revista produtor nº 32

Page 1

ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 32 - Jul/Ago 2012 Distribuição gratuita



[índice] 10

Expogua 2012: oportunidades de negócios e opções de lazer

Pecuária

Qualidade de carne bovina, um produto de origem animal

32 39

Silvicultura

Curso abordou desrama florestal

Imposto Territorial Rural

Prazo para declarar imposto termina dia 28 de setembro

50 Ovinocultura

62

Inseminação artificial em ovinos por laparoscopia

Soja

FAEP alerta produtor para mudanças no zoneamento agrícola da soja 2012/2013

66 Palestras técnicas

86 Mercado agrícola “Os segredos fora da porteira”

3º Encontro de Feijão reúne produtores de mais de 20 municípios

104 106

Confraternização

Sindicato reuniu produtores da região no Dia do Agricultor


De tudo um pouco

ISSN 1984-0004

[expediente] DIRETORIA: Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho 1º Vice presidente: Anton Gora 1º Secretário: Roberto Hyczy Ribeiro 2º Secretário: Gibran Thives Araújo 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima 2º Tesoureiro: Herbert Schlafner Delegado Representante: Anton Gora Conselho Fiscal: Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto Stock Suplentes: Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Colaboração: Helena Krüger Barreto Fotos: Assessoria de Comunicação SRG Diagramação: Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Gráfica Positiva Tiragem: 3.400 exemplares

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.

Nesta edição, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ apresenta, mais uma vez, um vasto conteúdo técnico sobre agropecuária. A matéria de capa é um resumo da maior feira agropecuária da região, a Expogua, que este ano atraiu 120 mil pessoas, com ótimos resultados comerciais. Foram 11 leilões, com animais de alto padrão genético; julgamentos morfológicos; torneio leiteiro; provas e julgamentos de equinos; a tradicional ExpoBrasil de Charolês; seminário sobre carne de qualidade; lançamento da marca Aliança Angus Premium - parceria da Cooperaliança e a Associação Brasileira de Angus; além do pavilhão da indústria e comércio, coordenado pela ACIG e as opções de lazer, como rodeios, parque de diversões e shows. No chalé do Sindicato Rural localizado dentro do Parque tivemos a visita dos associados, um momento de confraternização e reencontros. E por falar em confraternização, também promovemos, no final de julho, o nosso tradicional evento alusivo ao Dia do Agricultor. Reunimos centenas de associados e parceiros da entidade em nosso salão de festas e também na Extensão de Base Candói. Em Cantagalo, comemoramos a data em um estande dentro da Festa do Agricultor. Foi um belo dia, onde o Sindicato mostrou, mais uma vez, sua força e credibilidade. Agradecemos a participação dos produtores rurais e a parceria das empresas, cooperativas e revendas, que doaram brindes para os sorteios. Apesar das comemorações, o serviço interno não parou. Foi intenso o atendimento aos associados nos meses de julho e agosto, que buscaram serviços de declaração de CCIR, folha de pagamento, informações sobre aposentadoria rural, DAP e emissão de certidões negativas. Com o início do prazo para declarar o Imposto Territorial Rural (ITR), o movimento na entidade aumentou. Aliás, vale ressaltar que o prazo para declarar o imposto segue até o dia 28 de setembro e o produtor não deve deixar para a última hora. Em Guarapuava, quatro funcionários estão capacitados para executar o serviço, que também pode ser feito em Candói ou Cantagalo, nas nossas Extensões de Base. Além de época de ITR, iniciamos um novo ciclo de plantio das culturas de verão. Os produtores rurais devem aproveitar os preços e fazer caixa. Todos esses assuntos estão nesta edição da revista, que ainda traz artigos técnicos de especialistas e consultores; resultados de pesquisas e textos institucionais. Essa é a sua revista, a revista do produtor rural da região de Guarapuava. Ela é técnica-científica, informativa e institucional. De tudo um pouco. Envie sugestões de pauta, comentários, fotografias. Queremos melhorar a cada edição e contamos com a sua ajuda. A todos, uma ótima leitura! Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

4

Revista do Produtor Rural


O controle da Buva está em suas mãos. Spider*: o melhor controle por muito mais tempo.

• Longo período de residual para controle da Buva • Elimina totalmente a matocompetição inicial • Reduz uma aplicação de glifosato • Melhor ferramenta para o manejo de resistência • Reduz o banco de sementes de Buva • Facilita o processo de dessecação no plantio da soja • Garante longo residual e mantém a área limpa sem Buva

0800 772 2492 | www.dowagro.com.br

Revista do Produtor Rural

5


[Caixa de Entrada]

Para: Revista do Produtor Rural De: Fábio Peron - NCH Brasil

Para: Revista do Produtor Rural De: Nivaldo Passos Krüger, produtor rural

“Acabo de receber os exemplares da revista, ficou muito bom”.

“Recebo a Revista do Produtor Rural a cada dois meses, e verifico a cada edição que está cada vez melhor. Seu conteúdo é valioso e sua apresentação é de primeira classe. O Sindicato Rural de Guarapuava com esta revista situa-se entre os sindicatos que melhor se apresenta no país”.

Para: Revista do Produtor Rural De: Flora M. Clock Schier, Responsável pela Concessão John Deere - COTRIMA “Parabéns pelo conteúdo das reportagens da revista Mai/Jun. Nosso agricultor conta com um instrumento de comunicação de elevada qualidade. Como agricultora, agradeço pelo trabalho desenvolvido para a classe de produtores rurais de Guarapuava e regiões. Especialmente, parabéns a editora da Revista do Produtor Rural do Paraná, Luciana de Queiroga Bren pelo nascimento de seu filho Davi”.

6

Revista do Produtor Rural


[Artigo]

Anton Gora Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)

A Eficiência da Agropecuária Brasileira

N

esse artigo não vou me ater muito a palavras mas sim a números, números que demonstram toda a eficiência da Agropecuária Brasileira, números que são indiscutíveis, já que são números oficiais. O Brasil ocupa hoje apenas 27% do seu território para a produção agropecuária. O restante do seu território é composto por matas nativas, parques nacionais, estradas, cidades, terras indígenas, rios, que representam em torno de 50%. Essa área é responsável pela criação de 37% dos empregos, geração de 23% do PIB – 942 Bilhões de reais, gera 77,3 Bilhões de dólares nas exportações, diga-se também o único setor do Brasil com superávit comercial, e o valor bruto da produção corresponde a 214 bilhões de reais. Produz comida barata e de qualidade para o mercado interno e gera divisas importantes nas exportações. Se o Brasil hoje tem reservas cambiais, se emprestou dinheiro ao FMI, tudo isso se deve à geração de riquezas pela agropecuária. PRODUÇÃO

EXPORTAÇÃO

Açúcar

1

1

Café

1

1

Suco de laranja

1

1

Álcool

2

1

Tabaco

2

1

Soja

2

1

Bovinos

2

1

Frango

3

1

Milho

3

3

Suíno

4

4

CULTURA

A tabela anterior mostra o ranking do Brasil no cenário internacional em produção, e exportação das principais culturas. Esses números demonstram toda a pujança do nosso setor, somos imbatíveis na produção. Os nossos problemas começam da porteira para fora, o tão famoso custo Brasil, a partir daí os nossos produtos começam a encarecer, pela alta carga tributária, pela falta de infraestrutura de transporte: por exemplo o nosso custo de transporte é o dobro da Argentina e o triplo dos Estados Unidos, a carga tributária chega a 40% do custo final do produto, com isso perde o produtor com uma renda menor e o consumidor que paga a mais pelo seu alimento. Mas isso nem sempre foi assim. Vamos ver a evolução da nossa agropecuária nos últimos 20 anos, de 1992 a 2012. O plantio direto saltou de 1,3 milhões de hectares 4%, para 32 milhões de ha, 75% da área cultivada. A produtividade aumentou no arroz 44%, no milho 72%, na soja 48%, no trigo 64%, a redução de diesel utilizada por ha foi 66%, a redução de emis% DO COMÉRCIO são de CO2 foi de 3,59 bilhões MUNDIAL de toneladas, a produção de 42 uma tonelada de soja que era de 32 25 kg de grãos passou para 175 kg com um litro de diesel, isso 85 quer dizer que se usava há 20 100 anos, 70 L de diesel para produ27 zir uma tonelada de soja. Hoje 28 se usa apenas 9 L, a redução de 26 perda de solo nesse período foi de 96%. Praticamente não te44 mos mais erosão. 8 O responsável por todas es12 sas conquistas sem dúvida foi o

produtor rural e a pesquisa que foi muito eficiente. Quem não cumpriu o seu papel foi o governo, muitas vezes se dizia “se o governo não atrapalhar, já está ajudando” , se o governo tivesse feito a sua parte hoje o Brasil com certeza seria um país de primeiro mundo. Além de tudo isso, o produtor foi o maior protetor da natureza, com o plantio direto como já vimos. Doou pelo menos 20% do seu patrimônio para a sociedade, reserva legal e preservação permanente, e eu pergunto com o que a população urbana contribuiu? Assim mesmo, essa mesma população urbana cobra do produtor aquilo que ela mesmo não faz. Se não fosse o produtor rural, esse planeta já seria insustentável. O Brasil, hoje, graças a agropecuária, é o celeiro do mundo e ao mesmo tempo o pulmão do mundo. A sociedade e o governo precisam acordar para a importância da agropecuária, sob o risco de no futuro talvez ela não ser mais capaz de sustentar esse planeta. Nós, produtores, também temos a nossa culpa nessa falta de respeito com a nossa atividade, nós apenas produzimos, não mostramos o nosso valor para a sociedade, precisamos mudar essa nossa atitude. Precisamos através das nossas instituições Sindicato, FAEP, CNA, mostrar esse nosso trabalho. Para isso, precisamos participar. Não podemos esquecer que tudo é decidido politicamente e se nós não temos muitos votos no campo, precisamos mostrar que sem o campo a cidade simplesmente é insustentável. Esse mês foi o dia do produtor rural: PARABÉNS A TODOS NÓS! Revista do Produtor Rural

7


Projeto Identidade Sindical Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços

BetoAgro EO

AGRONEGÓCIOS

I

5% de desconto

30% em cursos oferecidos pelo escritório

10% nas prestações de serviços

15 % em acessórios e serviços

2% no valor final da negociação

20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados e família.

5 a 10% em seguro geral

10% à vista ou 3% à prazo

3% em toda linha de produtos e serviços

Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.

20% à vista e 10% a prazo

5% sobre valor final da negociação

Posto Guarapuavão 2% em diesel, álcool e gasolina sobre o preço da bomba no ato da compra, à vista no cartão ou dinheiro

10% em todos os serviços prestados

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

5% no valor final da negociação

3% em toda linha de ferramentas e equipamentos de proteção individual

Tecnologia, Saúde e Outros

PRODUTORA DE VÍDEO

20% em toda linha farmacêutica/loja em geral

15% na realização de exames radiográficos crânio facial e documentação ortodôntica

Descontos em consultas e exames oftalmológicos

5% em compras na loja

8% em cada material

10% compras à vista no dinheiro, ou 5% no cartão; exceto inha de ração

Benefícios para produtores rurais associados

5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca

5% em serviços ou equipamentos

7% sobre o valor total das compras/serviços

50% na assinatura nova, em um ano de acesso

Descontos em exames

10% à vista e 5% nos cartões de débito

Insumos Agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

8

1% em produtos IHARA BRÁS S/A

Revista do Produtor Rural

3% em toda linha

3% em toda linha de insumos agrícolas

5% de desconto

3% em toda linha de insumos agrícolas


de ssui a carteirinha * Se ainda não po de l ra ao Sindicato Ru sócio, compareça : se Ba de es s Extensõ Guarapuava ou na . alo ag nt Ca e rdão Candói - Foz do Jo

Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo: Produtos Veterinários / Agroveterinárias

5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi

Máquinas e Implementos Agrícolas

2% produtos nutrição gado de leite - Supra

5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de promoção na época da compra

3% sobre vendas de máquinas pequenas, peças e serviços

5% nas compras realizadas na loja

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens

Bonificações em produtos

CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

Serviços

5% sobre valor final da negociação

5% em terraplenagem e escavação, 6% em manilhas/palanques/bebedouros e 3% em materiais p/ construção em geral

5% nos produtos da loja

Saúde

5% toda linha de medicamentos

Desconto em exames laboratoriais conforme tabela de convênio

15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato

Desconto em consultas

CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

5% loja em geral

Materiais, Assessorias e Serviços

5% em ferragens e ferramentas á vista.

15% de desconto em todos os serviços prestados pela empresa

10% em medicamentos veterinários em geral

5% na compra de produtos

Saúde

5% sobre valor final da negociação

10% em toda linha farmacêutica á vista

20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

Revista do Produtor Rural

9


[Manchete]

Expogua 2012: oportunidades de negócios e opções de lazer

C

onsiderada uma das maiores feiras do Paraná, a 37ª Expogua (Exposição-feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava) aconteceu entre os dias 3 e 12 de agosto, no Parque de Exposições Lacerda Werneck. Promovido pela Sociedade Rural de Guarapuava em parceria com outras entidades, o evento movimentou cerca de R$ 26 milhões este ano, além de atrair um público de aproximadamente 140 mil pessoas. Assim como em 2011, a proposta da organização de unir oportunidades de negócios e opções de entretenimento em uma programação diversificada foi bem-sucedida. O presidente da Sociedade Rural, Johann Zuber Júnior, avalia positivamente o resultado obtido nas negociações da Expogua. “A pecuária não está passando por um bom momento, mas, mesmo assim, a liquidez dos leilões foi praticamente total. As máquinas agrícolas venderam bem e estão vendendo ainda. A taxa Flat na Expointer, por exemplo, foi igual a nossa”. O diretor financeiro da Sociedade, Denilson Baitala, também destacou o

sucesso no setor comercial. “O comentário de todos os expositores é que saíram satisfeitos. Tivemos um grande volume de vendas de genética e a parte agrícola foi movimentada, bem como os automóveis, caminhões e demais empresas do Pavilhão de Indústria e Comércio”. Além disso, as opções de lazer, como o parque de diversões, proporcionaram momentos de descontração aos visitantes, como salienta o presidente da Sociedade Rural. “Fizemos shows para públicos distintos, inclusive o infantil. Os rodeios tiveram ótima participação; o povo gosta muito de rodeio. E o tempo bom colaborou, por isso o povo foi prestigiar a Expogua. Tivemos um público 40% maior que em 2011”. Outra área que tem conquistado espaço na exposição é a pecuária leiteira, fato que reflete o desenvolvimento da atividade na região. “Foi dobrado o número de animais em relação ao ano passado, tanto em exposição quanto no Torneio Leiteiro. Agora, será homologada a criação da associação de produtores. Queremos incentivar cada vez mais os criadores de leite”, afirmou Zuber.

Colaboradores: Anderson Costa Gabriela Titon Helena Krüger Yorran Barone

Johann Zuber Júnior, Pres. da Sociedade Rural

Para o vice-presidente da Sociedade Rural e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, a Expogua tem se firmado como uma feira representativa na agropecuária regional. “A mudança de diretoria, com essa nova ideia da exposição, num formato diferente, tem atingido objetivos extremamente interessantes. Tanto em relação a animais quanto a máquinas, os produtores saíram satisfeitos este ano. Embora não tivesse um preço tão bom de pecuária de corte, as vendas foram boas; a Acig [Associação Comercial e Empresa-

Ação beneficente No dia 6 de agosto, segunda-feira, todo o dinheiro arrecadado com os ingressos (no valor de R$ 2) foi doado a entidades sociais. Na ocasião, a Expogua recebeu quase 12 mil pessoas, arrecadando R$ 23.600. O montante foi distribuído entre dez entidades – cada um recebeu proporcionalmente ao número de pessoas atendidas. Considerada um sucesso, a organização da feira confirmou que a proposta continuará no ano que vem. “Ainda discutiremos qual será a ação, mas é certo que prossiga por vários anos”, assegurou o presidente da Sociedade Rural, Johann Zuber Junior.

10

Revista do Produtor Rural


ESPECIAL 37ª EXPOGUA rial de Guarapuava] considera que a comercialização foi acima das expectativas; e os lojistas deixaram vagas pré-agendadas para o próximo ano”. Segundo Botelho, a credibilidade do evento consolida o município como um pólo regional, com a presença de

pessoas de outras cidades para comprar ou vender produtos durante a feira. “O pessoal está satisfeito com os resultados econômicos. Isso mostra que precisamos cada vez mais dessas parcerias com outros setores para fortalecer tanto a exposição quanto Guarapuava”.

Em 2013, a Expogua acontecerá entre os dias 2 e 11 de agosto. A Sociedade Rural, que já cogita alguns nomes importantes do cenário musical para a 38ª edição, está realizando enquetes para saber que shows os guarapuavanos gostariam de prestigiar no próximo ano.

Autoridades destacam o potencial da Expogua

D

urante a solenidade de abertura da Expogua 2012, autoridades comentaram sobre a credibilidade que a exposição conquistou ao longo de suas edições. O presidente da Sociedade Rural de Guarapuava – entidade que promove a exposição –, Johann Zuber Junior, agradeceu a confiança dos produtores rurais e das empresas que acreditam no evento. “Dos 210 expositores externos, 85% são de Guarapuava. Isso nos orgulha, mostrando a força do comércio guarapuavano. Tem empresas vendendo equipamentos agrícolas que não serão entregues este ano, tamanha é a procura”. No Pavilhão de Indústria e Comércio, 87% dos estandes também foram ocupados por empresas locais, como ressaltou o presidente da Acig (Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava), Elói Mamcasz. “A cada edição a feira se fortalece, é uma referência como evento. E tem essa particularidade de não acontecer sozinha; é a união de entidades do agronegócio, do comércio e da indústria”. A importância da cooperação e da organização para que a exposição melhore a cada ano foi destacada, ainda, pelo secretário de Desenvolvimento Urbano do Paraná, Cezar Silvestri. “A nossa exposição se caracteriza como local onde podemos mostrar nossas potencialidades. É uma grande oportunidade para fazermos aquisições na área agropecuária; aqui temos um dos melhores padrões genéticos do Estado”. O trabalho de todos os participantes da Expogua foi enaltecido pelo prefeito de Guarapuava, Luis Fernando Ribas Carli. “É um evento que mostra a força da nossa gente. E todos sabem o momento econômico especial que Guarapuava e o Brasil estão atravessando, principalmente na agricultura”. A fase propícia do setor também foi lembrada pelo secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara. “Guarapuava é uma das principais regiões

Bernardo Carli, Fernando Carli, Johann Zuber, Norberto Ortigara, Cezar Silvestri, Rodolpho L. W. Botelho e Eloi Mamcasz

agrícolas do Paraná, com uma agricultura de ponta que tem ótimos resultados. É uma boa época para os investimentos no Estado. Acredito num novo momento de agregação de valor às empresas paranaenses, de todos os setores”.

Espaço de aprendizado O secretário Ortigara destacou que a feira é uma das mais importantes do calendário paranaense. Para ele, a exposição é um lugar de lazer e comércio, mas, sobretudo, de aprendizado. “Temos contato com novos conhecimentos gerados pela ciência e que, aos poucos, poderão ser empregados no processo produtivo, tornando mais eficiente nossa agricultura. A gente vem para se divertir, mas também para trocar experiência, conversar com outros agricultores, com profissionais da agronomia e da pecuária. São coisas importantes que uma feira como a Expogua permite mostrar para a sociedade urbana e rural”. Ortigara afirmou que a Expogua con-

quista a confiança de compradores de outras regiões, sendo Guarapuava um pólo regional com boas cidades no seu entorno. “Aqui existe uma agricultura dinâmica; a cidade tem uma cooperativa das mais eficientes do Brasil. Também existe o crescimento da ovinocultura e da produção de leite, isso atrai olhares de investidores”. O secretário falou, ainda, sobre a importância da agropecuária para a economia do Paraná. “Não seríamos o que somos no Paraná se não fosse a nossa agricultura, pecuária e agroindústria. A força do campo impulsiona a economia paranaense das pequenas, médias e grandes cidades; dinamiza o comércio exterior, movimenta a indústria, emprega gente, gera riqueza e agrega valor”.

Exemplo O chefe do núcleo regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Guarapuava, Itacir

Revista do Produtor Rural

11


ESPECIAL 37ª EXPOGUA Vezzaro, que também participou da solenidade, acredita que a feira agrega valor para a indústria e, sobretudo, para a agropecuária. “Guarapuava é um pólo importante e os municípios vizinhos se espelham muito nela. Por isso a Expogua representa muito não só para Guarapuava, mas tam-

bém para as cidades vizinhas”. Para ele, além dos shows, que atraem o público, o evento também traz visitantes pelas oportunidades que oferece. “O povo vem aqui buscar informação. Assim, vai conseguir levar para a sua propriedade ou comércio essas informações

e fazer o planejamento na sua atividade”. Vezzaro ressaltou, ainda, que a exposição tem dado bastante abertura para a pecuária leiteira, ramo que vem conquistando espaço na região. “Conseguimos entrar com o leite na Expogua há cinco anos e hoje ele é forte, é importante”.

Expogua realizou 11 leilões com bovinos de alta qualidade

E

m 2012, a Expogua realizou 11 leilões de gado de corte e leiteiro, totalizando cerca de 3 mil animais. De acordo com a empresa Gralha Azul Remates, foram comercializados quase 100% dos animais – dentre eles 102 touros –, o que gerou um valor de aproximadamente R$ 2 milhões. O proprietário da Gralha Azul, Armando França de Araújo, destacou que as vendas foram acima da expectativa. “A oferta de gado geral foi maior esse ano. Tivemos praticamente total comercialização dos animais. Quanto aos touros, a procura maior foi por linhagem

britânica; nesse caso, 100% dos animais foram vendidos”. Os 11 leilões foram: Leilão Canchim 40 anos, 9º Leilão Balde Cheio, 1º Leilão Braford sem Fronteiras, 1º Leilão Brangus Nobre Evolução, 10º Leilão União Rural, 10º Leilão Amigos Gado de Corte, 10º Leilão Angus, 19º Leilão Expobrasil de Charolês, Leilão Reprodutores Nelore e Brahman, 3º Leilão Tabapuã Superior do Paraná e Leilão Caracu Rincão da Trindade. O evento é reconhecido por oferecer animais de referência em qualidade

Ovinos Outra oportunidade de negócios durante a Expogua foi o Shopping de Ovinos – com cerca de 80 animais –, organizado pela Ovinopar (Associação Paranaense de Criadores de Ovinos), entidade presidida por Conrado Ernesto Rickli. A programação envolvendo ovinos também incluiu julgamentos de admissão e de classificação. As raças presentes na feira foram Ille de France, Bergamácia, Texel, Hampshire Down, Dorper, White Dorper, Sullfolk e Santa Inês.

12

Revista do Produtor Rural

genética, atraindo produtores tanto de Guarapuava quanto de outros municípios. “Os animais da Expogua são de alto padrão genético, tanto nas raças como nos animais cruzados para cria e engorda”, afirmou o diretor financeiro da Sociedade Rural de Guarapuava, Denilson Baitala. “O Charolês é muito forte na região. O Angus também vem se destacando, principalmente com a recente certificação da carne em parceira com a Cooperaliança, motivo de muito orgulho para todos nós”, ressaltou o presidente da Sociedade Rural, Johann Zuber Júnior.


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Torneio comprova a evolução da pecuária leiteira na região

O

Torneio Leiteiro 2012, que ocorreu na 37ª Expogua, premiou os animais vencedores das raças jersey e holandesa, nas categorias volume (que considera apenas o total de todas as ordenhas) e eficiência (que avalia a quantidade de leite produzido por quilo do animal). No total, foram realizadas cinco ordenhas, com intervalos de 12 horas, sempre às 6h e às 18h. Os primeiros e segundos lugares receberam dois sacos de milho cada, e os terceiros lugares R$ 250 em ração. Após o anúncio dos vencedores, ocorreu o tradicional banho de leite. A programação relacionada ao gado leiteiro na Expogua também incluiu julgamentos dos animais. O zootecnista da Emater Valdir Tambosetti, coordenador do torneio, destacou a evolução do rebanho leiteiro da região. “A coisa mais gratificante é mostrar o trabalho no campo. Esses produtores iniciaram há uns 10 anos na atividade, e num espaço tão curto de tempo

conseguiram ter uma evolução grande no melhoramento genético de seus animais, essa é a maior satisfação”. Segundo ele, a exposição permite mostrar que a região tem animais de alta genética e fazer com que os produtores entendam a importância do trabalho de melhoramento genético. Durante a premiação do torneio, o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Johann Zuber Junior, parabenizou os criadores. “Muita gente pensa que o leite nasce no pacotinho, mas não sabe o trabalho que dá na propriedade, todos os anos de trabalho”. O médico veterinário e produtor Jairo Ramos lembrou aos demais participantes sobre a fundação da Aproleite Centro-Sul (Associação dos Produtores de Gado Leiteiro do Centro-Sul do Paraná). “Estamos montando um estatuto para que seja a criada a nossa associação. Queremos convidar os produtores da região para que eles se associem e participem”.

Produtores Produtora há 12 anos, Maria Eli Poceynek teve seus animais em primeiro lugar nas categorias volume e eficiência da raça jersey. A satisfação de Maria Eli, que comentou seguir orientações corretas de manejo, era nítida. “A gente se esforça, cuida dos animais desde que nascem, cria com carinho... As minhas vacas são tratadas como se fossem gente, porque eu gosto desse trabalho mesmo. Eu trato bem e elas respondem no leite”. O produtor Gustavo Camargo, cujo animal ficou na primeira colocação da categoria eficiência, da raça holandesa, também estava contente. “Pela primeira vez teve uma holandesa que superou a jersey em eficiência. Essa vaca que eu trouxe é uma grande vaca, já está indo para o quinto mês de lactação”. Camargo, que é produtor de gado leiteiro há 15 anos, contou que sua vaca teve um transtorno alimentar ao chegar na Expogua e praticamente não comeu durante a competição, mas, mesmo assim, teve uma ótima produção.

Pecuária leiteira

Tradicional banho de leite para os vencedores

Guarapuava e os municípios da região, conforme Tambosetti, são fortes representantes da pecuária leiteira, que atualmente se concentra em pequenas propriedades, sendo a principal atividade da agricultura familiar. “Se fosse uma pequena propriedade no setor de produção de grão não sobreviveria, mas com o leite dá para sobreviver e investir na propriedade. Como a mão de obra é familiar, gera uma receita melhor”. A Expogua se configura como um espaço que motiva os criadores a trabalharem dentro da cadeia leiteira, conforme o médico veterinário da Emater Luis Rodolfo Scavazza Gertner. Ele ressaltou que o torneio melhorou significativamente este ano, em termos de volume e eficiência. “Alguns animais ultrapassaram a produção de leite diária de 100 gramas por quilo de peso vivo, o que mostra que nossa região está crescendo. Antes, ela não aparecia se comparada

Revista do Produtor Rural

13


ESPECIAL 37ª EXPOGUA com o sudoeste do Paraná, Castro, Laranjeiras do Sul... E estamos avançando muito rápido”. Ele destacou, ainda, que o padrão racial dos animais aumentou bastante em relação aos anos anteriores. Da mesma forma, a qualidade do leite também se aprimorou. “Se ocorre algum defeito no manejo, na ordenha, o leite não pode ser comercializado. E a gente viu que a qualidade do leite de todos os nossos animais está muito boa”. A evolução da produção leiteira se deve, principalmente, à profissionalização dos produtores, como afirma o veterinário. “Hoje, eles sabem o manejo correto, sobretudo higiênico e sanitário. Um passo muito importante é a genética dos animais, que está fantástica, muito melhor que no ano passado. No julgamento de fêmeas, a genética foi muito elogiada pelo julgador”. Em 2013, conforme Gertner, o número de produtores e de animais na feira deve dobrar, devido à qualidade dos resultados nesta edição.

Entidades O Torneio Leiteiro foi promovido pela Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e

Além do bom resultado do Torneio Leiteiro, os julgamentos dos animais também foram avaliados positivamente

Abastecimento), Coamig (Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava), Carmug (Central de Associações Rurais do Município de Guarapuava), Sementes

Pioneer, Agrohaus, Sociedade Rural, Cresol (Sistema de Cooperativas de Crédito Rural) e Fetaep (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná).

Aproleite Centro-Sul Durante a Expogua, aconteceu uma reunião entre produtores de gado leiteiro, com o intuito de discutir alguns princípios para a criação da Aproleite Centro-Sul (Associação de Produtores de Gado Leiteiro do Centro-Sul do Paraná), que pretende reunir e organizar os produtores. Os principais objetivos da iniciativa são a representação dos produtores, capacitação de produtores e colaboradores, fortalecimento com futuras parcerias, prestação de serviços e a ligação com a Associação Paranaense da Raça Holandesa. O produtor Jairo Ramos, que faz parte da comissão fundadora da entidade, afirma que a proposta visa fortalecer o setor. “A ideia é que os produtores tenham maior poder de reivindicação, em questões como preço de produto e assistência técnica”. Ele também ressalta que a associação proporcionará trocas de experiências, favorecendo o desenvolvimento da atividade. A pecuária de corte, como destaca Ramos, tem mais tradição na região guarapuavana, por isso a importância de se criar uma associação focada na produção de gado de leite. “Queremos ter uma entidade que atue para que haja produtividade maior, remuneração maior e mais qualidade”. A intenção, segundo ele, é proporcionar conhecimento técnico e mais recursos para a área. “A partir desta criação, todos os sócios da regional estariam automaticamente sócios a estadual, abaixando os custos e, consequentemente, proporcionando benefícios aos nossos produtores”. Na reunião, o veterinário William Brown, da Associação Paranaense de Criadores da Raça Holandesa, proferiu uma palestra sobre a importância do registro dos animais e como fazer o controle leiteiro de forma oficial, aspectos possíveis a partir de um software. “A estadual possui um programa fantástico que, a partir dos dados coletados pela produção leiteira individual, recebe-se em troca diversas informações, como se o animal é rentável à propriedade e a qualidade do leite”, apontou Ramos Neto.

14

Revista do Produtor Rural

Jairo Ramos Neto, da Aproleite


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Crianças e adolescentes deram show nas provas de equinos

C

riadores de cavalos das raças crioula e quarto de milha desenvolveram atividades e expuseram animais durante a 37ª Expogua. O Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo de Guarapuava realizou três grandes provas e um julgamento. As atividades do crioulo chamaram atenção no Parque Lacerda Werneck, já que reuniram um grande público para assistir às provas amadoras e profissionais da raça. A programação iniciou com o julgamento morfológico, na categoria incentivo, com equinos menores de dois anos. Outra atração foi a competição Movimento a La Rienda, que representa o credenciamento para as provas da Expointer em Esteio (RS), a maior feira

disputaram a prova de baliza, na qual o que vale é o percurso e a velocidade. O vencedor geral da categoria infantil, Renan Lucas Mareira, 11 anos, conta que anda a cavalo desde os quatro anos. “Eu treino, no mínimo, três vezes por semana. Meu pai é criador de crioulo e pretendo competir muitas vezes ainda”. A jovem Mariana Serpa, 14 anos, começou a competir ainda criança e hoje participa de quase todas as provas promovidas pelo Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo. “A primeira vez que subi num cavalo foi com oito dias, que minha mãe me colocou para montar junto com ela. Talvez o gosto venha daí, vou continuar competindo até quando eu puder”.

Lucas Mareira, vencedor geral da categoria infantil

União

Dario Serpa, presidente do Núcleo dos Criadores de Cavalo Crioulo

agropecuária da América Latina. Nesta prova, os competidores precisavam demonstrar habilidade do animal e do ginete, já que a prova contempla oito movimentos: a andadura; esbarrada; troia; oito; volapié; giro de patas; desmontar e montar e recuo. Além disso, foram realizadas as provas funcionais amadoras com as categorias infantil e juvenil. As crianças competiram em provas de andadura, que avalia o tranco, trote e galope; baliza e pega troféu; e os jovens

O presidente do Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo, Dario Serpa, disse estar satisfeito com a realização dos eventos e falou da união de todos que criam o cavalo crioulo na região. “São adultos, jovens e crianças competindo, mas o que vale é que todos estão reunidos. O que importa é essa festa, não quem ganhou, mas sim a família toda estar aqui prestigiando as provas, essa sim é a grande vitória”, opina Serpa. O presidente da Sociedade Rural, Johann Zuber Júnior, participou da entrega de troféus aos vencedores e parabenizou o núcleo. “Para nós é um grande orgulho ter uma entidade forte do crioulo. Acompanho a Expointer há mais de 30 anos; e vejo que o Núcleo de Guarapuava vem se destacando. Nós temos grandes campeões aqui, parabenizo pelo trabalho que estão fazendo envolvendo a família inteira, é muito bonito ver essas crianças montando a cavalo”. Segundo Serpa, o ponto forte da raça crioula é a funcionalidade. “O crioulo pode ser utilizado tanto para trabalho quanto para lazer. Precisamos incentivar as crianças a andar a cavalo, são elas que representam o futuro da raça. As provas realizadas destacam a força do cavalo crioulo”.

Mariana Serpa

Revista do Produtor Rural

15


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Acig comemora resultados e afirma que a Expogua fortalece empresas de menor porte

T

odos os anos, o Pavilhão da Indústria e Comércio da Expogua representa uma oportunidade para a divulgação de novas empresas e o crescimento de empreendimentos antigos. Em 2012, 87% dos estandes desse espaço foram ocupados por empresas guarapuavanas, incluindo diferentes setores comerciais. O presidente da Acig (Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava), Eloi Mamcasz, salienta que os dados refletem a boa situação da economia local. “O evento serve como uma projeção de tudo que é produzido aqui. Os estandes valorizam, principalmente, as empresas de menor porte, servindo como uma vitrine com apelo regional”. Nesta edição da Expogua, os espaços foram quase totalmente vendidos em março, o que favoreceu os expositores. “Quando se faz um planejamento anterior há condições de negociar diferenciado; e também mais prazo para que o comerciante se programe”. Conforme Mamcasz, a procura elevada pelos estandes é consequência da credibilidade conquistada pela organização do evento. “Esse é o segredo de a Expogua dar certo: a união de entidades que estão preocupadas em mostrar Guarapuava para a região, o Estado e o país”. Uma novidade do setor em 2012 foi a ampliação do barracão, que agora conta com oito espaços a mais e sanitários internos. Para Mamcasz, o aumento do local mostra a importância do comércio e da prestação de serviços, já que hoje são os principais geradores de emprego de Guarapuava. “Não temos na região muitas indústrias que empregam acima de 500 ou 1000 funcionários. É justamente a pulverização de pequenas empresas que fomenta o desenvolvimento econômico através da geração de emprego e de renda”.

Avaliação Com recorde de público e alto volume de negócios no Pavilhão da In-

16

Revista do Produtor Rural

Este ano, 87% dos estandes do Pavilhão da Indústria e Comércio foram ocupados por empresas guarapuavanas

dústria e Comércio, a Acig garante que a parceria com a Sociedade Rural deve continuar. “Foi uma feira impecável! A equipe da Sociedade Rural demonstrou um amadurecimento muito grande em termos de planejamento. A organização começou bem mais cedo. Isso permitiu que muitos detalhes fossem trabalhados com calma. Isso certamente contribuiu para esse sucesso”. Este ano, o número de visitantes surpreendeu. De acordo com Mamcasz, no primeiro dia de feira no ano passado, visitaram o barracão cerca de 2,5 mil pessoas, sendo que, neste ano, se estima que mais de cinco mil pessoas prestigiaram o pavilhão. O sucesso foi tamanho que muitos comerciantes já buscam reservar o seu espaço para o ano que vem. “Cerca de 40% dos expositores já querem garantir seu estande. Aliás, a maioria quer ocupar os mesmos lugares que ocuparam nesta edição”. Entre os setores com maior procura, Mamcasz destaca o de construção civil. “Seguindo uma tendência nacional, tivemos um aumento na procura por produtos e serviços ligados a construção civil, desde materiais de construção, a produtos de acabamento e decoração”.

Resultados Enquanto alguns expositores se surpreenderam com os resultados obtidos na primeira participação da feira, outros já acreditam a algum tempo na credibilidade e força da Expogua. Esse é o caso, por exemplo, do supervisor de vendas Antonio Dias Martins, que representa uma empresa de troncos e balanças presente na exposição há décadas. Segundo ele, a Expogua é uma das feiras onde a marca – que tem seu estande na área externa – consegue maior visibilidade, já que reúne visitantes de diferentes regiões. “Aconteceu nesta edição uma coisa que nunca havia acontecido nas outras: uma venda logo no primeiro dia. E não apenas conseguimos fechar uma venda, como prospectamos outras para os dias seguintes”. Em contrapartida, empresárias como Janaina Anastacia Pereira, proprietária de uma loja de doces finos, participaram pela primeira vez da feira. Assim como outros expositores, Janaina pretendia tornar seu trabalho conhecido. A ideia deu certo. “Fechei encomendas para várias festas de casamento e aniversários. Mas me surpreendi, porque as pessoas também compraram bastante durante o evento”.


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

19ª Expobrasil de Charolês foi uma das principais atrações da Expogua 2012

P

elo segundo ano consecutivo, a Expobrasil de Charolês, que está em sua 19ª edição, integrou a programação da Expogua, reunindo exposição, julgamentos e leilão. “Contamos com uma enorme gama de aprendizado. Para nós criadores, que participamos todos os anos, julgamos determinadas deficiências para aprimorarmos em eventos futuros”, ressaltou a presidente do Núcleo de Criadores de Charolês de Guarapuava, Hildegard Vitória Reinhofer. De acordo com o diretor do Núcleo, Josef Pfann Filho, os objetivos da iniciativa residem na comparação entre rebanhos, troca de experiências e compra de genética de alto nível. “Os participantes puderam medir o desempenho dos animais expostos e julgados, levando em conta aspectos técnicos, de caracterização racial, fenotípica e peso, diante de colegas criadores”, avaliou Pfann Filho, que enaltece a raça em questão. “O gado charolês é o que mais ganha peso. Não há raça que supere este nível”. “Para todas as raças de corte procura-se o animal que ofereça as melhores condições de ganho de peso e qualidade de carne. Os produtores querem oferecer, além dos itens citados, uma redução de custo para o melhor produto; e

Participantes comemoram sucesso do evento

a Expobrasil permite troca de informações, visando a proposta”, salientou.

Julgamentos Os julgamentos de machos e fêmeas da raça charolesa, atividade que integrou a programação da 19ª Expobrasil de Charolês durante a 37ª Expogua, mostraram a evolução da raça. No total, 70 animais estavam inscritos, sendo divididos em sete categorias para fêmeas e seis categorias para machos. Presente no evento, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Charolês, Joaquin Villegas, elogiou a qualidade dos animais participantes. “Fiquei muito satisfeito pelo trabalho que o Núcleo de Criadores de Charolês de Guarapuava está fazendo”. O jurado dos julgamentos foi o médico veterinário Célio Heim, de Londrina, que é juiz da ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebuínos). Segundo ele,

Campeão de Honra

a exposição mostrou que o gado está mais precoce, equilibrado e com uma velocidade de ganho de peso maior. Ele destacou que, antigamente, o charolês era selecionado por peso final, mas, agora, outros critérios são mais significativos. “Estamos na fase de composição de carcaça melhor, por isso não adianta só ter peso, tem que ter músculo de melhor qualidade, carnes nobres, mais macias. Hoje, tanto criadores quanto jurados têm que preconizar animais precoces, para que os filhos desses touros premiados possam ir mais cedo ao abate”. A região Sul do Brasil, como salienta Heim, está mais exigente quanto à qualidade da carne, e o charolês contribui para atingir os anseios do consumidor. A raça, que predomina principalmente nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, tem em Guarapuava um município representativo a nível nacional. “Se for coletar sêmen do touro grande campeão ou de outros e usar num gado comercial, tenho certeza que vai contribuir com carcaça. O Charolês era uma raça de muito tamanho, mas tem evoluído, abaixando o tamanho com qualidade de carcaça. Esse gado aqui, para produzir cruzamento com Nelore ou Angus, vai corresponder”. O jurado comentou, ainda, que os grandes campeões do julgamento tinham chances de ficar entre os melhores colocados na Expointer, em Esteio (RS). Revista do Produtor Rural

17


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Vantagens para adquirir máquinas agrícolas impulsionaram negócios

E

ste ano, a Expogua teve amplo espaço destinado a agricultura, com a presença de seis empresas de máquinas agrícolas. Por alguns anos, o segmento esteve ausente da feira, retornando com força na edição anterior. “Em 2011, quando assumimos a Sociedade Rural, vimos a Expogua sem máquina agrícola, mas a essência da nossa região é a agricultura. Por isso o ramo retornou à feira no ano passado”, explica o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Johann Zuber Junior. A 36ª Expogua movimentou cerca de R$ 14 milhões na área, fato que motivou empresários a participarem novamente da exposição. De acordo com Zuber, a reinserção dos maquinários agrícolas foi de extrema importância, já que atraiu novamente o produtor rural para a Expogua. Nesta edição, os resultados de vendas e de divulgação foram tão satisfatórios quanto no ano anterior. Em 2012, conforme o presidente da entidade, os preços e condições especiais do evento incentivaram compradores até mesmo do Rio Grande do Sul a adquirir produtos. “Só não aconteceram mais negócios porque a pro-

gramação das indústrias é entregar novas máquinas apenas em fevereiro de 2013. Segundo ele, pedidos de colheitadeiras, tratores e implementos foram protocolados durante e após a feira.

Condições especiais Na 37ª Expogua, as empresas confirmaram a importância de se expor em feiras como essa, que atingem especificamente seu público-alvo: o produtor rural. Durante o evento, foram oferecidos preços promocionais bastante vantajosos. Outro benefício foi a taxa Flat do Banco do Brasil, que ficou em 1,5% durante a Expogua, proporcionando bons descontos para máquinas de alto valor agregado. “Prezamos para que o cliente tenha um atendimento diferenciado na feira e verifique os modelos que oferecemos. Também alavancamos compras futuras, quando o produtor tem a perspectiva de negociar depois, mas já fazemos o acompanhamento do cliente”, afirmou o vendedor externo Anderson Pilati. O gerente de vendas Nei Godoy destaca que vários clientes compareceram no estande, já que as commodi-

ties estão com preços bons, o que anima os agricultores. “A gente já teve um passado em que aconteceu esse pico de vendas e depois o inverso, então deu uma frustração. Hoje, o agricultor está mais pé no chão, não é isso que ilude ele; mas as vendas estão dentro do esperado”. A partir dos eventos que a empresa participa durante o ano, segundo Godoy, é fechada a carteira anual de pedidos. “O mercado todo cresceu com a alta do preço da soja, mas a gente segurou o preço antigo, que após a feira vai subir. E as taxas de financiamento estão a 5,5% com 10 anos, até 100% pelo Banco do Brasil; e 8 anos a 5,5% pelo Bradesco”, disse o vendedor Everaldo Horst durante a exposição.

Caminhões e carros Além das opções em maquinário agrícola, a 37ª Expogua ofereceu uma grande variedade de caminhonetes, caminhões, carretas e veículos, com condições especiais de pagamento para a feira. Expositores antigos ou recentes, todos comemoraram as boas vendas e afirmaram, ainda, que conseguiram proporcionar mais visibilidade às marcas que representam.

18

Revista do Produtor Rural


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Opções de lazer atraíram públicos distintos

A

lém de representar um importante evento na área econômica, outra proposta da organização da Expogua foi oferecer alternativas variadas de lazer durante a feira. Neste ano, a Sociedade Rural realizou uma programação que contemplou shows nacionais e locais, parque de diversões mais amplo e circuito de rodeios. O objetivo da diversificação foi agradar a públicos distintos – a ideia, que deu certo, deve permanecer no próximo ano. Outro motivo pelo qual a população visitou a feira foi o encontro com amigos ou familiares para degustar as delícias oferecidas pelos estandes gastronômicos. Entre as atrações musicais da 37ª Expogua, que aconteceu entre 3 e 12 de agosto, o primeiro show foi o de Milionário e José Rico, na abertura do evento. A atração infantil Patati Patatá se apresentou no dia seguinte, 4, seguida pela dupla guarapuavana Dinei & Alex. No domingo, 5, aconteceu o show de Dian e Deniam. Na segunda-feira, 6, as atrações que animaram a noite foram Danniel Chaia, Grupo Contemplação, Thiago Mello e Kleber Viola. Na terça-feira, 7, houve o show gospel com Thalles Roberto, e na quarta-feira, 8, a esperada apresentação do cantor sertanejo Luan Santana.

Rodeios Os rodeios, que foram realizados entre os dias 9 e 12 de agosto, também receberam destaque. “Os guarapuavanos adoram rodeios e essa é uma das principais atrações da feira, por isso para este ano decidimos quase duplicar a arena, passando de três para cinco mil lugares, além de trazer peões melhores”, disse o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Johann Zuber Junior. Nesta edição, totalizaram-se 25 competidores, divididos entre os Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Para o coordenador do circuito, Edson Brustolin, o evento foi um sucesso como em outros anos, já que os visitantes sempre acompanham os rodeios e bons peões participam. A

O peão paranaense Valter Rocha ganhou uma moto 0km

narração ficou a cargo de Giovani Araújo e seu filho, Wesley Araújo, teve a função de locutor comercial. A final dos rodeios aconteceu no último dia da Expogua. Dez participantes fizeram a festa das 5 mil pessoas na arena, que se divertiram com os embates, apresentação dos comediantes e locuções emocionantes de Giovani e Wesley Araújo. O título ficou com o peão paranaense Valter Leonardo Rocha, que bateu a marca dos 331 pontos. Para ele, a conquista deve-se à graça divina. “Nossa Senhora abençoou e pude mostrar meu melhor. Estou muito satisfeito com o resultado”. A premiação ao campeão foi uma moto zero km e do segundo ao quinto lugares um prêmio dividido de R$ 3 mil. “Os responsáveis pela organização estão de parabéns, pois o nível da disputa foi muito alto”, destacou o locutor Giovani Araújo, que trabalhou em eventos nacionais do gênero, como Barretos (SP) e Colorado (PR). Quem também avaliou positivamente o circuito foi o diretor financeiro da Sociedade Rural, Denilson Baitala. Segundo ele, o objetivo é melhorar ainda mais os rodeios na edição seguinte.

Show de Luan Santana atraiu milhares de fãs

Brinquedos proporcionaram diversão a crianças e adultos

Revista do Produtor Rural

19


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Vitrine da Carne Cooperaliança

O

projeto Vitrine da Carne, criado em 2009 pelo consultor empresarial de corte de carnes Marcelo Bolinha, foi uma das atrações do estande da Cooperaliança (Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão) na Expogua 2012. A iniciativa começou no Rio Grande do Sul, atualmente é apresentada no Brasil todo e até em outros países. A atividade, que aconteceu em três dias, despertou o interesse de muitos visitantes da feira. De acordo com Bolinha, a proposta é expor o aumento da qualidade da carne bovina, ovina e suína. A vitrine acontece de forma interativa, servindo como uma aula tanto para açougueiros quanto para o consumidor, ao mostrar as aptidões de cada corte. Enquanto a parte prática é realizada, o consultor explica ao público o que está fazendo. “Mostro para o cliente como ele deve comprar, aproveitar o corte da carne e conhecer cortes que não são convencionais. Ele aprende como aproveitar o dianteiro,

que é considerado carne de segunda. Mas esse produto não tem nada a ver com a palavra segunda quando a carne tem uma produção de qualidade”. No evento, Bolinha ressaltou a qualidade da carne produzida pela Cooperaliança, que se destaca, sobretudo, pela maciez, característica bastante apreciada pelos clientes. Durante a atividade, que dura cerca de três horas, Bolinha dá vários exemplos de como agregar valor ao produto. “Aproveito o máximo a carne, que significa a parte de cortes de gordura não convencionais. Cortes com gordura a gente aproveita praticamente no churrasco, que é onde se pode valorizar mais a carne”. Bolinha também realiza outro trabalho: a consultoria em cortes, que é um mercado inovador no país. “Existem consultores que ajudam a organizar as empresas, mas quando chega na parte do açougue eles não têm conhecimento. Então, a gente ensina o pessoal a ganhar dinheiro com os cortes adequados”.

Criado pelo consultor Marcelo Bolinha, o projeto é apresentado em todo o país

1º Seminário de Produção de Carne de Qualidade No dia 10 de agosto, a Cooperaliança (Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão) promoveu o 1º Seminário de Produção de Carne de Qualidade. O evento, que fez parte da programação da Cooperativa dentro da Expogua, foi realizado no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. A primeira palestra foi ministrada pelo médico veterinário, Fábio Schuler Medeiros, em seguida o zootecnista e gerente de produto corte Taurinos da CRV Lagoa, Cristiano Leal; o médico veterinário, Fernando Dalla Costa e por fim, o engenheiro agrônomo e professor Mikael Neumann. A médica veterinária da Cooperaliança, Marina Avezedo fala sobre a diversidade de assuntos que foram abordados no seminário. “A primeira palestra abordou o que é a Carne Angus Certificada e fez um histórico da certificação; o Cris-

20

Revista do Produtor Rural

tiano Leal vai mostrar como avaliar um touro e a importância da inseminação. O professor Mikael vai falar do manejo de creep feeding, que é muito importante para a pecuária de cria além de abordar todas as etapas da criação do bezerro”. A vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Araújo Azevedo comentou sobre o evento. “Nós realizamos o seminário com intuito de repassar todas as etapas de produção. Acreditamos que os produtores precisam de mais informação em relação a raça Angus, e essa é uma demanda que não parte só da Cooperaliança, mas do mercado como um todo. Em geral eles tiveram oportunidade de conhecer mais sobre a raça e as ferramentas que se produzir um bezerro de qualidade”. A pretensão é que o seminário vire tradição na programação da Cooperaliança na Expogua, segundo Adriane. “A ideia

é que ele tenha continuidade, e já temos parcerias com a Associação Brasileira de Angus e o Núcleo de Criadores Angus Oeste. A realização deste seminário, também veio de encontro, com a certificação da carne do Programa Angus Certificada, então foi momento oportuno para chamar os produtores de bezerros para conhecer melhor a raça”, explica. O gerente de produto corte Taurinos da CRV Lagoa, Leal falou sobre a importância do produtor saber qual é o seu objetivo na atividade para que possa selecionar o melhor touro para investir. “O produtor precisa ter informação para produzir em maior quantidade e qualidade e assim agregar mais valor no seu produto. Mas o mais interessante é a troca de informação. Além disso, a iniciativa vai de encontro com objetivo final que é atender um mercado com uma carne diferenciada”, opina Leal.


ESPECIAL 37ª EXPOGUA

Tratores antigos A exposição de tratores antigos na 37ª Expogua, organizada pela TAER (Tratores Antigos de Entre Rios), contou com 12 tratores que atraíram pela robustez, beleza e, sobretudo, pela história que carregam. Do total, apenas um é brasileiro, os outros 11 foram importados da Alemanha, Áustria, Polônia, Inglaterra, Itália e Suécia. Eles chegaram ao Brasil em meados dos anos 50, nos navios que traziam os suábios do Danúbio. Até o momento, o grupo TAER possui cerca de 60 equipamentos agrícolas antigos já restaurados ou em fase de recuperação. Os proprietários ressaltam

Produtos naturais

que essas máquinas aguentaram cerca de 40 mil horas de trabalho, enquanto que muitos dos modelos mais novos precisam de manutenções grandes por volta das 20 mil horas.

Show Luan Santana A apresentação musical mais esperada da 37ª Expogua, do cantor sertanejo Luan Santana, atraiu integrantes de fã-clubes guarapuavanos, de pessoas da região e até mesmo de cidades mais distantes, como Foz do Iguaçu, Londrina, Curitiba e Maringá. Algumas fãs dormiram no Parque Lacerda Werneck na noite anterior ao show para garantir seus lugares bem próximos ao palco. Quase 20 mil pessoas acompanharam sucessos do cantor. Emissoras de rádio do Paraná foram as primeiras a veicularem as músicas de Luan Santana, fato que orgulha sua volta ao município. “No início de minha carreira me apresentei em Guarapuava e já admirava a quantidade de fã-clubes. Só tenho a agradecer a todo o público presente na Expogua. O carinho de vocês é primordial para seguirmos nesta carreira musical”, disse Luan Santana.

Trilha dos Sentidos O estande da Sanepar na Expogua 2012 teve uma atração que visou conscientizar a população sobre a importância de preservar o meio ambiente: a Trilha dos Sentidos. No caminho, instalado em um espaço escuro, o visitante recebia uma lanterna para observar cada animal taxidermizado e seu nome. Ao mesmo tempo, sons emitidos pelos animais podiam ser ouvidos. Quem coordena o projeto é o professor e biólogo João Galdino, da Universidade do Norte do Paraná, campus Cornélio Procópio, que também é presidente do Instituto Harpia de Pesquisa em História Natural.

Durante a 37ª Expogua, a Feira de Sabores Coloniais chamou a atenção dos visitantes, com produtos saborosos e diversificados. Foram comercializados, também, artesanatos com estilos variados. O vendedor Nelson Zacalusni, representante de uma empresa que comercializa pães, doces e cogumelos, explica que a proposta da marca é oferecer alimentos naturais. Ele e outros vendedores estão todas as quartas-feiras e sábados na Feira do Produtor de Guarapuava, que acontece das 8 às 18h, na rua Saldanha Marinho, 3.150. “Lá também temos frutas e verduras sem agrotóxicos. Estamos batendo forte nessa questão do orgânico”.

Público

Nos dez dias da Expogua 2012, a participação do público foi intensa. Em muitas noites, ainda chegavam visitantes ao Parque Lacerda Werneck por volta das 23h, comprovando o aumento no interesse pela feira e encaminhando a edição para um recorde de público. A comerciante Aline Abreu foi à Expogua dois dias e acredita que este foi o maior ano da exposição. Já o estudante Mauro Paulo Camargo encontrou os amigos no local. “Esse ano tem mais gente, shows de artistas mais conhecidos, então está mais legal do que os outros anos”. O casal Paula Rodrigues e Cândido Silveira aproveitou a Expogua para trazer um parente visitante. Eles destacaram que a Expogua é um evento importante para Guarapuava, mostrando o que a cidade pode oferecer.

Revista do Produtor Rural

21


[Leite]

Sindicato Rural na

37ª EXPOGUA

D

urante a XXXVII Expogua o Sindicato Rural de Guarapuava esteve muito atuante, e realizou várias atividades no chalé do Parque de Exposições Lacerda Werneck que acolheu produtores durante toda a Feira, seja para confraternizar ou sequer apenas bater um papo e descansar. Além disso, o local sediou a assessoria de imprensa da Expogua, com equipe de alunos de jornalismo Gabriela Titon e Yorran Barone, coordenados pelo professor de jornalismo Anderson Costa e Franscismar Formentão. Assim, várias entrevistas foram realizadas no local, entre autoridades a organizadores da Feira. Nos finais de semana, foram realizados dois cafés coloniais para aproximar ainda mais os produtores rurais e familiares da entidade. O objetivo foi confraternizar e proporcionar um local de acolhida e de bate-papo entre os associados na casa do produtor rural na cidade.

Produtores de Candói e Cantaglo prestigiaram a Expogua

Centenas de pessoas passaram pelo chalé do Sindicato. No dia 10 de agosto, associados das Extensões de Base Candói e Cantagalo estiveram presentes. O zootecnista do Instituto Emater, Roberto Motta Junior, lembra que há anos ocorrem confraternizações no chalé do Sindicato na Expogua. “Há mais de cinco anos, o Sindicato reúne o pessoal aqui no chalé, já se tornou uma tradição”.

Itacir Vezzaro, chefe da Seab Guarapuava

Elói Mamcasz, presidente da ACIG

Orlando Pessuti, ex-governador do Paraná

22

Revista do Produtor Rural

Rodolpho Luiz W. Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Hildegard Reinhofer, presidente do Núcleo de Criadores de Charolês


Revista do Produtor Rural

23


[Leite]

Minerais e Qualidade do Leite Leopoldo Braz Los Zootecnista - CRMV/Z 00983 Tortuga Companhia Zootécnica Agrária

A

busca pela melhor qualidade do leite é cada vez maior, já que ela propícia maior rendimento industrial para usina que beneficia o leite, que muitas vezes remuneram o produtor que tem esse diferencial de qualidade. Para o produtor a maior qualidade significa também melhor manejo sanitário e adequada nutrição para o rebanho. Quando se fala em nutrição, os minerais têm um papel fundamental na qualidade do leite, principalmente os microminerais que, como se sabe, estão ligados em inúmeras reações enzimáticas, antioxidantes, como por exemplo, o selênio que age no sistema antioxidante, protegendo as células contra danos oxidativos, aumentando a imunidade dos animais e diminuindo a CCS (Contagem de Células Somáticas). Os minerais estão em quantidades variáveis nos alimentos, e geralmente não atendem às exigências nutricionais dos animais para um determinado propósito produtivo. Nesses casos é necessário suplementar a dieta com fontes de minerais. Os minerais estão classificados em dois grandes grupos, de acordo com a necessidade do organismo. 1. Macrominerais: necessidades maiores que 0,2 a 1% da matéria seca (S, Ca, P, Mg, K, Na e Cl); 2. Microminerais: necessidades de 0,001 a 0,005% na matéria seca (Cu, Co, Zn, Fe, Se, Cr, I e Mn). Esta classificação se deve tão somente à quantidade de minerais que

24

Revista do Produtor Rural

deve ser incluída na dieta. Os microminerais, apesar da menor inclusão, têm tanta importância quanto os macrominerais, sendo que todos são imprescindíveis para a qualidade de uma boa dieta. Dentre as formas de suplementação de minerais, há o uso de minerais na forma inorgânica ou iônica (cloretos, sulfatos, óxidos, hidróxidos, carbonatos, etc.). Entretanto, estas fontes, principalmente em se tratando de microminerais, apresentam baixa disponibilidade para os animais. Desta forma, a suplementação com estas fontes podem não atender às necessidades dos animais, principalmente em relação à produção e reprodução, além da qualidade do leite O uso de minerais na forma orgânica se justifica na nutrição de ruminantes, pois eles têm maior biodisponibilidade (Tabela 1), em relação aos minerais na Tabela 1 - Percentuais de biodisponibilidade dos minerais na forma orgânica e inorgânica. Complexos Transquelatados

Compostos Inorgânicos

Cálcio

92 - 96

22 - 53

Magnésio

85 - 94

26 - 48

Ferro

87 – 94

16 - 35

Zinco

91 - 98

15 - 29

Elementos

Cobalto

85 - 89

30 - 36

Manganês

83 - 87

12 – 24

Selênio

88 - 90

09 – 26

Fonte: MALLETO, S., (1997)

Tabela 2 - Efeito das fontes zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas Parâmetros de saúde da glândula mamária

Fontes de zinco, cobre e selênio

P

Orgânico

Inorgânico

Novos casos de infecção – Mastite subclínica

1

8

0,01

Vacas com mais de 200.000 células/ml

1

13

0,01

Casos clínicos

2

4

-

55,58

237,7

0,056

CCS média (x1000)/ml

Fonte: MALLETO, S., (1997)

forma inorgânica, principalmente quando se trata de microminerais. Observando essas diferenças de biodisponibilidade, foram feitos vários trabalhos que comprovam uma melhor resposta na qualidade do leite quando se compara a utilização de minerais orgânicos com minerais na forma iônica. Em 2009, foi realizado na USP – Pirassununga, trabalho relacionando efeito das fontes de zinco, cobre e selênio na resistência contra novos casos de mastite, casos clínicos de mastite e na contagem de células somáticas. Antes deste trabalho foi realizado um experimento (Gráfico 1) na Fazenda Escola da UEPG, pelo professor Dr. João Ricardo Alves Pereira, no qual os animais foram suplementados com Carboquelato de zinco, uma fonte orgânica de zinco,


200 100 0 1

2

3 4

5

6 7

8

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Coletas

Fonte: Pereira 2002.

Gráfico 2- Relação entre suplementação com minerais orgânicos e conteúdo de proteína no leite (ESALQ-USP, 2010)

3,6 3,4 3,2 3 2,8

14

12

a m an

Se

m an

a

a m an

Pagamento mínimo

Se

8 Se

Se

m an

a

6 a m an Se

Teor de proteína no leite (%)

10

2,6 4

3,15 b

300

a

20

Letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística (p < 0,05) - Fonte: Benedetti, 2005

400

m an

3,16 b

500

Se

15

600

2

3.07 a

700

a

10

Testemunha

m an

2,92 a

800

..

0

Zinco

Se

Teor de proteína no leite (%)

900

é.

Inclusão de Carboquelato - gramas

1000

Pr

Tabela 3- Efeito da suplementação mineral com minerais na forma orgânica e conteúdo de proteína no leite

Gráfico 1- Efeito da suplementação de carboquelato de zinco na contagem de CCS.

CCS x 1000/ml de leite

sendo avaliada a contagem de células somáticas. Além da diferenciação no pagamento por CCS pelas usinas de leite, busca-se também uma produção com maior quantidade de sólidos no leite, principalmente a proteína que confere maior rendimento na produção dos derivados lácteos, o que justifica e estimula o uso da melhor tecnologia em suplementação mineral - os minerais orgânicos. Em 2003, foi realizado um trabalho de pesquisa, na Universidade Federal de Uberlândia, sob a coordenação do professor Edmundo Benedetti, relacionando a inclusão de minerais orgânicos na dieta e o aumento no conteúdo de proteína no leite (Tabela 3). Outro trabalho foi realizado na ESALQ-USP, no segundo semestre de 2010, em que se avaliou a inclusão de minerais orgânicos na dieta, cujos resultados estão no gráfico 2, ao lado. A suplementação com minerais na forma orgânica com a sua maior biodisponibilidade, além de melhorar os parâmetros reprodutivos do rebanho, produção e resposta imunológica, mostra como uma grande ferramenta para a propriedade, auxiliando no controle da CCS, mastite e no aumento da produção de sólidos do leite, contribuindo para maior rentabilidade do sistema de produção, o que viabiliza a utilização desta tecnologia.

Valor ótimo

Revista do Produtor Rural

25


PROGRAMA SÓLIDOS NO LEITE Minerais orgânicos Tortuga + serviços = melhor qualidade do leite, portanto, maior lucro!

Qualidade do leite O uso de minerais orgânicos é uma ferramenta para controle da contagem de células somáticas. A literatura científica relata efeito de minerais como o selênio na redução da contagem de células somáticas. Nesse sentido, foi realizado na USP – Pirassununga um trabalho para demonstrar os benefícios dos minerais orgânicos. Efeito do zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas Parâmetros de saúde da glândula mamária

Fontes de zinco, cobre e selênio Inorgânico Orgânico

P**

Novos casos de infecção Mastite subclínica Vacas com mais de 200.000 células/ml

1

8

0,01

1

3

0,01

Casos clínicos

2

4

-

55,58

237,7

0,056

CCS* média (x1000)/ml

CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado. Fonte: Cortinhas (2009).

Serviços Além da tecnologia Tortuga, a empresa conta com corpo técnico de profissionais altamente qualificados e treinados, equipados com instrumentos de apoio para avaliação do teor de fibra da dieta, avaliação de matéria seca, avaliação de subprodutos e formulação de dietas a partir da composição dos alimentos. Além do monitoramento da qualidade do leite e contagem de células somáticas. Os profissionais da Tortuga estão capacitados para treinamento técnico da equipe da fazenda e de prestadores de serviço.

E o resultado é o maior lucro para a sua produção.

26011 6262 | www.tortuga.com.br 0800 Revista do Produtor Rural


[Pulverização]

A importância da tecnologia de aplicação para o sucesso do campo

Jeferson Luís Rezende Consultor em tecnologia de aplicação, RTV da Inquima, membro voluntário de pesquisas do NATA-PR/UNICENTRO. Foi piloto agrícola.

A

cada safra o campo se defronta com problemas de diversas origens na condução do trato cultural, dentre os quais, as aplicações fitossanitárias que demandam cada vez mais conhecimento e informação. Com o advento das doenças na soja, e mais recentemente no milho, a tecnologia de aplicação vem ganhando destaque, por conta da necessidade de se realizar a adequada cobertura sobre a área folhar da planta, sempre considerando o rendimento da máquina/qualidade da operação/proteção ambiental. Ao longo dos anos acompanhamos diversos experimentos e ensaios a campo, que objetivam conhecer as peculiaridades e as possibilidades de uso dos vá-

rios modelos de pulverizadores, e quais seriam os melhores espectros de gotas para os tratamentos. É possível elencar algumas considerações que podem ser levadas em conta pelo produtor rural. Primeiro, que tanto as máquinas rebocadas como os autopropelidos são ferramentas eficazes, que conseguem executar a missão plenamente, desde que estejam devidamente ajustadas e o operador seja treinado para o trabalho (conheça o equipamento em uso e as formas de usá-lo). Segundo, que os volumes de vazões podem ser uma estratégia importante, interessante para ser usada em favor da operação: menores volumes de vazão

propiciam maior rendimento, menor consumo de combustível, redução do pisoteamento sobre a lavoura, e, maior concentração de ativo dentro do tanque. Além disso, com volumes menores consegue-se manter um padrão regular de tamanho das gotas, e mais, é possível aplicar com gotas médias e finas, que são as que conseguem atingir o baixeiro. Atualmente temos tecnologia de aplicação disponível para trabalhar com volumes de vazões menores, máquinas adequadas, e produtos auxiliares – ADJUVANTES – que minimizam perdas por evaporação/deriva/fotodecomposição. Além disso, há uma gama de pontas (bicos) disponíveis no mercado para atender as especificidades dos tratamentos.

Revista do Produtor Rural

27


Recomendamos como melhor espectro de gotas, entre 200 µm e 300 µm. Gotas deste tamanho cobrem adequadamente a planta; não são suscetíveis ao efeito “guarda-chuva”; dificilmente escorrem, mesmo na presença de orvalho; e não são sensíveis a deriva. De maneira geral, volumes de vazões entre 80 litros por hectare (dessecações), até 150 litros por hectare (fungicidas), estão dentro da “janela positiva” que preconizamos como muito boa. Você poderia, por exemplo, iniciar as primeiras aplicações de fungicidas com V.V de 80 L/ha, indo para 100 L/ha, conforme a evolução da planta, passando para volumes um pouco maiores, ou não, de acordo com a necessidade, e as condições operacionais (temperatura – UR – vento).

V.V = 15 L/ha em Soja

V.V = 15 L/ha no milho

Temos casos na região de Guarapuava onde produtores de batata, uma cultura que tradicionalmente pulverizam com volume de vazão bastante alto: 300 L/ha – 400 L/ha, e até mais; estão trabalhando, com sucesso, com uma vazão de 130 litros por hectare! Na soja, muitos produtores já trabalham com V.V entre 70 L/ha e 100 L/ha. É óbvio que para pulverizar com

28

Revista do Produtor Rural

esses volumes mais baixos, necessariamente deve ser observado o tripé: PONTAS/MÁQUINA AJUSTADA – CONDIÇÃO AMBIENTAL – OPERADOR. Respeitadas estas condições, o tratamento ocorrerá dentro da normalidade, e terá o sucesso esperado. Outro ponto bastante importante, relacionado à escolha das pontas, diz respeito ao uso de modelos que não geram gotas muito grossas: pontas com indução de ar, ou Antideriva. Estas não conseguem produzir gotas finas – médias, e, portanto não são indicadas para aplicações em fases da cultura que seja

necessário atingir o baixeiro. Sugerimos de maneira geral, o uso de pontas leque simples, ou duplo leque – SEM INDUÇÃO DE AR, como as que geram as boas gotas. E, a cônica, como as que sobrepõem às demais em termos de qualidade de gota. Porém, esta última é muito sensível à presença de ventos mais fortes, tendo assim, seu uso limitado ao longo do dia. Como é possível observar, Tecnologia de Aplicação é um tema extenso, complexo, e de grande importância para o trato cultural, que precisa ser lembrado, e conhecido por todos que labutam no campo.


Comercializa cereais, fertilizantes, implementos e insumos agrĂ­colas

Autopropelido H3000I com barra pulverizadora dianteira e suspensĂŁo pneumĂĄtica ativa

Cereal, revenda autorizada

Fones: (42) 3627-5849 / 3627-6664 / 9912-7770 Rodovia BR 277, Km 352,5 - Vassoural - Guarapuava - PR Revista do Produtor Rural cereal@espectro.com.br

29


[Fertilizantes]

Utilização de

Fosfato Natural Reativo

Letícia Caloy, Eng. Agrônoma pela UFVJM – MG, Supervisora Técnica da Fertilizantes Heringer – PR

O

Brasil é um grande consumidor de fertilizantes fosfatados devido à deficiência de fósforo ser bastante comum em solos. O fósforo (P) é o nutriente mais limitante para a produtividade, devido à adsorção desse elemento no solo, principalmente no caso de fontes solúveis em água, o que diminui consideravelmente a eficiência no seu aproveitamento pelas plantas. Estudos mostram que fertilizantes que disponibilizam mais lentamente o fósforo (não solúveis em água), minimizam os processos de fixação e podem favorecer a maior eficiência de utilização dos nutrientes pelas culturas. As fontes de fósforo mais comuns utilizadas na agricultura brasileira são os fosfatos solúveis em água, como o superfosfato simples, superfosfato triplo, monoamônio fosfato (MAP) e diamônio fosfato (DAP). A fabricação dessas fontes demanda certo investimento, tornando essas fontes consideravelmente mais caras, ao contrário de fontes alternativas de fósforo, os chamados fosfatos naturais. Diversos adubos fosfatados naturais são encontrados no mercado, sendo a

30

Revista do Produtor Rural

principal diferença a concentração de P e a reatividade. Os fosfatos naturais têm ocupado posição de destaque, principalmente os de origem sedimentar, como o da região de Sechura (Peru), por possuírem teores significativos quando comparado à outras fontes de fosfato natural reativo. No Brasil, esse fosfato natural é comercializado como fonte alternativa, de custo mais baixo, e tem apresentado maior efeito residual no solo, contribuindo para correção da acidez devido ao teor significativo de Cálcio quando comparado aos superfosfatos, que possuem disponibilidade de fósforo mais imediata. Outra vantagem de fertilizantes como os fosfatados naturais é a utilização na agricultura orgânica, já que os mesmos não passam por nenhum processo químico. Muitas vezes é feito o uso das duas fontes juntas, para uma melhor eficiência no aproveitamento das plantas. Vale ressaltar que toda eficiência agronômica de fertilizantes e/ou demais produtos agrícolas depende de uma série de fatores, e entre eles o mais importante, o manejo do solo, desde correção até seu preparo e a cultura à ser implantada.


Fertilizantes e Serviços

A

busca por melhores resultados na produção agrícola é constante. Produtores procuram a cada oportunidade acrescer suas produtividades e resultados financeiros. Um fator importante na busca por melhores resultados é a escolha de fertilizantes que deve ser feita criteriosamente observando vários aspectos como fonte, custo, qualidade etc. Quando se comercializa insumos, além de produtos, também é comercializado serviços, que são de fundamental importância para o bom andamento do operacional de uma propriedade. Entregas em momentos adequados e/ou acordados é importante para o bom fluxo de operações de uma lavoura. Receber produtos dentro do esperado assim como no momento oportuno são obrigações destinadas ao seu fornecedor, que deve sempre lhe ser transparente quanto aquilo que se esta comercializando bem como os serviços vendidos junto, como, suporte técnico se necessário ou todo o acompanhamento desde a compra até a utilização. Nem sempre o produto mais caro, ou

o mais barato será o que trará o melhor resultado financeiro. O custo benefício é variável, depende de cada área ou método utilizado por cada produtor, não podendo ser aplicar a todos o mesmo tratamento. Os imprevistos podem acontecer a qualquer momento e nessa hora alguém tem que chamar a responsabilidade e solucionar os inconvenientes. As compras devem ser efetuadas em canais que melhor correspondem as necessidades, que variam dependendo de diversos fatores como, volume, preço, prazo e qualidade. Cada canal de venda procura atender determinadas faixas de mercado. Muitas vezes o mais importante é o preço, outras a disponibilidade de produtos ou ainda a possibilidade de entrega futura, no momento do plantio. Entretanto, sempre deve se destacar a idoneidade do seu fornecedor, transmitindo segurança e credibilidade nos produtos e serviços oferecidos. O parceiro fornecedor deve ser como um porto seguro que você sabe a quem recorrer no momento que eventualmente necessitar.

Amauri Granemann de Paula, Sócio e administrador da Agrícola A G P Ltda. Graduado em Administração com ênfase em Agronegócios.

(42) 3629-1366 / 9119-6449 amaurigranemann@yahoo.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

Revista do Produtor Rural

31


[Pecuária]

Qualidade de carne bovina, um produto de origem animal Elton Jhones Granemann Furtado1, Ana Maria Bridi2 1 - Médico Veterinário, Especialista em Produção de Bovinos de Corte. 2 - Engenheira Agrônoma, PhD., Profª. da UEL - PR.

A

s exigências pela qualidade dos produtos de origem animal estão cada vez maiores, tanto no mercado internacional como no nacional. O termo qualidade pressupõe um conceito bastante amplo, complexo e ambíguo. Envolvendo diversos aspectos inter-relacionados, que englobam todas as etapas da cadeia agroindustrial, desde o nascimento do animal até o preparo para o consumo final do produto in natura ou processado. O conceito em si varia conforme as regiões geográficas, as classes sócio econômicas, as diferentes visões técnico científicas, industriais e comerciais, questões culturais, entre outros aspectos. A qualidade dos produtos de origem animal pode ser percebida pelos principais atributos sensoriais como cor, textura, suculência, sabor, odor e maciez, já os atributos nutricionais podem ser analisados pela quantidade de gordura, perfil de ácidos graxos, porcentagem de proteína, minerais e vitaminas. Os atributos tecnológicos em geral são pH e capacidade de retenção de água, ainda temos do ponto de vista sanitário a ausência de tuberculose, BSE, salmonelas, Escheriquia coli, a ausência de resíduos químicos como antibióticos, hormônios, dioxina ou outras substâncias contaminantes se faz necessária, analisa-se a parte ética como bem estar do homem do campo, dos animais e preservação ambiental. Os fatores que influenciam a qualidade dos produtos de origem animal podem ser controlados nas diversas etapas de sua produção através de manipulação dos fatores intrínsecos, como escolha de raças/linhagens, do gênero, idade e dos fatores extrínsecos ao ani-

32

Revista do Produtor Rural

mal como instalações, nutrição,gestão da produção e manejo.

Fatores intrínsecos que afetam a qualidade da carne Pesquisas indicam que as propriedades físico-químicas da carne são moderadamente herdáveis. Assim, deve-se realizar um melhoramento genético buscando animais que apresentem boas características qualitativas e quantitativas de forma harmônica. O primeiro fator que afeta a qualidade da carne é a precocidade da raça/ linhagem. A precocidade pode ser definida como a velocidade que o animal atinge a puberdade, ocasião em que cessa o crescimento ósseo, diminui a taxa de crescimento muscular e é intensificado o enchimento dos adipócitos, ocorrendo deposição de gordura na carcaça. Em geral, animais mais precoces possuem menor tamanho e começam a depositar gordura a um menor peso. Em bovinos, a precocidade é importante porque o animal deverá ter um grau de acabamento da carcaça (espessura de gordura subcutânea) mínimo de 2,5 a 3 mm para proteger a carcaça do resfriamento. A gordura subcutânea funciona como um isolante térmico, diminuindo a velocidade de resfriamento da carcaça, evitando a desidratação, o escurecimento e a diminuição da maciez da carne. Carcaças que são resfriadas muito rapidamente, antes de entrar em rigor mortis, a carne aumenta a sua dureza porque os sarcômeros do tecido muscular atingem um tamanho muito pequeno.

Também, a precocidade da raça/ linhagem irá determinar a quantidade de gordura intramuscular. Na ordem de deposição da gordura, essa é a última a ser depositada. Para uma mesma idade, animais mais precoces (Ex: Angus) irão apresentar maiores taxas de gordura intramuscular que os animais tardios (Ex: Limousin). Taxas mínimas de gordura intramuscular são importantes no sabor,maciez e suculência. A genética afeta também a maciez da carne de bovinos através da relação das enzimas calpaína/calpastatina. A calpaína é a principal enzimaproteolítica responsável pelo amaciamento da carne no processo pós-morte de maturação. A calpastatina é o inibidor da calpaína. Vários estudos científicos demonstram que os bovinos Bos taurus apresentam carne mais macia que a dos Bos indicus, porque os zebuínos apresentam maior atividade da calpastatina, que inibe a ação da calpaína sobre a hidrólise proteica muscular. A idade em que o animal é abatido irá influenciar a composição da carcaça, ou seja, a relação osso/carne/gordura. O crescimento dos animais apresenta características alométricas, onde cada tecido possui em um determinado momento uma velocidade diferente decrescimento. O primeiro tecido a ser depositado é o nervoso, seguido do tecido ósseo, muscular e adiposo. A consequência é que com o avançar da idade, as carcaças irão apresentar maior porcentagem de gordura na carne e com maior taxa de marmoreio. Em relação às características químicas, os conteúdos de água e proteína irão diminuir com o avançar da idade, aumentando a


proporção de lipídios. A idade também influencia a maciez da carne. Com o aumento da idade dos animais, elevam o número de ligações cruzadas intra e entre as moléculas de tropocolágeno do colágeno. Essas ligações, chamadas de piridinolina, conferem maior estabilidade à molécula, mas em contrapartida aumenta a insolubilidade do colágeno. Como consequência, com o avançar da idade do animal a carne se torna mais dura. Devido ao dimorfismo sexual, o desenvolvimento dos tecidos é diferente entre os gêneros (macho, macho castrado e fêmeas). Em todas as espécies, o macho apresenta uma taxa anabólica de deposição de tecido muscular superiora das fêmeas e a deposição de tecido adiposo é mais tardia. Ao abate, em idades semelhantes às fêmeas irão apresentar maior quantidade de tecido adiposo em relação aos machos.

Fatores extrínsecos que afetam a qualidade da carne Substâncias antioxidantes na ração são absorvidas e incorporadas na membrana celular, diminuindo a oxidação da carne e consequentemente, aumenta seu tempo de vida de prateleira. Estudos mostram que a vitamina E, o selênio e o ácido fítico, quando fornecidos via ração foram eficientes em diminuir a oxidação dos lipídios da carne bem como do Ferro que está presente na mioglobina, favorecendo a cor da carne. Os bovinos, os ácidos graxosinsaturados que esses recebem via alimentação, são em grande parte hidrogenados pela microflora ruminal, tornando-se AG saturado, sendo esta forma a mais depositada no tecido adiposo. O uso de vitamina D no período

pré-abate eleva a absorção de Ca++ no intestino e a reabsorção óssea. A elevação dos níveis plasmáticos de cálcio irá ativar as enzimas proteolíticas cálcio-dependentes que são responsáveis pelo amaciamento da carne no processo de resolução do rigor. O manejo pré-abate inicia-se com a separação dos lotes que irão ao abate e a retirada da ração e termina com o abate do animal. Fatores estressantes que possam ocorrer no momento do abate resultam em perda da qualidade da carne como o aparecimento de carnes PSE (carne de cor pálida,textura mole e que perde muita água), DFD (carne de cor escura, textura dura e que retém muita água), escoriações nas carcaças, ossos quebrados, pontos de hemorragia na carne entre outros. O estresse pré-abate pode ser provocado por vários fatores como embarque no caminhão em rampas muito inclinadas, caminhões mal projetados, densidade de transporte muito alta ou baixa, uso de picanas elétricas, tempo e distância de transporte, mistura de animais de lotes diferentes,estresse calórico e excessivo manuseio na área de espera. O manejo pós-abate também afeta a qualidade final da carne. O metabolismo muscular post mortem resulta em mudanças estruturais das fibras. Quando as reservas de ATP se esgotam, ocorre a ligação irreversível das moléculas de actina e miosina, caracterizando o rigor mortis, ou a rigidez cadavérica. Ocorre a perda da elasticidade e o aumento da tensão muscular, e a dureza da carne atinge o seu valor máximo. Normalmente, as carcaças bovinas são resfriadas a 2°C. Se a carcaça resfriar muito rapidamente pode ocorrer o fenômeno“encurtamento pelo frio”. O encurtamento pelo frio (COLD SHORTENING) provoca um encurta-

mento excessivo do sarcômero e consequentemente aumenta a dureza da carne, mas que pode ser minimizado quando as carcaças apresentam um bom acabamento de gordura. A gordura subcutânea serve como um isolante térmico, diminuindo a velocidade de resfriamento das carcaças. Fatores que afetam a velocidade do resfriamento da carcaça e consequentemente o encurtamento dos sarcômeros são a posição anatômica do músculo dentro da carcaça, o peso da carcaça,a porcentagem de marmoreio, a espessura e distribuição da gordura subcutânea. A extensão do encurtamento do sarcômero depende também da restrição física imposta ao músculo. Na desossa a quente, durante o período inicial post mortem, o músculo ainda têm energia para se contrair e como o músculo não está mais tensionado pelos tendões ao osso, a contração o corre mais intensamente, o que resulta na diminuição da maciez. A pendura da carcaça pelo forâmen oval da pélvis em substituição da pendura tradicional pelo tendão de Aquiles provoca maior tensão aos músculos e é uma forma de reduzir o encurtamento do sarcômero.

Considerações Finais A qualidade final dos produtos de origem animal, falando especialmente da carne bovina, são dependentes da aplicação de tecnologias originadas no melhoramento genético, nutrição, saúde animal e manejo. Também há requisitos necessários aos sistemas de gestão da cadeia produtiva a observação da importância na garantia da qualidade higiênico-sanitária, processamento e conservação do produto até a chegada e permanência na gôndola para acesso do consumidor final.

Revista do Produtor Rural

33


[Bovinocultura de corte]

Produtores discutem a reorganização da cadeia produtiva de carne no Paraná

Pecuaristas discutiram aspectos relevantes da pecuária de corte

A reunião foi promovida pela FAEP e definiu algumas diretrizes para o Plano Diretor da Bovinocultura de corte do estado.

34

Revista do Produtor Rural

N

o dia 02 de agosto, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou uma reunião para reorganizar a Comissão de Bovinocultura de Corte da FAEP (Federação de Agricultura do Estado do Paraná). O encontro teve como objetivo repassar aos produtores e lideranças do setor agropecuário as diretrizes do Plano Diretor da Bovinocultura de Corte e, principalmente ouvir os pecuaristas e as suas demandas. Os membros da comissão passaram por Guarapuava e outros seis municípios para debater a atividade e procurar soluções. Segundo o médico veterinário do departamento técnico e econômico da FAEP, Celso Fernando D´Oliveira, o objetivo da reunião foi apresentar as diretrizes do “Plano Diretor da Bovinocultura de Carne da FAEP”. “É um programa de desenvolvimento da pecuária de corte, promovido pela Federação que será apresentado

para os pecuaristas da região”. O encontro contou com a presença do economista e consultor técnico da FAEP, Rogério Berger; o superintendente do Senar - Paraná, Ronei Volpi; o presidente da comissão técnica de bovinocultura de corte e presidente do Sindicato Rural de Londrina, Narciso Pissinati; economista e assessor da FAEP, Antonio Poloni e os técnicos do Senar, Cristiano Leite Ribeiro e Alexandre Blanco. O consultor da Federação e produtor rural, Rogério Berger fala sobre a intenção do Programa. “A Federação da Agricultura quer criar um plano diretor que alavanque a pecuária de corte no estado. A intenção é readaptar o setor a uma nova realidade, por exemplo, hoje temos alguns fatos novos, o mercado sempre tinha como foco o mercado externo, hoje o interno está altamente demandador de carnes de qualidade. Temos que focar


toda nossa produção, não só a pecuária, agrícola florestal com produtos de qualidade e ter um valor maior por isso”. O produtor rural Cláudio Azevedo que esteve presente na reunião disse que acha necessário que haja essa organização da cadeia. “Aqui em Guarapuava temos um exemplo de sucesso, que é a Cooperaliança, que já é uma união de produtores que produz uma carne diferenciada e com qualidade. Acredito que essa preocupação da FAEP é muito importante e vai trazer bons frutos para pecuária no Estado do Paraná”. O presidente do Sindicato de Londrina, Narciso Pissinati comenta sobre a reorganização da comissão de pecuária de corte da FAEP. “A Comissão de Bovinocultura de corte está com uma nova cara e um novo perfil para essa área, é uma iniciativa da comissão, com uma metodologia e preocupação do governo e do estado”. Pissinati disse que é necessário que haja motivação por parte do setor pois o

Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

mercado está cada vez mais competitivo e o Paraná precisa se reposicionar nesta situação. “Sabemos que os concorrentes na pecuária são muito fortes, a área que seria utilizada pela pecuária está um tanto deficitária, sendo pouco utilizada”. Para o economista e assessor da FAEP, Antonio Poloni a reunião foi extremamente positiva. “Foi muito bom porque trocamos experiências, mais ouvimos do que falamos, e a intenção era essa. Mas eu saio daqui muito satisfeito porque eu vi que a condições de estimular os pecuaristas para que produzam mais e melhor, para que possam atingir mercados com um ganho melhor. A gente tem muitos produtores, mas temos carência daquela carne que o mercado paga bem e quer comprar. É um absurdo termos que importar carne no Paraná para os restaurantes e consumidores”. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho fala sobre a função dos sindica-

to neste processo. “O nosso papel neste momento é fazer exatamente o meio de campo entre a Federação e o produtor. Vamos levantar a demanda dos produtores, e passar isso para Comissão. Todos trabalharmos juntos para alcançarmos o objetivo, que é tentar organizar de uma maneira sustentável a cadeia de pecuária de corte no Estado”. O superintendente do Senar, Ronei Volpi fala sobre o que a instituição pode contribuir com o Programa. “Um dos gargalos de qualquer cadeia produtiva é a qualificação, seja do produtor, seja de seus funcionários, ou seja da assistência técnica. O Senar está disposto e já tem uma linha grande de treinamento, e vai adequar estes cursos e tantos outros que sejam demandados para o apoio desse desenvolvimento. Segundo Poloni, a intenção é reunir todas as informações dessas reuniões até o final do ano para que em 2013 sejam realizadas ações práticas.

Revista do Produtor Rural

35


[Tecnologia]

Monsanto emite nota sobre tecnologia INTACTA RR2 PRO™ A soja INTACTA RR2 PRO™, desenvolvida pela Monsanto, foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em agosto de 2010. Além do Brasil, a nova soja também já está aprovada em diversos países, como Estados Unidos da América, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Colômbia, México, Filipinas, Tailândia, Taiwan, Argentina, Japão e Coréia, além da União Européia (UE). Na safra 2011/2012, a Monsanto convidou 500 produtores brasileiros, em 275 municípios espalhados em 10 estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás e Bahia) e no Distrito Federal, para plantar a soja INTACTA RR2 PRO™ lado a lado com campos com a tecnologia Roundup Ready em suas propriedades. Todas as 500 áreas seguiram critérios de gestão responsável do produto, sendo monitoradas desde o plantio até a colheita, com posterior destruição dos grãos. Graças à parceria e à participação desses agricultores pioneiros, chamados “Os Eleitos”, foram comprovados, mais uma vez, os três benefícios proporcionados pela nova tecnologia: resultados de produtividade sem precedentes, devido a tecnologias avançadas de mapeamento genético,seleção e inserção de genes em regiões do DNA com potencial impacto positivo na produtividade; proteção contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja; e tolerância ao glifosato proporcionada pela tecnologia Roundup Ready (RR). A Monsanto reafirma que segue fiel ao seu compromisso voluntário de não lançar comercialmente novas tecnologias até a liberação para importação nos principais destinos da soja brasileira. Assim, na safra 2012/13, o plantio de INTACTA RR2 PRO™ se limitará a áreas demonstrativas, seguindo os mesmos procedimentos e princípios de gestão responsável do produto já consagrados com o programa “Os Eleitos” na safra anterior. Os agricultores que decidirem fazer parte dessa rede de demonstração – chamada de “Eleitos 2.0” – terão, mais uma vez, a oportunidade de experimentar em primeira mão os benefícios trazidos pela tecnologia em suas propriedades. Para garantir o cumprimento da gestão responsável do produto, a Monsanto irá destruir 600.000 sacas de sementes com a tecnologia INTACTA RR2 PRO™, apesar de estarmos em um ano de forte demanda por soja em função de inúmeros fatores, como o aumento do consumo mundial e a quebra da safra em razão da seca em regiões como Estados Unidos, Argentina e o Sul do Brasil. A Monsanto continua comprometida em trazer soluções inovadoras que aumentem a produtividade da agricultura brasileira, de forma sustentável, e a trabalhar colaborativamente com a cadeia produtiva. Fonte: Monsanto (CDIcom)

36

Revista do Produtor Rural


[Direito]

Dos contratos agrários: Arrendamento e Parceria Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281) Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)

D

ecorridos pouco menos de meio século desde a sua promulgação, o Estatuto da Terra, Decreto-lei nº 4.504/64, que regulamenta a maior parte das relações no campo, passou por diversas transformações, dentre elas os já conhecidos contratos de arrendamento e parceria. Apesar de ambos tratarem de instrumentos de cessão de uso da terra, estes contratos têm diferenças marcantes, como a divisão de lucros e riscos no contrato de parceria, ou o pagamento de prestações pré fixadas com valores limitados a porcentagem da terra objeto dos arrendamentos. Tais características, entre outras, são inerentes a cada tipo de contrato e geram consequências relevantes no campo tributário. De uma forma geral, a diferença latente entre o arrendamento e a parceria reside na divisão ou não dos riscos do exercício da atividade rural, seja ela agrícola ou pastoril. Destarte, nos contratos de arrendamento o proprietário recebe retribuição certa, na forma de aluguel, sem participar dos riscos do negócio, já nos de parceria o proprietário divide com parceiro o resultado e os riscos do empreendimento. A contrapartida deste último está nos frutos da colheita, obviamente caso ocorra. O Estatuto da Terra prevê que na parceria o parceiro-proprietário poderá concorrer apenas com a terra nua, com a terra preparada, com

benfeitorias, máquinas e até com animais, variando em função disso o limite máximo da sua participação nos frutos. É fundamental que haja, na parceria, partilha, isolada ou cumulativamente: a) dos riscos de caso fortuito e de força maior do empreendimento; b) dos frutos, nas proporções estipuladas, atendendo aos limites máximos do inciso VI do Art. 96 (que variam de 20% a 75%, conforme o que é disponibilizado pelo parceiro-proprietário); c) da variação dos preços dos frutos obtidos com a produção (§ 1º do Art. 96). Pode-se afirmar que a parceria poderá ser facilmente descaracterizada nos casos em que esses requisitos não estiverem presentes. Desta forma, é incompatível com a parceria a remuneração de qualquer um dos parceiros em quantia fixa de dinheiro, mesmo que seja em complemento à partilha dos frutos. Ao garantir a uma das partes remuneração isenta de riscos, perde-se a essência do contrato de parceria, aproximando a relação ao contrato de arrendamento ou de trabalho. Por outro lado, uma vez caracterizada a cessão de uso como arrendamento, este contrato será equiparado pela Receita Federal a um contrato de locação, devendo o arrendador

recolher mensalmente seus tributos, quando recebidos de pessoa física. Se recebidos de pessoa jurídica, deverá ocorrer tributação na fonte. Já os contratos de parceria têm tributação bastante diferenciada, tendo em vista que os lucros provenientes deste tipo de acordo são entendidos pela Receita Federal como receita da atividade rural, com todas as suas vantagens. Outro benefício da parceria é que o recolhimento só ocorrerá ao fim do exercício do IR, sendo anual para os produtores que exercem o negócio por meio da cédula rural (DIRPF). Exatamente pela incontestável economia tributária, tornou-se cada vez mais comum a descaracterização dos contratos de arrendamento, maquiando estes acordos como “falsas parcerias”. A Receita Federal tem fiscalizado para evitar fraudes, cobrando os valores devidos a título de recolhimento de imposto de renda. Sem dúvida, a tributação da parceria é muito mais vantajosa, mas tem requisitos próprios que devem ser respeitados, por isso os produtores rurais devem ficar atentos aos contratos firmados. Desta forma, os agricultores devem procurar apoio técnico na hora de elaborarem seus contratos e dirimir dúvida que porventura venham a ter, tendo em vista que o impacto de uma cláusula mal redigida ou inexata pode ser prejudicial a sua atividade econômica. Revista do Produtor Rural

37


[CSA´s]

No caminho para um Paraná com sanidade plena Guarapuava recebeu visita do secretário-executivo do Conesa para debater questões sanitárias.

A

o atentar para o fato que tanto o Brasil como o Paraná tem sua economia baseada na agropecuária. E um dos fatores primordiais para que o país seja competitivo e conquiste novos mercados, é questão sanitária. No dia 8 de agosto, o secretário- executivo do Conesa (Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária), Aurelino Menarim Junior veio à Guarapuava para debater sobre a atuação do Conselho com o presidente do Sindicato Rural e do CSA de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. A intenção é desenvolver ações para aperfeiçoar o funcionamento dos Conselhos de Sanidade Animal na cidade. O Órgão é essencial para assegurar a sanidade tanto animal quanto vegetal nos municípios e em consequência a confiança do mercado externo. Menarim Junior repassou a Botelho como está a situação sanitária em outros municípios do Estado. “Fazemos essas visitas todo ano e procuramos manter o contato. A intenção é dar um feedback do que acontece nas regionais”. Os conselhos municipais foram criados em 2004 no Paraná a partir de uma visita de alguns técnicos no exterior, o que motivou o surgimento dos conselhos no Estado. “Foi um trabalho que originou com uma visita de técnicos na França, que apresentava esse sistema de controle sanitário por município, então resolvemos desenvolver um trabalho semelhante, assim hoje são 363 CSA´s no Paraná”. Uma das funções dos conselho é a identificação de pragas e doenças nas mais diversas cadeias produtivas relacionadas a agropecuária. Menarim comentou sobre a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) que pretende modernizar e intensificar a inspeção sanitária no

38

Revista do Produtor Rural

Estado. “Ainda temos muito para evoluir, é preciso que o Paraná atinja um patamar mais alto, ainda estamos longe de alcançar a sanidade total, mas estamos no caminho, principalmente, agora com a criação da Adapar que se propõe a criar um trabalho de controle sanitário eficiente”.

Problemas O secretário elencou alguns dos problemas de sanidade animal que acontecem no Paraná. “Há inúmeros casos diferentes, por exemplo, em Bituruna havia dificuldade de se controlar a população do macaco prego no Pinus e também a grande infestação de formigas. Já em Prudentópolis, o que incomoda é o javali porco, enfim cada município tem sua particularidade. Mas independente disso, é importante que os responsáveis pelos CSA´s tenham consciência das dificuldades que os vizinhos passam para que possam ajudar”, diz Menarim Junior. Em relação a atuação do CSA em Guarapuava, o secretário comenta que a cidade é eficiente, mas ainda precisa avançar, principalmente no que diz respeito a sanidade animal. “Em Guarapuava é importante ficar alerta em relação tuberculose e cisticercose, por exemplo. Já na área vegetal, não há muitos problemas, a formiga aqui é bem controlada pelo fato das florestas propiciarem um equilíbrio florestal. Menarim Junior fala a relação entre ADAPAR e CSA´s. “ É importante que ambas as instituições trabalhem em parceria, o bom funcionamento de ambas é uma garantia que estado vai ter qualificação e maior acesso ao mercado internacional, esta foi uma evolução programada, sonhada e que depende da

sustentação dos órgãos que cuidam da sanidade”, opina.

Participação Para que haja o bom funcionamento dos Conselhos, segundo o secretário é fundamental que diversas entidades trabalhem em parceria, caso contrário, dificilmente o município terá bons resultados para combater os problemas de ordem sanitária. “É importante que a Prefeitura, Secretaria da Agricultura, o Instituto Emater, Sindicato Rural e os produtores exerçam cada um a sua função. É união entre eles que faz a diferença”. Menarim Junior comenta o motivo da ineficiência de alguns CSA´s. “ Os que têm dificuldade é porque o conselho não se reúne ou até mesmo o próprio presidente e Secretário da Agricultura não estão envolvidos. É importante destacar que o secretário é uma peça fundamental nos CSA´s, porque ele mais do ninguém deve saber os problemas do agronegócio, pelo menos teoricamente deveria ser o sujeito mais bem informado”. O secretário cita também algumas cidades que servem de exemplo. “ É o caso do município Teixeira Soares, que graças a uma conduta eficiente tem vencido grande parte das barreias, apresentando um controle sanitário bem elevado tanto vegetal quanto animal”. “E isso tudo repercute na visibilidade do produto agropecuário paranaense no exterior, assim é preciso que o mercado tenha garantia total de sanidade. Assim, é importante que a sociedade saiba da necessidade de cobrar e fiscalizar o próprio CSA para que desempenhem um bom trabalho. Então caminho é que as entidades estejam unidas para que sejam eficientes”, opina Menarim Junior.


[Imposto Territorial Rural]

Os proprietários rurais têm até o dia 28 de setembro para entregar a Declaração do Imposto Territorial Rural (ITR) à Receita Federal. A apresentação da declaração do ITR é obrigatória para pessoa física ou jurídica, que seja proprietária, titular do domínio ou possuidora a qualquer título. Envolve, inclusive, quem usufrui do imóvel. Quem não fizer a declaração estará impedido de tirar a Certidão Negativa de Débitos, documento indispensável para registro de uma compra ou venda de propriedade rural e na obtenção de financiamento agrícola.

Em agosto, colaboradores de Sindicatos Rurais de todo o Estado participaram do curso sobre ITR, ofertado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Esse foi o último curso sobre o imposto ministrado pelo assistente técnico do Departamento Sindical da FAEP, Luiz Antonio Finco, que se aposentou recentemente. “Agradecemos imensamente os ensinamentos do Sr. Finco, que sempre nos atendeu muito bem. Parabéns pelo trabalho realizado e que ele aproveite bem essa nova fase de sua vida”, elogiou o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, em nome de toda a diretoria e colaboradores da entidade. Crédito: Fernando Santos/FAEP

Prazo para declarar imposto termina dia 28 de setembro

Curso

Sindicato faz declarações No Sindicato Rural de Guarapuava e Extensões de Base Candói e Cantagalo, funcionários capacitados realizam o serviço para produtores rurais associados ou não à entidade. No ano passado, o Sindicato preencheu e entregou 828 declarações do imposto. Para declarar o ITR, o proprietário deve comparecer ao Sindicato Rural (Rua Afonso Botelho, bairro Trianon, 58) ou nas Extensões de Base Candói (Rua XV de Novembro, 2687) e Cantagalo (Rua Olavo Bilac, 59 – sala 2). É necessário trazer o último ITR e matrícula atualizada do imóvel, caso tenha sido feito alguma transação de compra ou venda. Vale lembrar que quem perder o prazo ainda poderá declarar. No entanto, terá que pagar multa, além de juros e correção monetária. Mais informações pelo telefone: (42) 3623-1115.

Revista do Produtor Rural

39


[Ensino, pesquisa e extensão]

Acadêmicos de Agronomia da Unicentro vão estudar no exterior pelo Programa Ciência Sem Fronteiras

Itacir Sandini, Fabiano Pacentchuk, Jaqueline Huzar Novakowiski, João Daniel Nerone Turok, Doglas Broetto e Carlos Rodolfo Pierozan

N

o mês de setembro, os acadêmicos de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste, Fabiano Pacentchuk, João Daniel Nerone Turok, Jaqueline Huzar Novakowiski, Carlos Rodolfo Pierozan e Doglas Broetto foram dar continuidade à graduação no exterior, por meio do programa federal de intercâmbios e incentivo a pesquisas, Programa Ciência Sem Fronteiras, ligado a instituições de fomento à pesquisa CNPq e Capes. Entre os destinos estão Espanha e Canadá. Fabiano, João Daniel e Jaqueline são orientandos do professor de Agronomia, Itacir Sandini no Laboratório de Plantas e Lavoura e lá realizavam pesquisas em propriedades rurais relacionadas à integração lavoura pecuária e, principalmente, culturas de verão.

Fabiano Pacentchuk, em Ourense

O acadêmico Fabiano vai para Universidade de Vigo, no campus da cidade de Ourense na Espanha. Ele fala sobre a expectativa da viagem e conta como conseguiu passar no Programa. “Acredito que foi um caminho que foi construído desde o início da graduação. O interesse pela pesquisa foi logo no começo e quando observei os resultados percebi que queria levar isso para o resto da minha vida. E foi no grupo de pesquisas que consegui enriquecer meu currículo para que eu alcançasse essa conquista, acredito que vou aprender muito. Será uma experiência que trará contribuições não só na vida profissional, mas também pessoal”. João Daniel e Doglas também foram para Espanha, mas estão na cidade de Lé-

rida, na Universitat de Lleida. Ao chegar lá, também contou que se admirou com a estrutura da Universidade e acredita que vai ser uma grande experiência. Sandini, professor orientador de três dos seis alunos que viajaram, comentou sobre o intercâmbio. “Eu vejo que essa conquista se deve, na essência, por esforço deles, é mérito deles, pela dedicação que tiveram desde o início da faculdade. Mas também pelo envolvimento que tiveram nos projetos de pesquisa e extensão, assim entendo que o tripé ensino, pesquisa e extensão quando são levados na plenitude os acadêmicos se destacam. Acredito que eles serviram de exemplo e estão estimulando outros alunos a se interessarem mais pela pesquisa”.

[Eleições 2012]

Foto: Diário de Guarapuava

Painel com candidatos a prefeito

40

Revista do Produtor Rural

No dia 16 de agosto, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou no anfiteatro da entidade, o painel de perguntas com os candidatos à prefeitura de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, Fabio Ribas e Jauri Gomes. O candidato Antenor Gomes de Lima não compareceu. O evento deu a oportunidade para que todos pudessem explanar suas propostas e posicionamentos acerca de diversas temáticas de interesse público, como educação, saúde, cultura, agropecuária entre outros. A realização do debate aconteceu em parceria com várias outras entidades, entre elas Sociedade Rural de Guarapuava, Sistema FIEP, Lojas Maçônicas, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e foi coordenado pelo jornal Diário de Guarapuava e Acig (Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava).


[Boletim AEAGRO]

Palavra do Presidente Apresentamos um balanço das atividades desenvolvidas pela Diretoria, no intuito de representar a classe e fortalecer a nossa participação nas decisões políticas e nos planos de desenvolvimento para a região. São ações que permeiam vários setores da sociedade, “não somos os profissionais que entendem de tudo, mas sim dispostos a colaborar nas soluções”. Obrigado e boa leitura.

José Roberto Papi Presidente da AEAGRO

www.aeagroguarapuava.com.br

Informe das ações da Associação no 1º semestre 2012. 1. Formatura da Unicentro – participação na solenidade para entrega da premiação dos 05 melhores Trabalhos de Conclusão de Curso. O comentário abaixo foi extraído do site do CREA. “Iniciativa como esta serve de exemplo para o País e para o nosso Sistema de Ensino Brasileiro” Sérgio Leite - Geógrafo - CREA/PR:82339/D Membro da AGB Seção Curitiba no CREA/PR Membro da Comissão de Educação do CREA/PR 2. CEDER - Colégio de Entidades Regionais. Foi criado pelo CREA esse Colegiado para estreitar os relacionamentos entre as 85 entidades de classe do Paraná, promover a integração de ações e a participação nas ações e decisões do CREA, a AEAGRO participa como coordenadora regional. 3. Participações em eventos acadêmicos. a) Jornada de Estudos Agronômicos – Faculdade Campo Real b) Palestras aos acadêmicos do 1º e 5º ano da Unicentro. Temas abordados Atribuições e responsabilidades, Receituário agronômico, Ética profissional, Áreas de atuação, Responsabilidade Técnica, Órgãos fiscalizadores, Conselho da categoria. c) Evento “Defesa de Plantas” na Unicentro, que tratou de tecnologia de aplicação. d) Feira das profissões na Unicentro. 4. Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas Deficientes – participamos a 04 anos do COMDEG, nosso Conselheiro atualmente é Wilson Juliani e representando o CREA José Roberto Papi. 5. Carta de Adesão ao Pacto Global da ONU – Assumimos o compromisso de promover ações em conjunto com o CREA nesse projeto de âmbito mundial, que prega a responsabilidade de cada indivíduo com a vida, apoiando os Dez Princípios do Pacto Global em matéria de direitos humanos, direitos do traba-

lho, meio ambiente e combate à corrupção. 6. Construção da sede – tivemos vários entraves burocráticos, mas iniciamos a obra e já estamos levantando as paredes. 7. Publicação científica – foram postados no site da AEAGRO os TCC vencedores do concurso. 8. Pesquisas de Opinião sobre a Profissão – após 03 anos de trabalhos de pesquisas publicamos os resultados no nosso site. www.aeagroguarapuva.com.br 9. Governança cooperativa – programa desenvolvido pelo CREA em conjunto com as entidades de classe – participamos de visitas as autoridades, empresas da região e entidades de ensino, buscando o apoio institucional para as causas da Agronomia e da Agricultura. 10. Agenda Parlamentar – elaboramos propostas de desenvolvimento para o nosso município que foram entregues aos candidatos a prefeito. 11. Participações em eventos e reuniões representando a AEAGRO: a) Posse do nosso Conselheiro no CREA Rodrigo Luz Martins em Curitiba; b) Festejos dos 60 anos de Entre Rios; c) Posse do Diretor de Campus do CEDETEG; d) Inauguração da Regional do CREA em Guarapuava; e) Reunião preparatória para a RIO + 20; f) Encontro Sul Brasileiro de Eng. Agrônomos Agrosul 2012. Curitiba. 12. Treinamento para aplicadores de agrotóxicos / expurgo em armazenamento. 13. Orientação Profissional - Palestras para alunos do Colegial sobre a profissão.

Revista do Produtor Rural

41


[Herbicidas ]

Dow Agrosciences realiza evento sobre novas tecnologias para controle de plantas daninhas O evento teve como objetivo trazer informações aos participantes sobre novas tecnologias e desmistificar ações negativas da molécula 2,4 D.

A

demanda por novas tecnologias de aplicação para o controle de plantas e ervas daninhas vem sendo uma tema muito discutido entre produtores rurais, pelo fato de algumas variedades de soja se mostrarem resistentes a herbicidas como o glifosato, o que pode significar uma preocupação para as cadeias produtivas. Sobre o tema, a Dow Agrosciences realizou palestras no dia 22 de agosto em Guarapuava, trazendo informações aos consultores da região sobre manejo de resistência nas culturas da soja e do milho. A convite da empresa, o Professor Doutor Robinson Osipe, da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (UENP) - Bandeirantes abordou o tema “O uso da molécula 2,4 D – resistência, mitos e verdades”. A molécula ainda é uma opção muito eficaz de herbicida, vindo ao encontro a uma demanda dos produtores para combater pragas resistentes.

42

Revista do Produtor Rural

Após a palestra do Osipe, o engenheiro agrônomo e gerente de marketing - Sementes de Milho e Biotecnologia da Dow Agrosciences, Jader Rodrigues, ministrou uma palestra sobre o desenvolvimento da genética e apresentou os produtos para controle de pragas, oferecidos pela empresa. O POWERCORE™ é uma tecnologia inovadora para o controle das principais pragas do milho, que proporcionará um aumento na produtividade das lavouras desta cultura entre 5% e 10%, dependendo do nível tecnológico da lavoura e condições climáticas. Com múltiplos modos de ação, POWERCORE™ alia o controle de algumas das principais pragas do milho, como a Lagarta-do-cartucho (Spodopterafrugiperda), Broca-do-colmo (Diatraeasaccharalis), Lagarta-da-espiga (Helicoverpazea), Lagarta-elasmo (Elasmopalpuslignosellus) e Lagarta-rosca (Agrotisipsilon), à tolerância a

dois tipos de herbicida, o glifosato e glufosinato. Esta “trait ou evento biotecnológico” será incorporada em todo o portfólio (híbridos) da Dow AgroSciences e a comercialização se dará a partir de novembro de 2012 no Brasil e, posteriormente, na Argentina. Esta nova tecnologia é o primeiro evento com cinco genes estaqueados para a cultura de


o mundo. A Dow AgroSciences concentra investimentos em pesquisa e inovação para colaborar de forma decisiva no aumento da produtividade com soluções que reduzam impactos ao meio ambiente.

2,4 D e Dow AgroSciences

Jader Rodrigues, André Baptista e Robinson Osires

milho aprovado no Brasil pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) e ratificado pelo CNBS (Conselho Nacional de Biossegurança). Um de seus principais diferenciais é a inserção de três diferentes proteínas Bt. Com isso, a possibilidade da praga-alvo desenvolver resistência simultânea para essas três proteínas é reduzida drasticamente. Além disso, o produto também flexibiliza o manejo de herbicidas, proporcionando ao produtor um melhor manejo de sua lavoura, otimizando maquinário e mão de obra. O POWERCORE™ traz um importante diferencial para a cultura de milho, uma vez que, ao contar com três genes estaqueados para controle de pragas, a área de refúgio recomendada passa a ser de 5%, ao invés dos 10%recomendados para outras tecnologias. Consequentemente, teremos um aumento de produtividade das lavouras brasileiras, numa realidade em que produzir mais, melhor e de maneira sustentável é essencial para o desenvolvimento da agricultura brasileira. Outra novidade foram as pesquisas desenvolvidas pela empresa para o controle de plantas daninhas resis-

tentes e de difícil controle. “A Dow AgroSciences tem como base a ciência para atender as necessidades dos agricultores e do mundo em crescente demanda por mais alimentos, fibras e energia”, destaca Rodrigues. De acordo com pesquisa recente da FAO, até 2050 será necessário produzir 70% a mais de alimentos a fim de alimentar a crescente população mundial. Atualmente, o Brasil já é apontado como o celeiro na produção de alimentos para

A molécula 2,4 D, nome do ácido diclorofenoxiacético, que é o princípio ativo do herbicida, pode ser utilizada para ervas daninhas de folhas largas, como por exemplo, corda-de-viola ou corriola, leiteira ou amendoim-bravo, guanxuma, poaia, serralha, erva-quente, entre outras. O professor Osipes, repassou aos participantes as vantagens e os mitos relacionados à substância. ”É um produto que vai auxiliar no manejo das plantas que o glifosato não controla, e é seguro nas questões de toxicologia, em fatores ambientais e para a saúde humana. Infelizmente, há um mito que o produto é perigoso e volátil e que deveria ser proibido”. O engenheiro agrônomo e Desenvolvimento de Mercado de Soja da Dow AgroSciences para a região Sul, André Baptista, destacou a importância do evento. “Apresentamos ao produtor as soluções que temos dentro do portfólio e os nossos conceitos de manejo de resistência para plantas daninhas. Um encontro como esse, no qual há troca de ideias, sempre é benéfico. É bom para a pesquisa, para indústria e para os produtores.”

Sobre a Dow AgroSciences A Dow AgroSciences, com sede em Indianapolis, Indiana, nos Estados Unidos, desenvolve soluções de ponta para a proteção de lavouras e biotecnologia de plantas, a fim de enfrentar os desafios de um mundo em crescimento. A Dow AgroSciences é uma subsidiária de caráter integral da The Dow ChemicalCompany e tem uma receita anual global de US$ 5,7 bilhões. Para saber mais sobre a empresa, visite os sites www.dowagro.com.br e www.dowagro.com. Siga a Dow AgroSciences no Facebook e no YouTube ou assine nosso News Release RSS Feed.

Revista do Produtor Rural

43


[Seminário ]

Em busca da revitalização da pecuária de corte no Paraná

C

om intenção de discutir a modernização da bovinocultura de corte no Paraná, o Núcleo Regional de Guarapuava da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) promoveram em Guarapuava no dia 4 de julho, o Seminário Regional de Pecuária de Corte. O evento foi realizado com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, no anfiteatro da entidade, e reuniu a sociedade produtora de carne da região, médicos veterinários, além de outras entidades representativas da cadeia produtiva da pecuária de corte no Estado. Os palestrantes foram o coordenador de pecuária de corte do Instituto Emater Paraná, Luiz Fernando Brondani, o zootecnista da SEAB- Curitiba, José Antônio Garcia Baena e o médico veterinário da Deral- SEAB, Fabio Zago. Brondani explica que a SEAB e a EMATER irão realizar seis seminários para

44

Revista do Produtor Rural

apresentar o novo projeto do governo Carne Paraná, que tem como meta aumentar o rebanho e trabalhar com todos os elos da cadeia produtiva. “Já passamos em Londrina, Maringá, agora estamos em Guarapuava e ainda vamos para Ponta Grossa, Umuarama e Cascavel. Pretendemos revitalizar o rebanho de gado de corte do Estado que hoje está em declínio. Temos praticamente um terço a menos do que nos anos 90,estamos com 6 milhões de cabeças e já tivemos com 9,5 milhões” explica. O zootecnista da SEAB, Baena, durante o seminário fez um diagnóstico da realidade da produção de carne no Paraná e destacou que o projeto tem metas para serem concretizadas em 10 anos. “O nosso foco é aumentar a produtividade com carne de qualidade. A visão de futuro do projeto para o Paraná não é sermos os maiores, mas sim os melhores”. Para Brondani, o Paraná precisa voltar a ser líder em pecuária, sem precisar

importar por não ter em grande escala produtos com alta qualidade. “O projeto visa aumentar a produção para não precisar importar de outros estados, com isso retendo matrizes e aumentando alguns índices de natalidade”. O chefe regional da SEAB Guarapuava, Itacir Vezzaro também enfatizou a importância do evento. “Acredito que primeiramente temos que buscar informação para depois trabalhar com planejamento. Essa é uma oportunidade dos pecuaristas e da indústria discutir o projeto e apresentar suas sugestões para aprimorarmos a cadeia com os pés no chão e alcançarmos resultados efetivos”.

Causas do enfraquecimento da pecuária Em relação aos motivos desse declínio na produção de pecuária Paraná, o zootecnista Brondani explica que a agri-


lização dessa parceria entre o Estado e os pecuaristas”.

Projeto Carne Paraná

Luiz Fernando Brondani

Itacir Vezzaro

cultura não ganhou espaço apenas pelos preços, mas principalmente pelo modelo antigo de bovinocultura que ainda é praticado no Estado. “A grande questão é porque a pecuária foi substituída pelas lavouras, o motivo é que a bovinocultura tradicional da maneira como estava sendo feita não é rentável. A média de produção é em torno de 4 cabeças por alqueire, assim o dono da propriedade chega num ponto que não consegue mais sobreviver com a atividade e acaba precisando buscar outras opções”. Brondani opina dizendo que a solução está em profissionalizar o produtor para que haja uma mudança efetiva na

José Antonio Baena

atividade. “Para que haja o desenvolvimento, é preciso uma profissionalização da atividade como um todo, para que se pratique uma pecuária intensiva. O produtor ao oferecer mais qualidade se torna mais competitivo e pode ganhar mais em seu produto, podendo ser destinado a exportação, por exemplo”. Vezzaro também destaca que a intensão é que o Estado passe a dar mais atenção à atividade para que ela possa evoluir. “Entre elas, é preciso assistência técnica, informação, e que haja uma gestão melhor e um planejamento do negócio por parte do produtor, assim se observa como é importante que a revita-

O projeto foi desenvolvido em 2011 por um grupo de técnicos da SEAB e EMATER que realizou um diagnóstico da cadeia produtiva da pecuária de corte no Paraná. “Fomos a campo entender o que anda de errado na cadeia da carne, que é muito complexa. No final do ano passado, apresentamos a iniciativa para o grupo de agronegócios do Estado e nos deram o aval. Depois foi exposto para as universidades e outros órgãos tiveram a oportunidade de contribuir. Agora estamos na última etapa para validar o projeto que é apresentar para a sociedade pecuarista e produtora em geral”, explica Brondani. Nesse sentido, ele ainda ressalta que o projeto vai atender todos os elos da cadeia produtiva. “Não vamos trabalhar só as práticas dentro da porteira, mas também o que acontece antes e depois. A grande novidade é que todos vão ser contemplados com alguma coisa, desde o produtor, a indústria, varejo, atacado e, é claro, o consumidor”.

Revista do Produtor Rural

45


[Grãos]

SECADORES DE GRÃOS KHRONOS: Um novo tempo na secagem de grãos Everson Del Fabbro Gerente de Engenharia Kepler Weber

A

secagem é uma das etapas mais importantes no processo pós-colheita e têm como finalidade retirar a umidade excessiva contida no grão. O sistema de secagem de grãos pode ser definido como um processo simultâneo de transferência de calor e massa (umidade) entre o produto e o ar de secagem. A importância deste processo torna-se ainda maior à medida que a produção agrícola cresce. As principais vantagens deste processo são: antecipação da colheita, permitindo a disponibilidade da área para cultivo de outro produto; minimização da perda do produto no campo; maior qualidade do grão, permitindo a armazenagem por períodos mais longos sem o risco de deterioração do produto; e ainda, preservação do poder germinativo por mais tempo. O processo de secagem, quando realizado de forma inadequada, pode causar degradação do produto, aumentando a suscetibilidade a trincas ou mesmo quebra nos grãos, prejudicando e reduzindo a qualidade do mesmo. A Kepler Weber desenvolveu um equipamento inovador no conceito de secagem de grãos. A nova linha de Secadores Khronos se apresenta ao mercado como um equipamento de alta performance, com sistema de automação no processo de secagem, autossuficiência e menor consumo energético. Atributos que proporcionam maior qualidade ao produto devido a preservação de seus atributos nutricionais e ganhos de lucratividade ao cliente. A nova linha de secadores Khronos é o que há de mais moderno em processos de secagem, desenvolvida para oferecer ao usuário uma gama de benefícios e diferenciais em relação aos equipamentos disponíveis no mercado, dentre os quais se destacam:

46

Revista do Produtor Rural

Qualidade do grão: A nova forma construtiva da torre de secagem resulta em um fluxo uniforme, permitindo que todos os grãos tenham contato por igual com o ar de secagem e evitando diferenças de temperatura na massa de grãos. Com a precisão do monitoramento da temperatura e eficiência da secagem, a massa grãos do produto seco é homogênea, resultando assim num processo de secagem que finaliza num produto de mais qualidade e com maior preservação dos atributos nutricionais. Eficiência energética: Com a performance e eficiência da secagem, o novo Secador de Grãos Khronos tem consumo energético reduzido quando comparado aos demais, proporcionando ao usuário mais economia de combustível, maior lucratividade na safra, bem como redução dos impactos ambientais e dos custos operacionais.

Autossuficiência na operação: Os ventiladores dedicados especificamente aos processos do conjunto garantem o desempenho adequado do equipamento, sem depender da regulagem do operador. O sistema de controle do secador não permite que as temperaturas do grão ultrapassem o limite pré-estabelecido e, aliado ao sistema de gerenciamento do equipamento, controla a secagem de forma precisa. O controle da temperatura de combustão no queimador é realizado de maneira automática, através da temperatura de secagem. No caso de queimadores a lenha, há um ventilador dedicado insuflando a quantidade de ar necessária para combustão, cujo controle é feito por um sensor de temperatura que garante níveis adequados para o combustível que está sendo utilizado.


O sistema é composto pelos seguintes itens inclusos no processo de automação: • Ajuste automático dos parâmetros de trabalho; • Sensores da temperatura de secagem; • Sensores da temperatura de massa do grão; • Processo automático de partida e parada dos motores; • Controle da descarga ativada automaticamente; • Assistência técnica remota; Controle ambiental: Entre os itens opcionais, destaca-se o sistema de aspiração de particulados que, integrado ao equipamento, tem a função de remover as impurezas leves contidas em meio ao produto a ser seco antes do mesmo entrar no secador. O tipo dos ventiladores utilizados e a instalação dos mesmos de forma enclausurada faz com que o nível de ruído seja muito inferior aos demais modelos disponíveis no mercado, eliminando assim a necessidade da instalação de sistemas específicos para atenuação de ruído. O ar utilizado na secagem é emitido ao ambiente após ter passado através de uma câmara de decantação, a qual tem por finalidade decantar o particulado mais pesado que o ar. O particulado coletado pelo aspirador de impurezas se junta ao decantado na câmara de exaustão, sendo coletado por um sistema de aspiração que o transporta para a queima na fornalha quando esta for à lenha, padrão KW, ou

então para ensaque em um ciclone. Versatilidade: Devido à modularidade construtiva, é possível montar o equipamento com diferentes geradores de energia, além de secar os diversos tipos de grãos comerciais disponíveis no mercado, tanto para industrialização, consumo direto ou semente. Os diversificados fluxos de secagem permitem a escolha da opção mais adequada para as mais variadas condições ambientais e necessidades de aplicação. Automação: O sistema de automação disponível opera com diversos tipos de sensores, os quais tem a função de coleta de dados durante o processo de secagem para o monitoramento e o controle. A temperatura do ar de secagem comanda a alimentação de lenha, sendo que os sensores de massa do grão limitam a temperatura máxima de secagem.

• Software para acompanhamento do secador à distância; • Relatórios gráficos de monitoramento; • Histórico de operação; • Manual de operação (help) integrado ao sistema; • Identificação de anomalias nos motores; • Controle do ventilador de combustão; • Controle do ventilador da máquina de aspiração na entrada do produto; • Monitoramento da umidade de saída; • Alimentação combustível.

automática

de

Segurança: Atendendo as normas de segurança vigentes, os acessos para operação são itens de série, disponíveis em todos os modelos de secadores desta linha.

Revista do Produtor Rural

47


[Sindicato Rural de Pinhão]

Pousada Paiol: um cantinho para

quem procura o sossego do campo

A família Baggio administra uma das pequenas propriedades que fazem parte da rota de turismo rural do município de Pinhão

P

ara fugir dos compromissos, da agitação e do barulho das cidades, o turismo rural cada vez mais vem se destacando como uma alternativa de roteiro ideal para quem busca, exclusivamente, descansar e desligar da rotina. Nos últimos anos, com incentivo por parte do governo federal, a atividade deixou de se tornar privilégio de grandes propriedades, mas hoje esse tipo de turismo é incentivado como forma de agregar renda às famílias e, principalmente, fortalecer a cultura e o modo de vida das comunidades que residem no campo.

Dino e Claudimara Baggio

Dino e Claudimara Baggio são exemplos de um casal que prosperou na agricultura familiar, que há 18 anos saíram da cidade e transformaram sua propriedade em modelo de diversificação, e conseguiram colocar em prática a tão sonhada pousada. No entanto, o aspirado sucesso não veio facilmente à família. Baggio contou que foi preciso muito trabalho e dedicação, pois quando chegou na terra de apenas 21 hectares, ele conta que “só tinha mato”. A chácara e pousada Paiol, está localizada nas margens do Alagado do Rio Iguaçu, a 50 quilômetros de Pinhão, também há entrada pelo município de Bituruna, porém o acesso se faz por balsa.

48

Revista do Produtor Rural

A família Baggio, apesar de ter poucos recursos, conseguiu aplicar uma visão empreendedora em sua propriedade, pois enxergou o potencial de crescer a cada nova atividade. “Não foi fácil, o pessoal até brinca e diz que, literalmente, subimos na vida, porque aqui já moramos em três casas diferentes e cada construção nova foi feita num ponto mais alto do morro”. A propriedade, que ainda tem como principal fonte de renda a fruticultura e os derivados de cana, vê no turismo uma oportunidade de crescer. “Hoje produzimos uma grande variedade de frutas e a partir da cana fazemos cachaça, açúcar mascavo, melado, rapadura e outros doces. Agora a ideia é aliar tudo isso na pousada”. Além de o local ostentar belezas naturais, a pousada tem como característica ser muito acolhedora e hospitaleira, tanto pelo espaço físico quanto pelo atendimento personalizado. Entre os serviços e opções de lazer estão inclusos na diária: o passeio por trilhas; cachoeiras; pesca na chalana; campo de futebol; churrasqueiras; conhecer processo artesanal de fabricação da cachaça entre outros atrativos. Com toda essa variedade, a pousada Paiol oferece aos visitantes uma experi-

ência única de conhecer a vida simples e rústica no campo. Claudimara, diz que investe neste diferencial para chamar a atenção das famílias. “Acredito que temos que oferecer atrativos para toda a família, desde as crianças a pessoas de idade, para que valha a pena percorrer tantos quilômetros de estrada de chão”. Outro aspecto que vale ressaltar é a boa e velha comida caseira. “Cozinhamos os alimentos que temos aqui. Desde as verduras que são orgânicas, o feijão, a mandioca, frutas, doces, e até mesmo a carne de galinha caipira. Assim, quase toda matéria prima produzida é aprimorada, como as frutas são transformadas em doces e a cana em cachaça e licores”.


Acesso por município de Bituruna

Escola P/ Guarapuava Procópio P/ Dois Pinheiros

Pinhão Fazenda

P/ localidade da Quina Caroba

P/ Foz do Areia

P/ localidade Cerrinho

P/ mun. de Reserva do Iguaçu Igreja São Pedro

margea alagado Estrada

PR 1

70

Ponte p/ área de lazer Rossoni

Ponte

Faxinal dos Coutos

Igreja N. S. Aparecida

Igreja e Escola São Roque Bar do Ernestão

P/ mun. Coronel Domingos Soares

Bar do Doim Igreja N. S. Rocio

Novos investimentos Após um ano e meio de existência da pousada, o casal já pretende oferecer novidades aos hóspedes. “Estamos negociando a vinda de uma tirolesa, os barcos para pesca noturna e a construção do museu da cana de açúcar. Além disso, a intenção dos Baggio é profissionalizar e tecnificar mais a produção, para que dentro da propriedade se estabeleça efetivamente uma agroindústria. A Pousada Paiol faz parte de um projeto de Turismo Rural promovido pelo Instituto Emater, Sebrae e Sindicato Rural do Pinhão. Todas as propriedades cadastradas serão incluídas na chamada rota de turismo de Pinhão.

Pousada Paiol

çu

Alaga d o d o

l ag a do do I u a

Pousada Paiol

Reserva Florestal

P/ Foz do Areia / Mun. Pinhão

Gruta Cachoeira

I g uaçu

P/ mun. de Reserva do Iguaçu

P/ Bituruna P/ Colônia Criciuma

A

A história da família Baggio, na chácara Paiol, começou em 1992 quando o pai de Claudimara ofereceu como herança uma terra de 21 hectares e eles precisaram decidir se continuavam morando na cidade. Dino conta que quando recebeu a notícia falou à mulher: “da minha parte sempre fui de trabalhar na roça. Eu não tenho medo de trabalho, eu enfrento”. Eles aceitaram e Dino começou o trabalho na chácara sozinho nos primeiros anos. “Passei três anos caminhando para chegar aqui e dormindo em lonas para que houvesse condição de construir para Mara vir morar comigo. Na época não tinha acesso nem luz. Nos primeiros anos, Mara conseguiu um trabalho em escolas rurais enquanto Baggio plantava e cultivava verduras e frutas. Alguns anos mais tarde, ele também conseguiu um trabalho como motorista de transporte escolar na região, o que fez com que outros investimentos na propriedade pudessem se concretizar. “Nosso primeiro financiamento foi graças à ajuda da Emater, que nos viabilizou a produção dos derivados de cana de açúcar. Aos poucos, conseguimos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) uma verba para Mara construir um espaço para ela vender seus produtos. Mas, foi só ano passado que aconteceu nossa maior conquista, o Pronaf Turismo Rural. “Nossa renda hoje está dividida em vários setores, primeiro foi na cana e as frutas, agora estamos investindo em turismo, podemos dividir o período que estamos aqui em três grandes fases, a última delas conseguimos realizar nosso sonho, que foi construir essa pousada”, diz Baggio.

Acesso por município de Pinhão

g

História de vida

Balsa São Pedro

Mara tem um quadro com uma frase que ela mesma escreveu e resume o modo de vida do casal: “Plante essa ideia! Diversificar e agregar valor na agricultura familiar, respeitando o meio ambiente. É tudo de bom!”. Hospedagem: A diária custa R$ 25,00 por pessoa (não incluso alimentação). Almoço: acréscimo de R$15,00; Café colonial R$ 12,00. Pesca noturna no alagado na chalana: R$ 20,00. Contato: Para fazer a reserva da diária pelos telefones: (42) 8408-1247/ 88708116 das 13 às 17 horas. Para mais informações também no Sindicato Rural de Pinhão, no telefone (42) 3677-1242.

Sindicato Rural do Pinhão na 35ª Expointer Foto: Sindicato Rural de Pinhão

Com destino a maior Exposição Agropecuária da América Latina, a Expointer, trinta produtores rurais do município de Pinhão foram a Esteio – RS nos dias 24 a 26 de agosto. A viagem foi organizada e promovida pelo Sindicato Rural de Pinhão, em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e contou com a presença do presidente do Sindicato, Geraldo Ferreira de Almeida e de outros membros da diretoria da entidade. O produtor rural Luiz Carlos Dalcortivo, que há quatro anos participa da comitiva, disse que a viagem foi uma oportunidade de aprimorar seus conhecimentos. “Todo ano é uma surpresa, são muitos lugares para visitar e conhecer”, comenta Dalcortivo.

Revista do Produtor Rural

49


[Silvicultura]

Curso abordou desrama florestal O 3º módulo do Programa de Desenvolvimento Florestal contou com a participação especial da engenheira florestal, Renata Souza. desrama, podas altas e baixas e em qual momento devem ser realizadas. Além disso, temas como segurança no trabalho, rendimento operacional por hectare e instruções como tornar a poda mais eficiente possível.” Ele destaca também para capacitação do operador que vai realizar a poda florestal. “Por ser uma atividade cansativa e pesada, é importante que operador saiba pode trabalhar da melhor maneira, por exemplo, técnicas operação de mo-

N

o dia 28 de agosto, foi realizado o 3º módulo do Programa de Desenvolvimento Florestal promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava. O curso que tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre silvicultura na região e estimular a integração lavoura-pecuária, atraiu mais de quarenta participantes, entre produtores rurais, acadêmicos e profissionais. Os principais temas foram a poda, controle de pragas, e clearwood (madeira limpa). No período da manhã, foram abordadas questões teóricas sobre desrama e à tarde, os participantes foram à propriedade do Edilson Araújo Martins, que tem produção de eucalipto e pinus. O engenheiro florestal e palestrante, Pedro Francio resumiu os conteúdos contemplados pela manhã. “O objetivo foi passar toda teoria com relação a condução e manejo florestal, por exemplo, como fazer a limpeza adequada, aplicação de

50

Revista do Produtor Rural

herbicidas, adubação de cobertura mediante análise foliar”. Filho lembra que muitos produtores, tem o mito que a floresta pode ser deixada sem um acompanhamento da condução da mesma. “ Um exemplo é a realização da adendrometria, que é a medição através de inventários anuais realizados na floresta, para avaliar o incremento anual médio dessa floresta, e definir o melhor momento de corte e desbaste, para que o silvicultor não tenha prejuízo no final do ciclo”. Todos esses conhecimentos incrementam para uma silvicultura aplicada com resultados fantásticos e produtivos, a intenção do programa é sempre trazer inovação em tecnologias e informação. Segundo o engenheiro florestal, um dos palestrantes e coordenadores do Programa, Henrique Lopes Moino a intenção foi abordar a questão de desrama florestal. “Demos atenção em práticas de

Henrique Lopes Moino

tosserra, manutenção e etc. Em relação a parte prática do curso, Francio Filho e Lopes falaram sobre manejo de limpeza e épocas ideais para se realizar a poda. A maior parte prática deste ano será realizada no Dia de Campo Florestal, que vai acontecer no dia 5 de outubro. Francio Filho lembra que muitos produtores, tem o mito que a floresta pode ser deixada sem um acompanhamento da condução da mesma. “Um exemplo é a realização da adendrometria, que é a medição através de inventários anuais realizados na floresta, para avaliar o incremento anual médio dessa floresta,


ocorre no pinus. E outras é conforme o monitoramento, infestação e é o controle de acordo com inseticida que venha a ser utilizados ou o fungicida no caso das doenças florestais, para ter um melhor eficiência e não comprometer o desenvolvimento da floresta.

Inovações em ferramentas de poda

Pedro Francio Filho

e definir o melhor momento de corte e desbaste, para que o silvicultor não tenha prejuízo no final do ciclo”. Francio Filho dá algumas dicas sobre a condução da floresta no que diz respeito ao controle de pragas. “O ideal é fazer um planejamento desse controle, principalmente da formiga, algumas delas deve se fazer práticas preventivas, como a própria vespa da madeira , que

A engenheira florestal Renata Souza foi convidada para apresentar uma nova ferramenta que é destinada a uma poda mais eficiente, a tesoura fabricada na Nova Zelândia, que já é usada em outros países e está chegando ao Brasil neste ano. “Hoje apresentamos a tesoura de poda neozeolandesa, que é uma ferramenta específica e uma nova tecnologia para a desrama, essas novas informações agregam ao programa”, opina Francio. O diferencial, de acordo com Renata, é que a tesoura apresenta um corte muito mais preciso, muito superior ao serrote, em que o produtor ganha tempo e qualidade.

Revista do Produtor Rural (42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br 51


[Genética ]

O “peso” de duas arrobas Roberto Carvalheiro1, Marcelo Almeida Oliveira2, Vânia Cardoso1, Lilian Regina da Silva2, Ronaldo Alves de Toledo Lima Jr.2 GenSys PAINT – CRV Lagoa 1

2

Qual o peso ideal de uma vaca Nelore? Há relativo consenso na literatura de que não existe um peso ideal de vaca, mas pesos adultos mais adequados para diferentes níveis nutricionais. Vacas de peso e tamanho moderados são mais eficientes em ambientes desafiadores como aqueles fornecidos pelos sistemas de produção predominantes no Brasil. Mas qual seria este peso moderado? Os resultados a seguir estão longe de responder a esta questão de forma precisa, mas ajudam a refletir sobre este assunto, que parece ser frequentemente negligenciado. Ao menos, o artigo foi escrito com este intuito. Peso adulto elevado está associado a diferentes características indesejáveis, como: maior custo de mantença; menor taxa de maturação e, consequentemente, menor precocidade sexual e de terminação/acabamento, além de redução da fertilidade e da eficiência produtiva quando o mesmo estiver em desequilíbrio com a disponibilidade de nutrientes. O foco no exercício a seguir será outro problema: o de bezerros produzidos por vacas alojadas em uma área fixa. Para isso, duas fazendas serão contrastadas. A primeira, em que o peso médio das vacas é de 430 kg, sendo este o peso médio das vacas do PAINT (programa de melhoramento genético de bovinos de corte da CRV Lagoa), calculado de uma amostra de mais de 90 mil pesagens. A segunda, em que as vacas pesam em média 490 kg (vaca média PAINT + 2@). Premissas: 1) Atividade de cria em uma área de exploração estável de 1.000 ha; 2) Capacidade suporte de vacas = 1.000 UA; 3) Proporção de bezerros desmamados sobre o número de matrizes expostas = 80%; 4) Venda de vacas vazias e deca 10 (10% inferiores na avaliação genética), de todos os bezerros machos e de 20% das bezerras; 5) Valores de mercado (julho/2009): @ vaca = R$ 70,00; bezerro = R$ 650,00; bezerra = R$ 500,00. No quadro 1, observa-se que a fazenda com vacas mais pesadas consegue alojar um menor número de vacas e, portanto, apresenta uma menor produção de bezerros. A receita com o descarte de vacas praticamente não difere, uma vez que a fazenda 1 abate vacas mais leves, mas em maior quantidade do que a fazenda 2.

52

Revista do Produtor Rural

Quadro 1. Contraste de 2 fazendas de cria (hipotéticas) com peso médio das vacas diferindo em 2 arrobas.

Peso médio das vacas (kg) Área de exploração (ha) Número vacas alojadas Produção de bezerros

Fazenda 1

Fazenda 2

430

490

1.000

1.000

1.047

(450/430)*1000

838

918

(450/490)*1000

734

1047*0,8

918*0,8

Receita bezerros (R$)

272.350,00

238.550,00

Receita bezerras (R$)

42.000,00

36.500,00

Número vacas descartadas

419*650 84*500

314

1047*0,3

73*500

275

918*0,3

@ vacas descartadas

314*430/30

275*490/30

Receita vacas (R$)

315.070,00

314.440,00

Receita total (R$)

629.420,00

589.490,00

Receita/ha (R$)

4.501

367*650

4501*70

4.492

4492*70

272.350+42.000+315.070

238.550+36.500+314.440

629,42

589,49

Como foi pressuposto o mesmo mérito genético das vacas para o desempenho dos bezerros, isto é, o mesmo valor de mercado para bezerros filhos de vacas com 430 ou 490 kg, a maior produção de bezerros da fazenda 1 fez com que esta apresentasse R$ 40,00 a mais de receita/ha em comparação com a fazenda com vacas mais pesadas. Em outras palavras, o “peso” de 2 @ no “tamanho do seu negócio”, pode ser uma redução na receita de R$ 40,00/ha! Este exercício não pode ser extrapolado para uma amplitude muito grande de peso médio das vacas, pois, certamente, o desempenho e o valor de mercado de sua progênie diferirá. Procurando ressaltar a importância do mérito genético das vacas para a produção de bezerros superiores, o mesmo exercício foi repetido assumindo que as matrizes mais leves (fazenda 1) apresentavam menor valor genético para as características de desmame. Neste cenário, o benefício da maior produção de bezerros se anulou, uma vez que estes tinham menor valor de mercado.


latura, permitindo identificar animais de biotipo mais precoce; 2) uso de um índice harmônico, bonificando animais com DEPs para conformação, precocidade e musculatura mais equilibradas e 3) forte pressão de seleção por fertilidade das fêmeas, realizada por alguns parceiros do programa.

Gráfico 2. Tendência genética do peso adulto das vacas do programa PAINT 8

valor genético m édio Peso Adulto(kg)

Por outro lado, ao considerar que as vacas com peso médio de 430 kg apresentavam mérito genético superior, a receita adicional por hectare duplicou (R$ 80,00/ha) em comparação ao cenário original (vacas de mesmo mérito genético). Diante dos problemas que podem estar associados a um maior peso adulto e dos resultados deste exercício cabe a questão: Como melhorar o desempenho dos bezerros sem ocasionar resposta correlacionada no peso das vacas? As tendências genéticas observadas no programa PAINT quanto ao Índice PAINT (gráfico 1) e o peso adulto das vacas (gráfico 2) evidenciam que é possível obter progresso genético no desempenho dos bezerros sem necessariamente aumentar o peso das vacas. Gráfico 1. Tendência genética do Índice PAINT (critério de seleção adotado no PAINT)

Índice PAINT médio

2 0 + 0,178 ns kg/ano

-2 -4 -8 1992

1994

1996

1998

2000

2002

2004

2006

safraN

1,0

0,5 + 0,314 desvio/ano

0,0 -0,5 -1,0

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

safra nascimento

4

-6

1,5

-1,5 1999

6

A tendência genética para o Índice PAINT equivale a um progresso genético médio em torno de 0,5% a 1,3% ao ano da média fenotípica das características consideradas no índice (ganhos de peso pré e pós-desmame; conformação, precocidade, musculatura e umbigo ao desmame e ao sobreano; temperamento e perímetro escrotal ao sobreano). A tendência genética do peso adulto das vacas, de 0,178 kg/ ano, não é significativa. A combinação destes resultados indica que os parceiros do PAINT estão sendo eficientes em identificar animais de biotipo mais precoce, com maior taxa de maturação e peso adulto moderado. Estudos mais detalhados precisam ser desenvolvidos para compreender melhor estes resultados, mas há ao menos três explicações plausíveis para o fenômeno: 1) consideração no índice das características conformação, precocidade e muscu-

Outra questão que merece atenção é se estas vacas de peso e tamanho moderado, que produzem bezerros com desempenho superior, não seriam mais exigentes devido, por exemplo, a uma maior produção de leite. Esta questão destaca a complexidade da avaliação da eficiência produtiva de vacas de corte e a necessidade de acompanhar atentamente a evolução das diferentes características para a tomada de decisões assertivas. A seleção natural fez com que a vaca Nelore apresente inúmeros predicados. Tenhamos a responsabilidade de conduzir a seleção artificial de forma a não perdê-los! Referências recomendadas GARRICK, D.; ENNS, R. M. How best to achieve genetic change? http://www.beefimprovement.org/ proceedings/03proceedings/Garrick.pdf JENKINS, T.; FERRELL, C. Beef Cow Efficiency - Revisited. http://www.beefimprovement.org/ proceedings/02proceedings/Jenkins_02BIF.pdf LANNA, D.P.; PACKER, I.U. A produtividade da vaca Nelore. http://www.fshdp.com.br/pdf/Nelore%20do%20seculo%20 xxi.pdf OLIVEIRA, M. A. O tamanho do seu negócio! http://www.expogenetica.com.br/2009/palestras/palestra13.pdf VANDERWERT, W. The size of the factory…mature cow size. http://www.triplekgelbvieh.com/factory_size.pdf

Revista do Produtor Rural

53


[Biotecnologia]

Alltech Crop Science discute as novas tendências do mercado agrícola em grande evento A opinião foi unânime: o 1° Encontro de Biotecnologia para Agricultura foi um sucesso

A

missão foi comprida! Durante o encontro, mais de 50 clientes convidados debateram o futuro da agricultura, as demandas e exigências que o mercado agrícola atual enfrenta a cada dia. O evento começou com a apresentação da empresa e da tecnologia envolvida nos produtos da Alltech Crop Science com o diretor comercial da empresa, Ney Ibrahim. Ele discutiu questões como o selo do IBD em nossos produtos, que não servem apenas para a produção orgânica, mas são uma garantia para o produtor.

54

Revista do Produtor Rural

Falou sobre o compromisso da empresa com o marketing através da educação, onde são realizados eventos, palestras e dias de campo em todo o país, ações para difundir e agregar ainda mais os resultados dos produtos. Na sequência, o consultor do Grupo Pão de Açúcar, Hélio Nishimura, falou sobre as Novas Tendências e Demandas no Mercado Agrícola. Em sua apresentação, o consultor disse que a responsabilidade do produtor é muito grande, já que é ele quem produz os alimentos vendidos nas

gôndolas dos supermercados, por isso, os métodos utilizados para a produção são tão importantes. Outro assunto discutido pelo consultor foi o papel do consumidor, onde ele deve fiscalizar e fazer a parte dele no processo que é estar sempre atento com os produtos frescos, com cores bonitas e saudáveis. Outro ponto muito importante discutido por Helio foi em relação à sustentabilidade, um conceito que vem crescendo e que traz eficiência e melhoria na produção. Atualmente o Grupo Pão de Açúcar


tem mais de 400 produtores cadastrados em seu programa, onde todos os supermercados da rede vendem somente produtos orgânicos. O grande objetivo do programa é ter 100% dos produtos rastreados desde a produção até o ponto de venda, onde o consumidor possa verificar através do QR Code a procedência do alimento que ele está levando para casa. “É fácil discutir o preço, mas e o valor do produto?”, esta foi a grande indagação que Helio propôs para a plateia. Outro dado muito relevante que o consultor levou foi em relação a rede americana Mars, que até 2020 só vai usar cacau orgânico em seus chocolates. Outra grande rede que também vai aderir aos orgânicos é a Starbucks. Até 2015, todas as lojas venderão café sem agroquímicos e a Unilever também só vai utilizar recursos agrícolas orgânicos em seus fornecedores até 2020. Alexandre Ken, gerente técnico da Yoshida & Hirata, localizada no interior de São Paulo, falou sobre a Nova Tecno-

logia dos Biológicos. A revenda atua há 38 anos, e atende toda a região que produz hortaliças em São Paulo, uma região muito fragmentada, onde cada produtor tem um ou dois hectares. Ele disse que essa fragmentação causa muitos problemas, como o solo que fica desgastado, onde é necessário buscar o equilíbrio utilizando produtos biológicos e alternativos. Marcio Idehara e Roberto Maeda falaram sobre a ótica do agricultor. Os dois discutiram sobre as adaptações que os produtores fazem para conquistar o mercado nacional e internacional, que a cada dia está mais preocupado com a procedência dos alimentos, e em busca de produtos saborosos e seguros. O evento foi finalizado com o gerente técnico da Alltech Crop Science, Leonardo Porpino Alves falando sobre os principais conceitos que os agricultores, produtores e distribuidores ainda sentem necessidade de entender e em como os produtos do portfólio da empresa se encaixam nessas categorias.

Opinião dos participantes A repercussão do 1° Encontro de Biotecnologia da Agricultura foi muito bom. Gerson Okada da Cerrado Mineiro, agradeceu a oportunidade em estar presente “em um evento tão grandioso, ainda mais discutindo um tema tão atual”. Outro grande entusiasta do evento foi Ângelo Siqueira diretor da Crop Agrícola, que ficou impressionado com o tamanho do evento, além de perceber a grande preocupação que a Alltech Crop Science tem do futuro. Alberto Yoshida, diretor da Yoshida & Hirata, disse que, além de fazer parte do sistema de distribuição da empresa, “gostaria de parabenizá-los pela organização, a comunicação, preocupação com o nosso conforto e segurança alem dos temas discutidos durante o evento, foi simplesmente um grande sucesso”, disse.

Revista do Produtor Rural

55


[Micronutrientes]

Fatores de fertilidade do solo e adubação

U

m solo fértil é capaz de produzir uma colheita de alta produtividade. Há muitos fatores do solo que são necessários para se criar e manter um solo produtivo. Os fatores essenciais de um solo agrícola produtivo podem ser agrupados nas seguintes categorias: • Propriedades físicas favoráveis • Propriedades químicas favoráveis • Propriedades biológicas favoráveis • Condições geomórficas e climáticas favoráveis Em se tratando de propriedades físicas, um solo fértil tem que ter um equilíbrio entre as partículas de areia, silte e argila de modo que seja suficientemente poroso para reter uma adequada umidade para o fornecimento de água para as plantas, mas também permitir a permeabilidade do excesso de água, possibilitando que o ar infiltre e flua no mesmo. Um solo produtivo requer uma zona de

56

Revista do Produtor Rural

enraizamento favorável, devendo ser profundo o suficiente para uma boa penetração de raiz, não deve ter elevada densidade para que não impeça o crescimento e desenvolvimento das raízes. Para ser produtivo, o solo deve ter um adequado suprimento de água para o crescimento das plantas, mas não excessivo a ponto de saturá-lo, conduzindo à ausência de oxigênio livre ou ao acúmulo de compostos potencialmente tóxicos. Já as propriedades químicas de um solo fértil devem ter quantidade suficiente de macro e micronutrientes essenciais, matéria orgânica, boa capacidade de troca de cátions, elevada saturação de bases e pH adequado. Um solo produtivo deve ter as características químicas necessárias para que os nutrientes fiquem disponíveis e sustentem o crescimento das plantas. Ter equilíbrio nutricional, e boa interação do solo e nutrientes. Um solo fértil fornece níveis ótimos de nutrientes disponíveis para o crescimento

Silvano Abreu Engenheiro Agrônomo, PhD em ciência do solo. Agrônomo Sênior da Mosaic Fertilizantes do Brasil. E-mail: silvano.abreu@mosaicco.com Fones: (11) 4950-2721 e (11) 98354-4302.

das plantas, resultando em plantas mais vigorosas e sadias. Plantas sadias podem resistir melhor aos estresses de doenças, insetos, competição com ervas daninhas, seca, frio e solos encharcados. Uma boa fertilidade do solo é fundamental para se ter um sistema agrícola sustentável. A calagem do solo e a adequada adubação promovem o crescimento de plantas sadias, mais vigorosas, mais resistentes e mais produtivas. A Mosaic oferece aos produtores a linha de fertilizantes MicroEssentials®, que são fertilizantes de alta qualidade contendo em um único grânulo altas concentrações de nitrogênio, fósforo e enxofre. Pesquisas agronômicas e experimentos de campo comprovam a eficiência do MicroEssentials® comparado com as fórmulas de fertilizantes mais usadas no Brasil. Oferecendo ao produtor maior rendimento de aplicação, distribuição uniforme dos nutrientes no campo, melhor arranque e vigor das plantas, maior produtividade e maior lucro.


Com MicroEssentials sobra tranquilidade para vocĂŞ.

produtos da linha

Um mundo de fertilidade

www.mosaicco.com.br

Revista do Produtor Rural

57


[Perspectiva]

Análise Conjuntural do mercado do boi gordo no Paraná Helton Gonçalves Nascimento / Eduardo Franz Luvison / Paulo Rossi Junior / João Batista Padilha Junior LAPBOV-UFPR www.lapbov.ufpr.br

A

o contrário do que era esperado para o período de entressafra, o mês de julho mostrou-se anormal quanto ao comportamento dos preços da arroba do boi gordo no estado do Paraná. Os preços reais ficaram bem abaixo dos praticados no mesmo período do ano passado, devido entre outros fatores, à boa oferta de animais no mercado, atípica para este período do ano. O inverno pouco rigoroso e chuvas do mês de julho beneficiaram o crescimento das pastagens no período da seca, favorecendo a engorda de boi a pasto e, por consequência, retardando ou até mesmo inibindo, em alguns casos, o emprego estratégico do confinamento, devido ao custo com alimentação. Isto proporcionou uma antecipação na oferta de animais terminados para o período inicial da entressafra, pressionando as cotações da arroba do boi gordo para baixo. O cenário característico da virada do ciclo pecuário, no qual se verifica uma boa oferta de animais terminados e aumento no número de abate de vacas, que desde abril deste ano até a penúltima semana de mês de agosto registrou alta de 43,5%, segundo dados do LAPBOV/UFPR, contribuiu para que houvesse uma pressão de queda nos preços da arroba. Com isso, o pecuarista procurou vender mais fêmeas, visando aumentar a rentabilidade do negócio. No curto prazo, esta movimentação pode beneficiar o cenário de queda dos preços e no longo prazo, a tendência é de que haja uma restrição na oferta de animais terminados, devido à baixa no número de matrizes, o que pode vir a reduzir a oferta de bezerros para recria e engorda, elevando as cotações da arroba. Em julho de 2012 o Indicador de preços da arroba do boi gordo LAPBOV/UFPR manteve-se bem abaixo das cotações, quando comparado ao mesmo período de 2011. O maior valor real (descontada a inflação), de R$ 92,34, ocorreu no dia 30/07, e foi 5,6% abaixo menor do que o preço observado em julho do ano anterior. O preço médio real

58

Revista do Produtor Rural

Figura 1. Evolução dos preços reais da arrobado boi gordo e da vaca gorda no Paraná nos meses de julho e agosto de 2012. - Fonte: LAPBOV / UFPR

da arroba, em julho deste ano, foi R$ 91,63. Isso representa um decréscimo de 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Durante todo o mês de julho, os preços da arroba do boi gordo seguiram com certa estabilidade, apresentando pequenas oscilações dado que a variação mensal foi -0,7%. O menor valor registrado para o macho foi de R$ 90,84 por arroba, no dia 03/07. O preço da arroba da vaca gorda apresentou queda de 2,2% durante o mês de julho, com preço médio real de R$ 82,12 por arroba. O pico de preço da arroba da vaca gorda foi registrado foi no dia 09/08, quando a cotação atingiu a casa dos R$ 82,92, decréscimo de 8,3% em comparação com o mesmo valor registrado em julho de 2011. Assim como em julho, o mês de agosto deste ano apresentou pequenas oscilações nos preços da arroba do boi gordo e vaca gorda, em um mês onde normalmente as cotações já apresentam patamares mais elevados e com tendência de alta, devido ao período em que se começa a observar uma diminuição na oferta de animais, até a época de entressafra. O mês iniciou com de 0,3% nas cotações da arroba do boi gordo, apresentando preço médio no estado do Paraná de R$ 91,98, que significou um valor 11,8% inferior à média do mesmo período do ano passado, sendo o maior valor do período foi R$ 92,84/@ e o menor, de R$ 90,98/@. O preço da arroba da vaca gor-

da seguiu comportamento semelhante ao do boi gordo, tendo registrado valorização de 1,74% até a penúltima semana do mês, com arroba cotada a um preço médio de R$ 82,27, e preços extremos de R$ 84,43 e R$ 80,86. Quando comparado com o mês de agosto do ano passado, a arroba da vaca gorda está 14,7% mais barata. As baixas cotações da arroba e os altos preços dos alimentos base da ração, soja e milho, ocasionaram uma grande elevação nos custos com alimentação. Comparado com o mesmo período do ano passado, o preço médio real da saca de 60 kg de soja, sofreu um acréscimo de 55% em julho deste ano, chegando ao valor de R$ 76,32, segundo dados do CEPEA/ESALQ. Já os preços da saca (de 60 kg) de milho não apresentaram elevação tão expressiva em julho, entretanto, o mês de agosto iniciou com forte alta nos preços deste grão, sendo a saca cotada ao preço médio real de R$ 27,10, o que representa alta de 14% em relação ao mês anterior, de acordo com dados da SEAB/DERAL. A quebra da safra de verão 2011/2012 na América do Sul e a redução drástica na produção da safra 2012 nos Estados Unidos, devido à severa estiagem que afetou o país, contribuíram para que as cotações de soja e milho alcançassem patamares históricos nos meses de julho e agosto. Nem o grande volume esperado na colheita de milho safrinha, este ano no Brasil, foi capaz de frear a alta nos preços deste insumo no mercado internacional. Diante do cenário apresentado, a perspectiva para os próximos meses é de uma provável valorização dos preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda no estado do Paraná, devido entre outros fatores, à restrição na oferta de animais terminados, ao aumento nas exportações brasileiras de carne bovina, e a um possível acordo para o fim do embargo russo a alguns frigoríficos brasileiros, já que o aumento das exportações tende a reduzir, a oferta do produto no mercado interno.


[Tecnologia de aplicação]

Bioestimulantes e a modernização da Agricultura Palestra com Prof. Doutor Átila Mógor esclareceu sobre ação de aminoácidos nas plantas e sobre os produtos que estão hoje no mercado.

N

o dia 15 de agosto, o Sindicato Rural de Guarapuava, com apoio da Microquímica e Produza, trouxe o engenheiro agrônomo e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Doutor Átila Mógor para falar sobre o “Uso de bioestimulantes na agricultura - o aminoácido ácido L-glutâmico. Segundo Mógor, a palestra tinha como objetivo esclarecer quanto aos efeitos esperados produtos tidos como sendo bioestimulantes, fundamentando os aspectos técnicos com base fisiológica e bioquímica. “Isso porque o termo bioestimulante não se refere a uma classe de produtos, mas sim a um efeito, já que a legislação não contempla o termo”. Em um novo cenário global em que a demanda por alimentos é cada vez maior, o incremento em produtividade torna-se necessário, dessa forma, de acordo com o professor Mógor, os bioestimulantes podem representar ferramentas importantes nesse contexto. “A agricultura moderna tem entre seus desafios, o desenvolvimento de técnicas que possibilitem a máxima expressão do potencial genético das cultivares, em sintonia com as questões

ambientais. Com esse foco, a utilização de produtos, especialmente de origem natural, que estimulem as plantas a expressarem seu máximo potencial produtivo, bem como, contribuam para a redução dos efeitos dos estresses abióticos (desbalanço hídrico, salinidade, temperaturas extremas, intensidade luminosa), são muito bem vindos”. Os aminoácidos aplicados às plantas, contemplados na legislação dos fertilizantes como agentes quelantes\complexantes e aditivos de formulações, podem apresentar efeitos também no metabolismo vegetal, quando tem origem em processos fermentativos, como o ácido L-glutâmico, ou de hidrólise enzimática, contanto que estejam na forma “L”. Apesar dos aminoácidos existirem na natureza em duas formas ópticas: os D-aminoácidos (D de dextrógiro) e os L- aminoácidos (L de levógiro), apenas os L-aminoácidos fazem parte dos processos biológicos. Segundo o pesquisador, as empresas que comercializam aminoácidos, extratos de algas, etc. deveriam informar nas garantias a quantidade de cada bioativador no produto e se é funcional (Levogeno).

“A atividade do ácido L-glutâmico no metabolismo vegetal é, em parte, descrito na literatura científica, especialmente seu papel no processo de síntese de clorofila, entretanto uma pesquisa de Tese de Doutorado desenvolvido no Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal (PGAPV) da UFPR, vem demonstrando que o ácido L- Glutâmico está envolvido em outros processos fisiológicos, com desdobramentos no aumento da produção, no caso da pesquisa, em tomate e batata, além de reduzir os efeitos do estresse hídrico, promovendo no feijoeiro o aumento do teor de prolina, aminoácido que participa da proteção das membranas celulares em condições de estresse oxidativo”, comenta Mógor. Dessa forma, é importante destacar o papel das pesquisas em relação aos aminoácidos, já que estes podem desempenhar um papel decisivo para uma agricultura moderna e sustentável. “Creio que o conhecimento do modo de ação dos L-aminoácidos, com base científica, será uma ferramenta muito útil no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis de produção, especialmente diante dos desafios ambientais”, opina Mógor.

Revista do Produtor Rural

59


[Noz pecã]

Produtores estão satisfeitos com mudas de nogueira pecã em Guarapuava Produtores adquiriram mudas neste primeiro ano para experiência, mas destacam que a expectativa é das melhores

A

pós várias reuniões, viagens e palestras informativas sobre a cultura da nogueira pecã, quarenta produtores de Guarapuava e região realizaram o plantio em Guarapuava nos meses de julho e agosto. A entrega das mudas, que vieram de Anta Gorda no Rio Grande do Sul, foi dividida em duas partes . A primeira foi no dia 26 de julho e a segunda nos dias 21 e 22 de agosto e a distribuição delas foi realizada com apoio e acompanhamento do Sindicato Rural de Guarapuava e da assistência técnica da Viveiros Pitol, representada pelo engenheiro florestal, Filemon Mokochinski. Desde o início do ano, vários dos produtores que realizaram o plantio nos últimos meses, participaram da Comissão Técnica de Noz Pecã, conduzida no Sindicato Rural, que promoveu reuniões

Filemon Mokochinski

60

Revista do Produtor Rural

e eventos para gerar informação sobre a nogueira pecã aos interessados. O engenheiro florestal que representa a assistência técnica, Mokochinski diz estar satisfeito com o interesse dos produtores da região pela noz pecã e acha importante que a troca de informações continue . “Esse contato nos últimos meses com o produtor foi importante, e interessante é que estão debatendo sobre vários assuntos com intuito de repassar o máximo de informação ao produtor. Depois do plantio já houve solicitação para que acompanhemos o processo”, conta Mokochinski. A produtora rural Gabriele Abt Tratz foi uma das que já plantou as mudas que encomendou. Ela conta que não tem objetivo comercial com a noz pecã. “Na verdade comprei porque gostamos na família, meu avô há anos tem, mas a variedade é ruim. E como temos tradição de fazer bolo, resolvi adquirir algumas mudas para consumo próprio”. Segundo Mokochinski, os produtores estão animados para ver o desenvolvimento das mudas. “Este é o primeiro ano, a maioria está fazendo uma experiência, no decorrer do anos esperamos que a procura aumente ainda mais”. Adão Alcione Monteiro fez um pedido de mudas para o Viveiros Pitol, segundo o produtor a intenção é observar o desenvolvimento da muda que aparenta ser muito boa. “Dependendo de como avançar, nos próximos anos posso mudar de ideia e transformar a atividade em um investimento. Por enquanto é mais ornamental, tenho até no escritório”. Outro produtor rural de Entre Rios que adquiriu as mudas foi Robert Utri, que também não tem intenção de plantar muitas mudas. Já o produtor Valdir Cesar Lima ad-

Muda plantada na propriedade de Marcio Pacheco Marques

quiriu 100 mudas neste primeiro ano, mas conta que pretende ampliar sua produção nos próximos anos. “Daqui um tempo pretendo pegar mais 500 mudas e a longo prazo, 1000, meu objetivo é que ele renda mais que o eucalipto daqui uns 15 anos”. Ele destaca o papel do Sindicato no incentivo do plantio. “Se não fosse por intermédio do Sindicato com certeza eu não teria adquirido, estão realizando um trabalho muito bom, tanto na questão de orientação, como proporcionar viagens para nós conhecermos melhor a cultura, quanto por gerar informação acerca do tema”. Lima já possui em sua propriedade reflorestamento de pinus e eucalipto e diz que pretende aumentar o investimento na nogueira pecã. Valmor Bellato, um dos produtores que participou desde o início da Comissão Técnica de Noz Pecã, destaca a


Robert Utri

contribuição da assistência técnica e do sindicato no encaminhamento do plantio. “Percebemos que a Viveiros Pitol ao oferecer assistência técnica gratuita ao produtor se preocupa em não ser apenas um simples vendedor de mudas, mas em realizar todo o acompanhamento para que as mudas se desenvolvam com qualidade. Além disso, com a parceria do Sindicato Rural de Guarapuava, acredito que daqui algum tempo é possível que se instale uma agroindústria para beneficiar a produção local da noz pecã”.

Filemon Mokochinski e Adão Alcione Monteiro

Franz Hunger

Dúvidas A primeira colheita se dá a partir dos 4 ou 5 anos, mas produtividade comercial só a partir dos 8 a 10 anos. Três variedades de mudas diferentes se mesclam no plantio. “Mesmo que com uma noz de qualidade a comercialização seja garantida, é importante que os produtores continuem unidos para que daqui alguns anos seja melhor para escoar a produção”, explica o engenheiro, Mokochinski. A assistência técnica relembra que está a disposição dos produtores para quaisquer dúvidas e para o acompanhamento da cultura. Para mais informações pode entrar em contato com Filemon Mokochinski pelo telefone (42) 9907-6666 ou via email filemon@florestal.eng.br.

Revista do Produtor Rural

61


[Ovinocultura]

Inseminação artificial em ovinos por laparoscopia Guilherme de Medeiros Bastos1, Luiz Henrique Silveira Martins2, Mariana Garcia Kako Rodriguez2, Marcela Ambrogi2, Guilherme da Silva Dranca2, Naidiel Renã Galon2, Andressa Pereira de Souza2, Julian Michel Tschonka2, Odilei Rogério Prado3, Alda Lúcia Gomes Monteiro3 Prof. Adjunto B – UNICENTRO, Guarapuava-PR. Coordenador do Laboratório de Reprodução Animal (ReproCentro). Fone (42) 8403-6265. E-mail: gmbastos2004@yahoo.com.br 2 Estagiário(a) do ReproCentro. Aluno(a) de graduação em Medicina Veterinária – UNICENTRO, Guarapuava-PR. 3 Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos - LAPOC - Departamento de Zootecnia – UFPR, Curitiba-PR. 1

A

ovinocultura no estado do Paraná, outrora vista como atividade com lucratividade marginal nas propriedades rurais, principalmente pela falta de organização na cadeia produtiva, encontra-se em franca ascensão. Atualmente, o Paraná conta com cinco cooperativas que coordenam o abate, o preparo de cortes especiais e a oferta regular de carne de cordeiro para os mercados consumidores e, o mais importante, a garantia de pagamento de um preço justo pelas carcaças comercializadas. Um dos principais fatores relacionados à lucratividade do ovinocultor é a eficiência reprodutiva do rebanho. Nas raças especializadas para produção de cordeiros tipo carne, um número significativo de ovelhas apresenta prenhez gemelar e até mesmo trigemelar que, se devidamente manejadas, resulta em índices de natalidade e desmame superiores a 100%. Entretanto, não basta ter cordeiros para ofertar ao mercado, é fundamental que os mesmos tenham peso e acabamento de carcaça desejados a uma tenra idade (média de 4 meses). Para tanto, é preciso ter genética de qualidade, ou seja, instituir um programa de melhoramento genético no rebanho, considerando-se a raça escolhida, a partir de carneiros (machos reprodutores) com características fenotípicas desejáveis para a raça em questão e que tenham o potencial de produzir descendentes

62

Revista do Produtor Rural

(prole) que apresentem desempenho produtivo (ganho de peso e acabamento de carcaça) com maior eficiência a cada geração. Atualmente, muitos ovinocultores utilizam reprodutores de baixo valor comercial e, não raramente, alternam estes machos com outros criadores a fim de economizar recursos naquele que é, ou deveria ser, o principal multiplicador de genética de qualidade, ou seja, o carneiro reprodutor. A inseminação artificial, se bem orientada e conduzida, é uma importante alternativa para incrementar o melhoramento genético dos rebanhos. Em condições normais, é preciso 2 a 3% de carneiros reprodutores para monta de um lote de 100 ovelhas. Quando se adota a inseminação, apenas um carneiro (fenotipicamente superior e de maior valor comercial) é capaz de servir um número bem maior de ovelhas na temporada reprodutiva. Quando o carneiro reprodutor encontra-se na propriedade, a inseminação poderá ser feita em ovelhas que manifestam cio natural ou com cio sincronizado com hormônios da esfera reprodutiva, o que permite inseminar todas as ovelhas sem a necessidade de detecção de cios, ou seja, praticar a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em apenas um turno do dia. Quanto à técnica, utiliza-se a inseminação artificial cervical superficial pela via vaginal quando se emprega o sêmen

fresco (recém-colhido do carneiro), fresco diluído (que possibilita inseminar um maior número de ovelhas com apenas um ejaculado), ou ainda o sêmen diluído refrigerado (que torna possível inseminar as ovelhas até 12 horas após o sêmen ser colhido do carneiro reprodutor). Esta modalidade de inseminação é simples e rápida, sem qualquer prejuízo para os animais. O percentual de ovelhas que resulta prenhe está na dependência de vários fatores, como a condição nutricional e sanitária do rebanho, a época do ano, a qualidade e a modalidade de uso do sêmen (fresco ou refrigerado), se o cio é natural ou induzido com hormônios e, ainda, a experiência da equipe técnica. Outra alternativa bastante interessante é a inseminação das ovelhas com sêmen descongelado, a semelhança do que é largamente praticado com vacas. Neste caso, o ovinocultor ou um condomínio de criadores poderá adquirir um carneiro de alto mérito genético e valor comercial e submetê-lo a colheitas regulares de sêmen para fins de congelação. Esta prática pode ser feita na própria propriedade onde o carneiro está alojado. As doses de sêmen (palhetas) congeladas são armazenadas em botijões criogênicos (em nitrogênio líquido) por tempo indeterminado, até que o produtor decida utilizá-las na inseminação das ovelhas. Além disso, estas doses de sêmen congelado servirão como um “seguro do carneiro”


caso o mesmo venha a óbito ou tenha (no futuro) a sua qualidade de sêmen prejudicada pela época do ano, lesões ou enfermidades. A partir de um ejaculado é possível congelar entre 40 e 60 doses de sêmen, estando a quantidade na dependência do volume e da concentração de espermatozoides do ejaculado, bem como da concentração de espermatozoides desejada por dose (palheta). Opcionalmente, o produtor poderá adquirir sêmen congelado de carneiros de diferentes raças em centrais especializadas na produção e comercialização de sêmen congelado. O resultado da inseminação, ou seja, o diagnóstico de quais ovelhas resultaram prenhes, poderá ser realizado por ultrassonografia a partir de 28 dias, prática esta que é simples, rápida e não oferece riscos a ovelha nem ao embrião/feto. A partir daí, as ovelhas vazias (não gestantes) poderão ser inseminadas pela segunda vez ou o carneiro poderá repassá-las pela monta natural. Uma limitação do sêmen congelado é que a técnica de inseminação não deverá ser realizada pela via cervical superficial (conforme descrito acima para sêmen fresco ou resfriado), pois resulta em percentuais de prenhez abaixo de 10% (Prado et al., 2012), uma vez que a dose apresenta menor concentração e viabilidade (tempo de vida) dos espermatozóides descongelados em comparação àqueles obtidos no ejaculado recém-colhido do carneiro. A técnica de eleição e que é mundialmente praticada para a inseminação de ovelhas com sêmen descongelado é a laparoscopia (Figura 1). Ela permite depositar o sêmen descongelado diretamente no interior do útero da ovelha, “encurtando caminhos” e possibilitando que um número adequado de espermatozóides adentre o oviduto e fertilize o óvulo. As ovelhas que serão submetidas à inseminação por laparoscopia devem ser preferencialmente, submetidas à sincronização/indução de cios com hormônios da esfera reprodutiva. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é realizada entre 55 e 60 horas após o término da aplicação dos hormônios. Com uma equipe experiente é possível inseminar 50 ovelhas em um turno, totalizando 100 animais ao dia.

Prof. Guilherme Bastos: inseminação de ovelhas por laparoscopia

A técnica consiste em conter a ovelha em decúbito dorsal (barriga para cima) em uma maca específica conforme demonstrado na Figura 1. Após lavagem e antissepsia (lavagem com desinfetante) do ventre do animal, é feita anestesia local em torno de 5cm abaixo do úbere, em ambos os lados direito e esquerdo, onde é feita uma “pequena incisão” na pele com bisturi. Nestas “incisões” são introduzidos trocateres (cânulas) por onde passam o laparoscópio (ótica) e um aplicador de sêmen contendo a dose descongelada, sendo o aplicador recoberto por uma bainha plástica contendo uma agulhinha de insulina (pequena e fina) na ponta. Ao visualizar o útero, o inseminador encosta a referida agulhinha no órgão (útero) e ela penetra na “luz” (lúmen) do útero onde o sêmen é depositado. Feito isso, é realizado um ponto isolado simples com fio reabsorvível (não precisa ser removido) na pele onde foi anteriormente feita a pequena incisão e aplicado spray cicatrizante. Os animais são liberados da maca e vão imediatamente para o pasto ou aprisco, seguindo o manejo normal da propriedade. O tempo médio decorrido entre a colocação da ovelha na maca, a

inseminação e a liberação do animal é de 4 minutos. A laparoscopia não oferece riscos à vida nem ao trato genital da ovelha. O percentual médio de prenhez mundialmente aceito para esta técnica com sêmen descongelado é de 50%. Este percentual é semelhante ou pouco inferior ao obtido na monta natural do carneiro em um único cio. Geralmente o produtor contabiliza o resultado próximo a 100% de prenhez ao final da temporada reprodutiva ou com base na parição, mas neste caso as ovelhas já manifestaram vários cios e foram cobertas repetidas vezes (a cada cio) pelos carneiros. O Laboratório de Reprodução Animal da Unicentro (ReproCentro) tem realizado pesquisas utilizando a metodologia de inseminação por laparoscopia com sêmen descongelado. Um dos pré-experimentos foi realizado em Castro – PR, durante o mês de dezembro de 2011, na propriedade do Sr. Armando Rabbers, onde ovelhas Texel desmamadas e mantidas em regime de confinamento foram submetidas à inseminação por laparoscopia com sêmen descongelado de um mesmo carneiro (Souza et al., 2012). A dieta dos animais

Revista do Produtor Rural

63


desde o dia em que foi iniciada a aplicação de hormônio para sincronização de cios até o dia da inseminação (período de 14 dias) foi composta por 500 g de fubá de milho, 200 g de concentrado (18% de PB; Castrolanda 04B) e 3 kg de silagem de milho por cabeça. Do dia seguinte à inseminação até o 35° dia (momento da ultrassonografia para detecção de prenhez), a dieta foi composta por 300 g de fubá de milho, 200 g de concentrado (16% de PB) e 3 kg de silagem de trigo por cabeça. Durante todo o período experimental os

de 2012, na propriedade do médico veterinário Leonardo Mattos Leão, utilizando borregas (dois dentes) da raça Ile de France e algumas cruza Hampshire Down. Neste estudo, as borregas foram mantidas em pasto de Hermátria (Hermátria altíssima) durante o dia. A noite, ao serem encerradas separadamente no aprisco, metade dos animais (Grupo 1) recebeu suplementação com 1 kg de silagem de milho/cabeça/dia e, a outra metade dos animais (Grupo 2), recebeu a mesma quantidade de silagem de milho misturada a 300 g (cabeça/dia) de

Tabela 1: Percentual de prenhez de ovelhas Texel confinadas (Castro, PR), submetidas ao protocolo hormonal curto ou longo de sincronização de cios e inseminadas em tempo fixo por laparoscopia com sêmen descongelado em dezembro de 2011. Protocolo hormonal

Nº total de ovelhas

Nº de ovelhas prenhes

Percentual de ovelhas prenhes

Curto (6 dias)

23

13

56,5%

Longo (12 dias)

20

13

65,0%

Total (média)

43

26

60,5%

Fonte: Adaptado de Souza et al. (2012).

animais tiveram livre acesso à água e suplemento mineral para ovinos (SMO, Castrolanda). Neste estudo, parte das ovelhas foram submetidas à sincronização de cios com esponja vaginal contendo hormônio por 6 dias (protocolo curto) e, o outro grupo de animais por 12 dias (protocolo longo). As ovelhas permaneceram sem contato com carneiros até a ultrassonografia que foi realizada 35 dias após a data da inseminação. Os resultados de prenhez estão demonstrados na Tabela 1. Outro estudo (pré-experimento; dados ainda não publicados) foi realizado em Guarapuava – PR, no mês de junho

concentrado (RAO – OVINOS, Agrária) para ovinos. A suplementação com silagem (para ambos os grupos) e concentrado (apenas para as borregas do grupo 2) teve início no dia que iniciou o tratamento hormonal (14 dias antes da inseminação) e finalizou no dia da ultrassonografia para identificação das borregas prenhes (32 dias após a inseminação), totalizando 46 dias de suplementação. Durante todo o período experimental as borregas receberam sal mineral (Ovinofós Pasto, Tortuga®) à vontade. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da suplementação com concentrado sobre o percentual de prenhez destas borregas inseminadas por laparoscopia

Tabela 2: Percentual de prenhez de borregas Ile de France e cruza Hampshire Down (Guarapuava, PR) mantidas a pasto e suplementadas com silagem de milho sem (Grupo 1) ou com (Grupo 2) adição (mistura) de concentrado na silagem e inseminadas em tempo fixo por laparoscopia com sêmen descongelado em junho de 2012 (dados não publicados). Tratamento (dieta)

Nº total de borregas

Nº de borregas prenhes

Percentual de borregas prenhes

Grupo 1: sem concentrado

18

14

77,7%

Grupo 2: com concentrado

16

14

87,5%

Total (média)

34

28

82,3%

64

Revista do Produtor Rural

com sêmen descongelado. Não houve repasse da inseminação com carneiros, sendo os resultados de prenhez exclusivos da inseminação. Os resultados estão demonstrados na Tabela 2. Um dos fatores limitantes da laparoscopia é o alto custo dos equipamentos e a necessidade de veterinário especializado. Com o intuito de substituir a técnica da laparoscopia por simplificar e reduzir o custo da inseminação de ovelhas com sêmen descongelado foi desenvolvido no Brasil, há alguns anos, um kit comercial denominado “Aplicador Expansor Ovino” que, mediante pinçamento (pela vagina) e tração do óstio cervical em direção à vulva, permitiria o alinhamento dos anéis cervicais (fisiologicamente tortuosos), a transposição do aplicador pelo colo do útero (cérvix) e a deposição do sêmen descongelado no interior do corpo do útero da ovelha, o que resultaria em percentual de prenhez similar ao da técnica de laparoscopia. Esta técnica é chamada de inseminação intra-uterina pela via transcervical. Entretanto, a equipe do ReproCentro implementou vários experimentos (Prado et al., 2011; alguns dados não publicados) utilizando o “Aplicador Expansor Ovino” em diferentes rebanhos, raças e utilizando três modalidades de sêmen (fresco, resfriado e descongelado) e os percentuais de prenhez nunca ultrapassaram 19% (geralmente abaixo de 10%). Suspeita-se que nas raças trabalhadas (Ile de France, Texel, Suffolk e Santa Inês) o “Aplicador Expansor Ovino” perfura o colo do útero (cérvix) das ovelhas, sendo o sêmen depositado na cavidade abdominal. Embora a técnica transcervical aparentemente não resulte em danos irreversíveis ao trato genital nem comprometa a fertilidade subsequente das ovelhas, uma vez que a maioria delas resultou prenhe a partir do repasse com os carneiros, o “Aplicador Expansor Ovino” é desaconselhado pela nossa equipe, permanecendo a laparoscopia como a metodologia padrão e recomendada para a inseminação de ovelhas com sêmen descongelado. O ReproCentro foi equipado com recursos oriundos de projetos de pesquisa e extensão rural, e está pronto para prestação de serviços na área de reprodução de ovinos, bovinos e equinos (Tabela 3).


Tabela 3: Relação dos serviços ofertados pelo Laboratório de Reprodução Animal da Unicentro (ReproCentro). Prestação de serviços em Reprodução Animal

Serviços ofertados

Espécie

Ovina

Bovina

Equina

Diagnóstico de prenhez por ultrassonografia

x

x

x

Sexagem fetal por ultrassonografia

x

x

x

Inseminação artificial convencional

x

x

x

Inseminação artificial por laparoscopia

x

Exame ginecológio

x

x

Cesariana

x

x

Vulvoplastia

x

x

x

Exame andrológico

x

x

x

Congelação de sêmen

x

x

x

Transferência e congelação de embriões

x

x

x

Descongelação e inovulação de embriões

x

x

x

Análise de sêmen congelado

x

x

x

Agradecimentos Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, pelo suporte financeiro (Projeto n°574674/2008-0). Aos ovinocultores Armando Rabbers e Leonardo Mattos Leão por disponibilizar os animais para os estudos.

Referências Bibliográficas Odilei Rogério Prado, Alda Lúcia Gomes Monteiro, Guilherme de Medeiros Bastos, Carlos Henrique Kulik, Thiago Augusto Cruz. Efeito da adição de plasma seminal ovino ao sêmen descongelado na inseminação artificial de ovelhas pela via cervical superficial. Synergismus Scyentifica UTFPR, Pato Branco, 07 (1), 2012 (Resumo Expandido). Andressa Pereira de Souza, Guilherme de Medeiros Bastos, Odilei Rogério Prado, Julian Michel Tschonka, Luiz Henrique Silveira Martins, Naidiel Renã Galon, Alda Lúcia Gomes Monteiro, Francisco Romano Gaievski. Desempenho reprodutivo de ovelhas Texel confinadas e submetidas a protocolo hormonal curto ou longo de sincronização de cios e inseminadas por laparoscopia durante a estação reprodutiva. Anais da 49ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2012 - CD-ROM (Resumo Expandido). Odilei Rogério Prado, Guiherme de Medeiros Bastos, Bruno Bueno Saab, Moana Rodrigues França, Fernando Hentz, Rogério Ferreira. Fertilidade de borregas submetidas a protocolo curto ou longo de indução de cios e inseminadas em tempo fixo com sêmen resfriado ou descongelado na contra-estação reprodutiva. Anais da 48º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2011 - CD-ROM (Resumo Expandido).

Revista do Produtor Rural

65


[FAEP ]

Mudanças no zoneamento agrícola da soja 2012/2013

H

á novidades no Zoneamento Agrícola da Soja 2012/2013, normatizado pela Portaria nº 135/2012 do MAPA, de 9 de julho de 2012. A primeira novidade é a classificação de cultivares conforme os “Grupos de Maturidade Relativa – GMR”, em substituição à antiga classificação por ciclos de maturação precoce, semi-precoce, médio, semi-tardio e tardio. O GMR é uma classificação americana, mundialmente aceita e varia de 0 (zero) a 10 (dez). Quanto menor for o GMR, mais precoce é a cultivar. Por exemplo, uma cultivar do grupo 6.0 é mais precoce que uma do grupo 7.0. Conforme mostra o mapa abaixo, cada Grupo de Maturação se ajusta melhor em determinadas faixas de latitude, em função da resposta da soja ao fotoperíodo (horas de sol, ou comprimento do dia).

Para o Paraná as variedades recomendadas tem GMR entre 6,4 e 7,6. Segundo Ivan Schuster, pesquisador da Coodetec (21ª edição do Encontro de Cooperados da Coamo na Fazenda Experimental), as que levam o número abaixo de 6.0 são consideradas super-precoces; de 6.0 a 6.5 estão as precoces; as mais próximas de 7.0 são de ciclo normal e assim por

Classificação em Macrorregiões e regiões edafoclimáticas para zoneamento de soja safra 2012/2013 - Paraná Macrorregião 1 Municípios das regiões sudoeste, centro sul, sudeste, centro oriental e metropolitana Curitiba Macrorregião 2 Municípios das regiões oeste, centro ocidental, noroeste, norte central, norte pioneiro

9.0 - 9.5 - 10.0 8.5 - 9.0 - 9.2 8.0 - 8.5 - 9.2 7.5 - 8.0 - 8.5 7.0 - 7.5 - 8.0 6.0 - 7.0 - 7.5 5.5 - 6.5 - 8.5 4.0 - 5.0 - 5.5

66

Revista do Produtor Rural

diante, até chegar às de ciclo tardio. A segunda novidade é a classificação das regiões de plantio de soja no Brasil em macrorregiões e regiões edafoclimáticas. O Paraná foi classificado em Macrorregião 1 e Macrorregião 2. Por sua vez essas macrorregiões foram divididas em regiões edafoclimáticas, conforme mostra o quadro a seguir:

Região edafoclimática 102 Municípios das regiões sudoeste e centro sul

Região edafoclimática 201 Municípios das regiões oeste, centro ocidental, norte central, norte pioneiro

Região edafoclimática 103 Municípios das regiões sudeste, centro oriental e metropolitana de Curitiba

Região edafoclimática 202 Municípios da região noroeste

Essas modificações não alteram as recomendações de cultivo da soja nos municípios da macrorregião 1, porém mudam as recomendações para a macrorregião 2, conforme demonstrado no quadro abaixo: Macrorregião 2

Safra 2011/2012 Safra 2012/2013

Variedades mais plantadas

Enquadradas no Grupo II

As variedades Grupo II foram reclassificadas e enquadradas no Grupo I

Início de plantio solo tipo 3 (argiloso)

21 de setembro

1º de outubro

Plantio em solo tipo 2 (misto) na região edafoclimática 202

Recomendado

Não recomendado


A Retificação Para o Paraná as variedades recomendadas tem GMR entre 6,4 e 7,6. Segundo Ivan Schuster, pesquisador da Coodet, para a macrorregião 2, até a safra 2011/2012, as variedades mais utilizadas no estado enquadravam-se no Grupo II quanto ao ciclo de maturação, com período ideal de plantio em solo tipo 3 (argiloso) iniciando em 21 de setembro. Com as alterações ocorridas, as variedades Grupo II foram reclassificadas em tipo I e o período recomendado de plantio na macrorregião 2 em solo tipo 3 (argiloso) passou para 1º de outubro. Uma retificação, publicada em Diário Oficial da União do dia 15 de agosto, corrige essa situação para todos os municípios da macrorregião 2, edafoclimática 202, (região noroeste) solos tipo 3 (argiloso), que vão plantar sementes do grupo I. O período de plantio foi antecipado de 1º de outubro para 21 de setembro. Porém, essa antecipação não vale para todos os municípios da macrorregião 2, edafoclimática 201, que compreende as regiões oeste, centro ocidental, norte central e norte pioneiro. Produtores dessas regiões que vão plantar sementes do grupo I em solos argilosos (tipo 3) devem consultar o zoneamento agrícola com a retificação para certificar-se do período recomendado para início de plantio, no seguinte portal da internet do Ministério da Agricultura: http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/zoneamento-agricola/ portarias-segmentadas-por-uf. Selecionar PR e clicar em Buscar. Maiores informações com Silvia ou Leandro na FAEP: 41-2169-7923 ou pelo email: economico@faep.com.br Fonte: Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)

Revista do Produtor Rural

67


[Cooperativismo ]

Sicredi entre os

Melhores e Maiores

no Crédito Rural

Instituição financeira cooperativa cresceu três posições entre 2010 e 2011 e ficou em terceiro lugar entre os maiores liberadores de crédito rural

S

egundo o ranking Melhores e Maiores 2012, da revista Exame, o Sicredi é a terceira instituição com maior volume de recursos concedidos ao crédito rural em 2011 com R$ 6,067 bilhões. Foi uma evolução de três posições em relação ao ranking do ano anterior, crescimento de 29%, quando o Sicredi esteve em sexto lugar com R$ 4,681 bilhões emprestados aos produtores rurais. Para Edson Nassar, diretor executivo de Produtos e Negócios, a posição do Sicredi entre as maiores e melhores instituições financeiras em crédito ru-

ral comprova a força das cooperativas de crédito no mercado financeiro como um sistema mais inclusivo, participativo e justo, atuando como instrumento de organização econômica e fortalecendo a economia das regiões onde atuam. O ranking Melhores e Maiores 2012 também incluiu a Sicredi Participações (SicrediPar) entre os 200 maiores grupos empresariais do Brasil, na 168ª posição. A SicrediPar é a holding que coordena a definição dos objetivos estratégicos e econômico-financeiros e a deliberação de políticas de compliance, ética e auditoria. É por meio da SicrediPar que as decisões

corporativas do Sistema são formalizadas. A edição 2012 das Melhores e Maiores avaliou os dados de mais de 3 mil empresas, além dos maiores grupos privados do país. Engloba todas as que publicaram demonstrações contábeis no Diário Oficial dos estados até o dia 11 de maio de 2012 e companhias limitadas que enviaram seus resultados para a análise de Melhores e Maiores e responderam aos questionários. Empresas de porte significativo e conhecidas no mercado, que não divulgam seus resultados, tiveram seu faturamento estimado pelos analistas da publicação.

Sicredi muda unidade de atendimento para a rua XV de Novembro A nova unidade chama-se Portal do Lago

68

Revista do Produtor Rural

Aconteceu na manhã do dia 06 de agosto a inauguração da nova unidade de atendimento do Sicredi na rua XV de Novembro. A nova unidade,antes instalada na rua Saldanha Marinho passou a se chamar Portal do Lago, por estar a poucos metros da parque do lago em Guarapuava. “A unidade ficou mais moderna e acessível aos associados. Numa sala nova, ampla e mais iluminada poderemos atender melhor ao crescente núme-

ro de associados que tem ingressado o Sicredi”. Comentou o gerente da unidade de atendimento: João Henrique Sell. Para o presidente da Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fiorentin, a inauguração desse novo espaço é a melhor maneira da cooperativa demonstrar seu foco nos associados e nas comunidades onde está instalada. “Nosso objetivo é oferecer sempre o melhor para nossos associados, seja através de taxas competitivas ou de estruturas que ofe-


reçam maior comodidade aos usuários das nossas unidades de atendimento”, finalizou Fiorentin. Na ocasião também foi inaugurado dentro da unidade um painel comemorativo ao Ano Internacional das Cooperativas que está sendo celebrado em 2012 proclamado pela ONU ( Organização das Nações Unidas). O painel reproduzido em lona foi pintado em óleo sobre tela pela artista plástica Patrícia Souza de Guarapuava. A cooperativa Sicredi Terceiro Planalto tem 14 municípios em sua área de atuação, está presente em 8 deles com 10 unidade de atendimento (três em Guarapuava, duas na cidade e uma no distrito de Entre Rios). A cooperativa faz parte do Sistema Sicredi que é formado por 115 cooperativas de crédito e conta com 2,4 milhões de associados em seus mais de 1.100 pontos de atendimento espalhados por 10 estados brasileiros.

Para saber mais sobre o Sicredi acesse:

sicredi.com.br.

Revista do Produtor Rural

69


[Produtividade]

Benso 1RR uma cultivar de arquitetura moderna e produtiva

O

que move o desenvolvimento de novas cultivares de soja é sem dúvida uma questão econômica, cultivares de maior produtividade que utilizem os nutrientes e as condições ambientais de forma eficiente sem demandar de práticas de manejo que fujam das atuais condições tecnológicas dos produtores são o ideal tanto do ponto de vista agronômico quanto monetário. Nas últimas décadas com o surgimento de novos programas de melhoramento, sobretudo aqueles trazendo o germoplasma proveniente da Argentina, novos patamares de produtividade foram alcançados. O leque de cultivares disponíveis aos produtores se abriu de forma espantosa com a oferta de novas cultivares

70

Revista do Produtor Rural

por parte de várias instituições, cada uma tratando o processo de melhoramento por sua ótica particular. É nesse processo de desenvolvimento do setor que está inserido o programa de melhoramento da Sementes Benso, que busca acima de tudo cultivares que tragam benefícios de ordem prática ao produtor, sem abrir mão das características fenotípicas que proporcionem sanidade, rendimento e um teto produtivo elevado. No desenvolvimento de novas cultivares produtivas, a arquitetura da planta tem um papel fundamental, é ela que proporciona condições de tolerância à estiagem e sanidade foliar. Vide o caso das cultivares de folhas

lanceoladas estreitas que vem a apresentar uma menor superfície de evapotranspiração, fazendo com que as plantas gastem menos água para controlar sua temperatura nas horas quentes do dia. Com menos água sendo perdida para o ambiente, sobra mais água para os processos internos da planta, implicando em uma planta que não sinta tanto as condições de estiagem de leve a moderada, este comportamento pode ser facilmente observado em lavouras de Benso 1RR lado a lado com outras cultivares de folha ovalada, as folhas de Benso 1RR permanecem eretas mesmo nas horas mais quentes do dia. Outro ponto positivo das folhas lanceoladas estreitas está na sanidade, já que em lavouras com essa característica os raios solares conseguem atingir com maior facilidade as folhas do terço inferior da planta, parte responsável pela produção de metabólitos responsáveis em grande parte pela manutenção das condições do sistema radicular. Com raízes mais sadias, a planta tem melhores condições de extração de nutrientes e por consequência sanidade e produtividade são beneficiadas com este comportamento. É com essas características que a cultivar Benso 1RR vem se firmando como um dos materiais mais produtivos em condições de manejo de média e alta tecnologia nas regiões produtoras de soja em altitude, ultrapassando a barreira dos 100 sc/ha em diversas ocasiões, sem a necessidade de técnicas exóticas de manejo e fertilidade. A tabela a seguir apresenta os resultados dos ensaios conduzidos pela Fundação ABC onde a cultivar Benso 1RR destaca-se pela sua produtividade.


Local

Altitude

Data da Semeadura

Produtividade (kg/ha)

Paranapanema, SP¹

664

23/11/2011

5102

Taquarivaí, SP¹

683

08/11/2011

6008

Itaberá, SP²

723

20/10/2011

5603

Itaberá, SP²

723

18/11/2011

5538

Arapoti, PR²

887

19/10/2011

5174

Arapoti, PR²

887

18/11/2011

5230

Tibagi, PR²

832

19/10/2011

5992

Tibagi, PR²

832

18/11/2011

5964

Ponta Grossa, PR²

877

18/10/2011

4392

Ponta Grossa, PR²

877

14/11/2011

4752

Castro, PR²

1026

19/10/2011

5005

Castro, PR ²

1026

18/11/2011

5334

¹ Cultivo Irrigado, 50cm entre linhas ² Espaçamento de 40cm entre linhas

Revista do Produtor Rural

71


[Grãos ]

Novas tecnologias para aumento de rentabilidade em milho, trigo e soja

C

om a próxima safra de milho se aproximando, é momento do agricultor se preparar. A BASF, uma das líderes em soluções agrícolas, tem constantemente apresentado tecnologias e modelos de manejo que proporcionam maior rentabilidade ao agricultor. “Todas as soluções oferecidas pela empresa buscam, além do controle fitossanitário, modelos de manejo que assegurem a sustentabilidade do negócio, pois também contribuem para o aumento de produtividade e qualidade dos produtos agrícolas. O resultado disso é, naturalmente, maior rentabilidade para o negócio de nossos clientes” argumenta o Gerente de Vendas da Regional Ponta Grossa da BASF, Alexandre Azeredo. Nesse sentido, uma das mais recentes novidades apresentadas pela empresa é o fungicida Abacus® HC. O produto caracteriza-se pela alta eficiência no controle das ferrugens (Puccinia sorghi e Puccinia polysora) e da mancha de phaeosphaeria (Phaeosphaera-maydis). A dose recomendada é menor (0,25-0,38 lt/ha), se compa-

72

Revista do Produtor Rural

rada com a de outros fungicidas presentes no mercado. Dessa forma, Abacus® HC ajusta-se melhor às demandas específicas do milho e assim, pode contribuir para o aumento de rentabilidade ao produtor. Já o fungicida Opera® é sinônimo de qualidade e eficiência no controle da principal doença que acomete as lavou-

ras de soja: a ferrugem asiática. Para que se tenha uma ideia, desde quando o produto foi lançado - há quase 10 anos - já tratou mais de 99 milhões de hectares da oleaginosa e há nove anos é o produto mais lembrado pelos agricultores para aumentar a produtividade e controle de importantes doenças. Outra novidade recém-apresentada pela BASF é o fungicida Opera® Ultra, para manejo de importantes doenças do trigo. O produto, além das características do consagrado Opera®, tem maior velocidade de ação, sem diferenciação na dose e aplicação e caracteriza-se como opção ao controle da Giberela (Fusarium graminearum), o que melhora a qualidade do trigo, aliado à possibilidade de ganho de produtividade por meio dos benefícios AgCelence®. Além do trigo, o novo defensivo tem registro para outras culturas como amendoim, milho e soja, sendo também uma nova opção para o manejo das culturas de algodão e feijão. “A região centro-sul do Paraná, onde está localizada a cidade Guarapuava, apresenta um dos melhores índices de produtividade de milho do mundo. Isso só tem sido possível graças ao uso de tecnologia de ponta adotada pelos produtores rurais. Nesse sentido, nós buscamos oferecer o que há de mais moderno e eficiente para esse público, que está constantemente de olho no aumento de produtividade“, argumenta Azeredo.

Manejo Integrado para Soja O modelo proposto pelo Sistema AgCelence® Soja Produtividade Top é o único do mercado que combina práticas desde o plantio até a colheita. Além do controle fitossanitário, o programa de manejo composto pelos produtos fungicida/inseticida Standak® Top e os


bilidade, cuidando do meio ambiente, e satisfazendo as expectativas da sociedade“ finaliza Azeredo. Restrição no Estado do Paraná:

fungicidas Comet® e Opera® proporciona melhor relação de transformação da água, luz e nutrientes em energia e grãos. Os estudos realizados no campo foram conclusivos: se todos os procedimentos forem seguidos corretamente, pode haver um aumento de até 10% na produtividade. A partir de sua utilização, é possível verificar que na fase intermediária de manejo as plantas estão mais verdes

e com mais folhas e galhos. Na terceira etapa há um alto nível de sanidade, permitindo a manutenção da área foliar da planta por mais tempo o que favorece o enchimento dos grãos “Todas as tecnologias oferecidas em nosso portfólio vão ao encontro do que a BASF entende por agricultura sustentável: maior rendimento aliado a um menor consumo de recursos, como terra, água e energia. Uma forma de assegurar a renta-

- O Produto Opera está temporariamente restrito para o alvo Septoria tritici na cultura do trigo e para a cultura da cana-de-açúcar, não podendo ser vendido ou receitado. O produto Opera Ultra está temporariamente restrito para o alvo Myrothecium roridum na cultura do algodão, Corynespora cassicola na cultura de soja e Puccinia graminis f. sp. Tritici e Fusarium graminearum na cultura do trigo, não podendo ser vendido ou receitado. - O Produto Comet está temporariamente restrito para os alvos Ceratocystis paradoxana cultura da cana-de-açúcar, Peronospora destructor na cultura da cebola, Elsinoe australis na cultura de citrus, Septoria tritici na cultura do trigo e para a cultura da manga, não podendo ser vendido ou receitado. Os produtos Abacus HC, Standak Top, Comet, Opera e Opera Ultra estão devidamente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob os nº 9210, 01209, 8801, 8601 e 9310, respectivamente. - Aplique somente as doses solicitadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros métodos de controle de doenças/pragas/plantas infestantes (ex.: controle cultural, biológico, etc) dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados. Para maiores informações referente às recomendações de uso do produto e ao descarte correto de embalagens, leia atentamente o rótulo, a bula e o receituário agronômico do produto.

Revista do Produtor Rural

73


[Opinião]

Soja pode subir ainda mais, segundo analista de mercado

A

Pedro Dejneka

74

Revista do Produtor Rural

divulgação dos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra norte-americana de grãos no dia 12 de setembro impulsionou o mercado da soja em Chicago, que registrou alta. Segundo o analista de mercado, Pedro Dejneka, o relatório é relativamente altista para a soja, baseado na expectativa de muitos pré-relatório, de que a produtividade da soja viria acima do que o USDA anunciou em agosto. “A realidade na soja ainda é bastante altista e o relatório de 12 de setembro, na minha opinião, ‘tirou o medo’ dos fundos de uma produção maior devido ao clima mais ameno na segunda metade de agosto. Muitos fundos realizaram lucros antes do relatório devido à este ‘receio’ e agora, a ‘luz verde’ foi dada novamente para que os especuladores possam assumir novas posições de compra no seu devido tempo... lembrando que ainda poderemos ter alguma ‘pressão’ devido à colheita por aqui nas próximas semanas... mas o resumo é: soja ainda não atingiu as máximas na minha opinião - o alvo está aberto para que busque os $18 e talvez até mais que isto dependendo da intensidade da demanda...” De acordo com Dejneka, para o milho, o relatório foi baixista para o curto prazo. “Friso - para o curto prazo... USDA não mexeu na área de colheita (o que pegou o mercado de surpresa) e relatou produção acima do esperado. Detalhe: acima do esperado não significa que a produção é boa... ela ainda será a menor desde pelo menos 2006 e a situação de estoques está complicadíssima. Eu diria que milho achará suporte por volta de 750 –770. Muitos pensam que o USDA ‘chutou a lata’ para frente, e que o relatório de outubro trará os dados reais da safra e de oferta x demanda. Quanto aos estoques: o USDA deu uma de “Robin Hood”: tirou milho da nova safra (2012/13) que estava disponível devido ao plantio antecipado e levaram para a safra velha (2011/12). Isto, mais o corte nas exportações e uso, elevou os estoques para safra velha. Realidade é o que eu já falava a algum tempo: a situação de soja é bem mais apertada do que a do milho, mas isto não significa que o milho está confortável. A demanda para soja é mais inelástica (mais resistente á preços altos); soja deverá subir mais que o milho, mas o milho também estará sustentado pois a situação de ambos é bastante complicada. Soja deverá liderar uma puxada rumo à novas máximas...”


Revista do Produtor Rural

75


[Soja]

Experiências de campo reconfirmam vantagens do novo fungicida da Cheminova no controle da Ferrugem Sem efeito juvenóide. Sinergia perfeita pela mistura de dois ingredientes ativos.

O problema da Ferrugem da Soja A Ferrugem da Soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi relatada pela primeira vez no Brasil em 1947, em Minas Gerais, ficando, no entanto, restrita a pequenas áreas. No ano de 2001, foi observada no Paraguai e em Mato Grosso. Hoje, a doença se encontra em maior ou menor intensidade em todas as importantes regiões produtoras de soja no Brasil.

76

Revista do Produtor Rural

A chegada da Ferrugem da Soja fez com que alguns agricultores amargassem grandes perdas em suas lavouras. Imaginar que uma doença que ataca de forma geral na área possa levar a 80% de perdas é muito difícil de acreditar. Após esta dura etapa, apesar de ter causado grandes danos a lavoura de soja, estimulou o sojicultor a ter algumas mudanças de atitude. Os agricultores passaram a ter mais atenção com sua lavoura, aumentando a frequência de visitas aos

campos de cultivo, o monitoramento das condições climáticas e com isso houve, naturalmente, um incremento tecnológico, já que muitos outros problemas foram identificados. O saldo destas mudanças foi pacotes tecnológicos mais robustos adotados e significativos incrementos na produtividade das lavouras de soja. Controle x Rotação de Produtos O manejo incorreto da lavoura pode causar, entre outros problemas, a evolução da resistência do alvo biológico. A medida que determinado alvo recebe sucessivas doses de substâncias químicas, há uma tendência a resistência, ou seja, a habilidade de determinada espécie suportar essas doses. Há uma pré-adaptação em cada geração, fazendo com que sejam selecionados os genes responsáveis pela resistência, encontrados em poucos indivíduos. Uma estratégia já conhecida e cada vez mais recomendada por pesquisadores para prevenir ou retardar a evolução da resistência a agrotóxicos é a rotação de produtos químicos, que se baseia no princípio de que a frequência de indivíduos resistentes tende a diminuir durante a aplicação de outros produtos alternadamente. Sendo assim,


recomenda-se que o produto ou o grupo de produtos não seja usado repetidas vezes. Há no mercado algumas misturas disponíveis para o tratamento de Ferrugem da Soja, porém a maioria delas oferece combinações parecidas de ingredientes ativos, desfavorecendo a rotação de produtos. Lavoura mais saudável e mais produtiva A Cheminova mantém linhas de desenvolvimento olhando para os problemas que os produtores enfrentam em suas lavouras, buscando as melhores alternativas para auxiliar na solução deles. Hoje a Cheminova traz uma importante ferramenta para ajudar os produtores no controle de doenças da soja, algodão, café e trigo. Esta nova ferramenta é o Authority (Azoxistrobina e Flutriafol), novo fungicida com características muito importantes para o manejo das doenças.

Para a Ferrugem da Soja, o Authority apresenta a grande vantagem de ser uma combinação de ingredientes ativos de grande capacidade de redistribuição na área foliar e não causa efeito juvenóide nas plantas, ou seja, não segura o crescimento da planta tratada. Com esta ação, o Authority assegura que a planta manterá seu desenvolvimento pleno, refletindo em ganhos de produtividade. Algumas misturas do mercado, após algum tempo de aplicação, podem causar na soja esse retardo no crescimento. O diferencial de Authority deve-se a combinação da estrobilurina Azoxistrobina, que apresenta a maior velocidade de absorção e a maior capacidade de movimentação via xilema dentre as opções no mercado, e ao Flutriafol que apresenta a maior sistemicidade entre os triazóis. O efeito sinérgico desta combinação permite ao Authority ser um produto diferenciado, que na safra 2011/2012 apresentou em

mais de 300 áreas demonstrativas de farming test, na cultura da soja, excelentes resultados de controle e produtividade, possibilitando ao sojicultor comprovar os benefícios de Authority com relação aos principais produtos do mercado para o manejo das doenças da soja, com foco no principal problema, que é a Ferrugem da Soja. Em algumas regiões do Cerrado, como a da BR163, em que os sintomas da Ferrugem da Soja atingiram 100% de severidade nas lavouras, e poderia ter causado 80% de perdas, consolidou Authority na safra 2011/2012. O produtor Mauro Riedi, por exemplo, proprietário de fazenda em Sorriso, Mato Grosso, testou os efeitos de Authority em sua lavoura e chegou a quase 5 sacas a mais por hectare, se comparado a outros produtos do mercado. São resultados que aumentam a confiança em uma nova mistura, registrada pelo MAPA, que trará mais produtividade para as lavouras brasileiras.

Revista do Produtor Rural

77


[Melhoramento genético]

Inseminação e Cruzamento Industrial: ferramentas para uma produção eficiente

M

elhoramento genético, mercado, eficiência e produtividade na bovinocultura de corte foram alguns dos temas discutidos no dia 26 de junho na palestra promovida pela CRV Lagoa, na sede do Sindicato Rural de Guarapuava. A palestra, que tinha como tema “Mercado de Carne, Clube de Compras e Filosofia de Trabalho da CRV Lagoa”, foi realizada pela empresa que é uma das líderes do mercado mundial de genética bovina e trouxe aos produtores de Guarapuava informações de como utilizar a inseminação e o cruzamento artificial de forma correta e condizente com a necessidade de cada propriedade.

Cristiano Leal, gerente de produto da Corte Taurinos CRV Lagoa

O zootecnista e gerente de produto da Corte Taurinos da CRV Lagoa, Cristiano Leal que ministrou a palestra explicou o objetivo do evento. “A intenção da CRV Lagoa é fornecer mais informações aos produtores e mostrar que podem ser mais eficientes trabalhando com genética. A inseminação artificial por si só é muito simples, mas é preciso utilizá-la com um objetivo em mente”. Leal falou sobre a realidade de mercado da carne; em seguida delineou

78

Revista do Produtor Rural

os objetivos e como se deve proceder com cruzamento artificial. “É importante atentar para o mercado local e não só querer que se pague mais pelo produto. Porque se consegue ser eficiente, consequentemente, ganha mais dinheiro sem depender tanto do mercado”. O representante comercial da CRV Lagoa, Laudemir Leites comentou sobre a realização da palestra. “Hoje existe um mercado muito bom em Guarapuava, que é conhecido a nível nacional. Nós interagimos direto com os produtores e mostramos qual é a nossa filosofia de trabalho, que é trabalhar com a seleção dos melhores reprodutores e que venha atingir o objetivo de cada propriedade”, explica. Durante a palestra, Leal explicou a diferença e como se deve escolher a raça mais adequada para determinada produção. “A opção vai muito de encontro com a necessidade e objetivo de cada propriedade. As raças continentais, por exemplo, Charolês e Simental, foram desenvolvidas nos seus primórdios para tração e depois produção de carne, que se caracterizam por ter alta performance, porém perdem em precocidade. Já as britânicas como a Angus, os animais tem boa precocidade e acabamento. Vale destacar que sempre que se opta por adaptação se perde em produtividade”. O segredo da bovinocultura de corte, de acordo com Leal é a complementariedade, que significa um animal com características desejadas de adap-

Laudemir Leites, representante comercial da CRV Lagoa na região.

tação do zebu, por exemplo, e de produtividade das raças taurinas. Para finalizar a palestra, o zootecnista enfatizou os seguintes pontos para uma produção de carne aliada com mercado. “É sempre bom acompanhar as tendências e não apenas se focar em alguns nichos, afinal produzir carne é caro e demorado, não é do dia para noite que está com o produto na prateleira. Então o que importa é enxergar o cruzamento como uma ferramenta para ser mais eficiente da porteira para dentro, e não adianta nos preocuparmos apenas se o frigorífico deixa de pagar pela carne, mas sim se produzirmos melhor”, opina.


Revista do Produtor Rural

79


[Registro]

Argentinos em Guarapuava

Produtores rurais da Argentina estiveram no Sindicato Rural de Guarapuava no dia 30 de agosto. Eles foram recepcionados pelo presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho e pelo vice-presidente Anton Gora. Em seguida, o grupo visitou a propriedade rural do agropecuarista e diretor da entidade, Gibran Thives Araújo, onde trocaram informações sobre integração lavoura-pecuária. A viagem técnica foi organizada pela Coovaeco Turismo, de Rosario, com acompanhamento do operador de viagens técnicas, Emanuel Geres.

Empreendedor Rural em andamento O Sindicato Rural de Guarapuava está promovendo o curso Empreendedor Rural, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Duas turmas têm aulas semanalmente, às sextas e sábados, na sede da entidade. Um turma é formada por técnicos da Emater e outra por produtores rurais de Guarapuava. O curso está sendo ministrado pelo instrutor Luiz Augusto Burei e termina em novembro. Mais informações pelo fone 42-3623-1115, com Rosemeri, mobilizadora do SENAR.

Encontro de Comissões da FAEP Representantes das comissões técnicas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) participaram do 4º Encontro Estadual de Comissões Técnicas e Lideranças Sindicais do Sistema FAEP, na capital paranaense, dia 16 de julho. De Guarapuava, estiveram presentes os produtores rurais Anton Gora (Comissão de Cereais, Fibras, Oleaginosas, de Hortifruticultura e de Meio Ambiente); César Silvestri (Comissão de Bovinocultura de Corte); Edson Rodrigues de Bastos e Roberto Motta Junior (Comissão de Bovinocultura de Leite); Adriane Thives Araújo Azevedo e Morel Lustoza Ribas (Comissão de Caprinocultura e Ovinocultura); Gabriel Gerster (Comissão de Hortifruticultura); Hildegard Abt Roth (Comissão de Meio Ambiente) e Nilcéia Veigantes (Comissão de Sanidade Agropecuária).

80

Revista do Produtor Rural

Viagem técnica sobre leite Produtores rurais de Guarapuava estiveram na Agroleite, promovida pela Castrolanda, em Castro-PR, no dia 09 de agosto. A viagem técnica foi organizada pela Coamig e patrocinada pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Sindicato Rural de Guarapuava.


[Capacitação]

Curso apresentou novas tecnologias para maquinários agrícolas Curso repassou aos produtores conhecimentos de como utilizar o software que oferece mais precisão e controle da produção agrícola.

A

agricultura de precisão está cada vez mais presente no dia a dia dos agricultores, é uma ferramenta que auxilia o homem do campo a alcançar maiores produtividades e um maior controle de sua produção. Com objetivo de colocar as tecnologias de ponta a serviço da agricultura, a TratorCase promoveu nos dias 31 e 01 de agosto no Sindicato Rural de Guarapuava um curso sobre a utilização do software da Case IH AFS Desktop. O engenheiro agrônomo e instrutor do treinamento, Ronaldo Consoni explicou o que foi repassado durante o evento. “É um treinamento voltado a parte de análise de dados e gestão da propriedade utilizando a agricultura de precisão. Eu mostrei para os produtores vários resultados em relação a utilização de equipamentos e o resultado financeiro dessa tecnologia, por exemplo, o que retorna em dinheiro ao utilizar a pulverização, um piloto automático para evitar pisoteio,o monitoramento de plantio e de colheita”. No segundo dia, o curso contemplou uma parte prática que ensinou os participantes a utilizarem o software da Case IH AFS Desktop - Advanced Farming System que proporciona o produtor gerar relatórios, mapas realizar uma pré análise de terreno, com ferramentas como GPS

para georreferenciamento. “ Eu já trabalho há quase 15 anos com agricultura de precisão, que é a união da mecânica das máquinas com a eletrônica, então na verdade nada mais é, do que o embrião das máquinas robôs, nós estamos colocando um cérebro dentro da máquina, que é um chip, para que faça o trabalho agrícola de uma forma mais independente da interferência humana. É a mecatrônica que está chegando na agricultura, a robótica, todos nós estamos participando do inicio da tecnificação completa do campo, acredito

FONE: (42) 3629-8900

81

Revista do Produtor Rural Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277 - Km 341,7 - Guarapuava - PR


que no máximo 20 a 25 anos, os maquinários não vão ter mais operador, vão ser totalmente controlados via computador”. Um dos produtores rurais que participaram do curso, Carlos Alexandre Kenhar acredita que o curso trará resultados em sua propriedade. “Acho a iniciativa muito boa porque a Case está ajudando o agricultor em sua produção e acompanhando a gente, vai nos ajudar na prática e no trabalho diário”. O software da Case está adaptado para quase todas culturas diz Consoni, tanto para grãos, algodão, cana, batata e tanto para o pequeno ou grande produtor. Além de englobar todas as fases do processo, desde o preparo de solo,

plantio, pulverização, colheita, planejamento, análise de solo entre outros.” O nosso principal objetivo é que o produtor tenha capacidade de fazer tudo isso da forma mais independente possível, por isso estamos fazendo essa sequência de treinamentos para que o produtor, se sinta confiante, que ele pode fazer por conta. É o que acontece muito no sistema norte americano, assim eu vou mostrar para eles que podem fazer a própria amostragem de solo, pulverização e planejamento de plantio de forma que otimize o máximo o retorno para eles, que é o que mais importa”, opina o engenheiro Consoni. O produtor rural, Alfrario Nardelli

TratorCase em Guarapuava Dia do Agricultor A TratorCase participou da comemoração alusiva ao Dia do Agricultor promovida pelo Sindicato Rural de Guarapuava no dia 27 de julho. Durante o evento, a empresa foi prestigiar os produtores rurais guarapuavanos pela data e por suas conquistas. Com objetivo de apoiar a iniciativa do Sindicato, a Case ofereceu diversos brindes aos presentes, além de trazer modelos de tratores para ficarem expostos durante o dia.

82

Revista do Produtor Rural

disse que a iniciativa é muito boa pelo fato de que atualiza os produtores rurais com as tendências de mercado. “É muito importante em vista da tecnologia que está no mercado está em preocupada em repassar esse serviço para o produtor. Na verdade o que se procurando é cada vez mais tecnologia e técnica que faz que se tenha menos erros, e com certeza com mais precisão, o lucro é maior. Além disso, é importante o Sindicato oferecer espaço para que empresas estejam mais próximas do produtor, eu gostaria que não só a Case, mas todas as empresas agropecuária da região fizessem isso para que possamos conhecer as novidades que estão no mercado”, opina Nardelli.

37ª Expogua Durante a feira, o estande da TratorCase foi destaque tanto em por sediar negócios como confraternizações. A empresa expôs vários modelos e novidades de maquinários agrícolas, além de oferecer um atendimento diferenciado, buscando sempre uma aproximação entre a Case IH e o produtor rural.


[Notas]

Painel levantou custos de produção de milho, soja e trigo

Homenagem à Nivaldo Krüger

No dia 10 de julho, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou o painel Campo Futuro organizado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e Federação Paranaense de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) com o objetivo de diagnosticar os custos de produção de milho, soja e trigo por região. A reunião foi coordenada por técnicos da FAEP e da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz ESALQ/ USP.

No dia 11 de setembro, o Sesc Guarapuava promoveu um sarau literário em homenagem ao escritor e historiador, Nivaldo Krüger. Durante a noite, Krüger também apresentou sua última obra, “A primeira República das Américas”, que foi lançada em novembro do ano passado na Biblioteca do Senado, em Brasília. O livro, que conta a história do Paraná a partir da ocupação dos jesuítas, será traduzido a pedido do Ministério da Cultura para o espanhol para ser distribuído para os países do Mercosul.

Empreendedorismo Rural O vice presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, ministrou palestra sobre empreendedorismo rural na Semana de Administração da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), no dia 03 de julho. O evento foi promovido pelo departamento de Administração.

Resgate histórico Reunião sobre energia solar Há 34 anos uma reunião no Sindicato Rural de Guarapuava discutiu alternativas de energia. Uma ata escrita em alemão pelo então produtor rural Johann Abt (falecido) demonstra a preocupação da classe com uma possível falta de petróleo e a promoção de um curso sobre energia solar. Entre os participantes estavam o então presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Dr. Mário Stadler de Souza.

Revista do Produtor Rural

83


[Pesquisa]

BASF e Universidade Estadual de Maringá firmam parceria para estudos em culturas com cobertura fitossanitária insuficiente

A

Unidade de Proteção de Cultivos da BASF firmou, no final da tarde da última quarta-feira (25/07), uma parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM/ITAM) para realização de estudos de eficácia em culturas com cobertura fitossanitária insuficiente (conhecidas também como minor crops), ou ainda, cultivos para os quais não há ou que existam poucas opções de defensivos agrícolas registrados, tais como melão, morango, alface, pimentão, repolho, entre outros. Nessa parceria, a BASF apoiará a Universidade na realização da pesquisa científica, que será conduzida por uma equipe multidisciplinar coordenada pelo professor Dr. José Usan Torres Brandão Filho nos próximos dois anos. A parceria tem como principal objetivo auxiliar os agricultores que não dispõem de opções para o controle de ervas daninhas, pragas e doenças em frutas e vegetais. Inicialmente, os estudos serão realizados em quatro produtos do portifólio da BASF cujos registros futuramente poderão ser estendidos a 16 diferentes culturas com cobertura fitossanitária insuficiente. “Além de fomentar a pesquisa científica, a parceria comprova o interesse e a responsabilidade que a BASF tem em atender agricultores que atualmente não disponibilizam de produtos devidamente registrados para o controle fitossanitário”, argumenta Walter Dias, gerente técnico de projetos da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade de Proteção de Cultivos BASF. Normativa – Publicada em fevereiro de 2010 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a instrução normativa conjunta número 1 (hum) regulamenta o uso de defensivos agrícolas para as culturas com cobertura fitossanitária insuficiente, as denominadas minor crops. Esta normativa estabelece que o agrupamento das culturas seja feito por critérios de similaridade alimentar e fitotecnia, elegendo desta forma as culturas representativas para cada grupo. “O objetivo é que os valores do Limite Máximo de Resíduo (LMR) se estendam para

84

Revista do Produtor Rural

além das culturas que já tenham produtos registrados”, explica Dias. Na medida em que os estudos científicos conduzidos pela UEM avancem, um dos grandes benefícios ao agricultor previstos é a adequação às normas de Boas Práticas Agrícolas, além da segurança no controle das principais doenças, pragas e ervas daninhas que atacam culturas naturalmente mais frágeis, dando maior viabilidade econômica ao programa de produção integrada. Sobre a UEM/ITAM Criada em 1970, a Universidade Estadual de Maringá, está localizada no Noroeste do Paraná, região que possui mais de dois milhões de habitantes. Atualmente, a UEM oferece mais de 60 cursos de graduação, 120 de especialização, 31 mestrados acadêmicos, dois mestrados profissionais e 21 doutorados. A Universidade está entre as 20 instituições brasileiras mais produtivas em pesquisas científicas e tecnológicas, sendo referência entre as universidades do Paraná. Líder no recebimento de bolsas de produtividade em pesquisa, concedidas pelo CNPq. O curso de agronomia foi criado em 1977, atendendo à economia da região que está fortemente ligada na atividade agrícola. A pesquisa será coordenada pelo Prof. Dr. José Usan Torres Brandão Filho, formado pela UEM, quen atualmente ministra aulas nas áreas de horticultura, olericultura, fruticultura e defesa fitossanitária nos cursos de graduação e pós-graduação da instituição. Sócio ativo da Sociedade Brasileira de Horticultura há 25 anos, foi presidente do 48º Congresso Brasileiro de Olericultura, realizado em Maringá, no ano de 2008. “Os testes que faremos servirão para comprovarmos, ou não, se o produto estudado será eficiente no controle da praga, doença, ou erva daninha”, explica o professor José Usan. “Estamos muito entusiasmos para darmos início a esta pesquisa, que certamente contribuirá para

Walter Dias - Porta voz da Basf

o desenvolvimento de alternativas a um grupo importante de produtores rurais dedicados a cultivos de baixo controle fitossanitário”, finaliza o professor. Ele ainda disse acreditar que esta é a primeira de muitas parcerias entre a UEM e a BASF. Em breve, as duas instituições também assinarão convênio “guarda-chuva”, que viabilizará outras quatro pesquisas, com vistas, inclusive, ao desenvolvimento de tecnologias em diferentes áreas. Esta decisão foi tomada durante o encontro que a equipe da BASF teve com o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho. Além do professor Usan e de Walter Dias, estiveram presentes na ocasião a gerente de Inovação para a América Latina da BASF, Sandra Takaki, e o consultor de Inovação da empresa, Rafael Belani, além dos professores da UEM: José Gilberto Catunda Sales, João Vida, Rubem Silvério de Oliveira, Humberto Silva Santos, Janil Constantin e Emy Luiza Ishii Iwamoto. A Universidade ainda foi convidada formalmente a participar do Top Ciência 2012, evento em que pesquisadores de todo o país levam propostas de pesquisas para serem avaliadas pela BASF. Em 2011 o professor João Vida foi um dos ganhadores do prêmio com o projeto Efeito de piraclostrobina+epoxiconazol no controle da podridão gomosa na cultura de melão nobre e na qualidade de frutos.


Revista do Produtor Rural

85


[Evento Técnico]

3º Encontro de Feijão reúne produtores de mais de 20 municípios

G

erar e transmitir informação destinada ao público local é o objetivo do Encontro Técnico de Feijão, que a cada ano se aprimora e faz do evento o principal disseminador de conhecimento técnico sobre feijoeiro. A terceira edição do encontro reuniu mais de 130 pessoas no dia 1º de agosto no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. Os participantes tiveram oportunidade de se atualizar sobre a produção da cultura na região, desde novas tecnologias a questões mercado. Uma das organizadoras do evento, Sueli Karling falou sobre a diversidade de temas que foram contemplados durante as palestras. “Em geral o cultivo de feijão tem crescido na região, e como a nossa situação climática é muito regionalizada, a intenção é trazer informação para o nosso contexto local. Por isso, buscamos abordar vários temas desde a comercialização até a parte de dessecação que é um tema extremamente

86

Revista do Produtor Rural

específico. Como nós temos pouco tempo, precisamos fazer algo abrangente, a cada ano tentamos diversificar um pouco”. O evento atraiu pesquisadores, engenheiros agrônomos, técnicos e produtores, até mesmo de outros estados, como São Paulo e Santa Catarina. Sueli acredita que o encontro vem se tornando referência em gerar informação regional sobre a cultura. “Fiquei muito contente, vieram muitos técnicos e pessoas de muito longe para assistir as palestras, o encontro está cada vez mais forte e consolidado em Guarapuava”. O evento iniciou pela manhã, com a palestra do pesquisador do Instituto Assessoria Agrícola, Doutor Tarcísio Cobucci “Fatores de sucesso para altas produtividades do feijoeiro” e do presidente do IBRAFE (Instituto Brasileiro de Feijão), Marcelo Lüders “Perspectivas sobre o desabastecimento do feijão no Brasil”. No período da tarde, o assistente

Rodolpho luiz Werneck Botelho, Presidente Sindicato Rural de Guarapuava


técnico da Agro Olímpia Consultoria, Taurino Alexandrino Loiola falou sobre “Manejo da cultura de feijão de sequeiro” e a última palestra do encontro foi com o pesquisador da Fundação ABC, Luiz Henrique Pencowski “Dessecação da cultura do feijoeiro”. Alguns dos temas abordados foram: fitotecnia; novas tecnologias; formação do solo; fertilidade química; enraizamento; manejo hormonal e de adubação, mercado, e dessecação do feijão. O produtor de feijão e organizador do evento, Roberto Cunha disse que está muito satisfeito com o resultado das palestras e do público que novamente veio presti-

giar o Encontro. “Foi excelente, as palestras foram objetivas e esclareceram as dúvidas em geral do produtor de feijão. Acredito que o evento vai estimular a produção da cultura, já que o feijão é uma ótima opção de diversificação e tem sempre mercado garantido, porque o arroz e feijão sempre estão na mesa do brasileiro”. O 3º Encontro Técnico do Feijão é uma realização do Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), com patrocínio da BASF, Bayer CropScience; Correpar; Syngenta e apoio da Agrária, Agrocenter, Agropantanal, Deragro, Guará Batatas, Guayi Sementes e Inquima.

Roberto Cunha, Taurino Loyola, Luiz Henrique Pencowski e Sueli Karling

Dessecação na hora certa O engenheiro agrônomo Luiz Henrique Pencowski atua há 12 anos na Fundação ABC e é especialista em controle de plantas daninhas. Ele repassou aos presentes as particularidades sobre como realizar a dessecação da maneira adequada. “Como o feijão tem uma maturação desuniforme, é uma prática comum fazer esse tipo de aplicação para matar o feijão. Assim, abordamos o momento correto de fazer aplicação, produtos mais indicados e os efeitos na qualidade do feijão, como coloração e semente, germinação”. Ele destacou que é necessário o produtor estar atento e buscar informação sobre o assunto, pois a aplicação errada pode acarretar muitas perdas “ Apesar de ser um assunto corriqueiro, ele é de extrema importância para o produtor, pois há o momento adequado, e herbicidas mais indicados para que se possa colher um produto com mais qualidade”.

Revista do Produtor Rural

87


Desabastecimento do feijão Na palestra de Lüders, o pesquisador abordou um panorama sobre o mercado do feijão, questões de consumo e demonstrou como a cultura vai sofrer desabastecimento no país nos próximos meses. “Devido aos altos preços que a soja e milho alcançaram, o feijão ficou em segundo plano e os produtores migraram de cultura, por esse motivo, a partir de novembro vai faltar o feijão e os preços vão aumentar. Ele trouxe dados que o consumo mensal do Brasil é de 3,5 milhões de sacas no país, isso mostra a grandiosidade do mercado”, opina Cunha. “Não se sabe que patamares

Marcelo Lüders, Presidente do Instituto Brasileiro de Feijão (IBRAFE)

Informação gerando maiores produtividades

de preço vão chegar, mas que vai faltar feijão vai, e como Lüders explicou, ele é uma cultura inelástica, não importa o preço que esteja o povo brasileiro ainda vai continuar comprando”. De acordo com o pesquisador Loiola, o feijão é uma cultura que se adapta e é viável tanto para o grande quanto para o pequeno produtor. “Eu acho interessante o feijão porque ele se enquadra facilmente no sistema de uma propriedade. Acredito que é uma alternativa a mais para o produtor ter mais uma renda, desde o pequeno ao grande.

“Fazer bem feito”

Taurino Loyola , pesquisador da Agro Olímpia

Palestra de Tarcísio Cobucci

De acordo com Cobucci, entre os mais diversos fatores de sucesso para atingir altas produtividades, o primeiro deles que diferencia o produtor é a busca por informação. “Todo conhecimento agrega em produtividade. Fatores como formação do solo, fertilidade e química do solo, enraizamento, manejo hormonal e de adubação e entre outros são fundamentais”. “Esses encontros técnicos são im-

88

Revista do Produtor Rural

portantes para quem está envolvido com agricultura, hoje o que faz a diferença de um produtor e um técnico ter sucesso é busca por informação. Nesse encontro você consegue reciclar e buscar novos conhecimentos que vão fazer diferença. De extrema importância para o pessoal se atualizar, pois a coisa é muito dinâmica e muda de ano para Osmar Fernandes Dias ano”, disse Cobucci.

Segundo Taurino Loiola, a cada dia o produtor necessita estar atualizado nas tecnologias que surgem, mas antes disso ele enfatiza a importância de se focar em ações básicas, mas que dão muito resultado. “Na agricultura não precisa investir muita coisa, é fazer o básico bem feito e rezar para São Pedro todo dia então é ter um solo bem corrigido, para cuidar bem da parte de fertilidade e nutrição da planta e fazer rotação de cultura. É claro, surgem novas técnicas, e o produtor precisa acompanhar, porém o dever de casa, que é o básico, todos devem fazer bem feito, como rotação de culturas, por exemplo,” opina o pesquisador.


[Opinião]

Vai faltar

arroz e feijão? S

e os mais recentes levantamentos sobre a produção de grãos no país em 2011/12 confirmaram o milho safrinha como o grande destaque positivo da temporada, responsável direto por um recorde na colheita como um todo, também voltaram a chamar a atenção para os decepcionantes desempenhos de arroz e feijão. Básicos no prato do brasileiro, ambos amargaram quedas expressivas nas áreas plantadas e foram prejudicados por adversidades climáticas, o que amplificou as reduções das ofertas e motivou aumentos das importações e fortes altas de preços aos produtores, parte das quais sentidas no varejo. Com mercado pouco promissor na semeadura, o arroz ocupou 2,5 milhões de hectares no Brasil em 2011/12, 13% menos que em 2010/11, e rendeu 11,6 milhões de toneladas, queda de 15%, conforme levantamento divulgado pela Conab. Juntas, as três safras de feijão normalmente plantadas em um mesmo ciclo tiveram área de 3,3 milhões de hectares, 18,1% menor, e produção de 2,9 milhões de toneladas, uma retração de 22,1%. No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo IBGE, o arroz apresenta variações positivas de 7,3% no acumulado deste ano e de 12,7% nos últimos 12 meses, sempre até julho. O feijão mulatinho aumentou 81,4% e 84,4%, respectivamente, enquanto os saltos do feijão preto alcançaram 38,3 % e 41,6%. No caso do arroz, o governo federal rechaça um eventual desabastecimento mas acompanha de perto a alta das cotações, a Conab concorda que a alta dos preços em algumas regiões do país superou 50%, reflete a redução da oferta doméstica, mas aponta outros fatores de influência, como

a escalada dos preços internacionais da commodity e a valorização cambial, que encarece as importações. No mercado de feijão, contudo, o sinal de alerta já é vermelho. O governo está preocupado com a queda na produção, principalmente após a seca no Sul e no Nordeste. A intenção do Ministério da Agricultura é estimular o plantio em outras regiões do país para segurar os preços. Não podemos depender do Paraná e da Bahia para produzir tudo que o Brasil precisa”, nos cálculos da Conab, as valorizações da leguminosa na comparação entre os ciclos 2011/12 e 2010/11 chegam a 22,5% no Estado de São Paulo, 38,3% no Paraná e 22,8% na Bahia. Os estoques de feijão da Conab são de apenas 24 mil toneladas, Segundo Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria, o quadro deverá melhorar nos dois mercados. “Os preços atuais incentivam o plantio”. Mas a recuperação, se houver - não há consenso, será limitada, pelo menos no arroz. Amaryllis lembra que a escassez de água nas barragens gaúchas deverá afetar a produção irrigada e que os elevados preços de grãos de maior liquidez, como soja e milho, pesarão sobre o agricultor que puder escolher qual cultura plantar em 2012/13. Por conta da estiagem que assola o Meio-Oeste dos Estados Unidos, o maior exportador agrícola do planeta de soja, milho e trigo, que já vinham em alta, explodiram e bateram novos recordes de alta. A tal ponto que a FAO, o braço das Nações Unidas, pediu a imediata suspensão da produção de etanol de milho nos EUA, por temer uma crise “agroinflacionária” nos moldes da que gerou convulsões sociais em diversos países no biênio 2007-2008. Apesar dos reflexos sobre os preços

Roberto E. N. Cunha Engenheiro agrônomo - Guayi Sementes

ao consumidor de produtos como óleos vegetais e carnes, essas disparadas beneficiaram as exportações brasileiras e vão impulsionar o plantio na safra 2012/13, que começará a ser semeada em meados de setembro, como as áreas disponíveis para o plantio são as mesmas para todas as culturas, o que realmente será destinado ao arroz e ao feijão ? Segundo dados apresentado por Marcelo Lüders no 3º Encontro Técnico de Feijão, as estimativas de redução de áreas são assustadoras, na palestra Lüders fez um panorama sobre o mercado do feijão, questões de consumo e demonstrou como a cultura vai sofrer desabastecimento no país, ao longo dos próximos meses, devido aos altos preços que a soja e milho alcançaram, o feijão ficou de segundo plano e os produtores migraram de cultura, por esse motivo, a partir de novembro vai faltar o feijão e os preços vão aumentar. Ele trouxe dados que o consumo mensal do Brasil é de 3,5 milhões de sacas no país, isso mostra a grandiosidade do mercado”. Não se sabe que patamares de preço vai chegar a saca, mas que vai faltar feijão é certo, mas como ela é uma cultura inelástica, não importa o preço que esteja, o povo brasileiro ainda vai continuar comprando. Com informações da Correpar Revista do Produtor Rural

89


[Sementes]

Cultivar de soja AFS 110RR apresenta ótimo rendimento e elevada estabilidade na semeadura pós trigo

N

a safra 2012/13, a cultivar de soja AFS 110RR entrará no seu segundo ano de lavoura comercial. Desenvolvida há quatro anos pela FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária), da Cooperativa Agrária, o material tem apresentado consideráveis rendimentos de grãos e estabilidade de produção, na semeadura pós trigo. Semeada em três altitudes diferentes da região de atuação da Agrária (1.100, 950 e 820 metros), a média de

produtividade, em três safras, alcançou 4.356 kg/ha (ver tabela). “A principal característica da AFS 110RR é a grande estabilidade ao longo dos anos, principalmente quando semeada no pós trigo - período de final de novembro e início de dezembro”, destacou o pesquisador da FAPA, Vitor Spader. Em geral, a tendência da maioria das cultivares é de queda de rendimento, quando há o atraso da semeadura, de 20 de novembro até o início de dezembro,

conforme destacou o pesquisador. A análise dos gráficos permite observar que o rendimento da AFS 110 RR, em região de transição, a chamada “região quente” (em Roncador, Manoel Ribas e Cantagalo), chegou a consideráveis 4.947 kg/ha, na safra 2009/10. Na média de três anos, na mesma região, a cultivar também se destaca em relação a outros materiais. O desempenho alcançou a média de 3.688 kg/ha. “A semeadura pós trigo era o nosso

Rendimento médio de grãos de soja em diferentes altitudes (1100m, 950m e 820m) na região de Guarapuava na safra 2009/10, no plantio pós trigo. FAPA, 2012. 5500 5000

4947

4703 4697 4665 4630 4622

4500

4515 4503 4412 4346 4343 4292 4275 4273 4199 4173 3871 3786 3730 3683

4000

Rendimento (kg/ha)

4251 3582

3500

3272

3000 2500 2000 1500 1000

Cultivares

90

Revista do Produtor Rural

Média

Cultivar 8

Cultivar 15

Cultivar 16

Cultivar 6

Cultivar 17

Cultivar 12

Cultivar 5

Cultivar 11

Testemunha 2

Cultivar 1

Cultivar 10

Cultivar 14

Cultivar 7

Cultivar 13

Testemunha 3

Cultivar 18

Cultivar 9

Cultivar 2

Testemunha 1

Cultivar 4

Cultivar 3

0

AFS 110

500


Rendimento de grãos de soja na região de transição/quente (Roncador, Manoel Ribas e Cantagalo), em três safras. FAPA/Assistência Técnica Agrária. 4.000

3.688

3.500

3.245

3.181

3.146

3.073

3.061

3.049

3.047

3.045

Rendimento (kg/ha)

3.000

2.983

2.978

2.500

2.215

2.069

2.000 1.500 1.000

Média

Cultivar 11

Cultivar 10

Cultivar 9

Cultivar 8

Cultivar 7

Cultivar 6

Cultivar 5

Cultivar 4

Cultivar 3

Cultivar 2

Cultivar 1

0

AFS 110RR

500

Cultivares

gargalo até pouco tempo, quando nossa área de soja semeada nesse período tinha queda de rendimento expressiva. E 30% da nossa área de soja é justamente em cima de trigo”. As pesquisas da nova cultivar iniciaram-se há cerca de quatro anos, sendo que os dois primeiros anos dedicou-se à produção de sementes e a safra 2012/13 é a segunda em nível comercial. Entre outras características, a AFS 110RR destaca-se pela resistência ao acamamento, apresenta folhas lanceoladas, possui excelente potencial de ramificação, além de ser resistente às principais doenças de raízes e haste. “Em relação à suscetibilidade a doenças, o material está entre os melhores do nosso portfólio”, destacou Spader. A AFS 110RR também tem respondido bem em produtividade em situações de população elevada, variando entre 330 a 380 mil plantas por hectare, podendo chegar até 400 mil plantas em regiões mais quentes, observou o pesquisador. A Cooperativa Agrária está comercializando a cultivar AFS 110RR, como também outros materiais. Mais informações no departamento comercial de sementes da cooperativa (Fone: 3625-8527).

Rendimento de grãos e estabilidade de produção da cultivar de soja AFS 110RR semeada após o trigo. FAPA, 2012.

Ano Safra

Altitudes

Média

1100

950

820

2009/10

4812

4680

5348

4947

2010/11

3909

3889

4021

3940

2011/12

4196

3997

4351

4181

Média

4306

4188

4573

4356

Revista do Produtor Rural

91


[Sindicato Rural de Pitanga]

Família Petrechen Amor pelo campo de pai para filho A conhecida granja de suínos de Pitanga é modelo em genética e o hoje o novo investimento em pecuária de leite já é destaque.

R

einaldo Petrechen, aos 84 anos é exemplo de dedicação à agropecuária em Pitanga, em sua longa trajetória de vida como produtor rural não deixou de repassar aos filhos e netos a paixão pela terra que fez renovar a cada geração o mesmo sentimento. Em uma das propriedades da família, se localiza a Granja Petrechen, que é referência no país em produção genética de suínos. A granja, que é gerida pelo neto, Luiz Carlos Petrechen Filho, é multiplicadora da multinacional francesa Pen Ar Lan. Nos últimos anos foi premiada pelos seus altos níveis de produtividade, um deles foi em 2004 quando ficou em 1º lugar pela Schering-Plough Coopers por um desafio de produção. Uma de suas propriedades, localizadas no município de Pitanga, vem sendo conduzida há 9 anos por um de seus netos, Luiz Carlos Petrechen Filho, mas ao mesmo tempo, conta com o apoio mútuo do pai e do avô. “Desde pequeno sempre gostei, ai me formei e assumi. Hoje moro aqui e não pretendo sair. Ainda não tenho filhos, mas a intenção é dar continuidade. Petrechen Filho conta sobre o que “O nosso nível de produtividade de fêmeas é superior a média mas, alcançamos na faixa dos 32 leitões desmamados fêmea ano, as outras genéticas é 28

92

Revista do Produtor Rural

Luiz Carlos Petrechen Filho, Reinaldo Petrechen e Luiz Carlos Petrechen

a 29”, conta Petrechen Filho. Segundo ele, o sucesso da granja é atribuído a questões de sanidade, o cuidado com o manejo e é claro a tecnologia genética. “Aqui é uma granja núcleo, em parceria, com a empresa Penarlan que nos repassa boa parte da questão genética, produzimos as avós na linha fêmea. A produção está por volta de 350 fêmeas em ciclo completo. Hoje a nossa produção é por volta de 900 a 1000 animais mês, metade macho e fêmea. O diferencial é a questão genética e manejo. Trabalhamos com manual de boas práticas de produção. Cada tarefa é divida por setores, como a gestação, maternidade, creche, terminação, fábrica de ração”. A granja se destaca não só no Brasil, hoje ela vende para outros países da América Latina, como Argentina e Paraguai.

Crise Em relação a crise da suinocultura, Petrechen Filho diz que a granja praticamente não sentiu os efeitos dela. “Alguns fatores determinam, principalmente, devido ao valor genético, e também porque a alimentação é produzida por nós mesmos, a silagem de grão úmido e farelo de soja”. Mas Petrechen é otimista acerca da crise e acredita que ela não seja muito duradoura. “Até na próxima safra não dá para ter muito parâmetro, os estoques de milho e soja estão baixos, então não vai baixar agora os custos. Mas acredito que num próximo semestre a tendência é normalizar. E o mercado genética está aquecido, tudo que produzimos aqui está vendendo a todo vapor, quer dizer


que alguém lá na frente está vendo uma luz, porque a genética é o primeiro ramo que a pessoa economiza”. A propriedade tem foco em suínos, mas possui gado de corte, áreas plantadas de milho e soja, e também o recente investimento na bovinocultura leiteira.

Investimento em leite Com objetivo de diversificar cada vez mais a propriedade, Petrechen Filho conta que iniciaram, há dois anos e meio, na atividade leiteira. “Foi um grande investimento, atualmente o rebanho é de 250 cabeças de gado Holandês. A intenção é se proteger porque se ficar só numa atividade a propriedade fica muito vulnerável as crises. Assim resolvemos começar com a bovinocultura leiteira por questão de diversificação mesmo”. O produtor rural conta que o mesmo cuidado com sanidade e qualidade está sendo aplicado no manejo das vacas. “O manejo é semiextensivo e estamos com

um resultado de 2600 litros/dia e a produção é entregue num estabelecimento local. Vale destacar que todos os animais são registrados através da Associação de Gado Holandês e a gestão desse plantel é realizada pelo programa Web Mais Leite da Associação”. Petrechen Filho conta que já tem experiência no ramo. “Desde que eu me formei sempre trabalhei com leite, sou responsável técnico por um laticínio e tenho um laboratório próprio de brucelose, tuberculose e anemia infecciosa”. O presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier fala sobre o sucesso da propriedade da família Petrechen. “Eles têm uma granja suína de genética, mandam matrizes para o Brasil inteiro e são altamente tecnificados, com índices de produtividade muito

bons, já ganharam prêmios nacionais em produtividade. Saindo de uma crise profunda, a granja permanece, e a qualidade dos animais são excelentes, para Pitanga é muito bom, é uma propriedade extremamente positiva como exemplo de produção”, opina.

Sindicato Rural de Pitanga é o que mais faz declarações de ITR do Paraná “O Sindicato é o local mais capacitado para prestar este serviço”, diz Zampier. Desde o dia 20 de agosto, o Sindicato Rural de Pitanga disponibiliza o serviço de emitir a declaração do Imposto Territorial Rural (ITR) para produtores rurais da região. Neste ano, o sindicato ampliou o número de colaboradores habilitados para realizar a declaração, quatro deles foram a Curitiba para realizar treinamento na FAEP. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier, o Sindicato é o que mais realiza declarações no Estado do Paraná, ano passado foram 2.900 declarações. A meta para este ano, segundo o assessor de comunicação Adir, é ampliar o atendimento nas extensões de bases como em Boaventura do São Roque, Santa Maria do Oeste, Mato Rico e Nova Tebas. Aos

associados será cobrado R$ 7,00 e aos demais R$ 10,00 e no final do mês serão sorteados cinco prêmios entre os produtores que realizaram a declaração com a entidade. Zampier fala sobre a importância se fazer a declaração com um órgão competente e explica que o Sindicato realiza o serviço com uma espécie de garantia, pois assume a responsabilidade por qualquer eventual erro. “Pitanga tem um número muito grande de propriedades rurais, o sindicato tem muitos associados e o tem uma equipe treinada e bem qualificada para fazer esses ITR. O grande número de declarações porque só aqui tem 4000 pequenas propriedades, além das extensões de base”.

Revista do Produtor Rural

93


[Agricultura de Precisão]

Cotrima é a primeira concessionária John Deere do estado do Paraná a receber a Certificação de “RTK” Network

A

Cotrima em sintonia com a evolução e tecnologia sai na frente sendo a primeira concessionária de máquinas agrícolas do estado do Paraná a receber a certificação da multinacional John Deere pelos investimentos que estão sendo realizados na região com as instalações de bases RTK (torres) onde serão recebidos os sinais GPS de satélites, convertidos para ondas de rádio e distribuídos para os equipamentos agrícolas que já estão preparados a receber e utilizar esses sinais. O grande diferencial desse sistema é a precisão com que guia os equipamentos agrícolas onde minimiza o desvio de curso em menos de 2,5 centímetros, além de garantir a mesma passada no decorrer do tempo, independente de se passarem dias ou meses. O significado de RTK é Real Time Kinematic (Cinemática em Tempo Real) e na aplicação agrícola significa correção de posição em tempo real, isto é, correção da posição do veículo em movimento, através de uma base em solo, numa posição

A cobertura bases RTK’ mostra imagens feitas através de satélite a região de abrangência de alcance do sinal com as torres instaladas na nossa região, onde no verde a recepção é plena, o amarelo significa sinal de recepção de menor intensidade e vermelho sem sinal.

94

Revista do Produtor Rural


estática e, tudo isso em tempo real. A instalação da primeira base já foi concluída e instalada na Fazenda Caracu, município de Candói, propriedade da produtora e empresária Hermine Leh, que cobrirá além deste município parte de Reserva do Iguaçu e Pinhão. Também já está definida a instalação de mais duas bases sendo uma na Fazenda Santa Rita, município de Guarapuava, propriedade do Sr. Erick Leh e outra no município do Pinhão em local a ser definido conforme orientação técnica. Com mais essas duas bases, estarão cobertas as regiões de Guarapuava (Entre Rios e Palmeirinha) e parte do Goioxim. Uma informação importante a quem procura por maior produtividade com menores custos e quer usufruir dessa tecnologia, é que não precisa necessariamente ter um equipamento agrícola John Deere, porém os componentes relacionados à Agricultura de Precisão instalados em seu equipamento terá que ser da marca John Deere (A.M.S). O pioneirismo da Cotrima ao implantar esse programa em nossa região foi de proporcionar aos produtores agrícolas que estão utilizando este equipamento, e, aos que estão a caminho de um melhor

Da esquerda para a direita encontra-se o Srs. Alessio (gerente da propriedade), Francisco J Schier (gerente geral da Cotrima),Alex e Hermine Leh (proprietários da Fazenda), Paulo Souza (coordenador regional de vendas da John Deere), Edson Carollo e Guilherme Cunha (especialista em AMS da Cotrima).

gerenciamento das suas atividades, através da agricultura de precisão, reduzirem seus investimentos, ou seja, apenas investirem nas taxas de uso (sinal) e não nas bases, que representam um custo bem mais significativo. Segundo informações da diretora da Cotrima, Dra. Flora M. Clock Schier, “a empresa ao receber a certificação RTK NETWORK da John Deere e ao instalar as bases em Guarapuava, marca de forma significativa

seus 40 anos de atividade na Região. Por certo, o fundador de nossa empresa, Ovidio Florivaldo Clock, com grande orgulho – meu querido pai, estaria vibrante e envaidecido com mais esta conquista de sua empresa em acompanhar um dos avanços tecnológicos e científico mais expressivo deste século. A conquista se faz ainda, exemplo e ação de continuidade e preservação da empresa por quatro décadas e que persistirá ao longo do tempo e da história.”

COTRIMA

COTRIMA Sistemas Mecanizados Ltda. Av. Manoel Ribas, 2901 - Dos Estados – Fone: (42) 3630-0400

www.cotrima.com.br Revista do Produtor Rural

95


[Vitivinicultura]

Curso Emater incentiva produção de vinho Produtores contam como a fruta pode ser uma fonte de renda e diversificação na propriedade

N

o dia 10 de julho foi promovido, pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, um curso básico de produção de vinho na sede do Sindicato Rural de Guarapuava, que reuniu produtores de Guarapuava e Pinhão. Os palestrantes e técnicos da Emater, Rudimar Battisti e Célio Potrich repassaram todo o processo e as etapas de produção de vinho, entre os conteúdos foram abordados desde conhecimentos teóricos sobre acidez adequada, como conservação adequada e higiene na produção. Entre eles: conceitos gerais sobre vitivinicultura, a escolha das variedades adequadas; a limpeza e higiene da cantina e equipamentos; insumos para elaboração; conservação de vinhos em pipas cheias, e por fim engarrafamento e armazenamento. O técnico agropecuário da EmaterAmpére, Rudimar Battisti, que tem mais de 15 anos de experiência em fruticultura, fala sobre a importância de realizar o curso na região. “Temos a incumbência de passar essas informações técnicas. Com certeza a Emater ao realizar essa capacitação incentiva a produção, já que se o produtor dominar o processo ele terá

96

Revista do Produtor Rural

buscou o curso como uma forma de aprium produto melhor e, em consequência, morar a qualidade e exalta o papel da Emauma aceitação melhor do consumidor. É ter em incentivar os produtores da região. um processo contínuo de crescimento e “A iniciativa do Instituto é excelente, com aprendizagem”. certeza esse curso nos trouxe novidades, O objetivo, segundo o coordenador conhecimentos novos e isso vai ajudar a da produção de uva da Emater - Guarapuproduzir e aprimorar cada vez mais o nosava, Nilo Patel, é capacitar 40 produtores so produto. Acredito que Guarapuava tem de uva da região para que possam agrepotencial para expandir na vinicultura, aos gar valor e incentivar uma produção de poucos o vinho vai caindo no gosto do qualidade de vinho em Guarapuava. “Não povo e se produzirmos com qualidade conse trata de um trabalho apenas da uva e quistaremos o público”, comenta Guarneri. do vinho, mas de aprimorar a fruticultura Battisti enfatiza a possibilidade de como um todo na região”, explica Patel. O agricultor Aristides Luiz Guarneri tem 400 pés de uva em sua propriedade, e conta que após a aposentadoria foi uma das formas que encontrou para se refugiar no campo. “Eu produzo vinho há cinco anos, mas não é em grande escala, também crio peixe, ovelhas e hortaliças. Além do vinho, também aproveito para fazer vinagre e sucos”. Ele ainda destaca que Aristides Luiz Guarneri João Miguel Elden apesar de não ter interesse em aumentar sua produção


crescimento da produção na região. “A gente sabe da potencialidade pela questão climática e pelos produtores que já estão envolvidos. A atividade tem tudo para crescer, mas vai depender do apoio técnico e político da administração. Além da vontade do produtor em se especializar, é todo esse conjunto que vai faz o processo andar”, explica. O técnico da Emater também esclarece que o treinamento pretende ser contínuo para que haja um acompanhamento desses produtores e que o projeto não se perca. “Não temos a pretensão de que só com esse dia vamos capacitar o pessoal, acredito que esse trabalho deve continuar para que todo ano haja uma capacitação, visitas em propriedades. E é importante o produtor sempre buscar conhecimento e nós da parte técnica pretendemos continuar oferecendo isso”. O agropecuarista, João Miguel Eiden também acredita que o curso vai trazer resultados positivos em sua produção. “Desde 2005, estou cultivando a uva e eu vim para aprender e levar para frente o conhecimento desse treinamento. Assim podemos produzir com mais qualidade a uva e o vinho. A vantagem é que em cursos como estes a gente vai aprendendo cada vez mais, e a uva oferece muitas opções para agregar valor, como fazer doces e assim a propriedade se diversifica também”. O curso foi realizado pelo Instituto Emater, Prefeitura Municipal de Guarapuava e Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB) com apoio da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Sindicato Rural de Guarapuava.

O curso atraiu participantes de Guarapuava e região Célio Potrich

Qualidade do vinho Para que uma produção de vinho tenha qualidade é necessário que o produtor esteja atento a diversos fatores técnicos. Segundo Battisti, o primeiro aspecto para que se faça um bom vinho é sem dúvida uma uva de qualidade, ou seja, em termos de maturação e uva sã. Outro ponto é o ambiente adequado a todas condições sanitárias. Além disso, deve ser levado em conta os equipamentos, pois não se consegue fazer um bom vinho sem ferramentas que possibilitem realizar os processos de forma adequada. E na sequência o domínio do produtor nas etapas do processo. “Então é um conjunto de fatores que vai determinar essa qualidade do vinho. Não é só a uva, não é só o processo, quer dizer é o conjunto que vai fazer com que o produtor consiga elaborar um bom vinho e assim agregue mais valor na sua produção”, esclarece.

“O mercado do vinho colonial tem uma boa aceitação, quando começa a ter um volume o vinho tem que ser registrado, todo um processo legal de produção e aí esbarra a questão futura que vai selecionar o público daquele que quer realmente continuar na atividade e vai passar a legalidade, ou daquele que só quer para consumo próprio. A expectativa é que o processo cresça cada vez mais”, declarou Battisti. Guarneri diz que apesar de não ter interesse mercadológico em sua produção acredita que Guarapuava pode aumentar sua produção e proporcionar renda a pequenos produtores. “Olha tem potencial, apesar da nossa população não ter uma cultura de consumo de vinho, mas aos poucos vai caindo no gosto do povo e se a gente produzir com qualidade conquistará o público. O vinho está em expansão, não só em Guarapuava, de modo geral, a tendência é aumentar.

Mercado

Nilo Patel

Rudimar Battisti

Técnicos e produtores enfatizam a potencialidade da cultura da uva em Guarapuava e região, por isso a capacitação é tão importante para que esse potencial se transforme em resultado.

Revista do Produtor Rural

97


[Parasitismo bovino]

CARRAPATO BOVINO Os prejuízos causados pelo parasitismo do carrapato dos bovinos, cujo nome científico é Ripicephalus (Boophilus) microplus à pecuária são inúmeros, seja pelos danos causados decorrentes de sua ação direta como anemia, coceiras, perda de peso e produção dos animais, desvalorização do couro e miíases, ou indireta, sendo agente vetor de doenças como a tristeza parasitária bovina (complexo das doenças babesiose e anaplasmose).Ocorrem também gastos com medicamentos, mão de obra e possíveis óbitos.

O CICLO DO CARRAPATO Os carrapatos apresentam um ciclo de vida dividido em dois períodos, o primeiro é conhecido como parasitário e dura cerca de 21 dias, quando ocorre o desenvolvimento do parasita no bovino, seu hospedeiro, e subdivide-se nas fases

98

Revista do Produtor Rural

Ciclo de vida dos carrapatos

Conheça mais sobre o carrapato dos bovinos e como combatê-lo

de larva, ninfa e metaninfa, sendo que durante esta última o parasita não é vulnerável aos carrapaticidas, mesmo os injetáveis, pois está protegido por uma dupla cutícula (capa) e não suga o sangue. Esta fase dura cerca de sete dias, assim como a fase adulta, quando as fêmeas se ingurgitam de sangue e caem dos bovinos. Já o segundo período, conhecido também como de vida livre, ocorre logo que a fêmea desce para o solo. Cerca de 3 dias após a queda, ela estará pronta para começar a postura dos ovos, aproximadamente 3.000 ovos, e que pode durar até 4 semanas, dependendo da temperatura e umidade. A partir desta semana os ovos começam a eclodir. As larvas necessitam de cerca de 1 semana para estarem aptas a fixarem-se no hospedeiro e continuarem seu desenvolvimento, iniciando novamente a fase parasitária. Os meses quentes e úmidos são os mais propícios para o desenvolvimento dos ovos. Existem diversas particularidades regionais no Brasil, ocasionadas principalmente pelas diferenças climáticas existentes no nosso país e também pela grande variedade de raças bovinas nas propriedades, determinando a suscetibilidade do rebanho frente aos parasitas. Durante o inverno, devido às baixas temperaturas enfrentadas pela região Sul e baixa umidade no centro oeste do país, há um pequeno número de carrapatos e baixa infestação de larvas nos animais. Desta forma, recomenda-se o início dos tratamentos no final do inverno até o início da primavera.

A melhor forma de se combater os carrapatos é através do conhecimento do ciclo de vida do parasita, sua relação com o meio ambiente e os hospedeiros e através dos instrumentos disponíveis para o controle, como produtos carrapaticidas na forma de pulverização, aspersão ou imersão, pouron, ou injetáveis. É recomendado adotar o programa de controle estratégico combinado, que consiste em aplicar produtos carrapaticidas complementares para romper as estratégias de sobrevivência. A Biogénesis-Bagó sugere que antes do início das chuvas realize-se a pulverização com Aspersin® e logo que os animais secarem (ou no dia seguinte) seja aplicado o produto Aciendel® Plus Pouron. Esta dupla aplicação deve ser feita a cada 21 dias quantas vezes for necessárias para quebrar o ciclo do parasita. Uma pulverização bem feita irá proporcionar a morte dos carrapatos que forem molhados, com exceção daqueles que se encontrarem na fase mencionada anteriormente (metaninfa). Para eliminar o restante dos carrapatos que ficaram nos animais, contamos com o poder residual do pouron, que também será responsável pelo controle do restante dos carrapatos que irão subir nos bovinos. Os produtos pouron, quando aplicados em animais que apresentem o pelo pouco brilhante (pouca quantidade de gordura nos pelos ou bovinos não muito saudáveis) não serão tão eficientes, devido à dificuldade na fixação dos mesmos. Por isso há a necessidade de acuradas vistorias e tratamentos mais frequentes. Ao se utilizar o programa de controle estratégico combinado há a quebra do ciclo de vida do carrapato e consequente diminuição da infestação nos pastos. Lembre que mesmo em outras épocas do ano o carrapato pode estar presente, por isso também é recomendado o uso de um produto injetável, como o Ivergen Platinum ou Premium.


Revista do Produtor Rural

99


[Publicidade]

Campanha Time Agro:

Divulgação CNA

O agronegócio campeão

“F

utebol e agropecuária não é mera coincidência, nem mera semelhança, mas absoluta convergência. Ou formamos um time de produtores rurais, grandes, médios, pequenos, junto com a pesquisa científica, a disseminação de tecnologia, a política, governo federal, estadual e municipal ou seremos irremediavelmente perdedores”. Foi com essas palavras que a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) Kátia Abreu lançou a campanha Time AgroBrasil, que tem com objetivo de divulgar a importância e consolidar a agropecuária brasileira no país e no exterior. O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, foi um dos que representou a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) em Brasília durante o lançamento da campanha, que tem como estrela o Rei Pelé. A iniciativa é da Confederação (CNA) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que têm a intenção de divulgar a agricultura brasileira que é sustentável e de muita qualidade, fazendo com que seja reconhecida no exterior tanto quanto é no futebol. “O objetivo principal é repassar essa importância do agronegócio

100

Revista do Produtor Rural

brasileiro para o Brasil e para o exterior, pois oferece produtos baratos e de boa qualidade. Além de priorizar o mercado interno e produzir excedentes para exportação”, explica Gora. A campanha que tem duração até 2014, ano da Copa do Mundo, vai divulgar o diferencial da agropecuária brasileira, que é realizada de forma ambientalmente correta e sustentável, pois mesmo sendo um dos celeiros do mundo ocupa 27,7% do território brasileiro com a atividade e preserva 61% dos biomas nacionais. “O agronegócio é responsável por gerar 37% dos empregos no país, por preservar o meio ambiente, tudo isso é desconhecido pela população urbana no Brasil. Dessa forma, a intenção é enaltecer a atividade e abrir cada vez mais mercados no exterior, o Pelé foi escolhido justamente por ele ser uma figura internacional”, diz Gora. Na cerimônia da campanha estavam presentes autoridades como o vice-pre-

sidente da República, Michel Temer; o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho; do Esporte, Aldo Rebelo; da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella; das Comunicações, Paulo Bernardo Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. A presidente da CNA falou sobre a força da agropecuária e sobre a qualidade dos produtos produzidos no país. “Portanto, o Time Agrobrasil inspira-se num sentimento profundamente brasileiro para realizar uma ofensiva mundial e competir no mercado global graças à excelência dos nossos produtos”. Gora diz que há uma grande desinformação sobre como funciona o agronegócio no Brasil, por isso a necessidade da campanha. “É fundamental porque vai ajudar a esclarecer a opinião pública da real importância do agronegócio. Muitos têm uma visão negativa do agricultor em questões ambientais sendo que é ele quem protege o meio ambiente no país”.

Lançamento da campanha contou com a participação do Rei Pelé


Revista do Produtor Rural

101


[Meteorologia ]

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses Luiz Renato Lazinski Meteorologista - INMET/MAPA

O

mês de agosto, diferente do mês de julho, registrou chuvas muito abaixo do normal para a época do ano. Em algumas regiões do Paraná não houve registro de precipitação, nas outras áreas os acumulados de precipitações não passaram dos 30 mm durante o mês de agosto. Os baixos volumes de chuva, também foram observados nas demais áreas do centro-sul do Brasil. Com isto, a umidade no solo encontra-se muito baixa, apresentando deficiência hídrica no solo, na maior parte das regiões central e sul do Brasil. Apesar da baixa precipitação observada, o clima favoreceu o término da colheita do milho safrinha no Paraná. As temperaturas médias registradas em agosto apresentaram valores muito acima da média, em algumas localidades registraram médias de até 03°C acima do normal para a época do ano. As frentes frias que passaram pelo sul do Brasil, foram de fraca intensidade, com isto, tivemos um predomínio da massa de ar seca da região central do Brasil, que influenciou o clima ao longo do mês. “O El Niño começa a influenciar o clima na segunda Durante o mês de agosto, observamos um leve quinzena de setembro e as chuvas, que estão muito desenvolvimento das condições de “El Niño”. As temabaixo da média, devem voltar ao normal a partir peraturas superficiais das águas do Oceano Pacífico Equatorial continuaram aumentando ainda mais a do dia 20 de setembro. Os prognósticos climáticos área em relação ao mês anterior, estendendo-se agora indicam que nos meses de outubro e novembro entre o centro e oeste, nas áreas mais a leste, mantideveremos ter chuvas acima da média, ou seja, veram-se estáveis próximo a costa da América do Sul. até o final do ano as chuvas devem ficar acima da Os prognósticos dos modelos climáticos globais, conmédia, contribuindo para o bom desenvolvimento tinuam mantendo a tendência dos últimos meses, com das lavouras. As temperaturas estão muito altas, em o fenômeno climático “El Niño” influenciando nosso média uns 3°C, acima do normal para a época do clima a partir do final do inverno e primavera. ano, mas deveremos ter uma queda acentuada nas Conforme as análises dos modelos de prognóstitemperaturas a partir do final de setembro” co climáticos, a tendência de que as precipitações no centro-sul do Brasil voltem ao normal a partir de meados de setembro e, de outubro em diante as precipitações devem ficar acima do normal devido a influência do “El Niño”, ou seja, uma primavera com chuvas mais abundantes e melhor distribuídas. A umidade no solo deve recuperar a capacidade hídrica a partir de meados de setembro em diante, mantendo as condições normais no decorrer dos próximos meses, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras. Já no centro-oeste, as chuvas devem atrasar um pouco, mas não devem comprometer o bom desenvolvimento das lavouras deverão, naquela região. Com relação às temperaturas, continuam os prognósticos de grandes variações em setembro, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas de temperatura, devido a incursões de massas de ar frio. As condições ainda são favoráveis à ocorrência de geadas nas áreas mais altas do sul do Brasil.

102

Revista do Produtor Rural


Revista do Produtor Rural

103


[Mercado Agrícola]

“Os segredos fora da porteira” O consultor de commodities de Chicago, Pedro Dejneka deu uma aula de comercialização aos produtores rurais.

D

entro da porteira, o produtor rural brasileiro vem batendo recordes ano a ano, em especial na commodity, soja, os números impressionam e estimativas chegam a dizer que na safra 12/13 o Brasil pode alcançar, pela primeira vez, os norte-americanos, projeção feita pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Dessa forma, não há dúvidas que o mérito do agricultor seja reconhecido. No entanto, a complexa dinâmica de mercado agrícola mundial exige que o agricultor vá além, e esteja cada vez mais inserido na chamada aldeia global. E assim passe a olhar, mais do que nunca, para fora da porteira. Com esse propósito, a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) em parceria com os Sindicatos Rurais do Paraná promoveu nos dias 20 a 24 de agosto o Seminário “Os Segredos fora da Porteira” e trouxe a nove regiões do estado o consultor analista de commodities, que reside em Chicago (EUA), Pedro Djeneka e o economista da Faep, Pedro Loyola. Em Guarapuava, o seminário foi realizado no dia 20 de agosto, que lotou o anfiteatro do Sindicato Rural, com mais de 200 pessoas. As palestras de Dejneka e Loyola fizeram com que o público permanecesse atento até final do evento, já que ambos trataram de assuntos que são determinantes no dia a dia do produtor rural. Dejneka iniciou a tão esperada palestra da noite após as palavras do presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho que já no início destacou a importância do seminário ser realizado no Estado. “É uma oportunidade de assimilarmos novas ideias, novos parâmetros de comercialização e, principalmente, fazer planejamento de risco,

104

Revista do Produtor Rural

que é fundamental neste momento de oscilação. Acredito que é preciso atentar para as oportunidades, mas também é hora de calcular os riscos. Não é bom que haja uma euforia exagerada a média a longo prazo, porque tudo que sobe desce, então acho que é a hora de pagar as dívidas e ter dinheiro no bolso”.

Mercado agrícola Em seguida o analista de mercado, fez um resumo sobre como funciona a dinâmica de mercado e as bolsas de valores de uma forma dinâmica, fácil e até mesmo divertida. Ele esclareceu como os fundos ajudam a fazer com que os preços sejam cada vez mais voláteis. Além disso, destacou para a importância do gerenciamento de riscos. “Não são apenas os antigos fatores que in-

fluenciam os preços, mas surgem novos e complexos agentes responsáveis por isso. Alguns deles são: oferta e demanda; a política; perecibilidade dos produtos; mercados externos; clima; câmbio; variação de custos e a economia mundial. Mas ainda assim as coisas não são fáceis de se prever, já que tudo é muito abstrato”, explica o consultor. Dejneka cita o bom momento no macro cenário para o Brasil, após uma das maiores secas vistas nos Estados Unidos. “Esse ano mais do que nunca acredito que Deus é brasileiro, apesar da quebra que a gente teve na safra passada, acredito que quem perdeu vai ter muita oportunidade de recuperar na próxima safra. Já que os preços em Chicago devem permanecer altos, por mais um tempo e agora é hora de aproveitar e travar as margens de lucro”.


Dejneka atenta para a “síndrome da miopia”, que é uma característica do produtor que acompanha os preços todos os dias, mas não consegue observar de forma ampla a dinâmica dos preços e o contexto envolvido. “A informação às vezes chega distorcida ao produtor, seja pela mídia ou por boatos que correm, então não adianta olhar apenas os preços dia a dia, pois dessa maneira se decide envolvendo muita emoção, o que é prejudicial para a comercialização. É preciso manter a calma e olhar no quadro geral e aí sim determinar os pontos de venda para sua safra”. Em relação à projeção de preços, o consultor é otimista. “Acredito que soja a 10 dólares, na minha opinião, é coisa do passado, pode acontecer temporariamente, mas é muito difícil por causa dos níveis de oferta e de procura”.

Hedge – Proteção de riscos e a Faep Para dar continuidade ao assunto, Loyola falou um pouco sobre o seguro rural, que é uma das formas do produtor se proteger das variáveis de preços e possíveis quebras. Ainda, abordou as últimas ações e conquistas da Federação da Agricultura no Paraná repassando ao produtor informações econômicas do agronegócio. “O trabalho que a FAEP faz, em parceria com o Sindicato Rural, é fazer o produtor refletir, porque os preços podem ter subido muito, em níveis que ninguém imaginava, mas vai chegar um momento em que eles vão normalizar. Assim essa é a hora de aproveitar já que ele está com menos problemas na cabeça, porque não gastar o tempo que ele tem hoje para realizar um planejamento

Pedro Loyola , Rodolpho L. Werneck Botelho, Pedro Dejneka e Anton Gora

Pedro Loyola - Economista FAEP

a médio e longo prazo da propriedade”. Loyola opinou dizendo que a grande contribuição do seminário foi o recado de planejamento de riscos e que é preciso ter cautela. “Agora o grande recado ficou é que não dá para ter euforia, ele tem que aproveitar esse momento para realmente pagar dívidas, fazer uma poupança e tomar cuidado com seus investimentos, mas também fazer a sua gestão de risco”. Botelho ressaltou a boa condução dos palestras no seminário e acredita que o resultado foi muito bom. “Foi extremamente interessante, foi repassado informações sobre a demanda mundial de commodities, perspectivas para o futuro gerenciamento de risco, e foi uma maneira de trazer novas informações e visões mais abrangentes sobre o mercado para os produtores e sócios do sindicato. Além disso trouxe de uma maneira dinâmica e de fácil entendimento e que faz o produtor rural pensa e planejar de médio a longo prazo”, disse. Dejneka também parabenizou a Federação e os Sindicatos do Paraná pela iniciativa. “Foi fantástico e também trazer conhecimento e uma experiência de fora para cá é muito importante”.

Revista do Produtor Rural

105


[Confraternização]

Sindicato reuniu produtores da região no Dia do Agricultor O evento contou com a participação de mais de 320 pessoas

N

o dia 27 de julho, em comemoração ao Dia do Agricultor (28 de julho), o Sindicato Rural de Guarapuava festejou a data junto com centenas de produtores rurais, engenheiros agrônomos, veterinários, técnicos, parceiros, representantes de cooperativas e revendas. A comemoração aconteceu, simultaneamente, na extensão de base de Candói e reuniu mais de 320 participantes, que passaram pelo salão de festas do Sindicato Rural nos dois municípios. Já em Cantagalo, a festividade foi realizada nos dias 28 e 29, durante a XI Festa Municipal do Agricultor, no estande da entidade. O presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho acredita que o evento cumpriu o objetivo, que era de proporcionar um momento para o produtor confraternizar e comemorar. “A organização foi muito boa, os produtores e seus familiares gostaram,

106

Revista do Produtor Rural

fiquei extremamente satisfeito com o resultado. Tivemos uma participação grande do público que pode trocar informações, ideias, rever amigos e parceiros de profissão”. A festa atraiu desde os agricultores mais jovens até os mais experientes. O produtor rural Sebastião Meira Martins atua há mais de 50 anos no campo e agradece a homenagem do Sindicato no dia. “Essa festa para nós agricultores é até um orgulho, antigamente não existia tanto reconhecimento, a agricultura hoje é muito diferente e se modernizou”. O presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Johann Zuber Filho fala sobre a importância do evento. “É um reconhecimento para uma classe que leva o país para frente. O Sindicato Rural é muito atuante, cada vez mais trazendo informações e profissionalismo para o produtor rural, e hoje, sem dúvida, é a entidade máxima do município em atender o agricultor”, opina. Além de confraternizar, o evento também teve intenção de divulgar e valorizar a imagem do agricultor na sociedade. “Qualquer atividade que o Sindicato Rural faz em prol do produtor rural, tenta-se colocar o produtor perante a sociedade, demonstrando sua força e o que a produção rural representa para o município, estado e país. Essa é mais uma forma de mostrar para o meio urbano o que é o setor primário”. O produtor rural, Sérgio Fernando Packzoski reconhece a ini-

ciativa do sindicato em proporcionar a confraternização. “O Sindicato faz com que eu me sinta em casa. Eu estou muito contente em ser produtor rural, e estar em um local em que todos sempre me atendem bem e que oferece toda uma infraestrutura”. O produtor rural e integrante do Conselho Fiscal do Sindicato Rural, Ernesto Stock comenta sobre a relevância de se realizar o Dia do Agricultor. “A intenção é prestigiar o agricultor, e também, é uma forma de retribuir, agradecer o produtor rural que em nossa região é o principal ator da economia”. O evento realizado pelo Sindicato contou com parceria de muitas empresas, que em forma de brindes, também, homenagearam o agricultor. O vice-presidente do Sindicato, Anton Gora acomete o sucesso do evento a vários fatores. “Foi muito bom, desde a organização, colaboradores, a imprensa e a participação do produtor. Acredito que isso representa como a entidade está atingindo seus objetivos, que é fazer com que o produtor se envolva com o sindicato”.


Fotos: Sandra Hyczy

Revista do Produtor Rural

107


A importância do agronegócio Gora destaca que o produtor neste dia tem tudo para comemorar. “Produzimos alimento barato e de qualidade para o mercado interno. Além disso, o produtor tem tudo para festejar, já que hoje ele é o pilar de sustentação econômica do Brasil”. Botelho fala sobre a representatividade do agronegócio no país. “Há pouca informação, principalmente, nos grandes centros urbanos sobre o papel do produtor rural. A agricultura brasileira é uma

Denilson Fadel

Ernesto Stock

das mais desenvolvidas do mundo, é uma das mais eficientes e uma das que menos provoca efeito estufa. Assim geram-se riquezas para nação, precisa-se demonstrar para a sociedade urbana o que o setor produtivo pode colaborar com o índice de desenvolvimento humano regional, com a educação, qualidade de vida e alimentar”. O produtor Denilson Fadel percebe essa desinformação sobre o agronegócio. “Enxergam o agricultor como vilão,

Itacir Vezzaro

Dia do Agricultor - Candói

ou como alguém que é privilegiado, mas ninguém sabe as dificuldades, o trabalho diário e de uma vida inteira para se alcançar determinada produção”. “A sociedade urbana, muitas vezes, não tem a visão do que hoje a agricultura é no país. Acredito que o motivo é porque ela vive longe do campo e não tem essa ligação, assim a importância do agricultor simplesmente passa despercebida”, opina o produtor Stock.

Sebastião M. Martins

Sérgio Paczkoski

Cantagalo Na Extensão de Base Cantagalo, a confraternização foi realizada nos dias 28 e 29 de julho, no CTG Jacob Fritz, durante a XI Festa Municipal do Agricultor. No estande do Sindicato, colaboradoras da entidade recepcionaram os associados e distribuíram brindes.

108

Revista do Produtor Rural


[Dia do Agricultor 2012]

Pioneer realiza entrega das sementes sorteadas No evento em comemoração ao Dia do Agricultor promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava, a Pioneer Sementes sorteou quatro sacos de sementes de milho. A entrega foi realizada pelo representante da Pioneer na região, Cirano Yaskek. Confira as fotos dos ganhadores:

Luiz Carlos Silva Marcondes (representado pela filha Marielle Martins Marcondes)

Celson Rodrigues Brandalise

Helmuth Seitz

Fellipe Lustosa Ribas Jaeger

[Candói] Na festa em Candói, os três sacos de milho sorteados foram entregues pelo representante da Pioneer, Marcelo Mayer. Luís Carlos Brustolin, Adauto Brandeleiro, Paulo Gilmar Ferraza e Marcelo Mayer


[Novas tendências ]

OVO DO FUTURO Coordenador Prof. Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Leandro Klimionte Carlos Rodolfo Pierozan Mirodion Santos Oliveira Marjury Maronezi Henrique Carniel

D

urante anos o ovo carregou a imagem de vilão do coração. Seu consumo sempre esteve ligado ao aumento do colesterol, incidência de infartos, derrames e intoxicações alimentares. No entanto, até hoje não foram encontradas evidências científicas que o colesterol existente no ovo possa aumentar o colesterol sanguíneo. Até porque das gorduras presentes no ovo, a maior parte delas é monoinsaturadas, as ditas “gorduras do bem”, e o colesterol “ruim” está relacionado às gorduras saturadas e só um terço da gema do ovo contém esse tipo de gordura. O ovo também é um alimento altamente saudável, contém 13 nutrientes essenciais em quantidades variadas necessários para o bom funcionamento do organismo, incluindo proteínas de alto valor biológico, lipídios, vitaminas A, D e ácido fólico, e diversos minerais além do próprio colesterol, que é um tipo de gordura que desempenha um papel importante no organismo. Além de nutrientes, o ovo tem substâncias carotenóides, como a luteína e a zeaxantina, que ajudam a prevenir a degeneração ocular, a principal causa de cegueira nos idosos. Recentemente descobriu-se mais motivos pra incluir o ovo na alimentação, como por exemplo, a presença de coli-

110

Revista do Produtor Rural

na, que é um nutriente importantíssimo no desenvolvimento cerebral do feto e da criança e, também, para a memória. A colina é indicado na prevenção das doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Juntamente com a colina, pode ser encontrado na gema triptofano, o aminoácido precursor da serotonina, a substância associada à sensação de bem-estar. Tantos benefícios aliados a pouca caloria, o ovo possui 75 Kcal apenas. O ovo é um produto de origem animal e de custo relativamente baixo. Na forma natural encontra-se previamente embalado e pronto para a comercialização. Cada vez mais o mercado exige um produto de qualidade maior e os produtores e indústrias são os responsáveis por cumprir essa exigência. No entanto, o ovo é um produto extremamente perecível, ou seja, perde sua qualidade muito rapidamente. Em função disso, a exemplo do que aconteceu com o leite, é uma tendência mundial a diminuição do consumo do ovo “in natura” para consumir ovo pasteurizado desidratado (em pó) ou ovo pasteurizado líquido (em caixas estéreis). A industrialização de ovos tem mostrado crescimento na última década frente ao mercado mundial de ovos.

Isso foi possível devido aos novos mercados desenvolvidos e as vantagens oferecidas pela industrialização, onde se destacam a praticidade e facilidade de uso, a segurança (redução do risco de contaminação), redução de custos com a eliminação das etapas de quebra do ovo e separação da gema e clara, redução de perdas (ovos trincados, quebrados, estragados e clara retida na casca), eliminação do problema com resíduos fortalecendo a preocupação com o meio ambiente (a casca chega a representar de 10 a 13 % do peso do ovo), economia de espaço para armazenamento e produtos de acordo com a necessidade do cliente. Aliado a isso, estão as recomendações e orientações mais adequadas quanto ao consumo de ovos, novas legislações, aplicações de conceitos e normas de Boas Práticas de Fabricação e Segurança do Alimento.


O mercado de ovo líquido pasteurizado refrigerado, congelado e/ou desidratado compreende hoje principalmente as indústrias de maionese, massas, chocolate, sorvete, confeitarias, panificação, fast food, bebidas, nutrição esportiva, cosméticos, pet food, fármacos e outros. Dados disponíveis no mercado mostram que o consumo per capita no Brasil é baixo em relação a outros países e apontam o Brasil como o sexto colocado na produção de ovos “in natura”. Em alguns países, a porcentagem de ovos industrializados em relação ao total de ovo consumido é: 52% no Japão; 42% na Dinamarca; 33% na Itália; 31% nos EUA e na França; enquanto que no Brasil estima-se algo próximo de 5%. Novas tecnologias de industrialização têm sido utilizadas com o objetivo de manter as propriedades funcionais de ovos pasteurizados refrigerados, obtendo assim um grande benefício na distribuição e logística do produto destinado para o food service (restaurantes, padarias, confeitarias, hotéis) e criando inclusive a viabilidade para atingir o consumidor final. Da mesma maneira, esse desenvolvimento tecnológico e melhorias no processo de desidratação dos ovos, tem contribuído para a obtenção de produtos desidratados com performance cada vez mais próxima do produto original, permitindo sua utilização em uma variedade também cada vez maior de produtos. Essas novas tecnologias e melhorias no processamento de ovos, juntamente com trabalho setorial envolvendo maior interação com setores como os de nutrição, medicina, gastronomia, órgãos governamentais, entre outros, convergem para o aumento da participação dos industrializados no consumo tanto no mercado interno como no externo. Essa forma diferenciada de fabricação tem como objetivo garantir praticidade e, principalmente, higiene para quem serve e consome o produto. Os ovos utilizados são de granjas aprovadas, que são inspecionadas regularmente, tudo para garantir a fabricação e preparo de alimentos saudáveis. O Ovo Integral Pasteurizado Desidratado (ovo em pó) é equivalente ao

ovo “in natura” na maioria das aplicações na culinária, de fácil recomposição e preparo. Ele oferece várias vantagens, como ser estocado por um ano sem refrigeração mantendo suas propriedades e ainda tem a possibilidade de separar a clara da gema, obtendo-se assim, a clara em pó e a gema em pó, além do ovo inteiro em pó. Para a produção de ovo integral (clara e gema), as claras e gemas são levadas para tanques homogeneizadores, onde são novamente misturadas. Após esta fase, os ovos são pasteurizados, a uma temperatura de inativação das Salmonellas e logo resfriados a 4°C, provocando um choque térmico nas bactérias existentes. A pasteurização é o passo no processamento do ovo em pó que garante que o produto fique livre de microorganismos prejudiciais. O ovo líquido é então levado a tanques isotérmicos de aço inox, onde é mantido até o momento de ser bombeado para o local de desidratação. Depois do processo de pasteurização, o produto segue para o local onde ocorrerá a desidratação e é novamente filtrado. Em seguida, é submetido à temperatura de 220°C e descarregado em um transportador. A partir daí, o ovo passa por uma peneira vibratória e é embalado em sacos de polietileno e sacos externos de papel multifolhado. Tanto o ovo líquido quanto em pó, são produzidos com a utilização de alta temperatura em um curto período de tempo (ultra-high temperature, UHT), mesmo do leite de caixinha. Os alimentos esterilizados por UHT tem a importante vantagem de que sua vida útil é de, no mínimo, seis meses sem precisar de refrigeração. Todo este processo é automático,

sem contato humano direto, impedindo assim qualquer tipo de contaminação e ajudando a manter um prazo de validade alto, comparado com o ovo in natura. Além dos produtos em pó como clara de ovo, gema de ovo e ovo integral, algumas empresas também fabricam albumina em pó a partir da clara do ovo pasteurizada desidratada. Essa albumina é uma proteína presente na clara do ovo e é utilizada em tratamentos médico, estético ou em dietas específicas. Portanto, o que pode se constatar, que é indiscutível a qualidade nutricional que os ovos apresentam e a tecnologia para a produção do ovo pasteurizado líquido ou em pó é muito empregada e aceita por manter as características dos ovos. Devido à qualidade do produto final, não resta nenhum desafio a ser superado no que diz respeito ao processamento do ovo. Este é um produto prático, econômico e seguro. Cada vez mais seu uso em indústrias tende a crescer, porém a utilização caseira é ainda restrita, pois envolve características culturais e regionais. No entanto, pela sua praticidade e a exemplo de países desenvolvidos, certamente num futuro próximo os brasileiros incluirão no seu carinho de compras, caixas de ovos líquidos e em pó.

Revista do Produtor Rural

111


[Profissionais em destaque]

Zanoni Camargo Buzzi

Luciana Stremel

Gerente da Coamo Guarapuava

Engenheira agrônoma e professora do Centro Estadual de Educação Profissional Arlindo Ribeiro

Anderson Luis Taques

Giovanni Stringari

Engenheiro agrônomo/RTV Bayer

Engenheiro florestal da Santa Maria Cia. de Papel e Celulose

[Produtores em destaque]

Nivaldo Passos Krüger

Adriane Thives Araújo Azevedo

Josef Pfann Filho Murilo Lustosa Ribas (colaborador do Sindicato Rural de Guarapuava), Emanuel Geres (operador de viagens técnicas da Coovaeco Turismo/Argentina), João Edilson de Campos (colaborador do Sindicato Rural de Guarapuava)

112

Revista do Produtor Rural


[Novos Sócios]

Manoel Ferreira

Alair Valtrin

João Paz França

Luciana Aparecida Camargo

Konrad Gottel

George Karam

Anton Hering

Ludmila Eder

Murilo Pereira Marcondes

Afranio Leodanil Nardelli • Lilian Cristiane Tambosetti

[Espaço Rural Kids & Teens]

Aline, filha de Ormi Araújo e Marins C. Fernandes na Fazenda Vale do Iguaçu, de Dari Araújo Filho.

Henrique Hirt Krüger, filho de Marcia e Vinícius Virmond Krüger Heloíse, filha de Maria Fernanda e Murilo Lustosa Ribas Júnior

Caio Alexandre Ribas Martins Philipiak, filho de Elizete e Itacir Philipiak.

Ana Luiza, filha de Francine e Alisson M. Andrade

mail: to para o eEnvie sua fo va.com.br ua gp sr @ comunicacao


Outubro

Setembro

[Aniversariantes] 01/09 01/09 01/09 01/09 01/09 01/09 02/09 02/09 02/09 02/09 02/09 02/09 03/09 04/09 04/09 04/09 05/09 05/09 05/09 05/09 06/09 06/09 06/09 06/09 07/09 07/09 08/09 08/09 08/09 09/09 09/09 09/09 10/09 11/09 11/09 12/09 12/09 14/09 14/09 15/09 15/09 15/09 15/09

Ernst Michael Jungert Felix Wild Murilo Pereira Marcondes Rafael Mendes de Araújo Tadeu Zukovski Palinski Wilson José Pavoski Adriane Thives Araujo Azevedo Alceu Cicero Kuntz Romulo Klüber Silvio Borazo Thiago Mayer Vanda Kaminski Adelino Bridi Alcides Rozanski Antonio Ferreira da Rocha Leopoldo Bayer João Francisco de Lima Luis Henrique Virmond Roberto Motta Júnior Viviana Hyczy Kaminski Antonio Izaias Lustosa Dari Araújo Filho Gerald Steffan Leh Rolando Fassbinder Elke Marina Leh Basso Norbert Reichardt Adao Sauka Gilberto Franco de Souza Sandra Tikamori Dorotea Stock Wild Gertrudes Salete R. M. Marcondes José Carlos Trombini Ana Meri Naiverth Antonio Renato Diedrich Luiz José Royer Khristian Duhatschek Laurence Augusto Virmond Adriana Loures Maingue Botelho Emilio Carlos Weyand Helmuth Duhatschek Juliano Ferreira Roseira Leonardo Valente Hyczy Neto Nery José Pacheco

16/09 16/09 16/09 17/09 17/09 18/09 19/09 19/09 19/09 19/09 19/09 20/09 20/09 20/09 20/09 21/09 21/09 21/09 21/09 21/09 22/09 22/09 22/09 22/09 22/09 23/09 24/09 24/09 24/09 25/09 25/09 25/09 25/09 26/09 27/09 28/09 28/09 28/09 29/09 30/09 30/09 30/09

Antonio Kramer Rocha Luci Kholer Tomporovski Roni Antonio Garcia da Silva Jakob Gartner Junior Sanir Karam Semaan Nilceia Mabel Kloster S. Veigantes Adam Egles Fabio Luiz de Siqueira José Krendenser Magdalena Schlafner Oscar José Rigoni Antonio Zuber Filho Arnaldo Stock Luiz Marcos Muzzolon Waldemar Geteski Eva Ursula Milla José Ubiratan de Oliveira Leonel Macedo Ribas Filho Robercil Fabro Teixeira Ulisses Lustosa Americo da Luz Ribeiro João Amazonas Fonseca de Brito João Batista Correa Josef Mayer Nelson da Silva Virmond Robert Duhatechek André Diedrich Franz Remlinger Julio Cesar Gonçalves Arnold Detlinger Herculano Jorge de Abreu José Hamilton Moss Neto Morel Pereira Keinert Erwin Brandtner Manoel Toczek Elemar Perinazzo Euclides Ribeiro Turra Olinto José Pazinato Celso Denardi Adam Stemmer Alisson Martins Andrade Ervin Anton Stock

01/10 01/10 01/10 02/10 02/10 03/10 03/10 03/10 03/10 03/10 03/10 04/10 04/10 04/10 04/10 04/10 04/10 05/10 05/10 05/10 05/10 05/10 06/10 06/10 06/10 07/10 07/10 08/10 08/10 09/10 09/10 10/10 10/10 11/10 11/10 11/10 12/10 12/10 12/10 13/10 13/10 13/10 14/10 14/10 14/10 14/10 15/10 15/10

Henry Marcondes Nascimento João Laertes Ribas Rocha Leonel Ribas José Carlos Karpinski José Pastal Alcioly Therezynha Gruber Abreu Alfeo Muzzolon Andreia O. Mariotti Nunes Geovani de Col Teixeira Juarez José Simão Marcelo de Araújo Fonseca Evelyne Leh Klein Franciele Goes Lacerda de Pieri Hans Fassbinder Lilian Cristiane Tambosetti Mário Cezar Bueno Danguy Raul Milla João Carlos Nunes da Rocha Konrad Gottel Roberto Pfann Sérgio Nobumasa Suzuki Valdir Deschk Antonio Vanderlei Bayer Marcio Duch Suzana Rickli Maria de Lourdes Keller Trajano Duarte Alves Amilton Lino da Silva Felipe Dittert T. de Macedo Cruz Dalby Giovani Karkle Luiz Fernando Ribas Carli Helmuth Zimmermann Robson Lopes de Araújo Aline Maria Schimim Mendes Laury Lopes Frites Roque Marcio Veviurka Cicero Rogério Kuntz Manfred Michael Majowski Sigrid Aparecida Wolfl Essert Anton Wilk Rita Maria Martins Andrade Suzana Missae Kazahaya Carlos Boromeus Mitterer Harald Duhatschek Josue Martins de Oliveira Rudolf Abt Luiz Orlando Araújo Maria de Lourdes Tullio

16/10 16/10 17/10 17/10 17/10 18/10 18/10 18/10 19/10 19/10 19/10 20/10 20/10 20/10 21/10 21/10 21/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 22/10 23/10 23/10 24/10 25/10 26/10 26/10 26/10 26/10 26/10 27/10 27/10 27/10 28/10 28/10 29/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10 31/10

Ciro Geraldo Oliveira Araújo Valmor Bellatto Antonio Bayer Gisele Remlinger Pedro Irineu Weber Daniel Primak Alves Regiane Cordeiro Lustosa Verena Weicher Potulski Alfred Milla Jakob Weckl Maria Luzia Klots Gerster Ambrósio Antonio Arthur Pires de Almeida Tacyano Lunardi Potulski Claudio Ivatiuk Romilda Hanysz Noriler Vinicius Virmond Kruger Ciro Antonio Brojan Clodoaldo Diniz Júnior Denilson Fadel Elfriede Barbara Mayer Emilio Antunes da Costa Ercio Padilha Carneiro João Arthur Barboza Lima Josef Stutz Rosalye Pfann Denardi Daniel Marcondes Canestraro Hildegard Victoria Reinhofer Marianne Milla Wolfl Alair Valtrin Irene Weigand Scherer Marcos Antonio Thamm Rainer Mathias Leh Richard Wilfried Seitz Waltzer Donini João Maria Pereira Max Henrique Spitzner Sebastião Nei Kuster da Silva Cleis de Araujo Fonseca Noelia Mara Cordeiro Marcondes Augusto Krüger Filho André Yoiti Endo Arno Vier Daisy Virmond Kiryla Jonathas Baggio Prestes Schineider Mauricio Mendes de Araujo Mauro Mendes de Araujo

Confira a agenda de eventos agropecuários:

Encontro de Secretárias

28 de setembro - 14 horas Promoção: Sindicato Rural e ACIG Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava Inscrições: 42-3623-1115 ou 3621-5566

I Dia de Campo Florestal 05 de outubro Guarapuava Informações: 42-3623-1115

Café da Manhã do Dia do Agrônomo

11 de outubro - A partir das 7h30 Salão de Festas do Sindicato Rural de Guarapuava 42-3623-1115

WinterShow

17 e 18 de outubro - A partir das 8h30 Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) - Distrito de Entre Rios/Guarapuava 42-3625-8035

I Ovinotec - Cooperaliança e Festival Gastronômico Carne de Cordeiro 09 de novembro Informações: 42-3622-2443

CLASSIFICADOS Contrato funcionário para trabalhar em fazenda agropecuária na região de Candói, com experiência em pecuária. Preferencialmente casado, para morar na propriedade. - Contato: 42-9977-0534 (Vilmar) ou 9977-3610 (Robson) Compro máquina de fazer silagem de aveia Contato: 9914 7710 (Anton Gora) Contrato funcionários com experiência, tratorista, operador de colheitadeira e mecânico para trabalhar em propriedade rural. - Contato: 88088284 (Rodrigo Queiroz) Contrato funcionário com experiência em pecuária e demais atividades. - Contato: 8823-9288 (João Paulo) Procuro prestação de serviços de enfardamento de palha - Contato: 9914 7710 (Anton Gora) Envie seu anúncio para o e-mail:

comunicacao@srgpuava.com.br

114

Revista do Produtor Rural


O espaço ideal para seu evento está no Sindicato Rural de Guarapuava! O Sindicato Rural de Guarapuava dispõe de um amplo espaço para realização de eventos. Com estrutura nova e moderna, contamos com anfiteatro, sala de cursos e salão de festas.

Anfiteatro Palco de eventos técnicos, assembleias, palestras e shows com estrutura de som, luz, ar condicionado e exibição multimídia integradas; o anfiteatro comporta 200 pessoas sentadas e ainda há opção de mais 25 lugares no mesanino.

Salão de festas Para cursos de alimentos ou confraternização empresarial, o salão de festas é o local ideal. Com ótima localização, comporta 50 pessoas (almoço ou jantar) e 150 (coquetel). Totalmente equipada, a cozinha industrial é uma opção para realização de cursos técnicos profissionalizantes. Com churrasqueira, espaço amplo e aconchegante, o salão de festas é perfeito para o seu evento festivo.

Sala de cursos

Almir Soares Junior

Compacta, a sala de cursos tem capacidade para 30 pessoas. Ambiente novo, com projetor multimídia , sistema de som e Internet sem fio. Ideal para cursos de pós-graduação, cursos técnicos profissionalizantes e palestras para público direcionado.

Não perca tempo! Confira os nossos espaços e reserve já! Preços especiais para associados e parceiros da entidade.

Informações: 42-3623-1115 Localização: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon Guarapuava - PR

Revista do Produtor Rural

115


116

Revista do Produtor Rural


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.