ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano IX - Nº 47 - Fev/Mar 2015 Distribuição gratuita
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Revista do Produtor Rural do Paraná
10 20 24 28 34 42 44 52 58
Manchete
Soja com lagarta
Agricultura de precisão
Workshop destacou evolução e perspectivas do mapa de colheita
Imprensa
Expedição Safra 2015 em Guarapuava
Silvicultura
Floresta Nativa: o que posso fazer?
Informática
O campo na ponta dos dedos
Visita técnica
Produtores da Suíça conhecem agricultura e pecuária na região
Sindicato Rural
Pagamento da anuidade vence em 10 de março
Fazendas Históricas
Campo Real: o passado em tons de originalidade
Escola de capatazes
Pecuária tecnificada, capatazes qualificados
Diretoria Presidente
1º Vice Presidente
2º Vice Presidente
1º Secretário
2º Secretário
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Josef Pfann Filho
Anton Gora
Gibran Thives Araújo Luiz Carlos Colferai
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
João Arthur Barbosa Lima
Jairo Luiz Ramos Neto
Conselho Fiscal Titulares:
Ernesto Stock
Suplentes:
Nilceia Mabel Kloster Spachynski Veigantes
Lincoln Campello
Redação/Fotografia Editora-Chefe
Repórter
Estagiária
Roberto Hyczy Ribeiro
Alceu Sebastião Pires de Araújo
Cícero Passos de Lacerda
Projeto gráfico Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 3.400 exemplares
Luciana de Queiroga Bren (Registro Profissional - 4333)
Pré-distribuição
Manoel Godoy
Geyssica Reis
Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação
Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR
Distribuição
Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR
André Zentner
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Fernando Mancuelo Oliveira
Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Editorial
Cenário de incertezas
O
ano começou com desafios e surpresas para os produtores rurais. A ferrugem asiática veio forte e a surpresa ficou por conta da lagarta falsa-medideira, que infestou as lavouras de soja da região e do Estado. Produtos que não funcionaram e necessidade de mais aplicações devem impactar fortemente no custo de produção. No âmbito nacional, as perspectivas são sombrias. Com inflação crescente, dólar valorizado perante o real e a certeza de aumento de custos, é preciso muita cautela para o ciclo 2015/2016. Greves e paralisações (professores, caminhoneiros etc.) são demonstrações claras de que as coisas não vão bem. É hora de apertar os cintos. E falando em perspectivas para 2015, essa edição traz um artigo do consultor Flávio Roberto de França Junior, com balanço de 2014 e perspectivas para a soja em 2015, cultura também abordada no artigo de Pedro Loyola, Fernando Rocha e Thiago Péra, sobre o impacto da logística na receita dos produtores de grãos paranaenses. A oleaginosa ganhou destaque também na matéria de capa desta edição, com a invasão da lagarta falsa medideira. O assunto foi abordado durante a passagem da Expedição Safra Gazeta do Povo por Guarapuava, mencionada nesta edição. Tratamos, ainda, de tecnologia, com a reportagem sobre o uso de aplicativos (APPs), programas baixados em smartphones, que estão facilitando a vida do produtor rural. Registramos a visita de produtores rurais da Suíça no final de janeiro e continuamos a série de reportagens Fazendas Históricas, desta vez contando sobre a Fazenda Campo Real, de Daisy Virmond. Entre outras tantas matérias, dedicamos algumas páginas aos parceiros do Sindicato Rural de Guarapuava no projeto Identidade Sindical 2015. São empresas que fornecem descontos aos sócios do sindicato. Portanto, agradecemos a parceria e pedimos que os sócios utilizem o benefício. Basta apresentar a carteirinha de sócio nesses estabelecimentos (visualize os descontos nas páginas 8 e 9). E falando em benefícios, para que o Sindicato Rural continue firme com seus projetos e na defesa do produtor rural da região, pedimos para que os sócios paguem a anuidade sindical até o dia 10 de março, obtendo desconto no valor. Desejamos a todos uma ótima leitura e uma excelente colheita!
Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
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Foto: Manoel Godoy
Foto destaque da edição
Um amor de batata! Foto enviada pela produtora rural e engenheira agrônoma Katherine Duhatschek, tirada na Fazenda Campo de Fora, distrito de Palmeirinha/Guarapuava-PR
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Flávio Roberto de França Junior Analista de Mercado, Consultor em Agribusiness e Diretor da França Junior Consultoria www.francajunior.com.br e francajunior@francajunior.com.br
Artigo
Balanço de 2014 e perspectivas para a soja em 2015
A
pesar do início de ano cercado de notícias ruins no campo econômico e político, vamos trabalhar firme e juntos para que o agronegócio consiga repetir o bom desempenho geral do ano que passou. O texto semanal de análise da França Junior Consultoria divulgado no início de janeiro trouxe as principais tendências para o mercado e a comercialização da soja no Brasil e no mundo para 2015. O texto foi dividido em três partes: as linhas gerais do ano que passou e uma recapitulação das principais previsões feitas na primeira publicação de 2014; um comparativo entre esses comentários e a retrospectiva dos fatos efetivamente ocorridos; e por último, as projeções sobre as linhas mestras gerais para esta nova temporada que se inicia. De todo o modo, apresento neste texto um breve resumo do que foi escrito, no intuito de contribuir para a discussão de tão controverso e importante tema: as tendências do mercado e da comercialização para este novo ano que se inicia. As previsões feitas para 2014 Na primeira parte do texto, apresentamos uma rápida recapitulação das previsões feitas no início de janeiro para os principais indicadores do complexo soja brasileiro e mundial. Naquele momento indicamos sentimento geral positivo para a renda dos produtores, embora com preços e desempenho geral um pouco mais conservadores do que em 2013. Essencialmente esse favorável desempenho viria pela combinação de vendas antecipadas de 35% da safra com bases remuneradoras, positivo desempenho da produtividade média,
com preços médios mais acomodados em relação ao ano anterior, mas ainda acima da média. A maior limitação viria pelo aumento dos custos de produção da temporada. Pelo lado dos preços o suporte viria pelas médias historicamente elevadas para a CBOT no primeiro semestre, antes da colheita da nova safra dos EUA, em função do aperto intensificado nos estoques dos EUA, por melhora esperada na logística refletindo em melhores prêmios de exportação, e por elevação sinalizada para a taxa de câmbio. As preocupações principais estariam centradas no comportamento final do clima na América do Sul (que acabou trazendo algumas surpresas desagradáveis), a definição de área e produção nos EUA, e o encaminhamento do processo de recuperação da economia mundial, especialmente no caso dos EUA. Os fatos de 2014 Ao observarmos as projeções realizadas há um ano é possível afirmar que mantivemos o elevado padrão de acertos na antecipação da linha geral de comportamento do mercado e da comercialização da safra 2013/14. Especialmente na confirmação de mais um ano de renda positiva aos produtores brasileiros, o oitavo seguido. Neste ano tivemos a confirmação da tendência para as previsões realizadas em todos os indicadores apresentados, tanto internos como externos, passando por previsões de safra e consumo, comportamento da economia, formatação de preços, incluindo as previsões para a Bolsa de Chicago, para o câmbio e para os prêmios de exportação, e perfil da comercialização. As previsões para 2015 Para esta nova temporada, ape-
sar da queda no padrão de preços do mercado internacional, o nosso sentimento geral para o mercado do complexo soja neste novo ano permanece positivo na ótica dos vendedores. Apesar de mais conservador do que nos excelentes resultados alcançados por boa parte dos produtores brasileiros em 2013 e 2104, temos a tendência de que maioria obtenha o nono ano consecutivo de avanço na renda do setor. Essencialmente esse favorável desempenho predominante viria pela combinação de vendas antecipadas de 30% da projeção de produção com preços remuneradores, razoável desempenho da produtividade média, devendo ficar ainda acima das bases de 2014, e preços médios domésticos mais acomodados em relação ao ano que passou, mas não muito distantes da média histórica. Limitação de resultados por avanço nos custos de produção, e pelos problemas regionais de clima. Em relação aos preços, o desempenho tenderia a ser limitado pela expectativa de cotações na CBOT permanecendo abaixo da média na hipótese de confirmação de safra recorde na América do Sul e nova safra cheia nos EUA. Apesar do firme crescimento esperado pelo lado da demanda, é pouco provável que esse avanço impeça novo aumento na posição dos estoques nos EUA e mundial para 2015/16, caso não seja combinado com algum fato novo (negativo) pelo lado da oferta. Já no lado dos prêmios, apesar de pressão esperada na colheita, a expectativa é por bases melhores do que no último ano. E finalmente pelo lado do câmbio, provavelmente o grande ponto de suporte para os preços internos nesta temporada. Revista do Produtor Rural do Paraná
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PROJETO IDENTIDADE SINDICAL 2015 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:
GUARAPUAVA BetoAgro AGRONEGÓCIOS
10% nas prestações de serviços
10% em todos os serviços prestados
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
5% sobre valor final da negociação
30% em cursos oferecidos pelo escritório
15% na realização de exames radiográficos
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10% a partir da segunda mensalidade, mais 10% de desconto de pontualidade
5% em serviços ou equipamentos
10% sobre o preço total de habilitação - categorias A e B
5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos
3% de desconto adicional para compra à vista
10% em todos os serviços prestados
15% no valor do curso
Descontos em todos os ramos de seguros
15% em acessórios e serviços
Descontos em exames
15% de desconto à vista e 5% a prazo
Benefícios para associados
Newdeal Agroscience 3% na linha de produtos Forquímica
3% em toda linha de insumos agrícolas
Desconto de 3% na Linha de Produtos New Deal
3% à vista na compra de suplementos para equinos.
5% em toda loja, exceto linha equina Proequi e produtos promocionais
5% à vista, exceto para produtos promocionais
Benefícios diversos para associados 10% em todos os serviços ofertados
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3% sobre o preço de lista no ato da compra. Descontos não cumulativos
5% nas compras realizadas na loja
3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores, renovador de pastagens e grade de dentes espalhador de palha
CANDÓI
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% toda linha de medicamentos
5% sobre valor final da negociação
6% em materiais de construção, móveis e casa pronta
CANTAGALO
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes para pagamento à vista
5% sobre valor final da negociação
Conheça melhor as empresas parceiras do projeto Identidade Sindical 2015 nas páginas 105 a 110.
* Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.
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Foto: Manoel Godoy / Sindicato Rural de Guarapuava
Manchete
Soja com lagarta C om um grau de infestação nunca visto antes, comparável a uma explosão silenciosa, a lagarta falsa-medideira (pseudoplusia includens), nesta safra 2014/15, se alastrou por lavouras de soja, em várias regiões do Estado, atingindo também o centrosul paranaense. Ao surpreender agricultores que de longa data a consideravam uma ameaça controlável, e que imaginavam que a helicoverpa seria o principal perigo a enfrentar, a praga simplesmente ultrapassou qualquer
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previsão lógica: na virada de janeiro para fevereiro, sua superpopulação, depois de despedaçar as chamadas folhas “baixeiras” – seu habitat até então mais previsível – deslocou-se para a parte superior, tornando-se visível, revelando a dimensão do que deverá ficar registrado como um dos maiores desafios da cultura da soja na região. Ouvidos pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL, produtores tecnificados, acostumados a lidar com a lagarta, relataram que, diante dessa infestação de severidade inédita, decidiram
Quem imaginou que a helicoverpa seria maior desafio da soja 2014/15, se surpreendeu: a falsa-medideira roubou a cena e o sono de vários produtores, com infestação de proporções nunca vistas, devorando as folhas de uma soja até então exuberante. (foto: lavoura na região de Guarapuava, dia 30 de janeiro)
aumentar o número de aplicações de defensivos e/ou substituir os produtos até então utilizados, por outros, mais fortes e mais caros. A estratégia significou maiores gastos com os próprios produtos e com a operação dos equipamentos, para as aplicações. Em entrevista dia 29 de janeiro, Andreas Milla, com áreas em Pinhão e Cantagalo, considerou que a lagarta da soja (anticarsia) era mais fácil de combater, já que se localizava na parte superior das plantas, enquanto a falsa medideira se esconde na parte
Primeiro, a gente não aplica preventivamente. Você precisa ter a presença da praga para controlar” Alfred Stoetzer – Pesquisador (FAPA/Entomologia) inferior, onde é mais difícil a aplicação dos defensivos para eliminá-la. Como outros produtores, Milla considerava que a helicoverpa poderia ser o maior desafio nesta safra. Ele contou que no início do ciclo, registrou a ocorrência daquela praga, com mais intensidade, em suas lavouras em Pinhão. O produtor classificou o ataque como severo e o combate como difícil, mas disse que, usando os produtos específicos, conseguiu superar o problema. Já a falsa-medideira deu um trabalho inesperado: conforme relembrou, uma revoada de mariposas na lavoura, já no primeiro mês do ano, resultou em infestação de lagartas. “A pseudoplusia é difícil de controlar, porque é resistente a uma série de produtos. Tive área com desfolha bem significa-
tiva. Com certeza, tem prejuízo”, previu. Milla observou que lançou mão de produtos mais fortes e mais caros, reportando dificuldade de encontrar alguns defensivos. Mas a preocupação não parava por aí: o agricultor contou haver visto, dias antes, presença de pupas na soja e que, por isso, temia que pudesse ocorrer mais uma onda de infestação de falsa-medideira ainda no período. O produtor Ernesto Stock, com propriedade na localidade de Taguá, em entrevista dia 30 de janeiro, classificou o ataque da falsa-medideira, nesta safra, como “atípico”. E resumiu: “O que os produtores estão fazendo é tentando lançar mão de produtos e tecnologias, sem cair no desespero. Mas de fato o controle está difícil”. Stock recordou que, há alguns anos, o desafio era a lagarta da soja, uma ameaça que, segundo declarou, “praticamente desapareceu”. A preocupação, em 2014/15, ficou por conta da pseudoplusia. “A falsa-medideira foi selecionada, com o passar dos anos, e chegou a um nível crítico, como estamos vivendo hoje”, avaliou. Em outra propriedade, na região de Guarapuava, Edgard Szabo, que também tem na soja uma de suas cul-
turas de verão, se mostrava surpreendido com a intensidade incomum da já conhecida falsa-medideira – algo que disse nunca ter visto em 25 anos de atividade na agricultura. Dia 30 de janeiro, ele levou a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL a uma de suas lavouras, onde a lagarta já podia ser vista não só na parte inferior das plantas, mas também nas ramificações mais altas. Szabo ressaltou que normalmente costumava iniciar o combate à praga quando o monitoramento da lavoura, pelo método do “pano de batida”, apontava entre seis e sete lagartas por metro linear. O total de entradas considerado normal situava-se entre três ou quatro vezes. “Agora, está tendo uma base de 30 a 40 (lagartas) na batida de pano. Já estamos na quarta (aplicação) e acho que vamos ter de entrar mais uma ou duas vezes – vamos ver”, completou. Também neste caso, o resultado foi a elevação de custos: “Hoje, só a aplicação de inseticida, ali, são 100 reais por hectare”. Quem também não tinha visto semelhante infestação de falsa-medideira, desde 1975, foi Deodoro Marcondes, que produz em propriedade no distrito de Palmeirinha, em Gua-
Propriedade de Edgard Szabo: na batida de pano, nada menos do que cerca de 30 lagartas por metro linear Revista do Produtor Rural do Paraná
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Josnei Augusto da Silva Pinto, agrônomo da regional da SEAB em Guarapuava
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rapuava. “Realmente foi um ataque muito forte”, avaliou. O produtor comentou que o resultado das pulverizações deixou a desejar: “as aplicações de defensivos, algumas, não surtiram nada de efeito. Inclusive a de produtos com recomendação de bula específica para falsa-medideira”. Aumentar a dose, segundo disse, não resolveu: “Soube de casos, e inclusive eu tomei esse tipo de providência, de aumentar a dose, e os produtos não funcionaram mesmo em associação de dois princípios ativos”. E questionou: “quem vai arcar com esses custos, de produtos que não funcionaram? Sobra para o agricultor? Ou o fabricante vai se responsabilizar e ressarcir esse custo desses produtos que, apesar de serem recomendados, não funcionaram para matar a lagarta?” Assim como na lavoura, no campo da pesquisa, o ataque massivo da falsa-medideira, na soja, também chamou a atenção. Na Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), com sede no distrito de Entre Rios (Guarapuava), o pesquisador responsável pela área de Entomologia, agrônomo Alfred Stoetzer, comentou que vários foram os fatores que levaram à forte incidência da falsa-medideira neste início de ano. “Não podemos descartar o clima. Nesta safra, as temperaturas médias foram um pouco mais elevadas do que nas safras anteriores. Para as pragas, de maneira geral, quanto maior a temperatura, mais rápido é o ciclo e mais indivíduos são gerados no mesmo período de tempo”, explicou. Para Stoetzer, outro fator foi um maior desenvolvimento da cultura, causado mais uma vez pelo calor: “A planta de soja também está diferente este ano. Ela tem muito mais folhas, cresceu mais”, o que representou dificuldade para atingir a lagarta na hora da aplicação, em especial após o fechamento das entrelinhas. Se a localização da falsa-medideira traz dificuldade para a pulverização, o pesquisador da FAPA destacou que, para o produtor, seguir a técnica de uma boa aplicação se torna ainda mais importante, enfatizando alguns
pontos: “Primeiro, a gente não aplica preventivamente. Você precisa ter a presença da praga para controlar”, preconizou. E existem momentos mais apropriados para o procedimento: “De uma maneira geral, os inseticidas têm uma melhor eficácia quando aplicados em lagartas pequenas (até 1,5 cm)”. Para conhecer o estágio de desenvolvimento da praga, recordou, a saída é o monitoramento. “O produtor tem de ir, com seu técnico, ou isoladamente, a campo, e observar quando ocorrem essas primeiras lagartas – e aí fazer o controle, não deixando essa população aumentar”. A técnica para esse acompanhamento, sublinhou o pesquisador da FAPA, é a já conhecida “batida de pano” (nas entrelinhas da lavoura), feita com
Andreas Milla: helicoverpa deu trabalho, mas foi controlada
A pseudoplusia é difícil de controlar, porque é resistente a uma série de produtos”
Edgard Szabo: infestação inédita em 25 anos de trabalho no campo
Hoje, só a aplicação de inseticida são 100 reais por hectare”. um pano, de preferência branco, que tenha, em um dos lados, um metro. Uma rotina que, de acordo com ele, deve acontecer uma vez por semana; em épocas de maior pressão, duas vezes; ou de dois a quatro dias após uma aplicação, para verificar o grau de eficácia dos produtos utilizados. Segundo orientou, deve-se utilizar pontas para gotas finas e maior vazão. O horário é outro detalhe: “Ele deve evitar aplicar nas horas mais quentes do dia”, quando a baixa umidade do ar pode fazer com que o produto simplesmente se evapore. Os melhores
momentos seriam o início da manhã, o final da tarde e, “se o produtor não conseguir vencer a área nesses dois turnos”, partir para as aplicações noturnas. Outro pesquisador, André Mateus Prando, da Embrapa Soja, também viu no clima quente do início do ano um fator que levou à forte incidência da falsa-medideira. “Isso ocorreu em função de temperaturas mais elevadas. Teve surtos em todo o Estado”, comentou. Prando viu igualmente na localização da lagarta, na parte de baixo das plantas, dificuldade para o controle. “Aliado a isso, o clima mais seco é mais benéfico à praga, porque atrapalha a ação dos inimigos naturais, e atrapalha a eficiência dos produtos para combater essa praga”, complementou. Mas a aplicação preventiva de inseticidas, destacou o pesquisador da Embrapa, não é uma solução: “O uso errôneo de produtos favorece a ocorrência de pragas por dois motivos: primeiro, porque vai reduzir a população de inimigos naturais, que são nossos aliados; em segundo lugar, aplicar um produto desnecessariamente para uma praga, vai selecionar insetos com menor sensibilidade a esse inseticida. Não dá para dizer que é resistência, mas seriam (indivíduos) mais tolerantes ao inseticida”, explanou. A consequência será preocupante: “No momento em que você mais precisar que esse inseticida controle a lagarta, ele não vai funcionar tão bem”. Comparando com o uso de medicamentos em seres humanos, Prando lembrou que “hoje em dia você não compra um antibiótico sem a prescrição de um médico”. Na luta contra aquela praga, o pesquisador da Embrapa informou que a instituição tem observado o comportamento de inimigos naturais, analisado a ação dos parasitóides, além de avaliar os produtos de combate à lagarta. “Temos bons produtos, porém nem sempre eles chegam no alvo”, declarou, destacando que no campo se trabalhe com a tecnologia de aplicação, observando-se umidade relativa do ar e melhores horários de
aplicação, assim como bicos e vazão adequados. Reflexões e sustos à parte, a safra de soja 2014/15, no centro-sul do Paraná, se encaminha para sua fase final e duas perguntas se destacam: a falsa-medideira trouxe perdas significativas? E se houve prejuízos, qual sua dimensão? No escritório regional da Secretaria de Estado da Agricultura (SEAB) em Guarapuava, que abrange 12 municípios, o agrônomo Josnei Augusto da Silva Pinto, que participa de levantamentos de safras regionais, disse em entrevista, dia 5 de fevereiro, que, naquele instante, ainda era cedo
Ernesto Stock: ataque atípico, de difícil controle
Os produtores estão tentando lançar mão de produtos e tecnologias, sem cair no desespero” Revista do Produtor Rural do Paraná
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Deodoro Marcondes, produtor rural para se estimar com precisão o impacto final daquela praga e de outras nas lavouras de soja. E explicou que o mesmo calor que favoreceu as lagartas, por um lado, de outro, beneficiou também as plantas de soja, que se de-
senvolveram bem. Certo, até aquela data, é que a infestação da falsa-medideira, como informou, atingiu plantações em todos os municípios atendidos pela regional da Seab. “A gente tem acompanhado, a campo, junto com os produtores rurais, com os técnicos também, de revendas, de cooperativas – o pessoal de assistência técnica vem relatando que, este ano, o ataque tem sido severo. O agricultor tem tido dificuldade de controlar essa praga”, disse. Silva Pinto mencionou que a regional da SEAB também vem recebendo relatos de elevação de gastos, com produtores aplicando mais vezes e com produtos mais caros. O agrônomo assinalou que, no levantamento de custo/hectare elaborado pela secretaria, com a participação de todas as suas regionais, o cálculo do gasto com defensivos, na soja, foi estimado com base numa média de três a quatro aplicações. “Hoje, na média, vai chegar a cinco ou seis, porque não é só a lagarta, tem outro complexo de pragas para o qual você também
Falsa-medideira A falsa-medideira, segundo informou o pesquisador Alfred Stoetzer (FAPA/Entomologia), é uma praga da agricultura que, na soja, ocorre nos principais pólos produtores, desde a Bahia até o sul do Rio Grande do Sul. Na cultura, a preferência da lagarta é o consumo de folha. “Isso então reduz a taxa fotossintética e no fim pode comprometer a produtividade”, detalhou. O pesquisador ressaltou que, em anos mais recentes, observouse, em alguns casos, mudanças de hábito: “Ela acaba migrando para as vagens e atacando os grãos; mas numa frequência muito pequena”, o que no entanto não deixou de chamar a atenção. No centro-sul do Paraná, o período entre janeiro e fevereiro, conforme classificou, são “os picos populacionais” da lagarta. Em seu ciclo, a praga apresenta: na fase adulta, 11 a 12 dias; incubação, três dias; período larval, 15 a 18 dias; período pupal, seis a sete dias (Foto: pupa em folha de soja).
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Isso ocorreu em função de temperaturas mais elevadas. Teve surtos em todo o Estado” André Mateus Prando – Pesquisador (Embrapa Soja)
tem que fazer aplicação”, contou. Nos números da SEAB em Guarapuava, a soja, nos 12 municípios abrangidos pela regional da secretaria, tem, em 2014/15, área em torno de 254.900 hectares. No início do ciclo, antes do ataque das pragas, estimavase produtividade entre 3.300 e 3.600 kg/hectare, com projeção de produção entre 841.170 e 917.640 t.
foto enviada pela sócia Rosecléia Padilha
foto enviada pelo sócio Rodrigo Dangui
Confira os registros fotográficos feitos pelos associados do Sindicato Rural de Guarapuava nas lavouras da região:
foto enviada pelo sócio Gabriel Gerster Revista do Produtor Rural do Paraná
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Batata
Cultivares de batata da Embrapa para a indústria
A
s cultivares de batata BRS IPR -Bel e BRS Ana, da Embrapa, destacam-se pela adaptação às diversas regiões do país; elevado rendimento para processamento, tanto na forma de chips como de batata palha; alto potencial produtivo e rendimento de tubérculos comerciais com características de qualidade para a industrialização. Antônio Bortoletto, analista da Embrapa Produtos e Mercado, unidade responsável pela comercialização e inserção de tecnologias produtos e serviços da Embrapa no mercado, explica que, devido à adaptação das variedades nas diferentes regiões de cultivo de batata no país, será possível a sua utilização e adoção tanto por pequenas, médias ou grandes indústrias. Já foi realizado um teste de fritura no laboratório, cujo resultado foi um sucesso, segundo profissionais das cooperativas e da indústria. Como parte do processo de promoção das cultivares, foram enviados cerca de 2.200 kg de tubérculos comerciais de Canoinhas, SC, para testes de fritura na linha de produção da Yoki, indústria parceira.
A opinião de produtores, técnicos e da indústria “Com estas variedades, estamos dando um passo à frente para obtermos estabilidade na bataticultura”, disse Tsutomu Massuda, presidente da Cooperativa Unicastro, parceira na pesquisa destas cultivares de batata há três anos, durante o Dia de Campo no ano passado (2014), feito para demonstrar as aptidões das novas cultivares. É fato, disse Massuda na época, que a agricultura é uma atividade de alto risco e sujeita a diversos fatores como clima, aumento dos preços, de insumos, política cambial e econômica, marcos regulatórios trabalhistas e ambientais. No caso da batata existe ainda a forte dependência na impor-
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tação de sementes, por isso, é imprescindível o trabalho que vem sendo feito pelos órgãos de pesquisa como Embrapa e Iapar em parceria com o produtor e a indústria para atender melhor o nosso consumidor, concluiu o presidente da Cooperativa. Após três anos de parceria com a pesquisa, instalando campos de teste nos produtores da Unicastro, o desempenho das cultivares no campo e no processamento industrial tiveram resultados surpreendentes tanto no aspecto industrial, como nos aspectos agronômicos, com uma boa avaliação nos dados de aparência, cor, sabor e textura. O presidente da Unicastro foi enfático ao afirmar: “Acredito que estão nascendo duas novas opções para a cadeia da bataticultura, as cultivares BRS IPR- Bel e BRS Ana”. Na avaliação dos técnicos da Cooperativa, as cultivares merecem destaque pela superioridade agronômica e qualidade industrial que agregam produtividade e resultados satisfatórios ao sistema, o que sinaliza o potencial de adaptação às condições climáticas da região produtora e a possibilidade de se tornarem comercialmente competitivas. Ainda no Dia de Campo do ano passado, Luis Henrique de Carvalho, agrônomo da General Mills &Yoki, indústria de processamento de alimentos, também conheceu o manejo da variedade nacional e disse: “Vimos o nível de resistência a pragas, a doenças, a seca e também a produtividade e formato de tubérculos, observamos que a variedade analisada tem potencial inicial para boas práticas tanto no campo como no processamento, além de serem adaptadas ao nosso clima. Elas têm potencial para alavancar o nível de fritura e a produtividade dos batatais por esse Brasil afora”. No momento posso confirmar que os testes realizados na nossa indústria foram muito bons e que depositamos uma esperança grande na variedade BRS IPR-Bel e também na BRS Ana, concluiu o representante da Yoki.
Características das variedades BRS IPR-Bel foi desenvolvida para uso no processamento industrial nas formas de chips e de batata palha. Pode eventualmente ser utilizada para consumo fresco, desde que sejam tomados os cuidados para prevenir o esverdeamento dos tubérculos. É uma cultivar que apresenta plantas medianamente vigorosas, com hábito de crescimento semiereto e porte médio, possuem tubérculos de formato oval, olhos medianamente rasos; película amarela e lisa, com suscetibilidade ao esverdeamento e polpa creme. É moderadamente suscetível a requeima (Phytophthora infestans) e moderadamente resistente à pinta-preta (Alternaria solani). Destaca-se pelo alto teor de matéria seca e pelo grande número de hastes e tubérculos por planta. BRS Ana é uma cultivar adequada para fritura à francesa (palitos), com potencial de processamento na forma de palitos pré-fritos congelados, palha e de flocos. Suas características de maior destaque são a aparência, o rendimento de tubérculos, peso específico e qualidade de fritura. Os tubérculos têm película vermelha, levemente áspera, polpa branca, formato oval e olhos rasos. Seu potencial produtivo é alto. No ecossistema subtropical, apresentou maior produtividade que as cultivares mais plantadas no país, quando cultivada no outono, e não diferiu na primavera. Apresenta, também, menor exigência em fertilizantes que as principais cultivares importadas e também mostra moderada tolerância à seca. A BRS Ana possui boa resistência à pinta preta, apresentando baixa degenerescência de sementes por viroses, conferida pela resistência ao vírus Y da batata e baixa incidência ao vírus do enrolamento da folha da batata. Apresenta ciclo tardio de 110-120 dias. Fonte: Embrapa Produtos e Mercado -13/02/2015
Serviços automotivos
Crescimento do setor agrícola merece atenção do ramo automotivo O Grupo DPaschoal, rede de serviços automotivos, oferece treinamentos especializados para o agricultor
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DPaschoal, uma das maiores redes de serviços automotivos do Brasil, juntamente com sua linha de pneus Titan para tratores, implementos agrícolas e caminhões tem a preocupação de atender seus clientes oferecendo dicas de como garantir o desempenho dos pneus e proporcionando um treinamento com foco em economia no campo.
O Serviço de Aprendizagem e Formação à Frota (SAFF MAXX) se especializou no segmento e passou a oferecer cursos que transmitem a ideia de patrimônio e sustentabilidade. Sustentabilidade é uma das características da DPaschoal, que ganhou o 6º prêmio de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo. O grupo realiza projetos sustentáveis, atuando a favor do meio ambiente no Estado do Paraná, por meio de uma recapadora, a qual recapa mais de 4 mil pneus de caminhão no ano. Além disso, a empresa se alicerça no Programa Economia Verde, que
funciona em todas as lojas da rede, com a proposta de antes de trocar qualquer pneu ou peça, é preciso avaliar se realmente é necessário. O cliente também é orientado com dicas que podem permitir a economia de até 25% na vida útil de pneus, amortecedores, entre outros produtos. Anualmente, são recolhidas 600 toneladas de materiais recicláveis, totalizando 36 itens, entre pneus, sucatas ferrosas e não ferrosas, lâmpadas, baterias, raspa de pneus, papel/papelão, plástico, contra peso, filtro de óleo e outros. Alex Silva, gerente do Grupo DPaschoal, conta que a profissionalização do segmento agrícola, fez com que o agricultor necessitasse de renovação da frota, máquinas novas e potentes, que demandassem menos manutenção e causassem menos impacto no solo. “ É importante destacar que a compactação do solo é um assunto que faz parte das discussões atuais da agricultura. O impacto do pneu no solo interfere diretamente na produtividade da lavoura”,
Funcionário DPaschoal avalia a pressão do pneu de trator destaca ele. Silva ainda acrescenta que os pneus radiais apresentam a melhor compactação no solo. Entre os módulos do SAFF MAXX, estão: Curso de Conhecimento Básico de Pneus Agrícolas; Curso de Marcação a Fogo; Curso de Montagem e Desmontagem de Pneus Agrícolas sem Câmara; Curso de Montagem e Desmontagem de Pneus Agrícolas com Câmara.
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Piscicultura
Peixe e sua gordura saudável
Fernanda Manzatti Galvão Nutricionista
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ão é de hoje que médicos e nutricionistas incentivam o consumo de peixe mais frequente na alimentação. Além do alimento ser uma excelente fonte de proteínas, vitaminas e minerais, é
rico em Ômega 3, a chamada gordura saudável. A nutricionista Fernanda Manzatti Galvão explica que o Ômega 3 auxilia no combate ao colesterol ruim (LDL). “Ele também desempenha o papel protetor das artérias, diminuindo a incidência de doenças cardiovasculares”. Vale lembrar que o corpo humano não é capaz de produzir esta gordura, portanto só é possível obtê-la por meio da alimentação. Por isso, o peixe é uma importante fonte, sendo que algumas espécies oferecem mais Ômega 3 do que outras. Fernanda destaca o salmão, sardinha, atum, arenque e cavalinha. Outros alimentos, como a semente de linhaça, castanhas, nozes e vegetais de folhas verde escuras também possuem Ômega 3.
O consumo ideal de peixe é de, no mínimo, duas vezes por semana. Fernanda também ressalta o preparo do alimento. “De preferência devem ser assados ou cozidos, evite frituras, isso faz com que o alimento perca nutrientes importantes, além de ficar mais calórico”. A nutricionista ainda conta que os peixes frescos são melhores que enlatados ou congelados. O peixe, que é uma carne branca, não deve sempre substituir a carne vermelha, pois ela é também uma ótima fonte de proteína, ferro e vitaminas. “Porém, o peixe possui quantidades menores de gorduras (ruins). Não é necessário retirar toda a carne vermelha da alimentação e sim consumi-la com moderação”, finaliza Fernanda.
Piscicultura Progresso entrega mais alevinos em Guarapuava A Piscicultura Progresso fez mais duas entregas de alevinos, nos dias 19 de dezembro e 3 de fevereiro, no Sindicato Rural de Guarapuava. Ao todo, foram mais de 40 mil alevinos entregues para produtores rurais. “Mais uma vez as entregas atenderam às expectativas. Várias pessoas que já tinham feito a aquisição do produto, adquiriram novamente. Isso mostra a satisfação dos clientes”, destaca Erivelto Leonardo, proprietário da piscicultura.
Empresas ou entidades de Guarapuava e região interessadas em fazer parceria com a Piscicultura Progresso devem entrar em contato em Erivelto pelos telefones: (46) 8415-4508 ou (46) 9975-9280.
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As próximas entregas acontecem nos dias 4 de março e 15 de abril, das 9h às 11h. Os pedidos deverão ser feitos pelo telefone: (42) 3623-1115.
Entrega dia 19 de dezembro
Solange Ribas Cleve
Karl Keller
Marcos Majowski
Peter Spiess JĂşnior
Entrega dia 3 de fevereiro
Sigrid Aparecida Wolfl Essert
Joelson Osmar de Jesus
(46) 8415-4508 (oi) - 9975-9280 / 9971-5630 (tim)
Luth Rodrigues Kimak
Elfriede Barbara Mayer
erivelto_dv1@hotmail.com Revista do Produtor Rural do ParanĂĄ 19
Agricultura de precisão
Workshop destacou evolução e perspectivas do mapa de colheita
A Antônio Luís Santi, doutor em Ciência do Solo – Agricultura de Precisão
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agricultura de precisão (AP), mais uma vez, esteve no centro das atenções, em um workshop promovido, pelo segundo ano consecutivo, pela Cooperativa Agrária e a FAPA, dia 29 de janeiro, no Centro Cultural (Entre Rios/Guarapuava). Nesta edição, o tema foi “Monitoramento de colheita, usos e benefícios”, com engenheiro agrônomo Antônio Luís Santi, doutor em Ciência do Solo – Agricultura de Precisão, pela Universidade Federal de Santa Maria. O especialista ressaltou que o mapa de produtividade, surgido há 15 anos como o primeiro passo da agricultura de precisão, ainda hoje é importante. Em entrevista, explicou: “A importância do mapa é que ele expressa
exatamente o que a planta está sentindo ou sentiu naquele ambiente em que está alocada, que seria a lavoura”. Ele sublinhou que “como qualquer mapa temático”, o de produtividade também começa com uma coleta de dados bem feita: “antes, o produtor tem de fazer a limpeza e a calibração do sensor, assim como faz na sua semeadora ou no pulverizador”. De acordo com Santi, “aquela informação que vem do campo, quando feita com cuidado, não tem um erro superior a 3%”. Mas, alertou, depois há uma questão a responder: o que fazer com o mapa para ter benefícios econômicos ou ambientais? Segundo mencionou, entre outras alternativas, é possível fazer um pré-diagnóstico de problemas de ordem física e biológica do solo; ou
até um mapa de lucratividade. “Somente o mapa de colheita me proporciona saber onde ganhei mais e onde ganhei menos”, assinalou. Outra perspectiva, completou Santi, é uma ideia ainda pouco considerada no Brasil, mas já em uso em alguns países: a colocação de diferentes híbridos numa mesma lavoura, em função dos tetos produtivos. Observando que na região Sul existe baixa produtividade em 25% a 30% das lavouras, ele declarou que o mapa pode também ser usado para se realizar o chamado plano de rotação (culturas de cobertura) ou um plano de manejo (culturas comerciais) inteligente: “A partir das zonas de alta e baixa produção, posicionar tecnologias”. Um dos organizadores do workshop, o pesquisador Étore Reynaldo (FAPA/Mecanização e inovação tecnológica), doutor em Energia na Agricultura de Precisão, pela UNESP (Botucatu), explicou, em entrevista, o tema do evento: “acreditamos que o mapa é o início de tudo – é onde identifico a variabilidade espacial e a quantifico”. O pesquisador comentou que às vezes o agricultor já conhece um determinado procedimento de AP, mas precisa realizá-lo melhor, para obter o resultado desejado. E lembrou que AP exige mais esforço do que a agricultura tradicional: “O produtor terá muito mais dados para tomar decisões”, tendo consequentemente que se debruçar sobre aquelas informações para uma correta análise.
Andrey Leviski (estudante de Agronomia)
Osmar Karly (produtor rural)
Um dos participantes, o estudante Andrey Leviski, que cursa o primeiro ano de Agronomia, enalteceu o evento: “É interessante. Tendo as palestras, você consegue absorver muito mais conteúdo”. O produtor Osmar Karly, que há nove anos começou a utilizar a AP, opinou que o workshop mostrou a importância daquilo que já existe e do que virá, “para que possamos gerenciar cada vez melhor”. O Workshop contou com o patrocínio da AG Leader.
(42) 3629-1366 / 9119-6449 agricolaagp@agricolaagp.com.br Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR
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Soja
O complexo de Plusiinae: lagartas falsas-medideiras Giovani A. Schiavini Eng. Agrônomo Dep. Técnico Agrícola Colferai
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s lagartas do complexo Plusiinae são comumente denominadas falsas-medideiras por se deslocarem como que medindo palmos, em decorrência de apresentarem apenas dois pares de pernas abdominais. Elas constituem um complexo de espécies associado à soja, sendo a C. includens a espécie mais importante, seguida de Rachiplusia nu. Até o final da década de 1990, o complexo de Plusiinae era considerado como praga secundária em soja, representando não mais que 10% da incidência da lagarta-da-soja e raramente exigia medidas específicas de controle. Entretanto, após as safras de 2000/2001 e 2001/2002, as grandes mudanças que ocorreram no sistema produtivo da soja contribuíram para alterar o status de C. includens, que passou a ser considerada praga-chave em várias regiões brasileiras. Um marco importante na sojicultura brasileira foi o aparecimento da ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. A primeira constatação dessa doença no Brasil ocorreu em 2001, espalhando-se rapidamente pelas principais regiões produtoras.
Aplicações de fungicidas, que raramente eram necessárias antes da ferrugem-asiática, passaram a ser uma prática comum após sua ocorrência. Atualmente, de uma a três aplicações de fungicidas para o controle da ferrugem são realizadas pela quase totalidade dos agricultores que cultivam soja, resultando em algumas consequências indesejáveis que afetam o manejo de pragas na cultura. Por exemplo, a menor incidência de fungos entomopatogênicos como a N. rileyi (doença-branca) e daqueles pertencentes ao grupo dos Entomophthorales, tais como Pandora sp. e Zoophthora sp. (doença-marrom), podem estar correlacionados ao uso freqüente de fungicidas. A lagarta C. includens era naturalmente mantida em equilíbrio por esses fungos que, certamente, estão sendo controlados pelos fungicidas utilizados para o controle da ferrugem-da-soja. O uso crescente de inseticidas e a aplicação de produtos não seletivos como os piretroides, por exemplo, principalmente em misturas com herbicidas na dessecação e na aplicação de herbicidas pós-emergentes em sistema de plantio direto, também estão contribuindo para o desequilíbrio no agroecossistema da soja.
Chrysodeixis includens nas fases de ovo, lagarta, pupa e adulto
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Chrysodeixis (=Pseudoplusia) includens A Chrysodeixis foi por muito tempo referida como P. includens e mesmo publicações recentes de 2010 e 2011 ainda continuam usando essa nomenclatura. Entretanto, Goater et al. (2003), ao reavaliar o gênero Pseudoplusia, a reclassificaram para o gênero Chrysodeixis, Independentemente do nome científico que seja utilizado, é de grande importância a correta identificação dessa praga no campo. No Brasil, nos últimos anos, a lagarta falsa-medideira, representada especialmente por C. includens tem se tornado um sério problema fitossanitário na cultura da soja, com vários surtos ocorrendo isolados ou associados à lagarta-da-soja. As lagartas que eclodem são de coloração verde-clara, com listras longitudinais brancas e pontuações pretas, atingindo de 40 a 45 mm de comprimento em seu último estádio larval Dentro de cada ínstar, a lagarta sofre uma perceptível mudança na colora-
ção, de verde a marronzada-clara enquanto se alimenta, para verde-limão translúcida. Depois do último ínstar larval, esta lagarta se transforma em pupa, o que ocorre sob uma teia,
em geral na face abaxial das folhas. O período pupal dura de 7 a 9 dias até a emergência dos adultos. Os adultos são mariposas com 35 mm de envergadura de asas, dispostas em forma inclina-
Aspectos bioecológicos
Ciclo de desenvolvimento de Chrysodeixis includens
da. As asas anteriores são de coloração escura, com duas manchas prateadas brilhantes na parte central do primeiro par de asas, e as asas posteriores são de coloração marrom.
Rachiplusia nu Sua identificação é relativamente difícil, porque as lagartas e as mariposas desta espécie são muito semelhantes às de C. includens. A diferenciação entre as lagartas dessas espécies, feita usualmente em campo, com base na coloração das pernas torácicas, não é confiável. A principal diferença entre lagartas de R. nu e C. includens é observada na região interna da mandíbula: C. includens apresenta dois dentes internos e carenas que não convergem até a margem distal da mandíbula, enquanto R. nu possui carenas que atingem a margem da mandíbula, sem a presença de dentes. Os danos causados por R. nu são semelhantes aos de C. includens, ocasionando o aspecto rendilhado dos folíolos da soja, devido à alimentação das lagartas, que preferencialmente atacam o parênquima foliar, deixando as nervuras intactas. Assim, como a maioria dos artrópodes desfolhadores da soja, R. nu também causa maior dano nos últimos instares do desenvolvimento. Uma lagarta de quinto ínstar dura em média 3,3 dias e tem um consumo de 325,4 mg de folha, enquanto que uma lagarta de sexto ínstar tem duração de 5,2 dias e tem um consumo médio de 876 mg. Em média, cada lagarta de R. nu consome um total de 1074 mg de folha durante o seu desenvolvimento larval .
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Imprensa
Expedição Safra 2015 em Guarapuava
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uarapuava recebeu, mais uma vez, a visita da Expedição Safra da Gazeta do Povo. No dia 30 de janeiro, jornalistas do projeto estiveram no Sindicato Rural, onde conversaram com os produtores e diretores da entidade, Ernesto Stock e Lincoln Campello, e com a gerente, jornalista e editora-chefe da REVISTA DO PRODUTOR RURAL, Luciana de Queiroga Bren. O contato girou em torno da situação da agricultura na região. Depois, os membros da expedição seguiram até a propriedade rural do associado do Sindicato Rural, Edgard Szabo. O agricultor comentou sobre o intenso ataque de lagartas em lavouras de soja da região e suas expectativas para a safra de verão 2014/15 (Leia mais sobre o ataque da falsa medideira em Guarapuava na p.10). De Guarapuava, os jornalistas seguiram para a região oeste do Paraná. A expedição foi lançada em 2005/06, com um roteiro que abrangia apenas o Paraná. Atualmente, inclui diversos estados brasileiros, além de Argentina, Paraguai, Estados Unidos, Europa, Ásia e África.
Expedição Safra: desde 2005, levantamentos sobre a agricultura Durante as viagens são produzidas reportagens especiais, além de levantamentos técnicos de área plantada com grãos transgênicos e convencionais, produtividade média das lavouras,
Em propriedade na região de Guarapuava: (da esq. p/ dir.) Joacir Poseban e Caio Kim Keller (da equipe da fazenda); Caio Santos (consultor da FC Stone/expedição); Edgard Szabo (produtor rural); jornalista Carlos Guimarães Filho; e repórter fotográfico Jonathan Campos (expedição).
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custos de produção e comercialização antecipada. Ao final de cada fase, são lançadas as projeções (indicadores de plantio e colheita) para a safra de verão de soja e milho do país.
No Sindicato Rural de Guarapuava: (da esq. p/ dir.) agrônomo Pellisson Kaminski (Agrass); produtores Lincoln Campello e Ernesto Stock; jornalista Carlos Guimarães Filho e consultor da FC Stone Caio Santos (ambos da expedição); e gerente do sindicato, Luciana de Queiroga Bren.
Resultado que você confia, segurança que você precisa.
NS 5445 IPRO NS 6909 IPRO NS 7000 IPRO Ciclo superprecoce. Excelente capacidade de engalhamento. Potencial para antecipar o plantio de safrinha de milho.
Ciclo Médio. Alta produtividade. Potencial para antecipar o plantio de safrinha de milho.
Ciclo médio. Potencial para antecipar o plantio de safrinha de milho. Ampla adaptação geográfica e época de plantio.
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Construção
Pré-moldados: facilidade e menor custo para a sua obra
A
o começar a planejar uma obra, é necessário observar algumas questões: existe disponibilidade de mão-de-obra? Qual é o custo desse serviço? E o custo dos materiais de construção? Com a mão-de-obra cada vez mais cara e escassa e na busca de um menor custo na construção, as estruturas de pré-moldados ganham destaque. Esse tipo de estrutura também costuma gerar um ganho de tempo na duração da obra. Outro benefício do uso de pré-moldados é a menor geração de resíduos. Como as peças já chegam prontas na obra, não há sobras de madeira e outros materiais. A obra acaba se tornando sustentável, barata, prática e eficiente. Há também a possibilidade da utilização em sistemas híbridos. Muitos prédios de escritório, por exemplo, apresentam lajes pré-moldadas alveolares, que permitem grandes vãos livres, e fechamentos convencionais. O fato é que hoje as construções pré-moldadas se mesclam às outras mais tradicionais na cidade e passam despercebidas muitas vezes. Quanto à segurança da obra com pré-moldados, as normas são as mesmas para uma construção convencional. Além disso, é também necessário o acompanhamento de um engenheiro ou arquiteto.
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Galpões para agricultura e pecuária Alto padrão de qualidade e segurança são marcas da Indústria de Artefatos de Cimento e Metalúrgica IP & KLUBER. Presente em Guarapuava/PR e região há mais de 20 anos, o carro-chefe é o pavilhão pré-moldado, que se adapta conforme a necessidade do cliente. Tanto na opção em concreto, estrutura metálica ou misto (concreto e metálico), o pavilhão pré-moldado fabricado e montado com agilidade pela IP& KLUBER pode ser utilizado para indústria, comércio e, com destaque, na agricultura e pecuária. Segundo o gerente industrial da empresa, Delcio Albuquerque, a indústria atende a necessidade de produtor rural da nossa região, na fabricação de palanques retos e curvos para cercas, palanques para mangueiras, cochos para silagem e água, além das estruturas para pavilhões pré-moldados, onde o produtor guarda seus equipamentos, máquinas agrícolas e até mesmo animais. A inovação imediata da empresa são as placas de concreto para fechamento de pavilhões, que tornam a obra mais rápida. Segundo o engenheiro civil responsável pela Indústria, José Osires Solorevick, o prazo médio em que demora a ficar pronta uma obra de pavilhão é relativo, pois depende muito do tamanho. “O que podemos dizer é que primamos por trabalhar de forma correta, entregando a obra no prazo programado, com a qualidade e a segurança que o nosso cliente merece”, garante.
Pré-moldados: facilidade e menor custo para a sua obra Os elementos pré-moldados de concreto são qualquer elemento usado para compor uma construção, feito desse material e produzido fora do local onde será utilizado. Os pré-moldados não se limitam a pilares e vigas, tão comuns em obras industriais e de supermercados. Há diversos outros componentes construtivos que podem ser pré-moldados, como painéis de vedação, lajes, bancos de concreto, lajotas de piso, banheiros e cozinhas, entre outros elementos especiais. As estruturas convencionais de concreto são as chamadas moldadas in loco, ou seja, são produzidas no exato ponto onde vão exercer sua função como parede, laje ou pilar, entre outras tantas. Ao passar por uma obra, observe as fôrmas de madeira onde o concreto é despejado e permanece até endurecer: esse é o processo construtivo convencional. Contudo, a montagem das fôrmas toma muito tempo e exige mão de obra relativamente especializada; gasta muita madeira e o desperdício de material costuma ser grande. Em consequência, a construção é lenta, o controle de qualidade de execução é difícil e o meio ambiente sofre. As estruturas pré-moldadas são produzidas em indústrias que contam com equipamentos modernos e mão de obra especializada, o que garante um controle de qualidade muito maior. Em geral essas empresas usam fôrmas metálicas para o concreto, o que reduz o desperdício de material (visto que podem ser reutilizadas inúmeras vezes) e melhora o acabamento e o controle dimensional das peças, diminuindo a necessidade de acabamento posterior.
Produtor rural aprova estrutura
Silvino Caus em frente ao barracão construído com estrutura de pré-moldados, onde guarda máquinas agrícolas.
O produtor rural Silvino Caus é cliente da IP&Klüber PréMoldados há mais de 15 anos. Em sua propriedade, possui três barracões em pré-moldados, um para máquinas agrícolas, um para máquinas voltadas à pecuária e outro para armazenagem de produtos agroquímicos. “Optei pelos pré-moldados porque se torna mais barato e em termos de qualidade não tenho nada a reclamar. Quando se faz uma construção de cimento armado, ela é mais demorada e acaba custando mais”, destaca Caus. Segundo ele, o primeiro dos barracões já tem mais de 15 anos e até agora não teve problemas com a estrutura e nem com materiais pré-moldados. “Quando a gente investe, precisa ser em um material com uma qualidade boa. Não podemos investir em um material que se degrada rápido. Em todo esse tempo, nunca tive problemas com os pré-moldados da Klüber”.
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Silvicultura
Floresta Nativa: o que posso fazer?
Ana Paola Carollo, bióloga e analista ambiental
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uitas vezes o produtor rural se pergunta o que fazer com a floresta nativa da sua propriedade. Nos últimos anos, o Código Florestal mudou e isso vem trazendo algumas dúvidas para aqueles que possuem propriedades com árvores nativas. É importante ressaltar que o Novo Código Florestal não altera as restrições de uso às florestas em nosso Estado. As regras que impedem o desmate de florestas, por exemplo, são impostas por outra Lei Federal, a da Mata Atlântica, que não foi alterada. Essa Lei, juntamente com algumas Normativas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, é que, efetivamente, rege o uso das florestas no Paraná, permitindo algumas atividades. Uma dessas atividades, permitida tanto para grandes como para pequenos produtores rurais, é o corte isolado de nativas, que nada mais é do que o abate de árvores presentes em meio a áreas de pastagem ou lavoura. O limite máximo de corte nessa modalidade é de 40m³ por propriedade em cada ano.
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Se a espécie a ser cortada estiver relacionada na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção (caso de araucárias ou imbuias), o máximo anual que pode ser retirado é de 15m³. A bióloga e analista ambiental da Uniflora Engenharia, Ana Paola Carollo, lembra que a exploração somente será permitida com a autorização florestal que deve ser aprovada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e dependerá da apresentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Ela ainda ressalta que para cada árvore nativa retirada é preciso que o produtor se comprometa a plantar 10 mudas no lugar de sua preferência dentro da propriedade. “Atualmente, o corte isolado está sendo muito procurado porque há pinheiros, por exemplo, que ficam no meio de áreas produtivas, atrapalhando seu manejo. Hoje essas árvores podem ser retiradas, mas mediante a autorização de um fiscal e dentro dos limites já citados”, conta Ana. Há também a opção do produtor rural fazer o aproveitamento de material lenhoso. O material lenhoso é a madeira ou lenha proveniente de árvores mortas naturalmente, em pé ou caídas no meio da floresta ou derrubadas após um vendaval. Este material poderá ser retirado sob a condição de se manter no mínimo dez exemplares dessas árvores mortas por hectare, distribuídas uniformemente. A justificativa para a manutenção dessas árvores mortas na floresta é que elas também tem um papel importante no ecossistema, como servir de abrigo para diversos animais. Ana Paola cita que para espécies florestais nativas que constem na lista de extinção, o máximo
de retirada é de 100m³ por ano, por propriedade. Já as espécies que não estiverem na lista, o máximo será de 500m³. Também deve-se observar que o terreno onde houve a exploração não poderá ser convertido em lavoura ou pastagem. É importante lembrar que o produtor deve sempre procurar o IAP ou uma empresa que preste consultoria ambiental antes de realizar qualquer ação. A bióloga ressalta que cada situação é diferente: “algumas vezes, o órgão exige um projeto técnico com inventário do material, o registro fotográfico e um mapa específico”. Quanto ao tempo do trâmite para que seja emitida essa autorização, Ana Paola explica que vai depender do órgão ambiental, pois cada caso será avaliado de forma individual. Já o pequeno produtor rural, ou seja, aqueles que residem numa área de até 50 hectares, os limites para retirada de espécies nativas é um pouco mais amplo. “Ele pode, por exemplo, entrar com um pedido de corte raso ou supressão de vegetação nativa. Se ele precisa de mais área para plantar e tiver em sua propriedade área com floresta em fase inicial de desenvolvimento, popularmente conhecida como capoeira, deve ir até o órgão e pedir uma autorização especial, munido de comprovante de sua situação de pequeno produtor rural. Quando a floresta de sua propriedade se encontra num grau de desenvolvimento mais elevado, em algumas condições, ele pode tirar até cinco árvores vivas de sua floresta por ano”. Resta lembrar que o proprietário pode instalar fornos de carvão e também pode fazer a manutenção de antigos canais de drenagem sempre com a autorização de órgãos ambientais.
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Percevejos
Adama utiliza expertise química e tecnológica de Israel para oferecer ao agricultor produtos e serviços inovadores
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dia a dia do agricultor é repleto de variáveis e complexidades. Ele vem enfrentando diversos desafios, como variações climáticas, preços de commodities, taxas de câmbio, além de novas pragas que surgem a cada safra, como lagartas e percevejos, os maiores sugadores de lucros, além do aumento desequilibrado da população de ácaros. Nos últimos anos os percevejos se multiplicaram e se adaptaram, tor-
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nando-se uma das principais pragas de difícil controle. Para complicar ainda mais a situação, o agricultor não pode mais contar com algumas eficientes moléculas que saíram do mercado nos últimos anos. Os produtos que ficaram apresentam um ótimo controle sobre os percevejos, mas em geral, interferem no equilíbrio natural da população de ácaros, o que causa ainda mais danos às lavouras e prejuízos ao agricultor. Com um olhar inovador e buscando atender às necessidades futuras do
agricultor, a Adama iniciou pesquisas no Brasil em 2005 para o desenvolvimento de um produto que fosse eficiente contra os percevejos, sem causar o desequilíbrio da população de ácaros, substituindo assim antigas moléculas, como endosulfan e metamidofós. Os pesquisadores decidiram combinar dois tipos de inseticidas, um neonicotinoide e um outro da classe dos piretroides. Após inúmeros testes e adaptações, e utilizando-se da expertise química e tecnológica de Israel, os pesquisadores chegaram a uma
exclusiva proporção de moléculas, dando origem ao Galil® SC. Sua concepção seguiu o conceito da Adama de oferecer ao agricultor soluções que simplificam a vida no campo. Disponível no mercado brasileiro desde 2012, o Galil® SC foi apontado no ano passado pelo Consórcio do Percevejo de Soja da Embrapa como o inseticida mais eficiente para o controle de percevejos, na média de todos os experimentos. O produto ainda é capaz de controlar outras pragas como lagarta-da-soja, mosca-branca, vaquinha-verde-amarela e pode ser aplicado nas plantações de algodão, batata, feijão, melão, milho, palma forrageira e trigo. O Galil® SC é ainda disponibilizado em outros países onde a Adama atua. Mas, para que toda essa tecnologia seja efetiva no campo, o agricultor deve monitorar a população de percevejos em sua plantação. O Galil® SC deve ser aplicado quando a quantidade de percevejos for de um a dois por batida de pano (m²). “A partir dessa proporção o inseto passa a ser prejudicial à plantação”, explica Ernesto Benetti, gerente de desenvolvimento de produtos da Adama. Outro cuidado importante para o manejo químico de percevejos é o horário em que é feita a aplicação. As pulverizações devem ocorrer quando as temperaturas estiverem mais amenas, até às 10h da manhã e após às 16h. “Em altas temperaturas o inseto fica na parte inferior da planta e dessa forma não fica exposto à ação dos inseticidas. O percevejo tornou-se mais resistente e, além da ação por ingestão, precisa da ação de contato para garantir altos níveis de controle”, completa Benetti. Observando-se essas recomendações, Galil® SC é, de fato, considerado um produto de alta eficiência e consistência, controlando percevejos sem causar desequilíbrio de ácaros.
Inovações tecnológicas no campo A Adama Agricultural Solutions, presente hoje em mais de 120 países, além de possuir um portfólio híbrido de produtos, trabalha com o objetivo
de simplificar a vida no campo, para isso, tem investido fortemente em inovação através de serviços. O desenvolvimento dessas soluções está também alinhado a um dos pilares de atuação da companhia, a liderança do mercado agrodigital. Dentre as novidades está o ADAMA Alvo, aplicativo disponível para iOS e Android, que ajuda na identificação das principais pragas, doenças e plantas daninhas nas lavouras de soja, milho, trigo e algodão. Por meio de um vasto banco de imagens e informações, o agricultor pode facilmente comparar e identificar o alvo em sua lavoura. Em caso de dúvidas, ainda é possível tirar uma foto e enviar para análise técnica da Adama. O aplicativo já conta com mais de 14 mil downloads. Já o ADAMA Clima é um serviço de estação meteorológica, que pode ser instalado na propriedade e que fornece a previsão do tempo da microrregião de forma mais precisa. O agricultor tem a facilidade de receber os dados diretamente em seu smartphone ou computador. O sistema ainda armazena os dados históricos de precipitação e temperatura. O uso de drones tem sido cada vez mais frequente também na agricultura. O ADAMA Wings, que por meio de um
VANT – veículo aéreo não tripulado, captura imagens de lavouras de canade-açúcar, com o objetivo de identificar falhas de plantio, matocompetição e solo exposto. Os relatórios gerados pelo sistema permitem a otimização do monitoramento da área plantada, visando o aumento da produtividade da usina. A Adama Agricultural Solutions, antes conhecida como Makhteshim Agan Industries, e no Brasil como Milenia Agrociências S.A., é uma das líderes globais em soluções de proteção ao cultivo e líder em produtos pós-patente. Está presente em 120 países e tem como propósito trazer simplicidade para a agricultura através de soluções que aliam tecnologia à observância de padrões estritos de proteção ambiental e controle de qualidade. Em 2013, a Adama teve faturamento global superior a US$ 3 bilhões, o sétimo maior no setor agroquímico mundial. Para mais informações, acesse: http://www.adama.com/brasil Revista do Produtor Rural do Paraná
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Pragas urbanas
Combate a roedores:
um serviço especializado
O
controle de animais peçonhentos ou perigosos sempre foi uma questão importante, na cidade e no campo. Mas hoje, no meio rural, o assunto começou a ganhar ainda maior significado, já que em muitas regiões as propriedades cresceram, passaram a contar com grandes unidades de armazenagem e começaram a buscar certificações de qualidade – da segurança no trabalho à limpeza das instalações – como forma de permanecer ou ampliar sua presença no mercado de commodities. Pensando neste cenário, a empresa Zanella começou a realizar, em Guarapuava e região, serviços de controle de pragas urbanas como ratos, aranhas, escorpiões e cupins, entre outras. O trabalho já vem sendo procurado por algumas das grandes propriedades da região, conforme contou o empresário Adilson Zanella. “A demanda, hoje, é bastante grande, principalmente para o controle de roedores”, comentou, observando que por outro lado esses clientes “têm buscado empresas especializadas”. Ele completou que, considerando esta tendência, preparou sua equipe para prestar todo tipo de serviço dentro das especificações e leis necessárias: “Nossos colaboradores são habilitados. Hoje, dentro da legislação, isso quer dizer: NR 33 e NR 35, que regulamentam trabalho em ambiente confinado, em altura, porque a lei exige isso hoje”. O empresário
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acrescentou que, no caso de fazendas que já gestionam a implantação de padrões ISO para certificação, Zanella fornece documentação que contribui para que os proprietários possam comprovar medidas adotadas em prol do novo patamar de qualidade, como laudos técnicos. Mas ele chamou a atenção para o fato de que o controle de roedores é uma questão importante para todos os produtores, pequenos, médios ou grandes, já que a presença de ratos se mostra prejudicial tanto à saúde das pessoas, por causa da transmissão de doenças, quanto aos grãos armazenados ou ali-
mentos, e ao próprio patrimônio: da estrutura física ao maquinário. Segundo disse, há relatos sobre animais entrando nos equipamentos, danificando componentes e a parte elétrica, o que além do prejuízo financeiro representa ainda um risco para a segurança. “O rato pode causar um curto-circuito. Temos vários casos de clientes, aqui da empresa, que já tiveram esse acontecimento”, completou, observando que nas unidades de armazenagem o perigo é o mesmo. Para evitar o problema, o serviço prestado pela empresa abrange um monitoramento: “Temos um corpo
Zanella: Equipe e diretor, Adilson Zanella (à dir.)
Além de perigo à saúde, roedores podem ser ameaça para equipamentos agrícolas e unidades de armazenagem de grãos técnico responsável. Os colaboradores são habilitados e fazem todo o procedimento padrão de acompanhamento (do controle de roedores). Isso, visando não só os equipamentos, mas a estrutura. A gente visa proteger a saúde humana, animal e o patrimônio”. Ele acrescentou que também são realizados acompanhamentos para verificar como está a situação do grau de infestação, com a emissão de laudos e relatórios, no âmbito de um programa de controle que passa a ser implantado na propriedade. O empresário lembrou ainda que a Zanella está apta a realizar o controle de outras pragas urbanas, como aranhas, escorpiões e cupins, e que o combate àqueles riscos é importante também no campo. Em todos os tipos de pragas, ele ressaltou que os produtos utilizados, além de serem de ponta em seus segmentos, são itens registrados em órgãos governamentais e que podem ser utilizados legalmente no Brasil.
Roedores na fazenda Um dos clientes da Zanella Controle de Pragas é o produtor rural Deodoro Marcondes, de Guarapuava. Segundo contou, ele decidiu recorrer ao serviço de desratização porque os roedores, na fazenda, além de representar um perigo à saúde, começaram também a provocar danos econômicos, danificando maquinário. “A empresa colocou armadilhas para os roedores. Houve bons resultados: nos barracões, na primeira sede, desapareceram os ratos. Estávamos tendo muito problema em máquinas agrícolas. Hoje em dia, elas têm muita parte elétrica. Os roedores gostam dos fios”, comentou. O agricultor relatou que, há dois anos, uma colhedeira zero quilômetro foi alvo dos animais ainda antes de ser utilizada pela primeira vez. “Quando fui utilizar a colhedeira, não funcionava. Os mecânicos levaram dois
Deodoro Marcondes: há dois anos, roedores atacaram fiação de uma colhedeira zero quilômetro dias para colocar a máquina em movimento, porque os ratos tinham feito ‘a festa’ nos fios”, lamentou. “Esta desratização foi bem feita. Estamos tendo bons resultados. Espero que continue assim”, concluiu
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Informática
O campo na ponta dos dedos
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ode já parecer rotineiro para alguns. Para outros, um salto de modernidade tecnológica. O fato é que os avanços da agricultura não têm ficado só na genética de cultivares e híbridos ou no maquinário com piloto automático. Uma revolução sutil vem acontecendo: o surgimento de programas, ou aplicativos (APPs), como são chamados, para ajudar a realizar, no campo mesmo, ou até longe dele, operações que fazem parte do cotidiano do produtor. Os programas são baixados em smartphones, fazendo deles uma espécie de mini computadores. Em alguns casos, basta ir até a lavoura, tirar uma foto com o celular e pronto: o aplicativo instalado no aparelho apontará, por exemplo, a doença existente na cultura. Os apreciadores desta tecnologia acreditam que, aqui no Brasil, como já ocorre em outros países, essas ferramentas vão se difundir cada vez mais no meio rural, assim como está acontecendo com a informática. Para eles, num futuro que já começou, será como ter o campo na ponta dos dedos. Mas agrônomos e produtores que usam estes recursos lembram que as maravilhas da tecnologia auxiliam, porém não dispensam a assistência técnica de profissionais especializados. Conscientes disso, dizem que, para eles, a vantagem é ter, rapidamente, informações para começar a debater uma tomada de decisão.
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Aplicativos agrícolas utilizáveis no celular: tecnologia que vem ganhando adeptos também em Guarapuava e região
Informação com rapidez Para detalhar o assunto, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com um adepto da tecnologia dos aplicativos agrícolas no celular e que utiliza essas ferramentas em seu cotidiano. Do Grupo Agrass, o agrônomo Pellisson Kaminski, que presta um serviço de assistência técnica a sete produtores rurais de Guarapuava e região, estima que já são cerca de 350 os aplicativos que baixou em seu smartphone. Programas que permitem conhecer desde o grau de infestação de doenças em culturas até a bula de agroquímicos utilizados nas lavouras, passando pela agricultura de precisão. Mais do que nutrir um simples entusiasmo em torno daqueles programas,
Kaminski, ainda antes de explicar o que faz com cada um dos ícones coloridos que aparecem na tela de seu celular, fez questão de contar o conceito que vê na utilização, em si, desta opção: informação com rapidez. O agrônomo ressaltou sua posição, que para ele, mais do que usar uma novidade “da moda”, se insere dentro de uma nova abordagem do conhecimento e de uma outra filosofia de gerenciamento técnico – e às vezes até econômico – da propriedade: a ideia de deixar aos computadores a tarefa de armazenar dados e, ao ser humano, a tarefa de pensar dados. Segundo sublinhou, por mais avançada que seja uma tecnologia agrícola, são os profissionais, com seu conhecimento técnico, e os próprios produtores, que na prática conhecem suas fazendas como ninguém, aqueles que vão reunir
os dados e transformá-los em informação para tomadas de decisão. “Até hoje, somos avaliados pela quantidade de coisas que conseguimos memorizar”, disse o agrônomo, enfatizando uma diferença entre pessoas e computadores: “Nós (seres humanos) temos uma memória seletiva. O computador, não”. Exemplificando, ele lembrou ser impossível, mesmo para um profissional experiente, memorizar todas as bulas de todos os produtos que existem no mercado para as diversas culturas. Aí entram, de acordo com ele, os aplicativos que trazem “bibliotecas” de conteúdos técnicos, como listas de bulas em detalhes. O agrônomo destacou, no entanto, que usar os APPs agrícolas no smartphone deve ser parte de uma filosofia de gestão técnica da propriedade rural com base em informação. Longe de ser algo milagroso que resolve tudo sozinho, o celular com aplicativos integra então um sistema maior, que inclui um escritório – da própria fazenda e/ou de um grupo que ofereça assistência técnica –, com um computador de maior porte e mais capacidade de processamento, como um bom notebook ou um desktop, além do maquinário que hoje vem de fábrica com dispositivos que coletam dados georreferenciados durante a operação a campo. E mais: disposição para adotar roti-
nas de trabalho com todos esses dados, nas quais além do agrônomo participam também o proprietário, seu gerente e os funcionários. Trabalho que compreende alguns passos: coleta de dados; análise; interpretação técnica (com a participação do produtor) para transformação dos dados em informação; intervenção no sistema de produção da fazenda; e nova coleta de dados, para verificar se as ações deram o resultado esperado. Por outro lado, se existem tantos aplicativos, um produtor que deseje iniciar no uso desta tecnologia também no celular poderia se perguntar: por onde começar? Segundo Kaminski, nessa hora o mais importante é definir de forma clara qual é a prioridade da fazenda. A partir do que é necessário fazer, se escolhe então os programas. Para esta decisão, ele defende uma troca de ideias entre produtor e agrônomo. Confor-
“É um caderno de campo. O que você tem de fazer depois é organizar estas informações” Pellison Kaminski me frisou, outra atitude é importante: paciência. De ambos os lados. Da parte do produtor ainda pouco familiarizado com a informática, para se abrir a novas tecnologias e começar a utilizar aquelas ferramentas. Do lado dos agrônomos, para ensinar o produtor (quando necessário), considerando que, para aqueles que não costumam usar programas básicos, como os de planilhas ou de texto, uma operação simples, como enviar um e-mail, pode suscitar dúvidas. Já quanto aos preços dos APPs, Kaminski disse que existem desde os gratuitos, como aqueles que custam pouco (de US$ 2.00 a US$ 20.00), até os que chegam a custar muito mais. “Mas o caro é relativo”, argumentou, já que as ferramentas podem contribuir para os resultados almejados.
O agrônomo Pellison Kaminski – no detalhe, aplicativo no celular indica ponto importante da lavoura Revista do Produtor Rural do Paraná
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O agrônomo antecipou que, no grupo ao qual dá assistência, está buscando organizar, num programa, um banco de dados, com imagens de lavouras, recomendações, históricos baseados em data de plantio, de aplicações (de defensivos), doses dos produtos, até a colheita. Com isso, a ideia é poder definir onde e quando intervir para maximizar resultados. Também na agricultura de precisão, de acordo com Kaminski, é possível utilizar aplicativos agrícolas no celular. Ele mencionou que, em seu caso, utiliza o telefone móvel como um GPS. Fixado no painel da pick-up, o aparelho o conduz até os locais da lavoura que os mapas de colheita apontaram como sendo os pontos de menor produtividade (os mapas de colheita, por sua vez, são gerados
também a partir de dados que as colhedeiras modernas vão obtendo durante o processo de colheita). “Posso criar minha grade de pontos (em um computador), jogar para o celular e ir para o campo para coletar (solo). Enviamos (as amostras) para o laboratório. Aí (os dados) vêm para o notebook, para serem processados”, explicou. Ele recordou que existem inclusive programas, utilizáveis no celular, que permitem ao agrônomo enviar ao produtor, por internet, informações sobre como foi o dia de assistência técnica na fazenda: num mapa apresentado na tela, a ferramenta mostra o trajeto do profissional, os locais visitados e até as paradas, com suas respectivas durações. Ao percorrer a lavoura, o agrônomo pode tirar fotos, com o celular, e enviar as imagens para o produtor, que consegue visualizá-las também em seu celular ou no computador. No mapa desse software, a existência de fotos feitas na lavoura é indicada por ícones que aparecem no ponto que corresponde ao lugar em que a imagem foi produzida. Clicando no ícone, a foto se abre. Criar no celular uma anotação para uma foto georreferenciada de um local
Aplicativos podem indicar nutrientes, mostrar aplicação em tempo real ou conversar com colhedeiras 36
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da lavoura é outra possibilidade, oferecida por outros aplicativos. E é possível até fazer uma “anotação”, no formato de gravação de voz, sem sequer precisar de caneta e papel. “É um caderno de campo. O que você tem de fazer depois é organizar estas informações”, comentou. Outros APPs permitem saber o preço de maquinário, como trator e colhedeira, entre outros. Na interface, o usuário opta por marca, modelo, ano de fabricação e outros detalhes. Ao final, obtém o preço médio. “Como às vezes faço cálculos de viabilidade (de propriedades), tenho de saber quanto custa a hora daquela máquina”, explicou Pelisson Kaminski. No campo, entre os agricultores que já usam APPs no celular, Roberto Cunha, produtor de feijão no município de Pinhão, disse que começou a usar aquelas ferramentas há cerca de dois anos. Conversando com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ele contou que, ao lado dos softwares como os fornecidos por bancos, ou aqueles que trazem notícias, os ícones de programas que podem contribuir com o trabalho na lavoura (os de meteorologia), ou os específicos para a agricultura, já fazem parte da tela de seu smartphone. A ferramenta baixada mais recentemente por ele, até então, era um aplicativo do tipo “lupa”. O dispositivo permite ao celular tirar fotos com maior grau de ampliação, revelando mais detalhes do assunto fotografado. O recurso é útil, avaliou Cunha, para fotografar as folhas das culturas e enxergar eventuais problemas, como o início de um ataque de doença. O produtor relatou que a ideia de buscar o aplicativo surgiu dias antes, quando teve dificuldade de achar em casa a lupa de vidro que até então vinha utilizando: “Pensei: será que não tem na internet um aplicativo assim? E tinha mesmo! Aí baixei para o celular”. Para ele, a vantagem é poder fazer fotos no campo, e daquele mesmo local enviar, via internet, imediatamente para um agrônomo ou um pesquisador, que pode analisar a imagem e dar um parecer inicial sobre algum eventual problema e a respectiva solução. “É uma tendência de tecnologia que vem sendo utilizada. E para
Aplicativos e AP
Roberto Cunha: no smartphone, lupa para fotos facilitar o dia a dia, a gente acaba incorporando”, completou. Mas não são apenas os softwares específicos para a agricultura, recém-lançados, ou aguardados com expectativa, que modernizam a comunicação. Cunha apontou que mesmo as redes sociais – várias criadas para um contato entre amigos – podem agilizar a comunicação em nível profissional, nos mais diversos campos de atividade, incluindo a agricultura. Membro do Agrass, o agricultor destacou que o grupo tem utilizado o Whatsapp. “Fica muito mais fácil o Pelisson (Kaminiski), como agrônomo, passar uma informação para todo mundo, uma vez só. Se um membro quer falar com o grupo todo, escreve uma vez só e passa (a mensagem) para todos ao mesmo tempo. Não precisa fazer uma ligação para cada um”, observou. No entanto, conseguir receber o sinal de celular ou de internet numa lavoura, longe de áreas urbanas, ainda é um ponto que necessita de evolução. Roberto Cunha lembrou que em vários lugares de sua propriedade a recepção é precária ou inexistente. A solução, em seu caso, foi instalar uma conexão à internet (via rádio) na sede da fazenda – na eventual falta de sinal no campo, é da sede que se pode usar aplicativos, enviar fotos ou acessar sites. “São tecnologias que estão vindo para facilitar”, resumiu.
Produtor de arroz em Santa Catarina, agrônomo e prestador de serviços em agricultura de precisão no Paraná e em outros Estados, Afrânio L. Nardelli, de Guarapuava, também utiliza e vê, nos aplicativos agrícolas para celular, ferramentas que ajudam no campo. Falando como produtor, ele disse que hoje agricultores têm baixado para seus celulares vários programas gratuitos. Ele, segundo especificou, usa em especial um aplicativo que afere a calibração do pulverizador e outro que permite, simultaneamente à colheita, obter uma parcial da produtividade das áreas já colhidas. Outra possibilidade destas tecnologias, exemplificou, é baixar, para o celular, o mesmo aplicativo que o pulverizador utilizará para a aplicação em taxa variável. “O produtor pode conferir se está caindo realmente aquela quantidade naquele ponto. Isso já é hoje bastante usado no Brasil”, explicou. Na agricultura de precisão, existem vários softwares utilizáveis no celular. Em sua empresa, ele disse que trabalha com programas para identificação de pragas e doenças, além dos que verificam o estado de nutrição da cultu-
ra, entre outros. “Se tem uma planta que está toda manchada, por exemplo, posso baixar essa imagem no aplicativo e saber qual é a deficiência que tenho nesta área”, detalhou. Nardelli opinou que, dependendo do trabalho a ser realizado, considera melhor utilizar os aplicativos em um tablet, já que o tamanho da tela é maior do que num celular. “Você pode conectar (no tablet) uma antena de GPS, externa, facilitando o sinal”, acrescentou. Há também programas que possibilitam levantar áreas e gerar o grid de amostragem para a coleta de solo, entre outras funções. Para a delimitação das áreas, completou, o pré-requisito é que o celular tenha um GPS interno. Mas Nardelli ponderou que uma boa precisão dependerá de um aparelho que tenha um eficiente sistema de recepção. “Se o celular for de uma qualidade boa, o sinal é bom e confiável”, afirmou. Ele destacou que, em uma das tendências, softwares que estão chegando apontarão se o desempenho da lavoura cobre ou não os custos de produção: “O gerente ou o técnico da fazenda, com o aplicativo no celular, vai passar (para o programa) o que está sendo feito naquela área, seja fungicida, herbicida, ou até adubo e semente, a quantidade, a data. Vai sair um relatório, no aplicativo, dizendo quanto está custando aquela área, hoje, e quanto que ele (o agricultor) teria de produzir para pagar aquele custo”.
Assistência técnica é indispensável
Afrânio Nardelli (agricultura de precisão): grid feito com celular
Apesar de todas essas facilidades, os entrevistados pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL lembram um detalhe conhecido pelos agricultores que já utilizam os aplicativos, no celular ou em seus computadores: os programas não dispensam a assistência de um agrônomo, ou o apoio de uma equipe, já que a propriedade passa a ter um número muito maior de informações técnicas que precisam ser analisadas para as corretas tomadas de decisão. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Entrevista
“Computador de bolso” para utilizar na lavoura A REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com um conhecedor e entusiasta do uso de aplicativos agrícolas no celular: o pesquisador Étore F. Reynaldo, da área de mecanização agrícola da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA)/Cooperativa Agrária. De acordo com ele, os programas, que são instalados em smartphones, permitem saber muito do que acontece na lavoura: da eventual perda de grãos de uma colhedeira até a deficiência de algum nutriente nas plantas, passando pela previsão do tempo e a localização do maquinário em serviço. Mas ele lembra que nem todos os aplicativos estão em português. Confira a entrevista, que buscou abordar o assunto tanto para quem já usa a informática quanto para quem ainda tem pouca familiaridade com essa ferramenta.
RPR – O que existe já, em termos de aplicativos agrícolas disponíveis para celular, de maneira geral? E qual sua finalidade? Étore Reynaldo – Temos, no nosso segmento de agricultura, desde aqueles para a identificação de doença foliar, até para gerar mapas de recomendação. Existem países que (no setor de aplicativos para celular) estão anos-luz a nossa frente. É o caso da América do Norte, Europa, Nova Zelândia e a Austrália. Os APPs surgiram há uns quatro anos e cada vez surgem mais. Numa velocidade muito grande. RPR –Aqui no Brasil, esses aplicativos já estão disponíveis? Já é possível baixar esses programas para o celular? Étore Reynaldo – Sim. Hoje, temos vários aplicativos nacionais. Como, por exemplo, o da Embrapa, que é o Gota. É um programa específico para avaliar a qualidade da aplicação de produtos fitossanitários na lavoura, uma ferramenta muito interessante, que os produtores deveriam usar com mais frequência. Poderiam até reduzir o volume de pesticidas empregados na lavoura. Temos também aplicativos para agricultura de precisão, como é o caso do Campeiro, que já tem versão para celular. E alguns outros, que não estão em português, mas são perfeitamente utilizáveis nas nossas lavouras. O único fator é que estão em inglês, espanhol ou alemão. A pessoa tem de possuir algum conhecimento daqueles idiomas para saber operar. Mas a maior parte deles já está saindo com módulos de linguagem em português. RPR – Empresas particulares, do agronegócio, também já estão disponibilizando aplicativos que podem ser baixados para o celular? Étore Reynaldo – Sim. Temos alguns APPs de empresas de fertilizantes que podem identificar o estado nutricional da planta. Vou até a lavoura, tiro uma foto (com o celular) e o aplicativo classifica, em função do que você tem e do
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banco de dados dele, qual é o provável diagnóstico do que está acontecendo. Pode ser deficiência de nitrogênio, fósforo, potássio, ph baixo, ácido, ou alcalino. Isso facilita muito. A mesma coisa em relação a empresas de defensivos. Há empresas que disponibilizam APPs. Você tira uma foto da planta, com o celular, e na hora ele já faz a classificação e informa: aqui, existe determinado percentual de ferrugem asiática, ou de mancha amarela, mofo branco, etc. Esses softwares, com alta engenhosidade, têm um desempenho fantástico. São uma ferramenta muito interessante para o produtor. Porque ele, hoje, não precisa conhecer cálculos trigonométricos, derivada, integrais, para fazer determinada função. O celular vai fazer tudo isso. Ele só terá de informar alguns pré-requisitos. RPR – Como vem sendo a utilização dos aplicativos na Agricultura de Precisão? Étore Reynaldo - Temos vários aplicativos. O Campeiro é um SIG: Sistema de Informação Geográfica, que permite a você fazer interpolações, navegação até o ponto, para fazer amostragem. Temos outros softwares, também, que fazem esse mapeamento. Então, hoje, existe bastante coisa disponível. Às vezes, é um pouco frustrante, porque as pessoas não têm a paciência de ler o manual. Não é só baixar o APP. Você tem de saber como ele funciona. Se você começa a clicar em todos os botões, ele trava. Isso acaba frustrando o usuário na adoção da tecnologia. RPR – O produtor pode levar o celular até a lavoura e utilizar esses aplicativos lá no campo? Étore Reynaldo – Isso. O que era feito no passado? Tínhamos as work stations, os desktops, o computador de mesa. Você teria de trazer a planta, ou seja, o seu problema, até o escritório. Hoje, não. A solução vai até o campo. Com a popularização do smatphone – antigamente, o fator limitante era preço, hoje temos modelos na ordem de 200 a 500 reais – isso ficou muito mais fácil. O produ-
tor pode baixar esse APP e levar para o campo. Hoje, temos aplicativos que não precisam de conexão 3G. Ele fica todo armazenado no celular e vai funcionar perfeitamente no campo, onde não tem sinal de celular. RPR – Todos esses programas podem ser utilizados sem conexão com a Internet? Étore Reynaldo – Alguns necessitam de conexão. Alguns programas de classificação de plantas. Por exemplo: vou fazer uma operação de dessecação e quero conhecer quais são os produtos mais indicados. Em alguns programas, preciso ter uma conexão 3G. Por que? Vou tirar uma foto, ele vai classificar e fazer um upload (operação de envio de dados) para a rede, ou seja, ele vai enviar os meus dados para uma central, que vai fazer um processamento e me enviar um relatório final. Já outros (APPs) não precisam. Isso pode ser contornado com o usuário escolhendo aquele que seja mais fácil. Se na minha área tenho 3G, não preciso me preocupar. Se não pega celular, vou precisar de um APP que não necessite de conexão. Isso é perfeitamente fácil de ser mitigado. RPR – Tem surgido maquinário agrícola com alta tecnologia. Inclusive alguns nos quais o próprio fabricante já disponibiliza a possibilidade desses equipamentos trocarem informações com aplicativos. De que maneira que esses APPs podem ajudar o produtor e o operador a detectar problemas nas máquinas? Étore Reynaldo – O próximo passo da agricultura de precisão, além de todo aquele manejo da variabilidade espacial, é a questão da telemetria. Ou seja: você não precisa estar do lado da máquina para saber o que a máquina está fazendo. Então, neste quesito, há dezenas de plataformas, tanto em celulares quanto em computadores. Se estou na sede da fazenda, posso olhar (o trabalho da máquina) na tela do computador. Se estou no carro, posso olhar na tela do celular. Consigo ter
Étore Reynaldo – Fapa / Mecanização agrícola detalhadamente todas as informações da máquina: desde consumo de combustível, velocidade operacional, altura de corte, perda. Consigo até, do meu celular, fazer alguma modificação na máquina. Outras empresas, para facilitar um pouco mais essa regulagem, pré-operação, disponibilizam APPs que você coloca no celular e vai informando: minha máquina está com tal percentagem de perda; está saindo grão quebrado; daí ela vai indicar: excesso de rotação no cilindro. Você não precisa ser expert na máquina para conseguir trabalhar ou mesmo fazer a regulagem padrão no equipamento. RPR – Aqui em nossa região, já existem produtores utilizando alguns desses aplicativos? Étore Reynaldo - Existem. Claro, a grande maioria não usa. Mas vamos falar em 30%, 40%. É o pessoal mais novo, que tem mais familiaridade com a informática. E aí, falta um pouco, também, às vezes, de conhecimento. Temos o SENAR, que dá treinamento para máquinas. Por que
não dar um treinamento específico, voltado para esses aplicativos? Seria bem proveitoso, principalmente para quem mais precisa, o pequeno e o médio produtor. RPR – Produtores em áreas pequenas ou médias também podem utilizar esta tecnologia, ou ela é mais para as grandes propriedades? Étore Reynaldo - Acredito que a tecnologia é para todos. O que vai limitar (o uso) é o usuário saber e ter um smartphone ou um celular convencional. Se ele tem um smartphone, já está um pouquinho mais à frente. E se ele tiver um pouco mais de familiaridade com informática, com internet, consegue procurar e baixar, nesses APP stores (lojas virtuais que vendem aplicativos na internet), de modo bem fácil. RPR – E utilizar no dia a dia... Étore Reynaldo – Utilizar e ter retorno financeiro em cima disso, que é o interessante. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Boletim Aeagro
Aeagro premia os melhores TCCs de Agronomia da Unicentro
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Associação dos Engenheiros Agrônomos de Guarapuava (Aeagro), pelo sétimo ano, premiou os melhores Trabalhos de Conclusão de Curso dos formandos de Agronomia de 2014, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A cerimônia ocorreu no dia 6 de fevereiro, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava. Estiveram presentes formandos, amigos, familiares, representantes de empresas, cooperativas, bancos e entidades parceiras da Aeagro. “A ideia partiu do professor Jorge Fávore que discutiu conosco uma forma de divulgar os trabalhos de conclusão. Então pensamos na premiação, para que pudéssemos valorizar as pesquisas, que a cada ano tem tido um nível maior e pode terem uma grande importância para a sociedade”, conta o presidente da Aeagro, José Roberto Papi. Segundo o presidente, a escolha dos cinco melhores trabalhos é realizada por uma banca de agrônomos atuantes na região, sendo que os professores da universidade não participam da avaliação. “Todos os
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formandos têm o direito de apresentar, em uma hora, a pesquisa para os avaliadores. Não são levadas em consideração a escrita e normas para os trabalhos científicos. O que conta é o que o aluno colocou em prática de sua pesquisa e o qual foi o resultado. A apresentação do trabalho também é importante. A comissão avalia postura e desenvoltura. Sabemos que no mercado também é necessário saber se expressar”, observa Papi. No dia da premiação, cada aluno es-
colhido recebe um certificado. A cerimônia ocorria durante a colação de grau dos formandos. Neste ano, a Associação decidiu fazer separadamente. “Desta forma, podemos convidar os profissionais e produtores da região, que são os possíveis contratantes destes novos agrônomos”. Para Izakiele Soares, uma das premiadas, ter seu trabalho escolhido pela comissão julgadora foi fechar com chave de ouro a graduação. “Apesar de estar surpresa, fiquei muito feliz com a
Representantes de entidades parceiras da AEAGRO prestigiaram o evento e fizeram a entrega dos prêmios aos alunos
Premiados e títulos dos TCC´s: 1. Izakiele Soares Podisus nigrispinus (Dalla) Predando as lagartas da soja Helicoverpa armigera (hübner) e chrysodeixis includens (Walker). Estudos biológicos e ecológicos visando o manejo integrado de pragas. José Roberto Papi, presidente da Aeagro escolha. Acho que valeu a pena todo esforço. A iniciativa da Aeagro também é ótima. É um incentivo a mais para gente fazer um trabalho bom e relevante para nossa profissão”. A pesquisa de Izakiele foi sobre o percevejo Podisus nigrispinus, predador de duas lagartas importantes que atacam a cultura da soja. A pesquisa se enquadra na área de Manejo Integrado de Pragas e visa o controle biológico das lagartas por meio do percevejo. Toda a prática foi desenvolvida na Embrapa Soja. A pesquisa é inédita, nacional e internacionalmente. Murilo Viotto Del Conte também foi um dos premiados. Para ele, o sentimento foi de surpresa. Ele acredita que o bom desenvolvimento do Trabalho de Conclusão depende de toda a graduação. “Não só do último ano. Durante todo o curso estudei bastante. Foi muita dedicação e trabalho. É bom chegar ao final e ser premiado. É um reconhecimento”, disse orgulhoso. Del Conte fez sua pesquisa em melhoramento de algodão na Fundação Mato Grosso. As atividades foram em casas de vegetação, laboratório, testando genótipos e materiais quanto à resistência de doenças, preparos de ensaios para as próximas safras e discussões sobre questões polêmicas da agricultura. O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, elogiou a iniciativa da Aeagro. “Além de incentivar o aluno, também proporciona oportunidades na hora de sair da graduação e seguir para o mercado de trabalho”, destacou.
2. Rafael Ravaneli Chagas Competição de híbridos de tomate (Solanum Lycopersicum L), com ênfase em híbridos de tomate salada indeterminado.
3. Mayara de Carli Seleção de espécies e potencial de parasitismo de trichogramma spp para controle de opogona sacchari (Bojer) (Lepidoptera: Tineidae)
4. Murilo Viotto Del Conte Melhoramento Genético do Algodoeiro (Gossypium hirsutum L) para o cerrado brasileiro.
5. Fernanda Faulstich
(na foto, profª Cássia Lorenzi representando)
Dessecação de azevém (Lolium multiflorum) e Buva (Conyza spp) resistente ao herbicida Glyphosate na pré-semeadura de soja (Glycinemax) na região de Guarapuava – PR.
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Visita técnica
Produtores da Suíça conhecem agricultura e pecuária na região
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m grupo de visitantes da Suíça, num viagem por várias regiões do Brasil, esteve em Guarapuava, dia 31 de janeiro, para conhecer a agricultura e a pecuária no centro-sul do Paraná. A viagem foi organizada pela empresa suíça Agroverde, fundada em 2002, com sede na cidade de Bergdietikon e foco em estágios e viagens técnicas a vários países. Para dar uma visão sobre a produção de grãos e de bovinos, a empresa e o Sindicato Rural de Guarapuava incluíram no roteiro uma escala na Fazenda Capão Redondo, onde os suíços foram recepcionados pelos proprietários, Ro-
dolpho Tavares de Junqueira Botelho e sua esposa Cleuza Werneck de Junqueira Botelho. Ao lado do agrônomo Pellisson Kaminski, que presta assistência à propriedade, Botelho explicou o sistema de produção da fazenda (culturas de inverno e de verão, ao lado de bovinos angus e ovinos), respondeu perguntas e conduziu os visitantes num giro pelas instalações, comentando o sistema de armazenagem, a secagem de grãos, o uso de nutrientes no solo e do maquinário agrícola. Um dos participantes da viagem, Fritz Waldspurger, conversou na ocasião com a REVISTA DO PRODUTOR
RURAL. Ele contou que todos os visitantes – casais, em sua maioria – são pessoas, “com raízes no campo”, que já atuaram ou ainda trabalham na agropecuária e que, para todos, com exceção do organizador da viagem, Hans-Peter Brandenburger, era a primeira vez no Brasil. “A viagem é dedicada a dar uma visão sobre a agricultura, a mostrar como, aqui no Brasil, os produtores gerenciam suas propriedades”, comentou. Outro ponto de interesse foi conhecer um produtor que trabalha ao mesmo tempo com agricultura e pecuária. “É muito interessante para nós, como grupo, ver isso. Porque do contrário, como turis-
Em uma tarde, produtores suíços conheceram de perto fazenda nas proximidades de Guarapuava
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ta, você não tem a chance de conhecer propriedades deste tipo”, acrescentou Waldspurger. Produtor de legumes, batata, beterraba, cebola e trigo, o agricultor, da cidade de Eschenz, avaliou que, no Brasil, as propriedades não só têm um aspecto diferente, mas são maiores: “Em nosso país, a média é de cerca de 20 hectares”. Ainda de acordo com ele, “a maioria, na Suíça, no setor rural, tem produção de leite” – principalmente, assinalou, na região de origem do grupo, marcada por montanhas. Mas Waldspurger considerou que, agora, na Suíça, a atividade não é muito rentável, já que estão mais caros os custos de itens como veterinário, seguro e instalações. “É difícil ter uma chance de sobrevivência, se não formos inovadores. Isto é: conduzir alguma outra atividade, ao lado da produção leiteira, ou a esposa, ou família, procurar outro trabalho”, destacou. Para o proprietário da Fazenda Capão Redondo, a troca de ideias é interessante não só para quem vem de outro país, mas também para quem recebe visitantes: “Esses intercâmbios são extremamente interessantes. Tem um provérbio chinês que diz que mais vale um dia de ver do que cem dias de ler. Vendo, você pode comparar”, resumiu Botelho. A viagem foi organizada pela Caep Brasil, com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava na região.
Estande do Sindicato Rural: troca de ideias
Waldspurger: viagem técnica para conhecer propriedades nos países visitados
Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho: apresentando sistema de agricultura e pecuária Revista do Produtor Rural do Paraná
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Sindicato Rural
Pagamento da anuidade vence em 10 de março
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Sindicato Rural de Guarapuava emitiu, no início do mês de fevereiro, o boleto da anuidade sindical, encaminhando-o às residências dos associados. No valor de R$ 160,00, a taxa tem desconto de R$ 30,00 para pagamento até 10 de março, ficando R$ 130,00/ano. O boleto pode ser pago em qualquer agência bancária, casas lotéricas ou ainda por meio de transferência eletrônica, para conta do Banco do Brasil (BB nº 001 Ag. 0299-2 c/c 80111-9) ou Sicredi (Sicredi nº 748 Ag. 703 c/c 2133-4). É possível também efetuar o pagamento na sede da entidade em Guarapuava ou nas Extensões de Base em Candói ou Cantagalo. Caso não tenha recebido o boleto, a entidade solicita que o associado entre em contato com o Sindicato Rural ou solicite o recebimento do boleto por e-mail. Além de defender a classe produtora rural na esfera municipal, estadual e federal (através de comissões técnicas), o Sindicato Rural oferece serviços, cursos e treinamentos aos associados em Guarapuava e nas Extensões de Base em Candói e Cantagalo.
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Entre os serviços, destacam-se a emissão do Imposto Territorial Rural (ITR), emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), Ato Declaratório Ambiental (ADA), certidão negativa para o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Declaração de Aptidão para o PRONAF (DAP). No dia a dia, o Sindicato Rural tem outro papel de destaque, realizando a gestão das folhas de pagamento das propriedades rurais de associados e ainda, assessoria jurídica voltada para questões trabalhistas e previdenciárias. Mensalmente, são realizadas várias palestras técnicas, com o objetivo de difundir informações que ajudem os associados a fortalecer seu negócio, seja na rentabilidade ou na tecnologia. O associado também tem acesso à sala do produtor (espaço para a leitu-
ra de jornais, revistas e conexão com a Internet) e recebe, gratuitamente, a Revista do Produtor Rural do Paraná (publicação bimestral do sindicato, abordando temas da agropecuária). Destaca-se também o projeto Identidade Sindical. Com a carteirinha de sócio, o produtor rural tem descontos em produtos e serviços junto a diversas empresas de Guarapuava, Candói e Cantagalo. O Sindicato conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR), que visa promover a formação profissional e a promoção social dos trabalhadores rurais e seus familiares, propiciando o ingresso e a permanência no mercado de trabalho, além do aumento da renda, a qualidade de vida e a cidadania do homem do campo.
Representatividade O Sindicato Rural é a voz e a força do produtor rural. Sua missão é defender, por todos os meios legalmente constituídos, os direitos do empresário rural, com os objetivos de coordenar, defender, proteger e representar a categoria, independentemente do tamanho da propriedade e do ramo de atividade. O presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, destaca que o sindicato é o representan-
te legal da categoria. “Sua atuação vai muito além dos serviços prestados na sede ou nas extensões de base”, explica. Em 2014, o Sindicato Rural de Guarapuava participou, juntamente com a FAEP, de reuniões importantes para o setor rural, em Curitiba e Brasília, atuando em questões ligadas ao agronegócio, à economia e à sociedade paranaense.
Produtor do Guabiroba é o primeiro a pagar anuidade 2015 Quando se trata de prazos, muitos são os que deixam tudo para a última hora. Mas há também quem, ao contrário, se antecipe. Até mesmo se o assunto é pagamento. Este é um exemplo que vem sendo dado, há alguns anos, pelo produtor rural Bruno Limberger, da localidade de Guabiroba, em Guarapuava. No dia 13 de janeiro, ele compareceu ao Sindicato Rural e, novamente, foi o primeiro dos cerca de mil associados da entidade a pagar a anuidade – antes, ainda, do sindicato enviar os boletos para pagamento bancário. Depois, num tom descontraído, o produtor, que veio do Rio Grande do Sul, já morou no oeste paranaense e trabalha a terra em Guarapuava desde 1990, explicou: “Todo ano, gosto, logo no primeiro mês, de já fazer o pagamento. Para o resto do ano, a gente já fica livre. São compromissos”. Ele, que na propriedade arrenda a área agricultável e mantém atividades como a criação de ovinos e bovinos, acrescentou que tem procurado manter esta atitude há alguns anos e antecipou que pretende continuar sendo pontual no pagamento.
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Forragicultura
Critérios técnicos para pastagens de qualidade
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ecuaristas tecnificados vêm recorrendo a uma ideia que está levando, no Brasil, ao surgimento do que se poderia considerar como uma nova cultura: a pastagem – esta visão já faz parte de sistemas produtivos avançados, com os criadores dando ao pasto a mesma importância que um agricultor dá a lavouras comerciais, como as de soja, milho e outras commodities. No centro-sul paranaense, onde a tradicional criação de animais de campo passa agora por rápida transformação, com a busca de qualidade em carne e de maior produtividade em leite, algumas propriedades já procuram na evolução da pastagem um aliado importante. Ver o pasto como cultura gera demanda por bons materiais e a ideia se difundiu até a base do setor: a produção de mudas. Em seu viveiro, em Guarapuava, a Golden Tree Reflorestadora, que desde 1999 produz mudas para
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florestas comerciais, passou a cultivar, a partir de 2014, dois tipos de pasto requisitados por criadores: o tifton 85 e o jiggs – materiais de verão que podem, no entanto, sobreviver ao inverno para de novo serem utilizados na estação quente do ano seguinte. A engenheira agrônoma Tayná Jornada Ben, que supervisiona a produção na Golden Tree, conversou com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL e comentou que a empresa aceitou a sugestão e se lançou à nova atividade, aplicando a experiência que já tinha com outras espécies. Segundo explicou, obter plantas por meio de semente é um processo mais difícil e, por isso, a alternativa sempre foi a de se buscar produzir mudas. Mas se na propriedade esta produção acontece muitas vezes sem um embasamento técnico, no viveiro, conforme destacou, a aplicação do conhecimento agronômico contribui para mudas mais padronizadas, que no campo tenderão a se desenvolver de for-
ma mais rápida e uniforme. O primeiro passo foi a implantação de um “matrizeiro”, áreas de cultivo de tifton 85 e jiggs. Mas assim como lavouras de sementes são conduzidas de forma diferente de campos comerciais, no viveiro da empresa o cultivo e a coleta do material para multiplicar difere do que se faz, ao acaso, na propriedade. O solo recebe correção. O pasto, adubação. “Esse material responde a calagem, precisa ter um solo corrigido, não vai em solos ácidos, ou com preparo mínimo. De uns anos para cá, com a atividade leiteira e de carne crescendo na região, eles (os criadores) começaram a entender que precisam investir na pastagem. Não só no material vegetal, mas na terra também”, sublinhou a agrônoma. Ainda de acordo com ela, nas plantas, já viçosas devido ao cultivo técnico, são coletados apenas “estolões” (os chamados “nós” do vegetal) em idade jovem para o processo de clona-
gem que resultará nas mudas – o que ajudará o desempenho de formação do pasto. “A gente sempre tem muda juvenil. Lá no campo, teríamos de várias idades, o que diminuiria o rendimento no viveiro”, justificou. Tayná destacou que, após a clonagem, as mudas, acondicionadas em “tubetes”, seguem conduzidas de forma técnica: “as adubações estão ligadas a nutrientes, como nitrogênio, potássio e fósforo, que desenvolvem o vegetal, em algumas fases, em concentrações específicas”. O objetivo é que os materiais cheguem ao campo para expressar seu potencial: formação de sistema ra-
Proprietário e diretor da Golden Tree, Luís Carlos Vatrin ressaltou que, apesar daqueles critérios no viveiro, o pecuarista, em sua propriedade, também precisa implantar e conduzir a pastagem como cultura, pensando em espaçamento e nutrição. “Não é só plantar a muda e esquecer”, afirmou. Lembrando que “não pode ser um solo pobre”, ele preconiza um bom estado de adubação. Como exemplo, Vatrin mencionou uma área de pastagem jiggs plantada pelo produtor Oswaldo Barbosa, à beira da BR 466, onde encontrou um ramo com mais de um 1,5 m de comprimento. Outra área de pastagem considerada por ele como promissora é a que, naquele momento, havia sido recém implantada, na propriedade JB Agropecuária (distrito de Palmeirinha - Guarapuava), dos sócios João Maurício Kurshaidt e Marco Aurélio Borazo. Na fazenda, que se dedica tradicionalmente ao gado brahman e começou em 2014 com a raça angus, Valtrin chamou a atenção para o capricho no espaçamento entre plantas, mostrando que os pecuaristas já adotam para a
Luís Carlos Vatrin, proprietário e diretor da Golden Tree pastagem o mesmo critério importante para culturas comerciais. Produtor rural e criador de ovinos, bovinos de corte e equinos, Edgard Szabo, em entrevista à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, disse que, na busca por melhores resultados na pecuária, também começou a encarar a pastagem como cultura. Procurando mudas mais
Tayná Jornada Ben, engenheira agrônoma dicular e parte aérea, para “um desenvolvimento mais rápido do que hoje se encontra na multiplicação sem esse cuidado”. Atualmente, complementou, a equipe do viveiro consegue produzir em torno de 30 mil a 40 mil mudas por dia.
Propriedade nas proximidades de Palmeirinha (Guarapuava): pasto plantado com espaçamento
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uniformes para implantar um novo pasto para ovinos, numa propriedade em Pitanga (região central do PR), ele comentou que recorreu à Golden Tree. Devido ao alto teor de proteína, a opção foi tifton 85 para uma área-piloto de um hectare, onde a atividade é o consórcio de ovinos com noz pecã.
Edgard Szabo: condução mais técnica da pastagem, com plano de irrigar
Clonagem de mudas: material é padronizado e adubado
Depois de dessecar e retirar do local a pastagem antiga, seguiu-se análise, correção, adubação e preparo do solo. No começo de dezembro, plantio manual, no espaçamento de 75 cm X 75 cm, o que demandou cerca de 30 mil mudas. O produtor relatou que as chuvas, no período, contribuíram para um rápido crescimento do pasto, mas também de plantas invasoras, quando teve de recorrer a herbicidas. “Hoje, uma pastagem de qualidade, a gente tem de tratar como se fosse uma lavoura. Desde a análise de solo, calagem, adubação, e, depois do plantio, aplicar os herbicidas e ureia”, assinalou. Szabo disse que espera formar um pasto de qualidade. Esposa do produtor e res-
ponsável pela criação dos ovinos na propriedade, Ana Cláudia lembrou que os animais são seletivos em relação aos alimentos e apontou a palatabilidade do tifton como uma vantagem. Mas a pecuarista enfatizou que também a qualidade da pastagem é um fator que ajuda a produção de leite das matrizes, o que por sua vez favorece o desenvolvimento dos borregos. O casal de produtores antecipou que já planejava o plantio de mais três hectares de pastagem, ainda em fevereiro, e que previa, para setembro, após o inverno, de cinco a oito hectares para os bovinos. Para 2016, a ideia é iniciar a implantação de irrigação em toda a área de pastagem.
Boa Ventura de São Roque
No pasto, capricho de lavoura
Propriedade em Boa Ventura de São Roque realiza manejo e irrigação de pastagem
Produtor utiliza tifton para fazer feno
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Algumas propriedades do centro-sul paranaense já mostram a tendência de encarar pastagem com o mesmo cuidado técnico destinado à produção de grãos. Exemplificando esta tendência, o proprietário e diretor da Golden Tree, Luís Vatrin, contou que, em Boa Ventura de São Roque, esta atitude pode ser vista na Agropecuária Saudade, de Israel Padilha Martins, um dos produtores que ele conhece na região – ao lado de grãos, a fazenda se dedica à produção de leite, com gado jersey e holandês. Conforme ressaltou Vatrin, a pastagem bem formada, adquirida pelo produtor junto a outras fontes (ainda antes da Golden Tree iniciar produção e venda de mudas de tifton e jiggs), mostra o que um manejo técnico pode fazer por aquelas duas espécies – a expressão do potencial do pastos. Ouvido pela REVISTA DO PRODUTOR
RURAL, Israel Padilha Martins destacou que realiza correção de solo e adubação para dar à pastagem melhor condição de desenvolvimento. Ele relembrou que, no primeiro ano, foram dois alqueires, expandindo depois para sete, até chegar aos atuais nove. Mas enfatizou que, para o êxito, é necessário “áreas bem limpas, corrigidas, adubadas e irrigadas”. Ele acrescentou que é preciso também adotar manejo, para combater plantas invasoras e pragas como as cigarrinhas. Nos piquetes agora bem formados, Martins disse estimar que o pasto esteja proporcionando de 1,8 kg a 2,8 kg de volumoso por metro quadrado. Situação que levou a propriedade a optar por pastagem com principal alimento das cerca de 90 vacas em lactação. Para ele, se por um lado a média se reduziu de 18 litros/dia para 14 litros/dia, na redução de custos com ração, “o lucro real aumentou”.
Consórcio
Ação Gol Solidário
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odo ano, o Consórcio Nacional Volkswagen entrega centenas de Gols para felizes clientes contemplados. Mas olhando para as instituições carentes, surgiu o projeto Gol Solidário. Uma iniciativa responsável por entregar Gols 0km para entidades beneficentes em diversos municípios. Desde 2005, através da ação Gol Solidário e com a participação de mais de 2000 pessoas, foram entregues mais de 40 Gols 0km a instituições beneficentes. A Ação Gol Solidário ocorre em parceria com o Consórcio Nacional Volkswagen, seus Representantes Autorizados e Concessionárias Volkswagen, que durante um período determinado da ação, efetuam vendas de consórcio para associados e simpatizantes da entidade beneficente. Atingindo um volume de vendas determinado na ação, um Gol Zero Km é doado para a Instituição Beneficente participante. Este ano, em março, o Representante Autorizado do Consórcio Nacional Volkswagen em Guarapuava-PR (Marcondes & Marcondes Ltda.) vai lançar uma Ação Gol Solidário em parceria com a Concessionária VW Comercial Oeste em prol do Hospital de Caridade de Guarapuava-PR. O lançamento da Ação ocorrerá em 05 de março/2015, através de um coquetel, onde toda a comunidade está convidada a comparecer.
Danilo Marcondes, gerente Melhor Negócio Consórcios
(42) 3035-6631
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Suinocultura Análise conjuntural do mercado do suíno no estado do Paraná Amanda Peniche dos Santos Heloisa Freiberger Couto Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br
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início de 2015 não foi agradável para os suinocultores. O preço da carne suína in natura caiu de R$ 4,11 no último dia de 2014 para R$ 3,39 no final de janeiro de 2015. A previsão é que o preço continue a cair durante o mês de fevereiro devido à baixa demanda característica deste período do ano. O cenário deste ano será diferente, como nunca visto em décadas. A queda acentuada dos preços nos últimos meses, associado a uma pequena queda na exportação nesse início de ano e a economia brasileira abalada, geram incertezas neste primeiro mês do ano. Apesar de grãos mais baratos, outros insumos vão subir os custos e podemos ter menor produtividade pelo calor. Há até possibilidade de racionamento de água e energia. As granjas devem ter um cuidado especial com a produtividade. A boa notícia é que a produção paranaense de carne suína deve crescer entre 3% a 7% neste ano, impulsionada pela demanda externa aquecida, em decorrência da abertura de novos mercados e a retomada das vendas para o mercado russo. A previsão é do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná. O comportamento do preço do quilo da carcaça suína do CIA/UFPR foi de queda. Dezembro de 2014 fechou a
Figura 1. Gráfico do comportamento dos preços reais do quilograma do suíno vivo no estado do Paraná, para os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Fonte CIA/UFPR
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R$6,77 e iniciou 2015 com leve aumento. Em 07 de janeiro apresentou a maior cotação durante janeiro, atingindo R$ 6,85. Em seguida, o preço da carcaça passou a cair. A segunda quinzena de janeiro iniciou a R$6,72, passando a R$6,30 no dia 21. Até fechar o mês ainda em queda, sendo cotado a R$6,02. Considerando o período analisado, o preço da carcaça suína no Paraná apresentou variação negativa de 11,1%.
Figura 3. Gráfico do comporto das medias dos preços reais do quilograma dos cortes de suino nos Mercados de Curitiba, para os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Fonte: CIA/UFPR
Figura 2. Gráfico do comporto dos preços reais do quilograma da carcaça do suíno no estado do Paraná, para os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Fonte: CIA/UFPR Conforme análise dos gráficos do CIA/ UFPR, a média de preços dos cortes de suíno nos mercados de Curitiba revelou que o lombo foi o que sofreu maior variação. Devido à alta de 20,11%, em relação ao fim de dezembro de 2014, ele passou a ser vendido a R$ 20,33 no final de janeiro nos supermercados. Já nas casas de carne da capital, o mesmo corte foi vendido em média, a R$ 21,54, após queda de 8,40% durante janeiro, diferença de 2,39%. No varejo dos açougues e casas de carnes de Curitiba, a maior variação foi encontrada no lombo suíno. No final de dezembro de 2014 ele foi vendido à R$21,77 e após baixa de 8,40%, fechou o primeiro mês de 2015 a R$19,94. Em Londrina, durante o primeiro mês de 2015, a bisteca foi o corte que mais sofreu queda, de acordo com os gráficos do CIA/UFPR. A média de preços fechou a R$13,31, com baixa de 19,02% em relação ao mês anterior. Já os açougues de Curitiba comercializaram a bisteca suína, em média, a R$14,29, enquanto o varejo da capital vendeu a R$12,87. A diferença entre os mercados de Londrina e Curitiba foi de apenas 1,34%.
Figura 4. Gráfico do comporto das medias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Açougues de Curitiba, para os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Fonte: CIA/UFPR
Figura 5. Gráfico do comporto das medias dos preços reais do quilograma dos cortes de suíno nos Mercados de Londrina, para os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Fonte: CIA/UFPR
Pecuária de corte
Galloway, a raça mais bonita do mundo.
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raça de gado Galloway é muito antiga, originária da Escócia onde existe em estado puro desde o século XIX. Seu Herd Book foi estabelecido em 1921 e seu nome completo é Belted Galloway, porém no Brasil é conhecida apenas como Galloway. Na América do Sul ela já existe, embora em pequena quantidade, no Rio Grande do Sul, Argentinas e Uruguai. Ela é mais conhecida, além da Grã-Bretanha, no Canadá, Nova Zelândia e Austrália. O Galloway é uma raça de porte médio semelhante ao Aberdeen Angus, porém com uma faixa branca ao redor do corpo, o que lhe deixa muito bonita. Os exemplares chamam muito a atenção, pois a faixa branca em um animal totalmente preto destaca-se como um uniforme. A raça Galloway tem alta percentagem de parição e facilidade de parto. As vacas são mães excelentes e boas leiteiras. Seu couro é apreciadíssimo para tapetes, pois tem desenho uniforme e pelos abundantes, não possui chifres, é muito resistente e excelente produtora de carne nobre.
Introdução Em 1983, Shirlei Kroeff importou da Escócia um touro e 10 vacas . Alguns anos depois, a pecuarista vendeu a maioria da criação para Pedro Paulo Gonçalves, da Fazenda Vacaquá, de Rosário do Sul/RS. Desde então, Gonçalves vem multiplicando a raça, sendo hoje o maior criador de Galloway no Brasil e América Latina. Em 1995, ele importou um touro Galloway do Uruguay. Atualmente, a Fazenda Vacaquá, em Rosário do Sul, concentra um rebanho de 300 bovinos Galloway. Em 2003, o registro Herd Book Collares iniciou o registro das Galloways, tatuando, na ocasião, 89 ventres da Fazenda Vacaquá. Existe a Associação Brasileira de Criadores de Galloway, com sede em Rosário do Sul. Sendo seu fundador e presidente, Pedro Paulo Gonçalves; Shirlei Kroeff, vice-presidente e Dr. Rafael Cáceres Gonçalves, secretário. Entre as características da raça estão fertilidade, facilidade de parto, rusticidade, qualidade da carne, alto valor do couro para tapetes, maior resistência a mosca do chifre e beleza. Em vários outros municípios do Rio Grande do Sul já existem pequenos núcleos de Galloway, todos originários da Fazenda Vacaquá, que sempre dispõe à venda ventres (vacas, novilhas, terneiras) e reprodutores.
Pedro Paulo Gonçalves Rua Mal. Floriano, 2374 - Rosário do Sul - RS Fones: (55) 3231-2000 / 9900-9367 E-mail: vacaqua@terra.com.br Revista do Produtor Rural do Paraná
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Fazendas Históricas
o passado em tons de originalidade
Situada em Candói, próxima à divisa daquele município com Guarapuava, a Fazenda Campo Real surgiu de um 52desmembramento de uma sesmaria do século XIX – A sede (foto) tem uma história de 105 anos Revista do Produtor Rural do Paraná
Foto: Manoel Godoy / Sindicato Rural de Guarapuava
Campo Real:
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a cidade ou no campo, olhar antigas fotos de um lugar e comparar com sua realidade atual revela uma verdade: o tempo é muitas vezes muito mais criativo do que se costuma imaginar. No meio urbano, esta surpresa é perceber que, onde há uma larga avenida, antes, existia uma rua estreita e tímida; na paisagem rural, o que era um local isolado, coberto de campo bruto, são hoje lavouras cortadas por rodovias tomadas por caminhões. O que era quietude, encontro, conversa, sorriso, atualmente se resume a uma palavra: pressa. Palavra gélida. Em preto e branco. Sublinhada pelo colorido de tecnologias que anunciam o fim do tempo. E quem sabe, do espaço. Porque agora, num clique, o mundo parece emergir na tela do computador. Porém, o tempo... caprichoso e inventivo que é, decide às vezes devolver aos dias do futuro, não apenas imagens, mas realidades do passado. Se hoje boa parte dos habitantes de Guarapuava e região não contabilizariam o centro-sul do Paraná entre os locais históricos do Brasil, muito da longa história da região (iniciada com expedições desbravadoras no século XVIII) ainda resiste por aqui. E não apenas em fotos. São patrimônios arquitetônicos rurais - distantes dos olhos da cidade, mas muito próximos do coração de quem os preserva. Como a Fazenda Campo Real, cuja sede, com 105 anos de história, vem sendo mantida o mais original possível – o que nem sempre acontece em propriedades antigas, já que a própria evolução dos conceitos de produção exigem em alguns casos a modificação da arquitetura da residência ou da estrutura da fazenda. Mas por ali, para a felicidade da família de proprietários e dos apre-
Fachada principal ciadores da história, antigo e moderno convivem lado a lado, pacificamente, em torno da casa, na produção de commodities importantes, ou na criação de cavalos. Tanto quanto as linhas horizontais características das moradias das antigas fazendas brasileiras, herdadas inconfundivelmente do estilo português que predominou no país até o início do século XX, a sede da fazenda, em meio a um amplo jardim, se sobressai por um toque de originalidade: heras recobrindo as paredes em todos os lados do imóvel. Uma inspiração européia, que reflete a inclinação de quem, como a proprietária, Daisy Virmond, herdou dos antepassados o gosto pelas artes plásticas (em alguns locais da casa, é possível encontrar, entre objetos decorativos, uma expressão de suas habilidades, no traço delicado e nas cores suaves de seu tema preferido: flores e frutos, que ela estampa sobre peças de louça). Ao receber a reportagem da REVISTA DO PRODUTOR RURAL, no dia 22 de janeiro, Daisy ressaltou que vários são os detalhes da casa que ainda se mostram tal qual na época de sua construção: um muro de pedra, com um pequeno portão dá acesso à lateral da sede; as janelas de madeira;
“Quando éramos crianças, eram só os lampiões a querosene”
Detalhe do jardim: flores pontuam com poesia um cenário histórico e ao mesmo tempo romântico
a parede da varanda, onde se podem ver os tijolos originais da construção; as “gateiras”, que eram entradas de ar próximas ao chão, com a finalidade de impedir que a umidade deteriorasse o piso no interior da residência; em livros que contam da genealogia da família Virmond; no brasão da famíRevista do Produtor Rural do Paraná
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No lugar mais agradável da casa, uma visão de sua estrutura: parte da parede mostra os tijolos da construção
lia, apresentado com orgulho sobre a lareira de uma das salas; numa cristaleira (com vidros bisotados e detalhes entalhados em madeira) de data estimada em cerca de mais de 100 anos; no sólido fogão à lenha, construído com tijolos, bem ao gosto da época; em salas de uma simplicidade pontuada de adornos antigos e novos, todos harmonizados por um estilo comum - um estilo que remete ao campo. Única de seus irmãos a ter nascido na fazenda, Daisy Virmond classificou como “uma dádiva” o fato de a família possuir e trabalhar num imóvel rural histórico. Ela rememorou que estudou em Guarapuava, e, depois, com a irmã, Sônia, na capital paranaense, em um colé-
gio interno, voltando para a fazenda nas férias. Naquela época, “nem telefone nem luz elétrica tínhamos, éramos iluminados por lampiões. Esses avanços da tecnologia, só chegariam mais tarde. Era uma vida difícil, sem conforto, com muitas limitações e muito trabalho”. Nas cerca de seis décadas seguintes, a menina Daisy de então, os irmãos, a mãe Nancy e o pai Anníbal Virmond Junior* (que chegou a idade de 100 anos, em 2011), veriam passar diante de seus olhos as profundas transformações do país e da região, vivenciadas por quem conheceu a transição entre dois séculos muito contrastantes entre si. No entanto, sem esquecer um passado que começou muito antes: nos anos 1800 (época em que o Brasil buscou ocupar
seus territórios, no interior, sob a Coroa Imperial; e consolidar instituições, sob a República). A história da numerosa família Virmond em solo brasileiro, apresentada na parede de um dos espaços da Fazenda Campo Real, utilizado para confraternizações, dá conta de que a propriedade é uma das que surgiram com o desmembramento de uma sesmaria que originou-se na época do Império, a Fazenda Capão Redondo (enfocada pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL na segunda reportagem da série Fazendas Históricas, em 2014). Atualmente atestando essa raiz comum, as entradas das duas propriedades situam-se frente a frente, à margem da BR 277, no que hoje é o município de Candói. No Capão Redondo,
Maria do Belém
Nercinda Camargo
Anníbal Virmond Junior
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Frederico Guilherme Virmond Junior
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Anníbal Virmond
Nancy Gummy
Cristaleira, um dos móveis mais antigos da casa, tem cerca de 100 anos
Daisy Virmond: incentivando novas gerações da família a prosseguirem com a propriedade os primeiros donos foram Manoel Mendes de Araújo e sua esposa “Donanna” (Anna Joaquina dos Santos), vindos de Palmeira, onde venderam a propriedade que tinham para ocupar, no centrosul do Paraná, 10 léguas de sesmarias de terra, em 1825. Filha de Manoel e Donanna, Maria do Belém casou-se com Frederico Guilherme Virmond Junior, filho de Frederico Guilherme Virmond (vindo da Prússia, um dos estados do antigo Império Alemão e que existiu entre os séculos XVII e XIX) e de Izabel Andrade. Nascido em Colônia, em 8 de setembro de 1791, ele teria se mudado para o Brasil, em 1818. Junior, nascido em 1829, no Rio, estudou Farmácia na Côrte e, em 1851, mudou-se para a Vila de Guarapuava. De seu casamento com Maria do Belém, viriam cinco filhos: Anníbal Virmond, Frederico Ernesto Virmond III (Frederiquinho), Herculano, Carolina e Eponina. De acordo com a família dos proprietários da Fazenda Campo Real, a área coube a Annibal Virmond (18961946). Do casamento de Anníbal com Nercinda Camargo, nasceram Anna Joaquina (até hoje lembrada como “Annita”), Alcina, Esther, Ari e Anníbal Virmond Junior. Do matrimônio de Anníbal Virmond Junior com Nancy Gummy, vieram os filhos Alaor, Sônia e Daisy. A Fazenda Campo Real foi construída pelo avô de Daisy, Annibal Virmond, que edificou a residência por volta de 1910. A denominação “Campo Real” remonta aos tempos do Brasil
Além de vidros bisotados, móvel apresenta detalhes entalhados
Império. Tratava-se de uma reserva de terra exigida pela Coroa caso o imperador visitasse o local - o que também deu origem ao nome da propriedade e do rio próximo. Apesar dos anos e das mudanças trazidas pelos tempos, na Fazenda Campo ReaI, o nome Virmond ficaria impresso numa história mantida até hoje viva por descendentes, como Daisy Virmond, em lembranças, objetos, fotos e documentos. Lembranças, como ela comentou, que remetem desde os dias mais amenos, da infância, até os desafios trazidos pelas fases históricas do país. Em 2002, a propriedade foi invadida, durante cerca de um mês, por sem terra. Fotos feitas na época pela família dos proprietários mostram muitos danos no interior da sede. Novos tempos vieram. Daisy Virmond e sua família seguiram preservando as recordações (seu pai foi pioneiro na criação do gado Hereford e Charolês, contribuindo significativamente para a pecuária regional). A produção prosseguiu. A pecuária, nos dias de hoje, está voltada à qualidade em carne: a fazenda continua trabalhando com Braford e Hereford – ati-
vidade que dá continuidade ao passado distante das fazendas do centro-sul paranaense, nas quais o gado de corte era o principal foco. Outra tradição mantida é a criação de cavalos. Agora com outro significado: “É um hobby do meu filho, Cláudio”, apontou, ressaltando que estão presentes as raças árabe e painthorse. Explicando o termo “hobby”, nesse caso, Daisy Virmond contou que o comércio de equinos, na região, ainda
Entre os livros, publicações que trazem a história da família Virmond, que no Brasil teve início por volta de 1818 Revista do Produtor Rural do Paraná
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Abertura sob o piso visava arejar para evitar os efeitos da umidade não traz a remuneração esperada. “Mas enfeitam a paisagem, são lindos!” Os cultivos rudimentares do passado deram lugar à uma produção de grãos tecnificada. Há vários anos, as principais culturas são soja e milho. Arrendatários de algumas áreas plantam também, no inverno, trigo e cevada. Outro, inovou, diversificando com linhaça. “É uma lavoura belíssima, as flores são azuis”, observou a proprietária. Segundo ressaltou, esses produtores, que ela faz questão de chamar de parceiros, são pessoas que conhece há cerca de 20 anos e com as quais a fazenda já tem um relacionamento. “É preferível ficar sempre com os mesmos. Eles me conhecem, como eu os conheço”, explicou, admitindo abertamente um lado conservador. Em pleno século XXI, tempo que reformulou desde a economia global
até os relacionamentos pessoais, Daisy ressaltou que, para o futuro, a preservação segue sendo um desafio, já que conservar um imóvel histórico, ou a trajetória das gerações que ali viveram, vai ainda além de guardar recordações com carinho. Daisy e seu filho Cláudio administram este legado com muito respeito e reconhecimento pelo trabalho dos seus familiares. Cláudio aprendeu muito com seu avô, pois, era o neto mais próximo e, com ele, herdou o gosto pela atividade rural. Hoje as atenções estão voltadas para a sucessão na propriedade: “Temos de dar continuidade ao que recebemos, com a melhor forma de condução possível, para que continue na família por muitas gerações”, revelando que para isso deposita esperanças no neto Gustavo, que é estudante de Agronomia. “Não é só dar instrução, temos de procurar fazer com que eles tenham uma visão afetiva e empreendedora, sempre atualizada. É uma atividade que exige a dedicação permanente, pois imprevistos surgem diuturnamente”. Defende que as novas gerações da família vejam a fazenda como um futuro de independência econômica e que a presença dos proprietários seja importante para o êxito na gestão das atividades. “É o olho do dono que engorda o boi”, lembrou, citando uma antiga máxima campeira. Que com certeza permanecerá válida ainda por muito tempo.
Como era costume, entre os séculos XIX e XX, fogões à lenha eram construídos na cozinha
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Em uma das salas da sede da fazenda, brasão sobre a lareira traz os símbolos da família Virmond Como disse seu pai Anníbal Virmond Junior na entrevista da REVISTA DO PRODUTOR RURAL – edição 23 - janeiro/2011: “O desafio é que meus descendentes continuem a amar e respeitar a natureza e levem adiante a bandeira do produtor e criador, continuando o trabalho dos nossos antepassados.”
Raízes de família: araucária, logo na entrada da fazenda Campo Real, foi plantada pela avó da proprietária
Lagartas
Tecnologia de Aplicação & Controle de Pragas
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015 deverá entrar para a história da agricultura do Paraná e da região centro-sul do estado, como o ano em que as lagartas “tiraram as mangas de fora”. Como praticamente não tivemos inverno e geadas, o verão está com temperaturas bastante elevadas, todos os insetos se procriaram de maneira exponencial. Além da alta população de pragas (de lagartas em especial), a temperatura ao longo dos dias não é indicada para a realização de aplicação no período da tarde: entre as 12h e as 18h. Mas, como o mundo não para e as lavouras precisam de proteção, o trato cultural precisa ser feito de alguma forma. Cabe ao produtor e ao responsável técnico pela sua área adotar a melhor tecnologia de aplicação possível, a fim de que o defensivo aplicado tenha o desempenho esperado. Embora muitos acreditem que aumentando a Taxa de Aplicação estarão resolvendo boa parte dos problemas, nós acreditamos que este não seja o gargalo em questão. Volumes de Vazões entre 100 L e até 150 Litros por hectare são bastante eficazes, desde que aspergidos com boas Pontas, com uma Pressão de trabalho adequada e, com Velocidade de trabalho compatível (limitada
em 15 Km/h) para a nossa região. Cuidado com o excesso de velocidade! Lavouras com um ótimo controle de pragas, aplicam Volumes de Vazões relativamente baixos: entre 100 L e 130 L/ hectare. Estas áreas respeitam algumas regras fundamentais: temperatura... umidade...vento...e, velocidade operacional. Mesmo com máquinas Autopropelidas jamais ultrapassam dos 12/15 Km/h. E, no caso dos pulverizadores convencionais (rebocados), velocidades de 7... 8 km/h no máximo. Também estão operando no período noturno rotineiramente ou, pela madrugada. Nestes casos é imprescindível rever a Taxa de Aplicação, eventualmente para baixo, porque o orvalho irá compor a calda final pulverizada. São detalhes conhecidos de muitos, mas, esquecidos no dia-dia. Você pode aplicar o melhor dos defensivos existentes no mercado, mas, para que ele tenha o resultado agronômico desejado, necessariamente precisará ser pulverizado por uma máquina calibrada e ajustada para a missão. Na velocidade adequada e, com respeito aos limitantes ambientais: vento/temperatura/umidade relativa. SEMPRE! O uso do ADJUVANTE SINTÉTICO para reduzir perdas e minimizar injúrias, e permitir pulverizações na presença de
orvalho ou, em situações pontuais de vento e estresse hídrico é fundamental. As Pontas tipo CONE são extraordinárias para produzir gotas finas e muito finas, por isso cobrem bem todo o dossel foliar. Mas, são muito exigentes operacionalmente. Não aceitam erros grosseiros. Não podem ser usadas na presença de vento. São opção para aplicações noturnas ou, em condições ambientais favoráveis. Outra opção técnica é o uso das Capas Twin Cap da Hypro, que podem ser equipadas com Pontas Leque Simples AXI 110.015/015 ou, 015/02, formando um conjunto muito bom para as aplicações de inseticidas e de fungicidas. Esta opção asperge gotas de qualidade próxima as Pontas Cone, com a vantagem de não ser tão vulnerável ao vento. Num ano complicado e desafiador como 2015, observar as técnicas e tecnologias existentes disponíveis, adotando aquelas que se ajustam a sua realidade é o caminho para se colher uma lavoura produtiva com rentabilidade.
Escola de capatazes
Pecuária tecnificada, capatazes qualificados
A
busca por padrões de qualidade sempre maiores, na pecuária de corte e de leite, tem levado à necessidade de mão-de-obra cada vez mais preparada. Mas ao lado dos veterinários, que já dão assistência técnica a criadores de gado, no dia a dia da lida na fazenda, os pecuaristas vêm sentindo que é preciso que o próprio pessoal fixo da propriedade aprenda sempre mais. Principalmente no momento em que o mercado vem sendo delimitado por importantes normas, como a sanidade e o bem-estar animal. Com foco nesta realidade, o Sindicato Rural de Guarapuava promoveu, dia 10 de fevereiro, na Fazenda Capão Redondo, curso com um especialista no assunto, apontando que, atualmente, a função de capataz é mais do que ser líder de uma equipe no campo. Ex-diretor do Hospital Veterinário da Universida-
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de Estadual de Londrina – UEL (2002 a 2006), ex-reitor da UEL (2006 a 2010) e coordenador do projeto Escola de Capatazes, lançado pela universidade em 24 de novembro de 2012, o professor doutor Wilmar Marçal levou a duas turmas de participantes uma mensagem: a lida com o gado deve se pautar por técnica, bem-estar dos animais, segurança e saúde dos trabalhadores. Marçal defende que o capataz, no caso de algum problema com um animal, esteja em condições de prestar um primeiro atendimento, enquanto a assistência profissional de um médico veterinário já está a caminho. À REVISTA DO PRODUTOR RURAL, ele explicou por que surgiu a ideia da Escola de Capatazes: “Eles não têm a oportunidade de receber o conhecimento que é disseminado na universidade. Muitas vezes, eles resolvem coisas de que a gente precisa, no dia a
Simulação para demonstrar aplicação de produtos veterinários
Professor Marçal, da Escola de Capatazes da UEL
Aplicação de medicamento dia. E com treinamento, você tem uma condição melhor inclusive para motivá-los em relação ao seu trabalho nas propriedades”. Marçal recordou que a Escola de Capatazes da UEL “é tanto física quanto itinerante”, o que tem levado à realização de cursos em diversos locais. “Temos uma propriedade com a qual a universidade tem convênio, lá na região de Londrina, mas também vejo a neces-
sidade, como estou fazendo, de levar o curso para todas as localidades, principalmente às vinculadas a sindicatos rurais”, completou. O professor destacou que vê os sindicatos como uma ponte para acessar o ambiente da pecuária: “O sindicato rural é um universo importante para a gente, que está na universidade, para poder se aproximar do homem do campo”. O coordenador da Escola de Capata-
zes acrescentou que outro lado importante do trabalho é mostrar que hoje a pecuária caminha a passos largos para a questão do bem-estar animal: “Sem traumatismos, sem gritaria – Uma pecuária racional, onde a gente pode trabalhar com qualquer raça de bovinos, sem ferir o animal, sem causar grande estresse”. Marçal considera ainda que “ter o capataz como aliado do médico veterinário é muito importante”. Para isso, ele contou que vem ressaltando, nos cursos, as emergências. “Sabemos que os capatazes que residem na propriedade, que têm contato direto com o rebanho, possuem experiência. Às vezes há situações em que eles podem tomar iniciativa, até que chegue um profissional”, especificou, exemplificando as ocorrências com os animais: “São casos de intoxicações, indigestões, traumatismos, picadas de cobra e animais que precisam de uma reposição hidroeletrolítica, em casos de
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Ederson de Oliveira Ribeiro
Elder de Oliveira Ribeiro
Onofre Kemerike
A opinião dos participantes Os participantes da primeira turma do curso, funcionários da fazenda que sediou a capacitação, disseram ter aprovado a atividade. Onofre Kemerike da Silva, apesar da experiência, se mostrou entusiasmado: “Para nós é importante, sim senhor!”. Contando ter uma experiência já em torno de 43 anos na lida com o gado, ele se mostrou disposto a aprender também novas formas de realizar um trabalho que conhece bem. Elder de Oliveira Ribeiro, bem mais jovem que Onofre, mostrava o mesmo interesse. Lidando também com ovelhas, elogiou do curso: “Estou gostando. É muito importante para a gente, que está na fazenda. Temos de conhecer mais o que vamos fazer”. Ederson de Oliveira Ribeiro aprovou o fato da capacitação dar a cada aluno a oportunidade de realizar os procedimentos ensinados. “É importante para a gente ter a prática de como lidar com a criação”. Comentando ser a primeira vez que participava de um curso deste tipo, ele completou que é “bom para a gente se aprimorar”.
desidratação”. Outra situação relevante no trato com o rebanho é o momento do parto, que pode acontecer a qualquer hora do dia ou da noite. “Às vezes, a vaca tem dificuldade de parir. Eles, estando aqui, já são um auxílio obstétrico. Nós podemos, como profissionais, ga-
Turma da manhã
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nhar tempo também em relação a isso e não perder nem a vaca nem o bezerro”. Este auxílio, conforme observou, tem seu valor: “Para nós, é importante poder chegar na propriedade e ter uma situação já encaminhada”. Além disso, o professor sublinhou que a lida, reali-
Turma da tarde
zada dentro de determinadas técnicas, se torna mais rápida para os funcionários da fazenda, deixando mais tempo para outras tarefas. Segurança e saúde dos trabalhadores são outros tópicos em primeiro plano, numa atividade em que algumas das doenças que atingem os animais são também transmissíveis ao homem, como a brucelose e a tuberculose bovina. “Não queremos que ele adquiria uma zoonose. Para isso, precisa ter alguém que lhe repasse esse conhecimento”, comentou. Para Marçal, a instrução técnica aos capatazes tem duas finalidades: “Primeiro, a valorização deles como profissionais; segundo, eles se sentirem motivados”. O professor recordou que, apesar de muitos já terem experiência, a pecuária também vê o surgimento de novidades em medicamentos veterinários, técnicas, procedimentos e desafios. “Recebendo esta orientação, eles passam a ser um elo importante nesta cadeia produtiva”, completou. Ele acrescentou que um dos objetivos da Escola de Capatazes é também conscientizar o pecuarista sobre os benefícios de qualificar sua mão-de-obra. Segundo apontou, hoje em dia vários importadores de carne já não aceitam mais produto de propriedades que não trabalhem dentro das normas do bem -estar animal.
Medicina chinesa
A entrada dos bovinos no confinamento Jeferson de souza Coordenador regional – Lab. Naturovita
E
mbora o sistema de confinamento de bovinos de corte no Brasil seja hoje uma realidade, ainda temos muitas questões a serem resolvidas. O sistema ainda se encontra em pleno desenvolvimento no país. São necessárias evoluções em vários setores, principalmente em manejo de distribuição e mistura de alimentos, logística e protocolos de adaptação, como constatado por Millenet al. (2009). O número de animais confinados no Brasil vem aumentando. Em 2000, o número de bovinos confinados foi de aproximadamente 1,95 milhão de cabeças. E em 2013, alcançamos a marca de 4,38 milhões de cabeças confinados (Agroconsult, 2014)
para o produtor. Algumas dessas doenças são as doenças do complexo respiratório, doenças do complexo digestivo e excretor, doenças metabólicas e lesões. Com relação à sanidade dos animais, algumas medidas profiláticas devem ser tomadas, as quais incluem reposição da água corporal perdida; estabelecimento ou melhora da imunidade contra vírus e patógenos comuns (vacinas); controle de endo e ectoparasitas; estabelecimento da estrutura social na baia; e adaptação dos microrganismos no rúmen devido à troca da alimentação.
Chegada ao confinamento
O Laboratório Naturovita é uma nova tecnologia que está no mercado e que utiliza como ciência para desenvolver seus produtos a Medicina Chinesa Clássica. A composição dos seus medicamentos são ervas medicinais e tecidos produzidos através da nanotecnologia como hipófise, pulmão, coração, estômago, intestino, fígado, rins, baço, etc... De acordo com a Medicina Chinesa, o tecido sadio trata o tecido doente numa forma energética. É uma evolução nesse
Um dos fatores que contribui para o sucesso no sistema de confinamento de bovinos no Brasil é a adaptação dos animais, que ocorre no período inicial do confinamento (chegada dos animais), pois passam por inúmeras mudanças fisiológicas e metabólicas, podendo ocorrer doenças e consequentemente prejuízo
Naturovita no confinamento
tipo de tratamento, que no passado era praticamente impossível tratar doenças e controlar os parasitas dos animais com produtos naturais, hoje isso é possível. No confinamento, indicamos o Complexo Vita, um medicamento natural energético que atua nas glândulas secretoras de hormônios dos animais, aumentando a imunidade e controlando as doenças e parasitas dos animais, dispensando o uso de qualquer medicamento químico durante todo o período do confinamento. Produzindo uma carne de melhor qualidade e com a segurança de consumir um alimento sem resíduo químico. Devido ao seu modo de ação e eficácia, o produto está ganhando o mercado cada vez mais, pois melhora muito o desempenho dos animais. Seja qual for seu sistema de produção, é um investimento com retorno garantido. Com o Complexo Vita, conseguimos tratar um animal desde o seu nascimento até o abate sem utilizar produto químico ao longo de sua vida produtiva, produzindo um alimento muito mais saudável. Não existe contra indicação, basta misturar aos suplementos minerais ou ração e fornecer diariamente a dose recomendada pelos técnicos regionais. Em Guarapuava você só encontra na Agroboi.
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Arroba do boi Análise conjuntural do mercado do boi gordo no estado do Paraná Paola Cristina Iungblood Pedro Henrique Busto Silva Paulo Rossi Junior Centro de Informação do Agronegócio da UFPR www.ciaufpr.com.br
N
o ano de 2014 foi registrada uma alta significativa no mercado, o ano de 2015 tende a continuar nesta tendência, porém de forma menos intensa, devido ao grande período de estiagem na maior parte do país no último semestre do ano. De acordo com o indicador de preços da arroba do boi gordo, LAPBOV/UFPR, em relação a dezembro de 2014 e janeiro de 2015, a média cotada foi de R$ 140,36 por arroba, variando 0,78% em relação ao primeiro e ao último dia do período. O maior preço registrado foi de R$ 142,42 e o menor de R$ 138,50. Em relação à arroba da vaca gorda a média para o período foi de R$ 130,88. O preço máximo atingido foi de R$ 135,43 no dia 29/12/2014, já o menor valor foi de R$ 127,43 no dia 28/01/2015, a variação em relação entre o primeiro e o último dia do período ficou em 0,07%. Os efeitos da estiagem no Centro-Sul do país sobre a produção pecuária brasi-
leira ainda não estão inteiramente contabilizados, segundo especialistas do setor. Além de prejudicar a engorda dos animais e reduzir a oferta de animais prontos para o abate neste ano, a estiagem pode ter outros impactos no longo prazo.
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A China e Arábia Saudita cederam o fim do embargo à carne bovina brasileira. Esse fator pode garantir bons resultados para as vendas externas dos produtos. No caso da China - segunda maior economia do mundo - esse mercado pode ser considerado estratégico. As vendas no mercado de boi gordo devem apresentar queda no começo de janeiro, podendo afetar a estabilidade dos preços no curto prazo, revertendo a situação do mercado. O volume de negócios no mercado físico do boi gordo no mês de janeiro, ainda é baixo. As vendas no mercado interno são fracas e o ritmo das exportações brasileiras de carne bovina também é menor na comparação com o ano passado, o que eleva a cautela dos frigoríficos. A carne bovina foi um dos produtos que mais pressionaram o orçamento das famílias na cidade de São Paulo em 2014. Na média, a carne bovina ficou 22% mais cara, bem acima da variação anual do índice, que ficou em 6% ante 5,84% em 2013. Em análises obtidas pelaFecomercio, a alta decorre da seca, que prejudicou os pastos e, consequentemente, a engorda do gado. Segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a demanda elevada e oferta restrita de fêmeas para o abate puxaram o aumento do preço da arroba da vaca no último ano, em Mato Grosso. A alta foi de 35,9% entre os meses de janeiro e dezembro, sendo 2,6 pontos percentuais a mais que a arroba do boi. Os dados foram levantados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo o indicador LAPBOV/UFPR, referente ao mês de dezembro de 2014, a arroba do novilho precoce inicia com o valor de R$ 142,99 sendo o menor cotado, logo em seguida o preço sofre alta fechan-
do o mês em R$ 146,53. No mês de janeiro de 2015 o preço continua em alta sendo cotado a R$ 150,11.
Já para a novilha precoce o mês de dezembro de 2014 teve seu menor preço cotado a R$ 136,47, sofrendo uma alta pouco relevante nas próximas semanas, de R$ 142,05, logo em seguida volta a ter uma queda, finalizando em R$ 138,69. No mês de janeiro de 2015, o preço sofre alta, tendo o valor máximo cotado a R$ 142,67, mas nas últimas semanas do período voltar a cair fechando em R$ 139,56. Os dados obtidos pela CIA/UFPR referente ao bezerro entre os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015 mostram o menor valor de R$ 1.047,23 nos dias 9/01/2015ao 14/01/2015. O valor máximo cotado é de R$1.153,00 nos dias 01/12/2014 ao 04/12/2015. A média para o período foi de R$ 1.081,09.
Indústria
Cooperaliança lança pedra fundamental Cooperativa de criadores de bovinos e ovinos inicia obra de sua Unidade Industrial
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está em seu início, com as máquinas realizando a terraplanagem. A CooperAliança terá toda a sua estrutura contemplada no empreendimento. Além do frigorífico propriamente dito, a Cooperaliança terá ainda a sua sede administrativa e área social instaladas no local. Segundo o diretor presidente da CooperAliança, Edio Sander, o investimento para a construção do frigorífico será de aproximadamente R$ 20 milhões. A obra deve gerar, de início, mais de 80 empregos diretos. “Além de atender o Paraná, os cooperados têm como meta comercializar produtos para o todo Brasil”, reforça, lembrando que a CooperAliança foi fundada em 2007 por um grupo de criadores de bovinos e ovinos.
“Em pouco tempo, a CooperAliança vai ganhar o mercado brasileiro”, disse o prefeito durante a solenidade. Fotos: Almir Jr.
m sonho distante no passado, mas uma realidade no presente. No dia em que completou sete anos de existência, a Cooperativa Agroindustrial Aliança de Carnes Nobres Vale do Jordão - CooperAliança deu o pontapé inicial para a construção da sua Unidade Industrial com o lançamento da pedra fundamental no local da futura obra. O evento aconteceu na manhã do dia 12 de dezembro, na Colônia Samambaia, distrito de Entre Rios, em Guarapuava, com a presença de autoridades, da diretoria e conselho fiscal da CooperAliança, cooperados e colaboradores. Em um terreno de 7,5 hectares, a obra
“Esta aliança cresceu e conquistou novos sócios. Com o frigorífico, vamos garantir todo o processo, da produção à indústria, elevando o nome de Guarapuava com produtos de alta qualidade como o Novilho Precoce, Cordeiro Guarapuava e o Aliança Angus Premium, gerando empregos e fortalecendo a economia”, finaliza Sander. Em parceria com a CooperAliança, a Prefeitura de Guarapuava irá pavimentar e urbanizar 2,3 quilômetros da via de acesso ao frigorífico à PR-170. “Eu acredito muito neste projeto. Em pouco tempo, a Cooperaliança vai ganhar o mercado brasileiro, simbolizando a Guarapuava que dá certo, sendo sinônimo da eficiência e qualidade”, ressaltou o prefeito Cesar Silvestri Filho.
Cooperados da Cooperaliança
Diretoria e colaboradores da Cooperaliança
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Nozes pecã
Viveiros Pitol no Show Rural Fotos: Geyssica Reis
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empresa Viveiros Pitol esteve presente no Show Rural Coopavel, durante os dias 2 a 6 de fevereiro. O estande da Pitol ofereceu ao público mudas de Nogueira Pecã, degustação e venda de nozes. Além disso, também foram expostas máquinas de derrubar e colher nozes. Luizinho Pitol, proprietário da empresa, destacou que durante o evento foi possível perceber um grande interesse de produtores em geral pela Nogueira Pecã. “Muita gente tem tido interesse em nogueiras, principalmente, pensando em substituir o eucalipto, porque em cinco anos a pecã já começa a dar renda”. Pitol ressaltou que falta produto no mercado, portanto, começar a plantar nogueira pode ser uma fonte de renda a mais para produtores da região sul do Brasil. “Existe um grande e promissor
Luizinho Pitol, proprietário da empresa mercado para nozes, mas há muita escassez de produto. A China, por exemplo, é uma grande importadora, mas muitas vezes, não recebe a quantidade que pede”.
Mudas de Nogueira Pecã expostas no estande
Guarapuavanos participam de tarde de campo O associado ao Sindicato Rural de Guarapuava, Fábio Luiz de Siqueira e seu irmão, Marlon Fernando de Siqueira, participaram da tarde de campo sobre Nogueira Pecã, promovido pela empresa Viveiros Pitol, em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. Fábio plantou 500 mudas nogueira pecã em sua propriedade há dois anos e pretende investir em mais 300 mudas. “Tinha dúvidas sobre a poda no início da formação e o espaçamento das mudas, pois queremos aumentar o plantio. Na tarde de campo tiramos essas dúvidas e conhecemos um pouco mais da pecã”. O produtor ainda contou que voltou otimista com a produção de nozes pecã, pois no evento muito foi comentado sobre o futuro promissor das nozes. “Eles afirmaram que 80% do produto precisa ser importado e existem países, como a China, que importam o produto do Brasil. Por isso, pensamos em aumentar a produção para comercializar as nozes. Estamos apostando na pecã como um negócio promissor como diversificação de culturas na propriedade e uma renda a mais”.
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Siqueira finalizou agradecendo o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava. “A entidade sempre incentiva a participação dos sócios em eventos técnicos, proporcionando o acesso a informação técnica de qualidade”, elogiou.
Marlon Fernando Siqueira, Prof. Diniz Fronza (UFSM), Eng. Agrônomo Dr. Ernesto Madero (INTA Argentina) Eng. Agrônomo Pedro Francio Filho (Unisafe) Luiz Pitol e Fabio Luiz de Siqueira (Associado do Sindicato Rural de Guarapuava).
Evento técnico Sucesso absoluto a tarde de campo cultura da noz pecã em Anta Gorda - RS Engenheiro Agrônomo MSc. Julio Cesar F. Medeiros – CREA 15.364-D Responsável Técnico Viveiros Pitol: JMedeiros Consultoria E-mail: julio@jmedeirosambiental.com.br
O
evento, que foi promovido pelos Viveiros e Agroindústria Pitol, com a intenção de proporcionar mais conhecimento a respeito da cultura ao crescente número de interessados no seu cultivo e aos produtores desta frutífera, foi um grande sucesso. A programação contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Anta Gorda, EMATER/RS, JMedeiros Consultoria, MZ Industrial, Diamaju e Unisafe Consultoria, envolvendo a participação de um público superior a 400 pessoas, vindas de 53 municípios dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O mediador das palestras foi o Engenheiro Agrônomo Fernando Selayaran, da EMATER/RS. Foram palestrantes o Engenheiro Agrônomo Pedro Francio Filho, da Unisafe, que desenvolveu o tema Fertilização do Solo para a Cultura de Nogueira Pecã; o Engenheiro Agrônomo Doutor Ernesto Madero, do INTA, da Argentina, que falou sobre o Manejo do Pomar de Nogueira Pecã, e o Engenheiro Agrônomo Doutor Diniz Fronza, da UFSM, que falou sobre Sistemas de Irrigação. No próprio local das palestras o público teve a oportunidade de observar alguns exemplares de nogueira cultivados no pátio do pavilhão comunitário,
com plantas que já atingiram produção de 10 kg aos 07 anos de idade (Imperial), 20 kg aos 08 anos (Barton), e até 60 kg aos 15 anos de idade (Pitol 1 – Melhorada), mostrando o grande potencial de produção desta cultura, quando manejada adequadamente e com variedades enxertadas e de procedência idônea. A parte prática, sob a responsabilidade da equipe da Pitol, embora um pouco prejudicada pela chuva, foi também bastante proveitosa, onde o público presente teve a oportunidade de conhecer a colhedora (shaker), e recolhedores de nozes, que reduzem em muito a mão de obra para coleta do produto, além de pulverizador adaptado. Os presentes tiveram também a oportunidade de discutir a respeito da coleta de amostras de solo para análise, preparo do solo e adubação. O público pôde também visitar o pomar, o viveiro de mudas e as instalações da agroindústria. O evento foi encerrado com uma degustação de diversos pratos a base de noz pecã, muito apreciados pelos presentes. Ao final, todos foram convidados a participarem do próximo Seminário da Noz Pecã, que acontecerá durante a Festleite, em Anta Gorda, no mês de abril do próximo ano, numa promoção da Prefeitura Municipal, com o apoio da Pitol.
Variedade Pitol 1 (Melhorada), com alta produção
Grande público presente, que lotou o salão comunitário
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Nota do produtor
Campanha de Natal Produtor Solidário
Produtores rurais precisam prestar contas das notas fiscais emitidas em 2014 até 31 de março
Sindicato Rural entrega brinquedos
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Departamento de Nota do Produtor, da Secretaria de Finanças de Guarapuava, está solicitando aos produtores rurais que emitiram Notas do Produtor em 2014 que façam a prestação de contas junto à Secretaria de Agricultura (localizada na Rodoviária Municipal). Atualmente, aproximadamente 5.000 pessoas possuem Bloco de Notas no município. No relatório emitido em 14 de janeiro de 2014, 3.440 Notas de Produtor Rural estavam pendentes. Já no relatório deste ano, na mesma data, mais de 25 mil notas ainda não foram apresentadas ao departamento. “É importante que o produtor não deixe de fazer a prestação de contas das guias emitidas, pois isso influencia no Fundo de Participação do Município (FPM), verba que é investida em Guarapuava”, explica o chefe do Departamento de Notas, João Francisco de Assis. O produtor (pequeno, médio ou grande) deve apresentar as notas até o dia 31 de março. Com a medida, Estado e municípios têm condições de saber o quanto foi comercializado e os recursos que podem retornar em forma de benefícios. Em 2013, o setor agropecuário de Guarapuava produziu e comercializou R$ 575 milhões. Deste total, cerca de R$ 13,5 milhões retornarão ao município em 2015. As notas fiscais referentes à atividade de 2014 serão contabilizadas em 2015 e retornarão em forma de tributos em 2016. Por isso, qualquer saída de produto da propriedade ou transferência deve ser registrada nesse documento - ele deve acompanhar todos os produtos agropecuários, sob pena de multa caso o agricultor seja fiscalizado. Outras informações pelo telefone (42) 3624-8666.
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Sindicato Rural de Guarapuava entregou no dia 16 de dezembro, os brinquedos arrecadados pela Campanha de Natal Produtor Solidário. Alunos da Escola Rural Municipal União Brasileira, localizada no Faxinal dos Fiúzas, foram beneficiados. A professora Maria da Luz Bahls agradeceu a doação. “Ficamos muito felizes, pois as crianças ganharam apenas esses brinquedos doados pelo Sindicato Rural. É o segundo ano que a entidade nos ajuda. Em nome das crianças e dos pais, agradeço de coração”. Na Extensão de Base Cantagalo, os brinquedos foram entregues à Pastoral da Criança do município. Já na Extensão de Base Candói, crianças da Escola Municipal Ormi França Araujo receberam os brinquedos.
Guarapuava
João Edilson de Campos (colaborador do Sindicato Rural) e Maria da Luz Bahls, representando a Escola Rural Municipal União Brasileira (Guarapuava), acompanhados de aluno e professora.
Cantagalo
Evanira Pereira (presidente da Pastoral da Criança de Cantagalo) e Daiane Buava (colaboradora Extensão de Base Cantagalo)
Candói
Crianças da Escola Municipal Ormi França de Araújo (Candói) com brinquedos arrecadados pela Campanha Produtor Solidário
Máquinas agrícolas
Conquistando novos terrenos
P
ara atender a demanda dos pequenos e médios produtores, a Case IH investiu na produção do pulverizador Patriot 250. Por se adaptar aos diferentes tipos de cultura e irregularidades de terreno, ser acessível ao cliente e ter uma tecnologia de ponta embarcada, o pulverizador já conquistou os produtores. O Patriot 250 foi projetado para atender situações adversas de terreno e plantio, com a capacidade de aprimorar as operações em campo e a melhor tecnologia de aplicação. O retorno ao produtor é o melhor rendimento esperado. O especialista de marketing de produto da Case IH, Alberto Maza, destaca a importância do Patriot 250. “Por ser um pulverizador ideal para os pequenos e médios produtores e uma máquina que se adapta a várias culturas e terrenos irregulares, o Patriot 250 insere a Case IH em um novo mercado de pulverizadores”.
Com piloto automático de fábrica, tecnologia AFS Case IH de Agricultura de Precisão, corte automático de seção, suspensão hidráulica ativa e sistema de amortecimento, o Patriot garante um ótimo desempenho na aplicação. Além disso, ele ainda possui excelente autonomia e estabili-
O pulverizador Patriot 250 Extreme foi desenvolvido para atuar, em alto desempenho, em todos os tipos de terrenos.
dade das barras. Localizado na parte traseira da máquina, o motor é Case IH FPT com 165 cv e quatro cilindros, sistema Commom-Rail de injeção e um Turbo-Intercooler dimensionado para o pulverizador, assegurando, com economia, a potência que o campo brasileiro exige.
Conheça alguns diferenciais: Patriot 250 Extreme Motor 165cv O Patriot 250 Extreme foi projetado para terrenos de topografia com maiores irregularidades, em que o produtor necessita de mais potência e tração. Equipado com um motor Case IH FPT de 165cv, 4 cilindros, sistema Common Rail de injeção e Turbo Intercooler, o Patriot 250 Extreme veio para conquistar as áreas irregulares.
Auxílio à Tração Independente O sistema de Auxílio à Tração Independente do Patriot 250 Extreme é acionado pelo pedal de bloqueio quando o operador necessita passar por áreas com curva de nível ou solos adversos. É um sistema inteligente em que o fluxo de óleo é dividido em quatro fluxos independentes, permitindo que as rodas trabalhem individualmente. Isso facilita a passagem do pulverizador em áreas com terraço.
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Exportação
Impacto da logística na receita dos produtores de soja paranaenses Fernando Vinícius da Rocha - Mestrando em Administração pela FEA-USP Thiago Guilherme Péra - Mestrando em Engenharia de Sistemas Logísticos pela POLI-USP Pedro Loyola – Mestrando em Gestão de Cooperativas pela PUCPR
D
iante do desafio de crescer de modo sustentável, o agronegócio brasileiro vem ganhando destaque e espaço no contexto nacional e internacional ao se produzir diversas commodities de forma competitiva. Entretanto, a logística não acompanha tal crescimento, impactando em diversos gargalos para o setor. Nesse sentido, o presente artigo analisa o impacto da logística na cadeia de exportação de soja, sob uma ótica integrada de operações: armazenagem, transporte e porto, de forma a compreender os principais gargalos enfrentados pela agricultura do Estado do Paraná. A pesquisa foi realizada pelo Grupo ESALQ-LOG (ESALQ-USP), em 2013/14, por intermédio de uma parceria com a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Os embarcadores – “donos da carga” (geralmente, produtores e traders), são os responsáveis pelos custos envolvidos nas etapas de exportação (armazenagem, transporte e carregamento dos navios), as quais tem impacto direto na receita líquida de comercialização destes. Para o caso da soja paranaense exportada pelo porto de Paranaguá, os custos logísticos totais representam entre 14 e 17% do preço do produto entregue no porto1, a depender da localização do produtor dentro do estado. Desta totalidade, a operação de transporte é a etapa logística mais custosa, chegando a representar até 9% do preço da soja.
1 Estudo feito com dados pertinentes à segunda dezena do mês de setembro de 2013.
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Um dos fatores que mais contribuem para essa parcela custosa é a concentração da utilização do modal rodoviário, decorrente da falta de modais alternativos para o escoamento da safra no Paraná. A análise do preço do frete mostra que este possui um comportamento altamente sazonal, com fortes oscilações entre os períodos de safra e entressafra. Nos períodos de entressafra, os fretes atingem os menores patamares, muitas vezes abaixo do próprio custo de transporte (parcelas do custo fixo e variável dos caminhões).
de comercialização – otimização da receita com preços de fretes e de comercialização favoráveis. No contexto da armazenagem, o seu custo médio no Paraná é da ordem de 6,5% do preço da soja entregue no porto. A pesquisa evidenciou gargalos na utilização da armazenagem, como a existência da comercialização do serviço de armazenagem via escambo, ou seja, a troca da prestação de serviço por uma porcentagem do produto armazenado, que dificulta a fiscalização e transparência da operação comercial.
Tabela 1. Comportamento observado nos fretes rodoviários com destino ao Porto de Paranaguá, entre o período de junho de 2012 e maio de 2013. Origem
Média
Máximo
Mínimo
Máx - Mín
Desvio Padrão
Piraí do Sul
R$ 51,19
R$ 60,00
R$ 38,11
R$ 21,89
R$ 6,76
Maringá
R$ 79,44
R$ 97,78
R$ 65,00
R$ 32,78
R$ 10,71
Francisco Beltrão
R$ 82,73
R$ 97,81
R$ 67,21
R$ 30,60
R$ 10,77
Campo Mourão
R$ 83,05
R$ 90,00
R$ 70,74
R$ 19,26
R$ 5,10
Toledo
R$ 87,82
R$ 99,62
R$ 74,03
R$ 25,59
R$ 7,67
Por outro lado, a grande demanda por transporte nos períodos de colheita eleva muito o frete no mercado, e a diferença entre esses períodos, conforme mostrado na Tabela 1,ultrapassa R$30 por tonelada em algumas regiões no estado, como em Maringá. Além disso, tal diferença é um importante indicador para tomada de decisão quanto à utilização de armazenagem pelos produtores, de forma a garantir a melhor estratégia
Ainda nessa linha, há uma ampla variabilidade nas tabelas de descontos aplicadas pelos armazéns, a qual contribui para o aumento da incerteza e da assimetria da informação entre os agentes do mercado. A pesquisa mostra que tal variabilidade, em alguns casos, ultrapassa 2% do produto entregue no armazém, ou seja, 1,2 quilogramas por saca de soja. Há, portanto,a necessidade de se aumentar a transparência na precifi-
cação desse serviço, visando a obtenção de um valor referencial para o estado, ou para grandes regiões paranaenses. Os custos pertinentes ao Porto de Paranaguá, relacionados ao recebimento e análise da carga no porto e ao carregamento dos navios, representam 2,58% do preço da soja. O maior gargalo é a capacidade operacional, que está próxima do seu limite máximo, não sendo possível acompanhar os crescimentos da produção do agronegócio paranaense. Outro importante gargalo diz respeito ao impacto das condições climáticas no carregamento dos navios. O tempo de ociosidade (paralisação das movimentações em decorrência das chuvas) é da ordem de 25% do total de tempo disponível para operação. Há, portanto, um rol de prioridades necessárias para alavancar a movimentação de cargas em Paranaguá, destacandose: aumento da capacidade de recepção de veículos no porto, aumento da capacidade de expedição de carga para carregamento dos navios, e a necessidade de receber navios de maior porte. A logística é o elo tênue da cadeia do agronegócio como um todo. Além disso, a aquisição de novos equipamentos (como shiploaders e esteiras de movimentação de carga) poderia contribuir para a redução da perda de cargas no porto, cujas estimativas, baseadas na tolerância máxima de 0,25% do total de soja que adentra nos terminais portuários, indicam que essa perda pode chegar a 4 caminhões por navio carregado. No Paraná, a receita líquida dos exportadores de soja, após o pagamento dos custos logísticos, gira em torno de 83%, conforme mostrado na Figura 1, abaixo.
A Tabela 2 ilustra um comparativo do custo logístico total de exportação da soja da região de Mineapólis (EUA) e de Toledo (PR) com destino final ao porto de Xangai (China). Nesse sentido, observa-se que o custo logístico do sojicultor paranaense é US$ 14 por tonelada superior ao sojicultor americano. Ainda nessa linha, a parcela do custo de transporte rodoviário no custo logístico total para o sojicultor paranaense (49,22%) é quatro vezes superior ao americano (12,05%). Enquanto o Brasil encontra dificul-
Nesse ranking, o Brasil despencou vinte posições na última medição do estudo, passando a ocupar, em 2014, a preocupante 65ª posição, sendo ultrapassado por países com economias menores do ponto de vista absoluto ou relativo. Nesse sentido, é cada vez mais nítida a necessidade de investimentos e de boa gestão na logística sob uma ótica integrada (transporte rodoviário e ferroviário, armazenagem e portos), a qual não tem acompanhado o exemplo de crescimento de produtividade e produção dentro da porteira do produtor rural.
Tabela 2. Comparativo do custo logístico de exportação de soja com destino ao Porto de Xangai (China) – 2º Quadrimestre / 2013 Modal de transporte
Custos Logísticos (US$/t) Mineapólis (EUA)¹
Toledo (PR)²
Rodoviário
9,46
47,72
Hidroviário
25,59
-
Marítimo
43,47
44,54
Custo logístico
78,52
92,26
12,05%
51,72%
Participação (%) do custo rodoviário no custo logístico Fontes: ¹USDA, 2014 / ²ESALQ-LOG, 2014
dades em investir nas soluções logísticas estratégicas, países concorrentes têm ampliado as vantagens comparativas. O Índice de Desempenho Logístico, ferramenta de benchmarking desenvolvida pelo Banco Mundial mede o desempenho ao longo da cadeia logística dentro de um país, possibilitando comparações entre 160 países.
Figura 1. A logística e seu impacto na receita dos produtores de soja paranaenses. Fonte: ESALQ-LOG (2014).
Referências ESALQ-LOG – Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial. Sifreca – Sistema de Informações de Frete. FAEP – Federação da Agricultura do Estado do Paraná. Projeto Benin – Produto Unificado. Disponível em: <http://www. sistemafaep.org.br/publicacao/outras -publicacoes>. Acessado em 06 de outubro de 2014. USDA – United States Department of Agriculture. GrainTransportation Report. Junho de 2014. Disponível em <http:// www.ams.usda.gov/AMSv1.0/getfile?dDocName=STELPRDC5108087>. Acessado em 06 de outubro de 2014. Artigo publicado na REVISTA AGROANALYSIS, edição de fevereiro/2015. P. 35 e 36
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Milho e feijão
Projeto Mais Grãos realiza Dia de Campo Regional em Guarapuava
A
s culturas de milho e feijão foram temas de um dia de campo regional, no dia 29 de janeiro, na Comunidade Morro Grande, em Guarapuava. O evento foi promovido pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Secretaria Municipal da Agricultura de Guarapuava. O dia de campo reuniu mais de 150 produtores que participam do Projeto Mais Grãos – Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho. Criado em 1989, o projeto tem o objetivo de profissionalizar o pequeno produtor, auxiliando-o na garantia do aumento da produtividade dos grãos. A Emater é a idealizadora do projeto e conta com o apoio da Syngenta, Iapar, Embrapa e Fundação Terra. As culturas do milho e do feijão foram escolhidas por serem muito importantes na agricultura familiar. Além
Mesmo com chuva, o dia de campo reuniu mais de 150 produtores rurais de garantir uma parte da renda do agricultor, servem para alimentar os animais, ajudando na produção de carne e laticínios. O projeto abrange a região sul
do país, incluindo o Paraná. No estado, conta com 153 unidades demonstrativas, em 45 municípios, que fiscalizam o andamento das lavouras de feijão e milho.
Evento teve cinco palestras técnicas A programação do dia de campo regional contou com cinco palestras, abordando diversos temas que abrangem a agricultura familiar, em especial as culturas de milho e feijão. O evento reuniu produtores de Guarapuava, Prudentópolis, Foz do Jordão, Pinhão, Turvo e Cantagalo. O principal intuito do dia de campo foi reunir os produtores, entidades e empresas que fazem parte do projeto, para demonstrar os resultados e pesquisas que vem sendo feitas nas culturas de milho e feijão. “Guarapuava participa desde o início do projeto. As unidades estão nas comunidades de Paiquerê e Morro Grande. Nosso principal objetivo é difundir as novas tecnologias e que todos os produtores acompanhem o desenvolvimento das culturas de milho e feijão. Além disso, também trabalhamos as questões ambientais, manejo adequado do solo, uso correto de agroquímicos, enfim todas as boas práticas de produção agrícola”, explica o técnico da Emater, Nilo Patel.
Nilo Patel, técnico Emater e coordenador do dia de campo
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Valdo Petroski da Comunidade de Morro Grande, em Guarapuava, cultiva feijão há nove anos. Há três anos participa do projeto e conta que sua produtividade só aumentou. De quatro alqueires, passou a plantar 16 alqueires de feijão e de colhedeira manual passou a ter uma colheitadeira. “As sementes que hoje plantamos é também de melhor qualidade, devido à assistência e informações que recebemos”. Petroski diz que a espécie Tuiuiú (preto) é a que tem mais saída na região. O dia de campo aconteceu na propriedade de Petroski. Para ele, eventos como esse proporcionam a troca de experiências entre os produtores da região. “Ficamos sabendo o que está dando certo e quais as novidades das pesquisas da Emater ou das empresas parceiras”.
Valdo Petroski, participante do Projeto Mais Grãos e anfitrião do Dia de Campo
Confira o resumo das palestras apresentadas no dia de campo regional: Políticas Públicas voltadas para a Agricultura Familiar Itacir Vezzaro, secretário municipal de Agricultura de Guarapuava Muitas vezes, o produtor rural não se atenta às possibilidades de políticas públicas voltadas para ele, principalmente, os pequenos produtores. Por exemplo, além do Pronaf tradicional [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura] há outras possibilidades do produtor captar recursos, com juros baratos. Um exemplo é o Pronaf Jovem, que proporciona ao filho do produtor também obter esse benefício. Outro programa importante é o Pronaf Mulher. Muitas vezes a mulher quer fazer algum empreendimento na propriedade e não possui os recursos necessários. Por meio deste
benefício, ela pode realizar seus projetos. Quando o produtor quer seguir para o ramo da agroindústria, também existe um Pronaf especial para isso, que muitas vezes é esquecido. Há outros vários programas acessíveis, como o Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal, o Programa Nacional de Alimentação Escolar e de Crédito Fundiário. São várias iniciativas, que governos municipal, estadual e federal colocam a disposição do produtor, em especial, do pequeno produtor, mas muitas vezes, os que eram para ser beneficiados não possuem conhecimento das possibilidades”.
Juliana Sawada Buratto, pesquisadora do Iapar, integrante do programa de melhoramento de feijão do Iapar O Iapar está trabalhando em parceria com o Projeto Mais Grãos há um bom tempo e o principal objetivo do instituto é contribuir para a sustentabilidade da agricultura paranaense. Dentro desse contexto, o Iapar trabalha com desenvolvimento de cultivares de feijão que esteja adaptado a solos e climas do estado do Paraná. Nós trabalhamos com duas cultivares, principalmente o preto e o carioca, que são os mais consumidos. Mas também existe a variedade IPR Garça, que é a única cultivar registrada, no Estado, do grupo branco, que é um feijão típico para a exportação. Aqui nesta região,
é mais típico a cultivar preta, então estamos apresentando a IPR Uirapuru, que já é uma cultivar bastante conhecida dos agricultores daqui, a Tuiuiú, que já foi lançada há algum tempo e o grande lançamento é a cultivar IPR Inhambu que é a nova cultivar do Iapar. Dentro do tipo carioca, o Iapar está lançando a IPR Tangará, a IPR Campos Gerais, a Bem te vi, a Quero Quero, ambas com bons potenciais produtivos e temos também a Curió, que tem alcançado um bom desempenho produtivo, possui um ciclo precoce e uma boa qualidade de grão, sendo considerada uma das melhores qualidades de grão do tipo carioca”.
Apresentação de cultivares de feijão
José Luiz Cabrera Dias, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão Pelo menos a cada três anos as instituições de pesquisas, como a Embrapa e o Iapar, devem apresentar uma nova cultivar de feijão com requisitos de maior potencial de rendimento, com arquitetura mais adequada e com qualidade de grão que o mercado consumidor demanda. Todos esses parâmetros devem estar inseridos dentro de uma nova cultivar, incluindo, principalmen-
te, sanidade e potencial de rendimento. Apesar do feijão não ser uma commoditie como a soja, a cultura tem um papel muito importante, um papel mais social, principalmente no Brasil, onde ele é um alimento tradicional. É importante o produtor se atentar às novas tecnologias desta cultura. O que desestimula muitas vezes o produtor é a oscilação de preços deste produto”.
Manejo de doenças, pragas e invasores na cultura do feijão Juarez Rupel Filho, representante técnico da Syngenta
O principal problema na cultura de feijão é o controle de pragas. Há também a questão de dessecação da lavoura para antecipar. É importante que o produtor utilize sempre o produto correto para ter um melhor resultado no produto final, que é o feijão. Por isso, a Syngenta entra em parceria com a Emater no Projeto Mais Grãos, divulgando sempre as melhores tecnologias nas culturas de milho e feijão para o pequeno produtor, além de apoiar eventos como
este dia de campo, que também dissemina informações. Nós queremos mostrar que as tecnologias e produtos que o grande produtor utiliza, também podem ser utilizados pelo pequeno produtor em sua lavoura. Recomendamos sempre os melhores defensivos, principalmente para a cultura de feijão, no caso dos produtores participantes do projeto, e também ressaltamos a importância do agricultor utilizar sempre produtos com registro, para obtenção de melhores resultados”.
Programa Plante Seu Futuro
Antoninho Carlos Maurina, engenheiro agrônomo da Emater O Plante Seu Futuro é um programa do Governo do Estado, liderado pela Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná e tem uma série de entidades envolvidas, entre elas, Faep, Senar, Embrapa, Emater, Itaipu e Ocepar. O programa é uma campanha permanente que visa disseminar boas práticas de agricultura para os produtores rurais. São seis focos de atuação: o manejo de solos e água; o combate de formigas cortadeiras; os manejos das culturas; manejo de pragas e plantas daninhas; tecnologia de aplicação de produtos e defesa do meio ambiente. Já é o segundo ano do programa em nível de Estado. As ações do programa estão sendo feitas em todas as regiões do Paraná. São encontros com produtores, técnicos e agrônomos, onde são discutidas as várias questões da agricultura que já foram citadas. Dentro dessa conscientização do manejo de solo, estamos falando muito sobre o
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Plantio Direto. Atualmente, no Paraná, de 85 a 90% os produtores adotam alguma técnica do Plantio Direto, mas estamos batalhando muito para que ele seja ainda mais utilizado. Hoje os produtores estão retirando os terraços e a erosão está voltando de uma forma assustadora. O plantio direto reduz até 90% da erosão, por isso precisa ser mais utilizado e de forma adequada. A FAO [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura] considera que esta é a melhor tecnologia desenvolvida no Brasil, nos últimos 50 anos, porque é uma tecnologia de conservação dos solos. É preciso que os produtores se conscientizem, principalmente, nas questões de maquinários. É preciso que as máquinas se adequem ao solo e não o solo se adeque as máquinas. Não adianta facilitar o trabalho e estragar o solo. É preciso conservá-lo, já que é o solo é o principal material do agricultor”.
Armazenagem de grãos
Cenário econômico de propriedade rural no cerrado brasileiro
Eng. Marcio Geraldo Schäfer marciogeraldo@ymail.com Paraná Silos Representações Ltda. Kepler Weber Ind. S.A
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m recente visita ao Cerrado Brasileiro, conseguimos perceber uma apreensão dos produtores, com relação ao veranico que afeta a produção da cultura de verão em andamento no Piauí, e exige replantio no norte da Bahia. O aumento do custo de produção e a redução do preço da commodity já faz com que grandes fazendas iniciem redução de quadro funcional. Algo que atrai a atenção são os aumentos nas taxas e juros que afetarão consideravelmente o lucro final da propriedade rural. Dessa forma, a seguir efetuamos uma conta rápida sobre um caso hipotético, de uma fazenda com 1.300 hectares, buscando custeio de R$ 2 mi. O aumento de IOF de 1,5% para 3%
representa um aumento do custo do dinheiro em R$ 30.000,00. O hipotético aumento de apenas 1% na taxa de juros do custeio de 6,5 para 7,5% representa mais R$ 20.000,00, ou seja, um valor total de R$ 50.000,00. Essa fazenda, produzindo 52 sacas de soja por hectare, vendendo ao valor de R$ 53,00 (valor futuro para maio), percebe receita de R$ 2.756,00, a um custo médio de R$ 2.300,00. Assim, aufere lucro por hectare de R$ 456,00. Multiplicado pelos 1.300 hectares, temos lucro total de R$ 592.800,00. Esse número revela que com o significativo aumento do custo financeiro IOF e o conservador aumento estimado em 1% na taxa de custeio, alcança uma redução do lucro na ordem de 8,4 %. Ainda sem considerar os aumentos no diesel, essa redução no lucro real compromete o nível de investimento do produtor. Neste cenário, usando a feira agrícola de Cascavel (02 a 06/02/15) como termômetro, as empresas do segmento agrícola já percebem redução na busca por novos equipamentos e tecnologias. De acordo com um grande produtor do cerrado, mais precisamente do estado do Piauí, “ o investimento em cultivo no cerrado só é viável com unidade de armazenagem própria ”. Esse é um incentivo àqueles que ainda não têm sua
unidade de armazenagem ou necessitam de ampliação, a efetivarem seus investimentos, antes mesmo da iminente mudança da taxa de juros após a metade deste ano, ainda com possibilidade de mudança para a taxa variável.
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Código Florestal
Prazo para Cadastro Ambiental Rural (CAR) termina em maio, mas deve ser prorrogado
O
novo Código Florestal define o Cadastro Ambiental Rural (CAR) como um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, formando uma base de dados
para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico. O CAR é obrigatório para todas as propriedades rurais, sítios e fazendas. O prazo do cadastramento termina no próximo dia 6 de maio, mas deve ser ampliado. “Inicialmente, os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente divulgaram, conjuntamente, que não vai
Atenção para benefícios até maio/2015 Os produtores precisam observar alguns benefícios do novo código florestal que estão nas disposições transitórias, portanto só valem para o período de cadastramento, como por exemplo a consolidação de área produtiva sobre APP. “Pelo novo código, é possível continuar plantando ou mantendo pastagem dentro dos 30 metros de APP, mas esse benefício é aplicado sem depender de interferência do órgão ambiental apenas para quem fizer o cadastramento dentro do prazo”, explica Brahma. Na região de Guarapuava é normal o proprietário se beneficiar dessa consolidação, por isso, neste caso, é preciso cumprir o prazo de maio de 2015. As sanções que se aplicam a quem não se cadastrar dentro do prazo são várias: a propriedade ficará sujeita a entrar na malha fina ambiental, sofrendo vistoria da Força Verde ou do IAP; neste caso, se a propriedade tiver alguma irregularidade ambiental estará sujeita a multas; não haverá possibilidade de se alterar as matrículas do imóvel nos Cartórios de Registro de Imóveis; o prazo máximo para início das sanções do sistema financeiro é maio de 2017, mas nada impede que um banco exija o CAR para liberar seu financiamento já no dia seguinte ao fim do prazo. Por último, dificulta-se muito a possibilidade de se negociar a compensação de reserva legal entre propriedades. “Nossa região não se beneficiará apenas da regularização da Reserva Legal sem necessidade de reflorestar áreas produtivas, temos ainda ótimas possibilidades de negócios para quem preservou áreas florestais, uma característica comum em todo o centro-sul do Paraná” observa o engenheiro florestal.
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haver prorrogação do prazo para o cadastramento, mas como apenas 11% dos proprietários rurais já fizeram o cadastro, acredito que haverá uma prorrogação de última hora. De qualquer maneira, é importante que as pessoas agilizem seu cadastro”, observa o engenheiro florestal Andreas Kleina (Brahma), da Uniflora Engenharia.
Como fazer o CAR O CAR pode ser preenchido pelo próprio produtor rural, mas o sistema não é tão simples. São necessários vários documentos e o ideal é o acompanhamento profissional para saber se está sendo feito corretamente. Em Guarapuava, vários profissionais estão executando o serviço e os preços são variados, de acordo com o tamanho da área, número de matrículas e/ ou documentos disponíveis. O Sindicato Rural de Guarapuava dispõe de uma listagem dos profissionais da região que estão fazendo o serviço, possui parceria com escritórios da área e também oferece o serviço para sócios e não sócios a preços acessíveis. Na Emater Guarapuava, técnicos capacitados estão fazendo o preenchimento do CAR apenas para produtores rurais assistidos.
Brahma: produtor pode ser beneficiado se fizer o CAR até maio
Palestra CAR
Samanta Pineda em Guarapuava
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rodutores rurais e profissionais ligados ao agronegócio, puderam ter, no dia 11 de dezembro, no Sindicato Rural de Guarapuava, uma visão geral do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Em palestra sobre o tema, promovida pelo Sindicato, com o apoio da Uniflora Engenharia, a advogada e consultora da Frente Parlamentar da Agricultura, Samanta Pineda, abordou e tirou dúvidas, ao longo de duas horas, sobre os principais pré-requisitos para o preenchimento do cadastro. Com o título “CAR: faltam cinco meses. Você está preparado?”, a apresentação de Samanta deixou como mensagem principal um aviso importante: preencher os dados no cadastro eletrônico do CAR é rápido; porém, dependendo do caso, é necessário reunir várias informações ambientais, o que pode exigir tempo. De acordo com a advogada, estar preparado para o CAR significa conhecer os eventuais passivos ambientais: “Quanto eu deveria ter de área de preservação permanente, de reserva legal, e não tenho. Se o produtor conseguir fazer um diagnóstico, entender o que ele precisaria ter e não tem, é o básico da preparação para fazer o cadastro”. Conforme destacou, preencher o CAR agora ou deixar para mais tarde é
uma decisão que dependerá de cada situação. “Se o produtor não tem multa, se ele tem uma situação ‘redonda’, é bom que ele faça (o cadastramento) antes”, avaliou. “Mas se há algum problema, se ele tem um déficit de reserva, para o qual ele tenha de buscar (áreas) fora, para fazer a compensação, é bom que ele espere para fazer o cadastro – e não para começar a se preparar”, especificou. Ela orientou que “desde já” o produtor comece a fazer seus mapas, identificar seus passivos, para ir atrás de uma área para compensação. Para saber o que a propriedade rural deveria possuir para estar dentro do preconizado pelo Código Florestal, ainda segundo Samanta, o produtor não precisa necessariamente de um técnico. “A lei é autoexplicativa. O Código Florestal, Lei 12.651, que foi aprovada em maio de 2012, traz o que são as APPs. É uma lista: nascentes, margem de rio, encosta, topo de morro, etc. A lei traz os percentuais de reservas legais necessários”, explicou. A linguagem da legislação, ela considera “não muito simples”, mas apontou que “no básico, no que é APP, reserva legal e área de uso restrito, a própria lei se explica”. Contudo, para fazer o mapa de uso do solo, a advogada acredita que o produtor rural poderá precisar de um técnico.
Samanta Pineda: “o produtor rural poderá precisar de um técnico”
Mais de 100 produtores rurais e profissionais da área prestigiaram o evento
Samanta Pineda, Brahma , Rodolpho L. W. Botelho e Anton Gora
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Sindicato Rural de Pitanga
Coragem, sensibilidade e sucesso na produção rural
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odo ano, no mês em que se comemora as conquistas femininas na sociedade, simbolizadas pelo Dia Internacional da Mulher (8 de março), elas estão mais do que nunca no centro das atenções: mulheres que dão exemplo de superação em vários setores. Hoje, esta revolução permanente, que (não sem muita luta) busca um mundo fraterno e igualitário, se difunde para além das universidades e dos segmentos econômicos urbanos. Aos poucos, chega também ao campo. No município de Pitanga (região central do Paraná), a REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou, dia 13 de fevereiro, com uma produtora que, com simplicidade e alegria, mostra que lugar de mulher pode ser, sim, à frente de uma propriedade rural bem sucedida. Após ficar viúva, Maria Helena da Silva Rafaeli se viu diante da necessidade de assumir a gestão da fazenda – tarefa de seu ex-marido. Desde então, para manter e fazer crescerem as atividades (soja, milho, ovinos, equinos e bovinos – nelore e aberdeen angus), ela vem utilizando insumos que vão muito além da tecnologia: coragem, sensibilidade, conhecimento e criatividade. Sem deixar de lado a humildade de reconhecer que, em vá-
Nelore e angus, com mercado em todo o Paraná
rios momentos, é preciso também deixar-se aconselhar por parentes ou amigos que torcem por seu crescimento na agropecuária. “Ajudar é uma coisa. Participar, fazer funcionar (a propriedade), é outra, bem diferente”, disse a produtora, no início da entrevista, ao recordar como foram os primeiros tempos na administração do patrimônio da família. Maria Helena, que hoje faz parte da diretoria do Sindicato Rural de Pitanga,
Soja: 168 sacas por alqueire na safra passada
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contou que, de início, recorreu à orientação de conhecidos que já tinham mais experiência, como o atual presidente da entidade, Luiz Carlos Zampier: “Se eu me apertava, ia perguntando. Mas foi com dificuldade, com muitas noites sem dormir”. Atualmente, ela rememora que “graças a Deus, com muita fé e coragem” conseguiu consolidar e desenvolver as atividades, mencionando alguns destaques da fazenda: na agricultura, em sua principal lavoura de verão, a soja, a área chega hoje a cerca de 190 alqueires (produtividade de 168 sacas por alqueire em 2013/2014); na pecuária, de corte, (boi exclusivamente a pasto), o plantel abrange 400 vacas nelore e outras 200 cabeças de angus, machos e fêmeas. Com assistência de médico veterinário, a propriedade utiliza inseminação artificial e, para o repasse, seis reprodutores nelore puros de origem. Tecnologia, para Maria He-
Cavalos de raça: tradição mantida na fazenda
Ovinos: mais de cem cabeças de texel
lena, é palavra-chave. “Sempre falo: quero crescer junto com a tecnologia. Se a gente não crescer, morre”, afirmou, destacando que a qualidade atual já é reconhecida, contribuindo para vendas em nível estadual. No mercado, de acordo com ela, a fazenda segue comercializando tanto para compradores mais antigos, dispostos a pagar pelo atual patamar, quanto para os novos, que têm vindo para conhecer, comprar e levar os animais. O êxito nessa atividade, se foi baseado na experiência que tinha auxiliando na lida com o gado, e em tentativas anteriores, com a raça charolesa, nem por isso deixou de ter seu custo. Maria Helena revelou que, certa vez, ao tocar o rebanho, chegou a se machucar seriamente: “O cavalo me derrubou, caí e quebrei cinco costelas”. Nada que impedisse sua determinação de continuar lutando, como diz: “Sempre fui de luta, ajudando na lavoura e na criação de gado – vacinar,
marcar”. As origens dessa atitude, rememorou, estão num passado agora distante, no município de Mamborê (região central do PR), onde viveu e trabalhou na lavoura, durante 30 anos ao lado do marido. Plantio e colheita faziam parte da rotina: “Eu fazia quase tudo que um homem fazia”, observou. Ela relatou que depois, em 1986, o casal adquiriu a propriedade em Pitanga, onde o marido desejava se dedicar só à pecuária. Só em 1996, eles se mudariam definitivamente para a área. Inverno mais rigoroso trouxe dificuldade para alimentar os animais. A solução, assinalou, foi utilizar a área de soja para o plantio de pastagem durante a estação fria: uma mistura de aveias branca, preta e azevém. Para outras estações do ano, o recurso são áreas de pasto nativo, além de hemártria e brizantão. Exemplificando os resultados dessa alternativa, a produtora conta que, ano passado, novilhas de dois anos de idade tinham 12 arro-
Maria Helena: “Cresci com os pés no chão”
bas quando foram para inseminação. Para um comprador, tem comercializado vacas entre quatro e cinco anos, tendo de 23 a 24 arrobas. Dos tempos de seu marido, que apreciava a criação de cavalos de raça e os rodeios, Maria Helena sublinhou que permaneceu, na propriedade, um pequeno plantel, de 10 animais. Na ovinocultura, também voltada para corte, a fazenda conta com nada menos do que 130 fêmeas, da raça texel, além de três reprodutores de raça – a maior parte das vendas, “de caminhão fechado”, ocorre sempre no final do ano. Para quem possa ter duvidado de sua capacidade de gerenciar com êxito uma fazenda com várias atividades, Maria Helena menciona que, com apoio da família, foi ainda além de modernizar e tornar sua pecuária eficiente. Buscou mais conhecimento, fazendo o curso Empreendedor Rural; investiu na estrutura física da propriedade, na sede e em novas construções; e trocou o maquinário velho por equipamentos novos – incluindo uma colhedeira nova. E seu empenho chegou a ser reconhecido publicamente, em 2012, quando esteve entre mulheres homenageadas pela Câmara Municipal, recebendo o título de agricultora do ano. “Cresci, sempre com o pé no chão”, analisou, apontando que agora olha para o futuro das novas gerações da família. “Por mim, eu não precisaria deixar a fazenda mais bonita; mas penso em deixar exemplo para os meus netos, para minha bisneta. Para eles dizerem assim: ‘A vó ficou sozinha, mas continuou levando aquilo que meu avô queria’”, concluiu. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Produshow 2015
Sindicato Rural de Pitanga mostra produtos do campo
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rodutores rurais de Pitanga mostraram, num dos maiores eventos da agropecuária da região central do Paraná, o potencial de suas propriedades. Num dos estandes do Produshow 2015, realizado dias 12 e 13 de fevereiro, pela Producerta, o Sindicato Rural de Pitanga, pelo segundo ano consecutivo, abriu espaço para os agricultores e pecuaristas apresentarem a diversidade de produtos que já estão elaborando e comercializando. Um total de 23 expositores apresentaram itens que vão de doces, biscoitos e pães até flores, artesanato e embutidos. Com isso, mais uma vez, o sindicato atraiu dezenas de visitantes ao espaço da entidade no evento, transformando seu estande num ponto de encontro animado. Momento de confraternização entre
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a diretoria, associados e produtores de outros municípios. No local, o SENAR -PR também realizou, novamente, a difusão de seus programas de capacitação e cursos sobre os mais diferentes aspectos da agricultura e da pecuária. Presen-
Luiz Carlos Zampier (Producerta e pres. do Sindicato Rural de Pitanga)
te também ao estande, o IAP promoveu a distribuição de mudas. O presidente do Sindicato Rural de Pitanga, Luiz Carlos Zampier, comentou que a ideia de mostrar os produtos do campo deu certo e que, por isso,
Carlos Alberto Brandalise (Producerta)
Aparecido Grosse: coordenador regional do SENAR em Guarapuava
neste ano, a entidade trouxe ao Produshow 2015 um estande ainda maior. “Essa mostra, que foi feita ano passado, cresceu e muito, por causa dos produtores, que fizeram os treinamentos do SENAR, e hoje estão industrializando produtos, na propriedade, e comercializando”, comentou. Zampier observou que, com a mostra, o sindicato cumpre um de seus objetivos, que é o desenvolvimento da família rural, visando o aumento de renda. “Isso traz um movimento muito grande, positivo, mostrando o ambiente de prosperidade”, acrescentou, apontando que esta é a realidade que a entidade busca em especial para a agricultura familiar. “Aqui, há uma grande concentração de pequenos produtores”, completou, lembrando que hoje o sindicato conta com cerca de 1,5 mil associados, em Pitanga
e nas extensões de base de Boa Ventura de São Roque, Santa Maria do Oeste, Mato Rico e Nova Tebas. Mencionando que deste total, grande parte, além de produzir, também reside nas propriedades, Zampier ressaltou a importância do sindicato como um ponto de apoio na cidade, representando e prestando serviços para a categoria, como as declarações de ITR e a contabilidade de propriedades de maior porte. “O produtor vem para a cidade e ele enxerga (no sindicato) a sua casa aqui. É isso que a gente tenta proporcionar cada vez mais e melhor, nunca esquecendo que a função principal é fazer gestões e defender sempre o interesse do produtor rural”, declarou. Ao lado de Zampier, o coordenador regional do SENAR, Aparecido Grosse, disse ver no evento oportunidade para
Um total de 23 produtores expuseram produtos no estande do Sindicato Rural de Pitanga divulgar os cursos oferecidos: “O Produshow é regional, com um grande número de produtores rurais. Uma vez que o produtor vem ao evento, o SENAR está aproveitando para fazer inclusive alguns agendamentos”, contou, complementando que a entidade também divulgou seus programas de capacitação junto a lideranças que visitaram o estande, como secretários municipais de agricultura, representantes de associações e de empresas do setor privado.
Produshow 2015: maior público e selo alusivo A edição 2015 do Produshow, realizado dias 12 e 13 de fevereiro, em Pitanga, mais uma vez reforçou o evento como uma das principais vitrines de tecnologia agropecuária da região central do Paraná. O número de visitantes ultrapassou as expectativas. Neste ano, a iniciativa foi homenageada com um selo alusivo, lançado pelos Correios. Na manhã do dia 13, um dos organizadores, Luiz Carlos Zampier, proprietário e diretor da Producerta (também presidente do Sindicato Rural de Pitanga), já fazia um balanço parcial positivo. “Esta é a décima edição. O Produshow vem numa crescente, desde a primeira. Iniciou como se fosse um dia de campo, para demonstração de variedades de soja, híbridos de milho, e hoje transformou-se numa feira agropecuária. No primeiro dia do evento, esperávamos em torno de 1.800 pessoas e (o público) ultrapassou 2.500”, estimou, antecipando que o total de visitantes deveria chegar a 5.000. Também o número de expositores aumentou, em torno de 20% em relação à edição 2014. “O Produshow é uma grande escola a céu aberto, porque são mais de 200 profissionais que estão trabalhando, mostrando seus produtos. O produtor consegue aprender muito, levar esta tecnologia e ter uma visão do que vai ser a lavoura, a pecuária do futuro. No Produshow, essa transferência de tecnologia é o auge dos nossos objetivos”, completou. Ao lado de Zampier na organização do evento, Carlos Alberto Brandalise destacou que a região de Pitanga registra uma agricultura em crescimento. “Temos produtividades de quase 200 sacas de soja por alqueire; no milho, 550, 600 sacas por alqueire. Estamos muito satisfeitos com o evento (Produshow). Para nós, é uma satisfação grande organizar”, concluiu. Durante o almoço, teve lugar uma cerimônia para lançamento de um selo dos Correios alusivo ao Produshow. Na presença de prefeitos da região central do Estado, como o de Pitanga, Altair José Zampier, de Nova Tebas, Heloísa Ivaszek Jensen (presidente da Amocentro), o gerente da agência dos Correios em Pitanga, Sérgio de Mattos, e dois membros da organização do Produshow, Luiz Carlos Zampier, e Carlos Alberto Brandalise, carimbaram oficialmente a nova estampa postal. Brandalise saudou o lançamento: “Quero agradecer por este momento maravilhoso. Para nós, da Producerta, é uma honra receber estes selos” – e encerrou ressaltando o papel de todos os produtores e parceiros, comentando que “sem eles não haveria o Produshow”. Zampier, num pronunciamento, disse ter visto no lançamento do selo um reconhecimento ao evento. O produtor e empresário considerou que o Produshow é hoje um evento de Pitanga e região.
Selo alusivo ao Produshow
Lançamento do selo: (da esq. p/ dir.) Mattos (Correios); Brandalise e Zampier (Producerta)
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Milho e soja
Corn Tour Pioneer
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uarapuava foi mais uma vez palco do Corn Tour Pioneer no dia 11 de fevereiro, na Fazenda Estrela. A Agrícola Estrela recepcionou diretores, pesquisadores, equipe comercial e marketing. O Corn Tour Pioneer tem por objetivo avaliar novos produtos, a cadeia produtiva da região e visitar as áreas de pesquisa. Foram 10 dias de visitação pelo sul do Brasil. Trata-se de um evento de grande importância, pois essa visita é uma estratégia para a Pioneer avançar novos híbridos no mercado. Chama a atenção, durante as visitas anuais, a participação dos diretores da empresa a campo, discutindo e avaliando os campos de pesquisa. Estiveram presentes na Fazenda Estrela o Sr. Roberto de Rissi, diretor-executivo DuPont Pioneer Brasil e o Sr. Roberto Hun, vice presidente da unidade de negócios DuPont Pioneer.
Roberto Hun (Vice-presidente da unidade de negócio Pioneer); Josef Pfann Filho (Agrícola Estrela), Thiago Limper Pfann (Agrícola Estrela), Roberto Pfann (Agrícola Estrela) e Roberto de Rissi (Diretor-executivo da DuPont Pioneer Brasil).
Equipe Corn Tour Pioneer
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Dia de campo de milho e soja Pioneer e Agrícola Estrela No dia 19 de fevereiro, aconteceu na Fazenda Estrela, dia de campo de soja e milho Pioneer e Agrícola Estrela. O representante comercial, engenheiro agrônomo Marcelo Afonso Mayer apresentou no campo as cultivares de soja 95R51, 95Y72, 95Y21 e três cultivares em pré-comercias. No campo de milho, foram apresentados os híbridos já consolidados no mercado, e dois lançamentos novos: os híbridos P1680 H e P3456 H, com ótimos resultados em campos já colhidos. Também houve debate sobre as dificuldades enfrentadas nessa safra, como falta de água no início da cultura, ataque de pragas e pressão de doença no ciclo da cultura.
Engenheiro Agrônomo e Representante Comercial Pioneer, Marcelo Afonso Mayer, apresentando as cultivares de soja
Campo de milho. Chuva não afastou interessados na apresentação.
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Finanças
Planejamento garante uma vida financeira tranquila
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omo ter disciplina financeira e conseguir resistir às tentações do consumo? O desafio é grande, mas é possível ter uma vida financeira tranquila. Embora repetitiva, vale a dica de evitar as compras por impulso. Levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), realizado no ano passado, apontou que mais da metade dos brasileiros (52%) comprou algum item impulsivamente. Por isso, é importante mudar esse comportamento e evitar endividamentos que trarão dor de cabeça futuramente. Um dos primeiros passos é a mudança de hábitos. Antes de adquirir algo, pergunte a si mesmo se realmente precisa disso ou se pode esperar um pouco mais. Decidindo pela compra, faça pesquisas e consulte o mesmo produto em lojas diferentes. Certa-
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mente você encontrará diferenças de preço de um lugar para outro. Opte por pagar as compras à vista e peça descontos, sempre. Se optar parcelar as compras utilizando cartão de crédito, pague as parcelas integralmente e sempre na data de vencimento, evitando juros altos e o efeito “bola de neve”. Procure gastar conscientemente e, em hipótese alguma, gaste mais do que você ganha. Uma boa dica, é colocar todas as despesas e receitas em uma planilha. Vai ficar muito mais fácil saber o quanto entra e sai do seu orçamento. Estabeleça metas para realizar seus sonhos. Se o seu objetivo for comprar um carro e você não quer entrar em financiamento, saiba que precisará mensalmente poupar dinheiro. Nosso site, Poupar para chegar lá (www.pouparprachegarla.com.br), foi criado exa-
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tamente com o intuito de auxiliar quem tem metas a colocar o plano em prática. A página permite fazer simulações para saber exatamente quanto a pessoa precisará poupar para adquirir um bem, ou fazer uma viagem, e quanto tempo levará para isso, inclusive se conseguir cortar pequenos gastos do cotidiano, como o cafezinho depois do almoço. Por exemplo, se você deseja comprar um carro à vista, no valor de R$ 30 mil, e consegue poupar mensalmente R$ 950, pode realizar seu sonho em julho de 2017, sem endividamento. Deixando de pedir quatro cafezinhos por mês, esse prazo é adiantado em 30 dias. É importante também ter dinheiro reservado para emergências. Neste caso, você pode deixar a quantia na poupança rendendo e utilizá-la a qualquer momento. Mas tenha em mente que esse dinheiro só deverá ser usado realmente em caso de emergência.
Outra dica importante é conhecer quais são as melhores opções para poupar. Converse com o seu gerente de relacionamento e busque informações sobre o tema. O conhecimento a respeito dos produtos de investimento que melhor se enquadram no seu perfil vai ajudá-lo a ter uma vida financeira tranquila e sustentável. Em Guarapuava/PR se precisar esclarecer maiores dúvidas sobre o seu planejamento financeiro procure a unidade mais próxima de você. Unidade de Entre Rios: Rua Michael Moor, s/n, Colônia Vitória – Entre Rios, telefone - (42) 3625-1838, gerente Alessando S. Boska; Unidade Portal do Lago: Rua XV de Novembro, 7960, telefone - (42) 3622-4442, gerente Maria Inês Kusznir; e Unidade XV de Novembro: Rua XV de Novembro, 7260, telefone - (42) 3622-4284, gerente Eric Ranullfo Martins.
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Aconteceu Café da manhã dos sócios aniversariantes - 4º trimestre
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Sindicato Rural de Guarapuava reuniu associados no último café da manhã para sócios aniversariantes do trimestre (meses de outubro, novembro e dezembro) de 2014. A confraternização aconteceu no dia 16 de dezembro, na sede em Guarapuava e nas Extensões de Base em Candói e Cantagalo. Para o sócio Valério Tomaselli, estes encontros mos-
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tram que o Sindicato Rural integra as pessoas. A diretoria e a equipe de colaboradores, assim como os sócios, acabam formando um só grupo. A reunião distrai e a troca de informações acontece. É muito bom”, elogiou. Durante o ano de 2014, foram realizados quatro encontros de aniversariantes do trimestre, com a finalidade de confraternização entre produtores, diretores e equipe do Sindicato.
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1 e 2 - Guarapuava 3 - Cantagalo 4, 5 e 6 - Candói
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Legislação
A nova regulamentação sobre auxílio doença, seguro desemprego e pensão por morte
O Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745) Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655) Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)
governo federal publicou no final do ano que se passou (30 de dezembro de 2014), as Medidas Provisórias sob os n.º 664 e 665, que alteraram significativamente as regras da concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. Entre as principais mudanças previstas estão as que determinam novas regras para a concessão do auxílio doença, seguro-desemprego e pensão por morte, temas os quais serão abordados neste artigo. Para as empregadores/empresas, a principal alteração consiste na ampliação de 15 (quinze) para 30 (trinta) dias do período de afastamento do trabalho sob responsabilidade do empregador. Em outras palavras, durante os primeiros 30 dias consecutivos do afastamento do empregado por motivo de doença e/ou acidente de trabalho, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral, devendo encaminhá-lo à perícia médica da Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar esse período. Trata-se de medida que onera as empresas, com o acréscimo de mais 15 dias sob sua responsabilidade em caso de afastamento por doença ou acidente, conforme disposto no novo parágrafo 3º do artigo 60 da Lei 8.213/1991. Esta alteração tem relevância direta para os cofres da Previdência Social porque, supostamente, sendo maior o período de espera para que o segurado se habilite para o benefício do auxílio-doença menor será o número de benefícios gerados porque dá ao segurado empregado a oportunidade de se recuperar antes de onerar os cofres da previdência
social cujo benefício, calculado de acordo com o salário de benefício previdenciário, produz inevitável redução de ganho. Outra mudança, que será implantada com a medida provisória, é com relação ao seguro-desemprego. Com as novas regras o empregado terá que comprovar vínculo com o empregador por, pelo menos 18 (dezoito) meses, na primeira vez em que requerer o benefício. Na segunda solicitação, o período de carência será 12 (doze) meses. A partir do terceiro pedido, a carência voltará a ser 6 (seis) meses. Além das medidas trabalhistas, as MPs também alteram as regras para a concessão de pensão por morte. Com a medida, a pensão por morte, passa a ter carência de 24 meses, ou seja, o benefício só será concedido ao cônjuge, companheiro ou companheira se o segurado, ao falecer, tiver contribuído com a Previdência Social por esse período mínimo. Antes, esse benefício não possuía nenhum período de carência, o beneficiário tinha o direito de receber a pensão a partir de uma única contribuição mensal do segurado. A nova medida não se aplica nos casos em que a morte do segurado decorrer de acidente de trabalho ou doença profissional ou de trabalho. Também ficam excluídos da nova regra os casos em que o segurado estava, no momento do óbito, recebendo auxílio-doença ou qualquer espécie de aposentadoria. A nova regra de cálculo do benefício também estipula a redução do atual patamar de 100% do salário de benefício para 50% mais 10% por dependente. Diante dessas novas regras, as empresas/empregadores terão que se adaptar à nova realidade. Revista do Produtor Rural do Paraná
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MÁQUINAS AGRÍCOLAS
COLHEITADEIRA MF 6690: PRATICIDADE, ROBUSTEZ E EFICIÊNCIA
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A nova colheitadeira híbrida Massey Ferguson MF 6690, classe V (cinco), de 265cv, apresenta características únicas, oferecendo a você praticidade, robustez e e�iciência. Um dos destaques desta máquina é o conforto da cabine, tudo nela foi feito para que os dias de colheita rendam ainda mais. Outro fator é o baixo custo operacional, uma vez que todos os componentes e conjuntos foram projetados e selecionados para o máximo desempenho e durabilidade. A alta tecnologia não está só na colheitadeira MF 6690, está também no seu sistema de fabricação. A MF 6690 é construída com uso de robôs e pintada com o sistema de nanotecnologia, inédito em máquinas agrícolas. Quanto às características funcionais, elas são extremamente práticas, mostrando que simplicidade no trabalho ajuda a obter o melhor resultado no campo. As décadas de experiência mundial da Massey Ferguson na concepção e produção de equipamento para colheita asseguram que essa colheitadeira é capaz de trabalhar em diferentes tipos de relevos e culturas. Características principais: • Única colheitadeira híbrida do mercado na classe V: esta característica faz da MF 6690 uma máquina diferenciada no mercado da América do Sul. Utilizado nos equipamentos mais e�icientes e modernos da Europa, esse sistema foi desenvolvido pela Massey Ferguson para atender a todas as necessidades da sua colheita. • Menor perda de grãos: em função do sistema híbrido de processamento, a MF 6690 é uma das colheitadeiras que trabalham com menor nível de perdas do mercado, enfrentando condições di�íceis de colheita, como alta umidade. • Maior produtividade na colheita: a MF 6690, por ser híbrida e desenvolvida especialmente para a colheita de grãos, possui uma grande vantagem: consegue ter jornadas maiores de trabalho que as demais colheitadeiras do mercado. Isso signi�ica maior produtividade com uma notável diferença no �im da safra.
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• Menor consumo de combustível por tonelada: a colheitadeira MF 6690 é uma classe V, porém consome como se fosse uma máquina da classe IV, sendo uma colheitadeira econômica, moderna e ecologicamente correta. Apresenta a menor relação de combustível gasto para se colher uma tonelada de grãos da America do Sul. • Cilindro de alta inércia periférica: a Massey Ferguson foi a primeira marca a desenvolver esta característica. Especialmente na MF 6690, o cilindro é equipado com barras de planas que suportam as barras de trilha oferecendo um alto peso periférico ao cilindro, aumentando a rigidez aos impactos durante a colheita e proporcionando uma grande economia de combustível. • O maior ângulo de envolvimento do côncavo: essa é mais uma característica do conjunto que faz da MF 6690 a colheitadeira mais desejada do mercado. O ângulo de 117°, o maior na classe V, somado a excelente capacidade de trilha, fazem que os 0,80 m² tenham capacidade de processar tudo que é colhido pela plataforma de 25ft (7,60 m). O resultado é uma grande capacidade de processamento e uma excelente qualidade de grãos trilhados. • A maior vazão de descarga da categoria: Além da colheita e obtenção dos grãos, a colheitadeira precisa ser ágil e, para isto, descarregar rapidamente é imprescindível. Todo tempo que a máquina permanece parada reduz-se a capacidade de colheita, para diminuir este
ENTREGA AUTOPROPELIDO MF 9030 No último dia 04/02/2015 foi efetuada entrega do MF 9030 na propriedade Fazenda Rincão Comprido de Alfredo e Edgar Szabo, tradicionais agricultores da região de Guarapuava. Equipamento de alta precisão e qualidade, equipado com o piloto automático hidráulico Auto Guide 3000 da Massey Ferguson, possui precisão centimétrico com variação máxima de 2,5 cm. Equipamento entregue, produtores satisfeitos e eficiência comprovada. tempo perdido, MF 6690 entrega uma vazão de 86 L/s, esvaziando o tanque de grãos com segurança e rapidez. • A maior velocidade de colheita: é o processamento híbrido que permite esta alta velocidade na colheita de grãos. Sendo assim, no �inal da safra, a MF 6690 proporciona maior produtividade, mais hectares colhidos, menores custos e maior rentabilidade. • Sistema de ventilação de dupla cascata: a limpeza dos grãos em duas etapas bem de�inidas, não sobrecarregando as peneiras e entregando ao tanque um material limpo e de qualidade. Esta é mais uma exclusiva característica da MF 6690.
AUGUSTIN NO SHOW RURAL COOPAVEL Quem visitou o estande da Massey Ferguson Augustin no Show Rural Coopavel 2015 conheceu de perto as novidades e tendências para a agricultura brasileira. Investindo sempre em tecnologia e inovação, a marca apresenta novos produtos e soluções para o campo, na 27ª edição do evento, que aconteceu de 2 a 6 de fevereiro em Cascavel - PR. Grandes máquinas ocupam os quase 4 mil m2 do stand da marca no Show Rural 2015, chamando atenção pela robustez e tecnologia e atraindo os olhares dos visitantes. Destaque para colheitadeira de grande porte MF 9895 e MF 9795, além da linha MF 6700 Dyna 4. A equipe da Massey, representada pela concessionária Augustin/PR, prestigia todos os agricultores de sua região de atuação.
Stand Massey Fergusson Coopavel: 3.892m2 de tecnologia e inovação
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Inscrições abertas Cursos de Excel e Matemática Financeira
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Sindicato Rural de Guarapuava está com inscrições abertas para os cursos de Excel Médio e Matemática Financeira para sócios, parceiros, acadêmicos de Agronomia e Medicina Veterinária. Os cursos visam ensinar os participantes a utilizar os recursos intermediário/avançado do Excel e HP12C, com ênfase na Gestão de Informação e Custos, por meio da elaboração de análises gerenciais baseadas em informações de plena segurança e confiança, associadas às ferramentas e versatilidades disponíveis para uso imediato. O curso Excel, nível Intermediário, tem como conteúdo: Formatação Básica; Regras para montar Banco de Dados, Classificação e Filtros; Divisor e usos; Listas, Gerenciador de Nomese Validação; Células Fixas e Variáveis; Cálculos Estatísticos – Soma, Média, Máximo, Mínimo; Cálculo Condicional com 1 Variável; Função Procura Vertical; Funções de Horas e Datas; Função SE simples e Composta; e Gráficos. A carga horária é de 12 horas. Já o curso Excel, nível Avançado, tem como conteúdo: Formatação Avançada; Otimização Banco de Dados; Colar Especial; Divisor e Usos; Auditoria de Fór-
mulas; Função SE composta; Função Somases, Máximo condicional, Mínimo condicional e Mediases; Funções de Cálculos de data e hora; Células e Intervalos Fixos e/ ou Variáveis; Soma Condicional com mais de 1 Variável; Junção de Fórmulas; Gráficos com 2 escalas. A carga horária é também de 12 horas. O valor de cada módulo, tanto Intermediário como Avançado é de R$ 90,00, com pagamento na inscrição. Para quem já realizou os dois módulos, é possível fazer uma reciclagem ou consultoria no desenvolvimento de suas planilhas em Excel. Valor a combinar com o professor. O curso de Matemática Financeira com HP12C tem como objetivo a gestão de informações e custos. A matemática financeira desenvolve o aprendizado de resolução de problemas e cálculos relacionados às operações financeiras e estão presentes no dia-a-dia de qualquer sociedade capitalista, por isso a importância da capacitação. A grade do curso inclui: Operações Básicas - Potenciação/Radiciação; Porcentagem e Operações; Datas; Prazo Médio; Capitalização Simples; Capitalização
Aulões de inglês A partir de março, o Sindicato Rural de Guarapuava sediará aulões de inglês às sextas e sábados. A promoção é da professora Priscila do Nascimento, que vem ministrando aulas de inglês na entidade para produtores rurais, colaboradores e parceiros do Sindicato Rural. Segundo Priscila, o aulão tem uma forma mais dinâmica. “E vão ser trabalhados, principalmente, a fala e a audição. Portanto, despertará a participação das pessoas que estiveram presentes”. As turmas terão, no máximo, 25 pessoas e a duração é de uma hora. O custo da mensalidade é R$ 80,00. Inscrições ou outras informações pelo telefone: 9814-6772.
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Composta; Desconto Composto; Equivalência de Taxas; Taxas Nominais e Efetivas; Sistemas de amortização; Série de Pagamentos; Série Postecipada; Série Antecipada; Série Diferida; Métodos de Avaliação do Fluxo de Caixa; Valor Presente Líquido (VPL); e Taxa Interna de Retorno (TIR).A carga horária é de 12 horas presenciais, mais 4 horas de atividades não presenciais. O valor é de R$ 140,00 com pagamento na inscrição. As inscrições para os cursos podem ser feitas no Sindicato Rural de Guarapuava no telefone 3623-1115 (com Anelise) ou com o professor Roberto Zastavny, pelo telefone 88167726. As aulas iniciarão após a formação das turmas.
8 de março A todas que estão direta ou indiretamente ligadas ao setor agropecuário, nosso respeito, admiração e reconhecimento.
Feliz Dia da Mulher!
www.srgpuava.com.br 89 Revista do Produtor Rural do Paraná
Política
Cristina Silvestri toma posse como deputada estadual
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oje é um dos dias mais importantes e felizes da minha vida. Estou assumindo meu mandato na condição de primeira mulher deputada estadual de Guarapuava e região. Quero desenvolver meu trabalho com muita seriedade, dignidade e amor, honrando cada voto que foi confiado em mim”. Foi desta forma que Cristina Silvestri, a mais nova Deputada Estadual do Paraná, resumiu como se sentia ao assumir sua cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A solenidade de posse aconteceu no dia 04 de fevereiro, no plenário da casa. Cristina inicia seu mandato com o compromisso de continuar o trabalho desenvolvido por seu esposo, Cezar Silvestri, eleito seis vezes para os cargos de Deputado Estadual e Federal. “Quero continuar o trabalho do meu marido Cezar, com a mesma responsabilidade e dedicação que ele teve nesses 26 anos de vida pública, e que muito me orgulha. Meu trabalho será focado para a área social, que é onde me identifico, mas também vou trabalhar muito pela saúde, educação, segurança e agricultura, principalmente em nome dos pequenos
agricultores”, comentou. A deputada prestou juramento no plenário da Alep acompanhada de seu esposo e do prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho. Aplaudida em pé, Cristina destacou que estará ao lado dos demais parlamentares trabalhando por todos os municípios do Estado, mas que sua atuação se concentrará para buscar recursos para Guarapuava e região. “Vou trabalhar ao lado do prefeito de Guarapuava e dos demais municípios da região, para conquistar recursos, e investimentos que melhorem a vida de todos e também estarei
Bernardo Carli e Artagão Junior propõem criação da Região Metropolitana de Guarapuava 90
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na Assembleia aprovando os bons projetos do Governo do Estado para todo o Paraná”, concluiu.
Os deputados estaduais Bernardo Ribas Carli e Artagão de Mattos Leão Júnior apresentaram no dia 04 de fevereiro, à Assembleia Legislativa do Paraná, Projeto de Lei Complementar que institui a Região Metropolitana de Guarapuava. O objetivo é criar um modelo administrativo que favoreça o desenvolvimento regional integrado. “Todos os municípios que integram a Região Metropolitana de Guarapuava exercem atividades de interesses comuns e coletivos entre si e compõem um território com ligações históricas”, destacou Carli.
O parlamentar explicou que, apesar de os desmembramentos territoriais terem contribuído para o crescimento e a independência administrativa, os municípios do entorno continuaram dependentes de atividades socioeconômicas e de serviços públicos oferecidos por Guarapuava, que se consagrou polo da região. “O intuito é proporcionar uma distribuição de recursos justa e igualitária, evitando problemas de inchaço populacional das cidades maiores e o êxodo das zonas rurais e dos municípios com pouca estrutura”, detalhou Carli.
Serviços Comuns
zar o desenvolvimento da nossa região, criar facilidades tanto para o município polo quanto para os municípios do entorno”, enfatizou o deputado. Além disso, uma Região Metropolitana tem prioridade na obtenção de empréstimos junto a instituições financeiras internacionais ou da União e atrai mais investidores para a construção de moradias populares.
Municípios Pela proposição, a Região Metropolitana de Guarapuava será constituída por 24 municípios. São eles: Guarapuava, Prudentópolis, Pitanga, Laranjeiras
Artagão mencionou que são serviços comuns aos municípios que integram a Região Metropolitana planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social; saneamento básico e serviço de limpeza pública; uso do solo metropolitano; transportes e sistema viário; aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental. “A criação da Região Metropolitana de Guarapuava vai, além de potenciali-
do Sul, Pinhão, Candói, Palmital, Turvo, Manoel Ribas, Rio Bonito do Iguaçu, Cantagalo, Inácio Martins, Santa Maria do Oeste, Reserva do Iguaçu, Goioxim, Nova Tebas, Boa Ventura de São Roque, Laranjal, Foz do Jordão, Marquinho, Campina do Simão, Virmond, Mato Rico e Porto Barreiro, beneficiando cerca de 500 mil habitantes. O Projeto será encaminhado para as Comissões obrigatórias da Assembleia Legislativa, para que se avaliem a constitucionalidade e a legalidade da lei e então seja votado em plenário para seguir para sanção governamental.
Trabalho em conjunto Artagão Junior enfatizou, ainda, que ele e Bernardo têm trabalhado em sintonia, pois sabem que juntos têm um potencial ainda maior para apresentar bons resultados. “Apesar das disputas eleitorais, neste momento o nosso compromisso é honrar os votos que recebemos e a região a qual representamos”, finalizou Artagão Junior. Juntos, os dois Deputados receberam 20% da votação da região, num total de 72 mil votos.
Aula inaugural Agronomia Campo Real O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, ministrou uma aula inaugural no dia 3 de fevereiro, para os calouros do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Campo Real. Gora falou aos novos acadêmicos sobre o agronegócio paranaense. O engenheiro agrônomo Rebert Skalisz, da Sanepar, também ministrou palestra aos acadêmicos. Ele abordou a utilização do lodo de esgoto na agricultura. O evento reuniu 150 alunos que se matricularam no curso da instituição.
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Relatório de viagem
Uma experiência do outro lado do mundo
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Anton Gora Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná
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a segunda quinzena do mês de janeiro, tive a oportunidade de participar de uma viagem à Austrália, Nova Zelândia e Dubai, organizada pela Cooperativa Agrária, com o apoio da BASF. A Austrália é um país rico, apesar de suas limitações climáticas. Em quase 80% do país quase não chove. No sul chove pouco e assim mesmo o país conseguiu fazer das dificuldades, oportunidades, fruto de um trabalho consciente, planejado, onde existem mais deveres do que direitos, e os direitos são consequência do trabalho. Não existe ideologia. Os partidos políticos são todos de centro, preocupados com o bem estar dos seus cidadãos. A conseqüência é o progresso. Ricos em cultura, conhecimento, tecnologia. Como exemplo de cultura precisamos apenas olhar para o Opera Haus de Sydnei, que tivemos a oportunidade de visitar, com várias salas de apresentações lotadas diariamente. É necessário comprar ingressos com até seis meses de
antecedência para garantir um lugar na apresentação. No dia da visita estava em cartaz um espetáculo de dança brasileira. As universidades garantem o conhecimento. As profissões são valorizadas, desde o médico até o gari de rua. Na área agrícola, a Austrália é grande exportadora de vários produtos, como trigo, cevada, laranja, vinho, carnes e até de arroz (o que até parece uma contradição, já que num país que não chove, se produz arroz irrigado). Esses resultados são consequência de uma política bem planejada e da ação da iniciativa privada em todos os setores. Como exemplo podemos citar a água usada na irrigação. Ela vem de 400 até 600 km de distância, resultado do degelo de neve em montanhas no Oeste do país. A água é canalizada e distribuída pela iniciativa privada, que investiu para levá-la até as áreas agrícolas. A empresa vende a água aos produtores a preços compatíveis. O Estado não interfere, apenas regulamenta. Não existe Sudene nem DNOCs, como no Brasil, e as coisas funcionam.
O eucalipto e o canguru fazem parte da paisagem. Eucalipto na Austrália mais parece uma árvore de cerrado, pequeno, mal desenvolvido pela falta de água. Daí vem o mito de que o eucalipto seca os solos. Ele apenas precisa de água para crescer. Como temos água abundante, no Brasil ele cresce rápido, formando imensas árvores em pouco tempo. As propriedades rurais tem tamanhos variados e a princípio são especializadas em culturas como grãos, uvas, frutas, pastagem etc. A irrigação é por inundação e por gravidade, o que reduz o custo. As atividades agrícolas são familiares, onde se contrata mão de obra temporária principalmente para a colheita. Essa mão de obra vem de países da Ásia. As máquinas são grandes e o seu custo por hectare ou por tonelada produzida é baixo devido às condições de clima. Sem chuva, as máquinas tem mais tempo para realizar as operações. Não podemos copiar nada diretamente da tecnologia de produção australiana, mas podemos tomar como exemplo o empreendedorismo, o trabalho, o Estado que não atrapalha, mas ajuda; ONGs que não são aceitas para dificultar a vida do produtor. A Nova Zelândia tem uma realidade um pouco diferente. País mais ao sul, tem paisagens maravilhosas, onde é possível ver neve na montanha de um lado e pessoas na praia de outro lado. Vulcões, gêiseres, terremotos. Passamos pela cidade de Christchurch, destruída por um terremoto em 2011, ainda em reconstrução, onde tivemos a oportunidade de comer salsicha alemã com cerveja australiana, tal a diversidade de
culturas nesse país. Até tivemos a oportunidade de comer um churrasco, espeto corrido em Auckland. A base da economia vem da produção de ovinos, frutas principalmente o Kiwi e da produção de leite. Visitamos uma universidade que trabalha muito com a produção de leite e uma propriedade de leite, assim como a maior cooperativa de leite do mundo, que exporta 80% da produção de leite do país. O leite é todo produzido a pasto e as terras são relativamente baratas porque não existem muitas alternativas de produção. Animais pequenos que consomem pouco alimento e produzem um leite rico em gordura e proteína e de alta qualidade, o que garante o domínio do mercado mundial pela Nova Zelândia. Exporta-se leite em pó, manteiga, queijos e outros derivados. Toda essa riqueza novamente é produzida pela iniciativa privada, sem interferência do Estado, que apenas regula e apoia. Fomos visitar também uma aldeia de Maoris, habitante nativo da Nova Zelândia, mas totalmente integrados à sociedade, sendo produtivos. As línguas oficiais da Nova Zelândia são o inglês e o maori. Em Dubai, vimos outro exemplo de planejamento e trabalho. País com poucos recursos de petróleo e apenas areia (deserto), conseguiu fazer do turismo a sua grande fonte de receitas. Vale a pena visitar Dubai. As condições de vida nesses países são tão boas que pessoas de todas as nações procuram trabalho. Encontramos vários brasileiros trabalhando, pessoas
do distrito de Entre Rios (Guarapuava -PR) que pensam em voltar apenas para visitar o Brasil. Foi, sem dúvida, uma experiência inesquecível. Uma viagem rica em conhecimento técnico, troca de experiências e conhecimentos gerais. Parabenizo a Agrária pela organização e agradeço a BASF pelo apoio. Como retorno, a Agrária vai ter cooperados melhores, mais esclarecidos e mais capacitados. A BASF, clientes conscientes. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Caravanas
Sindicato Rural de Guarapuava no Show Rural 2015 Ao todo, quatro caravanas saíram de Guarapuava, Candói e Cantagalo
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Sindicato Rural de Guarapuava, com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), levou no dia 04 de fevereiro, 160 produtores rurais e parceiros da entidade para o Show Rural Coopavel, em Cascavel-PR. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as mais novas pesquisas e tecnologias que favorecem o desenvolvimento do agronegócio no país e no mundo. O produtor rural Jairo Silvestrin participa há anos do Show Rural. Nesta edição, seu interesse foram as máquinas agrícolas. Ele ficou impressionado com os novos modelos de plantadeiras, colheitadeiras e pulverizadores que o mercado está oferecendo. Lá, o produtor também aproveitou para começar a negociar uma máquina para sua propriedade.
Produtor rural Jairo Silvestrin e João Edilson Campos (colaborador do Sindicato Rural)
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O público do Show Rural, neste ano, foi de mais de 210 mil pessoas Felipe Lustoza Ribas pertence à família de produtores rurais. Seu interesse em visitar o Show Rural foi, principalmente, para conhecer os lançamentos do mercado na área do agronegócio. Ele sempre participa através das caravanas ofertadas pelo Sindicato Rural e FAEP. “Acho que é um incentivo a mais. Talvez eu nem me interessaria tanto em vir se não tivesse a facilidade de vir com a caravana”.
Para o agrônomo e mestrando em Produção Vegetal, Fabiano Pacentchuk, o Show Rural é um evento onde se consegue ver os resultados das pesquisas realizadas no últimos anos em ação no campo. “As caravanas são bastante importantes para tornar viável a visita de um número maior de produtores rurais no evento. Desta forma, as informações chegam até eles e não ficam somente na pesquisa”, ressalta.
Produtores recebem explicação sobre experimentos da Embrapa
Caravanas Há anos a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) patrocina caravanas, através dos Sindicato Rurais, em vários municípios do estado, para o Show Rural Coopavel. Neste ano, mais de 9 mil pessoas tiveram a oportunidade de ir ao evento, por meio desse apoio da FAEP. “O intuito da Federação é trazer tanto produtores, profissionais e estudantes para que conheçam as novas tecnologias, variedades de sementes, materiais para agricultura e pecuária, enfim tudo o que há de novo nesse mercado. Esperamos que, após a visita, cada participante leve o conhecimento para sua cidade e região, colocando-o em prática no dia a dia, porque as novidades sempre enriquecem e ajudam na obtenção de uma maior produtividade e lucratividade do agronegócio”, comenta o vice -presidente da FAEP, Francisco Carlos do Nascimento. Para Nascimento, o Show Rural é o maior evento do agronegócio no Paraná e sua importância, além da difusão da tecnologia é também o movimentação da economia, por meio das vendas de máquinas, sementes e insumos, que são realizadas durante os cinco dias em que o evento acontece.
Francisco Carlos do Nascimento (vice presidente da FAEP): “O intuito da Federação é trazer produtores, profissionais e estudantes para que conheçam as novas tecnologias, variedades de sementes, materiais para agricultura e pecuária, enfim tudo o que há de novo nesse mercado”
Show Rural Coopavel Realizado pela Coopavel (Cooperativa Agroindustrial de Cascavel), o Show Rural está em sua 27ª edição e é conhecido internacionalmente por difundir pesquisas e novas tecnologias do setor agropecuário, destinadas ao aumento de produtividade no campo.
O evento começou como um dia de campo em 1988 e atualmente, abre o calendário anual de feiras agrícolas, como uma das maiores do Brasil. O Show Rural expõe novidades nas áreas de agricultura, máquinas e equipamentos; pecuária de corte e leite; avicultura
e suinocultura; ovinocultura; hortifrutigranjeiros; piscicultura; administração rural; integração lavoura-pecuária; meio ambiente entre outros. Neste ano foram 480 expositores e mais de 230 mil pessoas durante os cinco dias.
Caravanas Guarapuava
Caravana Candói
Caravana Cantagalo Revista do Produtor Rural do Paraná
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Cavalo crioulo
Crioulaço 2014: sucesso até debaixo de chuva
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ara quem se dedica ao laço, o importante é manter viva esta tradição, correr em busca de armadas positivas, seja sob o calor de um sol escaldante ou sob pesadas nuvens de chuva. O que conta é a paixão pelo cavalo, o desejo de comprovar na pista as qualidades da montaria, a destreza no laçar, a combinação de treinamento e sorte. Com este espírito, 260 laçadores do Paraná, Santa Catarina e São Paulo reuniram-se, dias 20 e 21 de dezembro/2014, no Parque de Rodeios do CTG Fogo de Chão (PR 170), em Guarapuava, para a segunda edição do Crioulaço – uma competição de laço voltada a criadores e apreciadores do cavalo crioulo, com vários atrativos: troféus e premiação aos melhores nas várias provas, venda de equinos da raça crioula e concentração de animais machos – momento em que representante da Associação Brasileira do Cavalo Crioulo (ABCCC) avalia os cavalos e concede, aos que se enquadram no padrão crioulo, registro na entidade.
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A organização ficou a cargo do Núcleo de Criadores de Cavalo Crioulo de Guarapuava (NCCCG), presidido por Heiko Egles, e das cabanhas Atalaia, Cabreúva e Juquiá. O Sindicato Rural de Guarapuava também foi um dos apoiadores, tendo patrocinado os troféus do evento. As expectativas, de acordo com Paulo Pacheco (Cabanha Atalaia), foram superadas em todas as quatro categorias disputadas: Crioulaço (oficial da
ABCC); Crioulo; Marca das Cabanhas; e Cavalos Inéditos. A modalidade foi uma atração à parte: os cavaleiros montaram animais adquiridos no Crioulaço 2013, como potros chucros, agora já domados, concorrendo ao sorteio de uma moto zero quilômetro. No total, na edição 2014, a premiação chegou a cerca de R$ 12,7 mil, com comercialização de equinos em torno de R$ 40 mil. Feliz com o evento, Pacheco destacou, em entrevista à REVISTA DO
(Da esq. p/ dir.) Romeu Koch (ABCCC), Sérgio Teixeira (Cabanha Juquiá), Dr. Paulo Cunha (Cabanha Cabreúva) e Vinícius Krüger (NCCCG)
“A gente chama justamente para isso, para incentivar o pessoal a utilizar o nosso cavalo, produzido por nós” Paulo Pacheco – comissão organizadora
(Foto: Sindicato Rural de Guarapuava/ Arquivo – Manoel Godoy)
PRODUTOR RURAL, que a participação de guarapuavanos em competições de laço de outros locais, e as amizades que vão se fortalecendo entre os criadores, vêm contribuindo para fazer crescer o Crioulaço em Guarapuava – quadro que podia ser visto entre as tendas e veículos dos participantes, que formaram mais uma vez, próximo à pista de provas, um acampamento, onde o ambiente era de descontração. Conforme disse o representante da Cabanha Atalaia, colegas e amigos de outras regiões comparecem, retribuindo a visita dos laçadores locais. Competidores mais experientes, considerados profissionais, participaram almejando ampliar suas coleções de troféus e seu renome. Representando esse espírito de confraternização, o núcleo e as cabanhas patrocinaram jantar de recepção aos participantes, na noite de 19 de dezembro, na sede do Piquete Orelhanos. Pacheco explicou que, ao lado dos
aspectos de competição e lazer, o evento visa também a própria divulgação da raça crioula. É o que acontece na prova de laço Marca das Cabanhas, com animais das propriedades organizadoras. “A gente chama justamente para isso, para incentivar o pessoal a utilizar o nosso cavalo, produzido por nós”, completou. Com o mesmo objetivo, as cabanhas trazem animais para a comercialização. Pacheco agradeceu “o apoio dos laçadores de Guarapuava e do pessoal de fora”, considerando a presença fundamental para o sucesso do Crioulaço 2014. Ele também destacou a atuação de Romeu Koch, de Tijucas (SC), inspetor da ABCCC, que pela segunda vez participou do evento. “Ficamos felizes de ter a participação dele”, comentou. Para 2015, antecipou, a intenção de toda a equipe organizadora é “trabalhar para que o evento seja ainda melhor do que este”.
Docilidade, funcionalidade e a beleza estão, segundo os conhecedores e apreciadores do cavalo crioulo, entre os mais importantes atributos da raça. Em Guarapuava, várias são as propriedades que, ao lado da agricultura e da pecuária, também se dedicam à criação deste tipo de equino.
O jovem cavaleiro, presente ao Crioulaço 2014, parece não se importar com a chuva forte que marcou o evento, em dezembro passado. Na atitude, um retrato vivo do estilo campeiro. Liberdade, apreço pela raça crioula, integração com a natureza e concentração no sonho de armadas positivas e troféus.
(Foto: cortesia dos organizadores do Crioulaço 2014)
Acampamento: laçadores do Paraná e de outras regiões do Brasil
Paulo Pacheco, da Cabanha Atalaia (ao centro), participando da celebração dos melhores no laço – troféus foram patrocinados pelo Sindicato Rural de Guarapuava
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NCCCG
Expocrioulo: tradição da Raça Crioula
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Expocrioulo, evento promovido pelo Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Guarapuava (NCCCG), teve sua 4ª edição realizada de 5 a 8 de fevereiro, no Parque de Exposições Lacerda Werneck. Com 100 animais inscritos, a exposição teve maior foco no Julgamento Morfológico, que se dividiu nas categorias Oficial e Não Oficial (abaixo de 2 anos). Só nas duas provas foram 68 inscritos. A programação ainda contou com uma palestra técnica sobre “Cavalo Crioulo – A expansão da raça e perspectivas de mercado”, ministrada pelo ins-
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petor técnico Rafael Sant’anna e leilão de coberturas no sábado. No domingo, último dia do evento, aconteceram as tradicionais provas funcionais que reuniram crianças, jovens e adultos apaixonados pela raça Crioula. Para Heiko Egles que assumiu a presidência do NCCCG esse ano, a exposição foi mais uma vez um sucesso. “Apesar de ter um número menor de animais, a qualidade foi excelente. Foi uma exposição maravilhosa. Além de expor os animais e mostrar o trabalho que é feito em cada propriedade, foi uma ótima oportunidade para troca de ideias, conhecer pessoas novas e ampliar o conhecimen-
to dentro da raça crioula”. Quanto ao fato de ter assumido o Núcleo, Egles diz que “tem sido um desafio, mas também muito bom. Para organizar a Expocrioulo contamos com muita ajuda da gestão passada, o que colaborou muito para o sucesso”. O julgamento ficou a cargo do jurado: Alvaro Dumoncel e a supervisão técnica foi feita pelo inspetor técnico Rafael Sant’anna. O evento contou com o patrocínio da Agrária, ProBicho, Tratorcase, Ecosupre (Ponta Grossa), Agrohaus, Sociedade Rural de Guarapuava, Brot Café, Puro Trato e Sindicato Rural de Guarapuava.
Confira os resultados: FÊMEAS Melhor Exemplar da Raça - Grande Campeã - Campeã Potranca Menor Inédita do Ribeirão Bonito, filha de São João do Juncal Pandemônio e Baioneta do Tamboré, criador e expositor Arison Jung, Cabanha Ribeirão Bonito, Guarapuava/PR Reservada Grande Campeã - Campeã Potranca Menor Imperatriz do Ribeirão Bonito, filha de Hijo Bueno da Reconquista e Honraria de Santa Edwiges, criador e expositor Arison Jung, Cabanha Ribeirão Bonito, Guarapuava/PR 3ª Melhor Fêmea - Campeã Potranca Maior Hierba Mate do Ribeirão Bonito, filha de Dormido Tintillo e Mañanero Bordaleza, criador e expositor Arison Jung, Cabanha Ribeirão Bonito, Guarapuava/PR 4ª Melhor Fêmea - Reservada Campeã Potranca Menor Eminência do Ribeirão Bonito, filha de Viragro Rio Tinto e Jazmin do Monte Verde, criador e expositor Arison Jung, Cabanha Ribeirão Bonito, Guarapuava/PR
Grande Campeã e Melhor Exemplar - Inédita do Ribeirão Bonito
MACHOS Grande Campeão - Campeão Cavalo Menor As Malke Vulto, filho de As Malke Sedutor-Te e As Malke Inspiração, criador José Schutz Schwanck e expositor Ger Administração e Participações S/A, Cabanha Valente, Porto Amazonas/PR Reservado Grande Campeão - Campeão Cavalo Adulto Paisano do Purunã, filho de BT Butiá e Despojada 656 do Itapororó, criador Mariano Lemanski e expositor Eder Ricardo de Castro Salgueiro, Cabanha Itaimbé, Navegantes/SC 3º Melhor Macho - Reservado Campeão Cavalo Adulto Farrapo da Estância Guarda Velha, filho de Âncora Floreio e Soberana da Dalana, criador Jacson Tiago de Souza Silva e expositor Arilson Pereira do Vale, Cabanha Recanto Farrapo, Tijucas Do Sul/PR 4º Melhor Macho - Campeão Potranco Maior OK Ilustre II, filho de Pora Algarrobo e OK Vaidade, criador Cezar Roberto Oliveira Krüger e expositor César Roberto Oliveira Kruger, Cabanha do Lageado, Guarapuava/PR
Grande Campeão - As Malke Vulto
O inspetor técnico das provas, Rafael Sant’anna e o presidente do Núcleo, Heiko Egles Revista do Produtor Rural do Paraná
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Avicultura
Pé de frango tem alto valor no mercado externo
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O QUE É? Pododermatite, conhecida também como o calo de pé ou o cascão, é um pro-
Pé tipo “A” FONTE: TEIXEIRA, V.Q (2008)
produção de carne de frango no Brasil fechou em 2013 em 12,308 milhões de toneladas, ocupando o terceiro maior produtor de carne de frango do mundo (ABPA - Associação Brasileira de Proteína Animal). Segundo o Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), o Brasil continua em primeiro lugar na exportação de carne de frango, atingindo cerca de 3,997 milhões toneladas exportadas em 2014. O Brasil arrecada cerca de US$ 400 milhões, por ano, com exportações de produtos diferentes do cotidiano. Nesses encontram-se o pé de frango. De acordo com o diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, esses produtos aqui no Brasil agregam pouco interesse e valor, no qual, quando não se exporta, a maioria vai para fabricação de farinha de carne para produção de rações de cães e gatos. No cenário mundial, a comercialização de pés de frango está em constante expansão. No Brasil, a exportação deste produto está direcionada aos mercados asiáticos, especialmente China e Hong Kong, onde no nosso país é de baixa aceitação no mercado interno, favorecendo a lucratividade das empresas brasileiras. Quando o produto está com o grau de qualidade inferior, o valor do mesmo cai significativamente, devido as dermatites de contato (“calo de pé”). Com isso, as empresas estão se mo-
dernizando para atender as exigências comercias e técnicas, em relação à qualidade e segurança deste produto. No Brasil as empresas estão se adequando as exigências do cliente ou país exportador. Em 2010, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou a Circular Nº 599/2010/CGPE/DIPOA, Brasília, restringindo a remoção do calo apenas com o uso de faca, inviabilizando a possibilidade de transformar um produto de classificação nível “B” em nível “A”. Atualmente os pés de frango classificados como “PÉ B” são comercializados em valor consideravelmente inferior, em relação ao “PÉ A”, podendo chegar a uma diferença de até 30%. O “PÉ C” não é comercializado. Visando a exportação, os pés são classificados por profissionais da empresa, treinados, conforme as características macroscópicas do coxim plantar: A = sem lesão, aparentemente íntegros sem alteração da camada córnea; B = lesões brandas, presença de edema e descamação da camada córnea; C = lesões graves ou múltiplas, descamação intensa da camada córnea, acúmulo de material orgânico, focos de necrose – destinados à graxaria. A saúde das patas dos animais se tornou um importante elemento nos programas de bem estar animal, que, por consequência, aumenta ainda mais a importância de se prestar a atenção na qualidade das patas.
Pé tipo “B”
FONTE: TEIXEIRA, V.Q (2008)
A
INTRODUÇÃO
FONTE: TEIXEIRA, V.Q (2008)
Autores: Priscila Michelin Groff e Josiane Schuvank Maculan Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Ost
Pé tipo “C”
blema comum que está recebendo cada vez mais atenção na indústria avícola. Podemos comparar imaginando caminhar com uma pedra no sapato por vários dias, similar o problema que essas aves estão passando. Ela é uma enfermidade que atinge, principalmente, o coxim plantar, podendo afetar também os coxins digitais. Dependendo da gravidade das lesões, causa claudicação e dificulta a locomoção, restringindo o acesso das aves a alimento e água. Em casos ex-
tremos, as aves podem ter dificuldade de se mover e infecções secundárias podem ocorrer, levando a uma condenação parcial da carcaça no abatedouro. Em um estágio inicial, é observada a descoloração da pele. Em casos severos, essas mudanças são seguidas de ulceração e inflamação. As ulcerações frequentemente são cobertas por crostas formadas por pus, cama e material fecal.
com vários fatores ambientais. A condenação pode ser responsável por uma perda econômica significativa para a empresa e para o integrado, já que para o mercado externo os pés das aves tem um valor de compra relevante. A ave, tendo essa inflamação no pé, sentirá dor e isso prejudicará a sua locomoção e, consequentemente, a ingestão de alimentos.
CAUSAS
PREVENÇÃO
Esse problema está fortemente ligada à qualidade da cama dos aviários, quando úmidas e compactadas aumenta sua incidência, e é ocasionada pelo contato da pata da ave sobre a cama mau manejada, sendo que quanto mais jovem e com mais peso depositado em sua carcaça, maior é a incidência de calos de pata. Basicamente ocorre devido à falta de manejo adequado. • Umidade na cama • Altas concentrações de amônia • Alta densidade dos plantéis • Tipo de criação • Deficiência de biotina A umidade da cama ocorre devido a diversos fatores:
Neste contexto geral, a prevenção do calo de pé se torna de grande importância, tanto pelo bem estar animal quanto pela lucratividade do produto. A melhor maneira de prevenir a pododermatite é manter a cama seca e aerada, especialmente no período de aquecimento inicial, quando as aves parecem ser mais suscetíveis ao desenvolvimento das lesões. A qualidade das camas é influenciada por uma série de fatores: • M ➢ anejo de cama (material e altura da cama) • L ➢ uz: distribuição, cor e programa de luz •➢ Fornecimento e manejo de água • V ➢ entilação e aquecimento
• Má regulagem dos bebedouros
• R ➢ ação
•➢ Aquecimento do pinteiro em épocas frias
•➢ Densidade de alojamento
•➢ Nebulização em excesso •➢ Má regulagem dos equipamentos de nebulização •➢ Concentração de aves •➢ Manejo inadequado e insuficiente da cama O aumento da temperatura ambiente também é um fator agravante, pois no estresse térmico a ave ingere mais água e assim o material fecal fica mais líquido.
PREJUÍZOS Pode gerar um aumento do índice de condenações parciais de carcaças durante a inspeção sanitária no abate, além de representar um indicativo do bem estar das aves, sendo as lesões relacionadas
Para se evitar a formação dos “calos de pé”, o avicultor deve ficar atento a diversas circunstâncias: •➢ Para a cama, usar maravalha que resulta em menos lesões de coxim plantar do que palha picada, pois a maravalha tem melhor absorção da umidade. •➢ Remover camas úmidas e trocá -las por camas limpas, novas e secas. •➢ Retirar o papel utilizado no piso para a alimentação inicial; o papel deve ser removido após aproximadamente 3 dias, preferencialmente antes de desmanchar. •➢ Diariamente, deve-se checar o sistema de fornecimento de água à procura de vazamentos.
•➢ A incidência de pododermatite é menor com sistemas de nipple do que com bebedouros pendulares. •➢ Evitar manter uma pressão de água muito alta nas linhas, especialmente durante as primeiras duas semanas após o alojamento. •➢ Ajustar a linha de bebedouros diariamente para a altura das aves; linhas de bebedouros muito baixa favorecem a formação de camas úmidas. Estudos realizados pelo Professor Sérgio Vieira, da Universidade do Rio Grande do Sul, demonstraram que há uma associação entre o aumento da pododermatite e dietas vegetarianas. Ele concluiu, à partir de seus experimentos, que a formulação das dietas pode, realmente, afetar a umidade da cama e a incidência e severidade de pododermatite. Aves alimentadas com dietas a base de milho e farelo de soja (dieta vegetariana) mostraram um maior potencial para desenvolver a dermatite plantar, bem como produzir excretas com maior porcentagem de umidade quando comparado com dietas que receberam a inclusão de farinhas de origem animal ou o glúten de milho. Também foi concluído que em frangos de corte suplementados com fonte de complexo zinco-aminoácido reduziu drasticamente a severidade das lesões e diminuição nos escores de lesão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A exportação de pés para o Oriente está mais valorizada a cada dia, sendo uma importante fonte de renda na cadeia de produção avícola. Diante disso, realizar bom manejo, principalmente da cama para evitar a formação de calos de pés nas aves também se torna sempre mais necessária. Essas lesões causam condenação parcial ou total das carcaças, redução no valor do produto final e aumento no custo da mão-de-obra, além disso, o produtor pode estar deixando de ganhar dinheiro através da exportação do pé. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Vida Rural
Agricultura familiar recebe equipamentos da prefeitura
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rodutores rurais de Guarapuava receberam, dia 19 de dezembro/2014, numa cerimônia promovida pela prefeitura, na Praça Cleve, maquinário agrícola viabilizado no âmbito do programa municipal Vida Rural. Para marcar oficialmente a ação, o prefeito de Guarapuava, Cesar Filho, e o secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, realizaram entrega simbólica da chave de um trator à presidente da Central das Associações Rurais do Município de Guarapuava (Carmug), Zenilda Araújo. De acordo com a prefeitura, o investimento em itens como tratores e retorescavadeira, entre outros, ultrapassa R$ 800 mil, devendo beneficiar 840 produtores rurais. “Só temos a agradecer a vocês pelo empenho. Nossa intenção é sempre agregar renda”, disse Zenilda ao se pronunciar às autoridades participantes do evento. Em entrevista, Cesar Filho, disse que o maquinário “é um gesto de reconhecimento e valorização” dos produtores rurais da agricultura familiar. “Vamos dar condição deles viverem melhor e produzirem mais, tendo mais renda, mais incentivo para continuar na pequena propriedade, mantendo suas famílias no campo e produzindo os
Ledani: prevendo elevação na produção
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Revista do Produtor Rural do Paraná
“É um gesto de reconhecimento e valorização” Cesar Filho, prefeito alimentos importantíssimos para nossa vida aqui na cidade”, destacou. Itacir Vezzaro comentou que a agricultura familiar “é responsável por 70% da produção de alimentos” e que a entrega do maquinário busca atender a demanda do setor por mais tecnologia. Ele informou que naquele dia estava acontecendo a licitação de mais um trator, totalizando quatro unidades. “Estamos com um projeto para adquirir mais seis tratores”,
Vilmar, produtor de leite: alegria com ensiladeiras
Zenilda, presidente da CARMUG: agradecimento
Itacir Vezzaro, secretário municipal de Agricultura antecipou. Vezzaro explicou como os equipamentos serão utilizados nas várias localidades rurais do município: “principalmente nas propriedades dos produtores. Alguns são disponibilizados para associações, outros, para grupos de produtores que têm produção afim. São bastante equipamentos, então tem condição de serem usados em grupos organizados”. Vilmar da Luz dos Santos, produtor de leite, se alegrou com a entrega do maquinário. “Isso vai ajudar muito. No nosso assentamento Bananas existem 61 famílias e não têm equipamento. Nossa renda é pouca, só no ‘muque’”, contou. “É muito bom. Ensiladeira, máquina para fazer feno, trator”, completou. Ledani Aparecida, membro da diretoria da CARMUG e presidente da associação de produtores rurais da localidade de São Pedro, também enalteceu a entrega das máquinas. “Desde o preparo da terra até o plantio, é uma tarefa muito árdua, na base da enxada e das mãos. O produtor vai ter mais tempo para se preocupar com a qualidade”, declarou. A produtora também prevê que haverá mais tempo para que os agricultores possam se dedicar a outros trabalhos dentro da propriedade.
SENAR
Começando o ano com novos conhecimentos
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rodutores rurais e profissionais que atuam na agropecuária, em propriedades rurais ou empresas do agronegócio, aproveitaram o início de 2015 para colocar em dia seus conhecimentos técnicos. Em cursos oferecidos pelo SENAR, em janeiro, eles buscaram se aprofundar em atividades que vão da classificação de grãos até a operação de tratores. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com participantes de alguns cursos. Instrutores e alunos mostram que ampliar conhecimento, mais do que uma decisão pessoal, é uma necessidade no cenário de tecnologias que se modificam a cada dia.
Instrutor Ramon Ponce Martins, ao fundo, e equipe da indústria Santa Maria – curso de classificação
Classificação de grãos: exigência do mercado Um dos primeiros cursos do Senar, neste ano, para Guarapuava e região, ocorreu na Indústria Santa Maria, do segmento de papel e celulose. Na empresa, que também tem áreas de agricultura, o tema foi a classificação de grãos. Com a experiência de quem é agrônomo e produtor na cafeicultura, o instrutor Ramon Ponce Martins, de Cianorte, disse durante o curso, dia 13 de janeiro, que na parte teórica os participantes conheceram características que definem o grão de milho como ardido, mofado, engessado e quebrado. O programa ensinou ainda o que é impureza, a pesagem em balanças e a separação em peneiras. “As indústrias de alimentos têm um foco: o produto diferenciado”, observou, explicando que a classificação permite verificar se os cereais se enquadram nos critérios exigidos para cada tipo de utilização. Exemplificando, ele lembrou que no milho, um determinado grupo é apropriado a fabricação de amido, assim como na soja o tipo 1 é o que se utiliza em alimentos para o consumo humano. Formado em administração, Gean Felipe Meira contou que fez o curso aprofundar sua visão do assunto. “Estou conhecendo melhor a área e porque ter essa preocupação com (grão) ardido, umidade, impureza, e com saber a destinação do milho”, disse. Salatiel Felipe Pereira, estudante de agronomia, considerou
Gean Felipe Meira e Salatiel Felipe Pereira: classificação o curso bem completo. “Trabalho na área de armazenamento e classificação. Então, veio para ajudar bastante – pela área que estou cursando, todo conhecimento em agricultura é bem válido”, ressaltou. “Tendo conhecimento de classificação, você está garantindo um produto de qualidade”, concluiu.
Diferentes teor de amido em grãos de milho Revista do Produtor Rural do Paraná
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Tratores: cuidar de detalhes garante segurança e economia Prestar atenção aos detalhes de cada motor faz toda a diferença na operação e manutenção de tratores. Esta foi a principal mensagem do curso do Senar, realizado, em janeiro, para a equipe de funcionários da Fazenda Águas Belas (Grupo Leh), na localidade de Taguá, em Guarapuava. Na administração da fazenda, Reiner Mathias Leh explicou porque incentivou colaboradores a participar: “Às vezes, a prática se torna um instrumento maior do que a teoria, mas é importante eles relembrarem como funciona e a importância de cada parte do trator”. O instrutor Rubens Gelinski afirmou que, com mais conhecimento, “há ganhos, tanto para a empresa quanto para o colaborador”, já que se evita quebras por falta de manutenção. Mas para isso, complementou, detalhes são importantes: saber os lubrificantes indicados para cada modelo e marca, o correto momento de trocar o óleo, a for-
Jilvanil Soares
Osmar dos Santos
ma adequada de engate e desengate de implementos, entre vários outros procedimentos, como traduzir em números a derrapagem das rodas durante a operação. Um dos alunos, Jilvanil Soares, enfatizou que, apesar da experiência de 10 anos na fazenda, ainda existem “pequenos detalhes que a gente não conhece”. Osmar dos
Reiner Mathias Leh
Santos, que também cuida da parte mecânica, comentou as explicações que acompanhou com atenção: “É muito proveitoso. Estamos descobrindo muita coisa nova que a gente não sabia – A tecnologia está avançando, então temos de continuar nos aperfeiçoando, para mais tarde garantir o emprego na fazenda”.
Prevenção e combate a incêndios: conscientização é a palavra
Armazenista: demanda de mercado
Outro curso do SENAR, realizado também em janeiro, na Fazenda Santa Izabel (Grupo Reinhofer), no distrito de Entre Rios (Guarapuava), enfocou a prevenção e o combate a incêndios na área rural, um tema que vem ganhando cada vez mais atenção, por sua importância ambiental, econômica e de segurança na propriedade. O instrutor, Daniel Giorno do Nascimento, contou que o principal objetivo foi abordar, com teoria e prática, a técnica de prevenção e o combate aos incêndios florestais, além de conscientização, legislação e formação de brigadas. Sobre a definição desses grupos, nas fazendas, ele enfatizou que é necessário definir o papel e a hierarquia de cada um, para evitar a “correria” na hora de combate ao fogo. Para Giorno do Nascimento, o principal ponto para evitar incêndios é a conscientização, desde os funcionários até os visitantes e prestadores de serviço. Ele defende também um trabalho de informação junto a comunidades próximas de onde existam áreas de floresta, com a difusão da informação incluindo os alunos de escolas locais. Mas de acordo com o instrutor, na eventual ocorrência de fogo, é fundamental que as florestas estejam preparadas, contendo os chamados aceiros, que são áreas sem vegetação, no meio dos talhões, para interromper a propagação do incêndio. É nesses casos, segundo acrescentou, que a divisão de tarefas ajudará a combater ou controlar a situação. “O importante, na hora em que se chega ao lugar do fogo, antes de sair para todos os lados, combatendo, é avaliar, ver para que lado que está indo o fogo, o que ele pode atingir, como fazer este combate. Feita esta avaliação, se começa o combate”, detalhou.
O Curso Armazenista aconteceu no final de janeiro, no Sindicato Rural de Guarapuava (teoria) e na Beneficiadora de Batatas Guará (prática). O instrutor Pedro Felipe Kastel explica que o curso abrange todo o processo de armazenamento, desde o recebimento do produto na unidade armazenadora, até a descarga nas moegas, classificação, pré-limpeza, secagem, pós-limpeza, armazenagem, aeração, termometria, controle de pragas até a expedição. “Dados estatísticos no Brasil mostram que há 10% de perda de grãos no processo de armazenagem. Então, nosso treinamento visa a redução dessas perdas, uma melhoria da eficiência das máquinas e capacitação desse profissional”, pontua Kastel. O instrutor também comenta sobre a falta de profissional capacitado na área de armazenagem. “É uma área que ficou muito tempo esquecida no que diz respeito à qualificação desse pessoal. Os equipamentos começaram a evoluir nos últimos anos e falta profissional qualificado. Com o treinamento, é possível melhorar o dia a dia do profissional e gerar também uma lucratividade maior para empresa”. A segurança do trabalho também foi abordada no curso. O participante Sebastião Donizete trabalha há 21 anos na área de armazenagem e mesmo com tanta experiência afirma que o curso vai ajudar muito na sua rotina. “Ajudou muito, principalmente na parte de secadores e aeração. A gente tinha conhecimento, mas algumas coisas mostradas aqui foram novas”.
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Projeto Identidade Sindical
Descontos para sócios do Sindicato Rural de Guarapuava
N
esta primeira edição do ano da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ, dedicamos algumas páginas para mostrar aos nossos leitores quais são as empresas parceiras do Sindicato Rural no projeto Identidade Sindical, onde o associado apresenta a carteirinha de sócio e obtém descontos ou outro benefício. Se você ainda não tem a carteirinha, corra à entidade e solicite a sua! Empresas interessadas em ser parceiras do projeto em 2015, oferecendo benefícios aos mais de 1.000 sócios do Sindicato, devem entrar em contato pelo telefone (42) 3623-1115. Confira a lista completa dos parceiros de 2015. Os descontos para os sócios estão nas páginas 8 e 9 desta edição.
GUARAPUAVA Zico Ferragens A Zico Motosserras é uma concessionária autorizada da Stihl. Ela está em Guarapuava desde 1996. A loja oferece soluções inovadoras aos mercados de serviços, infraestrutura, agropecuário, florestal e doméstico, através de produtos de alta qualidade e serviços que visam garantir a satisfação e fidelidade do cliente. Av. Manoel Ribas, 3014 - Conradinho - Tel.: (42) 3623-8663
Agro Tatu A Agro Tatu esta há 4 anos em Guarapuava, trabalhando para os agricultores da cidade e região. Tem como parceiros Industrial KF, Plado Brasil, Irriga Brasil, Watanabea e Micron. Av. Sebastião de Camargo, Ribas, 2073 - Bonsucesso - Tel.: (42) 3624-1919 Juliano Ida, Marildo Antônio Ferreira, Edson Baganotto e Laureci Paz
Yázigi O Yázigi atua há 10 anos na área de ensino de idiomas em Guarapuava. Oferece um ensino que vai além da sala de aula, mas com destino certo: o seu aprendizado. A escola, na cidade, oferece o ensino de duas línguas: inglês e alemão. Inglês a partir dos 3 anos de idade e alemão a partir de 8 anos. Rua Capitão Frederico Virmond,1760, Centro - Tel.: (42) 3623-6655
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Instituto Atena O Instituto Atena é uma clínica odontológica especializada em implantodontia e atendimentos clínicos gerais. O local é voltado à saúde bucal, buscando oferecer atendimento personalizado. Rua Brigadeiro Rocha, 1483 - sala 1 - Tel.: (42) 4101-2662 Dr. Diego Rodrigues dos Santos e a funcionária Marina dos Santos de Oliveira
Uniflora A Uniflora é uma empresa de engenharia florestal, cartografia e meio ambiente, fundada em 2003. Sua experiência, entretanto, acumula mais de duas décadas de consultoria, elaboração de projetos e resolução de problemas, sempre com foco na satisfação do cliente. Rua 05 de Outubro,1593 - Trianon - Tel.: (42) 3622-9164 Reni Rosa Orzechowski
Agroboi A Agroboi está há 43 anos em Guarapuava. A loja possui produtos agropecuários, agrícolas e vestuário voltado para o campo. Além disso, a Agroboi também possui pet shop incluindo banho e tosa, clínica veterinária e laboratório de anemia infecciosa para equinos. Rua Guaíra, 3169 - Centro - Tel.: (42) 3623-4455
Promissor Seguros A Promissor S/A Administração e Corretagem de Seguros está em Guarapuava desde 1979. A empresa presta serviço em todos os ramos de seguro, atendendo o público geral da cidade e região. Rua Getúlio Vargas, 2707 - Bairro dos Estados - Tel.: (42) 3623-1555 Sandra Maneira, José Maneira, Rosangela Maneira, Renata Maneira, Andressa Lima e Mara Almeida
Retífica Scartezini A Retífica Scartezini está há mais de 30 anos em Guarapuava. Seus serviços são prestados na área de retífica e montagem de motores a gasolina/etanol e diesel e reprogramação eletrônica diesel. Atualmente, a empresa atua também nas regiões de Prudentópolis, Pitanga, Candói e Pinhão. Rua Mabel Granier, 1820 - Conradinho - Tel.: (42) 3624-3244 Marco Aurélio Scartezini e Felipe Scartezini
Deragro A Deragro está em Guarapuava há 18 anos. A distribuidora de insumos agrícolas atende os produtores rurais com a venda de fertilizantes, adubos e defensivos, prestando também assistência técnica em propriedades de Guarapuava e região. Av. Manoel Ribas, 2940 - Vila Buck - Tels.: (42) 3621-1816 / 8812-5367 Maria Eduarda Barbosa
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Probicho A Probicho há 7 anos atende o público ligado ao meio agropecuário. É uma loja especializada em produtos para equinos e animais de grande porte. Possui rações, suplementos e medicamentos. Av. Sen. Nereu Ramos, 2164 - Bonsucesso Tel.: (42) 3035-4001
Guarafer A Guarafer atende Guarapuava e região há dois anos, no ramo de pintura, oferecendo tintas automotivas, imobiliárias, industriais e marcenaria. Na loja, o cliente encontra também todos os acessórios para as pinturas. Rua Xavier da Silva, 1983 Tel.: (42) 3621-8000
Batatas Guará A Beneficiadora de Batatas Guará está desde 1991 em Guarapuava. A empresa atende os agricultores nos mais diversos setores, insumos agrícolas, armazenagem, compra e venda de grãos, e beneficiamento de batata. A Batatas Guará é uma representante oficial dos produtos New Deal Agroscience na cidade. Rodovia BR 277 - Km 351 - Tel.: (42) 3627-4554 / 3627-1228 Liziane Guedes
Zanella Controle de Pragas A empresa Zanella Controle de Pragas atua nas áreas de desinsetização, descupinização, desratização e higienização química em silos. Atende residências urbanas e propriedades rurais. A empresa possui todos os requisitos legais na área, tanto em âmbito municipal, estadual ou federal. Rua Frei Caneca, 1682 - Santana - Tel.: (42) 3036-1882 / 9866-3782 Tatiane Mendes Correia, Alex Quintino Vaz Germany, Aelson Luiz Ribas, Santino Graça C. Júnior e Adilson Zanella
Lupis Tecnologia e Sistemas A Lupis atende Guarapuava há 15 anos prestando assistência técnica, vendas e consultoria na área de informática. Comercializa equipamentos, prestando serviços de suporte e manutenção em computadores, notebooks, impressoras e sistemas de informação. Rua Benjamin Constant, 515 - Centro – Sala 01 - Tel.: (42) 3623-8121 Herley Guimarães
Praisce Capital Há 5 anos, a Praisce Capital, em Guarapuava, presta serviços de assessoria financeira, distribuição de títulos e valores imobiliários. Atuando em ações, commodities e renda física. Rua Quintino Bocaiúva, 1352 - Centro - Loja 04 - Tels: (42) 3035-0707 / 3035-7787 Bruno Heckler, Lucas Soldan Ponchon e Hiro Meguro
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OdontoArt A OdontoArt é um consultório odontológico que atende as especialidades de implantodontia, ortodontia, estética, prótese e clínica geral. Atende há 5 anos em Guarapuava, buscando sempre a satisfação do cliente. Rua XV de Novembro, 7733 - Centro - Telefone: (42) 3622-3636 Dra. Fabíola Ayres Proença, Dra. Ana Karoline Marcondes, Dr. Gustavo Moritz Silva, Dra. Francis Mirie Harada e Dr. Gidalti Bueno Linhares
Guarapet A Guarapet possui toda a linha de produtos e atendimento que seu animal de estimação precisa. Rações para cães e gatos, banho e tosa e clínica veterinária. Há três anos o pet shop atende em Guarapuava. Rua Dezessete de Julho, 1975 - Trianon - Tel.: (42) 3623-0145
Torre Forte Saúde A Torre Forte Saúde atende na área de medicina e segurança do trabalho. Atua na implantação e gestão de programas de segurança e saúde do trabalhador, atendendo também as exigências do Ministério do Trabalho e Previdência Social. A Torre Forte possui uma linha especial para o trabalhador rural, a chamada Torre Forte Saúde Rural. Rua Marechal Floriano Peixoto, 989 - Centro - Tel.: (42) 3622-2024 Ruan Gabriel Batista Coniezmi e Ednilson José Coniezmi
Dacoregio Automotivo A Dacoregio automotivo atende há 20 anos Guarapuava e região com pneus, rodas, alinhamento, balanceamento, suspensão, freios e troca de óleo. A Dacoregio é especializada em caminhonetes. É revendedora autorizada da Yokohama. Rua XV de Novembro, 5183 - Alto da XV - Tel.: (42) 3623-2984
Betoagro Corretora de Cereais A Betoagro presta serviços na comercialização de safras, sendo soja, milho e trigo. Atua na cadeia produtiva agrícola e busca parceiros através da intermediação de negócios, procurando a otimização contínua do desempenho do agronegócio paranaense e do Brasil. Rua Marechal Floriano Peixoto, 2208, Centro - Tel.: (42) 3623-1053 Beto Xavier
Agrocenter Desde 2009, a Agrocenter atende a classe produtora rural em Guarapuava e região. Oferecendo insumos agrícolas, fertilizantes, sementes, defensivos e assistência técnica. Rua Prof. Pedro Carli, 4601 - Vila Carli - Tel.: (42) 3624-4245
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Fundição Gaioski Há 25 anos em Guarapuava, a Fundição Gaioski oferece a produção de vários implementos agrícolas, como: rolos destorroadores para melhor cobertura das sementes, espalhador, distribuidor de palha (cevada e trigo), renovador de pastagens e grelhas para secadores de cereais. Av. Sumaré, 898 - Distrito Industrial - Guarapuava - Tel.: (42) 3627-1624
Auto Escola Barão A Auto Escola Barão atende há 11 anos em Guarapuava. A auto escola oferece habilitação em carro e moto e também renovação de carteira dos dois veículos. Rua Guaíra, 2834 - Centro - Tel.: (42) 3623-3083
Agroplan Há 40 anos, a Agroplan atua em Guarapuava, colaborando com o agricultor na desafiadora missão de cultivar a terra e produzir alimentos. Rua Saldanha Marinho, 4057 - Vila Carli - Tel.: (42) 3624-1718
CS Ambiental A CS Ambiental atuante no mercado de prestação de serviços desde 2006, realizando trabalhos, elaboração de projetos, gerenciamento e gestão ambiental, e através do desenvolvimento de projetos com profissionais capacitados e com ótima estrutura física, busca de maneira eficaz adequar os empreendimentos as normas e legislações ambientais vigentes, em todos os ramos de atividades de empreendimentos privados e na área publica. Avenida Manoel Ribas, 1422, Centro - Tel.: (42) 3622-9250
Laboratório Góes Há 23 anos no mercado da região, o Laboratório Góes vem de uma história de muito trabalho, pesquisa e aperfeiçoamento. A empresa hoje possui uma unidade técnica e 6 postos de coleta, incluindo clínicas e hospitais, geridos sob a sua marca nos exames de análises clínicas. Rua Marechal Floriano Peixoto, 1059 - Sala 01 - Tel.: (42) 3623-9003
Relojoaria Pérola I Há 50 anos a Relojoaria Pérola I atua no ramo de vendas de jóias, relógios e presentes. Além disso, o estabelecimento também conserta qualquer tipo de danos em qualquer jóia ou relógio. Rua Saldanha Marinho, 1619 - Centro - Tel.: (42) 3035-4989
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Unicesumar O Centro Universitário Cesumar - Unicesumar, tem como missão promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, tanto presencial, como no ensino a distância, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Rua XV de Novembro, 6198 - Tel.: (42) 3624-7552
ZK Assessoria Contábil A ZK Assessoria Contábil Decisorial é uma empresa com experiência no auxílio à tomada de decisões dos empresários, tanto as tributárias, perante o Fisco, quanto as gerenciais, saúde financeira e patrimonial. Fundada em 2006, localizada em Entre Rios - Guarapuava-PR, atualmente conta também com filial em Luiz Eduardo Magalhães-BA. Rua Sete, 933, Col. Vitória - Distrito de Entre Rios - Guarapuava - Tel.: (42) 3625-2049
OdontoX Atua na área de radiologia crânio facial, oferecendo serviços de qualidade e precisão. Rua Quintino Bocaiuva, 1739 - Centro - Tel.: (42) 3623-3347
CANDÓI Loja Vargas A Loja Vargas trabalha com móveis, eletrodomésticos e material de construção em geral. Atende há mais de 20 anos no município de Candói. Rua Manoel Lopes de Oliveira, 2025 - Tel.: (42) 3638-1579 Alessandra Severo Duarte, Margarete de Vargas, Eleandro Antônio de Vargas, Edison Adriano de Vargas e Mayko Luiz Barcelos.
Farmácia Nossa Senhora de Fátima Trabalha com a venda de medicamentos e perfumaria em geral. Atende há 44 anos no município de Candói. Av. XV de Novembro, 67 - Tel.: (42) 3638- 1112 Antônio Lineu Martins e Vilson dos Santos
Agrícola Colferai Trabalha com transportes de insumos agrícolas e comércio de cereais. Atua há 20 anos em Candói. • Avenida XV de Novembro, 2305 Tel.: (42) 3638-1153 - Candói
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• Av. Epaminondas Fritz, 245 - Centro Tel.: (42) 3636-1649 - Cantagalo
Produtores em destaque Jovem produtor em destaque
Leonardo Obal
Propriedade: Chácara das Pedras Local: Rio das Pedras/Guarapuava-PR Atividade: agricultura, pecuária de corte e leite, reflorestamento
Aramis Lineo Mendes Siqueira Propriedade: Agropecuária Passo Velho Local: Campina do Simão-PR Atividade: Agricultura e pecuária de corte
Marcos Antônio Seitz,
filho de Regina e Helmuth Seitz. Propriedade: São Bento e Santo Izidoro Local: Guarapuava-PR e Santa Maria do Oeste-PR Atividade: Agricultura
Parabéns surpresa
Associados e parceiros do Sindicato Rural de Guarapuava que participaram da palestra sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), ministrada pela advogada Samanta Pineda no dia 11 de dezembro/2014, cantaram parabéns para o presidente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, ao final da palestra. Colaboradores e participantes da palestra aniversariantes de dezembro também sopraram a velinha.
Profissionais em destaque
Advantage Consultoria em T.I.: Alex Trindade Barbosa, Allan Patrick Ksiaskiewcz e Julian Henrique Ksiaskiewcz
Kleyton Romualdo Kramer (Agroboi) e Juliano de Souza (Naturovita)
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ns e e t & s d i ral k Espaรงo ru
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1. Bianca Milla (14 anos), filha de Sandra e Alfred Milla e Milena Nauy, 13 anos, filha de Carmem e Siegbert Nauy, em lavoura no distrito de Entre Rios/Guarapuava-PR
2. Júlia Nauy (9 anos), filha de Carmem e Siegbert Nauy, na Fazenda São João - Taguá, em Guarapuava-PR
3. Miguel Silvestri Araujo de Souza (1 ano e 8 meses), filho de Caroline Silvestri A. Souza e Carlos Vinícius de Souza e Maria Júlia Araújo Soares (4 anos), filha de Luciane Silvestri A. Soares e Almir Soares Júnior na Fazenda Paiquerê, em Campina do Simão-PR
4. João Vitor Carvalho Zampier (11 anos), filho de Daiany Carvalho Zampier e Miguel Zampier na Agropecuária Zampier, em Boa Ventura de São Roque-PR
5. Pedro José Carvalho Zampier (1 ano e 3 meses), filho de Daiany Carvalho Zampier e Miguel Zampier na Agropecuária Zampier, em Boa Ventura de São Roque-PR
6. Benício Ida Alves Teixeira (2 anos), filho de Ana Laura Alves
Teixeira e Guilherme Ida no rodeio do CTG João Otávio Leite, de Loanda/PR
7. Max Augusto Küster Filho (16 anos), filho de Amália R. A. Teixeira Küster e Max Augusto Küster com seu afilhado Benício 8. Samuel Araújo (3 anos) tirando uma “soneca” no treino de laço na Fazenda San Sebastian, em Candói-PR
9. Samuel Araújo com o amigo Renan Samuel de Abreu (8 anos),
filho de Leonilda e Reginaldo Abreu, na Fazenda San Sebastian, em Candói-PR
: e-mail para o r o t o f m .co .b ua Envie s o@srgpuava icaca comun
10. Anna Carolina Schäfer (12 anos), filha de Márcio Geraldo Schäfer e Leni König Schäfer. Foto tirada na propriedade de Werner König, na Vila Arco Íris – Erval Seco/ RS, em 2013
11. Matheus Marcio Schäfer (17 anos), filho de Márcio Geraldo
Schäfer e Leni König Schäfer. Foto tirada em Candói, em 2012
Março
01/03 01/03 01/03 01/03 02/03 03/03 03/03 03/03 03/03 03/03 04/03 04/03 04/03 04/03 05/03 05/03 05/03 05/03 05/03 05/03 06/03 06/03 06/03 08/03 09/03
Dario Cebulski Dilceia Maria Araújo Espinola Janete Ap. Honorio Sprotte Josef Zimmermann Edegar Leh Alessandro Illich Carlos Eduardo Rickli Joana Lopes de Araújo Teofilo Martin Valdomiro Kava Albert Korpasch Eugenia Paczkowski Johann Geier Maria de Jesus R. Cordeiro Hugo Martinazzo Jorge dos Santos Jose Massamitsu Kohatsu Josef Karl Marcos Fco. Araújo Martins Natascha Abt Herminio Minoru Kaneko Joceli Vetorassi Luciano Kloster Arruda Nezio Toledo Fabio Roberto Lustosa
09/03 09/03 09/03 10/03 10/03 10/03 11/03 11/03 11/03 11/03 12/03 12/03 13/03 14/03 14/03 15/03 15/03 16/03 16/03 16/03 16/03 17/03 17/03 17/03 18/03
Luiz Lechackoski Moacir Antônio Nervis Wienfried Matthias Leh Diovani Silvestrin Ines Maria Cleto Pacheco Wendelin Hering Armando Virmond de Abreu Emiria Nakano Joao Sebastião Stora Nelson Mugnol Gilberto Maack Kurowski Roman Keller Rodolpho T. de J. Botelho Gabriel Gerster Gerhard Josef Wilk Cláudio Marath João Luiz Schimim Celia Regina Carollo Silvestri Graziela Gerster Jose Acyr dos Santos Mathias Zehr Cláudio Virmond Kiryla Dario Caldas Serpa Mail Marques de Azevedo Adriano Pereira Subira
18/03 19/03 19/03 19/03 19/03 20/03 20/03 20/03 20/03 20/03 21/03 21/03 22/03 22/03 23/03 23/03 23/03 23/03 23/03 23/03 24/03 24/03 24/03 24/03
Fabrício G. Lustoza Araújo Dirceu Fabricio Hermann Josef Scherer José Amoriti Trinco Ribeiro Wiliam Rickli Siqueira Eloa Bochnia Jackson Fassbinder Lorival Hirt Neiri Lopes de Almeida Nelvir de Jesus Gadens Ana Hertz Giovane Ivatiuk Hildegard Abt Horst Schwarz Adolf Duhatschek Laury Luiz Kunz Luciane Maciel Almeida Renato Augusto T. Cruz Solange Ribas Cleve Vanderlei Ramires Diego Luiz Begnini Ernest Milla Helga Reinhofer Illich Lincoln Campello
24/03 25/03 25/03 25/03 25/03 25/03 25/03 26/03 27/03 27/03 27/03 27/03 27/03 27/03 28/03 28/03 28/03 28/03 28/03 29/03 30/03 30/03 30/03 31/03
Pedro Konjunski Sobrinho Anton Keller I Bruno Reinhofer Daniela Baitala P. Losso Klüber Jose Ewaldo Fagundes Schier Ladir Zanella Marielle Martins Marcondes Rafael Marcondes Trombini Alex Franz Oster David Kluber Erika Hildegard Duch Illich Evald Zimmermann Marcos Martins Antonio Thamm Vaterlo Haeffmer Adilson Karam Junior Celso Marcelo Maciel Monica Casagrande Odilon Casagrande Pellisson Kaminski Milton Luiz Do Prado Aristeu Vuicik Francisco A. Martins Lima Luiz Carlos Colferai Jaciel Do Valle
Abril
Aniversariantes/2015
01/04 02/04 02/04 03/04 03/04 03/04 03/04 03/04 03/04 04/04 04/04 05/04 05/04 05/04 05/04 05/04 06/04 06/04 06/04 06/04 06/04
Josef Siegfrid Winkler Hermann Weigand Lilian Maria B. Dacoregio Alaor Sebastião Teixeira Alfredo Bernardini Arnaldo Stock Júnior Joair Mendes Pereira Júnior Josef Pfann Filho Stefan Buhali Eduardo Vollweiter Hermine Leh Adelaide Ap. P. Zanona Carla Renata Araújo Lustosa Francisco A. Caldas Serpa Luiz Carlos Schwarz Ricardo Marcondes Teixeira Ana Maria Lopes Ribeiro Celso Carlos Carollo Silvestri Luciana Vargas Roberto Keller Roberto Korpasch
07/04 07/04 08/04 08/04 08/04 09/04 09/04 09/04 10/04 10/04 11/04 11/04 11/04 12/04 12/04 12/04 12/04 13/04 13/04 13/04 13/04
Carlos Eduardo M. Ribas Rafael Majowski Gunther Gumpl Paulo Cesar Muzzolon Roberto Cesar M. de Araújo Martin Heiser Nelson Batista de Almeida Romeu Felchak Amarilio Augusto de O. Krüger Herbert Keller Ciro Cezar Mendes Araújo Maria das Graças M. Teixeira Sidnei Ferreira da Silva Andreas Milla I Marcelo Ferreira Ransolin Rozendo Neves Valdomiro Kaveski Alberto Tokarski Guilherme Illich Ricardo Martins Kaminski Rodrigo Castelini
14/04 14/04 14/04 15/04 15/04 15/04 15/04 16/04 16/04 16/04 17/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 18/04 19/04 20/04 20/04
Adelcio Granemann Fritz Onair Rodrigues de Bairros Peter Spiess Junior Anton Annas Roland Jung Valdir Antoninho Dezingrini Wolfgang Mullerleily Harald Korpasch Helmut Keller Helmuth José Seitz Moyses Kaminski Anton Fassbinder Junior Carlos Bodnar Edio Sander Fernando Ruiz Dias Júnior Heinrich Siegmud Stader José Szemanski Filho Morel Lustosa Ribas Josef Schwemlein Dalton Cezar M. Queiroz Manfred Stefan Spieler
20/04 21/04 21/04 21/04 22/04 22/04 22/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 23/04 24/04 27/04 28/04 28/04 30/04 30/04
Romancite Jose Silvério Carlos Eduardo R. de Abreu Jose Henrique C. Lustosa Leonidas Ferreira C. Filho Garcia de Matos Cardoso Hermann Karly Vera Terezinha Eidam Estefano Kich Jose Martyn Paulo Henrique C. Klopfleisch Ralf Karly Serlei Antonio Denardi Stefan Gerster Filho Wilson Carlos Haas Gunter Reichhardt Priscila Zanatta Huberto José Limberger Moacir Kenji Aoyagui Acyr Loures Pacheco Filho Jairo Luiz Ramos Neto
Confira a agenda de eventos agropecuários:
Dia de Campo de Verão Agrária
04 e 05 de março de 2015 Fapa / Entre Rios / Guarapuava Fone: (42) 3625-8080
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Expodireto Cotrijal 2015 09 a 13 de março Não-Me-Toque – RS. expodireto@cotrijal.com.br Fone: (54) 3332-3636
Mar/Abr
2015
AGRISHOW – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação
27 de abril a 01 de maio de 2015 Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do CentroLeste, em Ribeirão Preto – SP. visitante.agrishow@informa.com
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