ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VIII - Nº 46 - Dez.2014/Jan.2015 Distribuição gratuita
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Revista do Produtor Rural do Paranรก
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Manchete
Bovinocultura de corte: preços e desafios em alta
Comunicação
Melhor matéria do WinterShow 2014 é da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ
Silagem
Uso de grãos de aveia branca na alimentação de bovinos
Fazendas Históricas
Juventude nos rastros de antigas tradições
Ovinocultura
Produção de ovinos no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária
Imposto de Renda
Contribuinte, é hora de agirmos!
Aprosoja e Canal Rural
Guarapuava na rota do projeto Soja Brasil
Legislação ambiental
Cadastro Ambiental Rural, faltam 5 meses...
Agricultura
Safra em alta, preços em baixa
Diretoria Presidente
1º Vice Presidente 2º Vice Presidente 1º Secretário
2º Secretário
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Josef Pfann Filho
Luiz Carlos Colferai
João Arthur Barbosa Lima
Jairo Luiz Ramos Neto
Anton Gora
Gibran Thives Araújo
Conselho Fiscal Titulares:
Ernesto Stock
Suplentes:
Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes
Lincoln Campello
Redação/Fotografia Editora-Chefe
Repórter
Estagiária
Roberto Hyczy Ribeiro
Alceu Sebastião Pires de Araújo
Cícero Passos de Lacerda
Projeto gráfico Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares
Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)
Pré-distribuição
Manoel Godoy
Geyssica Reis
Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação
Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR
Distribuição
Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR
André Zentner
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fernando Mancuelo Oliveira
Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Editorial
Que venha 2015! N
os últimos meses participei de diversos eventos do setor no Brasil e as estimativas mostram que é preciso cautela, controle de custos e capricho na condução das lavouras.
Com milho e soja no campo, em algumas regiões do Brasil a safra 2014/15 corre o risco de ficar no vermelho. O mercado internacional de grãos vai ser pressionado pela grande safra norte-americana e também pela produção de soja do hemisfério sul, que responde por 55% da oferta mundial. 2014 foi mais um bom ano para o setor agropecuário, com destaque para a pecuária de corte, que está em franca recuperação e é, portanto, matéria de capa desta edição. Na série de reportagens Fazendas Históricas, você vai conferir a bela história da Fazenda Candoy, administrada por Nelson Bremm e sua esposa, no município de Candói. Confira também como foi a passagem do Projeto Soja Brasil - Aprosoja/Canal Rural por Guarapuava; o dia de campo da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), que ocorreu em nosso município e o resultado da colheita de inverno com as expectativas desta safra de verão. Não deixe de ler o artigo sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), de Samanta Pineda, e as orientações de Sueli Karling sobre a Campanha do Imposto Beneficente. Parabenizamos nossa equipe de comunicação pelo destaque no 2º Prêmio Franz Jaster de Comunicação, promovido pela Cooperativa Agrária e Unicentro. Mais uma vez, a matéria sobre o WinterShow 2014, publicada na edição nº 45 da revista, ficou com o 1º lugar na categoria Impresso. Agradecemos a todos os produtores rurais, agrônomos, veterinários, técnicos, enfim, parceiros do Sindicato Rural de Guarapuava, que participaram das palestras, cursos, seminários e eventos festivos promovidos esse ano pela entidade. Agradecemos os anunciantes, que viabilizaram a continuidade desse canal de comunicação, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. Esperamos contar com a parceria de todos novamente em 2015. Agradecemos o empenho dos diretores, a dedicação dos colaboradores e a confiança dos associados. Desejamos um feliz Natal e que 2015 seja um ano de altas produtividades e rentabilidade, com muita saúde, paz e prosperidade. Boa safra e boas festas!
Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
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Foto: Manoel Godoy
Foto destaque da edição
Revista do Produtor Rural do Paraná conquista, pelo segundo ano consecutivo, o 1º lugar na categoria impresso - Prêmio Franz Jaster de Comunicação. Na foto, Aldo Bona (Reitor da Unicentro), Geyssica Reis e Luciana Q. Bren (Revista) e André Spitzner (Ger. Agrícola Cooperativa Agrária)
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Artigo
Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná
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uando se lê o comentário dessa filósofa, não resta praticamente nada a se comentar em relação à situação do nosso país hoje. Um país que tem as maiores riquezas naturais do mundo. Temos aquilo que existe de mais caro: água e calor. Não existe outro país onde se possa fazer duas ou até três culturas por ano, que tenha a energia mais barata e renovável do mundo, mas que continua sendo um país pobre, com uma das piores distribuições de renda do mundo. O motivo é muito simples. A riqueza vem do trabalho, a ideologia não enche a barriga de ninguém. Os exemplos estão em toda a parte do mundo: países capitalistas são ricos, tem a melhor distribuição de renda. Países socialistas são pobres. Nos países socialistas existe uma elite política rica, mas o país é pobre, a população é pobre. Nós, da agropecuária, temos pouco a reclamar. De fato, havia uma política de apoio a agropecuária, principalmente com linhas de crédito para financiar a atividade. Faltou uma política de preços mínimos e de seguro agrícola. Não podemos esquecer, porém, que o cenário mundial também era favorável à produção agropecuária. Mas o resultado está aí: o agronegócio hoje é o maior empregador de mão de obra, abastece a mesa do brasileiro, gera riqueza interna, mantém a balança comercial positiva, pagou nossa dívida externa e gerou as reservas cambiais que o Brasil tem hoje. Tudo isso é resultado de pesquisa, trabalho que gera produção e de uma política adequada. Além de tudo isso, toda essa riqueza é gerada em uma área de terras pequenas em relação ao tamanho do Brasil e o campo é o setor que mais preserva o meio ambiente, fornecendo ainda, gratuitamente, oxigênio para a população urbana. Se o atual e o futuro governo quiserem que o Brasil realmente chegue ao futuro precisa mudar a sua filosofia. Precisa priorizar o trabalho. Agora se esse governo quiser apenas se manter no poder, vai continuar com essa política nefasta que hoje estamos vendo. E o que tudo indica, nos parece que a intenção realmente é a de se manter no poder. Penso ser esse o maior crime que pessoas podem praticar contra os seus próprios cidadãos. Sacrificar uma nação inteira para beneficiar poucos. As atitudes desse governo são iguais a todos os governos totalitários que já passaram por esse mundo e ou ainda estão no poder. Mudar as regras da economia, maquiar resultados, estatísticas, manter um forte marketing enganoso em relação à população, privilegiar os companheiros e os que geram recursos para financiar o partido e manter o povo na absoluta pobreza e ignorância. Dar ao povo migalhas como as bolsas que estão aí, em troca de voto. A democracia começa com pessoas bem intencionadas, que trabalham, que geram riqueza, que privilegiam a verdade, a transparência. São essas atitudes - e apenas essas - que podem mudar o futuro do Brasil.
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Projeto Identidade Sindical 2014 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:
Guarapuava Materiais, Assessorias e Serviços
BetoAgro AGRONEGÓCIOS
10% nas prestações de serviços
10% em todos os serviços prestados
10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
10% em todos os serviços prestados
5% sobre valor final da negociação
15% em acessórios e serviços
10% à vista ou parcelado
15% no valor do curso
15% de desconto à vista e 5% a prazo
3% no final da negociação
10% camping, pesca, piscina e carabinas de pressão
10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B
30% em cursos oferecidos pelo escritório
5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos
3% de desconto adicional para compra à vista
Descontos em todos os ramos de seguros
Tecnologia, Saúde e Outros
15% na realização de exames radiográficos
5% em serviços ou equipamentos
Descontos em exames
Benefícios para associados
Benefícios para associados
10% nas consultas de fisioterapia; 5% nos pacotes e palmilhas
Insumos agrícolas Newdeal Agroscience 3% na linha de produtos Forquímica
Desconto de 3% na Linha de Produtos New Deal
3% em toda linha de insumos agrícolas
* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.
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3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos
Máquinas e Implementos Agrícolas
Produtos Veterinários/Agroveterinárias 3% à vista ou cartão de débito e 2% a prazo ou cartão de crédito; exceto vacina aftosa e produtos de promoção
5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais
3% à vista na compra de suplementos para equinos.
Bonificações em produtos
5% nas compras realizadas na loja
3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores, renovador de pastagens e grade de dentes espalhador de palha
5% à vista, exceto para produtos promocionais
candói Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
Serviços 3% nos produtos da loja, em produtos de veterinária e pet-shop
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% sobre valor final da negociação
Saúde
6% em Materiais de construção, movéis e casa pronta
5% toda linha de medicamentos
cantagalo Agroveterinárias e Insumos Agrícolas
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
Materiais, Assessorias e Serviços
5% sobre valor final da negociação
Saúde
15% à vista 5% parcelado
20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente
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No mercado, aquecimento. No campo, desafios a superar.
Bovinocultura de corte: preços e desafios em alta A
alta do boi gordo seguiu forte no final de 2014. Mas em nível nacional, o setor, mais do que festejar, vem refletindo ainda mais sobre o presente e o futuro da atividade, já que vários são os desafios que ainda precisam ser superados. Se no mercado compradores demandam produto, a oferta é insuficiente; no campo, alguns bovinocultores sentem que também tiveram elevação nos custos, fato considerado preocupante numa atividade de rentabilidade menor do que a de outros ramos do agronegócio; e no varejo, o
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consumidor se pergunta se a alta da carne bovina permanecerá durante o ano novo, havendo já quem esteja preferindo recorrer ao frango – tendência que poderá limitar a alta da carne, conforme análise de conhecedores do ramo. A conjuntura é confirmada por órgãos de pesquisa econômica. O IMEA (Instituto Mato-Grossense de Pesquisa Agropecuária) divulgou, no dia 1º de dezembro, em seu site, boletim semanal da bovinocultura (datado de 28 de novembro deste ano) registrando um quadro classificado como
Fotos: Manoel Godoy
“baixa oferta”. De acordo com o instituto, “no acumulado de jan/14 a out/14, o montante de animais encaminhados à indústria foi 8,1% menor que no mesmo período do ano passado, totalizando 4,6 milhões de cabeças”. A análise detecta também queda de 11% no abate de fêmeas. Com isso, de janeiro a outubro de 2014, os frigoríficos estariam utilizando, na média, apenas 46,45% de sua capacidade, contra 51% no mesmo período de 2013, experimentando elevação de custos e redução de margens. O IMEA apontava para a possibilidade de haver maior concorrência por animais, para se tentar reduzir a ociosidade. Em São Paulo, o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Avançada – ESALQ/USP), também mostrava, na edição de outubro de sua análise mensal da bovinocultura de corte, um panorama de aquecimento. A instituição destacou, em sua Análise Conjuntural, que o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&F Bovespa (estado de São Paulo) encerrou outubro acumulando valorização de 8,5%, com R$ 140,18. No mesmo mês, naquele estado, a carcaça casada bovina registrou valorização de 7,2%. O informe também apontou para a seca, que prejudica a engorda do boi, revelando que frigoríficos relatavam dificuldade de adquirir novos lotes, em especial de fêmeas. Exportações também contribuíram para reduzir a oferta interna.
A venda ao mercado externo, de acordo com informação divulgada pela ABIEC (Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne, com sede em São Paulo), no dia 13 de novembro, havia registrado, em outubro, alta de 20%, em faturamento, com US$ 687,7 milhões; e de 17,47%, em volume, com 140,6 mil toneladas. Guilherme Souza Dias e Celso D´Oliveira, da FAEP
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2013: Sindicato Rural de Guarapuava sediou um dos debates sobre bovinocultura de corte no Paraná
Ronei Volpi, assessor de diretoria da FAEP
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Se mercado aquecido sugere oportunidade para quem produz, empreendedores da bovinocultura e entidades representativas dos produtores rurais, como a FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), intensificaram uma reflexão: a pecuária bovina precisaria ter condições de aproveitar os novos espaços para comercialização. Mas isso exigiria resolver antigas questões (que variam de acordo com a região), da tecnologia à sanidade, passando pelo associativismo como estratégia de fortalecimento do setor. No Paraná, a Federação já vinha realizando, com entidades e instituições, pesquisa para ter uma radiografia da atividade no Estado. Em 2013, FAEP e CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) promoveram, em oito municípios, o ciclo de debates “Onde estamos e para onde vamos”, reunindo lideranças regionais e profissionais ligados à bovinocultura de corte, para discutir problemas do segmento e sugerir soluções. Ao lado de Paranavaí, Pato Branco, Santo Antônio da Platina, Ponta Grossa, Londrina, Cascavel e Umuarama, Guarapuava também sediou o evento, nos dias 24 e 25 de outubro (2013), no Sindicato Rural. Já no final deste ano, reunida no dia 18 de novembro, em Curitiba, a Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, liderada por Rodolpho Luiz Werneck Botelho (também presidente do Sindicato Rural de Guarapuava), decidiu dar início, de imediato, à elaboração de um projeto de longo prazo para desenvolver a atividade. Membros da comissão e representantes de entidades, que participaram do encontro, visualizam um plano que possa ter apoio dos próximos governos, para sua continuidade ao longo dos anos. Para o assessor de diretoria da FAEP, Ronei Volpi, o projeto significa “organizar de uma forma mais efetiva a cadeia produtiva”. Ele afirmou que “a pecuária tem um mercado promissor pela frente, não só para exportações, mas principalmente para a carne de qualidade no mercado interno”, mas recordou que qualidade se alcança com gestão, genética e sanidade. “Temos já bons exemplos no Paraná e temos de aumentar esses exemplos”, completou. Volpi sublinhou ser necessário também utilizar melhor os fundos de pesquisa já existentes. Porém frisou que a ideia não é competir com soja e milho, mas “trabalhar com maior eficiência na complementaridade dessas atividades”, como em propriedades que, em Guarapuava e região, realizam integração lavoura-pecuária.
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Ouvido pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, no dia 2 de dezembro, o professor Paulo Rossi (UFPR), doutor em bovinocultura de corte e mediador do ciclo de debates sobre o setor, promovido ano passado, observou que, a seu ver, os principais desafios do Paraná são gestão, definição de nichos de mercado e formação. “Capacitação não só para o profissional (de assistência técnica), mas para o produtor”, enfatizou, defendendo uma visão empresarial da produção. “Em São Paulo, tem propriedade saindo da cana e indo para a pecuária de corte, mas não é aquela de 20 anos atrás”, exemplificou. Ele assinalou que produtor moderno “deve ser capaz de conhecer indicadores e rentabilidade”. Outros passos importantes para o Estado seriam a recuperação de áreas de pastagem e a criação de linhas de créditos específicas para a atividade. Rossi avaliou ainda que a bovinocultura de corte, no Paraná, apesar da alta, permanecerá em áreas menos nobres, mas poderá ser mais eficiente com mais tecnologia, como novas formas de adubação: “Adubar uma área plana é fácil, mas uma declivosa é difícil”. Para ele, foco também é necessário e uma opção para o Estado, mais do que competir com outros centros produtores, seria concentrar-se em qualidade, na produção de carnes nobres. Comparando, Rossi apontou que este diferencial permite ao Uruguai exportar para os Estados Unidos. Com a tarefa de reunir as informações da comissão no plano para a bovinocultura de corte, o zootecnista Guilherme Souza Dias, da FAEP, disse que as diretrizes macro estão claras. “Pre-
No Paraná, o rebanho bovino como um todo conta com cerca de nove milhões de animais. De acordo com a FAEP, aproximadamente metade deste número tem vocação para pecuária de corte. Nesse setor, as raças são indianas ou europeias.
Paulo Rossi, da UFPR
Inácio Kroetz, presidente da Adapar
Fotos: Manoel Godoy
“Nada mais acertado que os bovinocultores realcisamos estimular o produtor”, declarou. Tópico mente terem um plano”, aprovou, indicando que relevante nesse contexto, segundo informou, é um projeto, no Paraná, deve ser diferenciado, já o conhecimento. “Estamos fomentando pesquique no Estado os custos são maiores do que em sa, por exemplo, com o IAPAR, sobre fertilização centros produtores como Mato Grosso, Tocantins, e novas cultivares para áreas declivosas, jusPiauí, Goiás ou Rondônia. A produção, avaliou, tamente para otimizar a bovinocultura de corte teria de ser dirigida a mercados mais exigentes, nessas áreas”, destacou. O zootecnista comentou que pagam preços melhores, como Coreia do Sul, que, por outro lado, o diagnóstico da UFPR reveJapão, Estados Unidos e União Europeia. “Para lou que no Paraná existem já algumas cooperatiisso, temos de ter status sanitário adequado, que vas do ramo que vêm obtendo bons resultados. aqueles países aceitam”, defendeu. “O Estado vai “É preciso analisar o que elas vêm fazendo de progredir na sua estrutura de diferente para proporcionar, ao defesa agropecuária, para fazer bovinocultor, um bom input fifrente aos países importadores nanceiro”. “Não adianta ter mais exigentes, e o setor privado O assessor técnico da FAEP, sanidade e não ter está planejando melhor, para ter Celso D´Oliveira, complementou produto; não adianta uma produção mais padronizaque, por isso, outra linha importante do plano deverá ser a ter produto e não ter da, para atender o consumidor daqueles países”, analisou, reorganização dos produtores por sanidade” sumindo: “Não adianta ter sameio do associativismo. A ideia nidade e não ter produto; não seria os bovinocultores se reuInácio Kroetz, presidente da Adapar adianta ter produto e não ter sanirem, segundo grupos de intenidade”. resse, que possam evoluir para associações ou Para marcar o novo momento, a Comissão cooperativas. D´Oliveira recordou que, unidos, Técnica da Bovinocultura de Corte da FAEP eseles teriam melhor condição para subsidiar astendeu as atividades de sua reunião, realizando sistência técnica, adquirir insumos e negociar para seus membros, em Guarapuava, visita técpreço com compradores. “É um desafio enorme, nica a duas propriedades rurais de criação de porque isso não faz parte da cultura do pecugado de corte. De acordo com membros da coarista tradicional”, disse. Para o assessor, esta missão, as visitações são já uma prévia de ennova mentalidade pode vir de novas gerações contros técnicos que se pretende organizar, para de bovinocultores, ou de produtores rurais que pecuaristas, no âmbito do plano da bovinoculbuscarem diversificação na pecuária. Mas D´Otura de corte. Conforme explicaram, assim como liveira lembrou que no Estado “existem dois ocorre na agricultura, é preciso que se realize Paranás”: um acima e um abaixo da latitude 24 dias de campo também para o setor, em várias graus sul, com climas diferentes. Por isso, frisou, regiões do Estado. Para isso, ainda de acordo com na bovinocultura de corte, mais do que usar um a comissão, se buscará definir áreas modelo, que pacote tecnológico padrão que fosse definido possam servir como parâmetro para modernizapelo plano, os grupos de produtores teriam de ção da atividade. ser regionais, usando as alternativas técnicas adequadas às suas realidades. Falando sobre o plano à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, o presidente da Adapar, Inácio Kroetz, que participou da reunião da comissão técnica da bovinocultura de corte em novembro, em Curitiba, reforçou que o segmento precisa de um plano plurianual. “Ela (a bovinocultura) não dá resposta em um ou dois anos, é uma atividade de ciclo longo”, afirmou, observando que em geral os animais precisam de cinco a seis anos para chegar ao ponto de abate. Kroetz analisou que, mesmo no chamado ciclo precoce, os bovinos de corte são abatidos 24 meses a partir do nascimento, sendo esta modalidade praticada apenas em algumas regiões, como a de Guarapuava.
Plano inclui dias de campo sobre bovinocultura de corte em várias regiões do Paraná Revista do Produtor Rural do Paraná
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Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faep
Fotos: Manoel Godoy
Dia de campo foi um sucesso
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A Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) se reuniu nos dia 20 e 21 de novembro em Guarapuava. A organização do encontro foi feita pelo Sindicato Rural de Guarapuava, FAEP e Senar. Mais de 40 pessoas, membros da comissão, representantes de sindicatos de municípios como Maringá, Colorado, Umuarama, Santo Antônio da Platina, Toledo e Apucarana, entre outros, marcaram presença. A programação iniciou na sede do Sindicato Rural, com recepção do presidente da comissão e também da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Logo após, o presidente da CooperAliança Carnes Nobres, Edio Sander, apresentou a estrutura, o sistema de funcionamento, números da produção do projeto bovinos e também as expectativas para os próximos anos. O projeto é dividido em dois: Novilho Precoce e Angus. No projeto Angus, as carcaças são classificadas com camadas de gordura com três milímetros ou mais. A partir de quatro milímetros, o pecuarista recebe bonificação a cada Sander, presidente da CooperAliança carcaça. Atualmente são 119 cooperados. “Um dos fatores que mais agradam os cooperados é que eles próprios formam os preços e não a cooperativa”, destaca Sander. A expectativa de abates para esse ano é mais de 16 mil cabeças. O projeto na área de bovinos mais importante, atualmente, é a construção do frigorífico próprio da Cooperaliança, que inicia no próximo ano. O investimento será de R$ 18 milhões e serão abatidos 40 animais por hora. Em seguida, os participantes seguiram para a Fazenda Cristal, do pecuarista João Arthur Barbosa Lima. Lá, observaram o sistema de terminação de bovinos. Na propriedade são terminados animais super e hiper precoces das raças Brangus, Braford, Charolês, Nelore, Hereford, Canchim e Angus no sistema de semi-confinamento. Lima pretende partir para cruzas com 100% da raça Angus nos próximos anos. ”Talvez não consiga 100% já em 2015, mas 85%, em média, acredito
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Lima, pecuarista que recebeu os participantes no primeiro dia do evento atingir”. O motivo é uma demanda da CooperAliança Carnes Nobres, de Guarapuava, da qual é cooperado desde a sua criação, em 2007. De janeiro a outubro de 2014, ele entregou 689 animais a cooperativa, com uma média de 60 novilhos/novilhas por mês. O plantel é alimentado no inverno, principalmente com aveia e azevém, normalmente sem suplementação. Já quando há problemas climáticos, utiliza-se suplementação. No verão, os animais em adaptação são levados ao confinamento. As fêmeas em terminação recebem silagem de milho (aproximadamente 8 kg por animal/dia) e concentrado (3 kg por animal/ dia). Os animais em recria recebem também silagem de milho e concentrado, porém em uma quantidade menor ao dia. As pastagens usadas na estação são tifton 85, aruana e convert. Para ele, as melhorias que vêm sendo realizadas, por meio da cooperativa, como melhoramento de plantel e condições de pastagem fazem com que a produção esteja, cada vez mais, dando bons resultados. A expectativa para o ano que vem é a entrega de 1200 animais terminados. Quanto ao dia de campo, João Arthur disse que a troca de informações, em eventos como aquele, é sempre muito interessante. “Foi um prazer receber todos em minha propriedade. Sempre fui fã de dias de campo pela troca de ideias que proporciona. Conheci novas pessoas da área, de todo o Estado, e também pude rever os colegas mais antigos aqui da região”. No dia 21 de novembro os participantes visitaram a Chácara Bela Vista, do agropecuarista Edio Sander. Em uma área de 65 hectares, ele cria bovinos e também cultiva grãos. O sistema é de semi-
confinamento, sendo 50% no pasto e 50% no confinamento. Durante a recria, os novilhos recebem suplementação alimentar, além do pasto. Ele entregou, até outubro de 2014, 602 animais à CooperAliança, cooperativa da qual ele é presidente, e comemora as vendas dos animais a 15,8% a mais do que o mercado comum. Sander destacou que o momento da pecuária é bom e que a atividade pode ser rentável tanto quanto a agricultura, afirmando que dados mostram o quanto a pecuária pode ser lucrativa. “No momento em que se trata a pecuária com o mesmo nível tecnológico da agricultura, é possível ter uma rentabilidade igual ou superior à agricultura. O grande problema sempre é a resistência ao uso da tecnologia, a falta de investimentos”.
Como anfitrião, Sander destacou que foi um ótimo momento para a CooperAliança receber a comissão, já que são pessoas importantes na área da pecuária, formadores de opinião, que discutiram sobre os sistemas de produção que visualizaram e divulgarão o trabalho da cooperativa.
Carne de qualidade: melhor remuneração no mercado
A comissão em Guarapuava Como presidente da comissão, Botelho disse que a experiência dos dias de campos em cidades do interior do Estado vem agradando bastante os membros. “São experiências que agregam bastante, pois é possível conhecer realidades diferentes de produção em cada região do Estado. A nossa meta era fazer dois dias de campo no ano, conseguimos fazer três”. Em Guarapuava, nas duas propriedades visitadas, o presidente observou que foi possível analisar Botelho, presidente da como a pecuária pode atingir uma Comissão Técnica alta rentabilidade, algumas vezes até mais alta que na agricultura. Outro ponto que para ele foi interessante foram as produções com uma alta qualidade de carne. Os participantes elogiaram o dia de campo. “A visita foi maravilhosa. Os sistemas são diferentes e, ao mesmo tempo, podem ser implantados em nossas propriedades e com a garantia que dá retorno. Não é só para grandes propriedades. É possível implantar em pequenas propriedades também, com pouca mão-de-obra. O sistema de creepfeeding me chamou bastante atenção, assim como o confinamento, além da raça Angus”, destacou o participante Laércio Braun, de Toledo. Para Larissa Lorena Galassini, que veio de Maringá, a experiência agregou bastante. “No dia de campo podemos trocar experiência tanto com o pessoal técnico, como os próprios produtores e pecuaristas”. Ela destacou, principalmente, o funcionamento da CooperAliança. “Acho que as cooperativas são um futuro promissor para a pecuária. Eles demonstraram que usam muito de tecnologias avançadas e implantam um sistema que favorece os cooperados, dando possibilidade para que eles tenham um rendimento muito bom”.
Foram realizadas visitas em duas propriedades de pecuaristas na região de Guarapuava Revista do Produtor Rural do Paraná
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Comunicação
Melhor matéria do WinterShow 2014 é da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ Depto. de Comunicação do Sindicato Rural de Guarapuava recebeu três prêmios nesta edição do evento, sendo bicampeã na categoria Impresso
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noite de 24 de novembro foi de prêmios para a equipe de comunicação do Sindicato Rural de Guarapuava. A entidade e sua publicação oficial, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, foram destaque na cerimônia de entrega do Prêmio Franz Jaster de Comunicação, promovido pela Cooperativa Agrária, em parceria com a Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro). Os jornalistas Luciana de Queiroga Bren, Manoel Godoy e a estagiária de comunicação Geyssica Reis receberam prêmios nas categorias Impresso e Fotografia. A Revista do Produtor Rural foi a primeira colocada na categoria Impresso, com a manchete de capa: Sob sol escaldante, WinterShow divulgou pesquisas de cereais de inverno. A foto Detalhe Cevada, que inclusive foi capa da edição nº 45 da Revista do Produtor Rural, ficou com o primeiro lugar na categoria Fotografia. Mais duas fotografias publicadas no site da entidade ficaram em terceiro e quinto lugar. Os jornalistas ganharam troféu e premiação em dinheiro. O Sindicato Rural também colaborou com o programa Prosa Campeira, da Faculdade Campo Real, que conquistou o segundo lugar na categoria Material Televisivo. O prêmio enaltece as matérias que conseguiram exprimir a essência do WinterShow 2014, promovido pela Agrária em outubro passado e reconhecido como principal evento sobre cereais de inverno do Brasil. Além dos finalistas e convidados, a cerimônia de premiação contou ainda com a presença da diretoria, pesquisadores e colaboradores do departamento de marketing da Agrária, bem como o reitor da Unicentro, Aldo Nelson Bona, e representantes da Coordenadoria de Comunicação Social.
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Confira os vencedores do Prêmio Franz Jaster de Comunicação 2014: Categoria: Fotografia 1º lugar: Revista do Produtor Rural - Manoel Godoy - Detalhe cevada 2º lugar: Faculdade Campo Real - Michel Pereira de Souza - Tecnologia em prol da produtividade 3º lugar: Site do Sindicato Rural de Guarapuava Manoel Godoy - Contraste verde/azul 4º lugar: Revista Acig - Bárbara de Oliveira Miranda - Dos campos para a mesa do consumidor 5º lugar: Site do Sindicato Rural de Guarapuava Geyssica Caetano Reis - 1. e 2. plano Categoria: Reportagem Radiofônica 1º lugar: Rádio Cultura - Luãn José Vaz Chagas Winter Show reportagem 14/10/2014 2º lugar: Rádio Cultura - Luãn José Vaz Chagas Winter Show reportagem 17/10/2014 Categoria: Jornalismo Impresso ou online 1º lugar: Revista do Produtor Rural - Luciana de Queiroga Bren - Com sol escaldante, WinterShow divulgou pesquisas de cereais de inverno 2º lugar: Revista Acig - Bárbara de Oliveira Miranda - O caminho do laboratório para o campo 3º lugar: Site Prefeitura de Guarapuava - Ana Ligia Sena - WinterShow 2014: palestras fazem diferença no dia a dia dos produtores 4º lugar: Site Acig - Bárbara de Oliveira Miranda - Público lota primeiro dia do WinterShow 5º lugar: Site Prefeitura de Guarapuava - Ana Ligia Sena - Guarapuava recebe empresas e mídia nacionais em evento agrário Categoria: Material Televisivo 1º lugar: TV Humaitá/TJ Boa Noite Guarapuava Marisa Kaminski - WinterShow2014 2º lugar: Faculdade Campo Real/Programa Prosa Campeira - Vanessa Lobato da Costa Especial WinterShow
Pragas urbanas
Combate a roedores: um serviço especializado O controle de animais peçonhentos ou perigosos sempre foi uma questão importante, na cidade e no campo. Mas hoje, no meio rural, o assunto começou a ganhar ainda maior significado, já que em muitas regiões as propriedades cresceram, passaram a contar com grandes unidades de armazenagem e começaram a buscar certificações de qualidade – da segurança no trabalho à limpeza das instalações – como forma de permanecer ou ampliar sua presença no mercado de commodities. Pensando neste cenário, a empresa Zanella começou a realizar, em Guarapuava e região, serviços de controle de pragas urbanas como ratos, aranhas, escorpiões e cupins, entre outras. O trabalho já vem sendo procurado por algumas das grandes propriedades da região, conforme contou o empresário Adilson Zanella. “A demanda, hoje, é bastante grande, principalmente para o controle de roedores”, comentou, observando que por outro lado esses clientes “têm buscado empresas especializadas”. Ele completou que, considerando esta tendência, preparou sua equipe para prestar todo tipo de serviço dentro das especificações e leis necessárias: “Nossos colaboradores são habilitados. Hoje, dentro da legislação, isso quer dizer: NR 33 e NR 35, que regulamentam trabalho em ambiente confinado, em altura, porque a lei exige isso hoje”. O empresário acrescentou que, no caso de fazendas que já gestionam a implantação de padrões ISO para certificação, Zanella fornece documentação que contribui para que os proprietários possam comprovar medidas adotadas em prol do novo patamar de qualidade, como laudos técnicos. Mas ele chamou a atenção para o fato de que
o controle de roedores é uma questão importante para todos os produtores, pequenos, médios ou grandes, já que a presença de ratos se mostra prejudicial tanto à saúde das pessoas, por causa da transmissão de doenças, e aos grãos armazenados ou alimentos, quanto ao próprio patrimônio: da estrutura física ao maquinário. Segundo disse, há relatos sobre animais entrando nos equipamentos, danificando componentes e a parte elétrica, o que além do prejuízo financeiro representa ainda um risco para a segurança. “O rato pode causar um curto-circuito. Temos vários casos de clientes, aqui da empresa, que já tiveram esse acontecimento”, completou, observando que nas unidades de armazenagem o perigo é o mesmo. Para evitar o problema, o serviço prestado pela empresa abrange um monitoramento: “Temos um corpo técnico responsável. Os colaboradores são habilitados e fazem todo o procedimento padrão de acompanhamento (do controle de roedores). Isso, visando não os equipamentos, mas a estrutura. Objetivamos proteger não só a saúde humana, mas também o animal e o patrimônio”. Ele acrescentou que também são realizados acompanhamentos para verificar como está a situação do grau de infestação, com a emissão de laudos e relatórios, no âmbito de um programa de controle que passa a ser implantado na propriedade. O empresário lembrou ainda que a Zanella está apta a realizar o controle de outras pragas urbanas, como aranhas, escorpiões e cupins, e que o combate àqueles riscos é importante também no campo. Em todos os tipos de pragas, ele ressaltou que os produtos utilizados, além de serem de ponta em seus segmentos, são itens registrados em órgãos governamentais e que podem ser utilizados legalmente no Brasil.
Além de perigo à saúde, roedores podem ser risco também para equipamentos e unidades de armazenagem
Zanella: Equipe especializada (à esq.), o proprietário e diretor, Adilson Zanella
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Fotos: Geyssica Reis
Palestra
A palestra foi prestigiada por produtores rurais, agrônomos, técnicos e acadêmicos da área
Adubação nitrogenada complementar Tema foi debatido em evento promovido pela Unicentro e Agrichem
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Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), por meio do grupo de pesquisa AgrisusBrasil, com o apoio da Agrichem, promoveu no dia 1º de dezembro a palestra “Porque e como a adubação nitrogenada complementar aumenta a produtividade de soja, milho e feijão”. O debate foi apresentado pelo professor Doutor Itacir Sandini, coordenador do grupo de pesquisa da universidade, vinculado ao departamento de Agronomia da Unicentro. As pesquisas iniciaram na safra 2006/2007. Desde então, Sandini afirma que as culturas selecionadas (soja, milho e feijão) estão res-
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pondendo positivamente à adubação nitrogenada complementar. “Ela melhora o aspecto da qualidade dos grãos”. Inicialmente, as pesquisas eram realizadas apenas em propriedades de Guarapuava e região, mas atualmente a equipe está percorrendo todo o país, em estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Pará, Maranhão e Bahia. “Visitando vários lugares, percebemos que há muitas dúvidas quanto a esse tipo de adubação, principalmente na soja, que tradicionalmente é uma cultura não muito responsiva ao uso do nitrogênio. Mas nós estamos constatan-
do que as novas tecnologias, com o elemento, estão resultando em incrementos de produtividade nessa cultura”, afirma Sandini. O professor ainda destaca que apesar de ser uma tecnologia nova, já são mais de 1 milhão de hectares com utilização deste tipo de adubação complementar no país. De acordo com Sandini, é importante observar que somente a adubação nitrogenada não dá resultados na produção, por isso ela é complementar. O estágio da cultura quando se aplica a adubação é também fundamental para o bom efeito. “Tem que ser realizada na fase que a planta mais necessita do melhor enchimento, ou seja, no início do florescimento. Na fase vegetativa os grãos também necessitam de nitrogênio, mas a questão é a quantidade. Sendo assim, devem ser aplicadas as fontes comuns, como uréia, sulfato, entre outras”, recomenda. Outros pontos importantes na aplicação da adubação nitrogenada são a dosagem e a qualidade do produto. A dosagem depende de cada produto, mas Sandini afirma que três quilos de nitrogênio por hectare via complemento é a média usada. Quanto à qualidade, ele diz que “é preciso entender que nem todos os produtos serão responsivos. Depende das características da formulação do produto. Temos que considerar que determinados produtos, ao invés de melhorar, podem até mesmo piorar a produção”. Segundo ele, muitos produtos que têm como base a ureia são altamente prejudiciais à lâmina foliar, além de atuarem como um elemento corrosivo. “Portanto, o produtor precisa estar bastante atento ao adquirir os produtos. Às vezes, ele desacredita da adubação nitrogenada complementar, mas a verdade é que não foi feliz na escolha do produto”. Quanto à parceria com a Agrichem/ Agropantanal – Grupo Pitangueiras, que vem desde o início das pesquisas, em 2006, Sandini destaca que tem sido fundamental para os avanços das pesquisas, já que a empresa proporciona condições para que o grupo AgrisusBrasil possa estar viajando por todo o país, divulgando essa forma de adubação complementar. “Desde
o início, a empresa vem nos ajudando nas pesquisas, com os insumos, bolsas, deslocamento, enfim tudo aquilo que se faz necessário para os experimentos acontecerem. Também com essa ajuda, hoje podemos difundir os conhecimentos e resultados obtidos”. Orlei Bufoliski, representante de vendas da Agrichem em Guarapuava, comenta que as parcerias com as instituições de pesquisas são bastante importantes para a empresa e seus clientes. “A Agrichem vem trabalhando hoje com, aproximadamente, 35 instituições em todo Brasil. Com essas parcerias, temos um melhor custo benefício para nosso cliente, além da credibilidade relacionada à segurança e eficiência dos produtos”, finaliza.
Orlei Bufoliski, representante da Agrichem
Prof. Itacir Sandini, coordenador das pesquisas com adubação nitrogenada complementar
Já são mais de um milhão de hectares com utilização de adubação nitrogenada complementar”
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Bovinocultura de leite
Coamig decide incorporar CRPL De acordo com a cooperativa, a medida será realizada até o início de 2015
A segunda de três assembleias sobre o assunto ocorreu dia 28 de outubro, no Sindicato Rural de Guarapuava
Edson Bastos, presidente da Coamig
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Coamig deverá incorporar a Cooperativa Regional de Produtores de Leite (CRPL) até o início de 2015. A estimativa é do presidente da Coamig, Edson Bastos. O dirigente comentou na assembleia realizada, dia 28 de outubro, no Sindicato Rural de Guarapuava, quando o assunto foi colocado pela segunda vez em pauta para a apreciação dos participantes, incluindo um representante da OCEPAR – a entidade, que representa o cooperativismo no Estado, acompanha a incorporação. Bastos adiantou que uma terceira assembleia seria realizada, em data que naquele momento ainda seria marcada, para oficializar a decisão. Com a incorporação, a CRPL, que trabalhou com foco em especial no segmento de insumos, deixará de existir. A medida visa, de acordo com o presidente da Coamig, simplificar o dia a dia das duas cooperativas. “Hoje temos um grupo de sócios de uma e de outra. Alguns são sócios só da Coamig e outros, só da CRPL. A partir dessa (terceira) assembleia, teremos um só corpo de associados, juntando as forças de um com outro grupo em proveito de todos”, ressaltou. Ainda segundo avaliou, para quem é cooperado apenas da CRPL, a incorporação significará
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entrar numa “cooperativa já consolidada, com todos os seus problemas de débitos resolvidos, e com um patrimônio bem maior”. Esses cooperados passarão automaticamente a fazer parte do quadro de associados da Coamig, contando com todos os direitos que a incorporadora oferece. Bastos recordou que a cooperativa a ser incorporada foi estabelecida no passado pela própria Coamig: “Foi uma medida tomada há anos, em função das dificuldades da Coamig para operar com insumos. Naquela época, passamos por dificuldades muito sérias, depois do plano real, quando houve uma crise que atingiu diversas cooperativas do Paraná”. Atualmente, a situação é diferente, o que colocou o tema de novo em discussão. “Nós conseguimos, com muito trabalho e esforço do grupo, resolver todos os problemas. A existência de uma cooperativa para atuar no setor de insumos deixou de ser necessária. Então passaremos agora a trabalhar com uma só”, completou, antevendo que tudo deverá estar resolvido em termos jurídicos e práticos no início de janeiro do ano que vem, “passando a existir somente a Coamig, como existe desde 1968”. Ele também destacou que todo o processo vem sendo acompanhado pela OCEPAR, para que tudo esteja dentro do que determina as leis do cooperativismo.
Coamig: com cooperados em 17 municípios e central de recebimento de leite em Guarapuava, cooperativa é uma das mais importantes da região.
Nozes pecã
Excelentes possibilidades de mercado para produção orgânica de nogueira pecã Eng. Agr. MSc. Julio Cesar Farias Medeiros Responsável técnico Viveiros Pitol CREA 15.364-D JMedeiros Consultoria julio@jmedeirosambiental.com.br
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onsiderando a tendência mundial de consumo de produtos livre de agrotóxicos, adubos químicos e demais produtos sintéticos, o mercado para produtos orgânicos, que já é muito grande, cresce a cada dia, proporcionando, em consequência, preços cada vez mais atrativos aos produtores. Produtos como laranja, tangerina, moranguinho e hortaliças orgânicas têm um consumidor fiel e disposto a pagar preços mais altos, em função da qualidade e segurança alimentar que proporcionam. Muitos produtores de frutíferas como os de citrus já identificaram esta oportunidade, e vêm, em consequência, explorando este mercado altamente promissor, por meio da oferta de frutas in natura e de sucos orgânicos, que está muito longe de atingir a uma alta e crescente demanda. Da mesma forma, os produtores de hortigranjeiros já estão atingindo este mercado, colocando em feiras orgânicas e grandes supermercados uma gama muito grande de hortaliças livres de produtos químicos. Além da sua alta e crescente procura no mercado interno e externo, estamos ainda diante desta importante oportunidade de início de co-
locação também deste alimento livre de produtos químicos, o que, sem dúvida, é um diferencial competitivo muito importante num mercado cada dia mais exigente e seletivo. Importante salientar que alguns princípios que regem a agricultura orgânica valem também para o cultivo tradicional, que utiliza agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, e que, quando utilizados conforme recomendação técnica, também oferecem segurança no consumo. Porém, é inegável o grande apelo que a produção orgânica tem perante o consumidor, em função dos menores riscos à saúde que proporciona. É necessário frisar, entretanto, que o principal princípio a ser observado na produção orgânica, em particular, é com o equilíbrio fisiológico da planta, obtido mediante uma nutrição adequada. Planta bem nutrida adoece menos e tem menor incidência de ataque de pragas. O produtor de noz pecã que optar pela produção orgânica terá a sua disposição um mercado ávido pelo produto, e, por isto, disposto a pagar preços compensadores a quem investir neste sistema de produção.
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Cooperativa de crédito
Sicredi está entre as Melhores Empresas para Você Trabalhar De acordo com o levantamento da revista Você S/A, 90% dos colaboradores se identificam com a instituição financeira cooperativa
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Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 2,8 milhões de associados, foi eleito, pelo quarto ano consecutivo, uma das “Melhores Empresas para Você Trabalhar” do guia elaborado pela revista Você S/A em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração). A premiação foi realizada no dia 8, em São Paulo. Em 2014, o Sicredi obteve 79,5 pontos no Índice de Felicidade no Trabalho (IFT), 1,8 ponto acima da nota final registrada no ano passado (77,7). A nota conquistada pelo Sicredi é superior a das demais
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instituições financeiras que participam da premiação. Quase 400 empresas se inscreveram para participar do levantamento, que avaliou, entre outros quesitos, o índice de confiança dos funcionários com o ambiente de trabalho e as melhores práticas de gestão de pessoas das empresas. O desenvolvimento na carreira é destaque no Guia. Até o final do ano, os investimentos em treinamento e desenvolvimento devem superar a marca de R$ 30 milhões. Os cursos do “Sicredi Aprende”, que capacitaram mais de 17 mil pro-
fissionais da instituição, também estão entre os pontos positivos na avaliação da publicação. O levantamento mostra ainda que 90% dos colaboradores se identificam com a instituição, 82,9% dos profissionais estão satisfeitos e motivados e 82,5% acreditam ter desenvolvimento profissional. Os líderes são aprovados por 83,6% dos colaboradores, número superior ao registrado na edição passada (82,5%). O Índice de Qualidade no Ambiente do Trabalho (IQAT) é de 84,1 - ante 83,3 de 2013. Na avaliação do presidente da Sicredi Terceiro Planalto PR Adilson Primo Fiorentin, esta é uma conquista de cada colaborador e o reconhecimento das práticas de gestão de pessoas da instituição. “Respeitar a individualidade de cada profissional está na nossa essência e isso reflete em um ambiente de trabalho mais cooperativo. Por isso, é fundamental continuar investindo em políticas e programas de gestão de pessoas. Valorizamos nossos colaboradores pois sabemos que é graças a eles que os associados se sentem em casa quando estão no Sicredi e isso vem nos trazendo resultados e crescimento significativo ano após ano. Parabéns a todos os colaboradores
do Sicredi, principalmente aos mais de 110 que pertencem a nossa cooperativa de crédito e investimento Sicredi Terceiro Planalto””, comenta. O resultado do anuário está disponível no site e na edição especial da Você S/A de outubro, com informações complementares sobre as eleitas e detalhes do levantamento.
Sobre o Sicredi O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 2,8 milhões de associados e 1.306 pontos de atendimento, em 11 Estados* do País. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta com 101 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais – acionistas da Sicredi Participações S.A. - uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br. * Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.
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Outubro Rosa
Chaveiro da Vida
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Sicredi promoveu a palestra “Prevenir é o Alvo – Oficina do Chaveiro da Vida”, com Tania Mary Gómez, presidente do Instituto Humanista de Desenvolvimento Social (Humsol), no dia 22 de outubro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. A palestrante deu seu depoimento sobre como foi enfrentar o câncer de mama e focou sobre como é importante a prevenção. Por meio do tema, Tania idealizou o Projeto Chaveiro da Vida. Durante a palestra, as mulheres montam um chaveiro, onde cada fase significa uma etapa de prevenção da doença. “Idealizei esse projeto a partir de uma necessidade. Observava nas minhas palestras que as pessoas batiam palmas, se emocionavam, mas se eu voltasse daqui a dois meses, percebia que não fizeram os exames porque achavam que nada ia acontecer. Então era preciso deixar uma marca em relação ao câncer, para que as pessoas lembrassem diariamente da prevenção”. Por meio de dinâmicas e muita animação, Tania também reflete sobre a importância da autoestima nas mulheres e para aquelas que são acometidas pelo câncer, para que nunca desanimem.
Saúde da mulher A
inda dentro da programação da Campanha do Outubro Rosa, mais um encontro para mulheres foi realizado, no dia 29 de outubro, no Sindicato Rural de Guarapuava. Desta vez, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o tema debatido foi “Cuidados com a saúde da mulher”, envolvendo assuntos de incontinência urinária e autoestima. As palestrantes foram a fisioterapeuta Adriana V. de Paula, do Programa Municipal Melhor em Casa e a psicóloga Egleide M. de Melo, da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf – Santa Cruz). Adriana explicou que a incontinência urinária acomete 10% da população brasileira, sendo em sua grande maioria mulheres, que muitas vezes não procuram ajuda ou tratamento por vergonha. “É um problema que tem tratamento, mas geralmente quando é algo relacionado à pelve, existe um tabu mui-
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to grande. O tratamento com a fisioterapia pélvica, que é o fortalecimento do músculo é o menos agressivo e dá ótimos resultados, beneficia a mulher e melhora sua qualidade de vida”. Ela ainda ressaltou como é importante a busca por tratamento, pois a incontinência prejudica várias áreas da vida da mulher como a sexual, social e a autoestima. Já a psicóloga Egleide falou sobre a autoestima na vida das mulheres, buscando fazer com que as que estavam presentes refletissem sobre como é importante a mulher se olhar, encontrar si mesma, cuidar-se e refletir sobre os pilares de sua vida e seus valores.
Egleide M. de Melo
Adriana V. de Paula
Congresso
Ciências agrárias e ambientais
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O auditório da Faculdade Guairacá lotou no dia da abertura do evento
Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), em parceria com a Faculdade Guairacá e apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e Stoller, realizou o 2º Congresso do Setor de Ciências Agrárias e Ambientais entre os dias 3 e 6 de novembro. Com o tema “Ciência e tecnologia: cenário atual e perspectiva”, a coordenadora do evento, professora Ana Lúcia Crisóstimo afirmou que o objetivo foi convidar alunos de graduação, pós-graduação e profissionais das áreas de agrárias e ambientais a se aprofundarem sobre os mais diversos assuntos que este tema abrange, além de debater temas complementares à grade acadêmica. O evento alcançou o número de 400 participantes. “Atingimos nosso objetivo de socializar conhecimentos em torno do tema “Ciência & TecnoloAna Lúcia Crisóstimo, gia”. Podemos dizer que esse já é um evento consolidacoordenadora do evento do e que poderá ser realizado por muitos anos”. A programação incluiu palestras, minicursos e apresentações de trabalhos. A palestra de abertura foi sobre “Demandas e desafios da Ciência e Tecnologia para os profissionais do século XXI”, com a professora doutora Márcia Regina Carletto, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Ponta Grossa. A professora tratou principalmente da sustentabilidade, elencando 10 desafios que os profissionais das áreas de ciências agrárias e ambientais possuem, atuMárcia Regina Carletto, almente, ao exercer a profissão. Márcia explicou que na professora UTFPR realidade quando se fala em sustentabilidade, os profissionais precisam ir além da parte ambiental, atentando para dimensão social, econômica, política e cultural. “A ideia foi suscitar nos alunos, que ainda estão em formação, mas serão futuros profissionais, uma visão crítica e uma opinião própria, mais tarde, no exercício da profissão. Esperamos que eles sejam profissionais que atuem em prol de um desenvolvimento mais humano e que reflitam sobre a sustentabilidade”. Além das palestras, houve apresentações, que se dividiram em 49 comunicações orais de trabalhos completos e 110 pôsteres apresentados.
Minicursos Os minicursos totalizaram 24 nas áreas de ciências biológicas, geografia, medicina veterinária e agronomia. Um deles foi sobre Sanidade Bovina, com o professor Dauton Luiz Zulpo, da Faculdade Pontifícia Universidade Católica - Paraná (PUC). “Sanidade animal nada mais é que o controle de doenças por meio de vacinas ou por programas de controle, quando a doença não possui vacina”. Zulpo explica que quando não há vacina, tanto o produtor rural quanto o médico veterinário precisam aplicar diversas ações para evitar que o animal seja contaminado. “Algumas delas estão relacionadas à mudança de pastagem, fazendo o tratamento dos animais, evitando a disseminação da doença”. Segundo o professor, na área de sanidade bovina deve-se pensar sempre no rebanho todo e não somente nos animais individuais. “Hoje, a maioria dos veterinários e dos produtores está atento à sanidade. Porém, algumas vezes, ainda falta conhecimento sobre as doenças. Por isso, a importância de se buscar informação sobre novas doenças”.
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Notas
Outdoors no Sindicato Rural: uma ótima opção para anunciantes do agronegócio Empresas do agronegócio têm, em Guarapuava, um lugar a mais para apresentar publicidade de seus produtos numa mídia dirigida e eficiente: os dois outdoors existentes no Sindicato Rural. Localizados na parte externa do anfiteatro e do salão de festas, os painéis, além de anunciar eventos da entidade, também estão disponíveis para locação. Para anunciantes do setor rural, a vantagem é que os outdoors são visualizados por um público específico, os agropecuaristas que vão diariamente ao sindicato ou comparecem a eventos. Para conhecer as tarifas de locação desses espaços, as empresas ou organizações interessadas devem entrar em contato com a gerência do Sindicato Rural, pelo telefone (42) 3623 1115, pelo e-mail gerencia@srgpuava.com.br, ou ainda comparecendo pessoalmente. O sindicato está situado na Rua Afonso Botelho, nº 58, no Bairro Trianon (8h às 11h30 ou 13h às 17h30).
Empresas como Agrichem e Dekalb já utilizam os outdoors do Sindicato Rural
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Campanha de Natal Produtor Solidário A Campanha de Natal Produtor Solidário, promovida pelo Sindicato Rural de Guarapuava, foi realizada nos meses de novembro e dezembro. Nesta edição da campanha, a entidade solicitou aos associados a aquisição de um brinquedo (disponível na recepção da entidade), para doação a crianças carentes do setor agropecuário. “Fizemos dessa forma porque, muitas vezes, o produtor rural não tem tempo de ir até uma loja de brinquedo para comprá -lo. Além disso, o ideal é que todas as crianças recebam o mesmo brinquedo”, explica a gerente Luciana de Queiroga Bren. Os brinquedos serão doados a crianças do setor agropecuário. Produtores e parceiros da entidade colaboraram com a campanha.
Agroeconomia
Tendências de produção de grãos para 2015 no Brasil e no mundo
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esta edição de encerramento de ano vamos pincelar sobre dados coletados principalmente de relatórios do consultor em Agroeconomia, Carlos Cogo. Inicialmente falando do clima, assim como ocorrido em 2013/14, temos um prognóstico de “EL NIÑO”, não estabelecido. Mantendo projeções de neutralidade. Em termos de produção, nos últimos 5 anos a área de cultivo no Brasil obteve um incremento acumulado de 20,8%, puxado pela soja (8,3%) na safra 2013/14 e pela segunda safra de milho. Em produção, estima-se recorde de 200,3 milhões de toneladas - safra 2014/15 com expansão de 2,3% sobre a safra anterior. Na soja, safra 2014/15, teremos um incremento na área de 2,3%, cultivando 31,3 milhões de hectares, atingindo 93,2 milhões de toneladas. Discutindo custos e margens, o elevado incremento no custeio da lavoura, principalmente no cerrado, temos um decréscimo de margem entre 2013/14 e 2014/15 no PR/RS/MG ,na ordem de 22 % e no cerrado de 59 %. No caso do milho, mesmo com redução de 3,9% na área de milho nos EUA, a safra ainda será recorde, de 365,5 milhões de toneladas, utilizando 36% deste volume para etanol. A retração do preço do milho acumula 45% em 2 anos. Sobre área de cultivo no Brasil, mantem-se uma leve tendência de migração de safra de verão para safra de inverno ou safrinha. Manteremos em torno de 30% da área de soja cultivada com safrinha de milho. Diferente da soja, a margem do milho para próxima safra deve se manter semelhante a safra 2013/14.
No trigo, a área de cultivo brasileira cresceu 41% nos últimos 3 ciclos, mas deve recuar 9% em 2015. Em termos de margem obtida, o trigo volta a ter margem positiva no PR. Discorrendo sobre armazenagem, esta continua sendo um desafio para expansão do agronegócio brasileiro. As tendências de longo prazo para este setor demonstram déficit de 40 milhões de toneladas para 2015 e com maior intensidade no centro-oeste brasileiro. (Veja na figura 1). Veja a distribuição da capacidade estática por segmento em nosso País (figura 2) e o comparativo com grandes produtores mundiais. Isto afeta diretamente capacidade de segregação, logística e competitividade. Quando o programa PAC, com juros de financiamentos subsidiados, encerrará em 2019, gerando 65 milhões de toneladas. Chegaremos a 211.8 milhões de toneladas de estocagem. A safra brasileira esta projetada para este ano em 240,8 milhões de toneladas. Mesmo com investimento em R$ 500 milhões pelo governo na duplicação e modernização da CONAB, manteremos o déficit de armazenagem em níveis elevados.
Figura 1
Engº. Marcio Geraldo Schäfer Paraná Silos Representações Ltda. marciogeraldo@ymail.com
A todos um natal de muita união em sua família e um 2015 de muita prosperidade.
Figura 2
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Uso de grãos de aveia branca na alimentação de bovinos Uma alternativa para suplementação em sistema de integração lavoura- pecuária
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Sul do Brasil possui grande potencial para ampliação do uso das forrageiras de inverno na alimentação de rebanhos, tanto na forma de pastejo direto, fenação, silagem de grãos e de planta inteira. Segundo Carvalho et al. (2005), somente no Rio Grande de Sul a área de pousio ou utilizada apenas com planta de cobertura no período de inverno, atinge cerca 4,4 milhões de hectares. No Paraná, Sá (1995) cita que aproximadamente 80% da área cultivada com lavouras temporárias de verão permanece em pousio durante o inverno, atingindo cerca de 5 milhões de hectares. Dados mais recentes (SEAB/DERAL, 2013) informam que o Paraná, em 2012, cultivou aproximadamente 4,5 milhões de hectares de soja, 3 milhões de hectares de milho, 471 mil hectares de feijão no verão e no inverno 68 mil hectares de aveia, 52,4 mil hectares de cevada e 781 hectares de trigo. Comparando os dados do Paraná referentes ao ano de 1995 e 2012, o Estado ainda disponibiliza aproximadamente 5 milhões de hectares que poderiam ser incorporados para a produção de alimentos de qualidade para seu rebanho, diminuindo o superpastejo, melhorando os índices zootécnicos e intensificando a produção de carne e leite a pasto. Segundo o pesquisador do IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná, Dr. Elir de Oliveira, os trabalhos de pesquisas com aveia granífera por várias instituições do Sul do Brasil estão voltados para o melhoramento genético, focando o desenvolvimento de cultivares adaptadas às diversas condições edafoclimáticas, onde se busca características de alta produtividade de grãos, tolerância às doenças, qualidade industrial e alimentar dos grãos para uso humano. Entretanto, nas regiões onde não há indústrias de processamento de farinha e flocos, a opção é utilizar tais grãos para a alimentação animal como componentes das formulações de rações ou suplementação direta aos
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Foto: Elir de Oliveira
Silagem
bovinos de leite e corte, o que pode ser feito através da silagem ou de grãos inteiros secos. Muitos produtores têm preferido colher os grãos de aveia no momento ideal e conservar na forma de silagem para não ocupar espaços nos galpões. Outros produtores já preferem armazenar os grãos secos em bags e fornecer o grão secos aos bovinos. Segundo afirma o pesquisador do IAPAR, as cultivares de aveia graníferas podem produzir 5-8 toneladas de grãos por hectare e que nutritivamente a aveia é superior ao milho nos seguintes parâmetros: proteína bruta (14 a 20%), fósforo, ferro e, principalmente maiores teores de aminoácidos essenciais, como lisina, metionina, treonina etriptofano. Como alimento para bovinos, os grãos de aveia não devem ser utilizados como alimento volumoso, mas como suplementação protéica, o que permite reduzir os custos de produção nesse item. Como alternativa de rotação de culturas, segundo Dr. Elir, a aveia é interessante por possuir sistema radicular abundante, o que ajuda a melhorar a infiltração e retenção da água no solo, sendo que a colheita dos grãos de aveia permite que toda a palhada fique no solo, favorecendo a sustentabilidade do sistema de plantio direto. Trabalhos de pesquisas conduzidos no IAPAR demonstram que a maioria das cultivares de aveia branca graníferas é resistente ou tolerante a nematoides, não multiplicando esses vermes que atacam as raízes da soja, feijão e milho.
Como fazer silagem de grãos de aveia A escolha da cultivar adequada visando a utilizando dos grãos de aveia conservado ou fornecido seco in natura é fundamental, como cita a tabela. O momento certo para proceder a colheita dos grãos para ensilagem é outro fator fundamental, pois a colheita da aveia deve ser realizada quando os grãos estão no estádio de “cera-mole” para “cera-dura”. Como a maturação da aveia não é uniforme como a maturação do trigo, o momento ideal da colheita é quando a lavoura apresenta 60% de “cera-mole/cera-dura”, 20% de grãos leitosos e 20% de grãos duros já secos. A colheitadeira deve estar regulada para 1000/1100 rpm, baixa ventilação e a barra de corte deve operar no terço
superior da planta, exceto para lavoura acamada. É imprescindível diminuir a abertura do côncavo/ cilindro para que ocorra algum dano mecânico aos grãos em torno de 15-20% visando expor a massa de carboidratos da semente. Essa exposição é importante, pois os carboidratos servem de fonte de energia para a reprodução dos lactobacilos, favorecendo o processo de fermentação lática e não alcoólica. “Após o fechamento final do silo, a abertura para fornecimento do alimento aos animais pode ocorrer após 21 dias, quando terá melhorado a digestibilidade e o teor proteico da massa ensilada, completando o processo fermentativo”, orienta Dr. Elir. O processo de ensilagem de grãos de aveia é simples: deve seguir as mesmas recomendações básicas indicadas para silagem de milho, tais como: boa compactação do material no ato da ensilagem e cuidados com a vedação do silo para garantir uma fermentação anaeróbica. Quanto ao tipo de silo, pode ser utilizado o silo trincheira ou silopress (linguiça branca), não sendo possível o silo de superfície (meia-lua) pela impossibilidade de realizar uma boa compactação. Para atingir o ponto ideal para ensilar, a lavoura demora cerca de três meses, do plantio à colheita. Sendo que, conforme orientação do pesquisador, é recomendado o uso de cerca de 80 quilos de sementes e realizar adubação de acordo com o recomendado pela análise do solo. Normalmente há a necessidade de realizar uma ou duas aplicações de fungicida para o controle da ferrugem.
Rendimento de grãos (kg ha-1), em diferentes locais de SC, PR, SP do Ensaio Brasileiro de Cultivares Recomendadas de Aveia Branca, com fungicida, 2011.
Literaturas citadas: Carvalho, P. C. de F.; Anghinoni, I.; Moraes, A.; Trein, C. R. et al. O estado da arte em integração lavoura-pecuária. In: Gottschall, C. S.; Silva, J. L. S.; Rodrigues, N. C. (Org.). Produção animal: mitos, pesquisa e adoção de tecnologia. Canoas-RS, p.7-44, 2005. http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/cprbr.pdf SÁ, J.P.G. Utilização da aveia na alimentação animal, PR. Londrina, IAPAR, 1995. 20p. (IAPAR. Circular 87).
(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR
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Previdência rural
Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)
APOSENTADORIA HÍBRIDA – avanço na interpretação da legislação previdenciária
O
trabalho rural em regime de economia familiar tem um valor social intrínseco, e a legislação pátria, atenta a este fato, cuidou de tratar particularmente do agente desta atividade, o que foi seguido pelas normas jurídicas regulamentadoras. Uma das normas regulamentadoras, a Lei n.º 8.213/91, estabeleceu em seu corpo permanente, no que se refere à aposentadoria por idade, que fica garantida a concessão deste benefício, bastando para tanto que o trabalhador comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício. O tempo comprovado deve equivaler ao número de meses correspondentes à carência do benefício contributivo, vale dizer, 180 meses. Porém, muitos trabalhadores rurais, em decorrência das adversidades do campo, vêm se deslocar para a cidade. Permanecem alguns anos de sua vida, mas não tempo suficiente para, ao atingir da idade, aposentar-se na condição de trabalhador urbano. Tampouco consegue tempo suficiente para aposentar-se com o tempo exclusivamente rural. O legislador, assim, no intento de solucionar este impasse provocado pelas alternâncias dos êxodos rurais e urbanos, editou a Lei n.º 11.718/2008, que incluiu os parágrafos 3º e 4º ao art. 48 da Lei n.º 8.213/91, o que fez surgir uma nova maneira de aposentar-se, mediante a concessão de um benefício não voltado totalmente ao homem do campo nem totalmente ao homem da cidade. Uma aposentadoria com aspecto híbrido. Referida lei, introduziu no sistema previdenciário a aposentadoria por idade híbrida, que permite ao trabalhador segurado mesclar o período urbano com o período rural para completar a carência mínima exigida para receber o benefício. Com o surgimento dessa norma, o trabalhador que não possui o número de contribuições de atividade urbana necessárias para cumprir o período de carência legal exigido, mesmo tendo atingida a idade, poderá requerer sua aposentadoria por idade rural, desde que comprove o exercício de atividade rural que preencha a carência necessária para a concessão do benefício previdenciário. Entretanto, o requisito etário neste tipo de aposentadoria é aumentado em 5 anos, assim, para o trabalhador rural 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, juntamente com a carência e a comprovação das atividades rurais e urbanas, poderá solicitar a concessão desse benefício. Quando da criação desta locação legal, criou-se uma discussão jurisdicional e doutrinária no sentido de que a aposentadoria híbrida seria somente atribuída aos trabalhadores rurais, assim considerados na data do requerimento da aposentadoria. Mas, recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito de uma segurada à aposentadoria híbrida, desde a data do requerimento administrativo, sendo que a mesma não estava no exercício da atividade rural ao tempo do requerimento administrativo. A decisão do STJ é deveras importante e muda a ótica do tema, não tendo o trabalhador que estar exercendo atividade rural no momento em que pede a aposentadoria híbrida.
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Sindicato Rural de Pitanga
São 18 mil pés de tomates plantados na propriedade
Produção de tomate é destaque na região de Pitanga
O Tamanho do tomate é destaque na produção
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tomate é uma das hortaliças mais consumidas no Brasil. Em contrapartida, a cultura é difícil de ser produzida e precisa receber bastante atenção do produtor. Um dos motivos é a dificuldade de controlar pragas e doenças. Além disso, o tomate é bastante exigente em relação ao solo e ao clima. O produtor rural Antônio Verci de Souza sentiu isso na prática. Há alguns anos, ele cultivava a cultura em forma de lavoura. “Trabalhamos por oito anos em campo aberto com o tomate. Mas era muito difícil, algumas vezes chuva demais, em outros momentos, a estiagem. E mesmo irrigada, a lavoura sente, aí de repente vem uma semana de chuva e derrete a lavoura”. Por conta de uma série de dificuldades, a família precisou parar com a produção. Somente há cinco anos, a família resolveu investir novamente na produção de tomate. Desta vez, o filho de Antônio, associado ao Sindicato Rural de Pitanga, Marcos Verci de Souza, assumiu a produção. Herdando os conhecimentos e experiência que seu pai teve no passado, ele agora planta a hortaliça na forma de sistema protegido, por meio de estufas.
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Em uma propriedade arrendada, em Pitanga, no Centro do Paraná, a produção vem se destacando na região. São 11 estufas e 18 mil pés de tomate em 3 hectares, na Hortifruti Verlimar. A expectativa para última colheita do ano é de 60 mil quilos. Anualmente, o produtor afirma que chega a produzir mais de 1 milhão de quilos de tomate. Marcos conta que 70% da sua produção é orgânica. “Prezamos muito mais pela qualidade do que pela quantidade dos tomates”. Para isso, eles usam nos tomateiros produtos da mais alta tecnologia e importados da Espanha, além de um método para não deixar os pés muito carregados e selecionam manualmente os tomates para serem desenvolvidos. “Se sai um cacho de 10 tomates, por exemplo, são deixados quatro deles, no máximo. Porque se deixarmos todos eles, a planta não terá nutrientes suficientes para os 10 e serão frutos pequenos. Assim, os que ficam nos pés, se desenvolvem muito mais em tamanho e qualidade”. Marcos conta que tudo em sua produção é controlado, desde a quantidade de água até o adubo. “Fornecemos somente o que a planta pre-
cisa e isso é fundamental para uma boa colheita. Por todas essas características, o tomate vendido da sua lavoura consegue um preço maior, com incremento de 30% comparado à lavoura tradicional. “O preço do quilo do tomate oscila muito durante o ano. A média é de R$ 1,50, mas já chegamos em épocas de vendas a R$ 0,80 e outras vezes a R$ 4,50”, revela o produtor. Cem por cento da produção é vendida atualmente para uma empresa de verduras de Pato Branco. De lá, o produto segue para várias cidades do país. Com os tomates orgânicos e o controle de água e adubos, ele consegue realizar dois plantios, ao ano, no mesmo solo. No sistema convencional é necessário esperar até seis anos para realizar o plantio da mesma cultura. Apesar de Marcos não ter nenhuma formação na área, ele sempre está buscando conhecimento e as mais novas tecnologias do mercado. Na propriedade, está sendo experimentado um produto que aumenta a energia da planta, por meio da fotossíntese. “Nos pés em que foi aplicado está dando muito resultado e é um produto novo aqui no Brasil”. A polinização é feita todos os dias, por meio de uma máquina, já que dentro das estufas não entra vento e nem insetos. Para todos os cuidados que o tomate exige, Marcos conta hoje com 18 funcionários. Todos trabalham uniformizados e com luvas. “Tomamos muito cuidado com a higiene, para que nenhuma bactéria entre em contato com as plantas. A cada uma hora, mais ou menos, eles lavam as luvas em uma solução com água e alvejante”. Ele conta que têm agrônomos que prestam assistência técnica, mas sempre procura informação sobre a cultura, visitando feiras, eventos e cursos. “Não podemos parar. Precisamos sempre evoluir. E a prática também me deu bastan-
te conhecimento, além da experiência do meu pai”, ressalta. A máquina que seleciona os tomates para venda é herança do pai. “Ele mesmo construiu a máquina quando começou a plantar tomate no passado”. A máquina lava os tomates e seleciona três tamanhos diferentes da hortaliça. Com o sucesso de sua produção, Marcos pensa em investir, cada vez mais, no plantio de tomate, mesmo sabendo que, para muitos - e até mesmo para sua família - o fruto já deu bastante prejuízo. “Para o próximo ano, teremos mais três estufas e com a mesma qualidade”, finaliza.
Nos três hectares da propriedade arrendada, são 11 estufas de tomates
Marcos vem se destacando na produção de tomate em Pitanga, região central do Paraná
Sindicato Rural de Pitanga doa carro 0 km para Hospital da cidade O Sindicato Rural de Pitanga, mais uma vez, fez a doação de uma carro 0 km para um bingo, beneficiando o Hospital São Vicente de Paulo de Pitanga. O sorteio ocorreu no mês de novembro e arrecadou aproximadamente R$ 73.000,00 para a entidade. No ano passado, o Sindicato já havia doado um carro para o bingo, porém por meio de arrecadação dos sócios e diretores. Nesse ano, o veículo foi doado com recursos próprios da entidade. “O Hospital, até o ano passado, estava passando por muitas dificuldades, dívidas, perdendo equipes de médicos e funcionários. Nesse ano, sua condição já está bem melhor. Mais de R$ 1 milhão foram pagos de dívidas e hoje já existe uma equipe mais estruturada. O Sindicato Rural entende que esse hospital não atende somente pessoas daqui de Pitanga, mas de toda região, pois é o único. Por isso, é importante ajudar essa entidade, pois o primeiro socorro sempre será aqui”, destaca o presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier.
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Educação
Pitanga, pertencente à regional do SENAR Guarapuava, foi destaque no Agrinho 2014
O
Marizeli, a ganhadora de um dos carros na categoria Escolas particulares e Apae, com seu projeto de Experiência Pedagógica
município de Pitanga (região central), pertencente à regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) em Guarapuava, foi um dos destaques do Concurso Agrinho 2014, realizado pelo Sistema FAEP e encerrado no dia 10 de novembro, em Curitiba. O evento ocorreu no Expotrade Pinhais, e contou com a presença de cerca de 1.300 pessoas, divulgando os vencedores em nível estadual, nas categorias desenho, redação e experiência pedagógica. Neste ano, o tema do concurso foi “As coisas que ligam o campo e a cidade e nosso papel para melhorar o mundo”. Da Escola Clodoaldo S. de França (Apae), a professora Marizeli Terezinha Beló, obteve, com sua proposta de Experiência Pedagógica, na categoria Escolas Particulares e Apae, o 1º lugar do concurso, recebendo como prêmio um dos cinco veículos destinados aos vencedores da categoria. No total, a iniciativa premiou em nível estadual 307 dos seis mil trabalhos inscritos.
Premiação Agrinho que ocorreu em Curitiba, na Expotrade Pinhais
Caravana de Guaraniaçu, Quedas do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Pinhão, Cantagalo e Guarapuava
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“Durante o ano, trabalhei o material do Agrinho de forma bastante detalhada com os alunos, já que eles são especiais. Por exemplo, a história que era ‘Daqui pra lá, daqui pra cá’ começava com o Agrinho conversando com os amigos da capital, pela Internet. Desta forma, começamos a trabalhar a questão da Internet, dos recursos tecnológicos, já que meus alunos não possuem esses recursos. Depois foi explicado o que era capital, e assim por diante. Com isso, eu tinha conteúdo para o resto do ano”, detalhou Marizeli. A vencedora ainda conta que depois de trabalhada toda a questão de cidadania que o material proporciona refletir, os próprios alunos foram dando sugestões de como poderiam melhorar o lugar onde vivem. “Nós fizemos então uma tempestade de ideias e eles se comprometeram a realizar ações simples, mas significativas, como separar o lixo, por exemplo”. A partir de toda a reflexão e as ações, na parte política, em específico, foi elaborada uma carta para o prefeito da cidade, com reivindicações dos próprios alunos. O Agrinho ainda distribuiu outros prêmios como tablets, notebooks e kits multimídia. Cantagalo foi um dos municípios que se destacou, em nível regional. Da Escola Otávio Muzzolon, a professora Iolanda Aparecida Martins Dufech foi premiada na categoria experiência pedagógica. O coordenador regional do SENAR em Guarapuava, Aparecido Grosse, comentou a importância do Agrinho, comemorando que o encerramento, além de superar as expectativas em número de participantes, contou ainda com a presença de autoridades e parceiros. Grosse ressaltou que, no projeto, o papel dos sindicatos rurais é importante como ponte entre o SENAR e os municípios. A premiação, completou, “é um reconhecimento do trabalho do professor”. Detalhando que o Agrinho, além do concurso, abrange também a produção de material pedagógico que passa a ser incluído nas atividades de sala de aula, o coordenador recordou que a iniciativa já tem 19 anos e que vem sendo possível também graças a participação de parceiros. “A base é o Sistema FAEP, que idealizou, junto com seus parceiros, como sindicatos rurais e o produtor rural, arcando com parte deste custo”, relatou, considerando os parceiros como importantes apoios para que o programa possa alcançar as escolas.
Nutrição de plantas
HIGH N35,
a base de Nitrogênio Líquido de liberação gradual e de alta qualidade High N35 O Nitrogênio Inteligente mais concentrado do mercado (com liberação lenta e controlada)
High N35 Maior segurança nas aplicações foliares, pois devido sua formulação exclusiva não causa danos às folhas.
High N35 Por fornecer o Nitrogênio no momento chave da cultura, interfere positivamente na qualidade e na produtividade.
High N35 Nitrogênio melhor absorvido e assimilado pelas plantas.
A
Omex Agrifluids é uma empresa inglesa, líder mundial na produção de fertilizantes líquidos em suspensão de alta concentração. Presente em mais de 65 países, supre as principais áreas agrícolas do mundo.
Dessa avançada filosofia, nasce a preocupação pelo desenvolvimento dos melhores incrementos agrícolas do mercado, com foco na alta produtividade, na segurança, na praticidade, na eficiência e no ótimo custo -benefício.
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Soja
Stoller® e CESB se unem para aumentar produtividade da soja no Brasil Parceria permitirá aproximação dos agricultores e, assim, tanto a entidade quanto a empresa poderão contribuir com o desenvolvimento e a multiplicação de boas práticas agrícolas
E
m novembro, a Stoller do Brasil, empresa de fisiologia e nutrição vegetal, firmou uma importante parceria com o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) a fim de contribuir para que a produtividade da sojicultura atinja altos patamares no País. O CESB tem como principal objetivo a criação de um ambiente que contribua para a difusão e aplicação de tecnologias junto aos produtores e, por isso, busca em seus patrocinadores uma sinergia de valores, permitindo a troca de experiências e interações importantes, sempre com foco no aumento da produtividade da cultura da soja em nível nacional. “Somos uma entidade sem fins lucrativos,
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formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar suas respectivas experiências em prol da sojicultura brasileira. Nosso novo patrocinador, a Stoller, é uma das referências em nível global no segmento de nutrição de plantas e fisiologia vegetal, que veio para agregar”, comenta o diretor-executivo do CESB, Luiz Antonio da Silva. A Stoller reforça que a parceria irá contribuir para que os produtores possam atingir maiores níveis de produtividade a cada ano. Em conjunto com a instituição, a empresa continuará contribuindo para o crescimento da agricultura brasileira e, no próximo ano, diversas ações do CESB contarão com o apoio e patrocínio da Stoller.
Sobre a Stoller® do Brasil
Sobre o CESB
O Grupo Stoller® é líder mundial na nutrição de plantas com foco na fisiologia vegetal, o que possibilita ao agricultor aproveitar ao máximo o potencial genético da planta, para que esta tenha maior resistência às doenças e se adapte melhor às adversidades climáticas. Fundado em 1970 por Jerry Stoller nos EUA, o Grupo Stoller nasceu com um forte objetivo: contribuir com soluções inovadoras de qualidade, para o crescimento da agricultura mundial, baseado em pesquisas com responsabilidade e na satisfação dos seus clientes. A Stoller® do Brasil está no país há mais de 40 anos e desenvolve e oferece soluções inovadoras de qualidade, que potencializam a produtividade das plantas.
O CESB é uma entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências, em prol da sojicultura brasileira. O CESB é qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)*, nos termos da Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999, conforme decisão proferida pelo Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da União de 04 de dezembro de 2009.
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*Uma OSCIP é pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, voltada ao alcance de objetivos sociais e tem necessidade de prestar contas.
Prestação de serviços
REALIZA, excelência em transporte de maquinários agrícolas.
A
Realiza Transportes é uma empresa com sede no município de Candói, especializada no transporte de maquinários e implementos agrícolas para qualquer região do Brasil. Seu diferencial é o serviço de qualidade, segurança e a um custo menor do que outras prestadoras desse serviço.
“Nós realizamos uma pesquisa de mercado e oferecemos, em média, um valor 10% menor do que outras empresas do ramo, sem deixar a desejar na qualidade e agilidade”, destaca o sócio proprietário da Realiza Transportes, Eniton de Paula. Segundo o empresário, muitas vezes os produtores têm pouco tempo para colher ou pulverizar e, portanto, precisam das máquinas o mais rápido possível. A coordenadora de serviços da oficina da concessionária autorizada da Valtra Shark Guarapuava, Viviane Carolina Salvador, uma das clientes da Realiza Transportes, está satisfeita com a prestadora de serviços. “Utilizamos os serviços da Realiza há quase um ano. A equipe é bem pontual. Sempre que ligamos, eles tem horário disponível para nos atender. Os caminhões que fazem o transporte têm uma boa qualidade, oferecem segurança para carga e ainda são ágeis no transporte. Além disso, não é qualquer empresa deste ramos que transporta colheitadeiras. Mais um motivo da nossa escolha pela Realiza Transportes”.
Viviane Carolina Salvador, cliente da Realiza
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Inauguração
COAMIG de cara nova “D
aqui para frente, nós juntamente com vocês, continuaremos a história da Coamig”, essa foi uma das frases do presidente da Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava (Coamig), Edson Bastos, direcionada a cooperados e parceiros, durante a inauguração da nova loja da cooperativa. A solenidade aconteceu no dia 3 de dezembro, com a presença da diretoria, cooperados, autoridades e imprensa, na Avenida Moacir Júlio Silvestri, onde já ficava a antiga estrutura. A nova unidade da cooperativa se destaca por oferecer um modelo amplo e moderno de loja aos seus cooperados e a toda comunidade. No
local, podem ser encontrados além dos produtos agropecuários, outras utilidades para uso rural e urbano. “Com essa nova unidade, pretendemos melhor atender aos cooperados e a toda comunidade, com produtos adequados, preços bons e atendimento técnico de qualidade”, disse Bastos. O vice-presidente, Francisco Serpa, completou dizendo que ao abrir a nova loja também para a comunidade, a Coamig está seguindo as normas que regem o cooperativismo. “Uma cooperativa não deve beneficiar somente seus cooperados, mas também a comunidade a qual pertence. Entendemos que estamos em uma localização muito boa, onde qualquer cidadão pode usufruir dos nossos serviços”. Durante a solenidade, Bastos e Serpa expuseram resumidamente um pouco da história da Coamig. Ambos ressaltaram que a cooperativa já passou por momentos bastante delicados, mas graças à força de vontade de antigas diretorias e dos cooperados, ela passou por todas as crises e hoje está vivendo um bom momento. A nova loja demonstra avanço e modernidade.
Hoje, a Coamig está pronta para o futuro que nos espera” Bastos e Serpa: diretores da Coamig
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Francisco Serpa, vice-presidente
Evolução Cooperado há 30 anos, Benício Wamerling comenta esse avanço da Coamig. “Começamos com 190 litros de leite/dia, hoje estamos com 56 mil litros/dia. Passamos por momentos bastante difíceis, mas aprendemos muito ao longo dos anos”. Quanto a nova loja, o cooperado elogia: “Ficou com uma excelente estrutura, moderna e não tem porque não dar certo”. A estrutura é semelhante a de um supermercado. Os produtos ficam expostos todos em prateleiras nos corredores, o que dá mais liberdade aos clientes. Os caixas também são iguais aos dos supermercados, proporcionando agilidade. Antônio Luiz Peterlini, um dos cooperados mais antigos da Coamig, foi escolhido para descerrar a fita que inaugurou a nova estrutura. Ele diz que foi gratificante participar desse passo bastante importante para a cooperativa que ele viu nascer e crescer. “Foi uma batalha desde o começo. Já faz tempo que a gente almejava uma loja moderna. Tudo na cidade está se modernizando, não poderíamos ficar para trás”. Além da nova loja, os cooperados também terão, a partir deste mês de dezembro, um informativo sobre os principais acontecimentos da Coamig. Inicialmente, ele será publicado bimestralmente, com distribuição dirigida aos cooperados e também na loja da cooperativa.
Antônio Luiz Peterlini, um dos cooperados mais antigos
Jairo Luiz Ramos Neto, diretor do Sindicato Rural prestigiando a inauguração
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Fazendas históricas
Fazenda Candoy, no município de mesmo nome, é uma das propriedades antigas e preservadas no centro-oeste do PR
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Juventude nos rastros de antigas tradições
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revisitam fotos em preto e branco. Retratos do trabalho de outras mãos. Essas, de outros tempos, que parecem haver escrito na lida do campo as linhas de um destino. Há um lugar em que a juventude faz questão de caminhar sobre as pegadas de quem, por ali, deixou rastros de identidade, laços de afeto, uma tradição de gestos – repetidos, hoje, entre as mesmas portas e janelas dos dias de então. Esse lugar é a Fazenda Candoy – assim denominada numa alusão ao cacique Candoy, líder de índios votorões (etnia kaingang) que habitavam aquela região. A delimitação das terras que dariam origem à fazenda teria ocorrido já no século XVIII. Sua sede, que passaria a caracterizar a propriedade, seria erguida somente cerca de 100 anos depois, no final do século XIX, em data estimada por volta de 1898. A construção, atualmente em excelente estado de conservação, compõe um quadro típico das moradias rurais do Brasil do século retrasado: casa ampla, branca, jardins e horta em seu entorno e, para completar, dois butiazeiros adornam um dos cantos do imóvel. Em seu interior, se agora parte do mobiliário é moderna, a estrutura mantém-se impecável dentro dos cânones da época: paredes de madeira foram mantidas em perfeito estado de pintura, assim como a própria divisão dos cômodos. Quem entrar pela porta principal, hoje menos utilizada, terá a impressão de haver atravessado alguma passagem de volta no tempo. Ali estão móveis de época, fotos de gerações antigas e uma capela, com altar e imagens singelas. A sala de jantar exibe simplicidade, mas muito espaço. Apenas na parte posterior houve reformas: a cozinha virou uma sala de TV; a dispensa, uma cozinha confortável, com aparelhos modernos. Entretanto, detalhes sublinham bem que se trata de um lugar com história. Na fruteira, gila. Num pote de vidro, doce da fruta. Típica na tradição culinária campeira dessa região paranaense.
(Da esq. p/ dir.) Maria, Talita, Nelson e Elizete – Alegria de reviver a tradição no dia a dia
á um lugar onde o passado encontra abrigo em corações jovens. Ali, em outras épocas, uma estrada conduzia direto à entrada de um casarão. O imóvel ainda está lá. A estrada, não mais. Porém, há uma promessa: ela será refeita. Passará por lá mesmo, de onde agora, como há mais de um século, se vê um panorama de amplidão. Campos e campos, onde o ar tem sabor de liberdade. Guarapuava, ao longe, são luzes pontilhadas no horizonte, em noites de atmosfera clara. Há um lugar onde são estes olhares mais jovens que
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Capela da propriedade: na Fazenda Candoy local fica num cômodo dentro da casa
Sala de estar, na entrada principal
Sala de jantar: simplicidade e muito espaço
Os proprietários, o casal Nelson e Elizete Bremm, que residem na fazenda, consideram provável que, ainda antes da sede, a propriedade tenha surgido de sesmarias concedidas pela Coroa Imperial. No século XVIII, crescia o interesse do governo em ocupar Guarapuava e região, o que fora tentado por várias incursões e só aconteceria, em definitivo, em 1810, com a Real Expedição liderada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal. Comentando que não tem uma confirmação documental do fato, Elizete no entanto recorda pertencer à sétima geração dos que ali habitaram. Em seus cálculos, como disse em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, a presença da família no local remontaria, no mínimo, ao final dos anos 1700. Se aquele registro está ausente, muitos outros estão presentes e bem guardados, segundo ela mostrou: de fotografias a cartas. Os primeiros parentes a morarem ali, relatou, o casal Manoel e Clara. Recordação que confere com fontes históricas e nomes registrados nos primórdios da ocupação luso-brasi-
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leira em Candói. Segundo relatos, terras da região foram concedidas ao tenente Manoel, que casou-se com Clara Madalena dos Santos em 12 de janeiro de 1783. Deixando São Paulo, o casal foi morar na Fazenda do Pugas, em Palmeira (PR), fixando-se depois nas paragens candoianas, onde são considerados desbravadores da região – terras entre os rios Cavernoso, Jordão e Iguaçu. Sem filhos, adotaram um menino, que recebeu o nome de Ponciano José de Araújo. Ponciano tornou-se padre e, mesmo dedicado à vida religiosa, teria também filhos: João de Abreu, Cândido de Abreu e Pedro Alexandrino. “Dizem que ele não chegou a abandonar a batina”, observou Elizete, apontando que o religioso “continuou a realizar alguns sacramentos e constituiu família”. Daqueles filhos, viriam os antepassados da atual proprietária, conforme ela narrou, ressaltando que, naqueles tempos, era comum haver casamentos entre primos. João era casado com Maria Rita; Cândido, com Ubaldina (de Pedro, não consta, na família, registro de esposa). Cândido de Abreu viria a ser pai de Horácio e João de Abreu, de Dona Bela. Em mais um matrimônio entre primos, Horácio e Bela casaram-se – com isso, ele veio também a morar na propriedade. O casal teve seis filhos. Um deles, o avô de Elizete: Afonso Abreu Araújo, casado com Dona Zeferina Lacerda. Do enlace, nasceriam três filhos: um, falecido ainda bebê; além de Nailor, pai da proprietária, e Maria do Belém, tia que reside na Fazenda Poço Grande. Nailor desposou Iná Abreu Lacerda, prosseguindo a família com as filhas Maria das Graças, Elizabete e Elizete. Para os proprietários da Fazenda Candoy, hoje, alegria maior do que a preservação da memória das gerações são as duas filhas, Tainá (que foi estudar Medicina em Minas Gerais) e Talita, que saiu para cursar a faculdade em Guarapuava e fez questão de retornas às origens, voltando a viver na fazenda. Mas é a filha de Talita, Maria, de apenas cinco anos, quem parece personificar a razão e o futuro da tradição da família, tornando-se o centro das atenções. Um pouco diferente de muitas crianças do século XXI, muito mais interessada em acompanhar a lida com o gado do que em apertar botões de celulares, tablets e notebooks, a menina participou da entrevista ao lado dos avós, conversando como gente grande, revisi-
Horácio e Bela
Fazenda Candoy em foto por volta de 1920
Zeferina e Afonso tando com Elizete caixas de documentos e de fotos antigas, deixando transparecer em seus olhos um misto de espanto e de intuição sobre a dimensão do tempo. A descoberta do mundo como um lugar que tem história. História feita de nomes. Nomes que tiveram destinos. Elizete contou que se reconhece nesse apreço da neta pelo passado e pelo presente da fazenda, relatando que desde pequena também nutria a vontade de permanecer na propriedade. “Ter uma vida, não igual, mas parecida com a dos meus pais e avós”, completou. Ela ponderou que “os desafios são grandes” e que “acontecem muitas mudanças”. Mas disse considerar gratificante perceber que tem condições de levar adiante a história da família. Que não é só feita de grandes decisões em momentos isolados, mas também de pequenos gestos que se repetem no dia a dia, como abrir a janela da sala de entrada da casa e avistar, no sol da manhã, campos que se perdem no horizonte. Ao falar disso, a voz se embargou e Elizete se obrigou a uma pausa. Ela explicou o sentimento lembrando que no tempo de seus antepassados ainda imperava a visão de que, na vida rural, os filhos homens é que seriam aqueles a levar adiante as propriedades. “Não sou homem, mas vou conseguir manter essa tradição” – com essa certeza, ela buscou conhecimento. Primeiro, formou-se em geografia. Tempo em que conheceu Nelson, quando ambos estudavam na mesma turma. “O que tinha mais afinidade com terra era geografia”, opinou. Depois, veio a opção que juntaria tradição e modernidade: veterinária. Formada, ela hoje utiliza na fazenda os conhecimentos profissionais, na melhoria do plantel bovino. Uma das filhas seguiu os passos da mãe,na mesma carreira. Talita disse que a escolha ocorreu justamente por isso: “Era a única profissão em que eu vi que poderia voltar para casa”. Também emocionada, ela resumiu: “Eu não me imaginaria morando em outro lugar”. Fato que
já se desenhava na infância. “Eu falava demais na escola, porque estava contando da fazenda. Sempre foi muito motivo de orgulho”, admitiu. Hoje, aplicando novas técnicas para o manejo rebanho, Talita destacou sua realização nas atividades do campo. “A coisa que mais gosto lidar é com o gado. Você fica cansadíssimo, mas é gratificante. E agora, que está começando a dar resultado, cada bezerrinho que nasce, parece que é filho nosso. É uma vitória”, comentou. Uma alegria partilhada por Maria. De acordo com a mãe, a menina gosta de estar por perto em algumas das atividades. Em recente vacinação do gado, era ela que lia, para Talita, os números nos brincos dos animais. O avô brincou que Maria “é da avó”, o que quer dizer que parece haver alguma probabilidade de surgir mais uma veterinária na Fazenda Candoy... Mas Maria assegurou: quando crescer, vai ser “médica de gente”. Estaria garantida assim uma tradição que no campo seguiu a tendência de cada época. A começar pela arquitetura. Para a construção da casa, erguida 10 anos após a abolição da escravatura no Brasil, o bisavô de Elizete, segundo ela detalhou, chegou a fazer uma olaria, próxima a um rio da região, onde pudesse produzir tijolos – mistura de argila e estrume de animais. Material então considerado apropriado. A porta principal, como de costume, tinha de ser direcionada ao sol nascente. Cozinha e dispensa eram grandes, porque se precisava de espaço para estocar comida e para refeições compartilhadas entre a família e os vários empregados. A carne bovina era transformada em mantas de charque (penduradas em cordas sobre a cozinha), ou entrava na paçoca de charque, feita em pilão. Do lado de fora, o foco, nos primeiros anos, concentrava-se na pecuária extensiva. Gado de corte. Ainda se vivenciava o tropeirismo no Brasil, ciclo que alguns datam entre 1730 e 1930. Embora aquela fase, no Paraná, tenha marcado especialmente a região dos Campos Gerais,
Um dos registros da venda de bovinos data de 1890
Cinchos: usados dar forma aos queijos feitos na fazenda
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Rádio-vitrola, de onde vinham notícias do Brasil e do mundo – mas rede elétrica só chegou na década de 80
Pilão de madeira: usado para fazer paçoca de charque
também Guarapuava (Terceiro Planalto), que em seu princípio abrangia lugares que hoje são municípios, como Candói, também participou daquele momento econômico. Mas agricultura, só de subsistência. Ao longo dos anos, a pecuária foi mantida por tradição. Já no século XX, o pai de Elizete, Nailor, apostava no nelore. No final daquele período, em meados dos anos 1990, a filha inovou, cruzando a raça com o charolês, obtendo canchim. Hoje a opção recai sobre o angus e o simental (cruzamento industrial) devido a maior precocidade, exigida pelo mercado. “Antigamente, eles levavam o gado do campo para o mato, para invernar. Hoje, é o inverso, em função das aveias, desta cultura de inverno”, explicou Nelson
Casa reflete o estilo da arquitetura rural do Brasil do século XIX
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Bremm, apontando que agora os animais vão para o mato no verão. E no século XXI, é a filha Talita quem traz inovação: está implantando protocolos de IATF e valorizando fatores como análise de solo e reformulação das pastagens (a fazenda introduziu também a integração lavoura pecuária, que podem ser vistas hoje, como soja e trigo). Mas Bremm ressaltou que, se as novidades chegaram com as novas gerações, Talita olha ao mesmo tempo para o passado. “Aqui, tinha uma estrada”, revelou diante da casa, referindo-se ao que restou do acesso original à entrada principal da sede da fazenda (hoje, o caminho conduz aos fundos do imóvel). “Minha filha quer fazer a estrada de novo, para que a entrada volte a ser aqui”, comentou com um sorriso. Ele, que durante décadas trabalhou em empresas do meio urbano e em anos recentes mudou-se de vez para a propriedade, reconhece que segue descobrindo esse universo de Elizete, Talita e Maria. Uma fazenda onde cada novo dia surge para trazer algo de novo e algo de antigo. Como se ali o tempo tivesse apenas cinco anos de idade e, feito a neta Maria Clara, gostasse de brincar, misturando cenas do passado com cenas do futuro.
Tratamento fitossanitário
Conheça um pouco mais do adjuvante multifuncional Jeferson Luís Rezende RTV Inquima
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roduto destinado para melhorar o trato cultural: diminuir perdas por vento e evaporação, além de reduzir e até eliminar a presença de fitotoxidade causada por algumas moléculas, e evitar borras e espumas no tanque. O TA35 tem sido avaliado e testado regularmente por diversas Entidades e Instituições de Pesquisas, como a FAPA, Fundação ABC, Fundação MS, Universidade de Ponta Grossa, Universidade de Maringá, UNICENTRO, UNESP/Botucatu, dentre outras. Por possuir características únicas, que o diferenciam no mercado, e ser à base de álcool, não rompe a cera da planta, evitando injúrias. Além disso, pode ser usado na presença de orvalho ou, em condição de estresse hídrico, diminuindo sobremaneira os reflexos destas condições para o trato cultural. A INQUIMA mantém o seu portfólio atualizado através dos trabalhos de campo realizados pela sua equipe, que aliado aos experimentos científicos identifica as virtudes e os eventuais pontos fracos dos produtos, possibilitando correções quando necessárias. Presente há mais de 14 anos no mercado brasileiro; o pacote de serviços disponibilizados para os nossos parceiros comerciais inclui = APOIO DE CAMPO (avaliação de deposição das pulverizações e, dos equipamentos pulverizadores); e o Treinamento APLICADOR NOTA 10 para os operadores fitossanitários. Desta forma, o tripé: BICO/VAZÃO/ADJUVANTE se completa e o tratamento torna-se mais seguro e eficaz. O TA35 é compatível com todas as moléculas em uso nas principais culturas, contribuindo para que o trato cultural não seja comprometido pela presença de borras e de espumas ou pela precipitação de calda. Além disso, por ser um adjuvante multifuncional, contribui tanto para as pulverizações de herbicidas e de inseticidas, como também de fungicidas. Funcionando como uma espécie de “seguro da aplicação”. Importante ressaltar que o adjuvante sintético pode ser usado em conjunto com os óleos ou na substituição destes, quando necessário. O agrônomo responsável deve ser consultado para a tomada de decisão. Em muitos casos, o uso conjunto demonstrou excelente sinergia. Veja alguns resultados de Pesquisas:
Fundação ABC - Ms. Carlos André Schipanski
“Os tratamentos se mostraram similares ao padrão com óleo, podendo ser usado como alternativa ou em conjunto. Os tratamentos com TA35 demonstraram vantagem em relação ao óleo na produtividade final”. (AproachPrima)
FAPA - Dr. Heraldo Feksa
“Os tratamentos realizados com TA35 superaram sempre as aplicações padrões, com o óleo. A consistência destas informações leva em conta resultados similares obtidos em outros ensaios”. (SphereMax)
UNESP/Botucatu - Dr. Ulisses Antuniassi
“Não houve diferença entre os tratamentos padrões e os realizados com TA35 no controle da ferrugem asiática. O TA35 pode ser usado em conjunto com o óleo ou substituir - sem nenhum prejuízo - com a mesma eficiência”. (PrioriXtra)
UEM - Drs. Robinson Contiero e Jamil Constantim
“A utilização do adjuvante TA-35, além de proporcionar a mesma cobertura do que o óleo metilado de soja, permitiu uma economia de 48% de calda (165 L ha x 86 L ha), o que já seria suficiente para sua utilização. É importante salientar que essa mesma eficiência foi obtida com metade do volume de calda aplicado. Com o uso do adjuvante é possível reduzir o tamanho das gotas, o que pode proporcionar maior e melhor cobertura e, principalmente, penetração da calda nas partes internas da planta”.
Fundação MS - Dr. Ricardo Barros
“É possível usar o TA35 em substituição aos óleos ou em conjunto, com eficácia”. (Opera – PrioriXtra – SphereMax)
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Carnes nobres
Mais de 1 mil pessoas prestigiaram o evento
Fotos: Luzita Levy
Adriane, vice-presidente da Cooperaliança e organizadora do evento
7º Festival Gastronômico Carne de Cordeiro, uma noite de inesquecíveis sabores
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O
tradicional Festival Gastronômico Carne de Cordeiro da CooperAliança Carnes Nobres mais uma vez foi um sucesso. Realizado no dia 28 de novembro, no Pahy Centro de Eventos, o festival reuniu mais de 1 mil pessoas. “Apesar de o evento já ser realizado há 7 anos, nesta edição tivemos várias pessoas que vieram participar pela primeira vez. Recebemos muitos elogios de pessoas da região e até mesmo de outros estados que disseram que vão voltar”, comemora a vice -presidente da CooperAliança, Adriane Araújo Azevedo, coordenadora do projeto de ovinos. O cardápio incluiu 10 pratos, todos a base de carne de cordeiro. Destaque para a farofa de miúdos de Cordeiro Guarapuava com erva-mate e o bolinho de aipim com charque de Cordeiro Guarapuava. “Nós sempre buscamos fazer alguns pratos que levam ingredientes tradicionais de Guarapuava e região. Este ano, esses dois pratos deram bastante certo, destacando a erva-mate e o charque. Os participantes elogiaram muito o sabor”, comenta Adriane. O Festival Gastronômico visa divulgar a qualidade da carne do cordeiro da CooperAliança. “O evento é realizado desde o primeiro ano da cooperativa. Queríamos fazer um evento gourmet, mostrando que a carne do cordeiro pode ficar muito bem também na panela e não somente no churrasco. Além disso, o festival divulga a nossa cooperativa, nosso trabalho e organização”. Adriane agradece a todos os parceiros desta edição do evento. “Devemos muito a eles, que colaboram todos os anos, fazendo com que o evento cresça a cada edição”.
Fotos: Luzita Levy
APOIADORES DO EVENTO:
Cooperativa Agrária
Grupo Superpão
Diretoria da CooperAliança
Bolinho de aipim com charque de cordeiro foi um dos destaques
Costela de Cordeiro Guarapuava ao molho barbecue
Grupo Zanardo
Guará Benef. de Batatas
Guará Chevrolet
Nutriphós
Pref. Mun. de Guarapuava
Sicredi
Tortuga, Pionner, Sindicato Rural de Guarapuava
Transportadora Chuinca
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Ovinocultura
Produção de ovinos no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária
A
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e a CooperAliança, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e do Instituto Emater, promoveram no dia 7 de novembro, no campus Cedeteg uma Tarde de Ovinos. Os principais temais abordados foram o Sistema Integração Lavoura-Pecuária na criação de ovinos e verminose na ovinocultura. Em três palestras, foram divulgados resultados de trabalhos na área de integração lavoura -pecuária dos grupos de pesquisa AgrisusBrasil e LabClin, ambos vinculados aos departamentos de Agronomia e Medicina Veterinária da Unicentro. Para o técnico da Emater e membro da Cooperaliança, Roberto Motta Júnior, essa integração entre as entidades agrega para todos, especialmente para os produtores, que só tem a ganhar com as pesquisas que visam o melhor manejo e, consequentemente, melhor produção.
Verminose em ovinos A professora Margarete Falbo, do departamento de Medicina Veterinária da Unicentro, ministrou a palestra “Relatos do diagnóstico da resistência a verminoses em ovinos”. Ela repassou os resultados da pesquisa a campo que foi feita em algumas propriedades de ovinocultores, cooperados da CooperAliança. “O principal objetivo
foi avaliar a eficácia dos antihelmíticos que eles vêm utilizando na propriedade. A pesquisa foi importante, no sentido de se usar uma droga que realmente controle a verminose, fazendo com que o desempenho desse animais seja maior”. Ao todo, 12 propriedades participaram do projeto em 2014 e mais de 700 exames de OPG (Contagem de Ovos por Gramas) foram realizados para se chegar ao vermífugo mais eficiente em cada propriedade. Margarete destacou que outros cuidados são bastante importantes para um tratamento eficiente de vermes em ovinos. “Usar o método Famacha ou fazer o exame OPG periodicamente, vermifugar somente os animais infectados, não trocar com frequência os princípios ativos, pesar os animais antes do procedimento para se dar a dosagem certa, não colocar os animais em pasto limpo depois de vermifugar para não contaminar um novo pasto (fazer isso somente após três dias)”, orientou a professora. Cooperados da CooperAliança que queiram receber as visitas e orientações dos grupos AgrisusBrasil e Labclin em suas propriedades a partir de 2015 devem procurar o Projeto de Ovinos da cooperativa.
Unidade de Referência em Integração Lavoura-Pecuária Os grupos de pesquisa na área de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) já existem há 10 anos na Unicentro. Ao longo desse tempo, vários trabalhos a campo foram realizados em propriedades da região. A integração de alunos de Agronomia e Medicina Veterinária permite que o sistema seja trabalhado em todos os seus aspectos. Atualmente, 25 alunos da graduação e pós-graduação realizam as pesquisas. O professor Itacir Sandini, coordenador do projeto de pesquisa em ILP, destaca que o sistema nada mais é do que o aproveitamento de áreas ociosas no período de inverno, trazendo muito benefícios ao produtor. “Geralmente os cereais de inverno são culturas de alto risco. Com a ILP, o produtor não utiliza 100% da sua propriedade para as plantações, ficando com mais uma alternativa de receita”.
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Um dos resultados de pesquisa foi sobre o uso do nitrogênio nas pastagens. “Constatamos que ele não interfere no ganho de peso individual. Por isso, além da pastagem, usamos um suplemento, que é o rolão de milho. Desta forma, notamos a diferença. Quando o animal permanecia durante o dia com a pastagem e durante a noite com o rolão de milho, o ganho de peso era de 184 gramas por dia, enquanto só com a pastagem, o ganho era de 154 gramas”, conta Sandini. Segundo o professor, o uso de nitrogênio só equilibra a produção e o aprofundamento da raiz, melhorando a supressão de plantas daninhas, o que contribui para o animal, mas não aumenta o seu peso.
Professora Margarete Falbo Depto. Medicina Veterinária da Unicentro
Marciela Rodrigues Doutoranda Unicentro
Roberto Motta Júnior, Emater e CooperAliança
Itacir Sandini Professor depto. Agronomia da Unicentro
Gesso Agrícola na integração lavoura-pecuária A doutoranda Marciela Rodrigues explanou sobre o uso de Gesso Agrícola. Ela ressaltou que o gesso não é um corretor de solo, pois atua na superfície, levando cálcio e alumínio. “Com isso, ele aumenta o aprofundamento da raiz, elevando a produtividade da cultura. Consequentemente, haverá uma quantidade maior de alimento para os animais na ILP”. O custo do gesso agrícola também é bem menor do que o uso de fertilizantes tradicionais, mas Marciela ressalta que é sempre necessária a
análise de solo, como para qualquer outro produto. “Antes de aplicar o fertilizante ou nutriente é necessário conhecer o solo e as propriedades em termos de fertilidade. Assim, o produtor não peca nem por falta e nem por excesso”, finaliza.
CooperAliança realiza treinamento para funcionários atuarem no frigorífico da cooperativa
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urante os dias 4 e 5 de novembro, a CooperAliança Carnes Nobres realizou treinamento para alguns funcionários, com o objetivo de tornar os mesmos aptos a trabalharem na indústria frigorífica. A ação foi realizada pela Associação Brasileira de Angus - Carne Angus Certificada, por meio das instrutoras Ana Doralina Alves Menezes, coordenadora regional do Programa Carne Angus Certificada do Rio Grande do Sul e Ana Carolina Mendes Dias, médica veterinária do Programa Carne Angus Certificada. “Nós enviamos o pedido e a Associação Brasileira de Angus nos atendeu prontamente, enviando duas instrutoras extremamente experientes na rotina de trabalho em frigoríficos para realizar o treinamento”, conta o médico veterinário João Paulo Boese Ferreira, gerente industrial do Departamento de Qualidade da CooperAliança. O treinamento foi dividido em dois módulos, teórico e prático. No módulo teórico, foram repassadas instruções sobre BPF (Boas Práticas de Fabricação) e como elaborar e aplicar os PACs (Programas de Auto Controle). Já no módulo prático, foram realizadas simulações de como aplicar os programas in loco. “Ambos os programas são essenciais para a indústria de alimento, garantindo qualidade e segurança alimentar do produto fi-
nal, através de seus controles e regras higiênico/ sanitárias, que devem ser rigorosamente seguidas. Vale ressaltar que são programas “básicos” na indústria alimentícia e pré-requisito para futuras certificações”, explica Ferreira. Ele ainda ressalta que a intenção da cooperativa é que a qualidade dos animais produzidos pelos cooperados tenha o mesmo padrão do trabalho realizado no frigorífico, oferecendo assim um produto inócuo aos clientes.
Funcionários e instrutoras que realizaram o treinamento
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Visita técnica
Alunos do Técnico em Agropecuária do Imperatriz em Castro
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lunos do 4º ano do Curso Técnico em Agropecuária do Colégio Imperatriz fizeram uma visita técnica em Castro nos dias 24 e 25 de outubro. O roteiro incluiu o setor de laticínios da Castrolanda Cooperativa Agroindustrial. Em seguida, a turma visitou a Fazenda Francana, pioneira no sistema de Plantio Direto. Na propriedade, foram observadas a bovinocultura de carne, a pecuária
leiteira e a suinocultura. No sábado, os alunos visitaram mais duas propriedades da região de Castro, para observar a produção dos pequenos produtores. O Sindicato Rural de Guarapuava foi um dos apoiadores da viagem técnica. “Agradecemos muito ao Sindicato Rural pelo apoio”, disse a professora Deise Maria Feltrin, coordenadora da visita técnica.
Agronomia
Acadêmicos participam de palestra sobre a profissão
A
Faculdade Campo Real promoveu no dia 17 de novembro, no Sindicato Rural de Guarapuava, uma palestra para os alunos do curso de Engenharia Agronômica sobre Orientação Profissional e Divulgação da Profissão. A palestra foi ministrada pelo presidente da
Alunos da Campo Real participam de palestra da Aeagro
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Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro), José Roberto Papi. O histórico da profissão, a grade curricular nos cursos de agronomia, atribuições e campos da profissão foram alguns dos assuntos tratados. Papi destacou ainda o tema associativismo. “Passamos a composição da nossa entidade, sendo a confederação, federação. Mostramos a atuação da associação e a importância dela na hora de se ter alguém para representá-lo, discutir assuntos de relevância e que podem mudar e melhorar a profissão”, destaca Papi. Os acadêmicos também tiveram a oportunidade de se associar a Aegro ao fim da palestra. A palestra faz parte de um projeto da Aeagro, que abrange apresentações em escolas públicas e cursos de Engenharia Agronômica. “Fazemos, nas escolas, essas palestras para que os alunos saibam exatamente o que um agrônomo faz. Assim, podem analisar se querem ou não seguir a profissão”.
Boletim AEAGRO
Palavra do Presidente Ao chegarmos ao fim de mais um ano, nos sentimos felizes de poder fazer uma análise das realizações da AEAGRO e ver que fomos capazes de cumprir os nossos planos de trabalho. Verificamos que a associação está cada vez mais forte e representativa. Somos procurados para desenvolvimento de projetos em conjunto com o setor da agrícola, universidades, poder público, entidades de classe. Desejamos a todos um abençoado Natal, um ano novo de realizações, principalmente de união e que tenhamos sempre a nossa NAÇÃO em primeiro lugar nas nossas ações.
Relatório de Atividades do ano de 2014 • Renovação do convênio com o CREA do repasse de verbas da ART para os próximos três anos, que garantem a nossa estabilidade econômica. • WinterShow, pelo 3º ano participamos do evento, este ano com estande de 150 m², com a presença do Presidente do CREA, Presidente da FEAPr Luiz A. C. Lucchesi, quando promovemos uma reunião com lideranças do agronegócio para a discussão de ações conjuntas ou em separados que garantam melhorias para a segurança legal na produção. • Dia do Agrônomo foi realizado a 7ª edição do “Café da manhã”, em conjunto com o Sindicato Rural, para a comemoração da data. • Palestra aos alunos da Faculdade Campo Real e Unicentro sobre a profissão e associativismo, buscando informar sobre a condução de estudos de graduação e a responsabilidade no exercício da profissão. • Obtivemos a 15ª colocação entre 80 entidades avaliadas na 7ª Edição do Prêmio CREA-Pr de Qualidade em Gestão nas Entidades – PCQ, recebendo “Certificação Prata”. • FEA-Pr - participamos de reunião em Curitiba e Foz do Iguaçu, onde foram tratadas as questões da eleição para o CREA 2014, a reformulação do estatuto, a realização da eleição da FEA-Pr, projetos de Leis que afetam a profissão e outros assuntos relevantes para a categoria.
José Roberto Papi Presidente da AEAGRO
www.aeagroguarapuava.com.br
• 7ª edição da Premiação dos Trabalhos de Conclusão do Curso TCC – foram avaliados 21 formandos, dando um total de 21 horas de apresentações. • A manutenção da representação no Conselho no CREA-Pr, com a eleição do nosso Conselheiro. • Participação ativa no processo eleitoral para o Sistema Confea/Crea.
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Imposto de Renda
Contribuinte,
é hora de agirmos! Sueli Karling Engenheira agrônoma Mestre em Economia, Doutora em Agronomia pela Universidade Federal do Paraná
Prezados leitores! Na proximidade de um ano novo sempre nos surpreendemos com novos projetos, novos propósitos, expectativas, enfim uma completa atmosfera de esperança se renovando. Porém, algumas demandas e problemas continuam os mesmos, senão maiores. Estamos nos referindo as necessidades das crianças e idosos carentes da nossa região. Mais uma vez gostaríamos de lembrá-los da possibilidade de amenizarmos esta situação através da destinação de uma determinada parcela do Imposto de Renda para o Fundo para Infância e Adolescência (FIA) e agora também para o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (FMDI). Pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real a possibilidade de destinar parte do imposto de renda apurado pode chegar até a 1% do valor devido, enquanto que para pessoas físicas este valor pode atingir até 6% do imposto de renda a ser pago. A aplicação do montante arrecadado pelo FIA e pelo FMDI é decidida pelos Conselhos Municipais. Estes, por sua vez, são órgãos que deliberam sobre programas de atendimento que já existam ou venham a ser criados em defesa das crianças, dos adolescentes e dos idosos. Os Conselhos são paritários, ou seja, formados pelo mesmo número de orgãos governamentais e de não-governamentais. Para aumentar ainda mais a credibilidade da operação, a prestação de contas do uso deste recurso é feita através do SIT – Sistema Integrado de Transferência do Tribunal de Contas da União. As entidades cadastradas no Conselho Municipal envolvidas com a proteção de crianças que podem ser beneficiadas com a destinação do imposto de renda trabalham em conformidade com a Política Nacional de Assistência Social e são divididas em categorias de acordo com a missão, podendo ser Entidade de Proteção Social Básica, Proteção Social Especial de Média Complexidade ou ainda, Proteção Social Especial de Alta Complexidade. No município de Guarapuava existem atualmente oito instituições registradas no Conselho Municipal Para a Infância e Adolescência, legalizadas, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal 8069/90. É possível eleger especificamente qualquer uma delas através da destinação “casada” ou simplesmente enviar para o FIA sem escolher especificamente a entidade, este se encarregará de distribuir estes recursos, assim como, 10% do total das destinações casadas, igualitariamente entre estas entidades. São elas:
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• PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
- Associação Beneficente das Senhoras de Entre Rios - Assoc. de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais – APADEVI - Caritas Socialis - Centro Educacional João Paulo II - Centro de Nutrição Renascer - Instituto Educacional Dom Bosco
• PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE
- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE
• PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE
- Associação Canaã de Proteção aos Menores
No que diz respeito às entidades que atendem aos idosos, a Lei 12.213/2010 permitiu que se destine também às instituições cadastradas no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, mas é importante ressaltar que a somatória das destinações para os diferentes fundos não pode ultrapassar o percentual já mencionado. Em Guarapuava são elas:
• Associação de Estudos, Pesquisas e Auxílio aos Portadores de Alzheimer – AEPAPA
- Serviço de Obras Sociais – SOS
Caso optem por destinar diretamente aos Fundos Municipais os dados são:
Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa - FMDI CNPJ – 17.866.154/0001-63 BANCO DO BRASIL Agência – 0299-2 Conta Corrente – 72406-8
Fundo Municipal Para a Infância e Adolescência - FIA CNPJ – 15.302.270/0001-24 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Agência – 0389 Conta Corrente – 006.00000437-0
Só para lembrá-los a lei 8.069/1990 sofreu alterações através da Lei Ordinária 12.594, o que implica na mudança do prazo para a destinação do imposto de renda, ou seja, pode coincidir com o pagamento no período da Declaração de Ajuste Anual de imposto de renda, em 30 de abril, porém, somente 3% do total a ser pago, e ainda caso a soma com os demais valores destinados ao longo do ano anterior não ultrapasse os 6% de dedução. O prazo para a destinação dos 3% complementares é 28 de dezembro próximo. É importante que se saiba que a lei alterou o prazo de parte da destinação apenas para o Fundo para a Infância e Adolescência. O prazo para a destinação para o Fundo dos Direitos da Pessoa Idosa não foi alterado, portanto, a data limite para esta destinação também é 28 de dezembro. A prática de destinação de imposto de renda vem crescendo ano a ano, mas ainda é, de maneira geral, muito, mas muito aquém do que poderia ser, provavelmente por falta de informação, de iniciativa ou ainda de conscientização de que este recurso pode ficar no nosso município e operar efetivas transformações na nossa sociedade. No período de crise política que estamos atravessando, em que a corrupção atinge níveis estratosféricos, quando fica mais do que evidente o mal uso dos recursos públicos, é hora de agirmos e reagirmos de maneira a minimizar esse risco. Decisões políticas fogem da nossa alçada, mas evitar que uma parcela do nosso dinheiro caia em mãos erradas, isso podemos fazer. Portanto, caros contribuintes, participem desta campanha informando, incentivando e obviamente, destinando.
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Empreendedor Rural
Regional Senar Guarapuava conquista o 1º e o 3º lugar no PER
O
encerramento do Programa Empreendedor Rural (PER) reuniu mais de 5 mil pessoas na Expotrade/Pinhais, em Curitiba, no dia 05 de dezembro. Na ocasião, foram divulgados os grandes vencedores do programa. Entre os 10 finalistas, a regional de Guarapuava do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) ficou com o 1º e o 3º lugar. De Campina do Simão (80 km de Guarapuava), a jovem de 19 anos, Letícia Jedenoralski, com o projeto “Reforma e divisão de pastagem”, conquistou o primeiro lugar, com direito a uma viagem internacional e bolsa de estudos. “Participar do curso valeu a pena, foi uma experiência de vida que nunca vou esquecer”. Quanto à premiação, ela disse que já valia ter ficado entre os 10 melhores do Paraná. “Foi uma conquista chegar até aqui, mas ficar em primeiro lugar foi uma coisa muito boa. Vou aproveitar muito a bolsa de estudos que eu tanto queria e a viagem“. O projeto, segundo ela, surgiu para estimular o interesse dela mesma na propriedade de 51,5 hectares, chamada Sítio São Pedro. “Eu não via a
propriedade como uma alternativa de rentabilidade. Foi no curso, fazendo todos os cálculos, que vi que a atividade leiteira pode ter bom rendimento”. Ela conta que apesar de não gostar da cidade, pensava em sair do campo, mas que com o Programa Empreendedor Rural isso mudou. “Agora quero fazer uma faculdade de agronomia e ficar na propriedade. Quero focar lá e ajudar meus pais, implantando meu projeto”. Em segundo lugar, ficou o engenheiro agrônomo Marcio Ito, da cidade de Uraí, no norte paranaense. Ele também ganhou uma viagem internacional com o projeto “Cultivo de pereira japonesa (Pyruspirifolia) em ambiente irrigado e protegido com tela de polietileno”. A meta do produtor é aumentar a renda com o cultivo da fruta no Sítio Ito, a cinco quilômetros de Uraí. “Embora eu seja agrônomo, o PER despertou a minha visão empresarial sobre a propriedade. O curso estimula a criatividade, além de mostrar novas oportunidades de mercado”, avalia. Associada ao Sindicato Rural de Guarapuava, Rosecleia Seguro ficou com o terceiro lugar, com o projeto “Reforma de pastagem e construção de confinamento”.
Mais de 5 mil pessoas prestigiaram a premiação do PER
Ela conta que começou a fazer o curso por uma simples ocupação. “Eu estava passando por um momento difícil na minha vida e decidi que deveria me ocupar com algo. Mas, ao longo do tempo, as experiências foram mexendo muito comigo, tanto com meu lado pessoal, como empreendedora rural”. A propriedade onde está sendo aplicado o projeto é a Fazenda Laranjinha, que fica em Laranjeiras do Sul (113,8 km de Guarapuava). Ela cria, recria e engorda bovinos no sistema de semi-confinamento. O projeto foi pensado para melhorar a pastagem na propriedade e aumentar o número de criação de animais. “A minha pastagem está bastante degradada, por isso a reforma. Já com o confinamento, os animais vão ganhar peso em período de tempo mais curto e as carcaças vão ficar melhores”. O instrutor de Rosecleia era Luiz Augusto Burei, que também foi instrutor da primeira colocada. Sobre a premiação, ela avalia que foi uma surpresa. “Quando eu fiquei entre os 10, já não estava acreditando. Ficar entre os três então, foi muito bom. A sensação é inexplicável. Achava que não tinha chance”. Rosecleia também ganhou uma viagem internacional. 3º lugar – Rosecleia Seguro (Guarapuava), juntamente com o instrutor Burei, o supervisor regional do Senar Aparecido Grosse e o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora.
1º lugar- Letícia Jedenoralski (Campina do Simão)
2º lugar - Marcio Ito (Uraí)
O Sindicato Rural de Guarapuava mobilizou as caravanas de Guarapuava, Candói, Cantagalo, Goioxim e Marquinhos
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Mudas de Nogueira-pecã Produzidas com alta tecnologia
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DIVINUT Indústria de Nozes Ltda., possui sede com 31.500 m2, com 1.500 m2 de área construída, processando nozes-pecã para exigentes e grandes empresas do setor alimentício, que usam ou revendem em todo o Brasil. Já no departamento agrícola, a empresa possui 400.000 mudas em todas as fases, acomodadas em canteiros sombreados e estufas, totalmente equipadas com fertirrigação e adubação foliar. São mais de 1.200 matrizeiras próprias, com rastreabilidade até os EUA, o que garante confiabilidade genética ao seu futuro pomar. A Divinut é pioneira mundial na produção de nogueiras-pecã com raiz coberta e no sistema de implantação e manejo denominado SDP (Sistema Divinut de Produção). O pioneirismo mundial está também na relação com seus parceiros, onde oferecemos um formato de produção com orientação técnica com base em 25 anos de experiência facilitando a entrada de novos produtores nessa rentável cadeia produtiva. Além da tecnologia que desenvolvemos e da experiência que acumulamos acompanhando mais de 1200 pomares dos nossos produtores parceiros, superando 300 municípios na região sul do Brasil, buscamos base tecnológica nos EUA, México, Israel, Chile e Argentina. O repasse dessas informações, se dá por meio de apostilas, consultas agendadas, e-mail, fax, telefone, dias-de-campo e palestras técnicas, interpretação de análise de solo com recomendação de adubação, calagem e distribuição de polinizadoras. Como necessitamos de matéria-prima, temos o máximo interesse que sua produção seja a maior, mais rápida possível e com melhor qualidade. Venha conhecer o nosso viveiro de nogueiras-pecã, com raiz coberta. Aproveita a sua visita para conhecer nossas instalações industriais, com descascamento e seleção mecanizados.
• Enxertadas com variedades híbridas norte-americanas de alta produtividade; • Testadas em condições brasileiras, por mais de 40 anos; • Produção de alta precocidade, com início entre o 2º e 4º ano; • Resistência às principais doenças, dispensando tratamentos químicos (pulverizações); • Comportamento floral - Somente a Divinut possui o conhecimento da florada na nossa condição de clima e de solo do sul do Brasil, possibilitando total segurança no planejamento do seu pomar com polinizadoras adequadas e produtivas; • Produção em raiz coberta, o que possibilita o plantio o ano todo, sem estresse de transplante, baixo índice de mortalidade, acentuando a precocidade produtiva; • As variedades que trabalhamos, produzem nozes com características ideais para industrialização, excelente granação, casca fina e baixa alternância de produção; • Longevidade que pode durar 200 anos de produção; • Sistema de manejo agrossilvipastoril para produção de nozes e madeira, integrado à pecuária; • Alta lucratividade, podendo superar R$ 80.000,00 ha/ano; • Baixo custo de implantação e manutenção; • Várias linhas de financiamento (PRONAF, PROGER, etc.); • Convênio nacional com SICREDI.
Modalidades de Plantio: • Formação de pomares comerciais, exclusivos ou consorciados com culturas perenes (erva-mate, oliveiras, pessegueiros, etc.) ou anuais (soja, trigo, milho, etc.) nas entrelinhas, podendo consorciar também ovinos a partir do 2º ano e bovinos ou equinos a partir do 4º ano; • Em pomares domésticos, complementando a variedade de frutas para a família, sem preocupações com tratamentos; • Ornamentação de parques, jardins, vias públicas, etc; • Excelente também para sombreamento de aviários, pocilgas, estábulos, galpões, etc; • Oferece uma frondosa árvore, com sombra fechada no verão e luz no inverno, já que perde as folhas nessa época; • Sombreamento para conforto térmico de gado leiteiro e de corte; • Na entrada de propriedades, corredores ou na forma de alamedas.
BR 153 - km 375, nº 375A - Cachoeira do Sul - RS - TEL. (51) 3723-6003
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Rebanho foi vacinado em novembro Quem não vacinou, poderá ser autuado
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urante todo o mês de novembro foi realizada a Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa. Atualmente, o Brasil tem apenas três estados não considerados zona livre da doença, sendo eles, Roraima, Amapá e Amazonas. A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) reconhece 23 estados brasileiros e o Distrito Federal como livres da aftosa com vacinação. Santa Catarina é o único a ter o status de livre da aftosa sem necessidade de vacinação. Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil se mantém sem a ocorrência da febre aftosa há oito anos e o objetivo é que em 2015 todo o país seja considerado zona livre da doença. A médica veterinária da Adapar Guarapuava, Ana Paula Kurshaidt explica que há apenas duas formas de prevenção da aftosa: a vacinação e a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), que comprova que o animal comprado de qualquer região foi vacinado.
Campanha
Na última etapa da campanha, os produtores do Paraná tiveram que vacinar o rebanho de bovinos e bufalinos, de qualquer idade, até o dia 30 de novembro. Além disso, também comprovar a vacinação por meio de um formulário entregue na Unidade Veterinária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Os produtores que não realizaram essas ações dentro do prazo poderão ser autuados, já que a vacinação é um ato obrigatório protegido por lei. Liziane Cogo dos Santos, que é também médica veterinária da Adapar, explica que os valores para esse ano são diferentes. A Unidade de Padrão Fiscal (UPF) possui, agora, o valor de R$ 75,28. Para quem não executar a vacinação dentro do prazo e possuir até 10 animais, a penalidade é de 10 UPF, acima de 10 cabeças é de 1 UPF/cabeça. Já para aqueles que apenas não comprovaram a vacinação até 30 de novembro, a multa é de 10 UPF. “A fiscalização começa a ser feita logo após o término da campanha de vacinação. Verificamos a lista dos que não comprovaram e vamos até as propriedades para conversar com o produtor”, explica Liziane.
A doença
Os principais sintomas da febre aftosa são febre, aftas na boca, nas tetas e entre as unhas, isolamento, babas, pêlo arrepiado e falta de fome e sede. Ana Paula ressalta que essa é uma doença altamente contagiosa e ao ser detectado os sintomas, o proprietário deve imediatamente procurar o serviço oficial do seu estado. “A notificação é obrigatória e deve ser imediata. A transmissão do vírus se dá pelo ar ou ainda pela própria baba do animal. O produtor pode encostar nessa baba, na sua roupa ou no seu sapato e levar esse vírus para outros locais. Por isso, é importante uma ação rápida na propriedade identificada”.
Vacinação Correta
É importante também que o produtor esteja atento ao manejo da vacinação. Liziane ressalta que em hipótese alguma se deve transportar a vacina da loja para a propriedade, sem as doses estarem dentro de uma caixa de isopor com gelo. “O produtor pode já levar sua caixa com gelo. Caso contrário, deve adquirir na loja”. Durante a vacinação, é preciso ainda manter a seringa e as vacinas na caixa térmica. As agulhas devem ser novas, adequadas e limpas. A dosagem certa para todos os animais é de 5 ml e os frascos devem ser agitados antes de usar. “É importante também que o produtor planeje o dia em que irá vacinar seu rebanho. Para que não haja estresse para o produtor, funcionários e nem para os animais. É preciso ainda ficar atento ao manejo, principalmente, das vacas prenhas. A vacina não causa aborto, mas o estresse pode vir a causar”, ressalta Ana Paula.
Próxima vacinação
No Paraná, é adotada a estratégia de vacinação semestral de animais com até 24 meses de idade e vacinação anual de animais com mais de 24 meses. Em maio, são vacinados apenas bovinos e búfalos com até 24 meses. Em novembro, a vacinação é para todos os bovinos e búfalos, de qualquer idade.
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Febre aftosa
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Comissão Técnica
Um projeto para ajudar a definir custos de produção de ovinos
E Adriane: enaltecendo a participação dos membros da comissão no encontro em Guarapuava
m seu último encontro de trabalho de 2014, a Comissão Técnica de Ovinocultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), reuniu-se no Sindicato Rural de Guarapuava, para definir a realização, em 2015, de um projeto para ajudar o ovinocultor do Estado a enfrentar uma dificuldade do setor: o levantamento de custos de produção. De acordo com a presidente da comissão, a ovinocultora Adriane Thives Araújo Azevedo, que também é vice-presidente da Cooperaliança, esta foi a proposta que o grupo debateu com a professora doutora Alda Monteiro, diretora do Centro de Ensino Aplicado em Ciências Agrárias da UFPR, convidada a participar da reunião. “Estamos desenvolvendo já um projeto, para 2015, com a participação de outras cooperativas do Paraná, da FAEP, da Universidade Federal do Paraná, para começar a desenvolver uma planilha de custos e colocar isso mais acessível ao produtor”, contou.
Comissão Técnica de Ovinocultura da FAEP: projeto piloto para determinar padrão para cálculo de custos
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A maior dificuldade dos ovinocultores, ressaltou, está nas anotações, tanto no campo, com os índices zootécnicos do rebanho, quanto no escritório, no registro dos investimentos. Adriane comentou que os interessados em ovinocultura, ao procurarem cooperativas do setor, querem saber de antemão quanto vão gastar e qual será o retorno financeiro – mas vários teriam dificuldades de avaliar custos e viabilidade. “O custo é muito variável. Vai depender de propriedade para propriedade. Mas vamos ter uma média do que está acontecendo”, antecipou, resumindo o que será o projeto: “A ideia é sair daqui um modelo de coleta de dados”. De acordo com ela, isso significa um padrão único para determinar quais os fatores a serem contabilizados como custos e qual o método de calcular cada fator individualmente, já que em alguns casos existem diferentes formas de se avaliar um mesmo item que compõe os custos totais. Com isso, a presidente da comissão espera que a ovinocultura possa se igualar à produção tecnificada de grãos – setor no qual os produtores em muitos casos já têm uma visão bem clara sobre custos e rentabilidade. Segundo Adriane, a iniciativa começará com um projeto-piloto. “Cada cooperativa vai identificar o perfil do produtor e colocar quatro propriedades nessa pesquisa. Esses produtores vão estar assessorados, durante esse ano de 2015, para aprender a fazer o levantamento de custos. Depois, naturalmente, os outros vão se interessando e vendo que a dificuldade não é tão grande quanto parece”, informou. A presidente da comissão também enalteceu a realização do encontro em Guarapuava. “Foi importante. É uma cidade na região central (do Estado), então a maioria dos membros da comissão veio à reunião”, concluiu.
Agricultura de Precisão
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Agricultura de Precisão (AP) é um sistema de gerenciamento agrícola que apesar de existir há algum tempo, só agora vem crescendo. O Brasil é hoje destaque na produção agrícola, mas na Agricultura de Precisão ainda precisa evoluir. A AP começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Hoje vai além e pode ser usada em todas as cadeias produtivas do setor agropecuário. Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo. Mas para que ela traga benefícios é preciso que o produtor tenha conhecimento sobre a técnica, para utilizá-la da forma correta na sua produção. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) que visa capacitar produtores e trabalhadores rurais promoveu o primeiro curso de Agricultura de Precisão em Guarapuava, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro. “Esse curso é importante para a região, já que ela é bastante desenvolvida em tecnologia. Foi um curso introdutório, sendo uma visão geral sobre AP”, explicou o instrutor do Senar, Edson Cristiano Groff. O curso foi voltado a alunos do Centro de Educação Profissional Arlindo Ribeiro (Colégio Agrícola) e também a produtores rurais. Groff destaca o quanto a área necessita de capacitação. “Nestes três dias pode-se perceber o quan-
Gessyca Reis
Senar tem curso de AP to há de deficiência nos conhecimentos de AP, mesmo com os alunos que estão se formando agora e ainda estão estudando. E para que a Agricultura de Precisão cresça, precisa haver essa capacitação porque falta muita mão-de -obra na área”. Carla Aline Mierzva é formada em Agronegócios e vai começar a produção de bovinocultura de leite. “O curso foi ótimo. Trouxe bastante conhecimentos sobre AP. Mesmo com a formação do curso superior, muita coisa fica para trás. E agora que vou investir em pecuária leiteira, em um olhar grosso pode parecer que a agricultura de precisão não tenha muita a ver, mas questões de solo, é tudo interligado, não tem como não interligar. E a precisão traz maior produtividade, maior lucro para o produtor”, conta. O aluno do curso Técnico em Agropecuária do Colégio Agrícola, Ayron Rafael Melo diz que o curso foi uma complementação na sua formação. “Foi bem significativo na minha formação, porque nos dias de hoje a agricultura de precisão esta sendo muito importante, com evoluções constantes. A intenção é sempre elevar a produção e para isso é preciso ter conhecimento e atualização sobre a AP”. Os cursos do Senar são gratuitos e direcionados a produtores ou trabalhadores rurais. Interessados no curso de Agricultura de Precisão ou outros, devem entrar em contato pelo telefone 42-3623-1115, com Rosemeri.
Esse curso é importante para a região, já que ela é bastante desenvolvida em tecnologia” Edson Cristiano Groff
Afrânio L. Nardelli - CREA/PR 85033/TD alnardelli@yahoo.com.br (42) 9933-7201 - (42) 3625-2271 Av. E 1061 - CEP 85139 - 400 Colônia Vitória - Guarapuava - PR Paulo José Alba - CREA/RS 177284/TD pjagro@yahoo.com.br (45) 99356745 / (45) 91286588 / (45) 30296067 Rua Caracas, 45 - CEP 85858-040 Beverly Fahls - Foz do Iguaçu - PR Revista do Produtor Rural do Paraná
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Aprosoja e Canal Rural
Guarapuava na rota do
projeto Soja Brasil Sindicato Rural de Guarapuava reuniu mais de 200 produtores rurais em evento da Aprosoja e Canal Rural
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Projeto Soja Brasil passou por Guarapuava no mês de outubro. O encontro, realizado no dia 22, mobilizou mais de 200 produtores rurais da região. O auditório móvel do Canal Rural, instalado numa carreta, permaneceu durante toda a tarde em frente ao Sindicato Rural de Guarapuava, entidade que organizou o evento no município com apoio de diversas empresas e cooperativas parceiras. No veículo equipado com sala de vídeo, os jornalistas Kellen Severo e João Batista Olivi coordenaram um talk show sobre o agronegócio da
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soja. Os participantes foram o consultor do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, o pesquisador da Embrapa Soja, Amélio Dall’Agnole e o analista de mercado, Flávio França Júnior. Durante a noite, no anfiteatro do Sindicato Rural, foi realizado um painel sobre a situação atual do mercado e as projeções para a próxima safra da soja. Participaram do debate o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Paraná), José Eduardo Sismeiro, o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, o analista de mercado Flávio França Júnior e o
Um alerta sobre aplicação preventiva Amélio Dall’Agnol (Pesquisador da Embrapa Soja)
Durante a tarde os debates aconteceram dentro do caminhão/ estúdio do Canal Rural
À noite, as palestras ocorreram no anfiteatro do Sindicato Rural
“Se você não tem a presença da lagarta e aplica veneno, vai matar não a lagarta, mas os inimigos naturais que matariam a lagarta, que são centenas: fungos, bactérias, insetos, nematóides. Quanto aplico inseticida sem a presença da lagarta ou com a presença de menos lagartas do que demandaria uma aplicação, estou atacando os inimigos naturais dela, que posteriormente poderiam controlá-la, e nem precisaria fazer aplicação. Mas se eu aplicar antecipadamente, preventivamente, não faz sentido. Apenas estou gastando dinheiro. E poluindo o meio ambiente ainda. Dependendo do inseticida, da dosagem que o produtor usar, ele sabe muito bem o quanto custa a aplicação. Além disso, ele tem o custo do diesel, que usou, o trator rodando na lavoura, compactando o solo. Definitivamente, não faz sentido – por medo da lagarta – fazer aplicações antes que se justifique a utilização do veneno. Não tem como evitar que a lagarta entre na lavoura. A lagarta vai entrar se ela estiver presente na região. Ela pode estar presente por causa de outra planta, onde também se hospeda. Milho, feijão. Se fala que a helicoverpa é uma praga polífaga. Que come de tudo. Se não tiver soja, ela come o milho. Se não tiver milho, come algodão. Esperamos que o produtor não queira gastar dinheiro (à toa), porque não está sobrando, não é?”
Tendências de preços das commodities Flávio França Junior (Analista de mercado)
Debate abordou cenário agrícola brasileiro presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho. Em Guarapuava, o projeto contou com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava, Sociedade Rural de Guarapuava, Cooperativa Agrária, CooperAliança, Tratorcase, Zeagro, Agropantanal, Paraná John Deere, Lavoura Guarapuava, Agrotatu, Coamo, Agrícola AGP e C.Vale. Além de Guarapuava, a terceira edição da caravana passou por quatro cidades do Paraná consideradas pólos de produção de soja, sendo elas: Londrina, Maringá, Mangueirinha e Guaíra.
“A grande mudança deste momento é o fato de que o complexo grãos – soja, milho e trigo – vive um instante de safra abundante no mundo. Os três estão com estoques elevados. Em patamares recordes. E, para completar, o prognóstico para a soja 2015, nos Estados Unidos, é de mais área. Não tem como impedir que este mercado caia nesse cenário. Como se soluciona estoques elevados? Ou cortar a oferta ou multiplicar a demanda. Ou ambos. No caso da demanda, não tem como ela se multiplicar do dia para a noite. Para a gente inverter esta curva de preços, é preciso um choque negativo de oferta. Então, a solução é um problema de clima, que não temos agora nos EUA. Na América do Sul, tem esse atraso das chuvas, no Mato Grosso e região central. Também não é motivo de perda. Os prognósticos da meteorologia mostram chuvas dentro do normal. Não temos elementos na mão para dizer que na safra sulamericana haverá perdas. Temos de aproveitar os repiques (de preço) que o mercado oferecer. É fundamental não errar neste ano. Tem de se fazer a lavoura muito bem feita. E cuidar da produtividade. É necessário que ele (o produtor) colha bem. Os custos estão altos e os preços, baixos. Essa é a leitura que a gente faz para 2015 e 2016: preços acomodados e conservadores”. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Importância da passagem do Projeto Soja Brasil em Guarapuava Rodolpho Luiz Werneck Botelho (Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava)
Só no ano passado andamos mais de 40 mil quilômetros em todo o país”
“A Caravana Soja Brasil é interessante porque participaram várias entidades como o Canal Rural, o pessoal de pesquisa como a Embrapa e a consultoria de mercado do Flávio França Junior, falando sobre a perspectiva de mercado de grãos. Nos traz a oportunidade de entender o que está acontecendo no país inteiro, porque essa caravana vem passando por todo o Brasil. Essas informações nos são transmitidas e dá a oportunidade de discutir também sobre as novas tecnologias, comercialização, segurança na produção, rentabilidade. Além disso, mostra nosso potencial como região agrícola, repassa as informações do que acontece no setor de agronegócio da nossa região e as nossas demandas para os demais canais de informações e para Embrapa e outras entidades envolvidas. É esse intercâmbio de informações que faz do projeto algo bastante importante, não só para nós do setor produtivo, mas também para a sociedade da região”.
José Eduardo Sismeiro Presidente da Aprosoja Paraná
Fabrício Rosa Diretor Executivo da Aprosoja Brasil
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Projeto Soja Brasil Percorrer as lavouras de soja de todo o Brasil e fazer uma análise de como está a produção da cultura e ainda levar informações atualizadas aos produtores são os principais objetivos do Projeto Soja Brasil. Com realização do Canal Rural, da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) e da Associação dos Produtores de Soja do Paraná (Aprosoja/PR), o projeto já está na sua terceira edição. “Só no ano passado andamos mais de 40 mil quilômetros em todo o país. Como somos 12 Aprosoja estaduais, passamos em todos os estados que possuem, obviamente, cidades que produzem soja”, relatou o presidente da Aprosoja Paraná, José Eduardo Sismeiro. Segundo Sismeiro, são analisadas durante as expedições as dificuldades que o produtor relata, como a logística, problemas fitossanitários, de tempo, de rendimento, doenças, entre outras. “Ao fim do projeto é elaborado um documento para ver o que a Aprosoja tem que fazer de ação para tentar resolver ou minimizar os problemas dos produtores”. O diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa explica que o projeto é constituído por três etapas: os fóruns; as expedições que são realizadas por agrônomos e técnicos, acompanhados por jornalistas que realizam matérias divulgando os diagnósticos; e nesse ano a novidade são as caravanas com a carreta do Canal Rural. “Essa novidade é muito atrativa para os produtores, pois acaba se tornando um espaço de conhecimento também”. Quanto aos resultados que o projeto vem gerando, Rosa destaca o conhecimento de regiões produtoras. “Nós conseguimos tirar do anonimato muitas regiões produtoras de soja e milho no Brasil. E conseguimos fazer uma conexão entre elas. De maneira que ao longo da safra, a gente consegue ir mostrando qual é a realidade de cada região”, ressalta. Sismeiro ainda grifa outro retorno do projeto. “Ano passado tivemos um problema gravíssimo, que foi o da Helicoverpa. Com o projeto, conseguimos identificar os estados que têm mais problema com essa praga, o que eles devem fazer, até mesmo dosagem de inseticidas que tem que se usar. Conseguimos, ainda, até reduzir o uso de inseticidas”. Nesse ano, a caravana e expedição Soja Brasil já passou por Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Reprodução animal
Vacinação estratégica contra Diarreia Viral Bovina (BVD), Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) e Leptospirose melhora a taxa de prenhez em protocolos de IATF em vacas de corte da raça Nelore. Resumo:
Foram utilizadas 1172 vacas Nelore recém -paridas provenientes de quatro fazendas localizadas no estado do Mato Grosso do Sul durante a estação de monta 2013/2014. Os animais foram distribuídos em dois grupos de tratamento manejados dentro dos mesmos lotes de IATF. O primeiro grupo recebeu os manejos vacinais contra as enfermidades Rinotraqueíte Infeciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral Bovina (BVD) e leptospirose e o segundo grupo não recebeu vacinas e foi considerado como grupo controle. Os animais vacinados tiveram taxa de prenhez na IATF de 58,2% comparado com 44,7% do grupo de controle. Exame de sangue de parte das fêmeas confirmou a presença dos agentes em alta porcentagem, reforçando levantamentos sorológicos em maior escala que demonstram a alta prevalência nos rebanhos brasileiros.
Introdução:
A pecuária de corte brasileira é um dos pilares do agronegócio. Estima-se que em 10 anos o Brasil deverá aumentar a produção atual de carne em cerca de 43% para atender a crescente demanda interna e externa de proteína bovina (CONAB, 2014; IBGE, 2006; MAPA, 2014). O aumento na produção de carne é resultado de uma série de fatores relacionados a manejo, nutrição, reprodução e sanidade, sendo a reprodução identificada como um dos mais importantes fatores associados com a rentabilidade da pecuária bovina, afetando diretamente os níveis de produtividade de um reba-
Autores do texto: MSc. Lucas Souto Médico Veterinário UNESP-Botucatu Mestre em Fisiologia da Reprodução – The Ohio StateUniversity (EUA) Gerente Técnico e de Produto BiogénesisBagó MSc. Guilherme Pizzo. Médico Veterinário PUC/MG Mestre em Biologia e Biotecnologia da Reprodução – Universidad de Murcia (ES) Coordenador de Serviços Técnicos BiogénesisBagó.
nho (Radostits, 2001). Atualmente, o Brasil conta com índices zootécnicos muito inferiores quando comparados aos principais países produtores de carne no mundo. A cada 100 vacas aptas a reprodução apenas cerca de 52 bezerros são desmamados, representando quase metade da produção potencial existente. Isto é consequência de uma série de ineficiências, desde baixas taxas de prenhez média, girando em torno de 65%, altas perdas gestacionais, em torno de 5%, e altas taxas de mortalidade do nascimento até a desmama, chegando a 8% (Zimmer e Euclides Filho, 1997; Anualpec, 2009; Ferraz e Felício, 2010). Dentro deste cenário, novas tecnologias como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem ganhado cada vez mais importância dentro da atividade de cria. Dentre os inúmeros benefícios associados a IATF estão o aumento da quantidade de animais em serviço, a introdução de genética superior, o aumento, a antecipação e a programação da prenhez, e a redução de mão-de-obra. Estimase que em 2013 cerca de 8,75 milhões de fêmeas foram sincronizadas em IATF correspondendo a cerca de 12% do rebanho de fêmeas existentes no Brasil (Baruselli et. at., 2014). No entanto, nem todo animal diagnosticado prenhe dentro da estação reprodutiva necessariamente irá produzir um bezerro. Estudos demonstram perdas gestacionais em gado de corte em torno de 6,4% do diagnóstico de gestação ao nascimento, sendo que existem inúmeras perdas anteriores ao diagnóstico de gestação que são na maioria das vezes subavaliadas (Alfieri et. al., 2010). Grande parte destas perdas tem sido associadas à enfermidades como Revista do Produtor Rural do Paraná
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a Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral Bovina(BVD) e a Leptospirose. Um levantamento com mais de 55 mil amostras realizado desde 2001 pela Biogenesis Bagó demonstrou que a prevalência destas enfermidades em bovinos de corte e leite é alta e está presente em diferentes regiões do Brasil (tabela 1).
Diante destes dados, estratégias visando minimizar as perdas reprodutivas têm sido adotadas, sendo os programas vacinais os mais utilizados atualmente. Com o objetivo de fortalecer este conceito, recentemente a empresa Biogénesis Bagó realizou um estudo correlacionando os impactos negativos desses agentes em vacas Nelore recém -paridas submetidas a IATF. Este estudo foi realizado em quatro fazendas do Mato Grosso do Sul (Tabela 2) que já trabalhavam com protocolos de IATF, porém ainda sem nenhum programa vacinal estabelecido.
do último manejo (D10). Animais foram aleatoriamente divididos em dois grupos, vacinados com BIOABORTOGEN H® e BIOLEPTOGEN® e controle (não vacinados), e tratados dentro do mesmo lote aleatoriamente recebendo a primeira dose no D0 e a segunda dose no D40 junto com o diagnóstico de gestação realizado com ultrason (Figura 1). A dose e o reforço são recomendados apenas para animais primovacinados (que estão recebendo a vacina pela primeira vez). É importante mencionar que os dias de aplicação das vacinas neste experimento foram realizados no D0 e D40 para aproveitar os manejos de IATF realizados na fazenda, porém idealmente recomenda-se vacinar os animais com a primeira dose pelo menos 21 dias antes do início do protocolo de IATF sendo a segunda dose realizada no D0.
Figura 1 –Esquema de protocolo de IATF e de vacinação.
Os animais que receberam vacina apresentaram uma taxa de prenhez maior (58.21%; 340/584) comparado com o grupo controle que não recebeu vacinação (44.73%; 263/588; P < 0.0001; Figura 2). Não houve diferença estatística quando avaliada a prenhez por outras variáveis como touros, inseminadores, fazendas e categoria animal (P > 0,1).
Tabela 2 –Localização das fazendas e quantidade de animais por fazenda.
O objetivo do experimento foi avaliar o efeito do uso das vacinas BIOABORTOGEN H® e BIOLEPTOGEN® (Biogénesis Bagó) na taxa de prenhez em vacas Nelore recém-paridas destinadas a IATF. Amostras de sangue para levantamento sorológico de anticorpos contra as enfermidades IBR, BVD e Leptospirose foram coletadas em 3,9% (n=46) dos animais no momento do início do protocolo de IATF (D0) com o objetivo de estimar a presença dos agentes nas vacas do experimento. Dos animais coletados para avaliação apresentaram títulos de anticorpos contra BVD, IBR e Leptospirose, respectivamente 78,3%, 95,6% e 10,9% das amostras, demonstrando uma grande correlação com os levantamentos realizados anteriormente para estes agentes. Todos os animais foram submetidos a protocolos de IATF de 3 manejos recebendo no dia de início do protocolo (D0) um dispositivo intravaginal de progesterona (Cronipres Mono Dose, Biogénesis Bagó) e a aplicação de 2 mg de benzoato de estradiol (Bioestrogen, Biogénesis Bagó). No D8 foi realizada a remoção do dispositivo intravaginal de progesterona, animais receberam 1 g de cipionato de estradiol (E.C.P, Zoetis) e 25 mg Dcloprostenol sódico (Croniben, Biogénesis Bagó),o procedimento de IATF foi realizado após 48 horas
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Figura 2–Taxa de prenhez a IATF entre animais vacinados e controle ao diagnostico de gestação aos 30 dias.
Conclusão e Discussões:
As enfermidades IBR, BVD e leptospirose têm sido amplamente estudadas e seu reflexo na produtividade tem demonstrado grandes prejuízos econômicos em sistemas de produção de corte e leite. Uma das inúmeras manifestações destas enfermidades está na forma reprodutiva como reabsorção embrionária, abortos, nascimento de bezerros fracos ou natimorto, impactando assim quantidade de bezerros nascidos. Grande parte destas perdas tem sido associada a perdas subclínicas que muitas vezes não são observadas, gerando ao pecuarista a falsa impressão destas enfermidades não representarem impactos econômicos ou não estarem presentes na sua realidade. Neste trabalho, realizado em fazendas comerciais
retratando uma realidade muito próxima às encontradas em outras regiões do Brasil, observamos que aos 30 dias de gestação as vacas que foram vacinadas tiveram 13,5% a mais de prenhez. Esta diferença deve-se somente às perdas que ocorrem durante os 30 primeiros dias de gestação, relatos de literatura demonstram que as perdas do dia 30 até o final da gestação estão presentes e provavelmente neste trabalho esta diferença aumente até o final da gestação. Um fator importante que devemos levar em consideração é que a técnica de IATF pode estar predispondo a transmissão destas enfermidades que já estão presentes, principalmente pelos inúmeros eventos de estresse causados aos animais como por exemplo os vários manejos de curral que podem estar causando uma queda de imunidade, além disto, aglomerados, animais podem aumentar o contato direto entre eles e propiciar a transmissão destas enfermidades. A mensagem que devemos deixar não é de parar de sincronizar vacas em IATF, pelo contrário, sabemos dos inúmeros benefícios da técnica e que é um caminho sem volta para o Brasil, mas sim é entender que com a intensificação dos sistemas de produção devemos contornar alguns obstáculos que possam surgir, é pensar que um pacote de tecnologia para funcionar deve ser levado em consideração todos os detalhes. Por fim, se quisermos aumentar a quantidade de carne produzida dentro da atividade de pecuária ou tornar nosso sistema de produção mais lucrativo devemos nos preocupar não somente em melhorar os índices de prenhez, mas também garantir que estas prenhezes sejam mantidas até
o final da gestação. Além disto, cuidados como a cura correta do umbigo, manejo correto de maternidade e os cuidados corretos com sanidade, como por exemplo a realização do manejo correto de vacinação contra as clostridioses, são extremamente importantes para minimizar as perdas do nascimento até a desmama.
Agradecimentos:
Este trabalho só foi possível devido ao apoio dos veterinários envolvidos Gabriel Jorge, Rodrigo Bussmann, Marcel Bussman, dos colaboradores das fazendas Piray, Água Azul, Segredo e São Geraldo, dos veterinários da Biogénesis Bagó Wilson Vasconcelos, Nilson Yoshii e Vinícius Tadano,da parceria com o veterinário Fabrício Torres do Laboratório Axys (Porto Alegre/RS) e especialistas em reprodução animal da Universidade de São Paulo (USP) Milton Maturana e prof. Ed Hoffmann.
Referencias Bibliográficas: ANUALPEC 2009. FNP. Consultoria e Comércio. Anuário da Pecuária Brasileira – Anualpec 2009. São Paulo, Ed. Argos Comunicação. 360p. 2009 BARUSELLI, P.S; MARQUES, M.O; JÚNIOR, M.R; SILVA, R.C.P; VIEIRA, L.M; SÁ FILHO, M.F. 2014. Como otimizar a eficiência reprodutiva de programas de inseminação artificial e de transferência de embriões em bovinos: Reprodução de precisão. 6º Simpósio Internacional de Reprodução aplicada. Londrina, PR. Anais Pg76. CONAB. Indicadores da Agropecuária: Quadro de Suprimentos. Disponível em http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1470&t=2 Acesso em março de 2014. FERRAZ, J.B.S.; FELÍCIO, P.E.de.Production systems – An example from Brazil. Meat Science v.84 p.238–243, 2010 IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2006. Disponível em http://www. ibge.gov.br/>. Acesso em março de 2014. MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano mais pecuária / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Assessoria de Gestão Estratégica. – Brasília :MAPA/ACS, 2014. 32 p. RADOSTITS, O. M. HERD HEALTH Food Animal Production Medicine. 3ª ed. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 2001. ZIMMER, A.H.; EUCLIDES FILHO, K. As pastagens e a pecuária de corte brasileira. In: Gomide, J.A. (ed.). Simpósio internacional sobre produção animal em pastejo, 1, 1997, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV-DZO, 1997. p.349-79.
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LANÇAMENTO AUGUSTIN MASSEY FERGUSON
LINHA MF6700 R DYNA 4:
UM SHOW DE TECNOLOGIA
Com a presença de produtores rurais de várias regiões do Paraná, a Augustin realizou, no último dia 21 de novembro em Guarapuava, o lançamento o�icial, dos tratores MF6700 Dyna 4, da Massey Ferguson (a linha compreende os modelos 6711, 6712 e o 6713, com respectivamente 112, 122 e 132 cv). Apresentado como equipamento que estabelece um novo patamar de tecnologia dentro da própria marca, o trator surpreende por apresentar uma série de novidades: a começar por 16 velocidades à frente e à ré, controladas por câmbio automático de tipo eletrônico, numa pequena alavanca junto ao volante, que chama atenção por mostrar-se Paulo Finger, sócio-diretor da Augustin extremamente leve ao ser movida. Botões de luz e alavancas de comandos hidráulicos foram posicionados no painel por grupos de funções, com alguns colocados inclusive nos paralamas traseiros, numa solução criativa e prática. Eles recebem ainda identi�icação visual amigável, para tornar fácil a operação mesmo por parte de quem ainda não conhece bem o trator. A cabine, totalmente ergonômica e climatizada (ar quente e frio), foi projetada também Luiz Mariano Szczypior, coordenador de marketing de para um acompanhante, para o produtos tratores, da Massey caso de ser necessário um auxiliar ou mesmo um funcionário em treinamento. Mas os atrativos não param por aí, conforme explicou o coordenador de marketing de produtos tratores da Massey Ferguson, Luiz Mariano Szczypior, que apresentou detalhes desse lançamento. De acordo com ele, o câmbio Dyna, uma das principais inovações, permite ajustar marcha e velocidade, fator especialmente importante no plantio. Paulo Luca, do Consórcio Nacional Massey Ferguson, mostrou aos produtores como participar
Jantar: confraternização em torno de uma novidade
O coordenador de marketing lembrou que para se chegar a este e outros avanços, a nova linha foi pensada por vários setores da Massey em diferentes locais do mundo. “Esse mesmo produto, você vai encontrar na França, Inglaterra e Estados Unidos, com as mesmas características e o mesmo nível de acabamento”, comentou. “É um lançamento na faixa de tratores médios multifunção, que vai ser utilizado para pecuária, grãos, olerículas, batata, em várias atividades diferentes”, acrescentou. No Brasil, os tratores da linha 6700 serão produzidos em Canoas (RS), com as primeiras unidades, sendo entregues já a partir do inicio de 2015. Sócio-diretor da Augustin, Paulo Finger, presente no evento, recordou que antes da noite de lançamento a novidade já pôde ser conhecida por agricultores em demonstrações a campo, feitas em fazendas da região. Conforme contou, o trator mostrou que além de moderno é econômico. “Foram feitas as demonstrações, aqui em Guarapuava, do 6713R, na propriedade dos produtores. Se compararmos o consumo que esse trator apresentou, puxando plantadeiras de 11 linhas, a gente vê o custo-bene�ício”, comentou. “Essa é a vantagem que o agricultor vai ter: um trator de pequeno porte, com motor de quatro cilindros, com desempenho de seis cilindros. Isso gera economia e bene�ício ao agricultor”, completou. Sobre a Augustin, Finger destacou que a empresa, fundada em 1926, em Não-me-toque (RS), comercializando produtos da Massey Ferguson desde 1962, também é forte em colhedeiras e implementos. A Augustin também está presente em Guarapuava e região, com lojas em Pitanga, Mangueirinha, União da Vitória e Laranjeiras do Sul. O foco é um relacionamento sempre melhor com o cliente, incluindo peças e pós-venda: “Dentro desse planejamento estratégico, acho que estamos trabalhando, e muito, para o Paraná, para propiciarmos ao agricultor um atendimento bom na hora em que ele necessitar”, concluiu o empresário.
NOTÍCIAS AUGUSTIN TRATORES MF 8600 DynaVT (320 e 370cv) MAIS FORÇA E RENDIMENTO EM TERRAS PARANENSES A série MF 8600 com os maiores e mais modernos modelos de trator do segmento. Dotados de tecnologia de ponta, MF 8670 e MF 8690 de 320 cv e 370 cv, respectivamente, são os primeiros no Brasil a serem equipados com a transmissão CVT (o mesmo conceito que leva tecnologia, conforto e economia de combustível, aos carros mais modernos vendidos no mercado). Os tratores
contam com piloto automático de série e função DTM que melhora o desempenho do trabalho, gerando economia de combustível. Esta máquina permite que o operador realize até 30 funções com apenas um toque de botão, e ainda possuem diferenciais como vazão do controle remoto de 175 litros por minuto e capacidade de levante hidráulico de 12 toneladas.
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Tecnologia
Aplicativo da Adama com foco nas lavouras brasileiras já conta com mais de 5 mil downloads O Adama Alvo, disponível para Android e iOS, oferece imagens, informações e serviços para facilitar a vida do agricultor O Adama Alvo, aplicativo focado nas culturas e alvos da agricultura brasileira, ajuda a identificar as principais pragas, ervas e doenças nas lavouras de soja, milho, trigo e algodão do país. Por meio de um completo banco de imagens e informações, como descrição, sintomas, importância e dados técnicos das principais ocorrências, o agricultor pode facilmente comparar e identificar o problema em sua lavoura e em caso de dúvidas, pode tirar uma foto e enviar para análise técnica da ADAMA. “Trata-se de mais um passo importante da ADAMA para simplificar a vida do agricultor com soluções e tecnologias inovadoras. Estamos muito contentes com o sucesso do aplicativo, já superamos a marca dos 5.000 downloads. Temos recebido muitos comentários positivos dos usuários que estão interagindo com a ferramenta”, afirma Roberson Marczak, gerente de Inovação da Adama. Outro ponto positivo destacado pelo executivo é que o aplicativo pode ser utilizado sem a conexão com a internet, o que facilita o acesso e trabalho no campo.
Sobre a ADAMA A ADAMA Agriculture Solutions, antes conhecida como Makhteshim Agan Industries, e no Brasil como Milenia Agrociências S.A., é uma das líderes globais em produção e distribuição de soluções de proteção ao cultivo e líder em produtos pós-patente. A empresa fornece soluções eficientes para agricultores em toda a cadeia de valor do agronegócio, incluindo proteção ao cultivo, inovações tecnológicas agrícolas e negócios complementares não agrícolas. Em 2013, a ADAMA teve faturamento superior a US$ 3 bilhões, o sétimo maior no setor agroquímico mundial. A empresa se caracteriza por sua inovação, foco no produtor e observância de padrões estritos de proteção ambiental e controle de qualidade. Para mais informações, acesse http://www.adama.com/brasil Informações à imprensa Mario Henrique Viana mh@allcommpartners.com.br 11-996518706
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fuja da corda bamba. Controle os percevejos sem desequilibrar os ácaros
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Legislação ambiental
CAR: faltam 5 meses. Você está preparado? Samanta Pineda Advogada e Consultora Ambiental da Frente Parlamentar da Agricultura
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m maio de 2015 vence o prazo para que todas as 5.200.000 (cinco milhões e duzentas mil) áreas rurais do Brasil se inscrevam no Cadastro Ambiental Rural, o CAR. É certo que este prazo poderá ser prorrogado pela Presidente Dilma por mais um ano, no entanto, o tempo parece curto diante de tantas dúvidas que apareceram depois que os produtores começaram a tentar a fazer sua inscrição. O preenchimento do Cadastro não é tão complicado, difícil mesmo é saber todas as mudanças e determinações da lei em relação às áreas de preservação permanente, reserva legal, o que são áreas de uso restrito e se tenho direito a manter minha lavoura ou tenho que substituir parte dela por vegetação nativa. Se o que faltava de vegetação nativa na minha área e me deixava
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Revista do Produtor Rural do Paraná
ilegal continua a me deixar nesta condição depois da nova lei. O que se percebe é que a dificuldade está em interpretar se o uso do solo das áreas rurais está irregular e quais as melhores maneiras possíveis de regularização, é o chamado diagnóstico ambiental. Muitas coisas mudaram. Agora podem ser somadas todas as áreas de preservação permanente para completar o percentual de reserva legal exigido, e quem desmatou sua área antes de 22 de julho de 2008, mesmo que de forma irregular, dentro de APPs ou na área que deveria ser destinada à reserva legal, pode se regularizar sem multas e pode recompor as margens dos rios com metragens que variam de acordo com o tamanho da fazenda. Aliás, as pequenas propriedades têm tratamento diferenciado em todas as obrigações, pois cada uma deve colaborar com o meio ambiente de acordo com a sua capacidade econômica. Esta é a verdadeira sustentabilidade. Por exemplo, uma área de até 1 módulo fiscal, 18 hectares em Guarapuava, tem que recuperar apenas 5 metros na margem de rios de qualquer tamanho. A nova lei proporcionou ainda a justiça de não penalizar aquele que agiu de acordo com as regras da época da abertura da área, ou seja, não cometeu qualquer ilegalidade, mas acabou ficando ilegal em virtude das mudanças da norma. O conhecimento prévio das regras básicas do chamado novo Código Florestal é o primeiro passo para a regularização e até para o correto preenchimento do CAR. Iniciar sua inscrição sem esta base poderá causar ao produtor uma certa insegurança diante de tantas perguntas e, caso insista, um prejuízo desnecessário. O CAR é somente a descrição ambiental da área, mas as informações devem ser dadas de forma verdadeira e correta, pois é este cadastro que será a base do plano que o produtor deverá fazer para se adequar às normas ambientais, a regularização ambiental, que poderá ser feita por conta própria ou através da adesão ao PRA – Programa de Regularização Ambiental, que é o conjunto de ações a serem realizadas para o cumprimento da lei. No Paraná o PRA foi recentemente instituído pela Lei Estadual 18.295 de 10 de novembro de 2014. Foram regulamentados todos os procedimentos necessários à regularização dos passivos ambientais, a forma de execução e prazos, além de detalhes sobre a prática da suspenção de multas e embargos sofridos em virtude de supressão irregular da vegetação. Outra regulamentação importante é referente aos TACs - Termos de Ajustamento de
Conduta. Aquele que assinou um termo se comprometendo a regularizar a área de acordo com a lei anterior, ou seja, sem somar a área de APP para atingir o percentual de Reserva Legal ou recompor as APPs de margem de rios de 30 a 500 metros e entorno de nascentes com 50 metros de raio, poderá substituir o Termo pela adesão ao PRA. São tantas e tão importantes as informações que o produtor precisa contar com o apoio de seus representantes, principalmente com os sindicatos, para que técnicos e especialistas no assunto possam levar a informação correta e orientar sobre a melhor forma de cumprimento da legislação. Embora, como já dito, o prazo para a inscrição no CAR possa ser prorrogado, o levantamento de dados da propriedade rural que poderão fazer grande diferença no processo de regularização pode levar tempo e quanto antes esta preparação começar, melhor. Mapas de uso do solo, matrículas atualizadas, levantamento sobre a época do desmate da área e identificação do bioma onde está inserida a propriedade são importantes informações que devem ser buscadas desde já para o entendimento da situação ambiental e escolha da melhor forma de regularização. A recuperação das APPs se dará de acordo com o tamanho da propriedade, mas a regularização da reserva legal pode ser por meio de recomposição da vegetação na própria área, que deverá ser feita em até 20 anos e pode ser intercalada com espécies exóticas; pode ser por regeneração natural, ou seja, o simples abandono de uma área apta a se regenerar sozinha pode ser uma forma de regularização, ou ainda através do mecanismo da compensação, que coloca a reserva legal fora da propriedade. A compensação pode ser feita por meio de arrendamento, compra de direito da reserva, compra de área de particular ou compra em unidade de conservação (parques, reservas) para posterior doação ao poder público. O critério é que seja no mesmo bioma, ou seja, áreas localizadas na mata atlântica deverão compensar na mata atlântica, não mais na mesma bacia ou microbacia como previa a legislação anterior. Cada forma de regularização tem uma peculiaridade e se adapta melhor a cada necessidade. Por isto é tão importante se informar e ter familiaridade com as novas regras. Caso o prazo do CAR não seja prorrogado, e só a Presidente pode fazer isto, restam apenas cinco meses para que ele se esgote. Portanto, toda informação é útil e necessária. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Inseticida de última geração, Hero é eficiente no combate de pragas de difícil controle. Com ele as lagartas e os percevejos não representam ameaça à tranquilidade de sua lavoura.
ATRIBUTOS Ação rápida de contato Efeito desalojante de pragas Amplo espectro de controle Seleção de isômeros mais ativos: maior bioatividade Melhor interação com o exoesqueleto das lagartas Menor fotodegradação
OS SEGREDOS DO PODER DE HERO
BENEFÍCIOS Rapidez e eficácia no controle Melhor efeito de choque Menores danos das pragas para a cultura Eficácia de controle
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Melhor efeito de choque e persistência na superfície da folha Amplo espectro e controle diferenciado
Pseudoplusia includens
Spodoptera sp
Eficácia de controle (%)
Eficácia de controle (%) Cerrados - Rondonópolis - MT Média de lagartas/metro (7,8)
90% - 1DAA 90
85
91% - 3DAA
1 DAA 80
Hero
98% - 1DAA
3 DAA 91 72
7 DAA 87
Cerrados - São Desidério - BA Média de lagartas/metro (13,2)
90
93
98
82
90
Metomil
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1 DAA 83
3 DAA 95
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7 DAA
10 DAA 90
95% - 3DAA
Espinosade
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Hero
90
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10 DAA 90
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Metomil
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Flubendiamida
FMC Agricultural Solutions Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira,150, 1º A 13091-611- Campinas - SP - Brasil (19) 3115 4400 - fmcagricola.com.br
• Produto para uso exclusivamente agrícola. • Não coma, não beba e não fume durante o manuseio e aplicação do produto. • Não manuseie ou aplique o produto sem os equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados. • Os equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados devem ser vestidos na seguinte ordem: macacão, botas, avental, máscaras, óculos, touca árabe e luvas. • Não utilize equipamentos de proteção individual (EPIs) danificados. • Não utilize equipamentos com vazamentos ou defeitos. • Não desentupa bicos, orifícios ou válvulas com a boca. • Não transporte o produto juntamente com alimentos, medicamentos, rações, animais e pessoas. Primeiros socorros e demais informações, vide o rótulo, a bula e a receita agronômica.
• Evite a contaminação ambiental, Preserve a Natureza. • Não aplique o produto na presença de ventos fortes ou nas horas mais quentes. • Aplique somente as doses recomendadas. • Não lave as embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos d’água. Evite a contaminação da água. • A destinação inadequada de embalagens ou restos de produtos ocasiona contaminação do solo, da água e do ar, prejudicando a fauna, a flora e a saúde das pessoas. • Não execute aplicação de agrotóxicos em áreas situadas a uma distância inferior a 500 (quinhentos) metros de povoação e de mananciais de captação de água para abastecimento público e de 250 (duzentos e cinquenta) metros de mananciais de água, moradias isoladas, agrupamentos de animais e vegetação suscetíveis a danos.
• Observe as disposições constantes na legislação estadual e municipal concernentes às atividades aeroagrícolas. No prazo de até um ano da data da compra, é obrigatória a devolução da embalagem vazia, com tampa, pelo usuário, ao estabelecimento onde foi adquirido o produto ou no local indicado na nota fiscal, emitida no ato da compra. Caso o produto não tenha sido totalmente utilizado nesse prazo, e ainda esteja dentro de seu prazo de validade, será facultada a devolução da embalagem em até 6 meses após o término do prazo de validade. O usuário deve guardar o comprovante de devolução para efeito de fiscalização, pelo prazo mínimo de um ano após a devolução da embalagem vazia. HERO (BIFENTRINA+ ZETA-CIPERMETRINA): Durante a manipulação, preparação da calda ou aplicação, utilize equipamento de proteção individual - Utilize equipamento
de proteção individual - EPI: macacão de algodão hidrorrepelente com mangas compridas passando por cima do punho das luvas e as pernas das calças por cima das botas; botas de borracha; máscara com filtro combinado (filtro químico contra vapores orgânicos e filtro mecânico classe P2 ou P3 quando necessário); Óculos de segurança com proteção lateral, touca árabe e luvas de nitrila. Classificação quanto ao Potencial de Periculosidade Ambiental: II (Produto Muito Perigoso ao Meio Ambiente). Classe Toxicológica: I (Extremamente Tóxico). Registrado no MAPA sob N° 16812.
LEIA ATENTAMENTE O RÓTULO, A BULA E O RECEITUÁRIO AGRONÔMICO, E FAÇA-O A QUEM NÃO SOUBER LER. CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
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Imprensa
Sindicato Rural de Guarapuava é destaque na mídia local e estadual
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ntre os dias 8 e 10 de novembro, o Sindicato Rural de Guarapuava teve diretores convidados a conceder entrevistas em três programas de duas emissoras de TV. No dia 8, o vice-presidente da entidade, Anton Gora, concedeu entrevista ao programa Meu Paraná, da RPC-TV (filiada Rede Globo no Paraná), que apresentou reportagem sobre a produção paranaense de cerveja. Descendente dos suábios do Danúbio (etnia de cultura alemã) que introduziram a cultura da cevada e a produção de malte em Guarapuava, Gora abordou o início do processo de produção. No campo, ele detalhou os tipos de cevada, de malte e de cerveja. No dia 9, o presidente do sindicato, Rodolpho Luiz de Werneck Botelho falou a outro programa da emissora, o Caminhos do Campo, sobre o atual momento da agricultura. Numa reportagem sobre a queda no preço do frete no Estado, ele comentou a situação da soja no Brasil e no mundo, ressaltando que os estoques estão elevados e que diante de preços menores o produtor terá de gerenciar bem seus custos e a venda das safras. Na noite do dia 10, na emissora local TV Humaitá, o trabalho do sindicato e o cenário da agropecuária regional foram tema do programa Tribuna Humaitá, apresentado por Fernando Guiné. Ele e a jornalista Luciana de Queiroga Bren entrevistaram Rodolpho Luiz Werneck Botelho sobre a adoção de uma gestão com foco em resultado, na entidade, e sobre as atividades do sindicato no âmbito do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (FAEP). O dirigente comentou o cenário da agropecuária regional e também a atuação dos governos estadual e federal no setor rural, além do Brasil no contexto do agronegócio internacional. A TV Humaitá é transmitida pelo canal 58 (aberto) e 21 (NET). O Programa Tribuna Humaitá vai ao ar, ao vivo, todas as segundas-feiras, das 22 às 23 horas.
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Segurança no trabalho
Trabalho seguro D
ebater a segurança dos funcionários dentro das empresas tem sido cada vez mais importante e os próprios empregadores têm sentido necessidade de ir atrás de informações relacionadas ao tema. Pensando nisso, as empresas Protec e Inova promoveram o Workshop: Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho no dia 29 de novembro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. O evento reuniu mais de 80 pessoas, dentre elas, empresários, produtores rurais, técnicos e estudantes da área. “Resolvemos promover o evento pela própria demanda de informações sobre o assunto que existe aqui na região. Tanto empregadores como os próprios técnicos de segurança do trabalho precisam se deslocar para outras cidades em busca de informações, por isso resolvemos trazer esse conhecimento até eles”, afirmou a proprietária da Protec, Rosana Obal, que também é técnica em segurança do trabalho. O evento abordou vários assuntos, como documentação, fit tests, tipos de equipamentos de proteção, Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais, Programa de Controle Médico de Saúde, Perfil Profissiográfico Previdenciário, Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e Vestimentas de EPI para aplicação de venenos e descartes de embalagens. As normas regulamentadoras que estão sendo bastante cobradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tanto em empresas como em propriedades rurais, também foram debatidas, principalmente as NRs 33 e 35, que tratam das condições obrigatórias para se realizar trabalho nos chamados espaços confinados e em altura. Um dos palestrantes, o técnico em segurança do trabalho, Darci Carraro, falou sobre a gestão ocupacional. Inicialmente, ele fez uma abordagem da parte legal do porquê as empresas devem ter a gestão ocupacional, pois na maioria das vezes elas possuem somente gestões voltadas para administração e economia. “A gestão das pessoas fica mais de lado. Quando falamos na gestão ocupacional, estamos falando da segurança e da saúde dessas pessoas, o que interfere no resultado das empresas, seja na produção ou no econômico”. Ainda na parte legal, Carraro ressaltou que quando não existem esses cuidados com os funcionários, pode-se elevar os custos
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com a previdência da empresa. “Quando há a ocorrências de acidentes dentro da empresa, os custos sobem, em média, 3% no ano seguinte no Seguro de Acidente de Trabalho (SAT)”. A proprietária da EloSeg, empresa de segurança e prevenção de acidentes, Janaina Gomes, abordou os temas de EPI’s e EPC’s, as suas formas de gestão para empresas e área técnica. “Existe toda uma gestão em torno dos equipamentos de segurança. A própria legislação menciona que além de entregá-los, é necessário treinar os funcionários, acompanhar e cobrar o controle dos mesmos”, explica. Também organizador do evento, o proprietário da Inova, Marcos Roberto de Lima, conta que a intenção foi abordar o tema segurança do trabalho de uma forma bastante ampla, para que os empregadores, técnicos e também funcionários pudessem ter consciência do quanto o assunto é relevante e abrangente. “A segurança não pode ser vista como mais um custo na empresa. Na verdade está longe disso. É um investimento. A partir do momento que tratamos nossos funcionários com mais zelo e cuidado, a produção será muito mais satisfatória. Além disso, devemos observar que todos são pessoas que apenas vendem seus serviços e não suas vidas ou sua saúde para as empresas. Ao fim do dia, tem sempre alguém esperando aquele funcionário”, destaca.
Fit tests dos equipamentos foi um dos assuntos abordados
“Devemos observar que todos são pessoas que apenas vendem seus serviços e não suas vidas ou sua saúde para as empresas. Ao fim do dia, tem sempre alguém esperando aquele funcionário”
O palestrante Darci Carraro falou sobre a Gestão Ocupacional
Proprietários das empresas Inova e Protec, organizadores do workshop
Infraestrutura e logística
E agora com os presidentes das construtoras presos?
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s maiores construtoras do Brasil estão na jaula da operação Lava Jato. Exatamente as 10 maiores, todas envolvidas. E agora, como ficarão as vitais obras da infraestrutura, logística, portos, rodovias, coisa fundamental para um agronegócio que entra num ciclo de diminuição dos preços das commodities internacionais? Os custos lavoura/porto no Brasil, em 2003, custavam 20 dólares a tonelada para os grãos soja e milho, enquanto nos Estados Unidos ficavam na ordem de 15 dólares a tonelada e na Argentina 14. Passados 10 anos, hoje o custo lavoura/porto no Brasil representa 92 dólares a tonelada, enquanto nos Estados Unidos 23, e na Argentina 20 dólares a mesma tonelada. Quer dizer, somos aproximadamente quatro vezes mais caros, da porteira das fazendas para frente, comparado aos nossos maiores competidores globais. Representa dizer que, perante uma queda de preços da soja, de 13 dólares o bushel, para 10/11, começamos a entrar em zonas de grandes dificuldades, para uma boa parte dos produtores nacionais.
Isso associado a outros fatores, incontroláveis para os agricultores, com um aumento de 74% no custo de produção como um todo, de 2009 para 2014, com mais 95% no aumento do custo dos insumos, incluindo diesel; e os custos fixos operacionais e administrativos crescendo outros 47%. Os cenários ficam obscuros para a safra 2014/2015. Só vai sobrar produtor com produtividade elevada e gestão sustentável. Nessa hora, o custo da infraestrutura pesa pesado e derruba muita gente, e o país. Significa desperdício. Então, e agora Dilma? Quem vai construir se os presidentes das 10 maiores construtoras brasileiras estão presos? Pergunto, por que só os chantageados, os que pagaram as propinas estão na cadeia, e os que receberam? Não os intermediários? Mas os destinatários finais de toda essa petrorobalheira? Esses sim já deveriam estar na cadeia, pois pelo menos os outros sabem construir, e os últimos apenas destruir. Nossa infraestrutura para o agronegócio não vai rodar em 2015.
Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão.
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Profissionais do campo
Uma homenagem aos técnicos agrícolas
O Mauro Sérgio Soares Gonçalves, dir. do Colégio Agrícola
Botelho, pres. do Sindicato Rural: técnicos hoje podem alcançar boa remuneração no mercado
Rui Vasconcelos: formado técnico agrícola há 43 anos
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Sindicato Rural de Guarapuava realizou, no dia 5 de novembro, em sua sede, a primeira edição do Café da Manhã dos Técnicos Agrícolas. O evento visou destacar a importância da categoria, a exemplo de outros encontros que o sindicato promove para homenagear profissionais do campo, como agrônomos, veterinários e zootecnistas. Entre os cerca de 25 participantes, compareceram desde aqueles com experiência de mais de 30 anos, quanto jovens recém-formados e técnicos que atuam em órgãos como Seab e Adapar. Dois dos presentes, os secretários municipais de Agricultura, Itacir Vezzaro, e do Meio Ambiente, Celso Araújo, observaram que também iniciaram como técnicos agrícolas. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e o vice, Anton Gora, ressaltaram a importância da categoria. Botelho enfatizou também que, hoje, as propriedades rurais se modernizaram, utilizam mais tecnologia e que os formados nesta área podem encontrar no mercado de trabalho posições importantes e bem remuneradas. Atuando na Seab em Guarapuava, o técnico Dirlei Manfio dirigiu a palavra aos colegas, sublinhando que, assim como outras profissões ligadas ao campo, também a categoria têm desempenhado papel relevante e agradeceu o sindicato pelo reconhecimento da classe. O diretor do Colégio Agrícola Arlindo Ribeiro, Mauro Sérgio Soares Gonçalves, contou que a profissão de técnico agrícola atrai o interesse de muitos jovens. Segundo disse, a instituição de ensino recebe alunos de 34 municípios da região e dos Estados do Maranhão e Tocantins. “O mercado de trabalho sempre está procurando. Temos procura no Mato Grosso, Piauí e na região também. Hoje, podemos dizer que tem demanda aberta para mais técnicos”, informou.
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Para Rui Rances Vasconcelos, natural de Guaraí (RS), que formou-se técnico agrícola há 43 anos e trabalha em Guarapuava desde 1976, o Paraná é um dos Estados que mais oferece oportunidades de trabalho à categoria. “Hoje, abriu-se mais campo para o técnico agrícola. Você se especializa: um pulverizador precisa de quem saiba regular; uma agricultura de precisão necessita de técnico especializado”, concluiu. Além do café da manhã, os participantes tiveram uma aula de ginástica laboral, ministrada pelo professor André Loiola.
Participaram do evento secretários municipais, como Itacir Vezzaro, da Agricultura (ao centro); e profissionais como Dirlei Manfio, da Seab (à dir.), além de técnicos da Adapar e outros órgãos
Participantes do café da manhã
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Agricultura
Soja 2014/2015: clima ajudando no início do ciclo
Safra em alta, preços em baixa Situação das commodities exige rigor na gestão de custos e lucros. Soja e milho, que compensavam eventuais baixas do trigo, têm perspectivas de preço conservadoras. Uma preocupação diante de cotações de trigo que baixaram ainda mais.
A
s safras de inverno no Brasil, em 2014, encerraram-se nos primeiros dias de dezembro. Mas o principal produto, o trigo, chama a atenção. Por um lado, vários produtores relatam boa qualidade de grão, por outro, a unanimidade é a inquietação com a viabilidade da cultura, devido a uma conjunção de fatores como maior safra e menores preços. Levantamento da Conab, de 11 de novembro, indicava naquele momento, estimativa de colheita de 7 milhões de t em nível nacional, com outras fontes considerando possível que o número fosse revisto um pouco para baixo, com to-
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tal em torno de 6,5 milhões de t (ainda assim, o volume significou uma forte elevação em relação a 2013, quando foram colhidas 5,5 milhões de t). Só no Paraná, que ao lado do Rio Grande do Sul responde por 90% da produção, uma área de 1,3 milhão de hectares levou a colheita a passar de 1,8 milhão de t, em 2013, para 3,77 milhões de t, em 2014 – safra gaúcha foi de 1,8 milhão de t. Todo este trigo chegou ao mercado num momento de oferta elevada. De acordo com a Conab, no dia 4 de dezembro, os estoques públicos do cereal somavam 15 milhões de t. Informativo do USDA, de 14 de novembro deste ano, reproduzido
no site da Abitrigo, apontava que, do ano passado para este, os estoques mundiais cresceram de 185,7 milhões para 192,8 milhões de t (em 2012/2013, o total era de 174,7 milhões). Com isso, a expansão da safra, entre os triticultores brasileiros, evidenciou dois desafios: preço e liquidez. Em sua conjuntura semanal, de 24 a 28 de novembro de 2014, a Conab mostrava que, no Paraná, o preço daquele momento, de R$ 29,65 (saca de 60 kg), estava bem abaixo do valor pago um ano antes, de R$ 45,75. O governo entrou com leilões de PEPRO, ofertando 1,39 milhões de t, originárias do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, comercializando 770,9 mil t, num montante de R$ 79,8 milhões. Mas com produção ainda abaixo da demanda, o Brasil, ao mesmo tempo, seguiu importando o produto. Conforme dados da Abitrigo, de janeiro a novembro de 2014 as importações somaram em torno de 5,49 milhões de t, com destaque para as importações dos Estados Unidos, que naquele volume representavam até aquele instante 2,52 milhões de t. Mercado global, reflexos locais. No centro-sul paranaense, em 12 municípios tradicionais na triticultura, a regional da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) em Guarapuava também registrou a expansão da safra: a produção, em 74.500 hectares, subiu de 231 mil para 239.200 t, o que reflete o crescimento no Estado, já que em 2013, na mesma região, 64.410 hectares resultaram em 232.000 t. O triticultor do Terceiro Planalto do Estado, assim como seus colegas de outras partes do Brasil, segue fazendo o balanço, de olho na oportunidade de comercializar por preços que tragam alguma rentabilidade para um cultura que precisa ser mantida para ajudar nas culturas de verão, como soja e milho. Enquanto já se antevia o desafio de equilibrar custos e lucros diante da queda de preços em relação a 2013, o clima, de início, se mostrou favorável. Na noite dos dias 3 e 4 de outubro, entretanto, um susto para quem tinha lavoura em Guarapuava: ventos fortes trouxeram acamamento em alguns campos.
Milho: calor no final de outubro trouxe danos por lagarta em várias lavouras
Porém, após a colheita, o desafio é o de comercializar, conforme contaram agricultores que conversaram com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL. “Nesse cenário de preço, em que os agentes compradores praticamente estão fora do mercado, tem restado basicamente as opções do governo. No PEPRO, é bastante baixo, o preço. Então, não tem remunerado”, disse o produtor Reni Kunz, da localidade de Igrejinha, em Guarapuava. Tradicional na atividade, que na propriedade ajuda as culturas de verão, como soja, ele admite uma quebra de 30%, devido ao clima e já antevê que deverá ficar no “empate”, entre custos e lucro. “Não fica negativo, mas também não vamos ter nenhum ganho de rentabilidade, nem remuneração do imóvel em si”, comentou. Observando que o trigo vem sendo vendido a preços mínimos, Kunz relatou que, para 2015, apesar do cenário, deverá manter a mesma área. “A gente faz cobertura e evita área de pousio. Plantar aveia (cobertura) também tem custos”, lembrou. Para a safra de verão, a expectativa é igualmente moderada. Um dia antes de concluir o plantio de soja (sobre trigo), em 25 de novembro, sob céu nublado e garoa, o produtor analisou que “o preço, até esses dias, estava bem pior, mas agora deu uma melhorada”. Kunz comentou que o dólar se valorizou frente ao real, proporcionando contratos “menos piores” do que alguns dias antes. “Soja, como é uma lavoura
o preço, até esses dias, estava bem pior, mas agora deu uma melhorada” Reni Kunz
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Reni Kunz: encerrando plantio da soja no final de novembro questiona, recordando que o produtor sofre com o menos custosa do que outras, deve remunerar clima e o mercado. “Simplesmente equilibrar? Não nesses patamares de preço atuais, se permaacho justo”, disparou. Mas confirmou que mantenecerem”, declarou, apontando que o produtor rá a área do trigo na fazenda, para não prejudiprecisa ter mais produtividade e custos baixos car as outras culturas. Lavouras que também já para conseguir lucro na atual conjuntura. Já o registraram preços melhores. “Soja, em Chicago, milho, ele revelou que reduziu a área há três caiu mais de 30%. O real desvalorizou em relação anos, mantendo-a depois sem grandes alteraao dólar. A soja teve acréscimo em real, porém os ções. A razão aqui é de novo o preço. “O ideal custos novamente vão lá para cima, porque nosseria aumentar a área de milho, mas como o sos fornecedores estão atrelados cenário era muito ruim, então ao dólar. Essa conta não vai femantivemos o mesmo percentual char”, analisou. Ele estimou que (de área dedicada àquela cultunesta safra 2014/2015, as margens ra). Tecnicamente, é baixo, mas é vão estar mais apertadas tano que financeiramente equilibra to para a soja quanto para milho. um pouco”, completou. “Vamos ter de comercializar muito Outro produtor, José Ernabem, encontrar épocas propícias, ni Lustosa, registrando queda de Clodoaldo Diniz Jr. para não baixar muito nossa ren15% na produtividade, atribuída tabilidade”, preconizou. ao clima, também ressaltou os O agricultor Clodoaldo Diniz Jr. também fadesafios da comercialização: “O mercado é solou em empate ao referir-se à comercialização: berano. É lastimável, este ano, esse preço que “Esse preço é o custo que a gente tem”, afirmou estão falando por aí, de R$ 500,00 a R$ 550,00 (a em entrevista após a colheita. Venda, por entonelada). Tenho tentado falar com compradoquanto nada. “A gente está com o trigo guardado, res e eles estão supridos do cereal. Então, estão esperando virar o ano. Os moinhos estão cheios nessa ideia de preço”. (do produto). Vamos esperar fevereiro”, revelou. Mas Lustosa ponderou que por outro lado “não O produtor contou que, mesmo assim, todos os dá para fechar a porteira” e deixar de produzir trianos mantém aproximadamente a mesma área go, já que a propriedade tem custos fixos que prepara aquele cereal de inverno e que o mesmo cisam ser diluídos. Mesmo que a margem negativa vale para 2015. deste ano possa ser eventualmente compensada Para a soja, manteve área. Sem milho. Até o pelos ganhos com soja em 2015, o produtor critica momento da entrevista, relatou que a cultura inia opinião de que “o agricultor vai se equilibrando” ciou bem, com o clima colaborando. Já na venda, o e sobrevivendo. “E o tanto que a gente investe?”,
“Os moinhos estão cheios de trigo. Vamos esperar fevereiro.”
José Ernani Lustoza
Clodoaldo Diniz Jr.
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Culturas de verão e inverno (Fonte: Seab - Dados de 24 de novembro de 2014)
2014/2015
Região de Guarapuava (12 municípios)
Simplesmente equilibrar (custo e lucro), não acho justo.” José Ernani Lustosa
Canola
Área (ha): 1.300 Produção (t): 1.980 Produtividade (kg/ha): 1.800
Cevada
Área (ha): 42.500 Produção (t): 155.125 Produtividade (kg/ha): 3.650
Trigo
Área (ha): 74.500 Produção (t): 239.200 Produtividade (kg/ha): 3.211
Trigo no Paraná em 2014 (Fonte: Seab - Dados de 24 de novembro de 2014)
Milho
(Estimativas) Área (ha): 78.300 Produção (t): 681.210 Produtividade (kg/ha): 8.700
Soja
Área (ha): 1.359.858
(Estimativas) Área (ha): 254.900 Produção (t): 879.405 Produtividade (kg/ha): 3.450
produtor disse que, dias antes, houve preços melhores em alguns contratos e que está buscando os melhores instantes para a comercialização. Diniz defende que o agricultor, conhecendo seus custos, venda a safra quando as cotações, em
Produção (t): 3.779.374 Produtividade (kg/ha): 2.783 Fonte (safra de trigo nacional): http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/ 14_11_13_09_19_35_boletim_graos_novembro_2014.pdf
eventuais picos, possam cobrir com lucro aqueles aportes. Estimando que esta deverá ser uma boa safra, sublinhou no entanto que ainda “é complicado” antecipar alguma coisa, já que o ciclo da cultura está apenas começando.
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Ciência e tecnologia
Olímpiada Brasileira de Robótica Confira os nomes dos finalistas que participaram da fase nacional da Olímpiada Brasileira de Robótica: Equipe MM Divison HU3! – Campeões Nível 1 Fase Estadual André Geier de Moraes Barros Arthur Geier de Moraes Barros Luiz Kramer Alvaro Kennicka
O
Sindicato Rural de Guarapuava apoiou alunos da escola de Robótica Optimus, de Guarapuava, na fase nacional da Olímpiada Brasileira de Robótica, que aconteceu de 18 a 21 de outubro, em São Carlos/SP. De Guarapuava, participaram três equipes nesta fase nacional, sendo duas do Nível 1 (alunos do Ensino Fundamental) e uma do Nível 2 (alunos do Ensino Médio), classificados nas fases regional e estadual. Nenhuma delas conseguiu classificação na nacional, mas ganharam medalhas de finalistas. O diretor da escola, Lucas Virmond Ribeiro, explica que o projeto da OBR é de um protótipo de um robô de resgate de vítimas em locais onde seres humanos não podem entrar. “O robô precisa passar por uma arena com um caminho trilhado e, ao longo desse caminho, até chegar à vítima, há obstáculos que ele precisa desviar e retornar ao caminho. Pode também haver uma falha, onde ele precisa retornar a trajetória. O robô precisa sozinho passar por tudo isso, além de localizar a vítima, conseguir segurá-la e levá -la para uma área de evacuação”, explica.
Equipe MM Division D3lt4 – 2º Lugar Nível 1 Fase Estadual Eduardo Roman Rafael Rechert Fischer Equipe MM Divizion BETA – Campeões Nível 2 Fase Estadual Guilherme Moreira Gabriel Dal Posso
André Geier de Moraes Barros, Arthur Geier de Moraes Barros, Luiz Kramer e Alvaro Knnicka
Rafael Fischer Reichert e Eduardo Roman
Lucas Virmond – Diretor da escola Optimus Gabriel Dal Posso e Guilherme Moreira
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Piscicultura
Piscicultura Progresso entrega 45 mil alevinos em Guarapuava
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oi um sucesso a primeira entrega de alevinos feita pela Piscicultura Progresso, em Guarapuava, em parceria com o Sindicato Rural, no dia 24 de novembro. As encomendas feitas por produtores rurais de Guarapuava e região somaram mais de 45 mil alevinos, de várias espécies. “A quantidade de alevinos pedidos por produtores foi muito maior do que estamos acostumados a entregar. Por ser uma primeira experiência, me surpreendi bastante e acho que não poderia ser melhor”, disse Erivelton Leonardo, proprietário da Piscicultura. Os produtores receberam orientações sobre cuidados com os peixes, desde de como adaptá-los nos açudes e a adubação dos tanques e alimentação dos alevinos até a fase adulta. “Existe uma carência de informação nessa área, por isso é importante conversar já na entrega dos alevinos, para que a produção seja satisfatória”, explicou. O número de espécies pedidas pelos produtores também foi algo que chamou a atenção do proprietário. Das 25 espécies comercializadas, quase todas foram solicitadas. ”Foi um grande número de espécies. A mais vendida foi a tilápia, depois as variedades de carpas. O que me surpreendeu foi a quantidade de lambaris, de pacu e tambacu, que em outras regiões não se vende tanto”.
Alimentação
A alimentação inicial dos alevinos é bastante importante para o desenvolvimento do tamanho dos peixes. É ideal que se inicie com 10% de ração inicial, de duas a três vezes ao dia, aumentando a quantidade depois de uma semana, até eles atingirem 50 gramas do peso. Após isso, usa-se de 4 a 6% do peso em ração. Como cada açude tem suas características, é importante fazer a adubação e a alimentação em escalas.
Maytison Miranda e Erivelton Leonardo
Ricardo Leh e Eduardo Abreu
Herbert Franz Zuber
Tiago Pacheco Stadler
As próximas entregas acontecem nos dias 19 de dezembro, 2 de fevereiro e 4 de março, no Sindicato Rural de Guarapuava. Os pedidos já podem ser feitos. Os interessados devem ligar para (42) 3623-1115, falar com Thompson.
(46) 8415-4508 (oi) / 9975-9280 e 9971-5630 (tim) - erivelto_dv1@hotmail.com
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Televisão
Guarapuava é cenário para gravação da novela “Os 10 Mandamentos” da Record
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s belezas naturais de Guarapuava, mais uma vez, são cenário para a nova novela da Record: “Os 10 Mandamentos”, a primeira dramaturgia bíblica brasileira de longa duração. Nesta primeira semana de dezembro, cerca de 50 profissionais da emissora estão no município para as gravações. “Esse tipo de ação mostra que Guarapuava está inserida no cenário nacional e para nós, receber esses profissionais é uma grande satisfação. Além da oportunidade de apresentarmos nossas belas paisagens, é uma oportunidade para movimentar o comércio e o turismo”, comenta o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho.
Segundo o diretor da novela, Hamsa Wood, Guarapuava dispõe do último trigal desta safra no Brasil. “Guarapuava é uma pequena grande cidade, sendo acolhedora e desenvolvida. Foi muito bom encontrar aqui todo suporte necessário, tanto na questão das gravações quanto de hospedagem”, destaca Wood, agradecendo o apoio da Prefeitura de Guarapuava e da Unicentro. Além de Guarapuava, outras cenas para a novela já foram gravadas no Egito. Em janeiro a equipe segue para o Chile, onde filmarão no deserto do Atacama. “Trabalhamos com o real e aqui encontramos um belo trigal. Uma das cenas mais importantes foi gravada em Guarapuava, o nascimento de Tamar no trigal, que é o sobrinho de Moisés”, afirma Wood. “É uma felicidade realizar um trabalho em um lugar receptivo. Conheci uma parte linda do Brasil, com cenários incríveis favorecendo a fotografia da novela”, diz o ator de cinema, TV e teatro, Chico Pennafiel, que faz o papel de feitor da plantação na trama. Pelo segundo ano consecutivo a Record vem a Guarapuava por conta de projetos audiovisuais. No ano passado, também foram realizadas gravações em um trigal, no distrito de Entre Rios, para o quarto capítulo da minissérie “José do Egito”. A seleção de figurantes para a novela foi feita pela Unicentro. A professora e chefe de departamento de Arte, Daiane Stoeberl da Cunha, auxiliou na escolha e conta que considera importante a participação dos guarapuavanos em uma novela nacional, valorizando a formação de artistas de grande potencial. “Relembrei do hino da nossa cidade que fala ‘Guarapuava é menina radiante, com o ouro dos trigais a se enfeitar!’,
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às vezes nos esquecemos desse emblema, pois somos referência nos trigais do Brasil”, enaltece Daiane. A turismóloga Janaína da Cunha Maldonado Losso participou da figuração e avaliou o trabalho como uma oportunidade única. “Está sendo muito especial participar de uma produção de época, principalmente porque fala da palavra de Deus. A Record capricha nas produções, já acompanhei ‘Ester’ e ‘Davi’. Estou na expectativa para assistir a novela”. A produção deve entrar no ar no primeiro semestre de 2015. Textos e fotos: Assessoria de Imprensa/Prefeitura Municipal de Guarapuava
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Milho e soja
Materiais transgênicos e lagartas:
Palestra promovida por Agropantanal, Bayer e Dekalb, em novembro, analisou o uso de materiais transgênicos e a importância dos inimigos naturais das lagartas Ruthes, pesquisador da Fundação ABC: um tema bastante atual no campo
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Agropantanal (Grupo Pitangueiras), a Bayer e a Dekalb realizaram, no último dia 13 de novembro, no Sindicato Rural de Guarapuava, evento abordando dois temas atuais e que chamam a atenção de produtores em várias partes do país: o manejo de milho e soja diante da perda de eficiência de alguns materiais geneticamente modificados e as tecnologias para combater as lagartas helicoverpa e spodoptera. O objetivo foi levar a produtores rurais de Guarapuava e região informações que contribuam para produtividade e qualidade de grão diante daqueles dois desafios. O ponto principal do encontro foi uma palestra do engenheiro agrônomo Elderson Ruthes, da Fundação ABC (Castro – PR), que abordou o tema “Desafios no manejo de pragas nas culturas do milho e soja (lagartas)”, respondendo também a dúvidas dos produtores. Ruthes enfocou ainda temas como o tratamento de sementes; os materiais e produtos defensivos que ainda mantém sua eficiência no campo, além dos inimigos naturais das lagartas.
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Em entrevista, ele ressaltou que, no milho, a lagarta spodoptera frugiperda é a que vem preocupando mais: “temos atualmente algumas tecnologias Bt, organismos geneticamente modificados, que expressam as proteínas do bacilus thuringiensis. O problema é que algumas dessas tecnologias têm tido baixa eficácia para spodoptera frugiperda e isso é bastante preocupante”, contextualizou. “Hoje, o que restou, em milho, são alguns eventos Bt que estão mantendo sua eficácia para o controle dessa lagarta”, completou. “A ideia é conscientizar. Mostrar que temos de voltar a fazer o monitoramento”, disse, preconizando a volta de um procedimento utilizado antes dos milhos modificados. No caso da helicoverpa, o pesquisador lembrou que o ataque ocorre na fase reprodutiva do milho, dificultando a aplicação de inseticidas, uma vez que as plantas já se encontram com estatura elevada. “Só alguns conseguem fazer aplicação aérea ou com autopropelido”, observou. Na soja, recordou, a helicoverpa já vem preocupando desde a safra 2012/2013 – mas de lá pra cá, segundo Ruthes, foi possível verificar algumas formas de controle. “A gente já sabe quais os produtos que têm potencial de ter um controle mais eficaz”, afirmou, fazendo no entanto uma ressalva: “lógico que é importante não fazer aplicações (sempre) com o mesmo produto – um ponto sobre o qual estamos tentando conscientizar (o produtor)”. Também nesta cultura, ele recomenda a volta do monitoramento: “Esse tipo de acompanhamento da lavoura, por parte do técnico, do produtor, do gerente da fazenda, é extremamente importante. A gente tem as ferra-
mentas, mas se usarmos só as mesmas, podemos perdê-las em um curto espaço de tempo”. Ao lado daquela estratégia, Ruthes destacou a importância do produtor passar a considerar também o uso de inimigos naturais das lagartas. Em relação à helicoverpa, ele disse ter sido uma “surpresa boa” perceber que a praga, apesar de exótica, tem inimigos na natureza – insetos que depositam ovos no corpo dela, levando a sua eliminação. Para aproveitar a situação, o pesquisador disse ser necessário optar por inseticidas que sejam mais seletivos, afetando apenas a helicoverpa e não os seus inimigos naturais. Mas ressaltou que somente alguns inseticidas cumprem esse papel: “Então, volta aquela questão de utilização de um mesmo produto durante todo o ciclo”, o que traz o risco de perda de eficiência em curto espaço de tempo. Mas estão disponíveis ainda outras alternativas biológicas. “Produtos como baculovírus, que se usou muito em lagarta da soja, no passado, agora existem para helicoverpa. Também são bastante seletivos. São inimigos naturais, entram como patógenos”, explicou.
O produtor Celso Marcelo Maciel, um dos agricultores presentes à palestra, comentou os temas abordados: “é uma questão que preocupa bastante, a perda de eficiência no controle principalmente da lagarta, que causa um prejuízo econômico grande”. E mostrou que a mensagem foi clara: “o pesquisador ressaltou que de fato a tecnologia está sendo perdida por inúmeros fatores e que nós devemos, além da tecnologia da genética, vir acompanhando a evolução dos danos que a lagarta vem gerando e fazer aplicações também de defensivos”, relatou. Outro agricultor, Nelson Luiz Lacerda, também gostou da palestra. Para ele, o caminho é o conhecimento. “Esses eventos são de importância muito grande, porque a principal ferramenta que nós temos para usar, hoje, no sistema agropecuário, é justamente essa troca de informações. Obter atualizações a respeito da tecnologia, que a cada dia está sendo renovada”, opinou. “Não podemos ficar restritos apenas ao nosso ambiente de trabalho, sem estar buscando as informações de todas as formas que elas possam chegar até nós”, complementou.
Celso Marcelo Maciel
Nelson Luiz Lacerda
Informação: um serviço importante Para os organizadores da palestra, o evento cumpriu seu objetivo: levar aos produtores informação sobre assuntos do momento na agricultura. Eles destacaram que as empresas em que atuam vão mais além do fornecimento de tecnologia e produtos, tendo na difusão técnica uma forma de contribuir para o fortalecimento de seus clientes
Agropantanal
Grupo Pitangueiras
Marcelo Martins Pereira (Gerente da Agropantanal em Guarapuava) A realização do evento foi uma demanda que veio do campo, de produtores e dos próprios técnicos da empresa, devido a um ano atípico de grande incidência de pragas nos estágios iniciais nas culturas de soja e milho. Então, em conversa com nossos parceiros da Bayer e Dekalb, achamos conveniente e oportuno trazer um pesquisador para passar todos informações mais atualizadas no que diz respeito ao manejo de materiais transgênicos resistentes, e efetividade de produtos químicos no controle dessas pragas. Acredito que o evento correspondeu plenamente às expectativas, visto a grande participação dos produtores”.
Luis Marcelo Cavagnari (Gerente comercial) A agricultura, no decorrer dos anos, vem sofrendo cada vez mais incrementos de tecnologia. A gente acha muito importante sempre estar monitorando e apresentando aos produtores as inovações, com relação ao incremento dos eventos (transgênicos) que fazem parte do dia a dia do produtor. Acredito que é de uma importância muito grande nós não sermos só o lado comercial, mas sermos também o lado técnico, junto com o produtor. Agricultura não é somente vender (produtos), é também prestar serviço, fazer com que o produtor ganhe. Em contrapartida, toda a cadeia produtiva ganha também”.
Bayer
Dekalb
Cassiano Medeiro
Larissa Pereira
(Agrônomo da área de Desenvolvimento de Mercado) A Bayer – não só em Guarapuava, mas em todas as regiões em que atua – leva a seus clientes informações relevantes, de seu interesse. Consulta os clientes, antes, para saber o que pode agregar, para que ele tenha sua vida facilitada. O quorum de produtores foi muito bom. A gente está muito contente. Gostaria de agradecer aos parceiros, principalmente nosso distribuidor, a Agropantanal, ao Sindicato Rural, pelo apoio e por ter acreditado na importância de ter trazido informações relevantes e soluções ajustadas para o cliente”.
(Representante técnica de vendas) A proposta do evento era justamente esta: tanto a questão das pragas de difícil controle, como a própria questão dos eventos de tecnologia – o quão eles estão sendo ou não eficazes no campo. A gente trouxe esta percepção do campo, de muita dúvida, de alguns questionamentos e achamos viável promover um evento no qual pudéssemos trazer um pesquisador externo, um palestrante com alto know -how sobre esse assunto, para a gente esclarecer as dúvidas dos agricultores, visando um resto de safra bom. A gente tem um fator agravante nesta época, que é um momento muito intenso de campo. Mas tivemos nossas expectativas superadas. Temos ali na lista mais de 50 agricultores. Então, acho que já atingimos um público bem considerável”.
DKB 230 O HIPERPRECOCE DEKALB
ASAS PARA O SEU POTENCIAL.
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Pulverização
Tecnologia de Baixa Vazão
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Agroferti Indústria e Comércio, empresa especializada na Tecnologia de Baixa Vazão, apresenta novo método utilizado para aplicação de defensivos. O novo conceito de trabalho vem sendo realizado já há dois anos na região pela empresa e os resultados são surpreendentes nos agricultores que adotaram a técnica de pulverização. A Tecnologia de Baixa Vazão vem para aprimorar e melhorar os custos operacionais e horas/máquinas na agricultura e perda de produtos por deriva. O sucesso desse novo negócio vem somar-se a vários fatores, possibilitando assim resultado excepcional na lavoura. Dentre os fatores, devemos considerar que as empresas de equipamentos de pulverização estão com produtos modernos no mercado, sem falar que o manejo, limpeza, horário de aplicações, manutenção das máquinas e bicos adequados são imprescindíveis nessa técnica. Na pulverização de alta vazão utiliza-se, em média, 130 litros de água por hectare, ou seja, teria que molhar a planta para funcionar o defensivo utilizado, perdendo-se muito com DERIVA e escorrimento do produto. Porém, estudos comprovam que a eficiência de uma aplicação depende de uma boa deposição de gotas e alvo alcançado. A nova tecnologia possibilitou a utilização de 40L/ha a 60/ha, aumentando a área de aplicação, com mesmo volume de água no tanque, diminuindo tempo com máquina parada para abastecimento, reduzindo 25% na perda de defensivos em aplicações, garantindo cobertura de gotas nas plantas, não ocorre perdas por escorrimento, e maior direcionamento da gota no alvo.
A Agroferti também é fabricante de adubo foliar, da marca CERTO, produto desenvolvido para auxiliar na nutrição das plantas. Certo é recomendado para uso de BAIXA VAZÃO, adaptando-se em qualquer tipo de vazão utilizado em pulverizadores e aviões agrícolas. Evita danos em equipamentos e incompatibilidade de produtos. Possui fórmula extra de emulsificações, condicionando uma calda livre de cristalizações. Aumenta a eficiência dos produtos químicos. Mesmo em condição pós chuva. Na sua composição contém surfactante que cria ambiente maior de deposição de gotas. Aplicando-se em condições de orvalho ou garoa leve tem-se a quebra de tensão superficial da gota, não havendo perdas por escorrimento. CERTO possui uma grande quantidade de nutrientes necessários para um bom desenvolvimento da planta, proporcionando assim resultados significativos na produção. Contribui no processo de equilíbrio de PH de calda, com efeito tamponante, estabilizando e adequando o produto utilizado para um melhor desempenho da aplicação. Através de uma moderna tecnologia, por meio de cargas negativas e positivas, a queda de deriva se dá pelo processo da atração. CERTO estimula uma aceleração e ativação nas aplicações para dessecação, dispensando o uso de espalhante. Colabora nas funções do processo de aplicação foliar e na ativação da fotossíntese, proporcionando assim rápida absorção da planta ao produto. CERTO não produz FITOTOXIDADE nas plantas, e é indicado nas aplicações com fungicidas e inseticidas. É um estimulante foliar, promovendo a abertura de estômatos, acelerando sua absorção.
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Floresta
Golden Tree participa do 1º Encontro Florestal da Cooperativa Batavo
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arambeí foi sede do 1º Encontro Florestal da Cooperativa Batavo, que aconteceu no dia 03 de dezembro, reunindo cerca de 80 pessoas entre cooperados, profissionais da área florestal e parceiros comerciais. Os participantes tiveram a oportunidade de receber informações ao longo da manhã, com quatro grandes palestras que abordaram temas importantes como o Controle de Formigas Cortadeiras em Povoamentos Florestais, o Controle de Plantas Daninhas em Povoamentos Florestais, a Adubação em Eucalyptus Spp e Manejo florestal.
Estruturação
De acordo com o setor florestal da cooperativa, a Batavo registra uma área de 8 mil hectares de florestas plantadas, sendo áreas próprias e de cooperados. Isso quer dizer que, num comparativo com outras empresas florestais da região que atuam no mercado a mais de 30 anos, estamos posicionados de forma competitiva. “Se compararmos o tempo de atuação das empresas do segmento e suas áreas atuais de florestas plantadas, entre 12 a 15 mil hectares, concluímos que temos um potencial a ser explorado, e que estamos crescendo de forma sustentável”, registra o supervisor do setor florestal, Francis Dalton Gomes Bavoso.
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Profissionalização
Para que esse crescimento seja orientado e de forma sustentável, o setor ambiental teve a iniciativa de criar o 1 º Encontro Florestal Batavo, conscientizando os cooperados sobre as técnicas e manejo para condução das florestas implantadas. “Visto que a maioria das áreas destinadas a implantação de florestas são de menor aptidão agrícola, isso também acabaotimizando o uso da terra, e assim o cooperado diversifica a renda. Essa também é a vantagem da atividade florestal, que ganhou adeptos e está expandindo, onde percebemos então a necessidade de profissionalizar o setor”, comenta Francis.
Competitividade
Com toda a tecnologia e falta de mão de obra disponível, as indústrias estão substituindo o consumo de lenha pelo o uso de Biomassa (cavaco), possibilitando um ganho estável na temperatura.“Outro fator relevante de nossas florestas é que, com a mudança climática dos últimos anos e as geadas na região, os materiais genéticos mais implantados para suportar isso estão sendo o Eucalyptus dunnii e o Eucalyptus benthamii. Tais espécies resultam em materiais
genéticos de alta densidade e poder calorifico, obtendo expressiva geração de energia, sendo muito relevante para o setor”, explica Francis. Com todos esses aspectos apresentados, a cooperativa estuda a possibilidade da aquisição de um picador para fabricação de cavacopara uso próprio e, muito provável, uma possível fornecedora de Biomassa no mercado, agregando valor na madeira dos cooperados.
Evento
De acordo com o coordenador ambiental e florestal da Batavo, Pieter Maurits van der Meer, a realização desse evento é de grande valia para o setor. “Atingimos o objetivo de conscientizar os participantes e a comunidade sobre a importância das florestas produtivas, principalmente em nossa região, além da conservação nas diferentes esferas da sociedade. As pesquisas de desenvolvimento florestal de acordo com a realidade e as necessidades atuais no Brasil, têm mostrado que devemos levantar subsídios para que haja uma evolução da política florestal. Reforçar para o produtor que a atividade florestal necessita de cuidados e atenção, assim como as atividades pecuárias e agrícolas, é nossa meta primordial” defende Pieter
Palestras
Os produtores puderam fazer várias perguntas sobre os assuntos abordados no encontro, pegando dicas de uma melhor produtividade e cuidados na atividade. Conforme a Dr. Mariane Aparecida Nickele, pós-doutoranda da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que ministrou a palestra com o tema “Controle de formigas cortadeiras em povoamentos florestais”, a grande preocupação que os produtores precisam ter é no início do plantio, onde o cuidado deve ser redobrado para não haverdesfolha das mudas, tendo que fazer o replantio novamente. Segundo oprofessor Emilio Trevisan, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que
abordou o tema de Engenharia Florestal, o benefício de um bom manejo na floresta é para o próprio produtor, pois, fazendo um comparativo de doenças, é no manejo que se consegue fazer uma espécie de anticorpo. “A própria floresta dará o retorno, pois é uma grande fornecedora natural do inimigo das pragas e das doenças”, relata Prof. Emilio, que também acredita que outras espécies também podem gerar o retorno, e que devem ser avaliadas, sendo opções diferentes de investimento e retorno, observadas as novas leis do código florestal para determinadas áreas.
Conscientização
O evento também enfatizou a necessidade de conscientização do retorno da atividade, onde o cooperado é dono do seu negócio, sendo responsável por administrá-lo e tendo a liberdade para comprar seus produtos, escolher seus prestadores de serviços e parceiros. “Mas para que isso seja feito de forma correta e gere bons resultados, o cooperado deve ter o devido conhecimento da atividade florestal e do manejo necessário. Estamos trabalhando para melhor orientá-lo nesta gestão”, comenta Pieter, que agradece a presença e o comprometimento dos cooperados e apoio dos parceiros comerciais para o sucesso do evento. O evento foi promovido pela Cooperativa Batavo com parceriadas empresas no ramo de Herbicidas e Inseticidas: FMC, Syngenta, Basf;além das fornecedoras de mudas florestais: Viveiro Golden Tree, Viveiro Forcamp; as prestadoras de serviço florestal: Florsil, Araucária Florestal e fornecedora de insumo Formicida Mirex. Texto e fotos: Marketing Batavo
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Empreendedorismo
Feira promove agroindústria familiar da região Cores em toda parte Aos olhos do público, a feira apresentou um show de cores: das flores e das geleias ao artesanato, mostrando que empreendedores ligados às áreas rurais também ajudam a manter viva identidades culturais, como na pêssanka (ainda hoje feita por descendentes de ucranianos) ou no tucano (esculpido por descendentes de indígenas).
U
m evento apresentou, na Praça Cleve, no centro de Guarapuava, produtos e serviços de produtores rurais, do município e da região. Realizada pelo Sebrae e Prefeitura de Guarapuava num espaço coberto, a Feira Regional da Agroindústria Familiar – Paraná Centro, que ocorreu de 13 a 15 de novembro, contou com estandes onde se podia encontrar desde pães e geleias, até queijos, embutidos, artesanato e flores. A abertura oficial foi realizada pelo prefeito de Guarapuava, Cesar Filho e pelo gerente regional centro do Sebrae, Joel Franzin Jr., com a presença da vice-prefeita Eva Schran e dos secretários municipais de Agricultura, Itacir Vezzaro, e Sandro Abdanur, de Indústria e Comércio, entre outras autoridades. “O importante é mostrar, para que a população passe a conhecer produtos diferenciados, que estão no mercado, e para que o próprio comércio, também, tenha uma mostra e possa adquirir, para colocar nas gôndolas dos supermercados”, disse o secretário de Agricultura em entrevista. Ana Lúcia de Freitas, do Assentamento Rosa, no distrito de Guará, trouxe pães e bolachas, se mostrando entusiasmada: “É a primeira vez em que participo e estou adorando. É bom para a gente demonstrar os produtos”. Contando que iniciou o negócio há apenas um ano, ela disse que já oferece várias opções, com massa integral: do pão caseirinho ao biscoito chipa (polvilho e queijo), uma especialidade do Paraguai, onde morou por cerca de 20 anos. Paulo Vinícius Carneiro, técnico agrícola e
Ana Lúcia de Freitas: chipas, inspiradas na culinária do Paraguai
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Montada na Praça Cleve, feira atraiu centenas de pessoas, que conferiram produtos feitos no campo
Revista do Produtor Rural do Paraná
Paulo Vinícius Carneiro: colocando em prática o curso Empreendedor Rural
produtor que cursou o Empreendedor Rural, do SENAR, em Guarapuava, também trouxe produtos para apresentar e vender. “A feira, para nós, está sendo uma oportunidade muito boa. A gente pode divulgar os nossos produtos, além de ter uma renda a mais na nossa área”, comentou. Ele relatou ainda que na chácara da família, no distrito de Palmeirinha, voltada ao cultivo de hortaliças, verduras e leite, a opção foi montar uma cozinha industrial, para elaborar produtos também na linha de panificação: pães, bolachas, tortas, bolos – e, no evento, pastel frito hora. “A gente vem também na Feira do Produtor Rural, aqui em Guarapuava, e vai divulgando”, acrescentou. Conforme contou, com a iniciativa, não é necessário sair em busca de trabalho para complementar o orçamento: “A gente tem uma renda ali na chácara mesmo”. Outro expositor, Clairto Zorzi, trouxe para a feira diversos tipos de queijo. Iniciada no mês anterior, a atividade, para ele, completa a produção de leite, já tradicional em sua propriedade. “A gente precisa de divulgação do nosso produto”, observou. E ali também o portfólio se mostrou variado: queijo condimentado, doce, colonial e o frescal. “Hoje, a gente produz (o leite) e industrializa”, resumiu. Representantes do Sindicato Rural de Guarapuava e da regional do SENAR para Guarapuava e região também estiveram na abertura da Feira da Agroindústria Familiar Paraná Centro. Das duas entidades, compareceram a gerente do sindicato, Luciana de Queiroga Bren, e o coordenador regional do SENAR, Aparecido Grosse.
Clairto Zorzi: apostando em queijos, feitos com leite produzido na propriedade
Itacir Vezzaro, secretário de Agricultura de Guarapuava: feira mostra ao público e ao comércio produtos do campo
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Sanidade agropecuária
Ampliar ações para a conservação do solo Este foi um dos pontos destacados na reunião do Conselho de Sanidade Agropecuária de Guarapuava, em novembro, no Sindicato Rural
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Botelho, presidente do CSA
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Sindicato Rural de Guarapuava sediou, dia 7 de novembro, mais um encontro de trabalho do Conselho de Sanidade Agropecuária de Guarapuava (CSA). Formado por representantes de entidades da agropecuária e de órgãos públicos ligados ao campo, o conselho tem sido espaço para o setor do agronegócio local conversar diretamente com as esferas de governo, para apresentar reivindicações, debater soluções em conjunto e refletir ações para acompanhar as tendências tecnológicas e ambientais atuais. Da reunião, participaram o presidente do CSA, Rodolpho Luiz Werneck Botelho (também pres. do sindicato); o presidente da Coamig, Edson Bastos; o diretor do Sindicato Rural, Lincoln Campelo; o secretário municipal Itacir Vezzaro e o veterinário Mário Augusto Liz de Andrade (Secretaria Municipal de Agricultura); e as veterinárias Márcia Zago (Adapar) e Maria Fernanda Fedalto Morais (presidente do Núcleo Centro Oeste da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária).
Revista do Produtor Rural do Paraná
O CSA rememorou tópicos tratados em encontros anteriores, com os integrantes destacando que, atualmente, algumas questões se tornaram especialmente importantes: a qualidade das águas dos mananciais da região: a viabilidade do Paraná alcançar a situação de Estado livre de aftosa sem vacinação; as mudanças de clima que trouxeram, nos últimos dois anos, chuvas muito mais intensas do que a média, danificando estradas rurais e lavouras em Guarapuava e região; e a necessidade de governo e lideranças da agropecuária ampliarem ações para a conservação do solo – neste tópico, os integrantes dos conse-
Bovinocultura: CSA de Guarapuava debate Paraná livre de aftosa sem vacinação
lhos foram unânimes em considerar que, além de manter o plantio direto, é preciso adotar, já no curto prazo, outras técnicas. O presidente do CSA recordou que as chuvas de junho deste ano ocorridas no Paraná tiveram força para destruir rodovias federais e estaduais asfaltadas, causando danos ainda maiores em estradas de chão na zona rural. Para ele, as enchentes apontam para a necessidade de uma evolução na conservação do solo e nos sistemas de absorção e drenagem de água. “Não sabemos se isso (chuvas acima da média) vai ser um evento mais corriqueiro ou não, mas temos de estar preparados para poder melhorar este sistema de plantio direto, com uma absorção mais rápida dessa água pelo solo”, comentou. “Estamos analisando, dentro do CSA, quais seriam as medidas a serem utilizadas, que poderiam atender tanto o produtor quanto a questão do meio ambiente”, acrescentou. Como alterna-
tivas, o presidente do Sindicato Rural elencou opções que vêm sendo estudas em outras regiões, como cobertura de solo; sobressemeadura de aveia, azevém e milheto em áreas de soja, na fase de perda de folhas; terraços de base larga; e canais vegetados onde há problemas de erosão. “Precisamos que a pesquisa, que a universidade, nos mostre isso e que a gente faça algumas áreas demonstrativas para ter mais informações”, destacou. Na reunião, ele defendeu também a ideia de visitar experimentos que estejam sendo realizados nesta área. Mas para que as propostas se tornem concretas, ele considerou que os membros do conselho precisam participar mais das reuniões. “O que precisamos é de um comprometimento maior dos produtores, entidades, cooperativas, entidades representativas de classe”, afirmou, enfatizando que a função do CSA “é justamente discutir os problemas e trazer soluções”.
CSA: Presença de lideranças e de autoridades do âmbito rural
Em Candói, CSA realizou eleição de diretoria Candói também realizou reunião do Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) do Município. No encontro, dia 9 de outubro, na Extensão de Base Candói, do Sindicato Rural de Guarapuava, o principal tópico foi a eleição da diretoria do conselho. A produtora Elizete Abreu Lacerda Bremm foi reeleita para a presidência do CSA. À REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ela disse que, nas próximas reuniões, o conselho voltará a tratar de assuntos de interesse dos produtores rurais. Mas adiantou que considera como relevantes temas como a sanidade animal e humana, o combate à
brucelose e à tuberculose, além da devolução das embalagens de agroquímicos. Elizete disse ainda que na reunião se levantou a questão da necessidade de uma maior participação dos membros do CSA nas reuniões.
Suinocultura É obrigatório informar à Adapar mortalidade acima do limite
Presente à reunião do CSA, a veterinária Márcia Zago, do escritório da Adapar em GuaraPuava, destacou em entrevista que os suinocultores devem observar uma recente norma que visa contribuir para a sanidade animal no setor: a Portaria nº 220 (10 de outubro de 2014), da Adapar. Em sua súmula, o texto esclarece que o objetivo é disciplinar procedimentos de vigilância para peste suína clássica em estabelecimentos de criação de suínos no Estado do Paraná. A medida tem dois pontos principais: estabelece limites máximos de mortalidade de animais nas criações paranaenses; e obriga os suinocultores a comunicar à Adapar sempre que, em seus plantéis, a mortalidade ultrapassar aqueles percentuais: reprodutores (machos e fêmeas), 2%; leitões em maternidade, 15%; leitões em creche, 7%; e leitões em terminação, 9%. A suinocultura de subsistência também deve comunicar à Adapar casos de mortes de animais que estejam relacionados ao aparecimento de sintomas de doenças.
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Suinocultura
Utilização de biodigestores na suinocultura Coordenador: Prof. Dr. Paulo Roberto Ost Acadêmicos: Dalvane Di Domenico / Amanda Goldoni / Jéssica KohlerVisentin / Thainá Mara Schmitt / Andressa Deliberalli Núcleo de Estudos em Aves e Suínos – NEAS/Departamento de Medicina Veterinária/ Setor de Ciências Agrárias e Ambientais – SEAA/Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO
Introdução
Com o elevado ritmo de crescimento populacional, criou-se a necessidade da produção de quantidades cada vez maiores de alimentos. Desenvolveu-se então uma suinocultura tecnificada, caracterizada por sistemas de confinamento com grande densidade, trazendo como consequência a produção e o acúmulo de grande quantidade de resíduos nas granjas suinícolas, onde a geração de dejetos corresponde a quatro vezes o equivalente populacional humano. Com a necessidade de conservação do meio ambiente (manejo dos resíduos provenientes da suinocultura) e da diversificação da matriz energética brasileira (maior participação de biocombustíveis), verifica-se que no Brasil existe potencialidade para a implantação de biodigestores com o propósito de gerar energia elétrica, diminuir a poluição ambiental e como consequente fonte de renda, proveniente a produção de energia elétrica e biofertilizantes.
Problemas associados aos dejetos na suinocultura
Os dejetos suínos possuem altas concentrações de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, além de substâncias patogênicas, cor e odor, que, se não forem corretamente manipulados, podem causar desequilíbrios ambientais, proliferação de vetores e, consequentemente, aumento de doenças vinculadas à água e ao solo. Em virtude da alta poluição causada pelos desejos e a maneira inadequada que os dejetos são manejados, passaram a ser considerados uma das principais fontes poluidoras do meio ambiente. A questão ambiental passa a ser encarada sob a ótica da impossibilidade de se conciliar o desenvolvimento de uma nação sem aumento significativo do uso de água e energia e na geração de resíduos, agravando-se o aspecto relativo ao aumento de poluição. Diante deste cenário, uma solução implantada foi a instalação de bio-
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Revista do Produtor Rural do Paraná
digestores, principalmente em médias e pequenas propriedades como alternativa de tratamento e reciclagem dos desejos da criação de suínos e ainda como fonte de renda.
O Biogás
Tipo de gás inflamável, o biogás é produzido a partir da mistura de dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), que ocorre por meio da ação de bactérias fermentadoras e matérias orgânicas. Esse processo pode ocorrer artificialmente através de um equipamento chamado de biodigestor anaeróbico (sem a presença de oxigênio). O biogás é considerado um biocombustível por ser uma fonte energética renovável. O biogás é um combustível gasoso com um conteúdo energético elevado semelhante ao gás natural que pode ser utilizado para geração de energia térmica, mecânica ou elétrica em uma propriedade rural, contribuindo desta forma para redução de custos de produção. Resíduos agrícolas, florestais e pecuários são usados para produção do biogás. Os de pecuária são os dejetos, produtos resultantes da atividade biológica dos animais.
Biodigestor – o que é e como funciona O biodigestor (figura 3) é uma câmara na qual ocorre um processo bioquímico chamado digestão anaeróbia, que tem como resultado a formação de biofertilizantes e produtos gasosos, principalmente o gás metano e o dióxido de carbono, sendo que o sistema que permite o mais eficiente funcionamento do biodigestor é constituído pelos seguintes componentes (figura 1): • Tanque de entrada (A): local onde são depositados os dejetos dos suínos; • Tubo de carga (B): conduto através do qual se faz a introdução do resíduo no digestor; • Digestor (C): tanque fechado onde se processa a fermentação da matéria orgânica; • Septo (D): parede que divide e direciona o fluxo
do resíduo dentro do digestor; • Gasômetro (E): câmara em que se acumula o biogás gerado pela digestão anaeróbia; • Tubo de descarga (F): conduto por meio do qual é expelido o resíduo líquido depois de fermentado; • Leito de secagem (G): tanque onde é recolhido o resíduo líquido, que após a perda do excesso de água se transforma no biofertilizante; • Saída do biogás (H): tubulação instalada na parte superior do gasômetro para conduzir o biogás até o ponto de consumo.
Figura 3. Imagem de biodigestor Fonte:Jornal Correio do Estado, 2010
Figura 1. Ilustração de um biodigestor Fonte: Adaptado de Magalhães (1986)
Como exemplo, a empresa Master, que possui sede em Videira-SC, investiu na instalação de biodigestores em suas unidades e nas propriedades de seus parceiros. Uma ilustração do esquema de funcionamento pode ser observada na figura 2.
possam dificultar as possibilidades de sucesso. Segundo Zanin (2010), para a implantação de um biodigestor exige-se a construção de uma estrutura para o funcionamento do mesmo. Os custos envolvem os reservatórios de biogás limpo, conjuntos de limpeza do biogás e mão-de-obra. Além disso, é preciso adquirir os secadores do biogás, as tubulações, compressores, entre outros. Para essa implantação o custo total calculado foi de R$: 634.898,00 . A taxa de retorno mensal do investimento é calculada através da razão do faturamento líquido mensal, dividido pelo valor de R$ 634.898,00 que representa o valor total do investimento. Na pesquisa realizada, o faturamento líquido nos anos de 2006, 2007 e 2008 foi de R$ 94.922,09 reais, R$ 115.993,24 reais e R$ 107.239,10 reais, respectivamente. Para o ano de 2009 estimou-se uma receita líquida de R$ 111.354,05 reais com crescimento de 5% a cada ano sempre em relação ao ano anterior. Evidenciou-se a recuperação do investimento inicial em aproximadamente 5 anos e 9 meses.
Considerações finais
Figura 2. Funcionamento de biodigestores na empresa Master Fonte: Master Agropecuária, 2014
Viabilidade econômica do Biodigestor
O estudo da viabilidade econômica apresenta relevante importância devido ao fato de identificar e fortalecer as condições necessárias para o projeto ter bons resultados e ao mesmo tempo pode determinar e neutralizar os fatores que
Haja vista que o problema ambiental relacionado à questão dos dejetos na produção de suínos se trata de um grande entrave à sua expansão, se faz necessária a adoção de alternativas para a sustentabilidade da atividade. As tecnologias mais sofisticadas de tratamento de dejetos de suínos, como por exemplo, a separação de fases, tratamentos biológicos (lagoas anaeróbias, estabilizadoras ou facultativas), dentre outras, geralmente estão fora do alcance da grande maioria dos produtores, tendo como base seu custo de aquisição. Dessa forma, uma das alternativas que vem sendo utilizada pelos suinocultores, e que tem demonstrado grande eficácia, é a utilização do biogás, tanto para gerar energia quanto para diminuir a poluição provocada pelos dejetos nas granjas. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Lixo
Comunidades rurais terão central de coleta de resíduos secos
L Bióloga Angelita Machado Soldan
Secretário de Meio Ambiente, Celso Araújo
Técnico ambiental, Josmar Pereira
ocalidades rurais de Guarapuava deverão começar a ganhar, a partir do início de 2015, centrais para facilitar uma correta destinação do lixo seco. A informação é da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMAG). Segundo a secretaria, um projeto já em fase de licitação prevê a construção de barracões, onde moradores e produtores rurais poderão deixar materiais a serem descartados, como papéis e plásticos. Pela proposta, quando os depósitos estiverem lotados, as associações que representam as comunidades avisarão à SEMAG, que providenciará a remoção do material e seu encaminhamento a uma cooperativa que já opera no município, realizando separação de lixo para reciclagem. “Dentro do programa Jogue Certo, 50% da população urbana já é atendida pela coleta seletiva. Hoje, o homem rural também tem a necessidade de um projeto deste tipo”, disse em entrevista o secretário Celso Alves de Araújo. Ele recordou que a proposta passou pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente e foi aprovada. “Já está em processo licitatório, com uma verba de 100 mil reais, para implantar os primeiros barracões”, completou, ao adiantar que de início serão beneficiadas três comunidades: Guabiroba, Guairacá e Banhados (outros locais rurais também deverão ser contemplados com barracões, que terão área determinada de acordo com a necessidade de espaço estimado). “O processo licitatório termina neste ano. Acreditamos que no começo do ano que vem já se comece a implantar os primeiros barracões”, disse. Araújo destacou que cada localidade ficará responsável também por fiscalizar o espaço,
para que ali só sejam descartados os tipos de material previstos – todo o chamado resíduo seco. Para isso, ressaltou, a ideia será colocar as instalações próximas às sedes das associações comunitárias. Para que, na prática, o projeto funcione, o secretário contou que a SEMAG realizará, como já fez na área urbana, palestras de conscientização. Bióloga da secretaria e responsável pelas palestras, a educadora ambiental Angelita Machado Soldan assinalou que alguns resíduos, além de causar danos à natureza, levam anos para se decompor: “O plástico tem um tempo muito grande de decomposição. Latinha, metal, vidro, pneu, é tempo indeterminado – é muito importante retirar este material da natureza”. Josmar Pereira, técnico ambiental da SEMAG, ressaltou que o projeto é simples, “mas que tem uma importância muito grande”. Ele disse acreditar que a utilização dos espaços “vai se tornar rotina”. Mas a SEMAG recorda que, para outros tipos de lixo, continuarão valendo os procedimentos hoje utilizados e previstos em lei. No caso do lixo eletro-eletrônico (computadores, televisores e aparelhos elétricos em geral), o secretário destacou que no município existe também uma empresa, credenciada por órgãos ambientais, que procede à recepção daquele material, para seu correto encaminhamento. Já para os resíduos de defensivos, os produtores devem continuar encaminhando o material à central de recolhimento de embalagens da Associação dos Distribuidores de Defensivos do Centro Sul (ADDCS). Para o lixo orgânico, ele sugere que se amplie o uso de compostagem.
Lei prevê punição para descarte inadequado de resíduos sólidos Ainda há quem acredita que pode jogar lixo onde e quando bem entende. Autoridades lembram no entanto, que, nesses casos, se identificados, os responsáveis são punidos. “A disposição inadequada de resíduos sólidos tem punição prevista na lei de crimes ambientais, a lei 9.605, de 1998. Além de pagamento de multa, a pessoa vai responder por crime ambiental”, adverte o secretário municipal de meio ambiente, Celso Alves de Araújo. Àqueles que têm resíduos sólidos a descartar, ele orienta que entrem em contato com a cooperativa de separação de lixo de Guarapuava (Reciclasol 3623 0596). Rastros de lixo descartado num barranco, na estrada da Serra da Guabiroba, onde o problema é antigo (foto de junho deste ano)
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Visita técnica
Giro em três propriedades foi realizado com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava
Produtores catarinenses visitam propriedades em Guarapuava e Candói
A
gricultores e pecuaristas da bovinocultura de corte e de leite, de Joaçaba e região (SC), realizaram, dias 28 e 29 de novembro, visita técnica a propriedades de Guarapuava e Candói. O objetivo do giro foi conhecer de perto experiências de criação de bovinos que vêm dando certo, com base em gestão, investimento em pastagem, reestruturação de instalações e associativismo de perfil cooperativo. Apoiado pelo Sindicato Rural de Guarapuava, o programa apresentou, dia 28, gado de corte na Fazenda San Sebastián (Candói), e, dia 29, nas propriedades Lagoa Dourada e Bela Vista (Guarapuava/Entre Rios); na tarde do segundo dia, produção de leite na Chácara Bela Vista (Guarapuava/Jordão).
Na Fazenda San Sebastián, o agropecuarista Gibran Thives Araújo explicou que as propriedades de sua família se dedicam à bovinocultura de corte, realizando cria, recria e terminação. Na área de recria e terminação é realizada integração lavoura-pecuária. Associado à CooperAliança, ele falou sobre o trabalho da cooperativa, que tem foco em carnes nobres. O pecuarista observou que, como cooperados, os criadores organizam seus plantéis em lotes com períodos de reprodução sucessivos, para poder entregar animais durante todo o ano à cooperativa. Já o atual nível de organização da fazenda, comentou, é fruto de um trabalho de longo prazo, que, em seu caso, já se estende por sete anos. Gibran Revista do Produtor Rural do Paraná
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A impressão que fica é a do profissionalismo” Fabiano Mendes dos Santos
Fazendas Lagoa Dourada e Chácara Bela Vista: angus
Fazenda San Sebastián: angus destacou ainda que o êxito da atividade também se deve a colaboradores capacitados e comprometidos com resultados, enaltecendo a equipe da fazenda. A campo, o grupo de Santa Catarina pode ver, além dos animais, que a propriedade também tem investido em estrutura, com espaços amplos para silagem. Na manhã seguinte, os visitantes foram ao distrito de Entre Rios, em Guarapuava, onde conheceram as propriedades Lagoa Dourada e Chácara Bela Vista, do bovinocultor Edio Sander, presidente da Cooperaliança. Coordenador do projeto Angus da cooperativa, Sander enfocou organização e bem-estar animal, mostrando algumas modificações feitas nas instalações para manejo do rebanho. O pecuarista destacou que é preciso pensar não só nos animais, mas principalmente nos funcionários, que numa melhor estrutura podem trabalhar com maior rapidez e menor estresse. À tarde, o giro encerrou-se na Chácara Bela Vista, no distrito do Jordão, onde o produtor Jairo Luiz Ramos Neto se dedica à pecuária leiteira com a raça Jersey. Tipos, qualidade e sombre-
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amento de pastagem, ao lado da sala de ordenha, foram os pontos de principal interesse dos produtores catarinenses, numa troca de ideias sobre plantas daninhas do pasto e nutrição do rebanho. Associado também a uma cooperativa, a Coamig (setor leiteiro), Jairo sublinhou que a propriedade, embora não seja de grande porte, tem conseguido manter-se viável apostando em gestão. O líder do grupo de visitantes, Maurício Omizzolo, disse que os produtores catarinenses formavam um conjunto bem heterogêneo, com alguns dedicados à agricultura e pecuária, outros só com pecuária de leite (raça holandesa) e vários só com gado de corte (raças europeias, com cruzamento entre continentais e britânicas) – desses, alguns realizando só cria, enquanto outros apenas terminação. A viagem, contou, teve como objetivo troca de experiências. Omizzolo observou que também em Santa Catarina criadores vêm obtendo bons resultados, mas que é sempre importante ampliar conhecimentos: “Por isso, viemos aqui, aprender um pouco na região de vocês, que hoje em dia é uma referência”, declarou. De acordo com ele, o grupo gostou do que viu e os investimentos chamaram a atenção: “As propriedades que visitamos estão investindo bastante. Isso é importante para nós, para que possamos investir mais na propriedade”, acrescentou. Criador de gado de corte e médico veterinário Fabiano Mendes dos Santos, do município de
Maurício: grupo com foco em ampliar conhecimentos
Chacará Bela Vista (Jordão): produção de leite com gado jersey
Fabiano: destacando profissionalismo das propriedades visitadas Água Doce (SC) elogiou a forma de condução das propriedades visitadas: “A impressão que fica é a do profissionalismo que o pessoal tem aqui: o nível dos animais fica fora do normal. Me arrependo de não ter vindo antes para cá. É uma coisa que deixa a gente com anseio de melhorar nossa propriedade lá”. Comparando as duas realidades, o pecuarista contou que, em sua região, o clima é mais frio do que o do centro-sul paranaense, com criadores se dedicando a várias raças: angus, hereford, devon, limousin e charolês, entre outros. A maioria, conforme relatou, é criada no sistema de pastoreio. Outro participante da visita técnica, Emílio Rodrigues, voltado à produção leiteira em Catanduvas (SC), também fez um balanço positivo: “Nós pudemos adquirir bastante experiência, conhecer novidades, principalmente no sistema de adubação (de pastagem)”, detalhou, enfatizando que , para ele, um dos pontos interessantes foi o uso de uréia e fertilizantes em pastos como o tifton. “Lá, trabalhamos com adubação de aviário, de suíno e suplementação, conforme análise de solo que fazemos anualmente”, completou. Em sua propriedade, ele contou trabalhar com plantel 100% holandês, sendo 50 vacas em lactação – durante o dia, gado a pasto em sistema de irrigação; de manhã e à noite, nutrição com ração e silagem.
Produtores elogiam troca de experiências Gibran Thives Araújo – Candói (gado de corte) A gente observou a curiosidade deles em saber sobre esse sistema de criação do novilho precoce, por se tratar de uma coisa relativamente nova, que é esse manejo. Os números que apresentamos fizeram com que eles ficassem surpresos, porque estamos produzindo acima da média do que se faz, hoje, na pecuária tradicional”. Edio Sander – Guarapuava (gado de corte) Para nós, como cooperativa, é sempre interessante colaborar com esses grupos que vêm de fora, em busca de novos conhecimentos. É um grupo que já trabalha com troca de experiência e encontrou, dentro da CooperAliança, vários assuntos que eram do interesse deles, como formação e manejo de pastagens, manejo alimentar e comercialização”. Jairo Luiz Ramos Neto – Guarapuava (gado de leite)
Emílio: interesse por adubação em pastagem
Acho que esse tipo de contato é sempre interessante. Você conversa com produtores que estão na sua mesma atividade, mas que têm suas particularidades. O que despertou curiosidade neles foi essa parceria que a gente fez aqui: floresta junto com pastagem. Para eles não era novidade, mas não tinham visto ainda. Na verdade, o benefício é muito grande”.
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Cultura e Educação Mentes brilhantes
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m dos autores mais conhecidos do Brasil na área da psicologia e auto-ajuda, Augusto Cury, realizou palestra com o tema “Em busca do Equilíbrio x Ansiedade” e sessão de autógrafos em Guarapuava, no dia 23 de outubro. O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou o evento, oferecendo condições especiais aos sócios da entidade na compra dos ingressos. Em sua palestra, Cury abordou a busca do equilíbrio, conflitos entre pessoas, ansiedade, como melhorar a sua qualidade de vida, desenvolvimento pessoal e excelência emocional. Além disso, o escritor trouxe à tona como profissionais, professores, alunos, pais e filhos podem contribuir para a formação de mentes brilhantes, emoções estáveis e profundas, além de intelecto criativo.
Sobre o palestrante
Colaboradores do Sindicato Rural de Guarapuava, presidente Rodolpho Luiz W. Botelho e esposa Adriana Botelho prestigiaram o evento.
Circuito cultural
Traço Básico
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O anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava foi mais uma vez palco de uma etapa do Circuito Cultural do Serviço Social da Indústria (SESI). Desta vez, o programa trouxe, na noite de 23 de outubro, o músico Paulinho Schoffen, com o show “Traço Básico”. O artista tem a preocupação de fazer uma análise do ser humano. Imperfeições, incertezas e alegrias são trazidas através de canções compostas pelo próprio cantor. Artista há 20 anos, Schoffen já participou dos festivais de Música Cidade Canção (Femucic), Jacarezinhense da Canção (Fejacan) e da Canção de Araucária (Festicar). Além dos shows no Circuito Cultural, ele está preparando um novo projeto que mistura as linguagens musical e visual, em parceria com o fotógrafo Rafael Saes. “Rafael pegou algumas de minhas faixas e vai fazer imagens, enquanto eu estou compondo com base em fotos dele. Buscamos incentivo municipal para financiar as próximas etapas”, adiantou. A apresentação de Schoffen, no âmbito do Circuito Cultural SESI, percorreu também as cidade de Castro (15/10), Jaguariaíva (16), União da Vitória (17), São Mateus do Sul (21) e Irati (22). Com a iniciativa, o SESI tem buscado dar visibilidade a artistas e grupos que trabalham com cultura.
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Augusto Jorge Cury é médico, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor brasileiro. Desenvolveu a teoria da Inteligência Multifocal, sobre o funcionamento da mente, o processo de construção do pensamento e formação de pensadores. Seus livros já venderam 20 milhões de exemplares somente no Brasil. Foi considerado pela Folha de São Paulo o autor brasileiro mais lido da década. Atualmente é publicado em cerca de 60 países. É pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, abordando a natureza, a construção e a dinâmica da emoção e dos pensamentos.
Cidadania
Formatura do PROERD no Sindicato Rural O Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária realizou, dia 4 de novembro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, mais uma cerimônia de formatura de crianças no âmbito do PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas). Nesta etapa, concluíram a atividade alunos de uma turma de 1º ano e de duas turmas de 5º ano, de uma escola particular local. Educador social do Batalhão, o policial Celso Luís Calisário observou que naquele dia o PROERD procedeu ainda à formatura de 25 pais de alunos, destacando que o programa também está voltado aos responsáveis pelas crianças. De acordo com ele, a Polícia Militar encerrou o ano registrando mais uma vez uma expressiva participação de crianças na iniciativa. Em 2014, o PROERD formou cerca de 5 mil alunos, sendo 1.500 de primeiro ano e outros 3.500 de 5º ano, na rede pública de ensino, sem contar os alunos de escolas particulares. Um dos primeiros municípios paranaenses a adotar o PROERD quando do surgimento do programa, Guarapuava conta com a atividade há 14 anos.
Sempre ao seu lado, sempre Ă frente. Juntos produzimos mais.
niderasementes.com.br
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Curso do Senar realizado na Cereal/Guarapuava
Espaço confinado exige segurança S
egurança no trabalho é um item que vem ganhando cada vez mais importância não só na cidade, mas no campo também. E, no campo, um dos focos de atenção de autoridades, técnicos em segurança, instituições de capacitação profissional, como o Senar, e dos próprios empregadores rurais é o trabalho em unidades de armazenamento, em empresas ou propriedades rurais. Estas instalações, por sua finalidade, apresentam características que exigem dos operadores muita atenção e a utilização de normas e técnicas de segurança e de equipamentos de proteção individual (EPIs). Fazer manutenção no topo de um silo ou descer num túnel estreito que leva ao fundo de uma moega são situações em que cuidado é a palavra de ordem. Com o objetivo de capacitar para este tipo de atividade, o Senar-PR vem promovendo curso de supervisor de uma das normas de segurança no trabalho que, além de ser obrigatória, já vem sendo fiscalizada no meio rural: a NR 33, que determina as condições para que se realize trabalho nos chamados “espaços confinados” – geralmente locais que fechados, pequenos, onde a pouca ou insuficiente presença de oxigênio é um risco à vida. O curso tem 40 horas e ocorreu pela primeira vez em Guarapuava, no mês de setembro, numa empresa de armazenagem e comercialização de grãos, reunindo funcioná-
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O instrutor Clóvis Michelin Biasuz
rios de empresas e de propriedades rurais do município e região. O instrutor Clóvis Michelin Biasuz comentou a importância do treinamento, após aula prática de salvamento. “Todas as unidades produtivas possuem espaços confinados. Está previsto na NR 33 que todo espaço confinado tem de ser identificado, sinalizado e isolado”. Ele explicou que “a única forma de garantir a segurança do trabalhador é ter um procedimento de trabalho”, denominado de PET: “há a medição de atmosfera, para ver a quantidade de oxigênio no local (confinado), se há um
gás tóxico ou não. Apenas após o preenchimento desta permissão de trabalho é que o trabalhador pode entrar e executar o trabalho dentro de um espaço confinado”, completou, observando que tudo começa com uma avaliação. “Porém, não se consegue sentir a presença ou cheiro de algum gás ou de oxigênio. Portanto, você precisa de um equipamento confiável, que na maioria das vezes é denominado de multigás, para que ele faça a leitura e dê um resultado. O pessoal treinado sabe identificar se pode ou não entrar ou se tem de ventilar o local”, destacou. Mesmo quando é possível, o trabalho de quem adentra ao local confinado deve obrigatoriamente ser acompanhado por outra pessoa, do lado de fora, em condições de realizar um resgate caso seja necessário. “A gente treina ainda, no curso, uma possibilidade da necessidade de primeiros socorros e resgate”, contou o instrutor, apontando no entanto que “a base é a prevenção”. Biasuz ressaltou também que o resgate de uma pessoa tem de ser rápido, mas com segurança para toda a equipe. Ele mencionou que existem várias técnicas e que, com um sistema de redução de força, uma única pessoa poderia retirar outra de dentro do espaço confinado. Mas sublinhou que “dependendo da técnica, mais de uma pessoa é necessária”. Marcelo Roberto dos Santos, que trabalha no setor administrativo de uma das propriedades do Grupo Reinhofer, em Pinhão, relatou que a empresa está atenta à aplicação da NR 33 e das atualizações das normas de segurança em geral. Segundo relatou, mesmo profissionais como ele, que trabalham em escritório, participam de capacitação. “Nosso grupo já é certificado em segurança e saúde do trabalho, a gente veio participar deste treinamento como participamos de diversos, para qualificação de nossa equipe no âmbito de segurança”, declarou. O objetivo é “a melhoria contínua, tanto profissional quanto pessoal”. Referindo-se à obrigatoriedade da aplicação das normas, ele reforçou a necessidade de conscientização: “As leis existem e a gente tem de cumprir. Mas o principal é a consciência, para
você desempenhar uma função sabendo que está seguro e que, no final do dia, vai chegar em casa bem, sem sofrer nenhum mal”. Segundo complementou, no grupo em que trabalha, a segurança é um dos itens considerados, entre diversos outros, para se alcançar qualidade em gestão. “No nosso caso, fomos recertificados há uns 15 dias no programa 5S, de qualidade. Isso faz parte de todo um trabalho na procura da melhoria contínua e qualidade no trabalho rural”, disse. Produtores rurais com armazenagem na fazenda também participaram do curso, como Maristela Stock, que passou a dividir a gestão da propriedade com o marido, assumindo a parte de segurança no trabalho. “Nós vemos como algo de grande importância tudo isso. Tanto que estamos participando, não só trazendo funcionários, mas também nós, produtores, precisamos ter um entendimento maior do significado dessas normas”, considerou. Segundo prosseguiu, ela decidiu inscrever-se no curso também pensando no que poderia fazer não só em termos práticos, dentro do silo ou do secador, para melhorar o trabalho dos colaboradores, mas para avaliar até que ponto é viável possuir armazenagem na fazenda. “São análises que a gente vai fazer com o tempo. Não que a gente não estivesse adequado, mas de uns tempos para cá a cobrança é muito maior, em cima de nós, produtores. Não só em relação à segurança no trabalho”, comentou. Mas a produtora salientou que a questão é complexa: “fazer um estudo de viabilidade também não é simples, mas extremamente necessário”. Anfitrião do curso em sua empresa, José Augusto de Morais Barros observou os funcionários que participaram dos exercícios de salvamento. O empresário apontou que no setor rural a existência de espaço confinado, trabalho em altura e redes de energia de voltagem elevada, tornam necessária a segurança. Ele contou que cedeu o espaço para o curso “com a maior boa vontade”, porque a capacitação é uma oportunidade de ampliar conhecimentos.
José Augusto de Morais Barros, proprietário da Cereal
Maristela Stock, produtora rural
Marcelo Roberto dos Santos, colaborador do Grupo Reinhofer
Aula prática: simulação de salvamento de pessoa em local confinado inclui aprendizado sobre o uso de cordas, sistemas de redução de força, EPIs e a correta de forma de fazer o transporte em maca – primeiro exercício foi em local aberto, para alunos se familiarizarem com as técnicas.
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Cursos Senar
Guarapuava
Curso: Programa Apoena Flores em palha de milho
Data: 03/11 a 14/11 Local: Apae Rural Instrutor: Silvana Baul de Azevedo
Curso: Trabalhador na Aplicação de Agrotóxicos - integrado em agrotóxicos - costal manual e tratorizado de barras NR 31
Data: 18/11 a 20/11 Local: Pinho Past Instrutor : Daniel Giorno Nascimento
Curso: Produção Artesanal de Alimentos - conservação de frutas e hortaliças - doces e geleias
Data: 01/12 a 02/12 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor : Inês Maria Wietozikoski
Curso: Produção Artesanal de Alimentos - derivados de leite
Data: 03/12 a 04/12 Local: Sindicato Rural de Guarapuava Instrutor : Inês Maria Wietozikoski
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Candói
Curso: Beneficiamento e Transformação caseira de oleaginosas • Básico em soja
Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos - Conservação de Frutas e Hortaliças Doce de Corte e Doce Pastoso
Data: 30/10 a 31/10 Local: Pavilhão da Comunidade da Paz Instrutor: Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social
Data: 29/10 a 30/10 Local: Pavilhão da Igreja São Pedro Apóstolo Instrutor: Denise Bubniak Parceria: APAE Foz do Jordão
Curso: Artesanato de Tecidos - confecção básica de vestuário (corte e costura)
Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos - Conservação de Frutas e Hortaliças Doce de Corte e Doce Pastoso
Data: 14/10 a 30/10. Local: Petti da Lagoa Seca Instrutor: Juselia Zolondek Parceria: Secretaria de Promoção Social
Data: 28/10 a 29/10 Local: Pavilhão da Comunidade de Tirivas. Instrutor : Inês Maria Wietozikoski Parceria: Secretaria de Promoção Social
Curso: Trabalhador na Doma Racional de Eqüídeos - adestramento
Curso: Trabalhador na Operação e Manutenção de Tratores Agrícolas (tratorista agrícola) - tratores e implementos - 40 h
Data: 14/10 a 24/10 Local: Centro de Eventos Antonio Loures Alves Instrutor: Jaime Bardi Filho Parceria: Secretaria da Agricultura
Data: 10/11 a 14/11 Local: Pavilhão da Comun. do Alto Rio da Laje Instrutor: Rubens Gelinski Parceria: Secretaria da Agricultura
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Cursos Senar Candói Curso: Trabalhador Na Produção Artesanal de Alimentos – Panificação Data: 17/11 a 18/11. Local: Pavilhão da Igreja São Pedro Apostolo - Foz do Jordão Instrutor : Denise Bubniak Parceria: APAE
Cantagalo
Balanço
Curso: Produção Artesanal de Alimentos conservação de frutas e hortaliças - geleias, doces de corte e doces pastosos
Curso: Trabalhador em Reflorestamento (matas homogêneas) - uso de foice e machado em cultivos florestais
Data: 23/10 a 24/10. Local: Pavilhão da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Instrutor : Margarida Maria Bocalon Weiss Parceria: Secretaria de Assistência Social, Sindicato Rural de Guarapuava, FAEP Federação da Agricultura do Estado do Paraná.
Data: 28/10 a 29/10. Local: Comunidade Faxinal dos carpinteiros Santa Maria Cia de Papel e Celulose Instrutor : Sidemar Hobal Costa Parceria: Santa Maria Cia de Papel e Celulose, Sindicato Rural de Guarapuava, FAEP Federação da Agricultura do Estado do Paraná
207 cursos em 2014 O Sindicato rural de Guarapuava, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), realizou 207 cursos em 2014, em várias áreas da agropecuária. Foram 121 cursos em Guarapuava, 52 na Extensão de Base em Candói, 29 na Extensão de Base em Cantagalo e 5 em Foz do Jordão. O supervisor regional do Senar, Aparecido Ademir Grosse, avalia positivamente os cursos em 2014. “Foi um ano bastante positivo. Podemos destacar a demanda que tivemos por parte dos empresários
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rurais na área de segurança do trabalho, nas modalidades de trabalho em altura, espaço confinado e aplicação de defensivos agrícolas. Além disso, houve bastante mudanças e reestruturação de programas. Os cursos de fruticultura, olericultura e na área de gestão ganharam novos materiais, ou seja, foi bastante produtivo”. Para 2015, Grosse diz que o número de cursos ofertados pelo Senar deve reduzir, visando uma capacitação cada vez mais densa àqueles que buscam conhecimento. “É uma nova fase do Senar”.
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Produtores em destaque
Matilde Elisa Schneider, Rozani Zonta e Emiria Nakano
Lindalva Suek
João Arthur Barbosa Lima foi contemplado no sorteio de um saco de sementes de soja Nidera Altair Nicolau Iansen
Sidney Camargo Junior
Profissionais em destaque
Lavoura Guarapuava: Moacir Aparecido da Silva
Microgeo: Antônio Marcos Corder e Marcelo Antonio Kluska
Omex Agrifluids: Décio Tadeu Pimentel
Caminhada Outubro Rosa realizada em Cantagalo
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ens e t & s d i k l Espaço rura
Isabela (3 anos), filha de Jairo Luiz Ramos Neto e Rosana Tosin Almeida Gabriel, filho de Patricia Kielt Ostrufka e Mario Leandro Ostrufka (Ivaí - PR)
Caio, filho de Ricardo Leh e Ana Camargo Leh
Myrella, com a avó Helena Buhali Jorge Fassbinder e seu neto Lucas na Fazenda Segredo, em Foz do Jordão
Janeiro
01/01 Anton Keller II 01/01 Estefano Remlimger 01/01 José de Mattos Leão Neto 01/01 Leni Ap. Lacerda Cúnico 02/01 Júlio Cavalheiro de Almeida 02/01 Tadeu Kukurgindki Belinski 03/01 Hugo Leh 03/01 Orlando Deschk 03/01 Rosa Maria Schlafner 04/01 Adolf Taubinger 04/01 Gilda Roseira Ribas 04/01 Valderi Muzzolon 05/01 Harald Wolfl Essert 05/01 Johanes Stecher 05/01 Johann Vollweiter 05/01 José Seguro 05/01 Ronald Gartner 06/01 Antônio Fagundes Schier 06/01 Marcelo Afonso Mayer 06/01 Regina M. Bizarro Zandonai 07/01 Heinrich Stader
07/01 Maria Ap. Lacerda Loures 07/01 Siegfrid Milla 08/01 Cássia Fassbinder 08/01 Florian Reichardt 08/01 Heraclides José C. Roseira 09/01 Eurípio Carlos Rauen 09/01 Sônia Regina Virmond 10/01 Cláudio Marques de Azevedo 10/01 Raimund Duhatschek 11/01 Guinter Nicolau Schlafner 11/01 Helga Schneider 11/01 Neuci Aparecida Moss 11/01 Reinhard Wilhelm Kratz 12/01 Murilo Walter Teixeira 12/01 Robson Fassbinder 13/01 Anton Wilk 13/01 Herbert Schlafner 13/01 Raimund Georg Abt 14/01 Helton José Fagundes Schier 14/01 Paulo Krüger 15/01 Elizete Ribas M. Philipiak
Fevereiro
Aniversariantes/2015
01/02 Norbert Geier 02/02 Franz Hunger 02/02 Thelma Lanzini Losso 03/02 Eliezer Scheidt 03/02 Odacir Luiz Ghisleni 03/02 Walter Gartner 04/02 Jair Kultz 04/02 José Losso Filho 04/02 Robert Utri 05/02 José Neiverth Júnior 06/02 Gilda Campello 06/02 Hércules Alexandre Martins 07/02 Francisco João Schier 09/02 Arival Cividini 09/02 Helmut Gartner 09/02 Jeferson Caus 09/02 Leodir Carlos C. de Melo 09/02 Lucas Obal 09/02 Martin Ritter 09/02 Pedro Gustavo S. Mendes
10/02 Brigite Kreuscher 10/02 Josemary de P. Conrado 10/02 Lourenço Lemler 10/02 Ricardo Werneck Ceneviva 11/02 Luiz Afonso Eder 12/02 Johann Reinerth 13/02 Reinholt Holzhofer 14/02 Amarildo Parizotto 14/02 Pedro Cordeiro da Silva 14/02 Sandra Terezinha Bochnia 15/02 Antonio Cesar de Re 15/02 Celio Teixeira Cunha 15/02 Erich Mathias Leh 15/02 Gilmar Gelinski de Souza 16/02 Marcelo Lustosa Julek 17/02 Alexandre Barbieri Neto 17/02 Ricardo Rocha Danguy 18/02 Aldo Antônio Bona 18/02 Alvir Antonelli 18/02 Carlos Pereira Araújo
15/01 Juliano Marcondes Teixeira 15/01 Marcelo Antonio F. Schier 15/01 Pedro Alberto Ilibrant 15/01 Vandeci José F. de Lima 16/01 Nereu Lopes de Araújo 17/01 Otavino Rovani 18/01 Luis Borsatto 18/01 Rene Vieira Lopes 18/01 Sebastiana E. M. Almeida 18/01 Sérgio Fernando Paczkoski 18/01 Úrsula Maack Kurowski 19/01 Luis Paulo de O. Gomes Fº 20/01 Jacir Salvador 20/01 Rivair Sebastião Fritz 20/01 Waltraut Maria Palm Mayer 21/01 Dea Maria Ferreira Silveira 21/01 Denilson Baitala 22/01 Alfredo Gelinski Júnior 22/01 Antônio Luiz Peterlini 22/01 Gilberto Saciloto 22/01 Philipe Marx
22/01 Tjiago Gavansky 23/01 Márcio Pacheco Marques 23/01 Nereu Pedro Battistelli 23/01 Walter Becker 24/01 Sebastião Fco. Ribas Martins 24/01 Sebastião Meira Martins 24/01 Simon Milla 25/01 Edson Lustosa Araújo 25/01 Tiago Justino de Bastos 26/01 Gustavo Grocoske Küster 26/01 Oswaldo Rodrigues Barbosa 27/01 Cristian Abt 27/01 Matheus de Lacerda Pereira 28/01 Manoel Urias Carneiro 28/01 Paulo Afonso Ferreira Silveira 29/01 Rosecléia Padilha C. Seguro 30/01 Josilene Losso 30/01 Ruy Laurici Alves Teixeira Neto 30/01 Stefan Stemmer 31/01 Mario Poczynek
18/02 Evaldo Stefan Becker 18/02 José Hamilton Moss Filho 18/02 Klaus Dowich 18/02 Luiz Vilson Silvestri 18/02 Nelson Luiz L. de Lacerda 18/02 Rodrigo Tateiva 19/02 Cleusa Werneck de J. Botelho 19/02 Elton Lange 19/02 Gildo Warpechowski Gorski 20/02 Renata Vitória Weckl 20/02 Walter Milla 21/02 Antônio Oscar L. Ribas 21/02 Celso Hisao Tateiva 21/02 Paulo Guilhermeti 21/02 Renato de Auda Kaminski 22/02 Alceu Sebastião P. de Araújo 22/02 Elias Farah Neto 22/02 Francisco Buhali 22/02 Lucélia R. P. do Prado 22/02 Marco Aurélio Nunes
23/02 Edson Luiz Primak 23/02 Jairo Silvestrin Filho 24/02 Alan K. do Nascimento 24/02 Albert Josef Zimmermann 24/02 Valdir José Fuchs Filho 25/02 Marcus Vinícius de A. Bianco 25/02 Pauline Keller Küster 26/02 Denise Raquel T. da Cruz 26/02 Moacir José Horst Tome 26/02 Rubens Geraldo Toledo 27/02 Anton Hering 27/02 Jonathan Seitz 28/02 Alan Marcus Blanc 28/02 Jonathas F. T. Leal da Cruz 28/02 Luiz Carlos Gehlen 28/02 Macedo Nunes Machado Filho 28/02 Paulo Naiverth 28/02 Paulo Roberto M. Pacheco 28/02 Walter Stoetzer Júnior
Confira a agenda de eventos agropecuários: Rural da Coopavel Show Cascavel/PR
02 a 06 de fevereiro http://www.showrural.com.br 04/02 - Caravanas de Guarapuava, Candói e Cantagalo Informações no Sindicato (sede e Extensões de Base) (42) 3623-1115
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18º Show Tecnológico Fundação ABC
Campo Demonstrativo e Experimental de Ponta Grossa 25 e 26 de fevereiro (42) 3233-8600 https://show.fundacaoabc.org.br
Jan/Fev
2015
Dia de Campo de Verão da Cooperativa Agrária
FAPA - Entre Rios - Guarapuava 04 e 05 de março (42) 3625-8576 http://diadecampodeverao.com.br
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