Sgs global 17

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revista do Grupo SGS Portugal # Março 2006 • ano 6 • nº 17 código de integridade e conduta profissional do Grupo entrevista a Jean Pierre Mean, CCO SGS 4 life aposta na vida de todos nós certificação florestal para bem gerir a floresta NP EN ISO 22000 SGS já certificou empresas portuguesas somague com gestão sustentável

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ética


> ANA PINA TEIXEIRA administradora executiva da SGS Portugal

Através do nosso Código de Integridade e Conduta Profissional, apresentado pelo Chief Compliance Officer do Grupo SGS, os profissionais da SGS têm uma referência universal a todas as afiliadas.

Ética e Integridade A Ética e a Integridade são valores basilares da conduta em sociedade. No meio empresarial constituem o alicerce de um acordo implícito que a negociação é efectuada de forma transparente e honesta e, em todas as relações em geral, são fundamentais para a existência de uma relação pacífica, de confiança e estável. Nesta edição da SGS Global analisámos algumas das vertentes em que os valores da Ética e da Integridade podem ser percepcionados, analisados e aplicados. Para tal, contámos com um ilustre leque de convidados, entre os quais Carlos Magno, jornalista acima de tudo; o Professor Alexandre Quintanilha, director do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, e José Matos Correia, presidente da Comissão Parlamentar de Ética. Também no Grupo SGS a Ética e a Integridade fazem parte do nosso ADN. Através do nosso Código de Integridade e Conduta Profissional, apresentado por Jean Pierre Mean, Chief Compliance Officer do Grupo SGS, e por Rui Pereira, director de Recursos Humanos da SGS Portugal, os profissionais da SGS têm uma referência universal a todas as afiliadas. De facto, independentemente da sua localização geográfica, as relações com todos os parceiros do Grupo são regidas por um padrão global e único, que assegura uma orientação clara de idoneidade e conduta irrepreensível. A Sustentabilidade continua a ocupar grande parte do nosso espaço editorial e a direccionar os nossos esforços. Foi lançado em finais de 2005 o projecto 4 Life - Desenvolvimento Sustentável na SGS que irá levar, em 2008, à publicação do nosso 1º Relatório de Sustentabilidade. Este projecto, bem como o Relatório, deverão reflectir o nosso empenho, o nosso espírito de equipa e as nossas responsabilidades económicas, ambientais e sociais. A nível de serviços, a Verificação de Relatórios de Sustentabilidade representa uma ferramenta flexível capaz de responder às necessidades diferentes de cada Organização e a certificação apresenta-se como a melhor forma de garantir a sustentabilidade da nossa floresta. Outra temática que se mantém estratégica para a SGS é a Segurança Alimentar. Assim, temos a honra de apresentar entrevistas a responsáveis de duas instituições essenciais neste âmbito: António Nunes, presidente da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica, e Anne-Laure Gassin, directora de comunicação da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar. Ainda a propósito da recente Norma para a Qualidade e Segurança Alimentar - a ISO 22000 -, a SGS recebeu cerca de 150 empresas do Sector Alimentar e actividades adjacentes, bem como o representante da ASAE, num evento em que as questões da Segurança Alimentar foram discutidas. Em nota de fecho, permitam-me uma última perspectiva sobre a Ética: o saudoso Agostinho da Silva, fala na “ética da compreensão, em que apela à tentativa de que se tente compreender e ver «o outro» lado, antes de se estigmatizar ou condenar” (Helena M. Briosa e Mota in “ Cidadania e Educação: sonho e realidades. Agostinho da Silva, um percursor exemplar, em Portugal e no Brasil, de uma efectiva educação para a cidadania”). > FICHA TÉCNICA Propriedade SGS Portugal – Pólo Tecnológico de Lisboa, Lote 6, Pisos 0 e 1, 1600-546 Lisboa (www.pt.sgs.com) Tel 217 104 200 Fax 217 157 520 Direcção Paulo Gomes Redacção, Design e Produção Gráfica Editando, Edição e Comunicação (www.editando.pt) Fotografia Bruno Barata, Photos.Com, SGS Image Bank Impressão IDG-Imagem Digital Gráfica, Lda Distribuição Gratuita

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A ética das notícias

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ermitam-me que comece por um lugar comum: A ética é uma estética. Parece um jogo de palavras mas não é. A ética pressupõe, de facto, uma estética e não há imagem pessoal ou corporativa que resista à ética social ou empresarial de uma marca. Baralhei propositadamente os conceitos de corporação, marca e empresa para poder misturar a ética e a estética no mesmo coqueteil de palavras que me permitam agora desconstruir imagens feitas pelos alquimistas do marketing. Quero com isto dizer que é possível projectar uma boa imagem de uma má empresa, mas o seu produto final transportará sempre consigo uma espécie de pecado original que o mercado se encarregará fatalmente de transformar num erro capital. Tal como é possível só revelar públicas virtudes de pessoas com mais vícios privados, mas não será possível enganar toda a gente ao mesmo tempo. Há um prazo de validade para a falta de ética e nenhum

produto se demarca eternamente da sua estrutura genética. A alma das coisas cola-se à qualidade dos produtos, serviços e mercadorias. Tal como o design representa o espírito da forma, também a ética se reflecte na estética dos objectos ou imagens que consumimos. O próprio espírito do tempo se encarrega de encurtar ou prolongar esse prazo de validade pelas velhas leis da física, que regulam a resistência dos materiais. Chegados a este ponto da reflexão, permitam-me que regresse ao ponto de partida: O que é a ética nesta sociedade da informação em que vivemos sob o império do efémero numa civilização da imagem?

“A ética de uma sociedade depende da estética dos seus cidadãos e, sobretudo, da superioridade moral dos seus líderes.”


A ética é precisamente a energia que se acumula como se cada pessoa ou cada empresa fosse uma bateria alimentada pela sua própria dinâmica. Uma energia que se transmite aos outros pelo contacto directo, mas que volta sempre devolvida ao sujeito energético como mais-valia pessoal e intransmissível. Quanto mais se dá, mais se acumula. Não se gasta, reproduz-se. É um processo multiplicador automático. A ética é um valor imaterial que se recria sempre que se manifesta e que se propaga por contágio. A ética de uma sociedade depende da estética dos seus cidadãos e, sobretudo, da superioridade moral dos seus líderes. Não. Não estou a falar da superioridade moral no sentido moralista. É obvio que todos os homens têm defeitos e só não falha quem nada faz. Quando falo de superioridade moral quero dizer autoridade estética para manifestar a ética. Feio não é falhar mas sim fingir que se acertou. «Errar é humano, persistir no erro é jornalismo», costuma dizer-se na minha profissão quando se utiliza a ironia com sentido crítico. De facto, muitas das tendências mais maléficas de uma sociedade são induzidas e multiplicadas pelo seu próprio sistema mediático. Erros de comunicação, deficiente formatação das mensagens, falta de clareza na informação e ruído nas notícias são exemplos práticos de problemas estéticos que se traduzem geralmente em falhas éticas nesta nobre profissão de transformar a realidade em actualidade. Mas não vou falar de jornalismo neste artigo em que me pediram para abordar a questão da ética na política, na economia, nas empresas e na sociedade. Só toquei a questão mediática porque grande parte dos valores passa hoje pelas páginas dos jornais, as ondas das rádios e, sobretudo, pelas imagens das televisões. O espaço mediático funciona hoje com lógicas muito pró-

prias, tendo em conta critérios de actualidade e valores-notícia muito discutíveis. Estamos numa fase de transição em que o velho paradigma “good news, no news” não encontrou ainda um sucedâneo mais optimista e, sobretudo, mais ético. Porque, numa sociedade com tantas tragédias como as que vivemos hoje em dia, não encontrámos ainda critérios editoriais suficientemente mobilizadores para os aspectos redentores que geralmente o género humano descobre no meio da catástrofe. A ética pressupõe um forte sentido crítico, mas é preciso ser justo com as fraquezas humanas. É preciso ser exigente, mas não intolerante. Rigoroso, mas não fundamentalista. Há que assumir os factos com todas as circunstâncias que os condicionaram. E isso não é fácil porque a verdade é uma velha mentira que nunca ninguém descobriu. Não se exige ao jornalista que chegue à verdade. Pede-se-lhe que tente honestamente encontrá-la. Infelizmente, muitos jornalistas continuam a lavar as mãos como Pilatos quando se lhes pergunta o que é a verdade afinal. Mas não quero fugir à questão da ética na economia, nas sociedades e na política. Acho que dominam hoje diferentes conceitos de ética nestes diferentes sectores da nossa vida pública. Fiz esta reflexão há dez anos no semanário Expresso interrogando-me sobre uma matéria que ainda hoje considero escaldante. Tratava-se de uma simples notícia sobre um negócio qualquer. E já nessa altura eu sublinhava que essa notícia podia ter diferentes destinos e consequências. Se fosse tratada nas páginas da Política podia ser um caso de corrupção. Se fosse parar ao Nacional seria abordada como um caso de escândalo público. Mas se fosse tratada no caderno de Economia teria provavelmente o enfoque de um golpe de génio empresarial ou de fabuloso acto de gestão. Tudo isto no mesmo jornal, com o mesmo director e com o mesmo estatuto editorial. Por isso é que eu pergunto o que é a ética? E faço a pergunta numa perspectiva editorial porque sou jornalista e não sei olhar o mundo de outra maneira.

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Há um prazo de validade para a falta de ética “ e nenhum produto se demarca eternamente da sua estrutura genética. A alma das coisas cola-se à qualidade dos produtos, serviços e mercadorias. Tal como o design representa o espírito da forma, também a ética se reflecte na estética dos objectos ou imagens que consumimos.” Carlos Magno, Jornalista

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Quem o diz...


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A ciência os OGM e a ética

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Há cerca de 30 anos, o Homem descobriu a possibilidade de tirar um gene de um ser vivo e colocá-lo noutro ser vivo, de forma selectiva e precisa. Apesar da evolução da técnica, muito mais exacta e controlada hoje em dia, a controvérsia à volta dos OGM mantém-se na actualidade. Por razões éticas?

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rovocar alterações genéticas em plantas e animais deixou de ser prerrogativa exclusiva da natureza há muito tempo. Basicamente, desde que existe agricultura que o homem tenta por todos os meios ao seu alcance misturar espécies de plantas para conseguir sementes que dêem origem a outras plantas mais resistentes a pragas ou a plantas de melhor qualidade alimentar ou como matéria-prima. O mesmo acontece com o cruzamento de espécies animais. Nos anos 70 do século XX, a Ciência descobriu que é possível dominar a tecnologia do processo de modificação genética em seres vivos: retira-se o gene X da planta ou do animal T e coloca-se na planta H com a esperança de criar uma nova proteína, em função do objectivo pretendido (aumentar a resistência da planta a certas doenças, melhorar o valor nutricional, etc.). Ao 'novo ser' que resulta desta operação chama-se Organismo Geneticamente Modificado. Apesar da evolução da ciência nesta área, há duas importantes questões que se mantêm actuais quando se fala de Organismos Geneticamente Modificados e, consequentemente, de alimentos geneticamente modificados: as plantas geneticamente modificadas têm efeitos nocivos para a saúde humana? E no ambiente em que são cultivadas? “Até hoje ainda não foi publicado qualquer estudo credível que evidencie que a engenharia genética aplicada a plantas tem qualquer efeito sobre a saúde humana. E, note-se, há uma experiência de quase 30 anos neste domínio. Há mui-

ta gente com medo a usar o argumento das possíveis consequências nocivas, mas a realidade é que há milhares e milhares de pessoas a alimentarem-se com produtos feitos à base de plantas geneticamente modificadas pelo mundo fora e, até hoje, não se verificou qualquer evidência credível de que os OGM tenham efeitos nocivos sobre a saúde humana. Contudo, já não é assim em relação aos efeitos sobre o meio ambiente. Não conheço em detalhe mas sei que foram publicados estudos que evidenciam que para cada tipo de alteração genética há um efeito sobre o meio ambiente onde a espécie é cultivada. Pelo menos num tipo de espécie, creio, o efeito evidenciado foi negativo”, explica Alexandre Quintanilha, professor, investigador e director do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto (IBMC, Porto). No entender deste cientista, a maior parte dos argumentos usados contra os OGM não tem grande relevância, ou antes, não traz em si mesma nada de novo nem contribui para responder às questões que realmente importam. “Desde que o homem descobriu a agricultura, há seis mil anos, que faz engenharia genética, que cruza animais para obter melhores espécimes (mais fortes) e que cruza plantas para obter espécies com maior resistência a pragas e com melhor qualidade, para daí retirar maior benefício económico (melhores colheitas, melhores frutos, melhores vendas); que regista as novas plantas, para daí retirar vantagens económicas face a outros que as não têm. Os interesses económicos,


as patentes, sempre estiveram ligados à Agricultura e considero muito grave, por exemplo, que os defensores da agricultura biológica dêem a entender que nesse tipo de agricultura não há interesses económicos, pois isso não é verdade”. De facto, sustenta, o único argumento sério e que deve fazer pensar a comunidade é o da incapacidade do Homem para controlar os mecanismos de adaptação das espécies. “Os processos/mecanismos de adaptação genética das espécies são muito pouco controláveis. Contudo, essa é uma realidade que acontece na Natureza, não é exclusiva das plantas nem dos animais geneticamente modificados. Todos os seres vivos evoluem, adaptam-se às toxinas (e não estamos a falar de insecticidas), criam defesas para se protegerem. Qualquer planta que ingerimos contém naturalmente toxinas que foram evoluindo ao longo do tempo para a defender das pragas existentes. Felizmente, essas toxinas encontram-se em concentrações tão reduzidas que não são prejudiciais para a saúde humanas, mas, se calhar, são suficientes para que certos insectos não as comam. Considero que este argumento é sério e o que põe em causa é tão relevante para a engenharia genética como o é para a actuação da Natureza, sem qualquer intervenção humana”.

Controvérsias: a culpa é dos cientistas e das empresas No entender de Alexandre Quintanilha, a “culpa” de muitos dos medos que alimentam as controvérsias à volta dos OGM é dos cientistas e das empresas que fazem a investigação e produção de plantas geneticamente modificadas. Os primeiros, “por passarem sistematicamente a mensagem de que o DNA é a “alma”, a “essência”, dos seres vivos. “Dá-me a conhecer o teu DNA e dir-te-ei quem és”, o que é um absurdo. É tão errado acreditar que a genética é o que define o ser vivo, nomeadamente o ser humano, como acreditar somente que a pessoa é fruto da educação e do ambiente em que é criada. O DNA é uma molécula, uma substância química que tem genes, e muitos desses genes são iguais em todos os seres vivos (da levedura ao ser humano). Enquanto as pessoas não perceberem isto de uma forma consciente, continuarão a encarar o “mexe-se no DNA” quase como se se estivesse a mexer na essência daquele ser vivo. O que não é verdade, repito!

Por outro lado, creio que as empresas que fazem engenharia genética não têm sido muito inteligentes nas suas estratégias. Nem muito inovadoras, sequer. A maior parte da engenharia genética que tem sido feita tem por objectivo conseguir que determinada planta tenha maior resistência a doenças/pragas, com excepção do chamado arroz dourado. Se, em vez da resistência às pragas e insecticidas, as empresas tivessem começado por produzir OGM com maior valor nutricional para o ser humano, por exemplo, muito provavelmente não existiria tanta discussão à volta do assunto”.

Ética e ciência Na perspectiva de Alexandre Quintanilha, “há pelo menos duas formas de pensar no interface entre ética e ciência. Uma diz respeito à ética de fazer ciência, isto é, aos valores que devem estar subjacentes ao comportamento do profissional da ciência, valores como a honestidade, a integridade e o respeito pela verdade. Depois, há outra vertente, e que tem que ver com as seguintes questões: será que toda a aplicação científica é ética? Será que todas as descobertas da ciência podem ser desenvolvidas? Será que todo o conhecimento deve ser utilizado? Por exemplo, dominamos o conhecimento dos OGM mas deve esse conhecimento ser desenvolvido? Com que fim? Em Ciência aprendemos rapidamente que a maior parte das coisas que são intuitivas para nós estão erradas (o Sol não gira à volta da terra; mas a Lua gira). Na ética há muito de intuição e não há formas de comprovar que certas ideias são melhores do que outras. A ética impõe limites, diz-nos que há certas coisas que podiam ser feitas mas que não deverão ser feitas. Pessoalmente, tenho sempre muitas dúvidas em relação à ética normativa ou religiosa. Sofro dos problemas que o Existencialismo coloca, por isso, para mim, a ética tem muito que ver com o processo de aprendizagem ao longo da vida, com a forma como olhamos e questionamos os nossos valores cada vez que somos confrontados com os dilemas e com os dramas que vamos vivendo. É nessas situações que aprendemos quais são realmente os valores importantes. A ciência pode dar origem a coisas maravilhosas e a coisas monstruosas. Para mim, a ética na ciência está relacionada com os objectivos com que a ciência é feita e com o uso que se lhe dá. É isso que é importante. Vamos dizer que a electricidade não é uma coisa boa porque há países que usam a cadeira eléctrica para matar pessoas?”

A ética tem muito que ver com o processo de “aprendizagem ao longo da vida, com a forma como olhamos e questionamos os nossos valores cada vez que somos confrontados com os dilemas e com os dramas que vamos vivendo”. Alexandre Quintanilha Director do IBMC, Porto

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Ética na política Comissão Parlamentar de Ética da Assembleia da República “Tem de haver ética na política e, sobretudo, os políticos devem ter um comportamento ético exemplar”, sublinha José de Matos Correia, deputado e presidente da Comissão Parlamentar de Ética da Assembleia da República.

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o interesse público ou susceptíveis de criar conflitos de interesses entre as funções que desempenham como representantes do Povo e as funções que desempenham na sua actividade privada.

Fiscalizar o cumprimento do estatuto pessoal dos deputados O papel fiscalizador da Comissão começa com a verificação da declaração de Registo de Interesses que cada deputado é obrigado a entregar no início de cada Legislatura ou quando inicia o seu mandato. Esta declaração, como o nome indica, contém o registo da situação pessoal (actividades que desenvolve a título privado), patrimonial e financeira de cada deputado (propriedades imóveis e móveis, participações Bruno Barata

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um Estado de Direito democrático, o exercício da representação popular exige a total autonomia, independência e transparência no desempenho das funções durante os mandatos para que os representantes do Povo são eleitos. São estes os princípios que a Constituição e a Lei salvaguardam ao estabelecerem o conjunto de direitos e obrigações que regem o Estatuto do Deputado à Assembleia da República. “Ninguém é deputado por direito próprio. Os deputados da Assembleia da República (AR) são eleitos e representam os eleitores. Isso significa que para poder responder e cumprir integralmente o mandato que lhe foi conferido, cada deputado deve ter um comportamento exemplar no plano político e no plano ético. E estando sujeitos ao escrutínio público como estão, maior a responsabilidade, maior a preocupação, não só em ter como em dar o exemplo de comportamento ético”, sublinha o presidente da Comissão Parlamentar de Ética da Assembleia da República. Esta Comissão foi criada há pouco mais de 10 anos e tem por missão fiscalizar e verificar todos os aspectos relacionados com o Estatuto pessoal do Deputado no exercício do seu mandato, com o garantir de que o mandato de deputado é exercido tal como a Constituição e a Lei estabelecem. “Como é do domínio público, o exercício do mandato de um deputado não obriga à exclusividade, independentemente de o deputado o querer exercer em regime de exclusividade. Mas o legislador entendeu por necessário legislar no sentido de estabelecer limites que garantam que a função de deputado é exercida com a plena autonomia e independência que a representação popular exige e, simultaneamente, com a transparência e garantia de que não há qualquer conflito de interesses entre esse exercício e o desempenho de outra qualquer actividade que o deputado tenha”, explica José de Matos Correia. Razões pelas quais o Estatuto do Deputado estipula que os deputados não podem exercer determinados cargos, não podem deter certo tipo de participações no capital social de empresas fornecedoras do Estado, entre outros, ou, ainda, que não podem praticar actos que sejam incompatíveis com

José de Matos Correia, Presidente da Comissão Parlamentar de Ética


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sociais, fundos de investimentos/acções, rendimentos auferidos no ano anterior, etc.). “O trabalho da Comissão neste domínio, mais precisamente do grupo de trabalho que foi constituído para o efeito, é verificar se todas as informações elencadas no Registo de Interesses de cada deputado são compatíveis com o que a Lei estabelece. Quando surgem dúvidas, a Comissão pede ao deputado esclarecimentos e, se detectar alguma incompatibilidade, informa-o de que não é possível, por exemplo, acumular o exercício de determinado cargo com a função de deputado”, esclarece o presidente da Comissão. A maior parte do trabalho da Comissão de Ética, porém, diz respeito à relação entre a Assembleia da República e os Tribunais. É que os deputados gozam de imunidade perante o poder judicial (não podem ser detidos, presos ou interrogados sem autorização da AR), estatuto que decorre do princípio da independência entre órgãos de soberania, previsto na Constituição, e determina que qualquer pedido judicial relativamente a um deputado tenha de ser objecto de uma deliberação pelo Plenário da AR. A esmagadora maioria dos pedidos de tribunais referem-se à prestação de depoimentos como testemunhas em processos judiciais, sendo muito menos frequentes os pedidos destinados à constituição de deputados como arguidos. Neste âmbito, compete à Comissão instruir cada processo, elaborar um relatório onde emite a sua decisão (positiva ou negativa face ao pedido) e enviá-lo para o Plenário para ser apreciado e votado. Segundo José de Matos Correia, em exercício de funções como presidente há pouco mais de oito meses, o Plenário segue, na sua decisão, a recomendação da Comissão. O restante trabalho da Comissão tem que ver com a emissão de relatórios/pareceres que se prendem com hipotéticas ou eventuais incompatibilidades dos deputados. Muitas são suscitadas, preventivamente, pelos próprios deputados, que, antes de aceitarem cargos, por exemplo, têm a preocupação de pedir à Comissão que emita um parecer sobre a compatibilidade entre o exercício daquele cargo e o exercício da função de deputado. Outras vezes ocorrem circunstâncias em que a situação de um deputado é apresentada “a posteriori” e a Comissão averigua então da compatibilidade da situação descrita. “A ética, antes de mais, depende de cada um e da responsabilidade que cada um dos deputados coloca no exercício do mandato que lhe é conferido pelos eleitores. Não há um código de ética que regule a actuação dos deputados, mas há um conjunto de limitações que a lei impõe à actuação dos deputados, limitações essas que têm subjacentes razões de ordem ética e de respeito pelos princípios da independência e autonomia das funções no exercício do mandato de representação. E é do próprio interesse dos deputados que não subsista a mais pequena dúvida de que estão a exercer os respectivos mandatos de acordo com o interesse público”, conclui o presidente da Comissão Parlamentar de Ética.

Composição da Comissão Parlamentar de Ética José de Matos Correia/PSD (Presidente) Isabel Jorge/PS (Vice-presidente) Jorge Machado/PCP (Secretário) António Carlos Monteiro/CDS-PP (Secretário) Alberto Arons de Carvalho/PS Ana Catarina Mendonça Mendes/PS Armando França/PS Cláudia Couto Vieira/PS Costa Amorim/PS João Serrano/PS Nuno Sá/PS Teresa Diniz/PS Vítor Pereira/PS Feliciano Barreiras Duarte/PSD Fernando Antunes/PSD Luís Rodrigues/PSD Rui Gomes da Silva/PSD Bernardo Soares/PCP Pedro Mota Soares/CDS-PP Luís Fazenda/BE


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Integridade Ditando o rumo do Grupo SGS Enquanto a“SGS for reconhecida como uma organização íntegra, atrairá os clientes que necessitam de obter todas as garantias de profissionalismo e idoneidade por parte dos seus fornecedores. E esses negócios têm mais qualidade do que os negócios minados pela falta de integridade”, sustenta Jean Pierre Mean, Chief Compliance Officer do Grupo SGS.

Porque é importante para o Grupo SGS ter um Código de Integridade e Conduta Profissional? O Código de Integridade e Conduta Profissional é particularmente importante devido à natureza dos nossos serviços. Se uma empresa fabrica, por exemplo, turbinas, a falta de integridade não afecta directa e necessariamente a qualidade das turbinas, não há um elo de ligação directo entre a engenharia inerente à produção das turbinas e uma conduta desonesta. No caso da SGS a situação é diferente. O nosso produto base é o certificado, isto é, emitimos uma declaração em que o cliente deve poder confiar. Se falta integridade à SGS, o valor do certificado emitido é directamente afectado, pois é menos provável alguém confiar no valor da declaração de uma pessoa ou organização desonesta.


Quais são os principais valores e princípios estabelecidos no Código de Integridade e Conduta Profissional e que, supomos, sejam os mesmos que suportam a actuação e liderança da SGS no mercado há mais de 100 anos? Os valores que suportam a liderança da SGS são a confiança, a honestidade e a imparcialidade, aliados às características dos nossos colaboradores: responsabilidade, motivação e elevados padrões éticos. Quais são os benefícios ou vantagens que decorrem da existência e cumprimento deste Código por parte de todos os colaboradores da SGS espalhados pelo mundo? Uma organização global como a SGS requer um padrão global. É confuso e mau para a Administração gerir e tomar decisões em função de diferentes padrões, dependendo do país e das circunstâncias. Mesmo dois padrões já são demais. A Administração deve dar uma orientação clara de qual é o padrão de comportamento e certificar-se de que é aplicado em todo o Grupo. E esse padrão, obviamente, só pode ser o mais elevado. Aderir a um padrão elevado de integridade pode significar a perda de alguns negócios a curto prazo em determinados locais. Contudo, se a SGS for reconhecida como uma organização íntegra, atrairá os clientes que necessitam de obter todas as garantias de profissionalismo e idoneidade por parte dos seus fornecedores. E esses negócios têm mais qualidade do que os negócios minados pela falta de integridade. Os clientes que procuram uma organização íntegra, em detrimento de outra que esteja disposta a quebrar os seus princípios, são, provavelmente, aqueles que honram todos os seus compromissos. Pelo contrário, ganhar um contrato delapidando a ética profissional poderá ser fácil mas não é, certamente, a postura da SGS. Quais são as suas prioridades como Chief Compliance Officer? Nesta fase em que nos encontramos, as minhas prioridades são difundir tanto o conhecimento do Código entre todos os colaboradores da SGS, como o das normas de imple-

mentação por parte dos responsáveis da Gestão. Paralelamente fornecer orientações, designadamente através da publicação das questões mais frequentes (FAQ's), aconselhamento e informação sobre decisões tomadas (em que não são fornecidos pormenores que possibilitem a identificação das partes envolvidas), bem como conduzir as investigações de uma forma justa e eficiente. É muito solicitado para esclarecer dúvidas de interpretação das regras do Código ou de comportamentos a adoptar? Que dúvidas são mais frequentes? Há cerca de dois a três pedidos desse género por mês. As perguntas mais frequentes estão relacionadas com conflitos de interesses e integridade dos serviços. Recebe muitas queixas relativas ao não cumprimento do Código? E por que meios? Recebemos entre 5 a 10 queixas por mês, a maior parte das quais enviadas por e-mail para o endereço criado para o efeito (compliance@sgs.com). Os telefonemas são uma excepção. Porém, uma larga maioria das queixas (80 a 90%) na realidade não estão relacionadas com a violação das normas do Código, apesar de serem apresentadas como tal. Dessas, muitas são questões puramente pessoais. Outro grupo é o das queixas enviadas por clientes sobre questões comerciais e que não têm qualquer implicação com a falta de integridade. Um terceiro grupo é o das reivindicações sem fundamento, feitas em termos gerais e sem mencionarem qualquer facto em particular. Contudo, há uma pequena minoria de queixas que vale a pena investigar.

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O Código está traduzido em 28 línguas Como é que a SGS assegura que todos os colaboradores conhecem e compreendem as regras do Código? A primeira coisa que fizemos para tornar o código acessível a todos os colaboradores foi traduzi-lo para 28 línguas. Em seguida, desenvolvemos um programa de e-learning, com cerca de uma hora de duração, para todos os colaboradores com acesso à internet (cerca de metade dos colaboradores do Grupo) e que dominem uma das línguas em

que suportam a liderança “daOsSGSvalores são a confiança, a honestidade e a imparcialidade, aliados às características dos nossos colaboradores: responsabilidade, motivação e elevados padrões éticos.” Quem o diz...

DR

Jean Pierre Mean, Chief Compliance Officer do Grupo SGS


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que o programa foi concebido (Inglês, Francês, Espanhol e Chinês). Complementarmente, todos os supervisores e directores do Grupo têm de ministrar anualmente acções de formação aos colaboradores sob sua responsabilidade para actualizarem os seus conhecimentos sobre o Código de Integridade. Como é que funciona o programa e-learning? Quais são os seus objectivos? Os colaboradores do Grupo são convidados a dedicar algum tempo a completar o programa de formação e-learning em uma ou mais sessões. O programa é composto por seis módulos, incluindo a introdução e um questionário. Os módulos incluem uma revisão do Código e mini cenários que reflectem a implementação das regras no dia a dia dos negócios. Este programa foi concebido especificamente para a SGS, pelo que os seus conteúdos reflectem a realidade da SGS. O questionário final, para além de ser um instrumento de avaliação dos colaboradores, é, principalmente, uma ferramenta que lhes per-

mite testarem os seus conhecimentos e que possibilita à gestão perceber o nível de compreensão global do Código. Contudo, os colaboradores são encorajados a repetir o questionário até conseguirem obter bom resultado. Quais são as consequências do não cumprimento do Código, tanto para os colaboradores como para a SGS? As violações não têm todas o mesmo grau de gravidade. Deste modo, as consequências para um colaborador incumpridor podem ir da reprimenda e admoestação, à suspensão do contrato de trabalho ou mesmo ao despedimento. Em casos mais graves podemos,inclusivé, apresentar queixa-crime junto das autoridades competentes, embora até ao momento tal ainda não tenha acontecido. Para a SGS, a violação pode, em certos casos, dar origem a processos judiciais ou à sua inclusão nas 'listas negras' de organizações nacionais e internacionais. Mas, provavelmente, a consequência mais importante é a mancha na sua reputação e a exposição mediática.

Fundamentos da Integridade da SGS

Órgãos da SGS responsáveis pela implementação do Código

Os fundamentos da Integridade da SGS baseiam-se em cinco valores, seis princípios e em 10 regras, as quais constituem o Código de Integridade e Conduta Profissional.

Professional Conduct Commitee Composto pelos Presidente (Chairman of the Board), Administrador Executivo (CEO), Chief Compliance Officer e por um ou mais indivíduos não pertencentes ao Grupo e designados pelo Conselho de Administração. Senior Managers Os COO (Membros do Operations Council), os MD (Managing Directors - Administradores Delegados com responsabilidade de gestão normalmente de 1 país). Chief Compliance Officer É responsável pela coordenação da implementação do Código, pelo seu cumprimento e apoia esclarecendo dúvidas suscitadas pelo mesmo. Heads of Human Resources / Managing Directors Directores de Recursos Humanos e Administradores Delegados Executive Vice Presidents Directores Executivos nomeados pela sede Internal Audit Function Auditoria Interna Corporate Security Department Departamento de Segurança do Grupo

Valores n

Motivação Princípios n Confiança n Honestidade n Responsabilidade n

Princípios n

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Nunca faça algo que saiba ou pressinta que possa ser, de algum modo, ilegal ou pouco ético. Nunca use quaisquer bens da Empresa para seu benefício pessoal. Não se comprometa com nenhuma transacção ou negócio que não tenha uma genuína e legitima finalidade comercial. Interrogue-se sempre sobre se qualquer transacção ou prática comercial resistiria ao escrutínio público caso fosse exposta publicamente. Nunca faça nada que alguma vez exija de si faltar à verdade. Procure aconselhamento sempre que sentir dúvidas.

Colaboradores abrangidos pela formação em Ética Acção de Formação para Gestores Seniores 250 Formação de Formadores 67 Directores / Coordenadores 2.500 - 3.000 Restantes Colaboradores 42.000


Bruno Barata

Integridade independência e honestidade Rui Pereira Director de Recursos Humanos da SGS Portugal

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BC é uma companhia internacional de transportes marítimos. Os seus principais carregamentos são crude e produtos petroquímicos. Pela natureza e periculosidade destes carregamentos, ABC é obrigada, em várias circunstâncias, a apresentar certificados de conformidade relacionada com normas de segurança. No decurso de uma inspecção, a SGS verificou algumas não conformidades e recusou-se a emitir os respectivos certificados. Perante o risco de poder perder a licença para operar naquela localidade, ABC solicitou à SGS para prosseguir com a emissão dos certificados necessários, comprometendo-se a corrigir as faltas identificadas. A SGS poderá emitir os certificados nestas circunstâncias? A situação apresentada é um exemplo do tipo de exercícios práticos a que todos os colaboradores da SGS a nível mundial têm de dar resposta no decorrer das acções de formação que, obrigatoriamente, frequentam, no âmbito do programa de implementação do Código de Integridade e Conduta Profissional da SGS. No caso, como explica Rui Pereira, director de Recursos Humanos da SGS Portugal e coordenador do programa de implementação do Código a nível nacional, a resposta é óbvia: “Não poderíamos emitir os certificados. Estes devem ser precisos, específicos e devem incluir toda e qualquer informação relevante. Não é permitido aos clientes influenciar a emissão ou o conteúdo dos certificados”. A integridade, a independência e a honestidade são valores intrínsecos do Grupo SGS, quer nas relações entre colaboradores quer, igualmente, nas relações com terceiros, sejam clientes, fornecedores, intermediários, consultores, etc.. Como afirma o director de Recursos Humanos, “uma das razões, talvez a mais importante, que nos leva a manter a liderança ao fim de 128 anos de actividade é precisamente a postura ética, íntegra e transparente que pauta a nossa actuação com todas as partes interessadas. São os valores que, numa abordagem sistémica, levam umas empresas a prevalecer em detrimento de outras”. E como é que o Grupo assegura que todos os colaboradores

à escala mundial conhecem e cumprem o Código? Existe um programa de implementação com metodologias, prazos e responsabilidades bem definidas. Desde logo, e em primeiro lugar, todos os colaboradores recebem um exemplar do Código e assinam uma declaração que confirma a recepção, leitura e compreensão do seu conteúdo, bem como o compromisso de cumprir todas as regras estipuladas. Complementarmente está definido um programa contínuo de formação para todo o Grupo, que todos têm de cumprir (formandos e formadores) e que tem como pré-requisito a conclusão com sucesso do programa de formação em e-learning disponibilizado através da internet. Realizado aquele, segue-se a formação em sala a todos os directores, coordenadores e restantes colaboradores, após a qual é recolhida a informação sobre a avaliação das acções de formação e seu impacto. Em função dos resultados, procede-se à melhoria contínua do programa de formação. “O objectivo da formação é o de fornecer as ferramentas para que no dia a dia da nossa actividade saibamos como proceder. Por isso há exercícios tão exaustivos: cerca de 2/3 do tempo investido nas 8 horas de formação anual é ocupado com exercícios práticos e discussão sobre como actuar perante determinadas situações por forma a fazermos o nosso serviço de acordo com o estipulado no Código”, acrescenta Rui Pereira.

Colaboradores convidados a participar Em paralelo, os colaboradores são convidados e incentivados a apresentar questões e expor dúvidas quer sobre a interpretação do Código, quer sobre a atitude correcta a adoptar perante situações em concreto. Dúvidas que são esclarecidas pelo director de Recursos Humanos, se necessário com o apoio do Chief Compliance Officer do Grupo. O não cumprimento das regras do Código, que faz parte integrante do contrato de trabalho, é penalizado em função da gravidade da falta, o que pode dar origem a uma admoestação, reprimenda ou conduzir ao despedimento por justa causa e eventual instauração de processo judicial.

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> ÉTICA

1. Integridade dos serviços

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Todos os nossos serviços devem ser prestados de um modo profissional, independente e imparcial, honestamente e em completa conformidade com os métodos de trabalho, práticas e orientações aprovadas e estabelecidas para o nosso Grupo.Não é nossa prática a submissão a qualquer tipo de pressão proveniente de Clientes em qualquer área comercial, com o intuito de obter um tratamento mais favorável em outra área. Todas as conclusões e resultados obtidos deverão ser cuidadosamente documentados, não podendo ser alterados de forma inapropriada.Todos os relatórios e certificados deverão reflectir os resultados e conclusões, bem como os pareceres de especialistas e profissionais.

2. Integridade de todos os registos financeiros, ou outros, da empresa Todas as operações contabilísticas deverão ser adequada e fidedignamente registadas, devendo todos os registos estar devidamente documentados através de documento legal apropriado. Todos os registos deverão ser preservados, de acordo com a legislação aplicável e as orientações internas do Grupo.

3. Conflito de interesses Denomina-se 'conflito de interesses' qualquer situação em que os interesses do Grupo SGS divirjam dos seus interesses pessoais ou dos interesses pessoais dos seus familiares ou,ainda, de terceiros com quem tenha relações es-

treitas, quer de índole pessoal, quer profissional. Tais situações devem ser evitadas uma vez que influenciam e toldam a sua capacidade de avaliação,mesmo que não se aperceba disso.Mesmo a mera aparência de situações de conflitos de interesses deve ser evitada, uma vez que cria ou pode criar a impressão de falta de imparcialidade. Enumeram-se, seguidamente, exemplos de conflitos de interesses que devem ser evitados a todo o custo: • Prestação particular de serviços a um determinado Cliente em relação ao qual o Grupo SGS mantenha interesse directo ou indirecto. • Tirar vantagens pessoais de oportunidades comerciais do Grupo SGS, ou utilizar património, ou recursos de empresas do Grupo SGS em benefício próprio. • Aceitar, directa ou indirectamente, qualquer tipo de benefício ou vantagem pessoal que lhe seja oferecido e/ou concedido em virtude do seu estatuto de Colaborador do Grupo SGS, com a excepção de pequenas lembranças ou actos de hospitalidade socialmente aceites. • Possuir interesses em fornecedores, clientes ou concorrentes do Grupo SGS, à excepção de títulos ou acções negociadas publicamente e na medida em que não concedam uma influência relevante nem que criem uma dependência indevida, devendo contudo estas operações ser devidamente comunicadas. • Ocupar um posto de trabalho, seja em que posição hierárquica for, ou prestar serviços, independentemente da sua natureza, junto da concorrência, ou de clientes, a não ser aqueles que decorram do exercício da sua funções normais dentro do Grupo SGS. • Aceitar uma posição ou emprego junto de entidade externa ao Grupo SGS sem ter obtido a indispensável autorização. • Exercer qualquer actividade da SGS para um familiar directo ou para uma organização com a qual você ou um dos seus familiares directos estejam associados. • Dar emprego a um familiar directo sem ter obtido previamente a devida autorização.

4. Aquisições A aquisição de bens e serviços deverá ser conduzida de uma forma correcta e transparente,

a fim de se assegurar a melhor qualidade e os melhores e mais competitivos preços, em vez de serem adjudicados contratos baseados em preferências pessoais. Sempre que possível, as encomendas de bens ou serviços acima de um certo valor deverão ser revistas e confirmadas por um grupo de 2 ou mais Colaboradores,de acordo com um processo adequado de pedidos de propostas e orçamentos e sua negociação.

5. Benefícios indevidos Nunca, qualquer tipo de benefício indevido poderá ser concedido ou aceite, seja de forma directa ou indirecta. Benefícios indevidos são benefícios concedidos com o intuito de influenciar decisões de entidades governamentais ou empresariais, ou mesmo com o intuito de violar deveres.Tais acções poderão assumir a forma de subornos, prendas, ou hospitalidade excessiva. Incluem igualmente os financiamentos de natureza política, a menos que sejam revelados, estejam de acordo com a legislação local e para tal tendo sido obtida aprovação prévia para o efeito por parte da SGS. Os benefícios indevidos são frequentemente concedidos por agentes, intermediários, consultores, subcontratados, entidades associadas operando em “joint venture” ou, ainda fornecedores, reclamando procederem de boa fé. Consequentemente, não podemos envolver-nos com entidades desse tipo caso descubramos ou tenhamos razões para acreditar que tais relações comerciais possam de algum modo conduzir a benefícios indevidos. Desta forma e a fim de se precaver o uso indevido de valores, todos os pagamentos de bens ou serviços deverão ser efectuados à pessoa que os forneceu, evitando-se pagamentos em dinheiro, devendo tais pagamentos ser sempre efectuados de acordo com as orientações e política do Grupo. É necessário obter autorização prévia para a remuneração de agentes, intermediários e consultores. Prendas, ofertas, estadias e divertimentos, deverão estar sempre relacionadas com o negócio. Não poderão significar ou aparentar qualquer forma de pressão ou influência sobre decisões, devendo ser sempre mantidas dentro dos limites razoáveis do comum e socialmente aceite e enquadrar-se no permitido por Lei. No que se refere a contribuições para obras de caridade e de beneficência, ou para patrocínio de eventos, deverá ser sempre obtida autorização prévia. Pagamentos de facilitação, são pagamentos


de baixo valor, comuns e praticados em determinados países de modo a acelerar certas diligências de rotina que o destinatário tenha a clara e não arbitrária obrigação de realizar. Os pagamentos de facilitação deverão ser reduzidos ao mínimo indispensável ou mesmo evitados sempre que possível. Só poderão ter lugar se existir uma clara necessidade relativamente a uma determinada acção que tenha de realizar-se para a empresa e deverão ser devidamente registados em contabilidade.

6. Relações com os colaboradores O Grupo SGS está empenhado em proporcionar condições de trabalho seguras, saudáveis, dignas e justas a todos os seus Colaboradores. Não será tolerada qualquer forma de discriminação baseada em diferenças de sexo, raça, origem, incapacidade física, orientação sexual ou idade. Todos os Colaboradores deverão respeitar escrupulosamente e de forma cívica todos os colegas de trabalho. Situações de assédio sexual, persecutórias e de coacção de qualquer natureza são consideradas inaceitáveis no nosso ambiente de trabalho. Todos os Colaboradores deverão ser abertos, transparentes e sinceros com os seus colegas de trabalho, quer sejam subordinados ou superiores hierárquicos.

7. Concorrência justa São reconhecidos os benefícios provenientes de uma economia de mercado livre e de concorrência como um excelente meio de alocação de recursos, reconhecendo nós também e por outro lado que a concorrência deve ser sempre justa e devidamente enquadrada dentro dos limites das leis que a regulamentam. Jamais serão feitos acordos com os nossos concorrentes sobre preços a praticar ou segmentos de mercado. O nosso Grupo não fornecerá informações relevantes sobre o negócio. A nossa conduta no que se refere ao mercado, incluindo quaisquer referências à concorrência, aos seus serviços, ou a terceiros, será sempre efectuada de modo justo e verdadeiro e jamais de modo falacioso ou enganador.Apresentar-nos-emos sempre de um modo imparcial, assegurando que a informação por nós prestada, incluindo as descrições sobre o nosso Grupo e subsidiárias, recursos empregues e serviços fornecidos, são sempre informações precisas e destituídas de qualquer ambiguidade.

8. Cumprimento da lei Estamos seriamente empenhados no cumprimento estrito da Lei dos países em que exercemos actividade. Cada Colaborador é responsável e empenhar-se-á no estrito cumprimento da Lei, procurando apoio jurídico sempre que tal possa vir a ser necessário.

9. Informação interna confidencial Todos os Colaboradores abster-se-ão de negociar pessoalmente acções ou obrigações emitidas pela SGS SA, sempre que possuírem informações confidenciais, não disponíveis publicamente e que possam, caso sejam divulgadas, causar impacto considerável ou relevante no preço e cotação das acções da SGS. Abster-se-ão igualmente de transmitir tais informações ou qualquer outro tipo de informação confidencial, a terceiros.

10. Confidencialidade A abertura e transparência constituem valores essenciais do Grupo SGS. Em determinados casos, tais valores devem ser equilibrados e harmonizados com o dever de discrição e confidencialidade. Não há dúvida de que existe determinado tipo de informações que devem ser protegidas e mantidas em sigilo, de modo a salvaguardar os direitos dos nossos clientes, parceiros ou Colaboradores, bem como dos nossos próprios interesses comerciais. Isto inclui qualquer tipo de informação que não esteja disponível para o público em geral e sobre a qual exista algum tipo de interesse em manter a confidencialidade, como por exemplo: • Informações relacionadas com as actividades comerciais do Grupo SGS, incluindo informações relativas a Clientes, mercado ou de âmbito financeiro, métodos e processos. • Informações comunicadas por terceiros que estejam ao abrigo de obrigação ou compromisso de confidencialidade. • Informação relacionada com dados pessoais dos Colaboradores do Grupo. Tais informações confidenciais não poderão, em circunstância alguma, ser divulgadas, nem poderão ser utilizadas em benefício pessoal de quem quer que seja. Sempre que algum tipo de informação confidencial relacionada com a actividade comercial do Grupo SGS tiver, por alguma razão comercial que ser revelada, serão tomadas todas as medidas necessárias de modo a proteger a sua confidencialidade. As informações confidenciais relacionadas com terceiros só poderão

ser reveladas com a respectiva autorização expressa.

11. Implementação O Código de Integridade e Conduta Profissional da SGS foi elaborado pelo Board of Directors da SGS SA, que providenciará as regras para a sua implementação conforme for sendo necessário. O Professional Conduct Commitee supervisionará a implementação do Código e o Chief Compliance Officer coordenará a sua aplicação fornecendo orientações às Direcções e aos Colaboradores. Cada Colaborador é responsável pela observância e cumprimento do Código na respectiva área de actividade. Todos os Colaboradores serão devidamente informados sobre o Código e receberão formação sobre temas relacionados com a integridade. Qualquer relatório ou pedido de esclarecimento ou aconselhamento sobre o Código deverá ser dirigido ao Chief Compliance Officer. Deverá também ser dirigida a este Responsável ou a qualquer outro membro da Administração, solicitando a sua comunicação àquele, qualquer comunicação sobre qualquer eventual violação do mesmo Código bem como qualquer tentativa de aliciamento, por parte de terceiros, de que seja alvo, no sentido da obtenção de benefícios indevidos. A menos que tenha violado o Código, ou esteja a actuar maliciosamente ou de má fé, procuraremos até à medida em que tal seja possível, protegê-lo de qualquer forma de represália, e manteremos, a seu pedido, a confidencialidade sobre a sua identidade. Poderá, em qualquer altura, fazer quaisquer sugestões sobre a implementação do Código, submetendo os seus comentários ao Chief Compliance Officer ou a qualquer membro da Administração, solicitando a sua comunicação àquele. Poderá, sempre que desejar, contactar o Chief Compliance Officer, conforme lhe for mais conveniente, quer seja pelo correio, por telefone, fax, correio electrónico ou através da linha telefónica de atendimento especial, conforme se segue: Chief Compliance Officer SGS SA 1, Place des Alpes P.O. Box 2152 CH - 1201 Geneva - Switzerland Tel.: +41 22 739 91 00 Fax: +41 22 739 98 81 E-mail: compliance@sgs.com Linha especial de atendimento: +1 888 475 6847

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> ÉTICA

“A Verificação de Relatórios de Responsabilidade Social Corporativa incorpora na perfeição os princípios de independência, integridade e inovação que o Grupo SGS aplica e segue desde o início da Photos.com

sua actividade, em 1878”, realça Maria JoãoNascimento, directora executiva da SGS ICS.

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SGS ICS verifica relatórios de sustentabilidade

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que leva as empresas a elaborarem relatórios de sustentabilidade? xxxxxxxxxxxxxxxxxxx As organizações e corporações, como agentes influentes na realidade económica e social, têm responsabilidades inquestionáveis para com os seus stakeholders. Estas responsabilidades devem ser bem claras e, acima de tudo, bem geridas. Os relatórios são uma ferramenta fundamental na comunicação entre a organização e o mercado, reflectindo a sua credibilidade, a sua solidez e, claro, o seu comprometimento com a ética e a responsabilidade social. O que é a Verificação de Relatórios de Sustentabilidade? A Verificação de Relatórios de Responsabilidade Social Corporativa / Sustentabilidade da SGS ICS é um serviço inovador, dirigido às organizações que pretendem afirmar ou reforçar a sua Responsabilidade Social, quer interna quer externamente. Esta ferramenta é constituída por quatro níveis progressivos e foi elaborada por forma a que as organizações possam adoptar o nível mais adequado às suas capacidades e experiência na elaboração de relatórios. Cada nível inclui recomendações de melhoria, funcionando como driver para a melhoria das organizações. Os três primeiros níveis são aplicáveis a relatórios já elaborados, enquanto que o quarto nível funciona em tempo

real, verificando os processos de gestão durante o período relevante à elaboração do relatório. Este serviço oferece, ainda, a credibilidade de referenciais reconhecidos a nível mundial como o AA1000 Assurance Standard Accountability e as Global Reporting Initiative Guidelines. A SGS ICS posiciona-se como o primeiro organismo de Verificação a lançar serviços baseados nestes referenciais, que são aqueles que reúnem maior reconhecimento internacional. Quais as principais vantagens da verificação independente da SGS ICS? Bem, além da credibilidade, como acabei de referir, destaco desde logo a adaptabilidade, pois trata-se de uma ferramenta versátil que pode ser aplicada a relatórios sociais, ambientais, de higiene e segurança no trabalho, entre outros, ou a relatórios que versem a sustentabilidade na perspectiva da triple bottom line approach: responsabilidade social, ambiental e económica. É também extremamente flexível. Ao disponibilizar quatro níveis, esta ferramenta responde às diferentes necessidades de todas as organizações: desde as que iniciam agora o seu percurso na elaboração de relatórios de Responsabilidade Social Corporativa / Sustentabilidade, até às organizações já


com experiência nesta área mas que desejam obter a credibilidade associada a uma declaração de verificação verdadeiramente rigorosa. É, igualmente, uma ferramenta que incentiva a melhoria da gestão, isto é: como cada um dos quatro níveis progride a partir do anterior, as organizações encontram, nesta estrutura o melhor esquema de melhoria contínua. A pontuação atribuída nos níveis 2, 3 e 4 permite que as organizações, assim como os seus stakeholders, possam comparar o seu desempenho ano após ano. Isto porque a Verificação de Relatórios de Responsabilidade Social Corporativa / Sustentabilidade da SGS ICS baseia-se numa pontuação geral combinada com uma pontuação específica de cada elemento de gestão, tornando possível a identificação das áreas de melhoria. Considera que as empresas devem recorrer a especialistas externos na elaboração dos relatórios? Existem muitas razões que justificam o recurso a especialistas externos à organização. Pode existir uma falha de conhecimentos e competências específicas na equipa de gestão ou uma necessidade da credibilidade acrescida pelo envolvimento de especialistas independentes. As competências necessárias podem abranger, por exemplo, necessidades específicas de nível linguístico; dados especializados, tais como impactos ambientais específicos a cada sector; conhecimento especializado das práticas laborais e requisitos legais locais; conhecimento especializado de normas específicas de cada sector; conhecimento especializado das necessidades específicas de stakeholders, tais como, comunidades locais ou representantes de sindicatos; e, ainda, conhecimento especializado em responsabilidade social corporativa na perspectiva do envolvimento com a comunidade e defesa dos Direitos Humanos. Quem devem ser os especialistas? A selecção de um especialista deve ter em consideração a quem se dirige o relatório, e deve ser alguém reconhecido tanto pela Organização como pelos seus stakeholders. Os especialistas podem ser seleccionados de entre diversos grupos, como por exemplo, representantes de ONG para cada área específica; docentes universitários e entidades académicas; representantes dos stakeholders, tais como representantes sindicais; os próprios stakeholders; e especialistas do sector de actividade. Quais são os planos da SGS ICS para o futuro nesta área? Tendo em conta a complexidade estratégica dos tempos actuais, e estando atentos à evolução e crescimento do mercado em termos de consciência para estes factores, a SGS

ICS tem como área de aposta para o próximo triénio, não só a Verificação de Relatórios de Sustentabilidade como também um portfólio de novos serviços de apoio ao desenvolvimento e melhoria das Organizações em Portugal na área da Responsabilidade Social, Ambiente, Segurança e Inovação. É nossa “bandeira”, e compromisso para com todos os nossos parceiros, a capacidade de estar sempre à frente das necessidades do mercado, das suas tendências e expectativas. Desta forma procuramos partilhar com todos os nossos parceiros as oportunidades de inovação dos seus modelos de negócio para que se encontrem na vanguarda de forma sustentada!

Maria João Nascimento Directora Executiva da SGS ICS

Níveis de Verificação dos Relatórios de Responsabilidade Social Corporativa / Sustentabilidade da SGS ICS NÍVEL 1 VERIFICAÇÃO DO RIGOR DO RELATÓRIO Este nível destina-se a organizações que estão a emitir o seu primeiro Relatório de Responsabilidade Social Corporativa / Sustentabilidade ou qualquer outro tipo de relatório de desempenho. NÍVEL 2 GAP ANALYSIS Destinado a organizações que pretendem comparar o seu Relatório de Sustentabilidade com as Guidelines da Global Reporting Initiative (GRI). NÍVEL 3 AVALIAÇÃO INTEGRADA DE RELATÓRIOS E METODOLOGIA DE REPORTING Destinado a organizações que visem aprofundar o envolvimento com todos os stakeholders, avaliando a efectividade dos seus sistemas de gestão e a consistência NÍVEL 4 AVALIAÇÃO 360º Nível destinado a organizações em que a responsabilidade social corporativa é uma realidade organizacional assumida, possuindo uma prática instituída de emissão de relatórios, e que pretendem avançar para a verificação da qualidade de determinadas áreas da gestão da responsabilidade social da organização.

Bruno Barata

“Verificação SGS ICS é uma ferramenta flexível que responde às diferentes necessidades de todas as organizações.”

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Relatório de sustentabilidade do Grupo Portugal Telecom “A publicação do relatório de sustentabilidade é um acto de partilha dos compromissos que o Grupo PT assume na área da gestão sustentável”, salienta Abílio Martins, director de Comunicação Corporativa do Grupo.

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Como é que a sustentabilidade empresarial e a gestão sustentável são entendidos no Grupo PT? A sustentabilidade empresarial é parte integrante da nossa estratégia, do nosso modelo de governo e está presente nas nossas relações com todos os stakeholders. “Queremos continuar a dar lucro de aqui a 100 anos”, pelo que o nosso negócio é construído sobre uma base sólida de relações. Relações que estabelecemos com accionistas, clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, parceiros, sociedade civil e que temos por objectivo reforçar e potenciar cada vez mais. É assim que olhamos para o futuro: como uma realidade que vamos construir em conjunto. E um futuro construído sobre três pilares fundamentais, o chamado triple bottom line: solidez económica, responsabilidade ambiental e responsabilidade social para com os nossos e com a sociedade onde actuamos. O que levou o Grupo PT a elaborar e publicar o primeiro relatório de sustentabilidade? A publicação do relatório é um acto de partilha dos compromissos que o Grupo PT pretende assumir na área da gestão sustentável. A PT tem vindo a desenvolver ao longo dos anos um conjunto de acções que constitui exemplo de boas práticas a vários níveis. A publicação do primeiro relatório de sustentabilidade é, por isso, um importante marco de um caminho que se considera necessário para a criação de valor a médio e longo-prazo para o accionista. Além disso, a elaboração deste relatório integrou um profundo processo de consulta interna às principais direcções das diferentes empresas do Grupo PT, as quais, no desempenho das suas funções, assumem o papel de interfaces da PT com as várias partes interessadas. Ou seja, este relatório é simultaneamente um testemunho das práticas e acções do Grupo PT na área da sustentabilidade e um compromisso de partilha de valor com futuro para todos.

Foi necessário implementar mudanças (reorientar acções, processos, etc.) para cumprir os requisitos da norma Global Reporting Initiative (GRI)? Não foram implementadas mudanças a priori já que o primeiro relatório descreve o conjunto de projectos, acções e processos já existentes no Grupo. No entanto, a elaboração do relatório e o preenchimento do vasto conjunto de indicadores que propõe a GRI, alertou para alguns aspectos críticos a melhorar. Após este processo foi realizado um plano de acções com vista a melhorar as gaps identificadas, bem como um sistema de avaliação e controlo. Porquê a necessidade da verificação da conformidade do relatório com as norma GRI por parte de uma entidade terceira, no caso a SGS ICS? A verificação por uma entidade externa ao Grupo, além de cumprir uma das recomendações da GRI, constitui uma autenticação da informação prestada e garante a comparabilidade com outras empresas. Além disso, a PT reconhece que a validação por parte de uma entidade independente contribui para aperfeiçoar o rigor e a transparência com que faz questão de pautar a sua actuação. Porquê a escolha da SGS ICS? A SGS ICS é uma empresa credenciada nesta área e, das propostas recebidas, foi a que apresentou maior detalhe na validação da informação aos níveis económico, social e ambiental, além de ter a relação qualidade / preço mais equilibrada. Qual o avaliação que faz do serviço prestado pela SGS ICS? Qual o valor acrescentado que trouxe? A avaliação efectuada pela SGS ICS foi benéfica para a PT já que contribuiu para identificar algumas áreas susceptíveis de aperfeiçoamento de acordo com as directrizes da Global Reporting Initiative.

> Abílio Martins, Director de Comunicação Corporativa do Grupo PT DR

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> ÉTICA



motivação

> 4LIFE

SGS aposta forte

na vida de todos nós com o 4Life

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SGS Portugal

Bruno Barata

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iver só por viver não constitui em si um objectivo grandioso. Trabalhar apenas porque é necessário também não é a situação mais desejável. E fazer existir empresas cujo rumo é praticamente desconhecido não contribui em nada para o desenvolvimento económico e social de um país. Felizmente, na SGS Portugal nenhuma destas possíveis variáveis se enquadra na estratégia nem na cultura da organização. Para reforçar a dinâmica empresarial do Grupo e envolver cada vez mais os seus colaboradores num projecto e num compromisso de futuro, a Administração da SGS Portugal avançou, em Setembro de 2005, com a implementação de um novo projecto que visa, sobretudo, 'prolongar a vida' das pessoas, da organização e do planeta que todos nós habitamos. Este projecto inovador chama-se 4Life - Desenvolvimento Sustentável na SGS e coloca a afiliada portuguesa da multinacional suíça na linha da frente do desenvolvimento sustentável quando comparada com as suas congéneres. “A SGS Corporate é membro efectivo do World Business Council for Sustainable Development, na pessoa do seu CEO, motivo pelo qual o tema desenvolvimento sustentável não constitui para nós, seus colaboradores, uma novidade. E a SGS Portugal, como é do conhecimento geral, também é membro efectivo do BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. Estes dois factos, em conjunto, fizeram com que nós em Portugal avançássemos rapidamente para um conjunto de acções que, materializadas num projecto tão inovador quanto mobilizador, nos permitirão apresentar no início de 2008 o nosso Relatório de Sustentabilidade”, su-

> Ana Pina Teixeira Administradora Executiva da SGS Portugal

blinha Ana Pina Teixeira, administradora executiva da SGS Portugal, com o objectivo de esclarecer porque é que a sustentabilidade não é uma palavra vã ou uma simples moda na organização que dirige. Aliás, e ainda segundo esta responsável, “o objectivo principal do 4Life é solidificar no seio da organização uma cultura de futuro, que perdure, que prenda à vida quem nela participa”. Que “transforme em 'orgulho e bem-estar' o ser colaborador da SGS, que faça de cada um de nós colaboradores ainda mais empenhados, mais conscientes e mais solidários com os nossos semelhantes e com o nosso planeta”, enfatiza Ana Pina Teixeira. Para o conseguir, aposta na liderança de um projecto em que acredita pessoalmente e numa equipa plenamente motivada, constituída por Cláudia Columbano, coordenadora da Qualidade na SGS Portugal; Paulo Gomes, responsável pela Comunicação &Imagem; Rui Pereira, director de Recursos Humanos, e João Marques, administrador financeiro, a qual tem como missão motivar, motivar, motivar, ou seja, “nunca deixar esmorecer a vontade de fazer mais e melhor para o bem de todos”.

Equipas flexíveis e empreendedoras O Plano de Acção do projecto 4Life prevê o desenvolvimento de acções nas várias vertentes do 'desenvolvimento dustentável' (pilares social, ambiental e económico), “mas o que mais o caracteriza são as 'Iniciativas Sustentáveis (IS)', de cariz periódico, que visam dinamizar, mobilizar e envolver os colaboradores da SGS”, diz Cláudia Columbano. Para agilizar estas acções, e que são de carácter nacional, a SGS optou por criar equipas responsáveis por cada uma das iniciativas. Cláudia Columbano não hesita em afirmar que responsabilizar é sempre o melhor meio de concretizar. Até ao momento, este modelo tem funcionado em pleno por todo o país. “Desenvolvemos em 2005 (Out./ Dez.), no âmbito do Projecto 4Life, três acções distintas: Doação de Bens Pessoais a instituições de solidariedade social; Doação de Bens da SGS, designadamente mobiliário e outros equipamentos, também a instituições de solidariedade social; e um convite especial aos filhos de todos os nossos colaboradores para que fizessem um desenho sobre boas práticas ambientais, intitulado 'Aprendemos com os Mais Pequenos', que depois expusemos num espaço público da empresa e apresentamos aos autores e seus familiares num lanche-convívio de Natal. Em todas elas as equipas funcionaram e os colaboradores aderiram. Em Lisboa, no Porto, nas Ilhas, o que significa que neste Grupo, independentemente de se estar mais perto ou mais longe da Administração e da sede, os objectivos são mesmo comuns, a comunicação flui e a sustentabilidade começa a levantar voo”, afirma satisfeita a coordenadora da Qualidade da SGS Portugal.


Bruno Barata

“O objectivo principal do 4Life é solidificar no seio da organização uma cultura de futuro, que perdure, que prenda à vida quem nela participa.”

> Cláudia Columbano Coordenadora da Qualidade da SGS Portugal

Em Fevereiro e Março, foram lançadas outras duas acções relativas à 'Doação de Sangue' para as entidades competentes e 'Doação de Benefícios Fiscais'. No âmbito desta última acção, os colaboradores da SGS Portugal podem decidir a que instituição pretendem que seja consignado 0,5% do seu imposto liquidado. Resumindo, “vamos com cinco meses de implementação do projecto e uma acção por mês, o que corresponde ao nosso objectivo de mobilizar e não deixar cair este espírito e a capacidade de dar e de participar que as pessoas demonstram ter sempre que são solicitadas”, enfatiza ainda Cláudia Columbano, que lembra muito a propósito que na SGS já se procede à recolha selectiva de resíduos, já se redimensiona o consumo de energia e água, e já se pensa em novas formas de, a este nível, tornar a organização mais eficiente e flexível.

Uma nova área de trabalho O 4Life e o empenho da SGS Portugal no domínio do desenvolvimento sustentável trazem consigo outras boas notícias. O alargamento das áreas de inserção sócio-profissional de licenciados é uma delas. E também aqui a SGS quer servir de exemplo, de tal forma que, enquadrado na sua Política de Realização de Estágios, já abriu as portas a três recém licenciados em sociologia, engenharia do ambiente e engenharia química para colaborarem com este projecto em particular. É também neste âmbito que a SGS está a organizar mais uma iniciativa, intitulada 'A SGS nas Universidades' que, em parceria com o BCSD Portugal, tem por objectivo mostrar aos futuros profissionais esta nova área de emprego, promover o desafio junto das instituições de ensino para adaptação dos seus Planos Curriculares a estas novas necessidades e criar uma Bolsa de Estagiários para divulgação geral. Esta iniciativa consistirá na realização de um roadshow por várias instituições de ensino superior. Cláudia Columbano lembra ainda, neste âmbito, uma curiosidade: o cálculo da pegada ecológica da SGS e de cada um dos seus colaboradores. Faça o teste por si. Vá até www.bcsdportugal.org e fique a saber em quanto pode contribuir para o prolongamento da vida na terra. Redimensionando o consumo da água, da luz, do papel, procedendo à separação do lixo doméstico, colocando as pilhas no local adequado!…

Seguir em frente, com o pinguim da SGS! Para este projecto foi idealizada uma mascote que simboliza o ‘desenvolvimento sustentável na SGS’. É um pinguim e chama-se SIGAS. Simboliza a natureza, inspira em quem o vê sentimentos de carinho e de solidariedade, e também a vontade de continuar, de prosseguir, de ir em frente, apesar dos obstáculos e das agruras que o meio natural e também o social vai colocando no percurso de cada um de nós. Com o ar descontraído que o caracteriza mas sempre vestido de smoking, o SIGAS transmite por si só uma dupla mensagem: numa organização, como na vida em geral, há que ser simultaneamente informal e rigoroso. Descontraído e atento. Comunicativo e perseverante. Porque só desta forma É possível contribuir para o desenvolvimento e para a sustentabilidade da vida futura: da nossa, dos que nos são próximos e de todos os que existem para lá do nosso horizonte. Com empenho, com dedicação e também com criatividade, porque alegra a vida e nos faz sorrir!

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tendências

> GESTÃO FLORESTAL

Floresta desafios e soluções Miguel Serrão, director de planeamento da Logística Florestal e ex-sub director geral dos Recursos Florestais, apresenta soluções para a gestão do património florestal e o seu desenvolvimento sustentável.

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Bruno Barata

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ortugal possui características privilegiadas para a produção florestal. Contudo, há ainda um importante caminho a percorrer no âmbito do seu aperfeiçoamento. Em sua opinião, quais são os pontos críticos que continuam a condicionar a evolução positiva do sector? A estrutura fragmentada e a pequena dimensão da propriedade florestal são elementos chave para o desenvolvimento do sector florestal, porquanto condicionam a viabilidade da exploração florestal e têm tido como última consequência o aumento exponencial do risco de incêndio. Íntima e consequentemente relacionada, está a ausência de gestão a que grandes áreas florestais do nosso país estão votadas. Outro factor que tem sido limitativo do desenvolvimento do sector é o tipo de indústria que encontramos a jusante das fileiras, com concentração exagerada da procura, diminuta diferenciação dos produtos e focalização em produtos de reduzido valor acrescentado. Quais são, no presente, os desafios que se colocam à floresta portuguesa? Assegurar a sustentabilidade da floresta e dos sectores que lhe estão associados, com vista ao desenvolvimento equilibrado da função económica, social e de conservação do património natural, que inevitavelmente terá que ter


como condição de partida a diminuição do risco e da incerteza do investimento produtivo. Sendo o sector florestal uma das prioridades dos últimos programas governamentais, como podemos promover o desenvolvimento sustentável do sector, quer numa óptica de competitividade quer numa perspectiva de salvaguarda e valorização dos recursos naturais e do ambiente? Ao nível da produção, através da agregação de espaços florestais sem dimensão viável e da profissionalização da gestão florestal, da incorporação de novas técnicas e tecnologias, da exploração de novos produtos e serviços e de uma gestão integrada dos espaços rurais. Neste sentido, as Zonas de Intervenção Florestal, recentemente criadas, podem vir a dar um bom contributo. Contudo, o Estado terá que encontrar as formas mais justas e equilibradas de remunerar o produtor pelo serviço público que a floresta presta à sociedade, sem as quais será sempre uma actividade fortemente penalizada. A procura da competitividade terá que ser feita a partir de iniciativas empresariais que inovem no domínio dos produtos e dos processos, e que sejam dinamizadoras, receptoras ou criadoras de factores de diferenciação. Igualmente importante é a dinamização e a organização dos diversos mercados que se desenvolvem em torno da floresta, no sentido de promover a qualidade dos produtos e o seu escoamento, assim como o apoio e a implementação de estratégias de marketing agressivas, com recurso por exemplo a marcas regionais e a indicações geográficas, que permitam a diferenciação e a valorização dos produtos e serviços.

“A estratégia do desnvolvimento florestal deverá estar orientada para a valorização e promoção de produtos de excelência.” As organizações de produtores serão cada vez mais os veículos de transmissão da Política de Desenvolvimento Rural para o terreno, devendo desempenhar o papel de receptores de atribuições que o Estado demonstrou ter vindo a perder capacidade de manter sob a sua alçada e que, naturalmente, podem ser desempenhadas por estas entidades com largas vantagens para o país. O próprio Fundo Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural, que irá apoiar o sector no período 2007-2013, aponta claramente neste sentido. Os agentes económicos terão que ter capacidade de dar resposta às exigências crescentes da qualidade e da competitividade, criando processos e tecnologias que permitam diferenciar os serviços prestados, melhorar a qualidade dos produtos, a resposta a novos produtos e a aplicações, a qualificação dos recursos humanos e a redução dos custos de produção. 21 SGS Portugal

É possível encontrar o equilíbrio entre a exploração sustentável dos recursos florestais e a satisfação das necessidades humanas? É exactamente através da exploração sustentável da floresta que será possível aproximarmo-nos da satisfação da sociedade, tanto mais que aquilo que hoje em dia é exigido deste espaço ultrapassa em muito as produções tradicionais de madeira, cortiça ou produtos similares. As externalidades positivas representam uma parcela cada vez mais significativa dos produtos/serviços da floresta e o seu desenvolvimento obriga a uma gestão sustentável dos recursos. De futuro, qual o papel que cabe aos diversos intervenientes do sector? Enquanto primeiros interessados na valorização e rentabilização do seu património, cabe aos produtores e proprietários tomarem a iniciativa de aportar gestão profissional para a floresta, potenciando as diversas funções que coexistem nestes espaços. Caberá a estes a responsabilidade de garantir a sustentabilidade da floresta, a manutenção da biodiversidade e a correspondente herança genética, a modelação da paisagem e as funções de protecção.

> Miguel Serrão Director de Planeamento da Logística Florestal

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Papel dos diversos intervenientes


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> GESTÃO FLORESTAL

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A entrada do sector financeiro na floresta, nos moldes em que se perspectiva, irá, por seu lado, possibilitar o investimento, que obrigatoriamente irá alavancar a profissionalização da gestão florestal, a rentabilidade da exploração dos espaços rurais, a dinamização dos mercados associados e do próprio sector. E as autarquias e restantes organismos ligados à administração pública? As autarquias terão que encontrar as formas e as metodologias mais adequadas à tradução dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (em conclusão) para os Planos Directores Municipais e para a sua implementação, bem como aprofundar a sua intervenção ao nível da defesa da floresta contra incêndios.

“É através da exploração sustentável da floresta que será possível aproximarmo-nos da satisfação da sociedade, tanto mais que aquilo que hoje em dia é exigido deste espaço ultrapassa em muito as produções tradicionais de madeira.” À administração pública, por sua vez, caberá um papel de simplificação regulamentar, capaz de assegurar o enquadramento necessário e suficiente às diferentes iniciativas do sector, bem como remunerar a produção pelas externalidades proporcionadas pela floresta. Deverá ainda implementar uma política de transferência de atribuições para as organizações do sector, reduzindo o peso do Estado e envolvendo mais profundamente a sociedade civil na implementação das políticas sectoriais.

Valorizar produtos de excelência Em que sentido se devem orientar a política e as estratégias de desenvolvimento florestal no nosso país? A política florestal portuguesa deverá estar enquadrada numa política mais abrangente de desenvolvimento regional e ser orientada, numa primeira instância, para a resolução dos estrangulamentos estruturais existentes, que limitam o desenvolvimento da actividade do sector e de que é exemplo a fiscalidade aplicada à produção florestal. Deverá procurar encorajar uma maior e mais efectiva participação do sector financeiro na floresta, no sentido de injectar investimento produtivo privado, potenciar a agregação de áreas florestais e a profissionalização da sua gestão.

A estratégia do desenvolvimento florestal, por seu lado, deverá estar orientada para a valorização e promoção de produtos de excelência, com perspectivas de fileira, como é o caso da cortiça para rolha que recorrentemente é alvo de campanhas concorrenciais e que representa o produto florestal com maior valia para a economia nacional, a par com o subsector da pasta e do papel. Deverá ser mantida uma forte aposta no associativismo, com particular relevância para a dinamização do inter-profissionalismo, enquanto forma de organização dos agentes e grupos profissionais do sector, os quais, naturalmente, serão os receptores de grande parte das atribuições que o Estado deverá transferir para a sociedade civil. Em matéria de financiamentos público, as políticas para o sector florestal nacional deverão ser orientadas para a profissionalização da gestão, para a competitividade dos produtos, para o aumento da qualidade e das actuações integradas de fileira e para as externalidades da floresta. É fundamental que no domínio da floresta se adoptem abordagens inovadoras? De que tipo? Sendo a inovação o elemento fulcral do desenvolvimento e da própria evolução, consigo conceber que sejam aportadas novas abordagens, técnicas e tecnologias para a floresta, sobretudo porque os problemas de perda de competitividade, degradação qualitativa e destruição recorrente estão obviamente presentes no quotidiano florestal português. A título de exemplo, refiro a integração de produções tradicionais com a exploração de novos produtos (e.g. porco de montanheira, cogumelos, plantas aromáticas, biomassa residual, culturas e produções energéticas, etc.) e serviços (e.g. fixação de carbono, paisagem, biodiversidade, etc.). A implementação, em Portugal, de Sistemas de Certificação Florestal é importante e necessária? Em que medida? Por estar ciente que no domínio da sustentabilidade da nossa floresta é o mercado que dita as regras, e analisando as evoluções recentes nesta matéria, acredito que a certificação florestal será um importante factor impulsionador da gestão sustentável do sector em Portugal. A sua implementação irá obrigar, todavia, à mudança da mentalidade dos produtores e dos proprietários florestais, que vêem na sua implementação e certificação mais um ónus do que um investimento. Por esse motivo, e por uma questão de competitividade e acesso aos diferentes mercados do sector florestal nacional e internacional, a certificação deverá ser objecto de forte financiamento público. Recordo, entretanto, que a Norma Portuguesa para a Gestão Florestal Sustentável (que resultou do aturado trabalho de um conjunto de técnicos de várias especialidades) já existe, está em vigor e vem alcançando, nos casos em que tem sido utilizada, um sucesso razoável.


BSL parceira na área florestal No escoamento da madeira proveniente de florestas afectadas pelos incêndios, a BSL é um elemento fundamental. E a SGS também, uma vez que verifica toda a carga expedida por via marítima para o estrangeiro.

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epois do trágico Verão de 2005, durante o qual arderam em Portugal 325.226 hectares de floresta, foi necessário estimular o entendimento entre todas as partes interessadas, por forma a escoar a crescente oferta no mercado nacional de madeira proveniente das áreas florestais afectadas pelos incêndios. A BSL - Comércio Internacional, S.A., empresa portuguesa que opera, desde 1994, no domínio da exportação e importação de madeira, foi um dos stakeholders que se mostrou disponível para solucionar parte do problema, designadamente o que respeita à comercialização e escoamento da madeira para mercados externos. “A oferta adicional de madeira no mercado português conduziu ao abrandamento

dominada pela cultura do eucalipto da espécie 'globulus', “que é de excelente qualidade e que facilmente é comprado por empresas produtoras de pasta de papel. O que significa, por isso, que há ainda muito trabalho para fazer neste domínio, designadamente noutras zonas geográficas do país”, lembra Rolando Rodrigues, consultor da empresa. Para já, a aposta e o desejo de todos é que os incêndios diminuam substancialmente e que Portugal implemente uma verdadeira estratégia de prevenção. Até lá, espera-se que a BSL e outras empresas possam contribuir para a minimização dos prejuízos causados. E de forma profissional, como o faz este parceiro da SGS, que recorre aos serviços de uma entidade terceira para verificar com rigor os parâmetros 23

da importação e ao aumento substancial da exportação em 2005, exercício em que exportámos cerca de 110 mil toneladas de madeira. Deste total, 80% era proveniente de áreas florestais afectadas pelos incêndios”, diz Estima Reis, gerente da BSL. E este número poderia ser ainda mais elevado se a vertente logística em Portugal estivesse devidamente preparada para responder com eficácia às solicitações do mercado. “Só que, infelizmente, o nosso país não dispõe, por exemplo, de um caminho-de-ferro adequado ao transporte de madeira e não há sequer vontade de alterar esta situação. Para Espanha (mercado de maior expressão para a BSL) e para França exportamos a madeira por via rodoviária, através de camiões. Para Marrocos e para a Bélgica, os carregamentos seguem por via marítima”, acrescenta. A madeira exportada pela BSL em 2005 foi recolhida no corredor que se situa entre a Mortágua e Aveiro, zona

> Estima Reis Gerente da BSL

> Rolando Rodrigues Consultor da BSL

quantitativos da carga expedida por via marítima. “A SGS é responsável pela verificação do peso e da densidade da madeira que exportamos para Marrocos e para a Bélgica, uma fase que é de extrema importância para garantirmos aos nossos clientes que a quantidade referenciada no Porto de Aveiro, à partida, é exactamente a que recebem no local da entrega, à chegada. Até ao momento, felizmente, tudo tem corrido pelo melhor. E porque queremos que assim continue, vamos continuar a trabalhar da mesma forma. Com profissionalismo e em parceria com a SGS, até porque sem ela o negócio seria de difícil concretização, uma vez que uma empresa da nossa dimensão não tem condições logísticas suficientes para instalar um densímetro no Porto de Aveiro”, conclui Estima Reis, gerente da BSL, que pretende ver crescer a actividade da sua empresa mas, de preferência, exportando madeira que complete o seu ciclo de vida natural.

Bruno Barata

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Certificar para gerir bem a floresta 24 SGS Portugal

Para que a floresta exista no futuro e seja competitiva no presente é fundamental apostar numa gestão sustentável. Portugal dá os primeirospassos, mas é desejável que acelere o ritmo.

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omo entidade líder mundial na oferta de serviços de certificação, a SGS ICS aguarda para breve a acreditação, por parte do IPAC - Instituto Português de Acreditação, para a certificação de sistemas de gestão florestal sustentável, de acordo com o Programa PEFC Portugal, incluindo a norma NP 4406:2005 e a Cadeia de Custódia, segundo o Anexo 4 do PEFC. Ao privilegiar esta certificação, a SGS ICS procura contribuir para uma gestão sustentável da floresta portuguesa e, consequentemente, para o aumento da competitividade do sector. O conceito de gestão florestal sustentável foi pensado inicialmente para resolver a exploração desregrada das florestas tropicais, mas rapidamente o sector florestal à escala global constatou que esta nova ferramenta poderia ser a solução adequada para a conservação e sustentabilidade do património florestal, desde a exploração da floresta, passando pela fileira da madeira e seus derivados (cadeia de custódia), até ao produto final.

A nível mundial, surgiram então duas iniciativas relevantes no âmbito da certificação florestal. A primeira denominada FSC - Forest Stewardship Council, lançada na sequência da Cimeira do Rio de Janeiro, em 1992; e a segunda, intitulada PEFC - Program for the Endorsement of Forest Certification, teve origem em 1999, por iniciativa da indústria da madeira. O PEFC foi desenhado para se adaptar às realidades europeias e é hoje o maior sistema de certificação florestal do mundo, cuja principal particularidade face aos outros sistemas reside no facto de não duplicar funções, mas antes fazer uso das estruturas existentes no âmbito dos sistemas nacionais da qualidade. A construção dos sistemas está assente em procedimentos instituídos na sua maioria ao nível da série de normas ISO. Em Portugal, a Comissão Técnica de Normalização (CT 145 - Gestão Florestal Sustentável), constituída em 1999, para elaborar uma norma portuguesa adoptou como guia orientador os requisitos do PEFC. Em Março de 2003 foi então publicada em Portugal a NP 4406, inspirada na ISO 9001:2000 e na ISO 14001:1996, nos critérios pan-europeus e nas linhas orientadoras pan-europeias ao nível operacional para a gestão florestal sustentável. “Digamos que o PEFC está mais vocacionado para a gestão da floresta em espaços mais humanizados, enquanto o FSC foi promovido para proteger a floresta virgem e as comunidades locais envolventes”, explica Pedro Ferreira, director técnico de desenvolvimento de produtos da SGS ICS.

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Floresta portuguesa: uma manta de retalhos Criada a norma portuguesa para a gestão florestal sustentável, tudo parecia mais facilitado. Porém, a forte fragmentação da propriedade florestal portuguesa, a estimativa de existência de mais de 400 mil proprietários e um absentismo elevado quanto à gestão efectiva dos recursos florestais que detêm constituem em si um grande desafio para Portugal. Mas nem tudo é negativo e o país, bem como todos os intervenientes da fileira florestal, têm de começar a valorizar o seu principal recurso natural renovável, por todas as potencialidades que o sector florestal encerra e pelo importante peso que a floresta e os seus derivados continuam a representar para a economia nacional. E a verdade é que nos últimos anos o interesse pela valorização da floresta aumentou e é cada vez mais frequente a formação de agrupamentos de produtores com a intenção de implementarem e certificarem as suas áreas florestais. “No âmbito dos produtos florestais, Portugal não é apenas um país importador, também exporta. E o mercado externo começa a exigir, a exercer pressão sobre os agentes do sector para a obtenção de produtos florestais certificados. Numa primeira fase, serão os sectores de ponta, nomeadamente a indústria da pasta de papel e da cortiça, a iniciar o processo de adopção deste referencial, mas a curto/médio prazo repercutir-se-á por toda a cadeia e chegará aos produtores e gestores de áreas florestais. Outro factor de incentivo surge também com a publicação do Despacho Normativo nº35/2005, que cria o Fundo Florestal Permanente, o qual estabelece o apoio à promoção de sistemas de gestão florestal sustentável e à sua certificação. Os apoios são de 85% ou de 100%, dependendo se são entidades de direito privado ou de direito ou utilidade pública. Não tenho dúvidas que esta medida movimentará interesses, no sentido de reordenar a floresta e tirar proveito das ferramentas de gestão florestal agora disponíveis”, sublinha Pedro Ferreira.

Certificar da floresta à loja A SGS ICS, enquanto empresa multinacional, detém actualmente uma acreditação no domínio florestal para certificar de acordo com o FSC - Forest Stewardship Council

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A floresta gerida de forma sustentável mantém a sua biodiversidade, a sua capacidade de regeneração e vitalidade agora e no futuro, porque tudo é pensado com rigor.” Quem o diz... Pedro Ferreira, Director Técnico de Desenvolvimento de Produtos da SGS ICS

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(Qualifor), mas aguarda a qualquer momento a acreditação por parte do IPAC, por forma a certificar segundo o referencial português NP 4406:2005. “O nosso objectivo neste âmbito vai muito mais longe do que certificar apenas a gestão florestal. Temos recursos técnicos e humanos para certificarmos toda a cadeia de valor, desde a floresta à cadeia de custódia e, no final, a certificação do produto”, esclarece o director. Quem optar pela adopção das melhores práticas no domínio florestal irá certamente colher frutos a curto/médio prazo. Ao comprometer-se com uma gestão florestal responsável, a imagem geral e a credibilidade da organização sairá fortalecida no mercado onde actua e, consequentemente, aumentará a confiança dos consumidores nos produtos e serviços de origem florestal. A empresa ao estar certificada terá também acesso mais facilitado a determinados mercados e a relação com os parceiros comerciais será igualmente reforçada. A certificação florestal é, perante os clientes e a sociedade, uma evidência da qualidade da gestão florestal face a critérios que incluem aspectos ambientais, sociais e económicos, estabelecidos e reconhecidos tanto a nível regional como global. A gestão mais eficiente dos recursos florestais implica um planeamento das operações de exploração florestal com definição de áreas máximas de corte, a diminuição do impacte visual e a elaboração de planos de exploração com obrigatoriedade de levantamento de potenciais impactes. Faz-se também uma gestão dos resíduos, que implica a separação, recolha e tratamento dos mesmos e há uma preocupação com a formação dos fornecedores. “A floresta gerida de forma sustentável mantém a sua biodiversidade, a sua capacidade de regeneração e vitalidade agora e no futuro, porque tudo é pensado com rigor, o que se traduz naturalmente em benefícios económicos e ambientais”, sublinha Pedro Ferreira da SGS ICS. Está, portanto, ao alcance de Portugal melhorar a gestão florestal! A SGS ICS, como entidade certificadora, pode ser o parceiro ideal para tornar o país mais competitivo neste domínio, uma vez que disponibiliza um serviço completo e integrado de certificação de sistemas de gestão ambiental.


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Harry Potter impresso em papel certificado pela SGS Reino Unido A SGS certificou, no Reino Unido, o papel e a empresa gráfica responsável pela impressão do último livro de aventuras de Harry Potter.

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s boas práticas para salvaguardar o património florestal começam a multiplicar-se um pouco por todo o mundo. No Reino Unido, a editora Bloomsbury optou por publicar o último livro das aventuras de Harry Potter, intitulado 'Harry Potter e o Príncipe Misterioso', em papel certificado pela SGS Reino Unido de acordo com o FSC Forest Stewardship Council. O 6º livro da escritora JK Rowling foi ainda impresso numa empresa gráfica também ela certificada pela SGS Reino Unido e de acordo com os mesmos requisitos. As editoras ao publicarem livros em papel reciclado ou parcialmente reciclado, como é o caso, em que 30% da fibra de madeira usada na fabricação do papel é proveniente de florestas geridas de forma sustentável e a restante percentagem de florestas não devastadas ou não modificadas geneticamente, demonstram que estão empenhadas em preservar o património florestal e em conservar estes recursos naturais. Este compromisso com as boas práticas florestais reflecte-se, naturalmente, na imagem da empresa e contribui para a multiplicação de exemplos deste género. À semelhança de JK Rowling, outros escritores espalhados pelo mundo estão a solicitar às editoras para publicarem as suas obras em papel reciclado ou certifica-

do pelo FSC. Bárbara Kingsolver, Alice Munro, Margaret Atwood, Isabel Allende e Alice Walker são alguns dos exemplos. O escritor português e Prémio Nobel da Literatura de 1998, José Saramago, apoiou também a recente campanha do Greenpeace e publicou o seu último livro, 'As Intermitências da Morte', com o selo FSC. Há também editoras importantes a nível mundial, como a canadense Raincoast Books, que publica toda a série Harry Potter em papel reciclado. Desde 2000, mais de 6 milhões de livros foram impressos em papel reciclado no Canadá, e a Europa começa agora a seguir esta tendência ambientalmente responsável. Espanha é um dos exemplos, onde mais de 450 mil livros foram impressos em papel reciclado ou certificado pelo FSC. O FSC é um sistema de certificação independente, que adopta padrões sócio-ambientais internacionalmente aceites, incorporando harmoniosamente os interesses de grupos sociais, ambientais e económicos. O FSC é um sistema que oferece a garantia de que a actividade madeireira ocorre legalmente e não destrói as florestas primárias.


Departamento Comercial Criar valor para a organização

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maior competitividade do mercado e o aumento das exigências por parte dos clientes obrigam a uma maior rapidez de resposta e, inclusive, a uma antecipação daquelas que serão as suas necessidades futuras. “A equipa comercial da SGS cobre todo o território nacional e está preparada para dar uma resposta global aos seus clientes”, sublinha José Casqueira, coordenador comercial do Grupo SGS Portugal. São cerca de dez os gestores de clientes que compõem esta jovem equipa que, na sua maior parte, possui uma licenciatura e uma grande experiência profissional em determinados ramos de actividade. As suas competências também têm sido reforçadas com a realização de várias acções de formação, de modo a dotá-los de um conhecimento uniformizado sobre todas as áreas de actividade da SGS.

Reconhecimento externo

Bruno Barata

Da carteira de clientes da SGS constam algumas das dez mil maiores empresas portuguesas, em termos de volume de negócios. A aposta no segmento médio-alto e alto é para continuar, mas a SGS quer reforçar a sua posição enquanto fornecedor exclusivo de uma ampla gama de serviços para cada cliente. “Os clientes, bem como o próprio mercado, estão cada vez mais exigentes e requerem dos seus fornecedores soluções que satisfaçam as suas necessidades. O elevado grau de for-

> da esquerda para a direita: Hélder Fileno, Sónia Silva, Vera Leitão, Sara Madaíl, Sara Ramos, Sílvia Domingues, Fátima Carvalho, Angélica Marques e Tânia Domingues. Patrícia Franganito, Helena Magalhães, José Casqueira, e Sofia Cera

mação dos gestores de clientes da SGS Portugal, aliado aos conhecimentos que estes possuem sobre o leque de serviços que o Grupo disponibiliza, possibilita uma resposta rápida às exigências que lhes são colocadas pelas empresas portuguesas”, defende José Casqueira. Num grupo que tem como máxima “reinventar o negócio”, não é fácil enumerar quantos serviços são prestados. “Exceptuando aqueles que decorrem de obrigações legais, a SGS oferece serviços 'ajustados' à medida das necessidades de cada empresa”, lembra José Casqueira. Os clientes são, assim, os principais motores de mudança, sendo a equipa comercial o principal elo de ligação entre estes e o Grupo. Dentro da espírito de criar valor para a organização, temos, também, a área de inovação e desenvolvimento de negócio, que nos permite oferecer, sempre, novos serviços, indo de encontro ao futuro nas relações de parceria com os nossos clientes.

“Os clientes são os principais motores de mudança, sendo a equipa comercial o principal elo de ligação entre estes e o Grupo.”

departamento comercial

> ALARGAR OFERTA DE SERVIÇOS

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segurança alimentar

> AUTORIDADE PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR E ECONÓMICA

Revolução em curso no sistema de segurança alimentar A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica concentra funções de avaliação, gestão e comunicação dos riscos de segurança alimentar, em prol da defesa do consumidor.

seja, avaliado o risco de imediato, a Autoridade dispõe de capacidade de intervenção”, sublinha o mesmo responsável. Uma maior coordenação entre as equipas de fiscalização e o pessoal científico é outra das vantagens reconhecidas por António Nunes, que recorda ainda que a extensão das competências da Autoridade à fiscalização das actividades económicas não-alimentares irá permitir uma avaliação global da actividade dos agentes económicos, o que se traduzirá em maiores benefícios para o consumidor.

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Rigor científico As prioridades do responsável por esta nova entidade estão ainda concentradas na organização da estrutura. Ao lado de António Nunes na Direcção da ASAE vão estar quatro vice-presidentes, os quais reúnem competências bem distintas, designadamente ao nível científico, técnico, operacional e para as áreas administrativa, financeira e tecnológica. O 'director científico para os riscos na cadeia alimentar' terá a apoiá-lo um Conselho Científico, um órgão de consulta dotado de autonomia técnica e de que farão parte seis personalidades “de reconhecido mérito científico”, a indicar pelo director científico e nomeadas pelo ministro da Economia e Inovação. Este órgão terá como principal função a de “emitir pareceres científicos por sua iniciativa, mediante a aprovação do director e por solicitação deste ou de entidades responsáveis por interesses relevantes na área da segurança alimentar”. Entre outras actividades, o Conselho Científico deverá proceder também à avaliação dos riscos na ca-

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om autonomia administrativa e sujeita à tutela e superintendência do Ministério da Economia e Inovação, a ASAE concentra funções de avaliação e de comunicação de riscos na área da segurança alimentar, com as funções de fiscalização não alimentar e alimentar. A nova entidade arrancou oficialmente a 1 de Janeiro de 2006 e com a sua criação são extintas a InspecçãoGeral das Actividades Económicas, a ainda recente Agência Portuguesa de Segurança Alimentar e a Direcção-Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar. Simultaneamente, foram ainda retiradas as competências de fiscalização à Direcção-Geral de Pescas e Aquicultura, às Divisões de Fiscalização dos Produtos de Origem Vegetal e Animal, às Direcções Regionais da Agricultura, à Divisão de Alimentação Animal e de Saúde Pública Veterinária, ao laboratório do Instituto do Vinho e da Vinha, ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e à Agência de Controlo das Ajudas Comunitárias ao Sector do Azeite. Há muito aguardada, esta reorganização do sistema de segurança alimentar português vai, de acordo com António Nunes, presidente da ASAE, ao encontro de uma defesa mais eficaz dos consumidores e dos interesses dos próprios agentes económicos, na medida em que passa a existir apenas um interlocutor, uma aproximação entre a avaliação e a comunicação dos riscos e a clarificação das responsabilidades em matéria de fiscalização em geral, e em particular, na área da segurança alimentar. Para António Nunes são vários os benefícios do modelo de concentração escolhido pelas autoridades nacionais. Desde logo por “juntar numa só entidade as três vertentes da análise do risco: a avaliação, a gestão e a sua comunicação. Por outro lado, não há interferências entre essa análise e os procedimentos no terreno. Ou

> António Nunes Presidente da ASAE


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deia alimentar e propor medidas legislativas e administrativas adequadas. Para além do Conselho Científico, está ainda prevista a criação de comissões especializadas, que irão apoiar tanto o director científico como o próprio Conselho. “Estas comissões têm uma importância acrescida na medida que lhes compete, cada uma na sua área de intervenção, fazer uma avaliação dos riscos que poderão pôr em causa a segurança alimentar dos consumidores”, refere António Nunes. No imediato serão criadas oito comissões técnicas, multidisciplinares, que acautelarão sobre os riscos biológicos, os contaminantes da cadeia alimentar, a saúde e bem-estar animal, os problemas originados pelos organismos geneticamente modificados, a qualidade e os riscos inerentes aos produtos dietéticos, aos aditivos alimentares e produtos fitossanitários. Outro dos objectivos do presidente da ASAE é o de “criar uma rede de laboratórios a nível nacional e reforçar as competências técnicas do Laboratório Central da Qualidade Ambiental”. Este último irá centralizar toda a actividade, mas em virtude da especificidade de algumas análises e técnicas laboratoriais “será necessário estabelecer acordos com outros laboratórios nacionais, públicos e privados, ou, caso não existam competências no mercado português, com laboratórios estrangeiros”, especifica António Nunes. Para a esfera da ASAE transitou o laboratório do Instituto da Vinha e do Vinho, cujas competências técnicas deverão agora ser alargadas com a integração na Autoridade, em nome da política de “aproveitamento dos recursos”, que o presidente da ASAE quer instaurar.

Fiscalização por excelência Mas será na componente de fiscalização que maiores diferenças serão sentidas, sobretudo pelos agentes económicos. Maior número de acções e um âmbito alargado de actuação dos inspectores é o que se advinha. “A ASAE é uma entidade fiscalizadora por excelência. A par da

avaliação dos riscos na área alimentar, o que fazemos é verificar se no terreno as normas e as leis em vigor, tanto nacionais como comunitárias, estão a ser cumpridas ou não”, lembra António Nunes. Para já, a prioridade, nesta área, é a de criar procedimentos e rever processos, de modo a criar uma “cultura interna”. Na opinião de António Nunes, a ASAE deverá estar totalmente operacional, na melhor das hipóteses, dentro de 3 a 4 meses. Resolvidos os problemas de integração dos recursos humanos, perto de meio milhar, e logísticos, será definido um novo plano de operações, o qual terá já em conta uma análise dos riscos para a segurança alimentar que, entretanto, deverá ser realizada.

Em prol da segurança alimentar A segurança alimentar levanta uma preocupação crescente. Crises recentes provocaram não só um impacto dramático no dia-a-dia do cidadão comum, como levaram empresas bem sucedidas ao fracasso. Antecipando e acompanhando as necessidades do mercado, a SGS desenvolveu um leque alargado de serviços que visam a garantia da qualidade e o controlo de riscos ao longo de toda a cadeia alimentar, desde a produção à distribuição final. Contam-se entre eles: n Análises e ensaios laboratoriais n Auditorias regulares de higiene n Apoio técnico na rotulagem n Rastreabilidade na produção animal n Certificação da qualidade e da segurança alimentar n Organismo Independente de Controlo

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segurança alimentar

> AUTORIDADE EUROPEIA PARA A SEGURANÇA ALIMENTAR

Por uma Europa mais segura

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Um corpo científico próprio e meios técnicos e humanos avançados fazem da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar uma referência.

e um modo geral, os europeus estão satisfeitos com a qualidade dos alimentos que consomem, a grande maioria associa mesmo a alimentação com as sensações de sabor e de prazer. Por isso, quando vão adquirir os seus produtos alimentares, os consumidores deixam-se guiar mais pela qualidade geral e pelo preço dos bens, do que por critérios de segurança alimentar ou de saúde. De acordo com os resultados de um estudo realizado pelo Eurobarómetro, a pedido da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA, na terminologia inglesa), as questões relacionadas com a segurança alimentar não estão no topo das preocupações dos europeus. O estudo foi realizado entre os meses de Setembro e Outubro de 2005, nos 25 Estados membros da União Europeia. Afastado um cenário de crise, como aquele que se verificou há alguns anos com a BSE ou, mais recentemente, com a detecção de nitrofuranos nos frangos, os europeus revelam um sentimento generalizado de confiança, só alterado quando lhes são recordados factores que possam colocar em risco a sua segurança alimentar. No top da escala das preocupações surgem, então, os elementos externos, como os resíduos de pesticidas nos alimentos, as novas viroses (como seja a Gripe Aviária), a contaminação por bactérias ou a má manipulação e mau estado de conservação dos alimentos fora das habitações. Só depois são mencionados os produtos geneticamente manipulados

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(OGM), os aditivos ou a BSE. Os consumidores mostram-se menos preocupados com os riscos directamente associados ao seu comportamento e/ou a práticas individuais. Perceber qual a noção de 'risco' para os consumidores é um dado crucial para uma comunicação eficaz e atempada dos factores susceptíveis de colocar em perigo a segurança alimentar. Esta é uma das áreas 'chave' do trabalho desenvolvido pela EFSA.

Uma autoridade científica europeia A EFSA foi formalmente criada em 2002, depois da crise da BSE ter afectado um grande número de países, o que levou as autoridades europeias a constatarem a insuficiência do seu sistema científico e técnico face às crescentes solicitações impostas pelo mercado. A par da vertente de comunicação, a EFSA assumiu um papel de “referência científica independente” na avaliação dos riscos ao longo de toda a cadeia alimentar, desde a fase de produção à distribuição final. O trabalho desenvolvido, quer pelo seu Comité Científico como pelos oito Painéis Científicos entretanto criados, abarca questões relacionadas com a segurança alimentar propriamente dita, bem como questões ligadas à saúde e alimentação animal. No conjunto, o Departamento Científico da EFSA já emitiu mais de três centenas de pareceres. Entre as áreas que mereceram maior atenção por parte do corpo técnico da instituição destacam-se a análise dos alimentos genetica-


mente modificados, dos pesticidas, da saúde animal, da BSE e, mais recentemente, do vírus H5N1 (Gripe Aviária). O papel da Autoridade, enquanto “referência científica independente”, implica que várias entidades, para além da Comissão Europeia, possam solicitar pareceres, designadamente o Parlamento Europeu e/ou os Estados membros da UE. Para facilitar a cooperação com estes últimos foi criado um Fórum Consultivo, no qual participam as agências nacionais de cada país da União. A recém criada Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica é a representante portuguesa junto da instituição. “Esta colaboração é a chave para podermos cumprir a nossa missão, em particular no que diz respeito à comunicação dos riscos” sublinha Anne-Laure Gassin, directora de Comunicação da EFSA. “Esta aproximação”, continua a mesma responsável, “é ainda mais pertinente quando é necessário implementar acções concretas no terreno ou, por exemplo, mudar dietas alimentares”.

Uma instituição em crescimento Actualmente, cerca de 170 pessoas integram a EFSA. Destas, perto de 53% estão afectas ao Departamento Científico, estando as restantes 47% distribuídas por outras Divisões, designadamente pelas áreas da comunicação, das ligações internacionais e institucionais e administrativas. Operacional desde há dois anos e meio, a EFSA atravessa um momento crucial: “É preciso consolidar, desenvolver

e expandir a organização. Assim, é necessário que a estrutura, os seus procedimentos e os próprios sistemas estejam preparados para enfrentar os desafios que se avizinham”, sublinha Anne-Laure Gassin. 2006 afigura-se um ano 'chave' para a instituição. O plano estratégico prevê para o corrente ano um crescimento de 30% dos recursos humanos afectos ao Departamento Científico. “Quando estiver totalmente operacional (o que deverá ocorrer só em 2013, de acordo com as previsões das autoridades europeias) a instituição deverá empregar mais de quatro centenas de pessoas, a maior parte delas cientistas”. A par do reforço dos serviços científicos, também se deverá registar, já este ano, um aumento da actividade de comunicação, sobretudo ao nível do desenvolvimento das bases de dados que servem de suporte à avaliação dos riscos de segurança alimentar. Sobre os desafios que a Europa enfrenta neste domínio, Anne-Lauren Gassin sublinha que “é importante manter uma monitorização constante sobre os novos focos que põem em causa a segurança dos consumidores europeus”. A representante da EFSA reconhece que a Europa conta, desde a criação da instituição, com um bom nível de segurança alimentar mas é importante que se mantenha uma colaboração estreita entre todos os actores envolvidos no sistema de segurança alimentar, incluindo as associações de consumidores, a indústria e as organizações não-governamentais.

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Publicado em Fevereiro último, o estudo do Eurobarómetro, realizado com o apoio da EFSA, revela algumas pistas sobre o que pensam os consumidores europeus sobre a sua segurança alimentar: n Apenas 1 em cada 5 relaciona alimentação com saúde; n A poluição ambiental (61%) e os acidentes automóveis (51%), são os factores mais temidos pelos europeus. Mas 40% pensa que a sua saúde pode ser afectada pela ingestão de alimentos; n Questionados especificamente sobre os riscos associados à segurança alimentar, os europeus não têm uma opinião unânime: 16% refere a intoxicação alimentar, seguida de contaminação por químicos (14%) e pela obesidade (13%). Para 7% dos inquiridos, a alimentação não representa qualquer risco para a saúde; n Quando recordados de alguns riscos os consumidores manifestam maior preocupação com os factores externos, sobre os quais não têm controlo; n 61% dos entrevistados tem algum conhecimento da regulamentação comunitária neste domínio, especialmente no que diz respeito à legislação sobre o tabaco (85%) e aos direitos do consumidores (66%); n Para 38%, a segurança alimentar melhorou nos últimos 10 anos mas para uma larga percentagem, 28%, a situação piorou, 29% respondem que a realidade não se alterou.

D.R.

A palavra ao consumidor

> Anne-Laure Gassin Directora de Comunicação da EFSA


SGS apresentou publicamente ISO 22000 Cento e cinquenta empresas estiveram presentes na apresentação da NP EN ISO 22000:2005 que a SGS realizou em Lisboa, no final de Fevereiro.

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ublicada em Setembro de 2005, a NP EN ISO 22000 é a norma internacional que estabelece os requisitos do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar e representa, simultaneamente, um desafio para produtores, indústria transformadora, distribuição, hotelaria e restauração, e uma garantia para clientes, fornecedores e consumidores. Acompanhando de perto este novo desafio que se coloca ao sector alimentar, e depois de ter participado activamente na tradução da norma para português, a SGS apresentou às empresas nacionais a sua 'visão' da ISO 22000:2005. O evento, realizado no final de Fevereiro, contou com a participação de alguns dos maiores especialistas em matéria de segurança alimentar e visou contribuir para uma melhor compreensão e desmistificação da norma. Entre os presentes destaque para Eduardo Palú, coordenador internacional da SGS para a Norma ISO 22000; Jorge Reis, vice-presidente da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica; e Pedro Queiroz, assessor técnico da FIPA. Quando usou da palavra, Eduardo Palú começou por lembrar que a segurança alimentar não é, obviamente, uma questão recente para a maioria das organizações. “Vários países foram criando ao longo do tempo os seus referenciais nacionais, calculando-se que existam actualmente cerca de duas dezenas de normas internacionais criadas para impor altos padrões de segurança na produção, na indústria e na distribuição alimentar. Todos eles aplicam os princípios da segurança alimentar, estabelecem requisitos para produtos e processos e obedecem a critérios ambientais e de ética, entre outros”. Contudo, “em nenhum deles, os critérios de segurança se encontram bem sustentados, surgindo misturados com outros critérios, sobretudo com os da qualidade”, fez questão de esclarecer Eduardo Palú.

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Bruno Barata

segurança alimentar

> NP EN ISO 22000: 2005

Ainda segundo este responsável, a ISO 22000 resulta de uma harmonização entre os diferentes standars internacionais, “oferecendo uma solução única de boas práticas para todas as organizações que integram a cadeia alimentar no seu todo”. O especialista da SGS identificou ainda os pilares básicos da norma NP EN ISO 22000, afirmando que a comunicação interactiva ao longo de toda a cadeia de produção é um elemento essencial para assegurar que todos os perigos para a segurança alimentar são identificados e controlados. “De acordo com o novo referencial, a organização deverá estabelecer disposições efectivas para uma comunicação permanente entre os seus colaboradores, os quais devem ser informados sobre qualquer alteração introduzida ao longo do processo de produção, bem como entre os seus fornecedores, parceiros, clientes e outras partes interessadas. Este é um elemento crucial da norma”, explicou Eduardo Palú. A articulação e a coordenação dos princípios do codex HACCP, com os pré-requisitos (designados por boas práticas de fabrico) da organização, foi outra das características da nova norma, referida pelo coordenador internacional da SGS. Deste modo, feita a análise dos riscos é possível definir e implementar uma estratégia, que permita não só um maior controlo, como minorar os perigos susceptíveis de pôr em causa a segurança alimentar. Eduardo Palú referiu, ainda, que um dos “elementos chave da norma ISO 22000 é a sua integração com outros referenciais de gestão, designadamente com a NP EN ISO 9001:2000”. Aliás, o novo standard prevê isso mesmo, assegurando a compatibilidade entre ambas as normas. Embora, esteja prevista, também, a sua implementação de forma isolada.


A responsabilidade começa no topo

Bruno Barata

O envolvimento e a responsabilidade da Administração da organização são elementos “essenciais” para a boa condução do processo de implementação e adopção do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar. “Sendo de natureza voluntária, a adopção da ISO 22000 revela uma intenção da gestão de topo perante as autoridades em laborar de acordo com a legislação vigente”, sublinhou Jorge Reis, vice-presidente da recém-criada Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica. Jorge Reis identificou alguns pontos de contacto entre a ASAE e a ISO 22000. Para além do cumprimento legal e de uma maior comunicação entre as partes interessadas, o responsável chamou a atenção para o facto de a nova norma “permitir uma retirada completa e atempada dos produtos (acabados) que tenham sido considerados como não seguros, dado que obriga a um procedimento documentado de notificação das entidades interessadas e de tratamento dos produtos afectados”, disse. A complexidade da cadeia alimentar é, cada vez, maior. Não só se estende por numerosas organizações, como muitas vezes atravessa várias fronteiras. Ao contrário da qualidade, “a segurança alimentar não deve ser vista como um factor de competição no mercado global, mas antes como um elemento de cooperação”, sublinhou Pedro Reis, assessor técnico da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA). Porque basta haver “um problema num dos 'elos' para comprometer o esforço de toda a cadeia”, justificou. Para o representante da FIPA a adopção da norma NP EN ISO 22000 pode contribuir para um maior desenvolvimento do tecido empresarial português no sector alimentar, ao incentivar a profissionalização das empresas de menor dimensão. “Esta norma pode ser implementada por todas as organizações, das mais pequenas às mais complexas. Em Portugal, cerca de 80% do volume de negócios da indústria alimentar está concentrado em 20% das empresas existentes. O que significa que a grande maioria do tecido empresarial nacional é composto por pequenas e médias unidades”, referiu Pedro Reis. Contam-se ainda 'pelos dedos' o número de empresas que já certificaram o seu Sistema de Gestão de Segurança Alimentar. Contudo, atendendo ao interesse que o tema desperta, o seu número deverá crescer muito rapidamente.

Exemplos que vêm do mercado A BICAFÉ e a LUSIAVES são duas das primeiras empresas portuguesas a certificarem-se em Portugal de acordo com este novo referencial. Ambas comprovaram já as vantagens do sistema de segurança alimentar nas suas organizações e confirmaram as competências da SGS nesta área. BICAFÉ Desde Dezembro de 2005 que a BICAFÉ, empresa que se dedica à torrefacção e embalagem de café, se encontra certificada pela norma NP EN ISO 22000:2005. Segundo Graça Marques, directora da Qualidade desta multinacional, a certificação abrangeu os processos de torrefacção e embalagem do café, o embalamento de açúcar, a assistência técnica aos equipamentos relacionados e a distribuição. Para esta responsável, trata-se de uma aposta estratégica para a empresa, que visa aumentar a confiança dos clientes e marcar uma posição no mercado, dado o reconhecimento internacional do Sistema de Gestão da Segurança Alimentar. Para além de Portugal, a BICAFÉ está presente em Moçambique, África do Sul, Marrocos, Luxemburgo, Bélgica, França, Espanha, Suíça e Alemanha. LUSIAVES É a primeira empresa portuguesa do sector avícola a obter a certificação segundo a norma NP EN ISO 22000:2005. Segundo Carlos Caldeira, responsável pela coordenação e gestão do Sistema de Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar, a adopção do novo referencial é fundamental para quem pretende manter uma comunicação interactiva com os clientes e, necessariamente, com o consumidor final. “Face às crescentes crises que têm afectado o sector, o consumidor procura alimentos seguros e produzidos por empresas que lhe transmitam confiança. A LUSIAVES está atenta e, por isso, organizou-se internamente para reforçar o controlo dos perigos resultantes dos processos internos. Apostámos também num plano de comunicação mais claro e integrado, tanto a nível interno como externo. Estamos conscientes de que produzimos cada vez melhor e com menor risco”, disse Carlos Caldeira.

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> OUTSOURCING DE PERITAGEM AUTOMÓVEL

AXA e SGS em Portugal Parceria mais eficaz

Bruno Barata

Há oito anos a AXA Portugal e o Grupo SGS estabeleceram uma parceria pioneira no mercado segurador português: outsourcing da peritagem automóvel. João Leandro, presidente da AXA, faz um balanço positivo e afirma-se plenamente satisfeito com os resultados alcançados. > João Leandro Presidente do Conselho Executivo da AXA

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oi o primeiro acordo de outsourcing de peritagem automóvel feito no mercado português de seguros e configurou inúmeros aspectos totalmente inovadores nesta área. Estamos plenamente satisfeitos com a opção tomada. Escolhemos a SGS Portugal porque faz parte de um grupo com dimensão mundial, com imagem muito credível e com experiência e conhecimento no domínio da peritagem automóvel noutros mercados. E, de facto, encontrámos na SGS Portugal um interlocutor capaz de entender uma linguagem que na altura não era habitual no mercado português”, sublinha João Leandro. A opção da AXA pelo outsourcing de peritagem automóvel prendeu-se com quatro ordens de razões, a primeira das quais decorreu da constatação de um princípio básico: a avaliação de danos não faz parte do core business da seguradora. Segundo, numa altura em que a tradição mantinha os peritos ao serviço das seguradoras, a AXA Portugal considerou chegada a altura de afirmar a independência do acto de peritagem. “Na AXA entendemos que, independentemente da isenção e da qualidade profissional dos peritos, essa situação não era objectivamente positiva, na medida em que gerava a noção de que a avaliação não era independente. O facto da peritagem passar a ser da responsabilidade de uma empresa terceira, que tem os seus valores, princípios e metodologias próprios, transmitiu ao mercado essa noção objectiva de independência, com um resultado muito prático, que foi a diminuição da conflitualidade no seio dos segurados, conflitualidade essa que, em grande parte, advinha da associação da imagem do perito à seguradora” explica o mesmo responsável. O terceiro motivo esteve directamente relacionado com o primeiro: não sendo a peritagem o core business da companhia, tornava-se difícil estabelecer internamente níveis de serviço e impor parâmetros de qualidade na prestação des-

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se mesmo serviço. “Ao estabelecermos um contrato com um terceiro (a SGS, neste caso) acordámos indicadores qualitativos da prestação do serviço, estabelecemos prazos para a realização das peritagens e assumimos esse compromisso com os clientes. Em simultâneo, e este foi outro aspecto inovador na altura, passamos a marcar as peritagens, a receber e a enviar relatórios, e a tratar de todos os aspectos contabilísticos relacionados através da Internet. O que hoje é normal, há oito anos atrás foi totalmente inovador e inspirou profundas alterações nos contratos com outros fornecedores. Foi, de facto, um importante trabalho feito em parceria entre a AXA e a SGS, pois teve importantes reflexos na melhoria do serviço e na melhoria da percepção que o cliente tem do serviço da AXA”, reitera o CEO da companhia. Por fim, mas não menos importante, o outsourcing permitiu também à seguradora do Grupo AXA em Portugal ter um controlo de custos bastante mais eficaz, quer nas despesas com as peritagens quer com os sinistros.

Resultados a crescer Distinguida pela revista Exame como a Melhor Seguradora Não Vida em 2004 e um dos 25 exemplos da obra “Responsabilidade Social das Empresas Portuguesas - 25 casos de referência”, a AXA Portugal registou em 2005 um volume de prémios de 534 milhões de euros. O ramo Vida contabilizou uma produção de 167 milhões de euros e o Não Vida de 367 milhões de euros, volume que a posicionou no 2º lugar do ranking nacional das seguradoras Não Vida. O ramo Automóvel, com 206 milhões de euros em prémios no final do ano passado, tem um peso significativo no negócio (39% do volume total e 56% do ramo Não Vida) e corresponde a um total de cerca de 550 mil veículos seguros.



Os serviços Aquacare foram os primeiros em Portugal a ser certificados na área do tratamento de águas. A SGS ICS contribuiu para a concretização deste objectivo. 36 SGS Portugal

Stab Ambiente, especialista em tratamento de águas e ambiente, recorreu ao sistema Qualicert, promovido pela SGS ICS, para credibilizar o serviço Aquacare junto dos clientes. “Ao optar pela certificação do serviço Aquacare quisemos reforçar uma cadeia de valor que já detemos, uma vez que disponibilizamos produtos e equipamentos certificados, só faltava mesmo validar o serviço que prestamos. Com a implementação do sistema Qualicert foi possível sistematizar procedimentos internos, libertando-nos para focalizar toda a nossa atenção na satisfação total das necessidades e das expectativas do cliente. Neste momento, e após a entrega do certificado pela SGS ICS, em Dezembro último, a Aquacare é o primeiro serviço na área de tratamento de águas certificado em Portugal, o que muito nos satisfaz”, adianta Hélder Alves, sócio-gerente. Imbuído de um espírito empreendedor e com objectivos bem definidos para todas as empresas do Grupo, Hélder Alves está totalmente empenhado em impor a qualidade dos seus serviços no mercado. Nesta caminhada em direcção ao sucesso empresarial, acredita que “é fundamental apostar continuamente na adopção das melhores práticas em todos os domínios. Depois de termos visto o nosso serviço Aquacare certificado, estamos já envolvidos na acreditação do laboratório de águas e, posteriormente, queremos implementar o sistema de gestão da qualidade, de acordo com a ISO 9001:2000, em todo o Grupo Watercapital, que é actualmente constituído pelas seguintes empresas participadas: Watercare, Engecole, Serlimawater, Stab Ambiente e Ecotarget”.

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Serviços Aquacare certificados

Soluções integradas A integração de várias empresas especializadas em diferentes sectores do tratamento de águas, sob uma única marca (Aquacare), com uma missão e objectivos claros, é uma mais-valia do Grupo Watercapital. Hoje, no modelo actual de gestão empresarial, os clientes mais do que a aquisição de um produto, de um equipamento ou do controlo analítico, exigem um serviço integrado que inclua desde o estudo/projecto, passando pelo fornecimento e montagem de equipamentos até à sua exploração e gestão. E o serviço integrado de tratamento de águas Aquacare inclui todas estas vertentes. “Disponibilizamos um serviço global para a

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parcerias

> TRATAMENTO DE ÁGUAS E AMBIENTE


gestão de circuitos de água doméstica e industrial, que vai desde a consultoria ao fornecimento e aplicação de produtos químicos, passando pelo controlo físico-químico e microbiológico da água até ao fornecimento e montagem de equipamentos diversos neste domínio. Mas mais do que um conjunto de soluções e produtos integrados, é importante sublinhar que dispomos também de um serviço técnico da qualidade, altamente qualificado e preparado para satisfazer qualquer necessidade do cliente. Ainda não somos líderes de mercado em Portugal, mas destacamo-nos pela qualidade do serviço que prestamos”, sublinha o sócio-gerente da STAB Ambiente.

Internacionalização em vista De âmbito nacional, a empresa tem delegações em diferentes pontos do país, inclusive ilhas, por forma a estar mais perto do cliente. Em breve ficará concluída a delegação dos Açores e seguir-se-á a do Algarve. Completa a rede em Portugal, Hélder Alves quer partir à conquista do mercado espanhol e está também atento às oportunidades que se vislumbram quer em Cabo Verde quer em Angola. “Estamos a estudar estes mercados e, em particular, o de Cabo Verde por todas as limitações que existem no domínio dos recursos hídricos. Temos produtos, equipamentos e know-how para responder adequadamente aos problemas concretos destes mercados e estamos atentos a todas as oportunidades. Para Março, está planeada uma viagem de prospecção a Angola, que é outro dos países que nos suscita interesse”. Os serviços integrados de tratamento de água Aquacare estão vocacionados para proceder ao controlo da qualidade da água em diversas aplicações, desde redes de água potável, redes de incêndio, águas de recreio, circuitos AVAC, cogeração, caldeiras e limpeza e higienização de reservatórios. Face à equipa multidisciplinar de técnicos de que dispõem, estão também preparados para proceder ao tratamento físico-químico de circuitos e ao tratamento microbiológico de redes, com especial ênfase para a despistagem e tratamento de legionella pneumophila. Brevemente, vão construir, no Algarve, a primeira unidade de dessalinização do país. > Hélder Alves, Sócio-gerente

Crescer com qualidade O presente ano continua a perspectivar-se muito positivo para todo o Grupo. “Nos últimos três anos temos crescido acima dos 20% e acreditamos que temos potencial para continuar a reforçar esta performance positiva em 2006, porque estamos continuamente a investir na formação dos recursos humanos - pois são a base de todo o sucesso - e este ano vamos investir cerca de 1 milhão e meio de euros em infra-estruturas novas, quer em Alverca, para onde vamos brevemente, quer em Torres Novas, onde estamos a construir um espaço combinado de armazém, escritório, laboratório e showroom. É fundamental evoluir com qualidade, porque só deste modo podemos ambicionar ser líderes de mercado nesta área. Em Portugal somos o maior distribuidor ibérico de produtos Henkel e somos o terceiro maior a nível mundial, sendo que o nosso objectivo é sermos o primeiro. Acredito que dentro de dois anos possamos alcançar esta meta, mas até lá estamos empenhados em construir uma estrutura de base muito sólida para estarmos preparados e respondermos adequadamente às exigências do mercado”, explica Hélder Alves.

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“É fundamental evoluir com qualidade, porque só deste modo podemos ambicionar ser líderes de mercado nesta área.”

Em Portugal, praticamente toda a rede de centros comerciais organizados beneficia dos serviços Aquacare. O objectivo agora é o de reforçar o posicionamento junto da indústria e também no segmento da hotelaria. Entre muitos outros clientes, destaca-se, por exemplo, a Sonae Distribuição, a Sonae Imobiliária, o Grupo Amorim, o Grupo Accor e alguns hotéis do Grupo Pestana. O serviço Aquacare faz também a gestão completa dos circuitos de água de grandes edifícios em Lisboa, nomeadamente da Assembleia da República, do edifício da ANACOM, do Palácio Sotto Mayor, do edifício Smart, da Vodafone, entre muitos outros.


Gestão sustentável segue em frente na Somague 38 SGS Portugal

Para Miguel Galvão Teles Tomé, director da Qualidade, Segurança e Ambiente da Somague, o'desenvolvimento sustentável' é um valor intrínseco à constituição das empresas que integram o universo Somague. Porque, “para quem pretende estar cá amanhã, este é o único caminho a seguir”. Qual é a filosofia global de desenvolvimento sustentável prosseguida pela Somague? Na Somague, desde sempre, cedo se teve consciência do futuro, independentemente de directrizes internacionais (protocolos, directivas, normas, legislação, etc.), entretanto emitidas, ou de pressões externas. Desde o início da constituição da Somague que se verificou uma contínua preocupação com as implicações da sua actividade, imediatas ou futuras. Já em 1993, com a profunda reengenharia dos métodos de funcionamento da empresa, a sua consequente orientação por processos e a revisão da sua missão, visão e valores (nos quais se inclui a ética e a responsabilidade social) e, mais recentemente, com a integração num grande grupo europeu - Sacyr Vallehermoso - que o conceito 'desenvolvimento sustentável' foi prontamente assimilado, entendido como mais um desafio e aplicado não só à actividade já desenvolvida mas também como oportunidade de negócio. Pelo exposto, a Somague ou mais propriamente a Somague Engenharia - reportando-nos agora à construtora e às suas participadas - não entende a construção sus-

tentável (aplicação dos princípios de desenvolvimento sustentável ao ciclo global da construção) como uma problemática de difícil execução, mas sim como um desafio para o sector e para todos os outros com que interage. Assim, temos vindo a empenhar-nos significativamente na adequação da actuação das nossas unidades empresariais às exigências técnicas, comerciais e financeiras do mercado, sem perder de vista as especificidades de cada uma das empresas, inerentes à dispersão de muitos colaboradores por diversos países e regiões com contextos sócio-políticos muito diferentes. Desempenho este que temos coligido num relatório anual de sustentabilidade. Quais são as principais prioridades da Somague neste âmbito? As principais prioridades da Somague Engenharia têm-se centrado na inovação, no estabelecimento de parcerias, na utilização de novas e melhores tecnologias bem como na entrada noutros mercados. Paralelamente, e no que se refere ao ambiente, tem sido prioridade dotar todas as unidades empresariais de sistemas de gestão ambiental e consequente certificação. A nível social, a prin-

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> DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


cipal prioridade relaciona-se com o bem-estar dos colaboradores e com a construção de parcerias com diversas instituições, por forma a apoiarmos iniciativas de reconhecido interesse técnico, cultural ou social. Na prática, como é que conjugam a actividade empresarial com todas as preocupações que integram uma política sustentável? Externamente reconhecida por várias entidades de referência como uma organização socialmente responsável, pelo quarto ano consecutivo como uma das melhores empresas para se trabalhar em Portugal e, mais recentemente, no que se refere à responsabilidade climática, classificada em 1º lugar no ranking português das empresas fora do CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) - para citar apenas três importantes galardões recebidos pela Somague - são inúmeras as práticas que têm consubstanciado as prioridades acima mencionadas. A título de exemplo, refiro as campanhas de doação de sangue, o patrocínio da exposição “Engenho e Obra”, realizada sobre a engenharia em Portugal no século XX e galardoada nos Estados Unidos pela Society for the History of Technology com o prémio DIBNER AWARD (atribuído a “outstanding museum design and interpretation”) e, na área dos recursos humanos, as boas práticas já salientadas pelo Presidente da República em visita efectuada à Somague no que diz respeito ao acolhimento e acompanhamento de trabalhadores imigrantes.

Fazer bem hoje para consolidar o amanhã

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No seu entender, este é cada vez mais um caminho a seguir pelas empresas portuguesas? Eu diria que o único, para quem pretende estar cá amanhã. Numa era de cada vez maior internacionalização e globalização, só empresas com permanente preocupação com a qualidade do serviço prestado, socialmente responsáveis quer interna quer externamente e com consciência ambiental sobreviverão, pois a sociedade procura cada vez mais organizações que partilhem os seus valores.

No futuro, que projectos serão evidenciados no domínio da sustentabilidade por parte das empresas do universo Somague? Penso que estamos no bom caminho. Assim, iremos continuar com acções na linha das que já referi, muito provavelmente com especial ênfase nos impactes sociais, na investigação associada a materiais e métodos construtivos amigos do ambiente e no reforço destas preocupações na nossa cadeia de subcontratação.

“No futuro, só sobreviverão empresas com permanente preocupação com a qualidade do serviço prestado, socialmente responsáveis e com consciência ambiental.”

Relativamente à qualidade, ambiente e segurança, as empresas do universo Somague estão, neste momento, certificadas de acordo com que referenciais? No universo Somague existem diversas empresas certificadas de acordo com os diferentes referenciais, ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, e por diferentes organismos de certificação. A tendência a seguir é a definição e implementação do maior número de sistemas de gestão, em geral integrados, e naturalmente procurar obter o reconhecimento externo que as certificações representam. A SGS tem trabalhado com a Somague fundamentalmente na área da segurança. Pode especificar em que medida? Considera vantajosa esta parceria? Com certeza. Em poucas palavras, a SGS tem colaborado ao nível da coordenação de segurança com a Somague PMG, promotora imobiliária/dono de obra e na alocação de técnicos de segurança à Somague Engenharia, enquanto empreiteiro geral, complementando e reforçando quando necessário as nossas próprias equipas. Para além desta área, a SGS ICS é o organismo certificador em qualidade e ambiente de algumas empresas do universo Somague. Também aqui, numa lógica de sustentabilidade, temos vindo a desenvolver com a SGS Portugal uma relação de parceria win win, cujo aprofundamento, nesta ou noutras áreas, devido à reconhecida competência da SGS, encaramos como muito bem vindo.

> Miguel Galvão Teles Tomé Director da Qualidade, Segurança e Ambiente da Somague

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eventos e notícias

1ª Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

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Os formandos do Curso Técnico de Segurança e Higiene, a decorrer na Nerga Associação Empresarial da Guarda, organizaram as 1ª Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, que decorreram nos dias 12 e 13 de Janeiro, com o objectivo de dar a conhecer o que se faz e o que se perspectiva fazer neste domínio. Sara Madaíl, gestora de clientes da SGS, esteve presente no evento e explicou a importância de ter um sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho implementado numa empresa; apresentou os princípios das ferramentas de gestão, nomeadamente do referencial OHSAS 18001 e da NP EN 4397 e, no final, sublinhou os objectivos da certificação e quais as diferentes fases até obtê-la.

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Certificação ambiental em debate Sob o lema “Turismo e Certificações Ambientais (ISO e EMAS) e Rótulos Ecológicos”, a NordeConsult e a CPL Events organizaram, no Centro de Congressos do Estoril, a 16 e 17 de Fevereiro, uma conferência internacional para estimular a introdução de certificações ambientais e rótulos ecológicos na indústria portuguesa do turismo. Para abordar o assunto, desde a necessidade da certificação ambiental para aumentar a competitividade à clarificação das diferenças entre sistemas de certificação ambiental e rótulos ecológicos, passando pela identificação de vantagens e constrangimentos resultantes da implementação dos diferentes sistemas, a organização convidou um diversificado painel de oradores. Por parte da SGS ICS, participou Luís Barrinha, director de Certificação de Ambiente e Segurança, que deu a conhecer os serviços que a SGS ICS presta nesta valência, explicou os princípios que orientam o referencial ISO 14001 e apresentou um panorama de crescimento da certificação ambiental na indústria do turismo em Portugal.

E porque vale a pena lutar por um mundo melhor para as futuras gerações, o jornal Água&Ambiente organizou, a 7, 8 e 9 de Março, o Fórum Nacional do Desenvolvimento Sustentável, subordinado ao tema 'Como gerir os nossos recursos', no Altis Park, Lisboa. Um evento que serviu, sobretudo, para reflectir e debater sobre a integração do desenvolvimento sustentável na sociedade portuguesa, sobre o movimento empresarial rumo à sustentabilidade e as acções socialmente responsáveis. A iniciativa, que se dirigiu a todos os administradores, gestores, do sector público e privado, e responsáveis pelos Departamentos da Qualidade e Ambiente de diferentes organizações, teve ainda como objectivo apresentar resultados sobre a implementação de estratégias de desenvolvimento sustentável em outros países europeus e demonstrar como a aplicação de práticas de sustentabilidade abre novas oportunidades de negócio às empresas. Este Fórum, que durou três dias, contou com a participação de vários oradores. Pedro Ferreira, director técnico de Desenvolvimento de Produtos da SGS ICS, aceitou o convite e deu a conhecer a norma SA 8000, um dos muitos serviços que a SGS ICS presta no sentido de promover o desenvolvimento sustentável dentro e fora da organização a que pertence.

VIº Congresso Internacional de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho A Ordem dos Engenheiros - Região Norte, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Associação Portuguesa de Segurança e Higiene no Trabalho realizaram, nos dias 23 e 24 de Fevereiro, o 6º Congresso Internacional de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. Mais uma iniciativa para abordar a temática da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, mas numa perspectiva mais abrangente, por forma a debater as grandes questões que se colocam hoje na União Europeia e, em particular, em Portugal. Mais do que conhecer as políticas públicas ajustadas à SHST, procurou-se saber quais as competências das empresas nesta área e qual é o grau de envolvimento dos agentes económicos e sociais no domínio da prevenção de riscos.

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Fórum por um desenvolvimento sustentável


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