porto da madama
a brasileira Mônica Salmaso, a italiana Maria Pia de Vito, a portuguesa Maria João e a norte americana Esperanza Spalding, todas com forte ligação com nossa tradição musical, e que, dialogando com suas origens, ajudam a ressignificar essas canções. É com alegria que o Sesc lança esse disco, um belo registro de quatro estrelas da música mundial dirigidas por um dos mestres da música brasileira.
O projeto nasce a partir da ideia de Guinga de que a presença de nomes como Tom Jobim, Dorival Caymmi, Vinícius Danilo Santos de Miranda de Moraes ou Luiz Gonzaga, entre Diretor Regional do Sesc São Paulo outros, são tão fortes em nossa memória musical que funcionam como um guia, uma espécie de farol, fonte de inspiração para que outros artistas encontrem diferentes rumos para suas criações. Ao se debruçar sobre este pensamento, Guinga produziu “Porto da Madama”, disco que apresenta o resultado de sua busca por canções guias que orientaram os rumos da música popular brasileira, gravadas ao lado de suas próprias composições, com arranjos inéditos para violão. Para acompanhá-lo, o músico convidou quatro cantoras:
PORTO DA MADAMA
Parte do catálogo do Selo Sesc é feito a partir de projetos que refletem sobre nossa tradição musical, reconhecendo sua importância e apontando outros possíveis caminhos. É uma maneira de celebrarmos nosso pródigo passado ao mesmo tempo em que incentivamos a produção de novos criadores. “Porto da Madama” vem juntar-se a esse grupo.
CONHECI GUINGA NO RIO DE JANEIRO...
...quando estava gravando meu CD “Brasileiro” (1991). Fiquei imediatamente encantado com a originalidade de suas melodias e a riqueza de suas harmonias. Percebi, naquele momento, estar na presença de um grande compositor e um verdadeiro inovador.
que é uma homenagem à canção brasileira, com músicas de outros grandes compositores brasileiros (além dele próprio) e com a participação de diversas cantoras (Mônica Salmaso, Maria João, Maria Pia de Vito e Esperanza Spalding) que emprestam suas belas vozes aos lindos arranjos de Guinga.
Tenho certeza que Tom Jobim e Dorival Caymmi, (e , claro, todos os homenageados) se Gravei na época duas de suas composições emocionariam, tanto quanto eu, ao ouvir suas canções re-interpretadas por Guinga, no seu - “esconjuros” e “chorado”. Logo depois, já na Califórnia, jantando com inigualável estilo e bom gosto! meu querido amigo Henry Mancini, toquei o CD para ele. Sua reação, ao ouvir as músicas Guinga mora na história e no pantheon dos grandes compositores da música popular de Guinga foi: “quem é esse compositor? Já não se ouve mais músicas com esta qualida- brasileira! de nos Estados Unidos! Eu adoraria ter escrito Bravo, meu amigo Guinga!!! essas canções!” Sergio Mendes, Califórnia, primavera de 2015 A partir de então, gravei canções de Guinga nos meus CDs , inclusive no CD “Timeless”(2006) que foi co-produzido por Will.I.Am, que também ficou fascinado com Guinga ao ouvir a canção “Fohop”. Aliás, eu sempre disse que “Rio de Janeiro” (de Guinga e Aldir Blanc, gravada no meu CD “Oceano”), deveria ser a canção oficial/hino da cidade do Rio de Janeiro! Acabo de ouvir o novo CD de Guinga, uma impecável direção artística de Luis C. Pavan,
LÍGIA (Tom Jobim)
Eu nunca sonhei com você Nunca fui ao cinema Não gosto de samba Não vou a Ipanema Não gosto de chuva Nem gosto de sol E quando eu lhe telefonei Desliguei, foi engano O seu nome eu não sei Esqueci no piano As bobagens de amor Que eu iria dizer Não, Lígia, Lígia Eu nunca quis tê-la ao meu lado Num fim de semana Um chope gelado Em Copacabana Andar pela praia até o Leblon E quando eu me apaixonei Não passou de ilusão O seu nome rasguei Fiz um samba-canção Das mentiras de amor
Que aprendi com você Lígia, Lígia E quando você me envolver Nos seus braços serenos Eu vou me render Mas seus olhos morenos Me metem mais medo Que um raio de sol Lígia, Lígia
Boa noite amor, E sonha enfim, Pensando sempre em mim, Na carícia de um beijo, Que ficou,no desejo, Boa noite meu grande amor. Na carícia de um beijo, Que ficou no desejo, Boa noite meu grande amor Boa noite meu grande amor.
BOA NOITE, AMOR (José Maria Abreu e Francisco Mattoso)
Quando a noite descer, Insinuando um triste adeus, Olhando nos olhos teus, Hei de beijando, teus dedos dizer: Boa noite amor, Meu grande amor, Contigo eu sonharei, E a minha dor esquecerei, Se eu souber o sonho teu, Foi o mesmo sonho meu.
SE QUERES SABER (Peterpan)
Se queres saber Se eu te amo ainda, Procure entender A minha alma infinda. Olha bem nos meus olhos Quando eu falo contigo E vê quanta coisa eles dizem Que eu não digo. O olhar de quem ama diz O que o coração não quer. Nunca mais eu serei feliz Enquanto vida eu tiver.
Todo meio-dia No batente da cancela Pousa um tico-tico E eu por ela fico à espera Ela traz a flor da mocidade dentro dela Feito o tico-tico Traz no bico a primavera Ô, o passarinho cantador Avoou anunciando o meu amor Toda meia-noite
Salve o bem-te-vi Salve o sanhaço, o coleirinho, o colibri O curió Rolinha e chororó Sabiá Vai, diz pra ela todo o meu penar E diz pra ela que eu vivo a esperar
PASSARINHADEIRA (Guinga e Paulo César Pinheiro)
Num cantinho da janela Dorme um passarinho No seu ninho de quimera Quem me dera a sua rosa branca de donzela Por detrás da tranca da janela Ai, quem me dera Ô, o passarinho sonhador Despertou denunciando a minha dor E acorda toda a passarada Revoando na roseira Da moça passarinhadeira
CAPRICHOS DO DESTINO (Pedro Caetano e Claudionor Cruz)
Se Deus um dia olhasse a terra e visse o meu estado Na certa compreenderia o meu trilhar desespera do E tendo ele em suas mãos o leme dos destinos Não deixar-me-ia assim, a cometer desatinos É doloroso, mas infelizmente é a verdade Eu não devia nem sequer pensar numa felicidade Que não posso ter Mas sinto uma revolta dentro do meu peito É muito triste não se ter direito, nem de viver Jamais consegui um sonho ver concretizado Por mais modesto e banal sempre me foi negado Assim meu Deus francamente devo desistir
Contra os caprichos da sorte eu não devo insistir Eu quero fugir ao suplício a que estou condenado Eu quero deixar esta vida onde eu fui derrotado Sou um covarde bem sei se o direito é levar a coisa até o fim Mas não posso é pesada demais para mim É doloroso, mas infelizmente é a verdade Eu não devia nem sequer pensar numa felicidade Que não posso ter Mas sinto uma revolta dentro do meu peito É muito triste não se ter direito, nem de viver
Vem, diz mais Se a noite esconde o estrago que me faz No próprio peito a martelar tenaz Por um mal maior E se o amor Se dando a mim total Vem, me diz Só quer morder meu coração mortal Se a lua atrás daquela nuvem quis Fantasmagórica ilusão real Riscar um círculo de chumbo e giz A debochar de mim Pra me maltratar E se o mar Será então Batendo assim no breu Que sou sem paz e sem perdão Se trai querendo copular com o céu No labirinto de tormentos vão Fantasmagórica ilusão cruel Onde sobramos eu A debochar de mim E deus? Será então Que vou sem paz e sem perdão No labirinto de tormentos vão
Vem, me diz Vem, me diz Vem
ILUSÃO REAL (Guinga e Zé Miguel Wisnik)
Onde sobramos eu E deus?
CONTENDA (Guinga e Thiago Amud)
Sou a dobra de mim sobre mim mesmo Nesse afã de ganhar de quem me ganha Tento andar no meu passo e vou a esmo Tento pegar meu pulso e ele me apanha Eita, sombra rival que me acompanha Artimanha de enconsto malfazejo
Que esse olho é motivo de cegueira Ê, presença difusa, desordeira Giro de furacão sem epicentro
Dei um talho em meu próprio sentimento Pra que o mundo fulgure na clareira Que esse nervo me aviva o sofrimento
Meu sangue arredio, arrevesado Arranco e derramo em oferenda Mas não ponho fim nessa contenda Com meu coração esconjurado
Desafiei, puxei facão, ponguei pra lá Vazei no peito esse intrujão, camará!
E vem pernada aí Vem não, foi desvario E vem navalha aí Vem não, foi calafrio A roda vai abrir Rodopiei, beijei o chão, Quando eu cair cambei pra cá Meu mestre rei foi Salomão, camará! No vazio
Camará, Camará, Camará...
Sei de um rosto escondido no espelho Bem depois do cristal iridescente Entro no meu juízo e destrambelho Entro no meu caminho e passo rente Eita, angústia que vai minando a gente Capoeira contra Pedro-Botelho Serpentei, botei pressão, varei o ar Parei no meio do desvão, camará! E vem pernada aí Vem não, foi desvario E vem navalha aí Vem não, foi calafrio A roda vai abrir Quando eu cair No vazio Camará, Camará, Camará...
NOTURNA (Guinga e Paulo César Pinheiro)
Bem amada Noturna flor da estrada Abre os portais da madrugada Meu corpo, minha alma estão a tua espera
Porque a beleza é uma quimera junto a ti e a primavera é nada
Fica comigo, Oh santa imagem dos vitrais das belas catedrais do mar Pois se chegares indo embora Bem amanda, eu vou sofrer, Divina luz raiada Acorda aos sons da passarada que mas sei como fazer para o teu rastro achar a natureza desespera Pelo fulgor que tudesprendes Porque a beleza é uma quimera na amplidão junto a ti e a primavera é nada Pelo perfume que tu deixas pelo chão Bem amada Noturna flor da estrada E com minha alma me queimando Abre os portais da madrugada de paixão Meu corpo, minha alma estão Te entregarei o meu coração a tua espera E com minha alma me Bem amanda, queimando de paixão Divina luz raiada Acorda aos sons da passarada que Te entregarei o meu coração a natureza desespera
PORTO DA MADAMA (Guinga)
Um lundu, uma ladainha, um feitio de oração Na barriga de água benta leva a minha embarcação Paranoá como eu vou me chamar Maninha eu sei quem vai me batizar Na noite fria eu vou te consolar Serei vigia da agonia que o seresteiro cantar Dona mindinha, manduca piá Bela modinha vai me presentear Minha santinha agora eu sei cantar A senhorinha, o catavento Girassol vou lhe ofertar Pra você me perdoar
CANÇÃO DA NOIVA (Dorival Caymmi)
É tão triste ver partir alguem que a gente quer com tanto amor E suportar a agonia de esperar voltar Viver olhando o céu e o mar A incerteza a torturar A gente fica só tão só A gente fica só Tão só... É triste esperar...
Ai, vontade de partir mas tendo que ir embora Ai, que amar é ir-se morrendo pela vida afora É refletir na lágrima um momento breve De uma estrela pura cuja luz morreu Numa noite escura, triste como eu.
SERENATA DO ADEUS (Vinicius de Moraes)
Ai, a lua que no céu surgiu Não é a mesma que te viu Fugir dos braços meus Cai a noite sobre o nosso amor E hoje só restou do amor Uma palavra, adeus Ai, mulher estrela a refulgir Parte mais antes de partir Rasga meu coração Crava as unhas no meu peito em dor E esvai em sangue todo o amor Toda desilusão.
DÚVIDA (Luiz Gonzaga e Domingos Ramos)
Não sei por que razão tu tens ciúmes Não sei por que razão não crês em mim Bem sabes que te quero e meu amor é tão sincero É demais duvidar tanto assim, ai de mim Não sei por que razão tu tens ciúmes Não sei por que razão não crês em mim Bem vês que vives escravizado Preso ao teu encanto Não deves duvidar assim De quem te adora tanto Não deves duvidar de mim Por que não tens razão E assim torturas sem querer meu coração
1. Cine Baronesa (BRSC41500078)
8. Contenda (BRSC41500085)
(Guinga e Aldir Blanc) Tapajós
(Guinga e Thiago Amud) Tapajós
Voz: Maria João
Voz: Maria João
Arranjo, Violão e Voz: Guinga
2. Lígia (BRSC41500079)
Arranjo e Violão: Guinga
9. Noturna (BRSC41500086)
(Tom Jobim) Jobim Music Ltda
(Guinga e Paulo César Pinheiro) Tapajós / Cordilheiras-Tapajós
Voz: Esperanza Spalding
Voz: Maria Pia de Vito
Arranjo e Violão: Guinga
3. Boa Noite, Amor (BRSC41500080)
Arranjo e Violão: Guinga
10. Porto da Madama (BRSC41500087)
(José Maria de Abreu e Francisco Mattoso) Irmãos Vitale
(Guinga) Tapajós
Voz: Maria Pia de Vito
Voz: Mônica Salmaso
Arranjo e Violão: Guinga
4. Se Queres Saber (BRSC41500081)
Arranjo e Violão: Guinga
11. Canção da Noiva (BRSC41500088)
(Peterpan) ADDAF / Todamerica Edições Ltda
(Dorival Caymmi) Rosa Morena Edições Musicais Ltda
Voz: Mônica Salmaso
Voz: Maria João
Arranjo e Violão: Guinga
5. Passarinhadeira (BRSC41500082)
Arranjo e Violão: Guinga
12. Serenata do Adeus (BRSC41500089)
(Guinga e Paulo César Pinheiro)
(Vinicius de Moraes)
Cordilheiras (Tapajós) Miramar Edições Musicais Ltda
Fermata do Brasil / Editora Musical Arapuã Ltda
Voz: Maria João
Voz: Esperanza Spalding
Arranjo, Violão e Voz: Guinga
6. Caprichos do Destino (BRSC41500083)
Arranjo e Violão: Guinga
13. Dúvida (BRSC41500090)
(Pedro Caetano e Claudionor Cruz)
(Luiz Gonzaga e Domingos Ramos) Irmãos Vitale
Mangione, Filhos & Cia Ltda
Voz: Mônica Salmaso
Voz: Maria Pia de Vito
Arranjo e Violão: Guinga
Arranjo, Violão e Voz: Guinga
7. Ilusão Real (BRSC41500084) (Guinga e Zé Miguel Wisnik) Tapajós Voz: Mônica Salmaso Arranjo e Violão: Guinga
Masterizado no Reference Mastering Studio por Homero Lotito Gravado no Estúdio Biscoito Fino - Rio de Janeiro (RJ) em fevereiro e março de 2015.
FICHA TÉCNICA
Direção artística: Luis Carlos Pavan Coordenação geral: Careimi Ludwig Assmann Produção: Gargântua Produções Arte Gráfica: Eremin Ludwig Assmann Foto da capa: Marc Ferrez (Entreé de Rio) / Coleção Gilberto Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles Técnicos de gravação: Gabriel Pinheiro e Lucas Ariel Assistentes de estúdio: Gregório de Abreu e João Thiré Mixagem: Gabriel Pinheiro
SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor Regional Danilo Santos de Miranda
Superintendentes Comunicação Social: Ivan Paulo Giannini Técnico-Social: Joel Naimayer Padula Administração: Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento: Sérgio José Battistelli Gerente de Artes Gráficas: Hélcio Magalhães Gerente Adjunta: Karina Musumeci Coordenador: Rogério Ianelli
Selo Sesc Gerente do Centro de Produção Audiovisual: Silvana Morales Nunes Gerente Adjunta: Sandra Karaoglan Coordenador: Wagner Palazzi Produção: Igor Pirola, Ricardo Tifona Comunicação: Alexandre Amaral, Raul Lorenzeti, Renata Wagner Administrativo: Katia Kieling, Thays Heiderich, Yumi Sakamoto
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