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A DO PRODUTOR R ST

ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano XI - Nº 66 - Abril - Maio / 2018 Distribuição gratuita

PARANÁ

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Elevado potencial produtivo Ciclo precoce com estabilidade produtiva Tolerante ao acamamento Baixo fator de reprodução para M. incognita e M. javanica

96Y90 www.pioneersementes.com.br Na foto, a associada Adriana do Rocio Passos de Lacerda Martins

Sempre siga as regulamentações de importação e exportação, práticas de manejo e as instruções do rótulo de pesticidas. Variedades que são tolerantes ao glifosato (incluindo os designados pelas letras "R" e "Y" no número de produto) contêm genes que conferem tolerância a herbicidas a base de glifosato. Herbicidas a base de glifosato controlam culturas que não são tolerantes ao glifosato. ®, TM são marcas registradas da DuPont, Dow AgroSciences, Pioneer e companhias afiliadas ou de seus respectivos titulares. © 2018 PHII


Í N D I C E

MANCHETE

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SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA CONTRA A CORRUPÇÃO

16

Verão 2017/2018

O clima em desequilíbrio

28

Ovinocultura

39

Universidade

62 68

Ovinotec: Informação para profissionalização da atividade

Fazesc sedia 2º Unicentro Rural

Palestra

“O Agro em busca de um trilhão de dólares”

Empreendedorismo rural Outono Gastronômico destacará a agroindústria familiar

12 22 36 75

Assembleia Sindicato Rural de Guarapuava presta contas em AGO

Dia de Campo

Tecnologia e Conhecimento no 2º Real Campo

Fruticultura

Profissionalização no cultivo do morango

Suinocultura

A importância da carne suína na nutrição humana


EXPEDIENTE DIRETORIA:

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Josef Pfann Filho

Anton Gora

Gibran Thives Araújo

Cícero Passos de Lacerda

João Arthur Barbosa Lima

Jairo Luiz Ramos Neto

Presidente

1º Vice Presidente

2º Vice Presidente

1º Secretário

2º Secretário

1º Tesoureiro

2º Tesoureiro

CONSELHO FISCAL: TITULARES:

Lincoln Campello

SUPLENTES:

Luiz Carlos Colferai

Carlos Eduardo dos Santos Luhm

Alexandre Seitz

Anton Gottfried Egles

Roberto Eduardo Nascimento da Cunha

NOSSA CAPA REDAÇÃO/FOTOGRAFIA:

Luciana de Queiroga Bren Diretora de Redação e Editora-Chefe Reg. Prof. 4333

Manoel Godoy

Geyssica Reis

Carlos Souza

Jornalista

Jornalista

Estagiário

PRÉ-DISTRIBUIÇÃO:

EXTENSÃO DE BASE CANDÓI Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR

DISTRIBUIÇÃO: Guarapuava, Candói e Cantagalo: Mundial Exprex

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Mynd's Design Editorial

TIRAGEM: 2.500 exemplares

André Zentner

REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

EXTENSÃO DE BASE CANTAGALO Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR

IMPRESSÃO: Midiograf - Gráfica e Editora

Distrito de Entre Rios:

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ENDEREÇO: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br

Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.


EDITORIAL EM NOME DA MORALIDADE E HONESTIDADE

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RODOLPHO LUIZ WERNECK BOTELHO Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

de março de 2018 entra para a história de Guarapuava como o dia em que milhares de cidadãos foram às ruas pedir pelo fim da corrupção no Brasil, clamando pela honestidade, a decência e a moral. Emocionado, participei do ato, como cidadão e presidente do Sindicato Rural de Guarapuava. Ressaltei, o tempo todo, que se tratava de uma passeata apartidária e ordeira, promovida pela Sociedade Civil Organizada, composta por representantes de várias entidades, como Sociedade Rural de Guarapuava, Sindicato Rural de Guarapuava, Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), Sindicato das Indústrias de Madeira de Guarapuava, entre outras. Não estávamos ali apenas contra um ex-presidente ou partido. Aproveitamos sim o momento para dizer que éramos contra a campanha antecipada de um condenado pela justiça, no caso o ex-presidente Lula. Mas o objetivo era maior: a moralidade e a honestidade. Diante da proximidade das eleições, temos que pensar em nossos filhos, netos, enfim, no futuro do País. Precisamos de políticos honestos e comprometidos. Mas acima de tudo, precisamos de pessoas de coragem! A manifestação em Guarapuava mostrou que temos força e que unidos somos muito mais fortes. Precisamos sempre desse espírito de união para atingir nossos objetivos, defender nossos interesses e alcançar as nossas metas. Publicamos nesta edição imagens e depoimentos que mostram como foi a manifestação contra a corrupção em Guarapuava, mas o que sentimos, como cidadãos do bem, nas ruas e na concentração final, no Parque do Lago, somente quem participou vai guardar na memória. Por fim, espero que esse ato possa ecoar também nas urnas, em outubro deste ano, com a escolha de representantes honestos e competentes. Fechamos essa edição juntamente com o término da colheita da safra de verão em nossa região. Podemos avaliar que por todas as dificuldades relacionadas ao clima, pragas e doenças nas lavouras de soja e milho, ainda sim, o cenário se mostra favorável. Boa comercialização a todos e uma ótima leitura!


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5% no valor final da compra


ANTON GORA Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-sul do Paraná

POLÍTICA E PRODUÇÃO

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stamos chegando ao final de mais uma safra de verão. O que no começo parecia ser um ano muito difícil, em termos de preços, está começando a surpreender positivamente. Os preços da soja e do milho se recuperaram nos últimos dias e parece que vão se manter. Em termos de quantidade, vamos ficar abaixo da ultima safra, o clima foi complicado, seca, frio, excesso de chuvas. Mas é justamente nessas variações climáticas extremas que estão as nossas vantagens. Nos outros países, essas variações causaram diminuição de produtividade, fazendo com que o mercado reagisse, compensasse a nossa redução de produtividade com mais um ganho extra. Mas apesar do clima complicado, ainda conseguimos manter uma certa produtividade, consequência da aplicação de uma tecnologia usada em nossas lavouras que consegue minimizar os efeitos climáticos. Conservação de solo, solos estruturados, profundos, fatores que suprem a planta de água mesmo em períodos críticos de seca, ou excesso de chuvas fazendo com que excesso de água percole. Rotação de culturas, uso de defensivos agrícolas de uma forma racional que controlam satisfatoriamente as nossas doenças e pragas, uso racional de máquinas que reduz o nosso custo de produção. Precisamos, porém, nos preocupar com o futuro da tecnologia. Os órgãos de pesquisa que geraram essas tecnologias estão sendo sucateados por falta de verba do governo. Aumentou o investimento em pesquisa do setor privado, cooperativas, empresas fornecedoras de insumos, mas será isso suficiente para garantir o nosso alto patamar de produtividade? Será que não está na hora de nós nos unirmos e exigir mais investimentos em pesquisa por parte dos órgãos oficiais? Que temos força para isso já demonstramos, basta ver a mobilização dos produtores contra a visita de uma pessoa indesejável no meio agrícola e em nossa região. Temos sim fatores competitivos em nossa região em relação a outras

regiões: temos água e temperatura de graça. Para manter a produtividade, basta apenas manter a tecnologia. Água que em muitas regiões do mundo é restrita, temos o ano inteiro. É a água que define o potencial de produtividade. Calor que em muitas regiões do mundo é restrito, principalmente no hemisfério norte, temos de graça o ano inteiro, não apenas na produção agrícola, mas também na produção animal. Gerar tecnologia gera riqueza, riqueza que também beneficia o governo através dos impostos. Assim, se o governo investir em pesquisa estará investindo em receitas no futuro. O governo não consegue enxergar assim a longo prazo, precisamos demonstrar isso para ele. Demonstrar como? Através da nossa representação política! Assim chegamos em mais um fator importante da produção agrícola e da geração de receitas: a política. Tudo acontece, tudo se define através da política. Não existe outro caminho. Penso que é daí que vem o nosso maior desafio. Gerar tecnologia, mas também gerar condições políticas para que as tecnologias se transformem em receitas financeiras. Não existe mais a Contribuição Sindical obrigatória. Quem vai nos representar politicamente sem um sindicato ou associação forte? Sem essa representação, podemos esquecer um futuro. Demonstramos extrema união e capacidade de organização no último tratoraço e também nas demonstrações anteriores, mas o que preocupa é que essa união só vem quando existe uma dificuldade de fato. Não sabemos nos unir e nos defender preventivamente, o que seria muito mais fácil, mais produtivo e mais barato. Por exemplo: na última assembleia do sindicato, tivemos poucos sócios presentes. Não seria essa a hora de nos reunirmos e planejar o futuro, planejar ações políticas, discutir problemas e encaminhar soluções? Se não quisermos ter problemas no futuro, devemos nos organizar hoje, lembrando sempre que a política é tão importante quanto a tecnologia de produção e o conhecimento de mercados.

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GTA

SINDICATOS RURAIS PODERÃO EMITIR DOCUMENTOS DE TRÂNSITO ANIMAL Acordo habilita a expedição da Guia de Trânsito Animal (GTA), registro de vacinação, emissão de taxas e outros documentos que até então eram realizados apenas pela Adapar e outros órgãos municipais.

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urante reunião entre a diretoria da FAEP e a superintendência do SENAR-PR com sindicatos rurais, no dia 3 de abril, em Ponta Grossa, foi assinado um Termo de Colaboração entre a FAEP e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). O acordo habilita os sindicatos rurais do Estado a expedirem Guia de Trânsito Animal (GTA), registro de vacinação, emissão de taxas e outros documentos que até então eram realizados apenas pela Adapar e outros órgãos municipais. “Esse é mais um serviço que poderá ser prestado pelos sindicatos rurais. Muitas vezes o produtor não tem o serviço da Adapar no município, então isso vai facilitar a vida dele”, observou o diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento

Agropecuário do Estado do Paraná (Fundepec), Ronei Volpi. Os sindicatos rurais que optarem por oferecer este serviço irão disponibilizar um funcionário que passará por um treinamento e será habilitado a acessar o sistema da Adapar para emissão dos documentos. De acordo com o diretor-presidente da Adapar, Inácio Kroetz, esta é uma parceria “ganha-ganha”, onde os signatários terão benefícios mútuos. “Os sindicatos estarão prestando um grande serviço para a defesa sanitária do Estado, e isto também é de interesse dos produtores rurais”, observou. O documento foi assinado pelo dirigente da Adapar e pelo presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. Texto e foto: Assessoria de Imprensa FAEP

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AGRÍCOLA ESTRELA

DIA DE CAMPO APRESENTA SOJA EM QUATRO ÉPOCAS DE PLANTIO

Parcelas também trouxeram materiais para quem planta soja pós-trigo

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ma grande variedade de opções de soja fez do Dia de Campo da Agrícola Estrela 2018, ocorrido em 8 de março na Fazenda Estrela (Guarapuava), uma das melhores edições do evento na avaliação dos organizadores. A empresa, que comercializa sementes, trouxe estações da Brasmax, Embrapa, Fundação Meridional, Fundação Pró-Sementes, Syngenta e DuPont Pioneer. Foram apresentadas cultivares semeadas em quatro épocas: 16 de outubro, 9 de novembro, 23 de novembro e 8 de dezembro. Compareceram para conferir as tecnologias produtores rurais e técnicos. Os visitantes puderam ouvir dos representantes das empresas expositoras comentários sobre as principais características de cada material. À frente da organização, o agropecuarista Josef Pfann Filho explicou à REVISTA DO PRODUTOR RURAL o conceito do evento: “A idéia deste dia de campo é tentar fazer um ajuste fitotécnico em termos de densidade e buscar o melhor cultivar para cada época de

plantio”. Outro objetivo, contou, foi “buscar cultivares que tenham alto potencial produtivo, talvez de ciclo mais curto, que possam reduzir os custos com a aplicação de fúngicos, contra a ferrugem e assim por diante”. Ao conversar com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ele antecipou que já se podia antever um quadro positivo do desempenho dos materiais: “Depois do Dia de Campo, já fizemos a colheita de algumas parcelas com resultados altamente interessantes”. Pfann Filho ressaltou também o que considera outro ponto importante: o local do evento não era uma área preparada especialmente para que os materiais alcançassem seu máximo potencial produtivo. “Vale a pena lembrar que é um campo de plantio normal. Não tem super adubação, porque a ideia é que seja representativo da realidade do produtor”, comentou. Sobre comparecimento de produtores ao Dia de Campo, Pfann Filho disse que superou expectativas: “Tivemos um público acima de 80 pessoas, o que numa época

dessas é difícil, porque muita gente já está lidando com colheita, alguns com plantio de feijão e silagem”. O agropecuarista enfatizou ser necessário, para quem produz no meio rural, continuar participando dos dias de campo em geral, já que sempre há o que aprender. Ele recordou que no centro-sul paranaense, devido à altitude, esta é uma necessidade ainda maior: “Nossa região é de altitude. Diferente da grande parte do Brasil”, argumentou. Ele acrescentou que o mais interessante, a seu ver, é que o evento não se encerrou ao final da programação daquele dia, mas se completou com a divulgação dos resultados, que ocorreu entre o final de abril e o início de maio, quando os números foram enviados aos participantes.

Pfann e seu filho Thiago: avaliação positiva da presença dos produtores

Participantes receberam depois do evento informação de colheita das parcelas

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NOTAS

SINDICATOS RURAIS PATRONAL E DOS TRABALHADORES SEGUIRÃO CLT E PISO SALARIAL DO PR O Sindicato Rural de Guarapuava e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guarapuava assinaram, no dia 4 de abril, na sede da entidade sindical patronal, a Ata Negativa da Convenção Coletiva de Trabalho. O ato oficializou o final das negociações salariais entre empregadores e empregados do meio rural, que terminaram sem acordo. Com isso, ambos os sindicatos continuam adotando a CLT e o Piso Salarial do Estado do Paraná. Assinaram a Ata Negativa o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, José Altamir de Souza. O documento tem vigência de 1º de maio de 2018 a 30 de abril de 2019.

SALÁRIO-EDUCAÇÃO

AGRINHO

O Sindicato Rural de Guarapuava oferece aos seus associados o esclarecimento de dúvidas sobre a cobrança do salário-educação por parte dos produtores rurais. Segundo especialistas, há ilegitimidade do pagamento do salário-educação por parte de produtores rurais pessoas físicas. Mesmo que empregue outras pessoas, o produtor rural pessoa física (sem inscrição no CNPJ) não se enquadra no conceito de empresa e, portanto, não é obrigado a recolher a contribuição social do salário-educação. Desta forma, existe a possibilidade de ações coletivas ou individuais. Outras informações pelo telefone: (42) 3623-1115.

No dia 5 de abril, a pedagoga do SENAR-PR, Josimeri Grein esteve presente na reunião de avaliação de desempenho de diretoras de escolas da Rede Municipal de Ensino de Guarapuava. O objetivo foi divulgar o Programa Agrinho, detalhando a metodologia do projeto e formas de trabalhar o material dentro das salas de aulas. Também estiveram presentes o supervisor regional do Senar (Guarapuava), Aparecido Ademir Grosse e a mobilizadora dos cursos, Mery Ribas.

COAMO CANDÓI No dia 16 de fevereiro, a unidade da Coamo de Candói reuniu 90 pessoas no Dia de Campo de Verão, realizado na propriedade Fazenda Gerações, do cooperado Leandro Milanez. Foram abordados assuntos relacionados à tecnologia de produção de soja e milho, agricultura de precisão, manejo de doenças radiculares em soja e manejo de ervas daninhas.

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EMPRESA

NOVA LOJA DA DERAGRO: UMA CONQUISTA PARA OS CLIENTES Confraternização com clientes e parceiros marcou inauguração da nova loja

Gerente Luís Fernando da Silva, da filial da Deragro em Guarapuava

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Degragro de Guarapuava comemorou, no dia 7 de abril, mais uma conquista: a empresa apresentou sua nova loja na cidade, construída em um amplo espaço, em condições ainda melhores de realizar os serviços prestados. Situado na Rua Engenheiro Lentsch, nº 1037, no Bairro Conradinho, o prédio, com térreo e 1º piso, proporciona várias comodidades para o atendimento aos clientes e para os próprios colaboradores, como uma grande área de estacionamento, recepção, um maior espaço para o produtor rural interagir com os consultores e duas salas especialmente projetadas para reuniões. Para apresentar estas instalações, a Deragro convidou clientes e parceiros para uma confraternização no local, que teve início no final da manhã e se estendeu durante toda a tarde daquele dia.

Gerente da filial de Guarapuava, Luis Fernando da Silva, com toda sua equipe, festejou o momento. “A Deragro investiu para melhor atender os clientes, parceiros e fornecedores e conta com amplo espaço para reuniões”, destacou. A nova área de estacionamento, prosseguiu, também vai facilitar o acesso à loja: Esta é a visão da Deragro, atendimento de qualidade, desde o plantio até a colheita, este é o nosso foco”. A Deragro Distribuidora de Insumos

Agrícolas Ltda faz parte do Grupo Desempar e foi fundada em 1º de fevereiro de 1991 em Ponta Grossa. Hoje, a empresa possui cinco lojas: a sede, na cidade em que foi fundada, e filiais em Guarapuava, Irati, Prudentópolis e Ipiranga, atendendo 56 municípios. Os serviços estão voltados para a comercialização de defensivos agrícolas, sementes, fertilizantes sólidos e especiais para as culturas de soja, milho, trigo, cevada, feijão, batata e cebola, como também assistência técnica especializada. Ainda de acordo com a Deragro, a empresa dispõe de frota própria de caminhões, caminhonetes e estrutura de armazenagem em cada filial. Com isso, oferece como diferencial a agilidade na entrega dos produtos na sua região de atuação.

Maior espaço: estacionamento, área de atendimento e sala de reuniões

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ASSEMBLEIA

SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA PRESTA CONTAS EM AGO

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Sindicato Rural de Guarapuava realizou no dia 27 de março, em sua sede, Assembleia Geral Ordinária (AGO) de prestação de contas. Foram apresentadas as principais atividades do sindicato em 2017 e aprovadas a prestação de contas e a proposta orçamentária para 2018. Ao iniciar a AGO, o diretor financeiro da entidade, João Arthur Barbosa Lima leu a ata da Assembleia anterior e conduziu a aprovação da mesma. O presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho detalhou as destinações dos recursos entre as diversas ações que a entidade realiza em seu dia a dia e comentou, entre outros assuntos, sobre o fato da Contribuição Sindical Rural ter se tornado facultativa. Botelho também agradeceu o apoio dos associados, parceiros e colaboradores e ressaltou que com união é possível fazer um trabalho sério e eficiente. “O Sindicato Rural de Guarapuava é reconhecido como um dos mais atuantes não só no Paraná, mas em todo o país. Mas para continuarmos com o nosso trabalho, os produtores precisam se conscientizar que, mais do que nunca, precisamos do apoio deles. Temos que lembrar que a CNA, o Sistema Faep/ Senar e os sindicatos são a representatividade do setor rural. Sem essa representatividade, não teremos voz”. O sócio do escritório contábil da entidade, Ted Marco Sander demonstrou o balanço patrimonial, a declaração de resultado de exercício e o balancete de verificação referente ao ano passado. Um dos membros do Conselho Fiscal, Lincoln Campello, leu o parecer do conselho. Em seguida, o associado Francisco Serpa con-

Adelino Bridi, associado há mais de 30 anos ao Sindicato Rural

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Rodolpho Botelho, presidente da entidade

Josef Pfann Filho, vice-presidente da entidade

Ted Marco Sander, contador

Lincoln Campello, membro do conselho fiscal

Francisco Serpa, associado ao Sindicato Rural

João Arthur Barbosa Lima, diretor financeiro

duziu a votação da prestação de contas e também do orçamento para 2018. Ambos foram aprovados por unanimidade pelos associados presentes à AGO. Sócio do Sindicato há mais de 30 anos, Adelino Bridi avaliou que a entidade é bastante importante para a classe produtora rural da região de Guarapuava. “É um sindicato que dissemina informação para os produtores por meio de palestras técnicas, cursos em parceria com o Senar

e pelos meios de comunicação, como a Revista do Produtor Rural, que é exemplar. Além disso, temos excelentes elementos na diretoria que são conscientes e visam sempre o avanço do produtor rural. Só tenho a dizer que o sindicato vem cumprindo o seu papel de uma forma exemplar e a entidade é uma necessidade para o agricultor, para que ele possa desenvolver suas atividades com liberdade, segurança e responsabilidade”.


COMEMORAÇÃO

MF AGRO COMPLETA 1 ANO EM GUARAPUAVA

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MF Agro completa um ano de atuação em Guarapuava. Os sócios Neumar Folador e Rafael Mores Diniz, juntamente com o consultor de vendas Clarence Cesconetto, vêm buscando constantemente inovações no ramo de comercialização de cereais e insumos agrícolas para atender, com eficiência e qualidade, os produtores rurais de Guarapuava e região.

NOVIDADES A partir de maio, a MF Agro estará trabalhando com a venda de calcário calcítico e dolomítico, comuns e especiais e o calcário blendado, que é a junção do calcítico e dolomítico, fornecendo 40% de CAO e 10% de MGO, além da comercialização de gesso agrícola. A empresa realizará toda a parte de logística desses produtos, desde a fábrica até a fazenda, com ênfase nos produtos de calcário e gesso juntos, facilitando a aplicação e reduzindo custos para o cliente. Além disso, também disponibilizará a aplicação de calcários, desde a coleta do solo para análise, mapeamento da área e aplicações em taxas fixas e variáveis.

ADUBOS A MF Agro disponibiliza também a linha de adubos da marca Heringer, oferecendo toda a linha de adubos granulados, foliares e as linhas especiais: FH Humics (uma tecnologia que incorpora substâncias húmicas, com micronutrientes as fórmulas NPK) e a FH Nitro Mais (consiste em uma tecnologia que protege a ureia contra perdas de nitrogênio por volatização). Além de uma linha completa de adubos para pastagens, acompanhando a formação, recuperação e manutenção da forragem, com tecnologia de excelente custo-benefício e grande aprovação no mercado.

COMERCIALIZAÇÃO E CORRETAGEM DE CEREAIS Na área de comercialização e corretagem de cereais, a MF Agro trabalha com todas as grandes tradings, como: Bunge, Cargill, Cooperativa Agrária, Moinho Iguaçu, Sipal, entre outras, auxiliando os clientes com as negociações de soja, milho, trigo, aveia, centeio e outros grãos. A empresa atua também com a comercialização de sementes de inverno, verão e pastagens.

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ACONTECEU REIVINDICAÇÃO

ABAIXO-ASSINADO PEDE ALARGAMENTO DA ESTRADA QUE LIGA GUARAPUAVA À GOIOXIM

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casal de produtores rurais Rui Carlos Pereira Lima e Geny de Lacerda Roseira Lima organizaram nos meses de março e abril, um abaixo-assinado solicitando o alargamento da estrada que liga Guarapuava ao município de Goioxim, a Rodovia PR Engenheiro Luiz Douglas de Araújo - PR 364. O trecho totaliza 48 quilômetros e possui apenas quatro metros de largura e um metro de acostamento. “É uma

estrada bastante movimentada, que liga dois municípios. Além disso, é um local com muitas propriedades rurais, por isso há bastante tráfego de caminhão. Como a estrada é muito estreita, o deslocamento é difícil e inseguro. Os acidentes são constantes e isso nos motivou a realizar o abaixo-assinado para que as autoridades competentes tomem as providências necessárias”, comenta Geny. O abaixo-assinado teve a adesão de mais de 200 pessoas, além de empresas, cooperativas e entidades, como Sindicato Rural de Guarapuava, Cooperaliança Carnes Nobres, Cooperativa Agrária, Coamo, Núcleo de Produtores de Bezerros, Dalba Engenharia, Indústrias de Madeiras Santa Maria e Prefeitura Municipal de Goioxim, que inclusive, em 2017, já havia feito a solicitação. O abaixo-assinado foi encaminhado para o ex-governador do Estado do Paraná, Beto Richa, atual governadora do

FAEP EM PONTA GROSSA

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o dia 03 de abril, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) realizou reunião em Ponta Grossa, reunindo representantes de diversos sindicatos da região. De Guarapuava, compareceram o presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho, a gerente Luciana de Queiroga Bren, o auxiliar financeiro, Rafael Almeida e o supervisor do Senar, Aparecido Ademir Grosse. Durante o encontro, foram debatidas ideias e propostas para fortalecer a representatividade dos sindicatos rurais em todas as regiões do Estado. Ao todo foram sete encontros.

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Os organizadores do abaixo-assinado Geny Lima e Rui Lima

estado, Cida Borghetti, deputada estadual Cristina Silvestri, deputado estadual Bernardo Ribas Carli, deputado estadual Artagão de Mattos Leão Júnior e diretor geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Paulo Montes Luz.

ASSEMBLEIA DA COAMIG

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Coamig realizou no dia 26 de março, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, Assembleia Geral Ordinária (AGO) para prestação de contas aos seus cooperados. A cooperativa possui, atualmente, 2860 cooperados em 21 municípios na região de Guarapuava.


ANÁLISES AGROQUÍMICAS

SOLUM BRASILIS: ANÁLISE DE SOLO, FOLIAR E CORRETIVOS

lises, especialmente a análise foliar, que é entregue entre 48 e 72 horas, enquanto outros laboratórios entregam no prazo de cinco a 10 dias. “Temos como prioridade agilizar a entrega dos resultados da análise foliar, pois temos consciência de que o produtor não pode esperar muito tempo para saber o resultado. Uma planta possui um ciclo entre 90 e 120 dias e se há deficiência nutricional ou aparecimento de um fungo, as aplicações devem ser planejadas o quanto antes”, destaca o proprietário. Ele comenta ainda que o tempo de entrega tende a melhorar ainda mais, já que está sendo feito um investimento na estrutura do laboratório.

COLETA DA AMOSTRA DO SOLO

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Solum Brasilis– Laboratório de Análises Agroquímicas atende há mais de dois anos os produtores rurais de Guarapuava e região com análise de solo, análise foliar e análise de corretivos. O proprietário do laboratório, o químico César Augusto Silva, explica que a análise do solo é feita de acordo com a demanda do produtor, ou seja, com as características que ele precisa saber referente ao solo. Já a análise foliar é realizada de duas maneiras: macro e micro completa. E na análise de corretivos, o objetivo é verificar se o calcário que o produtor está comprando está dentro das especificações da nota fiscal e qual quantidade ele precisa aplicar no solo. “Uma das situações que temos encontrado na região, é que o produtor rural tem negligenciado a parte mais barata da produção, que é a correção de solo com calcário. A análise do solo é uma necessidade, já que o produtor saberá por meio dela o estado químico e físico da sua área, qual estratégia

a ser adotada, qual tipo de adubação que vai ser aplicada e se há realmente necessidade de aplicação. Inclusive, temos visto casos de deficiência nutricional César Augusto Silva, proprietário por excesso de adubação. O produtor que conhece bem o seu solo, que é a base da agricultura, vai ter no final do ciclo resultados melhores de produção”, enfatiza Silva, complementando que o ideal é que o produtor realize a análise do solo ao menos uma vez por ano.

AGILIDADE O diferencial do Solum Brasilis está na agilidade da entrega dos resultados das aná-

Silva chama atenção para a hora da coleta da amostra do solo, que deve ser feita seguindo algumas regras. “A coleta é essencial para que a análise seja fiel. O solo deve ser coletado de vários lugares da propriedade, precisa de uma boa quantidade de terra e com uma profundidades de 0-20 cm e 2040 cm”. Por hora, o Solum não realiza a coleta da amostra, mas possui uma parceria com a Exata Agricultura de Precisão, que vai fazer todas as coletas, não importa se for uma ou cem amostras, tanto de solos quanto foliar, de acordo com a demanda do produtor.

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VERÃO 2017/2018

O CLIMA EM DESEQUILÍBRIO

N

a safra de verão 2017/2018, no ha, a produção deverá atingir 114,9 milhões Brasil e no Paraná, os levanta- de toneladas, contra 114,0 milhões na safra mentos apontam que a produ- passada. O Paraná teve ligeira expansão de ção de soja se mostra mais es- área, de 4,1%, de 5,2 milhões para 5,4 mitável do que a de milho. lhões de hectares. Entretanto, com retração Em Guarapuava e região o momento na produtividade estimada em 6,0%, de 3,7 foi marcado pelo desequilíbrio do cli- mil kg/ha para 3,5 mil kg/ha, o volume final ma. Por vezes, choveu menos do que o passaria dos 19,5 milhões na safra anterior esperado. Por vezes, muito mais. E para para 19,1 milhões de toneladas agora – recompletar, durante a colheita, vários fo- tração de 2,2%. Com números bem próxiram os instantes em que a chuva pareceu mos, a SEAB, em estimativa estadual, calcucaprichosa, indo e voltando em questão la que a produção se reduz em 4%, de 19,8 de minutos. Com isso, as horas de sol se milhões para 19,1 milhões de toneladas. tornaram ainda mais importantes do que No milho, a CONAB, em seu levantade costume, levando os produtores a cor- mento publicado no início de abril, estima rer contra o tempo para conseguir fazer que a área total no Brasil sofra uma redua safra. ção de 5,6% em relação a 2016/2017. Na 1ª Mas para além dos altos e baixos do safra, a perspectiva é de que o país tenha clima, a comparação entre números na- redução da área, de 5,4 milhões para 5,06 cionais, estaduais e regionais daquelas milhões de hectares (7,7%); de produtividuas culturas aponta os caminhos daque- dade (média nacional), de 5,5 mil kg/ha les dois segmentos da agricultura. para 5,0 mil kg/ha; e de produção, de 30,4 Na soja, o plantio nacional apresentou milhões para 25,6 milhões de toneladas. aumento na área de 3,5%, saindo de 33,9 Para a 2ª safra, outra estimativa de redumilhões na safra 2016/2017 para 35,0 mi- ção: no plantio, de 12,1 milhões para 11,5 lhões de hectares na milhões de hectares; atual. Numa queda de na produtividade, de produtividade de 2,6%, NO PR, SEAB ESTIMA 5,5 mil kg/ha para 5,4 passando de 3,3 mil QUEDA DE 42% NA 1ª mil kg/ha; e no volukg/ha para 3,2 mil kg/ SAFRA DE MILHO EM me, de 67,3 milhões

RELAÇÃO A 2016/2017

Chuvas irregulares obrigaram produtor de Guarapuava e região a acelerar a colheita nos dias de sol

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REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

para 63,0 milhões de toneladas. Somadas as duas safras, o declínio é calculado em 9,4%: de 97,8 milhões para 88,6 milhões de toneladas. No Sul, na 1ª safra, o levantamento aponta para uma queda de área de 19,9%, passando de 1,71 milhão para 1,37 milhão de hectares, o que indica uma retração de produção de 28,0%, de 13,9 milhões para 10,0 milhões de toneladas. Olhando ainda mais de perto, é o Paraná, dos três Estados da região, que tem maior estimativa de decréscimo nesta primeira colheita: 39,6%, de 4,6 milhões para 2,8 milhões de toneladas. Com números também próximos, a SEAB vê na 1ª safra redução de 4,9 milhões (2016/2017) para 2,8 milhões de toneladas, numa queda de 42%. Em Guarapuava e região, onde soja e milho são altamente tecnificados, o produtor ficou apreensivo com o período 2017/2018. No céu, a estiagem de setembro e a chuva entre novembro e janeiro pareceram estender-se por uma eternidade. Um imprevisto bem nos momentos críticos, como plantio e colheita. Sem contar os muitos dias de nuvens escuras, colocando o desenvolvimento da lavoura na marcha lenta. Situação confirmada pelos números da Estação Meteorológica da


Fundação Agrária de Pesquisas Agropecuárias (FAPA), a fundação de pesquisas da Cooperativa Agrária, no distrito de Entre Rios, que monitora o tempo, no local, desde 1976. Setembro, época de semeadura do milho no centro-sul paranaense, tem média histórica de 174 mm. No ano passado registrou apenas 41,8 mm – ainda mais seco do que 2016, quando choveu 67,0 mm. Tiveram chuva demais os meses de outubro, com 328,8 mm (média de 226,8 mm); novembro, com 217 mm (média de 154,2 mm); e dezembro, com 369,2 mm (média de 191,7 mm). Em 2018, janeiro alcançou 218,6 mm (média de 201,9 mm) e fevereiro só 54,4 mm (média de 167,1 mm). Os agricultores da região aproveitaram o sol, que se prolongou em alguns dias da primeira quinzena de março, e se agilizaram para realizar a colheita tardia. Alegria que durou pouco, porque logo na segunda quinzena do mês uma chuva insistente voltaria a complicar o trabalho, obrigando, por vezes, a adiar ou interromper a colheita. Já o mercado reafirmou este como um setor especialmente marcado por apreensão e alegria. No milho, a redução de oferta nacional verificada nas safras recentes, somada à seca em áreas produtoras na Argentina noticiada em abril deste ano, parecem ter feito as cotações reagirem. Na soja, os valores também se elevaram. No Paraná, segundo divulgou a SEAB no dia 8 de março, de janeiro até aquela data, a saca do milho (preço ao produtor no estado) havia subido de R$ 22,14 para R$ 25,00 e a de soja, de R$ 62,00 para R$ 70,00. Mas e os custos de produção, como ficaram? No final, a atividade gerou lu-

cro? A REVISTA DO PRODUTOR RURAL mais uma vez foi ao campo no momento da safra e traz impressões de produtores da região. No início da tarde do dia 22 de março, no distrito de Palmeirinha, o agricultor Valdir Fuchs e o filho Gabriel, assim como vários outros, apostaram que a sorte poderia ajudar: sob nuvens de chuva e uma leve garoa, contrastando com alguns raios de sol ao mesmo tempo, eles tentavam deslanchar a colheita. Na propriedade, tanto milho quanto soja estavam atrasados. A preocupação maior recaía sobre a oleaginosa, semeada em meados de outubro para uma colheita que deveria ter sido iniciada na primeira semana de março. “Em condições normais, já teríamos colhido ao redor de 50% a 60% da área. Devemos estar hoje em uns 30%”, estimou Fuchs. “Em função do excesso de chuvas que houve durante o mês de janeiro, prolongou bastante o ciclo este ano”, completou. Maior umidade, maior incidência de problemas ligados a esta condição climática. “Devido a ter chovido bastante e à nebulosidade, no mês de janeiro, houve uma incidência muito grande de mofo branco”. Resultado: maior gasto. “O custo de produção nesta safra foi um pouco mais alto em função de clima, até pela preocupação com a ferrugem. Acabamos tendo que fazer uma aplicação a mais do que a programação inicial, então vai ficar mais alto o custo do que a gente imaginava”, relatou. Com isso, veio a queda de produtividade, estimada por ele entre 25% e 30%. “Esperávamos, em função do histórico dos últimos anos, qualquer coisa ao redor de 75 sacas por hectare. A gente vem co-

FAPA: LEVANTAMENTO MOSTRA ALTOS E BAIXOS NA QUANTIDADE DE CHUVA 2017

(Precipitações em mm)

(1976-2017)

Volume registrado

Setembro

174,3

41,8

Outubro

226,8

328,8

Novembro

154,2

217

Dezembro

191,7

369,2

2018

Média

(Precipitações em mm)

(1976-2017)

Média

Volume registrado

Janeiro

201,9

218,6

Fevereiro

167,1

54,4

Março

150,7

211

(Fonte: Estação Meteorológica da FAPA, da Cooperativa Agrária, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava-PR)

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Valdir Fuchs e o filho Gabriel: em final de março, milho ainda nem havia sido colhido

Em condições normais, já teríamos colhido ao redor de 50% a 60% da área de soja. Devemos estar hoje em 30%” Valdir Fuchs, produtor rural em Guarapuava

Propriedade de Valdir Fuchs, dia 22 de março, ilustrava o capricho do clima na região: às 15h19, céu encoberto; às 16h08, aparece o sol

lhendo entre 50 e 60”. O encerramento dos trabalhos, previu, aconteceria só dali a 15 ou 20 dias, o que considerando a data da entrevista significaria entre 5 e 10 de abril aproximadamente. No milho, mantido numa rotação de um quarto de área, a ideia era começar apenas após o final da soja. Pai e filho explicaram que, por causa do clima, tiveram de fazer esta escolha. Naquela data, em anos normais, disseram, eles já teriam colhido metade da lavoura. Mas havia ainda praticamente 100% por colher. A avaliação, no entanto, era mais positiva: “Acredito que não vai ter uma quebra igual à da soja. A expectativa para o milho é melhor, sem dúvida nenhuma”, antecipou Gabriel, considerando possível um patamar em torno de 200 sacos por hectare ou 12 mil kg/ha. Para a comercialização, ele via preços mais favoráveis do que os registrados em anos recentes, que levaram também a propriedade a reduzir a rotação antes em um terço: “No milho, a gente vem conseguindo preços bem interessantes, ao

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redor de R$ 40,00 a saca. Isso já dá uma rentabilidade muito boa. Inclusive, digo, melhor do que a da soja”. Até lá, o foco seguia sendo acelerar a colheita entre uma e outra chuva: “Tentamos fazer o máximo que podemos, colher o mais rápido possível”, pontuou Gabriel. Mas não foi só o jovem agricultor que se surpreendeu. Outro produtor, que veio do Norte do Paraná e há cerca de 30 anos produz na região, também se disse surpreso com o comportamento do clima entre final de 2017 e início de 2018. Com lavouras de soja e milho em Candói e Cantagalo, Celso Tateiva vivenciou, neste período de safra, a mesma “correria” para colher nos breves intervalos entre uma e outra chuva. Na tarde de 3 de abril, quando recebeu a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL em uma de suas lavouras, operadores de colhedeira e trator aproveitavam a inesperada e festejada tarde de sol forte e tempo firme para enfim dinamizar os trabalhos. Tateiva explicou que para 2017/2018, decidiu fazer a semeadura das áreas de

soja entre início de outubro e final de novembro, estimando em cerca de 40% o plantio pós-trigo, com colheita entre final de fevereiro e começo de março. Naquele momento, avaliando a colheita em torno de 30% a 40% da área total, o produtor constatava uma redução de produtividade em relação à safra anterior, quando obteve 75 sacos por hectare: “Até agora, estou achando que está na base de 65 sacos”. A expectativa ficava por conta da soja pós-trigo. “Acho que isso aí vai ser melhor. Tem melhores condições. Vamos esperar para ver”, comentou – uma posição que, calculou, só seria possível em torno da data de 25 de abril, quando esperava terminar os trabalhos. Já o preço, ele avaliava que, até o momento de sua entrevista, se mostrava apenas “razoável” e atribuiu o patamar ao clima no Brasil e em outros países. Ao mesmo tempo, apontou, um fator preocupava: “O que aumentou (custos) para nós é a questão do diesel. Isso aumentou bastante também”.


Celso Tateiva: surpresa com a chuva entre o final de 2017 e o começo de 2018

Lavoura de Celso Tateiva, dia 3 de março: sob o sol inesperado, máquinas aceleradas para a tão esperada colheita

O que aumentou para nós é a questão do diesel. Isso aumentou bastante”

No balanço final de uma colheita em que as máquinas correram contra o tempo, Tateiva destacou que, nas áreas em que produz, um fato podia ser comemorado: “Para questão de estrago de lavoura, erosão, não teve problema. Isso foi tranquilo”.

SOJA 2017/2018

Celso Tateiva, produtor rural em Guarapuava

MILHO 2017/2018

BRASIL

BRASIL (1ª e 2ª safras)

Estimativa: 114,9 milhões de t Safra anterior: 114,0 milhões de t

Estimativa: 88,6 milhões de t Safra anterior: 97,8 milhões de t

PARANÁ

PARANÁ (1ª safra)

Estimativa: 19,1 milhões de t Safra anterior: 19,8 milhões de t

Estimativa: 2,8 milhões de t Safra anterior: 4,9 milhões de t

GUARAPUAVA E MAIS 11 MUNICÍPIOS DA REGIÃO

GUARAPUAVA E MAIS 11 MUNICÍPIOS DA REGIÃO (1ª safra)

Estimativa: 1,067 milhão de t Safra anterior: 1,058 milhão de t

Estimativa: 548,3 mil t Safra anterior: 773,5 mil t

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Fonte: CONAB e SEAB

No milho, contou, sua opção foi implantar a lavoura um pouco mais tarde do que de costume: em vez de começar por volta de 25 de agosto, o plantio ocorreu entre final de setembro e meados de outubro. Estimando a colheita em torno de 75% da área, Tateiva relatava uma produtividade em torno de 11 mil quilos por hectare, menor do que no ano passado. Por outro lado, assinalou, o calendário de colheita estava dentro do normal. Se desta vez foi necessária uma aplicação a mais durante o ciclo, aumentando custo, o mercado, para o agricultor, parecia mais promissor para a rentabilidade de uma cultura que, devido a baixas cotações, se reduziu nos últimos anos. Ele afirmou que ainda manteve o milho devido à importância da rotação, mas observou que diminuiu a área em 25% da safra passada para esta. “O pessoal deixou de plantar o milho porque não era rentável. Nós estávamos plantando com prejuízo na verdade”, relembrou. “A expectativa é boa. Uns falam, no disponível, em R$ 40,00. Outros falam em R$ 35,00. Fica nessa faixa aí”, completou.

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EVENTOS

SINDICATO RURAL DE GUARAPUAVA TEM ESPAÇOS PARA REUNIÕES, SEMINÁRIOS E CONFRATERNIZAÇÕES O Sindicato Rural de Guarapuava dispõe de vários espaços para realização de eventos. A entidade conta com anfiteatro, salas de cursos e salão de festas. Todos os ambientes são completos com sistema de som, wi-fi e ar condicionado. Confira: Anfiteatro

Palco de eventos técnicos, assembleias, palestras e shows com estrutura de som, luz, Internet sem fio, ar condicionado e exibição multimídia integradas. O anfiteatro comporta 200 pessoas.

Salão de Festas

Ideal para confraternização empresarial e aniversários. Com ótima localização, comporta 80 pessoas (almoço ou jantar) e 120 (coquetel). Totalmente equipada, a cozinha industrial é uma opção para realização de cursos técnicos profissionalizantes. Com churrasqueira, espaço amplo e aconchegante, o salão de festas é perfeito para o seu evento festivo.

Sala de Cursos

Compacta, a sala de cursos tem capacidade para 40 pessoas. Ambiente novo, com projetor multimídia, sistema de som e Internet sem fio. Ideal para cursos de pós-graduação, cursos técnicos profissionalizantes e palestras para público direcionado.

Sala de Treinamentos

O novo espaço possui capacidade para 20 pessoas. Equipada com projetor multimídia, internet sem fio e ar condicionado. O ambiente é uma opção para treinamentos e cursos.

Venha conhecer os espaços, que são abertos ao público geral. Associados e parceiros da entidade possuem preços especiais na locação de todos os ambientes. Datas disponíveis e valores pelo telefone: (42) 3623-1115.

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MACRONUTRIENTE

POR QUE UTILIZAR OS FOSFITOS? MATEUS GIMENEZ CARVALHO Gerente Técnico do Grupo Inquima

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a agricultura de hoje, certamente as aplicações para o controle de doenças são as mais delicadas e de difícil avaliação. Quando o controle não é realizado no momento correto, as perdas de produtividade são inevitáveis, gerando aumento nos custos de produção e perdas no faturamento. Existem vários fungicidas recomendados para o controle das doenças: dos triazois, estrobilurinas aos benzimidazois. Apesar da importância do fungicida como figura principal no controle de doenças, o uso intensivo de uma mesma molécula pode selecionar fungos menos sensíveis ou resistentes (Marques, 2017). Assim, o uso de substâncias alternativas combinadas com os fungicidas que possuam eficiência no controle das doenças, pode ser uma alternativa para se manter a sanidade da lavoura e ainda preservar a vida dos ativos por mais tempo. Os fosfitos, oriundos do ácido fosforoso, não são fitotóxicos e apresentam alta atividade fungicida na planta. Quando aplicado é absorvido rapidamente por

possuir grande mobilidade na fisiologia. Podem atuar reduzindo fortemente o crescimento micelial, a formação de esporângios e a liberação de zoósporos. Os fosfitos apresentam modo de ação duplo no controle de doenças. O primeiro é sua ação direta sobre as doenças: ação fungicida em relação a determinados fungos invasores, vindo a causar a morte ou a inibição do crescimento dos fungos. O segundo mecanismo é a sua ação indireta por meio da ativação dos sistemas de defesa das plantas. Estimulam a síntese de fitoalexinas (substâncias químicas naturais de defesa), sendo capazes de contribuir efetivamente para o controle de patógenos. Existem diferentes fosfitos, como o de Potássio e o de Cobre. A Inquima disponibiliza no mercado um produto diferenciado na sua linha de Indução de Resistência, destaque para o FOSFITO COM COBRE. Nele, o cátion cobre apresenta ação no controle de doenças com ação sistêmica e atua também na proteção das células vegetais contra

infecções por bactérias e na redução de suas populações. Além da sua capacidade de agir contra patógenos específicos, como bacteriose, antracnose, manchas de folha, oídio... e ser uma ferramenta interessante, preventiva também para a ferrugem asiática, tem como característica marcante pH neutro, que permite sua combinação no tanque de pulverização sem afetar o residual dos fungicidas. E mais ainda, sem agredir ou injuriar a planta: não é fitotóxico. Vários experimentos, como os da FAPA – Fundação Agrária de Pesquisas Agropecuárias, coordenado pelo Dr. Heraldo Feksa, identificaram importantes virtudes para o trato cultural, não apenas em trigo e na cevada. Também a soja, o feijão, a batata, a cebola e o arroz, entre diversas outras culturas, são beneficiadas pelo seu uso combinado com o fungicida. Embora não seja um substituto, atua de maneira impactante e importante no controle preventivo destas enfermidades, tendo excepcional compatibilidade dentro do tanque pulverizador com diferentes ativos.

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DIA DE CAMPO

TECNOLOGIA E CONHECIMENTO NO 2º REAL CAMPO

A

Faculdade Campo Real, em parceria com a Cooperativa C.Vale, realizou no dia 15 de março, o 2º Real Campo – Dia de Campo de Verão, na Fazenda Experimental da instituição. O evento foi organizado pelos acadêmicos do nono período do curso de Engenharia Agronômica. Mais de 200 pessoas prestigiaram o dia de campo, entre acadêmicos, professores, profissionais da área e estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional Professor Miguel Carlos Parolo e da Faculdade de Ensino Superior do Centro do Paraná (UCP), do município de Pitanga (PR). Quinze empresas estiveram presentes demonstrando as mais recentes tecnologias nas culturas de verão. O professor Luiz Carlos Zerbielli supervisionou a atividade. Ele explicou que o evento possui dois objetivos: colocar em prática a teoria aprendida dentro de sala de aula e colocar os acadêmicos em contato com o mercado de trabalho. “Os alunos promovem este evento por meio da disciplina Dia de Campo. A partir do que é ensinado, ele precisam demonstrar na prática a forma de conduzir uma estra-

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tégia de marketing, de desenvolvimento e mercado do evento. Desta forma, eles acompanham esse processo como um todo: organização, condução e apresentação. O contato com as empresas abre por-

tas para que eles se formem e já se insiram no mercado do trabalho”, observou. Para o engenheiro agrônomo da C. Vale Guarapuava, Paulo Henrique Martins do Nascimento, o evento é bastante


Paulo Henrique Martins do Nascimento, engenheiro agrônomo da C.Vale Guarapuava

Luiz Carlos Zerbielli, professor Faculdade Campo Real

importante já que os acadêmicos são os futuros profissionais que atuarão no mercado de trabalho. “A C.Vale busca sempre contribuir para a sociedade que ela está inserida. Quando fomos procurados pela Campo Real não hesitamos em apoiar e não medimos esforços para trazer todos nossos fornecedores, enriquecendo o evento”. A cooperativa esteve presente no dia de campo mostrando o catálogo de sementes, pastagens, milho, silagem de milho, cultivares de soja, agroquímicos, agricultura de precisão e aviação agrícola. O acadêmico Nelson Pedroso Júnior, um dos alunos organizadores do evento, contou que a atividade teve seus desafios, mas que sem dúvida foi uma ótima

Cleverson Luiz Proença, acadêmico

Nelson Pedroso Júnior, acadêmico

contribuição para sua formação profissional. “Foi bastante trabalhoso, mas com certeza, a organização desse evento está nos colocando de frente com aquilo que vamos encontrar depois da nossa formação, que é sair a campo, estar em contato com os produtores e outros profissionais. A teoria é muito importante, mas atividades práticas como esta enriquecem ainda mais nosso conhecimento”. Outro acadêmico, Cleverson Luiz Proença, complementou que foi uma ação importante. “Como acadêmico, a experiência de montar um dia de campo foi única. Montamos os ensaios e buscamos o melhor que existe no mercado para nossos futuros clientes, que são os produtores rurais”.

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LEGISLAÇÃO

MAIS SEGURANÇA AOS PRODUTORES RURAIS APÓS O JULGAMENTO DO CÓDIGO FLORESTAL

LUIS EDUARDO PEREIRA SANCHES Advogado do escritório Trajano Neto e Paciornik em aliança com o escritório Decker e Advogados Associados

A

o final do mês de fevereiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal – STF julgou as ações diretas de inconstitucionalidade decorrentes do Código Florestal, considerando constitucional grande maioria dos itens em questão. Nesta abordagem passaremos a relatar, ainda que sucintamente, os principais pontos que foram consolidados naquela corte superior. Num primeiro momento, o STF consignou que o Cadastro de Reserva Ambiental – CRA, descrito no §2º do art. 48 da Lei n.º 12.651/2012, pode ser utilizado para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da área à qual o título está vinculado, ou seja, a compensação ambiental pode ser realizada no bioma, porém, sem observar a identidade ecológica entre as áreas. A interpretação do STF reconheceu a constitucionalidade da compensação ambiental no mesmo bioma, porém avançou e acrescentou que a área cadastrada, para receber a compensação ambiental, além estar situada no mesmo bioma, deve guardar relação de identidade ecológica; quer dizer, deve possuir as condições ecológicas da região, incluindo a compatibilidade com a vegetação. Por segundo, aquela Corte Superior concedeu interpretação conforme a constituição aos artigos 3º, inciso XVII, e 4º, inciso IV, no sentido de reconhecer como área de preservação permanente os entornos das nascentes e dos olhos d’água, ainda que intermitentes. Com a decisão, o STF fortaleceu a im-

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portância da proteção das áreas de preservação permanente, isto é, aquelas áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com função ambiental de preservar cursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade. Vê-se que a decisão guardou atenção ao problema relacionado com a crise hídrica, e depois, inovou positivamente ao avançar na proteção das nascentes e dos olhos d’água intermitentes, pois a redação objetiva ensejava, na prática, exegese que incluía proteção apenas às nascentes e olhos d’água perenes. Há que se destacar, ainda, que a decisão recolocou em debate a importância do princípio da função social da propriedade privada na proteção das áreas de preservação permanente e não exige a desapropriação das áreas privadas, pois o abrigo das nascentes e olhos d’água configura ônus social de conservação de determinado bem ambiental. Um dos momentos mais importantes oriundo daquela decisão decorre do Programa de Regularização Ambiental e a anistia por crimes ambientais. Neste ínterim, o PRA se reveste de um documento subscrito pelos proprietários rurais, com áreas desmatadas até o ano de 2008, com o objetivo de recuperar, recompor, regenerar ou compensar danos ambientais em áreas de preservação permanente – APP, em áreas reserva legal – RL, e em áreas de uso restrito – UR. Como benefício para os proprietários que assinassem e executassem o PRA, o código florestal, pelos dispositivos contidos nos artigos 59 e 60, previu a suspensão das sanções administrativas e penais

e, após a comprovação da completa regularização ambiental, a concessão de anistia pelos desmatamentos. A anistia ambiental desde a edição da Lei Federal n.º 12.651/2012, constitui sinônimo de debate, dividindo opiniões. Na decisão do STF, por um placar apertado, houve a declaração de constitucionalidade dos dispositivos legais, mantendo-se a anistia aos proprietários rurais que desmataram até o dia 22 de julho do ano de 2008. Lado, outro, o STF declarou inconstitucional as expressões “gestão de resíduos e instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais e internacionais, contidas no art. 3º, inciso VIII, alínea “b”. Em outras palavras, significa dizer que ao estabelecer que a gestão de resíduos e as áreas destinadas para instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, deixam de ser consideradas de utilidade pública, o STF acaba por excluir a possibilidade de intervenção e consolidação de equipamentos, ainda que temporários, em áreas de interesse ambiental, por meio do processo de licenciamento ambiental. Em seu turno, a partir dos itens listados acima, é inegável o reconhecimento de que o STF promoveu avanços importantes na preservação dos recursos naturais do Brasil, além de trazer maior segurança jurídica para os produtores rurais Porém, ao que se observa, seja pelas contradições na exegese da aplicação de princípios ambientais, seja na divisão de votos entre os Ministros, a consciência jurídica-ambiental da Corte pode progredir.


agora juntas são

Soluções fáceis de escolher e simples de usar.

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INTERNACIONAL

INTERCÂMBIO AGRÍCOLA NOS ESTADOS UNIDOS: APRENDIZADO, SUPERAÇÃO E GRATIDÃO

Iara Silveira Gonçalves Estagiária na Cinnamon Ridge Farms

A acadêmica do curso de Engenharia Agronômica da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Iara Silveira Gonçalves, entrou em contato com a equipe da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ para dividir um pouquinho da sua experiência de intercâmbio. Ela está morando desde novembro de 2017 na cidade de Donahue, no estado de Iowa, nos Estados Unidos. Iara faz estágio na Fazenda Cinnamon Ridge, que ocupa o segundo lugar em produtividade de leite do país. Confira o relato da sua experiência:

“M

orar em outro país é um grande desafio. Desafio que eu aceitei e estou vivenciando desde novembro de 2017. Estou morando e trabalhando como trainee na fazenda Cinnamon Ridge, localizada em Donahue no estado de Iowa, região do famoso cinturão do milho dos Estados Unidos. Com o total de 2 mil hectares, a fazen-

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da conta com a produção de bovinos para leite e corte, suínos, aves e também com o cultivo de soja, milho, feno e alfafa. A produção de queijos, pães, bolos e doces em geral é vendida na lojinha da fazenda que funciona como self service. Ninguém trabalha lá, você chega escolhe e deixa o dinheiro no local indicado. A produção de leite se destaca como a principal atividade na fazenda. A Cinnamon Ridge está em segundo lugar no ranking de produtividade de leite com a raça Jersey no país e sempre buscando se aperfeiçoar para chegar logo ao primeiro lugar. Atualmente, com 210 vacas lactantes, a ordenha é totalmente robotizada, com quatro robôs da marca Lelly que funcionam 24 horas por dia. A média de produção por animal/dia é de 35 litros. Por traz de todos os bons números que a fazenda conquista, existe uma grande equipe de profissionais como nutricionista, médico veterinário, agrônomo, técnicos para manutenção dos robôs e equipamentos, e vários

funcionários para cuidar do bem estar dos animais, plantar, colher e estocar os alimentos. Além disso, a família do John Maxwell, proprietário da fazenda, coloca a mão na massa e comprova aquele ditado que dizem que o olho do dono é que engorda o boi. No caso aqui, o olho do dono produz mais leite. A fazenda recebe por ano, em média, quatro estagiários de todo o mundo, proporcionando que esses jovens mostrem suas habilidades, aprendam novas técnicas e ao mesmo tempo aprimorem uma segunda língua. O turismo é algo que também chama atenção e totaliza 15% do faturamento por ano. Em 2017, a Cinnamon Ridge recebeu, cerca de 3 mil pessoas de todos os lugares do mundo com destaque para grupos de brasileiros que todo ano estão aqui . Essa experiência está sendo muito gratificante. Aprender novas técnicas agrícolas e ao mesmo tempo conhecer a cultura norte americana e aprimorar meu nível de inglês estão compensando a saudade da família”.


MÁQUINAS AGRÍCOLAS

PLANTADEIRA PRINCESA DA STARA É APROVADA POR PRODUTOR RURAL EM BOA VENTURA DO SÃO ROQUE

A

Plantadeira Princesa, desenvolvida pela Stara, é revendida aos produtores de Guarapuava e região pela Concessionária Autorizada Tratorsolo. Indicada para o cultivo de milho, soja, feijão e algodão, ela chega ao mercado para facilitar a vida do produtor, tendo como diferencial a vantagem de ser articulada e contar com a distribuição de sementes e fertilizantes. Flávio Grégio, produtor rural na localidade Saudade, divisa entre Boa Ventura do São Roque e Santa Maria do Oeste adquiriu a plantadeira na última safra. Avaliando a máquina, Gregio afirmou que a Princesa superou suas expectativas. “O rendimento dela foi muito bom. Minhas propriedades ficam em uma região mais dobrada e ondulada e achei que por isso ela poderia perder um pouco da sua efi-

ciência. Mas me surpreendi, pois ela teve um rendimento excelente. O desligamento linha a linha também funcionou muito bem, resultando em uma significativa economia de sementes”, relatou. Os dois modelos disponíveis da Princesa (Princesa DPS e Princesa Top) são dotados de Sistema de Distribuição Precisa de Sementes (DPS). O DPS possui um sistema de câmara de vácuo menor que os dosadores convencionais, bem como uma vedação de alta eficiência. Isto proporciona total aproveitamento do vácuo para sucção das sementes. Esta eficiência possibilita à semente aderir com mais firmeza ao disco de distribuição, evitando falhas por trepidações e garantindo maior precisão e agilidade no plantio. A otimização e aproveitamento total do vácuo na dosagem das sementes exige menos potência da turbina e, consequentemente, menos consumo do combustível do trator. “Depois do plantio, fizemos uma avaliação e conseguimos observar como a distribuição de sementes com o sistema DPS ficou excelente. O espaçamento de uma semente e outra ficou perfeito”, avaliou o produtor rural.

O produtor rural, Flávio Gregio e o vendedor externo da Tratorsolo, Everton Conrado

Outra vantagem que Gregio comentou sobre a plantadeira Princesa é o Controlador Topper 5500, um controlador completo para agricultura de precisão que permite trabalhar com taxa variável. “O Topper facilita muito o plantio. Com ele, se você quiser mudar de semente, controlar jogando mais ou menos, está tudo na palma da mão. Apenas com alguns toques você consegue mudar várias opções”, comentou o produtor, concluindo que só viu vantagens em adquirir a plantadeira Princesa. “Recomendo muito esta máquina. Além disso, a gente conta com o atendimento excelente da equipe da Tratorsolo na nossa região. O pós-venda é bastante eficiente. Tive um acompanhamento completo após a minha compra. Inclusive meu operador teve dificuldades com o controlador Topper, pois nunca tinha usado, e a assistência técnica o auxiliou com várias orientações e dicas”.

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OVINOCULTURA

OVINOTEC: INFORMAÇÃO PARA PROFISSIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE

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Cooperaliança Carnes Nobres, com o objetivo de oferecer informação aos cooperados do Projeto Ovinos e para produtores de ovinos em geral, realizou mais uma edição da Ovinotec no dia 4 de abril, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. Com um público de, aproximadamente, 200 pessoas, o 6º Ovinotec contou com programação técnica durante todo o dia sobre diversos temas da ovinocultura. “A ovinocultura está ocupando um espaço importante, não só no nosso estado, mas em todo o Brasil. Temos visto o crescimento da ovinocultura em números e de uma forma mais profissional. Ficamos felizes por ter um auditório lotado no Ovinotec, porque esse é o caminho: buscar ferramentas para profissionalizar a atividade. Ela é rentável, mas precisa ser trabalhada de forma profissional e eficiente”, destacou a vice-presidente da Cooperaliança, Adriane Thives Araújo Azevedo, coordenadora do Projeto Ovinos. Adriane agradeceu a presença dos participantes que vieram de outros municípios, citando cada um deles: “Temos pessoas de vários municípios da região e estamos muito honrados por isso. São pessoas de Pitanga, General Carneiro, Imbituva, Prudentópolis, Ponta Grossa, Candói, Curitiba, Turvo, Cruz Machado, Dois Vizinhos, Pinhão, Nova Prata do Iguaçu, Irati, Santa Maria do Oeste, Cruzeiro do Iguaçu e Manoel Ribas”. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), Paulo Afonso Schwab esteve presente ao evento. Ele parabenizou a atuação da Cooperaliança, afirmando que tem sido fundamental o trabalho da cooperativa para o desenvolvimento da ovinocultura no estado. “Hoje vim ao evento não só como presidente da Arco, mas também como presidente da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos do Ministério da Agricultura. Existem duas ativi-

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Adriane Thives Araújo Azevedo, vice-presidente da Cooperaliança e coordenadora do Projeto Ovinos

Paulo Afonso Schwab, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO)

dades ainda no setor da pecuária que não têm uma organização da cadeia: ovinos e caprinos. E esse é o nosso grande desafio: organizar essas atividades. Nós vemos o exemplo aqui de Guarapuava onde está sendo feito um trabalho extraordinário da cooperativa e agora ainda construindo um frigorífico com abate de ovinos. É um investimento grande e com isso se organiza todo o ciclo da cadeia produtiva”.

Schwab citou projetos do Ministério da Agricultura que incentivam o desenvolvimento da ovinocultura no país, como o Ovino Sul, Rota do Cordeiro e Agro+. “Ainda estamos importando do Uruguai grande parte da carne ovina consumida em nosso país, isso mostra a demanda e tudo que podemos crescer nessa cadeia promissora”, comentou o presidente da Arco.


Dayanne Almeida com os participantes do 6° Ovinotec

CONFIRA O RESUMO DAS PALESTRAS TÉCNICAS QUE ACONTECERAM DURANTE O OVINOTEC: OVINOCULTURA (PÓS)MODERNA: POR ONDE COMEÇAR MARCOS BORBA – médico veterinário, mestre em Ciências Veterinárias e doutor em sociologia, agroecologia e desenvolvimento sustentável. Pesquisador da Embrapa “Há uma tendência de consumo de alimentos e da carne, em especial, que apontam para a necessidade de algumas mudanças. Eu creio que o produtor primeiro deve estar informado sobre estas tendências. Além disso, ele deve zelar, em minha opinião, e cada vez mais dar demonstrações claras sobre seu empenho em conservar seus recursos e atender os padrões de qualidade. Um fator decisivo é fortalecer o processo coletivo em torno da cooperativa para que os produtores da região possam ocupar e aproveitar as oportunidades do momento que a ovinocultura está vivendo. Felizmente é o que já acontece na região de Guarapuava. É fundamental também que o ovinocultor pense além da porteira. Ele precisa vincular a carne do campo ao prato. E esse é um papel da cooperativa também. É preciso promover a educação, no sentido de que o consumidor possa identificar melhor a carne, aprender a preparar, saber o que é uma qualidade na hora de escolher o corte. E, obviamente, se a cooperativa puder contribuir na elaboração de produtos mais elaborados, como presuntos, copas, entre outros, ou cortes mais nobres, tudo que seja um agregador de valor, é válido também. Eu reforço que, através da cooperativa, a região de Guarapuava e grande parte do Paraná estão pelo caminho certo. Essa relação dos produtores de forma organizada, por meio do cooperativismo, é o melhor caminho para a ovinocultura”.

MANEJO INTENSIVO DAS PASTAGENS NA OVINOCULTURA RODOLFO CARLETTO – engenheiro agrônomo, mestre em produção vegetal pela Unicentro. Atua na área de produção forrageira e alimentos conservados para ruminantes na Cooperaliança O planejamento forrageiro deve começar primeiro com o produtor conhecendo a área que tem, o tipo de relevo, proximidade de água, disposição desse piquete, se vai receber insolação no início da manhã ou no final da tarde. Tudo isso tem que ser levado em conta. É preciso conhecer o ciclo da forrageira também, para que ela não atrapalhe a agricultura, que geralmente é trabalhada simultaneamente com a pecuária. E, por fim, distribuir isso da melhor forma para que o rebanho tenha alimento durante o ano todo. Para nossa região, eu tenho bons olhos para a cultura do centeio, que resiste muito bem as geadas. Ano passado nós tivemos uma sequência de mais de oito geadas e ele se saiu muito bem. Quanto as doenças, nas pastagens de inverno, o que nós notamos no início do ciclo é o ataque de lagartas, principalmente em aveias. Na fase de pastejo, a praga que mais causa problemas é o percevejo raspador de cereais, que reduz a área de folha e acaba diminuindo a produção de matéria-seca da área. Mas é uma praga de fácil controle. O que precisa ser feito é o monitoramento para que nós possamos tomar as medidas cabíveis antes da praga realizar os danos”. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM: FERRAMENTA ESTRATÉGICA NA OVINOCULTURA JOÃO RICARDO A. PEREIRA – zootecnista, mestre em Nutrição Animal e Pastagens (Esalq/USP) e doutor em Zootecnia (UNESP/Jaboticabal). Professor na UEPG, atuando na área de Nutrição de Ruminantes, com ênfase nas áreas de conservação de forragens A primeira coisa que o produtor tem que ter é um planejamento forrageiro. Ele tem que ter uma estimativa de quanto vai precisar de forragem na atividade, durante um ano. Por exemplo, se o produtor vai fazer silagem de milho no verão e pré-secado no inverno, precisa planejar qual área ele vai ocupar para fazer isso. Tendo esse planejamento, o foco dele tem que ser qualidade. Quanto mais efetivo ele for, mais eficiente em produzir qualidade dentro de casa, menor é a dependência dele em comprar na rua. Então imagina um produtor que tenha 100 ovelhas e não tem um volumoso de qualidade. Vai ter que dar um quilo de concentrado por animal/dia. Ele vai gastar 100kg por dia pelo fato de não ter uma forragem de boa qualidade. Se eu tenho produtividade e qualidade, meu custo de suplementação é menor. Aumenta a possibilidade de eu ter um rebanho maior na mesma área. Essa região é referência nacional em produtividade de grãos. As melhores produtividades de milho do Brasil estão aqui. Portanto, a tecnologia já existe. Basta o produtor aplicar e aproveitar o bom potencial de agricultura da região, transformando isso em melhor produção forrageira”.

APRENDIZADO REAL EM FAZENDAS REAIS PAUL CRICK – diretor do Taratahi, Centro de Treinamento Agrícola (Nova Zelândia) Um autodidata do campo, Paul Crick, começou do zero na agropecuária. Não veio de uma família do meio rural e esteve apenas por dois anos na universidade. Hoje, Crick é diretor do Taratahi, um centro de treinamento agrícola na Nova Zelândia, além de ter vários papéis importantes na pecuária do país, como ser presidente da Eastern East Island Beefand Lamb Farmer Council. Durante sua palestra, Paul contou um pouco sobre o Taratahi, afirmando que o centro possui uma metodologia de ensino extremamente prática, detalhando que os estudantes não ficam sentados atrás de carteiras e sim “colocam a mão na massa”, ou melhor, nos animais. No centro de ensino, são trabalhadas as atividades de bovinos de leite e de corte, ovinos, horticultura e cervos, espalhadas nos seis mil hectares que pertencem ao Taratahi. São várias fazendas em diversas regiões da Nova Zelândia. Atualmente, o centro de treinamento possui 2000 estudantes. Depois de contar um pouco sobre seu local de trabalho, Crick falou sobre a realidade da ovinocultura em seu país. Atualmente, a Nova Zelândia é a maior exportadora de carne de cordeiro do mundo. Isso em um ambiente completamente hostil e com um clima totalmente instável. O boom da ovinocultura neozelandesa se deu a partir de 1984 e por um fato não muito positivo. Isso porque foi neste ano que os agropecuaristas do país perderam um subsídio do governo que correspondia a 40% da renda das propriedades. Antes disso, a carne era apenas um subproduto para os ovinocultores e a lã era o produto principal. Com a perda do subsídio, o rebanho pecuário do país baixou drasticamente. Só o rebanho ovino teve uma redução de 50%. Mas, surpreendentemente, os que continuaram na atividade perceberam que a fazenda é um negócio e que eles precisavam fazer dar certo. Não possuíam alternativa, já que, para a maioria dos produtores, essa era a única atividade. Um dos fatores que Crick enfatizou todo o tempo em sua palestra foi que “os ovinocultores da Nova Zelândia perceberam que acima de tudo eles eram produtores de pasto e não produtores de ovinos”. Com isso, e outros fatores, a produção da carne de cordeiro do país baixou apenas 11% (lembrando que o rebanho caiu 50%). Entre outras diversas particularidades da produção de ovinos da Nova Zelândia, Crick citou que os ovinocultores de lá prezam pela genética e o ambiente. No ambiente, incluem o manejo dos ovinos e

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se atentam a três fatores da produção: o pasto, o animal e as pessoas que trabalham com os animais. “Nós investimos no animal, na tecnologia e no pasto. Por que não investir nas pessoas que realizam o manejo da sua produção? Não há muitas pessoas na Nova Zelândia, por isso precisamos investir nos nossos colaboradores, para que eles fiquem nas fazendas. Na minha passagem pelo Brasil, eu vi que isso não é comum, infelizmente”, disse ele. Crick encerrou sua palestra deixando três sugestões aos ovinocultores brasileiros: “Primeiro: agora é a hora de fazer a parte de vocês - produzir cordeiro. A cooperativa alavanca vocês, agora é a hora de vocês aproveitarem o incrível momento da carne de cordeiro e produzirem mais e com qualidade. Segundo: vocês não são simplesmente ovinocultores, vocês são produtores de pasto. Tem que medir, tem que saber quanto foi produzido, quanto entrou, quanto eu dei para o animal e quanto saiu, quanto precisa ser produzido. E quem faz suplementação tem que medir também. Se não sabemos onde estamos, como saberemos para onde ir? Última coisa é: invista no pessoal. Invista no capital humano. Eu sei que vocês vão falar que aqui não funciona, que a realidade do país é outra. Mas alguém tem que começar. Porque se continuamos fazendo a mesma coisa sempre, como vamos ter um resultado diferente?”. Ele ainda complementou: “estou falando como alguém que vem de fora, que está fora do Brasil. Se vocês organizarem a cadeia de produção irão dominar o agronegócio mundial.”

EFICIÊNCIA PRODUTIVA VIA SELEÇÃO DAYANNE ALMEIDA – Zootecnista na Wairere Sheep Genetics (Nova Zelândia) O cenário de muitas fazendas que possuem ovinocultura é esse: várias matrizes se alimentando de graça na propriedade sem produzir cordeiros, competindo com as ovelhas produtivas. Alguns produtores acreditam que o importante é o número de matrizes do rebanho, que quanto mais cabeças, melhor a produção. Mas como funciona a eficiência? Eu preciso aumentar minha produção e qual é a melhor opção? Estamos enganados em acreditar que precisamos comprar matrizes sem avaliar as condições necessárias para aumentar a produtividade. Corremos o risco de trazer doenças e outros problemas para nossos rebanhos. Sem dúvida, a melhor opção é selecionar os animais que já temos para melhorar a eficiência produtiva. Primeiramente, devemos pensar na nutrição animal, melhorar o pasto é fundamental. Temos que alimentar bem as matrizes e só assim podemos saber o real potencial deste animal. A matriz não deve passar fome em nenhum momento do ano, pois se a mesma perder peso, será ineficiente e precisará de quatro vezes mais energia para recuperar o peso novamente. Como segundo passo o produtor deve assegurar a sanidade no rebanho. É importante um programa de manejo sanitário, com vacinações e vermifugações estratégicas para prevenir as doenças. Por último, temos o melhoramento genético. É necessário mensurar os animais através de números. Um reprodutor por exemplo, não deve ser considerado bom apenas avaliando suas características externas ou raciais. O animal a ser selecionado deverá ser aquele com boas características produtivas, como taxa de crescimento, rendimento de carcaça, peso ao desmame, fertilidade da cordeira e resistência verminose. São índices produtivos que fazem a diferença no bolso do produtor e isso é eficiência. É ter o controle do que podemos melhorar dentro da porteira.”

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COOPERATIVA DE CRÉDITO

Associados exercendo seu papel de dono: votando!

SICREDI PLANALTO DAS ÁGUAS ENCERRA PERÍODO DE ASSEMBLEIAS 2018 COM CERCA DE 3 MIL PARTICIPANTES Reuniões abordaram ações executadas e resultados alcançados no período anterior e também perspectivas para este ano

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cooperativa Sicredi Planalto das Águas realizou entre os dias 20 de fevereiro e 17 de março as Assembleias 2018. Esta edição de reuniões teve a presença de 1,5 mil associados, além de mais 1,5 mil convidados de 11 agências, com área de atuação nas regiões do centro oeste paranaense e noroeste paulista. Nas reuniões, o presidente da Sicredi Planalto das Águas, Sr. Adilson Fiorentin, apresentou os resultados de 2017, o planejamento para este ano, além de informações sobre os principais avanços e a expansão da rede de atendimento: “Foi um ano de muito crescimento de todo o Sicredi, onde vemos

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grande evolução e aceitação na nova área de atuação, com a chegada da agência de Votuporanga, no estado de São Paulo. Vemos que esse crescimento se dá pela conquista da confiança dos associados e toda a sociedade onde estamos presentes”. Segundo o Diretor Executivo, Valmir Dzivielevski, “a cooperativa está cada vez mais preparada para atender as necessidades financeiras dos mais de 17 mil associados da cooperativa. Crescemos de forma sustentável e ampliamos significativamente o empreendimento cooperativo, agregando renda aos associados e contribuindo com o desenvolvimento local”, destaca.

Ainda durante as Assembleias, a Sicredi Planalto das Águas informou sobre o direcionamento do resultado de R$ 11,3 milhões. Desse valor, 25,4% serão distribuídos aos associados, proporcionalmente ao volume de suas operações realizadas em 2017, entre juros pagos ao capital e participação nos resultados. Além disso, também foi comunicado que R$ 466 mil reais serão investidos no FATES (Fundo de Assistência Técnica e Social) com o objetivo de desenvolvimento técnico de colaboradores e associados da instituição financeira cooperativa. Entre os programas atendidos pelo FATES, destaca-se o Programa Crescer e Pertencer, Programa A União faz a Vida, Viagens e


SOBRE O SICREDI

Mesa diretiva da AGO: Da esquerda para a direita, Valmir Dzivielevski - Diretor Executivo, Ari Schwans Conselheiro Fiscal, Conrado Ernesto Rickli - Vice Presidente, Adilson Primo Fiorentin - Presidente, Eric Ranulffo Martins - Gerente Regional de Desenvolvimento e Paulo Diego Breancini - Diretor de Operações

Treinamentos de formação para dirigentes, diretores conselheiros e colaboradores, realização de reuniões com coordenadores de núcleos, reuniões de núcleos, Assembleia Geral de Delegados, palestras e eventos com associados. “A Assembleia dá a oportunidade aos associados de participarem de for-

ma ainda mais efetiva de sua cooperativa. Agradecemos a presença dos associados que, mais uma vez, contribuíram para o crescimento do cooperativismo de crédito e para o desenvolvimento econômico das comunidades”, comenta o presidente da Sicredi Planalto das Águas, Sr. Adilson Fiorentin.

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão valoriza a participação dos 3,7 milhões de associados, os quais exercem um papel de dono do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 21 estados*, com 1.575 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros. Mais informações estão disponíveis em www.sicredi.com.br. *Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins

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Poupança Premiada: deposite e concorra a R$ 1.500.000,00* em prêmios.

Saiba mais em: sicredi.com.br/eupouposim *Título da modalidade incentivo emitido pela Icatu Capitalização S/A, CNPJ/MF nº 74.267.170/0001-73, Processo SUSEP nº 15414.901237/2017-71. A aprovação deste título pela SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua aquisição, representando, exclusivamente, sua adequação às normas em vigor. Serviço de Informação ao Cidadão SUSEP 0800 021 8484 (dias úteis, das 9h30 às 17h) ou www.susep.gov.br. Ouvidoria Icatu 0800 286 0047. Fundos de investimento não contam com a garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garantidor de Crédito - FGC. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. É recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento pelo investidor ao aplicar os seus recursos. Seguros e Previdência Privada intermediados por Corretora de Seguros Sicredi Ltda., CNPJ 04.026.752/0001-82, registro SUSEP n° 10.0412376. Os planos em FAPI são administrados pelo Banco Cooperativo Sicredi S.A., CNPJ 01.181.521/0001-55. Produtos de Crédito: a disponibilidade está condicionada à análise de crédito do associado. *O valor dos prêmios apresentados é liquido, deste valor não serão descontados os impostos antes do pagamento ao associado. Prêmios pagos em moeda corrente nacional. Promoção válida durante o período de 02/04/2018 até 15/12/2018, para os poupadores das Cooperativas filiadas à DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ Central Sicredi PR/SP/RJ. Consulte o regulamento completo da promoção eREVISTA condições de contratação nas agências da sua Cooperativa ou no site sicredi.com.br/eupouposim. Imagens meramente ilustrativas. SAC - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria - 0800 646 2519.

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TRITICULTURA

SEMINÁRIO TRAZ OPÇÕES MAIS SEGURAS PARA O CULTIVO DO TRIGO

Foto: Divulgação Biotrigo/Dirceu Portugal

Seminário reuniu cerca de 300 produtores de sementes, multiplicadores, cerealistas, técnicos, moinhos e triticultores do PR, SP, MG e Paraguai

Evento técnico de trigo reuniu mais de 300 produtores, multiplicadores, técnicos e moinhos em Campo Mourão, no Paraná

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difícil controle; qualidade industrial na visão da cadeia produtiva; manejo de plantas daninhas no sistema de produção; a construção do perfil do solo e os impactos positivos que a produção do trigo pode trazer para o estado do Paraná.

COMBATE A DOENÇAS DE DIFÍCIL CONTROLE Ensaios de campo instalados em quase 50 locais do Brasil ampliaram nos últimos anos a eficiência na seleção de cultivares do programa de melhoramento da Biotrigo e, especialmente, o desenvolvimento de cultivares com maior nível de resistência às principais doenças de trigo. Em sua palestra, o fitopatologista da Biotrigo, Paulo Kuhnem, apresentou o tema trazendo o status da pesquisa, especialmente no que se refere a bacteriose, Brusone, Gi-

Foto: Divulgação Biotrigo/Dirceu Portugal

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om uma previsão de ampliação de 8% na área de trigo no Paraná, a safra 2017/2018 inicia com perspectivas mais positivas. O estado, que é o maior produtor de trigo do Brasil, já comercializou 94% da safra 2017 e deve semear, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, 1,048 milhão de hectares do cereal neste inverno. A estimativa é de uma produção de 3,314 milhões de toneladas, o que representa quase 50% de aumento em relação ao ano passado. A produtividade média deve subir 37%, chegando a 3.163 quilos por hectare. Inserido neste cenário para a safra de trigo, a Biotrigo Genética promoveu no dia 4 de abril na Associação dos Engenheiros Agrônomos de Campo Mourão/PR, a 7ª edição do Seminário Técnico de Trigo. O evento, que reuniu cerca de 300 pessoas, entre produtores de sementes, multiplicadores, cerealistas, técnicos, moinhos e triticultores dos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Paraguai, trouxe especialistas para falar sobre diversos temas como o resultado do avanço em pesquisas realizadas para combater doenças de

berela e vírus do mosaico. “Nós já fazíamos um excelente trabalho de seleção no campo e com isso os nossas cultivares elevaram o nível de resistência genética às principais doenças. Agora, com a implementação de protocolos e ampliação de experimentos em condições com maior pressão de doença, conseguimos suportar os dados de campo e fazer uma seleção mais rápida e eficiente”, ressalta. Atualmente a Biotrigo trabalha com 11 protocolos de ensaios em condições controladas para 8 doenças em seu programa de melhoramento genético de trigo. Os trabalhos de pesquisa da Biotrigo, que são realizados em parceria com outras instituições do Brasil, EUA e Bolívia, vêm trazendo grandes resultados para toda a cadeia tritícola. Nas últimas duas safras, por exemplo, não houveram danos significativos de Brusone no Paraná. Os esforços para combater a doença na genética da planta são grandes já que, em poucos dias, uma lavoura aparentemente não infectada pode passar a 100% de perda em trigos suscetíveis. Segundo o diretor da Biotrigo, André Cunha Rosa, a resistência das cultivares perante a doença con-

Segundo o fitopatologista Paulo Kuhnem, são 11 protocolos de ensaios em condições controladas para 8 doenças no programa de melhoramento genético de trigo da Biotrigo


ESTABILIDADE E RESISTÊNCIA À BRUSONE A cultivar lançada para multiplicação em 2019, TBIO Ponteiro, é mais um produto que vem compor o portfólio melhorando a estabilidade de produção. Conforme o Gerente Regional Norte da Biotrigo, Fernando Wagner, o TBIO Ponteiro é oriundo do cruzamento entre as cultivares Fuste (irmã de TBIO Sinuelo) cultivada em uma área importante na Argentina e TBIO Mestre. “A nova cultivar combina excelente vigor, ótima qualidade, características agrônomas de elevado rendimento e sanidade. É um trigo que vem para abrir a semeadura. Assim, aproveitamos o ciclo mais longo da cultivar para obter maior estabilidade da

produção, sem atrasar em nada o plantio da soja”, explica. O TBIO Ponteiro aumenta a possibilidade de um escape à geada, traz maior segurança nas primeiras semeaduras para Brusone além de entregar um completo pacote fitossanitário para outras doenças de espiga e folha. É um trigo com vocação para a panificação o qual vem para atender 60% do mercado que trabalha neste segmento.

Foto: Divulgação Biotrigo/Dirceu Portugal

tribuiu para a sanidade das lavouras de trigo. Os produtores vêm utilizando, nos locais que ocorrem mais doenças, cultivares mais resistentes e isso tem dado bastante estabilidade nos últimos anos para as colheitas. Por isso a nossa prioridade no melhoramento tem sido melhorar ainda mais a resistência que já existe”, disse.

Homenagem foi prestada ao diretor da Biotrigo, André Cunha Rosa, pelos 10 anos de empresa

HÁ DEZ ANOS CONTRIBUINDO COM O MELHORAMENTO GENÉTICO O Seminário Técnico de Trigo também celebrou o aniversário de 10 anos da Biotrigo Genética, completados no último dia 1º de abril. Como marco dessa história, a empresa chega à liderança do melhoramento genético do trigo na América Latina, com o portfólio de cultivares

de trigo semeado em diversos estados do território brasileiro, em países do Mercosul (Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia) e, na América do Norte. Durante o evento foi realizada uma homenagem especial para os diretores e fundadores da empresa, André Cunha Rosa e Ottoni Rosa Filho. A Biotrigo está localizada em Passo Fundo/ RS e possui uma filial, em Campo Mourão. Atualmente é líder na América Latina e no Brasil com aproximadamente 72% do market share brasileiro. O Seminário Técnico de Trigo é uma realização da Biotrigo Genética, com apoio da Sementes Butiá e Bayer CropScience.

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FRUTICULTURA

PROFISSIONALIZAÇÃO NO CULTIVO DO MORANGO

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cultivo do morango tem despertado o interesse de pequenos produtores rurais de Guarapuava e região. Segundo a Prefeitura Municipal, anualmente são colhidas cerca de 60 toneladas da fruta, movimentando de R$ 800 mil a R$ 1 milhão. O morango pode ser cultivado de duas maneiras: tradicional no solo ou suspenso, onde são plantados em pequenos “pacotes” com um substrato específico. Com o interesse dos produtores, surgem as dúvidas. Visando esclarecê-las, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sindicato Rural de Guarapuava realizaram em abril o curso Trabalhador no cultivo de espécies frutíferas rasteiras morangueiro - cultivo em substrato. A instrutora Karina Calil Caparroz explica que o curso tem uma abordagem tanto para produtores que estão iniciando a produção no morango com substrato, como para aqueles que já tem mais conhecimento. “Esse curso é bem completo. A gente aborda desde o plantio até a comercialização do morango em substrato. São várias as vanta-

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gens do morango em substrato em relação ao de solo, até porque hoje está cada vez mais difícil a mão de obra. É muito mais fácil de se conduzir morango em substrato, devido a ergonomia de trabalho”. Vários são os conteúdos trabalhados ao longo dos dias, temas que interferem o dia-dia da produção na propriedade. “No curso passamos todos os detalhes sobre como montar a estufa, o sistema de irri-

gação, como irrigar, como fazer a solução nutritiva, controle de pragas e doenças e também aspectos de comercialização, que hoje é um desafio para o produtor. Como fazer a pesquisa de mercado, as formas de comercialização, já que é uma fruta extremamente rentável e muito palatável”, detalha a instrutora. Karina ressalta que se houver produção de qualidade, a venda é garantida o ano

Os participantes do curso visitaram os laboratórios de pesquisa da Unicentro, onde as novas cultivares de morango estão sendo desenvolvidas


todo. Ela explica que existem cultivares que permitem produzir morango todos os dias. Para isso, o produtor deve buscar cultivares de dia neutro. “Mas não é só isso. O produtor precisa se atentar a alguns detalhes como a poda, que deve ser bem feita, a adubação para não ter queda de produção, e saber manejar as mudas e os estolões adequadamente. Além disso, controlar de forma eficaz as pragas e doenças”. O investimento para produzir o morango suspenso em substrato é alto, mas pode ser recompensado em pouco tempo se o produtor souber conduzir a atividade. Para

Turma do curso de morango realizado em abril

isso, Karina dá algumas dicas: “Eu costumo dizer que o passo tem que ser do tamanho da perna. Para começar, deve ser feita uma estufa pequena, com uma quantidade de plantas que o produtor consiga cuidar, para num primeiro momento ele aprender

como trabalhar com as plantas, manejar esse ciclo produtivo. À medida que ele vá conhecendo mais o cultivo e tendo retorno, pode ir ampliando suas áreas. Acredito também que o associativismo é o caminho. Quanto mais os produtores estiverem uni-

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Renan Carlos de Mello, produtor de morangos

dos, mais sucesso e colocação no mercado eles vão conseguir”. Renan Carlos de Mello produz morango na terra há 10 meses e agora investe em uma estufa para começar a produção de forma suspensa. “O curso foi muito bom e veio a calhar, pois não tinha muito conhecimento neste tipo de produção, principalmente sobre como fazer o substrato e cuidar dele. Aprendi dicas valiosas sobre o manejo e sobre como aumentar a produtividade, que é a nossa intenção”. Ele conta que o investimento vai custar, em média, R$ 12 mil reais, mas que pretende ter o retorno em um ano. Hoje, com 1000 plantas no chão, Mello conta que tem uma produção de 10 quilos a cada dois dias e um lucro de R$ 400,00 por semana. A venda é feita principalmente para panificadoras. Com o morango suspenso no substrato, serão 3 mil pés e a expectativa é que a produção aumente para 40 quilos a cada dois dias. “Vai valer a pena”, calcula. Mello diz que em sua propriedade, a Chácara Dona Chica, o morango virou a atividade principal. “Deixamos a pecuária de corte para cuidar do morango. É uma cultura que responde muito. A gente faz a poda e no outro dia já tem flor saindo. Quanto mais cuidar, mais ele rende e isso é de forma rápida”.

NOVAS CULTIVARES TIPICAMENTE BRASILEIRAS As cultivares utilizadas pelos produtores de morango no Brasil são todas espécies vindas de outros países, como Estados Unidos, Japão, Espanha, Itália e Chile. Não existe nenhuma cultivar da fruta produzida no Brasil e isso gera um custo alto

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para produção, já que é necessário pagar royalties por essas cultivares. Mas essa realidade pode mudar e logo. O Núcleo de Pesquisa e Extensão de Hortaliças da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) tem desenvolvido, há quatro anos, uma pesquisa de melhoramento de morango, para produção de novas cultivares. “Os produtores de morango têm a necessidade de cultivares novas, específicas do Brasil. A maioria das mudas vêm do Chile, mas são produzidas nos EUA e multiplicadas no Chile. Essa muda chega aqui com o preço de, em média, R$ 870,00 o milheiro. Então, imagina trabalhar com 60 mil plantas por hectare. Só nas mudas o produtor precisa investir em torno de R$ R$ 50 mil por hectare. Isso corresponde a mais de 50% do custo de produção de uma lavoura”, explica o coordenador da pesquisa, professor Juliano Vilela Resende . O projeto, chamado Pronex, é coordenado pela Unicentro, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Dentro deste projeto estão sendo desenvolvidas pesquisas em melhoramento de tomate também. “A ideia é produzir cultivares mais

Juliano Vilela Resende, professor da Unicentro e coordenador da pesquisa de cultivares de morango

adaptadas e produtivas”, explica Resende. O professor conta que a pesquisa sobre as cultivares de morango já completou sua primeira fase. “Como não tínhamos material genético, pegamos algumas cultivares de morango americanas, espanholas e japonesas, cruzamos uma com a outra e obtivemos uma população. Dentro dessa população, selecionamos quatro híbridos com produtividades bem acima das cultivares padrões. Enquanto uma cultivar produz, em média, um quilo por planta, conseguimos selecionar materiais produzindo 1 quilo e meio até dois quilos por planta”. Com os quatro híbridos selecionados, o próximo passo é cruzar novamente com outras espécies, para resultar em cultivares de foto período neutro e foto período curto. “Pegamos quatro cultivares plantadas, Camarosa, Caminho Real de dia curto, Aldo e Monte Rei de dia curto e cruzamos com os quatro híbridos que já tínhamos selecionados para ter um viés de foto período curto e outro de foto período neutro. Assim, ao invés de lançar uma cultivar só, lançamos duas: uma para dia curto e uma para dia neutro”. Como explica Resende, esse processo de cruzamentos não é rápido e com isso a pesquisa ainda vai se prolongar por mais um tempo. “Mas acreditamos que em até três anos já vamos lançar duas cultivares de morango brasileiras. Lembrando que essas cultivares não vão levar só em consideração características agronômicas, mas também o pós-colheita, como um morango mais doce, firme, coloração melhor, conservação, resistência a doença, pragas, etc. E as cultivares não serão adaptadas só para região de Guarapuava, mas poderão ser plantadas em várias regiões do Brasil”, finaliza.


UNIVERSIDADE

FAZENDA ESCOLA SEDIA 2º UNICENTRO RURAL

A

Unicentro realizou, na tarde do último dia 14 de março, em sua Fazenda Escola – Fazesc, situada na Estação Experimental do IAPAR em Guarapuava (BR 277, km 350), a segunda edição do dia de campo Unicentro Rural. Idealizada como uma iniciativa de extensão, voltada tanto para estudantes quanto para produtores rurais, a programação trouxe seis estações: mecanização e manejo do solo; adubação nitrogenada complementar em feijão, milho e soja; ensaio de cultivares de girassol (Embrapa); população de plantas em híbridos de milho; tecnologia de inoculação e co-inoculação em soja; e horticultura. No protocolo de abertura, na tenda de uma das estações, os organizadores agradeceram a todas as entidades que

apoiaram a idéia da Fazenda Escola e ao IAPAR, pela parceria oficializada na Expogua 2015, que viabilizou a criação da Fazesc na Estação Experimental do instituto e criou novos espaços para pesquisas dos cursos de Agronomia e Veterinária. Estiveram presentes àquele momento o diretor do Campus Cedeteg da universidade, Fábio Hernandez; o diretor da Fazenda Escola, Marcelo Cruz Mendes, ao lado de outros professores; o administrador da Estação Experimental, Lázaro Batista Filho; o presidente da Cooperativa Coamig, Edson Bastos; e o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Denilson Baitala. Ao falar à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, o diretor do Campus Cedeteg lembrou que a Fazenda Escola, mesmo em seu início, já apresenta uma gama de possibilida-

des: “Nós temos hoje mais de 10 planos de pesquisa aqui. Só que um plano não significa ter um único experimento, uma única cultura”, afirmou, exemplificando que um único professor que atua na Fazesc pode trabalhar com várias culturas. Segundo informou, entre os próximos passos, a intenção é instalar uma infraestrutura no local. Também em entrevista, o diretor da Fazesc ressaltou que a Fazenda Escola é mais um espaço que permite à universidade cumprir seu papel de gerar e divulgar informações técnicas para a comunidade – neste caso, o setor rural de Guarapuava e região. Ele explicou que o próprio perfil do dia de campo já tem este objetivo. “O Unicentro Rural é um evento de extensão, de suma importância para a universidade, para que a gente possa fazer a demonsREVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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Estações: soja, milho, feijão, girassol, mecanização, adubação e manejo

escopo mais em cima da agricultura. O que nós esperamos é que futuramente novos projetos, também da área de Medicina Veterinária, possam estar sendo demonstrados nos próximos eventos”. O calendário do Unicentro Rural, segundo comentou, ainda Hernandes, diretor do Cruz Mendes, diretor da pode variar. “O projeto da Campus Cedeteg Fazenda Escola Fazenda Escola é que a gente tenha possibilidade tração, para a comunidade, das pesquisas de estar realizando todo ano, ou de dois em realizadas. É um evento voltado para pro- dois anos, de acordo com os ajustes, este dutores, alunos, técnicos”, disse. evento de extensão”. Mendes fez questão de destacar que a Para ele, o mais importante é consideUnicentro se encontra focada em produ- rar que, instalada a partir de dezembro de zir e disseminar conhecimentos de qua- 2015, a Fazesc já se tornou em pouco temlidade: “É importante evidenciar que a po um local de geração de informação: universidade está preocupada em trazer “Logo em 2016, tivemos o primeiro dia de informação”, completou. campo. E agora, o segundo, também conSobre o perfil da programação deste tando muito com o apoio do IAPAR”. segundo ano, ele contou que o destaque O 2º Unicentro Rural teve como realifoi para a área de Agronomia. Porém, acres- zadores Proec (Pro-reitoria de Extensão centou, o objetivo é que, com o tempo, ou- Cultural), Fazesc, Cedeteg e Unicentro, tros trabalhos, para a pecuária, venham a com apoio do Sindicato Rural de Guaraser apresentados: “Este evento está com o puava, AEAGRO, Coamig e IAPAR.

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Na abertura do Unicentro Rural, a universidade agradeceu ao IAPAR e às entidades que apoiaram a idéia da Fazenda Escola. Estiveram presentes àquele momento Edson Bastos (pres. Coamig); Denílson Baitala (pres. Sociedade Rural Guarapuava); e Lázaro Batista Filho (administrador da Estação Experimental do IAPAR em Guarapuava).


SOJA

CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA É FOCO DE NOVOS FUNGICIDAS DA IHARA Approve e Fusão EC são novas tecnologias desenvolvidas para o combate das principais doenças da soja no mercado brasileiro

A

safra 2017/2018 da soja bateu recorde em focos de ferrugem asiática. Segundo dados do Consórcio Antiferrugem, liderado pela Embrapa, foram contabilizados 635 casos no período. O Rio Grande do Sul foi o campeão com 125 registros, seguido pelo Mato Grosso do Sul com 114 e pelo Paraná com 113. A doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é capaz de reduzir a produtividade da lavoura em mais de 50% e tem sido o pesadelo de muitos produtores. O problema é agravado pela resistência do fungo a muitos dos fungicidas atualmente utilizados no país. Disposta a mudar esse cenário, a IHARA, empresa especializada em tecnologias para produção de cultivos, desenvolveu dois novos fungicidas para o controle da ferrugem asiática: o FUSÃO EC traz uma molécula inédita no país e o APPROVE funciona como protetor contra a ferrugem e controla diversas outras doenças da cultura. O FUSÃO EC possui a metominostrobina, princípio ativo exclusivo, nunca utilizado no Brasil. “A metominostrobina é uma estrobilurina inédita, e chega em um cenário no qual a resistência da ferrugem da soja à fungicidas deste grupo já está estabelecida. Assim sendo, sua performance superior no controle desta doença deve se manter ao longo do tempo”, explica o administrador técnico de vendas da região de Guarapuava (PR), Lucas Gabriel de Souza Bassi. Além da eficácia, o FUSÃO EC traz como diferencial sua ação sobre toda a

planta, o que aumenta o controle. Sua alta velocidade de absorção e movimentação atinge rapidamente todas as áreas da planta, reduzindo a ação das doenças.

MANEJO DE RESISTÊNCIA A combinação de princípios ativos presente no FUSÃO EC também é uma importante ferramenta para o manejo de resistência. O produto é uma mistura de uma estrobilurina (metominostrobina) com um triazol (tebuconazol). Segundo Bassi, a mescla de ativos de diferentes grupos ajuda a preservar a eficiência de controle do produto. Outra prática essencial para melhorar a eficiência do controle de doenças, sobretudo na ferrugem da soja, é a aplicação dos chamados fungicidas protetores. Para isso, a IHARA recomenda a utilização do APPROVE, outro fungicida lançado pela empresa no ano passado. A solução é muito mais que apenas uma proteção contra a ferrugem, pois controla a antracnose e o mofo branco, entre outras doenças. Além do amplo espectro de controle, APPROVE traz a vantagem de ter uma formulação moderna, que não flocula nem entope bicos, e maior resistência à lavagem pela chuva. “Somando os três mecanismos de ação de APPROVE aos dois de FUSÃO EC, o agricultor passa a ter uma solução com cinco mecanismos de ação contra as doenças da soja, o que oferece mais eficiência e melhor manejo de resistência”, explica o administrador técnico de vendas da IHARA.

Fusão + Approve (lado esquerdo) x principal concorrente (lado direito)

AMPLA ATUAÇÃO As soluções atuam, ainda, em outras culturas no combate a importantes doenças que têm trazido problemas aos produtores. O FUSÃO EC, por exemplo, também possui registro e é indicado para o controle de fungos em milho, trigo, feijão, algodão e arroz. Entre seus diferenciais estão o controle efetivo do complexo de doenças do milho (ferrugem-polisora, cercosporiose e mancha-phaeosphaeria) e de manchas no trigo (mancha-amarela e mancha-marrom), além do brusone no arroz e da mancha-angular no feijão. Já o APPROVE desponta como solução para o manejo de resistência de doenças como mofo branco, antracnose e mancha alvo, seja na soja ou em culturas como algodão, feijão, milho e tomate.

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MANCHETE

L I V I C E D A D SOCIE A R T N O C A D A ORGANIZ O Ã Ç P U R R O C A

U

m movimento que assina Sociedade Civil Organizada tomou conta das ruas de Guarapuava no dia 28 de março, numa manifestação pacífica a favor da honestidade. Isso ocorreu na data em que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pretendia passar pelo município com a caravana Lula pelo Brasil, que percorreu alguns município da região Sul do Brasil no mês de março. A caravana não passou em Guarapuava, mas 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, foram às ruas pelo fim da corrupção. O ato foi organizado pela Sociedade Civil Organizada; composta por várias entidades, como Sociedade Rural de Gua-

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rapuava, Sindicato Rural de Guarapuava, com o apoio da Assessoria Jurídica (Aliança Legal dos Escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados), Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig) e Sindicato das Indústrias de Madeira de Guarapuava, entre outras. A manifestação lembrava que Lula era condenado em segunda instância por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Produtores rurais, empresários e trabalhadores de diversos setores se reuniram às 7 horas, no Parque de Exposição Lacerda Werneck. A partir das 9h, os manifestantes saíram em comboio, a pé, a cavalo, de carro e também de tratores pelo centro da cidade.

Todo o trajeto, com mais de 200 veículos, foi acompanhado pela Polícia Militar e guardas do Setran, garantido a ordem e o fluxo do trânsito. Ao final, os manifestantes se concentraram no Parque do Lago. “Já demonstramos em outras ocasiões a força do produtor rural e mostramos nossa força novamente nesta manifestação. Não vamos nos entregar. Nós queremos um país justo, com representantes políticos que dão exemplo. Temos que educar nossos filhos com honestidade, ética e mostrar que é isso que vale a pena”, declarou durante a manifestação a advogada e secretária-geral da OAB, Andreia Mariotti, que também é produtora rural. O então presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig), Rudival Kasczuk enalteceu a união


Rodolpho Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava

que a manifestação representou. “Temos que nos unir sempre. Foi um dia especial. Ver essa luta pela democracia e por políticos honestos. Só temos a agradecer a participação de todos e aqueles que nos ajudaram a organizar esse ato em defesa da honestidade. Continuamos nossa luta”. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Bo-

telho também comentou o evento. “Foi uma passeata apartidária, ordeira, com famílias, crianças. Foi emocionante ver o tamanho dessa manifestação contra a corrupção. Nós estamos lutando por todos, trabalhadores, seja produtor rural, empresários, funcionários das indústrias, pois estamos em uma hora decisiva para o Brasil. Essa eleição que se aproxima é um elo muito grande de divisão do que queremos para o nosso país. O que queremos para nossos filhos e netos? Devemos pensar muito sobre o nosso destino. Fizemos uma manifestação pacífica, em nome da moralidade e honestidade”. O sócio do Sindicato Rural de Guarapuava, vice-presidente agrícola da ACIG e em-

presário Romualdo Kramer, comentou de forma orgulhosa a participação na manifestação. “Quero agradecer por ter podido participar e humildemente somar ao movimento de repúdio da nossa Força Agro. Nos meus mais de 40 anos de atividade, nunca vi tanta expressão de presença, força, união e espírito de amor pela nossa atividade. Tudo ordenado, pacífico, participativo, em comunhão de ideais. Lideranças, associações e representações somaram-se aos produtores rurais evidenciando a força pacífica do Agro. Este movimento nos orgulha e tem que ser batizado como início de uma era que espelha a união do setor que é forte, mas infelizmente algumas vezes ausente e desunido”.

Rudival Kasczuk, presidente da Acig

Andreia Mariotti, advogada e produtora rural

Samuca e Jabur do Motocross, vereadores

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Rodolpho Botelho, Cícero Lacerda e Matheus Martins

MOÇÃO DE REPÚDIO Antes dessa manifestação, no dia 26 de março, a Sociedade Civil Organizada prestigiou a sessão da Câmara Municipal de Guarapuava. Na ocasião, uma moção de repúdio contra a caravana do ex-presidente Lula foi aprovada com apenas dois votos contrários. O autor da moção foi o vereador Valdomiro Batista, mais conhecido como Jabur do Motocross. Durante a manifestação, Jabur afirmou que sua ação teve como objetivo demonstrar que os guarapuavanos são contra a impunidade. “Não aceitamos políticos corruptos no nosso município. Queremos um país honesto e fiz isso buscando um Brasil melhor para os nossos filhos”.

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ABRAÇO NO FÓRUM Após a manifestação do dia 28 de março, outro ato foi realizado, no dia 3 de abril, em frente ao Fórum Desembargador Ernani Guarita Cartaxo, na véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, demonstrando que muitos brasileiros queriam que o Superior Tribunal Federal (STF) exercesse um julgamento justo. Mais uma vez os manifestantes vestiram as cores da bandeira do Brasil, cantaram o hino nacional e pediram um país justo e honesto. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, comentou sobre as manifestações. “Agradecemos aos sócios e parceiros do Sindicato que participaram das recentes manifestações. Queremos um país honesto e sem corrupção”, disse.

PRISÃO DE LULA O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva teve o habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na madrugada do dia 5 de abril. Foram seis votos a cinco. Assim se permitiu que Lula começasse a cumprir pena no caso do triplex em Guarujá (SP). A defesa de Lula tinha até o dia 10 e abril para apresentar ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a última possibilidade de recurso do ex-presidente na segunda instância antes que ele pudesse ser preso. Esse último recurso é chamado de “embargos dos embargos” e não tem poder de mudar a sentença do TRF-4. No entanto, já no dia 5 de abril, o juiz Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente dando o prazo para Lula se entregar até às 17h, do dia 6 de abril. Apesar de o prazo ser ignorado pelo petista, Lula se entregou no dia 7. Condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula ficará preso em Curitiba (PR).

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NUTRIÇÃO DE PLANTAS

MUITO ALÉM DA ADUBAÇÃO Como o manejo nutricional inteligente tem auxiliado no atingimento de novos patamares de produtividade pelo Brasil

DIAGNOSE PRÉVIA – ANÁLISE DE SOLO A análise físico-química estratificada do solo continua sendo a principal ferramenta para indicar quanto o solo pode fornecer de nutrientes para as plantas, sendo esta feita por meio da coleta de amostras de solo que normalmente representarão extensas áreas. Mesmo considerando uma boa amostragem, a análise química convencional possui algumas limitações de uso, pois a metodologia tradicional para avaliação da disponibilidade dos nutrientes no solo consiste em adicionar à amostra de solo uma solução extratora (Ex.: Mehlich, Resina, KCl, HCl, Ca (H2PO4)2), determinando-se posteriormente o teor dos nutrientes nesta solução. Como as plantas extraem os nutrientes da solução do solo, o método tradicional de análise pode diferir consideravelmente da real disponibilidade de nutrientes para as culturas. Visando mitigar potenciais erros de diagnose, uma opção a ser considerada é

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realizar também a análise da solução do solo. Ao trabalhar com estas duas análises de solo, tem-se maior assertividade em indicar quanto o solo pode fornecer de nutrientes para as plantas

DIAGNOSE DE VERIFICAÇÃO – ANÁLISE DE TECIDO FOLIAR Existem diversos métodos de avaliar o estado nutricional das plantas, sendo os principais a diagnose visual e a diagnose foliar, embora existam outros como os testes de tecidos, testes bioquímicos, aplicações foliares, teor de clorofila (FAQUIM, 2002). Para o estabelecimento de um adequado nível de nutrição para as plantas, é necessário compreender os padrões normais de acúmulo de nutrientes na fitomassa seca (Figura 01). No entanto, a quantidade e a proporção de nutrientes acumulados são funções das características das plantas e dos fatores externos que

influenciam esse processo. Os nutrientes extraídos do solo e acumulados pelas plantas variam de acordo com cultivar, com manejo do solo, o ciclo da cultura e insumos disponíveis para o desenvolvimento de plantas BENETT et al., 2013). Os resultados de análises químicas do tecido vegetal podem ser interpretados por diversos métodos, sobressaindo-se os métodos univariados, como o teor crítico (TC) e a faixa de suficiência (FS), bivariados, como o sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS), e o multivariado, como a diagnose da composição nutricional (CND) (MELO et al., 2016). A correta interpretação de resultados de análises foliares proporciona informações que favorecem o uso racional de insumos, evita desperdício, melhora o equilíbrio nutricional das plantas e, consequentemente, proporciona aumento da produtividade. Portanto, preconiza-se a utilização de métodos que disponibilizem subsídios para um diagnóstico nutricional eficiente e prático, a partir de resultados analíticos das folhas de uma planta ou lavoura (PARTELLI et al., 2005).


O PAMnutri utiliza modelagem matemática avançada para construir a recomendação do que a cultura realmente precisa, com base na disponibilidade real de nutrientes no solo, as inter-relações entre os elementos, a necessidade da cultura naquelas condições e, não menos importante, a ambição de produtividade do agricultor.

Figura 01. Acúmulo de macronutrientes na cultura da soja (Adaptado de Agrichem, 2015)

FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO NUTRICIONAL Atualmente já existem ferramentas que utilizam da diagnose prévia e de verificação descritas acima de forma inteligente, levando em conta a disponibilidade precisa de nutrientes no solo e nos tecidos das plantas para elaborar uma recomendação racional de manejo de nutrição. O Programa

Agronômico de Monitoramento Nutricional (PAMNutri®, Figura 02) é uma ferramenta inovadora, que além da diagnose precisa, conta com a mais extensa base de dados sobre a demanda nutricional das principais culturas: através de mais de 10 anos de pesquisas foram conduzidas centenas de experimentos, que permitiram construir a marcha de absorção, com a demanda precisa de cada nutriente em cada fase do desenvolvimento da cultura, nas principais regiões produtoras do Brasil.

Figura 02. O Programa Agronômico de Monitoramento Nutricional entrega uma recomendação de nutrição racional, permitindo atingir maiores rendimentos e melhorar a fertilidade do solo ao longo dos anos.

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AGROPECUÁRIA

MAPA: VALOR DA PRODUÇÃO DEVE ATINGIR R$ 530 BILHÕES EM 2018 Estimativa foi revisada para cima, mas esse resultado ainda é 3,8% menor que o registrado em 2017 O Ministério da Agricultura elevou sua estimativa para o valor bruto da produção (VBP) agropecuária do país em 2018. Segundo levantamento divulgado no dia 13 de abril pelo Departamento de Crédito e Estudos Econômicos do ministério, o montante deverá somar R$ 530,1 bilhões, R$ 14,2 bilhões a mais que a projeção de março, mas 3,7% inferior ao recorde do

ano passado, quando o VBP totalizou R$ 550,4 bilhões. O VBP dos 21 produtos agrícolas que fazem parte da pesquisa foi elevado para R$ 355,4 bilhões em 2018, R$ 9,3 bilhões acima do estimado no mês passado mas resultado ainda 3,8% menor que o registrado em 2017. O total agrícola segue puxado pela soja, cujo valor da produção

está estimado em R$ 124,7 bilhões para este ano, aumento de 3,8% em relação ao ano passado. Para os cinco principais produtos da pecuária brasileira, a projeção do ministério subiu para R$ 174,8 bilhões, ante os R$ 169,8 bilhões estimados em março passado. Se confirmado, o montante ainda será 3,5% menor que o do ano passado. Fonte: Valor Econômico

MILHO

IMÓVEIS

PRODUTORES ESTÃO RETRAÍDOS, DIZ CEPEA

REUNIÃO DO CRECI

As negociações envolvendo o milho ocorrem de maneira pontual no mercado brasileiro. Produtores consultados pelo Cepea estão retraídos, à espera de melhores oportunidades para ofertar o cereal, enquanto compradores adquirem novos lotes apenas quando há necessidade de repor estoques no curto prazo. Na semana de 08 a 15 de abril, o setor ficou atento às novas estimativas da Conab confirmando maior oferta de milho na atual temporada. Quanto aos preços, na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 39,92/saca de 60 kg no dia 13 de abril, baixa de 3,48% em relação ao dia 6 de abril. Segundo colaboradores do Cepea, um maior volume de milho do Centro-Oeste chegou a ser ofertado no mercado paulista, pressionando as cotações. Fonte: Cepea

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O Sindicato Rural de Guarapuava sediou dia 16 de abril, reunião do CRECI 6ª Região para corretores de imóveis e proprietários de imobiliárias. Coordenaram o encontro Luis Celso Castegnaro, presidente daquela regional do Conselho, e José Losso Filho, presidente da Delegacia do CRECI em Guarapuava, que abrange 14 municípios da região. Compareceu também à reunião o conselheiro do CRECI, Francisco Faria Nunes. De acordo com Losso Filho, um dos principais pontos da reunião foi a palestra do Dr. Antônio Linhares Filho. Ele abordou dois temas: a aprovação da nova lei que torna obrigatória a anotação do nome e do registro do corretor de imóveis quando da escritura em cartório, desde que haja a intermediação do corretor; o acordo entre o CRECI e o CADE, sobre a aplicação da tabela de honorários de corretagem.


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Aperfeiçoada ao longo de mais de dez anos de pesquisas e testes, INTACTA RR2 Pro® é uma

tecnologia desenvolvida especialmente para o mercado brasileiro. Extremamente inovadora, ela contribui para a proteção de sua lavoura, além de ajudar a preservar a sua produtividade. Assim, aumenta a possibilidade de que você alcance resultados expressivos, safra após safra.

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TRITICULTURA

PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO EM BUSCA DA RENTABILIDADE NO TRIGO

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safra de verão está chegando ao fim e chega a hora de planejar a safra de inverno. Neste momento muitas dúvidas vêm à cabeça do agricultor, mas a principal delas está relacionada a rentabilidade das culturas de inverno. Que caminho seguir? Dentre as opções está a cultura do trigo. Inúmeros são os benefícios do seu cultivo dentro dos sistemas de produção, tanto do ponto de vista técnico (produção de palhada, redução da população de nematoides, ciclagem de nutrientes, etc.) quanto econômico (rateio do custo fixo da propriedade). Porém, os riscos climáticos e mercadológicos ligados a cultura, fazem com que muitas vezes o agricultor desista do seu cultivo, optando pelas coberturas ou até mesmo o pousio. Na busca em alcançar níveis de rentabilidade que viabilizem o trigo, o triticultor deve analisar detalhadamente alguns pontos que podem definir o sucesso da safra, são eles: os riscos envolvidos, o planejamento e gerenciamento dos custos e as oportunidades do mercado.

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ENTENDA OS RISCOS Através da interpretação da previsão climática para a safra, com base nas projeções de El Niño, La Niña ou neutralidade são estimados cenários de maior ou menor risco para o ciclo. Cada um destes fenômenos representa níveis distintos de riscos e podem interferir, por exemplo, na decisão do grau de investimento para aquela safra.

“CONSIDERAR OS FATORES CLIMÁTICOS É FUNDAMENTAL PARA REDUZIR OS RISCOS DE INSUCESSO”. Também devem ser considerados, com base nos dados históricos locais, os períodos de maior probabilidade de precipitações excessivas na fase de espigamento, veranicos e geadas durante o florescimento e principalmente a ocorrência de chuvas prolongadas na colheita. Deve-se planejar a época de semeadura em função do ciclo de cada cultivar para evitar que os períodos críti-

cos da cultura coincidam com as épocas de maior risco.

PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DOS CUSTOS Uma vez entendidos os riscos, o segundo ponto é o planejamento agronômico e o gerenciamento dos custos de produção. O pacote tecnológico escolhido precisa ser eficiente e estar definido de acordo com a necessidade de cada cultivar. Certamente esta é a etapa mais crítica, pois a escolha dos insumos deve levar em conta critérios técnicos e econômicos, uma vez que a margem é estreita. Escolhas equivocadas podem comprometer diretamente a rentabilidade. Em 2017, a G12AGRO, através do planejamento, acompanhamento da safra e uso de novas práticas, conseguiu reduzir em 32% o custo total de produção dos seus clientes, quando comparado com o realizado na safra anterior (fig.1).


Resultados Trigo (R$ ha-1) R$ 3.254,19 R$ 2.860,00 R$ 2.212,48

R$ 2.380,95

R$ 168,47 -R$ 394,19

2016

2017 - G12AGRO

Custo

Receita

Saldo

Figura 1: Comparativo econômico da produção de trigo dos clientes G12AGRO entre as safras 2016 e 2017.

Estação Experimental da G12AGRO em Guarapuava

Nesse contexto o papel da pesquisa OPORTUNIDADES é fundamental para dar suporte ao planejamento da lavoura, pois através dela DE MERCADO O terceiro ponto e mais desafiador, é são desenvolvidas alternativas e práticas inovadoras, sempre com o foco na neces- a busca por oportunidades de comerciasidade e rentabilidade do triticultor. Como lização em mercados diferenciados. No reflexo do gerenciamento técnico, o saldo entanto, participar destes modelos de líquido do trigo dos clientes da G12AGRO negócio exige dos agricultores um nível foi positivo em R$ 168,47 ha-1 na safra maior de organização, principalmente na 2017, ou seja, uma rentabilidade de 7,6%. segregação e/ou agrupamento das cultiVale a pena lembrar que a safra de inverno vares conforme suas características. Ga2017 foi marcada por adversidades climá- rantir a qualidade e homogeneidade da ticas, onde principalmente os longos perí- matéria-prima é fundamental para desodos sem chuvas estiveram presentes em pertar o interesse da indústria. Pensando vários momentos do ciclo, afetando dire- nisso, a equipe da G12AGRO em parceria tamente o potencial produtivo. Segundo a SEAB/ DERAL, no estado do PR a produtividade média foi de 2.310 kg.ha-1 e na região de Guarapuava de 2.650 kg.ha-1, sendo estas 27% e 40% menores que na safra 2016, respectivamente. Já nas lavouras de trigo assistidas pela G12AGRO a produtividade média foi de 4.070 kg.ha-1, ou seja, 53% maior que a média de Guarapuava, garantindo Equipe de Agrônomos da G12AGRO – da esquerda para direita. assim o resultado econô- Emerson Ruppel Clazer, Carlos André Schipanski, Débora mico das lavouras. Fonseca Chagas e Igor Quirrenbach de Carvalho

com a Biotrigo, inicia este ano em Guarapuava um projeto inovador para a cultura do trigo, onde a genética de ponta e o valor agregado pela indústria moageira irão proporcionar maior liquidez e rentabilidade ao triticultor. Quer conhecer mais detalhes e fazer parte deste projeto? Fale conosco.

SOBRE A G12AGRO Fundada em junho de 2016 em Guarapuava, a G12AGRO é uma empresa de Pesquisa e Consultoria Agronômica que tem como objetivo proporcionar aos seus clientes e parceiros crescimento sustentável. Através de parcerias sólidas com diversas empresas e profissionais do agronegócio brasileiro, a G12AGRO desenvolve em sua estação experimental uma série de pesquisas nos mais variados segmentos, inclusive na produção de forrageiras. Com resultados consolidados, aliados a uma equipe altamente experiente, a empresa busca as melhores soluções e estratégias para aumentar a rentabilidade das áreas de produção de seus clientes. Oferece ainda Suporte de Informações para técnicos nas áreas Agrícola e Pecuária, além de Palestras e Treinamentos.

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TRADIÇÃO

6ª FESTA DA POLENTA REPETE SUCESSO

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6ª Festa da Polenta do Santuário Nossa Senhora Aparecida ocorreu entre os dias 11 e 15 de abril. A festa tem se tornado tradicional na cidade e recebeu milhares de pessoas durante os cinco dias de evento. A programação contou com barraquinhas servindo diversos pratos, entre eles, seis à base de polenta: polenta cremosa à bolonhesa, polenta com frango no tacho, polenta brustolada quatro queijos, polenta brustolada com filé, X-Polenta e polenta frita com frango frito. Além disso, o evento contou com apresentações culturais, missas e o concurso do melhor pudim de leite. Na sexta-feira (13), também houve a partilha do queijo, que nesta edição pesava 200 quilos. Mais de 2000 litros de leite foram necessários para a produção do queijo. “A ideia é aumentar 50 quilos todo ano. Na festa passada o queijo pesava 150 quilos e neste ano aumentamos para 200 quilos”, explicou Roberto Ferreira Ramos, produtor rural e um dos membros da organização da produção do queijo. Segundo ele, por mais um ano a ação só foi possível por meio das doações de diversas pessoas da

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região, entre elas, produtores rurais e patrocinadores. “Temos encontrado todos os anos muita ajuda e só tem aumentado a cada edição da festa. Ficamos muito felizes, pois a nossa intenção com a festa e a partilha do queijo é a harmonia da comunidade”, comemora Ferreira. O Sindicato Rural de Guarapuava foi um dos apoiadores do evento.


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FUNGICIDA

TECNOLOGIA NO CAMPO: FOX® XPRO ACABA DE SER APROVADO NO BRASIL Novo fungicida possui indicação para os cultivos de algodão, soja, cevada, girassol, milho e trigo

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ferrugem asiática é um dos maiores problemas das lavouras brasileiras. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), danos causados pela doença podem resultar em perdas de rendimento de até 80%, além de um prejuízo de US$ 2 bilhões por safra, desde que foi detectada no Brasil, em 2001. Ao longo dos anos, os fungos da ferrugem foram adquirindo resistência aos produtos existentes no mercado o que tem tornado seu controle cada vez mais difícil, e é para esses casos que a Bayer lançou recentemente o Fox Xpro®.

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A inovação chega para reforçar o portfólio da empresa e consolidar a liderança no mercado de fungicidas, além de disponibilizar aos produtores brasileiros uma nova ferramenta com três sítios de ação e três princípios ativos eficazes, preservando a sustentabilidade do manejo fitossanitário. Fox® Xpro é um fungicida sistêmico que permite entrada rápida dos ingredientes ativos na folha da planta e ajuda no combate às principais doenças fúngicas do cultivo. “O Fox Xpro® faz parte do plano de investimentos da Bayer na agricultura brasileira, e será mais uma ferramenta indispensável na proteção das lavouras,

contribuindo para o aumento da produtividade e sustentabilidade das principais culturas do nosso mercado”, destaca Marcos Dallagnese, gerente de Fungicidas da Bayer. No Brasil, a soja é uma das principais culturas que movem o agronegócio nacional, segundo dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grão representa mais de 40% da área plantada em território nacional. Nos últimos anos, o combate às doenças, principalmente àquelas que ocorrem nas culturas do algodão e da soja, têm se tornado mais difícil de controlar


devido à resistência apresentada por certos fungos. “A aprovação do novo produto é o primeiro passo para iniciarmos o planejamento de comercialização no Brasil. O Fox® continua sendo nosso principal fungicida para o controle das principais doenças, já que ele é reconhecido pelos agricultores devido aos altos índices de desempenho, sendo o fungicida de ação preventiva mais usado no Brasil”, afirma Dallagnese.

SOBRE O PRODUTO Fox® Xpro é um fungicida composto por Bixafen, um SDHI (Inibidores de succinato-desidrogenase), Protioconazol, uma nova geração de DMIs (Inibidores da Desmetilação C-14) e por Trifloxistrobina, uma estrobirulina, pertencente ao grupo dos QoIs (Inibidores da Quinona Oxidase). Esta combinação de diferentes ingredientes ativos eficazes faz parte de uma estratégia de gerenciamento de resistên-

cia. Qualquer agente de controle de doenças pode ficar menos efetivo ao longo do tempo devido ao desenvolvimento de resistência. Este produto controla na soja a ferrugem asiática e a mancha-alvo, a ramulária no algodão, a ferrugem do milho e o oídio na cevada, ferrugem-da-folha e mancha amarela no trigo. Fox® Xpro é indicado para o controle de doenças fúngicas nas culturas do algodão, cevada, girassol, milho, soja e trigo, conforme as recomendações da bula.

DE PRIMEIRA SEM DÚVIDA Outra forma de combater a resistência da ferrugem é fazer o manejo correto da lavoura aplicando o fungicida na hora certa e a quantidade recomendada. Para auxiliar o agricultor neste momento, a Bayer, em parceria com pesquisadores de todo o Brasil, promove o programa De Primeira Sem Dúvida, uma forma de orientar

os produtores no trato com a safra. O projeto realiza o monitoramento em tempo real das áreas, por meio de câmeras em lavouras das principais regiões da cultura no Brasil, com o acompanhamento direto dos pesquisadores renomados do segmento de fitopatologia. Esta ferramenta possibilita mostrar ao produtor o melhor momento de manejo e como a primeira aplicação é fundamental para o controle do complexo de doenças, que pode comprometer de forma significativa a produtividade das lavouras. Os produtores rurais poderão acompanhar tudo, em tempo real e em qualquer lugar do mundo o avanço da lavoura e as projeções de manejo de doenças sob a ótica técnica dos pesquisadores envolvidos. Um dos principais diferenciais do De Primeira, Sem Dúvida é a utilização do algoritmo que prevê o nível de risco para a tomada de decisão na aplicação de fungicida. Este algoritmo é baseado em fatores climáticos, estágios de desenvolvimento da cultura da soja, época de semeadura e local.

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PITANGA

Em dois dias de evento, 6 mil pessoas, entre produtores, profissionais e empresários do agronegócio

PRODUSHOW:

PÚBLICO SUPERA EXPECTATIVAS

C

om uma presença de público que superou expectativas, o Produshow 2018 se reafirmou, mais uma vez, como uma vitrine tecnológica de importância para a região central do Paraná. Realizado nos dias 12 e 13 de abril pela Producerta e diversos apoiadores, na Unidade de Cereais da empresa, em Pitanga, o evento atraiu em torno de 6 mil pessoas – uma marca que, segundo os organizadores, ultrapassou a estimativa inicial, que era 5 mil visitantes. As mais de 70 empresas expositoras apresentaram tecnologias para implementos, plantio, pulverização, colheita, veículos, sementes, cultivares de soja, híbridos de milho e animais para criação comercial, como bovinos (angus, brangus, brahman e nelore), ovinos (Texel e Ilê-de-France) e eqüinos (Quarto de milha). Os estandes destacaram produtos e/ou serviços de segmentos que vão da erva-mate ao cultivo de flores, do leite aos troncos para o

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manejo do rebanho, de pneus agrícolas a instituições financeiras com linhas voltadas à produção rural, entre várias outras empresas. Também presentes, o Sindicato Rural de Pitanga e o SENAR-PR, em seu estande conjunto, além de divulgarem serviços e cursos, mantiveram o já tradicional espaço para produtores da agroindústria familiar exporem produtos e artesanatos. Visitantes ouvidos em entrevista demonstraram ter gostado do que viram. De Pitanga, onde se dedica à produção de feijão, soja e milho, o produtor rural Moacir Vieira Góis Filho aproveitou o tempo ensolarado que marcou o segundo dia para percorrer os estandes. “Todo ano participo do Produshow. Acho muito bom. A gente está acompanhando, vendo a evolução, os maquinários novos”, comentou. Do vizinho município de Boa Ventura de São Roque, onde tem na soja e no leite as suas atividades, outro produtor, Rodrigo Mikuta, também reservou um tempo para comparecer.

Evento também contou com exposição de animais

Enquanto conhecia um novo trator, explicou que sua propriedade é pequena, mas afirmou que costuma comparecer para tomar contato com as inovações e colocá-las em prática. “Eu achei bacana. É um evento que estimula a região. A gente vem conhecer as máquinas, as variedades que tem de soja, conhecer a realidade para aplicar na propriedade”, completou.


Um evento diversificado: de culturas como soja e milho ao cultivo de flores – vários outros setores também fizeram parte Além de máquinas, evento trouxe veículos e implementos

À frente da comissão organizadora, o sócio-proprietário da Producerta, Luiz Carlos Zampier, que também é presidente do Sindicato Rural de Pitanga, recordou que o evento se propõe a divulgar inovações: “No Produshow 2018, o objetivo principal é tecnologia. A transferência de tecnologia: de plantas, principalmente soja, milho e feijão; de máquinas agrícolas e de animais também”.

Participantes de Pitanga e região

Sindicato Rural de Pitanga destacou agroindústria familiar

A boa presença de visitantes e de expositores, acrescentou, levou a uma avaliação positiva do evento. “Nós tivemos neste ano de 2018 um público recorde, que superou a nossa expectativa, em torno de 6 mil pessoas, na quinta e na sexta-feira. Tivemos a participação de 73 empresas, algumas do ramo de prestação de serviços, agentes bancários, empresas convidadas, da cidade, empresas de genética de plantas – soja e milho e feijão –, algumas de máquinas agrícolas e também empresas que trabalham no ramo de pecuária, não só os animais, mas os laboratórios, e alguns serviços de pecuária também”, resumiu. Para Zampier, outros dois fatores contribuíram para o êxito: a mudança do perfil do evento, de um dia de campo para uma feira com oportunidades de negócio, e do período de realização, que passou de fevereiro para abril, época em que os agricultores da região têm mais tempo para poder comparecer. “O produtor já tinha praticamente encerrado a colheita e teve grandes oportunidades de boas promoções, de preços, prazos, enfim, condições de negócio. O evento concretizou-se como uma feira de oportunidade de negócios ao produtor rural”. O Produshow recebeu também, por mais uma vez, conforme completou, a presença de lideranças. “Tivemos a participação, como sempre, de algumas autoridades, prefeitos da região, alguns deputados federais, estaduais, ex-sena-

Góis Filho, de Pitanga: foco na evolução do maquinário

Mikuta, de Boa Ventura de São Roque: interesse em variedades de soja

dor Osmar Dias – É um sinal, para nós, de prestigio do evento”. Zampier fez questão de agradecer a cada participante, do público e dos expositores. “Queremos deixar, em nome da Producerta, o agradecimento a todos que compareceram: a imprensa, aos agricultores, aos expositores, às empresas, também ao público da cidade, a alguns empresários de outros ramos, mas que foram lá também prestigiar. Para nós foi muito importante”, disse. E antecipou: “Estamos já planejando o Produshow de 2019. A cada ano, o público comparece, nos remete ao compromisso de melhorar ainda mais. Já estamos planejando, pensando em grandes inovações, em melhorar bastante. Então, com certeza, 2019 vai ter um Produshow melhor do que foi este de 2018”.

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COMISSÕES TÉCNICAS

SINDICATO RURAL TEM REPRESENTANTES NA FAEP

BOVINOCULTURA DE CORTE

O Sindicato Rural de Guarapuava conta com representantes nas Comissões Técnicas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Eles participam de reuniões, apresentam as demandas locais/regionais, discutindo temas importantes para o setor. Confira quem são os representantes de Guarapuava: Rodolpho Luiz Werneck Botelho (Titular)

CEREAIS FIBRAS E OLEAGINOSAS

Rodolpho Luiz Werneck Botelho (Titular)

Anton Gora (Suplente)

CAPRINOCULTURA E OVINOCULTURA

Morel Lustosa Adriane Thives Araujo de Azevedo Ribas (Suplente) (Titular)

MEIO AMBIENTE

Anton Gora (Titular)

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Hildegard Abt (Suplente)

Cezar Augusto Carollo Silvestri (Suplente)

BOVINOCULTURA DE LEITE

Jairo Luiz Ramos Neto (Titular)

Anton Gottfried Egles (Suplente)

HORTIFRUTICULTURA

Anton Gora (Titular)

Gabriel Gerster (Suplente)

SUINOCULTURA

Rainer Mathias Leh (Titular)

Rafael Majowski (Suplente)


PECUÁRIA

SMS AGRO NUTRIÇÃO OFERECE A ALTA TECNOLOGIA TECNOBLOCK

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SMS Agronutrição representa no Paraná a Tecnoblock Nutrição Animal, empresa brasileira com alta tecnologia italiana. Tecnoblock é um suplemento energético proteico e mineral em forma sólida, específico para animais criados a pasto. É composto por farelos, minerais e melaço de cana. Além de fornecer nutrientes para o animal a pasto, evitando carências minerais e fornecendo proteína e energia, Tecnoblock representa um verdadeiro ativador do rúmen. O melaço presente na formulação, rico em açucares solúveis, estimula a multiplicação da flora ruminal e potencializa a atividade celulolítica, com aumento da digestão da fibra vegetal e melhor aproveitamento do pasto maduro e fibroso. O objetivo principal da linha Tecnoblock é produzir cada vez mais e ao menor custo possível. O produto é resistente à chuva, vento e sol. Pode ser usado o ano inteiro em cochos descobertos, não apodrece se molhar e não gera risco de intoxicação por ureia, não há desperdício no carregamento, descarregamento e abastecimento do cocho, alta praticidade, aumenta o intervalo de reposição, reduz o uso e o custo de mão de obra e se adapta perfeitamente a todos os tipos de cochos. A linha Tecnoblock está disponível como: Tecnoblock Mineral, Base, Reprodução, Creep, Recria, Engorda, Master, Leite, Ovinos, Tecnoblock S e Chaco.

Principais ingredientes:

Características:

• Farelos (milho e soja) • Sais minerais • Melaço de cana de açúcar • Óleo de soja • Ureia e Amireia

• Peso: 25kg • Forma: Sólida • Embalagem: Cx. papelão

O suplemento Tecnoblock supre a deficiência das pastagens e garante o melhor rendimento e retorno do investimento com números acima da média.

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PALESTRA

“O AGRO EM BUSCA DE UM TRILHÃO DE DÓLARES”

Centenas de pessoas lotaram o espaço destinado ao evento no centro de convenções – palestrante destacou uma visão de crescimento do agro brasileiro

G

uarapuava recebeu, no último dia 9 de abril, no Vittace Centro de Convenções, mais uma palestra da CBN Agro, promovida pela Rádio CBN Londrina, realizada pela Rádio T com diversos apoios, e voltada a todos os interessados no setor rural: “O Agro em busca de um trilhão de dólares”, com o agrônomo Marcos Fava Neves. Formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, mestre e doutor em Administração, ele é também pós-graduado em Agribusiness e Marketing de Alimentos na França e em Canais de Distribuição de Alimentos na Holanda, tendo sido coordenador do PENSA – Programa de Agronegócios da USP, de 2005 a 2007. Fava Neves é ainda pro-

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fessor titular da FEA/USP em Ribeirão Preto e livre-docente em Planejamento e Gestão Estratégica Dirigidos pela Demanda, autor e organizador de 55 livros publicados no Brasil, Argentina, Estados Unidos, Inglaterra e China entre outros. Sua experiência profissional e o tema atraíram ao centro de convenções um público de centenas de pessoas, entre produtores, empresários, profissionais e estudantes de carreiras ligadas à agropecuária em geral. Ao analisar o Brasil a partir da situação atual, Fava Neves defendeu que o país seja capaz de reduzir os elevados custos do próprio Estado e que passe a apoiar mais os empreendedores. No agronegócio, avaliou que o quadro no

momento permite uma visão mais positiva da atual safra do que no final de 2017. Segundo observou, os números da economia apontam, agora, para preços de commodities também um pouco melhores. Para os próximos 10 anos, comentou que o Brasil deverá produzir mais grãos e carnes e aumentará sua participação no mercado mundial. Mas ponderou que o setor rural ainda enfrenta, hoje, sérios problemas com falta de espaço para armazenagem e logística, que precisam de solução urgente. Fava Neves argumentou que o passado recente do agronegócio brasileiro mostra a capacidade do setor de alcançar um crescimento significativo. Como exemplo, recordou números das vendas externas de


“Quanto os chineses compravam do Brasil, em 2000, de produtos do agro? 500 milhões de dólares. Quanto compraram em 2017? 26 bilhões de dólares” Fava Neves, agrônomo e doutor em Administração

alguns produtos no ano 2000: “A soja saiu de 4 bilhões para 31 bilhões de dólares. Olhem nosso desempenho nas carnes: fomos de 1 bi para 11 bi”. A China também se tornou um grande importador: “Quanto os chineses compravam do Brasil, em 2000, por ano, de produtos do agro? 500 milhões de dólares. Quanto os chineses compraram em 2017? 26 bilhões de dólares”. Exemplificando o aumento de consumo naquele país asiático, comentou que de 2007 a 2017, só na suinocultura, os chineses passaram a consumir 200 milhões de cabeças a mais. Nos próximos anos, pontuou, também vão se tornar relevantes importadores de produtos do agronegócio brasileiro países emergentes, como Tailândia, Vietnam, Bangladesh, Índia, Coreia do Sul, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes: “Todos esses países não compravam quase nada e hoje compram, em média, 2 bilhões de dólares do Brasil”. Neste mesmo período, como apresentou em uma tabela, a produção de grãos deverá pular de 232 milhões para um patamar entre 288,2 milhões e 343,8 milhões de toneladas. Na carnes, considerando frango, boi e suíno, a produção deve passar de 26,8 milhões, em 2016/2017, para um total entre 34,3 milhões e 40,3 milhões de toneladas em 2026/2027. Fava Neves mencionou ainda que notícia veiculada num jornal dos Estados Unidos aponta que o Brasil aumentará vendas externas de produtos importantes: “Os americanos disseram que, em 2027, o Brasil vai vender ao mundo, somente de soja, milho, algodão e as carnes, 28 bilhões de dólares a mais”. Ele lembrou que as exportações do agronegócio do Brasil representam atualmente, por ano, em torno de 96 bilhões de dólares. Conforme disse, em 10 anos, se este valor for somado à estimativa de crescimento das exportações durante todo o período, o setor canalizaria ao país mais de 1 trilhão de dólares: “É o

que a agricultura brasileira vai trazer nos próximos dez anos, se ela ficar do tamanho que está, mais o que os americanos disseram que nós vamos crescer”. Em sua 3ª edição, o CBN Agro incluiu também palestras em Umuarama, Toledo,

Maringá, Londrina, Cascavel, Carambeí e Campo Mourão. O Sistema FAEP foi um dos apoiadores. Com isso, nos dias anteriores à palestra, o Sindicato Rural de Guarapuava disponibilizou a seus associados e parceiros convites de cortesia.

ENTREVISTA: PERSPECTIVAS DO AGRO BRASILEIRO A REVISTA DO PRODUTOR RURAL entrevistou Marcos Fava Neves quando o palestrante esteve em Guarapuava. Com ele, nossa reportagem conversou sobre perspectivas do agro. RPR – Como você vê, para este ano, a perspectiva de crescimento do PIB do agronegócio? Fava Neves – Este ano, começamos bastante conservadores, tanto em produção esperada quanto em preços, não é? A produção esperada, da safra 17/18, era 5% menor do que a safra 16/17. Como o clima está repetindo o ano passado, está sendo bom, a soja, provavelmente, este ano, bate o recorde em relação ao ano passado: deve passar das 114 milhões de toneladas. Os preços estão melhores, um pouco. Nós temos agora uma situação de dólar, também melhor, hoje (9 de abril) chegou a quase R$ 3,40. Agora, nossa grande preocupação é com a segunda safra de milho. Se o clima ajudar, nesta segunda safra, como foi o ano passado, a gente pode voltar a bater o recorde outra vez. Acho que a renda do campo tem condições de, este ano, surpreender e pelo menos igualar ao ano passado, que foi um número recorde. RPR – Você acha que a crise econômica do país se reflete também em cima do agronegócio ou, o contrário, você acha que o agronegócio pode ajudar o país a sair dessa crise? Fava Neves – As duas coisas estão corretas. A crise afeta menos o agronegócio, do que outros setores, porque a última coisa que uma pessoa corta quando ela tem uma restrição orçamentária em casa é a comida. O Brasil voltou a crescer em 2017 – a gente deve voltar a crescer mais aceleradamente em 2018, mesmo com a crise política que vivemos – principalmente por causa da agricultura. No ano passado, o Brasil cresceu 1% porque o setor agrícola cresceu 12,5%. É o motor da economia brasileira e a gente tem que fortalecer cada vez mais esse setor.

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SENAR

GUARAPUAVA INICIA TRÊS CURSOS DE EMPREENDEDOR RURAL

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primeira turma do curso Empreendedor Rural 2018 deu início aos trabalhos no dia 22 de março, na sede Sindicato Rural de Guarapuava. Ao todo serão três turmas. A primeira que contará com aulas todas às quintas-feiras no período da tarde e noite; a segunda que iniciou no dia 23 de março, no Colégio Agrícola todas as sextas-feiras no período da tarde e noite; e a terceira iniciou no dia 24 de março, no Campus Cedeteg da Unicentro todos os sábados, no período da manhã e tarde. As turmas são formadas por produtores rurais ou colaboradores de propriedades que buscam ampliar seus conhecimentos no campo. O Empreendedor Rural é um curso que surgiu da parceria entre a regional do SENAR-PR com o SEBRAE. Segundo o instrutor do curso, Josias Schulze, “o curso tem duração de 20 encontros, sendo 160 horas. Começamos hoje e finalizamos até meados do dia 18 de outubro. O foco do programa é desenvolver essa ideia do empreendedorismo. Fazer com que o produtor rural observe mais a questão voltada para a propriedade, olhando os aspectos econômicos, financeiro, social, ambiental da propriedade como um todo e também como ele está inserido no processo econômico. Enxergar o papel dele na economia”. Na primeira fase, o aluno trabalha a questão do diagnóstico, faz todo o levantamento da propriedade, um raio-x, como se ele estivesse por dentro da propriedade olhando de cima, para ver como ela se encontra hoje. Depois, tem a fase de planejamento estratégico, desenvolver estratégias para melhorar o desempenho da propriedade. “Em função do planejamento estratégico, tem que trabalhar com o estudo de mercado, entender o mercado em que se está inserido, os projetos futuros da propriedade, saber pra onde ela está indo, conhecer bem esse mercado de fatores, o que precisa para produzir, como que funciona o mercado daquilo que ele vai produzir”, explica Schulze.

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Após este entendimento, chega-se a quarta fase, que é a engenharia do projeto, o momento de desenhá-lo. “O participante vai dizer exatamente como vai trabalhar o projeto, de que maneira vai implementá-lo na propriedade”. A quinta e última fase é a decisiva: se o produtor rural vai implementar ou não aquilo que foi desenvolvido. De maneira sucinta, o instrutor exemplifica essa fase falando que nesse momento é possível implementar um projeto inovador, com uma atividade nova, ou

trabalhar uma melhoria de algo que ele já tem na propriedade. O primeiro encontro foi essencialmente burocrático. “Tem bastante questões administrativas para acertar, mas já entramos numa primeira introdução do nosso projeto, trabalhar as três fases. Um pouco da gestão do conhecimento, compartilhamos um pouco do que é o empreendedor rural, fizemos algo relacionado ao desenvolvimento humano e de grupo e entramos na primeira parte do projeto.” finaliza Schulze.

Turma da sede do Sindicato Rural de Guarapuava

Turma do Colégio Agrícola

Turma da Unicentro


CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS:

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

13.200kg/ha Área: 32 ha

Rodrigo Augusto Queiroz

14.200kg/ha Área: 80 ha

Lincoln Campello

13.179kg/ha Área: 76 ha

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PISCICULTURA

PRODUTORES ADQUIREM ALEVINOS

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ilhares de alevinos foram entregues no Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a Piscicultura Progresso, nos dias 16 de março e 20 de abril, na sede da entidade.

São mais de 20 espécies comercializadas pela piscicultura, entre elas, tilápia, carpa capim, carpa húngara, piauçú, tambacu, lambari, pacu, dourado, jundiá, matrinxá, catfish e bagre africano. As entregas retornam após o período de inverno, nos meses de novembro e dezembro. As encomendas devem ser feitas na entidade. Valores sob consulta na recepção do Sindicato ou pelo telefone (42) 3623-1115.

Confira as fotos da entrega do dia 16 de março:

Matias Carlos Niecqark

Jorge Harmuch e José Antunes da Rocha

Sandro José Pacheco Ribas

Altamir Jureczek

Odair Marques

Darci Carraro

José Michel Rodrigues

Adair Luiz de Andrade

Siegbert Nauy

Mario Bilek

Rozendo Neves

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GRUPO PITANGUEIRAS

CTP: TECNOLOGIAS PARA SOJA E MILHO

Scutti, gerente de Marketing do Grupo Pitangueiras

Com foco em soja e milho, evento ocorreu pela segunda vez em Guarapuava

U

m evento direcionado a produtores rurais e realizado pela segunda vez em Guarapuava voltou a apresentar tecnologias e a debater o custo-benefício de sua utilização para soja e milho. De 20 a 22 de março, numa propriedade rural nas proximidades do distrito de Palmeirinha, o CTP do Grupo Pitangueiras mostrou parcelas de cultivares e híbridos, enfocando manejo de doenças e de plantas daninhas, tratamento de semente e plantabilidade, entre outros assuntos. Dois convidados também palestraram: os agrônomos Aroldo Marochi (AgroMarochi Pesquisa Agrícola) e José Luiz Buss (Siembra Assessoria Agropecuária). A

Aroldo Marochi, da AgroMarochi Pesquisa Agrícola

José Luiz Buss, da Siembra Assessoria Agropecuária

programação se completou com a presença de estações de empresas parceiras do Grupo Pitangueiras, como Bayer, Nidera Sementes, HO Genética (Sementes), Agrichem, MIM Fertilizantes, Caltim Fertilizantes e Dekalb. Engenheiro agrônomo e gerente de Marketing no Grupo Pitangueiras, Marcelo Scutti detalhou em entrevista o conceito do evento, explicando que a tecnologia dos insumos e manejos não aumenta o teto máximo de cultivares e híbridos, mas é importante porque contribui para que o produtor se aproxime mais daquele patamar. “Hoje existem materiais de soja com potencial produtivo acima de 120, 130 sacos por hectare e as médias do Paraná não chegam a 60 sacos. Milho também já tem materiais com potencial de 18 mil quilos por hectare. O nosso produtor, quando colhe bem, colhe 12 mil quilos”, comentou. Também em entrevista, José Luiz Buss explicou o tema de suas explanações: “A nossa passagem aqui foi para falar sobre plantas daninhas e a importância que elas estão tomando na cultura da soja. Plantas daninhas complicam a vida do produtor rural, inviabilizam lavouras. Eu diria assim que o manejo é até uma questão de segurança alimentar”.

Aroldo Marochi comentou também a situação da safra de verão (2017/2018). “Conversamos muito sobre a questão que os produtores tiveram este ano com relação ao problema sério de esclerotínia. Direcionamos, falamos da importância de um bom sistema de manejo. Não é apenas produto que vai resolver. É preciso intercalar vários sistemas, desde o uso dos biológicos, coberturas, sistema, população de plantas, espaçamento, tratamentos de sementes”, disse. Um dos participantes, o produtor André Luiz Valcanaia Moss, de Guarapuava, avaliou positivamente o CTP: “Acredito que este evento, assim como o do ano passado, é bem favorável para o nosso setor”. O assunto de André Luiz seu maior interesse Valcania Moss, foram as doenças: produtor rural de “A ferrugem asiática Guarapuava sempre é um tema bem abordado. Neste ano, foi dado um enfoque bem grande para ela, em associação ao mofo branco, que acho que foi a doença que teve maior destaque aqui na região”. Além de Guarapuava, o Grupo Pitangueiras também realiza o CTP em Ponta Grossa e em Arapoti para os produtores rurais daquelas duas regiões.

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EMPREENDEDORISMO RURAL

OUTONO GASTRONÔMICO DESTACARÁ A AGROINDÚSTRIA

Lançamento oficial do evento apresentou degustação de sabores da cultura culinária regional

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onhecida por invernos com temperatura abaixo de zero, Guarapuava decidiu mostrar, a seus habitantes e aos turistas, que, se por aqui o verão tem o sabor das caminhadas nos parques, o outono pode surpreender, revelando-se como época ideal para apreciar uma gastronomia tão tradicional quanto deliciosa. Com objetivo de promover um evento que reúne o empreendedorismo das agroindústrias familiares, a culinária típica do centro-sul paranaense e o turismo, EMATER, Prefeitura de Guarapuava, Secretaria Municipal de Agricultura, SEBRAE e Faculdade Guairacá, realizaram, no último dia 10 de abril, naquela instituição de ensino superior, o lançamento oficial do Outono Gastronômico de Guarapuava. No auditório da faculdade, diante da imprensa e de alunos do curso de Gastronomia, realizaram pronunciamentos sobre a iniciativa a coordenadora regional da Emater, Gilca Ferreira; o diretor da Faculdade Guairacá, professor Juarez Matias Soares; o secretário municipal de Agricultura e Turismo de Guarapuava, Itacir Vezzaro; e o prefeito de Guarapuava, Cezar Filho. Após

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estender a três regiões do Paraná. Segundo ela, partindo do conceito de um evento semelhante que acontece em Laranjeiras do Sul, o Inverno Gastronômico, a ideia é aproveitar as quatro estações do ano para valorizar a agroindústria familiar por meio iniciativas nos mesmos moldes. Além do Inverno e do Outono, antecipou, a EMATER promoverá este ano a Primavera Gastronômica em Assaí (região norte) e o Verão Gastronômico, em Campo Mourão. “O primeiro objetivo é promover a gastronomia, principalmente valorizar os produtos das nossas agroindústrias. Temos três agroindústrias aqui no evento, de Guarapuava, Pinhão e Guaraniaçu, às quais a EMATER já dá assistência. Então, elas estão fazendo pratos com matérias-primas que produzem na propriedade”, comentou. Estella observou ainda que, dos pratos apresentados, um concurso escolherá três, para representar a culinária característica da região. “Nossa expectativa é a de que o evento seja o primeiro de muitos. Claro que o início é sempre difícil de organizar, mas acho que a gente vai conseguir o objetivo, que é exatamente mostrar que Guarapuava tem potencial turístico muito grande”, afirmou.

Diretor da Guairacá, Juarez Matias Soares

um vídeo sobre o evento, os convidados puderam conhecer, no local, os 15 pratos da culinária regional que fazem parte do cardápio do Outono Gastronômico e participaram de uma degustação, com amostras preparadas por professores e alunos do curso de Gastronomia. Representante da EMATER na comissão organizadora, a engenheira de alimentos Estella Paula Galina, explicou em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL que o Outono Gastronômico de Guarapuava é parte de uma iniciativa que a instituição decidiu

Estella, da EMATER


O prefeito César Silvestri Filho se mostrou feliz com o fato da cidade ser uma das participantes dos eventos gastronômicos que acontecerão no Paraná. Para ele, a iniciativa tem um lado cultural, evidenciando a tradição das várias etnias presentes. “Felizmente Guarapuava teve esta capacidade de conseguir pleitear este evento aqui numa época do ano que é bem condizente com as nossas características na gastronomia. O Outono Gastronômico acaba criando uma boa oportunidade da gente valorizar toda a cultura relacionada às diversas etnias que estão aqui inseridas”, destacou.

sos avós, dos nossos bisavós. Esse Outono é para mostrar a importância de todo os produtos da região. Aquele produto do nosso dia a dia, como a polenta com

frango, a quirera, o ensopado, servidos de uma forma diferente”. De acordo com os organizadores, o Outono Gastronômico acontecerá de 8 a 10 de junho, no Parque do Lago. No local, o mesmo utilizado para as feiras do lago, será instalada uma área coberta para as atividades da programação. Também prometem ser atrativos de destaque o Café Rural, a venda de cervejas artesanais e de sobremesas, além de apresentações artísticas. O evento incluirá ainda a VI Feira da Agroindústria Familiar Paraná Centro. Leila Pires, coordenadora do curso de Gastronomia

Prefeito Cezar Filho

O vice-prefeito e secretário Itacir Vezzaro ressaltou o engajamento dos organizadores e parceiros diante da tarefa que têm a realizar nos próximos meses: “A expectativa é muito boa. O desafio também é bom. Este é um dos eventos que – temos certeza – vai chamar a atenção da população, de novos chefs, para que possam empreender. A gastronomia chama as pessoas. É isso que nós queremos: dar oportunidade de negócios para toda a sociedade de Guarapuava”.

Vice-prefeito e secretário Itacir Vezzaro

Coordenadora do curso de Gastronomia da Guairacá, a chef Leila Pires, assinalou que os pratos da tradição regional também trazem de volta um pouco das histórias de vida dos antepassados das famílias: “Todos os pratos têm um valor gastronômico. É aquele resgate dos nos-

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A REVISTA DO PRODUTOR RURAL antecipa (nas fotos acima) quatro dos 15 pratos que poderão ser apreciados no Outono Gastronômico: Pirogue ao molho de linguiça colonial (1); bolinho de charque (2); Schnitzel à moda da casa (3); e risoto de frango com farofa de pinhão (4). Mas também fazem parte do cardápio:

 Cordeiro na cerveja tributo a Walter Weckl  Entrevero de pinhão  Quirera desconstruída  Croquete de carne de panela  Tilápia com batata  Costelinha suína ao molho de bala de banana  Frango caipira com polenta  Risoto de mignon com pinhão  Porco desossado  Angus acebolado com quibebe e farofa de focaccia  Mistura gaúcha

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MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

NOVOS INSPETORES DE CAMPO

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segunda edição do curso Inspetor de Campo - Manejo Integrado de Pragas (MIP) Soja, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Sindicato Rural de Guarapuava, iniciou no mês de outubro de 2017 e finalizou em março deste ano. No dia 12 de abril, os participantes fizeram uma breve apresentação de quais foram os resultados das áreas onde eles implantaram na prática o MIP. Para o instrutor Edson Márcio de Siqueira, os participantes realizaram a capacitação de forma comprometida e responsável, apesar do alto número de

desistência. “Não sabemos exatamente o porquê das desistências. É uma pena, já que o curso é bastante importante para produtores rurais e profissionais de área se conscientizarem sobre a técnica do MIP. Muitos pensam que o MIP prega a não aplicação de agrotóxico. Mas não é isso. A ideia do MIP é monitorar, é estar mais presente na lavoura, conhecendo as pragas, identificando e quantificando o quanto de dano elas podem fazer na lavoura. E, principalmente, o MIP busca conhecer os inimigos naturais, ou seja, o que esses parceiros vão trazer de benefícios. Quando você conhece os dois lados: o que são

Edson Márcio de Siqueira, instrutor

pragas e o que são amigos, você fica mais seletivo quanto à aplicação”. Para Siqueira, atualmente, a maioria dos produtores faz as aplicações sem analisar se de fato é necessário. “Hoje criou-se uma regra que cada vez que você entra com a aplicação do fungicida, já aproveita e coloca o inseticida para “prevenir”, para aproveitar a aplicação. Mas essa primeira aplicação de inseticida sem uma avaliação se de fato é necessário aplicar, acaba sendo maléfica. Porque não há necessidade, na maioria das vezes, e isso acaba destruindo os parceiros que estão mantendo o nível de praga num nível de controle. E quando o produtor elimina os inimigos naturais, a tendência é aumentar as pragas”.

CONFIRA A AVALIAÇÃO DE CADA UM DOS PARTICIPANTES SOBRE A REALIZAÇÃO DO CURSO INSPETOR DE MIP – SOJA: PEDRO LUIZ A. DE CAMPOS | Engenheiro agrônomo Eu sempre gostei da tecnologia do MIP, mas de uns anos para cá, nós entramos numa rotina de fazer aplicação, de aproveitar o pulverizador para fazer aplicação de fungicida e já aplicamos inseticida. Isso virou uma rotina no campo. Não tem tido um olhar sensível aos inimigos naturais. Os produtores nem vão até a lavoura, mas os inimigos naturais estão lá. Assim, com a primeira aplicação de inseticida realizada ‘de forma preventiva’, se destrói esse exército que está ali para brigar por nós, a nosso favor. E acaba que o custo aumenta e o produtor não percebe, pois não monitora e não tem um comparativo. Na minha área monitorada não tivemos ataque de percevejo. Nela, o produtor geralmente faz três aplicações de inseticida, que resulta em R$ 62,00 só de produto/hectare a mais. E essa foi a economia que ele teve na área do MIP, pois não houve aplicação”.

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REINALDO PETRECHEN NETO | Engenheiro agrônomo Eu achei o curso muito interessante. Aprendemos bastante. De fato, teve economia de produto monitorando as pragas. A área que aplicamos o MIP produziu mais, com menor custo. Foi uma área de oito hectares. Mas na área total da fazenda, já tentamos introduzir o conceito do MIP, com um número de aplicações reduzido e a partir de agora pretendemos continuar com a técnica do MIP de forma mais intensa”. LEANDRO BREN | Engenheiro agrônomo Como profissional, apliquei o conceito do MIP dentro de uma propriedade, numa área de 30 hectares. Mas no andar da carruagem acabamos aplicando no total plantado de 1.200 hectares. Tive a oportunidade de aprender bastante, renovar o conhecimento sobre as pragas e inimigos naturais e promover uma economia de aplicações para o produtor na ordem de pelo menos duas a três aplicações. Numa situação sem a utilização do MIP seriam feitas as aplicações só pela presença da praga. Considero que o programa é muito importante e recomendo para profissionais e produtores que façam o curso para entender que o que parece barato não é. Quando a soja está com um preço bom, é dinheiro a menos, mas nem é sentido. Mas quando a cultura está com o preço mais baixo, essas aplicações sem necessidade fazem toda a diferença no bolso do produtor”. MARCELO MAYER | Engenheiro agrônomo O treinamento foi muito bom. O instrutor Márcio foi excepcional, com bom domínio do assunto. Agregou conhecimento para implantação do MIP, que reduz o custo e conscientiza para o momento correto de se tomar decisão. Pude atualizar conhecimento sobre pragas e manejo para fazer o controle.

ROBERTO CUNHA | Produtor rural e engenheiro agrônomo O curso força produtores e técnicos a relembrarem todo o conceito de monitorar as áreas e fazer a aplicação no momento adequado e não ficar no ‘achismo’ de que deve aplicar. A minha área teve um bom resultado. Fizemos aplicações específicas e como houve o monitoramento, elas foram feitas no momento adequado”.

LUCAS SANTANA | Acadêmico de engenharia agronômica Com o curso deu para fazer um comparativo bem importante em relação aos anos anteriores na propriedade. Quando íamos até as áreas e observávamos os insetos, já eram feitas as aplicações. Esse ano, com o conceito do MIP, nós esperamos, utilizamos os dados das planilhas e foi diminuído de R$ 300,00 para R$ 60,00 por hectare o custo da lavoura com inseticida. Além disso, nós não desestruturamos o sistema. Então, os inimigos naturais acabaram nos ajudando para que não houvesse danos de lagartas e percevejos. O curso agregou muito. Como futuro agrônomo, vai ajudar na minha carreira, para eu avaliar as áreas de uma maneira diferente. Vou ter um olhar mais atento do que é praga e do que é inimigo natural”. WELLINGTON JOSÉ SIQUEIRA | Acadêmico de engenharia agronômica Foi muito importante o curso, agregou grande conhecimento, já que fomos para prática toda semana, para monitorar as áreas. A parte teórica reforçou o que aprendemos na faculdade. E também é importante para desmistificar que o MIP não funciona. Ele se baseia em pesquisas de danos, e de quanto a praga interfere na produtividade. Não é um ‘achismo’. Como futuro profissional, com certeza vou estar sempre atento e aplicar a prática nas propriedades que eu vou atender”.

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EDUCAÇÃO

GUARAPUAVA SEDIA 2º SEMINÁRIO REGIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES AGRINHO

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Agrinho está se preparando para percorrer 15 cidades do estado do Paraná, do dia 15 de maio até 22 de junho, levando uma programação especial de palestras. Especialistas brasileiros e estrangeiros renomados vão discutir temas atuais que contribuem para o desenvolvimento das atividades em sala de aula e para a aplicação do Programa Agrinho nas escolas. O seminário vai ser realizado em quatro semanas. No dia 24 de maio, das 7h30 às 17h, no Buffet Vitri, os palestrantes vão passar por Guarapuava, entre eles a professora da Universidade do Porto (FPCEUP) de Portugal, Ariane Cosme, com a palestra intitulada “Educar e aprender nas escolas: modos de organização do trabalho pedagógico”; a professora adjunto da Faculdade de Educação da UERJ, Edméa Oliveira dos Santos, com a palestra “Pedagogia de projetos para uma sala de aula interativa”; e a professora da Universidade Aberta (UAb), Lúcia Amante, que vai falar sobre “Escola: em busca de uma nova cultura de aprendizagem”. O objetivo do seminário é promover a formação continuada de professores, pedagogos e diretores da rede pública e particular de ensino, propiciando o acesso às bases teóricas propostas pelo programa Agrinho. São convidados para o evento professores da Educação Infantil, Educação Especial e Ensino Fundamental I e II das redes municipal, estadual e particular, dos Núcleos Regionais de Educação de Guarapuava e Laranjeiras do Sul. “A expectativa é de uma boa adesão ao Agrinho este ano. Há muita procura, então quem tem interesse, deve fazer logo a inscrição”, conta Aparecido Ademir Grosse, supervisor da Regional do SENAR em Guarapuava. Para participar do Programa de Educação a distância (EAD), é necessário que o professor participe do seminário, que terá uma carga horária de 8 horas. No

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conteúdo programático está previsto, além das palestras, temas como histórico do programa Agrinho; interatividade e práticas educativas na cibercultura; metodologia numa visão da complexidade;

evolução planetária e sustentabilidade; organizar e gerir as salas como comunidades de aprendizagem: entre o dizer e o fazer; ser escola no século XXI: um novo paradigma num tempo de incerteza.

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO 7h30 - Coffee Break 9h - Apresentação do Programa Agrinho 10h - Palestra Magna 11h45 - Abertura para perguntas. 12h - 13h30 - Horário de almoço (será servido no local do evento) 13h30 - Fala do primeiro integrante de mesa redonda; 15h - Fala do segundo integrante da mesa redonda; 15h30 - Composição de mesa e discussão da temática; 17h - Coffee Break

Grosse, supervisor da Regional do SENAR em Guarapuava: “A expectativa é de uma boa adesão ao Agrinho este ano”.

AGRINHO O Agrinho é o maior programa de responsabilidade social do Sistema FAEP, resultado da parceria entre o SENAR-PR, FAEP, o governo do Estado do Paraná, mediante as Secretarias de Estado da Educação, da Justiça e da Cidadania, do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Agricultura e do Abastecimento, os municípios paranaenses e diversas empresas e instituições públicas e privadas. O Programa Agrinho completa 22 anos de trabalhos no Paraná, levando às escolas da rede pública de ensino uma proposta pedagógica baseada em visão complexa, na inter e transdisciplinaridade e na pedagogia da pesquisa. Anualmente, o programa envolve a participação de mais de 1,5 milhão de crianças e aproximadamente 80 mil professores da educação infantil, do ensino fundamental e da educação especial, estando presente em todos os municípios do Estado. Como experiência bem-sucedida, encontra-se também em diversos estados do Brasil. Para participar dos Seminários os interessados devem acessar o site www. agrinho.com.br. Para mais informações sobre a passagem do 2º Seminário Regional de Formação de Professores Agrinho em Guarapuava, ligue (42) 3626-4789.


CURSOS PROFISSIONALIZANTES

CAPACITAÇÕES A TODO O VAPOR Confira os mais recentes cursos realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em parceria com o Sindicato Rural de Guarapuava: CERQUEIRO - CONSTRUÇÃO DE CERCAS DE ARAME FARPADO E DE ARAME LISO

03 a 17 de abril

Colégio Agrícola Est. Arlindo Ribeiro

Juliano Antunes da Silva

TRABALHADOR NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS - NR 31.8

27 a 29 de março

Cooperativa Agrária

Sindicato Rural de Guarapuava

09a 10 de abril

Extensão de Base em Candói

Janete Maria de Oliveira Armstrong Vieir

TRABALHADORES AGRÍCOLAS NA OLERICULTURA PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO, DO PLANTIO À COMERCIALIZAÇÃO

Rubens Gelinski

29/março a 07/abril

Assentamento Europa

Karina Calil Caparroz

TRABALHADOR NA BOVINOCULTURA DE CORTE MANEJO DE BOVINOS DE CORTE

CURSO BÁSICO DE MANDIOCA

23 a 24 de março

TRABALHADOR NA PISCICULTURA SISTEMAS DE CULTIVO

Freddy Mahnic

12 e 14 de março

Sindicato Rural de Guarapuava

Emerson Orestes Ferraza

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JAA - JOVEM AGRICULTOR APRENDIZ - CENÁRIO AGROSSILVIPASTORIL - PREPARANDO PARA GESTÃO

05 de março a 16 de julho

Associação Beneficente das Senhoras de Entre Rios - Projeção

TRABALHADOR NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS AGROSSILVIPASTORIS – SOL RURAL

16 de abril a 10 de maio

Extensão de base de Cantagalo

Josias Schulze

TRABALHADOR NA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS (TRATORISTA AGRÍCOLA) NORMA REGULAMENTADORA 31.12

16 a 20 de abril

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Sindicato Rural de Guarapuava

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Arfélio Cagnini

Francieli Cristina Grings

TRABALHADOR NA OVINOCULTURA MANEJO DE OVINOS DE CORTE

16 e 17 de abril

Foz do Jordão

Emerson Orestes Ferrazza

TRABALHADOR NO CULTIVO DE PLANTAS INDUSTRIAIS - ERVA-MATE / PLANTAS INDUSTRIAIS - INTEGRADO ERVA-MATE

13 a 21 de março

Assentamento 13 de Novembro

Zeno Alceu Hetka


SUINOCULTURA

A IMPORTÂNCIA DA CARNE SUÍNA NA NUTRIÇÃO HUMANA ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA (UNICENTRO): Max William Siqueira, Sandro Alvanir Ambrosio, Mayara Silvestri e Leticia Dal Posso Professor: Paulo Roberto Ost

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carne suína é a mais consumida em todo o mundo. Entretanto, seu consumo é proibido em certas religiões, como o Islã e o Judaísmo. No Brasil, é apenas a terceira mais consumida, atrás das carnes de frango e bovina. Nutrientes essenciais para uma dieta saudável compõem a carne suína. Rica em muitas vitaminas e minerais, é também uma das fontes mais completas de proteína, contendo todos os aminoácidos necessários para a manutenção e crescimento do corpo humano. Por essa razão, comer carne suína pode ser extremamen-

te benéfico não apenas para pessoas comuns, mas também para atletas, pacientes pós-cirúrgicos, crianças ou outros indivíduos que necessitam reparar, construir ou manter seus músculos. Além de sua maciez e sabor característico, outra virtude que a torna extremamente atrativa a indivíduos que buscam uma vida saudável é o seu potencial no auxílio da prevenção e controle de certas doenças, como a hipertensão arterial, anemia e disfunções cerebrais. O que é explicado devido a sua abundância em vitaminas do complexo B, ácidos graxos monoinsaturados, Potássio, Ferro, Zinco e Selênio.

O alto teor de gordura foi uma preocupação inerente à carne suína nas últimas décadas, impulsionando os suinocultores a trabalharem em conjunto com nutricionistas, médicos veterinários e geneticistas, os quais realizaram alterações na alimentação, no manejo, na genética e na ambiência dos suínos, com a finalidade de desenvolver um produto com menor teor de gordura e de boa qualidade. Esses avanços da suinocultura industrial resultaram na carne suína disponível atualmente, magra, rica em nutrientes, versátil, acessível e fácil de incorporar em qualquer dieta saudável e equilibrada. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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PROTEÍNA DA CARNE SUÍNA Fisiologicamente, as proteínas são indispensáveis para a vida, pois desempenham funções necessárias para o crescimento e manutenção da integridade das estruturas corporais e sua função. Fundamentais na regulação dos processos metabólicos, as proteínas são a peça chave para a formação de enzimas, hormônios, anticorpos e hemoglobina. Participam na regulação dos fluidos corporais e determinação do pH de diversos tecidos. Podem ser fontes alternativas de energia para o organismo e transportar outros nutrientes. O corpo humano pode ser composto por 11 a 17% de proteína. Logo, uma alimentação saudável deve conter fontes desse macronutriente. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) indica que a ingestão proteica diária de mulheres deve ser de 45g, já os homens necessitam consumir diariamente 55g. A deficiência proteica na dieta pode ser desastrosa, com impacto negativo para o organismo, pode enfraquecer ou inibir o sistema imunológico, retardar o crescimento de crianças. Além de causar disfunções como edema, hipoalbuminemia e fígado gorduroso, podendo predispor a uma infinidade de infecções oportunistas.

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Toda carne é composta principalmente por proteínas, sendo assim, dentre as carnes vermelhas, a suína é uma excelente opção para adição a uma dieta saudável, pois se trata de um alimento de alta digestibilidade e valor biológico, ou seja, possui todos os aminoácidos que precisamos ingerir. Em comparação com a carne bovina, a carne suína possui maior conteúdo de aminoácidos essenciais, como a leucina, lisina e valina. Além das proteínas, a carne suína contém alguns compostos nitrogenados não-proteicos, como ácidos aminados livres, peptídeos simples, aminas e creatina. Tais elementos, ainda que de pouco valor nutritivo, constituem fonte potencial de nitrogênio para aminoácidos e síntese de proteína endógena.

A GORDURA SUÍNA A gordura presente na carne suína encontra-se, aproximadamente, 70% em uma camada bem definida abaixo da pele, e o restante está entremeado as fibras musculares contribuindo com as características sensoriais da carne. A suculência encontrada nos diversos cortes suínos, é um exemplo claro da função desempenhada pela gordura entremeada (marmoreio). Esta tem o papel de evitar a perda excessiva de água durante o preparo, com isso a capacidade de retenção

de água é otimizada, resultando em uma carne suculenta de boa apreciação. Outra influência se dá no sabor da carne, sendo de fácil percepção a diferença quando se consome uma carne com uma camada adequada de gordura, tendendo ser mais saborosa e outra sem gordura, onde perde essa característica. Porém, a gordura não tem somente a função relacionada às características sensoriais, ela também tem importante valor nutricional devido a quantidade de energia gerada e seu perfil de ácidos graxos. Existem variações na composição dos ácidos graxos e na quantidade de gordura dependendo do corte escolhido, mas em todos há uma proporção maior de ácidos graxos insaturados em relação aos saturados. A discussão do quão prejudicial o consumo de gordura é para a saúde, muitas vezes se dá de forma equivocada, pois englobam doenças graves que podem levar a morte e, por falta de orientação adequada, tendem a culpar o consumo de gordura aos males relacionados ao colesterol. Quando se trata de colesterol elevado, primeiramente é necessário entender o que é o colesterol? Qual a causa da sua elevação na corrente sanguínea? Quais as consequências disto? E assim adotar medidas para a correção desta desordem. O colesterol é um tipo de gordura presente em todo o corpo, componente estrutural de membranas celulares, utilizado na produção de alguns hormônios e outras substâncias importantes. Cerca de 70% é produzido pelo próprio organismo e é fundamental para seu funcionamento adequado. Normalmente o chamado “colesterol elevado” na verdade está se remetendo a sua lipoproteína responsável por transportar o colesterol na circulação. Existem diferentes lipoproteínas, as de alta densidade (HDL) e as de baixa densidade (LDL). Elas desempenham funções específicas no organismo, sendo que as HDL, tem a função de transportar o colesterol das células do corpo em direção ao fígado para que ocorra a metabolização. Já as LDL desempenham função oposta, transportando do fígado para as células e neste caso quando há excesso e o colesterol não consegue ser utilizado pelas células, começam a serem depositados no interior dos vasos sanguíneos em forma de placas, gerando um quadro chamado de aterosclerose. Neste aspecto, o objetivo é reduzir os níveis de LDL na circulação, para isto,


estudos realizados por diversos pesquisadores concluíram que há uma relação clara entre o consumo de ácidos graxos monoinsaturados e polinsaturados na diminuição nos níveis séricos de LDL e, o consumo de ácidos graxos saturados, promovem uma elevação nos níveis de LDL. Assim, mudanças na dieta buscando o maior consumo de ácidos graxos insaturados é indicado de forma complementar na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares tendo a carne suína vantagens por oferecer relação mais favorável se comparada as carnes de frango ou bovinas.

VITAMINAS E MINERAIS A riqueza nutricional da carne suína não se limita apenas nas proteínas, seus micronutrientes como muitas vitaminas e minerais diferentes também são elementos de extrema relevância. Abaixo estão citadas as principais vitaminas e minerais encontrados na carne suína: TIAMINA: a carne suína é particularmente rica nessa vitamina do complexo B, a qual desempenha um papel essencial em várias funções corporais, como no bom funcionamento do sistema nervoso, dos músculos e do coração. Sua deficiência pode causar lesão cerebral potencialmente irreversível. SELÊNIO: contendo uma quantidade expressivamente maior de selênio que as demais carnes, a carne suína pode atuar no combate de radicais livres provenientes de células e tecidos, que promovem o envelhecimento precoce. Existem várias enzimas que possuem o selênio com ação antioxidante, entretanto a mais conhecida é a glutationa peroxidase. ZINCO: um mineral importante, abundante no suíno. É indispensável para que o cérebro e o sistema imunológico permaneçam saudáveis. VITAMINA B12: Apenas encontrada em alimentos de origem animal, a vitamina B12 é importante para a formação do sangue, função cerebral e é indispensável nos mecanismos fisiológicos da felicidade. Sua deficiência pode causar anemia e danos aos neurônios. VITAMINA B6: grupo de várias vitaminas associadas na formação das hemácias. NIACINA: também chamada de vita-

mina B3, exerce uma variedade de funções no corpo, é importante para o crescimento e metabolismo. FÓSFORO: Abundante e comum na maioria dos alimentos é essencial para o crescimento e manutenção do corpo. FERRO: a carne suína pode ser considerada uma boa fonte de ferro, apesar de conter menores níveis do que as carnes ovina e bovina. Importante componente das hemácias é crucial para um bom funcionamento do corpo.

A CARNE SUÍNA PODE CONTRIBUIR PARA O CONTROLE DA HIPERTENSÃO! É bastante conhecido, que cerca de, 20% da população mundial possui hipertensão arterial e que isto tem uma relação direta entre o balanço de sódio e potássio o qual o organismo mantém. O consumo de carne suína é indicado para indivíduos

com hipertensão arterial, pois sem dúvida alguma,pode ser uma grande aliada no controle desta doença. O Potássio contribui para a manutenção de níveis normais de sódio no organismo. Como se sabe, o excesso de sódio leva a uma retenção de líquidos no organismo e por consequência uma elevação na pressão arterial. Em virtude disso, pessoas hipertensas não devem ingerir alimentos com muito sal, pois se trata da principal fonte de sódio na dieta moderna. Comparada com outras carnes, a carne suína possuí um baixo teor de sódio, porém é rica em potássio, sendo recomendada para pessoas hipertensas. Entretanto, vale ressaltar a necessidade da aplicação de recomendações médicas, a fim de controlar essa enfermidade. Adotar hábitos alimentares saudáveis, praticar exercícios, usar medicamentos e manter uma vida equilibrada são aliados importantíssimos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o avançar das pesquisas em relação à carne suína, obteve-se um produto mais nutritivo e principalmente com baixos teores de ácidos graxos saturados, assim desmistificando que a carne suína faz mal à saúde. Todavia, é importante ressaltar que deve-se fazer a escolha do melhor corte, consumir com moderação e, principalmente, usufruir do sabor e qualidade que ela oferece para a saúde humana. REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ

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ERRATA: Na última edição, publicamos em duplicidade as páginas 88, 89, 90 e 91. Pedimos desculpas pelo erro e publicamos nesta edição as páginas com as fotos corretas.

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PROFISSIONAIS EM DESTAQUE

Anderson L. Rodrigues (Guaracampo)

Igor Vale (Wiz Soluções), Ricardo Mendes (Caixa), Raphaela Damiana (Caixa Seguradora), Técio Cassiano (Wiz Soluções), Samira Assunção (Wiz Soluções), Davi Cardin (Caixa) e Luciana Q. Bren (Sind. Rural de Guarapuava)

João Lázaro Pires, Assessor Sindical do Sistema FAEP Flávio Goulart, engenheiro de sistemas de produção da BOSCH Toni Schinemann (Agroceres) e Cândido Bastos Filho (CB Agro)

Fábio Zapaovski, gerente de cereais do produtor Celso Tateiva Celso D’Oliveira - Emater


PRODUTORES EM DESTAQUE

Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho, Zeca Botelho, Adriana Pires Botelho e Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Oseias Gomes e Francielle Maria Françak

Télcio Granemann Fritz Regina Rickli Siqueira e Aramis Mendes Siqueira Helinton Camargo

Heinrich Siegmund Stader

Edemar Balkau

Jairo Silvestrin Filho


2018 MAIO 01/05 01/05 01/05 01/05 02/05 02/05 03/05 03/05 03/05 04/05 04/05 04/05 05/05 05/05 06/05 06/05 06/05 06/05 06/05 07/05 07/05 07/05

ADELCIO MARTINI FRANZ MILLA FRANZ STOCK JOSEF TASCHELMAYER ANTÔNIO HERTZ ROBERCIL WOINARSKI TEIXEIRA HELENA MARIA BUSMAYER MATHEUS PAULO WOLBERT ROSSANA CAMPELLO MANFREDINI CARLOS HENRIQUE KAMINSKI ROBERT MILLA SIDNEY CAMARGO JÚNIOR JOEL HORST ZADIL CARNEIRO BATISTA DEMETRIUS PELLEGRINO BARBOSA IVO ANTÔNIO FABIANI JOÃO TELMA MARIA DAS GRAÇAS ABREU LACERDA OZÓRIO EURICO MARTINS NETO ADAM ILLICH CONRADO ERNESTO RICKLI LUIZ CARLOS SILVA MARCONDES

07/05 08/05 10/05 10/05 10/05 11/05 11/05 11/05 11/05 12/05 12/05 12/05 12/05 13/05 13/05 15/05 15/05 15/05 15/05 15/05 16/05 16/05

MARIA DA GLÓRIA MARTINS MESSIAS ARION MENDES TEIXEIRA FILHO ANTÔNIO FIDELIS DE VARGAS JOHANN ZUBER JÚNIOR RUY SERGIO TAQUES DA CRUZ ADMAR PAULO DE MORAES MACEDO NUNES MACHADO RODOLPHO SORIA SANTOS WAGNER SALVADOR RANSOLIN EDINA APARECIDA PINTO ALBERTI ELIAS BRANDALERO RODRIGO ZAMPIERI SIMONE MILLA EDUARDO PLETZ KARL EDUARD MILLA JORGE LUIZ ZATTAR MARIA HELGA FILIP PATRICK EGLES RODRIGO DAS NEVES DANGUI SIEGFRID MILLA SOBRINHO ALFREDO CHEREM FILHO ERIKA SCHUSSLER

16/05 17/05 17/05 17/05 17/05 18/05 18/05 18/05 19/05 20/05 21/05 21/05 21/05 22/05 22/05 22/05 22/05 22/05 22/05 24/05 24/05 24/05

HELGA SCHLAFNER ANDRE HILLER MARCONDES DANIEL BAITALA JOVINA JACY LOPES SERPA PEDRO VILSO PADILHA DA ROSA ALAN FERNANDO DE SALES JOSE ANTONIO OGIBOSKI ALMEIDA MANOEL ANTÔNIO FERREIRA BUENO EUGÊNIO BILLEK KAZUXIGUE KANEDA ALFREDO JAKOB ABT SÉRGIO ELISEU MICHELETTO WALTER JURGOVSKI ALAOR SEBASTIÃO TEIXEIRA FILHO ANA RITA HAUTH BRIGIT TEREZA LEH WECKL CLEUZA DE MOURA BABIUK JOSÉ SCHLEDER ALGAIER PATRICK GUMPL AMBROSIO IVATIUK ROZEMARIA CHEMIN DENARDI VICENTE FERREIRA LEITE

25/05 25/05 25/05 27/05 27/05 27/05 28/05 28/05 28/05 28/05 29/05 29/05 29/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 30/05 31/05

ELKE MONIKA ZUBER LEH RITA MARIA WOLBERT STEFAN DETLINGER NIVALDO PASSOS KRÜGER SANDRA MARA SCHLAFNER SANDER WALDEMIR SPITZNER GARON GERSTER JORGE HARMUCH KLAUS FERTER ROBERTO HYCZY RIBEIRO ANDERSON FORNAZZARI CHRISTOF LEH JORGE SCHLAFNER ADEMAR RAMOS DE SOUZA DANIEL SCHNEIDER FERNANDO BECKER JORGE LUIZ RIBAS TAQUES LEO TAQUES MACEDO PAULO CELSO SANTOS MELLO ANTÔNIO LAURI LEITE

11/06 11/06 11/06 12/06 12/06 12/06 13/06 13/06 13/06 13/06 13/06 15/06 16/06 16/06 16/06 17/06 18/06 18/06 19/06 20/06 20/06

ANTÔNIO RENATO DIEDRICH MARCIA DITTERT CRUZ SIEGLINDE MARATH SCHWARZ JOHANN KLEINFELDER JOSÉ PLACIDIO MOREIRA FILHO TERESIA ABT ANTÔNIO LOPES DOS SANTOS ANTÔNIO LUCCHIN EVERSON ANTÔNIO KONJUNSKI JOÃO MAURÍCIO VIRMOND RODRIGO AUGUSTO QUEIROZ MARIA MILLA AGENOR ROBERTO L. DE ARAÚJO BERNARDO SPIELER ZEHR RODRIGO JOSÉ DE ABREU JOSEF STEMMER CIRLENE APARECIDA RIBAS ADRIANO VERONICA DAUTERMANN STOTZER PEDRO KINDREICH EDUARDO OSVALDO GARAIS EMERSON SOUZA

20/06 20/06 20/06 21/06 21/06 21/06 21/06 21/06 22/06 22/06 22/06 22/06 23/06 23/06 24/06 24/06 24/06 25/06 26/06 26/06 26/06

JORGE FASSBINDER MANFRED BECKER MAURO CESAR SOARES PACHECO HERMES NAIVERTH JOSNEI AUGUSTO DA SILVA PINTO MARIO RIBEIRO DO AMARAL OSVALDIR JOURIS PETER WOLBERT CYRANO LEONARDO YAZBEK JOHANN REITER OZOEL MARTINS LUSTOZA PAULINO BRANDELERO LINDALVA SUEK VOLNEI KOLC ANTHON SCHWEMLEIN CLÁUDIA HERTZ JAIRO SILVESTRIN WALTER JOSEF JUNGERT ALTAIR NIQUETTI ANDREAS KELLER JÚNIOR ARI FABIANI

26/06 26/06 26/06 27/06 27/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 28/06 29/06 29/06 29/06 29/06 30/06 30/06 30/06 30/06

GENY DE LACERDA ROSEIRA LIMA GILSON ZACARIAS CORDEIRO PAULO CEZAR GROCHOLSKI CLEVERSON NAIVERTH PEDRO LUCCA BRUNO NORBERTO LIMBERGER ELEDA BOCHNIA GOMES JOÃO SPIELER JURACY LUIZ ROMAN MARLENE ARAÚJO NAIVERTH RENI PEDRO KUNZ RUDOLF EGLES AGENOR MENDES DE ARAUJO NETO MARINEZ BONA MUZZOLON PADILHA MÁRIO BILEK YASMIN MAYER ANDRÉ BENZ DOUGLAS LUIS LIMBERGER MONIKA KLEIN PAULO ANDRÉ ROCHA

JUNHO 01/06 02/06 02/06 02/06 05/06 05/06 05/06 05/06 06/06 07/06 07/06 07/06 08/06 08/06 08/06 09/06 09/06 10/06 10/06 10/06 11/06

RENATE TAUBINGER MILLA CLAUDILEIA FORNAZZARI PEDRO PAULO DALLA ROSA WERNER BRANDTNER AMILTON MARCONDES JUNIOR JOSÉ MARILTON CORREA REINHOLT DUHATSCHEK TEODORO KREDENS MAURO ALCIONE DOBROWOLSKI ANA MARIA JUNG KLEIN JOSÉ MARIA MACHADO MARLON NEWTON L. SCHNEIDER HEITOR VISENTIN KRAMER FILHO RAIMUND KELLER ROLAND WENDELIN EGLES ANTON SCHIMIDT CARLOS HENRIQUE E. ARAÚJO ABDUL RAHMAN DARUICH EDUARDO JOSEF REINHOFER MARCIO ANTÔNIO ROSA CAMARGO ADÃO ALCIONE MONTEIRO

CONFIRA A AGENDA DE EVENTOS AGROPECUÁRIOS: 44ª Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava 6 de maio Parque de Exposições Lacerda Werneck Guarapuava (PR) Tel.: (42) 3623-3084

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46ª Expoingá

Interleite Sul 2018

3 a 14 de maio

9 e 10 de maio

Parque Internacional de Exposições Francisco Feio - Maringá(PR) expoinga.com.br

Chapecó (SC) interleite.com.br/sul

MAI/JUN

2018

VIII Congresso Brasileiro de Soja 11 a 14 de junho Goiânia (GO) cbsoja.com.br


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