revista produtor rural ed. 31

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 31 - Mai/Jun 2012 Distribuição gratuita



[índice] 10 Campanha de destinação de Imposto de Renda Boa vontade é tudo

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Manchete O trigo não pode acabar

Forragicultura

Desempenho de novilhos confinados alimentados com silagem de trigo como alternativa a silagem de milho

Leilão

38ª Feira de Bezerros de Guarapuava alcançou preço médio recorde

52 Feira agropecuária

60 Criação de peixes O potencial da piscicultura

80 84

Programa ABC

Por uma agricultura mais sustentável

Agosto é mês de Expogua

Prestação de Serviços Sindicato Rural disponibiliza cadastro online de currículos e vagas para empregos

88 Pesquisa

92 Política agropecuária Seminário levantou prioridades do setor

Encontro divulgou novas tecnologias na produção de milho, soja e feijão

100 Suinocultura

104 Instrução Normativa Sistema nacional de certificação de unidades armazenadoras

106

Importância da sanidade dos suínos para seu desempenho e qualidade de carcaça


Trigo, ABC e Expogua

ISSN 1984-0004

[expediente] DIRETORIA: Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho 1º Vice presidente: Anton Gora 1º Secretário: Roberto Hyczy Ribeiro 2º Secretário: Gibran Thives Araújo 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima 2º Tesoureiro: Herbert Schlafner Delegado Representante: Anton Gora Conselho Fiscal: Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto Stock Suplentes: Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Colaboração: Helena Krüger Barreto Fotos: Assessoria de Comunicação SRG Diagramação: Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Gráfica Positiva Tiragem: 3.400 exemplares

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.

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Revista do Produtor Rural

Nesta edição, duas matérias concorreram à manchete, devido à importância dos temas: trigo e programa ABC. As duas, sem dúvida, mereciam destaque porque buscam orientar o produtor rural, com informações relevantes sobre os assuntos. Na matéria sobre o trigo, nossa intenção não foi falar apenas dos problemas deste cereal de inverno. Afinal, o produtor, há anos, sabe bem o que é plantar trigo e, muitas vezes, ter que vender abaixo do preço mínimo e até mesmo, não ter para quem vender no momento que precisa. Entrevistamos representantes de cooperativas, entidades, moageiras e produtores rurais para dizer, resumidamente, o que o produtor deve fazer para viabilizar a cultura de inverno. Sobre o ABC, tentamos explicar melhor como funciona o programa e colocamos no papel depoimentos de vários produtores que já conseguiram o financiamento e de outros que aguardam a liberação. Enfim, a ideia é fazer com que os produtores usufruam desse benefício da melhor forma possível. Nessa edição, temos também matérias e artigos técnicos de renomadas empresas, na área de agricultura e pecuária. Inclusive, agradecemos essa grande parceria entre a publicação, empresas e revendas do setor. Esperamos que os leitores apreciem as matérias e aproveitamos a oportunidade para convidá-los para a Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava (Expogua), que será realizada de 3 a 12 de agosto, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, sob a organização da Sociedade Rural. Boa leitura!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

5 anos de Revista do Produtor Rural Neste mês de junho, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL completou 5 anos. Em 2007, iniciamos um projeto de uma revista institucional para os associados do Sindicato Rural de Guarapuava. A primeira edição, com 24 páginas, foi patrocinada por “amigos” da entidade. De lá para cá, as coisas aconteceram muito rápido. Podemos afirmar que o projeto deu certo. Hoje, com 116 páginas e 40 empresas anunciantes, temos muito orgulho de fazer parte dessa história e acreditamos que todo o esforço valeu a pena. Quero agradecer a todos que, desde o início, nos apoiaram. A diretoria do Sindicato Rural, que reconhece a importância do setor de comunicação da entidade, sobretudo, Cláudio Marques de Azevedo, então presidente do Sindicato, e Anton Gora, vice-presidente, que acreditaram na ideia e Rodolpho Luiz Werneck Botelho, atual presidente, e os demais membros da diretoria, que também abraçaram o projeto, colaborando para o crescimento da revista. O sucesso dessa publicação está diretamente ligado ao ótimo entrosamento entre diretoria, equipe de colaboradores,

associados e parceiros. Juntos, estamos aprendendo a fazer revista e espero contar com vocês sempre! Quero agradecer imensamente aos leitores, nossos associados e parceiros, pelo relacionamento profissional e também de amizade. Obrigada pelo carinho de todos, especialmente nestes últimos nove meses. Davi (meu terceiro filho) chegou junto com o término dessa edição, no dia 29 de junho. Graças a Deus, com muita saúde! Um grande abraço,

Luciana de Queiroga Bren Editora da Revista do Produtor Rural do Paraná


Revista do Produtor Rural

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[Caixa de Entrada]

Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Roque Canzi Bolzan (Pranchita/PR) Para: Revista do Produtor Rural De: Luiz Renato Lazinski, meteorologista “Estou recebendo a revista. Meus parabéns, muito boa a publicação de vocês. Continuarei enviando os comentários sobre o clima”.

“Gostaria de parabenizar o Sindicato Rural de Guarapuava pela organização. Sou produtor rural e me interessei na viagem que possivelmente vocês estarão fazendo para Moçambique. Gostaria de saber mais, e se haveria um modo de me encaixar nessa viagem”. R. Em breve teremos uma nova reunião sobre o assunto, com a agência de turismo que está organizando o roteiro e produtores rurais interessados.

Para: Revista do Produtor Rural De: Luiza Fernandes, Seção de Aquisição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA / Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI - Brasília DF “Prezados Senhores, Acusamos recebimento da publicação Revista Produtor Rural, nº 30. Agradecemos e temos certeza de que as informações nela contidas, contribuirão para um melhor atendimento aos nossos usuários. Certo de podermos contar com novos envios, agradecemos mais uma vez e nos colocamos a sua disposição para qualquer esclarecimento”.

Para: Revista do Produtor Rural De: Flávia Maria Nava Costacurta, Técnica em Comunicação Social SAOD/GAB/SFA-PR - Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento “Temos muito interesse em adquirir dois exemplares da “Revista do Produtor”, Ano VI, nº 29 – jan/fev/2012, editada por essa Assessoria de Comunicação. Assim solicito a sua especial atenção no sentido de verificar a possibilidade de enviá-las para a Assessoria de Comunicação da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura” R. Você passará a receber a Revista do Produtor Rural do Paraná. Quem tiver interesse em receber as edições da revista deve enviar um e-mail para comunicação@srgpuava. Venha comemorar conosco o Dia do com.br. A edição eletrônica pode ser visualizada no site www.srgpuava.com.br Dia 27 de julho (sexta-feira) das 14 às 20 h

Locais: - Sindicato Rural de Guarapuava - Extensão de Base Candói - Em Cantagalo será realizado nos dias 28 e 29 no CTG Jacob Fritz, junto com a XI Festa Municipal do Agricultor

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Para: Sindicato Rural de Guarapuava

Agricultor! De: José Antonio Malucelli, supervisor de vendas da Agronelli

“Solicito oucontato tel de eng. Agrônomo Pedro Francio oq ena Filho,Ccitado desenvolvimento flores! desreportagem tal , revista jan/fev/ 2012” e brindo produtor !

erca Não p

R. O e-mail do Pedro é pedrofrancio@hotmail.com

Informações: 3623-1115 - www.srgpuava.com.br

Revista do Produtor Rural


[Artigo]

Anton Gora Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)

Seminário de Política Agrícola

N

o dia 22 de maio realizamos o Seminário de Política Agrícola, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. O objetivo era reunir subsídios junto aos associados, discutir os entraves de ordem política e encaminhar as reivindicações aos vereadores prefeitos, deputados estaduais, federais, governadores presidenta, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e candidatos para as próximas eleições. Com a finalidade de informar os nossos representantes sobre as nossas necessidades, buscar o compromisso e votar em candidatos que se identificam com as nossas causas. O resultado do seminário foi muito bom, o debate foi intenso, surgiram muitas sugestões, foram levantados muitos problemas, de solução até fácil, mas muitas vezes desconhecidas pelos nossos políticos; e eles só podem nos ajudar e apoiar se conhecerem os nossos problemas. Essas sugestões e reivindicações estão sendo compilados em um documento e serão encaminhados às respectivas pessoas, inclusive aos nossos associados, para que possam continuar a subsidiar o Sindicato sobre suas necessidades. A parte negativa do evento foi à baixa participação dos produtores rurais, apesar de toda divulgação realizada. Foram enviados convites pessoais, e-mails, mensagens de celular, divulgação na imprensa etc. Tenho certeza de que todos os

produtores ficaram sabendo do evento. Não era época de colheita, nem de plantio e nem de férias. Assim, o produtor tinha todo o tempo do mundo para participar desse evento. Na minha opinião, a única explicação para a baixa participação é de que o produtor pensa que todos os nossos problemas estão resolvidos; os preços dos grãos estão razoáveis, o clima foi bom, a produtividade razoável e a rentabilidade satisfatória. Mas não podemos esquecer que o preço dos grãos é formado pelo mercado internacional, o clima foi razoável para nós da região de Guarapuava e que já tivemos anos de preços muito baixos, de clima menos favorável e de rentabilidade negativa, com grandes endividamentos. Naquele tempo, reunir o produtor rural era fácil. Reuníamos mais de mil produtores para discutir o endividamento, reunimos mais de cinco mil produtores para protestar na cidade e fechamos rodovias. Por que nessas ocasiões de dificuldades o produtor participa, e não participa para evitar novos problemas e dificuldades? Seria muito mais fácil nós nos mobilizarmos para evitar problemas e não somente nos reunirmos para resolver problemas quando já tivemos o prejuízo. Tudo é resolvido politicamente. Sem pressão política, sem divulgação do nosso trabalho e dificuldades nada acontece. Sempre falamos que somos eficientes dentro da porteira. Temos as

melhores produtividades do mundo, temos calor e água de graça, temos tecnologia, sabemos usar o capricho. Mas quando saímos da porteira, começamos a perder valor dos nossos produtos: pedágio, impostos, estradas ruins, insegurança jurídica e por aí afora. Esses problemas só serão passíveis de solução via pressão política. Tempos de frustração de safra de preço novamente vão surgir e vamos ter que nos juntar para resolver esses problemas. Por que não nos reunimos antes, para evitar esses problemas? A mídia e a população urbana não nos valorizam porque os alimentos são muito baratos, conseqüência da eficiência do produtor rural. Mas precisamos mostrar a todos que se há comida no prato do brasileiro, barata e de qualidade, isso é mérito do produtor rural. Se existem ainda hoje 50% de florestas no Brasil e, consequentemente, ar puro, se o Brasil é o celeiro e o pulmão do mundo, esse mérito é do produtor rural. Além disso, o produtor contribui de muitas outras formas para o bem estar da população urbana: doamos pelo menos 20% das nossas propriedades (Reserva Legal e Área de Preservação Permanente) para a preservação do meio ambiente. E com o que a população urbana e o governo contribuem? Se fossemos unidos politicamente, poderíamos fazer com que os outros também contribuíssem. Vamos nos valorizar, vamos nos unir e assim garantir o nosso futuro!

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Projeto Identidade Sindical GUARAPUAVA Materiais, Assessorias e Serviços

BetoAgro EO

AGRONEGÓCIOS

I

5% de desconto

30% em cursos oferecidos pelo escritório

10% nas prestações de serviços

15 % em acessórios e serviços

2% no valor final da negociação

20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados e família.

5 a 10% em seguro geral

10% à vista ou 3% à prazo

3% em toda linha de produtos e serviços

Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.

20% à vista e 10% a prazo

5% sobre valor final da negociação

Posto Guarapuavão 2% em diesel, álcool e gasolina sobre o preço da bomba no ato da compra, à vista no cartão ou dinheiro

10% em todos os serviços prestados

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

5% no valor final da negociação

3% em toda linha de ferramentas e equipamentos de proteção individual

Tecnologia, Saúde e Outros

PRODUTORA DE VÍDEO

20% em toda linha farmacêutica/loja em geral

15% na realização de exames radiográficos crânio facial e documentação ortodôntica

Descontos em consultas e exames oftalmológicos

5% em compras na loja

8% em cada material

10% compras à vista no dinheiro, ou 5% no cartão; exceto inha de ração

Benefícios para produtores rurais associados

5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca

5% em serviços ou equipamentos

7% sobre o valor total das compras/serviços

50% na assinatura nova, em um ano de acesso

Descontos em exames

10% à vista e 5% nos cartões de débito

Insumos Agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

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1% em produtos IHARA BRÁS S/A

Revista do Produtor Rural

3% em toda linha

3% em toda linha de insumos agrícolas

5% de desconto

3% em toda linha de insumos agrícolas


de ssui a carteirinha * Se ainda não po de l ra ao Sindicato Ru sócio, compareça : se Ba de es s Extensõ Guarapuava ou na . alo ag nt Ca e rdão Candói - Foz do Jo

Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo: Produtos Veterinários / Agroveterinárias

5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi

Máquinas e Implementos Agrícolas

2% produtos nutrição gado de leite - Supra

5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de promoção na época da compra

3% sobre vendas de máquinas pequenas, peças e serviços

5% nas compras realizadas na loja

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens

Bonificações em produtos

CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

Serviços

5% sobre valor final da negociação

5% em terraplenagem e escavação, 6% em manilhas/palanques/bebedouros e 3% em materiais p/ construção em geral

5% nos produtos da loja

Saúde

5% toda linha de medicamentos

Desconto em exames laboratoriais conforme tabela de convênio

15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato

Desconto em consultas

CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

5% loja em geral

Materiais, Assessorias e Serviços

5% em ferragens e ferramentas á vista.

15% de desconto em todos os serviços prestados pela empresa

10% em medicamentos veterinários em geral

5% na compra de produtos

Saúde

5% sobre valor final da negociação

10% em toda linha farmacêutica á vista

20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

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Fernando Santos / FAEP

[Manchete]

O trigo não pode acabar

Os produtores olham o cereal com desconfiança porque nas últimas safras não puderam vendê-lo quando necessitaram ou tiveram que aceitar preços muito baixos. No entanto, é importante destacar a importância do plantio de trigo na rotação de culturas para aproveitamento de insumos e fertilização do solo. Luciana de Queiroga Bren

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cenário é lindo no campo... trigais dourados... sem dúvida, uma da culturas mais belas! Mas quando o assunto é viabilidade econômica, o trigo não anima. A região de Guarapuava tem solos compatíveis com a cultura e condição de plantio que nos dá um produto com qualidade, entretanto não há garantia do ponto de vista econômico. Para ser feliz com o trigo, o produtor precisava ter a garantia de rentabilidade no final da colheita. Sabe-se que as culturas de inverno são essenciais para o sistema de produção, para cobertura de solo no inverno, para diluição de custos, para redução do custo de adubação... “Se abrirmos mão das culturas de inverno, todos os custos de mão de obra, cobertura de solo e máquinas vão recair sobre as culturas de soja e milho, podendo até inviabilizar essas culturas de verão em anos de preços ruins”, observa o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora. Parar de plantar nem pensar. Sem dúvida, esse não é o caminho. “Temos que batalhar pela questão política, buscar pesquisas de variedades e mercado. Vale lembrar que o produtor tem que se adaptar ao mercado”, destaca Gora. É grande o número de cooperativas investindo em moinhos em todo o Para-

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Revista do Produtor Rural

ná. O objetivo é garantir mercado para o cooperado. Para Gora, isso é positivo. “Abre mais perspectivas... as cooperativas vão regular o mercado, porque vão ser concorrentes das indústrias autônomas e vão ter mais força política”. Quando o assunto é cultura de inverno, temos os produtores rurais que fazem parte de cooperativas que possuem moinhos de trigo e, portanto, têm a garantia da comercialização, e aqueles que não são cooperados e plantam sem fazer um pré-contrato com moinhos, sem participar de programas de fomentos, na esperança da rentabilidade. “Isso não pode mais acontecer. É preciso conversar antes com o moinho – existem vários no Paraná – plantar a variedade que o moinho quer, a quantidade que ele quer, combinar preço antes de plantar. Não dá para ficar dependendo do governo”, orienta Gora. Para ele, o problema do trigo abrange política agrícola, “que existe, mas é anual, inconsistente e não de longo prazo. O governo promete pagar o preço mínimo, mas não cumpre; o produtor não planta com pré-contrato e existe o problema da segregação do trigo, ou seja, cada tipo de trigo é destinado a um tipo de farinha e quando se mistura tudo, não há um padrão de farinha para atender o consumidor”.

Anton Gora

Gora ainda destaca que o trigo é um produto de segurança alimentar para o Brasil e não se pode depender somente do mercado externo. Essa falta de pré-contrato, para Gora, é uma questão cultural. “Não conheço nenhum produtor rural que trabalhe com pré-contrato em Guarapuava”. Segundo Adalberto Xavier, proprietário da BetoAgro Corretora de Cereais, atualmente é possível fechar pré-contratos a R$ 500,00 a tonelada. “Acredito que esse seria um bom preço para praticar o contrato, porque pelo menos cobriria os custos de produção. Com a redução da área plantada e a alta do dólar, a expectativa para o trigo é muito boa, podendo chegar a R$ 650,00 a tonelada”, analisa.


Para o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas de Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ivo Arnt Filho, também presidente do Sindicato Rural de Tibagi, o departamento agronômico das empresas precisam estar afinados com o comercial. “O produtor deve escolher cultivares que tenham valor comercial porque cada variedade de trigo tem uma característica. Nossa região dificilmente vai produzir um trigo melhorador, por questões climáticas, ao contrário do norte do Paraná. Temos que buscar variedades comerciais. Existe uma situação antagônica: trigo de alta produtividade, muitas vezes não dá qualidade para panificação/industrial”. Ele destaca que o produtor tem que

se adaptar às demandas do moinho. “Não estamos organizados para produzir a necessidade dos moinhos, por isso o governo tem que intervir”. Como produtor rural, Arnt é fomentado da Cooperativa Agrária, de Guarapuava. “Tenho um contrato com eles há dois anos, então planto uma variedade que produz um trigo de qualidade, adaptado à região de Tibagi. Sou remunerado de acordo com a qualidade e tenho garantia de liquidez”. Quanto ao cenário atual, Arnt destaca que esse ano será favorável para o trigo devido à redução de área na Argentina, às condições climáticas favoráveis no Brasil, atraso do plantio no Rio Grande do Sul e perda de grande quantidade de

trigo na Europa, por causa da geada tardia. “O estoque mundial de trigo vai reduzir, o que favorece a valorização do preço e maior liquidez”, analisa. Arnt comenta ainda que embora o Paraná tenha o maior parque moageiro do Brasil, muitos moinhos estão ociosos. Quanto à iniciativa das cooperativas em investir em moinhos, ele acredita que é preciso saber com que tipo de farinha e trigo trabalhar. “Se as cooperativas trabalharem com uma gama muito grande de variedades, não vão conseguir uma padronização da farinha”.

As 10 dicas do Ivo para produzir trigo rentável 1 - Escolher a cultivar para ser plantada, 1

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observando sua classificação e a finalidade da farinha a ser produzida. A escolha somente por características agronômicas e de alta produtividade pode apresentar baixa liquidez. Plantar trigo com tecnologia, ele não é opção somente para cobertura de solo. Muitas vezes trigos de ótima qualidade industrial, contrapõem-se a trigos de alta produtividade. Plantar trigo na época certa, como recomenda a pesquisa pelo zoneamento agrícola. A adubação de cobertura com N (nitro-

gênio) é de fundamental importância para a qualidade do trigo (aumenta o W - força de glúten), deve ser aplicada no momento exato da definição da espiga, a quantidade deve ser proporcional à reposição da produção esperada. 6 - Monitore as doenças do trigo e não as deixe instalarem-se na cultura. 7 - A colheita deve ser realizada logo após a maturação fisiológica, colher com 26º a 23º de umidade, se deixar secar corre o risco de chover e iniciar o processo de germinação. 8 - Evitar que o trigo úmido pernoite em caminhões, graneleiros, moegas, pois

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com a umidade do grão e a falta de ventilação, o trigo esquenta e pode iniciar o processo de germinação. 9 - A secagem deve ser lenta, sem fogo indireto, com temperaturas amenas, pois com calor alto do secador poderá degradar as proteínas que formam o glúten, lembre-se do ovo cozido. 10 Após seco, realize a segregação do grão por variedade, aptidão semelhante para determinado fim industrial e separe o trigo que recebeu chuva, estando “seco” na lavoura. Ao misturar um pouco de trigo ruim no bom, tentando mesclar, você estraga todo o trigo bom.

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O trigo, segundo Adam Stemmer Para o superintendente da Cooperativa Agrária e conselheiro da Abitrigo, Adam Stemmer, o trigo é uma alternativa de inverno para regiões altas e frias, como Guarapuava, onde não dá para plantar milho safrinha. “A questão do avanço na genética já permite trigos muito bons e no futuro vamos ter o cereal cada vez mais adaptado à nossa região. Com um bom manejo, teremos trigo de melhor qualidade”. Para ele, o produtor rural deve se conscientizar sobre a segregação ou plantar somente uma variedade. “Não há possibilidade de misturar e fazer

uma boa venda. É preciso ter um trigo uniforme, para que ele tenha um valor para o moinho”. A dificuldade do trigo, de acordo com Stemmer, diz respeito à falta de liquidez no mercado e também a alguns fatores pouco abordados que atrapalham a comercialização: “a questão das diferenças tributárias dentro dos Estados – quando nós exportamos para o moinho de São Paulo, pagamos 12%; a falta de unicidade fiscal no Brasil. Nós estamos lutando contra nós mesmos e beneficiando a importação. Entra trigo importado com benefício fiscal que chega até 11% e isso reduz o

trigo brasileiro. No Nordeste, por exemplo, é quase impossível os moinhos pegarem trigo do Sul, ou seja, é Brasil contra Brasil. Outro fator agravante é a falta de recursos para os moinhos estocarem esse trigo. Eles têm AGF limitado a 180 dias para estocar. Acredito que se o governo fizesse essas mudanças, ou seja, unificasse o ICMS para todos os Estados; achasse uma saída para não dar subsídio à importação e se existissem li-

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Fernando Santos/FAEP

O trigo, segundo Ivo Arnt Filho


nhas de estocagem com custos atraentes, o problema estaria resolvido”. Stemmer defende, junto à Abitrigo, que todos os moinhos façam contrato com os produtores. “Isso tiraria uma pressão do mercado”. Ele destaca ainda o problema da cabotagem. “Não podemos utilizar embar-

cações com bandeira estrangeira para o transporte do trigo nacional e seus derivados ao longo da costa brasileira”. O Paraná é o maior parque moageiro do Brasil e o setor produtivo, pela falta de liquidez para a venda do trigo, está procurando a industrialização. “Somente no Oeste do Paraná existem uns

79 moinhos”. Para Stemmer, o pré-contrato é uma ótima opção para o produtor rural, mas é preciso que os moinhos estejam propensos a isso. “Isso tudo está sendo discutido na Abitrigo, mas as organizações trabalham a curto prazo e a questão tributária é um grande problema”.

Fomento para não cooperados Uma boa alternativa para produtores rurais é o fomento de trigo para não cooperados, conforme explica Marcos Antonio Novatzki, assistente técnico fomento de trigo e cevada da Cooperativa Agrária. “Temos parceria com a Agrícola Colferai (Candói e Cantagalo), a Deragro (Guarapuava) e a Produtécnica (Pitanga). Indicamos os materiais, fornecemos as sementes com prazo safra; eles segregam e entregam o produto padrão para a Agrária”, explica. Segundo Novatzki, o trigo está passando por mudanças com as normas de nova classificação. “O produtor tem que entregar o produto de acordo com a nova legislação e atender também a lei de micotoxinas. O produtor precisa investir na cultura, fazer adubação de base e de cobertura etc. Se não fizer tudo certo, vai cair de classe. A cooperativa garante a compra do produto e o

pagamento dentro do ano. O preço da semente é o de mercado. A grande vantagem desse fomento é a pesquisa da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) que indica materiais para a nossa região, ou seja, o produtor vai plantar um material já adaptado e dentro das características desejadas pelo moinho”, explica. Quanto aos níveis de micotoxinas, está estabelecido em 1500 ppb de DON (Desoxinivalenol), feito no momento da entrega da produção de trigo. “Este novo item refere-se a nova norma da Anvisa sobre níveis de micotoxinas nos alimentos”. Para ele, nessa história do trigo o moinho não é o vilão. “O produtor tem que se adaptar ao que a indústria quer. O Brasil tem que ser autosuficiente e o produtor não deve pensar que vai plantar para o governo comprar. Trigo

é uma cultura para profissional, não é para amador. Quando o produtor planta um trigo e colhe outro é Marcos Antonio Novatzki um problema, assim como a falta de segregação”. De acordo com Novatzki, o produtor deve ter aptidão e investir na cultura para obter e conseguir atingir os novos critérios de classificação e seguir as recomendações da pesquisa, que no caso da Agrária é da FAPA. A Cooperativa Agrária possui 23.500 hectares de trigo. A safra atual será menor em relação aos anos anteriores em função dos preços. “Por mais que a Agrária tenha o moinho, o preço não ficou tão atrativo com relação à cevada”, explica.

Cooperativas investem em moinhos Muitas cooperativas do Paraná estão investindo em moinhos. Uma delas é a Coamo. Segundo o gerente da Unidade Guarapuava, Zanoni Camargo Buzzi, industrializar a própria produção está sendo uma das saídas encontradas pelas cooperativas para o trigo. “A comercialização desse cereal é complicada. Não temos milho safrinha na região de Guarapuava, então o produtor tem que optar pelo trigo ou cevada (ou os dois). Há mais de 20 anos, a comercialização do trigo enfrenta problemas. Não há compradores quando os produtores precisam comercializar”, observa. Para ele, as cooperativas devem se estruturar para beneficiar a produção de seus cooperados. “A Coamo está investindo em um grande moinho. O projeto já está aprovado”, conta. Seguindo a mesma linha, a Batavo

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Revista do Produtor Rural

Cooperativa Agroindustrial está investindo em um projeto de Unidade de Industrialização de Trigo em Ponta Grossa, conforme explica o gerente de Novos Negócios, Mário Zanoni Camargo Buzzi Mário Dykstra Dykstra. “Trata-se de um novo moinho de trigo, com área de quatro hectares. O projeto está em fase final de para dezembro de 2013. “Num primeiro planejamento, com investimentos premomento, atuaremos no atacado, fornevistos de R$ 40 milhões e capacidade de cendo farinhas industriais para o setor moagem de 120.000,00 toneladas/ano na industrial de pães, biscoito e massas, primeira fase, com previsão para dobrar a devendo gerar 80 postos de trabalhos produção na segunda fase”. na primeira fase, com receita estimada Segundo ele, o projeto deverá conde R$ 75 milhões/ano”, revela. sumir aproximadamente 20% de trigo O moinho será construído entre as importado, e ainda estimulará o aumenunidades de Ponta Grossa, às margens da to do plantio nas áreas dos cooperados, PR 376, o que facilitará sinergia com setor pois trará maior liquidez na venda de de armazenagem, e acesso ao porto de Pasua produção. ranaguá, sem contar a disponibilidade de O termino da obras está previsto mão de obra qualificada na região.


Inverno com mais cevada Muitos produtores rurais de Guarapuava, principalmente cooperados da Agrária, devem investir mais na cevada este ano. É o caso de Wilfried G. Spieler, que vai plantar 330 hectares de trigo e plantou 420 hectares de cevada, em propriedades que ficam nos municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu. A redução de 15% da área de trigo e o consequente aumento da cevada deve-se, segundo ele, à produtividade da cevada e às incertezas quanto ao trigo. “Além disso, a colheita da cevada é antes, então consigo plantar a soja em

uma época boa, aumentando a produtividade”, conta. Na última safra, ele colheu 3.300 kg/ha de trigo e 4.600 kg/ha de cevada. “Planto trigo para rotação de culturas e para diluir custos. Gosto das culturas de inverno. Planto para manter o custo operacional do sistema de produção. Não dá para ficar sem o inverno. O sistema todo ganha - incremento de matéria orgânica, limpeza, diversificação”. Spieler planta trigo há 25 anos e como cooperado da Agrária tem certeza da comercialização. “Só me preocupo

com os custos e em definir se planto mais trigo ou cevada... Tem anos que o trigo salva a páWilfried G. Spieler tria, tem anos que a cevada... É importante manter o conjunto”. Na opinião dele, a situação para não cooperados é realmente complicada. “Os pré-contratos existem, mas o preço mínimo é muito baixo, não estimula o produtor a plantar trigo”.

O trigo, segundo o moinho Para orientar o produtor rural sobre a possibilidade de parcerias com moinhos, entrevistamos o supervisor agrícola da S. A. Moageira e Agrícola, Lucas R. Zanlorense, com sede em Irati/PR. Confira: Lucas R. Zanlorense

RPR: Vocês fazem pré-contrato com produtores rurais? Como funciona? Como o produtor rural interessado deve proceder? Zanlorense: Nós da Moageira Irati, trabalhamos apenas com parcerias com as revendas de defensivos agrícolas. Damos garantia ao produtor para a compra dos defensivos agrícolas, passamos um preço mínimo para que o agricultor use como base para cálculo de custo de produção, de forma que a parceira, vendedora de insumos, entrega os produtos e tem a garantia de recebimento dos valores do defensivo. O produtor interessado pode procurar as revendas parceiras ou a própria Moageira Irati para maiores informações. Não trabalhamos com a política de contratos antecipados para não prejudicar

nenhuma das partes interessadas, pois os preços podem variar e pode trazer prejuízo para uma ou outra parte. Outro fator a se destacar é que a Moageira Irati possui armazéns parceiros no recebimento de trigo, e para os produtores que entregam nestes locais a compra e o pagamento são garantidos, à preços de mercado. RPR: De que forma o produtor rural pode contribuir com o moinho, visando liquidez, qualidade e rentabilidade? Zanlorense: Na região de Atuação da Moageira Irati, são realizadas palestras com os agricultores onde indica-se as cultivares de melhor aceitação no mercado. Desta forma, há uma integração entre produtores e moinho, e assim um tem a liquidez garantida e o outro possui a qualida-

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de necessária para a sua moagem. Outra forma para que se atinjam os patamares necessários de qualidade é o agricultor procurar o moinho ou corretores, para adequação da sua lavoura de acordo com as necessidades do mercado e ainda realizar os manejos necessários, como por exemplo, o parcelamento de Nitrogênio, que garante além de ótimos níveis produtivos, excelente qualidade e consequentemente, rentabilidade ao produtor.

RPR: Na sua opinião, qual é o principal problema/dificuldade do trigo hoje? Zanlorense: Nos dias atuais um dos principais problemas enfrentados pelos agricultores são os altos custos com insumos, principalmente com fertilizantes, que compõe mais de 50% dos custos da lavoura, necessitando de alto teto produtivo para que seja alcançada a rentabilidade esperada. Outro ponto a

se destacar é a dificuldade de comercialização, devido a falta de qualidade do produto e principalmente pela falta de segregação, tema que vem sendo muito discutido no mercado tritícola, trazendo já bons resultados nesta safra. Mas o grande agravante é a falta de apoio governamental à cadeia, onde produtores reclamam da falta de subsídio e as indústrias reclamam da alta carga tributária incidente sobre os produtos.

Luta antiga A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) vem discutindo há muitos anos com o governo federal ações para a cultura do trigo. Segundo o economista Pedro Loyola, a FAEP sempre solicitou ao governo que o apoio à comercialização de trigo da Política de Garantias de Preços Mínimos (PGPM) deve ser programado com antecedência de até 60 dias antes do início de plantio, para reduzir o problema de falta de liquidez que contribui com quedas maiores de preços. O trigo é produzido basicamente no Sul do país e o produtor precisa comercializar a safra no decorrer de no máximo seis meses para pagar os financiamentos e escoar a produção dos armazéns para a entrada da safra de verão. No entanto, o consumo é durante os doze meses. Isso tudo aliado às ineficiências de logística do escoamento da produção, que encarecem o custo de produção, e pela situação gerada com o Mercosul, faz com que de cada cinco anos, o governo precise apoiar a comercialização em quatro anos, mas sempre atuou com atrasos na execução. “Esse ano, o MAPA já soltou um cronograma de apoio para 2,8 milhões de toneladas com um orçamento de R$ 430 milhões, isso de tanto batermos nessa tecla. Conseguimos também aperfeiçoar o seguro agrícola com o apoio do governo federal e estadual e redução de juros no crédito rural oficial, que ajudam na capacidade do produtor de investir na cultura, protegem dos prejuízos contra eventos climáticos e reduzem os custos de produção. Ainda não é o ideal, mas avançou

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muito. A soma dessas ações ajudaram milhares de produtores rurais a se manter na atividade”. O maior desafio dos produtores é o de focar principalmente na qualidade voltada para o trigo que a indústria ou cooperativa necessita em sua região e buscar canais de comercialização antes da decisão de plantar. Plantar com a venda casada. Segundo Loyola, diante desta situação é necessário investir ainda mais na questão qualitativa, claro que, fazendo o contraponto com questões de produtividade e exigências agronômicas da cultura. “Uma solução possível é plantar regionalmente grupos de variedades com características semelhantes e que a mistura entre elas não vai interferir na qualidade industrial final do produto (classe melhorador, pão, doméstico e básico). Os produtores em conjunto com o assistente técnico e a política da cooperativa e/ou outra empresa podem desenvolver uma estratégia de cultivar, em determinada região, somente uma classe ou no máximo duas, superando com isso o problema de segregação na entrega da produção nas cooperativas e cerealistas. Há bons exemplos de trabalhos já desenvolvidos pelo setor produtivo em parceria com a indústria para fornecimento de trigo já previamente definido para as diferentes finalidades (produção de pães, massas, biscoitos, bolachas).” Em seu Boletim Informativo e portal na internet, a FAEP tem divulgado informações com o objetivo de manter o produtor rural atualizado sobre o

Pedro Loyola - FAEP

mercado de commoditties e das mudanças nos parâmetros de qualidade do trigo quando da sua comercialização e da classificação oficial que entrou em vigor em 1º de julho. A preocupação dos produtores com os critérios mais exigentes da nova classificação é da ocorrência de anos com chuvas na pré-colheita, que afeta seriamente o falling number – número de queda, e nesse caso não será possível nem o próprio governo apoiar a comercialização via instrumentos da política agrícola (AGF, PEP e contratos de opção de venda).Os seminários “O Futuro do Trigo”, realizados nos últimos dois anos, inclusive em Guarapuava, ajudaram a disseminar e discutir os impactos da nova classificação do trigo e levaram informações atualizadas da conjuntura e perspectivas de preços para auxiliar o produtor na tomada de decisão.


• Fundada em Dallas-Texas há mais de 90 anos, líder mundial em pesquisas químicas na manutenção agrícola e industrial • Fábrica própria no Brasil há mais de 40 anos, situada em Sorocaba-SP • Certificação ISO 9001/2008 • Mais de 140 produtos especiais para manutenção: graxas especiais, aditivos para radiadores e óleo diesel, óleos para redutores, sprays para correntes e correias, desengraxantes, entre outros.

DEPOIMENTO DE CLIENTES FAZ. CAPÃO REDONDO – Rodolpho L. W. Botelho “Com o uso dos produtos da NCH, o rendimento de serviço aumentou 20%, ganhando tempo e terminando com quebras de máquinas. Reduzimos muito as trocas de filtros de diesel”.

FAZENDA PINHAL RALO – Roberto Cunha “Os produtos da NCH têm um diferencial em resultados práticos. No meu caso específico, o aditivo de diesel surpreendeu pela economia de 15% de consumo do óleo” Outros clientes em Guarapuava e região: Agropecuária Santa Clara, Andreas Milla, Bandeira Batatas e Cereais, Grupo Leh´s e Grupo Agrass, entre outros.

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[Imunização]

Doenças respiratórias bovinas

A

s doenças respiratórias apresentam grande importância, devido sua ocorrência gerar queda de produção e gastos com tratamento e ocorrerem tanto em animais a pasto quanto em confinamento. Acometem principalmente animais jovens, porém não há predisposição para raça, sexo e podem ocorrer em rebanhos leiteiros ou de corte, dependendo da natureza das condições a qual os bovinos foram submetidos. Diversos são os fatores que influenciam no estabelecimento da doença como: estresse, excesso de umidade e calor nas instalações, superlotação, infecções virais e bacterianas e até mesmo mudanças bruscas na temperatura, pois o stress climático causado nesta época do ano é grande responsável pela queda de imunidade dos animais. Os bovinos apresentam uma maior incidência de problemas respiratórios nas três primeiras semanas de confinamento. Dentre os principais agentes encontrados nessas síndromes podemos citar agentes virais como o vírus da IBR, vírus da PI3, BVD, e BRSV, os quais produzem condições favoráveis para

que bactérias se multipliquem, tanto as ambientais como as do próprio animal, como é o caso da Mannheimahaemolytica e Pasteurellamultocida, causadoras da doença conhecida como pasteurelose, e o Histophilussomniuma, bactéria muito importante, pois pode causar septicemia e sinais nervosos como sonolência e apatia nos animais. O vírus da IBR é responsável por uma doença chamada de rinotraqueíte infecciosa bovina, que provoca conjuntivite, rinite, broncopneumonias e em alguns locais ela é conhecida como “enfermidade do nariz vermelho”. Em plantéis de fêmeas para reprodução também podem ocorrer desordens como abortos, infecções na vulva e vagina que podem durar várias semanas, secreções purulentas no prepúcio do touro e endometrites. A parainfluenza é causada pelo vírus PI3 (vírus da parainfluenza III), ele geralmente infecta o gado de forma subclínica, porém é a “porta de entrada” para outros patógenos, assim como o vírus da BVD, que causa a diarreia viral bovina, ou “doença das mucosas”, outra doença que também pode apre-

FOTO PARA ILUSTRAR

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Revista do Produtor Rural

sentar sinais reprodutivos como abortos e retornos de cio. O BRSV (vírus sincicial bovino) também é causador de pneumonias, sobretudo em gado jovem submetido a confinamento. M. haemolytica, P. multocida e H. somni são habitantes normais da mucosa nasofaríngea, e são conhecidas como “patógenos oportunistas”. No momento em que há uma queda no sistema imune dos animais estas bactérias se replicam e acabam causando severas pneumonias. Os animais irão apresentar dificuldade respiratória, apatia, anorexia, secreções oculares e febre alta. A síndrome respiratória acarreta sérios transtornos financeiros, pois os animais infectados apresentam queda na conversão alimentar, redução no ganho de peso (GDP) diário e final, queda na produção de leite e um menor desenvolvimento corporal. Estima-se que o gado que foi acometido pela síndrome respiratória bovina chega a demorar até 3 meses a mais para chegar ao peso de abate sob as mesmas condições de manejo em relação ao gado sadio. A vacinação é o melhor método para prevenir estas doenças, principalmente vacinas que associem vírus e bactérias, garantindo uma ampla proteção ao animal. Porém associado a isto é indicado um manejo calmo e tranquilo nos animais que irão entrar em confinamento, ou mesmo que sejam manejados de rotina, já que as bactérias e vírus estão à espera de um momento de um simples stress, sejam estes ocasionados por gritos ou correrias durante a condução dos bovinos. A Biogénesis-Bagó possui dentro de sua linha de produtos a vacina Biopoligen HS, que irá prevenir seu rebanho contra as doenças respiratórias e reprodutivas causadas tanto por vírus como por bactérias, sendo uma vacina inativada e segura para ser utilizada em todos os animais inclusive em vacas prenhes.


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[Descontos]

Cotrima promoveu Feira de Peças e Serviços e comemora 40 anos em Guarapuava

A

tradicional Feira de Peças e Serviços John Deere foi realizada no dia 18 de maio, na Concessionária Cotrima, em Guarapuava. Produtores rurais de toda a região prestigiaram o evento e aproveitaram os descontos em peças e serviços. A Feira é realizada anualmente, a partir do mês de maio, iniciando em Guarapuava e seguindo para outros municípios da região, como Prudentópolis, Manoel Ribas, Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. Segundo a Responsável pela Concessão da Cotrima, Flora M. C. Schier, os

Gelton Araújo, gerente de peças

clientes esperam por esse dia e participam porque os descontos são consideráveis. “Além disso, é um momento de confraternização. Alguns chegam cedo e passam a manhã ou a tarde toda para trocar informações, obter conhecimento tecnológico com nossos especialistas e reencontrar amigos”. O gerente de peças Gelton Araújo destacou que a Feira está consolidada na região. “Nosso objetivo é trazer o benefício do desconto em peças e serviços para os clientes, fidelizando-os e aplicando peças originais em seus equipamentos”, comentou,

Estefano Neznek Sobrinho, gerente de serviços

salientando que os descontos, neste dia especial, chegam a 25%. Um dos destaques do dia foi o preço do kit filtro do trator 5303, que foi comercializado a R$ 411,00. O valor normal dele é R$ 548,00. O gerente de serviços Estefano Neznek Sobrinho comentou que esse atendimento pós-safra ocorre anualmente, para que o produtor fique com a máquina revisada, evitando paradas no período da colheita. “É sempre melhor fazer a manutenção preventiva do que a corretiva, porque o custo é mais baixo”, ressaltou o gerente.

Parte da equipe da Cotrima

40 anos da Cotrima Este ano, a Feira de Peças e Serviços teve um gostinho ainda mais especial, devido à comemoração dos 40 anos de atividade da Cotrima na região. “É um ano de muito orgulho, é um ano para ser comemorado, é um ano de festa, um ano de bons negócios. São 40 anos de uma vida voltada para a agricultura, procurando privilegiar o agricultor, incentivá-lo para que ele permaneça nessa atividade e para que seus filhos e mais pessoas entrem na atividade agrícola, porque ela é extremamente importante para nossa economia, para circulação de riquezas, para o mundo. O alimento é tudo na vida, é uma das necessidades básicas do ser humano. E nós todos temos orgulho de participar de uma atividade tão importante”, disse Flora.

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Flora M. C. Schier, Responsável pela Concessão


Alguns clientes que prestigiaram o evento:

COTRIMA

COTRIMA Sistemas Mecanizados Ltda. Av. Manoel Ribas, 2901 - Dos Estados – Fone: (42) 3630-0400

www.cotrima.com.br Revista do Produtor Rural

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[Sindicato Rural de Pitanga]

Palavra do Presidente

Crescimento com o leite Nelson Rodrigues é um dos pequenos produtores de Pitanga que descobriu no leite uma forma de viabilizar sua propriedade Helena Krüger Barreto

A O Sr. Nelson Rodrigues, morador da Comunidade Borboleta em Pitanga – PR é um exemplo de muitos agricultores do município que encontrou a viabilização de uma pequena propriedade na atividade “LEITE“. Mais de 90 % das propriedades de Pitanga são pequenas, com dificuldade de cultivar soja e milho, como a maioria das médias e grandes propriedades. A pequena propriedade não consegue viabilizar a aquisição de máquinas modernas para o plantio de soja e milho e obter boas produtividades. Pitanga apresenta uma crescente produção de leite, a atividade está em franca expansão, produzindo mais de 200.000 litros de leite/dia, sendo uma das principais bacias leiteiras do Estado. A exemplo do Sr. Nelson, é possível em uma pequena propriedade produtora de leite, a família trabalhar, morar em casa boa, estudar os filhos até a faculdade, lazer, saúde, etc., sem dependência de serviços públicos. Luiz Carlos Zampier Presidente Sindicato Rural de Pitanga

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liando dedicação e perseverança, o produtor rural Nelson Rodrigues, morador do município de Pitanga, é exemplo de como é possível empreender com poucos recursos na bovinocultura leiteira. Há dez anos, Rodrigues deixou o trabalho em uma fazenda que prestava serviços e decidiu sobreviver de seu pequeno sítio, de apenas seis alqueires. Segundo ele, a maioria de sua família e amigos não acreditava que iria conseguir se estabilizar como produtor rural. No início, ele resolveu plantar soja e criar bicho da seda, além de ter algumas galinhas poedeiras e poucas vacas de leite. Ao longo dos anos, entendeu que a sua propriedade não viabilizava uma atividade como a soja, e decidiu se focar apenas no gado de leite. “Eu vi que a vaca leiteira garantia uma renda todo mês. Já na agricultura, eu tinha que pagar tudo a parte, colhedeira, trator, caminhão, além de ter renda só no final do ano. Naquele momento, enxerguei a vantagem do leite para mim, e decidi vender umas 12 ou 15 vacas “pé duro” e com um financiamento do governo comprei cinco vacas muito boas, que eram de inseminação. Assim comecei a ser um produtor de leite”. Atualmente, Rodrigues possui um rebanho de 30 cabeças, entre elas novilhas, bezerros e 18 vacas leiteiras que produzem em torno de 400 litros/dia. Ele conta que a evolução na atividade se deu porque acreditou na bovinocultura de leite, teve foco e decidiu se aperfeiçoar. “Eu comecei a frequentar cursos do Senar no Sindicato Rural de Pitanga que ensinavam o manejo correto, a pastagem mais adequada, entre outras coisas. Quando vi que o que aprendi dava resultado, passei a dar importância para a tecnologia. Há alguns anos, um técnico

João Marcos e Nelson Rodrigues

da Embrapa me sugeriu um sistema de pastagem em piquetes e eu adotei. Então agora tento investir em tecnologia, dentro das minhas possibilidades”. Outro fator que se destaca no desenvolvimento de sua propriedade foi a vinda de laticínios maiores à Pitanga há uns cinco anos, que de acordo com o produtor fizeram com que aumentassem a concorrência e os preços. “Hoje está ótimo, no começo foi difícil. Antes só tínhamos dois laticínios e o preço parece que era combinado. Agora, com as firmas de fora, a atividade se fortaleceu e melhorou 100%”. Apesar de poucos recursos, ele tenta seguir os padrões de manejo e os cuidados básicos para atividade. “Na alimentação eu trato elas com ração, quirera de milho e uma suplementação no cocho quando a pastagem está meio defasada, como na entrada do inverno, por exemplo. Eu sigo dividindo a pastagem em piquetes e investi em aveia e azevém adubados. De vez em quando, também fazemos análises de solo para ver o que está precisando. São nessas pequenas coisas que a gente vê uma diferença na produtividade”. O produtor utiliza a tecnologia re-


produtiva de inseminação artificial, que permite aprimorar a genética do rebanho e aumentar a produção de leite na propriedade. No manejo, ele admite que tem muito a melhorar. “Acredito que para um pequeno produtor, já evoluí bastante, tenho ordenha mecânica e um resfriador, o que aumenta muito o preço do leite, então vale a pena. Dessa forma, consigo produzir em média 12 a 13 mil litros por mês”. Na sua propriedade ele conta com a ajuda de toda família, que demonstra

ter muito carinho pelo rebanho. Cada vaca tem um nome. “Meus dois filhos estão estudando, João Marcos está no 2º ano de Administração e Vanessa já está na pós-graduação em Pedagogia. Com o leite consegui oferecer isso para eles”, orgulha-se. Rodrigues relata que pretende melhorar aos poucos para produzir com mais qualidade e aumentar o rebanho, mas ressalta que é necessário muita dedicação para o empreendimento. “Eu quero arrumar o lugar onde as vacas ficam, colocar piso e a cada dia ir

aperfeiçoando e produzindo um leite melhor”. Ele destaca que não se arrepende de ter optado pela bovinocultura de leite. “Eu consegui realizar meu sonho de não trabalhar mais de empregado e me tornar um produtor rural. Há cinco anos, quando cheguei nesse sítio, morava numa casa pequena e não tinha nada. Agora consigo me manter tranquilo e não penso em voltar a trabalhar de empregado. Hoje construí minha casa nova, tenho trator, uma caminhonete, moto e dois carros”.

Novidades no Sindicato Rural de Pitanga A entidade representa o produtor rural de Pitanga em todas as esferas e pretende aprimorar cada vez mais os serviços

Antonio Adir de Lara

N

Laboratório de informática

os seus 44 anos de existência, o Sindicato Rural de Pitanga representa e defende os interesses dos produtores rurais. Ao longo desses anos, a entidade vem se aprimorando na prestação de serviços aos associados e em sua missão de desenvolvimento do agronegócio. Pode-se dizer que desde o dia 08 de julho de 1968, o Sindicato passou a exercer um papel importante na história da agropecuária no município de Pitanga. Hoje a entidade está implantando novos projetos com objetivo de melhorar o atendimento ao associado. O assessor de comunicação do Sindicato Rural de Pitanga, Antonio Adir de Lara conta as novidades. “Pretendemos oferecer um acompanhamento das receitas e despesas do produtor rural em sua propriedade, para que no final do ano ele mesmo possa realizar um balanço de seus resultados. Além disso, inauguramos o laboratório de informática para realizar cursos para iniciação dos produ-

Auditório

tores na computação”. Ele destaca que a função e o foco do Sindicato é prestar serviços e disseminar a maior variedade de informações sobre agropecuária. Com esse intuito, a entidade possui um programa de rádio que vai ao ar todas às sextas-feiras, com a duração de 30 minutos, informando sobre as notícias mais relevantes da semana na área de agricultura, pecuária e as ações do próprio Sindicato. “É um canal de comunicação que busca a aproximação entre o associado e a entidade”, diz Lara. Dessa forma, o Sindicato Rural da Pitanga conseguiu ampliar sua área de atuação tendo extensões de base nos municípios de Boa Ventura de São Roque, Santa Maria do Oeste, Mato Rico e Nova Tebas, contando com 1500 associados em toda a região. A entidade presta atendimentos como os serviços de Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), Imposto Territorial Rural (ITR), assessoria em recursos humanos para contração e pa-

Consultório odontológico

Salão de beleza

gamento, auxílio na previdência social rural, financiamentos entre outros. “Ano passado, emitimos mais de 2.900 declarações de ITR, prestamos assessoria para 130 propriedades e promoveu 120 cursos do Senar. Além disso, oferecemos serviços que ultrapassam a função do Sindicato, como corte de cabelo e atendimento odontológico para o associado”. Em questões políticas, o Sindicato participa das comissões municipais e estaduais de meio ambiente e agricultura e busca representar o produtor em questões importantes, como a aprovação do Código Florestal, entre outras ações que visam fortalecer o agronegócio. “Ano passado, fomos para Brasília reivindicar a aprovação do novo Código Florestal. Sabemos que a nossa missão é representar o produtor na sociedade e fazer do Sindicato a casa do produtor em Pitanga. O agricultor, quando vem para cidade, já é tradição passar aqui nem que seja para fazer uma visita”, conta o assessor.

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[Registro eletrônico]

Empresas do setor agropecuário devem adequar registrador do ponto eletrônico Dia 1º de junho venceu o prazo para empresários rurais, que já adotam o registro eletrônico, estejam com o equipamento novo dentro das normas

A

s empresas da atividade agro-econômica também devem se adaptar ao novo sistema de registro de ponto eletrônico (SREP). Desde abril, as novas regras para empresas da indústria, comércio e prestação de serviços que usam o ponto eletrônico estão em vigor. A reforma, que tem como objetivo de evitar fraudes em pagamentos, diz respeito a adequações no equipamento que realiza o registro. Agora o registrador deve emitir um ticket impresso com o comprovante do ponto para o empregado. Vale ressaltar que a medida instaurada em 2009 pelo Ministério do Trabalho (MTE) só vale para empreendimentos com mais de dez empregados e que já utilizam o registro de ponto eletrônico, e não obriga a instauração desse novo equipamento para quem utiliza o registro de ponto manual ou cartográfico. Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), Eloi Mamcasz, que também é proprietário de uma empresa de relógio ponto, “é importante destacar que a obrigatoriedade é para as empresas que já utilizam o relógio ponto informatizado. Existe muita confusão acerca desse assunto. Para o pessoal que está no campo, que trabalha com serviços externos com o registro manual, por exemplo, não muda nada”. A implantação obrigatória do SREP Sistema de Registro Eletrônico de Ponto foi

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determinada pela Portaria 1510, editada pelo Ministério do Trabalho em agosto de 2009, porém já foi adiada cinco vezes. Este novo registrador precisa estar entre os modelos homologados no MTE para adquirir validade na justiça trabalhista. “A empresa adquire o equipamento e cada registrador de ponto eletrônico vale para um CNPJ. Antes havia muito compartilhamento de registradores, hoje só pode na condição de grupo econômico, o que significa mais de uma empresa com sócios em comum”, explica Mamcasz. As principais mudanças do equipamento eletrônico são a impressão do comprovante a cada marcação; não permite programação de horários e memória fiscal permanente que armazena a informação em caso de auditoria. Para Mamcasz, o novo sistema representa um avanço e muitas vantagens para o empregador e empregado que tem intenção de trabalhar de maneira séria. “As regras vieram para fechar as brechas e possibilidade de manipulação. Para a empresa significa uma ferramenta de gestão, como o controle preciso de horas extras, e uma segurança em caso de reclamatórias trabalhistas; para o colaborador, a segurança de que receberá seu salário corretamente a cada ticket impresso”. Nos primeiros três meses, as empresas que optaram pelo ponto eletrônico não serão multadas, porém na segunda inspeção, as que não tiverem dentro das normas serão autuadas e sujeitas à multas de até R$ 4 mil. O Ministério do Trabalho destaca que o empreendimento pode optar em voltar para o registro em um sistema antigo, como a folha ponto. Para outras informações, pode-se conferir o equipamento pelo site: http://portal. mte.gov.br/pontoeletronico Setor agropecuário Mamcasz fala da importância de todos os setores realizarem um registro de ponto de seus empregados. “Independente de que tipo de controle seja feito, pode ser o manual, o cartográfico, ou o eletrônico

Eloi Mamcasz

essa é uma oportunidade de conscientização dos empregadores, afinal empresas que tem menos de dez funcionários não estão protegidas de receber reclamatórias trabalhistas”. Especificadamente no setor agrícola, Mamcasz diz que a maioria dos produtores rurais não realiza um controle muito rígido das jornadas de trabalho e destaca que o registro de ponto pode ser um investimento. “Já que na agricultura se coloca tudo no lápis, o registrador de ponto é uma ótima ferramenta para se identificar a produtividade e o custo embutido na mão de obra, é uma das formas de buscar um controle e uma rentabilidade maior. Com isso tudo, disciplina, de olho no custo e gerando documento para prevenir caso de reclamatória e uma base de dados quase eternas, digo que o REP tem muitas vantagens”. Além disso, Mamcasz diz que o setor agropecuário pode aproveitar o momento e pedir o reconhecimento por parte do governo para se avaliar a jornada do trabalhador rural, que é distinta e precisa estar regulamentada de acordo com as necessidades do setor. “É preciso rever conceitos antigos. A agricultura pode aproveitar a carona para regulamentar a situação do trabalhador, que em determinados casos precisa cumprir uma jornada maior, mas que ao mesmo tempo seja amparado por seus direitos”.


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[Fertilizante]

MicroEssentials na cultura da soja na região de Guarapuava/PR

F

oi realizada pesquisa na área experimental da UNOESC, com o Professor Doutor Antonio Luiz Fancelli, na safra 2009/2010, com o objetivo de avaliar diferentes adubações convencionais, utilizadas em várias regiões do Brasil, com a linha de fertilizantes MOSAIC denominada “MicroEssentials”, como fonte fosfatada na cultura da soja em condições de campo. Os tratamentos utilizados seguem no quadro abaixo, sendo que os nutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, bem como os micronutrientes, foram recomendados de acordo com a exigência da cultura e seus respectivos teores no solo, tendo como base as indicações técnicas para a cultura da soja. A semeadura foi realizada em novembro, época considerada adequada para a cultura na região, com 13 plantas por metro ou 300 mil plantas/ha da cultivar ND 7321 RR. % P2O5 por S9

Tratamento

0% 0% 0% 25% 50% 75% 100% 100%

1 2 3 4 5 6 7 8

S9

MAP

S. Simples

S. Triplo

Ureia

K2O pl

K2O cob

22.4

66.7 66.7 66.7 66.7 66.7 66.7 66.7 66.7

100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

kg /ha 147.5 182 55.5 111 166.5 221.8 221.8

221.8 164 16 166.3 110.7 55.3 0 0

combinação, em todos os locais de estudo evidenciaram os maiores valores absolutos de produtividade. Os melhores resultados de produtividade foram relacionados com a maior disponibilidade de nitrogênio na semeadura, no entanto, a combinação entre nitrogênio (20 kg/ha) e enxofre (17,7 kg/ha), representado pelo tratamento 7, foi a responsável pelo aumento do número de vagens/planta; da densidade de grãos e da produtividade. Os resultados obtidos em todos os locais de estudo confirmaram a importância do uso de fertilizantes mais modernos, como o MicroEssentials S9, disponibilizando maior quantidade de nitrogênio no momento da semeadura da soja, além de garantir maior absorção de enxofre ao longo do ciclo da cultura.

(*) As quantidades finais de nutrientes foram devidamente equalizadas, conforme quadro abaixo.

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Quantidades de nutrientes aplicadas em cada tratamento, de acordo com as fontes utilizadas, nivelando os nutrientes Fósforo e Potássio, conforme o quadro abaixo. Tratamento

N

0% 0% 0% 25% 50% 75% 100% 100%

1 2 3 4 5 6 7 8

0.0 0.0 20.0 5.0 10.0 15.0 20.0 30.0

P2O5

K2O pl

K2O cob

S-sulfato

S-elem

S-total

kg /ha 102.0 102.0 102.0 102.0 102.0 102.0 102.0 102.0

40 40 40 40 40 40 40 40

60.0 60.0 60.0 60.0 60.0 60.0 60.0 60.0

0.0 17.7 0.0 0.8 1.7 2.5 3.3 3.3

0.0 0.0 0.0 3.6 7.2 10.8 14.4 14.4

0.0 17.7 0.0 4.4 8.9 13.3 17.7 17.7

A tecnologia empregada foi nivelada em 102 kg de P2O5 / ha para todos os tratamentos e as doses de potássio foi fornecida com a aplicação a lanço, em pré-semeadura e plantio, em doses conforme o quadro acima.

Emergência em Campo

Resultados obtidos

A contagem das plântulas emergidas foi realizada aos 21 dias após a semeadura, configurando-se a avaliação do estande inicial. Nessa contagem não se evidenciou nenhuma diferença significativa entre os tratamentos estudados. Contudo, ressalta-se que os tratamentos com MicroEssentials S9, principalmente aqueles que apresentavam mais nitrogênio em sua composição, evidenciaram tendência de maior velocidade de emergência de plântulas (arranque).

Conforme o pesquisador, a análise dos resultados obtidos em todos os locais de experimentação constatou-se nítido efeito do fornecimento de nitrogênio e enxofre em todas as características agronômicas avaliadas, sobretudo quando empregados na semeadura. Dentre todos os tratamentos estudados, os tratamentos 2, 3, 6, 7 e 8, relacionado ao fornecimento de nitrogênio e enxofre, de forma individualizada e em

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Sacos/ha

% P2O5 por S9

52 50 48 46 44 42

1

2

3

4

5

6

7

ntos Tratame

Conclusão Os resultados obtidos permitem concluir que: 1) O fertilizante S9 é superior aos fertilizantes convencionais assegurando ganhos significativos de produtividade na cultura de soja. 2) Quantidades crescentes de enxofre contribuem significativamente para ganhos de produtividades, principalmente quando associados a quantidades satisfatórias de nitrogênio. 3) O uso de quantidades de nitrogênio na cultura da soja, até 20 kg/ha, no momento da semeadura, contribui para o aumento de produtividade da referida leguminosa.

8



A FAEP esclarece aos produtores rurais paranaenses: 1.

A Medida Provisória (MP) 571 e a Lei 12.561, publicadas no Diário Oficial da União, no último dia 25 de maio, compõem o Novo Código Florestal Brasileiro e revogou o Código Florestal de 1965.

2.

A legislação, porém, permite que sejam apresentadas emendas dos parlamentares à Medida Provisória podendo atingir esses dois textos. O prazo de tais emendas se encerrou no último dia 14 e totalizaram mais de 700 emendas, muitas delas sobrepostas, ou seja tratando dos mesmos temas.

3.

As principais delas tratam do uso de várzeas, pousio, áreas abandonadas e áreas consolidadas às margens de rios.

4.

Tanto a Medida Provisória como a Lei 12.561estão em vigor, mas poderão ser alteradas através dessas emendas, que tem o prazo de até 25 de outubro deste ano para serem votadas.

5. Nesse momento a aplicação do Novo Código Florestal depende do CAR – Cadastro Ambiental Rural, que deverá ser implantado pelos Estados fazendo um verdadeiro Raio X de cada propriedade (APPs, Reserva Legal, Áreas Consolidadas e de Encostas).

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6.

No Paraná essa atribuição de realizar o CAR é do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Seus técnicos já estão trabalhando na elaboração da formatação do Cadastro no Estado do Paraná.

7.

Até que o CAR esteja disponível, algo que será divulgado amplamente pela FAEP, o produtor rural do nosso Estado deve acompanhar as informações através dos Sindicatos Rurais e do nosso site (www.sistemafaep.org.br).

Revista do Produtor Rural Boletim Informativo do Sistema FAEP nº 1179 | Semana de 18 a 24 de junho de 2012 |

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[Ferramenta]

BASF apresenta resultados de AgBalance , metodologia para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura TM

Ferramenta exclusiva da companhia auxiliará agricultores em seu processo de gestão de sustentabilidade A SLC Agrícola e a Guarani são as primeiras empresas brasileiras a utilizarem a metodologia científica

A

BASF apresentou no dia 8 de maio, na capital paulista, durante Conferência Global para Imprensa da Unidade de Proteção de Cultivos, os primeiros resultados obtidos com a aplicação da ferramenta AgBalanceTM, um método para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura. A metodologia foi aplicada em duas grandes empresas do setor: a SLC Agrícola, produtora de commodities, focada na produção de algodão, soja e milho; e a Guarani, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro em transformação da cana-de-açúcar. O AgBalanceTM é uma ferramenta desenvolvida pela BASF que representa uma evolução das análises de socioecoeficiência, com ênfase na avaliação da sustentabilidade na agricultura. A metodologia diferencia-se, pois leva em conta de forma conjunta os aspectos ambientais, sociais e econômicos do segmento, além de utilizar esquemas de ponderação que permitem avaliar as práticas de produção de forma ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 indicadores, cada um ligado a um dos três pilares da sustentabilidade, são calculados por meio da ponderação de aproximadamente 200 fatores de avaliação. A ferramenta já conta, inclusive, com a validação de três agências mundialmente especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a empresa norueguesa “Det Norske Veritas” (DNV) e a National Sanitation Foundation (NSF) nos EUA. No Brasil, a ferramenta é aplicada pela Fundação Espaço ECO (FEE), instituída pela BASF. Segundo Markus Heldt, Presidente Mundial da Divisão de Proteção de Cultivos da BASF, faz parte da estratégia global da empresa dar ênfase às soluções integradas

de aprimoramento para uma agricultura sustentável, especialmente em países estratégicos: “O Brasil chama a atenção de todo o mundo quando o assunto é a produção de alimentos e bioenergia. Porém, para atender a essa demanda é preciso que o agronegócio brasileiro esteja preparado para participar de processos de certificações, atendendo às exigências de boas práticas de gestão cobradas pelos países importadores”, argumenta Heldt. O objetivo da BASF com a ferramenta é demonstrar aos seus diversos públicos de relacionamento, incluindo agricultores e representantes das cadeias produtivas agropecuárias, a possibilidade de identificação de pontos de melhoria na excelência operacional do agronegócio. “Com a aplicação do AgBalanceTM, podemos medir o progresso da produção agrícola de forma detalhada e precisa. Esperamos, assim, contribuir para que o debate em torno da agricultura sustentável torne-se mais racional e, principalmente, mensurável”, afirma Eduardo Leduc, Vice-presidente Sênior da

Álvaro Dilli, gerente de Sustentabilidade e Recursos Humanos da SLC Agrícola

Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF América Latina, Fundação Espaço ECO e de Sustentabilidade para a América do Sul

Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para América Latina, Fundação Espaço ECO e Sustentabilidade para a América do Sul. “O AgBalanceTM também nos ajudará a nortear o gerenciamento do nosso portifólio em longo prazo e a direcionar os investimentos da empresa em pesquisa e desenvolvimento”, pondera Leduc. Os resultados Para a SLC Agrícola, o estudo avaliou e comparou a produção de soja, milho e algodão, bem como a cadeia de suprimentos e logística de escoamento em duas unidades da empresa: a fazenda Planalto, localizada na cidade de Costa Rica, no norte de Mato Grosso do Sul, e a fazenda Panorama, localizada no município de Correntina, no oeste Baiano. O estudo, que comparou dados relativos à safra 2009/10, verificou que a SLC Agrícola já demonstra práticas avançadas de gerenciamento da sustentabilidade em seu

Revista do Produtor Rural

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Jaime Stupiello, diretor de Agronegócio da Guarani

processo produtivo. No entanto, em alguns dos indicadores como tipo manejo de solo, emissões de gases e consumo de recursos e rentabilidade, há diferenças significativas entre as duas unidades, sendo que a fazenda Planalto apresenta índices superiores de socioecoeficência. Em outros aspectos analisados, como consumo de água e conservação da biodiversidade, há uma maior paridade no processo de gestão. Uma das análises mais impactantes identificada pelo estudo refere-se à utilização dos fertilizantes no processo produtivo. Desde a sua produção (grandes volumes) e transporte até a fazenda (“antes da porteira”), identificou-se que os fertilizantes são os insumos que consomem a maior quantidade de energia e os que mais emitem dióxido de carbono (CO2). Na fazenda Planalto, as condições de solo são superiores (solo mais maduro e desenvolvido para a produção), o que contribui para que a fazenda consuma menos fertilizantes por área plantada. Já na fazenda Panorama, utiliza-se maior quantidade de fertilizantes, pois além das características do solo serem diferentes o mesmo é utilizado há menos tempo para a produção agrícola intensiva. O estudo identificou, finalmente, uma oportunidade de otimização do uso de fertilizantes, por meio de adoção de tecnologias como agricultura de precisão, fertilizantes de liberação mais lenta, uso de estabilizadores na formulação, além de práticas como a rotação de culturas, plantio direto, adubação verde, entre outras ações técnicas que poderão auxiliar ambas as fazendas a reduzirem o consumo de energia, de emissões e de recursos (“antes e dentro da porteira”). Para efeito de ilustração, caso a SLC defina uma meta de redução de 10% no volume de fertilizantes utilizado por ano nas duas fazendas, seriam economizados 14.881.595 kwh, energia suficiente para abastecer - durante um ano - 2.073 casas;

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Revista do Produtor Rural

ou ainda, 7.990 toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas dando 150 voltas completas na Terra. Outro ponto importante identificado pela ferramenta AgBalanceTM refere-se aos aspectos logísticos. Enquanto a fazenda Planalto pode contar com os modais rodoviário e ferroviário para transportar seus insumos e escoar sua produção para o Porto de Santos (SP), a fazenda Panorama utiliza-se somente do modal rodoviário. Utilizando o mesmo comparativo para ilustração, ao substituir todo o modal de transporte rodoviário pelo ferroviário para todo o volume de soja produzido nas duas fazendas, deixaria-se de emitir por ano o equivalente a 2.808 toneladas de CO2, o que corresponde às emissões de um caminhão de 14 toneladas dando 53 voltas em torno da Terra. Em relação a aspectos sociais, a opção pelo modal ferroviário contribuiria, ainda, para reduzir os acidentes no transporte em 26%. Embora não tenha sido identificada grande diferença no desempenho social das fazendas, algumas boas práticas podem ser compartilhadas. Os programas de segurança são eficientes em ambas, porém na Planalto verificou-se um nível de maturidade maior das equipes, justificado como reflexo da cultura de segurança desta fazenda, que já tem mais de 30 anos de mercado, frente aos quatro anos da fazenda Panorama sob gestão da SLC. Esta diferença tem consequências diretas em indicadores como afastamento por acidentes de trabalho, por exemplo. A recomendação de AgBalanceTM neste caso concentra-se na continuidade dos investimentos em qualificação profissional na unidade Panorama. “Quando demos início ao estudo, já tínhamos o indício de que a gestão da fazenda Planalto seria mais socioecoeficiente. Porém, com o AgBalanceTM, ficou evidente que temos pontos de melhoria e potencialidades em nossas unidades. Nosso objetivo agora é elevar nossa excelência operacional, além de podermos implementar ações que reforçarão nossa posição de empresa referência em gestão da sustentabilidade na agricultura”, afirma o presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura. No caso da Guarani, os estudos basearam-se na comparação entre as Unidades Industriais Andrade, localizada no município de Pitangueiras, e a Cruz Alta, na cidade de Olímpia, ambas no noroeste Paulista. Nelas também foram avaliadas as performances econômica, social e ambiental, incluindo toda a cadeia de suprimentos. A base de

comparação foi a produção de 100 toneladas de cana-de-açúcar nas duas unidades durante a safra 2010/11, até o momento da entrega da cana às usinas para processamento de etanol, açúcar e energia. Embora o estudo tenha apontado uma paridade na maioria dos aspectos analisados, foram identificadas diferenças entre a gestão das unidades, tendo como ponto crucial o manejo dos fertilizantes. Ambas se utilizam de vinhaça e composto (torta de filtro e cinzas) - subprodutos do processamento da cana - como opções ao uso de fertilizantes minerais. AgBalanceTM apontou que na unidade Cruz Alta há maior utilização de vinhaça e composto, se comparada à unidade Andrade. Neste caso, a recomendação é a intensificação da utilização dos mesmos, já que proporcionam maior benefício ambiental e economia na adubação. Hoje, com a utilização desses subprodutos, já há uma redução de mais de 103.585.957 kwh, o suficiente para abastecer 14.502 casas durante um ano. A ação ainda colabora para que deixem de ser emitidas mais de 32.262 toneladas de CO2, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas, utilizando combustível fóssil, dando 608 voltas na Terra. Ainda sob o prisma dos impactos ambientais, o estudo constatou que as principais emissões da empresa estão relacionadas ao uso dos fertilizantes, ao consumo de óleo diesel para produção (operação de transporte, colheita, plantio, etc.), e à queima da cana para colheita manual, o que vem sendo otimizado por meio da adoção de melhor tecnologia, como agricultura de precisão, além da melhoria dos aspectos operacionais (modernização e manutenção de maquinário) e logísticos. Do ponto de vista social, com a aplicação do AgBalanceTM foi possível mensurar que o risco de acidentes seria reduzido em 76% com a substituição da colheita manual pela mecânica, prática adotada pela Guarani, que vem investindo em ações de gestão, focadas na cultura de segurança, procedimentos, treinamentos e proteção individual e coletiva, além da substituição da colheita manual pela mecânica. No entanto, com a metodologia foi possível quantificar o risco de acidentes, e com isso evidenciar a importância estratégica desses investimentos. “Nossa expectativa é que a metodologia AgBalanceTM continue apresentando dados concretos que nos permitam enxergar com clareza as oportunidades de melhoria no processo de gestão de sustentabilidade em curso na empresa“, finaliza Jacyr da Silva Costa Filho, diretor-presidente da Guarani.


Revista do Produtor Rural

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[Fisiologia vegetal]

Lavoura sustentável Stoller do Brasil desenvolve soluções para fortalecer o potencial das plantas

A

demanda por alimentos aumenta gradativamente, acompanhando o crescimento da população mundial, que deve atingir a marca de 4,7 bilhões de habitantes em 2020 de acordo com estudos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao mesmo tempo e na contramão dessa estatística, as áreas para expandir as lavouras e aumentar a produção desses alimentos são cada vez mais escassas. Não bastasse o cenário atual, o clima, as pragas e as doenças sempre interferiram no desenvolvimento das plantas o que, consequentemente, limitam a qualidade e a quantidade do resultado da produção. Pesquisar e oferecer soluções para aumentar a oferta das lavouras e reduzir os impactos no meio ambiente são os desafios da Stoller do Brasil, especialista em fisiologia vegetal, há mais de 36 anos no Brasil e presente em 56 países. “Práticas que utilizam produtos agroquímicos, como insumos e fertilizantes, já melhoram o ambiente para as plantas há décadas. Mas é preciso dar um passo além, explorar o potencial genético das sementes para que sejam mais resistentes”, diz Stella Cato, gerente técnica da Stoller do Brasil. No campo, explica Stella, existem cerca de 50 fatores que podem ocasionar perda na lavoura, chamados de bióticos e abióticos. Os bióticos são as doenças e pragas as quais as plantações estão sujeitas. E abióticos são relacionados às condições climáticas como variação de temperatura, excesso ou falta de chuva, por exemplo. A Stoller do Brasil atua, principalmente, em três grandes linhas de pesquisa e desenvolvimento, que oferecem soluções inovadoras e contribuem efetivamente para alavancar o crescimento no cenário da agricultura. Em parceira com grandes centros de pesquisas e universidades, uma delas é a o foco na fisiolo-

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Revista do Produtor Rural

gia vegetal, oferecendo e soluções que proporcionam equilíbrio hormonal das plantas, por meio dos biorreguladores. Na linha de nutrição, são desenvolvidos produtos que possam garantir a boa absorção de nutrientes pelas plantas, de maneira que sejam aproveitados com mais eficácia, tornando-as mais resistentes às pragas e doenças. E a microbiologia, área que vem se destacando por utilizar microorganismos para fixar o nitrogênio – fundamental para o desenvolvimento – nas plantas. “A fixação biológica de nitrogênio permite que o agricultor produza mais com menos e diminua o impacto no meio ambiente” afirma Stella. Com as soluções disponíveis, sementes e plantas são capazes de se desen-

Fábrica da Stoller

volver com mais eficácia, aproveitando com mais intensidade os recursos naturais do ambiente, como solo, água e luz e apresentando maior equilíbrio nutricional e hormonal. O resultado se apresenta em aumento da produtividade e da qualidade das plantações, com poucos impactos no meio ambiente e menor custo para o agricultor. “É preciso investir na planta para aproveitar melhor os recursos que ela já oferece”, diz Stella. Diante das perspectivas mundiais, em que a população aumenta e precisa se alimentar, na contramão das áreas cultiváveis, que não crescem na mesma proporção, a necessidade de desenvolver e aplicar soluções práticas, para garantir maneiras de crescer, é fundamental.


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[Campanha de destinação de Imposto de Renda]

Boa vontade é tudo Sueli Karling Engenheira agrônoma e produtora rural, associada ao Sindicato Rural de Guarapuava

É

com muita alegria que nos dirigimos aos senhores leitores nesta edição da revista do Sindicato Rural de Guarapuava. Temos algumas boas notícias a compartilhar. Em edições anteriores chamamos a atenção dos senhores para as necessidades das crianças e adolescentes carentes atendidas pelas entidades assistenciais de Guarapuava. Enfatizamos, principalmente, a possibilidade de destinar parte do imposto de renda apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real e pelas pessoas físicas optantes pelo modelo completo de declaração para o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA). Uma vez arrecadado, este montante é repassado para as entidades devidamente cadastradas no Conselho Municipal dos Direitos da Infância e Adolescência (COMDICA). Pois bem, a primeira boa notícia é que o valor destinado aumentou 96% em relação ao montante do ano anterior. Traduzindo em cifras: no ano contábil de 2010 foram destinados R$ 339.995,00 para as dez entidades envolvidas de um potencial de destinação de R$ 1.700.000,00, ou seja, 20% do total. Em 2011 contabilizou-se R$ 667.551,00 o valor destinado. O total do valor possível de destinação no ano contábil de 2011 ainda não foi apurado, mas baseado no ano anterior fica claro que estamos ainda muito aquém do ideal. A segunda boa notícia é que a lei 8.069/1990 sofreu alterações através da Lei Ordinária 12.594. Uma mudança bastante interessante foi o prazo para a destinação, ou seja, pode coincidir com o pagamento do imposto de renda, porém, somente 3% do total a ser pago, e ainda caso a soma com os demais valores destinados ao longo do ano anterior não

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ultrapasse os 6% de dedução. Esta informação, divulgada infelizmente dias antes do encerramento do ano contábil, não nos proporcionou tempo hábil para uma nova campanha tão abrangente como a que provavelmente os atingiu, mas certamente consiste numa vantagem extraordinária na busca de nossos objetivos. Desta forma, podemos concluir que para atingir a destinação máxima devemos planejar parte da destinação para ser feita ao logo do ano e parte no período da Declaração de Ajuste Anual do imposto de renda, e, lógico, observar sempre seus limites. A terceira boa notícia é que a Lei 12.213/2010 permitiu que se destine também às instituições que atendem aos idosos, que assim como as crianças, necessitam e muito da nossa atenção, carinho e recursos. Traremos mais informações sobre estas instituições nas próximas edições, bem como a forma de destinação. Esta campanha de incentivo de destinação de imposto de renda foi a primeira de muitas que pretendemos realizar, com o intuito de informar, conscientizar e incentivar todo contribuinte a ponto de tornar esta ação um hábito deste município, estado e por que não deste país.

O grande aprendizado consiste no fato de que as pessoas estão extremamente dispostas a ajudar. Por onde estivemos: cooperativas, revendas, concessionárias agrícolas, bancos, lojas, instituições filantrópicas, escritórios de contabilidade enfim, realmente, por todos os estabelecimentos em que pedimos apoio a receptividade sempre foi muito grande, bem como a aceitação do desafio e a imediata disseminação da informação. Dirigimos aqui um agradecimento todo especial aos contabilistas e contribuintes que aceitaram este desafio neste ato de total boa vontade. A todos os envolvidos, muito obrigada. Porém, devemos dizer que este foi só o começo, contamos com todos vocês nas próximas campanhas e em contrapartida, tentaremos mantê-los bem informados. As informações referentes aos valores potenciais de destinação do imposto sobre a renda no município de Guarapuava, os valores efetivamente destinados, as leis e suas respectivas alterações foram dadas pelo analista tributário Marcos Fabrício Guerra Pinto, que é o responsável pela Agência da Receita Federal do Brasil em Guarapuava.


[Comemoração]

Tratorcase realiza

I Dia de Negócios Evento também marcou o aniversário de cinco anos da concessionária

N

o dia 01 de junho, a concessionária Tratorcase comemorou cinco anos de sucesso em Guarapuava. E para aproveitar a data, reuniu clientes e realizou um Dia de Negócios, oferecendo descontos variados em máquinas agrícolas, através da parceria com bancos e fabricante. De acordo com o gerente João David Góes Júnior, além de marcar o aniversário da empresa, o evento foi uma oportunidade de negócio. “Recebemos um grande número de clientes, que por meio da divulgação dos descontos, vieram conferir e aproveitar os preços”, ressaltou. Além de Guarapuava, a Tratorcase atende em outros municípios, como por exemplo, Ponta Grossa, onde, segundo o gerente, promoções como essa também deverão ser realizadas no decorrer do ano. A Tratorcase oferece uma ampla linha de produtos que possibilita atender todas as necessidades do ramo agrícola. Para conhecer mais sobre a concessionária acesse www.tratorcase.com.br.

FONE: (42) 3629-8900

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Revista do Produtor Rural Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277 - Km 341,7 - Guarapuava - PR


[Registro]

Treinamento de mecânica de pulverizadores autopropelidos Helena Krüger Barreto

N

os dias 24 e 25 de maio, a Cooperativa C. Vale, em parceria com a Montana Agriculture, realizou um treinamento para operadores de pulverizadores autopropelidos. O curso, que contou com a participação de 23 alunos, foi realizado no Sindicato Rural Guarapuava. Para o engenheiro agrônomo e responsável por treinamentos da Montana, Thiago Romanholi Santiago, o curso conseguiu atingir o público-alvo. “É interessante que não só os operadores, mas também os clientes que estão adquirindo as máquinas, acadêmicos e cooperados da C. Vale vieram conhecer como funcionam os componentes do autopropelido”. O objetivo, segundo Santiago, é fazer com que o produtor que possui ou pretende adquirir os autopropelidos saiba operar e utilizar todos os recursos oferecidos pelas máquinas. “O foco é a divulgação das máquinas e como elas funcionam, para que os clientes possam atingir o máximo de desempenho dos equipamentos e o rendimento esperado. Os autopropelidos têm um custo alto, por isso é necessário que o operador tenha muita informação e conhecimento da máquina. Os pulverizadores autopropelidos ou autopropulsados são máquinas utilizadas para a aplicação de defensivos agrícolas e tem como diferencial o alto rendimento, velocidade, tecnologia e um controle preciso da pulverização. Ao mesmo tempo, tem uma operação que não é tão simples, por esse motivo esse treinamento foi oferecido pela C. Vale e pela Montana”. Durante o curso foram abordados temas relacionados à manutenção e

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Revista do Produtor Rural

operação da linha de maquinários autopropelidos da Montana. “Estamos repassando toda a parte de regulagem, troca de óleo, calibração dos GPS, enfim diversos componentes dos pulverizadores para que toda a tecnologia seja aproveitada”, explica Santiago. Marcelo Veit, um dos participantes do curso, conta que veio em busca de aperfeiçoamento na operação do pulverizador em sua propriedade. “Eu trabalho na agricultura com meu pai e vim aprender a operar melhor os equipamentos”. O vendedor de máquinas da C. Vale, Marcos Queiroz, enfatiza a importância do curso. “É muito relevante para questão da assistência técnica e para o pós-venda das máquinas. A C. Vale e a Montana estão retornando para o mercado em Guarapuava com intenção, também, de divulgar a qualidade dos autopropelidos para os agricultores da região”. Como somos representantes e rede autorizada da Montana, estamos treinando todas as pessoas que possuem esses pulverizadores”.

Marcos Queiroz - Vendedor de máquinas da C. Vale

Thiago Santiago - Responsável por treinamentos da Montana


[Forragicultura]

Desempenho de novilhos confinados alimentados com silagem de trigo como alternativa a silagem de milho Marcos Rogério Oliveira¹, Michel Pereira de Souza², Clóves Cabreira Jobim³ & Mikael Neumann4

4

O

¹ Doutorando do Programa de Pós - Graduação em Zootecnia - UEM - Maringá – PR. E-mail: oliveira.marcos.r@gmail.com ² Mestrando do Programa de Pós - Graduação em Produção Vegetal - UNICENTRO - PR. ³ Dr. Professor do Programa de Pós - Graduação em Zootecnia - UEM - PR. Dr., Professor do Programa de Pós - Graduação em Produção Vegetal - UNICENTRO - PR. E-mail: mikaelneumann@hotmail.com

Paraná é o maior produtor de trigo do Brasil, com mais da metade de produção nacional (2,8 milhões de toneladas) e detém 72 moinhos em operação. No entanto, a demanda anual brasileira é acima de 10 milhões de toneladas e os triticultores paranaenses reduziram a área plantada em 33% (1,31 milhões de hectares em 2009) para (870 mil hectares em 2012). Dentro deste contexto, há extensas áreas no Paraná, que ficam ociosas durante o inverno. Assim, a produção silagem de trigo pode cumprir um papel importante, uma vez que, além de possibilitar a utilização mais racional dos solos, pode garantir a produção de um volumoso de alta qualidade. Além disso, a produção de silagem de trigo pode reduzir a competição das áreas de verão para produção de silagem (FONTANELI & FONTANELI, 2009; BUMBIERIS JR et al., 2011). Dessa forma, a ensilagem do trigo é uma alternativa para proporcionar maior flexibilidade na produção de volumoso aos sistemas agropecuários. Em muitos casos, a flexibilidade torna a silagem de trigo uma opção alternativa na produção de volumoso em regiões, onde não há produção de silagem do milho safrinha, ou haja oscilações climáticas e de mercado na cultura do milho para silagem. Sendo que, a época de colheita do trigo para ensilagem, coincide com a semeadura da cultura do milho. De fato, a silagem de trigo é uma alternativa de produção de volumoso intercalar à silagem de milho, que permite maximizar a utilização dos silos, aumentar a produção de volumoso e taxa de abate de animais na propriedade. Por outro lado, para o aumento do potencial produtivo e a intensificação das

áreas de cultivo, devem-se objetivar altas produtividades de matéria seca (MS) da cultura, e adoção de tecnologias como a escolha da cultivar mais adequada para essa finalidade. A Embrapa Trigo desenvolveu genótipos de trigo de duplo propósito, que apresentam características para pastejo e/ou silagem e produção de grãos (DEL DUCA & DALLA, 2004). Dentre os genótipos de trigo, destaca-se o BRS Umbu, que é mútico (sem arista), que não causa lesão esofágica em ruminantes, resistente a doenças, elevada capacidade de afilhamento e potencial produtivo. Em trabalho avaliando o potencial produtivo do trigo BRS Umbu em Guarapuava, PR, no período de 13 de junho (semeadura) a 04 de novembro de 2011 (ensilagem), Oliveira et al. (dados não publicados), observaram produtividades de 9.564 kg/ ha de MS (Tabela 1). Do mesmo modo, Meinerz (2009) ao avaliar o trigo BRS Umbu observou produtividades de 10.575 kg/ ha de MS. O mesmo autor observou que a cultivar apresenta elevada característica nutricional, justificada pela elevada participação de grãos (31,17% da MS) e lâminas foliares (7,06% da MS), na massa total ensilada. Dessa forma, o cultivar BRS Umbu apresenta um elevado potencial tanto produtivo, pelo acúmulo de MS, quanto em relação ao valor alimentício, em decorrência

dos constituintes da planta. Um fator importante a ser considerado quando se trata de silagem de trigo é a sua menor produtividade e densidade energética, frente a silagem de milho (Tabelas 1 e 2), devido a fatores como: constituição anatômica, morfológica e físico-química (FONTANELI & FONTANELI, 2009). Nas tabelas 2 e 3, a silagem de trigo proporcionou uma menor produção de matéria verde (22.771 contra 50.565 kg/ ha de MV), de MS (9.564 contra 20.226 kg/ha) e de grãos (3.329 contra 8.900 kg/ ha), por conseguinte, a silagem apresentou um maior custo de produção da MV (74,00 contra 54,00 R$/t de MV), e de MS (176,19 contra 135,00 R$/t de MS), comparativamente à silagem de milho.

TABELA 1. Produção de matéria verde (MV), matéria seca (MS) e produção de grãos, de silagens de milho e trigo Parâmetros

Silagem de milho

Silagem de trigo

Produção de matéria verde, kg/ha

50.565

22.771

Produção de matéria seca, kg/ha

20.226

9.564

Produção de grãos, kg/ha

8.900

3.329

Fonte: Oliveira et al. (dados não publicados).

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TABELA 2. Composição nutricional com base na concentração de proteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) e nutrientes digestíveis totais (NDT) de silagens de milho e trigo PB (%)

FDN (%)

FDA (%)

NDT (%)

Silagem de milho

Parâmetros

7,5

53,0

29,1

66,5

Silagem de trigo

8,9

58,2

32,7

62,3

TABELA 3. Custo estimado (R$/t) das silagens de milho e de trigo, com base na matéria verde (MV) e na matéria seca (MS) Parâmetros

CONSIDERAÇÕES A principal razão da conservação de forragens é tornar independente a produção da utilização dos volumosos. Nesse sentido, a ensilagem do trigo é uma estratégia, que permite maior flexibilidade na produção de volumosos, pois, tal prática não é concorrente da silagem de milho. Portanto, a silagem de trigo pode constituir-se em opção atraente para os produtores, na readequação do planejamento forrageiro. Embora de maior custo de produção, a silagem de trigo permite maior capacidade de produção de forragem na propriedade, com possibilidade de aumentar a taxa de abate.

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Silagem de trigo

Insumos R$/ha

1572,75

1269,33

Máquinas implantação R$/ha

174,50

155,20

Ensilagem R$/ha

537,43

264,74

Custo Total R$/ha

2284,68

1689,09

Custo, R$/t de MV

54,00

74,00

Custo, R$/t de MS

135,00

176,19

Fonte: Oliveira et al. (dados não publicados).

FIGURA 1. Figura 1. Ganho médio diário dos novilhos alimentados com silagens de trigo ou de milho como fonte de volumoso. 2,40 2,20 2,00 1,80 GMD (kg/dia)

Qualidade de forragens conservadas é o potencial de expressar a maior resposta animal (JOBIM et al., 2007). No entanto, no Brasil, são poucos trabalhos que avaliam o potencial da silagem de trigo (FONTANELI et al., 2009), sendo escassas as informações quanto ao desempenho animal (BUMBIERIS JR et al., 2011). Em ensaio com novilhos confinados recebendo silagens de trigo e de milho, Oliveira et al. (dados não publicados) observaram diferenças no ganho médio diário (GMD) (1,526 contra 1,806 kg/dia) e peso de carcaça final (270,31 contra 292,37 kg), para as silagens de trigo e milho (Figura 1), respectivamente. Por outro lado, Walsh et al. (2008) ao avaliarem o desempenho de novilhos de corte alimentados com silagem de trigo, em comparação à silagem de milho, não detectaram influencia das dietas sobre o GMD e peso de carcaça final. Dessa forma, os autores concluíram que as silagens de trigo com alta proporção de grãos, proporcionam o mesmo nível de desempenho que os obtidos com a silagem de milho. Essas diferentes respostas encontradas podem ser atribuídas a diferenças na natureza das dietas, nível de inclusão de volumoso e potencial genético dos animais.

Silagem de milho

1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60

Trigo

0,40

Milho

0,20 0,00

15/03/12 Período 1

05/04/12 Período 2

26/04/12 Período 3

17/05/12 Período 4

Fonte: Oliveira et al. (dados não publicados).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUMBIERIS JR, V.H.; OLIVEIRA, M.R.; BARBOSA, M.A.A.F.; JOBIM, C.C. Use of winter cultures for forage conservation. In: DANIEL, J.L.P.; ZOPOLLATTO, M.; NUSSIO, L.G. (Ed.). II International symposium on forage quality and conservation, v.1., São Pedro, 2011. Proceedings…Piracicaba: FEALQ, 2011. p.65-83. DEL DUCA, L.J.A.; DALLA LANA, J. B. Experimentação de trigo em plantio antecipado no Paraná, em 2003. In: REUNIÃO DA COMISSÃO CENTRO-SUL BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO, 19.; REUNIÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRITICALE, 10.; SEMINÁRIO TÉCNICO DE TRIGO, 5., 2004, Londrina. Atas, resumos e palestras... Londrina, 2004. p. 92-95 (Documentos, 2). FONTANELI, R.S.; FONTANELI, R.S. Silagem de cereais de inverno. In: FONTANELI, R.S,; SANTOS, H.P.; FONTANELI, R.S. Forrageiras para integração lavoura-pecuária-floresta na região sul-brasileira, Passo Fundo - RS: EMBRAPA TRIGO, 2009. 329 p. FONTANELI, R.S.; FONTANELI, R.S.; SANTOS, H.P. et al. Rendimento e valor nutritivo de cereais de inverno de duplo propósito: forragem verde e silagem ou grãos. Revista Brasileira de Zootecnia., v.38, n. 11. p.2116-2120, 2009. JOBIM, C.C.; NUSSIO, L.G.; REIS, R.A. et al. Avanços metodológicos na avaliação da qualidade da forragem conservada. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 44, 2007, Jaboticabal. Anais...Jaboticabal: SBZ/UNESP, p.101-119, 2007. MEINERZ, G.R. Avaliação de cereais de inverno de duplo propósito na depressão central do Rio Grande do Sul. 2009. 71f. Dissertação (Mestrado em zootecnia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009. WALSH, K.; O’KIELY, P.; MOLONEY, A.P. et al. Intake, digestibility, rumen fermentation and performance of beef cattle fed diets based on whole-crop wheat or barley harvested at two cutting heights relative to maize silage or ad libitum concentrates. Animal Feed Science and Technology, v. 144, p.257-278, 2008.


Na segunda semana do mês de maio, a COOPERALIANÇA recebeu o técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA) Fábio Schuler Medeiros, responsável pelo Programa Carne Angus Certificada, junto ao Departamento Técnico da cooperativa, ele realizou visitas aos cooperados para estimar a porcentagem de animais cruza Angus presentes em seu rebanho, que seriam aprovados no programa. Foram selecionadas propriedades em Pinhão, Entre Rios, Guarapuava, Candói e Turvo Fábio também acompanhou a rotina nas duas unidades frigoríficas prestadoras de serviço da cooperativa para análise e avaliação dos abates. Na ocasião, a COOPERALIANÇA e a ABA deram início ao trabalho com possíveis clientes que tem interesse em trabalhar com o produto Carne Angus Certificada COOPERALIANÇA. No dia 9 de maio, os produtores cooperados tiveram a oportunidade de conhecer melhor o Programa Carne Angus Certificada através da Palestra ministrada pelo técnico da Associação.

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[Cultura de inverno]

Manejo das principais doenças do trigo

Eng. Agrônomo Giovani A. Schiavini Dep. Técnico Agrícola Colferai

A

cultura do trigo é afetada por várias doenças causadas por bactérias, vírus e fungos, que afetam toda a planta, resultando em perdas elevadas. Sua ocorrência esta associada à suscetibilidade dos cultivares, surgimento de novas raças de patógenos, ao manejo utilizado e as condições climáticas. Nos três últimos anos as doenças de trigo foram extremamente severas, causando perdas significativas de produtividade, diminuindo a rentabilidade da cultura.

Viroses

Existem duas viroses de importância do trigo: o VNAC que é a mais importante (Nanismo amarelo da cevada) que ocorre em aveia, cevada e trigo, causando sintomas de subdesenvolvimento (nanismo). É transmitida pelo pulgão e sua localização no floema reduz o fluxo de seiva para a espiga, causando a má formação dos grãos. Além disso, torna as folhas mais sensíveis à ação de outros patógenos. Os danos são mais severos até os trinta dias após a emergência. O tratamento mais eficiente é o tratamento de semente, uma vez que um único pulgão por planta pode transmitir a virose. Aplicações de inseticidas via foliares controlam a praga, porém o vírus já pode estar instalado. O mosaico causado por VMT (vírus do mosaico do trigo) é transmitido via raízes por um fungo (polymixa graminis) que se movimenta na água do solo especialmente em solos sujeitos ao acúmulo de água. Seu controle se restringe exclusivamente ao uso de variedades resistentes e melhoria da estrutura física do solo.

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Bacterioses

A bacteriose de maior importância é a estria bacteriana, causada por Xanthomonas campestris onde os sintomas são lesões aquosas e estriadas nas folhas, podendo se observar pus bacteriana quando do clima úmido. A introdução se dá por sementes infectadas ou por restos culturais no solo. Períodos prolongados de chuvas favorecem a disseminação e a infecção da bactéria. Seu controle se dá através de rotação de cultura e uso de sementes provenientes de campos sem a doença.

Doenças fúngicas

As doenças fúngicas do trigo são causadas por diversos tipos de fungos que atacam as raízes, os colmos, as folhas e as espigas. As raízes são afetadas por podridão comum causado por Bipolaris e Fusarium e pelo mal do pé causada por Gaeomamomyces. Todas têm nos restos culturais sua principal fonte de inóculo. As doenças foliares do trigo são principalmente a ferrugem da folha, o oídio e as manchas foliares. Sua presença está diretamente associada às condições climáticas (temperatura e duração de molhamento), onde em anos mais secos a predominância de oídio, em anos mais chuvosos de ferrugem e manchas foliares, embora todas possam ocorrer simultaneamente em casos de variações climáticas. Em resumo, todos os anos alguma dessas doenças irão se fazer presentes e requerer medidas de controle. A ferrugem da folha é causada pelo fungo Puccinia triticina. Caracterizando-se por pústulas alaranjadas nas folhas e bai-

nhas. Esse fungo possui grande variabilidade genética que resulta em novas rasas mais virulentas capaz de quebrar a resistência das variedades desenvolvidas pela pesquisa. Um dos fatores que contribuem para a grande variabilidade desse fungo é o cultivo contínuo de trigo em diferentes regiões do país. Este fator favorece a sobrevivência, multiplicação e disseminação e as trocas entre as regiões. O controle se dá pelo uso de variedades resistentes ou menos suscetíveis e aplicação de fungicidas na parte aérea. O oídio tem como agente causador o fungo Blumeria graminis. É de fácil identificação através das colônias branco-acinzentadas formadas por estruturas do fungo sobre as folhas e colmos. Em invernos mais secos o oídio pode aparecer já na fase de perfilhamento, determinando aplicações mais precoces de fungicidas. Outra forma de controle é o tratamento de semente com produtos sistêmicos. As manchas foliares mais freqüentes na cultura do trigo são a mancha amarela e a mancha marrom, causadas respectivamente pelos fungos Pyrenophora tritici e Bipolaris sorokiniana. Os sintomas são lesões retangulares ou elípticas, de cor parda ou mais escura. A diferença principal está no halo amarelo em torno das lesões na mancha amarela. Ambos os patógenos são transmitidos por sementes e sobrevivem em restos culturais no solo. O controle se dá através do uso de sementes menos infectadas, tratamento de semente com produtos sistêmicos, uso de variedades mais resistentes e rotação de cultura. As duas principais doenças que afetam


% de cobertura das folhas

do que expresso pelos sintomas. sitando de medidas de controle mais preas espigas do trigo são Brusone a Giberela. 100 é causada pelo fungo Pyricularia coces e que nem sempre são suficientes Após a aplicação do fungicida a doA primeira ença permanece estável por alguns dias. para evitar prejuízos. grisea90que requer temperaturas entre 21 80por isso sua ocorrência é mais freEste intervalo é chamado período residual. a 27º, • Tratamento de semente Os fatores que mais encurtam o período 70 no norte do Parará. Já a giberela é quente O tratamento de semente com funcausada 60 pelo fungo Gibberela zeae, ocorre gicidas visa reduzir ou até evitar a trans- residual dos fungicidas são o uso de sub em todas 50 as regiões tritícolas, sendo favo- missão do patógeno para a raiz e para a dosagem, aplicação curativa e pulverizarecida 40por temperaturas medias de 20º e parte aérea. A eficiência do tratamento ção inadequada. Quanto mais doença a ser SEM LI 700 períodos 30 de molhamento de 30 horas. A será maior quanto menor a presença do controlada, menor e o residual e mais acelerado será a retomada da doença devido giberela afeta a formação de grãos que se patógeno na semente, podendo chegar 20 à maior quantidade de inóculo remanestornam rosados e chochos com espiguetas até 90% em sementes de boa qualidade. 10 cente. Deve-se analisar também que uma de cor branca ou palha. O inóculo que cauTanto a aplicação de fungicidas na 0 aplicação de fungicida não recupera danos sa a giberela vem dos restos culturais e de Indução de ar Leque Duplo Leque Cone semente como também aplicações preanteriores e que alguns dias serão necesoutros hospedeiros como o(XR) milho. O mane(AI) (TJ) (TX) ventivas na parte aérea podem trazer sários após aplicação para a estabilização jo da doença se dá pelo uso de cultivares Superior Médio Inferior três benefícios importantes: atrasam o do problema. Por esse motivo, a reaplicamenos suscetíveis, a rotação de cultura e o primeiro ciclo da doença, reduzem a sua çãodedeve monitorada uma vez que os uso de4:fungicidas, como doenGráfico Porcentagemporém de cobertura dasesta folhas de soja nos terços das plantas, de Abertura de ângulo e formação deriva ser em ponta de aplicação Cone vazio 80.01 intensidade e ritmo ou taxa epidêmica. residuais nunca serão os mesmos. ça necessita umutilizado. períodoFonte: de molhamenacordo o tipo dede ponta Antuniassi et al. (2004 a e 2004b). pressão 5 bar. - Com adjuvante a base de Fosfatidilcoline. Em resumo, a redução do rendimento • Aplicação de fungicida to, a aplicação de fungicida deve preceder final do trigo varia em função da própria Váriosasfungicidas estão registrados a ocorrênciados da chuva. sempenho pulverizadores de barras. Usualmente gotas doença , da suscetibilidade das cultivares, para a das cultura do trigo na sua grande mais finas apresentam maior potencial de cobertura folhas das condições climáticas e da época de maioria que pertencem a dois grupos Algumas estratégias podem ser ado- em nas partes baixas das plantas, notadamente comparação às sua ocorrência, uma vez que quanto mais principais: os triazóis e as estrobilurinas. tadas mais para grossas amenizar os prejuízos gotas (gráfico 4). Estecausafato evidencia a necessidacedo aparecem, maior será o prejuízo caude maximizar a cobertura dos alvos. O primeiro grupo possui um controle mais dosde pelas doenças do trigo tais como: Por esta razão, a aplicação precisa fornecer a máxi- e oídio e o segundo sado. Medidas como rotação de cultura, eficaz em ferrugem • Sementes de quando boa sanidade ma cobertura como num tratamento com uso de sementes de boa qualidade, tratagrupo emfungicida manchas foliares. Porém, para a Semente das de folhas, boa procedência livre numa aplicação preventiva, uma a preferência dada para a tomada de decisão mento de semente, SEM uso deLI cultivares mais sua ser maior eficiência, de patógenos é importante vez que deve 700 as gotas maispodefinas. se evitar que a doenresistentes e o uso de fungicidas adequadeve sempre considerar as condições clidessa forma dos para o controle das doenças da parte máticas que precederam a avaliação e a ça se distribua por toda lavoura, atacando Avaliação da cobertura de gotas no terço inferior da planta de milho no estagio V6 aérea irão reduzir essas perdas e permitir Fonte: Prof. Dr. Ulisses Rocha Antuniassi, FCA/ prevista para os próximos dias. Se elas fotanto Trabalho a partetécnico aérearealizado como opelo sistema radi- Aplicação via terrestre -Vazão 100 lt/ha Pontas de aplicação 110.015 pressão UNESP Botucatu/SP - Publicações Fundação causa Chapadão Safra possam expressar todo o ram 2010/2011 favoráveisSoja/ nos diasdeanterior é provácular. –Esse aparecimento prematuro 3,5 bar. - Com adjuvante que a baseasdecultivares Fosfatidilcoline. Milho 4ª edição 03/2011. seu potencial produtivo. vel que haja muito mais doença incubada danos já na fase inicial da cultura, neces-

ATENÇÃO ATENÇÃO

Este(s) produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, animal e ao meio ambiente. Este(s)e produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, e ao meio ambiente. Leia atentamente siga rigorosamente as instruções contidas no(s)animal rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s). Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no(s) rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s). Utilize sempre equipamento de proteção individual. equipamento de proteção individual.de idade. Nunca Utilize permitasempre a utilização do(s) produto(s) por menores Nunca permita a utilização produto(s) por menores de idade. Faça a tríplicedo(s) lavagem das embalagens. Faça a trípliceas lavagem das embalagens. Descarte corretamente embalagens e restos de produto(s). Descarte corretamente as embalagens e restos de produto(s).

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[Direito Trabalhista]

Empregado rural na função de motorista de caminhão

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uito embora o título do presente artigo pareça não buscar a atenção dos produtores rurais, a situação na prática é um tanto quanto delicada, e merecedora de uma discussão mais aprofundada. Nesse sentido, resolvemos compartilhar com os amigos produtores rurais e demais leitores deste periódico, nosso entendimento acerca do enquadramento sindical e respectivos direitos trabalhistas dos empregados rurais, quando estes exercem a função de motoristas de caminhão. Inicialmente vamos exemplificar para melhor compreensão do assunto aqui abordado. Não é incomum os produtores rurais possuírem caminhões próprios e os disponibilizarem para seus empregados para efetuarem o transporte de cereais (soja, milho, etc), insumos (sementes, adubos, etc), ou qualquer outro produto, entre a propriedade rural do empregador rural até as unidades receptoras de cereais (cooperativas, cerealistas), entre uma revendedora de insumos e a propriedade rural do produtor, ou ainda, entre as fazendas do próprio produtor rural. Até aí parece estar tudo bem. Ocorre que esses empregados rurais estão exercendo a função de motorista de caminhão, e aí surge a controvérsia, sintetizada na seguinte indagação: esses trabalhadores são efetivamente empregados rurais ou são motoristas? A situação prática pode se tornar em problema de proporções financeiras consideráveis, quando traçamos um comparativo entre os pisos salariais previstos para essas duas categorias de trabalhadores, bem como os reflexos sobre a diferença salarial. Para o empregado rural abrangido pela convenção coletiva de Guarapuava/PR, o piso salarial atual é de R$ 785,00, enquanto que para o motorista de caminhão, o piso salarial em Guarapuava/PR é quase 60% superior, de R$ 1.250,00. Além disso, há outras verbas trabalhistas previstas para os motoristas e que não estão contempladas para os empregados rurais. Some-se a essa diferença de piso salarial, todas as conse-

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qüências remuneratórias em 13º salário, terço constitucional sobre as férias, adicional de horas extras, recolhimentos ao FGTS, etc e, aliada a prescrição quinquenal que garante ao empregado pleitear verbas salariais dos últimos cinco anos, a diferença do custo salarial entre um empregado rural e um motorista de caminhão é significativamente relevante. Pois bem, demonstrada a diferença do custo da mão-de-obra entre empregado rural e motorista de caminhão, decorrente das normas previstas nas convenções coletivas das respectivas categorias, passamos a tecer nossa opinião acerca do assunto. Há dois pontos primordiais que devem ser analisados, sendo que para o presente caso em análise, o segundo soluciona a controvérsia. Assim, primeiro é necessário verificar qual a atividade preponderante do empregador e; segundo, se a entidade sindical patronal, ou seja, do empregador, participou das negociações dos diretos trabalhistas previstos na convenção coletiva de trabalho da categoria. Desta forma, regra geral, para o correto enquadramento sindical do empregado, deve-se levar em consideração qual a atividade preponderante do empregador. Se o patrão é agricultor ou pecuarista, e a atividade rural é sua principal ocupação e fonte de renda, os seus trabalhadores que nessa atividade atuam, serão enquadrados como empregados rurais, e seus direitos serão os previstos na CLT, legislação específica do rurícola e normas da convenção coletiva de trabalho do setor rural. Mas a situação prática que estamos analisando não se apresenta tão simples assim, eis que os motoristas são considerados trabalhadores de categoria profissional diferenciada, dadas as condições do trabalho que exercem (arts. 511, §3º e 577 da CLT). E nessa condição de categoria diferenciada, há exceção à regra geral segundo a qual o enquadramento sindical decorre da atividade preponderante do empregador, ao passo que, consequen-

temente, acaso o trabalhador demonstre pertencer a categoria diferenciada de motorista, em tese, teria direito a pleitear as verbas trabalhistas previstas na convenção coletiva de trabalho dos motoristas. Contudo, os julgados em casos práticos sabidamente consolidaram o entendimento no sentido de não atribuir efeitos de abrangência ilimitada para as convenções coletivas de trabalho das categorias diferenciadas, caso dos motoristas. Assim, a jurisprudência evoluiu no sentido de que o empregador necessita estar representado pela sua entidade sindical patronal nas convenções coletivas de trabalho de categoria diferenciada, para que os seus empregados pertencentes a este categoria possam invocar as normas previstas no respectivo instrumento coletivo. Eis o inteiro teor da Súmula nº 374 do Tribunal Superior do Trabalho: NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 55 da SBDI-1) - Resolução 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996). Em síntese, os empregados rurais que exercem a função de motoristas de caminhão, não podem querer exigir dos seus empregadores rurais que estes cumpram as normas previstas na convenção coletiva dos motoristas, eis que o Sistema Sindical Rural Patronal não participa das negociações coletivas da categoria diferenciada dos motoristas. S.m.j., este é o nosso entendimento. Com isso, pretendemos contribuir com nossos amigos produtores rurais que eventualmente possuam em suas propriedades, trabalhadores rurais exercendo a função de motoristas de caminhão, buscando esclarecer eventual dúvida acerca do assunto acima abordado.


SANDER & RUSCHEL SANDER ADVOGADOS ASSOCIADOS, OAB/PR 3.255 CID MARCELO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.010 FERNANDA RUSCHEL SANDER, Advogada, OAB/PR 50.991 TED MARCO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.106

Mais um tributo pago indevidamente pelo produtor rural

O

s amigos produtores rurais leitores da Revista do Produtor Rural do Paraná, por algumas vezes leram nossos artigos que se referiam a inconstitucionalidade do Funrural, e a conseqüente possibilidade de ajuizamento de ação judicial com o pedido de restituição deste tributo, que tem por base de cálculo a receita bruta das comercializações da produção rural. Paralelamente a esta demanda judicial do Funrural, estávamos acompanhando outras ações judiciais em matéria de direito tributário intentadas por produtores rurais, os quais estavam questionando a legalidade da incidência de um outro tributo, denominado salário-educação, e que atualmente incide a alíquota de 2,5% sobre a folha de pagamento do empregador rural pessoa física. Desde o ano de 2006, a mais alta corte do país para questões infraconstitucionais, vem decidindo que o produtor rural pessoa física não pode ser sujeito passivo dessa contribuição. Mais recentemente, o Superior Tribunal de Justiça em Brasília decidiu que a contribuição para o salário-educação tem como sujeito passivo somente as empresas, assim entendidas as

firmas individuais ou sociedades, com ou sem fins lucrativos. Em razão disso, o produtor rural pessoa física, que não se encontra inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas-CNPJ do Ministério da Fazenda, não se enquadra no conceito de empresa para fins de incidência da contribuição salário-educação. Dessa forma, tem o produtor rural pessoa física o direito de ajuizar ação com o objetivo de requerer a restituição desse tributo pago indevidamente nos últimos cinco anos. Salientamos que a matéria não foi submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal, órgão de cúpula do Poder Judiciário competente para julgar ações com matérias constitucionais, contudo, nos processos já julgados, o Governo Federal por meio da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional não vem mais recorrendo à Suprema Corte, o que demonstra certo reconhecimento de que matéria encontra-se judicialmente resolvida, e mais, favoravelmente ao produtor rural pessoa física. Nesse sentido, o produtor rural deve ficar atento e buscar orientações com seu advogado de confiança, para maiores esclarecimentos sobre o assunto.

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[Milho e sorgo]

Sementes Agroceres oferece um portfólio diferenciado Há mais de 65 anos a Sementes Agroceres entende as necessidades do produtor brasileiro para oferecer as melhores soluções para seu negócio. É por isso que a Sementes Agroceres possui a mais completa linha de sementes híbridas de milho e sorgo do mercado. Seja qual for a região e as suas necessidades específicas, Sementes Agroceres tem sempre o melhor

negócio para oferecer. Tudo isso é resultado da busca constante de Sementes Agroceres por novas tecnologias e soluções agrícolas, o que garante a melhor linha de produtos. Nosso objetivo é atender às necessidades de cada cliente com rapidez e competência, levando em consideração o meio ambiente e o crescimento sustentável. Além disso, o grande diferencial é oferecer híbri-

dos com precocidade, produtividade e sanidade aos produtores. A marca que é conhecida por oferecer os híbridos para Produção de Grãos e para Silagem está sempre investindo e buscando novas tecnologias para trazer produtos que contribuam para o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável, permitindo ao produtor produzir mais, com melhor qualidade e menor custo.

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AG 5011 YG Época de plantio: Verão e Safrinha Precocidade: Precoce População (planta/ha): 50 a 55 mil Benefício: Flexibilidade para Produção de Grãos ou Silagem de alto valor energético Finalidade: Silagem AG 8011 PRO Época de plantio: Verão Precocidade: Precoce População (planta/ha): 60 a 70 mil Benefício: O precoce de excelente produtividade de grãos e de silagem para a região sul Finalidade: Produção de Grãos e Silagem

certa Sementes Agroceres. A Escolha tabilidade de quem quer produtividade, ren e o melhor negócio. Mais informações om.br http://www.sementesagroceres.c

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[Aconteceu ]

Treinamento para mobilizadores do SENAR

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os dias 15 e 16 de maio, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) promoveu um treinamento para mobilizadores da região, em Guarapuava. O treinamento foi realizado pelo supervisor regional de Irati, Eduardo Figueiredo Mercado e pelo supervisor regional de Matelândia, Francisco Pelição. Segundo Mercado, o objetivo do treinamento foi repassar as informações sobre

o novo pacto instituído pelo Senar aos Sindicatos Patronais. “A intenção é atualizar os nossos mobilizadores em todo o Estado sobre o novo termo de cooperação entre os Sindicatos e o Sistema FAEP/SENAR. Estamos informando sobre o sistema sindical, planejamento estratégico, mobilização e principalmente as funções do mobilizador dentro do Sindicato Rural”. O treinamento em Guarapuava foi

o oitavo encontro promovido pela FAEP/ SENAR sobre o tema. Mercado esclarece sobre o novo pacto. “As novidades estão, principalmente, na mobilidade oferecida ao mobilizador e, também, a obrigatoriedade de no mínimo dois funcionários registrados dentro do Sindicato. Estamos fazendo esse treinamento para reafirmar essas informações e para celebrar o novo termo de cooperação”, destaca.

Eduardo Figueiredo Mercado e Francisco Pelição

Reunião esclarece as novas diretrizes da ADAPAR A Secretaria do Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) realizou no dia 10 de maio, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, reunião sobre o funcionamento e novas diretrizes de trabalho da Agência de Defesa Agropecuária (ADAPAR). O objetivo do encontro foi esclarecer a técnicos, veterinários e responsáveis pela inspeção de todo o Estado às dúvidas sobre o novo órgão. A ADAPAR é uma autarquia que está ligada à Seab, que substitui o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária - DEFIS, e terá como função todos os serviços relacionados à sanidade e inspeção agropecuária prestados pelo governo do Estado e pretende modernizar e melhorar a qualidade dos produtos paranaenses. A médica veterinária da Seab, Ana Lucia Menon explica a intenção do en-

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contro. “Hoje estamos aqui para entender as novidades e as diretrizes que a Agência irá trazer para o serviço de inspeção no Paraná”. O diretor da ADAPAR, Adriano Riesemberg enfatiza os benefícios da mudança. “O objetivo é modernizar toda a gestão da inspeção no estado”.

Adriano Riesemberg, diretor da Adapar


[Angus ]

“A raça completa” Desempenho do campo ao consumidor

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ntre as raças taurinas, o Angus se destaca por reunir um maior número de características positivas que lhe asseguram um excelente resultado econômico como gado de corte. Tanto que, por comportar todo esse conjunto de particularidades, é definido como uma raça completa. Fertilidade, longevidade, precocidade, rusticidade, facilidade de parto e habilidade materna são alguns dos aspectos que proporcionam incomparáveis índices de produtividade. Soma-se ainda a qualidade da carne, que atende às exigências do mercado moderno. Registrada no mundo há mais de 300 anos, a raça é líder no rebanho de diversos países. “Principalmente

nos renomados produtores de carne, como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai e Austrália”, acentua o médico veterinário Cristopher Filippon. No Brasil, o Angus foi inserido há mais de um século. “E está em constante ascendência no País, como resultado da grande preferência de quem busca eficiência na produção do gado de corte”, acrescenta Filippon, que preside o Núcleo de Criadores de Angus do Oeste do Paraná. Cruzamentos O criador de Angus, Renato Zancanaro diz que a raça se revela insuperável em programas de cruzamento com zebuínos. “Traz alta heterose

no primeiro cruzamento (F1) e já no desmame assegura grande benefício econômico ao pecuarista, pois são esperados bezerros 20% a 25% mais pesados que a média obtida somente com zebuínos”, justifica. De acordo com Zancanaro, na reprodução os ganhos são evidentes. “A fêmea ½ Angus – ½ Nelore atinge facilmente a puberdade em idade muito jovem e pode entrar em reprodução com 14 ou 24 meses, dependendo do sistema alimentar da propriedade”, explica. A genética Angus Outro fato observado é a grande preferência pela raça nos programas de carne certificada. “Em consequên-

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cia, bezerros cruza Angus são sempre comercializados com preço superior, com maior liquidez. Segundo o médico veterinário Filippon há, nesses programas, o compromisso em apresentar uma carne com qualidade. “Com produtos de cruzamento Angus, esse diferencial é garantido”, completa. Uma comprovação da forte preferência pela genética Angus é através de dados sobre comercialização de doses de sêmen. Em 2011, por exemplo, nesta raça, houve crescimento de 33% no Brasil, período em que o mercado nacional de corte obteve incremento de 23%. Divulgado em fevereiro, relatório

mercado de sêmen das raças taurinas de corte, no somatório de outras 24 raças européias analisadas. Fazendo uma avaliação dos últimos cinco anos, comparando 2007, quando foram vendidas 868.184 doses de sêmen Angus, praticamente triplicamos o número de doses comercializadas. Em linhas gerais, nos últimos cinco anos nós crescemos expressivos 174,5%, contabiliza Fabio Medeiros, sub gerente da associação do Angus e coordenador do programa Carne Angus Certificada. Para Fernando Velloso, médico veterinário e técnico da Associação Brasileira de Angus. - A entidade trabalha há diversos anos com a

da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) apontou liderança isolada do Angus entre as raças européias (taurinas), com a comercialização de 2,384 milhão de doses de sêmen no ano passado. O avanço em comparação com o ano anterior foi de 591 mil doses. Este desempenho e predomínio da raça são recordes no país, e pode ser verificado, ainda, ao se observar que o Angus detêm mais de 86% do

mensagem “Angus, a raça completa”. Segundo Velloso, este slogan pode parecer pretensioso a primeira leitura, pois sugere que este gado pode ser criado em qualquer lugar e é perfeita em todas as características. “Se assim fosse seria ótimo, mas a mensagem é outra: é completa porque cumpre com seu papel no campo, no frigorífico e na mesa do consumidor”, esclarece. “De nada adianta o maior ganho

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de peso se a carcaça não é adequada à indústria; de pouco adianta alta rusticidade se a carne não agrada ao consumidor”, avalia o técnico da Associação. “Temos que pensar o nosso negócio como uma cadeia integrada e onde os resultados devem ser positivos em todas as fases: neste ponto o Angus é completo: oferece maior produtividade ao produtor, carcaças superiores para a indústria e a carne mais saborosa do mundo ao consumidor”. A raça no Oeste do Paraná Na região Oeste do Paraná, a raça Angus esta presente há mais de 20 anos. São criadores que a utilizam em cruzamentos para produção de animais comerciais e exemplares puros, que disponibilizam matrizes e reprodutores que serão multiplicadores dessa genética. Um grupo de 25 pecuaristas de Cascavel a Guarapuava, numa região que abrange mais de 100 municípios, fundaram o Núcleo de Criadores Angus do Oeste do Paraná no ano de 1990. A organização tem como objetivo promover a difusão da raça, que na época já apresentava um crescimento diferenciado com relação às demais. Para o primeiro presidente do Núcleo, José Filippon, a raça crescia de forma natural e espontânea e havia necessidade de organizá-la para desenvolver um trabalho ordenado e eficaz. “Após 10 anos, o Núcleo contabiliza a realização de dias de campo, dezenas de leilões e julgamentos da raça”, relata. Segundo o criador, esse sucesso deste trabalho confirma, ano após ano, que, além de ser uma raça completa, há um avanço que segue para um sentido sem volta. “É a raça que mais cresce no Brasil, porque é a que melhor atende às novas tendências e exigências do mercado”, comemora Filippon.


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[Soja]

Benso 1 RR apresentou melhores produtividades em ensaios da FAPA

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A campo, ela precisa de alguns detalhes para mostrar todo o seu potencial. A Oeste Insumos é exclusiva vendedora das sementes Benso e fomos nós (Oeste Insumos) que iniciamos o trabalho há três safras. Os agrônomos da Oeste Insumos: Henrique Michalak, Douglas Jobim, Thiago Augusto e Helio Giacobbo já estão com o pacote tecnológico em mãos para bem atenderem os produtores. Os interessados devem procurar a Oeste Insumos, uma vez que a disponibilidade é pouca.

pesquisa da FAPA) em três épocas de plantio, em três localidades distintas e em populações de 250.000, 350.000 e 450.000 plantas/ha. Tanto para a média de produtividade em todos os ensaios, como para a produtividade máxima de cada cultivar, a BENSO 1RR apresentou resultados espetaculares, mostrando mais uma vez sua estabilidade produtiva, juntamente com seu elevado potencial genético. A Benso 1 só mostrou o que já imaginávamos. Foi o 1° lugar na FAPA Geral.

os ensaios de “COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO CENTRO SUL DO ESTADO DO PARANÁ, SAFRA 2011/2012”, conduzidos pelo corpo técnico da FAPA (Vitor Spader; Juliano Luiz de Almeida; Everton I. Makuch; Alfred Stoetzer) a cultivar Benso 1RR apresentou as melhores produtividades médias e máximas. Os ensaios foram conduzidos em condições de alta tecnologia (plantio direto, adubação 200 kg/ha de 0025-25 com manejo de pragas e doenças, seguindo as recomendações de

Produtividade máxima das Cultivares Produtividade máxima de cada cultivar em todos os 9 ensaios conduzidos pela FAPA em Entre Rios (Guarapuava-PR, altitude 1100m), Murakami (Guarapuava-PR, altitude 985m) e Pinhão-PR (altitude 875m), nas épocas de 20/10 , 19/11 e 11/12/2011 com populações de 250000, 350000 e 450000 plantas/ha

100

101,1

100,7

96,4

96,3

93,9

92,9

80

92,7

92,8

91,6

90,9

89,2

87,9

87,9

87,7

86,2

84,1

84,0

83,9

83,8

82,9

82,6

82,2

80,2

79,3

78,0

60

40

20

0

0 1 4 2 2 3 2 1 3 R 9 R 3 0 R R R 5 6 R R R P) RR RR 01 01 O R V-TO GIA R A 100 A 101 A 100 A 100 HA R A 101 161R 631 R A 101 ENSO ENSO A 100 A 100 A 100 A 100 110 R A R TER R O1 OLO APA 1 APA 1 URB ( I 7 TIV P IL FAP P P P R P P P P P 6 B B P S NS R P A E A D A A A G A A A A A F E S T A R F F F F F Ú F F F F F F X J B A 9 X X EN OR TM RA N BM ST BM N 105 BMX BM FPS E BR NID SY

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Produtividade média das Cultivares Produtividade média de cada cultivar em todos os 9 ensaios conduzidos pela FAPA em Entre Rios (Guarapuava-PR, altitude 1100m), Murakami (Guarapuava-PR, altitude 985m) e Pinhão-PR (altitude 875m), nas épocas de 20/10 , 19/11 e 11/12/2011 com populações de 250000, 350000 e 450000 plantas/ha

81,6 80

Produtividade sc/ha

70

79,5

79,4

78,5

78,5

77,9

76,4

76,1

75,8

74,9

74,5

74,2

73,2

72,7

71,8

69,6

69,4

69,4 69,1

69,0

68,8

68,8

68,5

68,2

65,3

60 50 40 30 20 10 0

) R 2 3 2 9 3 1 5 1 3 0 0 4 R R R 006 RR RR 1012 RR RR RR RR OP 00 00 01 00 00 01 00 01 00 01 1R AR SO SO 0R 1R O1 VA POLO ITER 16 EN A1 A1 A 1 ERGI A 1 ILHA PA 1 A1 A 1 URBO R(V-T 11 APA 1 APA 1 APA 1 BEN 63 APA 1 7 P P P P P P B 6 S P NS FAPA X ATI A A A A A A A D G F E A S R T N F F F F F F F F F F F JÚ A B N X X OR 59 TM XE BM ST BM N 10 FPS BM ERA BM BR SY NID

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[Cooperativismo ]

Sicredi atinge a marca de

2 milhões de associados E

m apenas cinco anos, o Sicredi registrou um aumento de 100% na base de associados. Atualmente, são 2 milhões de associados, distribuídos em dez estados brasileiros. Neste período, o volume de ativos cresceu de R$ 6,7 bilhões para R$ 26 bilhões, um incremento de 288% de 2006 a 2011. De acordo com o presidente executivo do Sicredi, Ademar Schardong, a meta, estabelecida no Planejamento Estratégico 2011-2015, é fechar 2015 com 3,5 milhões de associados. Para Schardong, esta conquista reflete que, cada vez mais, as pessoas estão descobrindo a força da cooperação. “As cooperativas de crédito têm se firmado no mercado financeiro como um sistema mais inclusivo, participativo e justo, atuando como instrumento de organização econômica da sociedade. A ONU reconheceu essa importância e declarou 2012 o Ano Internacional das Cooperativas”, analisa. A marca de 2 milhões representa, apenas em 2011, um crescimento de 13% na base de associados do Sicredi, cujas movimentações e operações foram responsáveis por um crescimento de 31,3% no crédito total do Sicredi, que atingiu a montante de R$ 14,5 bilhões, em dezembro. Vários produtos disponíveis aos associados obtiveram um incremento recorde, como consórcios, com um volume de crédito 50% superior a 2010 e também 35% a mais de cotas. No crédito rural, o Sicredi concedeu em 2011 mais de R$ 6 bilhões em recursos para produtores rurais. No Sicredi, a utilização de produtos financeiros como conta corrente, cartão de crédito, investimentos, seguros e consórcios, trazem benefícios aos associados, pois os resultados de uma cooperativa de crédito são repassados proporcionalmente ao volume das suas operações e reinvestidos no lugar onde vivem, fortalecendo a economia da região. O Sicredi não é um banco: é um sistema de 115 cooperativas de crédito que tem um banco cooperativo. É diferente das instituições tradicionais em vários aspectos, como a participação dos associados na definição, em assembleias, do futuro do empreendimento.

Ademar Schardong Presidente executivo do Sistema Sicredi

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As cooperativas de crédito têm se firmado no mercado financeiro como um sistema mais inclusivo, participativo e justo...


Mais um contemplado no sorteio do Seguro Residencial do Sicredi

Sobre o Sicredi O Sicredi é um conjunto de 115 cooperativas de crédito, integradas horizontal e verticalmente. A integração horizontal representa a rede de unidades de atendimento (1.150 unidades de atendimento), distribuídas em 10 Estados* - 905 municípios. No processo de integração vertical, as cooperativas estão organizadas em quatro Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo, que controla as empresas específicas que atuam na distribuição de seguros, administração de cartões e de consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br. * Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.

O prêmio de R$ 10 mil saiu para o Sr. Anor Antonio Bet do município de Pinhão/PR

Marcos, Anor, Adilson e Alberto

Aconteceu em Pinhão PR, no dia 09 de maio a entrega do prêmio de R$ 10 mil referente ao sorteio do Seguro Residencial Sicredi. O Sr. Anor Antonio Bet foi um dos contemplados dos sorteios do mês de Abril. Na ocasião, o presidente da cooperativa Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fiorentin, afirmou ser grata satisfação premiar associados através dessa parceria do Sicredi com a companhia Mapfre. “É bom saber que nossos associados podem contar com excelentes produtos e serviços e ainda concorrerem a prêmios como este que estamos entregando hoje”. Além do presidente Adilson, estavam presentes na entrega,o conselheiro de administração, Alberto Fuchs Neto, o assessor do produto seguro, Paulo Rogério Follmann o gerente da unidade de atendimento de Pinhão, Marcos Datsko além da equipe de colaboradores. O Seguro Residencial do Sicredi é um produto diferenciado. Além de excelentes coberturas o segurado participa de sorteios semanais no valor de R$ 10 mil pela Loteria Federal.

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[Leilão ]

38ª Feira de Bezerros de Guarapuava alcançou preço médio recorde

A

38º Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava realizada no dia 6 de maio, no Parque de Exposição Lacerda Werneck, foi um sucesso tanto em qualidade, como preços alcançados e número de animais vendidos. A comercialização movimentou R$ 1,1 milhão. Na tarde de domingo foram vendidas 1172 cabeças de bezerros com cruzas de Charolês, Red Angus, Aberdeen Angus, Canchin, Tabapuã, Nelore, Brahman e Simental, com idades entre 6 a 12 meses. A feira, considerada a melhor do estado, é promovida pelo Núcleo de Criadores de Bezerros de Guarapuava. O Núcleo levou 104 lotes de animais ao Parque, sendo 80 de machos e 24 de fêmeas. O presidente Denilson Baitala disse que a feira superou muito as expectativas. “Os preços foram acima da média e nos surpreenderam. O resultado em termos de qualidade, sem dúvida foi ótimo, principalmente no cruzamento industrial”. Baitala enfatizou que a maioria dos compradores foi da região de Guarapu-

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ava. “Isso é importante para a pecuária daqui. Notamos que quem comprou ano passado também esteve presente esse ano na feira”. De acordo com o presidente, os principais compradores foram Agrícola Estrela, Grupo Reinhofer e Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão – Cooperaliança. O maior vendedor foi o pecuarista Bianor Mendes Caldas. Segundo o proprietário da Gralha Azul Remates, Armando França de Araújo, o evento teve ótimos resultados, já que vendeu 100% do rebanho e principalmente porque apresentou o melhor preço médio geral das feiras já realizadas na região. O preço médio por quilo dos machos foi de R$ 4,12 e as para as fêmeas R$ 3,61. No total foram 906 cabeças de machos e 266 fêmeas vendidas com o preço médio de R$ 1.029,88 para machos e R$ 791,05 para as fêmeas. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, o destaque da feira de

Guarapuava continua sendo a qualidade dos bezerros ofertados. “Essa qualidade é garantida pelos técnicos do Núcleo que realizam a vistoria e formação dos lotes nas propriedades, com garantia de manejo sanitário, como vacinações contra aftosa, carbúnculo e vermífugos realizadas por profissionais qualificados”. Os produtores premiados foram Oswaldo Rodrigues Barbosa (Melhor Lote de Bezerros, Melhor Lote Padrão de Bezerros e Melhor Lote de Bezerras); Rodolpho Tavares Junqueira Botelho (Melhor Lote de Cruzamento Industrial de Bezerros); Márcio Pacheco Marques (Melhor Lote de Novilho Precoce) e Bianor Mendes Caldas (Melhor Lote de Cruzamento Industrial de Bezerras). A feira teve como apoiadores a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Sindicato Rural de Guarapuava e Sociedade Rural de Guarapuava, com patrocínio de Agroboi e Guabiphos Suplemento Mineral. O remate foi coordenado pela Gralha Azul.


Bianor Caldas e Marina Azevedo

Mรกrcio Marques e Denilson Baitala

Oswaldo Rodrigues Barbosa e Rodolpho Luiz W. Botelho

Oswaldo Rodrigues Barbosa e Rodolpho Luiz W. Botelho

Rodolpho Tavares Junqueira Botelho e Johann Zuber

Oswaldo Rodrigues Barbosa e Denilson Baitala

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[Medicina equina]

Curso destacou o uso da ultrassom para diagnóstico em equinos Helena Krüger Barreto

O

Grupo de Estudos em Medicina Equina (GREMEQ) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) promoveu nos dias 04 e 05 de junho, o primeiro curso de Ultrassonografia Clínica em Guarapuava. O evento teve como foco repassar para acadêmicos e veterinários a utilidade da ultrassonografia como uma ferramenta de diagnóstico clínico em equinos e, sobretudo, ensinar a realizar na prática como o equipamento funciona. De acordo com a professora do departamento de Medicina Veterinária, Karen Regina Lemos, o uso da ultrassonografia na clínica ainda não é comum na região, por isso essa foi a abordagem principal. O curso foi ministrado pelo veterinário Prof. Doutor Carlos Eduardo Wayne Nogueira, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ele é coordenador do grupo de pesquisas Clineq e tem mais de 20 anos em experiência em reprodução, clínica médica de equinos e diagnóstico por imagem. Segundo Nogueira, a ideia é incentivar os futuros veterinários a utilizar o

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Karen Regina Lemos e Carlos Eduardo W. Nogueira

ultrassom no dia a dia “A ultrassonografia é usada desde os anos 80 no Brasil e historicamente sempre foi utilizada em reprodução. Muitos colegas têm o aparelho, mas fazem um uso muito limitado”. No primeiro dia, o treinamento iniciou pela parte teórica no período da manhã. À tarde e no segundo dia foram dedicados à prática. Segundo o professor, o aluno só aprenderá se ele mesmo realizar as imagens. “A intenção é que ele pratique muito, e a minha preocupação é ensinar a usarem da forma mais adequada”. Nogueira enfatiza que a ultrasso-

nografia deve ser um item complementar no diagnóstico, pois o profissional precisa ter vivência clínica e saber interpretar as imagens. “O equipamento vai agregar conhecimento e bagagem dele de clínica, mas não é um método de diagnóstico isolado. Aliás, caso não haja conhecimento, a ultrassonografia pode se tornar um complicador, porque se não houver interpretação as imagens enganam”. A acadêmica do 5º ano de Medicina Veterinária, Hanna Carolina Prochno tem interesse de seguir uma especialização em equinos e destaca a importância desse curso em sua formação profissional. “Eu acho fundamental porque estou no último ano e como faço estágios em outros lugares vejo que é necessário esse conhecimento. E como é uma técnica nova, podemos disseminar o nome da Universidade em outros lugares a partir desse conhecimento. Eu quero trabalhar com área locomotora dos cavalos, então para mim foi muito útil. Além disso, é mais um diferencial na Unicentro, pois prestamos atendimentos aqui enquanto muitos levam os animais para Curitiba e Londrina, por exemplo”. Nogueira diz acreditar que esse trabalho refletirá a médio prazo e fará com que mais pessoas estejam capacitadas na área de equinos no país. “O cavalo tem um mercado interessante no Brasil e o setor primário, de uma forma geral, tem se desenvolvido, assim esse tipo de conhecimento terá cada vez mais demanda de profissionais. Além disso, o cavalo tem um valor de mercado e, sobretudo, um valor sentimental”. O I Curso de UItrassonografia foi uma realização da Unicentro, Centro Acadêmico de Medicina Veterinária e Grupo de Estudos de Medicina Equina, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.


[Fiscalização ]

Compra de mudas frutíferas Alex Sandro Schiavini / Rosmari Fátima De Ré Engº Agrônomos Fiscais - DSV-ADAPAR / SEAB Guarapuava

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muda frutífera leva alguns anos para expressar seu potencial de produtividade, e a qualidade da muda é o que determinará a vida útil do pomar. A muda é, na verdade, o alicerce da fruticultura, pois dela depende o sucesso ou o fracasso da produção do pomar. É comum muitos produtores não observarem a qualidade da muda ao comprarem este insumo, muitas vezes adquirirem mudas de vendedores ambulantes, essas sem origem e documentações necessárias, podendo adquirir mudas não adaptadas, com o agravante de serem de baixa qualidade e com a possibilidade de introduzirem na propriedade doenças e pragas que ali não existiam. A etapa mais importante na implantação de um pomar é adquirir mudas de qualidade, pois o contrário disso, o fruticultor sofrerá resultados desastrosos, notados somente depois de algum tempo, acarretando prejuízos irreparáveis, quando terá frutíferas de péssima qualidade e baixa produção.

A SEAB/ADAPAR vem fiscalizando a entrada de mudas frutíferas que entram no Paraná, tanto nas divisas do estado, como interior, a fim de evitar que mudas clandestinas, sem origem definida ou com doenças e pragas sejam disseminados em nossos pomares. Ao adquirir mudas frutíferas de vendedores ambulantes que visitam as propriedades, muitas vezes com preços mais baratos e facilidade de comprar na propriedade, a muda acaba trazendo problemas que em muitos casos não tem solução. Na compra de uma boa muda, alguns cuidados devem ser tomados. • Jamais deve-se adquirir mudas de caminhões e caminhonetes de venda ambulante, pois não há registros de procedência, normalmente apresentando sérios problemas de sanidade; • Comprar sempre de comerciantes estabelecidos, pois terá onde reclamar a compra, caso tenha algum problema; • Toda muda deverá ser identificada com

uma etiqueta, com dados da origem e variedade; • Não apresentar galhos quebrados ou partes lascadas; • Apresentar o corte da porta-enxerto aparado e com plena cicatrização; • Apresentar sistema radicular bem desenvolvido, sem raízes enoveladas, retorcidas ou quebradas.

Principais problemas observados a campo: 1 - Plantio de mudas velhas; 2 - Enovelamento de raízes; 3 - Mudas de baixa qualidade; 4 - Aceitação pelo consumidor de mudas fora do padrão; 5 - Comércio ilegal de mudas; 6 - Problemas de doenças e pragas vindos com as mudas; 7 - Falta de conhecimento da condução do pomar por parte de agricultor.

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[Mulher atual]

Guarapuava tem mais “mulheres atuais” Produtoras rurais finalizaram em junho as aulas do Programa Mulher Atual, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava. O curso iniciou em maio, sob o comando da engenheira agrônoma e instrutora Josiane Lusíada Granneman. Confira fotos de algumas aulas e ações promovidas durante o curso:

Visita aos idosos do SOS

Dia do Desafio

no Parque das Araucárias

Tarde da beleza com profissionais da Racco

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[Tecnologia]

Biogene. Nova estrutura para um novo ciclo de crescimento

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esde o seu nascimento, em Dezembro de 2007, a marca BioGene® conquistou uma crescente e rápida aceitação de seus produtos e serviços, alcançado ótimos resultados e atendendo às necessidades das mais diversas regiões produtoras no Brasil. Hoje, é a marca que mais cresce no mercado brasileiro de milho. Neste ano, a BioGene está vivendo um novo ciclo de crescimento. Com a nítida proposta de acolher as necessidades dos clientes e levar maior valor a toda cadeia de produção de milho, em 2012, seu quadro de representantes comerciais será fortalecido, totalizando 47 representantes. A BioGene contará também com reforço na sua estrutura técnica, gerencial e de logística, em

que cinco novos gerentes e cinco novos coordenadores farão parte desta nova estrutura. Com isso, a BioGene estará ainda mais próxima dos canais de distribuição e dos agricultores, proporcionando, assim, um suporte mais rápido e eficiente. Tecnologia faz parte da origem da BioGene, e nesta safra ela lança no mercado cinco híbridos de milho, totalizando onze produtos em seu portfólio, atendendo os mercados de verão e safrinha. São híbridos com características que vão desde o ciclo e pendoamento superprecoce até híbridos especiais para silagem. Além disso, está investindo em tecnologias que potencializam e aumentam o controle de pragas do milho, como Herculex®I e a combinação Herculex®I

e Roundup Ready®, e opções de Tratamento de Sementes Industrial. Isso faz da BioGene uma marca mais competitiva, oferecendo mais opções para todos os agricultores do Brasil, aliadas ao alto padrão de qualidade de suas sementes. Essa nova estrutura demonstra o compromisso da BioGene em ser uma marca cada vez mais presente no dia a dia do agricultor, ajudando-o a aumentar a produção de grãos e contribuindo para o crescimento da agricultura no Brasil.

BioGene é Marca Registrada da Pioneer Hi-Bred. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® desenvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ® Herculex e o logotipo são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink™ e o logotipo são marcas registradas da Bayer. ®Roundup Ready é marca registrada utilizada sob licença da Monsanto Company. ®

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[Feira agropecuária]

Agosto é mês de Expogua

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e 03 a 12 de agosto será realizada a maior feira agropecuária da região de Guarapuava: a XXXVII Exposição Feira Agropecuária Industrial de Guarapuava (Expogua). O presidente da Sociedade Rural Guarapuava, Johann Zuber Júnior conta algumas das novidades para 2012. “Neste ano o estande da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig) foi ampliado e terá a infra-estrutura melhorada. Em relação aos rodeios, a arena também foi aumentada, já que esperamos um público entre 120 a 140 mil pagantes”. Zuber também anuncia que os espaços comerciais externos já estão praticamente todos vendidos, restando apenas três estandes para comercialização. Ele enfatiza que a Sociedade Rural de Guarapuava, promotora do evento, tem como objetivo “realizar uma feira que além de movimentar a economia da região, seja um ponto de encontro para discussões, troca de ideias, muito aprendizado e é claro realização de muitos negócios para a classe produtora rural. Queremos fazer da Expogua um espaço onde o produtor encontre o que há de melhor em tecnologia e informação sobre agropecuária. E que também facilite a comercialização de máquinas agrícolas, já que agosto é uma época boa para que o agricultor invista em novos maquinários”, observa. A Feira terá em 2012 diversas atividades, entre elas onze leilões com animais das raças Charolês, Canchin, Angus, Caracu, Braford, Hereford, Brahman, Nelore, Holandês e Jersey; palestras relacionadas à pecuária leiteira; exposição dos mais diversos maquinários agrícolas, automóveis, e julgamentos de animais, com avaliação genética do rebanho da região. Rodeios crioulos, praça de alimentação, shows com atrações variadas e parque de diversões também farão parte da programação da Expogua. Estão previstos três shows com atrações nacionais para os dias 3, 7 e 8 de agosto. Nos demais dias haverá apresentações de artistas da cidade. O rodeio acontecerá nos dias 9, 10, 11 e 12 de agosto. O presidente da Sociedade Rural destaca a importância da realização da

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feira para a cidade e que pretende a cada ano melhorar o evento, salientando a vinda de atrações artísticas de renome para Guarapuava. “Definimos shows variados, para os mais diversos públicos: adulto, adolescente, jovem e infantil”.

Shows

O primeiro show da Expogua será o de Milionário e José Rico, na sexta-feira, dia 3, às 22 horas; no sábado, 04, a atração infantil Patati Patatá se apresentará às 17 horas e logo em seguida, às 20 horas a dupla guarapuavana Dinei & Alex. No domingo, o show regional Dian & Deniam também se apresentará às 20h no palco da Expogua. E na segunda-feira, dia 06, três atrações irão animar a noite, Danniel Chaia, Contemplação, Thiago Mello e Kleber Viola. Na terça-feira, dia 7, show gospel com Thalles Roberto, e na quarta-feira, o grande show de Luan Santana, às 22 horas. A partir de quinta feira serão realizados rodeios com duplas da região.

Segunda-feira – R$ 2,00

Nos anos anteriores, a entrada da segunda-feira era um quilo de alimento não-perecível. “Este ano, na segunda-feira, dia 06, será cobrada entrada única de R$ 2,00. Zuber explica a alteração: “todo o dinheiro arrecadado será destinado para as mesmas instituições sociais. Assim, cada entidade terá liberdade para utilizar a verba para

Johann Zuber Júnior

suas prioridades. Isso vai facilitar também na logística da divisão da arrecadação”.

Rodeios

Na programação de rodeios, Zuber diz que a intenção em 2012 é melhorar a qualidade. “Os guarapuavanos adoram rodeios e essa é uma das principais atrações da feira, por isso para este ano decidimos quase duplicar a arena e trazer peões melhores”.

Leilões e Entrada de Animais

A entrada e saída dos animais do 1º turno será nos dias 01 e 02 de agosto, com saída no dia 06 de agosto. O 2º turno terá entrada nos dias 07 e 08 e saída no dia 13 de agosto. Zuber comenta a importância de dar visibilidade à pecuária de qualidade produzida na região. “Em termos de animais, o Charolês é muito forte na região. O Angus também vem se destacando, principalmente com a recente certificação da carne em parceira com a Cooperaliança, motivo de muito orgulho para todos nós”. lões Confira a agenda de lei 61. a gin pá da Expogua na

19ª ExpoBrasil de Charolês O Núcleo de Criadores de Charolês de Guarapuava realizará a 19ª ExpoBrasil de Charolês dentro da programação da 37ª Exposição Feira Agroindustrial de Guarapuava. Segundo o diretor do Núcleo, Josef Pfann Filho, o charolês vai participar do 2º turno da Expogua. O julgamento de classificação será no dia 11 de agosto, a partir das 10 horas e o 19º Leilão ExpoBrasil será no domingo, às 14 horas. “No domingo haverá a comercialização de machos e fêmeas, com a presença de touros rústicos, de argola e principalmente cruzamento industrial”. Pfann Filho diz que a união dos eventos fortalece ambos. “Além disso, temos percebido que a comercialização de touros é melhor dentro da Expogua. Também traz mais visibilidade à raça. A feira é um momento de troca de experiências, as pessoas conseguem avaliar os animais, a genética e quais são as linhagens que tem produzido um desempenho melhor”, comenta.


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[Programa de Desenvolvimento Florestal]

Curso abordou gestão florestal e processo produtivo de mudas florestais

N

o dia 15 de maio foi promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava o segundo módulo do Programa de Desenvolvimento Florestal. O treinamento começou com a parte teórica às 8 horas, com os engenheiros agrônomos Pedro Francio Filho e Henrique Lopes Moino, que falaram sobre os temas de gestão florestal; qualidade e produção de mudas florestais e cultivo de nozes pecã. No período da tarde, os participantes realizaram uma visita ao Viveiro de Mudas da Golden Tree Reflorestadora, com o objetivo de conhecer todo o processo produtivo de mudas de pinus e eucalipto. Neste módulo, Moino enfatizou a importância do produtor se preocupar com a gestão do empreendimento agroflorestal e, também, explanou sobre o cenário da silvicultura no Brasil e no mundo. “O produtor precisa encarar a sua propriedade como se fosse uma empresa, precisará ter mais atenção no que diz respeito a dinheiro, mão de obra, aspectos físicos e estruturais”. O produtor rural Hermann Josef Scherer conta que a partir do curso vislumbrou uma oportunidade de aproveitar as áreas que estão sem rendimento na propriedade, gerando diversificação. “Estou gostando muito do programa, é

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uma bela oportunidade que recebemos via Sindicato. É uma opção interessante, que nos faz aproveitar o que não era utilizado”. Scherer diz estar decidido a investir em floresta para adquirir resultados financeiros a médio e longo prazo. “A gente brinca lá em casa que a cada ano que atrasar o nosso projeto de floresta, a aposentadoria atrasa também”. Francio Filho explicou que para se conseguir bons resultados no empreendimento florestal é importante escolher o melhor ambiente para se explorar o potencial genético das mudas para alcançar maiores produtividades. “É fundamental trabalhar a silvicultura aplicada, que vai desde o planejamento da área até a colheita da floresta. E dentro

desse processo, a produção de mudas é fundamental. A genética do pinus e eucalipto utilizada no país é uma das mais evoluídas do mundo”. O agrônomo também destacou a importância da visita prática ao Viveiro. “Foi fantástico o produtor conhecer o procedimento completo, desde a semeadura até a expedição de mudas a campo”. A gerente do Viveiro da Golden Tree, Ana Vanessa Pepinski enfatizou que a qualidade das mudas é decisiva para se produzir uma floresta com altas produtividades. “A muda é que vai dizer se o investimento vai ter um bom resultado ou não. É importantíssimo o produtor saber identificar uma muda com procedência e qualidade”.


Henrique L. Moino

Pedro Francio Filho

O produtor Mario Bilek, que já tem experiência em reflorestamento, conta que é terceira vez que participa do Programa de Desenvolvimento Florestal e acha essencial para quem pretende plantar florestas ou se aprofundar no assunto. “Os cursos do Sindicato são muito esclarecedores e faz com que possamos produzir melhor”. São parceiros do programa coordenado pelo Sindicato Rural de Guarapuava: Cooperativa Agrária, Syngenta, Golden Tree Reflorestadora, Reflorestadora Schram, Santa Maria Cia. de Papel e Celulose, Fertilizantes Heringer, Unicentro, Zico Motosseras e Viveiros Pitol.

Hermann Scherer

Mário Bilek

Rodolpho W. Botelho

Patrocinadores e produtores que receberam brindes durante a palestra

(42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br


[Noz Pecã ]

Viveiros Pitol oferece assistência técnica em Guarapuava A assessoria é oferecida pelo engenheiro florestal Filemon Mokochinski

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partir de agora, devido ao grande interesse de produtores rurais da região de Guarapuava pelo cultivo da noz pecã, a empresa Viveiros Pitol, de Anta Gorda/RS, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, oferece aos produtores rurais uma assistência técnica com o engenheiro florestal Filemon Mokochinski, que tem como objetivo auxiliar na implantação da cultura. O engenheiro, formado pela Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), esteve em Anta Gorda nos dias 04 e 05 de junho, participando de uma capacitação sobre o plantio para conhecer a realidade dos produtores da região. “Estive no Rio Grande do Sul e fiz esse treinamento que teve como objetivo trazer informações à respeito da nogueira pecã. Também visitei os produtores rurais da região para tirar as dúvidas a respeito da produção, custos, lucratividade, pragas e doenças”. Mokochinski destaca as vantagens no plantio da noz pecã. “A cultura da nogueira pecã é uma excelente alternativa de renda para a propriedade rural, com

grande resistência às pragas e doenças, baixa utilização de mão-de-obra, alta taxa de rentabilidade e com mercado garantido e em expansão. O cultivo adapta-se perfeitamente a nossa região, podendo até mesmo ser plantada em áreas de Reserva Legal, intercalada com árvores nativas. Outra opção é o sistema silvipastoril, ou seja, a criação de ovelhas juntamente com as árvores”, explica. Com essa parceria, a empresa Viveiros Pitol tem intenção de realizar um acompanhamento técnico para os produtores que adquirem as mudas, para que eles obtenham o máximo de produtividade da noz pecã. “Existem muitas dúvidas entre os produtores referentes a noz pecã e eu estarei a disposição, fazendo essa ponte entre o produtor e a empresa. Com o contato direto com os produtores de nogueira, pude perceber as vantagens do plantio. Em algumas áreas que não estavam sendo usadas na propriedade os produtores plantaram a nogueira e consorciaram com ovelhas que mantém a área limpa”. Mokochinski visitou três proprieda-

Filemon Mokochinski - Engº Florestal

des de pequenos produtores. “Eles diversificaram, dizem estar muito satisfeitos com a nogueira e pretendem aumentar a área. Todos disseram que a cultura foi vantajosa, gera lucro anual e ainda se tem a possibilidade de criar ovelhas”. O engenheiro visitou também a agroindústria, tendo contato assim com o beneficiamento do produto. “Eu pude ver árvores com mais de 40 anos que ainda não tinham sido abatidas e estavam bem carregadas, o que demonstra a excelente produção da nogueira. Visitei pomares de 5 anos com árvores que já tinham produzido cerca de 9 kg cada, o que representa um início de produção muito satisfatório”, esclarece. O cultivo da noz Segundo Mokochinski, a nogueira pecã oferece ainda que plantada em uma pequena área uma boa rentabilidade ao produtor. As melhores épocas para o plantio da noz são os meses de julho e agosto, portanto os produtores que se interessam na cultura ainda podem implantá-la esse ano. Se o plantio for realizado em um

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hectare de terra, em um espaçamento de 12 m x 12 m, se terá cerca de 70 pés. Nos primeiros quatro a cinco anos, a árvore começa a produzir e em 10 anos atinge a média de 50 kg ao pé. O preço do quilo de noz está cotado hoje em média de R$5,00 a R$ 6,00 com compra garantida, pois somente 2% do consumo interno é produzido no Brasil, o restante é importado de países como Chile e Argentina. “A produção só aumenta com o passar dos anos e não há necessidade de se realizar reforma do pomar, pois existem nogueiras com mais de 50 anos produzindo no Rio Grande do Sul”, conta. A muda do Viveiros Pitol custa R$30,00 a unidade e não será cobrado frete até Guarapuava para pedidos feitos através do Sindicato Rural de Guarapuava ou do engenheiro florestal. O custo de implantação de um hectare, incluindo mudas, adubo, controle de formiga, mão-de-obra e preparo do solo gira em torno de 3 mil reais e a assistência técnica será fornecida pelo Viveiro Pitol, sem custo nenhum aos produtores. “O custo de implantação de nogueira é semelhante ao do eucalipto, porém o reflorestamento somente gera

Filemon em Anta Gorda

uma receita com o corte raso e a nogueira gera renda anual que aumenta com o passar dos anos. Pode-se dizer que em 10 anos um hectare de nogueira irá render, em média, cerca de 18 mil reais ao ano”, explica o engenheiro. Mokochinski enfatiza que a palavra de ordem hoje no meio rural é diversificação, principalmente para pequenos e médios produtores que não podem basear sua propriedade em apenas uma cultura. “Ao introduzir a nogueira pecã dentro da propriedade mesmo que em pequena escala, em poucos anos irá aumentar sua renda e gerar lucro em áreas

que não eram aproveitadas”. As mudas já estão prontas para o plantio e ainda podem ser adquiridas. O produtor rural que tiver interesse na cultura e quiser receber mais informações deve entrar em contato com o Engenheiro Florestal Filemom Mokochinski pelo telefone (42) 9907-6666 ou via e-mail filemom@florestal.eng.br Além disso, o Sindicato Rural de Guarapuava possui uma comissão técnica formada por produtores rurais interessados na cultura. Outras informações e pedido de mudas pelo telefone 423623-1115.

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[Clima ]

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses Luiz Renato Lazinski Meteorologista - INMET/MAPA

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om o enfraquecimento do fenômeno climático “La Niña”, observamos uma melhor distribuição das precipitações ocorridas no decorrer de maio, na maior parte do centro-sul do Brasil. As precipitações ainda continuaram apresentando uma distribuição um pouco irregular, mas os volumes têm aumentado gradativamente nos últimos dois meses, melhorando muito as condições de umidade no solo, favorecendo assim, o bom desenvolvimento das lavouras. Somente no sul de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as precipitações ainda continuaram muito irregulares e abaixo da média. No Paraná, as precipitações ficaram entre a média, na região centro-sul e ligeiramente acima da média no oeste do estado. As temperaturas ficaram um pouco abaixo da média na maior parte do centro-sul do Brasil. Apesar de não terem ocorrido geadas nas áreas de milho safrinha do Paraná, foram observadas quedas acentuadas de temperaturas, no decorrer de maio, devido a entrada de massas de ar frio de forte intensidade. O fenômeno climático “La Niña” ainda persiste, mas com fraca intensidade. A temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial mais ao leste, se mantiveram mais aquecidas que o normal, próximo a costa da América do Sul, na região central do Pacífico as águas superficiais apresentaram valores de temperatura dentro do normal, seguindo um padrão de declínio do “La Niña”, em transição para uma situação de neutralidade climática. Ainda persistem pequenas áreas com águas mais frias a oeste do Oceano Pacífico Equatorial, as quais vêm diminuindo gradativamente nos últimos meses, como podemos observar na figura 01.

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Os prognósticos dos modelos climáticos globais, mantém a tendência dos últimos meses, sinalizando para uma situação de neutralidade climática (nem La Niña e nem El Niño), no decorrer do outono, esta tendência pode ser observada na figura 02. A previsão para os próximos meses para o centro-sul do Brasil, baseada nas informações dos modelos climáticos, indicam que as precipitações ainda continuam com uma distribuição um pouco irregular. Apesar desta pequena irregularidade na distribuição das chuvas, os volumes voltam gradativamente aos valores médios observados para a época do ano e o intervalo entre uma chuva e outra tende a diminuir, no decorrer dos próximos meses. Com isto, umidade no solo não deve apresentar deficiência hídrica, voltando às condições normais no decorrer dos próximos meses, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras. Quanto às temperaturas, continuamos ressaltando que o outono é uma estação de transição (entre o calor do verão e frio do inverno), e normalmente apresenta maior amplitude térmica, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas

de temperatura, devido a incursões de massas de ar frio, que chegam com maior intensidade, à medida que nos aproximamos do inverno. Com isto, o risco de ocorrência de geada aumenta significativamente, em todas as regiões do Paraná, principalmente no centro-sul.

Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, semana de 20.05.2012 a 26.05.2012. (Fonte: CPC/NOAA).

Figura 02 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar. (fonte: CPC/NOAA).


[Homenagem ]

Fazenda Vista Alegre, 40 anos Tiago Bastos, engenheiro agrônomo tiago@canchimtaruma.com.br

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om um rebanho de mais de 200 milhões de bovinos, o Brasil se destaca como o maior rebanho comercial do mundo. Além disso, é o segundo maior produtor e o segundo maior exportador de carne bovina. Desse rebanho, a maior parte é formada por animais de raças zebuínas (Bos indicus), sendo o Nelore o seu principal representante. Em geral, esses animais têm como características a rusticidade, a resistência a parasitas e ao calor. Tiveram sua seleção baseada principalmente em características funcionais, tais como, pigmentação escura, pêlo curto, pelagem clara, aprumos e cascos mais corrigidos. Com o objetivo de melhoria de características ligadas à produção, houve a necessidade de introdução de animais de raças europeias (Bos taurus). Estas têm em relação às zebuínas vantagens nas características diretamente ligadas à produção e qualidade

de carne, como melhor qualidade de carcaça, melhor cobertura e deposição de gordura, maior ganho de peso e precocidade. O objetivo das raças sintéticas é da complementaridade dessas características. Ou seja, ter um animal que reúna superioridade produtiva e funcionalidade. Essa ferramenta vem ganhando cada vez mais adeptos, permitindo a produção de uma carne mais nobre em ambientes mais rústicos. Sem contar, é claro, com o ganho da heterose (ganho genético decorrente de combinação de características extremas entre raças). A criação da raça Canchim teve início na década de 40, por intermédio do pesquisador Dr. Antônio Teixeira Viana. Depois de cruzamentos alternados entre diferentes graus de sangue de diferentes raças europeias e indianas, chegou-se ao que apresentava melhor produtividade,

precocidade e uniformidade, os 5/8 Charolês e 3/8 Zebu-Nelore. Este grau de sangue originou em 1953 os primeiros animais tipo Canchim. Em 1971, fundou-se a Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN), e em novembro de 1972, o então Ministro da Agricultura, Prof. Luis Fernando Cirne Lima, registrou o primeiro exemplar Canchim, iniciando assim o registro genealógico. Na mesma época, em agosto de 1972, Edson Bastos adquiriu 2 touros e 8 novilhas da estação do IPEAME em São Carlos, atual Embrapa, iniciando o criatório Fazenda Vista Alegre, na localidade da Santa Clara, hoje pertencente ao município de Candói. Iniciou-se então, uma série de cruzamentos absorventes em fêmeas azebuadas. Atingindo animais dos grupos A (meio sangue), grupo T (3/4 Canchim) e V (7/8 Canchim). Esses primeiros animais do grupo A produ-

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METODOLOGIA DE SELEÇÃO

Edson Rodrigues Edson Rodriguesde deBastos Bastos

zidos na Fazenda Vista Alegre foram também os 21 primeiros registrados na ABCCAN em todo Brasil. Nos anos posteriores, o trabalho de melhoramento genético seguiu de acordo com o que propunha a Embrapa, o Ministério e a ABCCAN, o desenvolvimento do Canchim, raça que contribuiu para evolução da pecuária nacional. Como o resultado era animador, o objetivo passou a ser criar um rebanho formado somente por animais puros, registrados e controlados. Sempre buscando um gado altamente produtivo e funcional. Com o passar dos tempos, a procura por animais da Fazenda Vista Alegre aumentou. Logo o trabalho focou na produção de touros rústicos a campo para atender principalmente a demanda da pecuária comercial de corte. Os animais que se destacaram destinaram-se a outros criatórios da raça. Ao longo dessas quatro décadas, foram comercializados animais para diversas regiões do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraguai. Considerando que esses touros e fêmeas já tiveram inúmeros descendentes, podemos crer que foi atingido o objetivo de produzir uma genética que contribuísse minimamente para o melhoramento da pecuária nacional. E isto é extremamente recompensador.

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É baseada em três principais ferramentas: avaliação morfológica, banco de dados internos e utilização do DEP (diferença esperada na progênie). A avaliação morfológica, baseada no fenótipo dos animais, é a mais tradicional e rápida forma para definição de cruzamentos e seleção. Apesar de indispensável no programa de melhoramento, este método não consegue mensurar o quanto do fenótipo está sendo influenciado por fatores como ambiente, herdabilidade, efeito materno e interação gênica. O banco interno de dados do criatório permite analisar o histórico de produção de todos os animais envolvidos no melhoramento. Por exemplo, imaginando que determinada matriz, apesar de ter uma boa conformação frigorífica e umbigo corrigido, produz ao longo dos anos bezerros sem acabamento de gordura e “umbigudos’’. Logo, essa matriz deve ser acasalada com um touro que tenha em seu histórico de produção bezerros com essas características corrigidas. Utilizando só o método de avaliação morfológica, este problema não seria detectado. O DEP é uma previsão da capacidade de um animal transmitir para sua descendência genes que afetarão o desempenho de determinada característica. Por exemplo, um touro A possui uma DEP de +15 kg relativa ao peso de desmama e um touro B DEP de +5 kg para mesma característica. Se os dois

Tiago Bastos

touros forem colocados na mesma vacada a média de peso dos bezerros A deve ser 10 kg maior que a do touro B. Isto se deve ao mérito genético maior do touro A, conhecido através do banco de dados com informações suas e de seus parentes. Os criadores de Canchim contam com o Programa Embrapa Geneplus, que é alimentado com dados enviados à associação contendo o histórico produtivo de todos os animais. Dessa forma, o DEP calculado tem maior acurácia, o que permite ter maior segurança ao utilizar as informações para acasalamento. Da mesma forma que quando um produtor compra sementes de milho, tem a garantia do material genético ali contido, quando se coloca um touro no mercado com comprovado mérito genético, se tem maior segurança que este virá a acrescentar características favoráveis ao rebanho. Essa é a principal diferença entre um touro advindo de um trabalho de melhoramento genético e um touro comum com aparente superioridade. O melhoramento genético trabalhado na Fazenda Vista Alegre é baseado na avaliação dessas características: - Peso ao nascimento, ao desmame, aos 12, 18 e 24 meses, e por consequência o ganho de peso; - Conformação Frigorífica: produção de carcaças modernas que venham atender a demanda do mercado; - Capacidade Sexual: através principal-


mente da circunferência escrotal nos machos e feminilidade nas novilhas; - Aprumos: animais mal aprumados são descartados, pois têm dificuldade em andar. Touros com este problema tendem a deixar passar cio de vacas e por consequência produzir menos bezerros. - Pigmentação: animais com mucosa cinza ou bronze e cascos mais escuros são em geral mais resistentes ao

clima, à topografia e a parasitas; - Pêlo: quanto mais curto menor a incidência de carrapatos, bernes e demais parasitas; - Pelagem: cores claras, variando em creme claro (branco), creme escuro (baio) e creme acinzentado (fumaça), possibilitando maior dissipação de calor e menos incidência de parasitas; - Temperamento dócil;

- Estrutura corpórea equilibrada: procuram-se animais com a relação entre a profundidade torácica e comprimento de pernas de 1:1. Relação maior que essa (pernas curtas) indica animais pouco funcionais, pois vão ter dificuldade para andar. Menor que essa (pernas longas) caracteriza animais com carcaças menos modernas, provavelmente com menor conversão alimentar.

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[Sindicato Rural do Pinhão]

Casal investe na produção de HF Helena Krüger Barreto

Produtores do interior de Pinhão investem na produção de hortifruticultura (HF) com qualidade

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érgio Brusamarello e Marilene Caragnatto Brusamarello são olericultores familiares no munícipio de Pinhão. O casal que há anos se dedicava ao cultivo de soja, milho, trigo entre outras culturas, enfrentou quebra de produção e decidiu investir em outra atividade. Marilene conta que eles precisaram encontrar uma forma de fazer com que a pequena terra com cinco alqueires rendesse. Com muita persistência, hoje os produtores resolveram se focar na produção de hortaliças e se destacam no município vendendo produtos de ótima qualidade, atendendo a demanda da região. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater de Pinhão, Nilo Bragagnolo o casal se sobressai na produção das mais diversas hortaliças. “Eu acredito que eles sejam um dos produtores de mais destaque em olericultura aqui do Pinhão. Isso se deve a busca por novas alternativas e informações”. Há um ano, Brusamarello decidiu investir no cultivo do tomate como mais uma forma de diversificar a produção e promover a rotação de culturas. “A nossa primeira safra foi um sucesso. Plantamos 8 mil pés e deu muito bem. Além de vendermos na cidade veio gente de fora para comprar. Disseram que os nossos tomates eram os melhores em sabor e qualidade da região. Foi muito melhor que o esperado. Produzimos tomates de quase 1 kg, era a coisa mais linda”, conta Marilene . A produtora explica que os fatores responsáveis pelos bons resultados na safra do tomate foram a atenção no manejo, a irrigação por gotejamento, mudas

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de qualidade e, é claro, muito trabalho. “A terra é boa, adubo foi bem colocado e a muda que veio de Prudentópolis fez a diferença. Mas é preciso muito cuidado para não pestear, fazer a poda correta. Muita gente perdeu tomates no final do ano, porque não tinha mão de obra”. O casal também plantou alguns tomates em estufa e percebeu a diferença. Para a próxima safra, vão investir em uma estufa de biogás, que utiliza dejetos de animais para aquecer o ambiente. O engenheiro Bragagnolo será o responsável por auxiliar na implantação da estufa. “Eu fiz o projeto para eles e tenho certeza que vai dar tudo certo. Eles são produtores que têm iniciativa e sempre estão procurando formas de melhorar e aumentar a renda. Agora com a estufa, que é um financiamento em parceria com o Sebrae e a Emater, o produtor vai conseguir um preço bem melhor no mercado. É importante ressaltar também o papel e o auxílio da Cooperativa Mista de Produção Agropecuária e Extrativista das Famílias Trabalhadoras Rurais de Pinhão, a Cooperafatrup, nesse incentivo para implantação da estufa, já que ela vai adquirir os insumos e depois revender por um preço

Edson Rodrigues de Bastos Marilene Caragnatto Brusamarello

bem mais em conta para os pequenos agricultores”. Sérgio e Marilene, além do tomate, produzem muitas outras olerícolas. “Temos em cinco alqueires repolho, brócolis, couve flor, alface lisa e americana, escarola, salsinha, pimentão, cebolinha, entre outros, e sempre buscamos ir modificando o lugar onde plantamos cada uma, já que segundo os técnicos é importante fazer essa rotação. Hoje para o pequeno produtor é importante que se foque em uma atividade e com isso estamos indo bem”, conta Marilene.


Madeira protegida

em um local ventilado. Eu fiz um curso de capacitação e sou o primeiro do município a oferecer esse serviço. No início foi para consumo próprio, mas agora já há bastante procura, No momento estou fazendo cercas sobre encomenda para confinamento”. Oliveira é empreendedor e busca cada vez mais se aperfeiçoar na comercialização e beneficiamento da madeira. “Eu corri atrás de alguns cursos, inclusive no Sindicato Rural de Pinhão, por meio do Senar. Entendo que o bom é agregar dinheiro em uma atividade e com o tratamento faço com que o eucalipto valorize muito. Tenho projetos em relação ao pinus, que pretendo explorar até a resina, o que trará uma rentabilidade de R$ 12 a 15 a mais por árvore. Também espero montar uma espécie de serraria para beneficiar, industrializar e vender, o que seria mais uma maneira de produzir dinheiro”, explica o produtor.

O empreendedor Denilson Oliveira inova sua atividade em Pinhão com o tratamento em autoclave, que prolonga a vida útil do eucalipto.

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importância de se agregar valor à matéria-prima hoje é essencial para qualquer empreendimento. E quando se fala em reflorestamento não é diferente. Há um ano no município do Pinhão, o empresário Denilson José Oliveira decidiu se especializar na atividade e valorizar a madeira com os tratamentos em autoclave. Ele tem experiência no cultivo de florestas há mais de oito anos, aproximadamente cinco alqueires de pinus plantados e dez de eucalipto em sua propriedade. Além do reflorestamento, Oliveira também possui um viveiro onde comercializa mudas de pinus, eucalipto, erva mate e entre outros. O produtor conta que investe não só em sua fazenda, mas que também incentiva outros pequenos produtores a iniciar na atividade madeireira. “Faz muitos anos que trabalho com floresta. Acredito que a mata nativa precisa ser preservada. Essa questão do meio ambiente está muito em voga, então vejo como uma atividade promissora. Vale a pena, mas precisa de de-

dicação porque ainda que apresente um risco menor que a lavoura, há perigo de intempéries climáticas. Não tenho dúvida que o cultivo de florestas é viável e você tira o dinheiro corrigido com um bom índice no futuro”, comenta. A nova atividade de Oliveira já está lhe rendendo bons resultados. O tratamento que consiste em utilizar a tecnologia de autoclave é muito simples e faz com que valorize o recurso florestal. O método substitui a seiva da árvore por um processo de vácuo-pressão, que insere um produto químico chamado de CCA (solução de Cobre, Cromo e Arsênio). Ele penetra nas fibras da madeira e revestido com cobre tem ação fungicida; cromo, ação fixadora e arsênio, ação inseticida. Essa aplicação tem como objetivo, segundo Oliveira, proteger a madeira de insetos como cupins, brocas e fungos, além de aumentar a durabilidade em até cinco vezes. “A madeira deve ser colocada em pé, em cima de bujões com a solução que fica durante sete dias, depois a madeira é virada de ponta cabeça por mais três dias

Edson Rodrigues de Bastos Denilson José Oliveira e Fernando Lucht

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[Notas ]

Cartórios não podem mais exigir Averbação da Reserva Legal O Corregedor da Justiça, Desembargador Lauro Augusto Fabrício de Melo uma vez mais decidiu, diante do novo Código Florestal, a suspensão das exigências previstas no Código de Normas para a averbação da Reserva Legal de propriedades rurais, em Cartórios. Isso significa que o produtor, em caso de transação imobiliária (desmembramento, remembramento, alienação, partilha, etc), não necessitará mais apresentar certidão negativa do IAP. Isso, porém, não elimina as eventu-

ais multas aplicadas pelos órgãos ambientais, cuja liquidação é necessária, inclusive para financiamento da produção. Ou seja, não se trata da certidão negativa de débitos. Além disso, ficou mantida decisão anterior pela qual o IAP não poderá exigir a Reserva Legal para fins de Licenciamento Ambiental. Os Cartórios de Registro de Imóveis de todo o Estado estão sendo alertados sobre essa decisão da Corregedoria.

A questão da exigência da averbação da Reserva Legal nas transações imobiliárias rurais vinha sendo sucessivamente prorrogada pela Corregedoria da Justiça. Agora, diante do novo Código Florestal (mesmo que venha a sofrer alterações no Congresso Nacional) tal exigência será cumprida através do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem o prazo de um ano contado a partir da publicação da lei 12.651 (o novo Código) - 25.05.2012 para ser implementado. FONTE: FAEP

Febre aftosa Balanço da vacinação O Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Paraná (SEAB) já realizou uma prévia do índice de vacinação contra a febre aftosa na região. Em Guarapuava o índice é de 97% dos animais vacinados, e em Candói e Cantagalo 93%. A médica veterinária da SEAB Guarapuava, Márcia Maria Zago, observa que a cada ano de campanha há um acréscimo nos índices. “Hoje há uma consciência entre os produtores acerca da vacinação”. Ela ressalta a importância do produtor manter atualizado o cadastro pessoal e da propriedade na SEAB.

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Curiosidade Sem preconceito O produtor rural Marcos Bianco dedica-se à criação de ovinos há mais de 25 anos. Ele conta que no mês de abril uma ovelha teve parto duplo com um dos carneiros com a pelagem preta e outro com a pelagem branca, o que surpreendeu o criador. “Achei interessante por causa do choque, não que seja extremamente raro, mas eu nunca tinha visto. Aqui na propriedade, foi a primeira vez. Os carneirinhos devem ter puxado a mãe, já que o carneiro é Texel puro e a ovelha é mestiça da raça. Eu achei muito bacana”, conta Bianco. O criador diz que a propriedade Recanto Feliz, onde cria os animais, veio de herança do avô, que já tinha tradição em criar ovelhas. “Estamos querendo aprimorar a criação de carneiros para chegar a um patamar muito bom”. Além das 180 cabeças de ovinos, ele também tem lavoura com hortaliças e vacas de leite, mas para consumo próprio.


[Armazenagem de grãos]

Retorno financeiro para unidade armazenadora de cereais Em qualquer investimento o cálculo do retorno financeiro é de suma importância. A unidade armazenadora tem suas necessidades de instalação diretamente relacionada à logística. O Brasil tem potencial produtivo ainda longe de ser totalmente explorado. Nossos desafios logísticos são da mesma ordem do “gigante pela própria natureza”. Para uma decisão de investimento o valor de uma unidade armazenadora demanda um recurso inicialmente relevante na atividade, tanto do produtor rural, cerealista, cooperativa e demais investidores. E para isto, desenvolvemos ferramentas que auxiliam na tomada de decisão. Vamos, sucintamente, elencar elementos importantes nesta etapa: o INVESTIMENTO dividido pela soma das RECEITAS, menos as DESPESAS OPERACIONAIS. O resultado determina o PayBack, ou seja, tempo do retorno do investimento.

RECEITAS 1 - RECEITA COMERCIAL: Contando com o cereal (inverno, verão, safrinha), como moeda na unidade, a comercialização direta rende resultados. A comercia-

lização depende da capacidade financeira do investidor, mas normalmente para o cálculo desta receita determinamos a comercialização em três momentos: pré-safra, safra e pós-safra. 2 - RECEITA COM ARMAZENAGEM PRÓPRIA: Neste item, elencamos os descontos com armazenagem, secagem, quebrado, impureza, ardido e outros. 3 - RECEITA COM FRETE: Neste item, a relevância prevalece na seguinte ordem: diferencial de valor do frete na safra e pós-safra, frete das impurezas e umidade do cereal.

DESPESAS 4 - DESPESAS OPERACIONAIS: As despesas seguem nesta ordem de relevância: energia elétrica, energia térmica e funcionários.

INVESTIMENTO 5 - INVESTIMENTO: O investimento se dá em equipa-

Engº. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda.

mento mecânico, construção civil, instalação elétrica e balança rodoviária. Todos estes itens devem ser submetidos à depreciação no cálculo.

CÁLCULO 6 - INVESTIMENTO / (RECEITA – DESPESAS): Esta é a relação que determina o tempo (em anos) necessários para o retorno do investimento. Normalmente, abaixo do período do financiamento, que se apresenta com taxas muito atrativas. O descrito aqui baseia-se em uma planilha excel especialmente desenvolvida para este cálculo. Essa é a época do ano mais propicia para fazer uma simulação, pois a instalação demanda seu tempo. Normalmente, antes do período da safra de verão. Nesta etapa de definições, a experiência do profissional normalmente ligado ao fabricante de equipamentos é fundamental para um bom projeto, com retorno garantido.

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[Fertilizante]

Tecnologia TOP-PHOS supera expectativas

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aior produtora mundial de fertilizantes específicos, a TIMAC Agro reuniu no dia 1º de junho de 2012, produtores rurais de Guarapuava/PR, para apresentar os resultados regionais do Projeto Agri Challenge, que tem como objetivo avaliar na prática e em escala, o desempenho da tecnologia TOP-PHOS, que está revolucionando os conceitos de adubação com fósforo. O projeto iniciou há dois anos, nos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, em parceria com a Cooperativa C. Vale, com liderança do chefe de produtos Alex Bruch. Durante o Agri Challenge foram realizados Dias de Campo, com acompanhamento do “plantio a colheita” com 49 produtores cadastrados, totalizando 52 mil hectares. Segundo o chefe de produtos Alex Bruch, “este foi o primeiro ano de avaliação em grandes áreas com TOP-PHOS e os resultados foram surpreendentes”. O produtor rural do município de Turvo/PR, Otto Roberto Rickli, utilizou o fertilizante TOP-PHOS em 4,5 alqueires, na Fazenda Rímel e obteve 11 sacas de soja a mais por alqueire, comparado à área testemunha com adubo convencional.

Marcelo Campos

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João Paulo Marchioro

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“Fiquei muito satisfeito. O produto é mais concentrado, então o volume foi menor e já usei para plantar aveia para o inverno. Na próxima safra de verão, vou utilizar TOP-PHOS novamente. Notei bastante diferença no enraizamento, o que foi muito importante neste ano, em que tivemos chuvas irregulares. A raiz mais profunda favoreceu o desen-

Dário Lehn

Alex Bruch

volvimento das plantas”, disse. O produtor conta que teve um custo de sete sacas a mais por alqueire, em relação ao adubo convencional. “Mesmo assim, ainda sobraram quatro sacas de lucro, por alqueire”. Na opinião do engenheiro agrônomo João Paulo Marchioro, da Cooperativa C. Vale do município de Turvo/PR, a

Otto Rickli


relação custo-benefício para o produtor foi satisfatória. “Pela quantidade que foi utilizada de fertilizante, em relação ao convencional, e pelo valor comercial, valeu a pena o investimento”. Segundo o gerente da Cooperativa C.Vale em Guarapuava, Dário Lehn, o projeto em parceria com a TIMAC Agro, e a apresentação dos resultados mostra a preocupação da empresa e da cooperativa com a melhoria de produtividade e renda dos cooperados. “Quando fazemos um trabalho sério e parcerias com empresas sérias, como a TIMAC Agro, o resultado é positivo. O investimento inicial pode até ser um pouco mais alto, mas o custo se dissolve com o ganho de produtividade no final”, observou. Lehn orienta os produtores a adotarem a tecnologia em parte da área. “Não precisa fazer na área total. Quando o produtor colocar a máquina para colher, vai observar a diferença de ganho considerável. O produtor não tem condições de colocar preço no produto, então a única forma de aumentar a rentabilidade é através da produtividade”.

Segundo o gerente, em Guarapuava o projeto vai continuar. “Estamos aqui há três anos, mas o trabalho está iniciando. A TIMAC Agro já é nossa par-

ceira nos Estados de Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e também no Paraguai. Agora queremos ampliar o trabalho aqui na região”, diz.

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[Indicadores]

Conjuntura do novilho precoce no estado do Paraná Gustavo Henrique Pedroso Santos, Andreia Karina Mariani, Guilherme Wolff, João Batista Padilha Junior, Paulo Rossi Junior

www.lapbov.ufpr.br

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De acordo com as análises realizadas pelo LAPBOV/UFPR no período de maio de 2011 (mês de início da construção do indicador) a maio de 2012, verificou-se que o indicador LAPBOV/ UFPR do novilho apresentou uma cotação média de R$102,47/@ enquanto que os preços da novilha apresentaram média de R$97,29/@, em termos reais. Durante o período analisado, as cotações do novilho precoce apresentaram uma retração de 2,3%, enquanto que para a novilha a desvalorização foi de 2,6%. A menor média mensal de preços para a arroba da novilha ocorreu em julho de 2011, sendo cotado a R$94,84/@ (Figura 1). Preços menores são observados no primeiro semestre

ção de novilho precoce busca a obtenção de uma carne de melhor qualidade, aumento da produtividade e melhora na eficiência do empreendimento, além de promovera liberação das pastagens mais cedo para outras categorias. No intento de contribuir com o desenvolvimento deste mercado, servindo de balizador para as transações entre os agentes que atuam nesta cadeia, o Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Federal do Paraná tem divulgado - assim como vem sendo feito com os indicadores do bezerro e da arroba do boi gordo - semanalmente, o Indicador de Preços da Arroba do Novilho Precoce para o nosso estado.

Evolução do Indicador do Novilho e da Novilha Precoce LAPBOV/UFPR

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R$/arroba

O

termo novilho precoce tem sido usado para designar animais abatidos jovens, ou seja, bovinos machos, castrados ou não, e fêmeas com idade de até 24 meses ou até dois dentes, com gordura de cobertura uniforme e com o peso de carcaça pós-abate de, no mínimo, 225 e 180 quilos para o macho e para a fêmea, respectivamente, segundo a Resolução n.º 070/2006 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB-PR). Mesmo se tratando de um produto com características próprias, em muitos casos, os pecuaristas acabam recebendo o mesmo preço para carcaças de diferentes idades. Com o intuito de encontrar uma saída para esta situação, o modelo de organização dos produtores rurais em alianças mercadológicas vem ganhando cada vez mais força no estado do Paraná. Tal aspecto de organização busca atender ao dinâmico gosto dos consumidores, que cada vez mais desejam consumir produtos industrializados que disponham de qualidade assegurada, rastreabilidade e sistema de produção confiável. Procura também reorganizar o sistema de produção, conquistar e gerar a manutenção de novos mercados e principalmente, obter certo reconhecimento do consumidor final. Dentre os benefícios e as peculiaridades advindas deste sistema, a produ-

Macho

Fêmea

Figura 1. Preços reais do novilho e novilha precoce, em R$/@, no período de maio de 2011 a maio de 2012. Fonte: Dados calculados pelos autores com base em LAPBOV/UFPR, 2012.


do ano, caracterizando o período de safra, onde a disponibilidade e qualidade de forragens são maiores e como consequência há maior oferta de animais para abate. Nos meses de setembro a dezembro, o indicador LAPBOV apresentou a maior alta de preços do período, tanto para o macho quanto para a fêmea. O pico de preço para ambas as séries analisadas ocorreu no mês de dezembro, com a arroba do macho sendo cotada a R$ 106,80 na semana do dia 09/12/2011 a 15/12/2011. Para a fêmea, o maior valor ocorreu na semana de 02/12/2011 a 08/12/2011, com a arroba atingindo o patamar de R$103,04. De novembro e dezembro, os preços acumularam uma valorização média de 2,5%. Esse fortalecimento das cotações foi decorrente da restrição de animais prontos para o abate devido a uma menor disponibilidade de forragem (período conhecido como entressafra). Além disso, nessa época do ano, a demanda interna por carnes fica mais aquecida devido às festividades de final de ano.

O ano de 2012 iniciou com forte queda em relação à precificação. A arroba do novilho teve a média cotada a R$103,22 em janeiro, demonstrando declínio de R$2,84/@ e variação negativa de 2,7%. Para a fêmea, o preço médio da arroba foi de R$97,29/@ demonstrando declínio de aproximadamente R$4,60/@ e variação negativa de 4,5%. Nos meses subsequentes, os preços permaneceram em torno de R$101,60/@ e R$ 96,80/@ para o macho e fêmea, em média, respectivamente. Ao longo dos 12 meses, verifica-se comportamento semelhante nos preços praticados para macho e fêmea. A taxa de crescimento média do preço no período foi negativa de 0,2%, tanto para o novilho quanto para a novilha. Houve uma queda real nos preços recebidos pelos pecuaristas durante o período analisado. A diferença observada entre as séries de preços do novilho e da novilha precoce ficou próxima dos R$ 5,20. Comparando-se com o preço da arroba do boi gordo, o valor da arroba

do novilho precoce no mês de maio foi, em média, 6,8% maior. Já a novilha precoce apresentou diferença média superior de 14,3% em relação à cotação da vaca gorda. Levando-se em conta o período analisado, de maio de 2011 a maio de 2012, a arroba do novilho e da novilha precoce apresentou preços reais, em média, R$ 5,35 e R$ 8,17 maiores do que os preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda, o que corresponde a uma diferença de 5,5% e 9,2%, respectivamente. Isto evidencia o trabalho feito pelas alianças mercadológicas, que procura remunerar o produtor a preços melhores na busca por um animal diferenciado. Espera-se que preços mais elevados sejam vistos no último trimestre do ano. A alta nos preços é decorrente, em grande parte à redução significativa na oferta de animais terminados, devido, entre outros fatores, à escassez de pastagem observada neste período. Assim, a tendência é de que os preços sigam comportamento semelhante ao observado no ano anterior.

Revista do Produtor Rural

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[Soja]

Vazio Sanitário segue até 15 de setembro

D

e 15 de junho a 15 de setembro estará proibido o plantio ou a manutenção de plantas vivas de soja no Paraná. Este é o período do vazio sanitário, quando não deve haver plantas de soja em propriedades rurais, estradas e carreadores. O objetivo é evitar ou retardar ao máximo o aparecimento do fungo causador da ferrugem asiática, doença que ataca a cultura e causa sérios prejuízos econômicos aos produtores. O Sindicato Rural de Guarapuava e o Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) de Guarapuava, além de cooperativas, vem solicitando, há pelo menos dois anos, a prorrogação da data de início do vazio sanitário de soja no município, em virtude das condições climáticas e da data de plantio de trigo na região. “A geada é um grande coadjuvante do vazio sanitário do Paraná, por isso a prorrogação da data seria ideal para os produtores rurais. Além disso, o plantio de trigo, em nossa região, é feito em meados de junho e julho e os produtores realizam o manejo das plantas daninhas antes do plantio, já controlando a soja. A antecipação geraria uma economia ao produtor de uma aplicação de dessecante, além de maior preservação do meio ambiente. A data

Soja com sintomas de ferrugem asiática

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ideal para o início do vazio sanitário da soja em Guarapuava seria 30 de junho. É uma pena que ainda não conseguimos essa alteração”, lamenta o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Quem não atender às determinações poderá ser autuado e multado em valores que variam de R$ 50 a R$ 5 mil, conforme estabelece a lei 11.200/97, de Defesa Sanitária Vegetal. Os casos mais graves de desrespeito podem levar à interdição da propriedade rural e à proibição de acesso ao crédito rural. No ano passado, o Defis, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), emitiu 134 autos de infração, a partir de ações de fiscalização abrangendo uma área de 4.236 hectares, 30 quilômetros de rodovias e 190 quilômetros de ferrovias. Em Guarapuava, segundo a engenheira agrônoma da ADAPAR/SEAB – DSV, Rosmari de Ré, no ano passado foram feitas mais de 50 notificações aos produtores rurais antes de 15 de junho. “Mas tivemos uma forte geada no final do mês de junho que matou quase que na totalidade a soja voluntária. Por isso, foram emitidos apenas três autos de infração

no período do vazio sanitário de 2011”, explica. O vazio sanitário foi instituído por lei no Paraná pela resolução 120 de 2007, atendendo uma solicitação dos próprios produtores, que viram nessa medida uma forma eficaz de evitar a disseminação do fungo que provoca a ferrugem asiática e ataca principalmente a safra normal da soja durante o verão. Os fungos sobrevivem durante o inverno nas plantas remanescentes de soja viva, em áreas cultivadas, em carreadores e estradas. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) é parceira na divulgação do vazio sanitário no Paraná, confeccionando 300 mil folhetos de alerta sobre o período da proibição. Os folhetos estão sendo distribuídos nas barreiras interestaduais do Estado, nas concessionárias de pedágio e transportadoras de soja. Esses folhetos fazem um alerta principalmente aos transportadores de soja, para que verifiquem bem se as carrocerias dos caminhões estão bem vedadas e que tomem os devidos cuidados para não derrubar grãos nas estradas. MONITORAMENTO – Durante o período do vazio sanitário os produtores devem fazer o monitoramento da propriedade e eliminar todas as plantas vivas de soja, mesmo aquelas que nascem entre outras culturas e nas margens das estradas vicinais e carreadores de acesso à propriedade. A eliminação de plantas vivas ou remanescentes deve ter sido feita até 14 de junho pela pessoa física ou jurídica nas instalações onde houve cultivo, colheita, armazenagem, beneficiamento, comércio, industrialização, movimentação ou transporte de soja. Após esta data, os infratores podem ser autuados. O Paraná é o segundo maior produtor de soja do País, com um volume de produção de 15,26 milhões de toneladas de grãos e área plantada de 4,5 milhões de hectares.


3º Encontro Técnico de Feijão 1º de agosto de 2011 Horário: 9h às 17h15 Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon - Guarapuava/PR)

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[Criação de peixes]

O potencial da piscicultura Helena Krüger Barreto

Os tanques podem deixar de ser lazer nas propriedades para se tornarem uma fonte de renda

A

criação de peixes está se popularizando e sendo cada vez mais incentivada no Brasil, porém a piscicultura ainda é vista por alguns como uma atividade informal ou relacionada apenas a lazer e não, efetivamente, ao lucro. A dedicação, empenho, planejamento e o profissionalismo são essenciais para o exercício da piscicultura. Em Guarapuava o criador de peixes Augusto Krüger foi um dos pioneiros da piscicultura na região e há anos vem se aprimorando no cultivo de alevinos. Hoje, em sua propriedade, o produtor tem 36 tanques ocupados com o chamado bagre ou catfish americano. Krüger tem como foco a produção de alevinos, mas também vende o peixe adulto. Ele conta que o processo de criação inicia com a reprodução em seu laboratório, com a desova induzida, depois passa para a etapa de incubação, que diz respeito ao manejo de ovos e larvas, até a fase de alevinagem. Em seguida, os alevinos podem ser colocados em tanques internos para a venda. “Primeiramente ocorre

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Revista do Produtor Rural

a desova da fêmea e o cruzamento, em seguida as larvas caem no 6º ou 7º dia e são encaminhadas para berçários, sob uma temperatura controlada de 28 graus, para que se possa iniciar a alimentação adequada, a base de muita proteína”. Segundo o guia de noções básicas de piscicultura da Embrapa, antes do cultivo, o produtor deve levar em conta determinadas características da espécie escolhida, como a adaptação ao clima; crescimento rápido; hábitos alimentares de preferência onívoros, que se alimentam de tudo, resistência a elevadas densidades de cultivo e aceitação pelo mercado consumidor. O pequeno produtor João Ari Valoski também é um dos experientes piscicultores da região e apesar de criar poucos peixes, diz gostar de exercer a atividade. Ele cria peixes há mais de 20 anos, mas a piscicultura nunca foi sua principal fonte de renda, mas um complemento da horticultura. Valoski cria catfish, carpa capim e tilápia em cinco tanques e diz comercia-

Augusto Krüger

lizar em pouca escala, mas acredita que a cidade tem potencial de mercado. “Eu vendi esse ano na feira de peixes promovida pela prefeitura na Semana Santa 850 quilos. Acredito que poderia ter atividades como essa todos os meses, visando incentivar o consumo de peixe”. De acordo com o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Itacir


Itacir Vezzaro

Vezzaro o primeiro passo para o produtor iniciar na criação de peixes deve ser consultar a orientação de um técnico. “Ele precisa saber a respeito da legislação ambiental, avaliar as condições da localidade, recomendar as espécies para cultivo e sugerir opções para reduzir os custos e direcionar um projeto de forma técnica”, observa. A criação de alevinos Krüger explica as principais etapas da criação e os cuidados necessários e diz que as três fases principais no cultivo são a alevinagem, a recria e a engorda. “Fazemos o tratamento na água com formol pra evitar bactérias e doenças e sempre com a temperatura constante, condicionada por uma caldeira. Em um tanque de 1000 m² colocamos no máximo 70 mil larvas e a ração em pó é a alimentação deles. A partir de então, até virarem alevinos demora aproximadamente uns 60 dias para chegarem a ter 3 a 5 centímetros. Nesse momento, o alevino já está pronto para ser vendido”. Além de todo o cuidado com a temperatura nos laboratórios com os peixes, é preciso se preocupar com outros fatores como a alimentação, qualidade da água do tanque, solo e os predadores,

por exemplo. “Começo com uma alimentação forte em proteína quando vão para os tanques, no período de desenvolvimento e depois utilizo uma ração com 38% de proteína. Isso já é o suficiente para alevinagem. Os tanques devem ter no máximo 40 metros e 1,60 de profundidade para evitar dificuldades no manejo. E em relação ao solo é preciso estar atento ao pH ,que aqui (em Guarapuava) é muito ácido, então precisa aplicar calcário e chegar entre 6,5 a 8, que é o ideal para o crescimento e evita problemas de doenças entre outras coisas”. Krüger conta que 80% de sua produção é vendida para Santa Catarina, e os outros 20% para o Rio Grande do Sul, São Paulo e Guarapuava. Dificuldades De acordo com os produtores e também com o chefe da Seab, a principal dificuldade para o cultivo de peixes em Guarapuava e região é, sem dúvidas, o frio. “O piscicultor precisa comprar uma espécie de clima frio, nós temos aqui exemplos de produtores que tem resultados excelentes e pouca perda”, explica Vezzaro. “O único fator complicador é o nosso clima. Nos últimos três anos, tive dificuldade por causa da desova. É muita variação de temperatura e o peixe é pecilotérmico. Essas oscilações têm prejudicado sensivelmente a produtividade do catfish”, opina Krüger. O pequeno produtor Valoski também reclama do clima. “Ano passado deu um inverno muito forte, geou e perdemos quase 500 quilos de tilápia”. Rentabilidade De acordo com Krüger, o principal gasto para o cultivo dos peixes é a ração, além disso a manutenção do tanque e funcionários. “Tenho um custo aproximado de R$ 50 mil por ano. O percentual de lucro dá em média 40%, já que hoje estamos vendendo a 6,80/ kg. Assim,

consigo um lucro de R$ 23.600 mil por hectare, mas acredito que para uma pessoa viver apenas de peixe precisa de no mínimo cinco hectares”, diz o produtor. Em relação aos resultados de sua produção de catfish, o piscicultor alega estar satisfeito. “O rendimento pela tecnologia desenvolvida todos esses anos é de quase 100%”.

João Ari Valoski

Mercado O cultivo de peixes tem se intensificado em todo o Brasil. Só no Paraná, segundo a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Paraná, a produção tem expandido de forma intensa. Existem cerca de 20 mil produtores de peixe e a produção aumentou de 22 mil toneladas para 36 mil de 2007 a 2010. A evolução nos anos de 2007 a 2009 o crescimento foi de 82% e a pesca extrativa passou de 2,6 para 8 toneladas, um aumento de 193%. A produção de pescados tem sido incentivada pelo governo federal, que quer atingir a meta de consumo de carne de peixe recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que é 12 quilos de peixe por ano; atualmente o brasileiro consome 8 quilos. O incentivo vem por ser uma fonte rica de nutrientes como ômega 3 vitaminas A, B e D. Por isso, o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella tem a intenção de incluir o peixe na merenda escolar, o que aqueceria ainda mais o mercado. Vezzaro fala sobre o potencial da piscicultura na região, principalmente para os pequenos produtores rurais. “Hoje é importantíssimo a diversificação na propriedade. Muitas vezes o produtor tem em sua propriedade tanques, mas não aproveita. Com empenho, os produtores podem conseguir bons resultados e contar com a criação de peixes como fonte de renda principal de sua propriedade”. Revista do Produtor Rural

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[Treinamento]

Agrônomos e técnicos recebem capacitação para elaborar projetos do ABC

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os dias 25 e 26 de maio, aconteceu no Sindicato Rural de Guarapuava o “Treinamento em Agricultura de Baixo Carbono – ABC”, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem – SENAR-PR, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento – Seab, Embrapa, Iapar, Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, cooperativas e Banco do Brasil.

Ao todo, foram seis encontros divididos em diferentes temas. O engenheiro agrônomo e professor da Unicentro, Itacir Eloi Sandini, foi um dos instrutores do treinamento. “Trabalhamos em um módulo sobre a integração lavoura-pecuária, repassando informações sobre a adoção de tecnologia agropecuária destinada à produção animal, com visita ao módulo de integração no Cedeteg como aula prática”, explicou. Segundo o engenheiro agrônomo do

SENAR-PR, e coordenador do programa no Estado, Johnny Fusinato Franzon, o treinamento é destinado à elaboração de projetos. Guarapuava é um dos seis municípios no Paraná a receber o treinamento além de Ponta Grossa, Cascavel, Pato Branco, Londrina e Maringá. Franzon conta que os temas abordados durante o curso tratam do plantio direto, implantação, recuperação e manejo de pastagens. “Além disso, o objetivo é também auxiliar o produtor rural no projeto ABC, onde pode receber informações para fins de financiamento junto ao Banco do Brasil”. Em Guarapuava, o treinamento encerrou nos dias 15 e 16 de junho.

• Informações sobre o programa ABC nas páginas 88, 89 e 90 desta edição.

Depoimentos de participantes do curso: Hilário Pedro Milanesi, engenheiro agrônomo da Emater - Candói:

Julieta Aparecida de Wiquates – assistência técnica da Schiavini Cia. Ltda - Candói

“O curso foi muito bom, achei bem adequado, principalmente nesse período em que recentemente aconteceu a Rio +20. Trouxe a tona assuntos relacionados à sustentabilidade e vem a somar com tudo aquilo que já está sendo empregado pela Emater, com relação aos cuidados com a produção, meio ambiente. Com o treinamento, vamos aperfeiçoar dia a dia o trabalho no campo junto ao agricultor familiar”.

“Esse treinamento do ABC tem vindo de encontro com as nossas necessidades, já que ainda há muita dificuldade no preenchimento das abas do ABC. O curso clareou muito as ideias e deu um rumo para a gente aprender a desenvolver o projeto da melhor forma. O ABC vai tecnificar as propriedades, fornecendo um dinheiro que o produtor não precisa tirar do capital de giro para poder intensificar e explorar a sua atividade de uma forma melhor”.

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[Boletim AEAGRO]

Guarapuava agora tem Regional do Crea-PR

Palavra do Presidente

Em Guarapuava foi inaugurada recentemente a Regional do Crea-PR, uma conquista das entidades de classe da região e da sociedade, abrangendo 40 municípios da região Centro-Sul do Estado. Essa Regional foi desmembrada da Regional de Ponta Grossa, Apucarana e Pato Branco, ficando os serviços do Crea-PR mais próximos, facilitando aos profissionais a tramitação dos processos administrativos. Relacionamos alguns dados da regional para entendimento das atividades do Conselho:

Fiscalização: Sociedade - Profissional Associação - Conselho Todo profissional quando exerce o seu direito de atuar nas áreas de suas atribuições, o faz com o consentimento da sociedade expressa em lei Federal, portanto todos os nossos atos devem ser para o bem da sociedade e para que fosse garantido esse preceito foram criados órgãos fiscalizadores denominados Conselhos Profissionais, que no âmbito das Engenharias e Agronomia é representado pelo CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Quando é emitida uma ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, o profissional assegura que a obra a ser executada não trará riscos a sociedade, pois ele através dos seus conhecimentos adquiridos na graduação acompanhará a execução, controlando todos os processos. A partir desse documento, o CREA começa a fiscalizar o profissional, por isso a importância da sociedade exigir a ART. No título desse editorial, falta um segmento a ser abordado que são as Associações de Classes. Todo o processo acima descrito só se completa com a existência dessas entidades, que são as responsáveis pela indicação dos profissionais para constituir o Conselho, que criará as regras de condutas e fará o julgamento dos desvios das mesmas, portanto os nossos atos são fiscalizados por nossos conselheiros dentro das resoluções, das normativas do Conselho e do Código de Ética. Desta forma, a fiscalização deve ser entendida como um ato de interesse da classe. Nesta edição trazemos alguns dados referentes à fiscalização. Boa leitura.

José Roberto Papi Presidente da AEAGRO

www.aeagroguarapuava.com.br

Inspetorias Guarapuava Irati Laranjeiras do Sul União da Vitória Total

Nº de Profissionais de agronomia 781 426 350 295 1.852

Número de ARTs registradas na modalidade agronomia Ano 2010 2011 2012 (até abril)

Regional Guarapuava 7.142 7.962 2.776

No Estado 68.460 67.661 24.486

Algumas atividades fiscalizadas pelo Crea- PR, na área da agronomia: ARMAZENAMENTO DE GRÃOS O armazenamento de produtos agrícola compreende todas as operações que podem ser efetuadas: expurgo, medidas sanitárias, distribuição, ordenação e utilização dos espaços destinados à armazenagem ou movimentação. O que é fiscalizado: 099-Projeto orgânico 104-Assistência técnica Legislação: • DN-02/2002-CEA • Decisão Normativa n.º053/94 do CONFEA • Ato 02/2006 do CREAPR CONSERVAÇÃO DE SOLOS Atividade que envolve um conjunto de operações visando manter o solo em bom estado de conservação. O que é fiscalizado: • Projeto específico (036) • Execução (050) Legislação: • Lei Estadual 8.014/1984 • DN 05/1995-CEA • DN 01/2001-CEA É fiscalizado para evitar o uso tecnicamente incorreto do solo, assim como a adoção de práticas conservacionistas inadequadas ou mal executadas, provocando danos irreversíveis ao meio ambiente. CULTURAS TEMPORÁRIAS ACIMA DE 02 MÓDULOS FISCAIS DO INCRA O cultivo e produção de culturas temporárias compreendem atividades como preparo do solo, seleção da espécie ou variedade a ser utilizado, manejo fitossanitário, tratos culturais, colheita, etc. O que é fiscalizado: • Projeto de implantação (105) • Assistência Técnica (104).

Legislação: Deliberação Normativa nº01/03 da CEA. É fiscalizado para que o cultivo e a produção tenham um profissional habilitado como responsável técnico, a fim de se aperfeiçoar a produção e minimizar os possíveis impactos ambientais causados pela atividade. ESTRADAS RURAIS O que fiscaliza: • Projeto de implantação (105) e • Assistência Técnica (104). Legislação: • DN 05/1995-CEA • Decisão Normativa n.º 072/2002 do CONFEA. É fiscalizado para garantir que a via seja projetada e demarcada corretamente e executada de modo a evitar a erosão e degradação do solo onde permanecerá a estrada e em suas adjacências. RECEITUÁRIO AGRONÔMICO O Receituário Agronômico é um instrumento de trabalho do profissional que busca orientar a melhor prática fitossanitária a ser adotada, obedecendo aos preceitos etio-eco-toxicológicos. Fiscaliza a execução (050) Legislação Lei Federal nº 7.802/89. Decreto Federal nº4.74/02 Resolução 344/90 do Confea. Resolução 502/07 do Confea. Decisão Normativa nº058/96 do CONFEA É fiscalizado para que a utilização e aplicação de agrotóxico, como método de controle fitossanitário, sejam prescritas por profissional habilitado. Além de fiscalizar a execução dos 49 serviços de exclusividade do agrônomo, registrados na Tabela de Honorários homologados pelo Conselho.

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[Prestação de Serviços]

Sindicato Rural disponibiliza cadastro online de currículos e vagas para empregos

Em parceria com grupo Employer, o Sindicato oferece mais um serviço para associados e parceiros, através do site da entidade

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O

Sindicato Rural de Guarapuava acaba de firmar parceria com o Grupo Employer, uma empresa que presta serviços no setor de Recursos Humanos e é líder de mercado em recrutamento para vários setores, entre eles o de agronegócios. A partir de agora, profissionais e empresas do setor agropecuário podem cadastrar currículos ou divulgar suas vagas por meio do site do Sindicato Rural de Guarapuava (www.srgpuava.com.br), onde existe um banco de dados próprio para oferecer oportunidades de emprego. Por meio do link Empregos Online, que fica do lado esquerdo da página inicial do site da entidade, o usuário pode cadastrar seu currículo ou divulgar determinada vaga gratuitamente. Segundo o gerente da Employer Guarapuava, Marco Borges, o sistema traz muitas vantagens e pode fazer do Sindicato um ponto de encontro para oportunidades de emprego direcionadas ao setor agropecuário. “O objetivo principal é oferecer um banco de dados moderno para que as vagas e oportunidades se encontrem e o Sindicato Rural seja o elo de quem quer emprego e de quem precisa”, explica.

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, conta que a ideia surgiu devido à demanda de associados e parceiros por profissionais do setor agropecuário e também ao grande número de currículos que a entidade recebe mensalmente. O grupo Employer tem abrangência em todo o Brasil através do Banco Nacional de Empregos (BNE) e é o maior portal de empregos do país com mais de 3 milhões de currículos cadastrados. Dessa forma, todo currículo ou vaga que estará divulgado no banco de dados do Sindicato Rural de Guarapuava será automaticamente divulgado no BNE. Para o usuário que quiser buscar informações fora do banco de dados do Sindicato o serviço terá custo. Por exemplo, caso o profissional queira se candidatar a outras vagas ou o empregador deseje entrar em contato com outro currículo fora do site do Sindicato é necessário que se filie ao BNE pelo custo mensal de R$ 25,00 para o acesso irrestrito de vagas e oportunidades. “O cadastro da vaga e do currículo por meio do Sindicato Rural será oferecido gratuitamente ao associado e estará à disposição de todos os parceiros”, explica Borges.


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[Campanha Produtor Solidário]

Sindicato Rural doa alimentos para AFH Os alimentos foram arrecadados durante o 4º Encontro de Resultados de Pesquisas e vão beneficiar a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase

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m mais uma ação da Campanha Produtor Solidário, no dia 25 de junho, o Sindicato Rural de Guarapuava realizou a entrega de 90 quilos de alimentos para a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH). Os alimentos foram doados por produtores rurais, agrônomos, técnicos e estudantes no 4º Encontro de Resultados de Pesquisas, promovido no dia 14 de junho pelo Sindicato Rural, Grupo Agrass e Unicentro. O assistente social da Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH), Marcelo Zandra, destacou a importância da doação e agradeceu o Sindicato Rural de Guarapuava. “Para nós que trabalhamos apenas com doações, essa iniciativa é maravilhosa e de vital importância tanto para a associação quanto para os usuários”. Há oito anos, a entidade realiza um trabalho com famílias que estão em situação de vulnerabilidade social e que possuem integrantes portadores de hanseníase e de outras patologias. Zandra falou sobre as principais de-

mandas da Associação. “O que mais precisamos é de fraldas geriátricas, cestas básicas e roupas. Promovemos cursos de corte e costura, informática e violão que contribuem para geração de renda, a colocação de mercado de trabalho e também para elevação da autoestima, muito importante para essas pessoas que sofrem um preconceito por seAnton Gora e Marcelo Zandra rem portadoras de alguma doença”, contou. O vice-presidente do Sindicato Rural que é uma reciprocidade. Ele esteve aqui de Guarapuava, Anton Gora, realizou a adquirindo conhecimento e, ao mesmo entrega simbólica dos alimentos e ressaltempo, trouxe alguma coisa para ajudar e tou a relevância social da Campanha Procolaborar com outras pessoas”. dutor Solidário. “O produtor rural é soliQuem quiser ajudar ou conhecer a dário, faz parte da natureza dele servir as AFH, pode entrar em contato pelo teleoutras pessoas. Agradecemos muito esfone (42) 3035-4037 ou na sede (R. Cosas doações. Os produtores contribuíram ronel L. Lustosa, 1966) e ainda pelo site com mais essa etapa dessa campanha, www.afh.org.br.

Alimentos também para o SOS No dia 06 de junho, o Sindicato Rural de Guarapuava entregou quase 100 quilos de alimentos como arroz, trigo, açúcar, feijão e fubá para o Serviço de Obras Sociais (SOS) Airton Haenisch. A doação foi feita por produtores rurais, por meio da Campanha Produtor Solidário, em um dos eventos técnicos promovidos pela entidade. O coordenador do SOS, Leônidas Marcondes Ribas, agradeceu a iniciativa do Sindicato Rural, em nome da diretoria do SOS, dos idosos abrigados e das irmãs. “Abrigamos idosos desamparados com idade superior a 60 anos que não tenham ninguém por si. Aqui eles recebem todo o tratamento, em regime de internato. Hoje, 37 idosos estão sendo amparados pela instituição”. Segundo Ribas, o SOS recebe qualquer tipo de doação, como alimentos e roupas. “Inclusive, no momento, estamos com o estoque baixo de carne”, disse. Quem quiser ajudar, pode entrar em contato pelo telefone (42) 3623-1872 ou levar a doação até o local, que fica na Rua Generoso de Paula Bastos, 2245.

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[Soja RR]

Justiça condena Monsanto por cobrança indevida de royalties Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281) Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)

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notícia que esta em voga nesse momento é com relação à proibição da cobrança de royalties pela empresa Monsanto, pela comercialização da soja transgênica. Conforme amplamente difundido, a justiça gaúcha suspendeu, em caráter liminar, a cobrança de royalties sobre a comercialização da safra de soja transgênica cultivada com base na tecnologia RR, da Monsanto. A sentença foi concedida pelo juiz Giovanni Conti, da 15 Vara Cível do Foro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que ainda determinou a devolução dos valores cobrados desde a safra 2003/2004, corrigidos e com juros após o período de liquidação. Ademais, a Monsanto caso continue cobrando os royalties a multa a ser aplicada é de R$1 milhão ao dia. Introduzida no Brasil na década de 1990 a partir do Rio Grande do Sul, a “soja RR” é capaz de gerar mudas resistentes a herbicidas formulados a base de glifosato, o que rende ganho à produção. A Monsanto, visando obter proteção da patente no processo de criação das sementes, estabeleceu um sistema de cobrança baseado em royalties, taxas tecnológicas e indenizações pela sua utilização. Para tanto, os adquirentes da “soja RR” retém, e repassam diretamente à multinacional, 2% do preço da soja transgênica adquirida. A cobrança é feita desde a safra de 2003/2004. Mas, o juiz Giovanni Conti entendeu em seu julgamento que a semente produzida pela Monsanto não pode ser enquadrada na Lei de Proteção à Propriedade Intelectual, estabelecendo a imediata interrupção da cobrança de taxas, sob pena de multa diária. A decisão julgou parcialmente procedente a ação coletiva ingressada pela Fetag-RS e pelos Sindicatos Rurais dos municípios gaúchos de Passo Fundo, Sertão, Santiago, Giruá e Arvorezinha. Ficou estipulado que, além de estar sujeita à multa diária, a Monsanto deverá ressarcir os pro-

dutores de soja pelos royalties cobrados a partir da safra 2003/2004. No mérito, a Justiça determinou que os produtores de soja têm o direito de reservar o produto transgênico tanto para o replantio, quanto para a comercialização, sem ter que pagar qualquer tipo de royalties à empresa. O mecanismo posto em prática pela Monsanto até então recolhia uma taxa de 2% sobre toda a soja transgênica comercializada no Brasil e vendida para o exterior. A análise do mérito estabeleceu que a semente de soja geneticamente modificada não pode ser tratada como um produto inovador, dotado de propriedade intelectual e objeto de registro de patente. Desta maneira, os grãos da chamada soja RR (Roundup Ready) ficam enquadrados na Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/1997), à revelia da Lei de Proteção à Propriedade Intelectual (Lei 10.973/2004). O “RR”, que batiza a semente alterada, tem origem no herbicida de mesmo nome e também produzido pela Monsanto. Isto, pois o agrotóxico — indispensável ao cultivo da semente modificada — torna o grão mais resistente, o que aumenta a produtividade. É importante informar que o juiz da causa determinou que a decisão produzirá efeitos sobre pequenos, médios e grandes produtores de soja, vejamos: “As questões debatidas na presente demanda transcendem os interesses meramente individuais, uma vez que estamos tratando de bem imprescindível para a própria existência humana, ou seja, o alimento, cuja necessidade é urgente e permanente”, finalizou o juiz Giovanni Conti. Em paralelo, correm no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ações específicas que questionam pontos processuais e técnicos sobre a matéria, que, de acordo com a relatora Nancy Andrighi, é “um dos temas de maior relevo hoje para o agronegócio brasileiro”. A rigor, dois aspectos estão sendo discutidos pelos ministros da 3ª Turma no Re-

curso Especial 1243386. O primeiro diz respeito ao limite de abrangência da questão. Isto é, a sentença proferida pelo juiz gaúcho tem efeito apenas nas cidades em que têm sede os sindicatos autores? Ou, por se tratar de uma ação coletiva, a decisão afetará o país inteiro? O segundo aspecto questiona se os sindicatos têm legitimidade para ajuizar uma ação coletiva, mesmo que não esteja presente no estatuto interno cláusula que regulamente a questão. A relatora Andrighi e os demais Ministros votaram no dia 12 de junho pela abrangência nacional, no primeiro caso, já que “Outras comarcas poderiam prover decisões exatamente contrárias, gerando insegurança jurídica”, justificou. No segundo caso a relatora e demais Ministros reconheceram a legitimidade dos sindicatos de proporem referida demanda: “Basta reconhecer a finalidade do sindicato, que visa a atender as necessidades de seus filiados, para que possamos lhes outorgar a legitimidade ativa”. O voto da relatora foi acompanhado integralmente pelos ministros Massami Uyeda, Paulo de Tarso Sanseverino, Villas Boas Cueva e Sidnei Beneti, ou seja, a decisão foi unânime. Dessa forma, a tutela jurídica que isentou os produtores rurais do Rio Grande do Sul do pagamento de royalties pela utilização da soja transgênica tem abrangência nacional (erga omnes), isentando de forma nacional os produtores de todos os Estados, evitando assim desequilíbrio substancial no mercado atacadista de soja. Segundo a relatora Nancy “A eventual isenção destinada apenas a um grupo de produtores causaria desequilíbrio substancial no mercado atacadista de soja”, avaliou. Os produtores de soja locais devem segundo esse cenário jurídico, procurar um profissional especializado afim de resguardar seus direitos e ver restituído os valores pagos indevidamente.

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[Programa ABC]

Por uma agricultura

mais sustentável Entenda como colocar em prática o Programa da Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e adquirir o financiamento do governo federal

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ustentabilidade vem sendo palavra de ordem em todos os ramos econômicos, e no campo não é diferente. Aliás, o chamado desenvolvimento sustentável é hoje fator decisivo para tornar-se mais competitivo no mercado agrícola internacional. Nesse sentido, uma agricultura aliada ao meio ambiente está sendo um desafio para o Brasil. Com propósito de modernizar, implantar novas tecnologias e, consequentemente, aumentar a produtividade de forma sustentável surgiu, em 2010, o Programa Agricultura de Emissão de Baixo Carbono (ABC), que está inserido em um propósito do governo federal de diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GEE´s), um acordo que foi instituído por princípios estabelecidos pela Convenção de Mudança de Clima e no

Osmar Fernandes Dias

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Osvaldo Granemann

acordo de Copenhague em 2009. Segundo o Vice-Presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Osmar Fernandes Dias o Banco já contratou no Programa Agricultura de Baixo Carbono- ABC o montante de R$ 1,065 bilhões envolvendo mais de 3.165 operações no período de julho de 2011 a junho de 2012. “Hoje, cinco estados respondem por 74% do total contratado pelo BB. Apenas no Paraná foram 540 operações representando 14,2% de todo o recurso nacional, totalizando R$ 151,612 milhões em crédito”. O Plano ABC tem em sua essência a intenção de conscientizar e fazer com que na prática a agricultura brasileira seja ainda mais produtiva aliada à sustentabilidade. Ela é uma linha de crédito que viabiliza recursos vindos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para adoção de um conjunto de práticas que viabilizem essas práticas agrícolas mais sustentáveis. O gerente agrícola da agência do


Banco do Brasil de Guarapuava, Osvaldo Granemann de Paula orienta quem pretende realizar a linha de financiamento ABC e diz que basicamente é necessário o produtor seguir os seguintes passos: “o produtor deve procurar a agência para certificar-se a respeito dos limites de crédito, procurar um profissional habilitado para fazer o projeto técnico e, por fim apresentar a proposta ao banco para analise”. É importante ressaltar que todo projeto do ABC deve se enquadrar em seis grandes áreas de atuação: plantio direto na palha; fixação biológica de nitrogênio; recuperação de áreas degradadas; plantio de florestas; integração lavoura-pecuária; tratamento de resíduos de animais. De acordo com Granemann, as principais vantagens para o produtor rural estão no juro reduzido; o teto do financiamento - de um R$ 1 milhão para bene-

Liti Vilson Colossi

ABC - o que dá para financiar:

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ficiário para cada ano safra e independe de outros créditos concedidos para área rural, além de prazos (em média 8 anos, dependendo da atividade) e carências diferenciadas. Para o Plano Safra 2012/2013 haverá mudanças nos valores da Linha ABC. O governo divulgou que a taxa de juros aplicada que passou dos atuais 5,5% para 5% ao ano. Além disso, aumentará 7,9 % dos recursos para o ABC, serão disponibilizados R$ 3,4 bilhões para a próxima safra. O gerente fala sob a repercussão do programa em Guarapuava. “Aqui na região os projetos estão fluindo muito bem. São vários produtores que já aderiram ao programa, o que representa um desembolso de aproximadamente R$ 10 milhões. No momento, há mais de dez projetos em andamento”. No distrito de Entre Rios, segundo o gerente da agência do Banco do Brasil, Liti Vilson Colossi, o programa vem atraindo atenção de boa parte dos produtores. “Aqui a grande maioria dos produtores está procurando pelo programa. Tem muita demanda, muitos projetos já foram aprovados e ainda há vários em processo de análise de viabilidade. Posso dizer que o volume de adesão em Guarapuava e Entre Rios é parecido e já foram liberados recursos perto de R$ 10 milhões”. Colossi opina dizendo que o ABC é um dos bons programas do governo porque estimula o produtor a investir na propriedade. “É uma linha de crédito que veio para melhorar a produtividade, aliada ao meio ambiente”.

Kiulza Morona

Dificuldades O Programa ABC ainda é objeto de muitas dúvidas. A analista técnico rural do Banco do Brasil, Kiulza Morona Ribeiro comenta que a linha está sendo um sucesso na região, mas diz que a maior dificuldade do produtor está na confecção do projeto. “Muitos projetos não são aprovados porque ainda não vem com detalhamento necessário. O problema é mesmo na hora de colocar a ideia no papel”. Granemann também observa que o projeto técnico deve ser elaborado e discorda que o programa seja burocrático. “O projeto é excepcional a linha apenas exige um detalhamento maior na justificativa pelo viés ambiental. E essa obrigatoriedade é uma forma de conscientizar e contribuir para a sustentabilidade ampliando a produção em cima da mesma área”.

A recuperação de áreas e pastagens degradadas; A implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária; A implantação e melhoramento de sistema Plantio Direto na Palha; A implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária; lavoura-floresta; pecuária floresta; ou lavoura-pecuária-floresta; A implantação, manutenção e manejo de florestas comerciais, inclusive, àquelas destinadas ao uso industrial ou à produção de carvão vegetal; A adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental, inclusive, recuperação de áreas de reserva legal, preservação permanente, e o tratamento de dejetos e resíduos entre outros; A implantação de planos de manejo florestal sustentável; A implantação e manutenção de florestas de dendezeiro prioritariamente em áreas produtivas degradadas. Fonte: Cartilha CNA Brasil – ABC Porque Investir?

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Confira depoimentos de produtores que aderiram ao programa ABC: JOSÉ HAMILTON MOSS O produtor rural José Hamilton Moss foi bem sucedido no programa do ABC e conta não ter tido problemas para financiar seus investimentos na pecuária. Em abril, Moss conseguiu o teto do ABC para aprimorar sua atividade. O foco do seu projeto se deu em integração lavoura-pecuária, e também no item de tratamentos de dejetos dos animais. “Conseguimos pautado na menor emissão de carbono e metano do gado”, explica. Ele destaca que é necessário paciência e estar com toda documentação de acordo com as normas do ABC. “Foram seis meses até a aprovação. O projeto foi enviado várias vezes, com várias revisões, até que deu certo. Apesar do processo ser detalhado , vale muito a pena. É um projeto excelente, a ideia é sensacional”. Em termos de dificuldades, Moss diz que não tem o que reclamar. “O produtor tem que ter paciência para mexer com papel. Muita gente começa e desiste, porque realmente ele é um pouco trabalhoso, mas tem que ir atrás porque os juros e as formas de pagamento são muito boas”.

JOSÉ AUGUSTO MORAES DE BARROS O produtor de soja, milho e trigo, José Augusto Moraes de Barros é outro exemplo de sucesso no programa ABC na região. Ele conseguiu a aprovação de quase o teto da linha. Foram aprovados R$ 900 mil para aprimorar uma área de 967 hectares. Barros explica que o programa vai possibilitar reestruturar e desenvolver toda sua propriedade em termos agrícolas e tem como foco ampliar a retenção de carbono no solo. “Fizemos um projeto para correção dos níveis de cálcio, fósforo e potássio, readequação de estradas, caixas de contenção, manilhamento de alguns pontos; com o objetivo de melhorar o sistema de plantio direto na palha; além da ampliação de depósito de máquinas e fertilizantes”. As principais vantagens apontadas pelo produtor são: possibilidade de corrigir o solo e sair do patamar de produtividade média para alcançar uma produtividade mais alta. “Hoje precisamos ser muito eficientes para sermos mais competitivos. O prazo para pagamento viabiliza fazer isso”. Segundo Barros, não há muita dificuldade. “A diferença do Projeto ABC é que ele é mais detalhado. O que demorou foi o tempo para obter as informações sobre o programa; quais os requisitos, quais itens são financiáveis e etc. Isso durou cerca de cinco meses, pois havia poucas informações so-

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bre o programa, mas depois da reunião com gerência do setor agrícola e ATR do Banco do Brasil as dúvidas foram esclarecidas e aprovação junto ao banco foi relativamente rápida. Para nós ficou mais fácil, pois temos um histórico dos talhões com dados de produtividade, histórico de análises de solo, inclusive de matéria orgânica”. Barros dá algumas dicas para quem pretende investir no programa. “Você tem que ter um histórico de suas atividades, como o de solo para comprovar que precisa de correção”, explica. O produtor prevê as modificações em sua fazenda após o projeto ser colocado em prática. “Com certeza vai haver uma evolução nos níveis de produtividade. Estamos corrigindo toda a parte de macronutriente, principalmente cálcio, fósforo e potássio, entre outros, além da recuperação de áreas degradadas, principalmente fazer com que o solo passe a reter mais água, produzir mais matéria seca e consequentemente reter mais carbono”.

ANTON GORA O produtor rural Anton Gora já conseguiu a aprovação do projeto do ABC, no item de aquisição de ovinos para reprodução, recria e terminação; com objetivo maior de integração lavoura-pecuária. Ele conseguiu o financiamento de R$ 130 mil para desenvolver a atividade de ovinos. Gora diz que no seu caso a aprovação foi demorada. “Foram quatro meses de espera, o recurso foi aprovado em março deste ano ele. É um pouco mais burocrático do que a maioria das linhas de financiamento agrícola, mas é um programa muito importante para uma agricultura mais produtiva e sustentável. “A vantagem é o prazo longo, o período de carência e o juro baixo. Eu acho muito importante que essa questão ambiental seja exigida. Acredito que vale muito a pena esperar, pois é um programa que dá chances ao produtor para ampliar sua atividade e integrá-la à preservação do meio ambiente.

GIBRAN THIVES ARAÚJO O produtor rural Gibran Thives Araújo conta que o seu financiamento está em andamento e que está focado em integração lavoura-pecuária. “No meu caso, pretendo, com esse programa, aperfeiçoar o uso da área, evitando abertura de novas áreas”. Na opinião de Araújo, como o programa ainda é novo, há muitas dúvidas técnicas, o que acaba dando morosidade ao andamento do

programa. “Já fazem mais de 60 dias que oficializei o pedido. O problema é que as exigências são muitas, o programa é complexo e acaba gerando muitas dúvidas. Mas vale a pena, todo processo novo é natural que se tenha essa burocracia por falta de conhecimento técnico e experiência, mas o mais importante é a vinda de recursos e o foco no desenvolvimento sustentável da propriedade”. Ele também destaca a importância do programa para agricultura e fala sobre a realidade agrícola da região. “Eu acho muito válida a iniciativa. A agricultura em Guarapuava já é bem tecnificada, mas estamos aprimorando e ampliando outros processos que já são bem sucedidos. O objetivo é aumentar a produtividade aliada ao meio ambiente. No meu caso, já fazemos uso, por exemplo, de plantio direto em 100% da propriedade, já temos o uso de dejetos dos animais fertilizando as áreas, entre outras ações ligadas à produção e conservação do meio ambiente. Agora vamos usar o dinheiro para intensificar o uso da área”. Araújo destaca a relevância do viés ambiental do ABC. “Na verdade, eu acho fundamental. Nós produtores somos os que mais temos interesse em preservar, porque é da terra que tiramos todos os nossos recursos. A gente já vem fazendo uma agropecuária com integração sustentável na propriedade, agora temos a liberação de recursos para ampliar e melhorar esse desenvolvimento”.

CÍCERO LACERDA O produtor rural Cícero Lacerda ainda está à espera da aprovação do financiamento do ABC. O produtor resolveu investir em diversas áreas de atuação do programa, já que seu projeto se enquadra em pelo menos quatro das áreas de atuação do ABC. Lacerda busca melhorar a qualidade de sua produção e do solo de sua propriedade, em uma área de aproximadamente 970 hectares e o projeto prevê o financiamento de R$ 1 milhão. “No nosso caso, focamos na reforma de pastagens, correção e conservação de solo, e caixas de retenção para evitar a erosão e impedir o assoreamento de rios. Também tem um pouco de floresta. Além disso, temos ações que estão inseridas no tópico integração lavoura- pecuária, sistemas de plantio direto e tratamento de dejetos”. Lacerda tem como objetivo evitar a erosão e priorizar, além da produção, a questão ambiental. “O solo é nosso bem precioso, então precisamos cuidar”, opina.


[Suplementação Mineral] Por que suplementar no período das secas: O principal objetivo desta suplementação é suprir as exigências nutricionais dos animais nesta época do ano, maximizando a ingestão da forragem, propiciando até ganho de peso aos animais (ao redor 200g/animal/dia) em substituição ao conhecido efeito boi-sanfona. Com este ganho de peso neste período é possível reduzir a idade de abate, acompanhando as necessidades do mercado atual da carne bovina.

Quando suplementar: De uma maneira geral recomenda-se suplementar quando a proteína bruta das pastagens (com base na matéria seca) for inferior a 7%, e quando a relação energia: proteína bruta das pastagens (com base na matéria seca) for superior a 7. Como exemplo uma pastagem que apresenta no período das secas uma PB (na matéria seca) de 4% e uma energia-NDT (na matéria seca) de 48%, temos PB = 4% (inferior a 7%) e relação NDT:PB de 12 (maior que 7).

O que suplementar: A utilização de altas inclusões de uréia ou o uso apenas dela nos suplementos permite apenas manutenção de peso no período das secas, pois alguns tipos de microrganismos do rúmen necessitam de peptídeos e alguns aminoácidos para maximização da sua atividade, sendo, portanto, necessário suplementar também com proteína vegetal. Recomenda-se que no máximo 70% da proteína bruta do suplemento venha da uréia, para que se consiga ganho de peso ao redor de 200 g/animal/dia. Vale salientar que para algumas categorias (como exemplo, vacas em bom escore de condição corporal) a simples manutenção do peso no período das secas já é suficiente, e neste caso o uso de suplementos minerais com uréia é bastante recomendado pela sua economicidade em relação aos proteinados.

Necessidade para que a suplementação dê resultado: Para os proteinados que têm um consumo esperado de 0,1% do peso vivo, ou 1g/kg de peso vivo, recomenda-se um es-

paçamento de cocho mínimo de 10 a 15 cm lineares/cabeça. Como a suplementação via proteinado visa corrigir o aspecto qualidade da forragem, é necessário que seja garantida a quantidade de forragem neste período. A quantidade mínima de matéria seca nas pastagens deve ser de 2.000 kg/ha, e para isto, recomenda-se a vedação de parte da área em fevereiro, para fornecer na primeira metade do período (normalmente maio, junho, julho), e vedação de outra parte em março, para fornecer na segunda metade do período (normalmente agosto, setembro e outubro). As forrageiras de crescimento estolonífero (braquiárias, tífton, coast-cross) são as mais recomendadas para vedação, pois têm uma melhor relação folha: haste.

Uso de Rumensin® na suplementação Rumensin® é um aditivo ionóforo que, em poucas palavras, altera os padrões de fermentação ruminal (maior produção de ácido propiônico), disponibilizando mais energia ao animal; esta maior energia propicia ganhos de peso adicionais entre 50 e 100g/ animal/dia, com uma relação benefício:custo de 8:1 até 20:1.

O Princípio do funcionamento dos proteinados é: Aumento da concentração de N no rúmen

Melhora a eficiência microbiana

Maior digestibilidade da forragem

Aumento do consumo de forragem

MAIOR DESEMPENHO

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[Pesquisa]

Encontro divulgou novas tecnologias na produção de milho, soja e feijão

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Sindicato Rural de Guarapuava, a Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) e o Grupo Agrass realizaram o 4º Encontro de Resultados de Pesquisas de milho, soja e feijão, além de tecnologias do campo. O evento aconteceu no dia 14 de junho, no anfiteatro do Sindicato Rural e contou com a presença de mais 170 pessoas, entre produtores rurais, agrônomos, técnicos, professores e acadêmicos. Segundo o professor do Departamento de Agronomia, Itacir Eloi Sandini o evento foi muito positivo, já que teve a participação de pessoas representativas de vários setores da agricultura de Guarapuava. “Minha avaliação com relação ao encontro é muito boa. Foi importante ver vários produtores, técnicos, agrônomos e acadêmicos presentes. Nos chamou a atenção os questionamentos, a abordagem e a forma como os resultados

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despertaram o interesse de quem participou”, comentou. O objetivo do evento foi apresentar para a comunidade de Guarapuava e região, resultados de pesquisas produzidas por acadêmicos do curso de Agronomia da Unicentro. Durante o encontro foram apresentados oito temas: Dados climáticos de safra 2011/12; Estratégias para o uso de fungicida no manejo de doenças foliares na cultura do milho; Época ideal para semeadura de milho na região de Guarapuava; Ferramenta KISS e SUPAS nas culturas de soja, milho e feijão: desafios e estratégias; Bioestimulantes, inseticidas e micronutrientes nas culturas de soja, milho e feijão; Nitrogênio complementar: tecnologia para o aumento da produtividade; Inoculação da cultura do milho Azospirillum brasiliense e o Efeito residual do nitrogênio em sistemas integrados.

Prof. Itacir Sandini (Dep. Agronomia/Unicentro), coordenador dos trabalhos de pesquisa

As pesquisas foram realizadas pelos alunos Jackson Huzar Novakowiski, Jaqueline Huzar Novakowiski, Alex Natâ Bazzanezi, Sheisi Nogueira Nunes, Fabiano Pacentchuk, Fernando Pacentchuk, Valmiler Vidal, João Daniel Nerone Turok,


João Leonardo Mierzva, engenheiro agrônomo do Grupo Agrass

Mayara Fontanella, Simoni Basi, Tania Maria Müller, Tatyana Huczy Kaminski, Edina Cristiane Pereira. O professor enfatiza que o evento é uma forma do conhecimento não ficar restrito à universidade. “Os chamados produtores de vanguarda já começam a utilizar na prática, na safra subsequente. A cada ano é uma sementinha e vemos que a coisa começa a se perpetuar. O triste é quando ninguém se apropria daquele conhecimento e ele é perdido. Mas percebemos que esses produtores de vanguarda têm um incremento de produtividade e de rentabilidade da atividade agrícola, e assim, percebemos que as coisas estão evoluindo”, opina Sandini. O produtor rural Helmuth Seitz conta que é a segunda vez que participa do evento, pois acredita que é importante se manter atualizado acerca dessa produção de conhecimento. “São muito valorizadas essas pesquisas à campo. Vale a pena acompanhar esses resultados, e estamos aqui para comparar o que a gente tem feito em casa. Assim, temos outras ideias e conhecimento sobre outros híbridos, enfim tudo é válido para o

agricultor da região”. De acordo com Sandini, o encontro é uma maneira de contribuir para o incremento da produtividade e redução de custos das culturas de milho, soja e feijão. “Em última análise, o que a gente quer é que o produtor seja lucrativo e competitivo nesse cenário acirrado”. O professor destacou que as parcerias realizadas foram essenciais para que o evento se concretizasse. “A parceria entre o Sindicato Rural, Grupo Agrass e Unicentro foi fundamental para conseguirmos perpetuar ao longo dos anos esse trabalho. Se não fosse essa parceria, nós teríamos talvez diminuído ou até não estaríamos mais produzindo pesquisa. Eu vejo que o evento está criando corpo e evoluindo nesse sentido de geração e transferência de tecnologia através desse trabalho cooperativo”. Santini analisa também uma das tendências de mercado em relação ao milho. “Os dados mostram que o milho safrinha pela primeira vez na história vai produzir mais que o milho safra. E a tendência futura é que as zonas de produção de

Roberto Cunha, produtor rural, representante do Grupo Agrass

milho migrem para a zona de milho de segunda safra. Para região de Guarapuava isso não é nem mais uma tendência, é uma realidade. Então temos que ter alta produtividade para sermos competitivos. Em termos de rotação de cultura, se não tivermos a cultura do milho a soja se torna insustentável também”. O encontro arrecadou alimentos para a Campanha Produtor Solidário.

Alunos do Laboratório de Plantas de Lavoura que desenvolveram as pesquisas

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[Aprendizagem rural]

Últimos cursos do Senar realizados em Guarapuava, Candói, Cantagalo e Foz do Jordão

Produção Artesanal de Alimentos -Derivados de Leite – Cantagalo 03 e 04 de maio Local: Sindicato Rural de Guarapuava - Extensão Base Cantagalo Instrutora: Giovana Giarollo

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Motoserra - corte polivalente de árvores 07 a 11 de maio - Local: Reflorestadora Schram Instrutor: Luiz Carlos de Matos

Trabalhador na Olericultura Básica – olerículas de talos,folhas e flores- agrião, alface,brócolis, cebolinha, couve, couve-flor, escarola ou chicória, repolho e salsa 21 a 23 de maio - Local: Centro Comunitário Paiol de Telha Instrutora: Karina Calil Caparroz

Qualidade de Vida – Família 12 de junho - Local: Centro Social de Candói Instrutora: Carla Lavoratti

Trabalhador em Turismo Rural - turismo rural e oportunidades de negócios 12 a 14 de junho - Local: Centro Comunitário Paiol de Telha Instrutora Giovana Giarollo

Programa APOENA – cestaria e trançados – artesanato em Palha de Milho - Flores de Palha de Milho 25 a 28 de junho de 12 - Local: APAE – Foz do Jordão Instrutor: Geimar Nava

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[Pulverização]

Tecnologia de aplicação x planejamento Prof. Sidnei O. Jadoski - Agronomia/Unicentro

A aplicação de defensivos é um dos ramos da atividade agrícola que vem merecendo expressiva atenção por parte de instituições de pesquisa aplicada e das empresas de desenvolvimento de produtos e equipamentos, contudo, devido a diversos fatores ligados a eficiência na relação custo x benefício, esta ainda se mostra como uma atividade de grande desperdício nas lavouras. Sendo esta uma operação importante para os cultivos, a disponibilidade de um bom equipamento é aspecto primordial, entretanto também é imprescindível se buscar obter o melhor resultado de pulverização a partir da utilização adequada do equipamento disponível. O processo de tecnologia de aplicação de defensivos não é tão complexo quanto às vezes possa parecer, e, infelizmente, nem tão simples quanto o desejado. O fato é que o conceito de complexidade ou de simplicidade envolve dois extremos de baixa eficiência, como por exemplo, a simplificação exagerada para alguns procedimentos por parte de produtores que ainda relutam em adotar alternativas mais atuais, optando por proceder como faziam seus antepassados, especialmente com relação às altas vazões e tamanho de gotas. E por outro lado, o caso de outros que optam por adotar praticamente tudo o que lhes é ofertado, acabando por não conciliar com a devida proporção a funcionalidade do aparato tecnológico adquirido, caso que vai desde bicos e pontas até equipamentos mal dimensionados à sua necessidade. Consideramos que para a obtenção

de êxito em tecnologia de aplicação devem ser observados três momentos distintos: a avaliação, o planejamento e a execução. A avaliação consiste em se conhecer a realidade da lavoura a ser tratada, definindo-se claramente qual é o alvo a ser controlado e sua localização na planta, e a situação em relação ao tempo disponível para o controle. Quanto a este último aspecto, a situação encontrada pode ser de tranquilidade, urgência, emergência ou “desespero”, sendo que quanto mais distante se estiver da tranquilidade, maior será a tendência de aumento de custos associado à perda de controle dos fatores econômicos inerentes a equipamentos, mão de obra, especificidade do principio ativo e pelos próprios danos já ocasionados à cultura, além da redução de eficiência pela tendência de operação com desrespeito aos critérios técnicos básicos, como velocidade de operação e condições climáticas mais adequadas. O planejamento está relacionado à definição das estratégias de operação visando atingir e controlar o alvo, as quais envolvem a opção de principio ativo, vazão, tamanho de gotas e condições para pulverização. Tendo-se em conta os critérios de operacionalidade a serem executados, considerando o tempo disponível a partir da situação sanitária da lavoura e a área total a ser pulverizada. Na operação existem vários parâmetros a serem considerados, sendo que aqui vamos dar destaque para um dos principais, a vazão. Sucintamente para uma dada cultura a definição de vazão

irá depender do porte da planta e do dossel vegetativo, mais especificamente da quantidade e arquitetura das folhas e do fechamento do solo por elas exercido, além de especificidades do produto, que de acordo com suas características de ação e de mobilidade na planta pode permitir atingir o alvo de diferentes formas. A vazão é um dos elementos de maior discussão e variabilidade dentro das opções adotadas no manejo da pulverização. Para uma mesma condição certamente serão observadas variações de aplicação de mais de 300% em diferentes lavouras, sendo bastante comum se encontrar, por exemplo, áreas de soja e milho, que para condições similares são manejadas com vazões entre 80 e 240 Litros de calda por hectare. O fator que na maioria das situações é determinante para a opção de vazões maiores é que o aumento da taxa vazão é potencialmente acompanhado por um proporcional aumento da quantidade de gotas pulverizadas, embora esta relação dependa também das características e da regulagem do equipamento utilizado. Esta situação leva grande parte dos produtores a considerar que o maior molhamento da planta é garantia de que a aplicação está sendo bem feita, o que geralmente é um conceito errôneo, pois a folha tem uma capacidade muito limitada de absorver as gotas de sua superfície em relação ao amplo poder de evaporação do ar, sendo, portanto, muito mais importante a concentração de produtos na gota do que seu volume ou número em uma mesma unidade de superfície folhar. Revista do Produtor Rural

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20 18 Penetração da gota (%) Terço médio a inferior da planta

Esta é uma questão que precisa ser o ativo nadetalhada gota e bem compreendida, pois exerce efeito direto sobre os resultados da aplicação. O fato é que a opção de aumento da taxa de vazão é geralmente associada somente a um maior volume de água e muito raramente ao correspondente acréscimo da quantidade de produto. Este procedimento acaba exercendo proporcional efeito sobre a concentração de ingrediente ativo presente na gota pulverizada, existindo uma relação linear e inversamente proporcional entre estes fatores, isto é, ao se dobrar o volume de vazão se estará reduzindo para a metade a quantidade de ingrediente ativo presente na gota gerada (Gráfico 1). Neste caso o resultado é um grande molhamento da planta, que é derivado de um maior volume de água e não de defensivo, o que além de não melhorar o controle em relação ao alvo/problema, ainda reduz a eficiência do processo de pulverização por perda de tempo, com o aumento da necessidade de reabastecimentos do tanque e pelo consequente aumento dos custos de operação. O estabelecimento do tamanho de gota adequado está muito relacionado à posição do alvo. Os casos de maior

16 14 12 10 8 6 4 2 0 150

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600

Diâmetro mediano volumétrico (mm) Gráfico 2: Relação Tamanho de gota x penetração no entre as folhas da planta. (Figura do autor).

dificuldade são para as doenças fúngicas e maioria dos insetos que tendem sobremaneira a se posicionar nos terços mediano e inferior da planta, exigindo o deslocamento da gota por entre as folhas até chegar às partes mais baixas

da planta, o que se consegue com uma gradual redução do diâmetro das gotas pulverizadas, em uma relação não linear, isto é, uma grande mudança no diâmetro de gotas ocasiona um pequeno (porém importante) aumento da taxa de gotas que conseguem ser depositadas nas partes inferiores da planta (Gráfico 2). É preciso recordar que a translocação de praticamente todos 20os defensivos é no sentido do movimento para cima na 18 planta, isto é, para proteger as folhas baixeiras, a gota deve chegar lá. 16 Neste contexto, o que buscamos ressaltar é que o processo de tecnologia de 14 aplicação não é somente a execução da pulverização, pois envolve 12 particularmente um arrojado processo de planejamen10ser considerado to. Neste particular, deve que a vazão, tamanho de gota x proteção x 8 clima, qualidade do equipamento utilizado e qualificação do operador de máqui6 nas, não são o objetivo da pulverização, e sim, o melhor controle possível do alvo/ 4 problema da lavoura, contudo a harmonia entre estes fatores é primordial para que 2 este objetivo seja alcançado com o máxi0 mo de êxito.

RELAÇÃO

Penetração da gota (%) Terço médio a inferior da planta

Vazão x Concentração da gota

Volume de calda-vazão Concentração de princípio ativo na gota

Vazão (L ha-1) Gráfico 1: Relação vazão x concentração de ingrediente ativo na gota. (Figura do autor).

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300

Revista do Produtor Rural

“Agradecemos a CEREAL pelo convite e disponibilização deste nobre espaço”.

150

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[Pecuária de corte]

Cruzamento industrial: eficiência produtiva e econômica no confinamento Cristiano Leal Gerente de Produto Corte Taurinos da CRV Lagoa cristiano.leal@crvlagoa.com.br

E

m todos os setores da economia, o Brasil é hoje mundialmente conhecido como o país das oportunidades, e isso não é diferente no mercado da carne bovina. O aumento da produção e da competitividade com outros mercados produtores exige da pecuária de corte brasileira um dinamismo nunca visto antes em toda a cadeia produtiva. Com a economia globalizada, nossos produtores brasileiros devem-se atentar às tendências do mercado mundial com o objetivo de ter subsídios que os auxiliem nas tomadas de decisões a médio e longo prazo. Sob essa ótica, quando analisamos os países maiores produtores de carne bovina no mundo, nos deparamos com o constante incremento de produtividade, como é o caso dos EUA, que vê o seu rebanho diminuir a cada ano, porém a produção de carne é crescente. Hoje, praticamente com o mesmo rebanho de 1950, tem sua produção de carne três vezes maior. Isso só é possível devido à maior eficiência e produtividade por cabeça, explorando ao máximo os recursos genéticos e nutricionais. No Brasil, a pecuária de corte tem crescido nos 20 últimos anos por dois motivos principais: a expansão de novas áreas para cultivo de pastagens e o aumento da produtividade. A tendência é que continue a crescer, porém, apenas por produtividade, pois a expansão através da abertura de novas áreas é praticamente impossível nos dias atuais devido, principalmente, à pressão de toda a sociedade contra o desmatamento. Outro fator que também impacta sobre o incremento da produtividade no Brasil é a perda de áreas de pastagens para lavouras e silviculturas. Ainda neste contexto, temos outro ponto que pressiona a produtividade, que é o custo de produção. Para ser eficiente na produção de carne será necessário profissionalizar a cadeia como um todo, otimizando os re-

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Revista do Produtor Rural

cursos genéticos, ambientais, humanos, financeiros e adotando práticas de manejo, como em uma gestão empresarial. Com foco nos recursos genéticos, a utilização de cruzamentos entre diferentes grupamentos é uma alternativa eficaz para elevar a produção de carne. Esclarecendo: “Cruzamento Industrial” é o nome dado aos sistemas de acasalamento entre raças Bos taurus (Europeias) versus raças Bos indicus (zebuínas. No Brasil, a predominância é da raça Nelore). O objetivo do cruzamento industrial é obter em um único animal as características desejáveis das raças formadoras: Com o cruzamento industrial, é possível alcançar resultados na melhoria de desempenho (ganho de peso, características de carcaça, precocidade, etc.) logo na primeira geração, o que nas raças puras formadoras levaria várias gerações para ser alcançado.

nhamento desde a entrada no confinamento até o abate de 10.922 animais machos, com idade entre 15 a 20 meses. Os animais foram separados em lotes e em dois grupamentos genéticos, sendo um grupo composto por animais da raça Nelore, fruto de inseminação artificial e/ou repasse de touros Nelore PO, e o segundo grupo formado por animais F1 Britânicos compostos por animais ½ sangue Angus + ½ sangue Nelore e ½ sangue Hereford + ½ sangue Nelore, também frutos de inseminação artificial. Os números apresentados abaixo nos mostram que os animais F1 Britânicos foram 6,82% mais eficientes para conversão alimentar quando comparados aos animais da raça Nelore, e também foram superiores no GPD Médio (Ganho de Peso Diário Médio), com 13,31%. O consumo de matéria seca total (Consumo MS – kg/cabeça/dia) foi 8% superior. Quando trabalhamos em sistemas intensivos de produção, é desejável ter animais com maior capacidade de ingestão. Segundo Daniel Almeida, gerente geral da FSW Agropecuária, o objetivo da

1. Análise de eficiência em confinamento de animais Nelore e F1 (Britânicos). O estudo abaixo realizou o acompaGRUPO GENÉTICO

NELORES

F1 Britânicos

Número de cabeças (machos)

6501

4421

Dias de Confinamento

133

107

DIFERENÇA 26

Consumo MS (kg/cabeça/dia)

8,76

9,46

8%

Conversão Alimentar (kg MS / @ produzida)

145

135

6,82%

GPD Médio (kg/dia)

1,36

1,54

13,31%

56,27%

55,80%

-0,84%

Rendimento (%)

Figura 7. Tabela comparativa de resultados obtidos em confinamento de animais Nelore e F1 Britânicos. Fonte: FSW Agropecuária S/A (2012).

Raças Zebuinas

Raças Europeias

Adaptação ao calor dos trópicos

Velocidade de ganho e peso

Resistência a Endo e Ectoparasitas

Precocidade terminação

Rusticidade

Precocidade sexual

Facilidade de parto

Qualidade de carne Fertilidade


empresa é otimizar ao máximo a ingestão de alimento por animal, pois, quanto maior for ingestão, maior será o ganho de peso e, consequentemente, menor será a permanência no confinamento, otimizando resultados. Prova disso é que na comparação acima os animais F1 Britânicos tiveram média de permanência no confinamento de 26 dias a menos. Outro ponto que deve ser avaliado é a economia com produção e/ou compra de MS (matéria seca total). Os animais F1 consumiram 10 kg de MS a menos para a mesma quantidade de arrobas produzidas. Fazendo um exercício simples para calcular a economia com alimentação obtida com os animais F1, temos: Exercício Matéria seca economizada

0,667 kg p/ kg colocado

Custo da MS no estado de Mato Grosso do Sul

R$ 480,38

Peso de entrada no confinamento dos animais F1

318,93 kg

Peso de saída do confinamento dos animais F1

482,13 kg

Peso ganho no confinamento dos animais F1

163,20 kg

Economia em MS por animal F1

108,85 kg

Economia em R$ gastos com MS por animal F1

R$ 52,29

Economia em R$ gastos com MS no lote com 4421 cabeças

R$ 231.174,10

Neste exercício foi considerada apenas a economia com a dieta total, não foram levados em conta os custos operacionais, bem como o giro de capital, uma vez que os animais F1 tiveram período de permanência no confinamento 26 dias menor que o grupo dos Nelore.

2. Custo de arroba colocada (dieta) por Estado de animais Nelore e F1 (Britânicos).

Figura 7. Gráfico comparativo de custos de arroba colocada por estado. Fonte: FSW Agropecuária S/A (2012).

O gráfico acima utiliza como base no eixo (X) o custo da dieta (matéria seca total) por Estado, com dados obtidos da COAN Consultoria. A utilização de animais F1 Britânicos é mais econômica quando comparada à utilização dos animais da raça Nelore em todos os Estados citados acima. Este resultado tem maior impacto nos estados com custos elevados da dieta, tornando os animais F1 pontos decisivos para a viabilidade da utilização do confinamento nestas regiões. O gráfico abaixo compara o custo da arroba colocada (dieta) entre animais Nelore e Cruzados (F1 Britânicos) com diferentes patamares de custo da dieta (matéria seca total). Com este gráfico, podemos analisar duas variáveis para melhorar a eficiência econômica do confinamento: a primeira é reduzir os custos com a dieta e a segunda é trabalhar com

Figura 7. Gráfico comparativo de custos de arroba colocada por estado. Fonte: FSW Agropecuária S/A (2012).

animais mais eficientes na conversão de alimento em carne. O fato dos animais mestiços serem mais eficientes é explicado pelo fato das raças taurinas terem sofrido forte pressão de seleção para a produção de carne, enquanto as raças zebuínas passaram por um longo período de seleção natural, principalmente para características de adaptação. Nos dias atuais, as raças zebuínas estão sendo desafiadas e trabalhadas para melhor eficiência na produção de carne, buscando chegar a um patamar similar ao das raças taurinas quanto à eficiência na produção de carne, o que exige trabalho focado e muitos anos de seleção. Porém, este não é o único motivo para justificar a maior eficiência. Outro ponto que deve ser levado em conta é a heterozigose ou vigor híbrido, que proporciona maior desempenho aos animais F1 somado aos efeitos de interação genótipo-ambiente e complementariedade entre as raças. A forte demanda por animais oriundos de cruzamentos entre raças taurinas e zebuínas é reflexo dos resultados obtidos no campo, como o apresentado neste trabalho. No cenário atual, onde temos custos de produção elevados, a utilização de técnicas de cruzamento se tornam ferramentas fundamentais para a otimização dos resultados e a viabilidade da prática de confinamento.

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[Política agropecuária]

Seminário levantou prioridades do setor O Sindicato Rural vai enviar aos representantes políticos as principais reivindicações do produtor rural

N

o dia 22 de maio, o Sindicato Rural de Guarapuava realizou um Seminário sobre Política. O objetivo foi levantar prioridades políticas no setor agropecuário. O evento teve início às 8h30, no anfiteatro da entidade, e contou com a participação de 30 produtores rurais. As demandas foram divididas por setores: agricultura; pecuária; meio ambiente; logística; segurança na propriedade e demandas para desenvolvimento de pesquisas. Para o presidente do Sindicato, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, é importante que o produtor se envolva diretamente com a política para que assim possa reivindicar seus direitos. “As necessidades da classe rural são decididas no meio político, por isso nos reunimos hoje para realizar um levantamento dos nossos problemas, assim os políticos podem trabalhar em prol de nossa classe”, destacou. O vice-presidente do Sindicato Anton Gora, disse que o resultado foi positivo, já que muitas questões foram levantadas com objetivo de desenvolver o setor agropecuário. Ele destaca que a prioridade para o setor é a necessidade de um apoio junto ao governo federal para que se elabore e a execute uma política agrícola permanente e realista.

“Precisamos que se formule uma política agrícola de longo prazo, se ela for boa o produtor vai plantar, caso contrário, não. É preciso uma política que, efetivamente, auxilie e oriente. E não de curto prazo como está sendo hoje, que não há como se estruturar e planejar nada”. Apesar do seminário ter alcançado seu objetivo no levantamento de demandas para a agropecuária, Gora critica a pouca participação do produtor. “Isso é uma pena. Vamos conseguir ser atendidos se todos participarem. Deixo o apelo para que o produtor se conscientize que as coisas só vão acontecer se ele se engajar também. Queremos ações de longo prazo e planejamento, para que no futuro não tenhamos problemas”. Agora, o Sindicato Rural enviará um documento com as demandas do setor agropecuário, para reivindicá-las junto a autoridades políticas e candidatos da região, desde a esfera municipal até federal. “O produtor precisa participar mais politicamente. Não adianta ele produzir bem dentro da porteira se não tiver uma política que o atenda”, ressalta Gora.

Principais demandas

Durante o seminário diversas demandas foram discutidas para a realização do

documento para os políticos, entre elas na agricultura foi pedido para que se viabilize financiamentos de custeio e investimento com recursos e juros compatíveis com a atividade; importação de insumos agropecuários usados por concorrentes do Mercosul e facilitar o registro de defensivos agrícolas. Já na pecuária, foi citada a importância de fomentar projetos de integração agricultura-pecuária-floresta; proteger as fronteiras do Paraná contra a entrada de doenças, principalmente Mato Grosso do Sul e países vizinhos e a reestruturação da questão sanitária, com a contratação de mais técnicos e mais agilidade nas ações da fiscalização e a emissão de GTA (via Internet). Em relação ao meio ambiente, o sindicato e os produtores reivindicam que o novo código florestal entre em vigor e não seja vetado, para que se priorize uma agricultura produtiva e, ao mesmo tempo, proteja o meio ambiente. Em termos de logística foi destacado a importância de se viabilizar o transporte ferroviário; com um novo trajeto Guarapuava-Paranaguá; a duplicação de toda a BR-277 entre outros.

Sugestões

Produtores rurais que não puderam participar do seminário podem enviar sugestões para o relatório pelo e-mail gerencia@srgpuava.com.br.

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[Solo]

Eficiência e utilização de micronutrientes na adubação Letícia Caloy Eng. Agrônoma

A

agricultura brasileira passa por uma fase em que o aumento da produtividade é a principal ferramenta para manter a sustentabilidade dos processos produtivos. O solo nem sempre é capaz de suprir todos os nutrientes que a planta necessita para seu máximo desempenho, sendo assim esta “deficiência” deve ser corrigida através da adubação. Nesse contexto, a utilização dos micronutrientes na adubação é imprescindível para se alcançar o máximo potencial produtivo das culturas. Os micronutrientes são definidos pelos nutrientes que as plantas necessitam em pequenas quantidades. Sua falta, no entanto, pode acarretar em grandes perdas na produtividade. Apesar da pequena quantidade alguns deles são tão importantes quanto os macronutrientes (N, P, K, Ca, S e Mg). São considerados elementos essenciais o zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), boro (B) e o cloro (Cl). Eles têm funções importantíssimas relacionadas à síntese de proteínas, taxa de fotossíntese, fixação de (N), floração, formação de frutos entre várias outras funções. É de suma importância ressaltar que a distribuição e principalmente a solubilidade desses elementos devem ser levadas em consideração, micronutrientes granulados possuem baixa solubilidade e devido à baixa capacidade de distribuição na formulação tem sua eficiência muito reduzida. Diante das necessidades, alguns avanços tecnológicos foram criados visando minimizar e/ou corrigir estas falhas. Existem atualmente no mercado tecnologias que incorporam estes micros na base fosfatada melhorando sua distribuição no solo, outros ainda mais tecnificados que através de um processo de moagem dos micros, o qual aumenta muito a solubilidade dos mesmos, incorporam essas finas partículas em 100% dos grânulos do adubo, resultando em uma distribuição uniforme no solo facilitando a chegada e absorção dos micros pela planta gerando assim o retorno esperado na produtividade. Outra tecnologia muito utilizada está relacionada à adubação nitrogenada de cobertura onde a utilização de micronutrientes como Boro e Cobre agregados a ureia tem contribuído significativamente não só na nutrição das plantas, mas também na redução da volatilização do (N) otimizando o aproveitamento da planta, além de dar ao agricultor uma maior facilidade na aplicação (à lanço) e o prevenindo de possíveis estiagens que possam ocorrer após feita a aplicação. Tecnologias assim estão disponíveis e devem ser procuradas por aqueles produtores que realmente estão buscando o máximo rendimento de sua lavoura, produtividades consistentes e, consequentemente, chegar à maior lucratividade no seu negócio. Revista do Produtor Rural

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[Boas práticas]

Uso sustentável de fertilizantes Engº Agrº Antonio Saraiva Muniz Junior Assessor Agronômico da Bunge no PR. Engenheiro Agrônomo pela Universidade Estadual de Maringá - PR, com especialização em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas pela UFLA – MG e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV.

A

Engº Agrº Antonio Saraiva Muniz Junior

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Revista do Produtor Rural

demanda por alimentos no mundo tem crescido anualmente ao longo dos últimos anos. A agricultura, atividade responsável pela produção destes alimentos tem que conviver com um desafio: a área disponível para produção dos alimentos estagnada, quando se avalia a realidade mundial. A realidade brasileira é um pouco diferente, pois segundo estudos da década passada, temos mais de 100 milhões de hectares de áreas não exploradas ainda disponíveis para a agricultura. A incorporação destas a agricultura, no entanto, está longe de ocorrer pois com os atuais 51,6 milhões de hectares destinados a produção de grãos (78% com soja e milho), os desafios de infra-estrutura são muitos. Com a dificuldade de introdução de novas áreas, a resposta que temos dado tem sido outra: o aumento da produtividade. Este é, sem dúvida, o principal fator responsável pelo crescimento exponencial da produção brasileira, estimada para esta safra em aproximadamente 160 milhões de toneladas de grãos, segundo último levantamento da Conab, divulgado em maio passado. Se a disponibilidade de área não é problema, temos outra limitação: o acesso à tecnologia no campo e o uso, muitas vezes inadequado, dos insumos de produção, com destaque para os fertilizantes. Mesmo batendo recordes de produção de grãos nos últimos anos, podemos evoluir, especialmente em fertilizantes, área a qual temos nos dedicado nos últimos 09 anos. Temos nele um insumo importan-

tíssimo para potencialização da produtividade agrícola. Os mesmos são produzidos a partir de recursos naturais não renováveis (em especial os fosfatados e potássicos) e tem um elevado custo energético de produção (no caso de nitrogenados). Em vista disto, o uso sustentável dos mesmos tem que ser sempre considerado em primeiro lugar, afinal precisamos produzir alimentos para o hoje sem prejudicar a capacidade das gerações futuras virem a produzir o seu alimento. Boas práticas para uso eficiente dos fertilizantes (BPUF´s) são essenciais neste processo. Elas consistem em se buscar o uso correto dos fertilizantes sob quatro aspectos, que chamamos de 4 C´s: fonte correta, dose correta, época correta o local correto. A incorporação deste conceito no dia a dia pode ocorrer por meio da aplicação de questionamentos como: qual fonte eu devo utilizar? Será ureia, sulfato de amônio ou nitrato de amônio. E qual será a dose? Os 400 kg/ha tradicionalmente utilizados tem sido suficientes ou em excesso? Devo aplicar isto no momento do plantio, antes da emergência ou após a mesma? Incorporando o adubo ou aplicando-o a lanço? Perguntas básicas, mas importantes para sempre nos levarem a melhor tomada de decisão. A questão da qualidade do fertilizante é aspecto extremamente importante neste processo também. Fertilizantes não são commodities e a diferença de qualidade pode ser claramente percebida no momento do uso entre as diversas marcas disponíveis no mercado.


Devemos somar a isto práticas de suporte que permitam a melhor condição de solo, da fertilidade, para a maximização da eficiência dos fertilizantes. Uma delas, que destacamos é a agricultura de precisão, tecnologia que pode auxiliar o produtor, dentre outros aspectos, em uma etapa primordial no processo de diagnóstico da fertilidade: a amostragem de solo, pois georreferencia a mesma e possibilita ao produtor maior credibilidade e confiabilidade dos resultados das análises de solo. Após, efetua-se o processamento das informações e geram-se mapas de fertilidade que podem apontar variabilidade nos teores de nutrientes e na acidez dos talhões (que pelo método tradicional nem sempre seriam identificados). Então, sob o olhar crítico de técnicos, tais mapas podem gerar recomendações de aplicação de corretivos e fertilizantes a taxa variável, evitando que o produtor aplique adubo em excesso ou de maneira deficitária. Práticas corretivas conhecidas, como a calagem, que visa entre outros

benefícios a correção do pH do solo a níveis que possibilitem a maior disponibilidade dos nutrientes, e a gessagem, objetivando melhoria da fertilidade em subsuperfície através da disponibilização de cálcio em camadas mais profundas e da redução do alumínio tóxico podem auxiliar muito as BPUF´s, especialmente se efetuadas utilizando a agricultura de precisão. A sustentabilidade aplicada nes-

tes aspectos não garante 100%, mas pode aumentar as chances de se obter maiores produtividades e por conseqüência, melhores rentabilidades. Com renda, o produtor rural se perpetua na atividade, pois obtém retorno sobre o investimento, oferece a sociedade alimentos mais acessíveis sem desperdiçar os recursos naturais, como os fertilizantes e porque não dizer, a água e o ar.

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[Suinocultura]

Importância da sanidade dos suínos para seu desempenho e qualidade de carcaça Prof. Coordenador Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Leandro Klimionte / Mirodion Santos Oliveira Dalita Laurinha Schmoller / Dennis Van Der Berg / Jonatan Furlan Freire

A

través de estudos, pode-se constatar que a “tão temida” carne suína, possui muitos nutrientes e, que o seu maior mal que seria o colesterol, é desbancado pelos cuidados na produção e avanços tecnológicos do setor. Com esses esclarecimentos, a população brasileira tem aumentado o consumo deste alimento, fator este aliado não somente a qualidade, mas também ao seu custo. Contudo, para um alimento como este ter qualidade os fatores nutrição, genética, produção e sanidade dos animais são pontos relevantes, com o objetivo de aumentar ainda mais o consumo de carne suína e a sua distribuição mundial. Atualmente o maior entrave econô-

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mico para exportação da carne suína está associado ao maior importador, que cria barreiras visando baratear o seu custo. Hoje no Brasil, instituições como a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos), tem se dedicado a conscientização da população em relação à qualidade da carne suína, o que tem surtido efeito aumentando seu consumo. Essa qualidade do produto final é influenciada sobremaneira pela sanidade dos animais, pois existem inúmeras doenças que podem acometer os mesmos. Logo, são aplicadas pelos produtores medidas de profilaxia mais eficientes possíveis para minimizar as perdas, principalmente no que diz respeito ao

desempenho dos animais. Até porque, é de consenso para técnicos e produtores que medidas de profilaxia de afecções, ou seja, de prevenção, são muito mais baratas do que o custo com o tratamento das mesmas. As principais formas de profilaxia adotadas pelas empresas se baseiam normalmente em um programa preconizado por Madec (2002) para todas as etapas da suinocultura. Estas são medidas gerais aplicadas nos sistemas de produção de suínos, visando o controle e diminuição das perdas por doenças infecto-contagiosas. Estes aspectos estão relacionados com instalações, agrupamentos de animais, materiais, stress, higiene e vacinação. Dentre as principais áreas para controle pode-se citar: redução do contato suíno/suíno; melhorias higiênicas e de manejo; redução de situações estressantes; melhorias nutricionais e controle de doenças associadas. O programa de profilaxia de MADEC (2002) enumera 20 pontos importantes da granja para atuação e melhoria do status sanitário. Dentro da granja eles são divididos por setor conforme segue:

SETOR DE MATERNIDADE 1. Usar o sistema “todos dentro, todos fora” e limpar as canaletas de dejetos entre lotes; 2. Lavar as porcas e desverminar antes do parto; 3. Limitar os reagrupamentos de leitões na maternidade ao absolutamente


essencial, tentar trocar leitões apenas nas primeiras 24 horas após o parto;

Nas tabelas a seguir estão citadas as doenças que mais afetam os animais em cada setor da granja, as vacinas e sua importância no sistema de produção:

SETOR DE CRECHE 4. Usar baias ou gaiolas pequenas, com divisórias sólidas; 5. Usar o sistema “todos dentro, todos fora” e limpar as canaletas de dejetos entre lotes; 6. Diminuir a lotação para níveis iguais ou menores do que 3 leitões por m² ou seja, espaço igual ou maior que 0,33 m² por leitão; 7. Aumentar o espaço de cocho para valor acima de 7 cm/leitão; 8. Melhorar a qualidade do ar, mantendo níveis de NH3 abaixo de 10 ppm, CO2 abaixo de 0,1% e umidade abaixo de 85%; 9. Melhorar o controle da temperatura ambiental; 10. Não misturar leitões de diferentes lotes na chegada ou durante o período de permanência nas creches;

SETORES DE CRESCIMENTO / TERMINAÇÃO 11. Usar baias pequenas, com divisórias sólidas; 12. Usar o sistema “todos dentro, todos fora” e limpar as canaletas de dejetos entre lotes; 13. Não misturar leitões de diferentes lotes na chegada ou durante o período de permanência nas recrias; 14. Não misturar leitões de diferentes lotes na chegada ou durante o período de permanência nas terminações; 15. Diminuir a lotação, adotando um espaço acima de 0,75 m² por leitão; 16. Melhorar a qualidade do ar e o controle da temperatura ambiental;

Por fim deve-se observar que juntamente com genética, nutrição e manejo, a sanidade é um dos fatores preponderantes para que os suínos atinjam o desempenho esperado, com uma carne de qualidade nutricional e sanitária, que os mercados mais exigentes do mundo esperam.

Além dessas medidas, constam ainda: 17. Usar um programa de vacinação adequado às doenças do plantel; 18. Racionalizar o fluxo de ar e de animais nos prédios; 19. Adotar uma higiene estrita em manejos como corte de dentes, corte da cola, injeções e outros; 20. Remover precocemente animais doentes para baias hospital ou realizar a eutanásia dos mesmos.

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[Instrução Normativa]

Sistema nacional de certificação de unidades armazenadoras Nicolau Mallmann, Engº Agrº, Dr. - Auditor - OCPCONAB/MAPA, Prof. Colaborador Faculdade Agronomia –Armazenagem de Grãos – UNICENTRO-Guarapuava/PR.

Moacir Cardoso Elias, Engº Agrº, Dr. - Prof. Faculdade de Agronomia - Armazenagem de Grãos – Fac. Agronomia Eliseu Maciel -UFPEL-Pelotas/RS e Membro Titular do Comitê Técnico Consultivo do Sistema de Certificação de Unidades Armazenadoras-BRASÍLIA/DF.

1. POR QUE CERTIFICAR AS UNIDADES ARMAZENADORAS? Com a globalização dos mercados e o aumento da competitividade, as relações comerciais estão se tornando cada vez mais rigorosas nas exigências de padrões de qualidade dos produtos que adquire. No agronegócio mundial a situação não é diferente. E o Brasil, como um dos principais produtores e exportadores de produtos agropecuários, para se manter competitivo precisa se adequar às exigências do mercado externo. Na cadeia produtiva, percebe-se que o segmento de armazenagem apresenta algumas fragilidades quanto ao manuseio e a guarda da produção. Os segmentos que se relacionam com os prestadores de serviços de armazenagem têm apontado a necessidade de se estabelecer procedimentos que visem modernizar as atividades de guarda e conservação de produtos agropecuários. Pela sua importância no contexto da agropecuária, a gestão do sistema de armazenagem tem que buscar a uniformização de procedimentos, que devem ser avaliados constantemente no intuito de alcançar a sua modernização técnica e operacional. Além disso, as suas atividades devem ser transparentes e regulamentadas, de forma que todo esse esforço se traduza no fortalecimento de sua credibilidade e no atendimento dos interesses coletivos. Com esse intuito, foi instituída a Lei n.º 9.973, de 10/05/2000, regulamentada pelo Decreto n.º 3.855, de 03/07/2001. Dentre as inovações introduzidas na legislação, destaca-se a criação do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, com base no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC. Esse sistema é coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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Revista do Produtor Rural

Os procedimentos técnicos operacionais e a definição dos documentos necessários ao exercício das atividades de guarda e conservação de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, foram elaborados pelo Grupo de Trabalho - GT criado pela Portaria Interministerial Mapa/MDIC nº 40, de 05 de março de 2004. Esse Grupo contou com a participação de representantes do MAPA(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), do MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), da ABCAO (Associação Brasileira dos Armazenadores Oficiais), do CENTREINAR/UFV (Centro Nacional de Treinamento em Armazenagem), da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), do CONFEA Conselho Federal e Engenharia, Arquitetura e Agronomia, do Sindicato dos Armazéns Privados, da ABRAPÓS (Associação Brasileira de Pós-Colheita) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Após consulta pública, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aprovou os requisitos técnicos por meio da Instrução Normativa nº 33, de 12 de julho de 2007. Essa Instrução Normativa estabelece os requisitos técnicos que o armazém deve atender para ser certificado por um Organismo de Certificação de Produto - OCP, acreditado pelo Inmetro, agência executiva do Governo Federal, que é responsável pela gestão do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC. O prazo de início da vigência do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazena foi definido para 31 de dezembro de 2009, pela Instrução Normativa nº 52, de 10 de outubro de 2008. A Certificação de Unidades Armazenadoras está baseada em três pilares: • Os requisitos técnicos operacionais.


• A capacitação da mão-de-obra que trabalha nos armazéns. • Documentação que comprova o manejo adotado pelo armazenador. A Certificação é obrigatória para todas as unidades armazenadoras que prestam serviços remunerados de armazenagem de produtos de terceiros, inclusive estoques públicos. Poderá haver a ampliação da exigência para outras unidades armazenadoras e não há restrição para a participação voluntária por parte destas. 2. O QUE É CERTIFICAÇÃO DE ARMAZÉNS? Certificação é um dos mecanismos da Avaliação da Conformidade. A Avaliação da Conformidade é um processo sistematizado, devidamente acompanhado e avaliado, que propicia um adequado grau de confiança aos consumidores, de que um produto/serviço ou processo atende a requisitos pré-estabelecidos em normas ou regulamentos. A certificação consiste no reconhecimento formal, concedido por um organismo independente, acreditado pelo INMETRO, de que uma entidade tem competência técnica para realizar serviços específicos. É um indicador, para os usuários dos serviços, de que as atividades desenvolvidas por um prestador de serviços atendem a um padrão mínimo de qualidade e que possuem os requisitos técnicos mínimos estabelecidos no regulamento de avaliação da conformidade. A certificação garante uma avaliação criteriosa, imparcial e competente, por meio de auditorias nas atividades de manuseio, guarda e conservação durante a armazenagem de grãos. Sistema coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com regras e procedimentos de gestão para qualificação e habilitação de armazéns, visando à guarda e conservação de produtos agropecuários. 3. OBJETIVO Fortalecimento da relação do setor armazenador com o setor produtivo e a sociedade, redução das perdas que ocorrem durante o processo de armazenamento e aumento da credibilidade e competitividade dos produtos submetidos ao processo de armazenagem, frente aos mercados externos. O Sistema de Certificação terá como um dos seus objetivos o fortalecimento dessa confiança nas relações do setor armazenador com o setor produtivo e a sociedade, e também o reconhecimento, nacional e internacional, de que este processo de armazenamento atende aos requisitos legais e de mercado estabelecidos. 4. CERTIFICAÇÃO Reconhecimento formal, concedido por um organismo acreditado pelo INMETRO, de que uma entidade tem competência técnica para realizar serviços específicos, dentro de um padrão mínimo de qualidade e os portadores atendem aos requisitos técnicos estabelecidos pelo MAPA para o exercício daquela atividade. Unidade Armazenadora “em nível de fazenda” - Unidade armazenadora localizada em propriedade rural, com capaci-

dade estática e estrutura dimensionada para atender ao próprio produtor. Unidade Armazenadora coletora - Unidade armazenadora localizada na zona rural (inclusive nas propriedades rurais) ou urbana, com características operacionais próprias, dotada de equipamentos para processamento de limpeza, secagem e armazenagem com capacidade operacional compatível com a demanda local. Em geral, são unidades armazenadoras que recebem produtos diretamente das lavouras para prestação de serviços para vários produtores. Entretanto, nas unidades armazenadoras que recebem produtos in natura limpos e secos, fibras ou industrializados, os sistemas de limpeza e secagem não são obrigatórios. Unidade Armazenadora intermediária - Unidade armazenadora localizada em ponto estratégico de modo a facilitar a recepção e o escoamento dos produtos provenientes das unidades armazenadoras coletoras. Permite a concentração de grandes estoques em locais destinados a facilitar o processo de comercialização, industrialização ou exportação. Unidade Armazenadora terminal - Unidade armazenadora localizada junto aos grandes centros consumidores ou nos portos, dotada de condições para a rápida recepção e o rápido escoamento do produto, caracterizada como unidade armazenadora de alta rotatividade. 5. BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO PARA AS UNIDADES ARMAZENADORAS Os programas de avaliação da conformidade são uma tendência mundial e um forte instrumento competitivo na prática do comércio exterior. Além disso, são importantes ferramentas de desenvolvimento e de proteção ao consumidor. Sendo os principais benefícios: • Redução das perdas. • Melhoria das relações comerciais. • Melhoria da imagem da empresa. • Maior facilidade de acesso ao mercador externo. • Diminuição dos controles e avaliações por parte dos seus clientes. • Redução dos custos operacionais. • Possibilidade de praticar o comércio de produtos similares aos recebidos em depósito. • Autorização para emissão dos títulos lastreados por produtos depositados (Warrant Agropecuário, Conhecimento de Depósito Agropecuário, e outros). 6. QUAIS SÃO OS PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS PARA A CERTIFICAÇÃO DE UNIDADES ARMAZENADORAS? • O armazenador deve conhecer os requisitos técnicos obrigatórios aprovados por meio da Instrução Normativa MAPA N.º 29/2011 e adequar a sua estrutura armazenadora a essas exigências. • O armazenador deve enviar uma solicitação formal a um dos Organismos de Certificação de Produto (OCP), acreditado pelo INMETRO, para a certificação, contendo os seguintes documentos: declaração de atendimento aos requisitos; documento de constituição da empresa; regimento interno do armazém; e termo de nomeação do fiel depositário. Revista do Produtor Rural

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• O OCP analisa a documentação apresentada pelo armazenador em face dos requisitos pré-estabelecidos. • Não havendo não-conformidade, o OCP, de comum acordo com o armazenador, realizar a auditoria inicial nos processos da unidade armazenadora. • Estando os processos em conformidade, o OCP concede, após apreciação pela Comissão de Certificação, a licença para o uso da identificação da certificação. 7. VIGÊNCIA A Instrução Normativa 29/2011, publicada no D.O.U em 09/06/2011, reescalonou o processo de implantação do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, a ser cumprida pelas Unidades Armazenadoras para obtenção da certificação, na forma abaixo:

O escalonamento para as Unidades Armazenadoras que tiverem até três CNPJs ou até três CDAs, com capacidade estática máxima total de 20.000 toneladas, dar-se-á da seguinte forma:

8. REQUISITOS TÉCNICOS Os requisitos técnicos foram classificados como obrigatórios (O) e recomendados (R), sendo os obrigatórios subdivididos em; • (O1), requisito obrigatório no momento da vistoria da unidade armazenadora pela entidade certificadora; • (O2), requisito obrigatório para todas as unidades armazenadoras cujo início das obras se dará após a publicação da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA; • (O3), requisito obrigatório que deve ser cumprido no prazo de até três anos após a publicação da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA; • (O4), requisito obrigatório que deve ser cumprido no prazo de até cinco anos após a publicação da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA. Ressalta-se que as unidades armazenadoras cujo início das obras ocorrerem após a publicação pelo MAPA da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA, devem observar todos os requisitos obrigatórios,além daqueles enquadrados como O2. Quadro 1 - Resumo Requisitos Técnicos obrigatórios ou recomendados para a certificação de unidades armazenadoras em ambiente natural.

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Recomenda-se que os produtos para armazenagem tenham no máximo os seguintes teores de umidade:

12. LEGISLAÇÃO • Lei 9.973/2000 – dispõe sobre o sistema de armazenagem dos produtos agropecuários;

9. ABRANGÊNCIA Obrigatória para as unidades armazenadoras, que prestam serviços remunerados de armazenagem em ambiente natural (grãos e fibras) a terceiros, inclusive estoques públicos, ou aqueles que de forma voluntária solicitarem a Certificação.

• Decreto 3.855/2001 – estabeleceu como atividade de armazenagem o exercício da guarda e conservação de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, próprios ou de terceiros, por pessoa jurídica de direito público ou privado, em estruturas apropriadas para esse fim; • Instrução Normativa Mapa nº 33/2007 – aprovou os requisitos técnicos obrigatórios e recomendados e o regulamento de avaliação da conformidade; • Instrução Normativa Mapa nº 52/2008 – Prorrogou o prazo de vigência do Sistema para 01.01.2010;

10. QUEM CERTIFICA?

• Portaria Mapa nº 173, de 12.07.2007 e 03.01.2008 – Constituiu a Comissão Técnico Consultiva;

Organismos de Certificação de Produtos – OCP’s, acreditados pelo INMETRO, que após o cumprimento dos requisitos técnicos emite o “Selo de Identificação da Conformidade”, mediante o cumprimento dos requisitos técnicos estabelecidos realizados por um auditor. A certificação assegura competência técnica na prestação de serviços de armazenagem, em todas as unidades submetidas a esse processo, abrangendo uma capacidade estática em torno de 138 milhões de toneladas no País.

• Portaria Mapa nº 04 e nº 21/2008 – designou os membros da Comissão Técnico Consultiva.

11. AUDITORES Auditores Técnicos do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras são Engenheiros Agrônomos e Engenheiros Agrícolas, formados pelos Cursos de Auditoria pelas: Universidade Federal de Pelotas\RS (UFPEL),Universidade Federal de Viçosa\MG (UFV)ou Universidade Federal do Mato Grosso\MT (UFMT).

13. ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS (OCP’S) ACREDITADOS PELO INMETRO NO ESTADO DO PARANÁ: a) TECPAR - Instituto de Tecnologia do PR Resp.: Tânia Maria Mello de Carvalho Fone: (41)3316-3062 / 3316-3070 E-mail: cert@tecpar.br / tania@tecpar.br b) Igcert Serviços Administrativos Ltda. Resp.: Henrique Victorelli Neto / Flaviana Patrícia da Silva Bin Fone: (43) 3377-1700 E-mail: genesis@institutogenesis.org.br flavianabin@igcert.com.br

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[Espaço Rural Kids & Teens]

Final de semana animado na Fazenda Capão Bonito, do Sr. Sebastião Meira Martins, com os bisnetos Camila, Maria Eduarda, Ana Luiza e Luís Henrique. Francisco Henrique (1 ano e 4 meses), neto da produtora rural Maria da Glória Martins, filho de Karim Elena Melcherts Brule

Astrydt Karina Lange, filha de Soeli e Éros Lange

Evelin Mendes Parizotto, filha do agropecuarista Amarildo Parizotto e Aline Maria Schimim Mendes.

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Pedro Henrique da Silva Vanzini (5 anos) na 46ª Fapi - Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos. Ele é filho de Kátia Viviane da Silva Vanzini e Luís Fernando Vanzini e neto do associado Roni Antonio Garcia da Silva.

Gabriel Kluber Baroni, aos 2 anos com seus caprinos Boer, filho dos criadores de ovinos e caprinos Rodrigo Baroni e Larissa Kluber Baroni, neto do sócio Gilberto Baroni.


Gabriel - 10 anos

Lívia Schlafner Sander (3 anos), filha de Ted Marco Sander e Sandra Mara Schlafner Sander; neta de Herbert Schlafner e Rosa Maria Schlafner; Edio Sander e Terezinha Ruschel Sander.

Pietro - 8 anos

Samuel, filho de Patrícia e Gibran Thives Araújo. Glória - 5 anos

Gabriel (10 anos), Pietro (8 anos) e Glória (5 anos), filhos de Geraldo Elias Limberger e Patricia Franciosi Limberger; netos de Huberto José Limberger.

ail: to para o E-m .br Envie sua fo m o .c a o@srgpuav comunicaca

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[Profissionais em destaque]

Fábio Peterlini (Guarapet)

Anderson Roberth Pilati

Departamento de vendas Tratorcase - região de Guarapuava

Luiz Maurício Matozzo Engenheiro Agrônomo

Larissa Pereira e Rodrigo Davedovicz

Representante de Vendas Dekalb e Assistente Técnico de Sementes da Dekalb

Oeste Insumos: Helio Giacobo (vendas), Gilberto Cappellesso (administrativo/financeiro) e Thiago Augusto da Costa (técnico/administrativo)

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[Produtores em destaque]

[Novos Sócios]

Admar Paulo de Moraes

Arival Cividini

Bernardo Ozório Lacerda

Douglas Luis Limberger

Joicimar Antonio Centofante

Lindalva Suek

Pedro Lucca

Sérgio Fernando Paczkoski

• Francisco José Martins

Franz Hunger

Leonel Macedo Ribas Filho

Odacir Antonelli e Pedro Irineu Weber

Na Farm Point Produtores de Guarapuava participaram, de 13 a 15 de junho, do Simpósio de Ovinocultura da Farm Point, em Marília/SP. A viagem técnica contou com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Sindicato Rural de Guarapuava, com organização da Cooperaliança.

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Confira a agenda de eventos agropecuários:

Agosto

Julho

[Aniversariantes]

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Camila Illich Carlos Eduardo dos Santos Luhm Edilson Araújo Martins Seiti Tikamori Osires Kaminski José Ernani Lustosa Roland Paul Gumpl Eduardo Gelinski Paulo Rodolfo Schulz Guinter Stefan Duch Luiz Pulga Gilberto Souza Gonçalves Mayron Eduardo F. Kreuscher Osmar Kloster Oliveira Teruyoshi Robson Udagawa Luiz Artur Mendes Ferreira Rodolpho Manoel da Silva Vera Virmond Carlos Armando Abreu Alves Reinhold Buhali Sebastiao Haeffner Andreas Milla II Carlos Eduardo Kazahaya Ernst Leh Guilherme Pepino Bastos Nivaldo Mugnol Salvador Ivatiuk Severino Genuino Dourado Silvino Caus Jair Clemente Zart Quintilho Aparecido Pine Aldir Antonio Goldoni Alexander Ritter Anton Gora Ari Schwans Durlene do Belem R. Gonçalves Ervin Valentin Remlimger Laura Isabel Ferreira Loures Buch Leonidas Ferreira Chaves Rosenei de Fátima Cardoso Kunz Hugo Silvestrin Filho Herculano Augusto Abreu Alves Raphael de Camargo Cezar Augusto Carollo Silvestri Josef Winkler Sebastião Geremias da Fonseca Sergio Roberto Veit Walter Peter Weckl Wilfried Georg Spieler Augusto Stroparo Edla Woelfer Lustosa Jorge Karl Naylor Camargo Wilson Zschornak da Silva Anderson Muzzolon Anna Luisa Jungert Lauro Manhaes de Souza Helmut Milla Rene Martins Bandeira Filho Geni Blasquievis Sartori Johana Karl Taschelmayer Thiago Lustosa Araujo Adauto Brandelero Ivo João Vargas João Huber Luiz Renato Alves Da Silva Katherine G. Alves Duhatschek Alfredo Wolbert Claudete Martins Ribas Leni Losso Kluber Marli de Araújo Ribas Vera Lucia Bovolini Wild Carlos Leopoldo Durski Silva Celson Luiz Brandalise Gerhard Marx Gilson Zacarias Cordeiro Junior Ponciano Rocha de Abreu Christoph Zehr Renato Góes Penteado Filho Sergio Martins Filho Wilson Barbieri Boles Nilcharz

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Francisco Geraldo Marcondes Viktor Leh Aridreia Antunes de Moraes Spieler Claudia Mugnol Frites Clodoaldo Marcondes Diniz Marlene Gaertner Korpasch Edson Adriano de Vargas Ernesto Stock Gunter Duhatschek Mateus Julik Antonio Kinape Airton Ribeiro de Campos Alaor Pedro da Luz Eros Lustosa Araujo Ozires José Vaiz Fernandes Paul Illich Adam Gartner Anton Kreuscher Fellipe Lustosa Ribas Jaerger Leonides Antunes Deschk Frank Nohel Valdomiro Ivatiuk Junior Alexandre Marath Annemarie Pfann e Outros Emerson Milla Humberto Mano Sá Roberto Espedito Araújo Marcondes Vinicius Virmond Abreu Sergio Alves Teixeira Sieghardt Johann Kleinfelder Arismari Rocha Camargo Gibran Thives Araújo Paulo Cesar Fonseca Vicente Ferreira Leite Eros Lange Francisco Guzzi Geraldo Elias Limberger Patricia Diana Schwarz Zeni Aparecida Padilha Muzzolon Kleyton Romualdo Kramer Rodolfo Wolf Candido Pacheco Bastos Mariane Werneck Botelho Gilberto Marcondes Leineker Tadeu Dreviski Joel Domingues da Silva Josef Hildenbrandt Junior Luiz Carlos Rodrigues Nelson Bremm João Konjunski Murilo Lustosa Ribas Junior Neusa Silveira Vier Amarildo Ribeiro dos Santos Antonio Mayer João Maria Mendes Siqueira Osmar Gelinski Carlos Alberto Abreu Alves Nelson Adelar Gehlen Egon Mayer Roberto E. Nascimento de Cunha Edmund Johann Abt Ilse Klein Maico Mendes de Araújo Armando França De Araújo Bruno Grismayer Gabriela Abt Tratz Izolina Denise Taques da Cruz Jaime Enrique Vargas Arbulu Murilo Lustosa Ribas Sirineu Luiz Denardi Elton Luis Mucinelli Caldas Robert Reinhofer Edgard Georg Szabo Alvino Bugay Kubiak Antonio Carlos Lacerda Loures Gerson João Mendes de Abreu Sergio José Lubacheski Aramis Lineo Mendes Siqueira Elison Bueno Araujo Neuraci Lustoza Dangui Rui Carlos Mendes de Araújo

CONBEA 2012 – XLI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola 15 a 19 de julho Colégio Marista de Londrina/PR sbea.org.br/ 16- 3203 3341

Encontro Internacional do Mofo Branco 16 a 19 de julho Slaviero Convention Center Ponta Grossa/PR eventos.uepg.br/eimofobranco/ 42- 3220-3774

XI Simpósio e Exposição Grãos 2012 18 de julho Bristol Metrópole Hotel - Maringá/PR graosbrasil.com.br/ 44-3031-5467

Festa do Dia do Agricultor

27 de julho – a partir das 14 horas Sindicato Rural de Guarapuava – Salão de Festas 42- 3623-1115

3º Encontro Técnico de Feijão 1º de agosto Sindicato Rural de Guarapuava Anfiteatro 42-3623- 1115

Agroleite 2012

7 a 11 de agosto Parque de Exposições Dario Macedo Castro/PR. agroleitecastrolanda.com.br/home 42- 3234 8084

XXXVII Exposição Feira Agropecuária Industrial de Guarapuava – EXPOGUA 03 a 12 de agosto Parque de Exposições Lacerda Werneck - Guarapuava/PR 42 - 3623-3896

Palestra Motivacional com Daniel Godri Jr. 03 a 12 de agosto Parque de Exposições Lacerda Werneck - Guarapuava/PR 42 - 3623-3896

Programa de Desenvolvimento Florestal – 3º módulo 30 de agosto Curso de Condução e Manejo Florestal Sindicato Rural de Guarapuava – Anfiteatro (com prática à tarde) 42 3623- 1115


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