HEBRAICO INTRODUÇÃO - MÓDULO CRISÓLITO - SBL

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. 2. 3. 4.

HISTÓRICO DOS IDIOMAS SEMÍTICOS A ESCRITA HEBRAICA O DESENVOLVIMENTO DO HEBRAICO O RENASCIMENTO DO HEBRAICO

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5. O ALFABETO HEBRAICO 99 6. VOGAIS 104 7. GÊNERO E NÚMERO DOS SUBSTANTIVOS 110 8. ADJETIVO 112 9. PRONOMES PESSOAIS 114 10. PRONOMES DEMONSTRATIVOS 118 11. A LINGÜÍSTICA E A FONÉTICA COMO BASES PARA COMPREENDER A LÍNGUA HEBRAICA 120 AVALIAÇÃO REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO O texto hebraico se escreve da direita para a esquerda. As letras que formam o alfabeto hebraico são chamadas de quadráticas, ou caracteres quadráticos, devido às formas mais ou menos quadradas. Existem também as letras cursivas, utilizadas ainda hoje na escrita manual. Neste compêndio serão utilizadas somente as quadráticas, pois são as mais utilizadas na forma impressa. O alfabeto hebraico, diferentemente do português, não possui vogal. Sabemos da dificuldade que há em aprender qualquer outro idioma, mas esperamos que haja dedicação, pois temos plena convicção que o Espírito de Deus nos ajudará em tão grande desafio. De uma maneira simples e didática, esta disciplina conduzirá qualquer aluno ao aprendizado da língua hebraica, bem como a leitura e tradução do Antigo Testamento. Espero, que o hebraico, a mais bela e profunda língua bíblica, seja estudada, entendida e usada pelos estudantes de teologia em seus estudos e sermões, sem a necessidade de conhecimentos exaustivos de gramática. Agora, a língua hebraica está ao seu alcance! A partir de hoje, aprender, só depende de você!

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1 HISTÓRICO DOS IDIOMAS SEMÍTICOS No começo do século III a.C., o hebraico, até então falado na Palestina, foi superado pelo aramaico, mas continuou a ser usado na liturgia e na literatura. No século XIX, com o movimento sionista na Europa oriental e na Palestina, o hebraico ressurgiu como língua viva e tornou-se o idioma oficial, escrito e falado, de Israel. Língua semita dos hebreus, o hebraico, liga-se intimamente ao fenício e ao moabita, com os quais os estudiosos a situam no subgrupo cananeu. Seu nome, como a de seu povo, deriva provavelmente de Eber, filho de Sem, ancestral de Abraão. Nos textos ugaríticos, há referência ao povo de hapiru ou habiru, que Hamurabi teve a seu serviço. Mais tarde passou-se a afirmar que o nome “hebreu” proveio de ivri, “o que está do outro lado (do rio)”. Na versão grega da Bíblia, “Abraão, o hebreu”, é traduzido por “Abraão, o que atravessou (o rio)”, ou seja, o alienígena, o imigrante (Gênesis 14.13). A história da língua hebraica é normalmente dividida em quatro grandes períodos: (1) bíblico ou clássico, até meados do século III a.C., em que foi escrito o Antigo Testamento; (2) mischnaico ou rabínico, língua da Mischná, código jurídico-religioso dos judeus, escrito por volta de 200 da era cristã; (3) hebraico medieval, do século VI ao XIII da era cristã, quando muitas palavras foram tomadas do grego, espanhol, árabe e outras línguas; e (4) hebraico moderno, a língua de Israel no século XX. O mais antigo documento conhecido em hebraico, grafado em caracteres fenícios, é o cântico de Débora (Juízes 5), que se acredita ser anterior ao ano 1000 a.C. A destruição de Jerusalém e a partida dos judeus para o cativeiro da Babilônia, no século IV, marcam o declínio do hebraico falado na Palestina. A língua sofreu infil88

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO trações das línguas canaanitas, bem como do acadiano e do aramaico. Assimilou ainda grande número de palavras sumérias, latinas e persas. O uso da língua falada diminuiu do século IX até o século XVIII. A língua medieval, no entanto, continuou a evoluir em várias direções. O culto do poema litúrgico denominado piyyût (esta mesma, uma palavra grega), entre os séculos VI e IX, enriqueceu o vocabulário escrito com sentidos novos para velhas palavras e cunhagem de outras. Também os poetas hebreus-espanhóis (900-1250) contribuíram da mesma forma. Esse período assistiu à aquisição de cerca de três mil termos científicos, filológicos e filosóficos. Alguns se formaram de velhas raízes com novas formas, outros se basearam em palavras já existentes no hebraico e outros ainda foram adaptados de línguas estrangeiras. O hebraico moderno baseado na língua da Bíblia contém inevitáveis inovações e modernizações. É, curiosamente, a única língua falada que se baseia numa língua escrita. Sua pronúncia é uma alteração da língua usada pelos judeus sefarditas (espanhóis e portugueses) e a sintaxe se baseia na da Mischná. As velhas consoantes guturais, tão características da língua antiga, perderam-se, ou não são perceptíveis, exceto na pronúncia dos judeus orientais. Um traço de todos os estágios do hebraico é a utilização de palavras-raízes, normalmente com três consoantes, a que são acrescentadas vogais e outras consoantes para formar palavras derivadas de sentidos diversos.

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A ESCRITA HEBRAICA Sabemos que o sistema de escrita hebraico desenvolveu-se a partir de um sistema de escrita anterior: o Fenício. A forma da escrita hebraica foi evoluindo através dos séculos. No período de 1000 a.C. a 200 a.C. predominava uma escrita arredondada (herdada do estilo Fenício). Segundo sabemos este tipo de escrita pode ser visto nos Rolos do Mar Morto. Após o cativeiro babilônico os judeus passaram a usar a escrita quadrada do idioma aramaico que era a língua oficial do império persa, usando a partir daí a caligrafia aramaica de livro, que era uma forma mais precisa da escrita. O Dicionário VINE nos informa que quando Jesus menciona o “jota” e o “til” da Lei Mosaica, Ele se referia aos manuscritos na escrita quadrada. Quando chegou o apogeu do império grego sob Alexandre O Grande, os Líderes judaicos preocuparam-se com a preservação do hebraico, vistas às investidas culturais gregas. Contudo os judeus que viviam fora da Palestina usavam versões do texto bíblico em aramaico (Targuns) ou em grego (Septuaginta). Os Targuns e a Septuaginta foram traduzindo dos manuscritos hebraicos. Depois que Jerusalém foi destruída pelos Romanos no ano 70 da era Cristã, os estudiosos judeus foram espalhados pelo mundo. Como conseqüência o conhecimento do hebraico começou a declinar, e foi quando alguns grupos de estudiosos procuraram inventar sistemas de marcas vocálicas (pontos) para ajudar os leitores judeus que não falavam mais o hebraico. Estes estudiosos ficaram conhecidos como Massoretas, pois a marca que inventaram chama-se Massorá. O texto Massorético preservou consoantes que eram usadas por volta de 100 a.C. Como indica os manuscritos do Mar Morto, porém as marcas vocálicas repre-

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO sentam um período da língua hebraica de 300 d.C. O texto produzido pelos Massoretas foi tão importante que se tornou a base para os estudos do Antigo Testamento durante toda Idade Média. Contudo os judeus durante a história nunca deixaram de ler e escrever em hebraico. Prova desse fato é o imenso acervo de livros de sabedoria, filosofia, poesia e outros que surgiram em língua hebraica durante a Idade Média. Exemplo disto é o fato dos judeus da Inglaterra nos séculos XII e XIII, registrar seus negócios em hebraico.

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O DESENVOLVIMENTO DO HEBRAICO Supõe-se, em geral, que o hebraico morreu após a destruição do Segundo Templo (ano 70 d.C.), passando a servir, então, principalmente, como língua das orações. Acredita-se também que, embora alguns livros tenham sido depois escritos em hebraico, a língua não sofreu acréscimos e permaneceu estagnada. Este ponto de vista é falho em vários aspectos. Primeiramente, apesar de ser verdadeiro que a língua hebraica deixou de ser falada, a atividade literária no período da Diáspora foi imensa. O número de livros escritos neste período (70 d.C. a 1948) atinge dezena de milhares, incluindo alguns volumes bastante alentados, e cada livro contribuiu com algo para o desenvolvimento da língua, ao tratar de diferentes temas e problemas. Em segundo lugar, é certamente errôneo conjeturar que somente as línguas faladas se desenvolvem e crescem. Ao contrário, mesmo nas línguas vivas o enriquecimento do vocabulário se dá, principalmente, na linguagem escrita. No caso do hebraico, dezenas de milhares de palavras foram criadas, no período da Diáspora, para designar idéias, instituições e invenções que surgiram naquele decurso de tempo. Além disto, muitas palavras novas foram criadas, sem qualquer razão externa aparente, já que, em todos os idiomas palavras deixam de ser usadas e são substituídas por outras. O vocabulário criado no período da Diáspora não foi até agora totalmente coletado, pois está disperso em grande número de livros, muitos dos quais existem apenas em Manuscritos. Somente o Dicionário Histórico que está sendo atualmente preparado pela Academia da Língua Hebraica poderá incluir todas essas riquezas.

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO Num dicionário do hebraico contemporâneo contém material formado de várias camadas lingüísticas sobrepostas. Em suas páginas encontram-se palavras de mais de três mil anos, algumas criadas há apenas mil anos, e outras penetraram na língua bem recentemente. Aparecerem todas, lado a lado, e em conjunto formam uma unidade: o vocabulário em uso em nossa geração. Atualmente o indivíduo que fala hebraico, provavelmente não está consciente de que estas palavras são de diferentes períodos. Para ele, todas são palavras hebraicas. No conjunto, não é possível reconhecer este aspecto externo, se é antiga ou recente. Somente o estudo de livros escritos em diferentes períodos revelará quando, determinado vocábulo começou a ter curso nesta língua. Há alguns dicionários que indicam, até certo ponto, a época em que uma palavra entrou no curso. Estes são: o grande Thesaurus de Bem Yehuda, os dicionários Y.Gur, de Y.Kenaani e a Segunda Edição de A. Even-shoschan. Nas cartas de Tell-El-Amarna, antes da conquista israelita da Palestina, contêm escritas na língua babilônica e também algumas palavras da língua local. Aprendemos que no século XIV a.C. tais palavras já tinham e têm até hoje o mesmo significado (navio, verão, pó, gracioso, muralha, gaiola, tijolo, falta, portão, campo, agente comercial, cavalo, imposto) e mais outras quinze palavras que eram correntes na fala da Palestina. Estas são, portanto, as primeiras palavras hebraicas atestadas em documento escrito. Subentende-se naturalmente, que naquela época eram correntes também milhares de outras palavras dentre as quais, algumas encontradas na Bíblia, mas não mencionadas nas cartas de Tell-El-Amarna, por falta de oportunidade. O mesmo se aplica à própria Bíblia. A Bíblia emprega cerca de 8.000 palavras hebraicas diferentes (das quais 2.000 aparecem apenas uma vez), mas certamente este não era o vocabulário completo disponível para o falante hebraico no período bíblico. Esse vocabulário atingia, sem dúvida, 30.000 ou mais vocábulos, mas os autores dos vários livros da Bíblia não tinham motivos para usar a maioria deles. A Bíblia trata de um número restrito de temas, mesmo porque ela não é uma enciclopédia. O número de palavras diferentes nas partes hebraicas na Mischná, Tosefta, nos Talmudes e nos Midraschim, que em conjunto são denominados, Hebraico Mischnaico, é muito maior, porque a variedade de temas é maior. É bem viável que 93

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO muitas das palavras existentes no Hebraico Mischnaico, eram usadas no período bíblico, mas não foram empregados na Bíblia. Uma palavra encontrada nas cartas de Tell-El-Amarna, nos dá uma prévia disso: é masch-hezet (Dt 24.6 – mó). Apesar de pobre, numericamente, o vocabulário contido na literatura bíblica é de especial importância para o hebraico atual. Sabemos que nem todas as palavras de uma língua são usadas com igual freqüência. Algumas são constantemente empregadas como: homem, casa, fazer, falar. Outras são usadas em ocasiões extremamente raras, embora, a média dos que usam hebraico como língua nativa, estejam familiarizados com seu significado. A pesquisa científica demonstrou que, em qualquer língua, 1.000 palavras compõem cerca de 85% de todo o material de um texto médio. Entre essas 1.000 palavras mais freqüentes em hebraico, 800 são da época bíblica. A lista dos 1.000 vocábulos mais usados, como ensina os Ulpanim também inclui cerca de 800 palavras hebraicas bíblicas. Assim, a importância do vocabulário bíblico é desproporcional à sua participação numérica entre os 60.000 ou mais vocábulos que compõem o hebraico atual. A análise de textos de jornal demonstrou que 60 a 70% das palavras usadas nos noticiários comuns, são bíblicas, enquanto que cerca de 20% são encontradas somente na literatura mischnaica, e a pequena percentagem restante, são compostas de termos de origem medieval e invenções modernas. Uma recente pesquisa numa amostragem de 200.000 palavras correntes, selecionadas ao acaso em jornais e periódicos, demonstra que entre as palavras que ocorrem mais de cinco vezes (o que compõe quase metade do vocabulário inteiro encontrado em tais textos), as palavras bíblicas formam 61% das ocorrências. A diferença é devida à inclusão de artigos de fundo, comentários, etc. onde as palavras recentemente criadas ocorrem em maior número. Cerca de 14.000 palavras do dicionário hebraico procedem da linguagem mischnaica. Isto não constitui o número total de palavras usadas naquela época, pois o hebraico mischnaico tem mais de 6.000 palavras em comum com o hebraico bíblico. Assim, as fontes do hebraico mishnaico (Mischná, Tossefta, partes do Talmude e Midraschim) usam um vocabulário total de cerca de 20.000 palavras. A edição recente do dicionário de A. Even-Schoschan, de acordo com a estima94

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO tiva de seu autor, inclui 6.500 palavras de fontes medievais. Estas derivam principalmente do Piyut (poesia litúrgica), dos escritores judaicos medievais da Alemanha e França (principalmente dos comentários de Raschi), e das traduções feitas no sul da França nos séculos XII a XIV. Estas não são obviamente todas as palavras que foram criadas durante o longo período que decorreu entre o Talmude e o renascimento da língua hebraica. Este material está apenas parcialmente registrado. Milhares de palavras, atualmente de uso comum, foram tomados do aramaico talmúdico. O aramaico difere totalmente do hebraico na fonética, e na gramática, mas o constante trato dos judeus com o Talmude Babilônico, e, mais tarde também com o Zohar (obra mística escrita em aramaico), levou à absorção de muitas palavras do aramaico. Já na Idade Média com pequenas alterações formais, para lhes dar aparência de palavras hebraicas. Os estudiosos responsáveis pela ampliação do vocabulário técnico do hebraico, nos tempos modernos, têm continuado estes processos e palavras desta origem e têm passado para o hebraico constantemente. O próprio Even Schoschan apresenta perto de 15.000 palavras criadas desde o renascimento da língua hebraica. Uma vez que este dicionário não contém termos puramente técnicos, das ciências naturais e da tecnologia, o número de palavras adicionadas nestes noventa anos é provavelmente muito maior, embora tenhamos que deduzir certa porcentagem de palavras que não obtiveram aceitação. O hebraico, como outras línguas, cresceu por camadas, sendo que cada uma corresponde a um período da língua, e em todas podemos encontrar fortes traços na nossa atual linguagem falada e escrita. Não apenas o vocabulário foi acrescido, mas cada período contribuiu com sua parcela de formas gramaticais e de estruturas sintáticas. Algumas das inovações dos vários períodos caíram em desuso, mas algumas das palavras e das características gramaticais que desapareceram, foram subseqüentemente recuperadas, e algumas estão sendo revividas atualmente. No hebraico moderno, todos esses elementos estão sendo combinados numa nova unidade orgânica. O falante do hebraico em Israel não está consciente da diferente idade das palavras que usa, assim como poucos falantes do inglês têm consciência da origem histórica das palavras de sua língua e da época em que penetraram no inglês. O interesse em esclarecer estas origens é histórico e intelectual e não implica 95

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO sobre o modo como estas palavras e estruturas são usadas. Em Israel há autores de assuntos lingüísticos que acreditam que a origem de uma palavra deve influir em matéria de estilo, e devido ao intenso estudo da Bíblia, e em alguns círculos da Literatura Rabínica, a consciência da origem das palavras torna-se mais viva em Israel do que na maioria dos outros países.

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O RENASCIMENTO DO HEBRAICO O hebraico, após quase dois mil anos sem ser falado, tornou-se novamente uma língua viva, e atualmente, é o idioma oficial do Estado de Israel. Considerado uma língua sagrada, esteve restrito desde o ano 200 d.C., comum à liturgia, filosofia e literatura. No final do século XIX, no entanto, transformou-se em um veículo cultural moderno, vital para o movimento de renascimento nacional que culminou no sionismo político. Por trás deste processo está a participação fundamental de Eliezer Ben-Yehuda – iniciador do movimento pelo surgimento da língua hebraica como idioma falado. Tendo imigrado para Eretz Israel (a Terra de Israel) em 1881, tornou-se pioneiro no uso do idioma no lar e na escola. Como parte de sua luta, incentivou a criação de novas palavras, lançou um periódico, em 1884, sendo também co-fundador do Comitê de Língua Hebraica, em 1890. Em 1910, iniciou-se a compilação do Dicionário Completo do Hebraico Antigo e Moderno, com 17 volumes. O trabalho foi concluído por sua esposa e seu filho, em 1959. O reconhecimento do hebraico como língua oficial na então Palestina, juntamente com o árabe e o inglês, pela Administração do Mandato Britânico, tornou-se o idioma oficial das instituições judaicas e do seu sistema educacional. As 8.000 palavras que compunham o vocabulário hebraico nos tempos bíblicos transformaram-se em 120 mil. O renascimento do hebraico, considerado um fenômeno único na história das nações. Foi fundamental no processo de construção da sociedade israelense e no desenvolvimento de sua identidade nacional, considerando-se principalmente o fato de ser um país formado por imigrantes vindos de mais de 80 97

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO países que trouxeram consigo a cultura e a língua de origem. Israel é, hoje, a única nação do mundo cujas crianças cantam e falam na língua dos profetas. Uma nação que fez renascer seu idioma e com ele todo o seu passado, para construir seu futuro.

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O ALFABETO HEBRAICO O Alfabeto hebraico é composto por apenas 22 consoantes, por isso se diz que o hebraico é uma língua consonantal. Não há a distinção entre letras maiúsculas e minúsculas. Quanto à leitura, faz-se da direita para a esquerda.

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Letra ÁLEF – Não possui som próprio. Pode, porém, assumir o som de vogais, dependendo da palavra. Representa o número 1.

02

Letra BET ou VET – Equivale às letras “B” ou “V”, dependendo da palavra. Representa o número 2.

03

Letra GUÍMEL – Equivale à letra “G”. Seu som é sempre como em “gato”, mas nunca como em “giz”. Representa o número 3.

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Letra DÁLET – Equivale à letra “D”. Representa o número 4. Letra HÊ – Equivale à letra “H”. Sua pronúncia é como na palavra “house” em inglês (ráuse). Não possui som quando no final da palavra. Representa o número 5.

Letra VAV – Equivale à letra “V”, mas pode ter som de vogal “U” ou de vogal “O”, dependendo da palavra. Representa o número 6.

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Letra ZÁIN – Equivale à letra “Z”. Representa o número 7.

Letra HET – Representa-se o RÊT de forma transferida por “KH”. Seu som é com o som do “R” na palavra “RUA”. É muito parecido com o RÊ, mas sua pronúncia é fortemente gutural. Representa o número 8.

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Letra TÊT – Equivale à letra “T”. Representa o número 9. Letra YOD – Equivale à letra “Y”. Apresenta som de “I”, embora seja uma consoante. O “Y” não faz parte do alfabeto da língua portuguesa, mas tanto em hebraico como em inglês, o “Y” é considerado consoante. Representa o número 10.

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Letra KAF – Equivale à letra “K”. Não deve ser transliterada como “C”, porque em muitas palavras em português o “C” tem som de “S” (casa soa como kasa, mas ceia soa como seia). Representa o número 20.

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Letra LÂMED – Equivale à letra “L”. Representa o número 30.

Letra MEM – Equivale à letra “M”. Essa letra muda de forma quando passa para o final da palavra. Representa o número 40.

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Letra NUN – Equivale à letra “N”. Essa letra muda de forma quando passa para o final da palavra. Representa o número 50.

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Letra SÁMEK – Equivale à letra “S”. Representa o número 60.

Letra AYIN – Essa letra também não possui som próprio e não possui correspondente em português. Pode, contudo, assumir o som de diferentes vogais, dependendo da palavra. Essa letra muda de forma quando passa para o final da palavra. Representa o número 70.

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Letra PÊ – Equivale à letra “P”, mas também pode ter som de “F”. Essa letra muda de forma quando passa para o final da palavra. Representa o número 80.

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Letra TZADE – Essa letra não possui correspondente em português. Equivale a um “T” seguido de “Z” ou “S”. Pode ser transliterado como em “TZ” ou “TS”. Essa letra muda de forma quando passa para o final da palavra. Representa o número 90.

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Letra QÔF – Equivale à letra “Q”. Pronuncia-se (Côf). Representa o número 100. Letra RÊSH – Equivale à letra “R” intermediária, como na palavra “CARO”. Representa o número 200.

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Letra SHIN – Equivale às letras “SH”, com o mesmo som de um “CH” em português. Representa o número 300.

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Letra TAV – Equivale à letra “T”. Representa o número 400.

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO 5.1 LETRAS FINAIS (SOFIT)

Existem cinco letras finais que mudam suas formas gráficas ao serem usada no final das palavras. Essas letras finais foram criadas para separar palavras e frases. Letra AYIN

Letra MEM

Letra NUN

Letra PÊ

Letra TZADE

Forma Normal

Forma Final

5.2 BEGADKEFAT

Existe um grupo de seis consoantes conhecido pelo nome de BEGHADHKEPHATH (pronuncia-se begadkefat). Essas letras quando não estão precedidas de vogal ou semivogal, devem levar um ponto (daghesh lele – lê-se “daguesh” lene) no centro delas, perdendo sua pronúncia aspirada Corresponde ao “Bh” (B aspirado) que é de fato um “V”, é então referido como “VΚT”, em vez de “BΚT”.

Corresponde ao “B”, não aspirado.

Corresponde ao “Gh” aspirado.

Corresponde ao “G” não aspirado.

Corresponde ao “Dh” aspirado.

Corresponde ao “D” não aspirado.

Corresponde ao “Kh” aspirado, é então referido como “KHAF”.

Corresponde ao “K” não aspirado.

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO Corresponde ao “PH” aspirado, que é de fato um “F”, é então referido como “FΚ”.

Corresponde ao “P” não aspirado.

Corresponde ao “Th” aspirado.

Corresponde ao “T” não aspirado.

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VOGAIS As vogais foram criadas para poder se pronunciar o texto da Bíblia, pois a língua original tinha sinais somente para as consoantes. No hebraico arcaico, mais antigo, não existiam vogais na escrita, as pessoas aprendiam o som de cada palavra e inseriam na leitura o som das vogais destas palavras, os sons de vogais existiam, mas não havia representação escrita destes sons. Desse modo, por exemplo, a palavra “computador” ficaria assim: “CMPTDR”. Então você leria “COMPUTADOR”, inserindo todas as vogais não presentes na escrita. Assim era o hebraico arcaico até a época dos massoretas. A partir destes, houve a preocupação de que ninguém mais soubesse como se pronunciavam as palavras. Foi então criado um sistema de sinais, chamado de “sinais massoréticos”, para indicar as vogais no idioma hebraico. O hebraico moderno conta com um sistema de sinais massoréticos com a finalidade de indicar a pronúncia das vogais. Tal sistema ajudou a preservar a pronúncia original das palavras. Esses sinais vocálicos são colocados, em geral, embaixo das consoantes, mas podem aparecer também em cima e ao lado das mesmas. O gráfico abaixo mostra os sinais massoréticos (vogais) em ordem técnica.

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LONGAS

BREVES

SEMIVOGAIS

VOGAL “A” Qamets Gadol

Qamets Qaton

Shevau Qamets

Shevau Pathah

Shevau

Shevau Segol

Hireq Qaton

Pathah

VOGAL “E” Tserê

Segol

VOGAL “I” Hireq Gadol

VOGAL “O” Vav Roulem

Roulem

VOGAL “U” Vav Shϊreq

Qibuts

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO 6.1 AS VOGAIS LONGAS QÂMETS GADHÔL

BA”

Note que abaixo da primeira letra da palavra encontra-se um sinal. É a vogal qâmets gadhôl, correspondente à vogal A, em português. As vogais longas ainda dividem-se em LONGAS POR NATUREZA e LONGAS POR POSIÇÃO. A vogal qâmets gadhôl, na palavra ba’ é longa por posição e deve ser transliterada por a (sublinhado). Assim: `aBh. Veja também:

hrAt (tôrâh, lei)

Aqui a vogal qâmets gadhôl é longa por natureza e deve ser transliterada com â (circunflexo).

Tserê

!Be

Nesta palavra, sob sua primeira consoante está a vogal tserê, correspondende à vogal E, em português. Quando longa por natureza ela deve ser transliterada como ê (com circunflexo), e quando longa por posição deve ser (sublinhada): e. Na palavra

!Be (ben, filho), a vogal é longa por posição.

Hireq Gadhôl

ayhi

Este é o pronome feminino da terceira pessoa do singular em hebraico (ela), lê-se hî`. Começa com uma consoante que tem um ponto embaixo, e, ao lado, a consoante YOD ( ). No caso, os dois (o ponto e a consoante yod) representam a vogal Hireq Gadhôl ( ). Esta vogal corresponde ao nosso I. Na transliteração

y

yi

usaremos î (com circunflexo).

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Hôlem

bAj

Esta palavra possui duas consoantes, a primeira e a última letra, e uma consoante entre elas. Esta vogal chama-se hôlem ( ) e deve ser transliterada por ô, assim: TôBh. Este hôlem, escrito com o vav, representa uma vogal longa por natureza. A vogal hôlem pode também aparecer sem o vav (somente com o ponto). Por exem. plo:

W

lheao

Vogais longas

a’ ae yai A W Shûreq

Transliteração

Longa por posição

Longa por natureza

a

â

e

ê î ô û

aWh

Esta palavra também possui duas consoantes. O sinal que aparece entre elas (o vav com o ponto no meio) é a vogal shûreq ( ), correspondente ao U em nosso alfabeto. Na transliteração usaremos û.

W

Resumo: nesta tabela utilizaremos a vogal Aleph para auxiliar na representação das vogais.

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO 6.2 AS VOGAIS BREVES

rh;

Pathah Esta palavra é HAR e significa Monte. Você já deve ter notado a vogal abaixo da primeira consoante. Esta é a vogal breve pathah, correspondente á vogal A no nosso idioma. Translitera-se como A.

V,

Seghôl/ A vogal abaixo da consoante Shin é a vogal breve seghôl, correspondente ao nosso E. Formam aqui a palavra She (quem). A transliteração é E.

wmi

Hîreq qatôn Há um ponto abaixo desta palavra (MIW = de). É a vogal Hîreq qatôn, correspondente ao nosso I. Também se translitera somente com o I.

lK’

Qamets qatôn Ela corresponde à nossa vogal O, e é idêntica à qâmets gadhol. Como se vê, a forma é a mesma, e só se pode distinguir as duas conhecendo-se a etimologia da palavra.

au

Qibbuts Aqui se encontra, abaixo da consoante Áleph, a vogal qibbuts, correspondente ao nosso U. Translitera-se como U. Resumo: nesta tabela utilizaremos a vogal Áleph para auxiliar na representação das vogais.

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Vogais breves

Transliteração

a’.; a, Aii a’ Au

A E I O U

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GÊNERO E NÚMERO DOS SUBSTANTIVOS 7.1 GÊNERO

O hebraico é composto de dois gêneros: masculino e feminino. Em alguns casos, tem uma forma para indicar seres do sexo masculino e outra para indicar os do sexo feminino. Exemplos:

ba’ – mãe ~ae Jumento rAmh] – jumenta !Ata’ Pai

Mas em outros casos, o feminino é formado por um sufixo acrescentado à palavra. Esse sufixo é . Exemplos:

h

sAs – égua hsAs Bom bAj – boa hbAj

Cavalo

Há outra forma também usada para o feminino, o sufixo

t.

7.2 NÚMEROS

Os substantivos hebraicos podem estar no singular, no plural ou no dual.

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO PLURAL Para formar-se o plural das palavras no masculino, acrescenta-se à palavra a desinência . Exemplos:

~yi Cavalo sWs – cavalos ~ysiWs O plural das palavras no feminino forma-se pela desinência tA. Exemplos: Égua hsAs – éguas tAsWs DUAL

Para as coisas que aparecem aos pares na natureza, como mãos, pés, olhos, etc., o hebraico tem a forma dual, formado pela desinência ;. Exemplos: Mão

~yi

dy’ – mãos ~yid;y’

EXCEÇÕES Há claro, palavras que fogem às regras, a observar: • Há palavras masculinas que recebem a desinência do plural feminino:

ba’ hnAy

tAba ~yniAy ~yriAD

(pai) – (pais) • Há palavras femininas que recebem a desinência do plural masculino: (pomba) (pombas) • Há palavras que podem receber tanto o plural masculino como o plural feminino: (gerações) (gerações) • Há palavras que só aparecem no plural: (céus)’

tArAD ~yim;v

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ADJETIVO O adjetivo, no hebraico, pode ter as funções atributivas e predicativas. 8.1 FUNÇÃO ATRIBUTIVA

Atribui a um substantivo, uma qualidade. Vejamos as palavras:

ba’– pai bAj – bom A primeira palavra é um substantivo (pai) e a segunda é um adjetivo (bom). Para se escrever “um bom pai” deve-se colocar o substantivo (pai), e depois o adjetivo (bom). Assim:

bAj ba’

Então, na função atributiva (que atribui uma qualidade a um substantivo), o adjetivo vem normalmente depois do substantivo. Quando o substantivo receber o artigo, o adjetivo também recebe:

bAJh; bah (o bom pai) 8.2 FUNÇÃO PREDICATIVA

Na função predicativa, o adjetivo vem antes do substantivo, ao contrário do que acontece na função atributiva. Note que nesta função só o substantivo leva o artigo. O adjetivo não o leva. Observe: 112

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO

bah’bAj (o pai

é

bom)

É muito importante notar que o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo. Assim, por exemplo, se o substantivo estivesse no feminino, o adjetivo também deverá ser modificado com o sufixo. Exemplos:

bAJh; vyaih’ (o homem bom) hbAJh; hVaih’ (a mulher boa) lAdGh; rh;h; (o grande monte) ~yliAdGh; ~Zrih;h; (os grandes montes)

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO

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PRONOMES PESSOAIS Estudaremos agora os pronomes pessoais no hebraico: eu, tu (m.), tu (f.), ele, ela, nós, vós (m.), vós (f.), eles e elas, e as partes significativas destes pronomes (ou sufixos pronominais), que serão usados mais tarde como pronomes possessivos. 9.1 SINGULAR

A primeira pessoa do singular (eu) tem uma só forma tanto para o masculino quanto para o feminino:

ynia](´ânî – eu)

Esta é a forma abreviada deste pronome, e a mais usada. A outra forma é:

ykinoa(´ânôkhî – eu)

Exemplos do uso:

ba’ynia] (eu sou um pai) ~ae ynia] (eu sou uma mãe) bAj ykinoa(eu sou bom ou eu estou bem) A segunda pessoa do singular (tu) tem duas formas: uma para o masculino e outra para o feminino. Forma masculina:

hTa;((ata – tu – para homens) 114

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO Forma feminina:

T.a; (´at – tu – para mulheres)

Exemplos do uso:

vyai hTa(;(tu és um homem) hVai T.a;((tu és uma mulher) Como era de se esperar, a terceira pessoa do singular (ele – ela), tem duas formas também, uma para o masculino e outra para o feminino. Forma masculina:

aWh(hû – ele)

Forma feminina:

ayhi(hî – ela) Exemplos do uso:

vyai aWh (ele é um homem) hVai ayhi(ela é uma mulher) 9.2 PLURAL

Passaremos agora os pronomes para o plural. A primeira pessoa do plural (nós) se escreve:

Wnx.n;a](( nahnû – nós) a

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO Exemplos do uso:

~ydiymil.T; Wnx.n;a] (nós somos alunos) A segunda pessoa do plural (vós), assim como no singular tem uma forma para o masculino e outra para o feminino: Forma do masculino:

~T,a; (´atem – vós – para homens) !T,a; (´aten – vós – para mulheres) Exemplos do uso:

~ydiymil.T; ~T,a; (vós sois alunos) tAdymil.T; !T,a;((vós sois alunas)

Para terminar, verifiquemos a terceira pessoa do plural (eles - elas): Forma masculina:

hMhe(hêmmâ – eles) hNhe (hênnâ – elas) Exemplos do uso:

~ydiymil.T; hMhe (eles são alunos) tAdymil.T; hNhe (elas são alunas) 116

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO Cada pronome tem ainda sua parte significativa, que utilizaremos em futuras lições como sufixos pronominais (pronomes possessivos) e na conjugação dos verbos.

Singular Pronome

Parte significativa

ynia] hT’a;( T.a; aWh ayhi

yaiyni T’ T. A Ah y - h’

(eu) tu – masculino)

(tu – feminino)

(ele)

(ela)

Plural Pronome

Wnx.n;a] ~T,a; !T,a; hM’he hN’he

Parte significativa

Wn ~T, !T, ~ !

(nós) (vós – masculino)

(vós – feminino ) (eles) (elas)

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PRONOMES DEMONSTRATIVOS Observemos agora os pronomes demonstrativos do hebraico: este, esta, estes, estas, aquele, aquela, aqueles, aquelas. Têm as funções predicativas e atributivas. Singular

hz tazo aWh ayhi

Plural Este Esta Aquele Aquela

hL,ae

Estes, Estas

hM’he hN’he

Aqueles Aquelas

Estes são os pronomes demonstrativos. Note que os pronomes aquele, aquela, aqueles e aquelas são iguais aos pronomes pessoais da terceira pessoa, do singular e do plural (ele, ela, eles, elas). Fica até mais fácil memorizar! Os pronomes demonstrativos funcionam como adjetivos, e também têm as funções atributivas e predicativas. Vejamos como ficam em cada caso: 10.1 FUNÇÃO ATRIBUTIVA

Como acontece com os adjetivos – o pronome demonstrativo, neste caso, fica após o substantivo, mas precedido de artigo. Exemplos:

hZ,h; vyaih (este homem) taZoh; tBh (esta filha) 118

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO 10.2 FUNÇÃO PREDICATIVA

Nesta função, o pronome demonstrativo fica antes do substantivo, e não leva artigo. O substantivo que é seguido pode ou não levar artigo, depende se pretende ou não defini-lo. Exemplos:

bah’aWh (aquele é o pai) ~ysiWs hL,ae (estes são cavalos)

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A LINGÜÍSTICA E A FONÉTICA COMO BASES PARA COMPREENDER A LÍNGUA HEBRAICA A lingüística é uma ciência que se dedica a conhecer a história da evolução das línguas, tendo a fonética como uma de suas disciplinas fundamentais. Podemos dizer que a língua é formada em cima de algumas bases que são: Semântica – que se refere à raiz de significados dos grupos de palavras. Sintática – são as regras sintáticas que geram uma frase, isto é: Como a frase é construída? De que forma? Fonológica – é a base de toda a língua que é gerada pelas regras sintáticas. É como falar a língua. Pronúncias corretas, e relação de significados. Assim sendo, em termos de fonética, podemos dizer que, ela se preocupa em descrever de forma abrangente os sons e os mecanismos gerais da produção da fala, de forma que qualquer som emitido possa ser classificado e descrito com certo grau de precisão. A fonologia estuda os sons da língua do ponto de vista de sua função lingüística. Foi aproximadamente no final do século XIX, que os especialistas perceberam a necessidade de um sistema transição fonética que fosse padronizado e internacionalmente aceito. Assim surge o International Phonetic Alphabet – IPA, elaborado e promulgado pela Associação Internacional de Fonética e em uso desde 1888. Este é o mais utilizado pelos especialistas, embora haja modificações por alguns. 120

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO O princípio básico, inicial, em que se fundamenta o IPA, é o de apresentar uma letra diferente para cada som distinto da fala. No entanto, não há limite para o número de sons produzidos pelos órgãos envolvidos na fala humana, portanto encontraram muita dificuldade e este princípio não pode ser aplicado. Assim, o IPA oferece a todos os estudiosos da língua, uma série de símbolos que às vezes são acrescidos de letras para estabelecer as distinções mais refinadas possíveis. A maioria das letras do IPA foi retirada dos alfabetos latino ou grego, mas qualquer pessoa que estuda mais de uma língua sabe que determinadas letras nem sempre têm o mesmo valor fonético de uma língua para outra. Nem mesmo na própria língua materna, uma mesma letra tem necessariamente o mesmo valor fonético. Veja como exemplo, a letra “s”, pronunciada pelo mineiro e como é pronunciada pelo carioca. Assim, o uso de letras e símbolos no IPA oferece a todos a oportunidade de ter um alfabeto fonético padronizado e internacionalmente aceito, que procura representar graficamente cada som emitido pelos órgãos da fala com certo grau de precisão. Nosso organismo possui vários “aparelhos” como o digestivo, o circulatório, o respiratório, dentre outros, porém não conta com um aparelho fonador. A produção da fala é uma atividade desempenhada pelos dois órgãos que fazem parte dos aparelhos – respiratório e digestivo. Normalmente, o ar entra e sai dos pulmões de uma forma silenciosa. Como então é formado o som? Produz-se o som quando existe alguma obstrução. Mas para que exista a fala, ainda é necessário que haja controle efetivo desta obstrução. Assim entra em cena a boca, a língua, os dentes, o céu da boca, o nariz, que são manipulados de forma específica na produção dos diversos sons da fala.

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A laringe é uma estrutura cartilaginosa no topo da traquéia. Nela estão contidas as cordas vocais, que são duas dobras ou pregas horizontais, feitas de um tecido elástico, uma de cada lado da abertura. Elas podem estar totalmente abertas, e assim não causam nenhuma obstrução – é o que acontece no momento da respiração. No entanto, podem também estar totalmente ou parcialmente fechadas, assim produzindo sons diferentes. Como são elásticas, ao se aproximarem uma da outra causam uma vibração devido ao esforço da passagem do ar por elas. Deste processo, resulta a voz. 122

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO A passagem do ar pode ser obstruída parcialmente ou totalmente, ou ainda, modificada por diversos órgãos, chamados de articuladores. Uma grande falha entre a maioria dos estudantes de fonética está no fato de não buscarem entender os órgãos responsáveis pela fala, e não entenderem a função de cada articulador no momento da enunciação. Quando as cordas vocais vibram juntas, temos o som sonoro (voicedy) e quando elas não vibram, temos o som surdo (unvoiced). Vejamos, a seguir, cada órgão e sua função na fala: 1 – A abóboda bucal subdividida em:

Alvéolo ou Raiz dos dentes

Uma área de forma convexa situada logo atrás dos dentes da frente. Coloque a língua logo atrás dos dentes que você sentirá os alvéolos.

Palato Duro

Uma placa óssea coberta por uma fina camada de tecido. É uma região imóvel. Coloque a sua língua logo atrás dos alvéolos – é o que comumente chamamos de “céu da boca”.

Véu Palatino ou Palato Mole

Uma parte formada por músculo, portanto é móvel, podendo ser elevada, para obstruir a passagem à cavidade nasal. Novamente coloque a língua logo atrás do palato duro e você sentirá esta parte mole e móvel.

Úvula

Um pequeno apêndice flexível, suspenso da borda posterior do véu palatino, comumente chamado de “campainha”.

2 – Dentes: eles se situam contornando o palato. Na emissão de alguns sons, as bordas da língua apóiam-se contra os molares, ou também a ponta da língua entra em contato com os dentes frontais, na parte chamada de alvéolos. Os dentes inferiores não são tão relevantes, embora desempenhem algum papel na fala. 3 – Língua: para efeito de estudo considera-se a língua dividida em quatro partes: 123

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO

Ápice ou Ponta da Língua

Parte que repousa contra os alvéolos. Ela pode se articular tocando os alvéolos, os dentes ou o palato.

Frontal ou Corpo da Língua

Porção que repousa contra a parte da frente do palato. Ela se articula contra os alvéolos, o palato ou o véu palatino.

Dorso ou Parte Posterior da Língua

Parte que repousa contra o véu palatino ou parte posterior do palato. Articula contra a parte posterior do palato, ou qualquer parte do véu palatino ou a úvula.

Base

Constitui a parede frontal da faringe. Embora muitas vezes esta parte não esteja incluída entre os articuladores de sons, ela contribui para a formação dos mesmos, alterando o tamanho e a forma da faringe.

4 – Lábios: os lábios têm uma grande importância na fala. Embora sejam ambos móveis, o lábio inferior é muito mais flexível e tem maior variedade de usos. Ele pode articular contra o lábio superior ou contra os dentes. A extensão ou arredondamento dos lábios é de grande importância na articulação dos sons da fala. Há inúmeros pontos diferentes no sistema vocal em que a obstrução ou manipulação pelos articuladores acontece ao mesmo tempo. De acordo com a maneira em que o ar sai dos pulmões e passa pela traquéia, cordas vocais, boca, sendo modelado pela língua, dentes, nariz, é que se faz o estudo dos pontos de articulação. 11.1 PRONÚNCIAS BILABIAIS E LABIODENTAIS

As bilabiais e labiodentais são formadas pelo fechamento total ou parcial dos lábios. Bêt é o b sonoro (como em boi). Escrito sem o ponto, é um som contínuo como v (como em ver). Peh é o p surdo (como em paz). Escrito sem o ponto, o p é um som contínuo f (como em falar). 124

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Mem corresponde a m (como em melhor).

VãV pode se aproximar de um som de w (como em Washington) mas fica provavelmente mais perto de v (assim como em vai).

11.2 PRONÚNCIAS DENTAIS OU ALVEOLARES (LINGUAIS)

As dentais ou alveolares são formadas com a ponta da língua atrás dos dentes superiores. Dalet é o d sonoro (como em d). Sem o ponto, r pode ter sido pronunciado, em determinado período, como um d inter-dental (como em th em this em inglês). Hoje, no entanto, nenhum distinção é feita entre o de w e de r. Tav é o t surdo (como em tenho). Sem o ponto, t é muitas vezes equiparado ao som do th (como em thin em inglês), mas a maioria dos instrutores trata p e t como em t surdo. Têt é o t dental. É um som mais tenso e duro do que o t surdo (não temos equivalente em português). Mas, para todos os fins práticos, é pronunciado como t. Os estudantes devem, portanto, tomar o cuidado de distinguir entre essas letras quando soletram palavras.

Nün corresponde ao n (como em novo).

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Lâmed é o som lateral de l (o som rola dos dois lados da língua quando esta faz um toque breve atrás dos dentes, como na pronúncia de louvor).

11.3 PRONÚNCIAS FRICATIVAS OU SIBILANTES DENTAIS

As fricativas ou sibilantes dentais produzem um som sibilante gerado pela fricção do sopro por meio de uma abertura estreita formada pela língua. Záyin corresponde ao z sonoro (como em zero).

Sãmed corresponde ao s surdo (como em massa).

Sin é equivalente ao s surdo (como em massa) e por isso é idêntico a c. Nesse caso, também é necessário tomar cuidado ao distinguir entre essas letras ao soletrar palavras. 11.4 PRONÚNCIAS PRÉ-PALATAIS

As pré-palatais são produzidas colocando-se a língua contra a parte anterior do paladar, ou perto dela. Shin corresponde ao som ch (como em chiar). Assim como as fricativas, essa letra também possui um som sibilante, mas é formada mais para trás do que c ou d. É i (como em ir). 11.5 PRONÚNCIAS VELARES PALATAIS 126

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Guímel é o g sonoro e duro (como em guiar, mas não como em girafa). Tem o mesmo som com ou sem o ponto.

Kãf é o k surdo (como em kelvin). Sem o ponto é semelhante ao ch em alemão (como em Bach).

Qôf é o som velar enfático q (como em Iraque).

Kaf, mas na sua maior parte não pode ser distinguido de k.

11.6 PRONÚNCIAS GUTURAIS

As guturais são produzidas na garganta, ou na laringe ou na faringe. Alef é laríngeo. Não tem som próprio, mas toma o som da vogal seguinte. No início de uma palavra, é um ponto de partida, uma oclusão glótica momentânea (sra). Pode ser comparada com o h em (honesto).

He corresponde ao h pronunciado (como em inglês Halley).

Áyin é faríngeo. Em contrapartida com (Alef), uma contração leve ocorre no fundo da garganta, na faringe, e produz um som gutural (rgh). 127

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO O som varia um pouco, de conformidade com a sua posição na palavra. Na sua forma mais forte, é semelhante ao início do som de g, mas não é um g – não ocorre na garganta oclusão suficiente para formar o g. O som se aproxima ao som de (engolir). Dentro da palavra, serve como oclusão glótica entre vogais (como em português – se amar- pronunciados bem separadamente).

Het é uma fricativa faríngea in-sonora, semelhante ao ch em alemão (como em Bach). Uma leve constrição acontece entre a base da língua e o fundo da garganta, que produz a fricção. Semelhante fricção não existe com o simples (He). Res pode ser o r agudo (como em barata) ou um som gutural produzido no fundo do paladar (semelhante a carro).

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AVALIAÇÃO DE INTRODUÇÃO AO HEBRAICO

Nome:______________________________________data:___/___/_____ 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

Como são chamadas as letras que formam o alfabeto hebraico? E por que são chamadas assim? O que houve com o hebraico no começo do século III a.C e no século XIX? Em quantos períodos é normalmente dividida a história da língua hebraica? Quais são? Qual é o mais antigo documento conhecido em hebraico, grafado em caracteres fenícios? O sistema de escrita hebraico desenvolveu-se a partir de um sistema de escrita anterior chamado? Quais eram as versões que os judeus que viviam fora da Palestina usavam? Como se tornou conhecido os judeus que inventaram os sistemas de marcas vocálicas? Quem foi Eliezer Ben-Yehuda? Em que ano iniciou-se a compilação do Dicionário Completo do Hebraico Antigo e Moderno? O Alfabeto hebraico é composto por quantas consoantes? Quanto à leitura, como se lê o hebraico? Qual letra equivale ao “D” no hebraico? Quais são as cinco letras finais que mudam suas formas gráficas ao serem usada no final das palavras? Por que foram criadas as vogais no hebraico? Como é chamado o sistema de sinais que serve para indicar as vogais no idioma hebraico?

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INTRODUÇÃO AO HEBRAICO 16. O hebraico é composto de quantos gêneros? 17. Como estão classificados os substantivos hebraicos? 18. Quais são as funções do adjetivo, no hebraico? 19. Como se chama a ciência que se dedica a conhecer a história da evolução das línguas? 20. Em cima de quais bases é formada a língua? 21. Copie o exercício: Escreva as letras do alfabeto hebraico.

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REFERÊNCIAS BEREZIN, Rifka. Iniciação ao Hebraico. São Paulo: Humanitas, 2004. CHOWN, Gordon. Gramática Hebraica. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. FEE, Gordon D; STUART, Douglas. Manual de Exegese Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 2008. GUSSO, Antônio Renato. Gramática Instrumental do Hebraico. São Paulo: Vida Nova, 2005. MENDES, Paulo. Noções de Hebraico Bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2008. PINTO, Carlos Osvaldo Pinto. Fundamentos para exegese do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998. ROSS, Allen P. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Vida, 2001. VITA, Rosemary; AKIL, Teresa. Noções Básicas de Hebraico. São Paulo: Hagnos, 2004.

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