ORATÓRIA CRISTÃ - MÓDULO BERILO - SEMINÁRIO BATISTA LIVRE

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................175 1. ORÍGEM DA ORATÓRIA ........................................................................177 2. OS GRANDES MESTRES DA ORATÓRIA...........................................179 2.1. ARISTÓTALES .................................................................................180 2.2. DEMÓSTENES .................................................................................181 2.3. CÍCERO ...........................................................................................181 2.4. QUINTILIANO ..................................................................................181 3. A ORATÓRIA DO MESTRE DOS MESTRES ...................................183 4. A ORATÓRIA E SUAS RELAÇÕES ...................................................185 4.1. TIPOS DE ORATÓRIA ......................................................................185 4.2. A ORATÓRIA E A HOMILÉTICA .......................................................186 4.3. ELOQUÊNCIA E RETÓRICA ............................................................186 4.3.1. Eloqüência ..............................................................................187 4.3.2. Retórica .................................................................................188 5. ORATÓRIA E A COMUNICAÇÃO ....................................................190 6. O PODER DA COMUNICAÇÃO ........................................................192 7. ASPECTOS DA ORATÓRIA ...............................................................194 7.1. O DISCURSO ...................................................................................194 7.1.1. Divisões do Discurso ...............................................................195 7.2. O DISCURSADOR ............................................................................197 7.3. O AUDITÓRIO ..................................................................................198

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7.3.1. Sexo .......................................................................................199 7.3.2. Idade .....................................................................................199 7.3.3. Nível Sócio Cultural e Intelectual ...........................................199

8. O ORADOR E O PÚBLICO ................................................................201 8.1. PERSONALIDADE DO ORADOR ....................................................202 8.1.1. Estilo Próprio ..........................................................................202 8.1.2. Autoridade ..............................................................................203 8.1.3. Sinceridade .............................................................................204 8.2. POSTURA DO ORADOR ..................................................................205 8.2.1. Cabeça ....................................................................................205 8.2.2. Boca ........................................................................................205 8.2.3. Importância do Sorriso ............................................................205 8.2.4. Comunicação Visual ................................................................205 8.2.5. ROUPAS E ACESSÓRIOS ......................................................206 8.3. VOZ, DICÇÃO E PRONÚNCIA ........................................................206 8.4. O DESENVOLVIMENTO DO VOCABULÁRIO .................................210 8.4.1.1. NATURALIDADE .................................................................211 8.4.1.2. USO DO MICROFONE .......................................................212 8.5. ATITUDES DESACONSELHÁVEIS AO ORADOR ............................212 9. O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO ..................................................215 10. FIGURAS DE PALAVRAS ....................................................................219 10.1 FIGURAS DE PALAVRA ..................................................................219 10.2. FIGURAS DE PENSAMENTO .........................................................220 10.3. FIGURAS DE CONSTRUÇÃO ........................................................221 CONCLUSÃO .........................................................................................221 QUESTIONÁRIO................................................................................223 REFERÊNCIAS..............................................................................................225

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INTRODUÇÃO A Oratória é conhecida como a arte de falar em público e constitui um gênero literário que une o admirável ao útil, tendo por obras orações ou discursos, como também toda espécie de composições com a finalidade de persuadir e comover os ouvintes. Entre as faculdades que mais contribuem para o êxito da persuasão está a Eloqüência, que é o poder de persuadir por meio de palavra e do gesto. A Oratória é conhecida e executada há muito tempo, desde os tempos bíblicos. Podemos ver o profeta Isaías com suas figuras de linguagem, Jeremias com toda sua emoção, o apóstolo Paulo esbanjando toda a sua erudição e Jesus Cristo com tamanha autoridade, deu à prédica lugar central em seu Ministério. Desde os primeiros tempos da Igreja cristã, havia-se formado e crescido a eloqüência sagrada como meio de expressão. No século IV apareceram os grandes propagadores dos ensinamentos de Cristo, nesta definição, a Igreja cristã foi aquela que atribuiu maior importância à pregação como meio indispensável para a transmissão dos ensinamentos. De início a missão foi confiada aos apóstolos, e estes, aos seus discípulos, com a incumbência de “ir” e “ensinar” as pessoas. Por sua finalidade e sua forma, os Livros Proféticos, que são verdadeiras orações, também devem ser considerados como precursores dos oradores sagrados que, assim como as pregações do cristianismo, também alcançaram um nível artístico superior à oratória profana de sua época. Para caracterizar e definir a Oratória dos profetas há de se ter em conta que não é possível incluí-la em nenhum dos gêneros oratórios, determinada e especificamente, pois há muito de Oratória religiosa e muito de Oratória política. Aqueles homens, cheios do Espírito de Deus, não somente anunciavam a vinda do Messias e a mudança que se operaria, mas também anunciavam os transtornos políticos que padeceria o povo de Israel, a quem aconselhavam e admoestavam a respeito de sua conduta, profetizando a invasão estrangeira, a perda da liberdade e todos os males próprios dos povos decadentes. Segundo as Escrituras, o profeta não é somente aquele que prevê e prediz as coisas futuras, mas aquele que fala por Deus ou em lugar de Deus - e como intérprete de Deus. 109

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ORATÓRIA Também não podemos deixar de mencionar os grandes nomes como: John Wesley, Charles Finney, Dwight L. Moody e tantos outros que foram ousados oradores em suas gerações.

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1 ORIGEM DA ORATÓRIA A Oratória nasceu numa ilustre cidade chamada Siracusa, na Magna Grécia, onde hoje é a Itália. Após a queda de Trasíbulo, sucederam-se inúmeras causas para a restituição aos legítimos proprietários das terras que o déspota lhes havia subtraído. O primeiro tratado de Retórica, naturalmente rudimentar, foi escrito em 465 a.C. por Tísias e Córax, dois oradores que se notabilizaram na defesa das vítimas dos arbítrios cometidos pelo tirano Trasíbulo. Eles instruíam o povo a se defender por meio da palavra bem construída, e ensinavam as vítimas usurpadas de suas propriedades e de outros direitos a sustentarem suas razões nos tribunais da cidade, com firmeza, com destemor, com argumentos sólidos e técnicas apropriadas. Este tipo de colocação era o que o povo precisava para reaver as suas terras. Conta-se uma anedota sobre os ensinos dados por Córax a Tísias dizendo que o mesmo se recusou a pagar as aulas ministradas pelo seu mestre (Coráx), alegando que, se fora bem instruído pelo mestre estava apto a convencê-lo de não cobrar. Se este não ficasse convencido, era porque o discípulo ainda não estava devidamente preparado, fato que o desobrigava de qualquer pagamento. Ou seja, os argumentos por Tísias deixou Córax sem condições de receber. No entanto, a retórica só se desenvolve com a consolidação da democracia ateniense, na medida em que, neste regime todos os assuntos eram submetidos a voto popular e, por isso, a necessidade de justificar determinada concepção a um determinado auditório. Desta forma, não só se torna importante raciocinar, mas também saber falar e argumentar corretamente.

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GRANDES MESTRES DA ORATÓRIA Na Grécia Antiga, e mesmo em Roma, a Oratória era estudada como componente da Retórica, e era considerada uma importante habilidade na vida pública e privada, e assume assim uma especial importância, tornando-se objeto de reflexão por parte de diversos autores, de que se destaca Aristóteles. A Oratória foi desenvolvida pelos romanos a partir da Retórica grega, devido à grande influência da cultura grega sobre esta civilização. Entre aqueles que se destacaram no estudo e desenvolvimento da Oratória romana podemos citar: Cícero e Quintiliano. Assim como a Retórica grega, a Oratória romana não abrangia a esfera religiosa. 2.1 ARISTÓTELES

Aristóteles era Discípulo de Platão – escreveu as bases da Oratória em seu famoso tratado intitulado “A Arte da Retórica”, contudo não fez discursos, apenas escreveu sobre o assunto. Coube a Aristóteles sistematizar o estudo da retórica. A técnica retórica de Aristóteles consiste nos principais meios ou recursos persuasivos de que se vale o orador para convencer o auditório. Esses meios de persuasão podem classificar-se em técnicos e não-técnicos. Os meios de persuasão não-técnicos são os que existem independentemente do orador: leis, tratados, testemunhos, documentos, etc. Os meios de persuasão técnicos são aqueles que o próprio orador idealiza para incorporar a sua própria argumentação ou discurso, e que se dividem em três

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ORATÓRIA grupos: “ethos” – (o caráter do orador) – sem dúvida que o caráter do orador é fundamental, pois uma pessoa íntegra ganha mais facilmente a confiança do auditório, despertando nele maior predisposição para ser persuadido. Mas trata-se aqui da impressão que o orador dá de si mesmo, mediante o seu discurso e não do seu caráter real ou a opinião que previamente os ouvintes têm sobre ele, pois estes dois últimos aspectos, não são técnicos; “pathos” – (a emoção do auditório) – tem de se reconhecer que a emoção que o orador consiga produzir nos seus ouvintes pode ser determinante na decisão de serem a favor ou contra a causa defendida. Se o orador suscita nos juízes sentimentos de alegria ou tristeza, amor ou ódio, compaixão ou irritação, estes poderão decidir num sentido ou no outro; “logos” – por último, este constitui o discurso argumentativo, sendo a parte mais importante da oratória, aquela a que se aplicam as principais regras e princípios da técnica retórica. 2.2 DEMÓSTENES

Desde quando era criança, Demóstenes se interessou por Oratória. Mas quando começou a se apresentar em público, seu estilo foi considerado estranho e deselegante. Sua voz era fraca, sua respiração curta quebrava as sentenças e obscurecia o significado do que ele falava. Construiu um espaço para estudar no subsolo de sua casa, e para lá ia várias vezes ao dia praticar Oratória e exercitar sua voz. E ficava em pé em frente a um espelho grande, treinando, repetindo discursos de outros oradores e os estudando nos mínimos detalhes. Sua pronúncia desarticulada e gaguejante superou falando com pedrinhas (seixos) na boca. Disciplinou sua voz declamando e recitando discursos ou versos quando estava sem fôlego, enquanto corria ou subia terrenos íngremes. Demóstenes conseguiu fama, por sua dedicação, em aprender esta arte de falar em público e

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ORATÓRIA executá-la, tornando-se o mais eloqüente orador da Grécia. 2.3 CÍCERO

Cícero foi o maior orador romano. Preparou-se desde muito cedo para a arte da palavra. Com apenas dez anos de idade, seu pai o deixou aos cuidados de dois mestres da oratória. Teve uma excelsa instrução retórica, primeiro em Roma, depois em Atenas, onde freqüentou as aulas de famosos mestres e pôde escutar os mais brilhantes oradores da época. Como escritor, Cícero se tornou a suprema expressão do gênio latino influenciado pelo gênio grego. É considerado o primeiro romano que chegou aos principais postos do governo com base na sua eloqüência; e ao mérito com que exerceu as suas funções de magistrado civil. O primeiro caso importante que aceitou, foi a defesa de Amerino, um escravo liberto, acusado de parricida por um favorito de Sila, nessa época ditador de Roma. No campo da Oratória mostrou que cultivou, como nenhum grego, ao mesmo tempo, a Oratória e a Filosofia. Para Cícero, o orador ideal deve ser capaz de falar adequadamente sobre qualquer assunto. 2.4 QUINTILIANO

Nascido na metade do primeiro século da Era Cristã foi para Roma logo nos primeiros anos de vida para estudar oratória. Seu pai e seu avô foram os primeiros a lhe ministrarem as primeiras aulas de retórica. Era conhecido como advogado e professor de eloquência, tendo-se tornado o primeiro professor pago pelo estado no Império de Vespasiano. Ensinou Eloquência durante duas décadas. Após deixar o ensino, Quintiliano redige o De Institutione Oratória, verdadeiro tratado de educação intelectual e moral, que é composto por doze volumes que tem como proposta formar o orador, através da exposição porme-

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ORATÓRIA norizada dos objetivos da educação, dos programas e das metodologias a adotar. Como teórico ninguém superou Quintiliano, por isso, merece atenção especial na história da arte Oratória romana.

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A ORATÓRIA DO MESTRE DOS MESTRES Jesus foi de fato um exímio orador público, ou melhor, o primeiro exemplo de motivação e comunicação de todos os tempos. O treinamento dos discípulos realizado por Jesus envolvia muitas áreas, inclusive a área da comunicação e a da oratória. Ele queria falar de maneira vibrante, pois seu plano era vibrante. Ele queria falar ao coração dos homens, pois seu projeto era regado a afeto. Os discípulos tinham escassos recursos lingüísticos. Divulgar o plano de Jesus, Seu amor e Sua missão, não envolvia pressão social, armas ou violência. A única ferramenta eram as palavras. Se seus discípulos não aprendessem a mais excelente oratória, não convenceriam o mundo de que o Carpinteiro que morrera na cruz de maneira vexatória era o Filho do Deus Altíssimo. Como ensinar homens a falar com multidões se eles mal conseguiam organizar suas idéias diante dos seus amigos? Jesus corria grandes riscos de não ter êxito. Ele deu aulas magníficas de oratória sem que eles percebessem. A capacidade de comunicação de Jesus deixava todos seus ouvintes fascinados. Numa época de escassos oradores, Ele brilhou. As platéias ficavam impressionadas tanto com o conteúdo de seus discursos como com a maneira como o expunha. Jesus reuniu dois instrumentos difíceis de ser conciliados na oratória: a convicção e a sensibilidade. O Mestre tinha voz segura e suave; passeava pelas vielas da emoção dos seus ouvintes; falava com os olhos e com os gestos. Seu corpo era uma sinfonia. Jesus foi um excelente comunicador de massas. Os palestrantes da atualidade usam recursos multimídia. Alguns conferencistas travam sua inteligência sem o recurso de computadores para animar sua exposição. Hoje em dia, as pessoas dependem cada vez mais de recursos exteriores para expor as suas idéias. Porém, Jesus não tinha nenhum recurso didático externo para expor

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ORATÓRIA Seus pensamentos, mas seus discursos e sua didática magnetizavam as platéias. Ele era capaz de falar para milhares de pessoas ao mesmo tempo, e ainda falar para um público miscigenado. A coisa mais difícil é falar para um público constituído de adultos, crianças, intelectuais, iletrados. As crianças distraem os adultos; uma palavra difícil não é compreendida por quem tem menos conhecimento cultural. Mas Jesus falava com maestria para milhares de pessoas. Para falar para as multidões Ele procurava espaços abertos, calmos e com capacidade de difusão sonora, como o Monte das Oliveiras e as praias. Suas conferências levavam as multidões a refletir. Quem consegue amordaçar um divulgador de sonhos que liberta a emoção? Os lideres de Israel que os enviaram ficaram indignados. Os soldados quando inquiridos por que não o prenderam, responderam: “Nunca alguém falou como este homem”. Raramente os lideres espirituais de hoje tem um discurso vibrante, não apelativo, que provoque fascínio e inspiração. Raramente falam ao coração e conseguem fazer com que seus ouvintes sonhem com as flores, apreciem a vida, superem suas angústias. Sem nenhuma atitude apelativa, o Mestre conseguia 100% de audiência nas proximidades em que estava. Até as crianças silenciavam suas mentes. Fazer com que as pessoas deslocassem sua atenção do pão físico para o pão psicológico e espiritual era uma empreitada colossal. Mais do que seus atos sobrenaturais, a sua oratória deixava assombrados homens e mulheres. Seus discípulos, ouvindo Jesus e convivendo com tudo isso, deram um salto espiritual e intelectual sem precedentes. Eles aprenderam a se comunicar com criatividade, venceram a timidez, a insegurança, a insensibilidade, o medo de ser rejeitado, incompreendido e criticado.

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A ORATÓRIA E SUAS RELAÇÕES

4.1 TIPOS DE ORATÓRIA

A Oratória é a arte de falar em público de forma elegante, precisa, fluente e atrativa. Existem, pelo menos, cinco formas distintas de Oratória: a acadêmica, a forense, a política, a popular e a religiosa. A Oratória acadêmica é utilizada nos discursos universitários, nos grêmios literários e academias. É possível nas escolas teológicas de grau superior. A Oratória forense é a que se emprega nos tribunais, exigindo dos oradores clareza, concisão e lógica nos seus discursos. A Oratória política é empregada nos discursos que tratam de assuntos do estado. Exige-se eloqüência parlamentar, diplomática e popular. Dois aspectos essenciais da oratória política são: os discursos e os debates. A Oratória popular é a fala discursiva desprovida de método e erudição, mas que acontece nas ruas, nos festejos e nos protestos sociais. A Oratória religiosa, ou sagrada, é aquela que procura difundir a religião através da prédica. Alguns mestres dão vários nomes às formas de comunicação verbal dos oradores religiosos, tais como prática, prédica, homilia, sermão. Em síntese, prédica é o sermão que dá ao púlpito sacro toda beleza e veemência de uma tribuna. Ninguém como os cristãos imprimiram uma importância tão grande à prédica. 4.2 A HOMILÉTICA

É a “arte de preparar e pregar sermões”. Sem dúvida, a homilética – já que existe força criativa – “consiste na aplicação e adaptação dos princípios gerais da

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ORATÓRIA Retórica à elaboração e transmissão do sermão”. Assim sendo, podemos chamar a homilética de “retórica sagrada”. O termo homilética é derivado do grego - “homilos” que significa “multidão”, “assembléia do povo”, derivando assim outro termo, “homilia”, que significa um “discurso com a finalidade de convencer e agradar”. Portanto, homilética significa “a arte de pregar”. A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século XVII passou a ser chamada de homilética. Na idade Média devido à expansão do Catolicismo Romano pelo mundo, começou-se a desenvolver a homilética que em seguida foi aprimorada pelos Reformadores. A homilética é a adoção de técnicas da Retórica grega e da Oratória romana na elaboração e pregação dos sermões. As religiões pagãs e o Judaísmo, por serem exclusivistas, quase não se interessaram em aprimorar a arte do discurso. O Cristianismo devido ao seu teor evangelístico universal foi a religião que mais adotou o discurso em sua liturgia. Sendo a homilética a “arte de pregar”, deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na Terra. A observação da homilética no preparo de um sermão, não visa suprimir a inspiração e a unção do Espírito Santo, não só necessárias, mas, também indispensáveis à pregação do Evangelho. Ela fornece ao pregador recursos para a elaboração dos pensamentos inspirados pelo Espírito Santo, colocando-os na ordem lógica. Por termos a grande verdade a transmitir ao mundo, devemos possuir um grande método para sua transmissão. 4.3 ELOQÜÊNCIA E RETÓRICA

Ligadas à Oratória aparecem dois outros termos muito relacionados entre si, mas distintos quanto ao significado. 4.3.1 ELOQÜÊNCIA Eloqüência é um termo derivado Latim “eloquentia” – “elegância no falar, falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer”. 120

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ORATÓRIA É a soma das qualidades do pregador. É uma palavra que perdeu o seu sentido original, muitos falam dela de modo pejorativo. Há, porém, boas razões para vê-la dentro de um contexto mais amplo, em que se privilegiam o convencimento e a persuasão daqueles que falam em público. Isto porque, todo o orador, quando fala, quer ser ouvido. Caso contrário, para que falar em público? Pergunta-se: como será ouvido se não conseguir prender a atenção de quem o escuta? Este deve ser o grande exercício do orador: ser agradável aos ouvidos e também aos olhos do público. Para tal finalidade, precisa de persuasão e de eloqüência. A eloqüência não é falar fácil e corretamente, impressionar os sentidos alheios, mas expressar o pensamento próprio, com graça, equilíbrio, harmonia e muita perspicácia de tempo e lugar. A eloqüência pode ser desenvolvida na teoria e na prática da oratória. É a faculdade adquirida ou aptidão natural do homem para persuadir, aperfeiçoada ou não pela arte. Independente de técnicas há pessoas que, mesmo incultas, possuem o poder da persuasão. De algum modo todo ser humano, em maior ou menor grau, é capaz de promover no ânimo de outras pessoas os afetos, as emoções. E o falar não é o único modo de exprimir eloqüência, mas também certas atitudes de postura física do pregador, como o olhar, os gestos, a mímica facial, as lágrimas, os suspiros e até mesmo o silêncio são procedimentos poderosos de persuasão. Antigamente, o sucesso do discurso dependia de tantas regras que cansava os ouvintes, já nos dias atuais, a eloqüência reveste-se de regras mais simples. Do mesmo modo a eloqüência é de grande importância ao pregador. No entanto, não se deve pensar que tais recursos seja o agente do sucesso da mensagem que transmite. O apóstolo Paulo, extraordinário pregador escrevendo aos coríntios, disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Coríntios 2.4). Paulo confiava na eloqüência do poder, ao invés de se firmar no poder da eloqüência. Por outro lado, podemos ver muitos pregadores que falham quanto à elegância e fluência na transmissão da mensagem divina, apesar de serem estudiosos, pesquisadores, inteligentes, homens de oração.

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ORATÓRIA Algumas Regras de Eloqüência - Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto; - Ter conhecimento do público ouvinte; - Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes; - Seriedade, pois o orador não é um animador de platéia; - Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse; - Utilizar uma linguagem bíblica. 4.3.2 RETÓRICA Do grego “réthor” - “orador”. É a arte de falar e escrever bem, tendo como alvo a “persuasão” dos ouvintes e leitores. Relaciona-se com a oratória, com a lógica e eloqüência. É o estudo teórico e prático das regras que desenvolvem e aperfeiçoam o talento natural da palavra, baseando-se na observação e no raciocínio. A eloqüência é também uma das formas pelas quais a retórica se expressa, e uma pessoa eloqüente é aquela que transmite corretamente sua mensagem e consegue persuadir seus ouvintes. A Filosofia e a Teologia, por usar a razão e necessitarem expressar suas conclusões, foram as primeiras ciências a formatar o uso técnico desta ação. A oralidade e a escrita, são formas de expressão do pensamento humano, de onde demandam todo um conteúdo que quando expresso deve com proeminência alcançar o alvo – o coração do interlocutor. Daí a necessidade da expressão com lógica, clareza e inspiração. Classificadamente, o discurso no qual se aplica à retórica é verbal (oral), mas há também – e com muita relevância – o discurso escrito e o discurso visual. Exemplo de retórica no discurso escrito, quando Elias mandou um “recado de Deus” para o rei Jeorão, em (2 Reis 21.12). Exemplo de retórica no discurso visual, quando Ezequiel serve de modelo do exílio para a nação, em (Ezequiel 12). Em verdade, a oratória é um dos meios pelos quais se manifesta a retórica, mas não o único. Logo, a retórica, enquanto método de persuasão, pode se manifestar por todo e qualquer meio de comunicação.

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ORATÓRIA E A COMUNICAÇÃO Oratória – “falar em público”. Comunicação – “processo de transmissão e recepção de idéias, informação e mensagens”. Nos últimos cento e cinqüenta anos, e de maneira especial, nas duas últimas décadas, a redução dos tempos de transmissão da informação a distância e de acesso a ela é um dos desafios essenciais de nossa sociedade. A atual comunicação entre duas pessoas é o resultado de processos múltiplos de expressão, desenvolvidos ao longo de séculos. Os gestos, o desenvolvimento da linguagem e a necessidade de interagir exercem aqui um papel importante. Para alguns, a origem da linguagem resulta de atividades de grupo, como o trabalho e a oratória coloquial, ou seja, aquela que praticamos em nosso dia a dia. Para outros, a linguagem se desenvolveu a partir de sons básicos que acompanhavam os gestos, seja por meio do falar em público – apesar do receio que muitos têm quanto a falar em público; ou por meio do falar escrito. A Retórica – argumentação – neste contexto é também inserida. Os povos antigos buscavam meios para registrar a linguagem oral (oratória cotidiana); no começo, isso se fazia com símbolos. À medida que o conhecimento humano foi se desenvolvendo, tornou-se necessária a escrita para transmitir informação da expressão verbal, ou seja, o falar em público. A primeira escrita foi a cuneiforme. Depois, desenvolveram-se elementos ideográficos, nos quais o símbolo representava não só o objeto, mas também idéias e qualidades associadas a ele. Mais tarde, a escrita cuneiforme incorporou elementos fonéticos, isto é, símbolos que representavam determinados sons. Somente mais tarde é que vieram as técnicas de como falar em público. O desenvolvimento da civilização e das línguas escritas fez surgir também a ne-

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ORATÓRIA cessidade de comunicar-se a distância de forma regular, a fim de facilitar o comércio entre diferentes nações e impérios. Com o aparecimento do papel, no século XI, e, mais tarde, da imprensa, no século XV, ampliaram-se as possibilidades de estudo, o que provocou mudanças radicais na forma de viver dos povos, e do como falar em público. Nos séculos seguintes, as técnicas e aplicações da impressão se desenvolveram em geral com grande rapidez, mesmo com o medo de falar em público. No século XIX, surgiu a fotografia – o cinetoscópio (máquina para projetar imagens em movimento) e o cinematógrafo. Um dos mais espetaculares avanços dentro das comunicações — comunicação de dados — produziu-se no campo da tecnologia dos computadores. Os computadores digitais, desde seu aparecimento, na década de 40, foram introduzidos nos países desenvolvidos em praticamente todas as áreas da sociedade – indústrias, escritórios, hospitais, escolas, transportes, residências, estabelecimentos comerciais. Mediante a utilização das redes informáticas e dos dispositivos auxiliares, o usuário de um computador pode transmitir dados com grande rapidez. Para atender à necessidade de comunicação a distância, surgiram os serviços postais, que no século XX se fizeram acompanhar do telégrafo, do telefone e do rádio. Neste mesmo século, o aparecimento da televisão constituiu um marco no campo da transmissão de imagens. O meio televisivo disseminou a retórica e a oratória (falar em público). Ao longo da história, os meios de comunicação foram avançando paralelamente à crescente capacidade dos povos para configurar seu mundo físico, e também, a um crescente grau de interdependência. A revolução das telecomunicações e da transmissão de dados impeliu o mundo para o conceito de “aldeia global”. E o medo de falar em público foi vencido pela oratória.

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O PODER DA COMUNICAÇÃO É cada vez maior o uso dos meios de comunicação com objetivos educacionais e de integração do cidadão à sociedade. O mundo moderno vive sob o domínio da comunicação. Daí a necessidade imperiosa que o homem sente de se comunicar. Primeiro pela linguagem falada, depois pela linguagem escrita. A palavra “comunicar” vem do latim “communicare”, - com a significação de “tornar comum”. Comunicação é convivência. Está na raiz de comunidade. Agrupamento caracterizado por forte coesão, baseada no consenso espontâneo dos indivíduos. Consenso quer dizer acordo, consentimento. E essa acepção supõe a existência de um fator decisivo na comunicação humana, a compreensão que ela exige, para que se possam colocar em comum - idéias, imagens e experiências. Isso implica em que transmissor e receptor estejam dentro da mesma linguagem, caso contrário não se entenderão e não haverá compreensão. Assim, comunicação deve levar consigo a idéia de compreensão. Não se admite, pois o isolamento do homem moderno, pois ele tem necessidade de identificar-se, de transmitir o que sente e o que pensa. Conseqüentemente é de importância vital que você faça valer a sua personalidade através de uma comunicação inspirada na simpatia e na empatia. A empatia – segundo o dicionário Aurélio é a “tendência para sentir o que se sentiria, caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa”. Nós complementaríamos dizendo tratar-se da “técnica de saber se colocar sem emoções ou sentimentos no lugar de outra pessoa, procurando encontrar explicação para as atitudes dela que fujam ao senso comum e normal”. Na simpatia, existe sempre um sentimento emocional muito forte envolvendo o julgamento, tornando o indivíduo tendente a ser capcioso. Ninguém condenaria friamente a pessoa que ama. O mesmo pode ser dito em 125

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ORATÓRIA sentido oposto, quanto à antipatia. É difícil julgar com isenção de ânimos, a quem sentimos antipatia. Colocada como fiel na balança entre uma e outra, a empatia cumpre a finalidade de permitir a análise sem que haja envolvimento emocional. Aquele que consegue desenvolver a empatia num nível mais elevado, que o normal, está entre aqueles que melhor exercessem determinadas profissões como os psicólogos, psicanalistas, pastores, juízes, médicos, professores e outras, onde a capacidade de julgar, apreciar e tratar o lado social e emocional das pessoas é importante para seu bom desempenho. Seja receptivo – saiba receber críticas ao trilhar ambientes hostis, esta é uma arma importantíssima ao orador. Pois ao perceber que o auditório não está correspondendo bem ao seu tema, o orador poderá optar por uma nova atitude na exposição do pensamento, usando toda sua criatividade no intuito do convencimento, sem se desanimar com a situação. Seja equilibrado – os pensamentos devem passar pelo crivo da meditação. Prudência, humildade e abalizamento teórico produzem o equilíbrio necessário ao orador. Este equilíbrio será muito útil principalmente ao homem de Deus.

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ASPECTOS DA ORATÓRIA Para que se possa considerar apto a enfrentar um auditório, você precisa antes de tudo, estar afinado com os três aspectos primordiais da oratória: discurso, discursador, auditório. O primeiro aspecto, o discurso, refere-se à tomada de posição do orador, do conhecimento mais amplo possível sobre o assunto a ser abordado e como da forma como ele deve abordar esse assunto. A seguir, o aspecto referente ao discursador, enfoca a pessoa de quem vai falar, relativamente a seus atributos físicos e intelectuais, como por exemplo: a postura do corpo, a colocação da voz, a gesticulação e etc. Finalmente ao auditório que é a razão primordial de ser do orador. É o auditório que justifica a existência do orador. Ele é o árbitro final.

7.1. O DISCURSO

O orador, antes de começar a falar, deve saber o que vai dizer; onde ou em que parte do discurso deve dizê-lo; e como haverá de dizê-lo. O primeiro princípio do discurso é ter um objetivo bem claro. Qual é o centro do seu discurso? Por isso, não basta que ele tenha sido bem planejado, bem redigido, tem de ser bem emitido. Sabemos que as oportunidades são desperdiçadas quando as pessoas têm objetivos indefinidos ou confusos. O conteúdo é o mais importante para que você possa influenciar os ouvintes. Todos os oradores que venceram os concursos de oratória demonstraram preparo e domínio sobre o tema. Procure nunca se apresentar com conhecimento superficial a respeito do assunto. Estude, pesquise, consulte. Saiba sempre muito mais do que precisará para o momento. Essa “sobra” de informações lhe dará segurança e credibilidade. O objetivo de cada discurso está em uma destas cinco categorias: 127

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a) Entreter é levar o ouvinte a descontrair-se, ou seja, a descarregar sua tensão, predispondo-o para a aprendizagem. b) Informar é atingir o domínio cognitivo das pessoas acrescentando-lhes algo que antes era desconhecido. c) Inspirar é conceber idéias, descobrir expressões e saber aproveitar as circunstâncias, surpreendendo os ouvintes com o brilhantismo e o imprevisto da sua força oratória. Esses toques inesperados são efeitos da inspiração que os oradores conseguem operar em nosso ânimo. d) Persuadir é convencer, ou seja, sujeitar a inteligência a reconhecer uma verdade, um fato, fundamentado em provas e argumentos. e) Comover é mudar a disposição da vontade de um auditório para que ele experimente os mesmos sentimentos e emoções que o orador sente e tenta comunicar-lhe. 7.1.1 - DIVISÕES DO DISCURSO Cada discurso, ensino ou pregação deve ter três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão, ou seja, deve ter começo, meio e fim e, quanto mais simples, melhor. É necessário concatenar as idéias. Nesse caso, a objetividade é fundamental. a) Introdução (Exórdio) Na introdução há dois propósitos: (1) falar ao público sobre a vantagem de ouvir o resto de seu discurso e (2) antecipar o que virá pela frente. A introdução é o vestíbulo do discurso. Ao se por diante do público e tendo a incumbência de falar, é natural que o orador se sinta inibido para começar. Alguns gostam de contar uma anedota para se descontraírem ou mesmo para descontrair o próprio auditório que muitas das vezes pode estar tenso, indisposto, e até cansado. Os resultados favoráveis são imediatos, pois o gracejo exerce a função de “quebra-gelo”, nas relações humanas. 128

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ORATÓRIA Pode, também, ser iniciado com uma pergunta, uma afirmação, uma experiência, dependendo do ambiente ou da situação. O objetivo é atrair o interesse do seu ouvinte. b) Desenvolvimento (Exposição) Comentar o assunto que foi apresentado na introdução. Nele deve-se explicar e reforçar o objetivo. Deve apresentar cada argumento de maneira clara, firme e bem destacada para que os ouvintes possam relacioná-los com o assunto. Os argumentos devem ser numerados, e dispostos em seqüência gramatical, lógica e psicológica. Mantenha seu discurso simples, fácil de ser entendido e bem organizado, de forma que o ouvinte se recorde do que foi dito. A exposição é a parte mais difícil do discurso, pois o orador precisa fazer muito exercício mental para ordenar as suas idéias. Se as coisas não estiverem bem claras e bem ordenadas em sua mente, como poderão ser entendidas pelos ouvintes? O orador pode dizer muitas coisas certas e boas, mas será necessário ordená-las em sua mente, não só para que tenha facilidade de apresentar suas idéias, mas fundamentalmente para que seja entendido. Os argumentos são o arsenal de fogo do orador, podem ser apresentados em forma de (a) questionamento – quando o orador faz a pergunta e a responde ou quando ele imagina que o ouvinte está perguntando; (b) refutação – quando se corrige idéias erradas. c) Conclusão (Peroração) Conclusão é uma forma de avaliar o conteúdo do discurso. É como se fosse uma revisão do seu discurso. Nela o orador vai dizer aos ouvintes o que eles ganharam em tê-lo ouvido. Seu público deve sentir-se recompensado por ouvi-lo e conseqüentemente deve se sentir interessado, informado, estimulado, persuadido ou convencido após ouvi-lo. Em seguida, peça-lhes para agir ou reagir a suas idéias. Uma prédica sem um “apelo” específico é uma oportunidade desperdiçada. 129

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ORATÓRIA Lembre-se, Pedro no dia de Pentecostes, ao defender a tese de que o fenômeno ali verificado não era embriaguez dos discípulos, mas o cumprimento de profecias provocou uma necessidade angustiante nos ouvintes que clamaram: “Que faremos varões irmãos?”. A resposta do apóstolo foi a sua conclusão (At 2. 37- 38). Se a conclusão é um convite teórico, o apelo é um convite prático. Porém seja breve e educado (não insistente e constrangedor). 7.2 O DISCURSADOR

O orador é distinguido pela maneira que expressa sua emoção. Ele não se preocupa apenas em transmitir o conteúdo de sua comunicação, antes tem que falar à inteligência, provocar a imaginação e despertar sentimentos. O seu discurso não pode ser frio, contida de apenas razão e arte. Ele tem que ser uma expressão real de vida, uma expressão real de experiências por ele vividas. O orador precisa vibrar de emoção ao falar. Muitos falham nessa parte, não transmitem alegria, não comunica esperança e não expressam vitória. A retórica sem emoção é comida sem tempero. Por outro lado, não devemos pensar que a eloqüência é apenas emoção. Não se pode confundir eloqüência com altura da voz. Por pensarem assim, muitos confundem eloqüência com gritaria e berros, com tiradas demagógicas, frases de efeito, pieguice e um “blá-blá-blá” inconseqüente. Um orador pode falar bem alto e não ser eloqüente. Também não devemos confundir eloqüência com choramingas e lamentações que provocam impacto emocional, arrancam lágrimas e arrastam as pessoas a decisões ilusórias. A eloqüência legítima é incompatível com a demagogia. O orador deve apresentar um conteúdo que desperte o interesse do receptor. A sua codificação deve ser adequada, ou seja, proporcional ao nível cultural e à especificidade do auditório. O orador deve estar atento, durante o processo de comunicação, para verificar se está havendo receptividade. Qualquer sinal de desinteresse ou de desatenção deve levar o orador a fazer uma avaliação de seu comportamento, para eliminar, em tempo, todas as interferências. As palavras devem sensibilizar 130

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ORATÓRIA o auditório, por isso cabe ao orador controlar a sua emissão e se certificar de que realmente ela está chegando ao destinatário. Concluímos então que, há uma íntima relação entre a eloqüência e a comunicação. Assim não há comunicação se o receptor não recebe e não responde à mensagem, também não há eloqüência sem persuasão. A atenção dos assistentes, o seu interesse e sua anuência ao apelo do orador, são provas de sua eloqüência, isto é, houve comunicação. Não elabore discursos longos, nem faça leituras prolongadas, porque estes se debilitam em sua própria extensão e acabam sempre fatigando o auditório. Sabe-se que discursos muito longos causam desmotivação nos ouvintes. Portanto, procure mostrar suas idéias de forma sucinta e rápida. Certo palestrante disse: “Serei breve para ser ouvido”. Você precisa ter senso de duração: saber o tempo de entrar e sair no assunto. Conhecer a condição física do ouvinte nesse momento e muito importante, pois se ele estiver cansado, não se sentira estimulado a ouvir o seu sermão ou sua palestra. Como se deve demonstrar equilíbrio quanto ao tempo da fala para não ser curto demais ou enfadonho demais? O segredo e ter conteúdo e que seja breve. Se você não tiver conteúdo, pelo menos seja breve, senão você vai fazer os presentes dispersarem. O tempo rege qualquer discurso; ele é marcante em todas as relações. Procure praticar o poder de síntese. Como disse Lutero, ser eloqüente é saber se fazer entender. Saber transmitir de maneira clara e convincente sua mensagem e não ser cansativo. Nessa classificação, podemos inserir os pregadores como oradores privilegiados, pois além de todos os requisitos pessoais exigidos pela Retórica e Oratória, eles contam com a assistência divina, no exercício de sua missão. Tal assistência é chamada de “unção espiritual”. 7.3 O AUDITÓRIO

Geralmente, o público é formado por pessoas com perfis distintos e que, por isso, possuem aspectos de percepção, resistência e análise diferentes. Assim o que interessa como fonte desta análise são as características predominantes do público em si. As principais características do público são: 131

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ORATÓRIA 7.3.1 SEXO Na capacidade do entendimento homens e mulheres são iguais. A diferença reside basicamente na forma como apresentá-los ao tema proposto. Estudos recentes reforçam a idéia de que homens aceitam melhor, exposições com dados lógicos, números e concatenados. Enquanto mulheres, por possuírem a sensibilidade e a intuição em geral mais desenvolvidas, tendem a aceitar argumentos sem a necessidade das provas e da maneira como são ordenados. 7.3.2 - IDADE O público pode ser dividido em quatro faixas etárias: Infantil (até 12 anos); Jovem (entre 12 e 18 anos); adulto (entre 18 e 70 anos); Idoso (acima de 70 anos). Devemos nos preparar para reconhecer e a aplicar recursos ao tema, condizentes com a necessidade de cada uma delas, para obtermos o fim desejado. 7.3.3 - NÍVEL SÓCIO CULTURAL E INTELECTUAL A Bíblia diz que a humildade precede a honra. Porém não devemos ser simplistas ao ponto de desconsiderar as diferenças entre pessoas que tem formação e convivências diferentes em seu cotidiano. Poderemos ter várias situações como um rico inculto, um pobre com formação superior, um rico sábio, um pobre ignorante etc. Em nosso caso, Igrejas mais ou menos doutrinadas, ou mais ou menos abastadas, etc. Além de se ter essa percepção quanto à heterogeneidade de um público, faz-se necessário ao orador, considerar também as seguintes questões: • Quem é o seu público? • É um público heterogêneo ou homogêneo? • Qual é a expectativa do seu público? • Como você pode atender a essa expectativa? • De quanto tempo você dispõe para transmitir a sua mensagem? 132

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8 O ORADOR E O PÚBLICO Existem três elementos que se equalizam em discursos, palestras e seminários: o orador com sua bagagem de conhecimentos, experiências e personalidade; a explanação com o seu conteúdo pertinente e o auditório com quem o orador partilha seus argumentos. O elemento integrador em um espaço de comunicação é quem fala. O orador é, portanto, um dos principais fatores determinantes do sucesso. Convencer. Esta é a grande conquista, mas também o grande desafio para quem fala em público. Mas por faltar muitas vezes a inspiração, os dons, o carisma e o caráter, um número grande de oradores não convence. Porém, devemos ser advertidos de que, por melhor que seja o orador, é impossível agradar a todas as pessoas do auditório. Há sempre quem deixa o recinto mais cedo, ou que adormeça, ou que não goste da forma como decorreu o discurso. Também devemos ser sabedores de que, falar em público com o propósito de agradar a todas as pessoas, é incorrer num erro. Passe sua visão sobre determinado assunto, mesmo que seja contrário a algumas pessoas que o estão a ouvir. Mas lembre-se, nunca conseguirá a unanimidade. Tudo é válido para facilitar a compreensão do público, desde os recursos audiovisuais, dinâmicas de grupo, depoimentos pessoais, ampliações de idéias e motivação do público e muitos outros. 8.1. PERSONALIDADE DO ORADOR

Há fatores da personalidade do orador que devem ser dignos de nota, pois eles são fundamentais para o seu sucesso. Podemos denominá-los de perfis da persona133

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ORATÓRIA lidade: (1) Espiritual - nunca é demais iniciar dizendo que o orador tem que ser um homem de fé, pois esse perfil jamais pode faltar a qualquer; (2) Moral - Lembre-se de que sua vida fala mais alto do que suas palavras; (3) Intelectual – se você é um “orador” deve estar bem ciente de que escolheu uma função intelectual. Ela irá trabalhar mais com o cérebro do que com as mãos e os braços. Por essa razão, exige-se que o orador seja inteligente, amante dos livros, criativo e culto. Tem que ser uma pessoa em dia com seu tempo – atualizado; (4) Psicológico – o orador tem de ser uma pessoa equilibrada mental e emocionalmente. Ele vai revelar por suas palavras esse equilíbrio. A Psicologia da Linguagem ensina-nos que as palavras não são portadoras apenas de idéias, mas de emoções, de temperamento e revelam motivações até inconscientes. As idéias acompanhadas de emoções (alegria, tristeza, ira, amor, medo, coragem...) revelam o temperamento (agressivo, submisso, introverto extrovertido...) e as motivações (conscientes ou inconscientes). Há oradores que transmitem mais a sua personalidade quando falam, do que idéias, transformando o púlpito, a tribuna, às vezes, num divã de psicanálise, trazendo à tona abundantes dados de sua doentia personalidade, ao invés de ser uma fonte de orientação sadia. Há oradores que falam mais de si, do que das verdades que os ouvintes foram buscar. 8.1.1. Estilo próprio A palavra estilo vem do latim “stilus”, que era uma haste pontiaguda, um estilete ou ponteiro de escrever. Os romanos o usavam para escrever sobre tabuinhas cobertas de cera. A partir de então, a palavra estilo passou a ter sentido figurado. O modo de escrever, de falar e a postura física podem indicar o estilo de cada um. O orador demonstra seu estilo pela maneira como se expressa. É comum aos iniciantes imitarem o estilo de oradores que admiram; prática não recomendável, porque pode anular-lhes a personalidade. Imaginemos que alguém ouça um orador e o identifique com outro. É aceitável que um iniciante apresente alguma característica de um orador que admira. Essa admiração pode ser mantida, mas o tempo e a experiência contribuirão para tornar o orador autêntico, a desenvolver 134

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ORATÓRIA seu próprio estilo. Esse estilo é a maneira de se expressar na prédica o seu pensamento. Cada um tem características próprias e deve usá-las, para que, no púlpito, sua autenticidade não seja apagada. As características pessoais de expressão são respeitadas por Deus. Ele usa pessoas tais como elas são, não usa robôs, mas pessoas de personalidade firme e saudável. Sua palavra é canalizada em nosso ser, e a unção divina flui através da nossa personalidade. Não confundamos personalidade com individualismo. A individualidade é respeitada e necessária para que nossa personalidade não seja apagada. Entretanto, o individualismo não é característica recomendável, visto ser uma manifestação negativa e egocêntrica que rejeita a submissão ao Senhor. Deus não quer que o individualismo anule sua Palavra, mas também não deseja que percamos a nossa individualidade. “O estilo é o homem”, disse certo escritor. A linguagem, a forma e a expressão podem ser desenvolvidas pelo orador, e o resultado será o estilo. 8.1.2. Autoridade O estilo do orador é percebido pela autoridade espiritual que manifesta em suas predicações. A Palavra de Deus deve ser falada com autoridade espiritual, a fim de que a prédica não seja mera exibição retórica. Uma personalidade fraca gerará pregação fraca e sem autoridade. O princípio de autoridade que rege o orador reside na sua submissão à Palavra de Deus, que é maior que ele. Sua autoridade sobre o auditório é tanto maior, quanto maior for a autoridade da Palavra divina sobre o orador. Paulo demonstrou autoridade em sua pregação conforme está escrito em (Tito 2.15). 8.1.3. Sinceridade Sinceridade – “a palavra ‘sincero’ é derivada do latim, significando ‘sem cera’. O termo grego significa ‘testado ao sol’... Os antigos produziam um tipo fino de 135

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ORATÓRIA porcelana que, quando exposta ao calor do forno, fissuras diminutas apareciam. Mercadores desonestos esfregavam cera branca, perolada, por sobre tais fissuras, e as peças eram vendidas como sendo íntegras — a menos que fossem expostas ao sol. Os mercadores honestos marcavam suas peças intactas com as palavras “sine cera” — ‘sem cera’. Esta é a sinceridade genuína. Nada de máscara, nada de hipocrisia. Nada de rachaduras recobertas e escondidas. Quando a verdadeira sinceridade fluí de nossa vida, aprovam-se as coisas. Nós, que nos empenhamos numa busca de caráter, devemos permitir que a sinceridade se torne nosso distintivo de excelência”. Como podemos ver, toda ênfase é colocada na expressão da personalidade do orador. Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma coisa boa através de você. Tudo que falar hoje poderá ser usado contra ou a seu favor amanhã. Portanto, palavras não são apenas palavras e você precisa ter responsabilidade, sinceridade e princípios éticos para com você e o público. Existem cinco regras fundamentais na Oratória, estabelecidas por Aristóteles, filósofo grego e grande orador, e muitos de seus pensamentos perduram até hoje: a) b) c) d) e)

O êxito da comunicação depende da sinceridade do orador; Um bom orador demonstra conhecimento; A Oratória é um meio de comunicação e não de exibição; O propósito ao falar é receber a atenção do público; A eficácia de um discurso depende em grande parte da naturalidade dos nossos gestos.

8.2 A POSTURA DO ORADOR

A postura pode ajudar ou dificultar a exposição. A expressão é muito importe, pois transmite os sentimentos. Assuma uma postura física firme e decidida. Tal posição, inclusive, demonstrará sua confiança em si mesmo e no que pretende dizer. O mais importante é, quando falar, esquecer a avaliação alheia e a vaidade própria, concentrando-se na idéia que deve transmitir, dando o máximo de si para que essa 136

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ORATÓRIA seja compreendida. Objetivando capacitar o orador, teceremos somente algumas considerações sobre a maneira de como se postar e se portar diante de um público. 8.2.1. A CABEÇA O semblante é a parte mais expressiva de todo o corpo. Funciona como uma tela onde as imagens do nosso interior são apresentadas em todas as dimensões. Trabalha também como identificador de coerência e de sinceridade das palavras. Deve demonstrar exatamente aquilo que se está dizendo. 8.2.2. A BOCA A boca comunica quando fala, tanto quando cala. É ela que determina a simpatia do semblante. 8.2.3. A IMPORTÂNCIA DO SORRISO O sorriso poderá quebrar barreiras aparentemente intransponíveis. Ele desarma adversário, conquista inimigos, muda opinião, abre vontades e corações. É um elemento especial na comunicação e deve ser largamente utilizado. 8.2.4. COMUNICAÇÃO VISUAL Os olhos possuem importância mais evidenciada na expressão verbal. Falar olhando fixamente a uma pessoa dentre várias pode parecer que está se referindo a ela, olhar insistentemente, deixará o ouvinte pouco à vontade, desconcertado. O extremo também deve ser evitado, se manter os olhos voltados ao teto, ao chão, às paredes pode parecer medo de encarar o público ou desrespeito aos mesmos. 8.2.5. ROUPAS E ACESSÓRIOS

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ORATÓRIA Evite roupas berrantes, decotadas, transparentes, amassadas ou em desalinho. Excesso de bijuterias e de maquiagem deve ser evitado pelas mulheres e barba por fazer, gravata torta, cabelo em desalinho, pelos homens. Evite qualquer exagero que possa distrair a platéia. 8.3. VOZ – DICÇÃO – PRONÚNCIA

A voz é a ligação entre você, suas idéias e os ouvintes, ela é o cartão de visita do orador. A voz projeta para o ambiente a personalidade do comunicador. Grande parte da força daquilo que dizemos está na maneira de como dizemos. Os ouvintes podem reagir mais ao modo de como você fala do que àquilo que você diz. As pessoas nos julgam pelo modo como falamos. Nem todos os oradores que venceram os concursos possuíam voz bonita, que pudessem servir de exemplo estético, mas todos, sem exceção, demonstraram personalidade na maneira de se expressar. Independentemente da qualidade estética da sua voz, fale com firmeza e demonstre personalidade na maneira de se expressar. Com a voz você informa, sugestiona, persuade, fascina ou desencanta os ouvintes. Voz de qualidade transmite: segurança, credibilidade, sentimento e emoção. Para educar sua voz, você precisa perceber sua “fraqueza” específica que pode ser uma voz fraca, rouca, fanha, estridente, infantilizada, arrastada, efeminada ou ríspida. Estes problemas podem passar uma imagem errônea do orador, levando-o a ser considerado tímido, monótono, desajustado, impaciente ou autoritário. a) Andamento e Ritmo – Este elemento está associado à quão rapidamente você articula as palavras e sons, ou seja, sua dicção. A intensidade é a força com que o som é produzido. O nível da intensidade vocal deve variar conforme o lugar. Sua voz deve ser ouvida em todo o ambiente. Não fale forte demais o tempo todo. Poderá irritar os ouvintes ou passar a idéia de que é agressivo. Não fale fraco demais o tempo todo. As pessoas não ouvirão e deixarão de prestar atenção. Intensidade excessivamente forte ou fraca pro-

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ORATÓRIA voca monotonia. Voz baixa usada conscientemente, colocada em momentos importantes, chama a atenção dos ouvintes. b) Ênfase – Este elemento diz respeito à tonicidade de suas palavras e sílabas. É necessário que as pessoas consigam captar realmente sua intenção. Existe uma parte da oração (ou do contexto) que, quando enfatizada, melhora a representação da sua idéia. A ênfase da voz quando usada de um a forma apropriada transmite, ao ouvinte a idéia exata do que se deseja comunicar. Muitos discursos são interpretados erroneamente porque o orador não coloca ênfase sem suas palavras e deixa a interpretação a critério do ouvinte. c) Pausa – Pequena parada antes ou depois de um ponto relevante. É um dos mais importantes recursos da voz. A pausa dá tempo ao público para refletir e compreender melhor a mensagem e tempo ao orador para olhar para a platéia. Cria expectativas nos ouvintes. Permite o controle da respiração. As pausas oferecem oportunidade de ganhar domínio sobre si nos pontos difíceis do discurso. Pausa não é silêncio sem significado. Às vezes, o silêncio pode ser mais eficaz do que as palavras. Uma pausa curta pode parecer um longo período para o orador, mas para o ouvinte é uma oportunidade de absorver a informação ou acordar caso tenha adormecido. Bem aplicada, mexerá com os sentimentos dos ouvintes. O silêncio planejado é mais eloqüente do que as palavras soltas sem sentido. Evite fazer pausas longas demais, muitas pausas ou não fazer pausa nenhuma. Durante a pausa o orador deve continuar olhando para os ouvintes. Pausar antes de uma idéia importante gera expectativa. Pausar depois oferece a oportunidade de refletir. A pausa dramática, isto é, pausa mais longa, deve ser usada em declarações muito significativas, vindo depois de uma declaração enfática. Após a pausa o orador deve dizer as palavras com mais ênfase e energia, evidenciará aos ouvintes que não se perdeu ou esqueceu algo, que usou conscientemente o recurso da pausa. 139

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d) Volume – Este elemento está associado à modulação do discurso. Caso sua apresentação dure mais de três minutos é necessário modular o volume vocal. Lembre-se, porém, que sempre a sua voz deve ser ouvida por todo o auditório. Convém distinguir “eloqüência” – arte de convencer, de “estridência” – arte gritar. O orador deve usar voz condicionada, isto é, adequada ao tamanho do auditório, pois não é gritando que se convence ou se persuade. Não é necessário que ele eleve a voz diante de um pequeno número de pessoas. A voz deve ser ouvida por todos sem ser alteada. Ao discursar, verifique se a última pessoa do auditório está ouvindo bem, e regule sua voz por essa pessoa. Jamais fale dirigindo-se somente aos mais próximos, pois isso o impede de comunicar-se com as demais pessoas presentes. Não fale olhando para baixo, mas fale olhando em direção aos que estão ouvindo, nas últimas poltronas A voz será agradável se o orador evitar a monotonia, procurando imprimir um colorido especial à exposição. A inflexão, modulação ou tom de voz deve acompanhar as palavras. Sentindo as palavras, o orador saberá dizê-las expressivamente. e) Velocidade – Com certeza você já ouviu alguém falar sem pontos ou sem vírgulas. Parece uma metralhadora, suprimindo as mentes dos ouvintes, pois ninguém é capaz de entender frases pronunciadas com tal velocidade. Por outro lado, há também os que falam tão devagar que o ouvinte acaba ficando aflito e impaciente. A modulação de voz deve estar de acordo com o tema da palestra e com o preparo dos ouvintes. Quanto mais difícil for o assunto da palestra, ou quanto maior for o despreparo da platéia, mais lento deve ser o discurso. A alternância de volume e velocidade da voz acarreta boa impressão na platéia, desde que se mantenham requisitos de boa pronúncia. Não fale muito depressa. Será difícil entendê-lo porque vai atropelar as palavras ou comer sílabas (sons). Poderá passar a mensagem de que está ansioso. O orador deve sentir a velocidade ideal para poder articular de forma clara os sons. Não fale muito devagar. Oradores lentos na fala entediam os 140

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ORATÓRIA ouvintes. Fale no ritmo certo. f) Pronúncia – Para ser mais bem compreendido e aumentar a credibilidade, uma boa pronúncia é indispensável. Pronunciando todos os sons corretamente, a mensagem será compreendida melhor pelos ouvintes e haverá maior valorização da imagem de quem fala. Entre os sons mais negligenciados estão os “erres” finais e os “is” intermediários (pegá – pegar; jardinero - jardineiro), além do deslocamento de algumas palavras (pra – para; tamém - também) e do deslocamento de letras (cardeneta – caderneta; estrupo – estupro). A providência é uma auto-análise para identificar suas imperfeições, mas jamais perder a naturalidade em situações intermediárias desta aprendizagem. Mesmo estando bem preparado, em alguns momentos é fundamental e necessária a improvisação. O ato de falar e público é algo imprevisível, portanto em algumas situações você terá que exercitar e desenvolver a habilidade da flexibilidade. g) Vocabulário – É a quantidade e qualidade de palavras conhecidas pelo orador,

que vai facilitar a desenvoltura, clareza e sucesso de um pronunciamento, da expressão de idéias, da articulação do raciocínio em frases. Um bom vocabulário tem que estar isento do excesso de termos pobres e vulgares, como palavrões e gírias. Também não se recomenda um vocabulário repleto de palavras difíceis e quase sempre incompreensíveis. Evite também o vocabulário específico da sua profissão diante de pessoas não familiarizadas com esse tipo de linguagem. A amplitude deste repertório é conquistada com muita leitura, testes de substituição de palavras de um texto por sinônimos. Você desenvolverá um vocabulário simples, objetivo e suficiente para identificar todas as suas idéias e pensamentos.

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ORATÓRIA 8.4 O DESENVOLVIMENTO DE UM BOM VOCABULÁRIO

Devemos procurar ler bons livros, revistas, jornais e etc, com uma caneta e um pedaço de papel à mão. O mesmo é válido ao ouvirmos uma palestra aula. Toda palavra desconhecida ou de significado incorreto deve ser anotada para posterior consulta em um dicionário. Pesquise então essas palavras, anotando seus significados. Construa algumas frases usando a nova palavra com seu(s) significado(s). Aplique, de forma adequada e coerente, a nova palavra em suas conversas e escritos. Não se esqueça que toda nova idéia, e sua expressão só se estabelecem com a prática. Assim, irá integrando definitivamente novas palavras ao seu vocabulário. Outros pontos a serem evitados são: Gírias – Seu uso exagerado demonstra pobreza de vocabulário, mas, se o orador a utiliza demonstrando que o faz conscientemente pode servir como meio de aproximação deste com o público; “Palavrões” – Só admissíveis em uma conversa descontraída entre amigos muito íntimos, e mesmo assim com certo risco à sã comunicação. Na dúvida, evite-os; Termos Incomuns – Bem compreendidos apenas por platéias cultas, que são difíceis de serem encontradas. As palavras simples são preferíveis pela forma mais direta com que representam as idéias, sendo bem aceitas por qualquer tipo de público; Termos Técnicos – Dentro de um grupo homogêneo de pessoas de uma mesma profissão ou classe, o uso de termos técnicos próprios deste grupo é normal. Fora deste contexto, o orador deve explicar todo termo técnico que julgou necessário utilizar, pois de outra forma cometeria uma desconsideração para com o público que não é obrigado a conhecer aquele termo; Chavões e frases prosaicas – Tudo deste mundo que conhecemos se desgasta inclusive as palavras. Evite chavões e frases vulgares a menos que a sua 142

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ORATÓRIA interpretação destas possa, ao mostrar um ângulo novo de visão destes termos, imprimi-lhes nova vida e instigar a reflexão; Tiques e Maneirismos – São sílabas, palavras e até frases inteiras que destroem ótimas oportunidades de se utilizar as pausas; alguns exemplos: “né”, “tá”, “tá entendendo?”, “entendeu?”, “hããã!”. “huummm!” são ruídos mais típicos de quem não sabe que palavras usar ou de quem termina uma frase com tom de voz não conclusivo e acaba se perdendo no discurso. Representam vícios de comunicação que devem ser combatidos com atenção e afinco. Gramática – Um erro gramatical, dependendo de sua gravidade, poderá atrapalhar a sua fala em seu conteúdo e destruir a imagem que deseja demonstrar. Cuide da gramática. Toda gramática precisa ser correta, mas principalmente, faça uma revisão de concordância e conjugação de verbos. Para não cometer erros infantis ou até mesmo vulgar exemplo: “Conheci uma jovem e nunca vi alguém como-ela”. Lembre-se de que a leitura é uma excelente fonte de aprendizado, opte sempre por ler algo edificante que trará também outros tipos de conhecimento. 8.4.1.1 Naturalidade – Não estimule seu nervosismo. Ao se aproximar sua hora de falar domine a ânsia (roer unhas, cruzar e descruzar pernas e braços, andar de um lado para o outro ou ter outras atitudes) que só aumentam o nervosismo. Imponha uma atitude serena ao seu corpo, pois, mesmo que esta pareça forçada no início, você verá um sadio reflexo desta, quando emitir as primeiras palavras. Procure reproduzir a espontaneidade da fala praticada dia a dia junto aos amigos e familiares. Ser natural não significa ser despreocupado e negligente de modo gerar desconfiança. É preciso entender a diferença de quem está na frente da platéia, disposto à comunicação cotidiana - concordância, plural, conjugação verbal, etc. e o público. Os defeitos de estilo e as incorreções de linguagem precisam ser combatidos com estudo, experiência, disciplina e trabalho persistente. Somente se é natural e emocionante, se demonstramos dominar o assunto tratado e ter sempre mais informações do que será necessário repassar. Leitura, es143

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ORATÓRIA tudo, pesquisa, observação ativa e pessoal colaboram nesta proposta. Quanto mais espontânea for a sua maneira de se comunicar, mais confiança você sentirá e mais respeito e admiração terá do público. Tenha em mente que se sua comunicação apresentar erros técnicos, mas preservar a naturalidade poderá conquistar credibilidade. Entretanto, dificilmente acreditarão em suas palavras se você for artificial. 8.4.2.2. Uso do Microfone – Seja com pedestal, seguro na mão ou de lapela, a posição ideal para falar são 10 centímetros da boca, abaixo, na direção do queixo. Não se deve olhar para o microfone, exceto nos primeiros segundos da fala para posicionamento, ou na eventualidade de ter que virar o corpo para enxergar uma parte lateral da sua platéia. Os de pedestais são flexíveis, se seguro com a mão, deve ser posicionado com distância já referida, e deixado descansado junto com o braço, em momentos breves de intervalo, sempre cuidando o tremer do corpo e os gestos que não podem afastar o microfone da boca para não perder qualidade de som. Com o microfone de lapela você terá mais liberdade, mas cuidado, pois ele captará tudo o que você falar, isto é, os comentários paralelos.

8.5 ATITUDES DESACONSELHÁVEIS AO ORADOR

Não se trata de uma passarela por onde desfilam somente os mais formosos e elegantes, mas temos que convir que a expressão física do orador o ajuda no desempenho de seu discurso. Vejamos: • Tiques, cacoetes com mãos, braços, pernas, pés, olhos, cabeça e sobrancelhas; • Excesso ou falta de gestos. Colocar as mãos nos bolsos, costas ou na frente do corpo; • Segurar o pulso. Abrir muito as pernas quando parado. Cruzar os braços; • Cruzar as pernas em pé;

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ORATÓRIA • Tocar o nariz, pescoço, orelha, várias vezes; • Falar e ficar se movimentando nervosamente de um lado para o outro; • Para falar, pare e olhe para a platéia, fale, depois se movimente; • Apoiar-se sobre uma das pernas (postura deselegante); • Passar imagem de arrogante (cabeça e tórax muito erguidos); • Passar imagem de excesso de humildade (cabeça baixa, ombros caídos); • Falar com fisionomia rígida ou desanimada; • Dar as costas para a audiência enquanto fala; • Ficar parado num ponto por muito tempo; • Ficar com uma ou as duas mãos na cintura; • Apoiar-se em mesas, cadeiras, tribuna e parede; • Olhar fixo para um ponto: pessoa, chão, teto; • Balançar para os lados ou para frente; • Coçar-se. Assoar o nariz; • Ficar pendendo para um lado; • Dramatização teatral: gestos muito largos ou sentimentais; • Ficar arrumando o cabelo; • Tentar esconder a folha de apoio para leitura; • Pigarrear para melhorar a voz. Lubrifique as cordas vocais bebendo água; • Arrumar a roupa. Ex.: colocar a camisa para dentro da calça, afrouxar ou ajustar a gravata; • Manias, vícios. Exemplos: tirar e colocar os óculos várias vezes. Manipular objetos como canetas, anel, gravata, pulseiras. Colocar a haste dos óculos ou caneta na boca;

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ORATÓRIA • Andar: não ande rápido ou lento demais, demonstrará nervosismo ou entediará a platéia. Falar é reger uma orquestra. O orador é o maestro. Os ouvintes são os instrumentos musicais e ambos devem estar atentos à comunicação e bem afinados.

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O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO Certa vez alguém disse: “O cérebro humano é uma coisa fantástica. Começa a funcionar no momento em que nascemos e não pára até que precisemos falar em público...”. O medo é o grande vilão de quem deseja falar em público e surge mesmo entre os mais experientes profissionais. Pressionados pelo medo, ou pelo verdadeiro pavor, as pessoas desacreditam de suas qualidades de comunicadores, e evitam todas as oportunidades para falar diante de grupos de pessoas, seja ele grande ou pequeno. O medo, como toda emoção, age como uma lupa que aumenta ou diminui as coisas ao nosso redor, dando-lhes aspecto grandioso ou insignificante. “O que ouvimos de outra pessoa pode ou não parecer-nos verdadeiro, mas, o que ouvimos de nós mesmos – nossas próprias idéias e emoções – sempre nos parece”. É natural e legítimo desejar que, quando falarmos em público, esta apresentação seja acompanhada e apreciada por todos; que consigamos expor de forma inteligente e coerente o assunto tratado; que possamos ter nosso esforço laureado com o sucesso e o sentimento de realização. É evidente que nenhum de nós visa o fracasso, a passar uma imagem negativa diante do público e depois se sentir um perdedor. Ora, se o fato de não nos sairmos bem numa apresentação pode, de alguma forma, nos trazer prejuízo, a possibilidade de que isso ocorra provocará o medo. Possuímos em nosso íntimo dois oradores, normalmente distinguidos, coexistindo ao mesmo tempo: um orador real e outro imaginário. O orador real é a imagem que verdadeiramente transmitimos; uma composição arquitetada e construída a partir de nossas virtudes e defeitos visíveis. Orador imaginário é a imagem que pensamos transmitir aos ouvintes. Isso se desenvolve durante nossa “formação”, quando recebemos elogios e críticas; comentários construtivos ou destrutivos à nos-

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ORATÓRIA sa personalidade, e, conforme a procedência dos mesmos e nossa predisposição, vai se acumulando em nosso interior tais elementos. Esses fatores isolados ou mesclados participarão da construção de uma auto-imagem inventada como se fosse a verdadeira, mas que geralmente não o é. O medo surge de uma diferença negativa entre o orador real e o orador imaginado. Este é um dos fatores mais comuns da falta de confiança nas possibilidades de sucesso para se expressar em público. De nada adiantará a alguém aprender todas as técnicas de boa expressão oral se continuar mantendo em relação a si mesmo uma falsa imagem, quer seja no sentido negativo ou positivo. Não eliminamos totalmente o medo. O que precisa ser combatido é o medo excessivo. Oradores experientes controlam o medo. Sempre haverá algo desconhecido que nos deixa com receio. Isto é positivo porque nos mantém atentos. Uma pessoa totalmente segura correrá o risco de se tornar negligente. Excesso de confiança pode deixar uma pessoa arrogante. Trabalhe para controlar o medo, não para eliminá-lo. Descubra suas virtudes atuais e as potencialmente próximas e as desenvolva. Acredite em você.

Alguns motivos que fazem as pessoas sentirem medo de falar para um público: • Perfeccionismo; não se permitir errar: a dor que associa a possível auto-imagem machucada trava o corpo e o cérebro; Barreiras verbais e não-verbais; • Instabilidade emocional; • Cobranças internas e externas; perceber-se trajado inadequadamente e carente de material audiovisual apropriado; acreditar-se não ser extrovertido e expressivo o suficiente; • Inexperiência na função; • Apresentações anteriores frustrantes; • Medo da responsabilidade proveniente do sucesso; • Falta de prática, bem como de conhecimentos, habilidades e atitudes neces148

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ORATÓRIA sárias à comunicação eficaz. Principais características da presença do medo: • Sentir-se deslocado, sem graça, não à vontade; • Transpirar demasiadamente; • Mudança da cor do rosto: ficar pálido, branco ou vermelho - garganta seca ou excesso de saliva; • Não saber como e onde posicionar as próprias mãos; • A ausência de movimentos: quando existe espaço para movimentar-se à vontade; • Sorrir demasiadamente ou semblante muito fechado; • Perder a seqüência de idéias: ocorrência do “branco”; • Auto-avaliação imprecisa: devido à decodificação inexata das manifestações do auditório; • Manifestar impaciência, pressa na abordagem do assunto; • Insistir na sensação de não estar agradando o auditório: subestimar-se; ter receio dos olhares dos ouvintes; • Voz embargada: rouquidão, pronúncia inadequada das palavras; • Mediante manifestações contrárias à sua opinião, sente-se inferior, pois perde a base de sustentação - o próprio auditório; • Monólogo interno: «não levo jeito para a coisa»; «não é o meu ponto forte»; «que tal em outra oportunidade»; «posso cometer uma gafe»; «pode ocorrer um branco geral». Para superar estes obstáculos, diversas medidas podem ser tomadas, citaremos algumas dicas úteis que podem ajudar a eliminar o medo de falar em público: • Fortaleça sua auto-estima: se você está sendo requisitado a falar em público, é porque você é adequado para tal situação, prove isto compartilhando seus conhecimentos com as pessoas; • Aprenda a ser paciente: quando você fala em público, conseqüentemente se 149

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ORATÓRIA expõe ao julgamento das pessoas. Por isso, não se desmotive antes de se falar, desconfiando do julgamento das pessoas. Todos aqueles que fazem apresentação sentem um friozinho na barriga. Então, não declare a si mesmo que vai fracassar só porque está receoso, até os mais experientes palestrantes ficam com um pouco de nervosismo; o medo nada mais é que uma visão distorcida da realidade interna e externa e que bloqueia a expressão integral do indivíduo. • Descubra e faça uma lista com seus medos. Depois enfrente cada um, até erradicá-los de sua vida por completo; • Sempre planeje, organize e treine o que vai citar;

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ORATÓRIA

10 FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem são recursos utilizados para ampliar a expressividade da mensagem através de construções incomuns. 10.1 FIGURAS DE PALAVRAS

Comparação. Como o próprio nome sugere, é o conjunto de dois elementos do mesmo universo (comparação simples) ou de universos diferentes (comparação símile): “Aquele carro é veloz como um avião” (simples); “naquela loja, todos trabalham como loucos” (símile). Metáfora. É uma comparação direta, sem conectivo, em que se estabelece uma relação de semelhança entre termos. Afirma que uma coisa é outra diferente: “Porque o Senhor é um sol e um escudo” (Salmo 84.11). Sinestesia. Figura que resulta da fusão dos sentidos: “Ela cantava com sua voz doce” (fusão entre audição e paladar). Antonomásia. É a substituição do nome próprio de um indivíduo por suas qualidades, ações ou pelo seu título: “Tu és o Cristo (Messias) o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16); ver também (Isaías 9.6). Onomatopéia. É a reprodução de sons através de palavras. Naquele silêncio sepulcral ouvia-se somente o tic-tac do relógio.

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ORATÓRIA Metonímia. É a substituição de um termo por outro, existindo entre eles uma noção de semelhança: “Gosto de ler Mateus” (o Evangelho de Mateus). Há vários tipos de metonímia como o autor pela obra, produto pela origem, causa pelo efeito etc.

10.2 FIGURAS DE PENSAMENTO

Antítese. Indica uma idéia de oposição: “O calor de seu olhar rompia o frio de meu coração”. Ver também – (Deuteronômio 30.15). Paradoxo. Apesar de ser confundido com antítese, o paradoxo indica idéias contraditórias: “A nossa liberdade é o que nos prende”. Hipérbole. Indica um exagero: “Todas as noites faço nadar a minha cama, molho meu leito com as minhas lágrimas” (Salmo 6.6). Prosopopéia. Dá qualidades humanas a seres inanimados: “O céus proclamam a glória de Deus” (Salmo 19.1). Eufemismo. É um abrandamento dado a frase: “O nobre Deputado está faltando com a verdade”. (mentindo) Gradação. Consiste em palavras em seqüência, sinônimas ou não, que intensificam uma mesma idéia: “Ele chegou, parou, olhou, analisou e perguntou”. Lítotes. Afirmação pela negação do contrário: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará pavio que fumega” (Isaías 42.3).

10.3 FIGURAS DE CONSTRUÇÃO

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ORATÓRIA Polissíndeto. É a repetição de conjunções aditivas com o intuito de enfatizar as ações, dando-lhes continuidade: “Corria e saltava e beijava o ar”. Assíndeto. Ao contrário do polissíndeto, é a ausência das conjunções aditivas: “Corria, pulava, saltava, beijava o ar”. Elipse. Ocorre quando um termo da ação foi subentendido: “Sobre a mesa o computador”. (estava o computador). Zeugma. É um caso específico de Elipse. Ocorre quando há omissão de um termo já utilizado: “Comprei um carro, minha irmã uma moto” (comprou uma moto). Hipérbato ou Inversão. Ocorre quando há inversão da ordem direta das frases: “As esposas amam seus maridos. Amam os seus maridos as esposas”. Pleonasmo. É a repetição de um termo ou de uma idéia com o intuito de enfatizá-lo (a): “Vi com meus próprios olhos”.

CONCLUSÃO

Em oratória não devemos buscar fórmulas, mas princípios adaptáveis à nossa estrutura pessoal. Deverão ser praticados conscientemente até constituir-se em hábitos e, portanto, perfeitamente integrados à nossa maneira de ser. Como já foi

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ORATÓRIA ALIAÇÃO DE ORATÓRIA

Nome__________________________________________________data_____/_____/_____

1. 2. 3. 4.

Onde nasceu a Oratória? Cite os grandes mestres da oratória: Qual foi o maior mestre da oratória que já existiu? Jesus, além de sua maestria impecável da oratória, reuniu dois instrumentos difíceis de serem conciliados na oratória, quais são? 5. O que os discípulos aprenderam com Jesus no campo da oratória? 6. Cite os 5 tipos de oratória citadas no estudo: 7. Cite a origem das palavras oratória e homilética: 8. Diferencie empatia de simpatia. 9. Cite os três aspectos primordiais da oratória: 10. Quais as 5 etapas do discurso? 11. Cite os 2 propósitos da introdução de um discurso: 12. Porque é necessário um exercício mental por parte do orador durante a exposição no discurso? 13. Os argumentos que poderão ser utilizados pelo orador durante o desenvolvimento do discurso podem ser apresentados de duas formas. Quais são? 14. Cite alguns sentimentos que a conclusão do discurso deverá causar no público: 15. Cite 3 características de um bom discursador: 16. Qual é a importante relação entre a eloqüência e a comunicação? 17. Qual a vantagem de um pregador da Palavra de Deus para com outros tipos de oradores? 18. Cite as principais características do público de um auditório: 19. Cite os quatro perfis da personalidade do orador: 20. A linguagem, a forma e a expressão podem ser desenvolvidas pelo orador, e o resultado será o estilo. É muito comum que pregadores mostrem características 154

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ORATÓRIA de estilo de outros pregadores que admiram. Isso é recomendado? Por quê? 21. Cite as cinco regras fundamentais na oratória, estabelecidas por Aristóteles, filósofo grego e grande orador: 22. Qual deverá ser a postura do orador? 23. Quais são os 7 elementos que você deve trabalhar na sua voz para melhorar a dicção? 24. O que são denominados tiques e maneirismos? 25. Há cuidados especiais que devemos ter para um bom desenvolvimento no vocabulário. Cite estes elementos: 26. Cite 5 expressões físicas que são desaconselháveis ao orador: 27. Quais as características do medo de falar em público você já sofreu em suas experiências como orador? 28. Depois deste estudo qual será o meio que você utilizará para vencer seu medo ou desafios enquanto fala em público? 29. Quais são os 3 tipos de figuras de linguagem apresentadas no estudo? Cite um exemplo para cada tipo: 30. Dê um parecer sobre a importância dos conhecimentos de oratória para o cristão nos tempos atuais.

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ORATÓRIA dito neste curso, pouco fruto tiraria o orador de suas qualidades naturais se não fossem cultivadas. Pois a arte da oratória é uma habilidade não facilmente adquirida; não é um dom que vem do berço, somente é adquirida com muita prática – e esta, deve ser bem norteada. Em se tratando de falar em público, e, falar bem – seja você, um pastor, um obreiro, um líder, um membro da Igreja, um estudante, um educador, um profissional liberal, um diretor, um empresário, etc. – terá de desenvolver suas habilidades e se utilizar de técnicas adequadas. Por vezes, esta regra de “moralidade” faz a Oratória, em certos casos, parecer uma arte de dissimulação. Falar e portar-se bem em público é mais que uma estratégia de liderança: é uma necessidade. Que Deus te abençoe!

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ORATÓRIA

REFERÊNCIAS ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998. BOYER, Orlando. 150 Estudos e Mensagens de Orlando Boyer. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. BARROS, O.M. Comunicação e Oratória. São Paulo: Lumen Júris. BASTOS, Walter. 11 Sermões para todas as horas. São Paulo: Ed. Naos, 2006. BRANDÃO, Helena H. N. Introdução à Análise do Discurso. Campinas: Unicamp, 1991. BENDER, Rui J. Manual de Comunicação. São Leopoldo: Sinodal, 1997. BROADUS, J. A. O Preparo e Entrega de Sermões. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1960. CHARAUDEAU, Patrick. Dicionário de Análise do Discurso. São Paulo: Contexto, 2004. CURY, Augusto. Treinando a Emoção para ser Feliz. São Paulo: Academia de Inteligência, 2001. DAVIS, F. Comunicação não verbal. São Paulo: Summus. DEPARTAMENTO DE E.B.D. Curso de Homilética, Como preparar e pregar sermões. Criciúma - SC: 2008. DUARTE, Noélio. Você Pode Falar Melhor. São Paulo: Hagnos, 2001. FEE, Stuart e Mueller. Entendes o que lês?. São Paulo: Vida Nova, 1984. FORD, Leroy. Ensino Dinâmico e Criativo. RJ: JUERP, 1978. FROLDI, A.S. Comunicação verbal – um guia prático para falar. São Paulo: Pioneira Thomson. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: A teoria Revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. GONÇALVES, Jesus Silva. O Púlpito Criativo. Rio de Janeiro: JUERP, 1993. GOTARDELO, Augusto. Português para Pegadores Evangélicos. São 157

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