ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano IX - Nº 57 - Out/Nov 2016 Distribuição gratuita
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Seminário Erva-Mate XXI traz perspectivas do setor ervateiro
Agroindústria
Agrária inaugura três grandes obras, com investimentos que totalizam R$ 800 milhões
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WinterShow: tudo sobre culturas de inverno
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Especial
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Manchete
Culturas de inverno Trigo: clima faz florescer esperança de boa safra
Programa chega a Guarapuava e busca difundir práticas agropecuárias, econômicas, sociais e sustentáveis
PROJETOS
Emater realiza reunião sobre agroindústria e turismo rural
LEGISLAÇÃO RURAL
Sindicato inicia orientação jurídica para associados
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Sindicato Rural e Justiça do Trabalho promovem evento para crianças
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Responsabilidade social
PISACOOP
ALIMENTOS
Encontro discutiu Inspeções Sanitárias e Saúde Pública
Diretoria Presidente
1º Vice Presidente
2º Vice Presidente
1º Secretário
2º Secretário
1º Tesoureiro
2º Tesoureiro
Rodolpho Luiz Werneck Botelho
Josef Pfann Filho
Anton Gora
Gibran Thives Araújo
Cícero Passos de Lacerda
João Arthur Barbosa Lima
Jairo Luiz Ramos Neto
Conselho Fiscal Titulares:
Lincoln Campello
Suplentes:
Luiz Carlos Colferai
Carlos Eduardo dos Santos Luhm
Alexandre Seitz
Projeto gráfico
Redação/Fotografia Editora-Chefe
Repórter
Repórter
Luciana de Queiroga Bren Reg. Prof. 4333
Manoel Godoy
Geyssica Reis
Anton Gottfried Egles
Roberto Eduardo Nascimento da Cunha
Nossa capa
Foto: Cassiano Correia
Pré-distribuição
Roberto Niczay Arkétipo Agrocomunicação
Distribuição
Endereço: Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon CEP 85070-165 - Guarapuava - PR Fone/Fax: (42) 3623-1115 Email: comunicacao@srgpuava.com.br Site: www.srgpuava.com.br
Guarapuava, Candói e Cantagalo:
Extensão de Base Candói Rua XV de Novembro, 2687 Fone: (42) 3638-1721 Candói - PR
Distrito de Entre Rios:
Extensão de Base Cantagalo Rua Olavo Bilac, 59 - Sala 2 Fone: (42) 3636-1529 Cantagalo - PR
Mundial Exprex
Impressão: Midiograf - Gráfica e Editora Tiragem: 2.500 exemplares André Zentner
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Os artigos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da REVISTA DO PRODUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.
Editorial
Rodolpho Luiz Werneck Botelho Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava
UM PANORAMA DA AGROPECUÁRIA LOCAL
É
com alegria que o Sindicato Rural de Guarapuava traz a seus associados e aos produtores rurais em geral mais uma edição da Revista do Produtor Rural do Paraná. Como a agropecuária é ampla, enfocamos um evento que colocou em primeiro plano uma cultura que fez história no Paraná e que até hoje é importante: a erva-mate. Nossa matéria principal, sobre o Seminário Erva-Mate XXI, ocorrido em outubro, em Curitiba, mostra que pesquisadores, produtores e indústrias estão pensando sobre novos caminhos que assegurem diversificação de produtos e expansão de mercados. Conversamos também com produtores de Guarapuava que participaram do encontro. Às culturas de inverno, especialmente importantes em Guarapuava e região, abrimos de novo grande espaço: nossas páginas trazem um panorama do WinterShow 2016. Promovido pela Cooperativa Agrária e a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), o evento enfoca especificamente estes cultivos de grande importância agronômica e comercial. Apoiadores do WinterShow, mostramos a participação do Sindicato Rural, com estande que representou o Sistema FAEP.
E como o trigo é a cultura de inverno que está agora no centro das discussões sobre preço e perspectivas, trazemos ainda matéria sobre a reunião que a Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas realizou, dia 18 de outubro, no Sindicato Rural. O trigo foi o principal tema do encontro. Outra matéria reflete também as expectativas para a próxima safra de verão. Além dos números nacionais e estaduais, um produtor da região conta o que espera de suas lavouras de milho e soja. Mas atentos à diversificação de atividades, publicamos além disso matéria sobre um encontro que recentemente debateu o turismo rural e a agroindustrialização na região. Outro evento que destacamos foi o Encontro Estadual das Inspeções Sanitárias do Paraná, realizado em Guarapuava. A Ovinotec, promovida pela Cooperaliança, é mais um destaque. Como sempre, o evento se notabilizou pelo alto nível de suas palestras e debates, contribuindo para fortalecer a produção de carne ovina. Acreditamos assim oferecer mais uma vez um panorama do agronegócio local. A todos desejamos uma boa leitura!
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Canola - Cena registrada durante o WinterShow 2016
Foto: Manoel Godoy / Sindicato Rural de Guarapuava
ARTIGO Anton Gora
Produtor rural, diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná
Pessoas que fazem história
N
o dia 02 de outubro faleceu a Sra. Cleuza Werneck de Junqueira Botelho, esposa do Sr. Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho e mãe do nosso presidente Rodolpho Luiz Werneck Botelho. À família, as nossas condolências, vamos sentir muito a sua ausência, pela personalidade que foi. No dia 07 de outubro de 2016 foi inaugurada a indústria de milho da Agrária e a ampliação da maltaria, tornando-se a maior maltaria da América Latina, com a presença de personalidades ilustres, como o governador do Paraná, Ministro da Agricultura, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, cooperados , produtores, jornalistas e público em geral. Mas, enfim, o que tem a família Werneck a ver com o crescimento da Agrária? Tudo! Foi por interferência do então Secretário da Agricultura do Paraná, Engenheiro Agrônomo Sr. Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, conhecido por François Werneck e também Lacerda Werneck, pai de Cleusa Werneck que os suábios vieram colonizar Entre Rios, na cidade de Guarapuava. Originalmente os suábios, refugiados da II Guerra Mundial, deveriam vir para o Brasil e serem assentados no estado de Goiás. Quando o Sr. Werneck ficou sabendo da colonização, entrou em contato com os organizadores e com o apoio do então Governador Bento Munhoz da Rocha Neto trouxe-os para cultivarem os campos de Guarapuava, com a missão de produzir trigo, que era importado integralmente de outros países. Os campos
de Guarapuava até então eram explorados pela pecuária extensiva. O Sr. Werneck, com a sua visão de longo prazo, entendia que os Campos Gerais do terceiro planalto tinham muito mais a oferecer. Foi tudo cuidadosamente planejado, em seus mínimos detalhes, com uma visão que ainda hoje é moderna, que inspira e serve de exemplo para o país e o mundo. Essa foi a primeira Reforma Agrária no Brasil. O governo estadual comprou áreas extensas e as revendeu aos colonizadores. Vendeu, não doou. Junto com uma área agricultável, o beneficiário também tinha que adquirir 5 hectares de mata, que funcionaria como Reserva Legal. Trouxe pesquisa, assistência técnica e a semente plantada frutificou, se multiplicou. Hoje Guarapuava tem as maiores produtividades de milho do mundo, tem expressivas produtividades na soja, é líder em culturas de inverno. As terras mais caras hoje estão em Guarapuava. Áreas consideradas improdutivas hoje são exemplo de produtividade. Esse foi o trabalho do Sr. Werneck, esses são os seus resultados. Os trabalhos tiveram continuidade com o Sr. Mathias Leh, que fortaleceu o cooperado, investiu na área social, cultural e iniciou a industrialização. A atual diretoria da Cooperativa Agrária está dando continuidade a esse trabalho e os resultados são inquestionáveis, basta olhar hoje para os campos de Guarapuava. O Brasil tem futuro, basta seguir o exemplo do Sr. Werneck.
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Notas de falecimentos É com pesar que o Sindicato Rural de Guarapuava comunica o falecimento, no mês de outubro, de quatro de seus associados.
A Srª Cleuza Werneck de Junqueira Botelho, esposa do Sr. Rodolpho Tavares de Junqueira Botelho, faleceu no dia 2 de outubro. Ela deixa esposo e três filhos: Rodolpho Luiz Werneck Botelho (presidente do Sindicato Rural de Guarapuava), Luciane Werneck Botelho e Mariane Werneck Botelho.
O produtor rural Eduardo Gelinski (sócio nº 100) morreu na noite do dia 5 de outubro. Gelinski foi vereador em Guarapuava.
O sócio Thiago Mayer, 28 anos, morreu no dia 6 de outubro em decorrência de um acidente de carro.
O associado Walter Peter Weckl faleceu no dia 16 de outubro. Ele deixa a esposa Sra. Brigit Tereza Leh Weckl e os filhos Alexander e Marcelo.
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Às famílias dos associados, compartilhando do mesmo pesar, desejamos força para atravessar este momento. Revista do Produtor Rural do Paraná
Visão empresarial
Tecnologia inglesa, fabricada no Brasil, inovando no campo
O
Grupo Engepeças, empresa com 33 anos de tradição no mercado de equipamentos pesados, possui estrutura para atender o mercado nacional com peças de reposição e serviços para aplicação nas linhas Caterpillar e Komatsu, motores Diesel Cummins, além de ferramentas de penetração de solo, material rodante e pneus para todas as linhas. Desde o ano de 2009 a Engepeças é distribuidora exclusiva dos equipamentos JCB no Paraná, oferecendo portfólio de máquinas com tecnologia inglesa, peças genuínas, estrutura de pós-venda e assistência técnica especializada. Produzindo maquinário agrícola desde 1945, a JCB se mantém na linha de frente da inovação. Inventora da retroescavadeira e do manipulador telescópico, está sempre investindo em pesquisas e desenvolvimento ao longo de seus 71 anos. Hoje, a JCB está presente em 150 países, possui mais de 2.000 pontos de venda e 22 fábricas. Uma delas sediada no Brasil, na cidade de Sorocaba, em São Paulo, onde são produzidos 6 modelos de equipamentos. Além destes, mais 14 são comercializados no país, totalizando 20 modelos que combinam robustez e versatilidade. Com o objetivo de reforçar a presença no agronegócio brasileiro, a JCB e a Engepeças ampliam a gama de máquinas agrícolas com as retroescavadeiras 4CX e 3CX Agrimaster, a Pá Carregadeira 422ZX e o Loadall Agrícola (Manipulador Telescópico 531-70), equipados com motores de até 114HP, “Live-Link” (sistema de monitoramento à distância) e engate rápido frontal. Para que o produtor possa utilizar a máquina de acordo com a sua necessidade de trabalho no campo, a JCB disponibiliza também acessórios como caçambas, garfos pallets e lanças extensivas para carregamento de big bags que podem ser acoplados facilmente pelo operador, trazendo agilidade para atividades como manipulação de grãos, fertilizantes, fardos de algodão ou feno, carregamento de palha em usinas de cana-de-açúcar, além de atuar na cadeia de biomassa. A Engepeças tem a combinação perfeita entre um portfólio diversificado dos produtos agrícolas JCB e assessoria especializada no agronegócio. São 8 lojas em mercados estratégicos atendendo todo o território nacional com peças de reposição, 4 delas no Paraná: Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá para atender todos as regiões do estado.
Manipulador Telescópico Agrícola JCB 531-70
Filial Engepeças Cascavel
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Produtor rural pergunta
Sindicato Rural responde
“O QUE SÃO ESTAS PLANTAS?” Produtor Rural Roberto André Bocchi Distrito de Guairacá (Guarapuava-PR)
“Comecei a constatar estas plantas há uns três anos. Aos poucos, elas foram crescendo e tomando conta deste tanque. A gente pretende utilizar esta água para consumo. É uma água de nascente, bonita, cristalina. Agora tenho que fazer limpeza periodicamente, no tanque, para tirar este material que sobe. Não consegui identificar que tipo de planta é. Gostaria de saber: o que se pode fazer? Combater? Ou deixo? É uma planta nociva ou não para o tanque?”.
RESPOSTA:
Engenheiro agrônomo Jairo Macedo (regional da EMATER em Guarapuava) “O tanque é pouco profundo: estas plantas subaquáticas são resultado disso. Provavelmente o produtor não calcareou antes de colocar água. Então, não se desenvolveu um fitoplâncton. Nunca se projeta um tanque só para fazer a contenção. Você precisa ter movimentação da água, para oxigená-la. O que é a proposta da engenharia para projetar a construção de um tanque? Você deriva a água. Não com a ligação em série (entre tanques). Mas cada um tendo água nova (interligado apenas com a fonte). A água tem de entrar por um lado e sair por outro: água com oxigenação entrando por cima; e água com pouca oxigenação saindo por baixo. É o sistema de ‘cachimbo’. Isso precisa ter no mínimo 1,2m ou 1,5m de profundidade. Tanque com 0,6m a 0,9m está sujeito a estas florações. O ideal seria ele ter derivado esta água, tê-la tirado com algum desnível, para ela cair de alguma altura em cima do tanque. Para, nesta ebulição, se oxigenar. Você ainda pode fazer a água descer por uma rampa com degraus. Ou pode fazer um tipo de chuveiro, com uma lata perfurada. Quanto mais a água entrar em contato com o ar, mais ela vai se oxigenar, colocar oxigênio para dentro do tanque. Em outras situações, quando é uma piscicultura com tanques grandes, tem mecanismos que fazem a movimentação da água que vão promover a oxigenação. Se faz bombeamento da água, se esguicha para cima. Água para beber não é água de tanque. É água de fonte protegida. Aí, você tem publicação do trabalho de proteção de fontes que a gente faz lá na EMATER, que é outra proposta – É um sistema de água potável”.
Tanque ideal - Foto: Emater/Guarapuava (Envie sua pergunta para a seção “O produtor pergunta”, da REVISTA DO PRODUTOR RURAL: comunicacao@srgpuava.com.br)
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Equideocultura
Palestras destacaram nutrição e sanidade em equídeos
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s empresas DSM Tortuga e a Zoetis realizaram no dia 24 de agosto, no Sindicato Rural de Guarapuava, uma discussão técnica sobre “Manejo Nutricional e Calendário Sanitário dos Equídeos” com criadores de equídeos, produtores rurais, profissionais e acadêmicos da área. O debate foi coordenado pelos profissionais das empresas organizadoras: Ricardo Moraes (gerente nacional de equídeos da DSM Tortuga); Alexandre Bombardelli de Melo (supervisor técnico comercial da DSM Tortuga); e Wagner de Oliveira (consultor técnico de equinos da Zoetis). “A intenção foi compartilhar nossa vivência e experiência no campo em relação ao manejo dos equídeos, auxiliando tanto na formação dos acadêmicos, como contribuindo para o manejo dos animais, feito pelos pecuaristas e criadores de cavalos”, comentou Ricardo Moraes. Wagner de Oliveira complementou que a ideia do evento não foi impor uma forma de manejo, mas discutir fazendo com que o público presente também compartilhasse suas experiências. Quanto à nutrição, Moraes destacou os principais erros cometidos. “Quando se fala de nutrição para equinos, o maior erro, geralmente, é excesso na alimentação, que chega a causar algumas patologias, como por exemplo, cólica, a doença que mais mata cavalos no mundo”. O gerente comentou que é importante fechar um ciclo no manejo dos cavalos, aliando uma boa nutrição, fazendo com que o animal tenha um sistema de manejo blindado e uma boa sanidade. “São fatores que se complementam: manejo sanitário e nutricional. Cada vez mais eles devem caminhar juntos para o sucesso da equideocultura”. Moraes exemplifica as etapas para um bom manejo. “Se temos um cavalo de esporte, por exemplo, buscamos uma performance para ele. Primeiramente, deve haver uma boa genética, com um bom garanhão e uma boa égua, seguido de um manejo sanitário descente, ter um programa correto de vacinação, desverminação e também a assistência de um veterinário, profissional que está apto a planejar esse calendário, além de uma boa nutrição. É importante também o treinamento, pois é preciso verificar qual é a individualidade desse animal e para que tipo de genética ele foi feito, visando desenvolver um treinamento para o esporte”. Sobre o manejo sanitário, em especial, ele comentou sobre a prevenção de doenças. “É muito mais fácil prevenir uma doença no animal do que
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Criadores de equídeos, produtores rurais, profissionais e acadêmicos da área estiveram presentes no evento
Wagner de Oliveira, consultor técnico de equinos da Zoetis
Ricardo Moraes, gerente nacional de equídeos da DSM Tortuga
ter que tratá-la mais tarde. Além da questão econômica, de que é mais barato a prevenção, tem a própria saúde do animal”. O consultor técnico de equinos destacou que atualmente a fiscalização sanitária é muito mais rigorosa em questões de transporte de animais, documentação e saúde. “É preciso manter a vacinação em dia, tanto as anuais, quanto as semestrais; manter o animal vermifugado; respeitar a questão de manejo na propriedade, não colocando muitos animais no mesmo lote e respeitar a quarentena de animais que vêm de fora. Além disso, quando o animal é de esporte e sempre está saindo da propriedade para outros locais, deve receber uma atenção redobrada, porque ele está muito mais exposto. Neste caso, até a forma da vacinação dele é diferente. É necessário também
Alexandre Bombardelli de Melo, supervisor técnico comercial da DSM Tortuga
não misturar com os outros animais”, pontuou. Moraes destacou que além do esporte, atualmente, os equídeos desempenham papel importante na pecuária de corte. “O Brasil, hoje, tem um rebanho de mais de 7 milhões de equídeos, incluindo cavalos, burros e mulas. Desses, 5 milhões estão nas fazendas, auxiliando na produção de carne. O bife vai para mesa conta com o auxílio da cavalo. E esse cavalo, muitas vezes, não está recebendo um manejo sanitário e uma suplementação ideal. O pecuarista deve estar atento aos cavalos, para que tenha um bom manejo, prolongando a vida do animal. Porque hoje não está fácil encontrar cavalo de lida, acabou aquele cavalo barato. Desta forma, o cavalo impacta também no custo da produção da arroba do bezerro”, finaliza.
Confraternização
MacPonta Agro comemora atuação em Guarapuava Com um jantar de agradecimento, o concessionário reuniu clientes, colaboradores e representantes da John Deere
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ara comemorar o tempo de gestão como concessionário John Deere na região de Guarapuava, a MacPonta Agro promoveu um jantar na noite de 24 de agosto. O objetivo foi agradecer aos clientes e colaboradores pelo apoio e confiança depositados na construção da história da empresa nessa nova área. Desde que a MacPonta Agro começou a trabalhar na região, as lojas de Guarapuava, Prudentópolis e Quedas do Iguaçu cresceram significativamente. Hoje elas oferecem todo o suporte em vendas, peças e serviços ao homem do campo. No total, o investimento feito desde abril de 2015 alcança os R$ 35 milhões. Já em seu primeiro ano de atuação, o concessionário ampliou o estoque de peças em R$ 1,5 milhão e alcançou 70% no índice de Satisfação do Cliente (estipulado a partir de pesquisas feita pela própria John Deere).
Climatização de ambientes, infraestrutura da loja, espaço exclusivo de café, oficina completa com torno e balanceador de picador, são alguns exemplos dos avanços que a MacPonta Agro trouxe para a loja de Guarapuava. De acordo com o Presidente, José Divalsir Gondaski (Ferrugem), o cliente sempre foi a prioridade ao longo dos 21 anos de trabalho da MacPonta Agro. “Sabemos da importância que temos na mecanização da região e do nosso papel nessa parceria, buscando sempre o crescimento ao lado do agricultor. Nosso objetivo é trazer a melhor tecnologia para que a atividade agrícola se modernize cada vez mais e para que o produtor alcance sempre os melhores resultados”, destaca.
Sócios-proprietários e Gerentes Corporativos da MacPonta Agro
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Pisacoop Programa busca difundir práticas agropecuárias, econômicas, sociais e sustentáveis O programa chega a Guarapuava e terá como foco as propriedades de bovinocultura de leite
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o mais recente encontro da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava, no dia 17 de outubro, foi apresentado o programa Produção Integrada de Sistemas Agropecuários em Cooperativismo e Associativismo Rural (Pisacoop), promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com a coordenação técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Paraná (UFPR) e aqui no Paraná executado pela empresa Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA). O foco principal do Pisacoop é a implantação de Unidades Comparativas (UCs) na área do produtor, para levar a consciência da organização social e o alcance da viabilidade econômica por meio da diminuição dos custos de produção, aumento da produtividade, melhor lucratividade e agregação de valor aos produtos. O programa é gratuito e pode ser aplicado em qualquer atividade rural. No Paraná o foco é a bovinocultura de leite. “O programa busca uma integração de todas as atividades dentro da propriedade. Nós vamos até ela, fazemos um diagnóstico do uso da terra, inventário dos rebanhos, estudo do ambiente produtivo, reconhecimento dos manejos da ordenha, da alimentação, da reprodução, manejo sanitário, infraestrutura, mão-de-obra, maquinários, etc. Depois disso, é feito um planejamento dessa propriedade e numa segunda visita retornamos com sugestões de melhorias e um plano de metas e ações. Depois é realizada a consultoria integral onde passamos a acompanhar a execução das novas práticas propostas”, explica o engenheiro agrônomo Jean Carlos Mezzalira, supervisor técnico da SIA. Mezzalira ressalta que um dos princípios do programa é a participação de todos os envolvidos nas decisões e nos rumos que a propriedade irá seguir, o programa não impõe regras e todos os
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Pisacoop: apresentação na Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural
pontos são discutidos com os produtores. Na prática, a SIA aplica nas propriedades arranjos produtivos que vão desde boas prática agropecuárias, bem-estar animal, plantio direto, conservação de água e solos, ciclagem de nutrientes, adequação de dieta, dentre outros sistemas sustentáveis disponíveis. O programa é transmitido ao produtor em quatro vias principais: visitas técnicas periódicas; oficinas de capacitação técnica; seminário e dia de campo. Inúmeros indicadores são controlados periodicamente, dentre eles: parâmetros de rebanho (número e porcentagem de vacas em lactação, estrutura do rebanho), parâmetros produtivos (produção de leite [L/mês]), produção média (L/vaca), produção por área (L/ ha/ano), parâmetros de qualidade de leite (Contagem de Células Somáticas - CCS, Contagem Bacteriana Total – CBT, gordura, proteína, sólidos, ureia, dentre outros), parâmetros nutricionais (quantidade de ração (kg/vaca/dia), teor de proteína bruta da ração (%), silagem (kg/vaca/dia) e monitora-se o custo leite (R$/L). O programa também dá atenção à organização da mão-de-obra visando otimizar os processos. No Estado, o programa tem como coordenador geral: Adilson Kososki, engenheiro agrônomo; Aníbal de Moraes, engenheiro agrônomo, professor UFPR e coordenador técnico nacional do Programa PISA; e Paulo César de Faccio Carvalho, zootecnista, professor titular UFRGS e coordenador técnico do Programa PISA.
Jean Carlos Mezzalira, supervisor técnico da SIA
Paraná No Estado, o Pisacoop já está sendo executado desde 2014. Entre 2015 e 2016 foram atendidas 61 propriedades distribuídas em 23 municípios. Agora há a possibilidade de expansão onde mais cinco municípios paranaenses podem ser contemplados, dentre eles, Guarapuava.
Pastoreio “Rotatínuo” Esse neologismo define um novo sistema de manejo de pastagens. Mescla de rotativo e contínuo. Nesse novo método, os animais continuam sendo agrupados em lotes que mudam frequentemente de piquete. Mas o principal critério para definição do tempo de permanência dos animais na área se dá pelo animal e não pelo pasto ou nosso calendário. Nesse método, o manejador decide o local onde os animais irão pastejar a partir da altura do pasto. Uma vez que os animais estão na área, são eles que irão decidir a composição de sua dieta. “O que fazemos, no Pastoreio Rotatínuo, é respeitar esse comportamento natural dos animais. Isso tem permitido aumentos consideráveis na produção por área e por animal”, disse Mezzalira.
Fertilizante foliar
Uso de Fosfitos auxiliando no controle de doenças de milho EngºAgrº Paulo Henrique Fialho
O
milho participa da alimentação mundial há pelo menos 7.300 anos. Os primeiros registros de seu cultivo foram feitos em ilhas próximas ao litoral mexicano. De lá, se espalhou por todo o país, vindo em seguida a se firmar em países da América Central e América do Sul, segundo a Embrapa. Na América do Sul, mais precisamente no sul do Peru, grânulos de milho foram encontrados e datados com 4000 anos e com o período de colonização do continente americano, as chamadas grandes navegações durante o século XVI, o milho se expandiu para outras partes do mundo, se tornando um dos primeiros itens na cultural mundial. No Brasil o milho já era cultivado pelos índios antes mesmo da chegada dos portugueses e com a chegada dos colonizadores, cerca de 500 anos atrás, que o consumo do cereal no país aumentou consideravelmente e passou a integrar o hábito alimentar da população. Hoje o milho é o cereal com o maior volume de produção no mundo -são aproximadamente 989 milhões de toneladas/ano. Estados Unidos, China, Brasil e Argentina são os maiores produtores, representando 70% da produção mundial. As evoluções na tecnologia de produção do milho, aliadas ao plantio em condições adversas e cultivares suscetíveis a patógenos que se tornaram resistentes aos produtos atualmente comercializados têm favorecido o surgimento de novas doenças. Algumas delas de forma epidêmica, causando sérios prejuízos e perdas para os agricultores e consumidores. Uma dessas doenças é a Mancha-de-Phaeosphaeria, ou pinta branca, ou ainda mancha branca do milho, que atualmente é considerada como a principal doença do
milho no Brasil. Esta doença é causada pelo fungo Phaeosphaeriamaydis (P. Henn.) Rane, Payak e Renfro (sinônimo Sphaerulinamaydis), cujo estádio anamórfico é Phillosticta sp. A Mancha Foliar da Phaeosphaeria, não era considerada importante no Brasil, porque ocorria apenas no final do ciclo da cultura, porém, atualmente tem sido considerada uma das principais doenças da cultura e encontra-se disseminada em praticamente todas as regiões produtoras (Fernandez & Oliveira, 1997). Inicialmente a doença foi descrita como sendo causada pelo fungo Phaeosphaeriamayds, f impef. Phyllostictasp., porém, diante das dificuldades de isolamento e na reprodução dos sintomas, o papel do fungo como agente etiológico tem sido questionado. Paccola Meirelles et al. (2001), estudando lesões jovens, isolaram com frequência elevada uma bactéria gram-negatica de coloração amarelo-brilhante, identificada como Pantoeaananatis (syn. Erwiniaananas), a qual foi confirmada como causador da doença. Além das doenças bacterianas sabemos que há ainda a forte incidência de doenças causadas por fungos - ex: Cercosporiose (Cercosporazeae-maydis), ferrugem polissora (PucciniapolysoraUnderw), helmintosporiose (Exserohilumturcicum) e etc-assim, devido ao aumento da resistência das doenças aos fungicidas, alguns produtos chamados “protetores” vem auxiliando no combate a estas doenças. Uma linha específica de protetores vem se destacando no controle de doenças fúngicas e bacterianas, e estes produtos são chamados fosfitos de cobre, seu diferencial vem de sua eficiência com ação nos dois tipos de patógenos. As pesquisas atuais tem relatado que os
fosfitos apresentam basicamente dois mecanismos de ação: o primeiro é sua ação direta sobre as doenças - pois apresenta ação fúngica em relação a determinados fungos invasores, vindo a causar a morte ou a inibição do crescimento dos fungos e o segundo mecanismo é a sua ação indireta por meio da ativação dos sistemas de defesa das plantas. Os fosfitos estimulam a síntese de fitoalexinas (substâncias químicas naturais de defesa), sendo capazes de contribuir efetivamente para o controle de patógenos. Segundo a EMBRAPA o cobre influencia a atividade da peroxidase e da catalase, a qual é reduzida sob alto teor de cobre, fato que resulta no acúmulo de peróxidos, substância altamente bactericida, que se forma a partir do estímulo provocado pelo aumento da respiração de tecidos infectados (Zambolim& Ventura, 1996). O efeito desse micronutriente sobre o patógeno pode ser direto (Graham & Webb, 1991), haja vista que a quantidade de cobre requerida pelos microrganismos é inferior à da planta (10 a 20 mg kg-1), além de serem pouco tolerantes ao excesso desse elemento. Um dos efeitos indiretos do cobre na resistência à infecção deve-se à sua participação na síntese de lignina, uma barreira parcial à sua penetração nos tecidos vegetais (Graham; Webb, 1991). O mercado busca alternativas para solucionar os problemas que vêm afligindo a cultura do milho que causam grandes prejuízos ao produtor com insumos que tenham ações cada vez mais eficazes e os produtos a base de cobre com ação sobre as bactérias quando estão aliados a um fosfito de qualidade, resultam em um excelente auxilio nas aplicações de fungicidas resultando em um melhor controle de diversos patógenos.
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Projetos Agroindústria familiar e turismo rural
O
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) realizou no dia 30 de setembro uma reunião com técnicos da instituição e produtores rurais de Guarapuava e região. A pauta se dedicou na discussão de dois projetos realizados pela Emater e voltados aos produtores: Agroindústria Familiar do Paraná e Turismo Rural. Quem coordenou o encontro foi a gerente regional do projeto de agroindústria e responsável regional do projeto Turismo Rural, Terezinha Busanello Freire. “No projeto Agricultura Familiar, atendemos três regionais: Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Ivaiporã. O objetivo é que se agregue valor à produção, que mais famílias permaneçam no campo com essa alternativa de renda por meio do processamento de alimentos e que a gente possa abrir mercado para o agricultor familiar, visando que ele esteja mais inserido na rede de comercialização”, explicou Terezinha. Ela conta que o produtor que participa do projeto recebe assistência técnica em todas as fases de implantação da agroindústria. “Essa assistência é feita na propriedade. Desde a parte do local onde vai ser construída a agroindústria, até a elaboração da planta [do local], pois ela segue padrões sanitários tanto para os produtos de origem animal, quanto vegetal”. Além disso, Terezinha complementa que a Emater auxilia também no acesso ao crédito para o produtor fazer o investimento,
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no processo de embalagem e rotulagem dos produtos. Os agricultores participantes tem acesso à capacitação por meio de eventos e também oportunidades de venda dos seus produtos. “Os eventos levam temas como comercialização, legislação, levando informação tanto para os produtores, como para os técnicos que fazem parte do projeto. Além disso, são promovidos eventos que levam a promoção dos produtos produzidos a partir das agroindústrias familiares”. Além desses eventos, os agricultores comercializam os produtos por meio de centrais de comercialização, locais que estão espalhados em todo o estado e por meio de parceiros que cada município pode ir em busca para fomentar ainda mais o mercado das agroindústrias familiares. Este projeto é executado pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento – Estado do Paraná e Emater e conta com o apoio do Sebrae, Senar, Universidades, Faculdades, Iapar, Codapar, Adapar, Tecpar, IAP, SESA, SVS, SEFA, AFPR, BRDE, BB, IPEM, Lacen, Sanepar, Copel, MDA, MAPA, MDS, Embrapa, Cooperativas Apras e ECT.
rando postos de trabalho especialmente no meio rural e a consequente melhoria das condições de vida das populações, focando o desenvolvimento sustentável. “Queremos trazer as informações do projeto para os produtores de Guarapuava e região, que já têm a intenção de trabalhar a propriedade para desenvolver o turismo rural. É um incentivo também voltado para a agricultura, no sentido de fazer roteiros e circuitos que possam estar levando o nome de Guarapuava e dos empreendedores aqui da região”, destaca Terezinha. Algumas das ações do projeto são: Implantar circuitos para desenvolver caminhadas na natureza, através de capacitação e formação, atendimento ao turista, articulação com entidades, adoções de boas práticas de turismo rural; elaborar os projetos de turismo rural, como a construção, adequação ou readequação de instalações, objetivando o destino adequado dos resíduos, saneamento básico, formatação de produtos e serviços turísticos; fortalecer as ações de meio ambiente e turismo rural, tais como divulgação da legislação ambiental, adequação ambiental da propriedade, educação ambiental, recuperação e proteção de mata ciliar; e gerar e apropriar renda, com atividades agrícolas e não agrícolas, acesso ao mercado e a comercialização, qualificação profissional e economia solidária. São parceiros do projeto SETU, Ecoparaná, UFPR, Prefeituras, Anda Brasil, Anda Paraná, Sebrae, Senar, SEAB, Rede TRAF, entre outras entidades. Para saber mais sobre os projetos, basta ligar na Emater pelo telefone: (42) 3621 – 9332.
Turismo Rural O projeto Turismo Rural proporciona o fortalecimento da agricultura familiar, com a implantação das atividades turísticas integradas aos arranjos produtivos locais, agregando renda, ge-
Terezinha Busanello Freire
Aviação agrícola
Alçando voo junto com o agricultor
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ma agricultura de ponta demanda eficiência e dinamismo em todos os quesitos. Quando o assunto é aplicação de defensivos agrícolas, nada se compara aos resultados obtidos com o uso de aeronaves, no combate às pragas e doenças das lavouras. Maior rapidez, precisão na aplicação, custo-benefício, eficiência de manejo e maior lucratividade são algumas das vantagens desta técnica. Iniciada em 1947, quando um ataque de gafanhotos na região de Pelotas - RS, obrigou os produtores a tomar medidas urgentes, a aviação agrícola, tem se desenvolvido ano após ano, por oferecer algumas vantagens em relação à pulverização comum. Hoje essa prática é tida como rentável no agronegócio brasileiro. Entre os principais benefícios está o aumento na produtividade da la-
voura. Isso porque, enquanto na aplicação com pulverizador comum há uma perda de até 4% da área total por amassamento das plantas pelo rodado do trator, o mesmo não acontece na aplicação aérea. Outra vantagem é a rapidez na pulverização, permitindo a escolha dos melhores horários do dia e com desempenho de até 350 ha/h, em regiões com grandes extensões a serem tratadas. Em Guarapuava, a contratação desses serviços vem crescendo e com ela também a empresa APLICAR - Aviação Agrícola, que faz pulverizações em culturas de trigo, cevada, aveia, canola, batata, soja e principalmente milho. Outros serviços oferecidos pela empresa são a semeadura de nabo forrageiro bem como combate a incêndios. Com várias opções em pistas de pouso e uma equipe treinada, a empresa vem ajudando os produtores a
alavancar seus ganhos, garantindo precisão e eficácia no trabalho desenvolvido. A APLICAR - Aviação Agrícola é a única empresa na região que dispõe de aeronave Air-Tractor modelo AT402-B que representa um grande avanço em termos de tecnologia e rapidez. O modelo é ideal para grandes áreas por apresentar o dobro de rendimento em relação aos demais modelos existentes. Seu sistema de GPS importa mapas essenciais para a eficácia na aplicação, garantindo assim maior precisão e segurança. Outra vantagem é o fluxômetro com controle digital que garante uma perfeita vazão, independente da velocidade do voo. Assim, aliando tecnologia e dedicação, a APLICAR - Aviação Agrícola desenvolve trabalhos voltados à necessidade dos clientes, procurando melhorar a cada dia e crescendo junto com o agricultor.
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Piscicultura
Mortalidade de alevinos no inverno
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nova safra de alevinos está iniciando, após um inverno mais rigoroso se comparado a outros anos. Com o frio intenso, houve muita mortalidade de várias espécies diferentes, gerando dúvidas aos proprietários de açudes, sejam eles grandes ou pequenos. Em anos anteriores, o frio não foi muito intenso e houve pouca ou quase nenhuma mortalidade proveniente do inverno. Todas as espécies se adaptaram e desenvolveram bem, pois mesmo com o inverno mais ameno, os peixes continuavam se alimentando e crescendo. No entanto, existem outros fatores que ajudam a aumentar a mortalidade dos peixes no inverno, como açudes com profundidade baixa, pouca troca de água e a continuidade da alimentação dos peixes no inverno, acarretando o surgimento de algumas doenças e fungos, que auxiliam na mortalidade. Portanto, recomenda-se que, antes do inverno, se possível, observar a água do açude e verificar se há a necessidade de adubá-la (adubação orgânica ou química), para que sejam gerados nutrientes suficientes para a
Peixes considerados carnívoros:
Erivelto Leonardo: responsável pela Piscicultura Progresso, empresa parceira do Sindicato Rural de Guarapuava época do inverno. Sendo assim, a alimentação, através de ração ou outros meios, deve ser suspensa no inverno, pois o peixe fica inerte e não consegue fazer a digestão ou depuração do alimento quando a água está muito fria. É indicado e sugerido que se solte várias espécies de peixes juntas, sendo algumas de profundidade e outras de meia água, para que haja o controle de espécies que desovam e outras que se alimentam da sobra de material que outros peixes produzem.
Bagre africano
Black bass
Matrinxã
Pintado
Catfish
Dourado
Piracanjuba
Jundiá
Piraputanga
Trairão
São peixes que podem auxiliar no controle de espécies que desovam em abundância nos açudes.
Peixes que desovam naturalmente:
Dicas de adubação e alimentação Calagem e Adubação A adubação dos tanques tem a finalidade de produzir plâncton, sendo vegetais (fitoplanctan) e pequenos animais (zooplancton), dos quais os peixes se alimentam. Um bom crescimento de fitoplâncton ajuda no controle da qualidade da água, produzindo oxigênio por meio da fotossíntese e absorvendo o excesso de produtos tóxicos que podem prejudicar os peixes. Calagem: Quando a pH da água for inferior a 6,5, será necessário fazer a calagem. Adubação orgânica: O esterco de bovinos é o mais utilizado, seguido do de suínos e aves. Adubação química: Os mais utilizados são o sulfato de amônio e o superfosfato simples.
Alimentação Quando adquirir os alevinos, por exemplo 1000 no total, comece com 10% de ração inicial de duas a três vezes ao dia, aumentando a quantidade depois de uma semana e assim até atingir mais ou menos 50 gramas de peso. Após este peso, usar de 4% a 6% do peso em ração.
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Carpa colorida
Carpa húngara
Jundiá
Tilápia
Traíra
Trairão
São peixes que desovam naturalmente, no entanto, a tilápia é revertida ou sexada, gerando machos em torno de 95 a 97%
ENCOMENDE ALEVINOS Entregas iniciam em novembro As entregas de alevinos no Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a Piscicultura Progresso, serão retomadas no mês de novembro. As encomendas já podem ser feitas por associados, parceiros e produtores rurais em geral. Há a possibilidade de entregas também nas extensões de base em Candói e Cantagalo. Para encomendas e outras informações, os interessados podem entrar em contato com: • Sindicato Rural de Guarapuava - (42) 3623 1115 ou • Extensão de Base Candói - (42) 3638 1721 ou • Extensão de Base Cantagalo - (42) 3636 1529.
(46) 8415-4508 (oi) - 9975-9280 / 9971-5630 (tim)
A entrega dos pedidos será realizada no dia
18
novembro
erivelto_dv1@hotmail.com
ITR 2016
Sindicato Rural emitiu 839 declarações
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erminou no dia 30 de setembro o período de declaração do Imposto Territorial Rural (ITR) 2016. Como todos os anos, o imposto pode ser declarado diretamente no site da Receita Federal (http://www.receita.fazenda.gov.br), com o Programa Gerador e o Programa Receita Net. Outra opção para declarar é recorrer aos sindicatos rurais patronais que ofereçam serviço de orientação. Esta tem sido uma das alternativas para os proprietários rurais sem acesso à internet ou que têm dúvida no preenchimento do formulário. Em Guarapuava, o Sindicato Rural e suas duas extensões de base, em Cantagalo e Candói, ajudaram no preenchimento de 839 declarações do ITR 2016.
A marca superou a do ano passado, que ficou em 737. Quem perdeu o prazo, terá de pagar multa e juros. Mas continua sendo possível realizar a declaração no site da Receita Federal. O Sindicato Rural de Guarapuava lembra que também segue atendendo os proprietários rurais que desejem receber orientação para preencher o formulário do imposto, em sua sede e nas extensões de base. O ITR é um imposto anual. O pagamento é obrigatório para quem possui área rural acima de 30 hectares. Estão isentos, no entanto, os que têm propriedades abaixo daquele limite. Para isso, é preciso que a área não esteja em condomínio e que o proprietário não possua imóvel urbano.
Casa em Ordem
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Sindicato Rural atendeu proprietários rurais, em sua sede e nas extensões de base de Candói e Cantagalo
O Sindicato Rural de Guarapuava sediou a palestra Casa em Ordem no dia 27 de agosto, durante o Programa Empreendedor Rural (PER). Quem coordenou foi o consultor e engenheiro agrônomo da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Dalton Celeste Rasêra. Ele abordou conteúdos referentes à função social da propriedade, legislação agrária, tributária, ambiental, sanitária, previdenciária e trabalhista. O programa “Casa em Ordem” foi desenvolvido pela FAEP com o objetivo de orientar o produtor rural, para que ele tenha conhecimento e não seja penalizado com as leis e normativas relacionadas à agropecuária.
Pastagem
Sementes Adriana: Valente, milheto híbrido para verão
C
onhecer opções em pastagem de verão é sempre interessante para o pecuarista que conduz seu rebanho comercial à base de forrageiras. Entender detalhes, como a época, técnica de semeadura e a produtividade por hectare, é melhor ainda. Com este objetivo, a Sementes Adriana realizou dia 20 de setembro, na loja de insumos da Cooperativa Coamig, em Guarapuava, um café da manhã para apresentar a produtores de leite um dos destaques de seu portfólio: o ADRF 6010 Valente. Segundo a empresa, este que é o primeiro híbrido de milheto forrageiro do Brasil, lançado em 2014, se destina tanto à pecuária de leite quanto à de corte. Para isso, apresenta características desejáveis para as duas atividades: rebrote rápido, corte de custos, alta produção de massa verde, além de adiar o período de uso da silagem. Presente ao café da manhã, o representante da Sementes Adriana no Paraná, Fernando Bianchi, destacou que a empresa vem buscando atender às necessidades dos produtores, desde seus materiais mais conhecidos até as mais recentes inovações. “Temos o ADR 500, que é uma variedade de milheto já consolidada no mercado há 14 anos. É um milheto com o qual temos conseguido sete, oito pastoreios”, exemplificou. Ele acrescentou que a Sementes Adriana trabalha com pesquisa e melhoramento de milheto, desenvolvendo novos híbridos: “A gente vem melhorando híbridos, para que eles venham trazer, para o produtor, o benefício de mais produção de massa”. Neste trabalho,
completou, ocorreu o lançamento, há cerca de três anos, do ADRF 6010 Valente. “É um pasto de estabelecimento rápido. Com 20 a 25 dias já se tem condição de colocar os animais no pastoreio. A rebrota também é rápida, porque é agressivo, 10 a 15 dias; e o ciEncontro informal, para apresentar o primeiro híbrido de clo é longo. Isso dá milheto forrageiro do Brasil tranquilidade para o produtor, porque ele não precisa fazer o Já o café da manhã, denominado Dia replantio”, especificou. Valente, explicou, é uma iniciativa que Com ADRF 6010 Valente, o represena empresa decidiu realizar desde o ano tante comercial disse ainda ser possível passado para oportunizar um momento pastoreio durante todo o verão. “Tenho de confraternização e apresentação dos produtores com 10, 12 ou 14 pastoreios, demateriais aos produtores. “É uma interapendendo do clima, da região”, relatou. ção com o produtor, balconistas e técnicos da cooperativa. Estamos estendendo estes eventos no Paraná e em todo o Sul do país”, disse. Vice-presidente da Coamig, Francisco Serpa comentou que a cooperativa busca estar próxima do cooperado e que o café da manhã de empresas parceiras contribui para aquele objetivo: “Nossa cooperativa vem desenvolvendo esta atividade de procurar estar mais próxima dos seus associados e oferecer a eles os bons negócios que Mateus Augusto Nanci (Distribuidora Bianchi/Maringá) e Fernando Bianchi os parceiros comerciais da Coamig nos ofe(Sementes Adriana): apresentaram recem”, resumiu. Valente no café da manhã
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Legislação rural
Sindicato inicia orientação jurídica para associados
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Sindicato Rural de Guarapuava realizou a primeira rodada de atendimento de orientação jurídica para seus associados. Em parceria com a entidade, o assessoramento está a cargo da equipe dos escritórios Trajano Neto & Paciornik Advogados Associados e Decker Advogados Associados. A iniciativa começou dia 13 de setembro, nas extensões de base da entidade em Cantagalo e Candói, e dia 14 de setembro na sede, em Guarapuava. Ao todo, 15 produtores compareceram para tirar dúvidas. Ao oportunizar o serviço, que deverá ser mensal, o sindicato visa proporcionar aos associados espaço para conhecerem seus direitos em questões que muitas vezes geram dúvidas entre quem trabalha no campo: aposentadoria rural, sucessão familiar na propriedade, legislação ambiental e leis trabalhistas, entre outras. Para um dos advogados, Francisco Fernando Bittencourt de Camargo (professor da Universidade Tuiuti do Paraná, Faculdade Campo Real, Universidade Positivo e Escola da Magistratura do Paraná), o primeiro encontro se mostrou positivo. “Foi uma experiência muito interessante. Acredito que de bastante valia para os associados do sindicato”, afirmou. Outro advogado, Luís Eduardo Pereira Sanches, comentou que a orientação serviu para que ele e os colegas pudessem detalhar aos
Os advogados Luís Eduardo Pereira Sanches e Francisco Fernando Bittencourt de Camargo: atendimento individualizado interessados vários temas jurídicos que fazem parte do dia a dia da propriedade. “Eles foram bem orientados. Todas as dúvidas que tiveram foram possíveis de serem resolvidas”, disse. Um dos produtores que compareceu à orientação em Candói, Waldir Deschk, disse aprovar a ideia. “É uma iniciativa muito boa. O atendimento individual esclarece melhor”, observou. O lançamento dos atendimentos de orientação jurídica ocorreu dia 25 de agosto, no anfiteatro do sindicato. A entidade convidou produtores rurais para duas palestras: Os advogados Luís Eduardo Pereira Sanches e Francisco Fernando Bittencourt de Camargo abordaram vários temas jurídicos ligados à agropecuária. Um dos assuntos que marcou o encontro foi a sucessão
Produtor Waldir Deschk, de Candói, aprovou orientação
familiar na propriedade rural. Camargo, que detalhou a questão, explicou em entrevista porque cada vez mais a sucessão é um ponto que vem chamando a atenção. Planejar a passagem de comando da propriedade, de geração para geração, ressaltou, além de definir como será o futuro do empreendimento rural, contribui para que os membros da família decidam, em conjunto, as responsabilidades de cada um. “É uma possibilidade do produtor rural assegurar que as gerações futuras continuem o negócio ou minimizar riscos ao patrimônio pessoal dele. Muitas vezes, ele pode fazer uma sucessão em vida, na qual dita as regras com relação a como serão geridos o patrimônio pessoal, dele, e a pessoa jurídica, o negócio familiar”, esclareceu.
Serviço é disponibilizado para associados na sede da entidade, em Guarapuava, e nas extensões de base de Candói e Cantagalo
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Alimentos
Encontro discutiu Inspeções Sanitárias e Saúde Pública
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6º Encontro de Inspeções Sanitárias e 3º Encontro de Saúde Pública do Estado do Paraná foi realizado nos dias 15 e 16 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava. O evento foi organizado pela Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária – Núcleo Centro-Oeste e o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), reunindo mais de 100 profissionais e acadêmicos do setor de Guarapuava e outras cidades do Paraná. O encontro contou com o apoio do Sistema Faep/ Senar e Sindicato Rural. Para a presidente da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária – Núcleo Centro-Oeste, Ana Lúcia Menon, o evento teve o intuito de contribuir para que o médico veterinário possa colaborar com uma sociedade melhor, informada e exigente com os serviços prestados na área de inspeção e vigilância sanitária. “Alguns assuntos já foram discutidos em outros encontros,
Ana Lúcia Menon, presidente da Sociedade Paranaense de Medicina Veterinária – Núcleo Centro-Oeste mas vemos dificuldade, por parte de alguns profissionais, de aplicá-los no dia a dia. Por isso, estamos repetindo alguns temas, para assim contribuir com uma inspeção sanitária melhor para a sociedade”, destacou.
Confira o resumo das palestras: Desafios do Controle na Qualidade do Leite José Augusto Horst Membro da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa Quando se fala em qualidade do leite é preciso ressaltar a importância de termos um diagnóstico efetivo sobre a qualidade do leite no nosso Estado ou país. Os gargalos que a gente vem encontrando ao longo do tempo são os desafios de melhorar a capacitação do produtor, a infraestrutura das propriedades e também uma atuação da iniciativa privada por meio das indústrias e também do governo, apoiando o produtor para melhorar esses pontos. Na análise que realizamos no laboratório da APCBRH percebe-se que há um percentual bastante alto ainda de produtores que não seguem a Instrução Normativa 62. Para ter o pagamento por qualidade de leite em todos os laticínios é preciso vencer alguns desafios, como por exemplo, a melhoria da qualidade do leite, pois o pagamento por qualidade não é simplesmente bonificar o leite bom e sim ter um ágio e deságio no preço do leite, para que fique justo para os dois lados. Outro ponto que deve ser considerado é que nós temos ainda diferenças muito grande de preços entre as regiões”.
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Serviço de Inspeção Oficialmente Reconhecido no Paraná Carlos Henrique Siqueira Amaral Gerente de Inspeções de POA O serviço de inspeção oficialmente reconhecido no Paraná foi implantado recentemente e funciona por meio de empresas credenciadas à Adapar, que podem ceder médicos veterinários para fazer a inspeção nos frigoríficos registrados no Serviço de Inspeção do Paraná. É um modelo novo que está sendo implantado no estado e nós já temos um bom resultado. No Paraná, o município sempre cedeu o veterinário para que ele executasse esses trabalhos. Com o aumento da demanda de frigoríficos, começou a diminuir o número de médicos veterinários oficiais. Começamos, então, a ter o problema de estabelecimentos que não tinham inspetores. Como a contratação por meio de concurso público é mais demorada e complicada e depende também de orçamento do estado, ficou inviável. Por isso, criou-se então essa forma de contratação: credenciar uma empresa para que ela ceda os profissionais para viabilizar o serviço de inspeção no Paraná”.
Meliponicultura Humberto Bernardes Jr. SEAB Curitiba A meliponicultura é a criação das abelhas sem ferrão, criação racional. São abelhas que já existem há muito tempo na face da Terra e que, mais recentemente, há produtores que querem criá-las com fins econômicos. Coloca-se as abelhas em caixinhas de madeira, elas se reproduzem e produzem o mel. Esse mel tem que ser beneficiado, ter condições de ser passado aos consumidores com segurança. Só que não está regulamentado praticamente nada ainda para a venda desse produto. Então, estamos trabalhando na Câmara Técnica das Abelhas Sem Ferrão do Paraná desde 2011. Estamos trabalhando numa legislação tanto para a criação desse tipo de abelha, quanto para a regulamentação desse mel, que será repassado aos produtores”.
Arcabouço Documental – Como atender aos requisitos e manter a rastreabilidade dos processos e de registros Roberta M. Züge Ceres Consultoria Um dos pontos importantes para o profissional que presta consultoria nessa área é saber traduzir para o cliente ou empresa a necessidade de se ter os documentos em relação à sanidade. A gente tem que digerir para ele como as coisas funcionam, evidenciar o porquê deve ser feito isso, pois é uma questão de segurança do alimento e também segurança e sustentabilidade para o negócio dele. Outro ponto é que é preciso olhar a legislação e cumprir os processos dentro da realidade daquela empresa. Dentro também desse procedimento, há a questão de sensibilizar quem trabalha dentro daquela empresa. Tenho que explicar para os funcionários que todas as medidas propostas são necessárias, que o fiscal não está indo lá para perturbar. Também é necessário desenvolver um processo para que todas as informações documentadas sejam rastreadas facilmente. Por isso, preciso criar um meio efetivo de armazenamento, ou seja, devo ter a rastreabilidade documental de todo o processo”.
Qual é a vigilância sanitária que a sociedade precisa? Osny Santo Pelegrinelli VISA de Manoel Ribas Nossa vigilância sanitária é muito antiga, algumas coisas foram melhoradas e atualizadas, mas outras ainda são antigas. Hoje, a população quer outro serviço da vigilância sanitária, quer que a gente promova a saúde e não fique só combatendo a doença e produtos inadequados. A Anvisa promoveu, recentemente, no Brasil inteiro, um ciclo de debates e nesse evento, representantes perguntaram o que nós tínhamos a propor para a uma vigilância sanitária mais moderna e efetiva. Algumas das conclusões foram que é necessário uma reestruturação da vigilância sanitária, que se encontra muito fragilizada, sem profissionais adequados para cargos nos concursos e muita rotatividade destes profissionais, entre outros assuntos. Um ponto bastante importante é que os municípios não possuem um cargo de vigilantes sanitário. É contratado um profissional, ele é colocado como vigilante, mas depois de um tempo pode sair para outra área. Essas discussões serão levadas a frente, para que essas reestruturações sejam realizadas”. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Patógenos de Importância em Alimentos Ercília Maria Borgheresi Calil Médica veterinária e professora da Universidade Anhanguera de São Paulo Alimentos seguros são muito importantes para a população, são aqueles que não causam nenhum dano à saúde do consumidor. O maior problema para os alimentos são os microrganismos que os contaminam e apesar de todo o trabalho da vigilância epidemiológica, a gente sabe que essas doenças existem tanto nos países desenvolvidos, como nos em desenvolvimento. Existem vários fatores para a contaminação, como uma manipulação mal feita, mão de manipulador contaminada, alimentos que não são bem refrigerados, alimentos minimamente processados, que precisam de uma validade um pouco mais curta e na refrigeração muitas vezes não são controlados nem tempo, nem temperatura. Alguns exemplos de bactérias são a campilobacteriose, listeriose, listeria monocytogenes, campylobacter, principalmente o jejuno, salmonela, esqueriquiacoli. Mesmo que essas bactérias contaminam o alimento, algumas vezes a quantidade delas não faz com que o alimento se deteriore e o consumidor não consegue perceber, ingerindo-as”.
Saúde do Trabalhador – Protocolo de Notificação de Brucelose Amanda Navarro Enfermeira da Secretaria Estadual da Saúde Qualquer trabalhador, independente do vínculo empregatício que acredite que ele pode ter brucelose precisa procurar um atendimento médico na Unidade de Saúde onde ele tem cadastro. Essa unidade de saúde, geralmente, é do território onde ele mora e é preciso que ele informe ao médico qual é a ocupação dele, ou seja, o trabalho que ele desenvolve. Isso é bem importante para que o médico possa suspeitar dos casos de brucelose. E é importante que ele saiba também que o Estado oferece tanto o diagnóstico, como o tratamento. Depois disso, quando há uma suspeita de um agravo de notificação, a própria equipe de saúde vai notificar a vigilância epidemiológica do seu município. Essa vigilância vai notificar a Regional de Saúde e a regional vai encaminhar esse caso para nível central”.
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Alimentos Vencidos são sempre imprestáveis? Ricardo Moreira Calil Médico veterinário do Serviço de Inspeção Federal do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Nós temos hoje uma legislação bastante rígida com a questão da validade de produtos, que é necessária. Porém, estamos em um país muito pobre, onde grande parte da população precisa do auxílio do governo para comer. Então, se por um lado a gente precisa ter rigor no controle de alimentos e na validade, por outro, precisamos saber também se todo alimento que vence, por exemplo, pode ou não ser aproveitado. Para o consumidor de um modo geral, ele não deve se arriscar a comer nenhum produto vencido. Porém, em indústrias que há uma matéria-prima ou produto vencido, se feita com critério a análise laboratorial, com todos os indicadores de qualidade, esse produto pode ser retrabalhado. Ele vai ter um prazo mais curto, outra característica sensorial, porém para aqueles que não têm acesso a quase nada de alimentos, seria um produto maravilhoso. Então, a ideia é que através da tecnologia que temos disponível, a gente pudesse aproveitar alimentos com vencimento curto e que fosse feito com acompanhamento técnico, ressaltando que o consumidor não tem conhecimento necessário para fazer esse tipo de aproveitamento”.
Controle de Cloração da Água Eliseu Grzeszezyzen Técnico ambiental da Sanepar O tratamento de água compreende vários aspectos. Quando uma água é obtida da natureza, óbvio que ela tem uma concentração de contaminantes maior, inclusive bactérias. E para que essa água se torne potável, é necessário que além do tratamento usual, se faça a desinfecção, que garante a potabilidade da água. Essa desinfecção é feita através de equipamentos dosadores e todos os agentes são à base de cloro. Em Guarapuava, a gente utiliza o gás cloro. E ele é aplicado diretamente na água através do sistema de arrastro. O controle é feito por meio de análises de hora em hora. Quando liga a estação de tratamento, a gente já libera o cloro para ser inserido na água para eliminar os patógenos. A cada quinze minutos até ser determinada a concentração ideal, é feita a análise de cloro. Aqui, a gente utiliza, em média, 1,5 mg por litro de cloro. E essa quantidade é suficiente para garantir a potabilidade da água em vários pontos de distribuição”.
MESA REDONDA Regulamentação de auto serviço em supermercados de Guarapuava Rodrigo Córdova Representante da Vigilância Sanitária
Dra. Caroline Chiamulera - Promotora do Ministério Público Elisângela Coradassi - Representante do Sistema de Inspeção Municipal (SIM)
Em cima de uma recomendação administrativa do Ministério Público na questão do controle de qualidade e comercialização de produtos de origem animal, hoje os três órgãos trabalham em conjunto na questão dos estabelecimentos que podem ou não, de acordo com sua estrutura física, realizar o auto serviço ou auto atendimento. Isso é receber o produto, manipular, fracionar, rotular e expor à população. Os estabelecimentos que realizam somente a comercialização do produto de venda imediata ao consumidor devem se registrar no Serviço de Inspeção Municipal e os demais, que não são de venda imediata ao público, continuam no crivo da Vigilância Sanitária. Grandes cidades já têm esse tipo de separação e nós implantamos aqui em Guarapuava, há um ano, e o funcionamento tem sido muito melhor”. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Agrinho completa 21 anos Cerimônia de premiação do concurso deste ano foi realizada no final de outubro
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premiação do Concurso Agrinho 2016 foi realizada no dia 24 de outubro na Expotrade Pinhais, em Curitiba. Cerca de 1.500 pessoas participaram do evento, entre alunos e professores finalistas, familiares, autoridades e lideranças rurais. O Agrinho é o maior programa de responsabilidade social do Sistema FAEP, resultado da parceria entre o SENAR-PR, FAEP, governo do Estado do Paraná, incluindo as Secretarias de Estado da Educação, da Justiça e da Cidadania, do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Agricultura e do Abastecimento, municípios paranaenses, diversas empresas e instituições públicas e privadas. Nesta edição, o Programa Agrinho completa 21 anos de existência, promovendo a reflexão crítica junto aos jovens e aproximando o campo e a cidade. “O grande objetivo do Programa
O presidente da Faep, Ágide Meneguette em seu discurso na cerimônia de premiação do Agrinho 2016
Agrinho é ajudar a escola a formar um cidadão consciente, para que o nosso país encontre no futuro o seu caminho para o desenvolvimento”, resumiu o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. Durante seu pronunciamento, o secretário de Agricultura e Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara lembrou sobre a história do programa ao longo desses 21 anos de existência, destacando que a iniciativa “evoluiu para a formação in-
telectual do ser humano, formando cidadãos com consciência crítica”. Foram premiados 279 trabalhos, escolhidos entre 6,5 mil inscritos em diversas categorias. As crianças de educação infantil e 1º ano concorrem com desenhos, as crianças do 2º ao 9º ano participam com redações e os docentes com as experiências pedagógicas que foram desenvolvidas em sala de aula. Escola e Município também foram premiados.
Guarapuava e região
Ganhador da categoria Redação 8º ano, Leonardo Vilas Boas Santos, de Guarapuava, acompanhado da professora Isabelle Brito Veiga (ao centro) e as representantes do Núcleo de Educação, Dayane Cristina de Almeida e Marcela Dias de Almeida
A ganhadora da categoria Redação 9º Ano, Natasha Gaspareto, de Cantagalo
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Representantes do Sindicato Rural de Guarapuava estiveram presentes na cerimônia de premiação. O concurso contou com concorrentes de Guarapuava e Cantagalo nesta edição. De Guarapuava, Leonardo Vilas Boas Santos, do Colégio Estadual Professor Pedro Carli, ganhou
na categoria “Redação 8º Ano”. Além dele, a aluna Natasha Gaspareto, do Colégio Estadual Olavo Bilac do município de Cantagalo, conquistou a categoria Redação “9º Ano”. Ambos levaram um notebook para casa e já haviam conquistado um tablet na fase regional.
Caravana Quedas do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Laranjeiras do Sul, Cantagalo e Pinhão
Caravana Nova Tebas, Pitanga, Turvo, Guarapuava e Santa Maria do Oeste Com informações da Assessoria de Comunicação Faep
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Mercado de Trigo
Trigo não é tudo igual
Saiba quanto realmente vale o seu produto Produtor que se informa e conhece o seu produto, consegue o melhor preço.
E
stá chegando a época de colher. Todo trabalho dedicado a uma boa safra será posto a prova. Chegou a hora de saber a qualidade do trigo. Com base em análises laboratoriais, o preço do produto pode variar muito. O Moinho São Luiz oferece diversas análises que podem ajudar a determinar o preço que seu trigo pode alcançar no mercado. Através da alveografia, falling number, colorimetria (Minolta), aná-
lise de cinzas, glúten, PH, umidade e moagem experimental, o moderno laboratório do Moinho São Luiz auxilia na classificação correta de seu produto, quanto ao tipo (P.H.) e quanto a destinação (melhorador, pão, doméstico, básico). Um serviço que ajuda a agregar valor ao produto final, determinando o preço justo. Fazendo as análises, o produtor não se compromete em vender o produto ao moinho. A intenção é fazer com que o agricultor possa ter o maior número de informações sobre o produto que possui e desta forma realizar melhores negócios. Mas caso haja interesse em comercializar a safra com o Moinho São Luiz, o negócio pode ser fechado. Trigo não é tudo igual. Isso todo mundo sabe. Mas quem conhece melhor o produto que tem, consegue o melhor preço. Venha fazer a análise da sua safra de trigo no laboratório do Moinho São Luiz.
Especial
WinterShow: tudo sobre culturas de inverno Texto e fotos: Geyssica Reis / Manoel Godoy
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WinterShow 2016, promovido pela Cooperativa Agrária, por mais um ano teve a intenção de contribuir para o avanço na produtividade e rentabilidade dos cereais de inverno, ofertando informação técnica de qualidade e demonstrando as melhores e mais recentes tecnologias para o campo. Esta edição, que ocorreu do dia 18 a 20 de outubro, foi sucesso de público. Só no primeiro dia, mais de 3 mil pessoas passaram pelos campos da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA). Durantes os três dias, foram 5,3 mil visitantes. Segundo os organizadores, esta foi a segunda melhor marca desde que o evento começou neste formato. O número de expositores também aumen-
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Revista do Produtor Rural do Paraná
tou: nesta edição foram 78 empresas e entidades presentes. O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento Norberto Ortigara esteve presente na abertura do evento. Ortigara definiu o WinterShow como uma festa do conhecimento, onde os produtores podem vir buscar informações técnicas e tecnologia da mais alta qualidade. “Informação aliada com o tratamento do solo com carinho, usar todas as tecnologias de forma competente e ainda utilizar com parcimônia os produtos químicos. Assim criamos um ambiente favorável a uma produção de excelência”, destacou o secretário durante a cerimônia. O Prefeito de Guarapuava Cesar Silvestri Filho também esteve presente.
Jorge Karl, presidente da Agrária O presidente da Agrária, Jorge Karl, no último dia, avaliou a 13ª edição do WinterShow de forma bastante positiva. “O evento tem crescido ano a ano substancialmente. Nós percebe-
mos isso pelo número de expositores e também pelo público, que tem aumentado. Nesta edição, no primeiro dia, tivemos um número de público maior em função de duas palestras âncora. Mas nosso foco principal continua sendo o de um evento técnico, que atrai muito mais produtores, cooperados, técnicos, estudantes, pesquisadores e pessoas relacionadas ao comércio do agronegócio do inverno. Existem vários eventos similares no Brasil, mas todos com foco nas culturas de verão. E
aqui nós fazemos algo diferente focando nas culturas de inverno”. Durantes os três dias de WinterShow, além das novidades tecnológicas expostas, foram realizadas cinco palestras principais que falaram sobre assuntos técnicos e questões motivacionais, nove estações da FAPA que discutiram as mais recentes pesquisas da fundação nas culturas de trigo, aveia, cevada, entre outras; novidades da hortifruticultura; e a realização do Canola Day, evento voltado a informações sobre esta cultura.
O prefeito de Guarapuava Cesar Silvestri Filho, o diretor da Agrária Arnaldo Stock e o Secretário estadual da agricultura Norberto Ortigara
Confira a seguir o resumo das principais palestras: A emergência de múltiplos paradigmas. Novos tempos e novas atitudes Mário Sérgio Cortella – MSCortella Consultoria
Em sua palestra, Cortella abordou como o mundo atualmente está mudando. Segundo explicou, o mundo sempre mudou, mas hoje há uma diferença: a velocidade com que isto está acontecendo. Por isso, é essencial se adaptar. Para ele, seguir sempre em frente exige alguns requisitos. Um deles é coragem. O palestrante ressalta que ter coragem não quer dizer que não se deve ter medo, porque em sua avaliação, como filósofo, ter medo inspira a ter atitude, a realizar uma ação. “O que não podemos ter é pânico, porque pânico nos deixa sem ação”. Além disso, para Cortella ter paciência também é uma virtude. Paciência com competência pode levar uma pessoa a progredir. “Porém paciência não é lerdeza, porque lerdeza não está aliada à competência”, disse ele. O palestrante finalizou dizendo que o grande segredo da vida para ele, e que sempre ensinou aos seus filhos é, em suas palavras: “Vaca não dá leite”. A metáfora quer dizer que a vaca não dá simplesmente o leite – é preciso ajudá-la a produzir e, depois, dar-se o trabalho de ordenhá-la.
Quem vai e quem fica, os desafios dos produtores rurais José Luiz Tejon – TCA International
“Antigamente vivíamos muito mais desafios e sacrifícios no campo. Agora, temos mais progresso, um apoio de informações, dados, cientistas e tecnologias. A Agricultura de Precisão é o futuro. Temos muito mais condições para obter mais sucesso na produtividade do que quando a gente não tinha nada, dependia só do nosso olhar e não conseguia ver detalhes. Com a tecnologia avançada, conseguimos enfrentar uma coisa que é bem complicada na agropecuária, que é a incerteza que existe no clima, nas pragas, nas doenças. O mundo do mercado ainda continua sendo um fator de análises, mas também temos mais informações para a tomada de decisões. Eu diria aos produtores: não importa a idade que você tem, procure se apaixonar pela agropecuária, faça sucessores e se já se sente cansado, torne-se um mentor, um guru e tenha uma equipe de pessoas que continue o trabalho. Porque a atividade da terra é a mão de Deus. Ele criou a natureza e o agricultor para gerar alimento e vida. Jamais desanime e vamos para frente, porque o Brasil é um país encantador e espetacular. É o agronegócio que está nos salvando, é um exemplo para todos”.
Agroclimatologia, definições e prognóstico para a safra 2016/17 Rodrigo Ferreira – Assistência Técnica Agrária
“O que temos hoje em termos de previsão do clima para a próxima safra é uma instabilidade. Temos uma transição gradual, lenta, de uma neutralidade com La Niña. Isso está em função das águas pacíficas estarem demorando mais para esfriar, e vai continuar nessa oscilação até que realmente consigamos ter dos modelos um consenso definitivo. Por uma questão técnica, hoje não chamamos a fase em que estamos de La Niña, porque ela ainda não atende os requisitos meteorológicos para ser chamada desse fenômeno. Por isso continuamos dizendo que estamos na neutralidade. O comportamento que se espera é uma proximidade de La Niña mesmo, com chuvas mais irregulares, temperaturas se aproximando da média e até um pouco acima. Períodos de veranicos são esperados durante a safra, mas com menor intensidade. Basicamente vamos confirmar a situação climática, em dezembro, quando teremos os modelos com um pouco mais de acurácia dentro dos valores para definir se é La Niña ou não”. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Perspectivas de mercado André Debastiani – Agroconsult
“A gente entra num cenário de preços ruins para o trigo. Estamos vendo aí preços abaixo do mínimo estabelecido pelo governo. Este mesmo cenário, já vimos algumas vezes para o milho. O que acabou acontecendo no mercado do milho e que, a meu ver, deve acontecer com o de trigo, é que vão se manter apenas os produtores mais especializados. São produtores que conseguem não só níveis de produtividade muito acima da média, mas também de eficiência muito melhores. Isso passa não só pelo investimento em tecnologia de produção, em genética e controle de pragas e doenças, mas também pela gestão do negócio. Conseguir ter um controle financeiro, metas bem estabelecidas para ter retorno sobre o investimento, é fundamental num momento em que a perspectiva de preço para o setor é ruim. Vão ficar na atividade os produtores que de fato conseguem colher resultados melhores do que a média. A venda antecipada é uma alternativa. O que acontece muitas vezes é que a gente não tem uma disponibilidade de negócios muito ativa. Mas sim, é uma saída à qual o produtor tem de estar atento, justamente para poder garantir parte da sua rentabilidade e sair um pouco do risco”.
Lançamento de publicação No primeiro dia do WinterShow houve o lançamento da publicação Estratégias de sucessão trigo/cevada/aveia preta + soja para sistemas de produção de grãos no Brasil pelo pesquisador Juliano Almeida (FAPA). Outros pesquisadores da fundação também participaram da pesquisa em parceria com a Embrapa.
Campanha Plante seu Futuro
Uma história de superação e sucesso: assim foi a palestra da ex-jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei Virna Dias, realizada na tarde do segundo dia do WinterShow 2016. Com muita simpatia, a atleta contou que, em 1991, entrou para a seleção. Mas reconhecia ter dificuldade na recepção. Virna relatou como o treinador Bernardinho a ajudou numa auto-superação, o que chegou a torná-la a melhor jogadora de recepção do mundo.
ESTAÇÃO DE HORTIFRUTICULTURA Revista do Produtor Rural do Paraná
Neste ano, a programação do WinterShow trouxe o Canola Day. Uma série de palestras ligadas àquela cultura. O evento, de âmbito nacional, foi promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Canola (ABRASCANOLA), Embrapa Trigo e FAPA. O tema foi “Difusão de tecnologia para expansão do cultivo de canola”.
Superação no vôlei
Durante o evento também foram apresentados os resultados da Campanha Plante seu Futuro – Manejo Integrado de Pragas pelo engenheiro agrônomo Nelson Harger.
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Canola Day
Workshop Qualidade da Farinha – Agrária
Agrônomo e pesquisador da Embrapa Florestas, Gustavo Ribas Curcio: palestra sobre conservação dos rios
Dinâmica de Máquinas: momento de ver de perto o funcionamento de tecnologias
Estações da FAPA no WinterShow 2016
NOVIDADES SOBRE ADUBAÇÃO NITROGENADA
AVEIAS BRANCAS PARA A PRODUÇÃO DE GRÃOS E FORRAGEM
MANEJO DE CULTIVARES DE CEVADA
Sandra Mara Vieira Fontoura (FAPA)
Marcelo Teixeira Pacheco (UFRGS) e Juliano Almeida (FAPA)
Noemir Antoniazzi e Eduardo Pagliosa (FAPA)
CONSERVAÇÃO DE SOLO: NOVOS RUMOS PARA A EXCELÊNCIA
CULTURAS DE INVERNO EM SISTEMAS DE ROTAÇÃO
Paulo José Alba (FAPA)
Juliano Almeida (FAPA)
MANEJO DE PRAGAS EM CEREAIS DE INVERNO VISANDO PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEREAIS DE INVERNO
Alfred Stoetzer (FAPA)
Vitor Spader (FAPA)
IMPACTO DAS DOENÇAS FOLIARES NO MANEJO DE MICOTOXINAS EM CEREAIS DE INVERNO Heraldo Feksa (FAPA)
DIFUSÃO DE TECNOLOGIA PARA A EXPANSÃO DO CULTIVO DA CANOLA Gilberto Tomm e Paulo Ernani Peres Ferreira (Embrapa Trigo) e Juliano Almeida (FAPA)
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Estande do Sistema FAEP recebeu mais de 400 visitantes O Sindicato Rural de Guarapuava, além de ser uma das entidades patrocinadoras do WinterShow 2016, também esteve presente nos três dias de evento com estande, expondo ao público os cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Revista do Pro-
dutor Rural do Paraná e outros serviços prestados aos associados. Nos três dias do evento, em torno de 400 pessoas passaram pelo estande da entidade, entre produtores e representantes de empresas parceiras. Durante o evento, o Sindicato Rural
de Guarapuava comemorou os seus 49 anos. Em comemoração, houve sorteios de cestas de produtos importados e alevinos para associados que visitaram o estande no WinterShow. Os premiados com as cestas foram: Neusa Vier, Soeli Lange e Andreas Keller.
Neusa Vier
Andreas Keller
Valério Tomaselli
Reunião Fazenda-Escola Unicentro O estande do Sindicato Rural sediou, no dia 20, reunião sobre a Fazenda-Escola da Unicentro. Participaram representantes da Unicentro, Iapar, Coamig, Sociedade Rural, Prefeitura Municipal, Agrária, Aeagro e os diretores do sindicato, Rodolpho Botelho e Anton Gora. O encontro teve a intenção de estreitar parcerias para a realização de pesquisas na unidade.
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Parabéns Sindicato Rural! No dia 18 de outubro o Sindicato Rural completou 49 anos. Durante o WinterShow, no estande do Sindicato, diretores e sócios cantaram parabéns para a entidade.
FAEP
Trigo: no centro das atenções
N
uma reunião de trabalho, dia 18 de outubro, a Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) se debruçou sobre um dos temas que mais vem chamando a atenção de produtores rurais que cultivam lavouras de verão e inverno: o trigo. Para debater o presente e o futuro da cultura, a comissão decidiu encontrar-se em Guarapuava, numa das regiões paranaenses em que a atividade é tradição. No Sindicato Rural, com a presença de membros vindos de vários municípios paranaenses, o presidente da comissão, Ivo Carlos Arnt Filho, e o presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, abriram os trabalhos pedindo a cada integrante um relato da situação das lavouras em sua região. Em seguida, com a participação dos assessores técnicos e de convidados, passaram a uma troca de ideias sobre as perspectivas de uma cultura cujos preços caíram abaixo do mínimo. Para a comissão, o cenário é difícil: em nível mundial, os estoques estão elevados, em 744,8 milhões de toneladas. Na vizinha Argentina, que tem sido grande exportadora para o Brasil, a expectativa é de produção de 15 milhões de toneladas. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL conversou com o presidente da comissão. “Devemos ter preços próximos ao mínimo estabelecido pelo governo. Um preço que paga ‘muito curto’ o custo de produção”, explicou Arnt Filho. Lembrando uma prática comum na Europa, sugeriu uma alternativa para a destinação da cultura: “O que preconizamos
Conab estima safra nacional em
6,3 milhões de toneladas
Presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Botelho, abriu reunião, juntamente com o presidente da Comissão Ivo Carlos Arnt Filho
para algumas empresas é que se busque produzir a um custo baixo, principalmente focando em ração”. O presidente da comissão recordou também que há mais de 10 anos entidades como a FAEP, a OCEPAR e a Secretaria de Estado da Agricultura têm defendido reivindicações do setor tritícola junto ao governo federal. No momento de sua entrevista, antecipou, mais uma um lista de medidas estava sendo elaborada. “Fazemos reivindicação de questões de crédito, de preço mínimo e apoio na comercialização. É um documento de 12 páginas, sucinto, objetivo”, informou. Ao longo do tempo, ponderou, algumas demandas têm sido atendidas. Outras, ainda não. “Repetimos constantemente, mas ainda não observamos, um crescimento na questão de cabotagem e transporte”, especificou. No documento, o principal pedido, conforme analisou, é quanto a um preço mínimo “que cubra realmen-
Presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP, Ivo Carlos Arnt Filho
te o custo de produção”. Arnt Filho previa que as reivindicações seriam entregues ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no início de novembro (a comissão aproveitou a viagem a Guarapuava para visitar, dia 19 de outubro, o WinterShow – evento da Agrária voltado a culturas de inverno).
Em nível nacional, a produção do trigo, safra 2016, deverá apresentar acréscimo de 14,5% em relação à safra passada, atingindo 6,3 milhões de toneladas. No Paraná, a cultura tem área estimada em 1.081,8 mil hectares, o que representa uma queda de 19,3% em relação à safra passada. A produtividade (média) prevista é de 3.055 kg/ha, gerando um volume de 3.304,9 milhões de toneladas (Fonte: Conab – Levantamento de Safra de outubro de 2016).
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Refúgio
Implementação das áreas de Refúgio: prática fundamental para manutenção da eficácia das plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos
N
o Brasil, as aprovações para comercialização de plantas geneticamente modificadas com atividade inseticida, popularmente conhecidas como plantas Bt, tiveram início no final da década de 2000. A utilização do milho e soja Bt representam mais uma alternativa de controle de insetos-praga, no caso da soja Intacta (Bt) há a expressão de uma proteína inseticida com maior especificidade para lepidópteros-praga (lagartas). Considerando-se o cenário da produção de soja no Brasil a área cultivada com soja Intacta atingiu quase 13 milhões de hectares na safra 15/16, o que representa mais de 35% do total da área cultivada com soja no país. Diante da boa eficácia de controle dos principais insetos-praga (lagartas), as perspectivas são de que a área cultivada com soja Intacta aumente para safra 16/17, no entanto, o cultivo de soja Intacta deve ser considerado como mais uma tática de controle de pragas. Para que haja a manutenção desta eficácia de controle da tecnologia a mesma deve ser utilizada dentro das boas práticas agronômicas como a dessecação antecipada, controle de plantas daninhas voluntárias, rotação de culturas, monitoramento de pragas e finalmente a implementação das áreas de Refúgio.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
O que é Refúgio? É o plantio de uma área com plantas não-Bt sempre que for plantada lavoura que utilize a tecnologia Bt, com o objetivo de reduzir o risco da seleção de indivíduos (lagartas) resistentes.
Por que fazer o Refúgio?
Refúgio
Área Bt
2
1
Refúgio
Área Bt
Refúgio
Área Bt
O Refúgio é uma prática indispensável para preservar os benefícios da tecnologia Bt, por atrasar o processo de seleção de lagartas resistentes.
Como funciona o Refúgio? Ocasionalmente, um inseto homozigoto resistente pode sobreviver se alimentando nas plantas Bt e atingir a fase adulta. As áreas de Refúgio, que são constituídas por plantas não-Bt, garantem que insetos homozigotos suscetíveis estarão presentes nas áreas com plantas Bt. Uma vez que há mais insetos suscetíveis comparados aos insetos sobreviventes na cultura Bt, é provável que um sobrevivente (homozigoto resistente) irá se acasalar com um inseto suscetível (homozigoto suscetível). A geração seguinte de lagartas será heterozigota e controlada com uma dose efetiva de Bt.
Máximo de 800 m
Como dispor a área de refúgio na propriedade?
Como fazer o Refúgio?
Máximo de 800 m
Note que o Refúgio pode ser plantado em faixas a cada 1600 m. Opção 02 - Modelo Bloco
Opção 01 - Bordadura/Perímetro
Refúgio deve ser plantado de acordo com as recomendações mínimas indicadas para cada cultura (soja 20% e milho 10% da área total plantada), respeitando-se a distância máxima de 800 metros das áreas plantadas com tecnologia Bt.
Máximo de 800 m
Máximo de 800 m
Como dispor a área de Como dispor a área de Refúgio na lavoura? refúgio na propriedade? Máximo de 800 m
Note que o Refúgio pode configurações ser plantado em faixas a cada 1600 m. Existem várias possíveis, estas são algumas das mais comuns. Opção 01 - Bordadura/Perímetro
Opção 03 - Modelo Faixa
Opção 02 - Modelo Bloco
Máximo de 800 m
Máximo de 1600 m
Máximo de 800 m Máximo de 800 m
Opção 02 - Modelo Bloco
Máximo de 1600 m
Opção 03 - Modelo Faixa
área de refúgio
área plantada com INTACTA RR2 PRO®
Exemplos reais da disposição das áreas de Refúgio:
DICA: Recomendação mínima de 40 linhas nas áreas de Refúgio. Fonte: Monsanto®
Máximo de 1600 m Cada agricultor pode estruturá-lo da melhor forma para sua propriedade. Veja nas imagens exemplos reais de Refúgio na cultura da soja. Máximo de 800 m
Máximo de 1600 m
Opção 03 - Modelo Faixa
área de refúgio
área plantada com INTACTA RR2 PRO®
DICA: Recomendação mínima de 40 linhas nas áreas de Refúgio. Fonte: Monsanto®
Máximo de 1600 m
Máximo de 1600 m
área de refúgio
área plantada com INTACTA RR2 PRO®
DICA: Recomendação mínima de 40 linhas nas áreas de Refúgio. Fonte: Monsanto®
Como manejar a área de Refúgio? O manejo com inseticida deve ser realizado somente se a infestação de pragas atingir os níveis de ação recomendados pela Embrapa. Inseticidas à base de Bt não devem ser utilizados no Refúgio. Revista do Produtor Rural do Paraná
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CNA
Francisco Fernando Bittencourt de Camargo, Fábio Farés Decker e Luís Eduardo Pereira Sanches Aliança Legal dos escritórios Decker Advogados Associados e Trajano Neto e Paciornik Advogados
Contribuição Sindical Rural Benefícios ao produtor
O
Sistema Sindical Rural Brasileiro possui importância fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País, uma vez que por meio dele os produtores rurais têm maior participação no arranjo político-governamental e, dessa maneira, podem garantir a defesa de seus direitos independentemente do tamanho de suas propriedades e da atividade rural específica por eles explorada. Esse sistema é formado basicamente por uma estrutura piramidal, em três níveis. O primeiro nível, base da pirâmide em questão, é composto pelos diversos Sindicatos e Extensões de Base espalhados pelo País. O segundo nível, por sua vez, diz respeito às Federações Estaduais, as quais representam os Sindicatos sediados em seus respectivos territórios. Já o terceiro nível, que constitui o topo da pirâmide, é integrado apenas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, entidade representativa do setor rural brasileiro como um todo. Valendo-se dessa eficaz estrutura, o sistema procura concretizar as principais reivindicações
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Revista do Produtor Rural do Paraná
do setor, tais como a ampliação do crédito rural, o treinamento e capacitação em diversas áreas de conhecimento, o auxílio no controle de pragas e doenças, a ampliação do comércio exterior para produtos primários brasileiros, entre outras. A manutenção do bom funcionamento do sistema, contudo, depende da arrecadação de recursos, entre os quais se destaca a Contribuição Sindical Rural. Sobre esse assunto, convém esclarecer que a Constituição Federal, em seu artigo 149, autoriza que se crie, por lei, contribuições sociais de interesse de categorias profissionais ou econômicas, também conhecidas como “contribuições sociais corporativas” ou, ainda, “contribuições parafiscais”. A Contribuição Sindical Rural é uma dessas contribuições e, portanto, tem natureza de tributo. Seu recolhimento, conforme previsão da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, é obrigatório para todas as pessoas físicas e jurídicas que empreendem atividade econômica rural em área superior a dois módulos rurais, ainda que não filiadas a um sindicato.
A cobrança da Contribuição Sindical Rural é feita pela CNA, que, mediante as informações constantes das Declarações do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – DITR apresentadas pelos produtores rurais, anualmente encaminha aos contribuintes as guias de pagamento já preenchidas com os valores devidos. O cálculo do tributo contempla todos os imóveis envolvidos na atividade rural e é feito de maneira diversa conforme o contribuinte seja pessoa física ou pessoa jurídica. No caso da pessoa física, a base de cálculo do tributo é idêntica à do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, qual seja o “Valor da Terra Nua Tributável” (isto é, o valor venal da terra sem qualquer benfeitoria) referente aos bens indicados no Cadastro Fiscal de Imóveis Rurais – CAFIR. Em se tratando de pessoa jurídica, a base de cálculo é apurada com fulcro na chamada “Parcela do Capital Social – PCS”, atribuída a cada um dos imóveis. Na prática, a base de cálculo será o valor do capital social da empresa, registrado na Junta Comercial ou órgão de registro equivalente. Frise-se, por oportuno, que o produtor rural inadimplente com suas contribuições não poderá participar de procedimentos licitatórios, bem como não obterá registro ou licença para funcionamento ou renovação de atividades para os estabelecimentos agropecuários. É importante mencionar, a propósito de remate, que a guia bancária para recolhimento da Contribuição Sindical Rural pode ainda incluir valores atinentes à Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR, que também é um tributo obrigatório, exigido dos produtores que exercem atividades rurais em imóvel sujeito ao ITR. Por vezes se questiona qual o retorno obtido pelo recolhimento da Contribuição Sindical Rural. Neste ponto cabe esclarecer que o montante é utilizado na própria representação e defesa da classe, o que exige uma estrutura forte e ágil e permite que o sistema possa atender as demandas dos setores produtivos, abarcando o meio ambiente, trabalho e previdência, logística, infraestrutura e o ordenamento fundiário, com intuito de reforçar e conquistar o respeito do mercado interno e internacional de nossos produtos. A representação e atuação em defesa dos produtores rurais ficou bastante evidenciada na questão do prazo de implantação do Cadastro
Ambiental Rural – CAR, e mesmo nas diversas e recentes manifestações políticas encabeçadas pela CNA, e, no caso específico de nossa região, pela FAEP e Sindicato Rural de Guarapuava. Importante exemplo também consistiu na defesa legislativa do produtor rural quando do lançamento do Código Florestal, o que inicialmente, permitiria a redução drástica da área produtiva. Outro aspecto que merece relevância, cabe ao debate sobre o sistema de defesa sanitária eficiente para o Brasil e necessário para a expansão e melhoria da atividade pecuária. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), os valores arrecadados também se destinam aos programas voltados à melhoria da gestão da empresa rural e à responsabilidade social do sistema, sempre acompanhados de um amplo debate com o objetivo de alcançar a melhor defesa do setor e o atendimento às necessidades do nosso produtor. Importante destacar, ainda, que parte relevante dos valores da Contribuição Sindical Rural retorna para o Sindicato Rural responsável na área de localização do imóvel do contribuinte, sendo tais valores revertidos em serviços e estrutura para atendimento dos associados. Assim, o Produtor Rural fica convidado a procurar seu sindicato para se informar sobre os serviços prestados, bem como pode sugerir que novos serviços sejam implantados. No caso específico do Sindicato Rural de Guarapuava e Extensões de Base de Candói e Cantagalo, além da estrutura física e de pessoal, são ofertados os seguintes serviços: emissão de CCIR, ITR e Certidão Negativa de Débitos; folha de pagamento para funcionários das propriedades rurais; cursos profissionalizantes do SENAR; palestras, cursos e seminários técnicos; comissões técnicas locais e Revista do Produtor Rural do PR. Desta forma, a Contribuição Sindical, muito mais do que um imposto implementado por sua obrigatoriedade, representa o sustento dos ideais do produtor rural e o suporte para capacitação e desenvolvimento de atividades agrícolas. Por fim, Decker Advogados Associados agradece as advogadas Tânia Nunes De Rocco Bastos e Vivian Albernaz Mendes Rocha por ter ao longo dos últimos anos contribuído com os artigos sempre disponibilizados neste espaço de informação aos produtores rurais e parceiros do Sindicato Rural de Guarapuava, desejando sucesso nesta nova etapa que se inicia.
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Lançamento
Seven Mitsubshi Motors lança nova L200 Triton
A
Mitsubishi lançou a nova L200 Triton no Brasil. Em Guarapuava, a Concessionária Seven Mitsubishi Motors fez o lançamento no dia 16 de setembro, evento que reuniu clientes, parceiros e colaboradores. Toda a equipe da Seven estava presente para mostrar o que a picape tem de melhor a oferecer para seus clientes.
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Revista do Produtor Rural do Paraná
L200 Triton Representando o principal lançamento da marca nos últimos anos no país, a L200 Triton é nacional (fabricada em Catalão, GO). Os traços da nova geração da picape ficaram mais modernos e esportivos, destacando a grade cromada e os faróis com projetores e leds. Entre os equipamentos há ar-condicionado digital dual zone, faróis bixenônio com DRLs em leds e acendimento automático, sensores de chuva, sensores de estacionamento, retrovisores com rebatimento elétrico, chave presencial, start/ stop, assistente de partida em rampas, central multimídia, controles de estabilidade e tração, assistente de reboque, sistema ISOFIX, bancos de couro (com ajustes elétricos para o motorista) e nove airbags.
Luciano Daleffe, diretor da Seven Mitsubishi Motors
Os clientes também foram recepcionados pelo gerente geral da concessionária, Estevão Zeni da Luz
Confira o que os clientes acharam da nova picape e porque são fiéis à Mitsubishi: Mauricio Kurmann
Osvaldo Rodrigues Barbosa
Há dois anos sou cliente da Mitsubishi e a qualidade da marca é incomparável, além do atendimento do pessoal da concessionária. Quanto à L200 Triton é um carro totalmente novo, com um design diferenciado e com muita tecnologia, que a gente não encontra em qualquer caminhonete. Acho que esse é o futuro dos carros, tecnologia e robustez que só a Mitsubishi apresenta até agora”.
Sou cliente da marca há mais de 12 anos. Gosto dos carros e a principal característica é que são modelos bastante robustos. É um carro que realmente aguenta ‘pancada’ (como dizem), ou seja, é muito resistente, o que nós, produtores rurais, precisamos. Tenho uma propriedade rural com mais de 50% do acesso em estrada de chão e a pick-up nunca quebrou ou me deixou na mão. Eu já testei caminhonetes de todas as outras marcas e cheguei à conclusão que para aguentar o que a Mitsubishi aguenta, não tem nenhuma no mercado. Essa nova picape (L200 Triton) veio para completar ainda mais os modelos, com tecnologias bem avançadas”.
Engenheiro civil
Dário Lehn
Gerente de cooperativa Sou cliente da Mitsubishi há três anos, sempre fui muito bem atendido pelo pessoal da concessionária de Guarapuava. E a marca tem satisfeito a minha necessidade, então pretendo continuar com a marca. A minha primeira impressão da nova L200 Triton é que ela muito boa, como as demais, mas muito mais moderna e confortável”.
Produtor rural
Beto Xavier Empresário
Sou cliente há mais de quatro anos. Pretendo continuar com a marca. Para o trabalho do dia a dia, campo e cidade, eu fico muito satisfeito com a caminhonete que sempre aguenta. O atendimento da concessionária também é muito bom. Todos são muito prestativos. Por estar satisfeito é que pretendo continuar com a marca. A nova L200 Triton é fantástica em vários aspectos, além de linda. Pretendo adquirir logo uma nova”.
Liti Colossi Empresário
Sou cliente da Mitsubishi há 15 anos. Gosto da marca em questão de qualidade e atendimento. Além disso, os carros possuem um design que eu gosto muito. A nova L200 Triton, sem dúvida, apresenta vantagens importantes em relação aos outros modelos, em questão de tecnologia e conforto”.
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Leilão
Angus Rio da Paz faz R$ 14 mil para touros e R$ 10,9 mil para fêmeas
A
8ª edição do Leilão Seleção ANGUS RIO DA PAZ, organizado anualmente pela Angus Rio da Paz, aconteceu no dia 10 de setembro, no recinto de Leilões do Parque de Exposições de Cascavel/Pr. O já tradicional evento organizado pela família Zancanaro ofertou 60 touros e 15 matrizes Angus PO com transmissão pela internet através do Lance Rural. Os machos alcançaram a média de R$ 14 mil e as fêmeas de R$ 10,9 mil. A qualidade da genética oferecida foi garantida pelo destacado desempenho da fazenda na Avaliação Genética da raça Angus (PROMEBO). Em 2016 a RIO DA PAZ detém as quatro melhores matrizes no sumário da raça e oito Touros Jovens entre os 100 melhores machos da Safra 2014. Desta forma, a qualidade dos animais é respaldada por um criterioso programa de seleção. NERO da RIO DA PAZ foi o grande destaque do Leilão Seleção Angus Rio da Paz. O reprodutor, selecionado para o Teste de Progênie Angus Alta/Progen 2016, foi vendido 50% por R$ 49,5 mil para Juraci Massoni, de Cascavel (PR). O animal já está em coleta na Central Progen (Dom Pedrito, RS). NERO é um dos melhores DECA 1 da raça na Safra 2014 (Touro Jovem SA) e será usado no programa de inseminação e TE do plantel. Conforme Renato Zancanaro, administrador da Angus Rio da Paz, foi muito satisfatório avaliar ao final do leilão o grande número de criadores que retornam a cada ano para investir nos reprodutores da fazenda, pois assim está sendo confirmado o bom desempenho da produção dos touros e a satisfação dos clientes. As vendas foram conduzidas pela empresa Panorama Leilões com o leiloeiro Max Tedy e contou com o suporte técnico da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha. Fonte: www.angusriodapaz.com.br
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Nozes pecã Benefícios das plantas de cobertura para a cultura de nogueira-pecã Engenheiro Agrônomo MSc. Julio Cesar F. Medeiros CREA 15.364-D Responsável Técnico Viveiros Pitol JMedeiros Consultoria em Agronomia – julio@jmedeirosambiental.com.br
A
modernização agrícola, mediante o uso de práticas intensivas de manejo, tem predisposto os solos ao aumento dos processos erosivos, à degradação e, em consequência, à redução das produtividades das culturas. Outra questão importante diretamente vinculada é a necessidade crescente de adições de fertilizantes em altas doses, que impõe custos elevados e, muitas vezes, provocam prejuízos ao meio ambiente em função da contaminação de lençóis freáticos e cursos d’água pelo excesso de nutrientes, que muitas vezes, ao não serem totalmente aproveitados pelas plantas, acabam contaminando estes recursos naturais. As alternativas para minimização destes prejuízos, sem abrir mão do necessário fornecimento de nutrientes ao solo, são a adubação orgânica e o cultivo de plantas de cobertura, que fornecerão o nitrogênio, mediante fixação simbiótica, e ainda contribuirão para aumento nos teores de matéria orgânica do solo. Outros grandes benefícios proporcionados pelas plantas de cobertura são a proteção do solo, mediante a redução dos processos erosivos e o equilíbrio da temperatura – que favorece o desenvolvimento de microrganismos -, a menor perda de umidade do solo e ainda o controle de ervas daninhas.
Uma outra ótica seria a utilização de espécies que apresentam crescimento rápido e rebrota, podendo ser utilizadas numa primeira etapa como forragem e, depois de novo crescimento, serem manejadas para formar palha, como em sistemas de integração lavoura-pecuária, trazendo os benefícios de agregar nutrientes ao solo e mantê-lo protegido por mais tempo. A nogueira-pecã é uma cultura que tem grande exigência em nitrogênio, nutriente que tem um alto custo de aquisição. Além disso, a planta é grandemente beneficiada pela utilização de adubação orgânica, que traduz em altas produtividades em pomares que utilizam esta prática. Experiências positivas para a cultura tem sido obtidas mediante a utilização de plantas leguminosas de cobertura, como os trevos e a ervilhaca, o amendoim-forrageiro, a crotalária, o feijão-de-porco, o lab-lab e a mucuna, entre outras. Outras plantas que, embora não sejam leguminosas, também proporcionam bons benefícios em termos de cobertura de solo e ciclagem de nutrientes das camadas mais profundas para a superfície do solo são tremoço, o nabo-forrageiro e aveia-preta. As alternativas de espécies para utilização como plantas de cobertura são diversas, e a escolha deve levar em conta as características de solo e clima da região, que determinarão a melhor adaptação destas plantas
ao local onde está situado o pomar. As características buscadas nestas condições, exceto em sistema de integração lavoura-pecuária, serão sempre as espécies de ciclo mais longo, que são aquelas que tem a capacidade de gerar uma quantidade maior de massa, e em consequência, uma melhor cobertura do solo no médio prazo.
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Agroindústria
Agrária inaugura três grandes obras
Fotos: Geyssica Reis
Investimentos totalizaram R$ 800 milhões
Autoridades municipais, estaduais e nacionais estiveram presentes
C
om a presença de 500 pessoas, entre cooperados, colaboradores, clientes, parceiros, imprensa e autoridades nacionais, estaduais e municipais, a Cooperativa Agrária realizou, no dia 7 de outubro, a solenidade de inauguração conjunta de três grandes obras: a ampliação da maltaria, a indústria de milho e o maior silo graneleiro do Brasil. Os investimentos totalizaram R$ 800 milhões, conforme alinhamento com planejamento estratégico da cooperativa para o período de 2013 a 2018. Na presença de autoridades, como o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o governador do Paraná, Beto Richa, o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho e o presidente do Sistema Ocepar,
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José Roberto Ricken, a solenidade teve como pontos altos a apresentação de um vídeo produzido para expor todos os detalhes dos investimentos e o descerramento de placa das obras. O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, prestigiou o evento, juntamente com a equipe da REVISTA DO PRODUTOR RURAL DO PARANÁ. Com o incremento da capacidade produtiva anual de 220.000 para 350.000 toneladas, a Agrária Malte solidificou-se como maior planta malteira do país e a 11ª maior do mundo. Atualmente, a indústria detém 25% do mercado brasileiro de malte. Já a indústria de milho passa a agregar valor às cerca de 306.000 toneladas de um dos mais importantes grãos
produzidos pelo cooperado da Agrária, inclusive com produtividades médias próximas a 12.000 kg/ha, muito acima da média nacional. A planta produzirá anualmente 180.000 toneladas de grits, flakes, creme, fubá e germe de milho destinados ao mercado alimentício. Enquanto que o silo graneleiro, localizado estrategicamente às margens da BR-277, conta com capacidade estática de 277.000 toneladas, a maior do país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com isso, a Agrária salta para uma capacidade de armazenagem total de 1,2 milhão de toneladas. “Em 1951, os nossos pioneiros trouxeram o cooperativismo junto ao Brasil. Estamos comemorando os 65 anos de existência da Agrária e da colonização
Ao todo, 500 pessoas prestigiaram a inauguração Foto: Agência Estadual de Notícias
de Entre Rios. E é uma satisfação muito grande poder contar com essa inauguração, que conta com um quarto advindo de recursos próprios da Cooperativa”, destacou o diretor presidente da Agrária, Jorge Karl. Ainda segundo Karl, a inauguração “é uma somatória de investimentos em diversas áreas, todas visando a verticalização da cooperativa. Isso é importante para o crescimento da Agrária e dos nossos cooperados e com efeito grande na região. Temos presença no mercado local, regional e nacional, com forte presença no mercado exportador”, disse. Ele complementou afirmando que todo investimento da cooperativa possui um planejamento estratégico. “Procuramos cada vez mais investir no que fazemos, estar em sintonia com nosso planejamento estratégico e, claro, isso tem efeito grande não apenas numa única atividade, mas na soma de negócio onde a Agrária se insere”.
Autoridades destacam investimentos Compuseram a mesa da cerimônia, além do ministro, governador, prefeito e do presidente da Agrária, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o presidente da Frencoop (Frente Parlamentar do Cooperativismo) e deputado federal, Osmar Serraglio, o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, o deputado federal, Sérgio Souza, a deputada estadual, Cristina Silvestri e o presidente da empresa Santa Maria Papel e Celulose, Marcelo Vieira. Em seus pronunciamentos, as autoridades parabenizaram a Agrária pelos investimentos. “A Agrária é um orgulho de todo guarapuavano. A Cooperativa está de parabéns por todos os investimentos realizados. Viva a Agrária, viva Guarapuava, viva o Brasil que dá certo”, destacou o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho. O governador Beto Richa destacou os investimentos realizados em parceria com o Programa Paraná Competitivo. “Estou aqui para cumprimentar
Os investimentos foram na ampliação da maltaria, a indústria de milho e no maior silo graneleiro do Brasil Beto Richa afirmou que o investimento da cooperativa reflete na economia de todo o Estado
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi enalteceu o projeto da Agrária no momento difícil da economia a Agrária, que caminha na contramão da crise. São números impressionantes atingidos aos longos dos 65 anos de existência”, frisou.
O ministro Blairo Maggi reforçou sua origem paranaense, convocou os agricultores a “olhar fora da caixa” para que todo o potencial agrícola brasileiro seja efetivamente explorado. “Vim entregar um abraço do presidente da república Michel Temer à Agrária e todos os seus cooperados”. O presidente da Agrária finalizou seu discurso enaltecendo o que considera um dos maiores tesouros da cooperativa: o capital humano. “Nosso investimento hoje é físico, mas o maior investimento da Cooperativa sempre será no ser humano, nos nossos 600 cooperados e nossos 1.500 colaboradores”, finalizou. Com informações da Assessoria de Imprensa da Agrária e Agência Estadual de Notícias Revista do Produtor Rural do Paraná
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Aconteceu Richa assina Programa Integrado de Conservação de Solo e Água
Embrapa e Fundação Meridional homenageiam produtor de Guarapuava
A cerimônia de assinatura do decreto que criou o Programa Integrado de Conservação de Solo e Água, foi realizada no dia 29 de agosto. O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora prestigiou o momento junto com outros representantes da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep). O objetivo do Programa Integrado de Conservação de Solo e Água é conservar os níveis de fertilidade do solo paranaense. Além disso, resgatar a referência do Paraná em conservação de solo e água.
Um nome de Guarapuava esteve entre os homenageados pela parceria Embrapa/ Fundação Meridional, no âmbito do Projeto Lavouras Demonstrativas: Josef Pfann Filho – vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, ele é também diretor-secretário da fundação. Em placa nominal entregue na ocasião, mensagem da parceria contextualiza a participação de cada um no projeto: “A Embrapa e a Fundação Meridional agradecem pela contribuição no processo de inovação tecnológica, com o lançamento da nova cultivar de soja BRS 1007IPRO”. A iniciativa Lavouras Expositivas é uma ferramenta de inovação tecnológica. Agricultores, assistência técnica e pesquisadores acompanham a campo a performance de novas cultivares de soja BRS e os seus méritos em relação às principais variedades do mercado. O projeto apresentou seus resultados e prestou homenagens durante o Fórum Tecnológico da Soja, realizado em agosto, em Londrina, Cascavel, Pato Branco e Ponta Grossa, com mais de 800 participantes, entre produtores e técnicos.
Foto: Fundação Meridional
Desfile Cívico na Palmeirinha: Alunos do Colégio Estadual do Campo desfilam representando JAA
(Da esq. p/ dir.) agrônomo Marcos Roberto Marques Borges (Fazenda Estrela Sementes); agrônomo Ralf Udo Dengler (gerente executivo da Fundação Meridional); Dr. Rafael Moreira Soares e Dr. Dionísio Luiz Pisa Gazziero (pesquisadores da Embrapa Soja); agrônomo e produtor rural Josef Pfann Filho (diretorsecretário da Fundação Meridional e vicepresidente do Sindicato Rural de Guarapuava)
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No dia 7 de setembro, o Colégio Estadual do Campo da Palmeirinha participou do desfile cívico no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava. Alguns alunos desfilaram representando o programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Jovem Agricultor Aprendiz (JAA), que visa informar aos jovens rurais sobre suas oportunidades no campo, qualificando-os profissionalmente, despertando uma visão empresarial e capacidade empreendedora. O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou o desfile.
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Responsabilidade social Sindicato Rural e Justiça do Trabalho
promovem evento para crianças
U
ma tarde educativa e alegre para alunos dos ensinos Infantil e Fundamental da Escola Municipal do Campo Lídia S. Curi (Rio das Pedras, distrito de Guará, em Guarapuava): eles participaram de um evento que o Sindicato Rural de Guarapuava e o Fórum da Justiça do Trabalho no município realizaram, no dia 10 de outubro, para lembrar a data que vem ensejando cada vez maior reflexão sobre a infância. Na antevéspera do Dia das Crianças, o evento trouxe mini-palestras, entrega de premiação de concurso de desenho e redação, lanche e distribuição de lembranças. No anfiteatro do sindicato, o presidente da entidade, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, e a diretora do Fórum da Justiça do Trabalho, juíza Marieta Jesus da Silva Arretche, saudaram as crianças. Em seguida, na primeira apresentação, a advogada Miriam Aparecida Caldas enfatizou que o estudo pode abrir as portas do mundo. Falando de sua experiência pessoal, lembrou que, mesmo tendo nascido numa família humilde, na área rural de um município do interior, estudar e trabalhar a levaram a se tornar advogada, chegar ao doutorado e conhecer vários países e culturas. “A mensagem principal (da palestra) era que as crianças
Advogada Miriam Aparecida Caldas e as juízas Marieta Jesus da Silva Arretche e Ana Carolina Martinhago Balam
Distribuição de brinquedos: animação
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Com mini-palestras, lanche e distribuição de brinquedos, alunos de escola municipal rural tiveram uma tarde de alegria e conscientização sobre trabalho infantil percebessem que não importa o meio em que estão. É importante que hoje elas tenham sonhos, vontade de correr atrás de algum objetivo, de algum ideal. E que o estudo realmente abre portas”, resumiu a advogada. Já a juíza Ana Carolina Martinhago Balam explicou o que a legislação considera como trabalho infantil. A magistrada observou que, para a lei, a prioridade das crianças é estudar e brincar: “É extremamente importante a gente poder desconstruir este mito de que é bom a criança trabalhar”, afirmou depois em entrevista. Encerrando as apresentações, o coordenador regional do SENAR-PR em Guarapuava, Aparecido Grosse, falou sobre a instituição. Ele lembrou aos alunos que também as profissões do campo podem ser opções para quando, no futuro, eles tiverem de escolher uma carreira para seguir. Na sequência, teve lugar a premiação de concursos realizados pela escola tendo por tema “Trabalho em Família e Responsabilidade”. Na categoria desenho, se destacaram David José Valdomiro dos Santos (Educação Infantil); Maria Eduarda Licovski (1º ano); e Miguel Adanski Maikot (2º ano); e na modalidade redação, Kettlen Gabrielly B. Machado (3º ano); Taline Almeida Ordakowski (4º ano); e Emanuel Araújo Ribeiro (5º ano). No encerramento, os alunos foram recep-
Botelho, pres. do Sindicato Rural: saudação aos alunos
Grosse, supervisor regional do SENAR-PR: agropecuária também é opção para o futuro de quem hoje é criança cionados no salão de festas do sindicato com lanche e brinquedos arrecadados na Campanha Produtor Solidário e por meio de doações de advogados, juízes e servidores do Fórum Trabalhista. Apoiaram o evento para as crianças: Dacoregio Automotivo, Ordem dos Advogados do Brasil-OAB (Subseção Guarapuava), BMilk, Decker Advogados Associados, Lupis Tecnologia e Sistemas, SakSom, Parati Alimentos e Cooperativa de Crédito Sicredi, produtores rurais e parceiros.
Fertilizantes
Para sua raiz crescer forte na vida
A
MULTIFÓS FERTILIZANTES é uma empresa 100% nacional, constituída em 2010. Possui um escritório comercial situado no município de Registro/SP e uma moderna Unidade Fabril (Granulação / Mistura) em Almirante Tamandaré/PR, estrategicamente localizada. Visando atender à necessidade da agricultura brasileira e através dos conhecimentos agronômicos e de química de solo, a Multifós Fertilizantes Ltda. buscou produzir um fertilizante fosfatado que seja perfeitamente adequado às exigências de fósforo das nossas principais culturas, conciliado às nossas condições de solo e clima. A Multifós Fertilizantes Ltda. utiliza em seu processo de fabricação a mais alta tecnologia, através de 100% de automação nas diferentes etapas de produção, tendo como objetivo oferecer um fertilizantes com baixo custo e alta qualidade. O FOSFATO MAGNESIANO é produzido através do processamento químico da rocha fosfática denominada fosforita. Nosso produto tem como diferença no processo de reação química, além do ácido sulfúrico, a utilização do ácido fosfórico e do silicato de magnésio. Estes em reação com a fosforita, que possui alta concentração de fósforo, resultam num excelente pro-
duto que é liberado de forma gradual, reduzindo a perda por fixação. Parte é liberada no início do desenvolvimento das plantas e o restante ao longo do ciclo, atendendo às principais fases de extração de fósforo pela planta. Assim podemos atender a maioria das culturas como soja, milho, trigo, batata e outras com formulações NPK no grão, onde a planta tenha um melhor aproveitamento de todos os nutrientes, oferecendo um melhor rendimento e um excelente investimento do produtor rural.
A Multifós está agregando seus produtos na região em parceria com a Guará Campo, visando o aumento de produtividade da sua lavoura.
MANCHETE
Seminário Erva-Mate XXI traz perspectivas do setor ervateiro Reunindo pesquisadores, produtores e indústria, evento mostrou que o futuro está em diversificação de produtos e de mercados
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Texto: Katia Pichelli (Embrapa) e Manoel Godoy (Sindicato Rural de Guarapuava)
O
setor de erva-mate tem muito a crescer, tanto em produtividade quanto em qualidade. Novos produtos e mercados também mostram um horizonte importante e promissor para a cadeia produtiva. Estas são algumas das reflexões feitas durante o “Seminário Erva-mate XXI: modernização no cultivo e diversificação do uso da erva-mate”, que aconteceu, de 5 a 7 de outubro, na PUC Paraná, em Curitiba. O
encontro reuniu cerca de 300 pessoas, entre produtores rurais, empresários, técnicos, pesquisadores e formuladores de políticas públicas. “Nosso objetivo foi chamar a atenção do setor ervateiro para as novas perspectivas de mercado, novas formas de manejo do cultivo e para as diversas possibilidades de usos da erva-mate, muito além do chimarrão”, explicou Joel Penteado Jr., da Embrapa Florestas, uma das instituições organizadoras.
Entre os participantes, o balanço do seminário foi positivo: para José Bonato, da Emater (PR), a programação “superou as expectativas, foi excelente, abordando tudo sobre erva-mate, com informações muito importantes para nosso dia-a-dia”. Ilvandro Barreto, da Emater (RS), enalteceu os assuntos abordados: “Temos que parabenizar a organização pela seleção dos temas que aqui foram discutidos, que são atuais, reais e, principalmente, as perspectivas para o futuro”. A primeira manhã trouxe para debate as oportunidades e tendências do mercado internacional da erva-mate. Heroldo Secco Jr., da Mate TeaFromBrazil, afirmou que a erva-mate ainda precisa formar uma imagem de produto confiável e de qualidade. Victor Masloff, do Centro Yerbatero Paraguayo, falou sobre a situação da erva-mate naquele país. Masloff ressaltou que 92% dos ervateiros do Paraguai são agricultores familiares, que precisam de mais trabalhos de transferência de tecnologia.
Fernanda Rodrigues, do Forest Stewardship Council – FSC, falou sobre as oportunidades de certificação do manejo de erva-mate. “As organizações cada vez mais demandam matérias-primas de produtos certificados”, explicou. Roberto Ferron, do Instituto Brasileiro do Mate – Ibramate, trouxe um panorama histórico da organização do setor ervateiro e as necessidades atuais. “Um dos gargalos que temos é que o processo industrial é o mesmo de 40 anos atrás”, analisou. Outro apontamento de Ferron foi sobre o próprio consumo interno: “É preciso criar o hábito do consumo de erva-mate no país. À exceção do chimarrão, tererê e chá, que são conhecidos, cerca de 19 estados brasileiros não conhecem o mate”. Francisco Paulo Chaimsohn, do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), trouxe para discussão os sistemas tradicionais de erva-mate, do ponto de vista social, ambiental e ecológico. O segundo dia começou com o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas, falando sobre as perspectivas do melhoramento genético da erva-mate. Ivar fez um levantamento histórico dos trabalhos de melhoramento realizados pela instituição até hoje e destacou o potencial do que vem sendo feito, em especial o desenvolvimento
de cultivares com teores diferenciados de cafeína, as técnicas de clonagem e a formação de uma rede de validação de novos materiais nos estados produtores de erva-mate. Marcelo Mayol, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina – INTA, abordou o sistema de produção argentino da erva-mate. Segundo Mayol, “a produção, para ser sustentável, tem que obrigatoriamente conjugar os cuidados com solo, planta e meio ambiente”. Novos compostos de interesse da erva-mate foram mostrados pela professora Grace Gossmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A chamada Indicação Geográfica (IG) foi o assunto abordado por José Carlos Ramos, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA): “A IG é estratégia de valorização de produto, pessoas e lugar”, afirmou. Debate sobre os desafios tecnológicos da produção de erva-mate encerrou o segundo dia. A etapa final do evento começou com a discussão sobre a composição química da erva-mate e seus efeitos sobre a saúde humana, com Nelson Bracesco, da Udelar (Uruguai). “A erva-mate tem mais polifenois totais que o vinho”, exemplificou, acrescentando
Foto Cassiano Correia
Foto Cassiano Correia
Evento deu um panorama da erva-mate no Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina
Empresas e instituições: presentes ao seminário com estandes Revista do Produtor Rural do Paraná
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Foto Cassiano Correia
Novos produtos de erva-mate: caminho para novos mercados
que “existem trabalhos que mostram os benefícios do mate na redução de processos inflamatórios e também de colesterol”. O analista Ives Goulart, da Embrapa Florestas, apresentou o sistema de produção Erva20: um programa de transferência de tecnologia que está em desenvolvimento pela instituição e que será lançado no próximo ano, visando implementar um sistema de produção, tecnológico e sustentável, para a erva-mate plantada. O Erva20 pretende auxiliar o produtor a elevar o patamar de produtividade e qualidade dos ervais. “É uma junção de resultados de pesquisas que a Embrapa Florestas vem realizando há 30 anos com a erva-mate, mas que agora estarão disponíveis de forma organizada e acessível “, antecipou Goulart. Encerrando a programação, uma mesa redonda debateu a pesquisa sobre erva-mate no Mercosul. Ainda na parte técnica do evento, 49 trabalhos científicos foram expostos na sessão pôster. Também foi realizada uma feira com estandes de expositores, instituições ligadas ao setor ervateiro, além de fornecedores de insumos e equipamentos. Em Guarapuava e região, uma das áreas do Paraná em que o cultivo da erva-mate é tradição, o Sindicato Rural divulgou antecipadamente o seminário entre seus associados do setor e organi-
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zou, para um grupo, caravana ao evento. De acordo com a entidade sindical, da região, compareceram ao encontro cerca de 20 pessoas, entre produtores e interessados. Um dos participantes, Wander Bastos, valorizou o evento e a mobilização do sindicato: “Fiquei sabendo do seminário através do sindicato. A entidade correu atrás de inscrições, de reserva de hotel e de transporte. Isso foi muito bacana”. Segundo contou, ele entrou na atividade ao ficar responsável por conduzir as áreas de erva-mate de seu sogro, Eugênio Bilek: um erval hoje com cerca de 20 anos, tendo 20 hectares (60 mil pés), na região da Chapada do Jordão, onde a produção, orgânica, gira em 150 toneladas por ano (10 mil arrobas).
Considerando a cultura como um “negócio familiar”, Bastos antecipou que a ideia é expandir a produção, com dois ervais, ambos de 12 hectares, na região do Salto São Francisco – em um deles, a implantação de 40 mil mudas ocorreu há dois anos e meio (início da produção prevista para o quarto ano); no segundo, que terá a mesma lotação, a terra estava em preparação. Neste contexto, o produtor observou ser importante participar de encontros técnicos sobre uma cultura em que diz aprender a todo momento. Em relação à comercialização, se mostrou animado com novas possibilidades, vistas no seminário, que podem se abrir a partir de novos usos da erva-mate, como o chá: “Nós, produtores, que vendemos a erva para chimarrão, começamos a enxergar de uma forma diferente. Hoje, se toma erva-mate, como chimarrão e tererê, somente no Sul e no Mato Grosso. Mas no Rio de Janeiro se aprecia o chá gelado e um pouco no Espírito Santo. Sem contar mercados estrangeiros, como a China, a Europa, a Índia, onde se consome muito chá. É um mercado ao qual temos de começar a ficar atentos”, completou. Bastos mencionou ainda que, após o evento, se interessou em conhecer de perto o setor da erva-mate em três municípios gaúchos: Ilópolis, sede do Ibramate (Instituto Brasileiro da Erva-Mate); Arvorezinha, que realiza a Festa do Mate; e Machadinho, por ser um pólo de mudas da cultura. Mudas de qualidade, explicou, são a base da produção. Já para uma produtora rural tradicional no cultivo de grãos, em propriedade entre Guarapuava e Candói, participar do seminário sobre erva-mate foi
Wander Bastos: previsão de expandir áreas de ervais
oportunidade de aprender mais sobre uma cultura que, para ela, é novidade. Adriana Lacerda Martins disse que começou na atividade ano passado: implantou área sombreada de 10 alqueires (30 mil mudas), com expectativa de início da produção para daqui a três anos. Para assistência técnica, ela buscou um engenheiro florestal. O seminário, ressaltou, foi motivador: “Com certeza (o evento) foi um incentivo muito grande para quem está começando e para quem já está na área. A gente aprendeu muita coisa. Foi um suporte muito importante, para o que eu estou me propondo a fazer. A gente está engatinhando nesta área. Temos de saber fazer da maneira mais correta possível”, analisou. O responsável pela assistência técnica de Adriana também esteve no seminário e elogiou a iniciativa: “Houve muita informação sobre utilização (da erva-mate), que vai ser o foco dos produtores. A gente, como técnico, viu novas formas de adubação, de condução e até algumas de aumento da produtividade”, assinalou José Luiz Boese. Para outro produtor de Guarapuava que compareceu ao seminário, Waldemar Geteski, o evento foi positivo por abordar pontos importantes do cultivo, da capacitação da mão-de-obra, da tecnologia e de novos produtos e utilizações da erva-mate. Com ervais de 40 hectares no distrito de Guairacá, ele disse ter percebido a importância de uma profissionalização cada vez maior no manejo, em especial na poda: “Vi a necessidade de nós, produtores, prepararmos a mão-de-obra que vai nos auxiliar na colheita”. Conforme assinalou, a poda sem técnica ocorre por vezes no setor e chega em alguns casos a danificar as erveiras. Outro ponto relevante, mencionou, foi o destaque dado ao cuidado com a qualidade final das folhas, desde um cultivo orgânico até à secagem dentro de critérios técnicos. Na tecnologia, o produtor comemorou uma iniciativa da Embrapa: “Vejo de uma maneira muito otimista a Erva20, que consiste em vários programas. Um deles é um software que irá fazer a orientação sobre a gestão de ervais. Os técnicos também estão trabalhando a parte produtiva da erva-mate,
A produtora Adriana Lacerda Martins buscou assistência técnica com o engenheiro florestal José Luiz Boese
Erva-Mate na região em 2015 Nos 12 municípios da regional da SEAB em Guarapuava, a erva-mate está presente. De acordo com a secretaria, estas são as áreas e as produções obtidas em 2015. Na região predomina o cultivo sombreado.
MUNÍCIPIO
ÁREA (HA)
PRODUÇÃO (T)
Campina do Simão
100
520
5
50
230
810
5
18
160
375
1.500
7.000
Laranjal
10
25
Palmital
120
490
Pinhão
515
6.000
Prudentópolis
720
12.000
Reserva do Iguaçu
300
1.000
Turvo
360
3.300
Candói Cantagalo Foz do jordão Goioxim Guarapuava
(Fonte: SEAB – Guarapuava)
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Centro-sul do PR
Sindicato Rural cria comissão da erva-mate Waldemar Geteski: necessidade de capacitar mão-de-obra
porque está comprovado que ervais de baixa produtividade não se viabilizarão economicamente”, sublinhou. Sobre novas utilizações da erva-mate, Geteski compartilhou da expectativa geral dos produtores: “Estão surgindo aí cosméticos, erva-mate encapsulada, outras formas de bebida, alimentos – tudo vai alavancar”. Para ele, produtos novos podem ajudar a expandir a demanda da cultura. O Seminário Erva-Mate XXI foi promovido pela Embrapa Florestas, Ibramate, Instituto de Florestas do Paraná, Instituto Emater Paraná, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná (Curitiba) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Foram patrocinadores: Chimarrão Bitumirim, Sindimate Paraná, Leão Alimentos e Bebidas, Heide Extratos Vegetais, Erva-mate Ximango, Golden Tree Reflorestadora, Menon e Veiga Arquitetura, Brehmer Equipamentos, Sanepar, Fundomate, Casa do Chimarrão, Chimarrão Shop, Chá da Serra, Monsanto BioAg e Restaurante Madalosso. Entre os apoiadores institucionais: Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Epagri, Emater (RS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Casa Familiar Rural de Cândido de Abreu, Matte Cultural, Museu Paranaense, Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA – Argentina) e Instituto Nacional de la Yerba Mate (INYM - Argentina). (Fonte: informações da Embrapa Florestas e entrevistas locais realizadas pela REVISTA DO PRODUTOR RURAL)
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Revista do Produtor Rural do Paraná
A Comissão Técnica de Erva-mate do Sindicato Rural de Guarapuava realizou sua primeira reunião no dia 23 de agosto, na entidade sindical. Mais de 40 produtores e profissionais do setor compareceram ao encontro, que tinha como objetivo discutir o atual cenário da cadeia produtiva da erva-mate na região e também promover uma troca de informações entre os produtores, visando maior produtividade e rentabilidade. Segundo o produtor de erva-mate Waldemar Geteski, esta ação é muito importante para a profissionalização da atividade na região. “Rio Grande do Sul já saiu na frente tornando esta atividade mais rentável. Aqui na região, nós também podemos conseguir. Nos sentimos amparados pelo Sindicato Rural que apoiou a ideia da comissão, temos o departamento técnico da Faep que também pode nos auxiliar. Estamos muito otimistas”. Geteski afirmou que a troca de experiências vai orientar os
produtores sobre como investir corretamente na atividade.“Esta reunião é o primeiro passo. É importante que os produtores se conscientizem que é necessário ter a oferta de erva-mate contínua, escalonada e programada nas indústrias da região que adquirem nosso material”. Além disso, ele afirmou que é preciso haver uma parceria entre indústria e produtor, para que não haja falta de comercialização e nem falta de produto. “A indústria hoje trabalha com baixo estoque de erva-mate. Isso porque o consumidor quer a erva de chimarrão na cor verde. Quando ela fica mais de 40 dias estocada, ganha a tonalidade amarelada que o consumidor não quer. Temos que achar uma solução de como resolver esse problema”, comenta Geteski. Haverá outros encontros da comissão, com divulgação em breve. Informações no Sindicato Rural, pelo telefone (42) 3623-1115.
SERRANA
Treinamento & Pesquisa
e Grupo de Pesquisa em Cultivos Intensivos convidam para:
Data: 8 de dezembro
Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava
Programação: 13h30 - 15h30
Abertura e Palestra: Manejo da Cultura da Cebola Palestrante: Dr. Renato Agnelo Apoio: BAYER
Parceria de pesquisa - Cebola
Apoio Logístico:
15h30 - 16h30
Coffee Break e Apresentação de Portfólio – Cebola
A partir das 16h30
Visitação à área experimental e protocolos demonstrativos
Informações: serrana.pr@gmail.com ou no Sindicato Rural (42) 3623- 1115
Cultura da Batata
Área experimental e demonstrativa com protocolos e avaliações de manejo estão sendo estabelecidos no campo, com evento técnico para a cultura programado para fevereiro de 2017.
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Culturas de inverno
Trigo no centro-sul do PR: expectativa de produtividade maior em 2016
Trigo: clima faz florescer esperança de boa safra
D
epois de um ano de 2015 repleto de contratempos climáticos, por conta do El Niño, a principal cultura de inverno do Brasil, o trigo, iniciou a safra 2016 numa atmosfera de cautela. Numa atividade que, para muitos produtores, acumula um histórico difícil na hora da comercialização, o quadro do ano passado influenciou no presente: vários, onde o clima permite, resolveram migrar para o milho de segunda safra, com preço mais atraente. Já entre os que decidiram insistir mais uma vez na cultura, muitos acabaram por reduzir o tamanho da lavoura. Com isso, a área de plantio em nível nacional se reduziu nada menos do que 14,4%: de 2,44 milhões para 2,09 milhões de hectares, conforme reportou a CONAB em seu Levantamento de Safra (edição Setembro 2016). Porém, quem reafirmou por mais um ano sua vocação de triticultor, viu no campo a luz de uma nova esperança: as lavouras pareceram se desenvolver dentro das expectativas. Pelo menos, em termos de produtividade. Uma espe-
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rança que, ao que tudo indica, poderá se concretizar: ainda de acordo com a CONAB, a safra de trigo 2016 “deverá ter acréscimo de 11,4% em relação à safra passada”: de 5,53 milhões para 6,16 milhões de toneladas – elevação que a companhia atribui a um aumento da média nacional de produtividade, de 30%, de 2.260 para 2.939 kg/hectare. No Paraná, principal Estado produtor, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB), divulgados em 2 de setembro, a área caiu 19,3%: de 1,33 milhão para 1,08 milhão de hectares. Por outro lado, especificamente no Estado, a CONAB vê um aumento de produtividade média de 21,9%, com o patamar passando de 2.506 kg/hectare em 2015 para 3.055 kg/hectare agora; para a SEAB, o volume final deverá ser de 3,3 milhões de toneladas, quase igual ao da safra anterior, de 3,28 milhões de toneladas. No centro-sul paranaense, em 12 municípios abrangidos pela regional da Secretaria de Estado de Agricultura em Guarapuava, o triticultor ini-
ciou os trabalhos de 2016 com um bom motivo para acompanhar como todos aqueles fatores do clima vão se traduzir na prática: a região foi uma das áreas onde a cultura foi mais atingida pelo El Niño do ano passado. Da produção de 177.903 mil toneladas, 16,4%, um volume de 29.200 toneladas, foi considerado como triguilho. Para 2016, com exceção da queda de área, de 72.350 para 53.000 hectares, o cenário se apresenta um pouco mais animador: a avaliação da SEAB é de que a produtividade alcance 3.600 kg/hectare, com uma produção de 190.800 toneladas. No campo, exemplificando uma expectativa melhor, o agrônomo e produtor rural Silvino Caus, que há mais de 20 anos se dedica ao trigo, disse considerar possível uma boa safra. Em entrevista no dia 29 de setembro, numa área em Pinhão, ele se mostrava feliz com o aspecto visual e de sanidade da lavoura, então em fase de florescimento. Entretanto, falar em números, destacou, só mesmo no fim do ciclo, já que a produtividade depende muito do quadro
Plantando trigo, você vai ter o resto da palha, que vai servir como cobertura. Isso já é um ganho” Silvino Caus, agrônomo e produtor rural O produtor Silvino Caus: considerando também vantagem agronômica do trigo
climático até à colheita. Certo é que, apesar de 2015, ele manteve a área, com semeadura em meados de julho para colheita em final de novembro: “Temos um sistema de produção que não gostaríamos de mudar”. Os custos de produção, revelou, poderão se reduzir um pouco devido ao clima mais favorável. O que preocupa, destacou, é o preço que o produto poderá alcançar na comercialização, em dezembro, já que a commodity, como outras, apresenta seus altos e baixos. Mas como fator positivo, que conside-
ra “fundamental” para permanecer no trigo, Caus menciona o fato de ser cooperado da Agrária, tendo a certeza de destinação das safras. “É a base da sustentação das culturas de inverno na nossa região. Considero importantíssimo o papel da cooperativa, porque ela absorve toda a minha produção”, afirmou. O produtor relembrou ainda que, no centro-sul do Paraná, a estação mais fria do ano só permite mesmo ao agricultor produzir culturas de inverno e que, por isso, mais dois motivos o levam àquela opção: a implantação de
uma cultura de cobertura teria, de toda forma, também os seus custos; além disso, apontou, o trigo, traz vantagens agronômicas para a cultura a ser plantada na sequência. “Se você não fizer cultura de inverno, fatalmente vai ter de fazer de cobertura, para proteger o solo. Plantando trigo, você vai ter o resto da palha, que vai servir como cobertura. Isso já é um ganho. Além de que o adubo que se utiliza no inverno, parte é reaproveitada na cultura subsequente, a soja. A gente tem que valorizar isso”, finalizou.
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Notas Sindicato Rural apoia 2ª Corrida e Caminhada de Combate ao Câncer Divas do Asfalto O grupo de mulheres Divas do Asfalto promoveu a 2ª Corrida e Caminhada de Combate ao Câncer no dia 30 de outubro, no Cidade dos Lagos - Bairro Planejado. O Sindicato Rural de Guarapuava apoiou o evento. O lançamento da corrida aconteceu na noite do dia 14 de setembro, na Besha Store.
Produtores rurais apresentaram reivindicações para Cesar Silvestri Filho e Itacir Vezzaro (PPS)
O prefeito reeleito em Guarapuava, Cesar Silvestri Filho e o vice Itacir Vezzaro (PPS) realizaram no dia 21 de setembro (ainda em período de campanha), reunião com os produtores rurais, no Sindicato Rural de Guarapuava. Eles apresentaram o que já feito pelo setor rural na gestão passada, as propostas e receberam do presi-
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dente do Sindicato Rural, Rodolpho Luiz Werneck Botelho uma carta de reivindicações do agronegócio guarapuavano. Entre as reivindicações dos produtores rurais, a principal é a manutenção/recuperação das estradas rurais. Outras solicitações apresentadas foram segurança jurídica; duplicação de estradas; captação de
novas agroindústrias; parcerias público-privada em projetos do setor; Centro de Eventos Multiuso (Parque de Exposições); investimentos em pessoal e estrutura para o atendimento da Unidade Municipal de Cadastro (UMC) - Incra (localizado junto à Secretaria Municipal de Agricultura; integração de todos os segmentos da área (Seab, Emater, Adapar, Secretaria Municipal de Agricultura, Sindicatos, Associações, Universidades, Cooperativas etc.) para traçar um plano único para o município, para que todos os envolvidos trabalhem em conjunto, agregando valor à produção agropecuária regional. A carta de reivindicações teve a participação de cooperativas e entidades do setor agropecuário, como Sindicato Rural, Sociedade Rural de Guarapuava, Cooperativa Agrária, Coamig, CooperAliança, Coamo, C.Vale e Senar - Regional Guarapuava.
Unicentro: palestras sobre alimentos de origem animal O Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) está realizando um ciclo de palestras com o tema: A relação do médico veterinário com alimentos de origem animal. A primeira palestra que teve como assunto Produzir leite com qualidade, foi realizada no dia 24 de agosto, no auditório de Centro Mesorregional de Excelência em Tecnologia do Leite do campus Cedeteg. O evento contou com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava e foi ministrada pela gerente de postos de resfriamento da Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava (Coamig), Gelyane Wainer Souza.
Segundo a organização, o intuito do ciclo de palestras é trazer profissionais que atuam com produtos de origem animal (médicos veterinários ou técnicos) para falar sobre suas funções, parte técnica do trabalho,
requerimentos desses campos de atuação, perspectivas de crescimento, oportunidades e dar sua opinião sobre o trabalho nessa área para acadêmicos do curso de Medicina Veterinária ou áreas afins.
Gralha Azul completa 31 anos com Mega Leilões de Aniversário A Gralha Azul Remates completou 31 anos em setembro e realizou vários leilões comemorativos na região. Em Guarapuava, o Mega Leilão de Aniversário foi realizado no dia 9 de outubro. Foram comercializadas, ao todo, 315 cabeças. Os bezerros, na ocasião, foram vendidos com peso médio de 237 kg, preço médio por cabeça de R$ 1425,46 e preço médio por kg de R$ 6,00. Já os bois foram vendidos a um preço médio de R$ 1661,78, peso médio de 311kg e preço médio por kg de R$ 5,33. As novilhas foram comercializadas a um preço médio por cabeça de R$ 1210,40, com peso médio de 241kg e preço médio por kg a R$ 5,00. Os leilões foram realizados também em Turvo, Pitanga, Pinhão e Candói.
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Safra de Verão
As expectativas são boas para a próxima safra
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expectativa para a safra de verão 2016/2017 é boa, uma vez que o clima no início da primavera contribuiu para o desenvolvimento dos grãos que já estavam em campo. No Paraná, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) prevê que o Estado colha 23,1 milhões de toneladas – cerca de 14% acima do que foi colhido no mesmo período do ano passado, quando as lavouras renderam um total de 20,23 milhões de toneladas de grãos. O aumento de produtividade não é previsto somente no Paraná, mas em todo Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), em seu primeiro levantamento sobre a safra de grãos 2016/2017, divulgado em outubro, aponta que a produção brasileira pode chegar a 214,8 milhões de toneladas, com até 15,3% de aumento sobre a safra passada. A área plantada está prevista se situar entre 58,5 e 59,7 milhões de hectares. O crescimento poderá ser de até 2,3% se comparado com a safra 2015/2016.
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Guarapuava Na Agropecuária Seitz, Alexandre Seitz, produtor rural em Guarapuava, conta que a estratégia de plantio nesta safra de verão foi mantida a mesma da safra passada, sendo 80% das lavouras semeadas com soja e 20% com milho. A área de milho ficou 5% menor que na safra passada, segundo Seitz porque o mercado para a cultura ainda se apresenta instável. “A vantagem é que conseguimos travar uma boa parte da safra com bons preços: milho na casa dos R$ 40,00 e soja na casa dos R$ 80,00. Porém, ainda há uma instabilidade no milho. Só vamos saber na hora da colheita os preços definitivos. Não é um ano para especular muito”, analisou. Quanto à soja, Seitz deduz que a expectativa seja dos mesmos resultados da safra passada, que para ele foi muito boa. “Tivemos produtividade acima da média e excelentes preços. Foi uma safra de rentabilidade recorde”. A produtividade passou dos 4 mil kg/ha e o preço, em média, situou-se em R$ 80,00 a saca.
Em municípios abrangidos pela regional da SEAB, em Guarapuava, soja 2016/2017 deve situar-se em torno de 264 mil hectares
Quando Seitz conversou com a equipe da Revista do Produtor Rural ainda não havia começado o plantio da soja, mas já havia concluído o do milho. Em relação ao clima para o milho, até a data da entrevista, para ele estava bom para o desenvolvimento da cultura. “Apenas para soja é que há uma possível estiagem entre os meses de dezembro e janeiro, o que nos força a escalonar mais o plantio, evitando qualquer risco de queda de produtividade”.
Milho Nos últimos anos, o milho vinha perdendo espaço nas lavouras brasileiras, mas para esta safra 2016/2017 há um leve crescimento na produção do grão. Esta expansão apresenta-se nos estados do Paraná, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul e na região conhecida como Matopiba. Com as duas safras da cultura, espera-se que a área plantada no país seja de mais de 16 milhões de hectares. A primeira safra reserva-se a ocupar apenas 5,61 milhões de hectares; o restante, 10,53 milhões de hectares, serão cultivados durante a segunda safra. Em todo o Brasil é esperada uma produção de mais de 83 milhões de toneladas. No Paraná, a expectativa de produtividade média do grão é de 8.175 kg/ha. O aumento da área plantada e as boas expectativas com o clima apontam para uma produção, na primeira safra de milho, de 4,3 milhões de toneladas – 29% a mais que o volume colhido no ano passado, que atingiu 3,3 milhões de toneladas. Em Guarapuava e região, onde o clima permite apenas o cultivo do milho de verão, os produtores seguiram o calendário de plantio típico do centro-sul paranaense, com plantio a partir de setembro.
Segundo estimativas da regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em Guarapuava (núcleo que atende 12 municípios), a área de milho deve ocupar nessa região 70.700 hectares, com produção de 686 mil toneladas e produtividade média de 9.700 kg/ha. Só em Guarapuava, a expectativa é que o milho seja plantado em 19.500 hectares.
Soja Assim como no milho, há um leve aumento de área plantada da cultura no Brasil, chegando a mais de 34 milhões de hectares, segundo a Conab. Em todo o país, a produção do grão deve chegar a mais de 104 milhões de toneladas. No Paraná, conforme o Departamento de Economia Rural, este ano será plantado um total de 5,24 milhões de hectares, cerca de 40 mil hectares a menos que o ano passado. A expectativa de produção está 11% maior, passando de 16,5 milhões de toneladas na safra
Alexandre Seitz, produtor rural em Guarapuava: mais escalonamento no plantio da soja
passada para 18,3 milhões de toneladas na safra 2016/2017. Já na regional da Seab em Guarapuava, a área de soja pode chegar a 264 mil hectares, redução de 3% da safra passada. A produção esperada é de 964 mil toneladas e a produtividade média de 3.650kg/ha. Até o fechamento desta edição, a cultura estava com apenas 1% do total de área plantada na região.
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Empresas
Inquima passa a atuar também em nutrição e genética vegetal
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legria de poder expandir, com qualidade, produtos e serviços ao produtor rural. Neste clima de comemoração, a Inquima participou do WinterShow 2016, realizado de 18 a 20 de outubro, pela Agrária e FAPA no distrito de Entre Rios, em Guarapuava. A razão é que a marca, uma referência em tecnologia de aplicação, trouxe em seu estande uma novidade. A empresa, agora, faz parte de um grupo: Inquima (com seu já consagrado portfólio de adjuvantes), INQUI+ Nutrição Vegetal (voltada à nutrição vegetal com fertilizantes foliares) e a Intellicrops Genética Vegetal (que chega para oferecer aos produtores rurais tecnologia em genética de cultivares de soja). E o melhor: o assessoramento técnico já oferecido pela Inquima se estende aos novos produtos do grupo. De acordo com a empresa, a INQUI+ Nutrição Vegetal está voltada à pesquisa, desenvolvimento de produtos para uma maior produtividade e qualidade na agricultura. Já a Intellicrops Genética Vegetal surgiu da parceria entre Criadero Santa Rosa (Argentina) e Grupo Inquima. Seu foco é a busca da melhor genética para a soja, com desenvolvimento de cultivares adaptadas aos diversos ambientes das regiões produtoras de soja no Brasil. Gerente comercial da Inquima, Renato Amaro Figueiredo comentou que o evento é uma excelente oportunidade para tornar as empresas do grupo mais conhecidas: “Para nós, estar no WinterShow e ter a oportunidade de apresentar nossos novos produtos já é garantia de bons negócios”. Nos fertilizantes foliares, Figueiredo fez questão de ressaltar que parâmetros técnicos são o critério para um atendimento profissional focado em resultado: “Os produtores aqui da região conhecem a Inquima como uma empresa séria. Esse conceito vamos apresentar
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Equipe da Inquima em Guarapuava: anunciando a novidade durante o WinterShow 2016
Gerente comercial Renato Amaro Figueiredo
também para a nutrição”. Conforme completou, isso significa que não haverá “um pacote nutricional” – “A recomendação é baseada nos aspectos técnicos”, enfatizou. No setor de genética, o gerente comercial explicou que a Intellicrops realizará a divulgação de suas cultivares junto aos agricultores no campo. Os produtores de sementes multiplicarão os materiais. “Estamos no primeiro ano comercial
das cultivares Intellicrops, mas vale lembrar que foram mais de 6 anos de trabalho e pesquisas ”, acrescentou. Figueiredo finalizou antecipando as perspectivas do grupo: “ Acreditamos no sucesso cada vez maior da agricultura e do agronegócio e trabalhamos para oferecer o que há mais eficiente em tecnologia, produtividade e de menor impacto ao meio ambiente”.
Equipe da Inquima: critérios técnicos para atendimento com profissionalismo
Tecnologia de aplicação e nutrição foliar
Tratos Culturais modernos e suas peculiaridades
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agricultura se transformou, provavelmente, num dos palcos mais complexos e envolventes do mundo atual, tanto quanto o segmento de saúde humana. O desenvolvimento de novas cultivares, moléculas de defensivos/ fertilizantes/adjuvantes específicos e as máquinas tornam todo o processo de plantio completamente diferente daquilo que se praticava há poucos anos atrás. As pesquisas implementadas por diferentes Instituições são ponto comum no que se refere à validação de todas estas ferramentas. No entanto, muitos produtores e até mesmo seus recomendantes técnicos esquecem de usar os resultados disseminados e, eventualmente, insistem em modelos menos eficazes. Uma aplicação de defensivo só é considerada finalizada quando todo o ciclo da planta atingiu seu limite produtivo e, por consequência, está garantido o teto de produtividade estimado para aquela área e/ou condição climática. Isso significa dizer que cada ano será sim diferente um do outro. Raramente, e porque não dizer, nunca teremos condições exatamente iguais que possibilitem um trato cultural único, padrão... “engessado”. Fato concreto é que as aplicações de defensivos estão sendo mais exigentes, e que o ajuste do tripé: Ponta-Vazão / Velocidade / Adjuvante, devem caminhar em sintonia.
O uso de um Adjuvante Sintético neutro, que não interfere no pH da calda, particularmente para: fungicidas – inseticidas – pós-emergentes, será ponto crucial, muitas vezes, para tornar uma pulverização mais, ou menos, exitosa. Além disso, estes produtos possibilitam aplicações sobre orvalho ou, no sentido contrário, com menor umidade relativa, sempre que necessário. Concomitante aos processos e ferramentas de pulverização, temos produtos destinados à nutrição vegetal que somam esforços com a adubação de base e ainda colaboram para minimizar espasmos nutricionais que poderão ocorrer ao longo do ciclo da lavoura. O potássio é um exemplo clássico de que quando manuseado de maneira adequada, obtém-se o equilíbrio mínimo necessário do solo para a cultura, resultando em benefícios econômicos na produtividade. Já o nitrogênio trabalha em frentes importantes, que proporcionam o incremento ou a manutenção do teto produtivo. Também podemos citar as relações químicas dos nutrientes que compõem a saturação de base. O cálcio, magnésio e o potássio, e as suas interações complexas entre si e entre o solo, que regem de maneira única em todo sistema, juntamente com o hidrogênio e com o alumínio. O uso com bom senso e objetivo destes produtos faz com que ao final do
ciclo se tenha uma lavoura mais saudável e produtiva, com ganhos econômicos reais. Nós, do Grupo INQUIMA, estamos trabalhando de maneira árdua no sentido de disponibilizar para o campo produtos de qualidade comprovada, avalizados e aprovados por instituições de pesquisas, a fim de que possamos continuar edificando e sedimentando relacionamentos perenes, de longa data, com todos os nossos parceiros. Seja na área de Tecnologia de Aplicação ou, agora, de Nutrição Foliar, mantemos a nossa filosofia de correção e comprometimento com o homem do campo, trazendo para o seu uso moléculas e ativos que somarão com o seu sucesso. Uma característica que sempre pautou o nosso trabalho e a nossa idoneidade é a de comercializarmos produtos validados pelas pesquisas, e desenvolvidos em comum com as principais instituições do País. Isso é uma garantia para o produtor e para o seu recomendante técnico de que jamais estará aplicando nas suas lavouras algo que não tenha eficácia ou que não foi recorrentemente validado. Lembre-se sempre quando estiver pulverizando um defensivo ou escolhendo um nutriente para a sua área: qual vai ser a sua opção... quem estará ao seu lado para garantir o pós-venda e quais os resultados que são esperados? Grande safra de verão para todos!
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Pitanga
Sindicato Rural de Pitanga emite mais de 2600 declarações de ITR
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prazo para a declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 2016 já terminou em todo o Brasil. Em Pitanga, o Sindicato Rural emitiu 2.623 declarações do imposto, juntamente com 60 cadastros do Ato Declaratório Ambiental (ADA) durante o prazo de 23 de agosto e 30 de setembro. A entidade atende, além de Pitanga, as cidades de Boa Ventura, Santa Maria do Oeste, Nova Tebas e Mato Rico. Em Pitanga, é utilizado o Valor da Terra Nua (VTN) estabelecido como referência pelo Departamento de Economia Rural (Deral) para a declaração do ITR. Com isso, houve uma valorização do valor da terra e, consequentemente, aumento no valor do tributo.
No município também já existe o convênio com a Receita Federal, com isso, o valor arrecadado com o imposto fica 100% no município para ser investido em educação, saúde, áreas rurais, etc. O produtor rural que perdeu o prazo ainda pode declarar,
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porém com incidência de multa de 1% ao mês, calculada sobre o total do imposto devido, a multa é de R$ 25,00. Para outras informações o produtor rural deve entrar em contato com o Sindicato Rural de Pitanga, pelo telefone (42) 3646-1338.
Viagem Técnica
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Sindicato Rural de Pitanga realizou entre os dias 21 e 24 de julho uma viagem técnica com associados da entidade a Foz do Iguaçu. Os participantes conheceram o Refúgio Biológico Bela Vista, da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O Refúgio Biológico Bela Vista é o projeto mais antigo e bem-sucedido da hidrelétrica. É uma unidade de proteção criada para receber milhares de plantas e animais desalojados pelo reservatório da usina. O passeio contorna o Canal da Piracema até às edificações do Refúgio. Todos os espaços usam fontes alternativas de energia e foram construídos com base em conceitos de arquitetura verde. O roteiro segue com uma caminhada de 2 km numa trilha em meio a floresta nativa e envolve lições de educação ambiental. São mais de 960 gêneros de plantas e 50 espécies animais como jaguatirica, jacaré, gavião, urubu-rei, quati, arara-vermelha, jabuti, coruja, serpentes, macaco-prego e a onça pintada.
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Manejo Integrado de Pragas
Curso Inspetor de Campo iniciou em setembro
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curso Inspetor de Campo Manejo Integrado de Pragas (MIP) Soja iniciou no dia 28 de setembro, no Sindicato Rural de Guarapuava. A capacitação, inédita, é uma realização do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A primeira fase foi teórica, passando os princípios do MIP aos participantes, como explica o instrutor, Edson Márcio Siqueira. “Foi
discutido sobre monitoramento, técnicas de batida de pano, conhecimento das pragas e dos inimigos naturais, acertando a condução dessa prática com os participantes”. Para a fase prática do curso, que iniciou na semana seguinte à teórica, os participantes disponibilizaram cinco hectares para a realização do protocolo MIP em soja e comparação do resultado com outras áreas da propriedade. “Tudo aquilo que
A turma conta com 17 participantes entre produtores rurais e técnicos
foi trabalhado na parte teórica, nós levamos a campo. Desde a semeadura até a colheita, todas as etapas do MIP serão acompanhadas para ver se houve a necessidade de tanto uso de inseticida e até que ponto esse inseto-praga que existia Edson Márcio Siqueira, causou dano à cultura”, instrutor curso MIP pontuou Siqueira. O instrutor ainda ressalta que o objetivo do MIP e da capacitação não é fazer com que os produtores deixem de usar inseticidas e herbicidas, mas sim que façam o manejo de uma forma responsável e que os técnicos estejam preparados nas tomadas de decisões na hora do manejo. Ele comenta que o Brasil é campeão em uso de agrotóxicos. “A ideia é reduzir o número de aplicações. O agricultor pensa que todos os insetos que estão na lavoura são pragas. Por exemplo, os percevejos. Nós temos percevejos que são inimigos naturais e outros que realmente são pragas. Mas como eu sei disso? Por isso, preciso conhecer mais os insetos. E no decorrer do curso esse é um dos tópicos, que faz toda a diferença na hora da tomada de decisão”.
Participantes Wilson Mendes, administrador agrícola, se interessou em realizar o curso para ter mais conhecimento sobre o MIP. Na fazenda em que ele trabalha, a técnica ainda não é implementada, mas seu empregador pretende começar a realizar a capacitação. “Até agora o conteúdo passado está sendo bem interessante. E como vai ter uma parte prática, onde por semanas irá ser observada uma área com o MIP, nós poderemos ver de forma clara, os benefícios que o Manejo Integrado de Pragas traz”. É o mesmo caso do engenheiro agrônomo Luiz Fernando Andrade, que é gerente agrícola. “Foi uma demanda do meu empregador. Como a gente sempre está em busca de aprendizado e novas formas de manejo, mesmo que não surgisse essa
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demanda eu iria fazer. A intenção, depois da capacitação, é implantar a técnica, diminuindo os custos e a questão do meio ambiente também”. “Estou realizando o curso com o objetivo de aprimorar conhecimento sobre o MIP e, além disso, trocar experiências
André Gonçalves Rodrigues, agrônomo e assistente técnico
com os outros participantes sobre a técnica. Na fazenda em que eu trabalho, o objetivo é implantar a técnica, promovendo a redução de custos e melhoria da qualidade ambiental do solo e da água”, comentou o engenheiro agrônomo, André Gonçalves Rodrigues.
Wilson Mendes, administrador agrícola
Luiz Fernando Andrade, engenheiro agrônomo e gerente agrícola
Gestão
Cultura Lean Eng. Marcio Geraldo Schäfer Paraná Silos Representações Ltda. Representante Kepler Weber Ind. S.A.
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o espaço destinado a esta edição vamos demonstrar um pouco de uma nova ferramenta que está sendo implantada na Empresa Kepler Weber Ind. S.A., onde as melhorias irão se apresentar a campo nos próximos projetos, com o intuito de minimizar tempo de montagem, com uma organização interna maior, para eliminarmos erros de envio e com material entregue na sequência de montagem. Traduzido como manufatura enxuta ou também chamado método de produção Toyota, o Lean é uma filosofia de gestão, baseada na redução de desperdícios. As ferramentas do Lean incluem processos contínuos de análise como “Kaizen”, produção puxada “Kanban” e processos a prova de falhas completo e correto. Empresas brasileiras estão aderindo à metodologia que inicialmente saiu nas indústrias automotivas, se espalhando pelo setor de serviços, e agora alcançando novas fronteiras como o agronegócio. Os conceitos do Lean estão muito além de atender apenas o setor de produção industrial, mas trazem princípios universais que se aplicam a necessidades específicas de cada caso, independente do processo ou produto. O método Lean, inicialmente busca encontrar “valor” (este valor deve ser percebido pelo cliente), analisando cada etapa do processo, para isso
inicia-se com o desenho do fluxo de valor, onde se busca um melhor lead time (tempo de atravessamento), evitando desperdícios ao longo do processo. Outro fator ainda importante nesse processo é a força para evitar o “retrabalho”, fazendo apenas uma vez, com o processo correto. Após o desenho de fluxo, mostrando o cenário atual da organização, se inicia o desenho do cenário futuro, que apresenta onde a empresa quer estar em se tratando de processo produtivo, junto a isso se elabora os principais planos de ação para chegar ao resultado esperado. Os planos de ação são executados através de grupos de trabalho, onde se busca olhar com a maior atenção (Lupa) cada etapa do processo levantado no desenho do cenário futuro, e é exatamente nessa fase que os grupos têm a oportunidade da inovação e criatividade dentro de cada área, e trazer para a empresa a melhor forma de conduzir o processo. Todo esse trabalho de desenhar os cenários e os planos de ação trazem para a equipe um maior engajamento aumentando a integração das áreas, diminuindo os “muros” entre departamentos, proporcionando interação e uma maior agilidade no processo nas tomadas de decisão. Todo esse processo vai ser definido através de um documento chamado A3, onde os envolvidos, desde a alta direção até os executores do processo
montam um desenho do cenário futuro com os planos de ação, respondendo as perguntas para quem e quando serão atendidos os planos e assinam esse documento. Todos os processos são monitorados através de indicadores que vão informar a todo instante o nível de acerto momentâneo. Esta nova cultura deve, por fim, trazer entendimento de valor ao cliente que irá perceber no futuro uma empresa mais assertiva em todos seus processos, com menos retrabalhos, entrega no tempo certo e melhoria nos serviços. A metodologia deverá ser trazida a campo, onde o valor será ainda mais percebido. Por fim, uma empresa mais enxuta será mais competitiva agregando valor a marca e ao cliente que adquire seu produto. “O Lean pode ser definido como uma cultura de melhoria que usa muitos instrumentos técnicos. O termo “cultura” tem significados diferentes, mas é geralmente usado para se referir ao conjunto de valores, normas, crenças e práticas compartilhados por um grupo particular. Nesse sentido, para uma cultura se enraizar, precisamos nos comprometer com o engajamento das pessoas, ajudando nossos colaboradores a crescer e florescer – não é coincidência que a palavra “cultura” vem do latim colere (cultivar)” (CATERINA BIANCIARDI, Gerente Lean, Hospital-Universidade Siena Italia).
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Leite
Comissão debate participação do produtor em eventos do setor
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Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural de Guarapuava, em reunião dia 6 de setembro, ressaltou alguns dos assuntos mais relevantes para o setor, no momento, em nível local: a situação do mercado brasileiro do leite neste ano; a visita que o sindicato e a Cooperativa Agrária organizaram para levar um grupo de produtores ao Agroleite 2016 (Castro-PR); e um balanço dos eventos do leite na programação da 41ª Expogua. A comissão também debateu formas de motivar os produtores a participarem mais de encontros do segmento em Guarapuava e região, além de cogitar novidades para o Simpósio do Leite. Tendo como representantes, os diretores do Sindicato Rural, Anton Gora, Jairo Luiz Ramos Neto e Anton Egles, a comissão contou, naquela data, com a presença de convidados: o gerente técnico do Projeto Leite Competitivo Sul, da EMATER, veterinário Arnaldo Bandeira; o gerente estadual da EMATER, Ernani Alves da Silva; e o coordenador geral do Pólo Regional do IAPAR em Pato Branco, João Ari Gualberto Hill.
Momento de retração Ao apresentar um quadro do mercado do leite, Arnaldo Bandeira chamou a atenção para uma evolução do segmento no centro-sul paranaense. “Esta região é a que, nos últimos 10 anos, mais cresceu percentualmente, em uma taxa anual maior do que a média do Estado. Saiu de 3%, 4%, e hoje tem uma representação próxima dos 13%, 14%”. Já entre as macro regiões brasileiras, ele assinalou que, ano passado,
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No dia 6 de setembro, reunião contou com convidados, da EMATER e do IAPAR
o Sul superou o Sudeste, com o Rio Grande do Sul como o Estado de maior produtividade. Em âmbito nacional, Bandeira sublinhou que o momento é de retração: “De 20 anos para cá, cada produção era maior do que a do ano anterior. Em 2015, tivemos preços tão baixos, que o produtor se desestimulou. Produzimos menos do que em 2014. E começamos 2016 produzindo menos ainda do que 2015. A demanda está fraca, porque estamos com problema de desemprego, de renda”. De
acordo com o gerente técnico do Projeto Leite Competitivo Sul, ainda assim, houve reação no preço de dois derivados: “A oferta estava tão baixa que as indústrias, principalmente as de UHT, se viram na condição de falta de leite. Aí, começou a reagir o preço ao produtor. Todo o mercado foi puxado principalmente por estes dois produtos: UHT e muçarela”. Mas a tendência do mercado, para o preço ao produtor, mencionou, já mostrava uma tendência de estabilização ou queda.
É mais do que pertinente analisar o que aconteceu, para melhorar” Jairo Luiz Ramos Neto, presidente da Comissão da Bovinocultura de Leite do Sindicato Rural, avaliando os eventos leiteiros da 41ª Expogua.
to do público ao Encontro Regional de Bovinocultura de Leite, organizado pela Comissão Técnica do Sindicato Rural (que reúne produtores e diversos parceiros) em 2015, mas considerou que a presença de produtores e de animais nas demais etapas, no parque de exposições este ano, ficou abaixo do esperado. “É mais do que pertinente analisar o que aconteceu, para melhorar”, disse depois em entrevista. Arnaldo Bandeira, gerente técnico do Projeto Leite Competitivo Sul, da EMATER
Agroleite Na sequência, a reunião tratou da visita que o sindicato e a Cooperativa Agrária organizaram ao evento Agroleite 2016, em Castro (PR). A partir de fotos e dados, a comissão abriu espaço para uma troca de ideias sobre o histórico do evento, que ao longo dos anos se tornou o maior encontro tecnológico do setor leiteiro do Estado. Comparando com a realidade de Guarapuava, os membros da comissão debateram dificuldades e possibilidades para fortalecer os encontros locais do segmento. Numa análise das etapas do leite na 41ª Expogua, Jairo Luiz Ramos Neto, que participou da visita ao Agroleite, enalteceu o comparecimen-
Simpósio Regional Para tornar os eventos locais ainda mais interessantes para o produtor, a comissão discutiu também uma ampliação na programação do Simpósio Regional de Bovinocultura de Leite. Evento técnico bianual, o simpósio teve sua primeira edição de 7 a 9 de outubro de 2015, no Sindicato Rural. Ramos Neto antecipou o que poderá ser uma novidade: “Hoje, surgiu a ideia de que se consiga fazer uma mostra de animais (na programação do evento). Seria uma coisa mais abrangente. Quem é beneficiado é o produtor”, resumiu. Inovações para o simpósio e para outros eventos do setor local do leite deverão continuar sendo debatidas e deliberadas nas próximas reuniões.
Leite: números do setor Entre algumas fontes de referência em informação sobre o setor do leite, no Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) – ESALQ/USP, divulga análises mensais do segmento. A instituição mostrou em um de seus levantamentos que, em meados do ano, a baixa oferta de leite provocou alta de preço já no campo. Em julho, o valor médio bruto pago ao produtor (que inclui frete e impostos) foi de R$ 1,4994/litro. Uma alta de 12,9% em relação a junho de 2016 e de 30,7% frente a julho de 2015. No estudo do mês de agosto, o CEPEA apontava um patamar de R$ 1,6928/litro naquele mês. Novo recorde em termos reais, considerando-se toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2000. No entanto, os pesquisadores da instituição alertavam que essa tendência poderia ser alterada em setembro, já que os estoques nas indústrias e a captação de leite vinham aumentando. Outra fonte, a CONAB, em sua Conjuntura Mensal do Leite e Derivados (abril de 2016), recordava que para este ano a estimativa de produção total do país é de 35,17 bilhões de litros.
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Ovinocultura
5ª Ovinotec:
Eficiência na produtividade
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rodução com eficiência na ovinocultura: esse foi o foco da 5ª Ovinotec, realizada no dia 22 de setembro, pela CooperAliança Carnes Nobres, no Sindicato Rural de Guarapuava. Foram cinco palestras e uma mesa redonda que debateram temas que enfocaram a profissionalização da atividade e a produtividade com qualidade. “Todos os palestrantes deixaram a mensagem para os produtores da importância de ser eficiente e empreendedor. Além disso, que o produtor deve perseguir a eficiência. Essa mensagem foi transmitida durante as palestras de uma maneira muito clara. Não foi falado nada de novo, mas foi repassado com outro foco, chamando o produtor a pensar por ele próprio e o que ele deve melhorar, porque é muito particular de propriedade para propriedade”, comentou a vice-presidente da CooperAliança e coordenadora do Projeto Ovinos, Adriane Araújo Azevedo.
Adriane A. Azevedo, vicepresidente da Cooperaliança, coordenadora do Projeto Ovinos A produtora rural Seloi Buco Moretto, do município de Rio azul, participou pela primeira vez da Ovinotec: “Foi um evento muito bom. As palestras foram de fundamental importância para quem está no ramo e para quem quer ingressar na atividade também”. Para ela, a palestra da zootecnista que trabalha na Nova Zelân-
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Participaram do evento ovinocultores, profissionais ligados à área e estudantes dia despertou realmente a atitude nos produtores. “Algumas vezes, a gente não sabe que a propriedade tem um potencial para desenvolver determinada atividade. E quando a gente vê as condições daquele país - montanhas, morros, nevascas, seca, depois chuva excessiva - e que mesmo assim, eles conseguem se destacar na produção de ovinos, a gente pergunta: Então por que nós não achamos uma maneira de conseguir também?”. A filha do cooperado Daniel Schneider, Lirian Schneider, comentou que o evento é uma das formas da cooperativa promover o aprimoramento técnico aos
Seloi Buco Moretto e o filho Pedro Moretto
Lirian Schneider e seu pai Daniel Schneider cooperados. “Nós, produtores, temos tudo para crescer, mas falta o impulso para irmos além. E a cooperativa tem investido nisso. Ao se deparar com realidades da Nova Zelândia, por exemplo, a gente vê o quanto eles buscam o melhor, mesmo em uma situação tão difícil. E nós aqui temos condições excelentes, se compararmos com aquele país, e nos acomodamos. Temos muito que melhorar e crescer”. O evento contou com o apoio do Sistema Faep/Senar, Sindicato Rural de Guarapuava, Sebrae, Sescoop PR e Zolvix Monepantel.
Comissão Organizadora, apoiadores, palestrantes e cooperados da CooperAliança
Confira o que os palestrantes destacaram para a Revista do Produtor Rural: Dayanne Almeida
Zootecnista, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da fazenda Wairere (Nova Zelândia), ovinocultora, mestranda em Melhoramento Genético Ovino e coordenadora do Canal Sheepnutter
Eu trabalho há sete anos na Nova Zelândia. Lá aprendi como eles analisam a produtividade. Ela é baseada, principalmente, na nutrição e na seleção de animais que aguentam as condições do ambiente e que, mesmo sob pressão, produzem. A nutrição é o principal fator para o animal demonstrar o potencial. Se eu dou a nutrição ideal para o animal e ele não demonstra potencial, significa que ele não é produtivo. Então é um animal que eu descarto. E por ser uma fazenda de genética, a pressão de seleção é importantíssima, porque preciso de animais que vão aguentar sobreviver em condições adversas. Produtores comerciais não têm necessariamente o mesmo dinheiro, a mesma tecnologia que uma fazenda de genética
tem para investir. Os nossos carneiros são criados em um ambiente comercial, apesar de ser uma fazenda de genética. É esse ambiente comercial que a gente dá ao carneiro, que chamamos de um ambiente de pressão de seleção. Depois de quase 60 anos dessa forma de seleção aplicada na fazenda, os resultados são de prolificidade de 180%, taxa de desmame de 150%, carneiros, que cobrem 80% das matrizes já no primeiro ciclo, seleção para uma série de características que melhoram a produtividade do rebanho comercial no sentido de dar menos trabalho ao produtor. Não é preciso fazer alguns manejos devido nossa seleção rigorosa. Já no Brasil os animais não são resistentes a diversas condições e necessitam assim de frequentes manejos e alternativas, as vezes mais caras para manter esse animal”.
COOPERATIVISMO NA OVINOCULTURA Alexandre Amorim Monteiro Assessor Técnico da OCEPAR
Hoje, o cooperativismo pode ser um meio para levar o ovinocultor ao mercado de uma forma mais madura. Para a ovinocultura, com certeza, é uma das alternativas fundamentais para seu desenvolvimento. A CooperAliança tem feito um trabalho de referência. Ela tem sido um catalisador na organização dos produtores, tanto na bovinocultura de corte quanto na ovinocultura. Acredito que o grande diferencial deles está na forma com que têm gerenciado a
cooperativa: focados na organização, numa boa administração, com transparência. A cooperativa tem levado produtos de excelência para o mercado. E o mercado está hoje cada vez mais ávido por produtos de credibilidade e de qualidade. No sentido da eficiência para o produtor, a cooperativa tem um papel fundamental, na assistência técnica, na transferência de tecnologia. Além disso, a cooperativa, por natureza, não foca só no negócio, mas também na família, no contexto do cooperado como um todo. Isso é fundamental para manter a sustentabilidade”.
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SELEÇÃO DE OVINOS RESISTENTES À VERMINOSE Ulisses Ribeiro
Médico veterinário, técnico da Elanco para o sul do Brasil
Hoje, nós da indústria de medicamentos veterinários pensamos em alternativas para controle de verminoses porque os sistemas de criação estão muito intensivos com alta infestação e carga parasitária. Já temos um processo de decadência das moléculas, ou seja, dos produtos parasitários bastante fortes. Há muitas propriedades que têm pouca alternativa de vermífugos. Então, eu preciso achar outras alternativas além dos remédios.
A seleção de ovinos resistentes é uma delas. Tenho dentro do rebanho de ovinos uma carga parasitária muito baixa, ou seja, se infestam muito pouco. E uma pequena parcela desse rebanho tem uma alta carga parasitária. Quando eu elimino esses que são susceptíveis, que estão propensos a se contaminar de forma mais intensa, consigo reduzir o processo de infestação, diminuindo a carga parasitária do ambiente como um todo. Isso é viável porque é muito simples de fazer: através de OPG (ovos por grama de fezes), consigo evoluir o meu rebanho em termos de resistência”.
PRODUTOR PROFISSIONAL DE CORDEIRO PESADO Roberto Grecellê
Mestre, médico veterinário e coordenador estadual de Projetos de Pecuária de Corte no SEBRAE-RS
O produtor rural, por necessidade, tem bem claro quais são os afazeres operacionais da sua propriedade. Só que esta rotina operacional não é suficiente para garantir o sucesso. Ele precisa parar para trabalhar os números da sua propriedade. Uma parcela importante de produtores mensura suas principais informações, mas não toma nenhuma decisão em cima destas informações. Existem produtores que investem bastante parte de
seu tempo anotando e controlando tudo, mas nunca surge um momento em que eles fazem uma análise global, e muito mais de negócio, sobre tudo isso. De nada adianta, ou muito pouco, anotar, se não se avaliar e não se aprender com seus próprios dados. Um plano de negócios é fundamental, ajuda a colocar números no sistema produtivo. Na verdade, a gente precisa, partindo de um plano de negócio, um acompanhamento sistemático do dia a dia da propriedade. E este é um esforço ao qual o produtor não está habituado. Ele está habituado a mergulhar na operação de sua propriedade”.
DETERMINAÇÃO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO DE CORDEIROS NO ESTADO DO PARANÁ Elísio de Camargo Debortolli
Médico veterinário, mestre em agronegócios, doutorando em zootecnia e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS).
A planilha de custos (que resultou do projeto de levantamento de custos de produção de cordeiros no PR) é só mais uma forma de análise econômica da propriedade. O que se precisa para usar a planilha é coletar dados para alimentar esse sistema. A começar pela escrituração zootécnica. O produtor precisa saber qual é o melhor animal, e o pior, para manter os que estão dando resposta e descartar os que não estão. A primeira coisa é identificar o
animal. A partir do momento em que o produtor coleta estes dados, tem de transformá-los em informação. E utilizá-la na tomada de decisão. Ele precisa colocar, no cronograma de atividades que vai realizar durante a semana, um tempo exclusivamente para estas anotações. O produtor pode conseguir a planilha nos departamentos técnicos das cooperativas que trabalham com ovinocultura. Também pode enviar e-mail para o Departamento Técnico e Econômico da FAEP, que financiou o projeto, ou em contato com a Universidade Federal do Paraná, no Lapoc”.
Ao final do evento, os palestrantes responderam dúvidas dos participantes
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Triticultura
Integração entre pesquisa e produção é diferencial no WinterShow 2016 Parceria entre Cooperativa Agrária/FAPA e Biotrigo Genética traz alternativas para alavancar a triticultura da região centro-sul do Paraná
E
m busca de novidades e alternativas no mercado de cereais de inverno, produtores, recomendantes e representantes de outros setores ligados ao agronegócio participaram da 13ª edição do WinterShow, feira técnica referência em culturas de inverno que encerrou no dia 20 de outubro, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava (PR). Considerado o maior entre os cereais de inverno do Brasil, o evento aconteceu na fase final da safra do Paraná, que é o maior Estado produtor de trigo no país. Mesmo com a frustração da região norte, o aumento dos rendimentos nas regiões de transição e o alto potencial das áreas mais altas, segundo Departamento de Economia Rural (DERAL), farão da safra 2016 um recorde caso as produtividades se confirmem. Realizado pela Cooperativa Agrária e pela Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), o WinterShow aborda a tecnologia de toda a cadeia pro-
dutiva dos cereais de inverno, da pesquisa à agroindustrialização. Conforme o coordenador da assistência técnica e diretor administrativo da FAPA, Leandro Bren, o evento é referência no país por atrair e envolver todo o ciclo produtivo do trigo no mesmo lugar. “Nós temos os agricultores que produzem os cereais de inverno, a pesquisa que gera as inovações a serem aplicadas no campo e os agrônomos que fazem o papel da assistência técnica”, afirma Bren.
Trigos para diferentes nichos de mercado Neste ano, a Biotrigo Genética apresentou um trabalho com trigos voltados aos diversos nichos de mercado. A estação de qualidade, coordenada pela supervisora de qualidade industrial, Kênia Meneguzzi, destacou o comportamento das cultivares para a produção de farinhas (tipo pão, melhorador e branqueador), biscoitos e massas. Além disso, toda a equipe comercial da filial de Campo Mourão esteve presente,
A Biotrigo apresentou novidades e alterativas para a cultura do trigo aos visitantes do WinterShow
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com reforço da equipe do Rio Grande do Sul, incluindo a participação do Diretor de Negócios Dr. André Cunha Rosa e do fitopatologista da Biotrigo, Dr. Paulo Roberto Kuhnem, que prestou esclarecimentos sobre sua área de atuação aos participantes. O estande contou ainda com campo demonstrativo, trazendo as principais cultivares do portfólio TBIO recomendadas para a região: TBIO Iguaçu, TBIO Sintonia, TBIO Sinuelo, TBIO Toruk e TBIO Sossego. Um dos principais destaques nesta safra foi o TBIO Toruk. A cultivar confirmou altas produtividades em diversas regiões, tendo grande destaque nas lavouras de trigo das regiões de Transição e Oeste do Paraná e do sudoeste do estado de São Paulo, onde as produtividades chamam a atenção o consolidando como excelente opção, inclusive na região de Guarapuava. Oriundo de cruzamento com a genética francesa, TBIO Toruk, tem potencial mais elevado de rendimento quando é posicionado em solos férteis e para alto investimento. Possui um porte mais baixo que a maioria das cultivares lançadas no Brasil e apresenta excelente uniformidade e sincronia de perfilhos, ou seja, possui espigas de mesmo tamanho somando maiores componentes de rendimento. Ficou como destaque para o ano de 2017 a disponibilidade de sementes em nível comercial da cultivar TBIO Sossego, grande alternativa para os triticultores que desejam maior facilidade no manejo, como o próprio nome sugere, sem deixar de atender às demandas da indústria. Segundo o Gerente da Regional Norte (PR, SP, Cerrado e Paraguai) da Biotrigo, Fernando Michel Wagner, as características de reação as principais doenças da cultura são inéditas no mercado brasileiro. “TBIO
Sossego atende plenamente ao desejo do agricultor que pretende realizar um nível menor de investimento na cultura pois é menos exigente, apesar de ter excelente resposta em ambientes mais férteis. Esta é uma preocupação que o melhoramento genético deve ter, em atender a todos os tipos de demandas que as diferentes realidades oferecem”, afirma Wagner. A cultivar está sendo multiplicada para a produção de sementes em 2016, tendo a disponibilidade de maior volume visando a produção de grãos para o próximo ano.
Visita internacional Nesta edição do WinterShow, a Agrária e Biotrigo, juntamente com a Unión de Exportadores del Paraguay (UNEXPA), realizaram um intercâmbio de informações, trazendo do país vizinho um grupo de recomendantes de diversas cooperativas. O giro contou com visita a campo, palestras com pesquisadores da FAPA e Biotrigo, sendo finalizado com uma visita ao estande da Biotrigo, onde foram apresentadas as cultivares expostas durante o WinterShow.
Parceria de longa data Guarapuava está localizada no Centro-Sul do Paraná, região com muitas peculiaridades e que, por ser alta e fria, precisa ter um alinhamento específico entre a pesquisa e a produção. “É uma região onde se semeia e se colhe trigo mais tarde, por isso focamos no desenvolvimento de cultivares específicas para os cooperados da Agrária, materiais posicionados para fugir dos riscos que as regiões altas têm para triticultura”, explica Fernando. Para Leandro Bren, o melhoramento que a Biotrigo emprega é o diferencial. “Nosso pesquisador consegue selecionar, por meio desta parceria, cultivares adaptadas para o clima e condições de solo para a região. É uma gama de materiais que são importantes para todos os produtores de trigo”, explica. Conforme Leandro, uma grande demanda do cooperado da Agrária é por produtos com maior resistência genética a doenças. “A Biotrigo, juntamente com a Agrária, vem atingindo seu objetivo que é entregar para o produtor rural materiais mais tolerantes a doenças e com menor custo de produção”, finaliza.
Recomendantes trazidos do Paraguai pela Unión de Exportadores del Paraguay participaram de uma visita a campo, com palestras de pesquisadores da FAPA e Biotrigo
Equipe da Biotrigo no WinterShow: Bruno Alves, Paulo Kuhnem, Fernando Wagner, André Cunha Rosa, Deodato Matias Junior, Kenia Meneguzzi, Johny Brito e Karollyne Portela
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Desenvolvimento sustentável
Sicredi conquista Prêmio Lide Agronegócios 2016 na categoria Crédito Premiação, que integrou o 5º Fórum Nacional de Agronegócios, destaca empresas e instituições comprometidas com o desenvolvimento sustentável, por meio de ações modernas e inovadoras em tecnologia e gestão.
O
Sicredi – instituição financeira cooperativa com mais de 3,3 milhões de associados e atuação em 20 estados brasileiros – foi contemplado no Prêmio Lide Agronegócios 2016, na categoria Crédito. A cerimônia de premiação ocorreu na tarde de sábado, 24 de setembro, em Campinas (SP), como parte da programação do 5º Fórum Nacional de Agronegócios, e teve como objetivo premiar as empresas e instituições do agronegócio brasileiro que mais se destacaram no compromisso com o desenvolvimento sustentável por meio do uso das mais modernas e inovadoras ferramentas de tecnologia e gestão, além de visão e atuação socioeconômica para inserção competitiva nos mercados. Além da categoria Crédito, o Prêmio Lide Agronegócios também premiou nas categorias Defensivos, Fertilizantes, Implementos Agrícolas e Sementes. “Para o Sicredi é especialmente gratificante ser reconhecido em uma área na qual nossa instituição financeira é referência, como o agronegócio. Premiações como esta do Lide são um importante apoio à disseminação do cooperativismo de crédito demonstrando, na prática, que nosso propósito de ‘fazer juntos’ não só é possível, como já faz parte desta sociedade colaborativa que todos almejamos”, afirma o CEO do Banco Cooperativo Sicredi, Edson Georges Nassar, que recebeu a premiação das mãos de Roberto Rodrigues, presidente do Lide Agronegócios e ex-ministro da Agricul-
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tura, e Roberto Giannetti da Fonseca, vice-chairman do Lide e presidente do Lide Infraestrutura. No Brasil, o Sicredi é a terceira instituição financeira em concessão de crédito rural (Febraban) e a primeira em repasse do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf/BNDES). O 5º Fórum Nacional de Agronegócios apresentou uma série de debates sobre temas relacionados ao agronegócio. O CEO do Banco Cooperativo Sicredi participou como debatedor no painel “Um programa de renda para o campo”, que contou ainda com o ex-mi-
nistro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli. A mediação foi feita pelo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva, e teve como expositor do tema o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Luís Carlos Guedes Pinto. Fundado em junho de 2003, o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) possui treze anos de atuação. Atualmente, tem 1.700 empresas filiadas, que representam 52% do PIB privado brasileiro.
É muito bom ver o reconhecimento da nossa cooperativa bem como de todo o sistema Sicredi pela atuação ativa que temos nas comunidades onde atuamos. O prêmio Lide Agronegócios é de extrema importância para nós pois foi no agronegócio que iniciamos nossas atividades e, ainda hoje, continuamos dando uma atenção toda especial para esta área. Já a peça teatral Quai Vai ser? é um motivo de orgulho, pois, através dela é que levamos um recado extremamente importante às nossas crianças e adolescentes que é o de guardar seu dinheiro através de uma educação financeira desde cedo. Presidente da Sicredi Planalto das Águas PR/SP, Adilson Primo Fiorentin.
Sicredi promove teatro sobre escolha profissional e educação financeira para adolescentes A Cooperativa de Crédito Sicredi Planalto das Águas, por meio da Fundação Cultural Sicredi, promoveu no dia 13 de setembro o teatro Qual vai ser?, encenado pela Liga Produção Cultural. Com bom humor, a peça contou a história de Daniel, que estava se formando no ensino médio e teve que decidir entre assumir o pequeno armazém da família ou ir para a universidade. Ao conhecer Leila, uma vendedora de uma loja no shopping, Daniel encontrou inspiração e incentivo. Além de assumir o armazém e fazer dele um estabelecimento diferente dos que já existiam, ele também decidiu cursar Administração. Ao longo do roteiro, dicas de educação financeira também foram repassadas aos jovens, já que Daniel tinha uma irmã consumista e que estava endividada, a “adorável” Tuca. Crianças e adolescentes de escolas de Guarapuava estiveram presentes ao evento, além de colaboradores e convidados da cooperativa.
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Nutrição de Plantas
SAP Analysis
Análise de seiva das plantas
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CB Agro, em parceria com a OMEX, uma empresa de origem inglesa que começou a produzir produtos para nutrição de plantas na década de 1980, traz uma grande inovação nesse segmento: o SAP Analysis.
O que é o SAP Analysis? É um sistema exclusivo da Omex que envolve coletar amostras de folhas durante o ciclo das culturas, analisar a seiva e corrigir possíveis desequilíbrios ou deficiências nutricionais das culturas.
Segundo o agrônomo Cândido Bastos Fº, da CB Agro, “dentro das ferramentas que temos hoje no mercado, o SAP Analysis reúne um grande avanço nesse segmento, pois permite através de uma moderna ferramenta e banco de dados exclusivo da Omex, analisar a seiva das plantas e fazer uma recomendação muito segura”. Ele ainda acrescenta que “fazendo uma analogia, a
análise de seiva das plantas seria como coletássemos o sangue humano e enviasse ao laboratório. Após as análises dos médicos, no nosso caso os técnicos e agrônomos, fazem a recomendação com base no que falta às plantas”. Segundo o agrônomo Décio Pimentel, gerente regional da Omex: “Não é uma aventura. A Omex já faz isso em outros países há mais de 20 anos tendo uma grande expertise, banco de dados. Agora junto com a CB Agro trazemos essa grande ferramenta que irá revolucionar o sistema de diagnóstico e recomendações de deficiências nutricionais” Os agricultores interessados podem procurar a CB Agro, que junto com nossa equipe estaremos aptos a atendê-los e mostrar essa mais moderna ferramenta de diagnóstico de nutrição de plantas. • Auxílio na tomada de decisão no manejo nutricional; • Interferência positiva no momento chaves antes de pontos críticos para a cultura; • Oportunidade de otimizar os recursos nutricionais. • Análise de seiva
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Serviços
Sindicato Rural emite Certidão Negativa do IAP Na entidade, o documento sai na hora.
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Sindicato Rural de Guarapuava emite a Certidão Negativa de Multas Ambientais (Certidão Negativa do IAP) para seus associados e produtores rurais em geral. O documento comprova que uma pessoa, física ou jurídica, não possui autos de infração ambiental pendente, transitados em julgado, em seu nome, no âmbito do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). A certidão é requerida para o registro de qualquer ato que trate de alienação de imóvel rural, como venda, doação, hipoteca ou custeio. Para emitir o documento, basta apresentar o número de registro no Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). No Sindicato Rural, a certidão é emitida na hora. O custo é de, em média, R$ 18,90, podendo variar em cada mês. O Sindicato Rural fica na Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon. Quando verificada qualquer situação de inadimplência ou irregularidade junto ao IAP, a certidão não poderá ser emitida e será solicitado ao requerente o seu comparecimento junto ao escritório regional do órgão. Em Guarapuava, o IAP fica na Rua Azevedo Portugal, 244 – Centro.
Inscrições abertas para curso de Excel no Sindicato Rural Estão abertas as inscrições para nova turma do curso de Excel, módulo Operacional, no Sindicato Rural de Guarapuava. O curso é a mescla de Intermediário com Avançado, visando uma gestão de informação mais eficiente, preparando os arquivos para serem tratados como banco de dados com relatórios gerenciais personalizados. A carga horária é de 15 horas e o investimento é R$ 160,00. As aulas acontecem aos sábados, das 8 às 12h. O professor é Roberto Zastavny. Os cursos são destinados a sócios, parceiros e colaboradores do Sindicato Rural, além de acadêmicos de Agronomia e Medicina Veterinária. Os interessados devem ligar no (42) 3623-1115.
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Flores
ORQUÍDEAS: curso abordou cultivo
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Sindicato Rural de Guarapuava sediou, no final de outubro, um curso diferente: organizado pela médica veterinária, produtora rural de orquidófila Evelyn Pfann, com aulas a cargo de Sérgio Ostetto, que há anos estuda sobre o tema, o curso abordou todos os detalhes necessários para o cultivo da orquídea. Uma das mais exuberantes e delicadas joias da natureza, com milhares de variedades, a flor é considerada por seus apreciadores mais do que um item para embelezar ambientes: um hobby que aos poucos se torna parte de suas vidas, trazendo colorido aos espaços em casa, no trabalho ou na propriedade rural, e proporcionando até novas amizades com base nesta afinidade.
A produtora rural Evelyn e o professor Ostetto: amizade em torno das orquídeas Neste espírito, Evelyn, sentindo falta de um curso em Guarapuava, contou que decidiu viabilizar, ela mesma, uma capacitação que ajudasse os interessados em orquídeas. Se comunicou com
Alunos: alegria de descobrir técnicas para o cultivo das flores
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um orquidólifo que conheceu em Mato Grosso do Sul (MS) e divulgou a ideia entre suas amigas. As redes sociais contribuíram para espalhar a notícia e trazer mais participantes. “Apareceram muitos interessados. Só que a procura foi muito grande. Aí foram abertas duas turmas”, comentou. Ela explicou que, em seu caso, o início do hobby foi a curiosidade em saber como manejar as orquídeas que por vezes ganhava de presente: “Muitas morriam. Eu não sabia cuidar. Daí, comecei a estudar. Por isso, me interessei em fazer o curso com o professor Sérgio”. Ressaltando que seu conhecimento como autodidata vem de anos de leituras e estudos sobre as orquídeas, Sérgio Ostetto, autor de livro sobre o assunto e instrutor do SENAR no MS, contou que buscou enfocar no curso os principais pontos para quem deseja manejar corretamente aquelas flores. Em 16 horas de aulas, ao longo de dois dias, ele destacou o cultivo, mudas, manutenção, local, a construção de orquidários, entre outros tópicos. “O cultivo de orquídeas vem crescendo de modo geral no mundo inteiro. Hoje, é o maior hobby que existe no mundo. Cultivar orquídeas é uma arte, um bom negócio e acima de tudo é fazer amigos”, resumiu. Para quem deseja iniciar neste tema, Ostetto observou que, em Mato Grosso do Sul, o SENAR oferece cursos, junto aos sindicatos rurais. No Paraná, ele sugere aos interessados o contato, via whatsApp, com o grupo Orquidófilos de Guarapuava, para obter informações sobre como participar de cursos, cultivar orquídeas e ter contato com muitas pessoas que se dedicam àquela flor. “É importante que, antes de entrar no hobby, se obtenha bastante informação, para começar de maneira correta”, recomendou.
Soja e feijão
Fortgreen - Soja Plus Gold Eng Agr. MSc Cleyton S. Domingos - Departamento Técnico Fortgreen
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ntre os produtos da plataforma de nutrição e fisiologia da Fortgreen para as culturas da soja e do feijão, o FG Soja Plus Gold é um produto que merece destaque. Trata-se de um produto com mais de 20 anos de história, que contém em sua formulação um pull de nutrientes (nitrogênio, magnésio, enxofre, boro, cobalto, molibdênio, zinco e manganês), necessários para o desenvolvimento vegetativo dessas duas culturas. Além disso, nos últimos três anos o produto tem sido aprimorado, com a adição de inertes/aditivos na formulação. Esses aditivos ou inertes são adjuvantes que modificam as propriedades da solução pulverizada, aumentando o espalhamento, o tempo de permanência da gota sobre a superfície foliar, o aumento da penetração dos nutrientes e a retenção da gota. Com isso tem-se um menor rebote das gotas e diminuição da deriva, ou seja, tudo para que os nutrientes realmente consigam ser absorvidos e exerçam seu papel na fisiologia da planta. Pelas características já citadas e pelo fato de ter mais de 400.000 ha de soja na safra 2015/16 tratadas com este produto, recebe o título de “menina dos olhos” da
Fortgreen para as leguminosas. Na cultura da soja ele pode ser aplicado de V4 (três trifólios verdadeiros) até V6 (cinco trifólios verdadeiros), enquanto que no feijão pode ser aplicado de V3 (primeiro trifólio aberto) a V4 (terceiro trifólio aberto). Na cultura da soja, quando aplicado junto com o glifosato (herbicida para controle de plantas daninhas) ele diminui o sintoma de deficiência de Manganês, conhecido com “yellow flash” ou folha carijó (Figura 1). Os principais benefícios do produto é aumentar o engalhamento, folhas verdes no terço inferior da planta, vagens e consequentemente o aumento da produção (Figuras 2 e 3). Em média, a aplicação desse produto incrementa entre 200 a 250 kg ha-1 de grãos tanto em soja quanto em feijão. Em trabalhos realizados na Fundação ABC, safra 2014/15 e 2015/16, ambos na CDE de Itaberá, SP com a variedade NA 5909 RG, apesar de não haver sido encontradas diferenças significativas entre os tratamentos, houve um incremento de 132 e 288 kg ha-1 respectivamente, mesmo em uma soja de alto teto produtivo. Na Figura 4 podem ser visualizados esses resultados.
Figura 1. Área com a aplicação de Soja Plus a direita (A) e sintoma de deficiência de Mn induzido pela aplicação de glifosato (B) Fonte: (B) IracemaFontes - https://iracemafontes.wordpress.com/tag/nutriente/
Figura 2. Fechamento de linha mais rápido pela adição de Soja Plus Gold a esquerda.
Figura 3. Engalhamento proporcionado pela aplicação de Soja Plus Gold em relação a testemunha. Imagem da esquerda resultado em feijão e à direita em soja.
Figura 4. Resultado de produtividade de soja encontrados após a aplicação de Soja Plus Gold em V4 na cultura da soja em duas safras. Itaberá, SP. Safra 2014/15/16.
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Bovinocultura de corte
Comissão Nacional realizou reunião na Expointer mercial, mas, “é um cartão de visita para o Brasil abrir novos mercados”. Outro ponto importante, debatido durante o encontro, foi a formatação do Instituto da Carne. “É um instituto de fomento da carne produzida no Brasil, que trabalharia principalmente com carne de qualidade, independente de raças”. Sanidade da carne, segunda balança em frigoríficos e o mercado interno da carne, perante a crise econômica também foram outros pontos discutidos.
Expointer
O
presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Rodolpho Luiz Werneck Botelho, participou no dia 29 de agosto da reunião da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Esteio (Rio Grande do Sul), durante a 39ª Expointer. Segundo Botelho, foram assuntos bastante ecléticos, já que a pauta precisava abordar a situação da pecuária de corte nas várias regiões do país. Conforme disse ele, a exportação da carne brasileira foi um dos temas mais discutidos. “Foi falado sobre os novos mercados de carne que o Brasil está pleiteando, como o sudoeste asiático, China, Oriente Médio e também sobre
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Revista do Produtor Rural do Paraná
as exportações de carne in natura para o Estados Unidos. Uma das premissas dessa exportação é que é uma mão de via dupla, porque o Brasil vai exportar carne magra e dianteiro para hambúrguer e vai importar carnes de alto valor agregado, como contrafilé, alcatra e picanha”. Com esta ação, Botelho destacou que num primeiro momento essa nova abertura de mercado não terá tanto impacto para a balança co-
A 39ª Expointer, exposição reconhecida como um dos maiores eventos do mundo no gênero, sendo considerada a maior feira a céu aberto da América Latina, ocorreu entre 27 de agosto e 04 de setembro, reunindo as últimas novidades da tecnologia agropecuária e agroindustrial. A programação contou com exposição de máquinas, animais, fóruns e palestras técnicas. Botelho também traçou um panorama sobre a edição deste ano do evento. “Deu para perceber que o evento não ficou imune à crise econômica. Teve uma redução de mais de 900 cabeças em relação aos últimos anos. Isso era notório nos pavilhões de gado. Alguns leilões também deram uma diminuída em preços e vendas. Na visita aos estandes, principalmente de maquinários, também era visto um número menor de pessoas, mas um público interessado em fechar negócio”. Em relação à programação técnica, Botelho comentou que continua com qualidade e temas relevantes. “Um dos encontros que participei foi o Fórum da Carne Angus, que reuniu várias palestras de professores e consultores. Foi discutido, principalmente, carne de qualidade, mercado e sistemas produtivos”.
Revista do Produtor Rural do Paranรก
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Leite II Dia de Campo da Bovinocultura de Leite destacou mercado e manejo
A
empresa júnior Produterra, formada pelos cursos de Agronomia e Veterinária da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), com apoio da Coamig e do Sindicato Rural de Guarapuava, realizaram dia 27 de agosto, no Campus Cedeteg, o II Dia de Campo da Bovinocultura de Leite. O evento abordou os principais desafios da comercialização e da eficiência no setor. De manhã, no auditório central, a programação trouxe duas palestras: o mercado leiteiro no Brasil e no mundo foi o tema da agrônoma e integrante da Comissão Técnica da Bovinocultura de Leite da FAEP, Maria Silvia C. Digiovani. Em seguida, o médico veterinário e produtor Itamar Cousseau abordou os custos de produção. À tarde, na Unidade Didática de Bovinocultura de Leite, do curso de Veterinária, estudantes apresentaram estações sobre os manejos reprodutivo, sanitário e de pastagem. Eles relembraram ainda critérios de qualidade do leite, como a contagem bacteriana total (CBT) e a contagem de células somáticas (CCS). Coordenadora da Unidade Didática, a vice-chefe do Departamento de Veterinária, professora Helcya Mime Ishiy Hulse, explicou que a Produterra buscou promover um encontro em especial para o pequeno produtor. “As palestras foram muito boas para aquele que tem dificuldade na gestão de sua propriedade – um lado que ele muitas vezes esquece”, apontou. Também na organização do dia de campo, o zootecnista e professor do curso de Veterinária, Luiz Gonzaga Pego de
Estações: manejos reprodutivo e sanitário, pastagem e qualidade do leite
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Além de informações técnicas, evento apresentou panorama do mercado do leite no Brasil e no mundo
Professora Helcya Hulse (Unicentro): evento para o pequeno produtor
Agrônoma Maria Silvia (FAEP): importações aumentaram
Macedo, disse ver a ocasião como oportunidade para que os alunos tenham contato com os produtores e apresentem as informações geradas no meio acadêmico. “Uma universidade pública é mantida pelos impostos do cidadão. Nada mais justo do que criarmos canais de comunicação, a exemplo de dias de campo, para atender esta demanda”, afirmou. Após sua palestra, em entrevista, a agrônoma da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP destacou que é importante o produtor, na gestão da propriedade, considerar mercado externo e clima: “Está previsto um período de seca a partir de setembro, indo até abril de 2017. O produtor de leite, não tendo pastagem, vai ter de aumentar a quantidade de ração.
Veterinário Itamar Cousseau (Produtor): custos de produção
Professor Luiz Gonzaga (Unicentro): universidade divulgando conhecimento
Não estão baratos o milho e a soja. Isto vai impactar fortemente no custo. Na produção de alimento para o gado leiteiro, o que o produtor conseguir fazer e armazenar dentro da propriedade vai ser muito importante”. Outro representante da FAEP no dia de campo, o zootecnista Guilherme Mossa de Souza Dias FAEP, ao falar à REVISTA DO PRODUTOR RURAL, destacou que gerenciar é controlar investimento e retorno: “A gestão de uma propriedade rural do setor do leite é como uma cadeira: você tem de ter a base de tudo, a alimentação; a sanidade do rebanho; a genética; mas esses quesitos precisam estar ‘amarrados’ na gestão. É aquela máxima: ‘Quem não sabe quanto gasta, não sabe quanto ganha’”.
Ganho Produtivo Eficiência da aplicação do Booster Mo® na cultura da soja sob condições normais e de fitotoxidez Fabio K. Pittelkow Diretor de Pesquisa Lucas do Rio Verde - MT
O
Booster é uma nova geração de fertilizantes líquidos, formulado especialmente para aumentar a eficiência da planta durante todo seu processo de desenvolvimento com modo de ação visando agilizar o processo de informação celular, aumentando seu tempo de resposta e, consequentemente, seu potencial. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação do Booster Mo® na cultura da soja em Lucas do Rio Verde (MT) em função de diferentes doses e épocas de aplicação e também seu efeito na recuperação de plantas que sofreram estresse pela aplicação do herbicida Lactofen® (Tabela 1).
Nos tratamentos com aplicação do Lactofen verificou-se efeito de fitotoxidez na cultura da soja conforme Figura 1. Foram avaliados os seguintes parâmetros agronômicos e produtivos: altura de plantas (AP); altura de inserção da primeira vagem (AIV); massa da parte aérea (MSPA); massa de mil grãos (MMG) e produtividade (PROD). Verifica-se que a aplicação de Booster Mo® em associação ao herbicida Lactofen® não apresentou diferenças estatísticas para a altura de plantas, massa de mil grãos e produtividade, apresentando as médias de 78,3 cm, 125,0 gramas e 51,2 sc/ha, respectivamente. A altura de inserção da primeira vagem
Tabela 1. Avaliação do efeito da aplicação de Lactofen® em associação ao Booster® nos caracteres agronômicos e produtivos na cultura da soja em Lucas do Rio Verde, MT. Fundação Rio Verde, 2016. AP*
AIVns
TRATAMENTOS
DOSE (L/HA)
Testemunha
-
79,8
22,3 a
cm
MSPA*
MMGns
g/pl
g
PRODns g/pl
13,1 b
122,8
49,3 50,6
Booster (TS)
0,15
78,9
18,0 b
14,6 a
129,5
Booster (R1)
0,2
85,8
22,9 a
12,1 b
125,9
53,8
Booster (TS e R1)
0,15+0,2
81,4
17,0 b
14,6 a
125,7
52,0
Lactofen (V4)
0,75
80,3
21,4 a
11,9 b
127,6
50,4
Booster+Lactofen (TS e V4)
0,15+0,75
73,8
20,4 a
11,7 b
127,6
48,0
Lactofen+Booster (V4 e V5)
0,75+0,2
75,0
19,5 b
11,8 b
120,5
52,6
Booster+Lactofen+Booster (TS; V4; V5)
0,15+0,75 +0,2
71,6
21,4 a
14,2 a
120,8
52,8
Média
78,3
20,3
13,0
125,0
51,2
Coeficiente de Variação (%)
7,4
6,8
11,7
6,2
7,2
*médias seguidas por letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. ns – não significativo. AIV – altura da inserção da vagem. AP – Altura de Plantas. MSPA – Massa Seca da Parte Aérea. MMG – Massa de Mil Grãos. PROD – Produtividade.
e a massa seca da parte aérea apresentaram diferenças estatísticas em função dos tratamentos avaliados, com maiores médias nos tratamentos com aplicação de Booster Mo® na cultura da soja, no tratamento de semente (TS), e no estádio R1, nos tratamentos sem aplicação de Lactofen®. Quando aplicado Lactofen® em V4 verifica-se melhores resultados com a combinação de Booster Mo® no TSe em V5 em relação ao tratamento testemunha. Observa-se uma tendência de que a aplicação de Booster Mo® no TS proporcione maior acúmulo de massa seca na cultura, necessitando de mais estudos. Não foram observadas diferenças estatísticas para a produtividade da cultura, entretanto, observaram-se ganhos numéricos, onde os tratamentos que receberam a aplicação de Booster Mo® no estádio R1 apresentaram ganho de 3,6 sc/ha em relação ao tratamento testemunha. Os tratamentos que receberam aplicação de Lactofen e posteriormente a aplicação do Booster Mo® no estádio V5 apresentaram ganho de 3,4 sc/ ha em relação ao tratamento testemunha. A aplicação do Booster Mo® apresentou ganhos produtivos frente ao seu uso em condições de fitotoxidez e também ao emprego como fonte complementar nutricional em relação ao tratamento testemunha, sendo uma importante ferramenta para o manejo da cultura da soja.
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Tradicionalismo
Tropeando, produtores rurais revivem passado da região
Tropeada rememora que Guarapuava era uma das escalas do antigo comércio de muares, equinos e bovinos entre o Sul e o Sudeste do Brasil
C
om trajes campeiros, lenços carijó, chapéus de aba larga e montarias no estilo típico do período do tropeirismo, um grupo de produtores rurais, os Tropeiros dos Campos de Guarapuava, partiu, em 24 de agosto, para rememorar, durante quatro dias, os tempos em que as tropas de comerciantes de muares, equinos e bovinos cortavam o Sul e o Sudeste do país. Reunidos na 5ª Tropeada Tiro Longo, que mais uma vez contou com apoio do Sindicato Rural, dezenas de participantes, experientes, jovens e crianças, realizaram um giro por propriedades da região de Guarapuava. O ponto de partida, na Fazenda Rocio; a chegada, nas fazendas Cerro Verde e Guaporé. Como forma de resgate da memória, os passeios do grupo são designados a cada ano com o nome de tropeiros ou de tradicionalistas célebres. Em 2016, os homenageados foram perso-
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Revista do Produtor Rural do Paraná
nagens regionais do início do século passado: João Celeste e José Celeste. E como também é costume entre os Tropeiros dos Campos de Guarapuava, nos encontros o que vale são os antigos valores de respeito e cordialidade. O sorriso sincero. O aperto de mão. A oração pedindo proteção. A troca de experiências nas prosas ao longo do trajeto. O pedido de licença para adentrar pelas porteiras. A REVISTA DO PRODUTOR RURAL acompanhou a primeira jornada da tropeada. No ponto de partida, a programação começou por volta das 11h30, com a característica sesteada. No almoço, o tradicional churrasco. Convívio de famílias e de amigos. Logo era hora de encilhar os cavalos. Antes da partida, os tropeiros se reuniram em círculo para uma prece. Em sinal de apreço, o grupo entregou ao proprietário da fazenda, Edegar Galhart, uma faixa alusiva
Nós vínhamos das bandas do outro lado, ‘cavalito’ puxando tropa. Coisa que era de abafar.” Acácio M. dos Santos
à tropeada. Depois, seguiram todos por estradas rurais e trilhas até a Fazenda Trindade, localizada ao norte da cidade de Guarapuava (igualmente a outras escalas do percurso, a região remete à história: nas imediações encontrava-se o Fortim Atalaia, dos tempos em que a Coroa Portuguesa buscava ocupar a região, no começo do século XIX). Anfitrião da jornada final de 2015 e da primeira de 2016, Galhart disse ter sentido orgulho pelo convite que recebeu para participar: “Com muita alegria a gente vem cedo, se prepara, porque sabe que é muito bonito”. Expectativa também de novidade, porque “todo ano os orga-
Trajeto iniciou na propriedade de Edegar Galhart (à dir.), encerrando na de Josoel Machado (à esq.)
José E. Lustosa: relembrando tropeiros do passado
De geração em geração: Acácio, 73, e o neto João, 14
nizadores buscam propriedades novas”. Participando pelo segundo ano, ele considerou a tropeada como “um mundo diferente”, marcado pela presença de famílias e de novas amizades. “Eu, até agora, não ia participar cavalgando, mas, conversando com um, com outro, já me arrumaram um cavalo e vou tropeando”, revelou com bom humor. Outro participante, o produtor José Ernani Lustosa, contextualizou os nomes homenageados no evento. João e José Celeste, segundo estimou, viveram na região por volta dos anos 20 e 30 do século XX. Ele completou que ambos se criaram entre a propriedade de sua família, a Fazenda Capão Bonito, e a Fazenda Lontrão: “Por lá, viveram 40 anos. Ambos tropeavam para meu bisavô e meu avô, e também faziam viagens para outros proprietários da região”. O nome “Celeste”, explicou, era apelido: “O pai deles chamava-se Celestrino. Aí ficaram conhecidos como filhos do ‘Celeste’”. Os dois irmãos “eram muito campeiros e sabiam muito do serviço do tropeirismo”. Afeito aos detalhes que a história conta, nos causos e nos livros, Lustosa assinalou que, naquele momento, os tropeiros lidavam então com gado bovino. Tropas conduzindo muares (imagem emblemática do período), relatou, eram de um ciclo bem anterior. Mas também aquelas viagens, frisou, contavam já com a presença de antigos moradores de Guarapuava – com uma quilometragem que até hoje seria considerada tarefa
para audazes. “O guarapuavano foi um tropeiro do tiro longo, porque ia buscar mulas em Córdoba, na Argentina, levando até Sorocaba (SP)”, situou. Encerrado aquele período, tropas com bovinos passaram a sair de Cruz Alta (RS) rumo ao mesmo tradicional destino paulista. No caminho, observou o produtor, os Campos de Guarapuava eram conhecidos por ser um ponto de “levante” do gado – o solo, considerado fértil para as condições de então, propiciava alimento para os animais: capim mimoso, capim limão e o palha larga. Lustosa sublinhou que, se de lá para cá muito tempo decorreu, a lembrança ainda é presente nas famílias rurais locais: “Comercialmente, o tropeirismo não existe mais; mas existe no coração e na cultura do povo. Nós, os Tropeiros dos Campos de Guarapuava, sempre que podemos, relembramos esta história”. Ainda conforme antecipava antes
Carlos P. de Araújo: tropeiros levam amizade Revista do Produtor Rural do Paraná
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O guarapuavano foi um tropeiro do tiro longo, porque ia buscar mulas em Córdoba, na Argentina.” José E. Lustosa
da partida, também o ponto de chegada do trajeto teria um significado: “Vamos encerrar na propriedade do Josuel Machado. Ele é filho do José Celeste”. As recordações, agora na memória, podiam ser no entanto ouvidas por ali. Quatro gaiteiros emolduravam a tarde com as cores antigas de seus acordes. A música e a expectativa de sair de novo pelos campos afora traziam companheiros com um longo passado. Acácio Moreira dos Santos contou que tropear é uma vida que conhece desde a idade de 14 anos. Hoje, com 73, comparece aos encontros dos Tropeiros dos Campos de Guarapuava e incentiva novas gerações. “Nós vínhamos das bandas do outro lado, ‘cavalito’ puxando tropa. Os peões, todos alegres, faceiros, se divertindo com a boiada – coisa que era de abafar”, rememorou saudoso. “Assim temos de prosseguir. De geração para geração. Eu já estou abandonando, passando para o meu neto”, complementou. Ao lado, com um sorriso que deixava entrever alegria e orgulho, João David de Oliveira Santos, 14 anos, pilchado, confirmava: começou a tropear aos 11 anos, na segunda edição da Tropeada Tiro Longo. “Seguindo a tradição do meu vô, de geração em geração, vou continuar”, declarou. O mesmo entusiasmo demonstrava outro tropeiro do grupo, Carlos Pereira de Araújo: “Para mim, é uma satisfação grande ver os
Gaiteiros: acordes antigos
Meninas tropeiras: rostos da tradição no século XXI amigos todos participando”. Companheirismo, indicou, é um dos traços desta cultura. “O tropeiro nada mais é do que aquele que sempre leva alguma coisa a mais: uma amizade, uma notícia, boas-vindas”. Confirmando as palavras de Araújo, a tropeada transcorreu e se encerrou
num clima de confraternização. Ao final, cada participante trouxe para casa, novamente, algo a mais: uma lembrança de vida. Nas fotos, momentos. No coração, alegria. Nos campos, como diz uma conhecida canção, ficaram marcas de cascos pelo chão – indicando o caminho a seguir no futuro.
V Tropeada Tiro Longo João Celeste e José Celeste Iniciada dia 24 de agosto e realizada durante quatro dias, a tropeada abrangeu as seguintes propriedades: Fazenda Rocio (Edegar Galhart), Fazenda Trindade (Osmar Kloster), Fazenda Dallas (Celso Costa), Fazenda Santa Helena (José H. C. Lustosa), Fazenda Sta. Carlota (Cezar Silvestri), Fazenda Passaúra (Manuel Passaúra) e encerramento nas fazendas Cerro Verde (Josoel Machado) e Guaporé (Carlos Faccin).
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Revista do Produtor Rural do Paraná
No trajeto: a beleza das paisagens de Guarapuava
História
Mesmo sem ter sido raça, cavalo “Guarapuavano” marcou história do tropeirismo do centro-sul do PR e muitos paranaenses ainda hoje cultivam a tradição das tropeadas, com passeios que lembram os tropeiros dos séculos XIX e XX, há também quem enalteça inclusive a recordação dos tipos de cavalos utilizados naquelas jornadas. Em Guarapuava, uma das antigas escalas das tropas, existiram e existem ainda hoje conhecedores que rememoram um equino presente no tropeirismo daquela fase: o chamado “Cavalo Guarapuavano”. Utilizado durante décadas, o animal terminou por desaparecer sem nunca ter se tornado uma raça dentro de critérios técnicos e oficiais. Mas permanece viva a lembrança do que Revista do Produtor Rural do Paraná
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ele significou: foi companheiro de fazendeiros e peões na lida com o gado, nas longas viagens e até nos festejos populares, como a Festa da Padroeira, a puxar carroças enfeitadas. Em meio aos que o apreciaram e valorizaram, criadores locais atuais ressaltam um nome, que consideram como um dos maiores conhecedores de cavalos que já houve no Brasil: Diogo Branco Ribeiro (1914-1997). De origem guarapuavana, formado em medicina veterinária e criador, ele se destacaria numa carreira ligada aos equinos: militar, alcançou o posto de general de brigada (cavalaria) na década de 1960; atuou na Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional – CCCCN (criada no final da década de 1950 e, se-
Meu pai participou como jurado de julgamentos de cavalos em eventos nacionais e no exterior”. Luís Carlos Vieira Ribeiro
Branco Ribeiro, de Guarapuava: general é lembrado como autoridade também em equinocultura gundo o site do MAPA, um órgão colegiado daquele ministério); escreveu livros técnicos sobre cavalos; participou como jurado de julgamentos de equinos em eventos nacionais e no exterior; e se engajou na fundação de associações de criadores de algumas raças equinas. Sobre o “Guarapuavano”, o general chegou a escrever algumas páginas em seu livro “O Cavalo e o Burro, de Guerra e de Paz” (MDL Editora – São Paulo, 1956). De acordo com ele, tropeiros que conduziam mulas do Rio Grande do Sul às feiras de Sorocaba e Itapetininga (SP) traziam aquele tipo
de cavalo para negociar com paulistas, mineiros, baianos e fluminenses. Os animais, destaca, “não chegavam para as encomendas”. A aparência, como descreveu, era reconhecível. Talhe: 1,35m a 1,48m. Cabeça de perfil acarneirado. Pescoço grosso, musculoso, reto. Tronco cheio, de cernelha relativamente baixa. Dorso e lombo curtos. Garupa ampla e inclinada. Os membros, finos e secos. Na pelagem, eram alazões, baios, castanhos, tordilhos, rosilhos e mouros. Com temperamento “bufão”, seu andar mais comum era o trote.
Luis Carlos Vieira Ribeiro, na “Praça General Diogo” – um canto da casa que faz lembrar do trabalho de seu pai
Cavalo típico do centro-sul do PR mereceu páginas em livro de um dos maiores conhecedores de equinos do Brasil
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Revista do Produtor Rural do Paraná
Porém, como aponta o general, já na década de 50 o Guarapuavano típico estava se tornando raro. A razão seria “a infusão de sangue nobre, de maneira desordenada, no efetivo equino dos municípios de Guarapuava e Palmas”. O tempo passou e do cavalo característico da região sobraram relatos e fotos. Filho do autor, Luiz Carlos Vieira Ribeiro, hoje voltado à raça árabe juntamente com o irmão Carlos Eduardo Vieira Ribeiro, em São Paulo, conversou sobre o assunto com a REVISTA DO PRODUTOR RURAL. Ele recorda que Branco Ribeiro, como outros criadores, buscou transformar o Guarapuavano em raça – sem êxito. “Meu pai tentou. Mas para isso é preciso um plantel muito grande e a quantidade era pequena na época”, explicou, estimando que naquele momento o plantel da propriedade situava-se entre 70 e 80 cavalos. Formado em economia, mas apreciador da história, ele observa que, se “hoje quase não se fala mais no cavalo Guarapuavano”, em sua família a inclinação à criação de equinos seguiu com as novas gerações. Um de seus filhos, há anos no Uruguai, se tornou um destacado criador de cavalos. Outros criadores locais, complementou, também recordam o equino típico dos tropeiros do Terceiro Planalto paranaense, como o amigo de muitos anos, Cezar Krüger. “Ele era piá e já acompanhava meu pai em alguns julgamentos, aprendeu mais do que eu”, brincou. Voltado à raça crioula, com uma visão histórica de sua atividade, Krüger relembrou, em entrevista, que o Guarapuavano, embora não fosse raça, tinha “um biotipo bem definido”, estimando sua existência entre meados do século XIX até a década de 1940. Por outro lado, em tom descontraído, ponderou que o equino “não era melhor do que os outros”, mas o único que havia no local para as lidas das tropas e do campo. O cavalo, detalhou, era cruzado: puro-sangue inglês, mestiços ingleses e cavalos autóctones do Rio Grande do Sul e Uruguai. “Logo que se estabeleceu a rota de Guarapuava para a Colônia Sacramento, se trazia de lá muitas mulas e cavalos”, explicou, ao situar a época
Krüger e o filho Felipe: Tradição de criar cavalos segue de geração em geração
em torno de 1860 (Naquele momento, a colônia, fundada por portugueses em 1680, era já território do Uruguai, que havia conquistado independência em 1828). Em Guarapuava, “os criadores domavam, engordavam e recriavam para vender em Sorocaba e Feira de Santana”. Uma das alternativas para fazer o plantel se reproduzir eram os postos de monta. Nestes lugares, o exército disponibilizava cavalos para cruzarem com éguas de criadores locais. Na cidade, de acordo com Krüger, o posto funcionou onde hoje é o Parque das Araucárias, à margem da estrada que atualmente é a BR 277. Ainda segundo relatou, era também o exército um dos principais compradores das crias – num tempo em que inexistiam veículos de combate, a demanda por equinos era grande. Ao frisar que mais tarde houve quem, como Branco Ribeiro, desejasse transformar o Guarapuavano em raça, ressaltou que o procedimento técnico para isso requer uma série de condições: de um rebanho grande a um esforço conjunto de criadores, incluindo ainda a solicitação junto ao Ministério da Agricultura, entre outras. “Naquela época, não havia interesse em formar, fixar e selecionar uma raça”, acrescentou. Krüger avalia entretanto como importante a contribuição do militar para a valorização do Guarapuava-
Os criadores domavam, engordavam e recriavam o cavalo ‘Guarapuavano’ para vender em Sorocaba e Feira de Santana”. Cezar Krüger
no e de outras raças equinas em geral. Branco Ribeiro, acrescentou, foi um nome de Guarapuava que se tornou um dos maiores conhecedores de equinos do Brasil. Tanto para Vieira Ribeiro quanto para Krüger, conforme sublinham, rememorar hoje o histórico de tipos como o Guarapuavano tem um valor também cultural. Ambos recordam que, ao longo do tempo, equinos foram utilizados em muitas atividades, como no transporte, nas lidas campeiras e até nas guerras. Por esta razão, a trajetória destes animais acaba revelando também detalhes da história da região e do Brasil. Revista do Produtor Rural do Paraná
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Lembrancas ainda vivas, em antigas fotos rurais
1939: o produtor Leonardo Marcondes Teixeira, pai de Sérgio Teixeira (no detalhe), com um cavalo guarapuavano, na Fazenda Sabiá (Goioxim): aperos e vestimenta típicos da época
1940: Produtor rural Alaor Sebastião Teixeira, quando criança, sobre cavalo que se estima ser do tipo Guarapuavano, ainda existente na época Fazenda Santo Amaro – Candói (PR)
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal
O cavalo Guarapuavano é ainda agora uma realidade viva em fotos que retratam o passado rural do centro-sul paranaense. O produtor Sérgio Teixeira, de Guarapuava, contou em entrevista que sua família é uma das que possui fotografias antigas em que o animal pode ser visto. “Temos uma foto de meu pai, quando criança, num cavalo Guarapuavano. Inclusive de pelagem moura, que era bem típica”, exemplificou. Nas lidas do dia a dia, Teixeira definiu o equino como um instrumento de trabalho: “Ele era o trator, o automóvel, para as festas e para as carreiras”. Na Festa da Padroeira, relatou, muitos devotos vindos interior compareciam com carroças enfeitadas, puxadas por duas ou até três parelhas de cavalos Guarapuavanos. Trazer animais com a mesma cor de pelagem, segundo Teixeira, valia na época como motivo de orgulho, símbolo de capricho do fazendeiro para com seu plantel equino. O produtor observou ainda que o valor histórico das fotos está também no fato de mostrarem os tipos de apero dos animais e as vestimentas características de quem trabalhava no campo (na primeira metade do século XX). “O tirador, com franjas na extremidade, é típico guarapuavano”, apontou.
Ele era o trator, o automóvel, para as festas e para as carreiras”. Sérgio Teixeira Sérgio Teixeira
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Aproximadamente 1946: Em foto de sua infância, produtor rural Ruy Laurici Alves Teixeira também aparece em cavalo Guarapuavano de típica pelagem moura Fazenda Sabiá – Goioxim (PR)
* Matéria sugerida pelo associado Sérgio Teixeira Revista do Produtor Rural do Paraná
Projeto Identidade Sindical 2016 Produtor rural, apresente a carteirinha* do Sindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo: (*Se ainda não possui a carteirinha de sócio, compareça ao Sindicato Rural de Guarapuava ou nas Extensões de Base: Candói - Foz do Jordão e Cantagalo)
GUARAPUAVA BetoAgro AGRONEGÓCIOS
3% em toda linha de insumos agrícolas
3% na linha de produtos Forquímica
Descontos para sócios
3% sobre o preço de lista no ato da compra
10% à vista ou parcelamento em 10 vezes s/ juros nos cartões
5% em medicina do trabalho, segurança do trabalho, consultorias, intermediação de consultas e exames médicos e 10% em exames de diagnóstico laboratorial (Torreforte Clin)
10% em serviços
10% no valor da mensalidade
Newdeal Agroscience Descontos em exames
Desconto de 3% na linha de produtos New Deal
5% em serviços ou equipamentos
Descontos diversos
Benefícios diversos
Descontos em todos os ramos de seguros
5% nas prestações de serviços
5% nas compras de produtos, lanches em geral, porções e bebidas
10% em todos os serviços prestados
10% na prestação de serviços
5% nas compras à vista
5% nas compras realizadas na loja
15% nos exames radiográficos
5% sobre valor final da negociação
3% para compras à vista
10% análise de solos e de tecido vegetal
Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente, tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais
CANDÓI
3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes
10% na elaboração do CAR e 5% na execução de serviços de topografia
6% em materiais de construção, móveis e casa pronta
Revista do Produtor Rural do Paraná
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Profissionais em destaque
Everton Ricardo Lermen e Junior Ramalho (Seven)
Pablo Wagner e Geraldo Krysa (Augustin)
André de Tullio Teixeira e Evaldo Luis Hansaul (Agrotis)
Adriano Lodi Rissini, Leandro Taubinger, Thais Meia Casa, Cristiano Pott (Unicentro) e André Pizzatto. (Aquilino Topografia e Agricultura de Precisão)
Décio Pimentel (OMEX), Cândido Bastos (CB Agro), Jean Galvão, Henrique Waldov (OMEX) e Edson Carneiro (Sementes Van Ass)
Willy Olbertz e Luís Fernando Silva (Deragro)
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Revista do Produtor Rural do Paraná
David Cardin (Caixa Econômica Federal)
Alexandre Maggioni, Marcelo Andrade, Tiago Giacomin e Carlos Guarese (MacPonta)
Regiane Ogliari, Eduardo Virmond, Alexandre Seitz, Evandro Back, Marcelo Zaupa e Camila Fabiane (Oro Agri)
Alexandre Derhon, Thiago Vieira de Mello, Marcelo Quirino e Murilo Brunelli (Zico Motosserras)
Fernando Piccin, Eduardo Depieri e Dario Stremel (Fortgreen)
Paulo Henrique Fialho (Rhal)
Kamila Cardozo e Marco Aurélio Sichieri (Stoller)
Alessandro Boska, Eric Martins e Eduardo Albuquerque (Sicredi)
Luciano Vizinoni, Anderson Pilati, Agrício Ribas, Luiz Henrique Chimiloski, Fabrício Stelle, Marcos Donizete e Fábio Bastos (Tratorcase)
Matheus Schäfer, Márcio Schäfer (Paraná Silos) e Jober Frederico (Engeman)
Walasse Farias Gonçalves, Leandro Bren (Agrária) e Giovanni Dacoregio (Dacoregio)
Marcos Rodrigues, Amanda Felchak, Felipe Scartezini e Marco Meirelles (Retífica Scartezini)
Dia da Secretária
Chaiane Nezi Amaral (Lupis) e Luciana Bren
Cyntia Soares (Zico Ferragens)
Geyssica Reis e Rubia Barbosa Keller (Deragro)
Daniele Leal (Agrícola AGP)
Ana Patrícia de Paula (Agropantanal)
Entrega de Sementes Pioneer
Marcelo Mayer (Pioneer), Aramis Mendes Siqueira e Regina Rickli Siqueira, de Campina do Simão
Antônio Gabriel, Antônio Lauri Leite e Marcelo Mayer (Pioneer)
Thais Schinemann (Augustin)
Novo Sócio
José Marilton Corrêa
Promoção Sócio Participativo A entrega da cesta da Promoção Sócio Participativo foi realizada no dia 29 de setembro, pelo diretor do Sindicato Rural, Carlos Eduardo dos Santos Luhm. O premiado foi o associado Renê M. Bandeira Filho. A promoção premia os sócios que comparecem ao Sindicato Rural para realizar algum tipo de serviço, participar de palestras, cursos e outros.
eller Thomas K Kuster
Produtores em destaque
Comemorando 49 anos, o Sindicato fez alguns sorteios durante o WinterShow:
O diretor do Sindicato Rural João Arthur Barbosa Lima entregando o valealevinos para o sócio Antônio Mayer
O presidente do Sindicato Rural Rodolpho Botelho entregando o valealevinos para o sócio Siegfried Milla I
ixeira Vitória Te
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DEZEMBRO
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Aniversariantes/2016 01/11 01/11 01/11 01/11 01/11 02/11 02/11 02/11 03/11 03/11 03/11 04/11 04/11 04/11 04/11 04/11 05/11 05/11 05/11 05/11
01/12 01/12 01/12 01/12 01/12 01/12 02/12 02/12 02/12 02/12 02/12 03/12 03/12 03/12 04/12 05/12 05/12 05/12 05/12 05/12 05/12 07/12
Egon Heirich Milla Helmuth Mayer Jonas José Kulka Raimundo Gartner Rodrigo Schneider Gunter Winkler Johann Wolbert Theresia Jungert Dionisio Burak Evaldo Anton Klein Karl Keller Ana Celia de Araújo Antonio Schramm Cleverson Atalibe Martins Eunice Maria Scheis Keller Joao Laertes Ribas Rocha Antonio Carlos Ribeiro Burko Carlos Alberto Dipp de Castro Luciane Silvestri Araújo Rubens Lopes de Araújo
Allan Kardec O. Lopes Filho João Afonso Fontoura Bilek Klaus Kratz Luciane Werneck Botelho Maria Danieli dos Reis Maria de L. Scheidt Mader Arion Mendes Teixeira Claraci Borges Cláudia Scherer Korpasch Gilson Schimim Mendes Roselinda de F. Nunes Chiaro Daniel José Loures Elcio Dobgenski Odacir Antonelli Ruy Laurici Alves Teixeira Blacardini Fritz Gadotti Erna Teresa Milla Jefferson José Martins Joao Paz França Siegbert Nauy Telcio Granemann Fritz Anton Egles
06/11 06/11 06/11 07/11 08/11 08/11 08/11 09/11 09/11 10/11 11/11 11/11 11/11 11/11 12/11 12/11 13/11 13/11 13/11 14/11
07/12 08/12 08/12 08/12 09/12 10/12 10/12 10/12 10/12 11/12 11/12 12/12 12/12 12/12 13/12 13/12 14/12 15/12 15/12 15/12 17/12 18/12
Egon Winkler Franz Weicher Júnior Jocelim A. das Neves Luiz Carlos Mendes de Oliveira Anderson Lineu Martins Irene Elisabeth Remlimger Josef Spieler Osmar Antônio Dalanora Vinicius Rocha Camargo Mariana Martins Marcondes Alaor Lopes Fritz Cesar Pedro Zambenedetti Ribas Gilberto Baroni Sidinei Denardi Harry Mayer Rachel Maria Naiverth Cicero Passos de Lacerda Heinrich Vollweiter Rozeli Araújo Oliveira Deodoro Araújo Marcondes
Franz Milla II Daniel Peruzzo Maricler Regina Nervis Solange Maria Schmidt Anelise Dalterman Buhali Anderson Mendes de Araújo Irene Fernandes Silvério Filiposki José Canestraro Rodolpho Luiz Werneck Botelho Eliseu Schuaigert Marcos Tiago Geier Pedro Cordeiro Pedro de Paula Xavier Valdir Cesar de Moraes Lima Nelci Terezinha Mendes do Valle Newton Schneider Alexandre Utri Elmar Remlimger Francisco Seitz Osmar Karly Roberto Sattler Christoph Ritter
15/11 15/11 15/11 15/11 16/11 17/11 17/11 17/11 17/11 17/11 17/11 18/11 18/11 19/11 20/11 20/11 20/11 20/11 20/11 21/11
18/12 19/12 19/12 19/12 19/12 19/12 20/12 20/12 20/12 20/12 20/12 21/12 21/12 21/12 22/12 22/12 23/12 23/12 23/12 23/12 23/12 24/12
Jaime Tonon Leonardo Obal Otto Martin Ritter Vicente Mamcasz Valerio Tomaselli Aldoino Goldoni Filho Alfredo Szabo Antônio Cassol Bruno Armstrong de Araújo Miguel Wild Ronald Oster Alexandre Seitz João Pfaff Pertschy Luciano Koloda Cilton Ribas Edson José Mazurechen Etelvino Romano Portolan Francisco dos Santos Rodrigo Ribas Martins Mário Losso Kluber
João Sueke Sobrinho Alberto Stock Eva Becker Jamil Alves de Souza Luciano Chiott Marco Antônio dos Santos Erich Egles João Francisco Abreu Ribas Josef Duhatschek Tiago Pacheco Stadler Ulrich Thomas Leh Edson Rodrigues de Bastos Gerhard Temari Romualdo Prestes Kramer Herold Pertschy Luiz Carlos Sbardelotto Caroline Lustoza Wolbert Elevir Antônio Negrello Geraldo Natal Ceccon Nilso Granoski William Schramm Zanoni Camargo Buzzi
Confira a agenda de eventos agropecuários: Congresso IV Brasileiro de Recursos Genéticos
Curitiba (PR) 8 a 11 de novembro Tel: (43) 3025-5223 www.cbrg2016.com.br
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Simpósio VI Brasil Sul de
Bovinocultura de Leite
Chapecó (SC) 8 a 10 de novembro Tel. (49) 3329-1640 www.nucleovet.com.br/ simposio-bovinocultura
Festival 9º Gastronômico
Carne Cordeiro Cooperaliança Guarapuava (PR) Pahy Centro de Eventos 11 de novembro Tel.: (42) 3622 - 2443
21/11 22/11 23/11 24/11 25/11 25/11 26/11 26/11 26/11 27/11 28/11 28/11 28/11 29/11 29/11 30/11 30/11 30/11 30/11
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Ruy Jorge Naiverth José Carlos Lustosa Andre Szendela Edemar Balkau Anton Gottfried Egles Rodolfo Wolbert Antonio Lineu Martins João Maria Siqueira Ribas Maria Aparecida Lacerda Araújo Ozias Schineider Alfredo Jungert Raimund Helleis Vania Elisabeth C. F. de Melo Karl Heinz Laubert Filip Priscila Klein George Karam Joarez Santana N. de Oliveira Joicimar Antônio Centofante Josef Dettinger
Emanoel N. Silvestrin José Augusto de Moraes Barros Josef Wild Sebastiao Elon Cavalheiro Wendelin Hering Filho Guilherme de Paula Neto Josias Schulze Rafaela Mayer Felipe Martins de Almeida Wilmar Schneider Cleber Dall’ Agnol Elton Thives Araujo Egon Scheidt Eponina Werneck Ceneviva Karin Katharina Leh Cristiano Binsfeld Adelheid Klein Knesowtsch Arno Silvestre Muller Marcio Mendes Araújo Rosita Praetorius de L. Malinoski
NOV/DEZ
2016
Dia de Campo da 1º Cultura da Cebola Guarapuava (PR) 08 de dezembro Sindicato Rural de Guarapuava Tel.: (42) 3623-1115 ou serrana.pr@gmail.com
QUEM PLANTA REFÚGIO PROTEGE O BOLSO. O REFÚGIO dificulta a seleção de insetos resistentes, preserva os benefícios de INTACTA RR2 PRO® e prolongam sua rentabilidade.
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