ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 30 - Mar/Abr 2012 Distribuição gratuita
[índice] 10 Meio ambiente
Código Florestal aprovado
Programa de Desenvolvimento Florestal
Curso de solos e planejamento florestal atraiu mais de 70 participantes
Manchete Safra de verão: o visual enganou
14 26
Erva mate Lucro na cuia
38 Viagem técnica
Manejo nutricional Sais minerais indispensáveis na suplementação de bovinos a pasto
40
Moçambique desperta interesse de produtores rurais de Guarapuava
44 56
Especial Nozes Pecã Viagem técnica para Anta Gorda/RS anima produtores rurais
Bovinocultura de leite
Influência do Manejo pré-parto sobre a produção e reprodução em vacas leiteiras
Campanha Produtor Solidário Sindicato doou ovos de Páscoa para crianças de comunidade rural
62 68
Dia de Campo de Verão 2012
Agrária apresentou novidades em milho, soja, feijão e tomate
84 Comemoração
96
Dia da Mulher Agropecuarista reuniu mais de 100 produtoras rurais e empresárias do setor
[Editorial]
Boas notícias ISSN 1984-0004
[expediente] DIRETORIA: Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho 1º Vice presidente: Anton Gora 1º Secretário: Roberto Hyczy Ribeiro 2º Secretário: Gibran Thives Araújo 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima 2º Tesoureiro: Herbert Schlafner Delegado Representante: Anton Gora Conselho Fiscal: Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto Stock Suplentes: Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)
Colaboração: Helena Krüger Barreto Fotos: Assessoria de Comunicação SRG Diagramação: Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda
No fechamento dessa edição, recebemos a boa notícia da aprovação do novo Código Florestal. O texto não é perfeito, alguns pontos deverão ser aperfeiçoados, mas não deixa de ser uma vitória. Os produtores rurais querem e vão produzir e preservar, como sempre fizeram. Esperamos agora a sanção da Presidente da República Dilma Roussef e definições das normas gerais dos programas de regularização ambiental previstos no texto. Essas normas servirão de base para a recomposição de áreas de preservação e de reserva legal e para a definição das áreas produtivas. Os Estados deverão completar a tarefa, ajustando as regras às condições de cada ambiente e às características da produção local. A legalização da situação das áreas produtivas abertas deverá ser feita até 22 de julho. Precisamos deixar cada vez mais claro que a discussão sobre o Código Florestal não interessa apenas à ruralistas e ambientalistas. É algo muito mais amplo, que atinge diretamente a sociedade. Esperamos ainda que Dilma compare o nosso Código com as normas em vigor em outros países e que o resultado seja positivo, para o bem de toda a nação. Nos campos, uma safra de verão de contrastes, com grandes variações de produtividades. Entrevistas com nossos associados comprovam que o visual realmente enganou na região de Guarapuava. Antes da colheita, existia expectativa de produtividades maiores. A média de produtividade de soja deve ficar abaixo de 2.900 kg/ha na região, devido à estiagem e chuvas irregulares. Em contrapartida, soja com preço recorde. Essa edição 30 traz ainda um especial sobre erva mate, mostrando o seu potencial como alternativa de diversificação e plantio em áreas de Reserva Legal. Destaque também para a Cooperaliança, que acaba de obter a certificação do Programa Carne Angus. Uma vitória que projeta Guarapuava como uma região onde existe carne de qualidade. Eventos técnicos e festivos realizados pelo Sindicato Rural de Guarapuava; como o primeiro módulo do Programa de Desenvolvimento Florestal; discussão sobre o programa Pró Savana, em Moçambique; viagem técnica sobre nozes pecã à Anta Gorda/RS e a criação de um grupo de produtores interessados neste cultivo; participação no Dia de Campo de Verão da Agrária; o Dia da Mulher Agropecuarista e a Campanha Produtor Solidário de Páscoa, além de artigos técnicos de professores da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) também poderão ser apreciados nas próximas mais de 100 páginas. Boa leitura!
Impressão: Gráfica Positiva Tiragem: 3.200 exemplares
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
4
Revista do Produtor Rural
ERRATA: Na página 85 da última edição (jan/fev), o nome correto na legenda da foto é Franz Milla Jr. e não Francisco Milla, como foi publicado. Além disso, ele não é funcionário do produtor rural Anton Gora e sim prestador de serviços e sócio de Gora no plantio da cebola. Pedimos desculpas pelo erro.
Revista do Produtor Rural
5
[Caixa de Entrada]
Para: Revista do Produtor Rural De: Pedro Loyola, Coordenador do Departamento Técnico e Econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)
Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Carlos Eduardo dos S. Luhm, produtor rural de Guarapuava
“Parabéns pelo trabalho do Sindicato Rural Patronal de Guarapuava no desenvolvimento da Revista do Produtor Rural do Paraná. Temos acompanhado aqui no DTE/FAEP todas as edições e é leitura obrigatória dos nossos colaboradores, sendo um referencial para nos subsidiar com informações valiosas do campo”
“Parabéns Anton Gora, pela posse na FAEP. Que este novo desafio seja vencido como todas as batalhas já vencidas em sua vida. Boa sorte !”
Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Teresia, Neuza e Helga, produtoras rurais no distrito de Entre Rios/Guarapuava
Para: Revista do Produtor Rural De: Flávia Maria Nava Costacurta, Técnica em Comunicação Social SAOD/GAB/SFA-PR - Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento “Temos muito interesse em adquirir dois exemplares da “Revista do Produtor”, Ano VI, nº 29 – jan/fev/2012, editada por essa Assessoria de Comunicação. Assim solicito a sua especial atenção no sentido de verificar a possibilidade de enviá-las para a Assessoria de Comunicação da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura” R. Você passará a receber a Revista do Produtor Rural do Paraná. Quem tiver interesse em receber as edições da revista deve enviar um e-mail para comunicação@srgpuava. com.br. A edição eletrônica pode ser visualizada no site www.srgpuava.com.br
“Queremos agradecer pela indicação do curso de ervas medicinais, em Ibiporã. Foi um curso de três dias, mas deu para ter uma visão muito boa sobre a produção. A instrutora conseguiu passar o assunto de uma forma bem objetiva. Seria um curso muito interessante para trazer para Guarapuava, mas o que nos despertou interesse agora é um curso para cultivo orgânico, que eu acredito que os horticultores também teriam interesse”. R. Podemos agendar o curso de cultivo orgânico. Outros interessados devem deixar o nome com a mobilizadora do Senar, Rosemeri, para fechamento de turma. Outras informações pelo telefone 42-36123-1115.
Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: José Antonio Malucelli, supervisor de vendas da Agronelli “Solicito o contato de eng. Agrônomo Pedro Francio Filho, citado na reportagem desenvolvimento florestal , revista do produtor jan/fev/ 2012” R. O e-mail do Pedro é pedrofrancio@hotmail.com
6
Revista do Produtor Rural
[Artigo]
Anton Gora Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)
Oportunidades
N
o dia da posse da nova diretoria da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), entre os convidados estava o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Dr. Osmar Dias. Ele falou de dois assuntos que me chamaram a atenção e que vou repassar aos nossos leitores. Citou das linhas de financiamentos do Banco do Brasil, de custeio, mas principalmente de investimentos e pudemos constatar que existem linhas de crédito em abundância e compatíveis com a atividade agropecuária. A principal linha de crédito hoje é a linha ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que visa integrar a agricultura com a pecuária e a silvicultura, para reduzir a emissão de carbono. É uma linha de crédito com oito anos de prazo para pagar, três anos de carência e juros compatíveis. Existem também linhas para armazenagem, correção de solo, reflorestamento etc.; linhas para cooperativas, enfim, tudo que se possa imaginar é possível financiar. Existem também as linhas de custeio para todas as culturas. Penso ser uma oportunidade única para quem quiser investir, ampliar o seu negócio, diversificar e se consolidar. Todas essas linhas foram reivindicações do setor agropecuário, encaminhadas ao governo através dos nossos Sindicatos, Federações e Confederações. É o resultado de um trabalho que agora podemos usufruir. O governo nos ouviu e nos atendeu, agora só depende de nós. O segundo tema sobre o qual nosso ex-senador falou, foi sobre uma equipe de trabalho coordenada pela Casa Civil, e da qual ele faz parte, que está planejando a agropecuária do futuro do Brasil. Osmar Dias nos pediu que colaborássemos com sugestões
para que ele pudesse defendê-las junto a essa equipe de trabalho. Poucas vezes tivemos essa oportunidade e penso que devemos efetivamente colaborar com sugestões que possam melhorar e garantir a nossa atividade no futuro. Parece-nos que o governo realmente tem compromisso com a nossa atividade e precisamos usar essa oportunidade para garantir o nosso futuro. Planejamos dentro do Sindicato organizar um seminário, para coletar sugestões e encaminhá-las ao Vice Presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias. Vamos divulgar e esperamos que o nosso associado participe efetivamente, pois estará trabalhando a seu favor e dos seus sucessores. Falamos já de várias oportunidades para a agropecuária e penso que falta pouco para que realmente possamos produzir com tranqüilidade: segurança jurídica na questão ambiental, no direito de propriedade, preços mínimos compatíveis e de fácil execução e um seguro de renda para o produtor. Se todos esses itens forem atendidos e viabilizados e mais aqueles que virão do seminário, penso que podemos olhar com tranqüilidade para o futuro. O que será bom para todos. Para o meio ambiente que será preservado; para o consumidor que terá alimentos baratos e de qualidade; para o produtor que poderá produzir com segurança e estabilidade; para o Estado que terá uma política de longo prazo, sem que precise socorrer o produtor, pois esse já terá a sua garantia; para o País que produzira excedentes para o mundo e divisas para o Brasil; para a igualdade social, pois mais pessoas terão acesso a alimentos de qualidade. As oportunidades estão aqui, só precisamos utilizá-las!
Revista do Produtor Rural
7
Projeto Identidade Sindical Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços
BetoAgro EO
AGRONEGÓCIOS
I
5% de desconto
30% em cursos oferecidos pelo escritório
10% nas prestações de serviços
15 % em acessórios e serviços
2% no valor final da negociação
20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados e família.
5 a 10% em seguro geral
10% à vista ou 3% à prazo
3% em toda linha de produtos e serviços
Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.
20% à vista e 10% a prazo
5% sobre valor final da negociação
Posto Guarapuavão 2% em diesel, álcool e gasolina sobre o preço da bomba no ato da compra, à vista no cartão ou dinheiro
10% em todos os serviços prestados
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
5% no valor final da negociação
3% em toda linha de ferramentas e equipamentos de proteção individual
Tecnologia, Saúde e Outros
PRODUTORA DE VÍDEO
10% em toda linha farmacêutica/loja em geral
15% na realização de exames radiográficos crânio facial e documentação ortodôntica
Descontos em consultas e exames oftalmológicos
5% em compras na loja
8% em cada material
10% compras à vista no dinheiro, ou 5% no cartão; exceto inha de ração
Benefícios para produtores rurais associados
5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca
5% em serviços ou equipamentos
7% sobre o valor total das compras/serviços
50% na assinatura nova, em um ano de acesso
Descontos em exames
10% à vista e 5% nos cartões de débito
Insumos Agrícolas
3% na linha de produtos Forquímica
8
1% em produtos IHARA BRÁS S/A
Revista do Produtor Rural
3% em toda linha
3% em toda linha de insumos agrícolas
5% de desconto
3% em toda linha de insumos agrícolas
de ssui a carteirinha * Se ainda não po de l ra ao Sindicato Ru sócio, compareça : se Ba de es s Extensõ Guarapuava ou na . alo ag nt Ca e rdão Candói - Foz do Jo
Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo: Produtos Veterinários / Agroveterinárias
5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi
Máquinas e Implementos Agrícolas
2% produtos nutrição gado de leite - Supra
5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de promoção na época da compra
3% sobre vendas de máquinas pequenas, peças e serviços
5% nas compras realizadas na loja
3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens
Bonificações em produtos (ver p. 64)
CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
Serviços
5% sobre valor final da negociação
5% em terraplenagem e escavação, 6% em manilhas/palanques/bebedouros e 3% em materiais p/ construção em geral
5% nos produtos da loja
Saúde
5% toda linha de medicamentos
Desconto em exames laboratoriais conforme tabela de convênio
15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato
Desconto em consultas
CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% loja em geral
Materiais, Assessorias e Serviços
5% em ferragens e ferramentas á vista.
15% de desconto em todos os serviços prestados pela empresa
10% em medicamentos veterinários em geral
5% na compra de produtos
Saúde
5% sobre valor final da negociação
10% em toda linha farmacêutica á vista
20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente
Revista do Produtor Rural
9
[Manchete]
Safra de verão: o visual enganou
Tudo bem nas lavouras de soja, milho e feijão, até que as colheitadeiras entraram em campo...
A
ntes da colheita, produtores de Guarapuava/PR acompanhavam as lavouras de soja e milho – visualmente muito bem desenvolvidas – e as notícias sobre a quebra de produção no Sul do País com esperança de que os resultados pudessem ser diferentes na região. Na reta final da colheita, o que se vê são perdas muito maiores do que as estimadas em todo o Paraná. Foram só as colheitadeiras entrarem no campo para a preocupação to-
mar conta da classe. Se não fosse o preço da oleaginosa, o cenário seria muito pior. A irregularidade do clima, devido ao La Niña, ficou evidente durante a colheita, onde um talhão produziu, por exemplo, 2.400 quilos de soja e outro, a poucos metros, 3.500 quilos. Produtores de alta tecnologia, acostumados a colher bem, também sofreram com a má distribuição de chuvas, principalmente com os plantios de variedades de ciclo curto.
A média de produtividade de soja na região de Guarapuava deve ficar em 2.900 kg/ ha, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento – Núcleo Guarapuava. “Embora a colheita não esteja finalizada, já visualizamos uma quebra. Em Palmital, por exemplo, a média ficou ainda mais baixa – 1.800 kg/ha. No ano passado a média foi de 3.320 kg/ha nos 12 municípios de abrangência do Núcleo”, informa o engenheiro agrônomo da Seab, Arthur Bittencourt Filho.
Confira depoimentos de produtores rurais associados ao Sindicato Rural de Guarapuava sobre essa safra de contrastes:
Dourados x Guarapuava O produtor rural Josef Pfann Filho não pode reclamar dos resultados de produtividade de soja na Fazenda Estrela, em Guarapuava, mas sabe bem o que a estiagem é capaz de fazer com uma lavoura. Além de Guarapuava, o produtor planta em Dourados e lá sim a safra de verão foi prejudicada. Dos 1.400 hectares plantou pelo produtor, o resultado foi de 1.800 kg/ha, 40% a menos do que na safra passada. “Foram três semanas sem chuva em alguns períodos, chuvas
10
Revista do Produtor Rural
mal distribuídas e em menor volume. Inclusive, a safrinha e o feijão estão comprometidos lá na região. O resultado paga apenas o custo da lavoura. A sorte foi ter vendido mais tarde, a preços melhores”, revela. Em Guarpuava, Pfann plantou 1.500 hectares em duas propriedades da região – Fazenda Paiol Velho, próximo a Goioxim e Fazenda Estrela, em Guarapuava. Em 900 hectares colhidos, atingiu 3.800 kg/ha. Na Fazenda Paiol Velho, onde houve granizo e
Josef Pfann Filho
geada tardia, a produtividade deve cair para 3.300 kg/ha. “Eram cultivares mais precoces. Além disso, nas áreas atingidas pelo granizo, devo colher 2.700 kg/ha. Tive uma cultivar com problema muito sério de granizo que resultou em 1.200 kg/ha em uma área de 150 hectares. O granizo aconteceu próximo ao Carnaval e a soja estava em floração plena e início de canivete. Ficou praticamente sem folhas na época de reprodução”, lembra. No geral, o balanço é positivo, mas o produtor terá média inferior à última safra de verão, quando colheu 4.000 kg/ha de soja precoce. “Terei de 200 a 300 quilos por hectare a menos do que no ano passado na soja de alto potencial produtivo devido à distribuição irregular de água”, afirma. Pfann explica que não planta todas as cultivares de alto potencial produtivo porque produz sementes que serão utilizadas em climas mais quentes. “Então tenho redução de produtividade por conta disso”. Na avaliação do produtor, essas diferenças de produtividades em suas áreas devem-se aos efeitos do granizo, da geada e da cultivar. Em Guarapuava, ele fechou vendas a partir de R$ 52,00. “Apesar das dificuldades, nós ainda tivemos sorte. A maioria se equivocou pelo visual, mas os números ainda são bons pela condição climática. Tivemos incidência menor de doenças e com isso, redução de custos com aplicações fúngicas na soja”, aponta, destacando que os produtores de Guarapuava têm condição diferenciada de clima e de fertilidade (tecnologia). “Aqui, os produtores não economizam em fertilidade”. MILHO SURPRESA Pfann plantou 750 hectares de milho e em 530 hectares colhidos produziu em torno de 12 toneladas, número superior ao do ano passado. “O milho foi uma surpresa, porque tive problema com granizo”. No ano passado, o produtor colheu 10.9 toneladas do cereal com baixa qualidade por conta de doenças (excesso de chuva). “Esse ano, o cenário é de milho com altíssima qualidade e sanidade”. Satisfeito, ele revela que além da alta produtividade, fez bons negócios. Para a próxima safra de verão, não haverá mudanças na propriedade devido ao sistema de rotação de culturas. “Devo incluir uma área de feijão”.
Soja: variação de mais de 1.000 kg/ha
José Hamilton Moss Filho
O produtor rural José Hamilton Moss Filho plantou 900 hectares de soja na Fazenda Vaca Branca, distrito de Palmerinha/Guarapuava. Naquela região, a estiagem mais forte ocorreu em janeiro, com 35 dias sem chuva. Moss começou a colher no dia 15 de março e mesmo antes de terminar a colheita confirmou menores produtividades nas áreas de soja em cima do trigo. Em 400 hectares, ele colheu uma média de 3.750 kg/ha, mas nas áreas em cima do trigo, o rendimento caiu para 2.700 kg/ha. “Visualmente, a soja estava normal, mas quando a gente pega dois pés e começa a catar as bainhas, verifi-
camos que a parte de cima não formou e mesmo no meio da planta tem algumas bainhas com menos grãos. O tamanho do grão também é menor”, aponta. Moss também verificou men ores produtividades em solos mais rasos. “Em áreas mais úmidas foi tudo normal. Faltou água mesmo”, avalia. A diferença de produtividades na área tem a ver com a época de plantio. “Não esperava isso. Eu achava que iria colher menos no cedo, uns 60 sacos e esperava colher mais na segunda época”, afirma. O cenário, segundo o produtor, não é de prejuízos, mas de redução da receita. “O preço da soja este ano está excepcional. Caso contrário, o cenário estaria complicado”. O produtor fechou 40% da safra a preços entre R$ 49,30 e R$ 51,40 e o restante a R$ 53,50. MENOS MILHO O produtor também plantou 260 hectares de milho e colheu 20% a menos. “Plantei para colher 12.000 kg/ha e colhi 10.050 kg/ha. A seca afetou o milho, em dezembro, bem na floração. No entanto, o preço do cereal também está bom”, observa o produtor, que vendeu o produto a R$ 23,50 (média). Para a próxima safra de verão, ele pretende plantar 600 hectares de soja e 600 hectares de milho.
Precoces sofrem mais Na Fazenda Três Lagoas, localizada no município de Cantagalo, a produtora rural Nilcéia Veigantes plantou 167 hectares de soja e obteve produtividade média de 3.000 kg/ha. Em talhões com fertilidade mais fraca, colheu 2.160 kg/ha, alcançando 3.500 kg/ha em outros talhões. “As variedades precoces sofreram mais; as mais tardias foram melhor. A Energia, por exemplo, rendeu 2.800 kg/ ha”. Na safra passada, a produtora registrou média de 3.600 kg/ha. MAIS DE 10.000 kg/ha Por causa da estiagem, Nilcéia esperava colher menos milho, mas os 98 hectares plantados resultaram em 10.300 kg/ha em área de integração lavoura-pecuária. “A luminosidade e o calor compensaram. As altas temperaturas que
prejudicaram a soja no final do ciclo favoreceram o milho”, avalia. Para ela, esse ano foi atípico. “Pela experiência de outros anos, a soja sempre se comportou melhor do que o milho em épocas de estiagem”.
Nilcéia Veigantes
Revista do Produtor Rural
11
Solo fez a diferença O cenário não foi diferente nas lavouras de Ernesto Stock. Ele plantou 1.100 hectares de soja em duas propriedades – uma em Santa Maria do Oeste e outra em Guarapuava (Taguá, no distrito de Entre Rios). A produtividade em Santa Maria do Oeste alcançou média de 3.100 kg/ha, com variações de 2.500 a 3.300 kg/ha. No ano passado, foram 4.200 kg/ha. “Lá a seca foi maior. Além disso, são áreas de pecuária, por isso essas variações”, explica. No Taguá, o resultado foi de 3.600 kg/ha, com variações de 3.500 a 3.760 kg/ha, conta 3.900 kg/ha da safra passada. “Acredito que o sistema de rotação de culturas colaborou”. Segundo o produtor, a soja sobre cevada apresentou média de 3.700 kg/ha e
a soja sobre trigo e resteva de milho foi de 3.500 kg/ha, independente de materiais. “Ou seja, seguiu a mesma tendência/média. Onde eu esperava uma produtividade melhor não respondeu”, avalia. MILHO NORMAL Stock plantou 600 hectares de milho, sendo 410 hectares no Taguá e 190 hectares em Santa Maria do Oeste. Na primeira, colheu 11.700 kg/ha, com variações de 11.000 a 12.600 kg/ha. Na segunda, 8.800 kg/ha, com variações entre 8.000 e 9.600, uma média geral de 10.700 kg/ha. “Acredito que essas produtividades devem-se aos mesmos fatores da soja, no entanto, tinha áreas novas no Taguá, não tão bem corrigidas. A seca lá em uma das áreas foi muito forte também”, aponta.
Ernesto Stock
Para ele, o milho não surpreendeu. “Em distâncias de um, dois quilômetros, a produtividade foi muito diferente devido às adversidades climáticas, mas o fator solo fez a diferença”, destaca.
5mm e 40 mm em talhões distantes 3 kms
Deodoro Araújo Marcondes
O produtor rural Deodoro Araújo Marcondes plantou 1.000 hectares de soja em propriedades localizadas no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava e no município de Campina do Simão. Na Palmeirinha, a média de produtividade ficou em 3.540 kg/ha, com variações de 3.000 kg/ha a 4.320 kg/ha. “Tive casos de talhões distantes apenas três quilômetros, onde choveu 40 mm em um talhão e somente 5 mm no outro”, conta. Na safra passada, a média do produtor foi de 3.840 kg/ha. “Este ano, o visual prometia mais, não esperava essa redução”.
Josef Pfann Filho
12
Revista do Produtor Rural
MILHO CHEGOU A 13.770 KG/HA Dos 500 hectares de milho, o produtor colheu uma média de 11.200 kg/ha, com variações de 13.770 a 9.800 kg/ha. “Esperava menos do milho. No ano passado tive problema de sanidade, com alta produção e péssima qualidade - 35% de milho ardido e preço médio de R$ 26,00”. Este ano, Marcondes considera que a safra de milho está excepcional. “Tive 4% de milho ardido, mas vendi a R$ 23,00 (preço médio). Isso porque temos apenas um grande comprador e dificuldade de exportação devido à cotação do dólar”, observa.
2.300 a 4.000 kg/ha de soja No município de Candói, as lavouras de soja sofreram mais com a estiagem. Foi o caso dos 800 hectares da oleaginosa cultivada pelo produtor rural Reni Kunz. Com média de produtividade de 2.760 kg/ha e variações de 2.300 a 4.000 kg/ha, o produtor registrou uma quebra de 28% em relação à safra passada. “Tive talhão com produtividade 40% inferior à do ano passado, com a mesma variedade e mesma época de plantio. Isso devido à falta de chuva na fase de formação de grãos. Tivemos 34 dias sem chuvas significativas”, revela. Para ele, o visual realmente enganou. “Antes da colheita, o visual era de ótimas produtividades e a estrutura da planta estava normal. Na hora da co-
lheita, verificamos vagens com poucos grãos, grãos leves ou miúdos”, conta Kunz, observando que os primeiros plantios foram mais afetados. Para ele, os bons preços compensam parcialmente a quebra. “Foi a safra que eu menos colhi soja. No ano passado, foi a que eu mais colhi. Nunca tinha acontecido essa perda tão expressiva na minha propriedade. Fiquei muito apreensivo na colheita, mas tive problemas maiores devido à seca em Diamante do Sul, próximo a Guaraniaçu, onde colhi 30 sacas por hectare, contra 68 sacas na safra passada”. MILHO SEM PROBLEMAS O produtor colheu 190 hectares de milho com resultados médios de
Reni Kunz
11.600 kg/ha, variando de 10.600 a 12.800 kg/ha. “O milho surpreendeu favoravelmente, porque quando a seca começou em janeiro, já estava consolidado”, aponta.
Revista do Produtor Rural
13
[Meio ambiente]
Código Florestal
aprovado A pós mais de três anos de debates no Congresso, a reforma do Código Florestal Brasileiro foi aprovada no dia 25 de abril, na Câmara dos Deputados. Após horas de discussões, os deputados aprovaram, por 247 votos a 174 as mudanças feitas pelo relator ao texto aprovado pelo Senado, deputado Paulo Piau (PMDB-MG). Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, o texto aprovado busca a produção sustentável, com respeito ao meio ambiente. “Não é o ideal; alguns pontos deverão ser aperfeiçoados, mas não deixa de ser uma vitória”, observa.
O Código Florestal teve origem na Câmara, foi enviado ao Senado e devolvido aos deputados. O projeto segue agora para a sanção da Presidente da República Dilma Roussef. Com a aprovação do novo Código Florestal, as propriedades rurais que têm rios com até 10 metros de largura terão de recuperar uma faixa de 15 metros a cada margem. Essa regra tem atenuantes para pequenas propriedades, obrigadas a recuperar uma extensão menor da vegetação nativa, de acordo com o texto. O resultado significa que os ruralistas, apesar de exibirem uma larga maioria de votos na Câmara, perderam na questão
mais importante em jogo nessa última etapa da votação. No mesmo dia da votação, a bancada ruralista anunciou que vai apresentar um outro projeto de lei, com o objetivo de reverter esse ponto. Antes do início da votação, o relator Paulo Piau teve de mudar mais uma vez seu texto porque a liberação da exigência de os produtores rurais recuperarem uma parte das Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme desejava, não podia ser levada adiante, por limites estabelecidos pelas regras de votação. A exigência havia sido aprovada pela Câmara e pelo Senado e não poderia simplesmente desaparecer.
Presidente da CNA afirma que Brasil optou pela produção sustentável de alimentos
A
O Brasil fez no dia 25 de abril uma opção correta pela produção sustentável de alimento barato e de qualidade, garantido segurança jurídica para que cada um dos produtores rurais do País invista na produção de grãos, carnes, matéria-prima para biocombustível e na silvicultura. Para a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, a votação expressiva de ontem – 274 votos a favor - mostra que a sociedade brasileira compreendeu a importância da agropecuária brasileira para a economia do País e também o compromisso do setor com a preservação ambiental. “Pela primeira vez desde 1965, o Congresso Nacional pode debater detalhadamente as questões ambientais e decidir sobre o tema, escolhendo o caminho da produção agropecuária sustentável”, afirmou a senadora Kátia Abreu.
A presidente da CNA lembrou que as atividades agropecuárias ocupam apenas 27,7% do território nacional de 851 milhões de hectares. O restante do País, 61%, está preservado com florestas nativas, condição que não se vê em nenhum outro lugar do mundo. “O novo Código Florestal manterá essas características, garantindo as condições necessárias para que os produtores do País continuem produzindo em volume suficiente para abastecer o mercado interno e as exportações”, afirmou a senadora Kátia Abreu. Ao comentar a votação, a presidente da CNA cumprimentou o Congresso Nacional, que, segundo ela, entendeu a necessidade de revisão da legislação ambiental e debateu o tema exaustivamente de forma democrática. A presidente da CNA reforçou, também, sua confiança nos estados, que terão papel fundamental no processo de im-
plantação do novo Código Florestal, competência assegurada pelo Artigo 24 da Constituição Federal. “Temos a confiança de que os estados terão responsabilidade e competência para legislar levando em consideração as peculiaridades de cada região de um Brasil continental”, afirmou. Para a senadora Kátia Abreu, com o novo Código Florestal o Brasil pode levar para a Rio+20, que será realizada em junho, no Rio de Janeiro, uma importante posição, reforçando compromissos que já estão sendo cumpridos pelo País. Citou a redução em cerca de 80% do desmatamento no País, 10 anos antes da meta assumida em 2009, durante a Cop-15, de Copenhague, na Dinamarca. “O Brasil é o único país do mundo que tem autoridade moral para discutir questões ambientais, pois além de ser um dos maiores produtores de comida, preserva 61% de seus biomas”, completou. Assessoria de Comunicação CNA
14
Revista do Produtor Rural
[Altech Crop Science]
É tempo de virar a página A partir de 26 de março, a Improcrop assume o nome Alltech Crop Science
A
Mudar mas sem afetar a qualidade e segurança que o produtor conhece. Esse foi o grande desafio que a equipe da Improcrop agarrou com unhas e dentes nos últimos meses. A partir do dia 26 de março, toda comunicação institucional da empresa passa por uma grande reformulação. A começar pelo nome, que mudará para Alltech Crop Science, sem alterar a formulação dos nossos produtos. A segurança, qualidade e os resultados que os produtores já conhecem continuarão os mesmos. A mudança acontece com a intenção de definir uma identidade global singular, como explica o Dr. Pearse Lyons, fundador e presidente da Alltech. “A evolução da marca Improcrop é um marco para a identidade corporativa da Alltech. Por mais de 15 anos, nós compartilhamos a mesma missão, filosofia e compromisso com a inovação. Agora, nós abraçamos o crescimento e desenvolvimento da divisão Crop Science, vamos solidificar ainda mais nossa posição no fornecimento de soluções naturais e sustentáveis para os desafios enfrentados pelos produtores”. Para Manuela Lopes, gerente de marketing da Alltech Crop Science, “a ideia de reformulação da marca surgiu através do esforço da nossa matriz nos Estados Unidos na construção de uma megabrand. O objetivo é facilitar a identificação e unificar cada vez mais as empresas do mesmo grupo. A Improcrop sempre fez parte da Alltech, utilizando tecnologia de ponta e compartilhando da qualidade reconhecida
globalmente, agora estamos apenas assumindo em nossa comunicação a força no nome Alltech”, explica. O processo de mudança foi muito cauteloso. “Sempre nos preocupamos em manter a identidade já conhecida da Alltech, porém sem perder a força que a marca Improcrop tem no mercado brasileiro. Nosso desafio era criar uma identidade moderna e global que levasse consigo as principais características do grupo: qualidade, tecnologia e confiança”, conta Manuela. Ney Ibrahim, diretor comercial da Alltech Crop Science, reforça que o processo foi tranquilo, uma vez que não houve resistência à mudança, “e as preocupações giraram em torno de se criar uma logo que ao mesmo tempo, preservasse a identidade da Alltech, mas também transmitisse uma mensagem de tecnologia aliada à produção agrícola”. Todas as alterações são frutos de um longo processo de estudo global onde foi verificado se a nova marca serviria para todas as regiões mundiais como uma busca mais especÍfica para verificar se em algum lugar do mundo, essa mudança poderia não acontecer. “Uma vez que estes estudos nos deram condições de seguir adiante, a equipe de marketing do Brasil foi eleita para ser a responsável pelo desenvolvimento das novas logos que agora passam a ser nossa imagem”, destaca Ney.
Vantagens
O nome da Alltech sempre caminhou
junto ao da Improcrop em todos os anos que a empresa existe, mas de uma maneira muito tímida. Além dessa mudança institucional, Manuela destaca que o reconhecimento mundial da marca no nosso nome, permitirá otimizar recursos nas fases de pesquisa, desenvolvimento e produção, que serão refletidos também nos negócios dos nossos clientes, “que poderão confiar na segurança dos produtos de um grupo cuja qualidade é reconhecida globalmente”, explica. “Sempre fomos Alltech e vendemos a tecnologia do grupo, mas sob o nome Improcrop, mas isso não era muito claro para o mercado. Agora isso fica óbvio e a extensão Crop Science esclarece qual é o nosso foco de trabalho. Tudo isso facilita a compreensão e fortalece a marca uma vez que ela estará mais presente no setor agropecuário”, conta Ney.
Mercado
De uma maneira geral, os aspectos da mudança são muito positivos. “Deixaremos nossa marca forte, com o respaldo de uma empresa com mais de 30 anos de tradição em pesquisa e desenvolvimento de produtos de qualidade para o agronegócio”, conta Manuela. Para Ney, a importância de se ter uma comunicação mais moderna é reflexo do que fazemos com nossos produtos, que são inovadores e trazem muita tecnologia, exatamente isso que a Alltech Crop Science chega fazendo: virando a página de uma grande história, mas sem encerrá-la.
Revista do Produtor Rural
15
[Agricultura de Baixo Carbono]
Sindicato Rural sedia treinamento sobre Agricultura de Baixo Carbono
N
os dias 13 e 14 de abril foi realizado no Sindicato Rural de Guarapuava o “Treinamento em Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Embrapa, Emater, Iapar, Universidade Estadual do Paraná (UFPR), Cooperativas e Banco do Brasil. Este foi o segundo módulo de um total de seis encontros. Segundo o técnico do Senar, Johnny Fusinato, o treinamento é focado na agricultura. “Os temas abordados durante os módulos são plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta e plantação, recuperação e manejo de pastagens”, detalha. “O objetivo principal é capacitar o engenheiro agrônomo que vai auxiliar o produtor rural no projeto ABC. Este engenheiro também recebe informações de como enquadrar o produtor para fins de financiamento junto ao Banco do Brasil”, completa Fusinato.
Sobre o projeto ABC O Programa Agricultura de Baixo Carbono foi criado em 2010 pelo governo federal e dá incentivos e recursos para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis. Isto ajuda a reduzir a emissão dos gases de efeito estufa – gás carbônico (CO2), gás metano (CH4) e óxido nitroso. A ideia é que a produção agrícola e pecuária garanta mais renda ao produtor, mais alimentos para a população e aumente a proteção ao meio ambiente. Ademir Calegari (IAPAR) foi um dos palestrantes sobre ABC
16
Revista do Produtor Rural
[Condicionadores de solo]
POLIM-AGRI AGRICOLA Tecnologia de ponta em Hidrogéis destinados a reflorestamento e agricultura
Heitor Lopes da Polim-Agri
A
Polim-Agri Com. e Ind. Agrícola foi idealizada a 7 anos atrás quando um Agricultor cansado de sucessivas perdas nas suas lavouras por problemas relacionados a falta de chuvas durante o cultivo da Soja e Milho em sua propriedade localizada no norte do estado do Paraná. A partir desses acontecimentos que Heitor Lopes pesquisou nas literaturas destinadas aos Agronegócios alguma solução que resolvesse ou amenizasse esse problema sério que atinge quase 100% dos Agricultores no mundo todo. O surgimento dos hidrogéis ou condicionadores de solo, se deu na década de 50 por uma empresa americana. Na época, a capacidade de retenção de água deionizada não ultrapassava 20 vezes a sua massa. Com a expiração da patente nos anos 70, uma empresa britânica melhorou as propriedades de retenção de água do polímero, elevando a capacidade de retenção de 20 para 40 vezes e de 40 para 400 vezes no ano de 1982. No entanto, o produto não teve êxito, como esperado, principalmente pelo preço ser elevado, o que inviabilizava a sua utilização na agricultura e também pela escassez de pesquisas para fomentar as recomendações de uso e aplicação dos hidrogéis para fins agrícolas.
Para comprovar a eficiência dos hidrogéis como condicionadores de solo e principalmente como um produto que tem a capacidade de reter e disponibilizar água para os cultivos agrícolas, além de aumentar a capacidade de armazenamento de água do solo onde os hidrogéis são adicionados, inúmeros trabalhos foram desenvolvidos a partir dos anos 80. No Brasil, os estudos com hidrogéis ganharam destaque mais tardiamente com os trabalhos desenvolvidos. AÇAO DOS HIDROGÉIS NA REDUÇAO DE PERDAS DE NUTRIENTES: A adição de hidrogéis no solo otimiza a disponibilidade de água, reduz as perdas por percolação e lixiviação de nutrientes e melhora a aeração e drenagem do solo, acelerando, o desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea das plantas. POLIM-AGRI / HIDROGÉIS: Os hidrogéis comercializados pela a Polim-Agri são : PP FINO PP MÉDIO PHI IRRIGAÇÃO PAD ANTI-DERIVA REDE DE VENDAS: Hoje a Polim-Agri possui representantes e/ou distribuídores em muitos es-
tados da federação, contando com mais de 20 colaboradores distribuídos no território nacional. Nossos clientes estão espalhados em áreas com diferentes configurações de solos e clima, agregando muita experiência aos profissionais da Polim-Agri, no que diz respeito as formas de aplicação, uso adequado e os resultados obtidos com os hidrogéis no Reflorestamento e Agricultura . EXPERIÊNCIA E ASSISTÊNCIA TÉCNICA: Neste pouco tempo de existência acumulamos uma grande experiência técnica que fazemos questão de repassar aos nossos colaboradores e clientes por meio de palestras, boletins semanais e treinando os nossos colaboradores e clientes BOLETINS SEMANAIS: Também criamos Boletins com linguagem simples, direta e com fotos ilustrativas, tiradas nas propriedades dos nossos clientes. Material esse que repassamos, com periodicidade semanal, descrevendo a forma como foi efetuado e as técnicas aplicadas. São enviados através de emails e contribuem para quem vai fazer uso pela primeira vez do Hidrogel, para clientes já experientes que buscam novas técnicas.
GEL AGRÍCOLA SUA RESERVA DE ÁGUA NO CAMPO Revista /do Produtor Rural Rua Paes Leme, 666 - Sala 101 - Centro - Londrina - PR - Fones: (43) 3024-1008 (43) 3304-3676 E-mail: comercial@polim-agri.com.br / contato@polim-agri.com.br / Site: www.polim-agri.com.br
17
[Agrorevenda]
Produtores já iniciaram a compra de adubo para a próxima safra
V
ários clientes da Agrícola Campo Real já iniciaram a compra do adubo para a próxima safra, que começa a ser semeada em maio. A procura pelo insumo cresce a cada dia, com negócios já fechados. “Os produtores estão atentos a importância da compra antecipada, mesmo que seja de parte do produto que será usado”, observa Amauri Granemann de Paula, sócio-administrador da revenda. O produtor rural Roberto Pfann já adquiriu 15% do fertilizante que vai precisar para as culturas de inverno e verão. “Acho mais tranquilo ir comprando antecipadamente”, observa. Quanto à Agrícola Campo Real, ele destaca que é uma empresa idônea. “Nunca tive problema”. Os bons preços da commodity devem permitir que os produtores antecipem a compra do adubo. “A compra antecipada é garantida, com entrega tranquila. Mais próximo da safra pode ocorrer falta de matéria prima”, comenta Granemann. Ele lembra que não há como prever os preços, por isso o ideal é diluir a compra e não deixar para adquirir tudo em cima da hora, evitando também transtornos na entrega.
18
Revista do Produtor Rural
Agrícola Campo Real comercializa fertilizantes
C
om quase dois anos de fundação, a Agrícola Campo Real, em Guarapuava, especializada em nutrição vegetal, comercializa fertilizantes para todas as culturas como soja, milho, trigo, cevada, canola, batata e tomate. A revenda realiza venda direta para produtores, revendas e cooperativas. “Buscamos a todos os momentos dar o melhor atendimento para nossos clientes. Nossos valores estão sustentados nas colunas da honestidade. Fornecemos, além de fertilizantes, um serviço personalizado, de acordo com as particularidades de cada produtor, visando contribuir positivamente com os resultados financeiros e produtivos. Entendemos que além de qualidade física e química também é importante o operacional como, por exemplo, a entrega do produto”, afirma o sócio-proprietário da revenda, Amauri Granemann de Paula.
Amauri Granemann de Paula Sócio-proprietário da Agrícola Campo Real
Revista do Produtor Rural
19
[Meteorologia]
Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses Luiz Renato Lazinski Meteorologista INMET/MAPA
A
s precipitações ocorridas durante o mês de março seguiram o mesmo ritmo das observadas nos últimos meses, muito irregulares e com volumes totais muito abaixo da média, para a época do ano. O mês começou com um bloqueio atmosférico, sobre o centro-sul do Brasil, que impediu o avanço das frentes frias sobre a região, favorecendo a permanência de uma massa de ar mais quente e seca, que provocou uma forte onda de calor no início do mês e baixa precipitação, em boa parte do centro-sul do Brasil. A partir de meados março, com o enfraquecimento deste bloqueio, tivemos a passagem de duas frentes frias, mas ainda com fraca atividade que provocaram baixos volumes de chuva, a primeira em meados do mês e a segunda, que provocou volumes de chuva um pouco mais significativos, passou pelo Paraná mais no final de março. Devido ao baixo volume de precipitação que estamos observando ao longo dos últimos meses, o que tem provocado uma significativa deficiência hídrica no solo, as lavouras no estado continuaram sofrendo com os efeitos da estiagem, comprometendo assim, o seu desenvolvimento e produtividade. A temperatura também vem seguindo o mesmo padrão dos últimos meses, intercalando fortes ondas de calor com quedas acentuadas nas temperaturas. Devido ao bloqueio no início do mês, a primeira quinzena de março, foi marcada por uma forte onda de calor, que registrou desvios de tempera-
turas de 02 a 03°C acima da média. Durante a segunda quinzena, as temperaturas diminuíram um pouco, e foi marcada pela chegada de uma forte massa de ar frio, no final de março, que provocou uma queda brusca das temperaturas, inclusive com a formação das primeiras geadas, ainda que de fraca intensidade, no sul do Paraná. O fenômeno climático “La Nina”, que tem influenciado o nosso clima nos últimos meses, vem diminuindo sua intensidade rapidamente. As temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, vem passado por uma rápida mudança de padrão nos últimos dois meses, passando de águas mais frias para um aumento gradual das temperaturas das águas superficiais naquela região. Ainda observamos águas mais frias a oeste do Oceano Pacífico Equatorial, enquanto próximo a costa oeste da América do Sul, observamos um predomínio de águas mais quentes (01 a 02°C acima da média). A figura 01, ilustra bem este padrão. Os prognósticos dos modelos climáticos globais, indicam uma situação de neutralidade climática (nem La Nina e nem El Nino), durante os próximos meses, esta tendência pode ser observada na figura 02.
Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, semana de 18.03.2012 a 24.03.2012. (Fonte: CPC/NOAA).
20
Revista do Produtor Rural
Com os prognósticos climáticos indicando uma situação de “neutralidade” para os próximos meses, as precipitações ainda devem continuar com esta distribuição irregular, e volumes abaixo da média, porém, voltando gradativamente aos volumes normais, ao longo do outono e início do inverno e o intervalo entre uma chuva e outra deve diminuir, principalmente nas áreas mais a oeste do sul do Brasil. As temperaturas devem continuar com o mesmo padrão observado no último mês, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas de temperatura, devido a incursões de massas de ar frio, que começam a chegar ao sul do Brasil, com maior intensidade, ou seja, os extremos de temperatura ainda devem predominar, ao longo do mês. Podemos ter ondas de calor, mas não tão fortes como a registrada no início de março.
Figura 02 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar. (fonte: CPC/NOAA).
[Última hora]
R$ 785,00 é o novo salário do trabalhador rural O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapuava, José Altamir de Souza, assinaram no dia 26 de abril, o reajuste do salário dos
trabalhadores rurais, conforme previsto na Convenção Coletiva de Trabalho 2011/2013. Ficou definido um salário normativo de R$ 785,00, a contar a partir de 1º de maio de 2012 até 30 de abril de 2013. O
Parte da Comissão de Negociação Salarial do Sindicato Rural e Sindicato dos Trabalhadores Rurais
aumento salarial foi de 9,02%. A negociação foi feita entre uma comissão da categoria patronal e outra dos trabalhadores rurais. Agora o documento será registrado no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Rodolpho Luiz Werneck Botelho e José Altamir de Souza
Representantes do grupo de nozes pecã participaram de Seminário No dia 26 de abril, representantes do grupo de nozes pecã do Sindicato Rural de Guarapuava participaram do II Seminário da Cultura da Noz Pecã em Anta Gorda-RS, cidade que é destaque na produção de nozes pecã e concentra o maior número de pequenos produtores dedicados à cultura. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a atividade em termos técnicos e práticos. O II Seminário da Noz Pecã foi realizado no auditório de eventos de Anta Gorda.
Isair Castoldi, João Rodrigo Hipólito e Alcione Pickler
11 de junho: novo prazo para averbação da Reserva Legal Foi prorrogado o prazo para averbação da Reserva Legal por mais 60 dias. O decreto foi publicado no dia 11 de abril, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), ampliando por mais dois meses o período para os produtores averbarem as áreas de preservação ambiental – de 20% a 80% da área total da propriedade – a título de reserva legal. Com a edição do decreto, a data final para averbação, que venceu dia 11 de abril, passou para 11 de junho. O registro das áreas de reserva legal está previsto no artigo 152 do Decreto 6.514, publicado em 22 de julho de 2008, a pretexto de regulamentar a Lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, que prevê penalidades para quem cometer infrações ambientais. Esta é a quarta vez que o Governo prorroga o prazo para o início da aplicação de multas pela não averbação da reserva legal. Revista do Produtor Rural
21
[Ovinos]
Dia do “balido” dos ovinocultores Produtores, cooperativas e entidades representativas de todo o Estado se reuniram para definir estratégias para fortalecer a cadeia produtiva de ovinos no Paraná.
N
o dia 25 de abril, o Sindicato Rural de Guarapuava reuniu importantes figuras da ovinocultura do Estado para discutir a reorganização da cadeia produtiva da atividade no Paraná. Além dos produtores, estiveram presentes representantes de entidades como Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Emater, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ovinopar, Ovinomar e as cooperativas Cooperaliança, Castrolanda, Coopercapanna. O encontro foi coordenado pelo representante da Seab e criador de ovinos, Licius Pollatti Schühli e foi aberta pelo presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que ressaltou a importância do fortalecimento da ovinocultura no Estado. “Em termos de rentabilidade a ovinocultura é extremamente interessante. Só precisamos de mais informação, tecnologia, pois existe a demanda e nós precisamos garantir uma cadeia produtiva organizada e profissional”.
22
Revista do Produtor Rural
O presidente da Ovinopar - Associação Paranaense de Criadores de Ovinos, Conrado Ernesto Rickli destacou que esta reunião foi a continuidade de um trabalho que está sendo discutido há tempos por um grupo. “Precisamos juntar o maior número de produtores, de entidades e ideias para levarmos ao governo nossas reivindicações. Com certeza o dia de hoje é mais um passo que estamos dando para fortalecer a cadeia”. Segundo Schühli, este foi um momento decisivo para rever a atividade, avaliar acertos e erros. “Precisamos trabalhar com objetivos e metas. Por isso, a necessidade da união e de profissionalismo entre os ovinocultores. Nós estamos chamando hoje de dia do balido, o berro da ovelha e grito dos produtores de ovinos. Estou muito contente com o resultado da reunião. É claro que há sempre opiniões divergentes, mas procuramos ter um foco. Acredito que saímos daqui com resultados importantes, como o apoio do representante da organização rural da Emater, que se comprometeu a abraçar a causa e a atribuição da Câmara Setorial para definir a data e organizar a próxima reunião dos produtores”. Representando as cooperativas, o coordenador de ovinos da Castrolanda, Tarcisio Bartmeyer parabenizou a iniciativa da reunião. “Nós precisamos de uma Ovinopar forte e vamos fazer o possível para apoiar, e que ela venha representar as nossas necessidades junto ao gover-
no. Acredito que as cooperativas estão fazendo sua tarefa de casa, que é reunir e organizar os produtores, estamos investindo em tecnologia, testando sistemas de produção, fazendo o abate, corte e comercialização, conhecendo a cadeia e isso tem dado resultado”. Bartmeyer falou da necessidade de dar mais visibilidade às ações das cooperativas “É importante que mais produtores saibam que existem cooperativas organizadas e que eles podem vender seus produtos com segurança, garantia de recebimento, um preço melhor e não viver no mercado clandestino”. O médico veterinário do Instituto Emater, Cezar Amin Pasqualin disse que mesmo havendo a necessidade de avançar em muitos aspectos, como melhorar a estrutura de assistência técnica, disponibilidade de matrizes e promover mais campanhas a favor do consumo, é necessário, acima de tudo, valorizar e respeitar os avanços já obtidos. “Os níveis de entendimento de toda a cadeia produtiva não estão no domínio das pessoas, temos que potencializar aqui o que está dando certo e o que tem servido de modelo”. Ele ainda elogiou a ação de algumas entidades na ovinocultura paranaense. “As coisas vão bem, é preciso valorizar as aplicabilidades das pessoas que estão fazendo isso até de forma gratuita, como a Cooperaliança aqui de Guarapuava, que tem muita dedicação pessoal dos seus dirigentes fazendo com que a cadeia caminhe cada vez melhor”.
Revista do Produtor Rural
23
[Máquinas Agrícolas]
Pulverizadores ideais para Guarapuava e região
O
grupo PLA possui 35 anos de experiência na fabricação de máquinas agrícolas, com sede na Argentina. Está há sete anos no Brasil, onde produz pulverizadores autopropelidos e de arrasto, com inovações tecnológicas que conferem precisão, qualidade e confiabilidade em seu rendimento. Com fábrica em Canoas, no Rio Grande do Sul, a maioria das peças é nacionalizada, o que possibilita o financiamento dos equipamentos através do Finame, BNDES, com até 10 anos de prazo para pagamento. A fabricante PLA fornece vários modelos: de arrasto, versões mecânicas e as versões hidro. Barras dianteiras, opção de túnel de vento, giro nas quatro rodas, possibilidade de acoplar distribuidor de fertilizantes sólidos ou sementes e realizar duas operações simultâneas são as características que surpreendem e diferenciam o Autopropelidos H3000I da PLA. Com motor Mercedes Bens 180CV ou 220CV e injeção eletrônica que reduz o consumo de combustível e apresenta ótimo torque na rotação de trabalho, possui redutor nas rodas com relação 35/1, bitola variável de 2,80m a 3,20m com acionamento hidráulico, vão livre de 1,60m, que permite a pulverização da cultura do milho em pré pendoamento. A torre de fertilização possibilita acoplar distribuidor de fertilizantes ou sementes de varias marcas, conseguindo uma distribuição uniforme em faixas de trabalho maiores, até 30m, evitando o amassamento da cultura no meio dos rastos de pulverização e realizar duas operações simultâneas. A barra dianteira pode ter de 25m a 31,5m, reduz arremates e a opção pelo túnel de vento aumenta a eficiência da aplicação do produto. O giro nas quatro rodas permite voltas e bordaduras com um único rasto evitam o amassamento da cultura. Possui piloto automático Trimble, com acionamento hidráulico direto ou eletrônico no volante.
24
Revista do Produtor Rural
Revenda Autorizada PLA em Guarapuava A CEREAL comercializa, há três anos, os pulverizadores da PLA, com 10 máquinas vendidas na região, sendo quatro delas para apenas um produtor. Possui estoque de peças e assistência técnica. Neste ano, a CEREAL estreitou ainda mais os laços com a PLA, tornando-se oficialmente REVENDEDOR AUTORIZADO PLA.
José Augusto M. Barros, Denny Perez, Carlos Corrêa, Fernando Guimarães, Alcione Brunetto e Piterson Viana
Comercializa cereais, fertilizantes, implementos e insumos agrícolas
Fones: (42) 3627-5849 / 3627-6664 / 9912-7770 Rod. BR 277, Km 352,5 - Vassoural - Guarapuava - PR cereal@espectro.com.br
Revista do Produtor Rural
25
[Erva mate]
Lucro na cuia Waldemar e Marlene Geteski são exemplos de dedicação no cultivo da erva mate e contam como o erval pode ser uma alternativa interessante para os produtores da região. Helena Krüger Barreto
A
erva mate é uma planta nativa da região sul do Brasil, herança dos índios guaranis em locais banhados pelos rios Paraná, Uruguai e Paraguai. Segundo a Pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura de 2010, realizada pelo IBGE, a produção de erva mate no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná totaliza 227.187 mil toneladas, e apenas o Paraná produz 166,162 mil toneladas. No entanto, a sua relevância ultrapassa o valor econômico. A erva caracterizada pelo tradicional chimarrão é símbolo, sobretudo da cultura paranaense. Waldemar e Marlene Geteski idealizaram, há 20 anos, uma atividade que servisse como uma fonte complementar de renda. A erva mate surgiu como uma opção para concretizarem, anos mais tarde, muitos de seus projetos pessoais. “O lado mais bonito é que foi graças à erva mate que conseguimos pagar três faculdades particulares de Medicina. Hoje meus filhos estão formados, por isso tenho um carinho e interesse especial por
Waldemar e Marlene Geteski incentivam o cultivo da erva.
26
Revista do Produtor Rural
essa atividade”, conta Geteski. Em 1982, ele contador e Marlene professora de matemática resolveram apostar no cultivo da erva. O casal conta que o primeiro passo foi comprar algumas chácaras pequenas para iniciar o plantio. “No começo, eu não tinha conhecimento algum sobre a cultura, precisei aprender e estudar tudo sobre a erva, e é claro sempre tivemos a assessoria de um agrônomo ou engenheiro florestal, mas mesmo assim foi preciso muita dedicação. Hoje digo, com toda certeza, que deu certo”. Geteski possui cinco chácaras que juntas somam 40 hectares de área plantada de erva mate. Ele conta que ainda está na atividade graças à esposa. “Marlene tem a paciência de lidar com a mão de obra e tempo de buscar conhecimento. Nós somos um dos poucos, ou praticamente os únicos produtores rurais que se dedicam apenas à erva. Não somos produtores que tem erva mate, nós somos produtores de erva mate”.
A implantação De acordo com o guia de cultivo da erva mate da Embrapa Florestas, o primeiro passo que o produtor deve tomar, é escolher uma boa área que proceda a um preparo de solo adequado. Durante a implantação, é importante definir o espaçamento de acordo com o objetivo do produtor, se ele irá implantar o erval em sistemas agroflorestais, ou dedicação total a erva, por exemplo. Segundo o engenheiro agrônomo, Luiz Maurício Mattozo, a época mais adequada para o plantio é a primavera. “É bom aproveitar as temperaturas da estação que são mais elevadas e também os períodos mais chuvosos, que garantem o bom desenvolvimento das plântulas”. O agrônomo destaca a importância do produtor se informar sobre a microrregião e as potencialidades do negócio, antes de investir na cultura. “O produtor precisa conhecer as condições edafoclimáticas, que são características definidas pelo meio como o microclima, relevo, altitude, concentração mineral, umidade do ar, tipo de solo, entre outros aspectos. O manejo de poda deve ser feito com conhecimento técnico e a ferramenta adequada, caso contrário, pode comprometer o desenvolvimento da planta e, consequentemente, de toda a produção”, explica Mattozo. Segundo a Embrapa Florestas, “a implantação de um erval exige a dedicação do produtor nos três a quatro primeiros anos para garantir uma boa produtivida-
Erva mate na Reserva Legal Os ervais também representam uma alternativa para diversificação da cultura e podem ocupar áreas de Reserva Legal, segundo a engenheira agrônoma da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Carla Beck. A erva mate também tem uma importância ambiental, já que aumenta a cobertura florestal nativa e colabora para diminuir o processo de erosão e poluição das águas. É uma opção para agricultores de Sistemas Agroflorestais (SAF’s), que combinam culturas nativas com agrícolas, e até mesmo criação de animais. “A principal vantagem é a utilização da erva em áreas marginais, ou seja, locais com declives, ou outras que não estão sendo aproveitadas”, orienta Mattozo.
Manejo, fertilização e controle de pragas
Fotos: Helena Krüger Barreto
de”. A produtora Marlene Geteski confirma dizendo que demorou três anos para realizar a primeira poda, e dez anos para se estabilizar totalmente na atividade. “Os primeiros anos foram de muita persistência e trabalho, mas hoje estou tranquila. A erva mate é como um bebê; hoje posso marcar minhas férias a hora que quiser e já tenho a minha aposentadoria precoce”, afirma Marlene.
A função das erveiras, para o produtor, é a produção do máximo de folha possível. Para isso, o que é indispensável no desenvolvimento do erval, é realizar as podas da maneira correta. Segundo o guia de cultivo de erva mate da Embrapa Florestas, o manejo é realizado com quatro tipos de podas: a de formação, que é para auxiliar no crescimento da planta e para que ela ocupe futuramente, apenas o espaço correto que lhe corresponde; a poda de produção, a de limpeza e de renovação. “A poda é feita por eliminação de galhos. Deixamos os mais finos para voltar daqui uns seis meses e podar o resto. Para criar erva mate basta deixar o solo adubado, manter cobertura verde, alguns outros detalhes, mas algo que qualquer produtor rural que tenha experiência em outra cultura saberia fazer”, comenta Geteski. Marlene reforça que a poda deve ser bem feita e sem pressa para garantir uma vida longa à planta. “A maioria não se preocupa com isso, tratam a erva mate apenas de forma extrativista. Nós que cultivamos temos essa consciência”. Segundo Mattozo, o indicado é deixar pelo menos 1/3 das folhas, para que a planta tenha condições de recuperação. A época indicada para fazer a poda vai de maio a agosto (meses que não tem “r”); a correção do solo e a adubação deverá ser realizada apenas seguindo as orientações técnicas específicas, recomendadas por um profissional qualificado. Quando se fala em controle das plantas daninhas, usualmente é feito de forma mecânica, por meio de roçadas, o que, inclusive, favorece o acúmulo da matéria orgânica do solo e evita a erosão nas áreas mais declivosas. “Como a erva mate é
Revista do Produtor Rural
27
uma planta nativa da região, a pressão de pragas e doenças é minimizada, pois ela encontra-se em equilíbrio no ecossistema, ainda assim, aparecem algumas pragas como as lagartas desfolhadoras e as cochonilhas, que podem ser controladas com produtos de baixo impacto ambiental”, explica o agrônomo.
Rentabilidade e custos de produção Segundo Mattozo, a erva é uma planta que apresenta boa rentabilidade. “O custo de produção vai de 45 a 52% sobre o faturamento, gerando uma rentabilidade de 48 a 55%”. Geteski conta que em suas chácaras, o custo da produção é 52%. “A maioria é gasto com a mão de obra, o restante é adubação e deslocamento”. Apesar do preço estar estagnado, o produtor diz acreditar no potencial de mercado da erva e que a cotação tende a subir. “ Hoje, o preço mais comum é de R$ 8,00 a 9,00 a arroba. Mas há lugares, como industrias gaúchas que já estão pagando R$ 8,50 a R$ 12,00 em alguns locais do sul paranaense, como Bituruna e General Carneiro”, informa Geteski. Mattozo explica que o preço praticado pela indústria deve ser equivalente a 2,5 quilos de erva mate para chimarrão embalado. A produtividade média da região é de 2 a 2,5 ton folha crua/ha/ano, porém em ervais bem conduzidos pode-se chegar a 6 ou 7 ton folha crua/ha/ano. Ele destaca também a importância de se definir, junto com um técnico, a escala de produção. “Pois módulos muito pequenos ou muito grandes podem tornar-se inviáveis economicamente”, alerta Mattozo. Geteski diz ser inviável trabalhar em grande escala devido à falta de mão de obra. “No meu entendimento e de Marlene, o produtor individual, com mais de 40 hectares, terá problemas com mão de obra e qualidade de tratos culturais”.
Dificuldades As principais dificuldades na produção e os pontos fracos elencados por Geteski e Mattozo são: a falta de mão de obra qualificada; as geadas fortes sobre ervais mal podados ou aqueles mutilados pelo tarefeiro ou cortador de erva; não existe valorização/bônus por produtos de qualidade superior (maior volume de folhas/
28
Revista do Produtor Rural
folhas isentas de praga e doenças/coloração verde centuado) e na região, a baixa produtividade dos ervais explorados. Apesar disso, Marlene e Geteski acreditam que se houver união por parte dos produtores da região, que viabilizasse organizar uma cadeia produtiva organizada, esses problemas poderiam ser amenizados. “Temos a intenção de criar em Guarapuava, um núcleo de cultura permanente. Queremos agregar mais produtores para atuar na produção, porém com objetivo empresarial, e não extrativista. A solução só vem com parcerias, estratégias, organização e planejamento”, diz Geteski.
Novos mercados Conforme Marlene, o diferencial da erva mate da região é o sabor bebida. “A Argentina produz muito mais que nós, porém o sabor da nossa erva é muito melhor. Por isso, a indústria vem de longe atrás”. Segundo os produtores, a mídia está dando mais visibilidade e expondo cada vez mais os benefícios da erva mate para a saúde. Um número grande de produtos vem surgindo, como novos chás, medicamentos e cosméticos com extrato de mate. Geteski reforça que para que a atividade se fortaleça é necessário uma pro-
fissionalização do cultivo. “O mate está passando por um momento interessante, no ponto de vista do produto, com novas demandas, o que falta é a criação de padrões, elencar o mate como um produto de consumo mundial. Hoje temos exemplos na Europa e Japão, países que já consomem produtos a base de mate”. “Para nós é uma atividade apaixonante, porque ela é correta na forma de alimentação, é ecologicamente perfeita, convive harmonicamente com outras culturas e ainda é rentável”, opina Geteski.
[Milho]
Optimum Intrasect - A mais nova e eficiente combinação de tecnologias Bt TM
TM
Goran Kuhar – Gerente de Registro e Regulamentação da Pioneer ®
A
introdução do milho Bt no Brasil é um exemplo global do profissionalismo do agricultor brasileiro sempre disposto a adotar tecnologias que lhe tragam novas soluções a problemas graves como o ataque de lagartas no milho, reduzindo riscos e aumentando as possibilidades de incrementar a sua produtividade, melhorar a qualidade do produto final e a lucratividade. Fiel à sua tradição de parceira com o agricultor e ao seu perfil de inovadora como canal de novas tecnologias, a Pioneer® inovou, combinando dois produtos testados e aprovados pelos produtores, o milho Herculex® I e o milho YieldGard®, gerando a tecnologia OptimumTM IntrasectTM, uma nova geração e, portanto, uma evolução da tecnologia Bt em milho. A tecnologia OptimumTM IntrasectTM é a mais nova e eficiente tecnologia Bt, com a mesma segurança e com benefícios adicionais obtidos pela combinação de duas diferentes proteínas Bt: a Cry1F e a Cry1Ab. Esta combinação de duas diferentes proteínas, eficientes e estáveis, traz ao mercado melhor espectro de controle de lagartas que atacam a cultura do milho. A tecnologia foi obtida por cruzamento convencional das tecnologias individuais, sendo caracterizada como uma combinação de eventos. OptimumTM IntrasectTM, como todo novo produto da Biotecnologia Agrícola, foi submetida à aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, formado por especialistas de diversas áreas da ciência e representantes de diversos órgãos governamentais, que atestou sua segurança para saúde humana e animal, bem como para o meio ambiente. A presença nas plantas de milho, simultaneamente, das proteínas Cry1F e Cry1Ab, propicia excelente controle das principais pragas tais como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) e a elasmo (Elasmopalpus lignosellus). Ainda, complementado com melhor controle da lagarta-das-espigas (Helicoverpa zea) e da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), e o controle de pragas secundárias como a lagarta-das-vagens (Spodoptera eridania) e a lagarta-do-trigo (Pseudaletia sequax), que podem aparecer na lavoura e assim ganhar importância econômica em virtude do controle das pragas principais. As recomendações de manejo permanecem as mesmas já conhecidas para os produtos que contém apenas uma proteína: utilizar o tratamento industrial de sementes, que controla pragas não atingidas pelo Bt, tais como os percevejos e, associar a essas tecnologias, um correto manejo de insetos na palhada pré-plantio, o que aumenta a probabilidade de sucesso na produção. Também não se pode deixar de fazer o monitoramento constante da lavoura para verificar a presença de insetos e danos nas plantas e, caso seja identificado um nível de dano econômico,
Revista do Produtor Rural
29
fazer uso de inseticidas químicos, devidamente registrados para esse uso junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além das duas proteínas Bt, o milho OptimumTM IntrasectTM ainda tem ferramentas que auxiliam no melhor manejo das plantas daninhas. Uma delas é a tecnologia Liberty Link® de tolerância a herbicidas formulados com Glufosinato de Amônio presente no milho Herculex® I. A outra tecnologia que poderá ser incorporada como ferramenta adicional é a tecnologia Roundup Ready® de tolerância aos herbicidas Roundup®, aumentando ainda mais o espectro de controle das plantas daninhas. Da mesma forma que com outros milhos geneticamente modificados, no uso do milho OptimumTM IntrasectTM é fundamental observar a norma de coexistência entre milho convencional e milho transgênico, estabelecida pelo Governo Federal (Resolução Normativa no 4 da CTNBio). Ela estabelece as distâncias que devem ser observadas entre seu campo de milho geneticamente modificado (Bt ou outras tecnologias) e o campo de milho convencional do seu vizinho. É importante ressaltar que essa prática não tem nada a ver com segurança do produto, atestada por sua aprovação para uso comercial e, sim, simplesmente respeitar o direito do vizinho de não ter seu milho polinizado por plantas de milho transgênico. A norma prevê apenas o isolamento por distância, sendo que os campos devem ser separados por 100 metros de distância, ou alternativamente por 20 metros, caso se coloque uma bordadura de dez linhas de milho convencional, de mesmo porte e ciclo do híbrido, contendo a tecnologia OptimumTM IntrasectTM. Essa bordadura pode contar como área de refúgio, desde que atenda ao tamanho de área necessário. Importante ressaltar que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está fiscalizando a adoção das medidas de coexistência. Vários híbridos da marca Pioneer estão em fase de registro no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e já estão sendo comercializados em 2012.
® Marcas registradas da Pioneer Hi-Bred. Herculex® I e o logo são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. YieldGard® é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company. Roundup Ready Milho 2 ® é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company.
30
Revista do Produtor Rural
Revista do Produtor Rural
31
A trabalhosa arte de criar bezerros
A
cria de bovinos exige planejamento, organização, dedicação, muito trabalho e acima de tudo, amor pela atividade. É desta forma que agropecuaristas da região de Guarapuava tem buscado “tocar” a atividade, com produtividade e rentabilidade. É o caso do produtor de bezerros, Wilson Pavoski, que deixou de fazer o ciclo completo devido à valorização do bezerro e não se arrepende. “Dá trabalho. É campo das 7 da manhã às 8 da noite, parto de madrugada e outros imprevistos, mas a gente gosta”. No dia 06 de março, a Revista do Produtor Rural do Paraná registrou a vacinação contra brucelose feita na propriedade rural de Pavoski. Ao todo, 116 bezerras foram vacinadas contra a doença. Essa vacina é um dos preparativos para a reprodução, obrigatória para quem trabalha com gado de cria e feita anualmente em bezerras de 3 a 9 meses. Além da brucelose, o produtor cita as outras vacinas: “tem o vermífugo, o carbúnculo a cada seis meses e a febre aftosa. Ao nascer, os animais também recebem Ivomec Golden, ferro e modificador orgânico, além da cura do umbigo com iodo”. As fêmeas não são comercializadas. Ficam na propriedade, para reprodução de matrizes. Segundo Pavoski, possuem habilidade materna, são dóceis e com bastante leite.
32
Revista do Produtor Rural
Machos Os bezerros serão comercializados para recria e engorda para confinadores da região, a partir de maio. Pavoski possui 112 machos e conta que os negócios já estão fechados. “Serão comercializados a um preço de até R$ 4,20 o quilo”, informou o produtor no dia 17 de abril (data da entrevista). São animais precoces, com marmorização devido à genética da raça – cruzamento de Hereford com Charolês e Tabapuã. “Esse cruzamento proporciona uma carcaça maior, com mais gordura e marmoreio na carne”. Os cruzamentos são feitos por Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Quatrocentas matrizes foram inseminadas, mas o índice de prenhez foi menor do que o esperado devido, segundo especialistas, muita chuva na época de manejo. “Utilizamos sêmens de touros aprovados, fizemos testes de inseminação, mas o índice de prenhez foi de 40%”. Apesar do resultado, produtores como Pavoski não desanimam. Ele atua na pecuária há 12 anos e busca, diariamente, o melhoramento genético. Para isso, pretende investir em pastagem na Fazenda 108 e Três Cerros Barreiros, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava/PR. “Por enquanto, tenho que utilizar sal proteinado no inverno, porque não tenho aveia para as matrizes. Quero ampliar a pastagem
de inverno, antecipando, desta forma, a estação de monta para três ou quatro meses, visando um bezerro maior e mais precoce”. Hoje seus bezerros (entre machos e fêmeas) pesam, em média, sete arrobas aos seis/sete meses de idade. “Eles nascem em cima de pastagem perene, faço a complementação com sal mineral para bezerros e também faço o creep com farelo de milho e ventilação de soja. Desta forma, o animal sai adaptado para o confinamento, sem sofrer o estresse da desmama. Com esse manejo, alimentação e genética, a engorda é rápida e garantida”, afirma o produtor.
Wilson Pavoski
Fotos: Mariana Rudek
[Cria]
[Direito do produtor]
A possibilidade de renegociação de dívidas rurais Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281) Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)
C
omo todos os agricultores têm conhecimento, a ocorrência de fatores climáticos inesperados pode ocasionar prejuízos significativos em virtude da quebra de safra, podendo levar à inadimplência de contratos de crédito rural. Normalmente a primeira providência do credor é a notificação do produtor dando conta de possível cobrança judicial desses créditos. No entanto, no caso de ser verificada a quebra de safra, entendemos que o produtor pode se adiantar ao credor e procurá-lo para tentar amigavelmente a renegociação ou mesmo se valer de legislações especiais sobre o assunto para obter esta renegociação. A garantia de um crédito diferenciado aos produtores rurais já foi prevista em 1964, quando o Governo Federal promoveu a Reforma Bancária visando o fortalecimento do Sistema Financeiro, estabelecendo no inciso IX do art. 4° da Lei 4.595/64 como competência do Conselho Monetário Nacional: “limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, condições e quaisquer formas de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive prestados pelo Banco Cen-
tral do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover: recuperação e fertilização do solo; reflorestamento; combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais; eletrificação rural; irrigação, investimento indispensáveis as atividade agropecuárias.” Assim, procurou o legislador garantir ao produtor rural condições financeiras diferenciadas que lhe permitisse investir com maior facilidade, fortalecendo as iniciativas agrárias. O crédito rural é uma espécie diferenciada de empréstimo, e é favorecido pela legislação haja vista seu cunho eminentemente social, não podendo ser colocado a par de igualdade com outras modalidades creditícias, posto que o adimplemento está sujeito as instabilidades da produção rural. Contudo, para se valer desta condição diferenciada, o produtor rural deve estar munido de documentos válidos que comprovem a utilização do crédito que recebeu em sua atividade, tais como notas fiscais referente à aquisição de insumos, despesas com maquinário (até mesmo aquisição), pagamento de salários, recolhimento de encargos trabalhistas, e, ainda, comprovar a queda sig-
nificativa da produção em relação aos anos anteriores, além de documentos que comprovem a ocorrência do fator climático que contribuiu para a queda na safra. Todos esses elementos são fundamentais para evitar as inúmeras ilegalidades que vêm sendo cometidas pelas Instituições Financeiras na renegociação, agravando a situação de endividamento do produtor rural em momento de quebra/ frustração de safra. Vale lembrar que os produtores que estão sendo executados judicialmente, podem se utilizar da legislação especial para efetuar um pedido de redução do valor da dívida e alongamento do débito, submetendo ao crivo do judiciário a análise. Quando o produtor rural não reclama seus direitos, pode correr o risco de renegociar sua dívida com taxas abusivas, e, principalmente, onerar-se com o excesso de garantias solicitadas para a renegociação. Assim, nossa orientação é que o produtor rural procure se informar no próprio Sindicato Rural e/ou com suas respectivas assessorias jurídicas/contábeis acerca de seus direitos e das condições que lhe podem ser mais benéficas. Revista do Produtor Rural
33
[Campanha]
Vacinação contra a aftosa inicia em maio A vacinação contra a febre aftosa é obrigatória para bovinos e búfalos com até 24 meses de idade, além do cadastramento de todo o rebanho até o dia 31 de maio.
A
partir de 1º de maio, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) lança a primeira etapa da campanha contra a febre aftosa. Em maio, os pecuaristas devem vacinar o rebanho de bovinos e búfalos com até 2 anos de idade, os chamados bovinos jovens. A média de vacinação da febre aftosa em maio e novembro, segundo a Seab é de 90 a 92%. Na campanha do ano passado, no mesmo período, 97,02% do rebanho paranaense foi vacinado. Conforme o chefe da Seab - Núcleo de Guarapuava, Itacir José Vezzaro, todo o Paraná está empenhado para que 100% do rebanho seja vacinado. “A vacinação, além de ser o melhor meio de prevenir a aftosa, é também uma forma de trabalho sanitário que realizamos em parceria com as prefeituras da região”. A médica veterinária da Seab, Márcia Maria Zago alerta que, muitas vezes, o
Itacir José Vezzaro
34
Revista do Produtor Rural
produtor vacina o animal, porém esquece de apresentar o comprovante de vacinação e a nota fiscal da vacina. A Seab orienta o pecuarista para que antes de preencher o comprovante, faça a contagem de todos os animais e declare todo o rebanho existente em sua propriedade. No comprovante de vacinação é necessário preencher a quantidade de animais existentes e de animais vacinados, por sexo e por idade. “Os suínos, caprinos e bovinos precisam ser declarados. Maio é o mês da Seab atualizar seus cadastros para ter controle da saúde animal no Paraná”, explica Márcia. O pecuarista que não vacinar ou não comprovar, estará sujeito a uma multa de R$ 101, 84 por cabeça não vacinada, além de não poder retirar a Guia de Trânsito Animal, perdendo o direito de transportar os animais.
Márcia Maria Zago
GTA: o passaporte do animal A retirada da Guia de Trânsito Animal está diretamente relacionada a essa campanha. A GTA está condicionada à vacinação e à comprovação do rebanho, obedecendo a carência conforme a faixa etária dos animais. A carência é de 15 dias para animais já vacinados, os mais jovens; sete dias para animais com duas vacinas e para animais adultos, com mais de 2 anos não tem carência. Segundo a veterinária da Seab, Márcia Zago, a retirada da GTA é fundamental para qualquer pecuarista. “Eu sempre digo que a Guia é tudo para o animal, é como se fosse o passaporte dele”. O pecuarista que for transportar seus animais para a Feira de Bezerros, que será realizada no dia 6 de maio, em Guarapuava, deverá se dirigir à Seab e pedir a autorização para realizar a vacinação dos animais com 15 dias de antecedência antes da feira.
[Produtos de origem aninal]
SEAB promoveu encontro sobre Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI) O Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) realizou no dia 11 de abril, o Encontro Regional sobre o Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI) no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. O evento contou com a participação de secretários municipais, médicos veterinários, representantes de cooperativas, frigoríficos e empresários do setor agropecuário. Segundo a médica veterinária Ana Lucia Menon, do Núcleo da SEAB em Guarapuava, o objetivo foi incentivar e esclarecer as dúvidas sobre o funcionamento do SISBI. “Esse sistema foi criado para que municípios ou empresas possam vender dentro do Brasil, mesmo a nível de inspeção municipal ou estadual e independente do Sistema de Inspeção Federal (SIF). O SISBI veio unificar, facilitar e deixar todos no mesmo patamar, para comercializarem a nível nacional um produto de qualida-
de”, explica Ana Lucia. Durante o encontro, o representante do setor de carnes e derivados do Sistema de Inspeção Paranaense de Produtos de Origem Animal (SIP – POA), Eric Waltz Vieira falou sobre as vantagens da implantação do sistema e quais são os passos necessários para que o município ou empresa consiga o SISBI. O estado do Paraná aderiu o Sistema Brasileiro de Inspeção em 2010, e atualmente, apenas a cidade de Cascavel e cinco empresas privadas no estado possuem o selo. Segundo Waltz, o encontro promovido pela SEAB é indispensável para a divulgação, esclarecimento e para fomentar o SISBI no Estado. “As vantagens da implantação são muitas, como a abertura de mercado, credibilidade e a excelência nos produtos. Sem dúvida, o sistema trouxe um grande avanço na inspeção estadual”.
Ana Lucia Menon, médica veterinária da SEAB – Guarapuava
Eric Waltz Vieira, representante do setor de carnes e derivados do Sistema de Inspeção Paranaense de Produtos de Origem Animal (SIP – POA)
[Bem estar aninal]
Treinamento abordou abate humanitário em suínos e bovinos O Sindicato Rural de Guarapuava sediou nos dias 29 e 30 de março, treinamento sobre abate humanitário de bovinos e suínos.
Segundo o supervisor de bem-estar animal da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), Victor Lima, o programa visa diminuir o sofrimento desnecessário dos animais no manejo de abate e pré-abate. “Esse sofrimento é reduzido através de manejos melhores, conhecendo e entendendo como funciona o comportamento dos animais e a maneira correta de insensibilizar suínos e bovinos”, argumenta. “Além do bem-estar animal é possível reduzir perdas na qualidade da carne, como fraturas, hematomas, contusões. Isso aumenta o preço da carne,
resultando em maior lucratividade”, acrescenta Lima. Na quinta, o treinamento iniciou com palestras introdutórias sobre o bem-estar animal, comportamento e manejo, além de ambiente e estrutura da área de descanso. Durante a tarde, os temas das palestras foram insensibilização elétrica ou mecânica por dardo cativo e técnicas de sangria em suínos e bovinos. Na sexta-feira, os participantes realizaram a parte prática do programa em abatedouros da região, onde observaram como é feito o manejo correto de suínos e bovinos.
Revista do Produtor Rural
35
[Aconteceu]
Associados aprovaram contas de 2011 em AGO
O
Sindicato Rural de Guarapuava, presidido pelo agropecuarista Rodolpho Luiz Werneck Botelho, realizou Assembleia Geral Ordinária no dia 22 de março, no anfiteatro da entidade. Foram feitas apresentações das contas da gestão financeira de 2011 e a proposta orçamentária para 2012, além de assuntos gerais de interesse da classe produtora rural. As contas foram aprovadas por unanimidade e os associados receberam informações sobre todas as ações realizadas pelo Sindicato em 2011. O edital de convocação foi publicado no jornal Diário de Guarapuava no dia 10 de março, conforme determina o estatuto da entidade.
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Ernesto Stock
Anton Gora
Edio Sander
Francisco Serpa
Cláudio Azevedo, João Arthur B. Lima e Anton Gora
Anton Gora foi empossado na FAEP
36
Revista do Produtor Rural
No dia 12 de março, na capital paranaense, aconteceu a solenidade de posse da diretoria da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, assumiu o cargo de diretor suplente da entidade. A chapa única, liderada por Ágide Meneguette, foi eleita no dia 23 de janeiro. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, prestigiou a solenidade e destacou a importância de ter um representante do Sindicato na diretoria da Federação. “Certamente essa participação vai aproximar a entidade ainda mais da FAEP e das discussões do setor, trazendo benefícios aos associados”.
[Produtividade]
Milho pós canola, melhores resultados Na safra 2011/2012, tem se observado os benefícios da canola como cultura antecedente ao cultivo do milho. As produtividades obtidas nesta safra mostram que a rotação com esta cultura tem agregado fatores positivos, contribuindo para resultados acima da média. Com o plantio da canola no inverno, observa-se a campo benefícios diretos na parte física do solo, o que tem proporcionado melhor aeração, contribuindo significativamente para um maior enraizamento do milho. A canola apresenta um excelente sistema radicular, auxiliando na descompactação do solo o que para a cultura sucessora, no caso do milho, em ano de estiagem, fez a diferença. “Plantei um talhão de 22 ha de milho do híbrido P30F36H em resteva de canola e obtive uma produtividade de 12.509 Kg/ ha, sendo que a média da fazenda fechou em 11.346 Kg/ha. Tive um ganho de produtividade de 10,25%.” Helmut Milla Agrícola Fazenda Casa Verde – Candói/PR (Na foto, com o neto Matheus)
Nome do Produtor Endereço da Propriedade Município Candói
Outros fatores se somam, como o aproveitamento dos fertilizantes utilizados no inverno, cobertura de excelente qualidade e uma resteva que foi determinante para o plantio adequado e com populações dentro do esperado.
MARCA Pioneer Pioneer Pioneer Pioneer Safra
Nelson Adelar Gehlen e Luiz Carlos Gehlen Fazenda Santa Clara
HÍBRIDO
Tratamento de Sementes Industrial
ÁREA COLHIDA (ha)
P 32R48 H P 30R50 30F53 H P 30F36 H
Sim Sim Sim Sim
61,0 10,0 72,0 58,0
2011/12
Estado
PR
Produtividade PRODUTIVIDADE PRODUTIVIDADE (kg/ha) (sc/ha) (sc/alq) 12.396 12.120 12.300 12.240
206,6 202,0 205,0 204,0
500,0 488,8 496,1 493,7
RESTEVA DE CANOLA
Fonte: Departamento técnico- Grupo AG Teixeira
Revista do Produtor Rural
37
[Programa de Desenvolvimento Florestal]
Curso de solos e planejamento florestal atraiu mais de 70 participantes
O
Programa de Desenvolvimento Florestal 2012, que visa fomentar a integração lavoura-pecuária-floresta na região de Guarapuava, iniciou no dia 21 de março, com o curso sobre Solos Florestais e Planejamento. A parte teórica aconteceu no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava e a prática, em uma propriedade rural. Mais de 70 pessoas, entre produtores rurais, técnicos, agrônomos, professores e estudantes, participaram do curso. Neste módulo, os engenheiros agrônomos Antônio Felipe Domansky (especialista em fertilidade de solos e nutrição vegetal) e Pedro Francio Filho (especialista em sistemas
38
Revista do Produtor Rural
agrossilvipastoris) abordaram o procedimento de coleta de solos, fertilidade, nutrição vegetal, correção e adubação em busca da produtividade elevada, além do planejamento e a implantação florestal. Além de técnico, o evento teve caráter social, já que arrecadou ovos de Páscoa através da Campanha Produtor Solidário, que beneficia entidades assistenciais do município. O Programa de Desenvolvimento Florestal 2012 conta com o apoio da Cooperativa Agrária, Fertilizantes Heringer, Golden Tree Reflorestadora, Santa Maria Cia. de Papel e Celulose, Reflorestadora Schram, Syngenta, Unicentro, Viveiros Pitol, Polim Agri e Zico Motosserras, sob a coordenação do Sindicato Rural de Guarapuava.
Pedro Francio Filho
Palestrantes e parceiros do Programa de Desenvolvimento Florestal 2012
Revista do Produtor Rural
39
[Viagem técnica]
Moçambique desperta interesse de produtores rurais de Guarapuava
S
ob a organização do Sindicato Rural de Guarapuava, agropecuaristas reuniram-se no dia 12 de abril, para discutir uma proposta de viagem técnica a Moçambique. Na ocasião, o representante da Terra Nova Turismo (Londrina/PR), Emanuel Ribeiro Junior, apresentou uma proposta de roteiro, data e preços. O roteiro inicial inclui acesso a informações sobre a situação agrícola do país e benefícios para os brasileiros se instalarem no país. Em Maputo, haverá encontro entre produtores brasileiros e moçambicanos, visitas técnicas em propriedades rurais, visita ao projeto da Embrapa em Moçambique (Projeto Pró-Savana), ao Instituto de Investigação Agrária e/ou Ministério da Agricultura. Em Chimoio, o grupo visitará a Federação da Agricultura, cooperativas e fazendas da região. Inicialmente, a data prevista para viagem era 16 a 24 de junho. No entanto, como de 17 a 22 de fevereiro de 2013 acontecerá uma Conferência Mundial de
Soja (World Soybean Research Conference) na África do Sul, os produtores optaram em alterar a data da viagem, a fim de incluir essa programação no roteiro. Houve também a solicitação de visitas em propriedades rurais da África do Sul. Sendo assim, ficou definido o mês de fevereiro para a viagem técnica e a agência de turismo encaminhará um novo roteiro,
com datas e preços (aéreo e terrestre). O Sindicato Rural de Guarapuava repassará as informações aos seus associados. O presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, destacou a importância da viagem para os produtores conhecerem outras realidades, mesmo que não seja feito um investimento naquele país.
O pró-Savana tentará ampliar a capacidade de pesquisa e transferência de tecnologias para melhorar o corredor de Nacala (área de Savana tropical que se estende desde a região central até o norte de Moçambique). “O projeto Pró-Savana é um programa fantástico, um dos melhores do século 21”, diz Nishimori. Em entrevista ao Jornal Nippak, o deputado disse que esse tipo de vegetação é muito similar ao cerrado brasileiro e poderá beneficiar jovens agricultores do Paraná, Santa Catarina e parte de São Paulo, “que podem pleitear fazer parte deste projeto”. Nishimori lembra que em 1979 o governo brasileiro consolidou uma parceria com o Japão criando o Acordo de Cooperação Nipo-Brasileira para o De-
senvolvimento dos cerrados cujo objetivo, como o próprio nome sugere, era o de melhorar o aproveitamento dos cerrados brasileiros. “Com a experiência que tivemos no cerrado, o projeto tem maiores condições de sucesso. Nosso interesse é levar nossa tecnologia, que acredito ser uma das mais avançadas, e colaborar com o desenvolvimento sustentável daquela região”, explica Nishimori, acrescentando que técnicos do Embrapa já estão pesquisando todas possibilidades de agronegócios. Do lado japonês, o deputado conta que o governo se comprometeu a investir na melhoria do porto de Nacala e construir uma auto-estrada de aproximadamente 600 km com o objetivo de escoar a produção.
Sobre o Pró-Savana No dia 15 de abril, uma comitiva liderada pelo deputado federal Luiz Nishimori (PSDB-PR) embarcou para Moçambique para conhecer a área destinada ao projeto Pró-Savana. O acordo, assinado em 2010 pelo ex-primeiro-ministro japonês Taro Aso; o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; e o presidente moçambicano, Armando Guebuza, prevê o desenvolvimento agrícola na África. Além da Jica, o projeto também conta com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). O objetivo da viagem, que teve duração de uma semana, foi estudar a viabilidade do projeto internacional que reúne os três países.
40
Revista do Produtor Rural
Plano de ações e orçamento para 2012 da Aeagro
[Boletim AEAGRO]
Palavra do Presidente
Apresentamos o plano de ações para 2012 da AEAGRO para conhecimento da sociedade e gostaríamos que os colegas lessem com muita atenção e perceba o quanto a Associação tem a realizar e a necessidade da colaboração de todos no cumprimento das metas. Participem!
Engenheiro Agrônomo Produção x Produtividade Nesta coluna por várias vezes explanamos sobre a necessidade de se buscar a valorização da profissão através de ações sociais. Hoje queremos falar na valorização da profissão pelo desempenho técnico dos Engenheiros Agrônomos. A economia do país, como é de conhecimento de todos, encontra-se aquecida e um dos principais motores a impulsioná-la é o agronegócio. No passado, para se aumentar a quantidade de alimentos para o abastecimento interno e promover exportações de grãos, tivemos que aumentar áreas de cultivo, abrindo as novas fronteiras agrícolas, pois não detínhamos tecnologias capazes de incrementar a produtividade. A saída foi buscar a produção. Hoje, o governo trabalha com um cenário de aumento da safra em 21% até 2021, com um acréscimo de apenas 9% na área cultivada. Como se dará essa previsão? Nós, Engenheiros Agrônomos, na parte que nos cabe, daremos a resposta a esse questionamento, com a aplicação dos nossos conhecimentos técnicos científicos acumulados ao longo dos anos e no desenvolvimento de novas tecnologias. Cremos que a recuperação de solos degradados, atividade altamente complexa, que envolve todas as áreas do conhecimento agronômico, será a de maior impacto para esse incremento na nossa safra, utilizando o conceito da produtividade e não o de produção utilizado no passado. Este cenário vislumbra o aquecimento do mercado de trabalho, gerando a necessidade de profissionais competentes nas suas atribuições que são garantidas em lei e à medida que correspondermos a essa necessidade estaremos promovendo a valorização da profissão. Boa leitura! José Roberto Papi Presidente da AEAGRO
Plano de aplicação dos recursos ** Os recursos são provenientes do convenio de mútua cooperação com o CREA-Pr e anuidades. TOTAL
R$ 24.600,00
CONDEDENTE
PROPONENTE
R$ 17.200,00
R$ 7.400,00
Cronograma de desembolso CONCEDENTE JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
R$ 1.500,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.200,00
R$ 2.200,00
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
R$ 1.000,00
R$ 2.500,00
R$ 2.300,00
R$ 2.000,00
R$ 1.000,00
R$ 500,00
PROPONENTE (contrapartida) JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
R$ 800,00
R$ 800,00
R$ 400,00
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 800,00
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
R$ 700,00
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 800,00
R$ 600,00
Título do Projeto: “CONSCIENCIA É O INICIO DA TRANSFORMAÇÃO”. Objetivos: Divulgação das atribuições e responsabilidades inerentes à profissão, como forma de conscientização da importância do Engenheiro Agrônomo. Publico: Profissionais, acadêmicos de agronomia e sociedade em geral. Participação em conselhos municipais e estaduais. • Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência – COMDEG. • Conselho Municipal de Agricultura. • Conselho de Sanidade Agropecuário de Guarapuava - CSA • Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA Comitê de Guarapuava. Duração: Janeiro a Dezembro Parcerias com escolas municipais para realização de programas sociais e educativos. • Participação no programa ambiental da Secretaria Municipal da Educação A GUARAPUAVA de hoje preserva o amanhã. • Realização de palestras sobre produção de alimentos e a profissão do Eng. Agrônomo. • Participação de eventos sociais, educativos e culturais promovidos pelas escolas. Ex. Festas juninas, Semana da Família, apresentações artísticas, dia das crianças, festividades de encerramento do ano. Duração: Janeiro a Dezembro Parcerias com escolas estaduais e particulares como forma de orientar os alunos do colegial sobre a escolha da profissão esclarecendo as atividades do Engenheiro Agrônomo. • Palestras sobre: • Ética Tabela referencial de honorários e piso salarial, Sistema CONFEA/CREA, Associativismo. • Divulgação dos resultados das pesquisas de opinião sobre a profissão Duração: Janeiro a Dezembro Parcerias com as Universidades que tenham o curso de agronomia. • Convênio para pesquisas de opinião publica sobre a profissão. • Palestras de esclarecimentos sobre profissão aos alunos do 1º ano. • Palestras sobre: Ética Tabela referencial de honorários e piso salarial, Sistema CONFEA/CREA, Associativismo. • Avaliação e premiação dos melhores Trabalhos de Conclusão de Curso. Duração: Junho a Dezembro Atuação em conjunto com entidades e instituições representativas da sociedade. • Realização dos Jogos dos Profissionais Liberais em Parceria com: ABO – Associação Brasileira de Odontologia OAB – Ordem dos Advogados do Brasil. CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária. Sindicato dos Contabilistas de Guarapuava. AEAG – Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Guarapuava. • Propostas de interesse da sociedade. Duração: Agosto a Outubro Promoção de eventos técnicos. • Encontros, seminários, dias de campo. • Época de realização: julho a dezembro Promoção de atividades esportivas e sociais. • Bailes, jantares, cafés da manhã em comemoração ao dia do Agrônomo. • Jogproli –Jogos dos Profissionais Liberais. Realização e apoio de ações sociais. • Arrecadação de alimentos. • Distribuição de brinquedos a crianças carentes • Apoio financeiro e de divulgação na realização de conferencias municipais e regionais dos conselhos sociais. • Apoio na realização de eventos festivos de caráter filantrópico. Duração: Anual. Colaborar na formulação de políticas publica do interesse da sociedade. • Participação nos grupos de estudos nas Conferencias Regionais dos conselhos sociais. • Participação na Agenda Parlamentar promovida pelo CREA-Pr. Duração: Anual.
Revista do Produtor Rural
41
[Capacitação ]
Sindicato Rural promove cursos de informática para setor agropecuário
O
Sindicato Rural de Guarapuava está promovendo cursos de informática direcionados ao setor agropecuário, com aulas noturnas, duas vezes por semana ou aos sábados pela manhã. O curso básico, chamado de bloco inicial, tem na grade módulos sobre arquivos e pastas; comunicação; Internet e pesquisa. O bloco administrativo inclui Word, Power Point, arquivos e pastas, além de cópias de segurança. O bloco Excel – nível básico e intermediário - tem na grade a identificação e endereços de células; formatação de células quanto ao tipo; regras para montar tabelas de dados; cálculos estatísticos; cálculo condicional com uma variável; gráficos e outros. O bloco Excel – nível avançado - compreende a formatação avançada; uso do delimitador; auditoria de fórmulas; funções, soma condicional com mais de uma variá-
42
Revista do Produtor Rural
vel; validação, cálculos entre pastas e entre planilhas; gráficos com duas escalas, entre outros. O bloco inicial custa R$ 33,00 por aluno – 10 horas; o bloco administrativo, R$ 38,00 por aluno – 12 horas; o bloco Excel – Nivel Básico e Intermediário, assim como o Nível Avançado, R$ 50,00 por aluno – 16 horas. Os cursos são direcionados a produtores rurais associados à entidade, esposas, filhos e parceiros da entidade. As aulas são ministradas na sala de cursos do Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58), por Roberto Zastavny, que é técnico em agropecuária, analista de TI e instrutor de informática há 10 anos. O participante precisa levar notebook próprio. Segundo o instrutor, todos os quatro módulos são direcionados às atividades agropecuárias. “Esse é o grande diferencial desses cursos”, observa.
O interessado precisa fazer inscrição (gratuita) na recepção do Sindicato Rural, com Graziely. Outras informações como dias e horários dos cursos podem ser obtidas pelo telefone 42-3623-1115.
[Crédito rural ]
BRDE divulgou linhas de crédito para o setor agropecuário
O
Sindicato Rural de Guarapuava, a Sociedade Rural de Guarapuava, a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG) e o deputado estadual Cesar Silvestri Filho promoveram na noite de 08 de março, reunião com o diretor financeiro do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Jorge Gomes Rosa Filho. Na ocasião, produtores rurais tiveram acesso às linhas de crédito e estratégias de atuação do BRDE em 2012. O diretor enfatizou as linhas voltadas a investimentos no agronegócio, como o Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Segundo o deputado estadual, Cesar Silvestri Filho, durante o
dia ele e o diretor do BRDE visitaram empresas guarapuavanas que já têm processos de financiamento tramitando no banco. “O objetivo foi conhecer pessoalmente essas empresas para que ele (Jorge Gomes Rosa) possa endossar o seu apoio na tramitação dos processos que serão viabilizados e certamente, vão gerar muitos empregos e desenvolvimento para todos nós”. “No ano passado esse setor representou 1/3 do faturamento do Banco. Há 50 anos acreditamos nas cooperativas que na época eram armazéns. O BRDE acompanhou o desenvolvimento desse setor que hoje é fortemente profissionalizado”, finalizou o diretor do BRDE.
Cesar Silvestri Filho (Dep. Estadual)
Jorge Gomes Rosa Filho (BRDE)
Revista do Produtor Rural
43
[Manejo nutricional ]
Sais minerais indispensáveis na suplementação de bovinos a pasto Elton Jhones Granemann Furtado1, Mikael Neumann2 1 - Médico Veterinário, Especialista em Produção de Bovinos de Corte. 2 - Engenheiro Agrônomo, Dr., Prof. da UNICENTRO-PR.
A
s forrageiras tropicais, em consequência da estacionalidade da produção, não fornecem quantidades suficientes de nutrientes para a produção máxima dos animais em ambiente de pastejo. Desta forma, há necessidade de se buscar alternativas tecnológicas que possibilitem eliminar ou reduzir os efeitos destas condições sobre a produção, já que os animais em pastejo dependem principalmente de forrageiras para atender a seus requisitos nutricionais. Em relação ao potencial das pastagens, tanto a disponibilidade como a qualidade das forrageiras são variáveis à espécie e/ou cultivar, as propriedades químicas e físicas do solo, as condições climáticas, à idade fisiológica e ao manejo que a forrageira é submetida. A adubação e o manejo correto das pastagens proporcionam sensíveis melhorias nos índices de produtividade. Todavia, essas estratégias não são suficientes para solucionar o problema de alimentação do gado, principalmente, no inverno que é um período onde as pastagens estivais se apresentam com menor oferta e qualidade nutricional. Isto é mais verdadeiro para sistemas de produção que objetivam produzir animais de qualidade o ano todo. Nesta situação é importante
44
Revista do Produtor Rural
que se procure atender às exigências dos animais complementando os nutrientes disponíveis no pasto. Para se obter o valor nutritivo dos alimentos, podem ser utilizadas tabelas de composição de alimentos ou estimá-lo por meio de análise bromatológica e/ou uso de equações apropriadas. As Misturas Minerais As misturas minerais propiciam a correção de desequilíbrios e deficiências de elementos minerais na dieta. Conhecer a composição mineral da água fornecida aos animais pode ser de grande valor, considerando que em algumas situações, a água pode fornecer níveis significativos de minerais, como ferro, sódio, magnésio e cálcio. O conteúdo total de um determinado elemento na fonte precisa ser qualificado por um fator que indique a disponibilidade biológica. O elemento precisa passar pelos processos de digestão, absorção e transporte até ficar disponível para exercer suas funções. A biodisponibilidade pode ser considerada como uma medida da habilidade de determinado suplemento suportar os processos fisiológicos do animal. Quando as forrageiras tropicais não são suficientes ou não contém nutrientes essenciais em propor-
ções adequadas de modo a atender às exigências dos microorganismos do rúmen e dos animais, utiliza-se a suplementação de natureza múltipla, que consiste em formulações envolvendo a associação de fontes de nitrogênio solúvel, proteína verdadeira, energia, macro e microminerais, além de vitaminas, entre outros aditivos. Utilização de Sal Proteínado A inclusão de uréia em rações de ruminantes é lucrativa em pastagens de baixo teor de proteína bruta, por estimular a síntese de proteína microbiana e/ou a fermentação do rúmen. A uréia degradada à amônia torna-se um composto central para síntese de proteína microbiana no rúmen e pode surgir no rúmen por meio da degradação proteolítica do alimento (e/ou da própria proteína microbiana), ou ser proveniente da decomposição da uréia e outras fontes de nitrogênio não protéico, sejam elas provenientes da dieta ou não. Para se calcular o percentual da proteína bruta ou total em determinado alimento, multiplica-se o percentual de nitrogênio existente pelo fator 6,25. Chegou-se a esse fator pela seguinte maneira: sabe-se que as proteínas têm, em média, 16% de nitrogênio que, divididos por 100 dá como resultado 6,25. Todavia, o uso da uréia para ruminantes tem sido restringido pela conversão ineficiente do nitrogênio da uréia em misturas alimentares, além de sua elevada solubilidade no rúmen, que a transforma rapidamente em amônia, sob a ação da enzima uréase produzida pelos microorganismos ruminais. A uréia em excesso é tóxica para o animal, sendo assim evidente a necessidade de adaptação a dietas contendo uréia, pelo fato de que a retenção de nitrogênio apresenta
tendência de aumento após o início do fornecimento da uréia e, ao fato de que a quantidade de uréia necessária para intoxicar o animal aumenta significativamente com o tempo após o início do seu fornecimento. Mesmo porque a uréia não visa atender diretamente as demandas nutricionais protéicas do bovino em pastejo, mas sim a deficiência de nitrogênio no ambiente ruminal. A presença de nitrogênio no rúmen é fundamental para que o processo de síntese microbiana ocorra de forma contínua e eficiente. A Necessidade Fisiológica Animal O grau de controle fisiológico mineral do animal varia de um elemento mineral para outro, mas a ingestão contínua de dietas deficientes, ou exposição contínua a ambientes que são a rigor deficientes, desequilibrados ou expressivamente altos, em particular, de alguns elementos, induz trocas nas formas de funcionamento, concentração e atividade nos fluídos e tecidos do corpo. Dessa forma, eles caem abaixo ou vão acima dos limites permitidos pela homeostasia orgânica. Nessas circunstâncias, são desenvolvidos defeitos bioquímicos, as funções fisiológicas são afetadas e desordens estruturais podem surgir com o passar do tempo, as quais diferem conforme os distintos elementos e suas funções, com o grau de duração da dieta tóxica ou deficiente, com a idade e sexo do animal envolvido. A Utilização por Demanda Nutricional As relações entre os nutrientes precisam ser consideradas na determinação dos níveis ótimos de minerais em uma dada situação. No caso de macroelementos, é possível estimar a ingestão, por análise da dieta deve-se ajustar o quanto vai ser suplementado via mistura mineral.
De maneira geral devem-se descobrir as maiores deficiências apresentadas pela região, pelo tipo de exploração e pela espécie de pastagem utilizada para forrageamento dos animais, aconselhando-se suplementar de 50% a 150% dos requisitos dos macroelementos já conhecidos como deficientes na região. O requerimento mineral depende muito do nível de produtividade animal. Os requisitos para ótima saúde são talvez 25 a 50% maiores do que aqueles necessários para o crescimento normal, no caso de alguns microelementos. Elementos Essenciais Um elemento mineral pode ser considerado essencial quando sua ausência na dieta ocasiona redução no desempenho e/ou saúde dos animais. Existe uma condição ótima de concentração e forma funcional ideal para cada elemento no organismo, a fim de manter sua integridade estrutural e funcional, de maneira que a saúde, crescimento e reprodução se mantenham inalterados. Sabe-se que pelo menos são 15 elementos minerais reconhecidos como essenciais para vida dos animais superiores: cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cloro, enxofre, iodo, manganês, ferro, cobre, cobalto, molibdênio, selênio e flúor. Com o avanço da produtividade da pecuária, as exigências minerais aumentaram, necessitando assim uma adequação da nutrição para que os índices produtivos não recuem. Alguns elementos minerais são essenciais, tanto para o organismo animal, quanto para a microflora ruminal. Entre os elementos incluem-se: K, essencial para o crescimento de certas espécies de microorganismos ruminais; P, essencial para os processos energéticos das células, tanto do animal, com da microflora; Mg, Fe, Zn, e Mo, componentes
Revista do Produtor Rural
45
ativadores de enzimas bacterianas. O elemento mineral Co é essencial, principalmente para os microorganismos que produzem os metabólitos requeridos pelo organismo animal; por exemplo, certos grupos de bactérias que produzem vitamina B12. O elemento é essencial ao organismo animal e à microflora, é assimilado, preferencialmente, pelos microorganismos do rúmen, na forma que é fornecido. Um exemplo é o S, requerido para a digestão da celulose, assimilação de N não-protéico síntese de vitaminas do grupo B. Elementos minerais que são essenciais nos processos metabólicos no organismo animal, mas também participam na criação de um meio ótimo para suporte dos microorganismos. Tais elementos incluem K, Na, Cl, e P e, sendo o rúmen um sistema biológico fechado, mantêm seu meio interno constante (ação tampão, pressão osmótica e concentração relativa de íons). Os minerais podem interagir entre si, com outros nutrientes e com fatores não nutritivos. Essas interações podem ser sinérgicas ou antagônicas, tomam lugar no próprio alimento, no trato digestivo, nos tecidos e no metabolismo celular. Os elementos minerais sinergéticos são aqueles que aumentam mutuamente a sua absorção no trato digestivo e cumprem a mesma função metabólica no tecido ou na célula: A interação pode ser direta entre os elementos. O nível de absorção é que determina suas proporções na dieta. Ex.: Ca/P; Na/Cl; Zn/Co. O cálcio e o fósforo são os minerais mais estudados na nutrição de ruminantes devido às inúmeras funções, suas presenças nos tecidos moles e principalmente nos ossos e devido aos seus metabolismos apresentaram mecanismos físicos e biológicos semelhantes.
46
Revista do Produtor Rural
Os Cuidados com a Mineralização dos Animais As deficiências minerais constituem um dos principais fatores responsáveis pelos baixos índices de produtividade dos ruminantes do Brasil, principalmente por que essas deficiências provocam a diminuição da taxa de crescimento e ganho de peso, baixa eficiência reprodutiva, e redução da produção de carne e leite. Quando a forrageira é a única fonte de energia e proteína para os animais em crescimento ou engorda, as taxas de ganho de peso podem ser menores de que as desejadas, para atingir os objetivos da pecuária de ciclo curto. Nesse caso, suplementos energéticos e protéicos devem ser usados para aumentar as taxas de ganho. Entretanto, esse aumento pode ser maior ou menor do que o esperado, e isso será a função das interações entre o tipo, a quantidade e a qualidade de forragem disponível. Desta forma, ao formular-se um suplemento, o objetivo a ser alcançado deve estar bem claro, de forma a trazer benefício econômico. A suplementação alimentar a pasto está em franca expansão devida, principalmente, ao trabalho de marketing promovido pelas empresas produtoras de suplementos. Porém, o uso indiscriminado dessa prática pode não promover resultados adequados. Por exemplo, a suplementação em épocas que a forrageira utilizada na propriedade está no seu pico de produção pode promover o efeito de substituição do pasto pelo suplemento, o que não é desejável. Outro aspecto importante, nesse contexto, é o fato da suplementação ser recomendada sem estar fundamentada em resultados regionais. É importante ressaltar que esses fatores podem contribuir de forma negativa e resultar em redução do uso desta alternativa tecnológica que além de promissora, pode ser fundamental para a melhoria da competitividade da pecuária de corte brasileira.
Os Acertos na Suplementação Trazem a Abonança O uso errôneo de um complemento nutricional influência significativamente a estrutura de custos, com custos explícitos (envolvendo desembolso de dinheiro) aumentando sua participação nos custos totais. Isso exige um gerenciamento técnico mais rigoroso, sem o qual a viabilidade do negócio pode ficar comprometida. Dessa forma, a maior utilização de capital e de tecnologia tem como consequência probabilidades de maior lucro, todavia, resultam em maior complexidade e aumento de risco, o que por sua vez requer qualificação do manejo gerencial. Neste contexto, vale ressaltar que além da maior demanda por melhoria de gerência, torna-se de fundamental importância os investimentos em capacitação de pessoal, para que haja melhor compreensão e utilização das tecnologias, visando a melhor adaptação do sistema onde o lucro seja o único produto para o produtor rural. A condição para a adoção da suplementação dentro dos sistemas de produção de carne é que a mesma atenda a uma relação custo/benefício favorável. Essa relação será diferente para cada produtor. Para determinar benefícios, é necessário conhecer o custo atual do suplemento (R$/kg) e compará-lo ao valor do ganho de peso adicional correspondente da produção (R$/arroba). Finalmente deve-se lembrar de que a necessidade da suplementação vem intimamente correlacionada com a expectativa de cada propriedade rural, devendo assim ser estipulada uma meta de correlações, entre a quantidade e qualidade da pastagem e a correta formulação de minerais propícios à produção almejada, chegando assim às necessidades estimadas para os animais com lucro certo ao produtor rural.
[Feijão]
Quanto custa plantar feijão? Roberto Cunha, produtor rural, proprietário da Guayi Sementes, membro do Grupo Agrass
E
m conversa com vários produtores da região, um dos maiores questionamentos é: quanto custa plantar feijão? Certamente, pensando que é um custo muito maior do que plantar soja, vejo que para analisarmos a viabilidade financeira das culturas que cultivamos, devemos sempre comparar a tecnologia empregada, seja para alta produtividade, média tecnologia, etc. Vou demonstrar a que costumo realizar na média. Por que média? Devemos sempre lembrar que na nossa atividade não temos como praticar uma “receita de bolo” para produzir, portanto a média serve como parâmetro, assim teremos: CUSTO DE PRODUÇÃO DO FEIJÃO (INSUMOS) Produto
ha
Unid. Quant. DESSECAÇÃO
Zaap
1
lt
Semente
1
kg
Unit.
CUSTO DE PRODUÇÃO DA SOJA (INSUMOS) Total
Produto
2
8,90
17,80
70
3,20
224,00
Tratamento de semente Power seed
1
standak
1
lt
2
202,00
20,20
70
350,00
35,00
Herbicida Flex
1
lt
1
45,00
45,00
Energic
1
lt
0,4
9,00
3,60
select
1
lt
0,3
84,00
25,20
Óleo
1
lt
0,3
5,00
1,50
Fungicida Espalhante
1
lt
0,06
70,00
4,20
Priori
1
lt
0,25
68,00
17,00
ha
Unid.
Zaap
1
lt
Semente
1
kg
Unit.
Total
2
8,90
17,80
70
2,00
140,00
Tratamento de semente Power seed
1
0,1
202,00
20,20
standak
1
lt
0,1
350,00
35,00
1
lt
2
9,80
19,60
Nativo
1
lt
0,6
65,00
39,00
Opera
1
lt
0,75
66,00
49,50
Herbicida Roundup Ready
Fungicida
Dacobre
1
kg
2
28,00
42,00
Tebuconazole
1
kg
Mertim
1
lt
0,6
85,00
51,00
Oleo
1
lt
Tebuconazole
1
lt
0,5
21,00
10,50
inseticida
Quant.
DESSECAÇÃO
2
28,00
42,00
0,3
5,00
1,50
inseticida
Orthene
1
kg
0,35
24,80
8,68
Orthene
1
kg
0,35
24,80
8,68
Nomolt
1
lt
0,1
86,00
8,60
Nomolt
1
lt
0,2
86,00
17,20
Priori
1
lt
0,125
90,00
11,25
Belt
1
lt
0,05
400,00
20,00
1
ton
0,2
1.059,00
adubo Ureia
1
04-20-20
1
ton
0,12
1.150,00
138,00
0,2
1.059,00
211,80
TOTAL
Claro que estes custos podem aumentar ou diminuir conforme a tecnologia empregada e as condições climáticas do ano do plantio. Temos que lembrar também, que estes custos são os diretos envolvidos na cultura, onde os indiretos servem para ambas culturas. Existe um custo que sempre vem en-
875,33
adubo 04-20-20
TOTAL
ganando alguns produtores, que é o da colheita do feijão. Geralmente ele é cobrado em valores fixos por hectare, em média de R$ 190,00/ha. O soja é cobrado por percentagem, desta forma, depende muito da produtividade do produtor. Como exemplo, comparamos um produtor que colhe 4.000 kg/ha de soja: temos uma percentagem média de 6%, assim
211,80 622,28
serão 4.000 x 6% = 240 sc/ha/60 = 4sc x R$ 50,00 = R$ 200,00/ha. Desta forma, temos um empate de custos. Ainda para analisar a viabilidade, devemos considerar sempre as médias de produtividade e as médias de valores de venda das sacas das duas culturas, para então decidirmos qual delas devemos implantar na nossa atividade.
47
Tel. (42)Revista 3622-5754 / 8825-9595 - Guarapuava - PR do Produtor Rural
[Biotecnologia]
Conhecendo o Milho VTPRO2
™
Mais uma alternativa para incremento da produção agrícola combinando a melhor proteção de pragas do mercado com o mais eficiente herbicida
A
Agroeste disponibilizará a partir de 2012, a tecnologia da Monsanto VTPRO2™, a segunda geração de biotecnologia combinada para o milho, que associa todos os benefícios de controle da tecnologia YieldGard VT PRO, contra as principais pragas que atacam a cultura, com a segurança e flexibilidade de aplicação em pós-emergência da tecnologia Roundup Ready 2®. 1. YieldGard® VTPRO A tecnologia YieldGard VTPRO (MON 89034) representa uma segunda geração de milho resistente a insetos e fornece maiores benefícios no que se refere ao controle de pragas. O milho YieldGard VTPRO produz as proteínas Cry1A.105 e Cry2Ab2 derivadas do Bacillusthuringiensis, as quais fornecem controle eficaz contra a lagarta do cartucho (Spodopterafrugiperda) durante toda a safra. Além disso, o milho YieldGard VTPRO fornece proteção significativamente maior contra danos causados pela lagarta da espiga (Helicoverpazea) quando comparado as demais tecnologias do mercado que possuem apenas uma proteína e um elevado controle de espécies de broca do colmo (Diatraeasaccharalis). Adicionalmente ao maior espectro de controle de insetos, a combinação da expressão de duas proteínas inseticidas com diferentes modos de ação em uma única planta proporciona uma ferramenta mais efetiva para o Manejo de Resistência de Insetos (MRI). As plantas derivadas de biotecnologia que expressam duas proteínas Cry terão maior durabilidade no mercado que plantas que produzem apenas uma proteína Cry, pois a probabilidade de resistência cruzada entre proteínas Cry com diferentes modos de ação é baixa e a mortalidade dos insetos suscetíveis causada pelas prote-
48
Revista do Produtor Rural
ínas individuais é de pelo menos 90%. As proteínas do YieldGard VTPRO têm diferenças importantes no seu modo de ação, especificamente na forma como elas se ligam aos receptores do intestino médio dos lepidópteros alvo e as proteínas são muito ativas contra as pragas primárias de milho. Com essas propriedades, o milho YieldGard VTPRO pode ser cultivado utilizando uma área de refúgio estruturado menor do que aquela recomendada para os produtos que expressam apenas uma proteína Cry. A Monsanto recomenda em áreas cultivadas com a tecnologia YieldGard VTPRO, o plantio de área de refúgio com milho híbrido convencional na proporção mínima de 5% da área total de milho YieldGard VTPRO cultivado na propriedade rural. 1.1 TECNOLOGIA VECTRAN (VT) O milho YieldGard VTPRO foi desenvolvido usando o processo de transformação genética chamado VecTran que consiste na introdução de dois ou mais genes em um local de inserção mais preciso (Figura 1). Essa técnica de
transformação genética é mediada pela bactéria Agrobacterium sp.que contém um plasmídeo contendo os genes de interesse (no caso, os genes cry1A.105 e cry2Ab2). Este plasmídeo é um DNA circular que não faz parte do genoma da bactéria e que, sob as condições apropriadas é transferido para as células do milho. A Tecnologia VecTran resulta em um processo de transformação genética mais natural e limpo, ou seja, permite uma inserção mais precisa dos genes que conferem as características de interesse agronômico. 2. RoundupReady 2® Além da melhor proteção contra as principais pragas da parte aérea na cultura do milho oferecida pela tecnologia YieldGard VTPRO, a partir de agora você pode também utilizar os benefícios da combinação com a mais eficiente tecnologia para o manejo de ervas, o Milho Roundup Ready 2®. Estima-se que a redução na produtividade das culturas causada por plantas daninhas no Brasil seja da ordem de
Figura 1. Desenho esquemático da inserçãode genes no milho YieldGard VTPRO atravésda tecnologia VecTran.
Açúcares
Mecanismo de Ação: Chiquimato-3-fosfato
Herbicida a base de glifosato bloqueia a enzima EPSPS
Gene Roundup Ready
Aminoácidos
EPSP + Pi Compostos aromáticos
Proteínas
herbicida a base de glifosato bloqueia a enzima EPSPS
20 a 30%, podendo chegar até 90% em casos extremos. Na cultura de milho, a redução do rendimento, devido à interferência (competição + alelopatia) das plantas infestantes, pode alcançar até 87%. A competição com as plantas infestantes resulta na redução do comprimento médio da espiga, do número médio de grãos por fileira e do rendimento médio de grãos. Portanto, o controle de plantas infestantes é uma necessidade de ordem econômica. O milho Roundup Ready 2® (NK603) de propriedade exclusiva da Monsanto
Figura 2. Atividade da enzima CP4 EPSPS na planta geneticamente modificada tolerante ao herbicida glifosato.
Technology LLC., tolerante ao glifosato, aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIO) conforme Parecer Técnico No 1596/2008, publicado no Diário Oficial da União em 14/10/2008, foi desenvolvido como mais uma opção para o controle das plantas infestantes na cultura do milho. O glifosato pode ser aplicado em diferentes estádios de crescimento das plantas oferecendo flexibilidade no controle de plantas infestantes. Outros benefícios apresentados pela tecnologia são o menor impacto ambiental; a baixa toxicida-
de do glifosato; a ausência de problemas com efeitos residuais nas culturas em sucessão (carry-over), entre outros. 2.1 Caracterização molecular do milho RoundupReady 2® O milho Roundup Ready 2® (NK603) foi produzido pelo método de transformação genética denominado biobalística, pela introdução no seu genoma gene cp4 epsps oriundo da bactéria Agrobacteriumsp. cepa CP4. O gene codifica a expressão da proteína que é naturalmente tolerante ao glifosato (Figura 2). O controle de plantas infestantes pelo glifosato ocorre pela inibição das enzimas EPSPS endógenas das plantas, as quais atuam na via metabólica do ácido chiquímico. Essa via metabólica e as proteínas EPSPS que estão ausentes em mamíferos, peixes, aves, répteis e insetos, são de suma importância em plantas. 2.2 Manejo de plantas infestantes com o milho Roundup Ready 2® O grau de interferência é definido como sendo a redução percentual da produção econômica de determinada cultura, decorrente da interferência das plantas infestantes, quando comparada com a produção da cultura mantida
Mais uma dupla de sucesso: AS 1656 PRO2 e AS 1555 PRO2 Ambos com a tecnologia VT PRO2 ™ para melhor controle de pragas e manejo de plantas daninhas.
NOVO
www.agroeste.com.br
Revista do Produtor Rural
49
Perda de Produtividade (%)
100 80 60 40 20 0
V0
V2
V4
V6
V8
V10
PERÍODO CRÍTICO
livre de competição durante todo o ciclo (100%). O mesmo varia em função da espécie e do grau de infestação das plantas infestantes, do tipo de solo, das condições climáticas reinantes no período, bem como do espaçamento, do híbrido e do estádio fenológico da cultura em relação à convivência com as plantas infestantes. De todos os fatores que influenciam o grau de interferência, o mais importante é o período em que a comunidade infestante e as plantas cultivadas estão disputando os recursos do meio, denominado Período Crítico de Prevenção da Interferência (PCPI). O controle de plantas infestantes nesse momento é fundamental para evitar perdas de rendimento, principalmente quando se utiliza um programa de manejo com herbicidas pós-emergentes. O período crítico pode mudar de um ano para outro, pela época de plantio e de local para local. De forma geral, pode-se inferir que o PCPI do milho convencional e do milho Roundup Ready 2®é semelhante, exigindo assim os mesmos níveis de eficácia de controle e período de eliminação da presença de plantas infestantes na cultura (Figura 3). Com a introdução do milho Roundup Ready 2®, uma nova oportunidade de manejo é oferecida ao mercado. A nova tecnologia associa a seletividade do milho Roundup Ready 2® ao glifosato nos diferentes estádios de crescimento da cultura e a flexibilidade de aplicação e amplo espectro de ação deste herbicida. Para obter sucesso, esta tecnologia deve ser associada ao manejo integrado de plantas infestantes, ao plantio direto e à rotação de culturas. Alguns dos herbicidas mais utilizados na cultura de milho até o momento apresentam problemas de seletividade. Por exemplo, em experimentos condu-
50
Revista do Produtor Rural
V12
V14
V16
Estádio fenológico
Figura 3. Período crítico de prevenção da interferência da mato-competição na cultura do milho e efeito na produtividade.
zidos na ESALQ/USP, foram observadas sensíveis reduções de rendimento provocadas por grande parte dos herbicidas recomendados para a cultura. Em trabalhos conduzidos na safra 2002/2003 em diferentes localidades do Brasil não foram observadas reduções de rendimento por consequência da aplicação de glifosato sobre o milho Roundup Ready 2®. Quando se compara a tecnologia do milho Roundup Ready 2®com os herbicidas utilizados atualmente, pode-se observar que, além da menor seletividade, esses herbicidas mostram menor flexibilidade de aplicação devido a restrições quanto ao estádio (tamanho da planta) e espectro de ação. O glifosato, nas suas diversas formulações, mostrou-se tão ou mais eficiente no controle de plantas infestantes em milho Roundup Ready 2® que os herbicidas atualmente registrados para a cultura do milho. 2.3 Benefícios do cultivo do milho Roundup Ready 2® Um dos fatores positivos de culturas tolerantes ao glifosato, como o milho Roundup Ready 2®, é a possibilidade de reduzir a utilização de outros princípios ativos herbicidas na cultura do milho. Entre 1996 e 2004, o milho tolerante a herbicidas foi responsável pela redução do uso de ingredientes ativos em 3,4%, o que equivale a uma redução de aproximadamente 37 milhões kg herbicidas nessa cultura geneticamente modificada tolerante a herbicida e de 4% no impacto ambiental causado por ela em relação ao milho convencional. Um aspecto ambiental é a qualidade das águas que, segundo os estudos realizados nos Estados Unidos, melhorou em áreas onde as culturas tolerantes
ao glifosato substituíram o uso de herbicidas convencionais. Outro benefício resultante das plantas geneticamente modificadas como o milho Roundup Ready 2® tem sido a redução da emissão de CO2 do meio ambiente a partir de duas fontes. A primeira é a redução de uso de diesel, resultado da menor necessidade de aplicações de praguicidas e de preparo do solo. Esse menor uso de combustível nessas culturas resultou na redução da emissão de aproximadamente 1 bilhão de quilos de CO2 em 2005. A segunda fonte foi o aumento do carbono estocado, ou sequestrado da redução de preparo do solo associado ao maior emprego de plantio direto com as culturas geneticamente modificadas, o que resultou numa redução das emissões de mais de 8 bilhões de quilos de CO2 no mesmo ano. Esses dois fatores foram determinantes na redução combinada de mais de 9 bilhões de quilos de emissões de CO2 na atmosfera devido ao plantio de culturas geneticamente modificadas como o milho Roundup Ready 2®, o que equivale à retirada de quase 4 milhões de carros das ruas em um ano.
Referências FERNANDES, O. D. 2003. Efeito do milho geneticamente modificado (MON 810) em Spodopterafrugiperda (J.E.Smith, 1797) e no parasitóide de ovos Trichogramma spp. 164 f. Tese (Doutorado em Entomologia) - Departamento de Entomologia, ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba. FRIZZAS, M. R. 2003. Efeito do milho geneticamente modificado MON 810 sobre a comunidade de insetos. 192 f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Departamento de Entomologia, ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003. NICOLAI, M.; CARVALHO, S.J.P.; CHRISTOFFOLETI, P.J. Manejo de plantas daninhas e novos herbicidas para a cultura do milho. In: FANCELLI, A.L.; DOURADO-NETO, D. Milho: fatores determinantes da produtividade. Piracicaba: ESALQ/USP/LPV, 2007. p.1-78. FONTE: Boletim Técnico Milho RoundupReady 2® - Monsanto do Brasil Ltda.
[Grãos]
ARMAZENAGEM Engº. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda.
IMPORTÂNCIA: A armazenagem de grãos ocorre por três objetivos básicos: manter estoque regulador, ser comercializado na entressafra, servir como semente para posterior plantio. A armazenagem começa logo após a secagem (ou limpeza), destinada à conservação dos grãos, em condições que mantenham inalteradas suas características de qualidade e quantidade, dependendo do tipo de aplicação que estes grãos vão ter após a armazenagem. Existem diversas maneiras e tipos de armazenagem. Entre as principais, temos: nível de fazenda, unidade coletora (próximo ao centro de produção), cooperativas, unidades industriais, unidades governo e unidades portuárias. CONDIÇÕES DE RECEBIMENTO: Os grãos chegam às unidades de beneficiamento e armazenagem com muitas impurezas e umidade elevada, sendo então submetidos a um processo de limpeza, secagem e armazenagem para, ao final, serem consumidos. PROCESSAMENTO: Beneficiamento de grãos significa processá-los para deixá-los em condições de armazenagem, para posteriormente servirem de alimento humano ou animal, serem utilizados como matéria-prima para outras agroindustrias ou para serem utilizados como sementes. FLUXOGRAMA DO BENEFICIAMENTO: A determinação do fluxograma dá-se em função do tipo de produto e das condições de recebimento do produto. Normalmente, contém as seguintes operações básicas:
• Colheita dos grãos • Recepção: através das moegas • Pré-limpeza: com utilização das máquinas de pré-limpeza de grãos • Secagem: com utilização de secadores para redução do teor de umidade dos grãos • Limpeza: pode ser utilizada ou não, dependendo do destino do produto • Armazenagem: pode ser em silo, armazém graneleiro e armazém sacaria • Expedição: sistema de expedição normalmente é por caminhões ou trens, podendo utilizar silo de expedição ou descarga por canalização direta. PERDAS: O desperdício é um mal nacional. Localiza-se em todas as áreas, na família, nas empresas privadas, etc. Na agricultura, o desperdício alimenta a fome, encarece os produtos, torna o país menos competitivo no exterior; enfim, é um mal a ser eliminado a curto prazo. Eliminar o desperdício e aumentar a qualidade no processamento de cereal é uma meta que deve ser seguida por todos envolvidos no agronegócio brasileiro. Esta perda corresponde a 15% da produção. As etapas de concentração de perdas são: colheita, armazenagem e processamento. O desperdício e as perdas agrícolas, entretanto, não se localizam apenas no pós-colheita; existem também em grande escala, na questão de recursos humanos, pois conta com pessoal mal preparado, mal remunerado e sem maior incentivo. LAY OUT BÁSICO: O lay-out de uma unidade armazenadora diz respeito a
PERDAS NA AGRICULTURA (grãos) Produto
Perdas (%)
Etapas de concentração de perdas
Milho
17,7
Armazenamento: 7,8% Colheita: 4,4%
Milho
10,3
Armazenamento: 2,7% Colheita: 5% Processamento: 2,4%
Arroz
22
Armazenamento: 7% Colheita: 12,6% Processamento: 2,4%
Feijão
15
Armazenamento: 9% Processamento: 5%
Trigo
9,2
Armazenamento: 2,9% Colheita: 4,3% Processamento: 2%
Fonte: EMBRAPA, CONAB, FGV, SINAC, CEASA/RJ, IBGE
algo mais amplo do que o projeto, pois, além de incluir o projeto civil e mecânico, trata ainda de outros fatores, como o fluxo e grãos, o funcionamento, o desvio ferroviário (se houver), a capacidade estática e dinâmica, a carga energética instalada, o movimento de veículos, os dispositivos de antipoluição, etc. Desenvolvido em programas de computador (AutoCAD), o lay-out é a ferramenta para a previsão de todas as etapas de execução, dos custos, dos prazos e do retorno do investimento. Abrange o estudo detalhado do conjunto de silos, o sistema de recebimento e beneficiamento, a conservação, a expedição e as instalações de apoio e administrativo. Nesta etapa de definições a experiência do profissional normalmente ligado à provedora de equipamentos é fundamental para um bom projeto e retorno garantido.
Revista do Produtor Rural
51
[Sindicato Rural de Pinhão]
Do leite para a carne O agropecuarista Fábio Feiji Matsuda abandonou a atividade leiteira para dedicar-se à produção de carne
O
cenário mundial para o comércio da carne é promissor. O Brasil é um grande produtor, consumidor e exportador de carne bovina, de acordo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), destacando-se como segundo maior produtor de carne bovina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostram que a produção brasileira de carne bovina cresceu 64,75% nos últimos 20 anos, passando de 5,481 milhões de toneladas em 1991 para 9,03 milhões de toneladas em 2011, representando 15,9% do total mundial. Seguindo essa tendência, o agropecuarista do município de Pinhão, Fábio Feiji Matsuda, que está há anos no ramo da pecuária, decidiu deixar a bovinocultura de leite e investir na de corte. “Há três anos, deixei o leite por causa da dificuldade de mão-de-obra”, revela. Mat-
52
Revista do Produtor Rural
suda tem hoje em sua propriedade, a Fazenda Granja Imbuia, 380 animais que são criados em regime de confinamento e semiconfinamento. “Eu compro animais de desmama, direto do produtor, coloco no semiconfinamento até uns 400 a 420 quilos, depois fecho os animais até atingir os 500 quilos”, conta. O gado geralmente vai para o abate entre os 20 e 30 meses, com peso de 500 a 540 quilos, atingindo ganho médio diário de até 1,450 quilo durante a fase de confinamento. Matsuda trabalha com animais de cruzamento industrial, que é a combinação de duas ou mais raças diferentes, visando melhoria genética dos animais e também a qualidade da carne. O agropecuarista tem a intenção de ampliar os negócios. Além da terminação, está prestes a iniciar a cria. “Pela dificuldade de se encontrar bezerros de qualidade, optei por produzi-los na minha propriedade, mesmo que o serviço seja bem maior. Já
Fábio Feiji Matsuda
adquiri novilhas Angus e outros animais cruzados”. A alimentação dos animais é feita com silagem, ração e sal mineral, além da pastagem de inverno. O pecuarista conta que ainda está em fase de transição na pecuária, pretendendo ampliar a sua produção. “Atualmente entrego uma média de 15 animais por mês, mas quero aumentar para 60. Acredito que dentro de uns anos conseguirei alcançar o meu propósito. Para isso, pretendo investir em infraestrutura”, explica o agropecuarista.
Matsuda segue na Fazenda Granja Imbuia os quatro pilares da pecuária desenvolvendo com qualidade a nutrição, genética, manejo e sanidade dos animais. O agropecuarista pretende não parar o investimento na pecuária, pois mesmo estando em uma fase de adaptação na atividade, ele já obtém os resultados de sua dedicação, e conta que ainda tem vários projetos pela frente. “Pretendo investir em alguns novos projetos, como o tifton irrigado”.
Cavalos domados Curso ensina a lidar e entender o comportamento dos cavalos Com intenção de melhorar a comunicação entre homem-cavalo e capacitar domadores na região, o Sindicato Rural do Pinhão promoveu, junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), o curso de doma racional de equinos. O treinamento iníciou no dia 16 de abril, no Parque de Exposições Coronel Lustosa, em Pinhão. Com duração de 10 dias, totalizando uma carga horária de 80 horas. O objetivo, segundo o instrutor do Senar, Paulo Schwab Filho, é realizar o processo de iniciação dos potros xucros, domando os eqüinos de uma forma racional. “Esse animal sai do curso montado, sem cócegas e medo, virando pros dois lados, obedecendo parada e recuo”. A doma racional ensina o domador a entender o comportamento e os sentidos do cavalo, fazendo com que estabeleça uma comunicação com o animal, sem precisar utilizar a violência para isso. “Antigamente, a doma bruta era feita de uma forma mais agressiva, não se entendia muito sobre o cavalo, era uma metodologia empírica. Hoje, nós trabalhamos na observação dos sinais do cavalo para que ele adquira confiança no domador”, explica Schwab. O curso abordou a técnica racional de doma, criada pelo norte- americano Monty Roberts. Na primeira etapa, o instrutor repassou noções sobre o funcionamento dos sentidos do cavalo, como olfato, visão, tato, paladar e audição, para
que os alunos passassem a entender a interação com o animal. De acordo com Schwab, o cavalo xucro é acostumado com a liberdade, então ele pensa, inconscientemente, que é uma presa do homem. “A palavra chave do treinamento é confiança. O animal precisa estar seguro com o domador”, relata o instrutor. Ao capacitar mão de obra qualifica-
da nessa área, o curso proporciona resultados positivos no desempenho das atividades agropecuárias da região. “Esse treinamento oferece uma oportunidade para se conhecer uma técnica nova e diferente. O mais interessante é que qualquer pessoa, mesmo sem experiência com cavalos, pode participar e desenvolver bem as habilidades de um domador”, comenta Schwab.
Revista do Produtor Rural
53
[Economia rural]
Exportações do agronegócio paranaense aumentam 20% no 1º trimestre Por Gilda M. Bozza – Economista da FAEP
Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio (MDIC), divulgados no dia 18 de abril mostram que no 1º trimestre de 2012, as exportações paranaenses assinalaram crescimento de 19% em comparação ao mesmo período de 2011. De janeiro a março deste ano, as exportações ficaram em US$ 3,83 bilhões. No mesmo período de 2011, as exportações fecharam em US$ 3,21 bilhões. Já as importações totalizaram US$ 4,63 bilhões, ou seja, uma evolução de 22% sobre igual período de 2011 (US$ 3,80 bilhões). Com isso, o saldo foi negativo na ordem de US$ 802 milhões, completando oito meses de déficit na balança comercial paranaense.
Exportações do agronegócio do Paraná - No primeiro trimestre de 2012, as exportações do agronegócio paranaense somaram US$ 2,66 bilhões, um aumento de 20% relativamente ao mesmo período de 2011 (US$ 2,22 bilhões), representam 69,5% das exportações totais do Paraná e no entorno de 13,7% das exportações do agronegócio brasileiro (US$ 19,41 bilhões). O saldo das exportações brasileiras do agrone-
54
Revista do Produtor Rural
gócio no período analisado foi de US$ 15 bilhões. É o que apontam os dados do agronegócio divulgados pela Secretaria de Relações Internacionais, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Nas exportações do agronegócio paranaense, os principais agregados setoriais, em ordem decrescente foram: complexo soja, complexo carnes, produtos florestais, complexo sucroenergético. Esses agregados participam com 80% das exportações do agronegócio estadual. Complexo Soja e Milho - o complexo soja (grão, farelo, óleo, margarina e lecitina), no acumulado de janeiro a março/12 ano registrou uma receita de US$ 1,07 bilhão e representa 40% das exportações do agronegócio, sustentando as exportações parananenses. Já as exportações de soja em grão totalizaram US$ 634 milhões e um volume exportado de 1,38 milhão de toneladas, resultado do binômio demanda aquecida e preços de exportação. O aumento registrado na comercialização foi de 278%, saindo de 497 mil toneladas para as 1,38 milhão de toneladas. No período, o preço médio de exportação da soja em grão foi de US$ 457,34 por tonelada. As exportações de farelo de soja resultaram em receita de US$ 295 milhões. As exportações de óleo (bruto e refinado) somaram US$ 148 milhões. As exportações de milho geraram receita de US$ 125 milhões e um volume embarcado de 484 mil toneladas. Complexo Carnes - o complexo carnes (aves, suína e bovina) ocupa o segundo lugar nas exportações do agronegócio estadual. A receita foi de US$ 569 milhões, alavancada pelas exportações de carne de frango. Esse agregado contribui com 21% das exportações totais
do agronegócio. As exportações de carne de frango somaram US$ 462 milhões, participando com 81% na geração de divisas do complexo carnes. O volume exportado foi de 262 mil toneladas. As exportações de carne suína totalizaram US$ 34 milhões e volume exportado de 15 mil toneladas. Já as exportações de carne bovina apontam recuo na receita, passando de US$ 15,9 milhões para US$ 10,8 milhões. Produtos Florestais – terceiro agregado em ordem de valor, o representa 11% do total do agronegócio, bteve receita de US$ 294 milhões, embora registre uma ligeira queda em relação ao mesmo período de 2011 (US$ 295 milhões). Sucroenergético – quarto agregado em ordem de importância, as exportações do complexo sucroenergético somaram US$ 207 milhões. As exportações de açúcar respondem por 98% do total do setor e somaram US$ 204 milhões. As exportações de álcool totalizaram US$ 3,1 milhões. Café - as exportações do complexo café (café verde, torrado, solúvel, extratos e essências) atingiram US$ 118 milhões, com queda em relação ao mesmo período de 2011, quando totalizaram US$ 119 milhões. Mercados compradores - houve crescimento nas exportações para a Taiwan (828%); Coréia do Sul (295%); China (206%); Índia (170%); Cingapura (142%%); Hong Kong (49%); Emirados Árabes (45%). Já as exportações para a Rússia declinaram 67%, por conta dos embargos impostos. O fluxo de exportação também foi maior para a Ásia, de 109% Para a União Europeia houve recuo de 12%. Quanto ao Oriente Médio observou-se estabilidade no fluxo de exportação.
[Leilões ]
Engorda de bovinos em pastagem de inverno A integração lavoura-pecuária está em alta em Guarapuava e região. Muitos agropecuaristas plantam a lavoura de verão e, no inverno, aveia e azevém para cobertura do solo, aproveitando para engorda dos bovinos que serão abatidos nos meses de agosto a novembro. A Gralha Azul Remates fará leilões específicos de gados para engorda nos meses de maio e junho, visando a oferta deste tipo de animal. “Nosso objetivo é facilitar a comercialização, oferecendo animais de qualidade em épocas de demanda por determinadas idades e espécies de animais”, observa o diretor da empresa, Armando França de Araújo.
Agenda de Leilões Data
Hora
Leilão
Cidade
06/05/2012 - Domingo
15h
Feira de Bezerros
Guarapuava
20/05/2012 - Domingo
15h
Leilão de Gado Geral
Guarapuava
27/05/2012 - Domingo
15h
Feira da Novilha e Gado Geral
Pinhão
03/06/2012 - Domingo
15h
Feira da Novilha e Gado Geral
Turvo
10/06/2012 - Domingo
15h
Leilão de Gado Geral
Candói
17/06/2012 - Domingo
15h
Leilão de Bezerros e Gado Geral
Prudentópolis
23/06/2012 - Sábado
15h
Leilão de Gado para Engorda
Guarapuava
24/06/2012 - Domingo
15h
Leilão de Gado Geral
Bituruna
Revista do Produtor Rural
55
[Especial Nozes Pecã]
Viagem técnica para Anta Gorda/RS anima produtores rurais
N
o dia 26 de março, quarenta produtores rurais de Guarapuava e região visitaram, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), a produção de nozes pecã e a agroindústria Viveiros Pitol, em Anta Gorda – RS. Na chegada, a caravana subiu a serra até os viveiros de mudas, onde puderam observar o plantio da nogueira pecã junto com a criação de ovelhas, chamado de sistema silvipastoril. “A ovelha só ataca a casca da nogueira quando ela não tem comida. Tendo uma boa pastagem entre as árvores, o animal prefere sempre o pasto”, explicou o sócio proprietário da Viveiros Pitol, Lenio Pitol. Após o almoço, os produtores visitaram a agroindústria, onde as nozes produzidas pelo viveiro e compradas de produtores são industrializadas. A agroindústria produz casca de nozes pecã para chá, nozes pecã cristalizadas com açúcar e nozes pecã natural.
56
Revista do Produtor Rural
O grupo visitou ainda uma propriedade com cerca de três hectares de nogueira pecã, com ovelhas. O produtor contou que possui poço artesiano para irrigação e que produziu, em 2011, 15 quilos de castanha por árvore. “Vimos aqui que 80% da demanda de nozes pecã no Brasil é importada. É um mercado muito grande, que propicia
uma rentabilidade muito boa”, relata o produtor e associado do Sindical Rural de Guarapuava, Valmor Belatto. O associado Waldemar Geteski também retornou animado. ”Gostei muito de conhecer mais sobre nozes pecã. Vejo algumas árvores na região de Guarapuava que produzem bem e pretendo plantar cerca de 50 mudas em consórcio com a erva mate. Se os resultados forem bons, pretendo sempre aumentar o número de árvores”, relatou.
Nozes pecã, segundo Luizinho, Leandro e Lenio Pitol Os proprietários do Viveiros Pitol, Luiz, Leandro e Lenio Pitol repassaram diversas informações técnicas aos produtores rurais que participaram da viagem. Confira:
Mudas “A empresa vende mudas para produtores de Medianeira, Guarapuava, municípios do Oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. As mudas têm 1,7 metros e produzem com três anos. O custo de cada muda é R$ 30,00”. Solos “Ela não pode ser plantada em solos alagados. A nogueira se adapta bem em qualquer solo encontrado na região centro-sul do Brasil. É uma árvore bem rústica e resiste a terrenos pedregosos e morros” Frio “Ela se adapta muito bem ao frio. Se não houver um inverno rigoroso é ruim para muda, ela precisa de forte frio. As folhas caem no inverno”
Variedades “A empresa cultiva três variedades: a Barton, a Imperial e a Pitol 2 Importada” Época de plantio “Épocas de junho, julho e agosto. Ela deve ser plantada durante a época mais fria do ano. O ideal é plantar 100 mudas por hectare. É uma opção de plantio em área de Reserva Legal” Pragas “Nos primeiros três anos, é preciso cuidado com formiga. Mas o manejo é o mesmo feito para eucalipto ou pinus. É o mesmo tipo de formiga que ataca” Adubação “Adubamos com esterco – 1 saco em um buraco próximo às árvores. Utilizamos Revista do Produtor Rural
57
Controle de doenças “Para doenças de folhas, aplicamos Sriazol e Stribualina, com pulverizador canhão. Espaçamento “Se for feito o plantio somente da árvore, o espaçamento tem que ser no mínimo 10x10 cm. Com consórcio de animais, o mínimo é 12x12 cm” Silvopastoril “Se a muda for protegida, o produtor pode colocar os animais desde o primeiro ano. A ovelha ataca a casca se não houver muita comida, havendo bastante pasto ela não ataca a árvore”
Luizinho Pitol
Lenio Pitol
Leandro Pitol
Reunião institui comissão de nozes pecã
Colheita “Uma colheita razoável ocorre a partir do quinto ano. O pique de produção segue até o 12º ano, mas depois ela continua. Existem na nossa região (Anta Gorda) nogueiras com mais de 50 anos que estão produzindo normalmente. A colheita é manual, o produtor colhe as nozes do chão. Existem também máquinas que fazem esse serviço e até chacoalham a árvore” Comercialização “A noz bruta é comercializada entre R$ 4,00 e R$ 5,00 o quilo. Empacotada, é vendida a R$ 32,00 o quilo”.
58
Revista do Produtor Rural
Após a viagem técnica a Anta Gorda-RS realizada em março, sob a organização do Sindicato Rural de Guarapuava, 25 produtores rurais participaram, no dia 11 de abril, da reunião sobre a cultura de nozes pecã. O objetivo foi discutir a compra conjunta de mudas, assim como fomentar discussões periódicas sobre a cultura, através do Programa de Desenvolvimento Florestal, desenvolvido pelo Sindicato, empresas e cooperativas do município. Quatro produtores rurais que já cultivam nozes pecã apresentaram suas experiências acerca da cultura. Seis produtores foram indicados para coordenar o grupo. “A discussão foi bastante produtiva. O Sindicato Rural dará todo o suporte necessário para que os produtores tenham acesso à informações sobre a cultura. Podemos organizar outras viagens técnicas e visitas em propriedades, assim como buscar informações sobre viabilidade técnica e econômica dessa alternativa de diversificação e renda”, informou o presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Pedido de mudas O plantio das mudas de nozes pecã deve ocorrer nos meses de junho, julho e agosto em Guarapuava. Segundo Pedro Francio Filho, os produtores já podem iniciar o preparo do solo, mas não devem realizar o plantio antes desse período. Já o pedido de mudas precisa ser feito o quanto antes. A empresa Viveiros Pitol, de Anta Gorda/RS, não vai cobrar o frete de entrega para os pedidos que forem efetuados através do Sindicato Rural de Guarapuava. Desta forma, quem tiver interesse, deve entrar em contato com Graziely, na sede da entidade. Cada muda custa R$ 30,00. Outras informações pelo telefone 42-3623-1115.
Fotos: Bruno Hilgemberg e Graziely Andrade
adubo da Rollier e Nitrogênio também. Recomendo 5.20.20. O solo tem Ph 6”.
Edgar Szabo
“Plantei 180 mudas em julho de 2010 em uma área pedregosa em propriedade rural no Pinhão/PR, visando sombreamento, mas também rentabilidade. Plantei três variedades, com preparo de solo e adubação. Optei pelo espaçamento de 12 x 12 cm para aproveitar um distribuidor de adubo que estava sem uso. Utilizei adubo químico e compostagem. O plantio foi feito em área de pastagem. Apliquei calcário. Os carneiros não mexeram nas árvores, tive que retirá-los somente quando estavam saindo os brotos. No entanto, só coloquei os animais na área cinco meses após o plantio. Minhas mudas tinham mais de dois metros. Devido à área ter muitas pedras, perdi algumas mudas por falta de desenvolvimento da raiz. Em dois anos, a planta não cresceu, só engalhou. É preciso cuidar das formigas durante um ano e meio. Meu custo de implantação, incluindo adubação foi de R$ 3 mil por hectare.”
“Plantei pouco mais de 1.000 mudas em agosto de 2010 e julho de 2011, em propriedade em Guarapuava/PR, com objetivo comercial. Fiz espaçamento de 7 x 7 cm e 10 x 10 cm. Utilizei calcário, gesso agrícola e esterco aviário. O plantio foi feito em área de pasto. Precisei molhar as mudas. A nogueira pecã demora bastante para se desenvolver, o ciclo é lento, mas agora as árvores estão muito bonitas”.
“Plantei 100 mudas em 2010, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava/PR. Precisei molhar nos primeiros dias de plantio e tive problemas com formigas. Plantei em área de pastagem e as árvores estão desenvolvendo bem agora”.
Evaldo Klein
Daniel Schneider
Fotos: Luciana Queiroga
Produtores de nozes pecã na região: “Plantei 300 mudas em julho de 2011 na propriedade rural localizada em Pitanga/PR. Fiz consórcio com carneiros. Perdi 10 mudas plantadas no pasto, pois os animais comeram. Coloquei tubos de PVC para proteger as mudas. Fiz espaçamento de 20 x 20 cm, visando sombreamento. Fiz compostagem 14 dias antes do plantio. Elas começaram a se desenvolver em janeiro deste ano”.
Edmundo Gumpl
Revista do Produtor Rural
59
[Benefícios]
Projeto Identidade Sindical conta com novos parceiros Fisk Centro de Ensino, Clínica de Olhos, Laboratório Góes e Biogenésis Bagó oferecem descontos aos sócios
O
Sindicato Rural de Guarapuava agora conta com mais duas empresas da região no Projeto Identidade Sindical: Clínica de Olhos, Fisk Centro de Ensino e Laboratório Góes. A Clínica de Olhos – Dr. Guilherme Araújo oferece aos associados descontos em consultas e em exames oftalmológicos. A Fisk Centro de Ensino concede 20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados e familiares. O Laboratório Góes oferece descontos em exames especialmente para os associados da entidade, conforme tabela enviada aos produtores rurais via e-mail. A empresa Biogenesis Bagó oferece bonificações em produtos (ver página 64). O Projeto Identidade Sindical foi criado pelo Sindicato Rural de Guarapuava e já conta com a parceria de mais de 40 empresas dos municípios de Guarapuava, Candói e Cantagalo. Em Guarapuava, os parceiros são Apoio Geomática, BetoAgro Agronegócios, Chuveirão das Tintas, Comtudo Materiais de Construção, Promissor Corretora de Seguros, Praisce Capital, Dacoregio Automotivo, Zico Motosserras, Óticas Precisão, Super Tela, GP Combustíveis, Pneoeste Centro Automotivo, Retífica Scartezini, Zart & Korpasch Assessoria Contábil Decisorial, CS Ambiental, Guarafer, Farmácias São José, Odonto Radiologia Crânio-facial, Raízes da Mata, Selaria e Sapataria Newton, Odontologia Mackelle, Seven Mitsubishi, Lupis Tecnologia e Sistemas, Boliche XV, AgRural, 1080i Produtora de Vídeo, The Ranch, Agrocenter, Guará Beneficiadora de Batatas, AgroFertil, Agroplan, Benção Insumos e Cereais, Deragro, Agroboi, Agropecuária Pro Bicho, Galpão do Boiadeiro, Bem-Te-Vi Equipamentos Agrícolas, Agro Tatu, Fundição Gaioski.
60
Revista do Produtor Rural
Em Candói, Agrícola Colferai, Agropecuária Candói, Dalrio Tem Tudo, Retífica Scartezini, Farmácia N. Sra. Fátima, Biolabo, Ótica Precisão e Instituto de Visão. Em Cantagalo, Agrícola Colferai, Agromáquinas, Agropecuária 2 Irmãos, Agroveterinária Cantagalo, Secontec Materiais de Construção e Tintas, Emplaeg Topografia e Planejamento Agropecuário, Farmácias São José e Maxilábor Análises Clínicas . Estes estabelecimentos oferecem descontos nos mais variados produtos e serviços para os sócios do Sindicato Rural. Os descontos de cada empresa podem ser visualizados no site www.srgpuava.com.br ou na Revista do Produtor Rural do Paraná (Páginas 8 e 9).
[Suplementação Mineral] Por que suplementar no período das secas: O principal objetivo desta suplementação é suprir as exigências nutricionais dos animais nesta época do ano, maximizando a ingestão da forragem, propiciando até ganho de peso aos animais (ao redor 200g/animal/dia) em substituição ao conhecido efeito boi-sanfona. Com este ganho de peso neste período é possível reduzir a idade de abate, acompanhando as necessidades do mercado atual da carne bovina.
Quando suplementar: De uma maneira geral recomenda-se suplementar quando a proteína bruta das pastagens (com base na matéria seca) for inferior a 7%, e quando a relação energia: proteína bruta das pastagens (com base na matéria seca) for superior a 7. Como exemplo uma pastagem que apresenta no período das secas uma PB (na matéria seca) de 4% e uma energia-NDT (na matéria seca) de 48%, temos PB = 4% (inferior a 7%) e relação NDT:PB de 12 (maior que 7).
O que suplementar: A utilização de altas inclusões de uréia ou o uso apenas dela nos suplementos permite apenas manutenção de peso no período das secas, pois alguns tipos de microrganismos do rúmen necessitam de peptídeos e alguns aminoácidos para maximização da sua atividade, sendo, portanto, necessário suplementar também com proteína vegetal. Recomenda-se que no máximo 70% da proteína bruta do suplemento venha da uréia, para que se consiga ganho de peso ao redor de 200 g/animal/dia. Vale salientar que para algumas categorias (como exemplo, vacas em bom escore de condição corporal) a simples manutenção do peso no período das secas já é suficiente, e neste caso o uso de suplementos minerais com uréia é bastante recomendado pela sua economicidade em relação aos proteinados.
Necessidade para que a suplementação dê resultado: Para os proteinados que têm um consumo esperado de 0,1% do peso vivo, ou 1g/kg de peso vivo, recomenda-se um es-
paçamento de cocho mínimo de 10 a 15 cm lineares/cabeça. Como a suplementação via proteinado visa corrigir o aspecto qualidade da forragem, é necessário que seja garantida a quantidade de forragem neste período. A quantidade mínima de matéria seca nas pastagens deve ser de 2.000 kg/ha, e para isto, recomenda-se a vedação de parte da área em fevereiro, para fornecer na primeira metade do período (normalmente maio, junho, julho), e vedação de outra parte em março, para fornecer na segunda metade do período (normalmente agosto, setembro e outubro). As forrageiras de crescimento estolonífero (braquiárias, tífton, coast-cross) são as mais recomendadas para vedação, pois têm uma melhor relação folha: haste.
Uso de Rumensin® na suplementação Rumensin® é um aditivo ionóforo que, em poucas palavras, altera os padrões de fermentação ruminal (maior produção de ácido propiônico), disponibilizando mais energia ao animal; esta maior energia propicia ganhos de peso adicionais entre 50 e 100g/ animal/dia, com uma relação benefício:custo de 8:1 até 20:1.
O Princípio do funcionamento dos proteinados é: Aumento da concentração de N no rúmen
Melhora a eficiência microbiana
Maior digestibilidade da forragem
Aumento do consumo de forragem
MAIOR DESEMPENHO
Revista do Produtor Rural
61
[Bovinocultura de leite]
Influência do Manejo pré-parto sobre a produção e reprodução em vacas leiteiras Marlon Richard Hilário da Silva , Leiluana Rettig2, Gabriel Batista Geffer Salvalaio², Guilherme Fernando Mattos Leão², Francine Giotto², Juliana Mareze², Marina Gavanski Coelho² Médico Veterinário, MSc.Professor do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. ² Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. 1
INTRODUÇÃO Com a busca constante para o aumento da produção de vacas leiteiras, estas se tornaram máquinas, cuja programação de produção precisa ser planejada e requer constantes ajustes, para se ter um melhor aproveitamento da relação custo/benefício.O manejo produtivo torna-se necessário para monitorar positivamente o desempenho do rebanho leiteiro (SANTOS, 2002). O período de pré-parto na vaca leiteira é definido como sendo o período de três semanas anterior ao parto, considerando-se que o parto em raças leiteiras é de em média 281 dias, e se apresenta como período de mudanças no estado fisiológico, nutricional, anatômico e comportamental da vaca, preparando-a para o parto e a produção de leite. Um adequado
62
Revista do Produtor Rural
manejo no pré-parto, este sendo um momento importante do período de transição, irá auxiliar prevenindo o excesso ou escassez de alimentos, doenças metabólicas ou infecciosas durante ou posteriores ao parto, perdas econômicas pela redução da produção, aumento no custo da dieta, possíveis tratamentos e até descarte do animal (MOTA, 2006).
MANEJO DO PERÍODO SECO
Secar a vaca é uma das medidas de manejo adotadas, geralmente nos dois últimos meses de gestação, a fim de se proporcionar boas condições de parição e proteger a saúde do futuro bezerro. A secagem da vaca deve ser realizada 60 dias antes do parto, independente da produção leiteira, promovendo o descanço do úbere, e preparando-o para a próxima lactação.
Nesse período deve se considerar a formação de lotes especiais, com as vacas gestantes a partir do sétimo mês de gestação, facilitando a observação das gestantes (NOVAES, 2002). Com a secagem da vaca, mais próximo ao parto, se faz necessário outra medida de manejo, que é conduzir o animal ao piquete maternidade, em média 15 dias antes da previsão do parto, o que facilita o auxilio ao parto e cuidados com o recém-nascido. O piquete maternidade deve ser limpo, com drenagem para água, com fácil acesso, fácil observação da vaca gestante, com disponibilidade de água abundante e fornecimento de sal mineral (EMBRAPA, 2007).
MANEJO NUTRICIONAL
Quando há formação do lote especial, com vacas gestantes a partir do sétimo mês, é importante fornecer dietas a base de volumosos de qualidade, incluindo pasto ou forragem conservada, nesse período a vaca estará consumindo mais nutrientes do que suas reais necessidades; depositando gordura, proteína e minerais e assim, recompondo suas reservas corporais. Vitaminas, minerais e outros aditivos são bastante úteis na alimentação de vacas secas. (EMBRAPA, 2007; SANTOS, 2002). A vaca de alta produção também irá possuir dificuldades no período de transição. O período de transição compreende as três últimas semanas de gestação e as três primeiras semanas de lactação. Este período é marcado
por mudanças metabólicas, envolvendo alterações no fígado, tecido adiposo, músculo esquelético, além da ação de muitos hormônios, os quais estão envolvidos na lactogênese e manutenção da lactação. Devido à isto, a imunidade também é menor neste período, e pelo fato de que o aparelho reprodutivo ainda não se involuiu, ou seja, ainda não teve a sua volta ao tamanho normal, a probabilidade de infecções, em virtude de ser uma porta aberta para doenças como, por exemplo, a mastite são altas, e por isso o fornecimento de vitamina E, zinco, cobre e selênio pode ser benéfico.
ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL PRÉ-PARTO Durante o início da lactação, praticamente todas as vacas de leite entram em balanço negativo de energia. O balanço energético negativo é o momento em que a vaca está consumindo mais energia do que ela está ingerindo, e este estado é ainda mais elevado em vacas de alta produção, e associa-se a um limitado consumo de alimento. Esse balanço negativo entre energia para produção de leite e energia consumida na forma de alimento é compensado pela mobilização de reservas de tecido corporal, principalmente de gordura. O resultado final é perda de peso e redução na condição corporal (SANTOS, 1998). O período crítico é representado entre a 4º e a 8º semana do pós parto, no qual a vaca tem o
seu pico de produção de leite, mas se encontra em balanço energético negativo. Se um manejo alimentar eficiente não for realizado neste período, a vaca em questão terá uma perda acentuada do escore corporal bem como em um aumento no período de serviço, fazendo com que o produtor não consiga colocar a vaca na reprodução tão cedo, o que leva à diminuição dos índices produtivos. O recomendado é que vacas no período seco e ao parto estejam com escore corporal de 3,0 a 3,5, para que desta forma não haja uma grande diminuição no consumo de matéria seca, e para que suas reservas corporais supram a demanda de produção de leite (BENEDETTI e SILVA, 1997). Um escore corporal mantido próximo deste ideal geraria resultados positivos sobre a produção, como por exemplo, uma diminuição do número de inseminações, bem como uma diminuição do tempo de serviço, diminuindo, por conseguinte o intervalo entre partos, o que é um índice desejado (Tabela 1).
CONCLUSÃO
O processo produtivo de um rebanho leiteiro é formado por um conjunto de atividades que precisam estar em equilíbrio. Monitorar e analisar esse processo são a chave para uma produtividade eficaz e condizente com os objetivos e metas econômicas estabelecidas, e também, promover ajustes para a correção de possíveis
Tabela 1. Efeito da condição corporal ao parto no desempenho lactacional e reprodutivo de vacas leiteiras ECC
CMS
Leite kg/ dia
Gordura %
SPC média
PS, d
>4,0 (gorda)
20,7
37,3
3,6
1,94
106
2,75 – 3,5
22,2
36,6
3,5
1,85
103
>4,0 (gorda)
15,8
27,8
4,93
2,4
98
2,5 (magra)
17,2
31,5
4,61
1,9
89
3,2
17,5
27,2
4,82
1,50
87
2,2 (magra)
17,9
27,5
4,94
1,75
96
3,5
18,4
27,8
4,52
1,45
85
2,0 (magra)
18,7
26,2
4,13
1,8
101
Autor
Santos, 1996 Treacher et al., 1986 Jones e Garnsworthy, 1998
ECC – Escore de condição corporal; CMS – Consumo de matéria seca; SPC – Número de serviços ou inseminações; PS – Período de serviço, retorno as atividade reprodutivas
distorções. Uma boa dica é observar as vacas que apresentam maior produção no rebanho, pois exigem alto grau de manejo, e assim, elas serão o referencial para o manejo do rebanho.
REFERÊNCIAS BENEDETTI, E., SILVA, H. S. Influência da condição corporal na produção de leite, consumo e desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. Vet. Not. Uber. v.3, n.1, p.175183, 1997. BRITO, L.G., SALMAN, A.K.D., GONÇALES, M.A.R., FIGUERÓ, M.R., Parte II: Aspectos técnicos em: Cartilha para o produtor de leite de Rondônia. Porto Velho, RO: Embrapa Rondônia, 2007. JONES, G.P. E P.C. GARNSWORTHY.. The effects of dietary energy content on the response of dairy cows to body condition at calving. Anim. Prod. 49:183, 1999. MOTA, M.F.; PINTO-NETO, A.; SANTOS, G.T.; FONSECA, J.F.; CIFFONI, E.M.G. Período de transição na vaca leiteira. Arq. ciên. vet. zool. UNIPAR, Umuarama, v. 9, n. 1, p.7781, 200. NOVAES, L.P., PIRES, M.F.A., CAMPOS, A.T., Procedimentos para o manejo correto da vaca gestante, no pré-parto, ao parto e pós-parto. Disponível em: <http://www. agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/Manejo_de_VacasIDfS00ee88ar.pdf>. Acesso em: 02 abr 2012. SANTOS, G, T., CAVALIERI, F.B.B., DAMASCENO, C.J., Manejo da vaca leiteira no período de transição e início da lactação. Disponível em: < http://www.nupel.uem.br / pos-ppz/vacas-08-03.pdf >. Acesso em: 02 abr 2012. SANTOS, J.E.P.; SANTOS, F.A.P. Novas estratégias no manejo e alimentação de vacas pré-parto. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO ANIMAL, 10., 1998, Piracicaba. Anais Piracicaba, 1998. P,165-214. SANTOS, J.E. P. Effect of degree of fatness prepartum on lactation performance and ovarian activity of early postpartum dairy cows. M.Sc. Thesis. Dept. Animal Sciences. University of Arizona, Tucson, AZ. 1996. SANTOS, W.B.R; SANTOS, G.T. Dieta Aniônica no período de transição para vacas leiteiras. Disponível em: <http://www.nupel. uem.br/dieta-periodo-seco.pdf> Acesso em: 02 abr 2012. TREACHER, R.J., I.M. REID E C.J. ROBERTS. Effect of body condition at calving on the health and performance of dairy cows. Anim. Prod. 43:1,1986.
Revista do Produtor Rural
63
[Produção animal]
Palestra orientou criadores de bovinos sobre manejo sanitário
A
Biogénesis-Bagó, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, promoveu no dia 03 de abril, a palestra “Manejo sanitário sob o olhar econômico”. Segundo o palestrante e médico veterinário, Sérgio Barros Gomes, o manejo sanitário em bovinos é muito importante. “Este manejo, se implantado de forma correta, ajuda a melhorar pontos fracos
e a reforçar pontos fortes de qualquer propriedade, de acordo com a atividade desenvolvida”, resume. “Eu tenho 300 vacas em reprodução e, sem dúvida, essa palestra foi muito explicativa. Recebi aqui ótimas informações e pretendo implantar este manejo em minha propriedade”, destaca o criador Roberto Hyczy Ribeiro. A criadora Nilcéia Mabel Kloster Vigantes também elogiou a palestra. “Tive problema com diarréia de bezerros. Foi um caso atípico que aconteceu este ano e a palestra me encaminhou para descobrir os fatores do problema. Agora vou usar as informações que aprendi aqui para reverter esse quadro”, afirma. Biogénesis Bagó é uma companhia de alcance internacional, com mais de 70
Sérgio Barros Gomes (Biogénesis-Bagó)
anos de trajetória, sucessos científicos e comerciais nas áreas da saúde e produção animal. Possui um portfólio de mais de 100 produtos farmacêuticos e especialidades biológicas, incluindo vacinas bacterianas, virais, antibióticas, antiparasitárias, aditivos para nutrição e especialidades farmacêuticas para bovinos, ovinos, equinos, suínos e animais de estimação.
Bonificações para associados Além da palestra técnica, o representante da empresa apresentou aos agropecuaristas a parceria firmada com o Sindicato Rural, que prevê bonificações em produtos para associados da entidade, por meio do projeto Identidade Sindical. A parceria inclui desenvolvimento de conteúdo técnico de campo na área de sanidade animal e a sua divulgação/ informação aos associados; participação conjunta em eventos técnico-comerciais e comercialização da Biogénesis Bagó para os associados com condições comerciais especiais de toda a sua linha de produtos. A proposta firmada com o Sindicato Rural de Guarapuava consiste do pagamento de bonificação em produtos sobre o valor total de compras realizadas por cada fazenda associada participante do programa, dentro do período de um ano (01), de abril de 2012 a março de 2013. Esta bonificação obedecerá os seguintes patamares mínimos de compra dos produtos da linha Biogénesis Bagó:
64
Revista do Produtor Rural
Nível 1 = R$ 750,00 de compra terá 6% de bonificação (4% para a fazenda e 2% para o Sindicato); Nível 2 = R$ 1.250,00 de compra terá 7% de bonificação (5% para a fazenda e 2% para o Sindicato); Nível 3 = R$ 2.000,00 de compra terá 8% de bonificação (6% para a fazenda e 2% para o Sindicato). Envolve toda a linha Biogénesis Bagó (Biológicos, hormonais, endectocidas, antiparasitários externos e internos e antibióticos). Exceto o endectocida Ivergen 1%. Este produto não entra na soma para computar a bonificação a que cada cliente tem direito. Além da necessidade de atingir o valor mínimo de cada nível para ter direito à bonificação proposta, o associado necessariamente deverá ter comprado no mínimo três (3) produtos diferentes das linhas da empresa que estejam incluídos neste valor. O pagamento da porcentagem será feito em produtos da linha da Biogéne-
sis-Bagó, de acordo com a escolha do associado. O cômputo do valor da bonificação a que cada cliente tem direito será feito sobre as notas fiscais de compra. Este levantamento ocorrerá junto às revendas participantes indicadas pelo Sindicato e a Biogénesis Bagó, que são: Agroboi e Galpão do Boiadeiro (Guarapuava), Agrocampo (Pinhão). A bonificação em produtos será retirada diretamente nas revendas indicadas. Na parte de conteúdo técnico a campo, a empresa vai trabalhar juntamente com os técnicos da associação na implementação de programas sanitários e reprodutivos da Biogénesis Bagó em algumas propriedades, com o intuito de medir benefícios e divulgá-los aos demais criadores. Os procedimentos seriam aplicações dos produtos sugeridos em um rebanho e comparar seu resultado com o histórico destas propriedades, calculando investimento x benefício.
[Sanidade animal]
Biogénesis-Bagó
consolida sua atuação no Brasil
H
á mais de oitenta anos, a Biogénesis-Bagó dedica-se a desenvolver, fabricar e distribuir produtos voltados para a produtividade e sanidade animal. Uma empresa focada no mercado de bovinos, a Biogénesis-Bagó quer contribuir com o desenvolvimento da pecuária em todos os países onde está inserida. Presente no Brasil desde 1998, a empresa vem consolidando ano a ano sua presença no principal mercado da América Latina no segmento de produtos veterinários. De forma ativa, vem contribuindo com projetos de erradicação de febre aftosa e demais ameaças ao desenvolvimento pecuário através de apoio e doações sempre que solicitadas e avaliadas como decisivas para a manutenção e ampliação da qualidade do setor no Brasil. Para citar algumas ações, em 2010 realizou doação de 50 mil doses de Aftogen Óleo ao Fundo Emergencial de Sanidade Animal do Estado do Mato Grosso (FESA) para vacinação dos rebanhos brasileiros na fronteira com a Bolívia. Em 2011, foram doadas mais 6 mil doses da vacina para o Instituto Mineiro de Agropecuária, de Minas Gerais, para vacinação de rebanhos pertencentes às comunidades indígenas do estado. Atualmente, a Biogénesis-Bagó está entre as quatro maiores empresas de produtos veterinários para bovinos da América Latina e opera sob um sistema de Controle de Qualidade que é certificado em conformidade com a norma ISO 14.001 e opera sob normas GMP (sigla em inglês para Boas Práticas de Fabricação). A partir de 2003, desenvolveu equipe técnica e comercial própria para atender as necessidades dos produtores e
técnicos em todos os estados brasileiros. Seu portifólio de produtos se concentra em animais de grande porte com ênfase especial nos bovinos. Além da vacina contra febre aftosa estar presente em todos os países da América do Sul com programas oficiais de controle da doença também produz vacinas virais e bacterianas para a prevenção de síndromes respiratórias e reprodutivas, doenças clostridiais e anti-rábicas, endectocidas, antiparasitários externos, farmacêuticos e hormônios para programas de reprodução assistida (IATF e TETF). “Como todo início, não foi fácil. Mas hoje, a Biogénesis-Bagó está consolidada no mercado brasileiro e é uma das principais empresas deste mercado. Colhemos os frutos de todo esse esforço”, diz Sergio Barros, Gerente de Relações Institucionais. Dentre seus destaques, o Cronipres Monodose foi desenvolvido para os programas de Inseminação Artificial de Tempo Fixo, técnica que está revolucionando a reprodução bovina em todo mundo e especialmente no Brasil. Outro destaque que tem contribuído para o crescimento da empresa é o Ivergen Platinum, um endectocida de longa ação à base de ivermectina 3,15%. Indicado para o controle de parasitas internos e externos em bovinos e ovinos, sendo já um dos principais produtos do segmento no Brasil. Ainda, a Aftogen é reconhecida e vastamente utilizada no combate à febre aftosa, sendo um dos principais produtos da companhia em todos os mercados onde ela atua. Segundo Raul Moura, Diretor Comercial, “a chegada da Aftogen foi decisiva para consolidação da empresa
no mercado brasileiro, pois além de um produto estratégico no mercado nacional, nos permitiu nos aproximar ainda mais dos pecuaristas e elaborar um plano sanitário completo para cada fazenda brasileira”, diz o diretor. A empresa faz parte do banco de antígenos da Argentina desde 2000 e em 2006 a Biogénesis-Bagó marcou mais uma vez sua presença mundial ao tornar-se responsável em prover o Banco de Antígenos e vacinas contra febre aftosa para a América do Norte (EUA, México e Canadá). Significa dizer que qualquer foco da doença em um destes países, a Biogénesis-Bagó será responsável pela formulação da vacina, que deverá ser enviada ao país em 72 horas. Por isso, em setembro deste ano, obteve o registro da vacina nos EUA, tornando-se a primeira e única vacina contra febre aftosa registrada pelas autoridades americanas. Nesses anos de trabalho e pesquisa, a Biogénesis-Bagó se tornou uma empresa líder do setor pecuário, que pode demonstrar grandes conquistas na luta contra a febre aftosa. Uma delas é a obtenção de registros e comercialização de sua vacina em diferentes países. Para o diretor de estratégia para a América Latina, DiptenduMohan Sen – Dee Seen – “É um extenso trabalho, mas que os resultados são compensadores. Estruturamos nossa equipe técnica e de campo. Hoje estamos nos principais estados brasileiros, atuando junto aos pecuaristas e profissionais do setor, com eficácia comprovada. Estamos próximos a todos os fatores que compõem o mercado bovino brasileiro”, garante, pois a empresa leva este lema até em seu slogan: “O campo é a nossa vida”... Revista do Produtor Rural
65
Para alguns, um lugar para ganhar dinheiro. Para outros, um lugar para ser feliz. Para todos, Biog茅nesis-Bag贸.
www.biogenesisbago.com | 0800 701 0752
66
Revista do Produtor Rural
A Biogénesis-Bagó nasceu no campo. E vive para o campo há mais de 60 anos, criando produtos e soluções inovadoras para o seu fortalecimento. É porque tem orgulho de fazer parte do campo que a Biogénesis-Bagó: - É uma das maiores produtoras mundiais de vacina contra a Febre Aftosa, com mais de 1,5 bilhão de doses produzidas de acordo com os mais altos padrões internacionais (OIE). - É o único banco de antígenos oficial de vacina contra Febre Aftosa na América do Sul, sendo também fornecedora do banco de antígenos antiaftosa da América do Norte (EUA, México e Canadá). - Comercializa a vacina contra Febre Aftosa em todos os países da América do Sul com programa oficial de erradicação da doença. - Foi a primeira empresa no mundo a lançar uma ivermectina genérica, e atualmente conta com cinco versões diferentes. - Oferece uma ampla linha de produtos para sanidade e reprodução bovina, com uma equipe profissional que assessora os técnicos do setor e os produtores rurais. - Opera com sistema de Gestão de Qualidade certificado por ISO 9001 e elabora todos os seus produtos de acordo com normas GMP. A Biogénesis-Bagó ama o que faz. E isso se reflete em melhores resultados para você. Conte com a gente.
O campo é a nossa vida
Revista do Produtor Rural
67
[Dia de Campo de Verão 2012]
Agrária apresentou novidades em milho, soja, feijão e tomate
N
os campos da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) foi realizado, nos dias 7 e 8 de março, um dos mais importantes eventos técnicos da agricultura da região: o Dia de Campo de Verão da Cooperativa Agrária. Os participantes puderam assistir palestras de alto nível técnico sobre milho e soja, além de novidades sobre as culturas do feijão e tomate. Houve ainda debate sobre a produtividade do milho, além de palestras sobre novas pragas no milho transgênico e tendências da agricultura. Ao todo, 33 empresas participaram do evento, expondo seus produtos. Um dos pontos altos foi a palestra com o pesquisador da Embrapa Milho, Dr. Ivan Cruz e também a palestra do pesquisador da USP, Dr. José Paulo Molin. Para o gerente agrícola da Cooperativa Agrária, André Spitzner, o dia de campo é um evento tradicional e bastante esperado pelos cooperados e pela região produtora de Guarapuava e outros municípios. “Normalmente era feito um dia específico para os cooperados e outro para o público em geral. No entanto, este ano abrimos o evento para todo o público nos dois dias, visando repartir as informações da FAPA com todos os produtores da região. O saldo foi bastante positivo. Tivemos no primeiro dia mais de 574 visitantes e 601 no segundo dia, somando cerca de 1.175 pessoas”.
Leandro Bren (Coordenador Assistência Técnica e FAPA), Jorge Karl (Presidente da Cooperativa Agrária) e André Spitzner (Gerente Agrícola)
Palestrantes (FAPA e convidados)
Sandra Fontoura
68
Vânia Cirino
Revista do Produtor Rural
Vitor Spader
Heraldo Feksa
Celso Wobeto
Etore Reynaldo
Ricardo Fernandes
Novas pragas Durante o Dia de Campo de Verão da Agrária, o pesquisador da Embrapa Milho, Dr. Ivan Cruz, ministrou palestra sobre novas pragas, especialmente sugadoras que vem apresentando maior incidência nas lavouras de milho transgênico. “O objetivo foi mostrar que a entrada do milho transgênico, uma tecnologia tremendamente inovadora, fez com que, de uma hora para outra, cessasse totalmente a aplicação de inseticida no milho, porque a lagarta do cartucho - de norte a sul - demandava muita aplicação. Com a eficiência alta dos transgênicos, não há necessidade mais de se utilizar produto químico no milho. No entanto, outros insetos começaram a atacar o cereal. Antes, todos os outros insetos que poderiam se alimentar no cartucho da planta ou nas proximidades do cartucho eram inibidos pela presença da lagarta do cartucho. Agora, com a ausência da lagarta do cartucho, outros insetos chegam e encontram uma planta sem dano nenhum e sem competidor. Também, de outro lado, como não se utilizava muito produto químico para a lagarta do cartucho, involuntariamente ou até sem querer, todas as outras pragas eram mantidas sob controle. Não tendo mais a lagarta do cartucho e não tendo mais a aplicação de inseticida, aparecem outras pragas e, por incrível que pareça, a predominância maior é de insetos sugadores. Discutimos ainda sobre, especialmente no Paraná, São Paulo, e parte de Goiás, a importância muito grande da segunda safra, a “safrinha”. Os percevejos da soja ou os pulgões do trigo, se o produtor não controlar adequadamente, imediatamente após a colheita, e jogar o milho safrinha no campo haverá uma migração muito grande desse inseto, atacando o milho recém-emergido. Neste caso, os danos são muito grandes”.
Dr. Ivan Cruz (Pesquisador da Embrapa Milho)
Cruz falou também sobre as mudanças climáticas, o aumento de temperatura, especialmente da temperatura noturna, o aumento de concentração de CO2 e as mudanças na fisiologia da planta. “Além dos insetos migratórios, de soja e de trigo, outros insetos começam a aparecer, que não são oriundos desses cultivos. Por exemplo: hoje nos preocupa muito o aparecimento de uma cochonilha, que é conhecida como cochonilha do abacaxi e está atacando a raiz de milho, fazendo um estrago muito grande em alguns Estados”.
Manejo Integrado de Pragas Cruz destacou a importância do Manejo Integrado de Pragas para soja e para o milho. “Hoje o produtor que só planta soja tem que entender o que acontece com o milho. O que só planta milho tem que entender de soja e também sobre outros cultivos, como os de Inverno aqui no Paraná. Hoje, no algodão, milho, soja e arroz temos pelo menos umas seis espécies de pragas que são comuns. Então não adianta entrar com medida de controle para milho e piorar o problema no algodão, na soja e vice e versa”.
Meio ambiente O pesquisador ainda citou que o produtor não pode pensar somente no sistema agronômico. “É preciso buscar métodos de controle que não agridam, ou que agridam o mínimo possível, o ambiente. A produção não é mais só quantitativa, é preciso haver produção sustentável, protegendo o ambiente”.
Altas produtividades x custo de produção Segundo Cruz, apesar das altas produtividades de milho, os custos também estão muito altos. “Isso é perigoso porque se houver qualquer problema climático, o produtor acabará perdendo. O produtor precisa analisar qual é a melhor produtividade para ele, ou seja, aquela que dará o maior lucro possível, e isso fatalmente está ligado ao uso da tecnologia. No entanto, não basta usar a tecnologia somente por usar, é preciso saber se aquela tecnologia é adequada ao sistema produtivo dele, para que se tenha um custo menor e com isso, possa também utilizar uma tecnologia de menor impacto ambiental”. Revista do Produtor Rural
69
Agricultura de Precisão Agricultura de Precisão foi o tema apresentado pelo professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP, José Paulo Molin, durante o Dia de Campo de Verão da Agrária 2012. Ao falar sobre a importância da automação no dia a dia, o palestrante destacou que o processo de automação é um benefício e não um sacrifício. “Temos que aceitar isso e entender o processo para aproveitá-lo da melhor forma possível. A automação permite a racionalização do uso da máquina e insumos, por exemplo”. Segundo Molin, é mito dizer que as ondas de mecanização reduzem mão-de-obra. “Quando começou a colheita mecanizada da cana de açúcar diziam que isso eliminaria milhões de postos de trabalhos no Brasil, um debate de cunho ideológico. Hoje vemos que essa transição está ocorrendo numa marcha muito rápida e ninguém está sentindo a falta do emprego de colheita do cortador de cana. Muito pelo contrário, o pessoal está substituindo o corte manual porque não tem mais quem corte a cana e ninguém mais quer uma atividade daquelas. O que não foi feito foi o preparo daquele cortador de cana para ser um operador de máquina. Não fizeram a tarefa de casa e agora está faltando o operador de máquina. Por isso, é um mito dizer que vamos eliminar mão de obra, muito pelo contrário, precisamos de mão de obra cada vez mais qualificada”.
Multidisciplinaridade da AP Molin comentou que a Agricultura de Precisão é multidisciplinar. “Ou seja, o agrônomo de campo nem sempre tem informação suficiente de máquina, temos um pedaço do sistema muito mal
70
Revista do Produtor Rural
um produto barato que pode ser aplicado do jeito que a máquina entende. É preciso mais cuidado no planejamento e start da aplicação”.
Aplicação do adubo
coberto e não estamos falando a mesma linguagem, por isso temos perdas significativas. Portanto, a multidisciplinaridade significa que as estruturas precisam ter pessoas que respondam pelas diferentes demandas, sem preconceitos e sem detrimento de um em relação ao outro, ou seja, é preciso ter profissional para atender as novas demandas. Não posso ter um profissional, por exemplo, que se acha o rei em fertilidade de solo, mas não sabe ligar um GPS”.
Calcário Segundo Molin, é preciso lembrar que a aplicação de calcário é uma operação um pouco mais nobre do que vem sendo tratada. “O lote de calcário que veio da Calpar, de Castro, por exemplo, é diferente do lote que veio de outro lugar. O produtor não é o mesmo, por isso o funcionário ou produtor precisa planejar e dedicar uma meia hora para fazer a calibração da máquina para esse novo produto. Precisa fazer a calibração de largura, de doses, enfim todos os procedimentos necessários que, no campo, nem sempre é feito. A operação carece de um pouco mais de nobreza. Não é porque é
“Eu não quero entrar na polêmica do aspecto de relação adubo/solo, porque não é a minha área. Mas existe uma crítica muito forte com relação a se aplicar alguns adubos, por exemplo, fonte de fósforo a lanço em superfície de solos mais argilosos ou de baixa fertilidade. Isso porque haverá um baixo aproveitamento, uma concentração na superfície e uma não fertilização do perfil. Eu concordo com essa teoria. São duas grandes ondas: taxa variável e adubação a lanço de superfície. Uma é uma circunstância: aplicar superfície. Aplicar taxas variáveis não é uma circunstância é o bom senso, é uma evolução gerencial. Só que estão misturando as duas coisas e se amanhã der errado, vão colocar a culpa na taxa variável e não na adubação da superfície.
AP sem volta “Não tem volta. Não tem tamanho, não tem escala. No Rio Grande do Sul tem pequenos e médios produtores fazendo, tem Cooperativas fazendo, há Cooperativas de AP no Rio Grande do Sul. Alguns dizem que é algo complicado, mas é lógico: para que colocar aonde não precisa? Se eu tenho ferramenta palpável e uma relação custo benefício que me justifica, por que não fazer? Então no futuro isso vai ser embutido, o que os americanos chamam de tecnologia embutida, não embarcada. É tipo a genética. Ela está embutida na semente. E nós vamos ver a AP embutida de alguma forma, é claro que temos que evoluir bastante para chegar lá”.
Mais de 500 pessoas passaram pelo estande do Sindicato Rural de Guarapuava Foi grande a movimentação no estande do Sindicato Rural de Guarapuava durante o Dia de Campo de Verão da Cooperativa Agrária, realizado nos dias 07 e 08 de março, na Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), em Entre Rios/Guarapuava. Mais de 500 pessoas passaram pelo estande da entidade. Associados puderam atualizar o cadastro, tirar fotografia para carteirinha e ter acesso a informações sobre cursos, palestras e eventos em geral. Um dos mais importantes eventos técnicos da agricultura da região de Guarapuava, o evento proporcionou aos participantes a oportunidade de assistir palestras de alto nível técnico sobre milho e soja. Outras culturas – como tomate e feijão - foram novidades nesta edição, que atraiu mais de 1.100 pessoas.
WinterShow 2012 será dias 17 e 18 de outubro A Cooperativa Agrária já definiu a data de realização da próxima edição do WinterShow: o evento ocorrerá nos dias 17 e 18 de outubro. Promovido todo ano no distrito de Entre Rios, o WinterShow é um encontro voltado a divulgar e debater a tecnologia da cadeia produtiva das culturas de inverno, da pesquisa ao mercado, passando pelas técnicas de cultivo. Além de palestras de especialistas convidados, a programação também traz, nos campos da FAPA, estandes de empresas, exposição e dinâmica de maquinário. A Cooperativa divulgará em breve mais detalhes sobre o evento.
Revista do Produtor Rural
71
[Cooperativa de Crédito]
Sicredi realiza Assembleia Geral Ordinária de Delegados em Guarapuava
A
Sicredi Terceiro Planalto finalizou a rodada de Assembleias de Núcleos no mês de março de 2012 nos 8 municípios onde atua com a Assembleia Geral de Delegados. O evento reuniu os representantes de cada núcleo no dia 27 de março em Guarapuava/PR. A assembleia foi conduzida pelo presidente Adilson Primo Fiorentin que apresentou os números da cooperativa como o de associados, que passou de 7 mil em 2010 para 9 mil em 2011, o resultado, que também cresceu e superando os 2,7 milhões. Além dos recursos administrados que passaram de 65 milhões, o número que mais impacta na comunidade é a carteira de crédito, que fechou 2011 na casa dos 100 milhões. “São recursos liberados aos nossos associados que promovem o desenvolvimento das comunidades onde estamos inseridos”, comentou Fiorentin. Para Fiorentin, a Assembleia Geral Ordinária de Delegados encerrou uma fase de reuniões onde a proximidade com o quadro social se revela positiva a cada ano. “Nas assembleias pudemos apresentar o excelente ano de crescimento que a cooperativa Sicredi Terceiro Planalto teve e nos aproximar ainda mais dos associados que movimentam nossa cooperativa nas 10 unidades de atendimento que temos na região”, enfatizou Fiorentin. Estiveram presentes no evento os conselheiros e diretores da cooperativa, os gerentes das unidades de atendimento, além dos representantes da Central Sicredi PR/SP e presidentes das cooperativas coirmãs: Sicredi Centro Sul PR/SCe Sicredi Grandes Lagos PR.
À esquerda o presidente Adilson, ao seu lado o vice-presidente Conrado e os delegados representantes de cada núcleo da cooperativa
Delegados votam os ítens do edital durante a assembleia
Sobre o Sicredi O Sicredi é um conjunto de 116 cooperativas de crédito, integradas horizontal e verticalmente. A integração horizontal representa a rede de unidades de atendimento (mais de 1.150 unidades de atendimento), distribuídas em 10 Estados* - 905 municípios. No processo de integração vertical, as cooperativas estão organizadas em quatro Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo, que controla as empresas específicas que atuam na distribuição de seguros, administração de cartões e de consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br. * Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.
72
Revista do Produtor Rural
No centro da mesa de honra o Presidente Adilson conduz a Assembleia Geral Ordinária
[Mercado financeiro]
Para que serve a liquidez dos seus rendimentos? Você abriria mão da possibilidade de sacar suas aplicações financeiras a qualquer momento em troca de receber remuneração mais elevada para os seus rendimentos? Para a grande maioria dos investidores a resposta é sim desde que algumas condições sejam atendidas. Para começo de conversa, é fundamental ter as finanças pessoais organizadas. Abrir
mão da liquidez dos investimentos pode significar não ter recursos disponíveis na conta corrente para cobrir eventuais gastos emergenciais. Dessa forma, é preciso dedicar algum tempo e esforço para identificar possíveis necessidades financeiras não programadas, separar um montante compatível e aplicar essas reservas em ativos com liquidez. O segundo passo é avaliar se a re-
lação entre o risco associado à perda de liquidez dos seus investimentos compensa o retorno adicional esperado. De uma forma geral, o tomador sempre estará propenso a pagar um prêmio de remuneração se receber a garantia de que os recursos não serão resgatados antes de um determinado período. Fonte: O consultor financeiro, Valor Online.
Resgate sem perda dos rendimentos Sicredinvest é um investimento que oferece segurança e rentabilidade, aliadas à liquidez diária após o período de carência. Por isso, é uma aplicação indicada para quem deseja ter a opção de resgatar os recursos antes do prazo de vencimento sem perda dos rendimentos. A remuneração é pós-fixada, calcu-
lada por um percentual do CDI definido no momento da aplicação e mantido durante todo o período da operação. No Sicredinvest a carência é o período em que o recurso deve ficar aplicado para poder ser resgatado com rendimentos, e o prazo de vencimento é o período em que os recursos ficarão aplicados
caso não haja resgates. Para saber mais sobre os produtos de investimentos procure a unidade de atendimento do Sicredi mais próxima de você, lá sempre haverá um profissional qualificado para prestar consultoria gratuita e lhe oferecer as melhores opções para seu dinheiro render mais.
Revista do Produtor Rural
73
[Soja]
Produtores dão um show de produtividade com a Benso 1RR Após muito trabalho durante a safra de verão, em que muitas vezes o clima deixou a desejar, produtores iniciaram suas colheitas com o sentimento de missão cumprida. Acompanhe alguns relatos de produtores de alta tecnologia que através de lavouras bem manejadas, utilizando técnicas modernas, insumos de qualidade e uma genética moderna e inovadora atingem produtividades muito acima das médias regionais e nacionais.
“A Benso 1RR me surpreendeu e produziu 5050 kg/ha de média em um talhão de 92ha. Estou muito satisfeito, vou triplicar a área” Matheus Julik
Foi fechado um talhão passado GPS e deu 4650 kg/ha. Ainda tenho outro talhão de Benso 1RR, que promete produzir ainda mais. Cláudio Majowski Fazenda Pinhal Ralo - Pinhão - PR
Outras produtividades: Ewald Klein 4.100 kg/ha Carlos Luhm 3.750 kg/ha, com 20 dias de seca na floração Helmuth Stutz 4.075 kg/ha, com 21 dias de seca na floração
74
Revista do Produtor Rural
Em uma área de 90 ha de Benso 1RR obtivemos uma média de 4400 kg/ha. Guinter e Siegfried Winkler Fazenda Porungos
“A Benso 1 está mostrando no campo a competência dos produtores altamente tecnificados que Guarapuava possui, juntamente com uma genética muito boa. A Benso 1 precisa disso para apresentar ótimos resultados. Em um ano de grande instabilidade pluviométrica, ela mais uma vez bateu recordes. Mas isso não seria possível sem um pacote tecnológico completo e exigente, tanto em solo, adubação e aplicação de produtos. Agradeço aos parceiros pela oportunidade de mostrá-la no campo e aos produtores que tem esse nível a colocá-la, sem medo, ao lado de qualquer soja hoje disponível para nossa região”. Henrique Michalak, engenheiro agrônomo da Oeste Insumos, distribuidora da Sementes Benso
Os corpos técnicos da Sementes Benso e seus parceiros agradecem a confiança dos produtores e desejam muito sucesso durante a colheita desta safra. Reiterando seu comprometimento com pesquisa e assistência para que um número cada vez maior de produtores possam contar com genética de qualidade, que valorize seu trabalho e aumente ainda mais suas produtividades. Parabéns e boa colheita a todos!
Revista do Produtor Rural
75
[Ponto de vista]
Percepção da produção agrícola ainda é entrave Julio Bittencourt
Por Eduardo Leduc Vice-presidente Sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina e de Sustentabilidade para a América do Sul
E
mbora a imagem que a opinião pública tem em relação ao produtor rural venha mudando nos últimos anos, ainda há uma parcela significativa da opinião pública que o enxerga de forma distorcida. Para se ter uma ideia, em 1940, um agricultor era responsável por alimentar 19 pessoas, em 1970 esse número saltou para 73. Hoje, o mesmo agricultor, na mesma área, consegue produzir alimento para 155 pessoas. Isso só foi possível graças às práticas de desenvolvimento de tecnologia e aumento de produtividade, oriundos de melhores sementes, fertilizantes, maquinários, defensivos agrícolas e outros insumos modernos. Mas poucos se dão conta disso. Sem tecnologia, certamente pagaríamos bem mais caro por nossas refeições.
76
Revista do Produtor Rural
Seria necessária mais terra para plantar, o que provocaria mais desmatamento. Os grupos sociais minoritários e/ou politicamente mais fracos seriam os mais prejudicados. Foi com base na pesquisa e na tecnologia para aumentar a produção de alimentos que ocorreu na década de 60 a chamada “Revolução Verde” na agricultura, que concedeu ao engenheiro agrônomo Norman Ernest Borlaug o Prêmio Nobel da Paz. Para investigar quais seriam as principais diferenças de percepção entre a atividade agrícola e os consumidores, a BASF realizou uma pesquisa global na qual foram ouvidos 1.800 agricultores e 6.000 consumidores no Brasil, Índia, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e França, em parceria com a empresa mundial de pesquisa de mercado Synovate GmbH
e com o Professor Dr. Ulrich Oevermann, Professor de Sociologia da Universidade de Frankfurt. A pesquisa apontou um interesse dos consumidores por informações sobre agricultura e também a existência de um respeito pelos agricultores, mesmo em países onde menos de dois por cento da população trabalha com agricultura. Em contrapartida, há um consenso entre os dois grupos de que a reputação dos produtos agrícolas ainda permanece baixa. Outro ponto de percepção semelhante entre consumidores e agricultores está relacionado à vocação do agricultor: o produtor seria uma pessoa que “se dedica a fornecer alimento”, “apoia a cultura rural” e “cuida da terra”. Os termos “administrador da terra” ou “cuidador da terra” foi a autodescrição apontada mais vezes pelos agricultores em seis países (mais de 80%). Porém, houve uma classificação inferior quando perguntado aos consumidores (50 a 60%). Em uma pergunta relacionada, muitos consumidores culpam os agricultores por problemas ambientais, com preocupações em grau mais elevado em países como Brasil, Índia e França (38 a 43%), EUA e Alemanha (23%). Outro dado importante: cerca de
80% dos produtores e consumidores concordam que o principal objetivo da agricultura é alimentar o mundo. Mesmo assim, a maioria dos agricultores acredita que os consumidores não entendem a dimensão do desafio da cadeia produtora e suas reais necessidades. A concordância em relação à contribuição da biotecnologia vegetal mostrou-se mais forte entre os agricultores e os consumidores nos países com um grau de adoção mais alto de cultivos geneticamente modificados como, por exemplo, na Índia (76% dos agricultores e 62% dos consumidores), no Brasil (78% e 29%, respectivamente) e nos EUA (53% e 25%, respectivamente). Um dos principais gargalos comentados refere-se ao preço dos alimentos. Inversamente, o preço da conservação continua sendo obstáculo para os agricultores e os consumidores. A maioria dos agricultores acredita que os consumidores não estão dispostos a pagar preços mais altos por alimentos produzidos de forma ambientalmente correta. Apesar de 30% dos consumidores dizerem que aceitariam pagar preços mais altos por alimentos produzidos de uma forma ambientalmente mais adequada, grande parte dos entrevistados
afirmou que não estaria disposta a isto, mesmo em países desenvolvidos como França, Espanha, Alemanha e EUA. Os produtores agrícolas acreditam que a indústria e os consumidores deveriam se empenhar mais para apoiar a agricultura com mais produtos ambientalmente corretos e com o apoio público da indústria, ou seja, um melhor entendimento de agricultura e disposição para pagar por benefícios ambientais por parte dos consumidores. Todos esses dados apontam, mais uma vez, o grande empenho dos agricultores em relação às preocupações dos consumidores. Porém, essas ações necessitam de mais apoio de comunicação, pois ficou clara a imagem romântica que ainda perdura sobre a agricultura. É justamente nesse sentido que nós, da indústria, devemos continuar auxiliando os produtores com inovação para trazer novas tecnologias e a informar de forma mais assertiva suas atividades, a fim de mitigar as divergências dessa percepção. Não se trata de uma tarefa fácil, mas importantíssima e inadiável. A realização de campanhas como Sou Agro e Um Planeta Faminto são iniciativas fundamentais.
Revista do Produtor Rural
77
[Floresta]
Guarapuava sediou reunião da APRE Embrapa Florestas e Golden Tree divulgaram resultados de pesquisas; reunião contou com a participação do deputado estadual César Silvestri Filho
A
Embrapa Florestas e a Golden Tree Reflorestadora promoveram na noite de 08 de março, reunião de divulgação de resultados de experimentos desenvolvidos na região sobre Eucalipto benthamii, no Sindicato Rural de Guarapuava. No dia seguinte, aconteceu a reunião técnica mensal da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE). O chefe geral da Embrapa Florestas Dr. Helton Damin e o sócio-gerente da Golden Tree Reflorestadora, Luis Carlos Valtrin, falaram sobre o histórico de introdução do material genético no Brasil, adaptação, seleção, clonagem, hibridação e silvicultura de E.benthamii. A reunião foi realizada no município por intermédio da Golden Tree Reflorestadora e abordou o termo de adesão à
Dr. Helton Damin
Dr. Carlos Mendes (APRE)
78
Revista do Produtor Rural
APRE, Prefeitura Municipal de Rio Negro, definição do Programa de Pesquisa sobre Macaco Prego, posicionamento político do setor florestal paranaense, apresentação das empresas em processo de filiação à APRE, entre outros. Segundo Luis Carlos Valtrin, sócio-gerente da Golden Tree, a APRE escolheu Guarapuava para promover a reunião do mês de março porque o município é um
dos maiores produtores de sementes de Eucalipto benthamii e também pela produtividade de eucaliptos na região. À convite da Embrapa e da Golden Tree, Carlos Alberto Ferreira, apresentou trabalhos sobre o Eucalipto benthamii na região de Guarapuava. “São experimentos que estão sendo realizados pela Golden Tree em parceria com a Cooperativa Agrária”, disse.
Ele considerou que as reuniões ocorridas em Guarapuava foram ótimas. “Tivemos a importante participação do deputado estadual Cesar Silvesti Filho, que apresentou o que está fazendo na área de florestas pela Assembléia Legislativa”. Houve ainda visita técnica ao viveiro de mudas da Golden Tree e em áreas de experimentos no distrito de Entre Rios/Guarapuava.
Novos associados da APRE A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) conquistou no mês de março duas novas empresas associadas. A Empreendimentos Florestais Cambijú e a Madepar Agroflorestal fortalecem o quadro em busca de aprimoramento técnico e desenvolvimento sustentável. Para o presidente da APRE, Gilson Geronasso, a entrada de novos associados proporciona maior intercâmbio de informações e experiências para seguir trabalhando no crescimento da silvicultura no Estado. “Estamos satisfeitos em ter 53 empresas que partilham da mesma visão baseada na tecnologia, porém atentas às questões sociais e ao meio ambiente”, enfatiza. O progresso do setor de florestas
plantadas é a força motriz da APRE, que incentiva o crescimento dos associados promovendo conferências, palestras e encontros que trazem novas técnicas e informações que levem ao aperfeiçoamento do setor. Interessada nessa troca de conhecimento a Cambijú, que fornece toras de pinus na região de Ponta Grossa, se associou à APRE. “Atualmente também estamos desenvolvendo programas de silvicultura de precisão e adequação para certificação florestal. Acreditamos que seja um momento oportuno para aderir a um grupo de empresas comprometidas com o manejo florestal sustentável”, explica o engenheiro florestal da Cambijú, Marco Ziliotto. Comprometida com a preservação do
meio ambiente, a Madepar Agroflorestal irá partilhar sua experiência no desenvolvimento de projetos relacionados à biodiversidade. “Com a parceria esperamos também maior eficiência dos serviços relativos ao reflorestamento, assim como a constante melhora na qualidade dos produtos florestais fornecidos a nossos clientes, além de colaborar nos programas de controle e combate de pragas e doenças prejudiciais às florestas”, elenca o administrador das fazendas da Madepar, Márcio Metelski. Assessoria de Imprensa APRE INTERACT Comunicação Empresarial Jornalista responsável: Juliane Ferreira
Revista do Produtor Rural (42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br 79
Qualidade da floresta plantada começa pelas matrizes Sementes e mudas influenciam na produtividade, adaptação e comercialização da madeira
F
lorestas de eucalipto com produção de 40 metros cúbicos por hectare por ano já são realidade em diversas regiões no país e a tendência é que esse volume tome proporções ainda maiores nos próximos anos. A presença da espécie também começa a crescer no Estado do Paraná, tradicionalmente plantador de pinus. Para atingir uma produtividade tão alta em menos espaço, além de cuidados com o preparo do solo, plantio, nutrição das plantas, irrigação e controle de pragas, é imprescindível contar com sementes ou mudas de qualidade e procedência confiável. “A implantação de florestas plantadas com fins comerciais é uma atividade de longo prazo, se o produtor errar na escolha da muda corre o risco de perder anos de investimento”, observa o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestas (APRE), Gilson Geronasso.
tecnológico que foi atingido por empresas que trabalham no desenvolvimento de material genético mais resistente e adaptado às condições climáticas do local de plantio. “Há quarenta anos os cultivos tinham 20 metros cúbicos por hectare por ano e em 40 anos esse número mais do que dobrou graças à qualidade das matrizes”, analisa o gerente da Golden Tree Reflorestadora, Luiz Carlos Valtrin. No sul do Brasil, o tipo de eucalipto que tem se mostrado mais adequado para o clima sub-tropical é o E. benthamii.
muito desde que começou a ser plantado e atinge cerca de 40 metros cúbicos por hectare por ano. Uma floresta de qualidade pode também garantir o fornecimento de matéria-prima para grandes empresas. “A própria Golden Tree conquistou a confiança de empresas como Klabin, Rigesa, IBEMA e Suzano”, diz Valtrin. Luiz Carlos Valtrin (Golden Tree)
Dr. Gilson Geronasso (APRE)
O aumento de escala da produção de florestas plantadas, como pinus e eucalipto, tem sido possível devido ao avanço
Dr. Carlos Alberto Ferreira (Serviço Florestal Brasileiro)
“Essa espécie chegou ao Brasil no final dos anos 1980 e se mostrou bastante tolerante ao frio. No passado quase não havia eucalipto na região e o pinus era ainda mais predominante. Hoje é possível ter florestas de eucalipto resistentes e com ciclo de colheita mais curto”, explica Valtrin. A qualidade da silvicultura reflete diretamente nos resultados da colheita de eucalipto. O mesmo vale para o pinus, que é a espécie mais plantada no Paraná, ocupando uma área de mais de 700 mil hectares. O desempenho do P.taeda aumentou
APRE A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 1968. Atualmente congrega 53 empresas da cadeia produtiva de Base Florestal dos mais diversos perfis. Além das empresas, oito instituições de ensino e pesquisa formam o conselho científico da entidade. As associadas à APRE representam 60% da área de floresta plantada no Paraná, segmento que é responsável por 7,8% do Produto Interno Bruto do Estado e pela geração de emprego e renda para mais de 500 mil pessoas.
Assessoria de Imprensa APRE - INTERACT Comunicação Empresarial Jornalista responsável: Juliane Ferreira
80
Revista do Produtor Rural
[Direito rural]
Funrural, contribuição patronal sobre a folha de salários e desoneração da folha de pagamento
O
título do presente artigo pode parecer confuso, entretanto, esclarecemos desde já que são três assuntos distintos, mas que ao mesmo tempo estão interligados por recentes decisões antagônicas de órgãos que pertencem a mesma estrutura organizacional do Ministério da Fazenda. Para facilitar o entendimento, vamos relembrar ao leitor que o Funrural é um tributo pago pelo produtor rural no valor equivalente a 2,1% sobre a receita bruta proveniente das comercializações de sua produção rural (ex.: soja, milho, trigo, batata, feijão, cevada, bovinos, suínos, cordeiros, etc). Por sua vez, a contribuição patronal sobre a folha de salários é um tributo, atualmente indevido pelo produtor rural, em valor equivalente a 20% sobre a remuneração paga ou creditada aos seus empregados. Já a desoneração da folha de pagamento trata-se de uma medida do Governo Federal, anunciada na primeira semana do mês de abril, com o propósito de reduzir a carga tributária para cerca de quinze setores da indústria que usam mão-de-obra intensiva. A desoneração da folha de pagamento para essas empresas consiste justamente em trocar a tributação de 20% sobre a folha de salários por uma contribuição social de 1% a 2% sobre o faturamento. E qual é a relação entre esses assuntos e o produtor rural? Pois bem, em um momento de crise mundial já com alguns reflexos no Brasil, o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Fazenda, de forma salutar decidiu transferir a tributação de 20% sobre a folha de pagamento para 1% a 2% sobre o faturamento para alguns setores da indústria, ou seja, vem estrategicamente desonerar a tributação sobre a folha de salários para garantir o emprego e estimular a contratação de novos trabalhadores. Por outro lado, o setor jurídico da Fa-
zenda Nacional, por intermédio de seus Procuradores, nas ações de pedido de restituição de Funrural estão defendendo com sucesso, a tese de que deve voltar a incidir sobre a folha de salários do produtor rural empregador, justamente a contribuição patronal de 20% sobre a remuneração paga ou creditada aos seus empregados rurais (tese esta sobre a qual já nos manifestamos em artigo publicado neste periódico sob nº 18, março-abril/2010). São duas posições antagônicas do mesmo ente governamental que, de um lado, na esfera administrativa da Fazenda Nacional vem desonerar a tributação sobre a folha de pagamento de alguns setores, transferindo-a para o faturamento, sob o argumento de garantir o emprego e estimular a contratação de novos trabalhadores. Entretanto, a esfera judicial da Fazenda Nacional, nas ações de pedido de restituição do Funrural, está defendendo uma tese que vai em sentido oposto, fazendo alegações em Juízo pelo retorno da tributação de 20% sobre a folha de salários do produtor rural, esquecendo-se das conseqüências dessa medida para o emprego no campo. Mas é apenas mais uma incoerência que parece que só existe no Brasil, senão vejamos. Importante relembrarmos que o produtor rural pagou indevidamente o Funrural desde março de 1993, quando foi inconstitucionalmente instituído, ao passo que a Constituição Federal de 1988 não permitia criar contribuição social sobre a receita bruta. Portanto, por cerca de quase vinte anos o produtor rural pagou o Funrural de forma indevida e, limitado pela prescrição, atualmente só consegue restituir os valores pagos nos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação. Como se esse prejuízo não bastasse para o produtor rural, e nos referimos aqui ao prejuízo decorrente do erro legislativo, eis que a prescrição é instituto salutar caracterizado pela segurança jurídica, a
CID MARCELO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.010 FERNANDA RUSCHEL SANDER, Advogada, OAB/PR 50.991 TED MARCO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.106
defesa judicial da Fazenda Nacional vem argumentar que o produtor rural deve compensar com o Funrural a ser restituído, o valor da contribuição patronal de 20% sobre sua folha de salários, retroativamente aos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação de pedido de restituição do Funrural. Em síntese, a conta ficaria assim: durante dezenove anos o produtor rural pagou indevidamente o Funrural; no entanto, por força da prescrição, somente consegue restituir os valores de Funrural pagos nos últimos cinco anos, contados do ajuizamento da ação e; por último, fatalmente ainda terá que compensar esse valor do Funrural a ser restituído com um valor equivalente a 20% sobre a sua folha de salários, também retroativamente aos últimos cinco anos, como se fosse devedor dessa contribuição social patronal. Além de tudo isso, caso a inconstitucionalidade do Funrural se consolide e a tese defendida pela Procuradoria da Fazenda Nacional seja a vencedora, o produtor rural terá que iniciar o pagamento da contribuição patronal no percentual de 20% sobre sua folha de salários, onerando sobremaneira a contratação de trabalhadores, em nítido descompasso com as decisões do próprio Ministério da Fazenda, no sentido de desonerar a folha de pagamento com o propósito de garantir o emprego e estimular a contratação de novos trabalhadores. Só com o passar do tempo é que se verificará as reais conseqüências sobre o emprego no campo, mas as perspectivas com relação ao custo da mão-de-obra não são boas.
Revista do Produtor Rural
81
[Macronutriente]
Importância do cálcio para nutrição das culturas Milton Ferreira Moraes Universidade Federal do Paraná (UFPR) Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo Campus Palotina moraesmf@yahoo.com.br
O cálcio (Ca) é classificado como macronutriente secundário. O termo secundário é aplicado somente porque o Ca é exigido em menor quantidade em comparação com nitrogênio (N) e potássio (K), denominados macronutrientes primários. Comparativamente, as exigências em Ca pelas culturas são similares as de fósforo (P), magnésio (Mg) e enxofre (S). Há também os micronutrientes: boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), níquel (Ni) e zinco (Zn), exigidos em pequenas quantias. Todavia, o Ca é indispensável para o crescimento de todas as plantas e exerce as mesmas funções em todas elas, podendo haver pequenas variações nas funções entre as espécies conforme o tipo de planta. A absorção do Ca acontece de duas formas, como íon Ca2+ ou quelatizado, podendo ser absorvido via raiz ou folha. A absorção é altamente dependente da umidade (água) do solo, que por fluxo de massa faz o contato do elemento com a raiz. Tem sido admitido que a maior parte do Ca é absorvida passivamente, seguindo a entrada de água na planta. De forma geral, a maior parte do Ca nas plantas encontra-se nas folhas, como conseqüência da grande capacidade transpiratória desse órgão. As flores e frutos transpiram menos e muitas vezes podem apresentar carência em Ca, ocasionando baixo pegamento de flores e/ou reduzindo a qualidade dos frutos.
82
Revista do Produtor Rural
2,0 %). Os sintomas de deficiência maLITERATURA CONSULTADA: nifestam-se nas folhas novas, apresenBORKERT, C.M.; YORINORI, J.T.; FERREIRA, B.S.C.; tando clorose marginal, murchamento ALMEIDA, A.M.R.; FERREIRA, L.P.; SFREDO, de folhas, morte de gemas e manchas G.J. Seja o doutor da sua soja. Informações nos frutos. Pode haver também queda Agronômicas, n.66, 1996. 17p. (Arquivo do excessiva de frutos novos, produção de Agrônomo, 5) MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de frutos mal formados (pequenos) e maior plantas. São Paulo: Editora Agronômica Ceacidez da polpa. res, 2006. 631p. SEM LI 700 Concentrações foliares de Ca na OBREZA, T.A.; ZEKRI, M.; FUTCH, S.H. General cultura da soja e no citros em estádio soil fertility and citrus tree nutrition. de crescimento: p.16-23. In: OBREZA, T.A.; MORGAN, K.T. (Eds). Nutrition of Florida citrus trees. A adubação com cálcio tem sido reIndução de ar Leque Duplo Leque Cone 2ed. Gainsville: University of Florida, IFAS (AI) (XR)Parece tam(TJ) alizada,(TX) em sua maioria, com a prática da (divisão e elongação celular). Extension, 2008. 96p. calagem, gessagem e/ou adubação com bém estar envolvido com o funcionamento PILBEAM D.J.; MORLEY, P.S. Calcium. p.121Superior Médio Inferior superfosfato simples, todavia, com a inde hormônios de senescência (ex.: etileno) 144. In: BARKER, A.V.; PILBEAM D.J. (Eds). Gráfico 4: Porcentagem de cobertura das folhas de soja nos terços das de plantas, de Abertura ângulo e formação de deriva em ponta de aplicação Cone vazioRaton: 80.01 trodução variedades de altodepotencial e na indução de resistência a doenças. Handbook of plant nutrition. Boca acordo o tipo de ponta utilizado. Fonte: Antuniassi et al. (2004 a e 2004b). pressão 5 bar. - Com adjuvante a basePress. de Fosfatidilcoline. CRC 2006. 613p. produtivo e o advento da adoção de sisEm citros, o Ca é o nutriente mineral RAHMAN, M.; PUNJA, Z.K. Calcium and plant temas integrados de produção e manejo, mais abundante em termos de conteúdo sempenho dos pulverizadores de barras. Usualmente as gotas disease. p.79-93. In: DATNOFF, L.E.; ELMER, a nutrição das culturas em Ca, Mg e S nena massa seca, localizando-se em maior W.H.; HUBER, D.M. (Eds). Mineral nutrition mais finas apresentam maior potencial de cobertura das folhas cessitam especial proporção nas folhas (aproximadamente and plant disease. St. Paul: The American nas partes baixas das plantas, notadamente em comparação àsatenção. O Ca exerce 3 tipos de funções:
% de cobertura das folhas
100 Estrutural – forma pectatos de Ca na 90 média para manter a integridade lamela 80 e funcional das membranas e da estrutural 70celular. parede 60 Regulador enzimático – atua na for50de proteínas como anexinas e calmação 40 modulinas, que por sua vez, ativam numerosas30 enzimas nas plantas. 20 Interação com hormônios – o Ca está 10 na ação de vários fitohormônios envolvido 0 relacionados ao crescimento das plantas
Phytopathological Society, 2007. 278p. REUTHER, W.; BATCHELOR, L.D.; WEBBER, H.J. CITROS2 (Eds). The citrus industry: anatomy, physiology, genetics and reproduction. vo< 1,6% lume II, Berkeley: University of California Press, 1968. 398p.SEM LI 700 1,6 - 2,9% ROBINSON, J.B.; TREEBY, M.T.; STEPHENSON, R.A. Adequada 0,36 - 2,00% 3,0 - 6,0% Fruits, vines and nuts. p.349-382. In: REUTER, Avaliação da cobertura de gotas no terço inferior da planta de milho no estagio V6 Fonte: Trabalho técnico realizado pelo Prof. Dr. Ulisses Rocha Antuniassi, FCA/ D.J.; ROBINSON, J.B. (Eds). Plant Analysis: an Excessiva ou tóxica > 3,0% > 7,0% - Aplicação via terrestre -Vazão 100 lt/ha Pontas de aplicação 110.015 pressão UNESP – Botucatu/SP - Publicações Fundação Chapadão Safra 2010/2011 Soja/ interpretation manual. 2ed. Collingwood: de 3,5 bar. - Com adjuvante a base de Fosfatidilcoline. 1 Milho 4ª edição 03/2011. Terceira a quarta folha trifoliolada abaixo da gema apical, no início da floração à floração plena; CSIRO Publishing, 1997. 572p. 2
gotas mais grossas (gráfico 4). Este fato evidencia a necessidade de maximizar a cobertura dos alvos. CLASSIFICAÇÃO SOJA1 Por esta quando a aplicação precisa fornecer a máxiDOSrazão, TEORES ma cobertura das folhas, como num tratamento com fungicida Deficiente < 0,20% numa aplicação preventiva, a preferência deve ser dada para Marginal ou baixa 0,20 - 0,35% as gotas mais finas.
Folhas de 5-7 meses de idade.
ATENÇÃO ATENÇÃO
Este(s) produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, animal e ao meio ambiente. Este(s)e produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, e ao meio ambiente. Leia atentamente siga rigorosamente as instruções contidas no(s)animal rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s). Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no(s) rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s). Utilize sempre equipamento de proteção individual. equipamento de proteção individual.de idade. Nunca Utilize permitasempre a utilização do(s) produto(s) por menores Nunca permita a utilização produto(s) por menores de idade. Faça a tríplicedo(s) lavagem das embalagens. Faça a trípliceas lavagem das embalagens. Descarte corretamente embalagens e restos de produto(s). Descarte corretamente as embalagens e restos de produto(s).
Produto de Uso Agrícola Produtoum de Uso AgrícolaAgrônomo. Consulte sempre Engenheiro Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo. Venda sob Receituário Agronômico Venda sob Receituário Agronômico
Revista dodo Produtor Rural Revista Produtor Rural
83 37
Sindicato doou ovos de Páscoa para crianças de comunidade rural
N
o dia 04 de abril, o Sindicato Rural de Guarapuava fez a doação de ovos de Páscoa arrecadados durante mais uma etapa da Campanha Produtor Solidário. Mais de 160 ovos de Páscoa, caixas de bombons e barras de chocolates foram arrecadados em dois eventos organizados pela entidade – o curso de solos e planejamento florestal e o Dia da Mulher Agropecuarista. A doação foi feita à Associação Agroecológica Nossa Senhora Aparecida (ANSAMA), que fica na comunidade de Monte Alvão, no distrito de Guará. A distribuição foi realizada pela diretoria da Associação nos dias 05 e 08 de abril, às crianças da comunidade, filhos de pequenos produtores de hortaliças. “Em nome de todos da comunidade de Monte Alvão quero agradecer ao Sindicato Rural por fazer feliz a Páscoa de nossas crianças e a todos que contribuíram para que isso
Cesta de Páscoa Também no dia 04 de abril, o Sindicato Rural de Guarapuava sorteou uma linda cesta de Páscoa. Concorreram ao prêmio todas as pessoas que doaram ovos de Páscoa para a Campanha Produtor Solidário. A vencedora foi Beatriz Correa Goldoni (esposa do associado Aldoíno Goldoni Filho).
Beatriz Goldoni e Adriana Botelho
84
Revista do Produtor Rural
fosse possível. Deu pra ver a alegria de cada criança ao receber os chocolates, mesmo que demonstrado num tímido sorriso de gratidão... Parabéns! Com toda a certeza, a Campanha Produtor Solidário fez a diferença para as crianças da nossa comunidade, já que muitas delas, provavelmente, não receberiam um ovo de Páscoa, tornando essa iniciativa ainda mais importante”, disse o tesoureiro da Associação, José Denilson Bomfim. “Nossos agradecimentos os associados e parceiros da entidade que contribuíram com mais essa etapa da Campanha Produtor Solidário. Os produtores rurais estão participando, cada vez mais, deste importante projeto social do Sindicato”, destacou o presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho.
[Participação]
Dia de Campo de Verão/2012 -
Cooperativa Agrária de Guarapuava outras misturas e óleo. O evento foi realizado nos dias 7 e 8 de março, na FAPA - Fundação de Pesquisa Agropecuária de Entre Rios, distrito de Guarapuava, mas a sequência do trabalho continua, onde os técnicos da Inquima se colocaram a disposição para acompanhar e assessorar os agricultores nas melhores técnicas e tecnologia em aplicação de defensivos, assim como regulagem dos pulverizadores, vazão ideal e produto específico contra o desperdício, principalmente a deriva e entupimento dos bicos.
Fotos: Adir Mazzei
C
onsiderado um dos mais importantes eventos da agricultura da região de Guarapuava, o Dia de Campo de Verão contou com presença de mais de 1.100 pessoas. Os cooperados da Agrária tiveram a oportunidade de fazer um intercâmbio de ideias e experiências, além de assistir palestras de alto nível técnico. A Inquima montou um estande na área experimental do campo da FAPA, onde os técnicos apresentaram aos cooperados e clientes da empresa os diferentes resultados de aplicação com adjuvantes, como o TA35 e o U10 em relação a
Revista do Produtor Rural
85
[Certificação]
Cooperaliança é a primeira do PR a obter a certificação do Programa Carne Angus
Felipe Moura (diretor de Marketing da Associação Brasileira de Angus), José Roberto Pires Weber (vice-presidente da Associação Brasileira de Angus), Cezar Silvestri (deputado federal), Edio Sander (presidente da Cooperaliança), Norberto Ortigara (Secretário do Estado da Agricultura e Abastecimento) e Reynaldo Salvador (diretor do Programa Carne Angus Certificada)
A
Associação Brasileira de Angus fechou parceria com a Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão - CooperAliança de Guarapuava (PR), para a certificação da carne produzida pela cooperativa, situada na região sudoeste do estado, através do Programa Carne Angus Certificada. “A entrada da CooperAliança marca o início do programa no Paraná, que já está presente no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, envolvendo 14 plantas frigoríficas dos parceiros Marfrig, VPJ e Silva. Somente em 2011, foram abatidos cerca de 200 mil animais no programa, gerando consistentes premiações aos pecuaristas participantes. É uma satisfação incluir o Paraná na nossa iniciativa”, ressalta Paulo de Castro Marques, presidente da Angus. O interesse da Angus em trazer o Programa Carne Angus Certificada para o Paraná é antigo. “As negociações com a CooperAliança começaram em 2009.
Hoje, o programa está consolidado e visualizamos um ótimo cenário para começar a operar no Estado, até porque a cooperativa dos produtores de Guarapuava estava buscando melhores condições de pagamento para os animais Angus e Cruza Angus dos seus cooperados”, explica Reynaldo Salvador, diretor do programa de certificação da Angus. Ao todo são 38 produtores cooperados que produzem animais Angus e Cruza Angus. “Esta parceria significa a valorização do nosso produto, canalizando a oferta de gado para o atendimento ao consumidor que deseja carne de qualidade”, assinala Edio Sander, presidente da CooperAliança e produtor de cruza Angus na Chácara Bela Vista (Distrito de Entre Rios). A CooperAliança abate aproximadamente 12 mil animais/ano. “O percentual de animais Angus e cruza Angus chega a 45%, atingindo cerca de 500 cortes por mês. Com a certificação do Programa Car-
ne Angus, esperamos até o final de 2012 que este número salte para 1,5 mil animais/mês no programa”, complementa Edio Sander. O Estado do Paraná desponta como um grande criador de Angus, com mercado interno promissor e aquecido. “Em 2011, 42% de todas as doses de sêmen vendidos no Paraná foram de reprodutores Angus, provando que o pecuarista paranaense conhece e valoriza as características da raça, como fertilidade, precocidade e habilidade materna”, exemplifica Salvador. “Vale ressaltar que os pecuaristas do Paraná conseguem abater animais Angus ou Cruza Angus de 14 meses, com peso vivo de 500 kg e peso carcaça de 270 kg, comprovando que o Estado apresenta ótimas condições para a criação de Angus”, afirma Reynaldo Salvador, projetando que até o final de 2012 o Programa Carne Angus Certificada deverá firmar parcerias com outros grupos locais.
Texto: Carlos Nascimento Jr. (Texto Assessoria de Comunicações)
86
Revista do Produtor Rural
Revista do Produtor Rural
87
[Mercado]
Milho - Depressão dos preços são momentâneas Liones Severo, autor do livro “Como lucrar negociando soja” www.graosesoja.com.br
B
rasil e China ainda discutem as condições fitossanitárias para negociações de milho para o mercado chinês. Aparentemente, estão próximos de um acordo, desde que, as variedades transgênicas produzidas no Brasil sejam, em grande parte, as mesmas produzidas na Argentina que já acertou o acordo com os chineses. Os preços para o milho estão desalinhados com os preços da soja, ou do farelo de soja e, esta situação deverá promover uma reação favorável para os preços do milho no médio e longo prazo. Assim como a soja, indiscutivelmente, os chineses deverão comprar os grandes excedentes de milho, para garantia de estoque futuro. Ademais, com as perdas adicionais pelas fortes geadas dos últimos
88
Revista do Produtor Rural
dias em algumas províncias da Argentina, afetaram ainda mais a produção da soja e, responsável pela atual escalada nos preços da soja na Bolsa de Chicago, deveu-se ao potencial de redução da exportação de farelo de soja argentino, sendo pois a Argentina o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja. De outra forma, as constantes quedas nos preços do milho na Bolsa de Chicago estão diretamente ligadas às vendas de fundos especulativos que compram contratos de soja e vendem contratos de milho. Portanto, haverá um momento de reversão a seguir. A produção agrícola mundial está em acentuado déficit nos estoques de garantia.
A Ásia produz cerca de 1,05 bilhões de toneladas de grãos (não estão incluídas as oleaginosas, como a soja), enquanto que a América do Sul produz apenas cerca de 150 milhões de toneladas, ou seja, um pouco menos que a produção de grãos do continente africano. Portanto nossas preocupações com os atuais excedentes de milho brasileiro são de muito fácil reversão. Seria como dizem os chineses “ás vezes, a montanha que pensamos estar escalando é apenas um grão de areia”. No sentido figurado para dizer que nossos excedentes de milho podem ser facilmente absorvidos na magnitude do consumo mundial. Sem mencionar que a Argentina vai deixar de exportar, devido à quebra por seca, a mesma quantidade que o Brasil tem para vender.
[Certificação]
Tratorcase prepara lançamento dos tratores Puma 195 e 210 cv Giancarlo Biagini, Estagiário em Comunicação da Tratorcase
A
Tratorcase S/A, concessionária Case IH de Guarapuava e região, continuando sua política de ampliar a linha de produtos, e oferecer a melhor tecnologia ao produtor, prepara para o mês de junho o lançamento do novo trator Puma, nas versões 195 e 210 cv. “Os modelos Puma 195 e 210 vêm completar o portfólio de tratores oferecidos pela marca ao produtor brasileiro”, explica Lauro Rezende, especialista de marketing para tratores da Case IH. Os novos tratores Puma seguem a linha Magnum, com duplagem e cabines de série, com suspensão e assento ajustável, o que reduz a vibração e proporciona conforto ao operador. O motor Case IH, de certificação Tier III, com capacidade para 6,75 l e sistema de injeção eletrônica Commom Rail, é ao mesmo tempo econômico e potente para as operações mais pesadas em campo. Independentemente do tipo de serviço, os tratores Puma realizam essas atividades com o melhor rendimento e o menor consumo de combustível, devido à sua excelente relação peso-potência e gerenciamento eletrônico do conjunto motor e transmissão. Outro detalhe é a cabine ergonômica SurroundVision, que apresenta uma vista panorâmica de 360 graus, além de poder contar com luzes de trabalho dianteiras e traseiras.
Ainda falando de tratores, outro lançamento que em breve estará à venda pela Tratorcase será um novo modelo da família Farmall. Sucesso de vendas com os modelos de 80 e 95 cv, a linha passa a contar também com um modelo de 60 cv. O Farmall 60 é o trator ideal para o produtor que não abre mão de alta tecnologia, mesmo em máquinas de menor potência. Montado sobre o mesmo chassi do Farmall 80, o modelo com 60cv tem maior resistência sem abrir mão dos recursos tecnológicos que consagraram a linha Farmall no Brasil.
FONE: (42) 3629-8900
89
Revista do Produtor Rural Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277 - Km 341,7 - Guarapuava - PR
[Medicina Veterinária]
Encontro abordou inspeção sanitária e saúde pública
N
os dias 12 e 13 de abril, a Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária (SPMV) – Núcleo Centro Oeste promoveu o 4º Encontro de Inspeção Sanitária e o 1º Encontro de Saúde Pública no Centro Cultural Mathias Leh, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava. O evento contou com a participação de veterinários e acadêmicos de todo o Estado. Nas palestras, mesas redondas e minicursos foi debatida a relevância social da inspeção sanitária, além de temas mais técnicos como a situação da raiva dos herbívoros no Paraná. O presidente do SPMV - Núcleo Centro Oeste, Adriano Torres Carrasco
Andrea Barbosa Boanova
diz ter atingido o objetivo do encontro, contando com palestras de professores de instituições de ensino superior de altos níveis, como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), entre outras. “O encontro superou as expectativas. O Núcleo conseguiu fomentar o objetivo de fomentar essa área que não é muito divulgada: a inspeção sanitária. O diferencial que proporcionamos, e que agradou o público, foi ter
90
Revista do Produtor Rural
incluído o encontro de saúde pública, que aumentou a abrangência do evento na região”. O evento iniciou pela manhã do dia 12, com um minicurso sobre inspeção de produtos cárneos. A abertura oficial aconteceu às 13h30. O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, abriu o evento enfatizando a importância do encontro para difundir informações técnicas aos veterinários, que são quem garante a qualidade dos produtos da região. No período da tarde, foram ministradas três palestras, com Andrea Barbosa Boanova, autoridade sanitária da subgerência de alimentos – Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA\ SP), que explanou sobre a organização e as ações da vigilância sanitária de alimentos na cidade de São Paulo; Eliel de Freitas, do Conselho Regional de Medicina Veterinária, falou sobre o papel do responsável técnico na indústria de alimentos; e a professora Elzira Jorge Pierre, do DEFIS-PR, discorreu sobre a situação da Raiva dos Herbívoros no Es-
Anton Gora
tado do Paraná. Ainda no dia 12, houve mesa redonda sobre o Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI). Carrasco destaca a relevância do encontro não só para veterinários da região, mas para toda a sociedade. “Os veterinários que fazem a inspeção aju-
Adriano Carrasco
dam a prevenir doenças, tanto em animais como em seres humanos. É preciso ter esse tipo de discussão, porque geralmente essa é uma área deixada em segundo plano, mas de extrema importância, porque lida com a vida das pessoas”. Na sexta-feira (13), os palestrantes foram Profª. Dra. Loredana d’Ovidio, que falou sobre as boas práticas de fabricação; Prof. MSc. Idael Cristiano Santa Rosa, que abordou a Leishmaniose x Saúde Pública; Profª. Dra. Kate Buzzi, que discorreu
sobre a formação de biofilme em equipamentos de laticínios; o médico veterinário Ivy Martins Guimarães, que palestrou sobre as análises microbiológicas para o controle da qualidade dos alimentos, e por fim, Prof. Dr. Walfrido Kühl Svoboda fechou o encontro falando sobre a febre amarela e outras arboviroses de interesse da saúde pública veterinária. A primeira palestrante do encontro, Andrea Barbosa também comentou sobre a importância do evento para
a formação de profissionais que irão atuar no mercado de inspeção sanitária. “Essa região é de grande produção agropecuária e a formação de profissionais em inspeção sanitária é fundamental”, destacou. O conteúdo das palestras realizadas no encontro está disponível no site da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária (SPMV) - Núcleo Centro Oeste: www.nucleovetguarapuava.com.br
Revista do Produtor Rural
91
[Biotecnologia]
Sindicato Rural apoiou o 2º Encontro Técnico de Culturas de Verão
A
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) promoveu no dia 31 de março, no Auditório do Centro Mesorregional de Excelência do Leite – CEDETEG, o 2º Encontro Técnico de Culturas de verão. A programação contou com palestras sobre biotecnologia; perspectivas na geração de novas cultivares de soja; qualidade de grãos e manejo de doenças na cultura do milho. Também foi realizada uma mesa redonda, com a participação do vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora. “Foram debatidas novas tecnologias na formação de grãos, até que ponto devem ser usadas e como devem ser
usadas. Através das pesquisas, pudemos vislumbrar o que nos espera em novas tendências e variedades no futuro”, resumiu. Segundo o professor doutor em Fitotecnia e organizador do evento, Marcelo Cruz Mendes, o objetivo do encontro foi difundir novas cultivares de milho e soja, além do manejo de doenças. “Trouxemos
92
Revista do Produtor Rural
resultados de pesquisas realizadas no ano passado em biotecnologia e também as perspectivas na geração de novas cultivares de milho e soja”. Outro tópico de debate foi o manejo de doenças. “Discutimos o manejo de doenças foliares, como a Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis), ferrugem comum
(Puccinia sorghi) e mancha de diplodia (Stenocarpella macrospora), que se não combatidas trazem grandes prejuízos aos produtores”, acrescentou Mendes. O evento teve o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro) e PET Agronomia.
[Arroz]
BASF e Epagri lançam cultivar para o Sistema de Produção Clearfield Cultivar faz parte do Sistema de Produção Clearfield® Arroz Foco será o manejo químico do Arroz Vermelho
A
BASF, uma das líderes em defensivos agrícolas, em conjunto com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) acabam de apresentar aos orizicultores catarinenses uma nova cultivar de arroz irrigado para o Sistema de Produção Clearfield® visando o manejo de plantas do Arroz Vermelho, intitulada SCS117 CL. A novidade foi apresentada no dia 16 de fevereiro, na Estação Experimental da Epagri de Itajaí, onde se desenvolve atividades de pesquisa, difusão de tecnologia e formação de recursos humanos. Atualmente a Estação executa um terço das atividades de pesquisa científica da Instituição. “Os produtores de arroz puderam observar in loco todo o potencial da cultivar, já que passaram pelas áreas de produção das sementes básicas e também em algumas áreas experimentais de confirmação de pesquisa muito promissoras”, afirmou o coordenador do Projeto Arroz da Estação Experimental da Epagri, Moacir Antônio Schiocchet. Fruto da parceria entre as duas instituições, a cultivar foi desenvolvida especialmente para cultivo na região de Santa Catarina, mas pode ter seu plantio estendido para outras regiões do Brasil. Além disso, faz parte do Sistema de Produção Clearfield® Arroz, que combina três importantes fatores de produção: a semente certificada da cultivar SCS117 CL, o herbicida Only® e um Programa de Sustentabilidade, que visa dar longevidade ao Sistema.
Revista do Produtor Rural
93
Dentre as principais características da cultivar, valem ressaltar a tolerância ao herbicida Only® para o manejo químico do Arroz Vermelho, tolerância ao acamamento, o elevado potencial de rendimento, a estabilidade de produção, o alto rendimento industrial, a alta qualidade culinária e a adequação ao processo de parboilização. Porém, seu grande diferencial está no fato de apresentar grande adaptação ao sistema de cultivo pré-germinado, que se caracteriza pela implantação da cultura com sementes pré-germinadas, distribuídas a lanço, em solo previamente sistematizado e inundado com lâmina da água. “O sistema pré-germinado é uma das alternativas para áreas que apresentam restrição para alta produtividade, principalmente em áreas com alta infestação de arroz vermelho. Nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o sistema ocupa, respectivamente, 100% e 12% da área total de arroz irrigado” afirma, Schiocchet.
94
Revista do Produtor Rural
A Parceria O objetivo da parceria entre a BASF e a Epagri é contribuir para o desenvolvimento da orizicultura nacional, oferecendo alta tecnologia aos produtores por meio da aquisição de sementes produzidas de acordo com o Sistema Nacional de Produção de Sementes ou Sementes Certificadas. A Epagri é titular exclusiva do direito de propriedade intelectual da cultivar de arroz e a BASF é detentora dos direitos de propriedade intelectual da Tecnologia Clearfield, incluindo o que se refere à sequência genética, bem como tolerância ao herbicida Only®. A expectativa é que até o fim de 2013, 20% da área semeada com arroz irrigado em Santa Catarina utilize a cultivar. A multiplicação de sementes está sendo efetuada em todas as regiões orizícolas de Santa Catarina. Dessa forma, será possível avaliar o desempenho da nova cultivar em todas as regiões. “Para se ter uma ideia, praticamente todas as regiões produtoras de arroz do estado catarinense estão infestadas com arroz vermelho. Sendo assim, vamos realizar Dias de Campo e reuniões com produtores, além do envio de amostras para a indústria para difundir a cultivar com a Tecnologia Clearfield” afirma Airton Leites, Gerente Desenvolvimento de Mercado – Cereais-Sul da BASF. Os estudos acerca da SCS117 CL tiveram início em 1999, quando se realizou o cruzamento entre plantas de arroz da variedade Epagri 109 e uma linhagem proveniente do cruzamento entre Irga 369 e AS 3510, esta última portadora do gene de resistência ao herbicida Only®. Após a estabilização das características agronômicas e comprovada a resistência ao herbicida Only®, uma linhagem foi selecionada e denominada de SC 536. Em 2011, a linhagem SC 536 foi registrada e protegida no Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA), para cultivo em Santa Catarina com o nome de SCS117 CL. A tolerância do arroz Clearfield ao herbicida Only® foi obtida em 1993 em pesquisas desenvolvidas pela Universidade de Lousiana, nos Estados Unidos.
Revista do Produtor Rural
95
[Comemoração]
Dia da Mulher Agropecuarista reuniu mais de 100 produtoras rurais e empresárias do setor Evento alusivo ao Dia da Mulher abordou o papel da mulher na sucessão familiar rural
C
Participaram da comemoração, mulheres agropecuaristas, mães, esposas, filhas, netas de produtores rurais e empresárias do setor agropecuário de Guarapuava, Candói, Cantagalo, Pinhão e Foz do Jordão. A coordenadora do Programa Mulher Atual – SENAR/PR, Izabela Brandini, prestigiou o evento e destacou a mudança que a mulher está proporcionando no setor agropecuário nacional. “Vocês tem ideia do novo cenário que está sendo formado no mundo rural?”, questionou. Seguindo a mesma linha, a diretora do Sindicato Rural de Guarapuava, Nilceia Veigantes, enfatizou a importância da mulher no agronegócio brasileiro. “Juntamente com o aperfeiçoamento das tecnologias que nos últimos 40 anos fez com que, no geral a produtividade das lavouras triplicasse, também houve evolução nos costumes. Hoje, as mulheres, ou são gestoras diretas de propriedades rurais, ou juntamente com seus maridos são responsáveis pelas tomadas de decisões no empreendimento. Se o agronegócio é responsável por 1/4 do PIB nacional e pelo superávit na balança comercial, me atrevo a dizer que as mulheres têm grande participação nestes resultados, embora ainda que não ofi-
cialmente. Sendo assim, temos que continuar aprendendo, nos aperfeiçoando e nos informando para que essa influência feminina gere ainda mais resultados para nossas famílias e para o país”, discursou. Em seguida, Adriana Botelho, esposa do presidente do Sindicato Rural Rodolpho Luiz Werneck Botelho, convidou todas as mulheres presentes para participarem do Programa Mulher Atual e também da comissão feminina da entidade. As participantes aprovaram o evento. “Amei a palestra. Para mim foi um encontro maravilhoso, um momento de motivação e valorização”, disse a produtora rural do distrito de Guará, Rosita Malinoski. Helga Schneider, produtora rural do distrito de Entre Rios, também elogiou a palestra. “Gostei bastante porque na correria do dia-a-dia, muitas vezes, a gente se esquece que é mulher. Trabalhamos demais e deixamos de lado pequenas coisas que nos fazem sentir mais femininas. A palestra proporciona momentos importantes de reflexão”, comentou. O evento também teve brindes e coquetel, além de caráter social, já que arrecadou ovos de Páscoa (Campanha Produtor Solidário) para crianças carentes do município.
Fotos: Sandra Hyczy
om o objetivo de destacar a importância da mulher no setor agropecuário, o Sindicato Rural de Guarapuava promoveu uma tarde em comemoração ao Dia Internacional da Mulher na quarta-feira, 28 de março. O evento iniciou com a palestra “Empreendedorismo e Sucessão Familiar - Valorização e Participação da Mulher”, ministrada por Ainor Francisco Lotério, engenheiro agrônomo, psicopedagogo, especialista em metodologia do ensino superior e gerenciamento do marketing, mestre em gestão de políticas públicas. “A palestra não foi somente motivação, abordamos o êxodo rural, a sucessão familiar, as mudanças que estão ocorrendo no cenário da agricultura e o empreendedorismo. A mulher exerce uma função de equilíbrio no empreendedorismo e na propriedade é um agente animador, que acredita e tem um espírito diferenciado. Mulher não é somente tecnologia. Mulher é oração, é trabalho, é gestação. Falamos da valorização da mulher, da sensibilidade feminina e destacamos que a sucessão vai acontecer mais facilmente se a mulher começar a aconselhar os filhos e filhas a serem agricultores”, resumiu o palestrante.
96
Revista do Produtor Rural
Revista do Produtor Rural
97
[Diploma Mulher Cidadã]
Nilcéia Veigantes recebeu homenagem da Câmara Municipal
A
Câmara Municipal de Guarapuava realizou na noite de 08 de março, Dia Internacional da Mulher, sessão solene que homenageou 12 mulheres que contribuem para o desenvolvimento municipal através de atitudes cidadãs com o Diploma Mulher Cidadã. A agropecuarista Nilcéia Veigantes, diretora do Sindicato Rural de Guarapuava, foi uma das homenageadas. A entrega do diploma foi feita por Adriana Botelho, esposa do presidente do Sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Produtores rurais, diretores e colaboradores da entidade prestigiaram a solenidade. A honraria foi instituída em 2002 e
para comemorar os dez anos da certificação, recentemente os vereadores aprovaram um projeto de resolução de autoria da Mesa Executiva que ampliou de nove para doze homenageadas. Todas as homenageadas nas edições anteriores também foram convidadas para participar da sessão solene, 77 no total. As mulheres homenageadas este ano foram Anair Meira da Cruz, indicada pelo Conselho Municipal dos Direitos do Idoso; Dalmice Drewinski, indicada pelo Movimento de Mulheres do Bairro Primavera; Eglecy do Rocio Lippmann, indicada pela APADEVI; Ellen Christie Faé , indicada pela ABO (Associação Brasileira
de Odontologia); Soldado Joelma Sureke Henrique, indicada pelo 16º BPM; Luciane de Almeida Limberger, indicada pelo CTG Fogo de Chão; Maria Clair Almeida Gomes, indicada pela Paróquia Nossa Senhora de Belém; Tenente Magda Kiyoto Yamada Kawakami, indicada pelo 26º GAC; Nilcéia Mabel Kloster Spachynski Veigantes, indicada pelo Sindicato Rural de Guarapuava; Patrícia Manente Melhem, indicada pela Faculdade Campo Real; Terezinha Saldanha, indicada pela UNICENTRO e Zenilda de Oliveira Almeida, indicada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Adriane Araújo Azevedo recebeu prêmio Divas 2012 A vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Araújo Azevedo, foi uma das vencedoras do Prêmio Divas 2012, categoria agricultura/agropecuarista. O evento é realizado pelo Conselho da Mulher Executiva da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG) e jornal Diário de Guarapuava. A homenagem aconteceu no dia 10 de março, no Atalaia Palace Hotel, com o objetivo de enaltecer o trabalho das profissionais que se destacam no setor empresarial em 2011, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
98
Revista do Produtor Rural
[Registro]
Mulher Atual
inicia em maio
O Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), organizou mais uma turma para o Programa Mulher Atual. No dia 04 de abril, foi realizada a sensibilização do curso na sede do Sindicato. “A previsão é que o curso inicie em maio, com término no mês de julho”, explica a engenheira agrônoma e instrutora do curso, Josiane Lusíada Granneman.
Workshop de maquiagem A Racco promoveu no dia 18 de abril, Workshop de Maquiagem para associadas e parceiras do Sindicato Rural de Guarapuava. Devido ao sucesso do evento, uma nova data para o curso já foi agendada. Será no dia 16 de maio, às 19 horas, no salão de festas da entidade.
Circuito FMC de Cinema em Guarapuava Desde a criação da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, em 1991, empresas brasileiras têm apoiado milhares de projetos que beneficiam, em grande parte, as comunidades sem acesso aos grandes espetáculos, seja pela distância dos grandes centros ou pelo preço dos ingressos. A FMC Agricultural Products, com sede brasileira em Campinas (SP) e especializada no controle de pragas agrícolas, é uma dessas apoiadoras. Para facilitar o acesso às produções cinematográficas nacionais, a empresa patrocina o projeto Gira Brasil 2012 – Circuito FMC de Cinema, que esteve em Guarapuava nos dias 16, 17 e 18 de abril. Crianças de escolas públicas tiveram acesso a quatro filmes inspirados no cotidiano das pessoas, com histórias que trazem momentos divertidos e situações dramáticas e que fizeram grande sucesso nas bilheterias.
Revista do Produtor Rural
99
[Capacitação]
Últimos cursos do Senar realizados em Guarapuava:
Trabalhador em Reflorestamento Inventário, poda e desbaste em cultivo florestal 24 e 25 de abril - Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Daniel Giorno
Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos Formigas cortadeiras 23 de abril - Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Daniel Giorno
Produção Artesanal de Alimentos – Panificação 16 e 17 de abril Local: Centro Comunitário Paiol de Telha – Guarapuava Instrutora: Inês Maria Wietozikoski
Trabalhador na Piscicultura - Sistemas de Cultivo 13 e 14 de abril Local: Colégio Agrícola Estadual Arlindo Ribeiro – Guarapuava Instrutor: Sérgio Ricardo Hoppen
Trabalhador no Cultivo de Plantas Industriais - Produção de erva-mate 02 e 03 de abril - Local: Colégio Estadual Agrícola Arlindo Ribeiro de Guarapuava Instrutor: Luiz Caniel
Trabalhador na Bovinocultura de Leite - Casqueamento 13 e 14 de março - Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Marcelo Simionatto Alves
100
Revista do Produtor Rural
Trabalhador em Reflorestamento – Cultivo de pinus 19 e 20 de março - Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Daniel Giorno
Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris De Olho na Qualidade 07 de março a 25 de abril Local: Colégio Estadual Agrícola Arlindo Ribeiro - Guarapuava Instrutora: Josiane Luzia Granemann
Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) – Cenário Agropastoril Gestão do Agronegócio 08 de março a 06 de julho - Local: Entidade Social Projeção – Entre Rios Instrutor: Rubens Gelinski
Trabalhador em Reflorestamento (matas homogêneas) - Cultivo de eucalipto 05 e 06 de março - Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Daniel Giorno
Trabalhador na Bovinocultura de Corte Manejo de bovinos de corte 06 e 07 de março - Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Paulo Schwab
Programa Empreendedor Rural - Fase I 03 de março a 23 de junho - Local: Cooperativa Agrária Instrutor: Luiz Augusto Burei
Trabalhador na Bovinocultura de Leite - Ordenha mecânica 24 a 28 de abril Local: Centro Social – Distrito de Palmeirinha/Guarapuava Instrutor: Itamar Cousseau
Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris De Olho na Qualidade 16 de janeiro a 03 de março - Local: Reflorestadora Schram Instrutor: Tibério Budal
Revista do Produtor Rural
101
[Diploma Mulher Cidadã]
AVICULTURA DE CORTE
Um negócio brasileiro de sucesso Coordenador: Prof. Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Leandro Klimionte Marjury Maronezi Jaqueline Midori Ono Rozana Wendler da Rocha Henrique Carniel
N
o mercado internacional de carnes, o Brasil mantém desde 2004, a posição de maior exportador mundial e o terceiro maior produtor de carne de aves do mundo, tendo terminado 2010 com a marca de 3,819 milhões de toneladas embarcadas para mais de 150 países (Apex Brasil, 2010) e produzindo menos apenas que os Estados Unidos e China. Neste setor, o Brasil emprega mais de 4,5 milhões de pessoas, direta e indiretamente e responde por quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Com esse desempenho, a carne de frango brasileira aumentou ainda mais sua presença na mesa dos consumidores pelo mundo, sendo que 65% da produção permanece no mercado interno, comprovando a força dessa indústria para o país. Esse aumento do consumo de frango pela população brasileira tem contribuído de maneira significativa para o desempenho da avicultura nacional. Em 2010, a União
102
Revista do Produtor Rural
Brasileira de Avicultura (Ubabef) esperava crescimento de 3% para a produção de aves, no entanto, o volume de carne de frango chegou a 12,230 milhões de toneladas, registrando incremento de 11,38% em relação a 2009. Hoje se aproveita praticamente tudo do frango, o que comprova isso é o numero crescente de exportação de miudezas de frango para países como a China, que paga altos valores por pés, pescoço, moela, fígado em função de hábitos culturais alimentares. Por outro lado, a importância social da avicultura no Brasil é inquestionável, principalmente nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde em muitas cidades a produção de frangos é a principal atividade econômica. Esta indústria é caracterizada pela contínua agregação de novas tecnologias, o que tem feito com que a avicultura se destaque dentro do setor do agronegócio brasileiro e mundial.
A avicultura já não precisa provar nada para confirmar a sua importância econômica e social no Brasil. É uma atividade historicamente significativa, eficiente e capaz de se ajustar – em geral muito mais rápido do que outros segmentos, pelo seu ciclo de produção – a oscilações de mercado. É evidente que também sofre com as instabilidades de que a economia mundial tem sido pródiga em anos recentes; mas é de crer que sua capacidade de reação e de ação é de consenso na sociedade. Em 1960, foram criados os sistemas de criação denominados “Integração Vertical”. Essa integração consiste em parcerias entre empresas e c ooperativas com produtores rurais. As empresas prestam apoio permanente aos avicultores com o assessoramento técnico, fornecimento de ração, medicamentos e animais, bem como, auxiliando o produtor durante períodos de crise, amenizando seus efeitos. Esse sistema pos-
sibilita que o produtor ingresse neste setor, tendo mais segurança no investimento e tenha maior agregação de valor na sua atividade, conseguindo melhores preços para os produtos e viabilizando a exportação. Estima-se que 90% da avicultura industrial brasileira esteja sob o sistema integrado entre produtores e empresas. Aos produtores cabe criar as aves com as melhores práticas de produção e de acordo com as mais rígidas normas de bem-estar animal, biosseguridade e sanidade. Tais regras são monitoradas de perto pelas empresas integradoras, garantindo a rastreabilidade do produto da granja à mesa do consumidor. A avicultura industrial atual pode ser considerada como modelo para outros setores, principalmente aqueles envolvidos com produtos de origem animal. Um dos fatores que corroboram com isso, é o nível de tecnificação desse setor de produção, sempre visando obter um produto de melhor qualidade, em menor tempo e com menor custo, o que sem dúvida beneficia o consumidor final. Porém, alguns entraves são inevitáveis como, por exemplo, boatos que por conta de uma rápida produção, os animais seriam suplementados com produtos indevidos que poderiam comprometer a qualidade de vida do animal e do produto que chega à mesa do consumidor. Contudo, se sabe que este mérito de produção em alta velocidade, tem como responsáveis profissionais altamente capacitados, que estão sempre em busca de melhorias em genética, sanidade, bem-estar, nutrição e logística, para garantir
que o produto final tenha mais qualidade nutricional e sanitária, não oferecendo risco à saúde do consumidor. Além disso, outro fator que determina a avicultura como exemplo para outros setores, é conseguir fazer com que o animal expresse seu desempenho produtivo, através da manutenção de ambientes mais controlados possíveis, objetivando maior conforto térmico, sem superlotação, fornecendo água e comida de qualidade. A produção de carne de frango, em comparação a outras carnes, é a que menos causa impacto sobre o aquecimento global, menor impacto no solo, utiliza menos água para a sua produção, menor consumo de energia elétrica, além de ser uma excelente forma de acessibilidade a proteína de alto valor nutritivo (Brazilian Chicken, 2010), onde no Brasil o consumo per capita é de 44 kg por ano, quando comparado a 34 kg de bovinos e 15 kg de suínos (Ubabef, 2011). Para uma boa produção, o Brasil está comprometido com o cumprimento das regras de bem-estar animal estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE – e possui desde 2008 um acordo de cooperação com a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) para fornecer informação científica e aperfeiçoar o conhecimento das equipes de granjas e frigoríficos no que diz respeito ao bem-estar das aves. O uso de hormônios na produção de carne de frango é proibido no Brasil. Além disso, devido ao seu curto processo de produção – 30 a 45 dias – tais substâncias não poderiam fazer qualquer efeito.
Os frigoríficos brasileiros por sua vez, possuem certificações internacionais e seguem processos de qualidade reconhecidos e utilizados em todo o mundo, tais como ISO (Organização Internacional para Padronização), HACCP (Análise de Risco de Pontos Críticos de Controle), Global G.A.P. (Boas Práticas Agrícolas), GMP (Boas Práticas de Produção), SPOH (Procedimento Padrão de Higiene Operacional), entre outros. De acordo com estudo da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – a carne de frango custa, em geral, menos da metade do preço da carne bovina. Em 2008, a média de preço da carne de frango era de US$ 1,8/kg, enquanto a carne suína era de US$ 3,1/kg e a bovina chegava a custar mais US$ 4,5/kg. A carne de frango é rica em proteínas e aminoácidos essenciais, sendo o peito sem pele o corte que apresenta o maior índice dessas substâncias. Além disso, também é fonte importante de vitaminas do complexo B e minerais, como ferro, potássio, zinco e magnésio. Neste aspecto, para garantir produtos saudáveis e seguros, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento implementou o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) que leva em consideração as recomendações do Codex Alimentarius e foi aprovado pelas missões de auditoria da União Europeias. Por fim, o setor avícola é um exemplo para os outros setores do mercado brasileiro, pois além de ter uma grande participação do PIB do país, é responsável por mais de 40% de todo frango exportado no mundo e isto está relacionado qualidade sanitária e nutricional do produto, bem como seu preço extremamente acessível.
Revista do Produtor Rural
103
[Histórias de Sebastião Meira Martins]
Fatos Pitorescos Em certa ocasião, em uma das feiras anuais da Expogua, no Parque Lacerda Werneck, nós estávamos no estande do Sindicato Rural de Guarapuava em companhia de Ávio Ribas. Nesse momento, aproxima-se um forasteiro e pergunta de modo irreverente “– por que tribuna as aspirações do homem do campo?” – com uma desenvoltura que lhe era peculiar respondeu “– então o senhor não sabe? É o agricultor e o pecuarista que alimentam a população brasileira entre eles: políticos, deputados, senadores, militares e outros”. O forasteiro visitante não respondeu e, não se despediu, afastou-se cabisbaixo, a passos largos. Nota: o ponto alto da “vaquinha do povo”, lançada por Ávio Ribas despertou muita curiosidade aos transeuntes na XV de Novembro. Ávio distribuindo leite em copinhos para a população da cidade. Ele também foi o precursor da piscicultura, introduzindo a carpa alemã com as escamas douradas, o qual nos foi um dos primeiros associados a receber os primeiros alevinos, em convênio com o piscicultor Miguel Luciano Crechinski, Irati- Paraná. Posteriormente, introduziu a truta, vinda de Campos do Jordão – São Paulo. Em 11 de novembro de 1981, o jornal do Estado do Paraná noticia Guarapuava – “Sindicato realizou peixamentos nos rios”. Ribas destinou-se exclusivamente ao povoamento da piscicultura nas cabeceiras dos rios Bananas, Pinhão, Campo Real, Lageado Grande, São João, Tamanduá, Capivara e Rio Cobre, Coutinho e Guarapuavinha, todos tributários das bacias do Ivaí, Piquiri e Iguaçu.
JORNAL O GUAYRA – Guarapuava – 23/02/1918
História Agrícola Feijão Soja é conhecido como a melhor leguminosa, é nativa de vários países “asiáticos”: China, Coréia, Japão, Mandechúria. É de cultivo muito antigo, onde nem existe mais essa leguminosa em estado silvestre. O feijão soja foi introduzido nos Estados Unidos em 1829, mas sua cultura chamou a atenção somente em 1854. A variedade mamoth foi introduzida em 1882. E desde então, tomou maior interesse a plantação dessa leguminosa. Entre 1900 a 1910, o departamento de agricultura do Governo Federal dos Estados Unidos importou do Oriente 250 variedades de soja. Na Europa, Haberlandt, introduziu grande número de variedades em 1875, mas a planta tem alcançado ali pouca importância, a não ser em pequena parte do sul da França e Itália. A produção de feijão soja na Mandechúria, em 1909 foi de 2.000.000 toneladas. Botânica A designação usual do feijão tem sido “Clicine Soja”, mas ultimamente tornou-se mais adaptada de “Soja Max”. As flores são pequenas, brancas, ou roxas em facimos auxiliares, geralmente com oito a quinze flores em um grupo, mas podendo ter até 35. As vagens, normalmente, são em grupos de três a cinco, e mesmo até doze. Tem-se contado, às vezes, 400 vagens numa única planta. Apresentamos passagens pitorescas de nossos agricultores. Roceiros Na época em que apareceu a leguminosa Feijão Soja alguns empregados e agregados das nossas propriedades - fazendas, queriam saber da procedência desse feijão, conhecido pelo nome de Feijão “Soares”. Se esse feijão não era o mesmo “Guarumbe”, nativo das áreas desmatadas, conhecida por capoeira. Nota: Feijão “Guarumbe”, chamado pelos índios, é também conhecido como feijão (Serelepe).
Observações: “Também não podemos deixar no ouvido quando em uma feira da Expogua o Sr. Ávio Bittencourt Ribas distribuiu pacotinhos de soja torrada e salgada, com sabor de amendoim.”
Fonte: Procedência – de nosso acervo particular Sebastião Meira Martins Benjamin H. Hunnicutt - Diretor da Escola Agrícola de Lavras
104
Revista do Produtor Rural
Revista do Produtor Rural
105
[Pecuária de corte]
Análise Conjuntural do Mercado do Boi Gordo no Paraná Caroline Bastos Balbinot João Carneiro Natalia Marcondes dos Santos Gonzales Prof. Paulo Rossi Junior Prof. João Batista Padilha Junior LAPBOV www.lapbov.com.br
O ano de 2012 iniciou com queda tanto nos preços reais do boi gordo quanto da vaca gorda, segundo os indicadores de preços do LAPBOV/UFPR. Entre janeiro e março, a cotação média mensal da arroba do boi gordo recuou 2,1%, indo dos R$ 95,82 para atuais R$ 93,78. Já o valor médio mensal da arroba da vaca gorda apresentou queda mais acentuada (4,8%) recuando de R$ 88,51 para R$ 84,25 em março. Quando a comparação é realizada entre os anos de 2011 e 2012 (período de janeiro a março), observa-se queda de 5,8% nas cotações da arroba do boi gordo (recuo de R$ 100,60 para R$ 94,78) e no caso da arroba da vaca gorda, retração de 5,6% (preço recuando de R$ 91,70 para R$ 86,55). O que aconteceu este ano no Paraná foi uma situação atípica. O clima adverso que atingiu o estado neste verão trouxe consigo algumas conseqüências, entre elas, pastagens de baixa qualidade e animais inacabados para abate, o que
implicou em menor oferta no mercado. Mesmo com reduzida oferta de animais, o preço da arroba do boi gordo apresentou recuo no período analisado, o que caracteriza uma situação incomum, e que vem se mantendo até o mês de março. Os três primeiros meses do ano coincidem com a safra da pecuária de corte. Por conta disso, os preços da arroba do boi gordo normalmente sofrem um ligeiro declínio. Passados os meses de fevereiro e março o orçamento do consumidor encontra-se aliviado, após os pagamentos de impostos e outros compromissos financeiros característicos do começo de ano, desta forma o consumo das famílias brasileiras tende a voltar à normalidade. A expectativa é que a oferta de gado aumente gradualmente nesse período, equilibrando o efeito de crescimento da demanda. Além disso, com o final da quaresma, o mercado se aquece novamente, gerando expectativas ainda mais positivas sobre o consumo.
102 LAPBOV/UFPR
100
CEPEA/USP
R$/@
98 96 94 92 90 12
/20
2/1
012
1/2
11/
012
1/2
20/
012
1/2
29/
12
/20
7/2
012
2/2
16/
012
2/2
25/
5/3
12
/20
012
3 /2
14/
012
3 /2
23/
Figura 1 - Evolução dos preços reais da arroba do boi gordo entre fevereiro e março de 2012, segundo os indicadores LAPBOV/UFPR e CEPEA/USP, deflacionados pelo IGP-DI (fev/12 = 100).
106
Revista do Produtor Rural
Sazonalmente os preços da arroba do boi gordo estão seguindo uma tendência de comportamento já esperada para o estado do Paraná, de acordo com o indicador LAPBOV/UFPR. Já para o estado de São Paulo, segundo dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP), durante o mês de março houve uma pronunciada queda no preço da arroba do boi gordo (Figura 1). Esta queda nos preços da arroba do boi gordo em São Paulo não reflete a realidade da pecuária paranaense, a exemplo disso, podemos constatar que na segunda semana de março, a média de preço para o estado do Paraná foi de R$ 94,11, enquanto a média paulista foi de R$ 93,67 (descontando a inflação do período), a resposta para tal diferença é provavelmente a oferta de animais. Apesar do cenário pouco motivador deste inicio de ano, à medida que se aproxima a safra de bezerros e a oferta de animais de qualidade superior, surge uma perspectiva de variação negativa no preço do boi gordo. Os meses de abril e maio são conhecidos como impulsionadores da comercialização do gado magro, de acordo com o ciclo pecuário. Porém, os negócios para esta categoria talvez não atinjam picos muito altos neste ano, já que a quebra na safra de grãos no estado, pode influenciar diretamente no mercado dessa categoria animal pela menor oferta (consequentemente preços mais elevados) dos insumos para a engorda destes animais. O aumento do preço da arroba paga ao produtor é uma tendência que deve permanecer, seja por conta da entressafra ou porque houve um aumento nos custos de produção.
a c i f a r g o i c n anĂş a v i t i s po
Revista do Produtor Rural
107
[Versos e prosas]
ORAÇÃO DO CABOCLO Ói Deus, Nóis tá sempre pedindo as coisas pro Sinhô Nóis pede dinhero Nóis pede trabaio Nóis pede pra chovê E se chove demais Nóis pede pra pará Mode a coiêta num afetá. Nóis pede amô, Nóis pede pra casá Pede casa pra morá Nóis pede saúde Nóis pede proteção Nóis pede paiz, Nóis pede pra dislindá os nó Quando as coisa cumprica Mode a vida corrê mió. Quano a coisa aperta nóis reza Pedindo tudo que farta É uma pedição sem fim E quano as coisa dá certo, Nóis vai na igreja mais perto E no pé de argum santo Que seja de devoção Nóis deixa sempre uns merréis E lá no cofre da frente Nóis coloca mais uns tostão.
Nóis semo seu espêio Nóis semo a Sua Criação Nóis num pode fazê feio Nem ficá fazendo rodeio Nem desapontá o Sinhô Nem amargá o seu sonho Que foi um sonho de amô Quando essa terra todinha criô.
Mais hoje Meu Sinhô Bateu uma coisa isquisita E eu me puis a matutá Nóis pede, pede e pede Mais nóis nunca pregunta Comé que o Sinhô tá Se tá triste ou tá contente Se percisa darguma coisa Que a gente possa ajudá E por esse esquecimento O sinhô tem que nos adiscurpá. Ói Deus, nóis sempre pensa Que o Sinhô num percisa de nada Mas tarvez num seja assim Tarvez o Sinhô percisa de mim Sim, o Sinhô percisa, sim Percisa da minha bondade Percisa da minha alegria Percisa da minha caridade No trato c’os meus irmão.
Ói Deus, eu prometo Vo rezá de ôtro jeito Vo pará com a pedição E trocá milagre por tostão Tarvez eu inté peça uma graça Mas antes vo vê direitinho O que é que andei fazendo de bão E se nada de bão eu encontrá Muito vo me envergonhá E ainda vo pedi perdão.
Texto: Fátima Irene Pinto (enviado via e-mail pelo produtor rural Anton Gora)
108
Revista do Produtor Rural
[Espaço Rural Kids & Teens]
Rafael com a super cenoura produzida pelo Nôno Vicente Mamcasz.
Maria Eduarda Alves de Camargo, pequena criolista guarapuavana, montada em seu cavalo El Bravo, presente do vô alemão (Carlos Armando Abreu Alves).
Heloise Martins Lustosa Ribas curtindo o final de semana na Fazenda Capão Bonito (distrito de Entre Rios/Guarapuava, do bisavô Sebastião Meira Martins.
Envie sua foto para o E-mail: comunicacao@srgpuava.com.br Revista do Produtor Rural
109
[Profissionais em destaque]
Thiago Augusto da Costa e Douglas Jobim, engenheiros agrônomos da Oeste Insumos
Norton Rodrigues (Departamento Sindical da FAEP), Arnaldo Machado (Departamento Financeiro do Sindicato Rural de Guarapuava) e Maurinei Benedito Igerski (Assistente Administrativo da FAEP)
David Leite (engenheiro agrônomo, RTV da Compo do Brasil) e Pablo Leuch (vendedor da Agropantanal)
Antonio Márcio dos Santos (Repórter da Assessoria de Imprensa da Coamo), Zanoni Camargo (Gerente da Coamo Guarapuava), Rodolpho L. W. Botelho (presidente do Sindicato Rural de Guarapuava) e Ilivaldo Duarte (Assessor de Imprensa da Coamo)
Inquima: Fernando Felix, Max Curt Weidmann, Jeferson Rezende, Rui Rances e Edgar Zuber
Ihara: Vagner José Naves dos Santos, Fábio Gomes e Leendert de Geus
Produquímica: Dario Serpa e Guilherme Sá
Master: Mário Gans, Charles Erig (Agrária), Ricardo de Souza
BAYER: Cícero Becher, Anderson Taques, Stevan Sikora, Karol Czelusniak e Rafael Gallo
Fertilizantes Heringer: Letícia Caloy e Ander Possan
BASF: Antônio Fernando Luchetti, Arthur Acorsi, Maiara Jacobucci e João Henrique Navarro
Bayer: Stevan Sikora e Julien Witzel
Forquímica: Jorge Pereira, Jackson Huzar, Luiz F. Andrade e Almir de Faveri
Cheminova: Luiz Fernandez Aguera e Marcos Bolçone
Marcos Novatzki (Agrária), Celso Tateiva (Guará Campo), Celso Souza (Yara), Luiz Carlos Zampier (Produtécnica), Carlos Brandalize (Produtécnica) e Rodrigo Lima (Agrícola Estrela)
110
Revista do Produtor Rural
Milenia: Celso Fidelis e André Barabach
Dow Agrosciences: Didier André Sentone, Cleberson Santos, Maurício Carboni, Vinicius Montani
Laudemir Leites (representante comercial CRV Lagoa) e Daiana Braga (Vendas CRV Lagoa)
Dow Agrosciences: Fabiano Romero, Leopoldo Machado, Airton Trento e Arthur Moreira
Nidera: Almir Junior Vicencette
Embrapa: Ivan Cruz (pesquisador) e Rodrigo Veras da Costa (fitopatologista)
Tradecorp: Emílio Diniz e Eliandro Rigatti
Roberto H. Ribeiro (diretor regional de vendas Pioneer), Jackson Huzar (acadêmico do 4º ano de Agronomia), Itacir Sandini (professor de Agronomia/Unicentro) e Aparecido A. Grosse (supervisor do SENAR)
Agroceres: José Arthur Kair Filho, Guilherme Gazabim e Norberto Ferronato
Syngenta: Tiago Dalchiavon, Roberto Leonardo Müllerleiy (Robertinho), Antônio Marques de Souza Neto, Joarez Rupel Filho e Petterson Johnsson Kremer
Coodetec: Marcos Zanette, Marcelo Rodrigues, Eduardo Alberge e Cristiano Buss
Cláudio Lunelli (Agrícola Colferai) e José Augusto Ramos Neto (Arysta)
Forquímica: Valmir de Faveri
Du Pont: Vinicius Peterlini Pavoski
Monsanto: Eduardo Back, Pedro Souza e Rafael Costa
Marcelo Campos (Timac Agro), Joacir Kuxla, Jorge Eduardo Antoneli e Dalnei Menon
Eduardo Back, Rodrigo Romitti, Daniel Pizzi, Edilberto Pizzi e Mauro Hahn (Agroeste)
Chemtura: José Augusto Perin, Luiz Cláudio Hahn, Mateus Chaves e Tobias Zandoná
Pellisson Kaminski, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e José Paulo Molin
[
Brasmax: Evandro Zeidel
FMC: Ralph Jobbins e Lorena Duda
Itacir Vezzaro, Josnei da Silva Pinto e Maurício Mendes de Araújo
Novos Parceiros Programa Identidade Sindical
]
Equipe Pioneer Sementes
Dr. Guilherme Araújo (Clínica de Olhos) Dra. Silmara Góes (Laboratório Góes) Francisco Nogara Neto (Pioneer) e Cláudio Marques de Azevedo (produtor rural)
Rodrigo Martins (Grupo Leh)
Revista do Produtor Rural
111
[Produtores em destaque]
Luiz Carlos Zampier, presidente do Sindicato Rural de Pitanga
Harry Mayer
Anton Gora, Maurício Araújo, Ralf Strege e Murilo Ribas
Manfred Majowski
Raisa e Ernesto Stock
Thiago S. Gomes e Priscila Klein
Roman Keller, Pedro Kindreich, José Pastal, André Benz e João Arthur Barboza Lima
Johanes Stecher, Roberto Korpach, Anton Gora, Andreas Keller Junior e Karen Keller
112
Sueli Lange
Revista do Produtor Rural
Anton Keller I
Adriano Burko e Vanderlei Gomes de Assis
Anton Gora, Isabela Pereira de Lima, Juliano Vilela de Rezende e Marcos Ventura Faria
Ernesto Milla, Julien Witzel (Bayer) e Ervin Remlinger
Edio Sander e Roberto H. Ribeiro
Anelise Buhali e Regina Maria Fassbinder Seitz
Maria Madalena Marx
Ana Meri Naiverth, Damaris Rover Naiverth, Timóteo Rover Naiverth e David Naiverth
Cícero Lacerda, Luiz Carlos Colferai e Martinho Skawinski (Pioneer)
Roland Paul Gumpl, Herbert Keller, Jair Zart e Eliseu Schuaigert
Franz Hunger
Maurício Gruzska, Leandro Bren e Rafael Brito Veiga
Cláudio Marques de Azevedo, Gibran Thives Araujo, Helmuth Milla, Cícero Passos de Lacerda e Luiz Carlos Colferai
Tadeu Vosniak e José Carlos Karpinski
Roberto Pfann e Robson de Paula (Gerente de Pesquisas Agronômicas da Pioneer)
[Novos Sócios]
Ruy Laurici Alves Teixeira Neto Cleber Dall’Agnol
Emmanuel Sanchez
Guilherme Gonçalves Lustoza Araújo
José Losso Filho
• André Yoiti Endo
Revista do Produtor Rural
113
Confira a agenda de eventos agropecuários:
Junho
Maio
[Aniversariantes]
114
01/05 01/05 01/05 01/05 01/05 02/05 02/05 03/05 04/05 04/05 05/05 05/05 05/05 06/05 06/05 06/05 06/05 07/05 07/05 07/05 07/05 08/05 10/05 10/05 10/05 11/05 11/05 11/05 12/05 12/05 12/05 13/05 13/05 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05
01/06 02/06 02/06 04/06 05/06 05/06 05/06 05/06 07/06 07/06 07/06 08/06 08/06 08/06 08/06 09/06 09/06 10/06 10/06 10/06 11/06 11/06 11/06 12/06 12/06 12/06 13/06 13/06 13/06 14/06 15/06 16/06 16/06 17/06 17/06 18/06 19/06
Adelcio Martini Franz Milla Franz Stock Josef Taschelmayer Ricardo Sales Rosa Antonio Hertz Robercil Woinarski Teixeira Paulo Wolbert Jose Anilton Fortkamp Sidney Camargo Junior Claudio Cordeiro Kiryla Joel Horst Zadil Carneiro Batista Demetrius Pellegrino Barbosa Ivo Antonio Fabiani Maria das Graças Abreu Lacerda Ozorio Eurico Martins Neto Adam Illich Conrado Ernesto Rickli Luiz Carlos Silva Marcondes Maria da Gloria Martins Messias Arion Mendes Teixeira Filho Antonio Fidelis de Vargas Johann Zuber Junior Ruy Sergio Taques da Cruz Macedo Nunes Machado Rodolpho Soria Santos Wagner Salvador Ransolin Elias Brandalero Simone Milla Walter Wendelin Weissbock Eduardo Pletz Karl Eduard Milla Antonio Cesar de Re Jorge Luiz Zattar Maria Helga Filip Patrick Egles Rodrigo das Neves Dangui Siegfrid Milla Sobrinho
Renate Taubinger Milla Claudileia Fornazzari Werner Brandtner Jaqueline Geier de Moraes Barros Amilton Marcondes Júnior Reinholt Duhatschek Stefan Remlinger Teodoro Kredens Ana Maria Jung Klein José Maria Machado Marlon Newton Lustosa Schneider Heitor Visentin Kramer Filho Mozart Danguy Raimund Keller Roland Wendelin Egles Anton Schimidt Carlos Henrique Eyherabid Araújo Abdul Rahman Daruich Eduardo Josef Reinhofer Jandira Caus Milani Adão Alcione Monteiro Marcia Dittert Cruz Sieglinde Marath Schwarz Johann Kleinfelder Leandro Bren Teresia Abt Everson Antonio Konjunski João Mauricio Virmond Rodrigo Augusto Queiroz Emmanuel Sanchez Maria Milla Agenor Roberto Lopes de Araújo Bernardo Spieler Zehr Josef Stemmer Licius Pollatti Schuhli Cirlene Aparecida Ribas Adriano Pedro Kindreich
Revista do Produtor Rural
16/05 16/05 16/05 17/05 17/05 18/05 18/05 19/05 20/05 21/05 21/05 22/05 22/05 22/05 22/05 24/05 24/05 25/05 25/05 25/05 25/05 27/05 27/05 27/05 28/05 28/05 28/05 28/05 28/05 28/05 28/05 29/05 29/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 31/05
20/06 20/06 20/06 20/06 20/06 21/06 21/06 21/06 21/06 22/06 22/06 22/06 22/06 23/06 24/06 24/06 25/06 26/06 26/06 26/06 26/06 26/06 27/06 27/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 29/06 29/06 29/06 29/06 30/06 30/06
Alfredo Cherem Filho Erika Schussler Helga Schlafner Andre Hiller Marcondes Daniel Baitala Jose Antonio Ogiboski Almeida Manoel Antonio Ferreira Bueno Eugenio Billek Kazuxigue Kaneda Alfredo Jakob Abt Sergio Eliseu Micheletto Alaor Sebastião Teixeira Filho Ana Rita Hauth Vier José Schleder Algaier Patrick Gumpl Adam Scherer Ambrosio Ivatiuk Elke Monika Zuber Leh Georg Mullerleily Rita Maria Wolbert Stefan Detlinger Nivaldo Passos Kruger Sandra Mara Schlafner Sander Waldemir Spitzner Cezar Roberto Oliveira Kruger Felicio Dzvonech Garon Gerster Jorge Harmuch Klaus Ferter Roberto Hyczy Ribeiro Walter Stoetzer Christof Leh Jorge Schlafner Ademar Ramos de Souza Daniel Schneider Fernando Becker Jorge Luiz Ribas Taques Paulo Celso Santos Mello Antonio Lauri Leite
Emerson Souza Jorge Fassbinder Luis Fernando Kazahaya Manfred Becker Michael Winkler Hermes Naiverth Josnei Augusto da Silva Pinto Osvaldir Jouris Peter Wolbert Cyrano Leonardo Yazbek Johann Reiter Ozoel Martins Lustoza Paulino Brandelero Volnei Kolc Claudia Hertz Marath Jairo Silvestrin Walter Josef Jungert Altair Niquetti Andreas Keller Junior Ari Fabiani Geny de Lacerda Roseira Lima Gilson Zacarias Cordeiro Cleverson Naiverth Petronilia da Silva Nunes Schuagert Bruno Norberto Limberger Ivoni Ferreira João Spieler Juracy Luiz Roman Reni Pedro Kunz Rudolf Egles Agenor Mendes de Araújo Neto Marinez Bona Muzzolon Padilha Mario Bilek Yasmin Mayer André Benz Monika Klein
40ª Expoingá – Exposição Agropecuária de Maringá 10 a 20 de maio
Parque de Exposições de Maringá/PR www.srm.org.br/expoinga/ 44-3261-1700
Programa de Desenvolvimento Florestal – 2º módulo Curso de Gestão Florestal, Mapeamento e Aproveitamento de Áreas Marginais ou de Baixa Produtividade / Qualidade e Produção de Mudas Florestais de Eucalipto e Pinus / Orientações sobre Nogueira Pecã 15 de maio Sindicato Rural de Guarapuava Entrada: 1 kg de alimento 42-3623-1115
Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da Unicentro 21 a 25 de maio Campus Cedeteg 42 - 3629-8100
Resultados de Pesquisas Unicentro/Agrass/Sindicato Rural 31 de maio Sindicato Rural de Guarapuava Entrada: 1 kg de alimento 42-3623-1115
INSCRIÇÕES ABERTAS!
Início previsto: 25/05/2012 Término previsto: 04/2013 Informações e Inscrições: Tel. (41) 3331-7643 pos@utp.br
www.utp.br/pos
O espaço ideal para seu evento está no Sindicato Rural de Guarapuava! O Sindicato Rural de Guarapuava dispõe de um amplo espaço para realização de eventos. Com estrutura nova e moderna, contamos com anfiteatro, sala de cursos e salão de festas.
Anfiteatro Palco de eventos técnicos, assembleias, palestras e shows com estrutura de som, luz, ar condicionado e exibição multimídia integradas; o anfiteatro comporta 200 pessoas sentadas e ainda há opção de mais 25 lugares no mesanino.
Salão de festas Para cursos de alimentos ou confraternização empresarial, o salão de festas é o local ideal. Com ótima localização, comporta 50 pessoas (almoço ou jantar) e 150 (coquetel). Totalmente equipada, a cozinha industrial é uma opção para realização de cursos técnicos profissionalizantes. Com churrasqueira, espaço amplo e aconchegante, o salão de festas é perfeito para o seu evento festivo.
Nova sala de cursos
Almir Soares Junior
Compacta, a sala de cursos tem capacidade para 50 pessoas. Ambiente novo, com projetor multimídia , sistema de som e Internet sem fio. Ideal para cursos de pós-graduação, cursos técnicos profissionalizantes e palestras para público direcionado.
Não perca tempo! Confira os nossos espaços e reserve já! Preços especiais para associados e parceiros da entidade.
Informações: 42-3623-1115 Localização: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon Guarapuava - PR
Revista do Produtor Rural
115
116
Revista do Produtor Rural