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Edielane Lacerda da Cruz
A CANÇÃO DO VENTO
Acordei de madrugada. Estava triste e perturbada. Não estava acontecendo nada, mesmo assim continuei emocionada. De repente ouvi um som que vinha de longe, de mansinho, suave, harmonioso mas melancólico! Meu coração saltou e não sei como, e nem onde minha alma pressentiu um momento abrupto e bucólico. Alguma coisa estava para acontecer e eu sabia que quando essa canção soava aos meus ouvidos, nada e nem ninguém enganava o meu perceptível ser. Era como se de vez em quando escutasse gemidos. Então, antecipadamente comecei a sofrer. Senti uma lágrima escorer de meus olhos e logo o vento começou a cantar em minha janela. O sorriso que morava em meus lábios desfaleceu e lembrei dela, a vilã que tira a vida. Pela manhã, logo, tudo de pior aconteceu. Foi uma correria, um desespero, uma alma foi tirada do mundo e minha querida mãe...morreu!!!
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ALINE
(para minha mãe) Dizia que não ia ser lembrada. Que quando partisse não queria choro, queria festa, música, muita alegria e sobre seu túmulo, ervas medicinais. Aline! Como não ser lembrada, Paulina? Paula como seus amigos a conheciam em coro. Guerreira, hospitaleira, prendada, no seu dia a dia. Qualidades era o que tinhas mais...mais...mais... Como educou bem seus seis filhos. Exigente, caprichosa, educação tradicional. À mesa...ninguém pia. O pai falava, o filho ouvia. As filhas seguiam seus ensinos, seus rituais: Sobre a cabeça, uma pilha de livros com saltos nos pés e sua ordem oral. Cabeça erguida, coluna reta, nariz para frente. Ao sentar, arrume o vestido, cruze as pernas e coloque as mãos, uma sobre a outra sobre os joelhos. Um leve sorriso, sempre nos lábios, palavrão! Nem pensar!
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA EDIELANE LACERDA DA CRUZ
Três vestidos sempre iguais em sua mente, em nosso corpo. E lá ia para máquina costurar enquanto nos ensinava bordar. Os filhos também, não escapavam, era tudo igual. Na divisão de tarefas domésticas um lava louça, outro a roupa, um limpa o banheiro, passa escovão, ah... esse era meu irmão, um tira pó e assim ia revezando nossas atividades. Na escola? TODOS...melhores alunos. Tarefas vigiadas por pai e mãe, também... quantos troféus, medalhas, honras ao mérito. Até piano tínhamos e não éramos ricos. Todos tinham que saber fazer tudo! Depois de feito! Vinha a supervisão... Final de semana era sagrado...igreja! As seis da tarde, todos os dias, reunião em família. Como era bom, a mãe cantava, o pai tocava. Ou cantávamos todos juntos, duetos, trios, quartetos até formar um grupo com uma só voz: amor. Então vinham as histórias, às vezes bíblicas, outras patriotas, os livros? A Bíblia, Pérolas Esparsas(com fundo moral) e Homens Que Fizeram o Brasil...e quando se fantasiavam... era só alegria, o pai de mulher, a mãe de rainha, encenavam, então...oração, nove horas, já para cama. Beijos na testa e coberta nos ombros, como nos filmes. Ah...agora tudo era alegria? Não...muitas dificuldades de toda natureza, mas sobrava dignidade. Momentos tristes, claro existiram, mas porque lembra-los diante de todo o belo que vivemos junto aos nossos pais? Agora estão juntos, vão animar o céu, fazer coro com anjos. Nós? Vamos viver o que aprendemos e repassar aos nossos. Em cada composição nossa, um pouco de seus arranjos, e em nossas vidas, com certeza, serão anjos.
DESAPONAMENTO
É tão triste quando uma pessoa que de você existe te fere, te magoa! Não esperava por tais palavra ditas, assim faladas, sem remorso...palavra: idiota, sem noção! fiquei abismada e pensei: depois, que virá, então? Para a pessoa, não foi nada. Para mim, uma paulada! Meu coração, por um momento parou, acredite, desanimado. Em minha alma, meu pensamento... vontade de ser objeto inanimado! Não tem dor, sentimento. É frio e estagnado. Mas sou sensível, demais... Não chorei com meus olhos, lágrimas sufoquei, perdi a paz. Parecia estar entre abrolhos. Porque não veio de qualquer um, mas de alguém amada, ligada a mim, Em momento algum pensei me ver assim! O que fazer, então? Perdoar, fingir que doi, não. Esquecer, seguir, avante. Afinal, eu sou assim: escrevo, tudo que me afronte. Vai embora o que feriu, enfim. Volto a conviver, normalmente. Ora, a pessoa saiu de mim e por isso vivo contente. Jamais, nunca quero nada ruim para este ser, especial que é um pedaço de mim. Por quem tenho amor incondicional!
ENTREVISTA COACHING E PALESTRANTE RIJARDA ARISTÓTELES
O crescimento do mercado brasileiro de coaching foi de mais de 300% em um período de quatro anos (2012-2016), segundo a International Coach Federation (ICF). Empresas de recrutamento apontam, que neste ano de 2018, profissões ligadas ao desenvolvimento humano estarão em alta.
De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), 72% das pessoas estão insatisfeitas com seus trabalhos. No que diz respeito aos relacionamentos, o Brasil nunca teve tantos divórcios desde 1984, são quase 300 mil separações por ano. Issomostra um descontentamento atual com as relações pessoais. Um forte mercado para o Coaching.
A rápida expansão no Brasil da profissão de Coach merece uma atenção especial principalmente das instituições formadoras. Será que o Coaching já está a exigir uma regulamentação ou uma acreditação institucional que estabeleça regras comuns?Quem faz estes questionamentos é a Dra. Rijarda Aristóteles, Presidente do Instituto de Inteligência Emocional Femininae autora da primeira Metodologia em Coaching Feminino – Caminho das Estrelas.
Nesta entrevista, a Doutoranda em História e Internacionalista especialista na Construção de Cenários, fala da história do Coaching e do futuro da profissão, tema do seu novo livro “Uma Breve História por trás do Coaching”.
Boa leitura!
O que existe por trás do Coaching? Uma breve história
PorJornalista Vera Moreno MTE JP 2282/CE
Dra. Rijarda, o que a leva a crer que a profissão de Coach está passando por um momento de autoavaliação?
Este momento é o que eu chamo da Terceira Viragem do Coaching.Espaço de tempo relativo à adequação aos paradigmas e às demandas, natural em qualquer profissão. Identifico como um reposicionamento do papel do Coach e das instituições certificadoras. A proliferação de muitos cursos rápidos e, em alguns casos, sem critérios de ensino e prática, tem provocado uma reação dissonante entre qualidade x quantidade. O Coaching não é mágica, não é milagre, não é autoajuda, não é terapia. Coaching é um sistema composto por teoria e ferramentas, apresentado e facilitado por um profissional que deve ser altamente capacitado para que o cliente atinja seus objetivos de vida, por meio da mudança de crenças. É um processo com início e fim, baseado fortemente em resultados concretos e visíveis. É simples e menos glamouroso do que alguns Coaches insistem em comunicar. O Coaching necessita que seus profissionais sejam qualificados e tenham formação acadêmica, para corresponder ao status que lhe conferido pelos resultados. Para ser um profissional qualificado prever-se um alto grau de investimento em conhecimento e autoaplicação. O mercado é um ótimo regulador, porém já não é o suficiente.
Conhecer a raiz da profissão é importante para ser um bom profissional?
Conhecer a história é o primeiro passo para o tratar ético da profissão. E
o Coaching tem uma história rica e como resultado do cruzamento de várias disciplinas. Embora se concentre no hiato de tempo entre o presente e o futuro, é importante que o profissional se sinta ligado a uma produção de conhecimento que valoriza sua profissão. O Coach não é semi deus ativo, mentor ou terapeuta. É um profissional que tem por prerrogativa ser um condutor da Alta Performance para o seu Coachee.
Fica claro em seu novo livro “Uma Breve História por Trás do Coaching”, o pensamento de que a Psicologia e o Coaching são áreas complementares e distintas. Como isso se dá de forma a um processo trazer benefícios ao outro?
O acesso instantâneo e fácil das comunicações, estabelece novos paradigmas e necessidades de respostas mais rápidas, desenvolvendo uma dinâmica própria. Produtos e serviços tendem a se adaptarem aos novos modelos alterando formas de acesso e de respostas. O modelo da busca de soluções centradas na patologia, no sofrimento ou no passado pessoal, sofreu um revés. Hoje busca-se respostas mais rápidas, positivas e de bem-estar. O Coaching emergente, adicionando práticas complementares de outros campos, e sem o constrangimento das práticas clínicas tradicionais, torna-se mais interativo, resolutivo, rápido e orientado para os resultados satisfatórios do cliente, aparece como a solução. O Coaching, inclui uma referência explícita aos valores da Psicologia Humanista, de Carl Rogers, da década de 1940/50,que encontra-se de certo modo, com a Positiva, de Martin Seligman, final da década de 1990, por exemplo. Coaching e
áreas da Psicologia continuam a conviver o que reflete um aumento ao nível do interesse em ambas disciplinas ou área de trabalho, em usar algumas abordagens mais ligadas ao campos psicológicos e de Coaching, principalmente na terapia breve. Por outro lado, exige-se uma clarificação dos papéis e das atuações dos profissionais, em suas áreas. Os Psicólogos estiveram presentes no início do caminho do Coaching, quando foram criadas e sistematizadas as teorias e os modelos e continuam como parceiros especiais na jornada dos Coaches, nas adaptações e no desenvolvimento de novos modelos e ferramentas. Enquanto ambos – terapeutas e treinadores – entenderem os limites dos papéis, poderão potencializarem-se nas disciplinas e campos de atuação.
O Coaching não possui regulação acadêmica. É possível mudar isso? De que forma a não regulamentação pode afetar o futuro da profissão?
É possível e necessária a passagem para o próximo nível do Coaching. Ao conhecer, compreender e valorizar a história originária do Coaching, devemos todos – instituições formadoras, Coaches e mercado - haver uma responsabilidade. Nas formações, por exemplo, isso deverá ser evidenciado, como disciplina para que o/a aluno/a conheça a história da profissão e deste modo ressalte a não banalidade do processo e se reconheça quem foi fundamental nesta construção. Os clientes, por sua vez, devem reconhecer a Congruência do Coach. O “Faça o que eu faço” é muito mais eficaz do que “faça o que eu digo”. O desafio para essa mudança requer do Coaching a
humildade para colocar-se como parte integrante de outras disciplinas e de outras práticas, para responder às exigências de distinção de um mercado, ainda em crescimento, sem perder a sua originalidade e eficiência.Os fatores internos são as chaves para o crescimento ou declínio do Coaching. O modelo de difusão e de inovação, servirá para acompanhar as mudanças internas no Coaching ao longo do tempo. O importante é manter o foco 100% no cliente/ Coachee e baixar o ego do Coach, colocá-lo, de fato, como coadjuvante no processo. Talvez como resultado desta Viragem Histórica do Coaching devamos criar um protocolo único de diretrizes básicas para a profissão. Quem sabe o Coaching no Brasil não esteja robustecido para se autorregulamentar por meio de um órgão único, com critérios coletivos e unificados, que possa zelar pela profissão, pelos profissionais e pelos clientes? No meu livro eu apresento uma ideia melhor detalhada sobre esta questão. Acredito sinceramente no presente e no futuro do Coaching.
Considerações finais
“Quanto mais formação e Conhecimento Consciente deste processo, mais coadjuvante nós nos tornamos. O bom treinador é aquele que se autoaplica o treinamento, com resultados comprovados e mensuráveis. O Coaching é um campo de conhecimento que EXIGE prática. Talvez esta seja a mais recente viragem histórica do Coaching: ao olhar para seu passado reconhecer-se como importante e como um simples “processo” de congruência entre o SER e o TER, com a autoaplicação por quem ministra ou conduz.É importante abraçar uma definição de Coaching que valorize a ética e os bons propósitos ou valores de vida, onde o processo de atendimento seja de aprendizagem mútuo, que promova a autoconsciência como caminho para o conhecimento consciente e estratégico. No Coaching Feminino Caminho das Estrelas, esta é uma prerrogativa. Se você abraça outra definição, procure trazer para ela a base formadora dos Valores de Vida”. Trecho do livro Uma Breve História
por trás do Coaching – o que você precisa saber para amar a sua pro
fissão - Instituto de Inteligência Emocional Feminina.
_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/ DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL | ESCRITORA NELL MORATO
Homenageando o Dia das Mães
Quando soube do tema da edição de maio, fiquei em dúvida sobre o texto. No ano passado, escrevi sobre minha mãe e o “Amor sem Limites”. Cheguei a “quase” decidir escrever sobre mim, a mãe do Felipe… e aí lembrei que poderia destacar as mães famosas na literatura brasileira, e saí em busca de um artigo interessante, que desse destaque não só para as mães, mas para a força e determinação da mulher. Boa Leitura! Feliz Dia das Mães!
Cinco Mães da Literatura Nacional
Cinco mães, cinco personalidades, um mesmo objetivo: defender suas crias. De Ana Terra a Sinhá Vitória, conheça as mais interessantes – e queridas – mães da Literatura.
“Donela menina de pano
Linda boneca de pena Vai parir não vai parar Crianças de aquarela Vai criar um coração de um tamanho que não cessa Vai cuidar da criação A flor de filho a pedra e a água A filha pede a madrugada Tudo em volta gira e gera Tudo em volta não espera(...)”. (Mãe me diz quem é você – O Teatro Mágico)
Retratada em imagens, versos e músicas, poucos tipos foram mais explorados pela literatura universal do que as mães. Na literatura brasileira, as mães também ganharam papel de destaque em diversas narrativas e é por isso que o Mundo Educação apresenta para você cinco mães da literatura nacional que têm lugar garantido em nossa memória afetiva.
Ana Terra
Personagem da trilogia O Tempo e o Vento, do escritor Érico Veríssimo, Ana Terra é a protagonista do primeiro volume da saga que conta a formação histórica do Estado do Rio Grande do Sul. Em O Continente, Ana Terra é apresentada logo no primeiro capítulo e a força de sua história, aliada à unidade temática da obra, permitiu que o capítulo fosse publicado em um volume separado. Ana Terra é a mulher forte que, depois de ter sua família assassinada pelos castelhanos, parte com o filho para o povoado de Santa Fé, espaço onde seus descendentes darão continuidade à narrativa.