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3.5 A QUEDA DE SAMARIA – REINO DO NORTE
GEOGRAFIA BÍBLICA
Talvez nenhum povo da antiguidade ocidental tenha valorizado tanto a lógica e o raciocínio. Por isso já se disse que “a razão é grega” (aqui “razão” significa “capacidade de raciocinar com lógica”). Ao mesmo tempo em que davam tanta importância ao pensamento racional, os gregos também foram artistas excepcionais.
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O mundo hodierno traz muitas marcas indeléveis da cultura grega. O idioma português (e outros idiomas) está cheio de palavras derivadas do grego, como teologia, paracletologia, teofania, soteriologia, apocalipse etc. Na escola se estuda o teorema de Pitágoras, a lei de Arquimedes, a geometria de Euclides. As grandes obras de literatura e artes gregas até hoje são modelos de beleza.
A filosofia grega desenvolveu-se primeiro em suas colônias da Ásia Menor devido à influência da filosofia oriental, bem como do Egito e povos asiáticos do Oriente Próximo, inclusive os mesopotâmios, que às colônias chegou antes, por razão geográfica. Também influenciou o progresso econômico e comercial das colônias em relação à metrópole, ainda dominada à época pela aristocracia agrícola, mais conservadora e menos democrática. A ciência egípcia e sua pioneira organização administrativa e econômica; a religiosidade dos povos do deserto, bem como a dos orientais; o alfabeto persa, evoluído da escrita cuneiforme e, sobretudo, o alfabeto fenício, – serviram de base ao grego que, apenas, acrescentaram a este último as vogais.9 Tudo isto aportou primeiro às colônias, em idade que hoje podemos qualificar de “clássica” (a partir do século VII a.C.).
Realmente, regiões como a Jônia, a Lídia e a Cária, graças ao pujante comércio de suas cidades (Pérgamo, a própria e famosa Tróia, de cultura desenvolvida antiqüíssima, inclusive devido à domesticação e criação de cavalos, Esmirna, até hoje existente e importante porto turco, Éfeso, Mileto, Samos, Sardes, entre outras) alcançaram níveis destacados de desenvolvimento econômico. Esta região corresponde hoje ao território da Turquia e arredores. O conseqüente desenvolvimento científico e social, advindo do desenvolvimento econômico, propiciou o nascimento do que se denomina “filosofia ocidental”.
9. RUSSEL, Bertrandl. História da Filosofia Ocidental. Vol I. São Paulo: Cia. Ed. Nacional, 1957, p. 13, comenta: “Os gregos, tomando-o dos fenícios, modificaram o alfabeto para que este se adaptasse ao seu idioma, realizando a importante inovação de acrescentar-lhe vogais, em lugar de empregar somente consoantes”.