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Ano: XXVIII - 2019 | OUT - DEZ | Bimestral | Gratuita
Centros
Comerciais
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R e v i s ta
entrevista
Francisco Cavaleiro de Ferreira
Managing Director para Portugal e Espanha da Multi Corporation
opinião
Elsa Monteiro
Directora de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Sonae Sierra
Sustentabilidade
A chave para o futuro da indústria
GESTÃO COM DESAFIOS PUBLICIDADE
O N O S S O F O CO É C U M P R I R E X P E C TAT I V A S. O modelo de gestão dinâmica de centros comerciais pela Widerproperty assenta na dinamização constante da atividade dos espaços, suportada em know-how específico de uma equipa dedicada ao retalho e aos centros comerciais, que domina o conhecimento do negócio de forma profunda e em todas as suas va r i á ve i s . VISITE-NOS EM:
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editorial
António Sampaio de Mattos Presidente
editorial:
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No início de Janeiro foi assim constituído formalmente o “European Council of Shopping Places – ECSP”, um nome que torna o âmbito desta entidade mais abrangente no plano do retalho imobiliário organizado
European Council of Shopping Places
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o final do ano passado, o International Council of Shopping Centers – ICSC, encerrou a sua operação fora dos Estados Unidos, incluindo, entre outras sucursais, o escritório de Londres onde se centrava a coordenação e planeamento de todas as acções para a Europa.
Quase em paralelo, diversos membros europeus desta filial designada por ICSC-Europe, encetaram um debate que levaria à criação de uma nova estrutura que há muito se delineava como a solução mais adequada aos ensejos das organizações europeias, quer no plano da formação e networking, quer ainda ao nível das relações públicas com perfil de representação institucional desta indústria junto da União Europeia. O debate sobre uma associação pan-europeia, autónoma, autofinanciada e autogovernada, foi desde o início do processo liderado pelo ex-Presidente do ICSC-Europe, Peter Wilhelm, tendo como base inicial um escritório de serviços partilhados em Bruxelas, e uma estrutura reduzida, adaptada ao início de actividade de uma organização desta índole. No início de Janeiro foi assim constituído formalmente o “European Council of Shopping Places – ECSP”, um nome que torna o âmbito desta entidade mais abrangente no plano do retalho imobiliário organizado e que se revela como um gigantesco desafio para a capacidade de organização e entendimento dos europeus. A APCC, bem como algumas empresas suas associadas, têm sido convidadas a emitir opinião sobre este processo. Esperamos continuar a contribuir activamente para o sucesso desta nova organização. n
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Índice
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ENTREVISTA Francisco Cavaleiro de Ferreira
TENDÊNCIAS opinião internacional O futuro tem de Elsa Monteiro Reboot 2020 ser verde para os discute o futuro A indústria do imobiliário centros comerciais
“Quando vivemos momentos de incerteza em todo o mundo, poucos são aqueles que conseguem ler todos os sinais e perceber onde se dará o ponto de equilíbrio desta nova revolução”.
O mundo quer, agora, acção para medidas conducentes à sustentabilidade ambiental. Uma questão que é de todos nós e, à qual, não pode ser alheia a gestão dos centros comerciais. Uma lógica que apela a estruturas mais eficazes na abordagem aos consumos de água, electricidade, tratamento dos resíduos.
em capa
Propriedade
Av. Eng.º Duarte Pacheco Amoreiras Torre 2 - Piso 9 - Sala 2 1070-102 Lisboa - Portugal Tel.: 21 319 31 88 - Fax: 21 354 34 01 E-mail: geral@apcc.pt APCC NIPC: 501543821 Director António Sampaio de Mattos Director-Adjunto Pedro Teixeira
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Foto de capa: Jewel Changi Airport - Singapura
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Centros Comerciais em Revista
Trimestral • Ano XXVIII - 2019 • Edição 103
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atravessa neste momento uma enorme pressão para se tornar mais sustentável, levando investidores e promotores a procurar estabelecer requisitos ambientais para os seus portefólios que revelam maior ambição, do que a própria legislação.
“Bye-bye, narrow mind, hello big picture. Welcome to Reboot”, foi desta forma que a GCSC – German Council of Shopping Centers deu o pontapé de saída para uma conferência fora dos padrões normais que reuniu cerca de 400 participantes, entre os quais a APCC, no Kosmos, em Berlim.
Produção, Edição e Redacção
Impressão RBM-artes gráficas, Lda. Alto da Bela Vista nº 68 - pav. 8 r/c Mediapearl - Comunic. e Serv., Lda. 2735-336 Cacém Centro Empresarial Tejo Tiragem: 15 000 exemplares Rua de Xabregas, 2 - Piso 2, Distribuição Gratuita sala 2.06/2.07 Depósito Legal n.º 54-808/92 1900-440 Lisboa Registo na Entidade Reguladora para a Tel.: 21 868 02 77 | 21 403 76 56 Comunicação Social - ERC n.º 117131 Sede: Editorial Av. Eng. Duarte Pacheco, 248 - 4º Dto. Estatuto A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em 2870-216 Montijo Revista”, é uma publicação Associativa, propriePublicidade Lurdes Dias - Tel: 21 403 76 56 ldias@mediapearl.pt Elisabete Pais de Sousa Tel: 21 403 76 56 epaisdesousa@mediapearl.pt Helena Barquina - Tel: 21 868 02 77 helena.barquina@mediapearl.pt Estudo Gráfico Mediapearl
dade da Associação Portuguesa de Centros Comerciais - APCC, de divulgação de informação e de opinião sobre a indústria dos Centros Comerciais aos níveis nacional e internacional, que tem por objectivos a promoção e dignificação destes empreendimentos de comércio integrado designados de “Centros Comerciais”, bem como das entidades suas Proprietárias, Promotoras e Gestoras. A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista” presta, para além da informação institucional relativa às actividades Associativas, informação sobre a actividade empresarial e operacional dos próprios Centros Comerciais em todas as suas vertentes, desde a promoção imobiliária, passando pela gestão de marketing e comercial, pela
a gestão técnica de edifícios, segurança humana e electrónica, fiscalidade, arquitectura e projecto. Por outro lado, a publicação assume-se ainda como o meio de divulgação privilegiado, de informações relevantes provenientes dos Associados, dirigidas ao mercado em geral. A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista”, é impressa em papel e encontra-se disponível em formato digital, visando a divulgação, no estrito cumprimento dos Estatutos e do Regulamento Interno da APCC, dos conteúdos de cariz informativo e técnico deste sector de actividade económica e empresarial. A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista”, é dirigida a todos os profissionais do sector, a prestadores de serviços e consultores, academias e entidades públicas e privadas, e aos consumidores em geral. Nota de Redacção: A redacção da “SHOPPING Centros Comerciais em Revista” segue as regras da anterior ortografia do Português Europeu. Esta regra poderá ter excepções na rubrica “Opinião”, consoante a adopção do autor.
P O R T U G U E S E
S H O P P I N G
C E N T E R S
Y E A R B O O K
A FERRAMENTA DE TRABALHO INDISPENSÁVEL SOBRE O SECTOR Quem é Quem nos Centros Comerciais Portugueses
Fichas Técnicas detalhadas dos 85 maiores centros comerciais portugueses
Análise nacional do sector do retalho imobiliário
Análise do mercado internacional
Listagens de todos os contactos de centros comerciais e Associados
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Entrevista
Entrevista com:
Francisco Cavaleiro de Ferreira Estratégia da Multi focada na prestação de serviços e na gestão de terceiros
“Q
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uando vivemos momentos de incerteza em todo o mundo, poucos são aqueles que conseguem ler todos os sinais e perceber onde se dará o ponto de equilíbrio desta nova revolução”. Às palavras prudentes face ao futuro próximo, Francisco Cavaleiro de Ferreira, Managing Director para Portugal e Espanha da Multi Corporation, acrescenta uma atitude afirmativa, vincada nesta conversa: a da capacidade de adaptação à mudança de uma empresa, detida pelo accionista Blackstone, com actuação na propriedade, gestão e (re)desenvolvimento de centros comerciais em toda a Europa. Questões como a sustentabilidade ambiental, a relação entre o físico e o digital, os desafios da tecnologia e da mobilidade, são temas presentes nesta entrevista. Shopping - Há datas que não podemos subtrair a uma conversa. Os Armazéns do Chiado completaram, em 2019, duas décadas sob gestão da Multi. O que significa ter dado vida a um espaço emblemático num local no coração dos lisboetas? Francisco Cavaleiro de Ferreira - É gratificante olhar para trás e ver que os Armazéns do Chiado são uma referência na cidade de Lisboa, tornada num meeting point. O espaço é catalisador de uma área que, já antes, era uma referência na capital e que, de alguma forma, morreu com o incêndio nos anos de 1980. Toda a baixa lisboeta acabou por beneficiar do sucesso dos Armazéns do Chiado. Houve uma preocupação muito grande na integração do edifício na área, quer em termos arquitectónicos, quer funcionais. A Multi escolheu, na época, os dois únicos prémios Pritzker [arquitectura] que há actualmente em Portugal, os arquitectos Souto Moura e Álvaro Siza Vieira. Esta ponte entre a história dos Armazéns e o seu futuro, assim como a necessidade de funcionalmente termos um edifício que servisse o comércio, foi conseguida e contagiou toda aquela zona da cidade. Shopping - Volvidos 20 anos e com toda a dinâmica que hoje encontramos na baixa lisboeta, houve uma adaptação dos Armazéns do Chiado aos fluxos turísticos? F.C.F. - Sim, trata-se de um fenómeno que nos obriga a adaptações. As necessidades do turis-
ta não são as mesmas do visitante nacional ou local. Por exemplo, houve que criar um ponto de informação logo à entrada dos Armazéns, orientando as pessoas dentro do centro e com capacidade de fazê-lo em diferentes línguas. Acaba por ser um serviço que abrange toda a área citadina envolvente. As equipas tiveram de ser treinadas para que esse acolhimento acontecesse. Os próprios serviços do centro readaptam- se em função da tendência para termos mais ou menos turistas no centro. O mix comercial tem de se ajustar ao target de turistas que chegam e querem comprar recordações do local que visitam. Toda a gestão do centro tem de ser adaptada ao novo target. Shopping - A Multi é detida presentemente pela Blackstone, uma empresa conhecida por protagonizar uma estratégia de aquisição em fase de crise para vender em ciclo favorável. Essa estratégia de oportunidade irá manter-se nos próximos anos? F.C.F. - No fundo, a estratégia do nosso accionista dirige-se a um tipo de negócio diferente, que nós não controlamos, tendo os seus ciclos de investimento e de desinvestimento. A estratégia da Multi, agora claramente adaptada à gestão de centros comerciais de terceiros, ganha muito pelo facto de termos um accionista como a Blackstone e pela diversidade de investidores que tem. A Multi posiciona-se hoje no mercado como uma empresa que tem a ex-
Francisco Cavaleiro de Ferreira Managing Director para Portugal e Espanha da Multi Corporation
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Entrevista
Há neste momento, na nossa estratégia, um foco muito grande em olhar para os activos que gerimos e perceber que tipo de alterações temos de fazer para os readaptar às novas necessidades dos clientes periência de gerir activos para fundos “oportunísticos”, para fundos de longo prazo, para fundos com activos core e core mais, para fundos com activos distressed. Portanto quando se olha para a capacidade de gestão instalada, vendo a história dos últimos dez anos da Multi, percebemos que temos na nossa carteira os tipos de activos que referi. Já mostrámos que temos uma capacidade de adaptação a diferentes tipos de investidores, com diferentes tipos de activos que nos permite, no mercado de gestão para terceiros, ser uma empresa que com muita facilidade se adapta a novos “players” no mercado Ibérico, oque nos traz uma vantagem muito grande. Como todas as empresas evoluímos também com a necessidade, tivemos de nos adaptar a diferentes tipos de clientes. Se fossemos uma entidade que só trabalhava para o nosso accionista enquanto detentor de activos próprios, não teríamos a necessidade de dar resposta a outro tipo de questões. Isto traz uma mais valia para as próprias equipas, porque a forma de pensar não está limitada àquilo que um proprietário, com uma determinada cultura e estratégia nos pede, mas obriga-nos a pensar para todo o mercado. Dá-nos a possibilidade de estar em qualquer momento preparados para qualquer entidade que apareça no mercado. Shopping - Ainda no que respeita ao vosso accionista, fechou no final de 2019 um programa de aquisições muito 8
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forte. O que podemos aguardar para este 2020? F.C.F. - O nosso accionista, a Blackstone, teve um programa de aquisições muito forte nos últimos quatro anos e entendeu que chegou o fim do ciclo desse programa de investimento. Houve um programa de desinvestimento, de venda de activos, que está praticamente concluído na Península Ibérica, mas que em Portugal terminou no fim de 2019. As operações mais significativas foram a venda dos terrenos de Alvalade, onde a Multi tinha cerca de 80 mil metros quadrados para desenvolver. Um negócio, em nosso entender, interessante e com a colaboração muito próxima dos agentes em Portugal que lideram este tipo de negócios prime no nosso país. Finalizámos também recentemente a maior transacção do mercado de retail parks em Portugal, com quatro activos que tinham sido adquiridos pelo nosso accionista [Aveiro Retail Park, Lima Retail Park, Santarém Retail Park, Alverca Park]. Um negócio que não levou muito tempo, como tipicamente acontece com estas transacções. Ficamos muito satisfeitos por concluir um ciclo completo que se iniciou há quatro anos com a venda do Forum Montijo, Forum Sintra e do Almada Forum que representou a maior operação do género em 2018 e que termina agora até que possa existir um novo ciclo de investimento. Assim o possa definir o accionista. Shopping - Há expectativas quanto a esse novo ciclo de investimento? F.C.F. - Há aquilo que é a estratégia do accionista e aquilo que é a estratégia da Multi. Elas não têm de ser coincidentes, mas naturalmente uma responde à outra. A nossa estratégia, enquanto prestadora de serviços para o nosso accionista Blackstone, tem de corresponder à estratégia deste. As estratégias da Blackstone obedecem a ciclos macroeconómicos a nível global. As decisões para criar ciclos de investimento ou desinvestimento são do nosso acionista e só depois, em função dessas decisões, a Multi
tem um papel mais, ou menos activo, e reajusta a sua estratégia em função disso. A Multi, neste momento, na sua estratégia não prevê adquirir activos e, portanto, não estamos focados em saber quando será o novo ciclo. Diria, no entanto, que, em dois ou três anos, haverá um novo ciclo, mas depende muito da evolução dos mercados, no nosso caso, em termos estratégicos, da evolução global daquilo que será todo o sector imobiliário. Como sabe o nosso accionista investe a uma escala global podendo haver um novo ciclo em Portugal, mas este não ser interessante porque há pontos de interesse noutros locais ainda mais atractivos. Não sendo esta uma decisão da Multi, vamos focar a nossa estratégia na prestação de serviços, na gestão de centros para terceiros e para o nosso accionista e, pontualmente, no desenvolvimento de activos para corresponder à necessidade de adaptação à mudança. Há neste momento, na nossa estratégia, um foco muito grande em olhar para os activos que gerimos e perceber que tipo de alterações temos de fazer para os readaptar às novas necessidades dos clientes. Shopping - No último congresso, disse que poderá haver uma ideia do que será o futuro do sector daqui a cinco anos, mas mais do que isso é impossível. Na sua opinião, a que se deve essa convicção? Será devido à velocidade de mudança, ou à volatilidade económica e social? F.C.F. - O exemplo que dei no congresso prende-se com a mobilidade. Todos sabemos que está a mudar e vai mudar. É uma dimensão fundamental no centro comercial e para o seu sucesso. Mas nenhum de nós pode hoje, em consciência, dizer como será a mobilidade nas cidades dentro de dez anos. Daqui a três ou quatro anos podemos dizer que haverá partilha de carros, provavelmente algumas experiências em áreas específicas com carros autónomos ou semiautónomos. Contudo, a velocidade da transformação digital e o impacto que as tecnologias digitais vão ter naquilo que são as infraes-
truturas de hoje inibem-nos de poder prever muita coisa a mais de cinco anos. Dou um exemplo: os centros comerciais têm, em regra, cerca de 30% da sua área de implantação para parque de estacionamento. Aqui, estamos perante um desafio tremendo para os centros comerciais. Imagine, no limite, se a mobilidade for totalmente partilhada, sem posse do veículo, com as sociedades assentes num modelo em que o veículo próprio deixa de fazer sentido. Como reconverter esses espaços? Será que são convertidos para exploração do próprio negócio? A forma como as pessoas se movimentarão de um local para o outro, terá influência no local onde querem estar? Não sabemos. Shopping - Falemos de presente e do futuro enquadrando-os na revolução digital. Como é que entende a convivência entre o digital e o retalho físico? F.C.F. - Quando vivemos momentos de incerteza em todo o mundo, poucos são aqueles que conseguem ler todos os sinais e perceber onde se dará o ponto de equilíbrio desta nova revolução. Quando essa incerteza existe, diria que há um desafio muito grande posto aos centros comerciais no que respeita às componentes física e digital. No que respeita ao online, dissipam-se as dúvidas entre a complementaridade deste com o físico. A necessidade de criar mais entretenimento e experiências e a necessidade de adaptar os centros à complementaridade do online, serão temas mais disruptivos do que, por exemplo, o da sustentabilidade no que respeita ao ambiente, que na Multi sempre foi uma questão presente. Quanto ao online, ainda não se consegue perceber muito bem que impacto terá. Todo o tipo de investimentos terá de ser bem pensado. Já no que diz respeito ao lazer, aí estamos a falar de requalificação do centro para áreas que, regra geral, têm um rendimento directo menor que aquele que verte da actividade tradicional. Olhando para o futuro, não se pode desmerecer o presente e a rentabilidade que cada
um desses activos deve representar para os seus proprietários. Ninguém no seu perfeito juízo pega num centro com um nível de rendas interessante e transforma áreas que correspondem completamente às necessidades dos seus clientes para com isso apenas responder às necessidades da ex-
periência. Há, claro, que olhar para os activos no sentido de os reorganizar quando necessitam, ou de os expandir para dar novas respostas e isso é trazer valor acrescentado, com a cautela de como conjugar isto com a incerteza daquilo que é a perspectiva dos próximos anos. HOPPING 9
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Há que reflectir como é que o físico se vai adaptar às tendências das novas gerações nascidas na era digital.
Shopping - Aliás, a capacidade do físico acompanhar ao momento o digital é limitada, concorda? F.C.F. - O verdadeiro desafio para os gestores de activos é o de poderem olhar o físico e garantir que tem adaptabilidade suficiente para aquilo que é a mudança constante do digital. Esta faz-se quase ao segundo e está em permanente transformação. Os custos dessa transformação são relativamente baixos. Já o físico não tem essa capacidade de adaptação. Não consigo ter um edifício com uma determinada função como centro comercial e volvido meio ano readaptá-lo. O físico tem custos que não se comparam ao digital. Ou seja, há que reflectir como é que o físico se vai adaptar às tendências das novas gerações nascidas na era digital. Shopping - Estarão essas novas gerações motivadas a irem aos centros comerciais? F.C.F. - As novas gerações são educadas no online, querem as coisas para hoje e planeiam-nas no mesmo período. Não há como não adaptar ao digital. Por outro lado, já se percebeu que ao digital falta-lhe a experiência. E nós como seres humanos precisamos desta. Daí, o elemento físico dos centros comerciais continua a ser essencial. Estes continuarão a ser a casa que acomodará o digital. Neste sentido, 10
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julgo que as novas gerações estarão motivadas a irem aos centros comerciais, mas, eventualmente, não procurarão o que hoje conhecemos. A ligação ao digital que já falámos, a necessidade de resposta mais rápida às suas necessidades e a experiência aliada ao digital, vão ser essenciais. Será crítico para o centro comercial não ter estas componentes para as gerações mais novas. O que mudará é a decisão da compra. Eventualmente, primeiro avaliarão no telemóvel o que querem adquirir. Contudo, não sou apologista que o centro comercial vai mudar de um dia para o outro. Shopping - Mas a competição com os gigantes digitais é grande. F.C.F. - Sim, mas será sempre uma função complementar. Shopping - Nesta dinâmica também não é de desmerecer a relação dos centros com as comunidades onde se inserem. F.C.F. - É uma preocupação que a Multi sempre teve, a da relação com a comunidade, podermos conhecê-la, partilhar com ela a sua identidade e valores e trazê-los para o centro comercial. As pessoas veem-no como uma extensão da sua comunidade e não como algo estranho ali implantado. Shopping - No plano da sustentabilidade, a Multi foi uma das pioneiras ao nível nacional, por exemplo, na certificação energética dos edifícios, ou na adopção de outras certificações de conformidade. Como comenta que há 20 anos a Multi tenha sido sensível ao tema, promovendo-o de forma efectiva na operação nos centros? F.C.F. - A Multi foi pioneira na implantação de boas praticas que levaram à certificação ISO14001 e ainda hoje o é, mantendo a certificação EMAS desde 2004, no Almada Forum. No mesmo período temos ainda a certificação OHSAS 18001 e a ISSO 9002. Esta preocupação com a sustentabilidade justificou-se há
cerca de 20 anos de duas razões. A primeira pela consciência social que obriga a ter preocupação com a correta utilização dos recursos disponíveis, garantindo assim um melhor futuro para as gerações vindouras. A segunda pela visão empresarial que a sustentabilidade era um caminho inevitável que na altura se afirmava como um fator de diferenciação. A sustentabilidade como parte integrante da estratégia da Multi era também uma vantagem imperativa no nosso mercado. Actualmente há uma preocupação quase transversal em termos de sustentabilidade. Uns centros mais, outros menos, mas todos interiorizaram o conceito. Hoje, a Multi acaba por colher o resultado de um investimento feito há muitos anos nessa área. Shopping - A actuação em cada momento não corre alheada das condições políticas, sociais, legais, económicas geradas. Considerando este pressuposto, têm contado com as condições necessárias à vossa actuação? F.C.F. - Diria que o mais importante foi a abertura que existiu, e a indústria actuou aí, para podermos criar alguma atipicidade nos contratos de utilização de lojas. Também importante foi a flexibilização e alargamento dos horários de funcionamento. O Estado, se assim quisesse, podia ter legislado noutro sentido, mas compreendeu que era uma realidade diferente e tal não aconteceu. No que toca, especificamente, a apoios às estratégias para implementação da sustentabilidade, julgo que os centros comerciais não precisavam de mais do que aquilo que lhes foi colocado à disposição. Prova disso, os centros comerciais sempre estiveram na vanguarda, sendo o principal destino dos consumidores em Portugal. Não vejo como a história de sucesso dos centros comerciais possa revelar que, em qualquer momento do seu percurso, não houve condições para crescerem e para se consolidarem como primeiro destino do consumidor em Portugal. n
notícias
Freeport Lisboa Fashion Outlet alavanca VIA Outlets a nível internacional
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Freeport Lisboa Fashion Outlet assumiu-se como o maior contribuinte para o crescimento do tráfego da VIA Outlets a nível internacional, no ano de 2019. Para o efeito, protagonizou um aumento de 12%, para 3.2 milhões de visitas, reflexo do projecto de remodelação e reposicionamento concluído no final de 2017. Neste período mais de 30 novas lojas foram abertas com marcas de grande prestígio nacional e internacional, das quais 14 em 2019, como Scalpers, Gant, Boggi Milano, Karl Lagarfeld, O’Neil, Liu-jo entre outras. Também a forte aposta numa nova praça de restauração, um ex-libris do projecto de remodelação, tem contribuído para os bons resultados do centro. Segundo estudos realizados no último trimestre de 2019, 97% das pessoas inquiridas recomenda a visita e 98% tem intenção de continuar a fazer compras no FLFO. O Vila do Conde Porto Fashion Outlet, o outro activo português que integra o universo da empresa, cujas obras de remodelação no valor de 13 milhões de euros estão previstas terminar este ano, verificou um crescimento
de vendas de 7% e 5 milhões de visitantes. Também a estratégia de reforço comercial resultou num mix de marcas incomparável com o reforço de oito novas marcas, das quais se destacam: Adidas, Adolfo Dominguez, Hackett, Scalpers e que posiciona o centro como uma das mais importantes referências de shopping de moda da zona Norte. O turismo tem sido um elemento basilar na estratégia de investimento do grupo e, para ambos os centros, que registaram resultados positivos, quer no volume de vendas, representando 20% para o FLFO, quer na diversificação das nacionalidades, nomeadamente extracomunitárias. Em 2019, os centros nacionais receberam mais de 100 nacionalidades: Brasil, França, Angola, Espanha e China, são os países que se posicionam no top 5 dos clientes internacionais. No universo global da VIA Outlets, no que respeita às vendas dos 11 centros da VIA Outlets, que opera em nove países europeus, estas registaram um aumento de 8,4% e um crescimento global de 6,1%, conquistando um total de 1.16 mil milhões de euros, alcançando um marco histórico de 32.3 milhões ao longo do ano.
Segundo o CEO da VIA Outlets, Otto Ambagtsheer, o sucesso deverá ser atribuído à estratégia dos 3 R´s: “Remodelação, Remerchandising e Remarketing”. “O nosso portefólio continua a fornecer resultados impressionantes com um crescimento significativo em todos os parâmetros fundamentais, demonstrando, mais uma vez, que a estratégia dos 3R’s funciona e continua a oferecer resultados fantásticos para os nossos investidores. À medida que entramos numa nova década, estamos satisfeitos por ter uma equipa de gestão fortalecida, o que é vital para que possamos alcançar, de forma continuada, o sucesso e a ambição da VIA Outlets para o futuro. Há um emocionante caminho pela frente, na medida em que procuramos novas maneiras de expandir a marca VIA Outlets e fortalecer a posição da mesma, como uma das principais operadoras proprietárias de espaços premium da Europa”. Até ao final deste ano, a VIA Outlets terá realizado obras de remodelação em todos os seus 11 centros. Desde a sua criação, em 2014, já investiu um total de 200 milhões de euros, estando em linha com a sua estratégia de elevar a experiência de compra para clientes e parceiros. n HOPPING 11
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JLL vende Fórum Castelo Branco
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JLL marcou o início do ano do mercado de transacções de centros comerciais com a conclusão da venda do Forum Castelo Branco à Square Asset Management. A concretização do negócio, protagonizada pelo departamento de Capital Markets da JLL que vendeu o importante destino de compras e lazer da região à gestora de fundos de investimentos de imobiliário nacional por 20,35 milhões de euros.
“O Fórum Castelo Branco é o centro comercial de referência na sua região, com uma taxa de ocupação de 100%, um número crescente de visitantes e um enorme potencial de valorização futura. Estes argumentos reflectiram-se no sucesso desta operação” comenta, em comunicado, Fernando Ferreira, responsável pela área de Capital Markets da JLL. Apresentando-se como “um destino de compras e de lazer incontornável na região de Castelo Branco”, este centro comercial alia um forte mix de lojas, à sua acessibilidade e uma arquitectura atractiva. Inaugurado em 2007, o Forum Castelo Branco recebe mais de 2,6 milhões de visitantes por ano. A sua oferta comercial diversificada, com mais de 70 lojas e marcas líderes de mercado, inclui âncoras como a Zara, a H&M, a Worten, a Sport Zone e o Pingo Doce que não está incluído na transacção. Tem ainda estacionamento com capacidade para 950 viaturas. n
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Mundicenter aumenta portfolio com a compra do Forum Aveiro O Grupo Mundicenter concluiu recentemente a aquisição de 100% do capital social do Forum Aveiro à CBRE. O negócio, que foi sujeito à autorização da Autoridade da Concorrência, recebeu luz verde da entidade em Outubro.
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compra do Forum Aveiro pelo grupo Alves Ribeiro / Mundicenter, está em linha com a estratégia de consolidação do Grupo no mercado dos Centros Comerciais, na qual se incluí a remodelação/ expansão dos Centros existentes, bem como a aquisição de Centros em áreas geográficas, relevantes do ponto de vista económico e consumo, onde o Grupo não está presente, que é o caso da Região de Aveiro. O Forum Aveiro, pela sua localização e posicionamento, integra-se perfeitamente nesta estratégia, e será por certo mais um activo a acrescentar valor no Grupo. Num futuro próximo, não se prevendo para já a alteração do nome, a nossa estratégia para o Forum Aveiro será o reforço do seu mix comercial, e o seu posicionamento como o Centro de referência na região de Aveiro“, referiu à revista Shopping,
Fernando Oliveira, administrador da Mundicenter A Mundicenter, que além do Amoreiras Shopping Center, é proprietária e gestora de mais sete oito centros comerciais, entre os quais o Centro Comercial de Alvalade e o Spacio Shopping, em Lisboa, o Arena Shopping, em Torres Vedras, o Oeiras Parque, o Braga Parque, o Strada Outlet, em Odivelas, e o Campus São João, no Porto, alargou o seu portfolio com a compra de um dos mais emblemáticos Centros Comerciais Portugueses. O Forum Aveiro, um centro a céu aberto, está localizado em plena baixa da cidade e foi inaugurado em 1998. Com 17.500 m2 de área bruta locável, integra mais de 70 unidades de retalho, das quais se destacam naturalmente seis lojas-âncora, tais como a Zara; SportZone; Pull & Bear; Berska; Fnac e Massimo Dutti. O centro tem ainda parque de estacionamento coberto, áreas de lazer e um jardim suspenso. n
Bureau Veritas celebra Dia Mundial da Qualidade No âmbito do Dia Mundial da Qualidade (14 de Novembro), celebração instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Bureau Veritas, organização internacional de certificação, empreendeu o “Open Day by BV”. O evento, totalmente dedicado à qualidade, nas diversas áreas de actividades, relembrou a importância desta abordagem na produtividade e competitividade das empresas, dos colaboradores e da sociedade em geral.
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omo Exportar em 3 passos”, o workshop orientado por Sara Carvalha (Coordenadora Governement Services & International Trade - GSIT - no Bureau Veritas), evidenciou os procedimentos a dever ter em conta num processo de exportação, nomeadamente, país de destino da carga; identificação do país e dos requisitos do produto e o tipo de inspecção, entre outros aspectos, nomeadamente a identificação dos Serviços de Governo e de Comércio Internacional, bem como, todo o processo de inspecção.
Bruno Cosme (Inspector de Indústria IVS do Bureau Veritas), fez a sua intervenção sobre a “Confiança na marca CE”, referindo quais os produtos que têm a marcação CE, bem como as respectivas directivas e regulamentos de referência para cada tipo de produto existente no mercado. “As letras «CE» aparecem em muitos produtos comercializados no Mercado Único Alargado, na Espaço Económico Europeu (EEE). Elas significam que os produtos vendidos no EEE foram avaliados para cumprir altos requisitos de segurança, saúde e protecção ambiental. A marcação CE também suporta a concorrência justa, ao sujeitar todas as empresas às mesmas regras”. Ainda a sublinhar a intervenção de Alejandro Cobos (Consultor Sénior) com a Certificação LEED e BREEAM, retratando-se mais em pormenor sobre os procedimentos a ter em conta na certificação LEED - Liderança em Energia e Design Ambiental – com a finalidade de se avaliar a sustentabilidade dos edifícios e na certificação BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method - utilizada para se estimar o desempenho ambiental de empreendimentos imobiliários.
Na União Europeia, os edifícios são responsáveis por 40% das emissões de dióxido de carbono e 35% do consumo de matérias-primas. Em resposta a esta realidade, os Estados membros comprometeram-se a reduzir as suas emissões em 20%, aumentar a eficiência energética em 20% e assegurar que 20% do consumo energético provém de energias renováveis até 2020. A temática das Organizações Saudáveis, com a intervenção da Ana Rita Pereira (Coordenadora Técnica de Certificação e HSE no Bureau Veritas) retratou a importância da “saúde, segurança e o bem-estar dos trabalhadores”, de grande importância “para os próprios trabalhadores e suas famílias, mas também para a produtividade e sustentabilidade das empresas”. Lurdes Antunes, (Autora do Livro “Qualidade para Principiantes, Formadora, Auditora e Consultora”), abordou a “Aprendizagem: um Conceito de Vida”, apelando à colaboração da audiência para uma resposta imediata a um repto: “Qualidade é?”. A restante intervenção focou-se na importância da aprendizagem como um modo de vida, essencial ao desenvolvimento humano.n HOPPING 13
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Veggie Fest e Concerto dos The Gift marcam recta final do ano no Shopping Cidade do Porto
CBRE celebrou o papel da mulher na ciência e tecnologia
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agenda do último trimestre do ano esteve cheia para o Shopping Cidade do Porto que recebeu não só a quinta edição do Veggie Fest como também o concerto de homenagem aos 25 anos dos The Gift. A banda de Alcobaça voltou à Invicta, perto do final do ano, numa festa que animou o Shopping cidade do Porto, no ano em que o centro comercial também celebrou o seu quarto de século. O concerto foi precedido por uma homenagem à banda, feita por crianças, dos 11 aos 13 anos, alunas do curso especializado em instrumento da JAHAS - RockSchool Porto, fundada em 2009. Esta foi a primeira escola especializada no ensino de música contemporânea e o primeiro centro oficial, em Portugal, da britânica RockSchool. O Veggie Fest também regressou com a maior edição de sempre, ocupando dois pisos do Centro Comercial. A quinta edição da iniciativa centrou-se, tal como em anos anteriores, nos estilos de vida saudáveis e sustentáveis. “Este foi o maior Veggie Fest até à data, o que demostra a maturidade do evento. Além disso, este amadurecimento reflectiu-se também na abordagem. Se até então a principal temática era sobre veganismo e vegetarianismo, nesta edição quisemos ser mais transversais e abordar também temas mais abrangentes, que de alguma forma nos permitam aprender boas práticas de sustentabilidade”, explicou Pedro Andrade, da organização” Durante dois dias, o festival contou com oito palestras, outros tantos showcookings e ainda o mercado com mais 40 expositores, tendo atraído mais de 4000 visitantes. n
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CBRE lançou um programa ibérico de responsabilidade social, que celebra a importância do STEM - uma designação que representa quatro áreas do conhecimento no feminino, como Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. O projecto STEM – Talent Girl visa inspirar, educar e capacitar a próxima geração de mulheres nestas áreas do conhecimento. A consultora realizou
um conjunto de iniciativas percorrendo cerca de 30 centros comerciais em Espanha geridos e comercializados pela CBRE e em Portugal teve um curso no final de Novembro no Alameda Shop & Spot, no Porto, Alma Shopping, em Coimbra, Nosso Shopping, em Vila Real, e TorreShopping, em Torres Novas. Mónica Pinto Coelho, Diretora Ibérica de Marketing da CBRE Property Management, assinala que “os centros comerciais são também importantes veículos de informação pois, entre Portugal e Espanha, somamos um footfall de cerca 230 milhões de pessoas por ano. Fomentar a integração de mulheres em áreas STEM, através da educação e da partilha da experiência no feminino, irá certamente desmistificar os mitos e elevar o esforço e a motivação destas incríveis mulheres ao serviço da ciência, tecnologia, engenharia e matemática”. Em Portugal, a iniciativa STEM - Talent Girl é especialmente pensada para escolas e instituições circundantes aos centros comerciais da CBRE, para que possam participar activamente neste projecto. n
Bankinter e Sonae Sierra lançam a primeira SIGI em Portugal
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Bankinter e a Sonae Sierra decidiram replicar para Portugal o modelo Olimpo Real Estate SOCIMI lançado em 2017 em Espanha. Assim, foi feito o registo comercial da Olimpo Real Estate Portugal, SIGI, S.A. (ORES Portugal) como Sociedade de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI). O alargamento da parceria Bankinter/Sonae Sierra a Portugal permitirá abranger uma carteira de imóveis sob gestão superior a 500 milhões de euros, ao nível dos maiores players ibéricos. À Sonae Sierra caberá a gestão da carteira imobiliária e a gestão administrativa da sociedade. O Bankinter será o gestor estratégico do veículo, possibilitando aos seus clientes investirem em
activos e com contratos de exploração de estabelecimentos comerciais, tirando partido de uma carteira retalhista diversificada e que se antecipa virá a inclui Supermercados, Hipermercados, Lojas Comerciais, Retail Parks e Escritórios localizados essencialmente nos maiores centros urbanos de Portugal. Haverá, igualmente, a possibilidade de investimento em Espanha. A Banca de Investimento do Bankinter estruturou esta operação em formato semelhante ao que tem utilizado em Espanha, onde existem sete fundos de financiamento alternativo com activos que totalizam cerca de 3.000 milhões de euros, investidos em distintos sectores n
Pessoas, Economia, Ética e Sustentabilidade na visão estratégica da APED para os próximos quatro anos
Isabel Barros - Presidente da APED
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essoas, Economia do Futuro, Competitividade e Ética, Sustentabilidade, são os quatro eixos estratégicos que vão orientar a acção da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) nos próximos anos. Em Dezembro último, aquela entidade apresentou a “Visão Estratégica 2019-2022”. Momento para reflectir sobre cada um dos quatro pilares e para apelar ao envolvimento do sector num mundo em mudança. A abrir os trabalhos, Isabel Barros, presidente da direcção da APED sublinhou a palavra “futuro” no contexto do retalho. “O retalho está na primeira linha entre os que inventam todos os dias um mundo novo e mais sustentável”, afirmou. Neste sentido, “a associação compromete-se a criar e distribuir valor”. O evento contou com a intervenção do secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, que sublinhou a relevância do trabalho em continuidade, com vista a aumentar a produtividade, potenciar o capital humano e acelerar os processos de inovação. “Uma tríade virtuosa em que o Governo está a trabalhar, num diálogo onde a APED tem lugar de destaque. A APED é um parceiro fundamental do Governo para pensar as políticas públicas do país, no que diz respeito ao sector”. Para o governante, o sec-
tor do retalho e distribuição é “uma razão de orgulho para o país. Um sector que está sempre um passo à frente do seu tempo”. No que respeita à sustentabilidade, matéria que mereceu detalhada abordagem no encontro, foram analisadas realidades como o desperdício alimentar, a economia circular, o ambiente e a pegada de carbono. Sobre esta última, e dado o impacto do sector do retalho, Sandra Martinho, partner da Lasting Values e professora da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, afirmou que “o papel do retalhista é muito grande. Ele pode influenciar os produtos que são colocados no mercado e desenvolver medidas in-house que melhorem o desempenho ambiental e carbónico”. Por seu turno, Pedro Graça, dean da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, alertou para a necessidade do sector arranjar formas de “cruzar conhecimentos e promover o diálogo”. Isto num contexto nacional onde “são cada vez mais preocupantes as questões da diabetes, da obesidade e da hipertensão”. A aposta nas pessoas e a atenção que merecem nos contextos organizacionais, deve estar na linha da frente da atuação das lideranças. Isto num quadro onde a diversidade é uma realidade. Logo, as experiên-
cias também deverão ser diferentes. Isto mesmo deixou aos participantes no encontro, o managing partner da Odgers Berndtson/Ray Human Capital, Luís Sítima; o associate partner da Deloitte, Pedro Miguel Silva, assim como o advogado sócio da Garrigues, Rui Valente. No que toca à Economia do Futuro, a digitalização ocupou as intervenções do painel. Um cenário mundial que exige “atitude ousada e a proactividade por parte dos retalhistas, porque Portugal “está no mesmo patamar que a China e os Estados Unidos, não há que ter medo. Esses países podem estar mais à frente tecnologicamente, mas ao nível cultural estão iguais”, sublinhou Pedro Duarte, Corporate External & Legal Affairs director da Microsoft. A encerrar os trabalhos, o eixo Competitividade e Ética, trouxe ao debate a concorrência e a auto-regulação. A directora-geral da Direcção Geral das Actividades Económicas, Fernanda Ferreira Dias, recordou que “a concorrência é positiva e que não se fala muito nela, mas, sim, em competitividade”. Para Bernardo Trindade, presidente da Comissão Executiva do Portugal IN, também orador neste encontro, “tem de se ver se a concorrência é sã, e se os diversos players competem com as mesmas armas”. Já para o advogado e sócio da Gama Glória, Adolfo Mesquita Nunes, “a auto-regulação é importante porque passa por reconhecer as más práticas e mudá-las. A auto-regulação é trazer os consumidores, é tê-los ao nosso lado”. n
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APCC debate futuro dos Centros Comerciais
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Associação Portuguesa dos Centros Comerciais participou no mais recente evento da série “Pequenos-Almoços Temáticos” organizados pela Vida Imobiliária /Iberian Property e e pela Cushman & Wakefield. O tema escolhido para a ocasião foi o futuro dos Centros Comerciais motivando a exposição de diversas ideias e conjecturas. Durante a iniciativa foram abordados assuntos como o investimento e o financiamento nestes activos. Além dos representantes dos opera-
Da esq. para a dir.: - Pedro Teixeira (APCC); ?Pedro Pires (CEG/Montepio); António Gil Machado (VI-Iberian Property); Renato Arié (Arié SGPS); Sandra Campos (Cushman Wakefield); Fernando Oliveira (Mundicenter); Bill Kistler (ICSC); João Cristina (Merlin Properties); Bruno Lopes (Cushman Wakefield); Eric Van Leuven (Cushman Wakefield); Ricardo Pires (Caixa de Crédito Agricola).
dores de Centros Comerciais, esteve também presente no evento Bill Kistler, vice-presidente e director executivo para a EMEA do ICSC. Para o especialista do sector, a nova era em que entrámos,
em que o online e a loja física se juntam numa estratégia omnicanal, é uma fase de oportunidade e de transformação para todos os stakeholders. n
InRetail modelos futuros para o retalho
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erca de 200 participantes assistiram à 9ª edição do inRetail que durante um dia e meio debateram o tema “Omni Experiences to Inspire”. A APCC esteve presente através do seu Secretário-Geral Pedro Teixeira, que moderou a mesa-redonda “A Era do retalho experiencial”. Numa organização da IFE by Abilways e da revista Distribuição Hoje, os 30 oradores falaram sobre diversos temas que preocupam e constituem desafios não só para o sector do retalho como para o mundo em geral. A tendência do retalho experiencial, a omnicanalidade, a construção da relação com o cliente e do serviço, foram assuntos abordados numa das mesas-redondas em que os participantes deram a sua opinião e visões sobre os 16
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caminhos que estão a ser construídos e que ilustraram com alguns exemplos de estratégias protagonizadas por algumas marcas. A demografia também foi um dos problemas abordados, nomeadamente a diminuição da população portuguesa, o seu envelhecimento e a baixa natalidade, com as consequências que daí advêm para o futuro. Mais centrado no sector do retalho também foi abordado o comportamento do consumidor actual, as suas exigências e expectativas para o futuro. Dada a sua heterogeneidade e flutuação de comportamento, o mercado terá de adaptar-se e criar experiências de retalho que se complementem e que proporcionem a ida às lojas, sendo opinião geral de que as lojas físicas não irão desaparecer.
Sendo umas das preocupações mais actuais, a sustentabilidade não podia deixar de ser um dos temas presentes no programa, destacando-se a cada vez maior consciência para ser-se mais sustentável, sendo necessárias mais soluções, mais passos corajosos para enfrentar este problema que pertence a cada um. Tal como ficou frisado na conferência, o problema não está só no plástico. O congresso falou ainda de recursos humanos e de publicidade no retalho. Na primeira mesa-redonda falou-se de liderança humanizada, ou seja estar próximo das equipas sem hierarquias, falou-se ainda de talento como factor de diferenciação nos recursos humanos e da capacidade de aplicar talento. No mundo empresarial actual e tendo em conta as tendências, houve quem defendesse a mistura de gerações na construcção das empresas. A propósito do tema da publicidade no retalho, falou-se das alterações nos consumidores e nos estereótipos criados que hoje em dia já não servem, devendo as marcas perguntar-se quais os espaços que querem preencher nas vidas das pessoas. Perante o panorama actual de sobrecarga de conteúdos e informação, as marcas enfrentam desafios como o da indiferença, da invisibilidade e infidelidade. n
NOVOS ASSOCIADOS CENTRO COMERCIAL GLICÍNIAS PLAZA
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Centro Comercial Glicínias Plaza, localizado junto à auto-estrada A1 e a uma via principal de acesso na região, a EN109, em Aveiro, é um dos novos associados da APCC. Aberto desde 1999 e com um ABL de 28.500m2, o activo apresenta-se com um conjunto alargado de cerca de 75 lojas e restaurantes, serviços, marcas e produtos, que incluem 1 Hipermercado Auchan, 7 Salas de Cinema NOS 3D, Ginásio, Farmácia, Restaurantes, Lojas
de Moda, Serviços, Lazer e Cultura, Artigos de Lar e Outros. O parque de estacionamento é coberto e gratuito. Em breve, e após as obras de ampliação já iniciadas, o Glicínias Plaza contará
com um ABL de 41.000m2 e cerca de 120 lojas O Centro Comercial Glicínias Plaza é propriedade da Vougainvest e gerido pela LBM – Le Brion Management. n
CENTRO COMERCIAL FOZ PLAZA
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Centro Comercial Foz Plaza, aberto em 2001 e com um ABL de 17.220m2, é um dos mais recentes associados da APCC. Opera sob
gestão da Le Brion Management, sendo propriedade da Vougainvest. Localizado na zona norte da Figueira da Foz, numa área em franco desen-
volvimento residencial e urbanístico, o Centro situa-se próximo das principais vias de acesso à região como sejam a EN-109 e o IC1, ligada a Coimbra por auto-estrada, com ligação direta à auto estrada A1. O Centro Comercial Foz Plaza conta com uma oferta diferenciada que inclui 64 lojas e restaurantes, 1 hipermercado Auchan, 5 Salas de Cinema NOS 3D, e um parque de estacionamento coberto e gratuito. A salientar ainda, a presença no Foz Plaza de grandes cadeias e franchisados com marcas de como a Salsa, Tiffosi, Perfumes & Companhia, Douglas, Ana Sousa. n
MONDEGO RETAIL PARK
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ocalizado nos arredores de Coimbra, trata-se do Retail Park dominante da região Centro de Portugal desde da sua abertura em 2003. Constituído por mais de 20 espaços comerciais, que fazem deste o maior Retail Park do país. Entre as principais marcas presentes poderão encontrar a Decathlon, Deborla, JOM, Moviflor, Rádio Popular, Bricomarché, Jysk, Espaço Casa, Seaside, Calçado Guimarães, Tiffosi, e muitas mais. Adquirido pela Mitiska REIM em 2017, o Mondego Retail Park é atualmente gerido pela CBRE.n HOPPING 17
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A nova vida do Saldanha Residence O outono de 2019 marcou uma nova vida para o Saldanha Residence. O centro, localizado no eixo central de Lisboa, apresenta uma imagem renovada, novas marcas e novos espaços de compra e lazer. Isto depois de uma intervenção que pretende capacitar a galeria comercial para os desafios da década que se inicia.
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ocalizado em plena avenida Fontes Pereira de Melo, num dos principais eixos do mercado de escritórios de Lisboa e junto ao comércio, serviços e transportes, o Saldanha Residence foi palco de uma remodelação profunda e a implantação de um novo conceito. O projecto, que arrancou no final de 2014, foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da JLL (numa 18
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abordagem RE_Generation), responsável pela gestão do centro comercial. Uma intervenção que, desde a primeira hora, trazia um objectivo bem sublinhado: Capacitar o Saldanha Residence, inaugurado em 1998, para responder aos novos desafios que começavam a emergir no mundo do retalho e de adaptá-lo às novas tendências e hábitos de consumo,
aumentando, ao mesmo tempo, a sua competitividade. Este trabalho culminou num projecto de remodelação desenvolvido faseadamente e concluído no outono de 2019. Na sequência desta intervenção, o centro sofreu uma transformação completa, passando a oferecer novas marcas e novos espaços de compra. Actualmente a estrutura conta com 60 lojas, distribuídas por dois pisos comerciais (ABL de 7.400 m2), incluindo uma área de restauração com 400 lugares sentados. Acrescem 360 lugares no parque de estacionamento subterrâneo. Numa fase inicial, a equipa pluridisciplinar da JLL, com especialistas das áreas de design e gestão e leasing, “identificou os principais problemas
do centro comercial e propôs as melhores soluções para adaptar o projecto às novas condições de mercado, considerando as vertentes de design e comercial”, sublinha Patrícia Araújo, Head of Retail da JLL, uma das intervenientes no projecto (ver caixa). Ainda na equipa que liderou esta nova vida do Saldanha Residence, sublinhe-se o trabalho de Miguel Kreiseler, director de Projet & Asset Management, e Mário Santos, da área de Design & Design Management. Isto num projecto, que contou ainda com a consultoria externa da Conceito Arquitectos na área de arquitectura e da Naperon em design gráfico. No terreno, feito o diagnóstico, no início de 2015, a equipa de design da JLL apresentou ao proprietário o novo conceito para o Saldanha Residence, que implicaria alterar o layout comercial, a imagem e o design do centro; propondo uma intervenção gradual, com o objetivo, não só de fasear o investimento, mas também de permitir uma mais fácil monitorização da sua eficácia na obtenção de retorno. O piso da praça da restauração foi o primeiro a ser alvo de obras, que arrancaram em fevereiro de 2017 e que, conforme a abordagem implementada pela JLL, foram realizadas sem interromper o funcionamento do centro.
“O centro comercial está mais moderno e integra melhorias que têm sido um atractivo para as marcas e para as pessoas” Sobre a requalificação do Saldanha Residence, sublinha à revista Shopping, Patrícia Araújo, Head of Retail da JLL: “Se olharmos para o mercado do retalho português – em específico para os centros comerciais – concluímos que se encontra numa fase de maturidade. Embora não esteja prevista a abertura de novos projectos, verificamos o aumento de renovações e ampliações de espaços já existentes, com a entrada de novas marcas”. Desta forma, refere a responsável, “o centro comercial Saldanha Residence encaixa nesta tendência”. Uma estrutura que, recorda-nos Patrícia Araújo, “beneficia de uma localização junto a uma zona de comérHead of Retail JLL cio, escritórios e residencial. Ao longo de 20 anos, foi Portugal sempre uma referência enquanto destino de compras, mas precisava de uma atualização para se tornar mais competitivo no mercado. Não só porque apresentava uma imagem pouco moderna e demasiado colada às tendências do século passado, como a sua oferta era insuficiente, ao nível dos serviços, face às necessidades de consumo actuais”.
Patrícia Araújo
Sobre o projeto em si, adianta a Head of Retail da JLL, tratar-se de “uma intervenção faseada, com o diagnóstico a ter início em 2015 e as remodelações terminadas agora em 2019. A JLL esteve envolvida desde o início, com uma equipa multidisciplinar. A renovação permitiu enquadrar um espaço de restauração com 400 lugares sentados, o que vem responder às novas tendências de retalho”. “O centro comercial está mais moderno e integra melhorias que têm sido um atractivo para as marcas e para as pessoas. É agora um espaço mais movimentado porque também inclui todas as respostas que os consumidores procuram quando se dirigem a um centro comercial. Está pronto para entrar na nova década”, conclui Patrícia Araújo.
Esta segunda fase de obra foi realizada durante o verão de 2019, compreendendo a remodelação total do piso 1, tendo sido criados novos factores de atractividade para o centro, nomeadamente a presença de marcas fortes. Neste âmbito, entre as principais marcas presentes no renovado Saldanha Residence, incluem-se o ginásio Pump, a Massimo Dutti, a Bimba y Lola, a Padaria Portuguesa, o Celeiro, a Hugo Boss e a Lanidor, para além de uma praça de restauração que passou a contar com novos conceitos alimentares. n HOPPING 19
Tendências
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FOTO: Jewel Changi Airport Devt
Futuro verde para os centros comerciais
O mundo quer, agora, acção para medidas conducentes à sustentabilidade ambiental. Uma questão que é de todos nós e, à qual, não pode ser alheia a gestão dos centros comerciais. Uma lógica que apela a estruturas mais eficazes na abordagem aos consumos de água, electricidade, tratamento dos resíduos; adopção de sistemas de gestão inteligentes, mas também na assumpção de programas e práticas ambientalmente responsáveis. Uma realidade em diálogo com todos os parceiros e consumidores.
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Tendências
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ustentabilidade ambiental deixou de ser termo que se esgota em si, para se tornar motivadora de acção. No relatório publicado em 2019, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas alerta para a velocidade da subida dos oceanos, o dobro face ao século XX. As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera aumentaram para níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. O efeito é perturbador no que respeita ao equilíbrio climático global. Com acordos internacionais para fazer face às alterações climáticas, regulamentos ambientais locais, normas de mercado mais rigorosas e consumidores sensíveis a este problema, a resposta por parte dos proprietários e operadores de centros comerciais tem de ser eficiente. Neste contexto, os centros comerciais incorporam a sustentabilidade nos seus processos de gestão, vendo-os como parte integrante dos objectivos de negócio, das suas vantagens competitivas. Desta forma, a concepção de um novo edifício implica, desde logo, um novo paradigma face à forma como se percepciona a utilização mais eficaz dos recursos, numa troca entre os não renováveis pelos renováveis. Neste âmbito, cabe, por exemplo, a utilização da energia renovável, a adopção de tecnologias limpas, a gestão de resíduos e estratégias e tomada de
o sector dos centros comerciais foi um dos primeiros a abraçar a ideia de Centro Verde, assumindo as vantagens e as oportunidades de uma nova abordagem aos recursos do quotidiano da estrutura.
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decisões com vista a um menor impacto nos ecossistemas locais. Incorporar políticas sustentáveis induz a adopção de procedimentos claros para todos os sectores, com uma abordagem ao negócio não apenas centrada nos benefícios económicos, mas também nos benefícios ambientais e sociais da comunidade onde o centro opera. Nesta lógica, o sector dos centros comerciais foi um dos primeiros a abraçar a ideia de Centro Verde, assumindo as vantagens e as oportunidades de uma nova abordagem aos recursos do quotidiano da estrutura. Sustentabilidade, uma questão de diferenciação Os benefícios na economia de energia e água de estruturas comerciais certificadas ambientalmente podem superar os 30%, com reais reduções de custos operacionais e de manutenção. Acresce um rápido retorno do investimento em tecnologias economizadoras. As implementações em áreas….criação de espaços verdes, devem ser acompanhadas da comunicação das vantagens destes sistemas junto de lojistas e consumidores. As implementações em áreas como a energia, utilização de águas, gestão de resíduos, criação de espaços verdes, da comunicação das vantagens destes sistemas junto de lojistas e consumidores. Recorde-se que existe uma procura crescente do consumidor por produtos ecológicos e éticos, de comércio justo.
Este, um aspecto importante na percepção de diferenciação do centro comercial. Hoje, desde a fase de projeto e construção do centro comercial, o empreendimento assenta em soluções sustentáveis, o que a jusante facilitará a gestão de recursos e soluções que minimizem o impacto ambiental. Há, por exemplo, que avaliar o risco ambiental do negócio associado ao terreno, para que se possa entender os possíveis riscos inerentes como terra ou materiais contaminados. Princípio a apreender no momento de implementar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é o de que todas os centros comerciais, independentemente das semelhanças que possam ter entre si, não são iguais chegado o momento de intervir. Há que avaliar caso a caso, faseando, se necessário, as intervenções e considerar os riscos estratégicos de longo prazo apresentados pelas políticas socioambientais e o seu enquadramento nas condições económicas vigentes. Isto, enquadrando na capacidade de gerar e sustentar receita a médio e longo prazo. Ainda na fase de implementação de uma gestão de segurança, saúde e meio ambiente há que fundá-los em padrões internacionais (ex. ISO 14001: 2004 e OHSAS 18001: 2007), uma boa ferramenta para gerir diferentes aspectos críticos do impacto ambiental, segurança e riscos para a saúde, garantindo a melhoria contínua. Gestão mais eficiente da água No que respeita a uma gestão mais sustentável do recurso água, há que garantir a adopção de tecnologias que façam o efectivo aproveitamento desta, nomeadamente o uso da água proveniente da chuva, assim como a reutilização de águas na limpeza de áreas comuns, como estacionamentos ou pisos externos. A adopção de sistemas de economia do uso da
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fOTO: Jewel Changi Airport Devt
Tendências
A consciência de que há apenas um planeta onde podemos viver e que este está em perigo obriga-nos a tomar medidas urgentes
água nas casas de banho e a eventual captação de águas a partir de lençóis freáticos (quando possível), são abordagens também a considerar. Isto num quadro de investimento em sistemas de captação e reutilização das águas. Medidas que resultam em reduções no consumo da água da rede pública que podem ascender aos 20% anuais. Consciencializar para a gestão dos resíduos O tratamento dos resíduos é outra grande área de intervenção em centros comerciais mais “amigos” do ambiente. Neste campo, uma boa separação dos resíduos, com colecta selectiva, será um dos primeiros passos a empreender, com a adopção de estratégias para a criação de áreas adequadas para a recolha, 24
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assim como um plano de gestão dos resíduos. Há que acompanhar estas implementações de uma contínua formação e sensibilização de todos os intervenientes, desde colaboradores, prestadores de serviço de limpeza, lojistas e também visitantes dos centros comerciais. Sistemas inteligentes e a redução da fatura elétrica Por seu turno, os sistemas inteligentes de gestão automatizada permitem o controlo, por exemplo, do sistema de aquecimento, ventilação e ar-condicionado, gerindo eficazmente, num ponto ótimo, a temperatura ambiente, evitando que os sistemas estejam activos a tempo integral. Nas centrais térmicas e nas unidades de tratamento do ar pode ser ajustado o horário de funcionamento
dos equipamentos de refrigeração e dos equipamentos de aquecimentos, considerando a estação do ano.
Um centro comercial “reciclado” na Suécia No ReTuna Recycling Galleria todos os produtos à venda são reciclados ou reparados, prolongando-lhes o ciclo de vida. Localizado em Eskilstuna, na Suécia, o centro comercial gerou 50 postos de trabalho entre eles os funcionários das oficinas de reciclagem que dão nova vida aos produtos doados. Os clientes são incentivados a doar objetos que já não utilizam e a procurar outros que lhe possam ser mais úteis. A filosofia deste espaço é, portanto, deixar um bem, levando por seu turno outro.
Medidas que, aplicadas, por exemplo, no LeiriaShopping, gerido pela Sonae Sierra, cooperaram para que, em dois anos, a redução o consumo elétrico ascendesse aos 29%. Valor que correspondeu a uma poupança anual de 139 mil euros. Modernos sistemas de elevadores captam parte da energia que geram, devolvendo-a para utilização em valências terceiras do centro comercial. Ainda, nos sistemas inteligentes, sublinhe-se um dos pontos de mais acessível implementação, as escadas rolantes inteligentes. Estas contam
A vez à luz natural Um exemplo bem patente nos actuais centros comerciais, passa pelo aproveitamento da luz natural para iluminação de corredores, food courts e food halls. Há, contudo, que considerar alguns cuidados na implementação de iluminação natural, como por exemplo, ofuscar consumidores e o efeito de reflexo nas montras. Falar de sustentabilidade na gestão dos centros comerciais implica referir a pegada carbónica de cada uma destas estruturas. Medidas como alocar áreas nos parques de
A adopção de sistemas de economia do uso da água nas casas de banho e a eventual captação de águas a partir de lençóis freáticos (quando possível), são abordagens também a considerar.
Isto, recorrendo ao aluguer através do smartphone, havendo um espaço específico para recolher ou deixar o veículo.
A água é um recurso finito, devendo todos assumir uma posição mais responsável perante a sua utilização
com sensores de presença que reduzem a velocidade quando não estão sendo utilizadas, economizando entre 30% e 45% de energia ao longo do dia. Ainda no que respeita a uma gestão mais eficaz da energia eléctrica, refira-se a alteração dos horários de funcionamento da iluminação dos parques de estacionamento, ajustes que se podem traduzir na poupança de dezenas de milhares de euros na fatura da electricidade.
estacionamento exteriores a zonas verdes, para além da percepção de melhoria estética, permite absorver parte das emissões de cO2 emitidas pelos veículos. Ainda no que respeita aos veículos, mais concretamente a sua utilização mais racional, alguns programas visam a criação, nos parques de estacionamento dos centros comerciais, de espaços específicos para carros partilhados (ex. drive now).
Compreender o consumidor Uma lógica que deve, igualmente, sustentar-se na procura de modelos adaptados aos perfis de consumo em que assenta, por exemplo, na recolha de informação e processamento de dados no comportamento dos consumidores nos canais digitais. Isto, como suporte a estratégias de relacionamento com os visitantes e um melhor desempenho dos centros comerciais. Uma acção que também passa pela identificação de empreendedores com conceitos de retalho “amigos” do ambiente, integrando-os no leque de oferta existente. Refira-se que os objectivos e metas de sustentabilidade não deverão ser formulados como uma via para a poupança. Esse é um dos resultados obtidos, em termos de valor para o negócio, mas não um fim em si. n
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Opinião
Por uma indústria de Centros Comerciais mais sustentável
E Elsa Monteiro Directora de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Sonae Sierra
A indústria do imobiliário atravessa neste momento uma enorme pressão para se tornar mais sustentável, levando investidores e promotores a procurar estabelecer requisitos ambientais para os seus portefólios mais ambiciosos que a legislação.
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ste desejo de antecipar a regulamentação não é meramente motivado por um senso de responsabilidade, mas pelo reconhecimento dos riscos económicos crescentes. Os custos crescentes de energia, os riscos climáticos e as questões legais começam a ter um efeito direto nos resultados. Porém, os fatores ambientais também afetam indiretamente o setor de centros comerciais, num mundo em que os consumidores mais esclarecidos têm questionado a sua própria ética e pegada de carbono, impulsionando mudanças nas expectativas dos lojistas. À medida que a questão se cristaliza, os promotores, proprietários e ocupantes dos centros comerciais não poderão mais abordar a sustentabilidade como um exercício pouco sofisticado de box-ticking ou de marketing, mas precisarão de dedicar mais atenção ao tema, em busca da integração de práticas sustentáveis em cada área de atividade, procurando manter e criar valor a longo prazo. A sustentabilidade não é novidade na Sonae Sierra: desde 1998 que consideramos que é um elemento essencial para o sucesso da Empresa. Reconhecemos há muito tempo que o desempenho ambiental e social afeta os nossos resultados financeiros. Fomos pioneiros na integração de princípios de sustentabilidade na indústria e já estamos a colher os benefícios dessa abordagem inovadora.
Hoje, o objetivo é proporcionar um maior alinhamento entre as metas de sustentabilidade e os objetivos de negócio, através de um compromisso a longo prazo com a inovação para melhorar a sustentabilidade no desenvolvimento, propriedade e gestão dos nossos ativos, bem como na prestação de serviços a clientes. Determinar As Melhores Práticas Avaliar as melhores práticas de sustentabilidade exige uma visão holística do mundo em que operamos. Os centros comerciais sempre foram muito dependentes de capital natural que é limitado (energia baseada em combustível fóssil, água e matérias-primas não renováveis) e geram emissões de gases de efeito estufa, resíduos e águas residuais. Com o risco de preços mais elevados e maiores penalizações no futuro, bem como o potencial de escassez de água e energia, precisamos de nos focar na resiliência de recursos. As soluções incluem, sempre que possível, o uso e a geração de energia renovável, sistemas de reutilização de água e a minimização de resíduos e a sua gestão em economia circular. Por outro lado, o segmento de clientes de centros comerciais que mais cresce - millenials e geração X - questiona as cadeias de abastecimento e a sua pegada de carbono como não o fez qualquer outra geração antes deles. É necessária uma abordagem coletiva para atender às
suas expectativas, onde as mudanças são conduzidas por investidores, promotores, lojistas e outras partes interessadas, que se movem juntos numa mesma direção. Além de dar o exemplo, os centros comerciais precisam de apoiar os lojistas que desejam promover as suas melhores práticas.
Os centros comerciais podem também usar o seu alcance e influência pública para incentivar os visitantes a fazer as escolhas certas e a adotar estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis. Isso envolve a promoção de bens, serviços e atividades saudáveis e ecológicos, e a criação um forte sentido de lugar e pertença.
Desenvolver Ativos Ambientalmente Sustentáveis A sustentabilidade deve ser traduzida em todo o processo de conceção, construção e gestão de edifícios. Isso requer uma visão abrangente dos aspetos de segurança, saúde e ambiente ao longo do ciclo de vida do edifício. Quanto mais cedo esses fatores forem considerados, melhor;
o GRESB Benchmark, aumentam a visibilidade para o tema e a pressão dos pares.
os esquemas de certificação mais recentes e em permanente evolução ajudam a guiar o caminho.
climáticos extremos (calor, frio, secas, tempestades) e da elevação do nível do mar. Em termos de metas de investimento futuro, isso significa estudar as cidades através de um novo conjunto de critérios ou até mesmo de se evitar investimentos em locais que possam vir a estar em perigo no futuro pelas alterações climáticas.
Um novo consenso sobre a importância de reporte ao nível ambiental, social e de governance (ESG) coloca essas questões no centro das atenções. Enquanto isso, iniciativas como
Com o novo conceito de ativos obsoletos, diferentes questões entram em jogo. Cada vez mais, os investidores precisam de considerar os riscos relativos às alterações climáticas, nomeadamente, os decorrentes de episódios
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fOTO: robert gramner - unsplash
Opinião
...os edifícios na Europa representam cerca de 40% do consumo de energia e contribuem com 36% das emissões de gases de efeito estufa Questões Regulamentares O recém-eleito parlamento Europeu quer elevar o patamar da ação climática. O objetivo da UE de ser climaticamente neutra até 2050 foi apoiado por 22 estados membros até o momento, e o Parlamento Europeu quer ainda aumentar a meta da Europa para 2030 de reduzir as emissões de gases de efeito estufa de 40% para 55%. De acordo com os dados da Comissão Europeia, os edifícios na Europa representam cerca de 40% do consumo de energia e contribuem com 36% das emissões de gases de efeito estufa. Para ter um impacto signi28
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ficativo no consumo de energia, os edifícios existentes terão de sofrer uma renovação profunda. A maior ambição da União Europeia pressuporá também uma revisão dos padrões e requisitos para edifícios. A legislação comunitária como eficiência energética e de requisitos de edifícios está a ser revista no âmbito do Green New Deal for Europe. Dentro de dois anos, a legislação estará alinhada com a ambição geral da UE em relação à ação climática. Entretanto, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento
aprovou recentemente uma nova estratégia imobiliária que promove edifícios verdes e a renovação urbana, o que também terá impacto. Neste contexto, o setor de centros comerciais será chamado a tornar-se um ator dinâmico numa arena cada vez mais sob holofotes. Nos últimos anos, houve mudanças drásticas no mercado - tanto em termos de ciclos económicos quanto na ampla aceitação da sustentabilidade. Será cada mais exigido um maior alinhamento entre as metas de sustentabilidade e os objetivos de negócio.n
MAPIC 2019: Repensar Espaços e Locais Sob o lema Repensar Espaços e Lugares, em que o lazer, inovação e o novo mix no retalho, a 25ª edição do MAPIC reuniu em Cannes 8.200 participantes, vindos de mais de 80 países de 13 a 15 de Novembro de 2019.
A
s grandes alterações no retalho imobiliário, nomeadamente a sua maior diversificação foi um dos tópicos e concluiu-se que hoje em dia os destinos de compras não são compostos apenas por lojas e espaços de restauração e que o uso-misto emergiu como a nova norma para o desenvolvimento moderno e remodelação centrado no “consumer experience”, e que dominou o debate ao longo do evento. No painel que abordou a forma como o co-working, o co-living e as alterações culturais alteraram os destinos de compras, a conclusão foi que as pessoas querem estar sempre em movimento e isso funciona bem num centro comercial onde as pessoas querem fazer as suas compras depois do trabalho ou encontrar-se com os amigos para um café ao almoço. A inovação no retalho foi outro dos temas dominantes ao longo do fórum à medida que o digital, a tecnologia e os novos hábitos alteram a experiência do cliente. O fórum MAPIC cobriu todos os aspectos da inovação incluindo a localização inteligente, serviços multicanal, SAAS, fidelidade, experiência de cliente, sinalização, Inteligência Artificial e análise de tráfego e desempenho. Os players na indústria e participantes tiveram a oportunidade de encontrar, discutir e aproveitar as oportunidades proporcionadas pela alteração do retalho no espaço físico para uma abordagem multicanal.
Que o novo mix de retalho inclui mais do que lojas já se sabe, e por isso o Mapic 2019 teve um dia de conferências focadas na integração do Lazer em destinos lifestyle. A revolução digital transformou os comportamentos dos consumidores e os clientes procuram experiências, convívio, socialização, educação e novas descobertas. Uma das ideias defendidas foi que é nas sinergias entre o retalho e as experiências que se irá encontrar o futuro modelo de negócios integrado dos shoppings. O Leisure Day levou à conclusão que a integração de experiências é fundamental não só para os espaços de retalho como para os espaços urbanos e por isso foi anunciado para 17 e 18 de Novembro de 2020 o LeisurUp, um evento dedicado à indústria do lazer que se vai realizar nos dois dias que antecedem o MAPIC 2020 (18 a 20 de Novembro). Além do fórum e da área de exposição, o MAPIC realizou ainda a habitual cerimónia de entrega de Prémios. n HOPPING 29
Mapic
Vencedores dos MAPIC Awards 2019 Melhorconceito conceitode deF&B F&B Melhor BoxparkWembley Wembley Boxpark ReinoUnido Unido Reino
MelhorExpansão Expansão Melhor Global de Global de Retalhista Retalhista NiuFlagship FlagshipItalia Italia Niu Itália Itália
MelhorConceito Conceitode de Melhor Retalhista Retalhista Nousépiceries épiceriesanti-gaspi anti-gaspi Nous França França
Melhor MelhorConceito Conceito de deLeisure Leisure Arkose Arkose
MelhorDesign Designde de Melhor Loja Loja Microsoft Microsoft Londres,Reino ReinoUnido Unido Londres,
França França
Melhor MelhorInovação Inovação no noRetalho Retalho Wishibam WishibamFor ForBusiness Business 30
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França França
MelhorShopping Shopping Melhor Centre Centre Iconsiam Iconsiam
Banguecoque,Tailândia Tailândia Banguecoque,
MelhorFutura Futura Melhor ShoppingCentre Centre Shopping Val Saint Lambert Free Val Saint Lambert Free Time Park Time Park Seraing,Bélgica Bélgica Seraing,
Melhor MelhorCentro Centro Outlet Outlet Torino Outlet Torino OutletVillage Village Turim, Turim,Itália Itália
Melhor Melhor Remodelação Remodelação de deRetalho RetalhoCity City Centre Centre City CityPlaza Plaza
Wuppertal, Wuppertal,Germany Germany
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indicadores
Índices APCC
Quarto trimestre de 2019 com subida no índice de vendas
N
o último trimestre de 2019, o sector dos centros comerciais manteve um comportamento positivo quando analisado o índice de vendas APCC. No que respeita ao tráfego, que apresenta um crescimento anual negativo de 1,7 %, nos últimos três meses do ano findo, verificou-se uma ligeira quebra, embora menor face ao trimestre anterior. Há a sublinhar que, em comparação com igual período do ano anterior, o tráfego decresceu no último trimestre de 2019, menos 1,1% de visitas nos centros comerciais. As vendas reflectem um comportamento positivo, tal como verificado em períodos homólogos. No último trimestre de 2019 foi apresentado um crescimento de 6,9%. Este acréscimo nas vendas reportadas, reflecte-se de igual forma na análise anual, com um aumento de 5,1% face a 2018. n
Índice de Tráfego APCC BASE 2010=100 Variações Homólogas (%)
Índice de vendas APCC BASE 2010=100 Variações Homólogas (%)
2015/2014 1.º Trimestre
0,2%
2.º Trimestre
2015/2014
3.º Trimestre
4.º Trimestre
-1,9% 0,6% 0,3% -0,8% 0,5% -0,2%
1.º Trimestre
2.º Trimestre
5,0%
3,3%
1,3%
2.º Trimestre
2016/2015
3.º Trimestre
4.º Trimestre
-1,6% -2,2% -1,6% -0,2% -1,9% -1,1%
1.º Trimestre
2.º Trimestre
3,1%
-0,6%
3.º Trimestre 4.º Trimestre
0,2%
1,2%
2,5% 1,4%
1,4%
2017/2016
1.º Trimestre
2.º Trimestre
3.º Trimestre
4.º Trimestre
1.º Trimestre
2.º Trimestre
-3.1%
3,6%
3,6%
-1,0%
2,6%
14,1%
0,2%
1,3%
3.º Trimestre 4.º Trimestre
9,8%
8,4%
7,4% 8,6%
0,7%
1,4%
2018/2017
2018/2017
1.º Trimestre
2.º Trimestre
3.º Trimestre
4.º Trimestre
1.º Trimestre
2.º Trimestre
5,7%
2,5%
2,6%
7,3%
8,2%
2,4%
4,1%
5,0%
3.º Trimestre 4.º Trimestre
2,2%
5,1%
6,2% 4,6%
4,5%
4,7%
2019/2018
2019/2018
1.º Trimestre
2.º Trimestre
3.º Trimestre
4.º Trimestre
1.º Trimestre
2.º Trimestre
-2,9%
-0,1%
-2,5%
-1,1%
1,4%
7,9%
-1,5%
-1,8% -1,7%
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4,2% 4,1%
4,0%
2017/2016
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3,9%
4,1%
2016/2015 1.º Trimestre
3.º Trimestre 4.º Trimestre
3.º Trimestre 4.º Trimestre
4,4%
4,8%
6,9% 5,4%
5,1%
Índice de Tráfego BASE 2010=100 Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Jan-2010 a Dez-2019 Ago
Set
Out
Nov
Dez
130,0 125,0
2010 120,0
2015 2016
115,0
2017
110,0
2018 2019
105,0 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0
2.º Trimestre
1.º Trimestre
3.º Trimestre
Índice de Vendas BASE 2010=100 Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
4.º Trimestre
Jan-2010 a Dez-2019 Out Dez Set Nov
190,0 180,0
2010
170,0
2015
160,0
2016
150,0
2017
140,0
2018
130,0
2019
120,0 110,0 100,0 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0
1.º Trimestre
2.º Trimestre
3.º Trimestre
4.º Trimestre
*As variações dos indicadores (Índices por m2/ABL), estão sujeitas ao efeito de alterações ABL face a períodos homólogos
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Fotos: KD Busch
a fechar
Reboot 2020 discute o futuro e rompe com padrões de conferências “Bye-bye, narrow mind, hello big picture. Welcome to Reboot”, foi desta forma que a GCSC – German Council of Shopping Centers deu o pontapé de saída para uma conferência fora dos padrões normais que reuniu cerca de 400 participantes, entre os quais a APCC, no Kosmos, em Berlim.
A
Reboot teve como objectivo criar um fórum de inovação para algumas das mais importantes questões do futuro das cidades, sendo o foco por em causa algumas das questões e formatos existentes, ajustando-os aos desafios complexos da digitalização e globalização. O programa do evento, que prometia ser “diferente, novo e orientado para o futuro”, introduziu inovações bem como apresentações e workshops interessantes. Será que a cidade inteira se irá transformar numa área de vendas? Ou será que isso vai acontecer nos nossos 34
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cérebros? Como é que os produtos vão chegar à nossa porta? Irá restar algum produto num mundo onde as experiências contam mais do que aquilo que possuímos? Estas foram algumas das questões colocadas na conferência. O programa incluiu quatro painéis - Dream your City, Rethink Retail, Cyber Security e Logistics & Mobility – que aconteceram em simultâneo e dirigidos a diferentes públicos-alvo, dependendo do seu interesse e especialização. O cenário para o inesperado foi montado desde o início, quando centenas de tapetes de ioga foram estendidos
no auditório para o discurso de David Bosshart sobre o “Fim do Consumo”. Numa jornada em que a gravata foi substituída pelas sapatilhas, os participantes puderam ouvir as ideias do keynote speaker sentados ou deitados no chão, no tapete de ioga. Durante a conferência foi ainda apresentado o European Innovation Prize Retail, que este ano se focou inteiramente em start-ups, para um melhor conhecimento do que está a acontecer no mundo inovador dos jovens digitais no que diz respeito ao retalho e ao imobiliário de retalho. O vencedor foi a _blaenk, uma concept-store que apresentou a importância da ligação entre os espaços de retalho e o lazer forma inédita. De acordo com esta start-up a organização feita por um único fornecedor assegura a implementação simples e directa de um conceito. n
mediapearl@mediapearl.pt Tel.: +351 214 037 656 / 218 680 277 Rua de Xabregas, 2, Piso 2, sala 2.06 • 1900-440 Lisboa