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Homenagens dia das Mamães
A CANÇÃO DO VENTO
Acordei de madrugada. Estava triste e perturbada. Não estava acontecendo nada, mesmo assim continuei emocionada. De repente ouvi um som que vinha de longe, de mansinho, suave, harmonioso mas melancólico! Meu coração saltou e não sei como, e nem onde minha alma pressentiu um momento abrupto e bucólico. Alguma coisa estava para acontecer e eu sabia que quando essa canção soava aos meus ouvidos, nada e nem ninguém enganava o meu perceptível ser. Era como se de vez em quando escutasse gemidos. Então, antecipadamente comecei a sofrer. Senti uma lágrima escorer de meus olhos e logo o vento começou a cantar em minha janela. O sorriso que morava em meus lábios desfaleceu e lembrei dela, a vilã que tira a vida. Pela manhã, logo, tudo de pior aconteceu. Foi uma correria, um desespero, uma alma foi tirada do mundo e minha querida mãe...morreu!!!
ALINE
(para minha mãe) Dizia que não ia ser lembrada. Que quando partisse não queria choro, queria festa, música, muita alegria e sobre seu túmulo, ervas medicinais. Aline! Como não ser lembrada, Paulina? Paula como seus amigos a conheciam em coro. Guerreira, hospitaleira, prendada, no seu dia a dia. Qualidades era o que tinhas mais...mais...mais... Como educou bem seus seis filhos. Exigente, caprichosa, educação tradicional. À mesa...ninguém pia. O pai falava, o filho ouvia. As filhas seguiam seus ensinos, seus rituais: Sobre a cabeça, uma pilha de livros com saltos nos pés e sua ordem oral. Cabeça erguida, coluna reta, nariz para frente. Ao sentar, arrume o vestido, cruze as pernas e coloque as mãos, uma sobre a outra sobre os joelhos. Um leve sorriso, sempre nos lábios, palavrão! Nem pensar!
www.divulgaescritor.com | maio 2018
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