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MEMÓRIA EM CARTAZ
Criados com diferentes estilos, formatos e referências estéticas, pôsteres dos espetáculos do CPT_SESC, sob direção de Antunes Filho, ajudam a contar a história do teatro brasileiro
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POR MARIA JÚLIA LLEDÓ
ACERVO SESC MEMÓRIAS
Macunaíma (1984), texto de Mário de Andrade (1893-1945) adaptado aos palcos por Jacques Thieriot e pelo Grupo Pau Brasil, que apresentou este espetáculo junto ao CPT_SESC.
Gr Fica
Fundado há 40 anos como um laboratório permanente de criação e formação cênica, o Centro de Pesquisa Teatral do Sesc, também conhecido como CPT_SESC, teve como coordenador e diretor, até 2019, um dos nomes mais importantes do teatro brasileiro: Antunes Filho (1929-2019). Hoje, essa história se aproxima de diferentes gerações graças ao trabalho de digitalização, catalogação, preservação e divulgação de um acervo composto por figurinos, vídeos, fotografias e por outro tipo de arte que, a partir de imagem e texto, instiga a curiosidade do público: os cartazes dos espetáculos produzidos pelo CPT.
“Todo material gráfico era elaborado e pensado como uma espécie de complemento ou norteador para a ampliação de camadas de leitura de cada obra. Antunes abria o processo de pesquisa e estudos referenciais mas, ao fim, a síntese era fundamental. A arte criada para cada cartaz representava algo muito simbólico e essencial do espetáculo em questão”, explica o diretor, ator e produtor Emerson Danesi, assistente de Antunes Filho por 23 anos.
Do primeiro espetáculo, Macunaíma, baseado na obra de Mário de Andrade (1893-1945), passando por montagens de peças de Nelson Rodrigues (19121980), a exemplo de Macbeth, clássicos de William Shakespeare (1564-1616), como Romeu e Julieta, entre outras dramaturgias, os cartazes do CPT_SESC apresentam distintos formatos e estilos – ilustração, fotografia, colagem. “Era como se do interno desse intenso mergulho que Antunes e equipes faziam a cada nova experimentação, toda a expressão, seja ela corporal, vocal, sonora e também gráfica, tomasse forma durante um período de elaboração. De fato, tudo era resultado de um longo processo de imersão”, recorda Danesi, que é técnico de programação em artes cênicas no Sesc Consolação, local que abriga as formações e apresentações do CPT_SESC desde o início de suas atividades, em 1982.
De acordo com o diretor de arte Ricardo Fernandes, que em parceria com o designer Érico Peretta criou não só cartazes, mas catálogos dessas montagens, as trocas com Antunes eram decisivas para o processo criativo. Nós falávamos muito sobre cinema e seus autores/diretores preferidos, como Béla Tarr [cineasta húngaro], Apichatpong Weerasethakul [cineasta tailandês], entre outras referências. Era sempre a partir desses diálogos, imagens, ideias e ‘aparições’ que eu construía os catálogos e cartazes”, recorda.
Uma experiência que, para Fernandes, reverbera ainda hoje. “Fazer esses catálogos e cartazes para Antunes sempre foi um desafio e uma troca intensa, com ideias para além do teatro. Busquei, de forma bastante livre, criar um diálogo com cada obra, seu pensamento e derivas. Ele foi meu mentor e, até hoje, sinto muita falta dessas criações com ele”, compartilha.
A Pedra do Reino (2006), apresentado pelo CPT_SESC, uma adaptação de Antunes Filho para as obras Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao sol da Onça Caetana, ambas de Ariano Suassuna (1927-2014).
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Vereda da salvação (1993), texto de Jorge Andrade (1922-1984), encenado pelo Grupo de Teatro Macunaíma e CPT_SESC.
Ao lado: A hora e vez de Augusto Matraga (1986), com o Grupo de Teatro Macunaíma e CPT_SESC, com base na obra homônima de Guimarães Rosa (1908-1967).
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Gilgamesh (1995), texto de Antunes Filho, baseado no poema épico babilônico homônimo Gilgamesh , apresentado pelo Grupo de Teatro Macunaíma e CPT_SESC.
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