Carrossel

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CARROSSEL PERFORMÁTICO DE FYODOR

DE CABEÇA PARA BAIXO

FYODOR’S PERFORMANCE CAROUSEL UPSIDE DOWN


PLATAFORMAS DE EXPERIMENTAÇÕES

As

criações no âmbito da performance alimentam-se da representação da vida cotidiana, trazendo indagações para o entendimento da arte contemporânea. No seu território expandido, temas fraturantes ressoam de diferentes suportes e discursos, sustentados na centralidade e na exploração do corpo poético.

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sse corpo pode ser múltiplo, decorrente da presença de diferentes atores numa única vivência estética. Quando o artista, o público e o espaço interagem no decurso da experimentação, novos estatutos e significados são conferidos à obra. Assim, as narrativas desenham-se de forma aberta, atravessadas pelas subjetividades presentes nesse elo de co-criação.

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instalação Carrossel perfomático de Fyodor - De cabeça para baixo, concebida pelo artista russo Fyodor Pavlov Andreevich, traz um mundo que gira a partir de desempenhos individuais, voltados para um fluxo de vontade coletiva. Rodando em seu eixo, ela se tra-

duz numa plataforma circular, onde artistas ocupam ambientes que dividem sua superfície. Entrar nesse giro é acessar zonas de representações, transformando-as e sendo transformadas por elas.

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Sesc, em parceria com o Goethe-Institut São Paulo, reforça seu compromisso com o oferecimento de uma sorte de experimentações no campo artístico, com o intuito de manter o constante intercâmbio entre práticas, criadores, pesquisadores e públicos. Danilo SANTOS DE MIRANDA Diretor Regional do Sesc São Paulo


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o longo de três anos, o Goethe-Institut buscou com seu projeto Episódios do Sul respostas para questões que – face a um mundo cada vez mais globalizado e, infelizmente, radicalizado – se tornavam cada vez mais urgentes. Quais são as novas formas de obter e transmitir conhecimento? Como podemos descolonizar nossas ideias? Quais visões artísticas sobre o futuro podem surgir? Quais utopias podem ser descobertas? Quais são os efeitos dessas reflexões para além do Sul? Os formatos incluíram debates, pesquisas, programas de intercâmbio, produções artísticas e científicas. Cada episódio foi dedicado a um problema específico e se relacionava – de maneira transversal e interdisciplinar – a outros Episódios. Como Goethe-Institut, arriscamos uma nova maneira de ver e pensar a Alemanha, a Europa e o mundo, mesmo que (ou justamente porque) essas novas visões permaneçam ainda desconhecidas.

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untamente com o Sesc, nosso “parceiro do Sul”, convidamos para o episódio final, a instalação performática Carrossel perfomático de Fyodor - De cabeça para baixo. Concebida e desenhada pelo artista russo Fyodor Andreevich-Pavlov, a instalação aponta – tanto do ponto de vista do formato quanto do conteúdo – para as perguntas “ao Sul” e para a ideia de “cabeça para baixo” em um diálogo estimulante, rotativo e performativo.

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enquanto as performances artísticas se desenrolam por força própria dentro da instalação, a força centrífuga do Carrossel se expande, mistura-se com o público e, assim, torna-se uma plataforma episódica de expressão artística.

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ostaria de agradecer ao Sesc pela maravilhosa parceria neste experimento e com todos aqueles que estão preparados para moldar o futuro por meio de uma união pacífica e respeitosa. Katharina VON RUCKTES CHELLKATTE Diretora do Goethe-Institut São Paulo e para a Região da América do Sul

A FORÇA CENTRÍFUGA DA ARTE

"CARROSSEL PERFOMÁTICO DE FYODOR  DE CABEÇA PARA BAIXO"  UM EPISÓDIO DO “FESTIVAL DO SUL”



CARROSSEL PERFORMÁTICO DE FYODOR

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m dos pontos cruciais de referência para o Carrossel performático é a experiência antropológica do Edifício Narkomfin (1930) em Moscou – ‘um lar para o novo estilo de vida’, dos arquitetos Moissey Ginsburg e Ignatiy Milinis. O edifício foi habitado por fun-

DE CABEÇA PARA BAIXO

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Carrossel performático é uma instalação site specific que reage a cada novo local, tempo e contexto. O Carrossel paulistano é a terceira edição do projeto (a primeira edição foi executada no Faena Arts Center, Buenos Aires, em 2014 e a segunda, na Kunstlerhaus, Viena em 2016) com o tema De cabeça para baixo. Há oito artistas em seu interior que roda por doze dias, cinco horas por dia. O efeito do Carrossel performático permanece na mente do visitante por 25 anos (8+12+5), no mínimo.


DE CABEÇA PARA BAIXO

cionários de todos os escalões do Ministério das Finanças soviético, possuía celas ao invés de apartamentos, que eram usadas como espaço de trabalho/estar. Não haviam cozinhas privativas, apenas uma comunitária, e uma área única de refeições para todos os residentes. Sem chuveiros privativos, apenas privadas, e sem quartos – apenas um dormitório comum com 1000 camas, com um palco para a orquestra que tocava a noite toda músicas recomendadas por médicos para bloquear o som do ronco alheio. Este esquema utópico deu errado desde o princípio. Os residentes logo começaram a instalar chuveiros privativos junto às privadas e fogões ilegais sobre suas pias. O sonho construtivista resultou em uma busca tediosa por privacidade. Os artistas residentes do Carrossel performático podem experimentar problemas similares em outro nível de convívio na divisão do não palco com seus companheiros não atores. O Narkomfin e seu legado são, há tempos e em todos os níveis, objeto de desejo de exploração artística de nós dois e também de Marko Brajovic, que conversou com

Fyodor sobre a construção de um espaço coletivo para performances há mais ou menos dez anos.

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objetivo do Carrossel performático é abrir um precedente para a manifestação do desejo coletivo e, quem sabe, até de um inconsciente coletivo. Antes de tudo, o espectador tem a experiência da Capela de Check-in, uma parte introdutória do Carrossel, uma forma de experimentar a comunhão de desejo artístico – concebida pelo videoartista e cineasta Ilya Pusenkoff. Os artistas são separados pelas paredes, comprometem-se a não divulgar detalhes de seus trabalhos aos outros performers, entram e saem do espaço expositivo de olhos vendados. Eles representam a desunião visual que deve ajudar a encontrar um padrão, gritante e em uníssono.

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edição de São Paulo do Carrossel performático é a parte final de Episódios do sul – um projeto multidisciplinar em parceria entre o Goethe-Institut e o Sesc São Paulo. Metade dos artistas convidados são de São Paulo. A outra metade, do resto do mundo.


to fundamental de Episódios: geograficamente – a outra parte do hemisfério; historicamente – a colonização e as consequentes questões culturais, sociais e políticas. O sul é localizado na porção inferior do mapa. O sul é quente. Mas o sul do Brasil é sua porção mais fria. E, se pusermos o globo de ponta-cabeça, o sul então ficaria no topo. Em outras palavras, parece estar numa posição invertida, de cabeça para baixo, tornando-se, assim, seu oposto. Por isso a terceira edição do Carrossel é dedicada ao antipodismo – a tentativa de apreender como tudo seria se as circunstâncias fossem exatamente o oposto.

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o século XX, o psiquiatra Carl Jung introduziu o princípio da enantiodromia, atribuído à filosofia de Heráclito, que sugere que a superabundância de qualquer força inevitavelmente gera seu oposto. Esse princípio se aplica à qualquer fenômeno, seja à psique humana ou aos ciclos naturais. Quando há um problema, segundo Jung, haverá sempre duas maneiras opostas de se chegar à solução. Ademais, nenhuma solução será a correta,

mas deve ser submetida à tensão que gerará uma terceira abordagem. Nesse sentido, podemos dizer que, após um período de tensão, o sul descolonizado está transcendendo os traumas do passado e incorporando a herança intelectual do norte para chegar ao Sul Global – o termo sugere um conhecimento unificado que forma o contexto da arte global.

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lém disso, o exemplo da enantiodromia é a tendência permanente da própria arte, que sai de uma posição outrora precisamente definida, com gêneros estritamente designados, e passa à posição de ‘arte total’, onde todos os meios criam uma única obra. A noção de separação de artistas individuais isolados e de um objeto único e insubstituível dá lugar à arte da magia, à arte do ritual, à arte do corpo, onde o artista se torna sua própria obra, perdendo, totalmente, o limite entre ‘arte’ e ‘vida’ e ‘artista’ e ‘obra’. Fyodor PAVLOVANDREEVICH, artista-fundador Margarita OSEPYAN, curadora

DE CABEÇA PARA BAIXO

A noção de sul é um elemen-


Milky vein, 2017. Image by JELLYSPOOR / Andreas Gehlen & Evamaria Schaller

EVAMARIA SCHALLER


efeumaria.com @evamariaschaller

INSTITUIÇÃO DE SEGURANÇA Instituição de segurança levanta questões sobre o pensamento pós-colonial. Quanto vale um ser humano? Quais as características ideais de um ser humano? Não há diferença perceptível se compararmos o “acolhimento” dos escravos africanos na América, bem como o tratamento dos povos indígenas pelo poder branco e os experimentos médicos na Alemanha nazista. Nesta performance, um ser humano torna-se um objeto a ser medido. E não fica claro o que é medido, nem qual informação exatamente a artista busca do público.

EVAMARIA SCHALLER

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VAMARIA SCHALLER trabalha com performance, vídeo, filme e instalação. Seu corpo é o epicentro de suas obras e sempre aparece em interação direta com o ambiente social e espacial em situações-limite. Em suas performances ao vivo, Schaller foca em gestos, ações cotidianas e seus absurdos. Evamaria Schaller recebeu diversas bolsas por sua prática artística e é sócia-fundadora do PAErsche – o laboratório de performances da Renânia do Norte–Vestfália, Alemanha, que organiza encontros entre performers e público. Nascida na Áustria, hoje vive em Colônia, na Alemanha.


The things that hurt, 2009. Image by Tony Perez

JAMIE LEWIS HADLEY


jamielewishadley.com CUTfestival.com NewSweeneyTodd.com @jamielewishadley

MANOBRA: O VAZIO Manobra: O vazio usa a imagem icônica Saut dans le vide (1960), de Yves Klein, como ponto de partida para criar uma performance-instalação que explora as relações entre performance e escultura, duração e espetacularização. Por meio da construção repetida de caixas de papelão e o consequente preenchimento do espaço, a obra busca também levantar, sutilmente, questões contemporâneas a respeito de migração e deslocamento. As caixas de papelão múltiplas e idênticas são esteticamente sutis, numa referência à escultura minimalista, mas, ao mesmo tempo, são fundamentais, do ponto de vista conceitual, representando a universalidade e materializando o deslocamento literal do espaço por meio do ato da construção, do reposicionamento e, em última instância, da destruição das caixas.

JAMIE LEWIS HADLEY

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AMIE LEWIS HADLEY é artista visual e curador. Sua experiência como lutador profissional ainda se manifesta em suas performances, que usam luta greco-romana profissional como ponto de partida para criar obras que exploram as noções de dor, perseverança, sangue e espetáculo. Jamie também é diretor do Blank Billboard, uma nova companhia dedicada à produção de obras e festivais únicos, com foco em patrocinar generosamente artistas e expandir o público desse tipo de obra na Grã-Bretanha e em outros locais. Ele se apresentou pelo mundo afora e recebeu patrocínios e comissões de instituições como Arts Council England, The Wellcome Trust e Live Art Development Agency. Jamie vive e trabalha em Londres.


Image by Jimson Vilela

CLARISSA SACCHELLI


clarissasacchelli.wordpress.com

AS COISAS COMO SÃO Uma performance que parte do desejo de questionar e inverter posições preestabelecidas, propondo a construção de uma situação que se dá entre o que se move para imobilizar e o que está imóvel para mover. A partir da tentativa de imobilizar e fazer desaparecer um ponto no espaço, revela-se o movimento que existe ao redor desse ponto, deixando transparecer as relações presentes entre os diversos pontos desse espaço. Um trabalho que propõe a imobilidade como estratégia para revelar, provocar e reconfigurar movimento. Uma performance que só pode existir na inter-relação entre imobilidade e movimento, entre performers e público, no contrato que se estabelece entre dominação e submissão, entre desejo e manipulação. Quais as relações de poder que prendem e, ao mesmo tempo, sustentam os corpos de pé?

CLARISSA SACCHELLI

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LARISSA SACCHELLI é uma artista que trabalha prioritariamente com as artes performáticas, transitando entre dança, performance e escrita. Interessa-se pela relação entre produção, produto e recepção, questionando como a forma de produção de uma obra de arte revela o discurso produzido por ela. Atualmente, trabalha em ideias de reprodução, indagando se é possível produzir sem reproduzir e como práticas cotidianas podem ser entendidas como ensaios que sempre produzem herança e arquivo. Recebeu diversos financiamentos e apresentou-se em projetos de Eszter Salamon, Tino Sehgal e Claudia Müller, entre outros. Clarissa vive em São Paulo.


Os caquis, 2015. Image by Pedro Agilson

FYODOR PAVLOV ANDREEVICH


www.fyodorpavlovandreevich.com @fyodorpavlovandreevich

PROVEME EU SOU VOCÊ Em pareceria com Atelier Playtronica e Arto Lindsay. Nos últimos anos, Fyodor Pavlov-Andreevich vem explorando os limites que separam o espectador do objeto na performance. Atenuar esses limites e formar uma relação entre a plateia e o corpo do artista – é isso que Fyodor segue buscando com este trabalho, Prove-me eu sou voce, desenvolvido em colaboração com o compositor radicado no Brasil Arto Lindsay e com o coletivo internacional Atelier Playtronica. O corpo como instrumento musical que toca através da energia, da intenção e intensidade humana, que recebe desejo ou tristeza, pensamentos ou instintos; esse corpo de acesso comum está completamente exposto a tudo que o espectador dirige a ele e reflete sobre si mesmo.

FYODOR PAVLOVANDREEVICH

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YODOR PAVLOVANDRE EVICH é artista visual, curador, diretor de museu, escritor, diretor de teatro e cinema. Cria performances e instalações site specific, intervenções de guerrilha e trabalhos de longa duração que apresenta ao redor do mundo sob a curadoria de Hans Ulrich Obrist, Roselee Goldberg e Marina Abramović, dentre outros. O Carrossel performático de Fyodor foi exibido pela primeira vez em 2014, no Faena Arts Center, em Buenos Aires, e ganhou o Grand Prix do Kuryokhin Art Prize 2015. Pavlov-Andreevich vive e trabalha entre Moscou (onde cuida da Solyanka State Gallery, gerida inteiramente por artistas), Londres e São Paulo.


Podium (Training for performance, Finale), 2017. Image by Clément Gérardin

PASHIAS


www.pashias.art @pashias

CÔNCAVO Ao estabelecer o ato de ‘olhar’ como processo de perspectiva que promove o autoconhecimento e, consequentemente, o conhecimento do ambiente, o artista se fecha em uma ‘caverna’ limitada por espelhos. Permitindo-se apenas olhar para si através de seu reflexo na água de um lago ou de sua imagem invertida produzida por um espelho côncavo, PASHIAS inicia um diálogo de ‘contemplação’ entre sua presença corpórea e a imagem dela, como uma ‘ideia’ produzida e rearranjada por variáveis exógenas. Como visto no mito grego de Narciso, o público é convidado a participar desse processo de ‘observação’ e satisfação de desejo, agindo como espelhos, auxiliando o artista no ato fútil do consumo de sua própria imagem.

PASHIAS

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ASHIAS faz performances, instalações, fotografias e trabalha com seu próprio corpo como matéria-prima. Seus trabalhos focam na exploração da ‘situação’ e do ‘ambiente’, baseada na relação da unidade com o grupo, similarmente à maneira como todos os ambientes sociais percebem uma pessoa – através do estabelecimento da presença, troca e coexistência. PASHIAS participou de exposições individuais e em grupo ao redor do mundo, colaborou com organizações culturais como o Marina Abramović Institute, o Museu de Arte Contemporânea da Estônia e a Bienal Mediterrânea de Arte Contemporânea. Em 2013, PASHIAS foi cofundador da epitelesis – Performance Art Foundation e trabalhou como professor/palestrante em diversos programas acadêmicos. PASHIAS vive e trabalha no Chipre e na Grécia.


Sugar & Snails, 2016. Image by Guta Galli and Aaaron Wilder

GUTA GALLI


gutagalli.com @gutagalli

SOBRE LÁGRIMAS E MELANCIAS Esta performance propõe uma releitura cômica e contemporânea das grandes mães arquetípicas que aterrorizam nosso inconsciente coletivo há tempos imemoriais. Em que ponto o afeto encontra o abuso? Quais são as fronteiras entre o cuidado e o controle? Com quantas lágrimas se esgota um ser humano? Inspirada pelo terror e poder de sedução de Medéia, Lilith, Lâmia e outras rainhas, bruxas e demônios míticos, esta performance problematiza estas questões junto com o público, que é convidado a dividir o espaço performático para interagir com a artista, que lhes oferece melancias, dá ordens, compaixão e lágrimas.

GUTA GALLI

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UTA GALLI é artista transmídia e trabalha com performance, fotografia, vídeo e instalação. Suas pesquisas atuais estudam as intersecções entre gênero, poder, raça, sexualidade e violência. Exibiu seu trabalho em exposições individuais e coletivas em Roterdã (Brazil Rotterdam Festival / Holanda), São Paulo (SP-ARTE), Rio de Janeiro (RIO-ARTE), Brasília (Caixa Cultural), Santiago (Ch. acco), Roma (Bienal) e nos EUA, onde fez performances. Participou de exposições coletivas em São Francisco, no San Francisco Art Institute, SOMArts, Berkeley Art Museum, De Young Museum, Root Division Gallery, Swell Gallery, Diego Rivera Gallery e Walter Maciel Gallery (LA). Guta nasceu em São Paulo.


Future Monuments. Image by Anguezomo Mba Bikoro

ANGUEZOMO MBA BIKORO


anguezomo-bikoro.com @nbikoro

MEMÓRIAS DA CASA DOS BUDAS DITOSOS A performance convida a uma reflexão que mergulha nas contradições entre real e imaginário, entre o processo histórico de colonização e a narrativa. A proposta desmonta a lógica de transação e barganha em um espaço de reflexão íntima sobre a inequidade socioeconômica brasileira e suas consequências, como a pobreza e a violência, que advêm do processo de colonização e da complexa composição étnica da população. Com reflexões sobre a implicação pessoal, a performer tenta negociar sua empatia por um processo de doação. Nesse processo, o público lava dinheiro. Você é capaz de trocar sua moeda, vender suas confissões ou lavar seus pecados? Você é capaz de encarar sua história? Consegue enfrentar seu futuro? Quem cuidará de você quando você sair de casa? Baseada na poesia e na prosa de João Ubaldo Ribeiro, a artista força uma reflexão sobre como nossas trocas monetárias mantêm sistemas de exclusão e celebra as batalhas atuais de povos indígenas por direitos humanos.

ANGUEZOMO MBA BIKORO

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NGUEZOMO MBA BI KORO é artista visual que trabalha com performances, filmes, arqueologia, arquitetura de guerrilha e literatura. Seu processo crítico é pautado em discursos históricos, arquivos e teorias sobre o pós-colonialismo, diáspora, migração, identidades, afro e altermodernidade e cultura. Seu trabalho revela e cria momentos de síntese e harmonia entre corpos de conhecimento, tradições culturais e sistemas de valores aparentemente díspares. Anguezomo Mba Bikoro se une a comunidade contestando a economia das artes, política, literatura, ecologia e filosofia, combinando estratégias alternativas em performance e prática para descontruir narrativas sociais. Ela nasceu no Gabão e reside em Berlim.


Red Illusion, 2017. Image by Guilherme Licurgo

RAFAEL MENÔVA


rafaelmenova.com @menova

É VENTO Através da manipulação de elementos e imagens para comunicar, instigar e reunir pessoas em espaços que promovam conexões interpessoais, o artista lança luz sobre questões latentes de pertencimento e aceitação. A partir da pesquisa em escultura, ocupado com a criação de padrões corporais na história da arte até transportar tais questões para o universo da performance, o artista propõe situações e questões que atravessam seu próprio universo, se aproximam ou, melhor dizendo, são o reflexo da interferência do grupo na intimidade. A performance É vento reconstrói uma paisagem de piscina, sol e verão, mas a deturpa a partir dos elementos plásticos que, juntamente com o convite do artista à participação do espectador, envolvem e ressoam, seja por tocarem nos limites do pudor alheio até desejo, entretenimento…

RAFAEL MENÔVA

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AFAEL MENÔVA se dedica à construção de experiências etéreas como estopim de sua pesquisa artística. Há algum tempo, dedica-se a entender processos de transformação física, seja através do questionamento e busca por padrões estéticos no corpo até a construção de eventos-proposições, geralmente em espaços subutilizados que se transformam em plataformas para encontros/trocas. Festa como ativismo. É também um dos idealizadores do Projeto IScream, que promove ocupações artísticas através da mobilização de jovens artistas. Sua pesquisa sobre identidade passa pela escultura e performance, mas vai além, ao pensar os possíveis lugares para contato e trocas entre público e artista. Rafael vive e trabalha em São Paulo.



EQUIPE


ILYA PUSENKOFF

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LYA PUSENKOFF, nascido em Moscou, é videoartista, fotógrafo e cineasta de projeção internacional. Vive na Alemanha desde 1990 e graduou-se em filme e fotografia pela Academia de Arte e Mídia de Colônia, em 2009. Suas videoinstalações, em sua maioria, são modelos multifacetados de nossa era digital e da percepção humana. Seus trabalhos em filme e fotografia exploram os diferentes níveis de realidade, e nós, humanos, como a conexão lógica entre eles. Participou de diversas exposições nacionais e internacionais, e venceu diversos concursos de filme e vídeo. Ilya Pusenkoff vive e trabalha em Colônia. @ilyapusenkoff


ILYA PUSENKOFF


MARGARITA OSEPYAN

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ARGARITA OSEPYAN especializou-se em representação do corpo em live arts e na intersecção entre arte e tecnologia na cultura contemporânea. Foi cofundadora da companhia sem fins lucrativos GLAZ (2009-2014), em Londres, com foco no aspecto multimídia das artes, cujos projetos incluem Behind the Wall Film Season, no Barbican Centre, Severe Illnesses Film Programme, na Tate Modern, e Sergei Paradjanov Festival, no British Film Institution e no Arnolfini. Margarita foi responsável pela programação da mostra de mídia digital em performance e live art Digital Stages Festival, em Londres, e foi curadora de muitas exposições, entre elas, Christoph Schlingensief: entre o fato e a imaginação, Arthur Scovino. Caboclo dos aflitos e Meta Matter, uma exploração de técnicas de animação na arte contemporânea. Ela é graduada em intermídia e performance art pela Universidade de Hull. Atualmente, trabalha em Moscou, na Solyanka State Gallery, como curadora-chefe.


MARGARITA OSEPYAN


MARKO BRAJOVIC

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ARKO BRAJOVIC é um arquiteto e designer interessado no comportamento orgânico e fenomenológico das formas, inspirado pela natureza e pela tecnologia. Fundador e diretor de criação do Atelier Marko Brajovic, ele é codiretor dos programas avançados da Architectural Association Visiting School Amazon e da Design by Nature. Sediado no Brasil, seu escritório multidisciplinar rendeu a ele prêmios internacionais em arquitetura e design, como World Architecture Festival, IF, IDEA, W Award. Marko Brajovic e sua equipe criativa são responsáveis por projetos como as exposições de David Bowie e Stanley Kubrick, em São Paulo, as lojas Camper, em Hong Kong, Melbourne, Munique e San Sebastian, os pavilhões Brasil e Montenegro na EXPO Milão 2015, instalações de experiência das marcas Coca-Cola e Nike na Copa do Mundo do Rio de Janeiro, em 2016, e projetos de arquitetura experimental na mata atlântica e na floresta amazônica.


MARKO BRAJOVIC


CRÉDITOS

SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDENTES TÉCNICO SOCIAL Joel Naimayer Padula COMUNICAÇÃO SOCIAL Ivan Giannini ADMINISTRAÇÃO Luiz Deoclécio Massaro Galina ASSESSORIA TÉCNICA E DE PLANEJAMENTO Sérgio José Battistelli GERENTES ARTES VISUAIS E TECNOLOGIA Juliana Braga de Mattos ADJUNTA Nilva Luz ASSISTENTE Carolina Barmell ASSESSORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Áurea Leszczynski Vieira Gonçalves ASISTENTE Heloisa Pisani

ARTES GRÁFICAS Hélcio Magalhães ADJUNTA Karina Musumeci ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO Marta Colabone ADJUNTO Iã Paulo ASSISTENTE Roberta Lobo SESC CONSOLAÇÃO GERENTE Felipe Mancebo ADJUNTA Simone Avancini COORDENADORES DE ÁREA Antonio Zacarias de Carvalho, Cynthia Petnys, Edna Ribeiro S.Fachetti, Elaine de Sousa e Marco Antonio da Silva EQUIPE Adriano Alves de Campos, Alexandre Babadobulos, Denis Tchepelentyky, Edson Fernandes Machado, Flavia Reis Nocetti, Gabriela Franco, Sabrina Popp Marin e Tayná Guimarães GOETHE INSTITUT SÃO PAULO DIRETORA EXECUTIVA E DIRETORA REGIONAL PARA A AMÉRICA DO SUL: Dr. Katharina von Ruckteschell-Katte


CARROSSEL PERFORMÁTICO DE FYODOR - DE CABEÇA PARA BAIXO CURADORIA Fyodor Pavlov-Andreevich e Margarita Osepyan ASSISTENTE DE CURADORIA Daria Bobrenko, Yara Howe ARTISTAS Evamaria Schaller (DE), Fyodor Pavlov-Andreevich (BR, em colaboracao com Vladimir Martynov e coletivo Playtronica), Anguezomo Mba Bikoro (GA), Rafael Menôvа (BR), Jamie Lewis Hadley (GB), PASHIAS (GR), Clarissa Sacchelli (BR), Guta Galli (BR) CONCEPÇÃO CARROSSEL, EXPOGRAFIA E ILUMINAÇÃO Atelier Marko Brajovic

EXPOGRAFIA DE CADA ARTISTA E PARCERIA CONCEITUAL Marko Brajovic (BRA) CONTEUDO AUDIOVISUAL CAPELA E REGISTROS Ilya Pusenkoff COMUNICAÇÃO VISUAL E SINALIZAÇÃO Daria Grigorieva PRODUÇÃO EXECUTIVA Prata Produções – Valeria Prata ASSISTENTES Mariana Oliveira e Roberta Prata ESTÚDIO DE FYODOR PAVLOV-ANDREEVICH Anna Shpilko (diretora), Alexandra Velichko (coordenadora), Katya Petrova (assistente) ASSESSORIA DE IMPRENSA Ofício das Letras TRADUÇÃO DE TEXTOS Yara Howe REVISÃO DE TEXTOS Felipe Brait AGRADECIMENTOS Agnes Christian, Marcello Dantas, Isabella Prata, Felipe Brait, Wellington Müller Bujokas, Megacultural e Graziela Martines, Galeria Baró

CRÉDITOS

DIRETOR DA PROGRAMAÇÃO CULTURAL Julian Fuchs COORDENAÇÃO DO PROJETO "EPISÓDIOS DO SUL" Lorena Vicini PROGRAMAÇÃO CULTURAL Luiz Rangel, Karine Legrand e Tatjana Lorenz COORDENADORA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO Simone Malina ASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO Gabriel Borges


PROGRAMAÇÃO E LOGOS


S DO FESTIVAL


GINÁSIO VERMELHO

18.11 (SAB) 12H

SESSÃO CADA HORA (SEG) 6.11 1721H ( TER) 7.11 1722H 8.11 (QUA) 1722H (QUI) 9.11 1722H 10.11 (SEX ) 1721H 11.11 (SAB) 1419H 13.11 (SEG) 1722H 14.11 ( TER) 1722H 15.11 (QUA) 1417H 16.11 (QUI) 1722H 17.11 (SEX ) 1722H 18.11 (SAB) 1419H 20.11 (SEG) 1419H

CONVERSA DA CURADORA MARGARITA OSEPYAN COM ARTISTAS

Apoio Cultural

Sesc Consolação Rua Dr. Vila Nova, 245 01222-020 São Paulo - SP Tel: (11) 3234-3000 email@consolacao.sescsp.org.br /sescconsolacao

sescsp.org.br/consolacao

INGRESSO LIBERADO RETIRADA DE INGRESSOS NA BILHETERIA DO TEATRO ANCHIETA

Parceria

Realização


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