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Tito Mellão LarayaA Vida em Partes
A VIDA EM PARTES
Por Tito Mellão Laraya larayaescritor@hotmail.com
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A advocacia, como profissão, guarda exemplos de humanidade que a dignificam em sua conduta.
No princípio do século XX, um advogado rico, jovem, se viu, da noite para o dia órfão e viúvo. O seu pai, um medico de quem levava o nome, e de que tanto se orgulhava, pois já naqueles áureos tempos, quando a medicina social não era muito difundida, cuidava dos ricos cobrando, e dos pobres gratuitamente.
Muitas vezes sensibilizado com a penúria do paciente deixava o dinheiro da medicação com a família.
Seu filho, advogado, sempre foi um homem bem sucedido, e havia amealhado uma pequena fortuna, no correr de sua vida.
Quando se viu só, continuou morando com a mãe, de onde nunca havia saído, e arrumou um emprego de advogado da Caixa Econômica Federal, instituição pública de crédito, para ocupar seu tempo, sua vida e não ficar pensando na tragédia que o abatera.
Não era bem quisto no local de trabalho, afinal, o que um rico que não precisava do dinheiro fazia ali, roubando o lugar de quem precisava?
Até que pouco tempo depois morreu, e descobriu-se que todo o seu salário ia para a caixa dos funcionários pobres daquela instituição.
Durante todo tempo que lá trabalhou sempre foi alegre, e sua alegria e suas piadas contagiavam a todos, enfim um homem de bem com a vida, poucos sabia da dor que trazia no coração, pois em menos de um mês havia perdido o pai que se espelhava tanto e a esposa.
Até hoje é motivo de estórias polêmicas familiares, a vida dos dois, pai e filho, ambos tinham o mesmo nome.
Quando nasci, foi este o nome que meus pais me deram. Minha bisavó, de quem amava muito, e mãe de um e viúva de outro, acompanhou a minha infância e adolescência, contando-me histórias de meus antepassados.
Hoje, sou escritor, assino os meus livros comeu apelido, que é meu nome de família, aquele que só as pessoas que gostam de mim sabem.
E, não foi sem espanto ao ver que este apelido era mais popular do que o nome honroso que levo.
Sou advogado e músico, como os laraya, é há gerações, e é contando estórias, que guardo na razão, de valores que trago no coração, que tenho o nome que tenho então! O VALOR DO ANONIMATO
Não importa se é dia de branco ou feriado, se é de dia ou de noite, se é hora própria ou imprópria, a ideia do livro vai-se brotando no meu ser.
Eu, sem ter hora nem jeito, sem pesquisar o que já foi feito, vou botando no papel as ideias que me aparecem então!
Algumas fogem outras permanecem, sei que a entrega para esta missão exige dedicação integral. Ainda não consegui estabelecer um horário para as ideias brotarem, e se não for rapidamente coloca-las no papel, elas se perdem como vieram, mas outras irão aparecer.
Fico encantado com o escrever um livro, pois muito se parece com minha existência. As coisas acontecem por espasmos, para no final tomarem a forma fluida e constante que eu lhes der. Algumas vezes misturo assuntos, outras humores, pois ele nunca, nem quero que isto aconteça, deixou de ser retrato meu. Algumas vezes paro outras alucinadamente trabalho sem saber o rumo que as coisas estão a tomar. No fim, na primeira revisão, começarei a dar sua forma final. E, um dia lhe direi: agora fala! O LIVRO