EDITORIAL
ENTRE PASSADO E FUTURO NÃO HÁ CHOQUE, HÁ CONHECIMENTO
O
nobre convite do Udo Fiorini para a elaboração
integradas. O olhar nos anos 80 e 90 para os resultados
deste editorial carrega a essência deste texto.
da filosofia CIM (Computer Integrated Manufacturing) já
Profissional de carreira sólida e reconhecida,
nos mostrou que manufatura avançada deve ir além de
Udo sempre mostrou incansável obstinação em
soluções de tecnologia. É preciso uma mudança cultural
disseminar conhecimento. A mim, cujo futuro ainda
e baseada na descentralização de decisões, para a qual
se desenha como uma longa estrada norteada por
apenas o conhecimento dos efeitos dentro de uma cadeia
inspirações como a da carreira dele, a aceitação era óbvia.
integrada é possível.
Principalmente após ter acesso ao conteúdo dessa edição.
Nessa edição, o leitor irá desfrutar do melhor do
Talvez nunca na história moderna o profissional de
encontro entre desafios e lições aprendidas. Afinal, entre
engrenagens e transmissões tenha sido tão questionado
passado e futuro não há choque, há conhecimento.
quanto ao seu futuro. A mobilidade elétrica e a indústria
Tenha uma boa leitura!
4.0 reestruturam a lógica de desenvolvimento do produto e de manufatura do nosso setor. Estariam essas
Ronnie Rego atualmente é pesquisador do Centro de
tendências disruptivas realmente bombardeando nossas
Competência em Manufatura (CCM-ITA), onde lidera a criação
carreiras, ou seriam elas um impulso sem precedentes?
do Grupo de Inovação em Engrenagens (GIE) e a aliança de
O artigo de meu colega Lucas Robatto convida à
pesquisas Engrena ITA
reflexão. A mobilidade do futuro vai além da propulsão elétrica. Ela é compartilhada, servitizada e, quem sabe, autônoma. Engana-se aqui, como mostra o texto, aquele que conclui que engrenagens não terão papel relevante nesses veículos. Certamente, a disrupção causa incerteza. Mas a etimologia da incerteza nos leva à incapacidade de decisão
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e, portanto, a um desafio! Sair das soluções triviais e buscar as mais diversas alternativas, entre as quais, deixar o passado inspirar o futuro. Antonio Gallinucci, em seu artigo, vai de forma brilhante a 1954 resgatar o conceito das engrenagens Spiroid e Helicon. No texto de
aquecimentoindustrial.com.br
João Ignácio Ibañez, o leitor é remetido ao século XVII para o início de uma análise detalhada sobre engrenagens de anel. Ambas soluções convergem justamente em um dos maiores desafios desses veículos do futuro: a elevada densidade de potência. Ao leitor já ávido para interromper esse editorial e mergulhar nos artigos, há ainda mais! A edição o trará para apreciação do futuro da manufatura de engrenagens. O texto de Martin Witzsch vai no cerne da concepção de Indústria 4.0 ao abordar cadeias produtivas 6 ABRIL/2021
Revista Engrenagens
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