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SANIDADE ANIMAL PARANÁ BUSCA STATUS LIVRE DE AFTOSA SEM VACINAÇÃO | p12

SUSTENTABILIDADE RALLY DESTACA CONSERVAÇÃO DO SOLO E ÁGUA | p44

REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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NOME DO PRODUTOR

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ÁREA

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Luiz Felipe Lupepsa

Pinhão/PR

1,0

2A401PW

Edemar Rudinei Gritti

Laranjeiras Do Sul/PR

1,0

2B433PW

Edemar Rudinei Gritti

Laranjeiras Do Sul/PR

1,0

2B688PW

Valerio Sarvacinski

Laranjeiras Do Sul/PR

19,3

2A401PW

Romualdo Girelli

Laranjeiras Do Sul/PR

5,4

2B688PW

Teodoro Sass

Boa Ventura De São Roque/PR

7,3

2B688PW

Edilson João De Abreu

Candói/PR

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PRODUTIVIDADE (ton/ha)

84,6 78,8 74,8

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Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins


índice

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Comunicação

Revista do Produtor Rural: há 12 anos, informação do campo para o campo

Bovinocultura

42

45ª Feira de Bezerros de Guarapuava: em pista, só animais de qualidade

Sanidade animal

Manchete Meteorologista questiona causas das mudanças climáticas

12

Paraná reduz área, mas prevê aumentar produção

PR na busca do status de área livre de aftosa sem vacinação

Sustentabilidade

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Rally de Conservação do Solo e da Água: emoção e conscientização

28 60 64 66

Trigo 2019

20

Cultura

50

Escritor Nivaldo Krüger recebe homenagem em seus 90 anos

Sanidade Vegetal Vazio sanitário da soja no Paraná

Milho crioulo No cultivo experimental, professor retorna a suas origens rurais

Milho Simpósio discute inovações técnicas aplicadas à agricultura

Capacitação Sindicato Rural e SENARPR: cursos para diversas atividades rurais


REVISTA DO

PRODUTOR

DIRETORIA:

expediente DO PARANÁ

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Gibran Thives Araújo

PRESIDENTE

1º VICE PRESIDENTE

2º VICE PRESIDENTE

REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Jornalista

Jornalista

Cícero Passos de Lacerda

Anton Gora

Diretora de Redação e Editora-Chefe Reg. Prof. 4333

1º SECRETÁRIO

2º SECRETÁRIO E DELEGADO REPRESENTANTE DA FAEP

PRÉ DISTRIBUIÇÃO:

DISTRIBUIÇÃO: Guarapuava, Candói e Cantagalo: Adilson Penteado Mundial Exprex

Jairo Luiz Ramos Neto

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

1º TESOUREIRO

2º TESOUREIRO

Equipe Sindicato Rural

Distrito de Entre Rios: André Zentner

NOSSA CAPA CONSELHO FISCAL: TITULARES:

Anton Gottfried Egles

Lincoln Campello

SUPLENTES:

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon - CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.portaldoprodutor.agr.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 - Fone: (42) 3638-1721 - Candói - PR Projeto gráfico e diagramação: Mynd's Design Editorial Impressão: Midiograf - Londrina/PR Tiragem: 2.500 exemplares

Sueli Karling

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Gabriel Gerster

Hildegard Abt

REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


editorial Muita informação do campo para o campo

É

com grande satisfação que, mais uma vez, o Sindicato Rural de Guarapuava leva a seus associados, parceiros e produtores rurais em geral uma nova edição da REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Este número, em especial, traz assuntos extremamente importantes. Uma de nossas principais matérias aborda o fim da vacinação contra a febre aftosa aqui no Paraná. Entrevistamos autoridades da ADAPAR, que reafirmaram a necessidade dos bovinocultores imunizarem seus rebanhos – independente de ser a última campanha. E aqui, reforçamos, também nós, do Sindicato Rural, a recomendação: o pecuarista que por alguma razão não tenha vacinado seus bovídeos, ainda pode e deve fazê-lo o quanto antes. Além disso, é de extrema importância que, junto à ADAPAR, comprove e informe dados de seus rebanhos. A revista também compareceu à etapa de Guarapuava do Fórum Regional Paraná Livre de Aftosa sem Vacinação, que teve entre os apoiadores o Sistema FAEP. Autoridades e lideranças mostraram que, o Paraná, se tornando livre de aftosa sem vacinação, poderá exportar carne para um número maior de países. A sanidade animal é um patrimônio, que devemos todos, governo, entidades e produtores, preservar. Também nesta edição, temos outro tema de destaque: a palestra do pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion, ocorrida em maio, no Sindicato Rural de Guarapuava. Ele falou sobre prognósticos para o clima e comentou seus pontos de vista sobre os fatores que influenciam as mudanças climáticas. Em entrevista, detalhou quais são, a seu ver, dados a se considerar para avaliar as épocas de maiores ou menores temperaturas. Outro assunto desta edição: o aniversário de 12 anos da REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ocorrido em junho. A revista tem desempenhado um papel muito importante, de levar informação do campo

para o campo. Por isso, nessa ocasião, agradecemos aos nossos leitores, que são os associados ao Sindicato Rural, e aos parceiros e anunciantes, que até aqui têm apoiado esse projeto. Desejamos que continuem nos prestigiando com este apoio. Mostramos também mais uma edição do Rally de Conservação do Solo e da Água, da Agrária. FAEP e Sindicato Rural de Guarapuava foram alguns dos vários apoiadores. O rally tem difundido entre os produtores práticas conservacionistas indispensáveis para uma agricultura sustentável. E como estamos na época das culturas de inverno, temos nesta edição também uma matéria sobre o trigo. O mercado deste cereal apresenta nesse momento tanto fatores positivos quanto fatores mais difíceis para o produtor. Então, é preciso analisar bem a situação atual e as perspectivas de produção e preço aqui em Guarapuava, no Paraná, Brasil e no mundo. Por fim, queremos convidar nossos associados, parceiros e amigos para o evento do Dia do Agricultor, que acontecerá aqui no sindicato, no final de julho. É o único evento festivo no ano. Mas para nós, um momento de prestar uma homenagem mais do que justa a todos aqueles que fazem a terra produzir, que dão exemplo de perseverança, insistindo em cultivar sob o risco das intempéries. E mais: contribuindo de maneira concreta, com trabalho, produto, exportação, geração de empregos e impostos, para o crescimento do país. A todos os produtores, deixo já aqui o meu reconhecimento, em nome de toda a diretoria e dos colaboradores do Sindicato Rural. Boa leitura!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Pres. do Sindicato Rural de Guarapuava, da Comissão Técnica de Bovinocutura de Corte da FAEP e do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna

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E S PA Ç O D O D I R E T O R

Hildegard Abt Engenheira florestal, produtora rural, conselheira fiscal do Sindicato Rural de Guarapuava e membro da Comissão Técnica de Meio Ambiente da FAEP

O homem e o clima

T

ivemos a oportunidade de receber em nosso Sindicato o professor Luiz Carlos Baldicero Molion para uma palestra sobre Perspectivas do Clima para a safra 2019/2020. O que mais chamou a atenção nesta palestra foram as colocações em relação às mudanças climáticas. É um assunto em alta e que gera grandes controvérsias. Enfim, a ação do homem tem ou não o poder de afetar o clima global? Ações antrópicas têm efeitos negativos sobre a natureza e o meio ambiente, tais como perda de biodiversidade, poluição de água, ar e solo, perda de solo por enxurradas em lavouras mal-conduzidas, rios que são assoreados e secam por desmatamento. Oscilações climáticas sempre existiram e de forma muito mais intensa que vemos hoje. O clima global é produto de vários fenômenos, inclusive de fora do planeta como a atividade solar e a influência da lua no movimento das águas oceânicas. Esse movimento influi no aquecimento ou resfriamento das águas, por exemplo do oceano pacífico, causando os fenômenos do El niño e La niña, que têm ação direta sobre o regime de chuvas na nossa região.

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Colocar o gás carbônico como o grande vilão do aquecimento global não parece ser prudente. É o gás da vida por fazer parte do processo de fotossíntese, onde as plantas o transformam em carboidratos, isto é, alimento para os seres vivos não-fotossintetizantes. Há 0,04% dele na atmosfera, contra 21% de oxigênio e 78% de nitrogênio. Ah, mas ele causa o efeito estufa. Sim, o efeito estufa é condição necessária para que a vida seja possível na terra. Historicamente analisando, já houve várias épocas com concentração muito maior de CO2 sem a interferência do homem. CO2 é usado inclusive como “adubo” em estufas de hortaliças e flores. Quando o Titanic afundou em 1912, o polo norte estava praticamente todo derretido e não estávamos ainda na era industrial e lançando gás carbônico. O que também influencia o clima é a atividade tectônica e o vulcanismo. Erupções de grandes vulcões tem a capacidade de cobrir grandes porções do globo com cinzas, impedindo a passagem de luz e causando resfriamento. E a elevação do nível do mar? É extremamente difícil de

REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

medir e este oscila em função dos efeitos da lua sobre as marés, por exemplo. Derretimento de icebergs não causa elevação, pois o gelo flutuante ocupa o mesmo volume depois de derretido. Mas nada disso diminui nossa responsabilidade sobre a vida e a saúde do nosso planeta. Temos problemas concretos que precisamos corrigir, como a falta de saneamento básico, o excesso de uso de plásticos e descartáveis, os lixões, o desperdício de alimentos, a escassez de água tratada de uma parte grande da humanidade, a poluição do ar através da queima de combustíveis fósseis e por aí vai. Vamos usar o dinheiro dos estudos do aquecimento global para combater estes problemas que afetam diretamente a vida de todos e parar de divagar se a temperatura está subindo 1 grau e o nível do mar 1 cm. Não é possível prever com o mínimo de precisão quanto vai chover em um local nos próximos 10 dias. Como então prever o clima daqui a 10 ou 100 anos? Em vez de querer combater as mudanças climáticas devíamos aprender a nos adaptar a elas, pois são inevitáveis, independente da nossa ação.


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CO MUNI C AÇ ÃO

REVISTA DO PRODUTOR RURAL

COMPLETA12 ANOS! á 12 anos, no mês de junho de 2007, um projeto editorial do Sindicato Rural de Guarapuava começava a se tornar realidade: a entidade, então sob a presidência de Cláudio Marques Azevedo, decidiu diversificar a gama de informações a seus associados. O tradicional Informativo foi ampliado e se tornou uma revista técnica agropecuária bimestral: a REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Desde o início sob a supervisão da assessora de comunicação da entidade, jornalista Luciana de Queiroga Bren, a publicação passou a produzir também reportagens sobre vários temas da agricultura e da pecuária do centro-sul do Paraná. Com isso, se tornou uma das referências em seu segmento. Para a editora-chefe, no mês de aniversário da revista, é importante considerar que a divulgação de informação técnica de qualidade para o desenvolvimento dos associados do Sindicato Rural, é uma das atribuições da entidade: “A REVISTA DO PRODUTOR RURAL é mais um serviço do Sindicato Rural de Guarapuava”, destacou. Ela assinala ao mesmo tempo que a iniciativa têm ajudado ainda na divulgação do trabalho realizado: “A revista é também institucional. Esse papel foi fundamental para difundir o sindicato e também o setor agropecuário da região de Guarapuava no cenário nacional”. Comemorar mais um ano de trabalho, comentou, é motivo de celebração e de agradecimento: “É com muita alegria que chegamos aos 12 anos da REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Temos que agradecer e sempre lembrar dos nossos anunciantes, porque sem eles este projeto não teria tido o sucesso que tem até hoje”. Para o presente e o amanhã, completou, existem planos, como na parte de projeto gráfico. “Estamos abertos também a críticas e sugestões”, observou.

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Equipe atual: Geyssica Reis, Luciana Q. Bren, Manoel Godoy e Larissa Niczay e Roberto Niczay (Mynd’s).

REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

DE 2007 A 2019: EVOLUÇÃO DO PROJETO GRÁFICO

Cada vez mais, a informação é de extrema importância. Principalmente no caso do setor agropecuário, que muitas vezes era considerado o ‘patinho feio’ do setor produtivo e também da parte jornalística. O que se tem mostrado nestes últimos 12 anos é que a REVISTA DO PRODUTOR RURAL vem galgando espaços e se firmando como um veículo de comunicação de altíssima qualidade, levando informação, tecnologia e conhecimento, não só para o homem do campo, mas para todas as pessoas que trabalham com o agronegócio. A revista é reconhecida por sua qualidade editorial e gráfica. E o que nos deixa contentes é que uma boa parte dos produtores utiliza a revista como consulta”.

Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, o mundo globalizado e o agronegócio registrando avanços, praticamente, todos os dias exigem que o produtor rural sempre esteja sempre bem informado e acompanhando o que acontece no mundo. “A Revista do Produtor Rural do Paraná, produzida com qualidade e eficiência pelo Sindicato Rural de Guarapuava, há 12 anos é uma importante fonte de informação. Nas páginas da publicação bimestral, os produtores obtêm informações da região, do Estado e mesmo da conjuntura mundial. Desejo ainda mais sucesso e vida longa a esse expressivo veículo de comunicação de extrema importância para a agropecuária do Paraná e todos os seus elos”.


MAQUINÁRI O AG RÍCO L A

13º Sábado Show:

tecnologia conecta máquinas e produtores

A

MacPonta Agro (Concessionária John Deere) realizou dia 18 de maio, em sua loja de Guarapuava, a 13ª edição do Sábado Show, apresentando lançamentos com tecnologias voltadas a agilizar o trabalho e a conectar máquina e produtor. Do início da manhã até o final da tarde, a programação ofereceu aos convidados a oportunidade de conhecer e receber orientações da equipe da concessionária sobre algumas das novidades. Ao mesmo tempo, uma praça de alimentação e atividades de recreação para crianças criaram um espaço para confraternização e lazer. Gerente de Comunicação da MacPonta Agro, Samara Machado, destacou que o evento apresentou, para a região, outra novidade: “Estamos fazendo também o lançamento do Centro de Suporte a Operações. Agora temos um espaço exclusivo, equipado e preparado para auxiliar os clientes no monitoramento das máquinas à distância”, disse observando que a estrutura está localizada na loja de Ponta Grossa. Ela ressaltou ainda que um dos motivos do sucesso do Sábado Show é “o compromisso de oferecer a melhor condição do ano para a aquisição de

equipamentos, peças e serviços”. “Para garantir esta condição, o cliente tem que vir até aqui, para fechar negócio, conversar com a gente no dia do evento”. Já o Diretor Executivo da MacPonta Agro, Alyson Gondaski, detalhou as novas máquinas. “Este é um ano de grandes lançamentos da John Deere. Toda a linha de tratores 5000 foi renovada. Houve modificações em motor, transmissão, cabine e design”. Ele mencionou também a família GreenSystem™: “São dois pulverizadores que vão engatados no hidráulico e um que é de arrasto”. Entre os autopropelidos, Gondaski comentou outro destaque: “Saiu a linha M 4000 – uma renovação para pulverizadores de 2,5 mil, 3 mil e até de 4 mil litros”. Os equipamentos trazem tecnologias para ajuste de bicos. As barras podem ser tanto as de ferro quanto de fibra de carbono, mais leves.

Nas colheitadeiras, o evento divulgou a linha S 700. “É uma colheitadeira inteligente, que consegue fazer autocalibração. Essa máquina tem a capacidade de fotografar sua parte interna, a cada dois segundos, e a cada três minutos fazer um ajuste”, explicou. Além disso, disse Gondaski, monitores de geração 4 trazem informações inclusive agronômicas e, com o JD Link, permitem ao produtor conectar o sistema com o seu celular. “Ele pode ver no celular, no tablet, então tem muita possibilidade hoje para gerenciar dados”, observou. Com o clima de confraternização, o Sábado Show encerrou sendo considerado pelos organizadores, mais uma vez, como um sucesso.

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INTE RNAC IONAL

O plantio na época de chuvas James Thompson Jornalista agrícola, criado numa fazenda norte americana de Tennessee e blogueiro mensal para a revista Farm Futures

N

uma primavera normal, em comunidades como Mount Olive, Illinois e Portage, Indiana, teriam jarros de vidro nos quintais, com sacas de chá, se esquentando no sol. Mas não na “primavera” de 2019. Longe disso, os agricultores têm passado dias olhando para o sol, esperando uma trégua enquanto a janela do plantio do milho desce ainda mais. Armados com tratores de esteira, sempre maiores, eles têm aproveitado qualquer brecha para plantar, mas os solos de estados norte-americanos, grandes produtores de soja, como os três estados “I” (Illinois, Indiana e Iowa) gabam solos com tanta matéria orgânica e argila que a água não desce como em grandes partes do Brasil. Enquanto as temperaturas do solo estão quentes o suficiente, quem quer plantar a semente de milho caríssima no solo encharcado, só para sofrer, depois, como podridão em vez de raízes, e com infestações de lesmas e vermes-arame? Os agricultores do Meio Oeste, onde ficam os Estados “I”, são famosos por compensarem o tempo perdido pela umidade, com a crença geral que o Meio-Oeste pode ser plantado inteiramente, dado pelo menos cinco dias aptos. Fui contatado por brasileiros me perguntando, durante as chuvas em excesso do ano passado, se os produtores de milho da minha terra conseguiriam plantar, dado os atrasos causados pela umidade. E eu respondi que sim. Que as plantadeiras tem sempre mais fileiras, puxadas por tratores de esteira sempre maiores e com faróis. Mas aquilo foi ano passado. Isto é hoje: as previsões do tempo para as próximas semanas indicam mais do mesmo. E “o mesmo” quer dizer chuvas pesadas quase diárias, tornados, enchentes e mais tempo na porta do galpão, olhando para o céu fechado. O “mais do mesmo” tem ramificações ainda piores para estados como Iowa e Dakota do Sul, ao Oeste do Rio Mississippi, que já sofreram enchentes anteriormente em 2019, juntas com tornados que destruíram os armazenamentos verticais de grãos e outras estruturas nas propriedades rurais nas beiras dos rios. Mas a hora de decisão está se aproximando com cada tique-taque do relógio. E isto com só 58% dos

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hectares pretendidos para o milho já plantados, de acordo com um relatório do USDA, do 27 de maio, comparado com os 90% da área normalmente plantada até aquela data. Enquanto isso, a data de plantio para eventualmente receber uma reivindicação de seguro para o “plantio prevenido,” sob apólice de cobertura máxima, já passou do dia 20 de maio para os produtores de milho de Iowa (que briga anualmente com Illinois para ganhar o título do estado norte-americano com a maior produção de milho). E de acordo com o boletim Cornbelt Update, os de Illinois, Indiana e Ohio só tinham até 5 de junho. Até aquelas datas, os produtores de milho, nos seus estados respectivos, tinham que ou plantar, ou registrar para uma reivindicação de plantio prevenido. Até a semana passada, de acordo com uma pesquisa, aproximadamente um terço de todos os produtores de milho dos EUA indicou que ia registrar para o pagamento de plantio prevenido, com 21% ainda não decidido. “O melhor (progresso de plantio do milho) que provavelmente teríamos como esperar sendo feito (na semana que começou no dia 2 de junho) seria de 10% na base nacional, talvez mais”, disse o economista rural Gary Schnitkey da Universidade de Illinois. “Teremos que ter pelo menos oito milhões de hectares (plantados) - este número no mínimo”, reportou o Cornbelt Update. Como resultado, Schnitkey acha que seria possível o produtor de milho do Meio Oeste poder vender milho aos US$ 11,80, ou mais - se ele estiver com milho para vender. Meu colega Bryce Knorr, na revista Farm Futures, está estimando a área plantada de milho em 36,437 milhões de hectares, em 2019, com o potencial para o abandono de 10% deste total. A área colhida seria de 32.874 milhões de hectares, com produtividade média nacional de 177,6 sacas por hectare, assim produzindo uma safra norte-americana de milho, de 2019, de 5,85 bilhões de sacas. Dado o tempo estranho deste ano, parece que aquele chá do sol vai levar um bom tempo para se aquecer, este verão, e pode acabar tendo um gosto um pouco amargo para quem produz milho (e soja).


ENERGIA TÉRMICA

Os novos queimadores de biomassa Queimadores de biomassa caíram no gosto das cooperativas do Paraná

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utilização deste processo de geração de gás quente para a substituição das fornalhas convencionais dos secadores de grãos garantem uma automatização do processo de alimentação da biomassa, substituindo a operação da lenha em tora, otimizando o sistema de secagem do cereal.

VANTAGENS: • Automatização do processo de alimentação de combustíveis e retirada de cinzas. • Exclusão do contato dos operadores diretamente nas fornalhas; • Diminuição da mão de obra no processo; • Estabilização da temperatura; • A grelha móvel permite a queima de combustíveis com até 55% de umidade; • O defagulhador atua com alto desempenho no intuito de apagar partícula em chamas, eliminando significativamente o material particulado no processo, reduzindo significativamente a possibilidade de sinistro; • Acoplar o queimador a uma fornalha existente sem remoção da fornalha.

COMBUSTÍVEL • Alguns combustíveis utilizados na queima: cavaco de madeira, serragem, casca de arroz, pellets, briquete, bagaço de cana, capim elefante, entre outros. O próximo passo que está em teste pela empresa ENGEMAN será interligar este queimador de biomassa, a um trocador de calor ar/ar, entregando para o secador somente a temperatura necessária para a secagem dos grãos, com um ar limpo e sem contaminação.

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FEBRE AFTOSA

Guarapuava, 21 de maio: Fórum Paraná Livre de Aftosa em Vacinação explicou os próximos passos para o Estado alcançar aquele status

Fórum Regional divulga ações do PR para ser área livre sem vacinação Em maio de 2019 ocorreu a última campanha de vacinação contra aftosa no Paraná O Paraná promoveu, de 1º a 31 de maio, sob a coordenação da ADAPAR, sua última imunização de bovídeos contra a febre aftosa. Ao mesmo tempo em que realizava com isso mais uma de suas tarefas dentro do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), do MAPA, o Estado promoveu um fórum regional sobre o assunto. O objetivo foi informar aos produtores sobre a importância de continuar somando forças, com governo e entidades, na busca do status de Área Livre de Aftosa sem Vacinação.

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P

ara os bovinocultores do Paraná, o mês de maio deste ano começou com um compromisso já conhecido: o de participar, entre os dias 1º e 31, de mais uma campanha da ADAPAR para a vacinação de bovídeos contra a febre aftosa, imunizando animais de até 24 meses de idade. Só que, agora, pela última vez. A agência informou que na segunda reunião do Bloco V do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), do Ministério da Agricultura (MAPA), dia 24 de abril, na OCEPAR, em Curitiba, o Estado obteve autorização do ministério

para antecipar a suspensão da vacinação. Em Guarapuava, na unidade regional da ADAPAR, a supervisora, veterinária Márcia Zago, ressaltava que, mesmo diante do encerramento das imunizações, o objetivo era o de se alcançar a totalidade dos bovídeos até dois anos de idade nas cerca de 16,8 mil explorações que existem nos 16 municípios de sua área de abrangência. “Tem que ser buscado o objetivo de 100% de vacinação. Não muda nada por ser a última campanha. Dá para se dizer que tem de ser mais caprichada do que as outras”,


afirmou em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL no dia 13 de maio. Outro ponto que permaneceu igual, segundo acrescentou, foi a obrigatoriedade do pecuarista realizar também a atualização de seus cadastro, informando à agência a quantidade e os demais tipos de animais que possui na propriedade. “O produtor deve relacionar também todo o rebanho existente, que são os adultos, acima de dois anos, e declarar as outras espécies no comprovante de vacinação, que é uma atualização cadastral”, lembrava a supervisora. Ainda de acordo com ela, a única modificação em relação aos anos anteriores estava na dosagem da vacina, que segundo explicou seguiu uma nova determinação, válida em todo o país, para as campanhas contra a aftosa: “O que mudou é que a dose vacina era de 5 ml e passou para 2 ml. Mas isso é uma condição para o Brasil inteiro”. A supervisora completou que, mesmo nesta última campanha, um detalhe importante permaneceu igual: sem comprovar a vacinação contra aftosa junto à ADAPAR, o pecuarista fica impedido de obter a Guia de Transporte Animal (GTA) e, com isso, não pode transportar seus animais para nenhuma finalidade – ainda que ele queira apenas levá-los de uma para outra fazenda. “O produtor que não vacinou fica sem o direito, sem o pré-requisito sanitário, que seria a vacinação, para a emissão da GTA”, destacou Márcia Zago.

Márcia Zago, supervisora regional da ADAPAR em Guarapuava

E enquanto a última campanha prosseguia nas propriedades rurais, Guarapuava sediou, dia 21 de maio,

REFLEXOS NA SUINOCULTURA

na Unicentro (Campus Santa Cruz), uma das etapas do Segundo a ADAPAR, estudo realizaFórum Regional Paraná Lido pela instituição em conjunto com vre de Aftosa sem Vacinação. a SEAB aponta que o status de Área Organizado pelo governo do Livre de Aftosa sem Vacinação permiEstado, ADAPAR e Secretaria de Estado da Agricultura e do tiria ao Paraná dobrar as exportações Abastecimento, com apoio de de carne suína, chegando a 200 mil toentidades como Federação da neladas por ano. Este é o cenário preAgricultura do Paraná (FAEP), visto se o Estado conquistasse apenas Federação dos Trabalhadores 2% do mercado potencial, liderado Rurais (FETAEP), EMATER e por China, Japão, México e Coreia do OCEPAR, o evento aconteSul, que representam 64% do mercaceu, entre os dias 14 e 29 de do mundial daquele produto. maio, com etapas em Paranavaí, Cornélio Procópio, Pato Branco, Cascavel e Curitiba. Voltados aos produtores, os encontros tiveram como objetivo dar uma visão geral sobre os passos que o Paraná está realizando para obter da Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) o status de Área Livre de Aftosa sem Vacinação. Em todas fases do fórum, participaram autoridades estaduais, lideranças e representantes das entidades que promoveram e apoiaram o fórum. Em Guarapuava, entre os cerca de 700 participantes, estiveram presentes produtores rurais locais e de vários outros municípios da região, fiscais e técnicos da ADAPAR, profissionais de carreiras ligadas ao agronegócio, prefeitos, secretários municipais de agricultura, vereadores, presidentes de sindicatos rurais, de cooperativas e estudantes. Saudaram o público na abertura, o reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza, e o vice-prefeito de Guarapuava, Itacir Vezzaro. Na seReitor da Unicentro, Osmar quência, a programação trouxe duas Ambrósio de Souza, e vice prefeito de Guarapuava, Itacir Vezzaro palestras: o gerente de Saúde Animal REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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BOVÍDEOS NO BRASIL Segundo o cronograma do PNEFA apresentado em seu Plano Estratégico 2017-2026 (Versão 1.0, pág. 46), do MAPA, o Brasil possui um total de 217,2 milhões de bovídeos. No Paraná, de acordo dados da ADAPAR de novembro de 2018, o rebanho é de 9,2 milhões. A regional da agência em Guarapuava, que inclui 16 municípios, registrava, no mesmo período, em torno de 844,9 mil cabeças – destas, 53,6 mil em Guarapuava. No mesmo levantamento, Laranjal é o município da regional com maior plantel: 79 mil bovídeos.

da ADAPAR, Rafael Gonçalves Dias, apresentou um histórico sobre o combate à aftosa no Paraná até os dias atuais. Já o diretor executivo da Frimesa, Elias Zydek, destacou que o status internacional de Área Livre de Aftosa sem Vacinação é importante porque permitiria ao Paraná aumentar as exportações de carne para mercados que só compram de países ou regiões que possuem aquela condição. Após as palestras, o presidente do Sindicato dos Servidores da Defesa Agropecuária do Paraná (SINDEFESA), veterinário Hernani Melanda, em pronunciamento, expressou o apoio da entidade: “Em nome do SINDEFESA, participamos deste fórum e manifestamos o nosso apoio à retirada segura da vacinação contra febre aftosa”, declarou. Ele defendeu também algumas medidas para que a sanidade animal permaneça consolidada dentro no novo cenário que o Paraná está buscando: “Para que

Presidente do Sindidefesa, Hernani Melanda

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Autoridades e lideranças participaram do fórum, realizado também em Paranavaí, Cornélio Procópio, Pato Branco, Cascavel e Curitiba

este sistema continue atuando de forma eficaz, alguns ajustes preventivos se fazem necessários. Entre eles, a contratação de novos profissionais, para que o serviço de defesa agropecuária consiga suprir o aumento das atividades de vigilância, de trânsito, que teremos com o novo status de livre de febre aftosa sem vacinação”. Em seguida, foi formada a mesa de honra do fórum, quando autoridades e palestrantes realizaram comentários e responderam a perguntas do público. O presidente da ADAPAR lembrou que o trabalho das diretorias anteriores contribuiu para que o Estado agora pudesse suspender as campanhas contra aftosa. “Com esta última etapa de vacinação, afirmamos e reafirmamos que o serviço oficial está preparado para a execução desta tarefa”, disse Otamir Martins.

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O presidente da FAEP também ressaltou que a busca pela sanidade animal no Estado tem sido, há cerca de 30 anos, o foco de entidades representativas do setor rural. “Desde 1990 a FAEP se preocupa com a sanidade animal, condição indispensável para a produção e a exportação de carne”, observou Ágide Meneguette. O presidente da FETAEP sublinhou o papel dos conselhos de sanidade animal: “Também cabe a responsabilidade, a nós, como sociedade civil, lá no município, fazer com que esta política funcione. Ajudar a fazer com que o conselho tenha mais força ainda”, assinalou Marcos Brambilla. O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara apontou que o momento exige de todos ainda mais atenção à sanidade animal: “A suspensão da vacinação exigirá vigilância redobrada”, afirmou.


Representando a OCEPAR, o superintendente da entidade também apoiou a busca por um novo patamar na pecuária: “Estamos num momento de cooperação entre todas as entidades para conseguir este status que tanto almejamos. A posição das cooperativas é dar continuidade a esse trabalho”, pontuou Robson Mafioletti. Presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento

Rural da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Anibelli Neto (MDB) também se pronunciou a favor do novo status e entre outros pontos enalteceu o comparecimento de participantes de várias regiões: “Cerca de 50 municípios estão presentes neste evento. Tivemos duas palestras extremamente importantes e objetivas, que acredito que tiraram muitas dúvidas”.

Na fase de encaminhamento de perguntas da plateia às autoridades e palestrantes explicaram ainda como o Estado vai proceder, a partir de agora, para manter a sanidade animal e sobre as próximas etapas para ser reconhecido como Área Livre de Aftosa sem Vacinação. Presente ao evento, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com algumas lideranças.

RODOLPHO BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, da Comissão de Bovinocultura de Corte da FAEP e do Comitê Gestor do Plano Pecuária Moderna Nesta primeira fase, temos que ter uma boa cobertura vacinal. O produtor tem que participar dessa campanha, com dedicação, para vacinar 100% do seu rebanho. Na sequência, ele tem que repassar as informações para a ADAPAR. Com isso, cada elo dentro do processo precisa fazer o seu dever de casa. O produtor tem que fazer o seu trabalho, que é vacinar. A ADAPAR tem que ter os seus técnicos e estrutura, para controlar o tráfego de animais. As entidades têm que cobrar do setor público para alcançar as principais demandas. E com isso, sim, o Paraná estará se credenciando para alcançar o status de área livre de aftosa sem vacinação, a partir do segundo semestre, que é quando vão ser feitas novas auditorias do Ministério da Agricultura e repassadas para níveis internacionais de representatividade”.

RAFAEL GONÇALVES DIAS Gerente de Saúde Animal da ADAPAR A retirada da vacinação é uma das etapas normais do processo (de busca do status de Área Livre de Aftosa sem Vacinação, da OIE). Estamos promovendo estes fóruns exatamente para poder conversar com os produtores sobre o que muda daqui para frente. A partir do momento em que se suspende a vacinação, um dos efeitos colaterais disso é a proibição de animais vacinados dentro do Estado do Paraná. Isso deve acontecer a partir de setembro. Mas essa é a principal alteração. Produtos, subprodutos, todas as outras espécies que não são vacinadas, poderão ingressar no Estado do Paraná. A gente pensa na substituição da vacina por um modelo de vigilância mais apurado, mais direcionado à nossa análise de risco. Em 2018, tivemos algumas avaliações sobre a viabilidade técnica de se retirar a vacinação e hoje estamos num ponto em que tecnicamente é viável a retirada da vacinação”.

ELIAS JOSÉ ZYDEK Diretor executivo da Frimesa A razão principal para o Paraná deixar de vacinar é fazer com que a sanidade animal do Estado mude de status. Já estamos com 13 anos sem incidência do vírus da aftosa. O mercado hoje não aceita que se vacine se não existe a doença. Aftosa, no caso do boi; peste suína, tanto a clássica quanto a africana; e a gripe aviária são as doenças que têm interferência no mercado. O país que tem uma destas doenças não vende carne para a maioria dos países compradores. O Estado cuida, fora da porteira, de validar, de certificar. E principalmente na divisa com outros estados, o Paraná tem a obrigação de ter os postos de vigilância, os corredores sanitários. E como o Paraná tem divisa internacional, o Ministério da Agricultura tem a responsabilidade de cuidar da fronteira com a Argentina e com o Paraguai. Então é todo o Brasil que tem que cuidar da sua sanidade animal”.

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ÁGIDE MENEGUETTE Presidente da FAEP Este trabalho da busca da erradicação da aftosa iniciou há 30 anos. Tiveram dois focos no Paraná. Foram combatidos esses focos. Foi criado também o FUNDEPEC. Foi também feito um aporte de recursos para os produtores. E hoje, aquele fundo é um suporte de R$ 75 milhões. Foi criada também a ADAPAR, no lugar do DEFIS, para dar mais agilidade administrativa. Foram contratados os técnicos de que se precisava. Tivemos, lá trás, a liberação do Paraná como área livre de febre aftosa com vacinação. E naquele ano tivemos uma valorização dos rebanhos, da pecuária, em torno de 20%. Então, tenho certeza de que nesta fase, para agregarmos e conseguirmos entrar nos mercados mais exigentes, Japão, Coreia, Singapura, Estados Unidos, que pagam mais pela carne, precisamos realmente desta certificação para liberar o Paraná como livre de febre aftosa sem vacinação”.

NORBERTO ORTIGARA Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná Até que o Ministério da Agricultura venha a editar um ato jurídico reconhecendo o Paraná como Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, animais poderão entrar no Paraná, porque se trata de comércio entre áreas que ainda praticam a vacinação. Esse ato deverá acontecer em setembro. A partir do momento em que o ministério declarar o Paraná como área livre sem vacinação, fecham-se as fronteiras e aí tem regras muitos claras ditadas pela própria Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Seremos uma área já sem vacina e portanto o ingresso aqui fica proibido, de bois e búfalos. O ingresso de suínos, caprinos, ovelhas, fica normal. Cavalos, a mesma coisa. A ida de animais do Paraná para Santa Catarina, como somos uma área com vacinação ainda, continua proibida até que a OIE reconheça a nossa condição de área livre também sem vacina”.

OTAMIR C. MARTINS Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) Nós não temos a menor dúvida de que, com a participação efetiva da iniciativa privada junto com o governo, vamos ter, em setembro, a instrução normativa da ministra colocando o Paraná como livre de aftosa sem vacinação. Já estamos preparados inclusive para a etapa seguinte, que é preparar toda a nossa estrutura para um outro trabalho, junto com a sociedade, no sentido da vigilância. Nós temos a última barreira a ser construída, que é em Campina Grande do Sul, mas temos a notícia de que nesta semana saiu a publicação no Diário Oficial autorizando. Já existe o recurso, será feita a barreira. Como o secretário disse, nós estamos em processo para fazer o concurso para contratar as pessoas. E aí acho que atendemos a todas as necessidades que o próprio ministério tem colocado para nós”.

O que é o

PNEFA

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O Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) é uma iniciativa coordenada pelo MAPA com a participação dos estados e do setor privado. O objetivo é que todas as regiões do país alcancem as condições exigidas pela Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) para que possam ser reconhecidas mundialmente como áreas livres de aftosa sem vacinação. De acordo com o MAPA, a estratégia principal do PNEFA está na manutenção de zonas livres de aftosa de acordo com as diretrizes estabelecidas pela OIE. Para isso, o programa dividiu o Brasil em cinco grupos de Estados, denominados “Blocos”, que devem cumprir um calendário de ações. A previsão do cronograma geral, que teve início em 2017 e se encerrará em 2023, é que os Blocos implantem, um após o outro, as condições exigidas. À medida que cada um conclui todas as etapas, o MAPA realiza uma auditoria e, se comprovar o cumprimento de todas as exigências, encaminha à OIE o pedido de seu reconhecimento como área livre de aftosa sem vacinação. O ministério já definiu as datas em que prevê realizar as solicitações: Bloco I (Acre e Rondônia), 2º semestre de 2020; Bloco II (Amazonas, Amapá, Pará e Roraima), 2º semestre de 2021; Bloco III (Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), 2º semestre de 2021; Bloco IV (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Distrito Federal), 2º semestre de 2022; e Bloco V (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), também no 2º semestre de 2022. Também no Bloco V, o Paraná obteve este ano autorização para antecipar a suspensão da vacinação contra aftosa no Estado, após uma última campanha no último mês de maio – antes, o procedimento estava previsto para o 1º semestre de 2021.

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BIOESTIMULANTES

Valagro apresenta seu portfolio de produtos em Guarapuava

A

Valagro, empresa italiana de bioestimulantes e especialidades nutricionais para diversas culturas, com o apoio do parceiro Agrícola Centro-Sul, realizou no dia 23 de maio, em Guarapuava, o “Valagro for Future Farming on Tour”, evento onde a empresa busca mostrar aos clientes, pesquisadores, técnicos e produtores rurais seu portfólio de produtos, ressaltando a preocupação da empresa com a sustentabilidade na agricultura. Em Guarapuava, o evento teve como tema: Ciência por trás dos bioestimulantes em grandes culturas: soluções inovadoras da Valagro para o estado do Paraná. Confira o resumo do que foi apresentado no encontro:

Como enfrentar o desafio do futuro da agricultura: a abordagem Valagro, ciência a serviço da natureza VICTOR SONZOGNO Diretor Brasil e Cone Sul

A Valagro é uma empresa italiana presente no segmento de bioestimulação. É uma das pioneiras nesse setor, na Europa. Nesses últimos anos de desenvolvimento teve uma expansão internacional muito grande. Hoje, operamos em 13 mercados com filiais próprias. Estamos no Brasil há mais de 20 anos e há dois anos inauguramos uma fábrica no interior de São Paulo. Nosso segmento de atuação no Brasil é de Nutrição Especial, voltado para melhorar a performance das cultu-

ras agrícolas, principalmente para cereais, mas temos também um portfolio para hortifruticultura. Atuamos em diversos estados do Brasil, no entanto, não estávamos presentes ainda no Paraná. No ano passado, iniciamos um trabalho na região de Ponta Grossa e Cascavel e agora estamos expandindo para mais regiões no estado. O evento é uma forma de apresentarmos nossa tecnologia para o mercado, parceiros, pesquisadores, consultores, especialistas do segmento, para que eles tenham mais acesso ao tipo de tecnologia que trazemos para o Brasil. O nosso slogan é a “Ciência a serviço da Natureza”, então trazemos uma carga de pesquisa e inovação e com isso, conseguimos comprovar o funcionamento dos nossos produtos na planta, algo muito raro nesse mercado. No evento, explicamos como é o desenvolvimento dos nossos produtos, os critérios que são usados e a efetividade do produto em si. A empresa sempre busca maneiras de incorporar tecnologia, mas também de trabalhar de forma sustentável, trazendo retorno de investimento para o produtor, rentabilidade para o distribuidor e sustentabilidade, entregando para planta o que ela precisa no momento certo e eficiência para o produtor, para que ele produza mais”.

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Soluções eficazes e sustentáveis a partir da plataforma de inovação Valagro CHRYZ SERCILOTO

Gerente Desenvolvimento de Mercado

A Valagro é uma empresa que se diferencia muito de outras empresas do setor de Nutrição e Fisiologia de Plantas, pois possui técnicas avançadas que possibilitam explicar claramente o modo de ação de seus produtos aos produtores. Nas etapas de pesquisa e desenvolvimento dos produtos, a VALAGRO se apoia em quatro pilares: 1) Profundo conhecimento das matérias-primas e ingredientes ativos; 2) Seleção dos melhores métodos de extração dos ingredientes ativos; 3) identificação das melhores técnicas avançadas que possibilitam explicar seu modo de ação nas plantas; 4) fornecer soluções comercialmente viáveis, com ensaios de campos sempre com, no mínimo, duas safras seguidas antes do lançamento do produto no mercado. Dentre as técnicas avançadas para explicação do modo de ação, destacam-se as análises genômica e fenômica. Na análise genômica, identificamos quais os genes

da planta que aumentaram sua expressão após a aplicação do produto em função de determinada situação do ambiente. Utilizam técnicas de “microarray”, PCR em tempo real e sequenciamento de nova geração. Na técnica do “microarray”, aplica-se o produto em plantas-modelo com o DNA totalmente conhecido, extrai-se o extrato com o DNA da planta e consegue-se entender quais genes que foram mais expressos (ativados), após a aplicação do produto. Por exemplo, no caso do MEGAFOL, produto com foco na atenuação de estresses, há um aumento na expressão de mais de 127 genes relacionados a estresses ambientais e químicos, como seca, altas e baixas temperaturas, fitotoxidez de agroquímicos, etc. Na técnica do sequenciamento de nova geração, consegue-se identificar os genes com maior expressão não somente em plantas modelo, mas também em plantas onde não se conhece totalmente o DNA, como é o caso da cultura da soja. Temos um bom exemplo que é a análise feita com o YIELDON, um produto específico para aplicação em cereais. Através desta técnica, conseguimos identificar 134 genes na soja e 934 genes no milho que aumentaram sua expressão após a aplicação de YIELDON. Através destas análise conseguimos identificar que o YIELDON atua no estímulo no transporte de fotoassimilados e nutrientes, na divisão celular e na biossíntese e transporte de ácidos graxos, fazendo com que a planta tenha um maior pegamento de vagens e maior tamanho e peso de grãos, além de incrementar o teor de lipídeos nos grãos de soja, contribuindo desta forma para aumentar a qualidade dos grãos e principalmente a produtividade de culturas como milho e soja.

A eficácia das soluções Valagro para grandes culturas MURILO MORAES

Gerente de Desenvolvimento de Mercado Grandes Culturas

A gente vem trabalhando em outros estados do Brasil há bastante tempo, colhendo muitos resultados positivos. Em termos de produtividade e rentabilidade para o produtor, a experiência está sendo positiva. Hoje temos um potencial imenso para se explorar na cultura da soja, por exemplo. Muitas das nossas tecnologias são para maximizar produtividade e o potencial genético da planta. Mostramos a aplicação do produto, o manejo, o quanto a gente está trazendo de ganho, colhendo a mais. Temos um portfolio completo para cereais, desde o tratamento de semente até o enchimento de grãos, cada um com sua função específica na fisiologia da planta. O produto principal é o Yieldon, que dentro de toda a tecnologia da empresa é voltado especialmente para cereais. O Yieldon é um bioestimulante que trabalha na maximização da planta em taxa fotossintética, produção de fotoassimilado, translocação para o grão, melhora toda a fisiologia interna da planta para que ela reverta no que interessa, que é a produção de grão”.

Cases de sucesso regional ADEMAR ASSIS RTV Ponta Grossa

Começamos a trabalhar com os produtos Valagro em Ponta Grossa, Guarapuava e região há um ano. Fizemos alguns trabalhos de campo, incluindo produtores de Guarapuava, Ponta Grossa e Irati. Utilizamos principalmente o Yieldon e o Megafol, que são focados para grandes culturas e utilizamos aqui na região em soja e feijão. O nosso parceiro local é a Agrícola Centro-Sul e temos tido uma aceitação muito boa. Nossos clientes estão muito satisfeitos com os resultados, em produtividade e rentabilidade. A tendência é que aonde utilizamos os produtos tenhamos um crescimento das culturas muito bom. Nossa expectativa é que, com o evento, a marca Valagro seja mais conhecida na região, pois temos produtos de qualidade, que trazem muitos benefícios para o produtor”.

O evento também contou com a palestra “Exigências Nutricional da Soja para Altos Tetos Produtivos”, ministrada pelo pesquisador da Fundação ABC, Gabriel Barth

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TRIGO

Mercado sob influência de diversas tendências

O

s produtores de trigo deverão encontrar neste ano, novamente, um mercado influenciado ao mesmo tempo por diversas tendências. Em Guarapuava, o Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), em levantamento de safra do dia 20 de maio, indicava que, nos 12 municípios abrangidos, a estimativa é de um aumento de 33% na produção: de 110,9 mil t para 147 mil t. Em todo o Paraná, em números divulgados dia 23 de maio, a SEAB também estima uma safra maior: de 2,8 milhões para 3,2 milhões de t, num crescimento de 15%. Com dados que incluem o Brasil, o levantamento da CONAB, de junho deste ano, indica que, no Paraná, a safra de trigo teria redução de 3,4%, passando de 2,8 milhões para 2,7 milhões de t. Já em nível nacional, a estimativa é de uma produção praticamente estável, passando de 5,42

Produção estável no país – No Brasil, segundo o levantamento de safras da CONAB (junho de 2019), a produção de trigo, na safra deste ano, segue um quadro de estabilidade: de 5,42 milhões de t no ano passado para 5,47 milhões de t agora.

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milhões de t no inverno passado para 5,47 milhões de t em 2019. Neste cenário, o economista Luiz Eliezer da Gama Ferreira, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RUEconomista Luiz Ferreira, Produtor Márcio Araújo, da FAEP: fatores opostos de Foz do Jordão: área RAL, dia 4 de junho, menor, esperança maior destacou que os preços do trigo, naquele momento, seguiam influenciados tanmáticas podem impulsionar as cotato por fatores favoráveis quanto desções no mercado interno. Por outro, o favoráveis. “Houve recuo na cotação, recuo do dólar e o aumento das imporno Paraná, em maio deste ano – queda tações devem pressionar as cotações. É de 2,08% –, com o cereal encerrando difícil avaliar que fatores mais influeno período em R$ 865,33 (por tonelaciariam a formação dos preços”. da)”, disse, mencionando o indicador Já no campo, se houve quem deCepea/Esalq. Ferreira lembrou que o cidiu não plantar trigo nesta safra, patamar é 7,18% menor do que nesta houve também quem resolveu contiépoca de 2018, mas ponderou: “Ainda nuar, como o agropecuarista Márcio é o segundo melhor preço dos últiAraújo, de Foz do Jordão (PR). Mesmo mos quatro anos”. Entre maio de 2015 com a lembrança ainda viva da chuva e maio de 2019, segundo observou, o que em 2018 reduziu seus 150 hectamesmo indicador mostra que a pior res a uma produtividade de 40 sacos cotação foi em 2017: R$ 611,70 por por hectare, ele afirmou que segue na tonelada. No entanto, o economista cultura. Mas com menor área: “Dimiressalta que o valor atual fica abaixo nuí um pouco. Este ano vou plantar 97 do investimento para produzir: “O hectares”. Para esta safra, sua expeccusto total (por tonelada), quando tativa é de patamares mais elevados: são incluídas a remuneração dos fa“Ah, tenho que conseguir produtivitores produção, como a terra, e a redade bem melhor”, declarou, esperanmuneração do capital próprio, sobe do em torno de 75 sacos por hectare. para R$ 1.266,17”. Um ponto positivo, pelo menos, já se Para os próximos meses, ele analisa apresentava: em sua avaliação, o cusque o cenário é de atenção e cautela: to por hectare havia se elevado ape“Várias são as variáveis agindo de forma nas ligeiramente: “No trigo, aumentou simultânea no mercado. Por um lado, a pouca coisa. Dando produtividade, redução de área e as adversidades clicobre todas as despesas”, concluiu.

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ANÁLISE FOLIAR

Ferramenta indispensável para o produtor Eng. Agrônomo Yuji Ieiri Gestor Nacional de Serviços e Inovação da Giro Agro

N

a agricultura moderna e tecnificada, em que se busca altas produtividades em condições de fornecimento adequado de nutrientes, leva-se em consideração todos os fatores de produção, onde se destacam o clima, sementes e tratos culturais. O solo deve estar com acidez devidamente corrigida através da aplicação adequada de calcário, de modo a proporcionar o fornecimento e equilíbrio de cálcio e magnésio na Capacidade de Troca Catiônica - CTC do solo e garantir condições para a melhor disponibilidade e assimilação de nitrogênio, fósforo, potássio e micronutrientes. Nos últimos anos, a aplicação de micronutrientes em grandes culturas tem ganhado destaque na agricultura brasileira, pois foi um dos fatores colaboradores da elevação dos índices de produtividade apresentados nestas últimas safras. Aliado à estas condições, a conservação e aumento, quando possível, dos teores de maté-

ria orgânica é altamente desejável em solos tropicais altamente intemperados. A primeira etapa do diagnóstico do sistema de produção é comumente obtida através de uma análise química e física de solo, com o cuidado para que a amostragem seja conduzida de forma correta. O fornecimento complementar de nutrientes às culturas deve ser antecedido pela adequação inicial do solo quanto aos aspectos mencionados. A partir deste nível de manejo, um condicionante de ganhos adicionais de produtividade passa a ser o equilíbrio nutricional de macro e micronutrientes, onde a análise ou diagnose foliar assume papel fundamental no diagnóstico detalhado do sistema, permitindo um refinamento no manejo nutricional e uma recomendação de fertilizantes líquidos mais assertiva em tempo real. A análise da folha reflete o que a planta efetivamente consegue extrair de nutrientes do solo, decorrente não

somente do aporte de fertilizantes aplicados, mas também das reações e interações dos nutrientes no solo, dentre outros fatores. Atualmente, a análise química das folhas é uma das melhores ferramentas disponíveis para avaliar o estado nutricional de plantas e para orientar programas de adubação em conjunto com os conhecimentos advindos da análise de solo. Assim, a GIROAgro, uma empresa brasileira produtora de fertilizantes líquidos especiais, disponibiliza exclusivamente aos seus parceiros, análises químicas foliares onde os diagnósticos são realizados através do programa GIRO 360, gerando os relatórios do estado nutricional das culturas avaliadas e determinando quais os nutrientes estão em desequilíbrio e deficientes no momento, possibilitando o rápido e adequado suprimento nutricional, através da aplicação foliar de fertilizantes para que se atinjam os índices desejados de produtividade.

Confraternização durante todo o dia: encontro de gerações REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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ACONTE C EU

EXTENSÃO DE BASE CANDÓI TEM NOVO ENDEREÇO

Produtor rural quer baixar seus custos? O Sindicato Rural de Guarapuava tem promovido mensalmente o plantão para esclarecer dúvidas sobre a cobrança indevida do salário-educação. Essa é mais uma prestação de serviços da entidade para reduzir a folha de pagamento dos produtores rurais e receber o dinheiro pago indevidamente.

Vários sócios do Sindicato Rural já ganharam a causa. Outras informações: (42) 3623-1115 O Sindicato Rural de Guarapuava – Extensão de Base Candói está em um novo local de atendimento. No ano passado, a Prefeitura Municipal de Candói cedeu um imóvel urbano para a extensão de base no município. A parceria se deu a partir da inviabilidade da entidade continuar com o mesmo quadro de custos no município, devido à queda da Contribuição Sindical obrigatória. O novo endereço fica na Avenida Padre Ponciano de Abreu, nº 198, Bairro Votorões. O atendimento é das 8h às 11h30 e das 13h às 17h30. Outras informações pelo telefone: (42) 3638-1721.

Dia do Desafio

Eneagrama O Sindicato Rural de Guarapuava sedia desde o dia 23 de abril, o treinamento com o Instituto Eneagrama. Durante oito encontros semanais, os participantes tem acesso a um conjunto de técnicas e vivências para a gestão emocional e o desenvolvimento humano. O eneagrama tem o objetivo de auxiliar o participante a potencializar suas competências e desenvolver habilidades de liderança e resolução de conflitos.

O Sindicato Rural de Guarapuava participou do Dia do Desafio no dia 29 de maio, onde os colaboradores praticaram 15 minutos de exercício físico. Neste ano, Guarapuava competiu com Catanduva (SP) e ganhou o desafio, registrando 68.135 participantes.

PECUÁRIA 4K O Sindicato Rural de Guarapuava e a empresa Consipa (Consultoria em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária) reuniram pecuaristas em palestra no dia 2 de maio, na sede da entidade sindical, para discutir o conceito de Pecuária 4K. Segundo o engenheiro agrônomo, Jean Mezzalira o conceito de Pecuária 4k está sendo disseminado pela empresa para instigar o pecuarista a replanejar sua atividade.

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CO M E M O R AÇ ÃO

COAMIG

N

50 ANOS

o dia 14 de julho de 1969 foi criada a COAMIG, com o objetivo inicial de unir os agropecuaristas de Guarapuava e região em prol do desenvolvimento de suas atividades. Porém, ao longo de sua trajetória cinquentenária, a Cooperativa foi além. Cresceu, tanto em estrutura quanto em instituição, graças ao esforço diário de incontáveis pessoas que fizeram e fazem parte de sua história. Hoje, a COAMIG atua em 22 municípios paranaenses, com lojas em Guarapuava, Vila Nova (Pitanga) e Ivaí. Lojas modernas, que oferecem ao público não apenas soluções para as propriedades ou para os animais, mas também produtos para o uso diário do homem do campo. Para manter sua qualidade no atendimento, a Cooperativa possui uma equipe que envolve mais de 50 funcionários, especialistas em diversas áreas. Profissionais que atuam tanto dentro da loja quanto em direto contato com os cooperados, prestando assistência técnica de modo a gerar melhores resultados nas propriedades.

Para tal, é cada vez maior o investimento em novas tecnologias, de modo a tornar o processo mais assertivo e o produto mais atraente para o mercado. A integração dos cooperados (hoje são 2.843) também é um dos guias da COAMIG, gerando treinamentos, parcerias e compartilhamento de novas experiências no campo. O compromisso da Cooperativa é com o presente, com os resultados gerados, para que tudo isso permita o desenvolvimento de uma base sólida para o futuro, com a inserção de novos negócios e a perspectiva de grandes projetos. No mês de julho, todas as lojas estarão com uma programação especial de aniversário. A COAMIG faz questão de convidar não apenas seus cooperados e clientes, mas toda a comunidade, afinal, toda a região é parte dessa grande história de desenvolvimento.

LOJA GUARAPUAVA Av. Prefeito Moacir Julio Silvestri, 145 – Centro LOJA VILA NOVA Rua Principal, Bairro Vila Nova – Pitanga LOJA IVAÍ Rua Carlos Manfron, 39 - Centro

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E D U C AÇ ÃO FINAN C E IR A

Sicredi participa da 6ª Semana ENEF AÇÕES PARA COLABORADORES, ASSOCIADOS E PARA QUEM AINDA NÃO FAZ PARTE DA INSTITUIÇÃO LEVOU MENSAGENS SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO AMBIENTE FÍSICO E VIRTUAL

Q

uem nunca se deparou com dúvidas a respeito do que fazer com suas finanças? Como se organizar para que a preocupação com as despesas não invada nossa cabeça e comprometa nossa qualidade de vida? Bem sabemos que não fomos educados financeiramente desde criança e somente após receber nosso primeiro pagamento, é que isso começa a fazer parte das nossas vidas. Saber colocar numa planilha o que é custo fixo, despesas variáveis, ter a noção exata das finanças pessoais, enfim, debater sobre o tema na sociedade, é o que mobiliza o Banco Central do Brasil a promover, pelo 6º ano consecutivo, a Semana ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira), realizada durante os dias 20 a 26 e maio, em parceria com as instituições financeiras. Em 2018 foram mais de 7 mil iniciativas realizadas, sendo o Sicredi a entidade que mais realizou ações, com mais de 1,5 mil. O conceito da instituição neste ano foi “#Fiquenoverde - Faz diferença deixar sua vida financeira mais saudável”. Os facilitadores das oficinas de Educação Financeira, foram colaboradores das agências, que foram voluntários e participaram de capacitação com a Especialista em Neuro educação, Michele Müller. No ambiente virtual, as dicas para uma vida financeira mais saudável estão concentradas em um espaço permanente, dedicado exclusivamente ao tema, que ficará hospedado no site do Sicredi (www.sicredi.com.br/educacaofinanceira). A página conta com conteúdos voltados aos jovens, como histórias interativas que contam a origem do dinheiro, materiais para oficinas com grupos de crianças, livros, e-books e vídeos, além de um teste para descobrir seu perfil financeiro e compartilhar o resultado nas redes sociais. Uma das grandes novidades deste ano é a parceria do Sicredi com a Maurício de Sousa Produções

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(MSP), que traz os personagens da Turma da Mônica de volta aos gibis para falarem de educação financeira de forma leve e divertida. Os gibis são distribuídos gratuitamente pela instituição em diversas agências espalhadas pelo Brasil. A nova série em quadrinhos também deu origem a três vídeos animados da Turma da Mônica que estão disponíveis nas redes sociais do Sicredi.

Alunos da rede municipal de ensino de Guarapuava recebem os gibis da Turma da Mônica


Já para os colaboradores, a instituição apostou em ações de endomarketing. Os mais de 26 mil profissionais receberam mensagens via e-mail, intranet e por meio de uma rede social corporativa utilizada pelo Sicredi. A instituição também promoveu palestras, indicou cursos de gestão de finanças pessoais oferecidos pelo Banco Central do Brasil e pelo Sebrae e ainda distribuiu panfletos e camisetas para engajar a equipe na campanha #Fiquenoverde. Na cooperativa Sicredi Planalto das Águas PR/SP foram realizadas 26 oficinas, atingindo 1950 pessoas, entre crianças e adultos.

Voluntários levam educação financeira em escola de Candói PR

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S OJA

Manejo biológico do Mofo Branco

Ivan Carlos Zorzzi Pesquisa e Desenvolvimento da Simbiose ivan.zorzzi@simbiose-agro.com.br

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mofo branco é uma doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum que apresenta alto potencial de dano na cultura da soja. Estima-se que cerca de 23% da área de produção de soja no Brasil necessite da adoção de medidas integradas de controle da doença. Uma das principais dificuldades de controle do mofo branco é a sua capacidade de formar estruturas de resistência na ausência de hospedeiros. Essas estruturas são conhecidas como escleródios, formadas a partir do próprio micélio e substâncias de reserva que permitem sua sobrevivência até que as condições ambientais sejam favoráveis à sua germinação. As condições favoráveis que desencadeiam a germinação são temperatura amena, clima chuvoso e alta umidade relativa do ar. Ao germinar esses escleródios, originam apotécios que produzem uma grande quantidade de ascósporos, que possuem a capacidade de infec-

tar hospedeiros suscetíveis, como a soja e o feijão. A decisão de adotar medidas de controle deve ser feita baseada no monitoramento, por meio da amostragem de solo em um metro quadrado, de zero a cinco centímetros de profundidade em vários pontos da lavoura. Caso a média das amostragens supere um escleródio a cada cinco metros quadrados, medidas de controle devem ser implementadas. A partir disso, para manejar o mofo branco devemos integrar medidas de controle como a rotação de culturas,formação de palhada, produtos químicos e biológicos. Tratando-se de controle biológico com a utilização de fungos do gênero Trichoderma, o mecanismo de ação é a inviabilização dos escleródios presentes no solo, por meio de ação direta com produção de enzimas hidrolíticas. Buscando atender a demanda de produtos comerciais com esse agente de controle a empresa Simbiose®

desenvolveu o fungicida microbiológico StimuControl® a base do fungo Trichoderma harzianum, cepa CCT 7589, com formulação suspensão concentrada. Depois de aplicado o StimuControl®, parasita e degrada esclerócios antes da germinação dos mesmos, ou seja, quando o escleródio se encontra em repouso no solo. Essa forma de controle reduz a quantidade de escleródios no solo e o número de plantas infectadas pela doença. Na aplicação do StimuControl® devem ser utilizadas técnicas de pulverização que proporcionem uma boa cobertura da área tratada, já que o objetivo é atingir o escleródio na superfície do solo. Além disso, devemos realizar as aplicações em horários onde as condições ambientais sejam de baixa luminosidade (noturnas) e com solo úmido. Por fim, o controle biológico apresenta-se como uma ferramenta de alta eficiência, resultando em uma ótima relação custo benefício.

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S A N I D A D E V E G E TA L

Vazio sanitário da soja no Paraná

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Paraná iniciou no dia 10 de junho o vazio sanitário da soja, uma das principais estratégias para o manejo do fungo causador da ferrugem-asiática da soja. A partir do dia 15 de junho, o vazio sanitário se estende para outros cinco estados brasileiros: Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. No Brasil, 13 estados e o Distrito Federal adotam a medida, estabelecida por meio de normativas estaduais. O vazio sanitário é o período de, no mínimo, 60 dias em que não se pode semear ou manter plantas vivas de soja no campo. A medida objetiva reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) durante a entressafra e assim, atrasar a ocorrência da doença na safra. De acordo com a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, o fungo que causa a doença precisa da planta de soja para se desenvolver e se multiplicar. “Por isso, é importante que o produtor elimine as plantas de soja guaxa ou voluntária (plantas de soja que nascem espontaneamente) na entressafra para interromper o ciclo de multiplicação do fungo e reduzir a quantidade de esporos presentes no ambiente, retardando o surgimento da doença na safra”, diz Claudine. O Consórcio Antiferrugem, por meio de um mapa interativo em sua página na internet, irá registrar também na entressafra a identificação de ocorrências de soja guaxa com a doença. Esses focos serão marcados em amarelo, enquanto os registros de ferrugem-asiática, que ocorrerem

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durante a safra comercial, serão destacados em vermelho. A pesquisadora Cláudia Godoy reforça a importância da adoção do vazio sanitário para reduzir a população do fungo nas semeaduras comerciais precoces. “Com a disponibilidade de cultivares precoces de alta produtividade no mercado, muitos produtores têm adotado o plantio precoce para semear uma segunda safra de milho e escapar das altas pressões do fungo causador da ferrugem”, diz Cláudia. Apesar de não existir soja imune à doença, há opções de cultivares com genes de resistência que reduzem o seu desenvolvimento. Essas cultivares não dispensam o uso de fungicidas, mas auxiliam no manejo da doença, porque o fungo se multiplica menos e a pressão da ferrugem-asiática é menor. Associada a esta questão, estas cultivares são mais estáveis em situações de alta pressão de doença como, por exemplo, semeaduras tardias ou situações onde ocorre atraso de aplicações em função de condições climáticas desfavoráveis”, explica Cláudia. “A cultivar com gene de resistência tem a mesma limitação dos fungicidas sítio-específicos e essa resistência pode ser vencida pelo fungo, por isso, o uso dessas cultivares tem que estar sempre associada ao controle químico”, reforça. A pesquisadora explica que as duas estratégias, quando utilizadas juntas, colaboram para reduzir a seleção de populações do fungo com resistência aos fungicidas e também diminuir o risco de “quebra” de resistência das cultivares. Ferrugem da soja - O controle da

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ferrugem-asiática da soja possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra. Além da eliminação de plantas de soja voluntárias durante o vazio sanitário, as estratégias de manejo da ferrugem-asiática incluem: a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada; a utilização de cultivares com genes de resistência; o monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura e a utilização de fungicidas no aparecimento dos sintomas na região afetada. Pesquisas conduzidas pelos membros do Consórcio Antiferrugem confirmam reduções na eficiência dos fungicidas, desde a safra 2007/08, em função da adaptação do fungo. Ao ser identificada no Brasil, em 2001, a doença foi controlada com a aplicação de fungicidas triazóis isolados e misturas de triazóis e estrobilurinas. Desde 2008, produtos isolados não são recomendados em decorrência da menor eficiência, sendo recomendados somente misturas comerciais de fungicidas com diferentes mecanismos de ação. Na safra 2016/17, a pesquisadora explica que alguns fungicidas com carboxamidas - que entraram no mercado em 2012 - apresentaram redução de eficiência nos ensaios cooperativos, em relação aos resultados da safra anterior, em regiões específicas. “Dessa forma, o rigor na adoção do vazio sanitário é extremamente importante para a redução do inóculo entre as safras, auxiliando assim no manejo da ferrugem-asiática”, relata Cláudia. Texto: Embrapa Soja/Lebna Landgraf


MILHO

Qual o melhor milho para silagem e grãos para Guarapuava e região? ESTA É PERGUNTA MAIS FREQUENTE DIANTE DE TANTAS OPÇÕES NO MERCADO.

E

a resposta é DEPENDE! Nem sempre o primeiro híbrido da lista de produtividade de silagem ou de grãos é o mais indicado para a sua propriedade. Além da produtividade, devemos avaliar outras características dos híbridos para melhor atender as necessidades do produtor e que se ajustem à tecnologia disponível. Por exemplo, se você deseja plantar cedo e fazer uma safrinha depois, deve optar por um híbrido de ciclo mais

curto. E se não é possível fazer controle químico de doenças na fase reprodutiva, deve-se optar por híbridos de melhor sanidade. Possui animais de alto desempenho, opte por híbridos de melhor Valor Nutricional. Tem pouca área para produzir silagem, escolha híbridos de maior volume de massa. Deseja um híbrido que sirva tanto para silagem como grãos, então é preciso considerar a produção de grãos também. Então sim, DEPENDE! Para facilitar a vida de técnicos e

produtores em obter informações foi desenvolvido o aplicativo e site GUIA DA FORRAGEM. O aplicativo possui os principais híbridos do mercado testados no Sul do país e São Paulo. Nele você pode fazer filtros por ciclo, qualidade nutricional, produção de leite, produção de grãos e muito mais. No final, o aplicativo vai mostrar os híbridos que mais atendem a sua necessidade. E o melhor de tudo é GRATUITO, basta fazer um cadastro e criar um login e senha.

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S OJA

Momento Intacta: informações técnicas de especialistas

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associação de técnicas agronômicas como utilização de áreas de refúgio, monitoramento de pragas a uso consciente de tecnologias foram abordados durante o Momento Intacta - Preparando hoje a sua lavoura do amanhã. O debate que envolveu a participação dos especialistas Cassio Kossatz (agricultor e youtuber do climate Fieldview), Leonardo Sologuren (engenheiro agrônomo e mestre em economia), Jurema Rattes (doutora em Agronomia e pesquisadora), Marlon Denez (engenheiro agrônomo e mestre em Entomologia), com mediação da jornalista com MBA em Agronegócio, Lilian Munhoz, foi transmitido pelas redes sociais da Intacta, no dia 31 de maio. Em Guarapuava, a transmissão para produtores rurais e profissionais ocorreu no Sindicato Rural, com recepção de profissionais da Soja Intacta da região. Durante aproximadamente uma hora, os profissionais debateram como o produtor pode alcançar me-

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lhores produtividades com a Soja Intacta RR2 PRO. Ambos buscaram destacar que apesar da Intacta possuir resistência a algumas pragas, é importante se preocupar com o manejo da lavoura, especialmente o monitoramento de pragas e doenças. Atualmente, são mais de 20 milhões de hectares plantados com Soja Intacta no Brasil. Após a consolidação da tecnologia, a produtividade saltou de 50 a 60 de sacas/hectares para até 80 sacas/hectares, segundo os especialistas. A tecnologia Intacta RR2 PRO auxilia o produtor rural na resistência contra quatro pragas na lavoura de soja: lagarta da soja, lagarta falsa medideira, lagarta das maçãs e broca das axilas. O agrônomo Marlon Denez comentou que a empresa busca estar em constante evolução e que o próximo passo é o lançamento da Plataforma Intacta 2Xtend. “Esta nova tecnologia visa, além de proteger contra estas quatro lagartas, mais duas lagartas nesse espectro de proteção de com-

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bate, que seriam a Helicoverpa armigera e a Spodoptera cosmioides. Além disso, a tecnologia terá opções de refúgio, por isso estamos chamando de plataforma. E também a tolerância ao glifosato e ao Dicamba, para facilitar o manejo”. A previsão de lançamento da Plataforma Intacta 2Xtend é em 2021.

MONITORAMENTO DA LAVOURA E ÁREA DE REFÚGIO Denez destacou que só o lançamento de novas tecnologias não resolve todos os problemas do produtor e que elas sozinhas não expandem a máxima capacidade de produtividade. “É necessário o monitoramento constante da lavoura; trabalhar identificando quais são as pragas alvos da tecnologia. Porque no final do dia precisamos proteger o potencial da produtividade da lavoura”. “Dentro deste cenário, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é cada vez mais importante para o produtor rural”, comentou a pesquisadora Jurema Rattes. Ela destacou alguns pilares importantes para o sucesso da biotecnologia aliado ao MIP: “Primeiro, o produtor tem que entender que plantio no limpo é muito importante. É aí que começa o sucesso da lavoura. Adoção da biotecnologia com responsabilidade. O produtor e o técnico precisam conhecer a biotecnologia e fazer o acompanhamento durante todo o ciclo para o combate de pragas, para não serem surpreendidos com pragas não-alvo. Primeiro é necessário conhecer a população de pragas e depois disso entrar com a aplicação de produtos. Mas, infelizmente, sabemos que muitas vezes o produtor não respeita esse processo e com isso, há consequências graves. Importante também a implantação correta da área de refúgio, pois é ela que nos garante a vida da biotecnologia”.


MERCADO

O representante comercial Intacta, Angelo Biava, recepcionou os produtores rurais e profissionais no evento. Complementando, Denez ressaltou a importância da operacionalização do produtor rural em relação ao planejamento da sua lavoura. “A área de refúgio, por exemplo, tem que ser programada, para respeitar o limite de 800 metros da lavoura e deixar que 20% seja ocupada por ela. Dá um pouco de trabalho? Sim, mas não se compara aos benefícios que a ferramenta traz, quando utilizada da maneira correta. Se per-

O agro evoluiu.

dermos esta tecnologia, teremos o dobro de trabalho”. “Temos genética, temos ferramentas digitais que auxiliam o produtor rural e temos capacidade de crescer muito mais em produtividade. Queremos chegar as 140 sacas/hectare. Falta o produtor rural fazer o papel dele, utilizando as tecnologias da melhor maneira”, refletiu o produtor rural e youtuber, Cassio Kossatz, em um dos momentos do debate.

O engenheiro agrônomo e mestre em economia, Leonardo Sologuren comentou sobre o mercado atual da soja. “Estamos passando por um momento complexo na economia. Tivemos dados recentes que o PIB brasileiro apresenta um decréscimo de 0,2%. A Europa também está decrescendo, mas os Estados Unidos está crescendo. Cresceu 3%, portanto, o dólar está ainda mais valorizado. Ao mesmo tempo, temos a guerra comercial entre China e EUA, que gera um contrabalanço. Resumidamente, o dólar está em alta, a guerra comercial está aumentando o prêmio aqui no Brasil e estamos com um atraso muito significativo na safra dos EUA. Por isso, pelo menos para o preço da soja, no atual momento, isso está sendo favorável para o produtor brasileiro. O produtor rural tem que aproveitar estes picos de preço”.

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Fox Xpro é a evolução. A confiança conhecida com potência amplificada: três modos de ação e três ingredientes ativos. Entre estes, Bixafem, a mais nova e exclusiva carboxamida Bayer. Amplo espectro de controle para as doenças* da soja. *Ferrugem asiática, Mancha-alvo.

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C O N S U LT O R I A

PECUÁRIA A

Pecuária 4K consiste na implementação de tecnologias de processos, em propriedades rurais, visando a melhoria do sistema produtivo em quatro dimensões: Produtiva, Econômica, Social e Ambiental. O 4K faz uma alusão à tecnologia de resolução ultra alta definição. Na pecuária ele é um conceito que remete à um sistema de produção quatro vezes mais produtivo e rentável que os métodos tradicionais. A CONSIPA visa estreitar o caminho entre o conhecimento produzido nas instituições de pesquisa e ensino do Brasil e do mundo e a propriedade rural, por meio de consultorias altamente especializadas e adaptadas para a realidade de cada produtor rural. Dessa maneira a equipe CONSIPA, com engenheiros agrônomos, zootecnistas, veterinários, engenheiros florestais, atuam em diversas áreas do conhecimento na empresa rural afim de permitir ao empresário rural ter a mais alta clareza e definição sobre seu negócio:

PASTOREIO ROTATÍNUO

PLANO FORRAGEIRO DE USO INTEGRADO DO SOLO O planejamento da propriedade na pecuária 4K permite utilizar as áreas com maior eficiência e controle da variação da disponibilidade de forragem ao longo de todo o ano. Nesse planejamento se preconiza o melhor uso no tempo e espaço de cada área, num conceito de agricultura sem parar.

SIPA E SUSTENTABILIDADE A adoção dos Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (SIPA) gera aumento da eficiência de produção, promoção de resiliência frente às diversidades climáticas e comerciais, aumento da diversidade de produção, geração da autossuficiência por meio de design de sistemas totalmente adaptados à realidade da empresa rural e da região.

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Método inovador do manejo do pastoreio adotado pela pecuária 4K e que permite aos animais a manutenção de alta taxa de ingestão de forragem. O Pastoreio Rotatínuo proporciona aumento na produção de forragem e por consequência, aumento da capacidade de suporte da propriedade rural e aumento da produtividade por área. O produtor Rosalvo Krupek percebeu esse incremento na produção: “Nunca tivemos tanto pasto nessa época do ano”. O produtor Diego Egler percebeu os benefícios indiretos da adoção desse método de pastoreio “Depois que não rapamos mais o pasto reduziu as plantas daninhas”.

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MANEJO DE SOLOS E ADUBAÇÃO SISTÊMICA Um dos pressupostos da pecuária 4K é a adequação no manejo e uso conservacionista dos solos que promovem melhorias nos componentes físicos, químicos e biológicos, além de melhorias no uso e retenção de água no sistema. A Adubação de Sistemas tem


SICOPA- SISTEMA INTEGRADO DE CONTROLE PARASITÁRIO

como base a ciclagem biológica de nutrientes entre as fases de um sistema de rotação buscando a máxima eficiência de uso de nutrientes, reduzindo entradas, evitando perdas e mantendo alta fertilidade do solo em longo prazo. Com isso, se otimiza o uso de adubos melhorando a produção por unidade de insumo introduzida no sistema. GESTÃO NA PROPRIEDADE Na pecuária 4K propomos a utilização de ferramentas de gestão, a partir da realidade e pretensões de cada empreendimento agropecuário, afim de que permitam o controle financeiro e geração de lucro, gestão de pessoas e da mão de obra, uso eficiente dos recursos e da infraestrutura e tomadas de decisões assertivas. O produtor Adriano Krauczuk, de Pitanga, percebeu as melhorias no uso da mão de obra “Depois que mudamos o manejo do pasto, percebemos que aumentou a produção do pasto e reduziu o serviço”.

4K

SOCIAIS

A Pecuária 4K faz uso dessa técnica inovadora de controle parasitário. O SICOPA foi criado para a realidade brasileira, combinando 22 práticas de manejo com objetivo de reduzir a contaminação dos animais e da pastagem, assim como manter a eficácia das drogas antiparasitárias. Um dos pontos principais é o tratamento seletivo. Animais que não apresentam uma carga parasitária que possa comprometer a saúde e o desempenho produtivo não são tratados, preservando assim parasitos com características susceptíveis na área (refugia). Utilizando desse manejo, o produtor economiza dinheiro e aumenta a eficiência produtiva.

NUTRIÇÃO DE PRECISÃO

Na Pecuária 4K faz-se a utilização adequada de cada ingrediente na dieta afim de promover a máxima eficiência no uso de cada nutriente que o animal estará ingerindo, garantindo maior retorno econômico, devido à redução de custos e ganho de produtividade, reduzindo o impacto ambiental ao melhorar a produção por unidade de nutriente de input, além de melhorar a qualidade do leite por meio do ajuste do teor de sólidos (gordura e proteína). Os ajustes são feitos em função de cada realidade e objetivos da empresa rural. A produtora Valéria Sarvacinski de Laranjeiras do Sul comenta que: “Antes da consultoria tínhamos um RMCA de R$ 11,4 e agora estamos com R$ 26,2 por vaca por dia”. Esse índice RMCA é a receita menos o custo da alimentação.

A implantação dos conceitos dos Sistemas Integrados é totalmente responsável pelo incremento na lucratividade na empresa rural, melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem na propriedade, melhoria do ambiente, da natureza e todo seu entorno. Isso permite aos filhos dos produtores vislumbrarem a possibilidade de herdar a profissão dos pais. Isso só vai ocorrer a partir da garantia de uma qualidade de vida satisfatória. O produtor Douglas Breancini, de Pitanga-PR, percebeu no bolso as melhorias da propriedade após adoção da consultoria. “Após a redução no custo da alimentação, tive uma sobra de mais de R$ 3000,00 por mês, agora tô vendo que leite dá lucro”. As diversas tecnologias de processos adotadas na Pecuária 4K permitem adequação de modelos produtivos mais eficientes e bem equilibrados, que resultam em aumento na produtividade por área, de forma ecologicamente correta, englobando a conservação de solos e águas, aumentando o bem-estar animal tanto em sistemas a pasto quanto confinados. Tudo isso garante melhor adequação da empresa rural às normas vigentes e viabilidade econômica do sistema. A definição do modelo produtivo a ser adotado em cada condição, estará relacionada as características de solo, clima, relevo e objetivos produtivos.

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N O TA S

APA DA SERRA DA ESPERANÇA O diretor do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, participou no dia 30 de abril, da Reunião Ordinária dos Conselheiros Gestores da APA da Serra da Esperança, a Secretaria Municipal de Agricultura, em Guarapuava. A pauta foi a Revisão do Plano de Manejo – Mapa temático, IG Erva mate e Acampados. No dia 30 de maio, Gora também esteve presente na 2ª Reunião Ordinária de 2019 dos Conselheiros Gestores da Área de Proteção Ambiental da Serra da Esperança (APA), na AMCESPAR, em Irati. Os conselheiros discutiram sobre os acampados na região, debatendo os resulta-

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL

O Sindicato Rural de Guarapuava sediou no dia 8 de maio, na sala de cursos da entidade, o curso do Sindicato de Contabilistas de Guarapuava (Sincopuava) sobre preenchimento da Escrituração Contábil Digital (ECF) 2019.

TABLETS NA MÃO!

A nova turma do Programa Empreendedor Rural (PER) recebeu os tablets no dia 14 de maio. A turma que iniciou as aulas no dia 30 de abril, tem encontros semanais às terças-feiras. Os tablets serão instrumentos de aprendizado do programa. Todo o conteúdo e elaboração do projeto será trabalhado nesta ferramenta, que permite uma dinamicidade maior. O equipamento é cedido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) aos participantes.

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dos e ações da Câmara Técnica. “Debatemos a situação das áreas onde estão os assentados, como proceder para solucionar esse conflito sem destruir ainda mais a área de proteção ambiental na Serra da Esperança. Estiveram presentes promotores e Polícia Ambiental, para tomar algumas ações judiciais”, detalhou Gora. A área de proteção ambiental da Serra da Esperança foi criada há mais de 26 anos para preservar o local. A Serra da Esperança tem 207 mil hectares que servem de refúgio para espécies de plantas e de pássaros.

LIVRO DE NIVALDO KRÜGER O Sindicato Rural é dos pontos de vendas do livro “Guarapuava, seu território, sua gente, seus caminhos, sua história”, escrito pelo ex-prefeito de Guarapuava, o escritor Nivaldo Krüger. O produtor rural Rômulo Damião Sêga adquiriu o livro e aproveitou um dos momentos em que Krüger esteve no Sindicato Rural e pediu o autógrafo do autor. O livro custa R$ 100,00. Para adquirir basta vir até a sede da entidade (Rua Afonso Botelho, 58, Trianon).

SIMPÓSIO REGIONAL DA BOVINOCULTURA DE LEITE A Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava tem promovido reuniões frequentemente para alinhar a programação do Simpósio Regional da Bovinocultura de Leite. O evento está marcado para outubro deste ano, no Sindicato Rural. Empresas interessadas em patrocinar o simpósio podem entrar em contato com a entidade (42 3623-1115).


NOGUEIRA PECÃ

Os passos a serem observados no plantio do pomar

Distribuição das mudas no pomar

Engenheiro Agrônomo MSc. Julio Cesar F. Medeiros – CREA 15.364-D Responsável Técnico Viveiros Pitol - Pitol Assessoria Rural jmedeiros@pannet.com.br

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pós a escolha da área para implantação do pomar, os próximos passos são a escolha das variedades, a definição do espaçamento entre plantas e distribuição espacial das mudas, para, em seguida, ser realizada a demarcação e preparo das covas, culminando com o plantio. Conforme dito em artigo anterior, as mudas devem ser selecionadas com critério, originárias de viveiro idôneo, reconhecido pelo mercado, e com Registro no RENASEM – Registro Nacional de Sementes e Mudas – do Ministério da Agricultura. As variedades que o Viveiro Pitol disponibiliza são a Barton, de ciclo precoce, a Importada e Imperial, de ciclo médio, e a Melhorada, de ciclo tardio. É imprescindível que sejam implantadas no mínimo três variedades em cada pomar, pois a nogueira depende de polinização cruzada entre as cultivares, uma vez que a autopolinização é muito baixa. O espaçamento a ser utilizado deverá considerar o tipo de pomar a ser implantado, se solteiro ou consorciado com pecuária. Para pomares solteiros recomendamos trabalhar com espaçamentos que podem variar entre 10/10, 10/12 ou 12/12 metros entre plantas. Para pomares consorciados com pecuária este espaçamento inicia em 12/12 metros, podendo ser maior. Outro aspecto fundamental a ser observado é quanto à dimensão das covas, que deverão ter profundidade mínima de 80 centímetros e largura mínima de 60/60 centímetros, de modo que possam acomodar adequadamente o sistema radicular das mudas, sem enovelamentos, que prejudicaria sensivelmente o desenvolvimento das plantas. As variedades escolhidas deverão ser distribuídas por linha de plantio. Isto irá favorecer o escalonamento das práticas de manejo

do pomar e da colheita, uma vez que apresentam ciclos diferentes entre si. A distribuição também deverá levar em conta a polinização cruzada, uma vez que esta depende do deslocamento dos grãos de pólen pelo vento. De acordo com o formato e tamanho do pomar, esta distribuição irá sofrer adaptações, mas sempre com as variedades distribuídas por linha ou, eventualmente, ser for uma área pequena, que não distancie demasiadamente as variedades por talhão. Isto se deve ao fato de que o grão de pólen se desloca com segurança até uma distância de 30 metros em um pomar. Assim, as variedades devem ter no mínimo esta proximidade entre si. As covas, previamente preparadas e adubadas com composto orgânico e calcário, conforme análise de solo, se necessário, deverão ser reabertas na profundidade suficiente para acomodar adequadamente as raízes da muda. Caso não tenha sido adubada previamente, o mais seguro é realizar a adubação no entorno da muda, para evitar riscos de não pegamento. Após acomodada na cova, a raiz deverá ser coberta com terra e compactada levemente com os pés. Na sequência, deverá receber cerca de 10 litros de água, que deverá infiltrar completamente no solo antes de completar o enchimento da cova com o restante de terra, de modo que seja eliminado o ar contido no solo, o que pode ser observado pelas bolhas de ar formadas. Então, deve ser completado o restante da cova, compactando novamente. Importante: a muda deverá ser coberta com terra numa altura de 5 a 8 centímetros acima do ponto em que estava enterrada no viveiro, pois o solo sofrerá uma compactação natural nos primeiros dias após o plantio. Caso esta providência não for adotada, esta compactação pode expor o colo da muda, local situado entre o caule e a raiz. Ao ser exposto este ponto, que

Plantio em 1 hectare 10x10 Melhorada

Barton

Importada

Imperial

*Sequência sugerida, consulte o Eng. Agrônomo(a)

estava coberto anteriormente no viveiro, o local poderia sofrer queimaduras pelos raios de sol, provocando riscos de morte da muda. Em seguida, deve ser colocada mais uma quantidade próxima a 10 litros de água na cova. O cuidado segue com as irrigações pós-plantio, que deverão ser realizadas sempre que não ocorrerem chuvas regulares, particularmente na primeira primavera-verão. Outra providência importante é o tutoramento da muda, necessário para mantê-la ereta, protegida da ação do vento. Juntamente com as mudas, os clientes do Viveiro Pitol recebem um Caderno de Campo com todas as instruções a serem observadas no plantio, além de outros cuidados posteriores.

Caderno de Campo

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MANCHETE

Luiz Carlos Baldicero Molion, físico e pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT)

PROF. MOLION GARANTE QUE HÁ RESFRIAMENTO GLOBAL E NÃO AQUECIMENTO.

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variabilidade climática dos últimos tempos tem sido motivo de preocupação e de muitos questionamentos. O homem busca de diversas maneiras prever o que acontecerá com o clima global. Um dos maiores especialistas brasileiros em clima, o pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion, bacharel em Física pela USP, PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin (USA) e pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas, esteve no Sindicato Rural de Guarapuava no dia 7 de maio, discutindo o assunto em sua palestra “Previsão climática safra 2019-2020 e tendência global para 10 anos”. Molion buscou responder e explicar várias questões relacionadas ao tema, principalmente o que está acontecendo com o clima e até que ponto as atividades humanas podem interferir neste comportamento. Confira a entrevista que o pesquisador concedeu à equipe da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, minutos antes de sua palestra no anfiteatro do Sindicato Rural, que reuniu mais de 120 pessoas, entre produtores rurais, profissionais e acadêmicos da área do agronegócio.


O HOMEM NÃO TEM CONDIÇÕES DE INTERFERIR NO CLIMA GLOBAL”

RPR - EXISTE O AQUECIMENTO GLOBAL? Molion - “Na verdade, houve um aquecimento global entre 1976 e 1999. A divergência que existe entre as minhas pesquisas e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é que eles atribuem esse aquecimento ao aumento de gás carbônico (CO²) na atmosfera, devido as atividades humanas, como a geração de energia termoelétrica, queima de petróleo ou carvão mineral. E também afirmam que o metano (CH4) liberado principalmente pela pecuária prejudica a atmosfera, causando o mesmo efeito. Esses dois gases são considerados gases de efeito estufa. A hipótese deles é que esses gases absorvem a radiação infravermelha que é emitida pela superfície terrestre. Então, o sol aquece a superfície, a superfície tem uma temperatura diferente e emite radiação infravermelha. Teoricamente a afirmação é que se você colocar mais gases, eles vão absorver mais e não vão deixar a radiação infravermelha escapar para o espaço. Com isso, haveria um aumento da temperatura global. O efeito estufa surgiu em 1826, mas, na verdade, nunca foi comprovado cientificamente. O fato é que,

hoje, a mecânica quântica moderna explica que o CO² absorve a radiação infravermelha e com isso, a molécula de CO² vibra, causando um efeito sanfona. Esses movimentos fazem com que a molécula de gás carbônico se choque com as outras moléculas que existem no ar, principalmente nitrogênio, que constitui 78% da nossa atmosfera, juntamente com oxigênio que representa 21% e o argônio, 0,9%. Então, 99% da nossa atmosfera é constituída por estes três gases. O CO² representa só 0,04%. A cada molécula de CO² existem 2500 moléculas dos outros gases. De tal forma que quando o CO² vibra, ele se choca e transfere a energia absorvida para essas outras moléculas. Então, a teoria está errada quando diz que o CO² absorve energia e emite em direção à superfície. O CO² absorve energia, mas esta absorção é insignificante”. RPR - EXISTEM ENTIDADES QUE DIZEM QUE O SER HUMANO É CAPAZ DE INTERFERIR NO CLIMA GLOBAL, ISSO É POSSÍVEL? Molion -”O homem não tem condições de interferir no clima global. Eles dizem que nos últimos 150 anos, desde que iniciou a era industrial, com

a queima de petróleo e carvão, isso interferiu no clima. Na realidade, a variabilidade do clima é natural. Nós passamos por um período de, aproximadamente, 1350 D.C. até início do século XX (1915) em que as temperaturas estavam naturalmente baixas. A partir daí, começou a aquecer, porque o sol entrou em atividade maior e o sol estando mais ativo, há mais energia no sistema e mais aquecimento. Mas não foi por conta do CO². Na realidade, a principal fonte de CO2 são os oceanos, a vegetação e o solo. Estima-se que as emissões dessas fontes naturais sejam da ordem de 200 bilhões de CO2 por ano. E as emissão do homem é estimada em 9 bilhões. Então não faz sentido se preocupar com o CO2 emitido pelo homem, quando as fontes naturais emitem muito mais. Além disso, o homem manipula um percentual muito pequeno da superfície terrestre. A superfície terrestre é constituída de 71% de oceanos. Os continentes representam 29%, disso 15% são constituídos de desertos e terras geladas. Dos 14% que restam, 7% são florestas nativas, como a Amazônia. O homem ocupa apenas 7% da superfície terrestre. Fica muito claro que quem controla o clima são os oceanos, não o homem”.

REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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O EFEITO ESTUFA SURGIU EM 1826, MAS NUNCA FOI COMPROVADO CIENTIFICAMENTE”.

RPR - E QUANTO AO DESMATAMENTO, QUE É UMA AÇÃO DO HOMEM. ELE É CAPAZ DE ALTERAR O CLIMA? Molion - “Isso é uma grande mentira. Porque as pessoas pensam na conservação da Amazônia, por exemplo, que é importante, mas utilizam argumentos falsos que sensibilizam as pessoas leigas. Nós fizemos um estudo do último El Niño, que aconteceu de 2014 a 2016. No início de 2014, o sistema Cantareira entrou em colapso e São Paulo ficou sem água. Houve uma seca muito grande. Começaram a falar que a seca era devido ao desmatamento da Amazônia. Então, resolvi, juntamente com um aluno, colocar números nisso. Fizemos o seguinte: colocamos paredes virtuais e uma tampa a 8km de altura lá na Amazônia. Nós já tínhamos um conjunto bom de dados de lá, de 1999 a 2014. Fizemos o trabalho em 2015. Esses dados eram medidas de ventos em altitude e de umidade em altitude. Computamos o fluxo de quanto o vento estava trazendo de umidade do oceano para dentro da Amazônia e também quanto saiu pelas paredes. Foi verificado que destes 16 anos, 2014 foi o ano em que mais entrou e saiu umidade da Amazônia e foi em direção ao sudeste e sul do país. Tinha muita umidade. Então porque foi seco? Aconteceu o seguinte: formou-se um sistema de alta pressão, que é formado por ar seco e desce em cima da região. Isso provoca uma inversão

NOS ÚLTIMOS 20 ANOS, OS OCEANOS JÁ COMEÇARAM A ESFRIAR. E SE O OCEANO ESFRIAR, ESFRIA A ATMOSFERA E O CLIMA”. 38

de temperatura de tal forma que a umidade é canalizada e não consegue furar essa tampa, que é a camada de inversão. Teve umidade, mas as condições atmosféricas não permitiram que essa umidade se transformasse em chuva. Fechamos também o balanço hídrico da bacia amazônica, aproveitando estes cálculos. Chegamos à conclusão que entra um milhão de m³/segundo de água na forma de vapor na bacia. Desses, 60% já passam direto. Ficam 40% dentro da floresta e metade sai pelo rio. Os outros 20% são reciclados pelas árvores. Então, a bacia amazônica está em equilíbrio. Ela não pode ser a fonte de umidade no clima, se não viraria deserto e também não pode reter a umidade, se não alagaria. A Amazônia não interfere na chuva da América do Sul. O desmatamento que acontece lá e em outros lugares não interfere no clima. Ele é muito ruim, porque interfere em outras questões locais importantes, como perda de biodiversidade, particularmente de microrganismos, que são muito importantes e deveriam receber mais atenção. Além disso, sem as árvores, se expõe o solo, causando a erosão, que interfere na qualidade dos rios, vida aquática e outras questões. Ninguém quer o desmatamento. Mas por outro lado para conservar a floresta não podemos usar de mentira, dizendo que ele interfere no clima ou chuva”.

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RPR - COMO PODEM SER EXPLICADAS AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, COMO SECAS, O AUMENTO DE TEMPERATURA DO PLANETA E A INSTABILIDADE? Molion - “Existem três métodos: a estatística, por exemplo, escolhe o dia 7 de maio, observa o que aconteceu todos os anos no dia 7 de maio e prevê que acontecerá algo parecido. A outra é a utilização de modelos de clima, que é um código de computador. E o método que eu uso chama-se previsão por similaridade. Eu olho para situação que temos hoje, temperaturas dos oceanos, como foi o inverno nos continentes, olho o mundo todo e se cria um cenário. Analiso os anos anteriores e vejo qual teve um cenário semelhante. Nunca vai ser igual, mas vai ser semelhante. Como eu já tenho as medidas de chuvas e temperaturas, uso aqueles números para fazer uma projeção. Eu espero que a atmosfera reaja da mesma maneira baseado em cenários semelhantes, e já que o homem não tem condições de interferir nisso, geralmente o clima responde da mesma maneira”. RPR - O SENHOR FALA QUE HAVERÁ EM BREVE UM RESFRIAMENTO GLOBAL? QUANDO ISSO ACONTECERÁ OU JÁ ESTÁ ACONTECENDO? E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS? Molion - “Toda projeção, que é feita pelo IPCC, está baseada nos modelos de clima, que são os códigos de computador. Mas existem códigos muito complexos. Por exemplo, o modelo que a NASA usa tem mais de um milhão de


linha de instruções. Só que os modelos não têm capacidade de representar de forma correta os fenômenos físicos que acontecem na atmosfera. Eles não levam em conta muita coisa que atua em cima do clima. Eles não conseguem reproduzir as estruturas mais básicas do clima. E o principal problema e o que mais nos interessa é que o modelo não sabe quando vai chover. É muito complicado esse processo de formação de chuva e o modelo não tem condição de fazer isso. Esses modelos estão sintonizados para responder o aumento de concentração de gás carbônico. Quando eles colocam mais concentração desse gás, as temperaturas aumentam. Então eles dizem, por exemplo, que se dobrar a quantidade de CO², que é emitida atualmente, a temperatura pode chegar 5° a mais do que está hoje. Eles fazem projeções com cenários fictícios, porque não há conhecimento exato de quanto CO² o homem vai emitir. Os modelos não são modelos bons, com isso, os resultados não são confiáveis. E por que eu digo que, na verdade, não vai esquentar, vai esfriar? Primeiro porque o sol é uma fonte de energia e a intensidade dele varia. O que já foi observado é que no final do século XVIII, de 1798 até 1820, o sol passou por um período mínimo de atividade, depois se repetiu no início do século

XX. E agora passados 100 anos, o sol está novamente passando por um mínimo de atividades. Os físicos solares afirmam que deve começar ainda esse ano. E isso deve durar de 10 a 12 anos. O efeito é indireto. Não é que vai diminuir a radiação solar. Acontece que quando o sol está no mínimo de atividade, o campo magnético também enfraquece e é ele que protege a Terra do bombardeio de partículas de alta energia que vêm do espaço. Quando elas entram na atmosfera, se chocam com as moléculas da atmosfera e cria-se uma espécie de chuveiro de partículas ionizadas. E pelo menos em laboratório, estas partículas produzem mais nuvens e esse é o ponto principal. Vamos pensar que as nuvens funcionam como uma cortina na janela. Quando está entrando muito sol na janela, você vai lá e fecha a cortina. Então se aumentar a cobertura de nuvens, menos radiação solar entra na terra e o clima fica mais frio, porque primeiramente, esfriam-se os oceanos. Nos últimos 20 anos, os oceanos já começaram a esfriar. E se o oceano esfriar, esfria a atmosfera e o clima. Esse resfriamento é sentido na intensificação das massas de ar polar, as chamadas frentes frias. Por exemplo, em janei-

ro, nos Estados Unidos, uma massa polar derrubou a temperatura, no meio-oeste americano, chegando a 40° abaixo de zero. E neste ano, em plena primavera deles, a temperatura caiu de novo. Isso é um impacto grande para a agricultura, principalmente lá. Como eles têm uma janela muito estreita de cultivo, com plantio e colheita dentro de um período de 150 dias, se são perdidas duas semanas no início da safra, quando tiver pronto para colher, já pode cair neve, granizo ou geada. E na safra anterior, de 2017/2018, teve gente que já colheu soja com neve no chão. Esses fenômenos podem ser mais comuns, com as massas polares mais frequentes, causando mais geadas, neve e granizo. Aqui no Brasil isso também foi sentido. Ano passado, as serras gaúchas e catarinenses tiveram geadas em pleno janeiro. Estimo que esse período frio durará até 2030 e depois, naturalmente, o planeta volta a aquecer. Estou me baseando no que já aconteceu no passado. Sempre foram ciclos de até 25 anos, independente da concentração de gás carbônico, uma variabilidade natural que ocorre devido ao controle que os oceanos têm sobre o clima e de como o sol interfere nisso”.

Os diretores do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, Rodolpho Luiz Werneck Botelho (presidente), Gabriel Gerster, Hildegard Abt, Sueli Karling, Anton Egles e Roberto Cunha com o palestrante Prof. Molion (ao centro). REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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PARTICIPANTES ELOGIAM PALESTRA A palestra foi espetacular. O que ele nos mostrou nos abriu uma janela para enxergarmos o mundo de uma forma mais crítica e alternativa, ou seja, nos abriu a perspectiva de ficarmos bitolados naquilo que sempre recebemos. As afirmativas deles acabam confirmando coisas que já em outras épocas foi falado, como, por exemplo, os ciclos climáticos, que normalmente não se ouve falar, só se fala em tendência. Ele vem e quebra esse tabu. Além disso, tristemente o produtor rural é taxado como destruidor. Mas ninguém quer estragar o meio ambiente e ele não é responsável pelas alterações climáticas, não somos os culpados. E ele deixou essa mensagem de forma clara e científica”.

ANSELMO STUEPP, PRODUTOR RURAL

Foi bastante interessante. A gente já participou de outros eventos, até no sindicato, em que alguns palestrantes também abordaram o tema clima, mas a palestra do prof. Molion foi mais específica. Para mim, foi a melhor palestra sobre clima que a gente ouviu até hoje. Me parece muito mais próximo da realidade do que a gente escuta por aí, do que eu já assisti, de outros palestrantes, não só aqui, mas em outros locais também”.

CARLOS GUARESE, GERENTE DA MACPONTA AGRO EM GUARAPUAVA E QUEDAS DO IGUAÇU

Achei muito interessante a palestra, uma ação muito importante do sindicato, trazendo pessoas especializadas no assunto. Para nós, cada informação que agrega para agricultura é muito válida”.

HELMUTH SEITZ, PRODUTOR RURAL

O tema da palestra me chama bastante a atenção. A gente sabe que está na mídia há muito tempo, mas precisamos de certezas. Claro que, dentro deste assunto, não temos certeza de nada, mas sabemos que podemos utilizar essas informações repassadas para, pelo menos, sairmos de uma ilusão e termos benefícios dentro da nossa atividade”.

RENE BANDEIRA, PRODUTOR RURAL

Roberto Cunha e professor Molion

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O produtor rural Roberto Cunha, diretor do Sindicato Rural, fazendo um agradecimento ao Prof. Molion. Roberto foi quem sugeriu e organizou a vinda do professor para Guarapuava. “O objetivo do Sindicato Rural em promover a palestra com o professor Molion foi trazer conhecimento de uma forma real do que acontece com o clima. Tivemos a intenção de esclarecer as informações que as mídias colocam de forma errada. O Sindicato Rural agradece muito ao Molion por ter aceitado vir até Guarapuava. Pelo tempo cedido de ele vir até aqui e por ter apresentado uma palestra sobre o clima de forma geral, mas também se dedicado em mostrar o que acontecerá com o clima, especialmente, na região de Guarapuava. A intenção do sindicato é trazer palestras com qualidade de informações cada vez melhor, tanto para os produtores rurais, como para a população de uma forma geral, promovendo uma integração entre a classe rural e urbana”.

ROBERTO CUNHA, DIRETOR DO SINDICATO RURAL

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TE C N O LO G IA D E APLI C AÇ ÃO

na Dessecação

O

sucesso na dessecação depende da interação de vários fatores, como qualidade da água, tipo de pontas, cultura, equipamento, condições climáticas e a escolha do herbicida correto. O objetivo é atingir o melhor resultado de cada produto de forma econômica e com segurança ambiental. Vamos tratar sobre importância da qualidade da água na dessecação. A água que utilizamos em uma aplicação pode contribuir para uma maior ou menor eficiência dos defensivos. Isso vai depender de sua pureza, quantidade de minerais presentes (dureza total da água) e o seu percentual hidrogeniônico (pH). A dureza total da água é definida pela quantidade de cátions (ferro, cálcio) presentes na água, e sua classificação pode variar de “Muito Mole” (0 a 70 ppm de carbonato de cálcio) até “Muito Dura” (mais de 350 ppm). Quanto menos minerais (água mole), melhor é a eficiência dos defensivos, pois os minerais adsorvem (inativam) as moléculas dos defensivos e reduzem sua eficiência. O pH de um líquido pode variar em uma escala de 1 a 14, representando o grau de acidez (pH 1 a 6), neutralidade (pH 7) e alcalinidade (pH 8-14). Ao contrário do pH para consumo humano, que pode variar entre 6,5 a 10 (água mineral), a maioria dos produtos utilizados nas pulverizações

agrícolas tem sua melhor eficiência em pH ácido (pH 3 a 5,5). Se um produto que apresenta melhor eficiência em meio ácido (pH 3, por exemplo) for adicionado em uma calda alcalina (pH 9) ocorre perda de eficiência por hidrólise alcalina e redução da meia-vida do produto, que é o tempo para inativar 50% do defensivo. Segundo o engenheiro agrônomo Emanuel Souza, gerente técnico MIM Fertilizantes, a baixa qualidade da água pode comprometer o resultado da dessecação. “Normalmente as águas que utilizamos para pulverizações apresentam um pH alto (pH6.5 – pH8.5), alto teor de minerais presente e em muitos casos argilas, que vão reduzir a eficiência dos herbicidas, reduzir a vida útil dos componentes do equipamento e perda no rendimento da operação. Para tanto, a MIM Fertilizantes conta em seu portfólio com a Tecnologia KLESH, que é composta por produtos que proporcionam alta performance nas aplicações, alcançando a máxima eficiência e qualidade que um produto pode oferecer. A tecnologia de suas formulações contém nutrientes e aditivos que além de nutrir as plantas ajustam o pH da calda, quebram a dureza da água (sequestram os minerais) e reduzem perdas por evaporação e deriva. KLESH é o principal parceiro de uma aplicação de sucesso”.

A MIM FERTILIZANTES conta com uma equipe técnica treinada e preparada, com equipamentos capazes de avaliar a qualidade da água e direcionar a melhor solução para cada caso. Nas situações em que seja necessária uma análise minuciosa das características da água, a equipe da MIM FERTILIZANTES pode auxiliar a coleta e o envio de amostras a laboratórios de análises agronômicas, com detalhamento de resultados e total precisão.

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PE C UÁ R IA

Feira de Bezerros de Guarapuava é a mais tradicional do Paraná

45ª Feira de Bezerros reafirma qualidade dos animais da região

O

mais tradicional evento de comercialização de bezerros da região reafirmou, na tarde do dia 5 de maio, a qualidade dos bovinos do centro-sul do Estado: em sua 45ª edição, a Feira de Bezerros de Guarapuava, realizada no Recinto de Leilões do Parque Lacerda Werneck, colocou em pista animais de cruzamento industrial selecionados, de cruzamentos de raças britânicas com europeias hiper precoces, além de fêmeas de cruzamento industrial, zebuínas para futuras matrizes e bois jovens e pesados para confinadores e invernistas. Com isso, os compradores puderam optar por bezerros braford, charolês, canchim, angus e brangus. Nos lotes de machos, do total de 57 trazidos para venda, 22

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eram compostos por animais angus certificados. Na abertura da comercialização, o leiloeiro Max Tedy de Col Teixeira, da Gralha Azul, que coordenou os lances, lembrou ainda aos participantes algumas outras características do plantel: “São animais rústicos, não são suplementados, estão num estado corporal bastante

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Na abertura, ao lado de lideranças rurais, o presidente do Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, Cláudio Azevedo (ao centro), agradeceu a presença dos criadores


Em pista, independente da raça, lotes de qualidade

favorável àqueles bovinocultores que desejam recriar”. Durante o evento, ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, o presidente do Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava e presidente da Sociedade Rural Guarapuava, Cláudio Azevedo, comentou como via o mercado naquele momento, quando chegava ao fim uma série de feiras de bezerros

da região. “Temos a expectativa de bons preços da arroba do boi gordo no segundo semestre e esperamos que isso faça com que os bovinocultores de corte invistam um pouco mais na reposição agora, para colocar nas pastagens de inverno”. Azevedo observou ainda que, em Guarapuava e região, devido a um clima um pouco mais frio do que em outros locais do Paraná, os produto-

res também buscam cruzamentos que consigam se aclimatar àquela condição: “Aqui temos nosso inverno mais rigoroso, os produtores procuram raças que se adaptem à nossa região”. Já final da tarde, no encerramento dos trabalhos, a Feira de Bezerros contabilizava a venda de 798 bezerros, entre machos e fêmeas de todas as raças ofertadas. De acordo com a Gralha Azul, entre os bezerros, o peso médio por cabeça ficou em 224 kg (R$ 6,72/por kg). Entre as fêmeas, a média foi de 195 kg (R$ 5,50/por kg). O total comercializado alcançou em torno de R$ 1,11 milhão. Além de pecuaristas de Guarapuava, compareceram à feira bovinocultores de outros municípios paranaenses, como Candói, Boa Ventura de São Roque, Chopinzinho, Luiziana, Pinhão, Prudentópolis, Campina do Simão e Goioxim. Em mais esta edição, o Sindicato Rural de Guarapuava foi um dos apoiadores.

Troféus marcam reconhecimento aos criadores dos melhores lotes Num protocolo que já é tradição, a Feira de Bezerros de Guarapuava realiza, na abertura do evento, a entrega de troféus aos criadores dos lotes que a Comissão Julgadora do evento escolhe como os melhores em várias categorias. Neste ano, a comissão foi composta pelos veterinários Kleyton Kramer e Jefferson Martins, ao lado do produtor Johann Zuber Jr. e de Valdir Pacheco, presente à feira desde sua primeira edição. Para a entrega da distinção, a organização convida lideranças presentes. Desta vez, entregaram os troféus: o presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier; o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho; o vice presidente do Sindicato e da Sociedade Rural de Guarapuava, Josef Pfann Filho; o presidente da Cooperaliança, Edio Sander; e o presidente do Núcleo de Produtores de Bezerros de Guarapuava, Cláudio Azevedo.

Melhor lote cruzamento industrial de bezerras

Criador: João Amazonas (à dir.) Entrega do troféu: Luiz Carlos Zampier

Melhor lote padrão de bezerras Criador: Ércio Carneiro (representado por seu filho Allisson Augusto Carneiro – à esq.) Entrega do troféu: Rodolpho Botelho

Melhor lote padrão bezerras reprodução

Melhor lote de cruzamento industrial bezerros Criador: Gilda Campello, com seu filho Lincoln Campello (à dir.) Entrega o troféu: Cláudio Azevedo

Melhor lote novilho precoce

Criador: Márcio Pacheco Marques (à esq.) Entrega o troféu: Luiz Carlos Zampier

Melhor lote padrão de bezerros

Criador: Vera Virmond Entrega o troféu: Josef Pfann Filho

Criador: Oswaldo Barbosa (representado pelo veterinário Luiz H. Martins – à esq.) Entrega o troféu: Valdir Pacheco

Melhor lote de bezerras

Melhor lote de bezerros

Criador: Rodolpho Botelho (à dir.) Entrega o troféu: Edio Sander

Criador: Rodolpho Tavares J. Botelho (à dir.) Entrega o troféu: Cláudio Azevedo

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S U S T E N TA B I L I D A D E

O

Rally de Uso e Conservação de Solo e da Água, promovido pela Cooperativa Agrária, chegou a quarta edição esse ano. A competição ocorreu no dia 21 de maio, com 140 participantes, divididos em 34 equipes. Entre os apoiadores, destaque para o SISTEMA FAEP/SENAR e o Sindicato Rural de Guarapuava. Os carros saíram da sede da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária – FAPA (distrito de Entre Rios/ Guarapuava), percorrendo aproximadamente, 190 quilômetros, sendo que 80% do trajeto foi em estradas de chão, na região de Guarapuava e Candói. A chegada ocorreu no Parque Recreativo Jordãozinho, na Colônia Jordãozinho. Tornando-se tradição na região, o rally une diversão e informação. Na

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competição, que é um rally de regularidade, a equipe (formada principalmente por piloto e navegador) deve seguir o trajeto determinado pela organização, mantendo médias horárias e velocidades preestabelecidas. Ao longo do percurso também são observadas diversas situações de manejo de solo e água, exemplos positivos e negativos. O rally teve quatro paradas, onde pesquisas da FAPA apresentaram informações técnicas sobre conservação da água e do solo. Após cada apresentação, os participantes realizaram uma prova, algumas teóricas e outras práticas. Os temas foram Cultivos Outonais – proteção do solo em períodos entre safra, evitando erosão; Mega Parcelas; Bacias de contenções e readequação de estradas e Cultivo

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em terraços curva de nível. O Sistema FAEP/SENAR e o Sindicato Rural de Guarapuava ficaram responsáveis pela última estação do evento com o tema: Área de Preservação Permanente/Reserva Legal. A produtora rural Hildegard Abt participou pela primeira vez do rally. “Na navegação, sofremos bastante até aprender a mexer no aplicativo. Mas foi divertido”, comentou. Além da diversão, Hildegard afirmou que achou o evento uma maneira muito interessante de discutir o manejo da água e do solo. “Foi discutido este assunto, que é muito importante, de uma maneira lúdica; Assim, fica mais fácil de assimilarmos. Os produtores são reticentes quando se fala em conservação do solo, porque acham que fazendo o plantio direto, resol-


Fotos: Assessoria de Comunicação da Agrária

Igor Tratz e Hidegard Abt competiram pela primeira vez no rally

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE/RESERVA LEGAL A estação do Sindicato Rural de Guarapuava e do Sistema FAEP/SENAR debateu o tema “Área de Preservação Permanente/Reserva Legal”. O instrutor do Senar Leandro Alegransi foi quem apresentou os temas e depois aplicou um questionário para os produtores. “Falamos sobre o bioma que estamos inseridos aqui no Paraná, que é o Mata Atlântica. Buscamos destacar o quanto este bioma já foi degradado e o quanto ele é importante. Restam apenas 7,3% da Mata Atlântica, sendo que ela está presente em 17 estados do Brasil. Um fator importante é a água, já que ele possui oito bacias hidrográficas, que correspondem a 70% do abastecimento da população brasileira. Por isso, preservação da qualidade da água e do solo são tão importantes”. Em aspectos técnicos, Alegransi também fez uma rápida introdução de como realizar a análise Visual da Estrutura do Solo e de identificação de tipo do solo. “Retirei uma fatia do solo para avaliar a estrutura. Nesta avaliação, o produtor consegue identificar as condições de agregação, de macro agregados e consegue comparar essa fatia do solo com uma carta, que possui fotos de diversas condições do solo, dando uma “nota” de como está a qualidade do solo da sua propriedade. Existe também a carta de textura do solo. Usa a amostra do solo, umedece e vai trabalhando, até que consiga, por meio do tato, avaliar se o solo é argiloso, arenoso ou de textura média. Isso é importante para o pro-

Leandro Alegransi, instrutor do Senar

dutor, porque sabendo o tipo de solo ele consegue manejá-lo melhor, evitar erosões e alcançar melhores resultados de produtividade”. Alegransi destacou que todas estas atividades estão incluídas em cursos que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) disponibiliza ao produtor rural. “Temos seis cursos na área: Manejo de Solo e Água em Propriedades Rurais e Microbacias Hidrográficas, Manejo de Solo na Produção de Tabaco, Manejo de Solo na Olericultura, Manejo de Solo na Propriedade Rural, que abrange todas as culturas, mas focado na produção de grãos e Fertilidade de Solos. Além disso, temos o Agrinho Solos para professores e estudantes do ensino fundamental da educação pública e privada”, citou.

ve-se o problema. E não é assim. As estações, ao longo do trajeto do rally, mostraram que têm muito mais coisas que podemos e precisamos fazer em relação à conservação de solo e água”, observou. Além das estações, Hildegard lembrou que o próprio trajeto incluindo diversas situações de má e boa conservação do solo e da água, faz os produtores refletirem. “Um exemplo são as estradas más conservadas, que acabam causando erosão nas lavouras. Ou seja, além de cuidarmos dos problemas das nossas lavouras, também devemos lutar para que as estradas não nos prejudiquem”. REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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CAMPEÕES DO RALLY O resultado das três melhores equipes do rally foi divulgado apenas uma hora depois do fim da competição. Em clima de desconcentração, em uma cerimônia no Parque Recreativo Jordãozinho, foram reunidos todos os participantes, autoridades e lideranças rurais, entre eles o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o presidente do Sistema FAEP/ SENAR, Ágide Meneguette e o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho. Recepcionando os participantes, o diretor da Cooperativa Agrária, Arnaldo Stock, grifou mais uma vez o verdadeiro objetivo do rally. “Nós precisamos entregar uma situação melhor do nosso solo para as próximas gerações. É isso que se procura fazer no rally todos os anos: provocar e buscar ideias novas para que a gente possa conservar o solo e a água. Agradeço a participação dos produtores rurais e dos patrocinadores, que permitem que esse evento aconteça e abraçam a mesma causa junto com a Agrária e a FAPA”. O primeiro lugar ficou com a equipe do carro 34, formada pelos produtores rurais Leonardo Kuntz, Raul Ferreira e Roberto Maciel. O segundo lugar foi para o carro 9, com Arnaldo Stock, Cristian Abt e Otavino Rovani e a terceira colocação ficou para o carro 7, com a equipe João Lucas Naiverth, Davi Naiverth e Timoteo Naiverth. A equipe ganhadora já havia participado de outras edições do rally. O piloto Leonardo Kuntz disse que percebe a evolução do evento a cada ano, tanto em aspectos de organização, como técnico. “Tem a diversão, mas acredito que a parte técnica é funda-

Autoridades e lideranças rurais estiveram presentes na cerimônia de encerramento do rally

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1º lugar: Carro 34 - Leonardo Kuntz, Raul Ferreira e Roberto Maciel; 2º lugar: Carro 9 - Arnaldo Stock, Cristian Abt e Otavino Rovani; 3º lugar: Carro 7 - João Lucas Naiverth, Davi Naiverth e Timoteo Naiverth

mental. Ao longo do trajeto, a gente recebeu muita informação sobre a conservação do solo e da água. São informações que nos fazem pensar bastante sobre a importância de cuidarmos do nosso solo e as melhores maneiras de fazer isso”. Apoiaram também o evento Basf, Pioneer, Adama, Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Bayer.


CEREAIS DE INVERNO

Posicionamento de Nitamin para aumento do rendimento na cultura de trigo JOÃO MATTOS Pesquisador Sul – Agrichem

MARCOS ALTOMANI Coordenador Técnico – Agrichem

A importância do Nitrogênio para a cultura do trigo O nitrogênio é um macronutriente de grande importância no desenvolvimento dos vegetais, participando diretamente no crescimento vegetativo e na formação de estruturas reprodutivas, sendo constituinte dos aminoácidos (proteínas), enzimas, coenzimas, ácidos nucleicos, fitocromos e clorofila, que desempenham papéis importantes nos mais diversos processos bioquímicos dos vegetais (Gargia; Daverede., 2007). Na sua falta, o crescimento e desenvolvimento de plantas é substancialmente prejudicado. Para a cultura de trigo, o nitrogênio se destaca como

sendo o nutriente mais exigido em quantidade. Em caso de deficiência, o potencial produtivo e a qualidade tecnológica dos grãos são diretamente afetados, sendo a última principalmente relacionada ao conteúdo de proteína (Benett et al., 2011). Como alternativa para minimizar os efeitos negativos da falta de nitrogênio para as plantas, pode-se realizar a suplementação deste nutriente em momentos de maior demanda pela cultura. Além da suplementação, verifica-se também efeitos fisiológicos positivos para o desempenho da cultura com esta aplicação suplementar. Porém, para segurança e sucesso deste tipo de aplicação é fundamental utilizar um fertilizante com tecnologia adequada para este modo de aplicação. REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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Nitamin

40

34,2

35 30 N foliar (g.kg-1)

Produto com alta concentração de nitrogênio (332 g.L-1),contendo polímeros de ureia que permitem um fornecimento de N de maneira gradual e suplementar às culturas, além de promover efeitos fisiológicos que resultam em melhor desempenho das plantas. Possui ótima compatibilidade em caldas de pulverização, favorecendo a aplicação e aproveitamento dos produtos aplicados. Avaliado em centenas de experimentos, em diferentes países e sob diversas condições de fertilidade do solo, oferece resultados consistentes de incremento de produtividade. Destaca-se como benefícios do Nitamin:  Possibilidade de uso em períodos de maior demanda;  Manutenção de folhas ativas;  Recuperação das plantas pós-estresses;  Compatibilidade/sinergia com outros produtos aplicados;  Proporciona maior peso e qualidade de grãos;  Ganhos consistentes de produtividade. A dose geral recomendada para trigo varia 7 a 10 L.ha-1.

31,2

27,5

25

21,7

20 15 10 5 0

Fazenda 1 Controle

Fazenda 2 Nitamin

Figura 3. Teor de N na folha bandeira de trigo, coletada após pulverização de Nitamin e secagem da superfície foliar (30 min. após aplicação)

A partir de experimentos realizados na região de Guarapuava, visando validar a melhor época de aplicação de Nitamin na cultura de trigo, foi concluído que aplicações no período de emborrachamento (45-50% do ciclo total) proporcionaram maiores ganhos médios de produtividade, de 8,82% ou 4,7 scs. ha-1 em rendimento de grãos (média de 4 experimentos).

Produtividade (kg ha-1)

5700

+4,3...

5600 5500 5400 5300 5200 5100 Controle

Nitamin

Figura 1. Resultado de um dos experimentos conduzidos na cultura de trigo, com adubação suplementar com Nitamin, na dose 8 L.ha-1, aplicado no estádio de emborrachamento. Guarapuava-PR, 2017.

Figura 4. Aspecto da superfície foliar de trigo após aplicação de Nitamin. Guarapuava-PR, 2017

REFERÊNCIAS: Benett, C.G.S; Buzetti, S; Silva, K.S; Teixeira Filho, M.C.M; Andreotti, M. Aplicação foliar e em cobertura de nitrogênio na cultura do trigo no cerrado. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 32, n. 3, p. 829-838, jul/set. 2011.

Figura 2. Área experimental com Nitamin na cultura de trigo. Guarapuava-PR, 2017

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REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

Garcia, F. O.; Daverede, I. C. Diagnóstico para recomendação de adubação nitrogenada em culturas de interesse agronômico. In: Simpósio sobre nitrogênio e enxofre na agricultura Brasileira, 2007, Piracicaba – SP. Anais... São Paulo: IPNI Brasil, 2007.


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HOMENAGEM

NIVALDO KRÜGER

ANOS

U

Fotos: Luzita Levy (SUR)

ma noite cheia de emoção reuniu autoridades, lideranças, familiares e amigos de Nivaldo Krüger no dia 27 de maio, no Teatro Municipal de Guarapuava para celebrar os 90 anos do ex-prefeito, ex-deputado estadual e federal, senador, escritor e fotógrafo. Apresentações artísticas com a Banda Municipal de Guarapuava, Orquestra de Câmara de Guarapuava, Coral Municipal Professor Silvino Turco, Felchak Produções, Arte & Manha e cantora Sandra Newmann foram as atrações da noite para homenagear uma das figuras públicas mais reconhecidas em Guarapuava e região.

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S U C E S S ÃO FA M I L I A R

Sobre o planejamento sucessório e a participação do fundador na definição dos rumos do seu negócio Ricardo Pechansky Heller OAB/RS 66.044 Sócio da UNK - Unikowski Advogados S/S

N

os últimos anos, grandes avanços tecnológicos permitiram aos produtores rurais aumentar sua produtividade e, em consequência, a lucratividade das suas propriedades. Afinal, hoje é possível prever condições climáticas menos favoráveis e adotar as medidas necessárias para minimizar os prejuízos. No entanto, apesar do domínio cada vez maior dos elementos da natureza, o produtor rural ainda é frequentemente surpreendido por eventos inesperados, como novas leis, aumentos dos custos e da carga tributária, ações trabalhistas e, ainda mais grave, falecimento de um dos responsáveis pelo negócio. Infelizmente, a evolução humana ainda não desenvolveu um equipamento capaz de evitar ou antever essas ameaças, porém há instrumentos que permitem atenuar os riscos destes e de outros eventos, desde que enfrentados com a devida antecedência. Nesse sentido, o planejamento patrimonial e sucessório aparece como importante ferramenta para a adoção de medidas que têm por objetivo reduzir o impacto de inevitáveis adversidades. Na verdade, o planejamento se mostra eficaz, pois obriga os envolvidos a enfrentar temas sensíveis, mas essenciais, como o afastamento do patriarca ou matriarca dos negócios, seja por vontade própria (aposentadoria) ou não (falecimento). Muitos são os efeitos do planejamento sucessório, porém um dos mais relevantes diz respeito à economia tributária. Não há dúvidas de que cada caso merece uma análise detalhada, mas, assim como a morte, a outra certeza que temos no Brasil é a cobrança de elevados tributos pelo governo. Pior ainda quando ambas acontecem ao mesmo tempo, pois o

imposto incidente sobre a sucessão pode consumir até 8% do patrimônio deixado pelo falecido, exigindo até a venda de propriedades apenas para pagar o tributo. No entanto, o planejamento sucessório livra os herdeiros de um longo e custoso processo judicial de sucessão, além de afastar a incidência do imposto no momento da transmissão. Sob o enfoque tributário, muitas outras vantagens podem ser proporcionadas pelo planejamento sucessório, como redução de imposto de renda, aproveitamento de benefícios fiscais etc., a depender da análise do caso concreto. Outro aspecto crucial do planejamento sucessório é a possibilidade de o fundador participar ativamente na antecipação e solução de problemas, tais como desavenças entre herdeiros, que possivelmente somente viriam à tona após o seu falecimento. Afinal, o planejamento implica uma nítida separação entre o patrimônio e a família, exigindo a criação de regras para a gestão profissional e a continuidade do negócio, no intuito de evitar futuros litígios e, assim, assegurar um futuro próspero ao empreendimento. Para concluir, convém afastar dois mitos associados ao planejamento sucessório. Em primeiro lugar, ele não deve ou pode ser feito apenas por grandes produtores, já que os benefícios podem ser aproveitados independentemente do tamanho da propriedade. Em segundo lugar, não se deve esperar que o fundador esteja próximo da velhice para realizar o planejamento, pois a ideia primordial é que se encontre em condições de participar ativamente das definições dos rumos dos negócios que tanto se esforçou para fazer prosperar.

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TRIGO

Cerrado registra volume de chuvas acima da média e doenças afetam lavouras de trigo Entenda as causas, sintomas e a complexidade das doenças que estão prejudicando a safra 2019 nas lavouras de trigo de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal

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excesso de dias chuvosos e consequentemente um ambiente muito mais úmido do que em anos anteriores criou uma condição extremamente favorável para o desenvolvimento atípico de doenças nesta safra de trigo no Cerrado brasileiro. E não foi só uma doença, mas um complexo de doenças de trigo. A epidemia foliar, veloz e de grande extensão, surpreendeu produtores e técnicos, que comunicam quebra na produção. Por isso, nas últimas duas semanas, pesquisadores de diferentes elos do setor tritícola visitaram lavouras dos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, e Distrito Federal com o objetivo de tentar, em conjunto, realizar a correta diagnose do complexo de doenças responsável pelos danos. Segundo o agro meteorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, além do grande volume de chuvas - de 20% a 40% superior para a média na região -, as temperaturas também se mantiveram muito acima do normal, principalmente as mínimas. "Em muitos locais, os volumes de chuvas totais ultrapassaram os 850 mm e, em alguns períodos deste verão e do outono, as temperaturas mínimas ficaram até 3 a 4°C acima da média. Um prato cheio para um maior desenvolvimento de doenças", comenta. A média de chuva na região varia entre 600 e 750 mm. Na opinião dele, como o clima/atmosfera não foi influenciado por um El Niño clássico, os corredores de umidade ficaram muito aleatórios e, com isso, houve períodos até que a atmosfera se comportou com uma La Niña, causando muitas chuvas sobre as regiões Central e Norte do Brasil. "Por isso,

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foram registradas chuvas bem acima da média sob as áreas produtoras de trigo de MG, GO e DF", afirma.

Complexo de doenças em análise

Paulo Kuhnem, fitopatologista da Biotrigo Genética, comenta que essa complexidade de fenômenos climáticos criou um cenário ideal para ocorrência de diferentes lesões foliares que causaram um complexo de doenças que não ficaram restritas apenas às lavouras de trigo, mas também afetando outros cultivos da região, como milho e feijão. "Foi realmente um ambiente extremamente favorável para a ocorrência de doenças foliares. Provavelmente essa situação não estaria sendo observada, mesmo nos plantios mais antecipados se fosse um ano como foram as últimas três safras na região", comenta. "Muitas

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das amostras recebidas pela Biotrigo de técnicos e agricultores tinham folhas com elevado número de lesões de Brusone e de Bacteriose, sintomas em igual intensidade que eu só tinha observado na Bolívia onde essas doenças ocorrem com frequência devido ao clima úmido e quente da região", complementa. As análises encaminhadas pelos pesquisadores de diferentes elos do setor tritícola ainda estão em andamento e, por isso, não há a confirmação exata do que causou a quebra nestas regiões. Um dos fatores que estão dificultando a sintomatologia é a ocorrência de outras doenças de forma concomitante. Paulo comenta que nas amostras coletadas nas lavouras de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal e analisadas no laboratório de fitopatologia da Biotrigo, pode-se isolar colônias de bactérias, que numa análise inicial, tem tido en-


A safra de trigo no Cerrado está marcada por condições ambientais atípicas em 2019

quadramento em sua maioria dentro do gênero Xanthomonas. "Ainda estamos realizando mais testes para tentar identificar a espécie ou patovar desses isolados bacterianos para então poder dizer que se trata ou não da Xanthomonas já relatada inúmeras vezes no Brasil". Nas lavouras acompanhadas não foram observados sintomas de estria bacteriana padrão causada por Xanthomonas transluces pv. undulosa, que como o nome indica, causa estrias no sentido das

nervuras de coloração marrom. "Vale ressaltar que também isolamos bactérias que não se enquadraram nesse gênero, e por isso também estamos investigando se essas são patogênicas no trigo ou apenas contaminantes nas amostras", complementa. Também foram isolados nas amostras testadas pela Biotrigo, nas lesões com sintomas típicos de Brusone, colônias do fungo Pyricularia oryzae, que é o agente causal da doença. "Não foi possível isolar o fungo agente causal da Mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) nas amostras recebidas, mesmo das lesões consideradas típicas. Contudo, isto não significa que a Mancha marrom também não esteja envolvida neste complexo de doenças. Estas amostras levaram um tempo para chegar no nosso laboratório aqui em Passo Fundo/RS e isto pode ter afetado a viabilidade deste fungo. De qualquer modo estamos reprocessando estas amostras e também aguardando mais amostras chegarem para podermos

ter mais dados dos patógenos envolvidos na situação desse ano, considerada por agricultores e técnicos locais como atípica", ressalta Paulo.

Linhas de ação para as próximas safras

Na opinião do melhorista da Biotrigo, André Schönhofen, a velocidade e extensão dos sintomas nas lavouras foram os motivos que geraram mais dúvidas entre os produtores, técnicos e empresas de pesquisa. "Em nossas visitas, verificamos que lavouras em todos os estádios de desenvolvimento apresentavam sintomas foliares. É importante destacar que se esse ano fosse mais próximo de um clima considerado normal, é provável que as lavouras semeadas dentro das datas do zoneamento agroclimático estivessem significativamente melhores, tanto em sanidade de folha como de espiga", disse.

TBIO

DUQUE

BRANQUEADOR

Estamos escrevendo uma nova história para o mercado de Trigos Branqueadores. A MAIOR SANIDADE E PRODUTIVIDADE DISPONÍVEL ENTRE OS TRIGOS DE FARINHA BRANQUEADORA

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B O V I N O C U LT U R A D E C O R T E

Cooperaliança dá início à Expedição Pecuária no PR

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Cooperaliança deu início, no dia 26 de abril, com um dia de campo sobre pecuária de corte, na Chácara Bela Vista, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, a uma iniciativa inédita na cooperativa: a Expedição Pecuária. Voltada a cooperados, a ação prevê até novembro deste ano, em todas as regiões do Paraná, uma série de encontros técnicos sobre a produção. Em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, a gerente de Divisão Técnica, Médica Veterinária Marina Azevedo, que falou sobre o evento na abertura da programação, detalhou a expedição: “Esperamos contribuir com a produção de nossos cooperados, levantar dados e pontos de gargalo, que possamos enxergar como oportunidades de melhoria, e também estar em contato com o produtor, disseminando tecnologia e conhecimento, junto com essa equipe multidisciplinar que temos acompanhando a expedição. Nosso objetivo é ajudar o cooperado a produzir mais, com maior rentabilidade”, disse. Alinhado com a meta, o dia de campo trouxe, palestras de técnicos da cooperativa e de convidados de empresas parceiras, divulgando a visão de que a propriedade precisa ser eficiente tanto na parte produtiva, quanto na gestão, dando foco também na rentabilidade e na gestão de pessoas. As atividades tiveram início com apresentações dentro da sede da chácara. Ainda antes do almoço, no local, houve visitação a campo, com o detalhamento dos manejos do gado a pasto (recria), do calendário sanitário e das estratégias de manejo e nutricionais do confinamento, para terminação. À tarde, o evento enfocou os indicadores econômicos e produtivos da Chácara Bela Vista – a propriedade alcançou índices que na avaliação

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Expedição percorrerá 3 mil km no PR, difundindo a ideia da qualidade como a soma de eficiência no manejo técnico e na gestão de pessoas

de técnicos demonstram alta produtividade e rentabilidade na pecuária de corte. Outro assunto de destaque foi a necessidade de se adotar, também nas propriedades rurais, diretrizes de recursos humanos para se ter uma equipe engajada, motivada e mais eficiente. O presidente da Cooperaliança e proprietário da chácara, Edio Sander, proferiu palestra sobre como implantou um sistema de gestão de pessoas, melhorando seu desempenho naquele quesito. Segundo especificou, uma divisão de tarefas dos colaboradores com base em suas aptidões, no espírito de equipe e no engajamento na realização das rotinas melhorou o clima de trabalho e aumentou a eficiência. Sander respondeu também a várias perguntas dos participantes, abrindo espaço para uma troca de ideias e de experiências. Apoiaram o dia de campo a Agrária e a Tortuga (uma marca DSM). A REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com alguns dos palestrantes e traz um resumo do que eles destacaram.

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Ciro Dellê (Produtor rural e pecuarista em Pinhão-PR) “Foi realmente um dia de campo muito produtivo. É só o primeiro dia de campo da expedição – vão haver vários nesse ano –, que iniciou num nível excelente. Todas as palestras muito boas”.

Luciano Morgan, DSM, apresentou a palestra “Analisando números em busca da eficiência”


DIRECIONANDO A GENÉTICA AO SISTEMA DE PRODUÇÃO DA COOPERALIANÇA MIGUEL ABDALLA, GERENTE DE PRODUTO CORTE TAURINO – ALTA GENETICS “Estamos numa era que é a dos números. Claro que para começar a entender o que está acontecendo na fazenda precisamos medir. Medir para saber onde a gente está. E,fazer planejamento, para vermos como chegar naquele objetivo que estamos almejando. Com isso, temos algumas ferramentas. Entre elas, a genética. Não necessariamente um touro que dá certo numa fazenda dá certo na outra. Por isso, a importância de se olhar característica por característica, para que você possa fazer uma pressão de seleção dentro daquelas características que atendem o seu sistema. Existe o touro ideal para o seu sistema”.

MODELO PRODUTIVO DA CHÁCARA BELA VISTA RODOLFO CARLETTO, ENGENHEIRO AGRÔNOMO, TÉCNICO DA COOPERALIANÇA “Creio que o trabalho do sr. Edio Sander mostra a extrema viabilidade de se intensificar áreas agricultáveis com a exploração pecuária. Hoje é feito investimento pesado em adubação para o manejo desta pastagem, mas graças a isso ele consegue lotações altíssimas, em torno de 20 novilhos por hectare, e com um ganho de peso, na fase de recria, de mais de 1,200Kg por animal/dia. Em torno de quatro meses, os animais estão na recria – e mais 100 dias confinados. Então, o sr. Edio é um dos produtores que abatem animais na faixa etária hiper e super precoce, média de 14 ou 15 meses. Se não fosse o confinamento, a gente não ia conseguir a uniformidade de gordura na carcaça”.

MODELO PRODUTIVO (CONFINAMENTO) LUIZ FERNANDO MENEGAZZO GHELLER – MÉDICO VETERINÁRIO, TÉCNICO DA COOPERALIANÇA “O grande desafio dos confinadores, dos terminadores, é encontrar o ponto ótimo de abate, ou seja, abater o animal no momento em que ele começou a dar prejuízo dentro do negócio. Nem sempre o animal mais pesado é o que deve ir para o abate. Porque às vezes a fisiologia genética dele é para crescer mais, para ele atingir esse ponto de abate com 580 quilos. E esse animal, quando está em crescimento, tende ainda a estar deixando resultado positivo dentro do sistema. Tenho que deixar os animais que dão resultados positivos dentro do sistema, tirar os que já estão negativando o resultado e mandá-los para o abate”.

CONSTRUINDO UMA EQUIPE ENGAJADA E COMPROMETIDA MARINA AZEVEDO, MÉDICA VETERINÁRIA,GERENTE TÉCNICA DA COOPERALIANÇA “Às vezes, as pessoas querem começar uma gestão de pessoas já implantando programas de remuneração, sem antes ter toda a organização da sua gestão. Sem ter processos implantados, funções bem definidas, reuniões de feedback. Essa base de conhecimento, que passamos da questão geral, foi justamente para nortear, porque o case de hoje tem a gestão desta forma aqui, na Chácara Bela Vista, depois de anos de planejamento, de organização, de processos, de funções definidas. Os participantes precisam entender realmente em que nível eles estão, o que ainda precisam fazer para conseguir implantar todas essas questões dentro da propriedade”.

GESTÃO DE PESSOAS NA CHÁCARA BELA VISTA EDIO SANDER, PRODUTOR RURAL, CONTADOR E PRES. DA COOPERALIANÇA “O modelo de gestão de pessoas é o resultado das observações que fizemos do perfil de cada colaborador. E dentro da descrição de todas as atividades que devem ser exercidas aqui dentro, encaixamos cada funcionário, com a sua aptidão, em uma determinada descrição de função. Aí, conseguimos acertar. Foi um pouco demorado para fazer isso, levaram alguns anos de observação, mas chegamos a um modelo que para nós é interessante, interessante para o colaborador e dá resultado para a propriedade. Porque cada um, tendo a sua função devidamente descrita, no dia a dia exerce a sua tarefa, que está dentro da sua aptidão e aí o conjunto funciona”.

INDICADORES PRODUTIVOS E ECONÔMICOS – CHÁCARA BELA VISTA ROBSON KYOSHI UENO, MÉDICO VETERINÁRIO, TÉCNICO DA COOPERALIANÇA “É preciso controlar, planejar, conhecer os números, para se poder promover melhorias no sistema produtivo da pecuária de corte. O número que não é conhecido não pode ser melhorado. Isso é o que todo mundo fala. E é uma realidade. Quem não conhece seus números ou quem não planeja os seus números, está nadando num barco furado. Existem vários centros de custos, que compõem o custo total da pecuária. Preço de milho, soja, ração, sal mineral. Dentro de um mercado futuro para estes insumos, o produtor, sabendo quanto vai gastar, pode usar um indicador de qual seria a margem que teria para gastar com bezerros. Então, isso é um balizador interessante”.

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P I S C I C U LT U R A

Entregas de alevinos no Sindicato Rural de Guarapuava retornam em novembro

ABRIL

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Piscicultura Progresso, em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava, realizou entregas de alevinos nos dias 26 de abril e 14 de maio. As entregas nos próximos meses darão uma pausa e retornam em novembro. São mais de 20 espécies comercializadas pela piscicultura, entre elas, tilápia, carpa capim, carpa húngara, tambacu, lambari, pacu, dourado, jundiá, matrinxã, catfish e bagre africano. Os preços variam de acordo com a espécie, que são vendidas por milheiros. Encomendas, espécies e valores sob consulta, no Sindicato Rural, em Guarapuava, ou na extensão de base Candói. Outras informações, pelo telefone (42) 3623-1115. Confira as fotos:

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MAIO

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MILHO CRIOULO

CORES DE UM REENCONTRO COM ORIGENS E LIDAS RURAIS

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e diversas são as culturas que se pode produzir no campo, diversas são também as histórias que fazem de alguém um agricultor. Alguns nascem e permanecem na propriedade. Outros saem porteira afora, a buscar experiência em andanças pelo mundo. Com esta trajetória, um italiano da Calábria que viveu na França, no México e adotou o Brasil como país, afirma ter encontrado, numa cultura tradicional, o caminho para se reconectar com seu passado rural. Em entrevista dia 16 de maio, em sua chácara no distrito de Guairacá, em Guarapuava, o professor Luigi Chiaro contou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, como a descoberta do milho crioulo o está conduzindo a se redescobrir como produtor. Filho de família de agricultores, numa região da Itália onde predominam as oliveiras e os cítricos, formado em filosofia e teologia, tendo se ordenado padre (ofício que mais tarde deixaria, sem abandonar sua fé), ele relatou que o início do cultivo, em 2018, coincide com sua ideia de tecnificar a propriedade numa visão de sustentabilidade. No local, que já abrigou avicultura e bovi-

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nocultura de corte, e onde desde 2015 se dedica à produção leiteira com 20 animais das raças holandesa e jersey, o professor explica que sua intenção é verificar a viabilidade de utilizar o milho crioulo para silagem. Chiaro lembrou que para conhecer o material semeou uma primeira área, de 20 m por 20 m, com o cuidado de situá-la longe da possibilidade de cruzamento com outros milhos próximos. “Foi praticamente um campo experimental. A técnica que usei foi plantar em fileira,

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Cores: reflexo da variedade genética

Com propriedade no Guairacá, professor Luigi Chiaro redescobre sua origem rural no cultivo experimental do milho crioulo para silagem

com a famosa catraca, que eu nunca tinha usado”, recordou com bom humor. Para o segundo cultivo, na próxima primavera, ele antecipa que ajustará o momento da semeadura: “A ideia, para este ano, é fazer o plantio na época correta, que coincida com o plantio do milho convencional, para evitar que, no fim, ao sobrar só este milho, os pássaros se tornem predadores, como aconteceu”. Inspirado na experiência de agricultores que se dedicam ao milho crioulo em outras regiões do Brasil, ele observa que buscará selecionar – em seu caso, o milho branco. “A segunda ideia é ver se realmente é apto para uso de alimentação animal via silagem via secagem de grão”, completou. Hoje, ainda residindo em Guarapuava mas dedicando boa parte do tempo à chácara, Chiaro diz ter se visto de novo diante de sua origem. “Sinto que volto à minha infância. Minha ideia é sentir-me vivo. Tem gente que diz: ‘pensar é viver’ – e concordo; ‘trabalhar é viver’ – e concordo. Mas pensar e viver na terra, e trabalhar na terra, é um viver em plenitude. Isso é o que me leva a sonhar em morar aqui”, concluiu.


Milho: cultura milenar com diversas utilizações Para saber mais sobre o milho, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, conversou com o professor Marcelo Mendes, diretor da Fazenda-Escola do curso de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Segundo ele, o milho é uma cultura milenar. “O histórico da cultura do milho, no mundo, data de relatos de mais de sete mil anos antes de Cristo. É uma planta originária do México. O que mais se difere nessa planta de milho crioulo é ter uma base genética, em algumas situações, bem mais ampla, o que permite uma adaptação melhor às condições de adversidade do clima”, disse. Em contrapartida, há uma diferença: “Não temos um fator importante das sementes híbridas, que é poder gerar, através de cruzamentos entre pais e mães, sementes híbridas F1. A geração de uma semente F1 possibilita um potencial produtivo maior”, pontuou. Mas o professor recordou também que o milho crioulo, assim como o híbrido, tem papel cultural importante na cozinha em várias partes do mundo, em bolos, tortilhas e pães: “O México é um país de referência nessa forma de utilização”. Para Marcelo Mendes, os vários tipos de milho permitem variedade em seu uso: “temos diferentes híbridos, diferentes variedades, que podem atender a diferentes nichos de mercado. O milho está cada vez mais diversificando, como forma de utilização”.

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LE G I S L AÇ ÃO

Ação direta de inconstitucionalidade 2332 – juros compensatórios na desapropriação de terras Fábio Farés Decker e Luis Eduardo Pereira Sanches Aliança Legal dos escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados

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relato deste artigo remonta aos anos de 1980, quando passamos a vivenciar uma inflação galopante, razão pela qual o Supremo Tribunal Federal passou a admitir juros compensatórios de 12% ao ano a fim de atenuar as perdas dos expropriados de suas terras, o fazendo por meio da súmula 618/1984. Já no ano de 1997, o poder executivo editou a Medida Provisória 1577, que regulamentou a questão dos juros compensatórios, indicando serem de 6% ao ano, assim consignando: “No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor da condenação, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse” (caput do art. 15-A do Decreto 3.365/41). Assim, quando a Administração é imitida na posse: a) e a oferta de valor é aceita pelo expropriado, não há juros compensatórios; b) e a oferta de valor não é aceita pelo expropriado, mas a sentença como devido o valor da Administração, não há juros compensatórios; c) e a oferta de valor não é aceita pelo expropriado e a sentença entende que o valor da Administração foi insuficiente, há juros compensatórios de 6% ao ano sobre a diferença do valor da sentença e o ofertado pela Administração incidentes desde a emissão na posse. Posteriormente, uma nova Medida Provisória (1.901-30/99) alterou o caput do art. 15-A do Decreto 3.365/41 para: a) Dizer que os juros compensatórios serão devidos ATÉ 6% ao ano, ou seja, com possibilidade de se aplicar percentual menor que 6%; b) Criar um parágrafo 1º no art. 15-A mencionado para dizer que os juros

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compensatórios só seriam devidos se houvesse perda de renda comprovadamente sofrida pelo expropriado; c) Criar um parágrafo 2º no art. 15-A mencionado para dizer que os juros compensatórios seriam indevidos quando o imóvel possuísse graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero. Naquele momento, a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2332/DF e o STF concedeu a medida cautelar, ou seja, decisão provisória, no sentido de que a base de cálculo dos juros compensatórios será a diferença eventualmente apurada entre 80% do preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na sentença e suspendeu a expressão “até 6%”. Em resumo, o Superior Tribunal de Justiça, pela súmula 408, assim consolidou o entendimento de que nas ações de desapropriação de terras, os juros compensatórios incidentes após 11/6/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001, e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federal. Não percamos o rumo do raciocínio, pois chegamos na ADI 2332 do STF julgada no mês de maio de 2018, na qual se decidiu que é constitucional o percentual de juros compensatórios de 6% ao ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na posse de seu bem, de maneira a incidir sobre a diferença entre 80% (oitenta por cento) do preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor do bem fixado na sentença. Isto é, o STF entendeu que o percentual de 12% de juros compensatórios, se tornaram “demais” no decorrer do tempo. Significa dizer que, após aquele julgamento do ano de 2018, temos: a) Juros compensatórios são devidos desde a imissão na posse do Poder Público; b) No montante de 6% ao ano;

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c) Devidos sobre 80% do valor ofertado e a diferença encontrada na sentença judicial; d) Não incidem sobre imóvel improdutivo; e) Se sujeitam a devida comprovação de perda de renda pelo expropriado. Pensamos que a situação estava resolvida. Em termos sim. Mas os desdobramentos desde julgado de 2018 começaram a aparecer. Quer dizer, o Incra iniciou a propositura de ações rescisórias com base no respectivo julgado para “reabrir” os processos judiciais sobre desapropriação de terras que já estavam em fase de pagamento (execução). Ou seja, aquele Instituto tem requerido o recálculo das indenizações, visando a substituição do percentual de juros em 12% ao ano para sua metade (6%), de acordo com o previsto no julgamento da ADI em 2018. Com isso, o Incra tem apresentado ações para modificar as decisões de processos que foram encerrados entre a liminar de 2001 e a decisão de 2018 e que favoreceram os donos das terras. Para o instituto, devem ser realizados novos cálculos, agora, com base no percentual de 6% ao ano como juros compensatórios. Pensando nos proprietários de terras que aguardam o ressarcimento, o cenário não é otimista, uma vez que se verificou decisões favoráveis ao Incra nos tribunais regionais federais e, também, no Superior Tribunal de Justiça. Mas cabe um alento, pois também se notou um elevado número de decisões favoráveis aos expropriados, embora em menor quantidade, mas em sua maioria com consistentes fundamentos. Por fim, entendemos que as ações rescisórias não possuem seus requisitos preenchidos, eis que os tribunais podem mudar de posição, mas devem respeitar os casos já julgados. Além disso, não pode ser medida utilizada nos casos em que ocorreu algum erro no processo ou desatenção com relação à jurisprudência, e as rescisórias apresentadas pelo Incra, afirmam, teriam base somente em mudança de jurisprudência. Enfim, não podemos crer que ações transitadas em julgadas há uma ou duas décadas possam ser revistas, sob pena de impor ao jurisdicionado a insegurança jurídica.


E STR ADA

Reunião discute alargamento da PR 364

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presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, participou no dia 13 de maio, de uma reunião na Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), em Curitiba, sobre o alargamento da PR-364, que liga Goioxim à BR-277. A reunião foi conduzida pela deputada estadual Cristina Silvestri e contou com a participação de prefeitos, vereadores, diretores de cooperativas e lideranças de municípios da região de Guarapuava. Na reunião, a parlamentar apresentou números que comprovam a necessidade da estrada para a região, principalmente para o setor agropecuário, como é caso da Cooperativa Agrária Agroindustrial, que produziu em propriedades do entorno mais de 150 mil toneladas de grãos no ano passado. Outro caso apresentado foi o da

Cooperativa Agroindustrial Coamo, que possui uma unidade de recebimento às margens da rodovia. No ano passado, foram recebidas 378 mil sacas de grãos nesta unidade da cooperativa. A Santa Maria Papel e Celulose também utiliza a estrada para escoamento e, em 2018, transportou neste trecho quase 23 mil toneladas de grãos e 150 mil toneladas de madeira. Ao final da reunião o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex afirmou que o Governo possui condições financeiras de garantir a obra, porém, antes disso, é necessário formalizar o projeto via Executivo.

Rodolfo Botelho, Cristina Silvestri, Sandro Alex e Arnaldo Stock.

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MILHO

Simpósio discute inovações técnicas aplicadas à agricultura

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Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), por meio do Programa de Educação Tutorial (PET) do Departamento de Agronomia da instituição, realizou do dia 6 a 8 de junho, o 1º Simpósio de Inovações Técnicas Aplicadas à Agricultura – Cultura do Milho. O evento apresentou eixos temáticos importantes para o desenvolvimento da produção de milho: cooperativismo, fisiologia de produção, manejo da fertilidade, biofortificação de plantas, fitossanidade, inoculação, melhoramento genético, inovações tecnológicas e nutrição animal. A programação durante os três dias contou com as palestras: Biofortificação em plantas com foco na cultura do milho (Luiz Roberto Guimarães Guilherme – UFLA); Cooperativismo (Jhony Moller – Ocepar); Inovações na produção de silagem

de milho (Igor Quirrenbach Carvalho – G12 Agro); Manejo de plantas resistentes (Fernanda Carvalho Lopes de Mederiso - UFLA); Manejo de Pragas (Aline Pomari Fernandes – UFFS); Uso de gesso agrícola (Eduardo Fávero Caires – UEPG); Nematóides do milho (Fernando Cesar Baida – Nemabrasil); Estria bacteriana (Adriano Augusto de Paiva Custódio – IAPAR); Micotoxinas na cultura do milho (Dauri José Tessmann – UEM); Fisiologia de produção de milho – João Domingos Rodrigues – UNESP); O uso de Azospirillum spp. Na cultura do milho (Marco Antonio Nogueira – Embrapa); Tecnologia de duplo-haploides (Evandrei dos Santos Rossi – SHULL SEEDS) e Digitalização do agronegócio (Francisco Nogara). Segundo a professora do Departamento de Agronomia, Cacilda Marcia Duarte Rios, uma das organizadoras do evento, o simpósio surgiu da necessidade dos alunos do PET terem uma atualização de informações e um maior contato com pesquisadores. “Nós escolhemos a cultura do milho por ser uma cultura importante aqui na região e também porque dentro do grupo, temos vários alunos com pesquisas voltadas para essa cultura. Traçamos junto com a Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) algumas linhas que seriam importantes abordar e assim definimos a programação”. Durante os três dias, mais de 200

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho participou da cerimônia de abertura do simpósio

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Cacilda Marcia Duarte Rios, professora Departamento Agronomia Unicentro

pessoas participaram do evento, entre alunos, profissionais e produtores rurais. “Os palestrantes eram de diversas regiões do país e tivemos um feedback muito bom da qualidade das palestras. Pretendemos tornar anual o evento, abordando uma cultura por ano. A previsão é que no próximo ano seja sobre batata”, adianta Cacilda. O evento teve apoio do Sistema Faep/Senar, Sindicato Rural de Guarapuava, Galpão do Boiadeiro, Tratorsolo, Nemabrasil, Ballagro, Coamo, CREA-PR, 1500 Empório, Syngenta, Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Agrícola Estrela, Cross Formaturas, Defensive Agrovant, Influx, ABMS e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro).

Grupo PET Agronomia Unicentro, organizadores do evento


Confira o resumo de algumas palestras do evento: Biofortificação em plantas com foco na cultura do milho Luiz Roberto Guimarães (Universidade Federal de Lavras) No passado, procuramos aumentar a quantidade de alimentos, depois procuramos produzir de uma maneira sustentável e agora a gente precisa se preocupar em produzir alimento com qualidade, que é a biofortificação. O fato de termos aumentado a produtividade no passado fez com que algumas culturas acabassem tendo um menor teor de nutrientes. Essa é uma preocupação recorrente. Às vezes, é preciso colocar nutrientes que a planta não precisa durante seu desenvolvimento, mas que os seres humanos precisam. Podemos usar duas estratégias: desenvolver materiais geneticamente melhores ou adicionar nutrientes ao solo. É um conceito novo, mas que precisamos começar a incorporar, até porque nossos compradores externos, como a China, por exemplo, já tem esse conceito muito forte. O milho quanto mais amarelo, mais vitamina A ele tem, que é muito importante para o desenvolvimento da visão, principalmente em crianças. É importante também um maior teor de Zinco, Selênio e Iodo, que são muito importantes para a saúde humana e animal”.

Inovações na produção de silagem de milho Igor Quirrembach Carvalho (G12 Agro) O planejamento é fundamental em qualquer atividade. Na produção pecuária, mais ainda. É importante que o produtor planeje, pelo menos meio ano antes, o que vai plantar na próxima safra – já saber quanto vai plantar, qual vai ser a cultura, se vai plantar mais cedo ou mais tarde – para que produza uma comida em boa quantidade, com boa qualidade e com um custo interessante também. Não existe o melhor milho para silagem. O que existe é o melhor milho para cada situação. O que nós, técnicos, temos que fazer? Entender o sistema de produção de cada propriedade. O que ela tem disponível de equipamentos, de fertilidade do solo, qual tipo de animal, se a produção é alta, mediana, entender o sistema da propriedade e indicar o melhor milho para a situação do produtor”.

Manejo de plantas resistentes Fernanda Carvalho Lopes de Medeiros (Universidade Federal de Lavras-MG / UFLA) As plantas daninhas estão adquirindo resistência aos herbicidas mais utilizados. Queremos diversidade de manejos para proteger as moléculas contra resistência. Primeiro, acho que é extremamente importante o manejo de palhada, pensando em diminuir mato-competição e garantindo uma dianteira competitiva da cultura. Fazer rotação de herbicidas. Conhecer a biologia das plantas daninhas. No caso do azevém, que é um dos problemas aqui na região, sabemos que a chuva de sementes ocorre um pouco mais cedo. Então, se conseguirmos manejar antes do florescimento, e entrar com plantio o mais cedo possível, para impedir que ele faça esse florescimento, e produza sementes para a próxima estação, seria a melhor estratégia. E esse é um exemplo de manejo cultural”.

Manejo de pragas no milho Aline Pomari Fernandes (Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS) Grande parte das pragas está vinculada, muitas vezes, a uma adubação não equilibrada, a um solo descoberto, sem palhada. Então, muitas vezes, a gente tem uma densidade de plantio diferente daquela recomendada para aquela cultivar utilizada. Se o produtor faz uma semeadura antecipada, automaticamente entra no período de maior incidência daquela população de pragas em especial. Esse manejo cultural é muito importante para essa redução populacional. Mais importante do que a gente pensar que tem que controlar, é conseguir correlacionar a estratégia de controle com a produtividade. Muitas vezes, se utilizarmos o controle de uma forma exagerada, vamos aumentar a produtividade, mas nosso gasto para isso é tão grande que a rentabilidade vai ser menor da mesma forma”.

Digitalização no agronegócio Francisco Nogara (Sky Agri) Essa tecnologia vem ajudar o agricultor a responder com muito mais assertividade as questões do dia a dia da agricultura: o que, quando e como aplicar. Isso diminui o componente emocional de ‘acho que precisa’ e se passa a utilizar parâmetros numéricos. Então se consegue avaliar muito melhor algum evento que ocorra na lavoura. A tecnologia de digitalização também permite que se crie modelos digitais do teu terreno. Essa digitalização permite que se construa projetos de conservação de solos muito mais assertivos, do que simplesmente você estar no campo e colocar um terraço, uma curva de nível, sem analisar com mais detalhes aquelas variáveis, que impactam em toda a eficiência desse sistema”. REVI STA DO PRO D UTO R RURA L DO PA RA N Á

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SENAR

Capacitação profissional rural O

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferece 250 cursos em todo o Paraná, com o objetivo de melhorar a produção e qualidade de vida da família rural paranaense. Interessados devem entrar em contato com o departamento de mobilização de cursos nos sindicatos rurais. Em Guarapuava, fale com Mery Ribas (42) 3623-1115 e em Candói, com Ana Paula (42) 3638-1721. Confira alguns dos cursos realizados pelo Senar e Sindicato Rural em Guarapuava e região durante os meses de abril e maio: TRABALHADOR NA OPERAÇÃO E NA MANUTENÇÃO DE ESCAVADEIRAS - RETROESCAVADEIRA - NR 31.12

22 a 26 de abril

Prefeitura Municipal de Cantagalo

PROGRAMA EMPREENDEDOR RURAL TURMA PILOTO

Adelar Cagnini 30 de abril a 15 de outubro

PRODUTOR BOVINO DE LEITE MANEJO E ORDENHA

06 a 10 de maio

TRABALHADOR NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS AGROSSILVIPASTORIS - HERDEIROS DO CAMPO

07 de maio a 19 de junho

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Cooperativa Agrária

Gumercindo Fernandes da Silva Jr.

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Josias Schulze

CERQUEIRO – CERCA ELÉTRICA

Itamar Cousseau

Sindicato Rural de Guarapuava

Sindicato Rural de Guarapuava

07 a 09 de maio

Fazenda Capão Redondo - Candói

Juliano Antunes da Silva

TRABALHADOR AGROPECUÁRIO – FORRAGICULTURA – ESTABELECIMENTO, RECUPERAÇÃO E REFORMA DE PASTAGENS

08 a 10 de maio

Sindicato Rural de Guarapuava

Karina Calil Caparroz


PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS – PANIFICAÇÃO

14 e 15 de maio

Sindicato Rural de Guarapuava

Gilvana Giarollo

TRABALHADOR NA SEGURANÇA NO TRABALHO PRIMEIROS SOCORROS

30 e 31 de maio

Grupo Agro Santa Fé

Anderson Nogueira dos Santos

TRABALHADOR NA BOVINOCULTURA DE CORTE MANEJO DE BOVINOS DE CORTE

30, 31 de maio e 1º de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Edgard Pilati Filho

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA OPERAÇÃO DE IMPLEMENTOS PARA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS – PULVERIZADOR TRATORIZADO DE BARRA

03 a 07 de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Arfélio Cagnini

TRABALHADOR NA SEGURANÇA DO TRABALHO NR 35 – TRABALHO EM ALTURA AGROINDÚSTRIA

17 e 18 de maio

Grupo Agro Santa Fé

Fernando Pizani

PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS – PANIFICAÇÃO

20 e 21 de maio

Assentamento Bananas

Ines Maria Wietozikoski

TRABALHADOR VOLANTE DA AGRICULTURA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS – NR 31.8

30, 31 de maio e 1º de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Jorge Luis Dias Alves

TRABALHADOR NO CULTIVO DE ERVA-MATE INTEGRADO DE ERVA-MATE

04 a 07 de junho

Sindicato Rural de Guarapuava

Luiz Carniel

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9 meses), filho de Marcos Augusto (1 ano e Silmara Stroparo e mm Tha Marcos Antônio (Pinhão-PR). Thamm. Fazenda Butiazinho

Gabriela (5), filha de Tamara Dall'Agnol Keller e Marcelo Kelle r.

Sofia (7) e Henrique (10), na fazenda do avô Valter Vicente Michalak, em Pitanga

Raphael (10), filho de Cláudia Keller e Rodolpho Scherner, neto de Mari Keller e Rudolfo Keller, na propriedade de Marcelo Kunz.

Danielle Galvan Isadora Luiza (2), filha de pomar do no , nda agra Cas L. o e Diog S. da-R Gor Anta em l, Viveiros Pito

Pescaria em família: José Losso filho, José a Losso Neto, José Losso Bisneto e agora ina Camp em li, Joma sítio no Losso Clara do Simão-PR.

José Losso Filho, Maria do Rocio, José Bisneto e Clara com abóbora de mais de um metro. Sítio Jomali, em Campina do Simão-PR

Victor (1), filho de Gilson Cordeiro Jr. e Luciane Jureczek, na Fazenda Vô Nando, em Turvo-PR. À direita com seus pais Pablo (8), filho Celina de Fátima Dominico e Vanderlei Juliano Dominico, neto de Maria de Lourdes Tulio.

Heloisa (12 meses), filha de Josnei A. S. Pinto e Denize P. Moraes, junto à criação de ovinos, em propriedade em Guarapuava - PR

Maria Antônia (4), filha de Jonathas Cruz e Karina Cruz Jonathas (6), filho de Jonathas Cruz e Karina Cruz.

NASCIMENTOS

Nasceram no dia 17 de maio os gêmeos Miguel e Maria Rita, filhos de Fernando Binsfeld Beltrão e Denise Bahls

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Linda casa da árvore no Sítio Jomali.

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Nasceu no dia 20 de maio, a Beatriz Kunz Bocchi, em São José do Rio Preto- SP, filha de Camila Cristina Kunz Bocchi e Renato Bortolone Bocchi. Na foto, com os avós corujas Rosenei e Reni Kunz

Júlia (4), filha de Gilson Cordeiro Jr., na Fazenda Vô Nando, em Turv o-PR.

l: para o e-mai Envie sua foto m.br srgpuava.co o@ ca ica un m co


PROJETO IDENTIDADE SINDICAL 2019

PROFISSIONAIS EM DESTAQUE

NOVOS PARCEIROS:

RECONHECIMENTO A Revista do Produtor Rural, publicação do Sindicato Rural de Guarapuava, recebeu homenagem do Rotary Club de Guarapuava Lagoa pelo Dia da Imprensa. Na foto, o presidente Roberto Valduga entregando um certificado à assessora de comunicação do Sindicato e editora da Revista, Luciana Q. Bren

Djalma Ribas Drogamais

Graciele Gonçalves e Wagner Pilar Focus Assessoria em Agronegócio

Membros do Rotary Club de Guarapuava Lagoa e intercambistas

DESPEDIDA

Dia 9 de maio, ocorreu a despedida profissional de Cleide Breda, que durante quase sete anos trabalhou no escritório regional do SENAR-PR de Guarapuava. Formada em psicologia e já atuando na área, ela decidiu se dedicar a sua profissão e aos cuidados do bebê Arthur (9 meses). O supervisor regional do SENAR-PR em Guarapuava, Aparecido Grosse e a gerente do Sindicato Rural, Luciana Q. Bren, entregaram uma placa de reconhecimento pelos serviços prestados. Parabéns, Cleide, pelo excelente trabalho realizado! O SENAR-PR em Guarapuava, assim como o Sindicato Rural, diretoria e colaboradores, desejam a você muito êxito em seus novos caminhos!

HOMENAGEM PÓSTUMA

O Sindicato Rural de Guarapuava lamenta o falecimento do vice-presidente da FAEP e presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão (desde a sua fundação, há 50 anos), Nelson Teodoro de Oliveira. Ele faleceu no dia 18 de maio, em Campo Mourão, cidade em que residia. Oliveira também participou da criação da Coamo, a maior cooperativa agrícola da América Latina. Nelson deixa a esposa Sônia Pessa Oliveira, com quem esteve casado por 43 anos, e os filhos Luiz Cláudio e Luiz Sérgio.

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2019 JULHO 01/07 01/07 01/07 01/07 02/07 03/07 03/07 04/07 05/07 05/07 07/07 07/07 07/07 08/07 08/07 09/07 10/07

CAMILA ILLICH CARLOS E. DOS SANTOS LUHM EDILSON ARAÚJO MARTINS SEITI TIKAMORI OSIRES KAMINSKI JOSE ERNANI LUSTOSA ROLAND PAUL GUMPL PAULO RODOLFO SCHULZ GUINTER STEFAN DUCH LUIZ PULGA MAYRON E. F. KREUSCHER OSMAR KLOSTER OLIVEIRA TERUYOSHI ROBSON UDAGAWA LUIZ ARTUR M. FERREIRA VERA VIRMOND CARLOS ARMANDO A. ALVES REINHOLD BUHALI

11/07 11/07 13/07 13/07 13/07 13/07 14/07 14/07 15/07 15/07 15/07 15/07 15/07 15/07 16/07 16/07 17/07

ANDREAS MILLA II ERNST LEH JULIANA M. DE O. SCHERER SALVADOR IVATIUK SEVERINO GENUÍNO DOURADO SILVINO CAUS JAIR CLEMENTE ZART QUINTILHO APARECIDO PINE ALDIR ANTONIO GOLDONI ALEXANDER RITTER ANTON GORA ARI SCHWANS LAURA ISABEL F. LOURES BUCH ROSENEI DE F. CARDOSO KUNZ HUGO SILVESTRIN FILHO RODRIGO JÚNIOR SCALABRIN HERCULANO A. ABREU ALVES

18/07 18/07 19/07 20/07 20/07 21/07 21/07 21/07 22/07 22/07 23/07 23/07 23/07 23/07 24/07 25/07 25/07

ANGELO MUZZOLON RAPHAEL DE CAMARGO VIKTOR LEH ARIDREIA A. DE M. SPIELER CLÁUDIA MUGNOL FRITES EDSON ADRIANO DE VARGAS ERNESTO STOCK GUNTER DUHATSCHEK ENIO MENDES DANGUI JOSÉ VILMAR SOPCHUK AIRTON RIBEIRO DE CAMPOS EROS LUSTOSA ARAÚJO OZIRES JOSE VAIS FERNANDES PAUL ILLICH ANTON KREUSCHER FRANK NOHEL VALDOMIRO IVATIUK JUNIOR

26/07 26/07 26/07 26/07 26/07 27/07 27/07 27/07 28/07 28/07 28/07 28/07 28/07 30/07 31/07 31/07

ALEXANDRE MARATH ANNEMARIE PFANN E OUTROS HUMBERTO MANO SÁ ROBERTO E. A. MARCONDES VINICIUS VIRMOND ABREU SÉRGIO ALVES TEIXEIRA SIEGHARDT J. KLEINFELDER VANDERLEY KUACHINHAK ARISMARI ROCHA CAMARGO GIBRAN THIVES ARAUJO MARCIO A. P. MARCONDES PAULO CESAR FONSECA WALTER WILK KLEYTON ROMUALDO KRAMER CANDIDO PACHECO BASTOS MARIANE WERNECK BOTELHO

07/08 07/08 07/08 08/08 09/08 10/08 11/08 12/08 12/08 13/08 13/08 13/08 16/08 16/08 18/08

ADAUTO BRANDELERO IVO JOÃO VARGAS JOÃO HUBER KATHERINE G. A. DUHATSCHEK ALFREDO WOLBERT VANDERLEI GOMES DE ASSIS LENI LOSSO KLUBER MARLI DE ARAÚJO RIBAS VERA LUCIA BOVOLINI WILD BELARMINO ANTÔNIO BACCIN CARLOS L. DURSKI SILVA CELSON LUIZ BRANDALISE RENATO GOES PENTEADO FILHO WILSON BARBIERI DARCI CARRARO

18/08 18/08 18/08 19/08 19/08 20/08 20/08 20/08 21/08 21/08 22/08 22/08 22/08 23/08 23/08

JOSEF HILDENBRANDT JÚNIOR LUIZ CARLOS RODRIGUES NELSON BREMM JOÃO KONJUNSKI NEUSA SILVEIRA VIER ANTÔNIO MAYER JOÃO MARIA MENDES SIQUEIRA OSMAR GELINSKI CARLOS A. ABREU ALVES NELSON ADELAR GEHLEN EGON MAYER MARCOS ANTONIO SEITZ ROBERTO E. N. DE CUNHA AFRANIO LEODANIL NARDELLI ILSE KLEIN

23/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 24/08 25/08 27/08 29/08 30/08 30/08 31/08 31/08 31/08

MAICO MENDES DE ARAÚJO ARMANDO FRANÇA DE ARAÚJO BRUNO GRISMAYER GABRIELA ABT TRATZ IZOLINA DENISE T. DA CRUZ JAIME ENRIQUE V. ARBULU SAULO LUSTOSA SCHNEIDER ROBERT REINHOFER EDGARD GEORG SZABO JOÃO VASCONCELOS SCHIMIDT ANTÔNIO C. LACERDA LOURES GERSON JOÃO M. DE ABREU ARAMIS LINEO M. SIQUEIRA NEURACI LUSTOZA DANGUI RUI CARLOS M. DE ARAÚJO

AGOSTO 01/08 01/08 01/08 02/08 02/08 03/08 03/08 03/08 04/08 04/08 04/08 04/08 05/08 05/08 06/08 06/08

JOSEF WINKLER SERGIO ROBERTO VEIT WILFRIED GEORG SPIELER EDLA WOELFER LUSTOSA JORGE KARL LUCIANA APARECIDA CAMARGO VIVALDINO ORTOLAN WILSON ZSCHORNAK DA SILVA ANDERSON MUZZOLON ANNA LUISA J. REINHOFER DARI ARAÚJO TERCEIRO LAURO MANHAES DE SOUZA HELMUT MILLA RENE MARTINS B. FILHO GENI BLASQUIEVIS SARTORI THIAGO LUSTOSA ARAÚJO

CONFIRA A AGENDA DE EVENTOS AGROPECUÁRIOS PAINEL CUSTO DE PRODUÇÃO DE GRÃOS 16 DE JULHO Sindicato Rural de Guarapuava

(42) 3623-1115

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DIA DO AGRICULTOR 2019 27 DE JULHO

(42) 3623-1115

Sindicato Rural de Guarapuava

SHOW PECUÁRIO 2019 23 A 26 DE JULHO Cascavel - Paraná www.showpecuario.com.br/

REVISTA DO P RODUTOR RURAL DO PARANÁ

FÓRUM IQP Fórum para Promoção da Qualidade no Sistema Plantio Direto por meio do Índice de Qualidade Participativo

15 DE AGOSTO Sindicato Rural de Guarapuava

(42) 3623-1115

JUL/AGO

2019

EXPOINTER 2019 24 DE AGOSTO A 1º DE SETEMBRO Esteio Rio Grande do Sul www.expointer.rs.gov.br/


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