Revista Rampa - 1ª Edição - Aquilo que não é centro

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aquilo que não é centro experiências culturais de coletivos LGBT+ em São Paulo

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alile dara onawale poupatrans arouchianos mexa ilú obá de min amem jaqueline santiago gui mohallem


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EQUIPE SESC 24 DE MAIO GERENTE PAULO CASALE ADJUNTO THIAGO FREIRE PROGRAMAÇÃO SUAMIT BARREIRO [COORDENAÇÃO], SIMONE WICCA [SUPERVISÃO], GABRIELA XABAY, TATIANA ZACARIOTTI, VALÉRIA BOA SORTE E VANESSA ROSADO COMUNICAÇÃO CRISTINA TOBIAS [COORDENAÇÃO], MARINA BURITY [SUPERVISÃO], WALTER BERTOTTI ENSAIO VISUAL ALILE DARA ONAWALE COLETIVOS POUPATRANS GRUPO MEXA COLETIVO AROUCHIANOS LGBTQIAPD+ ILÚ OBÁ DE MIN COLETIVO AMEM CURADORIA GUI MOHALLEM PRODUÇÃO JAQUELINE SANTIAGO DESIGN E DIAGRAMAÇÃO WALTER BERTOTTI REVISÃO DE TEXTOS LIA ANA TRZMIELINA


ENTRE A ARTE E O ATIVISMO GUI MOHALLEM

FANFIC DO MEXA GRUPO MEXA

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10

SOBRE OS ACESSOS

COLETIVO POUPATRANS

20

UMA ILHA DE ESPERANÇA COLETIVO AROUCHIANOS

32

SOMOS UM GOVERNO À PARTE ILÚ OBÁ DE MIN

ALILE DARA ONAWALE

46

60

MANIFESTA AMEM: UM CORPO NEGRO COLETIVO AMEM

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GUI MOHALLEM

ARTE

ATIVISMO


De outubro de 2019 a fevereiro de 2020, o coletivo #VoteLGBT realizou no Sesc 24 de Maio a obra Voçoroca – uma série de ações com o público, visando a aumentar os espaços para a população LGBT+ na unidade. Como parte da 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Comunidades imaginadas, as ações incluíam um guichê LGBT+ no térreo da unidade, uma biblioteca LGBT+, um levantamento de espaços acessíveis para pessoas LGBT+ na cidade de São Paulo e dois jogos educativos, relacionando identidades e política. A partir dessa experiência de hackeamento institucional, o convite para organizar a primeira edição da Revista Rampa surgiu de maneira natural. Remetendo tanto ao título da publicação quando ao tema desta primeira edição – Aquilo que não é centro: experiências culturais de coletivos LGBT+ em São Paulo –, questões de acesso nortearam a seleção da equipe e dos coletivos. Como construir uma revista que fala das relações centro/periferia sem pensar nos corpos envolvidos e remunerados para esse trabalho? Cinco coletivos LGBT+ foram convidados para produzir os textos que integram a revista. Aqui procuramos abarcar um espectro amplo de práticas não-brancas e não-cis: da luta pelo acesso à cidadania, ao espaço público, ao afeto, à religiosidade, à saúde e à arte.



Sobre os acessos, do coletivo PoupaTrans, é uma reflexão sobre a experiência no período que atenderam as mais de 300 pessoas, durante a Bienal Sesc_Videobrasil. “Mobilizadas por aquilo que permite que os encontros se realizem: o nosso nome próprio”, como o texto anuncia, dezenas de corpas trans ocupavam diariamente o térreo do 24 de Maio, atraídas pelo apoio gratuito à retificação de nome e gênero nos documentos e transformando a ocupação daquele espaço. Área histórica LGBT+, o Largo do Arouche está ameaçado por projetos de “revitalização” gentrificante. Helcio Beuclair, um do fundadores do Coletivo Arouchianos LGBTQIAPD+, relata em seu depoimento um pouco do trabalho do coletivo, que foca na “população trans, preta, migrante e pobre”, fomentando respostas comunitárias com impactos profundos. Pessoas em situação de vulnerabilidade, em situação de rua e membros da comunidade LGBT+ formam o Grupo MEXA, coletivo que utiliza táticas artísticas para criar obras limítrofes, misturando protesto, teatro e performance. Para a Rampa, o grupo fez um exercício de autoficção, que entrelaça narrativas individuais, entregues em forma de capítulos, “como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo”. O cortejo do bloco do Ilú Obá De Min abre o carnaval de rua do centro de São Paulo desde 2015, com uma bateria formada exclusivamente por mulheres. Com mais de

450 integrantes, o Ilú propõe uma reorganiz ções de poder na sociedade, reverenciando cultura afro-brasileira. Somos um governo à relato de uma de suas primeiras integrantes Cassimiro, em diálogo com uma reflexão pe fundadora e líder do grupo, Beth Beli. Refletir sobre o corpo negro e positivo nas práticas do Coletivo AMEM, que atua p festas, performances, cursos e rodas de co do “o amor como potência revolucionária”, AMEM: um corpo negro discorre sobre as f corpo, aqui entendido como sujeito ao mes letivo e individual. No ensaio visual que atravessa esta ed Alile Dara Onawale reivindica seu próprio c sapatão como sujeito de subjetividade com vezes negada à mulher negra, tão objetific branco colonizante, mas preservada por Al que guarda das mulheres de sua família. O cresce a partir da intimidade que ao mesm ce e constrói. Por fim, vale falar sobre a importância d dução que se aproxima dos temas do projet da produtora Jaqueline Santiago, mulher ne foi fundamental para a mediação com os co equipe do Sesc, contribuindo desde o início ção do conteúdo – e da forma – do que voc As negociações entre arte e ativismo, d ou menos declarada, são a linha que costur edição da Revista Rampa. Os obstáculos pa LGBT+ são muitos e concretos. Cada coletiv trabalha, numa relação entre pares, para dim enfrentadas pela nossa comunidade. Const jeito-sujeito, entender o outro como igual: e político – ou mais revolucionário – artisticam


zação das relao o feminino e a à parte reúne o s trans, Melissa edagógica da

é fundamental por meio de onversa. Tomana Manifesta forças desse smo tempo co-

dição, a artista corpo negro e mplexa, muitas cada pelo olhar lile na memória O ensaio, assim, mo tempo ofere-

de ter uma proto: o trabalho egra e bissexual, oletivos e com a o para a construcê vai ver aqui. de maneira mais ra esta primeira ara a população vo aqui reunido minuir barreiras truir relações suexiste algo mais mente falando?

COMO CONSTRUIR UMA REVISTA QUE FALA DAS RELAÇÕES CENTRO/PERIFERIA SEM PENSAR NOS CORPOS ENVOLVIDOS E REMUNERADOS PARA ESSE TRABALHO? (...) AQUI PROCURAMOS ABARCAR UM ESPECTRO AMPLO DE PRÁTICAS NÃO-BRANCAS E NÃO-CIS.

Gui Mohallem é artista e ativista. Membro e co-fundador da Revista Geni, do #VoteLGBT e do #MeRepresenta – iniciativas de ativismo interseccional.



GRUPO MEXA

MEXA Uma narrativa ficcional da nossa própria vida Escrita por a gente mesma Usando, pra isso, muitas mãos, áudios, vídeos, fotos Chamadas de zoom que não deram certo Aqui, tudo isso vira texto Pedimos que leiam imaginando também vozes e imagens


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA] Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA] Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau



ACE


COLETIVO POUPATRANS

ESSOS



Participamos de uma experiência de ocupação do Sesc 24 de Maio, que foi decisiva para o nosso encontro e a nossa constituição enquanto um coletivo. Entre os meses de outubro de 2019 e fevereiro de 2020, nos instalamos como parte da 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, cujo tema não poderia ser mais propício: “comunidades imaginadas”. Ali, no térreo da unidade, em uma mesa ao pé da rampa de acesso aos andares superiores, passamos a reunir a nossa própria comunidade – tão imaginada quanto carnal – de corpas trans que modificaram temporariamente os fluxos de circulação daquele espaço. Nossa presença reuniu uma multidão notável, produzindo convivências inesperadas. Pessoas trans passaram a ocupar o espaço, mobilizadas por aquilo que permite que os encontros se realizem: o nosso nome próprio. O coletivo PoupaTrans, constituído por mulheres trans, surgiu a partir dessa primeira experiência como um projeto promotor de ações que possam contribuir para o acesso da população trans ao direito de retificação do nome e/ou do gênero em documentos oficiais. A possibilidade de alteração dos registros fora de processo judicial se tornou viável em 2018. Contudo, a burocracia e os custos envolvidos no processo ainda constituem barreiras à efetivação desse direito, que se estendem espe-


cialmente entre pessoas trans economicamente vulneráveis, negras e com vínculos sociais fragilizados. Foi contra as dificultosas escadas burocráticas, podemos imaginar, que o PoupaTrans tentou construir rampas que facilitam os deslocamentos das pessoas trans por meio da garantia do reconhecimento oficializado de seus nomes. É notável que o direito ao próprio nome caminha junto com a diminuição de algumas das violências sofridas por pessoas trans. Contudo, é importante reconhecer que o enfrentamento às exclusões apenas começa aí, o que nos convoca a pensar sobre o trabalho coletivo, de indivíduos e de instituições, necessário para ampliar e garantir os acessos. Diante dos receios que corpas dissidentes carregam nos seus deslocamentos, podemos nos perguntar: “como pessoas trans se relacionam com espaços presumivelmente construídos para serem acessíveis para todes?”. Todos os dias, durante os meses que estivemos no Sesc, muitas pessoas nos abordavam perguntando: “onde fica o banheiro?”. Se a pergunta era feita por pessoas cis, ao ouvirem nossa resposta, elas seguiam pelas rampas ou pelo elevador; já se eram pessoas trans, a resposta era acompanhada de uma nova pergunta: “e a gente pode usar esses banheiros?”. O banheiro, nesse caso, é exemplo concreto, mas também uma metáfora. Os quatro meses da experiência do PoupaTrans no Sesc e o fluxo que ela atraiu deixaram explícita a importância de ações como essa, ainda mais por ter sido realizada entre pares: de pessoas trans para pessoas trans. E isso também nos mostra que a demanda é contínua, que os fluxos não serão interrompidos e que o que foi uma ação pontual, de fato, deveria ser um serviço permanente. O acesso confortável de corpas como as nossas a espaços como o do Sesc deveria ser a regra, não a exceção.


NOSSA PRESENÇA REUNIU UMA MULTIDÃO NOTÁVEL, PRODUZINDO CONVIVÊNCIAS INESPERADAS. PESSOAS TRANS PASSARAM A OCUPAR O ESPAÇO, MOBILIZADAS POR AQUILO QUE PERMITE QUE OS ENCONTROS SE REALIZEM: O NOSSO NOME PRÓPRIO.


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA] Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social. [ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau

Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari. As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs




COLETIVO AROUCHIANOS

ILHA ESPERANÇA Depoimento elaborado a partir de uma entrevista realizada por videoconferência no dia 24 de agosto de 2020, com Helcio Beuclair, do Coletivo Arouchianos LGBTQIAPD+*, por Gui Mohallem, curador desta edição.


MUITAS LGBTS, SOBRETUDO AS MAIS NOVINHAS, DAS PERIFERIAS OU RECÉM-CHEGADAS EM SÃO PAULO, ENCONTRAM NO AROUCHE UM LUGAR DE CONFORTO, ASSIM COMO EU ENCONTREI QUANDO CHEGUEI AQUI, ASSIM COMO TEM SIDO HÁ DÉCADAS, DESDE OS ANOS 60.

Venho de Itamara Cresci numa família ul temunha de Jeová. C em 2009, com 24 ano so. Trabalhei em call c de programa. Passei 4 dormir direito... às vez Eu nunca vou esqu que cheguei na Vieira casal de homens vind logo atrás. Eu pensei: mas não – a polícia pa tendi a importância d espaço seguro pra nó que se outros Arouche


aju, interior da Bahia. ltraconservadora, TesCheguei em São Paulo os e 50 reais no bolcenter e como garoto 4 meses sem ter onde zes dormia na calçada. uecer da primeira vez a de Carvalho: vi um o, um carro da polícia : “isso vai dar merda”, assou reto. Ali eu endo Arouche como um ós. Tive a certeza de es existissem, em cada

canto do Brasil, talvez muita gente não desistisse da vida, como eu mesmo já desisti. Foi a partir das manifestações do Passe Livre, em 2013, que me aproximei do ativismo. Me envolvi nas campanhas eleitorais de 2014 e, em 2015, eu já circulava no Arouche bem ativamente. Na época me envolvi com o caso da Verônica Bolina, a travesti torturada pela polícia e que foi coagida a desmentir a tortura por uma pessoa de grande circulação na militância LGBT paulistana. Esse caso foi muito importante pra mim, porque ali entendi que as LGBTs mais vulneráveis continuavam desamparadas, que havia uma questão de classe muito for-


te, que separava a militância organizada da população trans, preta, migrante e pobre. A militância fala com a militância, não fala com as massas. Em 2016 nos juntamos, Lucas Killer, que cuidava da parte de mídia, Gedielson Rodrigo, da parte artística, e eu, da produção e articulação, para criar o Coletivo Arouchianos, que hoje tem 23 pessoas, que atuam em 9 núcleos diferentes. Fora dos tempos de pandemia, organizamos duas atividades semanais no Largo: na quarta fazemos uma reunião pública para discutir as pautas e a programação do ato-evento de domingo, que tem programação cultural, atividades desportivas e rodas de con-

versa com militantes h somos raramente bem Este ano tivemos que Comunitário deve rola nas que estão mais vu que elas precisam no mos para coletar doaç de calçada. Durante a pandemi que viviam do trabalh


históricas. As festas tradicionais cristãs, onde m-vindos, hackeamos também no Arouche. e cancelar o Arraiá Comunitário, mas o Natal ar! Fazemos também um mapeamento das maulneráveis, entendendo onde elas ficam e do momento. Nos eventos na praça, aproveitações para essas LGBT+ que estão em situação

ia, nossa atuação mudou muito. Várias LGBT+ ho informal, incluindo muitas do coletivo, aca-

baram perdendo sua renda e algumas até suas casas. As travestis que vivem nas casas das cafetinas também perderam seus clientes e sua fonte de renda. Fundamos a Casa Arouchianos, que já abrigou 7 pessoas. Conseguimos mais de 100 mil reais em doações, que financiaram a compra e distribuição de quase 1000 cestas básicas, que turbinamos com máscara, álcool gel, livros, preservativos e lubrificantes. Toda semana fazemos um mutirão de ligações telefônicas para cada uma delas pra saber como estão e se ainda precisam de ajuda. Existe uma comunidade que se forma no Arouche – uma ilha de esperança para essas pessoas que não conseguem ser quem são em suas casas. Muitas LGBTs, sobretudo as mais novinhas, das periferias ou recém-chegadas em São Paulo, encontram no Arouche um lugar de conforto, assim como eu encontrei quando cheguei aqui, assim como tem sido há décadas, desde os anos 60. Nem a ditadura, nem o delegado Richetti, nem os ataques neonazistas conseguiram nos expulsar. O projeto de “revitalização” do Arouche, tal como ele foi iniciado pela Prefeitura em 2017, com pretensões de boulevard francês, se apresenta como uma verdadeira ameaça à ocupação histórica das LGBTs. Fizemos parte da pressão e o Ministério Público paralisou as obras por quase 2 anos. No fim do ano passado, articulamos uma audiência pública histórica, no meio do Arouche, com várias de nós falando, pela primeira vez, diretamente com o poder público. Nossa luta é para que o Arouche seja tombado como patrimônio histórico cultural LGBT+, pelas que vieram antes de nós e pelas outras que ainda virão. * LGBTQIAPD+: lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais, homens trans, queer/não binárie, intersexos, assexuais, pansexuais e demisexuais.


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs

amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu.



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu.

Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso.



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso.

Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais ĂŠ ta no Google de calcinha pra nĂŁo perder mais tempo...


GOVE

Q m l e a

A


ILÚ OBÁ DE MIN

ERNO

Quando nos definimos, quando defino a mim mesma, o lugar em que sou como você e o lugar em que não sou como você, eu não a estou impedindo de unir-se a mim – estou ampliando suas possibilidades de união.

Audre Lorde


[1] No primeiro encontro com a coletivi-

dade de Ilú Obá De Min, fui procurada no meio daquelas 430 mulheres e conduzida pelas mãos da Mestra Beth Beli, sendo a primeira mulher a receber o axé diretamente de Nega Duda. Ali não tinha mais dúvidas: o Ilú ratificava para toda a sociedade que estava incluindo mulheres trans e travestis. Estava ali, emocionada e acolhida. Ao final de cada ensaio, na despedida chacoalhava meu Xequerê feito com miçangas das cores da bandeira trans que carregava com orgulho. Fechava os olhos e reencontrava raízes africanas que em algum momento da jornada haviam sido suprimidas, mas nunca extraídas. Me sentia fortalecida, entendendo o meu papel como uma travesti negra dentro de uma sociedade que ainda engatinha quando o assunto é falar sobre identidade de gênero, tentando nos reduzir dentro de caixinhas antiquadas da binariedade. Estar num coletivo criado, produzido e liderado por mulheres transformou meu feminino. Dentre todos os processos de inclusão que atravessei, aprendi que todos os mundos cabem dentro do Ilú Obá.

[1] Melissa Cassimiro é advogada, fez afirmação de gênero há 2 anos e integra o Coletivo Caneca na Mesa e do naipe do Xequerê, no Ilú Obá De Min.

AO FINAL DE CADA ENSAIO, N

MEU XEQUERÊ FEITO COM MIÇ

BANDEIRA TRANS QUE CARREG


NA DESPEDIDA CHACOALHAVA

ÇANGAS DAS CORES DA

GAVA COM ORGULHO.


[2] Saberes, trocas, respeito mútuos são base para

entoar os tambores e pautar as nossas urgências sociais com mulheres que adentram na organização Afro Sampista Ilú Obá De Min. Todos os mundos cabem aqui: mulheres extremamente plurais, de todas as idades, de todos os corpos, de diferentes orientações sexuais. Somos comprometidas com o protagonismo e a visibilidade da mulher negra, entendendo que as lutas por direitos não estão dissociadas entre si: tocamos tambor para Xangô, o Orixá da Justiça. Acreditamos na fala conjunta, transformando o modelo que hoje é patriarcal, masculino, racista e homofóbico. Temos que estar nos espaços de poder, somos capazes de construir políticas integrais, porque acreditamos que falar de política é pensar o que queremos para nós, o que deve estar nas rampas e nos centros do mundo! Temos pautas urgentes a serem pensadas e praticadas, falamos do presente e do futuro de todas nós. Não acreditamos que Brasília irá se debruçar sobre nossas pautas: Brasília somos nós, esqueçam Brasília! Somos um governo à parte.

SOMOS COMPROMETIDAS COM O PROTAGONISMO E A VISIBILIDADE DA MULHER NEGRA, ENTENDENDO QUE AS LUTAS POR DIREITOS NÃO ESTÃO DISSOCIADAS ENTRE SI: TOCAMOS TAMBOR PARA XANGÔ, O ORIXÁ DA JUSTIÇA.

[2] Beth Beli é arte-educadora, cientista social e presidente do Ilú Obá De Min.



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo...

E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional.


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo... E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional.

Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo... E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional. Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem

É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo... E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional. Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro

É que esse grupo é muito grande, tem de lavadeira do São Francisco a gente rebolando a raba a gente que não quer mais rebolar, gente que nunca rebolou


ALILE D


DARA ONAWALE Nascida e criada em Salvador, Bahia, Alile Dara Onawale encontrou na fotografia sua melhor forma de comunicar e exercerse. Em seu trabalho, reivindica o seu corpo negro e sapatĂŁo como sujeito de sensibilidade viva, buscando um caminho de compromisso ancestral que nos coloque, a partir de imagens, em contato com o que nos antecede e nos transcende.














[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo... E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional. Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro É que esse grupo é muito grande, tem de lavadeira do São Francisco a gente rebolando a raba a gente que não quer mais rebolar, gente que nunca rebolou

39020251 - esse é o telefone pra falar com a Anita pelo Orelhão. Lembra aquele hospital em que a gente terminava a performance do Terminal? Ela tá lá, daí você liga no orelhão, eles acham ela e ela vem falar, não sei se tem que dizer o nome dela ou o RG, mas tenta com o dela antes.


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo... E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional. Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro É que esse grupo é muito grande, tem de lavadeira do São Francisco a gente rebolando a raba a gente que não quer mais rebolar, gente que nunca rebolou 39020251 - esse é o telefone pra falar com a Anita pelo Orelhão. Lembra aquele hospital em que a gente terminava a performance do Terminal? Ela tá lá, daí você liga no orelhão, eles acham ela e ela vem falar, não sei se tem que dizer o nome dela ou o RG, mas tenta com o dela antes.

Não queriam pagar nosso cachê, você acredita? Mas grupo MEXA tem nome, meu bem, não tem bagunça.


COLETIVO AMEM

AMEM:

UM CORPO NEGRO


:

O


BOCA QUE NÃO FALA SÓ DE MORTE, DE VIOLÊNCIA, MAS QUE TAMBÉM FALA DE AMOR, BOCA QUE DIZ: AMEM, AMEM QUEM QUISER. A AMEM É UM CORPO NEGRO E COMO CORPO TEM BOCA, BEIJE-A.


Nós do coletivo AMEM somos um corpo negro e como um corpo temos uma cabeça,trançada, raspada, ornamentada, colocada, um Ori de memória, de história. Essa cabeça carrega o fio crespo ancestral construído pela leitura e palavras, daqueles e daquelas que vieram antes de nós e que aqui e sempre fazemos referência. A AMEM bebe de fontes como Angela Davis; Marsha P. Johnson, Marlon Riggs, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Conceição Evaristo, Joseph Ki-Zerbo, Abdias do Nascimento, Vera Verão, Madame Satã, Crystal LaBeija, Beatriz Nascimento e outras e outros que nos embalam e abraçam para lembrarmos que nossos passos vêm de longe como diz Jurema Werneck. A AMEM é um corpo negro e como corpo temos cabeça, aliás, várias! A AMEM é um corpo negro e como um corpo temos mãos, mãos que com uma tecnologia de pertencimento de um corpo e suas possibilidades performa o voguing, mãos que contribuíram para o fortalecimento da comunidade Ballroom, mãos que se fecham e formam um punho cerrado, pois vivemos de simbolismos e lutas. Mãos que com muito esforço e braços dados tem construído espaços de acolhida e cuidado para as pessoas que a sociedade sempre larga de mão. A AMEM é um corpo negro e como corpo temos mãos, mãos que lutam, se intercalam, que dançam. A AMEM é um corpo negro e como corpo temos sangue, sangue positivo, negativo, sangue indetectável, sangue na veia para lutar contra o extermínio de todas as pessoas, que esse “Cistema”, que não aceita o nosso corpo e que tenta a todo momento fazer com que o nosso sangue se esgote, pare, parem de nos matar.


A AMEM é um corpo negro e como corpo negro tem sangue, nos olhos. A AMEM é um corpo negro, um corpo que tem cintura, cintura que dança, que sarra, que ginga, que tem jogo que tem jongo, cintura que se movimenta com passos das danças Afrodiaspóricas, enquanto desvia de toda forma de apagamento dessas e busca fortalecer o traço milenar que a dança traz aos nossos corpos. Uma cintura que tem jogo para os que jogam contra nós. A AMEM é um corpo negro e como corpo se movimenta. A AMEM tem boca, boca que beija, que fala, que grita, que dialoga em roda sobre os temas que nos atravessam, boca que não cansa de falar sobre racismo, machismo, lgbtfobia, sorofobia. Boca que não fala só de morte, de violência, mas que também fala de amor, boca que diz amem, amem quem quiser. A AMEM é um corpo negro e como corpo tem boca, beije-a. A AMEM é um corpo negro que carrega o gênero da resistência, o gênero que luta para que os corpos sejam, corpos livres, corpos que amem. A AMEM é um corpo insurgente, insubmisso, um corpo pulsante, vibrante e que, com a bênção dos ancestrais, segue em missão para que negras/negros/negres se amem e entendam o amor como potência revolucionária. A AMEM é um corpo Negro e como Corpo Negro quer Viver e Amar. Amem!



[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo...

Não queriam pagar nosso cachê, você acredita? Mas grupo MEXA tem nome, meu bem, não tem bagunça.

E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional.

Não consegui ainda falar com a Anita, mas me disseram que ela tá bem. Eu que não tô. As vezes queria me internar pra fora do mundo

Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro É que esse grupo é muito grande, tem de lavadeira do São Francisco a gente rebolando a raba a gente que não quer mais rebolar, gente que nunca rebolou 39020251 - esse é o telefone pra falar com a Anita pelo Orelhão. Lembra aquele hospital em que a gente terminava a performance do Terminal? Ela tá lá, daí você liga no orelhão, eles acham ela e ela vem falar, não sei se tem que dizer o nome dela ou o RG, mas tenta com o dela antes.


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo...

Não queriam pagar nosso cachê, você acredita? Mas grupo MEXA tem nome, meu bem, não tem bagunça.

E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional.

Não consegui ainda falar com a Anita, mas me disseram que ela tá bem. Eu que não tô. As vezes queria me internar pra fora do mundo

Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem

Mas eu tô com tanta saudade de estar na rua com todas vocês

É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro É que esse grupo é muito grande, tem de lavadeira do São Francisco a gente rebolando a raba a gente que não quer mais rebolar, gente que nunca rebolou 39020251 - esse é o telefone pra falar com a Anita pelo Orelhão. Lembra aquele hospital em que a gente terminava a performance do Terminal? Ela tá lá, daí você liga no orelhão, eles acham ela e ela vem falar, não sei se tem que dizer o nome dela ou o RG, mas tenta com o dela antes.

Imagina A gente juntas de novo


[UM VÍDEO DA PATRÍCIA DANDO AULA DE DANÇA DE MÁSCARA PRA PESSOAS SEM MÁSCARA ENQUANTO GRITA EU NÃO AGUENTO MAIS ESSA QUARENTÉSIMA]

Em meio às lendas São Franciscanas, resolvi colocar para cuarar minhas vontades e desejos, assim como fazem as lavadeiras do Angari.

Eu não vou participar mais desse texto João, eu já falei, eu saí do grupo

As lavadeiras do Angari são mulheres que iam lavar as roupas no rio São Francisco.

Eu sempre sofro quando a Anita some. Eu penso se eu poderia mesmo ter feito alguma coisa e quase sempre esses questionamentos me levam à implosão de um romantismo social.

Eu me pergunto se as lavadeiras do Angari fariam um divórcio online antes de lavar a roupa no rio São Francisco.

[ÁUDIO DA ANITA]: Gente, ééééé, depois de quase cinco ano, eu não me sinto apta a... na frente desse grupo. Éééééé, foi muito bom estar com vocês, aprendi muito a tá com vocês, mas não, não quero fazer mais nada em relação ao grupo, eeeee... tô saindo fora, espero que alguém ééé fique a par desse grupo, beijos, eu tô saindo Tchau tchau Enquanto a Anita dava tchau ao grupo por espontânea vontade, eu jamais queria me despedir e voltar ao sertão, mas pensei comigo: ser tão forte quanto a volta que o mundo dá.

Gente a Anita pediu pra avisar q foi se internar ... bjs amor meu grande amor, será que a melhor opção é a separação amor meu grande amor vai demorar mas eu vou me acostumar longe do seu colchão hehe que coisa. a maioria das vezes a gente passa a vida mais sem amor do que com amor. o amor verdadeiro tá bem difícil entendeu. Quando eu olho no google não tem foto minha de calcinha, só fotos performando, e eu gosto disso. Gente a Safada da Anita tá aqui não foi se internar... me fez passar por mentirosa desculpa


Mas tem gente que escondeu a raba a vida inteira e queria mais é ta no Google de calcinha pra não perder mais tempo...

Não queriam pagar nosso cachê, você acredita? Mas grupo MEXA tem nome, meu bem, não tem bagunça.

E aí a Taty diz que tá só começando. Porque a raba, a calcinha e os encontros são muito mais interessantes na vida tridimensional.

Não consegui ainda falar com a Anita, mas me disseram que ela tá bem. Eu que não tô. As vezes queria me internar pra fora do mundo

Esse texto não faz muito sentido, mas até aí, nem a gente faz, tá tudo bem

Mas eu tô com tanta saudade de estar na rua com todas vocês

É pra imaginar como se fosse uma mesa cheia de gente falando ao mesmo tempo, um monte de gente sentada embaixo do viaduto gritando por causa dos carros, dentro de um ônibus, perdendo a voz pra cantar por dinheiro

Imagina

É que esse grupo é muito grande, tem de lavadeira do São Francisco a gente rebolando a raba a gente que não quer mais rebolar, gente que nunca rebolou 39020251 - esse é o telefone pra falar com a Anita pelo Orelhão. Lembra aquele hospital em que a gente terminava a performance do Terminal? Ela tá lá, daí você liga no orelhão, eles acham ela e ela vem falar, não sei se tem que dizer o nome dela ou o RG, mas tenta com o dela antes.

A gente juntas de novo

[MONTAGEM QUE A GENTE QUERIA FAZER: CADA UMA NA SUA CASA, FAZENDO UMA POSE, PRA EDITAR NUM TABLEAUX COM TODAS A DISTÂNCIA – SE AO MENOS A GENTE PUDESSE USAR IMAGENS OU MAIS CARACTERES OU ÁUDIOS AQUI – MAS TENTA IMAGINAR A GENTE, CADA UMA DE NÓS, FAZENDO POSES NA SALA DE CASA – É ASSIM QUE TERMINA]


Sesc 24 de Maio

Rua 24 de Maio, 109 TEL.: (11) 3350-6300 República | Anhangabaú /sesc24demaio

sescsp.org.br/24demaio


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