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apresentam
23 a 30 novembro de 2016
rio de janeiro
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palavras das patrocinadoras
sponsor’s words
É com enorme satisfação que participamos da 8ª Semana dos Realizadores, renovando uma parceria que já dura quatro edições.
It is with great satisfaction that we take part in the 8th Directors’ Week, renewing a partnership that has already four years.
Com uma proposta curatorial que não foge ao risco, que vai em busca de uma cinematografia arrojada e autoral da produção nacional, a Semana dos Realizadores e a Petrobras se encontram na valorização da inovação e da reflexão em torno da produção cultural. Acreditamos desde o princípio que o nosso patrocínio propiciaria o crescimento do projeto, incrementando as atividades paralelas além das exibições dos filmes. Nesse sentido, apresentamos nesta edição o evento Debate Semana - Petrobras, com a participação de convidados especiais, como pode ser conferido na programação geral do evento.
With a curatorial proposal that does not run away from risk, and that searches for a bold and original cinema within Brazilian production, the Directors’ Week and Petrobras are together in valuing innovation and thinking on the cultural production. We believe from the beginning that our sponsorship affords a growth for this project, increasing the parallel activities from beyond the film screenings. In this regard, we present this year the "Week Pannel - Petrobras", with special guests, that can be found on the event’s program.
Além da Semana dos Realizadores, patrocinamos anualmente um conjunto de mais de 20 festivais de cinema no país. Estamos vinculados ao fortalecimento das atividades cinematográficas em todas as linhas - produção, difusão, formação e memória -, as mesmas que espelham as áreas de atuação do Petrobras Cultural, programa que define a abrangência e o modelo de seleção de projetos patrocinados pela empresa.
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In addition to the Directors’ Week, we sponsor every year more than 20 film festivals around the country. We are committed to strengthening cinematographic activities in all fronts - production, distribution, training and memory; the same fronts of the Petrobras Cultural Program, which defines the scope and selecting form of the projects sponsored by our company. We continue to believe in Brazilian cinema and to put our faith on festivals as a place for celebrating national and international productions. We believe that Petrobras Cultural
Seguimos acreditando no cinema brasileiro e apostando na importância dos festivais como espaço de celebração à produção nacional e internacional. Entendemos que o Petrobras Cultural contribui para a ampliação das oportunidades de criação, circulação e fruição dos bens culturais e para a permanente construção da memória cultural brasileira.
contributes to expanding the opportunities of creation, distribution and enjoyment of culture and the ongoing building of the Brazilian cultural memory. Giuseppe Zani Communication Professional Cultural Sponsorship Petrobras
Giuseppe Zani Profissional de Comunicação Patrocínios Culturais Petrobras
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palavras das patrocinadoras
sponsor’s words
Dedicada ao desenvolvimento da indústria audiovisual no Rio de Janeiro, a RioFilme realiza investimentos em toda a cadeia da indústria audiovisual: cinema, TV, novas mídias, eventos setoriais, festivais, expansão e modernização do parque exibidor. A empresa também vem promovendo ações nas áreas de acessibilidade, formação de público, capacitação e internacionalização. Desta forma, estimula a produção audiovisual carioca, gerando bem estar social, cultural e econômico.
Dedicated to developing the audiovisual industry in Rio de Janeiro, RioFilme sponsors all of its fronts: film, TV, new media, industry events, festivals, and expansion and modernization of the cinemas. The company also promotes activities in the areas of accessibility, public education, training and internationalization. Thus, it stimulates Rio audiovisual production, generating social, cultural and economic welfare.
Desde 2009, foram investidos mais de R$ 200 milhões, atraindo R$ 1,2 bilhão em recursos de outras fontes e gerando um produto interno bruto acima de R$ 6 bilhões. Os resultados do último ano comprovam o êxito da política de investimentos da empresa: seis dos dez filmes nacionais mais assistidos em salas de cinema do Brasil em 2015 foram produzidos por empresas com sede no Rio de Janeiro e receberam investimento da RioFilme. Esses filmes são responsáveis por uma geração de renda bruta de R$ 142,3 milhões em todo país. A RioFilme conta ainda na sua estrutura com a Rio Film Commission, escritório oficial do Rio de Janeiro para apoio à produção de conteúdo audiovisual, focado na atração e preparação da cidade para filmagens nacionais e internacionais, e dedicado à promoção do setor 4
Since 2009, the company has invested more than R$ 200 million, bringing together R$ 1.2 billion in funds from other sources, resulting in a gross domestic product of over R$ 6 billion. The results of the last year show the success of the company's investment policy: six out of the ten most watched Brazilian films in cinema in 2015 were produced by companies based in Rio de Janeiro, and received investment from RioFilme. These films have put together a gross income of R$ 142.3 million around the country. RioFilme is also a partner to the Rio Film Commission, the city’s office that helps audiovisual productions, focused on attracting national and international shootings to the city, as well as arranging for it to happen. It is also responsible for promoting the audiovisual sector alongside partners around the world.
audiovisual junto a parceiros de todo o mundo. Outro importante foco dos investimentos da empresa são festivais e eventos que têm como objetivo a promoção do conteúdo audiovisual carioca e nacional, como a Semana dos Realizadores. O evento está em sua 8ª edição, consolidado como um dos principais espaços para aproximar o público de obras do cinema nacional e profissionais de audiovisual. O reconhecimento, a excelência artística e o desempenho dos filmes realizados no Brasil são destaques nos debates realizados durante a programação. A RioFilme se orgulha de patrocinar a Semana dos Realizadores.
Another important focus of the company's investments are festivals and events that promote audiovisual content, from Rio and from around the country, just like the Directors’ Week. The festival is already 8 years old and is one of the most important in bringing the audience closer to the Brazilian cinema, as well as its professionals. The artistic excellence and the films made in Brazil are the topic of the panels held during the festival. RioFilme is proud to sponsor the Directors’ Week. Cláudia Pedrozo RioFilme’s Director-Presidente
Cláudia Pedrozo Diretora-Presidente da RioFilme
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sumário
summary
8 texto curatorial / curator’s text
11 abreviações / abbreviations
13 mostra competitiva / competition
37 realizações do rio / rio films
47 sessões especiais / special screenings
55 semana convida: CachoeiraDoc / director’s week invites: CachoeiraDoc
75 retrospectiva marília rocha / marília rocha retrospective
81 carta branca a patrícia mourão / carte blanche to patrícia mourão
85 júris e prêmios / juries and awards
99 debates semana – Petrobras / director’s week panels – Petrobras
106 índice por título / index by title
108 índice de realizador_s / index by director
110 créditos / index by director
113 agradecimentos / thank you
115 cartazes / posters
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texto curatorial
curator’s text
Fora temer que a agenda neoliberal em curso no país cause danos inestimáveis à população como um todo e à cultura em particular, é ainda possível perceber no meio audiovisual um momento positivo e saudável.
Trying to see a healthy and positive moment in the audiovisual scenery, we noticed it is still possible, even if we strongly fear that the country’s ongoing neo-liberalist agenda may cause priceless damages to the people in general and to the culture in particular. Looking through the eyes of the Week in these 7 years (they say each 7 years is one full cycle), we witness a significant change in the state of things. We can see a clear result of the mixing of the generation that graduated among digital media that made communication and production easier, with the state policies that, as a strategy of citizenry, inserted diversity, sustainability and regional distribution in the tax incentive to culture.
Olhando pela perspectiva da Semana nestes sete anos desde sua primeira edição (dizem que os setênios marcam fechamento de ciclos), testemunhamos uma significativa alteração no estado das coisas. Fez efeito a mistura entre a geração que se formou com meios digitais facilitadores da comunicação e produção e as políticas públicas que colocaram a diversidade, a sustentabilidade e a distribuição regional do incentivo à cultura como estratégias de cidadania. Remontando ao gesto inicial de 2009, nos vemos como um grupo de realizadores e curadores determinados a abrir mais espaço para filmes significativos, que ampliavam as possibilidades de expressão no cinema brasileiro contemporâneo, mas que não encontravam na cidade (e em quase lugar nenhum do país) um espaço onde pudessem exibir e discutir seus trabalhos com profundidade. [1] Algumas poucas obras provocaram o estopim inicial, mas, já naquele momento, elas denotavam um crescimento numérico que rapidamente levou-nos a não poder mais falar em “algumas”, mas sempre em “muitas”. Se a primeira edição do festival mostrou 19 curtas e longas-metragens escolhidos a partir de pesquisa, já na terceira edição nos espantamos com o 8
Especially if we look at the birth movement from 2009, we see ourselves as a group of directors and curators determined to open more ground to meaningful films that expanded the possibilities of expression in Brazilian contemporary cinema, but that did not find in the city (nor almost any other place in the country) a slot to be seen and discussed thoroughly. [1] Many few works were the match to create that initial flame, and they already foresaw a rapid numeric growth that soon changed the idea of “few” to “many”. If the festival’s first edition had 19 shorts
virtuoso número de 60 longas submetidos por processo de seleção. Temos desde então nos surpreendido ano a ano, e neste não foi diferente: mais de 120 longas e aproximadamente 700 curtas foram assistidos para que pudéssemos chegar ao conjunto de mais de 60 trabalhos exibidos, sendo 40 deles filmes finalizados neste ano ou no ano passado. Enquanto nos debruçamos sobre a produção e fazemos o esforço coletivo de criar um desenho a partir de tão vasta gama de obras, temos plena consciência de que estamos fazendo apenas um pequeno recorte, e de como seria possível montar diversas outras mostras com outros conjuntos, com outros olhares. Mas algo aí, na afirmação desse olhar particular, é também fruto das transformações acontecidas nestes tempos - a partir dos filmes, dos festivais e nos espaços entre eles. Esta geração, que sete anos atrás provava sua existência e tomava fôlego para os próximos passos, confirmou as expectativas e cresceu, espalhou-se, passou a ocupar circuitos diversos e deu também espaço a novas que continuam chegando e explodindo na tela outras inquietações. Encaramos, agora, novos desafios, que refletem não só a consolidação de uma cena, mas também uma etapa mais à frente no amadurecimento da relação entre a criação artística e a responsabilidade sobre como se relacionar com a realidade que
and features, chosen among our own researches, on its third edition we were shocked to find ourselves with the already virtuous number of 60 features submitted through our selection process. Even nowadays, we are still dazed: this year, we saw more than 120 features and close to 700 shorts in order to get to the final group of more than 60 works selected – out of which 40 were concluded between this year and last year. Realizing that we can only go as far as bringing a small sample of what is being made, we have to make a collective effort to draw a selection from this wide array of works – and we notice that it would be possible to draw other different selections, with varied other groups of films. Of course that the statement of this specific selection is also a product of the transformations of time – from films, festivals and the space between each. This generation, that 7 years ago proved its existence and took a breathe for its next steps, held true to our expectations e grew, spread, and has been occupying several circuits. They have also made room for new people, that keep coming and bursting their unrest on screen. Until now, we had not noticed some new challenges, 9
nos cerca. Diante do vulcão em erupção que a sociedade brasileira se tornou, o cinema não está (nem um pouco) imune à lava que se espalha, confrontando-se mais diretamente com a responsabilidade diante de opressões tão estruturantes e naturalizadas quanto insustentáveis. Resta-nos ampliar o estado de escuta, mantendo-nos focados e ao mesmo tempo dispostos ao questionamento e à desconstrução. Nada fácil em um momento tão polarizado - à direita e à esquerda, digase de passagem -, mas que mesmo assim tem se mostrado rico e potente. Apostando na fertilidade das trocas, mesmo quando dissonantes, torcemos para que os filmes e debates que aqui propomos provoquem encontros mobilizadores, capazes de ampliar a consciência ou, ao menos, nos empurrar um passo à frente, que já não estaremos no mesmo lugar. Lis Kogan curadora e diretora da 8ª Semana dos Realizadores
which reflect not only the reinforcement of a movement, but a further stage in the maturation of the connection between artistic creation and the responsibility in relating to the reality surrounding us. Facing the erupting volcano the Brazilian society has become, the films are not (in the least) immune to the lava that is spreading, having to confront point-blank the responsibilities as we face oppressions that are as structured and domesticated as they are unbearable. To amplify the state of alert is what we can do, always focused and at the same time open to questioning and deconstructing. It is not easy in such a polarized moment – as much to the right as to the left, we have to say –, but it has nonetheless shown to be rich and powerful. Betting on the fertility of the exchange, even when discordant, we hope that the films and panels we propose result in moving encounters, that increase our awareness or at least push us one step ahead, since we will no longer be in the same place. Lis Kogan curator and director of 8th Directors’ Week
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[ 1 ]Para quem tiver curiosidade, nosso blog [sim, blog!] da primeira edição continua no ar com a carta de fundação: semanadosrealizadores2009.blogspot.com.br
[ 1 ] For the curious ones, our blog [yes, a blog!] for the first edition is still online, with our founding letter: semanadosrealizadores2009. blogspot.com.br
abreviações
abbreviations
CP production company CP companhia produtora PE executive producer PE produção executiva P producer P produção R script R roteiro F cinematography F fotografia S sound S som DA art direction Fig costume designer DA direção de arte M editor Fig figurino ES sound editor M montagem TM music ES edição de som Com cast TM trilha musical + main exhibitions Com elenco and awards
+
principais exibições e prêmios
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mostra competitiva competition
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ABIGAIL ABIGAIL
Isabel Penoni e Valentina Homem
17 min – digital – 2016 Pernambuco CP Sempre Viva Produções P Tarcila Jacob e Eduardo Homem R Isabel Penoni e Valentina Homem F Pedro Urano e David Pacheco M Jordana Berg ES Felippe Schultz Mussel + Quinzena dos Realizadores, Festival de Cannes 2016 24º Curtas Vila do Conde 26º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo VII CachoeiraDoc 49º Festival de Brasília 16ª Goiânia Mostra Curtas IX Janela Internacional de Cinema do Recife Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 23º Festival de Vitória Fronteira - Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental 2016 57º Festival Dei Popoli entre outros Contato +55 81 34290249 semprevivap@gmail.com
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Abigail Lopes une os pontos de um mapa humano que conecta indigenismo e candomblé. O avesso do inverso, uma casa aberta de memórias quase extintas.
__ Abigail Lopes connects the dots of a human map that links the indigenous Amazon cultures to Afro-Brazilian religions. The reverse of the inverse, a house of nearly extinct memories.
Isabel nasceu no Rio de Janeiro, em 1979. É diretora de teatro, cineasta e antropóloga com pós-doutorado pelo Musée du quai-Branly. Dirigiu Porcos raivosos (Quinzena dos Realizadores 2012). Valentina nasceu no Recife, em 1980. Atualmente finaliza seu mestrado em Cinema e Artes Midiáticas na Temple University, EUA. Dirigiu filmes como A vó (2002), Landscaping (2007) e Brócolis (2015).
__ Isabel was born in Rio de Janeiro, in 1979. She is a theater director, filmmaker and anthropologist with a PhD from the Musée du quai-Branly. She directed Porcos raivosos (Directors’ Fortnight 2012). Valentina was born in Recife, in 1980. She is currently a post-graduate in film and media arts from Temple University, USA. She directed films such as A vó (2002), Landscaping (2007) and Brócolis (2015).
a casa cinza e as montanhas verdes
A CASA CINZA E AS MONTANHAS VERDES THE GREY HOUSE AND THE GREEN MOUNTAINS
Deborah Viegas 16 min – digital – 2016 São Paulo P Thais Bandeira F Pedro Geraldo M Deborah Viegas e Fernando Lopes DA Dayse Barreto Com Lisandro Leite + Olhar de Cinema 2016 Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2016 FICValdivia 2016 Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 Contato deborahtviegas@gmail.com
“Um olhar atento à natureza”.
__ “A close look into nature”.
Nasceu em 1993 em São João Del Rei, Minas Gerais. Estreou na direção em 2014 com o filme Kyoto. Ao lado de Nicolas Thomé Zetune, dirigiu São Paulo com Daniel, ganhador do prêmio de melhor filme na Semana dos Realizadores 2015.
__ Born in 1993 in São João Del Rei, Minhas Gerais. Her first film as a director was Kyoto (2014). Alongside Nicolas Thomé Zetune, she directed São Paulo com Daniel, awarded best film at the Directors’ Week 2015.
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CARNÍVORA THE CARNIVORE
Arthur Tuoto 63 min – digital – 2016 Paraná P, TM, M Arthur Tuoto + Olhar de Cinema 2016
Após ser encontrada por seres alienígenas, a sobrevivente de um episódio misterioso que dizimou parte da raça humana tenta compreender os fatos que levaram o planeta Terra a esse trágico destino. Formado inteiramente por imagens de arquivo sob domínio público, o filme é uma adaptação do conto de ficção científica “The Carnivore”, de Katherine MacLean. __ After being found by extraterrestrial beings, a survivor of a mysterious incident that decimated part of the human race tries to make sense of the events that led Earth to its tragic fate. Composed entirely of public domain found footage material, the film is an adaptation of the science fiction short story “The Carnivore”, by Katherine MacLean.
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Nasceu em 1986 e desenvolve uma obra em constante trânsito entre o cinema e as artes visuais. Seus filmes e videoinstalações já foram exibidos em festivais e exposições como Berlinale, BAFICI, Videonale, Les Rencontres Internationales, Videoformes, Mostra de Cinema de Tiradentes, Festival de Brasília, entre vários outros.
__ He was born in 1986. He is a Brazilian filmmaker and visual artist. His films and video installations screened at festivals and exhibitions such as Berlinale, BAFICI, Videonale, Les Rencontres Internationales, Videoformes, Mostra de Cinema de Tiradentes, Festival de Brasília, among many others.
CISÃO CISÃO
Yuri Firmeza 8 min – arquivos em vídeo 2016 – Ceará M Victor Costa Lopes + Estreia em festivais/ Festivals Premiere Contato yurifirmeza@hotmail.com
Varredura do espaço por um olho onipresente. Corpos vigiados, suspeitos, enquadrados. O golpe, de uma só vez, cinde a câmera, o olho e a imagem.
Nasceu em 1982, em São Paulo. É artista visual e já diretor dos curta Nada é (2014) e Entretempos (2015), ambos exibidos e premiados em edições anteriores da Semana dos Realizadores.
__ A sweep in space from an omnipresent eye. Bodies under surveillance, suspect, framed. The blow, in one move, divvies the camera, the eye and the image.
__ He was born in 1982 in São Paulo. He is a visual artist and director of the shorts Nothing Is (2014) and The Time Between (2015), both shown and awarded at previous editions of the Directors’ Week.
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ECLIPSE SOLAR THE DEVIL’S MANOR
Rodrigo de Oliveira
28 min – digital 2016 – Espírito Santo R Rodrigo de Oliveira PE Vitor Graize F Lucas Barbi M Luiz Pretti DA Manuela Curtiss S Greco Nogueira, Marcus Neves Com Rejane Arruda, Erik Martíncues, Natália Hubner, Leonardo da Silva e Rômulo Braga + Prêmio Aquisição Canal Brasil de Melhor Curta - 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes Melhor filme de Ficção - 11ª Mostra Produção Independente ABD Capixaba 18º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte 27º Festival Internacional de Curtas de São Paulo 19º Goiânia Mostra Curtas Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba 2016 23º Festival de Vitória IX Janela Internacional de Cinema do Recife
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Contato rod_ol@yahoo.com.br +55 27 99714-2501
Três trabalhadores se reúnem em torno da preparação de uma festa num museu. Aparentemente desconhecidos, os contatos entre os três revelarão implicações profundas no passado. No centro dos confrontos está uma criança. À espreita, o Diabo.
Nasceu em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, em 1985. É diretor dos longas As horas vulgares (2012) e Teobaldo morto, Romeu exilado (exibido na Semana dos Realizadores 2015).
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He was born in Volta Redonda, Rio de Janeiro, in 1985. He directed the features The Vulgar Hours (2012) and Tybalt Dead, Romeo in Exyle (shown at the Directors’ Week 2015).
Three workers are gathered around the preparation of a museum’s fair. At first unknown to one another, the contact between the three reveal deep past implications. At the centre of the confrontations is a child. Lurking around them is the Devil.
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ELON NÃO ACREDITA NA MORTE ELON DOESN’T BELIEVE IN DEATH
Ricardo Alves Jr. 75 min – digital – 2016 Minas Gerais CP EntreFilmes P Thiago Macêdo Correia, Ricardo Alves Jr. PE Thiago Macêdo Correia R Diego Hoefel, Germano Melo, João Salaviza, Ricardo Alves Jr. F Matheus Rocha M Michael Wahrmann, Frederico Benevides S Pablo Lamar DA Diogo Hayashi Fig Tati Boaventura TM Daniel Saavedra Com Rômulo Braga, Clara Choveaux, Lourenço Mutarelli, Grace Passô, Germano Melo e Silvana Stein + Melhor ator – Festival de Brasília 2016 Mostra CineBH 2016 Mostra Internacional de São Paulo 2016 IX Janela Internacional de Cinema do Recife 2016 Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 Contato entrefilmes@gmail.com +55 31 99784-0555
Após o desaparecimento de sua esposa, Madalena, Elon imerge em uma jornada insone pelos cantos mais sombrios da cidade, buscando entender o que pode ter acontecido com ela e tentando não perder sua sanidade pelo caminho.
__ After the mysterious disappearance of his wife Madalena, Elon engages on a sleepless journey through the darkest places of the city, trying to figure out what may have happened to her, without losing his sanity on the way.
Nasceu em Belo Horizonte, em 1982 e formou-se em cinema na Universidad del Cine, em Buenos Aires. É diretor dos curtas Material bruto (2006), Convite para jantar com o camarada Stalin (2007), Permanências (2010) e Tremor (2013), exibidos em festivais como Cannes, Locarno e Roterdã.
__ Born in Belo Horizonte, in 1982, he graduated in film from Universidad del Cine, in Buenos Aires. He directed the shorts Material bruto (2006), Convite para jantar com o camarada Stalin (2007), Permanências (2010) and Tremor (2013), shown at festivals such as Cannes, Locarno and Rotterdam.
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ESTADO ITINERANTE ITINERANT STATE
Ana Carolina Soares 25 min – digital – 2016 Minas Gerais CP A Itinerante Filmes PE Ana Carolina Soares e Denise Flores P Denise Flores R Ana Carolina Soares F Diogo Lisboa M Carlos Henrique Roscoe DA Pedro Ploc S Glaydson Mendes Com Lira Ribas, Daniela Souza, Diane Rodrigues, Maria Aparecida e Cristal Lopez. + Prêmio Vermelha SPCINE – Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2016; Melhor filme na mostra Fronteiras Imaginárias – Periféricas 2016 Festival Visões Prêmio Canal Brasil melhor curta, prêmio ABRACCINE, prêmio especial do júri e melhor atriz - Festival de Brasília 2016 Mostra Curta Audiovisual de Campinas 2016; Goiânia Mostra Curtas 2016; IX Janela Internacional de Cinema de Recife 2016; Festival de Vitória 2016; Festival Pachamama Cinema de Fronteira 2016; Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 Contato
20 aitinerante@aitinerantefilmes.com.br
Vivi quer escapar de uma relação opressora. Em período de experiência como cobradora de ônibus, ela trabalha desejando não voltar para casa. A semana passa rápido, entre as paradas no ponto final e o itinerário, e os encontros com outras cobradoras fortalecem a mulher trabalhadora e seu desejo de fuga. Logo é final de semana e o centro de Belo Horizonte já não parece tão longe do bairro Boa Vista. __ Vivi wants to get away from an abusive relationship. Fulfilling a probation contract as a bus conductor, she works wishing she didn’t have to go home at the end of the day. The weeks fly and between the terminal stop and the bus routes, the time spent with the other female conductors strengthen the hardworking woman and her wish to escape. Soon comes the weekend and now Downtown Belo Horizonte doesn’t seem so far from Boa Vista.
Nasceu em Belo Horizonte, em 1986. Trabalhou em diversas funções técnicas e de criação de forma colaborativa no coletivo audiovisual A Margem. Dirigiu o episódio da série Pensadores brasileiros – Pensando com Maria Aragão (2014) e o curta Locarmélia (2009). __ Born in Belo Horizonte, in 1986. She performed several technical and creative roles in collaborative group coletivo audiovisual A Margem. She directed an episode for TV series Pensadores brasileiros – Pensando com Maria Aragão (2014) and the short film Locarmélia (2009).
O ESTRANHO CASO DE EZEQUIEL THE STRANGE CASE OF EZEQUIEL
Guto Parente 71 min – digital – 2016 Ceará CP Tardo Fimes R Guto Parente P Ticiana Augusto Lima F Filipe Acácio M Ricardo Pretti DA Euzébio Zloccowick TM Rodrigo Fernandes S Danilo Carvalho, Lucas Coelho Com Euzébio Zloccowick, Nataly Rocha, Caio Dias, Armando Praça, Irene Bandeira + Olhar de Cinema 2016 Cine Ceará 2016
Após a morte súbita de sua mulher, Ezequiel vive triste e resignado em sua solidão. Até o dia em que um ET surge em sua vida e muda por completo a cor do seu destino.
__ After the sudden death of his wife, Ezequiel lives sad and resigned in solitude. Until the day an ET appears in his life and completely changes the color of his destiny.
Nasceu em Fortaleza, em 1983. Realizou sete curtas e seis longas: Estrada para Ythaca (2010), Os monstros (2011), No lugar errado (2011), Doce amianto (2013), A misteriosa morte de Pérola (2014).
__ Guto Parente was born in Fortaleza, in 1983. He made seven shorts and six features – Road to Ythaca (2010), The monsters (2011), At the wrong place (2011), Doce amianto (2013) and The mysterious death of Pérola (2014).
Contato guto@alumbramento.com.br
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FILME DE ABORTO
FILME DE ABORTO FILME DE ABORTO
Lincoln Péricles 63 min – digital – 2016 São Paulo
R, P Lincoln Péricles e Talita Araujo M, F Lincoln Péricles Com Leonardo França, Talita Araujo, Boris Cesna e Nair de Lourdes + Mostra de Tiradentes 2016 VII CachoeiraDoc Contato astuciafilmes@gmail.com
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Proletária e proletário refletem sobre seus trabalhos e lidam com uma impossível gravidez.
__ Two proletarians, a man and a woman, reflect on their jobs and deal with an impossible pregnancy.
Nasceu e mora no Capão Redondo, periferia de São Paulo. É diretor, roteirista, montador, tecnico de som e professor de cinema. Realizou os filmes Cohab (2012), Filme dos outros (2015) e Aluguel: o filme (2015). Foi montador de filmes como Mataram meu Irmão (2013), de Cristiano Burlan.
__ He was born in Capão redondo, on the outskirts of São Paulo, qhere he lives. He is a director, secreenwriter, editor, sound tech and film teacher. He directed Cohab (2012), Filme dos outros (2015) and Aluguel: o filme (2015). He edited They Killed My Brother (2013), directed by Cristiano Burlan.
HÁ TERRA! THERE IS LAND!
Ana Vaz
13 min – 16mm – 2016 Brasil/França
CP Spectre Productions e La Fabrique Phantom P Olivier Marboeuf e Ana Vaz F, S Ana Vaz + BFI London 2016 54˚ Festival de Nova York Festival de Toronto 2016 Festival de Melbourne 2016 Festival de Curtas de Belo Horizonte 2016 T-Mobile New Horizons 2016 Curtas Vila do Conde 2016 Olhar de Cinema 2016 Festival de Edimburgo 2016 Cinéma du reel 2016 entre outros Contato lou.jomaron@lafabrique-phantom.org
Há terra! é um encontro, uma caçada, um conto diacrônico sobre olhar e se tornar. Como em uma perseguição, o filme desvia-se entre personagens e a terra, o predador e a presa.
__ There is Land! is an encounter, a hunt, a diachronic tale of looking and becoming. As in a chase, the film errs between character and land, land and character, predator and prey.
Nasceu em 1986, em Brasília. É artista visual e cineasta, graduada pelo Royal Melbourne Institute of Technology, e mestre em cinema e artes visuais pelo Le Fresnoy, na França. Dirigiu filmes como Sacris Pulso (2008), Les Mains, Négatives (2012), A idade da pedra (2013), A Film, Reclaimed (2015) e Occidente (2014).
__ Born in Brasília, in 1986. She is a visual artist and filmmaker, graduate from the Royal Melbourne Institute of Technology, with a master’s degree in film and visual arts from Le Fresnoy, in France. She directed films such as Sacris Pulso (2008), Les Mains, Négatives (2012), A idade da pedra (2013), A Film, Reclaimed (2015) and Occidente (2014).
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HEAVEN HEAVEN
Luiz Roque
10 min – digital – 2016 São Paulo CP Fundação Bienal de São Paulo e Groch Filmes R Josefina Trotta e Luiz Roque P Camila Groch F Joana Luz M Manga Campion Fig Alex Cassimiro e Valentina Soares ES Ricardo Reis e Miriam Biderman TM Marcio Biriato Com Glamour Garcia, Danilo Grangheia, Danna Lisboa, Latoya Prado, Dani Pinheiro, Gretta Star, Maitê Schneider, Bruno Mendonça e Mavi Veloso. + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato camilagroch@gmail.com
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Em 2050, é descoberto um novo vírus transmissível através da saliva humana que afetaria diretamente a população transgênero. Para a paciente Zero, bem como para todos aquelxs consideradxs nesse futuro como “comunidade de risco”, a vida continua em uma São Paulo demarcada por zonas de quarentena, discussões éticas, especulação da indústria farmacêutica e um estado negligente.
__ In 2050, a new virus is discovered. It passes on through human saliva and affects mainly the transgender population. To patient zero, as well as to each one seen as “risk group” in this future, life goes on in São Paulo, as it is delimited in quarantined districts, ethical arguments, theories within the pharmaceutical industry and a negligent state.
Nasceu em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, em 1979. Artista visual, trabalha com fotografia, escultura, filme e vídeo. Exposições recentes incluem “Amor e Ódio à Lygia Clark” (Zacheta National Gallery of Art, Varsóvia, 2013) e “The Violet Crab“ (David Roberts Art Foundation, Londres, 2015), entre outras.
__ Born in Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul, in 1979. A visual artist, he works with photo, sculpture, film and video. Recent exhibitions include “Amor e Ódio à Lygia Clark” (Zacheta National Gallery of Art, Warsaw, 2013) and “The Violet Crab” (David Roberts Art Foundation, London, 2015), among others.
INTERLÚDIO INTERLUDE
Gabraz
53 min – digital – 2016 Rio de Janeiro P, S Anne F, M Gabraz TM Post Com Vanessa de Michellis e Jiullian Gonçalves + Cine Esquema Novo 2016 Contato sannagabriel@gmail.com +55 21 9915-59147
Vanessa e Duda chegam em uma nova cidade à procura de paisagens sonoras para seu próximo projeto.
__ Vanessa and Duda arrive in a new town searching soundscapes for their next project.
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1981. É artista visual, cineasta e curador. Dirigiu filmes como O estrangeiro (2004), Arrebentação (2011), Oceanne (2013), Sonho de Sara (2014), Digitaria ex Machina (2015) e Ruína (2016), entre outros.
__ Born in Rio de Janeiro, in 1981. He is a visual artist, filmmaker and curator. He directed film such as O estrangeiro (2004), Arrebentação (2011), Oceanne (2013), Sonho de Sara (2014), Digitaria ex Machina (2015) and Ruína (2016), among others.
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KAPPA CRUCIS KAPPA CRUCIS
João Borges
22 min – digital – 2016 Minas Gerais P Marcella Jacques F Lucas Barbi S Célio Dutra M Fabian Remy ES Lucas Oscilloid TM Henryk Górecki Com Bernardo Riedel + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato emailparajoao@gmail.com
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Entre o cotidiano e a imensidão do universo, o documentário entra na órbita do professor Bernardo Riedel, uma lenda viva da astronomia brasileira.
__ Between everyday life and the immensity of the universe, this documentary enters the orbit of Professor Bernardo Riedel, a living legend of Brazilian astronomy.
Nasceu em 1978, em Belo Horizonte. O eixo de seu trabalho é o cinema, mas a fotografia, a gravura, além de outros experimentos cotidianos, também fazem parte de sua produção. É diretor de Cajaíba (2011), Tigre (2013) e Motoperpétuo (2015).
__ Born in Belo Horizonte, in 1978. The axis of his work is film, but photography, drawing and other daily experiments are also part of his productions. He directed Cajaíba (2011), Tigre (2013) and Motoperpétuo (2015).
MUITO ROMÂNTICO MUITO ROMÂNTICO
Melissa Dullius e Gustavo Jahn 72 min – digital – 2016 Brasil/Alemanha CP Distruktur, em co-produção com If You Hold a Stone P Melissa Dullius, Gustavo Jahn, Gustavo Beck R, M, TM Melissa Dullius e Gustavo Jahn F Ville Piippo DA Bernardo Zanotta ES Jochen Jezussek Fig Iris Petit S Till Röllinghoff, Arne Hector, Pawel Kluth e Dana Dajlis Com Melissa Dullius e Gustavo Jahn + Festival de Berlim 2016 Festival de Melbourne 2016 Menção especial - MFF T-Mobile Nowe Horyzonty 2016 ARTLOOP Festival 2016 Mostra de São Paulo 2016 Contato mail@distruktur.com
Melissa e Gustavo atravessam o Oceano Atlântico em busca de uma vida nova em Berlim. Eles seguem seu caminho fazendo filmes, amizades e música, mas um segredo revelado faz o medo vir à tona. Eles perdem o rumo, até o dia em que encontram um portal para o cosmos, expandindo a travessia para além do tempo e do espaço.
__ Melissa and Gustavo cross the Atlantic to start a new life in Berlin. They set sail on making films, friends and music, but fear awakens when a secret emerges. They lose their ways, until a cosmic portal opens up inviting them to expand their journey beyond time and space.
Melissa nasceu em 1981, em Porto Alegre e Gustavo nasceu em 1980, em Florianópolis. Formam o duo artístico Distruktur desde 2006, quando deixaram o sul do Brasil para viver em Berlim. Juntos dirigiram filmes como Triangulum (2008), Cat Effekt (2011), Fotokino (2012) e A máquina do tempo (2014).
__ Melissa was born in 1981 in Porto Alegre, and Gustavo was born in 1980 in Florianópolis. They constitute the artistic duo Distruktur since 2006, when they moved together from the South of Brazil to Berlin. Together, they directed films such as Triangulum (2008), Cat Effekt (2011), Fotokino (2012) and The Time Machine (2014).
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NUNCA É NOITE NO MAPA IT’S NEVER NIGHTTIME IN THE MAP
Ernesto de Carvalho
6 min – digital – 2016 Pernambuco CP Zumbayllu mesmo assim a gente faz M Ernesto de Carvalho + Melhor curta - VII CachoeiraDoc IX Janela Internacional de Cinema do Recife Contato ernestodecarvalho@gmail.com
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O mapa não anda, nem voa, nem corre, não sente desconforto, não tem opinião... Pro mapa não há governo, não há golpe de estado, não há revolução. Nunca é noite no mapa.
__ The map doesn’t walk, it doesn’t fly, or run. It doesn’t feel discomfort, or has an opinion. For the map there is no government, there is no coup d’état, there is no revolution. It’s never nighttime in the map.
É cineasta e antropólogo. Participa do projeto Vídeo nas Aldeias há 10 anos. Atualmente conclui seu doutorado em antropologia pela New York University. Ao lado de Vincent Carelli, dirigiu filmes como Krohokrenhum: “Eu não posso morrer de graça” (2011).
__ He is a filmmaker and an anthropologist. He took part on the Vídeo nas Aldeias project, 10 years ago. He is a PhD student in anthropology from NYU – New York University. Alongside Vincent Carello, he directed films such as Krohokrenhum: “Eu não posso morrer de graça” (2011).
AS ONDAS WAVES
Juliano Gomes e Léo Bittencourt
13 min – digital – 2016 Rio de Janeiro PE Sabrina Bittencourt ES Fabio Andrade EE Equipe M + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato parajuliano@gmail.com
Substantivo feminino, plural. 1.Movimentos oscilatórios em meios materiais; 2.Tumulto; torrente; 3.Vaga; 4.Objeto ondeado; 5.Perturbações que se propagam; 6.Enredo; 7.Ímpeto; zanga; 8.Pulso energético que transfere energia; 9.Impulso; 10.Agitação do ânimo; 11.Força por deformação; 12.Afluxo; 13.Ataque de fúria.
__ Transitive verb, intransitive verb; noun 1. to motion; 2. disturbance; 3. to impart a curving or undulating shape 4. body of water; 5. unsteady or unsure; 6. a medium; 7. to force; 8. to influence; 9. peaks or troughs; 10. electronic signals; 11. sway; 12. brandish, thrash; 13. shape, pattern; 14. energy; 15. volatile substance; 16. periodic process in a unit of time.
Juliano nasceu em 1982, em Vila Velha, Espírito Santo. É diretor do curta ... (2007). Léo nasceu em 1981, no Rio de Janeiro. É diretor dos curtas ... (2007), Dia dos pais (2008) e Satélites (2013).
__ Juliano was born in 1982, in Vila Velha, Espírito Santo. He directed the short ... (2007). Léo was born in 1981, in Rio de Janeiro. He directed the shorts … (2007), Father’s Day (2008) and Satellites (2012).
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OS PÁSSAROS ESTÃO DISTRAÍDOS THE BIRDS ARE BUSY
Diogo Oliveira e João Vieira Torres 70 min – digital – 2016 Rio de Janeiro R, P, M Diogo Oliveira e João Vieira Torres F Camila Freitas S Thierry Bartomeu Com Hilda Atanazio, Jose Mauro Oliveira, Diogo Oliveira + Olhar de Cinema 2016 Festival de Brasília 2016 Contato diogospo@gmail.com joaotorresphoto@gmail.com
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José Mauro está nervoso com a mudança que se aproxima; ele e Hilda se mudarão para uma casa onde tudo será novo depois de 35 anos juntos. Hilda não sabe o que fazer dos objetos que restarão dessa casa que nunca foi realmente sua e de onde José Mauro não sai há 20 anos. Tudo que fica será encaixotado e os colchões velhos serão jogados fora.
Diogo nasceu no Rio de Janeiro e vive em Paris. É diretor de curtas como Peixe (2013) e Impaired senses (2015). Atualmente, está desenvolvendo o seu segundo longa-metragem, Playground. João nasceu no Recife, em 1981, e vive em Paris. Dirigiu filmes como Aurora (2014), Os amores antropófagos (2014), Le Bain (2012) and Toré (2015).
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José Mauro is nervous about leaving his old apartment. Hilda and him will move to a place where everything will be new again, after 35 years living together. Hilda doesn’t know what to do with the objects from that house, that was never really hers; and from where José Mauro has not left for the past 20 years. What is left behind will be packed and the old mattresses will be thrown away.
Diogo born in Rio de janeiro. Based in Paris. He directed sorts such as Peixe (2013) and Impaired senses (2015). He is developing his second feature film Playground. João was born in Recife in 1981. He lives in Paris. He directed films such as Aurora (2014), Os amores antropófagos (2014), Le Bain (2012 and Toré (2015).
RIFLE RIFLE
Davi Pretto
88 min – digital – 2016 Rio Grande do Sul P Paola Wink R Davi Pretto e Richard Tavares F Glauco Firpo M Bruno Carboni DA Ricahrd Tavares ES Marcos Lopes e Tiago Bello Com Dione Avila de Olveira, Evaristo Goularte, Andressa Goularte, Francisco Fabrício Dutra dos Santos e Sofia Ferreira. + Melhor filme pelo júri da crítica, roteiro e desenho de som - Festival de Brasília 2016 Mostra CineBH 2016 Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 Cine Esquema Novo 2016
Dione é um jovem misterioso que vive com uma família em uma região rural e remota. A tranquilidade da região é afetada quando um rico fazendeiro tenta comprar a pequena propriedade em que Dione e a família vivem.
__ Dione is a mysterious young man living with a family in a rural and remote place. The quietness of the region is disturbed when a rich landowner tries to buy the small property where Dione and the family live.
Nasceu em Porto Alegre, em 1988. É diretor de curtas como Quarto de espera (2009) e De passagem (2012) e do longa Castanha (2014), exibidos em festivais como o de Berlim e Havana.
__ Born in Porto Alegre, in 1988. He directed short films such as Quarto de espera (2009) and De passagem (2012) and the feature Castanha (2014), shown at festivals such as Berlin and Havana.
Contato tokyofilmes@gmail.com
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SOLON SOLON
Clarissa Campolina 16 min – 16mm – 2016 Minas Gerais CP Anavilhana R Clarissa Campolina P Luana Melgaço F Ivo Lopes Araújo DA Luiz Roque e Thaís de Campos M Luiz Pretti ES, TM O Grivo Com Tana Guimarães + Olhar de Cinema 2016 Cine Ceará 2016 Festival Internacional de Curtas de São Paulo 2016 Melhor fotografia - Festival de Brasília 2016 Goiânia Mostra Curtas 2016 Prêmio OppenheimerFunds Emerging Voices Awards 2016 Festival de Cinema de Vitória 2016 IX Janela Internacional de Cinema de Recife Contato: producao@anavilhana.art.br
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Solon dialoga com as artes visuais, a performance e a ficção científica. Uma fábula sobre o surgimento do mundo, apresentado a partir do encontro de uma paisagem devastada e uma criatura misteriosa. Solon habita o espaço extremamente árido e infértil. Aos poucos, ela se destaca da paisagem, aprende a se movimentar e explorar seu corpo. Verte água por suas extremidades e inicia sua missão de regar e nutrir a terra. A paisagem se altera e a própria personagem também. Nasce o mundo. Nasce a mulher.
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Solon dialogues with fine arts and it’s a tale about the emergence or re-emergence of the world, brought from the encounter of a devastated landscape and a mysterious creature. Solon inhabits this extremely arid and infertile space. Slowly, the creature begins a task of putting out the fire that dominates the environment and to nourish the earth. Water spurting from its body make the fire disappear, while colored smoke invade the space. The landscape changes and the creature as well. The world is born. A woman is born.
Nasceu em Brasilia, em 1979, mas vive em Belo Horizonte. Seus trabalhos foram exibidos em festivais como os de Veneza, Roterdã, Locarno e Havana. Em 2015, teve uma retrospectiva no Cinema Arsenal, em Berlim. Dirigiu filmes como Girimunho (2011), Adormecidos (2011), Odete (2012) e O porto (2013).
__ Born in Brasília, in 1979, but lives in Belo Horizonte. Her works were screened at festivals such as Venice, Rotterdam, Locarno and Havana. In 2015, she was the object of a retrospective at the Arsenal cinema in Berlin. She directed Swirl (2011), Adormecidos (2011), Odete (2012) and The Harbor (2013).
SUTIS INTERFERÊNCIAS SUBTLE INTERFERENCES
Paula Gaitán 78 min – digital – 2016 Rio de Janeiro R, F Paula Gaitán Com Arto Lindsay e Paal Nilssen-Love + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato paulagitan@gmail.com
Estudos sobre o som a partir da obra de Arto Lindsay, e da relação do corpo/câmera com a música.
__ A study from the work of Arto Lindsay, and the relationship between body/camera with the music.
Nasceu em Paris, em 1954. Artista visual, fotógrafa, poeta e cineasta. Sua carreira autoral inclui dezenas de documentários, trabalhos em videoarte e instalações em diversas exibições coletivas e individuais. É diretora de filmes como Diário de Sintra (2007), Kogi (2009) e Exilados do vulcão (2013).
__ Born in Paris, in 1954. A visual artist, photographer, poet and filmmaker, she directed dozen of documentaries, video works and installations, selected for several collective and individual exhibitions. She directed films such as Diário de Sintra (2007), Kogi (2009) and Exilados do vulcão (2013).
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VENTANIA WIND
Igor Câmara
7 min – digital – 2015 Brasil/França R, F, M Igor Câmara + Melhor curta brasileiro Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte 2016 Contato igorcamara@yahoo.com www.igorcamara.com
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A vida em movimento. A vida em suspensão.
__ Life in motion. Life in suspension.
Nasceu em Fortaleza, em 1977. É mestre em comunicação pela Universidade Federal do Ceará e doutorando em imagem e arte contemporânea na Universidade Paris 8. Dirigiu os filmes Álbum (2013), Fôlego (2013) e Abraço (2014).
__ Born in Fortaleza, in 1977. He holds a master’s degree in communication from the Ceará Federal University and a PhD in image and contemporary art from Paris 8 University. He directed Album (2013), Fôlego (2013) and Abraço (2014).
TAEGO ÃWA TAEGO ÃWA
Henrique Borela e Marcela Borela
75 min – digital – 2016 Goiás CP Barroca e F64 Filmes PE Marcela Borela e Belém de Oliveira P Carlos Cipriano R Henrique Borela e Marcela Borela F Vinicius Berger M Guile Martins S Belém de Oliveira e Guile Martins + Mostra de Tiradentes 2016 Cinéma du Réel 2016 1º Fincar - Festival Internacional de Cinema de Realizadoras Pirenópolis.Doc 2016 Melhor filme pelo júri popular e melhor produção goiana - 19ª FICA - Festival Internacional de Cinema Ambiental Melhor filme pelo júri oficial - VII Cachoeira.Doc Festival de Brasília 2016 entre outros Contato barrocafilmes@gmail.com
Cinco fitas VHS encontradas no armário de uma faculdade disparam o desejo desse filme. Anos depois, munidos de mais registros, vamos ao encontro dos Ãwa na Ilha do Bananal. Levamos conosco a memória do desterro ao qual foi exposto o povo Tupi que mais resistiu à colonização no Brasil Central. As imagens foram vistas, sentidas e mais imagens surgiram desse encontro em meio à luta por Taego Ãwa.
__ Five VHS tapes found in the closet of a college trigger the desire of this film. Years later, armed with more records, we meet the AWA on Bananal Island. We carry with us the memory of the exile to which was exposed the Tupi people who most resisted colonization in Central Brazil. The images were seen, felt and more images appeared within this meeting amid the struggle for their land, Taego Ãwa.
Henrique e Marcela são irmãos. Ele tem 26 anos, nasceu em Goiânia, é realizador, pesquisador, curador e produtor cultural. Ela tem 32 e nasceu em Minas Gerais. É roteirista e diretora de filmes como Mudernage (2010). Juntos dirigem o Fronteira – Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental, juntamente com Camilla Margarida e Rafael Parrode.
__ Henrique and Marcela are siblings. He is 26, was born in Goiânia, and is a director, researcher, curator and cultural producer. She is 32, was born in Minas Gerais, and wrote and directed films such as Mudernage (2010). Together, they are the directors of Fronteira – International Documentary & Experimental Film Festival, alongside Camilla Margarida and Rafael Parrode.
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realizações do rio rio films 37
ARACATI ARACATI
Aline Portugal e Julia de Simone
62 min – digital – 2015 Rio de Janeiro/Ceará CP Mirada Filmes e Alumbramento P, R Aline Portugal e Julia de Simone F Victor de Melo M Clarissa Campolina e Luiz Pretti S Marco Rudolf ES Pedro Aspahan e Hugo Silveira + IDFA 2015 Festival de Tiradentes 2016 Festival de Cartagena de índias 2016 Festival Internacional de Documentário de Buenos Aires 2016 II PirenópolisDoc 2016 VII CachoeiraDoc SOPOT Film Festival 2016 entre outros Contato aline@miradafilmes.com.br julia@miradafilmes.com.br
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Vale do Jaguaribe, Ceará. Seguindo a rota do vento Aracati, o filme parte do litoral e adentra pelo interior do estado. Nesse percurso, observa a relação entre homem e paisagem, as transformações do espaço e os limites entre natureza e artifício. __ Jaguaribe Valley, Northeast Brazil. Departing from the seacoast, we follow the path of the Aracati wind, sweeping into the heartland. Along the course, we observe the relationship between man and landscape, spatial transformations and the limits separating nature from artifice.
Aline é diretora e roteirista. Com Julia, dirigiu os curtas Sinfonia (2010) e Estudo para o vento (2011). Dirigiu também Frineia (2013). Julia é pósgraduada em documentário de criação no Observatório de Cine de Barcelona. Em 2012, dirigiu seu primeiro longa, Romance de Formação (2012), escrito por Aline. __ Aline is director and screenwriter. With Julia, she directed Symphony (2010) and Study for the Wind (2011). She directed Pryne (2012) and was screenwriter of Romance de Formação (2012). Julia holds a master in Creative Documentary in Documentary Film Observatory, Barcelona. In 2012 she released her debut, Romance de Formaçao.
BLACK BLACK
Fabian Cantieri
10 min – digital – 2016 Rio de Janeiro F Fabian Cantieri e Tay Nascimento M Fabian Cantieri S Renato Godoy e Pedro Azevedo + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato fabiancantiere@gmail.com +55 21 9944106069
Uma performance de Matana Roberts. __ A Matana Roberts’ performance.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1987. É mestre em filosofia pela UFRJ e escreve para a revista Cinética. Dirigiu os filmes Página 325 (2009), Estrelas de Ipanema (2010), O último sonho de Walter Benjamin (2011), Carapebus (2012) e Baião negro (2013). __ Born in Rio de Janeiro, in 1987. He holds a master’s degree in philosophy from UFRJ and writes for Cinética magazine. He directed Página 325 (2009), Estrelas de Ipanema (2010), O último sonho de Walter Benjamin (2011), Carapebus (2012) and Baião negro (2013).
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DESMONTE DISASSEMBLE
Mari Cavalcanti
7 min – digital – 2016 Rio de Janeiro R Mari Cavalcanti P Monique Rocco F Guilherme Tostes M Heloísa Duran e Vinícius Nascimento DA, Fig Vinícius Couto S Cainã Bomilcar e Marcelo Mudou Com Davi Neves e Cibele Costa + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato marianarcavalcanti@gmail.com
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A ruína carcomida da boa educação falida treme na base com os abalos da geração 2000. __ The rotten ruins of failed good education chickens out when faced with the quakes of the 2000 generation.
Nasceu em Aracaju, Sergipe, em 1992. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 2013 para estudar audiovisual na UFRJ. Produz pelo selo independente queer Anarca Filmes. Está 4º ano da graduação de cinema na Université Sorbonne Nouvelle - Paris 3. Este é seu curta de estreia. __ Born in Aracajú, Sergipe, in 1992. She moved to Rio de Janeiro in 2013 to study audiovisual at UFRJ. She produces through the independent queer label Anarca Filmes. She currently studies film, at her 4th year at Université Sorbonne Nouvelle - Paris 3. This is her first short film.
DONA RAIMUNDA DONA RAIMUNDA
André Parente
7 min – super 8 – 2015 Rio de Janeiro P, F André Parente E Lucas Parente + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato andresouzaparente@gmail.com
Dona Raimunda foi uma grande contadora de histórias que se tornou ela mesma uma parábola. Em Canoa Quebrada (CE), a primeira casa de Dona Raimunda tinha sido devorada por uma duna. Entre 1977 e 1979, pude documentar a batalha travada por ela contra a duna que avançava sobre sua nova casa. E foi-se fazendo lenda: “se o mundo acaba vem outro mundo”, costumava dizer. __ Raimunda was a great storyteller who became herself a parable. At Canoa Quebrada (CE), Raimunda’s first house had been eaten by a dune. Between 1977 and 1979, I had the chance to document the battle waged by her against the dune, which advanced over her new home. And she was making legend: “if the world ends, there comes another world,” she used to say.
É cineasta, artista, pesquisador e doutor em cinema pela Universidade de Paris 8. É autor de livros como Sobre o cinema do simulacro (1998), Tramas da rede (2004) e Cinemáticos (2013). É diretor de 17 curtas, dentre eles Canoa Quebrada (1977) e Circuladô (2007). __ He is a filmmaker, artist, researcher and PhD in film from Université Paris 8. He wrote books such as Sobre o cinema do simulacro (1998), Tramas da rede (2004) and Cinemáticos (2013). He directed 17 shorts, among which Canoa Quebrada (1977) and Circuladô (2007).
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UM HORIZONTE DE 3,5 KM A HORIZON OF 3,5 KM
Jaqueline Maria
13 min – digital – 2016 Rio de Janeiro F, M Jaqueline Maria + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato jacktasma@gmail.com
O que me atiça é um lugar pouco distante, proibido, um desconhecido que se mostra por brechas, buracos. É lá, bem no alto daquele morro. Lá, eu não sei se passa boi ou boiada, não sei se tem pé de tangerina nem criança com calça furada, mas daqui, na parte mais alta da minha casa eu sei que sua sombra descansa nos tijolos avermelhados, nos emaranhados de fios, nos 3,5 km de semelhanças, diferenças. __ What entices me is a no-so-faraway place, forbidden, a stranger who shows themselves by gaps, holes. It is there, right on top of that hill. There, I do not know if ox or cattle goes by, I do not know if there is a tangerine tree or a child with torn pants. But from here, from the highest part of my house, I know your shadow rests in the reddish bricks, in tangled threads, in 3.5 km of similarities, differences.
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Nasceu em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 1979. É colaboradora do Laboratório de Arte e Educação da UFRJ e integrante do grupo de pesquisa Traço - Núcleo de Performatividades da Imagem, da mesma instituição. É diretora de Ali da janela (2014) e A casa 02 (codrigido por Bruna Belem, 2014). __ Born in Duque de Caxias, Rio de Janeiro, in 1979. She as collaborator at the Arts and Education Lab and takes part at the research group Traço - Núcleo de Performatividades da Imagem, both at UFRJ. She directed Ali da janela (2014) and A casa 02 (co-directed by Bruna Belem, 2014).
ILHAS DE PEDRA STONE’S ISLAND
André Parente
7 min – digital – 2016 Rio de Janeiro P André Parente F Wanessa Malta M Lucas Parente TM Fernando Moura + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato andresouzaparente@gmail.com
O vídeo mostra uma obra de contenção de uma antiga pedreira no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro. __ The video shows a containment work of a quarry at the Botafogo neighborhood, in Rio de Janeiro.
É cineasta, artista, pesquisador e doutor em cinema pela Universidade de Paris 8. É autor de livros como Sobre o cinema do simulacro (1998), Tramas da rede (2004) e Cinemáticos (2013). É diretor de 17 curtas, dentre eles Canoa Quebrada (1977) e Circuladô (2007). __ He is a filmmaker, artist, researcher and PhD in film from Université Paris 8. He wrote books such as Sobre o cinema do simulacro (1998), Tramas da rede (2004) and Cinemáticos (2013). He directed 17 shorts, among which Canoa Quebrada (1977) and Circuladô (2007).
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A MALDIÇÃO TROPICAL TROPICAL CURSE
Luisa Marques e Darks Miranda
14 min – digital – 2016 Rio de Janeiro R, M Luisa Marques F Artur Cunha e Luisa Marques ES, TM Orlando Scarpa Neto Com Darks Miranda + Mostra Imagens em Movimento 2016 Cine Esquema Novo 2016 Contato darksmiranda@gmail.com
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Uma ficção científica do passado. Uma fricção entre dois projetos de nação forjados para o Brasil em meados do século XX: um imaginário tropical, personificado por Carmen Miranda, e um modernismo tardio, que se instaurou no Brasil no fim dos anos 50 e no início dos 60, corporificado no Rio de Janeiro pelo Parque do Flamengo.
Luisa nasceu em Fortaleza, em 1985, mas vive no Rio de Janeiro. Dirigiu curtas como Corpo no céu (2008) e Manassé (2009). Como montadora, recebeu prêmios por A vida privada dos hipopótamos (2014). Darks é uma entidade slapstick das trevas. Fez sua primeira aparição em 2012, quando equilibrava frutas sobre a cabeça de forma concentrada.
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A science fiction from the past. A friction between two nationbuilding projects forged for Brazil in the mid-20th Century: one is a tropical imagery personified by the singer and actress Carmen Miranda; another one is a late modernism established in Brazil by the end of the 50’s, beginning of the 60’s, embodied in Rio de Janeiro by Flamengo Park.
Luisa was born in Fortaleza, in 1985, but lives in Rio de Janeiro. She directed short films such as Corpo no céu (2008) and Manassé (2009). As an editor, she received awards for I Touched All Your Stuff (2014). Darks is a slapstick entity from the darkness. It made its first appearance in 2012, when it balanced fruits on top of its head.
ONDAS WAVES
Sebastian Wiedermann
8 min – 35mm – 2015 Brasil/Colômbia S Henrique Rocha + Ibrida*Pluri 2016 Filmbase 2016 Contato wiedermann.sebastian@gmail.com
Vem…vem… me arrebenta! [Filme feito à mão. Fotogramas de 35mm de capturas feitas com Olympus Pen nas praias do Rio de Janeiro e pintados com tinta.]
__ Getting into the waves, follow its rhythm until losing shapes.
Nasceu na Colômbia, mas vive no Brasil. Recebeu uma retrospectiva de seu trabalho no Museu de Arte Moderna de Medellín. Em 2015, seu filme Los (De)pendientes foi selecionado pela revista Artforum como um dos melhores do ano. Dirigiu ainda Zugang (2011) e Abismo (2012), entre outros.
__ Born in Colombia, but lives in Brazil. The Medellin Modern Art Museum held a retrospective of his works. In 2015, his film Los (De) pendientes was chosen by Artforum magazine among the year’s best. He directed Zugang (2011) and Abismo (2012), among others.
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SANTO DAIME - IMPÉRIO DA FLORESTA SANTO DAIME EMPIRE OF THE FOREST
André Sampaio 70 min – digital – 2016 Rio de Janeiro/Pernambuco CP Urânio Filmes e Vírgula no Infinito P Tiago Melo R, M André Sampaio F Taís Nardi S Luiz Eduardo Carmo + Mostra de Tiradentes 2016 Festival Internacional Pachamama 2016 II World Auahuasca Conference entre outros Contato andrezambaio@gmail.com
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Breve história das origens e desdobramentos do uso ritual da ayahuasca na religiosidade popular brasileira do Santo Daime. __ A short story on the origin and consequences of ritual use of ayahuasca in the Brazilian popular religion of Santo Daime.
Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro. Formado em cinema pela UFF, é diretor, montador, roteirista e produtor. Dirigiu filmes como Strovengah – Amor Torto (2012), O palhaço Xupeta (1996), Polêmica (1998), Tira os óculos e recolhe o homem (2008) e Olho mágico (2014), entre outros. __ Born in 1975, in Rio de Janeiro. A graduate from UFF, he is a director, editor, screenwriter and producer. He directed films such as Strovengah – Amor Torto (2012), O palhaço Xupeta (1996), Polêmica (1998), Tira os óculos e recolhe o homem (2008) and Olho mágico (2014), among others.
sessĂľes especiais special screenings 47
A GRÁVIDA DA CINEMATECA THE PREGNANT OF THE CINEMATHEQUE
Christian Saghaard 52 min – digital – 2016 São Paulo R Christian Saghaard e André Collazzi P Jorge Guedes F Rodolfo Figueiredo M Christian Saghaard S Miqueias Motta DA Fernando Zuccolotto Com Juliana Lourenção, Thaia Perez, Aldo Bueno, Monalisa Eleno, Bruno Bellarmino e Hermano Penna + Estreia em festivais/Festivals Premiere Contato christiansaghaard@hotmail.com
Isabel, jovem pesquisadora e funcionária da Cinemateca, descobre que está grávida ao mesmo tempo em que recebe uma notícia bombástica: a Cinemateca vai fechar! Todos os funcionários e colaboradores estão despedidos. Como Isabel está grávida, é a única que não pode ser despedida e passa a trabalhar sozinha na instituição, transformando-se numa espécie de guardiã do espaço. Uma fábula cinematográfica sobre o abandono da arte e cultura pelo Estado. __ Isabel, a young researcher at the Cinemateque, finds out she is pregnant. At the same time, she receives heavy news: the Cinemateque will close down! All the employees and collaborators are fired. As Isabel is pregnant, she cannot be fired, so she stays as the only worker at the institution and becomes a kind of guardian for the place. A cinematographic tale about the neglect of art and culture by the State.
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Nasceu em São Paulo. É cineasta, fotógrafo e produtor. Dirigiu os filmes O palco (1992), Meressias (1994), Sinhá Demência e outras histórias (1995), Demônios (2004), Isabel e o cachorro flautista (2004), O fim da picada (2009) e O avô do jacaré (2010). __ Born in São Paulo. He is a filmmaker, cinematographer and producer. He directed O palco (1992), Meressias (1994), Sinhá Demência e outras histórias (1995), Demônios (2004), Isabel e o cachorro flautista (2004), O fim da picada (2009) and O avô do jacaré (2010).
A CIDADE ONDE ENVELHEÇO WHERE I GROW OLD
Marília Rocha 99 min – digital – 2016 Brasil/Portugal EP Anavilhana Filmes, Terratreme Filmes P João Matos R Marília Rocha, Joao Dumans, Thais Fujinaga M Francisco Moreira S Gustavo Fioravante, Carlos Abreu e Tiago de Matos DA, Fig Thais de Campos Com Elizabete Francisca, Francisca Manuel, Paulo Nazareth, Jonnata Doll e Neguinho Wederson dos Santos + Festival de Roterdã 2016 Melhor filme, melhor direção, melhor atriz e melhor ator coadjuvante Festival de Brasília 2016 Melhor filme - Festival Biarritz Amérique Latine 2016 Contato luana@anavilhana.art.br
Francisca, uma jovem imigrante portuguesa morando no Brasil, recebe em sua casa Teresa, uma antiga conhecida com quem já havia perdido contato. Teresa acaba de chegar e vive momentos de descoberta e encantamento com o novo país, enquanto Francisca sente falta de Lisboa. O filme acompanha as aventuras de cada uma pela cidade e a profunda ligação que nasce entre elas, obrigando-as a lidar com desejos simultâneos e opostos: a vontade de partir para um país desconhecido e a saudade irremediável de casa. Francisca, a young Portuguese woman living in Brazil, welcomes Teresa, an old acquaintance she’d lost contact with, into her home. While Teresa is discovering the place where she means to settle, Francisca misses her life back in Lisbon. The film follows each woman’s adventures in the city and the deep bond of friendship that grows between them, forcing them to deal with conflicting desires: a will to leave for an unknown country and a relentless longing for home.
Nasceu em 1978 em Goiás, mas vive em Minas. É mestre em comunicação social e sócia da produtora Anavilhana, ao lado de Clarissa Campolina e Luana Melgaço. Dirigiu filmes como Aboio (2005), Acácio (2008) e A falta que me faz (2009). She was born in 1978, in Goiás, but live in Minas Gerais. She holds a master’s degree in Social Communication and is co-founder of the collective Teia (and a member up to 2013). She directed films such as Cattle Callers (2005), Acácio (2008) and Like Water Through Stone (2009).
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BEDUINO BEDUINO
Julio Bressane
75 min – digital – 2016 Rio de Janeiro CP TB Produções P Tande Bressane e Bruno Safadi R Julio Bressane F Pepe Schettino e Pablo Baião M Rodrigo Lima DA Moa Batsow Fig Daniela Aparecida Gavaldão Com Alessandra Negrini e Fernando Eiras + Festival de Locarno 2016 Festival de Brasília 2016 Festival de Vladivostok 2016 CineBH 2016 Contato tbproducoes@gmail.com
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Um casal bastante curioso dramaturgos de sua própria existência, na qual a arte surge acompanhada de uma singular pretensão metafísica procura pela coisa mais difícil, através de repetidas e variadas representações, em um cenário de luz onde se misturam esperança e desespero. __ A curious couple - playwrights of their own existence, which takes place where art arises along a singular metaphysical desire - searches for the hardest thing through repeated and varied representations, in a setting of light where hope and desperation blend together.
Nasceu em 1946, no Rio de Janeiro. Participou de articulações e invenções que consagraram o estilo e o modo de produção do chamado Cinema Marginal. É diretor de filmes como A família do barulho (1970), Tabu (1982), Filme de amor (2003), Cleópatra (2007), A erva do rato (2008) e Educação sentimental (2013). __ He was born in Rio de Janeiro in 1946. He is one of the main representatives of the Brazilian Cinema Marginal and one of the leaders of its independent industry. Notable credits include A família do barulho (1970), Tabu (1982), A Love Movie (2003), Cleópatra (2007), The Herb of the Rat (2008) and Sentimental Education (2013).
CONFIDENTE CONFIDENT
Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes
12 min – 35mm/16mm/ Betacam/Arquivos – 2016 Brasil/Portugal
Este sou eu.
CP Pela Madrugada, Jurubeba, Terratreme P Alessandra Castañeda R, M Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes S Bernardo Uzeda Voz André Dahmer
This is me.
+ Curtas Vila do Conde 2016 Festival de Brasília 2016 Timishort 2016 Goiânia Mostra Curtas 2016 Contato +55 21 22394021 +55 21 992618371
__
Karen nasceu em 1975, no Rio de Janeiro. É diretora e montadora. Miguel nasceu em Lisboa no mesmo ano. Juntos dirigiram os curtas Incêndio (2011) e Outubro acabou (2015), além do longa Talvez deserto, talvez universo (2015). __ Karen was born in 1975, in Rio de Janeiro. She is a director and editor. Miguel was born in Lisbon in the same year. Together, they directed the shorts Fire (2011) and October is Over (2015) and the feature Maybe Desert Perhaps Universe (2016).
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MARTÍRIO MARTÍRIO
Vincent Carelli
co-direção: Ernesto de Carvalo e Tita 162 min – digital – 2016 Pernambuco CP Video nas Aldeias PE Olívia Sabino R Vincent Carelli e Tita M Tita S Ernesto de Carvalho, Vincent Carelli e Fausto Campolli + Prêmio Especial do Juri e melhor filme segundo o juri popular Festival de Brasília 2016 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2016 IX Janela Internacional de Cinema de Recife Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 Festival Internacional Patchamama 2016 Forumdoc.BH 2016 Festival de Mar del Plata 2016 Fest Cine Amazônia 2016 entre outros Contato ernestodecarvalho@gmail.com
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O retorno ao princípio da grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio. __ A return to the beginning of the great walk for the recovery of sacred Guarani Kaiowá land, through the filming of Vincent Carelli, who registered the birth of this movement in the 1980s. Twenty years later, taken by the account of successive slaughters, Carelli searches for the birth of this genocide, a clash between disproportional forces: the peaceful and tenacious insurgency of dispossess Guarani Kaiowá facing the mighty apparatus of agribusiness.
É cineasta e indigenista. Em 1986, fundou o Vídeo nas Aldeias, projeto que apoia as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais por meio de recursos audiovisuais. É diretor de filmes como Corumbiara (2009), primeiro filme desta trilogia. __ He is a filmmaker and an indigenist. In 1986, he founded Vídeo nas Aldeias, a project that supports the battle of indigenous people to strengthen their identities and cultural and territorial inheritance through audiovisual means. He directed films such as Corumbiara (2009), the first title of this trilogy.
GUERRA DO PARAGUAY PARAGUAY WAR
Luiz Rosemberg Filho 80 min – digital – 2016 Rio de Janeiro R Luiz Rosemberg Filho PE, DA Cavi Borges F Vinicius Brum M Arthur Frazão Fig Marcia Pitanga ES, TM Marcito Vianna Com Patricia Niedermeier, Alexandre Dacosta, Ana Abbott, Chico Diaz e Francisca + Prêmio da crítica de melhor filme - CINEPE 2016 Contato cavicavideo@gmail.com +55 21 98013-0885
Um soldado volta da Guerra do Paraguai e encontra uma trupe de teatro. Um embate entre a guerra e a arte. __ A soldier coming home after the Paraguay War meets a theater group. A shock between war and art
Nasceu no Rio de Janeiro, tem 73 anos e faz parte da geração conhecida como Cinema Marginal. É diretor de 52 curtas e 8 longas, dentre eles O jardim das espumas (1970), Crônicas de um industrial (1978) e O santo e a vedete (1982). Seus filmes já foram exibidos em festivais como os de Berlim e Cannes. __ Born in Rio de Janeiro, he is 73 years old and took part at the movement known as Cinema Marginal. He directed 52 short films and 8 features, including O jardim das espumas (1970), Crônicas de um industrial (1978) and O santo e a vedete (1982). His films were shown at festivals such as Berlin and Cannes.
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O ÚLTIMO TRAGO THE LAST BREATH
Luiz Pretti, Ricardo Pretti e Pedro Diógenes 80 min – digital – 2016 Brasil CP Alumbramento PE Caroline Louise P Ticiana Augusto Lima R Francis Vogner dos Reis, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti F Ivo Lopes Araújo M Clarissa Campolina S Nicolas Hallet DA Lia Damasceno e Thais de Campos Fig Themis Memória ES Pablo Lamar Com Rodrigo Fischer, Samya de Lavor, Vitor Colares, Romulo Braga, Elisa Porto, Stephane Brodt, Daniel Medina, Nataly Rocha, Mariana Nunes; Demick Lopes ; Fernando Piancó; Ana Luiza Rios, Iara Lilu , Larissa Siqueira e Uirá dos Reis + Melhor montagem, ator coadjuvante e fotografia - Festival de Brasília 2016 Mostra Internacional de São Paulo 2016 Panorama Internacional Coisa de Cinema 2016 IX Janela Internacional de Cinema em Recife Cine Esquema Novo 2016
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Contato contato@alumbramento.com.br
Os vivos pedem vingança. Os mortos minerais e vegetais pedem vingança. É a hora do protesto geral. É a hora dos vôos destruidores. É a hora das barricadas, dos fuzilamentos. Fomes, desejos, ânsias, sonhos perdidos. Misérias de todos os países, uni-vos! __ The living ask for revenge. The mineral and vegetable dead ask for vengeance. It is the time for broad rioting. It is the time for destruction flights. It is the time for barricades, shootings. Hunger, desire, craving, lost dreams, Hardship in all countries, unite!
Luiz e Ricardo nasceram em 1982 e Pedro em 1984. Juntos dirigiram Com os punhos cerrados (2014) e, em parceria com Guto Parente, os filmes Estrada para Ythaca (2010), Os monstros (2011) e No lugar errado (2011). Seus trabalhos foram exibidos em festivais como os de Veneza, Roterdã e Locarno. __ Luiz and Ricardo were born in 1982 and Pedro was born in 1984. Together, they directed Com os punhos cerrados (2014), in partnership with Guto Parente; and Road to Ythaca (2010), The Monsters (2011) and At the Wrong Place (2011). Their works have been shown at festivals such as Venice, Rotterdam and Locarno.
semana convida: CachoeiraDoc
director’s week invites: CachoeiraDoc
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mostra com mulheres
Considerar a dimensão performativa do gênero, a ideia de que a condição feminina é uma construção histórica e cultural e que, por isso, os filmes não apenas registram ou representam as relações de gênero, mas as produzem, nos conduz ao entendimento de que as perspectivas das mulheres no cinema, mais do que desejáveis, são necessárias e mesmo urgentes. Muitos acontecimentos cinematográficos dedicados a enfrentar esta urgência têm surgido no Brasil. Normalmente, eles são orientados seja pela noção de representação – através da reunião e exibição de filmes que apresentam personagens e temáticas do universo feminino: filmes sobre mulheres -, seja pela questão da representatividade – através da reunião e exibição de filmes realizados por diretoras: filmes de mulheres. Fazer a preposição variar do de ou do sobre (de mulheres, sobre mulheres) para o com (com mulheres) implica em uma série de deslocamentos. Inspirada na tese de doutorado de Carla Maia [ 1 ], na composição aguda de seu objeto de investigação, o uso e a ênfase na preposição com “prima pela dimensão relacional e necessariamente ética e política do cinema”, que não implica “numa relação apaziguada ou apaziguadora das diferenças”, como sinaliza, de modo preciso, a pesquisadora. Exploramos a dimensão de comunhão que está implicada na expressão “com mulheres” tanto para tecer esta coleção de filmes quanto para compor o método de organização que a orientou. Em primeiro 56
To consider the performative dimension of gender, the idea that the female condition is a historical and cultural framing - and therefore films not only register or represent gender relations, but produce them -, leads us to understand that women perspectives in cinema, more than an aspiration, are an urgent need. Many film events dedicated to facing that urgency have emerged in Brazil. They are usually guided by the idea of representation - through the gathering and screening of films with female characters and dedicated to themes regarding the women’s world: films about women -, or participation – through the gathering and screening of films by female directors: films by women. Changing the prepositions from by or about (by women, about women) to with (with women) implies a series of displacement. Inspired by the PhD thesis by Carla Maia[1], on the severe composing of its investigation subject, using and emphasizing preposition with “excels by the relational dimension of cinema, which is essentially ethical and political”, which does not imply “in a appeased or appeaser relation of differences”, as the researcher accurately points out. We explore the communal dimension implied in the expression “with women” as much as to weave this
lugar, provocamos uma pequena expansão na noção de autoria, através da construção de uma mostra de filmes com curadoria de um coletivo diverso de curadoras mulheres: Ana Carvalho (Festival Internacional de Cinema de Realizadoras) Carla Maia (Filmes de Quintal, Forumdoc.bh), Lis Kogan (Semana de Realizadores), Janaína Oliveira (Fórum Internacional de Cinema Negro), Maria Cardoso e Mariana Porto (Festival Internacional de Cinema de Realizadoras), Marisa Merlo (Olhar de Cinema) e Yasmin Thainá (Afroflix). Em segundo lugar, a única indicação para a escolha dos filmes a serem colecionados e exibidos foi a condição de partilha: reunimos filmes não apenas de mulheres ou sobre mulheres, mas filmes entremulheres, com mulheres – realizados e protagonizados por elas. Como escreve Carla Maia, “da pergunta ‘o que há de feminino nos filmes?’ passamos para ‘que modos de partilha são dados a ver por essas mulheres? Quais relações se produzem entre diretoras e personagens, entre os filmes e a/o espectador/a?’”. Amaranta Cesar coordenadora e curadora do CachoeiraDoc
collection of films, as to compose its method of framing. In the first place, we provoke a small expansion in the idea of authorship by having a selection of films curated by a collective group composed of several female curators. They are Ana Carvalho (International Women Filmmakers Festival), Carla Maia (Filmes de Quintal, Forumdoc.bh), Lis Kogan (Directors’ Week), Janaína Oliveira (Fórum Internacional de Cinema Negro), Maria Cardoso and Mariana Porto (International Women Filmmakers Festival), Marisa Merlo (Olhar de Cinema) and Yasmin Thainá (Afroflix). In addition, the only requirement to choosing the films to be screened was the idea of sharing: we put together not just films by women or about women, but films among women, with women – made and starred by women. As Carla Maia writes, “from the question ‘what is there of female on film?’ we move to: ‘what are the sharing methods given to see by these women? What relations are developed between director and character, between film and audience?”. Amaranta Cesar coordinator and curator of CachoeiraDoc
_________________________________________________ [ 1 ] MAIA, Carla. SOB O RISCO DO GÊNERO: clausuras, rasuras e afetos de um cinema com mulheres. Tese (Doutorado). Programa de PósGraduação em Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015. 57
por um cinema negro no feminino 1 sessão adélia sampaio
KBELA KBELA
Yasmin Thayná 23 min – 2015 – Brasil
AMOR MALDITO AMOR MALDITO
Adélia Sampaio 76 min – 1984 – Brasil
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Um olhar sensível sobre a experiência do racismo vivido cotidianamente por mulheres negras. A descoberta de uma força ancestral que emerge de seus cabelos crespos, transcendendo o embranquecimento. Um exercício subjetivo de autorrepresentação e empoderamento.
A sensitive look on the real life racism as experienced every day by black women. The finding of an ancestral force that emerges from their curly hair, transcending the whitewashing. A subjective exercise of self-representation and empowerment.
Primeiro longa brasileiro dirigido por uma mulher negra, Amor maldito narra a história trágica de amor entre duas mulheres, Fernanda, uma executiva, e Sueli, uma ex-miss, filha de uma família evangélica e opressora, que comete suicídio. Tornada réu pela morte da ex-companheira, Fernanda é julgada por uma corte preconceituosa e cruel.
First feature film directed by an Afro-Brazilian woman, Amor maldito is a tragic love story between two women: Fernanda is a businesswoman, and Sueli is a former beauty queen, the daughter of an oppressive evangelical family, who commits suicide. Seen as the culprit for her ex-lover’s death, Fernanda goes to trial under a prejudicial and cruel court.
Yasmin Thayná é estudante de comunicação social da PUC-Rio e interessada por assuntos ligados à cultura digital, comunicação, cinema, literatura, raça e gênero. Passou pela Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, foi pesquisadora de políticas públicas da FGV e desde os 16 anos dirige, escreve e participa de produções de curtas.
Yasmin Thayná studies social communication at PUC-Rio and is interested in digital culture, communications, cinema, literature, race and gender. She attended the Escola Livre de Cinema at Nova Iguaçu, was researcher of state policies at FGV and, since she was 16, writes and produces short films.
Adélia Sampaio nasceu em Belo Horizonte. Foi a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Produziu filmes como Parceiros de Aventura (1980), de José Medeiros, e Um menino… uma mulher (1980), de Roberto Mauro. Dirigiu Fugindo do passado: um drink para Tetéia (1987) e História Banal (1987), entre outros.
Adélia Sampaio born in Belo Horizonte. She was the first AfroBrazilian woman to direct a feature film in Brazil. She produced films such as Parceiros de aventura (1984), by José Medeiros, and Um menino… uma mulher (1980), by Roberto Mauro. She directed Fugindo do passado: um drink para Tetéia (1987) and História banal (1987), among others.
por um cinema negro no feminino 1 curadoria: Janaína de Oliveira, historiadora e pesquisadora de Cinema Negro.
Janaína de Oliveira is a researcher, with PhD in history. She is the coordinator of Afro-Brazilian and Indigenous Study Group (NEABI).
sessão adélia sampaio curadoria: Yasmin Thayná, cineasta e diretora do Afroflix.
Yasmin Thayná, filmmaker and director of Afroflix.
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por um cinema negro no feminino 2
A MULHER INVISÍVEL LA FEMME INVISIBLE
Uma jovem mulher negra em busca dos rostos de sua comunidade nos posteres de filmes nas ruas de Paris.
A young black woman searches for the faces of her community in the film posters on the streets of Paris.
Embaixatriz da música caribenha, a carismática Calypso Rose é uma lenda viva. Para homenageá-la, a cineasta Pascale Óbolo passa quatro anos com a diva da calypso music em uma trajetória muito especial. A turnê percorre Paris, Nova Iorque, Trindade e Tobago e volta para a África, constituindo uma viagem que apresenta as diversas perspectivas da arte afrocaribenha.
An ambassador of Caribbean music, charismatic Calypso Rose is a living legend. To pay her a tribute, filmmaker Pascale Obolo spent four years with the diva of Calypso Music in a very special trip. Her tour goes through Paris, New York, Trinidad and Tobago, and back to Africa, building a journey that presents the many perspectives of Afro-Caribbean art.
Pascale Obolo 6 min – 2010 – França
CALYPSO ROSE CALYPSO ROSE
Pascale Obolo 85 min – 2011 – França/ Trinidade e Tobago
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Pascale Obolo nasceu na República dos Camarões e vive em Paris. Estudou no Conservatório Livre do Cinema Francês. Tem realizado documentários para as TVs camaronenses, filmes experimentais e videoclipes para diversos artistas, tais como Manu Chao, Les Nubians, 3canal, Mungal Patasar.
Pascale Obolo was born in the Republic of Cameroon and lives in Paris. She studied at the Conservatoire Libre du Cinéma Français. She directed documentaries for television on the Cameroon, experimental films and music videos for several artists, such as Manu Chao, Les Nubians, 3canal and Mungal Patasar.
curadoria: Janaína de Oliveira, historiadora e pesquisadora de Cinema Negro.
Janaína de Oliveira is a researcher, with PhD in history. She is the coordinator of Afro-Brazilian and Indigenous Study Group (NEABI).
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encantarias
ESTOU AQUI ESTOU AQUI
Louise Botkay 7 min – 2015 – Brasil
NOVO ANO NOVO ANO
Louise Botkay 3 min – 2010 – Brasil 62
Passei a infância no CapHaïtien, cidade ao norte de uma meia ilha do Caribe chamada Haíti. Minha vida sempre será habitada pela lembrança e a experiência deste lugar misterioso e cálido. Tenho a impressão de que tudo o que sou decorre dessa luz, desse vento, dessa terra, dessa infância crioula.
I spent my childhood at CapHaïtien, a commune on the north of a Caribbean half-island known as Haiti. The memories and experiences of this mysterious, warm place will always be entrenched in my life. I feel as if everything I am comes from that light, that wind, that land, that creole childhood.
Um beijo no trem do tempocontratempo.
A kiss on the train of time-countertime.
MAMMAH MAMMAH
Louise Botkay 8 min – 2016 – França
4 PORTAS 4PORTES
No calor de um hammam (sauna) feminino, no interior da grande mesquita, a vida segue em suspenso. No privilégio dessa tarde, um passeio pelo hammam da mesquita de Paris.
In the warmth of a women’s hammam (Turkish bath), inside the big mosque, life goes on suspended. In the perks of the afternoon, a trip through the hammam at the Paris mosque.
Um mergulho de olhos abertos numa festa/ritual vodu.
A diving with opens eyes into a voodoo party/ritual.
Louise Botkay 6 min – 2009 – Haiti
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VIVO E MORRO DOS PRAZERES
Gesto fílmico exalando maternidade.
A cinematic gesture transpiring maternity.
Quando menos se espera, o encontro acontece e traz consigo muitos sonhos, uma adolescente se inicia nos mistérios do vodu haitiano.
When you least expect, the encounter happens and brings many dreams. A teenage girl is introduced to the mysteries of Haitian voodoo.
VIVO E MORRO DOS PRAZERES
Louise Botkay 7 min – 2016 – Brasil
SEIVA SÉVE
Louise Botkay 11 min – 2010 – Haiti
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VERTIÈRES I, II, III VERTIÈRES I, II, III
Louise Botkay 10 min – 2014 – Brasil
AS MÃOS LIMPAS MAINS PROPES
Louise Botkay 8 min – 2015 – Chade
Vertières é o nome do bairro na cidade de Cap-Haïtien onde, em 1803, ocorreu a grande batalha que culminou com a expulsão do exército de Napoleão do Haiti, o primeiro país do mundo a conquistar sua independência frente às potências colonialistas.
Vertières is the neighbourhood in the city of Cap-Haïtien where, in 1803, there was a battle that culminated in Napoleon’s army being expelled from Haiti. It was the first country to achieve its independence in the face of powerful colonialists.
Na era pós-colonial, os países pobres continuam sujeitos aos mesmos grupos de nações que os colonizaram. Existem as cooperações internacionais que “ajudam” os países mais pobres, deixando no ar um perfume de infinita dependência. Um filme sobre o desejo do “branco” em possuir a imagem clichê da extrema pobreza africana.
In the post-colonial era, the poor countries are still subject to the same group of nations that colonized them. There are international cooperation to “help” the poorest countries, leaving the air a smell of infinite dependency. This film is this dependency and also about the desire of the “white” people of owning the cliché image of the extreme African poverty.
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Louise nasceu no Rio de Janeiro, em 1978. Estudou na Escola Nacional de Cinema da França (La Fémis). Dirigiu filmes como Vertières I, II, III (2014), Super Freeze (2011), Sève (2011), 4Portes (2009), Mammah (2008) e Fofô Niamey (2007).
Louise was born in Rio de Janeiro, in 1978. She studied at the French National Film School (La Fémis). She directed films such as Vertières I, II, III (2014), Super Freeze (2011), Sève (2011), 4Portes (2009), Mammah (2008) and Fofô Niamey (2007).
curadoria: Lis Kogan, curadora e diretora da Semana dos Realizadores.
Lis Kogan, the curator and director of the Directors’ Week.
mulheres de perto
A ENTREVISTA A ENTREVISTA
Helena Solberg 20 min – 1966 – Brasil
REMONTAGEM REASSEMBLAGE
Trinh T. Minh-ha 40 min – 1982 – EUA
Em cena, uma noiva se prepara para o dia do casamento. Em off, moças da classe média carioca relatam suas experiências. Em plena ditadura, Helena Solberg faz sua estreia no cinema questionando os padrões de feminilidade e relacionando, pela montagem, as questões da opressão feminina com a repressão militar vivida pelo país.
In the scene, a bride gets ready for her wedding day. On background sound, young girls from Rio middle class tell their experience and ideas on virginity, wedding, sex and politics. During the dictatorship, Helena Solberg made her first film, putting in question femininity patterns. Through editing, she connects female oppression to the military repression happening in the country.
Mosaico temporal composto por imagens e sons cotidianos capturados em aldeias do Senegal. Ao mostrar os habitantes desses espaços, a cineasta problematiza a necessidade da etnologia ocidental de explicar o “outro” por meio de atribuições explícitas ou reduzidas.
Reassemblage is a time mosaic built by everyday image and sound captured in Senegalese small cities. By showing the inhabitants of these places, the filmmaker puts in question the need that occidental ethnology has to explain the “other” through explicit or reduced attribution.
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RIO DE MULHERES RIO DE MULHERES
Em um ambiente muito seco, onde a água é escassa, mulheres vivem suas vidas em meio a crianças e outras mulheres.
In a very dry environment, where water is scarce, women live their lives among children and other women.
Helena Solberg iniciou sua carreira com o Cinema Novo, dirigindo e produzindo diversos documentários sobre a América Latina. É diretora de filmes como Carmem Miranda: Banana is My Business (1995), Vida de menina (1995) e A alma da gente (2013).
Helena Solberg began her career at the Cinema Novo movementes, directing and producing several documentaries on Latin America. She directed films such as Carmem Miranda: Banana is My Business (1995), Diary of a Provincial Girl (1995) and A alma da gente (2013).
Trinh T. Minh-ha é cineasta, escritora, compositora e professora do departamento de Gender & Women’s Studies da Universiade da Califórnia, Berkeley. Foi professora em Harvard, Smith, Cornell, San Francisco State University, Universidade de Illinois, Universidade Ochanomizu no Japão e no Conservatório Nacional de Música no Senegal. É autora de oito livros e sete longas, além de vídeos e instalações multimídia.
Trinh T. Minh-ha is a filmmaker, writer, composer and professor at the Gender & Women’s Studies of University of California, Berkeley. She has also taught at Harvard, Smith, Cornell, San Francisco State University, the University of Illinois, Ochanomizu University in Japan, and the National Conservatory of Music in Senegal. She is the author of eight books and seven feature films, and videos and multimedia installations.
Cristina Maure e Joana Oliveira 21 min – 2010 – Brasil
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Cristiana Maure é graduada em psicologia e artes plásticas. Já realizou várias exposições fotográficas. Desde 2000, pesquisa e realiza trabalhos audiovisuais. É sócia-diretora da Vaca Amarela Filmes desde 2008, onde dirige, fotografa e produz.
Cristiana Maure graduated in psychology and visual arts. She held several photo exhibitions. Since 2000, she researches and directs on audiovisual media. She is a partner and director of Vaca Amarela Filmes since 2008, where she is a director, cinematographer and producer.
Joana Oliveira é formada pela Escola de Cinema e TV de Cuba. Em 2006, foi selecionada para o Talent Campus do Festival de Berlim. Já dirigiu diversos curtas e programas de TV.
Joana Oliveira graduated from the Escuela de Cine y TV, in Cuba. In 2006, she was selected for the Berlinale Talent Campus. She directed short films and TV programs.
curadoria: Carla Maia, ensaísta e pesquisadora, professora, curadora e produtora.
Carla Maia is an essayist, researcher, professor, curator and producer.
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vagalumes
A FEBRE LA FIÈVRE
Safia Benhaim 39 min – 2014 – França
A INTERNACIONAL LA INTERNACIONAL
Tatiana Mazú 13 min – 2015 – Argentina
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Em uma noite febril, uma criança sente um fantasma, uma mulher que veio do mar, voltando para casa após um longo exílio. Um conto silencioso, uma voz sem corpo mistura-se à escuridão da noite e à febre. A criança e a refugiada política voltando para casa são agora uma única pessoa.
During a night of fever, a child feels the ghost of a woman coming from the sea on her way back home, after a long exile. A silent tale, a bodiless voice is mixed up with the dark of the night and the fever. The child and the political refugee are now one, traveling together to an uncanny building, in what seems to be their lost memories.
Eu filmei a minha irmã discutindo com a minha mãe enquanto elas preparavam a ceia de natal. Eu percebi, assistindo a uma fita VHS, que eu estava filmando ela desde que nós éramos crianças. Aparentemente, de acordo com alguns versos da Internacional, o socialismo deveria ser algo como um paraíso de irmãos e irmãs.
I filmed my sister arguing with my mother as they prepared Christmas dinner. I filmed her in a worker’s camp, in a riot, singing. I realized, watching a VHS tape, that I had been filming her since we were children. Apparently, according to some lines of the Internationale, Socialism should be something like heaven for brothers and sisters.
CORPOS POLÍTICOS CORPOS POLÍTICOS
Coletivo Mulheres Audiovisual de Pernambuco
A mídia brasileira abre espaço e faz ecoar velhos discursos fascistas, machistas e retrógrados, enquanto nas ruas um outro grito se faz urgente. Nós somos a nova política. Um corpo político pulsante! Feminismo é revolução!
Brazilian media echoes and gives space to old fascist, chauvinist and backward speeches, while on the streets another cry is more urgent. We are the new politic. A pulsating political-body! Feminism is revolution!
Jaqueline recomeça sua vida no lugar onde cresceu. Em pouco menos de um ano de sua saída da prisão, se tornou mãe pela segunda vez e hoje divide seu tempo entre o trabalho e os cuidados do lar.
Jaqueline starts anew at the same place she was born. A little less than one year after she left prison, she became a mother for the second time and now dedicates her days to working and taking care of her home.
4 min – 2016 – Brasil
DO PORTÃO PARA FORA DO PORTÃO PARA FORA
Letícia Bina 16 min – 2016 – Brasil 71
Safia Benhaim nasceu em 1977. Formou-se na Escola Nacional Superior de Artes Decorativas de Paris. Nascida na França, filha de refugiados políticos marroquinos, seus filmes, entre documentários e contos fantásticos, exploram territórios borrados, oriundos da experiência do exílio.
Safia Benhaim was born in 1977. She graduated from the École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs, in Paris. Born in France, she is the daughter of Marroquin political refugee. Her films, in between documentaries and fantastic tales, explore blurred territories, arising from her exile experience.
Tatiana Mazú nasceu em Buenos Aires. É realizadora documental/experimental e diretora de arte formada na Universidad Nacional de las Artes. Em 2014, estreou o longa-metragem El estado de las cosas, codirigido com Joaquín Maito.
Tatiana Mazú was born in Buenos Aires. She is a director of documentaries and experimental films and an art director graduated from Universidad Nacional de las Artes. In 2014, she released the feature film El estado de las cosas, co-directed by Joaquín Maito.
O coletivo Mulheres Audiovisual de Pernambuco é composto pelas realizadoras Dea Ferraz, Maíra Iabrudi, Lu Teixeira, Rapha Spencer, Sá Luapo e Camila de Carvalho.
Collective creative group Mulheres Audiovisual Pernambuco constitutes of Dea Ferraz, Maíra Iabrudi, Lu Teixeira, Rapha Spencer, Sá Luapo and Camila de Carvalho.
Letícia Bina nasceu em São Paulo. Do portão pra fora, seu primeiro curta como diretora, foi desenvolvido e realizado ao longo de um ano como projeto de sexto semestre de sua faculdade.
Letícia Bina born in São Paulo. Do portão pra fora, her first short film as a director, was developed and produced during one year as her sixth semester project at college.
curadoria: Ana Carvalho (atuante em oficinas de formação e produção audiovisual indígena), Maria Cardozo (montadora e diretora artística do Festival Internacional de Cinema de Realizadoras) e Mariana Porto (realizadora, montadora e educadora ligada ao audiovisual). 72
Ana Carvalho takes part on offering workshops on audiovisual for indigenous populations. Maria Cardozo is an editor. Mariana Porto is a director, editor and audiovisual teacher.
O espelho de AnA
O ESPELHO DE ANA O ESPELHO DE ANA
Jessica Candal 43 min – 2011 – Brasil
Uma investigação da diretorapersonagem a respeito da sua condição enquanto mulher. Através do espelhamento em pessoas íntimas, como a avó, mãe, marido, amigas e a filha de uma delas, sua própria identidade é ao mesmo tempo forjada e revelada.
An investigation of the filmmakercharacter regarding her condition as a woman. Mirroring herself onto intimate people, such as her grandmother, mother, husband, friends and the daughter of a friend, her identity is at the same time forged and created.
Jessica Candal é formada em cinema pela Universidade de São Paulo e cursa especialização em poéticas visuais na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Como diretora, realizou os documentários Teia (2010) e Kino Clown – Sob o risco do ridículo, em codireção de Bruno Mancuso e Camila Jorge.
She graduate in film from Universidade de São Paulo and is a major graduate in visual poetics from Escola de Música e Belas Artes, in Paraná. She directed documentaries Teia (2010) and Kino Clown – Sob o risco do ridículo, co-directed by Bruno Mancuso and Camila Jorge.
curadoria: Marisa Merlo, produtora executiva de filmes como Para minha amada morta (2015) e idealizadora do festival Olhar de Cinema.
Marisa Merlo is executive producer of films such as To My Beloved (2015) and the creator of the Olhar de Cinema festival.
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retrospectiva marĂlia rocha
marĂlia rocha restrospective
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Marília Rocha
Filmografia / Filmography
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Marília Rocha vive e trabalha em Belo Horizonte. Dirigiu os filmes Aboio (2005), melhor filme no festival É Tudo Verdade, Acácio (2008) e A falta que me faz (2009), melhor filme Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Em 2011, teve uma retrospectiva no festival Dockanema, em Moçambique, e foi homenageada no festival Visions du Réel, que dedicou uma mostra especial aos seus trabalhos, na Suíça. Foi uma das fundadora do centro de produção Teia, do qual participou durante dez anos. Atualmente, é parceira de Clarissa Campolina e Luana Melgaço na Anavilhana Filmes. Em 2016 dirigiu sua primeira ficção, A cidade onde envelheço. O longa foi exibido em festivais como o de Roterdã, San Sebastian e Brasília, onde recebeu quatro prêmios, dentre eles o de melhor filme e direção.
Marília Rocha works in Belo Horizonte, the city where she was born. She directed Cattle Callers (2005), best film at the It’s All True festival; Acácio (2008) and Like Water Through Stone (2009), best film at the São Paulo Latin-American Film Festival. In 2011, Dockanema, in Mozambique, held a retrospective of her work, and she received a tribute at the Visions du Réel festival, in Switzerland, which also screened her work. She was a founder of production center Teia, of which she took part for 10 years. Currently, she is a partner of Clarissa Campolina and Luana Melgaço at Anavilhana Filmes. In 2016, she directed her first fiction film, When I Grow Old. It screened at festivals such as Rotterdam, San Sebastian and Brasília, where it won four awards, including best picture and director.
Aboio (2005) Descaminhos (2007, curta) Acácio (2008) A falta que me faz (2009) Caminhos (2011, série de TV) Lugar 1 (2011, instalação) A cidade onde envelheço (2016)
Cattle Callers (2005) Dead End (2007, short) Acácio (2008) Like Water Through Stone (2009) On the Move (2011, TV series) Lugar 1 (2011, installation) When I Grow Old (2016)
ABOIO CATTLE CALLERS
Marília Rocha
73 min – digital e super 8 2005 – Minas Gerais CP Teia P Helvécio Marins Jr e Marília Rocha F Leandro HBL e Marília Rocha M Clarissa Campolina DA Fred Paulino ES Bruno do Cavaco TM O Grivo + Melhor longa brasileiro – 10º Festival Internacional É Tudo Verdade Melhor trilha sonora e edição de som - 9º CinePE Mostra Internacional de Documentários do MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York 21º Festival Internacional de Cinema de Guadalajara 41º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary Panorama Brasil Coisa de Cinema 2005 Indie2005 – Mostra de Cinema Mundial Festival do Rio 2005 9ª Mostra de Tiradentes Visions du Réel: tributo à Marília Rocha entre outros
No interior do Brasil, adentrando as extensões semiáridas da caatinga, há homens que ainda hoje conservam hábitos antigos, como o costume de tanger o gado por meio de um canto. Suas vozes ecoam lamentos improvisados e sem palavras, que se prolongam pelos campos do sertão. __ In countryside of Brazilian, in outback semiarid areas, cowboys preserve their age-old customs, communicating with their cattle in a form of plaintive singing. The chant resounds an improvised, ancient form that is an entrance to the life and the imaginary of the ancient Brazilian cattle drivers.
Contato www.mariliarocha.com/
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ACÁCIO ACÁCIO
Marília Rocha
88 min – digital – 2008 Minas Gerais CP Teia R, F Clarissa Campolina e Marília Rocha P Diana Gebrim Costa e Glaura Cardoso Vale M Clarissa Campolina S Pedro Aspahan ES, TM O Grivo Com Acácio Videira, Maria da Conceição Videira e Gambôa Muatximbau. + 38º Festival de Roterdã 11º BAFICI 7º DocLisboa 24º Festival de Guadalajara SANFIC5 – Santiago Festival Internacional de Cine 13º Festival de Lima 32ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo 12ª Mostra de Cinema de Tiradentes 13º Forumdoc.bh – Festival Internacional do Filme Documentário e Etnográfico I Semana dos Realizadores 7º IndieLisboa Visions du Réel: tributo à Marília Rocha entre outros Contato
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Depois de trinta anos vivendo em Angola, o etnólogo português Acácio Videira, acompanhado por sua esposa, Maria da Conceição, mudase para o Brasil, trazendo na bagagem um extenso registro material da vida dos povos angolanos e dos colonos portugueses. Entrelaçando lembranças, imagens e relatos pessoais, o filme empreende uma jornada afetiva ao passado do casal, ao mesmo tempo em que reconstitui os laços históricos e políticos dos três países em que viveram. __ After thirty years living in Angola, the Portuguese ethnologist Acácio Vieira, along with his wife Maria da Conceição, moves to Brazil, bringing with him an extensive archive of the life of people of Angola and Portuguese colonizers. Weaving memories, images and personal stories, the film embarks on an affectionate journey of the couple’s past, while reconstructing historical and political links of the three countries in which they lived.
A FALTA QUE ME FAZ LIKE WATER THROUGH STONE
Marília Rocha 85 min – digital – 2009 Minas Gerais CP Teia P Luana Melgaço F Alexandre Baxter, Ivo Lopes Araújo M Francisco Moreira, Marília Rocha ES O Grivo TM Arthur H. Com Alessandra Ribeiro, Priscila Rodrigues, Shirlene Rodrigues, Valdênia Ribeiro, Paloma Campos + 39º Festival de Roterdã 12º BAFICI 6º Kinoteatr.doc – Festival de Cinema Independente de Moscou 42º Festival de Brasília 13º Mostra de Cinema de Tiradentes 8º DocLisboa 10º Indie – Mostra Mundial de Cinema 14º Forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico 51º Festival dei Popoli – Festival Internacional de Documentário 22º Festival de Cine de Viña del Mar entre outros Contato www.mariliarocha.com/
Durante um inverno, rodeadas pela Serra do Espinhaço, um grupo de meninas vive o fim da juventude. Um romantismo impossível deixa marcas em seus corpos e na paisagem a seu redor. Em meio a conversas, obrigações e prazeres cotidianos, cada uma delas encontra uma maneira particular de contornar a solidão e enfrentar as incertezas de um futuro próximo. __ During the winter, in the Espinhaço Mountains, a group of small-town Brazilian girls are experiencing the end of their youth. Impossible romances leave marks on their bodies and the surrounding landscape. In between conversations and daily duties and pleasures, each of the friends find her own particular way to overcome the loneliness and to live within a tangle of uncertainty regarding their future.
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carta branca a patrícia mourão
carte blanche to patrícia mourão
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Patrícia Mourão
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Doutora em cinema pela Universidade de São Paulo, com bolsa sanduíche na Columbia University, atualmente tem a pesquisa voltada para a autobiografia no cinema de vanguarda norte-americano. Mestre em comunicação e semiótica pela PUC-SP. Atua também como programadora, professora e produtora. Foi curadora das mostras Visões da Vanguarda (CCBB-SP, 2016), Cinema Estrutural (Caixa Cultural, 2015), Jonas Mekas (CCBB, 2013), Cineastas de Nosso Tempo (Caixa Cultural, 2012), O cinema de Naomi Kawase (CCBB, 2011), Harun Farocki: por uma politização do olhar (Cinemateca Brasileira, 2010). Organizou o livro Jonas Mekas (Cinusp, 2013) e coorganizou, entre outras, as seguintes publicações: Cinema Estrutural (Aroeira, 2015); Straub-Huillet (CCBB, 2012); David Perlov: Epifanias do Cotidiano (CCJ, 2011), O cinema de Pedro Costa (CCBB, 2010). Foi produtora do filme Já visto, jamais visto (2013), de Andrea Tonacci, e atualmente coordena um projeto de recuperação de parte do acervo do cineasta.
A PhD in film from Universidade de São Paulo, with a “sandwich” scholarship from Columbia University, she currently researches autobiography in the avant-garde American cinema. She has a master’s degree in communication and semiotics from PUC-SP. She is also a programmer, professor and producer. She was a curator to festivals such as Vanguard Vision (CCBB-SP, 2016), Structural Cinema (Caixa Cultural, 2015), Jonas Mekas (CCBB, 2013), Filmmakers from Our Time (Caixa Cultural, 2012), The Films of Naomi Kawase (CCBB, 2011), Harun Farocki: For a Political Look (Cinemateca Brasileira, 2010). She organized the book Jonas Mekas (Cinusp, 2013) and co-organized, among other, Structural Cinema (Aroeira, 2015), Straub-Huillet (CCBB, 2012), David Perlov: Everyday Epiphanies (CCJ, 2011), The Films of Pedro Costa (CCBB, 2010). She produced the film Já visto, jamais visto (2013), by Andrea Tonacci, and currently coordinates a restoration project for the filmmakers work.
Desde sua primeira edição, a Semana dos Realizadores tem tentado mapear e acolher a produção audiovisual brasileira independente voltada para investigações e experimentações de linguagens. Ao longo dos anos, por uma inclinação natural da Semana, as mostras competitivas apresentaram filmes realizados por artistas visuais que circulam, mais frequentemente, pelo espaço de galerias ou de museus. Nas edições mais recentes e, especialmente a última, surgiu o desejo de pensar esse fenônomeno um pouco mais concretamente, de ir em direção a aos filmes no lugar de simplesmente acolher aqueles que são inscritos. Foi assim que convidamos Patrícia Mourão para programar duas sessões com filmes de artistas contemporâneos brasileiros. “O primeiro programa, Natureza Concreta, reúne trabalhos nos quais o repertório concreto e formalista da arte brasileira do século XX encontra a força matérica, orgânica e incontrolável da natureza em filmes de Daniel Steegmann Magramé, Marcius Galan, Luiz Roque e Thiago Rocha Pitta. No segundo, Documentos da Barbárie, Thiago Martins Melo e Miguel Rio Branco deslocam seus trabalhos feitos em outros suportes, pintura do caso de Thiago e fotografia no de Rio Branco, para o vídeo em cantos desesperados, desencatados, violentos e melancólicos sobre a barbárie da história
Since its first edition, the Directors Week has tried to map out and welcome the independent audiovisual production in Brazil focused on researching and experimentation. Over the years, by a natural inclination of the Week, the competition showed films made by visual artists who are often seen in galleries or museums. In recent editions, and especially last year, there was the concrete desire to meditate on that phenomenon, to go after the films, rather than just embrace what was submitted to us. This is how we decided to invite Patrícia Mourão to program two screenings dedicated to films by Brazilian contemporary artists. “The first program, Concrete Nature, brings together works in which the concrete and formal repertoire of Brazilian art of the XXth century meets the nature’s organic and unstoppable matter-force, in films by Daniel Steegmann Magramé, Marcius Galan, Luiz Roque and Thiago Rocha Pitta. In the second program, "Documents of Barbarity", Thiago Martins Melo and Miguel Rio Branco relocate their work in other media – painting in Thiago’s case and photography in Rio Branco’s – to video, in desperate, disenchanted, violent and melancholic chants about the barbarity in the still current 83
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ainda hoje em curso de nossa colonização e exploração humana e fundiária.
history of our colonization and exploitation of our people and land.
Nem todos os artistas que escolhemos apresentar têm o filme ou o vídeo como seu primeiro e principal meio de investigação, alguns são muito mais conhecidos por suas pinturas, esculturas, objetos ou fotografias e encontraram no vídeo uma forma de expandir ou continuar desenvolvendo suas pesquisas nesses outros meios. O critério aqui, no entanto, não foi traçar um panorama ilustrativo e exaustivo de tendências formais e estílisticas do vídeo brasileiro nos anos 2000, nem apontar para questões teórico-verbais formuladas pela história da arte ou outras teorias do momento. O trabalho de curadoria se constituiu como um livre exercício de imaginação e encontro com filmes que gostaríamos de ver deslocados para o espaço da sala escura e projetados na tela de cinema.”
Not all of the artists we chose to present have film or video as their first and primary media of research. Some are better known for their paintings, sculptures, objects and photographs, and found on video a way to expand or further develop their research. The standard here, however, was not to draw an illustrative and comprehensive overview of formal and stylistic trends of Brazilian video in the 2000s, nor to point out theoretical and verbal questions from art history or other theories of this moment . The curatorial work was an exercise of free vision and an encounter with films that we would like to see displaced to the dark room and projected on a cinema screen.”
jĂşris e prĂŞmios juries and awards 85
Julia Rebouças
Amaranta Cesar
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Curadora, pesquisadora e crítica de arte. É co-curadora da 32ª Bienal de São Paulo (2016). De 2007 a 2015, integrou a curadoria do Instituto Inhotim, em Minas Gerais. Colaborou com a Associação Cultural VideoBrasil, integrando a comissão curatorial dos 18º e 19º Festivais Internacionais de Arte Contemporânea SESC Videobrasil (2012-2015). Em 2013, foi curadora adjunta da 9ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre. Realiza projetos curatoriais independentes, dentre eles a exposição Zona de Instabilidade, com obras da artista Lais Myrrha, na Caixa Cultural Sé, em São Paulo (2013), e na Caixa Cultural Brasília (2014). Foi jurada do concurso que selecionou o projeto arquitetônico e curatorial do pavilhão do Brasil na Expo Milano 2015, em Brasília. Escreve textos para catálogos de exposições, livros de artistas e colabora com revistas de arte. Graduou-se em comunicação social pela UFPE. É mestre pelo programa de pós-graduação em artes visuais da UFMG e doutoranda pelo mesmo programa.
Curator, researcher and art critic. She is co-curator of the 32nd São Paulo Art Biennial. From 2007 to 2015, she was a curator at Instituto Inhotim, in Minas Gerais. She was a collaborator to Associação Cultural VideoBrasil, taking part in the curatorship of the 18th and 19th Contemporary Art Festival Sesc Videobrasil (2012-2015). In 2013, she was an assistant curator at the 9th Mercosul Biennial, in Porto Alegre. She is also an independent curator of projects such as the exhibition “Zona de Instabilidade”, with works by artist Lais Myrrha, at Caixa Cultural Sé, SP (2013), and Caixa Cultural Brasília (2014). She was a juror at the competition that chose the architectural and curatorial project of the Brazilian Pavilion for the Expo Milan 2015, in Brasília. She writes for exhibition catalogues, artist’s books and art magazines. She graduated in social communication from UFPE, has a master’s degree from the Post-grad Program in Visual Arts at UFMG, and is currently a doctoral student at the same program.
Amaranta Cesar é professora e pesquisadora de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. É doutora em estudos cinematográficos pela Universidade de Paris 3 Sorbonne Nouvelle e possui pós-doutorado pela New York University. Coordena e é curadora do CachoeiraDoc Festival de Documentários de Cachoeira.
Amarante Cesar is a professor and researcher on film and audiovisual at the Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. She has a PhD in film study from University Paris 3 – Sorbonne Nouvelle and a post-PhD from New York University. She is a coordinator and curator at CachoeiraDoc - Cachoeira Documentary Film Festival.
Andrea Capella
Estudou arquitetura, história da arte, cenografia e cinema, especializando-se em direção de fotografia na UFF, onde também lecionou entre 2004 e 2006. É diretora de fotografia dos longas-metragens Ressaca, de Bruno Vianna, A Fuga da Mulher Gorila e A alegria, ambos de Felipe Bragança e Marina Meliande, além dos curtas-metragens Na sua companhia, de Marcelo Caetano, e Por dentro de uma gota d’água, de Felipe Bragança e Marina Meliande. Dirigiu com Peter Lucas o curta Instantâneos, premiado como melhor filme na edição de 2011 do Festival Primeiro Plano. Colabora com diversos artistas de artes visuais, teatro e dança com experiências em iluminação, fotografia e vídeo, dentre eles Laura Lima, Gustavo Ciríaco, Marcela Levi, Alice Ripoll, Fernanda Eugênio, Cristina Moura e Paola Barreto. Como artista visual, desenvolve trabalhos em diversas mídias como fotografia, vídeo e desenho. Em 2012, participou da Rio Occupation London, evento produzido e patrocinado pela SEC-RJ que reuniu jovens expoentes do cenário cultural carioca em uma residência artística colaborativa na capital inglesa.
She studied architecture, art history, scenography and film, with a specialization in cinematography from UFF, where she also lectured from 2004 to 2006. She was a director of photography of feature films Ressaca, by Bruno Vianna, The Escape of the Monkey Woman and Joy, by Felipe Bragança and Marina Meliande; and short films such as By Your Side, by Marcelo Caetano, and Por dentro de uma gota d’água, by Felipe Bragança and Marina Meliande. She directed, alongside Peter Lucas, the short film Instantâneos, awarded best film at the Primeiro Plano Festival 2011. She is a collaborator to several artists in visual art, theater, dance, through lighting, photography and video, among which are Laura Lima, Gustavo Ciríaco, Marcela Levi, Alice Ripoli, Fernanda Eugênio, Cristina Moura and Paola Barreto. As a visual artist, she develops works in various mediums, such as photography, video and illustration. In 2012, she took part in Rio Occupation London, an event produced and sponsored by Rio de Janeiro State Secretary of Culture, that put together up and coming young artists from Rio in an artistic residency on the UK capital.
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premiação juri oficial
oficial juri award
O júri da 8ª Semana dos Realizadores indicará cinco destaques entre os longas, curtas e médias-metragens em competição. Dois prêmios são fixos – os de melhor filme e o prêmio especial do júri, que deverão obrigatoriamente ser destinados a obras de formatos diferentes (um longa e um curta ou média-metragem). Outros três prêmios serão indicados pelo júri de acordo com sua avaliação, podendo destacar aspectos técnicos ou estéticos que se sobressaiam no conjunto das obras apresentadas.
The jury of the 8a Directors’ Week will select five highlights among the features, shorts and medium-length films in competition. Two awards are set - Best Film and the Special Jury Prize, which have to be designated to works in different formats (one feature and one short or medium length). Three other awards will be given by the jury according to their assessment, which may highlight technical or aesthetic aspects that stand out in the set of works presented.
Os premiados serão agraciados com troféus-imagens da artista Clara Moreira e ainda com os prêmios de nossos parceiros Afinal Filmes, Prêmio-Aquisição Canal Curta!, além da seleção automática por nossos programadores parceiros.
Winners will be awarded the trophy-images by artist Clara Moreira, and also the following awards offered by the festival’s partners:
// PRÊMIO DE FINALIZAÇÃO AFINAL FILMES
A Afinal Filmes concederá apoios aos cinco filmes premiados pelo júri oficial. Os agraciados com os prêmios de melhor filme e Prêmio Especial do Júri receberão um apoio de finalização de até 30 horas de serviço de correção de cor para uma nova produção. Os demais premiados receberão como apoio um vale de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para utilização em serviços de finalização na casa.
// AFINAL FILMES - POSTPRODUCTION AWARD
Afinal Filmes will provide support to the five films chosen by the official jury. The recipients of the awards for Best Film and Special Jury Award will receive a postproduction support of up to 30 hours of color correction services for a new film. The other winners will receive a support of R$ 5 thousand worth in post-production services provided by the company.
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// PRÊMIO-AQUISIÇÃO CANAL CURTA!
O Canal Curta! oferecerá, pela segunda vez Prêmio-aquisição no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) para filmes de até 24 minutos, R$ 7.000,00 (sete mil reais) para filmes de 25 a 69 minutos, e R$ 15.000,00 (15 mil reais) para filmes a partir de 70 minutos. Ao menos um filme será agraciado com o prêmio.
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// CANAL CURTA! – ACQUISITION AWARD
For the second time, Canal Curta! will offer an Acquisition Award: R$ 3 thousand to films up to 24 minutes; R$ 7 thousand to films with 25-69 minutes; and R$ 15 thousand to films longer than 70 minutes. At least one film will be awarded.
// FESTIVAL CINEMATOGRÁFICO INTERNACIONAL DEL URUGUAY
O Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay foi criado em 1981 pela Cinemateca Uruguaia. Desde aquele modesto festival que exibiu 14 filmes em apenas uma sala até a sua edição atual em que se exibem mais de 250 filmes em sete salas, além de em espaços itinerantes, se passaram 35 anos e centenas de descobertas, homenagens, retrospectivas e mostras paralelas. Nessa trajetória, o Festival se transformou em um espaço privilegiado para o cinema de qualidade da América Latina e de todo o mundo. Neste sexto ano como parceiro, o Festival exibirá o filme indicado como melhor longa-metragem, de acordo com o júri oficial da 8ª Semana dos Realizadores. O Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay acontecerá entre 6 e 15 de abril de 2017.
// THE FESTIVAL CINEMATOGRÁFICO INTERNACIONAL DEL URUGUAY
The Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay was created by the Uruguayan cinemateque in 1981. From that modest festival, which screened 14 films in only one movie theater, to its current edition, featuring over 250 films in seven movie theaters as well as travelling screenings, 35 years of discoveries, tributes, retrospectives and parallel film exhibitions have gone by. In this journey, the festival has become a privileged place for high quality Latin American and world cinema. In this seventh year as a partner, the Festival will screen the winner of the Best Feature Film awarded by the 8th Directors’ Week official jury. The Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay will take place between 6 and 15 april, 2017.
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// INDIELISBOA (PORTUGAL)
Festival de cinema internacional que desde 2004 acontece anualmente em Lisboa, o IndieLisboa exibe filmes de todos os gêneros e formatos. A programação se assenta em critérios de originalidade, qualidade e atualidade das obras de autores de todo o mundo que, através do festival, chegam pela primeira vez ao público e aos profissionais do setor. O IndieLisboa acontece em vários espaços culturais de Lisboa, promovendo a dinâmica urbana, seja nos espaços culturais, seja na circulação de públicos e na apropriação da cidade, fato responsável pelo crescimento e diversificação do público desde a primeira edição. Em seu quarto ano como parceiro da Semana dos Realizadores, o IndieLisboa irá exibir, em sua programação, um dos filmes em competição, escolhido por sua equipe de curadoria.
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// INDIELISBOA
IndieLisboa is an international film festival held annually in Lisbon since 2004. It features films from all genres and formats. Its program includes films by national and foreign directors, whose selection is based on originality, quality and relevance. These films reach the general public and the industry professionals for the first time through the festival, which takes place in several Lisbon cultural centers, promoting urban dynamics of these cultural centers, that is, circulation of people and appropriation of the city. These have been the cause of the audience growth and diversification since its first edition. In this fourth year as a partner of Directors’ Week, IndieLisboa will screen one of the competing feature films, selected by its curatorial staff.
// TONALÁ (MÉXICO)
Tonalá é uma rede de cinemas com salas na Cidade do México, em Bogotá e em Tijuana. Focado em mostrar o novo cinema independente mexicano e internacional, o Tonalá iniciou recentemente um trabalho de distribuição de filmes para salas de cinema do México e da Colômbia, ampliando o circuito para os filmes exibidos. Em seu quinto ano como parceiro da Semana, o Cine Tonalá exibirá o filme indicado como melhor longa-metragem da Semana dos Realizadores, segundo o júri oficial, e o distribuirá em outras salas de cinema do México. ** O usufruto dos prêmios de distribuição ficará a critério dos filmes contemplados a partir do acerto direto com as distribuidoras. No caso dos filmes abrirem mão da possibilidade, outros títulos exibidos pela Semana serão escolhidos diretamente pelos distribuidores.
// TONALÁ
Tonalá is a movie theater located in Mexico City, Bogotá and Tijuana, that screens mainly the new Mexican and international independent cinema. Recently it started to distribute films to other movie theaters in the country, expanding their circuit .” In this fifth year as a partner of Directors’ Week , Cine Tonalá will screened The Directors’ Week Best Feature Film, according to the official jury, and will be distributed to other movie theaters in Mexico. ** The use of the distribution awards is up to the winners, they should reach an agreement with the distributors. In case they choose not to use the award, other titles, exhibited in Directors’ Week, will be selected by the distributor
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prêmio edt. Ricardo Miranda - montagem de invenção (curta e longa)
Ricardo Miranda edt. award – invention editing (short and feature)
Pelo terceiro ano consecutivo, a edt. Associação de Profissionais de Edição Audiovisual do Rio de Janeiro - irá premiar a montagem de filmes da Semana dos Realizadores. O prêmio foi criado em 2014, em homenagem ao grande montador e professor Ricardo Miranda, mestre de inúmeros profissionais que atualmente dão continuidade às suas ideias sobre montagem cinematográfica. Refletindo sobre essa etapa tão importante na construção dos filmes, a edt. terá nesse ano um júri composto por Natara Ney, Karen Akerman e Rodrigo Lima.
For the third consecutive year, edt . - Audiovisual Editing Professionals Association of Rio de Janeiro - will award the editing of films of the Directors’ Week. The award was created in 2014 as a tribute to Ricardo Miranda, who was not only a great editor and teacher, but also a master for numerous professionals who continue to develop his ideas on film editing. Reflecting on this important stage on the making of a film, edt . will have this year a jury consisting of Natara Ney, Karen Akerman and Rodrigo Lima.
Natara Ney
Karen Akerman
Rodrigo Lima
Formada em jornalismo pela PUC-PE. Iniciou sua vida profissional editando programas para a TV. Mudouse em 1993 para o Rio, onde trabalha como montadora. Seus principais trabalhos são: Tainá 3 e Desenrola, de Rosane Svartman; O mistério do samba, de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor; Todas as Mulheres do Mundo e Separações, de Domingos de Oliveira, além de séries de TV como Ó paí, ó, de Monique Gardenberg. Montou também o documentário Divinas divas, vencendor do prêmio de júri popular do Festival do Rio 2016.
She graduated in journalism from PUC-PE and began her career editing TV programs. She moved to Rio in 1993, where she works as an editor. Among her most prominent works are: Tainá: The Origin and Desenrola, by Rosane Svartman; O mistério do samba, by Lula Buarque de Hollanda and Carolina Jabor; All the Women in the World and Separations, by Domingo de Oliveira; as well as TV series Oh My God! Again?, by Monique Gardenberg. She also edited the documentary Divine Divas, winner of the audience award at the Rio Film Festival 2016.
Montadora e realizadora. Em parceria com Miguel Seabra Lopes, realizou os filmes Incêndio (2011), Outubro acabou (2015), Talvez deserto, talvez universo (2015) e Confidente (2016). Como montadora, atuou em mais de 40 filmes, entre longas e curtas. Seu trabalho foi exibido e premiado nos festivais de Locarno, Toronto, Rotterdam, San Sebastian, Havana, Cinéma du Réel, Vision du Réel, DocLisboa, Indie Lisboa, Brasília, Tiradentes, Festival do Rio, entre outros.
She is an editor and director. Alongside Miguel Seara Lopes, she directed Fire (2011), October Is Over (2015), Maybe Desert Perhaps Universe (2016) and Confident (2016). As an editor, she worked in over 40 films (among features and shorts). Her works were screened and awarded at festivals such as Locarno, Toronto, Rotterdam, San Sebastian, Havana, Cinéma du Réel, Visions du Réel, DocLisboa, IndieLisboa, Tiradentes, Rio, and many others.
Nascido no Rio de Janeiro, Rodrigo Lima é montador e diretor. Editou Cleópatra, A Erva do Rato, Educação Sentimental, Garoto e Beduino de Julio Bressane, Luz nas trevas, de Helena Ignez, Belair, de Noa Bressane e Bruno Safadi e Quase Memória, de Ruy Guerra, entre outros. Em 2009, realizou o curta metragem Para Eva, exibido especialmente no programa Fuori Orario no canal de TV italiano RAI. O Espelho, seu primeiro longa metragem, teve estreia mundial no Festival de Locarno, em 2015, e recebeu a menção especial do júri na competição oficial do FILMADRID, 2016.
Born in Rio de Janeiro, Rodrigo Lima is an editor and director. He edited Cleopatra, The Herb of the Rat, Sentimental Education, Kid and Beduino, by Julio Bressane; Light in Darkness, by Helena Ignez; Belair, by Noa Bressane and Bruno Safadi; and Oblivious Memory, by Ruy Guerra; among others. In 2009, he directed the short film Para Eva, which had a special broadcast at the Fuori Orari program of Italian TV channel RAI. The Mirror, his first feature, had its world premiere at the Locarno Film Festival, in 2015, and received a special mention from the competition jury at the FILMADRID 2016.
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júri de estudantes de audiovisual
audiovisual students jury
Um dos maiores prazeres que temos com o festival é perceber a expansão daqueles que o frequentam. A tomada de espaço por uma nova geração, dentro e fora da tela, é sempre uma dose reforçada de ânimo e satisfação. Pois queremos ter mais - e mais perto - os jovens que começam a trilhar seu caminho no audiovisual.
One of the greatest pleasures we have with the festival is seeing the changes in our audience. Hosting the new generation, on and off screen, gives us an extra dose of strength and satisfaction. We want to have more - and closer - young people who are now starting to take their own steps in audiovisual.
Nesta primeira edição do Júri de Estudantes de Audiovisual, abrimos convocatória para que alunos de escolas diversas - universitárias ou não - candidatassem-se a fazer parte de um grupo que assistirá, debaterá e definirá os destaques da 8ª Semana de acordo com seu olhar.
In this first edition of the Audiovisual Students Jury, we opened call for students of several schools - universities or not – to take part in a group that will watch, discuss and choose the highlights of the 8th Week, according with their view.
Os nomes e perfis dos participantes podem ser conferidos no site semanadosrealizadores.com.br
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The names and information of the participants can be found on the site semanadosrealizadores.com.br
colaboração com programadores de festivais internacionais
colaborating with international festival programmers
O impulso para a criação da Semana foi o desejo de que mais filmes fossem mais vistos. Em termos locais, isso foi satisfatoriamente alcançado com a regularidade do festival de 2009 para cá. Não imaginávamos, no entanto, a naturalidade com que este circuito se expandiria para fora do país. Há um genuíno interesse externo na nossa cinematografia, e é bastante interessante o quanto alguns programadores compactuam com a seriedade e a busca que imprimimos na Semana.
The thrust for the creation of the Week was the desire for more films to be more seen. Locally, it was rightly and regularly achieved since 2009. We could not imagine, however, how easily this circuit would expand internationally. There is a true foreign interest in our cinema, and it is quite interesting how some programmers see eye to eye with the dignity and the search we have at the Week.
Já há algum tempo, portanto, enviamos os filmes selecionados do nosso festival para diversos curadores/programadores de festivais internacionais de eventos como Roterdã, Cannes, Oberhausen, CPH:DOX, Vila do Conde, BAFICI, Uruguai e outros. Nos dá, claro, imensa satisfação contar com o interesse renovado e ter, por vezes, a feliz notícia de filmes selecionados para outros festivais.
For some time now, we have sent the films selected for our festival to many international curators / programmers of festivals such as Rotterdam, Cannes, Oberhausen, CPH:DOX, Vila do Conde, BAFICI, Uruguay and others. It gives us, of course, great satisfaction to renew these partnerships and to hear sometimes the happy news that some films were selected to other festivals.
A lista de programadores com os quais colaboramos muda a cada ano, alternando e ampliando o circuito com o qual estamos conectados.
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debates semana – Petrobras director’s week panels – Petrobras
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Os dois encontros que formam os Debates Semana – Petrobras são convite e provocação para pensarmos juntos. A troca direta e horizontal sempre fez parte da prática mais básica desse festival, que desde sua primeira edição propõe que a experiência de imersão em um filme se desdobre em uma conversa com aqueles e aquelas que os realizaram. Na sala de cinema, a apresentação informal abre o espaço para que, ao acender das luzes, os questionamentos brotem com o filme ainda pulsando no ambiente. Algo análogo se dá com nossas conversas temáticas, mais claramente formatadas enquanto debates. Se nos bate-papos pós-sessão os filmes permeiam os corpos e os corpos deixamse transbordar em questões, as mesas de conversa são os espaços onde nos deixamos permear pelo mundo, percebendo pulsações que nos parecem especialmente potentes em canalizar até nosso espaço comum. É inevitável, pois, que o enfoque político esteja presente. E, em verdade, ele muito nos interessa em suas diversas modulações. Tão relevante quanto lançar foco sobre assuntos urgentes é posicionar-se de forma transparente, franca e aberta - e tão importante quanto propor discussões é colocar-se à disposição para ouvir. 100
The two Directors’ Week Panels – Petrobras invite and provoke us to think together. Straight and horizontal exchanges have always been a primary part of this festival, which, since its first edition, proposes that an immersing film experience should unfold in a conversation with those who made them. As the lights turn on inside the cinema, the informal introduction allows the sprout of questions, with the film still pulsing around us. Something similar happens with our thematic conversations, more clearly formatted as panels. If during the post-screening chats, the films permeate the bodies and the bodies overflow into questions, the panels are the place where we let ourselves be invaded by the world, noticing extremely powerful pulsations that channel even our common space. On this account, we cannot avoid bringing up politics. Which, in fact, concerns us deeply in its many modulations. As relevant as focusing on urgent matters, it is to place oneself in a transparent, honest and open way - and as vital as proposing debates, it is to be open to listen.
Sintam-se, ou melhor, sintamo-nos todos convidados e provocados a nos olhar nos olhos e nos colocarmos com franqueza em busca de novas percepçþes e possibilidades.
You are - or rather, we are - all invited and challenged to look each other in the eye and put ourselves honestly in search of new insights and possibilities.
Transformar-se ĂŠ preciso.
To transform is a need.
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por um cinema negro no feminino
for a black cinema by women
Em 2015, quando organizamos a conversa Construção e Desconstrução do Feminino no Cinema Brasileiro Contemporâneo, caminhávamos junto a uma crescente mobilização feminista. Naquele momento, Yasmin Thayná foi uma das convidadas a estar na mesa e, por compromissos que a levaram à África, infelizmente não pôde comparecer. Enviou-nos, no entanto, uma carta para representá-la, que foi lida durante o encontro.
In 2015, when we held a panel called Construction and Deconstruction of Female in Contemporary Brazilian Cinema, we were side by side with a growing feminist mobilization. Yasmin Thayná was invited for that even and, due to commitments that took her to Africa, she unfortunately could not be present . She sent us, however, a letter that was read during the panel.
Nela, uma colocação direta como pouco se vê: Yasmin relatava que, ao pesquisar sobre os realizadores e realizadoras da 7ª edição do festival, ficara feliz ao perceber o filme de André Novais de Oliveira na abertura. No entanto, ao passar foto a foto, ficava claro que não havia ali um filme sequer dirigido por uma pessoa negra e mulher. Não sugeria que a seleção do festival fosse feita a partir de fotos, mas sim que todos e todas parassem para refletir sobre a questão, e se perguntassem o porquê desse estado das coisas. Desde então, esteve em pauta no festival o desejo de responder à provocação de Thayná com a reflexão que ela propôs. Foi mais que feliz poder, então, contar com a programação Com Mulheres, apresentada pelo CachoeiraDoc na Semana deste ano, para começarmos a contemplar essa discussão. 102
In this letter, Yasmin set a straight point: she said that, when looking at the filmmakers selected for our 7th edition, she had been happy to see that André Novais de Oliveira’s film was opening the event . However, when checking each photo on our website, it was clear that there was not even one film directed by a black woman. She was not suggesting that the festival programming should be made from photos, but that each one of us should stop and think on this issue and ask ourselves how we got here. Since then, we have been craving to answer Thayná’s challenge and the meditation she proposed. That is why we are more than happy to present the With Women program, presented by Cachoeira Doc Festival, in this year Directors’ Week. This way, we can begin to contemplate this conversation.
Por um Cinema Negro no Feminino foi o título do programa que Janaína Oliveira, pesquisadora de cinema negro, levou à Bahia. Yasmin, que teve seu Kbela exibido no programa, participou também como curadora, apresentando Amor Maldito, filme que Adélia Sampaio lançou em 1984 e que lhe confere o título de primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil.
For a Black Cinema by Women is the title of the program that Janaína Oliveira, a researcher on black cinema, took to Bahia. Yasmin, whose film Kbela was shown in the program, took part also as a curator, presenting Amor maldito, a film that Adelia Sampaio directed in 1984 which gives her the title of first Afro-Brazilian woman to ever direct a feature film.
Pois é a partir do encontro destas três que, após a exibição dos filmes de Yasmin e Adélia, nos abriremos a esta questão estrutural, essencial e urgente.
Thus, from the encounter between those three women, we will open ourselves to this structural, essential and urgent issue, right after the screening of Yasmin’s and Adélia’s films.
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a semana aberta caminhos passados, escolhas presentes, possibilidades futuras
an open week – past roads, present choices, future possibilities
É curioso pensar o quanto as percepções de realizadores e realizadoras acerca dos processos de um festival podem estar tão distantes da prática dos que o organizam. As expectativas, leituras e experiências podem se dar de maneira surpreendentemente díspar entre agentes de fato tão próximos e diretamente conectados.
It is curious to notice how the perceptions of filmmakers about the processes of a festival can be so off the reality of those producing it . Expectations, visions and experiences can be surprisingly different between so closed and connected factors.
Contabilizamos agora sete anos de Semana, deixando-nos permear constantemente pela experiência de cada evento, pelo conjunto da produção de cada ano, pelos novos caminhos que se despontam na relação entre contexto e desejo. Estando ainda conscientes de que nos últimos tempos temos engendrado diversas transformações e que há diversas outras por vir, propomos aqui um diálogo em torno do caminho construído e das possibilidades futuras do festival. Acreditamos na Semana como um fruto de movimento geracional, e queremos ampliar o campo de troca em torno deste que é um espaço vital para o circuito local. A conversa será iniciada por Daniel Queiroz e Lis Kogan, curadores da 8ª Semana, e todos estão convidados a participar. 104
The Week is 7 years old and we are constantly permeate by each edition’s experience, by each year’s group of productions, by the new paths that emerge in the relationship between context and desire. As we are aware that, in recent times, we have engineered in several changes and that several others are yet to come, we propose a conversation on the roads we built and on future possibilities for the festival. We see the Week as a result of generational movement, and we want to expand the field of exchange around what is a vital place for local circuit . The conversation will start with Daniel Queiroz and Lis Kogan, curators of 8th Week, and we invite everyone to take part .
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índice por título
63 14 77 78 58 38 50 39 60 16 15 49 17 51 71 40 71 41 18 19 67 73 20 62 21 79 70 22 48 53 23 24 43 25 70 26 106
4 portas Abigail Aboio Acácio Amor maldito Aracati Beduino Black Calypso Rose Carnívora Casa cinza e as montanhas verdes, A Cidade onde envelheço, A Cisão Confidente Corpos políticos Desmonte Do portão para fora Dona Raimunda Eclipse solar Elon não acredita na morte Entrevista, A Espelho de AnA, O Estado itinerante Estou aqui Estranho caso de Ezequiel, O Falta que me faz, A Febre, A Filme de aborto Grávida da cinemateca, A Guerra do Paraguay Há terra! Heaven Ilhas de pedra Interlúdio Internacional, A Kappa Crucis
index by title
58 44 63 65 52 27 60 62 28 54 45 29 30 67 31 68 46 64 32 33 35 42 34 65 64
Kbela Maldição tropical, A Mammah Mãos limpas Martírio Muito romântico Mulher invisível, A Novo ano Nunca é noite no mapa O último trago Ondas Ondas, As Pássaros estão distraídos, Os Remontagem Rifle Rio de mulheres Santo Daime — império da floresta Seiva Solon Sutis interferências Taego Ãwa Um horizonte de 3,5 km Ventania Vertières I, II, III Vivo e Morro dos Prazeres
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índice de realizador_s
58 38 20 23 41, 43 46 16 71 48 32 68 44 31 71 15 30 28 39 25 27 21 67 35 34 14 42 73 68 26 30 38 29 50 51 29 71 108
Adélia Sampaio Aline Portugal Ana Carolina Soares Ana Vaz André Parente André Sampaio Arthur Tuoto Camila de Carvalho Christian Saaghard Clarissa Campolina Cristina Maure Darks Miranda Davi Pretto Dea Ferraz Deborah Viegas Diogo Oliveira Ernesto de Carvalho Fabian Cantieri Gabraz Sanna Gustavo Jahn Guto Parente Helena Solberg Henrique Borela Igor Câmara Isabel Penoni Jaqueline Maria Jessica Candal Joana Oliveira João Borges João Vieira Torres Julia de Simone Juliano Gomes Julio Bressane Karen Akerman Léo Bittencourt Letícia Bina
index by director
22 Lincoln Péricles 62, 63, 64, 65 Louise Botkay 71 Lu Teixeira 44 Luisa Marques 54 Luiz Pretti 24 Luiz Roque 53 Luiz Rosemberg Filho 71 Maíra Iabrudi 35 Marcela Borela 40 Mariana Cavalcanti 49, 76, 77, 78, 79 Marília Rocha 27 Melissa Dullius 51 Miguel Seabra Lopes 60 Pascale Obolo 33 Paula Gaitán 54 Pedro Diógenes 71 Rapha Spencer 19 Ricardo Alves Jr 54 Ricardo Pretti 18 Rodrigo de Oliveira 71 Sá Luapo 70 Safia Benhaim 45 Sebastian Wiedemann 70 Tatiana Mazú 67 Trinh T. Minh-ha 14 Valentina Homem 52 Vincent Carelli 58 Yasmin Thayná 17 Yuri Firmeza
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créditos
LIS KOGAN
direção / director
ALESSANDRA CASTAÑEDA
coordenação executiva / executive coordinator
DANIEL QUEIROZ e LIS KOGAN
curadoria e programação / curator and programmer FÁBIO SAVINO
produção e tráfego de cópias / producer and print traffic ANDRÉ NOVAIS OLIVEIRA, CARLA ITALIANO, FÁBIO ANDRADE, FÁBIO SAVINO, FERNANDA TADDEI, KAREN BLACK, LEO AMARAL, MARCELO MIRANDA, PATRICIA FRÓES, PATRÍCIA MOURÃO, PEDRO MODESTO, SAMUEL LOBO, TALITA ARRUDA E TATIANA MONASSA
seleção inicial de filmes, diálogos curatoriais / films selection, curatorial dialogues AMARANTA CESAR, ANA CARVALHO, CARLA MAIA, JANAÍNA OLIVEIRA, LIS KOGAN, MARIA CARDOZO, MARIANA PORTO, MARISA MERLO, YASMIN THAYNÁ
curadoria mostra com mulheres - CachoeiraDoc / curators with women - CachoeiraDoc JOÃO FELIPE SEVERO
receptivo / guest service
NATALIA MENDONÇA
assistência de produção executiva / executive production assistant 110
credits
ANELE RODRIGUES
assistência de produção / production assistant DANIEL ARAÚJO
produção jurubeba / jurubeba producer KAREN BLACK
coordenação de vinhetas / teaser production FELIPPE SCHULTZ MUSSEL, ISABEL VEIGA, KAREN BLACK, MAYA DA-RIN
vinhetas / teasers
MARUAN SIPERT E THAINA FARIAS
monitoria / monitors
CATÁLOGO E ARTE /CATALOGUE AND DESIGN PATRICIA FRÓES
coordenação editorial e gráfica / editorial and graphic coordinator CLARA MOREIRA
ilustração / illustrator
CHICA CALDAS, FERNANDA GUIZAN
design gráfico / graphic design
JOÃO CÂNDIDO ZACHARIAS
tradução de textos / translator TIAGO LYRA
revisão de textos / copydesk 111
COMUNICAÇÃO /COMMUNICATION KAMILLE VIOLA
assessoria de imprensa / press agency FELIPE RIBEIRO
redes sociais / social media
LUCAS MARTINS
programação site / website RODRIGO GOROSITO
cobertura fotográfica / photo coverage JULIANE PEIXOTO
registro em vídeo / video coverage
EDUARDO VALENTE, FELIPE BRAGANÇA, GUSTAVO SPOLIDORO, HELVÉCIO MARINS JR, KLEBER MENDONÇA FILHO, LIS KOGAN E MARINA MELIANDE
fundadores da semana / director’s week founders
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agradecimentos
thank you
Adhemar de Oliveira, Aline Junqueira, Amanda Gabriel, Ana Duda Coutinho, Ana Paula Oliveira, Antonio Mazzillo, Cláudia Pedrozo, Eduardo Valente, Felipe Bragança, Flavia Cavalcante, Gabriel Zimbardi, Giuseppe Zani, Isabel Veiga, Ivonete Pinto, Lia Bahia, Lili Monteiro, Luciana Maciel, Marcelle Darrieux, Marcos Mateus, Mariana Campos Carvalho, Mariana Ribas, Leonardo Botto, Olivia Tran, Raphaël Ceriez , Sandra Gallo Bergamini, Stéphane Delorme, Thomas Sparfel, Tiene Andrade e à toda a equipe do Espaço Itaú de Cinema. Agradecimentos especiais à Rachel Ades, que muito nos ensinou sobre os textos e suas minúcias, com abertura e amor. In memorian.
We thank deeply Rachel Ades, for teaching us so much about writing and its many details, with an open heart and love. In memorian.
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cartazes posters 115
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ALESSANDRA NEGRINI FIGURINO
FERNANDO EIRAS
ROTEIRO E DIREÇÃO JULIO BRESSANE PRODUÇÃO TANDE BRESSANE e BRUNO SAFADI COLABORAÇÃO NO ROTEIRO E MONTAGEM ROSA DIAS MONTAGEM E FINALIZAÇÃO RODRIGO LIMA DIREÇÃO DE ARTE MOA BATSOW DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA PEPE SCHETTINO e PABLO BAIÃO MARIA APARECIDA GAVALDÃO SOM DIRETO BRUNO ARMELIN DIREÇÃO DE PRODUÇÃO FERNANDA ROMERO EDIÇÃO DE SOM E MIXAGEM DAMIÃO LOPES PROJETO GRÁFICO PEDRO GARAVAGLIA e OLIVIA FERREIRA | RADIOGRÁFICO PATROCÍNIO
PRODUÇÃO
APOIO
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um filme de
com
texto e roteiro
som
produção executiva
pesquisa de imagens
gravação da narração
tratamento de cor
Vincent Carelli em co-direção com Ernesto de Carvalho e Tita
Celso Aoki Myriam Medina Aoki Oriel Benites Tonico Benites
Vincent Carelli e Tita
Ernesto de Carvalho Celso Aoki Fausto Campolli Vincent Carelli
Olivia Sabino
Beth Formaggini Bebel Kastrup Fernando Ancil Iara Ferraz Rafaella Ruiz
Nicolas Hallet Simone Dourado
Tiago Campos
assistência de produção
mixagem de som
Priscila Gonzaga Editora—Aplicação
narração
Vincent Carelli fotografia
Ernesto de Carvalho Vincent Carelli
Ana Karenine Sá
tradução guarani – português Oriel Benites
Gera Vieira Nicolas Hallet Estúdio Carranca
realização Vídeo nas Aldeias & Papo Amarelo
projeto gráfico incentivo para finalização
animação
Bateu Castelo finalização
Fábio Costa Menezes Ernesto de Carvalho
Este filme foi financiado pela sociedade civil brasileira.
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patrocínio
produção
parceria
apoio institucional
promoção
apoio
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