Tecnologias e Artes em Rede: Tecnologias Negras by Sesc em São Paulo

AS ART ES G R Á F ICA S D E STE P R OJ E T O F OR A M C R I A DA S PELO ILUS TR A D O R E Q U A D R IN I S TA M A R CE L O D ' SA L E T E, E UT ILIZANDO TÉ CNICA S D E IL U S T R A Ç Ã O A N A L ÓGI C A S E D IGITAIS, A RTICU L A ND O TE CN OL OGI A S , OB J E T OS E S Í MB OL OS AFRICANO S CO M E L E M E NTO S DA AT UA L I DA D E . 2

TECNOLOGIAS NEGRAS A física estadunidense Shirley Ann Jackson desenvolveu o primeiro identificador de chamadas telefônicas. O inventor inglês John Thompson criou a linguagem de programação Lingo. O químico Oswaldo Luiz Alves é uma das grandes autoridades brasileiras em nanotecnologia. E o game designer estadunidense Gerald Lawson criou um dos primeiros fliperamas de que se tem notícia. Além de referências em seus campos de pesquisa e produção, esses profissionais têm algo em comum: são negros. No entanto, poucos de nós os conhecemos ou sabíamos de seus feitos. Desde o século XV, como uma forma de justificar a ampla escravidão das populações africanas, tais povos foram sistematicamente desumanizados, suas dimensões culturais negadas, a partir de uma classificação fenotípica foram erroneamente homogeneizados e, então, nomeados negros. À medida que suas histórias e seus conhecimentos eram apagados e seus cidadãos tinham seus protagonismos e autonomias indeferidos, sistematizou-se uma narrativa histórica onde o negro ocupava uma posição subalterna e de exclusão. Ainda assim, a história nos mostra que a humanidade pode ser definida pela razão e pela linguagem que, estruturadas de diferentes maneiras, concebem a cultura, matemática, filosofia, medicina, astronomia, escrita, artes, tecnologias e outros campos, os quais devem parte significativa de suas origens e desenvolvimento às antigas civilizações africanas. Cabe salientar que é no quadro colonial-escravocrata, quando as populações africanas foram capturadas e transportadas involuntariamente de seu continente para o continente americano, que essas demonstraram domínio sobre técnicas

como a metalurgia, a mineração e a construção de máquinas agrícolas, alicerçando a construção de sociedades e nações no outro lado do Atlântico. Diante da persistência de questões raciais decorrentes do mundo moderno-colonial, um vasto conjunto de esforços e propostas se contrapõe a esse projeto de invisibilidade física e simbólica do povo negro, reafirmando vocações e capacidades criativa, científica, técnica, de existência e do bem viver das populações de origem africana, em seu continente originário e na diáspora. É a partir desse panorama que a ação “Tecnologias Negras” objetiva articular e dar vazão à efervescente produção de artistas, pesquisadoras(es), intelectuais e mestras(es) do saber negras e negros, nos campos das Artes Visuais e Tecnologias, e, assim, estimular a difusão de práticas educativas nãoformais, pautadas pelo princípio da equidade. Dessa forma, visa demarcar um espaço democrático de discussão sobre campos presentes na cultura negra, tais como: Tecnologias e Ancestralidade; Tecnologias Digitais e Contemporâneas; Utopias, Distopias e Afrofuturismo; Tecnologias Invisibilizadas e de Resistência; e Estética, Crítica e História da Arte. Por meio de atividades regulares, com foco na transmissão de conhecimento por parte de povos e indivíduos que, historicamente, tiveram suas narrativas e experiências suprimidas, o Sesc busca desenvolver ações socioeducativas que contribuam com a manutenção da diversidade cultural, dos direitos humanos e da memória.

Sesc São Paulo

Este projeto possui cinco eixos. Para cada um deles foi escolhido um adinkra, símbolo ideográfico originário de povos da África Ocidental (situados entre Gana e Costa do Marfim):

Sankofa Um olhar para o passado Tecnologias Ancestrais – Tradicionais, da Palavra e Manuais Nea Onnim No Sua A, Ohu Quem não sabe pode saber aprendendo Tecnologias Digitais e Contemporâneas Nyansapow Nó da sabedoria e magia Afrofuturismos, Distopias e Utopias Mpatapow Nó de reconciliação e de paz Tecnologias Invisibilizadas e de Resistência

Ananse Ntontan Sabedoria, criatividade e complexidade da vida Estética, Crítica e História da Arte

CAPITAL & GRANDE SÃO PAULO

INTERIOR & LITORAL ARARAQUARA 40

24 DE MAIO

AVENIDA PAULISTA

BELENZINHO 11 BOM RETIRO

CAMPO LIMPO

CARMO 13 CPF 14 CINESESC 16 CONSOLAÇÃO 16 FLORÊNCIO DE ABREU

GUARULHOS 20 INTERLAGOS 23 IPIRANGA 24 ITAQUERA 25 OSASCO 25 PARQUE DOM PEDRO II

BAURU 41 BERTIOGA 41 BIRIGUI 42 CAMPINAS 43 CATANDUVA 44 JUNDIAÍ 45 PIRACICABA 47 REGISTRO 49 RIBEIRÃO PRETO

RIO PRETO

SANTOS 51 SÃO CARLOS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

SOROCABA 58 TAUBATÉ 59 THERMAS DE P. PRUDENTE

POMPEIA 32

INFORMAÇÕES

SANTANA 33

CONHEÇA O ETA

SANTO AMARO

ENDEREÇOS 62

SANTO ANDRÉ

SÃO CAETANO

VILA MARIANA

PINHEIROS 29

CAPITAL & GRANDE SÃO PAULO 24 DE MAIO AULA ABERTA

DESENHO DE MODELO VIVO COM CORPOS NEGROS

6/10 a 3/11 DOM

A prática do desenho com modelos vivos não brancos propõe uma reflexão acerca das representações dos corpos negros, dos apagamentos e das discriminações. COM CLAUDINEI ROBERTO, professor, artista visual e curador.

das 14h às 17h encontros independentes 18 anos Grátis Distribuição de senhas 30 minutos antes da atividade

CURSOS

EMPODERA: DESENVOLVENDO PERSONAGENS NEGROS ATRAVÉS DA ARTE DIGITAL Introdução à arte digital, com foco no desenvolvimento de personagens negros, passando pelo processo de rascunho, arte final, cores e estilização, centrado em imagens e referências de pessoas negras. COM FLÁVIA BORGES (Breeze Spacegirl), ilustradora e quadrinista.

9 a 30/10 QUA

das 14h às 17h 4 encontros 14 anos Grátis Inscrições a partir de 1/10 para Credencial Plena e 4/10 para público em geral

DIVULGAÇÃO

EMPODERA: D E S E N V O LV E N D O PERSONAGENS NEGROS ATRAVÉS DA ARTE DIGITAL

HOW TO BLACK: PROCEDIMENTOS TECNOLÓGICOS EM EXPERIÊNCIAS ARTÍSTICAS Convite a reflexão sobre as escolhas feitas por artistas negros na produção de suas obras, entremeados por tecnologias diversas (artesanal, mecânica, digital) e saberes da herança de matriz africana. COM TIAGO GUALBERTO, mestre em Artes Visuais e bacharel em Têxtil e Moda pela USP e ANDRÉ PITOL, pesquisador em práticas artísticas e curatoriais na Escola de Comunicação e Artes da USP.

PROJETOS CULTURAIS EM ARTES VISUAIS PARA REALIZADORES NEGROS A partir de estratégias de aperfeiçoamento da redação de projetos culturais voltados para as Artes Visuais, o curso pretende potencializar as proposições dos participantes. COM TIAGO GUALBERTO.

EMPODERA: SOFTWARES LIVRES EM PROJETOS DE COMUNICAÇÃO E DESIGN Curso que pretende dar subsídios técnicos para que os participantes desenvolvam suas próprias artes gráficas e peças de comunicação visual, buscando comunicar ideias e conceitos dentro de plataformas livres. COM MILA NOVAES, designer gráfica, arteeducadora e gestora cultural.

10/10 a 12/12 QUI

das 18h30 às 20h30 10 encontros 14 anos R$ 24 / R$ 12 / R$ 7 Inscrições a partir de 1/10 para Credencial Plena e 4/10 para público em geral

19/10 a 23/11

SÁB das 10h às 13h 6 encontros 14 anos Grátis Inscrição de 1 a 8/10: http://bit.ly/PcN24M Resultado até 12/10.

15/10 a 5/11 TER

das 14h às 17h 4 encontros 14 anos Grátis Inscrições a partir de 1/10 para Credencial Plena e 4/10 para público em geral

BATE-PAPOS

QUEM SOMOS: MINI-DOCUMENTÁRIO PERIFACON

5/10 SÁB

O PerifaCon é uma iniciativa que apresenta um panorama da cultura pop, com HQs, livros e desenhos produzidos por jovens artistas das periferias, tensionando as estruturas excludentes do mercado pop. Exibição do documentário, seguido de bate-papo. COM IGOR NOGUEIRA, ANDREZA DELGADO, LUIZE TAVARES, PEDRO OKUYAMA e GABRIELLY OLIVEIRA (Perifacon).