Nós

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Ministério da Cultura e Petrobras apresentam

Direção Marcio Abreu


G R U P O G A L PÃ O

Fiel ao seu propósito de viver a experiência do teatro em seus aspectos mais diversificados, relevantes e radicais, o Grupo Galpão procurou, em meados de 2014, o diretor Marcio Abreu, a fim de sondá-lo sobre uma possível parceria. Na ocasião, os atores do grupo se entregavam a exercícios solo, cujo objetivo era contemplar os desejos individuais e criar alternativas para um projeto coletivo. O diálogo e o confronto entre o coletivo e os anseios de cada artista se manifestavam de maneira incisiva, num grupo de atores com mais de três décadas de convivência artística diária. Depois de uma série de trocas de impressões e opiniões, acompanhamento mútuo de trabalhos que vinham sendo desenvolvidos por cada parte e o com-

plicado ajuste de agendas, finalmente, em maio de 2015, sentamo-nos em volta de uma mesa com o diretor, em nossa sede, na Rua Pitangui. Indagado sobre que tipo de espetáculo vislumbrava construir em parceria com o Galpão, Marcio foi direto e preciso: um trabalho político. Político porque nascido e gerado de um mergulho radical na experiência de um coletivo com mais de trinta anos. Um trabalho feito para e com o público que nos acompanha e que sedimenta e justifica a nossa trajetória. Foi esse o desejo essencial que norteou a elaboração de uma dramaturgia própria, criada a partir de improvisos, tomando como tema nossa reação diante das pressões exercidas pelo


mundo sobre cada um de nós. Observaríamos o significado de estar dentro e ser colocado para fora e vice-versa, situações intimamente conectadas à utopia de conviver com as diferenças. Essas experiências se apresentariam através do ato comum de celebrar a vida a partir do preparo de uma refeição e de um manifesto pessoal de cada ator diante dos embates com a sociedade.

a criação teatral seria um ato de pura incompletude, em que se faz necessário recomeçar sempre, mesmo que não se saiba nem como nem por quê. Obstinado como o próprio “fazer teatro”, ofício de que não desistimos nunca e continuamos em frente, mesmo que os tempos pareçam demasiado sombrios. Ato pelo qual esperamos sempre reafirmar que seguimos vivos, ato de reinvenção.

Todos esses temas vivenciados em um ato teatral em que não se emitem juízos de valor, mas em que vozes múltiplas e dilaceradas se manifestam numa espécie de caleidoscópio. Ecos de um mundo partido em que simplesmente dizer é mais importante que dizer qualquer coisa. Nesse contexto,

Este espetáculo somos nós, esse coletivo que caminha para seus 34 anos de existência e nós, seres humanos e artistas de teatro para lá dos cinquenta, com suas perplexidades, questões, angústias, algumas esperanças e muitos nós.



“(...) a democracia, diziam os relatores, significa o aumento irresistível de demandas que pressiona os governos, acarreta o declínio da autoridade e torna os indivíduos e os grupos rebeldes à disciplina e aos sacrifícios exigidos pelo interesse comum.”

O Ódio à Democracia Jacques Rancière


NÓS AQUI Acompanho o Galpão desde os momentos mais fundamentais para a formação da minha sensibilidade artística. Na minha memória uma coleção de imagens e emoções ligadas ao encantamento, à excitação, ao espanto, à grande poesia do teatro. A primeira vez que vi o grupo foi numa apresentação de “A Comédia da Esposa Muda” durante o Festival de Teatro de Curitiba, no Largo da Ordem, no início dos anos 90, numa juventude vivenciada intensamente no caldo cultural desta cidade, onde mais tarde eu criaria junto com meus companheiros a companhia brasileira, com sede no mesmo Largo. Sempre os vi como exemplo de vida no teatro. Uma espécie de utopia realizada. Eles abriram caminho para muitos que vieram depois, fortalecendo a ideia da profissão e da dignidade do ofício. Um dos primeiros grupos de trabalho continuado, com patrocínio em longo prazo, repertório, planejamento, turnês internacionais e circulação pelos interiores desse nosso enorme país, que ainda hoje carece de políticas públicas consistentes para as artes. E, de certa maneira, o Galpão assumiu sua dimensão pública, criou um centro cultural, o Galpão Cine Horto, onde muita gente se forma e se recicla, onde festivais acontecem, espetáculos de toda parte se apresentam, artistas se encontram, ideias são fomentadas e reverberam na cidade de Belo Horizonte e pelo país afora. O grupo é um norte. Está no imaginário teatral brasileiro. Há sempre grande expectativa sobre qual será o próximo trabalho do Galpão.

Marcio Abreu Diretor

Muitos importantes diretores criaram peças e também filme para e com o grupo. Impossível não citar Gabriel Villela e Paulo José, Cacá Carvalho e Paulo de Moraes, Eduardo Coutinho e Enrique Diaz, Yara de Novaes e alguns dos atores que também dirigiram, como Eduardo Moreira, Julio Maciel, Chico Pelúcio e, mais recentemente, Lydia Del Picchia e Simone Ordones. Agora, junto-me a eles no desafio de continuar. A primeira pergunta que propus para o nosso encontro – “o que podemos fazer juntos?” – foi determinante para entender que tipo de trabalho faríamos. Entendi que o risco maior seria o de criar uma peça desde o início, sem partir de um texto preexistente, mas urdindo também a sua dramaturgia. Assim encontraríamos uma zona de diálogo mais intenso entre nós e entre nós e o mundo lá fora. A segunda pergunta – “de que maneira respondemos ou reagimos ao mundo como ele nos chega hoje?” – agiu de forma estruturante, como princípio e conceito. Durante todo o processo de criação retornamos a ela. A peça articula noções de proximidade e convivência. Proximidade entre ator e espectador, cena e plateia, ator e personagem, ser-social e ser-poético, realidade e ficção. Convivência entre diferenças. Entre teatro, performance, música e literatura. E, ainda, entre as dimensões do privado e do público, do dentro e do fora. Afirma a convivência das pessoas, no momento da apresentação, como elemento dramatúrgico e a presença como ato criativo.



“O processo democrático é o processo desse perpétuo pôr em jogo, dessa invenção de formas de subjetivação e de casos de verificação que contrariam a perpétua privatização da vida pública. A democracia significa, nesse sentido, a impureza da política, a rejeição da pretensão dos governos de encarnar um princípio uno da vida pública e, com isso, circunscrever a compreensão.”

O Ódio à Democracia Jacques Rancière



PETROBRAS

Entramos em cena, mais uma vez, com o Grupo Galpão para apresentar um novo espetáculo, que reedita uma parceria de sucesso renovada, a cada temporada, desde 2001. Genuinamente brasileiros, temos em comum nossa origem, motivo de orgulho. Detemos um saber fazer próprio, que alia a tradição e a modernidade, o rigor e a descontração, o regional e o nacional, a inventividade pautada nas constantes pesquisas, a reinvenção incessante. Buscamos manter um diálogo fácil com nossos públicos, formar públicos e talentos. Difundir cultura e arte no Brasil de norte a sul como um direito básico. E estimular a reflexão. Buscamos, assim, relevância no cenário

brasileiro e para a sociedade em geral. Agora, juntos, por intermédio do espetáculo NÓS, dirigido por Marcio Abreu, encaramos o desafio de propor à plateia uma nova experiência. Você será instigado a pensar as grandes questões do mundo – a intolerância, a violência, a harmonização das diferenças, o que é público e o que é privado, o que é realidade ou ficção. Como conviver com o outro e diante de tudo isso? Nesse espetáculo, você encontra alguns insumos, pontos de vista, olhares a considerar. As respostas também podemos buscar e construir juntos.


“Favorecer a busca da felicidade individual e das relações sociais era favorecer a vitalidade de uma vida privada e de formas de interação social que acarretavam uma multiplicação de aspirações e demandas” (...) “tornavam os cidadãos indiferentes ao bem público e minavam a autoridade de governos intimados a responder a essa espiral de demandas que emanavam da sociedade.”

O Ódio à Democracia Jacques Rancière



“O bom do governo é o governo daqueles que não desejam governar. Se há uma categoria que deve ser excluída da lista dos que são aptos a governar, é a dos que intrigam para obter o poder.”

O Ódio à Democracia Jacques Rancière



FICHA TÉCNICA Elenco: Antonio Edson Chico Pelúcio Eduardo Moreira Júlio Maciel Lydia Del Picchia Paulo André Teuda Bara Direção: Marcio Abreu Dramaturgia: Marcio Abreu e Eduardo Moreira Cenografia: Play Arquitetura – Marcelo Alvarenga Figurino: Paulo André Iluminação: Nadja Naira Trilha e efeitos sonoros: Felipe Storino Assistência de direção: Martim Dinis e Simone Ordones Preparação musical e arranjos vocais/ instrumentais: Ernani Maletta Preparação vocal e direção de texto: Babaya Colaboração artística: Nadja Naira e João Santos Assistência de figurino: Gilma Oliveira Assistência de cenografia: Thays Canuto Cenotécnica e construção de objetos: Joaquim Pereira e Helvécio Izabel Operação e assistência de luz: Rodrigo Marçal Operação de som: Fábio Santos Assistente técnico: William Teles Assistente de produção: Cleo Magalhães Confecção de figurino: Brenda Vaz Técnica de Pilates: Waneska Torres

Imagens escaneadas: Tibério França e Lápis Raro Registro e cobertura audiovisual: Alicate Projeto gráfico: Lápis Raro Design web: Laranjo Design – Igor Laranjo Mídias sociais: Variável 5 e João Santos Direção de produção: Gilma Oliveira Produção executiva: Beatriz Radicchi Produção: Grupo Galpão

A G R A D E C I M E N TO S Acely Hovelacque Ana Regis da Luz Black Boots Carla Madeira CBMM companhia brasileira de teatro Dib Carneiro Dona Nivea Equipe Galpão Cine Horto FEA – Fundação de Educação Artística Guilherme Horta Joanna Andrade Madame Teatro Miwa Yanagizawa Neuza Gonçalves Newton Bignotto Ormimáquinas Petrobras RF Produção e Eventos Ronaldo Gomes Royal Golden Hotéis SVOA Audiodescrição Tadeu Carneiro Thomas Quillardet Vera da Luz Moreira

Fotos de divulgação: Guto Muniz Fotos do programa: Fernando Lara, Gustavo Pessoa e Guto Muniz Em especial, a Arildo de Barros


“O bom governo democrático é aquele capaz de controlar um mal que se chama simplesmente vida democrática (...) o que provoca a crise do governo democrático nada mais é que a intensidade da vida democrática.”

O Ódio à Democracia Jacques Rancière



G R U P O G A L PÃ O – 3 4 A N O S ATO R E S Antonio Edson Arildo de Barros Beto Franco Chico Pelúcio Eduardo Moreira Fernanda Vianna Inês Peixoto Júlio Maciel Lydia Del Picchia Paulo André Simone Ordones Teuda Bara 1 9 8 2 “ E A NOIVA NÃO QUER CASAR...” Direção: Fernando Linares 1 9 8 3 “ DE OLHOS FECHADOS” Direção: Fernando Linares 1 9 8 4 “ Ó PRÔ CÊ VÊ NA PONTA DO PÉ” Direção: Fernando Linares 1 9 8 5 “ ARLEQUIM, SERVIDOR DE TANTOS AMORES” Direção: Fernando Linares 1 9 8 6 “ A COMÉDIA DA ESPOSA MUDA” Direção: Paulinho Polika 1 9 8 6 “TRIUNFO – UM DELÍRIO BARROCO” Direção: Carmen Paternostro 1 9 8 7 “ FOI POR AMOR...” Direção: Antonio Edson 1 9 8 8 “ CORRA ENQUANTO É TEMPO” Direção: Eid Ribeiro 1 9 9 0 “ ÁLBUM DE FAMÍLIA” Direção: Eid Ribeiro 1 9 9 2 “ ROMEU & JULIETA” Concepção e direção: Gabriel Villela 1 9 9 4 “ A RUA DA AMARGURA” Concepção e direção: Gabriel Villela 1 9 9 7 “ UM MOLIÈRE IMAGINÁRIO” Direção: Eduardo Moreira 1 9 9 9 “PARTIDO” Direção: Cacá Carvalho 2 0 0 0 “ UM TREM CHAMADO DESEJO” Direção: Chico Pelúcio 2 0 0 3 “ O INSPETOR GERAL” Direção: Paulo José 2 0 0 5 “ UM HOMEM É UM HOMEM” Direção: Paulo José 2 0 0 7 “ PEQUENOS MILAGRES” Direção: Paulo de Moraes 2 0 0 9 “ TILL, A SAGA DE UM HERÓI TORTO” Direção: Júlio Maciel 2 0 1 1 “ TIO VÂNIA (aos que vierem depois de nós)” Direção: Yara de Novaes 2 0 1 3 “ OS GIGANTES DA MONTANHA” Direção: Gabriel Villela 2 0 1 4 “ DE TEMPOS SOMOS – UM SARAU DO GRUPO GALPÃO” Direção: Lydia Del Picchia e Simone Ordones E m 2 0 0 8 “ MOSCOU” Documentário dirigido por Eduardo Coutinho


CONSELHO EXECUTIVO Beto Franco, Eduardo Moreira, Fernando Lara e Gilma Oliveira EQUIPE Gerência executiva: Fernando Lara Coordenação de produção: Gilma Oliveira Coordenação de planejamento: Aline Pereira Coordenação de comunicação: Beatriz França Coordenação administrativa: Wanilda D´Artagnan Coordenação técnica e iluminação: Rodrigo Marçal Produção executiva: Beatriz Radicchi Cenotécnico: Helvécio Izabel Sonorização: Fábio Santos Analista de comunicação: Ana Carolina Diniz Assistente de planejamento: Soraya Monteiro Assistente financeiro: Cláudio Augusto Assistente administrativa: Andréia Oliveira Auxiliar técnico: William Teles Auxiliar administrativo: Jonathas Santos Recepção: Cídia Santos Serviços gerais: Sandra Bacelar Gestão financeira de projetos: Artmanagers Assessoria jurídica: Drummond & Neumayr Advocacia Assessoria contábil: Maurício Silva

A Petrobras é patrocinadora do Grupo Galpão.


G A L PÃ O C I N E H O R TO Direção geral: Chico Pelúcio Conselho gestor: Beto Franco, Chico Pelúcio, Gisele Milagres, Lydia Del Picchia e Romulo Avelar. Coordenação geral: Gisele Milagres Coordenação de produção: Graziella Medrado Produção executiva: Bernardo Gondin Coordenação técnica: Orlan Torres (Sabará) Técnico: Wellington Santos (Baiano) e Jésus Lataliza Comunicação: Sosti Reis Criação gráfica: Estúdio Lampejo Coordenação de planejamento: Fernanda Diniz Coordenação de Centro de Pesquisa e Memória do Teatro (CPMT): Marcos Coletta Bibliotecário do Centro de Pesquisa e Memória do Teatro (CPMT): Tiago Carneiro Assistente do Centro de Pesquisa e Memória do Teatro (CPMT): Bárbara Ribeiro Coordenação pedagógica: Lydia Del Picchia Coordenação pedagógica dos cursos, oficinas e projetos especiais: Fábio Furtado Coordenação pedagógica dos núcleos de pesquisa: Ana Luísa Santos Secretaria de cursos: Felipe Messias Equipe pedagógica: Camila Morena, Fábio Furtado, Gláucia Vandeveld, Juliana Martins, Kelly Crifer, Leandro Acácio e Letícia Castillo Coordenação do Projeto Sociocultural Conexão Galpão: Reginaldo Santos Atores-monitores: Dayane Lacerda, Mariana Blanco e Fabiano Lana Coordenação administrativo-financeira: Maria José dos Santos Auxiliar administrativo: Leandro Dias Coordenação operacional: Ricelli Piva Recepcionista: Dayane Nonato Porteiro: Eberton Pereira Serviços gerais: Juarez Pereira e Rita Aparecida Rosa da Silva Gestão financeira de projetos: Tania Araujo Assessoria contábil: Infogrupo – Maurício Silva





Rua Pitangui, 3.413 – Sagrada Família Cep: 31030-211 – Belo Horizonte – MG – Brasil Telefax: 55 31 3463.9186 galpao@grupogalpao.com.br www.grupogalpao.com.br

PAT R O C Í N I O :

REALIZAÇÃO:


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