Rev prod rural 39 web

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VII - Nº 39 - Out/Nov 2013 Distribuição gratuita


Guarapuava | Marechal Floriano Peixoto, 2110 - Centro - 3623 8663 Pinh達o | Av. Trifon Hanysz, 131 - Centro - 3677 3772 Pitanga | Av. Brasil, 861 - Centro - 3646 1966


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Manchete

Um novo olhar sobre a pecuária leiteira

24

Especial 10º WinterShow

32

Floresta

35

Mercado

38

Dia da Secretária

48

Novas fronteiras

70

Argentinos na região

WinterShow nota 10!

Semente lançada para a cooperativa florestal

2º Fórum do Agronegócio

100 profissionais festejam data

Stefan Duch Filho: duas vezes pioneiro

Intercâmbio de conhecimentos


editorial ISSN 1984-0004

[expediente] DIRETORIA: • Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho • 1º Vice presidente: Josef Pfann Filho • 2º Vice presidente: Anton Gora • 1º Secretário: Gibran Thives Araújo • 2º Secretário: Luiz Carlos Colferai • 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima • 2º Tesoureiro: Jairo Luiz Ramos Neto • Delegado Representante: Anton Gora • Conselho Fiscal: - Titulares: Ernesto Stock, Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes E Lincoln Campello - Suplentes: Roberto Hyczy Ribeiro, Alceu Sebastião Pires de Araújo e Cícero Passos de Lacerda Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora-Chefe: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Redação: Helena Krüger Barreto Luciana de Queiroga Bren Manoel Godoy Fotos: Assessoria de Comunicação SRG / Luciana de Queiroga Bren / Helena Krüger Barreto / Manoel Godoy Projeto Gráfico e Diagramação: Roberto Niczay Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.

4

Revista do Produtor Rural

Um grande resumo de eventos técnicos, festivos e culturais

M

ais uma vez, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ traz uma série de informações técnicas para produtores rurais e profissionais do setor agropecuário. Parte dessas informações são provenientes de eventos que ocorreram na região, promovidos pelo Sindicato Rural de Guarapuava e/ou entidades parceiras. O 10º WinterShow, organizado pela Cooperativa Agrária e Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), de 16 a 18 de outubro, no distrito de em Entre Rios/Guarapuava-PR, resultou em sete páginas de informação técnica sobre cereais de inverno. O II Dia de Campo Florestal, realizado em 08 de outubro, no Campus Cedeteg da Unicentro, pelo Sindicato Rural e parceiros, está impresso em três páginas sobre o sistema agrossilvipastoril, com foco na importância da criação de uma cooperativa florestal na região. No dia 19 de setembro, também estivemos envolvidos com o II Fórum de Agronegócios do Centro-Sul do Paraná, promovido pela Beto Agro. Em três páginas, nossos jornalistas resumiram dados sobre o mercado mundial de commodities agrícolas, apresentados pelos palestrantes, destacando o gargalo da logística e infra-estrutura brasileira. A Ovinotec, realizada pela Cooperaliança no dia 25 de setembro, trouxe informações sobre a cadeia produtiva de ovinos nas áreas de nutrição, integração lavoura-pecuária, reprodução e sanidade. São mais duas páginas dessa edição. Também na área animal, sediamos o 1º Simpósio de Sanidade Animal do Centro-Oeste do Paraná, promovido pela Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária – Núcleo Centro Oeste. Mais três páginas da revista destacam a importância da sanidade animal no sistema produtivo. São, na verdade, resumos de eventos técnicos realizados na região. Resumos porque, sem dúvida, cada um desses eventos renderia uma edição inteira, pela riqueza de conteúdo, pela qualidade de palestrantes e informação de qualidade, direcionada para o nosso público produtor rural. Também demos sequência à série de reportagens sobre Novas Fronteiras, desta vez com o

pioneiro Stefan Duch Filho, que reside no Mato Grosso do Sul e é o grande responsável pelos 20 mil hectares da família naquele Estado. Exemplo de determinação, empreendedorismo e foco. Destaque ainda para matéria sobre lixo (p. 42), onde mostramos que a população urbana anda jogando lixo em áreas rurais, prejudicando o meio ambiente; e que os órgãos públicos tem dificuldades de identificar os infratores. E por falar em meio ambiente, publicamos também um belo artigo sobre Código Florestal, com novidade sobre o CAR, escrito por Hildegard Abt e mais dois interessantes artigos, de Denis Rosenfield (O quilombo imaginário) e Sueli Karling (Campanha do Imposto Beneficente). Registramos, ainda, a visita de produtores argentinos e a realização de duas reuniões de Comissões Técnicas da FAEP em Guarapuava - a de Ovinocultura e a de Cereais. Uma honra para toda a diretoria da entidade. Para encerrar o mês, sediamos o Ciclo de Reuniões de Pecuária de Corte do Paraná, que promete colaborar com o desenvolvimento do setor no Estado. Mais uma página na revista. Não poderíamos esquecer da manchete dessa edição: o leite, que vem ganhando espaço na região, com novos produtores rurais e destaque como opção de diversificação nas propriedades. Não deixe de ler os depoimentos de técnicos e produtores que estão atuando na atividade. Para descontrair, também publicamos os eventos festivos, como o Encontro de Secretárias (em parceria com a ACIG), os cafés da manhã do dia do agrônomo, do dia do veterinário e dos sócios aniversariantes do trimestre, além dos eventos culturais: show da cantora ucraniana (parceria com Unicentro) e o show de viola caipira (parceria com SESI). Essa edição é isso, sem falar dos artigos técnicos enviados por empresas anunciantes. Impossível não ter nada de seu interesse, em pelo menos uma, das 116 páginas. Envie sugestões, críticas e comentários sobre as matérias para o e-mail comunicacao@ srgpuava.com.br A todos, uma ótima leitura!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava


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Caixa de Entrada

Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Fernanda Pacheco de Moraes Guevara Malvestiti, diretora de Cultura da Unicentro

Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Emanuel Geres, Operador Viajes Técnicos COOVAECO TURISMO - Argentina “Agradecemos pelo recebimento de nosso grupo na semana pasada. Eles ficaram muito contentes com a visita e destacaram a gentileza e seu tempo para nos receber. A troca de ideias, conhecimento e experiencias é muito importante para nos e para os productores. Ficam convidados para vir a nosso País quando desejen. Desde já, muito obrigado.”

“É com satisfação que a Unicentro, por meio da Diretoria de Cultura vem agradecer a parceria nas atividades desenvolvidas durante o XXVI Encontro da Arte Folclórica, realizado de 26 a 29 de agosto de 2013. Salientamos que o evento foi sucesso graças à dedicação de todos os envolvidos, superando as expectativas e contribuindo para o processo da democratização da cultura em nossa cidade. Esperando contar com sua colaboração em outras oportunidades, mais uma vez agradecemos”.

Para: Revista do Produtor Rural

Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Valdir Grigolo, Presidente da CACICOPAR (em resposta à convite para Café da Manhã do Dia do Agrônomo) “Parabenizo com muito entusiasmo a todos os Engenheiros Agrônomos de Guarapuava e do Brasil, especialmente os parceiros das entidades de produção”.

De: Eduardo Predebon, agrônomo - Toledo/PR “Sou agrônomo, atuo na área agrícola, na parte técnica e comercial. Gostaria de saber como faço para assinar a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, visto que tem excelentes informações, bastante atualizadas e, principalmente, por ser dedicada ao agronegócio no Paraná”. Nota da Redação: Ficamos felizes com o seu interesse pela revista, Eduardo. Cobramos uma taxa para envio via correio. Basta encaminhar o endereço. Outras informações pelo telefone: 42-3623-1115

Projeto Identidade Sindical

Descontos em produtos e serviços Um programa que a cada dia se torna um sucesso: o Identidade Sindical, lançado pelo Sindicato Rural de Guarapuava, com a adesão de empresas de Guarapuava, Candói e Cantagalo, tem se mostrado, para os associados à entidade, como uma alternativa interessante na hora de obter descontos em produtos e serviços. Para o associado Moacir José Horst Tomé e sua esposa, Evone Azevedo Tomé, do distrito de Guará, em Guarapuava, o Identidade Sindical foi sinônimo de descontos até então impensáveis em serviços laboratoriais. Em uma das empresas parceiras do programa, o Laboratório Góes, ele e sua esposa se submeteram a exames de rotina. No momento do pagamento, uma boa surpresa foram descontos significativos. Desde seu início, o

programa do Sindicato Rural de Guarapuava vem se ampliando. Hoje, já são 44 parceiros, que concedem preços diferenciados aos produtores associados ao sindicato. E entre eles, estão ainda empresas de setores de especial interesse de quem trabalha no campo, como as de insumos, máquinas e implementos agrícolas e produtos veterinários. A iniciativa também abrange os segmentos de atendimento odontológico, autopeças, capacitação profissional e curso de idiomas. Os associados que se interessarem em obter a carteirinha do programa, que dá direito aos descontos, podem comparecer ao Sindicato Rural de Guarapuava, para fazer o documento. Os estabelecimentos do Identidade Sindical estão identificados por adesivos ou displays. A lista completa de empresas parceiras, com os descontos, é divulgada em todas as edições da Revista do Produtor Rural do Paraná (VEJA NAS PÁGINAS 8 E 9), e no site da entidade: www.srgpuava.com.br

Revista do Produtor Rural

Novo parceiro

GUARAPET Na foto Murilo Ribas (Sindicato Rural) e Fábio Peterlini


Artigo

Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

A soja na região de Guarapuava/PR Foi no ano de 1968, que o produtor Anton Milla trouxe as primeiras sementes de soja do Rio Grande do Sul para Guarapuava. A cultura da soja já tinha história nos Estados Unidos e estava dando os seus primeiros passos no Brasil. Os primeiros plantios se deram na forma convencional, com o solo preparado com semeadeiras de culturas de inverno e capina manual. Doenças e pragas ainda não existiam. Havia um mercado comprador, utilizando a soja principalmente ainda para a alimentação animal. Torrada e moída, era utilizada em mistura com milho e farelo de trigo. Muitos dos nossos produtores naquele tempo ainda possuíam criação própria de suínos, frangos e vacas de leite. A Cooperativa Agrária, com a sua visão de futuro, logo incentivou a cultura da soja, através da assistência técnica, pesquisa, comercialização, dando apoio a ideias e fomentando o seu desenvolvimento. E ela sabia fazer isso como ninguém. Assim, a Agrária logo tomou a dianteira na região na implantação e expansão da cultura. Mas a cultura da soja se desenvolveu rapidamente, principalmente pelo seu valor protéico e as primeiras indústrias começaram a se instalar, no início, no Rio Grande do Sul, mas avançando rapidamente para o Paraná. O óleo extraído do grão também foi aceito rapidamente pelo mercado, substituindo a banha de porco. Em pouco tempo o mercado se tornou comprador. A produtividade, no início, mal chegava a 1.500 kg/ha, mas o seu valor comercial compensava o baixo rendimento, e a necessidade de novas culturas contribuíram para a sua expansão, já que o trigo não era uma cultura rentável e nem estável. O arroz não se podia plantar mais devido às ervas daninhas e todos esses fatores conjugados fizeram com que a cultura evoluísse rapidamente. O plantio era convencional, o solo era preparado com arado e depois com o escarificador, subsolador e grade. Surgiu o herbicida Trifluralina, que era incorporado com grade, controlando de uma forma bastante eficiente as gramíneas, mas provocava uma enorme erosão como conseqüência da grade que pulverizava a camada superficial do solo e compactava a camada inferior, formando o pé de grade. As primeiras variedades foram trazidas dos Estados Unidos: Hardee, Davis, Florida, Bragg a grande sensação que naquele tempo já alcançava produtividades de 3.000kg/ha. Em seguida

começaram a aparecer as variedades nacionais: a N-45 (Campos Gerais), precoce e produtiva foi uma das grandes variedades. Iniciou-se dessa forma o binômio trigo-soja, com todas as suas consequências negativas. Para que se pudesse plantar soja depois do trigo era necessário queimar a palha do trigo, devido à escassez de tempo e a falta de máquinas. A erosão foi devastadora. Nas partes mais altas do terreno se tinha uma soja normal, nas encostas uma soja muito ruim devido à erosão que tinha carregado o solo fértil e nas baixadas a soja apodrecia, devido ao excesso de fertilidade. A produtividade começou a despencar e o futuro da soja foi colocado em xeque. Para tentar solucionar o problema, tentou-se introduzir curvas de nível e terraços, o que piorou a erosão. Como o produtor se colocou contra a implantação das curvas, ele foi obrigado a implantá-las. O Banco do Brasil só financiava as lavouras com terraços. Os terraços ou curvas de nível trouxeram várias consequências negativas. Como se trabalhava em curva, as operações eram mais demoradas e caras, o solo se compactava e a água com muita chuva se acumulava nas partes mais baixas da curva, rompendo a mesma e pelo volume acumulado formavam-se verdadeiras voçorocas ladeira abaixo. O controle de pragas era outro problema sério. Como não se conheciam as pragas, usavam-se inseticidas a base de cloro e fósforo, sem nenhum critério. Aplicava-se por calendário, sem nenhuma proteção para os aplicadores. Não se respeitava a captação de água, que era feita diretamente dos rios e as embalagens eram abandonadas ali mesmo. Mas com os problemas também vieram as soluções. A área técnica, observando os exageros, começou a cobrar da pesquisa parâmetros para a aplicação de inseticidas, e assim a pesquisa desenvolveu o Manejo Integrado de Pragas, que consistia na amostragem de pragas presentes e quando atingia um certo nível de pragas e desfolhamento da soja era feita o controle. Os inseticidas também começaram a ser substituídos lentamente pelos menos tóxicos, surgindo então os primeiros inseticidas biológicos. O controle de pragas estava começando a ser solucionado, a erosão ainda não. No entanto, começaram a surgir as primeiras ideias de plantio direto. A Agrária trouxe a primeira máquina de plantio direto, uma FNI Howard,

que na verdade fazia o preparo do solo, com uma enxada rotativa e o plantio numa mesma operação. Porém, não conseguiu se viabilizar na prática. Começou-se a enxergar a grande solução dos problemas a partir do plantio direto. Os irmãos Scherer (Peter e Josef) começaram a adaptar semeadeiras convencionais, já com a ideia do triplo disco. As primeiras máquinas adaptadas foram um sucesso, despertando inclusive o interesse das indústrias de máquinas que vieram até aqui copiar a ideia dos Scherer e a desenvolveram até as modernas máquinas de hoje. Também naquele tempo os Scherer adaptaram um UNIMOG, como pulverizador, o primeiro autopropelido do Brasil. A indústria também copiou essa ideia, desenvolvendo-a. Com as máquinas já em desenvolvimento ainda faltava um herbicida pós emergente para o controle de ervas. Assim surgiu o Surflan, com controle insatisfatório, o Sencor para o controle de ervas de folhas largas. Com o tempo, surgiram os herbicidas pós emergentes, os dessecantes que passaram do paraquat para o glifosato utilizado até hoje. Com a tecnologia avançando, faltavam ainda as doenças, e elas apareceram com força total com o cancro da haste, que quase perdemos uma safra inteira. Tivemos que substituir de um ano para o outro toda a variedade Bragg por outras menos produtivas, mas resistentes a essas doença. Logo após vieram as doenças foliares e o uso generalizado de fungicidas. Tínhamos o trigo, mas a soja evoluiu rapidamente. Surgiram a cevada, o milho, a aveia e foi necessário estabelecer um sistema de rotação de culturas. Vários experimentos foram instalados e o resultado foi o estabelecimento de um sistema agrícola que perdura até hoje. Com todas essas medidas a produtividade voltou a crescer, não só da soja, mas também do milho, do trigo, da cevada e da aveia, culminando e formando a base para essas nossas altas produtividades de hoje. O mercado também teve seus altos e baixos. O preço se situava em torno de oito dólares a saca, em anos bons de preços o governo impôs um confisco e os produtores tiveram que ir para a rua, fechar estradas. Tivemos soluções políticas, aprendemos a comercializar a soja e hoje ela é a nossa principal renda econômica.

Revista do Produtor Rural

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Projeto Identidade Sindical 2013 Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços

BetoAgro AGRONEGÓCIOS 30% em cursos oferecidos pelo escritório

10% nas prestações de serviços

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

10% em todos os serviços prestados

10% em todos os serviços prestados

15 % em acessórios e serviços

3% de desconto adicional para compras à vista

5% sobre valor final da negociação

10% camping, pesca, piscina e carabinas de pressão

3% no final da negociação

10% em toda loja

15% no valor do curso

10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade

Tecnologia, Saúde e Outros

5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos

15% na realização de exames radiográficos

3% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca

Descontos em exames

Benefícios para associados

10% nos procedimentos do salão e 15% nos procedimentos estéticos e terapêuticos (à vista)

3305-3839 / 8861-6346 Benefícios para associados

5% em serviços ou equipamentos

17 % de desconto em sessões de Acupuntura

10% nas consultas de nutrição e fisioterapia; 5% nos pacotes e palmilhas; 5% no serviços de home care. Exceto exames.

10% à vista

Insumos Agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

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Revista do Produtor Rural

1% em produtos IHARA BRÁS S/A

3% em toda linha de insumos agrícolas

3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos


resente Produtor rural, ap Sindicato a carteirinha* do descontos Rural e obtenha : nos locais abaixo

* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.

Máquinas e Implementos Agrícolas

Produtos Veterinários / Agroveterinárias

3% à vista ou cartão de débito e 2% a prazo ou cartão de crédito; exceto vacina aftosa e produtos de promoção

5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais

3% a vista na compra de suplementos para equinos produtos nutrição gado de leite - Supra

Bonificações em produtos

5% nas compras realizadas na loja

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens

5% à vista, exceto para produtos promocionais

CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

Serviços

5% sobre valor final da negociação

3 % nos produtos da loja

Material de construção 6%, movéis 8%, casa pronta 11%.

Saúde

5% toda linha de medicamentos

CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

10% em medicamentos veterinários em geral

Materiais, Assessorias e Serviços 5% sobre valor final da negociação

5% na compra de todos os produtos

Saúde 20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

Revista do Produtor Rural

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Um novo olhar sobre a pecuária leiteira

Manoel Godoy

Manchete

No setor, o profissionalismo permite aproveitar a estabilidade dos preços num patamar lucrativo Helena Krüger Barreto

Pequena, grande produtora Para a produtora de leite Claraci Borges o ingrediente chave de cada gota do leite é o amor pelas vacas. Ela, que veio do Rio Grande do Sul em busca de suas origens campeiras, conquistou sucesso na pecuária, no interior do Paraná. Há 33 anos veio morar em Guarapuava e logo adquiriu uma propriedade onde se dedica à atividade leiteira.“Comecei com

Claraci Borges, gosto pela atividade como base para o bom negócio

*Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab)

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Revista do Produtor Rural

10 alqueires e aos poucos fui crescendo. Hoje são 20 alqueires”, conta Claraci. Ainda que se enquadre como pequena produtora, Claraci procura excelência em sua produção. Com um rebanho de 75 animais e 40 vacas em lactação, a média de produção é de 21 litros por vaca/dia. “Vale a pena pela empatia com os animais. Eu percebo que as vacas confiam em mim, há

Manoel Godoy

A

bovinocultura de leite vem atraindo novos olhares e se mostra como uma atividade importante economicamente no Brasil, em especial, no Paraná, onde hoje representa 6,2% do Valor Bruto de Produção (VBP), arrecadando cerca de R$ 3,3 bilhões só no ano de 2012*. Segundo o boletim de setembro do Centro de Estudos de Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o preço do leite é maior em seis anos e a tendência é de estabilidade. A partir dessas perspectivas positivas para a cadeia leiteira, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ fez uma análise do cenário da atividade na região e entrevistou produtores rurais sobre as principais oportunidades e desafios. Além disso, a reportagem aborda temas que são a base da complexa atividade leiteira, como nutrição, sanidade, tecnologia, assistência técnica e mão de obra. Vale destacar que a atividade do leite, que por muito tempo fez parte do universo daquele homem do campo que tinha ao seu lado uma vaca leiteira apenas para subsistência, hoje, aos poucos, muda de perfil. A figura de “tirador” de leite já não pertence mais ao cenário moderno da agropecuária, que demanda, hoje, produtores de leite profissionais. Nesse novo panorama, produtores mais experientes sugerem “ingredientes” que devem estar presentes nos baldes de leite para uma produção de sucesso: comprometimento, profissionalismo, muito trabalho, e alguns também acrescentam uma dose de amor pelos animais.


uma interação e esse cuidado com elas se reflete na produção”. Em sua propriedade, Claraci possui vacas Jersey e Holandesa, porém confessa sua preferência pelas Jersey. “Elas têm um melhor custo-benefício, são mais rústicas e gastam menos para produzir um litro leite”. A produtora, ao relatar suas conquistas com leite, relembrou do papel que a assistência técnica teve no início da atividade para a implantação de tecnologia no rebanho. “A Emater deixou um legado aqui. Os técnicos me ensinaram muito”. Entre esses ensinamentos, Claraci apren-

deu a importância da nutrição, que hoje recebe atenção especial. As vacas são semi-confinadas, ou seja, recebem uma dieta a pasto e também concentrados, como silagem. No verão, a produtora planta tifton e milheto, e, no inverno, aveia e azevém. Além disso, se preocupa com melhoramento genético, higiene e sanidade. A respeito do manejo, destaca como essencial na ordenha que o animal não tenha estresse. “A dica é antes de ordenhar esquecer os problemas e se dedicar à vaca”. Claraci mostra as mãos cansadas e com calos, mas não reclama. “Não acho que seja um sacri-

fício tão grande. Muita gente tem rotina, essa é a nossa”. Para a pequena produtora, apesar dos altos e baixos, a atividade vale a pena.“Não trocaria por nada, nem por um navio ou um iate. Trabalhar com as vacas é uma terapia”. Ainda que em uma propriedade pequena, a gestão é feita de forma profissional. “Eu sempre trabalhei com previsão de caixa, nunca deixei de pagar as contas, porque o preço do leite estava baixo”. Para cuidar do plantel, Claraci prefere trabalhar sozinha. “As vaquinhas fazem parte da família. A atividade vai muito além de ganhar dinheiro”.

Para o produtor e médico veterinário Jairo Luiz Ramos Neto, o tamanho da propriedade ou a quantidade de animais não define necessariamente se o produtor é de sucesso. No leite, o que importa é a qualidade e a produtividade. Em busca desse objetivo, Ramos Neto migrou da pecuária de corte para o leite. Ele, que já tinha experiência em prestar assistência técnica aos produtores em uma cooperativa em Guarapuava, decidiu investir no gado Jersey, e deu certo. Hoje, produz 250 litros/dia com qualidade, ou seja, com níveis ideais de gordura, baixa contagem de células somáticas e bacterianas e, além disso, altamente protéico. Segundo o produtor, uma das formas de incentivar a atividade é pagar bonificações que podem aumentar de 15 a 20% do preço do leite. Com relação a suas metas, Ramos Neto relata que pretende dobrar sua produção para 500 litros, pois assim tornaria a atividade mais rentável. “Um item que pesa é a mão de obra. Ela representa 36% da minha receita. O máximo seria 15%. Se aumentasse a produção, esse item cairia pela metade”. O produtor é também um grande incentivador da atividade, principalmente para as pequenas propriedades de Guarapuava

Manoel Godoy

Qualidade é o segredo

Jairo Luiz Ramos Neto mostra que é preciso ter foco para alcançar resultados

e região. “A atividade é extremamente interessante, remunera com uma receita diária. Por outro lado, demanda conhecimento, assistência técnica e muita dedicação”. Com relação às dificuldades, ele afirma que o principal entrave para o leite avançar na cidade é a comercialização. “A atividade precisa ser mais competitiva”.

Ramos Neto indica para o produtor que pretende iniciar na atividade, que avalie se possui uma área compatível com o que deseja. “O pecuarista também deve produzir milho de qualidade para silagem, pastagem de inverno e perene. É preciso se programar e, principalmente, saber aonde se quer chegar”, orienta.

Regina Seitz: Gado lapidado como um diamante Exemplo de como conduzir uma propriedade de leite, a produtora rural, Regina Maria Fassbinder Seitz demonstra que o sucesso na atividade vem de muita informação, controle minucioso de custos e trabalho.

A Fazenda Vale Rio da Esperança, localizada no município de Pinhão, possui uma gestão focada em resultados e metas como uma grande empresa. Ao contar como funciona a leiteria, a proprietária descreve com detalhes a ativi-

dade, com estatísticas e números precisos. Regina começou a investir na bovinocultura de leite em 1994. A evolução que passou sua propriedade em 19 anos “é exponencial”, diz a produtora. Em uma área de 53 hectares, inicial-

Revista do Produtor Rural

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Manoel Godoy

mente as vacas produziam 500 litros/dia. Hoje a produção chega a 2.353,9 litros/dia, alcançada por 71 vacas em lactação. Assim, a média obtida por animal é de 33,2 litros, comparada a grandes produtores de leite do país (*dados referentes ao último controle realizado no dia 01. 10.2013). Para acompanhar o crescimento da produção, a proprietária precisou de mais mão de obra. A Fazenda possui atualmente cinco funcionários, que realizam a ordenha e são responsáveis pela alimentação do rebanho de 135 animais. O desenvolvimento também aconteceu na estrutura física e tecnologia da propriedade. Em 1998, Regina começou a investir em novas instalações com recursos próprios da agricultura, entre eles a construção de um tratadouro com canzil para 80 cabeças, bezerreiro, barracão de máquinas, reforma das casas e silo trincheira com capacidade para 600 mil quilos de silagem de milho. Para alcançar esses resultados, um dos fatores que a proprietária destaca é o investimento em assistência técnica. A leiteria possui três médicos veterinários responsáveis pela parte clínica, nutrição e reprodução. Em termos de produção, Regina prioriza o investimento em alimentação, por entender que o bom manejo nutricional se conver-

Regina Seitz, leite na ponta do lápis

te em leite de qualidade. Assim, tanto no sistema a pasto quanto confinado, a oferta de comida é de alto padrão* (ver no infográfico custos com nutrição). No verão, a produtora investe em forragem perene e utiliza variedades como tifton, pensacola, brachiaras e aruana. No inverno, a dieta é composta por aveia branca, azevém e trevo.

Além disso, Regina destina parte da produção agrícola de milho para silagem, e de cevada para palha. “O cuidado que nós temos com a pastagem é o mesmo que temos com os grãos. Fazemos análise de solos e corrigimos o que falta. Com relação à dieta de palha de cevada, a ideia é oferecer fibras para incentivar a parte de ruminação dos animais”, explicou. Um dos diferenciais do plantel de Regina é a seleção genética. Desde 2000, ela realiza um programa de melhoramento genético. “O gado de leite é como se pegasse um diamante e lapidasse. Estamos no momento da lapidação mais fina”. Outro aspecto é o cuidado especial com sanidade e higiene na ordenha.“É muito gratificante, com o passar dos anos, ver o que se consegue fazer com o rebanho. Hoje, estamos colhendo os frutos desses anos de trabalho”, disse Regina.

Aposta na tecnologia em prol de leite Com o objetivo de diversificar a produção, o produtor rural de Guarapuava, distrito de Entre Rios, Anton Gora, decidiu investir na construção de uma leiteria. Segundo ele, a ideia surgiu para racionalização de custos, integração lavoura-pecuária e uma nova fonte de renda. A tecnologia será a aposta de Gora para adquirir bons resultados produtivos e também em qualidade. O produtor, que destinou 20 hectares, que representa cerca de 5% de sua área, investiu em equipamentos que vão

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Revista do Produtor Rural

monitorar a produção de 80 vacas. Assim, Gora já pretende iniciar uma produção considerável. Ele espera produzir cerca de 2000 litros por dia. Na primeira etapa, a intenção é que sua média seja de 25 litros vaca/dia. A meta são 32 litros dia em quatro anos. Além da tecnologia em maquinários e estrutura física, o produtor vai aplicar seu conhecimento agrícola para oferecer alimento de qualidade por meio de pastagem como o azevém no inverno e plantar milho para silagem. A ideia de Gora é otimizar

o máximo de sua área e realizar mais safras na mesma propriedade. “A intenção é tornar produtiva com forragem, principalmente, a área que hoje (verão), se destina para milho, e no inverno eu fazia apenas cobertura”. O produtor vai desembolsar cerca de 500 mil reais, divididos em compra de animais, instalações e equipamentos. “Estou tentando fazer a instalação da forma mais tecnificada possível, mas também espero ter um rendimento e produtividade alta”.


Manoel Godoy

A dificuldade no processo de implantação, segundo o produtor, foi a morosidade para aprovação do financiamento específico para a atividade e a falta de experiência. “Com planejamento, a possibilidade de errar é menor, por isso estou cercado de profissionais capacitados”. Gora afirma que é necessário diversificar e pretende aproveitar o bom momento da agricultura para apostar na atividade.“O momento de investir é quando as coisas estão indo bem”.

Anton Gora aposta no leite para diversificar: a leiteria está em fase final de construção

O potencial da pecuária leiteira ao lado da assistência técnica tor. Ele também falou sobre o potencial do município. “A cidade possui cerca de 3400 produtores rurais. Desses, apenas 9,5% trabalham com leite. Entre os agricultores familiares, só 12% se dedica ao leite, ou seja, temos um potencial para crescer 88%. Temos a possibilidade de nos tornar uma bacia de leite importante na região”.

Edilson Moreira, técnico da Emater

Helena Krüger

Agrária/Divulgação

ragem no inverno. São diferenciais da região que ainda não são explorados”. Pletz, que é especialista na área de nutrição animal, comenta que a atividade é altamente rentável, se for feita de forma profissional. O secretário de agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro, diz que a atividade é a melhor alternativa para o pequeno agriculHelena Krüger

O técnico do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Edilson Moreira conta que atende 110 famílias em Guarapuava. Segundo ele, é visível que houve uma evolução no leite na região nos últimos anos, apesar de ter ainda muito que avançar. Moreira conta as principais dificuldades que encontra nas pequenas propriedades. “Temos uma média baixa no município, que é de 7,3 litros/dia por vaca. O que dificulta a evolução é, muitas vezes, acesso ao crédito, pouca informação e o fato de alguns produtores não acreditarem que investimento traz resultado”, disse. Segundo o médico veterinário, Eduardo Pletz, e analista de projeto agropecuário de diversificação da Cooperativa Agrária na atividade de leite (ainda em fase de estudos), o leite é muito promissor. “Temos estudos do potencial que a região apresenta em termos de clima, alta produção de milho e for-

Eduardo Pletz, Agrária

Itacir Vezarro, secretário municipal de Agricultura de Guarapuava

Manoel Godoy

Cooperativismo: Coamig inicia bonificação por qualidade

Laboratorista, Gelyane Wainer, responsável pela análise de qualidade do leite na Coamig

A Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava (Coamig) atua na captação de leite de 17 municípios, somando 900 produtores. Segundo o presidente da Coamig, engenheiro agrônomo Edson Bastos, houve um crescimento expressivo na atividade leiteira nos últimos cinco anos, porém a média produtiva da região ainda é baixa. “Nossa produção é de 110 mil litros por dia. Desse total, 95% é repassada para a Castrolanda e os outros 5% são para BMILK, para o programa Leite das Crianças”, conta. Para incentivar mais produção e qualidade, a Coamig está implantando um programa de sistema de qualidade, que vai bonificar o produtor por um leite melhor. “Nós já começamos em algumas regiões. A implantação total será em cerca de dois anos. Temos muito que avançar. A Cooperativa está empenhada em alcançar junto com a destinatária, a qualidade que o mercado exige”. Experiente na atividade, Bastos orienta ao produtor que pretende investir no leite conhecer o máximo possível de exemplos de sucesso na atividade, além do mercado. “É uma atividade especial. O tirador de leite não existe mais. Hoje é preciso ser produtor de leite. No entanto, alguns insistem em ficar no passado”, resume Bastos.

Revista do Produtor Rural

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Para Bastos, a produção neozelandesa de leite traz lições valiosas para a atividade leiteira brasileira. A Nova Zelândia, que é o maior exportador de produtos lácteos do mundo, oferece leite com custo de produção muito baixo, o que faz com que o mercado tenha preços atrativos. No Brasil, ele diz que falta investimento em pastagem.“Visitamos uma universidade que tem 2000 hectares destinados para pesquisa em leite. Eu gostaria de ver uma exploração menos fechada no Brasil, menos modelo americano e europeu e mais neozelandês. Afinal, o leite mais econômico é aquele que vem do pasto”.

Manoel Godoy

Leite econômico a pasto

Edson Bastos, presidente da Coamig

Leite em números Importância econômica de atividades e produtos da Regional da Seab de Guarapuava (12 municípios) Soja

Milho

Lista dos municípios com maior produção de leite do Estado do Paraná em 2012

26% 14,9% 11% 9,3% 5,3%

(em milhões de litros)

Volume total do Estado:

Bovinocultura

(abate e recria)

Produtos florestais Leite

bilhões de litros

Produção de leite na Regional de Guarapuava da Seab (12 munícipios) em 2012: 124, 7 milhões de litros

Curiosidade:

Foz do Jordão

Reserva do Iguaçu

Campina do Simão

Pinhão

Candói

Guarapuava

Prudentópolis

Goioxim

Turvo

Cantagalo

Laranjal

Palmital

Em 2012, Pitanga representou 9% do volume de leite produzido no Paraná, totalizando 65,7 milhões L/ano.

Dados aproximados fornecidos pelo Deral/Seab - Núcleo Regional de Guarapuava

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Revista do Produtor Rural


Soja

Fotos: Bayer / Divulgação

Proteção de sementes

e os novos desafios à produtividade da soja Por: Diego A. Lemos Agrônomo de desenvolvimento de mercado da Bayer CropScience

E

stimativas em relação ao volume de área a ser plantada com soja no Brasil na safra 2013/14 preveem que haverá um crescimento médio de 3,7% na comparação com a safra 2012/13, com as lavouras da oleaginosa ocupando 28,951 milhões de hectares. Em se mantendo essas previsões em relação ao aumento na área plantada, a produção brasileira de soja na próxima temporada deverá bater novo recorde, somando 88 milhões de toneladas, com crescimento de mais de 7% sobre o total colhido em 2012/13, de 66,3 milhões de toneladas.

A despeito daquilo que os indicadores macro apontam em relação a manutenção do cenário favorável,uma importantecondição para o produtor manteros atuais índices de produtividade está no controle rigoroso da produção nas várias etapas que envolvem o plantio, desenvolvimento e colheita do grão. Entre as causas da redução na produtividade das lavouras, está a presença de nematoides. Estudos da Unesp (Universidades Estadual Paulista Júlio de Mesquita), em Jaboticabal (SP), observaram perdas superiores a 50% em talhões de soja

Revista do Produtor Rural

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por danos causados pela infestação de nematoides em área agricultáveis. O problema, ainda presente em grande parte das lavouras brasileiras, é de difícil quantificação principalmente em função do desconhecimento por parte do produtor. Esta é uma das principais preocupações da agricultura no Brasil, já que várias culturas são afetadas pela praga, entre elas milho, algodão e soja. Para o controle desse tipo de praga, recomenda-se o uso de cultivares de sojas resistentes, aliado a práticas de rotação de culturas e produtos para tratamento de semente. Vale ressaltar que o uso de cultivares resistentes não é eficiente para todas as espécies e deve ser associado à rotação de cultura, visto que a resistência pode ser quebrada pela seleção do nematoide. Por isso, para uma maior eficácia também é importante a utilização do tratamento de sementes, que protege a fase inicial da lavoura. Desde 2010, a Bayer CropScience oferece a solução inovadora de controle dos nematoides. E uma das ferramentas reconhecidamente eficazes é o tratamento de sementes. Com quantidades relativamente pequenas de fungicidas ou inseticidas é possível proteger as plantas durante a germinação. A prática também tem como objetivo proporcionar um bom stand e desenvolvimento inicial da plantação, bem como manter a uniformidade na emergência das plantas, retardar na infecção por doenças na parte aérea e proteger o potencial produtivo da cultura. No caso dos nematoides, o tratamen-

Com quantidades relativamente pequenas de fungicidas ou inseticidas é possível proteger as plantas durante a germinação”.

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Revista do Produtor Rural

to de sementes possibilita a utilização de áreas que tenham a praga presente, diminuindo sua população a níveis aceitáveis para o desenvolvimento normal das culturas. Entretanto, devido a rapidez de contágio e disseminação da pragao manejo integrado deve ser entendido como atividade rotineira da fazenda, uma vez que duas ou mais espécies podem ocorrer simultaneamente na área. Parte do conceito Bayer SeedGrowth™, que a Bayer CropScience fez para o mercado de sementes tratadas visando atender a necessidade da agricultura brasileira em trabalhar com sementes de qualidade e produtividade, sem ficar refém de doenças e pragas, o CropStar® é uma das opções oferecidas pela empresa para as soluções de TSI (Tratamento de Sementes Industrial). Trata-se de um inseticida que exerce controle de pragas mastigadoras (lagartas) e sugadoras e evita o ataque dos nematoides ao sistema radicular, protegendo as plantas nos primeiros dias após a emergência na lavoura. Além disso, tem seletividade ecológica para os inimigos naturais, mostrando-se adequado para o manejo integrado de pragas (MIP). Devido às suas propriedades físico-químicas, o inseticida tem estabilidade em diferentes condições climáticas, sendo absorvido e translocado rapidamente, protegendo a planta no momento mais crítico. Como apresenta amplo espectro de controle, protege a fase inicial da lavoura do ataque de várias espécies de insetos-praga e também dos nematoides.



Bovinocutura de corte

Para onde vai o Paraná? Fotos: Manoel Godoy

N

um ciclo de debates promovido pela Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), o professor Paulo Rossi Junior (UFPR), doutor em nutrição animal, vem alertando para uma situação que levou as duas entidades a se mobilizar: a bovinocultura de corte no Estado, em geral, tem diminuído em rentabilidade e área.

Professor Paulo Rossi Junior (UFPR)

Intitulada “Onde estamos e para onde vamos”, e realizada em oito municípios, a iniciativa consiste em apresentar a profissionais e produtores ligados à pecuária de corte números do segmento, promover debate sobre as principais dificuldades e sugestões de cada região, registrar as opiniões dos participantes e elaborar, num documento, um plano de ação para avanços do segmento. Depois de Paranavaí, Pato Branco, Santo Antônio da Platina e Ponta Grossa, em Guarapuava os encontros aconteceram no Sindicato Rural – na noite do dia 24 de outubro, com veterinários e zootecnistas; na

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Revista do Produtor Rural

manhã do dia 25, para pecuaristas e lideranças da agricultura regional. Na ocasião, o professor Paulo Rossi Junior, em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, chamou atenção para o fato de que, no gado de corte, se precisa de mais tempo do que na agricultura para se obter lucratividade e que, por isso, é necessário que se tome medidas, a partir de agora, para que daqui a quatro ou cinco anos o setor já apresente maior evolução em tecnologia e retorno financeiro. O ciclo de encontros, conforme explicou, é o primeiro passo. “A gente espera que, a partir do ano que vem, em abril, se consiga montar um grupo. Isso vai ser em nível de Estado, por região, e vamos ver como implementar as idéias que estão indo para este documento”, antecipou o professor. Presente ao encontro, o veterinário Celso D´Oliveira, do Departamento Técnico-Econômico da Faep, ressaltou que o objetivo é que produtores, técnicos, Faep, CRMV e CREA possam sugerir para a pecuária de corte uma política “que não seja apenas de um governo”, mas que represente o setor e que se implemente ao longo dos próximos anos. Diretor tesoureiro do CRMV do Paraná, Felipe Pohl de Souza, enfatizou que a pe-

Felipe Pohl de Souza

cuária de corte, no passado responsável pelo desenvolvimento de várias regiões paranaenses, como a de Guarapuava, “nos últimos anos vem perdendo espaço para a agricultura”. Ele apontou que, em decorrência disso, também acaba se reduzindo o campo de trabalho para profissionais ligados à criação de gado de corte. Ao participar dos debates, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, defendeu que a tecnologia precisa chegar ao campo e trazer retorno financeiro ao pecuarista. Mas o dirigente lembrou também que é necessário considerar que diferentes regiões do Estado exigem diferentes técnicas. O ciclo de debates prosseguiu com suas etapas finais em Londrina, Cascavel e Umuarama.


Tecnologia de Aplicação

“O importante legado que o SINTAG deixou para todos os participantes” Jeferson Luís Rezende RTV Inquima - vendas@inquima.com.br

O Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação (SINTAG) realizado pela Universidade Estadual de Londrina/UEL e pela FEPAF/ UNESP-Botucatu, em Londrina, deixou importantes lições e informações para todos que lá puderam estar. Sob o tema central “Redução de Derivas”, o evento abordou diversas questões relacionadas ao trato cultural: tecnologia de aplicação em uso, pontas, tamanho de gotas, uso de adjuvantes, fisiologia das plantas e produtos químico-fitossanitários. O destaque ficou por conta do levantamento realizado por diferentes instituições de ensino e de pesquisas (públicas e privadas), além da Emater, reafirmando que “boa parte do campo ainda não está fazendo uso das tecnologias disponíveis na medida do necessário. E, por isso, ainda mantém práticas indesejáveis ou inadequadas nas aplicações de defensivos”. Alguns palestrantes defenderam o uso de pontas com indução de ar e de maiores taxas de aplicação, como alternativa para sanar parte dos problemas com relação à deriva. Porém, a maioria, preconizou o uso de pontas sem indução de ar - que aspergem gotas médias e a manutenção de taxas mais eficientes (volumes de vazões), tudo isso, aliado ao uso do “bom senso” como medida efetiva para que sejam reduzidos os problemas de contaminação ambiental, mantendo a qualidade dos tratamentos fitossanitários. Por muito tempo o spray pulverizado foi ignorado pelos técnicos, pelos produtores e pela academia, assim como a fisiologia das plantas, dentro do contexto da absorção do químico aplicado. Hoje, porém, isso se tornou uma fase/ etapa importante reconhecida do trato cultural. O cuidado com a interface entre produtos

no TANQUE PULVERIZADOR, a fim de não modificar o comportamento dos mesmos e também não criar problemas de emulsão é outro ponto importante, que deve ser sempre levado em consideração pelo produtor e pelos técnicos. Todos lembraram que não se deve em hipótese alguma tentar PADRONIZAR A TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO dentro de uma propriedade. Existe sim, a possibilidade de PERSONALIZAÇÃO DAS APLICAÇÕES, levando-se em conta particularidades e necessidades pontuais. E, que o uso de pelo menos dois tipos de pontas de pulverização no equipamento deve ser uma rotina. Fato relevante abordado diz respeito à presença do ÓLEO MINERAL nas caldas de aplicação. Considerada um risco potencial para o cultivo, por gerar fitotoxidade, aparente ou não. Danos estes que podem interferir na sanidade das plantas e até na produtividade final. Os pesquisadores e a responsável por formulações de uma indústria de formulação de químicos fitossanitários afirmaram que o uso de adjuvantes sintéticos – que possuam um surfactante de qualidade é a melhor alternativa. Podem até ser usados em conjunto com os óleos - reduzindo o volume destes. Apresentaram informações consistentes ratificando que alguns dos adjuvantes sintéticos (surfactantes em especial) reduzem perdas por deriva e melhoram substancialmente o espalhamento e a distribuição das gotas sobre a planta. Houve destaque para o uso indevido de alguns adjuvantes reguladores de pH, que deve ser feito com muito critério, sob pena de que sejam degradadas as moléculas dos defensivos. O glifosate é uma das poucas que necessita desta ação. Destacaram que produtos WDG são, via de regra, incompatíveis

com formulações EC. E que os produtos com formulação SC, pela sua natureza, tendem sempre a decantar no tanque. Para todos estes casos, os adjuvantes sintéticos podem ser usados como homogeneizador de caldas. Outra informação relevante lembra que as aplicações realizadas com um equipamento autopropelido reagem de maneira distinta as de um pulverizador convencional (rebocado ou acoplado). E, que em regiões mais acidentadas, como é o caso de muitas das áreas do Paraná, deve-se trabalhar com velocidades menores e se reduzir a largura das barras a fim de evitar variações significativas na cobertura do alvo e danos constantes no equipamento. Finalmente, a palestra que abordou questões fisiológicas das plantas e a importância de se levar em conta peculiaridades da cultura, ressaltou que os “adjuvantes surfactantes são sim uma ferramenta muito interessante para ajudar no processo de penetração do produto pulverizado, sem, no entanto, agredir a camada protetora da planta. Portanto, são produtos eficazes disponíveis para melhorar o trato cultural.” O SINTAG apresentou ferramentas de trabalho modernas, na sua maioria disponíveis em todo o território nacional, que podem e precisam ser usadas pelo homem do campo, a fim de melhorar a qualidade do seu trato cultural, reduzindo perdas da qualidade agronômica, minimizando o impacto ambiental, riscos de danos ao homem e ao meio ambiente. O maior legado do evento foi ter demonstrado muitas ferramentas tecnológicas disponíveis para o campo e que as boas práticas devem ser palavra de ordem a ser seguida nestes novos tempos. É a precisão na agricultura em todas as etapas.

Revista do Produtor Rural

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Crioulaço! E

moção e amizade até debaixo de chuva. Foi assim mais uma edição do Crioulaço, prova de laço que o Núcleo de Criadores do Cavalo Crioulo de Guarapuava (NCCCG) promoveu juntamente com as cabanhas Atalaia, Cabreúva e Juquiá, dias 28 e 29 de setembro, na Estância Noca Pio, à margem da estrada do distrito de Guairacá. No Crioulaço, entre as 36 duplas, houve 12 classificados; no Laço Crioulo, dos sete competidores, três obtiveram classificação. Os troféus do evento foram patrocinados pelo Sindicato Rural de Guarapuava. O Selo da Raça foi para a égua Guadalupe 41 Onça, de criador Luiz Flávio Lacerda. Julgamento de disputas ficou a cargo de Josinei Machado e o acompanhamento técnico por parte de Romeu Koch (Tijucas – SC), inspetor da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Rodrigo Córdova Silva, presidente do NCCCG, ressaltou que os Crioulaços, em todo o Brasil, compõem um ranking geral: “esses laçadores que ganharam as provas aqui em Guarapuava já estão classificados para a final em Esteio, na Expointer”. Considerando bom o comparecimento de laçadores e público, ele avaliou que o cavalo crioulo se encontra num bom momento: “A raça crioula está crescendo, não só no Rio Grande do Sul, como em

outros Estados, indo até o Norte do Brasil. Em Guarapuava, não poderia ser diferente: a gente mostra, para todos os aficionados, a raça crioula, todas as suas aptidões”. E a realização de eventos, conforme acrescentou, tem sido uma forma de destacar ainda mais o crioulo em nível local: “A cada dois ou três meses, realizamos uma prova de laço, como também, duas vezes por ano, exposições morfológicas da raça crioula e provas infantis”. Romeu Koch elogiou os inscritos: “Me surpreendeu o número de laçadores, todos com a documentação dos animais em dia. E apesar da previsão de chuva, o pessoal compareceu em massa e acho que isso só vem a fomentar o cavalo crioulo na região”. Sérgio Alves Teixeira, da comissão de Tiro de Laço do NCCCG, avaliou que a qualidade dos laçadores e dos animais se mostrou “acima da média”. Ele observou ainda que o Crioulaço é também confraternização: “Muitos laçadores são conhecidos, outros fazem amizade através do cavalo crioulo”. E há participantes de outros municípios. Galhardo Dias Aranha contou que veio de Campo Mourão para retribuir a visita de Sérgio Teixeira: “Viemos participar porque o Sérgio participa no Paraná inteiro. É meu amigo e então eu tinha que participar com ele. Mesmo debaixo de chuva, está ótimo aqui!”.

Resultados Crioulaço 1º lugar Lucas Azevedo, montando Dois Esses Gatilho e Geovani Teixeira, montando FD Campana

2º lugar Valdinei de Souza, montando Juquiá Kadafi e Júlio Prestes, montando Bom Retiro Jaguar 3º lugar Luciano Chiott, montando Estaca do Rebuliço e Geovani Teixeira, montando Paraíso da Ilha Velha Demais habilitados: - Sérgio Alves Teixeira Filho, montando Nobreza das Três Estâncias e Ciro Araújo, montando Nito Tupambaé - Carlos Eduardo Prestes, montando Fama 35 Onça e Júlio Prestes, montando Fuzarca do Forte Atalaia - Mauro Alcione Dobrovolski, montando Tradição da Tropilha Aragana e Ewerson Breda, montando Manguaça Ico - Éder Salgueiro, montando General 38 Onça e Luiz Flávio Lacerda, montando Guadalupe - Rogério Câmara, montando Independência ALT e Luiz Tonial, montando Mui Amigo da Rio Bonito - Adriano Santos, montando TST Quaresma e Sadi Neto, montando Essência do Rosal - Luiz Felipe Teixeira, montando Lúcido 447 da Reconquista e Valdinei de Souza, montando Denúncia do Forte Atalaia - Lucas Azevedo, montando Bela Dona Del Candieiro e Geovani Teixeira, montando Justa Sorte da Lagoa Seca - Ataliba M. Neto, montando Cabreúva do Forte Atalaia e Manoel M. Dongui, montando Diva da Pedra Talhada

Laço Criador

Romeu Koch; Rodrigo Córdova e Luiz Felipe Vitorassi Teixeira (respectivamente, presidente e vice do NCCCG)

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Revista do Produtor Rural

Galhardo Dias Aranha (Campo Mourão), retribuindo a visita de Sérgio Teixeira (NCCCG)

1º lugar Luís Flávio Lacerda, montando General 38 Onça 2º lugar João Francisco Reis, montando Bucéfalo Palmense 3º lugar Sérgio Alves Teixeira, montando Juquiá Mandaçaia (Fonte dos resultados: www.abccc.com.br)

Fotos: Manoel Godoy

Evento


Silvicultura

Eucalyptus benthamii: Uma opção para regiões frias

P

ara atender à demanda atual de produtos florestais, tem aumentado a área implantada com florestas puras. Em vários países, em especial no Brasil, essas florestas têm sido estabelecidas com espécies do gênero Eucalyptus, cujos materiais genéticos são adaptados a diferentes condições ambientais. O cultivo do eucalipto fora da Austrália iniciou-se há 200 anos aproximadamente e, atualmente, tem sido amplamente utilizado em vários países para fins de produção de papel e celulose, energia, madeira para serraria, dentre outros. A razão disso é a grande diversidade de espécies e de seus usos, elevada taxa de crescimento e capacidade de regenerar-se por brotação a partir da cepa e ser manejado em várias rotações, conforme relata Alexandre Bertola, Engenheiro Florestal (Ms) - Setor de Inventário Florestal – V&M Florestal Ltda. A origem da espécie Eucalyptus benthamii é a Austrália, mais precisamente uma região bem específica desse país (34°S, altitudes inferiores a 100m, a oeste de Sydney, nas planícies do Rio Nepean), que apresenta condições climáticas peculiares: baixas temperaturas, de 4°C, com ocorrência de geadas leves, e com máximas de 26°C, segundo Higa (1999). Botanicamente, E. benthamii pertence à família das mirtáceas e tem parentesco muito estreito com o E.

viminalis, porém a diferença está na queda do primeiro opérculo antes da antese, deixando um série de cicatrizes irregulares que secam e caem, conforme relatam Jonson e Hill (1990). Desde 2000, a Golden Tree vem investido nesta espécie em função das suas características citadas acima, ou seja, adaptabilidade às regiões frias do Brasil. Porém, somente a tolerância às condições frias não bastava, e assim processos de seleção de árvores de alto desempenho dentro da área de produção de sementes da empresa foi um dos trabalhos iniciados, seguido da seleção de árvores em florestas comerciais destinadas ao processo de clonal. Com isso, a Golden Tree pode oferecer aos seus clientes produtos seminal e clonal diferenciados no mercado florestal. O processo de clonagem de E. benthamii foi iniciado em 2006 com a seleção de 372 árvores no município de Guarapuava e em alguns municípios próximos. Deste material, foram coletadas as primeiras estacas. A segunda etapa foi a seleção destes materiais coletados, dos quais restaram 12 com aptidão ao enraizamento. Os 12 clones foram levados ao campo e deram origem ao primeiro teste clonal da empresa, cujo objetivo foi a seleção de materiais tolerantes às geadas fortes da região. O resultado após a primeira avalia-

Tayná Jornada Ben

ção apontou seis materiais como os melhores. Em seguida, na terceira etapa, fez-se a avaliação da floresta (idade da floresta, dois anos) em rendimento estimado de madeira, com a medição do DAP e altura, cuja resposta sinalizou à Golden Tree que existem quatro materiais superiores. Destes, três são: E. benthamii puro e um híbrido, que vem se mostrando bastante competitivo em regiões com geadas moderadas a fracas. Em 2011, a empresa pediu o registro destes eucaliptos clonados junto a Ministério da Agricultura e Abastecimento – MAPA e obteve-o. Diante destas respostas a campo, a empresa passou a desenvolver protocolo de produção em escala destes clones e disponibiliza-os aos seus clientes mediante programação. Em 2013, o E. benthamii passou pela comprovação de tolerância a condições de extremo frio, com a neve de três horas e geadas sucessivas, além de temperaturas que chegaram a sete graus negativos. Florestas jovens (plantio de 6 meses a 1 ano) tiveram danos pequenos e ou não tiveram dano algum, consolidando a espécie ao plantio em regiões frias do país. A Golden Tree tem o enorme prazer em receber, você, empresário rural, para conhecer o portfólio de produtos, inclusive os eucaliptos clonados.


Nutrição

Stoller lança Hold,

produto responsável por reduzir o estresse nas plantas A nova solução nutricional é voltada para as culturas de soja, algodão, feijão, trigo, café, uva e hortaliças

L

ançado recentemente pela Stoller, o Hold tem como diferencial a redução de etileno, hormônio que causa o estresse nas diversas culturas. Essa solução da Stoller melhora a condição fisiológica e nutricional das plantas e seus efeitos também são vistos em termos de resistência das culturas, cooperando para um manejo muito mais eficiente de doenças. As plantas, assim como os humanos, sofrem as consequências de diversos fatores estressantes. A falta ou excesso de água, variação na temperatura, disponibilidade de nutrientes, ocorrência de pragas e doenças, geram grandes perdas de produtividade. Do real potencial de uma cultura, estima-se que, devido ao estresse, a planta expressa apenas de 30% a 50% do seu potencial genético, o que incide em menor produtividade.

Fotos: Stoller / Divulgação

O estresse causa nas plantas um

grande desequilíbrio hormonal, aumentando muito a produção de um hormônio chamado etileno, importante para algumas etapas da vida das plantas, como maturação dos frutos. Porém, quando se pensa em melhorar as condições de desenvolvimento das plantas, objetivando altas produtividades, é indesejável que esse hormônio atinja níveis muito elevados, pois ele pode acarretar grandes prejuízos como: redução do desenvolvimento radicular; promover o enrolamento das folhas para baixo, reduzindo a área de produção de alimento pelas plantas; acelerar o envelhecimento e queda de folhas; e promover abortamento (queda) de flores e frutos. Sendo assim, é necessário controlar ou inibir a produção de etileno pelas plantas. A evolução de pesquisas na área

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Revista do Produtor Rural


agronômica tem cooperado para o desenvolvimento de tecnologias modernas que permitem ao agricultor buscar novos patamares de produtividade, contribuindo para maiores retornos aos seus investimentos. A Stoller desenvolveu uma solução nutricional, que atua

inibindo a ação da enzima ACC oxidase, formadora do etileno, possibilitando aumentar a fixação de flores e frutos. Assim como os demais produtos da Stoller, o Hold possui registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).


Especial 10º WinterShow

Reportagem: Luciana Queiroga, Manoel Godoy e Helena Krüger

Luciana de Queiroga Bren

O

10 anos de WinterShow: Jorge Karl (presidente da Cooperativa Agrária), Heraldo Feksa (pesquisador da FAPA), Leandro Bren (coordenador da FAPA e Assistência Técnica) e Juliano Almeida (pesquisador da FAPA)

do os produtores rurais puderam testar os equipamentos agrícolas e participar da dinâmica de máquinas, além do test drive de caminhonetes. A movimentação financeira foi de mais de R$ 20 milhões. Investimento em estrutura também chamou a atenção dos visitantes, que ficaram protegidos do sol e da chuva. Aliás, nem mesmo a constante chuva do primeiro dia estragou o evento a céu aberto. Além de

técnico, o evento ainda teve caráter social, revertendo a renda de produtos da Agrária comercializados na “Boutique” para o Hospital Semmelweis, localizado na Colônia Vitória. A assessoria de imprensa realizada pela Agrária e Unicentro e a criação do Prêmio Franz Jaster de Comunicação, que premiará as melhores reportagens sobre o WinterShow 2013 também foram novidades desta edição.

yfer Crul borda e Jhenn Evely Bianca Ta

Alunos do Colégio Imperatri z-

Projeto Mata Verde

Gustavo Rickli

Alison da Silva Cruz e Pedr o Henrique Ribeiro de Melo Stock

Crianças que nasceram junto com o evento comemoram 10 anos de WinterShow como visitantes mirins

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Revista do Produtor Rural

Fotos:Luciana de Queirog

a Bren

sucesso do WinterShow 2013, realizado entre os dias 16 e 18 de outubro, na Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), em Guarapuava-PR, Colônia Vitória, distrito de Entre Rios, não foi por acaso. Com recorde de público, expositores e negócios agrícolas, a 10ª edição do evento é resultado de um competente trabalho realizado pela Cooperativa Agrária. Em uma área de 70 mil metros quadrados e 63 estandes de empresas expositoras, 4.000 visitantes, entre produtores rurais, pesquisadores, técnicos e acadêmicos de várias regiões do País circularam e tiveram acesso a informação técnica de qualidade. Excelência em cereais de inverno, a Agrária é uma vitrine para o resto do País. Os números comprovam a eficiência da cooperativa. Em 2011, os cooperados bateram recordes de produtividades: 4.400 kg/ha de cevada e 3.800 kg/ha de trigo. Toda pesquisa aplicada e focada em resultados regionais contribui para o desenvolvimento agrícola nacional, através da difusão no WinterShow. Esse ano, o evento contou com as já tradicionais palestras com os pesquisadores da FAPA, mas também palestras com convidados nacionais e internacionais. Novidades e inovações não faltaram: três dias de evento, ao invés de dois, encerrando com o balcão de negócios, quan-


Do dia de campo de inverno ao WinterShow Em entrevista exclusiva à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl, falou sobre os 10 anos de WinterShow e a importância da pesquisa.

Jorge Karl, presidente da Agrária

Temos no WinterShow informações técnicas atualizadíssimas e que mostram resultados alcançados aqui, e que também estão em sintonia com outras fundações de pesquisa mundo afora. Nos últimos anos, estabelecemos outras parcerias internacionais com foco específico em cereais de inverno. Não tem como praticar uma agricultura sem uma base científica. A pesquisa que é gerada na FAPA serve em primeira mão para os cooperados, mas também serve para toda região, porque acaba sendo referência em termos de pesquisa em nível nacional. A atividade agrícola está sujeita a mercado, clima e várias outras variáveis. Com a pesquisa você consegue mitigar esses riscos, e tem uma assertividade maior no processo”.

Helena Krüger

Foco na qualidade

André Spitzner, Gerente Agrícola

“O WinterShow está completando 10 anos e nasceu dos nossos dias de campo de inverno, que eram eventos mais simples para os nossos cooperados e com menos resultados do que temos hoje aqui em pesquisa. O WinterShow acabou se destacando justamente porque as culturas de trigo e cevada são muito importantes para nossa região, e, principalmente, para cooperativa, pois temos as indústrias de moinho de trigo e maltaria. A importância da pesquisa é devido a demanda de qualidade. Observamos o crescimento das exigências dos clientes, nós como consumidores queremos produtos melhores. A nossa preocupação é fazer essa união entre a exigência do cliente, que procura o produto na gôndola do supermercado, até o nosso cooperado, que é quem fornece a matéria prima. Se a qualidade não vier do campo, ela dificilmente vai estar presente na indústria”

Membro da comissão organizadora do WinterShow 2013, o coordenador da Assistência Técnica da Agrária e da FAPA, agrônomo Leandro Bren, disse em entrevista que a direção do evento, ao definir os temas das estações da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) objetivou “levar aos produtores rurais, professores, acadêmicos, pesquisadores, informação de qualidade, que possa ser aplicada às culturas de trigo, cevada, canola e aveia”. No trigo, ele observou que hoje a pesquisa na fundação de pesquisas da Agrária e em outras instituições tem buscado maior produtividade. “Acredito que de dois a três anos vamos ter materiais mais produtivos. O fato é que a cevada é mais produtiva. Temos uma diferença em torno de 800 a 1000 quilos de média, quando comparada às produtividades de trigo. Estamos intensificando nossa pesquisa para aumentar esta produtividade do trigo sem diminuir a qualidade (industrial do grão)”. Na canola, de acordo com Bren, o desafio é estabilizar a produtividade e encontrar variedades mais tolerantes ao clima frio do centro-sul paranaense. “Uma vez que tivermos estes materiais mais tolerantes a geada e com uma produtividade de pelo menos 2000 kg/ha, vai se tornar rapidamente uma cultura que pode ter uma área de uns 100 mil hectares no Estado do Paraná”, estimou. Manoel Godoy

Manoel Godoy

“O WinterShow se mostra como uma evolução natural do dia de campo de inverno, que a Agrária realizava e que sempre foi bastante visitado e prestigiado pelos nossos cooperados. Foi evoluindo a ideia para um evento aberto ao público, onde mais empresas poderiam participar e com maior número de visitantes. Com isso surgiu o WinterShow, um evento diferenciado. No Brasil existem eventos com foco nas culturas de verão e nosso diferencial está justamente nas culturas de inverno. Além disso, os cereais de inverno são parte expressiva do nosso sistema de produção, por isso a necessidade de um evento específico para essa área. Outro diferencial é ele ser bastante técnico. Os produtores, não só cooperados da Agrária, porque os nossos cooperados não são apenas visitantes, mas também são anfitriões do evento, podem ter acesso às tecnologia que são geradas por nossa pesquisa. E a nossa área de pesquisa evolui ano a ano. A agricultura é dinâmica e com isso os resultados da pesquisa nos ajudam a crescer. Isso é importante porque os nossos parceiros, tanto comerciais, fornecedores ou clientes estão presentes no WinterShow, além de instituições de pesquisa, universidades, que fazem com que o evento seja cada vez mais rico em detalhes e informações.

Resultados e desafios da pesquisa

Leandro Bren, Coordenador da Assistência Técnica e FAPA

Revista do Produtor Rural

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Especial 10º WinterShow Manoel Godoy

Perspectivas do mercado agrícola André Pessoa (Agroconsult) Convidado ao WinterShow 2013, André Pessoa, da Agroconsult, avaliou que, no Paraná, o produtor de trigo que conseguiu escapar dos efeitos do frio do inverno deste ano sobre a lavoura deverá comercializar o produto por bons preços: “Ainda há uma situação de relativa escassez no mercado”. Entre os fatores desta conjuntura, elencou: menor oferta do trigo que, nesta época, vem do oeste e do norte do Estado – regiões em que a geada atingiu a cultura com maior intensidade; e o contingenciamento das exportações da Argentina. Para a região de Guarapuava, que registrou poucas perdas nos campos de trigo devido ao clima,

Pessoa estimou que a produtividade deverá acompanhar ou até superar os patamares históricos. Isso aponta que os triticultores locais poderão ter uma boa comercialização. Mesmo que haja alguma queda na cotação, quando entrar a safra do Rio Grande do Sul, ele avaliou que o retorno da cultura deixará os agricultores “satisfeitos com o investimento que fizeram”. O quadro significaria preços pouco abaixo dos R$ 40,00 a saca. “É lógico que para outros, que tiveram frustração (de safra), em outras regiões, nem R$ 40,00, nem R$ 50,00 resolve”, ressalvou. Para 2014, o consultor analisou que, no Rio Grande do Sul, poderá ha-

ver expansão da cultura (por causa dos bons resultados deste ano), enquanto que, no Paraná, mesmo os produtores atingidos por geada não deverão reduzir a área de trigo. Segundo Pessoa, o milho, alternativa àquele produto, se encontra em tendência de baixa, que deve se estender pelo ano que vem.

Influência do clima nas produtividades

Em sua palestra no WinterShow 2013, um dos mais renomados meteorologistas do Brasil, Renato Lazinski, chamou a atenção dos produtores rurais para o efeito do chamado quadro de “neutralidade” do clima na América do Sul: quando o continente não está nem sob a influência do fenômeno El Niño, nem sob La Niña,

registrando temperatura normal nas águas do Oceano Pacífico. De acordo com ele, no Brasil, a neutralidade se traduz em grandes variações de temperatura e de intensidade de chuvas. Para a safra de verão 2013/2014 – antecipou – tudo indica que o momento de clima neutro deve continuar. “Isso significa chuvas irregulares, muito mal distribuídas. Períodos curtos, em que chove muito, e períodos maiores, sem chuva”, definiu. Por isso, em sua opinião, o setor do agronegócio deve estar atento à ocorrência de veranico ou estiagem. Nas temperaturas, a expectativa é igualmente de altos e baixos. Conforme des-

Avanços e perspectivas do melhoramento de cevada na Alemanha

tacou, uma vez que não é possível interferir no clima, o produtor rural deve se utilizar das previsões para, pelo menos, adotar alguma medida com objetivo de minimizar os efeitos de alguma eventual intempérie, como escalonamento de plantio ou escolha de variedades de culturas mais resistentes a chuva ou seca. Resumindo, o meteorologista classificou que o prognóstico é de um cenário climático que “não é o ideal para nossas lavouras”. Questionando no entanto o debate sobre o aquecimento global, o meteorologista recordou que “o clima sempre foi irregular”.

Manoel Godoy

Manoel Godoy

Luiz Renato Lazinski (Meteorologista / Inmet-MAPA)

Markus Hertz (Instituto Estadual de Agricultura da BavieraL.f.L./Alemanha) Uma das atrações do WinterShow 2013 foi a palestra do pesquisador alemão Markus Hertz, da L.f.L. (Baviera/Alemanha). Conhecida seu trabalho na pesquisa agrícola, incluindo a cevada cervejeira, a instituição se tornou, há alguns anos, um dos parceiros da Agrária no estudo daquele cereal de

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Revista do Produtor Rural

inverno – matéria-prima que a Cooperativa utiliza para produzir malte. Em entrevista à Revista do Produtor Rural, Hertz falou sobre cevada e malte em seu país. Segundo ele, assim como no Brasil, também na Alemanha, em especial na cevada de verão, a qualidade industrial (perfil apropriado à produção

de malte de qualidade) continua sendo uma característica buscada também nas novas variedades. “Estamos trabalhando para


melhorar o nível, sendo que ele já é bem elevado”, disse. “Interessante será, no futuro, que se experimente, com ajuda de marcadores moleculares, combinar as características (das plantas de cevada) de uma nova forma”, complementou ao mesmo tempo em que opinou que, hoje, não se pode intensificar aqueles traços individuais, “mas se pode tentar combiná-los de um modo melhor”, produzindo talvez determinadas linhas de qualidade. Conforme apontou, nem todas as indústrias precisam de cevada de um mesmo tipo de qualidade: “Existem diferentes exigências”. O pesquisador destacou que, por isso, também na Alemanha, o diálogo entre pesquisa e indústrias desempenha um papel importante, com encontros nos quais as partes debatem tecnologias e mercado.

ESTAÇÕES DA FAPA:

Estação Mecanização Agrícola

Pesquisador Étore Reynaldo “Avaliação de mecanismos dosadores de fertilizantes do tipo helicoidais (Rosca-Sem-Fim)”

Planejamento e gerenciamento de sistemas mecanizados

Estação Cevada

Pesquisadores Noemir Antoniazzi e Minella (Embrapa) “Manejo de cultivares de cevada para altas produtividades”

Estação Herbologia

Marcos Milan (Esalq / USP)

Pesquisador Vitor Spader Manoel Godoy

“Manejo sustentável de plantas daninhas no sistema de cultivo com cereais de inverno, milho e soja”

Estação Fitopatologia Pesquisador Heraldo Feksa

“Manejo do complexo de doenças nas culturas da cevada e do trigo”

Estação Fertilidade de Solos Pesquisadora Sandra Fontoura

“Adubação nitrogenada em cereais de inverno na região Centro-Sul do Paraná”

Estação Trigo

Pesquisador Juliano de Almeida “Comparação de manejos culturais em trigo”

Fotos: Manoel Godoy

Administrar bem o conjunto de máquinas da propriedade rural é evitar despesas desnecessárias que podem reduzir a rentabilidade dos produtos cultivados. Este foi o principal ponto destacado pelo professor Marcos Milan em sua palestra no WinterShow 2013. Segundo sublinhou, o agricultor deve recordar que as máquinas, além do preço normalmente elevado, têm ainda o custo fixo, que em alguns casos pode acabar sendo alto demais frente à lucratividade. “Não dá pra ter máquina ‘em estoque’”, aconselhou, justificando: “Isso significa que você tem máquina demais para área de menos”. Milan lembrou que se avalia o custo fixo da mecanização, em geral, em torno de 30% a 40% do custo de uma saca de soja e completou que este é um dos únicos fatores de produção com potencial para minimizar despesas: “Se você reduzir no adubo, não tem a produtividade; se tirar o defensivo, as pragas estão aí”. E para manejar o conjunto das máquinas com a visão de um sistema de gerenciamento, o professor destacou ser necessário que se trabalhe com uma avaliação baseada em fatos e dados numéricos. Para quem deseja implantar a gestão de máquinas, ele sugere começar com um controle simples, que pode ser uma caderneta de anotações de custos por máquina ou uma planilha, num programa de computador. Recorrer a especialistas também pode ajudar. Com o tempo, haverá um histórico de dados. Com base no histórico, será possível corrigir eventuais despesas desnecessárias.

Estação Aveia

Pesquisador Alfred Stoetzer “Aveias brancas para produção de grãos, forragem e cobertura do solo”

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Especial 10º WinterShow

Manoel Godoy

Novo Código Florestal: benefícios e oportunidades

Samanta Pineda, advogada e assessora técnica da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)

Para esclarecer dúvidas sobre o novo Código Florestal, o Sindicato Rural de Guarapuava e a Uniflora Engenharia trouxeram a advogada e assessora técnica da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Samanta Pineda, para falar sobre o assunto no WinterShow. Segundo Samanta, o novo código era imprescindível e hoje representa uma evolução na legislação. “O que muda nas leis de forma prática, apresentando os principais temas e dúvidas. A ideia foi trazer as soluções para esses entraves ambientais que se acumularam na propriedade”. O novo código traz, segundo Samanta, 11 áreas de preservação, que continuam existindo. “O Brasil novamente sai na frente com a agricultura mais sustentável do planeta, são áreas que só por existirem são protegidas”. Entre as mudanças, ela citou algumas das mais notáveis: o código permite soma da APP (Área de Preservação Permanente) para chegar no percentual exigido de Reserva Legal (RL); as várzeas deixam de ser enquadradas como APP; a existência de áreas consolidadas, que não pode mais se multar ou fazer qualquer tipo de punição por falta de APP ou Reserva Legal se o desmate ocorreu antes de 2008, entre outras. Samanta afirmou que o Código apresenta oportunidades muito boas. “A primeira é para quem tem área de floresta sobrando.

Esse produtor hoje pode fazer um arrendamento da mata e pode transformá-la em cédula rural ambiental, que é um título negociável em bolsa. Além disso, a Reserva Legal pode ter uso econômico através de manejo florestal sustentável, mas sem perder a sua qualidade e integridade. Sobre a implantação do Cadastro Ambiental Rural, o CAR, ferramenta para se conhecer a realidade ambiental de cada propriedade e para realizar o programa de regularização, a advogada explicou que ele passa a valer após o decreto da ministra do Meio Ambiente, lançando oficialmente o CAR. “A previsão é que isso aconteça no final do ano, para que comece a contar o prazo de um ano que o produtor terá para se cadastrar”, explica. A palestrante acredita que não vai haver dificuldade com o CAR, porque ele é autodeclaratório, assim como Imposto de Renda. Além disso, o cadastro não pode gerar nenhum tipo de punição. “A nova legislação faz com que todos colaborem com a preservação do ambiente, mas de uma forma justa”. Para que o novo Código Florestal funcione efetivamente, a advogada destaca que é preciso que o produtor se engaje politicamente para que seus direitos sejam garantidos. “A lei é muito boa, mas interpretações podem distorcer alguns conceitos”.

Além de conteúdo técnico, o WinterShow 2013 trouxe a palestra de inspiração “Meu Everest”, com Luciano Pires. Ele relatou a história da concretização de um sonho dele, que foi escalar o Monte Everest. A palestra promove uma reflexão sobre vários âmbitos da vida, tanto pessoais quanto profissionais, no que diz respeito a colocar em prática uma meta ou um sonho. “Eu contei como fiz para planejar, vencer o medo e ter criatividade. Relacionei essa experiência com contratempos do dia a dia. A diferença básica é que lá em cima do Everest eu morreria se tomasse uma decisão errada”. Pires afirmou que todo mundo tem sonhos, porém a maioria das pessoas morre sem colocá-los em prática. “Não é uma palestra motivacional, mas de inspiração. A intenção é inspirar as pessoas para que transformem seu sonho em realidade, não importa qual seja”.

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Revista do Produtor Rural

Manoel Godoy

Meu Everest

Luciano Pires


Sindicato Rural no WinterShow 2013 tantes, a entidade sorteou um tablet entre os sócios que passaram pelo estande. O ganhador foi Albert Korpasch. O espaço ainda contou com ações do Outubro Rosa, com a presença de profissionais ligadas à Secretaria Municipal de Saúde e do Dia Mundial da Alimentação, com profissionais do SESC . Parabéns aos associados e à equipe do Sindicato, que não mediu esforços para fazer do espaço da entidade um dos destaques do evento! Fotos: SRG

Uma trajetória que mereceu alegria e apreço dos associados, parceiros e amigos: o Sindicato Rural de Guarapuava comemorou seus 46 anos durante o WinterShow 2013, que ocorreu de 16 a 18 de outubro, em Entre Rios. Mais de 600 visitantes passaram pelo estande da entidade. Ponto de encontro para produtores rurais, estudantes, agrônomos, lideranças do agronegócio e autoridades. Além de servir café, capuccino, chocolate e cupcake aos visi-

Comissão técnica de cereais da Faep, ao lado de diretores do Sindicato Rural e do Senar

Alunos JAA, diante do estande do Sindicato Rural no WinterShow 2013

Sócios concorreram a um tablet, na campanha Sócio Participativo

Do Sind. Rural, Botelho (pres.) e Luciana (gerente), ao lado de Luciana M. Quetheman, da OR Sementes (ao centro): a jornalista escolheu a comunicação no sindicato como tema de trabalho de pós-graduação

André Spitzner (ger. Agrícola/Agrária); Rodolpho Botelho (pres. Sind. Rural); Itacir Vezzaro (sec. agricultura de Guarapuava); e diretores da Agrária - Jorge Karl (pres.), Paulo Illich (vice- pres.) e Norbert Geier (dir. secretário)

Dia 18, Sindicato Rural completou 46 anos

Outubro Rosa: Sindicato Rural também abrigou a campanha em seu estande

Sorteio do tablet, momento de alegria: contemplado foi Alberto Korpasch

Esposa do Albert - Andrea Scherer Korpasch e filho Gabriel recebendo o tablet

Curso do Senar enfocou colhedeiras Durante o WinterShow 2013, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), através do Sindicato Rural de Guarapuava, promoveu, num dos espaços da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), o curso “Trabalhador na Operação e na Manutenção de Colhedoras Automotrizes” (regulagem de colhedoras automotrizes básico). Sob a orientação do instrutor Pedro Felipe Kastel, em oito horas de carga horária, os alunos, em duas turmas, atualizaram e ampliaram seus conhecimentos no tema. Um ponto cada vez mais importante diante da atual complexidade dos equipamentos e da necessidade sempre maior de produtividade na propriedade rural.

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Especial 10º WinterShow - Pesquisa

Um pré-lançamento em trigo foi destaque entre as novidades apresentadas no WinterShow 2013: a ORS Vintecinco, cultivar com denominação que remete aos 25 anos de existência da OR Sementes (Passo Fundo/RS) – hoje uma das principais empresas de seu segmento no país. Da área de Pesquisa e Desenvolvimento da OR Sementes, o agrônomo Aroldo Linhares explicou que a nova cultivar vem demonstrando aptidão para a indústria de biscoitos. “Por bastante tempo, aqui no Brasil, havia um enfoque muito grande sobre o trigo pão, para atender à demanda da indústria moageira. Hoje, felizmente, temos várias cultivares indicadas, que atendem já a esta demanda”, relembrou. Linhares informou que o novo material passou por testes preliminares, está no momento sendo submetido a testes complementares e “ainda há a perspectiva de testes industriais, para caracterizar se esta cultivar atende a todas as características que a indústria de biscoitos exige”. No Paraná, ele frisou que a cultivar encontra-se recomendada apenas para a região 1 de cultivo do Estado, na qual se insere Guarapuava, “onde os resultados de ensaios já suportam a indicação para esta região” (para a região 2 os dados ainda não estão consolidados). Quanto à densidade de semeadura, a sugestão da própria empresa é de 300 a 330 plantas/m². Na relação entre plantio e colheita, o ciclo é precoce (125 dias). “Isso é uma vantagem que muitos agricultores valorizam”, comentou Linhares. Características agronômicas se traduzem em 89cm de altura média, hábito vegetativo semiereto, resistência a resistência moderada a acamamento, resistência a germinação na espiga e moderada resistência a debulha. Sanidade é outro ponto de destaque, segundo acrescentou o agrônomo, com resistência frente a ferrugem da folha, oídio e mosaico, sendo moderadamente resistente a manchas foliares. Sobre a estatura da cultivar, considerada média, o representante da OR Sementes explicou que, respeitadas as indicações de uso, quanto a adubação, fertilidade de solo e densidade de semeadura, “será possível

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Revista do Produtor Rural

Fotos: Manoel Godoy

ORS Vintecinco: em 2015, uma nova cultivar de trigo

Com potencial para alto desempenho, a nova cultivar deverá estar disponível a partir de 2015

cultivar ORS Vintecinco, pensando num bom nível de produtividade, sem que o acamamento seja um problema”. Diante de geada, a expectativa é de que o novo material se comporte de maneira semelhante a de outras cultivares. “Durante a fase vegetativa, há até uma tolerância do trigo a geada; na fase reprodutiva, até agora, não se tem uma cultivar que seja resistente a geada ou temperaturas abaixo de zero”, analisou Linhares. Mas as indicações, incluindo palestras apresentadas no WinterShow 2013 sobre aquele material, apontaram quais as melhores épocas de semeadura para fugir dos riscos de geada. “A FAPA tem um bom estudo nesse sentido”, informou. No rendimento, em ensaios, o quadro mostrou-se comparável ao de Quartzo, superando um pouco aquela cultivar já conhecida entre triticultores que utilizam as alternativas da OR Sementes. Em ensaio, a ORS Vintecinco chegou a apresentar teto de rendimento de 9000 kg/ha. Para o agrônomo, o novo material poderá até, no futuro, vir a substituir seu antecessor.

Aroldo Linhares, da OR Sementes: novo trigo tem característica para biscoito

Neste ano em fase de produção de sementes genéticas, ORS Vintecinco terá produção de semente básica no ano que vem. “Em 2015, ela estará disponível para agricultores que queiram incluí-la no seu sistema de produção”, finalizou Linhares.


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Manoel Godoy

Floresta

Semente lançada para a cooperativa florestal O 2º Dia de Campo Florestal, promovido pelo Sindicato Rural, fomentou a criação de uma cooperativa florestal em Guarapuava e reuniu cerca de 500 pessoas

E

m sua segunda edição, o Dia de Campo Florestal fechou o Programa de Desenvolvimento Florestal 2013, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava em parceria com empresas do setor florestal, cooperativas e universidade. Ao todo, 495 pessoas passaram pelo campus Cedeteg da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) no dia 8 de outubro, em busca de conhecimento técnico sobre a produção de madeira. Os participantes puderam conhecer todos os elos da cadeia produtiva da floresta, em um circuito com 13 estandes que abordaram temas desde o plantio até a colheita florestal. Um dos co-organizadores do evento, o engenheiro agrônomo Pedro Francio Filho,

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Revista do Produtor Rural

da Unisafe Consultoria, declarou que o Dia de Campo foi novamente um sucesso. “Foi muito bom, acredito que atendemos as expectativas e, logicamente, é um grande aprendizado para cada ano melhorar”. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, também avaliou positivamente o evento. “A palestra ministrada por Gilberto Goellner deve funcionar como uma semente para o desenvolvimento e criação de uma cooperativa do setor aqui na cidade. Ele trouxe uma visão de futuro para os produtores da região”. O professor do departamento de Agronomia da Unicentro, Luciano Farinha Watzlawick falou sobre a parceria entre a

Universidade e o Sindicato para realizar o evento. “A parceria é valiosa. Nessa edição os estantes abordaram desde o planejamento até o aproveitamento da madeira e atraíram mais participantes”. Eliane Pasqualin Lange esteve presente do Dia de Campo e conta que ela e o marido, Elton Lange, decidiram investir na área florestal. “Esse evento e o Programa de Desenvolvimento Florestal contribuíram para esclarecer dúvidas do produtor sobre o setor florestal”. O produtor rural, José Carlos Karpinski também elogiou o evento e disse que ainda pretende apostar em florestas em sua propriedade. “Parabéns, nota dez. O evento trouxe muita informação”. O 2º Dia de Campo Florestal também


Professor Luciano Farinha Watzlawick

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Cooperativismo: confiança na atividade

Gilberto Goellner, presidente da Cooperflora

O ponto alto da programação foi a palestra “Cooperativismo Florestal, uma experiência de sucesso”, com o agrônomo Gilberto Goellner, presidente da Cooperflora Brasil (Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia – Mato Grosso).

José Carlos Karpinski

Carlos Henrique Boscadin Nauiack

O convidado apresentou a trajetória da cooperativa, mostrando que a união dos produtores é a solução para que a atividade se torne rentável e seja promissora. “Eu me sinto satisfeito de vir até aqui compartilhar essa experiência. Eu vejo que a criação da cooperativa em Guarapuava é a saída”, disse Goellner. O presidente da Cooperflora relatou que a cooperativa iniciou há um ano e meio, devido a uma demanda tanto dos produtores quanto da indústria. “As empresas começaram a ver um diferencial, então passaram a dar preferência de compra via cooperativa. E o produtor viu que a entrega conjunta propiciou uma renda melhor”. A Cooperflora atua em toda região sul do Estado do Mato Grosso, em cidades como Cuiabá, Rondonópolis, Jaciara, Chapada dos Guimarães. Goellner afirmou que a ideia é facilitar a comercialização e oferecer uma rentabilidade maior para o cooperado. “A escolha das indústrias é baseada, hoje, em quem tem maior capacidade de corte e de entrega. E é isso que a Cooperflora se propôs a fazer”.

Manoel Godoy

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Manoel Godoy

Eliane Pasqualin Lange

florestais e engenheiro florestal, relata que veio para aprender. “Eu achei muito bom, foi uma aula prática ver o funcionamento de toda a cadeia florestal nos estandes”. Oliveira, que é produtor rural, disse que em Cristalina decidiram apostar em iniciativas cooperativistas. “Os países desenvolvidos já deram exemplo que o cooperativismo funciona. Acreditamos que é preciso unir forças”. O produtor de Cristalina comentou que a criação da cooperativa na região já iniciou com 20 produtores em uma área de cerca de 3000 hectares. “Já criamos o estatuto, viemos para o Dia de Campo para conhecer mais sobre o tema”, afirmou Oliveira. Além da parte técnica, o evento teve ações da Campanha “Outubro Rosa”, que pretende conscientizar sobre a prevenção do câncer de mama.

Helena Krüger

Rodolpho Luiz Werneck Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Manoel Godoy

Pedro Francio Filho

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cer mais sobre o setor florestal e sobre iniciativas cooperativistas no ramo, pois estão em processo de criação de uma cooperativa na cidade. Cardoso, que é produtor de mudas

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atraiu pessoas de outras regiões, como Samuel Santos Cardoso e Adalberto Caldas Oliveira, que vieram de bem longe. Eles viajaram 1278 quilômetros de Cristalina (Goiás) a Guarapuava, para conhe-

Adalberto Caldas Oliveira e Samuel Santos Cardoso

O presidente ressaltou que os benefícios para o setor florestal na região não foram apenas comerciais, mas também houve uma evolução na qualidade dos produtos. “Tivemos avanços em tecnificação. Hoje as florestas estão bem orientadas e têm mais produtividade”. Com relação a aumento de produção, Goellner comentou sobre os benefícios obtidos após a criação da cooperativa. “Alguns produtores começaram a mostrar que era possível colher o dobro e os outros passaram a se espelhar. A produção pode evoluir de 25m³ para 50 a 60m³ hectare/ ano. O momento hoje com a cooperativa é de confiança na atividade”. O presidente da Cooperflora também citou algumas das metas da cooperativa. Entre elas estão, ampliar o mercado, que, hoje, direciona sua produção para biomassa. “Precisamos atrair indústrias de outros ramos como de celulose e móveis. Essa ampliação de mercado pode criar um grande pólo na região, que deve abranger áreas de floresta de 150 a 200 mil hectares”, disse Goellner.


Outra novidade, que teve destaque no evento, foi a serraria móvel, do projeto “Estratégias para o manejo florestal sustentável no centro-sul”, do curso de Engenharia Florestal da Unicentro- Irati, em parceria com a Universidade de Rottenburg (Alemanha), que tem como objetivo gerar renda de forma sustentável a pequenos produtores através do desdobramento da madeira pela serraria itinerante. O gerente técnico do projeto, Carlos Henrique Boscadin Nauiack, explica que a serraria móvel já desdobra no momento espécies exóticas (eucalipto, uva do Japão e pinus). “A serraria itinerante faz o desdobro, em média, de 8m³ por propriedade. A ideia é agregar valor no produto que ia virar lenha ou tora”. O projeto é financiado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e pelo secretariado do Estado de Baden-Württemberg. “A ideia do projeto é realizar o manejo sustentável florestal nas pequenas propriedades rurais na floresta ombrófila mista, com foco em gerar renda para pequenas propriedades”, observa Nauiack.

Fotos: Manoel Godoy

Madeira como fonte de renda para pequenas propriedades

Gabriel Luciano Correia, Carlos Henrique Oscardin Nauiack, Uli Schroeder Caldas e Tiago Grespan

Fotos: Manoel Godoy

Empresas participantes

Viveiros Pitol: Mateus Brancher, Leandro Pitol, Luizinho Pitol, Júlio Medeiros e Guinther Rickli

BOUTIN - Renata Souza e Bruna Leal

FUTURAGRO - Francisco Solak

SANTA MARIA - Maicon Fiuza; Andreia Stefanie, Giovanni Stringari e Paulo Victor Guerreiro

UNISAFE - Mary Silvia Ferro, Pedro Frâncio, Antônio Felipe Domanski dos Reis e Amanda Cacere

COMPO - Paulo Leuch, Flávio Gontijo, Mário Gans e Valdir Cestilha

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GOLDEN TREE - Luis Carlos Valtrin e Tayná Jornada Ben

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SYNGENTA - André de Sousa e Silva

UNICENTRO - Cristiane Benin, Joelmir Mazon, Francielle Brandalise, Filemom Mokochinski, Vanessa Moreira e Luciano Farinha

HERINGER - Diogine Denobi, Ciro Souza, João Ratti e Jean Camargo

ZICO MOTOSSERRAS / STIHL - Thiago Mello, Jardel Lopes, Marcelo Quirino e Ildo Scheunemann


Fotos: Manoel Godoy

Mercado

Mesa redonda: (da esq. p/ dir.) Rodrigo Martins, consultor da Reditus; Rodolpho Luiz Werneck Botelho, pres. Sindicato Rural; Vlamir Brandalize, analista de mercado; Liones Severo, analista de mercado; e Nelson Montagna, gerente de suprimentos da Anaconda

2º Fórum do Agronegócio O mercado mundial de commodities agrícolas vive hoje um momento de necessidade de maiores safras de alguns de seus produtos mais importantes, como feijão, milho e soja. Por outro lado, o Brasil, em geral, e o Paraná, em particular, precisam de maiores avanços no quesito logística – e isso, tanto para a economia interna quanto para as importações e ex-

portações. Este foi em resumo o quadro desenhado pelos palestrantes do 2º Fórum do Agronegócio do Centro-Sul do Paraná, evento realizado pela empresa BetoAgro, dia 19 de setembro, no Pahy Centro de Eventos, em Guarapuava/PR. Autoridades e analistas apresentaram a um público de cerca de 600 pessoas, tendências do mercado. Divulgado pelo site Notícias Agrícolas e

Evento trouxe também exposição de tecnologia em maquinário e veículos

transmitido pelo Canal Rural, o fórum teve como primeira atividade uma mesa redonda com a mediação do jornalista e apresentador João Batista Olivi, abordando a expectativa para as próximas safras. Participaram o analista de mercado Vlamir Brandalize; o gerente de suprimentos da Anaconda Agrícola S.A., Nelson Montagna; o analista de mercado Liones Severo; Rodrigo Martins, consultor da Reditus, representando os técnicos do setor; e o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. À abertura oficial, realizada em seguida pelo organizador, o empresário Adalberto Xavier (BetoAgro), e pelo prefeito de Guarapuava, Cesar Filho, estiveram presentes os secretários de Estado Cesar Silvestri (Secretaria de Governo); Reinhold Stephanes (Casa Civil do governo do Paraná); José Richa Filho (Infraestrutura e Logística); e o superintendente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique T. Dividino. Stephanes abriu as palestras do evento, abordando a situação econômica do Brasil; Richa Filho e Dividino comentaram os avanços que vêm sendo realizados para melhorar a logística nas rodovias e no Porto de Paranaguá. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com os três palestrantes convidados para falar sobre o mercado agropecuário: Brandalize, Montagna e Severo. Confira um resumo de suas análises.

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Feijão e milho

Vlamir Brandalize (Analista de mercado) “Com relação ao feijão, estamos vendo o Paraná com boas expectativas. A região centro-sul do Paraná tem um domínio forte no feijão preto, que está bem valorizado, tanto no mercado nacional quanto no internacional. A segunda safra brasileira fica bastante comprometida, porque temos aí a mosca branca em todo o Brasil. O feijão da região de Guarapuava chega ao final do ano no momento em que pode abastecer o mercado brasileiro num período de pouca oferta. E provavelmente ele tende a ter umas cotações bastante favoráveis. O Brasil é carente de feijão. Vamos fechar o ano praticamente sem feijão. A produção dos estados centrais está sendo colhida e comercializada. Então não vai sobrar produto. A importação do feijão chinês: ele chega de R$ 150,00 a R$ 180,00 a saca. Não chega barato. Isso viabiliza o plantio brasileiro aqui na região. O feijão carioca, que está sendo colhido, hoje, está variando de R$ 130,00 a R$ 150,00. O preto, no mercado

paranaense, de R$ 135,00 a R$ 165,00, R$ 170,00. O feijão chinês, hoje, em Paranaguá, está na faixa de R$ 160,00 a R$ 170,00. A demanda de feijão no Brasil está bastante aquecida. No milho, o Brasil hoje é um grande exportador. Mas a maioria dos produtores não sabe que a Ucrânia é o nosso principal concorrente, hoje, nos novos mercados que aparecem.

A demanda do setor de carnes está em crescimento, tanto no mercado brasileiro quanto no mundial. Hoje, o mercado (milho) está meio estrangulado na exportação. Os valores praticados nos portos, hoje na faixa de R$ 22,00, R$ 23,00, inviabilizam as vendas: R$ 17,00, R$ 18,00 no interior, para o produtor, o que é uma cotação baixa. Estamos com gargalos de logística mais sérios, porque a produção aumentou muito. Houve melhoria nos portos: eles estão trabalhando 24 horas (por dia); o Porto de Paranaguá está começando a carregar com chuva. Mas a grande questão é que a produção cresceu muito rápido. Só como exemplo: o Mato Grosso, há quatro anos, produzia 7 milhões de toneladas de milho. Nessa safra, 21,9 milhões de toneladas. Em quatro anos, triplicou a produção. O Mato Grosso consome 4 ou 5 milhões de toneladas e 15, 16 milhões de toneladas são para a exportação. E automaticamente (essa produção) vai para os portos”.

Trigo

Nelson Montagna (Gerente de suprimentos da Anaconda) “Nós estamos passando por uma situação bastante apertada. O primeiro indicador disso é que hoje o próprio governo não tem mais estoques. Leiloou e abasteceu o mercado o quanto pode. Zeramos os estoques do governo. Estamos assistindo a uma deterioração das safras no Paraná. Aqui, a colheita

Prefeito de Guarapuava, Cesar Filho, na abertura do fórum

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vai ser menor. O primeiro dado era de 30%. Nós devemos estar hoje perto da perda de 1 milhão de toneladas. Vamos ter uma situação de abastecimento bastante complicada. O governo está sensível, está olhando para as importações, está nos permitindo importar trigo para passar este período e agora

Superintendente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique T. Dividino: analisando logística do porto

Revista do Produtor Rural

Secretário de Estado da Infraestrutura, José Richa Filho: ressaltando importância da eficiência das rodovias

Secretário de Estado da Casa Civil, Reinhold Stephanes: análise da economia e defesa da valorização dos produtores rurais


temos de aguardar a maturação da safra dos nossos outros fornecedores: Uruguai, Paraguai e Argentina. E ver se eles vão ter trigo para nos abastecer. Senão, vamos ter de continuar importando. O Paraná, sozinho, com a indústria paraense de moagem, deve absorver a safra do Estado. Daí para cima, o resto do Brasil vai ter de importar trigo. A palavra-chave, neste momento, é a Argentina, para ver, primeiro, se a safra se confirma – eles já estão tendo algum problema climático – e depois, num segundo momento, ver

se politicamente o governo argentino permite a abertura das exportações para o Brasil, o que é esperado a partir de dezembro. Se isso não ocorrer, nós temos de continuar buscando alternativas de abastecimento. Trabalhamos com um número aproximado de 11 milhões de toneladas de consumo e uma produção que estava para superar os 5,5 milhões de toneladas. Temos que confirmar a safra do Rio Grande do Sul. Eu trouxe um quadro para apresentar em que mostro que nós podemos ir de 6,5 milhões de tone-

ladas até 9 milhões de toneladas no total de importações. Os preços (do trigo) são bons. Isso pode incentivar bastante a produção ao redor do mundo e inclusive a nossa próxima safra aqui. Mas de qualquer maneira, tenho o sentimento de que estamos num patamar de preços bastante remuneradores ao produtor. Nós temos déficit. Então o produtor (brasileiro) tem, de um lado, o preço mínimo do governo, e, por outro, um mercado que consome e está ávido por comprar. Demandamos mais produção”.

Soja

Liones Severo (Consultor e analista de mercado há mais de 35 anos, com experiência na China) “Na verdade, o mundo está sem estoques (de grãos). Temos acompanhado que os preços estão num patamar diferenciado. Isso naturalmente refere-se à lei maior da economia: quanto menor a disponibilidade (de um produto), maior é o preço. Estamos vivendo um período de escassez, como na década de 1970. É muito provável que a gente tenha uma elevação de preço muito forte, ainda nesta safra (de soja), dependendo do resultado da safra americana. O Brasil é o ícone da soja no mundo hoje. A soja é a commodity do milênio. Todos se alimentam de soja. É a soja que produz proteína para a alimentação do mundo. Então, a soja é um produto tão importante quanto o petróleo. A China é pujante, produz 640 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas e consome tudo. É um grande mercado. Tem 1 bilhão e 300 milhões de pessoas. A China não é esse país pobre, como se diz.

Secretário de Estado de Governo, Cezar Silvestri, parabenizou o apresentador do Canal Rural João Batista Olivi pela veículação de notícias do setor rural

É muito rico. E as reservas deles compram o mundo. Nós temos de mudar, estamos muito vinculados ao que os americanos nos dizem, porque temos uma cultura de críticas a outros países que a gente desconhece. Na verdade, temos de nos aproximar. Segundo The Economist, os grandes parceiros do futuro serão Brasil e China. O Brasil, por seu potencial, de área de produção que tem, para alimentar o maior país do mundo. E logo a seguir, vai alimentar também a Índia, o norte da África e o Oriente Médio. A China compra mil navios de soja por ano, 1050 no próximo ano. Isso significa que, a cada dia, tem três navios carregando soja para a China. Às vezes, o pessoal diz aqui que ‘a China diminuiu as compras’ – a China não pode diminuir! Para você ver que a China tem de comprar três navios por dia, é uma logística estupenda e da qual não pode descuidar em nenhum momento,

Em sua maioria produtores rurais e profissionais ligados ao agronegócio, público foi de cerca de 600 pessoas

senão falta alimentos. E se faltar alimento nenhum povo sobrevive com estabilidade de governo. Cada porto na China é uma cidade. Tem toda a costa de portos. Portos maravilhosos. Você larga a soja numa caçamba automática, dentro de um container, e a soja sai ensacada, embaixo”.

Adalberto Xavier, organizador do forum: agradecimento emocionado a todos os parceiros do evento

Revista do Produtor Rural

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Dia da Secretária

100 profissionais O Encontro de Secretárias, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava e o Conselho Empresarial da Mulher Executiva Guarapuava (Ceme)/Núcleo Setorial da Associação Comercial e Industrial de Guarapuava (Acig), reuniu mais de 100 profissionais na tarde de 02 de outubro, no Sindicato Rural de Guarapuava. O evento proporcionou momentos de confraternização, aprendizado e diversão para as profissionais, como forma de reconhecer o trabalho desenvolvido nas instituições do setor agropecuário, do comércio e indústria. Fez parte da programação do evento, a campanha “Outubro Rosa”, que tem o objetivo de abordar a importância da prevenção do câncer de mama e de cólo de útero. A abertura do encontro foi realizada com uma apresentação de dança, coordenada pela professora Marcela Mendes; em seguida, a instrutora da Dale Carnegie, Loren D´Angelo, abordou o tema “É possível!”, palestra que trouxe informações sobre ambiente corporativo com intuito de despertar mudanças de comportamento das pessoas. Logo após, o empresário Adriano Rozetti e o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, prestaram depoimentos sobre como as secretárias fazem a diferença nas empresas e entidades.

Fotos: Manoel Godoy

festejam data

Durante o encontro, foi exibido um vídeo que repassou dicas de vestimenta e de maquiagem, com orientações rápidas e simples para o dia a dia da mulher. Houve ainda sorteio de brindes para as participantes. Por fim, foi servido um coquetel no salão de festas da entidade. A presidente do Ceme/Núcleo Setorial da

Maria Inês Guiné

Elói Mamcasz

Adriana Botelho

Adriano Rozetti

Rodolpho L. Werneck Botelho

Helena Ramos

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Revista do Produtor Rural

Acig, Maria Inês Guiné, disse estar muito feliz com o resultado do evento. “Eu tenho certeza que saímos diferentes, eu falo por mim mesma, saio fortalecida em muitas coisas, pelo Outubro Rosa, pela palestra “É possível”, e por ver os empresários valorizando as profissionais. Realmente foi um sucesso, só tenho a agradecer a parceria com o Sindicato”. A auxiliar administrativo do Grupo Agrass, Luciana Batista, destacou a importância do encontro para promover a interação entre as profissionais do setor agropecuário. “Para mim é muito importante saber que sou reconhecida pelo meu trabalho e também pela integração entre as demais secretarias do setor”, disse. A assistente do gerente de controladoria da Cooperativa Agrária, Thatiany Simone Catczu e professora de secretariado executivo na Universidade Estadual do Centro- Oeste, falou sobre a data e o reconhecimento do profissional da área. “O evento é gratificante para os profissionais, sejam formados em secretariado executivo ou não. É um momento que não deve ser lembrando apenas no dia 30 de setembro. É importante valorizar quem


Dança: Studio La Bayadère

Secretárias: valorização profissional Helena Krüger

Loren D’Angelo

13_noite_batatas_revistasindicato.pdf 1 22/10/2013 18:10:32

Equipe feminina do Sindicato Rural de Guarapuava

Thatiany Simone Catczu

Antônio Emílio de Proença Cirurgiao Dentista - CRO: 1133/PR

assessora e tem uma visão holística da organização. Este evento só vem agregar a esses profissionais, sempre trazendo algo de novo. Parabenizo a iniciativa”. A secretária do estúdio de dança La Bayadère, Lesiandra Tussolini, que participou pela primeira vez do evento também elogiou o encontro. “Eu acho muito importante para nos sentirmos mais valorizadas, porque é um dia diferente. Praticamente não saímos da empresa que trabalhamos”. Este é o sexto ano que o Sindicato Rural promove o Encontro de Secretárias do Setor Agropecuário e o terceiro ano em parceria com a Acig.


Agroinformática

Parceria de sucesso é lançada no WinterShow

O

timizar a produtividade e lucratividade de uma propriedade rural vai muito além de saber plantar, aplicar insumos, colher e comercializar. Um dos grandes determinantes de sucesso, além da qualidade técnica de produção, é a gestão da eficiência. Mas como saber quais informações extrair, como organizá-las e interpretá-las? Será que o lucro que você está tendo é adequado? Como outros conseguem melhores resultados? Será que estou com a formatação fiscal ideal para, dentro da lei, pagar o mínimo de impostos? Existe alguma ferramenta ou consultoria para me auxiliar com estas dúvidas? No início da década de 90, duas sementes com alto potencial foram plantadas em talhões diferentes. Em Curitiba, um grupo de engenheiros agrônomos e analistas de sistemas, com amplo conhecimento em informática, uniram as duas tecnologias, a agronômica e a da informação, para criarem uma empresa especializada no desenvolvimento de software para o agronegócio, a Agrotis Agroinformática. No mesmo período, em Guarapuava, um escritório contábil comandado pelo contador e tam-

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Revista do Produtor Rural


bém produtor Edio Sander, entendeu a necessidade do produtor rural, criando uma metodologia própria para apurar e analisar a atividade, comparativamente, além de cumprir obrigações fiscais. Nestes 22 anos que seguiram, as duas sementes renderam maravilhosas colheitas, e a cada safra foram sendo completadas por novidades tecnológicas, fruto da experiência e estudo destas empresas. A novidade para você, produtor rural, é que as duas empresas constituíram uma parceria para melhor atendê-lo. Pela nossa experiência na agricultura, sabemos que quando juntamos duas boas linhagens, produzimos um híbrido forte, com várias vantagens. De um lado, pela Agrotis, você tem um software forte, fruto da tecnologia e experiência, que se encaixa perfeitamente no gerenciamento da atividade rural, respeitando suas especificidades, exigências fiscais e contábeis, de maneira simples e funcional. Entre o que foi orçado em seu planejamento e o que vai sendo realizado com o desenvolvimento da safra, os valores são atualizados em tempo real, permitindo análises pontuais de previsão do resultado por culturas, cultivares, safras, fazendas e talhões. As movimentações e análises podem ser

feitas em diferentes moedas (como real, soja, dólar, milho, etc.), com conversões automáticas. Toda movimentação de insumos, controle de almoxarifado, além das operações com máquinas e os eventos de manutenção podem ser controlados pontualmente, evitando tradicionais despesas desnecessárias, permitindo melhor análise de lucratividade real por talhão plantado. De outro lado, utilizando o serviço da equipe da Edio Sander & Filhos Assessoria Contábil, primeiramente você terá a certeza que o software será bem utilizado, pois seus dados serão auditados e analisados em tempo real, por quem realmente entende de números na produção agropecuária.

A integração entre as soluções é eletrônica, evitando gasto com tempo e o risco de erro de digitação. Facilitar-se-ão as análises tanto individuais de resultado da atividade, como as comparações coletivas, de forma que por um lado você otimizará suas obrigações fiscais e de outro lado terá subsídios para saber em quais indicadores ainda pode melhorar, para obter um resultado superior. A parceria entre as duas empresas foi oficialmente apresentada aos produtores no WinterShow 2013 da Cooperativa Agrária, com grande sucesso. Os serviços resultantes já estão disponíveis, podendo inclusive ser utilizados ainda nesta safra de verão.


Manoel Godoy

Barranco na Serra da Guabiroba: rastros de lixo

Lixo abandonado na rodovia que leva ao distrito de Guairacá

Lixo é no lixo! Indignados, produtores reclamam de lixo abandonado em áreas rurais.

Sergio Teixeira

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se acreditar que, pela característica do lixo, o material pode ter sido trazido da cidade. “O produtor é uma classe cobrada diariamente, pelos órgãos públicos, sobre a questão do meio ambiente. Hoje, é muito difícil você encontrar uma propriedade que não tenha cuidados com uma nascente de água, reservas e que não proteja a flora e a fauna”, declarou.

Opinião

Pensar na comunidade

Manoel Godoy

Roberto Hyczy Ribeiro

Revista do Produtor Rural

Para ele, tem de existir consciência ambiental no campo, mas também na cidade. Consultado por nossa reportagem, o escritório regional do IAP informou que existe multa para quem descarta resíduos de forma irregular. De acordo com o fiscal de meio ambiente Niceu Cezar de Oliveira, no caso de se identificar a pessoa, o IAP aplica multa, cujo valor varia entre R$ 500 a R$ 10 milhões (em situações de danos ambientais de larga escala). Uma autuação também é encaminhada ao Ministério Público. Contatada pela Revista do Produtor Rural, a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Guarapuava informou que na maioria dos casos é difícil identificar os responsáveis. Mas observou que a população pode ajudar, realizando denúncia junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (3624 2214). Sobre a presença de lixo num barranco da Serra da Guabiroba, a Assessoria informou também que o Município tem realizado a retirada do material, mas que pessoas voltam a jogar lixo no local.

“Vejo que há dois lados: por um lado, é a própria condição das pessoas que ainda acham que podem jogar o lixo em qualquer lugar, não tendo consciência das consequências que isso traz. Esquecem que alguém vai ser prejudicado, que outro vai ter que ir lá e fazer a limpeza. Por outro lado, há a questão da Prefeitura que está tendo que retomar os serviços básicos como a coleta seletiva e coleta de outros tipos de lixo que não vão para reciclagem comum nem para o aterro. Faço parte do Conselho Municipal de Meio Ambiente e acompanho o esforço da Prefeitura em oferecer serviços melhores à população. Sempre que coisas assim acontecem, o proprietário deve fazer denúncia para que as devidas providências possam ser tomadas”.

Manoel Godoy

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inda há pessoas que, sem valorizar o meio ambiente, jogam fora, em qualquer lugar, o lixo que deveria ter uma correta destinação. Em meados de setembro, na estrada de acesso ao distrito rural de Guairacá, em Guarapuava/PR, o produtor Sérgio Teixeira constatou a presença de plásticos e garrafas de bebidas à margem daquela via, junto à cerca de uma fazenda. A solução foi solicitar à Companhia de Serviços de Urbanização de Guarapuava (Surg) a limpeza do local. “Eles prontamente me atenderam”, frisou. Teixeira ressaltou já ter visto situações semelhantes também no distrito do Jordão e na região da Serra da Guabiroba. Outro produtor rural do Guairacá, Roberto Hyczy Ribeiro, se mostrou revoltado. Ele disArquivo SRG

Foto enviada por Sérgio Teixeira

Cidadania

Hildegard Abt Roth, membro do Conselho Mun. de Meio Ambiente de Guarapuava


Concurso cultural

Agricultores participam de campanha inédita da IHARA Para envolvê-los na campanha, a empresa criou o concurso cultural “Agricultura é a Nossa Vida”, no intuito de que os agricultores pudessem expressar, de forma espontânea, os motivos pelos quais a agricultura é tão importante em suas vidas

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omo forma de demonstrar admiração e respeito pelos produtores rurais, a IHARA – tradicional fabricante de defensivos agrícolas- decidiu homenageá-los em sua campanha institucional inédita, criada a partir de depoimentos de agricultores que enfatizam como a agricultura faz parte de suas vidas. Por meio de um concurso cultural, com o tema baseado no slogan da empresa “Agricultura é a Nossa Vida”, os produtores tiveram a oportunidade de gravar vídeos originais para participar deste projeto. Os cinco melhores testemunhos estão sendo divulgados nas principais mídias do país, representando todos aqueles que contribuem com o progresso da agricultura brasileira. Os selecionados foram Daniel Ângelo Grolli (Balsas/MA), Eduardo Granghelli (Jaguariúna/SP), José Pupin (Cuiabá/MT), Sérgio Astori (Jaguaré/ES) e Sidney Hideo Fujivara (Capão de Bonito/SP). Como forma de agradecê-los pela participação, a empresa levará esses agricultores para assistirem à Cerimônia de Encerramento e o último jogo da COPA DO MUNDO de 2014, no dia 13 de julho, no Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro. “A IHARA agradece também todos aqueles que enviaram os vídeos e estiveram conosco nesta iniciativa”, declara o diretor

de Marketing, José Gonçalves. Segundo Gonçalves, o objetivo dessa campanha é retratar a dedicação e o inestimável valor do trabalho de todos aqueles que, a exemplo da IHARA, fazem da agricultura a sua vida. “Esta iniciativa visa ainda provocar uma reflexão sobre o verdadeiro papel da agricultura na vida de cada um dos brasileiros”, ressalta. O concurso cultural esteve no ar por mais de três meses, sendo divulgado em jornais de cooperativas e rádios locais no intuito de convocar os agricultores a expressarem, de forma espontânea, os motivos pelos quais a agricultura é tão importante em suas vidas. Nesse período, o hotsite “Agricultura é a Nossa Vida”, criado especialmente para esta ação, recebeu inúmeros acessos e vídeos originais com depoimentos de produtores rurais, que se inspiraram no tema da campanha. O júri escolheu aqueles que atendiam os critérios de espontaneidade, criatividade, originalidade, emoção e sensibilidade. Para assistir a campanha institucional da IHARA com os vencedores do concurso cultural, acesse o hotsite “Agricultura é a nossa Vida” (www.agriculturaeanossavida.com.br) ou pelo canal do Youtube (www.youtube.com/agriculturanossavida).

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Manoel Godoy

Ovinocultura

Mais cordeiros por ano 2ª Ovinotec, promovida pela Cooperaliança, debateu estratégias reprodutivas para intensificar a produção de ovinos

Adriane Araújo Azevedo, vicepresidente da Cooperaliança

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om o desenvolvimento da cadeia produtiva de ovinos em Guarapuava e região, a Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (Cooperaliança) promoveu, no dia 25 de setembro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, a 2ª Ovinotec. O evento trouxe novas tecnologias e informação técnica sobre ovinocultura. Neste ano, com foco em reprodução, a Ovinotec atraiu mais de 155 pessoas de 22 municípios do Estado. No evento foram realizadas quatro palestras, com temas que abordaram nutrição, integração lavoura-pecuária, reprodução e sanidade. A vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Araújo Azevedo, comentou que o objetivo é incrementar as técnicas de reprodução para trazer mais rentabilidade ao produtor e, consequentemente, mais cordeiros para a cooperativa. “Sentimos o reconhecimento do trabalho da Cooperalianca com a Ovinotec”. Adriane disse que muitos produtores já incorporaram as técnicas da produção intensificada na Cooperaliança. “Já iniciamos o projeto de indução e sincronização de cio, temos um profissional aplicando as técnicas para um grupo de cooperados”.

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Revista do Produtor Rural

Em sua palestra, o médico veterinário da Tortuga, Alexandre Bombardelli de Melo falou sobre a importância de um planejamento nutricional para intensificar a capacidade reprodutiva dos ovinos. “Em geral, as ovelhas reproduzem uma vez ao ano, mas existem métodos e tecnologias para acabar com essa sazonalidade”. Melo apresentou aos produtores quais são os momentos corretos para se intensificar investimento em nutrição. “A nutrição é um dos gargalos na produção ovina e representa 70% do custo, mas quando se investe de forma correta ela oferece muito retorno. Quando o aniAlexandre mal apresenta uma deficiência nutricional, não responde em termos Bombardelli, médico de reprodução”. veterinário O médico veterinário também destacou que o investimento em nutrição é essencial para otimizar a produção ovina. “O valor da terra está muito alto e é preciso produzir o máximo para que a atividade proporcione rentabilidade”, disse Melo.

Deficiência nutricional no sistema integração lavoura-pecuária Helena Krüger

Helena Krüger

Manoel Godoy

Nutrição e desenvolvimento reprodutivo

Em um sistema de integração lavoura-pecuária, para ter sucesso é preciso enxergar ambas as atividades com profissionalismo. Segundo o professor e pesquisador da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Itacir Sandini, o produtor ainda tem receio em investir na pecuária, principalmente, na área de nutrição de pastagem. Em sua palestra, o professor falou que é preciso utilizar culturas forrageiras resistentes devido à frequência de adversidades climáticas na região, como geadas e veranicos. Sandini alerta que espécies que apresentam característica de boa tolerância a geadas são também exigentes em relação à Itacir Sandini, prof. fertilidade. “O azevém é um exemplo de cultura que exige nitrogênio”. de Agronomia da O investimento em nutrição, segundo o pesquisador, não beneficia Unicentro apenas a forragem para os animais, mas a cultura seguinte de verão, que também recebe os resíduos dessa fertilização. “Na realidade, o produtor vai reduzir a quantidade de nitrogênio seja no milho ou no feijão”. Sandini declarou que sem investimento nutricional, o sistema não avança. “Se não houver fertilização pode se ter um efeito bastante drástico nas características físicas, químicas e biológicas do solo, o que acaba reduzindo a produtividade da cultura de verão”.


Reprodução foi o tema da palestra ministrada pelo professor e pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Odilei Prado. Segundo ele, é possível intensificar a produção de ovinos com altas taxas de fertilidade na contra estação. No entanto, Prado alerta para a preparação da propriedade para instalar um programa intensivo de reprodução. Entre os Odilei Prado, manejos básicos preparatórios, é fundaprofessor de mental um bom manejo nutricional. “Se veterinária da UFPR não houver esse caminho até chegar ao sistema, é provável que se tenham resultados de fertilidade muitos ruins, o que pode desestimular o produtor”. Entre as ferramentas mais utilizadas de desestacionalização da reprodução das ovelhas, destaca-se a sincronização de cio utilizando hormônios. De acordo com o professor, é um método eficiente e traz respostas em um período mais curto. “São usados protocolos de sincronização de cio e indução durante a contra estação reprodutiva. Além disso, é possível sincronizar as ovelhas e submetê-las a um período de estação de monta com um carneiro, sem inseminação”, afirmou Prado. De acordo com o pesquisador da UFPR, as taxas de fertilidade nos protocolos tradicionais de hormônio de progesterona, de seis ou 12 dias, estão na ordem de 60 a 80%. “São taxas muito boas considerando que estamos afunilando o ciclo das ovelhas, se considerar que o carneiro faz o mesmo trabalho em 60 dias. Com a ferramenta de sincronização podemos ter resultados semelhantes em um período de cinco dias”.

Homeopatia: uma alternativa para as verminoses

Manoel Godoy

Manoel Godoy

Intensificar a (re)produção ovina

Uma das principais dificuldades na sanidade ovina, as verminoses, podem ser tratadas de uma maneira alterativa e não menos eficaz: a homeopatia. Esse foi o tema apresentado durante a palestra “Efeito da homeopatia no controle de verminoses em ovinos”, pela zootecnista da Real H, Janayna Navroski. O tratamento apresenta vantagens por oferecer um medicamento que não traz resistência ao Janayna Navroski, rebanho e não deixa resíduos na carne ou no leizootecnista te. Vale destacar que a homeopatia não pretende substituir outros métodos de controle. De acordo com a palestrante, a intenção é que seja um aliado, principalmente na prevenção das doenças. Segundo Janayna, antes de utilizar os medicamentos, é preciso que seja feita uma avaliação, para que a aplicação ocorra em um rebanho que já possua condições mínimas de manejo nutricional. “É importante que a assistência técnica oriente o produtor a utilizar e melhorar todos os fatores que envolvem a homeopatia, como o manejo, alimentação e genética”, explica.


Concurso fotográfico

Produtor rural de Guarapuava vence concurso fotográfico da John Deere

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2º Sieghardt Kleinfelder: Guarapuava - PR

agricultor Alexandre Seitz foi o vencedor da 6º edição do Concurso Fotográfico John Deere 2013, que teve o tema Por Gerações. Ele levou uma câmera fotográfica semi-profissional, um kit de produtos da John Deere Collection Premium e um trator em miniatura, de brinquedo e com controle remoto, que será entregue na Paraná, concessionário da John Deere na cidade. “Fiquei muito feliz em ser o vencedor do concurso deste ano, que teve um belo tema, retratando a relação entre as futuras gerações e o crescimento da agricultura brasileira”, conta Alexandre. Em segundo lugar ficou Sieghadt Kleinfelder, também de Guarapuava (PR), seguido por Genésio Marchetti, de São Domingos (SC), em terceiro, Junior Burigo, de Forquilhinha (SC), em quarto e Marcy Lancia Pereira, de Campinas (SP), em quinto. O tema deste ano, Por Gerações, destacou o comprometimento da empresa com o país e sua visão quanto ao papel da empresa e dos brasileiros na produção global de alimentos e infraestrutura para as futuras gerações. Segundo Elisa Pimenta, supervisora de Comunicação da John Deere, “o tema Por Gerações valoriza o comprometimento da empresa com o país e sua visão quanto ao papel da empresa e dos brasileiros na produção global de alimentos e infraestrutura para as futuras gerações”.

Texto: http://www.deere.com.br/wps/dcom/pt_BR/our_company/press_room/news/notices/2013/08/photo_contest_winner/photo_contest_winner.page

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Revista do Produtor Rural


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Novas fronteiras

Stefan Duch Filho: duas vezes pioneiro Na década de 50, Stefan Duch Filho chegou ao Brasil; nos anos 70, no Mato Grosso do Sul

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tefan Duch e Stefan Duch Filho chegaram em Guarapuava-PR, distrito de Entre Rios, em 1951. Na época, Duch Filho tinha 18 anos. Veio de Kapan, sul da Armênia, refugiado da II Guerra Mundial. Com mais 500 famílias formou o Entre Rios e cinco colônias que conhecemos hoje, referência em agricultura no País, contribuindo, sobretudo, para o desenvolvimento do setor agropecuário regional. No entanto, a família, na época com 3.000 hectares de terras próprias e arrendadas em Guarapuava, Pinhão e Goioxim, resolveu investir em uma nova fronteira agrícola. O ano era 1978. Stefan Duch Filho tinha 46 anos e seu pai 71 anos (hoje falecido). Para isso, adquiriu um avião modelo Seneca 2 (veja foto) para procurar terras no Norte do país. Na época, seus filhos Walter, Erica, Guinter e Rosemarie já tinham idade para ajudar a “tocar” o negócio rural. Inicialmente, o produtor pensou em criar gado. Pousou na Bahia e chegou a fechar negócio, mas teve problemas com documentação. Vendeu e continuou a procura da área ideal. Os vôos

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de 100 quilômetros de estrada de chão. Foi preciso desbravar áreas, vencer a saudade, já que a comunicação era apenas via rádio e somente à noite. Duch deixou a esposa Ana (hoje falecida) e filhos em Guarapuava. Passou a residir no MS, para formar a fazenda. Vinha a Guarapuava a cada 30 dias. A propriedade tinha 1600 cabeças de gado Nelore. Ele continuou com a pecuária extensiva e implantou a agricultura, também arrendando áreas, com contratos de quatro anos. As estradas eram precárias e as queimadas constantes no cerrado. Teve dificuldades inerentes a quem investe em uma nova fronteira. Com o passar do tempo, os filhos começaram a assumir algumas atividades no Chapadão. Em 1997, rescindiu os arrendamentos e os filhos assumiram as áreas, sendo que hoje são quatro fazendas, cada uma com sua sede. Vale lembrar que durante esse período, as atividades no Paraná nunca pararam, ou seja, a família se dividiu entre Paraná e Mato Grosso do Sul. Fotos: Arquivo pessoal

Stefan Duch Fº com a esposa Ana (in memorian)

foram para Mato Grosso e até Bolívia, mas seu destino estava no Mato Grosso do Sul, no chamado Chapadão dos Gaúchos, hoje Chapadão do Sul. Entre idas e vindas, Duch conheceu Julio Alves Martins, que apresentou ao produtor uma área de 16 mil hectares, a Fazenda Estiva. Mas não foi paixão a primeira vista. Stefan Duch Filho contou por telefone, à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, que só comprou aquela área porque não achou outra melhor no País. “Mas hoje não me arrependo, agradeço muito a Deus. Foi uma benção”, diz. Pastagens com coloração verde escura e solos não muito arenosos chamaram a atenção do produtor. O preço da terra era de meio saco de soja por hectare. O negócio foi fechado no terceiro sobrevôo e a comemoração foi no Posto Chapadão, onde havia uma churrascaria. Duch Filho gostou tanto da região, que se mudou para lá sete anos depois... e lá está até hoje. De Guarapuava são 1.100 quilômetros por terra. Naquela época, mais

Fazenda no Mato Grosso do Sul


Hoje, são 6 mil hectares no PR; 20 mil no MS, entre algodão, girassol, sorgo, soja, milho e milheto (safra e safrinha). A fazenda chegou a ter 12 mil cabeças de gado, administradas por Duch. Hoje, para a família, o foco do investimento é a agricultura - no Mato Grosso do Sul. Aos 81 anos, Duch continua com espírito desbravador. Pede aos filhos para levá-lo em outras regiões do país, a fim de visualizar novas fronteiras. Não quer voltar a morar em Guarapuava. “Eu gosto de Guarapuava, mas só para visitar os parentes, porque é muito frio”, diz. Ele gostou do clima tropical do MS. Lá chove 1.500 mm por ano, o inverno é seco e o verão chuvoso, com temperaturas médias de 22 graus. A cidade fica a 330 quilômetros de Campo Grande, mas hoje é tudo asfaltado. Tecnicamente também muita coisa mudou. A Fundação Chapadão ajudou os produtores com pesquisas. Segundo Márcio Duch, a Ferronorte instalou um terminal para escoamento da soja quase até Paranaguá. “Por enquanto, ainda é insuficiente porque os vagões já chegam cheios de Rondonópolis. Os gargalos são frete e conservação de rodovias”, conta um dos

Avião adquirido pelo produtor na década de 70

netos que administra as atividades agrícolas nos dois Estados. E foi assim que os Duch contribuíram para aquela região de cerrado improdutivo se tornasse um dos principais celeiros do Estado do Mato Grosso do Sul. “Valeu a pena. E tudo aconteceu com a ajuda de Deus, porque foi uma benção de Deus. Consegui tudo sem muitas dificuldades. Sofremos no começo, mas compensou.

Hoje em dia ainda estou tocando o gado e algumas outras atividades. Tenho orgulho dos filhos e netos, pois todos vão muito bem”, diz o patriarca, deixando um conselho: “aqueles que não têm área suficiente para conseguir um lucro por ano, a única solução é comprar área onde ainda está barato e se mudar, porque tem que ficar junto... tem que ficar junto, porque daí funciona bem”.

a anos d s o r i prime Duch no ia Sul famíl sso do o r G Mato

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Chapadão do Sul na década de 70 Chapadão do Sul/MS foi emancipado em 1987. Antes disso, pertencia a Cassilândia/MS. Para ir a um banco ou cartório era preciso percorrer 100 km de estrada de chão. Desta forma, eram necessários dois dias para fazer um serviço de banco. Não havia telefone, nem eletricidade. Duch instalou um gerador e radioamador. Após alguns anos, fez sociedade com 17 proprietários e instalou uma hidrelétrica, que forneceu energia para as fazendas, no rio Indaiá e para o distrito de Chapadão. A cidade se chamava Chapadão dos Gaúchos porque na década de 70 se estabeleceram as primeiras famílias gaúchas e em 84 passou a se chamar Chapadão do Sul. Hoje tem 20 mil habitantes.

A cidade na década de 70

Velha fronteira agrícola Chapadão do Sul não pode ser mais considerada uma nova fronteira. As terras subiram de preço - hoje quem quiser investir lá terá que desembolsar cerca de 600 sacas de soja por hectare, mais ou menos, R$ 30 mil/ha. A oportunidade já passou. “Hoje as terras aqui estão tão caras como em Guarapuava”, comenta Duch.

A cidade hoje

Produtividades da última safra no MS - Família Duch 58 sacas de soja/ha 110 sacas de milho safrinha/ha 200 sacas de milho verão/ha 80 sacas de sorgo/ha 280 arrobas de algodão/ha 45 sacas de girassol/ha Preço de comercialização: 4 reais abaixo dos de Guarapuava Custo de produção: o mesmo de Guarapuava, com AP

Visita aérea da fazenda

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Márcio Duch, neto de Stefan Duch Fº: investimentos no MS


Pecuária de corte

Análise conjuntural do mercado do boi gordo no Estado do Paraná Gustavo Schnekenberg - Helder Callegari Bertholo - Paulo Rossi Junior - João Batista Padilha Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR - www.ciaufpr.com.br

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nalisando a cotação de preços da arroba do boi gordo e da vaca gorda, calculado pelo Centro de Informação do Agronegócio da UFPR (CIA/UFPR), para os meses de agosto e setembro de 2013 no Estado do Paraná, observou-se alta quando comparada ao bimestre passado. Os dados apresentados nesta conjuntura foram deflacionados pelo IGP-DI da FGV, com base agosto/1994, sendo igual a cem por cento. Em agosto a cotação média mensal da arroba do boi gordo foi de R$ 99,91, apresentando alta de 0,43% em relação ao mês de julho e de 4,09% em relação a agosto do ano passado. Já o preço da vaca neste mesmo período foi em média de R$ 91,64, queda de 0,82% se comparado a julho de 2013. No mês de setembro registrou-se R$ 102,46 como o valor médio da arroba do boi, já em relação à arroba da vaca o valor médio

Gráfico 1. Comportamento dos preços reais da arroba do boi gordo e da vaca gorda no estado do Paraná, nos meses de agosto e setembro de 2013. Fonte: CIA/UFPR

foi de R$ 93,94, altas de 2,55% e 2,51%, respectivamente, quando comparados com os valores de agosto. De forma geral o aumento dos preços nesta época do ano é justificado pela redução da oferta de animais a pasto, uma vez que, em função do clima paranaense, há menor oferta de nutrientes disponíveis para consumo dos animais. Outro fator que está ajudando a elevar os preços é o aumento da demanda internacional pela carne brasileira, que se refletiu no aumento das exportações no mês de setembro. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na comparação dos números de setembro e agosto, as exportações de carne bovina in natura ainda mostraram elevação: há alta de 6,2% em receita; 2,6% em volume e 3,5% em preços médios. Quando analisado o preço do novilho precoce, nota-se uma alta ao longo dos últimos dois meses, atingindo o valor máximo por arroba de R$ 109,13 na última semana do mês de setembro, enquanto a média deste mês ficou em R$ 105,90, valor 1,06% inferior ao do mês de agosto, quando a média fechou em R$ 105,87. Para a novilha precoce o indicador CIA/UFPR atingiu um valor máximo por arroba de R$ 104,35, também na última semana do mês de setembro, enquanto a média do mês ficou em R$ 101,09, valor 0,28% menor que agosto, quando a média ficou em R$ 101,37. Quanto ao mercado de bezerro este apresentou alta no bimestre analisado. No mês de agosto, a média do preço do bezerro foi 5,71% menor que a média do mês de julho,

Gráfico 2. Comportamento dos preços reais da arroba do novilho e da novilha precoce no Estado do Paraná, nos meses de agosto e setembro de 2013. Fonte: CIA/UFPR

fechando a R$ 727,76. Em setembro a média foi de R$ 758,09, um aumento de 4,17% em relação a agosto, e encerrou a última semana do mês a R$ 835,15, valor mais alto do bimestre. Os preços do bezerro nesta época do ano são relativamente mais baixos, devido à maior oferta de animais desta categoria no mercado.

Gráfico 3. Comportamento dos preços reais do bezerro no Estado do Paraná, nos meses de Agosto e Setembro de 2013. Fonte: CIA/UFPR

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Campanha do Imposto Beneficente

Prezados Contribuintes!

Sueli Karling Engenheira agrônoma Mestre em Economia, Doutora em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná

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onsiderando que já estamos no último trimestre do ano, está na hora de lembrá-los da possibilidade de destinar parte do imposto de renda às entidades devidamente cadastradas no Conselho Municipal dos Direito da Infância e Adolescência (COMDICA) que atendem crianças e adolescentes carentes e àquelas cadastradas no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI). Imposto este apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real que podem destinar até 1% do total e pelas pessoas físicas optantes pelo modelo completo de declaração que podem destinar até 6% do valor a ser pago. Este montante pode ser destinado para o Fundo para Infância e Adolescência (FIA) ou para o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (FMDPI). A destinação de imposto de renda tem se mostrado um processo bastante dinâmico. Recentemente a Lei Ordinária 12.594 alterou a Lei 8069/1990 no que diz respeito à data limite das destinações. Esta flexibilização permitiu ao contribuinte pessoa física destinar aos referidos Fundos até 3% do imposto devido no momento do pagamento do imposto de renda, ou seja, 30 de abril, permanecendo porém, a data da destinação dos demais 3% obrigatoriamente até 30 de dezembro do ano anterior. Ainda citando Leis, a de número 12.231/2010 permitiu que sejam contempladas também com esta destinação instituições que atendem aos idosos carentes. Segundo Adriano Machado, Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, (CMDPI), o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa está devidamente habilitado a receber recursos.

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As alterações não pararam por aí. De acordo com o contabilista Fernando Borazo, vice-presidente da Federação Nacional dos Contabilistas, colaborador e grande entusiasta da nossa campanha, também ocorreu a inscrição do município de Guarapuava no convênio para reter em guia o recolhimento da contribuição ao FIA, quando do momento do recolhimento do imposto em 30/04 do ano subsequente, trazendo maior segurança ao contribuinte ao evitar possíveis inscrições em malha fina por parte da Receita Federal, quando da divergência do valor recolhido em relação ao valor informado. Muito provavelmente estas alterações na forma de recolhimento, provocando uma certa insegurança entre os profissionais envolvidos, evitaram o incremento esperado dos valores recolhidos no ano de 2012 em relação ao ano anterior. Obviamente o imposto arrecadado no município de Guarapuava só faz crescer, portanto é lamentável que esta fatia do tributo que é de direito destas crianças e agora dos idosos mais carentes vá diretamente para o governo que infelizmente usa de maneira ineficiente, quando não vergonhosa. Ainda segundo Borazo, um importante passo para o sucesso desta ação está sendo discutido pelos profissionais de contabilidade, que é a alteração mais uma vez do prazo da destinação. O intuito da classe é que a data limite, desta vez de 100% da destinação, coincida com o pagamento do imposto de renda, isto é, 30 de abril, sem a necessidade da antecipação da informação e do pagamento em dezembro do ano anterior. Lembrando sempre que estas movimentações financeiras são devidamente fiscali-

zadas pelo Tribunal de Contas da União e podem ser acompanhadas por qualquer cidadão que queira checar o destino destes recursos. O intuito deste artigo além de lembrá-los da possibilidade e da importância deste ato é o de instigá-los a disseminar essa ideia. Muito obrigada!

Entidades cadastradas: No município de Guarapuava existem 10 entidades registradas no COMDICA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), legalizadas, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal no 8069/90). São elas: • Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais – APADEVI • Associação de Amigos da Pastoral da Criança – AAPAC • Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE • Associação Canaã de Proteção aos Menores • Associação Beneficente das Senhoras de Entre Rios • Caritas Socialis • Centro Educacional João Paulo II • Centro de Nutrição Renascer • Instituto Educacional Dom Bosco • Fundação Proteger As entidades potenciais recebedoras de recursos que assistem as pessoas idosas são: • Serviços de Obras Sociais Airton Haenisch (SOS) – Já com o cadastro ativo • Associação de Estudos, Pesquisas e Auxílio aos Portadores de Alzheimer (AEPAPA) Ainda com cadastro em andamento.


Manejo animal Imunização

Eficiência reprodutiva na

pecuária de cria Lucas de Araujo Souto

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m primeiro lugar precisamos entender melhor o conceito de eficiência reprodutiva. Quando falamos em eficiência reprodutiva não estamos falando apenas em concepção das vacas em um protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) ou em prenhez final de uma estação de monta, mas estamos considerando a “qualidade da prenhez” destes animais, em outras palavras, estamos considerando os inúmeros fatores que podem estar relacionados com a rentabilidade de um sistema de cria sendo a prenhez propriamente dita apenas um destes fatores. Um conceito amplamente utilizado dentro de sistemas de cria com intuito de avaliar esta eficiência tem sido associado a produzir “um bezerro por vaca ano”. Mas será que utilizando apenas este conceito estamos considerando a melhor época para parição não somente pensando nas vacas mas também nos bezerros? Estamos considerando as chances destas vacas em emprenhar na estação de monta do ano seguinte? Será que estamos considerando a genética destes bezerros e subsequente desempenho de ganho de peso ou precocidade sexual das bezerras que entrarão em reprodução? Estes e outros aspectos de grande importância para a rentabilidade da atividade de cria estão intimamente ligados a maior produção de carne e/ou genética e são baseados essencialmente em estratégias de manejo que serão discutidos em maiores detalhes a seguir.

época do ano irá se concentrar parição das vacas e consequentemente nascimento dos bezerros. Comumente somos questionados quanto a melhor época para iniciar a estação de monta, e infelizmente não existe uma resposta certa a esta pergunta, pois além de contarmos com variações climáticas muito grandes dentre as diferentes regiões do Brasil, contamos também com variações climáticas dentro de uma mesma região. Pensando nos bezerros a melhor época para o nascimento seria na seca, já que a incidência de enfermidades muito comuns como diarreias ou miíases (bicheiras) é intensificada em períodos mais úmidos e quentes do ano. Como nas primeiras semanas de vida os bezerros são essencialmente dependentes do aleitamento das vacas a disponibilidade de pasto acaba não sendo fator crítico para a sobrevivência dos recém-nascidos. No entanto se pensamos nas vacas, diríamos que a melhor época do ano para parição seria na época das águas, quando a disponibilidade de alimentos é supostamente maior e esta precisa além de energia de mantença, energia para produzir leite aos bezerros e também para reestabelecer as funções reprodutivas para emprenhar novamente dentro do período destinado a reprodução. Desta forma, buscamos um meio termo entre priorizar os bezerros e as vacas escolhendo para o nascimento dos bezerros épocas de transição entre período seco e chuvoso, fazendo as vacas parirem cerca de 1 a 2 meses antes da época das chuvas.

Estação de Monta: Não podemos falar em eficiência de um sistema de cria sem antes falar em época de estação de monta e época de parição das vacas. Concentrar o período de reprodução nos permite planejar qual a melhor

Os bezerros: De uma forma bem simplista o que buscamos em um sistema de cria comercial é produzir genética boa para reposição de ma-

trizes no plantel (e/ou touros para repasse) e maior quantidade de quilos de bezerros desmamados a um menor custo possível. Sabemos que a influência da nutrição para o ganho de peso ou para expressar o potencial genético é de fundamental importância, porém como obter o melhor desempenho produtivo baseado em nutrição com os menores custos possíveis? A resposta é simples e é principalmente relacionada a estação de monta e época ideal de nascimento dos bezerros (conforme discutido anteriormente). Bezerros nascidos logo antes da época de chuva passam a maior parte do período prévio a desmama sobre maior disponibilidade de alimento e, portanto desmamam mais pesados repercutindo assim em uma menor idade ao abate dos machos e fêmeas de reposição entrando em puberdade mais cedo. Alguns estudos mostram que dependendo da região bezerros podem desmamar cerca de uma arroba mais pesados quando nascidos na época previa a estação chuvosa quando comparado a bezerros nascidos na época prévia a estação seca.

As vacas: Outro ponto bem importante a considerar dentro deste conceito de época do ano e período de parição e também visando maximizar o desempenho reprodutivo destes animais após o parto, é avaliar a condição nutricional em que estas vacas estão parindo. Atualmente sabe-se que o período de maior exigência nutricional e crescimento do feto é no terço final de gestação, sabe-se também que o desempenho reprodutivo da vaca após o parto é diretamente relacionado a condição corporal em que esta pariu assim como peso do bezerro ao nascimento e a desmama, sendo melhores em uma vaca parindo em melhor condição

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corporal. Tendo em vista estes aspectos e lembrando que a época final de gestação normalmente coincide com o período mais crítico da seca na maioria das vezes, estratégias de suplementação durante este período e/ou realização de desmama precoce (desmamando bezerros com 6 ou 7 meses e suplementando-os, já que é mais barato suplementar o bezerros a suplementar a vacas) pode ser viável dependendo do sistema de produção. A eficiência reprodutiva em sistema de cria diz respeito a inúmeros fatores além apenas da vaca produzir um bezerro por ano, a época em que estes bezerros nascem, as chances da vaca emprenhar rapidamente na estação de monta subsequente, a concentração das parições e melhorias no peso a desmama estão intimamente ligadas a questões de manejo e a época certa de iniciar a estação de monta. Quando consideramos o período do ano composto por 365 dias e descontamos o período médio de gestação de aproximadamente 290-300 dias em vacas Nelore e o período de involução uterina após o parto é de aproximadamente 30 dias, sabemos que nos resta apenas cerca de 45 dias para emprenhar uma vaca e mantê-la parindo na época ideal do ano que preconizamos anteriormente. Para isto, o uso de estratégias como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é extremamente importante, não pensando apenas na genética introduzida através da inseminação artificial que também reflete na qualidade do bezerro, mas também como uma das poucas ferramentas existentes no mercado que permite inseminar as vacas com aproximadamente 40 a 45 dias pós-parto independentemente de estarem ciclando ou não (lembrando que apenas as vacas ciclando têm chance de emprenhar com touro), podendo assim antecipar e planejar a prenhez concentrando o parto dentro de um período do ano pré-determinado. Nesta matéria iremos abordar alguns aspectos e principais variáveis relacionadas a IATF que podem afetar direta e indiretamente os resultados da IATF. Apesar dos fatores envolvidos no sucesso da IATF serem inúmeros, poderia dividir estas variáveis em quatro: A vaca, o sêmen, o inseminador e o protocolo hormonal (o protocolo hormonal por sua complexidade será discutido em mais detalhes na próxima edição).

A Vaca: Nutrição e Condição Corporal: A condição nutricional que os animais estão sujeitos a IATF é diretamente relacionada ao

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resultado de prenhez, a forma mais comumente utilizada para “estimar” este status nutricional é dada pelo Escore de Condição Corporal (ECC). O ECC é dado através de uma avaliação subjetiva em uma escala de 1 a 5 (ou de 1 a 9) sendo 1 bem magra e 5 bem gorda. A importante salientar que se trata apenas de uma estimativa, já que em termos práticos é difícil saber se animal está ganhando ou perdendo peso (balanço energético), as deficiências minerais, etc. Categoria: A categoria animal é popularmente associada ao número de crias obtidas pelas fêmeas durante sua vida reprodutiva, sendo classificadas de forma geral em nulíparas (novilhas), primíparas (uma cria), multíparas (mais de uma cria) ou em vacas solteiras (sem cria ao pé). Diferentemente da condição nutricional a categoria animal pode não necessariamente estar diretamente ligada ao resultado de prenhez, no entanto entendendo as particularidades de cada categoria e levando em consideração que as condições fisiológicas dentre elas são normalmente similares, estratégias podem ser desenvolvidas de forma direcionada para cada uma delas. Por exemplo, cuidados devem ser maiores com categorias de maior exigência nutricional (no caso das primíparas que ainda estão em crescimento) podendo suplementar apenas esta categoria, manejá-las em pastos separados no ano anterior e emprenhando elas de forma a parirem em uma época com maior disponibilidade de comida. No caso de novilhas e vacas solteiras um exame ginecológico para determinar status uterino e principalmente se estão prenhas é muito importante, já que muitas vezes é difícil controlar a dinâmica de touros dentro das fazendas. No caso das novilhas, além de estipular peso e idade mínimos para entrar em reprodução de acordo com o critério do produtor, o ginecológico deve também determinar ciclicidade através da presença de uma estrutura no ovário chamada de corpo lúteo que determina a puberdade.

Dias pós-parto (DPP): Programas de IATF têm sido implementados a partir de 30 DPP, quanto antes iniciarem os programas (respeitando sempre o período de involução uterina de aproximadamente 30 dias), melhor será a eficiência reprodutiva do sistema de produção. Além das chances de obter um bezerro/vaca/ano aumentarem devemos considerar que na grande maioria dos sistemas de produção as vacas perdem condição corporal com o decorrer dos DPP, portanto os resultados tendem a cair até aproximadamente 3 a 4

meses após o parto quando os bezerros passam a amamentar menos e a condição de pasto melhora, resultando em uma melhora na condição corporal das vacas. É importante lembrar que isto irá depender de particularidades climáticas da região e da disponibilidade de comida para estes animais.

Manejo de Curral: Manejar os animais de forma menos estressante possível têm sido frequentemente associado a melhorias na reprodução. Entendem-se manejos menos estressantes como eventos que envolvem desde a escolha dos horários mais frescos do dia para trabalhar com os animais até por minimizar gritos e agressividade durante os manejos. O estresse está intimamente ligado a liberação de hormônios, como o cortisol, e proteínas de fase aguda que são responsáveis por desencadear uma série de eventos que podem afetar a qualidade dos oócitos e embriões e/ou também atuar fazendo com que os animais dispendam mais energia de forma desnecessária prejudicando assim os resultados de IATF. Outro aspecto relacionado ao estresse e perda de energia é durante os manejos de IATF deixar os animais em pastos longes, o ideal seria reservar os pastos mais próximos ao curral e destina-los apenas aos animais sendo trabalhados em IATF.

O Sêmen: A tecnologia de processamento de sêmen entre as empresas tem melhorado e avançado muito recentemente visando através de qualidade melhoria nos resultados, porém muito ainda é desconhecido quanto a fertilidade destes sêmens dentro de protocolos de IATF, mesmo em situações com parâmetros mensuráveis como, por exemplo, concentração, motilidade e patologias espermáticas, diferentes touros (ou até partidas de um mesmo touro) demonstram resultados bastante variados. Por isto recomenda-se antes de iniciar um programa de IATF sempre avaliar o sêmen para garantir que ao menos os parâmetros conhecidos estejam dentro das conformidades.

O Inseminador: Por se tratar de uma variável humana devemos considerar tanto aspectos qualitativos como treinamento, qualificações técnicas e reciclagem constante, quanto questões pessoais e emocionais como motivação e comprometimento com resultados por exemplo.


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Rotatec® J5 reduz a diarreia e a mortalidade de bezerros. Matrizes

Diarreia neonatal

Mortalidade

Vacinadas

11%

-

Não vacinadas

32%

1%

% de redução

64,8%

100%

Adaptado de: Luiz A.G.Galioto Jr.. Análise da relação custo benefício da implantação de vacina para profilaxia das diarreias neonatais no sistema de produção de bezerros de corte; A Hora Veterinária, ano 25, número 150, março abril 2006. *Foram analisados 200 animais, 100 vacinados e 100 não vacinados.

A evolução da saúde animal.

BiogenesisBago.com

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O novo Código Florestal

Manoel Godoy

Meio Ambiente

Hildegard Abt Roth

Engenheira Florestal, produtora rural, membro da Comissão Técnica de Meio Ambiente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), membro da Comissão Municipal de Meio Ambiente

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nfim o Ministério do Meio Ambiente regulamentou o novo Código Florestal. Primeiro esperamos ansiosamente para que fosse aprovado na Câmara e no Senado para depois esperar por mais alguns meses pela sua regulamentação. O governo, através do SICAR – Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural vai cadastrar no CAR – Cadastro Ambiental Rural todos os imóveis rurais e que tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das áreas de Preservação Permanente (APP), das áreas de Reserva Legal (RL), das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais. Mas o que isso significa efetivamente para o produtor rural? Significa que todos, sem exceção, terão que cadastrar os seus imóveis no prazo de um ano, prorrogável por mais um ano. Por enquanto, só o estado do Rio Grande do Sul está com o Sistema do CAR disponível para cadastro. Os outros estados terão que aguardar a liberação (talvez enquanto você lê este artigo isso já tenha acontecido, mas não acredito muito...), pois estão sendo feitos treinamentos dos técnicos para o preenchimento correto. O produtor não deve aguardar o sistema ser aberto. Antes mesmo de fazer os lançamentos, ele deve procurar um técnico habilitado para fazer todo o levantamento de sua propriedade. O começo é juntar os documentos, matrículas no caso e depois fazer o mapeamento de uso do solo. No mapeamento serão identificados todos os elementos, tais como nascentes, cursos de águas, lagos, topos de morro, taludes, e inclusive os passivos ambientais. Também será levantada a área necessária para Reserva Legal ou seu excesso, pois este poderá ser negociado, ven-

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dido para quem necessita. Tem também a questão das áreas consolidadas, para que seja feita uma identificação correta dessas áreas também é importante a presença de um técnico que avalie isso. A regularização da área de Reserva Legal se dará por três formas. A regeneração, não terá custo, a recomposição, onde o produtor deve ajudar com plantio de mudas, por exemplo, há um certo custo e a compensação. A compensação serve para quem não tem remanescentes florestais em sua área e então poderá comprar CRAs que são Cotas de Reserva Ambiental. A compensação deve ser feita no mesmo Bioma, que pode ser dentro e fora do estado. Essas cotas são negociáveis, isso quer dizer que o valor muda conforme a lei de oferta e demanda. Portanto, quem chegar primeiro, com certeza pagará menos. A meu ver, o prazo de um ano, prorrogável por mais um ano – a data está contando do dia 28.09, quando foi aberto o cadastro no Rio Grande do Sul, é muito curto. O cadastro é compulsório, quer dizer, não há a opção de não fazer. Ele se constitui em base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. Então quem se antecipar e fizer primeiro terá vantagens, como ser o primeiro da “fila” e com certeza a fila será grande. Terá a vantagem de escolher onde vai comprar suas áreas de compensação de Reserva Legal através das CRAs. E também para qualquer mudança na titularidade da áreas como compra e venda, desmembramento ou unificação será necessário estar cadastrado. Portanto, procurem o Sindicato Rural ou um técnico de sua confiança o mais cedo possível para não ficar no fim da fila!


Agricultura de Precisão

Fotografia aérea: altas produtividades, eficiência e redução de custos O uso da fotografia aérea na agricultura pode, eventualmente, ser considerado como uma importante ferramenta de gestão como qualquer outra ferramenta de fazenda. A obtenção de uma visão geral da área plantada por fotografia aérea pode significar a diferença entre uma colheita bem sucedida ou uma quebra de safra evitável. O Swinglet CAM, fabricado pela empresa suíça SenseFly, é um equipamento que permite obter as informações da sua área que você sempre desejou. Graças à sua inteligência artificial, o Swinglet inicia o vôo, realiza a missão e pousa automaticamente. Com a ajuda do software “e-motion”, você define automaticamente o plano de vôo. O Swinglet CAM de modo automatizado captura imagens durante o vôo permitindo uma cobertura e sobreposição ideal para a área escolhida. Depois que o Swinglet pousa, você pode baixar as imagens da câmera, visualizar e processá-las usando softwares específicos. Além de visualizar a condição da lavoura de um ângulo diferente, o de cima, você terá tempo de reagir e tomar uma decisão, semanalmente ou até diariamente. Com esta aeronave é possível mapear até 1000 ha com resolução de até 30cm em 30 minutos com dados georeferenciados e aumentar sua produtividade e lucratividade com o Swinglet CAM. Nunca foi tão fácil vistoriar a lavoura, ver falhas de plantio, manchas de deriva de defensivos, ataque de pragas e doenças, manchas de solo, desenvolvimento da lavoura ao longo da safra e também as zonas de manejo (safra após safra, áreas com potencial produtivo igual), racionalizando o investimento. Além desses

usos, na Topografia, o Swinglet CAM produz as imagens necessárias para os projetos de áreas de expansão ou arrendamento, monitoramento patrimonial para seguros agrícolas, obtenção das curvas de nível e perfil de relevo do solo, planejamento de áreas de reserva legal e APP (Áreas de Preservação Permanente). Com a envergadura de somente 80 cm, o Swinglet CAM é facilmente transportado sem a necessidade

de ser desmontado. Ele é armazenado juntamente com todos os acessórios em uma única mala de transporte. Esta resistente mala protege seu Swinglet CAM. Onde quer que você vá, o seu Swinglet CAM estará pronto para ação. Segundo Étore Francisco Reynaldo, pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária – FAPA, a evolução do sensoriamento remoto na agricultura vem crescendo a cada dia e com o surgimento da agricultura de precisão, também conhecida por AP, o sensoriamento remoto aparece com novas possibilidades de uso na agricultura. Uma delas é o uso de imagens multiespectrais (infravermelho) coletadas de modo aéreo por câmeras de alta resolução, e em diferentes faixas do espectro eletromagnético. Estas imagens facilitam a caracterização de zonas em que as culturas (principalmente as gramíneas) apresentam anomalias.

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Como pode ser visto na imagem acima, feita em uma área de cana-de-açúcar, é possível identificar falhas de plantio, distribuído por toda a imagem. E o mais importante, pontos que apresentam um menor potencial produtivo (áreas em amarelo a vermelho “imagem processada”). Esta ferramenta possibilita a identificação dos pontos de mesmo potencial produtivo, se tornando uma ferramenta importante no processo de delimitação das zonas de manejo, que no futuro receberam tratamento diferenciado a fim de se aumentar a eficiência e produtividade, aliadas a redução dos custos de produção.

Estamos oferecendo cursos de capacitação para clientes que já trabalham com equipamentos que fazem parte do nosso portfólio mantendo um dos nossos principais objetivos “usar todo o potencial e benefícios que os mesmos oferecem”, assim tendo o retorno que prometemos (custo-benefício).

A Agri Field Tecnologia Agrícola possui a mais nova geração de estações rádio-base RTK para o mercado agrícola. Com o intuíto de melhorar a precisão do seu equipamento, a Agri Field está disponibilizando sinal gratuito para seus clientes.

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Empresa

Zico Ferragens: mais uma revenda Stihl em Guarapuava

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ntre uma e outra lida do campo, o produtor rural está na cidade. Em busca de produtos e serviços para a propriedade: uma ferramenta nova, um pulverizador, equipamentos de proteção individual, a manutenção de um aparelho. E em Guarapuava, quem recorre a um dos estabelecimentos mais tradicionais do município neste ramo, fundado há muitos anos pelo empreendedor que se tornou conhecido pelo apelido simples de Zico, vai encontrar agora mais uma loja de sua empresa, numa localização de excelente acesso: a Zico Ferragens, na Avenida Manoel Ribas, nº 3014. Via principal para quem entra ou sai da cidade. Em seus cerca de 800 m², é possível encontrar, desde os itens já conhecidos da marca Stihl, até uma grande variedade de ferramentas e implementos, dos melhores fabricantes em cada segmento. E mais: uma oficina ampla, para manutenção e venda de peças. Outra facilidade é o estacionamento, com espaço para

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40 veículos e duas entradas. Por tudo isso, a equipe da Zico Ferramentas inaugurou a nova loja, dia 23 de setembro, com nada menos do que uma bateria de rojões e uma confraternização com clientes durante todo o dia. Thiago Vieira de Mello, diretor comercial do grupo Zico Ferragens, contou que a loja da empresa, no centro de Guarapuava, permanece, e que o novo empreendimento surgiu considerando em especial aqueles que chegam da região: “Como temos uma fatia muito grande de clientes que vêm do interior, de cidades vizinhas, e alguns chegam com veículos grandes, com caminhões, entendemos que tirar a oficina do centro e trazer para um lugar de fácil acesso era bastante importante”. Nesse caso, mais espaço também era fundamental: “Conseguimos uma loja ampla, com variedade ainda maior de ferramentas e ferragens, e aquilo que é hoje uma das maiores assistências técnicas, em metros

quadrados, de toda a região”, completou. Nesse ambiente mais confortável e moderno, clientes antigos e novos encontrarão, conforme relacionou o diretor comercial, a linha completa de produtos Stihl, como motosserras, roçadeiras, pulverizadores, sopradores e carrinhos de cortar grama,

Assistência Técnica: agora, com mais espaço


A expectativa é melhorar bastante para nossos clientes” Zico ao lado de outras marcas de destaque em ferramentas elétricas, como furadeiras, parafusadeiras e até lubrificantes. Na oficina, que também já está atendendo, o foco é o fornecimento de peças de reposição e o serviço de garantia pós-vendas. “Nossa expectativa é poder oferecer aos nossos clientes, principalmente, uma assistência técnica mais rápida, mais dinâmica, numa área de fácil acesso”, explicou Mello. E como cada grande passo faz lembrar o início da caminhada, Zico rememorou com um sorriso o começo de uma trajetória que teve Irati como ponto de partida e Guarapuava como espaço para cresci-

mento. Afinal, dois dias antes da inauguração da nova loja, dia 21 de setembro, era a data que marcava seus 30 anos em Guarapuava. “Vim trabalhar como mecânico, numa outra empresa. Comecei uma oficina em 1996. Tive a oportunidade de ter uma revenda Stihl em 1998, e, hoje, de estar inaugurando a quarta revenda em Guarapuava, graças às pessoas que nos receberam bem aqui. Uma clientela, graças a Deus, muito boa”. Zico acrescentou que, no novo espaço, espera poder atender os clientes ainda melhor. Em especial na assistência técnica. “E também a parte de venda. Aqui é um espaço com estacionamento, um acesso muito fácil, e essa é a expectativa: melhorar bastante para nossos clientes”. Presente à inauguração, o consultor de vendas da Stihl para a região, Marcelo Quirino, comentou que a nova loja significa visibilidade: “Os clientes procuram acesso mais fácil. Na entrada principal de Guarapuava, a loja vai se destacar. Acreditamos que isso, a curto prazo, já vai se reverter numa expressiva demanda de produtos e serviços”.

(da esq. p/ dir.) Marcelo Quirino (Stihl); Thiago Vieira de Mello; Zico; e Jonas José Buzatto (Stihl)

Ao lado de Quirino, o também consultor Jonas José Buzatto, com experiência de cerca de 30 anos, tendo trabalhado boa parte deste período em Guarapuava, relembrou o início das revendas Stihl no município. “Conhecemos a empresa desde o começo. Era uma loja muito pequena. A outra loja, mais central, já nos causava bastante orgulho. E aqui, mais ainda. Temos visibilidade, na entrada da cidade. Tenho certeza que vai ser um tremendo sucesso”, observou.

Diversos tipos de aparelhos e serras

Ferramentas das melhores marcas

Variedade continua sendo atrativo para os clientes

Equipamentos

Lubrificantes

Amplo portfólio de produtos

Pulverizadores

Itens para manejo de jardins

Equipe da Zico Ferragens

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Sindicato Rural de Pitanga

Prejuízo no trigo Produtores rurais e técnicos relatam as perdas da cultura de inverno em Pitanga

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tadas bem tarde ainda estão em perfeitas condições, mas acredito que cerca de 60% de nossa região terá algum prejuízo. As perdas são quantitativas e qualitativas, e reduziram muito a produtividade”. O produtor rural Fernando Romitti, de Boaventura de São Roque, região de Terra Santa, relata que levou sorte nessa safra de inverno, pois reduziu a área de plantio de trigo, que foi muito prejudicado na região. “’Plantamos cerca de 40 alqueires de trigo, diminuímos justamente porque é uma cultura arriscada, mas felizmente

o nosso trigo floresceu após a geada, pois era um material bem tardio. Temos o trigo como atividade apenas complementar”, declarou o produtor. O presidente do Sindicato comenta sobre a importância da cultura de inverno para a região. “O trigo ganha importância a cada ano. Há alguns anos, ele praticamente deixou de ser plantado em nossa região. No entanto, agora está crescendo em área, mas infelizmente tivemos essa adversidade nessa safra. Ainda assim é uma cultura de extrema importância”. Fotos: Helena Krüger

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intenso inverno nos meses de julho e agosto atingiu os trigais paranaenses prejudicando a produção e qualidade do cereal de inverno. Em Pitanga e região, a situação não foi diferente, muitos triticultores foram prejudicados pelas geadas. Segundo a estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), a expectativa de produção caiu mais da metade. “Esperava-se que a média de produção fosse 3000 quilos por hectare, agora acreditamos que será em torno de 1400 kg/ha”, disse o engenheiro agrônomo, Sérgio Empinotti, da Regional do Deral em Ivaiporã. O município de Pitanga está localizado em uma área de transição climática, na região norte, de acordo com o engenheiro agrônomo da Emater de Pitanga, Vilmar Grando. O clima é subtropical, pertence à Bacia do Ivaí e atinge altitudes de 700 a 750 metros. Na região sul, o clima é temperado e está na Bacia do Piquiri, com altitude em média de 1000 metros. Dessa forma, a variação climática também afeta a produção agrícola. No trigo, por exemplo, do norte para o sul, a expectativa de produção para essa safra varia de 900 kg/ ha (Norte) a 1400 kg/ha (Sul). “No norte o plantio, em geral, é antecipado. Já em Pitanga sentido Guarapuava, Santa Maria, temos um plantio mais tardio, assim as lavouras mais precoces foram mais atingidas”, explica Grando. O agrônomo da Emater afirma, no entanto, que as geadas prejudicaram com maior intensidade as pastagens, atingindo a atividade leiteira, que é base da agricultura familiar em Pitanga, com cerca de 1800 agricultores. O presidente do Sindicato Rural de Pitanga e produtor rural Luiz Carlos Zampier falou sobre o impacto das geadas nas lavouras de trigo. “Algumas lavouras plan-

Luiz Carlos Zampier, presidente do Sindicato Rural de Pitanga

Vilmar Grando, engenheiro agrônomo da Emater de Pitanga

Fernando Romitti, produtor rural

2630 declarações de ITR foram emitidas pelo Sindicato Rural de Pitanga Em 2013, o Sindicato Rural de Pitanga preencheu 2630 declarações de ITR no mês de setembro. Com uma equipe composta por cinco pessoas capacitadas para atender produtores rurais da região, a entidade é referência na prestação de serviços no meio rural. Segundo o gerente do Sindicato, Antônio Adir de Lara, o número de ITR´s aumentou 30% comparado ao ano passado. “Cerca de 80% de todas as declarações que realizamos são do município de Pitanga, as outras são de Boaventura de São Roque e Santa Maria. Acredito que esse crescimento simboliza a credibilidade da entidade e dos serviços prestados pela equipe”.


Após o prazo de declarar, o Sindicato realizou o tradicional sorteio entre os produtores que preencheram a declaração na entidade. Os sorteados ganharam cartelas de bingo para concorrer a um carro zero quilômetro e dois aparelhos de rádio.

Confira depoimento de sócios que fizeram a declaração de ITR em 2013 via Sindicato: Raul Henrique Weber, produtor com área em Boaventura de São Roque: Sou sócio e sempre faço o ITR e outros serviços como Imposto de Renda no Sindicato. O atendimento é muito bom, chego aqui e me sinto em casa, é como uma família. Além disso, temos muitas informações importantes aqui, para o produtor rural. Sou sócio há mais de 20 anos. Claudio Conrado (produtor rural de Boaventura de São Roque, na região de Terra Santa) Todo ano eu faço minha declaração aqui. Sempre é muito bem feita e me tratam muito bem. Sou sócio há 26 anos. O Sindicato é muito importante para o agricultor. Dorli Blasius (produtor rural de Pitanga, na região de cinco encruzilhadas) A equipe atende bem e é muito competente. Sou sócio há 15 anos e nunca tive problemas. Só tenho a agradecer, eles nos ajudam e nos passam informação.

Solidariedade que vem do campo

Em uma ação de apoio ao Hospital São Vicente de Paulo em Pitanga, produtores rurais doaram um carro 0 km para a entidade arrecadar fundos por meio de cartelas de bingo. A doação foi intermediada pelo Sindicato Rural de Pitanga, que recebeu o provedor do hospital, Padre Paulo Francini, na reunião de diretoria da entidade e entrou em contato com associados pedindo colaborações. O presidente do Sindicato Rural, Luiz Carlos Zampier, comentou que como a entidade não pode ajudar diretamente, pediu auxílio dos produtores na causa. “O sindicato ficou impossibilitado de qualquer ajuda financeira, porque não tinha previsão orçamentária, mas a diretoria decidiu ajudar de alguma forma. Então entramos em contato com outros produtores pedindo uma colaboração, em poucos dias, cerca de 25 agricultores contribuíram financeiramente para adquirimos o carro”. O bingo para o Hospital está sendo vendido por R$ 20,00. A expectativa é arrecadar cerca de 200 mil reais com a doação. “Realmente é uma causa que interessa a toda população. E nós, como representantes dos agricultores e de todo o setor, não poderíamos em hipótese alguma ficar de fora dessa causa, que é em prol do hospital”. O provedor do Hospital São Vicente de Paulo no município de Pitanga parabenizou a iniciativa da entidade. “O Sindicato tem força, representatividade e inserção social. Além de cumprir a sua missão junto aos produtores rurais também se preocupa com outras questões ligadas a sociedade, entre elas, a saúde”. Francini explica que o hospital vem passando por sérias dificuldades financeiras que impossibilitam a contratação de profissionais especialistas. O provedor relata que, no momento, o hospital mesmo tendo estrutura física para realizar cirurgias não pode efetuá-las por falta de médicos. “Estamos sem anestesiologistas e pediatras, o que impossibilita procedimentos simples como um parto cesariana, fraturas e apendicite. Com isso, sobrecarregamos os hospitais de Guarapuava e Ivaiporã”. O padre afirmou que a iniciativa do Sindicato despertou a sensibilidade de outras entidades. “Só tenho a agradecer a força que tem o agricultor e o Sindicato”, disse o provedor. Interessados em colaborar com o hospital devem entrar em contato pelo telefone (42) 3646-3144. Antônio Adir de Lara e Paulo Francini

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Pesquisa

Em nove anos, Top Ciência gera 12 patentes voltadas ao aprimoramento da área agrícola

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Arquivo pessoal

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Unidade de Proteção de Cultivos da BASF realizou nos dias 27 e 28 de agosto, em Campinas, (SP), a nona edição do Top Ciência. O evento é uma iniciativa da empresa que prioriza o conceito de Open Innovation (Inovação Aberta), isto é, fomenta o desenvolvimento de projetos de pesquisa agrícola em parceria com outras instituições e/ou pesquisadores. Para que se tenha uma ideia da relevância da ação, somente nesta edição foram estabelecidas três novas patentes, além das outras nove já submetidas até a edição 2012 do prêmio. “A cultura de inovação aberta na divisão agrícola da BASF não é algo novo, uma vez que faz parte da cultura e estratégia da empresa a realização de diversas parcerias com instituições de pesquisa e governo para viabilizar novas tecnologias no campo. Entretanto, o Top Ciência – iniciativa desenvolvida no Brasil e outros países da América Latina – aproxima a companhia ainda mais das necessidades e anseios no que se refere à pesquisa agrícola”, afirmou Maurício Russomanno, vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil. “As patentes anunciadas, fruto da inovação aberta do próprio evento, são voltadas para os cultivos milho, pastagem e entre outros cultivos“, acrescenta Russomanno. “A partir da concepção das ideias, somos contatados e identificamos o potencial dos estudos. Dessa forma, a BASF contribui para fomentar a pesquisa, que gera inovação e promove um intercâmbio entre pesquisadores. Isso justifica nosso auxílio a projetos oriundos de outras instituições e não apenas próprios. Facilitamos o trânsito de recursos entre os setores produtivo, acadêmico e outras instituições”, explicou o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina, Leandro Martins, também presente no evento. Além disso, a programação do evento também contou com a palestra de Gustavo Chianca, representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil e Portugal, que abordou temas ligados à fome, ao aumento da popu-

Prof. Jadoski no Laboratório de Síntese de Bioprodutos Industriais da Universidade de Guelph, tradicional instituição de pesquisa agrária do sudeste do Canadá.

lação mundial e como o setor agrícola terá grande parcela de responsabilidade para atender a essa demanda, além de perspectivas futuras da instituição no sentido de promover maior segurança alimentar globalmente.

Novos serviços Durante o Top Ciência, a BASF apresentou ainda um novo canal de gestão de relacionamento: o Porteira. Em formato semelhante à uma rede social, o site Porteira reunirá representantes da comunidade científica, produtores rurais, distribuidores, consultores e equipe técnica da BASF. O objetivo é promover o conhecimento, disseminar estudos e dados úteis sobre as atividades do agronegócio. No que se refere a serviços, a BASF apresentou a nova versão do serviço Digilab, que a partir de agora terá um acréscimo de sete culturas em seu módulo de Saúde Vegetal, totalizando agora 23. Sob a marca Digilab

Mobile Tablet, específica para tablets, a ferramenta passa a contar com os módulos Non Crop e Nematóide e uma lente capaz de aumentar em até 100 vezes as imagens, instalada em um suporte acoplado no aparelho. A nova versão, bem como a já conhecida 2.0, estará disponível para comercialização por meio de sua equipe de vendas e pelo site www.digilab.basf.com .

Foram reconhecidos 28 pesquisadores, entre eles: Categoria Fitotecnia Instituição: Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) Cidade: Guarapuava (PR) Título do Trabalho: Manejo de cultivo e pós-colheita para o desenvolvimento vegetativo das plantas, produtividade e tempo de conservação de prateleira dos tubérculos de batata Autor: Sidnei Osmar Jadoski


Educação ambiental

Basf/Divulgação

Mais de mil toneladas de CO2 geradas em desfile de carnaval são neutralizadas pela Vila Isabel e BASF Para a ação está previsto o plantio de sete mil mudas no interior de São Paulo a partir do mês de outubro Iniciativa também inclui implementação de projeto de educação ambiental na comunidade de Vila Isabel, no Rio de Janeiro

Em janeiro deste ano, a Unidade de Proteção de Cultivos da BASF e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, com apoio da Fundação Espaço ECO® (FEE®), anunciaram que neutralizariam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) oriundas do desfile de carnaval em 2013, que teve patrocínio da empresa e foi a vencedora do campeonato deste ano. Desde então foram analisadas as informações relativas às emissões de gases causadores de efeito estufa advindas da produção de fantasias, carros alegóricos e atividades nos barracões (incluindo mão de obra), além do transporte dos carros alegóricos e integrantes da Escola entre a Marquês de Sapucaí, a Cidade do Samba e alguns pontos da cidade do Rio de Janeiro. O estudo contemplou também emissões dos

ensaios técnicos realizados pela Escola. As análises compreendem, dessa forma, desde o início das atividades de preparação (ainda em 2012) até a realização do desfile em fevereiro de 2013. Após quatro meses de compilação de todos os dados, a FEE® e a BASF chegaram aos números de compensação: foram emitidas 1.054,74 toneladas de Dióxido de Carbono equivalente. Para efeito de comparação, este número é o equivalente às emissões de um caminhão de 14 toneladas dando cerca de 20 voltas completas na circunferência da Terra ou ainda 930 viagens de ida e volta entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (pouco mais de 800 km) feitas por um caminhão com as mesmas características. Para a neutralização da emissão destes gases é necessário plantar e monitorar o

crescimento de mais de 6.000 árvores. A BASF, no entanto, realizará o plantio de 7.000 mudas, o equivalente a 4,2 hectares ou mesmo quatro campos de futebol, das quais 6.668 mil serão plantadas na Fazenda Santa Irene, propriedade cooperada da Coopercitrus e que pertence à Fundação Abílio Alvez Marques, localizada no município de Bebedouro (SP) - o plantio está previsto para começar em outubro próximo, quando tem início o período de chuvas na região. As mudas de árvore restantes serão plantadas nas propriedades dos agricultores convidados pela empresa para participar do carnaval 2013. Para esse plantio, serão utilizadas árvores de 80 espécies diferentes do Bioma Mata Atlântica em cada hectare. Toda a atividade será realizada como parte do já existente Programa

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Basf/Divulgação

de Adequação e Educação Ambiental Mata Viva, coordenado pela FEE®. Além de toda a neutralização, o estudo propõe ainda melhorias futuras nos processos de produção do carnaval à Escola de Samba, que poderão ser exercidas nos preparativos para o desfile de 2014 da Vila Isabel. Exemplos apontados nesse sentido referem-se à utilização de combustíveis e a importação de matérias-primas: uma possível troca de diesel por biodiesel nos geradores de energia da quadra da Escola e no Barracão na Cidade do Samba, bem como nos veículos responsáveis pelo trânsito de carros alegóricos pode reduzir cerca de 9% das emissões de GEE. Já a substituição de materiais utilizados na confecção de adereços e alegorias pode proporcionar uma redução de quase 19% dos mesmos gases, considerando a China como uma das principais fornecedoras de matérias-primas. “A matriz energética chinesa está baseada, principalmente, em carvão e gás, que são fontes de energia que geram mais GEE. Já a matriz brasileira está baseada em recursos hídricos, biomassa e etanol, ou seja, fontes renováveis e mais limpas”, argumenta Roberto Araújo, diretor presidente da FEE®. Todo estudo foi baseado nas metodologias da ISO 14.040, recomendadas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) sobre efeito estufa, nas quais são avaliados os impactos diretos e indiretos e parte do ciclo de vida dos produtos. Este método avalia aspectos ambientais e impactos potenciais associados a um produto ou serviço, compreendendo etapas que vão desde a retirada de suas matérias-primas da natureza, passando

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pelo processo produtivo até a disposição final do produto, que também é conhecida como análise “do berço ao túmulo”. “O plantio de mudas responsáveis pela neutralização do Dióxido de Carbono equivalente será realizado em uma área de um signatário do Programa de Adequação e Educação Ambiental Mata Viva, ou seja, em um parceiro que já têm uma preocupação com a sustentabilidade”, afirma Maurício Russomanno, vice-presidente da Unidade da Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil. Além do plantio, a neutralização compreenderá a manutenção e o monitoramento das áreas plantadas por dois anos.

Programa Escola Ecoeficiente na comunidade de Vila Isabel A comunidade de Vila Isabel também será contemplada com ações de educação ambiental. Isso porque a partir de primeiro semestre de 2014 uma escola pública do entorno deverá receber o projeto Escola Ecoeficiente, também gerenciado pela FEE®, na forma de uma iniciativa piloto nesse local. O programa é realizado por meio do engajamento da comunidade escolar, que deverá trabalhar conceitos de ecoeficiência e disseminá-los nas residências dos alunos, utilizando-se de teorias e práticas pedagógicas. A metodologia utilizada destina-se a estudantes do 6o ao 9o anos do Ensino Fundamental, que poderão realizar atividades práticas, entre elas duas medições de ecoeficiência em suas residências e na escola. Também participarão de atividades em

sala de aula, com a finalidade de compreender o conceito de ecoeficiência e aprender como aplicá-lo no dia a dia. Na segunda etapa da medição, se avaliará se os conhecimentos transmitidos foram absorvidos pelos jovens. Após análise do resultados alcançados com o programa piloto a ideia é replicá-lo em outras escolas da região da Vila Isabel e da capital fluminense. O presidente da Vila Isabel, Wilson Alves, comenta que toda a ação deverá despertar na comunidade o interesse por questão ligadas à sustentabilidade. “A iniciativa contribuirá para a formação dos jovens, que poderão levar os conhecimentos adquiridos para seus familiares e amigos, ou seja, a ação vai extrapolar as dimensões da Escola, gerando uma noção de pertencimento dos alunos com o próprio espaço” pondera o presidente da agremiação. O programa contará ainda com a participação ativa dos diretores, professores e demais funcionários das escola envolvida, com duração estimada de um sementre. “Nosso objetivo com esta ação é estimular uma nova atitude na comunidade acerca de temas relacionados à sustentabilidade. O projeto contribuirá para uma maior conscientização ambiental dos alunos que, esperamos, será refletida em medidas práticas tanto em suas casas quanto na escola”, finaliza Maurício Russomanno.

Sobre o Programa Mata Viva O Programa Mata Viva é realizado com organizações ligadas à atividade agrícola em importantes regiões produtoras do País. Nestes locais são desenvolvidas ações de adequação e educação ambiental junto a produtores e comunidades rurais. Os esforços de recuperação e restauração de áreas de preservação permanente (APP) e o plantio de mudas, contemplam a identificação, o mapeamento e a elaboração de diagnósticos das propriedades, auxiliando os produtores rurais no cumprimento da legislação e contribuindo para o desenvolvimento de uma agricultura sustentavel e dos serviços ecossistêmicos que estas matas proporcionam. O programa já tem áreas de plantio nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, nos quais estão contemplados os biomas de Mata Atlântica e Cerrado. Este ano o programa alcançou a marca de um milhão de mudas plantadas e já promovou a restauração de 518 hectares, o diagnóstico de mais de 42 mil hectares de área em 144 propriedades rurais brasileiras, divididas em 75 municípios.


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Legislação

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)

Pagamento das verbas rescisórias no caso de falecimento do empregado

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falecimento do empregado constitui um dos meios de extinção do contrato individual de trabalho, extinguindo de imediato o contrato a partir do óbito. Importante destacar que para a determinação do cálculo das verbas rescisórias considera-se esta rescisão do contrato de trabalho como um pedido de demissão, sem aviso prévio. Os valores não recebidos em vida pelo empregado serão pagos em quotas iguais aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento, conforme dispõe o artigo 1º, da lei 6.858/80. O pagamento das verbas rescisórias deve ser em quotas iguais aos seus dependentes habilitados ou sucessores, no prazo máximo de 10 (dez) dias da data de desligamento (falecimento). Para isto os dependentes deverão apresentar para a empresa a Certidão de Dependentes Habilitados à Pensão Por Morte ou, no caso dos sucessores, a Certidão de Inexistência de Dependentes Habilitados à pensão por morte, além de alvará judicial. Tais certidões devem ser requisitadas nos órgãos de execução do INSS. As quotas atribuídas a menores deverão ser depositadas em Caderneta de Poupança, rendendo juros e correção monetária, e só serão disponíveis após o menor completar 18 (dezoito) anos, salvo autorização do juiz para aquisição de imóvel destinado à residência do menor e de sua família ou a dispêndio necessário à subsistência e educação do menor. (Lei n. 6.858/80, art. 1º, § 1º). Havendo dúvida em relação aos dependentes ou se estes forem desconhecidos, o empregador poderá se eximir do pagamento da multa prevista no art. 477, § 8º da CLT, fazendo um depósito judicial do valor líquido das verbas rescisórias até o prazo máximo previsto na legislação para pagamento. O Sindicato ou a Delegacia Regional do Trabalho prestam assistência, sem caráter homologatório, por ocasião do pagamento dos direitos do empregado falecido aos respectivos dependentes ou sucessores, independentemente do tempo de serviço na empresa. É conveniente a empresa se utilizar deste procedimento. Caso ocorra dúvida sobre quem são os legitimados ao recebimento das verbas rescisórias, caberá ao empregador ajuizar ação de consignação em pagamento perante a Justiça do Trabalho, por se tratar da hipótese prevista no artigo 895, do Código de Processo Civil.

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Argentinos na região

Intercâmbio de conhecimentos

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do produtor Lincoln Campello. Rotação de culturas, custo de produção por hectare, rentabilidade na venda de grãos, além de manejo de bovinos e ovinos dominou a troca de idéias. Para um dos participantes da viagem, Marcellino José Roberto, da Cotagro Cooperativa Agropecuária (Córdoba), que com sete sucursais atua no cultivo e exportação de amendoim, vivenciar a realidade agrícola de regiões brasileiras é uma oportunidade de ampliar horizontes. Comentando que o movimento cooperativo e sindical no Brasil é conhecido por sua força, Roberto explicou que o principal ponto de interesse foi conhecer essa experiência e retransmiti-la à juventude de seu país. “As novas gerações (na Argentina) muitas vezes não estão convencidas do cooperativismo e do associativismo.

E diga-se que são atividades comuns da vida do ser humano”, prosseguiu, considerando os jovens brasileiros que vivem no campo mais conscientizados sobre as cooperativas: “Quando vemos a produção agrícola dos jovens no Brasil, e também o pouco tempo de vida que têm as cooperativas, que em geral são mais novas do que as nossas, vemos que elas cresceram muito rapidamente. Acreditamos que isso é porque a nova geração compreendeu a mensagem de que nós, seres humanos, necessitamos uns dos outros para crescer mais rápido do que se fizéssemos isso de maneira individual”. A valorização do ser humano, ainda de acordo com Roberto, foi outro ponto que despertou interesse: “visitamos a Agrária e o sindicato e vimos em ambos os casos Fotos: Manoel Godoy

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les estão associados a cooperativas, possuem tecnologia e tinham um interesse em particular: conhecer como se faz agropecuária no vizinho Brasil. Especificamente, no centro-sul do Paraná. São cerca de 25 médios produtores argentinos, de Santa Fé, Buenos Aires e Córdoba, que num clima de amizade vieram conferir in loco a produção agrícola, a criação de animais e a industrialização de grãos na região de Guarapuava. Todos à vontade para fazer perguntas, expressar sua admiração com alguns pontos positivos, como o clima, e conhecer desafios, como os gargalos de logística. Depois de visitar, dia 9 de setembro, a Cooperativa Agrária, no distrito de Entre Rios, para um contato com o cooperativismo paranaense, o grupo esteve, na manhã do dia seguinte, no Sindicato Rural de Guarapuava, para ter um panorama do associativismo rural patronal. Recebidos pelo presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, os produtores argentinos assistiram a palestra do vice-presidente, Anton Gora, sobre o Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAE) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Gora comentou ainda que os agropecuaristas brasileiros sentem a necessidade de serem mais valorizados, pela sociedade e pelo governo. À tarde, o giro prosseguiu na propriedade

Confinamento de ovinos, assim como o de bovinos, despertou interesse


o respeito ao ser humano. Só a técnica, se não tem uma finalidade, que é o ser humano, para pouco serviria”. Respeito ao meio ambiente, como preconizado pelas duas organizações visitadas, ainda segundo o produtor argentino, contribui para mostrar ao meio urbano que o setor rural desempenha um papel importante: “a sociedade deve pensar que o setor agropecuário não é um inimigo, mas um portador de oportunidades para a inclusão social das pessoas”. Marcellino José Roberto destacou que o sindicato tem seu foco no homem do campo, valorizando o conhecimento, a saúde, a educação, as atividades sociais: “me parece que o sindicato é grande o bastante para estar negociando em nível político a posição do produtor rural”.

Gora: uma visão sobre o Sistema Faep

Outro participante do grupo, Matias Daniel Di Prinzio, da Cooperativa Agrícola Ganadera de Acensión, em Buenos Aires, admitiu que a região surpreendeu pelo grau de organização. “Lá nós temos melhores oportunidades e condições (de produção) e não temos a organização que vocês têm aqui”, comparou o jovem agricultor. Prosseguindo num paralelo entre Argentina e Brasil, ele comentou que nos locais visitados verificou que, por aqui, se diversifica muito na produção agrícola. “E vocês têm um apoio que nós não temos para realizar os investimentos”, observou. E perguntado sobre o que mais chamou sua atenção, Matias disparou em tom bem-humorado: “É que aqui chove muito!” – A possibilidade de se realizar duas ou mais colheitas por ano é um fator que para ele, distingue os dois

Troca de ideias: secagem e armazenagem de grãos

Lincoln Campelo

países. “Não é como em algumas de nossas regiões, onde temos muitos meses em que o campo permanece sem ser utilizado, descoberto. É um problema climático, não há outra forma de remediar esta situação. Não se pode tão pouco irrigar, de modo que isso foi o que achei muito interessante aqui”, avaliou. Depois de apresentar sua propriedade, explicando a produção de bovinos, ovinos e grãos, Lincoln Campello considerou que também para os anfitriões a visita enriquece em termos de conhecimento: “A gente aprende o que eles fazem no país deles e eles vão aprender o que a gente faz aqui – os custos, atividades, dificuldades e as diferenças de tecnologia”. Campello relatou que os visitantes se interessaram em especial pela agricultura, ao saber que os custos de pro-

Marcellino José Roberto

Matias Daniel di Prinzio

dução se mostram muito maiores por aqui do que na Argentina. Já para ele, interessante foi saber que, embora o amendoim seja um produto importante para os argentinos, a soja segue sendo o carro-chefe da agricultura da região dos visitantes. Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, que também acompanhou o grupo na visita à propriedade, a vinda de agricultores da Argentina, ligados a cooperativas, “é extremamente interessante tanto para eles, quanto para nós, do sindicato, e para nossos sócios que participam desse intercâmbio”. O dirigente informou que, com eles, as conversas giraram em torno do sistema produtivo dos dois países, do sistema político, a expectativa quanto ao futuro do setor do agronegócio. “Isso só vem a somar”, concluiu.


Comemoração

Fotos: Manoel Godoy

Café da manhã reúne agrônomos

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o dia 10 de outubro foi realizado o Café do Dia do Agrônomo, evento promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava em parceria com a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro). Em sua quinta edição, o café da manhã alusivo ao Dia do Agrônomo (12 de outubro) recebeu, no salão de festas do Sindicato, 35 profissionais. O evento, que tem como intuito homenagear os agrônomos, promoveu a interação entre os profissionais, com momentos de bate-papo e descontração. Além do café da manhã, foram realizadas brincadeiras com perguntas relacionadas à agronomia e distribuição de brindes. O vice-presidente do Sindicato Rural, Josef Pfann Filho, enalteceu a data e falou sobre a importância do evento. “É uma forma de reconhecimento dos produtores para o profissional que assiste e dá orientações no campo. É extremamente importante esse envolvimento entre as classes. Além disso, é uma maneira de reunir os profissionais e reencontrar pessoas”. O presidente da Aeagro, José Roberto Papi, destacou o papel do engenheiro agrônomo na sociedade e o sucesso da parceria entre o Sindicato e a Associação neste evento. “O café está cumprindo sua função que é aproximar os agrônomos, trocar ideias e fazer com que eles participem mais da política profissional. A agronomia é uma ciência que vem se desenvolvendo muito, provocando mudanças e evolução no campo. Antes se procurava produção, hoje se pensa em produtividade, o que é mérito também do agrônomo”.

Confira depoimentos de agrônomos que estiveram presentes no café: Marcelo Mayer (engenheiro agrônomo da Pioneer): “Já faz 18 anos que estou formado, me sinto realizado na profissão, faço o que gosto, contribuindo para a produção de alimentos, o que para mim é gratificante. Ainda temos bastante coisa para ser descoberta e pesquisada”.

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Marcelo Maciel (produtor rural e engenheiro agrônomo autônomo): “Eu acho que a profissão é de suma importância para divulgação de novas tecnologias e assessoramento do produtor. O agrônomo é um parceiro para evolução da atividade. O evento promovido pelo Sindicato é bacana porque reúne o pessoal e nos sentimos valorizados”.

Jairo Macedo (engenheiro agrônomo da Emater) “Eu destacaria o fato de termos a oportunidade de conhecer as novas gerações de agrônomos. Parabenizo a organização por propiciar esses encontros. Destacadamente, o agronegócio tem uma função importantíssima na economia, e o agrônomo tem um papel fundamental, mas também é preciso se voltar para questão da preservação do recursos naturais, ou seja, o solo e a água”.


Agrônomos

Composição da Diretoria da AEAGRO 2013 a 2015 Presidente José Roberto Papi Diretor Financeiro Wilson Aparecido Juliani Diretor Técnico Rodrigo Luz Martins Diretora Administrativa Fabíula Pereira Portolan Kucz Diretor Política Profissional Marcelo Cruz Mendes Conselho Fiscal Mário Dangui Cacilda Márcia Duarte Rios Faria Pedro L. de Araujo e Campos Conselho de Ética Julci Pires José Roberto Zanoni Jackson Kawakami

Entrevista

Setembro foi mês de eleição de diretoria da AEAGRO, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava. Dia 26, em pontos de votação situados em empresas a cooperativas, profissionais da área participaram da escolha dos dirigentes da entidade, em sistema de chapa única. Surgida no final da década de 1970, a AEAGRO reúne hoje cerca de 110 engenheiros agrônomos. Confira a composição da diretoria, eleita para um período de dois anos.

Fotos: Manoel Godoy

AEAGRO: eleição de Diretoria

Papi: prioridade é conscientizar sobre a importância do agrônomo A Revista do Produtor Rural conversou com o presidente reeleito da AEAGRO, José Roberto Papi, sobre as perspectivas da entidade e a importância do agrônomo, um profissional que influencia diretamente no êxito econômico das propriedades e de regiões agrícolas, como a de Guarapuava.

RPR – Quais são as metas para a próxima gestão? PAPI – Como já estamos há alguns anos na associação, e temos várias ações já consolidadas, a prioridade é continuar fortalecendo as parcerias: buscar mais parceiros, mais entidades que queiram participar das nossas ações, com foco sempre na valorização da profissão e na inserção do profissional (agrônomo) na sociedade. Ou seja, fazer com que a sociedade conheça e respeite a nossa profissão, que reconheça nossa importância. Todas as ações até hoje têm este sentido. São ações junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Educação, junto a cooperativas, à Unicentro e à (Faculdades) Campo Real, que abrigam os cursos de Agronomia. Na Unicentro, temos uma ação forte, com a entrega de prêmios aos melhores TCCs, já por cinco edições. E, durante o ano, palestras sobre ética, sobre a profissão, para os alunos das duas faculdades. A agricultura é a base de nossa economia. Isso já foi falado há muito tempo. E é ali onde atua o profissional engenheiro agrônomo, transferindo a tecnologia, sempre para alcançarmos as maiores produtividades. Em vista disso, um projeto que começamos neste ano e ao qual vamos dar continuidade é a criação de um grupo de estudos técnicos. Esse grupo vai abrigar os engenheiros agrônomos que dão assistência técnica diretamente na lavoura, mas na condição de profissionais liberais. Como assistentes técnicos contratados. Estamos reunindo estas pessoas para que troquem experiências, idéias, que façam este intercâmbio de tecnologia, de inovações, para que isso resulte sempre em maior produtividade, em prevenção de riscos, como doenças e pragas que possam acontecer. Estas áreas em que eles atuam situam-se na região toda. Há colegas que trabalham em Pitanga, Manoel Ribas, e outros em Pinhão, por exemplo. Esta é uma zona de transição de clima. São diferentes as épocas de plantios, o funcionamento de herbicidas, de inseticidas. Essa troca de informação entre eles vai proporcionar a prevenção de doenças e, com isso, uma melhor produtividade.

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Saúde animal

Mais sanidade na produção

1º Simpósio de Sanidade Animal do Centro-Oeste do Paraná despertou debates sobre saúde animal em diferentes cadeias produtivas

Viroses em animais “Viroses gastrointestinais emergentes em animais de produção” foi o tema do professor doutor Ricardo Luiz M. de Souza (FZEA/ Universidade de São Paulo). “As viroses representam hoje boa parte da queda de produtividade nos plantéis do país. Principalmente os neonatos”, alertou o especialista,

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Fotos: Manoel Godoy

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om a finalidade de discutir um sistema produtivo mais saudável, o 1º Simpósio de Sanidade Animal do Centro-Oeste do Paraná, promovido pela Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária - Núcleo Centro-Oeste, foi realizado nos dias 9 e 10 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava. O simpósio que iniciou no Dia do Médico Veterinário, foi uma forma de celebração para a classe, já que trouxe conhecimento para os acadêmicos e proporcionou uma formação continuada para os profissionais da região. O evento reuniu mais de 80 pessoas entre acadêmicos, profissionais da área e autoridades. O presidente do Núcleo Centro-Oeste da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária, Adriano de Oliveira Torres Carrasco, destacou que o simpósio desperta o debate para o tema de sanidade na região. “Muitas vezes, o produtor acaba deixando a sanidade em segundo plano, principalmente quando não consegue dimensionar o prejuízo”. Carrasco ministrou a primeira palestra do evento com o tema “A importância da sanidade animal no sistema produtivo” e afirmou que independente do tamanho da propriedade, a preocupação com a saúde dos animais é necessária e fundamental para qualquer produtor que queira ser competitivo e profissional.

Simpósio reuniu veterinários, estudantes e profissionais ligados à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná

mencionando bovinos e suínos como alguns dos animais que mais sofrem em decorrência de infecções gastrointestinais. Mas acrescentou que também podem ser acometidos outros animais, como aves, ovinos e caprinos. Segundo Souza, hoje, a grande questão em torno do tema é que, no Brasil, “temos um conhecimento muito restrito, ainda, dos principais agentes etiológicos envolvidos na origem dessas doenças”. Conforme explicou, é preciso conhecer os agentes, principalmente os virais, que, provocam problemas como diarréia e anorexia, levando a uma queda de produção. Souza defendeu a prevenção como melhor forma de se enfrentar risco à sanidade animal: “Medidas de biosseguridade, higiene, desinfecção valem para todas as doenças e todas as espécies animais”. Um sintoma característico é a diarréia. “O animal, apresentando esse problema, com certeza

Ricardo Luiz Moro de Souza

vai estar infectado por um ou mais de um desses agentes que causam afecções do trato gastrointestinal”. Tanto os criadores quanto os veterinários, de acordo com ele, devem saber identificar esses animais, retirá-los do plantel e buscar o tratamento adequado.


No grupo de parasitas, ela destaca Haemonchus contortus como o parasita que causa maiores problemas nas propriedades. Além disso, ele precisa de um tratamento diferenciado, pois é hematófago, ou seja, se alimenta de sangue. “Não existe propriedade que não tenha parasitose, é claro que dependendo das condições climáA segunda palestra do simpósio foi com ticas e do sistema de produção, o problema a professora Cristina Santos Sotomaior da pode se agravar”, observa. Pontifícia Universidade Católica do Paraná Segundo a pesquisadora, outro tema (PUC-PR), que abordou o tema “Sanidade importante no controle das verminoses é a ovina”, com ênfase nas parasitoses gasnutrição alimentar. Ela afirma que muitos trointestinais. criadores ainda repetem a frase: “meu aniDe acordo com Cristina, muitas das vermal está magro porque tem verminose!”, minoses são conhecidas, no entanto, as enquanto, na realidade, muitas vezes, o práticas de controle dessas doenças mucerto seria dizer: “meu animal tem vermidaram ao longo do tempo. “Percebo que nose porque está magro!”. Cristina explialguns criadores e até mesmo técnicos, ca que a suplementação nutricional, por exemplo, a proteica traz ganhos na imunidade. Com a chegada dos O cuidado com a pastagem vermífugos novos, as também foi citado. A pesquisapessoas voltam a acreditar dora explicou que as larvas normalmente estão presentes no fique o medicamento resolve nal da planta, ou seja, se houver todos os problemas, porém pastos mais compridos, menos chance do animal se contaminar ele precisa ser usado com as larvas. De acordo com Cristina, é estrategicamente”, explica. importante que o produtor também fique atento para realizar a seleção de animais e raças mais resistentes a verminoses. “Entre os ovinos que estão mais suscetíveis às doenças estão as ovelhas em lactação, cordeiros que ainda estão com as mães e borregos de 12 a 14 meses”.

Doenças virais reprodutivas em bovinos Cristina Santos Sotomaior

ainda encaram esse problema sob o ponto de vista antigo, com métodos de controle totalmente ultrapassados”. Ela alerta que o vermífugo não deve ser visto como a única solução para os parasitas. Segundo Cristina, é preciso implantar um tratamento seletivo nos ovinos, por meio de métodos como o Famacha, que mede o grau de anemia, em decorrência da infecção por H.contortus, pela coloração da mucosa conjuntiva de ovinos, assim sugere quais animais devem ser medicados. “Com a chegada dos vermífugos novos, as pessoas voltam a acreditar que o medicamento resolve todos os problemas, porém ele precisa ser usado estrategicamente”, explica.

Para falar sobre algumas enfermidades que ainda acometem bovinos, o professor da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR), Luiz César da Silva ministrou a palestra “Doenças reprodutivas de impacto na bovinocultura”. Silva apresentou um panorama geral sobre as doenças reprodutivas, no entanto, destacou as doenças virais como a IBR (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina), que é uma doença viral causada pelo herpes vírus bovino tipo 1 e a BVD (Diarreia Viral Bovina), que pode ocasionar problemas de fertilidade, abortos, entre outros. “Ambas têm trazido muitos problemas e estão disseminadas nos rebanhos do Paraná e do Brasil. Elas também são de difícil controle, muitas vezes agem de forma silenciosa”.

Helena Krüger

Sanidade ovina: tratamento seletivo das parasitoses gastrointestinais

Luiz César da Silva

Dessa forma, o professor destaca que o vírus se manifesta em momentos em que há uma diminuição na imunidade do animal, como uma deficiência nutritiva, por exemplo. “O vírus entra em dormência, pode voltar numa queda de imunidade. Um problema de nutrição como aconteceu em Guarapuava com a pastagem após neve e geada, já é um fator de risco para IBR”, explica. Segundo Silva, atualmente a disseminação dos problemas reprodutivos está diminuindo devido às novas técnicas de reprodução, como inseminação artificial. Além das doenças virais, o pesquisador falou sobre enfermidades como a brucelose e leptospirose.

12 anos do PNCEBT Fiscal federal agropecuário do Serviço de Saúde Animal da Superintendência Federal de Agricultura do MAPA no Paraná, o veterinário Diego Leonardo Rodrigues, ao abordar os 12 anos do PNCEBT (Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal, do MAPA), destacou, entre outros pontos, que hoje, no país, a situação da tuberculose e brucelose varia bastante de região para região. Em entrevista após a palestra, ele observou que o veterinário e o produtor rural devem considerar estas diferenças para enfrentar o problema. “As diferenças, estaduais e

Diego Leonardo Rodrigues

Revista do Produtor Rural

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regionais são marcantes”. Segundo declarou, estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso “estão evoluindo de maneira diferente do resto do país, acelerando o programa com medidas estaduais”. O Paraná “está se encaminhando para fazer legislações estaduais, alavancando o programa no estado”. Para Rodrigues, que enfatizou a importância do veterinário no contexto da erradicação de brucelose e tuberculose bovinas, o papel deste profissional “é essencial”, tanto no serviço público quanto na iniciativa privada. “Os veterinários da iniciativa privada, aqueles que fazem o diagnóstico a campo, são a essência do programa. Não se pode falar hoje em erradicação sem que os profissionais habilitados estejam bem preparados e comprometidos com os objetivos do programa”. O fiscal federal acrescentou que, além da formação técnica, é fundamental a ética: “o veterinário tem de levar em consideração a função social da propriedade na hora de decidir e as questões de bem-estar”.

Sanidade bovina Com o tema “Por que combater brucelose e tuberculose”, o professor doutor Moacyr Pinto Coelho Mota, da DBIO-Lanagro, de Minas Gerais, mais uma vez ressaltou a questão das doenças que representam um desafio para a pecuária nacional. Entre outros pontos, Coelho Mota lembrou que, hoje, no Brasil, ainda é pequeno o número de propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose. Entre outros estados, até o momento, enquanto Santa Catarina apresenta 48, o Paraná contabiliza 39. Contextualizando que o problema da sanidade animal é uma preocupação global, ele recordou que alguns países na América Latina buscam despertar o interesse em torno de programas em prol da sanidade animal. “Há vizinhos nossos que incentivam os produtores a aderirem ao programa voluntariamente. Eles (os pecuaristas) recebem algum incentivo monetário por litro de leite ou quilo de carne de rebanhos certificados como livres (de doenças) ou monitorados”,

Moacyr Pinto Coelho Mota

disse. Na outra ponta da cadeia produtiva, ainda de acordo com Mota, o consumidor daqueles países encontra no rótulo dos produtos a informação de que a matéria-prima provem de uma propriedade livre de doenças. Medidas como estas, no Brasil, conforme opinou, representariam “uma opção a mais para o consumidor, que poderia optar por um produto com maior garantia de inocuidade” e contribuiriam para que os produtores buscassem participar mais da certificação de propriedades.

Participantes comentam sobre o Simpósio

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Márcia Zago, veterinária da ADAPAR

Samara de Oliveira Freitas (3º ano de Medicina Veterinária)

“O evento teve um conteúdo muito bom. Uma crítica que eu faço é quanto a participação baixa de profissionais da área, ou seja, do médico veterinário. A região, através do Conselho de Sanidade Animal, está discutindo bastante a questão da tuberculose.

“Observamos a dificuldade que se tem em manter um programa correto. O evento ressaltou, tanto para o produtor, a importância das vacinações, e também as novas doenças que estão vindo, que precisam de um diagnóstico correto”.

Revista do Produtor Rural


Insegurança jurídica

O quilombo imaginário Denis Lerrer Rosenfield Doutor em Filosofia

A

questão quilombola no Brasil tornou-se uma questão propriamente ideológica, travestida de contornos de justiça social e de pretenso conhecimento antropológico. Na verdade, o Ministério Público, a Fundação Cultural Palmares e os antropólogos engajados na causa terminaram por elaborar um novo conceito de quilombo, ou seja, atribuíram um outro significado à própria palavra quilombo. Há todo um processo em curso, encampado pela Fundação Palmares, pelo INCRA e pelo Ministério Público Federal (particularmente a sua 6ª Câmara), de ressignificação da palavra quilombo, visando enquadrar todas as suas ações numa interpretação do artigo 68, do Ato das Disposições Transitórias, da Constituição de 1988. Esse processo conta, inclusive, com o apoio de setores da comunidade de antropólogos, que não fazem Relatórios isentos, porém engajados. Foi igualmente essa posição que fundamentou o Decreto 4887, de 2003, estabelecendo os critérios de desapropriação baseados na auto-atribuição e na auto-definição. Desde então, tais formulações só têm se reforçado. A Constituição de 1988 é inequívoca no uso do conceito de quilombo, significando, na época, uma comunidade de escravos fugidios, mormente negros, que constituíram povoados em regiões longínquas, com o intuito de oferecer resistência aos que vinham em sua perseguição. Ela é igualmente inequívoca ao assinalar, naquela data, as terras que eram efetivamente ocupadas, de uma forma continuada, por negros, entendidas como terras públicas ou devolutas. Concebia-se a existência de, no máximo, 100 quilombos no país. Ora, o movimento da dita ressemantização, assumido oficialmente pela Fundação Palmares, pelo INCRA e pelo Ministério Público Federal, altera radicalmente os termos da questão, com o intuito de justificar invasões e contenciosos jurídicos. Calcula-se, a partir da nova res-

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significação, a “existência”, no país, de praticamente 4.000 quilombos, podendo esse número ser ainda muito maior. Uma primeira estimativa, provisória, seria de 22 milhões de hectares a serem destinados a essa “nova reforma”, agrária em um sentido, mas, em outro, atingindo diretamente centros urbanos e agricultores e cooperativas existentes. Um quilombo passa, então, a ser definido segundo uma identidade simbólica baseada na auto-atribuição. Basta um determinado grupo autointitular-se enquanto tal, a partir de uma suposta comunidade de raça, religião e sentimentos, para que se estabeleça uma pretensão territorial. É interessante observar que não se trata mais de terras ou propriedades, mas de “territórios”, supostamente fundados nessa identidade simbólica, cultural. O trabalho do antropólogo se reduziria, por assim dizer, a colher relatos orais que justificariam uma pretensão, de antemão reconhecida como justa. Ocorre o que é denominado de redimensionamento do próprio conceito de quilombo, sua ressemantização, em um processo de construção teórica, que não se contenta com aquilo que os Constituintes de 1988 consideravam como sendo um quilombo. De um lado, temos o que a Constituição estabelece conforme o que era pensado com esse conceito; de outro lado, temos os antropólogos conferindo à Constituição um significado que não é seu, significado esse não pensado pelos Constituintes. A situação política é assaz curiosa, porque os antropólogos se colocam na posição de verdadeiros constituintes, sem terem sido eleitos com tal finalidade. A inversão é total. Um quilombo passa, então, Foi introduzida, graças a um grupo de a ser definido segundo antropólogos, uma uma identidade simbólica distinção de cunho ideológico e polítibaseada na auto-atribuição. entre o quilombo Basta um determinado grupo co, propriamente dito, renomeado de “quiautointitular-se enquanto histórico”, e o tal, (...) para que se estabeleça lombo quilombo então dito uma pretensão territorial. “conceitual”, que seria o “verdadeiro” quilombo. Trata-se de uma oposição entre o que seria o “reconhecimento” de um quilombo pelo Estado, em um ato oficial, administrativo, político e jurídico de consagração de uma realidade, e o que seria um ato próprio de criação, produto de uma “ressemantização”, uma nova atribuição de significado à palavra quilombo, um quilombo imaginário.

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Observe-se que, no primeiro caso, estaríamos diante do que é denominado de “quilombo histórico”, reconhecimento de uma realidade dada, de algo existente, e, no segundo, de uma produção propriamente simbólica, à qual se seguiria uma atribuição de existência. Em um caso, há o reconhecimento de algo existente, no segundo, a produção de uma nova existência, não anteriormente dada. Ainda nesta última alternativa, a produção de uma nova existência, a criação de quilombos, obedece a um projeto de ONGS e movimentos sociais, que se conjugam naquilo que vem a ser um empreendimento político, também denominado de criação de “novos sujeitos políticos”. De fato, o quilombo histórico não serve à causa quilombola. Como a lei, no entanto, deve ser observada, e como eles se reivindicam do artigo 68 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição, torna-se necessário empreender um processo de metaforização, no qual, a rigor, tudo passa a caber, na medida em que são os antropólogos mesmos que conferem a símbolos culturais e religiosos uma realidade medida em acres e hectares. Para que a sua finalidade política seja preenchida, uma operação preliminar é condição imprescindível, a da “conversão simbólica”, que deixa para trás, precisamente, o significado da palavra quilombo e, com ela, a própria Constituição. O quilombo histórico é atestado pela própria sociedade brasileira, com suas leis e instituições administrativas, que tomam essa realidade em seu significado aceito e reconhecido. O dicionário é o veículo dessa aceitação e reconhecimento, tomado por válido durante décadas e séculos. Trata-se da condição mesma mediante a qual pensamos e nos entendemos, atribuindo o mesmo significado às mesmas palavras. Se assim não fosse, viveríamos entre loucos e insensatos, cada um atribuindo um significado diferente às mesmas palavras e instrumentalizando, através dessa atribuição de significados, a essa ressemantização, uma luta propriamente política. Confúncio dizia: “quando palavras perdem o seu sentido, o povo vai perder a sua liberdade”. Muitas vezes, as palavras mudam para que novos significados sejam introduzidos, embora tais mudanças, frequentemente, sejam ditas meras mudanças nas palavras, sem alteração em seus significados. A linguagem jurídica e, mesmo, moral torna-se, então, um instrumento da luta política e ideológica. O país não pode mais conviver com essa insegurança jurídica.


Novidade

A nova sessão da Agroboi oferece aos clientes diversidade em roupas, sapatos e acessórios do universo country e gaúcho. Confira algumas novidades da loja:


Linha de crédito

Sicredi disponibiliza capital de giro para o 13º salário Solução auxilia empresários a reforçar o caixa para as despesas de fim de ano

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ara oferecer soluções que cooperam com o dia a dia dos associados pessoa jurídica, o Sicredi disponibiliza o Sicredi Capital de Giro 13º Salário. O produto foi criado especialmente para oferecer uma linha de crédito às empresas que precisam reforçar o caixa, quitar as despesas com a folha de pagamento e garantir o 13º salário dos seus funcionários. Com o Sicredi Capital de Giro 13º Salário é possível financiar até 100% destas despesas e o paga-

mento pode ser realizado em até 12 parcelas. Além disso, as taxas de juros são bastante competitivas. “Esta condição facilita bastante a adequação do fluxo de caixa, principalmente de pequenos e médios empresários associados, evitando um impacto único no fim de ano. No Sicredi, existe a vantagem da redução da alíquota de IOF a zero, o que também reduz custos”, destaca o presidente da Sicredi Terceiro Planalto PR, Adilson Primo Fiorentin.

Associados da Sicredi Terceiro Planalto viajam para o Centro Administrativo Sicredi – CAS em Porto Alegre Entre os dias 16 e 21 de setembro a Sicredi Terceiro Planalto - PR promoveu uma viagem para vários associados à Porto Alegre, a fim de apresentar aos visitantes toda a estrutura do Centro Administrativo Sicredi – CAS. Fizeram parte da viagem coordenadores de núcleo de cada uma das unidades de atendimento da cooperativa, bem como integrantes do conselho fiscal e de administração. Os 28 integrantes foram acompanhados pelo presidente Adilson Primo Fiorentin, pela assessora de Programas Sociais, Arlany de Andrade e pela secretária da Regional, Juliana Fernanda da Rosa Soster. Além do CAS, onde os visitantes participaram de um curso de educação financeira, todos puderam conhecer alguns pontos onde começou toda a história de sucesso do Sicredi, como a cooperativa Pioneira e a Linha Imperial em Nova Petrópolis.

Sobre o Sicredi O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 2,4 milhões de associados e 1.233 pontos de atendimento, em 10 Estados* do País. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta com 107 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais – acionistas da Sicredi Participações S.A. - uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br. A Sicredi Terceiro Planalto PR conta com mais de 11,2 mil associados e 10 unidades de atendimento**. * Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás. ** Candói, Entre Rios (distrito de Guarapuava), Guarapuava (Unidade da XV e Portal do Lago), Manoel Ribas, Palmital, Pinhão, Pitanga, Santa Maria do Oeste e Turvo.

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Notas

660 declarações de ITR Fotos: SRG

Contribuição Sindical Rural No dia 14 de setembro, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou a reunião sobre a cobrança extrajudicial e judicial da Contribuição Sindical Rural (CSR). A reunião, que é interna para advogados que realizam negociação da contribuição sindical rural, contou com as presenças do assessor jurídico da Faep, Klauss Dias Kuhnen e do superintendente administrativo financeiro da Faep, Vicente Barbosa Miranda.

O Sindicato Rural de Guarapuava preencheu e entregou 660 declarações do Imposto Territorial Rural (ITR) em Guarapuava e nas Extensões de Base Candói/Foz do Jordão e Cantagalo. O produtor rural que perdeu o prazo, ainda pode declarar. Informações pelo telefone 42-3623-1115.

Convênio com Receita Federal No dia 04 de setembro, a Secretaria Municipal de Finanças apresentou aos produtores rurais de Guarapuava as novidades sobre a arrecadação do ITR (Imposto Territorial Rural) e a necessidade da prestação de contas da Nota do Produtor. O secretário municipal de finanças, Anderson Luiz Neitzke, falou sobre o convênio firmado com a Receita Federal em fevereiro deste ano, em que a Prefeitura passa a receber 100% dos recursos de ITR. “Vamos investir essa arrecadação do ITR em estradas rurais”. Neitzke propôs a formação de uma comissão com membros da prefeitura e representantes do setor agropecuário para realizar uma melhor fiscalização do andamento das obras, bem como da destinação do recurso.

Visita do JAA Uma turma de Jovem Agricultor Aprendiz (JAA), programa de incentivo a formação de jovens rurais do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR), visitou a sede do Sindicato Rural de Guarapuava no dia 11 de setembro. São alunos do Colégio Rural Estadual Benedito de Paula (localizado no distrito Guairacá), acompanhados da instrutora do Senar, Joseane Luzia Granemann.

Outubro Rosa

O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou a campanha Outubro Rosa, movimento que promove ações sobre a importância da prevenção do câncer de mama. A equipe feminina da entidade esteve envolvida nas ações da campanha promovida pela Prefeitura Municipal de Guarapuava, através da Secretaria Municipal da Saúde.

“Casa em Ordem”

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) promoveu no dia 19 de setembro, a palestra “Casa em Ordem” para os participantes do Programa de Empreendedor Rural (PER) com ênfase em ovinocultura no Sindicato Rural de Guarapuava. Ministrada pelo consultor e engenheiro agrônomo da Faep, Dalton Celeste Rasêra, a palestra também foi realizada para a turma do Programa Empreendedor Rural no dia 13 de setembro.

Semana Nacional do Trânsito e Proet No dia 18 de setembro, foi lançada a Semana Nacional do Trânsito em Guarapuava e o Projeto de Educação no Trânsito (Proet), no anfiteatro do Sindicato Rural. Com o tema “Educação no trânsito. Uma educação em respeito à vida”, a semana pretendeu conscientizar a população de que é preciso mudanças de atitude no trânsito. Durante o evento, foi lançada a cartilha do Proet.

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Revista do Produtor Rural


Máquinas

A tecnologia e inovação dos maquinários agrícolas Case IH estiveram expostos durante o WinterShow 2013, um dos maiores eventos de cereais de inverno do Brasil, promovido pela Cooperativa Agrária e Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA). A concessionária Tratorcase apresentou durante os três dias de evento, 16 a 18 de outubro, as novidades e lançamentos em colhedeiras, tratores e plantadeiras. O gerente de vendas da Tratorcase, Eduardo Pereira, falou sobre a participação da

empresa no evento. “Sem dúvida, o Wintershow é uma grande oportunidade para mostrarmos novas tecnologias e novos produtos. E não só no estande, mas também a demonstração em campo, durante a dinâmica de máquinas”. Entre as novidades, a concessionária apresentou a colhedeira 8230, da série 230, que foi lançada esse ano no Agrishow. O trator Magnum também foi um dos destaques expostos no WinterShow. “Muitos tinham a imagem que o equipamento é

Manoel Godoy

Tratorcase participa do WinterShow 2013 Equipe Tratorcase no WinterShow

muito grande, mas estamos desmistificando. Há uma tendência mundial que os equipamentos sejam cada vez maiores, para diminuir gasto com mão de obra, consumo de diesel e otimizar as janelas de plantio e colheita”, explicou Pereira.

Helena Krüger

Investimento em tecnologia

Vilmar Schneider

Há mais de 35 anos, o produtor rural Vilmar Schneider vem investindo em uma agricultura tecnificada e moderna. Sua história de vida como agricultor começou em Pitanga, em 1977, quando deixou de ser vendedor de maquinários agrícolas para se dedicar plenamente a atividade agropecuária. Ele conta, com orgulho, que possui no sangue a vocação de trabalhar no campo, pois é filho de agricultor. Schneider relata que, ano a ano, se empenhou em crescer na atividade e aumentar a área de produção. Ele iniciou com cerca de 200 a 300 hectares, hoje possui mais de 1300 hectares, sendo 700 cultivados com lavoura. A evolução também se deu em produtividade. No início, colhia cerca de 70 a 80 sacas de soja por alqueire, hoje colhe 150. Nesse período, conta que passou por dificuldades, principalmente na década de 80. “Passamos por uma fase difícil na agricultura”. Em quase quatro décadas de trabalho e persistência, Schneider atribui o sucesso na atividade ao investimento em tecnologia, informação e boa assessoria técnica. “As máquinas auxiliam no aumento de produtividade e rendimento de plantio. Os tratores com mais potência e plantadeiras maiores otimizam a produção”. O produtor rural, que hoje é cliente fiel da marca Case IH, afirma que escolheu a marca pela versatilidade, qualidade e pelas situações favoráveis de negócio oferecidas pela concessionária. “Tenho uma colhedeira Case 2688; um trator 110 e, recentemente, comprei mais um trator 180 e uma plantadeira. Estou muito satisfeito. Além disso, o atendimento é ótimo”.

FONE: (42) 3629-8900 Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277 Km 341,7 - Guarapuava - PR

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FortGreen apresenta soluções para o agricultor

Manoel Godoy

Produção vegetal

Dr. Tadeu Inoue Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Mestre Leonardo R. Pereira Diretor de Desenvolvimento Técnico da FortGreen

“T

Shutterstock

udo sob controle”, uma expressão muito utilizada na aviação, indicando que todos os fatores envolvidos no vôo estão em ordem e que o bem-estar e a segurança dos passageiros e tripulantes estão assegurados. Expressões como esta são normalmente empregadas para descrever momentos em que todo o conjunto responsável por uma determina-

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Revista do Produtor Rural

da atividade trabalha na mais perfeita ordem, sendo que os objetivos serão cumpridos ao seu final. Quando pensamos nas atividades agrícolas, buscamos sempre poder utilizar a expressão “Tudo sob controle”; porém, sabemos que isso nem sempre é possível. Assim, temos de buscar parcerias que nos ajudem a manejar todos os fatores envolvidos na produção vegetal, minimizando ao máximo a influência negativa que cada um deles pode ocasionar no rendimento final das lavouras. Dessa maneira, a FortGreen vem trabalhando há quase 10 anos no mercado de nutrição, fisiologia de plantas e tecnologia de aplicação. São disponibilizadas tecnologias que auxiliam o manejo das variadas culturas, facilitando seu gerenciamento e proporcionando maiores índices de segurança, produtividade e rentabilidade do negócio. Os fertilizantes de liberação controlada agora fazem parte do portfólio da empresa FortGreen, em que a linha Save Cote® conta com os produtos Agrocote, FortBlen e Osmocote, e tem o intuito de auxiliar o agricultor, levando-o à obtenção de maior

eficiência e domínio na resposta da planta ao seu programa de adubação. Assim, são diminuídas as “perdas” envolvidas no processo de fertilização, principalmente pela liberação controlada, ao longo do tempo, dos nutrientes para as plantas.

Inovação A FortGreen é considerada uma empresa de vanguarda e de inovação nas áreas de nutrição, fisiologia e tecnologia de aplicação, pois é reconhecida pelos produtores e consultores pelos seus produtos e resultados no campo. Confira: - Linha Promote: produtos para aplicação via semente (Aca Plus, Awaken, FortSeed Dry e FortSeed Dry Ni); - Linha Perfomance: produtos para nutrição via foliar de alta perfomance (PhysioCrop, Soja Plus Gold, Router e PraCafé); - Linha Premium Dry: produtos desenvolvidos com a tecnologia Dry Powder (alta concentração e solubilidade) para aplicação via foliar (ANiMo, FG Antese, PraCafé Gold e FG Produção);


- Linha Affinity: produtos com a tecnologia dos quelatos EDTA, que proporcionam maior segurança nas misturas (Pleno Ultra EDTA, Mn EDTA, Full Green e Zn EDTA); - Linha Nutricitores: produtos para aplicação foliar que combinam nutrição e elicitação (proteção) em uma única aplicação (Preventive B, Preventive K, ActiCrop e Florilege Ultra).

Destaques A Linha de Adjuvantes da FortGreen é o grande destaque, com os produtos LI 700 e GRIP, sendo o primeiro o único adjuvante polifuncional registrado no Brasil e o produto mais vendido no mundo. No mercado brasileiro, é líder absoluto em tecnologia e segurança nas aplicações. O Adjuvante GRIP é um látex sintético que promove maior fixação do princípio ativo no alvo, reduzindo as perdas ocasionadas em situações climáticas adversas, como chuva e orvalho intenso no momento das aplicações. Convém salientar que a linha Save Cote faz parte de um grupo de produtos denominados genericamente de fertilizantes de eficiência aprimorada.

Fertilizantes solúveis revestidos (Coats/Cote insolúveis em água) São produtos com nitrogênio (N) na forma tradicional, porém revestidos, o que propicia uma barreira física contra a exposição do nutriente. Enquadram-se basicamente em dois tipos de recobrimento: com enxofre (S) e polímeros, ou somente polímeros. No caso do recobrimento com S e polímeros, a disponibilidade do nutriente ocorrerá pela destruição da cobertura do enxofre e da difusão pela camada de cobertura, determinada pela característica química do polímero, da espessura, do processo de cobertura e da temperatura do meio. Para os polímeros, os produtos geralmente utilizados são poliuretanos e poliolefinas, sendo que a liberação ocorre pela difusão pela camada de cobertura, determinada pela característica química do polímero, da espessura, do processo de cobertura e da temperatura do meio. Os polímeros propiciam condições de controle e podem ser produzidos para sincronizar a liberação do N de acordo com as necessidades nutricionais das plantas ao longo do ciclo de cultivo.

Em geral, estudos mostram que a produtividade das culturas pode ser mantida utilizando-se ao redor de 60 a 70% da dose de N, em relação à dose dos produtos comumente utilizados, nos fertilizantes convencionais, devido à redução das perdas.

Viabilidade Apesar de o custo dos produtos de liberação controlada ser mais elevado em comparação com o dos tradicionais, além da possibilidade de redução das quantidades aplicadas, pela maior eficiência de uso pelas plantas, tem-se agregado economia de tempo, mão de obra e otimização no uso dos maquinários necessários para a sua aplicação. A rentabilidade de uma lavoura não é calculada somente pela compra de insumos de menor valor, mas sim por todas as vantagens que eles podem trazer à cadeia produtiva, ou seja, pelo valor agregado que tais produtos trazem consigo. Nesse contexto, são incluídos benefícios como redução de mão de obra necessária, facilidade de manuseio, otimização no uso de máquinas e implementos e produtos ambientalmente corretos, proporcionando um sistema sustentável de produção.

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Diversificação

Pecã: informação é a base para iniciar a atividade Fotos: Manoel Godoy

“E

m geral, para o público, tudo é novidade” – Com esta afirmação, o agrônomo Júlio Medeiros, que atua junto aos Viveiros Pitol (Anta Gorda, RS), definiu o interesse de quem visitou o estande da empresa no 2º Dia de Campo Florestal, em busca de informação sobre a noz pecã como diversificação para a propriedade rural. Com décadas de experiência no ramo, a empresa Viveiros Pitol esteve entre os expositores do evento, que aconteceu dia 8 de outubro, no Campus Cedeteg da Unicentro, numa realização do Sindicato Rural de Guarapuava, Unicentro, Consultoria Unisafe (Londrina, PR) e diversos parceiros. Responsável por apresentar um panorama geral da pecã, Medeiros explicou que o produto encontra, no sul do Brasil, um clima muito favorável, e, em todas as regiões, grande espaço para crescer, já que, conforme comentou, em torno de 80% da pecã consumida no país são importados. “Existe muito pouca informação, do ponto de vista da produção, do mercado e das alternativas de venda desse produto, que são muitas”, ressaltou. Mas a partir do quadro geral mostrado no evento, destacou, os interessados começam a trocar idéias entre si e a buscar mais detalhes junto aos Viveiros Pitol, no site, por e-mail ou numa visita à empresa. “A gente faz questão de realizar visitas (aos clientes) para que o produtor tenha segurança”, completou o agrônomo. E aconselhou: ao

Noz pecã foi uma das atividades apresentadas no 2º Dia de Campo Florestal, dia 8 de outubro, no Cedeteg

buscar uma nova atividade é preciso que o produtor se pergunte se tem capital (se não tiver, analisar se é possível obter capital de giro a um custo compatível com o resultado financeiro do negócio); se existe mercado e se esse mercado é para hoje ou para amanhã. “Tendo respostas adequadas, aí sim a pessoa deve entrar na atividade. A informação é um insumo tão importante quan-

to capital, mão-de-obra e terra”, analisou, recomendando a participação em dias de campo e em visitações a pomares e viveiros. “Embora se tenha pouca informação a respeito da nogueira pecã, essas informações aos poucos vão sendo democratizadas e a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ tem servido muito importante para isso”, completou Medeiros.

A informação é um insumo tão importante quanto capital, mão-de-obra e terra” Júlio Medeiros, agrônomo

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A participação dos Viveiros Pitol no 2º Dia de Campo Florestal foi, por outro lado, um contraponto à presença dos produtores interessados. Medeiros explicou que, por sugestão dos organizadores, a empresa decidiu comparecer pelo segundo ano consecutivo com o objetivo de divulgar a pecã, mostrando inclusive que além de produzir e vender as mudas, também são prestadas visitas técnicas de acompanhamento de pomares e a aquisição e industrialização da produção e venda de produtos finais, com a oferta de nozes em versões salgadas e doces. “O fato do viveiro também ter a agroindústria é um diferencial, que dá segurança na hora da colocação do produto”, disse, considerando que o preço de venda é compatível com o mercado e remunera muito bem. Produtores de pecã já consolidados, ainda de acordo com o agrônomo, situam-se principalmente no sul do país, onde “poucas regiões não são aptas” à cultura. Segundo contou, no Rio Grande do Sul, Anta Gorda registra produtividades de 5.000 a 8.000 kg/ha; no Paraná, nas regiões oeste e noroeste, existem propriedades com desempenho classificado por ele como “interessante”, em pomares jovens, de seis a oito anos, produzindo entre 15 e

Equipe do Viveiros Pitol: (da esq. p/ dir.) Mateus Brancher (Assistente); Leandro Pitol e Luizinho Pitol (direção); Júlio Medeiros (agrônomo); Guinther Rickli (Vendas técnicas para Guarapuava e região)

20 kg por planta, o que equivaleria a cerca de 1.500 a 2.000 kg/ha – “É a média de produtividade no México e nos Estados Unidos, para pomares adultos, ou seja, com 20 a 30 anos”. Para quem já conduz outras atividades agropecuárias, Medeiros recordou que a noz pecã pode entrar em consórcio tanto com as culturas anuais, como milho e soja, quanto com as perenes, como a erva-mate e até com a bovinocultura, de leite ou de

corte. Com a ovinocultura, avaliou, a combinação é “perfeita”, com uma atividade ajudando a outra: “A nogueira é favorecida pela adubação orgânica que a criação (de ovinos) deixa; também pela roçada que a ovelha faz; a criação é favorecida pelo sombreamento que a nogueira dá”. Criação conduzida à meia-sombra, lembrou, significa mais bem-estar animal, contribuindo para a produção de carne, leite e lã, seja no sistema extensivo ou do intensivo.


Sementes

Novas cultivares de soja viabilizam a safrinha Por Luis Prado Diretor de Pesquisa Soja da DuPont Pioneer

Os programas de melhoramento da soja procuram desenvolver cultivares de soja cada vez mais produtivas e estáveis

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Revista do Produtor Rural

A

soja é uma espécie que tem a China como seu centro de origem. E a primeira referência de plantio experimental de soja no Brasil data de 1882, através da introdução no estado da Bahia. No entanto, o cultivo comercial desta espécie só começou a ter expressão econômica no Brasil nos anos 40, no Rio Grande do Sul, com a introdução de algumas variedades originárias da região sul dos Estados Unidos da América. O melhoramento genético da soja, que é um processo contínuo de geração de novas cultivares, tem representado importante contribuição no estabelecimento da soja como uma das principais culturas no Brasil. Contribui com o desenvolvimento de cultivares cada vez mais produtivas, com maior tolerância às principais doenças (ferrugem, antracnose, mancha-alvo, mela, oídio, etc.), mais estáveis, melhor adaptadas às diferentes regiões e condições de cultivo. Dentre outros aspectos, vamos abordar os esforços aplicados no desenvolvimento de cultivares de soja com especial foco em cultivares que viabilizem a safrinha nas diferentes regiões do Brasil. Atualmente, a utilização de novas cultivares de soja, inegavelmente, tem sido uma das tecnologias


A combinação entre ciclo das cultivares com o aumento da capacidade operacional nas propriedades por meio de plantios e colheitas mais rápidas foi, está e será determinante para o sucesso dos agricultores.

Foto: arquivo DuPont Pioneer

Fotos: arquivo DuPont Pioneer

que mais tem contribuído para os aumentos de produtividade e estabilidade de produção. Uma boa variedade de soja deve ter alta produtividade e estabilidade de produção em diferentes ambientes. Afinal de contas, nenhum ano é igual a outro. Assim, é desejável o plantio de cultivares de soja que apresentam boa performance em diferentes anos, solos, altitudes, etc. A estabilidade é conferida pela introdução de resistência às doenças e insetos, resistência aos Nematoides do Cisto e de Galha e pela introdução de características agronômicas especiais como tolerância a solos ácidos, penetração profunda das raízes e alta qualidade fisiológica das sementes. Todos estes fatores permitem à planta tolerar os fatores adversos, que podem comprometer a produção entre diferentes anos, municípios, propriedades e talhões. A utilização de técnicas como marcadores moleculares no processo de seleção de cultivares superiores, aliadas aos mais de 400 locais de ensaios implantados nas diferentes regiões produtoras de soja do Brasil Central, conferem grande confiabilidade nas cultivares comercializadas pela DuPont Pioneer que tem aumentado o corpo de pesquisadores, a sua capacidade de testes e ampliação da infraestrutura de produção e pesquisa no Brasil. Em todo processo produtivo, o domínio de todos os fatores que influenciam na obtenção de altas produtividades é determinante para o sucesso do empreendimento. Alta produtividade com máxima rentabilidade é o objetivo de toda atividade agrícola.

A semente como veículo de tecnologia Dentro do sistema de produção de soja um dos fatores que influencia decisivamente na obtenção de altas produtividades é a escolha correta da cultivar. A semente representa um dos insumos que mais influencia na rentabilidade final e deixou de ser apenas meio de propagação ou multiplicação. Hoje, a semente é o melhor veículo para a introdução e adoção de tecnologia. Basta olhar com pouco mais de detalhe tudo o que uma semente contém. É nela que está todo o potencial produtivo, a capacidade de resposta ao uso de tecnologia, a tolerância a pragas e doenças, a capacidade de adaptação a diferentes regiões e tipos de solos, de suportar adversidades ambientais como a seca ou o excesso de chuvas ou, ainda, extremos de temperatura. As sementes são o veículo de produtos utilizados no tratamento de sementes e, mais recentemente, por meio da biotecnologia, a semente tem sido o veículo da tolerância a determinados herbicidas e da resistência a algumas espécies de insetos, facilitando e melhorando os processos operacionais na propriedade rural e a qualidade de vida do produtor e a proteção do meio ambiente.

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O processo de desenvolvimento de novas cultivares Os programas de melhoramento iniciam com o desenvolvimento de populações através de cruzamentos. O processo de seleção inicial dos melhores indivíduos é caracterizado por grande número de progênies testadas em reduzido número de ambientes. Nas etapas finais de seleção e pré-lançamento, os ensaios são constituídos por número bastante reduzido de linhas experimentais avaliadas em muitos locais, abrangendo uma ampla área geográfica ou os ambientes-alvo.

O segredo para desenvolver uma cultivar de soja produtiva, estável e, portanto, mais segura, está em determinar corretamente os objetivos do programa, mas, antes de tudo, a empresa precisa ter elevada capacidade de testes.

Normalmente, os ensaios de VCU (Valor de Cultivo e Uso), conduzidos por dois anos e utilizados para registro de novos produtos (BRASIL, 1997), são implantados em áreas especialmente selecionadas, pessoas muito bem treinadas que fazem a condução e tomada de dados, seguindo protocolos previamente estabelecidos para a maior acurácia e confiabilidade das informações. Os resultados provêm de dados balanceados com repetições que atendem a análises de dados com técnicas de estatística experimental convencional. Entretanto, apesar de atender a todos os pressupostos da estatística experimental, muitos produtos amplamente aprovados em parcelas experimentais, quando cultivados em áreas extensas ou em diversas condições de cultivo não apresentam desempenho similar (Yan et al., 2002). No sistema DuPont Pioneer, os novos materiais genéticos minuciosamente se-

90

Revista do Produtor Rural

lecionados e aprovados pela pesquisa nos ensaios de VCU ainda não estão prontos para serem lançados comercialmente. Para melhor selecionar e posicionar os novos produtos para um máximo de desempenho e sucesso dos clientes, os pesquisadores, o departamento técnico e a equipe de vendas avaliam conjuntamente os novos produtos numa rede de ensaios de PAT (Ensaio de Avanço de Produtos) em fazendas, confrontando com os melhores produtos comerciais por até mais dois anos. Os ensaios de PAT caracterizam-se por parcelas de tamanho variado, mas centenas de vezes maiores que parcelas experimentais e conduzidos em número de ambientes testados de até dez vezes superior ao número de locais de VCU. Somente os materiais aprovados nos ensaios de PAT serão avançados como novos produtos comerciais, recebendo denominação definitiva, vindo a fazer parte do catálogo de produtos marca Pioneer®. Segundo Yan et al. (2002), desde que haja um número adequado de grandes parcelas (PATs) por região, os resultados deste tipo de experimento são, no mínimo, similares, normalmente superiores aos dados obtidos por experimentos de parcelas menores. Indicam uma melhor correlação dos resultados dos PATs com os resultados obtidos em áreas comerciais. Assim, nesta busca de produtos cada vez mais precoces para atender o binômio soja precoce e milho safrinha, nos leva à busca de materiais cada vez mais exigentes em ambiente requer nova estratégia no desenvolvimento. As cultivares mais precoces possuem menor tempo de absorção, metabolização e transformação de fotoassimilados em grãos. Assim, desde as fases iniciais de desenvolvimento de cultivares adaptadas à safrinha é importante o plantio nas épocas adequadas, já que este é o fator que apresenta maior influência sobre o desempenho das cultivares. No caso da safrinha, o plantio antecipado, muitas vezes, no pó, pode ocasionar diminuição de produtividade se as cultivares não forem adaptadas a esta época antecipada de plantio. As condições entre diferentes anos não são as mesmas e estas cultivares cada vez mais precoces possuem menor tempo para se recuperar de condições adversas. Assim, consideramos importante não somente a

condução de ensaios em parcelas maiores e na época adequada, mas, também, a realização de testes de desenvolvimento nas regiões por vários anos para selecionar as melhores cultivares que suportam as diferentes condições ambientais. Desta maneira, conseguimos selecionar as cultivares que apresentam as melhores estabilidades de produção. Assim, a adição de mais etapas no processo de desenvolvimento de novos produtos pode, aparentemente, ser considerada mais demorada. Entretanto, este sistema é extremamente seguro, baseado em décadas de experimentação e de experiência em melhoramento de plantas, para recomendar o plantio somente dos melhores produtos para cada agricultor. Este aparente atraso no lançamento é amplamente diluído pela agressividade com que são geridos os outros processos dentro do programa. É tarefa fundamental da DuPont Pioneer, através de ações orquestradas de pesquisa, desenvolvimento, produção, marketing e vendas, a distribuição responsável de produtos e serviços que aumentem a capacidade dos produtores de ampliar a qualidade e a quantidade do fornecimento de alimentos no mundo. Ao fazer isso, estamos comprometidos com a preservação do meio ambiente e o respeito às pessoas. Referências BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Lei no 9456, 25 de abril de 1997 institui a Lei de Proteção de Cultivares, e dá outras providências. Diário oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 25 de abril de 1997. disponível em <www.agricultura. gov.br>. Acesso em novembro de 2008. YAN W.; L. A. HUNT; PETER JOHNSON; GREGORY STEWART; XUEWEN LU. On-Farm Strip Trials vs. Replicated Performance Trials for Cultivar Evaluation. Crop Science, v. 42, p.385-392, 2002. YAN W.; ISTVAN RAJCAN. Prediction of Cultivar Performance Based on Single versus Multiple-Year Tests in Soybean. Crop Science, v. 43, p.549-555, 2003.



Resumo

Promoção Sócio Participativo No dia 06 de setembro, o Sindicato Rural de Guarapuava realizou a entrega da câmera fotográfica digital ao sorteado da Promoção Sócio Participativo, o associado Jacir Salvador. O produtor rural, que reside em propriedade no distrito de Guairacá, veio receber o prêmio com a família na sede do Sindicato. O sorteio da Promoção Sócio Participativo foi realizado no dia 30 de agosto, pela diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. Sorteio foi realizado pela diretoria do Sindicato

7 de setembro

Gora entrega câmera para Jacir Salvador e família

No dia 6 de setembro, o Sindicato Rural de Guarapuava em ato de civismo hasteou a bandeira nacional em comemoração ao Dia da Independência do Brasil, comemorado no dia 7 de setembro. Durante o ato, foi realizada a execução do hino nacional.

No dia 11 de outubro, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho recebeu o título de benfeitor/benemérito do Hospital São Vicente, pela contribuição da entidade no Arraiá Beneficente, realizado em julho deste ano, evento que arrecadou recursos para o hospital.

Foto: Hospital São Vicente

Benfeitor/ benemérito do Hospital São Vicente

A gerente do Sindicato, Luciana Bren, representou Botelho na entrega do título

Matemática financeira

Em mais uma ação da Campanha Produtor Solidário, no dia 30 de agosto, o Sindicato Rural de Guarapuava entregou 135 quilos de alimentos para a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH).

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Revista do Produtor Rural

Para produtores rurais interessados em avaliar com precisão a viabilidade de investimentos e realizar uma gestão planejada de seus custos, o Sindicato Rural de Guarapuava está sediando o curso de matemática financeira com calculadora HP12C e Excel. Informações pelo telefone (42) 3623-1115.

Foto: SRG

Campanha Produtor Solidário


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Ciclo superprecoce. Excelente sanidade com elevado peso de grãos. Alto potencial de engalhamento.

Ciclo precoce. Excelente sanidade. Ampla adaptação geográfica e de época de plantio.

Ciclo médio. Elevado peso de grãos. Arquitetura de plantas favorável para o controle de doenças.

Nidera IPRO. Alta produtividade e proteção contra pragas. CONTROLE

CONTROLE

CONTROLE

CONTROLE

SUPRESSÃO

SUPRESSÃO

Anticarsia gemmatalis

Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu

Crocidosema aporema

Heliothis virescens

Elasmopalpus lignosellus

Helicoverpa zea e Helicoverpa armigera

Lagarta-da-soja

Falsa-medideira

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Lagarta-da-maçã

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Sistema FAEP

Comissão Técnica de Cereais da FAEP em Guarapuava

Helena Krüger

formatados em conjunto pela Faep, Ocepar e Secretaria de Estado da Agricultura e depois levados ao governo federal. “Ainda em novembro, vamos apresentar ao secretário de Política Agrícola, para que estas propostas sejam implementadas até fevereiro de 2014, para que o produtor possa se planejar melhor, antes do plantio do trigo, que começa efetivamente em abril aqui no Paraná”, informou o coordenador do Departamento Técnico-Econômico da Faep. Ainda na triticultura, a comissão expressou preocupação com falta de sementes de trigo, devido às geadas deste ano no Paraná; já nas culturas de verão (2013/2014), a análise é que diante dos atuais preços do milho, considerados baixos, alguns produtores poderão migrar para a soja nesta safra (2013/2014). A rodada de trabalhos incluiu também palestra de Aline Arruda Milani, de uma empresa de seguros. Ela explicou que hoje, além do seguro agrícola já conhecido, existe também o de faturamento: “Eventualmente acontecia do agricultor produzir bem, não ter nenhuma perda por risco climático, mas em função de uma queda de preço ter sua receita compro-

Pedro Loyola, Ivo Arnt e Rodolpho Botelho coordenaram o encontro

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Revista do Produtor Rural

Helena Krüger

O

Sindicato Rural de Guarapuava sediou, dia 17 de outubro, reunião da Comissão Técnica de Cereais do Sistema Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). Normalmente promovida na sede da federação, em Curitiba, a rodada de trabalhos foi um dos encontros que a comissão organiza, uma vez por ano, em alguma região paranaense, com o objetivo de proporcionar aos participantes uma visão das várias realidades do Estado. Mantendo seu perfil de ser um fórum não apenas de debates, mas também de mobilização em torno de temas importantes para a produção de grãos, a comissão encerrou o encontro decidindo apresentar ao governo federal propostas para a safra de trigo do ano que vem. As reivindicações estão contidas no documento “Propostas de Políticas para Cereais de Inverno/Trigo – safra 2014”, que no encontro foi explanado por Pedro Loyola, coordenador do Departamento Técnico-Econômico da Faep. “Discutimos as políticas para trigo e as demais culturas de inverno, como aveia e cevada”, contou, explicando que 35 tópicos, validados pelos participantes do encontro, serão

Trigo 2014 esteve no centro das atenções do encontro

Comissões de HF, Bovinocultura de Corte e Meio Ambiente Membros do Sindicato Rural de Guarapuava representaram a entidade em outras recentes reuniões de comissões técnicas da Faep em Curitiba: na Comissão de HF (3/9), o segundo vice presidente Anton Gora, e o associado Gabriel Gerster; na Comissão de Bovinocultura de Corte (5/9), o presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho; e na Comissão de Meio Ambiente (18/9), o segundo vice presidente Anton Gora e a associada Hildegard Abt Roth. Fotos: Manoel Godoy

Lideranças apresentarão ao governo federal propostas para o trigo 2014


Manoel Godoy

Comissão de Caprinocultura e Ovinocultura em Guarapuava Outra comissão técnica da Faep, a de ovinocultura e caprinocultura, se reuniu no Sindicato Rural de Guarapuava, dia 24 de setembro. Aberto pela presidente da comissão, Adriane Araújo Azevedo, com a presença do presidente do presidente da Ovinopar, Edson Luiz Duarte Dias, o encontro enfocou aspectos como a Estação de Melhoramento Genético de Ovinos da Cooperativa Castrolanda, Planejamento Estratégico da Ovinopar e o Programa de Avaliação Genética da Ovinocultura de Corte do Paraná.

metida. O seguro de faturamento já veio de uma maneira mais completa: o produtor tem a certeza da receita que vai ter e pode continuar investindo na atividade”. Exemplificando, Aline disse que, na empresa em que atua, café e milho são culturas contempladas por aquela modalidade de seguro. Ao final do encontro, o presidente da Comissão Técnica de Cereais, Ivo Arnt (Tibagi/PR), que abriu o encontro ao lado do presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, disse à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ que a importância das reuniões no interior é oportunizar um momento para conhecer os

demais sindicatos que compõem o Sistema Faep. “Tivemos vários participantes, do Norte, do Sudoeste, das regiões dos Campos Gerais, que vieram conhecer a estrutura do Sindicato Rural de Guarapuava. E junto com o WinterShow, que é uma exposição que demonstra todo o trabalho que a Agrária faz em prol de seus produtores”, destacou Arnt, referindo-se à visita dos membros da comissão ao evento da cooperativa. “A essas visitas itinerantes, como a Faep está dinamizando, pelo menos uma vez por ano pretendemos dar continuidade”, antecipou. Ricardo Wolter, presidente do Sindicato Rural de Carambeí, ressaltou que as reuni-

ões regionais permitem integração e troca de experiências: “A gente sempre aprende coisas diferentes, que se pode trazer para os nossos sindicatos locais – Acho que é uma excelente idéia cada sindicato promover isso em seu município, para promover sua região e a sua produção principal”. Anfitrião do encontro, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho disse que a entidade se sente honrada em sediar encontros promovidos pela Faep e que a reunião permite mostrar um pouco do trabalho desenvolvido pelos agropecuaristas da região.

(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

Revista do Produtor Rural

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Dia de campo

Pastagem como cultura N

a tarde do dia 30 de agosto, a Cooperaliança reuniu seus cooperados, na Fazenda Limoeiro, na região de Guarapuava, com o objetivo de destacar a importância de uma boa pastagem para uma ovinocultura de qualidade. Ao abrir o encontro na sede da propriedade, saudando os 35 participantes, a ovinocultora Vânia Elisabeth C. Fabrício de Melo, se disse feliz de poder recebê-los num momento destinado à troca de experiências. Na primeira das duas palestras da programação, Deonísia Martinichen (professora do curso de Agronomia da Unicentro e chefe da Divisão de Extensão do Campus Cedeteg) propôs que se comece a ver a pastagem como se fosse uma cultura. “Quem faz análise de solo para aveia (pastagem)?”, perguntou, ressaltando que o procedimento “é o início de tudo”. À REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ ela contou que “alguns produtores têm feito a adubação, mas falta ainda a análise e a correção daquilo que está faltando”. Deonísia alertou que, por outro lado, “não adianta colocar uma quantidade grande de nutrientes se esta não for exatamente a necessidade do solo”. Um giro no campo, entre pastagens perenes (quicuio, tifton e aruana) e anuais (aveia, azevém e milheto), completou a troca de idéias. Sandra Galbeiro, zootecnista do curso de Veterinária da Unicentro, Campus Cedeteg, lembrou que os ovinos têm hábito de pastejo baixo e que, por isso, os criadores do centro-sul paranaense acabam utilizando mais o tifton e o quicuio. A cultivar aruana, do gênero panicum,

Adriane, vice-presidente da Cooperaliança: “Participação dos cooperados nos impulsiona a fazer mais”

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Na Fazenda Limoeiro, que abriga mais de 500 cabeças de ovinos (cruza île-de-France com Texel), participantes debateram importância do manejo de pastagens perenes e anuais

conforme completou, embora tenha sido lançada em 1995, pelo Instituto de Zootecnia, em São Paulo, somente em anos mais recentes começou a ser mais utilizada em Guarapuava e região. Mas aqui também o manejo, destacou a zootecnista, exige atenção: “Tem de ser bem cuidadoso, para que a gente aumente a vida útil do pasto. Se o produtor não respeitar algumas limitações, vai reduzir este tempo da vida útil”. Sandra recordou que restabelecer um pasto perene acaba levando a custos elevados, com sementes e fertilizantes, entre outros fatores. Entre os parâmetros a serem considerados no manejo, ela enumerou a taxa de lotação e a fertilidade: “Aruana é exigente. Se não colocar adubo, outras espécies for-

Deonísia Martinichen: “Quem faz análise de solo para aveia pastagem?”

Revista do Produtor Rural

rageiras vão invadir a área”. Anfitriã do Dia de Campo, Vânia Elisabeth C. Fabrício de Melo, destacou a importância de se enfocar a pastagem: “Isso que se faz hoje, análise (de solo), calagem, é importantíssimo, porque tendo um pasto de boa qualidade, você vai ter animais de boa qualidade”. A vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Thives Araújo, contou que a cooperativa busca realizar encontros técnicos para que os cooperados possam ter cada vez mais acesso a tecnologia. “Acreditamos que dessa forma podemos trazer este conhecimento. O cooperado participa mesmo, nos prestigia, e isso nos impulsiona a fazer mais”, declarou.

Sandra Galbeiro: “Manejo tem de ser cuidadoso, para aumentar a vida útil do pasto”

Vânia Elisabeth: “É preciso pastagem de qualidade para animais de qualidade”


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Manejo nutricional

Helena Krüger

Solo equilibrado é solo produtivo A palestra com o engenheiro agrônomo, Mário F. Sahara, destacou a importância da nutrição de plantas para alcançar novos tetos produtivos.

Mário Sahara, engenheiro agrônomo da GiroAgro

manejo de fertilidade e de fisiologia de forma correta”, declara Sahara. O agrônomo indica que o produtor sempre amplie o conhecimento na área de nutrição. “Poucos sabem manejar fertilidade de maneira adequada. A busca contínua desse conhecimento e a aplicação prática resultam em novos tetos produtivos. Façam análise, comprem certo e não apliquem nutrientes em excesso”, recomenda o agrônomo.

Sandro Prestini, Dario Lehn, Erico Alencar, Mário Sahara, Cleiton Dalla, Paulo Nascimento e Wandislau Bruno.

3atos

conhecimento da empresa que são: fertilidade; química/bioquímica e fisiologia de plantas. O palestrante explicou que segue a filosofia de três professores americanos, que são conhecidos como os triunviratum, ou seja, três maiores nomes quando se fala em alta produtividade e sustentabilidade. São os professores William Albrecht, Philip Callahan e Carey Reams. “Um deles é médico e promove associações entre a saúde do solo com a saúde humana. É importante ressaltar que não existe um nutriente principal, a planta cumpre o ciclo de vida e necessita de 13 nutrientes essenciais, que são os macronutrientes primários; macronutrientes secundários e micronutrientes. (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, manganês, ferro, cobre, zinco, cloro, boro e molibdênio)”. Sobre a fertilidade, Sahara apresentou os princípios de equilíbrio e do teor de nutrientes no solo. Em química e bioquímica, o agrônomo explicou a importância de se entender sobre o tema para saber a dosagem adequada de nutrientes e o caminho que ele percorre pela planta. Sahara explicou, por exemplo, a saga do nitrogênio até ser absorvido pelo solo. Sobre a fisiologia, discorreu sobre o comportamento dos nutrientes em relação ao ambiente. “A produtividade está fortemente relacionada ao balanço nutricional,

Helena Krüger

N

a hora de adubar, o produtor não deve pecar pelo excesso. Em nutrição de plantas a palavra de ordem é equilíbrio. Esses foram alguns dos princípios que o engenheiro agrônomo e gerente nacional técnico da Giro Agro, Mário Fabiano Sahara, destacou em palestra no dia 26 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava. O evento, promovido pela Giro Agro em parceria com a cooperativa C. Vale, reuniu produtores e técnicos para falar sobre a importância do manejo nutricional para alcançar melhores resultados produtivos. Segundo Sahara, saber identificar quais nutrientes estão faltando ou estão em excesso na lavoura parece simples, mas muitas vezes é uma tarefa negligenciada pelo produtor. “Não é adubando mais que vai se colher mais, mas adubando corretamente”, enfatizou Sahara. Como os seres humanos, a planta também precisa passar por exames e diagnósticos, que são feitos por meio de análises de solo, que indicam quais nutrientes o vegetal necessita. “Como o médico pede o exame, o agrônomo pede a análise. Assim, na agricultura não é diferente da medicina, também precisamos de laudos para nortear nosso trabalho”, explicou. Durante a palestra, o agrônomo apresentou didaticamente aos produtores o tripé da nutrição de plantas e os pilares de

Tecnologia em aplicação, nutrição e fisiologia de plantas com a Garantia de qualidade Giro. Com mais de 300 pontos de distribuição nas principais regiões agrícolas do Brasil, a Giro Agro industrializa e comercializa produtos de qualidade que auxiliam no aumento da produtividade dos principais cultivos. Disponibiliza também serviços e capacitação técnica aos seus distribuidores e produtores rurais.

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Confraternização

Parabéns veterinários! Em café da manhã, Sindicato Rural de Guarapuava presta homenagem aos médicos veterinários.

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de um órgão de importante representação na nossa sociedade”, opinou. Esse foi o primeiro café da manhã do Dia do Veterinário promovido pelo Sindi-

cato Rural. Este ano a entidade também comemorou o dia do zootecnista. A ideia é calendarizar o evento, assim como já vinha sendo feito no dia do agrônomo. Fotos: Helena Krüger

Em homenagem a uma das categorias profissionais que contribuem com o sucesso e o desenvolvimento agropecuário da região, na manhã de 11 de setembro, o Sindicato Rural de Guarapuava promoveu o café da manhã alusivo ao dia do médico veterinário. O evento atraiu 25 profissionais da região e ocorreu no salão de festas da entidade. O dia do veterinário é comemorado no dia 9, porém o café precisou ser realizado no dia 11, pois nos dias 9 e 10, o Sindicato sediou o 1º Simpósio de Sanidade Animal do Centro-Oeste do Paraná – um evento promovido em conjunto com a Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária (Núcleo Centro-Oeste). Durante a primeira edição do café para veterinários, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, parabenizou os profissionais presentes e destacou a importância da classe para o setor. “Pretendemos com este café que haja uma maior troca de ideias e informações entre o corpo técnico, sindicato e os produtores. São atividades como essas que podem trazer um estreitamento na relação dos profissionais com o Sindicato. É com grata satisfação que estamos aqui com médicos veterinários, eles que fazem um belo trabalho no sistema produtivo”. O médico veterinário e diretor do sindicato, Jairo Luiz Ramos Neto, também falou sobre a data. “Parabéns aos colegas. Nós temos que valorizar a nossa profissão. A presença do médico veterinário na sociedade urbana e rural é de suma importância. O veterinário sempre foi um profissional que conviveu com setor produtivo e cada vez mais está ao lado do produtor rural”. Um dos médicos veterinários presentes na confraternização, Gildo Warpechowski Gorski, parabenizou o sindicato pela iniciativa. ”Isso faz com que sejamos lembrados como profissionais e fico muito satisfeito com essa lembrança, principalmente vindo


Armazenagem

Silos Bag

Engº. Marcio Geraldo Schäfer Paraná Silos Representações Ltda. marciogeraldo@ymail.com

N

a edição passada, o assunto foi logística e armazenagem no campo, e não vamos fugir muito agora. Um produto que está tomando muito espaço no agronegócio como ferramenta emergencial para armazenagem no campo são os SILOS BAG. Enquanto não conseguimos definições das regras junto aos agentes financeiros e o investimento em armazenagem com silos de metal se estende para próxima safra, o produtor pode procurar esta alternativa barata de armazenagem. Os SILOS BAG, com capacidade individual de 180 toneladas cada, permitem ao produtor guardar sua produção por um período de até um ano em busca de preços melhores pós-safra, reduzindo pressão de comercialização no período da safra. Isto a um custo aproximado de R$ 0,50 a R$ 1,00 por saca armazenada (dependendo do investimento nas máquinas de estocagem e retirada do cereal). Permite, também, operação de frete fora do período de colheita a um custo menor. Essa forma de armazenagem emergencial já representa 5% da capacidade estática brasileira, bem aquém da Argentina, que utiliza essa ferramenta em 50% de sua produção. No caso do Centro-Oeste, onde o plantio da soja está sendo antecipado a cada ano, viabilizando a safrinha de milho, au-

menta fortemente a pressão sobre armazenagem com capacidade estática de 46 milhões de toneladas (dados da CONAB); em silos metálicos ou armazéns graneleiros e com produção estimada neste ano em 72 milhões de toneladas, os SILOS

BAG estão mudando a paisagem local. A armazenagem em fazenda se faz necessária e é muito viável, a ponto de viabilizar alternativas onde se reinveste o valor do silo a cada ano e ainda assim obter lucro.

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Fotos enviadas por Valdir Reccanello/Zeagro

Fitopatologia

Batata x Murcha O evento técnico promovido pela Unidade de Pesquisa e Microclima de Bataticultura da Unicentro discutiu a doença murcha bacteriana

U

Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) promoveu no dia 29 de agosto uma reunião técnica sobre murcha bacteriana na cultura da batata. O evento contou com três palestras e uma mesa redonda de discussões entre produtores de batata e pesquisadores, reunindo mais de 130 pessoas, entre produtores rurais, acadêmicos e profissionais do setor. Um dos apoiadores do evento, o produtor rural José Massamitsu Kohatsu, proprietário da Zeagro, afirma que a reunião partiu de Helena Krüger

Fotos: Helena Krüger

ma doença antiga e já conhecida pelos bataticultores, porém ainda permanece endêmica em muitas regiões do país, a murcha bacteriana, mais conhecida como murchadeira, causada pela bactéria Ralstonia solanacearum é um dos fitopatógenos que representam uma ameaça constante na produção de batatas no Brasil. Para debater manejo, comercialização e alastramento da doença, a Unidade de Pesquisa e Microclima de Bataticultura da

Evento atraiu produtores e acadêmicos no campus Cedeteg

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uma demanda dos bataticultores. “A murcha é um problema que aparece de vez em quando e causa muito prejuízo econômico. Essa reunião que a universidade está realizando é muito importante para os produtores de batata da região”, destacou. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ entrevistou os três palestrantes. Confira:

Prevenção da murchadeira

De difícil controle, a murcha bacteriana precisa de um manejo preventivo, é o que afirma o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Valmir Duarte e diretor do laboratório de diagnóstico fitossanitário e consultoria. Uma das soluções para prevenir, segundo o pesquisador, é o produtor utilizar apenas tubérculos certificados. “O controle dos tubérculos, ou seja, mantê-los livres da doença é o posicionamento que os outros países aderem, e esta é a principal maneira de manejo”, enfatiza. Duarte questiona os motivos de a doença possuir altos índices de incidência no Brasil, já que é uma praga considerada quarentenária em vários países como no Canadá, Estados Unidos e Holanda. “Realmente temos problemas, e está faltando uma política para essa bactéria com mais restrição. Vemos o comércio internacional, mas precisa-


mos cuidar primeiro do comércio nacional”. Segundo o pesquisador, também é preciso caracterizar a bactéria, porque embora se chame Ralstonia solanacearum, ela possui muitas variantes. “Tem biovares, filotipos, várias classificações e é uma população heterogênea. Algumas permanecem no solo de 1 a 2 anos, outras ficam por 10 a 15 anos”. Para a batata ser certificada é necessário realizar vistoria de campo e análise laboratorial precisa. A bactéria que é predisposta a temperatura mais altas e umidade, pode não manifestar sintomas, principalmente, em regiões mais frias. “Isso faz com que a bactéria fique disseminada em alguns lugares”. Além do tubérculo livre, Duarte destaca outras práticas de manejo importantes, como a rotação de cultura, manejo de irrigação, período do ano e meio equilíbrio da adubação.

Normas para batata de propagação

Em 2012, houve a implantação da Normativa nº 32, que regulamenta a produção

do material de propagação de batata, como batata semente. A norma que pretende trazer benefícios a bataticultura no país apresenta novidades ao produtor como a possibilidade de certificação de material de propagação através de brotos de batatas, técnica a qual o Brasil é pioneiro. Para abordar o tema e tirar as dúvidas dos bataticultores, a fiscal federal agropecuária do Ministério da Agricultura (MAPA), Dra. Samira Omar Mohamad El Tassa destacou que a norma vem para trazer mais qualidade na produção de batatas. “Acho interessante o tema ser apresentado na reunião porque é uma norma recente. Os produtores tem que se adequar às regras”. Segundo Samira, a normativa traz mudanças no modo de produção e comercialização de todo tipo de material de propagação e mudas de batata. “É uma norma que foi estabelecida em conjunto com todo o setor produtivo”.

Helena Krüger

Helena Krüger

José Massamitsu Kohatsu, produtor e proprietário da Zeagro

De acordo com Hirano, pesquisas da Embrapa revelam que a murcha foi encontrada em praticamente todas as regiões do Brasil. “Esse alastramento também se dá devido a causas como evolução da tecnológica, uso de big bags na batata consumo, o que contribui para espalhar a doença”. O pesquisador alerta que muitos produtores passaram a ter cuidados com a murcha, no entanto, esqueceram de prevenir outras doenças que afetam a cultura. Hirano também destaca a dificuldade de controle da Ralstonia e indica a utilização de sementes de alta qualidade e outras medidas fitossanitárias, como lavar equipamentos, insumos, evitar entrada e saída de transmissores de doenças.

Evolução da murcha e de outras pragas de solo O pesquisador da Embrapa, Elcio Hirano falou sobre a evolução e alastramento da murcha e de outras doenças de solo que também são importantes na cultura da batata. “A murchadeira não é a doença mais comum de solo, no entanto, é a mais importante em perda econômica e a que mais afeta a qualidade de batata semente”, explica.

Sidnei Jadoski, Cacilda M. D. R. Faria, Valmir Duarte, Samira O. Mohamad El Tassa, Elcio Hirano


Cultura

Natalka Karpa: o pop ucraniano com uma pitada de folclore puava, o show fez parte da programação do Encontro de Arte Folclórica, promovido pela universidade. Segundo a diretora de cultura da Unicentro, Fernanda Malvestiti, o evento superou as expectativas. “É uma forma de retomar as tradições étnicas da região. Houve momentos que os descendentes cantaram para ela. Foi emocionante”. Ela ainda destacou a parceria com o Sindicato Rural na realização do show. “Para nós foi essencial o apoio do Sindicato. O anfiteatro é muito bom, novo e acolhedor”.

No dia 24 de outubro, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou o espetáculo “Madeira de Lei, A Viola Brasileira”, com o músico Arnaldo Freitas. O show foi uma promoção do SESI, através do seu Circuito Cultural e foi marcado pela riqueza de sons que se pode alcançar com este belo instrumento, a Viola Caipira. Arnaldo Freitas, solista de viola e compositor, é conhecido como melhor instrumentista de viola do Brasil. No final de 2010, venceu o festival nacional de viola VOA VIOLA, patrocinado pela Caixa Econômica Federal.

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Revista do Produtor Rural

Fotos: Manoel Godoy

“Madeira de Lei, A Viola Brasileira”

Fotos: Marcio Nei dos Santos/Unicentro

A

mistura musical entre o folclore ucraniano com o pop subiu ao palco do anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava no dia 26 de agosto. O show animado e, ao mesmo tempo, intimista da cantora Natalka Karpa, uma das mais populares da Ucrânia, atraiu muitos descendentes da etnia e um público curioso em conhecer mais sobre a música ucraniana. Por meio do repertório, a cantora emocionou a plateia com canções que revivem a tradição folclórica e sucessos da cultura musical pop da Ucrânia. O produtor rural e sócio do Sindicato Rural, Mario Bilek, descendente de ucranianos, disse que o show foi muito bom, tanto para lembrar das origens quanto para se divertir. “Gostei bastante, o show foi muito animado, ela cantou músicas antigas e o pop ucraniano. Foi uma iniciativa muito válida”. A vinda da cantora para o Brasil foi intermediada pelo Núcleo de Estudos Eslavos (NEES) da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) Campus Irati. Em Guara-

Representantes do Sindicato Rural e do Sesi com os artistas


Educação rural

Feira Agrícola do Colégio Arlindo Ribeiro

C

erca de 180 alunos do Colégio Agrícola Arlindo Ribeiro, de Guarapuava, realizaram, dias 27 e 28 de setembro, na instituição de ensino, a 18ª edição de uma de suas atividades mais tradicionais: a Feira de Ciências Agropecuárias. O evento interno traz estandes nos quais os alunos apresentam trabalhos que realizaram sob a orientação de professores. “Eles desenvolvem a parte teórica do projeto, que culmina com a apresentação, para uma banca avaliadora, inicialmente, e na sequência eles fazem a apresentação, então, para a comunidade”, explicou uma das coordenadoras do evento, a professora Luciana Stremmel. Segundo detalhou, as soluções para a agropecuária devem ser economicamente viáveis e servir para o pequeno e o médio produtor. Outra coordenadora da

As professoras Tatiana Bischof Chicalski e Luciana Stremmel

feira, Tatiana Bischof Chicalski, acrescentou que em alguns casos, trabalhos mostrados no evento são convidados a ser expostos em outras instituições. Além disso, as idéias também chegam ao campo: “Já

aconteceu de algum produtor se interessar pelo trabalho e até adquirir a idéia, comprar produto desenvolvido pelos alunos”, comentou. O evento conta com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.


Pragas

Manejo de percevejos na cultura do milho IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E CICLO Carla Dutra – TDR na Estação Experimental de Sorriso (MT) Fábio Bezerra Dos Santos – Especialista de Campo TD na Estação Experimental de Santa Helena de Goiás (GO) Fernando Akira Koshima – Gerente Técnico Milho e tratamento de semente Ibene Takao Kawaguchi – TDR na Estação Experimental de Santa Helena de Goiás (GO) Marcelo José Batistela – TDR na Estação Experimental de Rondonópolis (MT) Marlon Dias Denez – TDR na Estação Experimental de Não-Me-Toque (RS) Wilson Andrey Boiko – MDR na regional PRNA

O

s percevejos (fitófagos da família Hemiptera) são considerados pragas importantes no início do desenvolvimento da cultura do milho, causando danos parciais ou totais de produtividade. O aumento da área de milho safrinha plantada após a soja favorece o aumento dessa praga. Nos últimos anos, o mesmo cenário tem sido também observado em regiões tradicionais no cultivo do milho verão, que acabam por receber ataque de percevejos oriundos de lavouras de inverno em final de ciclo (como trigo, aveia e cevada), de áreas de pousio e de lavouras de feijão. No Brasil, existem três espécies de percevejos do gênero Dichelops que podem ser consideradas pragas potenciais para a cultura do milho, ocorrendo em todas as épocas de semeadura: D. melacanthus, D. furcatus e D. phoenix - Bianco et al. (2001). A primeira delas tem maior predominância no Centro-Oeste, enquanto a segunda é mais comumente encontrada no sul do Brasil, e a terceira é considerada de pouca expressão e ocorrência - Bianco (2004). Entretanto, é importante mencionar que todas essas espécies podem ser encontradas no campo, em todas as regiões de cultivo. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, completa-se em aproximadamente 45 dias.

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Revista do Produtor Rural

Tanto as ninfas quanto os adultos sugam seiva das plantas. Panizzi (1985).

Condições climáticas favoráveis Percevejos preferem ambientes de temperaturas mais amenas, ficam notadamente mais próximos do solo, e seu ataque normalmente ocorre nos períodos menos quentes do dia, no entardecer e à noite.

Sintomas As plantas atacadas podem apresentar desde folhas com pequenas perfurações, folhas do cartucho parcialmente enroladas, plantas perfiladas e até plantas com o cartucho morto. Os danos nos tecidos vegetais são resultantes da frequência de penetração dos estiletes e duração da alimentação, associado às secreções salivares que podem ser tóxicas e causar necrose tecidual. Escala de notas proposta por BIANCO et al. (2001) para quantificação do ataque de percevejo barriga verde em milho. Plantas com nota 2 geram perdas de 10%, com nota 3 as perdas médias são de 30% e com


nota 4 há perda total de produtividade. Fotos do Departamento de Desenvolvimento de Tecnologia – TD, 2013.

Controle É recomendada dessecação com inseticida sobre a palhada em horário de temperatura mais amena, se possível. - Bianco (2005). O tratamento de sementes com o grupo químico neonicotinoide, associado

ao monitoramento do inseto e aplicação de inseticidas específicos na fase inicial, é crucial para o sucesso da lavoura. Aplicações de inseticidas em 10 – 15 dias após a emergência das plantas se mostram ineficazes. É importante destacar que as biotecnologias atuais em milho não controlam o percevejo. Recomendação de controle contemplando diferentes momentos, amplo espectro de ação e atuação em diferentes sítios toxicológicos da praga.

Resultados TD COMPARATIVO DE TRATAMENTO DE SEMENTES

COMPARATIVO DO USO DE TS E O USO DE 1 APLICAÇÃO DE INSETICIDA FOLIAR PARA CONTROLE DE PERCEVEJOS

100 100

90

5

90

80 56 c

70 79 b

60 50

97 a

83

90

50

40

95 c

40

o nt

a

s on

30 20

en

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Tr

10 -

70 60

99 a

35

80

3 Thiamethoxam (120)

to

65 b

30

M

44

10

21 1 Clothianidin (70) Average % danosof % Damage

20

-

Imidacloprid+Thiodicarb (350) Average of % No damage % controle

Control

2013, TD Monsanto

Trabalho de infestação artificial com 4 percevejos por m² em média em seis ambientes, realizado pelo Departamento de Desenvolvimento de Tecnologia – TD em 2013. Teste de Tukey a 5%.

18 a ST

10 a

Só TS

ST+1Foliar

TS + 1 Aplicação Foliar (V2)

Thiamethoxam (120) Tratamento com Thiametoxam (120)

Average of % Damage % danos

STTS Sem

ST+1Foliar 1 Aplicação Foliar (V2) Control

Sem tratamento de sementes Average of % No damage % controle

2013, TD Monsanto

Trabalho de infestação artificial com 8 percevejos por m² realizado pelo Departamento de Desenvolvimento de Tecnologia – TD em 2013. Teste de Tukey a 5%.

Referência Bibliográfica ÁVILA, C. J.; PANIZZI, A.R. Ocurrence and damage by Dichelops (Neodichelops) melachantus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) on corn. An Soc Entomol. Jaboticabal- SP. v.24, p.193-194, 1995. BIANCO, R. et al. Avaliação de cultivares de Milho quanto ao dano do Percevejo barriga verde, Dichelops spp. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE MILHO SAFRINHA, 2001, Londrina, PR. Anais... Londrina-PR: Iapar, 2001. p 21. BIANCO, R. Nível de dano e período crítico do Milho ao ataque do Percevejo barriga verde (Dichelops melacanthus). In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 25., 2004, Cuiabá, MT. Anais... Cuibá-MT: Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2004. p.172. BIANCO, R. Manejo de pragas do Milho em plantio direto. In: INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO. (Org.), 2005, Campinas, SP. Encontro de fitossanidade de grãos. Campinas: Emopi, 2005. p.8-17. PANIZZI, A. R.; SLANSKY JR, F. Review of phytophagous pentatomids (Hemiptera: Pentatomidae) associated with soybean in the Americas. Florida Entomologist, v.68, n.1, p.184-214, 1985.


Aniversariantes do trimestre

Café da manhã reuniu associados

O

Fotos: Manoel Godoy

Sindicato Rural de Guarapuava promoveu, no dia 27 de setembro, a terceira edição do Café da Manhã dos Aniversariantes. A iniciativa tem por objetivo a confraternização e reúne, no salão de festas da entidade, sócios que completaram aniversário no período. Desta vez, o Café da Manhã foi aberto pelo 2º vice-presidente do sindicato, Anton Gora, que saudou os produtores rurais presentes. Entre uma e outra conversa, os sócios também aproveitaram a ocasião para rever amigos e trocar ideias, num clima de animação. Ao todo, compareceram 48 pessoas, entre associados e familiares. “É um momento para valorização do nosso associado, um evento para mostrar que o Sindicato Rural é a casa do produtor rural na cidade”, comentou antes do evento o presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, explicando a iniciativa.

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Revista do Produtor Rural


Maquinários agrícolas

Augustin

®

Sempre ao lado do produtor rural

Fotos: Massey Ferguson

A concessionária com filial em Guarapuava oferece maquinários de ponta com foco em assistência técnica.

A

s lavouras vêm passando por profundas transformações, principalmente, no que diz respeito a inovações tecnológicas. O avanço em maquinários, como na agricultura de precisão, caracterizam esse novo cenário de alta tecnificação. Com intuito de aliar a tradição de sucesso no mercado de máquinas agrícolas com tecnologia de ponta, a concessionária Augustin da marca Massey Ferguson se baseia em quatro pilares que norteiam o negócio que existe há 87 anos: pioneirismo, qualidade, solidez e confiança. A empresa possui apenas um ramo de atividade, comercializar máquinas e implementos agrícolas, sendo 100% focado no agronegócio. Hoje a Augustin, que iniciou em 1926, na cidade de Não Me Toque – RS possui cerca de 300 colaboradores e um total de 13 lojas, sendo a matriz e mais 8 filiais no Rio Grande do Sul e 4 filiais no Paraná, atuando em mais de 116 municípios do Sul do Brasil.” Em Guarapuava, a concessionária atua há dois anos, com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento produtivo agrícola da região, realizando um trabalho de vendas e pós venda com uma equipe especializada, composta por 30 colaboradores, segundo o Gerente de Vendas Márcio Klipp a concessionária tem como principal objetivo atender bem o cliente e sabe que isto vai além do propósito de apenas vender. A Massey Ferguson é líder em maquinários agrícolas no país, e segundo o gerente de vendas, Márcio Kilpp, a concessionária tem como principal objetivo atender bem o cliente. “Queremos ser líderes também em Guarapuava em assistência técnica, peças e serviços. Algo que vai além do propósito de apenas vender”, afirmou. Márcio Kilpp comenta que, para isso, a empresa está realizando um trabalho de constantes atualizações dos seus colaboradores e frequentes eventos, como dia de negócios, para uma melhor aproximação e demonstração de máquinas agrícolas com os produtores rurais. “Estamos participando das principais feiras agrícolas, como WinterShow, Expogua, entre outras. Queremos mostrar ao cliente o que a empresa trouxe lá do Rio Grande do Sul e o que a Massey tem para oferecer a eles”. Salienta também que a marca Massey Ferguson é líder de vendas no Brasil há 53 anos consecutivos e que a Augustin é uma das líderes nacionais de vendas de tratores e colhedeiras da marca. O gerente de vendas afirmou que a concessionária atua em parceria com o agricultor em prol do desenvolvimento do campo e de altas produtividades. A Augustin, além de comercializar tratores e colheitadeiras, vende equipamentos agrícolas com alta tecnologia, peças, serviços e lubrificantes Shell. “Somos uma empresa honesta e que tem tradição na agropecuária de 87 anos no ramo agrícola. Queremos prestar o melhor atendimento ao agricultor”, declarou Kilpp.

Revista do Produtor Rural

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Em uma noite festiva, o Consórcio Nacional Massey Ferguson realizou no dia 10 de setembro, a Assembleia BIG do Grupo 354, em parceria com a concessionária Augustin da cidade de Guarapuava. Durante o evento, o Consórcio entregou 150 máquinas em uma noite, reuniu mais de 350 clientes e contou com uma feliz coincidência: o produtor rural, Aldemar Henz, cliente da Augustin, que comprou uma cota pouco antes do sorteio, teve o prazer de ser o único sorteado no sorteio principal, entre mais de 600 cotas aptas à participação. Além das entregas de máquinas, houve sorteio de brindes, jantar e uma apresentação musical da dupla Cézar & Paulinho. O Consórcio Nacional Massey Ferguson atua há mais de 30 anos no segmento e entregou mais de 50.000 bens no período. A administradora está instalada na cidade de Itu, em São Paulo, e conta com uma equipe altamente qualificada para aten-

Bittencourt, Aldemar Henz e Márcio Kilpp

110

Revista do Produtor Rural

der a alta demanda por consórcios, que cresce a cada ano. O assistente comercial do Consórcio Nacional da Massey Ferguson na região de Guarapuava, Alex Moser, explica que o consórcio nacional é um grande diferencial que faz com que o produtor tenha acesso a novos maquinários e com entrega garantida. “Como o consórcio pertence à fábrica, proporcionamos uma condição especial de compra, em que é feita a aquisição de bens em até 120 meses sem juros”. Na BIG Assembleia realizada foram entregues máquinas que totalizam um montante de aproximadamente 17 milhões de reais. A fábrica garante a entrega rápida, independente do saldo. “O cliente compra a cota de consórcio e na contemplação o processo é muito simples, o próprio bem fica como garantia”, explicou Moser. O gerente de vendas da Augustin, Márcio Kilpp, conta que foram vendidas 20 cotas de consórcio somente na noite do evento e em

Fotos: Monicolor

Consórcio Nacional Massey Ferguson e Augustin entregam 150 máquinas em uma noite

Carlito Eckert (Diretor Nacional de Vendas Massey Ferguson), Paulo Finger (Sócio Diretor da Augustin) e Cláudio Chiminazzo (Diretor Geral do Consórcio Nacional Massey Ferguson)

todo o período o montante de vendas aproxima-se de 100 cotas. “O evento foi muito positivo. Além de vendas e números, também aproximou-se mais o cliente de Guarapuava e região com a marca Massey”.



Profissionais em destaque

Anderson Rochoctzki Assistente técnico coml. TIMAC AGRO

Fernando Mayrer RTV Agroceres

Nilceli Martins e Ivanildo Carvalho - Algomix

Lucas Silva Ihara

Cezar Paiva, Julien Witzel, Marcelo Lontro e Felipe Vaz - Bayer CropScience

Jackson H. Novakowiski, Fernando Luchetti, Juliano Gonçalves e Luis Ricardo Campos de Lara - Basf

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Giovani Schavini e Patrick Bertelli - Agrícola Colferai

Wesley Buco e Marcos Bolçone Cheminova

Pedro Zanon, Guilherme Nakao, Vinícius Ducat e Vinícius Pavoski - Dupont

Revista do Produtor Rural

Paulo Leusch e Mário Gans Agropantanal e Compo

Thiago Freitas, Roberto Müllerleily, Leonardo Silva, Gustavo Fedrizzi e Hamilton Jr - Agrifield

Luciana de Queiroga Bren e Luciana Batista - Sindicato Rural e Grupo Agrass

Cleiton Luis Ribeiro Leite,Patrícia de Oliveira,Camila H. Ribeiro,Luiz Guilherme Ribeiro,Luiz Felipe Ribeiro, Wesley Cristo - Tecsolo

Os irmãos agrônomos - Mauricio Antonio Papi e José Roberto Papi

Valdecir Balhuk e Jeferson Heisser Agrishop Soerensen e Eurolatte

Alvady Mattei e Gustavo Krüger Barreto - Fapa

Rafael de Souza, Evaldo Hansisaul, Manfred L. Schmid e Jhony Moller Agrotis

Robson de Paula e Pelisson Kaminski - Dupont Pioneer

Fernando Félix, Fabrício Povh e Jeferson Rezende - Inquima e Fundação ABC

Ralph Sahd Jobbins e Feliphe Dalchiavon - FMC

Rodrigo Roman e Leandro Bren - Cooperativa Agrária/FAPA


Profissionais em destaque

Cleber Bin e Mário Monferdini - Yara

Augusto Krüger, João Ratti, Ciro Souza, Thiago Menezes e Jean Camargo - Fertilizantes Heringer

Edeandro Dezevecki e Fábio Costa - ZA Automação

Gelton Araújo e Giovani R. Kong John Deere - Paraná Sistemas

Murilo Ribas - Sind. Rural de Guarapuava, Dirceu de Oliveira - Pref. de Pinhão, Orlei Diogo - Sec. de Adm. de Pinhão e José Carlos Almeida - Sec. de Planejamento de Pinhão

Valdir Silveira e Emanuel Souza DAB Fertilizantes

Produtores em destaque

Luiz Lucchesi e José Roberto Papi Federação dos Engenheiros Agrônomos do PR e Aeagro

Novos sócios

Marcelo Ferreira Ransolin Roberto Cunha, Rodolpho Luiz W. Botelho e Sueli Karling

Fábio Sampaio e Lucas Garcia Biogénesis Bagó

Pedro Cordeiro

Pedro Gustavo Santos Mendes

Emiria Nakano

Cícero Lacerda

• Pedreira Pérola LTDA – Grupo DALBA • Antonio Lucchin Nereu Pedro Battistelli

Heinrich Stader

l Rura o ç a [Esp Teens] & Kids Foto:Helena Krüger

Aparecido A. Grosse, Cláudio M. de Azevedo, Lucas Azevedo e Murilo Ribas

Josias Schulze

João Arthur Barbosa Lima, Anton Gora, Samanta Pineda e Brahma

Luís Carlos Valtrin

Yasmin e Kaleb Duhatschek Filhos de Katherine e Raimund Duhatschek José Rezende Neto 15 anos, filho de Leila e Jeferson Rezende

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Novembro

01/11 01/11 01/11 01/11 02/11 02/11 02/11 02/11 03/11 03/11 03/11 04/11 04/11 04/11 04/11 04/11 05/11 05/11 05/11 05/11

Egon Heirich Milla Helmuth Mayer Raimundo Gartner Rodrigo Schneider Gunter Winkler Johann Wolbert Laura Marlene Bastos Alves Theresia Jungert Dionisio Burak Evaldo Anton Klein Karl Keller Ana Celia de Araujo Antonio Schramm Cleverson Atalibe Martins Eunice Maria Scheis Keller Joao Laertes Ribas Rocha Antonio Carlos Ribeiro Burko Carlos Alberto Dipp de Castro Luciane Silvestri Araujo Rubens Lopes de Araujo

06/11 06/11 06/11 07/11 08/11 08/11 08/11 09/11 09/11 10/11 11/11 11/11 11/11 11/11 12/11 12/11 13/11 13/11 13/11 14/11

Egon Winkler Franz Weicher Junior Jocelim A. das Neves Luiz Carlos Mendes de Oliveira Anderson Lineu Martins Irene Elisabeth Remlimger Josef Spieler Osmar Antonio Dalanora Vinicius Rocha Camargo Mariana Martins Marcondes Alaor Lopes Fritz Cesar Pedro Zambenedetti Ribas Gilberto Baroni Sidinei Denardi Harry Mayer Rachel Maria Naiverth Cicero Passos de Lacerda Heinrich Vollweiter Rozeli Araujo Oliveira Deodoro Araujo Marcondes

15/11 15/11 15/11 15/11 16/11 17/11 17/11 17/11 17/11 17/11 17/11 18/11 18/11 19/11 20/11 20/11 20/11 20/11 21/11 21/11

Jaime Tonon Leonardo Obal Otto Martin Ritter Vicente Mamcasz Valerio Tomaselli Aldoino Goldoni Filho Alfredo Szabo Antonio Cassol Bruno Armstrong De Araujo Miguel Wild Ronald Oster Alexandre Seitz Joao Pfaff Pertschy Luciano Koloda Cilton Ribas Edson Jose Mazurechen Etelvino Romano Portolan Francisco dos Santos Daniel Giorno Nascimento Mario Losso Kluber

21/11 22/11 23/11 23/11 24/11 25/11 25/11 26/11 26/11 26/11 27/11 28/11 28/11 28/11 29/11 29/11 30/11 30/11 30/11 30/11

Ruy Jorge Naiverth Jose Carlos Lustosa Andre Szendela Aristheu Rieckel Edemar Balkau Anton Gottfried Egles Rodolfo Wolbert Antonio Lineu Martins Joao Maria Siqueira Ribas Maria Aparecida Lacerda Araujo Ozias Schineider Alfredo Jungert Raimund Helleis Vania Elisabeth Cherem F. De Melo Karl Heinz Laubert Filip Priscila Klein George Karam Joarez Santana Nunes De Oliveira Joicimar Antonio Centofante Josef Dettinger

Dezembro

Aniversariantes

01/Dez 01/12 01/12 01/12 01/12 01/12 02/12 02/12 02/12 02/12 02/12 Chiaro 03/12 03/12 03/12 04/12 05/12 05/12 05/12 05/12 05/12 05/12 07/12 07/12

Allan Kardec O. Lopes Filho Joao Afonso Fontoura Bilek Klaus Kratz Luciane Werneck Botelho Maria Danieli dos Reis Maria de L. Scheidt Mader Arion Mendes Teixeira Claraci Borges Claudia Scherer Korpasch Gilson Schimim Mendes Roselinda de Fatima Nunes

07/12 08/12 08/12 08/12 08/12 08/12 08/12 10/12 10/12 10/12 10/12 11/12 11/12 12/12 12/12 12/12 12/12 13/12 13/12 14/12 15/12 15/12 15/12 15/12

Franz Milla Ii Daniel Peruzzo Everton Roosevelt Bernini Ludmila Eder Maricler Regina Nervis Solange Maria Schmidt Valdomiro Bodenar Anderson Mendes de Araujo Irene Fernandes Silverio Filiposki Jose Canestraro Rodolpho Luiz Werneck Botelho Eliseu Schuaigert Marcos Tiago Geier Natanael Morgenstern Pacheco Pedro Cordeiro Pedro de Paula Xavier Valdir Cesar de Moraes Lima Nelci Terezinha Mendes Do Valle Newton Schneider Alexandre Utri Elmar Remlimger Francisco Seitz Johann Reinhofer Osmar Karly

15/12 16/12 16/12 17/12 18/12 18/12 19/12 19/12 19/12 19/12 20/12 20/12 20/12 20/12 20/12 21/12 21/12 21/12 21/12 21/12 22/12 22/12 23/12 23/12

Roland Milla Francisco Jose Martins Maria Ap. Cordeiro Lacerda Roberto Sattler Christoph Ritter Joao Sueke Sobrinho Alberto Stock Eva Becker Jamil Alves de Souza Luciano Chiott Erich Egles Joao Francisco Abreu Ribas Josef Duhatschek Tiago Pacheco Stadler Ulrich Thomas Leh Edson Rodrigues de Bastos Felipe Martins de Almeida Gerhard Temari Josef Emanuel Buhali Romualdo Prestes Kramer Herold Pertschy Luiz Carlos Sbardelotto Caroline Lustoza Wolbert Elevir Antonio Negrello

23/12 23/12 23/12 23/12 24/12 25/12 25/12 25/12 25/12 25/12 25/12 26/12 26/12 26/12 27/12 28/12 28/12 29/12 29/12 29/12 30/12 31/12 31/12 31/12 31/12

Fabiano Rovani Geraldo Natal Ceccon Nilso Granoski William Schramm Zanoni Camargo Buzzi Emanoel N. Silvestrin Jose Augusto de Moraes Barros Josef Wild Sebastiao Elon Cavalheiro Stefan Fassbinder Wendelin Hering Filho Guilherme de Paula Neto Josias Schulze Rafaela Mayer Wilmar Schneider Cleber Dall’ Agnol Elton Thives Araujo Egon Scheidt Eponina Werneck Ceneviva Karin Katharina Leh Cristiano Binsfeld Adelheid Klein Knesowtsch Arno Silvestre Muller Marcio Mendes Araújo Rosita Praetorius de Lima Malinoski

Daniel Jose Loures Elcio Dobgenski Odacir Antonelli Ruy Laureci Alves Teixeira Blacardini Fritz Gadotti Erna Teresa Milla Jefferson Jose Martins Joao Paz França Siegbert Nauy Telcio Granemann Fritz Anton Egles Ewald Mullerleily

Confira a agenda de eventos agropecuários: Festival Gastronômico Carne de Cordeiro Cooperaliança 08 de novembro - 20h30 Pahy Centro de Eventos Guarapuava/PR Ingressos e informações: (42) 3622-2443

Mostra Cultural da Unicentro Resultados de Oficinas 21 de novembro (música) 26 de novembro (teatro) Horário: 20 h Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava Informações: (42) 3623-1115 e 3622-2443

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Revista do Produtor Rural

IV Noite das Batatas

Tomate Show

09 de novembro - 20h30 Guaíra Country Clube Ingressos e informações: (42) 3035-7933 ou (42) 3623-1115

19 de novembro Castro’s Park Hotel - Goiânia - GO

1º Foro de Agricultura de America del Sur Curso de preparo de massas SENAC 18 a 22 de novembro Local: Cozinha do Sindicato Rural de Guarapuava Inscrições e informações: 42- 36232842 ou http://www.pr.senac.br/ cadastro_web/index_verifica_se_aluno.asp?pg_ ant=interesse&uc=7&tc=201300102

21 e 22 de novembro Hotel Bourbon Cataratas Convention Foz do Iguaçu – PR Mais informações: www.agrooutlook.com

XXVIII Congresso Brasileiro de Agronomia 19 a 22 de novembro Av. Historiador Rubens de Mendonça 491, Terraço, Prédio CREAMT, Bairro Araés - Cuiabá - MT



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Revista do Produtor Rural


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