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editorial
Vera Fonseca Presidente da SGORJ
Trabalhos evidenciam qualidade do Congresso O Congresso Estadual e da Região Sudeste terminou, mas o trabalho da SGORJ continua. Estamos publicando, neste número, os Anais do Congresso, reconhecendo a importância do envio de trabalhos científicos por parte dos congressistas. As comissões julgadoras de ginecologia e obstetrícia aprovaram 34 pôsteres, abordando temas como oncologia,
uroginecologia, mastologia, medicina fetal, imaginologia em ginecologia e obstetrícia e infertilidade, dentre outros também relevantes. Fica o nosso agradecimento aos colegas que enviaram seus trabalhos e aos membros das comissões julgadoras por proporcionarem a todos os especialistas a oportunidade de reverem os trabalhos apresentados. Um forte abraço
Sucesso e qualidade presentes também nos trabalhos apresentados no evento Em sua XXXV edição, o Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia, evento anual mais importante da SGORJ, foi um sucesso. Realizado de 7 a 9 de abril, no Centro de Convenções Sul América, na Cidade Nova, o evento organizado pela Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ), em conjunto com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ). Cinco salas receberam simultaneamente as programações científicas. Ao todo foram 44 mesas redondas, 33 conferências, oito entrevistas temáticas, quatro simpósios, três debates e uma palestra. Estiveram presentes cerca de mil profissionais vindos de várias regiões do país, além de quatro professores convidados internacionais: Whitfield Board Growdon (EUA), Rafael Cortés Charry (Venezuela), Ana Bianchi (Uruguai) e Mario Palermo (Argentina). Na ocasião, 34 pôsteres foram expostos, relatando experiências na área de ginecologia e obstetrícia. Veja nas páginas a seguir os trabalhos apresentados e seus autores.
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Órgão informativo oficial da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro
ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Largo do Machado, 54/1206 - Catete – Rio de Janeiro – RJ - CEP 22221-020 Tel.: (21) 2285-0892 www.sgorj.org.br sgorj@sgorj.org.br
Presidente Vera Lucia Mota da Fonseca 1º Vice-Presidente Hugo Miyahira Vice-Presidentes Ricardo Oliveira e Silva Paulo Maurício Soares Pereira Mauro Romero Leal Passos Secretário-Geral Marcelo Burlá
Secretários Adjuntos Augusta Maria Batista de Assumpção Karen Soto Perez Panisset Marcelo Trindade Alves de Menezes Mario Vicente Giordano Silvio Silva Fernandes
projeto gráfico João Ferreira
Tesoureiro-Geral José Carlos de Jesus Conceição
Fotolito e Impressão Editora Teatral Ltda.
Tesoureiros Adjuntos Deyse Barrocas Luiz Augusto Giordano
Fotografia José Renato
Conselho Editorial Vera Lúcia Mota da Fonseca Marcelo Burlá, Hugo Miyahira Mario Vicente Giordano
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Produção Foco Notícias Jornalista Responsável Nicia Maria – MT 16.826/76/198
Tiragem 3.000 exemplares DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Aspectos epidemiológicos, clínico-patológicos e radiológicos do Carcinoma Ductal in situ (CDIS) da mama. Autores: Ana Cláudia de Oliveira Mazoni, Paulo Cesar Alves Carneiro e João Carlos Haeffner. Introdução: O Carcinoma Ductal in situ da mama (CDIS) da mama é caracterizado pela proliferação epitelial intraductal neoplásica, sem sinais de invasão da membrana basal. Atualmente, o CDIS é revestido e de grande relevância, tendo em vista o aumento da frequência e a possibilidade de cura, na maioria dos casos se adequadamente tratados. Objetivos: Avaliar o perfil epidemiológico e os achados mamográficos de CDIS no HCE. Materiais e métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, 18 casos de CDIS da mama, no período de janeiro de 2003 a junho de 2010. Resultados: A totalidade da casuística foi em mulheres (brancas: 10/18 casos; casadas: 07/18 casos), cuja faixa etária predominante variou de 61 a 65 anos (05/18 casos). Quanto a queixa clínica, a maioria era assintomática (11/18 casos), seguido por nódulo (05/18 casos). Os achados mais frequentes na mastografia foram à microcalcificações e o subtipo histológico foi mais frequente foi o tipo cribiforme (09 casos), seguido pelo tipo comedo (07 casos). Conclusões: A mamografia, inquestionavelmente, aumentou a detecção precoce do câncer de mama (CDIS), tendo as microcalcificações os achados radiológicos principais.
■ Avaliação da qualidade de vida de mulheres com incontinência urinária através da versão brasileira do KHG (King´s Health Questionnaire). Autores: Carlos Augusto Faria, Amannda de Oliveira Rodrigues, Adrienne de Lima Vicente Ferreira Camila de Nadai Bolsas e Ana Maria Neiva de Menezes Objetivo: avaliar o impacto na qualidade de vida (QV) em mulheres com Incontinência Urinária (IU) atendidas numa Unidade Básica de Saúde (UBS). Materiais e métodos: O estudo foi realizado no dia 08 de maio de 2010 na UBS da Engenhoca (Niterói, RJ), durante o dia D da Campanha de Vacinação do Idoso contra o vírus Influenza. Os critérios de inclusão foram sexo feminino e idade maior do que 60 anos. Foram excluídas as mulheres com algum déficit cognitivo e aquelas com doenças neurológicas. As mulheres foram convidadas a preencher um questionário de triagem para IU, que é a versão brasileira do ICIQ-SF (International Consultation in Incontinence Questionnaire – Short Form). Caso apresentassem nesse instrumento escore maior do que zero, a participante era convidada a preencher a versão brasileira do King’s Health Questionnaire (KHQ), que avalia o impacto da incontinência urinária sobre a qualidade de vida. Este instrumento avalia sete domínios onde seja possível que a IU cause impacto negativo: atividades diárias, atividades físicas, vida social, relacionamentos familiares, sono e disposição, emoções e medidas de gravidade da perda urinária. Resultados/Conclusão: Foram vacinadas 93 mulheres sendo que 66 concordaram em participar da pesquisa. A média da idade das entrevistadas foi de 69, 5 anos. Destas, 28 apresentaram sintomas de incontinência urinária, e foram convidadas a preencher a versão brasileira do KHQ, sendo que 19 aceitaram. Observamos, então, que 8 (42%) das mulheres apresentaram limitação das atividades diárias, 7 (36%) apresentaram limitação das atividades físicas, 12 (63%) afirmaram limitações da vida social; 6 (19%) apresentaram alteração do relacionamento pessoal, 7 (36%) relataram queixas no domínio emoções e comprometimento do sono e, finalmente, 17 (89%) relataram medidas de gravidade como uso de absorventes higiênicos e fraldas. As mulheres foram, então, separadas em três grupos de diagnóstico clínico: incontinência urinária mista (11 mulheres), bexiga hiperativa (6 mulheres), incontinência urinária de esforço (2 mulheres), sendo que uma delas apresentava apenas noctúria. Todas apresentavam comprometimento da QV em vários domínios, de intensidade variável. Apesar de não ser possível obter correlação estatística entre a presença e a gravidade da IU devido ao pequeno tamanho da amostra, é possível observar que as pacientes apresentavam comprometimento da QV em vários domínios do KHQ.
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■ Avaliação da prevalência dos sintomas de prolapso genital, dor pélvica e dor vaginal em mulheres com mais de 60 anos atendidas numa Unidade Básica de Saúde. Autores: Carlos Augusto Faria, Luciana Silveira Simões, Ana Maria Neiva Menezes, Amannda Oliveira Rodrigues, Camila de Nadai Bolsas. Objetivos: Avaliar a prevalência de sintomas de prolapso genital, dor pélvica e dor vaginal em mulheres com mais de 60 anos atendidas na UBS da Engenhoca (Niterói, RJ). Materiais e métodos: O estudo foi realizado durante o dia D da campanha de vacinação do idoso contra o vírus Influenza. Foram incluídas mulheres com idade maior ou igual a 60 anos e excluídas as que apresentavam alguma doença neurológica e déficit cognitivo. Utilizando a versão brasileira do questionário de sintomas vaginais ICIQ-VS (International Consultation in Incontinence – Vaginal Symptoms), foi avaliada a presença de sintomas genitais, como dor em pressão ou peso em baixo ventre, vagina dolorida, redução da sensibilidade genital, relaxamento vaginal, presença de descenso vaginal visível ou perceptível ao toque, ressecamento vaginal e necessidade de redução digital do abaulamento genital para evacuar. Resultados: Das 93 pacientes vacinadas, 66 concordaram em participar da pesquisa. Apresentaram algum dos sintomas referidos anteriormente 41 mulheres (62, 1%). Neste grupo a média das idades foi de 68, 4 anos. Destas, 40 completaram o questionário. O sintomas mais frequentes foram ressecamento vaginal, apresentado por 26 (65 %) mulheres, dor em baixo ventre apresentado por 15 mulheres (37, 5 %) e dolorimento vaginal, apresentado por 8 mulheres (20 %). Referiram frouxidão vaginal 6 mulheres e sensação de abaulamento 4 delas. Conclusão: Observamos que os sintomas vaginais mais comuns nessa população foram de ressecamento vaginal e dor pélvica. A prevalência dos sintomas de distopias genitais foi semelhante à encontrada em outros estudos nacionais.
■ Câncer da mama feminina: apresentação de casuística da Biópsia de Linfonodo Sentinela (BLS). Autores: João Carlos Haeffner; Paulo César Alves Carneiro, Ana Claúdia de Oliveira Mazoni, Antonio Accetta-Neto e Almir Salgado Mauricio Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo de neoplasia maligna mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres adultas, sendo considerado um problema de saúde pública. Em jovens com idade menor ou igual a 35 anos, a incidência dessa neoplasia varia de 2, 7% a 17, 0 %. Foi considerado como linfonodo sentinela- como o primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática de área que contém o tumor primário Objetivos: Verificar a importância da biópsia de linfonodo sentinela (BLS) como estratégia para conduta terapêutica em casos de câncer mamário. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo de 39 casos de câncer de mama, no Hospital Central do Exército, entre agosto de 2008 a julho de 2010, que foram submetidas a tratamento cirúrgico associado à BLS. Resultados: A idade variou de 25 a 86 anos (média de 69 anos). A maioria ocorreu em mulheres de cor branca (25/39 casos - 64, 1%); casadas (34/39 casos – 87, 2%). O tipo histológico predominante foi o carcinoma ductal invasivo (27/39 casos – 69, 2%). A BLS foi positiva em cinco casos. (05/39casos- 12, 8%), que a seguir tiveram suas axilas esvaziadas em sua totalidade. A segmentectomia associada à BLS (25/39 casos- 64, 1%) foi o procedimento cirúrgico mais efetuado, seguido por mastectomia a Madden (6/39 casos – 15, 4%). Os receptores hormonais foram positivos e estrogênio em 23 casos, progesterona em 22 casos e HER2 em 06 casos. Conclusão: A biópsia do linfonodo sentinela foi um dado valoroso no aprendizado cirúrgico e no planejamento do tratamento efetuado na presente casuística, contribuindo para diminuir a morbidade nas pacientes em que não foi realizado linfadenectomia axilar total.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Avaliação do impacto dos sintomas de prolapso genital, dor pélvica e dor vaginal sobre a qualidade de vida de mulheres após os 60 anos. Autores: Carlos Augusto Faria, Priscila Soares Souza, Tábata Alves Domingos, Paula Cardoso Benayon e Flávia Vieira Dias. Objetivo: Avaliar o comprometimento da qualidade de vida causado pela presença de sintomas de prolapso genital, dor pélvica e dor vaginal em mulheres com mais de 60 anos que procuraram uma Unidade básica de saúde para vacinação. Materiais e métodos: O estudo foi realizado dia 08 de maio de 2010 na UBS da Engenhoca, em Niterói, RJ, durante o dia D da campanha de vacinação do idoso contra o vírus Influenza. Os critérios de inclusão foram idade maior que 60 anos e sexo feminino e os critérios de exclusão foram a presença de doenças neurológicas e déficit cognitivo. Utilizando a versão brasileira do questionário de sintomas vaginais ICIQ-VS (International Consultation in Incontinence – Vaginal Symptoms), foi avaliado o impacto dos sintomas genitais - dor em pressão ou peso em baixo ventre, dolorimento vaginal, redução da sensibilidade genital, relaxamento vaginal, presença de descenso vaginal visível ou perceptível ao toque, ressecamento vaginal e necessidade de redução digital do abaulamento genital para evacuar - sobre a qualidade de vida em geral e sobre a vida sexual. Empregou-se o programa EPIINFO ™ versão 3. 5. 1 (2008), para análise dos resultados. Resultados: Foram vacinadas 93 pacientes, das quais 66 concordaram em participar da pesquisa. Apresentaram algum dos sintomas referidos anteriormente 41 mulheres (62, 1%). Os sintomas que causaram interferência sobre a qualidade de vida foram dolorimento vaginal (94 % das mulheres que o apresentaram), dor pélvica (66% das mulheres que o apresentaram) e ressecamento vaginal (58 % das mulheres que o apresentaram). Das 6 mulheres que apresentaram sintomas de relaxamento pélvico, 3 referiam comprometimento da qualidade de vida. Já no que se refere à qualidade de vida na esfera sexual, das 13 mulheres sexualmente ativas, 5 mulheres (38, 4%) apresentam comprometimento. Conclusão: Embora a casuística seja pequena, observamos impacto significativo dos sintomas de dolorimento vaginal, dor pélvica e relaxamento perineal sobre a qualidade de vida de mulheres com mais de 60 anos.
■ Avaliação da prevalência de incontinência anal e fecal numa população feminina com mais de 60 anos atendida na UBS da Engenhoca e seu impacto sobre a qualidade de vida. Autores: Carlos Augusto Faria, Luciana Silveira Simões, Paula Cardoso Benayon, Flávia Vieira Dias, Priscila Soares Souza e Tábata Alves Domingos. Objetivos: A incontinência fecal é definida com perda involuntária de fezes sólidas e líquidas, enquanto o termo incontinência anal inclui a perda involuntária de flatos, associada ou não a perda de fezes. São mais comuns em mulheres, principalmente entre aquelas que tiveram partos transpélvicos, e nas que apresentam constipação intestinal, uma vez que o esforço evacuatório crônico pode aumentar a chance de incontinência anal. Este trabalho visa estimar a prevalência das incontinências anal e fecal na população feminina com mais de 60 anos atendida na UBS da Engenhoca, Niterói, RJ, e avalia o comprometimento da qualidade de vida causado por estas disfunções. Materiais e métodos: Foram incluídas no estudo mulheres maiores de 60 anos e excluídas aquelas com história de câncer do intestino, colostomia prévia, síndrome do cólon irritável e doenças inflamatórias intestinais. As participantes da pesquisa preencheram questionários para investigação de incontinência anal e fecal. A avaliação da incontinência anal foi realizada através do índice de incontinência anal, ou índice de Wexner. Aquelas participantes que apresen-
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taram este índice maior do que zero, foram convidadas a preencher a versão brasileira do questionário FIQL (Fecal Incontinence Quality of Life). Resultados: Das 93 participantes vacinadas, 66 concordaram em participar da pesquisa. A idade variou entre 60 e 87 anos. A prevalência de índice de Wexner maior do que zero foi de 28, 8% (19 pacientes). A média das idades destas mulheres foi de 67, 7 anos, com mediana e moda de 61 anos. Das 11 pacientes que preencheram o FIQL, dez (90, 9%) tomavam atitudes para enfrentar a perda fecal e /ou experimentaram impacto sobre o seu comportamento. Encontramos também sintomas de constrangimento provocados pela incontinência fecal, em 11 (90, 9%) das mulheres com índice de Wexner diferente de zero. Sintomas depressivos e de baixa auto-estima foram encontrados em todas as mulheres. Dez pacientes (90, 9%) alteraram o estilo de vida devida à perda fecal. Com relação à percepção geral de saúde, uma paciente considerava excelente, 2 a consideravam muito boa, 3 a consideravam boa e 4 a consideravam regular. Nenhuma delas sentiu-se tão desencorajada a ponto de, no último mês, achar que a vida não valia à pena. Conclusão: Chama a atenção a elevada prevalência e incontinência fecal nesse estudo quando comparado a resultados na população brasileira e em outros países. A principal limitação dessa casuística é o reduzido tamanho amostral, o que dificulta a análise estatística de maior significância. Além disso, os instrumentos utilizados, embora validados no Brasil, não foram prontamente entendidos pelas mulheres que participaram dos estudos, o que pode constituir-se em fonte de viés.
■ Avaliação das cordocenteses realizadas no Instituto Fernandes Figueira entre 1998 e 2007. Autores: Marcos Nakamura-Pereira, Maria Camilo, José Paulo Pereira Jr, Ana Elisa Baião e Fernando Maia Peixoto-Filho Objetivo: Descrever a prevalência das aneuploidias fetais detectadas pela avaliação do cariótipo fetal (CF) obtido por cordocentese, em um centro de refêrencia do Estado do Rio de Janeiro, o Instituto Fernandes Figueira (IFF). Metodologia: Estudo restrospectivo descritivo de 143 cordocenteses realizadas no IFF entre 1998 e 2007 para estudo do CF. Dessa forma, não foram considerados os procedimentos realizados com outra finalidade, como, por exemplo, o diagnóstico de anemia fetal. Resultados: A idade média das gestantes foi de 28. 7 anos (15-48 anos) e a idade gestacional média de realização da cordocentese foi 27, 8 semanas (19-37 semanas). As malformações fetais foram a principal razão de realização do procedimento, respondendo por 84, 6% (n=121) das indicações, enquanto que a segunda indicação mais frequente foi a idade materna avançada (4, 8%, n=7). Em 7, 7% (n=11) das cordocenteses, não houve crescimento do material enviado ao laboratório, caracterizando falha de cultura. Em 19, 5% (n=28) dos procedimentos, o CF estava alterado, sendo 21 casos (14, 6%) de aneuploidias e 7 casos de outras alterações, como translocações balanceadas e deleções parciais. Entre as aneuploidias, a síndrome de Edwards foi a mais frequente (n=13), seguida da síndrome de Patau (n=5) e da síndrome de Down (n=3), não sendo identificados casos de síndrome de Turner. Quando consideramos apenas as gestantes com idade = 35 anos, a prevalência de aneuploidias foi de 41, 8% (n=18), sendo que este percentual corresponde a totalidade de casos de CF alterado. A idade materna média nos aneuploidias foi de 36, 7 anos e em apenas 3 desses casos a mãe não tinha idade = 35 anos. Conclusões: As malformações fetais representam a principal indicação de cordocentese no IFF, o que se justifica pelo perfil da instituição. Percebe-se que o procedimento é realizado em idade gestacional avançada, o que pode estar realacionado com a demora entre o diagnóstico e o encaminhamento para a instituição. A prevalência de aneuploidias fetais em mulheres com idade = 35 anos é bastante elevada, sendo mais de 10 vezes superior ao grupo de mulheres com < 35 anos.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Carcinoma de pequenas células neuroendócrinas do colo uterino. Autores: Renata Côrtes, Luisa Czeresnia Costa, Ivan Andrade de Araujo Penna, Ricardo Bassil Lasmar e Luiz Felipe Bittencourt de Araujo Objetivos: Relatar o caso de paciente com carcinoma de pequenas células neuroendócrinas de origem extra-pulmonar de colo uterino. Relato de caso: Mulher de 38 anos compareceu ao ambulatório de ginecologia para exame preventivo. Na ocasião, queixava-se de dor pélvica de intensidade leve, principalmente em região hipogástrica. No exame especular, notavase massa friável, escurecida em colo uterino, com sinais de necrose e odor fétido. Foi realizada a biópsia da lesão. No toque vaginal, o colo era endurecido, aumentado de volume e fixo. No toque retal, a mucosa era livre de doença, porém, os paramétrios estavam acometidos em toda sua extensão. O resultado da colpocitologia foi compatível com carcinoma escamoso invasor do colo uterino. A ultra-sonografia transvaginal demonstrou presença de massa volumosa em colo uterino, de contorno regular e textura heterogênea, medindo 7, 7cm x 6, 1cm x 6, 6cm. A massa era protusa em direção ao canal vaginal. Dias depois, a paciente evoluiu com metrorragia volumosa e aumento da intensidade da dor pélvica. Permaneceu internada e foi submetida a tomografia computadorizada do abdome que demonstrou dilatação pielo-calicial bilateral. A paciente evoluiu com sangramento genital, anemia aguda, derrame pleural e dispnéia, tendo sido tratada com toracocentese, transfusão de concentrado de hemácias e oxigenioterapia. Todas as complicações da doença foram revertidas com o suporte clínico oferecido. O resultado da biópsia do colo uterino diagnosticou carcinoma de pequenas células neuroendócrinas de origem extrapulmonar. A paciente foi submetida a quimioterapia com seis sessões do seguinte esquema, repetido a cada 21 dias: Cisplatina 120mg no D1 e Etoposido 240mg do D1 ao D3. Foram realizados novos exames após esta etapa do tratamento. A ultra-sonografia demonstrou em colo uterino, uma imagem heterogênea, predominantemente hiperecogênica, mal definida, de aspecto concêntrico no canal cervical, medindo 2, 2cm X 2, 2cm X 2, 9cm. A tomografia computadorizada abdomino-pélvica não demonstrava alterações, neste momento. A colpocitologia apresentava resultado negativo para neoplasia. A histeroscopia evidenciou ectocérvice sem alterações e presença de lesão polipóide com diâmetro inferior a 1cm em canal cervical. O tratamento da paciente foi concluído com histerectomia total e anexectomia bilateral realizada por via laparoscópica. O procedimento foi realizado sem intercorrências, a paciente evoluiu bem na fase pós-operatória e teve alta após alguns dias. Conclusões: O caso descrito demonstra carcinoma de colo uterino de tipo histológico raro que apresentou resposta satisfatória à quimioterapia. A histerectomia foi alternativa viável para a complementação da terapêutica. A via laparoscópica é de grande utilidade na condução de determinados casos de neoplasia genital avançada. Constitui abordagem menos invasiva que pode ser usada em pacientes com condições clínicas prejudicadas por motivo do grau de avanço de sua doença.
■ Câncer de Mama Masculino e Linfonodo Sentinela: opção viável ou desperdício de recurso? Autores: Sílvio da Silva Fernandes, Cristiano Rodrigues de Luna, Fabiano Malzac Franco, Sapienza, A; Milano, RS e Gomes, RGC. Introdução: o câncer de mama é uma doença frequente na população feminina mundial e ocupa o primeiro lugar em incidência dentre as neoplasias que acometem a mulher. O câncer de mama no homem, entretanto, é de ocorrência rara e, por este motivo, pouco estudado; estima-se que para cada 100 novos casos de câncer mamário feminino, apenas um caso de câncer masculino será encontrado, correspondendo a 0, 8% até 1, 0% do total dos casos de câncer mamário. Objetivo: avaliar o valor do emprego da pesquisa do linfonodo sentinela no câncer de mama masculino, através da revisão de literatura atualizada.
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Materiais e Método: descrever o relato de caso de câncer de mama masculino, diagnóstico e o tratamento de escolha para o paciente atendido na 28ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia no mês de fevereiro de 2011. Resultado e Conclusão: a revisão bibliográfica mostra que a falta de rastreio rotineiro (talvez justificada pela baixa incidência), entre o tempo decorrido desde o início dos sintomas até a procura médica varia de 19 a 37 meses; o desconhecimento da população leiga e a pouca frequência com que esta entidade nosológica é aventada como hipótese diagnóstica, faz com que na ocasião do diagnóstico a doença seja surpreendida em estágio avançado, implicando num tratamento agressivo: mastectomia radical modificada com esvaziamento axilar. Contudo, os estudos sobre o uso da biópsia do linfonodo sentinela tem demonstrado resultados promissores e seria possivel que se torne um procedimento habitual no diagnóstico e no estadiamento do câncer de mama em homens com axila clinicamente negativa, a semelhança do que ocorre no câncer de mama nas mulheres.
■ Carcinoma escamoso primário de vagina: Relato de caso. Autores: Camila Pereira Assad Gutman, Renata Cortês dos Santos, Fabiane Tavares Vianna, Susana Aidé, Isabel do Val e Renato de Souza Bravo Introdução: O câncer primário de vagina é uma entidade rara, representa 1- 3% de todos os tumores malignos do aparelho genital feminino. O tipo histológico mais frequente deste tumor é o carcinoma de células escamosas (>80-90%). Relato de caso: V. S. , feminina, 45 anos, parda, natural do Rio de Janeiro, apresentando há 3 meses quadro de sinusorragia e dor em fossa ilíaca direita com irradiação para região anal, sendo encaminhada, pela rede básica de saúde ao Ambulatório de Ginecologia do Hospital Universitário Antônio Pedro. Ao exame especular, evidenciou-se colo uterino sem lesões aparentes, vagina com lesão vegetante em fundo de saco lateral e parede lateral esquerda com sangramento vultoso. Ao toque vaginal, lesão vegetante, irregular, de consistência pétrea, localizada em fundos de saco lateral e posterior, chegando até parede vaginal lateral esquerda. Ao toque retal, presença de abaulamento da mucosa retal posterior. Realizada biópsia da lesão. O resultado anatomopatológico revelou carcinoma de células escamosas bem diferenciado, associado a carcinoma in situ. A Ressonância magnética revelou extensa lesão de limites parcialmente definidos comprometendo a parede dos terços superior e médio da vagina, notadamente em situação postero-lateral esquerda, estendendo-se ao colo uterino, infiltrando os planos gordurosos adjacentes, apresentando íntimo contato com a parede posterior de bexiga e envolvendo o terço distal do ureter esquerdo, determinando dilatação a montante, compatível com lesão neoplásica. O exame evidenciou também comprometimento de fáscia e gordura mesoretais à esquerda, estando a lesão em contato com a parede anterior do reto médio. Observou-se ainda, aparente infiltração do músculo íleococcígeo à esquerda pela lesão descrita acima. Retoscopia até 13 cm da margem anal: sem lesões vegetantes na mucosa, sem comprometimento da mucosa retal pela lesão. O estadiamento (FIGO) foi III. O tratamento efetuado foi quimioterapia radiossensibilizante associada à radioterapia, iniciado logo após a realização da nefrostomia à esquerda, devido à hidronefrose, uma vez que a quimioterapia é nefrotóxica. Discussão: O tratamento do carcinoma escamoso de vagina depende da interação multidisciplinar já que as técnicas utilizadas são altamente especializadas e também a distribuição da doença na vagina e nos tecidos adjacentes influenciam no tipo de tratamento necessário para obter melhor resultado. Apesar de a radioterapia ser considerada o tratamento de escolha para pacientes com carcinoma vaginal, está associada a alto risco de complicações severas agudas e em longo prazo. A quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia radical tem sido mostrada como uma estratégia terapêutica efetiva em câncer de colo localmente avançado, mas infelizmente não há evidências suficientes para utilização desta estratégia em pacientes com carcinoma de vagina.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Diagnóstico pré-natal das malformações fetais no Instituto Fernandes Figueira entre 2008 e 2010: Análise de 402 casos.
■ Contribuição da RNM no diagnóstico tardio da gestação monocoriônica monoamniótica e na avaliação do prognóstico fetal: Relato de caso.
Autores: Fernando Maia Peixoto-Filho, Mariana Siqueira, Marcio Barcellos, Rachel Tavares e Ana Elisa Baião Objetivo: Descrever o perfil do diagnóstico pré-natal das malformações fetais (MF) em um centro de terciário do Estado do Rio de Janeiro, dedicado à assistência dos defeitos congênitos, comparando os resultados encontrados com os previamente relatados na mesma instituição entre 1995 e 2000 por Guerra FA. Métodos: Através de estudo descritivo e retrospectivo, foram analisados 403 casos de MF acompanhados no ambulatório de Medicina Fetal do Instituto Fernandes Figueira (IFF) entre 2008 e 2010. Foram identificados os sistemas mais comumente acometidos, as MF encontradas e a idade gestacional da admissão no serviço. Também foram avaliados dados sócio-demográficos maternos e o desfecho da gestação. Resultados: A idade materna média na ocasião do diagnóstico foi de 26 anos (+6, 8 anos). As MF do sistema nervoso central (SNC) e do sistema urinário foram as mais frequentemente encontradas no estudo originalmente realizado no IFF, com percentuais de 48. 8% e 23% respectivamente. No presente estudo, o SNC persiste como o sitio mais comum. As MF urinárias e as da parede abdominal ocupam o segundo lugar, ambas responsáveis por 17% dos casos. A idade gestacional média no parto foi de 36 semanas, sendo que a cesariana persiste como tipo de parto mais comumente realizado entre os fetos malformados (70% no estudo original e 64% no presente estudo). Quanto aos conceptos, 71, 5% deles foram nativivos, enquanto no período anterior eram 86. 7%. Conclusão: A análise realizada na nossa instituição entre 2008 e 2010 corrobora com o estudo anteriormente realizado entre 1995 e 2000. No entanto, foi observada uma diferença considerável do percentual de nativivos, o que pode estar relacionado com o aprimoramento de mecanismos relacionados à interrupção judicial da gestação. A observação dos presentes dados nos obriga a propor ações a fim de reduzir a taxa de cesarianas entre os malformados.
Autores: Reila Taline Saraiva de Jesus, Sarah P. Leite Lima, Valéria Moraes, Heron Werner Jr. E Luciana de Barros Duarte. Introdução: As gestações monocoriônicas monoamnióticas ocorrem de 15% das concepções monozigóticas. Embora raras estão associadas a uma alta morbidade e mortalidade perinatal, e em 50% dos casos a causa primária das mortes fetais esta associada ao entrelace e estrangulamento de ambos os cordões umbilicais. Relato de caso: Paciente de 22 anos grávida GI/ P0/A0 com 26 semanas e 6 dias de gestação, encaminhada ao Ambulatório de Especialidades do HUAP para acompanhamento de gestação gemelar sem corionicidade definida. Ecografia modo bidimensional com Doppler colorido demonstrou a presença de dois fetos morfologicamente normais do sexo feminino, com crescimento fetal adequado sem discordância significante de peso, placenta única anterior grau II, não foi visualizada membrana amniótica separando os fetos, e entre ambos visualizava-se um aglomerado de cordões umbilicais sugestivo de entrelaçamento. O estudo Doppler realizado, nas duas artérias e veia umbilicais não demonstrou alterações no fluxo sanguíneo. A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) confirmou o diagnostico tardio de gestação monoamniótica e demonstrou a presença de entrelaçamento acentuado dos cordões em vários pontos, mas sem confirmar a presença de nós. O estudo Doppler foi realizado a cada 48h nas duas artérias e veia umbilicais, e não foram evidenciadas alterações durante todo período, dessa forma a gestação foi interrompida por parto cesáreo eletivo com 32 semanas e 2 dias de gestação, segundo recomendações da literatura, com nascimento de recém natos vivos pesando 1560/1730g. O exame da placenta demonstrou cavidade amniótica única e entrelaçamento dos cordões com nós verdadeiros sem estrangulamento. Conclusão: A RNM confirmou o diagnóstico ecográfico tardio de gestação monoamniótica, e demonstrou o entrelaçamento dos cordões sem evidenciar a presença dos nós. Entretanto a ausência de alterações dopplerfluxométricas, nas avaliações seriadas dos vasos umbilicais fetais, foi o melhor método de avaliação do bem estar fetal e prognóstico no seguimento da gestação nesse caso.
■ Conduta terapêutica no Carcinoma Ductal in situ (CDIS) da mama. Autores: Ana Cláudia De Oliveira Mazoni, Paulo César Alves Carneiro e João Carlos Haeffner Introdução: O carcinoma ductal in situ da mama (CDIS) da mama é caracterizado pela proliferação epitelial intraductal neoplásica, sem sinais de invasão da membrana basal. O CDIS é descrito como um estágio pré maligno, precursor no desenvolvimento do carcinoma invasivo. O CDIS é revestido e de grande relevância, tendo em vista o aumento da frequência e a possibilidade de cura, na maioria dos casos se adequadamente tratados. Objetivos: Avaliar a revisão anatomopatológica e conduta terapêutica de 18 casos de CDIS, no Hospital Central do Exército. Materiais e Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, 18 casos de CDIS da mama, no período de janeiro de 2003 a junho de 2010. Resultados: A totalidade da casuística foi em mulheres (brancas: 10/18 casos e casadas: 07/18 casos), cuja faixa etária predominante variou de 61 a 65 anos (05/18 casos). Quanto ao tratamento cirúrgico, a ressecção segmentar foi realizada em 08 casos, seguida por mastectomia (06/18 casos). A hormonioterapia foi feita em 09 casos e a radioterapia em 09 casos. O mais importante é reconhecer o CDIS em fase precoce, individualizar o tratamento, sendo o mais conservador possível, sem contudo expor a paciente ao risco de recidivas e evolução para carcinoma invasor. A hormonioterapia foi empregada quando os receptores de estrógenos e progesterona eram positivos e o tratamento radioterápico sempre que foi executado tratamento conservador. Conclusão: A conduta terapêutica permanece controversa, todavia predomina a conduta cirúrgica (conduta conservadora) e radioterápica (nos casos de preservação mamária.
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■ Doença de Crohn e gravidez: Relato de caso. Autores: Samantha Cunha Gomes Antunes, Antonio Braga , Luciano Antônio Marcolino , Valéria Pereira de Moraes e Rosilene Alves Teixeira Leal Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com Doença de Crohn e suas complicações apresentadas no período puerperal. Foi então selecionado um caso que ocorreu no Hospital Universitário Antônio Pedro em Janeiro de 2011 sendo acompanhado pelos serviços de obstetrícia, gastroenterologia e cirurgia geral em conjunto. No segundo dia pós parto normal paciente iniciou quadro de dor e distensão abdominal. A princípio foi suspeitado de uma obstrução intestinal alta, porém paciente evoluiu com piora clínica e abscesso em cavidade abdominal. Foi submetida à laparotomia exploradora onde foi identificada uma grande área de aderência entre íleo terminal até cólon transverso e uma fístula neste região. Houve a necessidade de fazer uma ileostomia e no pós operatório paciente evoluiu com derrame pleural, sepse abdominal, insuficiência cardíaca congestiva e miopatia subaguda do paciente crônico. Após dois meses de internação na enfermaria e CTI paciente recebeu alta ileostomizada e em bom estado geral. As pacientes que engravidam com Doença de Crohn em atividade tendem a permanecer nesta situação durante o período gravídico-puerperal e suas complicações são as mesmas que ocorreriam em pacientes não grávidas. Neste caso a paciente apresentou uma das complicações mais frequentes e mais graves da doença de Crohn.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Doença de Paget na Paciente Jovem: Relato de Caso. Autores: Sílvio da Silva Fernandes, Cristiano Rodrigues de Luna, Rosalina Bottino, Schul, AM; Sampaio, MC e Soggia, MEV. Introdução: o câncer de mama é uma doença frequente na população feminina mundial. A doença de Paget é uma forma rara de carcinoma da mama, acometendo o complexo mamilo-areolar e está muitas vezes associada ao carcinoma invasor da mama. O diagnóstico é inicialmente clinico, e sempre deve ser suspeitado quando houver queixas de eritema ou eczema pruriginoso no local. Objetivo: ressaltar a importância da doença de Paget como diagnóstico diferencial de doenças que acometem a mama, através do relato de caso. Materiais e Método: descrever o relato de caso de doença de Paget, diagnóstico e o tratamento de escolha para o paciente atendido na 28ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia no mês de janeiro de 2011. Resultado e Conclusão: a doença de Paget mesmo tendo baixa incidência na população feminina, possui bom prognóstico quando diagnosticada precocemente, e instituído o tratamento adequado.
■ Prevalência de infecção do trato urinário em pacientes cirurgicas com cateter vesical de demora no Serviço de Ginecologia do Hospital Universitário Antonio Pedro. Autores: José Carlos Carraro Eduardo, Ingrid Ellis Hinden, Daniela da Silva Alves, Fernanda Ribeiro de Fernández ‘y Alcázar, Pedro Juan Mondino e José Augusto Pantaleão. Objetivos: Determinar a incidência e os fatores de risco para infecção do trato urinário em mulheres submetidas ao cateterismo vesical de demora no pós operatório de ginecologia do HUAP. Material e métodos: Estudo observacional, prospectivo, não controlado, com pacientes cirúrgicas do Serviço de Ginecologia do HUAP, no período de março de 2009 a fevereiro de 2011, submetidas ao cateterismo vesical de demora. Todas as pacientes recebem cefazolina ou ciprofloxacina, em dose única, imediatamente antes da cirurgia. Os exames são realizados no Laboratório Kramer, em Niterói. As culturas quantitativas são efetuadas pelo método da alça calibrada, utilizando alça de platina com capacidade de 0, 01 mL e a urina semeada no meio de ágar C. L. E. D. e no meio de Teague. Se crescimento precário ou ausente, as placas são reincubadas à mesma temperatura por mais 24 horas, com leitura final em 48 horas. Para caracterização de ITU pós cateterismo será considerada contagem de 100 ou mais UFC/ml. A identificação dos microorganismos isolados é realizada em nível de gênero e espécie bacteriana de forma manual, através de provas bioquímicas. Nos casos positivos, será efetuado teste de sensibilidade a antimicrobianos pela técnica de difusão de discos em meio de Mueller-Hinton de acordo com a metodologia proposta pelo Clinical and Laboratory Standards Institute. Todas as amostras de urina são também avaliadas quanto a reação de leucócito-esterase e redução de nitrato à nitrito, com a utilização de fita reativa específica COMBUR®. Na análise estatística serão utilizados métodos paramétricos para variáveis categóricas e contínuas, e análise multivariada para determinação de fatores de risco para ITU. Este estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (nº294/09). Resultados Parciais: Da população estudada até o momento, 31 mulheres (média de 48, 8 ± 11, 8 anos) preencheram os critérios de inclusão e exclusão. Destas, 7 (22, 5%) apresentaram urinocultura com crescimento bacteriano, sendo que 3 (9, 7%) com mais de 100. 000 UFC/mL de urina. Nenhuma apresentava manifestações clínicas sugestivas de ITU. Escherichia coli foi encontrada em 6 (85, 7%) das culturas positivas. O teste da leucocitoesterase estava positivo em 3 (9, 7%) das pacientes, nenhuma delas com urinocultura positiva. O teste do nitrito
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foi positivo em 2 casos (6, 5/%) e em ambos houve crescimento bacteriano acima de 100. 000 UFC/mL. Nenhuma paciente apresentou urinocultura positiva na segunda amostra. Discussão e conclusão: Nossos resultados, ainda que preliminares, são semelhantes aos da literatura. Bacteriúria assintomática (crescimento bacteriano acima de 100. 000 UFC/mL na ausência de sintomatologia de ITU) foi encontrada em 9, 7% das pacientes, incidência um pouco maior que a encontrada por outros autores (3 a 7%). Escherichia coli foi a bactéria mais frequente. Os testes da leucócito esterase e do nitrito mostraram baixa sensibilidade, embora o teste do nitrito tenha confirmado sua alta especificidade. A observação de que todas as urinoculturas foram negativas na segunda amostra, transcorridos 24 horas do cateterismo e da administração do antibiótico em dose única, sugerem fortemente que esta medida profilática é adequada.
■ Evolução dramática de tumor de ovário em paciente jovem: Relato de caso. Autores: Jamille do Couto Neves Bernardo, Tereza Maria Pereira Fontes, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos, Guilherme Machado Costa e Marcelle Alaluna Freitas e Silva Introdução: Pouco frequente, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Cerca de 75% destes cânceres apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico. Os teratomas imaturos são tumores malignos provenientes de diferenciação somática a partir dos três folhetos embrionários. São raros, embora ocupem o primeiro lugar em frequência entre os tumores germinativos malignos não-disgerminomas. Possuem crescimento rápido e, em 50% dos casos, ocorrem entre 10 e 20 anos de idade. A forma maligna destes tumores corresponde a menos de 1% dos casos de teratomas de ovário e seu prognóstico apresenta relação direta com a precocidade do diagnóstico. Objetivo: Descrever a rápida evolução do caso de uma paciente com teratoma indiferenciado de ovário para compor a casuística deste raro tumor. Relato do caso: Paciente de 23 anos, nuligesta e desejando gestar, parda, procurou nosso serviço com queixa de crescimento rápido do volume abdominal associado à dispnéia de decúbito, edema de membros inferiores, perda ponderal não aferida e queda do estado geral há cerca de um mês. O exame ultrassonográfico descrevia uma formação sólida, heterogênea, volumosa ocupando todo abdome, desde a pelve até o epigástrio. Na história patológica pregressa havia relato pseudociese em 2008 e 2009. Eu seu histórico familiar uma tia paterna era falecida em decorrência de tumor abdominal de crescimento rápido. Ao exame físico de internação apresentava-se lúcida e orientada, regular estado geral, dispneica, hipocorada 2+/4+, hidratada, fáscies hipocrática e emagrecida sem alterações cardíaca e pulmonares. Abdome volumoso, ascítico, doloroso a palpação superficial e profunda, tenso com hepatomegalia, peristáltico, Blumberg negativo e MMII com edema de 2+/4+. Em poucos dias evoluiu com piora progressiva apesar de duas paracenteses de alivio prévios a cirurgia. Restrita ao leito, evoluiu com maior distensão abdominal, edema de membros inferiores 4+/4+, hipoglicemia e taquidispinéia associada à instabilidade hemodinâmica sendo transferida para o CTI. À laparotomia exploradora foi observada volumosa massa bocelada ocupando e distendendo todo o abdome, friável, aderida aos planos parietais, sem mobilidade e fixa a estruturas vitais. Foi realizada biópsia da massa inoperável que à congelação e parafina mostrou tratar-se de um teratoma imaturo de ovário. Retornou ao CTI no pós-operatório onde evoluiu em dois dias para sepse grave, fibrilação ventricular, parada cardiorespiratória e óbito. Conclusão: Este relato mostra a dramática e rápida evolução deste tipo de tumor, reforçando a idéia que a intervenção precoce, apesar do prognóstico reservado, pode oferecer melhor qualidade de vida a paciente.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ É a adolescência fator de risco para neoplasia trofoblástica gestacional pós-molar? Autores: Antônio Braga, Whitfield Growdon, Izildinha Maestá, Donald Goldstein e Ross Berkowitz Objetivo: Avaliar a história natural da mola hidatiforme (MH) entre adolescentes (pacientes entre 10-19 anos de idade), especialmente o risco de transformação maligna nesse grupo. Métodos: Estudo retrospectivo com revisão de 1494 prontuários de pacientes com MH acompanhadas entre 1970-2009 no New England Trophoblastic Disease Center, Brigham and Women’s Hospital, Harvard Medical School. As seguintes variáveis foram estudadas na caracterização da população: idade, tipo histológico da MH (completa ou parcial) e o desfecho da MH (remissão ou neoplasia trofoblástica gestacional-NTG). Análise estatística foi realizada pelo Statistical Package for Social Sciences 10. 0. Frequências absolutas e relativas foram utilizadas na descrição de variáveis qualitativas. O teste T-Student e Pearson Chi-Square foram utilizados para calcular a média/mediana e o desvio padrão (DP) nas variáveis quantitativas. Regressão logística foi utilizada para estimar o odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC) de 95% para o risco de malignização da MH nos diferentes grupos etários. Foi adotado significado estatístico de 1%. Essa investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Brigham and Women’s Hospital, sob protocolo 2004-P-001372/10. Resultados: A prevalência da MH entre adolescentes foi de 15% (228/1494). A histopatologia da MH entre adolescentes mostrou prevalência de 86% de MH completa (198/228) e de 14% de MH parcial (30/228). Esse resultado diferiu significativamente daqueles encontrados entre pacientes com mais de 20 anos, entre as quais a prevalência da MH completa foi de 75% (949/1266) e de 25% de MH parcial (316/1266) (p <0. 001). Análise de regressão logística encontrou forte associação entre MH entre adolescentes e a histopatologia de MH completa (OR: 2. 13; IC 95%: 1. 42-3. 19). Também revelou associação significativa entre histopatologia de MH completa em todas as idades e o risco de transformação maligna da MH – progressão para NTG (OR: 2. 55; IC 95%: 1. 87-3. 47). A despeito das pacientes adolescentes cursarem com risco relativo duas vezes maior de apresentar MH completa do que pacientes com mais de 20 anos, e o fato desse resultado histopatológico mais que dobrar o risco de malignização da MH, não houve diferenças na taxa de progressão da MH para NTG entre adolescentes (25%. 57/228) e pacientes com mais de 20 anos (28%, 364/1266) (p = 0. 16; OR: 0. 79; CI 95%: 0. 57-1. 09). Conclusão: MH entre adolescentes apresenta melhor prognóstico no que tange à progressão para NTG do que pacientes com mais de 20 anos.
■ Hidronefrose bilateral e insuficiência renal em paciente com prolapso uterino estadio IV e tumor de ovário. Autores: Rodrigo Medeiros Lanzoni, Renan Rodrigues Ribeiro, Renata Côrtes dos Santos e Carlos Augusto Faria. Introdução: O prolapso uterino é usualmente encontrado em multíparas, e suas complicações urológicas são infrequentes. Pode causar obstrução ureteral e hidronefrose bilateral, predispondo à hipertensão arterial e insuficiência renal. Relato de caso: Multípara de 75 anos, há dois anos notou abaulamento em região genital associado à dor em baixo ventre, dor lombar e edema de membros inferiores. Ao exame, encontrava-se em bom estado geral, abdome globoso por adiposidade, vulva e vagina atróficas e prolapso uterino estádio IV (POPQ). Ao toque, após a redução do prolapso, o útero não foi delimitado, nem massa anexial palpada. Exames laboratoriais revelaram escórias nitrogenadas aumentadas (uréia 103 mg/dL e creatinina 2, 54 mg/dL) e urinocultura positiva para Cândida tropicalis. A ultrassonografia abdominal revelou massa cística em cavidade pélvica com atrofia do parênquima renal e hidronefrose bilateral acentuada. A tomografia computadorizada de abdome confirmou hidronefrose bilateral e massa cística pélvica de 8, 4 x 6, 4cm. As hipóteses diagnósticas foram neoplasia de ovário e
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hidronefrose secundária ao prolapso uterino. Pela necessidade de diagnóstico histopatológico para afastar doença maligna do ovário, foi indicada abordagem abdominal da tumoração anexial. Durante o inventário da cavidade, foi encontrada uma massa cística com cápsula lisa e contorno regular em cada anexo, que à biópsia de congelação foi compatível com cistoadenoma seroso. Foi realizada histerectomia abdominal total, anexectomia bilateral e promontofixação da cúpula vaginal. Paciente evoluiu bem no pós-operatório, com queda significativa das escórias nitrogenadas (uréia 46mg/dL e creatinina 1, 65mg/dL). Discussão: A prevalência da hidronefrose secundária ao prolapso uterino varia de 7% a 17% em pacientes candidatos ao reparo cirúrgico, sendo que o grau de hidronefrose aumenta proporcionalmente ao grau do prolapso. O prolapso uterino também pode causar incontinência urinária e infecção urinária de repetição, além de poder levar à insuficiência renal por obstrução. No caso relatado, a paciente apresentava prolapso uterino estádio IV (POPQ) já complicado com hidronefrose bilateral e insuficiência renal. Não havia evidencia clínica de que a obstrução ureteral fosse causada pelo tumor pélvico, que foi um achado. Optou-se, portanto, pelo reparo cirúrgico por via abdominal a fim de corrigir o prolapso e, consequentemente, a hidronefrose, impedindo a lesão renal definitiva, que seria a evolução inexorável. Conclusão: Pacientes com prolapso uterino estádio IV (POPQ) devem ter a função renal e a anatomia ureteral cuidadosamente avaliadas no préoperatório para melhor programação do tratamento.
■ Epidemiologia do centro de doença trofoblástica do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense. Autores: Antonio Braga, Heloísa Passareli, Karina Vieira Zamprogno, Luciano Marcolino e Flávio Vasques Objetivo: Apresentar a epidemiologia da doença trofoblástica gestacional (DTG) do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Métodos: Estudo retrospectivo analisando os 180 prontuários de pacientes com DTG acompanhadas entre 2000 e 2011 no HUAP/UFF. A Maternidade nível terciário desse hospital atende preferencialmente pacientes oriundas dos Municípios da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro (Niterói, São Gonçalo, maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim). As seguintes variáveis foram estudadas: idade, sintomatologia, método diagnóstico, histopatologia, nível inicial de gonadotrofina coriônica humana-hCG, duração do seguimento e desfecho da DTG. Resultados: A média de idade das pacientes com DTG foi de 25 anos (extremos: 1342 anos, Desvio-padrão-DP: 4 anos). Por ocasião do diagnóstico, 90% (162/180) das pacientes apresentaram sangramento transvaginal, 50% (90/180) tiveram útero aumentado para a idade gestacional (4cm acima do esperado), 40% (72/180) desenvolveram hiperemese, 20% (36/180) cursaram com cistos teca-luteínicos e 10% (18/180) evoluíram com pré-eclampsia, 5% (9/180) tiveram hipertireoidismo e 2% (4/180) edema agudo de pulmão. O diagnóstico foi realizado por ultrassonografia em 70% (126/180) das pacientes, 15% (27/180) mercê da histopatologia, 10% (18/180) sintomatologia clínica, 3% (5/180) por eliminação de vesículas, 2% (4/180) por histerotomia. A anatomia patológica diagnosticou 75% (145/180) dos casos de DTG como mola hidatiforme completa e 25% (45/180) como mola hidatiforme parcial. A média do nível inicial de hCG foi de 125. 400 mUI/mL (extremos; 40. 122-2. 890. 900 mUI/mL, DP: 122. 000 mUI/mL). O seguimento pós-molar durou em média 8 meses (extremos: 6-27 meses, DP: 2 meses), com 80% (144/180) das pacientes evoluindo para remissão espontânea e 20% (36/180) evolveu para neoplasia trofoblástica gestacional-NTG, com 100% de cura após quimioterapia. Conclusão: DTG é anomalia da gravidez que deve ser tratado em Centros de Referência a fim de reduzir a morbi-mortalidade materna. Esses serviços especializados contêm equipe multidisciplinar que englobam tocoginecologistas, patologistas, cirurgiões, oncologistas e todo suporte para garantir a cura dessa pacientes, mesmo nos casos de progressão para NTG.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Mioma cervical volumoso: aspectos clínicos e tratamento cirúrgico por via laparoscópica. Autores: Luisa Czeresnia Costa, Ana Maria Gaviria Córdoba, Carlos Augusto Faria, Ricardo Bassil Lasmar e Luiz Felipe Bittencourt de Araujo Objetivos: Relatar o caso de paciente portadora de mioma cervical volumoso que causava dificuldades para o diagnóstico clínico, tratada com cirurgia laparoscópica, apesar da localização da lesão. Relato de caso: Mulher de 40 anos, GII PII, procurou atendimento no setor de emergência de hospital universitário com queixa de sangramento volumoso, exteriorizando-se por via vaginal. Apresentava história de hipermenorréia há um ano, associada a dismenorréia secundária de forte intensidade e dispareunia. Durante a inspeção, no exame especular, observava-se massa de coloração rósea no fundo da vagina, de superfície lisa, medindo aproximadamente 5cm de diâmetro. A massa ocupava completamente a cavidade vaginal e não era possível identificar o orifício externo do colo uterino. No toque vaginal, notava-se massa endurecida ocupando o fundo da vagina, dolorosa a mobilização, dificultando a palpação do útero. Diante da dificuldade para se concluir o diagnóstico com base no exame clínico, realizou-se avaliação complementar da pelve por meio de ressonância magnética. A análise revelou a presença de um volumoso mioma de localizado em lábio anterior de colo uterino, ocupando o fundo da vagina, mantendo relação anatômica íntima com parede posterior de bexiga. Por meio das imagens foi possível visualizar o colo uterino comprimido pela massa, desviado posteriormente. O exame demonstrava ainda a presença de diversos outros miomas intramurais e submucosos menores, dispersos pelo útero. A paciente submeteu-se a tratamento cirúrgico com histerectomia total realizada integralmente por via laparoscópica. A dissecção e afastamento da bexiga foi a etapa mais difícil da intervenção. Entretanto, não houve intercorrências no procedimento e a paciente teve alta após 48 horas da cirurgia. Conclusões: No caso descrito, a paciente portadora de miomatose uterina apresentava mioma cervical volumoso que dificultava o exame clínico, não permitia acesso ao fundo da vagina e o exame do colo uterino. Desta maneira, a conclusão diagnóstica foi possível apenas após análise da pelve por exame de imagem. Apesar da localização da lesão, a cirurgia laparoscópica representa alternativa terapêutica viável nestes casos e foi utilizada com sucesso para o tratamento da paciente.
■ Infertilidade primária por hiperplasia adrenal congênita: Relato de caso. Autores: Ana Maria Gaviria Córdoba, Ivan Araujo Penna, Luiz Felipe Bittencourt e Carlos Augusto Faria Introdução: A hiperplasia adrenal congênita (HAC) e uma síndrome autossômica recessiva decorrente da deficiência de enzimas que participam da síntese do cortisol. Esta alteração causa aumento na produção hipofisária de hormônio adrenocorticotrófico, levando à hiperplasia adrenal. A frequência deste distúrbio é de cerca de 1: 16. 000 na forma clássica e 1: 500 na forma não-clássica. Mais de 90% dos casos de hiperplasia adrenal congênita são causados por mutação do gene CYP21A2, codificador da enzima 21-hidroxilase, enzima que converte 17-hidroxiprogesterona a deoxicortisol e progesterona a deoxicorticosterona, precursoras do cortisol e aldosterona respectivamente. Como resultado ocorre acúmulo destas enzimas e desvio das mesmas para a biosíntese de androgenios, causando os sinais de virilização característicos. O quadro clínico é variável, dependendo da atividade enzimática e conforme o tipo de mutação presente. Relato de caso: Pacientes irmãs encaminhadas ao setor de reprodução humana por quadro de infertilidade primária. CASO 1: Sexo feminino, 35 anos, ciclo menstrual caracterizado por oligomenorreia, pubarca aos 5 anos e menarca aos 13 anos, Gesta 0. Exame físico: peso 70. 6kg, altura 1, 53cm, escala de Ferriman- Gallway 18 pontos, clitoromegalia (4cm) e alopécia androgênica severa com seborréia e acne. Os exames laboratoriais
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mostraram 17OHP 1. 820 ng/dl, testosterona 2, 94 ng/ml, SDHEA 598, 5 ug/ dl, TSH 1, 75 μUI/ml, FSH 6, 34 mUI/ml, LH 4, 22 mUI/ml, prolactina 14, 96 ng/ml, cortisol urinário 176, 90 μg/24h, renina 7, 9 pg/ml, aldosterona 20, 0 ng/ml. CASO 2: Sexo feminino, 30 anos, natural de Rio de Janeiro. Relata amenorréia secundária iniciada há 6 meses após anos de padrão oligomenorréicos, pubarca aos 11 anos seguido de telarca e menarca, Gesta 0, Irmã com diagnóstico de HAC virilizante simples. Exame físico: escala de Ferriman- Gallway 27 pontos, clitoromegalia (2cm) e alopecia androgênica. Os exames laboratoriais mostraram 17OHP 2. 090 ng/dl, testosterona 3, 12 ng/ ml, SDHEA 700, 6 ug/dl , TSH 1. 14 μUI/ml, FSH 4, 44 mUI/ml, LH 7, 33 mUI/ ml, prolactina 15, 02 ng/ml, cortisol urinário 141, 30 μg/24h, renina 9, 9 pg/ ml, aldosterona 17, 0 ng/ml. Estabelecido o diagnóstico clínico e laboratorial da forma clássica de Hiperplasia adrenal congênita, subgrupo virilizante simples, foi iniciada a terapia oral com prednisona 5 mg/dia para ambas. Conclusões: O caso apresentado enfatiza a necessidade da avaliação adequada da história familiar já que trata-se de uma doença autossômica recessiva. A deficiência da enzima 21-OHD acomete 90% das causas de HAC. Dentre as diversas formas descritas, a forma clássica é a mais frequentemente associada a infertilidade e distúrbios menstruais. Gravidez espontânea, nessas pacientes, é muito rara, 90% dos casos de gestação são relatados em pacientes com a forma tardia ou atenuada da doença, em que as alterações são menos graves. Antes de se proceder ao tratamento para infertilidade deve-se avaliar os seguintes pontos: 1) Importante realizar uma avaliação adequada da história familiar, já que trata-se de uma doença autossômica recessiva; 2) aconselhamento genético na HAC é de grande valia quando a presença da forma clássica da doença é conhecida na família; 3) O diagnostico pré concepcional é aconselhável, evitando o nascimento de crianças com sinais de virilização de gravidade variável; 4) O uso de corticóide durante a gestação é controverso, sendo indicado consulta ao conselho de ética do hospital antes de sua utilização.
■ Leiomiomatose peritonial difusa: Relato de caso. Autores: Alessandra Lourenço Caputo Magalhães, Marcelo Luis Pierro Saraiva, Flavia Tarabini Castellani Asmar, Thereza Minto Fragoso e Carolina Zendron Machado Pinto. Objetivo: relatar caso de leiomiomatose peritonial difusa, condição rara com apenas 123 casos relatados na literatura mundial, que apresenta-se dentre os diagnósticos diferenciais de massas abdomino-pélvicas múltiplas e difusas. Relato do caso: RVS, 49 anos, natural do Piauí, procurou atendimento no ambulatório de Ginecologia do Hospital Municipal Salgado Filho assintomática com exame ultrassonográfico apresentando múltiplas formações nodulares pélvicas, algumas confluentes, com ecogenicidade intermediária associada a áreas hipoecóicas. Na história pregressa apresentava uma miomectomia em 1993 e histerectomia total abdominal em 1999. Laudos de Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética mostravam múltiplas imagens nodulares na cavidade abdominal com realce pelo contraste venoso localizadas superiormente à bexiga, na parede pélvica direita, na parte antero-superior do reto e próximo à ambos os ovários. Formulada a hipótese diagnóstica de leiomiomatose peritonial difusa e submetida à laparotomia exploradora em 16/11/2009. Durante a cirurgia observado múltiplos nódulos aderidos à peritônio parietal, ligamentos infundibulo-pélvicos e serosa de alças intestinais e reto e realizada exérese destes nódulos e anexectomia bilateral. A análise histopatológica confirmou o diagnóstico inicial. Conclusão: a leiomiomatose peritonial difusa é uma das condiçóes que fazem parte do diagnóstico diferencial de massas abdomino-pélvicas . Apesar de sua raridade ela deve ser pensada em pacientes com relato de histerectomia e exposição a estrógenos e tal relato visa expor e ressaltar este diagnóstico.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Manifestação clínica atípica do herpes genital em mulher portador de leucemia linfóide crônica: Relato de caso. Autores: Fabiane Tavares Vianna, Ana Maria Gaviria Córdoba, Susana Aidé, Isabel do Val, Renato de Souza Bravo Introdução: A leucemia linfóide crônica (LLC) é uma neoplasia de linfócitos. Acomete os linfócitos B, que se originam na medula óssea e está presente nos linfonodos. O herpes simples é uma virose infectocontagiosa crônica e recorrente, tendo como agente etiológico duas cepas diferentes do vírus herpes simples (HSV), o HSV-1 (orolabial) e o HSV-2 (genital). O HSV é a causa mais comum de úlcera genital no mundo, sendo responsável, no Brasil, por 40% dos casos. Relato de caso: R. C. Z, 82 anos, portadora de LLC, internada no serviço de Doenças Infectoparasitárias do Hospital Universitário Antônio Pedro com diagnóstico de septicemia, em outubro de 2010. Permaneceu internada nesse setor por 35 dias com melhora do quadro infeccioso. No momento da consulta ginecológica queixava-se de tumor vulvar. O exame da vulva revelou grande lábio esquerdo apresentando extenso edema endurecido, úlcera rasa maior (5 cm), indolor, com aspecto no fundo de tecido cicatricial e, presença de outras duas úlceras rasas menores (2-3 cm), indolores, com bordas avermelhadas e fundo amarelado, sugestivo de fibrina. O tecido próximo às úlceras era hiperemiado e endurecido devido ao edema. Linfonodo palpável em região inguinal direita, não aderido aos planos profundos, medindo cerca de 3 cm. Realizada biópsia incisional em úlcera menor. O resultado anatomopatológico revelou infiltração cutânea por LLC/ linfoma linfocítico e alterações celulares compatíveis com infecção causada pelo herpes vírus. A imunohistoquímica foi positiva para HSV-1 e HSV-2. A paciente já estava em uso de aciclovir venoso por presença de lesão perianal, suspeita de infecção por HSV. Retornou ao ambulatório apresentando, ao exame físico, vulva sem lesões ulceradas e grande lábio esquerdo sem edema. Discussão: Os linfócitos B são células envolvidas no combate às infecções e acomete, em geral, pessoas em idade adulta. Com isso, pacientes portadoras de LLC apresentam quadro de imunossupressão, fato que influencia na incidência, gravidade e apresentação de várias doenças oportunistas. No herpes simples três formas de apresentação são vistas em adultos ou crianças com comprometimento do sistema imune celular. A mais comum das três é o herpes simples crônico ulcerado. Excepcionalmente, há o herpes simples mucocutâneo agudo generalizado. O herpes simples crônico ulcerado mostra úlceras e erosões persistentes, usualmente com início na face ou na região perianal. Pode ser gradual e progredir para a terceira forma, o herpes simples sistêmico. Pacientes portadoras de doenças imunossupressoras devem ser examinadas e avaliadas com bastante cautela, visto que podem apresentar quadros atípicos de outras patologias.
■ Endometriose pleural: Relato de caso. Autores: Rejane Gomes de Souza Santana, Elizabete Romano Marins, Marcelo Morais Barbosa e Renato Ferrari. Objetivo: Descrever o caso de uma paciente com manifestações clínicas e radiológicas de endometriose pleural. Materiais e Métodos: Prosseguimos com a revisão do prontuário da paciente para melhor avaliação e sistematização do caso. Resultados: Baseado na história clínica e após avaliação do caso em conjunto pelos serviços de ginecologia, pneumologia e radiologia do HUCFF, associando-se anamnese e exames de imagem, assumiu-se o diagnóstico de endometriose pleural. Realizada drenagem pleural etratamento complementar com contraceptivos orais com grande melhora dos sintomas. Conclusão: A endometriose pleural define -se pela presença de tecido endometrial na pleura e manifesta-se clinicamente por hemoptises cíclicas, pneumotórax ou hemotórax recorrente coincidentes com a menstruação. Tratase de uma patologia pouco frequente mas de sintomatologia característica.
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Os exames complementares de diagnóstico geralmente não revelam alterações específicas, sendo o diagnóstico feito com base na história clínica. O tratamento hormonal parece ser o tratamento adequado para o controle dos sintomas deixando a cirurgia para tratamento das consequências.
■ Malformações fetais do sistema urinário: Análise de 66 casos. Autores: Rachel Tavares, Mariana Siqueira, Marcio Barcellos, Paulo Roberto Nassar de Carvalho e Fernando Maia Peixoto-Filho Objetivo: Descrever o perfil do diagnóstico pré-natal das malformações urinárias (MU) em um centro de referência terciário do Estado do Rio de Janeiro e comparar os nossos resultados aos descritos na literatura internacional. Métodos: Através de estudo descritivo e retrospectivo, selecionamos 65 casos de MU, acompanhados no ambulatório de Medicina Fetal do Instituto Fernandes Figueira (IFF) entre 2008 e 2010. Foram identificadas as MU encontradas, a idade gestacional de chegada ao serviço e as malformações fetais associadas. Também foram avaliados dados epidemiológicos maternos e o desfecho da gestação. Resultados: As patologias obstrutivas urinárias representaram 70% dos casos de MU. A idade materna média foi de 26, 8 anos (+ 6, 7 anos). Quando analisada a prevalência das MU em função do sexo observamos que 70, 1 % dos fetos são do sexo masculino, 27% são femininos e 2, 9% apresentam genitália ambígua. A mortalidade perinatal global das MU foi de 16% e a taxa de cesáreas foi de 37%. O percentual de alterações detectadas pela ultrassonografia foi de 82%; a mais comum dessas foi a alteração do volume de liquido amniótico, presente em 46% dos casos, mas nem sempre a oligodramnia. Conclusão: A análise dos casos acompanhados na nossa instituição neste período corrobora com os dados da literatura internacional. A principal diferença reside no desfecho das gestações inviáveis que raramente chegam ao termo.
■ Tomossíntese mamária Autores: Pasqualette H. A. P; Soares-Pereira P. M. ; Sondermann V. R. M; Caldoncellii V. D. A. e Machado D. Objetivo: Apresentar a nova tecnologia de mamografia digital 3D que permite observar o tecido mamário em cortes transversais a partir de 0, 5mm de espessura e demonstrar sua técnica de aquisição de imagens. Material e método: Para a realização do exame é utilizado o sistema Selenia Dimensions que faz mamografia digital 2D com CAD (Sistema detecção inteligente – R2) e/ ou Tomossíntese (mamografia 3D), em uma única compressão. A fonte de raios X se movimenta em um arco de 15 graus realizando 15 a 21 projeções em doses de raios X muito baixas. A reconstrução é realizada com cortes que variam 0, 5 a 10 mm (geral/1 mm). Resultados e Conclusão: Com o uso deste sistema obtem-se uma imagem digital de excepcional nitidez com alta eficiência de detecção quântica (DQE). Na mamografia 2D, o tubo de Tungstênio com filtros de Rhodium e Prata reduz a dose de radiação do paciente em 30 %. Na tomossíntese o tubo de Tungstênio com filtro de Alumínio oferece uma imagem de alta qualidade com a mais baixa dose de raio x possível. A tomossíntese mamária envolve os dois exames em conjunto garantindo uma alta performance em rastreio e diagnóstico com total segurança para as pacientes. O processo é similar a Tomografia computadorizada: imagens de diversos ângulos e reconstrução do volume. As imagens podem ser adquiridas em qualquer projeção. A Tomossíntese apresenta maior sensibilidade e menor taxa de retorno da paciente para estudos complementares. O equipamento permite melhor definição das bordas das lesões e maior detecção de lesões sutis. Fornece uma excelente localização espacial da lesão evitando biópsias, pois permite distinguir entre as imagens verdadeiramente suspeitas e aquelas provocadas por superposição de estruturas normais.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Níveis de gonadotrofina coriônica humana e prolactina na doença trofoblástica gestacional: Existe correlação? Autores: Angela Maria Braga Baptista, Paulo Belfort, Alice Helena Dutra Violante, Cristiane Martins Soares Objetivo: Empregar a curva de Prolactina como marcador suplementar para ratificar critérios evolutivos da curva de hCG no seguimento pós molar que indiciem a tendência a remissão espontânea ou, ao revés, evolução para NTG. Material e método: Foram estudadas, prospectivamente, 125 pacientes com diagnóstico histopatologicamente comprovado de mola completa, do Centro de Referência de NTG do Rio de Janeiro. no período de 1 ano e constituídos dois grupos: Grupo 1 – 37 pacientes com título de hCG >100. 000mUI/ml e PRL >30 ng/ml . Grupo 2 – 16 pacientes com hCG >100. 000mUI/ml e PRL < 30 ng/ml. Consoante protocolo estabelecido pela FIGO. Todas as pacientes incluídas no trabalho foram submetidas a esvaziamento uterino mediante vácuo aspiração e material submetido a exame histopatológico. O sangue foi colhido com intervalo semanal para dosagem de hCG e de PRL até caracterizar-se remissão espontânea ou evolução para NTG. Resultados: GRUPO 1
Grupo 2
Idade
14 – 52 (M= 23, 9 anos) 16 – 50 (M= 29, 3 anos)
Diagnóstico
USG - 100%
Elementos Clínicos: Sangramento 25 ( 67%)
USG – 100% 5 (31%)
Ut. Gde
25 (67%)
0 (%)
Cisto Ovário
6 (5, 4%)
2 (1, 2%)
Hiperemese
18 (48, 6%)
5 (31, 2%)
Hipertensão
4 (10, 8%)
0 (0%)
Intervalo UM / Diagnóstico
30 – 153 d (M = 84dias) 55 – 134 d (M = 83 dias)
Remissão Espontânea
28 (75, 6%)
15 ( 93, 7%)
Quimioterapia
9 (24, 3%)
1 ( 6, 2%)
Nº médio ciclos/ paciente
3, 2
3
Tempo remissão
40 -165 dias (M= 85 d)
20 – 242 (M= 89, 2 d)
■ Tumor Phyllodes: Relato de caso. Autores: Beatriz Tupinambá, Maria Isabel Peixoto, Simone Rodrigues e Paulo Maurício. Objetivo: Relatar caso de Tumor Phyllodes recidivante. Material e métodos: Relato de caso de E. S. T, 33 anos, branca, natural do Rio de Janeiro, moradora de Duque de Caxias-RJ, refere nódulo palpável de aproximadamente cinco centímetros em mama direita em Novembro de 2009. Procurou atendimento médico no período e em Fevereiro de 2010 teve a primeira consulta no ambulatório de Mastologia do Hospital dos Servidores do Estado (HSE). Foi indicada corebiópsia do nódulo e o laudo histopatológico foi de fibroadenoma. A tumorectomia foi realizada três meses após a biópsia, entretanto o tumor apresentou um crescimento significativo e o laudo histopatológico descreveu dois nódulos pesando novecentos gramas no total, medindo o maior 17 x 15 x 7 cm e o menor 7 x 5, 5 x 5, 5cm, ambos
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compatíveis com tumor phyllodes benigno. A paciente permaneceu em acompanhamento no ambulatório de Mastologia do HSE e em Novembro de 2010 retornou com nódulo de aproximadamente nove centímetros na mesma mama acometida previamente. Nova core-biópsia foi realizada durante a consulta de pré-operatório que confirmou tumor phyllodes. O tumor cresceu rapidamente alcançando cerca de vinte e cinco centímetros. Em um mês, as atividades diárias da paciente ficaram limitadas em função do aumento expressivo da lesão e a internação foi necessária, com urgência. Foi indicada a mastectomia simples da mama direita, com reconstrução imediata pela Cirurgia Plástica. A análise histopatológica está em andamento. A paciente evoluiu de forma satisfatória no pós-operatório, permanecendo em acompanhamento no ambulatório de Mastologia do HSE. Conclusão: O Tumor Phyllodes é um raro tumor de mama, correspondendo a 1% do total e de 2% a 3% dos tumores de mama do tipo fibroepitelial. Usualmente acomete mulheres brancas, na quarta década de vida. Raramente são bilaterais e em geral são tumores com grande volume e crescimento rápido. Histologicamente são classificados em benigno, maligno e bordeline. O tratamento de escolha é cirúrgico. Para tumores benignos está indicada a exérese da lesão, com ampla margem cirúrgica, 1-2cm. Estudos mostram que a mastectomia simples é o melhor tratamento para grandes tumores malignos ou bordeline. A frequência da recorrência local varia de acordo com a literatura, entre 0% a 60% e em geral, o tipo histológico é o mesmo do tumor primário. Porém, a degeneração sarcomatosa pode ocorrer até mesmo após a exérese de uma lesão benigna ou bordeline. Neste caso relatado o tumor teve crescimento compatível com dados da literatura, mas a recidiva foi muito rápida. Isto talvez pelo fato da primeira core-biópsia ter diagnosticado fibroadenoma, sendo realizada a enucleação da lesão sem preocupação com margem cirúrgica.
■ Malformações fetais da parede abdominal anterior: Análise de 65 casos. Autores: Mariana Siqueira, Rachel Tavares, Marcio Barcellos, Marcos Nakamura-Pereira e Fernando Maia Peixoto-Filho Objetivo: Descrever o perfil do diagnóstico pré-natal das malformações da parede abdominal anterior (MPA) em um centro de terciário do Estado do Rio de Janeiro, comparando com os resultados encontrados na literatura. Métodos: Através de estudo descritivo e retrospectivo, selecionamos 65 casos de MPA, acompanhados no ambulatório de Medicina Fetal do Instituto Fernandes Figueira (IFF) entre 2008 e 2010. Foram consideradas para a análise: o diagnóstico da malformação fetal (MF), a idade gestacional de chegada ao serviço e as MF associadas. Também foram avaliados dados sócio-demográficos maternos e o desfecho da gravidez. Resultados: A gastrosquise representou 68% dos casos de MPA. A idade materna média encontrada foi de 21. 5 anos (+ 6 anos). Quando analisada a idade materna apenas dos casos de gastrosquise, a média foi de 20+5. 6 anos, enquanto a das outras MPA foi de 24. 5+5. 6 anos (pvalor=0, 033). A associação entre o uso de tabaco e gastroquise foi observada 4, 5% dos casos, entretanto o uso de álcool e de drogas não foi observado. A mortalidade perinatal global foi de 16%. Quando avaliamos os casos de gastrosquise isolados, a mortalidade perinatal foi de 9%, enquanto a síndrome de body-stalk e os defeitos extensos da parede abdominal anterior apresentam mortalidade de 100%. A taxa de cesárea entre os casos de gastrosquises foi de 91%. Conclusão: A análise dos casos de MPA realizada na nossa instituição corrobora com os dados da literatura internacional, exceto pela taxa de cesariana nas gastrosquises, que está muito acima do recomendado em nosso serviço.
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XXXV Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia ■ Malformações fetais do sistema nervoso central: Análise de 138 casos. Autores: Marcio Barcellos, Mariana Siqueira, Rachel Tavares, Gustavo Lobato, Fernando Maia Peixoto-Filho Objetivo: Descrever o perfil do diagnóstico pré-natal das malformações do sistema nervoso central (SNC) em um centro de referência terciário do Estado do Rio de Janeiro. Métodos: Através de estudo descritivo e retrospectivo, selecionamos 138 casos de anomalias do SNC, acompanhados no ambulatório de Medicina Fetal do Instituto Fernandes Figueira (IFF) entre 2008 e 2010. Foram identificados os diagnósticos mais encontrados, a idade gestacional de chegada ao serviço e as malformações fetais associadas. Também foram avaliados dados epidemiológicos maternos e o desfecho da gravidez. Resultados: A hidrocefalia representou 36% dos casos, sendo a mais comum das malformações do SNC em nossa amostra, seguida dos defeitos do tubo neural com 31% dos casos. A idade materna média encontrada foi de 25 anos (+ 6, 4 anos). A associação com outras malformações fetais foi de 46%. A mortalidade perinatal global foi de 30% e a taxa de cesáreas foi de 72%. Conclusão: A análise dos casos de malformação do SNC realizada na nossa instituição demonstra a necessidade do investimento em programas de prevenção dos defeitos do tubo neural em nosso meio.
■ Avaliação da prevalência de incontinência urinária na população feminina com mais de 60 anos atendida em uma Unidade Básica de Saúde. Autores: Carlos Augusto Faria, Renata Cristina Teixeira Coelho, Vanessa Hagenbeck Carranza, Amon Mendes Franco de Sousa, Hugo Tinoco Câmara Siqueira, Clarissa Maria Motta Stoffel Objetivo: Estimar a prevalência da incontinência urinária na população feminina com mais de 60 anos atendida na Unidade Básica de Saúde da Engenhoca (Niterói, RJ). Materiais e Métodos: O estudo foi realizado durante o dia D da Campanha de Vacinação do Idoso contra o vírus Influenza. Os critérios de inclusão foram sexo feminino e idade maior do que 60 anos. Foram excluídas as mulheres com algum déficit cognitivo e aquelas com doenças neurológicas. O instrumento utilizado para investigação de sintomas urinários foi a versão brasileira do ICIQ-SF (International Consultation in Incontinence Questionnaire – Short Form). Resultados: Das 93 mulheres vacinadas, 66 concordaram em participar. A prevalência de incontinência urinária foi de 42, 4 % (28 mulheres), que tinham média de idade de 70, 7 anos. As queixas urinárias mais frequentes foram urge-incontinência (55, 6%) e perda aos esforços da tosse ou riso (63 %). De acordo com os sintomas, as pacientes foram divididas em três grupos: bexiga hiperativa (BH), incontinência urinária de esforço (IUE) e incontinência urinária mista. A prevalência de BH foi de 12 % (média de idade 72, 4 anos). Já a prevalência de IUE foi de 9, 1 % (média de idade de 65, 8 anos) e a de IUM foi de 18 % (média de idade 72, 1 anos). De acordo com o ICQISF, as pacientes que tinham incontinência mista foram as que apresentaram maior frequência de comprometimento da qualidade de vida. Conclusões: A prevalência de incontinência urinária foi de 42, 4 % nessa população, sendo o diagnóstico clínico de incontinência mista o mais comum.
■ Lipoma mamário volumoso com prolongamento para axila: Relato de caso. Autores: Paulo Cesar Alves Carneiro, Ana Cláudia de Oliveira Mazoni e João Carlos Haeffner Introdução: Os lipomas são neoplasias benignas bastante frequentes no
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tecido adiposo, os quais podem estar localizados em qualquer parte do organismo. Representam 10, 0% dos tumores mesenquimais. A localização de lipoma de grande tamanho na mama é relativamente rara. Objetivos: Apresentação 01 caso de lipoma volumoso de mama com extensão para a axila em uma paciente adulta e obesa, diagnosticada e tratada no Serviço de Mastologia do Hospital Central do Exército – HCE, em 2010. Caso Clínico: Paciente feminina, 44 anos de idade, casada evangélica. Queixa principal: dor mamária e nódulo no prolongamento axilar da mama esquerda de aproximadamente seis cm de diâmetro. Relata irmã portadora de câncer de mama. Realizado ultrassonografia e mamografia bilateral, onde mostrou cistos mamários bilaterais, onde foi indicado punção monitorizado por ultrassonografia bilateralmente e estudo citológico. Paciente com bom estado geral e risco cirúrgico grau 2. Teleradiografia de tórax|: normal. Foi realizado tumorectomia por via axilar com hemostasia por eletrocoagulação. Os linfonodos axilares eram de tamanho normal. Não apresentou complicações pósoperatórias imediatas e tardias. O laudo histopatológico foi lipoma (tumor de 8 cm de dimensão e presença de células adiposas maduras). É apresentada uma discussão dos aspectos clínicos, patológicos, diagnóstico diferencial e conduta terapêutica. Conclusão: Trata-se de um caso inusitado, tendo em vista a localização no prolongamento axilar e axila homolateral e o seu grande tamanho.
■ O papel da ecografia 3D e 2D na avaliação do entrelaçamento dos cordões umbilicais em gestação monocoriônica monoamniótica: Relato de caso. Autores: Reila Taline Saraiva de Jesus, Juliana Machado Amaral, Valéria Moraes, Heron Werner Jr. e Luciana de Barros Duarte. Introdução: As gestações monocoriônicas monoamnióticas ocorrem de 1 5% das concepções monozigóticas. Embora raras, estão associadas a uma alta morbidade e mortalidade perinatal, em 50% dos casos a causa primária das mortes fetais esta associada ao entrelace e estrangulamento de ambos os cordões. Relato de caso: Paciente de 22 anos grávida GI/ P0/A0 com 26 semanas e 6 dias de gestação, encaminhada ao Ambulatório de Especialidades do HUAP para acompanhamento de gestação gemelar sem corionicidade definida. Ecografia modo bidimensional (2D) realizada com auxilio do Doppler colorido demonstrou a presença de dois fetos morfologicamente normais do sexo feminino, com crescimento fetal adequado e sem discordância significante de peso, placenta única anterior grau II, não foi visualizada membrana amniótica separando ambos os fetos, e entre os dois visualizava-se um aglomerado de cordões umbilicais, sugestivo de entrelaçamento dos cordões. Foi realizado o estudo Doppler colorido modo tridimensional (3D) demonstrando entrelaçamento dos cordões em vários pontos. A velocidade do fluxo sanguíneo foi avaliada através do estudo dopplerfluxométrico, antes e após os pontos identificados como possíveis nós, e não demonstraram sinais de estreitamento vascular. A gestação foi acompanhada a cada 48h através do estudo Doppler nas duas artérias e veia umbilicais e não foram evidenciadas alterações no fluxo sanguíneo durante todo período, dessa forma a gestação pode ser interrompida por cesariana eletiva com 32 semanas e 2 dias de gestação, segundo consenso da literatura, com nascimento de recém natos vivos pesando 1560/1730. O exame da placenta demonstrou cavidade amniótica única e entrelaçamento dos cordões com nós verdadeiros sem estrangulamento. Conclusão: No presente estudo o estudo Doppler colorido modo tridimensional demonstrou o entrelaçamento dos cordões com imagens sugestivas de nós, entretanto o melhor método de avaliação para o seguimento da gestação e avaliação do prognóstico foi a ausência de alterações dopplerfluxométricas nos vasos umbilicais fetais.
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