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Editorial

ENTRE PASSADO E FUTURO NÃO HÁ CHOQUE, HÁ CONHECIMENTO

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Onobre convite do Udo Fiorini para a elaboração deste editorial carrega a essência deste texto. Profissional de carreira sólida e reconhecida, Udo sempre mostrou incansável obstinação em disseminar conhecimento. A mim, cujo futuro ainda se desenha como uma longa estrada norteada por inspirações como a da carreira dele, a aceitação era óbvia. Principalmente após ter acesso ao conteúdo dessa edição.

Talvez nunca na história moderna o profissional de engrenagens e transmissões tenha sido tão questionado quanto ao seu futuro. A mobilidade elétrica e a indústria 4.0 reestruturam a lógica de desenvolvimento do produto e de manufatura do nosso setor. Estariam essas tendências disruptivas realmente bombardeando nossas carreiras, ou seriam elas um impulso sem precedentes?

O artigo de meu colega Lucas Robatto convida à reflexão. A mobilidade do futuro vai além da propulsão elétrica. Ela é compartilhada, servitizada e, quem sabe, autônoma. Engana-se aqui, como mostra o texto, aquele que conclui que engrenagens não terão papel relevante nesses veículos.

Certamente, a disrupção causa incerteza. Mas a etimologia da incerteza nos leva à incapacidade de decisão e, portanto, a um desafio! Sair das soluções triviais e buscar as mais diversas alternativas, entre as quais, deixar o passado inspirar o futuro. Antonio Gallinucci, em seu artigo, vai de forma brilhante a 1954 resgatar o conceito das engrenagens Spiroid e Helicon. No texto de João Ignácio Ibañez, o leitor é remetido ao século XVII para o início de uma análise detalhada sobre engrenagens de anel. Ambas soluções convergem justamente em um dos maiores desafios desses veículos do futuro: a elevada densidade de potência.

Ao leitor já ávido para interromper esse editorial e mergulhar nos artigos, há ainda mais! A edição o trará para apreciação do futuro da manufatura de engrenagens. O texto de Martin Witzsch vai no cerne da concepção de Indústria 4.0 ao abordar cadeias produtivas integradas. O olhar nos anos 80 e 90 para os resultados da filosofia CIM (Computer Integrated Manufacturing) já nos mostrou que manufatura avançada deve ir além de soluções de tecnologia. É preciso uma mudança cultural e baseada na descentralização de decisões, para a qual apenas o conhecimento dos efeitos dentro de uma cadeia integrada é possível.

Nessa edição, o leitor irá desfrutar do melhor do encontro entre desafios e lições aprendidas. Afinal, entre passado e futuro não há choque, há conhecimento. Tenha uma boa leitura!

Ronnie Rego atualmente é pesquisador do Centro de Competência em Manufatura (CCM-ITA), onde lidera a criação do Grupo de Inovação em Engrenagens (GIE) e a aliança de pesquisas Engrena ITA

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