ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 29 - Jan/Fev 2012 Distribuição gratuita
[índice] 10 Homenagem póstuma
Moacir Micheletto: exemplo que a história não pode esquecer
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Triticultura
Trigo: contra a vontade de Deus?
Curiosidades
Mais faceiro que égua com dois potrilhos
Manchete O Brasil e a agricultura no mundo
31 Pecuária de Corte
Microbiologia do solo
Pesquisas apontam aumento da eficiência do uso de rochas fosfatadas pela associação com microorganismos solubilizadores
32 46 54
Proteína animal Dieta suína: mitos e verdades
Análise conjuntural do mercado do boi gordo no Paraná
Dieta de alto grão
A arte de produzir carne
70 Clima
76 Cebola
Temperando a lavoura
Bovinocultura de leite
Influência da temperatura e ambiente sobre vacas de alta produção
Produtores de Guarapuava foram menos atingidos pela estiagem
84 89
Batata
Difusão de tecnologia no Cedeteg
100 Comemoração
106
Suábios de Entre Rios comemoram 60 anos de imigração
[Editorial]
1º bimestre, 1ª edição ISSN 1984-0004
[expediente] DIRETORIA: Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho 1º Vice presidente: Cláudio Marques de Azevedo 2º Vice presidente: Anton Gora 1º Secretário: Roberto Hyczy Ribeiro 2º Secretário: Gibran Thives Araújo 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima 2º Tesoureiro: Herbert Schlafner Delegado Representante: Anton Gora Conselho Fiscal: Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto Stock Suplentes: Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)
Colaboração: Mariana Rudek Bruno Hilgemberg Ana Carolina Pereira
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s produtores rurais do Paraná iniciaram o ano preocupados com a estiagem. Em Guarapuava, as perdas não devem ser tão grandes, mas muitas lavouras, principalmente em municípios vizinhos, foram atingidas. O Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB) estima uma quebra de 30% na safra de soja paranaense. A Revista do Produtor Rural do Paraná entrevistou alguns produtores rurais sobre o assunto e também acompanhou dias de campo de verão realizados no mês de fevereiro. Na esfera política, iniciamos o ano com a triste notícia do falecimento do Deputado Fedral Moacir Micheletto, uma grande perda para todos os brasileiros. Não podemos nos esquecer de suas conquistas e continuar a luta, assim como ele fazia, na defesa dos anseios da classe produtora rural. Por isso, ainda estamos acompanhando, de perto, o processo do novo Código Florestal. Estaremos novamente em Brasília em março, na expectativa da aprovação definitiva. Trazemos ao produtor rural, nessa edição, várias matérias sobre pecuária de corte, mas não deixamos de lado a soja, o milho, o trigo e também as alternativas de diversificação, como a cebola, a batata e a integração lavoura-pecuária-floresta. Um especial sobre a grande Festa dos 60 anos dos Suábios do Danúbio promete atrair a atenção dos leitores, assim como a manchete, que traz um artigo do economista José Roberto Mendonça de Barros, sobre o Brasil e a agricultura mundial, destacando a necessidade de investimentos em infraestrutura, para que o país se torne um grande fornecedor de grãos. Nessa primeira edição do ano, agradecemos às empresas anunciantes pela renovação dos contratos para 2012 e desejamos sucesso a todas que iniciaram o ano investindo nessa publicação. Queremos continuar levando informação técnica de qualidade a todos os nossos associados. Pedimos para que não deixem de quitar a anuidade do Sindicato Rural de Guarapuava 2012, visando garantir a continuidade do recebimento dessa publicação em sua casa. Desejamos a todos uma ótima colheita e boa leitura!
Fotos: Assessoria de Comunicação SRG / Luciana de Queiroga Bren / Mariana Rudek / Ana Carolina Pereira / Bruno Hilgemberg Diagramação: Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Gráfica Positiva Tiragem: 3.200 exemplares Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
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Revista do Produtor Rural
Revista do Produtor Rural
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[artigo]
Clima e produtividade Anton Gora Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná e vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
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o ano de 2011/12 enfrentamos um ano de baixas precipitações, como também já ocorreu em outros anos, e mais uma vez me parece que teremos uma produtividade praticamente normal. No entanto, isso nem sempre foi assim. Já perdemos rendimentos por excesso de chuva, mas também dentro dos limites. Não me recordo dos anos 50, 60, 70, mas relatam os produtores daquela época, que lá sim tivemos grandes perdas por excesso e falta de chuvas. Tivemos também grandes perdas em outras regiões do País. Nos últimos anos, será que o clima tem sido generoso apenas conosco? Penso que não. A tecnologia adotada já nos anos 70, 80, 90 na conservação e recuperação dos solos tem sido o nosso grande aliado para evitar perdas devido ao clima. Voltando um pouco ao tempo, lembro que plantamos, durante muito tempo, trigo no sistema convencional, arado, grade, erosão. Depois veio a soja, e além de preparamos o solo no inverno, também passamos a preparar o solo no verão, e as chuvas pesadas levavam o nosso solo, a fertilidade e a produtividade. Não bastasse preparar o solo também no verão, passamos também a queimar a palha do trigo, gradear apenas o solo e plantar soja. O desastre foi inevitável. Tínhamos até uma soja razoável no topo do morro, na encosta uma soja muito fraca, porque ali só tínhamos mais subsolo, e nas baixadas uma soja que de tão viscosa, apodrecia. Resultado: a produtividade começou a despencar e, desesperados, começamos a procurar soluções. A primeira solução encontrada, indicada pela pesquisa e técnicos, foi a utilização de curvas de nível e terraços. No desespero, tentamos implantar essa tecnologia pela imposição ao produtor. Foi criada a Associação Conservacionista de Guarapuava e ela ditava as regras
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Revista do Produtor Rural
de conservação de solo. Num convênio com o Banco do Brasil ficou acertado de que o Banco financiaria lavouras apenas com um laudo de Conservação de Solos, entenda-se com terraços ou curvas de nível. Para que os técnicos da Assistência Técnica não pudessem ser pressionados, apenas uma pessoa neutra poderia fornecer os laudos de conservação. O resultado foi pior ainda. Com terraços e plantio convencional, o solo acabava sendo ainda mais compactado, principalmente na parte mais estreita da curva, os custos aumentaram, e quando chovia e uma curva não suportava a quantidade de água, se rompia e abriam verdadeiras valetas morro abaixo. Erramos e muito, mas foi devido ao erro que conseguimos achar a solução. Começou-se nessa época então a falar no plantio direto, conceito totalmente rechaçado pelos produtores acostumados a preparar o solo. Não conseguiam entender que se poderia plantar dentro de restos de culturas e ervas daninhas. Lembro que quando fizemos a primeira demonstração de plantio direto, com uma máquina FNI Howard, no campo experimental, quase que perdemos a última gota de credibilidade junto ao produtor, credibilidade já abalada pela imposição na implantação das curvas de nível. Mas apesar de todas as dificuldades de máquinas, herbicidas e falta de experiência, os resultados começaram a aparecer. A dificuldade não era apenas nossa, e a troca de experiência com a região dos Campos Gerais e norte do Paraná trouxe os primeiros resultados positivos. A partir daí, a tecnologia do plantio direto começou a deslanchar, e em poucos anos quase que 100% da área da região era cultivada no sistema de plantio direto. Mas apenas o plantio direto não bastava, precisávamos de cobertura de solo, palha, matéria orgânica, outras culturas para se fazer uma rotação e assim evitar as pragas e doenças que começaram a aparecer. Mais uma vez se procurou solu-
ções, e novas culturas vieram: a cevada, a aveia e o milho. Precisou-se construir uma sequência dessas culturas, e junto com a Embrapa se instalou um ensaio de rotação de culturas e manejo de solo, que perdura até hoje. Dessa forma, criou-se um sistema de produção agrícola que também perdura até hoje. Os resultados vieram rapidamente, as produtividades começaram a crescer e não pararam mais. A estabilidade das culturas melhorou e hoje temos altas produtividades com boa estabilidade e custos compatíveis. Assim penso que o clima também é adverso, às vezes, para nós, mas devido à tecnologia, a planta tem melhores condições de enfrentar as adversidades e garantir a produtividade. Hoje o solo tem condições de armazenar água, para os períodos de seca; nos períodos de chuva tem condições melhores de eliminar o excesso de água e com a alta fertilidade a planta responde bem às condições adversas. Mas o que eu quero dizer com todas essas colocações, é que estamos colhendo hoje os frutos plantados no passado. Se não houvesse naquela época uma reação rápida às adversidades, com certeza hoje não estaríamos nessas condições. Por isso, nunca podemos esquecer do passado, sempre colhemos o que plantamos, e até os erros nos ajudam a achar o caminho certo. Não podemos nunca pensar que o mundo começou hoje e que todo o passado não tem importância: colhemos hoje o que plantamos ontem e vamos colher amanhã o que plantamos hoje. Por isso vamos pensar no futuro, sem esquecer do passado. Temos muitas sementes a plantar para garantir a colheita de amanhã. Temos ainda que melhorar mais a tecnologia, precisamos diversificar, precisamos melhorar a comercialização dos nossos produtos, precisamos influir na política para que ela nos sirva e principalmente, precisamos deixar filhos melhores para o futuro.
[Caixa de Entrada]
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Senadora Ana Amélia - PP/RS
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Senador Romeu Jucá
“Recebi sua gentil correspondência referente à aprovação do novo Código Florestal, uma matéria de extrema importância e que mobilizou o Senado Federal e todo o país. Agradeço as generosas referências ao meu trabalho. Permaneço à disposição para os assuntos de legítimo interesse dos produtores rurais brasileiros”
“Com satisfação recebi sua correspondência e os cumprimentos pela minha defesa na votação do nosso Código Florestal Brasileiro. Procuro sempre trabalhar pela classe dos produtores rurais”.
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Daniela Freitas – Terra Nova Turismo
“Gostaria de saber como assinar a Revista do Produtor Rural do Paraná, sou Eng. Agrônomo em Londrina e tive contato com um exemplar e fiquei fascinado com o nível e a qualidade dos artigos publicados, pelo qual parabenizo aos editores e autores”
“Estou escrevendo para agradecer imensamente por toda sua ajuda com o grupo de Alemães. Eles gostaram muito das visitas e o feedback geral deles no final do grupo foi um só: SUPER!!!! Ficaram impressionados com a estrutura das fazendas, com a receptividade dos agricultores, com as produções brasileiras. Mais uma vez muito obrigada por nos receber na região de Guarapuava. Espero poder trabalhar mais vezes divulgando a região de vocês e me coloco sempre à disposição para o que vocês precisarem.”
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Tati Magalhães, Relações Públicas Senador Rodrigo Rollemberg “Com os nossos cordiais cumprimentos em nome do senhor senador da República, Rodrigo Rollemberg, acusar o recebimento do ofício circular nº 219/11- SRG de 13 de dezembro de 2011. Agradecemos o contato e nos colocamos à inteira disposição”
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Nilson da Silva Rebello, chefe de gabinete Senador Aloysio Nunes Ferreira “Registro, em nome do Senador Aloysio Nunes Ferreira, o recebimento de correspondência desse Sindicato versando sobre a aprovação pelo Senado Federal de alterações ao Código Florestal Brasileiro. Sua Excelência acredita que o texto aprovado não é o idealizado por muitos, tanto ruralistas quanto ambientalistas, mas, indiscutivelmente, expressa significativos avanços em relação à lei anterior. Já o Senador Jorge Viana, Relator da matéria no Senado, expressou que ‘venceu o Brasil’. No ensejo, agradecemos o apoio externado, ocasião que transmitimos a V. Sa. e demais membros do Sindicato Rural de Guarapuava nossas expressões de apreço e consideração”.
Para: Revista do Produtor Rural (editora) De: Fábio Luís Mostasso, Engº Agrônomo
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Senador Eunício Oliveira - PMDB/CE “Ao cumprimentá-lo cordialmente, na oportunidade agradeço a gentileza do envio do Ofício Circular 219/11, ao apoio ao Código Florestal Brasileiro”
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Senador Jayme Campos - DEM-MT “Com os meus cordiais cumprimentos, registro o recebimento e agradeço o Ofício Circular nº 219/11-SRG, por meio do qual esse Sindicato cumprimenta-me pelas posições defendidas com relação ao Projeto do Novo Código Florestal Brasileiro, e no acolhimento às causas dos produtores rurais brasileiros. Na oportunidade, coloco-me à inteira disposição de V.Sª e dos produtores de Guarapuava e região, para que sejam encaminhados ao meu gabinete nesta Casa, pleitos e questões de real interesse dos segmento de produção rural do nosso país”.
Para: Sindicato Rural de Guarapuava (presidente) De: Senador Aécio Neves - PSDB/MG “Com meus cordiais cumprimentos, informo-lhe que recebi o Oficio Circular 219/11-SRG a respeito do Projeto de Lei que visa alterar o Código Florestal Brasileiro. A matéria foi aprovada pelo Senado Federal em 6 de dezembro de 2011 e teve que retornar à Câmara dos Deputados para análise das mudanças feitas nesta Casa”.
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Projeto Identidade Sindical Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços
BetoAgro EO
AGRONEGÓCIOS
I
5% de desconto
30% em cursos oferecidos pelo escritório
10% nas prestações de serviços
15 % em acessórios e serviços
2% no valor final da negociação
20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados e família.
5 a 10% em seguro geral
10% à vista ou 3% à prazo
3% em toda linha de produtos e serviços
Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.
20% à vista e 10% a prazo
5% sobre valor final da negociação
Posto Guarapuavão 5% no valor final da negociação
2% em diesel, álcool e gasolina sobre o preço da bomba no ato da compra, à vista no cartão ou dinheiro
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
10% em todos os serviços prestados
3% em toda linha de ferramentas e equipamentos de proteção individual
Tecnologia, Saúde e Outros
10% em toda linha farmacêutica/loja em geral
15% na realização de exames radiográficos crânio facial e documentação ortodôntica
5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca
5% em serviços ou equipamentos
5% em compras na loja
7% sobre o valor total das compras/serviços
10% compras à vista no dinheiro, ou 5% no cartão; exceto linha de ração
50% na assinatura nova, em um ano de acesso
Benefícios para produtores rurais associados
PRODUTORA DE VÍDEO 8% em cada material
10% à vista e 5% nos cartões de débito
Insumos Agrícolas
3% na linha de produtos Forquímica
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1% em produtos IHARA BRÁS S/A
Revista do Produtor Rural
3% em toda linha
3% em toda linha de insumos agrícolas
5% de desconto
3% em toda linha de insumos agrícolas
de ssui a carteirinha * Se ainda não po de l ra ao Sindicato Ru sócio, compareça : se Ba de es s Extensõ Guarapuava ou na . alo ag nt Ca e rdão Candói - Foz do Jo
Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:
Agroveterinárias
5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi
Máquinas e Implementos Agrícolas
2% produtos nutrição gado de leite - Supra
5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de promoção na época da compra
3% sobre vendas de máquinas pequenas, peças e serviços
5% nas compras realizadas na loja
3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens
CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
Serviços
TERRAPLENAGEM ESCAVAÇÕES
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% sobre valor final da negociação
5% em terraplenagem e escavação, 6% em manilhas/palanques/bebedouros e 3% em materiais p/ construção em geral
5% nos produtos da loja
Saúde
5% toda linha de medicamentos
Desconto em exames laboratoriais conforme tabela de convênio
15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato
R$ 50,00 a consulta
CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% loja em geral
Materiais, Assessorias e Serviços
5% em ferragens e ferramentas á vista.
15% de desconto em todos os serviços prestados pela empresa
10% em medicamentos veterinários em geral
5% na compra de produtos
Saúde
5% sobre valor final da negociação
10% em toda linha farmacêutica á vista
20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente
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[Curiosidades]
Mais faceiro que égua com dois potrilhos O motivo de tanta felicidade do produtor rural Huberto Limberger é que a égua dele criou duas potrancas. Na chácara Bom Pastor, localidade de Guabiroba em Guarapuava (PR), o professor aposentado exibe com orgulho as crias da égua Baia. Segundo ele, o animal é mestiço. “O pai e a mãe das potrancas têm meio sangue Quarto de Milha, não são animais puros, são animais de trabalho, bem cuidados e muito bonitos”. Segundo o médico veterinário Jairo Luiz Ramos Neto, o parto de gêmeos vivos em equinos é bastante incomum. “A gestação de gêmeos até acontece com freqüência, mas a anatomia do útero das éguas não permite o desenvolvimento de dois embriões, por isso quando nascem dois animais vivos é considerado fato muito raro”. Jovens e brincalhonas, estão sempre ao redor da mãe e nem se incomodam com a presença de estranhos. “Elas nasceram dia 12 de outubro, no Dia das Crianças. Meu funcionário me ligou e disse ‘Seo Huberto, a égua criou. Só que tem duas potranquinhas!’”, conta o produtor. Dóceis, parecem posar para as fotos. Agora com quatro meses, a pelagem quase toda foi trocada. O veterinário acredita que a gestação é oriunda de ovulação dupla, porque as duas crias não apresentam características idênticas. Os netos do produtor logo trataram de dar nome às novas “crianças” do lugar: uma é Princesa e a outra, Cinderela. A nossa felicidade é maior que a do ditado (mais faceiro que égua com dois potrilhos), porque ao invés de machos, são fêmeas (risos)”.
A carruagem da Cinderela
Também na localidade de Guabiroba, em Guarapuava-PR, quatro quilômetros antes, encontramos outra curiosidade na propriedade de Bruno Limberger, irmão de Huberto. No quintal, de longe dava pra ver as abóboras de tamanho um pouco diferente. O produtor conta que comprou as sementes da Agropecuária Agroboi, em Guarapuava, e que essas se desenvolveram mais que as outras, atingindo um tamanho de aproximadamente 60 cm de diâmetro. O atendente da Agroboi, Sandro Bruck, conta que, muitas vezes, pode acontecer a mistura de sementes de diferentes qualidades. “Provavelmente esta seja um cabotiá ou uma big moon. Mas também pode ter acontecido de naquele metro quadrado onde foram plantadas as sementes, uma grande quantidade de nutrientes e água. Assim, ela se desenvolveu mais que as outras”, comenta. Final feliz para a família Limberger. Afinal, a Cinderela do senhor Huberto, já tem até carruagem...
Texto e fotos: Mariana Rudek
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Revista do Produtor Rural
Fotos: Marinei Pereira
[Experimentos]
Dia de Campo Coacan abordou tecnologias de milho e soja Mariana Rudek
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Cooperativa Agropecuária Candói (Coacan) promoveu a quinta edição do Dia de Campo Coacan no dia 24 de fevereiro, na Fazenda Nossa Senhora de Belém, propriedade do presidente da cooperativa, Mauro Mendes de Araújo. Cerca de 40 pessoas estiveram presentes na visita ao campo e no jantar oferecido. No evento foram mostrados experimentos de soja e milho para os cooperados, desenvolvidos pelas empresas parceiras da Coacan. Segundo o engenheiro agrônomo e responsável técnico do evento, Evandro Pietricoski, cada experimento de milho teve cinco linhas de plantio em 100m de extensão. No total foram plantados 32 híbridos. Na soja foram oito variedades, seis delas demonstrando testes de tratamento, com 10 linhas de plantio em 35m de extensão. “O dia de campo Coacan é voltado diretamente para mostrar a realidade à campo para o produtor”.
Evandro Pietricoski
Atualmente com 32 cooperados, a Coacan trabalha na região de Candói, e o dia de campo serve como uma vitrine para mostrar os resultados das empresas parceiras em pesquisa e tecnologia. O cooperado Bruno Armstrong de Araújo, acompanha os experimentos e acredita na importância de eventos como esse: “o dia de campo serve para que possamos ver as tecnologias que foram usadas, para que possamos visualizar as médias em produtividade e vão servir de base para tomarmos decisões na compra de material genético para a próxima safra”. Para que os experimentos efetuados sejam os mais próximos do que o produtor vai encontrar na lavoura, o tratamento dado aos híbridos e variedades, exceto nos casos da soja onde foram estudadas as formas de manejo, foi o mesmo que o produtor Mauro Mendes de Araújo aplicou no restante da propriedade. “Tanto na adubação, como correção de solo,
Mauro Mendes de Araújo
Bruno Armstrong
tratamento químico, não teve diferencial do restante feito na lavoura. Foi a mesma regulagem, mesmo espaço, igual para todos os materiais”. O engenheiro agrônomo da Cooperativa acrescenta que os híbridos, variedades e tratamentos mostrados no dia de campo são os que estão disponíveis na cooperativa e que são aplicáveis à região abrangida. Foram parceiros da Coacan no evento: Agroceres, Agroeste, Agromen, Basf, Bayer CropScience, Dekalb, Dow Agrosciences, Pioneer e Syngenta.
Eduardo Abreu, Gerson J. M. Abreu, Rafael M. Araújo, Maico M. Araújo, Agenor M. A. Neto, Bruno A. Araújo, Mauro M. Araújo, Rui Carlos M. de Araújo, Marcio M. Araújo e Anderson M. Araújo
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[Homenagem póstuma]
Moacir Michelleto: exemplo que a História não pode esquecer Wienfried Matthias Leh (*) Foto: Roosewelt Pinheiro da Agência Brasil
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um país onde a agropecuária responde por mais de 1/3 do Produto Interno Bruto e quase a metade das exportações, é possível entender a importância de um político que se dedica à defesa deste segmento econômico. Eu mesmo tive a oportunidade de ser testemunha do trabalho do deputado federal Moacir Micheletto, que nos deixou no dia 30 de janeiro, em trágico acidente. Fica o seu trabalho indelével em favor da classe ruralista, com atuação brilhante em momentos que colocaram a agricultura nacional em situação de extremo risco. Após a edição do Plano Real (1994), foi graças à intervenção do deputado Moacir Micheletto que fui recebido por técnicos do Ministério da Fazenda e dirigentes cooperativistas para expor a situação insustentável que o pacote econômico (mais um!) havia causado a um dos setores que mais contribuem para a economia brasileira. Antes do Plano Real, os agricultores foram incentivados a tomar empréstimos bancários de longo prazo com taxas de juro de até 12% ao ano. O novo pacote pegou a todos no contrapé: as taxas chegaram a 50%, levando agricultores e cooperativas à quebradeira ou pré-insolvência. Micheletto foi sensível o necessário para entender os efeitos catastró-
ficos que o Plano traria a curtíssimo prazo e empreendeu todas as forças ao seu alcance para que a voz dos agricultores fizesse eco nos escalões mais altos do Poder Central. A atuação do parlamentar foi decisiva para convencer o governo a adotar medidas para minimizar o sofrimento da classe produtora. Micheletto pode ser considerado um dos “pais” da securitização agrícola e do PESA (Programa Especial de Saneamento de Ativos). Nada menos que R$ 21,8 bilhões foram renegociados com a instituição desses dois mecanismos segundo a Fundação Getúlio Vargas (revista “Agro Analysis”). Casado, pai de três filhos, agricultor por vocação, político identificado com as grandes causas nacionais, cidadão do bem, Moacir Micheletto atuava na Câmara Federal na Frente Parlamentar Agropecuária, na Comissão de Agricultura e no Parlasul. Esteve presente nas principais lutas para preservar e fortalecer o setor rural, que produz alimentos e gera divisas para o País, sendo o Novo Código Florestal uma de suas bandeiras mais recentes. Em seus 69 anos, vividos intensa e exemplarmente, Moacir Micheletto deixa-nos a saudade e a certeza de que agora, estará ele a colher no Céu os bons frutos que ele semeou aqui na Terra.
(*) Wienfried Matthias Leh, agrônomo, agropecuarista em Entre Rios (Guarapuava), foi dirigente do Sindicato Rural de Guarapuava e da Cooperativa Agrária .
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[Levantamento]
Expedição Safra ‘relâmpago’ pelos jornalistas Cassiano Ribeiro, Luana Gomes e pelo fotógrafo Antonio Costa, visitou e entrevistou dois produtores rurais associados ao Sindicato Rural - Cícero Lacerda e Carlos Eduardo Luhm. “Aqui e na região dos Campos Gerais a gente espera que as lavouras estejam com mais qualidade e possam equilibrar a safra em todo o Estado, mas já conferimos que essa safra será menor”, comentou.
Carlos Eduardo Luhm, Antonio Costa, Luana Gomes e Cassiano Ribeiro Fotos: Antonio Costa/Gazeta do Povo
A Expedição Safra começou no dia 14 de janeiro, passando pela região sudoeste do Paraná, Pato Branco, Campo Mourão, Maringá, Guarapuava e Ponta Grossa. Segundo o jornalista Cassiano Ribeiro, essa foi uma rápida visita, já que em fevereiro a Expedição Safra retornaria à região. “Esse é o roteiro da Expedição Safra relâmpago”, brincou. O objetivo foi calcular o real impacto da seca nas lavouras de soja e também a chuva no começo de janeiro. “Estamos analisando se essa chuva trouxe alívio para o produtor ou se chegou tarde demais”, relatou Ribeiro. Segundo ele, a maior parte das áreas visitadas apresenta perdas irreversíveis, “principalmente na região Oeste e Noroeste do Estado”, comentou. Em Guarapuava, a equipe, composta
Carlos Eduardo Luhm
Cícero Lacerda
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[Lançamento]
Produto Novo
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saúde animal ganha um aliado contra carrapatos, vermes, bernes e bicheiras. Chegou Contratack Injetável, produto inédito, patenteado por uma empresa brasileira. O Clarion Biociências acaba de lançar um produto para o controle estratégico e prevenção de carrapatos, vermes, bernes e bicheiras. Trata-se do Contratack Injetável, a base de ivermectina 3,15%, associado a 8% de fluazuron. As pesquisas diretas para desenvolver o produto começaram em 2002, portanto, há 9 anos, e foram investidos muito trabalho e uma grandiosa soma de recursos para chegar à nova formulação. Não existe nenhum produto similar no mercado Internacional. Contratack Injetável é o primeiro endectocida associado a fluazuron injetável patenteado no mundo e por uma empresa brasileira. “Sua eficácia é alta, independente do desafio, para categoria de animais e para qualquer região”, garante Gladstone S. de Souza, cientista que desenvolveu o produto. Ele informa que a patente vai até 2020, mas já existe um substituto pronto, bem como associações com novas moléculas inéditas no mercado veterinário. “Quando se aplica Contratack Injetável tem-se a certeza que todo o conteúdo de fluazuron foi colocado no corpo do animal. Já em uma aplicação pour-on, por volta de 45% do fluazuron administrado chegam à circulação do animal. Logo, estamos falando de 1,6 mg/kg de fluazuron injetável contra aproximadamente 1 mg da formulação pour-on”, compara o cientista. O produto é também indicado para prevenção das infecções causadas por
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Revista do Produtor Rural
verminoses, infestações por carrapatos adultos e larvas (Rhipicephalus (Boophilus, Microplus); bicheiras (Cochliomyia hominivorax) e verminoses (Haemonchus placei, Trichostrongylus axei, Ostertagia ostertagi e Cooperia punctata).
Segurança O produto pode ser administrado com segurança em bovinos jovens, adultos, vacas prenhes e reprodutores. “Testes realizados demonstraram que o produto é seguro em vacas prenhes em todos os estágios da gestação, da fase embrionária até a fetal e até com o bezerro ao pé e também não interfere na libido dos touros. Além disso, os resultados da toxicidade aguda dos princípios ativos, fluazuron e ivermectina, demonstraram que os mesmos são extremamente seguros e não apresentaram nenhum sinal de intoxicação em animais de todas as idades”, afirma Gladstone. O Clarion possui um moderno laboratório de pesquisa, localizado no Polo Empresarial Goiás, e está desenvolvendo novos produtos, com o mesmo nível de tecnologia de Contratack injetável, para lançamento até dezembro de 2012. “São produtos inovadores, revolucionários, com descarte zero e sem resíduos no leite ou na carne”, anunciam. O Clarion mantém convênios com fazendas-biotérios, parceiros fundamentais para a rápida realização de experimentos. “Todos os animais utilizados em pesquisas são rastreados e os protocolos são previamente aprovados por comissão de ética especializada, em sintonia com a legislação de bem-estar animal”, esclarece Gladstone.
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[Praga]
Manejo da traça da batata André V Shinzato
Desenvolvimento de mercado - BASF
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batata (Solanum tuberosum) é originária da América do Sul, onde era cultivada pelos povos locais como importante fonte de alimento. Levada para a Europa pelos colonizadores, tornou-se rapidamente base alimentar no Velho Mundo. Hoje é o quarto alimento mais consumido pelo homem, ficando atrás apenas do arroz, trigo e milho. Plantada principalmente na região centro sul do Brasil (cerca de 100.000 ha/ano), a batata é suscetível a uma série de pragas, como por exemplo, a traça - Phthorimaea operculella (Lepidoptera: Gelechiidae), uma das principais causas de descarte durante a colheita e o armazenamento. O inseto ocorre em todas as épocas do ano e suas larvas provocam danos às folhas, ramos e aos tubérculos. As lagartas penetram na folha e se alimentam do parênquima, perfuram internamente os talos, causando a perda do tecido foliar, ruptura dos talos e a morte dos pontos de crescimento da planta. Tubérculos expostos são facilmente atacados na lavoura; as mariposas colocam seus ovos juntos às gemas do tubérculo e, para isso, podem entrar nas cavidades do solo para efetuarem a postura. As lagartas fazem galerias no interior do tubérculo, sendo irregulares na forma, tamanho e profundidade. As lagartas emergem e penetram na batata através destes locais. A infestação iniciada na lavoura pode se alastrar no armazém rapidamente, especialmente em ambiente escuro, onde ocorrem os maiores danos. Para um bom controle da praga, recomenda-se utilizar o manejo integrado, sendo que as principais medidas, entre outras, são:
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Larva e danos em folhas
Danos em tubérculos
• Bom preparo de solo, evitando a formação de torrões e rachaduras, que são porta de entrada da praga; • Realizar uma boa amontoa; • Eliminar hospedeiros (principalmente outras solanáceas) e restos culturais, que servem de abrigo e fonte de alimentação; • Plantar sementes de qualidade; • Em períodos secos, manter o solo úmido mesmo após a dessecação para evitar rachaduras no solo; • Manter armazéns limpos e protegidos da entrada do adulto; • Controle químico.
Adulto
Controle químico Para o manejo da traça com controle químico, é importante fazermos rotações de modo de ação e usarmos produtos com baixo impacto em inimigos naturais. Destacamos dois produtos com modos de ação diferentes: PIRATE® e NOMOLT®. PIRATE® é um inseticida com excelente ação translaminar na folha, atuando no inseto por contato e ingestão, garantindo assim excelente ação de choque. Seu modo de ação (inibidor da síntese de ATP) é único e exclusivo, ou seja, nenhum outro produto do mercado possui ação semelhante. Isso
gera uma série de benefícios, como: compatibilidade com outros modos de ação (rotação); baixo risco de resistência cruzada com outros produtos; amplo espectro de controle (com ação em sugadores); entre outros. NOMOLT é um inseticida regulador de crescimento. Seu modo de ação consiste em inibir a formação de quitina na lagarta, inibindo seu crescimento. Isto lhe confere alta eficiência em fases iniciais da praga. Seus principais benefícios são: total seletividade a inimigos naturais (produto essencial em programas de manejo), efeito residual prolongado e consequente redução no número de aplicações. NOMOLT® é um produto ideal para rotação com produtos de choque, como PIRATE®. O uso de inseticidas de modo ação diferentes é muito importante no manejo de pragas em geral. Consulte um engenheiro agrônomo da BASF para maiores informações.
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®
100 80 60 40 20 0
Eficiência de inseticidas no controle de Traça (Phythorimaea operculella) em Batata. (ESALQ / Vargem Grande do Sul - SP - 199
2 DA3A
7 DA3A Pirate® 180
12 DA3A
Abamectina 5,4
Revista do Produtor Rural
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[Integração lavoura-pecuária-floresta]
Programa de Desenvolvimento Florestal 2012 tem novidades Syngenta, Reflorestadora Schram e Zico Morosserras são novos parceiros do Sindicato Rural
Produtos Syngenta para floresta O coordenador de reflorestamento da Syngenta no Brasil, Túlio Cícero Teodoro da Silva, conta que a empresa tem uma linha de produtos voltados à produção florestal e desenvolve outros que podem ser utilizados em todos os tamanhos de florestas, como o herbicida Touchdown e o cupinicida e inseticida Actara. “Nossos produtos são registrados, o que garante segurança ao produtor. Desde o ano passado, participamos da implantação de um sistema agrossilvipastoril em Guarapuava e acreditamos no potencial da região para o desenvolvimento florestal”, afirma.
Prestação de serviços com Schram
N
ovos temas, informação e tecnologia. Para 2012, o Programa de Desenvolvimento Florestal foi reformulado. No mês de janeiro, o instrutor do programa, engenheiro agrônomo Pedro Francio Filho, reuniu-se com representantes das empresas e entidades parceiras do Sindicato Rural de Guarapuava para discutir o novo conteúdo programático. O primeiro curso do programa está marcado para o dia 21 de março, com o tema Solos Florestais e Planejamento. A teoria será no Sindicato Rural. Segundo o instrutor, mais de 70% do conteúdo foi atualizado. “Vamos abordar nutrição florestal, solos florestais, produtividade, integração lavoura-pecuária-floresta, exploração de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, Além de trazer uma abordagem sobre o mercado da madeira, com a presença de indús-
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Revista do Produtor Rural
trias que usam a madeira para diferentes fins”, explica. O programa inclui visitas técnicas e um Dia de Campo Florestal. “O objetivo é divulgar a produção florestal e criar oportunidades, como fomentar o início de uma associação ou uma cooperativa de produtores florestais, visando um mercado melhor”, conta Francio. Ao todo, serão cinco cursos, duas palestras e um dia de campo. Além do instrutor do programa, outros pesquisadores serão convidados. São parceiros do programa coordenado pelo Sindicato Rural de Guarapuava: Cooperativa Agrária, Golden Tree Reflorestadora, Santa Maria Cia. de Papel e Celulose, Fertilizantes Heringer, Unicentro, Viveiros Pitol e iniciando em 2012, Reflorestadora Schram, Zico Motosserras e Syngenta.
A proprietária da Reflorestadora Schram, Elizabeth Aparecida Hipólito Schram, adianta que a empresa vai divulgar aos produtores a prestação de serviços no setor florestal. “Atendemos desde o planejamento, preparação do terreno, plantio com adubação, manutenção – controle de formiga, aplicação de herbicida, poda, etc. – até o corte e transporte da madeira. Acreditamos que o programa é a oportunidade para o produtor conhecer a maneira certa de se investir em floresta”, completa.
Equipamentos Stihl O diretor comercial da Zico Motosserras, Thiago Vieira de Melo, conta que a empresa irá expor produtos voltados à
floresta, como perfurador de solo para plantio de mudas, roçadeiras, motosserras, moto-podas, entre outros. “Acreditamos no programa e essa é uma grande oportunidade de interagir com outras empresas do setor, além de clientes potenciais. Teremos a oportunidade de contribuir com o conhecimento que temos no mercado florestal em termos de ferramentas”, diz.
Visita técnica sobre nozes pecã Dentro do Programa de Desenvolvimento Florestal 2012, o Sindicato Rural de Guarapuava está organizando uma viagem técnica à Anta Gorda-RS, no dia 26 de março. O objetivo é levar produtores rurais associados da entidade para conhecer a produção de mudas de nozes pecã da empresa Viveiros Pitol. Inscrições no Sindicato Rural ou pelo telefone 42-3623-1115, com Graziely.
Revista do Produtor Rural (42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br 19
[Solenidades]
COORC / Unicentro
Unicentro sob nova direção
A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) começou as atividades de 2012 com nova diretoria. Os eleitos
durante a campanha que ocorreu em setembro de 2011, envolvendo funcionários, alunos e professores, foram empos-
Cedeteg
Bruno Hilgemberg
mo tempo trazer as demandas dos sócios para dentro da universidade, e encontrar maneiras de contribuir para o desenvolvimento desses produtores, como palestras, cursos e eventos”, explica Vilela. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck BoBruno Hilgemberg
Revista do Produtor Rural
No campus Santa Cruz, os professores Ademir Juracy Fanfa Ribas (diretor) e Darlan Faccin Weide (vice-diretor) assumiram a diretoria de campi na manhã do dia 13. Segundo Ribas, a vontade de trabalhar aliada ao desejo de dar o melhor de si serão os pontos norteadores de seu mandato para transformar o campus Santa Cruz. COORC / Unicentro
Bruno Hilgemberg
Santa Cruz
Na tarde do dia 13, os professores Juliano Tadeu Vilela e Sonia Maria Kurchaidt foram empossados, respectivamente, diretor e vice-diretor do campus Cedeteg. “Queremos levar o que temos desenvolvido de tecnologias aqui dentro para os associados do Sindicato Rural, e ao mes-
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sados no início do mês de fevereiro. No dia 7, os professores Aldo Nelson Bona e Osmar Ambrósio de Souza foram empossados, respectivamente, reitor e vice-reitor para a gestão 2012-2016. A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades regionais, estaduais e nacionais, entre elas o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora. “Nosso compromisso é o de trabalhar para que a Unicentro seja sempre e cada vez mais uma instituição de referência nas áreas de Ensino, Pesquisa e Extensão, sem nunca esquecer o lado humano e agregando a quarta atividade: a prestação de serviços, estreitando o relacionamento universidade-comunidade”, enfatizou o novo vice-reitor, Osmar Ambrósio de Souza.
telho, participou da solenidade de posse e ressaltou a importância da entidade ser parceira da instituição de ensino superior. “Com essa nova administração esperamos fortalecer ainda mais a parceria do Sindicato com a Unicentro. Parabenizo o ex-diretor, professor Sebastião Brasil pelo excelente trabalho realizado e desejo sucesso ao novo diretor”, disse.
[Educação ambiental]
Projeto educacional da BASF e Cooperativa Agrária atenderá mais de 12 mil alunos em Guarapuava (PR)
Agrária/Divulgação (FSE)
• Iniciativa visa despertar nos jovens a consciência para a cidadania e sustentabilidade • O Atlas será utilizado nas escolas públicas municipais e estaduais até o final do ano de 2013
Marcelo Batistela, gerente de Negócios e Cereais Centro Sul da BASF e Luciano André Egewarth,diretor do Colégio Imperatriz
A
BASF e a Cooperativa Agrária Agroindustrial lançaram, no dia 4 de janeiro, o Atlas Ambiental de Guarapuava. Mais de 12 mil estudantes do ensino fundamental de escolas públicas (municipais e estaduais) do município serão beneficiados. O Atlas fará parte da grade curricular deste e do próximo ano. A utilização do Atlas Ambiental em sala de aula tem por objetivo auxiliar professores e alunos a entenderem história, geografia e temas socioambientais, levando em conta aspectos globais e, especialmente, os aspectos da região em que vivem. “O material didático produzido é feito para despertar o espírito de cidadania e conhecimento sobre o tema sustentabilidade nos alunos. Um estudo minucioso das características ambientais da região de Guarapuava foi feito e como resultado temos o Atlas”, comemora Marcelo Batistela, gerente de Negócios e Cereais Centro Sul da BASF. Imagens obtidas via satélite revelam informações sobre as matas, os oceanos, os rios, os animais, a urbanidade, o clima, a cultura, a sociedade, a história e a política do Brasil e do mundo. Batistela conta que para o conteúdo pedagógico do Atlas Ambiental foram entrevistados especialistas de conceituadas instituições de ensino do País. No total, 26 escolas públicas da cidade receberão o Atlas, que se destina aos alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, com faixa etária entre 11 e 14 anos. A ação também conta com a participação de 40 professores da rede pública de ensino, que receberão uma versão
exclusiva do Atlas com textos, imagens e sugestões de atividades, para auxiliá-los no planejamento das aulas, além de treinamento específico para sua utilização. “O mais importante e um dos principais diferenciais deste projeto é que além de formarmos docentes, estes podem contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável em suas localidades e região”, afirma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço ECO, entidade responsável pela implementação do projeto. Já o vice-presidente da Cooperativa Agrária Agroindustrial, Paul Illich, afirma que a iniciativa trará benefícios únicos: “Esta é uma iniciativa muito importante para o município. Com o Atlas, os estudantes poderão conhecer melhor Guarapuava e também o Distrito de Entre Rios, além de ver não somente sua geografia da localidade em que vivem e de outras partes do Mundo. É a primeira vez que participamos de um projeto dessa natureza” finaliza Paul. O Atlas Ambiental faz parte do Programa Mata Viva de Adequação e Educação e Ambiental. O Mata Viva nasceu em 1984, quando a BASF iniciou a restauração de 128 hectares de Mata Atlântica em um trecho de quatro quilômetros da margem direita do Rio Paraíba do Sul, no Complexo Químico da empresa em Guaratinguetá (SP). A partir de 2005, com a criação da Fundação Espaço ECO, o Programa Mata Viva foi ampliado e começou a beneficiar diretamente agricultores e comunidades agrícolas.
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[Cooperativismo]
Cooperação que movimenta o agronegócio Julio Bittencourt
Por Maurício Russomanno
Vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil
P
or trás da força do agronegócio brasileiro, está a capacidade das cooperativas em assegurar que pequenos e médios produtores sejam competitivos. A atividade agrícola é permeada por uma complexidade que vai além do círculo de influência dos agricultores. Os empreendedores rurais têm de enfrentar oscilações de mercado, barreiras comerciais, exigências impostas por selos e certificações, bem como deficiências na infraestrutura logística existente. Além disso, nenhuma outra atividade econômica está tão suscetível aos imprevisíveis e incontroláveis fatores climáticos como está a agricultura. No Brasil, o cooperativismo agropecuário tem participação ativa na economia brasileira. Dados consolidados pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) apontam que esse segmento é responsável por 5,39% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. As mais de 1548 cooperativas existentes são responsáveis, direta ou indiretamente, por quase 50% da produção agrícola nacional, considerando apenas trigo, soja, café, algodão, milho, arroz e feijão. Dentre os 943 mil cooperados, 83% produzem em extensões de área que não passam de 100 hectares. Pequenos e médios produtores são responsáveis por 37% do PIB agropecuário brasileiro e encontram no cooperativismo a solução para terem acesso a linhas de crédito e financiamentos. Além disso, a união entre eles aumenta o poder de barganha tanto para a aquisição de insumos quanto para a comercialização dos produtos agrícolas no mercado de commodities. No último ano o setor empregou mais de 298 mil funcionários, o que representou um crescimento de 8,8%, de acordo com a OCB. A balança comercial brasileira também é beneficiada pela força econômica
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Revista do Produtor Rural
Maurício Russomano, Vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil
das cooperativas. Em 2010, as exportações diretas desses organismos alcançaram um recorde: o volume de exportações somou US$ 4,4 bilhões. Com uma gestão cada vez mais profissional nas cooperativas, é natural que em relação ao ano anterior as exportações tenham crescido cerca de 10% (MDIC). Entre os diversos gargalos que os produtores rurais enfrentam fora da porteira está o déficit no armazenamento de grãos. Hoje, o Brasil produz cerca de 160 milhões de toneladas de grãos, enquanto os armazéns comportam menos de 140 milhões de toneladas. Essa defasagem causa prejuízos à atividade agrícola, pois compromete a comercialização e o abastecimento interno. No Paraná, Estado que concentra a maior parte das cooperativas agropecuá-
rias, a união entre produtores é um exemplo da tentativa de driblar esse gargalo. Aproximadamente 56% da produção é armazenada em silos construídos pelos cooperados, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Não fosse a cooperação, mais de 14 milhões de toneladas de grãos se perderiam anualmente no Estado. As cooperativas agropecuárias brasileiras têm força e poder para serem competitivas no mercado internacional. Neste aspecto, atuam como grandes empresas. Mas ao mesmo tempo, estão em contato direto com o produtor no campo, entendendo suas necessidades. Esse equilíbrio entre mercado e campo tornou as cooperativas agropecuárias brasileiras empresas admiradas e respeitadas no agronegócio.
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[manchete]
Brasil – o celeiro do mundo Para o Brasil se tornar o celeiro do mundo é necessário acelerar investimentos em infra-estrutura, para viabilizar a redução dos custos logísticos que ainda atrapalham a competitividade. É preciso melhorar o escoamento, estimular investimentos em ferrovias e hidrovias. Somente assim, será possível ser um grande fornecedor de grãos, commodities agrícolas e biocombustíveis como o etanol e o biodiesel. Nesta edição, publicamos o texto “O Brasil e a agricultura mundial”, de autoria do economista José Roberto Mendonça de Barros, que discorre sobre o assunto. Confira:
O Brasil e a agricultura mundial José roberto Mendonça de Barros Economista, sócio-proprietário da MB Associados
É
hoje bastante conhecido que o Brasil tem uma posição muito relevante na agricultura mundial, resultado de uma construção realizada nos últimos 40 anos. Entretanto, talvez não seja ainda tão claro que essa relevância tende a crescer ainda mais e que a indução à criação de novas atividades industriais deva se expandir de forma significativa. Pretendo neste artigo explorar essa questão, a partir da construção de um diagrama bastante simples, que está apresentado ao lado. Representando o tamanho do mercado, coloquei, no círculo vermelho, os países com população urbana superior a 80 milhões de habitantes, em 2008. São eles os EUA, os Brics, Japão,México e Indonésia. No círculo amarelo coloquei os países com PIB superior a US$ 1 trilhão correntes, ainda em 2008. Com exceção da Indonésia (cujo PIB só em 2010 atinge o US$ 1 trilhão), todos os países acima mencionados se repetem; além destes, têm PIB elevado a França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, Austrália e Canadá. Finalmente no círculo azul coloquei, como indicador (imperfeito, porém simples) de capacidade de grandes produções os países com área agricultável superior a 30 milhões de hectares. Neste caso aparecem, além dos EUA, dos Brics, da Austrália e do Canadá, a Argentina.
Muitas observações podem ser feitas a partir dessa apresentação bastante simples. Gostaria de chamar atenção para: 1. Os grandes países europeus terão cada vez menos importância na definição do mercado mundial. Como se sabe, sua produção agropecuária só se mantém à custa de fortes subsídios, o que será cada vez mais difícil de sustentar, considerando a profunda crise fiscal por que passa a região. Além disso, todos esses países estão entrando firme na fase de redução da população total. É importante que o Brasil continue lutando pela abertura de mercados, mas os europeus serão clientes cada vez menos importantes. 2. Japão e México têm uma posição frágil, pois são importadores de alimentos, mas pouco dinâmicos. A longa estagnação do crescimento japonês e a forte redução da população em termos absolutos geram um mercado com poder de compra, mas sem grandes perspectivas. Por outro lado, o México depende da importação de milho,
matéria-prima básica de sua alimentação; em consequência, quando o preço do milho se elevou, como resultado da maior utilização do produto americano na fabricação de etanol, houve uma forte pressão inflacionária e crise social. 3. Do lado da produção, Canadá, Austrália e Argentina sempre tiveram papel relevante. Entretanto, essa posição vem sendo em parte erodida: no caso da Austrália, a oferta de água e as elevadas temperaturas têm recorrentemente prejudicado a produção de alimentos. Já na Argentina, a lamentável política econômica levou à diminuição de produções tradi-
cionais, comocarne, trigoe milho. Apenas a soja (e seu óleo) é hoje, de fato, relevante em termos do mercado global. 4. O jogo agrícola mundial, em termos de oferta e demanda, é hoje claramente concentrado em apenas cinco países: EUA, Rússia, China, Índia e Brasil. Neste grupo, o consumo é bastante elevado e a produção altamente significativa. Não falamos apenas em alimentos, mas também em biocombustíveis e insumos para a produção. 5. China e Índia, entretanto, já exploram quase a totalidade de sua área agricultável. Ambos têm também severos problemas na oferta de água, e seus aquíferos estão sendo explorados muito além da reposição propiciada pela natureza. Assim, ao longo do tempo, serão muito mais importantes no crescimento da demanda do que na produção. A China, por exemplo, está se tornando um importador de milho, e certamente vai elevar suas compras externas de carne de frango e de suínos. 6. Rússia e Estados Unidos ainda poderão elevar suas produções, mas já utilizam algo como 60% de toda a área passível de ser utilizada. O Brasil é o país com mais possibilidades de elevar sua produção como resposta ao aumento da demanda local e, especialmente, da internacional. O País não utiliza com lavouras mais que 20% da área disponível; não necessita queimar nem um hectare de floresta para elevar a produção; tem uma adequada oferta de água e outros insumos, de empreendedores e de trabalhadores e, especialmente, tem um fluxo de geração de inovações que resulta em persistente crescimento da produtividade, ao contrário de boa parte de nossa indústria. Na agricultura, a assunção de risco e a busca incessante por novas tecnologias faz parte do dia a dia de todos. Apenas para ilustrar a crescente relevância da produção brasileira, mostro na tabela algo, talvez menos conhecido, que é a evolução do rebanho bovino nas principais regiões do mundo. Como se vê, entre 2000 e 2010, há uma queda generalizada no rebanho, que chega a 9% na União Europeia e a quase 5% nos Estados Unidos. No mesmo período, o rebanho brasileiro cresceu 23%. Quem, além do Brasil, poderá melhor atender à crescente demanda por
carne vermelha no mundo? Entretanto, o sucesso do agronegócio brasileiro incomoda um bocado de gente. As críticas à “primarização” (elevação da importância do agronegócio, de minérios e de petróleo) da economia e da pauta de exportações vão em, pelo menos, três direções: as cadeias de recursos naturais empobrecem tecnologicamente o país e a pauta externa; as exportações nos fazem excessivamente dependentes da China e, finalmente, levam a algum tipo de desindustrialização. A associação entre produção a partir de recursos naturais e pobreza tecnológica é um dos mitos mais resistentes no Brasil. Entretanto, nunca é demais lembrar que a densidade tecnológica no agronegócio e na produção de petróleo em águas profundas é bastante grande, e deve se elevar substancialmente no futuro próximo; ao mesmo tempo, a produção agrícola, de óleo e de minérios produz uma demanda derivada por equipamentos de expressiva magnitude. É correto que as exportações agrícolas dependem crescentemente da Ásia, o que coloca algum risco. Entretanto, é preciso lembrar que o setor pode e deve elevar substancialmente a produção de biocombustíveis avançados e componentes químicos, como solventes e outros, o que abre a possibilidade de grandes exportações para os países desenvolvidos, permitindo um maior equilíbrio entre mercados. Finalmente, a associação simples entre exportações agrícolas e desindustrialização deve ser relativizada por duas observações: os novos produtos derivados da agricultura estão levando a fortes investimentos em plantas industriais. Por outro lado, a valorização do real não pode ser atribuída apenas aos ganhos de preços de produtos primários, embora a melhora nos tempos de troca concorra para tanto. É preciso lembrar que as altas taxas de juros do Brasil atraem capital em larga escala, o que eleva a pressão sobre a cotação do real. Aliás, é exatamente o que está acontecendo nesse início de ano. Finalmente, já está ficando reconhecido que a indústria brasileira tem um sério problema de competitividade que, muito mais que o câmbio, resulta na baixa evolução da produtividade e da elevação de custos de produção.
O Brasil é o país com mais possibilidades de elevar sua produção agrícola
[Reunião]
Sindicato Rural de Guarapuava e SEAB definem Valor da Terra Nua O valor estabelecido nesta reunião vai reger negociações e informações para o ITR em 2012
Arthur Bittencourt Filho e Anton Gora
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Sindicato Rural de Guarapuava e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), através do Departamento de Economia Rural (Deral) – Núcleo Guarapuava, promoveram reunião para determinação do Valor da Terra Nua (VTN) exercício 2012, na sede do Sindicato. Participaram da reunião representantes da Secretaria Municipal de Agricultura, escritórios de contabilidade, imobiliárias, cooperativas, cartórios e outros profissionais ligados ao mercado de terras de Guarapuava. Foram discutidos os valores do hectare das áreas mecanizadas, mecanizáveis, não mecanizáveis e inaproveitáveis descontadas de eventuais benfeitorias. Ano passado o preço do hectare ficou em R$17.800,00; R$ 7.800,00; R$ 4.500,00 e R$ 2.800,00, respectivamente. Neste ano, dois valores não tiveram reajuste. As áreas mecanizadas e inaproveitáveis não tiveram alteração, com relação ao ano passado. Já as áreas mecanizáveis subiram para R$ 8.000,00/ ha e as áreas não mecanizáveis para R$ 4.900,00/ha.
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Durante o levantamento, foram consideradas transações imobiliárias e a realidade da agricultura na região. Segundo o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, o valor estabelecido em reunião vai basear cálculos de impostos territoriais, como o Imposto Territorial Rural (ITR). “Também serve como um parâmetro para compra e venda de imóveis rurais”, completa. O chefe do núcleo regional Guarapuava do Deral, Arthur Bittencourt Filho, avalia como produtiva a reunião. “Reuniões como essa são importantes para a definição de um parâmetro para o município de Guarapuava. Esta foi a primeira reunião dos municípios que abrangem a nossa regional”. Para o contabilista Neri Bittarello apesar de os preços condizerem com o praticado no mercado hoje, ele adverte: “mesmo assim, precisamos trabalhar com as diferenças que temos dentro da nossa região”. O levantamento será disponibilizado pela Faep no site www.sistemafaep.org. br. “É importante que o produtor se intere desse valor e se aproxime ao máximo desse parâmetro, evitando fiscalizações posteriores”, observa Gora.
[MBA]
ISAE/FGV oferta MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio
C
om a integração continental e a liberação dos mercados agrícolas, é imprescindível a gestão estratégica para transformar ameaças em oportunidades. Para ajudar empreendedores interessados em especializar-se na área, o ISAE/FGV está com inscrições abertas para o MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio. O curso, que tem início no dia 20 de setembro, acontece na ACIG - Associação Empresarial e Comercial de Guarapuava. O objetivo do programa é capacitar o aluno para identificar ameaças ao setor e seu posicionamento no mercado. Além de elaborar planos de marketing e desenhar modelos de investimento adequados ao agronegócio, aproveitando oportunidades, assim como desenvolver documentos para a gestão ou captação de recursos para o setor por meio de Planos de Negócios. O curso tem um total de 432 horas e abordará temáticas como: Avaliação de Empresas e Projetos Agroindustriais; Cadeias Produtivas no Agronegócio; Cenários Macroeconômicos para Decisão de Política Monetária, Cambial e Fiscal; Conceitos e Ferramentas para Análise de Preços Agrícolas, além de questões do Direito Tributário e Trabalhista. As aulas são ministradas por professores da Rede FGV, composta por Mestres e Doutores de todo o Brasil. A certificação do MBA é feita pela FGV-EESP - Escola de Economia de São Paulo. As aulas são mensais e ocorrerão as quintas e sextas-feiras, das 18h30 às 22h30 e aos sábados, das 8h30 às 17h. As inscrições ficam abertas até o dia 1 de setembro e podem ser realizadas da sede da ACIG. Mais informações sobre o curso estão disponíveis no site www.isaebrasil.com.br
Serviço: MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio do ISAE/FGV Data de início das aulas: 20 de setembro Data para inscrições: Até 1 de setembro Local das inscrições: ACIG-Rua XV de Novembro, 8040 – Centro Informações: www.isaebrasil.com.br | (42) 3621-5566
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[Meteorologia]
Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses - Março 2012 Luiz Renato Lazinski Meteorologista INMET/MAPA
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urante o mês de fevereiro, as precipitações continuaram ainda muito irregulares em todo o Sul do Brasil, provocadas principalmente por pancadas de chuva de final do dia e início da noite, devido ao aquecimento diurno, as chamadas pancadas de “chuva de verão”. Porém, observamos dois padrões diferentes ao longo do mês, durante a primeira quinzena as chuvas ficaram muito abaixo da média, já na última quinzena, as chuvas foram mais abundantes e apresentaram volumes maiores. A exemplo de janeiro, as áreas mais a leste do Paraná, região de Guarapuava, Campos Gerais em direção ao litoral, foram mais beneficiadas com volumes maiores de precipitação, enquanto nas áreas mais a oeste e norte as chuvas ainda continuaram registrando totais abaixo do normal para a época do ano. Apesar de observarmos um aumento nos volumes de precipitação nesta última quinzena de fevereiro, algumas áreas do Paraná, como a região de Londrina e parte do sudoeste do Estado, ainda continuam sofrendo os efeitos da estiagem e a umidade no solo nessas regiões permanece muito baixa, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade das lavouras. No oeste e parte do norte do Estado, a baixa
umidade no solo, observada no início do mês, atrasou um pouco o início do plantio do milho safrinha. O mês de fevereiro foi marcado por fortes ondas de calor, que mantiveram a temperatura acima da média em todo o centro-sul do Brasil. As temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, sofreram uma rápida mudança de padrão no último mês, com o aumento gradual das temperaturas das águas superficiais naquela região. Ainda há o predomínio de anomalias negativas entre o centro e oeste do Oceano Pacífico Equatorial, da ordem de -1 a -2°C, porém nas áreas mais a leste do Pacífico Equatorial já observamos anomalias positivas, que variam de 0,5 a 2°C, como podemos observar na figura 01. Este padrão está associado ao rápido declínio do fenômeno climático “La Niña”, que vem influenciando o clima nos últimos meses. A tendência dos prognósticos dos modelos climáticos globais, já indica uma situação de neutralidade climática (nem La Niña e nem El Niño), a partir dos
Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, semana de 19.02.2012 a 25.02.2012. (Fonte: CPC/NOAA).
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Revista do Produtor Rural
próximos meses, esta tendência pode ser observada na figura 02. Com o rápido declínio do “La Niña” e os prognósticos sinalizando com uma situação de neutralidade climática para os próximos meses, as precipitações ainda devem continuar com esta distribuição irregular, porém, os volumes de chuva devem ser maiores que os observados nos últimos meses e o intervalo entre uma chuva e outra devem diminuir, principalmente no norte, oeste e sudoeste do Paraná. Nas áreas mais a leste as chuvas devem ficar entre o normal a ligeiramente acima da média para a época do ano. As temperaturas devem apresentar uma queda em relação ao mês anterior, ainda teremos ondas de calor, mas não tão fortes como as observadas em fevereiro. A chegada de massas de ar frio, um pouco mais intensas, são esperadas mais para o final do mês.
Figura 02 - APrognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar. (fonte: CPC/NOAA).
[Segurança e saúde no trabalho rural]
Responsabilidade Civil Acidentária na Atividade rural – Parte II CID MARCELO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.010 FERNANDA RUSCHEL SANDER, Advogada OAB/PR 50.991 TED MARCO SANDER, Advogado OAB/PR 41.106
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ando continuidade ao tema da edição anterior, entendemos que o assunto é extenso e merece novas abordagens. Partindo dos conceitos e das breves explanações já tratadas, o empregador rural deve adotar mecanismos de prevenção acidentária para evitar a ocorrência de infortúnios laborais com seus empregados dentro da sua propriedade rural. Na edição anterior, mencionamos o fornecimento dos EPI´s e a fiscalização, a cargo do empregador, do uso destes equipamentos, bem como a necessidade de cada produtor buscar o auxílio e orientação de uma empresa de segurança do trabalho. Obviamente, nem sempre os acidentes são evitáveis, por mais que todas as medidas necessárias e pertinentes sejam corretamente adotadas pelo empregador. Por vezes acontecem e é a partir de então que vem à tona a responsabilidade civil do empregador pelos danos suportados pelo empregado acidentado. Primeiramente, com relação à esfera administrativa, quando da ocorrência do acidente deve o empregador comunicar tal fato ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, mediante o preenchimento da CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho. Tal procedimento é obrigatório e o empregador que negligenciar está sujeito à incidência de multa por descumprimento da sua obrigação. É importante ressaltar, também, que a CAT deve ser emitida para todo acidente ou doença relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou incapacidade. Antes que se chegue a conclusões precipitadas, a comunicação do
acidente à autarquia previdenciária é uma obrigação do empregador, mas, nem por isso, ele está assumindo a responsabilidade frente à ocorrência do acidente. Aqui vale lembrarmos a afirmação feita na edição anterior: em matéria cível, ou seja, no caso da existência de ação de indenização por danos morais, materiais e estéticos, deve estar devidamente demonstrada a culpa ou o dolo do empregador para que sobrevenha, ao empregado, o direito à indenização, afastando, por completo, a presunção de que a comunicação do acidente ao INSS torna o empregador responsável pelos danos. Ainda, a CAT viabilizará ao empregado acidentado o recebimento de benefício previdenciário, qual seja, auxílio acidente, que independe de carência: basta a ocorrência do infortúnio e a constatação da incapacidade mediante perícia que ele terá direito ao recebimento do benefício. Em caso de morte do trabalhador, há permissão para requerimento de pensão por morte aos dependentes, que também independe de carência. No que tange especificamente à área jurídica, tratando da possibilidade de o empregado pleitear uma indenização no Judiciário, temos que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar este pedido. É um processo complexo e moroso, que muitas vezes se prolonga por anos, com possibilidade de vir a ser julgado pela instância maior da Justiça do Trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Dentre alguns pedidos de ressarcimento possíveis por parte do empregado, temos os danos materiais, que se resumem às despe-
sas médicas como consultas, exames, aquisição de medicamentos, etc., sendo certo que estes danos/despesas devem estar comprovados nos autos para que o empregado tenha o direito de ser ressarcido. Este valor varia de acordo com as despesas efetuadas e comprovadas pelo obreiro acidentado, não cabendo ao Juiz fixar um valor aleatório. Diferente é com os danos morais e estéticos, que são danos à personalidade e à integridade física do acidentado, equivalentes a um abalo moral e à deformação estética. Estas espécies de danos não precisam ser comprovadas. Subentende-se que são decorrentes do próprio fato/ acidente, desde que demonstrada a culpa do empregador. Com relação à estes danos, o Juiz pode fixar um valor aleatório, de acordo com o seu livre convencimento e com base na jurisprudência, podendo, entretanto, ser revisto pelas instâncias superiores. Sendo assim, deixamos nossa contribuição para com a segunda parte deste artigo, que sugere continuidade em virtude do extenso conteúdo e das inúmeras informações que podem ser repassadas ao nosso amigo produtor rural.
[Estiagem no Paraná]
Aumento de perdas com soja reduz em 23% a estimativa da safra de verão A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná reavaliou os impactos causados pela estiagem que castigou o Estado desde o final do ano passado até meados de fevereiro e constatou um aumento dos prejuízos, principalmente nas lavouras de soja. Com isso, a estimativa para a safra de verão foi revista de 22,34 milhões para 17,3 milhões de toneladas de grãos – uma redução de 23%. Juntas, as principais culturas de verão – soja, milho e feijão da primeira safra – somam perdas de 5,03 milhões de toneladas. A soja responde por 68% desse volume. No total, o prejuízo financeiro foi de R$ 3,29 bilhões. Apesar da queda de produção, o levantamento de safra do Departamento de Economia Rural (Deral) para o ano de 2012, divulgado nesta segunda-feira (27), aponta para uma safra total de grãos de 30,57 milhões de toneladas de grãos, a quarta melhor da história do Estado. Esse levantamento apresenta a primeira estimativa de produção para o trigo e a segunda para o milho safrinha, culturas cujo plantio está em andamento e que podem compensar em parte os prejuízos acumulados durante a safra de verão. O secretário Norberto Ortigara disse que o governo do Estado lamenta os prejuízos causados aos agricultores e à economia do Estado e se mantém solidário à força do produtor rural que já
Produtor de tomates de Entre Rios é destaque O produtor rural Lourenço Lemler, do distrito de Entre Rios/Guarapuava, foi notícia no jornal Gazeta do Povo do dia 23 de fevereiro, no caderno de Economia - Caminhos do Campo, por sua diferente forma de comercializar tomates. Matéria sobre o assunto foi publicada na REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, edição nº 28, p. 72.
está plantando a segunda safra de grãos, com o objetivo de compensar em parte os prejuízos que teve durante a primeira safra. “Esperamos que o esforço do produtor paranaense seja compensado com preços melhores na hora da comercialização”, disse o secretário. Ortigara lembrou também que o governo do Estado vem implementando um pacote de medidas para amenizar parte dos prejuízos dos agricultores, incluindo a liberação de R$ 3,6 milhões para compra de sementes de milho para os agricultores familiares. Outra medida adotada foi a destinação de R$ 21,5 milhões para a implantação de sistemas comunitários de abastecimento de água (poços artesianos, reservatórios e redes). Fonte: www.seab.pr.gov.br
Código Florestal na reta final Está quase no fim o processo de reforma do Código Florestal. A reforma, que iniciou com um projeto de lei oriundo da Câmara dos Deputados, foi apreciado por uma comissão especial da Câmara, depois pelo Plenário da Câmara, foi enviado ao Senado, passou pelas comissões de Constituição e Justiça, Ciência e Tecnologia, Agricultura e de Meio Ambiente do Senado e foi finalmente aprovado pelo plenário do Senado no final do ano passado. Agora, passará finalmente pela sua etapa final do legislativo. Lideranças do setor agropecuário do Paraná - entre eles, o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora - estarão em Curitiba na primeira semana de março, para acompanhar a votação.
[Triticultura]
Trigo - contra a vontade de Deus? Aroldo Gallon Linhares Eng. Agrônomo – CREA/RS 003577
A
cultura do trigo no Rio Grande do Sul vem percorrendo uma trajetória de persistência exemplar, marcada por grandes frustrações e alguns sucessos significativos. Num passado não muito distante, predominava a incerteza. Os triticultores que vivenciaram aquele período não guardam boas lembranças. Até o início da década de 70, com todos os seus defeitos e algumas virtudes, o trigo era a única opção do agricultor gaúcho para desenvolver atividade econômica de produção de grãos no período do inverno, ou, quiçá, no ano, excetuando-se o arroz irrigado. O milho era apenas uma cultura colonial e a soja ainda não havia despontado comercialmente. Melhoradas as condições químicas do solo, com o exitoso programa que difundiu o uso do calcário, as doenças passaram a predominar como foco principal das limitações da produção do cereal no Estado. Em vários anos, as epidemias derrubavam a produção a níveis irrisórios, causando prejuízos ao produtor e à economia dependente da produção. Para auxiliar a pesquisa local na busca de soluções àquele grave problema, vários pesquisadores estrangeiros foram convidados a prestar consultoria em áreas específicas. Um deles foi o Dr. D. J. Samborski, renomado estudioso canadense, especialista na doença conhecida como ferrugem da folha do trigo, uma das mais problemáticas e de difícil controle, até aquela época. Após conhecer de perto a situação, o sincero visitante, impressionado com
o que viu, foi realista ao concluir que estávamos “tentando produzir trigo contra a vontade de Deus”. Por certo, não deixava de haver fundamento, tantos e tão graves eram os problemas que ele encontrou. Naquele ano de 1975, a produção média de trigo no Rio Grande do Sul foi, segundo dados estatísticos, de apenas 653 kg/ha. Hoje, o cenário é outro. Identificadas as doenças de solo, a rotação de culturas ou o emprego de cultivares resistentes, conforme o caso, resultaram nos remédios indicados pela pesquisa. Pulgões que infestavam em massa, sugando as plantas e transmitindo viroses, foram controlados pela adoção do programa que importou inimigos naturais, multiplicou-os e distribuiu-os em grande escala no Sul do Brasil. O conhecimento detalhado do ciclo evolutivo das doenças e suas interações com as cultivares, aliado à introdução de produtos químicos cada vez mais eficientes e de menor impacto ambiental, evitaram que, em anos problemáticos, houvesse reduções drásticas de produção, conforme ocorria no passado. A adoção do sistema de plantio direto, estancando a sangria da erosão dos solos do planalto e incorporando matéria orgânica acrescentou mais produtividade às lavouras. Mais recentemente, novas cultivares, com maior potencial produtivo e de qualidade buscada pelo mercado, são disponibilizadas pelas organiza-
ções de melhoramento genético. Faz-se aqui uma referência à Lei de Proteção de Cultivares, por estar viabilizando o trabalho das empresas de melhoramento e, por consequência, aumentando a opção de escolha dos agricultores. O aprimoramento das previsões climatológicas e a agricultura de precisão estão aportando contribuição aos resultados. Está certo que este ano o clima ajudou, mas não é por acaso que muitos agricultores estejam colhendo 4.000kg por hectare ou até mais. Será que Deus ficou bonzinho para com a triticultura gaúcha? Se muito trabalho, muito esforço, muita capacitação, muito treinamento, muito investimento e, porque não, muita teimosia traduzem esse avanço, então podemos dizer sim. O pesquisador canadense tinha razão, no entanto o mais provável é que um grande exemplo de tenacidade e de trabalho inteligente esteja sendo recompensado. Assim, não é por acaso que o Rio Grande do Sul tenha exportado trigo regularmente nos últimos anos. Em 2011, por exemplo, segundo dados oficiais (de janeiro a outubro), foram comercializadas para o exterior 1.515.867 toneladas de trigo, no valor de US$ 451 410 745.00 (milhões de dólares).
Revista do Produtor Rural
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[Pecuária de corte]
Análise conjuntural do mercado do boi gordo no Paraná Gustavo Henrique Pedroso Santos / Helton Gonçalves do Nascimento Amanda M. S. Schuntzemberguer / João Batista Padilha Junior / Paulo Rossi Junior LAPBOV-UFPR www.lapbov.ufpr.br
32
Revista do Produtor Rural
R$ 100,00 R$ 98,00 R$ 96,00 R$ 94,00 R$ 92,00 R$ 90,00 R$ 88,00
12 6/ /20 12 1 11 /2 1 /1 01 16 2/2 1 /1 01 21 2/2 1 /1 01 26 2/2 1 /1 01 31 2/2 1 /1 01 2/ 1 2 5/ 01 1 1 10 /20 /1 12 15 /20 /1 12 20 /20 /1 12 25 /20 /1 12 30 /20 /1 12 /2 01 2
R$ 86,00
1/
Ao contrário do que muitos analistas acreditavam, o mês de dezembro mostrou-se atípico quanto ao preço da arroba do boi gordo no estado do Paraná. As cotações reais praticadas no mercado ficaram bem abaixo das observadas no mesmo período do ano passado, pelo fato da quantidade demandada de carne bovina não ter alcançado os patamares esperados para esta época do ano, impedindo, desta forma, o fortalecimento dos preços. Em decorrência do fenômeno La Niña, que atingiu os estados da região Sul nos últimos meses de 2011, uma forte estiagem comprometeu 18% (3,95 milhões de toneladas) de toda a produção da safra de grãos de verão 2011/20012 do Paraná, antes estimada em 22,2 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). A estiagem também prejudicou as pastagens, diminuindo a oferta de forragem e dificultando a manutenção dos animais no pasto, o que fez com que boa parte dos pecuaristas realizassem a venda de grandes quantidades de animais devido à baixa disponibilidade de alimento, aumentando, assim, a oferta no mercado e gerando uma consequente desvalorização no preço da arroba. Os focos de febre aftosa que vêm sendo detectados desde setembro de 2011 no Paraguai, deixando as autoridades brasileiras em alerta, também contribuíram para a concepção deste cenário. Em dezembro de 2011, de acordo com o Indicador de preços da arroba do boi gordo LAPBOV/UFPR, o maior valor real (descontando a inflação do período) ocorreu no primeiro dia do mês, chegando a R$ 99,38. Isso corresponde a um decréscimo de 4,1% em relação ao mais
Boi gordo
Vaca gorda
alto preço observado no mesmo período de 2010, de R$ 103,67. A partir daí, os preços prosseguiram numa tendência de queda, alcançando seu menor valor restando 10 dias para o término do ano, de R$ 96,29, R$ 2,28 abaixo do menor valor obtido em dezembro de 2010, que foi de R$ 98,47, o que representa queda de 2,2%. Levando-se em conta que o ciclo pecuário ainda encontra-se no período de retenção de matrizes, observou-se que os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda apresentaram comportamento semelhante no período analisado, com ambos tendendo a baixa. A arroba da vaca gorda também apresentou seu pico de preço no primeiro dia de dezembro, de R$ 93,11, e o menor valor se deu no dia 21, sendo cotado a R$ 89,80. Quando comparado ao mesmo período de 2010, observou-se uma desvalorização média de 1,3% no preço da vaca gorda. Contudo, apesar de os preços reais do último mês de 2011 não terem ultrapassado os do mesmo período de 2010, o que fez elevar o grau de incerteza quanto às previsões de preços para os próximos meses, principalmente por
parte dos produtores, pode-se dizer que não foi um mês ruim para estes. Mesmo com o aumento nos custos de produção, devido principalmente ao acréscimo das despesas com confinamento, característicos desta época do ano, a variação dos preços em dezembro passado foi menor do que a observada no mesmo período de 2010, tendo sido, no caso do boi gordo, de 0,5% contra 2,5%, respectivamente, mantendo-se próximos à casa dos R$ 100,00 durante todo o mês de dezembro de 2011. Os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda no primeiro mês do ano de 2012 continuaram seguindo a mesma tendência de baixa do mês anterior. Em janeiro, o preço médio da arroba no Estado foi de R$ 95,75, tendo alcançado seu pico de preço no dia 4, de R$ 97,76, e o menor no dia 25, de R$ 94,78. Pode-se considerar tal comportamento como aceitável para este início de ano, tendo em vista que sucede o período de maior festividade, em que a demanda por carne bovina encontrava-se fortemente aquecida. Em decorrência disso, em janeiro, já era esperado um aumento na procura pelas carnes de frango e suína, produtos considerados substitutos à carne bovina por serem mais baratos. Isso aliado a uma maior regularidade na oferta de animais prontos para o abate, se comparado aos meses de novembro e dezembro, contribuíram para que ocorresse a linearidade observada na queda dos preços em janeiro deste ano. A perspectiva para o ano de 2012 é, a princípio, favorável à pecuária paranaense e brasileira, devido, entre outros fatores, ao aumento nas exportações de carne e à redução do rebanho bovino dos EUA, o que pode representar a abertura de novos mercados.
[tecnologia]
Vantagens do sinal RTK Pedro H. M. Giacon, estagiário no setor de pós-vendas, Tratorcase máquinas agrícolas
A rede de satélites GPS é um sistema de posicionamento global criado pelo EUA, que determina a posição de um veículo utilizando sinais de 24 satélites que circundam a Terra a cada 12 horas. As deslocações destes satélites permitem a um receptor terrestre determinar a sua própria posição em relação a cada satélite. A popularização do GPS está impulsionando uma maior exigência de mercado, aumentando a necessidade de utilização de equipamentos de avançados sistemas tecnológicos, mas que no entanto, tenham maior acessibilidade econômica. Há três diferentes “famílias” de receptores GPS no mercado, diferindo entre si no tipo de sinal observado, utilização que se fará dele, precisão posicional e custo: Receptores de Navegação GPS; Receptores de uma frequência DGPS e Receptores de dupla frequência DGPS. Dentre o receptor DGPS, há 4 tipos de correção de sinal: correção via satélite, correção por algoritmo, correção via banda de freqüência e correção via base RTK. Entre os sistemas disponíveis no mercado o RTK (Real Time Kinematic) é o sinal agrícola disponível de maior precisão, com 2,5 cm em um raio de 15 km.
PRECISÃO DE SINAIS DE GPS PARA DIFERENTES ATIVIDADES
O RTK é destinado ao posicionamento de alta precisão em tempo real onde o sinal corrigido por uma base OMNISTAR HP 10 cm através de programas computacionais (5-8 cm passo a passo) específicos, responsável por enviar OMNISTAR XP 16 cm (6-10 cm passo a passo) sinais de onda de rádio transmissores que normalmente operam nas faixas DGPS WAAS 20 cm de frequência VHF e UHF para uma GPS AUTÔNOMO 1000 cm estação móvel, que se utiliza destas informações para determinar sua posição com precisão. Sua grande vantagem é ser capaz de repetir os mesmos alinhamentos de plantio, cultivo, pulverização e colheita ano após ano. Essa georreferência proporciona a criação de caminhos perenes através da plantação, o que favorece a economia de combustível e tempo. Essa altíssima precisão é essencial para a máxima produtividade Co na sua lavoura, cujo espaçamenrre cti to demanda um alinhamento on perfeito no plantio, no cultivo m es sa e na colheita. Além disso, a ge precisão desses sistemas evita o pisoteio da lavoura e consequentes prejuízos na produtividade. RTK 2,5 cm (2,5 cm passo a passo) com repetibilidade
FONE: (42) 3629-8900 Rua Antônio Gaudi, 85 Revista do Produtor BR 277 - Km 341,7 - Guarapuava - PR Rural
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[Bovinocultura de corte]
Terminação de novilhos de corte em confinamento com dietas 100% concentrado aditivadas com pellets fibro cana Mikael Neumann Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador do NUPRAN (Núcleo de Produção Animal), Professor do Curso de Pós Graduação em Produção Vegetal da UNICENTRO – Rua Simeão Camargo Varela de Sá, 03, 85.040-080, Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR.
O
Brasil ocupa lugar de destaque no cenário da bovinocultura de corte mundial, possuindo o maior rebanho com cerca de 190 milhões de cabeças, o que representa importante fatia do agronegócio, gerando faturamento de mais de R$ 50 bilhões/ano e oferecendo cerca de 7,5 milhões de empregos. O Brasil está entre os líderes no “ranking” dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, somando o volume de 2,2 milhões de toneladas equivalentes em carcaça, obtendo receita cambial de US$5,3 bilhões, exportando para mais de 170 países (ABIEC, 2009). Devido aos inúmeros entraves que sofre a produção de forragens, a alimentação de bovinos exclusivamente a pasto torna-se impraticável, ou quando muito, de baixa rentabilidade. Levando em consideração essas afirmações vale ressaltar que a maior implantação de sistemas de terminação de bovinos de corte em confinamento, no cenário atual de criação, representa importante ferramenta para intensificar a produtividade e melhorar a qualidade do produto, contribuindo até mesmo para a melhor eficiência de utilização das pastagens e/ou dinâmica dos sistemas de integração lavoura-pecuária. A terminação de bovinos exige maior concentração de nutrientes na dieta para que o animal possa apresentar elevado ganho de peso, neste sentido a terminação em confinamento pode ser utilizada com sucesso por proporcionar maior controle da produção, uma vez que a
34
Revista do Produtor Rural
velocidade do ganho de peso é fator importante no processo produtivo. Um dos principais aspectos que deve impulsionar o crescimento do confinamento é a demanda por carne de melhor qualidade por parte dos mercados consumidores. “A terminação intensiva vem ao encontro a necessidade de melhor acabamento das carcaças e pesos de cortes cárneos padronizados com fornecimento constante ao longo do ano”. Sendo assim, torna-se importante o desenvolvimento e aplicação de tecnologias que ampliem a competitividade da atividade, aumentando a rentabilidade do setor pecuário. Neste contexto, a UNICENTRO, por meio do Prof. Dr. Mikael Neumann e equipe vem realizando constantes trabalhos de pesquisa no sistema de terminação de bovinos em confinamento com dietas 100% concentrado composta por 80% de grão de milho inteiro e 20% de núcleo protéico CAB-38 (Rações Agrária) sem a presença de fonte de volumoso, por tratar-se de uma tecnologia inovadora ao nosso sistema produtivo e
Peças de contra-filé dos diferentes tratamentos
que pouco se sabe a respeito devido à escassa produção de trabalhos de pesquisa sobre este tipo de dieta. É importante ressaltar que esta tecnologia vem sendo empregada recentemente pelos pecuaristas, em nosso país, por proporcionar algumas vantagens relacionadas ao desempenho e a eficiência animal, baixo investimento em infra-estrutura e principalmente contribuir com a eficiência operacional da propriedade rural. Em um experimento realizado, com duração de 84 dias, buscou-se avaliar o efeito do uso de pellets de fibro cana (Empresa ECO-X-Pellets) visando aumentar o ganho de peso dos animais, devido melhoria da dinâmica da digestão e/ou melhora da saúde do sistema digestório dos bovinos terminados com dieta 100% concentrado. Na Tabela 1 constam os teores médios percentuais de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) com base na matéria seca total dos componentes das dietas experimentais.
Tabela 1 - Teores médios percentuais de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) com base na matéria seca total dos componentes das dietas experimentais. Variável Alimento
MS (%)
MO (% MS)
PB (% MS)
FDN (% MS)
FDA (% MS)
Custo (R$/kg)
Milho grão
89,55
96,88
8,23
9,61
3,22
0,46
Núcleo protéico (CAB38)
90,58
94,65
42,40
14,36
8,14
0,95
Pellets de Fibro cana
93,70
94,79
1,93
84,70
70,96
0,35
Fibro Cana
Grão de Milho
CAB-38
0 kg/dia
80%
20%
0,7 kg/dia 1,4 kg/dia
Ingredientes da dieta
Os dados de consumo diário individual dos componentes dietéticos, com base na matéria seca total (kg/dia) de novilhos confinados com dietas 100% concentrado aditivadas com pellets ECO-X de bagaço de cana-de-açúcar, de acordo com período de avaliação são apresentados na Tabela 2. Tabela 2 - Médias para o consumo diário individual dos componentes dietéticos, com base na matéria seca total (kg/dia) de novilhos confinados com dietas 100% concentrado aditivadas com pellets fibro cana. Nível de pellets fibro cana
Parâmetro
0 kg/dia
0,7 kg/dia
1,4 kg/dia
Consumo de milho grão inteiro, kg/dia de MS
6,73
6,94
6,61
Consumo de núcleo protéico CAB-38, kg/dia de MS
1,70
1,76
1,67
Consumo de pellets fibro cana, kg/dia de MS
0,00
0,65
1,28
Os resultados do desempenho animal (Tabela 3) mostraram estatisticamente, que os consumos de matéria seca, expressos em kg/dia ou em porcentagem do peso vivo, assim como o ganho de peso médio diário dos animais foram maiores com a inclusão de pellets de fibro cana, porém com resposta análoga à conversão alimentar.
Abertura do evento: Edio Sander (Presidente Cooperaliança) e Jeferson Caus (Gerente da Fábrica de Rações e Moinho de Trigo Cooperativa Agrária)
Tabela 3. Médias para o consumo diário total de matéria seca (CMS), por animal (CMSD, kg/dia) e por 100 kg de peso vivo (CMSP, %), ganho de peso médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA) de novilhos confinados com dietas 100% concentrado aditivadas com pellets fibro cana. Parâmetro
Nível de pellets fibro cana
Média
0 kg/dia
0,7 kg/dia
1,4 kg/dia
Consumo de matéria seca, kg/dia
8,43 b
9,34 a
9,56 a
9,10
Consumo de matéria seca, % peso vivo
1,94 b
2,10 a
2,17 a
2,10
1,435 b
1,617 a
1,538 a
1,530
6,11 a
5,99 a
6,52 b
6,20
Ganho de peso médio, kg/dia Conversão alimentar (CMSD/GMD)
Médias, na linha, seguidas de letras minúsculas diferentes, diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.
Público participante
Cooperaliança Cordeiro Guarapuava Rua Vicente Machado, 777 - Trianon Guarapuava - PR (42) 3622-2443
Cooperaliança Novilho Precoce
Al Baden Wurttemberg - Vitória, 952 Entre Rios Guarapuava - PR (42)3625-1889 Revista do Produtor Rural
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Na Tabela 4 são apresentadas as características quantitativas das carcaças de novilhos confinados com dietas 100% concentrado aditivadas com pellets fibro cana. De maneira geral, a inclusão dos pellets de da Fibro cana não alteraram significativamente as características de rendimento de carcaça, comprimento de carcaça, espessura de coxão, comprimento de braço e perímetro de braço, com médias de 55,5%, 150,6 cm, 23,6 cm, 37,7 cm e 40,4 cm, respectivamente. No entanto, para variável espessura de gordura, houve alterações (P<0,05), mostrando maior valor nas carcaças dos animais terminados com fibro cana na dosagem de 0,7 kg/dia (5,2 mm) comparativamente ao tratamento controle (4,3 mm) e fibro cana na dosagem de 1,4 kg/dia (4,4 mm). Tabela 4. Características quantitativas das carcaças de novilhos confinados com dietas 100% concentrado aditivadas com pellets ECO-X de bagaço de cana-de-açúcar. Parâmetro
Nível de pellets fibro cana 0 kg/dia
0,7 kg/dia
1,4 kg/dia
Média
Peso vivo de fazenda, kg
505,2 a
517,0 a
517,3 a
513,2
Peso de carcaça quente, kg
284,7 a
285,7 a
284,8 a
285,1
Rendimento de carcaça, %
56,3 a
55,2 a
55,0 a
55,5
Espessura de gordura, mm
4,3 b
5,2 a
4,4 b
4,6 150,6
Comprimento da carcaça, cm
150,4 a
150,0 a
151,5 a
Espessura de coxão, cm
23,5 a
23,0 a
24,3 a
23,6
Comprimento de braço, cm
37,7 a
38,0 a
37,5 a
37,7
Perímetro de braço, cm
40,9 a
40,3 a
40,0 a
40,4
Com base nos dados do presente trabalho de pesquisa, recomenda-se o uso diário de 0,7 kg por animal do pellet da fibro cana junto à dietas 100% concentrado, por melhorar a eficiência técnica e econômica do sistema de terminação de novilhos de corte em confinamento. Ao final do experimento realizou-se degustação da carne produzida na tecnologia 100% concentrado com ou sem o uso do pellets fibro cana confrontando com o sistema tradicional de terminação de bovinos de corte baseado no uso de
silagem de milho e ração. Na degustação participaram 47 pessoas (produtores da Cooperaliança em maioria) onde puderam saborear as diferentes carnes com o intuito de descobrir sua procedência. Na maioria dos degustadores, não houve diferenciação de cor, palatabilidade e suculência nas carnes obtidas nos diferentes sistemas de alimentação. Porém, quando perguntado qual seria a carne de melhor aceitabilidade, 71% dos participantes preferiram a carne de animais que foram terminados com tecnologia 100% concentrada.
DEGUSTAÇÃO DE CARNE BOVINA 16%
42%
13%
71% dos avaliadores preferiram o 100% concentrado
Palestrante Engº Agrônomo Mikael Neumann
Preparo das amostras
Amostras identificadas entregues aos participantes para degustação
29% 100% concentrado (CAB38 + Milho) 100% concentrado + 1,4 kg ECP
100% concentrado + 0,7 kg ECP Silagem de milho + RAB19
Figura 1. Resultado da preferência em sabor pela carne bovina, em função do sistema de alimentação praticado no confinamento dos animais.
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Revista do Produtor Rural
Apuração dos votos - Prof. Mikael Neumann (unicentro) e Luciane Silvestri Araújo (Zootecnista Cooperaliança)
[Tecnologia de aplicação]
Dia de Campo de Verão Cocamar...
Produzir mais e preservar!
O
Dia de Campo de Verão realizado no Centro Experimental da Cocamar nos dias 1 e 2 de fevereiro, em Floresta/PR, foi um verdadeiro intercâmbio de ideias e trocas de experiências, onde os cooperados tiveram a oportunidade de visitar vários estandes, de diversos segmentos da agricultura, desde equipamentos, insumos e novas técnicas para a agricultura. A Inquima participou do evento com técnicos e agricultores debatendo na prática a aplicação de tecnologia para um melhor resultado no combate às pragas e melhoria da produção. A Cocamar está entre as principais cooperativas do país, presente em 30 municípios, com 33 entrepostos e mais de 6.000 cooperados. Em parceria com a Inquima, foram implantadas novas e modernas técnicas em aplicação, oferecendo soluções ao agronegócio com produtos e serviços que aumentam a produtividade, a lucratividade e ainda a preservação do meio ambiente. O TA35 é um bom exemplo de tec-
nologia Inquima, pois permite aplicações mesmo com ventos moderados, reduzindo perdas por deriva, melhorando a deposição e espalhamento das gotas aplicadas, evitando o efeito guarda-chuva e reduzindo a fitotoxicidade. O TA 35 permeabiliza a capa cerosa
das folhas para que haja melhor e mais rápida absorção do produto. A Inquima é uma empresa que tem como missão oferecer novas e modernas técnicas para melhorar a qualidade da produção e a preservação do meio ambiente.
[tratamento de semente]
Programa de Tratamento Mais Semente Trigo Dados técnicos comprovam os excelentes resultados
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os últimos anos ocorreram grandes avanços tecnológicos na agricultura moderna como, por exemplo, a melhoria das variedades plantadas pelos agricultores, entre outros. Os produtores rurais mais exigentes acompanham essa evolução, justificando os investimentos nesses insumos indispensáveis para as lavouras de grãos em geral através dos resultados em produtividade e menores custos. Por isso, é bastante comum hoje ouvirmos a expressão “uma boa lavoura começa por uma boa semente”. Essa expressão tem estado cada vez mais em evidência devido à grande preocupação em relação à implantação da lavoura e consequente população de plantas, pois cada híbrido ou variedade, seja de soja, milho, trigo, exige uma adequada quantidade de plantas por unidade de área, para que seja alcançado o máximo potencial produtivo da cultura. É nesse ponto crucial para a obtenção do tão desejado retorno econômico, que está inserida a tecnologia do tratamento de semente. O tratamento de semente é a primeira etapa para o manejo e a prevenção efetiva de doenças e pragas, responsáveis pela queda de produtividade. A Cheminova Brasil oferece, através de seu PROGRAMA MAIS SEMENTE, duas soluções para o tratamento de sementes das culturas de cereais de inverno, sendo um fungicida e outro inseticida.
VINCIT é um fungicida sistêmico com amplo espectro de ação, que protege a lavoura na fase inicial contra doenças como Oídio, Ferrugem e Manchas Foliares, facilitando o manejo na parte aérea, sendo indicado para o tratamento de sementes de trigo. Resultados de Vincit 50 SC Na emergência aos 14 dias após a semeadura e Controle (%) de Oídio - Blumeria graminis f.sp. tritici - na fase de elongamento do trigo
** Severidade de ataque da doença na testemunha sem tratamento.
Fonte: Cheminova Brasil – média de ensaios internos – Doses em ml/100 kg de semente. Safra 2009.
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PICUS é um inseticida sistêmico, também indicado para as culturas de cereais de inverno, que controla as principais pragas, como os pulgões, transmissores do Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC), percevejos e corós. A formulação de Picus 600 FS é atualmente o padrão utilizado para o tratamento de sementes, a base de água e pronta para o uso. Possui excelente adesão nas sementes, notável desempenho no tratamento e já vem com corante, que melhora a homogeneidade no tratamento, além da concentração exata para aplicação em sementes. Resultados de Picus Controle (%) de Percevejo-barriga-verde - Dichelops sp - 30 dias após semeadura do trigo.
** % de plantas com sintoma de danos na testemunha sem tratamento
Fonte: Cheminova Brasil – média de ensaios internos. Doses em ml/100 kg de semente. Safra 2009.
Em parceria, os produtos VINCIT & PICUS oferecem excelentes resultados para a lavoura. Para a Cheminova, o mercado brasileiro é prioridade no negócio mundial. É um mercado potencial, que tem crescido em tamanho e tecnologia. A Cheminova é uma empresa pertencente à Universidade de Aarhus, da Dinamarca, que é um país rígido nas leis ambientais e sociais. Este é um diferencial que traz aos agricultores alguns benefícios relevantes, como a responsabilidade da empresa com as questões ambientais e toxicológicas, investindo em tecnologias e produtos de baixo impacto, além do foco em pesquisa e inovação voltadas para a agricultura. Com mais de 70 anos desenvolvendo, produzindo e comercializando defensivos agrícolas em mais de 100 países, e no Brasil há mais de 12 anos, a Cheminova está entre os 10 maiores fornecedores de agroquímicos do mundo. Hoje possui em seu portfolio 46 produtos registrados no Brasil, destinados aos principais negócios agrícolas.
“Trazendo tecnologia a serviço do homem do campo.”
Fone: (42) 3638 1153 Matriz: Candói
Filiais: Candói, Cantagalo, Virmond e Laranjeiras do Sul.
Representante CHEMINOVA nos municípios de atuação.
[Vacina]
Prevenir
contra brucelose é obrigatório
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Brucelose é uma doença contagiosa causada pela bactéria Brucella abortus, que afeta principalmente bovinos e bubalinos e também pode acometer cabras, ovelhas e suínos. É transmissível ao homem. Essa doença não tem cura e os animais infectados devem ser identificados com um “P” (positivo) na cara, isolados e sacrificados. Para prevenir a doença, a médica veterinária da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) - Núcleo Regional de Guarapuava, Liziane Cogo dos Santos, explica que é obrigatória a vacinação de fêmeas com idade entre 03 e 08 meses. “A vacina, por sua vez, só pode ser adquirida e aplicada por um médico veterinário, porque como é uma vacina viva, se manuseada de forma inadequada pode contaminar o ambiente e quem a manuseia. A questão do limite da idade é que as fêmeas com mais de oito meses podem inocular a doença,
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isto é, desenvolver”, orienta. Depois de vacinado o animal, o médico veterinário deve preencher um atestado de vacinação em três vias, registrando quais e quantos animais foram vacinados em cada propriedade. Uma das vias do atestado fica com o produtor, outra com o veterinário e a terceira com a Seab. “Toda vez que o produtor precisar deslocar os animais e requerer uma Guia de Trânsito Animal (GTA) será exigido o atestado de vacinação contra brucelose”, completa Liziane. Depois de vacinado, o animal é marcado com um “V” na cara, seguido do último número do ano de vacinação. O produtor pode, ao comprar um animal, exigir o atestado de vacinação ou realizar um exame para saber se o animal é positivo ou negativo para a doença. Entretanto, a realização da análise do animal não exime o produtor da obrigatoriedade de vacinação. Os sintomas apresentados pela
doença são: aborto, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, repetição de cio, orquite (inflamação dos testículos) e diminuição da produção de leite e de bezerros. Os animais são contaminados pelo contato com restos de aborto, ao lamber cria de uma vaca doente, em pastagens, água, cochos, alimentos e instalações contaminados, ao dar leite de vaca doentes para bezerros, pela inseminação artificial (sêmen contaminado) ou pela monta natural (macho contaminado). A contaminação em humanos pode acontecer no contato direto com animais doentes, no contato com fetos e carcaças contaminadas, na hora do parto, no momento da inseminação, ao tomar leite cru e derivados de leite sem inspeção sanitária. Para mais informações, converse com um médico veterinário de sua confiança ou entre em contato com o escritório da Seab de sua região.
[Benso 1 RR]
Soja com cara de mandioca Luciana de Queiroga Bren (Texto e Fotos)
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soja Benso 1 RR, conhecida como soja mandioquinha, está cada vez mais presente nos campos de Guarapuava e região. Com sistema radicular agressivo e bem desenvolvido, a cultivar tolera estiagem e chuva na pré-colheita, proporcionando boa produção na região Sul do Brasil. Registrada e protegida no Ministério da Agricultura com o nome Benso 1 RR, a cultivar oferece elevadas condições de pureza, sanidade e qualidade. Segundo o engenheiro agrônomo da Oeste Insumos, distribuidora exclusiva da soja Benso 1 RR para região, Henrique Michalak, a cultivar foi apresentada às empresas da região há duas safras e no primeiro ano de plantio foi semeada em 700 hectares na região, divididos em 10 produtores. “Somente o produtor rural Francisco Schier plantou 200 hectares da cultivar e foi a sua melhor soja da safra 2010/2011”.
Buscando apoio para lançar a cultivar na região, Michalak procurou a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), ligada à Cooperativa Agrária. “Escolhemos a FAPA para testar a cultivar porque a Benso 1 RR precisa de alto nível tecnológico para alcançar 5.177 kg/ha na altitude de 1.100 metros. Com a ajuda do engenheiro agrônomo Leandro Bren, coordenador da FAPA, iniciou-se as pesquisas sobre a cultivar na região”, citou. De acordo com Michalak, a soja Benso 1 RR pode ser plantada em outubro (melhor época) e pós trigo (neste caso, deve-se aumentar a população). A colheita é feita mais tarde, já que possui um ciclo de 130 dias. Quem tiver interesse em adquirir as sementes, deve procurar a Oeste Insumos, em Guarapuava. A revenda também comercializa adubos e defensivos.
Henrique Michalak, engenheiro agrônomo da Oeste Insumos, distribuidora da Sementes Benso
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Produtores estão otimistas com a Benso 1 RR “Plantei 142 ha da soja Benso 1 RR na Fazenda Igrejinha, em Candói. É o primeiro ano que planto essa cultivar e é a melhor soja que tenho na lavoura. A Benso 1 RR está 30% com mais vagens do que as outras cultivares que plantei (Turbo RR e Apolo RR). O custo de produção é o mesmo. Plantei por ser uma cultivar nova e pelos resultados positivos que ela vem apresentando em pesquisas na região. Devo colher no final de março”.
Gabriel José Lacerda, produtor rural
“Dos 340 hectares de soja plantados, destinamos oito hectares para a soja Benso 1 RR na Fazenda Gasparetto, em Guarapuava. O visual está muito bom. Plantei dia 20 de novembro e devo colher no final de março, início de abril. A expectativa é que ela produza bem. Estamos otimistas”.
“Plantei 560 hectares de soja, sendo 92 ha da soja Benso 1 RR na Fazenda Lanceta, no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava. Gostei bastante da cultivar. Hoje ela está na fase de enchimento de grão e está excelente. Por isso, a expectativa é muito boa. O visual é ótimo e devido à folha estreita, o produto (fungicida) funciona melhor. Acho que é a soja do futuro. Plantei entre 05 e 10 de novembro e devo colher entre os dias 15 e 20 de março. Estamos na segunda aplicação de fungicida, vamos fazer a terceira para fechamento do ciclo, mas não é uma soja doentia, que necessite de um acompanhamento especial. É bem tranquila. Estamos otimistas com a produtividade. É a primeira vez que planto a cultivar e acho que vai passar dos 60 sacos por hectare. Vou colher primeiro a Energia RR, depois a Benso 1 RR. Se der tudo certo, vou plantar novamente - e mais!”
Helmuth Stutz, produtor rural
“Plantei a Benso 1 RR pela segunda vez esse ano. É a melhor soja que tenho no campo. O plantio foi feito em 70 hectares, na fazenda Dona Cida, em Rio Branco do Ivaí”.
Francisco Schier, produtor rural
Matheus Julik, produtor rural
“A Fazenda Santo Manoel, em Turvo, plantou 40 hectares da soja Benso 1 RR de 25 a 29 de outubro. Na fase final de enchimento de grão ela apresenta um visual excepcional, carregada de vagens de quatro grãos e destaque especial para a cachopinha em cima. Outra particularidade é que muito resistente à Oídio. Durante a fase vegetativa, não necessitou de fungicida para controle de Oídio. A expectativa é muito boa. É uma soja que mostra potencial produtivo para uns 4.300 quilos limpo e seco por hectare”.
Diovani Silvestrin, produtor rural
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[Resultado]
Benso 1 RR apresenta excelentes produtividades em ensaios da FAPA
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o estudo de “Comportamento de cultivares de soja na região de Guarapuava, Safra 2010/2011”, conduzido pelo corpo técnico da FAPA – Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Vitor Spader; Everton I. Makuch; Juliano Luiz de Almeida) a cultivar Benso 1 RR apresentou excelentes produtividades, conforme dados apresentados abaixo. Os ensaios foram conduzidos em condições de alta tecnologia (Plantio direto, adubação 200kg/ha de 00-26-26 com manejo de pragas e doenças seguindo as recomendações de pesquisa da FAPA) em três épocas de plantio, em três localidades distintas e em populações de 250.000, 350.000 e 450.000 plantas/ha.
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[Visita técnica]
Produtores rurais da Alemanha visitam propriedades de Guarapuava e região
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ma comitiva de 35 produtores rurais da Baixa Saxônia, na Alemanha, visitou o Estado do Paraná. No roteiro estavam visitas técnicas a cooperativas, indústrias do setor agropecuário e propriedades rurais. A passagem por Guarapuava ocorreu nos dias 26 e 27 de janeiro, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava. O grupo visitou uma propriedade com sistema de integração lavoura-pecuária, outra fazenda dedicada à bovinocultura de leite e uma fazenda de suinocultura. Todas elas de produtores associados do Sindicato Rural. O agropecuarista Gibran Thives Araújo recebeu os alemães na propriedade, mostrando as culturas de soja, milho e ainda o confinamento de bovinos. “Eles se mostraram interessados,
Grupo de alemães na propriedade de Regina Seitz
fizeram muitas perguntas sobre a gestão da propriedade”, comentou. Sempre atento e participativo, o grupo também visitou a propriedade de leite da produtora rural Regina Seitz. “Já recebemos outros grupos que vêm para visitas técnicas. Além de explicarmos sobre a nossa propriedade, a troca de informações sempre é muito valiosa”, avaliou. No final do segundo dia, os produtores alemães foram recebidos pelo suinocultor Wienfried Leh, que explicou sobre a funcionalidade e gestão da suinocultura da região. “Abri todo o sistema de gestão para eles, expliquei passo a passo como fazemos o manejo
Visita na propriedade de Wienfried Leh
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dos animais. O resultado disso tudo, é que muitas vezes nos abre portas para também conhecermos a realidade deles no exterior”, disse. O coordenador do grupo, Carsten Brüggemann que é consultor de tecnologia de energia e exploração agrícola da Câmara da Agricultura da Baixa Saxônia, revelou que foi muito importante conhecer as propriedades, seus funcionamentos e as atividades desenvolvidas aqui. O percurso pelo Estado iniciou no dia 22 de janeiro, em Curitiba e litoral, passando por Ponta Grossa e Castro. Depois de Guarapuava, a comitiva seguiu para Cascavel e Foz do Iguaçu.
[Tecnologia em Candói]
Agrícola Colferai promoveu Dia de Campo na Aragro
Pioneer lançou variedade de soja durante o evento
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Aragro / Fazenda Boa Vista, em Candói, sediou no dia 26 de janeiro um Dia de Campo de Milho e Soja. Segundo o produtor rural Gibran Thives Araújo, o objetivo foi a divulgação de novos híbridos e tecnologias. “A parceria com a Pioneer Sementes e a Syngenta no Dia de Campo visou aprofundar os conhecimentos em cima dos materiais, trabalhando com a observação do comportamento dos materiais dentro da nossa realidade, dentro da nossa propriedade, sem mascarar as informações”, disse. Elizete Beledelli, representante de vendas da Syngenta, falou sobre milho e semente de soja. “A Syngenta hoje tem toda a linha de sementes de milho e soja e também a linha completa de defensivos para várias culturas. Apresentamos híbridos de lançamentos,
híbridos precoces e também híbridos para o ciclo normal”, destacou. O assistente de vendas da Syngenta, Fernando dos Reis, apontou o beneficio do dia de campo. “É uma ótima maneira de divulgar o que temos de tecnologia e novidades. São híbridos de alta tecnologia, alto investimento para maiores retornos na propriedade”, disse. Segundo o engenheiro agrônomo da Agrícola Colferai, Giovani Schiavini, foram divulgados alguns ensaios de híbridos da Pioneer e da Syngenta na Fazenda Boa Vista. “Tivemos a colaboração do proprietário para testar e avaliar alguns híbridos, materiais novos que já estão no mercado. Para avaliar as doenças, faremos pesagens. Basicamente foi feito um ensaio lado a lado para avaliar esses materiais, dentro das condições da propriedade”, explicou.
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[Microbiologia do solo]
Pesquisas apontam o aumento da eficiência do uso de rochas fosfatadas pela associação com microrganismos solubilizadores Flávia Cristina dos Santos1, Eliane Aparecida Gomes1, Christiane Abreu de Oliveira1, Ivanildo Evódio Marriel1 e José Carlos Polidoro2 1
Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG.fsantos@cnpms.embrapa.br 2 Pesquisador da Embrapa Solos, Rio de Janeiro, RJ.
A
agricultura brasileira tem alcançado recordes de produção de grãos a cada ano, que se devem a um conjunto de fatores, dentre eles, ao aumento da produtividade. A fertilização é um componente fundamental para essas conquistas, por ser um dos fatores de produção mais ligados ao aumento de rendimento das culturas. Por outro lado, o Brasil ainda é altamente dependente da importação de fertilizantes, principalmente fosfatados e potássicos. Diante desse cenário, a busca por alternativas que possam levar a um melhor aproveitamento de fontes nacionais, como as rochas fosfatadas, é de grande importância para a atividade agrícola. Até alguns anos atrás, essas rochas não tiveram posição de destaque, principalmente por apresentarem baixa concentração e solubilidade de fósforo (P), no entanto, estudos que visam aumentar a eficiência do uso de P dessas fontes são hoje de grande importância, permitindo gerar alternativas aos produtores que reduzam os custos de produção e a dependência externa. Uma forma de aumentar a eficiência do uso de P dessas rochas é a mistura com microrganismos solubilizadores. Na Embrapa Milho e Sorgo há um programa de Microbiologia do Solo que isolou, in vitro, alguns microrganismos eficientes em solubilizar P de fontes menos solúveis. Os possíveis mecanismos que envolvem a melhoria da eficiência de uso do
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Instalação do ensaio, com aplicação dos granulados rochas + microrganismos solubilizadores.
nutriente proporcionada pelos microrganismos solubilizadores, e que aumentam o crescimento das plantas, ainda não estão bem elucidados, mas possivelmente estão ligados à capacidade de solubilização de fosfatos existentes no solo ou adicionados na forma de fertilizantes pela produção de ácidos orgânicos ou diminuição do pH do solo (Calvaruso et al., 2006;
Richardson et. al. 2009). Em continuidade aos trabalhos desenvolvidos pela equipe de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo, foram instalados experimentos com a cultura do milheto em casa de vegetação da Empresa. A pesquisadora Eliane Aparecida Gomes avaliou o efeito da inoculação de microrganismos na biodisponibilização
de fósforo para o milheto em três cultivos sucessivos de dois experimentos, um envolvendo a inoculação de forma direta dos microrganismos com as rochas fosfatadas Araxá e Itafós nas sementes e outro testando um método de inoculação de forma indireta, onde as rochas utilizadas para a adubação foram pré-incubadas com os microrganismos para a produção de inoculantes (dados não publicados). As bactérias utilizadas como inóculo foram Bacillus pumilus (CMMSB32) e B. subtillis (CMMSB70), pertencentes à coleção de Microrganismos Multifuncionais da Embrapa Milho e Sorgo. O solo utilizado foi o Latossolo Vermelho Distrófico, fase Cerrado, argiloso, com baixo teor de fósforo. De modo geral, no segundo cultivo, a inoculação direta nas sementes no momento do plantio resultou em tendência de maior acúmulo de massa seca na parte aérea das plantas (MSPA) com relação às plantas cultivadas somente com rochas puras, diferença que não foi observada no primeiro e no terceiro cultivo. Os incrementos foram de 24,6%, 31,8% e 41,25% na produção relativa de biomassa da parte aérea de milheto cultivado em solo com fosfato de Araxá inoculado com CMMSB32 e fosfato de Itafós inoculado com CMMSB32 e CMMSB70, respectivamente. Isso indica que houve efeito residual das rochas na presença de microrganismos solubilizadores de P com o tempo; e demonstra a importância da pesquisa de novas fontes de fertilizantes fosfatados de solubilização mais lenta, em que ocorre um aumento gradual da disponibilidade de P (Novais & Smyth, 1999), principalmente se associado aos microrganismo. Os valores de P acumulados na planta também foram avaliados, mas não ocorreram diferenças significativas entre os tratamentos com adubação de fosfatos de rocha sem inoculação e os que tiveram inoculação de microrganismos. Foi instalado outro experimento pela pesquisadora Flávia Cristina dos Santos (dados não publicados) com P em casa de vegetação da Embrapa Milho e Sorgo, também com a cultura do milheto, em Latossolo argiloso com baixo teor de P disponível. Foram avaliados 22 tratamentos de misturas de rochas Itafós e Bayovar
Início do desenvolvimento das plantas de milheto
(origem peruana com exploração pela Vale), com ou sem cama de frango, com a mistura de cinco combinações de microrganismos (PenicilliumPinophilum (F14), Bacillus pumilus (CMMSB32), B. subtillis (CMMSB70), CMMSB32+CMMSB70 e sem microrganismos), mais dois tratamentos adicionais (sem fósforo e adubação com superfosfato triplo). Os resultados iniciais mostraram que os tratamentos com a presença da cama de frango proporcionaram efeito positivo significativo no crescimento das plantas. Além disso, houve efeito dos microrganismos, com maior produção de matéria seca das plantas na presença da bactéria solubilizadora CMMSB70 e da
mistura CMMSB32+CMMSB70 em relação à CMMSB32 e em relação ao tratamento sem microrganismos. Os resultados apresentados referem-se ao primeiro cultivo, porém, serão avaliados mais dois cultivos sucessivos. Além disso, com a seleção dos melhores tratamentos, objetiva-se realizar testes em campo com a cultura do milho. De maneira geral, os resultados preliminares já apontam para o uso de microrganismos solubilizadores como alternativa promissora aos produtores, pois são insumos de mais baixo custo, podendo, assim, melhor atender à demanda da agricultura orgânica e familiar, por exemplo.
Referência Bibliográfica: CALVARUSO, C.; TURPAULT, M.P.; FREY-KLETT, P. Root-associated bacteria contribute to mineral weathering and to mineral nutrition in trees: a budgeting analysis. Appliedand Environmental Microbiology, 72:1258-1266. 2006. NOVAIS. R.F.; SMYTH. T.J. Fósforo em solo e planta em condições tropicais.Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1999. 399p. RICHARDSON, E. A. Regulating the phosphorus nutrition of plants: molecular biology meeting agronomic needs. Plant and Soil, v. 322, p. 17–24, 2009.
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[impostos]
Sicredi passa a recolher tributos estaduais no Paraná O Sicredi, o Banco do Brasil, o Bradesco e o Itaú são as instituições autorizadas a receber os pagamentos dos contribuintes
O
s tributos do Governo do Paraná poderão ser pagos nas unidades do Sistema de Cooperativas de Crédito Sicredi, a partir da segunda quinzena de fevereiro. Um convênio assinado no dia 02 de fevereiro pelo secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly e pelo presidente da Central Sicredi PR/ SP e Sicredi Participações, Manfred Dasenbrock, oficializou a inclusão do Sicredi na lista de instituições aptas a receber o pagamento dos contribuintes. Os tributos estaduais, como: IPVA, ICMS entre outros, poderão ser pagos nas mais de 330 Unidades de Atendimento do Sicredi no Estado e nos terminais de autoatendimento da marca. Segundo o presidente da Central Sicredi, mais de 400 mil associados do Sistema, no Paraná, passarão a ter a vantagem de acessar extrato, consultas, impressão de 2º via, além de efetuar o pagamento com mais comodidade. O Sicredi possui uma das maiores redes de atendimento de serviços financeiros no Paraná, o que também irá beneficiar os demais contribuintes, uma vez que poderão usufruir da capilaridade do Sistema de Cooperativas de Crédito para realizar o pagamento dos impostos. “O Sicredi é a única instituição financeira em 71 municípios do Paraná”, reforça o presidente. Segundo o presidente da cooperativa Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fioretin: o convênio vai beneficiar muita gente na nossa região, pois
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O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly assinando o convênio junto com o presidente da Central Sicredi PR/SP e Sicredi Participações, Manfred Dasenbrock.
só em Guarapuava o Sicredi tem três unidades de atendimento, duas no centro e uma em Entre Rios, são mais três opções de locais para o contribuinte pagar estes tributos e evitar filas. Para o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, é uma satisfação ter uma cooperativa de crédito na rede de arrecadação de impostos do Governo do Pa-
raná, uma vez que o estado é referência nacional do setor cooperativista. “Acredito no cooperativismo, assim como acredito na microempresa, como modelos de negócio para movimentar a economia do Paraná, fomentando o desenvolvimento das comunidades e gerando emprego e riquezas”, finaliza o secretário.
Sicredi tem alto índice de recomendação junto a seus associados O Sicredi tem um NPS (Net Promoter Score) elevado entre seus associados. Cerca de 63% deles recomendariam os produtos e serviços das cooperativas filiadas ao Sistema a amigos e familiares, resultando em um NPS geral de 55% para a instituição. Este é o resultado da primeira edição da Pesquisa de Satisfação NPS, com dados coletados junto a mais de 48 mil associados entrevistados no ano de 2011, e que seguirá sendo realizada até 2015, como parte do Planejamento Estratégico 20112015 do Sicredi. A média de entrevistas foi de 6 mil entrevistados a cada mês. O objetivo da iniciativa é medir a satis-
fação dos associados com uma metodologia simples desenvolvida pela Bain & Company. A partir das respostas à pergunta “Você recomendaria o Sicredi a um amigo ou colega?”, classificam-se os associados numa escala de 0 a 10. Os promotores são aqueles que respondem 9 ou 10 - fãs genuínos dos produtos; neutros - aqueles que respondem 7 ou 8; e detratores, aqueles que respondem 6 ou menos. Ao subtrair a porcentagem de “promotores” da porcentagem de “detratores”, obtém-se a métrica denominada Net Promoter Score (NPS). De acordo com Daniel Ferretti, da Superintendência de Comunicação e Marke-
ting do Sicredi, a metodologia tem relação direta com o crescimento das empresas. “As organizações com um NPS maior apresentam índices de crescimento superiores às demais. Portanto, o NPS se reflete em resultados, já que os associados considerados ‘promotores’ – que apontam notas 9 e 10, utilizam mais produtos, recomendam a empresa para mais pessoas e permanecem mais tempo como associados”, explica. Além de obter o NPS do Sicredi, a pesquisa também aborda outras questões, que verificam a percepção dos associados quanto a produtos, canais e atendimento da instituição.
Sobre o Sicredi O Sicredi é um conjunto de 117 cooperativas de crédito, integradas horizontal e verticalmente. A integração horizontal representa a rede de unidades de atendimento (1.150 unidades de atendimento), distribuídas em 10 Estados* - 905 municípios. No processo de integração vertical, as cooperativas estão organizadas em quatro Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo, que controla as empresas específicas que atuam na distribuição de seguros, administração de cartões e de consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br.
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2012
Jan/2012
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[Pesquisa]
Análise de relação custo benefício da implantação de vacina para a profilaxia das diarreias neonatais no sistema de produção de bezerros de corte Autor: Luiz Paulo Vilasboas Moreira, Médico Veterinário CRMV/MG-8294. Coordenador Técnico de Linha na empresa Biogénesis-Bagó Saúde Animal. Resumo da Monografia defendida pelo Dr. LUIZ ANTONIO GARCIA GALIOTE JUNIOR à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial à obtenção do grau de MÉDICO VETERINÁRIO. Uberlândia/MG - 2005
Resumo Os custos com a prevenção e tratamento da diarreia neonatal no sistema de produção de bezerros de corte foram analisados em dois grupos de matrizes, sendo um grupo imunizado, 60 e 30 dias pré-parto, com vacina contra Escherichia coli e rotavírus e o outro não imunizado, servindo como grupo testemunha. A queda na prevalência de diarréia neonatal nos bezerros pertencentes ao lote de vacas vacinadas gerou uma redução de 39.4% nos gastos com medicamentos, mão-de-obra morte de animais e manutenção de vacas que perderam bezerros após o nascimento, devido à diarreia neonatal. Os dados deste trabalho demostraram ser economicamente viável a implantação da vacina contra diarreia neonatal no sistema de produção de bezerros de corte.
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1. Introdução A imediata exposição a agentes infecciosos, ao nascimento, requer que os animais neonatos possuam um mecanismo de defesa apropriado. A imunização passiva, através da absorção de imunoglobulinas presentes no colostro, é considerada como o processo natural mais significativo para conferir uma proteção imunitária eficaz nas fases iniciais da vida do bezerro já que, nos bovinos, do mesmo modo que em outros ruminantes, não ocorre uma efetiva transferência transplacentária de imunoglobulinas durante a gestação. (ROBISON et al., 1998). As diarreias neonatais representam um dos maiores obstáculos na produção de bezerros possuindo uma alta morbidade e uma significativa mortalidade. Além disso, geram um aumento significativo no custo de produção devido ao gasto com medicamentos, morte de animais e menor peso na desmama. A diarreia neonatal em bovinos é um problema com incidência alta (24,08%), especialmente nos primeiros meses de vida, sendo as infecções viral e/ou bacteriana (54,93%) implicadas como as principais causas.
(SOUZA et al., 2000). Em determinadas regiões, independente do clima, encontra-se incidência acima de 50% de diarreia neonatal. A incidência pode ser ainda maior quando se trata de animais taurinos e de cruzamento industrial e também em rebanhos com alto número de vacas primíparas. Os vários agentes etiológicos como Escherichia coli, rotavírus, Salmonella, Eimeria sp. e Cryptosporidium podem estar envolvidos nesse quadro clínico (PEREZ et al., 1998); a Escherichia coli e o rotavírus são apontados como os mais importantes agentes causadores de diarreias (LUCCHELLI et al., 1992). Medidas profiláticas como a desinfecção e higienização dos centros de manejo e um gerenciamento das vacas pré-parto, realizando vacinações pré-parto e a cura do umbigo com iodo 10%, reduzem a infecção de bezerros (ARANTES, 1989). A vacinação das matrizes antes do parto é uma estratégia prática e eficaz para combater as diarreias em recém-nascidos uma vez que a mãe imunizada passa, através do colostro, anticorpos para o bezerro, suficientes para protegê-lo durante os primeiros três meses de vida.
2. Justificativa A realização deste trabalho fundamenta-se no fato de ser necessário e pertinente o estudo de medidas profiláticas capazes de diminuir os altos índices de diarreias neonatais, causadas pela Escherichia coli e pelo rotavírus, os quais são responsáveis por grandes quedas na produção e perdas econômicas, inviabilizando o sistema de produção de bezerros.
3. Material e Métodos O experimento foi realizado em 200 vacas da raça nelore, pertencentes à fazenda Irara localizada no município de Uberlândia – MG. Os animais no sétimo mês de gestação foram divididos em dois grupos de 100 animais. Apenas o primeiro grupo foi vacinado, o outro grupo de 100 vacas funcionou como grupo testemunha, para que os resultados possam ser comparados. As matrizes do primeiro grupo receberam 3 ml de vacina ROTATEC J5® (Biogénesis-Bagó S.A.) contra diarreia neonatal, portadora de cepas inativadas de Escherichia coli e de rotavírus, via subcutânea, 60 dias antes do parto e um reforço (buster) 30 dias antes do parto. Os dois lotes de matrizes permaneceram no pasto maternidade até o nascimento dos bezerros, quando tiveram seus umbigos desinfetados com solução de iodo (10%). Após os nascimentos dos bezerros os dois grupos de animais foram para o pasto de manutenção, onde permaneceram até o final do experimento. Os bezerros foram observados diariamente e os que apresentavam o quadro clínico característico de diarreia receberam o tratamento com antibiótico (sulfadoxina) de longa ação até a eventual cura.
4. Resultados Os dois grupos de bezerros, filhos de vacas vacinadas e não vacinadas, foram acompanhados até os 90 dias de idade. Os dados registrados referentes à prevalência de diarreia neonatal, mortalidade de bezerros, doses de antibiótico para tratamento, horas de trabalho para a vacinação e medicação dos animais doentes e manutenção de vacas que perderam seus bezerros devido à diarreia foram analisados e interpretados e os dados obtidos figuram nas tabelas a seguir.
Tabela 1: Porcentagem de diarreia neonatal e mortalidade no sistema de produção de bezerros de corte, com matrizes imunizadas contra Escherichia coli e rotavírus e não imunizadas no peri-parto. Uberlândia - MG, 2005.
Nº de animais
Diarreia Neonatal (%)
Mortalidade (%)
Imunizadas
100
11
-
Não Imunizadas
100
32
1
Total
200
21.5
0.5
Matrizes
O grupo de matrizes imunizadas no peri-parto apresentou bezerros com menor prevalência de diarreia neonatal (65,63% menor) e ausência de mortalidade. Tabela 2: Custos, expressos em reais, de vacina, quimioterápicos, horas de trabalho e manutenção de vacas vazias com a prevenção e tratamento da diarréia neonatal no sistema de produção de bezerros de corte, com 100 vacas imunizadas e 100 não imunizadas no período pré-parto. Uberlândia - MG, 2005.
VACAS VACINADAS FONTE DE CUSTO
VACAS NÃO VACINADAS
QUANT.
PREÇO UNIT. (R$)
TOTAL 1 (R$)
QUANT.
PREÇO UNIT. (R$)
TOTAL 2 (R$)
VACINA (DOSE)
200
2,36
472,00
-
-
-
SULFADOXINA (DOSE)
14
8,20
114,80
51
8,20
418,20
MÃO DE OBRA VACINAÇÃO (HORAS)
7
3,42
23,94
-
-
-
MÃO DE OBRA TRATAMENTO (HORAS)
18
3,42
266,76
231
3,42
790,02
VACA VAZIA (ANIMAL/ANO)
-
-
-
1
240,00
240,00
TOTAL
877,50
1.448,22
Nota: Os custos são referentes a preço regional praticados na época da vacina contra Escherichia coli e rotavírus, sulfadoxina, horas de trabalho com a vacinação das matrizes e tratamento dos bezerros doentes e manutenção de vacas que perderam o bezerro após o nascimento. Houve redução significativa dos custos de produção (39,4%) referentes à prevenção e tratamento da diarréia neonatal em bezerros, cujas matrizes foram imunizadas no peri-parto.
Revista do Produtor Rural
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Figura 1. Custos (em reais) com a prevenção e tratamento da diarreia neonatal no sistema de produção de bezerros de corte, com matrizes imunizadas contra Escherichia coli e rotavírus e não imunizadas no peri-parto. Uberlândia - MG, 2005.
1600 1400 1200 1000
6. Conclusão
800 600 400 200 0
MATRIZES NÃO IMUNIZADAS
MATRIZES IMUNIZADAS VACINA
SULFADOXINA
MÃO DE OBRA
VACA VAZIA
5. Discussão Neste experimento foram encontradas duas prevalências significativamente diferentes para a diarreia neonatal; no grupo de matrizes imunizadas no peri-parto e no grupo não imunizado os bezerros apresentaram 11% e 32% respectivamente de ocorrência. Neste estudo também foram encontrados dois custos, significativamente diferentes, com a profilaxia e tratamento da diarreia neonatal; o grupo de matrizes vacinadas no peri-parto e o grupo não vacinado apresentaram respectivamente, R$ 877.50 e R$ 1448.22 de gastos. Analisando os gastos dos dois grupos de animais, observamos que a significativa redução de R$ 570.72 (39.4%) nos custos com a profilaxia e tratamento da diarreia neonatal está intimamente relacionada com a queda nos índices de diarreia, obtida com a vacinação das matrizes no pe-
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ríodo pré-parto. A menor prevalência de diarreia neonatal nos bezerros possibilitou a redução das despesas com mão de obra (para tratamento de animais doentes), medicamentos para combater a diarreia neonatal e manutenção de vacas vazias (que perderam o bezerro após o nascimento). Além da minimização dos gastos também ocorreu à simplificação do manejo dos animais, sendo que houve uma redução do número de horas de serviço voltadas para o acompanhamento dos bezerros, disponibilizando mão de obra para outros setores da fazenda.
Revista do Produtor Rural
Este experimento demonstrou que a imunização das matrizes no período pré-parto diminuiu a prevalência de diarreia neonatal nos bezerros. Isto resulta em uma redução significativa de 39.4% dos custos oriundos da diarreia e na simplificação do manejo dos animais, disponibilizando mão de obra para outros setores da empresa agropecuária. Portanto, o estudo realizado apresentou uma favorável relação custo /benefício da implantação de vacina para a profilaxia das diarreias neonatais no sistema de produção de bezerros de corte.
7. Referências Bibliográficas: ARANTES, G.J. Diarréia neonatal dos bezerros. Revista dos Criadores, São Paulo, v.58, n.710. p.36-7, mar.1989. LUCCHELLI, A.; LANCE, S.E.; BARTLETT, P.B. Prevalence of bovine group A bovine rotavirus shedding among dairy calves in Ohio. Am. J. Vet. Res., v.53, p.169-179, 1992. PEREZ, E.; KUMMELING, A.; JANSSEN, M.M.H. Infectious agents associated with diarrhoea of calves in the canton of Tilaran, Costa Rica. Prev. Vet. Med., v.1-4, p. 195-205, 1998. ROBISON, J.D.; STOOTT, G. H.; DENISE, S. K. Effects of passive immunity on growth and surviral in the dairy heifer. Journal of Dairy Science, v. 71, n. 5, p. 1283 – 1287, 1988. SOUSA, M. V.; GONÇALVES, R. C.; LISBÔA, J. A. N.; ALMEIDA, C. T.; CHIACCHIO, S. B. Aspectos clínicos e epidemiológicos da diarréia dos bezerros em Botucatu, SP. Cienc. vet;7(2):7477, mai-ago. 2000.
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[Dieta de alto grão]
A arte de produzir carne
A
pecuária de corte passa por inovações, as quais muitas vezes geram dúvidas aos produtores, e essas podem ser sanadas por profissionais da área, desde que estes tenham o acesso correto a informações. O segredo para se produzir a carne bovina de qualidade é uma soma de fatores, que a “máquina” boi resulta. O exemplo de hoje é o confinamento sem volumoso, a dieta de alto grão. Trata-se de oferecermos uma dieta ao bovino, na qual 80% é milho grão, e 20% é um alimento concentrado, peletizado, com nível de proteína alto e aditivos para manter a saúde do rúmen. O que acontece com o animal, é que depois de o adaptarmos, em um piquete com praça de alimentação, com grãos e farelos, e observamos que em torno de 15-20 dias o animal deixa de procurar o pasto, primeiramente com nossa ajuda, e depois por vontade própria, o animal é confinado e a dieta de alto grão é oferecida. Juntamente com isso, os fatores a ser somados começam a ser lembrados: fornecimento de água de qualidade, sal mineral, lote homogêneo, animais cor-
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Revista do Produtor Rural
retamente desmamados, corretamente recriados, genética favorecida para corte. O bovino em um ambiente, onde tudo colabora para ele fazer a sua parte, com certeza irá responder à alimentação e “produzir” carne. Na dieta de alto grão, o milho, além do fator nutricional, também tem o papel de estimular a ruminação, salivação e o tamponamento do rúmen. A fermentação que ocorre no rúmen é o resultado de intensas atividades físicas e microbiológicas, que transformam os componentes do alimento em produtos químicos ou microbianos, que originarão, principalmente, os AGV (ácidos graxos voláteis), que são o acetato, propionato e butirato. Onde o primeiro é usado como substrato para a produção de gordura animal e o segundo, é transportado para o fígado e convertido em glicose (Church, 1993). Neste caso, a produção de propionato é maior, em relação à dieta a base de forragem, e em comparativo aos outros dois AGV. E esta maior proporção é extremamente importante para as características de carcaça, pois resulta em maior secreção de insulina, a
Isabela Buch Lustosa, agropecuarista Engenheira Agrônoma e Especialista em Alimentação e Nutrição Animal.
qual aumenta a síntese de gordura e proteína, e ao mesmo tempo, inibe a degradação de gordura e proteína nos tecidos. Isto ocorre devido à melhor taxa de captação de nutrientes pelos tecidos, conseqüentemente, com a maior produção do propionato, o resultado em ganho de peso, é mais eficiente, e em marmoreio também, pois há menor perda de energia do alimento sob forma de CO2 e CH4. Outro fator é o peso dos órgãos viscerais, que são menores, quando comparados à dieta com forragens, deixando mais energia para produção de carne. Como não existe milagre, pode ocorrer acúmulo destes AGV, e ocasionar o quadro de acidose, por isto é necessário ter a estratégia alimentar bem elaborada, para evitar acúmulo em demasia dos ácidos no fluido ruminal, e resultar positivamente na alta absorção de energia. Esta dieta surge como alternativa, e seguindo um protocolo o resultado é animador, informações corretas sobre a máquina com que trabalhamos é extremamente importante, para darmos condições ao boi para que ele nos presenteie com o melhor resultado, que é a carne.
[Pecuária ]
Às vésperas das tradicionais feiras de bezerros crescem as expectativas de bons negócios
O
s produtores de bezerros da região centro sul do Paraná já estão preparando a nova safra de desmamados que será leiloada entre os meses de março e maio. Tradicionalmente os criadores oferecem o melhor de seus rebanhos, na maioria de cruzamentos industriais, atendendo plenamente as exigências do mercado de reposição. Porém, à medida em que os leilões se aproximam, as empresas leiloeiras e os profissionais de leilão são questionados, pelos compradores, sobre as expectativas de mercado. Alguns fatores, exclusivos da nossa região, são diferenciais positivos; entre os mais significativos elencamos: o potencial produtivo, a adaptabilidade de manejo e a quantidade de oferta desses animais. O potencial produtivo se deve à eficiência das raças, principalmente nos cruzamentos industriais, retro cruzamentos e cruzamentos absorventes, entre as raças charolesa, angus, canchim, limousin e as tradicionais zebuínas; como resultado teremos animais extremamente precoces, com qualidade e peso de carcaças. A adaptabilidade de manejo, também em função dos cruzamentos, oferece condições excelentes, seja de recria ou de acabamento, em quaisquer condições climáticas, dietas alimentares e nos sistemas intensivos ou extensivos. A quantidade de bezerros e bezerras ofertados é outro fator relevante, uma vez que se estima um número superior a 10.000 animais, nos municípios de Guarapuava, Pinhão, Candói, Turvo, Bituruna, Palmital e Prudentópolis. No mercado interno a carne bovina
deverá manter seu ritmo de leve crescimento, contudo, é no mercado externo que se espera resultados satisfatórios, uma vez que já se sinaliza, embora extra oficialmente, o fim do embargo Russo; tal fato se verifica pelo empenho do próprio Ministério da Agricultura na rápida
Max Tedy Teixeira Leiloeiro rural
resolução desse processo. Outro dado importante é de que se espera um aumento de 13 a 15% no número de animais confinados para próxima entressafra, isso indica que os resultados financeiros estão sendo, no mínimo, satisfatórios; ora, não existe incremento de investimentos em setores deficitários. Em suma, com a certeza de que, pelo fato da qualidade desses bovinos, poderemos diminuir significativamente o tempo dos animais na propriedade, minimizando custos, bem como é certa a valorização da arroba para a entressafra, teremos lucro certo e garantido. Esperamos nossos amigos e clientes para apreciarem a qualidade que entrará em pista, tudo por conta do capricho de nossos produtores, cuja tradição e credibilidade precedem nosso convite.
Agenda de Leilões Data
Hora
Leilão
Cidade
25/03/2012 (domingo)
15h
Leilão de Gado Geral
Guarapuava
01/04/2012 (domingo)
15h
Feira de Bezerros
Pinhão
13/04/2012 (sexta)
20h
II Leilão Fazenda Belas Águas
Guarapuava
15/04/2012 (domingo)
15h
Feira de Bezerros(as)
Prudentópolis
15/04/2012 (domingo)
15h
Feira de Bezerros(as)
Bituruna
22/04/2012 (domingo)
15h
Feira de Bezerros
Turvo
28/04/2012 (sábado)
15h
Feira de Bezerros
Palmital
29/04/2012 (domingo)
15h
Feira de Bezerros(as)
Candói
06/05/2012 (domingo)
15h
Feira de Bezerros
Guarapuava
27/05/2012 (domingo)
15h
Leilão de Gado Geral
Guarapuava
Revista do Produtor Rural
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[Dia de Campo]
Milho, soja e canola
O
Sindicato Rural de Guarapuava/Revista do Produtor Rural prestigiou no dia 15 de fevereiro, o Dia de Campo da AG Teixeira, em Candói. O evento aconteceu na Fazenda Belo Horizonte e contou com a presença de empresas e produtores rurais da região. Além da apresentação de novos híbridos e tecnologias para o produtor, o Dia de Campo contou com a presença do pesquisador da Embrapa, Gilberto Omar Tomm, que palestrou sobre culturas de verão. “O objetivo é enfatizar os benefícios da canola como cultura antecedente ao cultivo de milho. A canola, por ser de uma família completamente diferente, não é hospedeira das doenças do milho, então ela acelera a decomposição da palhada do milho, diminuindo as doenças”, explica Tomm. O Dia de Campo teve como principal objetivo difundir novas técnicas para o produtor rural, nas culturas de milho, soja e canola, segundo o proprietário da Fazenda Belo Horizonte, Geovani Teixeira, “Nos anos anteriores o Dia de Campo foi mais específico. Esse ano a gente resolveu agregar as culturas de milho, soja e canola”, comentou. Além dos produtores rurais, o evento contou com alguns parceiros, como a Pioneer Sementes, a Dupont, a Serrana Fertilizantes e a Embrapa. Teixeira destacou que além da apresentação e participação das empresas, o mais importante foi a troca de informações e experiências entre os produtores.
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Revista do Produtor Rural
Para o representante comercial da Pioneer, Marcelo Mayer, o evento é fundamental para a disseminação das novas combinações de híbridos. “A ideia é apresentar junto aos produtores a nova tecnologia Bt da Pioneer, junto com alguns resultados de milho pós canola, tratamento de semente industrial e o lançamento da soja Pioneer”, esclarece. E para quem assistiu as apresentações, foi um aprendizado a mais, como relata o produtor rural e associado do Sindicato Rural de Guarapuava – Extensão de Base Candói, Robson Lopes de Araújo. “Esse é o primeiro ano que participo e a expectativa é boa, pois o Dia de Campo oportuniza conhecer novas variedades de milho e soja”, comenta. O produtor Adauto Brandelero também destacou o conhecimento adquirido em eventos como esse. “Vim pra conhecer as novas tecnologias e os híbridos novos com alto potencial, para depois aplicar na lavoura”, disse.
Luiz Eduardo, Geovani e Enzo
[Canola]
Grupo AGTEIXEIRA coloca em operação a primeira indústria de óleo de canola do PR Com investimentos passando de dez milhões de reais o grupo Agteixeira iniciou a operação para extração de óleo e farelo da canola. Localizada em Candói, sede da empresa, com estrutura, máquinas e equipamentos de última geração (parte dos equipamentos importados), com geração de 30 empregos diretos e 60 indiretos, vem conseguindo produzir óleo e farelo da mais alta qualidade, podendo assim direcionar seus produtos aos clientes mais exigentes do mercado. Exemplo é o consumo de farelo que está sendo direcionado a confinamentos, leiterias e avicultura, trazendo maior ganho de peso e mais leite com menos custo. O Grupo Agteixeira vem desenvolven-
do várias parcerias no Paraná, Mato Grosso do Sul e Sudoeste de São Paulo, realizando um trabalho com cooperativas , revendas e produtores. Na agricultura familiar tem parceria com a maior cooperativa do setor no Paraná, atendendo mais de mil famílias de pequenos agricultores, trazendo assim uma nova renda de inverno aos mesmos. Também realiza parcerias com renomadas cooperativas, como Agrária e Castrolanda, trabalhando em mais de 40 municípios pólos em varias regiões do Estado. Para o ano de 2012 o Grupo, com apoio da Embrapa e Emater, e toda sua equipe comercial e técnica quer dobrar a área em hectare e volume, conseguindo mais de 60% do mercado de canola.
Comitiva Italiana visita fábrica de óleo Canola - AG Alimentos (Grupo AG Teixeira)
• Interessados no plantio de canola Fone 42-3638 1400 com Sebastião • Venda de farelo Fone - 42-3638 1400, com Rodrigo
Revista do Produtor Rural
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[Show Rural Coopavel]
Produtores de Guarapuava, Candói e Cantagalo em Cascavel
O
Sindicato Rural de Guarapuava, com apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), levou mais de 100 produtores e trabalhadores rurais para o Show Rural Coopavel, em Cascavel. Ao todo, quatro ônibus partiram de Guarapuava, Candói e Cantagalo. A primeira caravana saiu no dia 06 de fevereiro. As outras três foram no dia 08 de fevereiro. O evento, realizado de 06 a 10 de fevereiro, é internacionalmente conhecido por mostrar as pesquisas e novas tecnologias do setor agropecuário. Segundo a assessoria de imprensa da Coopavel, o Show Rural 2012 teve público de 197,9 mil visitantes. Criado em 1989, esse foi o maior público já registrado durante os cinco dias de evento. Em 2013, o Show Rural será de 04 a 08 de fevereiro.
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Caravana de Guarapuava - 08/02
Caravana de Guarapuava - 06/02
Caravana de Candói - 08/02
Caravana de Cantagalo - 08/02
Revista do Produtor Rural
[Nogueira pecã]
Viveiros Pitol marca presença no Show Rural 2012
P
ela terceira vez, a empresa Viveiros Pitol expôs exemplares de mudas de nogueira pecã e produtos a base de nozes, que são produzidos pela Pitol Agroindústria, no Show Rural da Coopavel, em Cascavel, realizado entre os dias 06 e 10 de fevereiro. A demanda por informações e pela compra de muda da nogueira esteve elevada durante toda a exposição. Nesta edição, foram comercializadas mais de 5 mil mudas de nogueira. “A nogueira é uma árvore que não se perde nada. Os produtores só têm vantagens com ela. No Show Rural os produtores puderam conhecer as mudas, o tamanho e a qualidade. É um evento que nos traz bons resultados”, relatou Luizinho Pitol, proprietário. Ele destaca os benefícios da nogueira. “Além da árvore servir como projeção de
sombra para área de pasto, o fruto é uma alternativa de renda. O fruto pode tanto ser comercializado in natura, com casca, descascado, quebrado, triturado, doce, feito rapadura e até a casca têm efeitos medicinais; o chá de casca de noz é muito procurado”, completou. O Show Rural serviu como um balcão de negócios para a empresa de Anta Gorda - RS. Muitos produtores já reservaram as mudas de nogueira, se preparando para o plantio que inicia em junho. O produtor de Guarapuava, Valdir Lima se interessa por nogueira há algum tempo e está avaliando o investimento. “No estande pude conhecer a muda e tirar algumas dúvidas. Agora, em março, vou visitar o viveiro para conhecer o processo de produção da muda e a industrialização do fruto”, informou.
Equipe Viveiros Pitol: Mateul Brancher, Luizinho Pitol e Gabriela Rebelatto
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[Segurança rural]
Vigiado 24 horas
O
produtor rural da região de Guarapuava agora tem um novo aliado contra o crime. A Limger Sistemas de Segurança, empresa do Grupo Zanardo, possui um projeto que oferece ao produtor a possibilidade de monitorar a sua propriedade 24h por dia. Visando difundir esse projeto, a empresa promoveu na noite do dia 15 de fevereiro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, uma palestra para produtores rurais. Durante três horas de debates, Joel Damim (assessor de diretoria), Daniel Brandalise (assessor de tecnologia) e Felipe Silvester (gestor e consultor) repassaram diversas informações sobre segurança rural. Segundo Silvester, o objetivo principal da palestra foi mostrar ao proprietário rural quais são as novas tecnologias existentes no mercado. “Esse projeto abrange câmeras sem cabo, internet via
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Revista do Produtor Rural
rádio dentro da fazenda, rastreamento de veículos, entre outros, para que o produtor possa fazer o monitoramento de sua propriedade 24h sem sair do conforto de sua casa”, enfatizou. Outro ponto destacado foi o setor de atendimento da empresa. São três ba-
ses operacionais que monitoram várias regiões, como Entre Rios, Goioxim, Reserva do Iguaçu, Cantagalo, Pinhão, Palmerinha. “Possuímos várias viaturas que se deslocam todos os dias, sem horário definido, para as propriedades onde é feito o patrulhamento”, disse Silvester.
A Limger também conta com o auxílio da polícia em suas operações. “A parceria com a Polícia Militar, Polícia Rodoviária e Força Verde é muito importante. Em vários casos, agimos junto com a polícia e a intervenção foi um sucesso”, comentou Silvester.
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[Máquinas agrícolas]
PLA Pulverizadores traz para o Paraná a tecnologia do Túnel de Vento Equipamento aumenta a precisão na hora de pulverizar
A
necessidade de pulverizar lavouras para controle de pragas e doenças está cada vez mais clara, principalmente após o reaparecimento de fungos como o mofo branco e também ferrugem asiática. Por esta razão o mercado para este equipamento mostra-se muito favorável sendo uma das opções de investimentos dos produtores na hora de adquirirem máquinas agrícolas. Com a percepção deste fato e ainda de que o mercado está aquecido, commodities com valores rentáveis, a PLA Pulverizadores, especialista na fabricação destes produtos, acredita que o Show Rural Coopavel é uma importante vitrine para os seus produtos e uma previsão do que pode acontecer no mercado ao longo de 2012. Por esta razão, apresentou sua linha de pulverizadores Autopropelidos H3000I que vem com a barra pulverizadora dianteira e tem suspensão pneumática ativa, que oferece conforto ao usuário, durabilidade para as barras (de 25 metros a 31 metros), altura constante do chassi e qualidade de marcha e as
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Revista do Produtor Rural
extensas irregularidades do terreno são compensadas pela amplitude do sistema. Um segundo item que oferece economia no uso deste equipamento se deve ao sensor, ligado as sete seções (todas elas independentes) da barra pulverizadora dianteira. “Este sensor é um excelente recurso porque faz o desligamento automático da seção ou seções da barra quando a máquina transita por um local onde já ocorreu a pulverização, impedindo o desperdício de material e isso, sem interromper a operação”, afirma o diretor comercial Denny Perez. Ele complementa que na questão do motor, o H3000I tem a opção de sair de fábrica com um produto Mercedes Bens, que comprovadamente, oferece um desempenho superior em economia no consumo de combustível na ordem de 25%, comparado aos motores tradicionais.
Túnel de Vento O executivo explica que o Túnel de Vento é um sistema composto de turbina axial de grande vazão, o que oferece o au-
mento da capacidade operacional, permitindo profunda penetração dos produtos pulverizados, principalmente em culturas densas como algodão e soja. Eficaz nas operações, o Túnel de Vento permite pelo agitar das folhas que as gotas cheguem a toda a superfície da planta. É exclusivamente com esta moderna tecnologia que se torna possível a redução da deriva e da evaporação e, em conseqüência, ocorre à diminuição significativa dos riscos de contaminação ao meio ambiente e maior eficiência no controle das pragas, explica Piterson Viana supervisor regional de vendas da PLA.
Canavieiro Um novo produto colocado no mercado como pré-lançamento, no Show Rural Coopavel, pela PLA para aumentar sua linha de pulverizadores Autopropelidos e de arrasto, é a versão canavieira H3000C, equipado com diversas modulações, feitas para atender a este crescente segmento de mercado, o da cana de açúcar.
Comercializa cereais, fertilizantes, implementos e insumos agrĂcolas
Autopropelido H3000I com barra pulverizadora dianteira e suspensĂŁo pneumĂĄtica ativa
Cereal, revenda autorizada
Fones: (42) 3627-5849 / 3627-6664 / 9912-7770 Rodovia BR 277, Km 352,5 - Vassoural - Guarapuava - PR cereal@espectro.com.br
[Sindicato Rural de Pinhão]
O gosto pela carne de qualidade
Fotos: Mariana Rudek
Produtor de pinhão, Evald Zimmermann, iniciou na pecuária por afinidade com a atividade. Hoje produz animais com características superiores.
H
á algum tempo, Evald Zimmermann trabalha com a bovinocultura de corte. O início foi experimental, um semiconfinamento por gostar da atividade. Mas quando os resultados se mostraram positivos, ele resolveu investir. A construção do barracão para estabelecer um confinamento na propriedade coincidiu com a criação da Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (Cooperaliança). Foi então, que o gado de corte ganhou um espaço na fazenda que fica no município de Pinhão. Hoje as atividades estão divididas entre as culturas de milho, soja, trigo, cevada, aveia, milho para silagem (15 ha) e área de pastagem de coastcross (7,5 ha). A fazenda ainda tem como renda principal as safras de inverno e verão, mas segundo Zimmermann, a pecuária, agora é uma renda mensal para a propriedade. “Uma diversificação que deu certo. Eu tenho um giro, consigo trabalhar mais fácil”. As raças que o produtor tem no rebanho são cruzas de Charolês e cruzas
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Revista do Produtor Rural
Angus. “O Charolês é a raça de tradição na região e Angus porque é o que demonstra mais qualidade, principalmente em marmoreio e maciez”. O sistema está agora com 130 animais em sete baias de confinamento e mais 70 animais a campo. Para a produção de bezerros, Zimmermann conta com 85 matrizes que produzem até 80 bezerros no ano. Portanto, cerca de 30% dos animais são produzidos na fazenda, os demais são adquiridos de parceiros, vizinhos criadores de bezerros. O descarte das matrizes é feito a cada dois anos. A propriedade busca oferecer produtos diversificados no mercado. “Os bezerros que eu produzo, consigo desenvolver para animais hiperprecoces (14 meses), pelo fato de eu conseguir rastrear a criação, todos os processos. Os que eu compro saem superprecoces (até 18 meses) ou precoces (até 24 meses)”. A alimentação dos animais é feita com silagem de milho e ração concentrada. São disponibilizados diariamente cerca de 16 quilos de silagem e 5,5 quilos de ração para machos e 4,5 quilos para as fêmeas. A veterinária da Cooperaliança, Marina Azevedo, conta que a silagem é feita somente com milho, utilizando a planta inteira. “O milho é colhido, triturado e armazenado em silo”. O processo de produção envolve, basicamente, três etapas: “todos os
animais são desmamados entre 200 e 250 kg, depois vão para o pasto, entram no confinamento pesando 350 kg, ali permanecem na média 100 dias e saem para abate com 550 kg. Quando sai um lote para o abate, entram os animais mais pesados do campo” explica Zimmermann. A estrutura do confinamento é desenvolvida para minimizar o estresse do animal. O chão é ripado, dessa forma o esterco produzido vaza para a parte inferior, que quando está cheia é aberta a comporta para as fossas. “As fossas são concretadas para evitar danos ambientais. Depois de um tempo é usado como adubo nas lavouras de soja e trigo. Já produzi 4 mil quilos de soja e 4,3 mil quilos de trigo em 20 ha sem adubação química”. O produtor conta que com a estruturação da Cooperaliança o mercado de carne na região ficou mais seguro. “Conseguimos segurança no nosso trabalho, segurança de pagamento e não negociamos mais com intermediários, o que aumenta nosso lucro”. A remuneração através da Cooperativa é conforme a idade do animal. Para machos é pago o preço da arroba, mais bonificação de 3% para precoce, 5% para superprecoce e 7% no hiperprecoce. Para as fêmeas, o pagamento é o preço da arroba para precoce, a arroba mais bonificação de 1% para superprecoce e 2% para hiperprecoce. A entrega dos animais obedece uma
escala mensal. “Entrego uma média de 30 animais por mês. Na verdade, meu contrato é para 280 animais/ano, mas sempre entrego um pouco mais”. Ano passado, o produtor ganhou destaque na avaliação de carcaças promovida pela Cooperaliança durante a Expogua. Segundo Marina, a avaliação se deu de três formas: visual, ultrassonografia e frigorífico. “A carcaça produzida pelo Zimmermann apresentou qualidades superiores, principalmente pela cobertura de gordura e conformação de carcaça”, conta a veterinária. O produtor conta que outro confinamento está em fase de construção. “A intenção é aumentar a produção. O novo barracão será mais simples, mas queremos manter o padrão de qualidade dos animais”.
Evald Zimmermann e esposa Sandra
O Sindicato Rural de Pinhão, em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), levou 43 produtores rurais ao Show Rural Coopavel em Cascavel, no dia 07 de fevereiro. O evento que aconteceu entre 6 e 10 de fevereiro apresentou novidades em tecnologias e pesquisas para o setor agropecuário. O coordenador da caravana pinhãoense, Adriano Kluger Rocha, que é engenheiro agrônomo e mobilizador do Sindicato Rural de Pinhão, conta o que os produtores relataram sobre a feira: “Show Rural é uma oportunidade olhar e comparar relação tecnologia e preço. E também uma grande oportunidade para troca de experiência com agricultores de diferentes regiões”.
Foto: Adriano Kluger
Sindicato Rural de Pinhão leva 43 produtores ao Show Rural
Caravana de Pinhão - 07/02
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[Milho e soja]
Coamo realiza 1º Encontro Tecnológico em Candói
Fotos: Marinei Pereira
O evento reuniu mais de 160 pessoas e um dos pontos principais foi o manejo de milho RR
O
entreposto Candói da Coamo realizou 1º Encontro Tecnológico (Entec) no dia 11 de fevereiro, reunindo 169 pessoas para conferir as novidades em tecnologia para milho e soja, maquinários e palestras técnicas. Todos os anos, a Cooperativa realizava dias de campo para divulgar as tecnologias, mas segundo o encarregado do setor técnico (Detec) do entreposto, Diorgenes Modernel da Silveira, essa foi a primeira vez que todos os segmentos estiveram reunidos em um mesmo local. “Os produtores puderam conferir lançamentos de cultivares de soja e ainda conferir a palestra sobre manejo de milho com a tecnologia RR”, completou Diorgenes. O evento foi preparado desde o mês de setembro (2011), no espaço cedido pelo cooperado Aldir Goldoni. O gerente do entreposto, Antônio Cesar Gomes, destaca que houve a participação de 13 parceiros. “Empresas multinacionais que realizam experimentações científicas técnicas com a Coamo e isso nos dá um respaldo muito grande, pois possibilita aos agrônomos da Coamo recomendar o que há de melhor”. A palestra central, ministrada pelo engenheiro agrônomo da Coamo, Udney de Souza Filho, abordou o manejo adequado à tecnologia RR em milho. “É uma tecnologia que deixa o milho resistente ao glifosato. Mais uma opção que vem contribuir com a evolução dos produtores”, explicou. O palestrante destacou a segurança no manejo do milho RR, levando em consideração que as ervas daninhas concorrem com o milho, o que acarreta num
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Revista do Produtor Rural
Antônio Cesar Gomes, Aldir Goldoni e Diorgenes M. Silveira
déficit de produção da planta. “Essa tecnologia vem agregar em produtividade”, completou Udney. A aposta do dia do encontro foi disseminar o conhecimento tecnológico entre os produtores e assim obter qualidade de produto. “Este evento trará resultados na próxima safra. Pois nós sabemos que o segredo é a informação”, destacou Antonio Cesar. O evento contou com o apoio da Syngenta, Basf, Dekalb, Brasmax Sementes, Nidera, Coodetec, Bayer, Pioneer, Agroceres, Mulching Six, Mosaico Fertilizantes, Spraytec e Stoller.
Udney de Souza Filho
Tecnologia RR em milho A sigla RR provém do produto Roundup Ready, da multinacional Monsanto, que tem como principal agente o Glifosato. Portanto, o milho RR é um material resistente ao Glifosato. Este ativo é um herbicida não seletivo, ou seja, mata todo tipo de planta – um poderoso agente de controle de ervas daninhas. Sendo assim, o milho com a tecnologia RR pode receber aplicações de Glifosato que somente morrerão as plantas que concorrem com a produtividade da cultura. Segundo o engenheiro agrônomo do Detec entreposto Candói, Diorgenes Modernel da Silveira, o herbicida é aplicado na fase pós emergente da lavoura. “O produto pode ser aplicado entre as fases V1 e V6. Entretanto, o manejo não exclui a aplicação de outros produtos específicos, como a atrazina”.
[unidades armazenadoras]
Substituição de peças
agregando valor ao equipamento Engº. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda
Anteriormente nesta coluna, já tratamos de manutenção em unidades armazenadoras, focando nos tipos de manutenção da preventiva a corretiva. Agora vamos tratar de manutenção e substituição de peças que agregam valor e confiabilidade ao equipamento. ELEVADOR DE CANECAS O elevador de canecas é um equipamento de transporte vertical que exige esticamento das correias sempre antes do início de safra. Este equipamento pode sofrer up-grade na renovação das correias, agregando um produto com maior resistência a tensão de rompimento, ainda na substituição das canecas metálicas por canecas plásticas, mais leves e com vida útil elevada. A substituição do sistema de tração de polias e correias em V para moto-redutor também aumenta a confiabilidade do elevador. Ainda em caso onde o elevador está patinando, a inclusão de emborrachamento do rolo de tração “muito viável” aumenta a vida da correia elevadora. CORREIA TRANSPORTADORA Este transportador horizontal trata o cereal de forma muito gentil e sua manutenção é bastante simples, sendo necessária a troca de roletes e da correia transportadora quando desgastada. MÁQUINA DE LIMPEZA A máquina de limpeza tem função importante na unidade de recebimento de cereal e necessita de acompanhamento periódico. Ou seja, uma quebra neste equipamento é sempre drástica, pois limita o fluxo de recebimento. Este equipamento deve contar com ítens de reposição em estoque, a fim de não perder
precioso tempo durante a safra (mancais excêntricos, rolamentos, bielas, bolinhas de limpeza da peneira), além de peneiras com furações alternativas para necessidades específicas geradas durante o recebimento. Ou seja, devido a seca o grão pode ficar menor ou ao contrário, receber grãos graúdos ou de formato diferenciado. SECADOR DE CEREAIS Secadores são equipamentos projetados para promover a retirada da umidade do cereal. Este equipamento, por trabalhar com diferenças de umidades e temperaturas, poderá sofrer alguns desgastes por abrasão. Uma observação muito importante refere-se à limpeza nas parte internas das câmaras de secagem, a qual deverá ser feita periodicamente, conforme manual de instrução. Deverá também observar se os dutos de secagem estão danificados, se observada qualquer deformação, solicitar ao fabricante inspeção no equipamento, com correção dos defeitos, permitindo uma secagem segura para o cereal, operador e proprietário. Em suma, seu equipamento bem cuidado deprecia menos e não traz estresse com a manutenção. É importante na unidade utilizar peças de reposição originais. Outra lembrança importante é que no momento de aquisição de nova unidade, trabalhar com marca reconhecida no mercado mundial, pois isso proporcionará tranquilidade na assistência técnica. Uma unidade armazenadora que deprecia em 40/50 anos deve ser uma decisão bem pensada e baseada fortemente na técnica. Caso o interesse seja mais profundo, sugiro a solicitação através de meu e-mail: marciogeraldo@ymail.com.
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[Entomologia]
Lagarta falsa medideira traz problema para soja
E
mbora de ocorrência frequente na soja, no passado, os níveis populacionais da lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens) eram muito baixos, sendo considerada como praga secundária. Porém, nas últimas safras em muitas regiões, essa lagarta tem sido considerada uma das pragas principais. Os pesquisadores da equipe de entomologia da Embrapa Soja respondem a algumas questões que envolvem o tema.
Lagarta falsa medideira 1) Por que se observa a ocorrência exagerada de Pseudoplusia includens no período reprodutivo da soja na safra 2011/2012? No passado, as populações da lagarta falsa-medideira eram controladas naturalmente por uma gama enorme de inimigos naturais representada, principalmente por parasitoides, como as vespinhas (Copidosoma sp) e, especialmente, por doenças fúngicas como a doença branca (Nomuraea rileyi) e doença marrom (Pandora sp. e Zoophthora sp). É possível se afirmar que a aplicação exagerada de inseticidas sem critério técnico, no inicio do desenvolvimento da soja, não obedecendo os níveis de dano indicados no manejo integrado de pragas, além do uso de fungicidas não seletivos para o controle da ferrugem asiática da soja, afetaram negativamente as populações desses inimigos naturais e, consequentemente, aumentaram os problemas com a lagarta falsa-medideira. Para tornar o quadro mais drástico na atual safra tem sido observado veranicos e altas temperaturas, principalmente a partir do início de fevereiro que são também extremamente favoráveis para a ocorrência da explosão populacional da praga. 2) Pontos importantes para um bom manejo de Pseudoplusia includens no período reprodutivo da soja: É importante realizar o monito-
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ramento das pragas com o auxílio do pano-de-batida e aplicar o inseticida apenas quando for necessário (30% de desfolha no vegetativo ou 15% de desfolha no reprodutivo). Além da aplicação no momento certo é importante escolher um produto registrado para a lagarta alvo do controle. Além da aplicação no momento correto é importante levar em consideração alguns critérios que interferem na eficiência do controle como: - A praga tem hábito diferente da lagarta-da-soja. Ela é mais tolerante a inseticidas e para o seu controle necessita de doses duas até quatro vezes maiores. Se alimenta de folhas da parte mediana da planta e ocorre no período reprodutivo da soja. Dessa forma, fica “protegida” pelo dossel da planta que nessa fase da cultura está fechado, dificultando o contato do inseticida com a praga (“efeito guarda-chuva”). Isso ainda é agravado com a utilização de um baixo volume de calda/ha. - Temperaturas elevadas, acima de 30º C, e a umidade abaixo de 60%, aumentam a evaporação, dificultando o controle. Assim, nessas condições climáticas extremas, sugere-se controlar as lagartas durante a madrugada, quando
as temperaturas são relativamente mais baixas e a umidade mais alta além da ausência de ventos que proporcionarão melhores condições para aplicação. - Utilização de ponteiras de aplicação que proporcionem boa cobertura do baixeiro da planta irá auxiliar no controle da praga. Sendo assim, a lagarta falsa-medideira é um praga importante na soja, mas que com a adoção do manejo integrado de pragas, realizando monitoramento, respeitando os níveis de ação e usando uma boa tecnologia de aplicação dos inseticidas, ela pode ser mantida em baixas populações sem prejuízos ao agricultor ou ao meio ambiente.
Texto elaborado a partir das respostas da equipe de entomologia da Embrapa Soja: Adeney de Freitas Bueno1, Beatriz S. Corrêa-Ferreira2, Clara Beatriz Hoffmann-Campo 1, Daniel Ricardo Sosa-Gomes1, Edson Hirose, Samuel Roggia 1 1 Pesquisador em Entomologia da Embrapa Soja, Londrina, PR; 2 Consultora, Londrina, PR. Fonte: Agrolink
[mofo branco]
Importância do manejo correto Por MIrANDA, Edson r.r. e DE GEuS, Leendert C. Engenheiros Agrônomos Iharabras S.A.
podem surgir, se continuarem a serem usadas sementes contaminadas. As sementes também devem ser tratadas com fungicida eficaz no controle, como tratamento de semente desenvolvido pela Ihara de alta tecnologia, o produto CERTEZA é garantia de eliminação do inóculo vindo da semente.
P
or possuir um grande número de plantas hospedeiras e permanecer no solo por mais de oito anos em estruturas de resistência (escleródios) o Mofo branco afeta um grande número de culturas de importância econômica que são exploradas em regiões onde as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento do patógeno. Doença bastante conhecida de produtores que cultivam feijão, tomate, batata, ervilha entre outras, principalmente sob irrigação via pivô central, nos últimos anos teve sua importância econômica aumentada em áreas de sequeiro com cultivo de soja. O sucesso do manejo desta doença começa pelo entendimento de que uma vez que o agente causal do mofo branco já está presente em uma área, temos que adotar medidas para convivência com a doença, haja vista que sua erradicação é praticamente impossível. Esta convivência é possível através da adoção de ferramentas de manejo da doença, entre elas: Uso de sementes sadias e tratadas – Mesmo com o patógeno presente na área, o cuidado com a qualidade de sementes deve continuar, pois novos focos da doença
Rotação de culturas – Em função da sobrevivência do patógeno no solo por vários anos, a rotação de cultura por si só é limitada, mas é fundamental para evitar o aumento da densidade e até mesmo promover a redução de inóculo no solo. Para tanto, devemos rotacionar com gramíneas e, na possibilidade de escolha, dar preferência às espécies que têm boa formação de palhada e que a mesma seja de degradação mais lenta, isto possibilitará a proliferação e manutenção de microorganismos antagonistas e, funciona como barreira física, minimizando a possibilidade dos acósporos ejetados pelos apotécios atingirem as plantas. Escolha de cultivares – É sabido que a fase de florescimento é período critico de infecção das plantas, sendo assim devemos optar por materiais de florescimento mais concentrado como forma de minimizar a exposição da planta à doença. Aumento do espaçamento, diminuição da densidade de plantas e uso de cultivares de porte mais ereto ou de dossel mais aberto pode evitar com que o solo ou a folhagem fiquem molhados por períodos longos, reduzindo assim a formação de microclima favorável ao desenvolvimento da doença. Controle Químico – Sumilex tem alta
ADVERTÊNCIAS
PROTEÇÃO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E MEIO AMBIENTE - Não permita que menores de idade trabalhem na aplicação do produto. - Mantenha afastadas das áreas de aplicação, crianças, animais domésticos e pessoas desprotegidas. - Use Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). - Não coma, não beba e não fume durante o manuseio do produto. - Não desentupa bicos, orifícios ou válvulas com a boca. - Primeiros socorros e demais informações, vide o rótulo, a bula e a receita agronômica. - Evite a contaminação ambiental, Preserve a Natureza. - Não utilize equipamentos de aplicação com vazamentos. – Aplique somente as doses recomendadas. - Não lave as embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos d’água. - Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. - Não reutilize as embalagens vazias. As embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em água deverão ser enxaguadas três vezes e a calda resultante acrescentada a preparação a ser pulverizada (tríplice lavagem). Os usuários deverão efetuar a devolução das embalagens vazias e respectivas tampas no endereço constante na nota fiscal, observada as instruções dos rótulos e das bulas, no prazo de um ano a contar da data de emissão da NF. FLUMYZIN 500 (Flumioxazina): Por extrapolação não foram observados sinais de toxicidade oral, dermal ou inalatória. O produto pode causar irritação ocular moderada. O produto não causou irritação à pele de coelhos e pouco irritante para olhos desses animais. Este produto é perigoso ao meio ambiente. Este produto é altamente tóxico para algas. Classificação quanto ao Potencial de Periculosidade Ambiental: Classe III (Produto Perigoso ao Meio Ambiente). Classe Toxicológica III (Medianamente
Tóxico). Reg. MAPA Nº 07095.
LEIA ATENTAMENTE O RÓTULO, A BULA E O RECEITUÁRIO AGRONÔMICO E FAÇA-O A QUEM NÃO SOUBER LER. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
eficácia no controle de Mofo Branco em parte aérea e foi registrado para o controle desta doença em soja. É importante ressaltar que a eficiência do controle químico reside, prioritariamente, no caráter preventivo do seu uso, ou seja, antes da doença se manifestar. O controle curativo, apesar de reduzir, comprovadamente, o potencial de inóculo para safras posteriores, não reverte perdas. O momento correto para realizar a primeira aplicação (preventiva) é no inicio do florescimento e reaplicações com intervalos máximo de 10 dias.
Considerações finais O sucesso do manejo desta doença está na adoção e correta utilização do máximo possível destas ferramentas. Lembrando que o Mofo branco é uma doença de alto poder destrutivo e capaz de causar grandes prejuízos às culturas de importância econômica. Se não for bem manejado o Mofo branco, “a simples planta com sintoma de ataque hoje, será a reboleira da próxima safra, que levará a generalizada e alta pressão de inóculo do solo após alguns anos e, chegar à inviabilização econômica da área para exploração de culturas hospedeiras”.
[Proteína animal]
Carne Suína Mitos e Verdades
Prof. Dr. Paulo Roberto Ost (coordenador) Leandro Klimionte Luciana do Amaral Oliveira Fernando Corazza Costa Leandro Paulo Dalla Costa Carlos Rodolfo Pierozan
H
oje o conceito em relação a carne suína por parte dos consumidores está mudando. Na época de nossos avós, consumia-se a carne de porco, taxada como carne gordurosa e transmissora de graves doenças, como a cisticercose popularmente conhecida como “canjiquinha”. Hoje, pesquisas recentes mostram que a população brasileira considera como principal ponto forte da carne suína, o seu sabor, apontado por nada menos que 92% das pessoas entrevistadas. Mas, na mesma pesquisa, ficou evidente que seus pontos fracos foram de que “faz mal e é perigosa para a saúde” (35% das respostas) e que possui “muita gordura e colesterol” (55% das respostas). A carne suína é a fonte de proteína animal mais importante no mundo, com a produção de 100 milhões de toneladas, das quais aproximadamente metade é produzida na China, e o restante na União Europeia (UE), nos Estados Unidos (EUA) e no Brasil. Nós somos o quarto maior produtor e exportador, com 3% da produção, 11% das exportações e crescente inserção internacional. Está classificada como carne vermelha, rica em nutrientes essenciais, com proteína de alto valor biológico, ácidos graxos monoinsaturados, vitaminas do complexo B(B1, B2, B6, B12) e diversos minerais. Seu teor de gordura depende da localização da carne no animal, embora a quantidade dos demais nutrientes seja pouco afetada.
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Revista do Produtor Rural
Em relação ao bovino, a carne suína apresenta alguns aminoácidos essenciais a mais, tais como leucina, lisina e valina. Devido a toda essa qualidade, ela ganha espaço também por sua enorme utilização na fabricação de derivados e embutidos, que devido a sua praticidade de consumo e preço acessível, ganha destaque e cada vez mais espaço no mercado mundial. Apesar de todos os estudos realizados ainda predominam alguns conceitos, que se remete a lembrança de que a carne suína é produzida em condições de pouca higiene, alimentado com sobras, com objetivo de produzir banha e contendo altos níveis de gordura e colesterol. No entanto, sabe-se que esta carne é resultado da evolução tecnológica da indústria alimentícia, apresentando níveis reduzidos de gorduras, calorias e colesterol. É evidente que cortes que privilegiam a camada adiposa do animal, como o toucinho, permanece com maior teor de gordura e colesterol, o que deve ser evitado na rotina alimentar de indivíduos, objetivando melhoria da saúde. As características de qualidade da carne mais avaliadas normalmente nos abatedouros nacionais são: coloração da carne, pH inicial (45 minutos pós-abate), pH 24 horas pós-abate, capacidade de retenção de água (CRA), marmorização da musculatura e algumas provas bioquímicas ligadas à qualificação da musculatura. A estas caracte-
rísticas são somadas as quantitativas: tais como espessura de toucinho, porcentagem de carne magra na carcaça, comprimento de carcaça, entre outros. Um músculo vivo possui o valor de pH de 7,2. Após o abate, ele continua em processo bioquímico, no qual o condutor energético do músculo é transformado em glicogênio lático através da ação de algumas enzimas, onde um dos fatores que mais influencia para essa transformação é o stress. Devido essa formação ácida, seu pH diminui, ficando em torno de 5,7 e 5,9. Passado 24 horas, se o pH estiver acima de 6,2, esta reterá grande quantidade de água, o que resulta em um curto período de conservação e coloração escura, o que é definido na indústria como DFD (Dark, Firm, Dry – Escura, Dura e Seca). Esta carne se torna inviável para a produção de alguns derivados, como mortadela e presunto cru, devido a grande retenção de água. No entanto, se o pH se encontrar abaixo de 5,8 em menos de 4 horas, temos carne PSE (pale, soft, exudative – pálida, mole e exudativa). Está ligada a exposição a fatores estressantes,
durante o transporte ao matadouro, jejum, dieta hídrica e manejo de condução, determinam uma liberação muito mais rápida de cálcio após a sangria. Esse tipo de carne possui baixa retenção de água e palidez que acarreta uma maior perda de peso e menor rendimento para a industrialização. O ideal seria a carne RFN (Reddish Pink, Firm and Non-Exudative – rosa avermelhado, firme e não exudativa). Outros fatores a serem contados em relação a qualidade da carne suína estão relacionados ao frigorífico, que deve ter profissionais capacitados para realizar as tarefas de inspeção, adequado resfriamento de carcaça, ambiente climatizado em torno de 10ºC, embalagem e armazenamento realizado com higiene, de acordo com as boas práticas de produção. Um dos grandes entraves da comercialização de carne suína são os mitos, o desconhecimento da forma de produção deste alimento, onde algumas décadas atrás, o “porco”, como era conhecido, possuía alguns parasitas e doenças que poderiam ser trans-
missíveis ao homem, das quais as mais conhecidas seria o complexo Teníase-Cisticercose, popularmente conhecido como canjiquinha ou pipoca. Engloba na verdade duas doenças distintas, com sintomatologias e epidemiologia totalmente diferentes. Ambas são zoonoses importantes, relacionadas com a alimentação de produtos mal cozidos, crus, mal higienizados, sem procedência ou alguma forma de inspeção do produto. A neurocisticercose, doença com tropismo pelo sistema nervoso central, é a maior vilã. Como os suínos se con-
taminam através da ingestão de fezes humanas ou de verduras contaminadas, com o advento da suinocultura moderna, onde os suínos são criados confinados e recebem apenas rações à base de milho e farelo de soja como alimento, a possibilidade de transmissão ficou praticamente impossível. A forma de produção dos suínos em granjas é extremamente controlada, com uma alta tecnologia, alimentação de boa qualidade, investimentos em genética e bem estar, onde os animais passam por um rigoroso sistema de seleção. Ao contrário do perfil mundial, o consumo de carne suína no Brasil é inferior ao das carnes de frango e bovina. Este ocorre preferencialmente através de produtos processados em detrimento da carne suína in natura. Existem dois grupos distintos de empresas e cooperativas que abatem suínos e processam carne suína no Brasil: as líderes de mercado e as organizações que atuam em mercados regionais e locais. Entre as líderes de mercado, predomina a busca por ganhos de escala, a promoção da marca em produtos processados e a integração da produção. A suinocultura industrial engloba uma grande diversidade de produtores (familiares, patronais e empresariais) e está localizada em diferentes regiões. Um traço comum a toda essa diversidade são as profundas transformações
organizacionais e tecnológicas da última década. Associados a essas mudanças organizacionais, ocorreram avanços tecnológicos em genética, sanidade, nutrição, instalações, manejo e bem-estar animal, com aumento da eficiência técnica (conversão alimentar e produtividade das matrizes) e da qualidade dos animais entregues ao abate (rendimento de carne magra de carcaça). Por isso, para garantir a satisfação do consumidor, é necessário que o frigorífico utilize técnicas adequadas de manejo pré-abate, insensibilização e resfriamento das carcaças, buscando a qualidade final da carne. O consumo de carne suína é compatível com uma dieta equilibrada, que não traz riscos para a saúde.
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[Morcegos hematófagos]
Produtores devem ficar atentos aos casos de raiva bovina O Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) de Guarapuava, presidido pelo agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho, informa que o monitoramento da incidência de raiva bovina no Estado continua sendo feito por técnicos da Secretaria do Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB). A doença, que é transmitida pelas mordidas de morcegos hematófagos contaminados, já foi detectada no Paraná. Os casos notificados estão distribuídos principalmente na região Norte do Estado. Dos casos encontrados, a maioria ocorreu em bovinos, mas houve também em equinos e mula. Os sintomas iniciais apresentados pelos bovinos infectados são a perda de apetite, salivação, inquietação e mudança de hábitos, isolando-se dos demais animais do rebanho. O vírus da raiva acaba paralisando os membros posteriores dos animais, o que causa dificuldade na sua locomoção. Depois que eles caem, não conseguem mais se levantar e acabam morrendo. É importante ressaltar que o diagnóstico para raiva só é definido com o resulta-
do laboratorial e que os proprietários dos animais devem estar atentos sobre a existência de abrigos de morcegos hematófagos. Os locais de abrigo do animal podem ser bueiros, casas abandonadas, ocos de árvores, cavernas e outros locais.
Prevenção Para a prevenção, o produtor deve vacinar seu rebanho a partir dos três meses de idade, com reforço após 30 dias, e depois uma vez por ano. Proprietários das áreas próximas onde tenham sido identificados os casos de raiva bovina devem vacinar seus rebanhos e também animais domésticos. A veterinária da SEAB, Márcia Maria Vagos, ressalta a importância da prevenção. “É importante ficar atento ao comportamento do animal, observando se há indícios da doença ou não. Para o produtor prevenir seu rebanho, a divulgação e a orientação sobre a vacina são essenciais”, comenta.
Prevenção da cisticercose O Sindicato Rural de Guarapuava, com o apoio da 5ª Regional de Saúde, está distribuindo o medicamento Cestox para a prevenção ou tratamento da cisticercose, doença parasitária adquirida através da ingestão de alimentos contaminados com ovos de Taenia solium. O objetivo é prevenir a doença, principalmente no meio rural. Segundo a médica veterinária da Secretaria Municipal de Agricultura, Maria Fernanda Morais, o vermífugo age como preventivo e curativo. Adultos devem tomar 4 comprimidos de uma vez e repetir a mesma dose após 20 dias. Crianças devem tomar 2 comprimidos de uma vez e repetir a mesma dose 20 dias depois. Gestantes não podem ingerir o medicamento. Produtores ou trabalhadores rurais interessados em adquirir o medicamento podem retirá-lo no Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58 – Trianon).
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Revista do Produtor Rural
[Ponto de vista]
Menor produção brasileira de feijão impulsiona preço do produto Pedro H. M. Giacon, acadêmico e estagiário no setor de Pós-vendas na Tratorcase máquinas agrícolas
C
onstituinte assíduo da culinária brasileira, o feijão é um alimento que se destaca na dieta alimentar dos brasileiros proporcionando diversos benefícios como proteínas, carboidratos e principalmente de ferro, sendo consumido principalmente associado ao arroz, complementando- o em termos nutricionais. Há diversas espécies de feijão cultivadas no país, sendo a principal cultivada o feijão comum (Phaseolus vulgaris), se destacando o feijão de classe cores, sendo o carioca e preto os mais consumidos e produzidos, respectivamente, no país. O Brasil corresponde pela maior produção mundial da cultura, com produção de 3,8 milhões de toneladas (MAPA 01/2012) sendo Paraná, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Goiás os maiores estados produtores. O Brasil também é o maior consumidor de feijão, sendo responsável por 16 kg/pessoa/ano, O feijão carioca é aceito praticamente em todo o país, sendo responsável por 52% da área cultivada de feijão, no entanto é cultivado exclusivamente para mercado interno devido o fato do mesmo apresentar característica de perda de coloração. Já o feijão preto é cultivado em 21% da área produtora de feijão e tem maior
consumo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Centro Sul do Paraná, Rio de Janeiro, Sul do Espírito Santo e Sudeste de Minas Gerais. Este devido suas características pode ser exportado ou importado. O feijão é uma cultura de ciclo curto, que vem enfrentando oscilações de preço nos últimos anos. A instabilidade dos preços associado ao estoque do produto e as diversidades climáticas fizeram os agricultores migrarem para outros cultivos, como o milho e a soja, reduzindo sua área cultivada. Na região dos Campos Gerais, maior produtora de feijão, cerca de 10 mil hectares deixaram de ser cultivados, sendo substituídos por milho e principalmente soja devido maior garantia de negócio. Diferentemente de 2011, ano em que o excesso de produção de feijão ocasionou queda nos preços, nesta primeira safra de 2012 como tendência em todo o estado do Paraná, a cultura do feijão ocupou uma área 27% menor, associado a uma menor produção. Como estimativa de produção a Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento - SEAB previa produção de 430 mil toneladas, fato que não deve ocorrer, principalmente devido ao frio no início e falta de chuva no final da cultura no Paraná, diminuindo a
previsão para 344 mil toneladas, quebra de 20% na produção. Podemos associar também Minas Gerais, segundo maior estado produtor, onde o excesso de chuva no estágio final da cultura, além de reduzir drasticamente a produção, poderá interferir na qualidade do grão a ser colhido, reduzindo o preço do produto. Segundo a SEAB, cerca da metade da área cultivada nessa primeira safra foi colhida e 50% comercializadas, além de que as lavouras estão nas situações seguintes: 14% ruim, 34% médio e 52% bom e nas seguintes fases: 4% em floração, 36% em frutificação e 60% em maturação. Como consequência, nesta primeira safra de 2012 a menor oferta do feijão impulsionou os preços a dispararem; o feijão preto que era cotado a uma média de R$ 67,00/sc de 60 kg em janeiro de 2011, hoje é comercializado em média de R$ 95,00/sc de 60 kg* e o feijão carioca que antes era comercializado por R$ 68,00/sc de 60 kg hoje é comercializado por R$ 155,00/sc de 60 kg* na região de Guarapuava-PR. O melhor preço do feijão deve servir como um bom estímulo para o agricultor, que mesmo com todas as adversidades investiu na produção da cultura em nossa região. *Cotações de média semanal, com data referente ao dia 27/01/2012
Tel. (42) 3622-5754 / 8825-9595 - Guarapuava - PR
Fotos: Ana Carolina Pereira
[Tradicionalismo]
A tropeada prometida 43 km percorridos à cavalo encerraram as atividades dos cavaleiros de Entre Rios
U
m grupo de cavaleiros de Guarapuava organizou uma confraternização de fim de ano bem ao estilo campeiro. Foram 35 pessoas que se reuniram para uma tropeada de 43 quilômetros. A partida ocorreu no dia 17 de dezembro, da fazenda do produtor rural Helmuth Duhatschek, na Colônia Vitória/distrito de Entre Rios. Vinte e cinco pessoas foram à cavalo e o restante de caminhão e carros, como equipe de apoio. Após aproximadamente nove horas de viagem, o grupo chegou ao destino: a Fazenda Ilha Velha, na localidade de Taguá. Não foi a primeira vez que o grupo se reuniu para uma tropeada, mas com certeza essa foi a mais esperada. “Fizemos outras mais curtas, em torno de 25 quilômetros de distância, mas essa estava prometida desde o começo de 2011”, disse o organizador do grupo, Marcos Antônio Correia. Os participantes, inclusive crianças e adolescentes, não se deixaram abater com a brisa gelada daquela manhã de sábado; encilharam os cavalos ainda antes de o sol nascer. E quando os primeiros raios surgiam no horizonte, todos estavam montados, prontos para zarpar. A jovem Raquel Weckel, de 13 anos, conta que participa dos cavaleiros des-
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de os quatro anos de idade. “Foi quando comprei um cavalo e comecei a participar. Gosto muito”!
Helmuth Duhatschek
Raquel Weckel
Pai de dois dos cavaleiros, Luiz Carlos Valtrin, relata que essas atividades contribuem para a formação dos filhos. “Assim eles tem contato com a natureza, trocam experiências e fortalecem as amizades”. A iniciativa de realizar cavalgadas surge principalmente entre os jovens, segundo Duhatschek. “Quando começamos, tínhamos o intuito de tirar as crianças de outros mundos e acredito que está dando certo”, comemora. A confraternização encerrou com um almoço no domingo, dia 18 de dezembro, na fazenda Ilha Velha. Em seguida, o grupo retornou para Entre Rios.
Pedro Henrique Vatrin
Marcos Antonio Correia
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[Clima]
Produtores de Guarapuava foram menos atingidos pela estiagem Mariana Rudek
O
céu escuro, cheio de nuvens não é motivo de desânimo na região de Guarapuava neste verão. Ao contrário. Foi motivo de tranqüilidade para os produtores rurais. Enquanto outras regiões do Paraná sofreram muito com a estiagem, os produtores de Guarapuava estão otimistas com a safra de verão. A estiagem e o granizo prejudicaram algumas lavouras, mas bem menos do que em outras regiões do Paraná. O verão da região de Guarapuava é característico pelas chuvas com bom volume, mas mal distribuídas. Muitas vezes uma precipitação que cai na cidade, não atinge o campo e vice-versa. Essa lavoura de verão 2011/2012 passou por vários eventos climáticos que se mostraram inéditos. “Estamos em um ano agrícola atípico: tivemos frio em novembro, chuvas, granizo, tempos sem chuvas e ventos”, comenta o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) - Núcleo de Guarapuava, Josnei Augusto da Silva Pinto.
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Apesar do otimismo, os produtores permaneceram com os olhos atentos, voltados para o céu. O granizo prejudicou lavouras de algumas regiões. “Ao redor da minha fazenda, quatro chuvas grandes de granizo passaram e os vizinhos tiveram prejuízos de até 100%, sendo necessário o replantio”, conta o produtor Carlos Eduardo Luhm, que tem propriedade em Campina do Simão e Goioxim. Na safra anterior houve muitas chuvas na colheita de milho, o que ocasionou na incidência de milho ardido na região, como relembra o produtor do distrito de Entre Rios, em Guarapuava, Luiz Carlos Silva Marcondes. “Esse ano, estamos prevenidos quanto ao milho ardido. Quanto à seca, não tivemos prejuízos. A chuva que veio na fase de enchimento de grão vai melhorar o potencial de produção da lavoura. Mesmo assim, temos que ficar atentos”, considera. O clima úmido favorece o aparecimento de doenças. Para a soja, o clima favoreceu o cultivo na nossa região. “O tempo mais seco tardou o aparecimento de doenças fúngicas, como o Oídio”,
Diovane Silvestrin
explica o produtor rural, Diovani Silvestrin que tem propriedade em Turvo. Ele fez a primeira aplicação de fungicida na terceira semana de janeiro. Já o produtor Luhm entrou com a segunda aplicação de fungicida no início da quarta semana. “Com o aumento das chuvas em janeiro, é preciso ficar de olho na ferrugem e oídio. Hoje temos o custo de meio saco
Josnei Augusto da Silva Pinto
Carlos Eduardo Luhm
por hectare na aplicação de defensivos, por isso prefiro não arriscar”. Segundo o engenheiro agrônomo da Seab, dos municípios pertencentes á regional de Guarapuava, Prudentópolis foi o que mais sofreu com a cultura do feijão. “Excesso de chuvas no início do cultivo, geadas tardias e ventos frios são alguns dos fatores que contribuíram nas perdas de
produção”, completou Josnei. A colheita que inicia em fevereiro deve mostrar alguns resultados inferiores ao do ano passado, mas os produtores vêem um balanço positivo nesta safra. Mesmo com as eventuais perdas com chuvas, ventos, frio e granizo, o desenvolvimento das culturas tem sido satisfatório.
Luiz Carlos Silva Marcondes
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Data: 28 de março de 2012 (Quarta-feira) Horário: 14h Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 – Trianon
Evento alusivo ao Dia Internacional da Mulher Palestra: Empreendedorismo e Sucessão Familiar Valorização e Participação da Mulher Palestrante: Ainor Francisco Lotério (engenheiro agrônomo, psicopedagogo, Esp. Metodologia do Ensino Superior e Gerenciamento de Marketing, Msc. Em Gestão de Políticas Públicas)
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[Boletim AEAgro]
Aeagro participa do IV PCQ Crea-PR
Palavra do Presidente
Anualmente o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) - PR realiza o Prêmio Crea de Qualidade em Gestão (PCQ). O objetivo é incentivar as entidades a adotarem um modelo de gestão eficiente e moderno, promovendo nas associações o profissionalismo gerencial. A avaliação é feita por auditores vinculados ao Crea. A Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro) ficou em sétimo
valorização profissional, quando e como? Queremos colocar resumidamente aos colegas a nossa visão e conceito a respeito do tema. A Associação tem o papel de representar a classe fazendo com que estejamos presentes nos diversos órgãos representativos da sociedade, a fim de contribuir com idéias e conhecimento técnico nas discussões que levam às decisões dos rumos da política, da economia, do social, assim participando no controle e gestão das políticas públicas, mostrando o nosso compromisso com a sociedade, gerando o reconhecimento e a necessidade em se manter em caráter privilegiado o nosso exercício profissional, o qual nos foi outorgado por Lei Federal, portanto pela vontade da sociedade. Ao profissional cabe exercer a profissão, baseado em princípios éticos e conhecimentos técnicos elevados, proporcionando ao seu cliente aumento do rendimento e de qualidade no investimento, fazendo com que a remuneração do profissional não seja encarada como despesas, dessa forma promovendo o reconhecimento da necessidade do profissional. Assim, como somatória do reconhecimento da sociedade, promovido pela Associação e o mercado, promovido pela atuação do profissional, teremos como resultado a tão almejada VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL. Porém, tudo o que foi explanado passa obrigatoriamente por uma associação de classe realmente representativa e para isso necessitamos da sua participação nas ações desenvolvidas pela AEAGRO. Boa leitura!
José roberto Papi Presidente da AEAGRO
www.aeagroguarapuava.com.br
lugar geral com os prêmios em Gestão Ética Profissional, Melhor Desempenho Regional (Regional de Ponta Grossa que compreende 10 associações) e segundo lugar na categoria Inovação e Boas Práticas com o projeto “Divulgação das atribuições e responsabilidades inerentes à profissão como forma de conscientização da importância do Engenheiro Agrônomo”. Parabéns aos associados de Guarapuava!
Aeagro premia melhores trabalhos em Agronomia
Pelo quarto ano, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava premiou os melhores trabalhos de conclusão de curso (TCC) desenvolvidos pelos alunos de Agronomia da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro). A premiação foi entregue na solenidade de colação de grau do curso no dia 03 de fevereiro. As avaliações aconteceram dos dias 16 a 19 de novembro de 2011, durante as apresentações dos 39 trabalhos. Os alunos premiados nesta edição foram Ires Cristina Ribeiro Olari; Mariana Ferreira Saab; Thaísa Fernanda Pietrovski; Omar Possatto Júnio; e
Aline Mendes de Souza Gouveia. O presidente da Aeagro explica a iniciativa: “Estamos consolidando essa ação da Associação tornando o prêmio um incentivo aos formandos na melhoria da qualidade dos trabalhos e uma participação efetiva nos estágios, levando a um maior aprendizado prático da profissão”. Foram avaliados quatro quesitos nos trabalhos: Conhecimento (teórico aplicado na prática e técnico adquirido no estágio); Habilidade (no desenvolvimento do trabalho, na apresentação e no relacionamento com os colegas de grupo e superiores); Atitude (grau de contribuição na área agronômica no local de estágio) e Critério academia (cumprimento de prazos, avaliação do supervisor do estágio e avaliação de desempenho durante o curso).
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[Serviรงos automotivos]
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O Dacoregio fornece pneus e acess贸rios para grandes nomes da Regi茫o, e nosso agradecimento especial vai para: Adam Ilich Alessandro Marath Alex Klein Alfredo Wolbert Andreas Milla Anton Annas Anton Hering Anton Kreuscher Bernardo Zehr Bruno Reinhofer Carlos Eduardo Kazahaya Celso Tateiva Cicero Kuntz
Edgard Szabo Edith Leh Eduardo Reinhofer Emerson Milla Erika Schussler Ernesto Stock Ernst Leh Erwin Brandtner Erwin Keller Franz Hunger Guilherme Ilich Guinter Duch Harald Korpasch
Haralt Stock Helmut Keller Helmut Seitz Hermann Karly Hermann Scherer Hermine Leh Hildegard Reinhofer Jair Zart Jakob Weckl Johann Vollweiter Jorge Karl Karin Khatarina Leh Marcio Duch
Philip Marx Raimund Abt Raimund Gartner Raimund Helleis Raimund Keller Rene Bandeira Rita Wolbert Robert Reinhofer Rodrigo Tateiva Roland Jung Siegbert Nauy Ueliton Didur Walter Duch
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[Prestação de serviços]
Sindicato Rural emite folhas de pagamento para funcionários de associados O Sindicato Rural de Guarapuava está sempre procurando facilitar a vida do produtor rural, disponibilizando vários serviços na área administrativa e financeira. Alguns benefícios são exclusivos para associados, como o sistema de folha de pagamento. Este é um documento de segurança para o empregador e para o empregado, com informações de movimentação financeira e tributária mensal de cada funcionário. A equipe do Departamento Financeiro do Sindicato contabiliza e imprime mensalmente a folha de pagamento para 40 associados. O custo, por funcionário, é de R$ 20,00. Segundo o gerente financeiro da entidade, Arnaldo Catapan Machado, alguns procedimentos são necessários para o registro e emissão da folha. “Tendo todos os documentos em mãos é passado no livro de registro de empregados e colocado no sistema, completando o cadastro do funcionário. Após esse processo, já pode ser emitida a folha de pa-
gamento e no final do mês são enviadas as informações para a Caixa Econômica”. A produtora rural Rosenei de Fátima Cardoso Kunz utiliza esse serviço e recomenda aos produtores que ainda não fazem o uso dessa ferramenta. “Eu e meu esposo temos 14 funcionários e optei principalmente pela facilidade. O Sindicato sempre é o primeiro a saber de possíveis alterações na legislação, reajustes, impostos... e como o processo de folha de pagamento não é simples, e precisa estar correto, confio neles que são capacitados para isso. Assim eu posso cuidar de outras questões. Estou bastante satisfeita”, conta. Os documentos requisitados para registro de cada funcionário são: • Fotocópias de: RG, CPF, título de eleitor, certidão de casamento (no caso de ter filhos até 14 anos), certidão de nascimento dos filhos (menores de 14 anos) e carteira de vacinação dos filhos (menores de 6 anos);
• Exame médico; • Carteira Profissional de Trabalho (CTP); e • Comprovante semestral de frequência escolar (para filhos a partir de 7 anos). Para mais informações sobre o sistema de folha de pagamento ou para associar-se ao Sindicato, visite a sede da entidade na R. Afonso Botelho, 58 – bairro Trianon ou entre em contato pelo telefone 42 3623-1115.
Sindicato Rural é sucesso nas redes sociais
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Renovado este ano, o website do Sindicato Rural de Guarapuava chegou à marca de dez mil visualizações no ano de 2011. No embalo do site, as redes sociais também fazem sucesso. O perfil da entidade no Facebook conta com mais de 400 “amigos”. Lá são publicadas notícias e informações sobre o Sindicato, em diversas mídias. O Twitter conta com mais de 120 seguidores, que recebem informações divididas em 140 caracteres, em tempo real e instantaneamente. A entidade também possui um canal de vídeos no Youtube, onde são postados vídeos de eventos, cursos e palestras que ocorrem no Sindicato. Também é possível acompanhar as fotos dos eventos e reportagens através do Flickr. As redes sociais também proporcionam uma maior interação entre o associado e o Sindicato. Além de estar por dentro do que acontece, o sócio também pode comentar, compartilhar, curtir, gostar e “retweetar” o material publicado, assim como enviar sugestões e dicas. Facebook: http://www.facebook.com/srgpuava Twitter: http://www.twitter.com/srgpuava Youtube: http://www.youtube.com/srgpuava Flickr: http://www.flickr.com/srgpuava
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www.srgpuava.com.br
[Beneficiamento]
Cerealista Galo investe em beneficiamento, empacotamento e comercialização de feijão A Cerealista Galo atua no distrito de Atalaia, em Guarapuava, com foco no beneficiamento e empacotamento de feijão. Desde 2008, Rafael Araújo e Edson Mori trabalham no ramo, mas foi devido à falta de profissionalização do mercado durante as safras que os dois ingressaram na comercialização do grão. Há dois anos, os empresários investiram no empacotamento de feijão das marcas Feijão Araújo e Safra Nova. Segundo Araújo, ambas são do tipo 1 e com tempo médio de cozimento de 40 minutos. Edson conta que 90% do produto empacotado na cerealista é produzido pelo proprietário Rafael Araújo. “Assim conseguimos manter uma rastreabilidade do que estamos oferecendo no mercado”. Ou outros 10% da produção da cerealista vêm de demais produtores de feijão. “Nós compramos do produtor que tem tecnologia e qualidade. O valor pago pelo produto é o valor da cotação diária para Guarapuava”, informa Mori. Quando o feijão chega, é feito a limpeza e classificação. Depois ele é polido e empacotado. As marcas da CEREALISTA GALO são Safra Nova e Feijão Araújo, totalmente compostas por grãos produzidos na região de Guarapuava. “Além de adquirir um produto de qualidade, o consumidor colabora para o desenvolvimento da agricultura da região”, observa Araújo. Segundo Araújo, os Feijão Safra Nova e Feijão Araújo são industrializados com total padrão de qualidade, com separação dos lotes, de tal forma que não tenha misturas de grãos de diferentes pontos de cozimento. A comercialização do Feijão Safra Nova e Feijão Araújo está presente nos grandes mercados da região de Guarapuava e em todo o Estado do Paraná, atingindo até outros Estados. “Em breve estaremos industralizando outros produtos agrícolas produzidos nas fazendas”, adianta. A empresa também faz empacotamento de feijão com marcas de outros Estados.
Rafael Araújo
Edson Mori
Prestação de Serviços A Cerealista Galo dispõe de todos os tipos de equipamentos agrícolas necessários para a cultura do feijão e assim presta serviço ao produtor do plantio à colheita. Com amplos e arejados barracões, ainda aluga o espaço para armazenagem do grão.
Tel. (42) 3629-4847 Rua Bertoldo Sauer, s/nº Dist. Industrial Atalaia - Guarapuava - PR E-mail: cerealistagalo@hotmail.com Revista do Produtor Rural
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[Cebola ]
Temperando a lavoura A escolha por plantio de hortaliças se mostra como alternativa rentável para o produtor Mariana Rudek
E
m Guarapuava, como vimos em muitas reportagens, os produtores estão apostando na diversificação. Com isso, a cultura de hortaliças vem ganhando novos adeptos na região. A cebola é escolhida por alguns, porque pode ficar armazenada antes da comercialização durante certo tempo, como explica o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), Juliano Rezende: “a cebola pode ser armazenada entre seis e sete meses em câmara fria ou até um mês fora de resfriamento”. Os plantios são nos meses de junho e julho e a colheita, para região de Guarapuava, nos meses de dezembro e janeiro. Esse período é também um dos pontos que favorecem a cultura na região por ser um período onde não há movimentação de grandes safras. O cultivo de hortaliças permite que em uma área pequena, o produtor consiga ter bons índices de rentabilidade. “Com a cultura da cebola, você não consegue ter grandes áreas. O produtor vai precisar de estrutura, mais tarde, para armazenar o produto colhido”, conta o engenheiro agrônomo, produtor e classificador de cebolas, Felipe Cruz. Segundo Rezende, a produtividade da cultura na região ainda é pequena. “Infelizmente o Estado do Paraná é o menor em produtividade entre os Estados produtores. Enquanto São Paulo, na região de São José do Rio Pardo, apresenta uma colheita de 100 ton/ha, aqui nossa produtividade média, em anos bons, é de 20 ton/ha”. Para alcançar nossos vizinhos, alguns estudos vêm sendo realizados na Unicentro. O produtor e mestrando em produção vegetal pela Unicentro, Helmuth
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Hunger planta cebola há cinco anos. Na última safra plantou cinco hectares e diz que a experiência agora, lhe rende um ciclo mais tranquilo. “Mesmo assim, desta vez tive um problema com herbicida no início do cultivo e tive que replantar”. A pesquisa de Hunger, orientada pelo professor Rezende, avalia a produtividade da cultura entre os diferentes híbridos, plantados em densidades diferentes e épocas diferentes que mais dão resultados para a nossa região. “Ainda é necessário investir em tecnologia (híbridos), investir em densidade de plantio (número de plantas por hectare), adubação certa, cobertura certa, na hora certa, no momento certo”, relata Hunger. Um dos grandes obstáculos para a cultura da cebola é o manejo das plantas daninhas. Assim como a experiência de Hunger, o produtor rural Anton Gora enfrentou problemas com plantas daninhas nos três hectares que plantou. “Ao
Felipe Cruz
invés de fazer o plantio direto, plantei da forma convencional, porque percebi que a cebola se desenvolve melhor, em contrapartida, tive dificuldade em controlar as plantas daninhas, tanto é que no final do ciclo sujou um pouco, dificultando a colheita”. Esse manejo ainda é prejudicado pela falta de produtos registrados para a cultura. “Por exemplo, só temos um herbicida registrado. E ainda não é muito eficiente. Se o produtor perder o estágio que é bem no comecinho da erva daninha, não consegue mais controlar”, explica Cruz.
Alguns fatores influenciam a baixa produtividade da nossa região. Um deles, segundo o professor Rezende, é que o produtor daqui ainda não tem a “cultura” de cultivar hortaliça. Outro ponto que afeta é o clima, que na época de colheita tem chuvas diárias, além da densidade de plantio que é feita na região equivalente à metade da que é utilizada em outros Estados. “A densidade de plantio praticada pelos grandes produtores varia de 1 a 1,2 milhões de plantas. Aqui, utiliza-se até 0,7 milhões de plantas”. Mas esse aumento na densidade pode também aumentar o custo de produção - que beira os 10 mil reais por hectare? O professor explica que não vai apresentar aumento em dobro:
Francisco Milla e Arildo, funcionários da Fazenda Cobrão do produtor Anton Gora
quando é colhida e deixada no campo, aproximadamente 10 dias, para que a parte aérea da cebola seque. Ou artificial, em que ficam dois dias no campo e depois são colocadas em estaleiros e secadas. “A cura é um processo em que cebola ainda ganha peso e proporciona maior durabilidade pós-colheita. Consiste em: a parte aérea desidrata e transfere os nutrientes para o bulbo. Se esse processo for mal fei-
ta, a cebola entra em deterioração rapidamente”, explica Rezende. O produto pode ser comercializado na forma bruta; destalado e beneficiado ou classificado. Proprietário de uma máquina de classificação, Cruz conta que as melhores cebolas, limpas e classificadas, ganham um mercado melhor. Enquanto as outras ficam com um preço inferior.
Prof. Juliano Rezende (Unicentro)
“Quando aumentamos a produtividade, o gasto por área não é linear. No final do processo, na relação custo-benefício, o produtor sai ganhando”. Essa relação citada pelo professor está no tamanho da cebola produzida. Ele explica que quando há mais plantas por hectare, o tamanho da cebola diminui. “Hoje, a dona de casa não procura mais por uma cebola grande, porque geralmente ela não usa inteira e precisa guardar na geladeira. Quando apresentamos no mercado uma cebola menor, tamanho caixa três, tem mais saída, consequentemente o mercado atacado paga mais para o produtor”. A classificação citada é dada a cebola conforme o tamanho. A pequena recebe 1, as maiores 4 ou 5 e assim por diante. “A caixa três não é nem pequena de mais, nem grande de mais. A variação de preço chega a R$ 2,00 de diferença. Na caixa três se paga R$ 13,00 o quilo, enquanto nas 2 e 4 pagam R$ 11,00 o quilo. Para um produtor que colhe 120 toneladas, isso representa muito”, explica Felipe Cruz. As doenças que afetaram a cultura nesta safra não representaram prejuízos para os produtores. Helmuth Hunger conta que doenças em si não apareceram, mas teve incidência de pulgão trips. “Esse sim é porta de entrada de doenças e não deixa crescer tanto. As maiores doenças da cebola é a botrits, ponta queimada e alternada, mas usando o produto certo é possível controlar”. O processo final da cultura, chamado de cura é muito importante na qualidade do produto. A cura é feita, ou natural,
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Helmut Hunger
Quanto sobra Na média, o custo de produção, por quilo, chegou a R$ 0,30 entre os produtores entrevistados. A venda chegou a R$ 0,50 o quilo. Numa conta simples, o produtor tem o ganho de R$ 4 mil por hectare, numa produção média de 20 ton/ha. Mas os produtores alertam que na colheita de janeiro de 2012 o preço está bom, o que não aconteceu ano passado, quando muitos tiveram prejuízos. “Eu vejo a cebola como uma ótima opção de renda para pequenos e médios produtores. Em um pequeno espaço, conseguimos ter uma boa rentabilidade”, finaliza Gora.
[Contratação temporária]
Consórcio de empregadores
Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281) Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)
A realidade no campo fez surgir uma nova forma de contrato que leva em consideração uma pluralidade de empregadores, ou seja, uma sociedade de produtores rurais para gestão coletiva de mão-de-obra. Nos Estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo já vêm sendo exercitada essa nova figura de vinculação laboral.
responsáveis pelo cumprimento das obrigações trabalhistas. A denominação dada ao referido documento é “Pacto de Solidariedade”, firmado por todos os empregadores do grupo, que deverá ser registrado no Cartório de Títulos e Documentos e terá como principal efeito tornar os empregadores-consorciados responsáveis pela totalidade das dívidas do grupo.
e) tal documento deve conter para cada produtor:
Essa figura surgiu da necessidade de alguns pequenos produtores rurais de mão-de-obra intermitente, já que nas suas lavouras ou criatórios somente se faziam necessárias a realização de tarefas em parte do dia, ou em poucos dias da semana, sendo incompatível a contratação, por cada um deles, de empregado próprio ante o elevado custo.
Ademais, os produtores interessados têm, a obrigação de recolherem as contribuições previdenciárias de seus empregados em uma matrícula única no Cadastro Específico do INSS (CEI), objetivando atender a totalidade deste grupo de produtores rurais.
- matrícula no INSS;
- o consórcio deve ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados os poderes, na forma do regulamento;
Para solucionar a questão, começou-se a firmar a contratação de trabalhadores por uma equipe de empregadores, de tal forma que vários produtores pudessem contratar empregados em comum utilizando dessa mão-de-obra em sistema de revezamento, atendendo às necessidades de todos, chamando-se a tal fenômeno de consórcio de empregadores. Por esse motivo, o consórcio simplificado de empregadores rurais é a união de produtores rurais, pessoas físicas, com a única finalidade de contratar, diretamente, empregados rurais, sendo outorgados a um dos produtores poderes para contratar e gerir a mão-de-obra a ser utilizada em suas propriedades. Para se formar esse consórcio, se faz necessário um documento que materialize essa contratação conjunta, deixando claro que todos os consorciados serão
Os parâmetros para o estabelecimento do consórcio estão expostos na Circular 56/99 do Ministério da Previdência e Assistência Social, na Portaria 1.964/99 do MTE e na Lei 8.212/91, que em linhas gerais: a) o consórcio simplificado de empregadores rurais equipara-se ao empregador rural pessoa física; b) o consórcio é formado pela união de produtores rurais pessoas físicas que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes; c) o consórcio é formado mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos; d) nesse documento deve haver pacto de solidariedade entre os diversos produtores nos moldes do art. 896 do Código Civil;
- a identificação;
- endereço pessoal e o de sua propriedade rural; - registro no INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente;
- os produtores rurais integrantes do consórcio são responsáveis solidários em relação às obrigações previdenciárias. Essa forma de contratação se mostra uma ótima alternativa para produtores rurais, que não têm como contratar trabalhadores em razão da constante intermitência de suas necessidades de trabalho, podendo se agrupar, contratando a mão-de-obra de forma partilhada, dividindo-se os encargos e distribuindo-se os custos do trabalho proporcionalmente à utilização efetiva. Assim, verifica-se que o condomínio é o caminho para melhorias no ambiente de trabalho e uma via de economia legalizada para o produtor, que deixa de correr o risco de ter de pagar duas vezes em razão das constantes reclamações trabalhistas. Por fim, desde que feito corretamente, a Justiça do Trabalho é simpática a essa modalidade de contratação.
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[Legislação ]
MAPA proíbe o uso das avermectinas em bovinos em fase de terminação O MAPA, através da I.N. 48 publicada em 28 de dezembro de 2011, proibiu o uso das avermectinas em animais de terminação. Em função da grande variedade de indústrias e de marcas comerciais que utilizam estes princípios ativos, são diferenciados também os períodos de carência, dosagens e vias de aplicação, o que pode provocar equívocos do produtor/tratador quanto ao respeito ao período de carência. Em 2009 o Brasil perdeu mais de R$ 100 milhões em exportações de carnes para os EUA, em função da detecção destes produtos, acima dos limites estabelecidos por aquele país, na carne brasileira. A polêmica se instalou, pois o Brasil segue as recomendações do CodexAlimentarius (organismo internacional que serve de referências para questões relacionadas a contaminação de alimentos). Porém os embargos americanos têm provocado não só prejuízos diretos nas exportações, como também indiretos pela perda de credibilidade junto a outros clientes internacionais. A preocupação com os riscos da contaminação dos alimentos também ocorre com os consumidores do mercado interno que representam, aliás, mais de 75% do consumo da produção nacional de carnes, portanto esta medida é especialmente benéfica, principalmente para os consumidores brasileiros. Desde a década 80 o Brasil vem normatizando a questão de resíduos de drogas veterinárias em alimentos tanto o MAPA através do Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Produtos de Origem Animal (PNCRB), quanto a ANVISA através do Programa Nacional de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos (PAMVet). Tais programas têm a preocupação de monitorar o uso de medicamentos veterinários em animais de produção de alimentos, cujos resíduos poderiam significar risco à saúde pública.
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Por isso esta medida deve ser amplamente divulgada entre os produtores uma vez que em bovinos em regime de engorda destinados ao abate não poderá ser administrado antiparasitário com princípios ativos do grupo das avermectinas: abamectin, doramectin e ivermectin. E de acordo com Decreto nº 5053 de 22/04/2004 está estabelecido a responsabilidade do usuário. Art. 124: Quando ficar comprovado o uso indevido de produto, pelo adquirente ou usuário, contrariando as recomendações para seu emprego, contidas na rotulagem ou na prescrição do médico veterinário, sujeita-se o adquirente ou usuário às cominações do Código Penal. Lembramos também que estes cuidados com o uso responsável de produtos veterinários deve ser uma atividade educativa dos CSA´s (Conselhos de Sanidade
Agropecuária) para difundir esta nova medida e conscientizar produtores no atendimento desta nova determinação.
O que são Avermectinas: Avermectinas é a denominação dada a um grupo de substâncias químicas produzidas pelo do fungo Streptomycesavermectilis. Participam do grupo das Avermectinas as substâncias Abamectin, doramectin e ivermectin. Estas substâncias possuem uma forte atividade antiparasitária, apesar de usadas em baixas dosagens e uma única aplicação. Podem ser utilizadas tanto por via oral como injetável. Estas substâncias provocam paralisia em nematódeos e artrópodes, atuando, portanto tanto em endo como em ecto parasitas.
RECOMENDAÇÕES PARA USO RESPONSÁVEL DE PRODUTOS VETERINÁRIOS 1. Nunca use o produto veterinário nas seguintes condições. • Prazo de validade vencido. • Embalagem violada. • Mantido em temperatura inadequada. • Rotulagem danificada. • Rotulagem que não seja em língua portuguesa. • Rotulagem com etiqueta por cima do prazo de validade. 2. Utilize somente produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 3. Consulte sempre um médico veterinário. 4. Leia atentamente as informações da bula, rótulo-bula, cartucho-bula, rótulo, cartucho ou invólucro. 5. Cuidado ao utilizar vários produtos ao mesmo tempo.
6. Administre o produto corretamente. 7. Suspenda o uso do produto caso reações inesperadas 8. Observe o princípio ativo. 9. Compre sempre produtos de uso veterinário de fabricantes, importadores, distribuidores e estabelecimentos com registrado no MAPA. 10. Fique atento para a dose correta e a duração do tratamento. 11. Período de retirada (ou de carência) do produto veterinário: o período de retirada (ou de carência) para cada espécie animal deve obrigatoriamente constar da bula, rótulo-bula, cartucho-bula, rótulo, cartucho ou invólucro. 12. O usuário é responsável pelo uso indevido do produto veterinário.
SÓ COMPRE PRODUTOS VETERINÁRIOS EM ESTABELECIMENTOS LICENCIADOS NA SEAB - ELES SÃO VISTORIADOS PERIODICAMENTE
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[Batata ]
Difusão de tecnologia no Cedeteg Mariana Rudek e Ana Carolina Pereira
O
primeiro dia de campo do ano de 2012 na região de Guarapuava foi o 4º Dia de Campo da Cultura da Batata, realizado na Unidade de Pesquisa em Batata e Microclima do Cedeteg, na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no dia 11 de janeiro. O evento contou com palestras técnicas, visitação à área experimental, divulgação de resultados de pesquisas, troca de experiências e novidades tecnológicas em equipamentos agrícolas. Bataticultores de toda a região prestigiaram o dia de campo. Destaque para os produtores José Massamitsu Kohatsu, Moacir Aoyagui, Rene Martins Bandeira Filho, Celso Tateiva, José Acir dos Santos, Noboru Yabuki, entre outros. Segundo o professor diretor substituto do Núcleo de Aviação e Tecnologia Agrícola do Paraná (NATA), Adenilson dos Santos Lima, o evento tem o objetivo de divulgar as pesquisas realizadas com a cultura na Universidade, através do grupo de pesquisa em batata, microclima e irrigação. Segundo o professor, o grupo realiza as pesquisas a partir da demanda dos produtores da região. “Os produtores de
batata trazem os problemas enfrentados nas lavouras e a partir disso, realizamos as pesquisas com os produtos disponíveis no mercado, sempre cuidando para a isenção entre marca e produto. Depois de finalizados os estudos, entregamos os resultados para as empresas, visando a divulgação. São pesquisas diretamente relacionadas aos produtores locais”, explica. Para as atividades de pesquisa em batata para 2012 estão em pauta as questões de irrigação e manejo da batata. “O objetivo é determinar como a cultura responde à seca e como deve-se proceder a irrigação”, adianta Lima. O evento foi promovido pelo grupo de Pesquisa aplicada em Irrigação, Agrometereologia e Cultura da Batata da universidade, em parceria com oito empresas que realizam trabalhos na área da bataticultura. As empresas que expuseram as pesquisas foram: Agrichem, Arysta, Basf, Bayer, DowAgroScience, DuPont, Ihara e Produquímica. As empresas de máquinas agrícolas Tratorcase, Tratorsolo, Augustin Massey Fergusson, Cotrima e Simex apresentaram produtos relacionados à mecanização da cultura batata.
Adenilson dos Santos Lima – professor e diretor substituto do NATA (Núcleo de Aviação e Tecnologia) da Unicentro.
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Tratorcase: Dois modelos de tratores A Tratorcase levou para o Dia de Campo de Batata dois modelos de tratores que são utilizados nesse tipo de lavoura. Segundo o representante Carlos Alberto Guarese, o primeiro modelo é menor, com 80 cavalos de potência, altamente adaptável à cultura. O segundo modelo é maior, indicado para preparo do solo, com 168 cavalos de potência.
Bayer: controle da requeima A multinacional Bayer CropScience apresentou sua linha de produtos para batata e tratamento de sementes, direcionada a Guarapuava e região. Segundo Julien Witzel, RTV da Bayer, a empresa tem buscado atuar em vários estágios da planta. “Estamos focando o tratamento de dois fungicidas especiais: o Infinito e o Consento, que servem para o tratamento de requeima e possuem grupos químicos diferentes”, relatou. Os produtos prometem melhor controle da doença. Consento traz uma avançada formulação, age de forma sistêmica e translaminar, sendo especialmente indicado quando as folhas das plantas já estão desenvolvidas. “O produto tem dois mecanismos de ação sobre o metabolismo do fungo. Desta forma, é uma ótima ferramenta para o manejo de resistência. Consento ainda controla a pinta preta”, explica.
Clube da Batata - Witzel destacou que Guarapuava agora conta com um Clube da Batata, onde são realizadas reuniões durante o ano para discutir tecnologia. “Nas reuniões também são discutidas a qualidade de plantio fora do Brasil, sempre procurando inovações para o agricultor”, acrescentou.
Stevan Sikora, Julien Witzel e Rafael Gallo (ATV/RTV/ATV Bayer CropScience)
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Tratorcase: Carlos Alberto Guarese e Luiz Henrique Chimiloski.
DuPont: Produzir com sustentabilidade Produzir com sustentabilidade: essa é a proposta da nova tecnologia apresentada pela DuPont. Segundo o analista de marketing da empresa para a região, Vinícius Pavoski, o Premio® é um inseticida e age principalmente contra lagartas e traças. “Ele traz a molécula Rynaxypyr® e ataca o sistema muscular da lagarta, causando uma rápida parada alimentar com perfil toxicológico favorável, que não agride o meio ambiente. É uma tecnologia voltada a melhorar o sistema de produção e a sustentabilidade da cultura da batata”, explicou. Este produto também pode ser aplicado nas lavouras de tomate, repolho, pepino e melão.
Vinicius Pavoski (DuPont)
Flashes de alguns profissionais e produtores que prestigiaram o evento:
Augustin: Celso Luiz Dona e Cristiano Dias
C. Vale: Marcos Queiroz, Dário Lehn e Mário Mayer
Cotrima: Hamilton Cunha, Guilherme Cunha, Nei Godoy, Roger Goes, André Martins e Fernandes Bombardelli
Dow Agrosciences: Fábio Schiavon, Airton Trento, Leopoldo Machado, Didier André Santone, Vinicius Montani.
Ihara: Rafael Ferreira, Lucas Silva, Thaciana Reis, Leendert de Geus e Alessandro Gazzinelli.
Fabiula Portolan Kuczer (engenheira agrônoma)
Simex: Vilmar Pereira, João Martinazzo, Jefferson Klüber e Luiz Lopes
Itacir Sandini (professor do Depto. de Agronomia da Unicentro)
José Augusto Ramos Neto (RTV Arysta)
Jeferson Rezende (RTV Inquima)
Jaqueline Huzar Novakowiski – acadêmica 5º ano de Agronomia Unicentro.
Celso Tateiva (Guará Campo) e José Massamitsu (Zeagro)
Mauro Alessi (DuPont), Bruno Viomar (Zeagro), Josimar Tossin Filho (Deragro), Vinicius Pavoski (DuPont), Noboru Yabuki (produtor rural), Takahioto Mori (agrônomo) e Luciano Camargo (agrônomo Agromult)
Débora Toledo (Deragro), Valter Asami (Produquímica), Vinicius Kappes (Produquímica) e Casemiro W. Urban (estagiário Deragro).
José Acir dos Santos (produtor rural)
Moacir Kenji Aoyagui (produtor rural)
Cleiton Dalla (Agrichem)
Valdir Reccanello (Zeagro)
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[Aconteceu]
Ágide Meneguette é reeleito presidente da FAEP; Anton Gora faz parte da diretoria
O Sindicato Rural de Guarapuava tem um representante na diretoria da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). O vice-presidente do Sindicato, Anton Gora, foi eleito suplente da diretoria, em janeiro. A chapa única, liderada pelo atual presidente Ágide Meneguette, foi eleita no dia 23 de janeiro; a posse será dia 12 de março. Para o vice presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, integrar a diretora da FAEP é importante porque Guarapuava tem problemas específicos e assim poderá participar, mais de perto, das discussões sobre o setor agropecuário no Paraná e no Brasil. “Acredito que o convite também foi um reconhecimento do presidente da Federação pelo trabalho que o Sindicato Rural de Guarapuava vem desenvolvendo em prol dos produtores rurais”, destaca Gora.
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Oficina Sindical da FAEP Colaboradores do Sindicato Rural de Guarapuava participaram, nos dias 09 e 10 de fevereiro, da Oficina Sindical promovida pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). A oficina é um treinamento destinado a pessoas que estão trabalhando no Sindicato há, no máximo, três anos. O evento foi realizado no Hotel Nikko, em Curitiba, com o objetivo de oferecer noções de sindicalismo e prática do dia-dia na entidade sindical. Do Sindicato Rural de Guarapuava participaram do treinamento Graziely Andrade Carneiro, João Edilson de Campos, Bruno Hilgemberg, Ana Carolina Pereira e Débora Olívia B. Santos. “Para mim foram dois dias bastante proveitosos. Foi na Oficina Sindical que fiquei sabendo mais sobre o meu papel no Sindicato, sobre o papel do próprio Sindicato e também do SENAR, da FAEP e CNA. De maneira bastante dinâmica, foi nos passado o quão é importante o nosso trabalho para os produtores rurais, pois o Sindicato é um órgão de defesa da categoria, onde há a reunião de pessoas com um objetivo em comum. Gostei bastante”. Débora Olívia Bernardi Santos (Extensão de Base Cantagalo)
“Primeiramente gostaria de agradecer a equipe da FAEP, senhores José Carlos Gabardo, Eleutério Czonei, Benedito da Silva e Norton Rodrigues pelas recepção e pela atenção, e dizer que a oficina Sindical foi uma ótima experiência, que me trouxe conhecimentos sobre o que é o Sindicato Rural e os serviços prestados. Troquei várias experiências com pessoas de outros Sindicatos. Portanto, a oficina sindical teve grande valor para o meu crescimento profissional”
Martelinho de Ouro O Sindicato Rural de Guarapuava sediou no mês de fevereiro o curso de Martelinho de Ouro, ofertado pela empresa catarinense Fokko Treinamentos. Com duração de 10 dias, o curso atraiu dezenas de pessoas em quatro turmas. Segundo o sócio da empresa, Evandro dos Santos, os alunos aprenderam sobre análise de danos, utilização e montagem de ferramentas, reparo de peças complexas como o teto de veículos, entre outros. “Ensinamos a técnica brasileira que utiliza do próprio martelinho de ouro, pulsões e a técnica americana que realiza os reparos através de repuxadeiras”.
João Edilson de Campos (Sindicato Rural de Guarapuava)
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[Dias de Campo e Tours]
Pioneer promoveu Time de Produtos e Tecnologia (TPT) Luciana de Queiroga Bren
M
ais de 60 pessoas participaram, nos dias 09 e 10 de fevereiro, do Time de Produtos e Tecnologia (TPT) da Pioneer Sementes. Trata-se de um evento que reúne consultores e produtores de milho e soja, com visitas à áreas de ensaios de cultivares de soja e milho e, também, parcelas de manejo e tecnologia, numa determinada região. As visitas foram acompanhadas e monitoradas pela equipe técnica da Pioneer em Guarapuava. Os convidados puderam avaliar as cultivares de soja e milho e discutir sobre as principais práticas de manejo e tecnologias de produção,
analisando os aspectos mais importantes, com o objetivo de melhorar os índices de produtividade da região. Segundo o representante comercial da Pioneer Sementes, Cyrano Yasbek, as visitas ocorreram na Fazenda Boa Sorte, da produtora rural Carolina Remlinger e na Fazenda Estrela, da família Pfann. Participaram engenheiros agrônomos, consultores, lideranças e produtores interessados na cultura do milho. Durante o evento, houve o lançamento da variedade 95R51, a primeira variedade de soja Pioneer para o Sul do Brasil.
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Tours na região Além do TPT, a equipe técnica da Pioneer realizou mais de 15 tours no mês de fevereiro com produtores rurais e agrônomos, em propriedades da região. Os participantes tiveram acesso ao sistema de combinação de híbridos, com destaque para o lançamento do híbrido P2530; à comprovação do alto potencial para a região do híbrido P1630H, além dos tradicionais 30R50H, 30F53H e 30B39H. Durante os giros, também foram abordados assuntos como manejo de herbicidas nos híbridos HR, lançamento da tecnologia Optimum™ Intrasect™ (duas proteínas BTs na mesma planta de milho com tolerância a dois herbicidas), manejo de palhada, manejo de fungicida em milho e manejo da cultura de milho para alta qualidade de grãos. Os tours foram feitos em parceria com a DuPont. Yasbek destaca que, na região, a colheita de milho iniciou com o híbrido P1630H, com produtividades de até 15 mil quilos por hectare e altíssima qualidade.
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[Orientação]
Impostos na venda, compra e permuta de fazendas agropecuárias *Cilotér Borges Iribarrem *Ênio Borges Paiva
P
rodutores rurais brasileiros, nós da Safras & Cifras, queremos ajudá-los a diminuírem o custo dos impostos que incidirão nos seus negócios, assim como alertá-los sobre alguns cuidados que deverão ser tomados, nos pagamentos ou recebimentos da negociação. Três são os impostos que poderão incidir numa negociação de Fazendas Agropecuárias: • Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI); • Imposto de Renda, Ganho de Capital (Lucro Imobiliário); • Imposto de Renda, sobre a renda do Comprador do imóvel, para que possa ter origem fiscal para adquirir o bem. Muitas negociações de Compras de terras são feitas das seguintes formas: • Acerto dos valores e condições da negociação através de um contrato; • Pagamento anual em produto por parte do comprador; • Escritura definitiva, ao final do pagamento;
Cuidados tributáveis, que deverão ter Compradores e Vendedores na negociação: • Que o comprador da terra, tenha receita com origem fiscal tributada na sua Declaração de Imposto de Renda, que permita adquirir o bem, de acordo com o valor que o mesmo será escriturado ou pago; • Que o vendedor da terra, antes de finalizar a negociação, tenha um estudo tributário, que permita mensurar o valor que terá que pa-
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gar de Imposto de Renda do Ganho de Capital (Lucro Imobiliário); • Que tanto Comprador como Vendedor da terra, não deixem para fazer a análise tributária, só no momento de fazer a escritura, pois os pagamentos já ocorreram ao longo do prazo de amortização do valor dobem adquirido e portanto a necessidade de pagamento de impostos também já deverá ter ocorrido. • Que o valor de pauta utilizado em muitas escrituras é um valor base de avaliação do município para cobrança do ITBI, mas nem sempre espelha a realidade dos valores transacionados. Informações que a Secretária da Receita Federal possui para fiscalizar os contribuintes Compradores e Vendedores da terra: • Informações dos Cartórios, já que são obrigados a informarem a Secretária da Receita Federal sobre as negociações realizadas; • Informações do movimento bancário dos compradores e vendedores da terra; • Informações das Prefeituras Municipais do valor fiscal atribuido a terra, para efeito de cobrança de ITBI. Com o convênio existente atualmente entre a Secretaria da Receita Federal e as Prefeituras Municipais para arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR), os valores das terras foram majorados nos municípios, uma vez que o valor da terra a ser escriturada não seja menor que o constante no banco de
dados das Prefeituras. • Com a Nota Fiscal Eletrônica existente, mais o SPED Fiscal, o movimento financeiro da venda de produtos agropecuários e de compra de insumos é de pleno conhecimento da Secretária da Receita Federal. Falta de orientação fiscal aos produtores rurais poderá levar que no momento em que for feito a Escritura Definitiva da Terra adquirida, compradores e vendedores, enfrentem a seguinte situação: • Comprador da terra não tem origem fiscal para o valor da aquisição; • Vendedor da terra, não pagou o Imposto sobre o Ganho de Capital existente, no momento adequado de fazê-lo, que seria na época dos recebimentos anuais. Por desconhecimento tributário de alguns produtores rurais, poderá ter acontecido, do comprador da terra tenha entregado ao vendedor como forma de pagamento, um produto agrícola, exemplo: soja, e sendo que esta será vendida na Inscrição do vendedor. A consequência, caso uma operação desta natureza tenha sido realizada, é que o comprador no momento de fazer a escritura poderá não ter origem fiscal para adquirir aquela terra, pois grande parte de sua receita vai estar registrada na parte vendedora, pois foi ela que comercializou o produto. De outra parte, como o vendedor da terra, poderá ter receita de um produto, que não teve nenhuma despesa para produzir, além de muitas vezes nem terra ter mais para fazer a produção. Para complicar mais, a Nota Fiscal
Eletrônica e o SPED Fiscal, farão que caso exista alguma operação de compra de terra na forma que acabamos de ver, esta não se sustentará mais perante a fiscalização. A evolução tecnológica não ocorreu somente na parte referente a máquinas e equipamentos agrícolas, sementes, fertilizantes, defensivos, etc, mas ela também foi implantada junto aos órgãos fiscalizadores, federais, estaduais e municipais. Os três níveis da fiscalização de impostos estão totalmente integrados eletronicamente, o que facilita identificar os possíveis erros existentes numa velocidade e precisão impressionante. A consequência desta eficiência fiscalizadora é que a arrecadação de impostos vem crescendo anualmente. Para ajudarmos os produtores rurais a resolverem as suas possíveis pendências tributárias, além de diminuir o impacto do custo dos impostos, já que eles são o custo mais alto na vida das pessoas e das empresas, será necessário adotar as seguintes providências, pois negociações de compra, venda e permuta de terras não se resumirão em somente acertar valores e condições de pagamentos: • Conscientização dos produtores rurais, para a necessidade de terem
uma concreta e sólida organização fiscal, assim como já tem na sua parte de produção; • Necessidade de assessoramento de técnicos capacitados, assim como já tem na parte de produção, com a finalidade de estruturar e planejar a área fiscal, do seu patrimônio e de seus negócios; • Não efetivar negócios que envolvam volumes financeiros altos e forma de pagamentos ou recebimentos longos, sem antes fazer um estudo do impacto fiscal e tributário sobre o mesmo. Existem técnicas que permitem, se bem estruturadas e legalmente utilizadas em tempo hábil e orientado por profissionais que dominem as mesmas que permitem como resultado enormes benefícios aos produtores rurais, seja na sua tranquilidade, no atendimento seguro a possíveis fiscalizações, diminuição do valor do imposto a ser pago e concretização final da negociação com total sucesso. Existem procedimentos e ferramentas que poderão ser utilizadas para que os benefícios anteriormente citados possam ser plenamente atendidos: • Assessoramento técnico de profissionais que conheçam a legis-
lação fiscal e tributária para o setor rural; • Estruturação fiscal da vida da empresa e do negócio; • Estabelecimento de um sistema de exploração do negócio em Pessoa Jurídica e/ou Pessoa Física na propriedade; • Estruturação de uma empresa familiar, que permita estabelecer a relação, Família X Propriedade X Negócio. Todos nós técnicos temos a obrigação de informarmos os produtores rurais, sobre como os mesmos deverão se prepararem para estarem permanentementes atualizados com relação à legislação fiscal, assim como já estão com a parte tecnológica de produção agropecuária, que tem feito com que o nosso país tenha um grande destaque no agronegócio mundial. Quem faz o dia a dia das propriedades rurais brasileiras, são as famílias dos produtores rurais e seus colaboradores e portanto são para estas pessoas que devemos oferecer o nosso conhecimento, para que elas possam continuar produzindo com tranquilidade e alimentando a população brasileira, além de manterem o superávit da nossa balança comercial.
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[Consultoria]
Aposentadoria rural O Sindicato Rural de Guarapuava também orienta os produtores rurais quanto a Previdência Social Rural. Segundo o colaborador Murilo Lustosa Ribas, o enquadramento da aposentadoria de produtores rurais depende do tamanho da propriedade. “Aqui nós ajudamos na organização e análise da documentação para encaminhamento ao INSS. Prestamos uma assessoria gratuita ao produtor rural”, informa. A previdência social rural funciona de forma diferente da aposentadoria de atividade urbana. No meio rural há dois grupos de beneficiários: segurado especial, que são os produtores rurais sem empregados e os que vivem em regime de economia familiar; o segundo grupo é dos produtores rurais empregadores. No primeiro grupo, os segurados especiais recolhem a contribuição de 2,5%, que normalmente é retida na
emissão de nota de produtor rural. A aposentadoria será concedida por idade, aos 55 anos para mulheres e 60 anos para homens. Nesse grupo não é permitido ter registro de funcionários permanentes. O segundo grupo pode recolher a contribuição social juntamente com a guia de recolhimento, que é emitida para os funcionários, ou então na guia de recolhimento individual. O cônjuge do empregador rural somente poderá contribuir através da guia de recolhimento individual. Para requerer o benefício o produtor deve ter contribuído por 30 anos para mulheres e 35 anos para homens. O produtor rural Sebastião Francisco Ribas Martins, procurou o Sindicato para iniciar o processo. “O pessoal do Sindicato está por dentro das legislações e sabe como devemos proceder. No primeiro momento não
Murilo Lustosa Ribas
foi deferido, mas agora voltarei com o processo”, comenta. Outra opção, ainda, é a aposentadoria por idade que é de 55 anos para mulheres e 60 para homens, sendo necessário ter contribuído por, no mínimo, 15 anos. Mais informações, pelo telefone 42 3623 1115, com Murilo.
Sucessão familiar Uma parceria entre o Sindicato Rural de Guarapuava e a empresa Safras & Cifras proporciona aos associados da entidade o benefício de esclarecer dúvidas sobre os mais diferentes assuntos relacionados à gestão rural. Periodicamente, acontecem atendimentos no Sindicato Rural sobre sucessão familiar rural. Segundo a especialista da Safras & Cifras, Patrícia Petter Mittelstedt, a empresa presta consultoria sobre preenchimento de declarações, intimações fiscais, CCIR, vistorias, compra e venda de imóveis rurais, arrendamentos, parcerias e sucessão familiar, entre outros. Segundo Patrícia, os atendimentos são individuais. “Atendemos cada
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produtor individualmente, dando enfoque na sucessão familiar para um melhor gerenciamento da propriedade”, explica. Interessados em agendar horários com a equipe da Safras & Cifras devem encaminhar um e-mail para gerencia@srgpuava.com.br. Safras & Cifras Safras & Cifras é uma empresa de consultoria que atua no agronegócio brasileiro desde 1991, em 12 estados, orientando produtores nas áreas de sucessão familiar, gestão tributária, fundiária, econômica e financeira, contábil, fiscal e imobiliária.
ANÚNCIO GRÁFICA POSITIVA
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[Bovinocultura de leite]
Influência da temperatura e ambiente sobre vacas de alta produção Marlon Richard Hilário da Silva , Gabriel Batista Geffer Salvalaio², Guilherme Fernando Mattos Leão², Francine Giotto², Juliana Mareze², Marina Gavanski Coelho² 1
A
Médico Veterinário, MSc.Professor do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. ² Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO.
nutrição, o manejo e a genética são considerados fatores extremamente relevantes para que se obtenha um maior desempenho produtivo, tornando o sistema de produção sustentável economicamente. Há outros fatores que também exercem influência sobre a produtividade, dentre os quais podemos citar a temperatura ambiental. O ambiente é considerado todo o espaço que influencia a vida e desenvolvimento do animal. O ambiente externo é responsável por abranger os fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e climáticos que afetam o comportamento animal. Esses fatores agem determinando o tipo de relação animal-ambiente, o qual poderá ter um efeito positivo ou negativo (SILVA, 2000). Dentre os elementos climáticos, a temperatura ambiente elevada, a umidade do ar e a radiação solar direta são os principais agentes estressantes, que promovem alterações nas respostas fisiológicas dos animais, interferindo no desempenho produtivo. Portanto, a capacidade dos animais em adaptar-se a um determinado ambiente depende de uma série de ajustes no organismo que, em condições ambientais estressantes, podem causar alterações nos parâmetros fisiológicos, hematológicos e redução da produção de leite e sobre taxas reprodutivas (incidência de cio, taxa de ovulação, taxa de concepção e taxa de natalidade), gerando então prejuízos diretos e indiretos ao produtor. Animais homeotérmicos mantém
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sua temperatura corporal dentro de limites estreitos pelos mecanismos de regulação térmica, os quais incluem as respostas fisiológicas e comportamentais, estes limites são as zonas de conforto térmico (ZCT). O conforto térmico dos animais depende dos níveis de umidade atmosférica em associação com a temperatura do ar. Para caracterizar ou quantificar as zonas de conforto térmico adequado às diferentes espécies animais foram desenvolvidos índices de conforto térmico - índice de temperatura e umidade (ITU) -, que conjugam numa única variável os elementos que caracterizam o ambiente térmico associado ao animal e as suas influências no conforto deste. O ani-
mal dentro de uma faixa de ITU considerada adequada produzirá de acordo com seu potencial genético, caso as outras condições limitadas também estejam em níveis adequados. Segundo Pereira (2005), o limite da Zona de Conforto Térmico é de 0°C a 16°C para bovinos leiteiros (bos taurus) e de 10°C a 27°C para animais Zebuínos (bos indicus) com valores críticos de 35°C e 0°C (tabela 01). Neste contexto, Pereira (2005) indica que a temperatura de 24° e a umidade relativa do ar de 38% como limite superior a qual vacas holandesas Jersey e Pardo Suíço em lactação podem manter estável sua produção de leite conforme pode ser indicado na tabela 2.
Tabela 1 - Valores comuns de temperatura efetiva crítica inferior (TCI), temperatura efetiva crítica superior (TCS) e de temperaturas na zona de conforto térmico (ZCT) para bovinos Categoria
TCI (ºC)
ZCT (ºC)
TCS (ºC)
Bezerros
10
18 à 21
26
Bovinos europeus
-10
-1 à 16
27
Bovinos zebuínos
0
10 à 27
35
Fonte: Adaptado de Baêta e Souza (1997)
Tabela 2 - Efeitos da temperatura do ar e umidade relativa do ar sobre a produção de leite de vacas das raças Holandesa, Jersey e Pardo Suíça Raça
Temperatura (ºC)
Umidade Relativa (%)
Holandesa (%)
Jersey (%)
Pardo-Suiça (%)
24
38
100
100
100
24
76
96
99
99
34
46
63
68
84
34
80
41
56
71
Fonte: Pereira (2005)
Figura 1 - Figura 1. Efeito da temperatura sobre a produção de leite de vacas de diversas raças, em câmara climática com umidade relativa de 40 a 60%.
Efeito da Temperatura sobre a Produção de Leite 30
Zebu Jersey Holandês P Suiça
25
Leite, kg/dia
Se estes limites são superados e não há medidas paliativas que o produtor institua em sua propriedade a fim de proporcionar um melhor acondicionamento aos animais, o estresse calórico, então, aparece. Em suma, o estresse calórico, além de perdas econômicas diretas, afeta ainda o consumo de alimento, reduzindo a ingestão de matéria seca, com consequente diminuição da produção e qualidade do leite. Simultâneo à redução do consumo ocorre o aumento do fluxo sanguíneo periférico, este tem o objetivo de reduzir a temperatura corporal. Com este aumento de perfusão há uma redução da absorção de nutrientes e da disponibilidade destes na glândula mamária (PORCIONATO et al., 2009). Este consumo irregular de alimento gera futuramente a um aumento do intervalo entre partos, atrasando o ciclo reprodutivo, bem como o retardamento da maturidade sexual, interferência na fertilidade do óvulo e na sua implantação no útero, interrompendo a prenhez (MEDEIROS; VIEIRA, 1997). Outro entrave seria que vacas mantidas em condições de altas temperaturas ambientais apresentam menor habilidade em defender-se de infecções bacterianas e outros patógenos. Como se pode ver, o estresse calórico desencadeia uma série de fatores negativos à produção de bovinos leiteiros (PORCIONATO et al., 2009). Em números, o estresse pode resultar em um decréscimo de 17% na produção de leite de vacas de 15 kg de leite/dia e de 22% em vacas de 40 kg de leite/dia (PINARELLI, 2003). Pereira (2005) ilustra melhor o efeito da temperatura na produção de leite de vacas
20 15 10 5 0 -20
-10
0
10
20
30
40
50
Temperatura ºC Fonte: Pereira (2005)
taurinas conforme pode ser visto pelo gráfico acima (figura 1). A exposição crônica à radiação solar e a ambientes com alta temperatura e umidade devem ser reduzidas, proporcionando aos animais oportunidades adicionais para perder calor, como o oferecimento de sistemas de ventilação, aspersão, resfriamento evaporativo e sombreamento artificial. Estas estratégias irão reduzir os efeitos deletérios do estresse calórico e podem ser implantadas com pouco custo direto, devendo portanto as alternativas serem eleitas em detrimento a produtividade do rebanho, capital a ser investido e avaliação do custo benefício dessas alternativas (PORCIONATO et al., 2009).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BAÊTA, F. C.; SOUZA, C.F. Ambiência em Edificações Rurais - Conforto Animal. Viçosa, Editora UFV, 1997.246p. MEDEIROS, L.D.F., VIEIRA, D.H. Bioclimatologia Animal. UFRRJ. Rio de Janeiro, 1997. PEREIRA, J.C.C. Fundamentos de bioclimatologia aplicados à produção animal. Ed. FEPMUZ, Belo Horizonte, p. 195. 2005. PINARELLI, C. The effect of a heat stress on Milk yield. Latte, v.28, n.12, p. 36-38. Milan, 2003. PORCIONATO, et.al. Influência do estresse calórico na produção e qualidade do leite. Rev. Acad., Ciência Agrária e Ambiental., Curitiba, v. 7, n. 4, p. 483-490, out./dez. 2009. SILVA, G.R. Introdução à Bioclimatologia Animal. Ed. Nobel. São Paulo, 2000.
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[Notas]
Anuidade do Sindicato Rural de Guarapuava Alguns associados do Sindicato Rural de Guarapuava anteciparam o pagamento da anuidade. Segundo a gerente Luciana de Queiroga Bren, o vencimento da anuidade é dia 10 de março e os boletos foram encaminhados em fevereiro. No entanto, alguns produtores realizaram o pagamento antecipado, ainda no mês de janeiro, na sede do Sindicato. “O pagamento na entidade possibilita a atualização do cadastro. Também é uma oportunidade para esclarecer dúvidas sobre os serviços prestados”, observa. Os primeiros associados a efetuarem o pagamento da anuidade de 2012 foram Bruno Norberto Limberger e José Carlos Karspinki. “Quanto antes, melhor. Aproveitei o início do ano para deixar tudo em ordem”, comentou Limberger. Os sócios com a anuidade em dia têm direito aos serviços ofertados pela entidade, como desconto em declarações de ITR e CCIR, cursos e palestras técnicas, serviço de folha de pagamento, assessoria para problemas trabalhistas, acesso a sala do produtor, entre outros. Outro beneficio é o Projeto Identidade Sindical. Com a apresentação da carteirinha, o associado tem descontos em mais de 50 empresas de Guarapuava, Candói e Cantagalo. A anuidade custa R$ 80,00.
Não sócios Para se associar, o produtor rural (proprietário, arrendatário, parceiro, usufrutuário ou comodatário) deve se enquadrar no Sistema Patronal Rural, ou seja, ter empregados ou exercer a atividade em uma área acima de dois módulos fiscais. Basta comparecer ao Sindicato, trazendo documentos pessoais, o último CCIR e o ITR de 2011. Outras informações pelo telefone (42) 3623-1115, com Murilo.
Emissão de CCIR e ITR O Sindicato Rural de Guarapuava disponibiliza os serviços de Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) e Imposto Territorial Rural (ITR) para os associados e não associados à entidade. O assistente financeiro do Sindicato, Elcio Agostinhak Filho, explica que o CCIR é um documento indispensável para o registro da propriedade em cartório, para inventários e acesso a créditos rurais. “Trata-se de um certificado emitido pelo INCRA, exigido em casos de desmembramento, arrendamento, venda de imóveis, financiamento bancário, etc.”, orienta.
Elcio Agostinhak
Segundo Agostinhak, em alguns casos é necessário o preenchimento de três formulários: o formulário de uso, o formulário estrutural e o formulário de dados pessoais e de relacionamentos. “Os formulários de pessoa e de estrutura são obrigatórios, independente do tamanho da área. O de pessoa diz respeito aos dados pessoais do proprietário, o de estrutura traz os dados do imóvel e de registro, já o formulário de uso são as informações de produção, exigido apenas para áreas acima de quatro módulos fiscais”, explica o assistente financeiro. A sócia do Sindicato Rural, Rosenei de Fátima Kunz conta que prefere utilizar os serviços do Sindicato pela facilidade e credibilidade. “Para o produtor rural é mais cômodo fazer a documentação no Sindicato, que possui informações precisas e atualizadas sobre o assunto. Por isso utilizo o serviço há mais de um ano”, explica. Os formulários e preços variam de acordo com a área e os módulos fiscais. Sócios da entidade têm descontos. Outro serviço disponível no Sindicato Rural é a declaração do Imposto Territorial Rural (ITR). “É um imposto federal e os contribuintes são proprietários de imóveis, tanto pessoa física quanto pessoa jurídica”, explica Agostinhak. A função do ITR é auxiliar o controle do poder público sobre a propriedade rural. A alíquota utilizada no cálculo do ITR varia de acordo com a área da propriedade e sua utilização. A base de cálculo é o Valor da Terra Nua (VTN), ou seja, sem qualquer tipo de benfeitoria ou beneficiamento. Mais informações, pelo telefone 42 3623 1115.
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[SENAR]
Cursos na área de pecuária foram os mais procurados no 1º bimestre
Manejo Bovinos de Corte
O Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), promoveu mais de 30 cursos durante os meses de janeiro e fevereiro. O destaque foi para os cursos de manejo de bovinos e ovinos. Em janeiro, nos dias 19 e 20, foi realizado o curso de Casqueamento de Bovinos de Leite, na Associação de Moradores do Distrito de Guairacá; entre os dias 23 e 27, o curso de Ordenha Mecânica trouxe a produtores da região muita informação e novas técnicas sobre a produção de leite. No início do mês de fevereiro, entre os dias 01 e 03, ocorreu o curso de Manejo de Bovinos de Corte, na sede do Sindicato; nos dias 08 e 09 de fevereiro foi realizado o curso de Manejo de Ovinos de Corte, também no Sindicato e entre os dias 13 e 17, o Assentamento São Pedro recebeu o curso de Ordenha Mecânica.
Casqueamento de Bovinos de Leite
Manejo de Ovinos de Corte
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[Extensão de Base Candói/Foz do Jordão]
Parcerias proporcionam capacitação para o campo em Candói e Foz do Jordão
O
Sindicato Rural de Guarapuava, através da Extensão de Base Candói, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), promoveu vários cursos em empresas e entidades de Candói e Foz do Jordão nos meses de janeiro e fevereiro, totalizando 14 treinamentos. Na Apae, o Programa Agrinho começou no dia 1º de fevereiro. Também iniciou em Foz do Jordão o curso Artesanato de Tecidos - confecção básica de vestuário (corte e costura), com a parceria do Centro de Referência da Assistência Social (Cras). A Agrícola Colferai, através da parceria com Sindicato e Senar, sediou o curso de Condutores de Veículos Rodoviários Transportadores de Produtos Perigosos (MOPP) - eficácia, responsabilidade e segurança no MOPP no dia 06 de fevereiro.
Curso Cipa Rural - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 06 a 08 de fevereiro - Agropecuária Santa Clara
Santa Clara A Agropecuária Santa Clara, em Candói, demandou nove cursos do Senar somente nos meses de janeiro e fevereiro. Somando todos os treinamentos, 25 trabalhadores foram capacitados. A proprietária rural Hermine Leh relata que essa parceria contribui para a valorização do colaborador e proporciona a evolução de cada um. “É preciso estar atualizado, acompanhar a evolução tecnológica para manter a estrutura, a qualidade e o funcionamento da empresa”, destacou. Na Agropecuária Santa Clara, foram realizados os cursos de Trabalhador na Operação e manutenção de Tratores Agrícolas - tratorista polivalente; Trabalhador na Operação e Manutenção de Colhedoras Automotrizes - Colhedora Case; Trabalhador na Segurança no Trabalho em altura florestal; Trabalhador na Segurança no Trabalho - CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos - tratorizado - de barras - NR 31.
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Curso Mopp - Agrícola Colferai - 06 a 10 de fevereiro
Programa Agrinho - Redes Sociais e Interatividade, dia 01 de fevereiro - Apae Candói
[Extensão de Base Cantagalo]
Promoções especiais AGROBOI:
Cursos na área de alimentos são os mais procurados em Cantagalo
O
Sindicato Rural de Guarapuava - Extensão de Base Cantagalo, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), ofertou quatro cursos nos meses de janeiro e fevereiro, dos quais três foram voltados à produção de alimentos.
Os cursos começaram com o Trabalhador na Forragicultura recuperação e reforma de pastagem no dia 30 de janeiro, com a instrutora Karina Calil Caparroz. A partir daí, vieram os cursos de produção artesanal de alimentos. O primeiro foi de derivados de leite, no dia 6 de fe-
Curso Produção Artesanal de Alimentos - Panificação 23 e 24/02 - Cantagalo
Curso Trabalhador na Forragicultura recuperação e reforma de pastagem 30/01 a 01/02 - Cantagalo
vereiro. Nos dias 23 e 24 houve a capacitação em panificação. Ambos os cursos foram ministrados pela instrutora do Senar, Giovana Giarollo. Encerrando o primeiro bimestre, nos dias 27 e 28 a instrutora Ednilza Godoy Vieira ministrou o curso de beneficiamento e transformação caseira de milho (básico em milho). Os cursos do Senar são voltados a produtores e trabalhadores rurais. Para saber os cursos disponíveis na região de Cantagalo, entre em contato com Débora, na Extensão de Base do Sindicato Rural, pelo telefone (42) 3636-1529.
Curso Produção Artesanal de Alimentos - Derivados de Leite 06 e 07/02 - Cantagalo
Participantes do Curso de Forragicultura comendo melancia doada por Everaldo, da Agropecuária Dois Irmãos
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[Especial]
Suábios de Entre Rios comemoram 60 anos de imigração Uma grande festa agitou o distrito de Entre Rios, em Guarapuava, entre os dias 04 e 08 de janeiro de 2012, na Praça Nova Pátria, em frente à sede administrativa da Cooperativa Agrária, na Colônia Vitória. Foi a comemoração dos 60 anos da imigração dos suábios do Danúbio (imigrantes de origem alemã que, em 1951, iniciaram a Cooperativa Agrária e intensificaram o processo de povoamento do distrito). Apresentações culturais, gastronomia típica, resgate histórico, desfile de máquinas e bailes atraíram cerca de 20 mil pessoas nos quatro dias de festa. Com o grande envolvimento de toda a comunidade de Entre Rios, o resultado não poderia ter sido outro: sucesso absoluto! A comunidade trabalhou muito, antes e durante a festa, para que tudo saísse perfeito. O comprometimento e dedicação foram determinantes para o resultado positivo. A festa na Praça Central de Entre Rios não foi por acaso. Foi inspirada nas festas populares da Europa, que sempre ocorrem em uma praça principal das cidades. Tudo começou com um culto
Autoridades na festa do 60 anos da imigração suábia
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Fotos: Agrária / Divulgação
Luciana de Queiroga Bren
Sangria do primeiro barril de chope da festa
ecumênico, que teve a participação de dois padres (Pe. Jakson, pároco de Entre Rios e Pe. Zillich, nascido na Bulgária) e o pastor Vernei, também de Entre Rios. Em seguida, aconteceu o famoso Anstich (sangria do primeiro barril de chope).
Este ato contou com a participação do prefeito de Guarapuava, Luiz Fernando Ribas Carli. Depois, foi realizado o lançamento do ATLAS, uma parceria entre BASF e Agrária, que inclui a distribuição de 12 mil exemplares do livro para alu-
Culto Ecumênico
nos de 5ª a 8ª série do município (VEJA NA PÁGINA 21). Nos dias 06 e 07, aconteceu o Trekker Trek, com o apoio da Castrolanda, onde isso ocorre tradicionalmente. “Trata-se de uma competição de tratores, com várias faixas de peso para puxar. São três ou quatro categorias e os produtores vieram com mais de 20 tratores preparados lá da região. Essa disputa teve também a participação de oito produtores da região e foi muito interessante”, comenta o vice-presidente da Cooperativa Agrária, Paul Illich.
Paul Illich, Vice-Presidente da Cooperativa Agrária
Bailes e grupos culturais Os bailes foram um show à parte. Muitos conjuntos passaram pelo palco do evento. No dia 07 foram cinco conjuntos e um cantor da Alemanha. Destaque para o conjunto Schürzenjäger, um dos mais famosos da Áustria, que tocou no sábado à noite e no domingo à tarde. O grupo musical de Entre Rios Donauschwaben Musikanten também abrilhantou a festa e aproveitou para gravar
Grupo de danças do paraguai
Desfile de tratores antigos
um DVD que será lançado nos próximos dias, com a participação especial do conjunto da Áustria. Os grupos culturais – são 32 na Fundação Cultural de Entre Rios! - apresentaram-se todos os dias, trazendo mais alegria para o evento. “Tivemos apresentações de grupos de dança, de violão, do coral e também dos grupos folclóricos gauchescos que temos desde 2010. Essas apresentações tiveram uma grande importância na festa”, salienta o diretor da Agrária. Revista do Produtor Rural
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Surpresas agradáveis Uma das surpresas mais agradáveis da festa foi, sem dúvida, o público. “Esperávamos, em média, 2 mil pessoas por dia – no máximo 10 mil pessoas no total - e alcançamos de 15 a 20 mil pessoas nos quatro dias. É claro que o tempo também ajudou”, comenta Illich. A organização do evento destacou a interação entre a população de Guarapuava e a comunidade de Entre Rios. “Tínhamos o intuito de trazer esse público e tivemos realmente a presença da população guarapuavana, assim como dos nossos fornecedores e clientes”. Entre as autoridades presentes, o evento contou com a participação de três embaixadores: Alemanha, Croácia e Áustria e do cônsul da Suíça. “Também recebemos muitos alemães que há tempo não vinham para Entre Rios. Ficamos muito satisfeitos e orgulhosos porque sabíamos que a época – início de janeiro – é período de férias e muitas pessoas viajam. O que nos deixou felizes foi perceber que as pessoas se programaram para participar da festa – inclusive muitos deixaram para tirar férias mais tarde”. Outra boa notícia é que mesmo com um grande número de pessoas, não houve nenhum incidente. “Lógico que nos precavemos com seguranças a paisana e tivemos um grande apoio da Polícia Militar”. Vale lembrar, é claro, que foi feito um grande planejamento. As reuniões sobre a festa iniciaram em 2010.
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Grupos Culturais
Exposição histórica e homenagens
Pioneiros homenageados
Uma exposição histórica contava em sete partes (épocas distintas, com figurantes da comunidade) toda a história dos Suábios do Danúbio nos 300 anos e durante a festa todos os pioneiros foram homenageados. “No dia 07, realizamos uma tarde de homenagem aos pioneiros, um dos pontos altos da festa”, considera Illich.
Para homenagem foram convidadas 320 pessoas. Algumas não puderam comparecer por motivo de doença ou pela distância. Foram considerados pioneiros quem não nasceu no Brasil. “Aqueles que nasceram no navio, durante o transporte, por exemplo, também foram considerados pioneiros nesta festa dos 60 anos”.
Emoção para os “de casa” Se para os visitantes, a festa impressionou, para os “de casa”, a festa foi ainda mais especial. Afinal, era a comemoração dos 60 anos da vinda de seus antepassados e em vários momentos, a emoção tomou conta dos “alemães”. Segundo o diretor da Cooperativa Agrária, Paul Illich, o principal objetivo da festa foi homenagear os pioneiros. “Relembrar o que nossos pais e avós viveram até a 2ª Guerra Mundial, quando tiveram que fugir da Iugoslávia. Não podemos esquecer ou apagar da história esses momentos difíceis que eles passaram de 1944 a 1951 na Europa e depois dos primeiros anos em Entre Rios, quando ainda era uma região inóspita, somente campos gerais. Eles construíram, nesses 60 anos, o que temos hoje. Nossa função é manter o que eles fizeram e não esquecer o sofrimento e a perda de familiares durante a Guerra Mundial nos campos de concentração”, destacou.
Placa para os trabalhadores anônimos Todos os que contribuíram com a construção de Entre Rios foram lembrados nesses 60 anos. Uma placa homenageando os trabalhadores anônimos foi inaugurada durante a festa. “O intuito foi homenagear brasileiros; alemães, pessoas da comunidade; aqueles que vieram de outras regiões; diretores de colégios; engenheiros; médicos; músicos; arquitetos; pessoas que nunca apareceram na mídia; que não tem nome de praça ou rua; mas que são pessoas importantes para nós, que merecem o nosso reconhecimento, respeito e agradecimento”, destaca Illich.
Gastronomia típica Em 13 quiosques foram servidas refeições típicas (alemã e brasileira) e bebidas. Os restaurantes pagaram uma taxa e 10% das vendas foi revertido ao Hospital Semmelweis, que fica no distrito de Entre Rios.
Inauguração do museu No dia 05 de janeiro ocorreu a inauguração do Museu Histórico de Entre Rios, com solenidade que reuniu autoridades como o governador do Estado do Paraná, Beto Richa, secretários de Estado, deputados federais e estudais. Na ocasião, ele salientou a beleza do museu. “É um dos mais bonitos e bem
feitos que já vi. Moderno, de bom tamanho, com muita luz. Todos estão de parabéns pelo bom gosto”, comentou. O diretor da Agrária, Paul Illich, convida todos os guarapuavanos a visitarem o museu. “Guarapuava deve se orgulhar em ter um museu deste nível no município”.
Descerramento da placa inaugural
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Confira depoimentos de quem prestigiou a festa:
Trabalho voluntário O sucesso do evento está diretamente ligado ao comprometimento de toda a comunidade de Entre Rios. “A Cooperativa não tinha condições de fazer uma festa dessa sozinha, sem a participação da comunidade e dos cooperados. No desfile estático, por exemplo, reunimos em torno de 300 pessoas”, comenta Illich. As reuniões com a comunidade iniciaram em dezembro de 2011. Segundo o diretor, a comunidade quis a festa, entendeu a importância e se dedicou de corpo e alma. “Essa vontade de fazer acontecer veio do coração de cada um”. Mais de 400 pessoas estiveram envolvidas com a festa antes e durante o evento. “Temos que agradecer a todos e não temos como citar nomes. Um dia após o encerramento, o Sr. Jorge (Karl), presidente da Cooperativa, reuniu os envolvidos para uma festa de agradecimento. Mais de 500 pessoas estiveram presentes”.
“Um festa de tirar o chapéu, parabéns a Agrária pela eficiência e organização, o Município de Guarapuava deveria investir juntamente com a Agrária para tornar essa festa anual, trazendo shows para abrilhantar o evento”. Geraldo Elias Limberger, Produtor rural e Assessor Operacional da 5ª Delegacia Regional da Receita Estadual Guarapuava - PR
“A festa superou as expectativas, além da organização e da parte cultural, os visitantes puderam ver através da exposição histórica que Entre Rios é um exemplo de luta e persistência. Parabéns aos Suábios que ficaram e com muita dificuldade lutaram e fizeram do Brasil sua nova pátria”. Gabriela Tratz, produtora rural de Guarapuava – PR
“A festa foi muito divertida. Parecia que estávamos numa Oktoberfest. Como não era uma simples festa ou baile, e sim comemorativa aos 60 anos dos Suábios do Danúbio no Brasil, podemos tirar algumas lições para os próximos anos, como por exemplo: separar as apresentações culturais dos shows musicais, substituir o “desfile estático” pelo sucesso do desfile histórico de antigamente, respeitar a opinião dos pioneiros, homenagear autoridades que participaram desde o começo da Colonização. Tenho certeza que as comemorações continuarão alegres, com muita música e gastronomia. Nossos filhos e netos nos serão muito gratos, tal como devemos gratidão à sabedoria deixada por nossos pais e avós” Karin Leh, produtora rural de Guarapuava - PR
“A quantidade de visitantes em todos os dias demonstrou o muito bom gosto e organização da festa. Parabéns Entre Rios e Cooperativa Agrária” Dario Serpa, presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Guarapuava
Comunidade nos preparativos da festa
Rumo aos 70 anos Antigamente, a festa dos suábios era realizada há cada cinco anos. Após a festa dos 50 anos, quando a atual diretoria da Cooperativa Agrária assumiu (1999), optou-se pela festa a cada 10 anos. “Assim, a festa de 70 anos deve acontecer daqui a 10 anos. Parece muito tempo, mas a programação deve iniciar daqui a oito anos”.
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“Por se tratar de um acontecimento de grande importância social, cultural e econômica, o aniversário de Entre Rios nos convida a uma reflexão sobre a História. Valorizar o passado, seus símbolos e ícones, é nossa maior garantia de que os conhecimentos dos antepassados são úteis no presente e, somados aos nossos, que ora cultivamos, constituirão a base para o desenvolvimento do futuro. Os Suábios do Danúbio sabem o valor que a História, costumes e tradições têm em sua existência. Isto explica muitas de nossas conquistas e, de modo especial, da capacidade de suportar e superar dificuldades. É muito bom festejar um aniversário. Mais ainda, é saber o seu significado. Parabéns Entre Rios.” Wienfried Matthias Leh, produtor rural de Guarapuava-PR
[Profissionais em destaque]
Sérgio Barros Gomes (Gerente de Relações Instititucionais da Biogénesis Bagó), Rodolpho Luiz Werneck Botelho (presidente do SRG) e Lucas Garcia (Supervisor de Demanda da Biogénesis Bagó)
Ihara: Vagner José Naves dos Santos (consultor técnico de culturas Sul) e Leendert de Geus (Administrador Técnico de Vendas)
Rogério Modesto, representante comercial da Fertilizantes Heringer
Letícia H. M. Caloy e Silva, supervisora comercial da Fertilizantes Heringer
Henrique Michalak (Oeste Insumos) e Victor Benso (Sementes Benso)
[Novo Parceiro Programa Identidade Sindical]
Marcio Geraldo Schäfer, representante da Paraná Silos
Tulio Teodoro, coordenador de reflorestamento da Syngenta
Rita Maria Prestes Virmond e Daniela Prestes Virmond (Fisk Escola de Idiomas)
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s & teens]
[Espaço rural Kid
Aline, filha de Ormi Araújo e Marins Campos Fernandes, na Chácara do avô Ozires Vais Fernandes.
Vitor Araújo Zagorski curtindo um banho de mangueira (ofurô rural, segundo o avô Dari Araújo Filho) na Fazenda Vale do Iguaçu (Foz do Jordão), sob as lentes da vovó Ati
Igor Tratz e Nicolas Roth junto aos pés de maçãs compradas no Show Rural 2012 e plantados por eles em Entre Rios/Guarapuava/PR
E-mail: to para o fo a m.br u s ie Env puava.co rg s @ o a c comunica
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Julia, filha de Siegbert Nauy e Carmen Hülse Nauy, na Fazenda Cobrão, do produtor rural Anton Gora
[Produtores em destaque]
Bruno Limberger
Ciro Geraldo Oliveira Araújo
Carlos Eduardo Rickli
Márcio Pacheco Marques
Luiz Carlos Mendes de Oliveira
Luciano Koloda
João Sebastião Stora
Irene Fernandes Silvério Filiposki
Francisco Serpa e Maria José Serpa
Rodrigo Baroni e Gilberto Baroni
[Novos sócios]
• DCS Rural Ltda • Manoel Antonio Ferreira Bueno • Helmuth Zimmermann Fábio Luiz de Siqueira
Sergio Nobumasa Suzuki
Luiz Carlos Gehlen
Mateus Julik
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Março
[Agenda]
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01/03 01/03 01/03 01/03 01/03 01/03 02/03 03/03 03/03 03/03 03/03 03/03 04/03 04/03 04/03 04/03 04/03 05/03 05/03 05/03 05/03 05/03 06/03 06/03 08/03 09/03 09/03 09/03 10/03 10/03 10/03 11/03 11/03 11/03 12/03 12/03 13/03 14/03 14/03 15/03 15/03 16/03 16/03 16/03 16/03 17/03 17/03 17/03
01/04 02/04 03/04 03/04 03/04 03/04 03/04 04/04 04/04 05/04 05/04 05/04 05/04 05/04 06/04 06/04 06/04 06/04 06/04 07/04 07/04 08/04 08/04 08/04 09/04 09/04 10/04 10/04 11/04 11/04 11/04 12/04 12/04 12/04 13/04 13/04 13/04 13/04 14/04 14/04 15/04
A NI V E R SA RI A NT E S Amantino Jose de Macedo Taques Dario Cebulski Dilceia Maria Araujo Espinola Eros Milla de Queiroz Janete Aparecida Honorio Sprotte Josef Zimmermann Edegar Leh Alessandro Illich Carlos Eduardo Rickli Joana Lopes de Araujo Teofilo Martin Valdomiro Kava Albert Korpasch Eugenia Paczkowski Johann Geier Maria de Jesus Rocha Cordeiro Nanci Aparecida Martins Hugo Martinazzo Jose Massamitsu Kohatsu Josef Karl Marcos Francisco Araujo Martins Natascha Abt Herminio Minoru Kaneko Joceli Vetorassi Nezio Toledo Fabio Roberto Lustosa Luiz Lechackoski Wienfried Matthias Leh Diovani Silvestrin Ines Maria Cleto Pacheco Wendelin Hering Armando Virmond de Abreu Joao Sebastiao Stora Nelson Mugnol Rafael Dautermaann Berling Roman Keller Rodolpho Tavares de J. Botelho Gabriel Gerster Gerhard Josef Wilk Claudio Marath Joao Luiz Schimim Celia Regina Carollo Silvestri Graziela Gerster José Acyr dos Santos Mathias Zehr Claudio Virmond Kiryla Dario Caldas Serpa Mail Marques de Azevedo
Josef Siegfrid Winkler Hermann Weigand Alaor Sebastiao Teixeira Alfredo Bernardini Arnaldo Stock Junior Josef Pfann Filho Stefan Buhali Eduardo Vollweiter Hermine Leh Adelaide Ap. Penteado Zanona Carla Renata Araujo Lustosa Francisco Antonio Caldas Serpa Luiz Carlos Schwarz Ricardo Marcondes Teixeira Ana Maria Lopes Ribeiro Celso Carlos Carollo Silvestri Luciana Vargas Roberto Keller Roberto Korpasch Carlos Eduardo Martins Ribas Rafael Majowski Gunther Gumpl Paulo Cesar Muzzolon Roberto Cesar Mendes de Araujo Martin Heiser Romeu Felchak Amarilio Augusto de Oliveira Kruger Herbert Keller Ciro Cezar Mendes Araujo Maria das Graças Mendes Teixeira Sidnei Ferreira da Silva Andreas Milla I Rozendo Neves Valdomiro Kaveski Alberto Tokarski Guilherme Illich Ricardo Martins Kaminski Rodrigo Castelini Adelcio Granemann Fritz Onair Rodrigues de Bairros Anton Annas
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18/03 19/03 19/03 19/03 19/03 20/03 20/03 20/03 20/03 21/03 21/03 22/03 22/03 23/03 23/03 23/03 23/03 23/03 23/03 24/03 24/03 24/03 24/03 24/03 24/03 25/03 25/03 25/03 25/03 25/03 25/03 26/03 27/03 27/03 27/03 27/03 27/03 27/03 28/03 28/03 28/03 28/03 29/03 30/03 30/03 30/03 31/03
15/04 15/04 15/04 16/04 16/04 16/04 17/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 19/04 19/04 20/04 20/04 20/04 21/04 21/04 21/04 22/04 22/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 24/04 24/04 26/04 27/04 28/04 28/04 28/04 30/04 30/04 30/04
Adriano Pereira Subira Dirceu Fabricio Hermann Josef Scherer Jose Amoriti Trinco Ribeiro Wiliam Rickli Siqueira Jackson Fassbinder Lorival Hirt Neiri Lopes de Almeida Nelvir de Jesus Gadens Ana Hertz Giovane Ivatiuk Hildegard Abt Roth Horst Schwarz Adolf Duhatschek Erich Scheschowitsch Laury Luiz Kunz Renato Augusto Taques de M. Cruz Solange Ribas Cleve Vanderlei Ramires Diego Luiz Begnini Ernest Milla Helga Reinhofer Illich Joao Adalberto Moss Lincoln Campello Pedro Konjunski Sobrinho Anton Keller I Bruno Reinhofer Daniela Baitala Polli Losso Kluber Jose Ewaldo Fagundes Schier Ladir Zanella Marielle Martins Marcondes Rafael Marcondes Trombini Alex Franz Oster David Kluber Erika Hildegard Duch Illich Evald Zimmermann Marcos Martins Antonio Thamm Vaterlo Haeffmer Adilson Karam Junior Celso Marcelo Maciel Odilon Casagrande Pellisson Kaminski Milton Luiz do Prado Aristeu Vuicik Francisco Armando Martins Lima Luiz Carlos Colferai Jaciel do Valle
Roland Jung Valdir Antoninho Dezingrini Wolfgang Mullerleily Harald Korpasch Helmut Keller Helmuth Jose Seitz Moyses Kaminski Anton Fassbinder Junior Carlos Bodnar Edio Sander Fernando Ruiz Dias Junior Heinrich Siegmud Stader Jose Szemanski Filho Morel Lustosa Ribas Josef Schwemlein Renato Kuster Dalton Cezar Martins Queiroz Manfred Stefan Spieler Romancite Jose Silverio Carlos Eduardo Ribas de Abreu Jose Henrique Cordeiro Lustosa Leonidas Ferreira Chaves Filho Garcia de Matos Cardoso Hermann Karly Estefano Kich Jose Martyn Paulo Henrique Chaves Klopfleisch Ralf Karly Serlei Antonio Denardi Stefan Gerster Filho Wilson Carlos Haas Gunter Reichhardt Otavio Batista Sebastiao dos Santos Priscila Zanatta Huberto Jose Limberger Moacir Kenji Aoyagui Walter Wilk Acyr Loures Pacheco Filho Eliton Ferreira Roseira Jairo Luiz Ramos Neto
Confira a agenda de eventos agropecuários: Dia de Campo de Verão 2012 Cooperativa Agrária 7 e 8 de março
FAPA – Distrito de Entre Rios Guarapuava - PR - (42) 3625-8035
7º Encontro Confinamento 07 e 08 de março
Ribeirão Preto - SP www.gestaoconfinamento.com.br/
Workshop Milho Transgênico 07 a 09 de março
Sete Lagoas – MG www.cnpms.embrapa.br/folder_milho_ trans_1.pdf
Circuito FEICORTE 2012 – MT 07 e 08 de março
Cuiabá – MT www.agrocentro.com.br/circuitofeicorte/ cuiaba-inscricao.html
FEINCO 2012
12 a 16 de março São Paulo – SP - www.feinco.com.br/
Curso: Nutrição de Solo e Planejamento Florestal – Programa de Desenvolvimento Florestal 21 de março
Sindicato Rural de Guarapuava (42) 3623 1115
Assembleia Geral Ordinária (AGO) Sindicato Rural de Guarapuava
22 de março – 8h Anfiteatro Sindicato Rural de Guarapuava Público alvo: associados da entidade (42) 3623 1115
Rodeio de Colorado 2012 23 de março a 01 de abril
Colorado-PR - www.coloradorodeio.com.br/
Viagem Técnica a Anta Gorda (RS) – Produção de Nozes Pecã 26 de março
Saída: Sindicato Rural de Guarapuava Inscrições e informações: (42) 3623 1115
Dia da Mulher Agropecuarista 28 de março
Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava Público alvo: produtoras rurais, mulheres e filhas de associados (42) 3623 1115
Expo Londrina 2012 05 a 15 de abril
Londrina – PR www.srp.com.br/expolondrina2012/
IV Encontro de Inspeções Sanitárias e I Encontro de Saúde Pública do Estado do Paraná 12 e 13 de abril
Guarapuava – PR Inscrições e informações: www.nucleovetguarapuava.com.br
O espaço ideal para seu evento está no Sindicato Rural de Guarapuava! O Sindicato Rural de Guarapuava dispõe de um amplo espaço para realização de eventos. Com estrutura nova e moderna, contamos com anfiteatro, sala de cursos e salão de festas.
Anfiteatro Palco de eventos técnicos, assembleias, palestras e shows com estrutura de som, luz, ar condicionado e exibição multimídia integradas; o anfiteatro comporta 200 pessoas sentadas e ainda há opção de mais 25 lugares no mesanino.
Salão de festas Para cursos de alimentos ou confraternização empresarial, o salão de festas é o local ideal. Com ótima localização, comporta 50 pessoas (almoço ou jantar) e 150 (coquetel). Totalmente equipada, a cozinha industrial é uma opção para realização de cursos técnicos profissionalizantes. Com churrasqueira, espaço amplo e aconchegante, o salão de festas é perfeito para o seu evento festivo.
Nova sala de cursos
Almir Soares Junior
Compacta, a sala de cursos tem capacidade para 50 pessoas. Ambiente novo, com projetor multimídia , sistema de som e Internet sem fio. Ideal para cursos de pós-graduação, cursos técnicos profissionalizantes e palestras para público direcionado.
Não perca tempo! Confira os nossos espaços e reserve já! Preços especiais para associados e parceiros da entidade.
Informações: 42-3623-1115 Localização: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon Guarapuava - PR
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