ISSN-1983–3512
BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - MARÇO/ABRIL - 2009
XXXIII Congresso de G&O do Rio de Janeiro 03 a 06 de junho de 2009 Hotel Sofitel Rio de Janeiro Copacabana - Rio de Janeiro - RJ
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Março/Abril - 2009 • 3
Editorial Em março, a SGORJ promoveu o primeiro curso de Educação Médica Continuada, intitulado “Contracepção e Terapia Hormonal”. Discussões acaloradas e opiniões divergentes animaram o evento. Palestras curtas com ampla discussão entre os participantes é a marca dos EMCs, unanimamente aprovada. Esperamos continuar com esta fórmula nos próximos encontros. Em abril, conseguimos realizar o Primeiro Encontro entre Chefes de Serviço do Estado do Rio de Janeiro. Os responsáveis compareceram e a reunião foi bastante proveitosa. Agradecemos a participação de todos e, especialmente, dos representantes da Secretaria Municipal da Saúde, Diana Silva e da Secretaria Estadual da Saúde, Flávio Monteiro, que informaram as dificuldades do “outro lado”, na gerência da Saúde. Como já era de se esperar, muitas foram as reclamações e reivindicações. Em breve teremos novos Encontros, com discussões mais pontuais, para tentar melhorar as condições de trabalho do médico e consequentemente a assistência à população. No nosso Boletim, há espaço para publicações (Opinião/Artigos), informações sobre cursos e eventos de seus hospitais ou instituições (Informes)! Se o associado deseja divulgar algum evento ou informações relevantes ao tocoginecologista de nosso Estado, envie para nossa Associação por email: secretaria@sgorj.org.br. E o Congresso Estadual se aproxima! Agradeço as sugestões de mesas redondas, discussões informais e conferências que os associados enviaram. É um Congresso feito por todos! Esperamos vocês lá!
Ver onseca e eraa FFonseca Diretoria da SGORJ
Sumário 4
INFORME XXXIII CONGRESSO DE G&O DO RIO DE JANEIRO
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EVENTOS EMC CONTRACEPÇÃO E TERAPIA HORMONAL GOIÂNIA RECEBE CONGRESSO SOBRE DSTS E AIDS EM SETEMBRO
ARTIGO/OPINIÃO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS (SOP)
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ARTIGO USO DE ANTICOAGULANTES NA GESTAÇÃO
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INFORMES MOVIMENTO DE CONVÊNIOS MÉDICOS QUEREM CONSULTAS A R$52,00 E PARALISAM ATENDIMENTO POR GUIAS DA CASSI
NOTÍCIA SALÁRIO DE MÉDICO DO SUS PODE FICAR ISENTO DE IR
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APROVADO PROJETO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
EVENTO SGORJ PROMOVE ENCONTRO DE CHEFES DE SERVIÇO
EVENTOS
ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Largo do Machado, 54/1206 - Catete – Rio de Janeiro – RJ - CEP 22221-020 Tel.: (21) 2285-0892 - www.sgorj.org.br - sgorj@sgorj.org.br SECRETÁRIOS ADJUNTOS Deyse Barrocas Mario Vicente Giordano Karen Soto Perez Panisset Silvio Silva Fernandes Marcelo Trindade Alves de Menezes PRESIDENTE Vera Lucia Mota da Fonseca 1º VICE-PRESIDENTE Mauro Romero Leal Passos VICE-PRESIDENTES Hugo Miyahira Ricardo Oliveira e Silva Paulo Maurício Soares Pereira SECRETÁRIO-GERAL Marcelo Burlá
TESOUREIRO-GERAL José Carlos de Jesus Conceição TESOUREIROS ADJUNTOS Claudia da Silva Lunardi Flávia Maria de Souza Clímaco EDITOR DE HONRA Manoel Baliú Monteiro (in-memorian) CONSELHO EDITORIAL Hugo Miyahira Vera Lúcia Mota da Fonseca Mario Vicente Giordano
PROJETO GRÁFICO João Ferreira PRODUÇÃO Foco Notícias JORNALISTA RESPONSÁVEL Nicia Maria – MT 16.826/76/198 FOTOLITO E IMPRESSÃO Editora Teatral Ltda. FOTOGRAFIA José Renato TIRAGEM 3.000 exemplares DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA
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Informe • Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia
CONGRESSO ESTADUAL DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA SERÁ EM JUNHO
Nosso Congresso Estadual está chegando! O maior e mais importante evento da nossa Associação – o XXXIII Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia da SGORJ - será realizado entre os dias 3 e 6 de junho, no Hotel Sofitel, em Copacabana. Este ano haverá novidades para os parti-
cipantes. No dia 3 de junho, os cursos précongresso irão abordar temas variados: cirurgia ginecológica, sexualidade, atenção à saúde da mulher na adolescência e senectude e um curso teórico-prático de tocurgia. Neste último, haverá prática em manequins e professores orientarão os participantes na assistência ao parto. As vagas são limitadas! O Congresso Estadual constará de cinco salas, funcionando simultaneamente e abordando temas de todas as subespecialidades. Será o maior evento já realizado pela SGORJ até o momento. Inúmeros professores nacionais já confirmaram presença, como Edmund Baracat, Lucas Vianna Machado, Cláudia Navarro, Ricardo Cristiano, Renato Passini, entre outros. No dia 4, na sala cinco, haverá curso Berke-
ley em emergências com prática em manequins de alta tecnologia . Além dos já tradicionais temas da ginecologia e obstetrícia, outros, de interesse do médico, terão seu espaço: imposto de renda para o médico, marketing de consultório, ensino da medicina no Brasil, ética médica entre outros. A Presidente da SGORJ, Vera Fonseca, solicita aos responsáveis pelos serviços que não agendem procedimentos eletivos nestas datas, estimulando a participação dos médicos no Congresso, para a sua atualização profissional. Lembramos que o Congresso está acreditado pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA). Esperamos por vocês!
03 DE JUNHO DE 2009 (QU AR TA-FEIRA) (QUAR ART CURSOS PRÉ-CONGRESSO
09h00 às 110h30 0h30 10h30 às 111h00 1h00 1h00 10h30 às 111h00
12h30 às 14h00 14h00 às 16h00
09h00 às 09h30 09h30 às 110h00 0h00 10h00 às 110h30 0h30 10h30 às 111h00 1h00 11h00 às 11h30 11h30 às 12h00 12h00 às 12h30 12h30 às 14h00 14h00 às 14h30 14h30 às 15h00 15h00 às 15h30 15h30 às 16h00 16h00 às 16h30 16h30 às 17h00 CONGRESSO 19h00
SALA 1 TREINAMENT O TEÓRICO-PRÁTICO DE TTOCURGIA OCURGIA V AGINAL TREINAMENTO VA Na sala de parto como proceder nas seguintes intecorrências: Parada de Progressão do pólo cefálico fletido em estreito inferior. - Uso do fórceps de estreito inferior (outlet fórceps) Coffee break Retenção das espátulas no parto cefálico - Procedimentos e manobras para liberação das espáduas Almoço Retenção das espáduas e/ou cabeça derradeira. - Procedimentos e manobras para liberação dos braços - Fórceps e manobras para liberação da cabeça derradeira SALA 3 SEXUALIDADE Como e porque somos femininos e masculinos? O que é homossexualismo? Como o homönios atuam na sexualidade? Coffee break O que é libido, orgasmo e gratificação sexual? Como fica a sexualidade nas diversas etapas da vida humana? Gestação, parto e puerpério – Como fica a atividade sexual? Almoço Da criança ao adulto – como e quando ocorre a iniciação sexual? Quais as principais queixas sexuais femininas? De quais disfunções sexuais masculinas as mulheres se queixam? Afrodisíacos – Fármacos e mitos funcionam? Dispareunia e vaginismo – como diferenciar e tratar? Qualquer coisa sobre qualquer coisa – com os professores ABERTURA OFICIAL DO CONGRESSO Palestr alestraa : Mulher: A eevvolução de um conceito - Talita Romero Franco Coquetel
SALA 2 SAÚDE DA MULHER NA ADOLESCÊNCIA E SENECTUDE • A adolescente como paciente clínica • Adolescente com HPV. Conduta. • Contracepção na adolescência Coffee break • Distúrbios menstruais na adolescência : roteiro diagnóstico e terapêuticas propostas. • Adolescente com anorexia nervosa e bulimia. O que fazer? • Aspectos psicológicos: quando encaminhar para o psicólogo? Almoço • Senectude com saúde. O que se deve estimular? • Dieta da mulher na terceira idade. Existe receita específica? • Oncologia ginecológica na senectude. Como rastrear? • Aspectos psicológicos do envelhecimento. Perdas e ganhos. SALA 4 CIRURGIA GINECOLÓGICA Anatomia Genital. Aplicação à Clínica Cirúrgica Ginecológica. Pré e Pós Operatório em Ginecologia. Quando, como, onde e que tipo de fio utilizar Coffee break Tratamento cirúrgico do compartimento anterior e posterior da vagina. Prolapso da cúpula vaginal. Atualização e evidências modernas do tratamento cirúrgico. Tratamento cirúrgico da incontinência urinária. Atualização. Almoço Cirurgias Intestinais para o ginecologista. Abordagem videolaparoscópica dos tumores anexiais. Histerectomia vaginal sem prolapso. Particularidades. Tumores ovarianos na gravidez. Como abordar?
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04 DE JUNHO DE 2009 (QUINT A-FEIRA) (QUINTA Horário 09h00-1 0h30 09h00-10h30
10h30-1 1h00 0h30-11h00 11h00-12h30
12h30-13h30 13h30-14h30 14h30-15h00
Sala 3 Mesa Redonda Abortamento de repetição: • Como investigar. • Resultados da imunoterapia. Há evidências que justifiquem o uso? • Suplementos hormonais. Sim ou não. Quais e como? • Discussão. Coffee break Coffee break Coffee break Mesa Redonda Mesa Redonda Mesa Redonda Assistência pré-natal nas infecções O colo uterino da adolescente: Controvérsias em endometriose: gestacionais: • Mucorréia. Orientação ou tratamento? • Diagnóstico por imagem. • Colpites. • Manejo das neoplasias Ressonância ou Ultra-Sonografia? Há diferenças no tratamento? intraepiteliais cervicais. • Tratar a endometriose mínima e leve? • Dengue. Protocolo atual. • Vacina bi ou quadrivalente? Quando tratar os endometriomas? • Bacteriúria assintomática e • Discussão. • Novas perspectivas do tratamento pielonefrite. Como tratar? cirúrgico da endometriose profunda. • Discussão. • Discussão Simpósio Patrocinado Simpósio Patrocinado Simpósio Patrocinado Simpósio Patrocinado Conferência Conferência Conferência O feto como paciente. Úlceras genitais além das DSTs. Iatrogenia e desenvolvimento tecnoDo corticóide à cirurgia intrauterina. lógico em ginecologia e obstetrícia. Sala 1 Mesa Redonda Cuidando do feto: • Oligodramnia. • Aloimunização. • Transfusão feto-fetal. • Discussão.
15h00-16h30
16h30-17h00 17h00-17h30 17h30-18h30
Coffee break Conferência Perspectivas de prolongamento da fertilidade na mulher após os 40 anos. Debate Contracepção cirúrgica feminina. Qual a melhor via? Aspectos legais. Existe síndrome pós-laqueadura?
Sala 2 Mesa Redonda Atualização em mastologia: • Bi-Rads IV A,B,C. Qual a diferença? • Câncer triplo negativo. O que é? • Câncer de mama. Follow-up. • O que fazer e até quando? • Discussão.
Mesa Redonda A história pregressa do processo eticojudicial. Da relação médico paciente ao preenchimento do prontuário. • Prontuário. • O processo. • Título de Especialista. • O papel do CFM. Coffee break Conferência Atualização em hipertensão na gravidez. Como diagnosticar e conduzir? Debate Informal Pré-natal do século XXI: Sexagem fetal, ultrassonografia 4D, criopreservação do sangue do cordão, outros avanços.
Sala 4 Sala 5 Mesa Redonda Manejo da obesidade: • Contracepção após CURSO INTRA-CONGRESSO cirurgia bariátrica. • O pré-natal da paciente obesa. Curso do Centro de Treinamento de • Até onde o ginecologista deve tratar. Simulação Berkeley • Discussão. Coffee break Mesa Redonda Medicina fetal invasiva: • Propedêutica: O que é? Quando realizar? • Cordocentese. Aplicações atuais. • Resultados desfavoráveis. Aspectos éticos. • Discussão
Coffee break
CURSO INTRA-CONGRESSO Curso do Centro de Treinamento de Simulação Berkeley
Simpósio Simpósio Conferência Uso do bisturi elétrico em cirurgias ginecológicas: Aspectos técnicos, cuidados, riscos e complicações. CURSO INTRA-CONGRESSO Curso do Centro de Treinamento de Simulação Berkeley
Coffee break Coffee break Conferência Osteoporose. Como avaliar a eficácia do tratamento. CURSO INTRA-CONGRESSO Debate Informal Debate Curso do Centro de Treinamento de Endoscopia Ginecológica. Endometri- Aborto. Visão da medicina, da teoloSimulação Berkeley omas, ablação do endométrio, quando gia, do judiciário e da mulher. operar pólipos endometriais...
Coffee break Conferência Uso de células tronco em uroginecologia.
05 DE JUNHO DE 2009 (SEXT A-FEIRA) (SEXTA Sala 1 0h30 09h00-10h30 09h00-1
SALA 1 Mesa Redonda Uroginecologia: Como eu trato? • Bexiga hiperativa. “Botox” x Tratamento convencional. • Infecção urinária de repetição. • Síndrome da bexiga dolorosa. • Discussão.
10h30-1 1h00 0h30-11h00 11h00-12h30
Coffee break Mesa Redonda Racionalização dos exames complementares sem prejuízo à paciente: • No pré-operatório. • No climatério. • No pré-natal. • Discussão.
12h30-13h30 13h30-14h30 14h30-15h00
15h00-16h30
16h30-17h00 17h00-17h30
17h30-18h30
21h
SALA 2 Mesa Redonda Miomas uterinos: • Como diminuir o sangramento intra-operatório. • Tratamentos não cirúrgicos. Resultados. • E na gravidez, o que fazer? • Discussão.
Coffee break Mesa Redonda Dilemas em cirurgia ginecológica: • Ooforectomia profilática. Sim ou não? • Linfadenectomia no câncer de endométrio. Fazer sempre? • Prolapso uterino. Histerectomia ou Histeropexia? • Discussão. Simpósio Patrocinado Simpósio Patrocinado Conferência Conferência Avaliação prática do risco genético Progestágenos na contracepção e tepara o câncer de mama. rapia hormonal. Qual a melhor opção? Mesa Redonda Mesa Redonda Contracepção na mulher com: Rastreio e tratamento após a 3ª idade • Hipertensão / Diabetes. • Câncer de mama. • Doenças auto-imunes. • Câncer de colo e vulva. • Epilepsia / Enxaqueca. • Câncer de intestino. • Discussão. • Discussão.
Coffee break Conferência Abordagem prática do sangramento uterino disfuncional. Debate Informal Cosmiatria para o ginecologista. Estrias, rugas, “celulites”, queda de cabelo, acne...
Coffee break Conferência Cuidando da vulva: Vulvodínia e prurido vulvar. Abordagem. Debate Informal Saúde da vagina: Vitamina C, sabonetes íntimos, lubrificantes, uso indiscriminado de antibióticos...
SALA 3 Mesa Redonda Assistência ao quarto período: • A importância do obstetra continuar presente. • Expressão uterina. Sim ou não? • Ocitocina ou metilergonovina? Ou os dois? Ou nenhum? • Hidratação / Analgesia / Dieta /Antibioticoterapia. • Discussão. Coffee break Mesa Redonda Miscelânia em mastologia: • Dor mamária: Como conduzir? • Conduta conservadora nos nódulos mamários • PAAF X core biópsia X mamotomia – Quando indicar? Como interpretar?
SALA 4 Mesa Redonda Operação cesariana: • Assistência no parto vaginal futuro. • Técnica operatória baseada em evidências. • Extração fetal difícil. Como resolver? • Discussão.
SALA 5 Mesa Redonda E por falar em saúde pública: • Aleitamento materno. • Violência sexual. • Imunizações. • Discussão.
Coffee break Mesa Redonda Assistência obstétrica. Atualização: • Cardiotocografia ante e intra-parto. • Dopplerfluxometria. Quando solicitar? Como interpretar? • Ecofetal. Quando? Condutas nos exames alterados. • Discussão.
Coffee break Mesa Redonda Ensino médico. Como estão nossas escolas? • Processo ensino aprendizagem. Como melhorar? • Avaliando corretamente os alunos. • O papel do preceptor no internato. • Discussão
Simpósio Patrocinado Conferência Desvios da diferenciação sexual na genitália ambígua: Uma rotina propedêutica. Mesa Redonda Obstetrícia de alto risco. Cuidados especiais: • Gestante com cardiopatia • Gestante com colagenoses • Gestante com nefropatia • Discussão
Conferência Conferência Uso de anticoagulantes na gestação. Aplicações financeiras. Meu dinheiro estava na bolsa. E agora? Mesa Redonda Mesa Redonda Obstetrícia baseada em dúvidas: Residência Médica: • Episiotomia. • A confusão das nomenclaturas: Co• Acido acetilsalicílico ordenador, Preceptor, Mentor, Tutor... • Circlagem tardia. • A SGORJ/FEBRASGO • Discussão. valorizando os residentes. • Com a palavra: O Residente.
Coffee break Conferência Congelamento de tecido ovariano. E no homem? Debate Hemorragia Puerperal: Papel do Anestesista, Obstetra e Intensivista.
Coffee break Conferência Como ler e interpretar trabalhos científicos. Debate Desafios do Hospital Universitário.
Festa Indiana - P aissandu A tlético Clube (Av. Afr anio de Melo FFrranco, 330 - LLeblon eblon - Rio de Janeir Paissandu Atlético Afranio Janeiroo - RJ)
Coffee break Conferência Avanços na compreensão da Síndrome do pânico e distúrbio bipolar na mulher. Debate Casamento tradicional e alternativas atuais.
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Informe • Congresso Estadual de Ginecologia e Obstetrícia 06 DE JUNHO DE 2009 (SÁBADO) Horário 09h00-1 0h30 09h00-10h30
10h30-1 1h00 0h30-11h00 11h00-11h30 11h30-12h30
12h30-13h30 13h30-14h00
14h00-15h30
15h30
Sala 3 Mesa Redonda Cirurgia ginecológica. Dúvidas de sempre: • Uso de fios e drenos • Antibioticoprofilaxia. Quando e como? • Controle da dor no pós-operatório. • Discussão. Conferência Conferência Mastectomia profilática. Conduta na amniorrexe prematura Quando, como e para quem? antes de 30 semanas. Coffee break Coffee break Coffee break Debate Debate Debate Prevenção cardiovascular no clima- Patologia cervical. Tire todas suas Micobacterioses. Diagnóstico. Tratatério. Revisão sistemática. Medicina dúvidas. Pergunte o que quiser. mento. Prevenção. Aspectos legais. baseada em evidências. Simpósio Conferência Conferência Conferência SOP. Novos critérios diagnósticos? Importância do misoprostol na obste- Telas em cirurgia ginecológica. Análitrícia moderna. se crítica. Há exageros? Mesa Redonda Mesa Redonda Mesa Redonda Infertilidade conjugal: Dilemas no consultório: Diabetes e gestação: • Formas de avaliação da reserva • Quando indicar captura híbrida? • Dieta e controle de peso ovariana. Como colher? • Como avaliar o bem estar fetal? • Recanalizacao tubária na era da • Bi-Rads III. E agora? • Uso de hipoglicemiantes orais e inreprodução assistida. • Pólipos endometriais. Retirar semsulina. Para quem? Como? Quando? • Tratamento da infertilidade em mupre? • Discussão. lheres com endometriose. Laparos- • Discussão. copia ou reprodução assistida? • Discussão. Encerramento Sala 1 Mesa Redonda Como orientar nossas gestantes: • Atividade física. • Voos comerciais. • Cosmiatria. • Discussão.
Sala 2 Mesa Redonda Atualização em climatério: • H após os 60 anos. Ainda há espaço? Osteoporose.Qual a melhor droga? • Androgenioterapia. Para quem? Como fazer? • Discussão. Conferência Melatonina e ciclo menstrual.
Sala 4 Mesa Redonda Trabalho de parto prematuro: • Fatores de risco e profilaxia. • Tocólise: Quando e como fazer? • Via de parto: Qual a melhor? • Discussão.
Conferência Conferência Neoplasia trofoblástica gestacional. Como o médico deve declarar seu imposto de renda? Coffee break Coffee break Debate Informal Debate Aspectos bioéticos na reprodução Programa de Saúde da Família e a giassistida, na anencefalia e na ortota- necologia e obstetríca. násia. Conferência Risco gestacional pós-reprodução assistida. Mesa Redonda DIU e SIU na ginecologia moderna: • Uso após parto imediato. Sim ou não. • Uso além do tempo recomendado. Pode? • Uso na prevenção de sinéquias uterinas pós-cirúrgicas. É válido? • Discussão.
Eventos
história pregressa de câncer de mama? - motivaram discussões acaloradas e despertaram as normais dúvidas que norteiam a conduta médica. Para o Diretor da SGORJ, Mário Vicente Giordano, o evento superou as expectativas. - Os debates foram animados e nem sempre o ponto de vista era comum. Bom para todos, que puderam questionar e ouvir opiniões diversas sobre dúvidas de nosso dia a dia. Palestras objetivas e curtas permitiram longas discussões, com todos emitindo suas opiniões” - disse Mario Vicente Giordano, participante do evento. Apesar da carga horária prever o término do EMC para as 16h30m, o evento terminou no final da tarde!
GOIÂNIA RECEBE CONGRESSO SOBRE DSTS E AIDS EM SETEMBRO A Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST) organiza nos dias 7 a 10 de setembro, no Centro de Convenções de Goiânia, o VII Congresso da SBDST e o III Congresso Brasileiro de Aids. Estes congressos se tornaram um marco em atualização e reciclagem de conhecimentos na área de DST/Aids no Brasil. O destaque deste ano será a relação entre os interesses assistenciais, científicos, de política de saúde pública e do controle social relacionados às DSTs e Aids voltados para um único objetivo: a melhoria da promoção à saúde e prevenção das DST e Aids.
Conferência Marketing em medicina. Como? Mesa Redonda Custos do consultório: • Como cobrar os materiais utilizados? • Informatizando o consultório. • Determinações da ANVISA. • Discussão.
Notícia
EMC CONTRACEPÇÃO E TERAPIA HORMONAL A SGORJ realizou o já tradicional Educação Médica Continuada de Contracepção e Terapia Hormonal, no Centro de Convenções Flexcenter, sede da Associação, no dia 21 de março. Os médicos compareceram em grande número, inclusive de outros municípios, e o evento teve lotação máxima, com mais de 70 participantes. Os temas abordados – “Terapia hormonal com estrogênio e androgênio oferece proteção endometrial satisfatória?”, “Obesas com mais de 40 anos podem utilizar métodos contraceptivos hormonais com segurança?” “Posso realizar laqueadura tubária durante a cesariana?” “Quais as vantagens e desvantagens do sistema inta-uterino de Levonorgestrel? Posso usá-lo em mulheres com
Sala 5 Mesa Redonda Epidemiologia para o Tocoginecologista: • Conceitos epidemiológicos. • Ensaios clínicos. • Revisão sistemática e metanálise. • Discussão.
A programação científica estará dividida em cursos, conferências, mesas-redondas, fóruns, simpósios e oficinas com a participação de convidados nacionais e internacionais. Um amplo espaço será reservado para as seções interativas, com discussão de casos clínicos e para a apresentação de temas livres, pontos de destaque dos Congressos da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento até o dia 29 de agosto. Mais informações: www.dst2008.com.br/ ou (62) 3091-3950.
SALÁRIO DE MÉDICO DO SUS PODE FICAR ISENTO DE IR O Projeto de Lei 3001/08, do deputado Vilson Covatti (PP-RS), determina que os honorários ou salários dos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) não sejam sujeitos à incidência do Imposto de Renda. Segundo o autor, a medida visa a dar mais equilíbrio à relação entre o SUS e os médicos, hoje muito mal remunerados. O parlamentar argumenta que a lei já permite isenção tributária aos hospitais filantrópicos, o que estabelece uma falta de isonomia de tratamento entre os profissionais e as instituições. “Talvez a solução ideal seria aquela que envolvesse a atualização realista da tabela do SUS, oferecendo, de maneira transparente, remuneração a mais próxima possível da requerida pelo mercado; mas isso não garantiria a isonomia”, disse.
TRAMIT AÇÃO TRAMITAÇÃO A proposta será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação, que também se manifestará quanto ao mérito; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de ir à votação em plenário.
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Evento
SGORJ PROMOVE ENCONTRO DE CHEFES DE SERVIÇO A SGORJ realizou, no dia 28 de abril, o primeiro Encontro de Chefes de Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro. O interesse foi grande, tendo em vista que o evento contou com representantes da maioria dos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia do Estado. Participaram do Encontro médicos dos Hospitais Universitário Clementino Fraga Filho, Universitário Pedro Ernesto, Bonsucesso, Salgado Filho, da Posse, da Lagoa, Fernando Magalhães, de Acari, Central do Exército, Carmela Dutra, Piedade, Rafael de Paula e Souza, Cardoso Fontes, Alexander Fleming, Pro Matre, Rocha Faria, de Saracuruna, Fernandes Figueira, Gaffrée e Guinle, da Penha, Alvaro Alvim (Campos) entre outros. Também estiveram presentes ao evento representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Diana Silva, e da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil, Flávio Monteiro. O Encontro teve como objetivo reunir os Chefes de Serviço para conhecer melhor o que cada instituição pode oferecer e quais suas dificuldades e tentar formar um grupo para melhorar a assistência à população do Estado. Neste primeiro encontro ficou acertado que as reuniões serão bimensais, ora com a Obstetrícia ora com a Ginecologia. Haverá, previamente aos encontros, formulação de pontos específicos a serem discutidos, visando à integração das instituições entre elas e com os poderes públicos estadual e municipal, sobretudo na regulação das vagas. Os chefes se comprometeram a enviar sugestões para discussão nos próximos encontros. As dificuldades pelas quais os médicos passam nos diversos serviços foram discutidas. O que fazer com mulheres que procuram as emergências com queixas ginecológicas, com sangramentos genitais relevantes, prolapsos uterinos com dor, miomas paridos, entre outros? Como diminuir a peregrinação hospitalar das gestantes? Como saber para onde referenciar as pacientes? Melhorar a Central de Regulação foi outro ponto chave anotado por quase todos os presentes. Há demora no encaminhamento de gestantes do pré-natal de baixo para alto risco. O aborto permitido por lei é outro dilema pelo qual passam os profissionais do Hospital Fernando Magalhães. Segundo Flávio Monteiro, a Secretaria Estadual de Saúde está promovendo a integração das maternidades estaduais, ponto chave para
Mário Vicente Giordano, Vera Fonseca e José Carlos Jesus Conceição
melhorar a assistência à gestante e diminuir a peregrinação hospitalar. - Estamos desenvolvendo, junto aos representantes de cada maternidade, rotinas únicas de assistência ao parto, visando à diminuição da morbimortalidade materno fetal – informou Flávio Monteiro. Representando a Secretaria Municipal de Saúde, Diana Silva lembrou os os esforços da instituição pública para diminuir a peregrinação da gestante, melhorando e otimizando o número de leitos disponíveis em cada hospital. Diana Silva disse que há 19 mamógrafos no município do Rio de Janeiro o que seria suficiente para atender toda a população. O que está havendo?, perguntou. Na opinião da Presidente da SGORJ, Vera Fonseca, a entidade tem o dever de integrar os servi-
ços de tocoginecologia do Estado. - Conhecendo as reais condições de trabalho de cada serviço, poderemos estimular a integração, como um grande mutirão, onde todos se ajudam. Não esqueceremos de cobrar do poder público melhorias nas condições de trabalho, pontuando as situações críticas, o que facilitaria sua execução - ressaltou. Após a aprovação da iniciativa pelos presentes, Vera Fonseca agradeceu o apoio de todos e solicitou aos Chefes que estimulem a ida ao Congresso Estadual da SGORJ, a ser realizado entre os dias 03 e 06 de junho. Para tanto, solicitou que não haja marcação de consultas ou cirurgias eletivas nestas datas, facilitando a ida dos médicos ao Congresso. A SGORJ agendará nova reunião em junho, após o Congresso.
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Artigo/Opinião
OPINIÃO DO ESPECIALISTA SGORJ - Como faz o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos (SOP)? Quais parâmetros considera? Mario Gáspare Giordano - A entidade foi descrita há mais de 200 anos e ainda hoje há dúvidas, incertezas que ensejam estudos e pesquisas, o que é muito salutar. A publicação de Irving Stein & Michael Leventhal, em 1935, deu ênfase à condição patológica e, desde então, surgiram muitas publicações e estudos. - Atualmente, com matizes e frequência variados, a SOP é caracterizada e diagnosticada quando presentes: 1. Hiperandrogenemia laboratorial ou clínica (hirsutismo, acne, oleosidade da pele); 2. Oligo-anovulação (oligoamenorréia); 3. Ovários policísticos à ultrassonografia ou outro exame. Há fenótipos variados dentre os citados acima. Ora há mais hiperandrogenismo ora oligoanovulação. No quadro clássico estão presentes as três características. - Mais importante do que qualquer exame subsidiário, a história clínica e o exame físico direcionarão o diagnóstico que poderá, e deverá, ser subsidiado por alguns exames complementares para diagnóstico diferencial com algumas outras entidades clínicas. - Na década de 70, Kahn et al. citaram a resistência insulínica (RI) associada à acantose nigricante como entidade relacionada à SOP. Em verdade, Achard & Thiers, em 1921, já haviam verificado a correlação entre hiperandrogenismo e hirsutismo em mulheres diabéticas (síndrome de Achard & Thiers – “diabete a femmes de barbe”). Não tinham ainda noção da influência da insulina no hiperandrogenismo. - A partir do estudo de Kahn et al. numerosas publicações mostraram que em várias mulheres com SOP (± 50%) havia também resistência insulínica. A insulina seria, então, nestas pacientes, o fator determinante do hiperandrogenismo. SGORJ - E nas pacientes em que não há hiperinsulinismo como explicar o quadro?
- O histórico familiar (genético) é relevante. No dizer de Kahsar-Miller, Azziz e outros, cerca de 35% das mães e 40% das irmãs das portadoras estão afetadas, o que sugere, fortemente, o perfil hereditário e genético.
MARIO GÁSP ARE GIORD ANO GÁSPARE GIORDANO Prof. Titular de Ginecologia da Universidade Feder al do Estado do Rio de Janeir ederal Janeiroo (UNIRIO)
Mario Gáspare Giordano - Acredita-se em fator genético determinante do hiperandrogenismo (ovários hiper- androgênicos fator definidor da síndrome). Cuidado, porém, em não rotular toda mulher com fenótipo semelhante à SOP como portadoras desta condição. Há entidades semelhantes muito mais graves: síndrome metabólica, hiperplasia adrenal congênita, adenomas hipofisários produtores de prolactina, distúrbios tireoidianos evidentes, síndrome de Cushing, tumores androgêniosecretantes e formas graves de resistência insulínica como a síndrome HAIR-AN. Para este grupo de doenças impõe-se o concurso de outros especialistas. SGORJ - Qual a etiopatogenia da SOP? Mario Gáspare Giordano - Além do que foi dito anteriormente, a origem do distúrbio é ainda incerta e nos parece multifatorial. Presente a hiperinsulinemia, a correlação é definida. Nos demais casos persistem muitas dúvidas. Não é de se admirar que anos decorridos das primeiras descrições ainda temos tantas dúvidas.
SGORJ - Quais as repercussões, a longo e curto prazo, da síndrome no organismo feminino, caso seja negligenciada? Mario Gáspare Giordano - Nos quadros leves e moderados de hiperandrogenismo, o acompanhamento clínico com esclarecimento da entidade, um ou outro suporte farmacológico eventual ou dietético, serão suficientes. Por que esta posição? Na vivência de muitos anos de prática clínica, verificamos a veracidade da afirmação de Elting: “o quadro clínico, neste grupo, melhora com o passar dos anos”. Por que? Com o passar dos anos escasseiam os folículos e, logicamente, a produção androgênica (ovários hiperandrogênicos). - Nos demais casos, os cuidados clínicos serão mais apurados. Com o hiperandrogenismo há dislipidemia, obesidade, hipertensão com os consequentes distúrbios cardiovasculares. Lógico que o concurso de outros especialistas é imperioso. - A curto prazo, em nossa área de atuação, o tratamento do hirsutismo, da acne, da alopécia, das alterações menstruais (não menosprezando o apoio de dermatologistas e outros) deverão ser considerados. SGORJ - Como trata as mulheres com SOP? Quais suas opções hormonais? Mario Gáspare Giordano - O tratamento para pacientes que não desejarem gravidez (repetimos, em nosso âmbito de atuação) deverá ser efetuado com uso de contraceptivos orais, isolados ou associados com outras drogas para controle do hirsutismo ou resistência insulínica, como, por exemplo, a espironolactona e metformina. Eventualmente a ciproterona isolada, fi-
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videz, impõe-se o uso de indutores da ovulação. O antigo e bom citrato de clomifeno ainda tem seu valor. Inicio a indução com 50mg do 3º ao 7º dia e monitoro a resposta com ultrassonografia. Não havendo resposta adequada (anovulação), aumento a dose para 100mg no mês seguinte. Uso no máximo 150mg/dia. Havendo resistência insulínica (alguns autores recomendam mesmo não havendo resistência insulínica) poderão ser empregados agentes sensibilizadores da ação da insulina. A metformina é o mais usado. O uso de gonadotrofinas poderá ser considerado desde que não haja resposta aos agentes anteriores. - Lembramos que a coagulação laparoscópica dos ovários (CLO) ominosamente incriminada, poderá ser cogitada na falha dos outros agentes. Lógico que não defendemos o uso do método de maneira indiscriminada. Os estudos de Gjonnäess mostram os benefícios. E mais. Estudos da biblioteca Cochrane (revisão sistemática com metanálise) mostram que a CLO apresenta resultados semelhantes ao uso de gonadotrofinas, com menores efeitos colaterais.
nasterida, flutamida e outras poderão ser cogitadas. Lembramos que há efeitos colaterais importantes com este último grupo de drogas e também efeitos teratogênicos, se surgir gravidez inesperada. - Tenho preferência por pílulas que contenham acetato de cirproterona (3mg), drospirenona (2mg) ou clormadinona (2mg). Há excelente efeito antiadrogênico com repercussões positivas na pele
(acne, seborréia e hirsutismo). Inicio o tratamento com anticoncepcionais que contenham 20mcg de etinilestradiol. Quando há irregularidade do ciclo menstrual (spottings) aumento a dose para 30 ou 35mcg. Exceção é feita quando opto pela ciproterona, presente em nossa indústria farmacêutica somente em associação com 35mcg de etinilestradiol. - Para as portadoras que desejarem gra-
SGORJ - O que acha da prescrição de metformina e sibutramina à mulheres com SOP? Mario Gáspare Giordano - A metformina é excelente droga que atua na hiperinsulinemia e auxilia no controle do peso. Habitualmente, inicio com 500mg a noite, passando a 500mg duas vezes ao dia e, dependendo de cada caso, até 1500-1700mg/dia. Acho que o maior efeito adverso é a intolerância referida por algumas pacientes (gástricas). Antes de prescrever metformina solicito avaliação hepática. A espironolactona pode ser usada na dose de 25mg ao dia com bons resultados no hiperandrogenismo não responsivo ao uso da pílula isolada. Presente a obesidade, além da dieta de emagrecimento (com resultados animadores em diversas situações) poderão ser usados fármacos para controle da obesidade como a sibutramina e outros. Sempre solicito parecer de colega endocrinologista para auxiliar na prescrição de sensibilizadores da insulina ou medicamentos para o auxílio na perda de peso.
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Artigo
GESTAÇÃO USO DE ANTICOAGULANTES
American College of Chest Physicians Clinical Practice Guideline in Venous Thromboembolism, Thrombophilia, Antithrombotic Therapy and Pregnancy (8th Edition)”. (Resumo) A gestação é entendida como um estado de hipercoagulabilidade transitório, secundário a alterações fisiológicas, determinada pelo aumento dos fatores pró-coagulantes, redução da atividade dos fatores anticoagulantes e pela estase venosa provocada pelo aumento da capacitância venosa, redução da competência valvular e pelo útero gravídico. A incidência de evento tromboembólico (TE) na gestação, que inclui a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP) é 0,2 a 2%, sendo 4 vezes maior do que nas mulheres em idade fértil não-gestantes. Sua ocorrência é elevada pela presença de alguns fatores de risco, especialmente cesariana, pré-eclâmpsia, evento tromboembólico prévio, obesidade, tabagismo, diabetes, multiparidade, imobilização prolongada e idade superior a 35 anos, com incidência cinco vezes maior no período puerperal quando comparada ao período gestacional. É muito importante que o tocoginecologista esteja apto a manejar de maneira adequada gestantes sobre risco de desenvolver eventos trom-
bóticos e aquelas que internam com complicações trombóticas frente ao risco potencial de evolução desfavorável, inclusive para óbito. 1. AGENTES ANTICOAGULANTES Warfarin O warfarin interfere na síntese hepática dos fatores de coagulação vitamina K dependentes. Importante lembrar que nos primeiros dias da terapia com esta droga pode-se ter um estado pró-coagulante, secundária à inibição mais rápida da síntese dos fatores anticoagulantes proteína C e S, com risco de desenvolvimento de complicações graves, como a necrose dérmica bolhosa hemorrágica. Portanto, deve-se iniciar seu uso após alcançar-se uma anticoagulação adequada com a heparina. Seu uso na gestação é limitado, tendo em vista seu baixo peso molecular, ultrapassando a barreira placentária, com risco de teratogenicidade no primeiro trimestre e possibilidade de causar sangramento fetal, especialmente no terceiro trimestre e pós-parto. Entre a 6ª e 12ª semanas de gestação, pode provocar abortos espontâneos e anormalidades nos ossos e cartilagens (embriopatia Warfarínica) – condromalácia punctata, epífises pontilhadas e hipoplasia nasal e dos membros. Durante qualquer estágio da gestação, seu uso parece estar associado a anormalidades no sistema nervoso central – atrofia ótica, microcefalia, retardo mental, agenesia de corpo caloso, espasticidade e hipotonia. Estas complicações parecem ser secundárias ao sangramento do sistema nervoso central quando warfarin é administrado no 2º e 3º trimestres. Por todos estes fatores, seu uso deve ser avaliado apenas para gestantes em uso prévio, que apresentam alto risco de desenvolvimento de eventos tromboembólicos (exemplo, uso de válvulas metáli-
cas) e apenas durante o 2º trimestre. É classificado como categoria S (segura) para uso em nutrizes. Heparina não-fracionada A heparina não-fracionada (HNF) é uma molécula de alto peso molecular que não atravessa a placenta e age inativando fatores da via intrínseca da cascata da coagulação, como os fatores XII, XI, IX, X e a trombina. Geralmente, as gestantes requerem doses mais altas de heparina. Quanto maior a idade gestacional, maior a dose necessária para alcançar o efeito anticoagulante desejado, seja na profilaxia ou terapêutica. O uso da HNF está relacionado a algumas complicações como a trombocitopenia que pode aparecer precocemente no início do tratamento e tem caráter transitório, não requerendo habitualmente suspensão da medicação. A trombocitopenia de aparecimento tardio parece ser IgG mediada, sendo necessária suspensão da administração do fármaco. Outros efeitos adversos associados ao seu uso são: sangramento e osteopenia (mais freqüentes com uso de doses altas por período de tempo prolongado – maior que 3 a 6 meses), justificando a suplementação de cálcio neste grupo de pacientes. Heparina de baixo peso molecular A heparina de baixo peso molecular (HBPM, a mais usada em nosso meio é a enoxaparina) apresenta algumas vantagens sobre a heparina nãofracionada, como maior segurança, maior biodisponibilidade, dada sua baixa ligação às proteínas plasmáticas, maior efetividade, ausência de necessidade de monitorização e menos efeitos adversos (sangramento e trombocitopenia e, possivelmente, osteopenia). É considerada a droga prefe-
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rencial durante a gestação. No entanto, alguns estudos em pacientes nãográvidas descreveram uma maior incidência de hematoma epidural associada uso de HBPM e cateter peridural. Por esta razão, alguns autores recomendam a substituição de HBPM por HNF duas semanas antes do parto e/ou a partir da 36ª semana de gestação. A monitorização de sua ação pode ser feita através da dosagem do anti-fator X ativado 4 horas após a sua administração inicial, e a cada 4 a 6 semanas. Este deve manter-se entre 0,6-1,0 UI/mL. 2. PROFILAXIA E TRA TAMENT O TRAT AMENTO ANTICOAGULANTE Profilaxia A profilaxia anteparto e pós-parto (até 4-6 semanas após o parto) está indicada nas seguintes situações: - Trombofilias hereditárias ou adquiridas altamente trombogênicas. - Trombofilias menos trombogênicas + forte história familiar de TE ou história pessoal de TE. Algumas situações requerem o uso de anticoagulação apenas no pós-parto, como: - Trombofilias hereditárias de baixo risco (fator V de Leiden heterozigoto, deficiência da proteína C e S, homocisteinemia). - TE anterior após fator de risco temporário (cirurgia, trauma, imobilização). - Múltiplos fatores de risco (cesariana + 1 fator de risco) até a deambulação (opção: meias compressivas ou botas de compressão pneumática). Neste caso, pode-se optar pelo uso de HBPM ou HNF, da seguinte forma: - Enoxaparina 40-60mg, via subctunânea (SC) 1x/d (manter anti-Xa 0,1-0,2U/ml), passando para 40mg SC 2x/d a partir da 28ª sem. Substituir por HNF 2
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semanas antes do parto ou realizar o parto 12hs após a última dose profilática. - Heparina não-fracionada: 5.000UI (SC) 2x/ d (manter nível de heparina 0,1-0,2U/ml ou antifator Xa 0,1-0,2U/ml 6hs após injeção). De forma mais prática, pode se optar pelo seguinte esquema terapêutico: 5.000UI 2x/d 1º trimestre, 7.500 2x/d 2º trimestre e 10.000 2x/d 3º trimestre. Doses maiores podem ser necessárias na presença de trombofilias de alto risco. 3. TRA TAMENT O TRAT AMENTO O tratamento da TVP pode ser feito com HNF ou HBPM subcutâneas: - Enoxaparina 1mg/Kg 12/12h SC. Substituir por HNF 2 semanas antes do parto ou realizar o parto 24hs após a última dose terapêutica. Não há necessidade de dosar o PTT. - Heparina não-fracionada 200-250UI/Kg (SC) 2x/d (@ 15.000-20.000UI 12/12hs). Lembrar que geralmente são necessárias doses mais altas de acordo com a idade gestacional. Sugerimos a dose de 15.000 8/8hs no 2º trimestre e 15.000 6/6hs ou 20.000 8/8hs no 3º trimestre. Manter PTT entre 1,5 e 2,5 (1ª medida 6hs após a dose inicial). Realizar o parto 12-24hs após a última dose terapêutica. Caso PTT > 1,5, neutralizar com Protamina (1mg/1.000UI heparina). No caso de TEP, prefere-se o uso de HNF em infusão venosa contínua, devido à maior gravidade e a maior facilidade de manejo: - Heparina não-fracionada 80U/Kg (@ 5.000UI) em bôlus e manutenção de 1822U/Kg/hora. Na prática, sugerimos fazer solução
com: Heparina 5 ml (25.000UI) + SG5% 245ml (solução 100UI/ml) e iniciar 10-14ml/h. Manter PTT (relação paciente/controle) entre 1,5 e 2,5. Ajustar velocidade da bomba, de acordo com o PTT (se < 1,5, aumentar 2 ml/h; se > 2,5, diminuir 2ml/h). Interromper infusão 6h antes do parto. Caso PTT > 1,5, neutralizar com Protamina (1mg/1.000UI heparina). Recomenda-se retomar a HBPM ou HNF 6hs após parto normal e 12hs após cesariana. Iniciar warfarin conjuntamente e manter a associação até que o INR esteja entre 2,0 e 3,0, para evitar seu efeito pró-trombótico inicial, quando então apenas o warfarin é mantido por 6 semanas, ou por 3 a 6 meses caso o fenômeno tromboembólico tenha ocorrido no último trimestre ou no puerpério. FRANCISCO EDSON DE LUCENA FEIT OS A FEITOS OSA Doutor em obstetrícia pela UNICAMP UNICAMP,, Coor denador da Residência em TTocoginecologia ocoginecologia Coordenador da Univ eder al do Ceará e Vice-Pr esidente da Univ.. FFeder ederal Vice-Presidente FEBRASGO - Região Nordeste EV A PA TRÍCIA OLIVEIRA EVA PATRÍCIA Médica do Serviço de Clínica Médica do Hospital do Andaraí GLÁUCIO MENDES PEREIRA Mestre em Saúde da Criança e da Mulher (IFF/FIOCRUZ)
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Informes
MOVIMENTO DE CONVÊNIOS MÉDICOS QUEREM CONSULTAS A R$52,00 E PARALISAM ATENDIMENTO POR GUIAS DA CASSI Em reunião da Assembleia de Convênios, no dia 4 de maio, na sede do CREMERJ, os médicos decidiram paralisar o atendimento por guias da Cassi/Banco do Brasil, cobrando diretamente dos pacientes R$ 42,00 a consulta, com recibo para reembolso. Também será praticada a CBHPM menos 17% para procedimentos. A operadora tem ameaçado os médicos de não pagamento da fatura, caso não a enviem de forma eletrônica. A TISS eletrônica ainda não é obrigatória. No final de 2008, o Conselho Regional de Medicina impetrou uma ação na Justiça e ganhou a liminar. A ANS, apesar de não ter recorrido em tempo hábil, conseguiu, através de instrumento jurídico, o direito de implantá-la, e o CREMERJ recorreu.
As Sociedades de Especialidades se comprometeram a mobilizar seus associados para aderirem ao movimento, fazendo contato telefônico, enviando e-mails e divulgando nos seus respectivos sites os resultados da assembleia. Até a data da Assembleia, Amil, Dix, Sul América, Petrobras e Vale do Rio Doce já tinham iniciado entendimentos com a COMSSU e pediram prazo até o final de maio para refazerem seus cálculos atuariais, antes de apresentarem suas propostas. Em relação à Unidas, o CREMERJ, a SOMERJ, a Central Médica de Convênios e as Sociedades de Especialidades manifestaram intenção de negociar separadamente com as empresas que compõem o grupo, tendo em vista que sua representatividade é falha.
APROVADO PROJETO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS A Câmara de Vereadores aprovou, em primeira discussão, o projeto das Organizações Sociais (OS), elaborado pela Casa Civil da Prefeitura do Rio. As emendas aprovadas excluíram, na área da saúde, os hospitais já existentes, com exceção do de Acari, cuja gestão já está entregue a uma ONG. Por sua vez, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Programa de Saúde da Família (PSF) foram mantidas no projeto. Com a aprovação do projeto, que não foi debatido com a população, nem com os médicos, e nem mesmo homologado pelo Conselho Municipal de Saúde, a Prefeitura transfere sua responsabilidade com a saúde, terceirizando para a iniciativa privada o controle de verbas e da gestão de unidades públicas de saúde. Além disso contraria a integração dos serviços e a implantação do SUS.
Eventos SGORJ XXXIII CONGRESSO DE G&O DO RIO DE JANEIRO 03 a 06 de junho de 2009 Centro de Convenções do Hotel Sofitel Copacabana - Rio de Janeiro - RJ Tels: (21) 2285-0892/ 2265-1525 E-mail: eventos@sgorj.org.br
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE MEDICINA FET AL FETAL 21 e 22 de agosto de 2009 Centro de Convenções do Windsor Barra Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ Tels. (21) 2285-0892 / 2265-1525 e-mail: eventos@sgorj.org.br
CONGRESSO DE GEST AÇÃO GESTAÇÃO TO RISCO ALT DE AL 17 e 18 de outubro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Flórida Flamengo – Rio de Janeiro – RJ Tels. (21) 2285-0892 / 2265-1525 e-mail: eventos@sgorj.org.br
EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA: UROGINECOLOGIA 04 de julho de 2009 Centro de Convenções Flex Center Catete - Rio de Janeiro – RJ Tels. (21) 2285-0892 / 2265-1525 e-mail: eventos@sgorj.org.br
CONGRESSO DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA DA SGORJ 25 e 26 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Flórida Flamengo – Rio de Janeiro – RJ Tels. (21) 2285-0892 / 2265-1525 e-mail: eventos@sgorj.org.br
EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA 2009 – ECOS DO 53º CBGO 28 de novembro de 2009 Centro de Convenções Flex Center Catete - Rio de Janeiro – RJ Tels. (21) 2285-0892 / 2265-1525 e-mail: eventos@sgorj.org.br
WORKSHOP - HEMORRAGIAS PUERPERAIS CLÍNICA PERINA TAL BARRA PERINAT Data: 30 de maio de 2009 Local: Anfiteatro da Perinatal Barra Inf.: (21) 3722-2000 ramal 2020 (Ester ou Tatiana) E-mail: centrodeestudos@perinatal.com.br
XXVII CONGRESSO BRASILEIRO DE PA TOL OGIA PAT OLOGIA 28 a 31 de outubro de 2009 Búzios - RJ Informações: (21) 2521-6905 E-mail: secretaria@congressodepatologia.com.br
Outros Eventos CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM HOMEOP ATIA HOMEOPA Escola Médica de Pós-Graduação da PUC Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro Informações: (21) 2206-1700 CENTRO DE ESTUDOS PERINA TAL 2009 PERINAT 22 de junho de 2009 Local: Anfiteatro da Perinatal Larajneiras Gestação Gemelar - Visão do Obstetra x Visão do Pediatra Horário: 20h - Palestrante: Dr. Renato Sá e Dra. Maria Elizabeth Lopes Moreira Inf.: (21) 2102-2300 ramais 2141/ 2142 (Cris) E-mail: centrodeestudos.perinatal@gmail.com
ATOL OGIA IV JORNAD A BRASILEIRA DE CIT OP OLOGIA JORNADA CITOP OPA NO RIO DE JANEIRO 15 de agosto de 2009 Hospital Naval Marcílio Dias - Rio de Janeiro Informações: www.portalsbc.com.br
53º CONGRESSO BRASILEIRO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 14 a 17 de novembro de 2009 Belo Horizonte - MG Informações: www.sogimig.org.br Tels: (31) 3222-6599