Percurso Educativo Infinito Vão - Azul

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PERCURSO EDUCATIVO INFINITO

VÃO

8 OBRAS VISITA EM


“DOS PRÉDIOS PARA AS PRAÇAS, UMA NOVA RAÇA” COLÉGIO DE APLICAÇÃO, NOVOS BAIANOS


Saudações! A exposição INFINITO VÃO propõe um panorama de noventa anos da arquitetura brasileira, a relacionando a um contexto mais amplo das manifestações culturais e dos contextos políticos e sociais no país. Esses roteiros de percursos propõem visitas temáticas, sugerem caminhos que podemos trilhar na exposição, partindo de um conjunto de perguntas norteadoras. Vamos explorar algumas especificidades das práticas arquitetônicas no Brasil? Boa visita!


PERCURSO AZUL A arquitetura, em última instância, é um campo projetivo. Ela antecipa, por

meio dos dispositivos técnicos e expressivos disponíveis, respostas aos anseios sociais e simbólicos de um período, propondo novas formas de nos relacionarmos aos espaços construídos e uns aos outros. Pensar arquitetura e urbanismo não é apenas pensar materiais, tecnologias e volumetrias, mas é pensar também formas de viver, trabalhar, nos

deslocar, estudar, habitar... Na medida em que se constitui como uma modalidade de crítica social, a arquitetura parece convocada pelo passado (a reverência a modelos precedentes, aos meios expressivos consagrados, às suas qualidades monumentais...) e pelo futuro (sua disposição progressista, seu ímpeto inovador, sua euforia pelas novas tecnologias e as plasticidades que elas permitem, seu desejo de apresentar novas soluções aos dilemas de nossa sociabilização...).

crítica social | volumetria | utopia | ecologia


Tantas vezes as práticas arquitetônicas e urbanísticas modernas foram acusadas de serem utópicas; mas o que essa acusação nos diz? A utopia é o desejo social que não tem um lugar definido, que não tem uma topologia própria, mas que insiste em existir como projeto e como anseio;

a utopia não é estruturada em sua viabilidade ou plena integralização, mas em sua capacidade de pôr em crise nossa relação com a realidade social como projeto político, subjetivo, estético, comunitário e ecológico.

O que a arquitetura diz de nossas formas de viver e conviver?


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Banco Macaco Kamalurré Mehinaku- Etnia Mehinaku, Xingu Já no começo da exposição, encontramos o Banco Macaco,

de autoria de Kamalurré Mehinaku, da etnia Mehinaku, uma cultura da região do Alto Xingu. Na cultura Mehinaku, a produção de bancos zoomórficos, talhados em madeira e ornados com pigmentos naturais representando animais como tamanduá, anta, onça e pássaro, é tradicionalmente um trabalho masculino. Esses bancos constituem marcadores organizacionais da aldeia,

uma vez que é o banco, localizado à frente da casa dos homens, dando vista desimpedida da estrada para a floresta, o elemento divisório da aldeia. De fato, as aldeias Mehinaku seguem regras rigorosas de organização, por meio de um eixo central que repercute a passagem do sol, de modo que o modelo da vida social é o próprio céu. A arquitetura vernacular indígena não produziu grandes impactos nas técnicas construtivas arquitetônicas brasileiras, contudo, na contemporaneidade, tem havido uma renovação no interesse pelos sistemas construtivos, modulações estruturais, recursos expressivos, tecnologias e concepções espaciais indígenas.

Movimento Indígena no Brasil O marco do movimento indígena na América Latina é a realização do primeiro Congresso Indigenista Americano [Convenção de Patzcuaro], realizado no México em 1940. No Brasil, a articulação política indígena se dá sobretudo como um movimento de resistência à política expansionista do regime militar na década de 1970. Em 1983, é eleito o primeiro deputado indígena no país, Mário Juruna [1934-2002]. Desde então, as lideranças indígenas têm atuado diretamente na política nacional, criando diversos grupos autônomos . Em 2002, foi criada a APIB, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Embora tenham diversas reivindicações, os movimentos indígenas no Brasil concentram-se na luta pela conservação das delimitações e fiscalização das áreas indígenas ameaçadas pela expansão agrícola, pelo respeito a sua cultura, pressionada pela expansão evangélica, bem como garantias ao direito à educação.

mehinaku | zoomorfo | aldeia | arquitetura vernacular indígena


padronagem de cestaria mehinaku


Le Brésil, Terre D’avenir STEFAN ZWEIG, 1942. Paris, França

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Hoje a expressão “Brasil, país do futuro” se tornou tão recorrente que talvez poucos poderiam associá-la à publicação do austríaco Stefan Zweig. Mas, de fato, esse é o título da obra de Zweig que, após uma breve visita em 1936, refugia-se no país em 1940, fugindo do avanço nazista na Europa. Na obra, Zweig argumenta como a cultura brasileira poderia constituir uma alternativa civilizatória ao modelo europeu, erodido pelo nazifascismo, pelo ódio racial e pela guerra. O Brasil, com suas riquezas continentais, estabelecia uma cultura singular, mesmo em relação à sua matriz ibérica, determinada pelo sincretismo e pela miscigenação racial, propondo uma possibilidade de convivência harmônica entre pessoas de diferentes raças, credos e nacionalidades. Todavia, a potencialidade nacional dependia da superação de suas limitações: o subdesenvolvimento, a desigualdade

Ninguém respeita a constituição

social, a falta de uma infraestrutura industrial e as condições sanitárias precárias. Embora o livro tenha sido um sucesso editorial, foi recebido com ressalvas pela intelectualidade local e parte da imprensa, uma vez que, em seu entusiasmo, Zweig não tecia críticas a ditadura e, pelo contrário, fornecia argumentos ao nacionalismo progressista do Governo Vargas.

Mas todos acreditam no futuro da nação Que país é esse? Que País é Esse? Legião Urbana

nazifascismo | matriz ibérica | sincretismo | miscigenação | subdesenvolvimento | ditadura | nacionalismo


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Escola Parque Diógenes Rebouças, 1947. Salvador, BA O complexo educacional assinado por Diógenes Rebouças representou a materialização do projeto de reformulação do ensino proposto por Anísio Teixeira para a Bahia. Como um centro popular dedicado à educação integral, é composto por quatro escolas classes e uma escola parque, na qual os estudantes teriam acesso a práticas artísticas (artes plásticas, música, teatro e dança), práticas industriais e atividades recreativas. Associada a arquitetura, haviam obras de Mário Cravo, Jenner Augusto, Carybé e Maria Célia. A maior parte das decisões foram tomadas em parceria entre o arquiteto e o educador, de modo que a arquitetura refletisse o projeto pedagógico de Teixeira. Essa experiência provara-se essencial para o eventual desenvolvimento do ideário pedagógico de Anísio.

Ideário Pedagógico de Anísio Teixeira Livro de registro de saberes no qual consta a filosofia educacional proposta pelo mesmo entre 1920 e 1960. Compreende a universalização da educação pública, laica, gratuita e obrigatória.

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anísio teixeira | educação integral | escola classe | escola parque | plano educacional de brasília


Encontro dos Eixos Monumental E Rodoviário Mário Fontenelle, 1957

O ambicioso projeto urbanístico de Brasília atraiu diversos fotógrafos que produziram registros visuais que constituem nossa

imaginação social acerca da nova capital federal, como Marcel

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A palavra candango passou a ser positivamente associada aos operários como “pioneiros” ou “desbravadores”

sobretudo a partir da instalação da escultura de Bruno Giorgi

Gautherot, Thomas Farkas e Peter Scheier. Todavia, a emblemática

na Praça dos Três poderes. A escultura, que já havia sido

imagem do encontro entre os eixos Monumental e Rodoviário, grau

apresentada como “Os Heróis”, passou a ser designada como

zero da proposta de Lúcio Costa, foi produzida pelo piauiense Mário

“Os Candangos”, repercutindo na mídia como um monumento

Fontenelle. Mecânico de aeronaves e fotógrafo autodidata,

aos operários anônimos que construíram a cidade.

Fontenelle recebeu de Juscelino Kubitschek sua primeira câmera e a incumbência de produzir uma série de registros da construção da Nova Capital. Além das impressionantes vistas aéreas da obra, Fontenelle produziu um riquíssimo acervo imagético do início de Brasília, sobretudo as imagens dos candangos: os operários imigrantes que construíam a cidade. O termo candango, originalmente pejorativo, era usado para descrever os trabalhadores anônimos, em sua maioria vindos, como o próprio Fontenelle, da Região Nordeste e

Norte, muitas vezes sem quaisquer qualificações formais para a construção civil. Em algumas imagens de Fontenelle é possível vêlos chegando em caminhões, em viagens longas e precárias, atraídos pela possibilidade de trabalho. As condições de trabalho também eram ruins e não era incomum acidentes e mortes.

juscelino kubitschek | candango


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Cajueiro Seco Acácio Gil Borsoi, 1963. Recife, PE. A experiência habitacional de Cajueiro Seco, realizada na região metropolitana de Recife entre 1963 e 1964, quando foi interrompida pelo Golpe Militar, é uma das principais referências em projetos participativos para provisionamento de moradias e um paradigma na articulação entre arquitetura moderna e vernacular. O projeto contava com um planejamento comunitário cooperativo de habitação para duas mil pessoas, consistindo de construções de taipa (ou pau-a-pique) com estrutura pré-fabricada empregando a mão de obra da própria população. Esse modelo participativo buscava a emancipação coletiva, um processo de agenciamento popular.

Todo tempo quanto houver pra mim é pouco Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco Numa casa de Reboco, Zé Marcolino

golpe militar | taipa | estrutura pré-fabricada


Multidão Claudio Tozzi, 1968

Pintor, artista gráfico e mestre em Arquitetura, Claudio Tozzi

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A perseguição política atingiu, sobretudo, aqueles

utiliza elementos da comunicação de massa em suas pinturas e

que à época, desenvolviam atividades docentes nas

serigrafias. No final da década de 1960, o artista dedica-se a uma

universidades federais (sendo vários profissionais

fase especialmente politizada, engajada e crítica em sua obra. É deste período sua série de imagens de manifestações e passeatas, que o artista coleta de jornais e revistas da época e transforma, produzindo imagens em alto-contraste, da qual, Multidão, é um exemplo. No mesmo período é promulgado o Ato Institucional número 5, instituindo, entre outros pontos, a censura prévia de música, cinema, teatro e televisão.

intimidados, interrogados ou afastados compulsoriamente). As ressalvas à arquitetura moderna eram cada vez mais consideradas politicamente reacionárias, e o Governo Federal estava mais interessado em realizar grandes projetos de infraestrutura de engenharia do que no desenvolvimento de uma linguagem estética arquitetônica.

Se a chegada da arquitetura moderna no Brasil causou intensos debates, sobretudo a partir da década de 1940, ela era celebrada como expoente da arquitetura nacional, tanto internamente como internacionalmente, como demonstra a realização da

exposição Brazil Builds em 1943. O funcionalismo urbanístico de Brasília oficializa essa relação no início da década de 1960. No entanto, com o Golpe Militar, o discurso social da arquitetura moderna passa a ser vista com maus olhos pelo anticomunismo militar. A estética modernista estava integralmente ligada à uma ideologia de esquerda (ao menos enquanto discurso) e, de fato, vários arquitetos estavam diretamente engajados politicamente ou eram membros assíduos do Partido Comunista.

Arquitetura de pobre É barraco espetado na beira do barranco O pobre vai levando a vida aos solavancos E o doutor com dinheiro no banco Arquitetura de Pobre, Edgar Barbosa e Joacyr Santana

serigrafia | ai5 | esquerda | partido comunista



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Vivão e vivendo Racionais MCs, 2002

No período da redemocratização, sobretudo na década

A arte periférica, portanto, torna indissociável estética e

de 1990, as periferias urbanas brasileiras viviam uma

política, sendo essencialmente engajada na recusa em

situação de profundo abandono do Poder Público, o

ocupar os lugares sociais estipulados e construindo uma

que dava espaço a organização de poderes paralelos,

narrativa para si, por meio da promoção cultural e social

um marcante aumento da violência estatal e

de suas comunidades.

paraestatal, uma grande taxa de desemprego e encarceramento em massa. Nesse contexto, um conjunto de fatores culmina na emergência de uma nova identidade periférica. Coletivos de jovens politizados voltam-se para a melhoria da vida comunitária, muitas vezes por meio de expressões artísticas (o que não é surpreendente, tendo em vista que periferias urbanas brasileiras já eram conhecidos polos de produção artística). Assim, o rap, o hip hop, os saraus, o grafitti, a literatura marginal, os grupos de teatro, o cinema e a moda, passam a ser articuladores de redes comunitárias, bem como um canal de formulação de uma nova identidade periférica, organizada em relação ao orgulho e ao enorme estigma social associado a ela. Identificar-se como periférica ou periférico implicava em assumir marcadores sociais e

Na exposição, a música “Vivão e Vivendo” representa e destaca essa mudança de paradigma social urbano como elemento imprescindível para pensar na arquitetura e urbanismo atual no Brasil. Isso dá notícia de modelos arquitetônicos participativos, requalificação de áreas, reinvindicações de direito à cidade, direito à moradia, as ocupações urbanas, o questionamento dos movimentos de gentrificação, entre outras. Os Racionais MCS são um dos mais influentes grupos de rap nacional, sendo fundado em 1988 e ganhando notoriedade sobretudo no início dos anos de 1990, com músicas de denúncia sobre a violência policial, a opressão racial, o crime organizado e a miséria. O grupo

é fortemente engajado em diversas plataformas e causas políticas e prioriza mídia independente ou alternativa e rádios comunitárias à grandes conglomerados midiáticos.

raciais, e, portanto, em denunciar lógicas de opressão.

redemocratização | periferia | violência estatal | encarceramento em massa | rap | hip hop | arquitetura participativa | direito a cidade | ocupações | gentrificação


Jovens Arquitetos

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2011-Atual Na exposição, uma série de registros audiovisuais apresentam experiências participativas como a readequação do edifício histórico situado no bairro Floresta, em Porto Alegre, e a intervenção urbana Fronteira Livre pelo Coletivo Goma, as oficinas educativas e experiência radiocomunitária do grupo Micrópolis, a oficina participativa sobre arquitetura indígena pelo grupo Fresta, a ocupação artística Ouvidor 63, ou os projetos Muda Social e Hotel Cambrige. Essas são práticas que tensionam os limites disciplinares entre arte, arquitetura e educação, sublinham a organização de coletivos como importante articulador das ações de ativação, reformulação e crítica do espaço urbano, bem como exemplificam os modelos participativos de gestão da moradia e do espaço público. Diretamente associada as experiências desenvolvidas no contexto da arquitetura moderna, sobretudo na década de 1960, a arquitetura participativa é aquela na qual o usuário final participa ativamente do processo de tomada de decisões, e, portanto, busca democratizar a concepção do espaço urbano e coletivizar os procedimentos arquitetônicos, considerando sua dimensão político-social.

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A cidade não para A cidade só cresce O de cima sobe E o de baixo desce

A Cidade, Chico Science e Nação Zumbi

intervenção urbana | radiocomunitária | hotel cambrige


elemento Azulejaria de Athos Bulcão construtivo:

Elemento ímpar do imaginário de Brasília, a azulejaria de Athos Bulcão é um marco estético da cidade. Seu primeiro trabalho em azulejaria é para a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, no qual alterna a imagem da pomba e da estrela. A partir de 1962, destacam-se os desenhos abstratos em composições com ritmos não uniforme, que permite a participação e contribuição dos operários ao assentar o azulejo, no resultado final.


Glossário: AI5

Candango

Aldeia Denominação genérica para povoações indígenas no Brasil.

Crítica Social

O Ato Institucional No. 5 foi baixado em 13 de dezembro de 1968 pelo governo Costa e Silva e vigorou até dezembro de 1978. Resultava na perda de mandato dos parlamentares contrários ao regime, intervenções da Presidência em Estados e Municípios, a suspensão dos direitos constitucionais, o estabelecimento da censura prévia a música, cinema, teatro e televisão, a ilegalidade das reuniões políticas não autorizados pela polícia e a suspensão do habeas corpus por crime de motivação política, entre outros.

Anísio Teixeira

[1900-1971] jurista, educador e escritor brasileiro, que, nas décadas de 1920 e 1930, foi importante difusor do movimento Escola Nova. Propôs uma reforma do sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Universidade de Brasília.

Arquitetura participativa Descreve um conjunto de vertentes e abordagens metodológicas arquitetônicas centrada nos usuárioscidadãos. Isso envolve práticas projetuais mais democráticos, calcadas na integração dos usuários com o projeto.

Arquitetura Vernacular Indígena

Arquitetura Vernacular é aquela caracterizada pelo emprego de conhecimentos locais e técnicas tradicionais. No caso específico da Arquitetura Vernacular Indígena Brasileira refere-se aos saberes e técnicas construtivas das diversas etnias indígenas brasileira.

Acredita-se que a palavra candango tem sua origem em kungundu, diminutivo de kingundu que, em Quimbundo, designa algo ruim ou ordinário. Era como escravizados designavam os portugueses. Com o tempo, o termo passou a designar interiorano, mas mantendo ainda a carga pejorativa; Euclides da Cunha o usa para descrever sertanejos de aparência triste e abatida. Durante a construção de Brasília, o termo foi empregado para descrever os operários imigrantes. Análise crítica das estruturas sociais em busca de resoluções para problemas específicos.

Ditadura [1937-1945] A Era Vargas compreende um período de

15 anos ininterruptos nos quais o Brasil foi governado por Getúlio Vargas, Governo Provisório (1930-1934), o período da Constituição de 1934 (1934-1937) e o período do Estado Novo (1937-1945), quando Vargas, em um golpe de Estado, impõe uma nova constituição , dilui o congresso e assume poderes ditatoriais.

Direito à Cidade proposta de um acesso coletivo, renovado e

transformado da vida urbana, tal como proposto por Henri Lefebvre e que se tornou central para diversos movimentos populares no séc. XX e XXI.

Ecologia Estudo do meio ambiente e sua relação com os seres vivo.


Glossário: Educação integral

Conceito pedagógico que prevê formação abrangente do sujeito, não apenas cognitiva, mas sensível, subjetiva, física, estética, ética, afetiva e social. Prevê o caráter crítico e emancipatório da educação, buscando a autonomia do cidadão.

Golpe Militar [1964]

Golpe de Estado ocorrido em 1º de Abril de 1964 que encerrou o governo democraticamente eleito de João Goulart e instaurou a ditadura civil-militar.

Hip Hop Encarceramento em massa

Subcultura oriunda de comunidades latinas e afroamericanas nos EUA na década de 1970 e estabelecida, sobretudo, como um gênero musical relacionada ao grafitti, o breakdance e uma moda própria.

Escola Classe e Escola Parque

Hotel

Termo referente ao fenômeno social do aumento histórico da taxa de encarceramento altamente concentrada em comunidades, grupos étnicos ou sociais específico. Segundo as propostas de Anísio Teixeira, as Escolas Classes seriam escolas adaptadas para crianças de 7 a 14 anos, onde seriam lecionadas as aulas das disciplinas curriculares regulares. As atividades desenvolvidas nas Escolas Classes seriam complementadas pelas Escolas Parque, onde as crianças teriam contato com artes plásticas, música, teatro, dança, práticas industriais, esporte e atividades recreativas.

Estrutura pré-fabricada

Peças previamente fabricadas e finalizadas de maneira industrial e, de modo geral, de montagem simples, levadas já prontas para a obra.

Gentrificação

Fenômeno de reestruturação de espaços urbanos residenciais e de comércio (sobretudo bairros populares e/ou degradados), ampliando as dinâmicas de ofertas de bens e serviços, tendo em vista a eventual valorização da área. Esse processo tende a dificultar a permanência de antigos moradores e manutenção de comércios independentes locais.

Cambridge

Hotel de luxo da década de 1950, localizado na avenida Nove de Julho, fechado em 2002 e eventualmente desapropriado em 2010. A eventual ocupação do hotel foi regularizada pelo então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Esquerda

No espectro político, a esquerda é tradicionalmente associada aos ideais de justiça social e igualitarismo, sobre tudo ao combate, redução ou erradicação das desigualdades sociais. O termo, oriundo do parlamento francês durante a Revolução Francesa, foi associada a uma gama de posicionamentos politicoideológicos, sobretudo ao socialismo e comunismo e aos movimentos sindicais.

Intervenção Urbana

Manifestação artística realizada em espaço público que tem por intuito ressignificar o cotidiano urbano.


Glossário: Juscelino Kubitschek

[1902-1976] Presidente da República

entre 1956 e 1961.

Matriz Ibérica

Refere-se as heranças e influências culturais de matriz espanhola e portuguesa na América Latina.

Mehinaku [Mehináku, Meinaco]

grupo indígena do Alto

Xingu, de língua aruak.

Miscigenação

mistura étnico-racial. Diz-se também de sociedades multiétnicas de alto grau de heterogeneidade cultural.

Nacionalismo

Ideologia de fortalecimento, exaltação e preservação de uma identidade nacional (laços culturais, língua, etnia etc.) como condição de autodeterminação e soberania.

Nazifascismo

Termo que conjuga as doutrinas totalitárias do fascismo italiano e do nazismo alemão.

Ocupações

A ocupação urbana de imóveis ociosos é um instrumento segundo o qual , de modo autônomo ou coordenado, uma propriedade abandonada, que não cumpre função social e sobre a qual não há exercício de posse, passa a ser ocupada sobretudo para fins de moradia.

Ornamentação design e arquitetura.

elemento com função decorativa utilizado no

Partido Comunista

O Partido Comunista- Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC), Partido Comunista do Brasil ou Partidão foi um partido Brasileiro baseado no marxismo fundado em 1922 sob a sigla PCB.

Periferia

Aglomeração urbana circunscrita à um núcleo metropolitano central. A partir marcadamente da década de 1970, a palavra “periferia” passa a ser usada para designar um espaço marcado pela segregação socioespacial: local de moradia de uma população trabalhadora de baixa renda, que tem condições desiguais de infraestrutura e serviços públicos.

Plano

Educacional

de Brasília

O Plano das Construções Escolares de Brasília, de Anísio Teixeira, foi elaborado de modo a definir as diretrizes básicas para a implementação do sistema de ensino da nova capital. Previa a construção de jardins de infância, escolas classe e escolas parque integradas à unidade vizinhança. Visava a distribuição equidistante de escolas em todo Distrito Federal, almejando que os alunos percorressem a menor distância possível, garantindo comodidade, promovendo a democratização da escola e garantir educação integral para toda criança e adolescente do DF, dentre outras.

Rádio Comunitária

Estações de Rádio Comunitárias são aquelas operadas pela comunidade local, geralmente sem fins lucrativos.

Rap

Gênero musical originário das comunidades afrodescendentes dos EUA, marcada pelo discurso rítmico com rimas, associado a emergência do Hip Hop. .


Glossário: Redemocratização

Processo de restauração da democracia após o período ditatorial. No Brasil, o processo foi marcado pelo pluripartidarismo, a campanha Diretas Já, a eleição indireta de um presidente civil e a promulgação de uma nova constituição em 1988.

Serigrafia Processo de impressão em superfície por meio de aplicação

de tinta por pressão de espátula em tela vazada preparada por meio de processo químico fotossensibilizante.

Sincretismo Articulação de elementos culturais, religiosos e ideológicos

produzindo um amálgama no qual são perceptíveis os traços das fontes originais. Elementos de uma cultura incorporados a outra.

Subdesenvolvimento

Em economia, país com baixa renda, escassez de recursos ou com população com baixo acesso a emprego, saúde, alimentação, educação e moradia. Alguns órgãos internacionais como ONU e Banco Mundial, passaram a utilizar o termo países em desenvolvimento.

Taipa

Método construtivo vernacular que consiste no uso de barro e madeira.

Utopia

Modelos de organização social que não estão integralizadas no tempo presente. Projeto social elaborado a partir de uma insatisfação com os modelos presentes e motivada pelo desejo de transpô-los.

Violência Estatal

Situações em que o Estado descumpre sua função de pacificação social e torna-se agente da violência, produzindo prejuízo à ordem e à justiça.

Volumetria

Conjunto das dimensões que definem o volume de um edifício ou conjunto de espaços construídos.

Zoomorfo Com aspecto ou forma de animal.


Material educativo elaborado por Matias Monteiro

INFI NI T VÃO


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