Revista Produtor Rural ed 34

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 34 - Nov/Dez 2012 Distribuição gratuita



[índice]

Especial

10 Ciência Sem Fronteiras

Intercambista relata cenário agrícola espanhol

14 22

Soja

Mofo Branco – O perigo que ronda as lavouras

Bovinocultura de leite

Manejo de bezerras leiteiras - Parte I

Noite festiva - 45 anos do Sindicato Rural de Guarapuava e 5 anos da Revista do Produtor Rural do Paraná

Viticultura

Uva na propriedade

27 30

Inauguração

Coamo: novo espaço moderniza atendimento

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[Foto destaque]

Foto tirada por Douglas Derossi, administrador da GDuch Agrícola. Local: Fazenda Capão Bonito - Distrito de Entre Rios/Guarapuava. Proprietário: Guinter Duch


ISSN 1984-0004

[expediente] DIRETORIA: Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho 1º Vice presidente: Anton Gora 1º Secretário: Roberto Hyczy Ribeiro 2º Secretário: Gibran Thives Araújo 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima 2º Tesoureiro: Herbert Schlafner Delegado Representante: Anton Gora Conselho Fiscal: Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto Stock Suplentes: Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Colaboração: Helena Krüger Barreto Manoel Godoy Fotos: Assessoria de Comunicação SRG / Luciana de Queiroga Bren / Helena Krüger Barreto / Manoel Godoy Fotos capa: Helena Krüger / Manoel Godoy Diagramação: Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Gráfica Positiva Tiragem: 3.400 exemplares Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.

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Revista do Produtor Rural

Uma edição para comemorar Essa edição nº 34 da Revista do Produtor Rural do Paraná é especial: traz como manchete as comemorações alusivas ao 45º aniversário do Sindicato Rural de Guarapuava e o 5º aniversário desta publicação. O evento festivo, no dia 05 de dezembro, atraiu mais de 300 pessoas, entre associados e anunciantes da revista, no anfiteatro da entidade, onde ocorreu a cerimônia e um belo show com a dupla Lisandro Amaral e Marcelo Oliveira, seguido de jantar no Boulevard Grill. Dentro da programação do evento, a atual diretoria descerrou um placa que entra para a história do sindicato. O anfiteatro da entidade agora tem um nome: ANFITEATRO ÁVIO BITTENCOURT RIBAS. Uma merecida homenagem àquele que foi o terceiro presidente da entidade. Ávio construiu a atual sede do Sindicato Rural e, com muita dedicação, desenvolveu uma série de projetos que contribuíram para o desenvolvimento da entidade e da agropecuária regional. Os participantes também assistiram vídeos institucionais do sindicato e da revista, cantaram o tradicional “parabéns para você” e após o show houve a inauguração das luzes de Natal no prédio da entidade. Um evento que, sem dúvida, ficará na memória de quem prestigiou e entra para a história do Sindicato e da Revista. No balanço agropecuário do ano, o mercado de soja e milho fechou 2012 com bons preços e, em média, boas produtividades. No entanto, o produtor rural precisa agir com cautela. É hora de poupar e planejar. Houve quebra de produção de trigo e cevada devido à estiagem na fase vegetativa, chuvas de granizo localizadas e geada tardia. As produtividades foram baixas, os preços ajudaram, mas não foram suficientes para assegurar uma rentabilidade positiva. O setor de carnes viveu momentos de altos e baixos, com sérios problemas na avicultura, altos custos de produção na suinocultura e pecuária de corte razoável, sendo que o valor da arroba do boi não alcançou a expectativa. Houve aumento de custos de fertilizantes, sal mineral, insumos em geral, ligados principalmente à ração. Internamente, encerraremos as atividades do ano no dia 20 de dezembro, retornando no dia 14 de janeiro. A principal meta do Sindicato para 2013 é continuar qualificando os associados com palestras, cursos e serviços. Já a revista pretende continuar publicando matérias, pesquisas e artigos técnicos que contribuam para o crescimento e desenvolvimento dos produtores rurais da nossa região. Uma excelente safra para todos! Esperamos que São Pedro colabore com os produtores rurais! Feliz Natal e colheita farta em 2013!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava


Revista do Produtor Rural

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[Caixa de Entrada]

Para: Sindicato Rural e Revista do Produtor Rural Para: Sindicato Rural e Revista do Produtor Rural De: Aramis Lineo Mendes Siqueira, associado (via e-mail) “Muito Obrigado pela linda apresentação (45 anos do Sindicato e 5 anos da Revista). Foi ótimo! A todos nos amigos do Sindicato: funcionários, diretoria, afinal a todos! Parabéns e muito obrigado! Família Rickli Siqueira”

De: Jaqueline Geier de Moraes Barros, associada (pessoalmente) “Parabenizo pelo evento dos 45 anos e 5 anos da revista. A revista está crescendo bastante, não só em volume, mas em qualidade dos artigos. O Sindicato está cada vez mais atuante na área agropecuária, com vários eventos, palestras técnicas, cursos do Senar, que possibilitam o aperfeiçoamento de gerente, funcionários. Todos estão de parabéns!”

Para: Sindicato Rural e Revista do Produtor Rural De: César Silvestri Filho, deputado estadual “ Venho através do presente agradecer o convite encaminhado para participar do evento alusivo aos 45 anos do Sindicato Rural de Guarapuava e também aos 05 anos de lançamento da Revista do Produtor Rural do Paraná. Aproveito o ensejo para parabenizar a Diretoria e todos os integrantes do Sindicato Rural de Guarapuava, entidade de suma importância que dá vez e voz a todos os produtores rurais de Guarapuava, representando-os de forma digna, eficaz e plena”.

Para: Sindicato Rural e Revista do Produtor Rural De: Leandro Bren, Coordenador da FAPA e da Assistência Técnica da Cooperativa Agrária “Em nome da Coordenação da FAPA e da Assistência Técnica da Cooperativa Agraria, venho parabenizar-los pelo excelente trabalho que vêm realizando na direção do Sindicato Rural de Guarapuava e na elaboração da Revista do Produtor Rural. São 45 anos de sucesso e representação política dos produtores rurais de Guarapuava em momentos estratégicos para agricultura nacional. Saliento também a grande importância da Revista do Produtor Rural na divulgação de assuntos de grande relevância para o setor técnico e produtivo da região. Hoje a revista esta presente nos principais centros de pesquisa do país e reconhecida pelo seu conteúdo técnico científico. Eu tive a oportunidade de ver a revista na mesa do presidente da Embrapa Milho, em Sete Lagoas, nas mãos do gerente da Indústria Goiás Verde, em Cristalina-GO e vários outros lugares, onde todos salientaram a qualidade do seu conteúdo. Realmente, o sucesso da Revista do Produtor Rural e os 45 anos do Sindicato Rural de Guarapuava devem ser comemorados. Sinto por não estar presente nesta grandiosa festa, pois me encontro numa viagem técnica exploratória na região agrícola do Chile. Parabéns a direção, gerência e colaboradores!!!”

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Revista do Produtor Rural

Para: Presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho De: Ágide Meneguette, Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) “ Fazer 45 anos de experiência e se manter na vanguarda das lutas em favor da agropecuária é uma demonstração de inteligências e firmeza. É isto que o Sindicato Rural Patronal de Guarapuava vem demonstrando em toda a sua existência. Representa uma elite da produção rural paranaense que, apesar de tradicional nas suas raízes, está à frente do que se pode qualificar de uma atividade moderna, produtiva. Esse sindicato é um exemplo para nosso setor pelo trabalho que vem desenvolvendo sua diretoria sob a sua presidência. Meu desejo é que continuem assim, como uma entidade ciente de suas responsabilidades e do seu papel em nossa sociedade. Por favor, transmita a todos os nossos companheiros, diretores e membros do sindicato, os parabéns da FAEP”.

Para: Sindicato Rural e Revista do Produtor Rural De: Anton Gora, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava “Por estar em viagem técnica no Chile, parabenizo pelos 45 anos do Sindicato Rural de Guarapuava e 5 anos da Revista do Produtor Rural do Paraná. Desejo sucesso para os próximos anos que virão”.

Para: Editora da Revista do Produtor Rural do Paraná De: Márcio Geraldo Schafer (Paraná Silos) “Fiquei muito honrado de participar das comemorações no dia 05 de dezembro. Os louros colhidos pelos feitos e relevância da revista são incontestáveis e devem lhe encher de orgulho. Parabéns pelo trabalho.”.


[Artigo]

Anton Gora Produtor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa Agrária

Reflexões 2012 está chegando ao fim. Foi um bom ano para a agropecuária brasileira? Sim, tivemos boas produtividades, preços bons, boa rentabilidade, crédito. E 2013, vai ser um bom ano? Nos parece que sim também. As causas que elevaram os preços dos produtos agropecuários ainda vão ter uma influência para essa safra. Mas com serão os próximos anos? 2014, 2015, 2016 etc.? Ninguém sabe, mas pelo que tudo indica a rentabilidade dos próximos anos não será tão boa, por diversos motivos. Quando um negócio é bom, novos investidores aparecem, as condições climáticas tendem a se normalizar, novas áreas são incorporadas ao processo produtivo. O que foi bom para a agricultura, não foi bom para a criação animal. Temos a crise da suinocultura, da avicultura, os plantéis estão sendo reduzidos. Será que num futuro próximo não teremos excedente de grãos e faltarão aves e suínos para consumirem os grãos? A situação poderá se inverter: preços baixos para os grãos e altos preços para as carnes. Tudo isso já aconteceu no passado e as crises vieram. Será que dessa vez vai ser diferente? E se a crise vier, estaremos preparados para enfrentá-la? Já passamos por momentos difíceis, já fizemos protestos, fechamos estradas, perdemos companheiros que não puderam mais pagar as suas dívidas. Brigamos através das nossas representações. Mas será que aprendemos com isso? O crédito rural farto e barato, principalmente para investimentos, não está aí por reivindicação dos produtores, mas sim pela indústria de máquinas. Aproveitamos a oportunidade, compramos máquinas, talvez sem ser necessário, apenas para aproveitar o crédito. Nós próximos anos teremos que pagar esse crédito. Vamos ter rentabilidade para honrar os compromissos, se a conjuntura de grãos mudar? Ou teremos um novo período de endividamento? Precisamos tomar cuidado nos próximos anos. Não vamos nos iludir, vamos procurar administrar da melhor forma possível a nossa atividade. Não vamos nos afastar dos nossos órgãos representativos, pois eles nos serão úteis. Se estamos passando por uma boa fase, os nossos problemas não estão resolvidos. Precisamos pensar no amanhã. Quem sabe, diversificar, para aproveitar um bom período da produção animal que poderá vir. Precisamos da tecnologia para aumentar a nossa produtividade. Precisamos da administração para reduzir custos. Precisamos da política para viabilizar a produção. Terminou o ano, fomos vitoriosos. E seremos vitoriosos nos próximos anos, só depende de nós. Feliz 2013!

Revista do Produtor Rural

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Projeto Identidade Sindical Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços

BetoAgro EO

AGRONEGÓCIOS

I

5% de desconto

30% em cursos oferecidos pelo escritório

10% nas prestações de serviços

15 % em acessórios e serviços

2% no valor final da negociação

20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados e família.

5 a 10% em seguro geral

10% à vista ou 3% à prazo

3% em toda linha de produtos e serviços

Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.

20% à vista e 10% a prazo

5% sobre valor final da negociação

Posto Guarapuavão 2% em diesel, álcool e gasolina sobre o preço da bomba no ato da compra, à vista no cartão ou dinheiro

10% em todos os serviços prestados

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

5% no valor final da negociação

3% em toda linha de ferramentas e equipamentos de proteção individual

Tecnologia, Saúde e Outros

PRODUTORA DE VÍDEO

20% em toda linha farmacêutica/loja em geral

15% na realização de exames radiográficos crânio facial e documentação ortodôntica

Descontos em consultas e exames oftalmológicos

5% em compras na loja

8% em cada material

10% compras à vista no dinheiro, ou 5% no cartão; exceto linha de ração

Benefícios para produtores rurais associados

5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca

5% em serviços ou equipamentos

7% sobre o valor total das compras/serviços

50% na assinatura nova, em um ano de acesso

Descontos em exames

10% à vista e 5% nos cartões de débito

Insumos Agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

8

1% em produtos IHARA BRÁS S/A

Revista do Produtor Rural

3% em toda linha

3% em toda linha de insumos agrícolas

3% em toda linha de insumos agrícolas


de ssui a carteirinha * Se ainda não po de l ra ao Sindicato Ru sócio, compareça : se Ba de es s Extensõ Guarapuava ou na . alo ag nt Ca e rdão Candói - Foz do Jo

Produtor rural: apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo: Produtos Veterinários / Agroveterinárias

5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi

Máquinas e Implementos Agrícolas

2% produtos nutrição gado de leite - Supra

5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de promoção na época da compra

3% sobre vendas de máquinas pequenas, peças e serviços

5% nas compras realizadas na loja

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens

Bonificações em produtos

CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

Serviços

5% sobre valor final da negociação

5% em terraplenagem e escavação, 6% em manilhas/palanques/bebedouros e 3% em materiais p/ construção em geral

5% nos produtos da loja

Saúde

5% toda linha de medicamentos

Desconto em exames laboratoriais conforme tabela de convênio

15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato

Desconto em consultas

CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

5% loja em geral

Materiais, Assessorias e Serviços

5% em ferragens e ferramentas á vista.

15% de desconto em todos os serviços prestados pela empresa

10% em medicamentos veterinários em geral

5% na compra de produtos

Saúde

5% sobre valor final da negociação

10% em toda linha farmacêutica á vista

20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

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Noite festiva 45 anos do Sindicato Rural de Guarapuava e 5 anos da Revista do Produtor Rural do Paraná Em evento festivo, mais de 300 pessoas comemoraram os aniversários da entidade e da publicação. O Sindicato Rural de Guarapuava comemorou na noite de 5 de dezembro, o aniversário de 45 anos da entidade e 5 anos da Revista do Produtor Rural do Paraná. A programação do evento incluiu homenagens, lançamento de selos comemorativos e o musical Memorial Terra que Canta, com a dupla Lisandro Amaral e Marcelo Oliveira, ponto alto da comemoração. Mais de 300 pessoas, entre autoridades, produtores rurais associados e parceiros da entidade prestigiaram o evento.

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Revista do Produtor Rural

Fotos: Manoel Godoy/SRG e Estela Leal/Super Informado

[Especial]


Anfiteatro Ávio Bittencourt Ribas Durante a solenidade, a atual diretoria do Sindicato Rural prestou homenagem ao ex-presidente Ávio Bittencourt Ribas, que comandou o Sindicato por quatro gestões, de 1977 a 1989. A partir de agora, o anfiteatro

da entidade passa a se chamar Anfiteatro Ávio Bittencourt Ribas. Falecido há 24 anos, Ávio foi representado pela filha Elizabeth Maria Ribas de Quevedo, que destacou as ações do pai a frente do Sindicato como impor-

tante figura para o desenvolvimento agropecuário na região. Ela também enfatizou o trabalho da atual diretoria, parabenizando o Sindicato e a Revista do Produtor Rural por darem continuidade ao trabalho de Ribas.

Em seu discurso, o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, disse que a entidade tem dois grandes motivos para comemorar: o primeiro é o aniversário de 45 anos. “São mais de 4 décadas de história, de trabalho, de luta e defesa em prol da classe produtora rural. O Sindicato vive hoje um momento de união da classe, de conscientização dos produtores rurais sobre a importância da entidade. Ávio Bitencourt Ribas fez um belo trabalho, que merece reconhecimento e respeito. No entanto, em determina-

da época, o Sindicato perdeu sua força política e representatividade, tendo retomado sua função na última década, recuperando a capacidade de aglutinação de produtores, informação e transferência de tecnologia. O desafio dessa gestão está sendo grande, porque assumimos uma entidade em crescimento. Hoje, como representante do setor do agronegócio, temos importância, não só municipal como estadual. O desafio é crescer ainda mais, ser mais forte e atuante, com mais sócios participativos”.

Conquistas e desafios

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O segundo motivo, segundo o presidente, é os 5 anos da Revista do Produtor Rural do Paraná. “Hoje, consolidada, é o principal veículo de comunicação do setor agropecuário da região de Guarapuava. A

revista iniciou pequena, com proposta de ser regional, mas cresceu a cada edição, levando informação e tecnologia para nossos sócios. Hoje são 116 páginas e tiragem de 3.400 exemplares, com reconhecimen-

to nacional. Nosso muito obrigado a todos que direta ou indiretamente contribuem com a revista, especialmente os diretores, colaboradores, associados, anunciantes, amigos e parceiros da entidade”.

Em discurso emocionado, a gerente e assessora de comunicação do Sindicato Rural, Luciana de Queiroga Bren, falou sobre a publicação. “Quero agradecer a todos que me apoiaram desde a primeira edição da revista: toda a equipe de funcionários do sindicato, a diretoria, os produtores rurais, os representantes das empresas anunciantes, os parceiros do sindicato. Agradeço a minha família, em especial, meu marido Leandro, pelo apoio de sempre, pela paciência de me

explicar assuntos referentes à agronomia, para que eu pudesse escrever cada vez melhor. Agradeço Cláudio (Marques de Azevedo) e Gora (Anton) pela minha contratação em 2007 e todo apoio desde o início; agradeço o Rodolpho (Luiz Werneck Botelho) e a atual diretoria por ter me dado o privilégio de continuar atuando como gerente e assessora de comunicação. Espero que nosso esforço esteja trazendo benefícios para os associados do sindicato, nossos leitores”.

Agradecimentos

A opinião dos associados Vídeos institucionais do Sindicato Rural e da Revista do Produtor Rural divulgaram mensagens de associados sobre a comemoração. Confira:

Lindalva Suek “A festa dos 45 anos é um momento muito especial para o Sindicato e para os associados. Isso é maravilhoso. Gostaria de parabenizar a equipe, a organização. Os colaboradores da entidade nos atendem muito bem, esclarecem todos os tipos de dúvidas. Quanto à revista, meu filho está concluindo o curso de Agronomia e nós lemos toda a revista, porque as informações são extremamente úteis, têm artigos de todas as áreas da agricultura. O Sindicato está de parabéns, em tudo”.

Luigi Chiaro “Uma das coisas que chamam atenção com relação ao Sindicato é o seu crescimento ao longo desses últimos anos. Quando a gente se associou, claro, conhecíamos o Sindicato por ser um sindicato patronal, mas estamos vendo que em sua última etapa, principalmente de seis a sete anos para cá, que houve uma série de investimentos tanto na estrutura, como nos serviços prestados aos sócios, e principalmente, na qualidade de acompanhamento. Uma das maiores iniciativas que está dando elo entre os diferentes produtores é a edição da revista, que desde o primeiro número,

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Revista do Produtor Rural

lembro muito bem, foi elogiada pela qualidade, pela forma estética e mantêm esse princípio. Inclusive outra característica que chama atenção, é o fato dela ser bastante heterogênea, com informações e reportagens tanto para grandes quanto para pequenos produtores. E tudo isso acontece porque existem pessoas que pensam, não só a diretoria, mas todos os sócios. Chamou muito a atenção a campanha dos 1.000 sócios para avançar também nas extensões. E creio que hoje Guarapuava, por ser pólo agropecuário, seria impossível imaginá-la sem o Sindicato Rural Patronal. Parabéns pelo excelente trabalho”.

Valdomiro Ivatiuk Junior “Aqui em Candói o Sindicato é um parceiro do produtor rural, que traz informações de tudo que é necessário para ajudar o produtor rural. Importante também são outros parceiros que o Sindicato Rural traz, como a Faep e o Senar, que nos fornecem os cursos, proporcionando mais capacitação aos produtores. Quanto à Revista do Produtor Rural, sempre ficamos aguardando, ansiosos, a publicação, o que vai vir de novidade, estamos lendo e nos informando”.

Paulino Brandeleiro “O Sindicato é a entidade que defende o produtor rural aqui em Candói. A revista traz informação para o produtor rural hoje”.

Edson Rodrigues de Bastos “Estamos realizados. O Sindicato que sonhávamos há 43 anos, quando eu entrei, aliás tive a satisfação de compor a diretoria com o Dr. Ruy Marques, era alguma coisa que não tinha o tamanho que tem hoje o Sindicato. Ele ultrapassou nossas expectativas. Hoje, nós temos uma presença muito forte na FAEP, temos uma revista a qual eu atribuo qualidade excelente, que está indo muito bem, bem editada e bem conceituada no Estado. Ela divulga o trabalho do nosso Sindicato, que é profundo, como os treinamentos do Senar, muito importantes para os produtores da região. Então hoje o Sindicato existe, lutamos para reativá-lo, foi uma luta de muitos companheiros e conseguimos todos juntos construir o Sindicato que temos hoje. Todos os sindicalizados estão de parabéns”.

Cicero Passos de Lacerda “O Sindicato mudou muito a nossa vida como agricultor e agropecuarista. O


querem o desenvolvimento dos associados. A revista, aos 5 anos, possui pessoas competentes na sua direção e no desenvolvimento, sempre trazendo notícias interessantes para nós produtores”.

Gerson João Mendes de Abreu Sindicato é atuante, participativo e oferta muitos cursos e eventos. Para nós, produtores, é muito importante. E a revista é, a nível nacional, uma das melhores do setor. É um orgulho que ela seja do Sindicato Rural de Guarapuava”.

Sérgio Roberto Veit “No Sindicato Rural de Guarapuava existem pessoas competentes na sua direção, que sempre estão nos au-

xiliando e nos proporcionando eventos de qualidade e melhoramento de nossas propriedades. A diretoria nos representa junto aos órgãos oficiais. Enfim, somos muito bem representados. Temos também esta revista que consegue divulgar os acontecimentos não só de Guarapuava, mas de todo o Estado, junto à Faep e aos órgãos federais. Nós estamos muito bem nestes 45 anos. É difícil encontrar um Sindicato tão organizado e com pessoas que

“Nós passamos uma vida bastante longa dentro do Sindicato. Conhecemos todas as fases, desde a fundação até todas as dificuldades que ocorreram, e a virada do sindicato, de um ponto adiante, administrativamente. Nos orgulhamos muito disso. Então esta data é importante, como todas as outras. A revista, nem se fala porque é o nosso orgulho, é o orgulho do Sindicato. Temos orgulho de ter uma revista informativa, técnica, muito bem conduzida e que o associado espera cada publicação, com atenção e com respeito a quem produz a revista”.

Surpresa na saída A noite também contou com a inauguração do acendimento das luzes natalinas do Sindicato Rural. Em seguida, houve confraternização no Restaurante Boulevard Grill.

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[Ciência Sem Fronteiras]

Intercambista relata cenário agrícola espanhol João Daniel Nerone Turok está desde agosto no interior da Catalunha e fala sobre as características da agropecuária da Espanha e como o setor foi afetado pela crise econômica.

S

ão 2.297 alunos brasileiros que residem hoje na Espanha pelo Programa Ciência Sem Fronteiras, projeto de intercâmbio promovido pelo governo federal em parceira com a CAPES. Entre esses estudantes, está o acadêmico de Agronomia da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) João Daniel Nerone Turok, 21 anos, que há quatro meses mora na cidade de Lleida, localizada no interior da Catalunha. O acadêmico conta que está em uma das Universidades mais antigas do país e no curso de Agronomia mais bem conceituado de toda a Espanha, e relata que já está realizando o estágio de conclusão de curso durante o intercâmbio. “Eu es-

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Revista do Produtor Rural

tou estudando na Universidad de Lleida, onde curso quatro matérias, duas da graduação e duas do mestrado. Aqui estou fazendo meu estágio em que participo de um projeto de pesquisa com a emissão de amônia e gases de efeito estufa em cereais de inverno em sistema sem irrigação, em função do manejo de solo, fonte e dose de adubação nitrogenada”, relata Turok. O aluno fala sobre as condições climáticas da região que apresenta uma pluviometria muito baixa, em média de 400 mm anuais, o que faz com que o sistema de produção agrário seja muito diferente do adotado no Paraná. “Mesmo com essa grande dificuldade que é a falta

de chuva, a cidade de Lleida tem a agropecuária como principal atividade econômica, com destaque para a produção de frutas e suínos. Porém, vale destacar que a agricultura na Espanha tem um papel secundário, não é um país esencialmente agrícola como o Brasil”. A respeito da produção agrária, o futuro agrônomo explica que os sistemas de produção podem ser divididos, basicamente, em dois grupos: irrigado e não irrigado, ou de sequeiro. Segundo o intercambista, há muitos canais de irrigação cortando toda a região da Catalunha, financiados pelo governo ou pelos próprios agricultores, a fim de diversificar, incrementar ou viabilizar a produção.


Sistemas de produção outono para os primeiros meses do ciclo. “Os cereais de inverno mais usados são trigo, cevada e triticale, sendo que para trigo a maioria é de ciclo de inverno. Diferentemente do trigo semeado no Brasil, os trigos de inverno têm um ciclo médio de oito meses, ou seja, são colhidos em junho ou julho, e as produtividades também são semelhantes as de Guarapuava, mas com a ressalva de possuírem quantidades muito menores de água disponível”. Um fato que vale comentar, de acordo com Turok, é que somente nos últimos anos a prática do plantio direto vem ganhando importância na região, principalmente, no sistema de produção sem irrigação. Outro aspecto que chama a atenção, segundo o acadêmico, é o grande número de granjas de suínos, o que gera um acúmulo de sedimentos no mercado, pois mesmo depois de tratados para aplicar no campo, não há campos de cultivo suficientes para absorver toda a produção. “Isso gera a contaminação de lençóis freáticos por excessos de nitratos na adubação. Este é um problema constante, sendo que já estão estabelecidas doses máximas de adubação nitrogenada em função de zonas de riscos”.

Jaume Vicens/ Sau, Pep

A

respeito dos sistemas de produção irrigados, o acadêmico explica que geralmente são utilizados em cultivos de hortícolas e frutícolas. “Como a uva, maça, pêra e pêssego, que são muito fortes na região e são exportados para o mundo todo”, diz Turok. Sobre os cultivos anuais, o aluno explica que “as culturas são basicamente milho, alfafa, ervilhas, e algumas outras forrageiras, sendo que o milho apresenta produtividades semelhantes às encontradas em Guarapuava”. Ele atenta para um fato interessante que é a construção dos canais. “Em muitas regiões a água é de fácil acesso e baixo preço, o que faz com que não existam muitos sistemas de irrigação aperfeiçoados para cultivos anuais, e geralmente se usa o método de inundação, fazendo com que se perca muita água”. Com relação aos sistemas de produção sem irrigação, Turok declara que são muito distintos e limitados. Na maioria das vezes só se faz um cultivo durante o ano, já que durante o verão não há chuva suficiente. Durante o outono, de meados de outubro até final de novembro, os agricultores semeiam cereais de inverno ou canola, para aproveitar as chuvas do

Crise na Espanha

Jaume Vicens

E

Valle del ebro, região próxima a cidade de Lleida

m relação a crise econômica que a Espanha vem passando, o estudante de Agronomia comenta que “a comunidade da Catalunha, dentre todas as outras comunidades do país, é a responsável pela maior porcentagem do PIB espanhol, mas por outro lado também é uma das mais afetadas pela crise, com uma das maiores taxas de desemprego do país. A crise também se nota no campo, sendo que não é raro ver áreas aptas totalmente abandonadas, e também se nota que há anos muitos agricultores não investem em melhorias tecnológicas nas propriedades, devido às incertezas econômicas e climáticas”. Segundo Turok, o incentivo à pesquisa também foi muito afetado. “O governo cortou grande parte da verba destinada às universidades e centros de pesquisas, fato este que vem sendo alvo de grandes e constantes protestos em toda a Catalunha e Espanha”.

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[Gastronomia/Carnes Nobres]

V Festival Gastronômico fomentou consumo de carne de cordeiro

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manda foi enorme, inclusive tivemos que aumentar a capacidade do festival para mais 100 pessoas este ano, totalizando 900 participantes, a maior edição até o momento”. Além da diversidade de pratos, após o jantar foi realizado um show de stand-up com o humorista Juca Bala, animando os convidados. Os convidados também puderam levar para casa um pequeno livro de receitas com os pratos servidos no evento. De acordo com Adriane, a intenção é que as pessoas possam fazer a receita em casa. “A ideia é fomentar a carne de cordeiro no dia a dia do guarapuavano fora do churrasco, que é o tradicional”. Além do incentivo ao consumo da carne, o evento é também uma oportu-

nidade de divulgação e de aumentar a visibilidade da cooperativa. “O maior objetivo é o fomento da venda da carne, mas também divulgar a cooperativa tanto na produção quanto no consumo”. Fotos: Manoel Godoy

N

o dia 09 de novembro, a Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (Cooperaliança) promoveu, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, o V Festival Gastronômico Carne de Cordeiro. Segundo a vice-presidente da Cooperaliança e coordenadora do projeto ovinos, Adriane Azevedo, o festival superou as expectativas, tanto em qualidade como em público. “O evento nos surpreendeu mais uma vez. O jantar estava ótimo, observamos os convidados comentando que foi o melhor até agora. Isso quer dizer que estamos superando cada vez mais a qualidade dos pratos. Além disso, foi a edição que os ingressos acabaram mais rápido. O evento está no calendário agropecuário regional e a de-


Parceria Adriane ressalta a importância da parceria com o restaurante Casa Vecchia, em especial, com o chef Kiko Dalla Vecchia. “Nós achamos de extrema importância essa parceria porque eles são sérios e comprometidos. Confiamos no trabalho deles e não nos preocupamos com os ingredientes usados. Fornecemos a carne e

os outros produtos fazem parte das receitas e são de excelente qualidade”. A vice-presidente da cooperativa fala sobre a expectativa para o ano que vem e a possibilidade de ampliar ainda mais o festival. “Já estamos pensando em aumentar a capacidade para mil pessoas, já que este ano faltou ingresso. Estáva-

mos receosos em aumentar o número, mas já vimos que dá para fazer”. Este ano, o Festival contou com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, Pionner, Cooperativa Agrária, Seven Mitsubishi, Agrícola AGP, Faculdade Guairacá, Agrobrasil Currais, Guará Campo, Sociedade Rural de Guarapuava, Tortuga, Cereal e Sicredi.

Entrega das lembranças para parceiros

Cooperaliança Cordeiro Guarapuava Rua Vicente Machado, 777 - Trianon Guarapuava - PR (42) 3622-2443

Cooperaliança Novilho Precoce

Al Baden Württemberg - Vitória, 952 Entre Rios Guarapuava - PR (42) 3625-1889 Revista do Produtor Rural

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[Mercado de leite]

Produção de leite no sul do País continua a crescer e se mantém à frente de Minas Gerais Segundo Leite Brasil, os estados da região sul cresceram 6,4% em 2011, enquanto os mineiros registraram 4,4%

M

inas Gerais continua na segunda posição no ranking nacional dos maiores produtores de leite. É o que mostra recente levantamento feito pela Leite Brasil, associação que representa os produtores nacionais, com base nos resultados da Pesquisa da Pecuária Municipal, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os estados do sul mantêm a liderança desde 2007, quando tinham participação de 28,7% na produção brasileira, contra 27,8% do estado mineiro. Em 2011, a participação foi de 31,9% em comparação aos 27,3% registrados por Minas Gerais.

De acordo com a associação, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que compõem a região sul do País, registraram crescimento na produção de leite de 6,2%, 6,3% e 6,8%, respectivamente, o que fez com que a região chegasse à marca de 6,4% em 2011. Com o índice, mantêm-se à frente de Minas Gerais (4,4%). Os números do sul superam, inclusive, a média nacional, que no período registrou aumento de 4,5%. O crescimento nos números estende-se também ao consumo de leite na região. Os estados do sul detêm os maiores níveis de consumo domiciliar de produtos lácteos, de acordo com a última edição da Pesquisa de Orçamentos

Produção nacional de leite Taxa de variação (%)

6,4 4,5

Brasil

18

4,4

PR/SC/RS

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Minas Gerais

Familiares (POF), divulgada pelo IBGE, em 2011. Enquanto o consumo de leite por pessoa ao ano atingiu 81 litros em Minas Gerais, a média nos estados do sul foi de 105 litros. Para Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, outro fato relevante da estatística é a produção média de leite por cabeça de gado. “Na região sul, são produzidos cerca de 2.471 litros vaca/ano, enquanto que em Minas Gerais, cada animal produz cerca de 1.555 litros vaca/ ano. Outro fator que justifica o forte desempenho dos estados é o investimento em tecnologia para a produção do leite e a preocupação com bons indicadores zootécnicos”, afirma.

Sobre a Leite Brasil A Associação Brasileira dos Produtores de Leite – Leite Brasil – é uma entidade de classe de representação nacional dos produtores de leite, fundada em 1997, em São Paulo. Tem como objetivo defender institucionalmente os produtores nas esferas pública e privada, nacional e internacional, mediando conflitos e estabelecendo diretrizes que valorizem a atividade e o produto. As três principais bandeiras da organização são a defesa da renda do produtor de leite, a extinção do leite informal e a modernização das normas de produção.

Texto: Leandro Ricci Machado


[Produção de carne]

IATF - Melhoramento genético em larga escala Gabriel Crepaldi Supervisor de Serviços da CRV Lagoa gabriel.crepaldi@crvlagoa.com.br

A

inseminação artificial é o método mais rápido, eficaz e econômico de promover o melhoramento genético no rebanho bovino. Não existe um reprodutor perfeito, que se enquadre em todos os sistemas de produção, ou que seja o melhor para todas as fêmeas da propriedade. Dessa maneira, a inseminação artificial proporciona a escolha de diferentes reprodutores para cada fêmea a ser coberta. Essa prática, com base nas avaliações genéticas, possibilita a escolha dos reprodutores que tenham as qualidades desejadas, considerando as características que se deseja corrigir na fêmea inseminada. Assim, é possível formar um rebanho rentável, adaptado ao sistema de criação e com aumento na média de produção. Existe uma técnica, já muito utilizada, chamada IATF - inseminação artificial em tempo fixo - que permite sincronizar as fêmeas para que as inseminações sejam feitas em um horário pré-determinado, sem a necessidade de observação de cio. Outra vantagem desta técnica é que se pode adiantar a inseminação em fêmeas que demorariam a entrar em cio no pós-parto. Assim, haverá uma redução no intervalo entre partos e um aumento

na quantidade de animais inseminados, aumentando tanto a eficiência produtiva (pelo melhoramento genético) quanto a eficiência reprodutiva (pela indução de cio no pós-parto). Existem vários fatores que podem influenciar nos resultados da inseminação artificial e, consequentemente, da IATF. É extremamente importante que as pessoas envolvidas nos procedimentos de inseminação artificial tenham passado pelo treinamento técnico, tanto teórico quanto prático. O treinamento proporcionará o conhecimento necessário sobre a metodologia a ser empregada no momento e na aplicação dos medicamentos, no descongelamento do sêmen e no ato de passar a cérvix para deposição do sêmen. Mais do que isso, o treinamento mostrará a importância da organização e da higiene, tanto do inseminador como da equipe de trabalho. Outro fator importante a ser considerado é a qualidade do reprodutor a ser utilizado inicialmente, pois ele será o responsável pela genética introduzida na fazenda e também será extremamente importante na quantidade de bezerros produzidos. Não se deve escolher um touro ex-

clusivamente pelo fato de ele ter bom potencial de prenhez para IATF. Além disso, deve-se considerar se ele realmente irá promover melhoramento genético nas matrizes da propriedade, se ele é indicado para o tipo de produção (pasto ou confinamento) e para a finalidade do rebanho (venda de bezerros desmamados ou engorda/ciclo completo ou retenção de matrizes). A CRV Lagoa tem trabalhado no sentido de identificar os resultados de prenhez em reprodutores já com comprovação de produção (touros provados, tanto nacionais quanto importados), oferecendo, assim, ao pecuarista, a possibilidade de usar reprodutores confiáveis para a obtenção de animais mais produtivos e com bom potencial para produzir mais bezerros. Não podemos nos esquecer dos aspectos nutricionais e sanitários do rebanho, visto que animais com má nutrição não irão ovular e, consequentemente, o sêmen não terá nem possibilidade de atingir o objetivo de concepção. Assim como animais com má condição sanitária estão mais propensos a doenças e, mesmo que as matrizes emprenhem, podem abortar e diminuir o resultado produtivo da propriedade de cria.


[Fertilizantes]

“Varredura” - O barato pode sair caro!

O

s Fiscais de Defesa Agropecuária, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR/SEAB), da Unidade Regional de Sanidade de Guarapuava, vêm desempenhando em seu trabalho rotineiro, a Fiscalização ao Comércio de Fertilizantes, com a finalidade de aferir a origem e qualidade dos fertilizantes disponíveis no mercado. Para isso realiza-se amostragem e análise fiscal dos fertilizantes existentes no comércio e em propriedades rurais, monitora-se as formulações descritas pelas empresas produtoras, bem como observa-se, no caso de comerciante, se esse possui o Cadastro de Comerciante de Fertilizante junto a SEAB/ADAPAR, o que é exigido por lei (caso contrário, esse poderá ser notificado e/ou autuado e ter seu produto interditado). Objetiva-se com estas ações reduzir ou coibir o comércio irregular de fertilizantes e corretivos. Os insumos agrícolas têm valor alto: sementes, agrotóxicos, fertilizan-

tes, maquinários, mão de obra... um conjunto de fatores necessários para que se obtenha uma boa produção. Todos os insumos envolvidos no processo de produção devem ter qualidade, caso contrário o resultado final será seriamente comprometido e, por isso, tais medidas são de suma importância para que os produtores rurais possam ter uma maior garantia do que estão adquirindo. O alerta da equipe da GSV da URS de Guarapuava é sobre a comercialização de Fertilizantes “varredura”, prática esta expressamente proibida, porém, mesmo ilegal, fora realizada em alguns municípios da região, com um valor bem abaixo dos fertilizantes formulados encontrados no mercado. “VARREDURA DE ADUBOS FERTILIZANTES ou SALVADOS de FERTILIZANTES” são produtos sem garantias, pois não têm uma fórmula específica, sendo proveniente de exaustores das misturadoras de fertilizantes, da limpeza de

Produtos apreendidos pela Fiscalização: sacarias brancas, sem identificações.

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armazéns e/ou de navios. O produtor, buscando baixar seu custo de produção, acaba adquirindo esse tipo de fertilizante com a informação de que é um produto de qualidade e de menor valor, podendo colocar a perder toda a sua produção. Salienta-se ainda a importância da Nota Fiscal de compra do Fertilizante, pois é a comprovação da origem e das garantias do produto. A partir da nota fiscal torna-se possível a efetivação dos serviços de fiscalização, identificando os responsáveis e, quando necessário, ampara o produtor para buscar na justiça seus direitos. Para quaisquer dúvidas ou denúncias, entrar em contato com os Fiscais da Defesa Agropecuária, da Agencia de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR/SEAB), pelo telefone (42) 33032106 – Unidade Regional de Guarapuava – Rua Vicente Machado, 1806 – Centro, ou à ADAPAR mais próxima de seu Município.


Férteis devem ser... os campos da amizade... e as conquistas que nascem destes campos... Um novo tempo começará. E continuaremos a fornecer Dedicação e qualidade, contribuindo para que você possa colher os melhores frutos da terra! Boas Festas! Que 2013 seja um terreno fértil para todos os seus projetos!

(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

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Foto: Guarneri

[Viticultura]

Uva na propriedade

A

paixão pelo cultivo das uvas, desde o plantio da muda, o regar da planta, o sabor da fruta e até mesmo o aroma do vinho, é herança que o pequeno produtor de uvas, Aristides Luiz Guarneri, recebeu de seu pai, que nasceu na Itália e fez despertar no filho o gosto pela viticultura. De origem italiana, Guarneri demonstra o amor pela produção de uvas e seus derivados em sua propriedade localizada na área rural do bairro do Jordão, em Guarapuava. Aposentado, ele dedica boa parte de seu tempo aos 200 pés de uvas de seu parreiral. O produtor relata que tem uma produção quase artesanal, e que o cultivo de uvas é um hobby. Apesar de não ter interesse comercial, Guarneri não perde o foco na qualidade. “Há oito anos me dedico ao cultivo de uvas, e neste tempo estou sempre aprendendo mais sobre a cultura, e lutando contra as doenças. E foi a própria uva que me fez morar no cam-

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Revista do Produtor Rural

po. Antes, vinha todos os dias, um dia resolvi vir para ficar. Mas é um passatempo, não vivo disso, se não seria mais difícil”. As cultivares de uvas que o produtor utiliza são de origem americana: Bordô, Isabel e Niágara. Ele diz que a maior colheita que já realizou até o momento foi de mil quilos, com as uvas em formação, mas a projeção para daqui a um ano é que se consiga cerca de 3 a 4 mil quilos. Ele não vende sua produção, mas a transforma em derivados. Na última safra, as uvas renderam 200 litros de suco, 800 litros de vinho e 300 litros de vinagre. Um dos fatores que o produtor elenca como importantes para o desenvolvimento do parreiral é o sistema de sustentação. “É necessário uma estrutura boa para o pé subir já no lugar dele, caso contrário não dá certo”, diz Guarneri. Ele afirma que a estrutura que utiliza é o sistema de latada, o mais usual e que, de acordo com o técnico e coordenador da produção da uva da Emater em Guarapu-

ava, Nilo Patel, é o que mais dá resultado em termos de produtividade. “A diferença entre o latada e o espaldeira está no custo de implantação. O latada custa o dobro do valor, cerca de 40 mil reais, porém vale a pena em termos produtivos. Já a vantagem da espaldeira é a facilidade de tratamento da planta, como no caso da pulverização”. Outros aspectos importantes, segundo o técnico da Emater, é o preparo do solo e a qualidade da muda. “São coisas básicas, mas são fundamentais para ter sucesso na produção. O tratamento da planta, adubações em cada fase após a brotação, e, basicamente, o tratamento com fungicidas para evitar e prevenir doenças. E é claro, o tempo, que é só com ajuda divina”, brinca Patel. Guarneri relata que faz o tratamento com uso de fungicidas convencionais. “A principal doença da uva é a pérola da terra. Se não fizer tratamento, a produção fica muita comprometida, em pouco tempo os


Potencial pouco explorado Em Guarapuava, tanto o produtor quanto o técnico da Emater enfatizam a capacidade produtiva que o município possui para a fruticultura, e que até o

Fotos: Helena Krüger

pés contaminados murcham e secam”. O técnico cita algumas das doenças comuns na uva. “O míldio, que tem origem de fungos e também é conhecido como muda, mofo ou perósporora e o dano dela pode ser a destruição total da planta; a antracnose, também conhecida como varola, varóla, negrão é desencadeada, principalmente, por questões climáticas e a podridão cinzenta, causada por alta umidade, afetando, substancialmente, a qualidade do vinho”. Patel também comenta sobre as pragas mais comuns da cultura. “Formigas cortadeiras, cochonilhas, besouros desfolhadores e a pérola da terra são as que podem causar grandes prejuízos na viticultura”. Sobre a produção de vinho, Guarneri possui um local específico para o processo de fabricação, uma espécie de adega onde também guarda os vinhos. “O processo de fabricação é fácil, vai da colheita para a moagem e, em seguida, a fermentação. A higiene do ambiente e o manuseio na produção é fundamental para um bom vinho, visto que ele tem o ‘mau costume’ de puxar os maus odores para si, deixando-o de sabor desagradável”. A força de vontade, cuidado, e paixão pela produção é o que o pequeno produtor de uvas relata ser o segredo de qualquer atividade. “Eu sou um apaixonado por isso. Minha mulher pergunta se eu não quero levar a cama para debaixo do parreiral. Tem dia que vou duas ou três vezes para ver se a folhinha do enxerto está aumentando”.

Aristides

momento, é pouco aproveitada. Guarneri comenta sobre a possibilidade de obter sucesso no cultivo de uva na região. “Dá para produzir em Guarapuava. É claro, com os pés no chão, não adianta colocar mil, duas mil mudas, antes é preciso aprender a trabalhar com elas. Se o produtor começar do zero, em cinco anos estabiliza a produção, mas a busca por conhecimento sobre a uva deve ser a vida inteira, porque a gente nunca aprende tudo”. Para o produtor, a baixa produção na área não é devido a condições climáticas ou de solo, e nem ausência de assistência técnica. “O que falta na minha visão é um querer, porque assistência técnica há muito tempo é oferecida no município”. O técnico, Patel fala sobre a rentabilidade que a uva pode trazer a uma propriedade. “A rentabilidade varia em torno de 30 mil reais de renda por safra, no sistema latada. É claro que isso depende de outros fatores, mas se alcança essa produção tranquilamente”. Ele destaca que a produção de uva e vinho na região amplia uma questão cultural, o que agrega mais valor ao produto. “Eu não tenho medo de produção de uva e vinho tanto in natura quanto transformado em sucos, e isso agrega valor ao produto da região. Aqui temos potencial como em qualquer outro município do estado”.

Emater incentiva a produção de uva O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), em parceira com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB) e apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e Unicentro, tem desenvolvido um trabalho de incentivo a pequenos produtores para que diversifiquem sua propriedade e ampliem a produção da uva. Patel conta que há cerca de 40 produtores em 20 hectares de uva, tanto para produção de vinho como de sucos e outros derivados. “Estamos com um grupo novo de produtores. Já estamos preparando o solo um ano antes. Nossa meta também é criar uma Associação de Produtores de Uvas”, relata.

Nilo e Aristides

Guarneri também comenta sobre a necessidade da união de produtores que tenham vontade de investir na viticultura. “É preciso encontrar pessoas interessadas de verdade. Se não tiver garra e persistência não vai para a frente, é preciso gostar da atividade”.

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[Prêmio Produz]

Vitor Ramos

FMC recebe prêmio como Marca Mais Lembrada do Agronegócio com suas ações de sustentabilidade Destaques das ações Plantando o 7 Espetáculo teatro infantil voltado a fazer brotar nas crianças a conscientização sobre a importância da prática dos 7 hábitos de Atuação Responsável no campo, de maneira que transmitam tais conhecimentos aos seus pais agricultores. De 2004 a 2011, mais de 89 mil alunos e professores foram beneficiados em 4 países (Brasil, Equador, Colômbia e Peru), em doze estados e 61 cidades com 312 apresentações teatrais e 51 oficinas para professores. Só em 2011, foram 8 municípios, 2 estados, 78 professores e 5.930 pessoas com 25 apresentações.

Fábrica com segurança

Em outubro de 2011, a fábrica da FMC, em Uberaba (MG), completou 18 anos sem incidentes com afastamento e sem incidentes com perda de tempo, um marco relevante para a fábrica e referência para a indústria química.

Gerente de Comunicação da FMC: Fernanda Teixeira

A

FMC Agricultural Products, multinacional de defensivos agrícolas, recebeu o prêmio “A Marca Mais Lembrada do Agronegócio”, na terceira edição do prêmio da Revista Produz. A cerimônia de premiação foi realizada no dia 28 de novembro, no Jockey Clube de São Paulo, e contou com a presença de empresas do setor do agronegócio, com o apoio técnico da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), e instituições parceiras, além da presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin. Além da marca mais lembrada, a companhia também recebeu uma menção honrosa pelo seu relatório de sustentabilidade.

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A Gerente de Comunicação da FMC, Fernanda Teixeira, que representou a FMC no evento, destacou a importância dos prêmios conquistados. “Estamos muito felizes e orgulhosos pelo reconhecimento de nossas boas práticas. Esse prêmio nos motiva cada vez mais em investir em novas tecnologias com conveniência ao produtor rural para uma agricultura responsável e de qualidade”, comentou. “Queremos crescer sempre, mas de forma sustentável. Essa é a mensagem que queríamos transmitir com a prática de nossas ações por todo o Brasil”, completou a gerente, parabenizando a organização do Prêmio por todos os processos e critérios de avaliação das categorias.

Giro solidário FMC

Em 2011, a FMC incluiu uma importante ação de responsabilidade social no Giro FMC, um dia de campo diferente, realizado por meio de um rali de regularidade que também trocam experiências sobre os produtos. O Giro Solidário FMC agora consiste em participar do rali com a doação de alimentos para instituições da região. Diversas instituições foram beneficiadas.

Projeto agora e projeto renovação

A FMC participa do Projeto Agora, promovido pela União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) com mais 18 as-


sociações e empresas do setor sucroenergético unidas na geração de conhecimento e, na disponibilização e ampliação de esclarecimentos para a conscientização da opinião pública sobre as questões da cadeia produtiva da cana-de-açúcar e da sustentabilidade. Também promovido pela Unica, a FMC está engajada no Projeto RenovAção, que desenvolve dezenas de iniciativas de capacitação profissional, para viabilizar tanto a transferência dos atuais cortadores de cana para funções mais complexas, ligadas à mecanização, quanto a migração de ex-trabalhadores para outros setores da economia.

Gestão empresarial do negócio (gen)

De forma pioneira, a FMC implantou, em novembro de 2011, um programa voltado aos seus distribuidores especiais, que oferece, entre os benefícios, um curso de capacitação para impulsionar e aprimorar os seus negócios. O Gestão Empresarial do Negócio (GEN) foi desenvolvido em parceria com a Fundação Dom Cabral. São quatro módulos de estudo focados em Gestão: Pessoas, Finanças, Comercial e Operações.

Coletâneas A Coletânea, que em 2011, já congregava oito manuais, tem o propósito de ser um guia para aqueles que estudam e trabalham com agricultura e almejam o exercício responsável da atividade. São livros e manuais inusitados com fotos e dados técnicos sobre doenças nas lavouras. Em 2012, a FMC disponibilizou todos os manuais suas fotos e conteúdos no formato online (www.fmcagricola.com.br).

Embalagens sustentáveis

A FMC foi pioneira na tecnologia de embalagem ecológica que utiliza o etanol proveniente da cana em substituição a uma parte do petróleo empregado na sua composição, a Green Jug. Ação realizada em parceria com a Braskem. A companhia também foi a primeira do segmento a implementar embalagem com o maior índice de material reciclado Ecoplástica Triex+ Tampa Recicap, tecnologia precursora no País para envase de produtos. Para cada mil embalagens Ecoplástica Triex utilizadas tem-se uma redução de emissão de 3.600 kg de CO² na atmosfera, que equivale a 20 árvores

que deixaram de ser cortadas ou uma redução de consumo de 10 barris de petróleo.

Projeto aplicar

O projeto Aplicar que tem o foco no treinamento e aplicação aérea e terrestre de defensivos agrícolas e neste primeiro ano foi direcionado para a cultura de arroz irrigado para clientes, produtores, revendedores e empresas de aplicação.

Responsabilidade começa em casa

A FMC implantou o Prêmio Profissional Responsável que reconhece os profissionais que se destacam nas iniciativas de educação e treinamento em toda a cadeira produtiva. Foram 63 ações de diferentes profissionais da FMC que atingiu mais de 10 mil pessoas. “Temos a visão de que a sustentabilidade é mais que uma iniciativa ambiental, porém uma vantagem competitiva baseada nas atitudes corretas e no modo certo de fazer as coisas. Alimentar o mundo, proteger a saúde e fornecer comodidade e conveniência para a vida é a nossa missão”, destaca Fernanda.

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Foto: Helena Krüger

[Despedida]

Licius Pollati Schühli despede-se da Seab e de Guarapuava O médico veterinário que atuou por mais de três décadas na Secretaria de Estado da Agricultura se aposenta e conta sobre como foi estar a frente dos principais projetos em prol da ovinocultura no Estado.

“D

da cadeia produtiva da ovinocultura no Estado do Paraná. Schühli já está de casa nova. Ele reside agora no município de Campo do Tenente, em uma propriedade que adquiriu para retomar a paixão pela ovinocultura, apenas, como produtor rural. A despedida da cidade, segundo, o veterinário é devido a motivos familiares. “A intenção é ficar mais próximo dos filhos e netos, além de ter surgido uma oportunidade de negócio boa”. Há 16 anos, ele é produtor de ovinos, área em que se especializou desde a graduação em que liderou, por diversas vezes, as discussões sobre Foto: Manoel Godoy

estacar a importância do elo entre o produtor e o Estado. Acredito que essa foi a maior preocupação que tive durante toda minha vida profissional”, com essas palavras o médico veterinário e ex-chefe do Núcleo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) em Guarapuava, Licius Pollati Schühli despede-se do órgão público e do município. Em breve resumo sobre o papel que desempenhou em seus 31 anos de Secretaria, a carreira do veterinário, que se aposentou neste ano é marcada, principalmente, pelo trabalho em prol

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ovinocultura no Paraná. “Nós tivemos uma luta grande durante o tempo de faculdade para que a matéria de ovinos não fosse optativa. Trabalhamos aqui também a favor da vinda do curso de Medicina Veterinária”. O veterinário coordenou vários projetos junto com a Seab em Guarapuava, em que foi chefe durante sete anos. Entre eles, simpósios e programas de incentivo e discussão da cadeia produtiva da ovinocultura no Estado. Schühli fala sobre o desenvolvimento da cooperação entre produtores de ovinos nos últimos anos. “Hoje a Cooperaliança é destaque. Fico contente pela evolução da ovinocultura no Paraná e Guarapuava teve um peso muito grande nesse processo. Ter participado desse momento vai ficar na lembrança.”. No Estado, atuou na produção, defesa, fiscalização, mas também sempre foi produtor rural. “Assim, eu sabia quais eram as demandas tanto do produtor e quais eram as dificuldades estando dentro da Seab. Hoje, saio do serviço público deixando muitas amizades e alegrias”. Schühli deixa uma mensagem de despedida. “Despeço-me do pessoal aqui, com saudades e digo que lá a casa estará aberta para todos os companheiros. Eu sempre tive uma visão que a propriedade deve ser um espaço de aprendizado, assim estarei a disposição por lá. Sou muito agradecido pelo tempo que estive aqui em Guarapuava”.


[Soja]

Mofo Branco – O perigo que ronda as lavouras Étore Francisco Reynaldo Engº Agrônomo - Mestre Doutorando no Programa Pós-Graduação em Energia na Agricultura Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP Pesquisador de Mecanização Agrícola e Inovações Tecnológicas da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA)

Passado o plantio da cultura da soja, agora é hora de se preocupar com os cuidados a cerca do controle de pragas e doenças. A soja tem conquistado, com o passar do tempo, posição de destaque dentro da produção agrícola brasileira. Hoje um dos produtos agrícolas mais cultivados em terras brasileiras e tem papel importante na economia do país, pois é um dos principais itens de exportação. A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de pragas e doenças. Dentre estas, a doença do mofo branco, conhecida também pelos nomes de podridão da haste de esclerotinia ou podridão branca de esclerotinia. É causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, sendo uma das principais doenças da cultura da soja, ocasionando grandes prejuízos. Estima-se que as perdas de produtividade podem chegar a 40% ou mais. Havendo um manejo correto com controle químico o impacto sobre a produtividade cai e fica em torno dos 9%. Contudo, ainda há perda de produtividade e consequentemente redução de lucratividade do produtor rural.

As epidemias do Mofo Branco são iniciadas após a germinação dos escleródios no solo úmido. Os escleródios germinam dando origem a pequenos cogumelos que mais parecem pequenas taças, chamados de apotécios, liberando esporos no ar, contaminando assim as flores da cultura da soja. Tornando-se, então, o período crítico da doença, sendo entre o florescimento até a formação das vagens. A partir do fechamento das plantas, o produtor precisa redobrar os cuidados nas lavouras, em grande parte devido ao microclima que se forma sob o solo, a falta de luminosidade contribui para o aumento de umidade, redução da temperatura, entre outros. Tais condições são ideais para o desenvolvimento da doença. Sendo assim, o período mais importante à infecção será da fase de floração (R2) ao início da formação dos grãos (R5). Na soja, os sintomas ocorrem geralmente no terço médio das plantas (meio da planta), a cerca de 10 a 20 cm sob a superfície do solo e progridem para cima e para baixo no caule, atingindo principalmente a haste principal da planta, pecíolos, folhas e vagens; caracteriza-se pela presença de lesões encharcadas nos órgãos afetados, de coloração parda e consistência mole, com micélio branco de aspecto cotonoso (lembra muito o algodão – Figura 1), cobrindo partes dos tecidos da planta. Uma característica marcante deste fungo é a grande capacidade de a cada novo ciclo da doença, formar grande quantidade de estruturas de resistência, chamadas de escleródios que permanecem viáveis por até 11 anos nos solos ou em resíduos de plantas infectadas. A disseminação do fungo se dá prin-

Étore Francisco Reynaldo

cipalmente pelas sementes, que podem estar infectadas com o micélio do fungo. Contudo, o contágio do fungo pode se dar de outras maneiras: como pela disseminação dos ascósporos pelo vento através de órgão ativo de máquinas e implementos agrícolas, que ao passarem por áreas contaminadas pelo fungo, podem transportar os escleródios para novas áreas que até então eram livres do patógenos. O controle do Mofo Branco é dificultado devido à permanência de escleródios viáveis por um longo tempo no solo, como já comentado anteriormente e principalmente pelo estádio que a planta se encontra e a localização do alvo (fungo). Daí a importância de se utilizar de controle químico, através do uso de pesticidas (agrotóxicos) para o controle e redução dos danos a cultura. Durante o período crítico de infestação do fungo são necessárias, em média, duas aplicações dos produtos com intervalos médios variando entre 12 a 15 dias.

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Foto: Étore F. Reynaldo

Figura 1 - Planta infestada pelo fungo Sclerotiniasclerotiorum – “Mofo Branco”

É de suma importância para o êxito das operações de pulverização, a correta seleção e utilização de pontas e também ao correto volume de calda a ser utilizado. Em trabalho realizado pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária – FAPA, foram avaliadas diversas pontas de pulverização, dentre elas: jato plano,

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jato cônico cheio e vazio, jato plano com indução de ar, dentre outros. E também dois volumes de calda para a pulverização 150 e 200l ha-1. As pontas que obtiveram melhor desempenho foram: Jato cônico com indução de ar, kit Alvo, jato plano. Todas com produtividades acima dos 4.756,0; 4.666,0 e 4.617,0 kg ha-1, o que não resultou em diferença estatística. Utilizando a ponta com jato cônico obteve-se cerca de 90 kg ha-1 de produtividade a mais que os demais. É sabido que as pontas de jato cônico produzem gotas mais finas e com maior penetração, resultando em um maior controle da infestação. Contudo observou-se que as maiores produtividades foram alcançadas com o volume de 200 l ha-1 de calda. Devido a cultura da soja estar alcançando seu máximo desenvolvimento, se torna necessário um volume maior de calda, visando uma maior porcentagem de recobrimento. Para fechar, não existe uma receita perfeita para o controle do Mofo Branco, e sim um conjunto de medidas que visa a prevenção do aparecimento do fungo. As formas de se evitar a contaminação são: uso de sementes certificadas e/ou sadias; plantio em épocas favoráveis ao desenvolvimento da doença, rotação de cultura com gramíneas e principalmente

Figura 2 - Pulverização de fungicidas com utilização de barras de arrasto - Kit Alvo

o uso de fungicidas em tratamento de sementes e em parte aérea. Além de inspecionar o seu equipamento de aplicação, pois em grande parte, os equipamentos apresentam algum tipo de anomalia que pode resultar em deficiência da aplicação dos produtos fitossanitários. É importante salientar que o produtor empregue todas as medidas preventivas possíveis no controle do mofo branco, visando reduzir os custos para o controle da doença e em contrapartida, obter os benefícios esperados, mantendo assim, o potencial produtivo da cultura.


Armazenar a colheita Com carinho É a primeira forma de expressar gratidão à terra, à família e aos amigos... Em 2013, continuaremos honrando a confiança de quem deposita em nossos silos esperança, amizade e parceria!

Boas festas! São os votos da Equipe Cereal.

Fones: (42) 3627-5849 / 3627-6664 / 9912-7770 Rodovia BR 277, Km 352,5 - Vassoural - Guarapuava - PR cereal@espectro.com.br


[Inauguração]

Coamo: novo espaço moderniza atendimento!

I

r à cooperativa, de manhã cedo, antes de iniciar o dia no campo. Esta rotina, para os cooperados da Coamo, da região de Guarapuava, ficou mais fácil: desde o dia 3 de dezembro, encontra-se em funcionamento um novo escritório de atendimento, que substitui aquele que até então funcionou junto ao entreposto da cooperativa, à margem da BR 277. Localizadas num ponto de fácil acesso, na Avenida Manoel Ribas (nº 4850), as novas instalações proporcionam, em 780 m², espaço para serviços como venda de peças e insumos e farmácia veterinária. Novidade é o escritório da Credicoamo – destinado ao fornecimento de crédito para os associados. Amplo estacionamento complementa a comodidade. À cerimônia de inauguração, estive-

Descerramento da placa de inauguração

ram presentes, além de dezenas de cooperados, autoridades municipais, como o secretário de Agricultura, Hamilton Mello, o chefe do escritório regional da Secretaria de Estado da Agricultura, Itacir Vezzaro, lideranças como o presidente da Coamig, Edson Bastos, funcionários do Banco do Brasil, integrantes locais da cooperativa, além do presidente da Coamo, José Aroldo Galassini. Apesar de uma agenda

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José Aroldo Galassini

repleta, que reflete os compromissos de quem lidera a maior cooperativa do Brasil, com 25,6 mil associados, o dirigente fez questão de levar pessoalmente sua mensagem aos participantes da inauguração. Mensagem otimista – embora tenha considerado que nos últimos tempos a chuva tem se distribuído “a conta-gotas”: com o novo escritório, conforme frisou Galassini, a Coamo de Guarapua-

Zanoni Camargo Buzzi

va ganha em segurança, se moderniza e passa a ter condições de atender ainda melhor aos associados. Ele agradeceu o apoio de todos os que vêm contribuindo para que a cooperativa alcance o êxito. Representando o prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli, Hamilton Mello também se dirigiu aos presentes. Ele classificou as novas instalações como um presente para o Município.


Gerente da Coamo em Guarapuava, Zanoni Camargo Buzzi, contou, em entrevista, que atualmente são cerca de 300 os cooperados na região. Ele disse esperar que o novo local, de mais fácil acesso, contribua para estreitar o relacionamento com os atuais associados e

para atrair novos, em especial mini e pequenos produtores que encontravam dificuldade de acesso ao antigo escritório. Os serviços oferecidos, complementou, permanecem os mesmos, mas ganham melhores condições. Após benção do local, descerraram

placa inaugural o presidente da Coamo, o secretário municipal de Agricultura e o cooperado Sérgio Roberto Veit. Desenlace de fita, por Galassini e pelo cooperado Carlos Eduardo dos Santos Luhm, marcou, na sequência, a abertura do escritório da Credicoamo.

Cooperados aprovam novas instalações

“Para o cooperado, ficou ótimo, porque a localização agora é excelente, assim como a parte de atendimento, a loja e a efetivação da Credicoamo aqui. Eu tinha Credicoamo, mas era ligado a Candói. Isso vem a facilitar tudo”. Carlos Eduardo dos Santos Luhm

“É um novo passo. Para o cooperado é uma facilidade a mais. Principalmente para nós, que tínhamos a propriedade em outro sentido. O local é acessível e agora temos a Credicoamo que pode nos amparar também”. Sérgio Roberto Veit

“Queria parabenizar a Coamo por esta iniciativa. São instalações funcionais e modernas, que vão trazer muito mais conforto para o cooperado de Guarapuava. Parabéns!” Deodoro Marcondes

“É mais um investimento que vem para Guarapuava. A Coamo tem mostrado nos últimos anos o trabalho que tem feito junto ao cooperado. O agricultor precisa de alguém que esteja acompanhando a sua produção e a colocação de seu produto no mercado. Esse escritório é moderno, vem atender todas as necessidades dos agricultores. O agricultor, chegando num espaço bonito, como este, se sente acolhido e isso é importante”. Itacir Vezzaro, chefe da regional da Seab em Guarapuava

“Quando eles chegaram aqui, falamos sobre o ponto – eles estavam lá na BR –, argumentando que seria melhor na cidade. É o que eles estão fazendo agora. (O escritório) Está mais perto, com mais conforto ao associado e melhor atendimento”. Edson Bastos, presidente da cooperativa Coamig

“Ficou bom (o local). É dentro da cidade. Acho que todo mundo vai passar aqui, de manhã, para conversar. Acho que muita gente não ia para aquele lado lá. Aqui, se você quiser dar uma passadinha, ‘tá na mão’, não é? Facilita bastante”. Cícero Rogério Kuntz

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Presente à inauguração do novo escritório da Coamo para os cooperados da região de Guarapuava, o gerente de produção da Credicoamo, Dilmar Antônio Peri, disse à Revista do Produtor Rural que o serviço, agora, está disponível também em Guarapuava. Segundo destacou, o ramo financeiro da Coamo facilita o acesso a financiamento de custeio agrícola, para culturas específicas, ou ainda o investimento agrícola, para maquinário e correção de solo. De acordo com Peri, o serviço surgiu há 23 anos. Hoje, conforme informou, em torno de 10 mil operam com a cooperativa de crédito da Coamo. Outro diferencial é o horário, das 7h às 17h30. Com exceção do caixa, que segue a determinação do Banco Central (funcionamento das 10h às 16h), o cooperado pode realizar todas as demais operações durante aquele expediente.

Fotos: Manoel Godoy

Credicoamo: 10 mil cooperados

Dilmar Antônio Peri

Entrega simbólica do cheque

Faturamento em 2012 deve girar em torno de R$ 6,7 bilhões Em pronunciamento e entrevista, durante a inauguração do novo escritório da Coamo em Guarapuava, o presidente da cooperativa, José Aroldo Galassini, comentou as expectativas da cooperativa em termos de faturamento para 2012 e safra de verão 2012/2013. No faturamento, é esperado um patamar de cerca de R$

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6,7 bilhões – a distribuição de sobras aos cooperados foi marcada para o dia 12 de dezembro. Para safra que está no campo, a estimativa é que o volume de grãos recebidos alcance 7 milhões de toneladas. Na soja, queda de produção deverá ser compensada pelos preços. Para o milho, se espera também por boas cotações.


[AEAGRO]

A AEAGRO deseja um Santo Natal e um 2013 de realizações profissionais e pessoais! Palavra do Presidente A AEAGRO, através de sua Diretoria, atuou durante o ano de 2012 nos mais diversos setores para levar ao conhecimento e o reconhecimento da sociedade a importância da nossa profissão. Foram eventos em parcerias com Unicentro, Campo Real, Conselhos Municipais, Sindicato Rural, Cooperativa Agrária, Entidades de Classe, CREA-Pr, Secretaria Municipal da Educação, entre outros parceiros. Eventos que trataram de sustentabilidade da sociedade, acessibilidade, treinamento para aplicadores de agrotóxicos, discussão do modelo de Receituário, a emissão da ART como forma de garantir a nossa presença na obra, divulgação de trabalhos científicos, reuniões com os candidatos a prefeito com a entrega de propostas da classe e questionamentos sobre o plano de governo. Conseguimos atingir os nossos objetivos planejados para 2012 e em decorrência, fomos premiados como Entidade Destaque na Regional do CREA. A construção da nossa sede foi iniciada e já está na fase de concretagem da laje. Acreditamos que poderemos inaugurar até agosto de 2013.

Sede

Terreno

Obras em andamento

Parceria com Universidades

Palestra para calouros de Agronomia Formatura acadêmicos de Agronomia

Participação em eventos

José Roberto Papi Presidente da AEAGRO Profissionais destaque premiados durante o WinterShow 2012

Participação política

Reunião com candidatos a prefeitos

Premiação de Entidade Destaque da Regional Guarapuava / CREA –PR

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[Genética florestal]

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os últimos anos, com o desenvolvimento florestal e dos investimentos em reflorestamento, novas técnicas e tecnologias surgiram para que a produção madeireira alcançasse maiores índices de produtividade e mais qualidade. Um desses métodos de melhoramento genético é a polinização controlada, que segundo a engenheira florestal e pesquisadora Doutora PhD em genética e melhoramento da Embrapa Florestas, Valderês Aparecida de Sousa, é uma técnica de hibridação artificial em árvores, que permite alcançar desenvolvimento de híbridos que não seriam possíveis com a polinização natural. Assim, a polinização controlada assegura, com a complementaridade de características de duas árvores, se obter uma terceira com qualidade genética superior, dependendo do objetivo a ser alcançado. “A polinização permite cruzar indivíduos em que o cruzamento não ocorre na natureza, por exemplo, você tem uma árvore que cresce muito, mas não é muito resistente a condições climáticas, aí você pega outro indivíduo

selecionado que possui esta característica e combina. Dessa forma, com esse método você alia ambas as qualidades de cada planta, você faz um indivíduo novo com a combinação que desejar”. Valderês destaca a relevância da polinização controlada para eucalipto e pinus, para atender demandas de mercado que exigem híbridos específicos. “É uma forma de se alcançar um melhoramento genético da planta. O processo possibilita um ganho e uma complementaridade de características entre diferentes espécies, tanto no que diz respeito a qualidade final da madeira quanto à resistência da muda para condições climáticas, como no Sul, a geada”. A Golden Tree Reflorestadora, empresa que atua no ramo florestal e investe na produção de mudas de Eucalipto e Pinus com alta performance, possui um diferencial na produção da semente de Eucalyptus benthamii. Tal espécie passa pelo processo de hibridação que é realizado em parceria com outras empresas do setor florestal. A engenheira agrônoma e

Identificação de ramos com botões florais maduros e próximo a antese (abertura da flor)

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Fotos: Golden Tree

Melhoramento genético com polinização controlada no Eucalipto

Flor recém aberta e botão floral em abertura em ramos mantidos na sombra e com a extremidade imersa em água

responsável técnica pela empresa, Tayná Jornada Ben comenta sobre a área de atuação da empresa: “A Golden faz a polinização controlada em parceria com algumas empresas”. Tayná comenta que além de fornecer o pólen, a Golden Tree realiza testes de como a espécie se comporta em meio a condições ambientais adversas. “Nosso objetivo é selecionar material adaptado à região, com tolerância a frio, a geada. E em segundo momento, selecionar para a produtividade, incremento de metros cúbicos de madeira por hectare/ano”, afirma a responsável técnica pela empresa. A engenheira florestal Valderês fala sobre o trabalho em conjunto entre Embrapa e a Golden Tree, destacando que a produção de conteúdo e informação sobre o tema ainda é necessário e importante para o melhoramento genético. “Orientamos a coleta, o processamento, a armazenagem do pólen e os testes de viabilidade. Uma das coisas mais impor-


tantes é o processo de manipulação do pólen, para que não haja contaminação, fazendo com que o indivíduo seja o híbrido. E ainda fazemos testes de viabilidade de cada material”. Tayná também conta sobre como a parceria entre as organizações acontece, afirmando que há pouca informação tanto no Brasil quanto no mundo a respeito de melhoramento genético de E. benthamii. “As pesquisas são poucas em torno da semente, da árvore e do próprio pólen. Assim, na parceria com a Embrapa desenvolvemos a padronização de coleta de pólen da espécie E. benthamii, quanto é

Flor recém aberta ideal para a extração do pólen

Processamento do pólen para armazenamento (extração das estruturas estaminais)

capaz de retirar, como deve ser feito o armazenamento, enfim todas as técnicas. E o mais importante é porque não tem nada a respeito disso ainda, pelo menos a nível nacional e pouca coisa no exterior”. A Golden Tree apesar de comercializar outras mudas, tem como foco a produção de sementes para o E. benthamii, diz Tanya. “Nós investimos na parte de hibridação apenas com a espécie de Eucalyptus benthamii, no que se refere a essa espécie, a Golden é detentora do material, tem outras empresas que possuem, mas em termos de volume comercial somos líderes mundiais”.

Valderês comenta sobre a importância da Embrapa ser um difusor de tecnologias em prol do desenvolvimento florestal tanto para o pequeno quanto para o grande produtor ou empresas. “Existem muitos segredos em volta dos híbridos, as empresas buscam esse diferencial, algumas escondem a chaves os híbridos, por isso é interessante a Embrapa, como empresa pública, repassar a técnica para quem solicitar. Seja para quem for, produtores ou empresas”.

A técnica A pesquisadora da Embrapa Valderês comenta como é realizada a técnica da polinização controlada. “Vamos para o campo escolher os botões que estejam próximo da antese, ou seja, da abertura, e levamos este material para o laboratório. Em seguida, pegamos o galho com o botão quase abrindo, cortamos e deixamos imerso em água, tira-se as flores secas e armazena em temperatura baixa”. Ela comenta que a parceria entre a Embrapa e a Golden existe há vários anos. “A Golden processa esse pólen e guarda em tubos e depois manda para as empresas realizaram a hibridação.

Revista do Produtor Rural (42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br 35


[Comunidade]

Brinquedos para o Centro de Nutrição Renascer

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lém de atenção e carinho, uma criança, sobretudo nas ocasiões especiais, como o Natal, sempre espera ganhar um presente – seja um brinquedo sofisticado ou uma lembrancinha, a surpresa agrada em cheio. E faz sorrir quem vive num mundo de aventura e sonho. Por que então não participar deste momento? Foi o que fez o Sindicato Rural de Guarapuava, com mais uma edição da Campanha do Produtor Solidário. No último dia 7 de dezembro, já no clima natalino, a entidade entregou a uma das mais importantes instituições assistenciais de Guarapuava, o Centro de Nutrição Renascer (voltado a ajudar crianças em situação de insegurança alimentar), brinquedos arrecadados no final de outubro e novembro. Num momento singelo, e sem formalidades, a gerente do sindicato, Luciana de Queiroga Bren, repassou os brinquedos à coordenadora de atividades institucionais do Renascer, Eliete Turtok Parteka. De acordo com Eliete, os bichos de pelúcia e super-heróis chegaram bem a tempo, para complementar a quantidade de brinquedos que a instituição já planejava distribuir em sua Festa de Natal, neste ano marcada para dia 11 de dezembro. Do contrário, conforme frisou, não haveria presentes suficientes para todos. A coordenadora considerou importante a iniciativa da campanha do Sindicato Rural. Conforme detalhou, uma parte das doações fica na instituição, já que brinquedos também tem um papel importante em atividades que profissionais como fisioterapeuta e psicopedagoga desenvolvem junto às crianças. Ainda segundo acrescentou, os brinquedos são utilizados na brinquedoteca, onde as crianças permanecem, orientadas por estagiárias de psicopedagogia da Unicentro, enquanto a instituição oferece, às mães, atividades como oficinas de bordado e tricô – uma forma de ensiná-las a ter uma possibilidade de geração de renda.

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Gerente do Sindicato Rural, Luciana; e coordenadora do Renascer, Eliete, no momento da entrega dos brinquedos

Participando do Renascer desde 1994, Eliete estima que hoje o centro de nutrição atende, em média, por mês, em torno de 150 a 200 crianças. Nesse total, se incluem as que se encontravam em situação de insegurança alimentar e as que,por haverem passado por esta situação, apresentam atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor. Para dar a elas esta possibilidade de uma vida melhor, a equipe que atua no Renascer, de acordo com a coordenadora, inclui também neuropediatra, fonoaudióloga, psicóloga e nutricionista. Um contato com as mães das crianças é considerado igualmente importante e por esta razão a instituição promove, duas vezes ao mês, conversas sobre temas como higiene e alimentação saudável, oferecendo às participantes a chance de conhecer formas de utilizar melhor vários alimentos. Para dar suporte a todo este leque de atividades, Eliete resume o significado da participação da

sociedade: “O Renascer vive de doações”. A própria diretoria, ressaltou, é constituída por voluntários. A gerente do Sindicato Rural explicou que a Campanha do Produtor Solidário é desenvolvida durante todo o ano, com várias etapas. De acordo com Luciana, atualmente está acontecendo a Natal Produtor Solidário, lançada no último dia 29 de novembro. O Sindicato arrecada material escolar, destinado a crianças de comunidades rurais. Para facilitar a doação, entidade, em parceria com duas papelarias do município, disponibiliza kits prontos. O produtor rural ou qualquer pessoa interessada em colaborar com a campanha pode adquirir o kit no valor de R$ 10,00, na recepção do Sindicato em Guarapuava, Candói ou Cantagalo, no horário de expediente (de segunda a sexta-feira, das 8 às 11h30 e das 13 às 17h30). Texto e fotos: Manoel Godoy/SRG


[Milho]

A evolução da genética e da tecnologia de cultivo de milho no Sul do Brasil 1

Claudio Mario Mundstock

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milho é uma das principais culturas agrícolas desde os tempos anteriores ao descobrimento do Brasil, quando já fazia parte da dieta dos seus habitantes. Com a chegada dos colonos europeus, o milho continuou a ser parte da alimentação humana e também começou a ser utilizado na alimentação de animais domésticos trazidos pelos imigrantes. O intenso uso deste cereal na produção animal é um dos pilares do sucesso desta cultura, especialmente nas cadeias alimentícias de suínos, aves e gado leiteiro. Com o passar dos anos, em especial no século passado, as técnicas agrícolas foram aperfeiçoadas em decorrência dos avanços científicos nas áreas de fertilizantes, agroquímicos e máquinas. Em paralelo, os estudos de genética vegetal propiciaram a melhoria da produtividade de novos genótipos e o entendimento das melhores combinações gênicas levou à seleção de genótipos com rendimento de grãos mais elevados. A busca de melhores produtividades fez com que se originassem, ao longo do tempo, grandes mudanças na genética e no manejo da lavoura.

Na genética do milho: 1) No início do século XX - uso de populações crioulas já bem-definidas, resultantes da adaptação local e da seleção de tipos desejados. Primeiras iniciativas de introdução de material genético. 2) Décadas de 40 e 50 - forte desenvolvimento da pesquisa e o surgimento de sintéticos, substituindo as antigas populações. 3) Décadas de 50 e 60 - chegada dos híbridos duplos de ciclo longo, adaptados à lavoura do tipo colonial e mecanizada, com bom potencial de rendimento e uniformidade.

4) Década de 70 - entrada de híbridos duplos de ciclo médio, melhor adaptados à lavoura mecanizada e ao sistema de sucessão/ rotação cultural. 5) Década de 80 - híbridos duplos e triplos de ciclo curto com muito bom potencial de resposta a melhorias da fertilidade do solo e ao sistema de plantio direto. 6) Década de 90 - híbridos triplos e simples de alto rendimento para lavouras acima de 10 ton/ha. 7) Início do século XXI - o começo

da utilização da transgenia trazendo híbridos com características avançadas para o controle de pragas em geral e com grande impacto no manejo.

No manejo do milho: 1) Início do século XX - a lavoura do tipo colonial com baixa densidade e uso de consórcios em áreas com fertilidade natural de solo. Pouca utilização de insumos. 2) Décadas de 30 e 40 - abertura de

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áreas com fertilidade natural de solo (regiões coloniais), melhoria das técnicas de cultivo e início do uso de insumos. 3) Décadas de 50 e 60 - utilização comum de adubos e início da lavoura mecanizada. Início da Operação Tatu e o programa de melhoria de fertilidade do solo. 4) Década de 70 - melhoria no manejo do solo - Plantio Direto - associado ao maior uso de adubos e adoção de maior densidade de semeadura. Início do uso de máquinas de Plantio Direto. 5) Década de 80 - uso de maior adubação nitrogenada, melhoria da eficiência de herbicidas, início da diminuição do espaçamento entre linhas e melhoria na eficiência de máquinas de semeadura e colheita. 6) Década de 90 - uso da irrigação, aumento do uso de fertilizantes e menor espaçamento entre linhas. Melhoria da sanidade da lavoura

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e alta eficiência de máquinas em operações agrícolas. 7) Início do século XXI - monitoramento na precisão das operações agrícolas para obter a maior vantagem da interação do manejo com a genética dos novos híbridos.

O teosinto e a origem do milho A planta de milho (Zea mays) é originária das Américas, tendo sido domesticada pelos índios na região onde hoje é situado o México. Provavelmente a seleção de plantas se deu sobre o teosinto (Zea parviglumis), espécie ainda encontrada naquela região. Ela é uma gramínea com muitos afilhos e as inflorescências (espigas) são pequenas e encontram-se nos nós superiores dos colmos. Na forma selvagem, produz pequena quantidade de grãos e, por este motivo, é hoje cultivada para a obtenção de forragem verde.

Séculos XVIII e XIX Milho farináceo branco açoriano Os colonos açorianos que se instalaram no litoral do Sul do Brasil - Santa Catarina e Rio Grande do Sul - em meados do século XVIII trouxeram consigo uma população de milho com porte baixo (± 210 cm), baixa inserção de espigas (± 90 cm), resistente ao acamamento, boa sanidade e bom desenvolvimento de raízes, com ciclo de aproximadamente 75 dias até o pendoamento. Os grãos são semidentados, de aparência cerosa, coloração branca, tipo farináceo, granulação da farinha similar ao trigo, alto rendimento de farinha e sabor adocicado, quando em milho verde.

Séculos XIX e XX As populações crioulas de milho e o consórcio com outras culturas Com o início da agricultura colonial ocorreram cruzamentos - de certa forma


involuntária - com os genótipos primitivos que permaneceram por longos períodos isolados em regiões. A seleção pelos agricultores foi orientada para as características de interesse econômico - tipo de utilização - e produção de grãos/área. Assim originaram-se populações crioulas com grãos destinados ao fabrico de farinha, à alimentação de animais, de tipo mole e duro, de tamanho grande e pequeno, espigas com facilidade de debulha, etc. Desde o início do período colonial, os consórcios com outras culturas fizeram parte da história do milho, sendo muito empregados nas lavouras de pequenas propriedades e de agricultura familiar.

Início do século XX A primeira seleção de milho no Rio Grande do Sul: Assis Brasil Assis Brasil, no fim do século XIX e início do século XX, desenvolveu população adaptada ao Rio Grande do Sul, utilizando-se de técnicas que hoje se assemelham à seleção recorrente. O laborioso processo de seleção visou plantas com espigas longas, arquitetura uniforme e porte mais baixo que as populações de época. O material básico utilizado originou-se das populações de milho da região fronteiriça do Brasil com Uruguai e Argentina. A população, hoje denominada de Assis Brasil, possui grãos arredondados do tipo duro a semiduro, que se tornaram nova marca para os milhos do Rio Grande do Sul. A partir dele foram selecionadas outras populações como o Farroupilha.

Décadas de 30 e 40 O melhoramento das populações crioulas de milho O início do século XX foi caracterizado pela ampliação da área de milho e, na época, surgiu grande número de populações ditas crioulas como Cunha, Oito-Carreiras, Amarelão. Também foram introduzidas o Asteca e o Caiano, provavelmente de São Paulo. Algumas destas populações tinham diferentes nomes conforme a região, o que torna difícil a sua separação e certeza de origem. As populações crioulas foram fundamentais para a expansão do milho nas áreas coloniais, em geral de solos dobrados e com pedras, mas de fertilidade adequada.

O fato relevante na década de 40 foi o início da pesquisa gaúcha com a cultura do milho. Do esforço individual de seleção da população Assis Brasil passou-se ao programa da Secretaria da Agricultura/RS em Veranópolis com a contribuição do Dr. Verissimo, no sentido de agrupar as populações nativas. O melhoramento de algumas delas levou à criação do Aratiba Sintético, entre outros. Trata-se de uma população que sofreu seleção para uma série de características, entre elas, melhor uniformidade e produtividade.

Décadas de 50 e 60 O início do sistema mecanizado com preparo do solo convencional, a introdução de híbridos de ciclo longo e mudanças no sistema de capina e número de plantas/área. Os híbridos duplos, das décadas de 50 e 60, possuíam ciclo longo, boa resistência ao acamamento, colmos grossos e vigoroso desenvolvimento vegetativo. Esta última característica permitiu que a densidade de plantas pudesse ser aumentada, nas melhores condições de cultivo, até 45.000 plantas/ha. Os rendimentos em boas lavouras já alcançavam entre 4.000 e 5.000 kg/ha. Cabe destacar os nomes do Dr. Verissimo e do Dr. José Mattos. O primeiro, atuando na Estação Experimental de Veranópolis (Secretaria da Agricultura/RS), desenvolveu os híbridos (SAVE) de grande impacto na região colonial do RS. O segundo, Dr. Mattos, na época na Empresa Agroceres (Carazinho), também foi responsável pela adoção de híbridos de milho (AG) no Rio Grande do Sul. Os tipos de híbridos (porte, vigor) e, principalmente, a forma de controle de plantas invasoras (mecanizada) exigiram que a distância entre fileiras permanecesse em 1,0 metro entre linhas, igual à lavoura colonial. As semeadoras tracionadas, específicas para milho, eram fabricadas com esta distância entre fileiras, pois o espaçamento entre linhas era determinado pela largura das rodas do trator e pela distância entre as rodas.

Década de 70 Plantio Direto e a introdução de híbridos tolerantes a maiores densidades de plantio A década de 70 foi marcada pelo início da chegada de muitas empresas que

comercializavam sementes de milho. A mudança deu-se na introdução de híbridos mais tolerantes e maiores densidades de plantas, porte mais baixo, menor empalhamento de espiga e baixa altura de inserção da espiga. Eram híbridos melhor adaptados à colheita mecânica pela uniformidade de secagem, pela facilidade de trilha e baixa inserção de espiga. A população de plantas pôde ser aumentada até por volta de 55.000 plantas/ha, 10.000 a mais do que no sistema tradicional. As lavouras de bom potencial já atingiam de 6.000 a 7.000 kg/ha. Já no final da década começaram as primeiras lavouras em semeadura direta, sistema que alterou substancialmente o modo de manejo de solo, resultando em sua maior conservação. De forma tímida, no início, o sistema logo foi apresentando vantagens e sendo adotado pelos agricultores.

Década de 80 A introdução de híbridos duplos de ciclo curto responsivos à adubação nitrogenada e à diminuição do espaçamento entre linhas A consolidação do sistema de Plantio Direto na década de 80 estava baseada em premissas inerentes ao sucesso da nova maneira de realizar o manejo do solo e da lavoura e a necessidade de inclusão da cultura do milho no sistema. Por isso, foi iniciado o sistema de sucessão e rotação cultural, o controle químico de plantas invasoras, o uso intensivo de fertilizantes para elevar a fertilidade do solo e também desenvolveram-se máquinas apropriadas à semeadura e à colheita. Os híbridos disponíveis no mercado tinham ciclo mais adequado à sucessão das culturas, responsivos ao aumento da fertilidade do solo e com potencial de rendimento de grãos mais elevado que os seus predecessores. A distância entre linhas, com o advento do Plantio Direto, passou a ter importância secundária no tocante à forma de controle de plantas invasoras. O manejo de nitrogênio foi uma das melhorias da lavoura com incrementos nas quantidades de nitrogênio na semeadura e, em especial, em cobertura. Combinava-se a capacidade de resposta dos novos híbridos à melhoria do solo - fertilidade, estrutura física e redução de perdas por erosão. Com isso, a produtividade das lavouras passou a 7.000/8.000 kg/ha.

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De híbridos marca Pioneer® 307 e 309B ao atual P1630 Pioneiro no plantio direto, Ernest Milla, produtor rural de Guarapuava, comenta sobre a evolução genética Ernest Milla, produtor de origem austríaca, veio para Guarapuava, PR, em 1954, onde iniciou o cultivo de trigo e arroz no sequeiro. Em 1975, começou o plantio de milho e soja. “Fui pioneiro em Plantio Direto na nossa região e no Brasil. Juntamente com Herbert Bartz, Nono Pereira e Frank Djikstra, iniciamos, com máquinas improvisadas, o plantio em cima da palha para evitar a erosão. Há 40 anos já tínhamos preocupação com o meio ambiente, com a nossa subsistência”, revela Ernest Milla. “Plantávamos os híbridos marca Pioneer® 307 e 309B, colhendo mais de 5t/ha, que era uma produtividade excelente na época. A melhora genética dos materiais fez com que, em 5 anos, já atingíssemos 8, até 9 toneladas. E a nossa produtividade vem evoluindo. Na última safra, foi de 15 toneladas, numa área relativamente grande. Chegamos a patamares altos para o nosso país, números que têm expressão mundial, bem acima da média dos EUA e da Europa. Este ano, aqui no Sul, o nosso forte será o P1630. Tivemos excelentes resultados com ele por dois anos consecutivos. Hiperprecoce, não tem tombamento, com talo firme e uma sanidade de grãos muito boa. Ele preenche praticamente todos os requisitos que nós queremos do milho”, comenta o produtor.

Década de 90 A introdução de híbridos triplos e simples, de ciclo curto, tolerantes ao aumento da densidade de plantas e à diminuição do espaçamento entre linhas A década de 90 foi marcada pela elevação do potencial produtivo das lavouras devido aos novos híbridos, à melhoria do solo determinada pelo sistema de Plantio Direto, ao uso racional de sucessões e rotações, aos níveis de fertilidade mais elevados, ao início de cuidados fitossanitários e ao aperfeiçoamento de máquinas. Os híbridos triplos e simples - com maior potencial de produtividade - e de ciclo mais curto toleravam melhor o stress causado pelo adensamento de plantas, permitindo às lavouras obter rendimentos elevados, próximos de 10 ton/ha com o uso de maior adubação. A redução do espaçamento entre as fileiras para cerca de 0,70 m foi devida às máquinas de semeadura com distância entre linhas reguláveis. Ao final da década de 90 começaram a ser utilizados espaçamentos entre linhas ainda mais reduzidos (0,50 m), devido ao desenvolvimento de plataforma de colheita apropriada. A década de 90 foi marcada pelo início do manejo integrado em que houve a consciência de que, para atingir altos

rendimentos, era necessário otimizar os fatores de produção da lavoura. A capacidade de investimento do agricultor em insumos, sementes e máquinas foi fundamental, pois os custos de lavoura incrementaram sobremaneira. Isso era contrabalançado pelos altos rendimentos que tornavam a cultura rentável mesmo, muitas vezes, com baixos preços de comercialização.

Início do século XXI A transgenia e a precisão na agricultura A primeira década do 3º Milênio trouxe o desafio aos agricultores, aos técnicos e aos pesquisadores de entenderem a complexidade do sistema agrícola para vencerem as barreiras limitantes às atuais produtividades do milho. Enquanto na década de 90 procuravam-se apenas aspectos pontuais de manejo de lavoura, agora é necessário o estudo conjunto dos fatores de produção para que os resultados não sejam apenas a soma da contribuição individual de cada fator, mas da interação entre eles. A década foi marcada pela chegada da transgenia, na qual genes específicos foram introduzidos em híbridos e cultivares de alto potencial de rendimento para auxiliar o controle de fatores bióticos (insetos, plantas invasoras) que interferem no crescimento

do milho. Essa inovação estava sendo aguardada há décadas e constitui instrumento novo que redireciona o manejo integrado da lavoura. O novo sentido de manejo tem como base a “precisão” na utilização do solo, na otimização dos níveis de insumos - sementes, adubos e defensivos - e no uso das técnicas culturais - época de semeadura, sistemas de rotação e sucessão cultural e colheita - de forma a interagi-las eficientemente com os fatores do meio que não são passíveis de mudança.

Perspectivas A sustentabilidade da lavoura e do seu entorno As ferramentas básicas hoje disponíveis para a lavoura de milho devem ser utilizadas dentro da nova concepção da agricultura do 3º Milênio em que passa a ser exigida a SUSTENTABILIDADE, nos aspectos “Ambientais”, “Econômicos”, “Sociais“ e “Culturais”. O conceito de sustentabilidade não se aplica somente à lavoura, mas também ao seu entorno, envolvendo os agricultores - respeitando a sua necessidade econômica, social e cultural - e a conservação dos recursos naturais dos quais a agricultura depende e deve utilizar de forma eficiente.

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Pesquisador e Professor, Ph.D. UFRGS


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[Pecuária de Corte]

Análise conjuntural do mercado do boi gordo no estado do Paraná Novembro/dezembro 2012

Helton Gonçalves Nascimento Carlos Henrique Kulik Gustavo Henrique Pedroso Santos Paulo Rossi Junior João Batista Padilha Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

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Comportamento dos preços da arroba do boi gordo e da vaca Comportamento preçosde da2012 arroba do boi gordo e gorda emdos novembro no Paraná

da vaca gorda em novembro de 2012 no Paraná

R$ 100,00 R$ 98,00 R$ 96,00 R$ 94,00 R$ 92,00 R$ 90,00 R$ 88,00

Foto: Manoel Godoy

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Boi gordo

Vaca gorda

Fonte: CIA/UFPR.

tivesse em patamares elevados, e muitos pecuaristas que iriam confinar seus animais entre julho e agosto optaram por terminá-los a pasto. Tal estratégia ocasionou a queda da oferta de animais prontos para o abate nos meses de outubro e novembro, o que contribuiu para a sustentação do preço da arroba do boi gordo e da vaca gorda no Paraná. O preço estadual da arroba do boi gordo andou praticamente de lado no mês de novembro, registrando valorização de apenas 0,2%. O preço médio da arroba foi de R$ 97,86, sendo a maior cotação do período, de R$ 98,79, observada no dia 27/11, e a menor de R$ 96,74, no dia 05/11. A vaca gorda apresentou comportamento semelhante ao do boi gordo, com apreciação de 0,5% no preço até o final de novembro. O va-

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boa notícia para este mês foi a suspensão do embargo russo às exportações de carne bovina, suína e de aves para os estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, que já completava 17 meses. Contudo, ainda há a necessidade da emissão de um comunicado oficial daquele país e da habilitação específica por estabelecimento. Além disso, todos os lotes de carne comercializados deverão acompanhar uma declaração confirmando ausência de hormônio de crescimento. A Rússia é o principal destino dos produtos brasileiros, e a tendência é que ocorra elevação nas exportações de carne para o próximo ano, podendo atingir um recorde histórico. A alta nos preços dos grãos devido à forte demanda internacional fez com que o custo com alimentação animal se man-

lor médio da arroba desta categoria foi de R$ 89,00, sendo que a maior cotação do período foi de R$ 90,49, e a menor de R$ 87,36. Já o preço do bezerro demonstrou maior oscilação, fechando novembro com valorização de 2,28%, e preço médio de R$ 701,71, de acordo com o Indicador do preço do bezerro LAPBOV/UFPR. Para o mês de dezembro espera-se que haja um aquecimento na demanda por carne bovina devido à chegada das festividades de final de ano. Isto, aliado a um provável incremento nas exportações por conta do fim do embargo russo a alguns frigoríficos brasileiros, e entre eles, estabelecimentos paranaenses, pode levar à redução do produto no mercado interno, apontando, consequentemente, para um cenário de alta nas cotações.



[Avicultura]

Norma do Ministério da Agricultura alivia avicultores

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Fernando Santos/FAEP

Fernando Santos/FAEP

publicação, em 07 de dezembro de 2012, no Diário Oficial da União (DOU) da Instrução Normativa nº 36 do Ministério da Agricultura (MAPA) alivia o peso das costas dos avicultores. No mesmo dia em que expiraria o prazo dado pelas Instruções Normativas 56 e 59 para que os avicultores registrassem seus estabelecimentos nos órgãos oficiais de defesa, o MAPA editou essa nova norma aprimorando as exigências. O ano de 2012 foi marcado por uma grave crise de renda do setor avícola, que descapitalizou muitas agroindústrias e produtores, dificultando o atendimento das IN 56 e 59. O atendimento dessas normas para muitos produtores significava um grande sacrifício, pois muitas das exigências necessitariam significativos investimentos. A FAEP nos últimos meses solicitou ao MAPA medidas para

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evitar que os produtores tenham estes dispêndios nesse momento de crise. A IN 32 dá um fôlego aos avicultores que ainda não cumpriram todas as exigências para o registro dos estabelecimentos avícolas. A nova instrução normativa esclarece alguns pontos polêmicos das normas anteriores, dando uma melhor condição para o seu atendimento. Segue abaixo alguns pontos importantes da IN 32/2012: Os estabelecimentos que ainda não estão adequados ao procedimento de registro nos órgãos oficiais serão considerados de maior susceptibilidade, devendo atender a outras normas de vigilância epidemiológica que serão definidas até dia 30 de março de 2013. Haverá possibilidade de alterar as distâncias mínimas entre aviários e das cercas de isolamento a partir de parecer técnico

do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (COESA), baseado em avaliação de risco. Estabelece critério para criatórios de aves ao ar livre minimizando riscos. Medidas de mitigação de risco nos tradicionais galpões californianos de postura comercial como: análises microbiológica da água, rigoroso controle de roedores nos depósitos de ração, restrição do acesso de aves de vida livre a água, ração e formação de ninhos e abrigos nos galpões, destino adequado a aves mortas, águas servidas, ovos descartados, esterco e embalagem. Estas e outras medidas sanitárias recomendadas pela nova norma aprimoram a anterior, garantindo a biosseguridade dos criatórios. Os produtores permanecem com a obrigatoriedade de registrarem seus estabelecimentos nos serviços oficiais estaduais.


[Perspectiva]

Tendências do mercado de grãos para 2013 no Brasil e no mundo Engº. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda.

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esta edição de encerramento de ano, não trataremos de assuntos técnicos sobre armazenagem. E tentamos dar uma pincelada sobre dados coletados principalmente de relatórios do consultor em Agroeconomia, Carlos Cogo. Inicialmente falando do clima, tínhamos até outubro um prognóstico de “El Niño”, mas atualmente as projeções são de neutralidade, com volumes de precipitação dentro da média histórica no Centro-Sul do Brasil. Em termos de produção, nos últimos quatro anos tivemos um crescimento de 11% nas áreas de cultivo brasileiras, ultrapassando 52 milhões de hectares. Somando este incremento de área ao acréscimo no mesmo período de 22% em produtividade, chegaremos em 2012/13 a 182,6 milhões de toneladas de grãos. No caso específico do milho, as projeções para a safra 2012/13 preveem um recuo de 4,5% na produção mundial e redução de 10,7% nos estoques de passagem, o que nos dá em 2013 um estoque para 50 dias de consumo. Os EUA reduzirão em 10% o uso do milho para etanol, mas mesmo com esta queda, o biodiesel consumirá 42% da produção deste país. No Brasil, mesmo com perda de área para soja, teremos produção recorde com 15,4 milhões de hectares cul-

tivados, atingindo uma produção de 74,6 milhões de toneladas. As tendências de mercado futuro demonstram sustentação dos preços até setembro de 2013 e recuo gradual a longo prazo afetado pelo aumento de área nos USA, caso se confirme a safra estimada. O Brasil, em função da deficiência logística, passará por dificuldade de escoar seu produto (fretes mais caros, armazenagem deficitária, incapacidade de portos e rodovias). Este fator tende a pressionar negativamente os preços. Em soja, após redução da safra 2011/12 de 10%, por força da La Niña, a produção mundial volta a crescer em 12% na safra 2012/13. Na América do Sul, responsável por 56,5% da produção mundial, teremos um incremento de áreas de 9,3% sobre áreas de milho, e pastagens no “MATOPIBA“. Mas o estoque de passagem na safra de 2012/13, forçado por alta demanda, ficará 14,8% abaixo da safra 2010/11. As tendências de mercado para soja demonstram um mercado volátil (em função de clima) até o início da safra na América do Sul. A soja sofrerá mais com as deficiências de nosso Brasil, com pressão negativa nos preços já no primeiro semestre de 2013. O Brasil com 48% da safra 2012/13 comercializada

até o final de outubro se resguarda com elevada rentabilidade. A China deve atingir importação recorde de 63 milhões de toneladas com crescimento de 122% em 8 anos. No trigo, puxada pelos grandes produtores mundiais, teremos uma redução 6,4% na produção na safra 2012/13, com redução de consumo de 3,2%. A safra brasileira deve recuar 23%. As tendências de mercado para este grão demonstram que o Brasil produzirá 42% de suas necessidades e não conseguirá importar toda diferença da Argentina, já que esta, pela primeira vez desde 1980, não terá trigo suficiente para atender a América do Sul. A importação será do Canadá e EUA, com custos 20% maiores do que o Argentino. Espero novamente ter colaborado com o leitor da Revista Produtor Rural e, principalmente, ter demonstrado a força de nosso Brasil no agronegócio e a grande importância do produtor rural, tanto nos recordes de produção como na utilização da armazenagem como ferramenta de gestão e auxílio na rentabilidade da propriedade rural. A TODOS UM NATAL DE MUITA UNIÃO EM SUA FAMÍLIA E UM 2013 DE MUITA PROSPERIDADE.

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[Campanha de Natal ]

Campanha arrecada kits de material escolar

O Sindicato Rural lançou no dia 29 de novembro, a Campanha de Natal Produtor Solidário em Guarapuava e nas Extensões de Base de Candói e Cantagalo. Durante a Campanha, a entidade vai arrecadar material escolar, que será destinado a crianças de comunidades rurais. Para facilitar a doação, o Sindicato, em parceria com duas papelarias do município, está ofertando kits prontos de material escolar. O produtor rural ou qualquer pessoa interessada em colaborar com a campanha pode adquirir o kit no valor de R$ 10,00 na recepção do Sindicato em Guarapuava, Candói ou Cantagalo, no horário de expediente (de segunda a sexta-feira, das 8 às 11h30 e das 13 às 17h30).

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[Soja]

Pesquisador de Major Vieira cria a primeira cultivar de S/C Luiz Alberto Benso tem exclusividade da Benso1 RR, que apresentou a maior produtividade em ensaios da Fundação ABC e Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária – FAPA na safra 11/12

Luiz Alberto Benso

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m solos major-vieirenses foi criada a primeira cultivar de soja de Santa Catarina. A pesquisa foi desenvolvida pelo biólogo e agricultor Luiz Alberto Benso e é a primeira registrada no Estado. De acordo com o pesquisador o processo de produção de sementes no Brasil teve uma mudança a partir da criação da Lei Federal 10.711 de 5 de agosto de 2003. “Essa Lei mudou o cenário do sistema de produção de sementes. Até sua criação entendia-se que era obrigação do governo trabalhar com pesquisa”, explica. Segundo Benso o resultado das pesquisas era público e por isso não gerava interesse comercial. “A lei de

patentes estabelece ao obtentor ou a seus licenciados o direito de exclusividade do uso da cultivar desenvolvida por um período de 15 anos”, relata. Sendo assim, criou a oportunidade para a iniciativa privada desenvolver novas cultivares e comercializá-las. Uma vez que a cultivar tenha importância econômica, cria uma oportunidade para transferência de tecnologia e remuneração da pesquisa através da cobrança de royalties. Tendo em vista que o custo para registro de uma cultivar poderá atingir altos valores, sendo que são necessários no mínimo dez anos de pesquisa para o seu registro.

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Luiz Alberto Benso

O maior beneficiário da pesquisa agrícola é o produtor rural que ao utilizar novas cultivares obtém aumento de produção. Levando em consideração que as fronteiras agrícolas estão praticamente esgotadas em nosso país a forma de atender a demanda por alimentos é exclusivamente o aumento de produtividade com o uso da mesma área. Fica bem claro que as pesquisas têm contribuído muito com este fato se olharmos a média da produção de soja em nosso país há algumas déca-

das passadas. E hoje vemos genótipos rompendo a barreira dos 6.000 kg/ha.

Pesquisa Em 2001, antes mesmo da sanção da lei de sementes, Benso iniciou o trabalho de pesquisa para obter a nova cultivar. “As dificuldades encontradas no desenvolvimento dos trabalhos fizeram com que eu procurasse uma universidade, buscando assim conhecimentos básicos tão importantes para o desempenho das pesquisas. Iniciei o curso de Ciências Biológicas na UNC em Mafra, por ser um curso abrangente, tanto na área de Botânica como Genética e Biodiversidade”, conta o pesquisador que atualmente está fazendo mestrado em Ciência e Tecnologia de Produção de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel no Rio Grande do Sul. Depois de formado, Benso conseguiu registrar a primeira variedade de soja em 2010 da qual tem patente até 2025. Foram praticamente 10 anos de muita pesquisa e experimentação para chegar a um produto que apresentou nos ensaios de Comportamento de Cultivares de soja na região centro sul do Estado do Paraná, na safra 2011/2012, conduzidos pelo corpo técnico da FAPA as melhores

produtividades médias e máximas. Benso comenta que os ensaios foram conduzidos em condições de alta tecnologia: plantio direto, adubação, manejo de pragas e doenças seguindo as recomendações de pesquisa da FAPA em três épocas de plantio, em três altitudes e com populações de 250, 350 e 450 mil plantas/ha. “Tanto para a média de produtividade em todos os ensaios como para a produtividade máxima de cada cultivar a Benso 1 RR apresentou resultados espetaculares, mostrando mais uma vez sua estabilidade produtiva juntamente com seu elevado potencial genético”, ressalta. Ele conta que a região do sul do Paraná e de São Paulo teve os melhores tetos produtivos para o plantio da Benso 1 RR. Já aqui no planalto norte a cultivar tem conseguido bons resultados, contudo não há uma empresa que conduza ensaios deste nível e por isso não existem informações técnicas comprovadas para atingir estes tetos produtivos na região. “A Fundação ABC e a FAPA são duas cooperativas grandes que prestam serviço para seus associados fazendo ensaios das cultivares. Aqui na região as cooperativas não fazem este tipo de ensaios e nós ainda não temos estrutura para fazê-los”, explica comentando que falta o incentivo à pesquisa na região.

Futuro Benso ressalta que para que uma cultivar atenda as necessidades do mercado, ela deve estar de acordo com as características que se adéquam ao clima da região e da época de plantio. “O intuito é produtividade e lucro para os produtores, pois quando o agricultor tem lucro, o sistema todo ganha”, ressalta. A intenção do pesquisar agora é de registrar nos próximos anos mais duas cultivares. Serão seis eventos em andamento nos próximos cinco anos e deverão sair em torno de dez cultivares registradas de soja. “Já identificamos uma variedade de azevém, duas de aveia preta e uma de feijão, mas como o mercado é pequeno ainda não me posicionei sobre o registro”, comenta o pesquisador. Texto e fotos: Ellen Colombo

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atal é lembrar-se de bons momentos, semear novas conquistas, regá-las com esperança e acreditar que o ano novo colherá bons frutos. Que neste natal a alegria esteja presente no coração daqueles que festejam o amor. Nós da Oeste Insumos desejamos a todos os nossos clientes, fornecedores e parcerias, que esses dias não sejam apenas uma comemoração, mas que seja o início de um novo tempo o novo ano repleto de conquistas e realizações e bons resultados.

Equipe Oeste Insumos

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[Mercado pecuário]

Paraná aposta na qualidade da carne bovina

Fernando Santos/Faep

Com mercado interno aquecido, nichos de maior valor agregado passam a ser prioridade

Celso F. Dias Doliveira

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Robson Rodrigues/PecPress - Imprensa Agropecuária

em exportar, pecuaristas do Paraná concentram esforços no mercado interno. A cotação da arroba do boi gordo chegou à casa dos R$ 98 na região noroeste e a produção estadual não consegue suprir a demanda, calculada em quase 345 mil toneladas por ano. “Somando toda a nossa produção de carne bovina, somos capazes de suprir apenas 80% do mercado. O restante é abastecido por São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que ganham espaço em função dos preços mais competitivos”, explica o assessor do departamento técnico econômico da Federação de Agricultura do Estado do Paraná, Celso F. Dias Doliveira. No ano passado, a classe produtiva atendeu grande parte do consumo interno, com quase 280 mil toneladas de carne. Há dois anos, as vendas externas ainda eram realidade, mas com o encerramento das atividades de uma grande indústria frigorífica, o estado deixou de competir nas exportações do produto. Para reverter a situação, produtores em diversos municípios estão se apoiando em torno de cooperativas para produzir uma carne de melhor qualidade e, dessa forma, atingir nichos de maior valor agregado, movimento que pode despertar o interesse de outros frigoríficos habilitados à exportar. Já são sete cooperativas do gênero, que contam com mais de 20 associados cada uma e representam 5% dos abates. Os próprios pecuaristas buscam parceiros no varejo, em grandes redes de hotéis, restaurantes ou churrascarias, e conseguem uma boa remuneração. “O lucro

varia entre 10 e 20% sobre o valor atual da arroba do boi gordo. Outra vantagem é que passam a entender melhor como funciona o negócio da porteira para fora”, conta o assessor da Faep. Os interessados em atingir mercados diferenciados precisam investir em tecnologias que garantam uma produção dentro de padrões preestabelecidos pelos clientes. O melhoramento genético do gado é a principal ferramenta para produzir carne de melhor sabor e maciez, bem como uma carcaça mais precoce e com o acabamento de gordura apropriado. “Há uma preocupação crescente em investir em touros melhoradores e promover cruzamentos industriais. Reflexo disso é que a taxa de desfrute no Paraná alcança 29%, bem acima na média nacional, de 22%. Para conseguir animais com tais características, os criadores participam de leilões e eventos dentro e fora do Paraná. Em Rancharia, no interior de São Paulo, o empresário e pecuarista Jovelino Carvalho Mineiro Filho, um dos principais fornecedores de touros das raças Nelore e Brahman do Brasil, diz que é crescente a participação de pecuaristas paranaenses em seu remate anual de touros. “Cada vez mais pecuaristas descobrem as vantagens proporcionadas por reprodutores com genética provada, essencial para que o produtor receba mais pela carne produzida”, afirma. O confinamento também é uma atividade em ascensão no Paraná. A engorda do gado no cocho pode reduzir o ciclo de produção em até um ano e os animais abatidos apresentam marmo-


reio e uma distribuição de gordura uniforme, garantindo o sabor e a suculência do produto. O Estado é o sétimo no ranking nacional de confinamento, com 120.118 cabeças abatidas em 2011 e uma previsão de 132.130 para este ano. No sistema de semiconfinamento figura em sexto lugar, com 175.072 em 2012, que pode subir para 181.124. “A terminação intensiva em pastagem de inverno também é uma realidade e deve chegar a 97.043 animais até o final do ano”, explica Doliveira. “Raio-x” da pecuária - Segundo a Faep, o Paraná detém a quinta maior economia do Brasil, respondendo por 30% do PIB nacional. Com uma população de aproximadamente 10,5 milhões e renda per capta R$ 21,6 mil em 2010, ultrapassa a média nacional: R$ 19.7 mil. Somente o agronegócio, representa 30% do PIB estadual. Das 371.051 propriedades rurais em todo o território, quase 212 mil trabalham com bovinos. Juntas, reúnem um rebanho de quase 10 milhões de cabeças, distribuídas principalmente na região noroeste. São aproximadamente 2.160.877 animais. O estado é livre de febre aftosa com vacinação, peste suína clássica e influenza aviária. Sua situação sanitária equivale a de outros estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com exceção de Santa Catarina, que é livre de aftosa sem vacinação. “Neste ano, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná (ADAPAR) iniciará atividades para dinamizar as ações de proteção no Estado”, revela o assessor da Faep. Desde que ocorreram focos de febre aftosa, em 2005, não conseguiu recuperar os volumes de carne bovina negociadas no exterior. Em 2008, reconquistou o status de área livre da enfermidade, mas somente em 2009 retornou as exportações de carne, cujo produto já esteve presente em 20 países. Hoje, sofre com a falta de frigoríficos habilitados para exportar em

atividade. Existem 22 plantas frigoríficas homologadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), três paralisadas, e mais 50 com Selo de Inspeção Estadual (SIP), com capacidade abater de 60 a 1.050 cabeças/dia. Em função do alto valor das terras, observa-se um aumento significativo nas taxas de lotação de pastagem e um acréscimo de quilos de carne produzidas por hectare nos últimos anos. “O preço alto e a competição com culturas mais rentáveis têm pressionado os pecuaristas a adotar sistemas de produção e tecnologias que garantam rentabilidade ao negócio. A integração lavoura-pecuária também vem crescendo bastante. Muitos agricultores estão diversificando com a produção de carne, inclusive, conseguindo acesso a linhas de financiamento com projetos de agricultura de baixo carbono - Projeto ABC estimulado pelo Ministério da Agricultura “, conclui Doliveira.

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[Nogueira pecan]

Diversificação no pomar Lenio Pitol – sócio proprietário do Viveiros Pitol

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os últimos tempos, a nogueira pecan vem se tornando uma ótima alternativa de investimento na agricultura devido à grande rentabilidade. Ela possui baixo custo de produção, tem manutenção mínima e reduzida após a implantação, fazendo com que automaticamente, sejam percebidos os benefícios motivando o agricultor a novas perspectivas de mercado, visando a lucratividade, interesse e a satisfação pessoal. A nogueira pecan é uma cultura que está em constante desenvolvimento, pois tem grande capacidade de adaptação em diferentes tipos de solo e condições climáticas, além disso, se torna uma opção para diversificar o pomar e pode, facilmente, ser cultivada com outras culturas, consorciada com diversas alternativas agrícolas, aumentando a renda da propriedade. Uma opção de consórcio seria o milho, pois além de ser um cereal muito cultivado, ter suas matérias primas na maioria dos alimentos, é um dos grãos mais consumidos no mundo. Neste contexto, a nogueira se enquadra levando a opção de multiplicidade, agregando valores e oferecendo proporção agrícola avançada, assim o agricultor pode dispor de outra fonte de renda para a propriedade que tem benefícios até que ela comece uma boa produção. Lembrando que, neste caso, a nogueira deve ser plantada em um espaçamento mínimo de 10x10m, para que sobre intervalos para o plantio do milho. Já no caso da erva-mate, o plantio deve ser feito com o

Propriedade de Antônio Fiorese Palmitos/SC

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Propriedade de Luizinho Pitol, em Anta Gorda/RS

um espaçamento de 20x20m, ou seja, 25 mudas por hectare, pois nesta característica, a finalidade da nogueira é no sombreamento da erva-mate. Agricultores dizem que com a sombra oferecida, o chimarrão fica suave e mais saboroso, e com isso, o preço final agrega valor. Além das vantagens do sombreamento, a produção da nogueira é também outra opção de lucratividade para o agricultor, que dispõe de duas fontes de renda que se uniformizam no mercado em matéria de qualidade e sabor. Pode-se analisar ainda, que uma não interfere na colheita da outra, ou seja, a safra da erva-mate pode acontecer de uma maneira alternativa, não atrapalhando na colheita das nozes, que é apenas realizada nos meses de abril, maio e junho, sendo que a colheita da erva-mate pode ser antecipada ao período da colheita da noz pecan. É um consórcio que tem mostrado resultados positivos, pois a erva mate é considerada uma planta nativa e a nogueira pecan planta dominante. Ou seja, a nogueira pecan precisa de luz e a erva mate da sombra para atingir níveis de produção significativos, sendo assim, faz-se necessário que este tipo de consórcio seja realizado com planta dominante para que os resultados atendam as expectativas iniciais. Já citadas em outras edições como um consórcio alternativo, as ovelhas diminuem a mão de obra na limpeza do pomar, deixando o terreno limpo, livres de ervas daninhas que possam prejudicar o crescimento da nogueira. Com o passar dos anos, também colaboram com o acúmulo de matéria orgânica que auxilia na adubação das plantas, influenciando nos níveis de produção. Além disso, é outra possibilidade lucrativa para


a propriedade, já que a carne da ovelha está se destacando e tem se mantido em um preço estável. Neste consórcio, as mudas dos Viveiros Pitol se destacam pelo tamanho, pois podem ser plantadas com a permanência das ovelhas no campo, devido ao tamanho elevado das mudas. Outra possibilidade para a difusão de culturas seria entre a nogueira pecan e os bovinos. Neste caso, o gado pode ser inserido somente após o quarto ano de plantio da nogueira, sendo que pode existir a viabilidade de outra cultura antes da entrada do bovino no pomar, isto é, poderá fazer-se outro tipo de consórcio, como milho, soja e feijão, por exemplo, que são variedades que também possuem amplo comércio e que são ótimas alternativas de introdução ao consórcio com a nogueira. Este tipo de consórcio só deve ser aproveitado até o máPropriedade de Chico Brancher em Anta Gorda/RS

Propriedade de Telmo Brancher em Anta Gorda/RS

ximo no sexto ano de plantio da nogueira, depois disso fica inviável devido ao tamanho que a planta atinge, e por isso pode-se dispor do gado depois desta fase, diversificando ainda mais a cultura da propriedade. Um bom pomar de nogueira com consórcio deve ser bem planejado, começando pela qualidade das mudas, ou seja, variedades que se adaptam à região e que tenham ótimas perspectivas de produção. O plantio deve ser feito corretamente, conforme as orientações para que atinja a máxima produtividade por hectare, e essa qualidade e orientação, o produtor encontra nos Viveiros Pitol, que atua há mais de 40 anos no mercado na produção de Nogueira Pecan Enxertadas.

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[Reconhecimento]

Odacir Antonelli e Pedro Francio Filho são premiados como Profissionais Destaque do Setor Florestal

Odacir Antonelli (Repinho)

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a noite do dia 12 de novembro no Espaço Torres, em Curitiba, a revista REFERÊNCIA realizou um jantar para a entrega da premiação para dez profissionais que se destacaram no setor florestal. O engenheiro agrônomo da Unisafe Agronegócios, Pedro Francio Filho foi um dos ganhadores do Prêmio REFERÊNCIA. Além de consultor, ele é palestrante do Programa de Desenvolvimento Florestal, organizado pelo Sindicato Rural de Guarapuava. “Foi com surpresa e felicidade que recebi o Prêmio REFERÊNCIA, afinal ele é um reconhecimento ao trabalho de consultoria florestal prestado. Dedico este Prêmio a todos os nossos clientes”. Francio Filho não imaginava que seria apontado com um dos dez profissionais destaque na área florestal do país. “Não esperava ser reconhecido neste respeitado evento do setor florestal. Foi a conquista de um sonho, resultado da busca por novas tecnologias e inovações no setor florestal, com foco em soluções

Pedro Francio Filho (Engenheiro Agrônomo da Unisafe Agronegócios)

e aumento de produtividade. O prêmio é, também, consequência de um trabalho sério de consultoria, que vem sendo realizado em quase todas as regiões do país”, afirma o engenheiro. Outro profissional contemplado foi o empresário guarapuavano Odacir Antonelli/Empresa Repinho, conhecida pela produção de madeiras e compensados. Recentemente, ele investiu em uma nova fábrica de MDP, apostando na tecnologia utilizada na fabricação de painéis. A ação da empresa Repinho é importante porque estimula o mercado florestal da região, que era voltado ao comércio da madeira nativa. “Usamos dos recursos disponíveis no mercado internacional. Estamos ultimando investimentos para concretizar o propósito da verticalização da cadeia produtiva com a auto sustentabilidade do fornecimento da matéria-prima, iniciando o processo pelo plantio de mudas de árvores, passando pelas diversas transformações produtivas, até a

fabricação de móveis e derivados”. Ele afirma que é um momento especial ser reconhecido pela Referência. “Compartilhamos esta honrosa homenagem com nossos funcionários, fornecedores, clientes, parceiros e colaboradores. Os investimentos e ações da empresa aplicados na área social são motivos de orgulho e prazer”. No entanto, o sócio-proprietário da Repinho ressalta que apesar da premiação, ainda há muito o que desenvolver no setor florestal por parte da empresa. “Reconhecemos que ainda estamos galgando os primeiros passos de conhecimentos técnicos e científicos do setor florestal no que pese estarmos na atividade há 30 anos. Entretanto, este reconhecimento pela Revista Referência nos motiva ainda mais na busca do aprendizado. A premiação nos coloca positivamente diante dos nossos consumidores no mercado interno e externo de chapas compensadas e painéis de partículas”, diz Antonelli. Com informações da Revista Referência

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[Produtos naturais]

Cobre,

um aliado nas lavouras

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agronegócio movimenta milhares de dólares todos os anos. Por isso, investir na lavoura é dever do agricultor que quer incrementar seus resultados. É a partir desse esforço que o Brasil caminha para se tornar o celeiro do mundo e alimentar a população mundial que não para de crescer. Um dos grandes desafios é aliar produtividade com proteção a lavoura, com produtos naturais e seguros. É onde a Alltech Crop Science sai na frente, com o CopperCrop™. Produto que a partir da ação do íon Cobre, promove na planta processos como a fotossíntese e a respiração, além de atuar diretamente nos complexos reprodutivos, como explica Leonardo Porpino Alves, Engenheiro Agrônomo e Gerente do Departamento Técnico da Alltech Crop Science. “Outro benefício do Cobre é o efeito de proteção que o elemento confere. Quando aplicado na presença dos fitopatógenos, os efeitos danosos são automaticamente suprimidos pela ação direta

do íon de Cobre no interior celular dos microrganismos nocivos aos vegetais”, explica o gerente.

Casos de Sucesso pelo Brasil O CopperCrop™ é indicado para todas as culturas, desde que utilizado corretamente, respeitando as dosagens que constam no rótulo. Minas Gerais tem despontado como um dos estados que mais entusiastas do produto que, apesar de ser um lançamento, já possui muitos resultados. Como conta Israel Rosalim, gerente técnico da Valoriza localizada em Patos de Minas. Ele utilizou o CopperCrop™ na cultura do café, após uma grande chuva de granizo que caiu na região. “Foi para observar o efeito cicatrizante e bacteriostático do produto”, conta. Ele diz que a grande diferença do CopperCrop™ “é a sua formulação, embalagem e o uso da dose reduzida”. Junio Cesar Lopes, da Sekita Agronegócios, grande produtora de leguminosas do estado, enumera outras grandes qualidades do produto: “Baixa dosagem, boa solubilidade e não existe problema com fitotoxidez nas doses recomendadas”, conta. Seu uso na batata também é reali-

dade. Como conta o Sr. Vladimir Amaral, produtor desde 1988, na região de Ipuiuna. Sua propriedade possui 300 hectares, com uma média de produtividade de 700 sacas, por hectare. Ele conta que a utilização do produto preventivamente fortalece a planta ajudando no manejo e controle de doenças, como aquelas causadas pelas “Erwinias apodrecedoras”, como a Canela Preta. Sr. Vladimir ainda destaca o grande uso que ele faz do CopperCrop™, “a grande vantagem dele em relação aos outros é que ele não é incompatível com outros produtos, e não é tóxico. O que significa saúde para a lavoura e para o operador”.

CopperCrop™ - Seu cultivo nutrido e protegido Os resultados do CopperCrop™ se baseiam no mecanismo de ação do íon Cobre. Ele atua na planta promovendo processos metabólicos ligados à fertilidade do grão do pólen, respiração e fotossíntese. Neste último processo, é possível associar seu uso às observações realizadas quando administrado em diversas culturas, onde existe um aumento importante no índice de Clorofila presente na planta, tanto em seu valor total como no incremento. A Clorofila cumpre a função de coleta de energia luminosa, convertendo-a em energia química, o que resulta em maior produtividade.

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[Solenidade]

Empreendedor Rural reuniu produtores e autoridades em reconhecimento aos dez anos do programa e às duas décadas do SENAR-PR Cynthia Calderon/FAEP

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solenidade de premiação do Empreendedor Rural 2012, realizada no dia 03 de dezembro, em Curitiba, foi além da homenagem aos autores de projetos elaborados durante o ano. O evento também marcou os dez anos de implantação do programa e os 20 anos de criação do SENAR-PR, um de seus idealizadores em parceria com Sebrae-PR, Fetaep e FAEP. Em reconhecimento à importância da data, a cerimônia, realizada no Expo Trade Pinhais, reuniu cerca de 4.500 pessoas, entre empreendedores, líderes rurais, jovens agricultores aprendizes, participantes do Mulher Atual, presidentes e diretores dos sindicatos patronais e de trabalhadores rurais de todo o estado, bem como diretores e colaboradores do Sistema FAEP, Sebrae-PR, Fetaep e políticos. Os participantes puderam visitar estandes de empreendedores que já implantaram seus projetos, consistindo em uma oportunidade para a troca de experiências entre os produtores paranaenses. Também assistiram a palestras e a uma apresentação musical. No início da solenidade, o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, destacou que ao longo de duas décadas o SENAR-PR foi responsável por uma fatia do ganho de produtividade nacional. “Nestes 20 anos foram mais de dois milhões e 200 mil atendimentos e um milhão e cem mil pessoas capacitadas nas mais diversas atividades rurais, desde as mais simples até aquelas que requerem curso superior.” Lembrou ainda que mais de 18 mil trabalhadores e produtores rurais já receberam certificado do programa em dez anos. “Estes empreendedores, estes líderes sindicais, estes técnicos e parceiros estão fazendo projetos pensados, com as novas tecnologias, com o conhecimento que têm do mundo, e importantes ao desenvolvimento de nosso país”, afirmou. O presidente do Conselho do Sebrae-PR, Jeferson Nogaroli, afirmou que o programa é “uma importante ferramenta para

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ÔNIBUS GUARAPUAVA

ÔNIBUS CANDÓI

ÔNIBUS CANTAGALO


Fernando Santos/FAEP

os empreendedores rurais agregarem valor e produzirem riquezas. Esse curso é um passo a mais ao sucesso, e quem quer encontra o caminho”. Na sequência o presidente da Fetaep, Ademir Müeller, parabenizou todos os produtores pelo trabalho e pelos projetos realizados, lembrando a importância da atividade para abastecer o mercado interno e às exportações. “O Programa Empreendedor Rural permite uma visão mais real do setor, com investimentos melhor alocados em tecnologia e na administração das pro-

priedades no campo”, ressaltou. A bancada paranaense no Congresso Federal foi representada pelo deputado Osmar Serraglio, que citou o Brasil como o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, de açúcar, álcool e suco de laranja. “Os empreendedores rurais, com seu trabalho de sol a sol, são peças fundamentais na sustentação do país, que é o celeiro do mundo. Isso impulsiona a agricultura e o agronegócio.” Para a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da

Agricultura (CNA), “este é um evento de educação, de conhecimento, e isso faz o brasileiro ter a oportunidade de crescer, de vencer. Parabéns, Ágide, porque o Empreendedor Rural é copiado no Brasil pela eficiência no Paraná”. A ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, também esteve presente ao evento. Ela comentou o orgulho de ser paranaense e de fazer parte de uma família de produtores. “Me dedico ao desenvolvimento da agricultura, com apoio total da presidenta Dilma Rousseff. A agricultura gera um terço das exportações brasileiras, é um setor estratégico para o país, por isso o governo está elaborando um plano integrado de desenvolvimento que reúne vários ministérios e a participação de todos os setores produtivos. Não é um plano de gabinete”, salientou. Já o governador Beto Richa citou o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, como um “grande líder do setor rural do Paraná e do Brasil, com um trabalho competente na agricultura. E é um sucesso testemunhar o sucesso desse encontro de produtores rurais e de um programa de capacitação e desenvolvimento de lideranças. O talento de vocês à atividade produtiva recompensa toda a sociedade”.

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[Pacote de benefícios]

Acig e Sicredi firmam parceria para beneficiar empresários guarapuavanos

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conteceu no dia 27 de novembro, o evento para apresentar aos empresários guarapuavanos a parceria firmada entre a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava - ACIG e a Sicredi Terceiro Planalto. “A parceria consiste num pacote de benefícios que vai desde taxas diferenciadas no Crédito, isenção por 6 meses da tarifa de manutenção da Conta Corrente, descontos de até 50% nas operações de DOCs e TEDs feitos pela internet, até a isenção da taxa de instalação e carência de 3 meses na mensalidade da maquininha de cartões”, explicou o assessor de meios de pagamentos do Sicredi, Jairson Belisário. Para o presidente da ACIG, Elói Mamcasz, a parceria é o início de um relacionamento vantajoso para os empresários associados da ACIG e do Sicredi. Elói também salientou que a parceria irá beneficiar de forma especial as pequenas empresas que são a maioria em nosso município. O presidente da Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fiorentin, falou sobre a iniciativa de juntar as duas instituições na busca por soluções que gerem o crescimento dos associados e consequentemente da sociedade guarapuavana. “Somos instituições associativas e devemos caminhar juntas procurando soluções que auxiliem o desenvolvimento das nossas sociedades e da nossa comunidade”, e finalizou parafraseando o slogan da nova campanha institucional do Sicredi, afinal: “a vida é muito melhor quando é cooperativa”. Para saber mais sobre esta parceria o empresário pode procurar a ACIG ou uma das unidades de atendimento do Sicredi em Guarapuava na rua XV de Novembro ou em Entre Rios.

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[Tracionalismo]

Rodeio Crioulo Piquete Cacique Candói atraiu mais de 450 laçadores

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ais do que promover a prática do laço comprido, o Rodeio Crioulo Piquete Cacique Candói, contribui para cultivar as raízes tradicionalistas da região. Na 33ª edição, o evento reuniu 450 laçadores nos dias 23, 24 e 25 de novembro, no Centro de Eventos Antônio Loures Alves no município de Candói. Segundo o patrão do piquete, Gibran Thives Araújo, o evento superou as expectativas, pois atraiu laçadores não apenas da região, mas também de outros estados como Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Além disso, Gibran comenta que o evento já está consolidado no calendário de rodeios. “O evento já é uma tradição em Candói e na região”. Entre as provas realizadas estão o laço individual; laço dupla; laço equipe (10 armadas); laço piá, guria e prenda (10 armadas) e braço forte (individual); laço vaca parada (para crianças) e as finais do laço oficial. A entrega da premiação foi realizada no final do evento, no domingo, dia 25.

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Tradicionalismo Dr. Helton Damin


E é por meio do esporte do laço comprido que ajudamos a resgatar essa cultura. “As modalidades do laço oficial são regulamentadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e são várias as categorias. Existe o laço equipe que são cinco laçadores, do grupo se escolhe o melhor, até se chegar ao melhor laçador individual entre os 500. No domingo os melhores capatazes e patrões disputaram o troféu e o prêmio”. Segundo Araújo, o evento, que conta com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, contribui para incentivar a prática cultural e preservar as origens do guarapuavano e da região. “É tradicional e faz parte da história do nosso município. A região de Guarapuava se formou através da criação

de gado e das raízes tradicionalistas, é uma forma incentivarmos essa questão cultural. E é por meio do esporte do laço comprido que ajudamos a resgatar essa cultura”. O patrão do piquete reforça que o rodeio é uma oportunidade de confraternização e união da família, pois dá oportunidade de todos participarem. “Desde a vaca parada, onde crianças participam, até o laço veterano, com senhores de mais de 70 anos. O legal do esporte laço comprido é que une a família e dá condições de todos participarem, desde o avô, o pai e filho, dupla de irmãos. O objetivo maior é essa confraternização”. `

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[Soja]

Controle da Ferrugem:

a diferença está na estrobilurina.

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controle de doenças foliares da soja, especialmente da ferrugem tem sido consistentemente obtido ao longo dos anos com a aplicação de fungicidas, principalmente sua principal representante, a ferrugem da soja, causado por Phakopsora pachirhyzi. Apesar do sucesso no controle obtido com os produtos disponíveis no mercado, não é incomum perceber a variação de desempenho que os fungicidas compostos pela mistura de triazol+estrobilurina têm apresentado no controle dessa doença. Estas variações são perfeitamente compreensíveis num cenário de mudanças na sensibili-

dade dos triazóis ao fungo causador da ferrugem da soja. As mudanças no desempenho de controle podem ser notadas principalmente quando os produtos deste grupo químico isoladamente são testados. Assim a performance dos triazóis nas safras de 2003-2004 é completamente diferente à apresentada nas safras de 2011-2012. Evidentemente, neste último caso, observado em áreas experimentais, devido ao desuso da aplicação de triazóis isoladamente em nível comercial. Estão incluídos neste grupo dos triazóis os ingredientes ativos: tebuconazol, ciproconazol, protio-

Figura 1. Redistribuição das estrobilurinas em trigo utilizando oídio como patossistema indicativo (Fonte: D.W.Bartlett et al, 2000 – Pest. Manag Sci 58:649-662)

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conazol, metconazol, epoxiconazol e tetraconazol, citando somente aqueles utilizados para o controle da ferrugem em soja. Também é importante ressaltar que, sendo a resistência cruzada, a redução na sensibilidade afetou todos os triazóis, indistintamente e independentemente de terem ou não sido mais ou menos utilizados. Por outro lado, não há motivo para pânico, pois a redução da sensibilidade de Phakopsora pachirhyzi aos triazois nunca é completa e, aparentemente, está estável nos últimos anos. Frente a este cenário, como explicar a diferença de performance das

Figura 2. Fosforo imagem mostrando a redistribuição das estrobilurinas rádio marcadas em trigo após a aplicação de gotículas na área tratada 3 dias antes da leitura (Fonte: D.W.Bartlett et al, 2000 – Pest. Manag Sci 58:649-662)


diferentes misturas no controle da ferrugem da soja, uma vez que todas são compostas por triazol e estrobilurina? A resposta está na qualidade da estrobilurina que compõe a mistura fungicida. Diferentes estrobilurinas, apesar de atuarem no mesmo sítio metabólico no fungo, possuem propriedades de controle diferenciadas, que são conferidas por suas diferentes características físico-químicas. O estudo destas características, esclarecem estas atividades e correlacionam-se com os diferenciais de desempenho no controle das doenças. Para exemplificar, observando somente uma característica metabólica, que é a sistemicidade, podem-se comparar as diferentes moléculas utilizando testes biológicos simples. No trabalho clássico liderado por Dave Bartlett, foram comparadas diferentes estrobilurinas utilizando-se a cultura do trigo, e o oídio como modelo de doença, devido à facilidade de se dimensionar metricamente o controle neste patossistema. Para confirmação dos efeitos também se utilizou testes com os produtos marcados radioativamente para se acompanhar seu deslo-

camento dentro dos tecidos da planta. Neste trabalho, os produtos foram aplicados na mesma dose em uma área delimitada da folha e, posteriormente estas foram inoculadas com esporos do fungo causador do oídio. Após o desenvolvimento do sintoma, foi possível observar, pelas áreas foliares controladas, nas áreas onde o produto teve deslocamento (Figura 1). Da mesma forma, nos testes utilizando produto rádio marcado, após a leitura da concentração radioativa, 3 dias após a aplicação (Figura 2). Em ambos os testes é possível observar que a melhor translocação nos tecidos foliares dentre as estrobilurinas foi de picoxistrobina. Esta apresentou, além do movimento sistêmico, via corrente transpiratória, também o movimento via fase vapor, pela superfície foliar. A importância desta característica na eficácia de controle reside na melhor cobertura dos tecidos foliares, levando o ingrediente ativo até mesmo às áreas das folhas que não receberam o produto, bem como tecidos novos. Em condições de campo, dificilmente se obtém uma deposi-

ção perfeita da calda de aplicação. O desempenho superior e consistente apresentado por aplicações de Aproach Prima no controle da ferrugem asiática e outras doenças da soja, pode ser explicado em grande parte pela excelente mobilidade da picoxistrobina nos tecidos foliares, mas não se limita a esta característica, uma vez que esta molécula também se mostra superior na velocidade de adesão às camadas de cera da folha, velocidade de penetração, além do efeito de proteção estendida, que paralisa o desenvolvimento do fungo, mesmo após a penetração na folha e estabelecimento do parasitismo, o que nenhuma estrobilurina é capaz de conferir.

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[Imposto de Renda]

Leão quer se alimentar de soja *Cilotér Borges Iribarrem * Enio Borges Paiva *Lizandra Blass * Rafael de Freitas Bittencourt

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odos estão de olho no negócio soja, produtores rurais, industriais, empresas comerciais, chineses e também a Receita Federal. Estamos no mês de novembro, penúltimo mês do ano fiscal de 2012, portanto falta muito pouco tempo para estruturar o Imposto de Renda que vai ser declarado em 2012. Muitos produtores rurais, somente vão se preocupar com o Imposto de Renda no mês de abril, que é o período de entrega da Declaração de Imposto de Renda, mas não irão encontrar soluções técnicas que permitam pagar menos impostos, fazendo uma declaração correta. Há muito tempo a SAFRAS & CIFRAS, vem comentando em palestras, reuniões com produtores rurais, treinamentos e em artigos publicados, que a estruturação do Imposto de Renda deve ser feita durante o exercício fiscal e não no mês de abril, que é o momento somente de entregar a Declaração. Com o crescimento do valor do preço da soja, todos os elos da cadeia estão de olho neste negócio, assim como a Receita Federal. A Receita Federal tem um sistema de controle dos mais modernos do mundo e atualmente está de olho no setor do agronegócio, pois a mídia divulga como sendo um dos setores mais fortes da Economia Brasileira e o que não deixa de ser verdadeiro. Com as novas armas do Leão para cruzamento de informações, não basta a Declaração de Imposto de Renda estar “fechada”, é preciso que esteja de acordo com as demais Declarações: Nota Fiscal Eletrônica – os fornecedores de insumos e serviços para os produtores rurais, assim como os compradores dos produtos agrícolas estão sendo controlados pela Receita Federal; DIMOB, DOI – Controle dos Negócios

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Imobiliários – na compra e venda de terra, os cartórios são obrigados a informarem estas operações para a Receita Federal; DIMOF – documento que os Bancos utilizam para informarem a movimentação financeira do contribuinte à Receita Federal, cujo controle anteriormente era feito através da CPMF; Municipalização do Imposto Territorial Rural (ITR) – A partir do convênio formalizado entre a Receita Federal e as Prefeituras Municipais, o ITR passa a ser 100,00% receita do município e a contrapartida é que os municípios têm que atualizar o valor das terras e fiscalizar como está sendo declarado o ITR. Este convênio muda totalmente o valor da terra nua que deve ser declarado no ITR, mas principalmente indica o valor mínimo pelo qual deverão ser feitas as escrituras de compra e venda de terras; SPED Fiscal – informações que são prestadas à Receita Federal em tempo real. Portanto não basta mais somente

estar fechada a Declaração de Imposto de Renda, pois suas informações são cruzadas com os dados dos documentos que acabamos de ver. É evidente que a maioria da população não gosta de pagar impostos, pois estes são individualmente os custos mais altos na vida das empresas e das pessoas. São situações bastante diferentes, não querer pagar impostos e ter que pagar os mesmos. O que os produtores rurais precisam, é ser orientados de como podem pagar menos impostos, utilizando os procedimentos técnicos corretos que levem à legalidade e à seriedade das informações. O bom momento que esta vivendo a maioria da agricultura brasileira, fruto do esforço do produtor rural brasileiro e da conjuntura internacional, fez com que os resultados econômicos dos negócios agrícolas aumentassem e certamente parte deles o Leão quer abocanhar, agora ou mais adiante.


Não existe mágica para que isto não aconteça, existem técnicas que poderão diminuir o tamanho da mordida do Leão. A seguir faremos alguns questionamentos: É possível comprar terra sem pagar Imposto de Renda? Se o valor desembolsado na aquisição da terra, não é despesa para o Imposto de Renda, a aquisição deste bem só pode ter sido feito com o lucro do negócio e este vai ser tributado. É possível comprar terra, tendo hoje o SPED Fiscal sem que o comprador do imóvel pague Imposto de Renda? Considerando que o vendedor da terra, tenha vendido toda a propriedade ou tenha terra em outro município que não seja o mesmo da venda, como poderá este produtor vender, por exemplo, soja recebida pela venda da sua terra, utilizando-se do benefício de produtor rural para fins de Imposto de Renda? A resposta é não, portanto quem comprou terra também não poderá se beneficiar de entregar a soja em nome do vendedor da área. A consequência da dificuldade de executar esta operação, é que o vendedor da terra, certamente ter á que pagar o Imposto do Ganho de Capital (Lucro Imobiliário) e o comprador da terra terá que pagar Imposto de Renda, pois o valor desembolsado na aquisição é lucro e vai ser tributado. Atualmente temos assessorado produtores rurais que estão sendo fiscalizados por esta operação em virtude do desconhecimento dos mesmos.

da pelos próprios filhos por já terem explorações agrícolas ou por empréstimos oriundos dos pais. Pais, quando fazem empréstimos para os filhos adquirir terras, também tem que ter em suas declarações de Imposto de Renda disponibilidade de recursos financeiros para tal. Existem outras formas bem mais vantajosas de pais ajudarem os filhos a adquirirem terras que não é através da forma que acabamos de ver, mas, que não faz parte do conteúdo deste artigo. Sociedade de pais e filhos? Quando existe sociedade na exploração agrícola de pais e filhos, na grande maioria das vezes é feita na Pessoa Física, o que já é um bom início da relação comercial, família x negócio. A sociedade familiar, quando construída e regrada em cima de princípios que levem a separar bem o que é família do que é negócio, ajuda muito a boa convivência familiar e o crescimento da empresa, além de já estruturar o processo de sucessão. O ideal hoje é que a sociedade familiar seja estruturada em cima de um mix de pessoa jurídica e pessoas físicas, o que facilita o regramento da relação, família x patrimônio x negócios, num formato de sociedade empresarial familiar. O resultado da sociedade é: a boa convivência familiar, o crescimento econômico e financeiro da empresa e a continuidade da mesma sem fracionamento após o desaparecimento dos fundadores. Existem vantagens tributárias nesta

nova relação societária, família x patrimônio x negócio, mas não é o objetivo principal. Podemos diminuir a fome do Leão? Assim como no início deste artigo onde vimos o Leão chegando com a mala junto de um produtor rural de soja totalmente desorganizado na sua documentação e com um apetite enorme em levar parte da renda, agora estamos vendo o Leão voltando com a mala vazia e o produtor feliz por poder demonstrar que a sua documentação estava organizada e correta. Neste artigo, podemos ver que é possível o Leão se alimentar somente de pequena parte da nossa soja, pois existem informações e técnicas que permitem legalmente o produtor rural diminuir a sua carga tributária. Os produtores rurais brasileiros devem cuidar da parte tributaria do seu patrimônio e de seus negócios, como tão bem cuidam de suas lavouras. A tecnologia das máquinas, equipamentos, defensivos, sementes e fertilizantes evoluíram muito, mas também se modernizaram as tecnologias utilizadas pelos órgãos arrecadadores e fiscalizadores de impostos. Produtores rurais: existem soluções técnicas que permitem melhorar consideravelmente a Organização Societária Fiscal e Tributaria do Patrimônio e do Negócio. Basta que estas orientações sejam buscadas junto a profissionais que tenham conhecimento técnico e principalmente que conheçam os negócios do meio rural.

O que muda com a municipalização do ITR na compra de terras? Como vimos anteriormente as prefeituras que fizeram o convênio com a Receita Federal, e que são a maioria onde estão os municípios agrícolas do Brasil, estão atualizando o valor da terra, o que lhes proporciona maior receita de ITR e de ITBI. A consequência para os produtores rurais é que terão que pagar um maior valor de ITR e de ITBI. Compra de terras no nome dos filhos é possível? Analisando unicamente como referência a parte tributária, é possível comprar terras em nome dos filhos, desde que os mesmos tenham origem fiscal em suas Declarações de Imposto de Renda. Esta origem fiscal pode ser origina-

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[Sindicato Rural de Pinhão]

Batendo o estrivo rumo à tradição

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avalgar lentamente, no ritmo de um tempo antigo, entre rodovias, trilhas, serras e fazendas. Reviver uma época de desbravar caminhos que, mais tarde, desenhariam cidades. Reencontrar amigos como quando a vida seguia no espaço de tarde longas. Pais, filhos. Gerações num diálogo de palavras mansas, palavras que contam de histórias do passado. Tudo isso, e mais a liberdade dos ares da natureza, fazem dos trajetos das tropeadas da Associação Batendo o Estrivo, de Pinhão (PR), um caminho em que, lado a lado, jovens de idade e jovens de coração encontram um instante para renovar sua amizade e seu apreço por uma tradição que ajudou a construir nosso país. Tradição que vai se consolidando no município, segundo contou à Revista do Produtor Rural, o presidente da associação, Cláudio Kempf Fath, pouco an-

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tes do início de uma das mais recentes cavalgadas, no dia 17 de novembro. Se, conforme frisou, “os tropeiros já existiam antes” da associação, fundada por volta de 2006, neste ano ele calcula que os cerca de 50 participantes ativos (de um total de 87 membros) promoveram uma média de aproximadamente um passeio por mês. Naquele dia, com ponto de encontro numa área próxima à PR 170, no início da tarde, a tropeada seguiria um itinerário mais breve, em torno de 25 quilômetros. Partindo da cidade de Pinhão, os cavaleiros atravessaram localidades rurais como Santa Terezinha, Faxinal das Porteiras, Pedra Grande e Volta Grande – um roteiro em que, por vezes, a estrada de chão mais parece uma trilha a descer pirambeiras em curvas e mais curvas. O destino, a Fazenda Baú, não se escolheu por acaso. O presidente da associação

explicou que aqui também é a amizade que define a direção: de acordo com ele, em várias das tropeadas, um produtor rural, que esteja completando aniversário, solicita para aquela ocasião a presença dos tropeiros em sua propriedade. O grupo se reúne e se faz presente. E não é só. Além de marcar presença, os cavaleiros preparam um jantar para o aniversariante. Após o pernoite na fazenda, no dia seguinte, é o proprietário que oferece aos tropeiros um almoço, que, nas palavras de Fath, em geral, é o tradicional churrasco, ou uma boa costela de dois fogos. Desta vez, o aniversariante era Felipe Lupepsa, que, na fazenda, aguardava pelos tropeiros, providenciando os preparativos para o encontro. Fath destacou ainda que, em alguns casos, a cavalgada pode ser ainda mais extensa, lembrando o passeio ocorrido


Fath: “O Brasil começou em lombo de mula”

no dia 17 de fevereiro deste ano, que, com saída também em Pinhão, teve como destino a localidade de Pinhalzinho. Em sua estimativa, foram cerca de 65 quilômetros, percorridos entre uma sexta-feira e um domingo. Na opinião dele, o mais importante é a união em torno do resgate de uma tradição: “O nosso Brasil começou no lombo de mula”, recordou. A integração de gerações é outro ponto importante: “Acho bonito que as crianças e os jovens participem”, comentou, referindo-se à presença dos mais jovens. “Mais tarde, eles vão ter história para contar”, completou. Um dos participantes da tropeada, Arison Ferreira, que há seis anos acompanha os passeios a cavalo, contou que, volta e meia, as cavalgadas locais ganham a presença de outros admiradores da tradição. Tropeiros que vêm de municípios como Mangueirinha e Laranjeiras do Sul. “A gente faz hoje por esporte o que antes era o dia a dia das fazendas”, comentou ele antes do início do passeio. Na Fazenda Baú, Felipe confirmou que essa tradição, afinal, não está assim tão distante no tempo e no espaço. Criador de gado, há uma década participando das cavalgadas, ele relatou que até “há uns seis anos”, ainda utilizava os cavalos para tocar o rebanho, de uma propriedade para outra, numa distância de nada menos do que 30 quilômetros. A seu ver, hoje, os encontros são oportunidade de recordar o tradicionalismo dos tropeiros, conversar e contar causos – como na tropeada em que participou, em agosto, quando se percorreu em torno de 18 quilômetros rumo à localidade de Limeira. Mostrando na prática que tradição se passa de geração em geração, ele, entre um e outro preparativo, acompanhava os progressos da filha Rafaela, de 11 anos,

Felipe: observando com alegria que a filha, Rafaela, 11, leva jeito para preservar a tradição das tropeadas

que prosseguia aprendendo a andar a cavalo. Medo? Nenhum. Sobre um animal manso, a menina, sorrindo, se mostrava tranquila, ansiosa por se aperfeiçoar. “O importante é não deixar morrer a tradição das tropeadas”, observou Felipe, complementando que, em sua avaliação, atualmente, no Pinhão, “o povo está se voltando mais para isso”. E se tantos sentem gosto em reviver aqueles antigos costumes, um dos maiores atrativos das tropeadas tem sido o próprio sabor da tradição, expresso no resgate de pratos simples, campeiros, mas nem por isso menos deliciosos: arroz carreteiro, quirera e feijoada. Na Associação Batendo o Estrivo, um dos responsáveis pela preparação do cardápio que renova a energia dos cavaleiros é peça fundamental de qualquer passeio: José Carlos Amaral, ou “Risadinha”, como ele mesmo faz questão de frisar, com uma risadinha, revelando o carinhoso apelido pelo qual é conhecido entre os companheiros. É ele quem comanda a elaboração dos pratos que farão a alegria de tantos jantares. E com uma autoridade

reconhecida por aqueles que já comprovaram seus talentos junto ao fogão. Para “Risadinha”, ao lado do encontro com amigos, preparar aquelas receitas, com entusiasmo e esmero, é também uma maneira de trazer de volta ao presente realidades que faziam parte do agora distante tempo do Brasil tropeiro. Bom para quem pode conhecer o sabor de um tempo em que o tempo caminhava mais devagar. Bom para a tradição,que além de corpo, ganha alma – para o ano que vem, a associação pretende continuar promovendo as tropeadas. Estradas de chão, trilhas e serras de Pinhão continuarão a ver passar, no ritmo das horas, jovens de idade e de coração, unidos pela tradição. Texto e fotos: Manoel Godoy/SRG

“Risadinha. Capricho no preparo de pratos bem tropeiros, para a alegria dos participantes dos passeios a cavalo

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[Campanha Imposto Beneficente]

Agora ficou mais fácil Sueli Karling Engenheira agrônoma, Mestre em Economia, Doutora em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná

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no a ano a prática da destinação de imposto de renda vem sendo facilitada. Uma vez que o número de contribuintes que destinam aumentou, cresceu também a disseminação da idéia e consequentemente a credibilidade desta ação. Uma das facilitações consiste na flexibilização do prazo da destinação. A Lei Ordinária 12.594 alterou o prazo de destinação para Pessoas Físicas. Caso desejem efetuar a destinação entre 01 de janeiro e 30 de abril de 2013, as Pessoas Físicas ficam limitadas a 3% do Imposto de Renda devido, desde que o somatório com as destinações efetuadas no ano

anterior não ultrapassem 6% do imposto. Portanto, é possível a destinação total até 30 de dezembro, mas não é permitido o pagamento integral em 30 de abril. Esta mudança, na prática, permite ao contribuinte destinar no mês de dezembro o valor baseado na projeção do imposto a ser pago. Já no mês de abril o percentual restante do que é permitido destinar, 3%, já está efetivamente calculado. Mais um facilitador: na guia do depósito já consta o número do CNPJ do recebedor, que agora é o COMDICA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). No caso de

destinação casada, é necessário fazer a opção por uma das entidades abaixo relacionadas a ser beneficiada. O COMDICA se encarregará de distribuir tanto as destinações casadas como o rateio dos recursos destinados de maneira não casada. Portanto, é muito simples: basta preencher a guia fornecida pelo COMDICA, com o nome do contribuinte, CPF/CNPJ e efetuar o depósito no banco indicado. Lembrando sempre que estas movimentações financeiras são devidamente fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União e podem ser acompanhadas por qualquer cidadão que queira checar o destino destes recursos.

declaração que permite utilização das deduções legais. Pessoas Jurídicas tributadas pelo lucro real podem destinar 1% do imposto de renda mensal, trimestral ou anual. Cabe aqui um apelo sentimental, a fim de sensibilizar os leitores da grandeza deste gesto: reserve uns instantes da sua rotina e faça uma visita a qualquer uma das entidades citadas, inteire-se das dificuldades que elas enfrentam diariamente, ou ainda, acompanhe mesmo que à distância, as precárias condições de vida das

crianças que dependem destas instituições. Eu garanto que o gesto de destinar passa a ser EXTREMAMENTE FÁCIL. Portanto, transferir um recurso que dificilmente saberemos o emprego quando enviado ao governo federal para uma entidade que, sabidamente, fará uso com sabedoria, é um ato no mínimo inteligente. No município de Guarapuava existem 10 entidades registradas no COMDICA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), legalizadas, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal no 8069/90). São elas: • Associação de Pais e Amigos do Deficientes Visuais – APADEVI • Associação de Amigos da Pastoral da Criança – AAPAC • Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE • Associação Canaã de Proteção aos Menores • Associação Beneficente das Senhoras de Entre Rios • Caritas Socialis • Centro Educacional João Paulo II • Centro de Nutrição Renascer • Instituto Educacional Dom Bosco • Fundação Proteger

Guia do COMDICA A primeira via (branca) fica com o contribuinte para a declaração do Imposto de Renda, a segunda via (verde) fica retida no banco e a terceira via (amarela) deve ser enviada para o COMDICA.

Lembrando: Pessoas Físicas podem contribuir com até 6% do total do Imposto de Renda devido, desde que optantes pelo modelo de

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gricultura é mais do que máquinas. Por isso desenvolvemos para sua propriedade o que há de mais moderno em maquinário agrícola. Colheitas são mais do que números. Por isso, vibramos quando seu coração vibra diante de uma boa safra. Assim como você, somos aquilo que sonhamos. E não nos cansamos de sonhar que a sua realidade seja igual a tudo o que você sonha. Inovamos na coragem de ousar novas tecnologias. Porque boas safras revelam a verdade generosa da terra. E essa verdade espelha o nosso compromisso de ontem, hoje e sempre.

s a r f a s s Boa 013! em 2

FONE: (42) 3629-8900 Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277 Km 341,7 - Guarapuava - PR

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[Literatura/Agronegócio]

Livro Doutor Agro traz uma reflexão da importância do agronegócio brasileiro para o mundo Obra já está em sua segunda edição e cerca de 10 mil cópias já foram vendidas; presidente da FMC, Antônio Carlos Zem, fez o prefácio a convite de Marcos Favas Neves, autor do livro.

“O

Brasil será o principal fornecedor de alimento do mundo”. Essa é a afirmação do autor da do livro Doutor Agro e professor titular da FEA/USP Marcos Fava Neves ao dar uma reflexão sobre um dos temas abordados em sua mais nova obra. Doutor Agro é da Editora Gente e apresenta o desempenho do agronegócio brasileiro e o respeito mundial conquistado ao longo de 20 anos, por meio de artigos que Fava Neves publicou em importantes veículos de comunicação. O prefácio foi escrito pelo presidente da FMC Corporation América Latina, Antonio Carlos Zem, a convite do próprio autor. Zem destacou a importância da obra: “O livro aborda questões práticas, como a necessidade de alto desempenho para o aumento significativo na produção nacional, o acesso ao mercado asiático, entre outras”, ressalta o presidente da FMC. “Mas também traduz de forma muito coerente aquilo que estamos buscando nos nossos diálogos com a sociedade, demonstrando como o setor vem se estruturando e se fortalecendo progressivamente ante o desafio do crescimento e da busca pela sustentabilidade”, completa. Zem destaca ainda que a FMC, como líder nacional do setor de defensivos agrícolas para o setor de bioenergia, não podia deixar de apoiar uma iniciativa como esta. “Um livro louvável e de grande contribuição para o melhor conhecimento e entendimento desse setor. O futuro se abre; os pessimistas serão perdedores, e o Brasil e o agronegócio, triunfantes”, escreveu Zem.

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Fava Neves explica o diferencial do Doutor Agro: “A obra tem uma escrita simples e acessível, para que qualquer pessoa que se interessar possa entender mais desse setor tão importante para o Brasil. Conta também com textos curtos que levam a reflexões e conscientização da importância econômica do setor para os brasileiros, inclusive com propostas de agenda para o País”, explicou. Doutor Agro já vendeu cerca de 10 mil cópias e está em sua segunda edição. Interessados podem encontrar o livro nas principais livrarias do País ou podem adquirir pelo site da Editora Gente (www.editoragente.com.br). Para compras empresariais acima de 100 unidades, entrar em contato com Mariela, pelo telefone (16) 3456-5555.

Sobre Marcos Fava Neves Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/ USP em 1991, Mestre em Administração (Estratégias de Arrendamento Industrial, FEA/USP,1995) e Doutor em Administração (Planejamento de Canais de Distribuição, FEA/USP, 1999). Pós-Graduado em Agribusiness & Marketing Europeu na França (1995) e em Canais (Networks) de Distribuição na Holanda (1998/1999). Livre-Docente(Planejamento e Gestão Estratégica Dirigido pela Demanda (2004). Coordenador do PENSA – Programa de Agronegócios da USP (planejamento estratégico para empresas e sistemas produtivos de 2005 a 2007) e criador do Markestrat (Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estrategia), realizando 50 projetos e 300 palestras no

Marcos Fava Neves

Brasil. É autor/co-autor e organizador de 17 livros no Brasil, Argentina e União Européia. Sua obra caracteriza-se pela proposta de métodos (frameworks) para solução de problemas empresariais e pela inserção internacional. Esteve em mais de 60 Congressos no exterior e realizou mais de 70 palestras internacionais. Tem 70 artigos publicados em periódicos internacionais e anais de reuniões científicas, e 45 artigos publicados em revistas indexadas no Brasil. Participou de mais de 50 bancas no Brasil e orientou 15 trabalhos de mestrado e doutorado. É especializado em planejamento e gestão estratégica.


Sobre a FMC A FMC Corporation é uma companhia química americana que atua globalmente há mais de um século com soluções inovadoras, aplicações e produtos de qualidade nos diversos setores como agrícola, industrial, ambiental e de consumo. A empresa emprega cerca de cinco mil pessoas e está presente em 34 países. Em 2011, a FMC teve seu faturamento anual de aproximadamente US$ 3,4 bilhões e opera seus negócios em três segmentos: produtos agrícolas, químicos especiais e produtos químicos industriais. No Brasil, a FMC Agricultural Products, uma das principais empresas do segmento de defensivos agrícolas do País, está sediada em Campinas (SP). Com uma extensa linha de produtos para controle de pragas, plantas daninhas e doenças em culturas como algodão, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, citros, milho, soja, tabaco, tomate, entre outras, a FMC vem reforçando sua posição no mercado de produtos voltados ao cultivo de grãos, HF, Café e Citrus. Com faturamento anual de US$ 600 milhões em 2011, a FMC Agricul-

tural Products é focada em nichos de mercado nos quais a liderança é conquistada por meio de investimentos em pesquisa, orientação ao cliente, novas tecnologias, segurança e, principalmente, em pessoas motivadas e predispostas em se inovar e se superar. Até 2014, a empresa lançará mais de 40 novos produtos, cujos registros já estão em andamento. A expansão do portfólio faz parte dos investimentos da empresa em tecnologia em prol de melhor rentabilidade na produção agrícola. Dentro de quatro anos, a empresa visa dobrar seu faturamento anual. A empresa se destaca por ser ágil, dinâmica, focada em antecipar as necessidades dos clientes, no resultado dos negócios, e na sustentabilidade social e ambiental das comunidades onde está presente. FMC. Uma empresa que se propõe sempre a Fazer Mais pelo Campo e acredita que o seu sucesso está no sucesso de todos os elos da cadeia: clientes, colaboradores e fornecedores.

Capa do livro que já está na 2ª edição


[Meio ambiente]

Encontro Paranaense reuniu conselheiros de Áreas de Proteção Ambiental Nos dias 27 e 28 de novembro foi realizado o 1º Encontro Paranaense dos Conselheiros das Áreas de Proteção Ambiental (APA´s) Estaduais no município de Guaratuba. O objetivo foi promover uma maior a aproximação e integração entre os conselhos, para que haja uma troca de experiências visando proteger a fauna e flora, bem como a diversidade biológica e incentivar a sustentabilidade. A reunião discutiu temas como a Lei nº 12.651, de 25/05/12, que fala sobre a proteção da vegetação nativa, ICMS Ecológico e possíveis articulações visando potencializar a aplicação de seus recursos. Além disso, foi debatido sobre o Plano Estadual de Turismo, produtos florestais não madeireiros, novo marco regulatório do DNPM, gargalos e operacionalização das câmaras temáticas, entre outros. Durante o encontro, também houve exposição de painéis de trabalhos de acadêmicos realizados nas APAs. O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e conselheiro da APA Serra da Esperança, Anton Gora, participou do encontro. Segundo a organização do evento, a reunião representa um novo passo na construção da gestão participativa das Unidades de Conservação.

[Mensagem]

Robertinho deseja Feliz Natal O morador de Entre Rios/Guarapuava, Roberto Leonardo Müllerleily, gosta de participar de todos os cursos e eventos que o Sindicato promove ou apoia. “Os últimos eventos foram o WinterShow e o Dia de Campo Florestal que gostei muito e aprendi bastante”. Ele revela que coleciona objetos que recebe nos eventos do Sindicato, já são 1073 bonés, 20 chapéus, 121 blocos, 188 canetas, entre outros. Müllerleily relata que o Sindicato é mesmo a casa do produtor e que ele sempre passa para visitar a entidade, ao menos, para cumprimentar as pessoas. Ele deixa uma mensagem de Feliz Natal a todos seus amigos, a família, e colegas das revendas. “Queria deixar uma mensagem de Feliz Natal para minha mãe dona Catarina, meu irmão Adalberto, minha irmã Sandra e meu cunhado Alfredo. Também para o pessoal da Cooperaliança, a Adriane Azevedo, Roberto Motta, Edio Sander e ainda, os colegas da Manah, Deragro, Zeagro, Agropantanal e, é claro, para todos do Sindicato Rural”.

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[Nutrição vegetal ]

Produzir mais,

com menos, sempre A

s estimativas para a safra 12/13 voltadas para os grãos, em geral, são extremamente positivas, com crescimento na área plantada e na produção, consequência dos excelentes preços, que para algumas culturas, bateram recordes históricos na safra 11/12. Ou seja, o cenário agrícola dessa safra está extremamente oportuno para investimentos na lavoura, de modo a obter um sistema de produção altamente produtivo, lucrativo e sustentável, que é o principal objetivo da agricultura mundial. A obtenção de altas produtividades é o resultado de uma sequência de decisões assertivas, que começa com a escolha das sementes (material genético) e práticas de manejo, que em sua maioria,

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visam adequado estabelecimento da lavoura e manejo de plantas invasoras, pragas e doenças, o que pode representar até 80% do custo de produção agrícola. Ao mesmo tempo, sabemos que o sucesso do agricultor, também, depende grandemente das condições climáticas, às quais podem ser extremamente desvantajosas e causar perdas severas em produtividade, especialmente, se tais condições coincidirem com a época de florescimento e formação de frutos (vagens), chamada de fase reprodutiva. É sabido que, as plantas quando na fase reprodutiva tornam-se ainda mais suscetíveis aos inúmeros fatores estressantes, não apenas ligados ao clima, mas a pragas e doenças, também, ocasionan-

do perdas que podem chegar a até 70% do potencial produtivo. Por isso, é relevante a adoção de tecnologias e práticas de manejo na fase reprodutiva de forma a justificar todo o alto investimento que o agricultor faz para estabelecimento da lavoura e possa confirmar, na colheita, as altas produtividades almejadas. O foco do agricultor na fase reprodutiva tem que estar em tecnologias que ajudem as plantas a reagir melhor às condições estressantes, permitindo que estas segurem mais frutos (vagens) por planta, que resistam melhor às doenças e tenham condições de encher melhor os grãos, impactando diretamente na produtividade.


Com base em todos esses desafios e no conhecimento técnico-cientifico das necessidades para se produzir mais, a Stoller do Brasil, após anos de pesquisas oficiais e demonstração da eficácia a campo, oferece hoje a SOLUÇÃO 4F – Florada Firme, Fruto Forte. A SOLUÇÃO 4F consiste em um conjunto de soluções fisiológicas e de nutrição e defesa, visando: • Maximizar ganhos (expressão do potencial genético), também, na florada; • Minimizar estresses; • Confirmar altas produtividades, justificando todo o investimento que o agricultor faz na lavoura. Isso é possível acrescentando as tecnologias STOLLER, que em 3 etapas: 1) promovem maior fixação de flores e frutos; 2) fortalecem a resistência das plantas às doenças; 3) contribuem para melhor enchimento de grãos. Dentro da primeira estratégia que compõem a SOLUÇÃO 4F, a fixação de flores e frutos (vagens), sabe-se que a quantidade e qualidade dos grãos co-

lhidos são altamente dependentes de adequados equilíbrios hormonal e nutricional. Com soluções fisiológicas e nutricionais é possível sim minimizar estresses e garantir que maior número de flores se transforme em frutos (vagens), permitindo melhores colheitas ao final. É na fase de florescimento e formação dos frutos (vagens) que tanto as condições climáticas, devido a maior umidade e elevação da temperatura, quanto o alto índice de enfolhamento das plantas fazem com que a pressão de doenças seja maior, causando grandes perdas, mesmo com excelentes fungicidas disponíveis no mercado e amplamente utilizados em agricultura. Manejando as plantas nutricionalmente, especialmente, com micronutrientes, pode-se favorecer a produção de compostos naturais de defesa pelas próprias plantas. Combater doenças não é uma tarefa fácil, exige combinar estratégias e a proposta é combinar o manejo nutricional, para fortalecer as defesas naturais das plantas, ao manejo com defensivos (fungicidas) para o controle do agente causador da doença. Além de cuidar para ter mais frutos (vagens) por planta e menor severidade de

doenças, é fundamental para obtenção de altas produtividades, garantir maior peso de grãos. Para isso, dentro da SOLUÇÃO 4F inseriu-se um conjunto de tecnologias inovadoras, algumas recém-lançadas no mercado agrícola brasileiro, que visam manter alta atividade da planta nessa etapa do seu ciclo, cooperando de forma que os alimentos que estão nas folhas sejam drenados de forma mais eficaz para os frutos, melhorando peso e qualidade. O caminho para obtenção de altas produtividades deve passar sim, por todas as etapas importantes de estabelecimento da lavoura, já mencionadas nesse artigo, mas devem contemplar, além disso, a adição de tecnologias que permitam plantas mais eficientes durante as etapas de florescimento e frutificação. Somente assim, todas as oportunidades serão muito mais bem exploradas para que o agricultor possa obter altos rendimentos com maior retorno econômico. Produzir mais por unidade de área (maior produtividade), com menos investimento por unidade produzida (melhor relação custo/benefício) e sempre, ano após ano, é o caminho para o sucesso da agricultura.

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[Interatividade]

Sindicato Rural Responde A partir dessa edição, teremos o espaço “Sindicato Rural Responde”, visando o esclarecimento de dúvidas dos associados sobre assuntos pertinentes à agropecuária. O questionamento deve ser encaminhado pelo produtor rural via e-mail (comunicacao@srgpuava.com.br). Em seguida, o departamento de comunicação do Sindicato Rural estabelece contato com profissionais da área para fornecer a resposta ao associado, com publicação neste espaço.

Associado: Sabemos que o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), emitido pelo INCRA, obriga a todos os proprietário rurais, de domínio útil ou possuidores a qualquer título, bem como parceiros, arrendatários e comodatários a se cadastrarem no INCRA. Após o cadastro o proprietário obterá o respectivo certificado de Cadastro de Imóvel Rural, sem o qual não poderá, sob pena de nulidade, desmembrar, hipotecar, vender ou prometer em vendas os imóveis rurais. O não georreferenciamento implica no cancelamento do CCIR do imóvel rural. A informação que temos é que os proprietários de imóveis rurais de 250 a 500 ha que precisam realizar qualquer situação de transferência da propriedade serão obrigados a fazer o georreferenciamento a partir de novembro de 2013. No caso de imóveis com área acima de 500 ha o georreferenciamento já é exigido para o CCIR desde 2008. No entanto, temos dúvida sobre a questão: o produtor rural com área maior que 500 ha e que não tem a intenção de desmembrar, hipotecar ou vender o imóvel é obrigado a fazer o georreferenciamento para atualizar o CCIR? Ou seja, ele vai ter que “gastar” R$ 20 mil, por exemplo, com o georreferenciamento, caso contrário, não consegue atualizar o CCIR?

Resposta da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP): Esclarecemos que conforme Instrução Normativa de nº 66, de 30/12/2010, somente será exigida a apresentação de plantas e memoriais descritivos previstos no caput desse artigo. De acordo com a norma Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais e legislação de regência, quando a atualização cadastral requerida versar sobre alteração de área registrada em caso de desmembramento, remembramento, parcelamento ou qualquer outra situação de transferência de domínio do imóvel rural, inclusive naquelas originadas de ações judiciais e inventário ou partilha administrativa, em que o georreferenciamento do imóvel já é exigido na forma da Lei nº 10.267/2001, regulamentada pelo Decreto nº 4.449/2002, e escalonamento atualmente vigente, alterado pelo Decreto nº 5.570/ 2005. Diante do exposto e de acordo com a legislação vigente, os proprietários de imóveis rurais com áreas acima de 500,0 ha, e que não tem a intenção de desmembrar, hipotecar ou alterar área e titularidade, não estão obrigados de fazer o georreferenciamento, mas sim uma atualização cadastral somente.

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“Que as realizações alcançadas este ano, sejam apenas sementes plantadas, que serão colhidas com maior sucesso no ano vindouro” O Grupo AG Teixeira deseja a todos os clientes/fornecedores, parceiros e colaboradores um Feliz Natal e um ano novo cheio de conquistas.

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[Jantar beneficente]

III Noite das Batatas reuniu mais de 300 pessoas

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terceira edição da Noite das Batatas, promovida no dia 10 de novembro, no salão da Catedral, pelo grupo de jovens Rotaract Club de Guarapuava, com o apoio do Sindicato Rural, atraiu mais de 300 pessoas. Durante o evento foram servidas 12 receitas diferentes como lasanha, pirogue, nhoque, batata salsa entre outros. O jantar beneficente arrecadou recursos para desempenhar projetos sociais executados pelo Rotaract, bem como o envio de verbas para a Fundação Rotária do Rotary Internacional, fundo destinado aos projetos realizados em todo o planeta. Além disso, o evento busca incentivar o consumo da batata em nossa região, cultura economicamente importante para a cidade. O presidente do Rotaract Club Guarapuava, Djalma Fonseca Caldas Neto disse que a Noite das Batatas é a cada ano aprimorada para melhor atender os convidados e comenta sobre a realização do evento. “O projeto já iniciou ambicioso há três anos e hoje está no calendário dos jantares tradi-

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cionais da cidade”. Além do jantar, houve sorteio de brindes aos participantes e o show do grupo musical da Musa. Segundo o coordenador do evento, Bruno Silvestri, diretor da Comissão de Serviços de Finanças do Rotaract Club de Guarapuava, o sucesso do evento se deu pelo espírito de equipe, apoio dos patrocinadores e comunidade. “O Rotaract Club de Guarapuava agradece a todos que colaboraram com a terceira edição do evento que já é tradicional perante a família guarapuavana, prestigiando produtores locais e fomentando projetos sociais, por meio da Fundação Rotária”. O evento contou com o apoio da Basf, Guará Campo, Colégio Lobo, Pigalle, Larissa Hauagge Arquitetura, Diolaser, JV Vidraçacaria, Full Z, Agropantanal, Zé Agro, Innovare, Aeagro (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava), Agrária, Faculdades Guairacá, Distribuidora de Bebidas Bahia, Studio Personal, Restaurante Guairacá, Casa Flor e Extintores São Cristovão.

Rotaract Club de Guarapuava O Rotaract Club é um dos programas do Rotary Club Internacional destinado a jovens de 18 a 30 anos, que pretendem atuar como lideranças e desenvolver projetos sociais. Os clubes se dedicam a prestar serviços humanitários e ao desenvolvimento profissional de seus membros. Em Guarapuava, o clube atua há mais de três anos e já desenvolveu dezenas de projetos em prol da comunidade. De acordo Caldas Neto, a Noite das Batatas é o maior e mais importante evento realizado pelo clube. “A importância da realização do evento é que além de custear todos os nossos outros projetos, o jantar envolve a participação de cada um dos 26 associados, desde a escolha e preparo de receitas, venda de ingressos, divulgação, até a recepção e atendimento aos convidados no dia do evento”, declara.


[Digilab]

Tecnologia de identificação de pragas da BASF ganha três novos módulos Ú Serviço oferecido pela empresa chega aos tablets com lupa de 200 vezes de aumento Ú Non Crop e nematóides são as novidades para a versão em computadores

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a esteira da conectividade e mobilidade, a BASF lançou no último mês de outubro em Campinas (SP) durante o Top Ciência a versão do serviço Digilab para tablets. O evento premiou os melhores trabalhos científicos voltados ao aumento da produtividade sustentável na agricultura, desenvolvidos no último ano. Na ocasião os participantes puderam conhecer três novidades do consagrado serviço Digilab. Na primeira, o serviço foi estendido aos tablets, no qual vai dispor de uma de lupa acoplada via wireless (sem fio) que proporciona um aumento de até 200 vezes para a visualização de pragas, doenças e ervas daninhas na lavoura. Dessa forma, oferece mais mobilidade dos diagnósticos no campo. Já a novidade nos outros dois módulos – ambos voltados para computador - está no fato da ampliação da cobertura: em um deles poderá ser feita a identificação de nematóides – parasitas de plantas que vivem no solo e na água e causam dano às plantas; e também em Non Crop, área da BASF que concentra soluções de manejo em ambientes não agrícolas. A versão do serviço para tablet une a mobilidade do aparelho com o conteúdo do Digilab 2.0 disponível para os computadores, o que a torna mais completa e assertiva. Com o uso da lupa de 200 vezes de aumento via

Dieter Schultz, gerente de Serviços e Sustentabilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF

wireless (sem fio) os usuários terão uma versão com número superior de imagens de banco de dados, conteúdo explicativo e informativo, localização georreferenciada, mapa de ocorrências próprio e personalizado, consultoria de técnicos da BASF e, consequentemente, mais mobilidade em seus diagnósticos quando comparado ao Digilab tradicional, agilizando o trabalho de assistência técnica no campo. Já o Digilab 2.0 para nematóides atuará por meio da captura da imagem da planta e do sistema de inteligência do serviço que identificará os parasiRevista do Produtor Rural

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tas, incluindo a espécie e informações sobre sintomatologia, ciclo de vida e recomendações. Para Non Crop o foco serão as pragas urbanas, como ratos, batatas, percevejos, entre outros. “O Digilab vem se tornando cada vez mais completo, atendendo uma gama maior de clientes a fim de auxiliar na identificação dos problemas e mostrando caminhos para um diagnóstico mais assertivo e racional rumo a uma agricultura mais sustentável”, argumenta Dieter Schultz, gerente de Serviços e Sustentabilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF.

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Diagnóstico cada vez mais preciso A tecnologia tem origem no serviço Digilab, oferecido pela empresa desde 2009 e que consiste em um microscópio digital capaz de capturar e aumentar a imagem em até 200 vezes junto a um software, que conta também com um vasto banco de dados e imagens das principais doenças, pragas e plantas daninhas. Em sua última versão, o Digilab 2.0, possui uma interface que está mais ágil e amigável, além de dispor de um GPS acoplado ao hardware

que possibilita o georreferenciamento das lavouras. O Digilab 2.0 oferece mobilidade e rapidez. Já sua versão mobile, proporciona paralelamente um manuseio mais simples, preciso e com maior agilidade. “Com esse serviço pioneiro oferecido pela BASF o produtor não precisa mais enviar amostras de plantas e pragas ao laboratório e esperar para obter o diagnóstico. Basta capturar uma possível praga ou doença com seu telefone, ou seu tablet e com a versão 2.0 do serviço comparar às informações do banco de dados e obter a resposta de forma precisa e rápida”, finaliza Dieter.


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[Homenagem]

A Entre o rio das Pedras e das mortes, uma história de vida no campo

os 93 anos, Maria Aires de Araújo Silvério mora junto com o filho em um sítio localizado no Guabiroba, há 6 quilômetros da cidade. Eles vivem de agricultura familiar, de forma simples e rústica. O modo como relata sua história no sítio demonstra o sentimento que tem de pertencimento à terra que vive. “Nós temos no sítio o que necessitamos pra viver, as galinhas, vaca, feijão e milho. Há muitos anos moro aqui, meus outros filhos querem que eu vá para a cidade, mas não me acostumo de jeito nenhum”. Maria conta que sua família é descendente dos fundadores da cidade. “Meu avô era do tempo em que a cidade estava sendo ocupada ainda, e na mesma época que os índios foram tirados durante a conquista da cidade. Nós temos história. Eles me contavam que houve muita encrenca, até com o nome de Guarapuava, que era para ser Atalaia. A minha família por parte de pai é descendente de um dos fundadores da cidade, o Padre Chagas”. Maria é filha de Augusto Aires de Araújo e Deolinda Jutes, e por parte de mãe a família veio da Guerra de 1914, da Alemanha. Ela tem cinco filhos e vinte netos. Reside com um dos filhos, Joel Silvério, que é produtor rural. Sua família é uma das mais antigas, pois está aqui desde a fundação e mora desde a infância praticamente no mesmo lugar, entre o rio das pedras e das mortes. “Eu moro na região onde foi construída a primeira serraria de Guarapuava, que era do avô do meu marido que também trabalhava lá trazendo toras em carreta nos bois. Mas, fiquei viúva há mais de 30 anos e precisei cuidar dos meus filhos sozinha”.

Transformações na agricultura Maria comenta sobre as modificações que observa no campo, já que desde que nasceu convive com a área rural. “Antes tudo era puro, orgânico muito diferente de hoje que tudo tem algo de química, a gente carpia com enxada hoje tudo é feito com máquinas. No transporte, antigamente eu e minha família precisávamos vir a pé ou então a cavalo, hoje tudo se faz de automóvel”.

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No início de um novo ano, nos preparamos para de novo cultivar a semente da parceria que temos com nossos clientes. Vamos plantála sobre o solo da confiabilidade, alimentando-a com nossa dedicação. É a colheita da sua felicidade, na forma de produtividade, que faz a nossa alegria. A cada momento de 2013, ofereceremos à sua lavoura sementes que façam sua realidade se transformar na direção de seus sonhos.

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Tel. (42)Revista 3622-5754 / 8825-9595 - Guarapuava - PR do Produtor Rural


[Sindicato Rural de Pitanga]

A opção pela ovinocultura A demanda pela carne ovina cresce cada vez mais e, ao mesmo tempo, exige dos produtores padronização e regularidade na entrega dos animais. O pecuarista Raul Iwersen Junior relata sua experiência na criação de ovinos em um sistema convencional e extensivo.

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a engenharia civil para agropecuária, Raul Iwersen Junior decidiu, há cerca de 15 anos, mudar de atividade profissional. De engenheiro civil passou a ovinocultor. Ele desistiu do ramo para ir em busca de uma atividade mais rentável e autossuficiente, em um momento em que a construção civil estava em plena crise. Hoje, o então pecuarista não se arrepende, e relata que a nova atividade não o decepcionou. Atualmente, Iwersen Júnior cria em 120 alqueires um plantel de 2.500 matrizes de ovinos na propriedade a 40 km do município de Pitanga. Ele relata que pesquisou, aproximadamente, um ano e meio para identificar qual atividade agropecu-

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ária se enquadraria em sua possibilidade de investimento, na área que possuía e nas características de produção. “Eu trabalhei a vida inteira com construção civil e no momento de estagnação no país, antes da coisa ficar séria, decidi mudar de área, e uma das opções era trabalhar com pecuária. Pesquisei vários ramos de atividade e a ovinocultura foi a que parecia ser a mais viável”. Na propriedade, ele cria, há 10 anos, ovinos da raça Texel e comenta sobre as vantagens da produção ovina em relação à bovina. “Em termos gerais, os ovinos possuem uma produção maior de arrobas por alqueire. O ponto de corte é três vezes mais rápido e em uma área de pasto

nativo onde é possível criar três cabeças de gado, dá para colocar, no mínimo, 30 cabeças de ovinos”. Iwersen afirma que desde que iniciou na atividade prefere trabalhar com a pecuária extensiva e da forma mais convencional possível. A nutrição dos ovinos é feita no inverno com a base de silagem de milho, aveia e azevém e no verão pasto normal. “Basicamente, eu tento manter a condição da forma mais extensiva possível, porque os custos são muito altos. Para ter uma atividade economicamente viável é preciso evitar a dependência desses produtos de suplementação. Em relação a reprodução, também trabalhamos com a estação de monta natural sem inseminação artificial,


porque na minha avaliação a relação custo-benefício para este investimento não vale a pena. Hoje há uma tendência muito grande de agregar um nível de tecnologia muito alto, com custos elevados enquanto ainda é possível buscar a viabilidade de forma bastante convencional”. O produtor dá exemplos como mesmo sem realizar altos investimentos em tecnologias consegue adquirir resultados satisfatórios para o porte de sua produção. “Sem confinamento, acredito que está de bom tamanho vender os borregos entre 8 a 12 meses. Se você puder criar no pasto, devido às condições de área e climáticas do país, não se justifica investir tanto em uma estrutura como a de confinamento, até porque no pasto é uma forma mais natural, mais prática e saudável de se tocar a atividade. Existe muita coisa para ser feita anterior à produção, para que a gente possa justificar a agregação de tanta tecnologia. Por exemplo, não adianta eu comprar um veículo de alta performance se eu não tenho estrada condizente para isso. Quer dizer, não tenho a base para isso”.

Demanda pela carne ovina De acordo com o ovinocultor, nos últimos anos a exigência do mercado pela carne de cordeiro cresceu tanto em quantidade como em qualidade. “O mercado brasileiro está bastante aquecido. Países, que são os maiores produtores como a Nova Zelândia, Uruguai e Austrália já estão quase no limite de produção, então nós temos muito potencial”. Ele comercializa sua produção de forma diversificada, em cooperativas e frigoríficos da região, e que poderia ampliar mais mercados se tivesse mais produto para entregar. “Hoje eu produzo na faixa de 1000 a 1200 borregos/ ano, e estou ainda na fase de compra de matrizes para poder aumentar o plantel, além da produção própria. Quero ver se agrego mais”, revela o produtor. Iwersen explica que o produtor precisa cada vez mais ter quantidade, padronização, e, sobretudo, regularidade para

Raul Iwersen Junior

oferecer ao mercado. “Um exemplo para ilustrar a demanda é que se você pegar um restaurante que consuma um borrego por dia são 365 borregos no ano. Se você vender só borregos macho no ano você precisaria de no mínimo 1000 fêmeas para atender um restaurante. A cada 1000 fêmeas, você atende um restaurante e vende um borrego dia. Esse é um exemplo para se ver o tamanho do mercado. A falta de ovinos é tremenda”.

Metas e investimentos Com objetivo de abrir mais mercados, o ovinocultor fala que seu objetivo atual é ampliar o plantel para que nos próximos anos possa produzir 2000 a 3000 borregos/ano, o que corresponde a um plantel de 6000 a 7000 fêmeas. “Esta é minha meta, em função da capacidade que tenho de área. A intenção é poder equilibrar a entrega ao longo dos meses”. “Para conseguir rusticidade aliada a precocidade é preciso que haja uma hibridação de raças que se complementem. Precisamos buscar híbridos que atendam da melhor forma esta situação, porque o resto a gente tem domínio, que é a qualidade de pasto, entre outras coisas que dão a base para se produzir, nunca esquecendo que qualidade é fundamental”. Neste momento, Iwersen comenta sobre os investimentos que realiza para alcançar os resultados que pretende. “Compro reprodutores sempre puros, busco em termos de qualidade de reprodutor aqueles que mais atendem no sentido da produção de carne e há uma tendência muito

forte de se produzir raças híbridas. Um exemplo é a cruza entre Romney Marsh com Texel para um carneiro mais rústico e mais precoce”.

Dificuldades Apesar do pecuarista ressaltar as vantagens da produção ovina, ele comenta sobre algumas das dificuldades na criação. Segundo Iwersen, a maior delas é a questão de sanidade relacionada a verminoses, que afeta muito facilmente ovinos. “O cuidado com verminose deve ser muito alto, pois é uma questão séria. Eu faço períodos de quarentena quando adquiro reprodutores, separando os animais do resto do rebanho. Tento fazer um manejo de forma que eu possa minimizar o consumo de vermífugo, mas isso é uma coisa muito empírica porque você tem certas cepas de alguns vermes que são resistentes a muitos vermífugos”. Além da parte técnica, o ovinocultor fala sobre a necessidade de uma maior união entre os produtores, para que haja uma cadeia produtiva forte para oferecer maior segurança ao pecuarista na hora de comercializar o produto. “O ideal seria uma cadeia produtiva em rede e forte, mas infelizmente não é assim que funciona. Nesse sentido, as associações de ovinocultores têm um papel importante tanto na abertura de mercados quanto para oferecer um suporte técnico de produção e manejo que, em geral, aperfeiçoaria a produção. Mas, independente das dificuldades, a atividade vale muito a pena, é recompensador”. Revista do Produtor Rural

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[Palestra motivacional]

Marcelo Prado reuniu mais de 1300 pessoas

Marcelo Prado

D Fotos: Manoel Godoy

eterminação, auto motivação e disciplina são alguns dos passos do sucesso que o empresário Marcelo Prado relatou durante a palestra “Meu Jeito de Ver”, realizada no dia 8 de novembro, no Pahy Centro de Eventos. O evento, que teve o patrocínio do Sindicato Rural de Guarapuava, contou com a presença de produtores rurais e do setor agropecuário como um todo, já que o palestrante é um dos consultores

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mais conhecidos no ramo de agronegócio. Prado atraiu um público de mais de 1300 pessoas. A abertura da palestra ficou a cargo do grupo de música da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi). O bem sucedido empresário começou

a perder a visão aos oito anos, após uma doença chamada retinose pigmentar, que provoca a perda progressiva da visão. Durante a palestra, ele compartilhou experiências, desafios pessoais e como lida com a deficiência visual, incentivando as pessoas a terem um olhar diferente sobre a vida. Prado relatou sua história desde a infância e conta como conseguiu se formar em Agronomia pela Unesp e, anos mais tarde chegou a ser vice-presidente de um dos maiores grupos de agropecuária do país, Algar Agro. Hoje ele tem sua própria consultoria que atende clientes em mais de 25 estados do país e no exterior. A palestra, além de inspirar as centenas de pessoas presentes, foi marcada por ser um exemplo de vida, principalmente, para pessoas com algum tipo de deficiência. “Não devemos nos sentir inferiores, eu sou grato pela minha deficiência, porque ela ajudou a compensar meus outros sentidos, como a memória, sensibilidade aumentada, entre outras coisas”. A palestra “Meu Jeito de Ver” também contou com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Guarapuava (Acig), Faculdade Guairacá e Loja Inusittá.


[Pecuária]

A importância do Bem-Estar de animais de produção

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a pecuária moderna, novos desafios surgem frente às exigências dos mercados consumidores, o bem-estar animal (BEA) é um deles. A principal meta é aliar a produtividade do rebanho a práticas que garantam uma melhor qualidade de vida aos animais. O conceito de BEA pode também ser definido como “O estado em relação às suas tentativas de se adaptar ao seu ambiente”, segundo o consultor Dr. Murilo Quintiliano. “Entendemos que o conceito de bem-estar na

produção animal não está somente relacionado aos animais, mas a todos os processos que o cercam, especialmente nas condições da equipe de trabalho. Por isso, o conceito de ‘bem-estar na fazenda’ é o mais adequado”. Sendo aplicado na prática aos animais de produção pelo seu sistema de criação e manejo, que por sua vez é determinado pelos benefícios econômicos que seus produtos finais recebem do mercado. O cenário hoje é desafiador para produtores, técnicos e pesquisadoRevista do Produtor Rural

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res, pois eles devem buscar sempre o desenvolvimento de sistemas de produção e de práticas de manejo que sejam economicamente viáveis e que, além disso, respeitem a biologia e as necessidades dos seus animais. A preferência por produtos certificados tem sido amplamente reconhecida no mercado, sendo exigido pelo consumidor final, intimamente ligado às suas preocupações com os animais, neste contexto, o fator preço não é o mais preponderante na hora da escolha do produto. Há um interesse cada vez mais crescente por produtos com um “histórico”, que transmita confiança e proporcione maior satisfação. Na bovinocultura leiteira as boas práticas de manejo não só auxiliam no bem estar dos animais, como também dos trabalhadores, devido ao estreito contato dos animais com os humanos, chegando afetar a produção e qualidade do leite. Já na bovinocultura de corte as boas práticas de manejo também são aplicáveis, com melhorias produtivas relacionadas ao rendimento de carcaça e qualidade da carne. O manejo racional traz maior facilidade no trabalho com o gado, diminuição na ocorrência de lesões nos animais, danos às instalações, redução de mortalidade de bezerros, redução de perdas de eficiência reprodutiva, ganhos significativos em desempenho com melhorias ambientais e de manejo, além de benefícios diretos aos funcionários, como redução de acidentes. Devido à relevância do tema, o

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governo brasileiro criou uma comissão técnica permanente de BEA, com o objetivo de coordenar as mais diversas ações referentes a este tema na produção animal atual, onde podemos incluir suas principais recomendações: 1. Proceder o manejo cuidadoso e responsável nas várias etapas da vida do animal, desde o nascimento, criação e transporte: boas interações entre humanos e animais são benéficas, permitir a expressão de comportamentos sociais naturais e garantir que não tenham emoções negativas como medo, estresse, frustração ou apatia. 2. Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder o adequado manejo: a importância da participação em cursos e palestras de capacitação e proporcionar estas experiências aos seus funcionários, qualificando-os para o manejo dos animais. 3. Proporcionar dieta satisfatória, apropriada e segura, adequada às diferentes fases da vida do animal: atentar às necessidades de cada época, otimizando nutrição e produtividade, os animais não devem sofrer de fome ou sede prolongada. 4. Assegurar que as instalações sejam projetadas apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a ga-

rantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal: garantir conforto em suas áreas de descanso, ter um bom ambiente térmico e serem capazes de se mover nos arredores livremente. 5. Manejar e transportar os animais de forma adequada para reduzir o estresse e evitar contusões e o sofrimento desnecessário: atentar ao embarque e desembarque dos animais, a condução sem estresse desnecessário como agressão ou acuar os animais contra cercas ou porteiras. 6. Manter o ambiente de criação em condições higiênicas: boas práticas dentro da porteira em relação ao ambiente devem ser adotadas. A Biogénesis-Bagó apoia essa prática junto aos produtores justamente por perceber este ganho de qualidade e produtividade, principal objetivo da empresa no agronegócio brasileiro. Os reflexos são imediatos à implantação de boas práticas nas fazendas. O aperfeiçoamento das práticas de manejo torna os sistemas produtivos mais competitivos, pois, além de evitar perdas, é possível incrementar a produção com o melhoramento e a adequação no manejo dos animais, contando também com um produto final diferenciado, com alto valor agregado (seja na cadeia láctea ou de carnes), assim como ocorre uma queda nos prejuízos ocasionados por esse manejo inadequado.


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[Fertilidade]

Gesso Agrícola

e a deficiência de enxofre nos solos José Antônio Malucelli, Eng. Agrônomo

A

deficiência de enxofre (S) nos solos dos estados do Paraná (PR) e Rio Grande do Sul (RS) é significante. O enxofre é um macronutriente essencial, responsável por parte dos aminoácidos: cisteína, metíonina e cistina. Esses aminoácidos entram na composição das proteínas, essa é a maior fração do enxofre nas plantas. O enxofre atua também no metabolismo vegetal, é constituído de enzimas e hormônios. Colabora na formação do sistema radicular e estimula a produção de sementes. Além disso, é o elemento principal dos compostos aromáticos, atuando nas flores e frutos. Ele participa de coenzimas e vitaminas essenciais para o metabolismo, seus teores nos tecidos vegetais são 1,0 até 4,0 g/kg. A Lei do Mínimo indica que a produção de uma determinada cultura é limitada pela quantidade do elemento

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que se encontra no mínimo em relação às necessidades da planta. Trata-se de uma lei proposta pelo cientista alemão Justus Liebig no século XIX. O desenvolvimento das plantas é limitado pelo nutriente que se encontra em menor quantidade, na presença de valores adequados dos outros nutrientes. Deve-se, então, verificar os níveis mínimos de enxofre no solo, para não incidir na lei do mínimo e ter produção limitada por falta ou deficiência deste nutriente. Já a Lei do Máximo indica que o fator de produção quando em excesso, tende a não aumentar ou diminuir a produção das culturas. Ou seja, não adianta aumentar a adubação NPK maximizando, porque a resposta não é proporcional, não acompanha, tem limite. E outro fator a ficar atento é o quanto custa isto ou se compensa maximizar a adubação


após acertar os níveis necessários de Enxofre no solo para obtenção de lavouras produtivas. Portanto, o que se sugere é o uso do Gesso Agrícola, como uma ferramenta para os técnicos, e de uso pelos agricultores, devido à: Necessidade de manter o mínimo aceitável de Enxofre no solo ou em níveis para obtenção de altas produtividades; Necessidade de fornecer Enxofre prontamente disponível para a cultura a ser implantada (o gesso agrícola pode ser aplicado até no dia do plantio). Dependendo da dose utilizada você poderá fornecer também Enxofre para as próximas culturas, para acertar os níveis de Enxofre no solo, para um bom desenvolvimento da cultura e manter níveis de fertilidade aceitáveis, de acordo com os preceitos estabelecidos nos livros de fertilidade de solos. A quantidade de ENXOFRE no solo para cereais é recomendada como nível ideal para altas produtividades, o teor de S maior ou igual a 15mg/dm3. Um erro que pode ser cometido no manejo do equilíbrio solo-água-planta, pelo balanço nutricional, é achar que

solo fértil é aquele que contém altas quantidades de nutrientes. Pelo contrário, solo fértil é aquele que possui nutrientes numa proporção adequada às

necessidades da cultura a ser plantada, buscando reduzir excessos e suplementando os nutrientes em déficit de forma equilibrada. Pense nisso!

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[Previdência Social Rural]

Técnicos da FAEP esclarecem dúvidas sobre aposentadoria

N

o dia 21 de novembro, o Sindicato Rural de Guarapuava promoveu nas Extensões de Base Candói e Cantagalo a palestra Casa em Ordem com ênfase em previdência social rural. O evento foi realizado, às 9 horas, no município de Candói e, às 14 horas em Cantagalo. Os palestrantes foram o assessor especializado no ramo de previdência, João Cândido e o assessor jurídico, Leonardo Piantavini, da Federação de Agricultura de Estado do Paraná (FAEP). A palestra foi destinada a produtores rurais que pretendiam esclarecer dúvidas relacionadas à aposentadoria rural e conhecer sobre o funcionamento da legislação previdenciária. O assessor técnico do departamento sindical da FAEP, Benedito Carvalho de Oliveira Silva explica que a palestra Casa em Ordem tem como objetivo repassar aos produtores questões relativas à legislação da propriedade rural, bem como orientar produtores rurais acerca de temas importantes na gestão da propriedade.

Leonardo Piantavini

Palestra em Candói

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João Cândido

Palestra em Cantagalo


Um novo ano vem aí! A Gralha Azul Remates deseja a seus clientes, parceiros e amigos, que, em 2013, cada um dos seus lances possa significar novas conquistas. Queremos bater o martelo a cada vez em que você arrematar os seus sonhos. Porque na vida há valores indispensáveis e inestimáveis, como confiança, amizade e parceria. E porque sua satisfação é, para nós, o maior valor. A todos os que têm estado conosco, nestes mais de 25 anos de trajetória, expressamos o nosso muito obrigado e reafirmamos nossa disposição de continuar a ser referência no segmento de remates. Equipe Gralha Azul

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[Política]

Silvestri libera mais R$ 1 milhão para Guarapuava Recurso será investido na pavimentação da Avenida que dará acesso ao campus Guarapuava da Universidade Federal Tecnológica do Paraná O deputado federal e secretário do Desenvolvimento Urbano, Cezar Silvestri, autorizou, nesta quinta-feira o início das obras para a pavimentação da Avenida Vereador Jacir de França, no bairro Primavera. A Avenida ligará a PR 466 até o campus Guarapuava da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR). Nesta obra serão investidos mais de R$ 1 milhão. A homologação da licitação assinada pelo secretário já foi entregue ao prefeito de Guarapuava. “Tenho um enorme prazer em liberar recursos para Guarapuava, mas esta é especial, já que vai possibilitar a pavimentação da Avenida que dará acesso ao campus de Guarapuava da Universidade Tecnológica, que foi uma grande

conquista para toda a região, da qual tive o privilégio de participar ativamente para tornar esse sonho realidade”, destacou Cezar Silvestri. O projeto prevê a construção de uma Avenida de 33 metros de largura, com canteiro central de cinco metros, duas pistas de rolamento com nove metros cada uma, ciclovia e calçadas em concreto, com sinalização horizontal e vertical, paisagismo e arborização. “Tenho certeza que o projeto elaborado contempla toda a necessidade de tráfego que será criada com a implantação da Universidade, dará melhor infraestrutura ao bairro e se tornará mais um cartão postal da nossa cidade”, concluiu Silvestri.

Cezar Silvestri

[Levantamento]

Conab divulga estimativa da Safra de Grãos 2012/13 Gilda M. Bozza – Economista – DTE/FAEP

A Conab divulgou nesta manhã (6/12), o terceiro levantamento da safra de grãos 2012/13, com estimativa de produção de 180,2 milhões de toneladas. Já a área plantada deverá ser de 51,9 milhões de hectares. O milho 1ª safra tem estimativa de área plantada de 7,1 milhões de hectares, apontando um decréscimo de 5,5%. Já para o milho safrinha a área estimada é de 7,62 milhões de hectares. A área total de milho prevista é de 14,76 milhões de hectares. A produção brasileira de milho (1ª e 2ª safra) está prevista em 71,93 milhões de toneladas e produtividade média de 4.873 kg/ hectare. O Paraná tem estimativa de produção total em 16,63 milhões de tonela-

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das, sendo 6,54 milhões de toneladas para o milho 1ª safra e 10,08 milhões de toneladas para o milho safrinha. A produtividade paranaense estimada para o milho 1ª safra é de 7.700 kg por hectare. Para o milho safrinha a produtividade prevista é de 4.980 kg/hectare. A produção brasileira de soja para a safra 2012/13 está prevista em 82,63 milhões de toneladas e produtividade estimada de 3.033 kg/hectare. Já a área plantada aponta um aumento de 8,8 %, devendo ficar em 27,24milhões de hectares. Para o Paraná, segundo produtor nacional, a previsão é de 15,20 milhões de toneladas e produtividade de 3.250 kg/hectare. Quanto ao trigo, a produção estimada gira em torno de 4,47 milhões

de toneladas, significando uma produção 23% inferior a de 2011/12 (5,78 milhões de toneladas). O Paraná que tinha passado para a segunda posição de produtor de trigo, volta para ocupar a primeira posição, com previsão de produção de 2,11 milhões de toneladas e produtividade de 2.730 kg por hectare. Para o feijão a produção estimada é de 3,32 milhões s de toneladas, um aumento de 14,1% em relação à safra passada (2,92 milhões de toneladas) e produtividade média de 1.051 kg/hectare. Já a área plantada aponta um decréscimo de 3 % passando de 3,26 para 3,16 milhões de hectares. O Paraná, maior produtor, tem previsão de 709,2 mil toneladas, com produtividade média de 1.608 kg por hectare.


[Trato cultural]

Aplicações fitossanitárias

= tecnologia disponível

Jeferson Luís Rezende

RTV da INQUIMA. Membro voluntário de pesquisas do NATA/PR-UNICENTRO. Foi piloto agrícola

O

uso de defensivos menos agressivos aliados aos adjuvantes a base de álcool, como o TA-35, por exemplo, são alternativas interessantes para as aplicações de fungicidas, e de todas aquelas moléculas que possuem maior poder de fitotoxidade. Em algumas situações particulares, como nos tratamentos realizados no milho, na batata e no feijão é fundamental a observação destes detalhes para se evitar injúrias e danos importantes. A combinação das ferramentas existentes (equipamento agrícola ajustado/ adjuvante/momento de entrada/ativo adequado) garante o sucesso no tratamento fitossanitário. Hoje, o trato cultural do milho exige aplicações de fungicidas que não eram nem ao menos pensadas há poucos anos. Estes tratamentos possuem duas finalidades: a de evitar a presença de doenças ou erradicá-las. E, outra, de cunho mais fisiológico: diminuindo e até mesmo eliminando a presença de mitotoxinas e de grãos ardidos, respectivamente. Como as aplicações dependem de condições ambientais diferentes e

de material cultivado, na maioria das vezes, deverão acontecer por via aérea. O uso de aeronaves nas aplicações agrícolas voltou a ser uma estratégica ferramenta operacional, visto que contribuem não só para a realização do trato cultural dentro do momento desejado (em tempo), como também reduzem perdas por amassamento ou injúrias, causadas pelos pneus das máquinas terrestres. Isso serve também para outras culturas, como a soja. Estimam-se perdas na ordem de 3% em média, causadas pelos rastros das máquinas. Considerando o custo-hora do trator e do pulverizador mais o amassamento, é possível a realização de quatro ou cinco aplicações por via aérea. Isso, no entanto, não quer dizer que o avião substituirá o equipamento terrestre em todas as situações ou para sempre. No início das aplicações, enquanto ainda não há danos consideráveis, o produtor poderá realizar seu trato cultural por via terrestre, sem maiores prejuízos. É oportuno ressaltar a possibilida-

de de uso de variações nos volumes de vazões (ou taxas de aplicações), dependendo do estágio da lavoura e das condições ambientais, pode-se aplicar com volumes menores, ganhando rendimento da máquina – operando nas melhores horas do dia – diminuindo o pisoteamento – enfim, gerando rentabilidade econômica significativa. É sempre importante lembrar a necessidade da manutenção do tamanho das gotas, que deve “perseguir” um espectro médio, entre 200 e 250 micras. Desta forma, se consegue uma ótima cobertura, se reduzem as perdas por deriva e escorrimento; sem incorrer no risco de trabalhar com gotas grossas, que dificilmente atingirão o baixeiro (este tipo de gota tende a ficar na parte superior da planta e, parte delas se perde por escorrimento). Não deveria ser necessário, mas é sempre oportuno ressaltar, que toda e qualquer aplicação deve respeitar as compatibilidades dos produtos e os parâmetros ambientais: temperatura/ vento/umidade relativa, para assegurar o seu êxito.

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Foto: Lineu Filho

[jovens produtores]

Dr. Helton Damin

O novo empreendedor rural Hemely Cardoso/FAEP

U

ma nova geração de produtores rurais está surgindo e transformando o agrobusiness em todo o Paraná. Hoje se tornou cada vez mais comum o jovem sair do campo para fazer graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, por exemplo, e retornar à propriedade para aplicar esse conhecimento. Com a evolução do setor agropecuário, o conhecimento, a capacidade técnica e a habilidade em gestão e empreendedorismo são fundamentais para o sucesso da administração dentro e fora da porteira. Nesse novo time de empreendedores rurais está o engenheiro-agrônomo e produtor Rodrigo Queiroz, 36 anos. Formado em agronomia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),

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em Lages, há 10 anos ele assumiu a gestão da propriedade da família, “Fazenda Curucaca”, a 80 quilômetros de Guarapuava. “A prática sobrepõe a teoria, mas as duas são necessárias”, define Rodrigo, que antes de assumir o comando da fazenda trabalhou como engenheiro-agrônomo em quatro multinacionais. A combinação entre paciência, experiência e muito trabalho contribuiu para o sucesso na administração da Curucaca, com 3.000 hectares, onde se planta soja e trigo e criam-se 1.000 bois, pelo sistema de integração pecuária e lavoura. Na casa de 400m², da qual se obtém uma visão panorâmica de toda a propriedade, em um sofá marrom grande na sala principal, Rodrigo, 1m92 de


agrícolas pratica como fórmula de marketing o lançamento de novidades. Assim como os consumidores urbanos há produtores que não resistem ao brilho e ao charme de cabines modernas e mergulham nas revendas. “Eu, ao contrário, além de manter dois mecânicos na propriedade, renovo meu maquinário quando realmente é preciso; consigo alta produtividade sem ter esse comportamento consumista”, revela. Enquanto ele cuida das lavouras, sua esposa, Mari Cláudia Bertotti Queiroz, 30 anos, toma conta da parte administrativa, das notas e pagamentos. O filho do casal, Eros Queiroz Neto, de 18 anos, vai seguir o mesmo caminho do pai: está tentando vestibular para o curso de Agronomia. Rodrigo dá a receita para quem quer permanecer no campo: “O importante é você nunca começar sozinho, e o fato de fazer um curso de graduação não garante o sucesso da administração da propriedade. Tem que ter paciência, ir com calma e acumular experiência. Além disso, trabalhar e trabalhar”.

Foto: Lineu Filho

altura, crítico e com as mãos calejadas do trabalho no campo, conta que como os pais e avós já tinham a propriedade, sempre enxergou e planejou um futuro no campo. “No início plantava em algumas áreas de propriedade, cometi alguns erros e perdi investimentos, mas isso é normal quando não se tem muita experiência. O importante é ter foco em três questões: custo de produção, produtividade, e preço de venda”, comenta. Desde que assumiu o plantio em toda a área da fazenda, em 2004, Rodrigo mudou a cara da Curucaca. Entre as mudanças, hoje ele se orgulha da produtividade: uma média de 68 sacas de soja por hectare; 191 sacas de milho por hectare; e 60 sacas de trigo por hectare. Na Fazenda Curucaca, cada investimento é minuciosamente avaliado. “Tem que ficar de olho no caixa e sempre fechá-lo no azul. Sem contar que o setor de agronegócios envolve altos investimentos e os custos são muito altos para produzir”, observa. Como na indústria automobilística, a de máquinas e equipamentos

Rodrigo Queiroz, Mari Cláudia Bertotti Queiroz e Eros Queiroz Neto

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Foto: Lineu Filho

O perfil de Rodrigo é o retrato de novos personagens que gradualmente vem se multiplicando pelo interior do Paraná. Na Colônia Samambaia, em Entre Rios, a 38 quilômetros de Guarapuava, mora Jonathan Seitz, 27 anos, graduado em Agronomia pela UFPR (2008), em Administração (2011) nas Faculdades Guarapuava, e que acabou de concluir um MBA em Gestão Estratégica em Agronegócio na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Filho de gente ligada à terra, Richard Seitz e Regina Fassbinder, ele sempre trabalhou na propriedade da família. Conta que os pais o incentivaram a estudar e a permanecer com as atividades rurais. “Já cheguei a pensar em trabalhar fora daqui, mas depois percebi que tinha que cuidar daquilo que era meu e da minha família”, diz com um forte sotaque. Nos arredores da Colônia Samambaia, em diversos terrenos espalhados que somam 375 hectares, o alemão de 1m95 de altura, calmo e um pouco tímido, planta soja e milho no verão e aveia e cevada durante o inverno. Também administra uma leiteria em uma propriedade de 60 hectares no município de Pinhão, a 54 quilômetros dali. Hoje a produtividade das áreas soma uma média de 63 sacas de soja por hectare; 216 sacas de milho por hectare; 83 sacas de cevada por hectare; e 58 sacas de aveia por hectare. “O difícil não é ser produtor rural, mas sim

Jonathan Seitz

alcançar a eficiência na produção. Ele tem que investir em educação para permanecer no campo. Conhecimento é tudo na vida da gente”, avalia. Nos seus planos, junto com o pai, está a compra de uma nova propriedade em Tocantins. Recentemente participou de uma viagem técnica no estado para avaliar o investimento. “Sempre estou participando de viagens técnicas, seminários e dias de campo para me manter

atualizado”, revela. Em conversa com a mãe no dialeto “donauschwäbisch”, do Sul da Alemanha, enquanto continuava a entrevista, Jonathan avaliava os melhores caminhos para aumentar a produtividade. “Daqui a 50 anos nós vamos ter que, numa mesma área, aumentar em 50 vezes a produtividade. Então, não dá para parar, tem que correr atrás de conhecimento de novas tecnologias.”

Novos agrônomos Dados divulgados pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (SENGE-PR) mostram que em 2010 quase 6.000 alunos se graduaram em agronomia em todo o país e mais de 70 mil candidatos se inscreveram para o vestibular do curso. Em todo o Brasil há 227 cursos de agronomia e esse número representa um crescimento de 136% no período de 2001 a 2010. A atividade envolve 22 mil profissionais no país, sendo que o Paraná concentra 2.800 engenheiros-agrônomos. Na avaliação de Sebastião Brasil Campos Lustosa, doutorando em Sistemas Integrados na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), o retorno do jovem ao campo após a graduação contribui ao desenvolvimento de uma atividade agropecuária especializada e mais intensiva. “O fato de o jovem passar por um colégio agrícola ou uma faculdade e voltar à propriedade, ele se torna um multiplicador. Hoje não existe mais aquela situação de quem morava no campo era mais atrasado. Pelo contrário. Hoje temos ferramentas que possibilitam a mesma coisa num grande centro”, explica.

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[Direito Trabalhista]

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281) Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)

Da possibilidade de discussão acerca da exigência do ADA para isenção de ITR

M

uito se tem ouvido a respeito das multas impostas pela Receita Federal àqueles produtores que não possuem o ADA (Ato Declaratório Ambiental) para se beneficiar da exclusão do ITR nas áreas de APP (Área de Preservação Permanente) e RL (Reserva Legal). O ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - é um imposto lançado por homologação, ou seja, cabe ao contribuinte apurar o imposto através da declaração e proceder seu recolhimento sem o exame prévio da autoridade fiscal, e sem a necessária comprovação dos dados declarados ( como ocorre na declaração do Imposto de Renda). Ocorre que, nos últimos anos, por uma determinação de ordem interna da Receita Federal, os proprietários de imóveis rurais têm recebido intimações fiscais exigindo a comprovação das áreas que são indicadas como inaproveitáveis, e portanto, isentas de tributação. O principal documento que vem sendo exigido é justamente o ADA – Ato Declaratório Ambiental - documento fornecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A Receita Federal vem entendendo que apenas a apresentação de laudo técnico é insuficiente para provar a existência de áreas de reserva legal ou preservação permanente. Essas áreas são beneficiadas com a isenção do imposto. Na visão da Receita Federal, para ser considerada área de reserva legal, é exigida aprovação por um órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, um órgão ambiental municipal

ou instituição habilitada. Essa aprovação deve constar na margem da inscrição de matrícula do imóvel, com protocolização anual do Ato Declaratório Ambiental (ADA) no Ibama. Já para ser considerada área de preservação permanente, é exigido laudo técnico emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, também com protocolização anual do Ato Declaratório Ambiental no Ibama. No entanto, muitos produtores não conseguem acesso a ele e acabavam sendo multados. Com base nesse entendimento vem sendo aplicadas multas exorbitantes aos proprietários de imóveis rurais. Diante desta situação, muitos produtores rurais vêm procurando na Justiça a comprovação das referidas áreas, bem como a declaração de ilegalidade dessa exigência, com a conseqüente exclusão da multa imposta pela autoridade. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e alguns tribunais regionais vêm pacificando entendimento quanto a ilegalidade da exigência deste documento (ADA), reconhecendo também a ilegalidade das multas aplicadas. Evidente que para o proprietário se beneficiar da isenção do ITR quanto às áreas inaproveitáveis, as mesmas deverão estar averbadas na matrícula ou comprovadas por laudo idôneo. Assim, nossa sugestão que aquele proprietário de imóvel rural que eventualmente já tenha sido multado em virtude desta questão, ou venha a ser, procure uma assessoria jurídica para obter orientações em como proceder.

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[Meteorologia ]

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses Luiz Renato Lazinski Meteorologista - INMET/MAPA

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urante o mês de novembro, os volumes de precipitação ficaram abaixo da média na maior parte do sul do Brasil. Somente no oeste da Região Sul as chuvas ficaram entre o normal e ligeiramente acima da média. No Paraná, os maiores volumes de chuva foram observados no oeste, enquanto no restante do estado as precipitações ficaram abaixo do normal para época do ano. As precipitações também apresentaram uma irregularidade muito grande na sua distribuição, intercalando períodos curtos de muita chuva com períodos maiores, de até 15 dias ou mais, sem precipitação. Os baixos volumes observados e a irregularidade das chuvas ocasionaram uma diminuição da umidade no solo e consequente deficiência hídrica em boa parte da Região Sul. Nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e nas áreas produtoras de grãos do Nordeste, a estação das chuvas, que começou mais tarde este ano, regularizou ao longo de novembro, e foram observadas precipitações mais regulares e com volumes acima da média. Com isso,

houve uma recuperação da umidade no solo e, na maior parte destas regiões o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras. As temperaturas mantiveram-se ligeiramente acima da média em novembro, em todo estado do Paraná e centro-sul do Brasil. Continuamos observando o comportamento da temperatura, semelhante ao mês anterior, intercalando períodos quentes com quedas bruscas de temperatura, o que é típico de primavera. As anomalias das temperaturas superficiais da água do mar, no Oceano Pacífico Equatorial, permaneceram mais aquecidas, com valores acima da média no oeste da região, porém, persistiram anomalias negativas, nas áreas mais a leste, próximas à costa da América do Sul, conforme podemos observar na figura 01. Estas condições observadas, aliadas a outras variáveis climatológicas, continuam indicando uma situação de neutralidade climática (nem “El Nino” e nem “La Nina”). Os prognósticos

Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, durante o período de 18.11.2012 a 24.11.2012. (Fonte: CPC/NOAA).

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Figura 02 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Dezembro/2012. (fonte: CPC/NOAA).

Figura 03 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Janeiro/2013. (fonte: CPC/NOAA).

Figura 04 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Fevereiro/2013. (fonte: CPC/NOAA).

Figura 05 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar – Março/2013. (fonte: CPC/NOAA).

dos modelos climáticos globais continuam mantendo a tendência de outubro, da continuidade de uma situação de neutralidade, pelo menos até o início do próximo ano, conforme podemos observar nas figuras de 02 a 05. Analisando os modelos de prognóstico climáticos, continua tendência, para os próximos meses, de precipitações com volumes ligeiramente abaixo da média para região centro-sul do Brasil, porém,

vale ressaltar que estas precipitações devem continuar seguindo a mesma tendência de novembro, apresentando uma distribuição irregular, intercalando períodos curtos com muita chuva com períodos maiores com pouca ou nenhuma precipitação, devido a continuidade de uma situação de neutralidade climática. Para as regiões Centro-oeste, Sudeste e áreas produtivas do Nordeste, a estação das chuvas que chegou mais tarde este

ano, volta ao normal e deve continuar seguindo este padrão normal, com chuvas bem distribuídas e dentro da média, na maior parte destas regiões. Com relação às temperaturas, os prognósticos indicam que devemos continuar observando temperaturas levemente acima da média no centro-sul do Brasil. Nas outras regiões, as temperaturas devem se comportar dentro da normalidade para a época do ano.

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[Bovinocultura de leite]

Manejo de bezerras leiteiras Parte 1 Introdução

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fase de cria é entendida como uma fase de curta duração, e, portanto, não admite erros. Os erros representados nesta fase de cria perdurarão por toda a vida da matriz leiteira. Esta fase dura de 30 a 90 dias, dependendo do sistema de produção e das condições propícias para o desaleitamento. As metas para a criação de bezerros devem ser: minimizar incidência de doenças e mortalidade nos primeiros quatro primeiros meses de vida, dobrar o peso ao nascimento nos primeiros 56 dias, atingir a puberdade e maturidade sexual precocemente (50% do peso

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Marlon Richard Hilário da Silva 1, Guilherme Fernando Mattos Leão² Médico Veterinário, MSc. Professor do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO - marlon_rhs@hotmail.com ² Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. 1

adulto aos 13 meses), e ser economicamente viável. O trabalho a seguir denota e salienta os pontos principais de uma das fases de base para uma bovinocultura leiteira produtiva.

Manejo pré-parto O manejo correto de cria inicia-se antes do nascimento do animal, mais precisamente no período pré - parto ou pré-natal. Os motivos para que o manejo pré-parto seja realizado são vários, e dentre estes, podemos citar: a recuperação da glândula mamária, a recuperação do escore corporal, a lactogênese, direcionamento nutricional para o colostro

e o feto, garantia do máximo potencial produtivo na lactação subsequente, garantia do máximo potencial reprodutivo na lactação subsequente e a minimização da ocorrência de doenças metabólicas (Santos, 2010). Dentro do período pré-parto também é inserido o período de transição, o qual compreende as três semanas antes e após o parto. Neste momento, o animal passa por várias mudanças hormonais e físicas pelo aumento da pressão interna pelo aumento do tamanho do bezerro. Então é necessário que se tenha um cuidado maior com os animais neste período. As vacas são destinadas aos piquetes maternidade, locais limpos em que


haverá o mínimo de estresse, com sombra, com água limpa, sem umidade, com comedouros suficientes em local que favoreça a observação das mesmas. Evidenciando, portanto, a necessidade dos cuidados neste período, pois o não cumprimento destas etapas corroboram para instauração de eventuais problemas, que vão desde partos distócicos, passando por problemas metabólicos, culminando em menor produção e menor persistência na fase de lactação.

Manejo do pós-parto Primeiros cuidados Após o nascimento deve deixar a vaca lamber o bezerro promovendo a limpeza das vias aéreas superiores de modo a remover as membranas fetais que possam prejudicar a respiração. Este estímulo gera circulação sanguínea periférica, respiração, além de promover peristaltismo e remoção do mecônio. Caso a mãe não realize este estímulo, deve-se então levar o animal para um local protegido e enxugá-lo com pano limpo, fazendo uma leve fricção no tórax e no abdômen com o objetivo de estimular a circulação sanguínea. É importante que se coloque água limpa e fresca à disposição do animal, desde o primeiro dia de vida. A administração do colostro é relevante, uma vez que os bovinos apresentam uma placenta sindesmocorial, a qual protege a bezerra da maioria das agressões bacterianas ou virais, mas impede, igualmente, a passagem de proteínas séricas e principalmente as imunoglobulinas. O colostro, leite de coloração mais amarelada, com uma grande quantidade de sólidos (alto teor de matéria seca), surge então como ferramenta para que a bezerra receba por imunização passiva as imunoglobulinas que não são repassadas pela placenta. É necessário que se induza o animal a mamar de 8 a 10% do seu peso vivo em colostro, sendo destes 60% nas primeiras duas horas de vida, e os outros 40% em até 12 horas, pois o tempo de absorção e a quantidade de imunoglobulinas no colostro diminuem com as horas. É necessário que se assegure a ingestão e que se notifique o quanto de leite admi-

Tabela 1. Estratégias de vacinação e vermifugação em bovinos

DOENÇAS

ÉPOCA/IDADE

Paratifo (pneumoenterite)

Vacas no 8º mês de gestação e bezerros com 15 dias de idade

Brucelose

Somente fêmeas com 3 a 8 meses de idade

Febre aftosa

De acordo com o calendário oficial de vacinação

Clostridioses

A partir do 4º mês de idade com reforço após 30 dias

Raiva

A partir do 4º mês – somente em regiões endêmicas

Verminoses

A partir de 60 dias de idade

Fonte: Adaptado de Lau (2005)

nistrado, a hora em que foi administrado e se houve ou não intervenção no parto. A identificação do animal, portanto, é de fundamental importância, haja visto que isto juntamente com a escrituração zootécnica do rebanho serão ferramentas para que o técnico que presta assistência à propriedade possa fazer recomendações corretas. A identificação pode ser considerada uma das bases do manejo. Esta identificação deverá ser feita no dia do nascimento através de brinco e/ou tatuagem. É fundamental fazer algumas anotações, em fichas, tais como data do nascimento, sexo do animal, nome dos pais e peso ao nascer. O controle ponderal dos animais é notório visto que é o principal parâmetro para a verificação do manejo. Este controle deve ser feito a cada 21 dias. Outro ponto essencial nas primeiras horas de vida da bezerra é a cura do umbigo. O umbigo deve ser cortado com tesoura esterilizada, seccionando-se o cordão, aproximadamente 4 a 5 cm abaixo da inserção. Em seguida, faz-se a desinfecção do coto umbilical, contendo solução de álcool iodado a 5-10%. Este procedimento deve-se repetir de 3 a 4 dias, duas a três vezes por dia até que se tenha a cicatrização completa. Este procedimento é realizado, pois se não for feita a desinfecção do umbigo, este é definido então como uma porta de entrada para infecções, deixando o animal ainda mais susceptível à doenças em virtude que a bezerra não possui uma imunidade bem estabelecida neste momento de vida.

Até 30 dias, os maiores desafios para os bezerros são as diarreias e os problemas respiratórios, enquanto, de 30 a 120 dias, na maioria das vezes, são a tristeza parasitária e os problemas respiratórios. As diarreias são a causa mais frequente de mortalidade dos bezerros. A diarreia neonatal bovina é reconhecida como síndrome, visto que decorre da interação entre fatores como a imunidade, o ambiente, a nutrição e a infecção por diferentes microrganismos com potencial patogênico e ocorrem frequentemente na primeira e segunda, semanas de vida (OLIVEIRA FILHO, 2007). A transmissão dos agentes causadores é geralmente oral-fecal e frequentemente os bezerros são expostos a fezes ainda na maternidade quando em contato com as instalações sujas ou quando vão mamar o colostro, e tetos e úbere estão sujos de fezes ou ainda se contaminam no bezerreiro. A melhor forma de minimizar este problema é a profilaxia, ou seja, reduzindo as chances de contaminação, realizando-se a cura imediata do umbigo, a administração da colostragem adequada, a higiene dos alimentos e dos vasilhames dos bezerros, a higiene das instalações dos bezerros e dos tratadores dos bezerros. Outros pontos a serem salientados são com relação ao manejo sanitário através de imunização ativa, ou seja, através de vacinas, estas administradas não somente nas bezerras, mas também nas vacas. A imunização ativa também é importante, pois garante saúde ao rebanho e melhores desempenhos. Outro

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ponto importante é a defesa contra endo e ectoparasitas. SANTOS et al., 2002 salienta que bezerras filhas de vacas vermifugadas durante o período seco possuem maior vigor quando comparadas com vacas que não foram vermifugadas. As instalações de uma maneira geral, também são essenciais para o bom manejo de bezerras. Tradicionalmente, considera-se que as instalações destinadas a abrigar bezerros devem reduzir os efeitos deletérios dos fatores ambientais, tais como vento, altas e baixas temperaturas e umidade do ar. As instalações para bezerros devem ser econômicas, ter boa ventilação, boa insolação e proporcionar conforto aos animais, bem como permitir a visualização de doenças e problemas e promover melhores condições de alimentação e cuidados. Também é fundamental a manutenção de boas condições de higiene e sanidade nestas instalações, pois, caso contrário, a incidência de doenças e a taxa de mortalidade aumentarão drasticamente, comprometendo a eficiência da criação. A ventilação é fundamental para o sucesso da criação dos bezerros, pois esses animais estão susceptíveis a infecções causadas por bactérias e vírus, agentes patogênicos disseminados por aerossóis produzidos por espirros e tosses, podendo gerar pneumonia. Destaca-se, também, a necessidade de evitar a excessiva população de bezerros na mesma dependência, notadamente quando o ambiente é mal ventilado. O que se recomenda é o alojamento individual dos bezerros nos primeiros 60 dias de vida, tendo em vista restringir o instinto de mamar uns nos outros e assegurar melhor controle do consumo individual da ração. Obedecendo-se a tais premissas, as instalações para bezerros leiteiros podem variar amplamente, desde as mais simples tais como criações coletivas em piquete, até dependências individuais com controle de temperatura e umidade. Coletivas ou individuais encontram-se baias de diversas formas, construídas com diversos materiais, móveis (Fig. 01) ou fixas (Fig. 02), dotadas de diferentes tipos de pisos e camas e com variados dispositivos de alimentação (Fig. 01 e 02). As instalações mais comuns são

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Fig. 01. Criação de bezerras holandesas em casinhas móveis (Fonte: Milkpoint)

as tradicionais, de alvenaria ou madeira, onde os animais são alojados em boxes individuais fixos com área de 1,50 a 1,80 m², instalados no interior

Fig.02. Criação de bezerras em casinhas fixas (Fonte: Rehagro)

de galpões. Nesses boxes individuais é comum o uso de piso ripado suspenso, que facilita a limpeza e reduz a exposição do bezerro à umidade.

Considerações finais A fase de cria na atividade leiteira é fundamental. É notório que se realize um manejo bem feito e com uma escrituração zootécnica eficiente, pois as bezerras nascidas e apresentando bom desenvolvimento e características, serão em sua maioria, em um futuro próximo as matrizes subsequentes do rebanho, gerando, portanto, receita e benefícios ao sistema de produção.

Referências BRITO, A.S, NOBRE, F.V, FONSECA, J.R.R. Bovinocultura Leiteira: informações técnicas e de gestão. Natal: Sebrae/RN. 2009. COELHO, S.G. Desafios na criação e saúde de bezerros. Disponível em: http://www. revistas.ufg.br/index.php/vet/article/view/7663/5436. Acesso: 25 jun.2012 LAU, H.D. Criação de Gado leiteiro na zona Bragantina: Manejo Sanitário. Embrapa Amazônia Oriental: Sistemas de Produção. 2005 Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/GadoLeiteiroZonaBragantina/paginas/manejos.htm. Acesso: 25 jun.2012 SANTOS, G.T; MASSUDA, E.M; KAZAMA, D.C.S; JOBIM, C.C; BRANCO, A.F. Bovinocultura leiteira: Bases zootécnicas, fisiológicas e de produção. Eduem,Maringá, 2010. SANTOS, G.T; DAMASCENO, J.C; MASSUDA, E.M; CAVALIERI, F.L.B. Importância do manejo e considerações econômicas na criação de bezerras e novilhas. Anais do II Sul- Leite: Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil - Maringá: UEM/CCA/DZO – NUPEL, 2002 SAVASTANO, S.A.A.L. Criação de bezerras. Disponível em: http://www.cati.sp.gov.br/ Cati/_tecnologias/bovinocultura/criacaodebezerros.pdf Acesso: 25 jun.2012


ós que formamos a equipe de trabalho COTRIMA, sempre buscando atender nossos clientes com qualidade, queremos aproveitar esse momento especial de final de ano, próximo a comemoração do Natal, para externamos nossa gratidão e agradecimento a todos que formam essa família, que criou e mantém vivo esse vínculo há 40 anos, onde passamos por bons e maus momentos, mas que jamais deixamos de trilhar pelo caminho da honestidade e sempre buscando a satisfação dos nossos clientes e colaboradores. Que este Natal seja um momento de reflexão em nossas vidas, que possamos repensar, reciclar e melhorar ainda mais para estarmos cada vez mais ao lado do PAI. Que 2013 seja um ano de ação, realizações, saúde e acima de tudo abençoado. De coração são os votos da Cotrima aos nossos clientes que são os grandes responsáveis por esses 40 anos de história, mas sem esquecer também dos nossos colaboradores, fornecedores e amigos que formaram essa relação onde temos a certeza que contribuíram muito para o avanço tecnológico e aumento da produtividade agrícola em nossa região.

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FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!

Claudinei A.Godoy Gerente de Vendas

hegamos ao final de mais um ano e ao momento de nos alegrarmos com as conquistas e aprendermos com os nossos erros. Tudo o que passamos deixa-nos mais preparados para o ano que virá e a expectativa de que este novo ano seja ainda melhor, nos motiva a fazer planos e projetos promissores. Superar as expectativas e sentirmos a felicidade das realizações depende somente nós! Portanto, desejamos a você, que hoje faz uma retrospectiva de 2012, é que faça acontecer! Tenha atitude, vá à luta, aprenda com os erros e supere-se! Busque a felicidade e transforme seus sonhos em realidade! Um abençoado natal e que 2013 seja o ano dos sonhos

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Douglas Domingos Grzeszezeszyn Gerente Financeiro

COTRIMA Sistemas Mecanizados Ltda. Av. Manoel Ribas, 2901 - Dos Estados Fone: (42) 3630-0400

www.cotrima.com.br Revista do Produtor Rural

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[Capacitação]

Segmento rural e SENAR planejam cursos para 2013

F

inal de ano. Para produtores rurais, agropecuaristas em geral e para o SENAR, o momento é de planejar, pensar nas ações de capacitação (como cursos, treinamentos e palestras) que devem ser agendadas para 2013. É o planejamento que tornará os cursos não apenas possíveis, mas acima de tudo sintonizados com as necessidades de quem trabalha nos diversos segmentos da atividade rural, da agricultura à pecuária. Com este objetivo, SENAR e Sindicato Rural de Guarapuava reuniram agricultores, pecuaristas, membros de cooperativas e de empresas regionais do agronegócio para debater o assunto em mais uma edição das Oficinas de Planejamento Estratégico de Mobilização. Os encontros, sempre promovidos uma vez por ano, aconteceram nos dias 14/11, na sede do sindicato, em Guarapuava; 23/11, na Extensão de Base Candói; e 11/12, na Extensão de Base Cantagalo. Agora cabe aos participantes que ainda não apresentaram suas sugestões de curso comunicá-las ao SENAR ou ao Sindicato. Supervisor da Regional 4 do SENAR, com sede em Guarapuava, Aparecido Ademir Grosse disse ter considerado boa a receptividade e a presença dos participantes das reuniões. Conforme frisou, a importância dos encontros é permitir uma avaliação dos cursos oferecidos e realizados pelo SENAR e um planejamento dos que serão agendados para o próximo período. “Isso leva as comunidades (rurais) a planejar também suas ações para o ano”, acrescentou, recordando que representantes de localidades agrícolas igualmente se fazem presentes às oficinas de mobilização. Outro ponto de destaque é que nas reuniões o SENAR pode apresentar eventuais novas normas ou regras relativas aos cursos. E cursos, não são poucos. Grosse sublinhou que, se em 2012, nos 21 municípios da região,

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Revista do Produtor Rural

Reunião PEM em Guarapuava


o total promovido poderia ter sido maior do que o patamar de 115, por outro lado o setor rural vem demandando mais cursos. E por sua vez, o SENAR tem buscado oferecer capacitação não só para atividades “clássicas”, como a operação de maquinário ou a aplicação de agroquímicos, mas também em novas tecnologias, a exemplo da agricultura de precisão (ofertada em um dos centros de treinamento, em Ibiporã-PR), e até em questões de projeto de vida e liderança de equipes. O supervisor regional ressaltou, no entanto, que em tecnologias já conhecidas, como a capacitação para cerqueiro elétrico, existe “uma forte demanda”. O mesmo ocorre em relação a treinamentos para soldador – o tema despertou interesse nas reuniões de planejamento de cursos. “O preço dessa tecnologia caiu. Hoje até as pequenas propriedades já têm um aparelho de solda. No campo, muitos possuem o conhecimento prático, foram aprendendo com erros e acertos, mas não têm o embasamento técnico-científico”, analisou Grosse. Segundo contou, bastou mencionar o assunto numa das reuniões e vários participantes demonstraram interesse. Mecânica de transmissão, eletricista, trabalho em altura ou em ambientes confinados, assim como primeiros socorros também são temas de cursos oferecidos, conforme observou o supervisor regional.

Reunião PEM em Candói

Mobilizadora de cursos do SENAR no Sindicato Rural de Guarapuava, Rosemeri Althaus opinou que as Oficinas de Planejamento Estratégico de Mobilização são momentos de troca de experiências com o SENAR, “hora de avaliar cursos oferecidos, melhorias e necessidades”. Desta forma, afirmou, é possível programar capacitações que de fato estejam em sintonia com aquilo de que precisam os agricultores, os pecuaristas,

as cooperativas e as empresas rurais. Outros detalhes são práticos e não menos importantes no instante de organizar um curso. “Os instrutores do SENAR dão treinamentos em vários municípios da região. As reuniões servem para que a gente possa definir vagas nas agendas deles”, completou Rosemeri, recordando que assim também é possível prever a quantidade de cartilhas que serão utilizadas em cada caso.


[Congresso]

Evento abordou

sustentabilidade I Conseaa reuniu os departamentos de Agronomia, Medicina Veterinária e Ciências Biológicas da Unicentro para tratar sobre o tema

O

I Congresso do Setor de Ciências Agrárias e Ambientais da Unicentro (CONSEAA), que foi realizado de 5 a 8 de novembro, atraiu cerca de 500 participantes de diferentes áreas, como agronomia e ciências biológicas. O evento iniciou com a palestra sobre mudanças climáticas, ministrada pela Professora Doutora de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Paula Dalla Corte. O Congresso, que aconteceu no campus Cedeteg, trouxe a Guarapuava pesquisadores e técnicos de diversas áreas de universidades e empresas de todo o país. Foram 17 palestras e 41 minicursos que abordaram diferentes assuntos vinculados à sustentabilidade. Segundo o professor do departamento de Agronomia da Unicentro e um dos coordenadores do CONSEAA, Marcelo Cruz, apesar de ser o primeiro ano, o evento já foi bastante amplo. “Teve-se a preocupação de trazer palestrantes de

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diferentes regiões do Brasil para abordar melhor o tema sustentabilidade”. Segundo a acadêmica do 4ª ano de Agronomia, Marielle Machado, que colaborou na organização do evento, a intenção foi procurar um tema pertinente as duas áreas. “A sustentabilidade foi um assunto em comum entre o setor de agrárias, dessa forma foi uma boa escolha” Na programação foram realizadas várias palestras vinculadas à agronomia, medicina veterinária e ciências biológicas. Entre os temas abordados nas palestras estão: nutrição de precisão; eficiência alimentar e emissão de gases de efeito estufa em sistemas de produção e ruminantes; legislação ambiental aplicada a fauna; sustentabilidade e tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários; bioética; mamíferos ameaçados no Paraná; atuação do profissional na área de licenciamento ambiental; Reserva Legal e sustentabilidade; biotec-


Sustentabilidade e sociedade de conhecimento

nologia e o princípio da precaução nos tratados internacionais sobre biodiversidade; gestão ambiental e sustentabilidade; alternativas ao uso de antibióticos no controle de enferobactérias; biocombustíveis entre outros. Além da realização de minicursos específicos para cada área. De acordo com Cruz, um fato a destacar foi que durante a programação do Congresso, houve a realização de eventos simultâneos como II Semana Pet de Agronomia, XVII Semana de Estudos e VII Colóquio de Incentivo a Pesquisa em Ciências Biológicas. “É um evento que permite além de minicursos e palestras também a submissão e publicação de pesquisas desenvolvidas por acadêmicos em forma de resumo expandido o que deu um caráter, ao mesmo tempo, técnico e científico ao congresso”, diz o professor. Marielle destacou a participação

de alunos de Agronomia, Biologia, Veterinária e apoio do grupo Pet na realização do evento e comenta que sempre gosta de colaborar, pois a experiência sempre rende aprendizado. “Do curso de agronomia 25 alunos colaboraram. É uma atividade legal porque é uma forma de se fazer contato com profissionais da área, além de ser importante para nos atualizarmos, como foi o caso da palestra sobre o Código Florestal, que chamou bastante atenção e esclareceu sobre o assunto”. O CONSEAA foi uma realização da Fundação Araucária, Unicentro, Sindicato Rural de Guarapuava e Faculdades Guairacá e tem o apoio da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (AEAGRO), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), Stoller, Cooperativa Agrária e Centro Acadêmico de Medicina Veterinária da Unicentro (CAMV).

Segundo Cruz, o tema do CONSEAA foi muito pertinente, pois o momento é de discussão sobre o desafio de aliar uma alta produção de alimentos com o mínimo de degradação ao meio ambiente. O congresso abordou uma visão de um sistema produtivo que garanta a manutenção, a longo prazo, dos recursos naturais e da produtividade agrícola, o mínimo de impactos adversos ao meio ambiente, retornos adequados aos produtores e empresas do agronegócio. Segundo o professor, a iniciativa mostrou como a Universidade está preocupada com esta causa juntamente com os departamentos e os realizadores e apoiadores do evento. “É um tema que veio em um momento oportuno, além disso, estamos passando por um período de discussão sobre o Código Florestal. Dessa forma, o CONSEAA debateu questões relacionadas a este contexto”, afirma Cruz.

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[Extensões de base do Sindicato Rural de Guarapuava]

Últimos cursos do Senar realizados em Cantagalo:

Curso: Trabalhador no Manejo de Bovino de Leite Data: 7, 8 e 9/11/12 Local: Câmara Municipal de Cantagalo Instrutor: Milton Roberto Fiebig

Curso: Trabalhador na Doma Racional de Equídeos Data: 27/11 a 12/12 Local: CTG Jacob Fritz Instrutor: Paulo Santos Schwab Filho e Juliano Antunes da Silva

Curso: Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos (NR 31) Data: 12,13 e 14/11/12 Local: Faxinal dos Carpinteiros Instrutor: Daniel Giorno Nascimento

Curso: Produção Artesanal de Alimentos (Conservação de frutas e hortaliças – geleias, doces de corte e pastosos) Data: 4 e 5/12/12 Local: Extensão de base Cantagalo Instrutor: Gilvana Giarollo

Extensão de Base Candói

Curso: Produção Artesanal de Alimentos – Panificação Data: 3 e 4 /12 Local: Comunidade de Alto Rio da Laje Instrutor: Sérgio KazuoKawakami

Curso: Produção Artesanal de Alimentos – Doce de Corte doce Pastoso Data: 8/11 Local: Comunidade de Passo Grande Instrutor: Gilvana Giarollo

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Curso: Produção Artesanal de Alimentos –Doce de corte e pastoso Data: 5 e 6/12 Local: Comunidade da Ilha do Cavernoso Instrutor: Sérgio KazuoKawakami


[Capacitação Rural]

Últimos cursos do SENAR realizados em Guarapuava:

Trabalhador na Olericultura Básica Data: 01/10 /12 Local: Assentamento Paiol de Telha Instrutor: Karina Calil Caparroz

Trabalhador na Administração de Empresas Agrossilvipastoris - Empreendedor Rural Concluído em novembro/2012 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor: Luiz Augusto Burei

Curso: Trabalhador na Equideocultura – Rédeas Data: 20 a 24/11 Local: Parque Lacerda Werneck Instrutor: Paulo Santos Schwab Filho e Juliano Antunes de Silva


[Profissionais em Destaque]

Dario Serpa (Produquímica) e Jorge Pereira (Forquímica)

TradeCorp - Eliandro Rigatti e Emilio Dinis

Fortgreen - Fernando Partica e Luiz Fernandes

Homero De Boni Junior, diretor PGW Sementes

Rafael Brito Veiga - Engenheiro Agrônomo da FAPA

Zico Motosserras - Jardel Lopes

João E. Campos e Prof. Edson Guerra

Alexandre R. de Azeredo, gerente de vendas regional BASF - Ponta Grossa

Veronica Milla Stemmer e Osmarindo Barbosa

Washington Gomes, Engenheiro Agrônomo da FAPA

BASF - Senio Prestes, Alexandre de Azeredo, Gustavo Alves, Fernando Luchetti e José Carlos Sandrini.

João Leonardo Mierzva (Deragro), Rodolpho Luiz Werneck Botelho e Marcio Rickli Ferreira

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DuPont - Vinicius Pavoski

Bayer CropScience - Julien Witzel, Karol Czelusniak, Stevan Sikora, Ricardo Echer, Cassiano Medeiros, Tiago Claus

Chemtura - Thiago Guimars, Mateus Chaves e Luiz Cláudio Hahn

Senio Prestes, desenvolvimento de produto BASF - Ponta Grossa

Inquima - Thiago Winker Siqueira, Edgar Zuber, Jeferson Rezende e Rui Rances

Prof. Marcelo Cruz e Anton Gora


[Produtores em Destaque]

[Novos Sócios] Eduardo Gelinski Junior

Amarildo José dos Santos

Edson José Mazurechen

Patrikk John Martins

Gilberto Souza Gonçalves

• Romualdo Prestes Kramer • Bartus Marius Voorsluys

[Espaço Rural Kids & Teens]

Heloise Martins Lustosa Ribas neta de Claudete e Murilo Lustosa Ribas

Manuella (1 ano) e Leonardo (9 anos), filhos de Orival Cavalheri Junior e Andreia Rocha, neta de Ludmila Eder.

Aline Araújo C. Fernandes, filha de Marins Fernandes e Ormi Araújo no rodeio da 3ª RT, na égua do primo Felipe Araújo.

ail: to para o E-m .br Envie sua fo m o .c a o@srgpuav comunicaca

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Fevereiro

Janeiro

[Aniversariantes]

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01/01 01/01 01/01 01/01 01/01 02/01 02/01 03/01 03/01 03/01 04/01 04/01 05/01 05/01 05/01 05/01 05/01 06/01 06/01 06/01 07/01 07/01 07/01 07/01 08/01 08/01 08/01 08/01 09/01 09/01 09/01 10/01 10/01 10/01 11/01 11/01 11/01 11/01 12/01 12/01 13/01

Anton Keller II Estefano Remlimger José de Mattos Leão Neto Leni Aparecida Lacerda Cunico Valdemar Mayer Julio Cavalheiro de Almeida Tadeu Kukurgindki Belinski Hugo Leh Orlando Deschk Rosa Maria Schlafner Adolf Taubinger Gilda Roseira Ribas Harald Wolfl Essert Johanes Stecher Johann Vollweiter José Seguro Ronald Gartner Antonio Fagundes Schier Marcelo Afonso Mayer Regina Maria Bezarro Zandonai Emerson Luis Neves Heinrich Stader Maria Aparecida Lacerda Loures Siegfrid Milla Cassia Fassbinder Florian Reichardt Haltieres Aguilera de Souza Heraclides José Cordeiro Roseira Eduardo Winkler Euripio Carlos Rauen Sonia Regina Virmond Claudio Marques de Azevedo Jakob Schneider Raimund Duhatschek Guinter Nicolau Schlafner Helga Schneider Neuci Aparecida Moss Reinhard Wilhelm Kratz Murilo Walter Teixeira Robson Fassbinder Herbert Schlafner

13/01 14/01 14/01 15/01 15/01 15/01 16/01 17/01 18/01 18/01 18/01 18/01 19/01 20/01 20/01 20/01 21/01 21/01 21/01 22/01 22/01 22/01 22/01 23/01 23/01 23/01 24/01 24/01 24/01 24/01 25/01 25/01 25/01 26/01 26/01 27/01 28/01 30/01 30/01 30/01 31/01

Raimund Georg Abt Helton Jose Fagundes Schier Paulo Krüger Elizete Ribas Martins Philipiak Juliano Marcondes Teixeira Marcelo Antonio Fagundes Schier Nereu Lopes de Araújo Otavino Rovani Luis Borsatto Rene Vieira Lopes Sérgio Fernando Paczkoski Ursula Maack Kurowski Luis Paulo de Oliveira Gomes Filho Jacir Salvador Rivair Sebastião Fritz Waltraut Maria Palm Mayer Bernhard Johann Palm Dea Maria Ferreira Silveira Denilson Baitala Alfredo Gelinski Junior Antonio Luiz Peterlini Gilberto Saciloto Philipe Marx Marcio Pacheco Marques Rui Sergio Primak Walter Becker Anton Fassbinder Sebastião Francisco Ribas Martins Sebastião Meira Martins Simon Milla Edson Lustosa Araújo Otmar Oster Tiago Justino de Bastos José Nael dos Anjos Oswaldo Rodrigues Barbosa Cristian Abt Manoel Urias Carneiro Josilene Losso Ruy Laurici Alves Teixeira Neto Stefan Stemmer Mario Poczynek

01/02 02/02 02/02 03/02 03/02 03/02 04/02 04/02 04/02 05/02 06/02 06/02 07/02 08/02 09/02 09/02 09/02 09/02 09/02 09/02 10/02 11/02 12/02 13/02 14/02 15/02 15/02 15/02 16/02 17/02 17/02 18/02 18/02 18/02 18/02 18/02

Norbert Geier Franz Hunger Thelma Lanzini Losso Eliezer Scheidt Odacir Luiz Ghisleni Walter Gartner Jair Kultz Jose Losso Filho Robert Utri Jose Neiverth Junior Gilda Campello Hercules Alexandre Martins Francisco João Schier Aldo Antonio Bona Arival Cividini Helmut Gartner Jeferson Caus Leodir Carlos Correa de Melo Lucas Obal Martin Ritter Lourenço Lemler Luiz Afonso Eder Johann Reinerth Reinholt Holzhofer Amarildo Parizotto Celio Teixeira Cunha Erich Mathias Leh Gilmar Gelinski de Souza Marcelo Lustosa Julek Alexandre Barbieri Neto Ricardo Rocha Danguy Alvir Antonelli Carlos Pereira Araújo Christoph Ritter Evaldo Stefan Becker José Hamilton Moss Filho

18/02 18/02 18/02 18/02 18/02 19/02 19/02 19/02 20/02 20/02 21/02 21/02 21/02 22/02 22/02 22/02 22/02 23/02 23/02 24/02 24/02 24/02 25/02 25/02 26/02 26/02 26/02 27/02 27/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02

Klaus Dowich Luiz Vilson Silvestri Nelson Luiz Loures de Lacerda Rodrigo Tateiva Simão Primak Cleusa Werneck de Junqueira Botelho Elton Lange Gildo Warpechowski Gorski Renata Vitoria Weckl Walter Milla Antonio Oscar Lustoza Ribas Celso Hisao Tateiva Renato de Auda Kaminski Alceu Sebastião Pires de Araújo Elias Farah Neto Francisco Buhali Marco Aurelio Nunes Edson Luiz Primak Jairo Silvestrin Filho Alan Kaminski do Nascimento Albert Josef Zimmermann Valdir José Fuchs Filho Marcus Vinicius de Andrade Bianco Pauline Keller Kuster Denise Raquel Taques Da Cruz Moacir José Horst Tome Rubens Geraldo Toledo Anton Hering Jonathan Seitz Alan Marcus Blanc Jonathas Frederico Taques Leal da Cruz Luiz Carlos Gehlen Macedo Nunes Machado Filho Paulo Naiverth Paulo Roberto Martins Pacheco Sebastião Fancisco Ribas Martins Neto

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Confira a agenda de eventos agropecuários:

I Rodeio Internacional de Canela e 29º Rodeio Nacional de Canela 09 a 13 de janeiro Parque do Saqui – Canela – RS (54) 3282.2666 http://www.youblisher.com/p/4620811-Rodeio-Internacional-e-29-RodeioCrioulo-Nacional-de-Canela/

Itaipu Show Rural 2013 23 a 26 de janeiro Pinhalzinho- SC – KM 580 –BR 282 [49] 3366.6502 http://www.itaipururalshow.com.br/

XX Encontro Brasileiro de Ictiologia 27 de janeiro a 01 de fevereiro Maringá – PR http://www.ebi2013.sbi.bio.br/

II Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose 30 de janeiro a 01 de fevereiro Anfiteatro da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - São Paulo – SP contato@toxobrasil.com.br http://www.toxobrasil.com.br/

Show Rural – Coopavel De 04 a 08 fevereiro Show Rural Coopavel, BR – 277 KM 577 Cascavel- PR Entrada gratuita (45) 3225.6885 http://www.showrural.com.br/ Haverá ônibus para associados do Sindicato Rural, com saídas de Guarapuava, Candói e Cantagalo. Informações pelo fone 42-3623-1115

XXXVI Congresso Paulista de Fitopatologia 19 a 21 de fevereiro Instituto Biológico - Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 - Vila Mariana São Paulo, SP (19) 3233-8035 http://www.infobibos.com/cpfito/



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Revista do Produtor Rural


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