Semasa - Cartilha "Água: Um Bem de Todos!"

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Expediente ...................................................................................................................................... Série Educação Ambiental – Água Coordenadoria de Comunicação Social do Semasa Projeto gráfico e ilustrações: Marcelo Pacheco

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A água no Planeta Terra A água tem uma enorme importância para a vida humana. Dependemos 100% dela para sobreviver. Mais de 70% do corpo humano é composto por água. A água ocupa cerca de 70% da superfície do nosso planeta:

Água para vivermos Já pensou o mundo sem água?

• 97,4% da água é salgada. Da pequena parcela de água doce (2,6%), uma porção ainda menor está disponível para as atividades humanas, pois: • 68,9% são geleiras, calotas polares • 29,9% são águas subterrâneas • 0,9% compõe a umidade do solo e dos pântanos • 0,3% é a água doce de rios e lagos. 2

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Usamos a água para beber, para preparar alimentos, fazer higiene pessoal, para atividades domésticas, para limpeza das cidades, geração de energia elétrica, irrigação de jardins, construção de obras, produção de bens industriais e muitas outras atividades. Por isso, as águas doces superficiais dos rios, lagos e riachos, e as águas subterrâneas possibilitam: • A produção de alimentos • A sustentação da biodiversidade • A manutenção das atividades humanas e da vida


Distribuição desigual

O mau uso das águas subterrâneas

A água doce não tem distribuição igual no planeta e também no Brasil.

Com a água subterrânea, a situação também é preocupante porque cada vez mais há perfuração de poços para exploração destas águas. Estima-se que dez mil novos poços sejam perfurados por ano no Brasil.

Um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) demonstrou que 26% do total da água disponível no planeta estão na América do Sul, onde vivem 6% da população mundial. Já o continente asiático concentra 36% do total de água doce e abriga 60% da população mundial. Ainda segundo a Unesco, se continuarmos com o ritmo atual de crescimento da população, somado ao uso insustentável da água, em 2025 o consumo humano pode chegar a 90%, restando apenas 10% para os outros seres vivos do planeta.

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Por tudo isso, é grande a preocupação mundial com a escassez de água, já que se trata de um bem finito, ameaçado pelo mau uso, a poluição e o aquecimento global.

Pouco mais de 13% da água doce mundial está no Brasil. Mas, assim como no planeta, aqui também a distribuição da água não é igual em todo território.

A água e a saúde

Mais de 73% da água doce disponível no país encontram-se na bacia Amazônica, onde o número de habitantes é menor. A região Sudeste, mais urbanizada e com intensa atividade industrial dispõe de menos recursos hídricos.

A água destinada ao consumo humano precisa passar por tratamento para se tornar potável. Depois de captada em rios e represas, a água percorre um longo caminho até chegar à torneira, passando por estações de tratamento onde são realizados os processos de desinfecção.

Também é desigual o uso da água doce disponível para as atividades humanas: (*)

Após o tratamento, amostras da água são analisadas em laboratório, com objetivo de garantir a sua potabilidade e afastar riscos para a saúde.

70% vão para irrigação da produção agrícola.

De acordo com o Ministério das Cidades, no Brasil cerca de 60 milhões de brasileiros ainda não são atendidos pela rede coletora de esgoto e cerca de 15 milhões ainda estão sem acesso à água encanada. 22% vão para as atividades industriais

Os baixos índices de saneamento básico estão associados a doenças como disenteria, hepatite, meningite, esquistossomose e cólera, entre outras. Água poluída é diferente de água contaminada!

8% restantes são destinados ao uso humano em geral, para higiene e preparo de alimentos. (*) Fonte: Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação – FAO

A água pode apresentar alterações. Ela está contaminada quando contém agentes que podem causar doenças, como bactérias, vírus, vermes e protozoários. Ela está poluída quando possui alterações físicas, como cheiro, cor, sabor e turbidez.

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Água na Região Metropolitana de São Paulo e a Bacia do Alto Tietê Santo André está inserida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), composta por 39 municípios e abrigo para mais de 19 milhões de pessoas. Ou seja, são muitos habitantes para pouco espaço: 3,2% do território do Estado de São Paulo.

Por causa deste cenário, que comprometeu boa parte dos cursos d´água e também devido ao número de habitantes, a Região Metropolitana de São Paulo já tem que ir buscar água em outra Bacia, a do Piracicaba (Sistema Cantareira, da Sabesp). Ela chega a São Paulo através de bombas, túneis, reservatórios – um complexo sistema que custa muito caro. Apesar de possuir oito sistemas produtores de água, o total da água produzida na Bacia é suficiente para abastecer apenas metade da população da RMSP por conta de fatores diversos como qualidade das águas dos rios Tietê, Pinheiros, Ipiranga, Anhangabaú e Tamanduateí.

A Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Sub-Bacias Hidrográficas Existem muitas formas de se dividir as regiões do País. Uma delas é por sua Bacia Hidrográfica. Santo André faz parte da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. A Bacia do Alto Tietê concentra problemas graves: 1. Falta de saneamento básico 2. Baixa disponibilidade de água 3. Conflitos pelo uso da água, por exemplo: uso para consumo humano x uso industrial 4. Ocupação dos mananciais 5. Desmatamento e destruição das matas ciliares, que protegem os cursos d´água 6

Cada Bacia Hidrográfica é dividida em sub-bacias. Em Santo André temos as sub-bacias do Oratório, Tamanduateí e dos Meninos.

DIVISÕES DAS SUB-BACIAS DO ALTO TIETÊ

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Sub-Bacia Billings-Tamanduateí

Cabeceiras (1.694 km2) Cotia-Guarapiranga (965 km2) Billings-Tamanduateí (1.925 km2) Juqueri-Cantareira (713 km2) Jusante Pinheiros-Pirapora (569 km2) Penha-Pinheiros (1.019 km2)


A importância do manancial Manancial é a fonte de onde se retira a água para abastecimento e consumo da população e outros usos, como indústria e agricultura. Para a manutenção da qualidade e disponibilidade das águas de um manancial é fundamental que se preserve a vegetação de seu entorno para minimizar a poluição, a ocupação desordenada, entre outros fatores que afetam a saúde das águas. Atualmente, os mananciais da Região Metropolitana de São Paulo estão com a qualidade das águas comprometidas, principalmente por causa da ocupação urbana não planejada.

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O que pode ser feito para a conservação deste bem? • Usar a água de forma consciente nas atividades diárias • Preferir produtos que usam menos água em toda cadeia produtiva • Diminuir o desperdício e as perdas d´água • Verificar possíveis vazamentos e consertá-los com rapidez • Preferir vasos sanitários e torneiras com economizadores de água e/ou com temporizador • Introduzir o reúso da água nas atividades diárias, como aproveitar a água da máquina de lavar roupas para limpar o quintal • Usar corretamente a rede de esgoto • Não jogar lixo nos cursos d´água e participar da coleta seletiva da cidade • Alterar os modos de irrigação da terra

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A Represa Billings Parte da água consumida em Santo André vem da Represa Billings, através do Sistema Rio Grande, um dos oito sistemas produtores de água da Sabesp que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo. A Represa Billings é o maior reservatório de água da RMSP. Ela foi criada originalmente para gerar energia para indústria em Cubatão, mas devido ao grande crescimento populacional e ao aumento da necessidade de água potável para o abastecimento público, a Represa Billings passou a integrar o sistema produtor da Sabesp.


Pegada hídrica e a água virtual

Exemplo: para um quilo de carne bovina, usamos 15,5 mil litros de água até o produto chegar ao consumidor final. Cada brasileiro, segundo o IBGE, consome em média 17 kg de carne bovina por ano.

A pegada hídrica ou pegada de água é um conceito criado em 2002 pela Unesco para estimar o consumo de água doce embutida em produtos e serviços. Trata-se de uma fórmula que demonstra o quanto de água se consome em determinadas atividades. São considerados o uso direto e indireto da água no processo de produção e na cadeia de suprimentos. Dizemos que a água utilizada nos processos de produção é a chamada “água virtual”, um termo criado em 1993 e que indica o quanto de água é gasto para produzir um bem, produto ou serviço. Dados da Unesco demonstram que o comércio global movimenta um volume anual de água virtual da ordem de 1.000 a 1.340 km³, sendo:

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67 % relacionados com o comércio de produtos agrícolas. 23 % relacionados com o comércio produtos animais. 10 % relacionados com produtos industriais.

Os serviços do Semasa Em Santo André, o abastecimento de água é feito pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Além da água, o Semasa também faz a coleta do esgoto e o envia para tratamento, cuida da drenagem, da gestão ambiental, da gestão dos resíduos sólidos e da gestão de riscos urbanos, com a Defesa Civil. É o chamado Saneamento Integrado ou Saneamento Ambiental. Por exemplo, quando o lixo é lançado no córrego em vez de ser destinado corretamente, ajuda a poluir a água, entope os sistemas de drenagem provocando enchentes e provoca doenças, entre muitos outros males. Isto porque entendemos que as ações de saneamento ambiental estão interligadas, pois uma depende da outra e todas promovem um município ambientalmente mais equilibrado e saudável.

Fonte: Planeta Sustentável – Editora Abril

Reservatórios de água em Santo André: 22 Capacidade de reservação: 102.900 m3 (102,900 milhões de litros de água) Rede de água: 1.796,37 km Rede de esgoto: 1.200,53 Rede de drenagem: 389,202

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A água em Santo André Você sabe como a água que você usa diariamente chega à sua torneira?

Reservação e distribuição de água Depois de passar pela ETA, a água é destinada a grandes reservatórios e, destes, distribuída por redes para residências, comércios, indústrias e órgãos públicos. A capacidade de reservação de uma cidade se compara à capacidade de uma caixa d´água de uma residência, ou seja, quanto maior capacidade, maior autonomia. Em Santo André são 22 reservatórios, que podem ser de concreto ou de aço. Recebem manutenção preventiva, que inclui limpeza e desinfecção periódicas.

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A água que chega à sua torneira em Santo André vem de três sistemas diferentes: 94% são produzidos pela Sabesp, através dos Sistemas Rio Claro e Rio Grande; 6% são produzidos pelo Semasa, que capta a água nos limites do Parque do Pedroso (Represa Billings) e trata na ETA Guarará. Santo André consome cerca de 167 milhões de litros de água por dia. Abastecimento de Santo André:

74% da água vêm do Sistema Rio Claro, cuja captação ocorre na Represa Ribeirão do Campo e o tratamento é feito na ETA Casa Grande, no município de Biritiba Mirim, a 70 km de São Paulo.Abastece 1,5 milhão de pessoas do bairro de Sapopemba, na Capital, e parte dos municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André. O sistema foi construído na década de 30, e foi ampliado na década de 70.

20% da água vêm do Sistema Rio Grande, com captação na Represa Billings e o tratamento na ETA Riacho Grande, em São Bernardo do Campo. Produz 5 mil litros de água por segundo e abastece 1,2 milhão de pessoas em Diadema, São Bernardo do Campo e parte de Santo André.

6% são captadas no Parque Natural do Pedroso e tratadas na ETA Guarará, em Santo André. Observação: O governo de Santo André vai ampliar a captação de água de 6% para 25%, elevando Fonte: Sabesp e Semasa a produção própria para 500 litros por segundo.

Locais onde ainda não é possível a construção de rede de abastecimento são abastecimentos por caminhão-pipa. Isto acontece em regiões de proteção aos mananciais.

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As etapas do tratamento da água 1. Desinfecção e coagulação – a água recebe o cloro líquido para destruir organismos causadores de doenças. O cloro também auxilia a reduzir cor, gosto e odores desagradáveis da água, além de restringir e controlar o crescimento de matérias orgânicas durante a filtração. Além disso, a água recebe a cal hidratada e o sulfato de alumínio, ou o sulfato férrico: são as primeiras aplicações químicas para tornar a água potável. 2. Floculação – depois, a água vai para os tanques com chicanas, onde escoa bem devagar para que os produtos químicos possam agir na água, formando flocos que envolvem as impurezas.

4. Filtração – a água, já aparentemente limpa,segue para os filtros onde serão removidas mais impurezas, inclusive aquelas que não desceram para o fundo. Os filtros são compostos por camadas de areia fina, média e grossa, e por uma camada de cascalho. A água filtrada vai para um canal onde recebe a cal para equilibrar a acidez e a alcalinidade da água. Também recebe soluções de hipoclorito, numa proporção que varia de acordo com a qualidade da água que se deseja obter. 5. São colocados na água os compostos de flúor para a prevenção às cáries. 6. Já tratada e analisada, a água potável é bombeada aos reservatórios do Semasa e, de lá, é distribuída à população.

3. Decantação – a água com os flocos segue para grandes piscinas de sedimentação, onde os flocos descem para o fundo.

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Bibliografia

Redes, equipamentos e gerenciamento da água A distribuição da água é feita através de redes maiores, as chamadas redes primárias, e redes menores, conhecidas como redes secundárias (menor diâmetro). Às redes secundárias estão conectadas as ligações dos imóveis. Em todo o sistema de distribuição de água existem outros acessórios, que melhoram o funcionamento do sistema e a distribuição, como válvulas, ventosas e hidrantes. O Semasa possui uma central de operação de Telecomando e Telemetria. Nesta central é possível visualizar informações diversas, como o nível dos reservatórios, pressões na rede, vazão da água, bem como acionar bombas e válvulas à distância. 16

Tudo isso ajuda o Semasa a agilizar as operações e melhorar o desempenho do sistema de distribuição de água para atender à população.

...................................................................................................................................... BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Água: um recurso cada vez mais escasso. Brasília: MMA, s.d. SANTOS, M.C.; FARIA, A.A.C. (Org.). O abastecimento de água em Santo André: aspectos históricos e quadro atual. Santo André: Semasa, 2008. Manual de etiqueta. São Paulo: Planeta Sustentável, s.d.

Semasa. (Santo André, SP). Estação de tratamento de água: ETA Guarará: cartilha. Santo André, s.d. Escola de Formação Ambiental Billings. (Santo André, SP). Cartilha do gestor ambiental comunitário. Santo André, 2012. Site Instituto Akatu para o Consumo Consciente

http://www.akatu.org.br/ Site da Sabesp

http://site.sabesp.com.br/site/default.aspx ......................................................................................................................................

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