Rev prod rural 40 web

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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VII - Nº 40 - Dez-13/Jan-14 Distribuição gratuita


Guarapuava | Marechal Floriano Peixoto, 2110 - Centro - 3623 8663 Pinh達o | Av. Trifon Hanysz, 131 - Centro - 3677 3772 Pitanga | Av. Brasil, 861 - Centro - 3646 1966


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Manchete

Trigo e cevada surpreendem!

Pesquisa

O melhoramento genético e a evolução da produção de suínos

Novas Fronteiras Em terras vermelhas...

Parceria

Sindicato e Unifora: apoio na hora de preencher o CAR

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Viagem técnica

50

Meio ambiente

Produtores rurais americanos visitam Guarapuava

Gestão do lixo no campo

76

Comunicação

86

Nelore

Guarapuava recebe Expedição Soja Brasil

Em busca de campeões


editorial ISSN 1984-0004

[expediente] DIRETORIA: • Presidente: Rodolpho Luiz Werneck Botelho • 1º Vice presidente: Josef Pfann Filho • 2º Vice presidente: Anton Gora • 1º Secretário: Gibran Thives Araújo • 2º Secretário: Luiz Carlos Colferai • 1º Tesoureiro: João Arthur Barbosa Lima • 2º Tesoureiro: Jairo Luiz Ramos Neto • Delegado Representante: Anton Gora • Conselho Fiscal: - Titulares: Ernesto Stock, Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes E Lincoln Campello - Suplentes: Roberto Hyczy Ribeiro, Alceu Sebastião Pires de Araújo e Cícero Passos de Lacerda Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Editora-Chefe: Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)

Redação: Helena Krüger Barreto Luciana de Queiroga Bren Manoel Godoy Colaboração: Geyssica Reis Fotos: Assessoria de Comunicação SRG / Luciana de Queiroga Bren / Helena Krüger Barreto / Manoel Godoy Projeto Gráfico e Diagramação: Roberto Niczay Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.

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Revista do Produtor Rural

Fim de ano, nova safra!

O

ano termina, mas 2014 chega com novas perspectivas para o setor agropecuário. Uma safra que se inicia, eleições e até uma Copa do Mundo no Brasil. 2013 foi um bom ano, não podemos reclamar. Em Guarapuava, mesmo com a neve que atingiu a região no mês de julho, os estragos foram poucos. O setor segue forte, embora alguns gargalos (logística, infraestrutura, estradas) permaneçam sem novidades. Nossa manchete de capa (Trigo e cevada surpreendem) traz um balanço sobre a safra de inverno e perspectivas para a safra de verão. Embora as perspectivas para 2014 sejam interessantes, o produtor rural precisa pensar a médio e longo prazo, deixando de lado a euforia exagerada. No resumo das ações do Sindicato Rural de Guarapuava, fechamos mais um ano de cursos, palestras, treinamentos, eventos culturais e ações sociais. Também foram muitas reuniões, congressos, seminários e viagens técnicas. Estivemos presentes nas principais discussões relativas ao setor na capital do Estado e em Brasília, representando nossos mais de 1.000 associados. Nossa revista conquistou o primeiro lugar no Prêmio Franz Jaster de Comunicação, realizado pela Cooperativa Agrária, com apoio da Unicentro, com a reportagem WinterShow nota 10! e também o primeiro e segundo lugar na categoria Fotografia. Premiações que repercutiram em todo o Estado. Agradecemos a parceria constante dos nossos leitores e anunciantes. Agradecemos o empenho dos diretores da entidade, que voluntariamente, representam e defendem a classe. Agradecemos o trabalho dos colaboradores e a confiança dos associados. Desejamos a todos um feliz Natal, com muita saúde, paz e alegria. Que 2014 seja um ano de altas produtividades e rentabilidade para o pequeno, médio e grande produtor rural! Boa safra, boas festas e boa leitura!

Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava


fmcagricola.com.br

Guarapuava.

A cada amanhecer sua terra é preparada para crescer.

A terra que faz o progresso, também é o chão que abriga. A planta que floresce, faz renascer, a cada dia, o futuro da cidade.

Uma homenagem da FMC aos 194 anos de Guarapuava.


Caixa de Entrada

Para: Sindicato Rural de Guarapuava Para: Sindicato Rural de Guarapuava De: Rui Carlos Pereira Lima “Necessitamos urgentemente que nossos políticos, através do deputado Cezar Silvestri reivindique verba para o alargamento da Estrada do Goioxim. Pelo menos asfaltar o acostamento. Atualmente a pista de rolamento possui apenas 4,5 metros de largura. Constantes acidentes,tombamentos de veículos e mortes estão ocorrendo nesta rodovia. Aumentou o tráfego de bitrens carregando toras inviabilizando o trânsito”.

De: Nadiel Pacheco Kowalski, N.P.Kowalski & Cia Ltda Consultoria em Comunicação, Organização de Eventos, Relações Comerciais e Institucionais, Cooperativismo, Turismo Técnico Emissivo e Receptivo - Castro/PR “Em nome do grupo Illinois Young Leaders agradeço a oportunidade da visita, troca de ideias e experiências. Tudo contribuiu para que o tour fosse uma verdadeira experiência de vida para os participantes. As avaliações sobre o roteiro técnico ao Paraná foram altamente positivas. O Illinois Farm Bureau abre as portas para eventuais visitas de produtores brasileiros quando de viagem aos EUA. Até uma próxima oportunidade”.

Prêmio

Franz Jaster A Revista do Produtor Rural do Paraná recebeu muitas mensagens (por e-mail e facebook) de parabéns pelo 1º lugar no Prêmio Franz Jaster de Comunicação, promovido pela Cooperativa Agrária e Unicentro. Aqui, publicamos alguns, agradecendo o carinho de todos.

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados [fabio.

Cândido Bastos - Agropantanal

“Parabéns Luciana! Transmita nossas felicitações aos demais colaboradores”.

“Tivemos a honra de participar da primeira edição da Revista do Sindicato Rural acreditando nesse importante veículo de comunicação do agronegocio de nossa região. Parabéns a todos os jornalistas por esse prêmio e que continuem sempre tendo esse sucesso!”

decker@brturbo.com.br]

Felipe Correia - X Comunicação “Parabéns pela conquista!”

Márcio Geraldo Schafer - Paraná Silos Representações “Caros é com muita satisfação que recebo o e-mail exaltando o prêmio recebido. Parabéns novamente pelo excelente e dedicado trabalho despendido nesta publicação”.

Luciane Werneck Botelho “Parabéns!! A revista é muito boa mesmo e a qualidade do material também é excelente!!”

Yara Maria B. Vieira “Aos jornalistas e Sindicato de Guarapuava nossos parabéns ! “

Luciana Quéthleman - OR Sementes “Parabéns Lu, você a sua equipe merecem!”

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Revista do Produtor Rural

Josias Schulze Parabéns pelos resultados alcançados. Vocês realmente fazem um excelente trabalho. Por isso a Revista Produtor Rural tem o alto padrão de qualidade que apresenta a cada edição”

Samuel Z. Milléo Filho - Ocepar “Luciana, que legal, parabéns, mostra a qualidade do seu trabalho e de sua equipe”.

Klaus Pettinger, Assessoria de Marketing Cooperativa Agrária Agroindustrial “Agradecemos pelo prestígio dado à nossa primeira edição do Prêmio Franz Jaster e parabenizamos mais uma vez o Sindicato Rural de Guarapuava pelas conquistas - o reconhecimento ao trabalho da sua equipe por meio do prêmio foi mais do que justo! Também colocamo-nos sempre à disposição e até a próxima edição do prêmio e do WinterShow”.


Artigo

Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná

Cultura do milho na região de Guarapuava

A

agricultura em Guarapuava começou com o trigo. A cultura foi o objetivo da colonização de Entre Rios. Mas como faltava tecnologia de produção, as frustrações foram eminentes. Na procura de alternativas, começou-se a plantar o arroz, e concomitantemente, iniciou-se a pesquisa para desenvolver a tecnologia de produção de trigo. Com o desenvolvimento da tecnologia, seu cultivo se viabilizou. Em 1968 a soja foi introduzida, formando o binômio trigo-soja, com todas as suas conseqüências negativas, principalmente a erosão. Com o incentivo da Antarctica, introduziu-se a cevada, depois veio a cultura da aveia, mas faltava a tecnologia de rotação de culturas. Para responder essa pergunta, foi instalado em conjunto com a Embrapa um ensaio de rotação. Tínhamos três culturas de inverno e apenas uma de verão, que era pouco. Procuramos, então, outras alternativas. O arroz era inviável por falta de herbicidas. Outras culturas não tinham mercado. A única alternativa que sobrava era o milho, cultura que já vinha sendo fomentada na Batavo, Castrolanda e Arapoti, devido a criação de aves, suínos e leite naquelas regiões. Em Guarapuava, o milho era cultivado apenas na roça, denominado milho de toco e não existiam máquinas de plantio colheita, herbicidas, mercado. Mas era a única alternativa com possibilidades de ser introduzida ou que apresentava um futuro. Dessa forma, foram concentrados esforços na sua introdução e desenvolvimento. A Agrária, com a sua visão de futuro, foi um dos seus maiores incentivadores. Na mesma época, estava sendo implantado o plantio direto. Com duas culturas de verão e três de inverno, conseguiu-se, na pesquisa, estabelecer um excelente sistema de rotação, formando um pacote tecnológico altamente promissor. Contudo, as dificuldades eram muitas.

Não existiam máquinas para plantar milho. As primeiras tentativas foram com as máquinas convencionais que se plantava trigo, cevada, aveia e soja, mas a distribuição de sementes era péssima. Nessa mesma época, estavam sendo desenvolvidas máquinas de plantio direto máquinas para plantar milho. Herbicidas existiam apenas as atrazinas e simazinas, com todas as suas dificuldades de aplicação que necessitavam de solos úmidos para funcionarem, já que eram pouco solúveis. Nessa época, também começaram a surgir os primeiros híbridos, lembro do Pioneer 6875, que foi um sucesso, elevando a nossa produtividade para 7000 kg/ha já no início. Mas havia dificuldades de sementes, alguns produtores tentaram multiplicar as sementes híbridas, sem sucesso. Felizmente não havia pragas e doenças significativas naquela época. A próxima dificuldade foi a colheita. Não existiam plataformas para a colheita de milho. No início, tentou-se colher com as plataformas normais, o que era impossível, devido a fragilidade da plataforma para uma cultura com canas grossas e muita matéria seca. Na tentativa de solucionar o problema, os irmãos Scherer tentaram desenvolver uma plataforma, adaptaram plataformas normais, mas que ainda recolhia plantas inteiras. Melhorou a colheita, mas o rendimento era muito pequeno, porque recolhia a planta inteira e era muita massa para a colhedeira processar. Com o tempo, surgiram então as plataformas próprias para o milho. A próxima dificuldade foi pós colheita. O que fazer com essa palha de milho? Mesmo porque o plantio direto ainda estava sendo desenvolvido. A palha não era inflamável, não podia ser queimada. Tentou-se incorporar a palha, alguns produtores compraram tratores potentes com grades pesadas, denominadas de Romi. Mas o uso desses tratores com as grades pesadas, além de não incorporar a palha, ainda compactava o solo, causando problemas de erosão.

A armazenagem do milho era outro problema. Guarapuava e as cooperativas não tinham armazéns suficientes. Pelo seu alto volume, foi necessário construir armazéns rapidamente. Faltava, porém, capital para investimento. Assim foi aumentada a taxa de capitalização do milho na Agrária para 2%, para viabilizar os novos investimentos necessários. Passo a passo, com a ajuda da pesquisa, do desenvolvimento de máquinas, do surgimento de um mercado, com um trabalho intenso de cooperação com as cooperativas holandesas, as dificuldades foram superadas e o milho se tornou uma cultura altamente viável. Assim se estabeleceu um sistema de plantio, que viabilizou todas as culturas, possibilitou um melhor aproveitamento de máquinas, diluindo custos e racionalizando a mão-de-obra. Esse sistema é moderno até hoje. Com a consolidação da cultura do milho, a Agrária projetou a fábrica de ração e começou-se os estudos de diversificação da produção animal, para o consumo do milho. Os projetos de diversificação não prosperaram, por falta de cultura, de mão de obra, de vontade política. Nenhuma empresa de integração de produção de frangos, suínos ou leite se mostrou interessada em investir em Entre Rios. Apesar da oferta de matéria prima, milho, soja. Situação que persiste até hoje. Continuamos exportando milho, soja, sem agregar valores em nossa região. Esperamos que em breve surjam empresários interessados em investir em Guarapuava, pois hoje, além da matéria prima, temos cursos profissionalizantes do SENAR e temos a Unicentro que pode preparar a mão-de-obra necessária. Falta apenas o incentivo do município em despertar o interesse dos empresários e coordenar ações para que a agroindustrilização se torne uma realidade em Guarapuava, gerando riquezas e desenvolvimento.

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Projeto Identidade Sindical 2013 Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços

BetoAgro AGRONEGÓCIOS 30% em cursos oferecidos pelo escritório

10% nas prestações de serviços

10% em todos os serviços prestados

10% em todos os serviços prestados

15 % em acessórios e serviços

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

5% sobre valor final da negociação

3% de desconto adicional para compras à vista

10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B

10% camping, pesca, piscina e carabinas de pressão

3% no final da negociação

10% em toda loja

15% no valor do curso

10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade

Tecnologia, Saúde e Outros

5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos

15% na realização de exames radiográficos

3% em peças e serviços e 3% na compra de veículos à vista sem troca

Descontos em exames

Benefícios para associados

10% nos procedimentos do salão e 15% nos procedimentos estéticos e terapêuticos (à vista)

3305-3839 / 8861-6346 Benefícios para associados

5% em serviços ou equipamentos

17 % de desconto em sessões de Acupuntura

10% nas consultas de nutrição e fisioterapia; 5% nos pacotes e palmilhas; 5% no serviços de home care. Exceto exames.

10% à vista

Insumos Agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

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Revista do Produtor Rural

1% em produtos IHARA BRÁS S/A

3% em toda linha de insumos agrícolas

3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos


resente Produtor rural, ap Sindicato a carteirinha* do descontos Rural e obtenha : nos locais abaixo

* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.

Máquinas e Implementos Agrícolas

Produtos Veterinários / Agroveterinárias

3% à vista ou cartão de débito e 2% a prazo ou cartão de crédito; exceto vacina aftosa e produtos de promoção

5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais

3% a vista na compra de suplementos para equinos produtos nutrição gado de leite - Supra

Bonificações em produtos

5% nas compras realizadas na loja

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores e renovador de pastagens

5% à vista, exceto para produtos promocionais

CANDÓI Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

Serviços

5% sobre valor final da negociação

3 % nos produtos da loja

Material de construção 6%, movéis 8%, casa pronta 11%.

Saúde

5% toda linha de medicamentos

CANTAGALO Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista

10% em medicamentos veterinários em geral

Materiais, Assessorias e Serviços 5% sobre valor final da negociação

5% na compra de todos os produtos

Saúde 20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

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Trigo e cevada

Fotos: Manoel Godoy

Manchete

Propriedade de Reni Kunz, refletia colheita em meados de novembro: máquinas a todo vapor.

surpreendem!

Safra revelou boa produtivdade nos cereais de inverno: cerca de 5 mil kg/ha no trigo e 6 mil kg/ha na cevada - aveia e canola sentiram os efeitos do frio.

Manoel Godoy (Da Redação)

N

um ano em que o frio foi de uma intensidade atípica no Sul do Brasil, era natural que aumentasse a expectativa em torno das safras de inverno, como trigo, cevada, aveia e canola. E ainda mais na região de Guarapuava, onde se costuma registrar, todos os anos, algumas das mais baixas temperaturas do Paraná. Operíodo foi caracterizado, em grande parte, por preocupação com a chuva no início da semeadura, em junho,e com aneve seguida de geadas fortes, em julho.Mas o calendário local de plantio, um

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Revista do Produtor Rural

pouco mais tardio do que em outras regiões, devido a clima, altitude e latitude, ajudou algumas culturas. Ainda assim, o inverno 2013 traria uma safra de surpresas e contrastes, em Guarapuava e outros 11 municípios do centro-sul paranaense. Dados da regional da Secretaria de Estado da Agricultura mostram que, em um dos extremos, no trigo,o frio afetou apenas 1,6% dos cerca de 56,3 mil hectares e, em 10%, a previsão inicial de produção.Safra final em torno de 175 mil t. Quem esperou por uma trégua nas precipitações pluviomé-

tricas para semear o cereal, implantando as lavouras no final da correta janela de plantio, obteve bons resultados. Quando veio o frio, as plantações estavam em desenvolvimento e suportaram a situação. Os poucos que arriscaram partir para a triticultura já em maioenfrentaram severa frustração. No outro extremo, na canola, a geada prejudicou 60% dos 4.700 hectares, reduzindo em 80% a estimativa da colheita, que ficou em 1.330 toneladas. Na aveia branca, o impacto foi de 24% na área de 7,4 mil hectares, o que baixou a


Hermine Leh: maiores produtividades em 2013

Hermann Karly: apostando tudo na cevada

produção em 33%, com encerramento em cerca de 12,3 mil t. Na aveia cobertura, por não ser lavoura comercial, a Seab não dispõe de números, mas informou haver relatos informais de casos de perdas totais ou severas. Na cevada, o brilho dourado das lavouras sob o sol de outubro refletiu como nunca a situação da cultura: o cereal vem demonstrando que tecnologia de ponta, aplicada no campo de acordo com o manejo recomendado, gera produtividade. Nos 35,6 mil hectares, não se registrou perdas significativas, e a colheita ficou em aproximadamente 137 mil t. Chefe da regional da Seab, Arthur Bittencourt Filho, ouvido pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL, avaliou a safra como “bastante positiva”, já que o clima do período pouco afetou a produtividade do trigo e da cevada. E chegou a afirmar que a safra daquelas duas culturas, neste ano,“deverá ser melhor do que a anterior”. Além disso, salientou que os preços do trigo estão também mais favoráveis:patamar de R$ 43,00 (saca de 60kg) em novembro de 2013, em comparação aos R$ 34,00 vigentes no mesmo mês de 2012. Bittencourt Filho diz acreditar que, para 2014, possa haver uma elevação da área de triticultura nos 12 municípios abrangidos pela regional da Seab. No campo, no momento da colheita, produtores se mostravam satisfeitos com os resultados do trigo e da cevada. Os

primeiros talhões demonstravam boas produtividades. Em suas propriedades, nas proximidades de Candói, Hermine Leh avaliou que o clima transcorreu bem durante o período, ajudando a cevada, o trigo e a aveia. O céu azul também favorecia os trabalhos de início da colheita. Em seu caso, no trigo, a decisão foi manter a mesma área do ano passado. A produtividade de 2013 ficou em torno de 4,2 mil kg/ha, superando a do ano passado, quando clima seco e granizo em cerca de 250 hectares levaram a uma média de apenas 2,4 mil kg/ha. Na cevada, a área aumentou. A produtividade também, passando de média de 3,7 mil kg/ ha para 4,4 mil kg/ha em números finais. Na região de Gua175.000 rapuava, Hermann Karly também aproveitava a mesma tarde 56.300 de sol para acelerar a colheita em sua propriedade. Adepto do cultivo de trigo e cevada no inverno, ele contou que, em 2013, TRIGO pela primeira vez em seus 34 anos como agricultor, decidiu cultivar somente cevada. “Ano passado, tivemos

Reni Kunz: perda na canola, mas alegria com o trigo

INVERNO 2013

137.000

Área em hectares Produção em toneladas 35.600 12.330 7.400

CEVADA

AVEIA BRANCA

Verão 2013/2014 Estimativa Soja Milho

4.700

1.330

CANOLA

773.850 750.750

238.000

97.500

ÁREA EM HECTARES

PRODUÇÃO EM TONELADAS

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um prejuízo muito grande com trigo e no início do ano não houve uma perspectiva boa de preço”, justificou. Ao mesmo tempo em que lembrou que as cotações melhoraram e que agora,“infelizmente”, não dispunha daquele cereal, ele ponderou que na cevada a área aumentou e disse esperar que uma decisão possa compensar a outra. Na lavoura, era este por sinal o quadro. Com sorriso constante, deixando entrever a produtividade dos primeiros talhões colhidos, Karly fez uma retrospectiva otimista:“O ano, aparentemente, começou muito complicado. Tivemos um período de chuva muito forte (no plantio). Mas o ano se corrigiu. A natureza é sempre muito generosa e nós estamos, hoje, esperando uma safra muito boa”, acrescentou, considerando que os números iniciais até surpreendiam. A média de produtividade, que ano passado girou em torno de 4,8 mil kg/ha, ele estimou que poderia chegar a mais de 5 mil kg/ha. “Agora depende só de São Pedro, que nos deixe colher. Mas, se deixar, acho que vai ser uma safra fantástica”, concluiu com bom humor. E a esperança se concretizou mesmo: no cálculo final, média entre 5,6 mil a 5,7 mil kg/ha. Numa fazenda próxima às regiões de Candói e Goioxim, o produtor Reni Kunz, que como boa parte dos agricultores do centro-sul paranaense dedica de 30% a 40% da área para culturas de inverno, encerrava a colheita de trigo no dia 26 de novembro. Com resultado acima das expectativas. “Esta está sendo uma das melhores safras em termos de produção”, definiu, atribuindo o êxito à chuva do período de plantio. Como o clima úmido obrigou a adiar a semeadura em

Hoje, a relação é de 3,7 sacas de milho por saca de soja” Dirlei Manfio – Seab /Guarapuava

2013/2014:

mais soja, menos milho

De acordo com estimativa preliminar da Seab em Guarapuava, a safra de verão 2013/2014, no conjunto dos 12 municípios abrangidos, terá mais soja e menos milho. A oleaginosa registrará expansão de 5%, com 238 mil hectares, e volume previsto em 773.850 t. A área de milho cai 10%, ficando em torno de 97,5 mil hectares (97% plantados, em 28 de novembro), com produção de 750.750 t (embora alguns produtores possuam produtividades de 10 mil kg/ha ou mais, a média regional é de cerca de 7 mil Bittencourt Filho - Chefe da kg/ha). A razão deste cenário é o preço da soja, Seab/Guarapuava mais elevado. Técnico do DERAL, Dirlei Manfio, disse que, entre os produtores, é comum pensar num175.000 cálculo para saber se vale ou não a pena plantar milho: quando uma saca de soja vale mais do que 2,5 sacas de 137.000 milho, a cultura já deixaria de ser viável. “Mas hoje essa relação Área em hectares é de 3,7 sacas de milho por saca de soja”, relaProdução em toneladas 56.300 tou. Por outro lado, destacou que, em novembro deste ano, apesar dos bons preços da soja, 35.600 apenas 21% dos produtores da região haviam feito vendas por contrato futuro, contra 37% no 12.330 mesmo mês de 2012. Se no físico a cotação 7.400 é 1.330 4.700 maior, com R$ 70,00 (saca de 60kg), frente a Dirlei Manfio - Técnico do Deral R$ 56,00 no futuro, Manfio explicou que é preciso saber comercializar o produto. O melhor, preconizou, é “travar” um CEVADA preço que cubra os AVEIA BRANCA TRIGO CANOLA custos e ainda gere o lucro suficiente para a sustentabilidade econômica da propriedade, em vez de aposta que a cotação suba indefinidamente.

INVERNO 2013

Verão 2013/2014 Estimativa Soja Milho

238.000

97.500

ÁREA EM HECTARES

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773.850 750.750

PRODUÇÃO EM TONELADAS


alguns dias, as lavouras dele, como as de outros produtores, se encontravam em desenvolvimento no momento das geadas de julho, escapando dos efeitos da intempérie. “As condições de colheita também estão sendo favoráveis, estamos colhendo um trigo de boa qualidade”, declarou. A produtividade situou-se em 3,8 mil kg/ha. A expectativa de rentabilidade na comercialização era boa, apesar de um aumento de custos com sementes e adubos. “Mas ainda os preços estão bem remuneradores”, disse, informando que naquele dia a cotação girava em torno de R$ 42,50 a saca, tipo 1 (pão). Na cevada, cultivada no âmbito do Programa de Fomento da Cooperativa Agrária, Kunz considerou que o resultado também

foi bom. A produtividade das lavouras, já com colheita encerrada, ficou em torno de 4,2 mil kg/ha. Porém, na canola, seus campos sofreram: os 100 hectares registraram perda total por causa das geadas dos dias 24 e 25 de julho. Para a safra 2013/2014, ele seguia realizando o plantio de soja logo após a passagem das máquinas da colheita do trigo. Mas, desta vez, o espaço destinado à oleaginosa de verão se expandirá, passando de cerca de 70% para 80% a área da propriedade – no restante, milho. “Hoje, o preço da soja está bastante bom, na faixa de R$ 70,00 (a saca), comparando com o milho, que está a R$ 18,00 – então, não precisa nem fazer conta, é só plantar soja”, concluiu Kunz.

É uma das melhores safras em termos de produção” Reni Kunz, produtor rural

Feijão: colheita iniciou em novembro No feijão, semeado em agosto para colheita em final de novembro, a Seab estima que a área de 23,8 mil hectares (80% preto e o restante cores) deverá produzir em torno de 40 mil t. Dos 12 municípios da regional, Prudentópolis é o mais forte no setor, com 60% da área. Segundo os primeiros números, do dia 28 de novembro, até aquele momento apenas 1% das lavouras havia sido colhido. A safra registrava perdas de produtividade, causadas por temperatura baixa nos primeiros dias do mês. No entanto, a Seab ressaltou que ainda era cedo para estimar se a colheita atingiria ou não as expectativas.


Agrometeorologia

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses

Luiz Renato Lazinski Meteorologista INMET/MAPA

As precipitações ocorridas em novembro continuaram seguindo o mesmo padrão irregular dos últimos meses, com totais acumulados abaixo da média na maior parte do centro-sul do Brasil. No Paraná, as precipitações ficaram abaixo da média na maior parte do Estado, principalmente nas áreas mais ao Norte, Centro e Leste. No Centro-Oeste, as chuvas foram mais abundantes e ficaram acima da média no Mato Grosso e Goiás. Já no Mato Grosso do Sul, as precipitações ficaram abaixo do normal. No Sudeste, as chuvas também ficaram abaixo da média em São Paulo. O solo no Centro-Sul do Brasil vem mantendo bons índices de umidade, mas em algumas áreas já começam a apresentar uma pequena deficiência. No Paraná, a umidade no solo também vem se mantendo em bons níveis, mas no Noroeste e em algumas áreas do Oeste já apresentam uma pequena deficiência hídrica. Nas áreas produtivas de grãos da região Nordeste, as chuvas também apresentaram uma distribuição muito irregular, com volumes abaixo da média para a época do ano. As temperaturas registraram valores muito próximos à média histórica, mas com os extremos se acentuando, intercalando períodos de temperaturas altas, com quedas acentuadas de temperatura. Nas demais regiões do Brasil, as temperaturas ficaram entre a média e ligeiramente acima. O comportamento das temperaturas das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial, durante o último mês, não apresentou nenhuma mudança significativa, permanecendo com o mesmo padrão, seguindo tendência de neutralidade dos últimos meses, como podemos observar na figura 01. Em escala global, essas condições climatológicas continuam indicando uma situação de neutralidade climática (nem “El Nino” e nem “La Nina”). Observando o prognóstico dos modelos climáticos em escala global, continua a tendência desta situação de “neutralidade” durante a primavera e verão, como podemos observar na sequência das figuras 02 a 05. As precipitações para os próximos meses devem continuar com volumes entre a média e ligeiramente abaixo do normal, seguindo este padrão de distribuição muito irregular, intercalando períodos curtos de precipitação, com períodos maiores com pouca ou nenhuma chuva, para o Centro-Sul do Brasil, devido à continuidade desta situação de neutralidade climática. Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas devem permanecer dentro da média, mas também apresentando um padrão de distribuição muito irregular. Nas áreas produtivas do Nordeste, as chuvas continuam com volumes abaixo da média no decorrer dos próximos meses. Com relação às temperaturas, a tendência é de continuarem dentro da média, ressaltando que ainda devemos continuar observando estas mudanças bruscas, principalmente nas áreas do Centro-Sul do Brasil. Nas demais regiões do Brasil, as temperaturas seguem com os valores dentro da média.

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Revista do Produtor Rural

Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, durante o período de 24.11.2013 a 30.11.2013. (Fonte: CPC/NOAA).

Figura 02 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar dezembro/2013. (fonte: CPC/NOAA).

Figura 03 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar Janeiro/2013. (fonte: CPC/NOAA).

Figura 04 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar fevereiro/2013. (fonte:CPC/NOAA).

Figura 05 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar março/2013. (fonte: CPC/NOAA).


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Cotidiano rural

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Mauro Biazi

natureza é pródiga!” – com esta afirmação, Eros Lustosa Araújo, produtor rural e aficionado por cavalos, definiu um caso raro e feliz que presenciou nos primeiros dias de novembro, em sua propriedade, a Fazenda Boa Vista, em Foz do Jordão. Uma égua manga-larga, de três anos de idade, que estava prenha pela primeira vez, “apareceu com dois filhotes”. Motivo para uma dupla comemoração. Não só porque, conforme frisou – e a ciência confirma –, é pouco comum que equinos gerem gêmeos, mas igualmente porque, mesmo quando isso acontece, raro também é que ambos os filhotes nasçam em perfeito estado. E no caso, os dois cavalinhos estão passando muito bem. A mãe, como quem soubesse das escassas probabilidades de um parto gemelar, cuida com dedicação redobrada de suas duas crias. “Ela tem um ciúme!... Não dá nem pra chegar perto. Ela já vai saindo, levando os filhotes para outro lado”, contou, com um sorriso, o feliz proprietário dos animais. Eros Lustoza Araújo observou que os dois recém-nascidos não são idênticos, já que um deles é menor do que o outro. Mas a alegria de vê-los é perfeita. Afinal, “isso nunca tinha acontecido”, conforme disse,

Eros Lustoza Araújo, com o animal que foi o pai dos dois potros gêmeos

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se referindo a sua propriedade (de outro caso do gênero, que ocorreu há muitos anos, ele até então só tinha ouvido relato). Além disso, segundo destacou, a geração de gêmeos aconteceu num animal manga-larga, sua raça predileta de cavalos – raça a qual se dedica, enquanto seus filhos preferem as que são mais voltadas ao trabalho de campo, como a crioula. Foi esta aptidão do manga-larga que angariou a predileção do produtor rural, que descreveu o temperamento desses equinos como mais manso, o que os caracteriza como mais apropriados para os passeios de marcha suave. Ouvido por nossa reportagem, o veterinário Ricardo Boese, de Guarapuava, que se dedica ao atendimento de equinos, comentou que partos gemelares se tornaram um pouco menos raros, hoje em dia, graças ao uso de algumas tecnologias. Mesmo assim, permanecem como fato incomum em equinos conduzidos de forma totalmente natural, como aconteceu na Fazenda Boa Vista. “Um caso desses, tendo em vista que o animal não foi tratado com hormônio, nem foi feita uma inseminação, é realmente muito raro”, disse o veterinário. “Tenho quase 15 anos de formado e acho que já vi isso umas duas ou três vezes naturalmente”, recordou. Ainda de acordo com ele, quando ocorre o fato, “o potro nasce um pouco menor do que o normal, ele não consegue ganhar tanto peso”, por ser gerado num espaço mais restrito, dividido com o irmão. “Às vezes, nascem animais mais debilitados, com problema de aprumo, às vezes, entorta uma pata ou a coluna – mas, nesse caso, nasceram os dois bem perfeitos, uma coisa realmente bem rara”, com-

Manoel Godoy

Gêmeos manga-larga: um caso raro e feliz

Ricardo Boese

pletou. Daqui para a frente, acrescentou o veterinário, o dono deve ter com os potrinhos os cuidados normais: “você precisa verificar se ele está mamando, se não mamou colostro, se está se alimentando bem. Uma coisa importante é o umbigo do potro: precisa ser queimado com iodo. O pessoal já tem uma certa experiência a respeito disso”. E se depender do proprietário, que até já fotografou os animais para registrar na memória da fazenda, cuidado e atenção também serão em dobro.


Soja

Novo fungicida da BASF alia controle da ferrugem asiática com aumento de produtividade em soja Orkestra™SC é o primeiro fungicida no Brasil com o ingrediente ativo Xemium®, a Carboxamida inovadora da BASF Composição do produto possui a molécula F500, que contribui para altos rendimentos e qualidade de grãos Orkestra™SC inaugura uma nova geração do consagrado Sistema AgCelence® Soja

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ferrugem asiática é uma das principais doenças que atacam a cultura de soja. Na última safra, que chegou a 81 milhões de toneladas (Conab), a cultura amargou prejuízo de US$ 1 bilhão apenas no estado de Mato Grosso, segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja). Para auxiliar no controle da doença, a BASF lança o novo fungicida Orkestra™SC , que alia o ingrediente ativo Xemium® - a Carboxamida de última geração da BASF – e a molécula F500, que

confere os benefícios AgCelence® ao produto. “A nova formulação contribui para o aumento da produtividade e reduz as perdas ocasionadas pela doença”, afirma Carlo Luz, gerente do Departamento de Marketing de Cultivos Extensivos da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil. Orkestra™SC possui ainda efeito curativo, agindo sobre os fungos em fase de desenvolvimento nas plantas. No entanto, a recomendação indica a utilização do fungicida de forma preventiva para proporcio-

nar maior controle, efeito residual e boa performance no manejo de importantes doenças, através das aplicações no início da fase reprodutiva da soja. Segundo o gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, Sérgio Zambon, o grande diferencial do produto está em seu ingrediente ativo Xemium®, que atua de modo diferenciado no sistema respiratório dos fungos, possibilitando a alternância de mecanismos de ação. “Essa característica auxilia no

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manejo da resistência dos fungos aos produtos existentes no mercado, elevando o controle das principais doenças“, ressalta. O ingrediente ativo já está presente em cerca de 30 países e agora chega ao Brasil. “O produto será a melhor opção para o agricultor no controle das principais doenças. A BASF mais uma vez atua como pioneira no Brasil, após ter introduzido e tratado cerca de 120 milhões de hectares com o consolidado fungicida Opera® ”, afirma Oswaldo Marques, diretor de Marketing da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil.

A estratégia de lançamento terá como prioridade o manejo da ferrugem asiática em soja para, no futuro, ser anunciado a um leque de outras 21 culturas. “Neste primeiro momento vamos trabalhar para impulsionar a produtividade da soja e, em seguida, iremos focar também nos demais cultivos”, explica Marques. Orkestra™SC será apresentado de acordo com o modelo de manejo integrado. O produto fará parte do Sistema AgCelence® Soja que, além do controle fitossanitário das principais pragas iniciais e doenças - desde

o tratamento de sementes com o fungicida e inseticida Standak® Top -, contribui para uma melhor transformação da água, luz e nutrientes em energia e grãos, melhorando a eficiência da planta e tornando-a mais produtiva, em função do ingrediente ativo F500. “Ao adicionar o Orkestra™SC ao Sistema AgCelence® Soja, a BASF alia o efeito fisiológico e controle de doenças do F500 ao poder da inovadora carboxamida da empresa, o Xemium®, que irá ampliar o espectro de doenças controladas e contribuir para rotação de ativos“, finaliza Carlo Luz.

Proteção de cultivos

Divisão de negócios agrícolas da BASF para o Brasil tem novo vice-presidente Francisco Verza

A

BASF anuncia a nomeação de Francisco Verza como vice-presidente da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil. Um dos desafios do executivo será atualizar o portfólio de produtos e maximizar a participação da companhia no mercado local. Formado em engenharia agrônoma pela Universidade de Agronomia de Paraguaçu Paulista (SP) e MBA pelo IBMEC, Verza está na empresa há quase trinta anos. De lá para cá, ele atuou nas áreas de Vendas e Marketing da divisão agrícola da empresa no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente. Em 2005, assumiu a vice-presidência da divisão de Tintas Industriais para Europa, África e Oriente Médio, além de ser o responsável Global pelo negócio de Energia Eólica dentro da mesma divisão de negócios. “Devido às tecnologias implantadas em prol de uma agricultura sustentável, o Brasil tem tido reconhecimento em várias partes do mundo, principalmente na Europa”, afirma Francisco Verza. “Estou muito contente em voltar as minhas raízes, isto é, trabalhar no meu país e poder contribuir para consolidar ainda mais a estratégia deste negócio”, finaliza Verza. Verza substitui Mauricio Russomanno, que ocupou a função durante três anos, e agora assume a diretoria comercial da Votorantim Cimentos no Brasil.

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Pesquisa

O melhoramento genético e a evolução da produção de suínos Coordenador Prof. Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Leandro Klimionte Carlos Rodolfo Pierozan Karina Petkowicz Fernando Corazza Costa

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evolução ocorre constantemente com todos os seres vivos, do mesmo modo que o homem saiu das cavernas e agora constrói edifícios a suinocultura também evoluiu, sendo o progresso genético um dos fatores que contribuiu para que os índices produtivos e de qualidade da carne dos

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animais melhorassem. Esse progresso tão rápido, levando em consideração o curto período de tempo em que ocorreu, se deve em grande parte ao melhoramento genético realizado. O melhoramento beneficia toda a cadeia produtiva. O produtor tem um custo menor de produção, pois seus animais

têm uma melhor conversão alimentar. A indústria frigorífica recebe, cada vez mais, animais dentro de um padrão de peso e conformação de carcaça similar, com maior porcentagem de carnes nobres. E o consumidor leva para casa um produto mais barato, de melhor qualidade, e muito mais saboroso.


Evolução genética no Brasil A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), criada em 1955, teve uma importância fundamental para a melhoria genética da suinocultura brasileira. Iniciou seu trabalho no Rio Grande do Sul e posteriormente avançou para outros estados, dentre os quais se destacaram Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Em 1958, após a banha produzida pelas raças nativas perder espaço para os óleos vegetais, teve início a importação de raças exóticas e controle genealógico dos suínos, com o objetivo de aumentar a produção de carne, diminuindo o custo. No início da década de 60 chegaram as raças brancas, Landrace e Large White, além de alguns exemplares da raça Pietrain. Com isso, os produtores já contavam com várias raças, o material genético nacional aumentou significativamente e deu origem aos animais que produzimos hoje no país. Porém, o marco inicial da melhoria foi em 1970, com a introdução do Teste de Progênie (TP) em alguns estados. Até então, essa melhora era devido à introdução de material genético novo por meio da importação de animais. Na mesma década, o número de sistemas de integração (associações entre produtor e indústria) aumentou e, junto com elas, a disseminação do material genético melhorado. Somado a isso, passou-se a utilizar fêmeas híbridas (F1) (ao invés de puras) para produção de animais para abate, aumentando assim a prolificidade. Também foram implantadas a primeira Central de Inseminação Artificial (CIA), o primeiro Teste de Performance em Estações Centrais (ETRS) e o Teste de Performance na Granja (TG), possibilitando a maior difusão do sêmen dos machos geneticamente superiores e seleção dos mesmos para reposição de plantéis. Em 1980 iniciou-se a “Organização de Programas Estaduais de Melhoramento Genético de Suínos (PEMGS)”, com o objetivo de implantar a pirâmide de produção em cada estado. Essa “pirâmide” segue sendo utilizada até hoje e está dividida em três níveis: Granjas Núcleo, Granjas Multiplicadoras e Granjas Comerciais. O topo da “pirâmide” é formado pelas Granjas Núcleo, que são as que de maneira mais eficaz promovem o melhoramento genético de suínos (por meio de testes e seleção de animais). Hoje essas granjas estão restritas às empresas de melhoramento e integrações. No meio da pirâmide se situam as Granjas Multiplicadoras, que

aproveitam o ganho genético obtido nas Granjas Núcleo para cruzamento de raças e produção de híbridos (F1). Os animais F1 passam então às Granjas Comercias (Unidades Produtoras de Leitões ou Granjas de Ciclo Completo) para produção de suínos para os abatedouros, indústrias frigoríficas e de processamento de carne. Dessa forma, as características melhoradas são transferidas em cada nível da pirâmide, chegando finalmente ao consumidor, que é o objetivo principal e final de todo o trabalho. A estrutura da “pirâmide” é descrita na figura abaixo.

Estrutura de melhoramento genético de suínos Granjas núcleo Raças e linhas puras Tamanho adequado de plantéis Seleção e transferência de reprodutores

Granjas multiplicadoras Cruzamentos entre raças diferentes Produção de machos e fêmeas híbridos (F-1) Multiplicação e transferências de reprodutores

Granjas de produção de suínos para o abate Granjas de produção de leitões e de ciclo completo Utilização de machos e fêmeas híbridos nos plantéis Exploram vantagens da heterose e complementariedade Comercializam a produção para frigoríficos e abatedouros

Unidades de abate e de industrialização da carne suína Açougues, feiras, supermercados e pontos de venda de carne e produtos suínos Consumidores Fonte: Adaptado EMBRAPA, 1998

Ainda na década de 80 a empresa Aurora® implantou um sistema de tipificação de carcaças baseando-se nas características peso e espessura de toucinho. Isso gerava uma bonificação ao produtor quanto melhor fossem os animais enviados para abate, o que estimulou ainda mais o trabalho genético a fim de padronizar todos os animais, buscando sempre o melhor tipo possível de carcaça. Hoje muitos aspectos da suinocultura brasileira podem ser comparados com os de países que também possuem alta tecnologia na produção, e grande parte dessa evolução se deve à introdução de material genético melhorador e programas de melhoramento que se estabeleceram em nosso país.

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Importância da inseminação artificial para melhoramento genético A disseminação do material genético dos machos superiores que eram selecionados não era muito eficaz até o começo da utilização da inseminação artificial (IA). Utilizando a monta natural um animal produz descendentes com apenas 20 matrizes por ano, com a IA esse número pode chegar a 200 matrizes, o que condiz num aumento de até 1000% na difusão dos genes melhoradores. Isso significa que o número de animais herdeiros do material genético melhorado é muito maior.

Afinal, porque o melhoramento genético foi e é tão importante? Um gene é uma sequência de DNA que corresponde a um “código”. Ele contém a informação que controla uma determinada característica do indivíduo, por exemplo, a cor dos olhos. Os genes também controlam características produtivas e de qualidade da carne, as quais são de importância quando se refere à animais de produção. Ao longo de tantos anos de pesquisas em animais, foram descobertos vários genes que interferem nessas características e a partir dessas descobertas o que se fez, e continua sendo feito, é selecionar os animais que apresentam genes desejáveis e retirar da reprodução os que apresentam genes indesejáveis. Alguns dos genes de maior importância para a suinocultura são descritos a seguir.

Gene halotano Está associado ao aparecimento de carnes pálidas, flácidas e exudativas (PSE), característica que não é desejada pelos consumidores. Também provoca o aumento de mortes súbitas, principalmente no transporte dos animais quando não manejados adequadamente, o que é indesejável pelo produtor. Apesar dessas características negativas, este gene contribui para o aumento do percentual de carne na carcaça e é por isso que ele é explorado de tal forma que apresente essa vantagem e não suas desvantagens.

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Gene da carne ácida Denominado de RN, este gene causa uma considerável redução do pH da carne (torna a carne mais ácida), também diminuindo o conteúdo proteico da mesma. Ele provoca baixa no rendimento industrial durante o processamento de produtos curados e cozidos, a carne perde água no cozimento e resulta em menor qualidade da mesma. A partir de um trabalho realizado foi desenvolvido um teste de DNA que permite identificar os animais portadores deste gene, eliminando-os da seleção para reprodutores.

Gene IMF Algo muito importante para a qualidade da carne de suínos, tornando ela mais saborosa, é a gordura intramuscular (IMF). Estudos permitiram identificar, a partir de cruzamentos entre raças Europeias e a raça Meishan (de origem Chinesa), um gene para IMF originário desta última, o qual contribui para o aumento desse tipo de gordura e consequentemente da qualidade da carne.

Outros genes Existem genes já identificados que possuem efeitos favoráveis sobre tamanho da leitegada e qualidade final da carcaça e da

carne de suínos. Outros genes importantes quando considerada a produção comercial de machos inteiros (não castrados) também já foram descobertos, como o gene da androsterona e do escatol por exemplo, substâncias responsáveis por gerar um odor desagradável na carne desses animais, quando a mesma é cozida. Genes responsáveis pela melhoria de uma determinada característica podem atuar também em outras características do animal, mas de forma negativa, como é o caso de genes relacionados a uma melhor conversão alimentar, que quando selecionados interferem de forma negativa na quantidade de leitões nascidos vivos por parto. O trabalho de pesquisadores e geneticistas é exatamente com esse enfoque, tentando melhorar certas características do animal com mínimo efeito negativo sobre outras boas.

Considerações finais A cada dia novas ferramentas são desenvolvidas para aumentar a eficácia dos programas de melhoramento genético. Hoje a genética representa um baixo custo em comparação com o restante dos gastos dentro da suinocultura, em média 2 a 3%. Ela é a base de uma suinocultura cada vez mais eficiente. Base esta, que associada ao correto manejo, boas instalações e nutrição eficaz, beneficia toda a cadeia de produção, do produtor à mesa do consumidor.


Armazene cada vez mais

fraternidade!

É assim que conservaremos a cada dia, a certeza de um mundo com mais... Compreensão, paz e alegria. A todos os nossos clientes, parceiros e amigos, desejamos...

Feliz Natal! Excelentes safras em 2014!


Dedicação torna realidade o sonho de ser ovinocultor

S

e existe um jeito de fazer a propriedade rural crescer, a estratégia, segundo o agropecuarista Cleverson Schön Cleve, de Pitanga (região central do Paraná), se resume a duas palavras: dedicação e gerenciamento. Ao receber a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, dia 21 de novembro,o produtor contou que aquelas duas atitudes o levaram a transformar em realidade o desejo de ter uma atividade rentável no campo. Uma criação de ovinos hoje reconhecida em seu município e no Estado. A experiência com pecuária começou nos tempos em que ele teve criação de gado Charolês. Como já gostava também de ovinos, resolveu há alguns anos comprar as primeiras matrizes. “Nasceram cordeiros

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muito bonitos”, relembrou, acrescentando que daí por diante sua paixão por ovinocultura só fez crescer e se direcionar para a raça Texel – pela rusticidade e precocidade. Uma decisão estratégica foi investir, desde o início, em genética como base do negócio. Para isso, passou a comprar reprodutores PO em cabanas de referência, em Maringá e no Rio Grande do Sul, além de animais premiados em exposições como a de Guarapuava. Nos últimos três anos, os investimentos se intensificaram. Atualmente, o plantel incluía, no momento da entrevista, 72 matrizes (das quais três PO), 68 cordeiros e um reprodutor mais do que premiado, adquirido de uma cabanha de Maringá, o Don Juan 43 (eleito pela Ovinopar macho supremo da

Fotos: Manoel Godoy

Sindicato Rural de Pitanga

raça Texel em 2012; campeão do ranking paranaense; grande campeão macho PO Guarapuava – entre outros títulos). Foi um passo fundamental, embora exagerado à primeira vista. “Quando paguei R$ 4 mil nesse cordeiro, me chamaram de louco. Mas nasceram 66 cordeiros dele. Se eu vender três cordeiros dos ‘top’, a R$ 1,5 mil cada um, já se pagou (o valor investido). E ainda tem outros 63”, destacou. Para este êxito, no entanto, Cleverson enfatizou que foi preciso pensar na atividade como um todo. O produtor passou a olhar para a implantação de pasto com o mesmo rigor técnico da agricultura. “Em Pitanga, a matéria orgânica do nosso solo é muito boa, mas ele é ácido. Além de resolver a acidez, estabilizei o nível de fósforo e de potássio,


que é o que a terra necessita, e depois fiz agricultura de precisão”, contou. No verão, acontecem algumas aplicações de nitrogênio e, no inverno, o pasto descansa. A decisão sobre a composição da pastagem de verão recaiu sobre a hermátria em consórcio com o trevo branco. A primeira, pela rápida rebrota; segunda, por sua quantidade de proteína. No inverno, a alternativa é o azevém. E não é só: rotação de piquetes visou contribuir para minimizar o impacto da verminose no rebanho e para que a criação possa ser feita num espaço bem menor. Com isso, é possível liberar áreas da propriedade para as culturas de soja, no verão, e de trigo, no inverno, ao lado de pinus e eucalipto. Em 1,8 alqueire, foram definidas 12 divisões definitivas, que funcionam no sistema “Voisin”. Em cada uma delas, de três em três anos, é feita uma escarificação de solo em determinadas faixas, para combater a compactação, mas buscando-se evitar a erosão. Outra ideia foi plantar pinus em áreas de hermátria nas quais o relevo é dobrado. Enquanto a floresta (cultivada para madeira) é jovem, os ovinos podem pastar entre as árvores, o que evita o risco de incêndios. Ou que o produtor tivesse de gastar dinheiro para aparar o capim de tempos em tempos. Como os piquetes são rotacionados, os animais pastejam plantas mais altas, o que os deixa menos suscetível aos vermes presentes no solo. Assim, se realiza em média quatro desverminações por ano, com medicamentos de princípios ativos diferentes, variando-se também a administração, por via oral ou injetável. “Tem produtor que a cada 30 dias tem de estar desverminando. Isso inclui o quê? Estresse no animal, custo e outros”, observou Cleverson. Os cuidados se

Cleverson e a filha Daniela: família unida em torno da propriedade

completam com suplementação alimentar para os cordeiros e a utilização do sal correto, item que requer atenção: “O sal do bovino é diferente, tem uma quantidade maior de cobre, que para o ovino é tóxico. Para o ovino, tem de usar um sal específico”. Contato com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (além da Ovinopar) também vem se mostrando importante para manter a cabanha no segmento da ovinocultura de qualidade. Montas e nascimentos são comunicados à entidade, que envia um técnico à propriedade (pelo menos duas vezes ao ano) para o registro dos novos animais. Tudo isso possibilitou encontrar mercado em Mandaguaçu, Maringá, Manoel Ribas, Palmital e Cambirá. “A ovinocultura está sendo muito rentável ultimamente, então financeiramente a gente tem tido ótimos resultados”. As perspectivas se mostram animadoras e a família, que tem na ovinocultura um laço de união, já faz planos. Em curto prazo, o produtor vai prosseguir contatos com

novos mercados. Contribuição de Daniela, a filha de 13 anos. A menina abriu uma página da propriedade numa rede social. E postou fotos dos animais. E divulgou os prêmios de Don Juan 43. Foi o que bastou para despertar o interesse de ovinocultores de Foz do Iguaçu, Mato Grosso do Sul, México e Estados Unidos. Em 2015, a família passará vários dias na Exposição de Esteio (RS), para adquirir mais ovinos de qualidade. Nos próximos dois ou três anos, outra meta é chegar a ter todas as matrizes PO. É quando se dará início aos serviços de inseminação artificial e à transferência de embriões.

Cordeiros: suplementação alimentar

Sob floresta jovem de pinus, pastagem para os animais

Cleverson conclui que a pecuária pode ser tão rentável quanto a produção de grãos. Mas tudo depende de investimento. Isto é: não fazer da criação uma atividade que se empurra para as áreas de “piramba” da propriedade, onde não há qualquer melhoria no solo. “O produtor investe na lavoura, mas não tem coragem de investir na pastagem. Se não investir, não tem retorno. É a mesma coisa”, afirmou. Com esta certeza, sempre ao lado da esposa Roseleia e da filha Daniela, que demonstra gosto em participar dos assuntos da propriedade, Cleverson segue incentivado pelo presente, preparando hoje o dia de amanhã.

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Aviação agrícola

Aeroímpar:

hangar é nova sede da empresa

Hoje, milhares de hectares são tratados com aplicação aérea na região Hangar, no km 349 da BR 277, em Guarapuava

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m novo espaço para uma empresa focada em serviço especializado de aviação agrícola: dia 25 de outubro, a Aeroímpar convidou clientes, parceiros e amigos para inaugurar suas novas instalações, agora num hangar próximo ao aeroporto Trancredo Tomás de Farias, no km 349 da BR 277, em Guarapuava. E as boas novidades não param por aí: uma quarta aeronave está entrando em operação, elevando ainda mais a área de atendimento. Coordenador da Aeroímpar, Maurivan Klingelfus comentou o novo avanço da empresa: “A idéia de ter um espaço mais amplo é que pudéssemos abrigar todas as nossas atividades. A gente procurou este espaço, onde se agrupou tudo: as máquinas, os aviões e o administrativo. Hoje, a Aeroímpar está toda aqui”. Na aplicação aérea, segundo acrescentou, milho é a cultura que mais vem demandando

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os serviços. Mas o coordenador observou que tem mostrado aos clientes que esta alternativa também é viável para outras lavouras importantes da região, como batata, trigo, cevada e soja. Até o ano de 2012, a Aeroimpar contava com três aeronaves. Devido à necessidade da região, a empresa, se preocupando em poder atender seus parceiros de uma forma ainda mais e eficiente, adquiriu uma quarta aeronave, a qual irá certamente potencializar o atendimento ao cliente, ajudando a suprir a demanda do mercado de pulverização aérea em nossa região. Para quem ainda não utilizou aplicação de agroquímicos por meio de aviões, o coordenador tem uma sugestão: reservar parte da propriedade para experimentar aquele procedimento – “E ver que realmente há a mesma qualidade, ou até superior, de uma forma muito mais ligeira”. Entre os participantes da inauguração do hangar, o agricultor Cícero Passos de Lacerda contou que recorre à aviação agrícola desde sua primeira lavoura, há


Daniel Kulicheski: 10.000 horas de vôo

Fábio Ebeling: 2.500 horas de vôo

Fábio Vinha: 8.000 mil horas de vôo

Maurício Gruenwaldt: 3.000 horas de vôo Maurivan Klingelfus de Oliveira

Clientes, parceiros e amigos participaram da inauguração

19 anos. Para ele, que foca a aplicação aérea na cultura do milho, a maior vantagem é evitar o amassamento, que em sua estimativa gira em torno de 3%, trazendo perdas em especial nas bordaduras. “E hoje em dia, na cultura do milho, na maioria das variedades, são duas aplicações. Então, acaba sendo viável”, explicou. Ele ressaltou também que a técnica tem demonstrado bons resultados independentemente do tipo de relevo: “Em todas as áreas da fazenda, mesmo nas dobradas, eles conseguiram aplicar. Então não tem dificuldade nenhuma”. Já para o produtor rural Wilson Carlos Haas, que contou utilizar a aviação agrícola nas culturas de milho, soja e trigo, o que faz a diferença é poder fazer aplicações rapidamente. “A gente ganha tempo com a aplicação aérea. Coisa que, às vezes, demora uma semana para fazer na aplicação terrestre, com a aérea, em um dia se consegue”, comentou. No milho, ele vê vantagem em especial quando as plantas já estão altas e é o momento de entrar com fungicidas. Wilson Carlos Haas também apontou a ausência de amassamento como outro ponto positivo.

Wilson Carlos Haas

Cícero Passos de Lacerda

BR 277 Km 349 - Aeroporto Guarapuava - PR Fone: (42) 3624-7275 E-mail : dcsrural@hotmail.com www.aeroimpar.com.br

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Opinião

“Agora Inês é morta” a sustentabilidade da agricultura brasileira ameaçada

Claudio A. Spadotto Diretor do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e gerente geral da Embrapa GestãoTerritorial.

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Há um ano no Fórum da Abag, em Piracicaba (SP), diante de uma seleta plateia, tive a oportunidade de chamar a atenção para as implicações da concentração geográfica da produção agropecuária, citando, entre elas, a ocorrência de pragas e doenças. Um exemplo destacado foi a enorme concentração da cultura do algodão no oeste baiano, região de Barreiras, onde são produzidos em torno de 25% do algodão nacional. O mesmo tipo de alerta, citando outros produtos agropecuários, foi dado em outros artigos nossos na mídia. O Brasil ocupa posição de destaque na produção agroindustrial. Os diversos elos das cadeias produtivas da agricultura brasileira respondem por volta de um quarto do PIB (Produto Interno Bruto), garantem o superávit da balança comercial ano após ano e são responsáveis pela geração de mais de um terço dos empregos no país. Além do incremento da produção ter sido baseado, em grande parte, no aumento da produtividade, o que poupa terra, no sentido contrário ao desmatamento. Como exemplo, entre 1950 e 2006, ganhos de produtividade na pecuária brasileira pouparam 525 milhões de hectares. Importância incontestável, portanto. A sustentabilidade da nossa agricultura, nos pilares econômico, social e ambiental, depende da produção primária e a ocorrência de problemas fitossanitários pode comprometer essa produção. Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) apontam que as pragas reduzem, em média, 40% do que se produz na agricultura no mundo. Quando se pensa na necessidade de aumento da pro-

dução de alimentos no mundo e, particularmente, no Brasil, a ameaça das pragas apresenta-se de maneira clara e contundente. Estudos mostram que dez novas pragas estão na iminência de entrar no país e que em torno de 600 espécies de pragas quarentenárias (que ainda não estão no país ou ocorrem em regiões delimitadas) têm potencial de causar danos significativos à agricultura brasileira, com as implicações para o Brasil e o mundo que daí advém. Essas pragas podem chegar ao Brasil, vindas de países vizinhos, através das nossas fronteiras, ou mesmo de países distantes, chegando pelos portos e aeroportos. A proximidade dessas vias de acesso expõe algumas das nossas lavouras e criações, da mesma forma que a concentração geográfica de alguns rebanhos e produtos da nossa agropecuária facilita a proliferação de pragas introduzidas (passiva ou ativamente) e potencializa os danos. De alguns meses para cá estamos lidando com os prejuízos causados pela lagarta Helicoverpa, que foi inicialmente detectada, onde? Em lavouras de algodão na região de Barreiras (BA). Hoje essa praga é problema, um grande problema, em outras culturas agrícolas e em outras regiões do país. Poderíamos dizer que “agora Inês é morta”. Na verdade, agora temos muito o quê fazer, mas reagindo, infelizmente. Até quando vamos reagir? Precisamos melhorar nossa capacidade de antever e agir preventivamente a ameaças de pragas e, diante da dinâmica da agropecuária no espaço geográfico e ao longo do tempo, a gestão dos riscos fitossanitários e zoossanitários, em base territorial, torna-se imprescindível.


Novidade

A nova sessão da Agroboi oferece aos clientes diversidade em roupas, sapatos e acessórios do universo country e gaúcho. Confira algumas novidades da loja:


Novas fronteiras

Em terras vermelhas... Soja de primeiro ano em plantio convencional

E

m viagens ao Oeste do Paraná, sempre que passava pela região entre Cascavel e Foz do Iguaçu, um menino ouvia o conselho do pai: - Meu filho, quando você crescer e quiser investir em outras regiões, adquira terras vermelhas... O menino cresceu, mas nunca esqueceu o conselho do pai. Aos 21 anos, o guarapuavano José Ernani Lustosa, juntamente com sua mãe Edla Lustosa, seus irmãos, José Carlos Lustosa e o saudoso Tacito Lustosa, adquiriram uma propriedade no país vizinho, o Paraguai.

Início das atividades na fazenda em Tocantins

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Ele podia ter ficado somente em Guarapuava, administrando a Fazenda Capão Bonito, que pertence à família Lustosa desde 1830, mas o conselho do saudoso pai Juarez Lustosa falou mais alto. Em 1991, a família comprou uma fazenda de 2.500 hectares em Nueva Esperanza. Durante 10 anos, com administração de José Carlos, cultivaram soja e milho naquela propriedade. “As terras do Paraguai tinham uma fertilidade natural excelente, com bons rendimentos na soja no primeiro ano. A experiência foi muito boa”, relembra. Em Guarapuava, os trabalhos continua-

vam na Fazenda Capão Bonito. “Aqui sempre foi o nosso porto seguro”. Após 10 anos, em 2001, a fazenda no país vizinho, que já estava altamente produtiva, agregou valor imobiliário e a família resolveu repatriar o investimento, retornando-o novamente ao Brasil. José Ernani queria investir no cerrado e seu irmão José Carlos preferiu investir em Guarapuava. A ideia do Cerrado também veio de um incentivo: um produtor rural gaúcho que ele conheceu numa viagem técnica ao Corn Belt, nos Estados Unidos. “O saudoso Gherardus Sanders me abriu os olhos para o

Primeiros preparos de solo em pastagem degradada


Integração lavoura-pecuária - Sistema Santa Fé. 1º : cultivo soja/2º : cultivo milho safrinha com braquiária/3º : manejo com bovinos

cerrado. Ele, saindo de Não-me-toque/RS e adquirindo áreas em Paracatu-MG, conseguiu a expansão que queria”, lembra. Foi quando José Ernani novamente lembrou de seu pai. “Comprei primeiro terras vermelhas no Paraguai . Não foi no Oeste do Paraná, só pulei o rio. Depois veio o cerrado”, brinca. Para encontrar a área ideal, na primeira viagem, em 2003, ele percorreu 20 mil quilômetros com dois amigos de faculdade: Rodrigo de Lima e André Spitzner. Viajaram por cinco estados: Tocantins, Maranhão, Piauí, sul do Pará e leste do Mato Grosso. Ao retornar a Guarapuava, José Ernani fez vários estudos. “Tínhamos muitas amostras de solos, avaliamos índice pluviométrico, infra-estrutura, altitude, modais, enfim, fizemos uma pesquisa completa para ver em que Estado era mais interessante investir e o resultado foi Tocantins”, conta o produtor. Em fevereiro, José Ernani retornou àquele Estado, percorrendo mais 6 mil quilômetros para encontrar uma propriedade. “As terras lá não são homogêneas, existe uma diversidade muito grande dentro do Estado.

Na mesma fazenda, pode haver diferentes texturas de solo e fertilidade”, explica. Mas a longa viagem valeu a pena. No pólo de Araguaína, ele encontrou as ditas terras vermelhas. A propriedade de 5.650 hectares no município de Babaçulandia foi comprada pelo guarapuavano no dia 25 de março de 2003. Ele foi atraído pelo clima, altitude, relevo e potencial de crescimento. Araguaína é uma cidade universitária, pólo de medicina, grande centro distribuidor de peças e maquinários e a principal cidade do Estado em abate de bovinos/mês (50 mil cabeças/mês), além disso tem qualidade de vida. “Eu sou um médio produtor, não poderia ser uma grande fazenda. Não tenho condições de ter uma oficina própria, por exemplo. Essa região atendeu as minhas necessidades”, observa. Na época, ele desembolsou 10 sacas de soja por hectare. Mas o trabalho foi duro. Onde era tudo pastagem degradada (Veja foto), com vocação pecuária, o produtor implantou a integração lavoura-pecuária. Hoje, planta 1.700 hectares, sendo 1.300 hectares com soja e 400 hectares de capim perene. Nos 1.300 hectares, ele faz duas safras, sendo 1.300 hectares de soja, mais a 2ª safra de 1.300 hectares divididos em 1.000 hectares de milho consorciado com braquiária, mais 300 hectares somente com braquiária. “O potencial da fazenda é para duas safras por ano. Na época das chuvas, o gado fica em 400 hectares de capim perene. Na época da seca, são transferidos para a pastagem do Sistema Santa Fé. É uma fazenda de dupla aptidão”, descreve. O gado Nelore ocupa 1.5 UA/ha e rende, em determinada época do ano, 1 arroba/ ha/mês. “A fazenda trabalha o ano inteiro por causa das duas safras. Naquela região, o regime de chuvas é prolongado. Entro

José Eduardo, José Ernani e Rita de Cássia na Fazenda Tajuara

com soja em outubro, colho em fevereiro, planto milho consorciado com braquiária, colho no mês de julho e largo a boiada até outubro”, conta. Desta forma, José Ernani avalia que “o boi é só lucro. É um presente”. O produtor foi para o Norte plantar soja, mas logo vislumbrou o grande potencial de pecuária de corte e safrinha. São 450 metros de altitude, solos vermelhos, frio à noite e chuva de setembro ao final de maio. “Tem mais a braquiária. Isso caiu no meu colo, porque somente com a pesquisa que fiz após a viagem, não tinha como saber disso tudo”, comemora. José Ernani Lustosa é mais um produtor que se divide entre o Paraná e o Tocantins. 2.500 quilômetros separam Guarapuava de Araguaína. Aqui, ele ainda planta 620 hectares. “Sempre acreditei na especialidade. Minha vocação é agricultura e pecuária. Não pensei em diversificar com outras coisas porque gosto do que faço”.

Plantio direto soja. Notar húmus de minhoca evidenciando as boas práticas de manejo de solo

Manejo de bovinos em curral

Revista do Produtor Rural

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é paranaense de Tibagi”, comenta. Mesmo com as dificuldades inerentes a qualquer nova fronteira agrícola, José Ernani acredita que essa é uma boa oportunidade para pequenos e médios produtores rurais. “Só depende da vontade. Tocantins é ideal para esse perfil de produtor. Para grandes produtores, eu sugiro Maranhão ou Piauí. E em Tocantins ainda existe muito potencial, apesar do aumento do preço das terras”. Além de contribuir para o desenvolvimento agropecuário daquela região, o paranaense levou a tradição guarapuavana: o tropeirismo. “Em 2005 iniciamos um movimento de resgate cultural

do tropeirismo. Hoje já estamos em nossa oitava edição da Tropeada da Integração de Nossa Senhora Aparecida. Nesta última jornada, viajamos 400 quilômetros, com 85 tropeiros conduzindo 300 muares, levando a mensagem do respeito, da paz e da amizade”, conta orgulhoso o produtor, que atua também como diretor de Agricultura e Tropeada do Sindicato Rural de Araguaína. Questionado sobre qual mensagem poderia deixar aos produtores rurais que pensam em investir numa nova fronteira, José Ernani respondeu: - Olhem a chuva... é o nosso melhor adubo!

Rotação de culturas milho-soja

Assim, ele divide o trabalho no Sul e no Norte do país, com as benesses das duas regiões. Lustosa é casado com Rita de Cássia e tem dois filhos (José Eduardo - 8 anos e José Vicente - 1 ano). A família não pretende se mudar para Tocantins. “É corrido, mas eu estipulo os serviços primordiais... Vou no início de plantio e nas colheitas. Os tratos culturais ficam por conta dos gerentes. Tenho confiança nas pessoas que trabalham para mim. Não sou centralizador. Sempre trabalho em cima de projetos bem estudados com a parte operacional. As funções estão delegadas”. Das dificuldades, ele cita a questão fundiária. “Depende de vontade política para ser equacionada. Problemas documentais das terras impedem maiores investimentos por parte do agronegócio. Vivemos uma insegurança jurídica. A questão da mão de obra também é um gargalo. Levei funcionários daqui, inclusive meu administrador

Resgate cultural do tropeirismo brasileiro. Na foto, os tropeiros guarapuavanos José Ernani Lustosa, Mário e César Stroparo

Produtividades em Tocantins (José Ernani Lustosa)

soja (sacas/ha) Cultivos de 1º ao 3º anos

4º ao 6º ano

após 6º ano

48 54 58 92 105 Milho safrinha (sacas/ha)

(média)

(média)

Últimos 3 anos:

Último ano:

sacas/ha (média)

sacas/ha (média, devido às chuvas terem se estendido)

(média)

Preços de comercialização (TO X PR)

Pecuária de corte Arrobas por cabeça ano Sistema Santa Fé - consórcio de milho safrinha com braquiária. Colhe-se o milho,em seguida, manejo bovino

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Revista do Produtor Rural

Nelore a pasto (exclusivamente)

7

Soja

R$

5,00

(a menos)

Milho

Mesmo preço

Preço de terras atualmente (TO)

100

Boi

R$

7,00

(a menos)

sacas de soja/ha (média)


Desejamos que voc锚 semeie a felicidade, pulverize o amor e colha a paz!!!

Feliz 2014! Lavouras de sucesso!!!

FONE: (42) 3629-8900 Rua Ant么nio Gaudi, 85 - BR 277 Km 341,7 - Guarapuava - PR


Cooperativa de crédito

Sicredi Terceiro Planalto sorteou uma L200 0km A

Sicredi Terceiro Planalto PR encerrou no dia 20 de novembro, a campanha “Faço Parte dessa História” e sorteou uma caminhonete Mitsubishi L200 0km. Desde o mês de abril/13, todos os associados da cooperativa que realizaram operações financeiras nas unidades de atendimento da Sicredi Terceiro Planalto PR, ganharam cupons para concorrer a uma L200 0km. O sorteio aconteceu na unidade XV de Novembro em Guarapuava/ PR e contou com a presença de associados, coordenadores de núcleo, membros do conselho fiscal e de administração, do presidente Adilson Primo Fiorentin, do diretor executivo Valmir Dzivielevski, do diretor de negócios Jardiel Cherpinski, da diretora de operações Iara Bellan Arruda, além de todos os gerentes de unidades. Entre os mais de 250 mil cupons, o sorteado foi Rafael Siega, associado da unidade de atendimento do município de Candói/ PR, “Estou muito feliz. Sempre movimento minha conta no Sicredi e tinha esperanças de ganhar a caminhonete [...] Quando me ligaram demorei para acreditar”, comentou em tom de alegria o ganhador. A campanha aconteceu em comemoração aos 30 anos da cooperativa. “Precisávamos marcar essa data tão importante, valorizar nossos associados que durante esses

30 anos de história sempre acreditaram no Sicredi [...] Parabéns ao Rafael, esperamos que faça bom proveito da caminhonete”, comentou o presidente Adilson. Além do sorteio da caminhonete a coo-

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perativa distribuiu um kit toalha para todos os mais de 11,5 mil associados. O investimento total da campanha de 30 anos da Sicredi Terceiro Planalto PR foi superior a R$ 450 mil.


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Soja

Experiências de campo reconfirmam vantagens do novo fungicida da Cheminova no controle da Ferrugem Sem efeito juvenóide. Sinergia perfeita pela mistura de dois ingredientes ativos.

O problema da Ferrugem da Soja A Ferrugem da Soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, foi relatada pela primeira vez no Brasil em 1947, em Minas Gerais, ficando, no entanto, restrita a pequenas áreas. No ano de 2001, foi observada no Paraguai e em Mato Grosso. Hoje, a do-

ença se encontra em maior ou menor intensidade em todas as importantes regiões produtoras de soja no Brasil. A chegada da Ferrugem da Soja fez com que alguns agricultores amargassem grandes perdas em suas lavouras. Imaginar que uma doença que ataca de forma geral na área possa levar a 80% de perdas é muito difícil de acreditar. Após esta dura etapa, apesar de ter causado grandes danos a lavoura de

soja, estimulou o sojicultor a ter algumas mudanças de atitude. Os agricultores passaram a ter mais atenção com sua lavoura, aumentando a frequência de visitas aos campos de cultivo, o monitoramento das condições climáticas e com isso houve, naturalmente, um incremento tecnológico, já que muitos outros problemas foram identificados. O saldo destas mudanças foi pacotes tecnológicos mais robustos adotados e significativos incrementos na produtividade das lavouras de soja.

Controle x Rotação de Produtos O manejo incorreto da lavoura pode causar, entre outros problemas, a evolução da resistência do alvo biológico. A medida que determinado alvo recebe sucessivas doses de substâncias químicas, há uma tendência a resistência, ou seja, a habilidade de determinada espécie suportar essas doses. Há uma pré-adaptação em cada geração, fazendo com que sejam selecionados os genes responsáveis pela resistência, encontrados em poucos indivíduos. Uma estratégia já conhecida e cada vez mais recomendada por pesquisadores para prevenir ou retardar a evolução da resistência a agrotóxi-

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Revista do Produtor Rural


cos é a rotação de produtos químicos, que se baseia no princípio de que a frequência de indivíduos resistentes tende a diminuir durante a aplicação de outros produtos alternadamente. Sendo assim, recomenda-se que o produto ou o grupo de produtos não seja usado repetidas vezes. Há no mercado algumas misturas disponíveis para o tratamento de Ferrugem da Soja, porém a maioria delas oferece combinações parecidas de ingredientes ativos, desfavorecendo a rotação de produtos.

Lavoura mais saudável e mais produtiva A Cheminova mantém linhas de desenvolvimento olhando para os problemas que os produtores enfrentam em suas lavouras, buscando as melhores alternativas para auxiliar na solução deles. Hoje a Cheminova traz uma importante ferramenta para ajudar os produtores no controle de doenças da soja, algodão, café e trigo.

Esta nova ferramenta é o Authority (Azoxistrobina e Flutriafol), novo fungicida com características muito importantes para o manejo das doenças. Para a Ferrugem da Soja, o Authority apresenta a grande vantagem de ser uma combinação de ingredientes ativos de grande capacidade de redistribuição na área foliar e não causa efeito juvenóide nas plantas, ou seja, não segura o crescimento da planta tratada. Com esta ação, o Authority assegura que a planta manterá seu desenvolvimento pleno, refletindo em ganhos de produtividade. Algumas misturas do mercado, após algum tempo de aplicação, podem causar na soja esse retardo no crescimento. O diferencial de Authority deve-se à combinação da estrobilurina Azoxistrobina, que apresenta a maior velocidade de absorção e a maior capacidade de movimentação via xilema dentre as opções no mercado, e ao Flutriafol que apresenta a maior sistemicidade entre os triazóis. O efeito sinérgico desta combinação permite ao Authority ser um produto dife-

renciado, que na safra 2011/2012 apresentou em mais de 300 áreas demonstrativas de farming test, na cultura da soja, excelentes resultados de controle e produtividade, possibilitando ao sojicultor comprovar os benefícios de Authority com relação aos principais produtos do mercado para o manejo das doenças da soja, com foco no principal problema, que é a Ferrugem da Soja. Em algumas regiões do Cerrado, como a da BR163, em que os sintomas da Ferrugem da Soja atingiram 100% de severidade nas lavouras, e poderia ter causado 80% de perdas, consolidou Authority na safra 2011/2012. O produtor Mauro Riedi, por exemplo, proprietário de fazenda em Sorriso, Mato Grosso, testou os efeitos de Authority em sua lavoura e chegou a quase 5 sacas a mais por hectare, se comparado a outros produtos do mercado. São resultados que aumentam a confiança em uma nova mistura, registrada pelo MAPA, que trará mais produtividade para as lavouras brasileiras.

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Helicoverpa armigera

O novo desafio da agricultura brasileira André Aguirre Ramos M.Sc. Eng Agrônomo Gerente de Produto & Tecnologia Pioneer/Biogene Unidade de Negócios Norte

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Revista do Produtor Rural

se notava na época era grande dificuldade de identificação. Veja no Quadro 01 a grande similaridade entre as duas. Através da

Heliothis virescens

Helicoverpa sp

Ovo – Adulto: 35 - 40 dias

Ovo – Adulto: 35 - 40 dias

P. Incubação: 3 – 4 dias

P. Incubação: 2 – 5 dias

P. Larval: 14 – 18 dias

P. Larval: 14 - 18 dias

P. Pupal: 9 – 15 dias

P. Pupal: 12 - 18 dias

Pupa no Solo

Pupa no Solo

Longevidade: > 7 dias

Longevidade: > 8 dias

4 - 5 gerações/ano

2 – 11 gerações/ano

Legumes (soja, alfafa, feijão...), Estruturas de algodoeiro, linho e plantas daninhas.

Tomate, legumes (soja, alfafa, grão de bico...), panícula de sorgo e milheto, Estruturas de algodoeiro, espigas de milho, tabaco e Plantas daninhas

Quadro 01. Diferenças entre as lagartas Heliothis virescens e Helicoverpa spp.

Figura 01, pode se diferenciar as mariposas destas duas espécies de lagartas. Outro fator de distinção das duas lagartas pode ser

feito com o uso de uma lupa de 10 vezes de aumento, verificando-se a diferença no terço final das lagartas, Figura 02.

Heliothis virescens - Lagarta da maçã do algodoeiro

Helicoverpa armigera Lagarta do velho mundo

Figura 01 - Diferenças dos adultos da lagarta da maçã e da Helicoverpa spp

Figura 02 - Como distinguir as lagartas com uma lupa

Foto: Paulo Degrande

Ronaldo Honostório de Bastos

Foto: DuPont Pioneer

Heliothis virescens x Helicoverpa sp

Foto: DuPont Pioneer

A

agricultura brasileira tem passado por vários desafios desde o seu início, às vezes problemas econômicos e às vezes problemas de pragas ou doenças, chamados de problemas bióticos. Dentre os problemas bióticos, consideramos vários, como o cancro da haste na soja a partir dos anos de 1989, nematoide do cisto da soja em 1992, cercospora no milho em 2001, ferrugem da soja em 2001 e a partir do início do ano de 2013 a Helicoverpa armigera. De todos os problemas enfrentados pelos agricultores, a Helicoverpa, sem dúvida, foi o mais divulgado pelos meios de comunicação, não que isso tenha resolvido o problema, mas sem dúvida alertou os agricultores para um problema iminente que ameaça todas as áreas e diversas culturas no Brasil. A identificação oficial desta lagarta ocorreu através do comunicado em 22 de Março de 2013 pela Pesquisa Agropecuária Tropical em Goiânia, no mesmo instante a Embrapa Londrina realizou o mapeamento da mesma. A identificação foi o processo final de uma série de problemas ocorridos na safra 2012/2013 iniciando em novembro de 2012 na região norte do estado do Mato Grosso e culminando no oeste baiano no inicio de 2013, agravado fortemente por veranicos simultâneos que não somente favoreceram a praga, mas também comprometeram o controle da mesma. Os danos estimados nas culturas das regiões mais afetadas foram: na soja de 30 a 40%; no algodão de 25 a 30% e no milho de 3 a 5%. No Oeste Baiano, estimou-se um prejuízo de 1,7 bilhões de reais na safra 2012/2013. Até então, existia uma grande dúvida sobre a identificação da praga, pois existiam dúvidas se tratava da lagarta da maçã do algodoeiro (Heliothis virescens) ou da Helicoverpa zeae, ambas existentes no Brasil, mas de certo modo fáceis de se controlar. O que


Foto: DuPont Pioneer Foto: DuPont Pioneer

Figura 05a. Danos de Helicoverpa armigera na soja.

são pequenos quando se compara o dano da H. armigera ao da Anticarsia gemmatalis na soja ou da H. armigera ao da lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda), sendo que alguns agricultores não tomam nenhuma iniciativa de controle nesta fase. Isto causará grandes problemas quando as culturas atingirem a fase reprodutiva e com alta pressão da praga, (Figura 06a e 06b respectivamente), com controle extremamente dificultado pelo tamanho da cultura e local onde a praga se encontra. Os fatos que ocorreram na safra passada fizeram com que os agricultores se preparassem para enfrentar a praga na safra 2013/2014,

Figura 06a - Danos de Helicoverpa armigera na espiga do milho.

porém, devido às condições bastante secas no início da safra o ataque da praga veio mais cedo, fazendo com que os agricultores utilizassem os produtos adquiridos de maneira muito antecipada. O fato dos agricultores no Brasil central não terem tempo hábil para dessecar e aguardar a morte das plantas daninhas para posterior plantio, ou seja, dessecação antecipada, fez com que as lagartas da Helicoverpa atacassem as fases iniciais da lavoura (Figura 07), despendendo grande uso de inseticidas nas fases iniciais e mais uma vez consumindo os defensivos precocemente. Outro fato é a grande adaptabilidade da Helicoverpa armigera para sobreviver na planta daninha buva (Conyza sp) , favorecendo a permanência desta praga na entressafra. Esta praga pode atacar uma gama enorme de culturas como o trigo, algodão, feijão, laranja, café e diversas plantas daninhas além da soja e do milho. No sorgo, ela tem uma ótima adaptabilidade, porém os agricultores australianos usam esta cultura para fazerem controles biológicos desta praga, pois a mesma se torna bastante exposta na cultura do sorgo, facilitando o controle com custos mais baixos.

Fotos: DuPont Pioneer

A diferença básica desta lagarta para as demais lagartas conhecidas na cultura do milho e da soja no Brasil se deve à preferência pelo ataque às estruturas reprodutivas das plantas, como flores, vagens e espigas. Também existem relatos de ataque na fase vegetativa da soja e do milho (Figura 05a e 05b respectivamente). Nesta fase, os danos

Figura 05b. Danos de Helicoverpa armigera no milho.

Figura 04 - Ciclo completo das Helicoverpas

Figura 06a - Danos de Helicoverpa armigera na soja

Principais problemas na soja e no milho

Figura 03. Características que distinguem as Helicoverpas das demais lagartas

Quando a praga foi identificada como Helicoverpa armigera, todas as atenções se voltaram para a Austrália, onde a agricultura é muito similar a nossa e onde esta praga há alguns anos foi responsável por um dos maiores desastres na produção agrícola daquele país. Esta lagarta é conhecida como lagarta do velho mundo, devido a sua existência na região sul da Europa, China, índia e mais recentemente na Austrália. O Brasil é o primeiro país das Américas a registrar a ocorrência deste inseto.

Foto: DuPont Pioneer

Até então, a H. armigera era considerada como praga quarentenária, ou seja, não existia no Brasil, porém era classificada como de alto risco para a agricultura no país. Não temos dados de como esta praga apareceu e como se distribuiu com tanta intensidade. Na Figura 04 veja o ciclo das Helicoverpas na situação da Austrália. No Brasil, ainda não existe uma definição oficial do ciclo de vida desta lagarta.

Foto: DuPont Pioneer

Foto: DuPont Pioneer

A Helicoverpa zeae é muito conhecida, na cultura do milho é chamada de lagarta da espiga do milho e em várias culturas como a do tomate é conhecida como broca grande do tomateiro. As duas helicoverpas são muito parecidas e o único meio de identificação é através de análise de DNA ou de análise criteriosa a nível microscópico do aparelho genital do adulto masculino. A Figura 03 apresenta as principais características da lagarta da Helicoverpa armigera a partir do quarto instar (fase da lagarta), com mais de 1 cm de comprimento. A lagarta pode ser diferenciada por pelos brancos na parte frontal, pintas (protuberâncias) no formato de cela na parte superior após as patas e tegumento levemente coriáceo. Esta lagarta possui diversas tonalidades de cor, variando do amarelo opaco, verde, verde escuro a negra. Outra característica desta lagarta é que quando perturbada ela recolhe a parte da cabeça entre as “patas” dianteiras, conforme a Figura 03.

Figura 07 - Danos de Helicoverpa armigera nas fases iniciais da soja devido ao seu desenvolvimento na buva (Conyza sp).

Revista do Produtor Rural

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Monitoramento

Foto: André Aguirre Ramos

O meio mais eficaz no controle desta praga passa pelo monitoramento das lavouras e das plantas daninhas antes do plantio. A utilização de armadilhas com feromônio se mostra bastante eficaz, além da armadilha luminosa, sendo esta um pouco menos específica e mais trabalhosa que a de feromônio. Essas armadilhas podem ser utilizadas para monitorar a população dos adultos machos (Figura 08).

Figura 08 - Armadilha com ferômonio e a captura de adultos machos

Foto: DuPont Pioneer

Após a instalação da cultura, precisamos monitorar com amostragem, principalmente dos novos trifólios onde as lagartas costumam se alojar dificultando a sua localização (Figura 05a). É normal a produção de uma teia pela lagarta. Com a soja em um tamanho maior, já recomendamos a utilização do pano de batida (Figura 09).

Figura 09 - Utilização de amostragem com pano de batida

Cultura

Nível de ação

Algodão convencional

2 lagartas/metro < 8 mm ou 1 lagarta/m > 8 mm ou 5 ovos marrons/m

Algodão Bt Transgênico

2 lagartas > 3 mm/m ou 1 lagarta > 8 mm/m

Soja vegetativa

7,5 lagaras/m2

Soja reprodutiva

1 a 2 lagartas/m2

Feijão

1 a 3 lagartas/m2

Milho

2 lagartas/m

Quadro 02. Níveis de ação para o controle de Helicoverpa armigera nas diferentes culturas com inseticidas químicos. Fonte EMBRAPA 2013

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Revista do Produtor Rural

O nível de controle para a Helicoverpa armigera desenvolvido pela Embrapa (Quadro 02) mostra as quantidades toleráveis da lagarta em relação à cultura e ao estádio de desenvolvimento da mesma.

Controle Em se tratando de controle, um fato extremamente importante foi verificado nas lavouras que foram assistidas por uma assistência técnica de qualidade. Estas propriedades sofreram menos com a praga e tiveram um uso mais racional dos defensivos agrícolas. Isto é uma estratégia extremamente importante, indiferente se a assistência venha de uma agencia publica, privada, de associações, etc. Existem registros emergenciais de inseticidas para o controle dessa praga a todo o momento. Hoje, no Quadro 03 estão os produtos registrados, porém aconselhamos a verificar com frequência a liberação de novos produtos no site: http://www.cnpso. embrapa.br/helicoverpa/produtos.htm .

** Registro emergencial pelo MAPA para soja e algodão ***Registro emergencial pelo MAPA para algodão; Dentro do controle, é muito importante a tecnologia de aplicação de defensivos. Listamos abaixo algumas dos requerimentos para que se faça uma ótima aplicação: 1. Umidade Relativa: maior ou igual a 60%; 2. Velocidade do Vento: menor que 13 km/h; 3. Hora do dia: normalmente para se atingir a umidade relativa e a velocidade do vento citada anteriormente, os melhores horários são a noite, devendo ser evitado nos dias quentes aplicar das 10 às 16h; 4. Vazão: muito relativa de acordo com a ponta de aplicação; 5. Procure trabalhar com produção de gotas pequenas, pois essas gotas tem maior capacidade de atingir a parte inferior da planta. Como comentários finais, lembramos que os agricultores necessitam de uma Assistência Técnica para a correta identificação da praga e para a indicação do método de con-

Quadro 03

A utilização de carbamatos é bastante utilizada e possui uma boa seletividade aos inimigos naturais das lagartas de diferentes espécies, porém em condições de clima extremamente seco e quente e com a presença de lagartas maiores que 1,2 cm o controle alcançado não é tão efetivo. Temos observado bons níveis de controle de sojicultores usando a seguinte sequência de estratégia de manejo para controle de Helicoverpa: 1. Dessecação antecipada; 2. Monitoramento e tratamento com Inseticidas específico para mastigadores caso necessário; 3. Monitoramento na emergência das culturas 4. Aplicação de inseticidas carbamatos* quando atigir 7,5 lagartas/m na fase vegetativa; 5. Aplicação de inseticidas carbamatos / Fisiológicos* quando atingir 7,5 lagartas/m na fase vegetativa; 6. Aplicação de inseticidas Diamidas / Fisiológicos* quando atingir 7,5 lagartas/m na fase vegetativa; 7. Aplicação de inseticidas Diamidas** ou Oxadiazinas** ou Pirazol*** / Fisiológicos* quando atingir de 1 a 2 lagartas/m na fase reprodutiva. *Defensivos com posicionamento favorável da Embrapa para registro emergencial;

trole adequado para a situação. Deve se monitorar as lavouras antecessoras ou mesmos lavouras de inverno, utilizar o Manejo Integrado de Pragas como premissa básica de controle, principalmente evitando produtos pouco seletivos a inimigos naturais como os organofosforados e piretróides. A utilização de lavouras Bt é fundamental para esse manejo, e é importante lembrar-se da importância de se realizar o plantio das áreas de refúgio para auxiliar na manutenção da tecnologia, considerando-se os percentuais indicados para cada tecnologia utilizada. Utilização de bioinseticidas como baculovírus ou fungos entomopatogênicos específicos para esses tipos de lagartas é uma prática com excelente efetividade, como percebido no caso do uso desses produtos nas lavouras de sorgo na Austrália. Depois das lavouras instaladas, monitorar com pano de batida ou armadilhas. É importante lembrar que nos últimos 20 anos, a agricultura passou por vários desafios e a Helicoverpa armigera será mais um deles, depende de nós a forma como iremos superá-lo. É importante nos conscientizarmos que é possível o controle desta praga com uso racional de tecnologia, preservação dos inimigos naturais e divulgação de informações importantes para os agricultores.


Você não controla o clima, o mercado, o mundo. Você controla

Faça a escolha certa. A qualidade de sementes e suporte técnico diferenciado que você já conhece no milho, agora também está disponível na soja. Mantenha o controle da sua lavoura. Plante cultivares de soja marca Pioneer ® .

®, TM, SM são marcas registradas e marcas de serviço da Pioneer. O logotipo Oval da DuPont é uma marca registrada da DuPont. © 2013 PHII.

suas escolhas.


Diabrótica

Conhecendo as pragas abaixo do solo Diabrótica speciosa

A

importância de pragas de solo vem crescendo a cada safra. Alguns fatores, como mudança de princípios ativos utilizados na agricultura, com produtos menos persistentes no solo, adoção do plantio direto, tratamento de sementes e, recentemente, a introdução da biotecnologia, com menor uso de inseticidas, são fatores que podem promover uma mudança na dinâmica de insetos, permitindo que pragas antes secundárias, tornem-se primárias. O estudo de pragas do solo é mais desafiador do que de pragas da parte aérea, pela dificuldade de visualização e avaliações de danos, passando muitas vezes despercebidas pelos agricultores e técnicos. Entre os grupos de insetos de solo, destaca-se o gênero Diabrótica, comumente chamado de larva-alfinete, ou larva de diabrótica, que causa prejuízos nas lavouras de milho, feijão, batata, soja, algodão e hortaliças. O gênero Diabrótica inclui 338 espécies, as quais representam a maioria dos insetos da subtribo Diabroticina (Galerucinae: Luperine), que são divididas nos grupos fucata, virgifera e signifera. O principal deles é o grupo fucata, que possui mais de 300 espécies que ocorrem na região neotropical (sul da América do Norte, América Central e América do Sul). Estes apresentam hábitos multivoltinos, ou seja, produzem várias gerações por ano e são polífagos nas fases de larva e adulto. As espécies do grupo virgifera ocorrem na região Neártica que compreende toda América do Norte, exceto o sul, México, e

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Revista do Produtor Rural

Figura 1 e 2 - Vaquinha, patriota ou brasileirinho (Diabrotica spp). Fonte: João Oliveira

Figura 3 e 4 - Larva-alfinete ou larva-de-diabrótica. Fonte: Saulo Tochetto

nos últimos 20 anos também a Europa. Estes insetos, nas regiões temperadas apresentam ciclo univoltino, ou seja, uma geração por ano e diapausa na fase de ovo. O grupo signifera possui 11 espécies distribuídas na região neotropical, com pouca ou nenhuma importância agrícola, e poucos estudos sobre ele. No Brasil as duas principais espécies são a Diabrotica speciosa e a Diabrotica viridula. No Brasil existem poucos produtos químicos registrados para o controle, inclusive são poucos os relatos científicos desenvolvidos para controle em milho. Para Milanez e Parra (2000), as fêmeas têm a preferência de oviposição em solos

escuros, com maior teores de matéria orgânica, que apresentam alta umidade (26 e 63%) e cultivados com gramíneas. O milho tem preferência na oviposição em relação ao feijão, à soja e ao arroz. Dentre os fatores que afetam o desenvolvimento da praga podemos citar: 1. Fatores abióticos: como temperatura, umidade e tipos de solo; 2. Fatores bióticos: como tipos de alimento e inimigos naturais. A temperatura afeta diretamente a fisiologia tanto do adulto como das formas imaturas. Na faixa de temperatura entre 18 e 32ºC, a sobrevivência dos ovos variou de 70 a 80%. A umidade também afeta o comporta-


mento de postura das fêmeas. As fêmeas preferem fazer posturas em solos mais úmidos e nas fisuras, protegendo os ovos de predadores e da dessecação por falta de umidade. O tipo e a cor do solo afetam o comportamento dos adultos de Diabrótica, sendo que o aumento do conteúdo de argila do solo promove a sobrevivência das larvas de Diabrótica no campo. Comparando 4 tipos de solo, MILANEZ (1995) verificou que na Terra Roxa Estruturada Distrófica, as fêmeas de Diabrotica speciosa colocaram cerca de 5 vezes mais ovos do que nos demais solos estudados (Figura 1). Os hospedeiros utilizados pelos adultos na alimentação afetam a longevidade dos adultos e a quantidade de ovos produzidos pelas fêmeas. Segundo ÁVILA (1999), as fêmeas alimentadas com folhas de batata e de feijão produziram cerca de 6 vezes mais ovos do que as alimentadas com soja ou milho.

Figura 11 - Raiz normal (à esquerda) e com dano severo (nota 3 da Escala Modificadora de IOWA) (à direita) Fonte: Tochetto, S. Figura 10 - Sintoma de acamamento provocado pelo ataque de larvas - Fonte: Tochetto, S.

ções de alta umidade e ventos fortes. Os maiores danos causados pelas espécies de Diabrótica no milho são os provocados pela alimentação das larvas no sistema radicular. Em plantas mais desenvolvidas, os danos podem provocar tombamento, redução da capacidade de absorção de água e nutrientes e, consequentemente, redução na produção. Além disso, podem servir como porta de entrada para fungos promotores de podridões.

Importância econômica Acamamento é um sintoma reflexo do ataque de larvas em fase inicial, reduzindo o sistema radicular e causando acamamento em estádios mais avançados da cultura. Esse acamamento é intensificado em condi-

Conclusões O time de Sementes Agroceres, embasado nos ensaios de 2005 a 2012 concluiu: 1) A ocorrência da praga é possível em todas as áreas de milho no Brasil; 2) O nível de dano varia conforme as regiões e os anos (mais úmidos ou mais secos); 3) Danos mais severos em raízes, ocorrem com maior frequência nas regiões Sul do Brasil; 4) Cerca de 25% das avaliações apresentaram nota de dano superior a 0,1.

Referências bibliográficas: áVILA, C. J. Técnica de criação e influência do hospedeiro e da temperatura no desenvolvimento de Diabrotica speciosa (Germar, 1924) (Coleoptera: Chrysomelidae). 1999. 103 p. Tese de Doutorado. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba – SP. BRANSON T.F.; KRYSAN J.L. Feeding and oviposition behavior and life cycle strategies of Diabrotica: an evolutionary view with implications for pest management. Environ Entomol, Lanham, V.10, N.6, P.826-831. 1981.

Desenvolvimento do milho

Ovos

KRYSAN, J.L . Introducition: Biology, Distribution and Identification of Pest Diabrotica. In: KRYSAN, J.L.; MILLER, T.A. Methods for study of pest Diabrotica. New York: Springer Verlag, 1986, p.1-23. MILANEZ, J.M., PARRA, J.R.P. Biologia e exigências térmicas de Diabrotica speciosa (Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) em laboratório. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v.29, n.1, p.23-29, 2000.

Larvas

MILANEZ, J.M. Técnicas de criação e bioecologia de Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera: Chrysomelidae). Piracicaba, 1995. 102p. Tese (Doutorado em Entomologia) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, 1995.

Estrago 0

7

14

21

28

35

42

49

56

63

70

Figura 8 - Desenvolvimento dos ciclos da Diabrótica em relação ao desenvolvimento do milho. Fonte: Gassen (1996)

77

84

TURPIN, F. T.; DUMENIL, L. C.; PETERS, D. C. Decision-making related to use of soil insecticides by Indiana corn farmers. Journal of Economicn Entomology, College Park, v.69, p. 359-362, 1972.

Revista do Produtor Rural

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Parceria

Sindicato e Uniflora:

orientação na hora de preencher o CAR

O

Sindicato Rural de Guarapuava vai apoiar os produtores rurais no preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O serviço será voltado àqueles que sentirem alguma dificuldade ao lidar com o sistema, que é um formulário eletrônico, num site de internet (www.car.gov.br). Nos casos mais simples, em que os dados da propriedade já estão levantados e formatados, o produtor que desejar precisará apenas comparecer à entidade, onde funcionários ajudarão no momento de acessar o site do CAR e colocar as informações no cadastro. Para disponibilizar orientação nas situações em que é necessário levantar, atualizar ou formatar os dados, o sindicato formalizou parceria com a empresa Uniflora, da área de engenharia florestal, agrimensura e meio ambiente – além de contar com assessoria de profissionais, o produtor obterá desconto no custo dos serviços. Em entrevista, o diretor da Uniflora, Andreas Kleina (Brahma), comentou como vê o cadastro.

Brahma: apoio técnico na hora de formatar dados para o CAR

RPR – Uma questão que muitos vêm se fazendo há algum tempo: o CAR é simples de preencher? Ou é um procedimento muito técnico? Brahma – O cadastramento em si é simples. Ele foi gerado com a intenção de que qualquer proprietário rural pudesse por si mesmo fazer o cadastramento. Só que os dados técnicos a serem lançados são um pouco complicados. Se o proprietário já tem uma organização fundiária bem feita, um material técnico de boa qualidade, ele não vai ter problemas. O CAR é simples: gerar os dados para preencher o CAR, nem tanto. Tem algumas tecnicidades que têm de ser cumpridas. RPR – Você poderia exemplificar um caso em que as informações precisariam de um tratamento mais técnico como esse?

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Revista do Produtor Rural

Brahma – Existem muitas propriedades na nossa região, acredito que a grande maioria, que já têm seus mapas de uso do solo. Esses mapas foram feitos em outros padrões de arquivo de computador, em outros tempos, com outros equipamentos. Isso vai ter de sofrer uma edição para ser aceito pelo CAR. RPR – Você poderia exemplificar um caso em que as informações precisariam de um tratamento mais técnico como esse? Brahma – Existem muitas propriedades na nossa região, acredito que a grande maioria, que já têm seus mapas de uso do solo. Esses mapas foram feitos em outros padrões de arquivo de computador, em outros tempos, com outros equipamentos. Isso vai ter de sofrer uma edição para ser aceito pelo CAR.


RPR – Há uma outra questão: a compra de áreas que ainda possuem matas nativas, por parte de produtores que precisam de ter reservas. De outro lado, há produtores que preservaram a natureza e que hoje possuem este tipo de área. Em sua opinião, aqui na região, onde ainda existem vários casos de matas preservadas, quais são os pontos que os produtores devem considerar nesse contexto? Brahma – O Novo Código Florestal tem entre suas intenções declaradas fazer justiça com as pessoas que preservaram florestas. Para isso, se criou um sistema de compensação muito mais amplo, que tende a valorizar muito mais estas áreas. Isso é intenção do código. Não é o momento, por exemplo, de se vender uma propriedade florestal. A gente crê que vai haver um mercado muito ativo, forte, realmente, de compra de compensação. O proprietário não vende a propriedade. Ele vende o direito de reserva que a sua floresta gera dentro do CAR. Hoje, na nossa região especificamente, temos áreas florestais, de serras, de grotões, de topografia ruim (para agricultura), que têm um valor muito baixo. A pessoa não tem uma atividade econômica viável dentro destas áreas. Elas têm um valor de mercado baixo. Essas áreas podem ser muito interessantes eventualmente a especuladores, que comprem por um preço de mercado, hoje irrisório, e se aproveitem do código, para transformar em ativos muito mais valiosos. A gente hoje tem por exemplo a cotação da empresa Estratégia Ambiental – a principal player no mercado de reserva legal dentro do bioma mata atlântica, uma empresa de Curitiba, para a qual prestamos serviços. A expectativa da Estratégia Ambiental é um mercado de R$ 5 mil por hectare, de compensação de reserva. Se você for ver, hoje nós temos áreas na nossa região que custam R$ 3 mil o alqueire. Ou seja, vai haver uma valorização de quase o triplo desse valor. Então, temos de atentar à especulação: não é o momento de se vender área florestal. O momento é de esperar o mercado acontecer e ver quanto que ela vai valer. São poucos meses para que isso esteja funcionando. O proprietário tem de guardar sua terra até o mercado funcionar efetivamente.

Não é o momento de se vender uma propriedade florestal”

Gora: “Produtor é visto como o único responsável pelo meio ambiente” Dia 19 de novembro, Comissão de Meio Ambiente da Faep voltou a analisar o CAR, com a presença também do secretário de Estado da Casa Civil, Reinhold Stephanes. Membros da comissão, o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, e a engenheira florestal Hildegard Abt Roth, participaram da reunião, representando Guarapuava. Ao retornar, Gora comentou o encontro, no qual o CAR esteve no foco das atenções. Ele lembrou que o cadastro é parte do Novo Código Florestal, sendo obrigatório o seu preenchimento. O formulário, Gora definiu como “bem simples, didático e intuitivo”. No Paraná, conforme acrescentou, a expectativa é que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, realize até dezembro o lançamento do cadastro, disponibilizando as fotos que são a base daquele sistema de informações. O vice-presidente do Sindicato Rural ressaltou ainda que, no Estado, o Iap será o órgão que realizará a fiscalização da exatidão dos dados enviados ao CAR. Mas destacou que a Faep defende que o código seja aplicado de acordo com o texto aprovado – sem que Estados desejem implantar qualquer outra legislação ambiental local ainda mais rígida. A participação também dos centros urbanos na preservação da natureza foi outro tópico analisado pela comissão. “Por enquanto, o único (visto como) responsável é o produtor rural. Vamos pensar em uma forma de envolver também a população urbana”, declarou. Já no meio rural, ele disse que a comissão é favorável a algum incentivo para que o produtor rural conserve as áreas de natureza. Uma proposta ainda terá de ser elaborada. “O incentivo é muito mais eficiente do que qualquer obrigação”, opinou, adiantando que o assunto deverá voltar à pauta das próximas reuniões, em 2014. “A questão ambiental é de todos nós, meio rural e urbano, e todo mundo tem de contribuir para isso”, completou o vice-presidente do Sindicato Rural.

Paraná

Ministra realizou lançamento do CAR e portaria dispensou silos de DLAE Após uma espera considerada longa pelos produtores rurais, o CAR foi lançado, no Paraná, no último dia 30 de novembro. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou em Cândido Rondon (região oeste) a inserção do Estado no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural. Este sistema, por enquanto, serve como uma espécie de ensaio, treinamento dos produtores e não está contando no prazo que o proprietário rural tem para se cadastrar. O cadastro só começará a valer a partir da data da emissão do Decreto Presidencial que regulamentará o programa de Regularização Ambiental – PRA e Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente. Essas normativas devem ser editadas até o final de dezembro. Somente a partir desse momento, os produtores terão um ano, prorrogável por mais 12 meses, para cadastrar seu imóvel rural pela internet. É importante o produtor rural atentar também para outro fato: o governo do Estado, por meio do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), dispensou o licenciamento ambiental para diversas atividades agrícolas de baixo impacto. A lista consta na Portaria Nº 304/2013, que revoga a Portaria 090/2012. Com isso, para as atividades em questão, o produtor fica dispensado de requerer a declaração de Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual (DLAE) e o IAP de emiti-las. Ficam também dispensados da DLAE os silos agrícolas em propriedades rurais, desde que no limite máximo de até 7.500 toneladas, atendendo os critérios de emissões atmosféricas estabelecidos no artigo 1º da resolução SEMA 058/2007.

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Bioestimulantes

Fertilizantes Organominerais Aminoagro nas culturas de soja e feijão

O

desenvolvimento e a produtividade das plantas são controlados por fatores genéticos, ambientais, fisiológicos e hormonais. Nesse sentido, nos últimos anos, como forma de otimizar a produção em diversas culturas, vem sendo estudados o uso de fertilizantes organominerais, produtos que são considerados bioestimulantes, pois contêm em suas formulações aminoácidos, nutrientes, substâncias húmicas, extratos de algas, entre outros compostos. Os aminoácidos têm como principal função a constituição de proteínas, bem como precursores de inúmeras substâncias reguladoras do metabolismo. A sua aplicação em culturas não tem o objetivo de suprir a necessidades das

plantas, mas possuem comportamento de ativadores de metabolismos fisiológicos. O uso de aminoácidos proporciona equilíbrio no metabolismo das plantas, melhora a fotossíntese, diminui a fitotoxicidade de alguns defensivos, confere as plantas maior tolerância às pragas e doenças, promove uma melhor absorção e translocação de nutrientes aplicados via foliar, tornando o sistema radicular mais desenvolvido e com mais vigor. Os extratos de algas Ascophyllum nodosum, por exibirem ação semelhante aos hormônios vegetais, estão sendo utilizados em aplicações foliares ou no solo. Os efeitos positivos do uso de extratos de algas têm sido observados em várias culturas, entre elas soja e feijão.

Outro componente utilizado em fertilizantes organominerais é a matéria orgânica, sendo a fração húmica a qual apresenta melhores resultados em diversas culturas, proporcionando estímulo a flora microbiana próximo ao sistema radicular, facilita a absorção dos nutrientes, aumenta retenção de água, aeração, retenção de nutrientes no solo, estado de agregação do solo, e principalmente, a formação de quelatos naturais, influenciando diretamente na nutrição da planta, também apresenta efeito positivo em seu metabolismo sobre o transporte de íons, aumento no conteúdo de clorofila e da síntese de ácidos nucléicos, e influencia nas atividades de diversas enzimas.

Resultados no Campo O trabalho foi efetuado no ano de 2010/2011, pelo professor Itacir Eloi Sandini e seus colaboradores, nos municípios de Guarapuava e Pinhão.

Cultura da Soja Tratamento

Produtos Utilizados

Dose

Época de aplicação

Testemunha

-

-

-

TS+FO

Aminoagro Raiz (TS) Aminoagro Folha Aminoagro Complex

100ml/100kg 1 L/ha 2 L/ha

Tratamento de sementes Vegetativo Vegetativo

FRT

Aminoagro Fruto

1 L/ha

Enchimento de grãos

85,0 84,0

85,0

84,8

84,0

83,0

83,0

82,0

82,0

81,4

81,0 80,0

84,3 81,4

81,0 80,0

TS + FO

Testemunha

FRT

Testemunha

Figura 1 – Produtividade (sc/ha) de SOJA submetida aos diferentes tratamentos organominerais Aminoagro. Guarapuava , PR, 2011.

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Revista do70,0 Produtor Rural

70,0

70,0


Cultura do Feijão Tratamento

85,0 Produtos Utilizados

Testemunha

TS+FO+AL_EM

84,0

Dose 85,0

84,8 -

-

83,0 83,0 Aminoagro Raiz (TS) 100ml/100kg Aminoagro Folha 1 L/ha82,0 82,0 Aminoagro Complex 2 L/ha 81,0 Aminoagro Alga+ 81,4 0250 ml81,0 Aminoagro Energy 1 L/ha 80,0

50,0

80,0

ALG

+ FO AminoagroTSAlga+

FRT

Aminoagro Fruto

70,0

60,0

84,0

62,5

Testemunha 250

ml

1 L/ha

Época de aplicação

84,3

-

Tratamento de sementes Vegetativo Vegetativo Início da florada 81,4 Florada plena FRT

InícioTestemunha da florada

Enchimento de grãos

70,0

70,0

60,0

60,0

58,7 49,5

40,0

50,0

49,5

40,0 TS+FO+AL+EN

Testemunha

50,0

51,5 49,5

40,0 ALG

Testemunha

FRG

Testemunha

Figura 2 – Produtividade (sc/ha) de FEIJÃO submetida aos diferentes tratamentos organominerais Aminoagro. Guarapuava , PR, 2011.

(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

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Viagem técnica

Produtores rurais americanos visitam Guarapuava

O

estado de Illinois, nos Estados Unidos, é uma das mais conhecidas regiões agrícolas no mundo. Esta posição foi alcançada graças a tradição e produtividade em culturas importantes, como milho. Mas, demonstrando que mesmo quem é referência sempre busca ampliar seus conhecimentos, produtores rurais de lá vieram ao Brasil, para conhecer, no Paraná, um pouco da agricultura que se faz por aqui. O roteiro, realizado no início de novembro, incluiu escalas em organizações relevantes do agronegócio paranaense. Começando pela Organização das Cooperativas do Paraná, a OCEPAR, em Curitiba –

Visita no Sindicato Rural de Guarapuava

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Revista do Produtor Rural

instituição que representa um dos sistemas cooperativos mais bem sucedidos no país. Em Castro (Campos Gerais), o giro seguiu pela cooperativa Castrolanda, principal produtora de leite do Paraná, e incluiu ainda o trabalho de pesquisa da Fundação ABC. Guarapuava também esteve na programação. Dia 8/11, os americanos iniciaram o dia no distrito de Entre Rios, onde conheceram a Cooperativa Agrária e sua fundação de pesquisa, a FAPA. À tarde, foi a vez de tomar contato com outro lado institucional do setor agrícola. No Sindicato Rural de Guarapuava, o grupo se encontrou com o presidente da entidade,

Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Ele abordou a estrutura de representação da classe agrícola patronal, enfocando o trabalho da CNA, Sistema Federação da Agricultura do Paraná (FAEP) e sindicatos rurais, além de números gerais da agricultura. A palestra foi momento para trocar ideias e comparar realidades, como custos e rentabilidade. Entre outros tópicos, Botelho destacou a questão da logística, apontando a necessidade do país ter estradas, ferrovias e portos mais modernos e mais competitivos. Coordenador do roteiro dos americanos no Brasil, Nadiel Kowalski, explicou que os cerca de 20 participantes são, em sua maioria, jovens agricultores, em busca de novos conhecimentos para se tornarem futuros líderes da associação – como o produtor Jared Finegan, do Comitê de Liderança Jovem (Young LeaderCommittee) da Associação Agrícola de Illinois (Illinois Agricultural Association - Illinois Farm Bureau). A entidade, todos os anos, promove viagens técnicas, com foco em agricultura e indústria. Finegan contou que, para ele e os outros jovens esta foi a primeira vez no Brasil. A comparação entre realidades chamou sua atenção: “em alguns aspectos, sim (há diferenças), mas em outros, há semelhanças. No tamanho das propriedades, nas opera-

Jared Finegan, agricultor americano

ções. Há grandes fazendas”. A maior diferença, em sua opinião, é o clima. “Vocês aqui têm lavouras de inverno e de verão. E fazem muita coisa. Nós temos o inverno e conseguimos deter pragas e doenças. Isso é algo completamente diferente”. Milho e soja, segundo relatou, são os principais produtos da propriedade, na qual trabalha ao lado do pai e do irmão. Na viagem, acrescentou, o principal interesse foi conhecer as diferenças entre EUA e Brasil e “ver in loco como as coisas transcorrem, como vocês têm feito progressos em 50 anos de produção”. O giro dos americanos prosseguiu em Medianeira, onde conheceram a Lar e a Frimesa, encerrando-se com uma escala em Foz do Iguaçu.


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Meio ambiente

Gestão do lixo no campo A coleta de lixo nas áreas rurais ainda atende poucas propriedades, apesar disso, o produtor rural é responsável pela destinação correta. Helena Krüger Barreto (Da Redação)

A

gestão sustentável do lixo ainda está longe de ser uma realidade no Brasil. Os resíduos geralmente são tratados como um problema urbano e, muitas vezes, o tema fica esquecido no campo. Dados de 2010 do IBGE atestam que 58% do lixo produzido em áreas rurais têm como principal destino a queimada, sendo que 9% é jogado em terreno baldio e 3,6% é enterrado, além de outros destinos incorretos. No Paraná, as proporções são semelhantes, queimar o lixo está entre as principais soluções, sendo praticada por 51% das propriedades. E, em Guarapuava, das 4.205 propriedades, 2.422 queimam o lixo na propriedade, ou seja, 57%. Com o crescimento econômico e aumento do poder aquisitivo da população, inclusive no campo, a produção por habitante de lixo só aumenta. Em 2012, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), foram produzidos em média 383,2 kg de lixo por ano/pessoa. Nas áreas rurais, o problema é mais sério devido à preocupação com outros tipos de resíduos relacionados à produção, como óleos, produtos veterinários, além de embalagens de agroquímicos. O biólogo e coordenador regional de

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Revista do Produtor Rural

resíduos sólidos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Marco Antônio da Silva afirma que muito lixo fica nas áreas rurais do Estado e lamenta que boa parte dos serviços públicos estejam estruturados para atender apenas a população urbana, entre eles a coleta do lixo. Silva explica que, dessa forma, muitas propriedades ferem a lei de destinação correta do lixo, preconizada pela Lei Federal nº 12.305 da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que obriga todo cidadão, empresa ou instituição a reduzir a quantidade de resíduos, separar os recicláveis, dos reutilizáveis, dos perigosos, dos rejeitos e dar a destinação adequada para cada tipo. Ou seja, segundo o biólogo, mesmo que a obrigação legal da coleta seja das prefeituras, as pessoas são responsáveis pelo lixo que geram. “A triste consequência é a crescente contaminação do meio ambiente rural, com maior intensidade no redor das moradias rurais, próximos as famílias do campo”, comenta. Para o coordenador regional de resíduos sólidos do IAP, o principal problema está na falta de informação a respeito dos riscos que trazem ao meio ambiente, e principalmente, à saúde humana. “A composição dos produtos industrializados e suas embalagens não é conhecida pela população que fica vulnerável a

possíveis exposições a agentes extremamente tóxicos e nocivos a todos os seres vivos”. Sobre as queimadas, Silva comenta os danos. “Ao queimarmos lixo, não só lançamos para o ar, pior que isso, potencializamos negativamente vários desses componentes, que ao entrarem nos pulmões imediatamente são distribuídos pelo corpo pela corrente sanguínea.”. Quando o lixo é jogado nas águas, o biólogo também cita os efeitos nocivos ao meio ambiente. “Ao lançar nas águas, ou mesmo quando seus componentes nocivos chegam ao lençol freático passando pelo solo, a sua dispersão se torna bem mais veloz, atingindo a comunidades distantes, durante longo tempo”. Com relação à responsabilidade e a punições para práticas como essas, Silva explica que toda pessoa, empresa ou instituição pode ser punida por não cumprir a legislação ambiental pertinente aos resíduos sólidos no Brasil. “A Lei Federal nº 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais não deixa dúvidas das punições a quem dá destinação inadequada aos resíduos sólidos, que é relativa a quantidade do resíduo, a toxicidade do material e a intencionalidade do ato criminoso”. Já a Lei nº 12.305, dos resíduos, também prevê o que é considerado crime quanto ao mau trato dos resíduos. “Aqueles que não


estiverem como determina a lei, dentro do prazo estipulado para a devida adequação, caberá ao IAP a execução das sanções previstas”, declarou. Para amenizar o problema, o biólogo do IAP sugere que se realizem reuniões de es-

clarecimento e discussão entre prefeituras e suas comunidades rurais, criando arranjos locais sustentáveis e adequados a cada realidade para o cumprimento da lei visando a garantia da qualidade ambiental e da saúde pública.

Proatividade no campo

Foto cedida por Elizabeth Ap. Hipólito

Unidos em prol da destinação correta

Elizabeth Aparecida Hipólito Reflorestadora Schram

Ponto de coleta de lixo da comunidade rural na região do Rio das Pedras

“Lixo que não precisaria ser chamado de lixo, pois tudo pode ser reaproveitado”, são palavras da produtora e empresária, Elizabeth Aparecida Hipólito, que mobilizou mais de 40 famílias em sua comunidade para realizar a separação adequada para o lixo reciclável em áreas rurais na região do Rio das Mortes. Ela contou que a iniciativa começou há mais de dois anos e surgiu a partir de uma reunião no grupo de mulheres do bairro Primavera. “Sugerimos fazer uma coleta seletiva de todos os moradores e dar um fim correto para o lixo que ficava nas propriedades”, relatou. Com relação ao lixo orgânico, Elizabeth explica que ele é reaproveitado para animais ou para adubar o solo. Apenas o lixo de banheiro é queimado e com óleo é feito sabão. “Para reunir o lixo de toda a comunidade foi criado um ponto de apoio, com uma estrutura simples, um suporte de ferro que fica um bag. No final da semana, uma pessoa voluntária leva os materiais recicláveis até uma empresa que reutiliza e recicla. “O primeiro passo é trabalhar a consciência do lixo. Foi isso que fizemos no começo na comunidade”.

Gestão profissional do lixo Há cerca de 8 anos, a Fazenda Campo Bonito, do proprietário Eduardo Reinhofer, aderiu um programa proposto pela cooperativa Agrária, que envolve a adequação da propriedade nas áreas de qualidade, segurança do trabalho e meio ambiente. Hoje a fazenda é modelo e possui certificação nesse sistema. A separação dos resíduos é feita em todas as escalas, desde o lixo das casas até a parte de produção agrícola e pecuária. A coleta seletiva começa nas casas de 12 famílias que residem na propriedade, mas existem pontos estratégicos em toda fazenda, como na oficina, barracão de maquinas, de insumos, sementes, no escritório, na manutenção, além dos alojamentos com galões separadores. Na fazenda Campo Bonito, o lixo orgânico também é reaproveitado: faz-se um buraco na

terra e é utilizado como adubo. Já o que não é reciclável, como ferro e borracha, vai para o latão de diversos. Com relação ao lixo domiciliar de banheiro, por exemplo, a orientação é fazer em um local afastado, uma manilha em que se queima. Para os resíduos veterinários, há uma empresa especializada que faz a coleta trimestral. O óleo também é coletado por uma empresa que vai até a propriedade.

Paulo Gabriel Caleffi Guilhermetti

O engenheiro ambiental e filho de produtor rural, Paulo Gabriel Caleffi Guilhermetti, conta que ele e o pai não esperam o caminhão do lixo passar na propriedade. Eles levam o lixo reciclável para pontos de coleta ou em frente da sua residência na cidade. Com a propriedade localizada na Campina Redonda no Guará, Guilhermetti explica que fazem três sistemas de classificação: um para resíduo domiciliar ou orgânico; rejeito e reciclado. Para o orgânico, o produtor possui minhocas em um sistema fechado, que produzem húmus. Com rejeito, que são embalagens contaminadas ou sujas, o lixo é separado para ser levado ao local adequado. Já o lixo reciclável, depois de separado é trazido para a cidade ou para locais onde existe a coleta municipal. Com relação ao lixo de produção, como óleos, embalagens de agrotóxicos, lâmpadas, estopas, ele orienta que todos deveriam fazer um sistema de gestão. “O correto é contratar uma empresa, pois se trata de material perigoso”, diz o engenheiro. Guilhermetti afirma que na propriedade já perderam animais devido ao acúmulo de lixo reciclável no solo. “Os carneiros se alimentavam em um pasto que foi contaminado, pois tinham pedaços de plástico. Perdemos uns sete animais por isso”. Ele também comenta alguns dos riscos do mau gerenciamento do lixo, como a contaminação do solo e do corpo hídrico, além de prejudicar até mesmo a produção. “Se contaminar com óleo, é muito difícil uma planta se estruturar em um solo contaminado”.

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Coleta de lixo Saiba as localidades onde há coleta municipal nas áreas rurais. Uma das alternativas é levar o lixo no local mais próximo a sua propriedade.

Guarapuava Segundo o encarregado da divisão da Surg, do departamento de coleta de lixo, Wilson Soares Pereira, cinco grandes áreas são atendidas por dois caminhões de lixo. • Toda quinta-feira: região do Guará (Monte Galvão) no sentido Rio das Pedras até a localidade do Casarão. • A cada 15 dias: Guairacá; Guabiroba (até duas propriedades a frente da capela). • Uma vez por mês, na primeira quinta-feira do mês: Sentido Rureco. • Outra rota está sendo incluída, chácaras no sentido da captação da Sanepar.

Wilson Soares Pereira - Surg

Cantagalo De acordo com Secretaria de Obras e Viação de Cantagalo, cerca de 110 km em áreas rurais são percorridos no município nas principais localidades e apenas na estrada principal. • A cada 15 dias, passa pela estrada principal das regiões de Cavaco, Campo Alto, Joquiá de cima e de baixo; na localidade chamada Santo Antônio; Rio do Cobre; CEAGRO, região do Cavaco. • Uma vez por mês na localidade do Rio Visita; Linha Nova; Invernadinho; Porto Janjão; Perpétuo do Socorro e uma parte da linha do parreiral.

Candói No município de Candói grande parte da área rural é atendida, sendo contemplados 3000 quilômetros de estrada com a coleta. A Secretaria de Meio Ambiente declarou que o caminhão passa a cada 15 dias em núcleos pequenos e duas vezes por semana em núcleos maiores duas vezes por semana. • Toda segunda-feira e sexta-feira à tarde: Lagoa Seca. • Toda terça e sexta-feira pela manhã: Paz, Cachoeira e Alagado. • Todo sábado à tarde: Comunidade Corvo Branco. • Toda quarta-feira pela manhã: Fábrica Santa Clara, Assentamento Santa Clara, Fazendas da Lagoa Seca e Divisa. • Toda segunda-feira à tarde e quarta-feira pela manhã: Lagoa Seca. • Na 1ª e 3ª semana do mês, nas segundasfeiras: Pingau , Japutinga, Ilha do Cavernoso, Samabaial 1 e Sambaial 2.

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• Na 1ª e 3ª semana do mês: Alto da Cachoeira. • Na 1ª e 3ª semana do mês, nas quintas-feiras: São Pedro, Santa Marta, Santa Luzia, Rio Novo, Barra mansa, Fartura, Despraiada, Vila Esperança e Vila Nova. • Na 1ª e 3ª semana do mês, aos sábados: Rio Bonito, São João, Passo Grande, Três Palmeiras, Cavernoso e Mato do Cavernoso. • Na 2ª e 4ª semana do mês, nas quintas-feiras: Saleiro, Volta Grande, Colônia dos Alemães, Despraiada B. • Na 2ª e 4ª semana do mês, aos sábados: Alto Rio da Lage, Rio da Lage, União São Pedro, Xaxim, Faxinal Santo Antônio, Colônia São Judas Tadeu, Retiro, São Roque, Vila Tome, Barreiro, São João Batista. • Na 2ª e 4ª semana do mês: Bebinha * De acordo com a Secretaria alguns horários e datas podem sofrer alterações, no entanto, a coleta tenta seguir o padrão definido.

6 dicas para diminuir o acúmulo de lixo nas áreas rurais

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Ao comprar, EVITE ou diminua a grande quantidade das embalagens (sacolas, caixas, latas, etc); SEPARE os materiais recicláveis e os entregue ao serviço de coleta seletiva, se as embalagens chegaram até a casa, elas podem ser levadas até um local adequado; REAPROVEITE, REUTILIZE o máximo dos materiais, usar uma boa bolsa para transportar mercadorias é melhor que acumular muitas sacolinhas plásticas em casa; DEVOLVA os resíduos perigosos, como pilhas, baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes, eletrônicos e restos de produtos médicos devem ser tratados como se faz com os vasilhames de agrotóxicos, com cuidado devolva onde os comprou; ORGANIZE-SE, cobre do poder público o apoio para a instalação de pontos de entrega voluntária próximo a sua casa e solicite o atendimento do serviço de coleta seletiva pelo menos uma vez por mês na sua comunidade; COMUNIQUE, discuta, divulgue as boas práticas e mude a realidade ambiental de sua comunidade rural.

Fonte: Marco Antônio da Silva, coordenador regional de resíduos sólidos do IAP

Serviço Empresa que faz coleta de lixo veterinário infectantes, relacionado à atividade da pecuária. • Ambserv - Contato: ambserv@ambserv.com.br/ (41) 33982377. Endereço Alameda Bom Pastor, 91 bloco III, bairro Campina, São Jose dos Pinhais - PR Empresa responsável pela coleta de lixo reciclável: • Belfran Recicladora – Contato: francini_costa@hotmail. com. Endereço: Rua Antonio Tussollini , s/nº Bairro Lindouro, Pinhão –PR Informações cedidas pelo Grupo Reinhofer. As empresas citadas prestam serviço para a Fazenda Campo Bonito.


Festival Gastronômico Imunização

Cordeiro Guarapuava:

sabor de sofisticação O

Festival Gastronômico Cordeiro Guarapuava, promovido pela Cooperaliança, vê crescer seu público a cada edição. Para recepcionar os cerca de mil participantes presentes nesta sexta edição, no dia 8 de novembro, o evento foi realizado no Pahy, em Guarapuava/PR. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ conversou com Kiko Dalla Vecchia, responsável por criar e preparar com sua equipe as receitas oferecidas no jantar. Ele comenta a elaboração de sugestões com um produto que vem ganhando espaço entre apreciadores de alta gastronomia.

RPR – O que você poderia contar sobre o conceito para criar os pratos que fizeram parte do cardápio do 6º Festival Gastronômico? KIKO – Este é o sexto festival do cordeiro. E é o sexto do qual participo, junto com a Cooperaliança. Todos os anos, mudamos o cardápio. Este ano, viemos com a proposta de uma alta gastronomia, usando vários produtos ‘top’, agregando valor ao sabor do cordeiro. RPR – De maneira geral, como você está vendo a divulgação da carne de cordeiro em Guarapuava e, por que não dizer, no Paraná? KIKO – A gente vê pelo sucesso do festival, não é? Hoje, esperamos um público de mil e cem pessoas. O consumo da carne de cordeiro aumentou muito, graças à Cooperaliança. Porque hoje consumimos animais de qualidade. Com o peso certo, rastreados. A qualidade melhorou muito e então a aceitação tem sido muito maior.

RPR – A carne de cordeiro é apropriada ao preparo de pratos sofisticados? KIKO – Exatamente. Aqui na nossa região, você tinha o cordeiro só como carne de churrasco. Só assado. A proposta do festival é isso: agregar ingredientes diferentes ao cordeiro. Um exemplo é este cordeiro que desenvolvemos: aos três funghi. É um cordeiro no qual vai funghi seco, shitaki e shimeji. Um outro, é uma receita que desenvolvi: cordeiro com café. Café é coisa nossa, do Brasil. Ficou muito bom. É esse tipo de ingrediente que a gente agrega. E a qualidade da carne também é sensacional. RPR – Você poderia contar um pouco mais sobre o cordeiro com café? Como é exatamente este prato? KIKO – Na realidade, eu gosto bastante deste festival, porque eles (os organizadores) me deixam bastante livre, para que eu crie pratos novos. Neste ano, tentei trazer dois pratos: um da nossa região, do Paraná, que é o barreado de cordeiro – existe

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RPR – Para quem quiser adotar a carne de cordeiro com maior frequência, no dia a dia, você tem alguma dica?

Kiko Dalla Vecchia

o barreado de Morretes, que é um prato típico paranaense. Este ano, agregamos o cordeiro, que é da nossa região. E o outro é o cordeiro com café. Acabei fazendo uma mistura, com molho de café com uísque. O resultado ficou fantástico. RPR – E como é o barreado de cordeiro? KIKO – O barreado é o único prato reconhecido como paranaense. E o preparo dele é bem lento. O barreado de cordeiro é o mesmo processo que é feito com a carne bovina. Ficou divino. Casou muito bem o sabor da carne de cordeiro com os temperos, cominho e um acompanhamento de banana com farinha. RPR – Por falar em tempero... Para a carne de cordeiro, quais os temperos que você acha que combinam melhor, que se harmonizam com o sabor natural que esta carne já possui?

KIKO – Eu tenho feito várias receitas, substituindo a carne bovina pela de cordeiro. No strogonoff de cordeiro, o sabor fica mais acentuado. É uma carne mais marcante. Outra coisa bacana – eu gosto muito de fígado: fígado de cordeiro é um espetáculo. Eu fiz uma farofa de fígado de cordeiro para acompanhar os pratos no festival. RPR – No dia a dia, você acha que é uma carne que também pode ser adotada? KIKO – Antigamente, o custo da carne de cordeiro era bem mais alto. Hoje, com a produção que está tendo, na cooperativa, você, nos bons mercados, consegue comprar carne de cordeiro por um preço muito acessível, comparando com o preço da carne bovina. Então, você pode fazer diariamente, tranquilo. RPR – A carne de cordeiro também vem sendo adotada nos cardápios dos restaurantes em geral? KIKO – Vou ter por base o meu restaurante: tínhamos o consumo de uma carcaça semanal. Hoje, em torno de 10. É uma carne que tem uma aceitação muito grande, em função da qualidade. A cooperativa só veio agregar, trazer coisas novas.

RPR – Você é um entusiasta, gosta de criar receitas a partir da carne de cordeiro... KIKO – É que a carne de cordeiro me trouxe dois prêmios. Participei de dois festivais em Curitiba. Nos dois, fui premiado com dois pratos à base de cordeiro. Então, fico feliz de poder trabalhar com este animal, que elevou nosso nome em nível de Estado. RPR – Os dois prêmios seriam... KIKO – Foram promovidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes. Em nível paranaense. Fiz um charque de cordeiro na moranga. Foi o segundo (prêmio) que ganhei. O primeiro foi um reck de cordeiro ao molho do chefe. Inclusive (este prato) esteve neste festival. RPR – Charque de cordeiro também é uma novidade... KIKO – É o que eu falei. O charque ficou espetacular. E acrescentei um produto nosso, regional, que é a moranga. Fácil acesso, preço interessante. E o resultado final ficou 100%. RPR – É mais uma opção para quem gosta do charque – o charque que é conhecido nesta região e em todas em que houve o tropeirismo. KIKO – É isso aí, sem dúvida nenhuma.

KIKO – Antigamente, se consumia muito a carne de carneiro. Então, você tinha de deixar marinando, um ou dois dias, no vinho, com vários tipos de tempero, para ver se amenizava um pouco o gosto da carne. Hoje, com esta carne de cordeiro, que é bem mais suave, sal grosso é um excelente tempero. Mas na minha opinião, dois grandes ingredientes, que combinam muito com o cordeiro, são o alecrim e a hortelã.

Sofitisticação também na entrada no jantar

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Buffet do 6º Festival Gastronômico: opções para os paladares mais exigentes


Cooperaliança

Divulgação da carne de cordeiro

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esponsável pela equipe que organiza o Festival Gastronômico Cordeiro Guarapuava, a vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Thives Araújo Azevedo, explicou que o objetivo do evento é divulgar a carne de cordeiro: “Temos realizado o festival desde o primeiro ano em que a cooperativa foi fundada. É uma maneira de apresentar nosso produto”. Na abertura desta sexta edição, dia 08 de novembro, Adriane agradeceu a presença do público e o apoio de parceiros do festival. Estiveram também presentes autoridades como o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, e o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro. O público correspondeu ao evento, lotando o espaço reservado para o jantar. Confira algumas imagens do Festival.

Adriane Thives Araújo Azevedo

Adriane Thives Araújo e Edio Sander vice-pres. e pres. da Cooperaliança

Sec. de Agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro

Equipe garantiu agilidade na hora de preparar e servir

Organização também no momento de conferir o buffet

Sofisticação já na entrada do jantar

Buffet trouxe variedade de sabores especiais

Trio do Trem: música e bom humor para animar ainda mais o festival

Todo o espaço do evento ficou lotado, demonstrando mais uma vez o sucesso do festival

Cooperaliança Cordeiro Guarapuava Rua Vicente Machado, 777 Trianon - Guarapuava - PR (42) 3622-2443 Cooperaliança Novilho Precoce Al Baden Württemberg - Vitória, 952 Entre Rios - Guarapuava - PR (42) 3625-1889

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Nutrição vegetal

Quando a qualidade faz a diferença

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êxito de uma safra depende, entre outros fatores, da compreensão da complexa questão da nutrição vegetal. Para abordar este tema, a Ubyfol, empresa do ramo de fertilizantes, e a cooperativa C.Vale promoveram, dia 29 de novembro, em Guarapuava, uma palestra com um dos mais renomados especialistas no assunto, Arnoldo Junqueira Netto – doutor em fitotecnia, consultor de empresas e produtor rural em Lavras-MG, onde cultiva café, milho e feijão. Estiveram presentes integrantes da cooperativa e produtores rurais. Em entrevista, Junqueira Netto comentou que a nutrição vegetal via foliar é importante pela velocidade com que a planta absorve e metaboliza os nutrientes formando carboidratos, aminoácidos, proteínas e amidos, dando condições para uma maior produtividade e melhor qualidade da produção. Segundo Junqueira Netto, a nutrição vegetal via foliar possui dois objetivos básicos: correção de deficiências nutricionais e complementação de nutrientes durante o ciclo biológico da planta, tornando-se, portanto, uma componente do sistema produtivo. Afirmou ainda que os solos são, em geral, pobres em micronutrientes, necessitando de reposição para a planta produzir por via foliar, a forma mais rápida e econômica de resposta. Aliado a isso, ressaltou que a deficiência de micronutrientes acontece devido ao solo ser

Participaram integrantes da C. Vale e agricultores

www.ubyfol.com Revista do Produtor Rural

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uma ‘‘entidade não confiável’’, ou seja, ocorrem interações físicas, químicas e biológicas que interferem na disponibilidade destes elementos essenciais para a solução do solo, além da exportação dos nutrientes pelos produtos da produção”. Mas fez uma ressalva: “é preciso deixar claro que ela não substitui a adubação de solo; ela corrige e complementa a adubação de semeadura, de cobertura e as deficiências do solo”. Com referência a isto, Junqueira Netto classificou os micronutrientes como o ponto mais importante. Recomendou, ainda, a aplicação de macronutrientes via foliar, principalmente do nitrogênio. “No feijão, da formação até enchimento das vagens (R7 a R8); e, na soja, do R2 até o R5”, completou. Junqueira Netto ressaltou que uma nutrição vegetal de fato é alcançada, entre outros fatores inerentes à planta e ao ambiente, com adubos foliares baseados em pesquisas, que contenham os elementos em quantidades corretas para proporcionarem o equilíbrio nutricional da planta. No entanto, segundo alertou, são aqueles desenvolvidos por empresas idôneas e tradicionais em seus segmentos. O que pode significar um preço mais elevado, devido às pesquisas e ao uso de matéria prima de boa qualidade. Os produtores, muitas vezes, “compram preço, mas não compram qualidade”. O barato sai caro – “o custo-benefício é muito maior com um adubo de alta qualidade, por ser industrializado, passando por vários processos, livre de impurezas e de elementos contaminantes, que possua quelato que realmente anula as cargas positivas, proporcionando proteção, absorção, translocação, metabolização e assimilação mais eficientes e eficazes dos nutrientes, além de ser altamente solúvel”, explicou. E entre tantos detalhes, solubilidade é fundamental: “o adubo foliar tem de ser 100% solúvel em água. Quando se mistura, não há precipitação, não há nenhum grânulo sobrenadante, se forem sais; se

Dr. Junqueria Netto: especialista em nutrição vegetal

for líquido, não há conglomerado de líquido e nem precipitação”. Por isso, finalizou indicando que os produtores devem investir em adubos foliares de qualidade para obterem resultados positivos com a nutrição vegetal via foliar e, assim, constatarem que é uma componente do sistema de produção que auxilia na expressão do potencial produtivo das cultivares modernas. Ao final do evento, Marcelo Antônio de Campos, representante técnico-comercial da Ubyfol, agradeceu a presença de todos, enfatizando que a palestra faz parte da prestação de serviço da empresa em repassar informações técnicas atualizadas sobre nutrição vegetal aos produtores, agrônomos e técnicos da cooperativa C.Vale.

Marcelo Antônio de Campos, representante técnicocomercial da Ubyfol


Competição soja

Inscrições para Desafio Safra 2013/2014 seguem até 15 de janeiro CESB abre inscrições do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja Safra 2013/2014 com expectativa de participantes alcançarem marca de 115 sacas/hectare. Criação de meta visa estimular sojicultores a desenvolverem novas técnicas e práticas para aumentar a produtividade da soja no Brasil. Para participar da competição, produtores e técnicos devem realizar a inscrição no site www.cesbrasil.org.br até 15 de janeiro

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ela primeira vez, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) anunciou a abertura das inscrições do Desafio Nacional de Máxima Produtividade Safra 2013/2014 com uma meta para os participantes: alcançar a marca de 115 sacas/hectare e superar o recorde de produtividade de soja da competição. As inscrições para o prêmio, que já se consagrou como uma das maiores referências nacionais de estimulo à produtividade da soja no Brasil, devem ser realizadas pelo site www.cesbrasil.org.br até o dia 15 de janeiro de 2014. “Na edição deste ano do Desafio, o Campeão Nacional alcançou a média de 110 sacas/hectare, o maior índice obtido desde a criação do prêmio. Este resultado comprova que os produtores têm capacidade e criatividade para superar a média nacional de 48,9 sacas/hectare”, afirma Orlando Martins, presidente do CESB. “Nosso objetivo ao estabelecer esta meta é incentivar os sojicultores a ultrapassarem barreiras e inovarem nas técnicas de cultivo, a fim de que outras práticas sejam descobertas e contribuam para o aumento da produtividade de soja no país”, finaliza.

Outra novidade do Desafio da Safra 2013/2014 é a permanência do Campeonato Municipal, devido ao sucesso obtido na primeira edição – participaram mais de 300 municípios espalhados por 15 Estados brasileiros. Nesta categoria, só poderão concorrer os municípios que tiverem pelo menos cinco áreas inscritas. Os vencedores serão prestigiados com um diploma de reconhecimento e a divulgação do resultado em jornais locais, revistas, veículos de cooperativas e sindicatos, informativos de entidades renomadas e no site do CESB. Todos os campeões municipais serão conhecidos com o término da colheita, após 15 de maio, quando se encerra o Desafio. “A manutenção do Campeonato Municipal indica que pretendemos ampliar ainda mais a abrangência do Desafio, além de aumentar as chances de os municípios produtores de soja serem reconhecidos nacionalmente e terem suas práticas bem-sucedidas disseminadas e adotadas por agricultores do Brasil inteiro”, atesta Martins. O Desafio Nacional de Máxima Produtividade tem como objetivo estimular produtores e técnicos a utilizarem as melhores

práticas de cultivo, as recomendações de pesquisas e as cultivares mais adequadas para cada região visando contribuir com o aumento da produtividade, sustentabilidade e economia da sojicultura no Brasil. O Desafio conta com as seguintes categorias: Campeão Nacional (soja irrigada), Campeões Municipais, Campeões Estaduais e Campeões Regionais - Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte/Nordeste – (soja de sequeiro). O Campeão Nacional de soja irrigada e os quatro campeões regionais de soja não irrigada receberão como prêmio uma viagem técnica aos Estados Unidos, em agosto de 2014, onde, entre outras atividades, visitarão culturas de soja de alta produtividade, centros de pesquisas e universidades. Os ganhadores de todas as categorias receberão um certificado do CESB e passarão a ser reconhecidos em seus municípios e estados como referências em produtividade de soja no País. Atualmente, o CESB é composto por 16 Membros e oito entidades patrocinadoras: Syngenta, BASF, Pioneer, TMG, Monsanto, Sementes Adriana, Agrichem e Instituto Phytus.

Fonte: http://www.cesbrasil.org.br/news/cesb_anuncia_abertura_das_inscricoes_do_desafio_safra_2013_2014.html

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Aconteceu

Coamo festeja 43 anos

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ecentemente, a Coamo esteve em clima de festa: a cooperativa de Campo Mourão completou 43 anos de fundação. A Unidade Guarapuava acompanhou o clima de festejos e promoveu, dia 28 de novembro, uma comemoração, reunindo cooperados e amigos. Na ocasião, o gerente do entreposto local, Zanoni Camargo Buzzi, agradeceu a todos os que têm participado da cooperativa, relembrou a história da Coamo e transmitiu uma mensagem do presidente José Aroldo Gallassini. “Para nós, o mês de novembro é de muita alegria. O aniversário da cooperativa está sendo comemorado em todas as unidades da Coamo”, disse ele depois, em entrevista. Avaliando os 15 anos de presença da Coamo em Guarapuava, o gerente comentou que a participação dos cooperados é cada vez mais ativa: “Isso, para nós, é o reflexo de que estamos no caminho certo, prestando um bom serviço”. Em nome da Coamo, Buzzi recebeu cumprimentos de diversos parceiros. Entre eles, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. A Coamo foi fundada em 1970, por 79 associados. Na época, funcionava num escritório de 50m². Atualmente, o quadro de cooperados chega a 26 mil, além de mais de 6 mil funcionários.

Curso orienta sobre o E-Social

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rofissionais e empresas da área contábil participaram, dia 29 de novembro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, de um curso promovido pelo Sindicato dos Contabilistas de Guarapuava (Sincopuava) para orientar sobre o E-Social. O tema foi abordado por Leandro Lunardi, advogado especialista em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário. Conforme lembrou, o E-Social é parte de um controle que o governo federal implantou há cerca de seis anos para a área tributária e fiscal das empresas: o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), que abrange também a Nota Fiscal Eletrônica, o SPED Fiscal e o SPED Contábil. Com o E-Social, segundo disse o advogado, a meta é “o banimento da sonegação tributária dentro da área trabalhista”, o que visa assegurar que sejam pagas as contribuições para Previdência, Fundo de Garantia e imposto de renda na fonte. “É fundamental que eles se engajem nisso, porque um escritório de contabilidade representa centenas de empresas e eles vão ter de aplicar esta legislação nova em todas elas”, completou Lunardi. O especialista ressaltou ainda que a regra vale tanto para as empresas urbanas quanto para as rurais: “O E-Social não escolhe o empregador”, sendo obrigatório em empresas privadas, públicas, tributadas, isentas, urbanas, rurais, jurídicas, físicas. “Se eu sou um patrão urbano ou rural, vou ter a mesma obrigação dentro da estrutura nova”, concluiu.

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Código Florestal

Reserva Legal não será averbada na matrícula do imóvel Código de Normas da Corregedoria do Estado do Paraná se adequa ao Código Florestal Departamento Jurídico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná O novo Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Paraná, instituído pelo Provimento nº 249/2013 e veiculado no e-DJ nº 1207, de 15.10.2013, entrará em vigor a partir de 60 dias da publicação, ou seja, em 16.12.2013, e adequou os serviços extrajudiciais ao novo Código Florestal e acabou com qualquer resquício de dúvida quanto a necessidade de averbação da reserva legal nos cartórios. Art. 577. Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12 da Lei nº 12.651/2012, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa. § 1º - A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente mediante inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) de que trata o art. 29 da Lei nº 12.651/2012, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções previstas nesta Lei. § 2º - O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a sua averbação na matrícula imobiliária. Explicando o caso. A necessidade de averbação da reserva legal encontrava suporte no art. 16, § 8º do Código Florestal de 1965: Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: § 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. A redação acima foi inserida pela Medida Provisória 2.166-67/2001. Posteriormente, em 2008, o Decreto 6.514, em seu art. 55, tipificou a falta de averbação da reserva legal: Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal: Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da área de reserva legal. Ocorre que esse mesmo Decreto, em seu art. 152, prorrogou o início de vigência desse comando em 180 dias após a publicação (a qual se deu em 23/07/2008): Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor cento e oitenta dias após a publicação deste Decreto. Esse prazo foi sucessivamente prorrogado, até a versão dada pelo Decreto 7.719/2012:

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Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor em 11 de junho de 2012. Entretanto, ainda antes dessa data (mais precisamente, em 28/05/2012), entrou em vigor a Lei 12.651/2012, conhecida como “Novo Código Florestal”, a qual revogou expressamente o Código anterior, e consequentemente, a necessidade de averbação da reserva legal na matrícula, estabelecendo uma nova forma de cadastro:

Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR de que trata o art. 29, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções previstas nesta Lei. § 1º A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a apresentação de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração, conforme ato do Chefe do Poder Executivo. § 2º Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de compromisso firmado pelo possuidor com o órgão competente do Sisnama, com força de título executivo extrajudicial, que explicite, no mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as obrigações assumidas pelo possuidor por força do previsto nesta Lei. § 3º A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações assumidas no termo de compromisso de que trata o § 2º. § 4º O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato. Portanto, desde 28/05/2012, não subsistia mais a necessidade de averbação da reserva legal na matrícula do imóvel, salvo como opção do produtor, e não mais como imposição da lei. Ainda assim, caso houvesse opção do Produtor Rural paranaense pela faculdade de averbação da reserva legal na matrícula do imóvel, deveria se utilizar dos SISLEG Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente, previsto pelo Decreto 387/99 e regulamentado pelo Decreto nº 3320/2004. Contudo, o SISLEG foi suspenso por duas vezes pelas resoluções conjuntas SEMA/IAP 009/2012 e 005/2013. E posteriormente revogado pelo Decreto 8.680/2013 para dar lugar ao SICAR-PR, instrumento integrado ao Sistema de Cadastro Ambiental Rural nacional, visando implantar o CAR no Paraná e tendo por objetivos: I - Receber, gerenciar e integrar dados do Programa de Regularização Ambiental da Propriedade Rural - PRA, especialmente quanto ao Cadastro Ambiental Rural, CAR relativos aos imóveis rurais localizados no Estado do Paraná; II - Cadastrar e controlar as informações dos imóveis rurais, referente a seu perímetro e localização, aos remanescentes de vegetação nativa, às áreas de interesse social, às áreas de utilidade pública, às áreas de preservação permanente, às áreas de uso restrito, às áreas consolidadas e às reservas legais; III - Monitorar a manutenção, a recomposição, a regeneração, a compensação e a supressão da vegetação nativa e da cobertura vegetal nas áreas de preservação permanente, de uso restrito, e de reserva legal, no interior dos imóveis rurais; IV - Promover o planejamento ambiental e econômico do uso do solo e conservação ambiental no território; e V - Disponibilizar informações de natureza pública sobre a regularização ambiental dos imóveis rurais em território paranaense, na rede mundial de computadores - Internet.

Portanto, ainda que o produtor rural quisesse averbar a reserva legal na matrícula do imóvel não seria possível por ausência de instrumentos necessários para tanto. Neste mesmo sentido, os itens 16.6.13 e 16.7.6.1 do Código de Normas da Corregedoria da Justiça do Estado do Paraná, que traziam a necessidade de averbação da Reserva Legal na matrícula do imóvel, estavam com sua eficácia suspensa desde 28/04/2011 por decisão da Corregedoria Geral da Justiça nos autos 2010.222675-9/0, por solicitação da FAEP. Os mesmos itens foram prorrogados por mais 90 dias a partir de 28/06/2013, mediante decisão proferida pelo Excelentíssimo Desembargador Eugênio AchilleGrandinettie foram novamente prorrogadas em 23/09/2013 por mais 90 dias. Com o Provimento nº 249/2013 que instituiu o Novo Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Paraná extinguiu-se qualquer imposição de averbação de reserva legal nas matrículas imobiliárias, conforme previsão do art. 577 e seguintes. Art. 1º - Suspender os efeitos do Decreto n.º 387/99 e Decreto n.º 3320/2004, referente ao Sistema de manutenção, recuperação e proteção da reserva legal e áreas de preservação permanente – SISLEG, por um período de até 180 dias, enquanto a SEMA/IAP elabora e implanta novos procedimentos. Art.1º - Prorrogar a suspensão dos efeitos do Decreto n.º 387/99 e Decreto n.º 3320/2004, até a edição do Decreto que regulamentará o CAR no Estado do Paraná.

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Pedágio

Gargalo

para quem produz E

que o impacto no valor do frete de grãos pode chegar a 27%*. E no preço do milho, o pedágio pode consumir até 7,5%, no trecho de Foz de Iguaçu a Paranaguá e 2,7% da soja (*os custos de pedágio foram calculados com base no valor efetivo pago em cada rota por um caminhão com cinco eixos, que transporta 27 toneladas de produto). Em meio a esse contexto, para investigar o funcionamento dos pedágios, licitações e

contratos com as concessionárias, a Assembleia Legislativa do Paraná instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no dia 10 de julho de 2013. Nesses meses de trabalho, a CPI, composta por nove parlamentares, já identificou possíveis irregularidades e realizou sessões extraordinárias, com caráter de audiência pública em dez cidades no Estado, entre elas Guarapuava, no dia 07 de novembro.

Basf/Divulgação

ntre as diversas variáveis que compõem o custo de produção da agricultura e pecuária no Paraná, há 15 anos os produtores precisam acrescentar nas contas o custo de pedágio. As altas tarifas, rodovias mal estruturadas e pouco seguras tornam cada vez mais caro produzir em terras paranaenses. Estimativas realizadas por um estudo realizado pela Ocepar nesse ano mostram

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Audiência pública em Guarapuava

A audiência pública discutiu junto com a população os pedágios no Paraná

Artagão Junior relatou que a CPI também descobriu que o cupom entregue ao usuário não tem valor fiscal. “Nós descobrimos que o fluxo de veículos também não se reflete no cálculo da tarifa e as informações têm nos surpreendido. É necessária uma modificação desse contrato. É inaceitável esse modelo de concessão, que prejudica a sociedade paranaense”, opinou o deputado. O deputado estadual Bernardo Carli, disse em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, que os parlamentares estão trabalhando para trazer transparência e descentralização dos trabalhos. Carli pondera que Guarapuava ainda tem muito a cobrar em obras e melhorias nas rodovias, no entanto, comenta que o anúncio da duplicação do trecho Guarapuava até o

Rio das Mortes já é um efeito positivo e prático da CPI. “A duplicação do trecho de Guarapuava ao Rio das Mortes e a construção da trincheira do Guairacá vão representar 6,7 km duplicados e um investimento de 25 milhões reais, que posso assegurar que é fruto da CPI”. De acordo com o deputado, a CPI vai continuar cobrando que as obras sejam feitas até o trevo do Relógio, que é o que prevê o contrato. O deputado estadual, que convidou o presidente da Faep, Ágide Meneguette, no dia 22 de outubro para prestar depoimento na CPI, disse entender a importância da contribuição do setor produtivo nas investigações. “O nosso Estado é muito forte na agricultura e o pedágio afeta não só o agricultor, mas a todos, pois traz consequências no preço dos alimentos”.

5.978.641

Paraná: Aumento da frota de 1998 a 2013 + 6.000.000 0

+ 4.000.000

2.231.088

3.535.311

+ 5.000.000

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Na audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Guarapuava, os parlamentares discutiram vários temas entre eles: maior transparência da concessão, retomada de obras, não prorrogação de prazos e redução das tarifas. Segundo o presidente da CPI dos Pedágios, deputado estadual Nelson Luersen, o setor produtivo vem sendo muito lesado no Paraná. Ele afirma que entidades representativas do setor, como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), estão presentes nas discussões da CPI. “Nós tivemos a felicidade de ouvir o presidente da Faep, Ágide Meneguette, que nos falou sobre a preocupação com o custo pedágio na produção agrícola”. Luersen ressaltou que o pedágio afeta a competitividade do produto nacional. “Estamos dando a oportunidade ao setor produtivo de estar presente, trazendo ideias e sugestões para fazermos um relatório que traga a realidade até as autoridades”. O presidente da CPI falou da necessidade de obras e tarifas mais justas. “Para nós é importante que tenhamos as rodovias duplicadas, em boas condições de trânsito, com um preço compatível com a economia do Estado e que não se renove os contratos em 2021”. O deputado afirmou que infelizmente não pode garantir resultados efetivos nas negociações com as concessionárias. “Não podemos prometer. Não vamos fazer milagre”. Também estiveram presentes durante a sessão, os dois deputados estaduais que representam a região de Guarapuava: Artagão Junior e Bernardo Carli, membros integrantes da CPI. Em seu discurso na Câmara, Artagão Junior fez um breve histórico sobre os aditivos realizados no contrato das concessionárias desde a implantação dos pedágios, em 1998. Segundo o deputado, o primeiro deles foi realizado em março de 2000, que, em resumo, retirou cerca da metade das duplicações previstas (487 km dos 885 km previstos inicialmente) e outras obras foram postergadas. Em 2002, foi realizado mais um aditivo, esse com relação a questão tributária. E, em 2005, foi realizada a ata 17, que sem autorização do governo foi validada pelo Poder Judiciário. “A ata reduziu 30% das tarifas e fez com que desobrigasse a concessionária Ecocataratas de todos os investimentos em obras. Além disso, seis meses depois, um aumento de 17,4% a favor das concessionárias, referendado pelo Poder Judiciário”.

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TOTAL GERAL Fonte: http://www.denatran.gov.br/frota.htm

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Guarapuava: agronegócio é o principal prejudicado O Sindicato Rural de Guarapuava, ao lado da Federação da Agricultura do Estado doParaná (FAEP), também está acompanhando as repercussões da CPI do Pedágio, e se posiciona contra o preço cobrado nas tarifas. O presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho falou sobre o tema e os impactos que o alto custo traz ao setor. “Nos últimos anos, com o pedágio houve melhoria nas estradas, mas o que reivindicamos é o preço justo nas tarifas. Como estamos em um momento de preços bons nas commodities, esse custo não está sendo tão prejudicial, mas em outros períodos, com preços menos atrativos, isso pode significar grande preocupação”.

RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

Câmara de Vereadores de Guarapuava apoia CPI dos Pedágios Carlos Antônio da Silva Vieira, presidente do Setcguar

Botelho comentou sobre a eficiência produtiva que os agricultores alcançam dentro da porteira, enquanto fora, os problemas de logística e infraestrutura fazem com que o produto brasileiro perca competitividade e credibilidade. A respeito da influência do pedágio nos fretes, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Guarapuava (Setcguar), Carlos Antônio da Silva Vieira, relata que o pedágio representa alto custo, principalmente para o agricultor. Vieira exemplifica a situação de um frete de Guarapuava à Paranaguá: em distância de 356 km (desses são 209,3 km de pista simples e 146,9 de pista dupla), o gasto no trajeto em cinco praças de pedágio é de R$ 291,20 para caminhões bitrem. Assim, para um frete que custa, em média, de 1.400 a 1.700 reais, cerca de 20% desse valor é pedágio. “Esse custo atrapalha muito a economia do município e da região. Nós perdemos muitas empresas que deixaram de se instalar na região, pois preferem estar mais próximas da capital ou do porto”.

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A Câmara de Vereadores de Guarapuava se posicionou em apoio a CPI dos Pedágios por meio de uma moção. Durante a audiência pública, o presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava, Edony Klüber falou sobre a vinda da CPI à Guarapuava. “Esse é o caminho mais correto. Por meio do diálogo, podemos ter resultados mais positivos”. Klüber falou sobre a preocupação, em especial na BR 277, do trecho que precisa ser duplicado na região de Guarapuava, em decorrência do alto número de acidentes. O presidente da Câmara ainda destacou o impacto negativo que as altas tarifas e falta de segurança causam para o produtor

EDONY KLÜBER, presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava

rural de Guarapuava e região.“O pedágio tem um custo enorme para o setor produtivo. Isso tem que ser considerado, pois é esse ramo que sustenta esse país e está sendo extremamente penalizado”.


Clientes, fornecedores, parceiros e colaboradores: É preciso viver o sonho e a certeza de que tudo vai mudar.É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os desejos não precisam de razão, nem os sentimentos, de motivos. Boas Festas e que 2014 se inicie com muitos projetos a serem concretizados. Feliz Ano Novo!

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Plante seu Futuro

Manejar para preservar

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s novas pragas da agricultura podem levar o produtor rural a pensar que basta aplicar mais agroquímicos para resolver o problema. Mas é necessário lembrar da conservação do meio ambiente e da rentabilidade da propriedade. Por isso, o governo do Estado do Paraná lançou, entre os dias 5 e 7 de novembro, em encontros que reuniram autoridades, lideranças da agricultura e produtores, em Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa, o programa “Plante seu futuro”. A campanha terá como meta a retomada de técnicas como o Manejo Integrado de Solos e Águas, Manejo Integrado de Pragas, Manejo Integrado de Doenças, Manejo Integrado de Plantas Invasoras, Tecnologias de Aplicação de Agrotóxicos e Controle de Formigas Cortadeiras. Gestores das ações serão a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Embrapa e Itaipu Binacional. Presente ao lançamento do Plante seu Futuro em Ponta Grossa, o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, ao voltar do encontro, comentou o programa: “O que se tem sentido, em algumas regiões, são problemas de erosão, fertilidade e de falta de manejo adequado”. No manejo de pragas, completou, a proposta é o uso racional dos agroquímicos: “O que se está apregoando

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é que os produtores e técnicos visitem as áreas de lavoura, que deixem um pouco de lado essas programações prévias de aplicações de inseticidas, a cada 15 ou 20 dias, que muitas vezes estão tendo um controle bom das pragas, mas ao mesmo tempo podem contribuir para um desequilíbrio dos inimigos naturais”, explicou. Outro ponto do programa é o manejo integrado de doenças. “Hoje, em função do preço de algumas commodities estarem bons, já se está fazendo aplicações prévias de fungicidas, muitas vezes gastando um dinheiro a mais do que o necessário” – o que também, conforme destacou, pode contribuir para contaminar o meio ambiente. O Plante seu Futuro também deverá realizar mais encontros. “Vão ser montadas reuniões localizadas nas demais regiões. Não só com o produtor rural e lideranças, mas com técnicos de revendas, de cooperativas, para discutir manejo de solos, insetos e doenças. O que se procura é a conscientização do técnico agrícola e do produtor rural, que precisa intensificar cada vez mais o manejo sanitário, mas principalmente pensando em gerações futuras e preservação do meio ambiente”, antecipou Botelho. O governo do Estado informou que, na primeira etapa, o Plante seu Futuro, deve abranger a cultura da soja (controle de pragas, como lagartas e percevejos; e de doenças, como a ferrugem asiática), além de trabalhar com o manejo de solos e água para evitar a erosão. Depois, as ações serão voltadas para o milho safrinha, milho, feijão, olericultura e fruticultura.


Associação dos Engenheiros Agrônomos Palavra do Presidente Caros colegas e leitores, Ao final do ano de 2013, nos sentimos satisfeitos com as ações que pudemos efetuar, sempre contando com apoio da classe, das entidades representativas da sociedade e de órgãos públicos, com os quais mantivemos excelente relacionamento de mútua cooperação. Estivemos presentes em Conselhos, Conferências, Simpósios, que trataram de assuntos técnicos, necessidades da sociedade ou de defesa dos direitos da classe, sempre com o objetivo maior de inserir os engenheiros agrônomos nas discussões e decisões dos projetos, planos e ações que levem a melhoria das condições socioeconômicas de Guarapuava e região. A Diretoria Executiva deseja a todos que o nascimento de Jesus Cristo seja também o renascimento de uma vida de dedicação aos princípios da solidariedade e da ética em todos os nossos atos durante o ano que se inicia. Obrigado. José Roberto Papi Presidente da AEAGRO

www.aeagroguarapuava.com.br

Destaques • Participação do VI PCQ Prêmio CREA de Qualidade em Gestão, obtendo a Certificação Prata. • Criação do Grupo de Estudos Técnicos da AEAGRO, que reúne profissionais da assistência privada para troca de informações e atualizações dos conhecimentos. • Premiação Profissional destaque na categoria “Carreira” na Regional do CREA – PR, sendo homenageado o colega Celso Roloff. A entrega do certificado foi em Foz do Iguaçu durante o Encontro Paranaense de Entidades. • Manutenção das obras da sede. • II Simpósio sobre Sustentabilidade, realizada junto com a SEMEC e Faculdade Campo Real, levou o conhecimento sobre a matéria aos professores do ensino fundamental. • Comemoração do Dia do Agrônomo com o Café da Manhã, parceria com o Sindicato Rural • Eleição da Diretoria para o Biênio 2013/2015. • Campanha permanente pelo salário mínimo profissional e de emissão da ART.


Empreendedor Rural

Médica veterinária guarapuavana vence o Programa Empreendedor Rural 2013 Quatro vencedores levaram para a casa um vale uma viagem internacional para um país da América do Sul O resultado do Programa Empreendedor Rural 2013 foi divulgado no dia 29 de novembro, no Expotrade em Pinhais. Entre os 10 finalistas, estava a médica veterinária Marina Araújo Azevedo, de Guarapuava, que acabou sendo a 1ª colocada no concurso. Com o projeto “Aumento de tecnologia na produção de bezerros de corte de qualidade para obtenção de melhor rentabilidade”, Marina conta que pretendeu melhorar a renda e o rebanho da propriedade da família, a Fazenda Bananeiras, que fica localizada na cidade de Candói. “Melhoramos a nutrição dos animais no inverno, através da implantação de sal proteinado e feno. Também investimos na alimentação dos bezerros”, explica. Ela revela, ainda, que foram aperfeiçoadas as condições das cercas existentes, para otimizar o uso das pastagens e foram construídos novos cochos para as matrizes e bezerros. A médica veterinária é formada pela Univer-

sidade Federal do Paraná (UFPR). Marina sempre foi ligada ao meio rural. É filha de Adriane Araújo Azevedo e de Cláudio Marques Azevedo, ambos produtores rurais. Além de ajudar os pais na propriedade da família, ela também divide seu tempo como coordenadora do departamento técnico da Cooperaliança. Desde 2010 é responsável pela assistência técnica aos produtores cooperados. “Eu não esperava ganhar este prêmio. Entrei no programa e me dediquei porque de fato queria melhorar a rentabilidade da propriedade. No entanto, foi importante ganhar o prêmio e ver que meu empenho valeu a pena”, ressalta a veterinária. Quanto aos agradecimentos, Marina diz que deve muito ao seu instrutor, Luiz Augusto Burei. “Pela dedicação e pelo cuidado que ele tem com as turmas e a atenção com os projetos. Ele ajudou bastante no resultado final”.

Burei, instrutor no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná (Senar – PR) ministrou o Programa Empreendedor Rural este ano em Guarapuava, Palmital e Quedas do Iguaçu. Marina e o terceiro colocado, Rubens Rengel Buss, da cidade de Palmital, com o projeto “Construção de sala de ordenha mecanizada” foram seus alunos. “Me sinto realizado com isso, acho que essa é a palavra. A premiação é fruto da dedicação e esforço que todos colocam no dia a dia. O projeto é a dedicação e o querer de cada participante. O instrutor é um mero facilitador, que mostra o melhor caminho e orienta. Então o mérito é de cada um deles. Eu fico contente por ter participado de alguma forma”, declara Burei.

RESULTADO EMPREENDEDOR RURAL 2013 1º lugar - Marina Araújo Azevedo, de Guarapuava 2º lugar - Daniel Nelson Cizanska e Osmar Zborowski, de Cândido de Abreu 3º lugar - Rubens Rengel Buss, de Palmital

Turmas da região prestigiaram evento Mais de 100 participantes dos cursos Empreendedor Rural, Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) e Mulher Atual, realizados este ano em Guarapuava, Candói e Cantagalo participaram no dia 29 de novembro, do Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais 2013. O evento contou com uma palestra do governador de Pernambuco, Eduardo Campos

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(PSB), provável candidato à presidente da República no próximo ano, abordando a questão do empreendedorismo no Brasil. Com o tema “Como Empreender com sucesso no Brasil”, Campos tratou de questões como segurança jurídica, os desafios da infraestrutura e logística e a importância do agronegócio.

O evento ocorreu pela 11ª vez reunindo cerca de 5 mil produtores rurais de todo o Estado no Expotrade Pinhais, a partir das 8 horas. O Programa foi criado e desenvolvido pelo SENAR-PR, FAEP em parceria com o Sebrae-PR e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) completa mais uma edição.


Tecnologia

Agricultura de Precisão “Agricultura de Precisão”, três palavras apenas, mas com peso tão grande que pode mudar todas as operações agrícolas, desde o preparo do solo, plantio à colheita. Ouvimos tanto este termo “Agricultura de Precisão”, muitos ouvem e pensam que é muito caro e difícil de operar. Pergunto: Caro é comprar um equipamento? Ou caro é sobrepor semente onde já foi plantada, tempo e insumo a mais do que precisa, diesel das máquinas, gasto com manobras desnecessárias ou excessivas, áreas com falhas de plantio? A Agricultura de Precisão Trimble, permite aos usuários intercambiar o equipamento entre as máquinas, trazendo assim, todas as vantagens na relação custo-benefício nas diversas operações no campo: • TruCountelimina a sobreposição de sementes nas cabeceiras e ponta das leiras, obtendo melhores safras e economia significativa nos custos com sementes; • Piloto Automático Hidráulico obtendo repetibilidade de 2 a 3 centímetros, aumentando a qualidade de operação e paralelismo entre as linhas; • Monitoramento de Sementes além de permitira ao operador monitorar a distribuição das sementes, mostra, através do mapa de plantio, pontos em que foram mal distribuídos, revelando assim que o mapa de colheita precisa de mais dados para definir pontos de coleta e amostragem de solo; • Field –IQ faz o controle de taxa variável ou fixa de fertilizantes sólidos ou líquidos, de sementes, de defensivos agrícolas, reduzindo assim custos com os tratos culturais. Colocamo-nos a inteira disposição para comprovar a diferença nos resultados que podem ser obtidos através de uma Demonstração dos Equipamentos que pode ser agendada a qualquer momento com nossa Equipe de Colaboradores.

Satisfação do operador na fazenda do cliente João Huber

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Os sócios Hermine Leh e Guilherme Schmidt Cunha com a esposa Andreia Cunha

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Agri Field, hoje, é um sucesso, graças a Deus, a nossa equipe e graças aos nossos clientes que acreditaram e nos deixaram mostrar um pouco do nosso trabalho nestes primeiros sete meses da empresa. Neste período tivemos algumas dificuldades, todas vencidas. Hoje contamos com uma equipe formada, treinada e capacitada para dar todo o suporte técnico com PRECISÃO. Chegamos ao final deste ano com grande satisfação, pois fomos muito bem recebidos por todos os agricultores que visitamos, vendemos, instalamos, prestamos assistência, por todos aqueles que participaram de nossos treinamentos internos de capacitação operacional e nos deram a honra de suas visitas na sede da nossa empresa. Fica aqui o nosso agradecimento com a certeza que continuaremos sempre buscando nos aprimorar.

“Até aqui nos ajudou o Senhor” (I Samuel7:12) Revista do Produtor Rural

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Caminhada Internacional

Descobrindo a natureza e o campo

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ma caminhada pela natureza proporciona lazer, conscientização sobre a importância de conservar matas, águas e animais bem próximos de nós e pode ser ainda uma ponte entre a cidade e o campo. Dentro desse espírito, 1ª Caminhada Internacional na Natureza – Circuito Vale do Jordão, realizada dia 24 de novembro, reuniu, segundo a prefeitura de Guarapuava, mais de mil participantes: jovens de todas as idades, amantes do meio ambiente em geral, caminhantes experientes e os de primeira viagem, escoteiros, produtores rurais, famílias e amigos. Gente que levantou cedo, não se intimidou diante do vento, do céu nublado e de uma temperatura de outono em plena primavera. Alegria e determinação marcaram os cerca de 13 quilômetros da trilha, que começou no distrito do Jordão, atravessando estradas rurais e matas na região do rio que dá nome ao local. Uma das surpresas que mais animaram os participantes foi a travessia do Rio Bananas, num cenário que reúne tudo o que se imagina quando se pensa em natureza: uma margem de rio em que se sobressaem lajes de pedra, um espesso corredor de árvores nos dois lados

André Justus “É a primeira caminhada de que participo. Achei interessante. É uma experiência muito boa. Acho que é revigorante, caminhar, passar por esses lugares maravilhosos”.

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e uma pequena queda d´água, com sua música singela. Lugar que se tornou ponto alto do roteiro, uma parada obrigatória, onde os caminhantes aproveitaram para sentar, descansar, conversar e tirar fotos. Aberto por autoridades como a vice-prefeita Eva Schran, o secretário de Agricultura, Itacir Vezzaro, e o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Sandro Abdanur, o evento teve seu animado ponto de partida e de chegada na Aprovale (Associação dos Produtores Rurais do Vale do Jordão). De manhã, a atração foi um café completo, no melhor estilo colonial; na chegada, um almoço campeiro, a cargo dos tradicionalistas do CTG Chaleira Preta. Venda de produtos artesanais, como geleias caseiras e salames, completaram os atrativos. Em entrevista, o secretário Itacir Vezzaro, destacou que, além de apresentar as belezas naturais de Guarapuava, a caminhada proporciona às pessoas do meio urbano “conhecer a agricultura, principalmente a agricultura familiar”, uma vez que o trajeto também passa por propriedades rurais. O número de participantes, já nesta primeira edição, ele considerou “um sucesso”, lembrando que o evento atraiu pessoas de

Lúcia Aparecida Ferreira “Achei muito interessante, muito produtivo. Acredito que Guarapuava merece eventos dessa natureza. Até porque chama os guarapuavanos e as pessoas que moram nas redondezas”.

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outros municípios do Paraná. “Acreditamos que na próxima caminhada, que será no ano que vem, deve ter muito mais gente. Então, esta oportunidade, a população felizmente está aproveitando e a gente fica muito satisfeito com isso”, completou. A 1ª Caminhada Internacional na Natureza foi coordenada pela Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo e Emater, com apoio das secretarias de Agricultura, de Meio Ambiente, de Saúde e de Esportes, além da Surg, Sindicato Rural de Guarapuava, RPC TV, Unicentro, IVV, Anda Brasil, Sesc, C.Vale, Rede Sul de Notícias, Diário de Guarapuava, Rádio Cultura, 26º GAC e escoteiros.

Emanuel Cesar Buschini “É uma caminhada bem plana, bem segura. Só gostaria de dar a sugestão da água ser doada. Acredito que o apoio poderia ter sido um pouco melhor, com motos, pra poder dar apoio na prova toda”.

Marcelo Oliveira “Sou de S. Bernardo do Campo (SP). Estou há dois meses em Guarapuava e gostando muito dos passeios turísticos que tem. O almoço estava muito gostoso”.


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Rotatec® J5 reduz a diarreia e a mortalidade de bezerros. Matrizes

Diarreia neonatal

Mortalidade

Vacinadas

11%

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Não vacinadas

32%

1%

% de redução

64,8%

100%

Adaptado de: Luiz A.G.Galioto Jr.. Análise da relação custo benefício da implantação de vacina para profilaxia das diarreias neonatais no sistema de produção de bezerros de corte; A Hora Veterinária, ano 25, número 150, março abril 2006. *Foram analisados 200 animais, 100 vacinados e 100 não vacinados.

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Comunicação

Guarapuava recebe

expedição Soja Brasil

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2ª Expedição Soja Brasil, um levantamento de safra da Aprosoja divulgado no Canal Rural, incluiu Guarapuava como uma das escalas de seu trajeto, mostrando para todo o Brasil uma realidade diferente: plantio mais tardio, temperaturas mais amenas, alta tecnologia e rotação de culturas. Para divulgar este panorama e fazer contato com agricultores locais, os integrantes da expedição – membros da Aprosoja, jornalistas e analistas de mercado –, com apoio do Sindicato Rural e da Sociedade Rural, montaram sua base, no último dia 5 de dezembro, na Fazenda Coutinho. Com membros da Secretaria de Agricultura e da regional da SEAB, eles trocaram informações e realizaram entrevistas ao vivo com produtores. Fabrício Rosa, diretor executivo da Aprosoja Brasil e um dos coordenadores do projeto, disse à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ que a iniciativa permite fazer um “raio-X da safra”, detectando os principais problemas. “Onde temos percorrido, temos discutido problemas com helicoverpa, ferrugem asiática, comercialização e logística”, especificou, considerando que “nunca houve no país um projeto com esta intensidade de comunicação como o Soja Brasil”.

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Agricultor na região de Goioerê (PR), José Eduardo da Fonseca Sismeiro, presidente da Aprosoja Paraná, que acompanhou a expedição em Guarapuava, destacou que a expedição contribui também para orientar a venda da safra: “O produtor pode pensar inclusive em comercialização, porque a gente sabe, tem uma expectativa real do que o Brasil vai ter de soja para vender”. Para o secretário municipal de Agricultura de Guarapuava, Itacir Vezzaro, receber a expedição Soja Brasil foi importante para apresentar o município ao país. “Os agricultores de outras regiões vão ver que Guarapuava está tendo condição de ser modelo, porque a nossa produtividade aqui é excelente”, afirmou. Entre os entrevistados pela apresentadora Kellen Severo, o agricultor Roberto Pfann, da família proprietária da Fazenda Coutinho, falou ao Canal Rural sobre sua visão a respeito da safra de soja 2013/2014 (em seu caso, encerrando os trabalhos no final da janela de plantio, faltava ainda semear em 30% da área da propriedade). Depois, conversando com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, ele classificou como “gratificante” receber a visita da expedição: “O Brasil é muito grande,

tem as suas particularidades. Guarapuava é uma particularidade em relação ao grosso da soja no Brasil”. Comentando a safra, o agricultor informou que, ao contrário de outros produtores, para 2013/2014 sua área de soja não se expandirá em relação à de milho, mantendo-se a rotação de 2/3. E a seu ver, perspectiva é neutralidade, já que no momento não há influência nem de El Niño, nem de La Niña: “Acho que este ano deverá ser normal, não deveremos ter problemas climáticos”, estimou, apontando a expectativa de manter a média de produtividade, que tem se situado acima de 60 sacas por hectare. Para outro agricultor, Karl Milla, de família que produz soja na região mas tem sua principal propriedade no Piauí, as perspectivas deverão ser positivas também em relação a preço. “Mesmo que tenha uma safra recorde no Brasil, os estoques mundiais estão baixos, então as bolsas indicam que os preços vão continuar bastante atraentes. E como os preços são comoditizados, acredito que isso valha para cá e para qualquer região produtora de soja no mundo”, analisou. À noite, também com apoio da Sociedade Rural e do Sindicato Rural de Guarapuava, a equipe da Soja Brasil promoveu encontro


com produtores de Guarapuava e região no auditório do Parque de Exposições Lacerda Werneck. Fabrício Rosa e Sismeiro detalharam os objetivos e o funcionamento da Aprosoja. O agrônomo Áureo Lantmann relatou a situação das lavouras. Questões como a helicoverpa também estiveram em pauta. Para os agricultores e membros da Aprosoja, é necessária maior agilidade para a aprovação dos agroquímicos que combatem a praga. O presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, defendeu critério técnico no manejo contra a praga, para preservar a molécula que destrói a lagarta. Falando pela Sociedade Rural, Johann Zuber Junior enfatizou a necessidade de união entre as várias entidades, para, juntas, terem mais força em prol dos agricultores.

Fabrício Rosa

Em reunião na SRG, defesa de maior agilidade para liberação de agroquímicos que combatem helicoverpa

Itacir Vezzaro

José Sismeiro

Para agrônomo, safra fica abaixo de 90 milhões de t Integrando a Expedição Soja Brasil, desde seu início em Vilhena (RO), o agrônomo Áureo Lantmann resumiu como via, até aquele instante, a safra 2013/2014: No início desta safra, em função de um aumento de área, economistas e experts no assunto avaliaram que o Brasil vai produzir 90 milhões de t de soja. Acho um pouco difícil, porque a expansão está se dando muito em solo de pasto degradado. Isso aí às vezes puxa um pouco o rendimento para baixo. Uma observação: em função de uma grande oferta de tecnologia, o campo no momento está precisando de profissionalismo. Isso, observamos em quase todas as regiões do Brasil. O agricultor se compromete com aquele fator alta tecnologia sem estar preparado. Ele, o agrônomo dele e o pessoal de campo que trabalha com ele. Observamos que a tecnologia está crescendo numa velocidade muito grande, mas não está sendo acompanhada pelo profissional de campo”.

Roberto Pfann

13 Estados 40 mil quilômetros

Áureo Lantmann

A expedição Soja Brasil é um levantamento da safra de soja no país. O projeto é realizado pela Aprosoja e pelo Canal Rural. Equipados com veículo para transmissões ao vivo, jornalistas e analistas percorrem regiões produtoras, entrevistando e conversando com agricultores. Nesta segunda edição, a iniciativa começou dia 27 de outubro, em Vilhena (RO), com término previsto para março de 2014, em Não me Toque (RS). Com cerca de 40 mil quilômetros, o roteiro inclui 13 Estados: Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Minas Gerais e São Paulo. (Confira mais detalhes sobre a expectativa para a soja 2013/2014 na manchete desta edição - p. 10)

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Cooperativismo

Felizes em

cooperar Helena Krüger Barreto (Da Redação)

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pico inglês foi proprietário de uma indústria têxtil e já propunha princípios igualitários e cooperativos em meio a Revolução Industrial. Para debater o relevante tema, os acadêmicos de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) realizaram o “Debate sobre Cooperativismo – experiências e desafios” no dia 11 de novembro, em Guarapuava/PR. No encontro, três representantes de cooperativas de segmentos diferentes da agropecuária foram convidadas a participar do evento: a vice-presidente da Cooperaliança (pecuária), Adriane Araújo Azevedo; o gerente da Coamo Guarapuava (agroindustrial), Zanoni Camargo Buzzi e o presidente Sicredi Terceiro Planalto (crédito rural), Adilson Primo Fiorentin. A professora do departamento de Agronomia da Unicentro, Cassia Lorenzi contou que o evento fez parte do projeto da disciplina de extensão rural e parabenizou os acaFoto: Helena Krüger

ensar de forma coletiva, preocupação social, controle democrático, foco em resultados são, hoje, algumas características vislumbradas em qualquer atividade. O cooperativismo como alternativa econômica soma qualidades tanto do modelo capitalista quanto do socialista, tendo como objetivo o crescimento mútuo de pessoas, e não apenas o lucro. Em crescente expansão, o setor cooperativista tende a ser um dos caminhos para diversos setores alcançarem sucesso. Ainda em meados do século XVIII, até mesmo a condição de felicidade foi condicionada ao ato de cooperar/compartilhar. Considerado o pai do cooperativismo moderno, Robert Owen disse que felicidade “não pode ser obtida individualmente, é inútil esperar-se pela felicidade isolada, todos devem compartilhar dela ou então a maioria nunca será capaz de gozá-la”. Com esse princípio, o socialista utó-

Zanoni Camargo Buzzi, Adriana Araújo Azevedo e Adilson Primo Fiorentin

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dêmicos Fabiano Pacentchuk, João Daniel Nerone Turok, Murilo Gomes e Tiago Moraes pela realização.“A ideia foi justamente fazer com que os alunos saíssem da universidade e se relacionassem com o setor produtivo e com a sociedade”. Durante o debate e em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, os representantes das entidades foram unânimes e não hesitaram em atribuir o sucesso de suas atividades ao cooperativismo. Confira um resumo dos principais temas abordados durante o evento e informações sobre três setores que desenvolvem o cooperativismo em Guarapuava e no Estado.

Cooperativismo agroindustrial: tradição em produzir Agropecuária é um dos setores que já possui história e tradição no cooperativismo. Hoje, cerca de 50% de toda produção agropecuária brasileira passa por uma cooperativa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006). Em 2012, a FAO reconheceu a importância das cooperativas para a garantia da segurança alimentar e redução da pobreza em 2012, ao escolher o Ano Internacional das Cooperativas 2012), apoiando cooperativas agrícolas. O gerente do entreposto da Coamo de Guarapuava, Zanoni Camargo Buzzi, que participou do debate, falou sobre a importância do cooperativismo no setor produtivo e de se discutir o tema nas universidades e na sociedade. “Sempre é importante participar da formação acadêmica. O evento que propor-


Foto: Helena Krüger

(...) o cooperativismo realmente é um sistema que vem dando certo e, quiçá, vai ser o sistema do futuro, auxiliando até na administração das cidades e países”

João Daniel Turok, Zanoni Camargo Buzzi, Adilson P. Fiorentin, Adriane A. Azevedo, Tiago Moraes, Cássia Lorenzi, Fabiano Pacentchuk e Murilo Gomes.

jovens. “É muito gratificante ver acadêmicos na reta final de formação se preocupando com o cooperativismo”. Ferreira ainda ressalta a importância de se falar da sucessão no cooperativismo. De acordo com o presidente, as pessoas precisam reconhecer as mudanças que o modelo trouxe em épocas de crises e dificuldades.“Com o passar dos anos, alguns tendem a esquecer dos benefícios da cooperação. Precisamos deixar essa mensagem para a humanidade”. Ao falar sobre o sistema de crédito cooperativo de crédito - Sicredi, Ferreira destaca

que o setor vem contribuindo para o desenvolvimento do agronegócio. O Sicredi, por exemplo, possui 6 mil associações, 1312 cooperativas, 2 bancos cooperativos, 4.825 pontos de atendimento, promove 56.178 empregos diretos e está presente em 72 municípios onde nenhuma outra instituição bancária atua. “O Sicredi compõe o sistema financeiro nacional, por ser oriundo do crédito rural, desenvolveu um know-how específico para isso. Em nossa essência, as 107 cooperativas tem como foco o agronegócio, apesar de já sermos uma cooperativa de livre-admissão”.

Foto: Manoel Godoy

cionou um debate que o cooperativismo realmente é um sistema que vem dando certo e, quiçá, vai ser o sistema do futuro, auxiliando até na administração das cidades e países”. Com relação à atuação da Coamo na região, o gerente conta que os resultados a cada ano evoluem com a ajuda dos cooperados. “Na unidade Coamo de Guarapuava, com 314 cooperados a cooperativa produz em cerca de 1.700.000 sacos de milho e 2.140.000 sacos de soja. A cada dia vemos a atuação do agricultor mais forte dentro de sua cooperativa”. Produzir no modelo cooperativista apresenta inúmeras vantagens. Segundo Buzzi, a segurança para comercializar é uma das principais. “Nos meus 33 anos de Coamo eu só vi a cooperativa crescer. Eu espero sempre ter sempre essa visão”. O gerente da unidade destaca a importância da cooperativa no cenário de produção nacional. “A Coamo possui hoje 25,3 mil produtores cooperados, é responsável por 3,4% da produção de grãos e fibras, está entre as seis maiores empresas brasileiras e possui uma capacidade industrial de seis toneladas/dia. A Coamo, sozinha, contribui com 18% do faturamento do sistema cooperativista do Paraná”. Além disso, a cooperativa possui uma cooperativa de crédito específica para os cooperados para projetos de financiamento: o CREDICOAMO (Cooperativa de Crédito dos Cooperados da Coamo).

Cooperativismo de crédito e o desenvolvimento do campo Difundir o tema cooperativismo para as novas gerações é fundamental, segundo o presidente do Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Ferreira, que se diz muito satisfeito em ver o tema sendo discutido nas universidades, entre

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Foto: Manoel Godoy

Cooperativismo na pecuária: fortalecimento da cadeia produtiva Tornar a atividade promissora rentável e organizada é uma das demandas da pecuária no Paraná. Nos últimos anos, o setor tem sofrido reduções principalmente em volume. Na contramão dessa tendência e com objetivo de trazer rentabilidade ao pecuarista

Com o passar dos anos, alguns tendem a esquecer dos benefícios da cooperação. Precisamos deixar para essa mensagem para a humanidade”.

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que cria ovinos e bovinos de corte, o cooperativismo foi a saída. Com essa visão, a Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão (Cooperaliança) há seis anos reuniu 36 produtores para começar a produzir juntos um produto de qualidade, padronizado e com regularidade. A vice-presidente da Cooperaliança e coordenadora do projeto ovinos, Adriane Azevedo Araújo parabenizou a realização do debate. “Sem dúvida nenhuma, o sistema cooperativista só tem a contribuir para o crescimento da atividade”. Ao apresentar a cooperativa, Adriane ressaltou que a criação partiu de uma necessidade de organização da cadeia e de trazer rentabilidade ao produtor. Segundo ela, o principal gargalo era a comercialização. “Nesses seis anos entendemos que todos nós como produtores crescemos muito dentro da cooperativa”. Por meio do cooperativismo, o produto (a

carne) também evoluiu. “Já começamos com qualidade e conseguimos cada vez mais regularidade e padronização de carcaças. O nosso sistema de produção já está integrado. Com organização, conseguimos conquistar cada vez mais mercado”. No projeto ovinos, a cooperativa iniciou um abate semanal de 9 animais, hoje são, em média, 80 animais por semana. “A demanda continua. O sistema cooperativista é o grande sucesso da produção”, opina Adriane. Em número de cooperados, a Cooperaliança também cresceu. Começou com 35 e hoje são 110. No projeto bovinos, a cooperativa abate cerca de 300 animais por semana e já consolidou a marca de carne Aliança Angus Premium. Na formação da cooperativa de carnes, Adriane relata que teve ajuda de outras entidades, como a Emater e Sindicato Rural de Guarapuava. “A cooperativa nasceu no Sindicato Rural, onde o produtor sentia-se em casa durante as reuniões de planejamento”. Foto: Manoel Godoy

Entre os princípios cooperativistas, Ferreira destaca que o sistema possui diferenciais perante outras instituições bancárias. “O principal é que atendemos nossos associados com igualdade, somos cooperativas de pessoas, procuramos atender indistintamente, mesmo que seja um pequeno produtor rural”. Responsabilidade social e trabalhar de forma sustentável também são princípios da cooperativa de crédito. “Temos procurado ajudar no desenvolvimento local, trazendo palestras que agreguem conhecimento e desenvolvimento de ações locais. No município de Turvo-PR, temos um projeto com escolas municipais onde se trabalha o projeto “União faz a vida”, que está preocupado em repassar uma cultura para que as crianças sejam mais associativas”.


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Dia de Campo de Inverno

A safra de trigo do ano de 2013 Depois de muita chuva, neve e geada, os resultados de produtividade surpreendem o triticultor de Guarapuava Por Rodrigo de Lima, engenheiro agrônomo

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safra de trigo do ano de 2013 deu muita satisfação para a maioria dos triticultores da região de Guarapuava. Com altas produtividades, o agricultor sente-se realizado e observa que os investimentos valeram. No dia 20 de novembro de 2013, aconteceu na Fazenda Estrela, o Dia de Campo de Inverno, tendo como promotores do evento a Fazenda Estrela Sementes e Agrícola Estrela Ltda, em parceria com a Em-

brapa, Fundação Meridional e Syngenta. Nas parcelas demonstrativas estavam as seguintes cultivares de trigo: BRS-Gaivota, BRS-Pardela, BRS-Tangará, BRS-Gralha Azul, e o pré-lançamento BRS-Sabiá, sendo estas apresentadas pelo pesquisador da Embrapa, Manoel Carlos Bassoi. Algumas dessas cultivares apresentaram produtividades superiores a 5.500 kg/ha, em áreas comerciais.

A Fazenda Estrela Sementes está multiplicado semente de trigo das cultivares BRS-Pardela, BRS-Tangará, BRS-Gralha Azul e Fundacep Cristalino, semente de triticale IPR-111, semente de aveia branca URS-Taura, URS-Guará e URS-Corona. Não deixe para a última hora, faça seu pedido e saia na frente para a próxima safra de inverno: sementes e defensivos estão sendo comercializados pela Agrícola Estrela Ltda.

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Nelore

Em busca de

campeões Criador de Foz do Jordão investe há décadas no Nelore e encerra o ano festejando premiações obtidas por seu touro Malbec

Nelore é mais no pasto, é um gado rústico, a vaca aceita qualquer tipo de cruzamento industrial e cuida do bezerro”

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e na região de Guarapuava é forte a pecuária bovina com as raças europeias, um criador de Nelore mostra que persistência e busca de qualidade elevam também esta raça a um bom patamar e fazem dela um excelente negócio. Foram longas jornadas entre Guarapuava e Uberaba, a partir de 1959, que deram início à trajetória bem sucedida do plantel do pecuarista Márcio Mendes de Araújo, do Rancho 1M (BR 373, km 433), em Foz do Jordão. Entusiasta das características do Nelore, ele, na época, acompanhou seu pai desde a primeira viagem destinada a buscar as primeiras 20 matrizes, com as quais começariam sua história naquele ramo da bovinocultura. E vieram depois muitas outras idas e vindas entre o Paraná e Minas Gerais. Ao receber a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ para uma conversa descontraída na varanda da propriedade, na tarde do dia 3 de dezembro, o pecuarista relatou que, hoje em dia, depois de mais de 50 anos, “é uma alegria” poder fazer o caminho inverso: levar animais da região de Guarapuava para participar de exposições em Uberaba, como a Expozebu deste ano. E de outras tantas, em vários lugares do Brasil, de onde vieram premiações ou boas posições que destacam a qualidade que vem buscando em sua propriedade. Segundo relatou, em 2012, o animal que traduz sua visão sobre o Nelore, o touro Malbec, foi 3º colocado em Londrina, Reservado de Grande Campeão em Campo


Mourão e Reservado de Grande Campeão em Cascavel. Crioulo nascido no próprio Rancho 1M, tendo alcançado 1.320 kg aos 30 meses, ele chama a atenção por seu porte. Em 2013, obteve as distinções de Campeão Touro Júnior em Londrina, Grande Campeão em Toledo e Grande Campeão em Cascavel. “É um Nelore moderno, tipo carne, um boi muito musculoso”, definiu o pecuarista. Mais do que os prêmios, para Márcio Mendes de Araújo, os êxitos de seu touro destaque contribuem para assegurar um futuro promissor para o animal e para a propriedade com um todo. Um futuro que já está definido e tem data para ser concretizado. Em 2014, o animal que começou sua carreira nas pistas com seis meses será levado a participar de exposições em Uberaba, Avaré e Londrina, numa agenda que acontecerá até abril, momento em que completará três anos. A partir daí, o Rancho 1M passará a utilizar o touro como fornecedor de sêmen. “Vai ser um campeão de venda. Todo mundo pergunta quando que ele vai para a central. Criadores até de outros lugares”, comentou o pecuarista, salientando que o interesse se deve também ao fato de se tratar de um animal “bem arqueado”. Com isso, a seu ver, Malbec terá sido uma oportunidade aproveitada ao máximo: “Como dizem os criadores amigos meus, um animal desses surge a cada 40 anos. Precisa ter muita sorte”.

Já pensando no plantel como um todo, outra meta para o próximo ano é manter mais ou menos o mesmo número de cabeças de gado na propriedade, para poder cuidar de cada Nelore com a devida atenção: “Tem de conservar o mesmo padrão. Ganhar é difícil. Manter (o nível) lá em cima é mais difícil ainda”. Premiações à parte, Márcio Mendes de Araújo explicou que, para levar uma propriedade a ter um plantel de qualidade, decidiu, desde o início, investir em genética. Hoje, o rebanho conta com 550 cabeças de gado, das quais 100 são vacas nelore PO. A raça está no foco das atividades, voltadas para a venda permanente de reprodutores Nelore PO, PC e POI. “E tem os terneiros e as vacas cruzadas, que vão para abate. Tenho um mini-confinamento, engordo e vendo eles”, detalhou. Já no manejo, em sua opinião, tudo é mais simples: “Nelore é mais no pasto, é um gado rústico, a vaca aceita qualquer tipo de cruzamento industrial e cuida do bezerro”. Decorridos tantos anos, ele afirma que sua raça preferida é “o melhor negócio da pecuária”, acrescentando que “é um gado fértil” e recordando que “não há cruzamento industrial se não tiver o Nelore”. O pecuarista do Rancho 1M concluiu expressando sua visão: “Quem quer ir pra frente, cria Nelore”.

Márcio Mendes de Araújo ao lado de Malbec

Das 550 cabeças de gado do Rancho 1M, 100 são vacas nelore PO`


Fotos: Amanda Pereira

Jantar beneficente

Noite das Batatas

do Rotaract atraiu 500 pessoas Fundos arrecadados já começam a ser investidos em projetos sociais

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atata, prato típico e produto econômico importante para a região de Guarapuava, foi novamente atração do jantar beneficente promovido pelo Rotaract Club, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava. A tradicional Noite das Batatas reuniu cerca de 500 pessoas no salão do Guaíra Country Clube. O presidente do Rotaract Club de Guarapuava, Leonardo Ferraz, declarou que, a cada ano, o clube sente que o evento é mais reconhecido pela sociedade. “Estamos muito felizes com a adesão da população. A cada ano conseguimos ampliar o evento.

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É importante que as pessoas saibam que 100% dos fundos do jantar são destinados para nossos projetos sociais, 60% para o desenvolvimento de comunidades locais e 40% para a Fundação Rotária, que repassa recursos também para causas internacionais”. A diretora de comunidades do clube, Jeciane Golinhaki comentou sobre o sucesso da quarta edição do evento. “Nesse ano a ampliação do evento, para 500 pessoas, foi fundamental, uma vez que pudemos estabelecer mais parcerias dando ênfase para a importância da produção da batata em nossa região e mais que isso, continuar com os


projetos do Rotaract Club em Guarapuava e do Rotary por todo o mundo”. Jeciane também falou que o Rotaract já iniciou o planejamento para destinar parte do dinheiro arrecadado para projetos, que serão realizados no final do ano. “Já realizamos a prestação de contas do evento. Para o Natal já estamos organizando algumas ações em entidades da região”. A Noite das Batatas é o principal projeto de finanças desenvolvido pelo grupo de jovens que presta serviços à comunidade. O evento tem como objetivo principal arrecadar fundos para realização de projetos sociais durante todo o ano rotário. “Recentemente, apadrinhamos a Escola Rural da Palmeirinha. Lá pretendemos desenvolver vários projetos integrando os alunos e a família, que terão foco nas áreas de educação, meio ambiente e cultura”, comentou o presidente do Rotaract. O jantar teve 12 acompanhamentos à base de batata. No cardápio foram servidos pratos como batata recheada (três queijos, bacon, strogonoff e legumes), pierogues, lasanha, nhoques, carnes, entre outros. Outra atração do evento foi o show com Bruna &Lelo, com um repertório acústico que contempla vários gêneros como jazz, pop e rock. Ferraz ainda falou sobre a parceria com o Sindicato Rural, que integrou o público do setor agropecuário ao evento. “Agradecemos ao Sindicato que pela terceira vez é nosso parceiro e sempre apoia iniciativas de cunho social na cidade”. O evento contou com o apoio da Batatas Guará, Chemtura, Maurício Henrard Arquitetura, Cerveja Insana, Pizza Rock, Aeagro, Colégio Lobo, Extintores São Cristovão, Constructor, Faculdade Guairacá, CCBEU, Coamo, Paraná Sistemas Mecanizados, Agropantanal, Bayer CropScience, Zeagro, BZZ, Restaurante Guairacá, Antônio Emilio Proença e Unicentro.

Rotaract Club de Guarapuava O Rotaract Club é um dos programas do Rotary Club Internacional, destinado a jovens de 18 a 30 anos, que pretendem atuar como lideranças e desenvolver projetos sociais. Os clubes se dedicam a prestar serviços humanitários e a desenvolver profissionalmente seus membros. Em Guarapuava, o clube atua há mais de quatro anos na cidade e já desenvolveu dezenas de projetos em prol da comunidade.

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Suinocultura

Análise conjuntural do mercado do suíno no Estado do Paraná Bruno José Cumin Ogibowski, Heitor Silva Fam, Paulo Rossi Junior, João Batista Padilha Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

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pós a suinocultura paranaense vivenciar em 2012 crises no setor e preços do produto abaixo dos custos de produção, a expectativa era que 2013 viesse para compensar o ano anterior. Perspectiva esta que quase foi por água abaixo no segundo trimestre do ano, de acordo com o indicador de preços do quilograma do suíno vivo e quilograma da carcaça suína LAPESUI/UFPR, elaborado pelo CIA/UFPR. Logo no início do período foram observados preços firmes e valorizados no suíno vivo, tendo no primeiro mês do ano uma média de R$ 3,44, ainda sustentada pelo bom desempenho na reta final de 2012, quando o mercado andava aquecido com as festividades de final de ano e com a baixa oferta de animais prontos para o abate. Após dois meses de quedas sucessivas, a cotação do produto vivo despencou. A Ucrânia, um dos maiores importadores de carne suína brasileira, anunciou embargo ao produto devido à presença de uma bactéria (Listeria monocytogenes) nas carnes exportadas pelo Brasil. Desse modo, abril fechou em R$ 2,74, representando uma queda de 20% em relação a janeiro, o maior preço no ano até então. O mês de maio presenciou o pior desempenho ao longo do ano no cenário paranaense apresentando média mensal de R$ 2,47, calculado em uma queda de 9,85% em relação ao mês anterior. Nesse período, o embargo às exportações brasileiras ainda perpetuava, resultando em um acúmulo de oferta de animais no mercado interno, não acompanhada pela demanda da população pela carne suína, que andou muito desaquecida nesse primeiro trimestre de 2013. A cotação do sexto mês reagiu levemente, com um preço médio a R$ 2,67 e alta de 8,10% frente a maio. Isso se deve a ação de

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alguns suinocultores paranaenses de segurar os seus animais em suas propriedades, diminuindo a oferta de suínos no mercado. A expectativa era que julho reagisse mais ainda suas cotações com o reinicio da comercialização entre Brasil e Ucrânia nos últimos dias de junho. Porém, foi algo que não se concretizou, pois apesar da oferta reduzida no mês anterior, ainda assim não ouve demanda suficiente no mercado, desvalorizando em 5,62% o suíno vivo fechando a média mensal em R$ 2,52. A partir desse momento, a suinocultura paranaense voltou a reagir. Com a maior demanda do mercado externo, a oferta de animais interna reduziu, apesar da intensificação da procura da carne no mercado interno. Atitude esta que animou os suinocultores e concomitantemente resultou em altas sucessivas nos meses seguintes. Nos dois últimos meses essa reação se consolidou e apresentou as maiores valorizações e preços do suíno vivo segundo o indicador LAPESUI/UFPR. Outubro fechou com R$ 3,73 na média mensal representando uma alta de 13,37% na comparação com setembro cuja média foi R$ 3,29. No mês de novembro o desempenho médio do preço foi estável, fechando os mesmos

R$ 3,73 do mês anterior. As primeiras cotações dos últimos 30 dias do ano acenam para estabilidade nos valores, porém pode-se esperar um leve aumento devido às festividades de fim de ano e uma maior procura da carne suína. Para 2014, espera-se um mercado interno mais aquecido, pressionando os preços a níveis mais altos. O comportamento do quilograma da carcaça suína durante 2013 é semelhante ao do quilograma do suíno vivo. Os preços iniciaram o ano com cotações altas, a média do primeiro mês ficou em R$ 5,95 mantendo a valorização do final de ano. Após três meses com quedas sucessivas o valor mínimo pode ser observado em maio, apresentado R$ 4,34 como média mensal e uma desvalorização de 18,75% e 10,68% frente a janeiro e ao mês anterior, respectivamente. A recuperação veio logo na sequência. Segundo o indicador LAPESUI/UFPR, as cotações foram se valorizando, com maior ênfase nos últimos dois meses, outubro e novembro. O penúltimo mês do ano apresentou o valor máximo médio de R$ 6,01, correspondendo a uma valorização de 2,74% em relação ao mês anterior, sendo por enquanto o maior preço registrado no ano.

Gráfico 1. Comportamento dos preços do quilograma do suíno vivo no Estado do Paraná, para o ano de 2013 (deflacionados pelo IGP-DI da FGV com base outubro/13=100). Fonte: CIA/UFPR

Gráfico 2. Comportamento dos preços do quilograma da carcaça no Estado do Paraná, para o ano de 2013 (deflacionados pelo IGP-DI da FGV com base outubro/13=100). Fonte: CIA/UFPR


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Pós-Graduação

Inscrições abertas para Mestrado em Agronomia A inscrição pode ser realizada pelo site da Unicentro até o dia 31 de janeiro.

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Programa de Mestrado em Agronomia da Unicentro está com inscrições abertas até dia 31 de janeiro para a seleção da primeira turma de 2014. A área de concentração do mestrado é Produção Vegetal, com linhas de pesquisas em Manejo de Grandes Culturas e Horticultura. O coordenador do programa de mestrado professor Luciano Farinha Watzlawick explica que na área de Manejo de Grandes Culturas o aluno poderá desenvolver pesquisas na área de cultivo das principais espécies anuais de importância econômica, com principal ênfase na produção de grãos, como milho, soja, aveia e cevada, culturas que apresentam destaque na região centro-sul do estado do Paraná. Já na Horticultura, as pesquisas dão enfoque nas sub-áreas, como olericultura, fruticultura, plantas aromáticas e medicinais e floricultura. O professor Marcelo Cruz Mendes, membro do Programa de Mestrado, destaca ainda algumas áreas de atuação como: fertilidade e manejo de solo, melhoramento vegetal, relação solo-água-planta-atmosfera e pós-colheita. Ele lembra que o perfil profissional para ingressar no mestrado exige uma graduação, afinidade com a área agropecuária e desenvolvimento de trabalho em equipe, já que a pesquisa não dependerá somente do aluno, mas também do seu orientador, co-orientador e colegas. Ao todo são 20 vagas ofertadas para o primeiro semestre de 2014. As inscrições podem ser feitas pelo site unicentroagronomia.com, onde também está disponível o edital com todas as informações necessárias para o ingresso no programa de pós-graduação.

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Prof. Luciano Farinha Watzlawick: “ A área de concentração do mestrado é Produção Vegetal, com linhas de pesquisas em Manejo de Grandes Culturas e Horticultura”

Prof. Marcelo Cruz Mendes: “Os candidatos devem ter graduação, afinidade com a área agropecuária e facilidade para desenvolvimento de trabalho em equipe”


Legislação

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)

Condicionantes a entrega da soja Intacta RR2

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Monsanto anunciou o lançamento comercial da nova tecnologia para soja INTACTA RR2 PRO, que propõe três soluções em um único produto: maiores resultados de produtividade; tolerância ao glifosato e controle contra as principais lagartas que atacam a cultura da soja. A empresa está concedendo um bônus na aquisição da soja Intacta RR2 PRO para os agricultores que assinarem um “Acordo de Licenciamento de Tecnologia e Quitação Geral”, estabelecendo, entre outras coisas: a) as condições as quais os produtores estarão submetidos no licenciamento da nova tecnologia Intacta RR2; b) isenção aos produtores do pagamento de royalties da tecnologia RR1; c) concessão de um bônus comercial ao agricultor signatário e; d) quitação mútua no que tange ao uso da tecnologia RR1, a Monsanto pelo licenciamento e isenção dos royalties e os produtores pela renúncia de qualquer pedido de restituição ou ressarcimento dos royalties pagos caso alguma ação judicial venha a reconhecer que a cobrança até o momento foi indevida. Em síntese, os produtores ao assinarem o acordo poderão beneficiar-se do não pagamento de royalties pelo uso de Tecnologia RR1 no plantio de Soja RR1 e/ou pela venda de grãos resultado do plantio de referida Soja RR1, mas renunciarão a qualquer discussão sobre os valores pagos até o momento, bem como assumirão compromisso de seguir a política de licenciamento adotada pela Monsanto para a nova tecnologia Intacta RR2. Por outro lado, o produtor que não assinar o acordo será cobrado pelos royalties desta safra ou na entrega da soja à indústria.

É de se destacar que a variedade Intacta substitui a soja transgênica Roundup Ready, a RR1, e que foi motivo de uma ação na Justiça por parte da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) questionando o pagamento indevido de royalties à empresa. A ação foi baseada em um estudo técnico e jurídico, contratado pelas entidades, que confirmou que o direito de propriedade intelectual relativo às tecnologias venceu em 31 de agosto de 2010, tornando-as de domínio público. Em julho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu em julgamento que a patente da RR1 expirou no dia 31 de agosto de 2010, ou seja, 20 anos após a data do seu primeiro depósito no exterior. Além disso, os agricultores também pediram a devolução de mais de R$ 500 milhões que foram pagos nas safras 2010/2011 e 2012/2013. No Mato Grosso, a Monsanto entrou em acordo com produtores de soja, pedindo o fim da cobrança na Justiça em troca da concessão de descontos na cobrança dos royalties da nova semente. Mas alguns sindicatos não aderiram ao acordo por considerá-lo abusivo. Desta forma, um determinado sindicato entrou com uma Ação Civil Pública questionando as condições exigidas pela empresa para comercializar a semente aos agricultores, entre elas o pagamento de royalties. Foi concedida liminar pela Justiça de Mato Grosso, em decisão recente (outubro/2013), impedindo a Monsanto do Brasil de impor condicionantes à entrega da soja transgênica Intacta naquele Estado. A liminar dada pelo juiz Alex Nunes de Figueiredo, da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, concedeu antecipação de tutela em ação ajuizada pelo Sindicato Rural

de Sinop (MT). A multa será de R$ 400 mil para cada vez que a empresa descumprir a decisão. A decisão vale para todo o Estado de Mato Grosso. A liminar concedida pela Justiça também impede que a Monsanto exija dos produtores a renúncia definitiva de ações já ajuizadas ou de futuros questionamentos na Justiça relacionados ao uso, exploração ou ao pagamento sobre o uso da soja transgênica Roundup Ready (RR1). O juiz, prolator desta decisão, entendeu que a Monsanto, aproveitando-se de sua posição favorável no mercado - único fornecedor da tecnologia Intacta-RR2-PRO, e sabendo ainda da expressiva relevância que esse produto representa no âmbito da agricultura, condicionou a aquisição de tal bem ao cumprimento de cláusulas excessivamente onerosas, quando não ilegais. Com a decisão a empresa terá que suspender o Acordo de Licenciamento de Tecnologia e Quitação Geral e o Acordo de Licenciamento de Tecnologia impostos aos produtores que compraram a semente e também não poderá exigi-los em futuras comercializações. A nosso ver, entendemos que os agricultores precisam tomar suas decisões individualmente, sopesando os eventuais custos, o tempo de resolução da disputa e o benefício imediato da isenção dos pagamentos e concessão do bônus, mediante a análise dos valores que teriam direito a ser restituído e o valor da isenção dos royalties da tecnologia RR1, após o que cada produtor terá condições de verificar qual a melhor medida a adotar. Com as informações acima apresentadas, acreditamos que os agricultores terão condições de analisar e verificar qual medida a ser tomada é mais vantajosa.

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Cultura

Mostra de Oficinas Culturais e Quinta Nobre da Unicentro

Nos dias 21 e 27 de novembro, o Sindicato Rural de Guarapuava sediou a Mostra de Oficinas Culturais (MOC) e a Quinta Nobre, promovida pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura - Diretoria de Assuntos Culturais da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Ambos tiveram como tema os 100 anos do músico e poeta carioca Vinícius de Moraes. No dia 21, ocorreram as apresentações musicais, com a participação de convidados e alunos do projeto Unimúsica, que há cinco anos desenvolve oficinas e atividades com o coral Unicanto. Já no dia 27, foram apresentadas performances teatrais, coordenadas por Rita Felchak, resultado de oficinas promovidas pela Diretoria de Cultura da Unicentro.

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Floresta

Clonagem de Eucalipto: uma alternativa de melhoramento florestal

A

silvicultura clonal é uma realidade brasileira desde os anos 70. Tem se concretizado como atividade sustentável na área florestal por atender uma demanda local crescente de mercado e ser uma alternativa entre tantas de melhoramento florestal. Este setor da agricultura necessita de materiais florestais de alto desempenho, tolerantes a doenças e praga e que permitam ao empresário rural retorno de seu investimento, assim como já há muitos anos acontece com as grandes culturas: soja e milho. Como relatam XAVIER, WENDLING e SILVA (2009), em termos gerais, as características da silvicultura clonal são justificadas por: uniformidade dos plantios, possibilitando maior controle sobre a qualidade dos produtos; aproveitamento de combinações genéticas raras, como híbridos de Eucalyptus grandis x E. urophylla; maximização do ganho em produtividade silvicultural e de qualidade tecnológica da madeira em uma única geração de seleção; possibilidade de contornar problemas de doenças, como “cancro” (Cryphonectia cubensis); economicamente viáveis; custo acessível e competitivo para empresas; experiências adquiridas e avanços técnicos/científicos ao longo dos anos na silvicultura; e opção de

técnicas de propagação vegetativa em desenvolvimento nas diversas áreas de ciência. Os passos para a seleção maçal de árvores perfazem alguns longos anos e possuem etapas cruciais até a validação de clones superiores. A primeira etapa compreende o estabelecimento de critérios de seleção de indivíduos, ou seja, características desejáveis. Normalmente, nesta etapa ocorre caracterização fenotípica julgada interessante, como: retidão de fuste, inserção de ramos, desrama natural, tolerância a condições climáticas adversas (frio, seca...) em uma floresta convencional ou em áreas com uma população heterogênea (material seminal, por exemplo). Em um segundo momento extrai-se desta árvore selecionada brotações ou pequenos ramos, utilizando-se várias técnicas, como o corte da árvore-mãe, anelamento da árvore (que compreende o corte parcial) para estimular a emissão de ramos. O terceiro passo compreende a avaliação do enraizamento do material selecionado a campo e por fim a quarta etapa que é o plantio maçal dos clones para a comprovação da superioridade dos mesmos (confirmação das expectativas da etapa 1) quando a floresta atinge o ponto de colheita que varia entre as espécies. A comercialização dá-se a partir do registro dos clones no RNC (Registro Nacional

Tayná Jornada Ben, engenheira agrônoma

de Cultivar), no Ministério da Agricultura e abastecimento (MAPA), e a produção em escala comercial em jardins clonais. Dentre os gêneros mais difundidos neste modelo de silvicultura estão: Eucalyptus e Pinus, em função da vasta aptidão de produtos (madeiráveis e não madeiráveis) e adaptabilidade destes as diferentes regiões do Brasil. Segundo o anuário da ABRAF-2013 (Associação de Produtores de Florestas Plantadas) as duas espécies somaram uma área de 6,665 milhões de hectares, um crescimento de 2,2% em relação a 2011 em função da demanda de papel de celulose, principalmente. As perspectivas futuras são positivas indicando que a aplicação de tecnologia e metas para atividade florestal é o caminho a consolidação do setor na economia brasileira. Contudo, todos os esforços em exploração e aumento do potencial produtivo de clones não são os únicos responsáveis pelos resultados finais de uma floresta, mas apenas a base para que com aplicações agronômicas adequadas possam render mais com a mesma área plantada há anos. Portanto material clonal com preparo da área adequado, controle de pragas, nutrição direcionada e condução da floresta são elementos chaves para resultados excelentes em um futuro próximo.

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Triticultura

Está acontecendo uma mudança positiva na qualidade do trigo brasileiro

A

Eng. Agr. Ottoni de Sousa Rosa

empresa OR Melhoramento de Sementes, com sede em Passo Fundo, investiu para melhorar a qualidade do trigo brasileiro. Em 2009, enviou um engenheiro agrônomo ao Canadá (país reconhecido pela alta qualidade de trigos para panificação) para ser treinado por um dos melhores melhoristas do país. O referido técnico foi para o Canadá, por conta e risco da OR, e lá esteve por seis meses. Quando voltou a Passo Fundo, foi instalado um laboratório com o mais moderno sistema mixográfico da América Latina, para avaliar e selecionar as cultivares e novas linhagens de trigo para qualidade industrial. A OR Melhoramento de Sementes é uma empresa privada que trabalha concentrada em programa de melhoramento de trigo. Além das características importantes para o trigo no sul do Brasil, como resistência ao alumínio e manganês do solo, resistência à germinação na espiga e rendimento, a OR recomendou, para cultivo a partir de 2013, cultivares com qualidade industrial para panificação exigida pelos moinhos. Dessas cultivares – Ametista, Jadeíte 11 e Topázio – foram produzidas na safra atual no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná mais de 1.000 toneladas de sementebásica para serem disponibilizadas aostriticultores na próxima safra. Essas novas cultivares OR têm sido analisadas em laboratórios de moinhos dos três estados do Sul, confirmando a qualidade determinada na OR e no laboratório credenciado CEPA, Centro de Pesquisa em Alimentação da Universidade de Passo Fundo.

Valores de Número de queda (NQ), Força do glúten (W) e Estabilidade(E) fornecidos por diversos laboratórios de moinhos de trigo. NQ(seg)

W (x 10-4J)

E (min)

Ametista

338 a 428

365 a 469

15 a 33

Topázio

327 a 491

261 a 449

10 a 13

Jadeíte 11

360 a 510

335 a 460

11 a 18

Qualidade Industrial - Paraná e Rio Grande do Sul Classe das cultivares de Trigo Ametista, Jadeíte 11 e Topázio correspondente às regiões tritícolas

OR Melhoramento de Sementes Ltda.

Comentários MoageiraIrati - Farinhas de Ametista e de Topázio foram adequadas para a fabricação de pães com características desejáveis. Moinho Tozzo - As amostras Jadeíte 11 e Ametista são trigos de ótima qualidade para panificação obtendo um excelente pão francês. CBM Alimentos - Jadeíte 11 Excelente trigo. Balanceado e com valor de W quase 100 pontos acima das outras amostras. Espero ver bastante desse trigo na próxima safra… Pres. Sindicato Indústria Trigo RS, J. Antoniazzi - Excelentes materiais, quanto glúten e força.

Em análises recentes com trigo Ametista colhido em 2013, os valores de proteína do grão foram superiores a 13%, indicando que a extraordinária produtividade de Ametista não limitou o teor de proteína. Ametista produziu de 4,26 a 5,40 toneladas/hectare, com picos de 6 toneladas/hectare, em lavouras do Rio Grande do Sul. Segundo a EMATER, a média de produção de trigo no Estado alcançou 2,82 toneladas/hectare. Neste ano, Ametista, Jadeíte 11 e Topázio foram exportados para a Argentina devido interesse do país vizinho na qualidade de panificação destes materiais. Valores de força do glúten e proteína analisados no laboratório INTA, Argentina (M. Juarez, 2012): Ametista W 449 P 14,7 Topázio W 465 P 15,0 Para a safra 2014, a OR está recomendando também a cultivar ORS Vintecinco, especial para fabricação de biscoitos. Informações sobre as cultivares de trigo com superior qualidade industrial podem ser obtidas na OR Sementes, com sede em Passo Fundo, na Av. Rui Barbosa 1300 e no site www.orsementes.com.br.

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Fitossanidade

“Adjuvantes sintéticos são importantes para reduzir perdas e eliminar gargalos operacionais” Jeferson Luís Rezende, RTV - INQUIMA

A

s aplicações fitossanitárias sofreram uma vigorosa demanda nos últimos anos, especialmente, por conta do surgimento de novas doenças e pragas. Se até pouco tempo atrás era possível pulverizar de forma “amadora” ou meia-boca, como fala o jargão popular, hoje é sabido que todos os tratamentos devem ser feitos de forma correta, sem chance para eventuais erros. Dentro deste contexto, além da necessidade de contar com boas máquinas: devidamente ajustadas, com pontas de pulverização adequadas ao tratamento escolhido, o produtor deve considerar ainda a taxa de aplicação e o ADJUVANTE SINTÉTICO escolhido, de maneira a tornar o processo o mais eficiente possível. Aplicar bem, levando em conta a busca da melhor cobertura foliar e o menor risco de contaminação do ambiente é algo plenamente factível e desejável. Por isso, a escolha de um bom ADJUVANTE SINTÉTICO deve prevalecer sempre para que as demais etapas do processo não sofram algum dano negativo ou um

efeito colateral indesejado. É oportuno ressaltar que todos os óleos e surfactantes são considerados adjuvantes. Porém, nem todo adjuvante é um óleo ou um surfactante. Existem muitos produtos relativamente “parecidos” no mercado, que confundem agrônomos e lavoureiros. Mas é imperioso lembrar que todos eles possuem diferenças entre si, tanto na formulação base, como eventualmente, pela presença de aditivos que interferem ou não na absorção do ATIVO aplicado e na sua vida útil, e até na questão do pH da água. Quando se escolhe aplicar com menores volumes de calda, a fim de tornar o tratamento mais eficaz e concentrado, o agrônomo ou o produtor está optando por uma pulverização que além de potencializar o defensivo em uso, reduz o uso de água e diminui o consumo com combustível, entre outras vantagens. O controle químico de plantas invasoras/pragas/doenças pode ser otimizado sempre usando o tripé: volume de vazão/ pontas/adjuvante. Com isso, a ação esta-

rá resguardada pelo uso de tecnologia de aplicação adequada. Embora já estejam no mercado há mais de 10 anos, os ADJUVANTES SINTÉTICOS ainda são vistos como novidade no meio agrícola. Em alguns casos, até com certo ceticismo. Mas diferentes pesquisas realizadas identificaram ganhos interessantes pelo uso destas ferramentas nos tratamentos fitossanitários. A redução de perdas por evaporação e deriva são as mais impressionantes. Ao lado destas existem ainda pontos relevantes como a diminuição ou erradicação de fitotoxidade causada por determinados ativos, à eliminação de borras e espumas dentro do tanque e das barras, a possibilidade de poder aplicar numa condição menos favorável: por orvalho ou estresse hídrico e o fato de colaborar para facilitar a absorção, sem necessariamente danificar a proteção natural da planta. Em tempos de lagartas e de doenças cada vez mais severas, o ADJUVANTE é uma ferramenta adicional, disponível para tornar o tratamento mais seguro e efetivo.

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Prêmio Franz Jaster de Comunicação

Agrária e Unicentro divulgam vencedores do Prêmio Franz Jaster de Comunicação 2013

O

s vencedores do Prêmio Franz Jaster de Comunicação 2013 foram conhecidos no dia 20 de novembro. Cinco veículos de comunicação de Guarapuava foram premiados durante a cerimônia, realizada no foyer do Centro Cultural Mathias Leh, no distrito de Entre Rios. Desenvolvido em parceria entre a Cooperativa Agrária e a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), o prêmio reconheceu matérias sobre o WinterShow 2013, principal evento relativo a cereais de inverno do Brasil. Na presença de Marietta Jaster, esposa do ex-pesquisador da Agrária homenageado postumamente pelo prêmio, a cerimônia apresentou o resultado do concurso, que contou com 17 trabalhos inscritos (confira os vencedores na página ao lado). A categoria fotografia premiou o jornalista Manoel Godoy, da Revista do Produtor Rural. “Queria parabenizar a Cooperativa pela escolha do nome do Franz Jaster. Tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente, fiz entrevista com ele e, sem nenhum exagero, o Franz Jaster é uma unanimidade entre os pesquisadores da FAPA, os quais são de altíssimo nível, não só em termos de Agrária, mas de Brasil. Foi um pesquisador extremamente engajado e competente”, enalteceu Godoy. Na categoria de jornalismo impresso e online, a primeira colocação foi divida entre duas matérias: “WinterShow – pesquisas que geram alto nível de produtividade”, de autoria de Camila Coelho, Elizabeth Machado e Estela Leal, da Revista Visual Guarapuava; e “WinterShow nota 10!”, dos jornalistas Luciana Queiroga, Manoel Godoy e Helena Krüger, da Revista do Produtor Rural. De acordo com a editora-chefe da Revista do Produtor Rural, Luciana de Queiroga Bren, a premiação é um reconhecimento ao trabalho jornalístico local. “O prêmio estimulou a elaboração de uma matéria mais completa. Dividimos a co-

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Revista do Produtor Rural

Evento reuniu diretoria da Agrária, reitor da Unicentro e imprensa

bertura entre três jornalistas e o resultado ficou interessante. É o primeiro prêmio da Revista do Produtor Rural, o que nos deixa muito felizes”, enfatizou Luciana. “Realizar a cobertura de um grande evento como o WinterShow, para mim, como jornalista, foi, acima de tudo, um grande aprendizado”, acrescentou a jornalista Helena Krüger. O fato de a premiação partir de uma iniciativa de Guarapuava foi destacado pela diretora da Revista Visual, Elizabeth Machado. “É enriquecedor para quem realiza o prêmio e para quem participa. Desenvolvemos a matéria em conjunto com as jornalistas Camila Coelho e Estela Leal e decidimos realizar algo diferente. O pessoal gostou muito”, frisou Elizabeth. A matéria “WinterShow 2013”, com reportagem de Douglas Belan e imagens de Adriano Leite, do programa Visual na TV, conquistou o prêmio na categoria de material televisivo. “Resolvemos realizar uma matéria mais aprofundada e me senti in-

centivado a estudar e me aprimorar sobre o tema, para que conseguisse passar as informações de forma clara, sem deixar de atender o público mais técnico”, observou Belan. “Tentamos também trazer informações sobre a grandiosidade do WinterShow, que atinge o país inteiro”. A categoria radiojornalismo não teve concorrentes. O diretor presidente da Agrária, Jorge Karl, enalteceu a primeira edição do Prêmio Franz Jaster, bem como o trabalho da imprensa. “A ideia foi muito feliz por destacar os trabalhos de pesquisa realizados há muitos anos pela FAPA e também por destacar o WinterShow, que é referência no Brasil”, frisou. Realizado em parceria com a Unicentro, o prêmio contou com o engajamento dos departamentos de Comunicação Social e Agronomia, tanto no julgamento dos trabalhos quanto na organização dos eventos de lançamento e premiação. “Quero parabenizar os veículos de imprensa pela participação e pelos materiais enviados. E


agradecer à Agrária pela possibilidade de realizar esse trabalho e estreitar cada vez mais essa parceria”, destacou o reitor da Unicentro, Aldo Nelson Bona. A parceria também gerou uma pesquisa de satisfação sobre o WinterShow 2013 desenvolvida pelo departamento de Matemática da universidade, entregue durante a cerimônia pela professora Sonia Kurchaidt ao diretor Jorge Karl.

Confira os vencedores do Prêmio Franz Jaster de Comunicação 2013: Categoria Fotografia: 1º - Manoel Godoy (Revista do Produtor Rural do Paraná) 2º - Helena Krüger (Revista do Produtor Rural do Paraná) 3º - Caio Budel (Rede Sul de Notícias)

Homenagem A premiação contou também com homenagem in memorian a Franz Jaster, recebida pela esposa, Marietta Jaster. Ao longo de mais de duas décadas, o ex-pesquisador da Agrária desenvolveu diversos trabalhos de relevância, por meio da FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária). Um dos principais incentivadores da introdução do plantio direto, Franz Jaster iniciou seu trabalho na cooperativa em 1977 e, mesmo após sua aposentadoria, continuou a investir seu conhecimento em prol da pesquisa. “Gostaria de agradecer profundamente por esta homenagem ao meu falecido marido. Sei que ele dedicou muitos anos de vida à pesquisa – era o que adorava fazer. E teve a sorte de poder fazer tudo o que sonhou”, afirmou Marietta Jaster, em discurso emocionado após a entrega da placa de homenagem.

Categoria impresso ou online 1º - “WinterShow Nota 10”, por Luciana de Queiroga Bren, Helena Krüger e Manoel Godoy (Revista do Produtor Rural do Paraná) 1º - “Wintershow – pesquisas que geram alto nível de produtividade”, por Camila Coelho, Elizabeth Machado e Estela Leal (Revista Visual Guarapuava). 2º - “Malte Agrária: a excelência do campo ao copo”, por Rogério Thomaz (Rede Sul de Notícias). 3º - “Investimento em pesquisa resulta em qualidade e altas produtividades na safra de inverno”, por Harald Essert (Diário de Guarapuava)

Categoria Material Televisivo: 1º - “Wintershow 2013”, por Douglas Belan (foto) e Adriano Leite (Visual na TV).

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Cenário

Clima segue favorável à safra 2013/14 Sojicultores brasileiros continuam com otimismo quanto à possibilidade de produção recorde na safra 2013/14. As condições climáticas seguem favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, mas também têm influenciado o aparecimento de pragas e de doenças, como a ferrugem asiática, o que eleva a necessidade de maior atenção aos tratos culturais. Segundo pesquisadores do Cepea, com a liquidez relativamente baixa no spot e também para os contratos a termo, os preços têm sido influenciados por notícias sobre a demanda nos Estados Unidos, pela safra volumosa na América do Sul e pela valorização cambial. Entre 29 de novembro e 6 de dezembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), permaneceu estável, a R$ 77,25/saca de 60 kg na sexta-feira, 6 – ainda o maior patamar desde 24 de setembro de 2012. Já ao ser convertido para dólar, moeda prevista nos contratos da BM&FBovespa, o Indicador fechou a US$ 33,13/sc de 60 kg na sexta, aumento de 0,18% se comparado à sexta-feira, 29 de novembro. A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ ESALQ, teve recuo de 0,25% no mesmo período, indo para R$ 75,44/sc de 60 kg no dia 7 de dezembro. Fonte: Cepea/Esalq

Exportações de milho totalizaram 3,91 milhões de toneladas em novembro De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 3,91 milhões de toneladas de milho grão em novembro. O volume foi 1,0% menor, na comparação com o total embarcado em outubro último. Entretanto, a média diária foi de 195,6 mil toneladas exportadas em novembro, 13,8% mais, em relação à média diária de outubro. A questão é que em outubro foram 23 dias úteis, frente aos 20 dias úteis em novembro. No acumulado de janeiro a novembro de 2013 o país exportou 23,61 milhões de toneladas de milho. Foram 6,61 milhões de toneladas, ou 38,9% a mais este ano, frente ao mesmo período do ano passado. A expectativa é de que o ritmo das exportações brasileiras diminua daqui para frente, com a colheita finalizada nos Estados Unidos e maior concorrência com o milho brasileiro no mercado internacional. Fonte: Scot Consultoria

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Pecuária de corte

Análise conjuntural do mercado do boi gordo no estado do Paraná Andressa Mem, Greici Joana Parisoto, Paulo Rossi Junior, João Batista Padilha Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br

Quando comparado ao ano de 2012, onde a pecuária paranaense vivenciou fortes quedas na cotação da arroba do boi gordo, o ano de 2013 foi marcado por uma valorização do valor real da arroba, de acordo com o indicador LAPBOV calculado pelo Centro de Informações do Agronegócio da UFPR. Em 2012, a cotação média anual real foi de R$ 98,26 por arroba, com uma variabilidade de preços da ordem de R$ 2,86, mostrando um período muito ruim para o pecuarista paranaense, observando-se queda real de 5,8% nas cotações quando comparado ao ano anterior. No ano de 2013, a pecuária paranaense apresentou uma recuperação, ainda que pequena quando comparada ao ano de 2011, nas cotações da arroba do boi gordo. Em 2013, a cotação média anual real foi de R$ 100,15 por arroba do boi gordo e R$ 91,81 por arroba da vaca gorda, verificando-se aumento de 1,89% e 7,2% nas cotações, respectivamente.

Gráfico 1. Comportamento dos preços médios mensais reais da arroba do boi gordo (Indicador LAPBOV) 2013. FONTE: CIA/UFPR

No ano de 2013, evidenciaram-se os resultados positivos das exportações, mesmo com a suspensão temporária da importação da carne brasileira feita pela Rússia. Isso se deve à abertura de novos mercados para a exportação da carne bovina brasileira. Esta abertura tem garantido a liderança de exportações de carne bovina ao Brasil. O balanço divulgado pela Associação Nacional das Indústrias exportadoras de Carnes (Abiec) mostra que o país bateu o quarto recorde mensal consecutivo com os embarques do produto. Em novembro deste ano, 1,35 milhão toneladas de carne de boi foram vendidas, e as exportações atingiram US$ 6 bilhões em faturamento, superando a meta prevista para 2013. A expectativa é que com os dados de dezembro computados, este valor supere US$ 6,5 bilhões, o que equivaleria a

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aproximadamente 15% de crescimento em comparação com o faturamento de 2012. De acordo com Antônio Andrade, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o resultado mostra a confiança dos parceiros comerciais no produto brasileiro: “O serviço sanitário brasileiro faz um trabalho exemplar, garantindo que as regras de fiscalização de alimentos produzidos no país sejam cumpridas à risca. Esse fator tem garantido segurança aos nossos compradores, que sabem que adquirem produtos de qualidade. Não é a toa que estamos entre os principais exportadores de carne bovina do mundo”. Para 2014, as cotações do boi-gordo devem seguir sustentadas. Para janeiro e maio, preços 10% a 12% superiores ao mesmo período de 2013 já são apontados pelo mercado futuro. Isso se deve ao aumento do abate de animais em função da demanda do mercado interno e externo. Isso poderá ser acompanhado aqui nas próximas análises de conjuntura ao longo do ano. Na comparação anual os preços do novilho e da novilha precoce no estado do Paraná valorizaram-se 3,79% e 6,84%, de R$ 107,17 para R$ 111,39 e R$ 100,95 para R$ 108,36, respectivamente. Um dos motivos que explicam a elevação das cotações é o desempenho no mercado externo da carne bovina. Os quatro primeiros meses do ano de 2013 apresentaram um ritmo forte de embarques de carne bovina. Foi embarcado nos primeiros quatro meses do ano praticamente o mesmo volume exportado nos seis primeiros meses do ano passado. Na análise mensal, os preços do novilho tiveram uma tendência de queda ao longo do primeiro mês, fechando com -1,83%, passando pela média máxima do primeiro semestre em março, de R$ 107,09 e chegando à menor média anual de R$ 105,22 em junho. No segundo semestre, o preço médio do novilho precoce começa a se recuperar, apesar da leve variação negativa em setembro, apresentando alta de 6,28% em relação ao meio do ano e chegando ao mês de outubro com a média máxima de R$ 112,27. Porém, apresentou queda no último mês do período, fechando outubro em R$ 111,39 por arroba. Já a novilha sofreu um leve aumento no mês de fevereiro, atingindo a maior média do primeiro semestre, de R$ 101,72 neste mês. O menor preço médio do ano foi em junho, de R$ 99,79 por arroba. Já no segundo semestre, como esperado, o

preço médio da novilha precoce também se recuperou, começando com leve queda em setembro, mas apresentando aumento de 7,6% até outubro, onde apresentou o maior valor de cotação de R$ 107,97 e fechando o período com aumento de 6,84% em relação ao início do ano.

Gráfico 2. Comportamento dos preços da arroba do novilho precoce e da novilha precoce no período de janeiro a outubro do ano de 2013 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR

Segundo o indicador LAPBOV/UFPR, o bezerro iniciou o ano de 2013 com alta de 1,65%, iniciando em R$ 785,71 por cabeça em janeiro e fechando fevereiro com média de R$ 798,91. Houve uma leve queda em março de 1,82% o bezerro atingiu o valor máximo anual de R$ 837,02 no mês de maio. No segundo semestre, o preço do bezerro apresentou grandes variações, alternando altas e quedas, atingindo o valor mínimo anual de R$ 740,08 em agosto. Com o mercado aquecido, apresentou alta de R$ 17,60 na média em setembro e fechou outubro, com o bezerro cotando a R$ 745,29, uma variação de 5,14% em relação ao início do ano.

Gráfico 3. Comportamento do preço do bezerro no período de janeiro a outubro do ano de 2013 no Paraná. Fonte: CIA/UFPR


Ração

Puro Trato

Nutrição Animal A

Puro Trato atua no mercado de Nutrição Animal há mais de 14 anos, sempre inovando em seus processos de produção de alimentos, incorporando em seus produtos os mais recentes indicativos das pesquisas de nutrição, obtendo como resultado o excelente desempenho animal e a satisfação do produtor. Com duas unidades industriais localizadas no município de Santo Augusto, noroeste do Rio Grande do Sul, este centro de produção de cereais disponibiliza grande oferta de matérias primas básicas para a formulação dos produtos. Oferece ao mercado 110 produtos, registrados pelo MAPA, transformando matérias primas de origem vegetal e animal, em alimentos completos de alto valor biológico, contribuindo com a saúde, produção, competição e bem estar animal, além de participar ativamente do crescimento sócio econômico da região. O rigoroso controle de qualidade, uso das Boas Práticas de Fabricação, laboratório próprio, qualificada equipe técnica, constante formação de colaboradores, logística própria, centros de distribuição e compromisso social e ambiental, possibilitam a empresa atuar no mercado com segurança e credibilidade, dando à Puro Trato o conceito de “Qualidade Superior”. Com atuação concentrada na região

sul do Brasil, no mercado interno, vem ampliando sua atuação nas demais regiões do país e no mercado externo, exportando para vários países do Mercosul. Os novos investimentos em infraestrutura que estão sendo finalizados em 2013, permitem projetar um crescimento de 20% ao ano nos próximos 5 anos, posicionando a Puro Trato entre as maiores empresas de Nutrição Animal do sul do país.

Nova linha de produtos para Bovinos de Corte João Alves Teixeira Méd. Veterinário – Diretor

A pecuária de corte no Brasil, que há pouco tempo ocupava grandes extensões, vem cedendo espaço para a agricultura, forçando o pecuarista a adotar práticas mais intensivas de produção, sob pena de tornar o negócio inviável economicamente. Entre as várias medidas a serem adotadas, duas destacam-se como sendo prioritárias: produção intensiva de volumoso e a suplementação com concentrados. Isto possibilita ganhos significativos de produtividade com redução da idade de abate e maior concentração de animais por hectare.

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A prática de suplementação de bovinos do modo convencional exige maior mão-de-obra, disponibilidade de cochos que permitem o acesso dos animais ao mesmo tempo e duas suplementações diárias, a fim de evitar problemas no metabolismo digestivo do animal. O uso de alimentos com limitadores de consumo possibilita facilitar o manejo da suplementação, podendo o animal ser alimentado em livre acesso e assim armazenar

produtos por vários dias. Dependendo do tipo de cocho construído, há a possibilidade de redução de mão-de-obra diária, melhor oferta do alimento ao animal, além de evitar a super ingestão pelos bovinos dominantes. A indicação adequada do produto deve levar em consideração critérios técnicos de avaliação, tais como: qualidade e disponibilidade do volumoso, ganho de peso diário desejado, classificação do rebanho além de outros indicativos, possibilitando

Nutrição de Equinos Fernando Rebesquini Teixeira Méd. Veterinário – Diretor Comercial

O segmento vivencia um período especial em que novos criadores e proprietários de cavalos surgem em nosso país. Estes animais são destinados a finalidades variadas, tais como lazer, reprodução, competição e independente da finalidade destinada ao animal, o objetivo é sempre apresentar animais fortes, precoces e versáteis. As indústrias de nutrição animal vêm dando suporte a este crescimento ao desenvolver produtos com variadas finalidades, muitas vezes deixando os criadores e proprietários em dúvida quanto à escolha do alimentos adequado. Antes de escolher o produto é importante a definição de alguns conceitos sobre manejo e nutrição. Os eqüinos são classificados com herbívoros monogástricos. Esta classificação definirá procedimentos nutricionais adequados, independente da finalidade. Quando planejar a criação de cavalos, é importante saber que a base de sua alimentação deverá ser a pastagem nativa ou cultivada de espécies forrageiras a definir. Também é importante salientar algumas características do sistema digestório justamente com seus hábitos alimentares. Sabe-se que o estômago do cavalo é reduzido e, juntamente com o intestino delgado, tem a função de realizar a digestão e absorção das porções de concentrado quando fornecidas. Este em relação ao restante do aparelho digestório representa aproximadamente apenas 8%, evidenciando a necessidade do fornecimento fracionado do concentrado, dando condições para um melhor aproveitamento e evitando complicações digestivas. Os concentrados caracterizam-se por conter densidade de nutrientes elevada, objetivando, em pequenas porções, suprir as exigências do cavalo quando não obtidas adequadamente com as forragens. A utilização dos concentrados varia com a qualidade e disponibilidade das forragens, bem como com as fases de crescimento do animal, estágio reprodutivo, intensidade de trabalho e raças a serem alimentadas. Fonte: Informativo da Puro Trato – Nutrição Animal – Agosto/2013 – Nº 01

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determinar a concentração de limitador de consumo e níveis nutricionais do produto a ser indicado. A Puro Trato Nutrição Animal disponibiliza aos criadores as seguintes linhas de produtos com limitador: Puro Bovi Proteico 40PB, Puro Bov Proteico Energético 30PB c/ limitador, Puro Bov Proteico Energético 20PB c/ limitador, Puro Bov Proteico 14PB c/ limitador, Puro Bov Proteico 16PB c/ limitador e Puro Bov Proteico 18PB c/ limitador.

Clientes do Paraná comentam sobre a ração Puro Trato Os criadores de Puro Sangue Inglês, Luciano Fenker e João Orestes Fenker (Haras Guamiranga-PR) são clientes da JL Distribuidora de Rações e Puro Trato Nutrição Animal. Eles contam que, para atingir o desempenho esperado, não basta apenas ter um bom cavalo, é necessário realizar uma boa criação, um treinamento adequado e, sem dúvida nenhuma, uma alimentação específica. “De nada adianta ter um animal de excelente linhagem e aptidão, com o melhor treinamento e cavaleiro, se não tiver o combustível certo para desempenhar o seu potencial. Tanto na criação como na competição, os animais necessitam de atenção especial na alimentação. Para atender estas exigências nutricionais, nós do Haras Guamiranga usamos Puro Trato Nutrição Animal”.



Especial Senar

Programa Agrinho O programa Agrinho, que tem como objetivo capacitar professores da educação básica, das redes públicas e particulares de ensino, premia alunos do ensino fundamental do 2º a 9º ano, professores, escolas e municípios. Entre as professoras premiadas neste ano está a Evani A. de Camargo Mendes do município de Pinhão, que ficou em 2º lugar da Rede pública com o projeto “Meu mestre, meu amigo”, que pretendeu valorizar a figura do professor entre os alunos. Evani recebeu a chave do carro 0km na cerimônia de premiação em Curitiba. Professora Evani A. Camargo Mendes de Pinhão ficou com 2º lugar da rede pública

Empreendedor Rural Em Guarapuava, duas turmas do programa Empreendedor Rural terminaram suas atividades no final do ano. A turma Empreendedor Rural com ênfase em ovinocultura, que iniciou no dia 04 de abril foi até o dia 24 de outubro de 2013. E a turma de Empreendedor Rural com ênfase em bovinocultura teve aulas do período de 05

de abril a 26 de outubro. Ambas as turmas foram ministradas pelo instrutor Luiz Burei no Sindicato Rural de Guarapuava. No final do ano, uma das alunas da turma de bovinocultura, Marina Azevedo, ficou entre as 10 finalistas do concurso dos melhores projetos desenvolvidos pelo programa Empreendedor Rural no Paraná. O

Turma empreendedor rural com ênfase em bovinos

projeto “Aumento de tecnologia na produção de bezerros de corte de qualidade para obtenção em melhor qualidade” foi criado para ser implementado na Fazenda Bananeiras, no município de Candói. No dia 29 de novembro, no evento de encerramento do programa em Curitiba, Marina conquistou o primeiro lugar (veja na página 70).

Turma empreendedor rural com ênfase em ovinos

JAA - Jovem Agricultor Aprendiz Quatro turmas do JAA (Jovem Agricultor Aprendiz) – Gestão em agronegócio estão se formando no final de 2013. Duas turmas foram ministradas pelo instrutor Tibério Pimental Budal, que aconteceram na entidade social do Projeção do dia 18 de agosto e foram até o dia 03 de dezembro. Outras duas turmas do JAA foram conduzidas pela instrutora Joseane Luzia Granemann no Colégio Rural Estadual – Benedito de Paula Louro, que foram realizadas no período de 07 de agosto a 05 de dezembro.

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Revista do Produtor Rural

Turma empreendedor rural com ênfase em ovinos

Turma Projeção

Turma Rural Estadual Benedito de P. Louro


Prêmio

e21 conquista ouro na XVII Mostra de Comunicação e Marketing do Agronegócio da ABMR&A

E

m São Paulo, em novembro, foram anunciados os grandes vencedores da XVII Mostra de Comunicação em Marketing Rural e Agronegócio, promovida pela ABMR&A - Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio, a maior premiação do gênero do setor Agro. O júri selecionou as ideias mais criativas da propaganda do agronegócio, veiculadas entre 2010 e 2013, além de conceder prêmios especiais a agências, anunciantes, veículos e profissionais do setor. A e21, agência de publicidade do Grupo MTCom, foi premiada em seis categorias com peças de comunicação criadas para o

cliente BASF Agro, incluindo “Ouro” para “Planeta Faminto” como melhor campanha institucional. A conquista é resultado de um trabalho consistente da célula BASF da e21, uma equipe criada especialmente para o atendimento da conta. Com profissionais especializados em comunicação para o mercado agro, a agência aposta na sinergia estratégica com o cliente para criar projetos vencedores, gerando valor de marca e resultados. “Emblemática esta conquista. É um reconhecimento que a parceria com a BASF está resultando em ideias criativas e de alto impacto.”, comemora Alberto Meneghetti, Diretor da e21.

Prêmios conquistados pela e21: • Campanha Institucional – Ouro “Planeta Faminto” • Fonograma – Prata – “Gaúcho” • Comercial de TV e Cinema – Prata “João” • Comercial de TV e Cinema – Bronze “Viagem pela planta turbinada” • Programa de incentivo – Bronze “Esquadrão Classe SAS” • Evento – Bronze - “In campo”


Balanço cursos Senar No ano de 2013, foram realizados via Sindicato Rural de Guarapuava em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), 267 capacitações, com cerca de 3200 pessoas beneficiadas por cursos nas mais diversas áreas da agropecuária e realizados de forma gratuita. Em Guarapuava foram realizados 136 cursos, na Extensão de Base de Candói 82, em Cantagalo 38 e em Foz do Jordão 11. O supervisor regional do Senar em Guarapuava, Aparecido Ademir Grosse disse estar satisfeito com os resultados alcançados durante o ano. “Com relação aos treinamentos ano foi um pouco diferente o perfil dos cursos realizados, houve um aumento de demanda em grandes propriedades devido à questão de adequação a normativas. O ano de 2013 foi produtivo e com muitas novidades”.

Grosse: Supervisor regional do Senar em Guarapuava

Guarapuava

Curso: Produção Artesanal de Alimentos compotas e frutas desidratados Data: 08 a 09 de novembro Instrutor: Cleidimar Rocha de Oliveira Local: Sindicato Rural e Guarapuava

Curso: Jardineiro - implementação e manutenção Data: 09 a 23 de novembro Instrutor: Tibério Pimentel Budal Local: Projeção

Curso: Trabalhador na operação e na manutenção de tratores de esteira Data: 11 a 14 de novembro Instrutor: Américo Kazushiro Toyota Local: Empresa Santa Maria Papel e Celulose

Curso: Trabalhador na aplicação de agrotóxico costal de barras NR 31 Data: 12 a 14 de agosto Local: Comunidade Perpétuo Socorro Instrutor: Miguel Luiz Severino Alves Parceria: Souza Cruz

Curso: Semeadeira e Plantadeira Data: 02 de outubro Local: ARCAN Instrutora: Domingos Carlos Basso Parceria: Coamo

Cantagalo

Curso: Manejo de pastagens Data: 21 a 23 outubro Local: Extensão de base Cantagalo Instrutora: Karina Calil Caparroz Parceria: Secretaria de Agricultura de Cantagalo

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2013 Candói e Foz do Jordão

Curso: Trabalhador na Fruticultura Básica - clima temperado - uva para mesa clima temperado Data: 01 de novembro Local: Sindicato Rural de Guarapuava- Extensão de Base Candói Instrutor: Luiz Sergio Krepki Parceria: Emater

Curso: Produção Artesanal de AlimentosPanificação Data: 04/12 a 05/12 Local: Centro Comunitário da Col. dos Alemães Instrutor: Denise Bubniak Parceria: Secretaria de Promoção Social

Curso: Trabalhador na Produção Artesanal de Alimentos- Conservação Artesanal de Frutas e Hortaliças Data: 30 a 31 de outubro Local: Casa Familiar Instrutor: Giovana Giarollo. Parceria: Casa Familiar

Curso: Produção Artesanal de AlimentosDerivados do Leite Data: 05/12 a 06/12 Local: Clube de Mães Instrutora: Margarida Maria Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Promoção Social

Curso: Cestaria e Trançados- Artesanato em Palha de Milho - Flores. Data: 29 a 31 de outubro Local: Biblioteca Pedro Soares - Foz do Jordão Instrutor: Lindomar Pereira. Parceria: Secretaria da Agricultura de Foz do Jordão

Curso: Produção Artesanal de AlimentosConservação de Frutas e Hortaliças- Geleias, Doce de Corte e Pastoso Data: 06/12 a 07/12 Local: APAE Instrutor : Denise Bubniak Parceria: APAE

Curso: Trabalhador na Fruticultura Básica- Morangueiro Data: 09/12 Local: Sindicato Rural de Guarapuava- Extensão de Base Candói Instrutor: Luiz Sérgio Krepki Parceria: Secretaria da Agricultura

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Fitossanidade

Olho na Helicoverpa

Foto: www.embrapa.br

Monitoramento realizado pela Adapar mostra que nenhuma região do Paraná apresenta situação alarmante ou superpopulação da lagarta

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A

Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) divulgou, no dia 9 de dezembro, levantamento do monitoramento da lagarta Helicoverpa armigera em 13 municípios paranaenses. Até o momento, a situação fitossanitária das lavouras no Paraná está sob controle, ou seja, não há necessidade de declarar estado de emergência fitosssanitária. Os levantamentos foram realizados entre os dias 02/12/2013 a 06/12/2013 em Guarapuava, Ponta Grossa, Ivaiporã, Campo Mourão, Apucarana, Jacarezinho, Cornélio Procópio, Londrina, Maringá, Toledo, Cascavel, Francisco Beltrão e Pato Branco. Em todas as propriedades monitoradas verificou-se baixa ou nenhuma presença da lagarta. As informações do monitoramento dão conta que nenhuma região do Estado apresenta situação alarmante ou superpopulação de lagarta. Há informações que mesmo com uma baixa incidência de lagartas, inclusive de outras espécies, os produtores estão aplicando inseticidas de forma preventiva, prática não indicada pelos técnicos. Em lavouras onde está sendo adotado o Manejo Integrado de Pragas (MIP) ou que não receberam inseticidas foram observados lagartas parasitadas por inimigos naturais. Os técnicos da Adapar estão realizando coletas de lagartas para serem enviadas à Embrapa Soja para análise. A recomendação dos técnicos aos produtores é que evitem a aplicação de inseticidas de forma preventiva e mantenha o constante monitoramento das pragas. O Sistema FAEP tem acompanhando as informações e notas técnicas divulgadas pelos órgãos oficiais de pesquisa, assistência técnica e de fiscalização e tem apoiado no âmbito da “Campanha Plante Seu Futuro” a realização de seminários e palestras em todas as regiões do estado, visando a orientação de técnicos e produtores para o controle e o MIP. O SENAR-PR disponibiliza curso de MIP – Soja, os interessados devem procurar o Sindicato Rural mais próximo. Além disso, o Sistema FAEP apoia o Projeto de Monitoramento e identificação da Helicoverpa armigera – Paraná safra 2013/2014 realizado pela Adapar e Embrapa com o objetivo de monitorar, coletar, identificar e mapear a praga no Estado para definição de um planejamento e ações de controle. A Emater possui 50 unidades de referência de Manejo Integrado de Pragas e Doenças. Os interessados em conhecer essa ação de manejo e controle da praga podem entrar em contato com os escritórios da Emater. O Sistema FAEP financiou a aquisição de 1.000 panos de batida para a Emater distribuir nas atividades dessas unidades de referência.


Concurso cultural

Agricultores participam de campanha inédita da IHARA Para envolvê-los na campanha, a empresa criou o concurso cultural “Agricultura é a Nossa Vida”, no intuito de que os agricultores pudessem expressar, de forma espontânea, os motivos pelos quais a agricultura é tão importante em suas vidas

C

omo forma de demonstrar admiração e respeito pelos produtores rurais, a IHARA – tradicional fabricante de defensivos agrícolas- decidiu homenageá-los em sua campanha institucional inédita, criada a partir de depoimentos de agricultores que enfatizam como a agricultura faz parte de suas vidas. Por meio de um concurso cultural, com o tema baseado no slogan da empresa “Agricultura é a Nossa Vida”, os produtores tiveram a oportunidade de gravar vídeos originais para participar deste projeto. Os cinco melhores testemunhos estão sendo divulgados nas principais mídias do país, representando todos aqueles que contribuem com o progresso da agricultura brasileira. Os selecionados foram Daniel Ângelo Grolli (Balsas/MA), Eduardo Granghelli (Jaguariúna/SP), José Pupin (Cuiabá/MT), Sérgio Astori (Jaguaré/ES) e Sidney Hideo Fujivara (Capão de Bonito/SP). Como forma de agradecê-los pela participação, a empresa levará esses agricultores para assistirem à Cerimônia de Encerramento e o último jogo da COPA DO MUNDO de 2014, no dia 13 de julho, no Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro. “A IHARA agradece também todos aqueles que enviaram os vídeos e estiveram conosco nesta iniciativa”, declara o diretor

de Marketing, José Gonçalves. Segundo Gonçalves, o objetivo dessa campanha é retratar a dedicação e o inestimável valor do trabalho de todos aqueles que, a exemplo da IHARA, fazem da agricultura a sua vida. “Esta iniciativa visa ainda provocar uma reflexão sobre o verdadeiro papel da agricultura na vida de cada um dos brasileiros”, ressalta. O concurso cultural esteve no ar por mais de três meses, sendo divulgado em jornais de cooperativas e rádios locais no intuito de convocar os agricultores a expressarem, de forma espontânea, os motivos pelos quais a agricultura é tão importante em suas vidas. Nesse período, o hotsite “Agricultura é a Nossa Vida”, criado especialmente para esta ação, recebeu inúmeros acessos e vídeos originais com depoimentos de produtores rurais, que se inspiraram no tema da campanha. O júri escolheu aqueles que atendiam os critérios de espontaneidade, criatividade, originalidade, emoção e sensibilidade. Para assistir a campanha institucional da IHARA com os vencedores do concurso cultural, acesse o hotsite “Agricultura é a nossa Vida” (www.agriculturaeanossavida.com.br) ou pelo canal do Youtube (www.youtube.com/agriculturanossavida).


Profissionais em destaque

Hélio Giacobbo (Oeste Insumos), Ricardo Muñoz da Silva (Rhal) Rodrigo Ribeiro Neves (Oeste Insumos) e Paulo Henrique Dias Fialho (Rhal)

Roberto Barnewitz e Fábio Peron (NCH Brasil)

Antônio Lauri Leite (Viveiro Florestal Chácara Santo Antônio) e André Luis dos Santos (DendroTech Engenharia e Projetos Florestais)

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Rafael Amaral Alves de Lima (RTV Sementes Agroceres), Fernando Mayrer (RTV Sementes Agroceres) e Ana Paula Barbosa L. Nogueira (Estagiária Sementes Agroceres)

Jessyca Narrara e Leendert de Geus (Ihara)

Ana Maria Roppa e Leandro Rodrigues (Puro Trato Nutrição Animal)

André Jefferson Pimenta (Consultor com. da Dispec do Brasil) e João Paulo Sgaravato (gerente da Dispec do Brasil)

Eduardo Back (Representante comercial de Traits da Monsanto)


Entrega de mudas

Novo parceiro Projeto Identidade Sindical Autoescola Barão - Nelsimara Dantas Faria

O associado Geraldo Elias Limberger ganhou as mudas de Eucalyptus benthamii doadas pelo Viveiro Florestal Chácara Santo Antônio, de Antônio Lauri Leite. As mudas foram oferecidas aos sócios por e-mail.

Novo sócio

No espelho Por Leni Cunico Uma senhora bonita Examinava atentamente seu semblante No espelho Seus traços já não eram mais iguais Os da juventude, naturalmente. Não se sentia velha, no entanto sabia o que significavam o passar dos anos. As marcas de seu rosto eram visíveis. Foram marcas de risos, alegrias, Preocupações, incertezas, Noites em claro, saudades... Tudo passou... o amor permanece.

Gustavo Grocoski Küster

ural R o ç [Espa Teens] & Kids

Arthur (filho de

Josias Schulze e Claudia Elisa S. Schulze)

Samuel Seitz

(filho de Alexandre Seitz e Silvana Illich Seitz ) com 10 meses

Envie sua foto para o E-mail: m.br comunicacao@srgpuava.co

Heloise (filha de Maria Fernanda e Murilo Lustosa Ribas Junior) na Fazenda Boa Sorte, no distrito de Entre Rios - Guarapuava/PR

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Janeiro

01/01 01/01 01/01 01/01 01/01 02/01 02/01 03/01 03/01 03/01 04/01 04/01 05/01 05/01 05/01 05/01 05/01 06/01 06/01 06/01 07/01

Anton Keller II Estefano Remlimger José de Mattos Leão Neto Leni Ap. Lacerda Cúnico Valdemar Mayer Julio Cavalheiro de Almeida Tadeu Kukurgindki Belinski Hugo Leh Orlando Deschk Rosa Maria Schlafner Adolf Taubinger Gilda Roseira Ribas Harald Wolfl Essert Johanes Stecher Johann Vollweiter José Seguro Ronald Gartner Antonio Fagundes Schier Marcelo Afonso Mayer Regina Mª Bizarro Zandonai Emerson Luis Neves

07/01 07/01 07/01 08/01 08/01 08/01 09/01 09/01 09/01 10/01 10/01 11/01 11/01 11/01 11/01 12/01 12/01 13/01 13/01 14/01 14/01

Heinrich Stader Maria Aparecida Lacerda Loures Siegfrid Milla Cassia Fassbinder Florian Reichardt Heraclides José Cordeiro Roseira Eduardo Winkler Euripio Carlos Rauen Sonia Regina Virmond Claudio Marques de Azevedo Raimund Duhatschek Guinter Nicolau Schlafner Helga Schneider Neuci Aparecida Moss Reinhard Wilhelm Kratz Murilo Walter Teixeira Robson Fassbinder Herbert Schlafner Raimund Georg Abt Helton José Fagundes Schier Paulo Kruger

15/01 15/01 15/01 16/01 17/01 18/01 18/01 18/01 18/01 19/01 20/01 20/01 20/01 21/01 21/01 21/01 22/01 22/01 22/01 22/01 22/01

Elizete Ribas Martins Philipiak Juliano Marcondes Teixeira Marcelo Antonio F. Schier Nereu Lopes de Araújo Otavino Rovani Luis Borsatto Rene Vieira Lopes Sérgio Fernando Paczkoski Úrsula Maack Kurowski Luis Paulo de O. Gomes Filho Jacir Salvador Rivair Sebastião Fritz Waltraut Maria Palm Mayer Bernhard Johann Palm Dea Maria Ferreira Silveira Denilson Baitala Alfredo Gelinski Junior Antonio Luiz Peterlini Gilberto Saciloto Philipe Marx Tjiago Gavansky

23/01 23/01 23/01 24/01 24/01 24/01 24/01 25/01 25/01 26/01 26/01 26/01 27/01 27/01 28/01 29/01 30/01 30/01 30/01 31/01

Marcio Pacheco Marques Nereu Pedro Battistelli Walter Becker Anton Fassbinder Sebastião Fco. Ribas Martins Sebastião Meira Martins Simon Milla Edson Lustosa Araújo Tiago Justino de Bastos Gustavo Grocoske Kuster José Nael dos Anjos Oswaldo Rodrigues Barbosa Cristian Abt Matheus de Lacerda Pereira Manoel Urias Carneiro Rosecléia Padilha Carneiro Seguro Josilene Losso Ruy Laurici Alves Teixeira Neto Stefan Stemmer Mario Poczynek

Fevereiro

Aniversariantes

01/02 02/02 02/02 03/02 03/02 03/02 04/02 04/02 04/02 05/02 06/02 06/02 07/02 09/02 09/02 09/02 09/02 09/02 09/02 09/02

Norbert Geier Franz Hunger Thelma Lanzini Losso Eliezer Scheidt Odacir Luiz Ghisleni Walter Gartner Jair Kultz José Losso Filho Robert Utri José Neiverth Júnior Gilda Campello Hércules Alexandre Martins Francisco João Schier Arival Cividini Helmut Gartner Jeferson Caus Leodir Carlos C. de Melo Lucas Obal Martin Ritter Pedro Gustavo S. Mendes

10/02 10/02 10/02 11/02 12/02 13/02 14/02 14/02 15/02 15/02 15/02 15/02 16/02 17/02 17/02 18/02 18/02 18/02 18/02 18/02

Brigite Kreuscher Josemary de Paula Conrado Lourenço Lemler Luiz Afonso Eder Johann Reinerth Reinholt Holzhofer Amarildo Parizotto Sandra Terezinha Bochnia Antonio Cesar de Re Celio Teixeira Cunha Erich Mathias Leh Gilmar Gelinski de Souza Marcelo Lustosa Julek Alexandre Barbieri Neto Ricardo Rocha Danguy Aldo Antonio Bona Alvir Antonelli Carlos Pereira Araújo Evaldo Stefan Becker José Hamilton Moss Filho

18/02 18/02 18/02 18/02 18/02 19/02 19/02 19/02 20/02 20/02 21/02 21/02 21/02 21/02 22/02 22/02 22/02 22/02 23/02 23/02

Klaus Dowich Luiz Vilson Silvestri Nelson Luiz Loures de Lacerda Rodrigo Tateiva Simao Primak Cleusa Werneck de J. Botelho Elton Lange Gildo Warpechowski Gorski Renata Vitória Weckl Walter Milla Antonio Oscar Lustoza Ribas Celso Hisao Tateiva Paulo Guilhermeti Renato de Auda Kaminski Alceu Sebastião P. de Araújo Elias Farah Neto Francisco Buhali Marco Aurélio Nunes Edson Luiz Primak Jairo Silvestrin Filho

24/02 24/02 24/02 25/02 25/02 26/02 26/02 26/02 27/02 27/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02 28/02

Alan Kaminski do Nascimento Albert Josef Zimmermann Valdir José Fuchs Filho Marcus Vinícius de A. Bianco Pauline Keller Kuster Denise Raquel Taques da Cruz Moacir José Horst Tomé Rubens Geraldo Toledo Anton Hering Jonathan Seitz Alan Marcus Blanc Jonathas Frederico T. Leal da Cruz Luiz Carlos Gehlen Macedo Nunes Machado Filho Paulo Naiverth Paulo Roberto Martins Pacheco Sebastião Fco. Ribas Martins Neto Walter Stoetzer Júnior

Confira a agenda de eventos agropecuários: ShowTec 22 a 24 de janeiro Maracaju (MS) comunicacao@fundalcaoms.org.br (67) 3454 2631 XXX Feovelha Feira e Festa Estadual da Ovelha 29 de janeiro a 2 de fevereiro Pq. Charrua, em Pinheiro Machado (RS) contato@feovelha.com.br (53) 3248 1600

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Itaipu Rural Show 29 de janeiro a 1º de fevereiro Centro de Treinamento e Difusão de Tecnologias Pinhalzinho (SC) (49) 3366 6539 Show Rural Coopavel 3 a 7 de fevereiro Cascavel (PR) webmaster@showrural.com.br (45) 3225 6885 Haverá ônibus para associados do Sindicato Rural, com saídas de Guarapuava, Candói e Cantagalo. Informações: (42) 3623-1115

Festa Nacional da Uva 20 de fevereiro a 9 de março Caxias do Sul (RS) administracao@festanacionaldauva.com.br 0800 541 1875 4º Simpósio Internacional de Leite Integral 26 e 27 de março, na ExpoUnimed Curitiba (PR) contato@milkpoint.com.br (19) 3432 2199



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