Atividades Perigosas I

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Atividades e Operações Particularmente Perigosas Soldadura, Trabalhos Hiperbáricos, Trasfega de Líquidos Inflamáveis e Espaços Confinados

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Índice Atividades e Operações particularmente perigosas 1. Soldadura 1.1. Tipos de Soldadura 1.2. Medidas de Prevenção 1.3. Recomendações de Segurança para os Trabalhadores 1.4. Medidas de Proteção 2. Trabalhos Hiperbáricos 2.1. Riscos 2.2. Medidas Preventivas 3.Trasfega de Líquidos Inflamáveis 3.1. Riscos 3.2. Medidas de Prevenção 3.3. Procedimentos 3.4. Medidas a tomar em caso de Fuga ou Derrame 4. Atmosferas em Espaços Confinados 4.1. Tipo de Locais Confinados 4.2. Riscos

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Atividades e Operações Particularmente Perigosas A Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, alterada pela Lei n.º 3/2014, de 28 de janeiro, respeitante ao Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, lista, no Artigo 79.º, várias atividades ou trabalhos considerados de Risco Elevado. Dessas atividades, vamos abordar as seguintes: ✓

Soldadura;

Trabalhos Hiperbáricos;

Trasfega de Líquidos Inflamáveis;

Espaços Confinados.

1. Soldadura A Soldagem é um processo que visa a união localizada de materiais, similares ou não, de forma permanente, baseada na ação de forças em escala atómica semelhantes às existentes no interior do material e é a forma mais importante

de

união

permanente

de

peças

usada

industrialmente.

1.1 Tipos de Soldadura ➢

Soldadura e corte oxiacetilénico: Executa-se através de um maçarico alimentado por acetileno e oxigénio, em determinadas proporções. Os riscos associados a este método são fugas de Acetileno e Oxigénio, suscetíveis de provocar incêndios e explosões e retorno da chama.

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Soldadura por Arco Elétrico: Uma das fontes mais utilizadas para produzir calor é o Arco Elétrico, produzido entre o elétrodo metálico e a peça a soldar. ✓

Soldadura por Elétrodo Revestido: Obtém-se a união das peças através da fusão da alma metálica e do metal de base estabelecido por um elétrodo consumível durante a soldagem, revestido de elementos facilitadores e estabilizadores na obtenção do arco elétrico. Os Riscos associados a este método passam por Riscos Elétricos, Radiações, Gases, Fumos e Projeção de Material Incandescente;

Soldadura MIG/MAG: Este processo de soldadura subdivide-se em MIG (quando se utiliza um gás inerte, como Árgon, Hélio ou misturas) e em MAG (quando se utiliza um gás ativo, como CO2 ou misturas). Os Riscos associados a este método são Riscos Elétricos, Radiações (forte emissão de U.V. quando se utiliza o Árgon), Libertação de Gases (O3, NO2 e CO) e Fumos (dependendo do tipo do material), Projeção do Material Incandescente e Emissão de Ruído (quando se utiliza corrente pulsada);

Soldadura TIG: Caracterizado pela formação do arco elétrico através de um elétrodo não consumível sob uma atmosfera protetora de gases inertes como Árgon ou Hélio, onde o metal de adição é adicionado separadamente. Os Riscos associados a este método são Queimaduras, Eletrocussões, Intoxicações, Incêndios, Explosões, Emissões de Ruído e Projeção de Partículas.

1.2. Medidas de Prevenção ➢

Manutenção: ✓

Peças;

Mangueiras de Gases;

Cabos Elétricos;

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Garrafas de Gases;

Material de Apoio.

Organização do Espaço: ✓

Caminhos de circulação delimitados com guias metálicas ou marcação com tinta fluorescente;

Caminhos de evacuação sinalizados com sinalética fotoluminescente.

Formação: ✓

Riscos das Operações;

Regras Básicas de Segurança;

Consequências dos Acidentes;

Especificações de Segurança dos Materiais Utilizados;

Equipamentos de Proteção Individual.

1.3. Recomendações de Segurança para os Trabalhadores ✓

O piso do local da operação deve ter um Chão Incombustível;

Retirar todos os Produtos Inflamáveis e Explosivos da área de influência da Soldadura;

Não utilizar roupa com óleos ou resíduos de petroleados;

Verificar o cumprimento das Regras de Segurança das Instalações Elétricas; Página 5 de 14

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Nunca trabalhar em zona húmida;

Apagar a Máquina de Soldadora e desligar a ficha antes de proceder a reparações ou ajustes;

Proteger a zona de trabalho com ecrãs próprios.

1.4. Medidas de Proteção ➢

Equipamentos de Proteção Coletiva: ✓

Equipamento de Ventilação/Exaustão;

Cabines de Exaustão;

Biombos.

Equipamentos de Proteção Individual: ✓

Capacete de Proteção;

Botas de Proteção;

Luvas Isolantes;

Protetores Auriculares;

Óculos de Proteção Contra Impactos;

Viseira;

Avental de Cabedal/Couro. Página 6 de 14

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2. Trabalhos Hiperbáricos Quando os Trabalhadores estão sujeitos a Pressões maiores que a Pressão Atmosférica. Estas situações ocorrem quando o Trabalhador está a trabalhar abaixo do nível mar ou sob ar comprimido. Seja qual for o caso,

posteriormente

exige-se

uma

cuidadosa

descompressão. ➢

Exemplos: ✓

Indústria Naval;

Plataformas Petrolíferas;

Trabalhos em Barragens;

Atividades variadas de Inspeção, Fiscalização ou Manutenção.

2.1. Riscos ✓

Intoxicação por Oxigénio: O organismo humano está adaptado para respirar o Oxigénio Atmosférico a uma pressão de 1 bar. A esta pressão, a molécula que transporta o oxigénio aos tecidos, a hemoglobina, encontra-se praticamente saturada (98%). Assim, à medida que aumenta a pressão, uma quantidade significativa de oxigénio não é consumida e entra em solução física no Plasma Sanguíneo. Se essa exposição se prolonga pode produzir, a longo prazo, uma intoxicação por oxigénio;

Barotraumas: É uma manifestação patológica ligada a variações de pressão no interior do corpo, associada frequentemente a trabalhos e atividades que envolvam Mergulho.

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Quando o indivíduo é submetido a uma diferença de pressão ambiente, os efeitos sensíveis ocorrem nas cavidades, como os pulmões ou os ouvidos. Os ouvidos possuem uma região atrás do tímpano, chamada de ouvido-médio, que está cheia de ar para funcionar como uma caixa acústica, com espaço para a vibração da membrana do tímpano. Esta região é vulnerável à variação de pressão. À medida que o mergulhador baixa, a pressão da água aumenta e empurra o tímpano para dentro, provocando dor. Se o mergulhador não tomar nenhuma atitude, o tímpano pode romper-se, causando barotrauma do ouvido médio. Para evitar esse tipo de acidente, o mergulhador realiza a Manobra de Valsava que consiste em tapar o nariz com dois dedos, mantendo-se a boca fechada e expira-se com um pouco de força. Sem opção de saída, o ar caminha pela trompa de Eustáquio, canal membranoso que liga o ouvido à garganta, e chega ao ouvido-médio, preenchendo a cavidade e igualando a pressão de dentro com a de fora. Caso a operação seja mal feita o tímpano pode romper (o que só uma delicada cirurgia resolve). 2.2. Medidas Preventivas ✓

Controlo de tempos de compressão e descompressão;

Controlo da qualidade do ar;

Rede de iluminação;

Duração de exposição ao risco;

Habilitação para a condução dos trabalhos;

Habilitação para execução dos trabalhos;

Controlo clínico dos operadores.

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3. Trasfega de Líquidos Inflamáveis Falamos da operação de transferir um Produto de um ponto para outro. O mais comum é a Trasfega de um Camião Cisterna de Gasolina para um Tanque e de um Tanque para um Automóvel. 3.1. Riscos Na operação de Trasfega os principais riscos estão associados ao manuseamento dos líquidos Inflamáveis. Nesse sentido, os Riscos mais comuns são: ✓

Derrames;

Libertação de Gases;

Incêndios;

Explosões.

3.2.Medidas de Prevenção ✓

O Sistema de Trasfega deverá estar equipado com válvulas de seccionamento ou corte, de excesso de débito, antirretorno, ou de alívio de pressão;

Estas válvulas devem ser instaladas nas tubagens de entrada e/ou saída dos Reservatórios, na zona de bombagem e compressão ou ainda nos acessos aos enchimentos de garrafas e Cisternas;

O local de Trasfega deverá estar bem identificado e completamente desimpedido de objetos/equipamentos desnecessários à Operação; Página 9 de 14

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O local de Trasfega deverá ser delimitado, num perímetro que envolva todos os equipamentos necessários aos trabalhos;

Caso o local de Trasfega esteja localizado na via pública, todas as pessoas que transitem no passeio deverão ser informadas e aconselhadas a realizar um percurso alternativo à zona do passeio delimitada;

Os Trabalhadores deverão utilizar Equipamentos de Proteção Individual adequados (Luvas de Borracha, Máscara, Óculos e Calçado apropriado);

É expressamente proibido fumar ou produzir qualquer chama ou fogo durante as operações Trasfega, bem como o uso, para qualquer fim, de ferramentas metálicas suscetíveis de provocar faíscas (utilizar apenas chaves anti chispa);

Os Equipamentos deverão ter classificação ATEX (Equipamentos destinados a ser utilizados em Atmosferas Explosivas).

3.3. Procedimentos ✓

O primeiro passo da Operação passa por ligar todos os Elementos à terra, devido à eletricidade estática;

Antes de iniciar uma Trasfega, verificar se há capacidade suficiente no Tanque de destino para a substância que se pretende transferir;

A bomba de descarga só deverá ser posta em funcionamento após completada a ligação da mangueira flexível e apertadas as conexões;

Durante a Trasfega propriamente dita, estar atento às fugas ou derrames;

Verificar nos Tanques de origem e destino, a intervalos regulares, os Níveis, a Temperatura e a Pressão, bem como qualquer alteração inesperada do ritmo a que variam estes parâmetros; Página 10 de 14

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A Trasfega tem um tempo estimado, caso demore mais tempo aumenta a perigosidade.

3.4. Medidas a tomar em caso de Fuga ou Derrame ✓

Manter afastadas fontes de ignição;

Tomar medidas contra descargas de eletricidade estática;

Evitar a inalação dos vapores, utilizar filtro respiratório adequado aos vapores;

Evitar contactos com a pele, utilizando luvas apropriadas;

Manter as pessoas afastadas do local e colocadas do lado de onde sopra o vento;

Evitar e controlar o alastramento do líquido;

Impedir a entrada do produto em canalizações, esgotos ou caves;

Em caso de derrames na via pública, avisar as autoridades;

No caso de pequenos derrames, remover com material absorvente (areia ou serradura);

No caso de derrames significativos, remover por bombagem.

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4. Atmosferas em Espaços Confinados Oxigénio e que não está concebido para uma ocupação contínua por parte do Trabalhador. 4.1. Tipo de Locais Confinados ➢

Abertos na parte superior mas com uma profundidade que dificulta a ventilação natural. Por exemplo:

Fossos;

Cubas;

Poços;

Depósitos abertos.

Fechados, com apenas uma pequena abertura de entrada e saída: ✓

Salas subterrâneas de Transformadores;

Túneis;

Canais de Esgoto;

Galerias de Serviços;

Caixas de Inspeção Subterrâneas;

Tanques de Armazenamento ou Sedimentação.

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4.2.Riscos Os trabalhos em Espaços Confinados, por envolverem uma série de Riscos, requerem um cuidadoso planeamento. As estatísticas apontam que 60% dos casos de óbitos em Acidentes em Espaços Confinados são com equipas de resgate mal preparadas. Os Riscos variam de acordo com o Tipo de Espaço, sendo que podemos fazer referência aos seguintes: ✓

Intoxicações;

Asfixias;

Afogamentos;

Quedas;

Choques Elétricos;

Soterramentos;

Incêndio ou Explosões provenientes de Vapores e Gases Inflamáveis.

4.3. Procedimentos ➢

Preparação: ✓

Planeamento das operações e autorização de Trabalho;

Identificação do local de intervenção

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Conhecimento da envolvente, natureza da intervenção, qual a utilização do Espaço Confinado, anterior e atual, que tipo de produtos que se possam encontrar no interior.

Estudo sobre a viabilidade da intervenção.

Planeamento: ✓

Escolher os Trabalhadores e informa-los sobre os Riscos inerentes;

Estabelecer Instruções de Trabalho específicas;

Designação de Pessoa Competente para liderar e monitorizar o Processo;

Estabelecer o Plano de Prevenção e Intervenção em Caso de Emergência com a Equipa de Socorro e Resgate.

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