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editorial
Vera Fonseca Presidente da SGORJ
34 Congressos Estaduais com grande sucesso A nossa SGORJ já começou o ano a mil por hora. Estamos reformulando o nosso boletim que, já a partir deste exemplar, procura ser mais dinâmico, agregando informações científicas, profissionais e sociais relevantes aos ginecologistas e obstetras de nosso Estado. Mais uma vez, confirmamos o grande salto de qualidade que nosso Congresso Estadual tem revelado, atraindo professores de outros Estados e quatro especialistas estrangeiros, além de cerca de 1.500 participantes. Tivemos o prazer de receber Ana Bianchi, do Uruguai; Mario Palermo, da Argentina; Whitfield Board Growdon, dos Estados Unidos (Harvard); e Rafael Cortés Charry, da Venezuela.
Concomitante ao nosso Congresso Estadual, tivemos o XVII Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste, o II Congresso de Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia e o I Fórum Estadual Multiprofissional de Defesa Profissional Médica. Como fazemos anualmente, oferecemos as medalhas Fernando Magalhães (Obstetrícia) e Arnaldo de Moraes (Ginecologia). Os homenageados este ano foram os nosso queridos Mauro Romero, pela ginecologia, saudado pelo seu amigo Gutemberg de Almeida, que proferiu emocionante discurso; e pela Obstetrícia, Jofre Amim Jr., saudado por Renato Sá. Homenageamos ainda
Terezinha Sanfim, após tantos anos de atuação em nossa Associação. Ainda durante os congressos, relançamos o Calendário Vacinal da Mulher e lançamos o Cartão da Gestante, reforçando a participação da SGORJ não só na medicina pública, mas também para os colegas que atuam em seus consultórios privados. Junto ao CREMERJ, a SGORJ participou e apoiou a paralisação no atendimento à saúde suplementar e participou da manifestação pela valorização de gestantes e bebês, que ocorreu justamente no Dia das Mães, em frente à Maternidade Leila Diniz. Enfim, a SGORJ não para. Junte-se a nós.
sumário 4 8 9
SGORJ reúne, com sucesso, três Congressos e um Fórum num só evento Vera Fonseca assume a 1ª Vice-Presidência do CREMERJ Artigo Casos e Acasos da minha vida profissional
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e obstetras aderem Congresso Mundial 10 Ginecologistas à paralisação no dia 7 de abril no tratamento do 13 Avanços câncer do colo do útero na luta pela 11 SGORJ dignidade da mulher Hospital da Piedade sofre Curso para residentes em com a falta de médicos e 14 ginecologia e obstetrícia se equipamentos quebrados 12 estende até o final do ano
Órgão informativo oficial da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro
ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Largo do Machado, 54/1206 Catete – Rio de Janeiro – RJ CEP 22221-020 Tel.: (21) 2285-0892 www.sgorj.org.br sgorj@sgorj.org.br
Presidente Vera Lucia Mota da Fonseca 1º Vice-Presidente Hugo Miyahira Vice-Presidentes Ricardo Oliveira e Silva Paulo Maurício Soares Pereira Mauro Romero Leal Passos Secretário-Geral Marcelo Burlá
Secretários Adjuntos Augusta Maria Batista de Assumpção Karen Soto Perez Panisset Marcelo Trindade Alves de Menezes Mario Vicente Giordano Silvio Silva Fernandes
projeto gráfico João Ferreira
Tesoureiro-Geral José Carlos de Jesus Conceição
Fotolito e Impressão Editora Teatral Ltda.
Tesoureiros Adjuntos Deyse Barrocas Luiz Augusto Giordano
Fotografia José Renato
Conselho Editorial Vera Lúcia Mota da Fonseca Marcelo Burlá, Hugo Miyahira Mario Vicente Giordano
Produção Foco Notícias Jornalista Responsável Nicia Maria – MT 16.826/76/198
Tiragem 3.000 exemplares DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA
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notícias
SGORJ reúne, com sucesso, três Congressos e um Fórum num só evento Em sua XXXV edição, o Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia, evento anual mais importante da SGORJ, foi um sucesso. Realizado de 7 a 9 de abril, no Centro de Convenções Sul América, na Cidade Nova, o evento ocorreu em sincronia com outros três: o XVII Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste, o II Congresso de Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia e o I Fórum Estadual Multiprofissional de Defesa Profissional Médica, todos organizados pela Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ), em conjunto com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ). Cinco salas receberam simultaneamente as programações científicas. Ao todo foram 44 mesas redondas, 33 conferências, oito entrevistas temáticas, quatro simpósios, três debates e uma palestra. No hall que antecedia as salas, 23 patrocinadores apresentavam seus produtos e/ou serviços em estandes, entre eles a FEBRASGO, o SGORJ, o CREMERJ e empresas farmacêuticas e de instrumentação cirúrgica. Professores de advocacia, juizes, promotores e defensores públicos, representantes do CFM e de outras federadas (Minas Gerais, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul), além da ADIMES (Associação de Direito Médico e da Saúde - RJ) debateram com o público temas de Defesa Profissional, coordenados pelo Presidente do Comitê de Defesa Profissional da FEBRASGO, Hugo Miyahira. Estiveram presentes cerca de mil profissionais vindos de várias regiões do país, além de quatro professores convidados internacionais: Whitfield Board Growdon (EUA), Rafael Cortés Charry (Venezuela), Ana Bianchi (Uruguai) e Mario Palermo (Argentina). No discurso de abertura, a Presidente da SGORJ, Vera Fonseca, salientou a importância da atualização contínua dos médicos. - Sabemos que, às vezes, não sobra muito
tempo para estudarmos, devido ao nosso trabalho. Por isso, a SGORJ não se furta de oferecer eventos científicos. Um dos grandes pilares da nossa sociedade é, justamente, a Educação Médica Continuada que é promovida durante todo o ano e concretizada através de fóruns, simpósios e cursos de assistência médica – observou. Ela ainda agradeceu ao apoio constante do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, no qual exerce o cargo de Vice-Presidente, a parceria da indústria farmacêutica e o empenho dos colegas da diretoria da SGORJ. Durante a solenidade de abertura, a SGORJ homenageou o professor Mauro Romero Leal Pas-
sos, da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a “Medalha Arnaldo de Moraes”, entregue pelo professor Gutemberg Almeida; e o professor Joffre Amin Jr., com a “Medalha Fernando Magalhães”, entregue pelo professor Renato Augusto Moreira de Sá. A ginecologista Therezinha Sanfim Cardoso recebeu uma placa, como agradecimento por todo o seu empenho na vida profissional, e os residentes que participaram de todos os cursos de Educação Médica Continuada, promovidos pela SGORJ, foram agraciados com um diploma: Felipe Moreira, do Hospital Central do Exército; e Camila Leite Pinto, Lucília da Fonseca e Mariana Nascimento, todas do Hospital Federal de Ipanema.
Vera Fonseca, Jofre Amin Jr. e Renato Sá
Vera Fonseca Mauro Romero Leal Passos e Gutemberg Almeida
Vera Fonseca e Therezinha sanfim Cardoso
Antônio Chambô Filho, Anibal Gil Lopes, Márcia Rosa de Araujo, Vera Fonseca, Fábio Leal, Luiz Carlos Studart e Rilze Rocha
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Relançamento do Calendário Vacinal da Mulher Vera Fonseca relançou o “Calendário Vacinal da Mulher – Um consenso da FEBRASGO e SBIm”, na noite do dia 08, ao lado do Presidente da FEBRASGO, Nilson Roberto de Melo, e da Presidente da Regional RJ da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. - Todos nós sabemos da importância da vacinação. Reaver a necessidade da prescrição de vacinas foi uma grande vitória contra o vírus HPV, além da prevenção do câncer do colo do útero. Que seja uma constante em nossos receituários prescrever não só medicamentos e exercícios físicos mas também a vacinação. Trata-se de uma responsabilidade do médico e uma necessidade da paciente – disse a Presidente da SGORJ. Segundo afirmou Isabella Ballalai, a cartilha teve ótima re-
ceptividade, porém ainda não é uma unanimidade. - Por isso, aproveitamos mais este encontro, promovido pela SGORJ e a FEBRASGO, para apresentá-la novamente. Vacinar contra o HPV é a primeira coisa que vem à cabeça do médico e da paciente, e de fato é uma imunização fundamental, mas é preciso atenção às demais vacinas – afirmou Nilson Melo ressaltou que atualmente o ginecologista passou a ser o clínico geral da mulher, principalmente das adolescentes, que já não querem mais ir ao pediatra. – Sugiro que os ginecologistas tenham em suas gavetas este calendário vacinal, para que nossas pacientes não sejam acometidas por doenças totalmente controláveis, nem coloquem desnecessariamente em risco seus bebês – recomendou.
Acima, Isabela Ballalai. À esquerda, Nilson Melo
Cartão Gestante, uma novidade O Cartão da Gestante foi lançado durante o Congresso por Vera Fonseca. Além de muitos médicos, estavam presentes o Conselheiro do CREMERJ, Luis Fernando Moraes, e a representante da revista DOC, Valesca Vidal. Vera Fonseca explicou que o Cartão tem por objetivo incentivar o preenchimento de todas as informações relevantes, colhidas durante o pré-natal. - A presença da nossa marca no Cartão dá uma grande segurança tanto para a paciente quanto para o médico. Caso seja necessário, esses dados poderão ser utilizados por outro colega. Nós que trabalhamos em maternidades, sabemos o quanto é importante ter acesso a essas informações - destacou. Os cartões pré-natal já são uma realidade na Saúde Pública. A SGORJ acredita nesse bom exemplo e quer incentivar esse uso também na Saúde Suplementar. - Além do cartão, é importante defendermos a necessidade de implementação do partograma. Essa é outra ação que a nossa sociedade pretende implementar junto com as maternidades particulares do Estado. Isso vai facilitar a vida de todos - lembrou Vera Fonseca, destacando ainda a importância do patrocínio da Far-
moquímica na impressão dos cartões. O Conselheiro Luis Fernando Soares parabenizou a iniciativa da SGORJ: - O cartão pré-natal vai estreitar a relação do médico com o paciente, além de facilitar o nosso trabalho - observou ele. Outra novidade, confirmada por Vera Fonseca e pela representante da revista DOC, foi anunciada durante o Congresso: a publicação de um livro comemorativo do Jubileu de Ouro da SGORJ, que será lançado ainda este ano. Aqueles que participaram do lançamento do cartão foram agraciados com dez exemplares.
Luís Fernando Moraes, Vera Fonseca e Valesca Vidal
Os profissionais que desejarem adquirir exemplares devem entrar em contato com a SGORJ.
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congresso • depoimentos “O congresso repete o sucesso das edições anteriores, com uma excelente organização, pontual, pautada em assuntos muito bem equilibrados nas áreas específicas onde são discutidos e dentro dos padrões de conhecimento exigíveis, tanto no geral quanto nas fronteiras do conhecimento.” Etelvino de Souza Trindade, Presidente da Comissão de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO “Este é um congresso fantástico, como já era esperado, integrando palestrantes de alta qualidade, inclusive estrangeiros, o que permite um intercâmbio de conhecimentos e experiências. Sinto-me tão bem recebida por todos os médicos brasileiros que é um prazer estar aqui.” Ana Beatriz Bianchi, membro do Conselho Seletivo da Academia Mundial de Medicina Pré-Natal e da Sociedade Mundial de Medicina Pré-Natal. O XXXV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia foi um evento que exigiu muito trabalho devido à necessidade de contemplar temas atuais, utilizando professores de diversas federadas. A fórmula inédita de organização do Top Temas também foi utilizada nesse evento com muito sucesso. Pela primeira vez, o Congresso, em uma das salas, dedicou dois dias inteiros exclusivamente à defesa profissional e um terceiro dia a temas de sexualidade humana. Hugo Miyahira 1º Vice-Preisdente da SGORJ
“A programação está ótima, abrange toda a obstetrícia e ginecologia e de forma bastante prática, tocando nos pontos aplicáveis aos ambulatórios e consultórios. Um sucesso grande, como tem sido todos os congressos da SGORJ.” Nilson Roberto de Melo, Presidente da FEBRASGO. “Um congresso de qualidade científica excelente, com palestras de altíssimo nível e uma área de estandes muito bem organizada. A Sociedade de Ginecologia é muito coesa e o fato de Vera Fonseca ser parceira na Febrasgo e a Vice do Conselho fortalece e dá representatividade, fruto de seu trabalho e da credibilidade junto aos colegas. A paralisação de 70% dos médicos credenciados a operadoras de saúde mostra a força da categoria.” Francisco Eduardo Prota, Secretário Executivo da FEBRASGO e professor adjunto das PUC Campinas e Sorocaba. “Participei da mesa redonda de Ultrassonografia 3D/4D. O número de congressistas está ótimo. Essa é a chance de reunirmos todos com o objetivo de transmitirmos o que há de novo nesses campos. É o momento de esclarecermos as dúvidas com os profissionais que possuem experiência nessas áreas”. Heron Werner Junior, ginecologista e obstetra
“O evento está dando a oportunidade de debatermos não só sobre a parte de Ginecologia e Obstetrícia, que é o foco maior do evento, mas também de interagirmos com a área de Ultrassonografia.” Renato Augusto Moreira de Sá, Diretor da SGORJ “Um congresso organizado por Vera Fonseca é sempre um sucesso! Cheguei hoje de viagem e ainda não participei das salas, mas já estou encantada com a programação.” Isabella Ballalai, pediatra, Presidente da Regional RJ da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “O nível científico do congresso está excelente. Os palestrantes estão ilustrando bem suas exposições com exemplos de casos reais, o que demonstra muita experiência por parte deles. Além disso, o tempo reservado para as palestras está muito bom, pois todos estamos tendo a oportunidade de falar. Acabei de sair de uma mesa redonda com alguns colegas dos estados do Maranhão e Pernambuco. Isso mostra o grande interesse nacional por este evento que vem evoluindo a cada ano.” Siglia Sousa de França, Presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Acre
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“Estou adorando o evento. O congresso é de alto nível. O espaço também é super confortável e de fácil acesso. Parabenizo a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro por seu empenho contínuo.” Fabio Leal Borges, Presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo “O congresso é um sucesso, como sempre. A SGORJ sempre tem apresentado congressos com um conteúdo científico muito rico e essa edição não foi diferente.” Luís Fernando Moraes, Conselheiro do CREMERJ “Estou há 38 anos na carreira médica e posso dizer que esse congresso é excelente. Tanto a parte de infraestrutura quanto a científica são de alto nível. Essa é a chance dos profissionais antigos se atualizarem e dos jovens médicos aprenderem mais. Hoje é o Dia Mundial da Saúde, e acredito que a paralisação dos médicos conveniados às operadoras de saúde não busca apenas o aumento das remunerações, mas também, melhores condições de trabalho e, consequentemente, a melhoria dos atendimentos prestados.” Flávio Tanure, Diretor do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza
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A realização de quatro congressos simultâneos, com grande diversidade de temas e tamanho sucesso de publico e um exemplo da gestão de vera fonseca a frente da sgorj. Vera fonseca consegue manter o elevado padrão tecnico na execução de diversas atividades ao mesmo tempo e consegui transmitir esta qualidade para todos os eventos que conduz. Todos os ginecologistas e obstetras do rio de janeiro mais uma vez estão de parabéns. O desafio agora e superarmos as expectativas no próximo estadual. Marcelo Burlá, Diretor da SGORJ
“Esse evento é incrível. Trata vários temas relevantes para nós, sobretudo para a prática diária dos ginecologistas e obstetras. Os palestrantes são de alto nível. Na Venezuela, estamos vivendo um momento de transição. É interessante observar a união dos médicos brasileiros. Acho que, com isso, pode se conseguir o que deseja.” Rafael Cortés Charry, chefe do Departamento de Obstetrícia da Universidade Central da Venezuela
“Esse é o momento de fazermos a nossa reciclagem como profissionais. Estou participando como palestrante e observador. Estou constatando a presença dos colegas do interior. E ainda podemos aproveitar o momento para confraternizarmos. Todos ganham com esse tipo de evento.” Pedro Ivo Bastos Pereira, ginecologista e obstetra
“Acredito que esse congresso é um símbolo. O programa proposto pela SGORJ é excelente. Muito tópicos interessantes estão sendo apresentados. É o momento de estarmos em contato com os colegas da América do Sul e trocarmos conhecimentos.” Whitfield Board Growndow, ginecologista e obstetra da Escola de Medicina de Massachusetts
“O Congresso promovido pela SGORJ tem melhorado tecnicamente a cada ano. Ele tem se tornado mais dinâmico, com temas mais objetivos. A forma de abordagem também melhorou muito. Observei que os colegas estão super satisfeitos. O conforto e a localização do Centro de Convenções Sul América também são outros fatores importantes. A SGORJ consegue a cada ano aprimorar mais o congresso. Não é à toa que essa é a XXXV edição”. Ricardo Oliveira e Silva, Diretor da SGORJ e da Febrasgo e Conselheiro do CREMERJ
“A SGORJ tem inovado em seus congressos. A cada ano oferecendo um evento de nível científico de alta categoria, com temas de relevância para cada especialidade, o que tem permitido um intenso debate entre os profissionais. Isso é muito enriquecedor. O aprendizado e a atualização são características base desse evento”. Antônio Rodrigues Braga Neto - Professor Adjunto de Obstetrícia do Departamento Materno Infantil da UFF
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CREMERJ Vera Fonseca assume a 1ª Vice-Presidência A Nova Diretoria do CREMERJ, liderada por Márcia Rosa de Araújo, como Presidente; Vera Fonseca, como 1ª Vice-Presidente; e Érika Reis, como 2ª Vice-Presidente, conta ainda com mais duas mulheres: Marília de Abreu Silva, como Corregedora, e Kássie Regina Cargnin, como Diretora Segunda-Secretária. Fazem parte ainda do corpo gestor Serafim Ferreira Borges (Primeiro Tesoureiro), Armindo Fernando (Diretor Tesoureiro), Nelson Nahon (Diretor de Sede e Representações), Sergio Albieri (Diretor Primeiro Secretário), Renato Graça (ViceCorregedor) e Pablo Vazquez (Diretor Secretário-Geral). Segundo a nova Presidente do Conselho, a Causa Médica, mais uma vez, inova e se renova ao privilegiar a participação das mulheres na direção de seus caminhos, alçando à sua diretoria de 11 membros, cinco Conselheiras provenientes de sociedades e comissões de éticas. - Mulheres comprovadamente ativas em toda a história do movimento médico - acrescentou. A nova Diretoria do CREMERJ, eleita na última plenária do dia 30 de março, tomou posse oficialmente no dia 1 de abril, na sede do Conselho. Em seu discurso, na solenidade de posse, que ocorreu no dia seguinte, no Clube Monte Líbano, com a presença de mais de 2 mil médicos, a Conselheira Márcia Rosa de Araujo afirmou que o momento de crescimento econômico que o país vive é propício ao fortalecimento das reivindicações da categoria. Ela ressaltou ainda que a valorização da classe, como propugnou a vitoriosa campanha “Quanto vale o médico?”, se mostra atual e é uma bandeira para esta e as próximas gestões do Conselho. - Valorizar o médico é garantir
Nova Diretoria do CREMERJ empossada em 01 de abril
Márcia Rosa de Araujo e Vera Fonseca
José Vinagre e Vera Fonseca
à sociedade seu direito a um atendimento de qualidade no serviço público. Para isso, o financiamento da saúde deve ser regulamentado, de imediato, pela Emenda Constitucional 29. O corte de R$ 50 bilhões do orçamento do governo federal em favor da manutenção do pagamento de juros sobre o montante de R$ 200 bilhões, não pode ser ignorado, devendo ser alvo de nossa reprovação – salientou. Ela criticou também a forma ainda retrógrada e neoliberal das gestões da saúde no Estado. - Hoje os médicos estatutários são considerados seres em extinção, com aposentadorias vergonhosas. Os recém-formados
precarizados, de diversas e inócuas formas, sem direitos trabalhistas, sem evolução da carreira, não construirão o serviço publico capaz de sustentar a formação de toda a classe médica e o atendimento de qualidade que devem ser fornecidos de forma universal a toda a nossa população - enfatizou. Márcia Rosa garantiu que a precarização do trabalho médico e a privatização serão combatidas sem tréguas. - Cabe a nós, CREMERJ, Sociedades de Especialidade e demais associações vinculadas aos médicos liderarem um grande salto nas condições de atendimento, condições de
trabalho e remuneração – observou. Encerrando seu discurso, ela convocou todos os médicos a se integrarem ao movimento Causa Médica, visando a uma medicina de alta qualidade para uma sociedade justa e solidária, porque a Saúde vale muito! Ao passar a Presidência do Conselho à Márcia Rosa, o então Presidente Luís Fernando Moraes relembrou as ações realizadas em sua gestão, destacando os movimentos em defesa dos médicos da saúde pública e da saúde suplementar, contra a gestão das Organizações Sociais nas emergências e o apoio à greve dos médicos residentes, entre outros.
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■ Amadeu Ramos da Silva
CASOS E ACASOS na minha vida profissional Durante meus últimos anos como estudante de medicina trabalhei em uma Maternidade conveniada com o antigo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI). Por motivos os mais variados, após a conclusão do curso médico, decidi encerrar minhas atividades na referida maternidade. Poucos anos após recebo, ao anoitecer de um domingo, uma ligação telefônica da Dra. Dina, diretora médica da referida instituição, desesperada, pedindo, quase implorando, que fosse imediatamente à maternidade para ajudar a única plantonista, Dra. Elizete, médica colombiana em uma cesariana por grave sofrimento fetal. Embora não mais fizesse parte do corpo médico, não pude dizer não. Perguntei tão somente: já chamaram o anestesista? A resposta afirmativa determinou a decisão que desencadeou o que poderia ser o fim da minha carreira médica recém iniciada. Proprietário do meu primeiro automóvel, um elegante Austin A 40, ano 1950 pouquíssimo confiável pelas armadilhas que já me havia proporcionado, convidei o meu cunhado, militar do exercito que me acompanhasse como garantia de eventual enguiço. Ao chegar à Casa de Saúde constatei, ao subir a rampa de acesso ao pequeno estacionamento, ausência do novíssimo Itamaraty azul escuro, modelo top de linha da Aero Willys pertencente ao anestesista que deveria estar presente, pois morava a poucos quarteirões da maternidade. Neste momento tomei conhecimento que não haveria anestesista, pois a maternidade há muitos meses não repassava os honorários que ele tinha direito. Ao examinar a parturiente constatei um quadro clássico de
DCP com distensão importante do segmento uterino e grave bradicardia fetal. Pela urgente necessidade na realização da cesariana indaguei à Dra. Dina se havia anestésico em estoque para uma intervenção cirúrgica sob anestesia local. Com a confirmação e a constatação que na mesa de Mayo já existia uma cuba de vidro contendo aproximadamente 300 ml de cloridrato de lidocaína iniciamos a cesariana com incisão mediana sob infiltração dos planos parietais. Ao chegarmos ao peritoneo parietal, constatamos que o anestésico local “estocado” era o existente na cuba e já utilizado. Desesperado pela terrível constatação, solicitei que se preparasse e começasse a infusão rápida do soro glicosado contendo o famoso, na época, coquetel lítico de Laborit (prometazina+clorpromazina+meperidina) na esperança que a sedação permitisse a continuação da cirurgia. A manipulação uterina despertava reações dolorosas que obrigavam a enérgica contenção da parturiente. Após a extração fetal, felizmente vivo, embora deprimido, a retração uterina propiciou que as alças delgadas se exteriorizassem obrigando que colocássemos compressas com a finalidade de retelas na cavidade. Somente após o fechamento do peritoneo parietal e já tendo corrido metade do coquetel lítico a paciente se aquietou e pudemos concluir a cesariana. Após esta batalha, certamente responsável por perdas dos raros ca-
belos ainda existentes em minha já desguarnecida cabeça, retirei-me amaldiçoando as Dras. Dina e Elizete. Ao chegar em casa me perguntei: quantas compressas foram utilizadas? Prontamente telefonei para a maternidade e perguntei à circulante da sala de cirurgia quantas foram utilizadas e posteriormente descartadas. Após alguns minutos de espera fui informado que havia doze compressas no pacote utilizado e o mesmo numero na cesta dos materiais descartados. No pós-operatório a puerpera evolui com quadro de distensão abdominal, vômitos, alternância de obstipação e diarréia e grave comprometimento do estado geral. Fui logo contatado pela direção da maternidade para que, “como responsável”, prestasse assistência à paciente. O quadro clínico sugeria presença de corpo estranho na cavidade abdominal, logo a historia das compressas voltou a me incomodar. Entrei em contato novamente com a circulante de plantão no dia da cesariana e tomei conhecimento que ao entregar a placenta ela a recebeu com uma compressa que não fazia parte do pacote utilizado e a descartou também na cesta coletora. Neste momento ficou claro que deveriam ter sido contadas treze e não doze, portanto haveria uma esquecida na cavidade peritoneal. Neste momento entrei em pânico e já via a manchete nos jornais sensacionalistas da época relatando o caso e determinando o fim de uma
carreira médica recém iniciada. Estou descrevendo um fato ocorrido em mil novecentos e sessenta e quatro, não havia ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, sequer uma simples radiografia a maternidade dispunha. As compressas não apresentavam marcas radiopacas para sua identificação, mas a matemática provava que doze não é igual a treze e resolvemos reabrir a parturiente já com seis para sete dias de grave comprometimento clinico e intenso sofrimento familiar . Com auxilio de um amigo, cirurgião geral bem mais experiente e todo material necessário (caixa de cirurgia digestiva, drenos e fios de suturas intestinais) obtidos por empréstimos, devidamente autorizados do hospital publico em que trabalhava. Imaginava que a compressa deveria estar firmemente aderida, no andar superior do abdome, às vísceras e/ou vasos importantes cujas lesões poderiam ser catastróficas. Sob anestesia geral, aberta a cavidade abdominal, sob um odor que sinalava peritonite, introduzi a mão no espaço parietocólico direito e progredindo a exploração a encontrei abaixo do lobo hepático direito. Neste momento a sua apreensão e mobilização representaram um dos momento mais marcantes nos meus quarenta e oito anos de pratica médica. Felizmente Deus protege os bem intencionados, a compressa estava solta e sua extração foi extremamente fácil e tão gratificante como a extração, há sete dias de um feto vivo, deste mesmo abdome. Mãe e filho retornaram em boas condições de saúde para os seus lares. Obs: os nomes das médicas citadas são fictícios.
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defesa profissional
Ginecologistas e obstetras aderem à paralisação no dia 7 de abril Ginecologistas e obstetras do Rio de Janeiro suspenderam o atendimento, aos usuários de planos de saúde, no dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, reivindicando melhor remuneração para consultas e procedimentos, adoção da CBHPM por todas as operadoras e reajuste anual dos honorários. Muitos compareceram à manifestação, promovida pelo CREMERJ e Sociedades de Especialidade, na frente do Centro de Convenções Sul América, onde, no mesmo dia, estava se iniciando o Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia. No ato público, em adesão à paralisação nacional, os médicos vestidos de jaleco branco, reivindicaram também da aprovação, pelo Congresso. do projeto de Lei nº 6964/ 10, que trata justamente da obrigatoriedade de contratos escritos entre as operadoras de planos de saúde e os médicos, prevendo ainda a periodicidade anual de reajuste dos valores dos serviços prestados. A Presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ), Vera Fonseca, também Vice-Presidente do CREMERJ, lembrou que a obstetrícia é uma especialidade desvalorizada pelas empresas de planos de saúde.
“A nossa SGORJ participa dessa luta por honorários dignos. Grande parte da nossa vida profissional é na Saúde Suplementar e, por isso, os convênios devem valorizar a nossa classe.” Vera Fonseca, durante a manifestação, ao lado de Márcia Rosa - A nossa SGORJ participa dessa luta por honorários dignos. Grande parte da nossa vida profissional é na Saúde Suplementar e, por isso, os convênios devem valorizar a nossa classe. Essa luta é nacional e o Rio de Janeiro está fazendo sua parte. Afinal, o ginecologista e o obstetra valem muito! – afirmou. A Presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo lembrou que, todos os anos, as operadoras cobram reajustes dos seus usuários, mas esses va-
lores não são repassados aos médicos. - Segundo pesquisa divulgada recentemente pelo Datafolha, 80% dos clientes de planos de saúde estão satisfeitos com o serviço prestado pelos médicos. Por que a saúde suplementar não reconhece este fato e garante boa remuneração aos médicos? - argumentou. De acordo com a Presidente do CREMERJ, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) precisa
assumir também seu papel de regulação entre empresas e médicos. - A defasagem nos honorários, as restrições de atendimento, os descredenciamentos unilaterais, os “pacotes” com valores prefixados e a baixa remuneração desvalorizam o ato médico. Os médicos do Estado do Rio de Janeiro exigem reajuste anual, implantação da CBHPM e contratos que os garantam na lei - ressaltou Márcia Rosa Além de médicos e residentes, participaram da manifestação, apoiando o movimento contra as operadoras de planos de saúde, representantes da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia do Rio de Janeiro – (ASBAIRJ), Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro (SGORJ), Associação de Consultórios e Clínicas Ortopédicas do Estado do Rio de Janeiro (ACCOERJ), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Rio de Janeiro (SBEM-RJ), Sociedade Brasileira de Radiologia do Rio de Janeiro (SBRAD-RJ), Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ), Associação Médica de Madureira e Adjacências (AMMA), Associação de Médicos da Tijuca e Adjacências (AMETA) e da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTCIC)
Ginecologistas, obstetras, além de médicos e residentes de várias especialidades, estiveram presentes à manifestação
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defesa profissional
SGORJ na luta pela dignidade da mulher A SGORJ participou da manifestação em frente à Maternidade Leila Diniz, promovida pelo CREMERJ, no dia 8 de maio, Dia das Mães, para protestar contra as condições das maternidades do Estado, em especial a falta de leitos e UTIs pediátricas. Os participantes aproveitaram a ocasião para homenagear as pacientes e funcionárias da unidade, entregando-lhes flores. Segundo a Presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, fiscalização realizada pelo Conselho na unidade, em abril, constatou que gestantes e mães com seus bebês após o parto, mesmo depois de cesarianas, eram acomodadas em cadeiras, devido à superlotação da maternidade. Também a UTI pediátrica, montada com toda a aparelhagem necessária, nunca foi aberta por falta de médicos e demais profissionais de saúde. Além da Leila Diniz, outras maternidades do Estado estão superlotadas, como a do Hospital Estadual Rocha Faria, que também acomoda pacientes em cadeiras numeradas de 1 a 25. Enquanto isso, assiste-se ao fechamento da Pro Matre e a demora, por parte do governo, das obras no Hospital Pedro II, interditado pelo incêndio que ocorreu em outubro. Para o Secretário Geral da SGORJ, Marcelo Burlá, a política materno-infantil do governo visa à desvalorização da especialidade do ginecologista e do obstetra ao impedir a mulher de ter acesso a um profissional médico para assisti-la com dignidade. - Infelizmente, só temos o CREMERJ e a SGORJ se voltando contra isso. Acho que essa tem que ser também uma luta da sociedade em prol da valorização da mulher. Passamos o século XX lutando pelos direitos da mulher e agora, no século XXI, estamos assistindo a um retrocesso. Karen Soto Perez Panisset, Secretária da Diretoria da SGORJ, ressaltou que a entidade participa e apoia a manifestação promovida pelo
No sentido horário, diretores e membros da SGORJ, Conselheiros do CREMERJ e familiares de Leila Diniz em frente à maternidade Leila Diniz. Marcelo Burlá, Diretor da SGORJ, Márcia Rosa de Araujo, Presidente do CREMERJ e Regina Diniz, médica e irmã de Leila Diniz conversam e entregam flores às gestantes e puérperas internadas na unidade.
CREMERJ para conscientizar os gestores e a população da importância de melhorar a qualidade do atendimento às gestantes e a seus bebês. - É preciso, para isso, que os médicos tenham honorários dignos e adequadas condições de trabalho – enfatizou. Representando a família de Leila Diniz, participou da manifestação o Conselheiro Renato Graça, casado
com a irmã de Leila, a médica Regina Diniz, também presente ao ato. Ele lembrou que a atriz, em 1972, grávida, foi a primeira mulher a defender os direitos da mulher e a colocar a sua barriga de fora, na praia, para ser mostrada com orgulho. Além de outros Conselheiros do CREMERJ, estavam presentes à manifestação o representante do Conselho Distrital de Saúde da AP4 (Zona
Oeste), Azaury Alencastro Júnior; a presidente e a secretária-geral da Amererj (Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro), Beatriz Costa e Heloísa Chuairi; e representantes de Sociedades de Especialidade, de Associações Médicas de Bairro, da Associação Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames) e da Associação Profissional dos Poetas do Estado do Rio de Janeiro.
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educação médica continuada
Curso para residentes em ginecologia e obstetrícia se estende até o final do ano O Curso de Atualização SGORJ para Residentes em G&O – 2011 teve início no dia 17 de maio, com uma mesa-redonda – “Obstetrícia 1°, 2° e 3° Trimestre” e a conferência sobre “Obstetrícia Baseada em Evidência: Alimentação, Deambulação, Tricodomia, Enema, Cateterismo
Vesical, Amniotomia, Ocitocina Eletiva, Posição de Parir, Antibiótico e Episiotomia”. Alternando, a cada mês, temas de ginecologia e de obstetrícia, a Educação Médica Continuada (EMC), promovida pela SGORJ, tem por objetivo oferecer aos residen-
tes, além de oferecer uma parte teórica e a apresentação de casos clínicos, a troca de informações e de experiências com especialistas experientes. Para a formulação do organograma da EMC deste ano, a SGORJ realizou uma reunião, no dia 28 de
março, com preceptores de residentes, solicitando-lhes também que incentivasse os que atuam em seus serviços a se inscreverem no curso. As inscrições podem ser feitas pelo telefone 2285-0892 ou na sede da SGORJ, das 9 às 17h.
Programação do Curso de Atualização SGORJ para Residentes em G&O - 2011 para os próximos meses 17 DE MAIO (TERÇA-FEIRA) - TEMA: OBSTETRÍCIA 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Obstetrícia 1°, 2° e 3° Trimestre: • Rotina Laboratorial. • Indicações dos Exames de Imagem (USG, ECO e RNM). • Hemorragias 2° e 3° trimestre e periparto. • Perguntas. • Caso Clínico: SERVIÇO CONVIDADO 20h20 - 20h40 • Conferência: Obstetrícia Baseada em Evidência: Alimentação, Deambulação, Tricodomia, Enema, Cateterismo Vesical, Amniotomia, Ocitocina Eletiva, Posição de Parir, Antibiótico e Episiotomia. 15 DE JUNHO (quarta-feira) - tema: Ginecologia Endócrina 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Endocrinologia Ginecológica: • Amenorréia Primária. Rotina básica de avaliação. • Como fechar o diagnóstico de SOP. • Quais exames solicitar antes da TRH. • Perguntas. • Caso Clínico: SERVIÇO CONVIDADO. 20h20 - 20h40 • Conferência: Desenvolvimento Puberal Anormal. 21 DE JULHO (quinta-feira) - tema: MANEJO OBSTÉTRICO 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Intercorrências menores na gestação: • Colestase intra-hepática, dor lombar - edemas de membros inferiores, parestesias nas articulações. • Cirurgia não obstétrica no ciclo grávido-puerperal. • Gastro-intestinais: refluxo, constipação, náuseas, vômitos e sialorréia • Perguntas • Caso clínico: SERVIÇO CONVIDADO 20h20 - 20h40 • Conferência: Operação Cesariana: pormenores das diferentes técnicas. 23 DE AGOSTO (terça-feira) tema: Mastologia atual 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Mastologia atual: • O que fazer com os seguintes achados, mama extranumerária, descarga papilar, nódulo e dor localizada.
• Rotina e interpretação de USG e Mamografia. • Linfonodo Sentinela na mama - indicação e técnica. • Perguntas. • Caso clínico: SERVIÇO CONVIDADO. 20h20 - 20h40 • Conferência: Conduta cirúrgica correlacionada após achados propedêuticos. 21 DE SETEMBRO (quarta-feira) - tema: Terapia Intensiva Obstétrica de CTI ante e pós-parto 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Terapia Intensiva Obstétrica de CTI ante e pós-parto: • Indicações de CTI anteparto e pós-parto. • Suporte básico de vida na falência cardiorespiratória. • Monitorização do feto de risco e momento da interrupção. • Perguntas. • Caso clínico: SERVIÇO CONVIDADO. 20h20 - 20h40 • Conferência: Pré-eclampsia grave, eclampsia e HELLP Síndrome. 20 DE OUTUBRO (quinta-feira) 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Prolapso Genital: • Semiologia. • Investigação da Incontinência Urinária. • Cirurgia para prolapso genital completo. Como fazer? • Perguntas. • Caso clínico: SERVIÇO CONVIDADO. 20h20 - 20h40 • Conferência: Abordagem dos tumores anexiais. 09 DE NOVEMBRO (quarta-feira) - tema: Patologia Cervical 18h30 - 19h00 • Welcome Coffee 19h00 - 20h20 • Mesa Redonda: Patologia Cervical: • Condutas nas lesões de baixo grau. • Condutas nas lesões de alto grau. • Vacinação para HPV. • Perguntas. • Caso clínico: SERVIÇO CONVIDADO. 20h20 - 20h40 • Conferência: Cirurgia de Wertheim-Meigs - Indicações técnicas e dificuldades.
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congresso mundial
CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
Avanços no tratamento O 14º Congresso Mundial de Patologia Cervical e Colposcopia, que se realizará de 4 a 7 de julho, no Hotel Windsor Barra, Rio de Janeiro, segundo a Presidente da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTCIC), Paula Maldonado, debaterá temas de interesse no diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero e de outras doenças genitais. Mais de 100 renomados palestrantes sendo 50 internacionais, entre os quais, Ulrich Petry, Thomas Wright, R. Sankaranarayanan, Xavier Bosh, Neerja Bhatla e Eduardo Franco, e 48 nacionais estarão presentes ao evento. - Mesmo com o aumento da cobertura de rastreamento (investigação em mulheres sem sintomas) das lesões precursoras do câncer do colo do útero na população brasileira, ainda são altas as taxas de incidência e de mortalidade pela doença. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2010, são esperados 18.430 casos novos de câncer do colo do útero, gerando um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres – observa. Ela destaca, assim, a importância de abordar, na teoria e na prática, o tratamento e a detecção precoce do câncer do colo do útero. - O congresso é uma ação que integra diversas profissionais para falar de uma doença que se pode prevenir – diz ainda. Também estará em debate o Protocolo do Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer do colo do útero, elaborado em 1988, a partir de consenso promovido pelo INCA, envolvendo especialistas internacionais, representantes das sociedades científicas e de diversas instâncias ministeriais. O objetivo é a detecção precoce da doença e o diagnóstico de seus precursores no maior número possível de mulheres. Ainda durante o congresso, a International Federation of Cervical Pathology and Colposcopy (IFCPC), entidade que reúne as associações de profissionais que atuam nesta área em todo o mundo, como é o caso da ABPTGIC, no Brasil, apresentará a proposta da nova Nomenclatura Colposcópica Internacional –Rio - 2011 Além disso, o Instituto Nacional do Câncer lançará a atualização das condutas clínicas preconizadas para o cuidado de mulheres com alterações citológicas relacionadas às lesões intraepiteliais e ao câncer do colo do útero. Esta é uma
importante publicação que visa orientar os profissionais de saúde no Brasil sobre boas práticas nesta área de cuidados. - Estamos seguros de que o Congresso será um grande sucesso. Teremos 151 apresentações de variados temas relacionados à patologia do trato genital inferior, colposcopia e suas repercussões para a vida da mulher, no plano individual e da saúde coletiva, distribuídos em mesas redondas, painéis e debates. Destes, 118 temas serão apresentados por convidados estrangeiros, o que torna esta oportunidade única para ampliação de nosso conhecimento. São esperados mais de 2.000 participantes, do Brasil e do exterior – acrescenta Paula Maldonado. Os interessados devem visitar o website www.ifcpc.org para saber as ultimas noticias da Federação Internacional e levar ao site do congresso, onde estarão os detalhes do programa cientifico e o local de inscrição.
Paula Maldonado, Presidente da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTCIC)
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serviços • ginecologia e obstetrícia - Hospital da Piedade
Unidade sofre com a falta de médicos e equipamentos velhos e quebrados O Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Piedade, chefiado pelo professor Roberto Carvalhosa, inclui também mastologia, patologia clínica, climatério e sexologia. Segundo ele, o “carro-chefe” do serviço é a mastologia, tendo em vista que é o único do município que faz diagnóstico e tratamento de lesões não palpáveis de mama. - Infelizmente, o aparelho de mamografia está quebrado há sete meses, com prejuízo tanto para os estudantes, como para a população – lamenta o professor. Carvalhosa diz que há falta de médicos também no serviço. Há seis meses, a própria prefeitura fez um levantamento e reconheceu que haveria necessidade de mais cinco médicos. Na sua opinião, seriam precisos pelo menos mais oito. Ele afirma que esse problema de carência de recursos humanos e
de equipamentos quebrados atinge todo o hospital. Com a desativação do Centro Cirúrgico Oftalmológico, que está aguardando obras há um ano e seis meses, o serviço de ginecologia e os das demais clínicas ficaram com dificuldade para marcar cirurgias. - Essa situação se torna mais grave porque os equipamentos do centro cirúrgico geral estão obsoletos – frisa Carvalhosa. De acordo com o professor, o Hospital da Piedade sofre ainda problemas de gestão. - Decreto municipal não admite que profissionais com matrícula federal assumam cargos de chefia. A maioria dos médicos da unidade é antiga e, por isso, tem matricula federal. Os “representantes”, como são chamados, não são investidos nos cargos, o que impede, entre outros problemas, de assinar documentos – explica. O serviço de ginecologia e obs-
tetrícia, ligado à disciplina de ginecologia da Universidade Gama Filho, oferece residência médica 18 vagas para R1 e 6 para R2 e R3, além de internato para acadêmicos do 9º ao 12º período; aulas práticas para os alunos de graduação a partir do 7º período e monitoria para os alunos a partir do 8º período, com média superior a 7 na disciplina de ginecologia. Inaugurado em 1978, o Hospital da Piedade foi incorporado à rede federal em 1987 e municipalizado em 1999. Atualmente, os médicos estão reivindicando melhores condições de trabalho na unidade e a sua reintegração à esfera federal. Segundo eles, há uma clara incompatibilidade entre as propostas de um hospital de ensino, como é o da Piedade, e as obrigações da Prefeitura estabelecidas pelo SUS: gerência das emergências e atendimento básico.
“Infelizmente, o aparelho de mamografia está quebrado há sete meses, com prejuízo tanto para os estudantes, como para a população” Roberto Carvalhosa, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Piedade
Apesar do problemas enfrentados pela unidade, o atendimento no serviço vem mantendo um padrão na anamnese (foto à esquerda), nas aulas (foto abaixo, à esquerda) e nos procedimentos laboratoriais simples (foto abaixo)