinada pela MService. “Apoiar o concurso é uma forma de prestigiar todos os guarapuavanos e incentivar cada vez mais a realização de concursos culturais”, afirmou o proprietário da loja, Edilson Sierdovsk. A fotografia vencedora teve 40 % dos votos. O segundo lugar ficou com 23% e o autor foi que ganhou um HD Externo, patrocinado pela Loja Mil Coisas. “Sou um guarapuavano apaixonado pela cidade e por fotografia. Apoiar o concurso foi uma satisfação”, disse Aldo Luiz Padilha, da Mil Coisas. A fotografia de Marilu Salete T. da Silva teve 21% dos votos e levou um aparelho Mp4, também patrocinado pela Loja Mil Coisas. A quarta colocada, com 10%, é de Maria Helena P. Da Silva, enquanto a quinta classificada, Hélio Luiz de Almeida Oliveira (6% ). Ambos vão saborear rodízios na Carlucio Pizzaria.
Edilson Sierdovsk – Loja Mservice -, entrega o prêmio ao vencedor do concurso Wilson João da Silva
Aldo Luiz Padilha Loja Mil Coisas -, entrega o prêmio ao segundo colocado José
Henrique Gonçalves
Aldo Luiz Padilha Loja Mil Coisas -, entrega a premiação para a terceira colocada Marilu Salete T. da Silva
Aqui estamos mais uma vez, comemorando mais um aniversário da nossa cidade maravilhosa que com muito orgulho chega aos 192 anos.
Parabéns Guarapuava! Rua Comendador Norberto, 325 - Guarapuava PR Fone: (42) 3622-2538 - 3035-1297
37 192 ANOS DE GUARAPUAVA
Capa da Edição: Wilson João da Silva,
Marilu Salete T. Da Silva, terceiro lugar
Parabéns a todos os participantes, que lançaram um olhar diferenciado
José Henrique Gonçalves, segundo lugar.
Neste aniversário de nossa querida Guarapuava quero parabenizar a população de gente trabalhadora que faz esta cidade prosperar. Quero lembrar aqui das empregadas domésticas, trabalhadores do comércio, da construção civil e tantos outros que encontro pelas ruas de manhã, às vezes se dirigindo a pé ao seu local de trabalho. A mensagem de hoje vai para os trabalhadores e trabalhadoras das mais diversas atividades, àqueles que tiram o sustento às custas do suor do seu rosto e muitas vezes em condições precárias de trabalho como nossos catadores e catadoras de papel. Nossa cidade é mantida por vocês, gente honesta que
Parabéns, povo de Guarapuava. Um grande abraço, Antenor Gomes de Lima
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
ECONOMIA
Guarapuava é “B”. Quando vemos especialistas na área de Economia dando sua opinião, é muito comum mencionarem a sigla PIB, que significa Produto Interno Bruto. O PIB é um número que representa a soma das riquezas geradas por um país. O PIB também pode ser medido ao nível das cidades. Apesar de muita gente não saber, o PIB tem um impacto direto na nossa vida. Por exemplo, se o PIB mostra que a economia da nossa cidade está crescendo, sentimos os efeitos no comércio, oportunidades de emprego, salário, etc. De maneira simples, se o PIB sobe, significa que a
nossa cidade está mais rica, se o PIB cai, nossa cidade está mais pobre. Períodos de queda do PIB, normalmente vêm acompanhados pelo aumento do desemprego, ou seja, as pessoas perdem seus empregos ou não conseguem encontrar algum. No Brasil, o PIB é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma entidade do governo brasileiro. Os números do PIB para todas as cidades brasileiras, referentes aos anos de 2000 ate 2008, podem ser encontrados na página da internet do IBGE.
Guarapuava está ficando mais rica ou mais pobre? Mais pobre. Analisando a base de dados do IBGE, olhamos para a percentagem de crescimento do PIB de cada cidade brasileira e calculamos a mediana. A mediana é uma medida estatistica de tendência central, que exclui valores muito elevados ou muito baixos. O PIB de Guarapuava a preços correntes cresceu 133% de 2000 até 2008. Isso parece bastante, mas na verdade está abaixo da mediana de 168% calculada para as cidades brasileiras. Isso quer dizer que, se separarmos todas as cidades brasileiras em
dois grupos (A e B) com base no crescimento do PIB, Guarapuava faz parte do grupo B, que cresceu menos durante esses anos. Isso quer dizer que Guarapuava faz parte do grupo de cidades brasileiras que se tornaram relativamente mais pobres. Guarapuava também perde no Estado do Paraná, está do lado do grupo B. O crescimento do PIB de Guarapuava esta abaixo da mediana de 164%, calculada para as cidades paranaenses.
Aonde Guarapuava está perdendo? UGAM União Guarapuavana das Associações de Moradores
“Projeto Cinema nos Bairros” Parabéns a todos que contribuem para o progresso de Guarapuava. Quero também desejar a todas as famílias guarapuavanas, um Feliz Natal, com muita paz e saúde e que em 2012 possamos juntos trabalhar e lutar por uma Guarapuava melhor para todos. Jacir Queirós-Presidente
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Em tudo. O crescimento do PIB por setor de atividade na economia mostra que o PIB da Agricultura de Guarapuava cresceu 77%, enquanto que a mediana do crescimento de Agricultura para as cidades do Parana foi de 171%. No segmento da Indústria, o resultado se repete. O PIB da Industria de Guarapuava cresceu 116%, contra a mediana de 136% para as cidades do Paraná. No segmento de Servicos Guarapuava perde também, com crescimento de 146%, contra a mediana de 160% para as cidades do Paraná. Ou seja, igualmente separando as cidades paranaenses em dois grupos (A e B), nos três segmentos da economia analisados Guarapuava faz parte do grupo B, com pior desempenho relativo no período.
Por que Guarapuava está perdendo? O crescimento do PIB depende principalmente de Investimento Público e Privado. Informações sobre o nível de investimento nas cidades do Paraná podem ser encontradas na página da internet do IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), uma instituição de pesquisa vinculada ao Governo do Paraná. As despesas de investimento público incluem obras de infra-estrutura e programas de fomento econômico, que permitam a geração de renda e empregados para obter nova produção. Os dados mostram que prefeituras das cidades do Paraná que fazem parte do Grupo A (com maior crescimento do PIB), investiram na média cerca de 10% de sua receita entre 2000 e 2010. Guarapuava investiu na média 8.6% de sua receita total durante esse período, sendo que o nível de investimento reduziu drasticamente nos últimos cinco anos, chegando a 5% em 2009 e 6% em 2010. Com relação ao investimento privado, a história não é diferente. O número de estabelecimentos empregadores em Guarapuava entre 2000 e 2010 cresceu 42%, abaixo da mediana de 60% para cidades do Paraná, e menos da metade da média simples de crescimento de 93% registrada para cidades do Grupo A (com maior crescimento do PIB).
Parabenizamos Guarapuava pelos 192 anos de desenvolvimento e modernidade.
GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
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Diego Esteche Nunes, Guarapuavano, Economista.
Pode virar “A”? Emprego e Renda A taxa de desemprego é calculada com base na População Economicamente Ativa (PEA). Apesar de não existirem dados recentes da PEA para Guarapuava, podemos obter uma boa estimativa calculando a População em Idade Ativa (PIA) com base no último censo do IBGE, e limitando a idade máxima a 65 anos para obter uma melhor aproximação com a PEA. Entre 2000 e 2010, a razão entre o número total de postos de trabalho em Guarapuava e a PIA melhorou de 23% para 39%. Isso se deve em parte por uma reducao de 7% na PIA, ou seja existem menos pessoas em idade ativa vivendo em Guarapuava em 2010 do que no ano 2000, o que melhora o índice de emprego (mais oferta de emprego para menos gente).
Por sua vez, analisando o número total de empregos isoladamente, Guarapuava cresceu 61%, abaixo da mediana de 75% para as cidades paranaenses, ou seja, Guarapuava faz parte do grupo B, com pior desempenho relativo no período. Ainda com base no último censo do IBGE, a mediana do rendimento domiciliar per capita da familia guarapuavana em 2010, de R$ 385,00 por mês, esta abaixo da mediana de R$ 496,00 para as cidades paranaenses, e abaixo da mediana de R$ 503,00 para as cidades de 100.001 a 500.000 habitantes, ou seja, nos dois criterios a família guarapuavana faz parte do Grupo B, o grupo relativamente mais pobre.
Desafios e Perspectivas Como podemos ver, os desafios são muitos. As perspectivas são tema para outro artigo, mas convergem para a necessidade de um fortalecimento e modernizaçao da administração pública em Guarapuava. Isto é, para a profissionalização e formação de administradores e servidores públicos com
condiçoes de implementar um modelo de gestão voltado para o crescimento economico e de renda, e com maior qualidade e dinamismo na oferta de serviços públicos. Dessa maneira, criando condições para que as famílias guarapuavanas alcancem o patamar de qualidade de vida almejado.
Parabéns Guarapuava, por sua bravura e conquistas que vêm aumentando a cada ano! SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE GUARAPUAVA Rua Brigadeiro Rocha, – Guarapuava – PR Telefone – 3626-3804 email:sind.metal@acig.com.br
Comemorar os 192 anos de Guarapuava é um bom momento para refletirmos, e avaliarmos o sucesso alcançado e as experiências adquiridas ao longo do tempo, junto à sociedade que aqui vive e luta, pelo desenvolvimento desta cidade. Rua XV de Novembro, 6198 - Guarapuava PR
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GUARAPUAVA: CONQUISTAS E DESAFIOS
Seletiva e RSN - O sucesso nas ondas da Internet A importância da informação e do conhecimento no mundo contemporâneo tem sido usualmente associada ao desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação. Hoje praticamente todas as áreas do conhecimento, dos negócios, da pesquisa e, principalmente, da comunicação necessitam da aceleração e da interatividade oferecida pela Internet. Nesse processo, não se pode pensar na Rede Sul de Notícias sem estar focado na Seletiva Internet. As duas empresas traduzem na prática uma parceria que há 10 anos vem dando certo. “Quando a RSN surgiu o site não tinha um formato adequado e a atualização era lenta, pois dependia de pessoas especializadas e com conhecimento técnico para esse processo, o que também gerava mais custos.”, relembra o analista de sistema e diretor da Seletiva, Romeu B. Lopes Junior. A partir de uma conversa foi incorporada a ideia de uma atualização mais dinâmica, em tempo real e online a partir de inovações tecnológicas seguindo a tendência dos grandes portais. “Houve uma padronização do layout, da publicidade, da visualização das notícias”, observa o especialista. De lá para cá, as inovações não pararam. “Hoje a RSN está também na versão móbile, sendo o primeiro site da região nesse formato (sistema operacional, compacto, desenvolvido para rodar em dispositivos móveis como Pocket PCs, Smartphones e aparelhos de multimídia em geral). Há anos implantamos o envio de newletters, a inclusão das redes sociais e técnicas de SEO (Search Engine Optimization) otimização de pesquisa em sites de busca como Google. Tudo isso influenciou no aumento dos acessos”, diz. “A RSN é sem sombra de dúvidas o portal mais acessado da região. São mais de dois milhões de páginas acessadas durante o mês e registra-se um crescimento constante”, afirma. Para que tudo esteja ao alcance do internauta que é leitor da RSN a Seletiva se mantém pronta assessorando desde a infraestrutura, como hospedagem e gerenciamneto de e-mails, passando pelo sistema de atualização e gerenciamento de conteúdo, até o monitoramento do desempenho de acessos ao site. “Além da RSN também damos assistência ao blog”.
Outros casos de sucesso Com uma carteira de clientes consolidada não só no Paraná, mas também em outros países, como Portugal e Estados Unidos, e uma equipe composta por analistas de sistemas, o atendimento estende-se também ao comércio eletrônico em integração com outros sistemas a exemplo da MService. “ Para essa empresa foi desenvolvida a integração com da solução de E-Commerce da Seletiva Internet e o sistema SAP – da empresa alemã considerada a maior do mundo em desenvolvimento de software (ERP) em gestão empresarial. O desenvolvimento foi em parceria com equipes de São Paulo e Blumenau, baseado na tecnologia de WebService na plataforma .Net. A MService hoje vende para o todo o Brasil e possui capacidade e infraestrutura para atender seus clientes em diversos segmentos, comparando-se aos grandes nomes do comércio eletrônico do país”, diz.