Ponto turismo 19

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#19 JUN/JUL

2015 €5

ANTÓNIO MARINHO E PINTO

TEMOS QUE SER GENEROSOS COM QUEM CRIA EMPREGO

OPINIÃO

António Nieto, da Turespaña em Portugal, revela os números do turismo

ANÁLISE

O papel do Travel Manager e a implementação de uma SBT

10 INSIGHTS Dicas de marketing para construir uma marca forte no Turismo

EM FOCO

Street Food, a febre de comer na rua chegou em força a Portugal

EURODEPUTADO GRUPO DA ALIANÇA DOS DEMOCRATAS E LIBERAIS



Editorial

Mas, quem é que manda no mercado?

B

om dia. O meu nome é Miguel Ángel e sou novo por aqui. Bem, talvez não assim tão novo. O meu percurso na Amadeus e no setor das viagens já é longo… Sim, trabalho na Amadeus España. E antes da Amadeus, trabalhei numa companhia aérea e também numa agência de viagens. Pode dizer-se que estava destinado a trabalhar para esta empresa. Hoje começo uma nova etapa muito importante e interessante. Sabem uma coisa? Quero ser o seu companheiro de viagem, mesmo que nos primeiros dias precise de um dicionário (dêem-me tempo, que estou prestes a solucionar isso), entusiasma-me poder contribuir, a partir da Amadeus Portugal e na medida do possível, para os ajudar a crescer e a cumprir as metas que se tenham proposto no seu negócio. Um negócio que… Qual é a novidade?... Tem sido submetido a grandes vaivéns nos últimos tempos: quebras no consumo, margens mais estreitas, processo de concentração no setor, o desafio do multicanal, novos concorrentes que irrompem no mercado… E isso para não falar de companhias aéreas que resolvem reinventar, por estes tempos, o modelo de intermediação. Em definitivo, muito muito ruído. Muitas notícias que sacodem o mercado e que na minha opinião, semeiam o desconcerto na nossa indústria. No entanto, é bom que a indústria se altere porque na verdade, e esta é a chave da questão, é o viajante quem realmente muda. Mudam os seus gostos e as

é bom que a indústria se altere porque na verdade, e esta é a chave da questão, é o viajante quem realmente muda

suas preferências, mudam as suas formas de consumir e os canais através dos quais desejam comunicar, mudam as suas prioridades e mudam os seus pedidos. Exigem-nos muito. Cada vez mais. Ou será que nos tínhamos esquecido de quem manda? Todos e cada um dos que participamos nesta indústria apaixonante devemos ter muito presente que quem manda é o viajante. Temos de continuar a pensar na estratégia das nossas empresas, no desempenho dos nossos concorrentes e no lugar que queremos ocupar no mercado, no presente e no futuro. Mas no centro de todas as decisões que tomemos, está o viajante, o motor-chave que move a nossa indústria, quem justifica a sua existência e quem, em definito, emite o seu veredito no final do dia. O cliente manda. E além disso é um animal extremamente sensível às nossas alterações e adapta-se a estas com uma facilidade assombrosa. Frequentemente com um enfoque puramente utilitarista: se não lhe servimos, abandona-nos, e muitas vezes, mesmo que tenhamos respondido à sua confiança, obriga-nos a continuar a lutar por ele e a procurar a excelência. Por isso sejamos cautelosos à hora de tomar decisões, seja qual for o papel que nos calhe desempenhar nesse filme. Neste contexto, gosto de pensar que na Amadeus apostamos na estabilidade e na “continuidade inquieta”. Apoiamos numerosas iniciativas de desenvolvimento nos cerca de 200 mercados nos quais estamos presentes, mas sempre sem perder o foco: devemo-nos aos nossos clientes e o seu modelo de negócio para moldar a indústria das viagens. E estes, à semelhança de muitos outros, dependem do viajante. Por isso, evoluamos, mudemos e melhoremos entre todos esta indústria, mas sem esquecer quem manda: o viajante. É verdade. O nosso anseio é esculpir o futuro desta indústria. Alegra-me pensar que a partir de hoje poderei colocar o meu grão de areia neste projeto que inicio com ilusão e com a grande equipa de profissionais que compõem a Amadeus Portugal.

Miguel Ángel Puertas Acting General Manager #19 JUN/JUL 2015

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Ficha Técnica

Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal

Sede Rua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa, Portugal Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com

Diretor Geral Miguel Quintas

Índice

“O turismo é uma espécie de galinha de ovos de ouro de Portugal”

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O economista Marinho e Pinto disse à Ponto Turismo que o turismo é dos setores que melhor resiste à crise económica mas que não devemos “esganar” os turistas com os preços demasiado altos.

Diretora da Ponto Turismo Helena Torres Bimestral · Ano - 2015 - Edição 19

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Coordenação Editorial

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pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt

Publicidade htorres@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração Capa Pedro Taquelim

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Opinião

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Grande Entrevista

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Em Foco

Fotografia

Turistas portugueses recuperam em Espanha

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Tecnologia

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Análise

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10 Insights

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Lifestyle

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Viagem de: Rui Porto Nunes

Messenger Business “A tecnologia do messaging”

Mediapearl

Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Centro Empresarial Tejo Rua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 13 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt

Impressão e Acabamento RBM - Artes Gráficas

Tiragem

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1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

António Marinho e Pinto “Temos que ser muito generosos com as empresas que criam emprego”

“Street Food” Comer na rua está na moda

Entrevista Caderno Nuno Castro: Agências de viagens têm que ser cada vez mais pró-ativas e dinâmicas

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Soluções

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Notícias

O papel do Travel Manager e a implementação de uma SBT

Para criar uma marca forte no Turismo

Festas no Amadeus Terrace juntam amigos e VIPS no Verão

“Marrocos foi uma viagem de descoberta”

Amadeus Churning Notifier

“Future Traveller Tribes 2030: Building a more rewarding journey”

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Opinião Turistas portugueses recuperam em Espanha

António Nieto

Diretor para Portugal da Turespaña

Turistas portugueses

recuperam em Espanha O Turismo é hoje em Espanha uma das principais fontes de riqueza e emprego. Em 2014 recebemos quase 65 milhões de turistas internacionais e o mais importante, gerou uma receita de mais de 63 mil milhões de euros. Esta quantia representa 11% do PIB, 12% do emprego e tem um extraordinário efeito multiplicador sobre outros setores da nossa economia.

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um ano recorde para o turismo espanhol, o mercado emissor português confirmou a sua recuperação. Em 2014, 1.876.524 turistas lusos visitaram e hospedaram-se em Espanha, este número representa um acréscimo de 11,7% face ao ano anterior. 74,4% dos turistas portugueses entraram no nosso País por estrada, sendo que as chegadas por via aérea representaram um 24,8%. Tanto as chegadas por estrada como por via aérea sofreram um acréscimo, com relação a 2013, de 13,8% e 5,3% respetivamente. As principais Comunidades Autónomas de destino foram a Galiza (26,7%) Madrid (17,3%) Andaluzia (17,1%) e a Catalunha (9,6%). Segundo o Instituto Nacional de Estatística de Portugal, Espanha é o primeiro destino turístico dos portugueses nas suas viagens ao estrangeiro, com uma quota de 36,3% que chega até aos 53,7% quando a motivação das viagens é lazer e/ou férias. Por outro lado, os dados do Inquérito da Ocupação Hoteleira do INE de Espanha reforçam também a ideia de recuperação do mercado português, já que em 2014 as dormidas de turistas lusos em hotéis espanhóis aumentaram até 3 milhões o que representa um acréscimo de 23,7% face a 2013. Segundo o inquérito Egatur, que elabora o Ministério de Industria e Turismo, em 2014 a contribuição dos turistas portugueses em Espanha foi superior a 807,5 milhões de euros, acumulando um crescimento de 5,5% em relação a 2013. O Banco de Portugal confirma estes dados na sua Balança de Pagamentos de Viagens e Turismo. Espanha continua a ser o principal país recetor das despesas turísticas dos portugueses com 823,7 milhões de euros. O Instituto de Turismo de Espanha (TURESPAÑA) conta com uma Delega#19 JUN/JUL 2015

ção de promoção turística em Portugal. Sendo este, o sexto/sétimo mercado emissor mais importante para Espanha, cada ano é delineado um Plano Operativo de Ações de Marketing com a participação da Sede e as Comunidades Autónomas e posteriormente é-lhe atribuído um orçamento. As ferramentas e as estratégias propostas são baseadas em informações económicas e do setor (inteligência de mercados) permanentemente atualizadas e essenciais para tomar as melhores decisões num cenário de orçamento reduzido. Com os profissionais do setor, no ano passado realizámos 107 ações de promoção no mercado português, além de distribuição de informação às agências de viagens, jornalistas e turistas e a realização de estudos de mercado. Apesar de que Portugal é um mercado emissor onde 80% dos turistas organiza individualmente a sua viagem, trabalhámos muito intensamente com o setor profissional que cada vez conta com mais oferta segmentada para vários locais de Espanha. Em 2014, esta Delegação levou diretamente mais de 140 agentes de todo o território português a Espanha e colaborámos em viagens coorganizadas com outros operadores que nos permitiu dar a conhecer destinos espanhóis


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os dados do Inquérito da Ocupação Hoteleira do INE de Espanha reforçam também a ideia de recuperação do mercado português

a outros 120 agentes. Entendemos que a melhor promoção é aquela que nos permite mostrar aos principais prescritores os nossos produtos e destinos. Só depois serão capazes de vender melhor as experiências que lhes propomos. No que respeita a praias e ilhas, são estes os destinos espanhóis mais vendidos pelas agências de viagens. Realizámos também diferentes campanhas específicas sobre destinos em Espanha com alguns dos grandes protagonistas do setor turístico português, como a TAP, Air Europa, Abreu, Netviagens, Nortravel, Sportski, etc) que por sua vez contam com um grande número de clientes e uma presença estável e reconhecida no País, ampliando assim o nosso alcance. Organizámos viagens de jornalistas por toda a geografia espanhola para que as suas magníficas reportagens publicadas em vários meios de comunicação, que abrangem tanto revistas generalistas de grande tiragem como revistas de viagens, deem a conhecer recantos de Espanha. Convidámos também a produtora da novela do horário nobre da TVI a gravar em Madrid. O re-

sultado foi a presença da nossa capital durante dez episódios e deu-nos a oportunidade de mostrar a cidade integrada num argumento que conta com mais de 1 milhão de telespectadores. Recentemente, também a convite desta Delegação, a produtora do Masterchef Portugal gravou a semifinal desta edição na cidade de Sevilha. O programa foi emitido dia 23 de maio e além do feedback de toda a equipa de produção (aproximadamente 60 pessoas) que foi excelente, a visibilidade que conseguimos foi muito positiva. Estamos também presentes na KidZania com um stand onde as crianças simulam o atendimento de um ponto de turismo dando informações turísticas, neste caso das principais cidades espanholas. Quero mencionar também que somos muito ativos na rede social Facebook onde temos oportunidade de mostrar o melhor que Espanha tem para oferecer, realizamos passatempos, desafios, informamos, esclarecemos e noticiamos as principais festas ou exposições a mais de 80 mil amigos em Portugal a quem nos dirigimos diariamente. Por último a evolução favorável do emissor luso para Espanha consolida-se no primeiro trimestre deste ano de 2015. Neste período 325.142 turistas portugueses já visitaram Espanha (4% mais que em período homólogo). As dormidas cresceram um 19,3% no primeiro trimestre, segundo dados do INE de Espanha e para o verão de 2015, segundo dados da IATA, estão previstas 399 frequências semanais diretas num só sentido entre os aeroportos lusos e 13 espanhóis, 41 frequências mais que no princípio de 2014, o que nos permite acreditar que nos espera um bom ano turístico. l

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Grande Entrevista Ant贸nio Marinho e Pinto

Ant贸nio Marinho e Pinto

Eurodeputado no Grupo da Alian莽a dos Democratas e Liberais

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António Marinho e Pinto Grande Entrevista

António Marinho e Pinto

“Temos que ser muito generosos com as empresas que criam emprego” O ex-Bastonário da Ordem dos Advogados, eurodeputado e líder do Partido Democrático Republicano, Marinho e Pinto diz, sempre sem filtro, que o Turismo podia estar melhor, é contra a venda da TAP e que vivemos uma crise de confiança nos principais pilares da sociedade. Ponto Turismo › Na sua opinião como é que está o setor do Turismo? Considera que as políticas de Turismo do Governo são as mais indicadas, nomeadamente no respeitante a alterações de legislação hoteleira, IVA na restauração… António Marinho e Pinto › Podia estar muito melhor, e podia estar pior, bastante pior. É dos setores económicos que melhor tem resistido às crises apesar das medidas antiturísticas que têm sido tomadas pelos Governos, nomeadamente por este. E eu dou-lhe um exemplo muito claro. Há tempos estive na Holanda, estive hospedado num hotel, fui ao restaurante, comi uma refeição e no final veio a fatura com 6% de IVA na refeição e 23% na cerveja. Aqui não, aqui é 23% tudo. O turismo é uma espécie de galinha de ovos de ouro de Portugal porque mesmo quando a situação aqui está má, vêm os estrangeiros que são quem alimentam principalmente essa indústria, essa atividade económica. Por isso devia ser objeto de medidas que estimulem o próprio alargamento do mercado interno e não deprimi-lo e não restringi-lo. Portanto o Governo tomou medidas absolutamente insensatas quanto a esta matéria e que tiveram consequências que só quem não estudou devidamente os dossiers e as matérias, não podia prever que é o aumento abrupto da carga fiscal. que traduz-se numa diminuição da receita fiscal em alguns casos. Ou seja quando o nível de tributação ultrapassa de-

O terminado plafond, a receita fiscal diminui. Uma forma de turismo é uma aumentar a receita fiscal é espécie de galinha de diminuir a taxa de incidência. Um IVA à taxa intermédia ovos de ouro de Portugal daria maior receita ao Estado do que aquela que o porque mesmo quando a Estado passou a receber com o aumento para 23%. situação aqui está má, Lançou na falência milhares de pequenas empresas vêm os estrangeiros que que prestavam um serviço e alimentam essa que além do mais tinham uma função social porque era emprego indústria para os seus proprietários e para quem nelas trabalhava. Foram para a falência, muitos tiveram de ir embora deste país. São políticas cegas que são ditadas por imperativos de ordem ideológica e não por análise macroeconómicas da realidade. Agora há regiões que necessitam de verdadeiros programas piloto, ou um balão de oxigénio, digamos assim. Ponto T. › Está a referir-se a quais especificamente? A.M. e P. › A Madeira precisa de um apoio no setor. Temos um turismo de qualidade de excelência, não só pelo clima, pela qualidade dos hotéis, não só pela qualidade profissional dos trabalhadores e quadros da área turística… Agora é preciso ver o problema das viagens aéreas para a Madeira há situações em que de qualquer capital da Europa se viaja mais #19 JUN/JUL 2015

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barato para as Caraíbas do que para a Madeira. E quem diz a Madeira, diz os Açores…. Ainda por cima com a medida da TAP, absolutamente antisserviço público, de acabar com os voos diretos de Lisboa para as ilhas do Pico, Faial e Santa Maria, porque asfixia o turismo dessas três ilhas e de outras ali próximo. São medidas que têm de se repensadas.

“Nós temos qualidade turística, [...] portanto não temos que estar a “esganar” o turista” [...] com preços elevadíssimos.

Ponto T. › E sobre as taxas turísticas? Foi uma boa medida de António Costa? A.M. e P. › Isso é parasitagem política. Em vez do município de Lisboa e o próprio Governo estarem a lançar mais taxas, devem é acabar com as taxas e com as despesas estúpidas e muitas vezes clientelares que essas taxas se destinam a fazer face. É acabar com esse tipo de despesismo! É despesismo muitas vezes feito pelas teias clientelares que se organizaram em torno dos partidos tradicionais. É evidente que o turismo deve pagar as taxas que paga qualquer outra atividade económica e não deve haver distinção. Pelo facto de ter sucesso não deve pagar mais porque isso impede o crescimento do setor turístico. Sobretudo impede o alargamento do turismo interno e nós devíamos incrementar o aumento do turismo interno. Ponto T. › Acha que Portugal beneficiou das convulsões sociais que existem em destinos concorrentes como a Tunísia, a Turquia?… A.M. e P. › Nós temos um turismo de qualidade muito superior. Não temos obviamente o historial daqueles países, mas temos uma qualidade melhor e sobretudo temos uma tranquilidade que eles não podem dar. E isto não tem #19 JUN/JUL 2015

sido devidamente valorizado. Nem pelo Governo, nem pelos próprios promotores turísticos, nem pelos próprios empresários turísticos. A segurança que se vive em Portugal. A segurança que as pessoas podem sentir aqui.

Ponto T. › Pensa que essa possa ser a imagem de promoção de Portugal? A.M. e P. › Não me parece que possa ser, porque não convém publicitar assim. Mas fazer a publicidade necessária através dos instrumentos adequados para mostrar às pessoas que aqui não são objeto daquele tipo de atentados suicidas fanáticos como aconteceu recentemente na Tunísia, no Egito, que foram destruídos do ponto de vista turístico. Nós temos qualidade turística, temos qualidade hoteleira, uma excelente restauração e uma excelente gastronomia, uns excelentes vinhos e portanto não temos que estar a “esganar” o turista, seja estrangeiro ou não, com preços elevadíssimos. Temos de o servir a preços obviamente compensadores, mas que sejam chamativos e que os levem a voltar cá e a trazer mais pessoas com eles. Ponto T. › Qual é a sua posição relativamente à venda da TAP? A.M. e P. › Absolutamente contra, porque a TAP é o principal transporte para as ilhas. A TAP tem uma função pública e uma natureza pública e lusíada que é servir as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Temos que


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ter uma companhia de bandeira que seja a bandeira nacional. O Estado tem que ter essa companhia área, ela tem que ser pública e tem de estar ao serviço de Portugal e das comunidades portuguesas e não ao serviço dos acionistas privados.

sas fossem organizadas nesse sentido. Depois é preciso que a representatividade na Assembleia da República seja determinada pelos partidos, mas também através da democracia participativa direta. Por isso é que eu proponho que metade dos deputados da Assembleia da República seja eleita num círculo único nacional, pelo método representativo, no esquema proporcional em listas representadas pelos partidos. Pode ser até num círculo único nacional como sucede com a eleição dos deputados para o parlamento europeu. Mas a outra metade dos deputados deve ser eleito em outros tantos círculos uninominais, 115 círculos uninominais, pelo sistema maioritário, à qual pode concorrer qualquer cidadão independentemente de estar ou não inscrito num partido político. Será eleito aquele que obtiver 50%+1 do número de votos. Se não conseguir na primeira eleição, haverá uma segunda entre os dois mais votados. É assim em França, na Inglaterra, nos países onde a democracia está mais enraizada e consolidada. Aqui, dimensões importantes da democracia como a cidadania, foram subordinadas à partidocracia na pior dimensão que tem que é os partidos políticos, dominados por teias imensas de clientes, que deturpam e distorcem a função cívica e politica dos próprios partidos. Os partidos não estão ao serviço dos eleitores, mas sim dessas clientelas que os dominam integralmente. Basta ver durante a campanha os candidatos andam a prometer tudo aos eleitores, no dia seguinte às eleições esquecem completamente. Não têm compromisso algum com os eleitores e passam a obedecer às direções dos partidos porque se não o fizerem nas próximas eleições não serão candidatos porque só os partidos podem apresentar candidatos. Isto determina uma Assembleia da República em que estão blocos acéfalos que sentam e levantam conforme as ordens que recebem e nunca segundo os ditames da sua consciência.

“Esta crise de confiança abala a própria credibilidade das instituições democráticas”

Ponto T. › Acha que Portugal está a viver uma crise de confiança nos grande pilares da sociedade? Justiça, politica, segurança… A.M. e P. › Sim, sim, o aspeto mais preocupante da crise global é a crise de confiança. Nós não podemos confiar nos deputados que elegemos para fazer leis porque eles fazem as leis à medida dos interesses que não são os interesses de quem os elegeu. Nós não podemos confiar no juiz que julga porque ele tem agenda política oculta e faz os seus julgamentos muitas vezes de acordo com essa agenda. Nós não podemos confiar muitas vezes no médico que procuramos para curar uma doença porque não sabemos se aquilo que nos receita está de acordo com as exigências da nossa doença ou se está de acordo com as conveniências da indústria farmacêutica que lhe paga com congressos “turísticos” no estrangeiro. Nós não podemos confiar nos membros do Governo ou nos governantes porque muitas vezes as obras que eles adjudicam, os bens que adquirem nem é tanto para satisfazerem as necessidades públicas, mas é mais para receberem comissões e subornos por baixo da mesa. Nós não podemos confiar no jornalista porque eles muitas vezes procuram-nos não para fazer uma notícia, não para ouvir a nossa opinião, mas para deturpar a nossa opinião ao serviço de agências de comunicação a mando de concorrentes e adversários políticos, empresariais e desportivos, etc… Esta crise de confiança abala a própria credibilidade das instituições democráticas. É óbvio que isto tem uma razão de ser, um historial longo, que é o facto de os partidos terem exercido um monopólio exclusivo sobre a atividade política assim mutilando a dimensão de cidadania que estaria associada à política. O cidadão não pode participar autonomamente ou individualmente na atividade política porque tem que estar inscrito num partido ou tem que fundar um partido. Eu sou dos que defende que não há democracia sem partido, mas os partidos não esgotam todas as virtualidades da própria democracia. É preciso criar um sistema global misto que concilie a responsabilidade com a representatividade. A democracia representativa tem que ser um pouco comprimida no seu âmbito, em benefício de novas formas de democracia participativa. Nós devemos usar mais o referendo e a consulta popular em questões sobre as quais eu não quero que os deputados me representem. Eu quero ser ouvido e posso ser ouvido! Demora mais tempo às vezes organizar um debate, uma votação e aprovação de uma lei na Assembleia da República do que ouvir os próprios representados através dos mecanismos referendários ou através de consultas online que hoje o desenvolvimento das tecnologias de comunicação facilmente permitiria, se as coi-

Ponto T. › Para ter essa solução que pretende para a assembleia é necessário alterar a Constituição. A.M. e P. › Com certeza, é preciso alterar a Constituição e a própria lei eleitoral. Mas esta é a solução. O caminho para lá chegar pode ser mais ou menos longo, mas teremos de lá chegar porque se não a democracia destrói-se, está num processo de corrosão interna que não sobreviverá mais 40 anos de certeza. Ponto T. › Foi para isso que fundou o seu partido? A.M. e P. › Foi por isso e para isso que fundei o meu partido, para corrigir, para mudar Portugal, para mudar a forma de fazer política, para trazer mais verdade, mais honestidade e mais transparência à vida política portuguesa. Ponto T. › Os portugueses não são como os espanhóis que conseguiram romper com o bipartidarismo… A.M. e P. › Eu nas últimas eleições ao Parlamento Europeu #19 JUN/JUL 2015


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tive 200 e tal mil votos e elegi dois deputados, sinal que os portugueses também estão abertos à mudança. Vamos ver como é que eles decidem agora. Mas também não sou vanguardista, nem profeta nem messiânico! Eu digo muito claramente e di-lo-ei na campanha eleitoral. Se o povo português está satisfeito com a situação em que estamos e com a atuação dos principais partidos da nossa democracia, então continue a votar neles. Se não está satisfeito, tem, pela primeira vez, um projeto verdadeiro de mudança. Uma proposta genuína de alteração deste estado de coisas e portanto o povo é soberano. Ponto T. › Até onde é que vai o cidadão Marinho e Pinto? A.M. e P. › Eu? Eu já estou no fim da caminhada! Nós somos como os iogurtes,

fosse a datilografar textos, a fazer revisão de provas, a fazer tradução de livros e de textos estrangeiros, fosse a dar aulas como precário a prazo, fosse na advocacia, fosse no jornalismo. Só no jornalismo tive um emprego e do qual recebi uma carta de despedimento sem saber como nem porquê! Eu e os outros todos que integravam essa empresa pública. De forma que sempre trabalhei, sempre ganhei o suficiente para ser independente. Nós só somos independentes quando pagamos as nossas despesas. As pessoas e o Estado, as empresas e as instituições! Ponto T. › Vamos continuar a gastar mais do que temos? A.M. e P. › Até aqui tem sido assim, inclusive com este Governo que nos esmagou com impostos, austeridade e aumentou a dívida, e continua a gastar mais do que os rendimentos que tem. Nós temos que ter a coragem de fazer cortes em despesas no Estado. Uma família cujo rendimento não dá para cobrir as despesas ou há um que trabalha mais, faz horas extraordinárias ou arranja um segundo emprego, ou corta nas despesas. Não se pode é continuar a alimentar despesas, pelo menos parcialmente, com dinheiro emprestado, porque há um dia em que os credores deixam de nos emprestar e vão-nos cobrar e nós hoje andamos a pedir emprestado, algumas vezes para pagar os juros da própria dívida que temos. Esta não é solução para ninguém, Estado ou pessoas… Ponto T. › Há que aumentar os empregos… A.M. e P. › Isso faz-se com políticas expansionistas, não é com políticas como as que têm seguidas até agora. É com a promoção e o apoio. Quem cria emprego em Portugal não é o Governo, são as empresas. O estímulo à criação de emprego é um estímulo à criação de lucros nas empresas. Não há dúvidas! Nas empresas lucrativas é evidente que uma parte dos dividendos podem ser gastos em despesas supérfluas, mas outra parte deve ir para o investimento. Isto é importante e temos que dar às empresas portuguesas condições semelhantes às que damos a empresas estrangeiras que aqui vêm investir. Uma empresa que cria 200 ou mais postos de trabalho, eu não teria pejo nenhum em diminuir-lhe a carga fiscal direta porque ela gera riqueza a outros. Se as empresas geram emprego sejam bem-vindas! Isso é já uma forma de trazer mais desenvolvimento, mais progresso, mais estabilidade social, mais paz social, mais prosperidade à sociedade, mais rendimentos ao próprio Estado e à sociedade. Temos que ser muito generosos com as empresas que criam emprego.

temos um prazo de validade, a partir do qual deixa de estar em condições de ser consumido, deteriora-se…. Eu estou a chegar ao fim do meu prazo de validade, tenho noção disso. Sei que muitas das propostas de mudança que eu advogo não serão provavelmente do meu tempo, mas a minha consciência impõe-me que as faça para outros as continuarem. Ponto T. › Está a preparar esse caminho? A.M. e P. › Sim, sim, claro. Não sou daqueles que me agarro às coisas. Eu sou um homem de mudanças. Toda a minha vida foi feita de mudanças. Comecei a trabalhar aos 20 anos e nunca tive só uma profissão. Tive sempre duas ou três. Tive emprego durante três ou quatro anos, de resto tive sempre trabalho… #19 JUN/JUL 2015

Ponto T. › Para terminar, vê-se algum dia como Presidente da República? A.M. e P. › Vejo-me sempre como um combatente. Como uma pessoa que luta por ideais. Como uma pessoa insatisfeita com a situação a que este País chegou. Como uma pessoa insatisfeita com a falta de futuro para os meus filhos e para os meus netos. Já não digo para os meus filhos, porque tenho uma filha que se foi embora, mas gostaria que os meus netos, que foram com os pais, viessem para cá. Vejo-me sempre como um catalisador de mudanças, progressista no sentido genuíno da palavra, que defende o progresso, a prosperidade, o desenvolvimento a todos os níveis: económico, cultural, social. Demagogia ou populismo não fazem parte. Eu digo a verdade às pessoas.. l


“Street Food” Comer na rua está na moda! Em Foco 13

“Street Food”

Comer na rua está na moda! Vai longe o tempo em que as roulottes das farturas, sanduiches de couratos, cachorros e bifanas tinham o monopólio da “comida de rua” em Portugal. O conceito evoluiu, consequência da evolução dos consumidores, para uma qualidade mais elevada, mais gourmet e com o nome mais pomposo e glamouroso de Street Food.

O

Street Food é um conceito de alimentação ready-to-eat vendida na rua ou outro local público, como mercados ou feiras, por vendedores ambulantes, muitas vezes, numa tenda portátil, ao qual qualquer pessoa pode aceder por gosto étnico, nostalgia ou pela simples oportunidade de comer rapidamente algo saboroso a um preço razoável. Durante a última década a mudança na Street Food foi abismal. Passou de carrinhos de comida tradicionais para veículos móveis munidos de cozinha “hi-tech”, tornando-se cada vez mais sofisticados, mais criativos e com uma procura crescente. Hoje em dia vemos desde autocarros de dois andares, a bicicletas, passando por carrinhas pães-de-forma ou mesmo Ape Piaggio. “Há um ano tínhamos maioritariamente o negócio do Street Food concentrado em cachorros, hambúrgueres e afins, hoje já está muito mais diversificado e vai do sushi, à doçaria, aos conceitos da América do Sul, Argentina, bebidas e até já temos das cerejas do Fundão. Todavia sente-se que começa também a existir uma orientação para a saúde, havendo já conceitos vegetarianos, para o equilíbrio entre ingredientes e sobretudo para o consumo de produtos tradicionais portugueses. Também nisto o Street Food é um movimento positivo. Transversalmente a tudo isto há algo que é seguramente mais que uma

tendência, é uma realidade, que é a preocupação com a qualidade oferecida e isso é algo que nós na associação também queremos controlar e exigir”, explica Luís Rato, presidente da Associação de Street Food de Portugal. “Somos, cada vez mais, consumidores “on-the-go” e isso favorece a Street Food: conveniente, acessível e de qualidade. E por isso Portugal também evoluiu das tradicionais farturas e da sandes de courato para exemplos extraordinários de qualidade”. No Reino Unido a Street food é agora o mais vibrante e emocionante setor da culinária britânica, com jovens cozinheiros que transformam menus de restaurantes de qualidade em preços take-away. Veículos atrativos e comida de elevada qualidade, servida de forma emocionante e acessível. “Hoje, algumas das melhores experiências de restauração dos britânicos passam pelo que se serve em reboques, carros e vans vintage”, diz José Borralho, vice-presidente da Associação de Street Food de Portugal. Luís Rato acrescenta que em Londres os números deste sub-setor da restauração “rondam já os 700 milhões de Euros”. Em Portugal, com base nas #19 JUN/JUL 2015


14 Em Foco “Street Food” Comer na rua está na moda!

existem inúmeros exemplos de Street Food ao longo da história e por todo o planeta, desde a antiga China, passando pelos astecas

marcas já existentes e com as dificuldades que existem em termos de licenciamento, o presidente da associação estima que haja “um mercado de 3 milhões de euros, mas um potencial na ordem dos 10 milhões”. No seu entender “Isto significa um potencial de negócio importante para novos empreendedores, gerar mais emprego, mais soluções para quem procura oportunidades, mais receita para o Estado através de impostos e sobretudo uma evolução do ponto de vista da oferta gastronómica e uma dinamização de muitas cidades através da gastronomia e entretenimento.” Em Portugal a Street Food está a dar os primeiros passos, mas já está na moda, no European Street Food Festival no Estoril estiveram mais de 80 mil pessoas e até ao final do ano estão previstos mais oito festivais de street food. “Os festivais que temos em preparação são uma forma também de sensibilizar as pessoas para o Street Food e mostrar o que é o Street Food e por isso muitas vezes têm que perceber que não estamos a falar dos conceitos tradicionais de venda ambulante e que há muito investimento pessoal nestes novos negócios e nos produtos que oferecem e sendo um negócio tem que gerar retorno e por, isso apesar de haver uma perceção que o Street Food pode ser ligeiramente mais caro, é praticamente consensual que a relação qualidade/ preço compensa”, diz José Borralho. Sobre os eventos que se aproximam José Borralho adianta que “Portimão terá um Festival muito dedicado a veraneantes e por isso trabalhará apenas a partir do fim do dia, oferecendo um pouco de tudo, mas sobretudo boa comida para

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quem quer descontraidamente usufruir de um fim de dia a comer e dançar na Avenida de Portimão.” Já na Ericeira, cujo local não está ainda encerrado, o evento deverá ter um conceito de sunset party, com DJS e muita animação. Para Peniche está previsto um conceito semelhante e depois o Street Food irá passar a última quinzena de agosto na Costa da Caparica, “mesmo em frente à praia” onde a ideia é ser “mais intimista e integrado naquilo que é a marginal da Costa.” Em Faro, o Street Food será integrado no Festival F com três a quatro ambientes diferentes. Em setembro o Street Food estará no Jardim da Amadora e depois ruma ao Porto. “Em todos os casos iremos usar um sistema que evoluiu da moeda do evento, para cartões do evento, muito mais cómodo e seguro para todos. É uma evolução apoiada em soluções tecnológicas que evitam qualquer manuseamento de dinheiro ou moedas ou o que quer que seja pelos comerciantes e tornam o processo mais rápido e seguro para todos”, acrescenta José Borralho. Mas quem pensa que o Street Food é uma “modernice”, desengane-se. Sempre houve. Segundo José Borralho existem inúmeros relatos e vestígios de Street Food ao longo da história e espalhados por todo o planeta, desde a antiga China, passando pelos astecas, Grécia e Roma antiga, época renascentista, na Inglaterra vitoriana, entre muitos outros. l Antónia Barroso Jornalista


Nuno Castro Entrevista Caderno 15

CADERNO 16

É fundamental oferecer produtos diferenciados e de qualidade

Nuno Castro MERCADO DAS VIAGENS

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Soluções

Amadeus Churning Notifier notifica o agente de viagens de que está a incorrer em Churning, de acordo com a política da TAP.

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Notícias

A Amadeus apresentou o segundo relatório de tendências Future Traveller Tribes 2030: Building a more rewarding journey.

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Caderno Amadeus 16 Entrevista Caderno Nuno Castro

Nuno Castro DIRETOR COMERCIAL MERCADO DAS VIAGENS

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Caderno Amadeus Nome do Conteúdo Nuno do Castro CapítuloEntrevista Nome do Capítulo Caderno 17

Mercado das Viagens

Agências de viagens têm que ser cada vez mais pró-ativas e dinâmicas A rede de agências de viagens Mercado das Viagens surge em 2013 pelo desaparecimento de uma rede espanhola. Tendo por base um elevado padrão de exigência e isenção, pretende devolver o modelo de negócio ao balcão físico privilegiando o contacto direto e pessoal Ponto Turismo › O aparecimento da vossa agência é claramente um exemplo de resposta a uma situação provocada pelo desaparecimento de uma grande rede… quer contar um pouco como tudo se passou? Nuno Castro › Efetivamente, o Mercado das Viagens foi fundado em julho de 2013, pelos proprietários de três agências que operavam enquanto franquiadas de uma rede de franchising espanhola. Com o encerramento da referida rede em Portugal, e com o claro objetivo de mantermos as nossas agências em funcionamento, decidimos criar uma marca própria, com um conceito completamente diferente e inovador. Procuramos estruturar o Mercado das Viagens como uma agência de viagens orientada para o cliente exigente e presente, devolvendo o modelo de negócio das agências de viagem ao balcão físico, acompanhado pela inovação na promoção e distribuição dos seus produtos, assim como nos canais de comunicação com o cliente.

Daí que a nossa rede de agências não seja mais uma rede de franquia. Primámos pela diferença, mais que não seja por termos agências próprias.

Ponto T. › Como é que foi lidar com uma situação inesperada que vos atingiu, com uma situação económica do país que não favorecia as viagens dos portugueses? N.C. › Acho que abrimos na melhor altura. Conseguimos sair de um franchising com um modelo e modo de funcionamento com o qual não nos identificávamos. Pelo que, a nossa saída dessa rede de agências, acabou por ser o facto impulsionador de criar um modelo de agência que ambicionávamos. Quanto à situação económica do país, a mesma obrigou-nos a adotar estratégias e promover a venda de produtos que aliciassem os clientes e proporcionassem aos mesmos viagens a baixo custo. Para isso, criámos pacotes dinâmicos, com voos low cost, com preços atrati-

vos, o que possibilitou que os clientes continuassem a viajar. Enquanto que a maioria das agências se retraiu, o que nós fizemos foi aproveitar e ocupar o lugar dos que se deixaram ficar para trás.

Ponto T. › Dois anos depois, qual é o balanço que fazem e quais as perspetivas? N.C. › O balanço que podemos fazer é muito positivo, temos tido um crescimento muito sustentado, tanto em número de aberturas de agências como no aumento de volume de faturação, e essas são as nossas perspetivas de futuro. Continuar a aumentar o volume de vendas e abrir mais agências no País, atendendo que, fomos “obrigados” a criar uma rede de franchising face aos pedidos de entrada na rede por quem pretendia abrir uma agência de viagens e acreditou no nosso projeto.

Ponto T. › Sei que apostam no franchising…Têm uma estratégia e objetivos definidos? N.C. › Sim, temos uma estratégia muito bem definida. Antes de começarmos o processo de expansão fizemos uma avaliação de todos os pontos críticos tanto das nossas agências como do próprio mercado das agências de viagens em regime de franchising. Aliás, como já referi, os fundadores do “Mercado das Viagens” estiveram numa rede franquia, com a qual não se identificavam, o que nos ajudou desde logo a definir de que forma é que não queríamos trabalhar e o que não queríamos para os nossos franquiados. Daí que a nossa rede de agências não seja mais uma rede de franquia. Primámos pela diferença, mais que não seja por termos agências próprias. #19 JUN/JUL 2015


Caderno Amadeus 18 Entrevista Nome do Capítulo CadernoNome Nunodo Castro Conteúdo do Capítulo

Esse é um fator fundamental e que nos permite saber e compreender as necessidades dos nossos franquiados, as suas aspirações, as suas motivações…. Pois também são as nossas. Obter os melhores acordos com operadores, primar pela nossa imagem, pelo bom atendimento ao cliente, tem sido o nosso objetivo, pois consideramos fundamental para o crescimento das nossas agências. Razão pela qual, o nosso objetivo primordial não seja abrir agências em massa. O nosso negócio é melhorar as condições da nossa rede de agências, aumentar o volume de vendas das mesmas e promover a notoriedade da marca. Quem se identificar com o nosso projeto, é muito bem-vindo. Neste momento temos sete agências, estando prevista a abertura de mais algumas brevemente, no entanto, como referi, a nossa prioridade é consolidar as que temos. Ponto T. › Qual é o perfil de agência que procuram nos franqueados? N.C. › O Mercado das Viagens apresenta uma imagem inovadora e moderna, composta por equipas jovens e dinâmicas com sólidos conhecimentos do universo do turismo, sempre com o intuito de proporcionar experiências diferentes e inesquecíveis aos nossos clientes e como tal os nossos franqueados têm que ter este espírito. Ponto T. › Estando inserida numa rede, como é que funcionam? Cada agência tem gestão própria, negoceiam em conjunto com os fornecedores… N.C. › Cada agência franqueada é independente e tem gestão própria, contudo a negociação com operadores, parcerias com fornecedores e clientes é sempre feita por nós, beneficiando os franqueados das vantagens das mesmas. Também somos nós que definimos padrões de qualidade, todas as regras e estratégias de marketing e publicidade quanto à marca e a todas as agências. Por outro lado, somos uma marca independente de outros parceiros de mercado (aviação, hotelaria, operação turística) na definição da sua política de produto e estratégia comercial, o que nos permite total isenção no momento de aconselhamento ao seu cliente. Comercializamos todos os produtos existentes no mercado, desde que estes garantam os níveis de qualidade exigidos para as viagens dos nossos clientes.

Ponto T. › Qual é a sua posição sobre as novas tendências nas viagens, tanto em termos de distribuição com o advento do mobile, como na questão das redes sociais. N.C. › Estamos sempre abertos às novas tecnologias e procuramos nelas melhorar o trabalho das agências. Para podermos articular o produto no mercado que se pretende atingir, temos que acompanhar a inovação. Daí que, os sistemas de informação, Intranet, Extranet, redes sociais ocupam neste domínio uma importância redobrada na nossa rede de agências. Aliás, o nosso website e a nossa página de facebook constituem uma porta de entrada virtual nas nossas agências. A visualização de ofertas / promoções de destinos através destes meios, permite uma divulgação mais rápida e eficaz do que temos para oferecer ao cliente, permitindo ainda que o mesmo possa fazer uma simulação do preço das suas férias, contactando posteriormente as nossas agências para concretizar a compra. No entanto, privilegiamos de alguma forma o contacto direto e pessoal com o cliente, mesmo que seja por email ou por telefone, já que considerarmos primordial percebermos o desejo e aspirações do cliente quanto à sua viagem.

O nosso negócio é melhorar as condições da nossa rede de agências, aumentar o volume de vendas das mesmas

Ponto T. › Como é que a Mercado das Viagens se posiciona no mercado? Qual o vosso cliente e qual o vosso core-business. N.C. › Somos uma rede especializada em turismo de lazer, no entanto, focamos também a nossa atividade em áreas como as viagens de grupo, empresariais e nichos de mercado bem definidos. Ponto T. › Acham que o modelo de negócio das viagens e o tipo de cliente se alterou muito nestes últimos anos? N.C. › As agências de viagens têm que ser cada vez mais pró-ativas e dinâmicas de forma a irem ao encontro das necessidades do cliente. Ao contrário do que se possa pensar, os portugueses já criaram o hábito de viajar, e como tal, são mais exigentes nas suas escolhas, quer quanto ao destino, quer quanto à qualidade dos serviços. Daí que seja fundamental oferecer produtos diferenciados e de qualidade. #19 JUN/JUL 2015

Ponto T. › Qual é a sua opinião sobre a Amadeus enquanto parceiro tecnológico? N.C. › A Amadeus é um dos principais parceiros com que trabalhamos porque disponibiliza-nos uma plataforma de GDS imprescindível para o nosso negócio, nomeadamente no que diz respeito à aviação. Além de parceiro tecnológico, a Amadeus é considerado por nós um “aliado”, que ao longo destes anos, nos tem prestado toda a colaboração e apoio necessários. Esperamos que esta parceria continue coesa e duradoura. l


Caderno Amadeus Nome do Conteúdo Amadeus do Capítulo Churning Nome Notifier do Soluções Capítulo 19

Amadeus Churning Notifier O Amadeus Churning Notifier é uma aplicação desenvolvida para os agentes de viagem Amadeus, de forma a poder notificar o agente de que está a incorrer em Churning, de acordo com a política da TAP.

Definição da companhia aérea TAP De acordo com o ponto 13 das “Práticas Responsáveis de Reserva” publicadas pela TAP em Junho de 2014, a companhia aérea define churning como sendo o “cancelamento com Remarcação do mesmo itinerário na mesma ou outra classe de reserva no mesmo ou vários PNRs e/ou GDSs para contornar ou prolongar o prazo de emissão de bilhetes”. Tal procedimento não é permitido pela TAP, sendo que a companhia monitoriza este tipo de procedimento. Caso se verifique esta situação, e exceda seis transacções (book-cancel-book-cancel-book-cancel-book), resultará na emissão de um ADM (Agent Debit Memo) no valor de 5EUR por passageiro por segmento por transação excedente. Desta forma, são monitorizadas as seguintes alterações no PNR: - Remarcação do mesmo itinerário e data; - Na mesma ou outra classe de reserva; - No mesmo ou vários PNRs; - No mesmo ou outro GDS (IATA); - Para o mesmo passageiro. Consequentemente, sendo que “B” diz respeito a Booking, e “C” diz respeito a Cancelamento, conforme as alterações, assim a TAP procederá: - - - - - -

B-C-B-C-B-C, no charge. B-C-B-C-B-C-B, no charge. B-C-B-C-B-C-B-C, charge 1 x 5EUR per segment per passenger. B-C-B-C-B-C-B-C-B, charge 1 x 5EUR per segment per passenger. B-C-B-C-B-C-B-C-B-C, charge 2 x 5EUR per segment per passenger. B-C-B-C-B-C-B-C-B-C-B, charge 2 x 5EUR per segment per passenger.

Em suma, a TAP, permite efetuar quatro bloqueios e três cancelamentos por segmento. A partir do quarto cancelamento, será aplicado 5EUR por cada segmento e por cada passageiro.

A Amadeus Portugal desenvolveu uma aplicação, o Amadeus Churning Notifier, para alertar o agente de viagens sempre que o mesmo está prestes a incorrer em churning, evitando assim os custos associados. Amadeus Churning Notifier corre automaticamente sempre que sejam introduzidos: - Comandos de tarifação FXB, FXE, FXO, FXP, FXQ, FXR, FXU, FXZ - Comandos de cancelamento de segmentos XE, XI - Comandos de alteração de classes SB (Should Be) Ao solicitar uma alteração ao PNR com um dos comandos acima, a aplicação intercepta o comando enviado e faz a leitura do histórico de todos os PNRs com os mesmos passageiros e segmentos, para verificar a existência de churning. Assim que a aplicação Amadeus Churning Notifier deteta que a próxima ação estará a incorrer em Churning, surge um pop up no canto inferior direito do Amadeus Selling Platform. A informação referente ao churning contém: Nome do passageiro; Segmento; PNRs envolvidos; Custo atual referente ao segmento; Custo que irá ter caso deseje prosseguir.

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Caderno Amadeus 20 Soluções Nome do Capítulo Amadeus Churning Nome doNotifier Conteúdo do Capítulo

A opção de prosseguir e incorrer em churning será sempre autorizada pelo agente de viagens. Para prosseguir, o agente deverá colocar um visto em “I understand there might be churning costs” e de seguida clicar no botão “Continue”. Só assim a ação solicitada será processada.

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Para mais informações ou para usufruir dos benefícios do Amadeus Churning Notifier, contate o seu gestor de conta.


Caderno Amadeus “Future Traveller TribesNome 2030:doBuilding Conteúdo a more do Capítulo rewardingNome journey” do Capítulo Notícias 21

Relatório identifica o valor da informação

“Future Traveller Tribes 2030: Building a more rewarding journey”

O

relatório “Future Traveller Tribes 2030: Building a more rewarding journey”, foi lançado na Amadeus Digital Merchadising Conference, em Banguecoque, onde estiveram mais de 100 líderes de companhias aéreas digitais que ficaram a conhecer o valor da informação no mundo atual. “Num mundo onde os viajantes não são definidos pelo seu segmento demográfico mas pelos seus valores, comportamentos e motivações, as companhias aéreas e outros fornecedores de viagens terão de aproveitar a riqueza da informação e dados do social media agora disponíveis para evidenciarem a “compra de experiências” que atendem às necessidades individuais”. Esta é a principal conclusão do novo relatório encomendado pela Amadeus e escrito por Frost & Sullivan. O relatório descreve com precisão como as companhias aéreas e os seus fornecedores de serviços complementares podem servir melhor as necessidades do viajante no futuro através de estratégias de merchandising mais eficazes, e explica ainda como a viagem em si mudará em 2030, graças a uma melhor utilização dos dados do viajante, a novas tecnologias e a um leque alargado de canais de vendas. Paralelamente, o relatório refere ainda que os pacotes personalizados de produtos e serviços, os pontos de contacto contínuos entre o prestador de viagem e o viajante, e as compras sem fricção, vão caracterizar toda a

O novo relatório desperta a indústria das viagens para criar experiência do viajante do futuro. Segundo experiências personalizadas o estudo, vão surgir em conjunto, novos caamadeus.com nais de vendas, que podem ser divididos em com base nas motivações canais “inspiration” (smartphone, tablet, realidade virtual), que oferecem experiências mais dos viajantes de envolventes e serão usadas como ferramentas de descoberta; e canais de informação (SmartWaamanhã tch, óculos de realidade aumentada e robots de serviço), que incidirão sobre o conteúdo de forma resumida. Com estes desenvolvimentos, os dados irão tornar-se no mais importante recurso disponível para as companhias aéreas, ficando em vantagem as que conseguirem reunir e usar essa informação da forma mais eficaz. Além disso, o relatório também descreve como as novas tecnologias e técnicas de recolha e tratamento de dados vão conduzir a uma cada vez maior personalização da experiência de viagem na próxima década. As conclusões do relatório foram construídas com base nas seis “traveller tribes” identificadas no Future Traveller Tribes 2030: Understanding tomorrow’s traveller, escrito pela Future Foundation e publicado no início deste ano.

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Caderno Amadeus 22 Notícias Nome do Breves Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo

Robert Sinclair - Barnes, Strategic Marketing Director, Airline IT da Amadeus disse: “A primeira fase do Future Traveller Tribes study identificou quem é que os fornecedores de viagem terão de satisfazer no futuro; este relatório fornece às companhias aéreas e aos seus parceiros de serviços complementares, conselhos práticos sobre como se podem preparar para acolher os segmentos emergentes do viajante em cada uma das nove etapas da viagem do viajante. Em última análise, compreender as motivações dos viajantes e a evolução dos seus comportamentos de compra irá permitir às companhias aéreas e outros prestadores, construir uma viagem mais gratificante e ligada para os viajantes do futuro”. Lawrence Lundy, Principal ICT Consultant, Frost & Sullivan, comentou: “Ao

mesmo tempo que os fornecedores de viagens, traçam estratégias para se tornarem fornecedores de experiências do cliente, é essencial que saibam como construir experiências de compra que satisfaçam as necessidades de grupos de viajantes futuros. Por exemplo, os Social Capital Seekers vão procurar inspiração para as viagens às suas redes sociais e esperam uma personalização elevada dos fornecedores. Vão estar abertos a novos serviços, em qualquer etapa da sua viagem, prontos a negociar os seus dados para receberem tratamento prioritário, e estão confortáveis com as novas tecnologias, tais como robots de serviço ou aplicações de realidade aumentada.“ l

Quota global do mercado ultrapassa os 42% Amadeus aumenta lucros no primeiro trimestre A Amadeus IT Holding S.A.,apresentou os resultados financeiros e operacionais para o primeiro trimestre de 2015, findo a 31 de março, em que a receita cresceu 14%, para 989,4 mil milhões de euros que impulsionou o aumento dos lucros ajustados em 9,7%, para 209,9 mil milhões de euros, face ao período homólogo de 2014. O EBITDA cresceu 10,9%, para 389,6 mil milhões. Durante o primeiro trimestre, no negócio de distribuição a Amadeus registou uma evolução superior ao do sector cujo volume de reservas áreas realizadas por agências de viagens cresceu 5%. Na Amadeus o volume de reservas aéreas através de agências de viagens aumentou 11,4% para 139,9 milhões de euros, aumentando a quota global de mercado em 2,4 pontos percentuais, para 42,3%. Esta expansão foi em grande parte impulsionada por um resultado do sistema de migração do sistema Amadeus das agências de viagens que se encontravam ligadas ao sistema Topas na Coreia do Sul, bem como o aumento contínuo na participação

de mercado na América do Norte. No negócio das Soluções Tecnológicas, o volume de passageiros embarcados cresceu 8,4% alcançando 165,3 milhões. “O nosso negócio de distribuição voltou a mostrar a sua resistência como fonte de crescimento: a receita subiu 10,7%, graças ao aumento de 2,4 pontos percentuais da nossa quota global de Mercado, provenientes principalmente dos EUA e Coreia do Sul. Também aproveitámos o elevado potencial de crescimento de negócio das soluções tecnológicas com o objetivo de alcançar de uma forma notável um aumento do lucro (24%), impulsionado em grande parte pela Ásia-Pacífico, pelo aumento do número de passageiros e novos contratos, como a China Airlines. Estes dados dão conta da nossa crescente diversificação geográfica para além da Europa Ocidental, de modo que o peso das reservas aéreas e passageiros embarcados nesta região apresentam valores entre 40,7% e 40,5%, respectivamente”, comentou Luís Maroto, Presidente & CEO da Amadeus.l

Amadeus Altéa Revenue Management Suite SAS completa migração A companhia SAS acaba de completar o pacote de migração Amadeus Altéa Revenue Management que irá estabelecer as bases estabelece as bases para uma fixação de preços mais precisa e inteligente dos pacotes e ofertas de companhias aéreas. Com esta transição, a Scandinavian Airlines poderá beneficiar de uma carteira única de soluções de produtos IT para companhias aéreas da Amadeus, um sistema projetado para lidar com a mudança e crescimento futuro e, assim, consolidar a sua reputação como um líder na gestão de receitas. Este sistema, altamente automatizado, liberta os gestores de receitas para se concentrarem em atividades que criam mais valor para a companhia aérea dando-lhes ferramentas user-friendly que operam em tempo real. À medida que a indústria da aviação olha para novos métodos de merchandising, como preços dinâmicos, as famílias de tarifas e vendas de serviços auxiliares para aumentar a receita, é crucial que os processos de gestão de receitas estejam adequados à sua finalidade. As soluções de gestão de receitas desempenham um papel significativo no fornecimento de recomendações sobre o melhor preço e pacotes de ofertas das companhias aéreas. As técnicas de gestão de receitas de próxima geração são #19 JUN/JUL 2015

fundamentais para as companhias aéreas que procuram no merchandising uma vantagem competitiva. Em resposta à concorrência das transportadoras low-Cost e a existência de ferramentas mais transparentes de comparação de preços, as companhias aéreas Full service foram adaptando estruturas tarifárias cada vez mais flexíveis. Esta estratégia de negócio desafia os sistemas de gestão de receitas existente, que prevê um aumento na procura nas classes baixas de reserva com o preço mais baixo e uma diminuição nas classes que trazem maior beneficio, mas gera uma imagem desadequada da procura pois não compreende que quem reserva com o preço mais baixo ainda espera serviços adicionais. A solução Amadeus Altéa Revenue Management foi projetada especificamente para ultrapassar este fenómeno, conhecido como “buy-down”, que é a única grande oportunidade para a perda de receita para as companhias aéreas da rede hoje, e para ajudar as companhias aéreas a responder adequadamente ao aumento da pressão competitiva. Esta migração surge no seguimento de uma aliança estratégica de longo prazo assinado em 2013 entre a Scandinavian Airlines e a Amadeus. l



24 Tecnologia Messenger Business: A tecnologia do messaging

Messenger Business

“A tecnologia do messaging” Tivemos oportunidade de participar no último F8 (Conferência de Desenvolvimento do Facebook) para explorar todas as novidades que o Facebook tem para oferecer. Foram anunciadas imensas novidades fantásticas, mas uma das que mais nos entusiasmou foi o Messenger Business. Esta poderá ser uma das novidades que terá um grande impacto na forma como as reservas de quartos nos hotéis estão a ser feitas e como o serviço de reservas é providenciado.

S

e não estiver familiarizado com o Messenger, é a aplicação de mensagens do Facebook. Inclui suporte para conteúdos de texto, chamadas telefónicas, fotografias, mensagens de voz, ícones emoji, e atualmente suporta conteúdo adicional através da extensão das integrações da aplicação. É uma plataforma de comunicação. Com o Messenger Business, o Facebook está a tentar ter uma comunicação mais eficiente e potencialmente com maior impacto entre clientes e negócios.

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Eis como funciona na versão demo no Facebook: 1. O utilizador sai dos sites das lojas como normalmente sairia nos desktops. 2. Há uma opção para enviar os detalhes da encomenda directamente para o Messenger. 3. As atualizações da encomenda e um recibo vão diretamente para o utilizador através do chat Messenger e permite também ao utilizador ter apoio específico com a sua encomenda caso seja necessário.


Messenger Business: A tecnologia do messaging Tecnologia 25

O primeiro pensamento que ocorreu na Messenger nossa equipa quando viu a demo do Messenger Business foi de como Business apresenta pode ser útil para as reservas de hotéis. A experiência do utilizaum imenso potencial dor pode ser muito semelhande oportunidade, mas te mas irá levar a uma experiência melhorada de cliente. não é o único editor que Melhor experiência de pode fornecer uma cliente Recentemente tive uma experiênboa plataforma de cia negativa ao tentar alterar a mimessaging nha reserva hoteleira. Liguei para o hotel, transferiram a chamada internamente, transferiram para as reservas, puseram-me em espera… Eu tinha um pedido muito simples mas verdadeiramente importante, e a experiência não foi a melhor. Imagine que em vez de sofrer e de perder tempo precioso às voltas, podia ter simplesmente entrado no Messenger, dizer o que precisava para atualizar a minha reserva e deixar que tratassem de tudo sem ter o aborrecimento de ligar e desligar o telefone, de ser posto em espera? Ao lidar com o assunto desta forma, eu poderia ter poupado tempo e energia, e teria tido o potencial para uma experiência de utilizador mais atraente. Enquanto utilizador e cliente de hotel muito frequente, teria ficado fascinado com este tipo de funcionalidade.

De momento o Messenger Business apresenta um imenso potencial de oportunidade, mas não é o único editor que pode fornecer uma boa plataforma de messaging. A Google também está em posição de fazer algo de impactante no universo do messaging. Através do Google Now no meu telefone ou simplesmente ao escrever “os meus hotéis” no meu desktop, tenho acesso imediato a todas as minhas reservas mais recentes. Posso confirmar o meu check-in, a localização do hotel, ou ir buscar o formulário de email original da reserva. Isto acontece automaticamente, desde que o email da reserva esteja corretamente formatado. Não é preciso muito para imaginar funcionalidades acrescidas que me permitam, facilmente, iniciar uma conversa com o apoio ao cliente ou assegurar um upgrade ou um serviço adicional. Os hotéis também estão em posição de fazer messaging bem. Quando tive de atualizar a minha reserva recentemente, primeiro fui à app, depois ao site mobile, e depois ao site no desktop. A minha experiência foi sendo menor em cada passo.

Mais oportunidades de receita O Facebook Messenger proporciona a oportunidade de criar uma comunicação curta, rica e sem problemas, que os hotéis podem utilizar para gerar mais receita por reserva. Há muitas oportunidades de apresentar opções de fazer vendas mais valiosas de forma mais eficaz e através de mais canais. Imagine se um utilizador pudesse customizar a sua estada eficientemente através do Messenger Business. O hotel podia enviar uma foto de um quarto de categoria superior ou um serviço. O cliente poderia decidir rapidamente se queria ou não reservar o upgrade. Não só seria uma experiência com pouca fricção, como seria também low cost. O benefício do Messenger neste cenário é o potencial de comunicação pessoal. Como utilizador, eu provavelmente não responderia a um email que me oferecesse um quarto melhor por um pequeno valor se não fosse o certo. No entanto, poderia fazê-lo no Messenger… talvez o upgrade não me agradasse, mas um piso mais alto seria mais atraente para mim. Com o Messenger eu poderia dar feedback valioso imediatamente. Tenho quase a certeza que se respondesse a um email de marketing com esse feedback não teria resposta e ficaria perdido no espaço. Ao considerar todos os ângulos, a oportunidade de utilizar as messagens como uma plataforma torna-se muito interessante; uma forma de reduzir a fricção na comunicação com os clientes, melhorar o serviço e gerar mais receita. Uma das maiores vantagens para o Facebook é que é uma plataforma onde os utilizadores já estão e oferece uma integração perfeita para esses usuários, e de fácil implementação para os hotéis.

Os hotéis têm de ultrapassar o Facebook e a Google nas mensagens fazendo algo de inovador para os seus utilizadores. O Facebook está a tentar integrar mais chat em direto e parceiros CRM para ampliarem o seu apoio ao Messenger Business. A Google já está a disponibilizar informação útil de forma subtil através dos seus pontos de contacto com utilizadores baseados fora, dos emails que se originam a partir do hotel. Estas são simplesmente as plataformas para o messaging, que são um quadro mais amplo de oportunidade de receita e serviço para os hotéis. E o messaging é uma plataforma para centralizar o cliente que é uma das maiores oportunidades que temos. Para saber mais sobre o Messenger Business, podem verificar o website do Facebook, onde também se pode pedir mais informação. l Nicholas Ward Presidente e co-fundador da Koddi. #19 JUN/JUL 2015


26 Análise O papel do Travel Manager e a implementação de uma SBT

O papel do Travel Manager e a

implementação de uma SBT Nos últimos anos têm sido observadas grandes alterações no mercado das viagens, principalmente com a introdução de novas tecnologias que vieram revolucionar o modo como clientes e agências interagem. Neste campo, o cliente corporativo exige uma atenção particular. Começaram a ser criadas soluções tecnológicas próprias para este tipo de clientes, como as Self Booking Tools (SBT): aplicações baseadas em páginas web, que permitem ser o cliente a gerir as reservas de voos e outros serviços.

A

o optar por uma SBT, o cliente passa a ter o controlo na marcação e gestão das viagens, realizando as reservas online, com uma flexibilidade horária de 24 horas, e sem ter que passar pela agência de viagens. O cliente poderá visualizar as melhores disponibilidades de voos e outros serviços, como aluguer automóvel e de hotéis em tempo real, com acesso a tarifas publicadas pela companhia/fornecedor, ou a tarifas negociadas diretamente entre cliente e fornecedor. O processo de reserva é rápido e fácil. Além destes benefícios, a SBT tem a capacidade de armazenar toda a informação relativamente ao passageiro, desde preferências na sua viagem a formas de pagamento. Com a utilização de uma SBT, a forma tradicional de trabalhar com a agência de viagens muda radicalmente, implicando uma maior transparência da agência de viagens, uma vez que os serviços e a gestão da viagem são controlados pelo cliente desde o início do processo. As empresas, especialmente em tempo de crise, têm cada vez mais consciência e conhecimento das diferentes ações que podem levar ao cumprimento dos objetivos dentro da categoria das viagens. Sendo um dos objetivos partilhado por todos: poupança e controlo da gestão de viagens. Estes são dois dos objetivos garantidos com a implementação da SBT. Existe mais do que uma SBT disponível no mercado, e o cliente deve estudar qual é a que melhor se adequa ao mercado onde está a operar, e a #19 JUN/JUL 2015

que oferece a solução mais adequada às suas necessidades. A SBT líder no mercado europeu é a Amadeus e-Travel Management. Depois de escolher a SBT, e antes de ter o sistema em funcionamento, o cliente tem que definir como quer configurar a SBT, ou seja, definir toda a fase de implementação. A definição de um plano estratégico e de um plano de ação é essencial na implementação de uma SBT, e para o êxito na utilização da mesma. Com o plano estratégico espera-se definir os objetivos a atingir, nomeadamente a relação custo-beneficio de adotar uma SBT. O plano de ação deve ter em conta a escolha da SBT, a escolha de uma agência de viagens, o envolvimento da direção da empresa, a escolha dos fornecedores, os perfis de consumo, e principalmente, a criação de uma política de viagens. Entenda-se política de viagens como as normas que regulam as viagens que se realizem por conta da empresa. Estas normas devem ser cumpridas durante todo o processo da viagem, desde que se solicita até que a mesma é finalizada. Ao incluir a política de viagens da empresa na SBT, garante-se o cumprimento da política da viagem, otimizando os processos com viagens e, ao mesmo tempo, um maior controlo dos custos.


O papel do Travel Manager e a implementação de uma SBT Análise 27

O Travel Manager é quem coordena a gestão das viagens, e é quem deve criar uma política de viagens que cumpra as necessidades da empresa, e que deve, entre outras, incluir os seguintes pontos: • Gestão aérea, hotéis e outros meios de transporte: realizar um estudo para cada serviço ajudará a detetar as necessidades da empresa e poder acordar uma tarifa negociada. • Direcionamento: criar um direcionamento para desviar a compra de serviços com os fornecedores que apresentem melhores condições, ou com os que existam tarifas negociadas. • Organização da viagem: Criar um sistema de organização de viagens, em que a gestão da viagem poderá ser feita pelo próprio utilizador ou por um responsável pela marcação de viagens. • Sistema de aprovação de viagens: Incluir um sistema de aprovação para cada viagem, em que é necessária a autorização por parte de um responsável. • Incumprimento da política: caso o utilizador não cumpra com a política de viagens, poderá ser criado um sistema de justificação, quer através de códigos, quer através de texto livre. • Formas de pagamento: especificar a forma de pagamento para cada serviço.

cimento sobre estas ferramentas, o que impede de tirar o maior partido da sua utilização, e Agência Viagens Envio de Informação

Backoffice

SBT

Relatórios

Consulta/reservas

Feedback

Utilizador

Análise de resultados

Travel Manager

Formações

“Processo de reserva com SBT”

consequentemente, os seus benefícios. A figura do Travel Manager tem um papel fundamental na implementação da SBT. Mas mesmo estes nem sempre estão preparados para acompanhar este processo. Esta incapacidade pode ser por falta de conhecimento, ou porque durante o período de trabalho não se dedicam completamente à gestão de viagens. Tanto o Travel Manager, como a direção da empresa, são fundamentais para a taxa de adoção de uma SBT, pois apenas pelo exemplo que transmitem poderão motivar os restantes funcionários a utilizar a SBT. A poupança em viagens está linearmente relacionada com a taxa de adoção de uma SBT, por exemplo, as taxas de serviço online são mais baixas do que as taxas de serviço offline, reduzindo o custo total em taxas de serviço O Travel Manager deve estar muito familiarizado, e atualizado, com as novas tecnologias, e preocupar-se com a adaptação dos funcionários com estas novas tecnologias. Não é apenas a idade, ou inexperiência de um funcionário na utilização de SBTs que influem na adoção de uma ferramenta deste tipo, mas também a cultura e organização da empresa são muito importantes. Tomar medidas como fazer um controlo de seguimento através de inquéritos, ações formativas ou inclusive incentivos, garantem a utilização da SBT e consequentemente, atingir os principais objetivos da empresa: poupança e controlo das viagens. Mas para isso as empresas precisam de apostar nos Travel Managers. l

Poupança e controlo da gestão de viagens. Estes são dois dos objetivos garantidos com a implementação da SBT.

Boas práticas na implementação e utilização de uma SBT    

Identificar benefícios das reservas online Construção de um plano estratégico e de acção Planificação da fase de implementação Comunicação interna e estudo de adopção da SBT

Uma vez definida a política de viagens, já se pode iniciar a implementação da SBT. A implementação de uma SBT passa por carregar os acordos com fornecedores, perfis de passageiros, e principalmente a política de viagens. Uma política de viagens bem construída vai facilitar o uso mais eficaz de uma SBT, pois depois de carregada, vai mostrar os serviços e funcionalidades nela estipulados. Toda a informação de reservas realizada pela SBT é enviada para o backoffice da agência, que inclui esta informação nos relatórios finais. Os mais recentes estudos apontam para um resultado positivo, e um crescimento relativamente à taxa de adoção das SBT, mesmo quando hoje em dia ainda existe uma grande falta de conhe-

Alberto Mascaraque Consultor GDS #19 JUN/JUL 2015


28 Análise Tendências do turismo no segmento LGBT

Tendências do turismo

no segmento LGBT De acordo com o relatório “The Big Business of LGBT Travel” lançado pela Skift, as viagens do segmento composto por Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros sempre existiram, mas as recentes evoluções políticas e sociais mais inclusivas fizeram as empresas olharem com mais atenção para o potencial desta comunidade e a estudar a forma como viajam.

S

egundo a Witeck Communications, em 2013 o poder de compra do segmento LGBT norte-americano estava avaliado em 830 mil milhões de dólares, mais 90 mil milhões do que em 2012. O presidente da consultora norte-americana para empresas turísticas Community Marketing & Insights (CMI) Thomas E. Roth indica um número como padrão na indústria. “De acordo com o Departamento norte-americano do Comércio, a indústria das viagens gerou mais de 2 biliões (2 milhões de milhões) para a economia. “Com base nestes dados e a amostra demográfica da CMI, estimamos que o impacto económico dos viajantes LGBT seja de 100 mil milhões por ano só nos Estados Unidos. Durante a crise económica global de 2007-2009, o segmento LGBT mostrou-se resistente, gastando em viagens de lazer e mantendo-se otimista acerca do futuro económico. O relatório de 2013 LGBT Financial Experience elaborado pela Prudential concluiu que o rendimento médio de um lar LGBT era de 61,5 mil dólares/ ano face aos 50 mil de um lar norte-americano médio. O mesmo relatório diz que “viajar” estava no top dos itens dos gastos dos LGBT. O 18º inquérito anual de viagens da CMI de 2013 conclui que os homossexuais fazem uma média de sete viagens de lazer por ano e com cerca de 40% dos LGBT a fazer férias de cinco ou mais noites no ano anterior, as viagens são claramente uma prioridade, acima até de outras como automóveis ou computadores. #19 JUN/JUL 2015

Tendências atuais de viagens O mercado dos consumidores LGBT é um “influenciador” e um dos primeiros a adotar as novas tendências. A somar a isto está o rápido progresso nos direitos iguais para os LGBT e saltam à vista numerosas tendências. Uma delas são os casamentos e luas de mel. A lei que legaliza o casamento entre membros do mesmo sexo foi aprovada recentemente em todos os Estados norte-americanos, embora já fosse legal em alguns deles. O Williams Institute concluiu que existe um impacto substancial na economia do Estado e a lei do casamento gay. Massachusetts, o primeiro Estado norte-americano a legalizar o casamento gay, ganhou 111 milhões de euros nos primeiros quatro anos depois da legalização. Um ano depois da aprovação da lei em Nova Iorque, o casamento gay gerou um impacto económico de 259 milhões só na cidade de Nova Iorque, refere o ThinkProgress. Os primeiros Estados que legalizaram o casamento homossexual depressa apontaram as baterias para os viajantes LGBT. Washington foi um deles com uma campanha publicitária “Marry Me in Seattle” que convidava os


Tendências do turismo no segmento LGBT Análise 29

casais a casar com a cerimónia a ser oficializada pelo Mayor Ed Murray, ele próprio gay assumido, e oferecendo os serviços de 50 empresas locais. “Os casais do mesmo sexo tornam-se mais ambiciosos na escolha dos destinos de lua de mel, das núpcias em outros locais do mundo, diz a Witeck. A fusão da American Airlines, a primeira companhia aérea a receber “boas notas” anuais da Human Rights Campaign pela igualdade no trabalho para os LGBT, e a US Airways, a transportadora irá chegar a mais destinos no mundo. Outra das tendências que surge é a de viagens em família. Apesar de as lésbicas terem mais crianças do que os homens gay, existe um desejo reprimido entre os homossexuais masculinos de terem e formarem uma família, pelo que as opções de viagens em família também serão uma tendência crescente. De acordo com a CMI, a maioria dos pais LGBT são mais motivados por destinos e hotéis para crianças do que para destinos e hotéis LGBT. Orlando, na Flórida, tem o seu próprio LGBT Convention & Visitors Bureau e lançou em 2014 a Family Outfest um evento dirigido às famílias LGBT, que celebra a igualdade entre todas as famílias. E como o conceito “família” supera o da identidade gay, a R Family oferece “algo para todos”, incluindo diferentes níveis de preços, férias em terra e no mar, escapadas de fim de semana, campos de férias de verão, viagens para pais gays com filhos adultos, adultos gay sem crianças ou gays cujos filhos já deixaram o “ninho”, sem esquecer para o futuro as férias dos avôs gay. Os eventos nacionais e internacionais para os LGBT, como as parada Gay Pride e outros que surgem em destinos onde a igualdade para os LGBT está a emergir, como Praga, Joanesburgo, Phuket ou Curaçao, inspiram também as viagens. Os festivais internacionais dirigidos ao mercado LGBT também estão a crescer em popularidade, nomeadamente em Banguecoque, Barcelona, Hamburgo, Istambul, Mallorca e Taipei. “As viagens LGBT estão em grande, isso é notório, e estamos a testemunhar um surto de campanhas de boas-vindas e políticas de muitas regiões do mundo, particularmente da América Latina e pela Europa, até de partes da Ásia, diz a consultora. As viagens de voluntariado também são populares na comunidade LGBT. A organização Global

Volunteers tem um programa LGBT em que LGBT passam uma semana das suas férias a trabalharem arduamente e darem assistência a uma comunidade. A organização Fromhousestohomes.org, baseada na Guatemala também proporciona uma semana de trabalho recompensadora a construir casas para os mais desfavorecidos. Muitos gays e lésbicas que não têm crianças, têm animais e gastam uma grande quantidade dos seus recursos com os animais. As lésbicas gastam mais dinheiro nos seus animais domésticos do que os homens gay, mas ambos gostam de viajar acompanhados dos seus fiéis animais e por isso procuram hotéis pet-friendly ou gat-friendly. A acompanhar as tendências dentro do segmento LGBT, existe uma série de “Boas Práticas” que as marcas turísticas não devem esquecer enquanto tentam ter o maior rendimento possível deste segmento. Autenticidade é a palavra de ordem e que permite às marcas evitarem o marketing falso que quer atrair os dólares “gay” sem compreenderem o consumidor que está por trás deles. Nas últimas duas décadas as consultoras e empresas de marketing que trabalham o LGBT têm trabalhado com empresas neste assunto de forma a construir uma relação com os consumidores LGBT e fazer-lhes um convite autêntico. “As marcas de turismo que querem atrair os consumidores LGBT precisam de construir uma relação com esses consumidores e fazer-lhes um convite autêntico para experimentarem os seus produtos e serviços”, diz Stephan A. Roth, responsável da Out-of Think Partners, acrescentando que um stand uma vez por ano no evento Pride local ou um banner com o arco-íris no website não é suficiente. Para este responsável é preciso mostrar aos viajantes LGBT que as marcas entendem as suas necessidades, apoiam as organizações que lhes são importantes e customizam os produtos e serviços para irem ao encontro deles. Às páginas tantas, talvez a forma mais importante de construir uma relação com os consumidores LGBT ainda seja através do produto. Desde que o produto seja excelente e os clientes LGBT se sintam valorizados e respeitados, vão continuar a contribuir para o negócio. l

um stand uma vez por ano no evento Pride local ou um banner com o arcoíris no website não é suficiente

Existe um impacto substancial na economia do Estado e a lei do casamento gay

“The Big Business of LGBT Travel” - Skift Report #19 JUN/JUL 2015


30 10 Insights para criar uma marca forte no Turismo

10

Insights para criar uma marca forte no Turismo

Consistência Uma marca constroi-se com trabalho, dedicação e sobretudo consistência. Consistência no respeito ao ADN da marca, à sua natureza, história, cultura, comunicação e na relação com os seus clientes. A consistência tem de ser transversal e holística para que toda a marca e seus produtos e serviços tenham pontos de contacto e façam sentido para os seus clientes.

Criar Valor O Turismo é uma área de negócio onde a criação de valor é fundamental, não só para o aumento incremental de valências da marca em si, mas para o aumento da valorização que os clientes dão a essa mesma marca. A diversificação de serviços é em si mesmo, criação de valor.

Atratividade Passa pelo Investimento em imagem, no desenvolvimento de um design depurado, intemporal e elegante. É fundamental investir no desenvolvimento estético das marcas e numa cultura que valorize a educação e sentido estéticos como um valor essencial transversal às diferentes equipas que interagem com a marca e com o cliente. A Fotografia ou o Vídeo são hoje vitais para ditar o sucesso ou insucesso.

Engagement Num Mundo sempre ligado é fundamental saber ouvir, saber ler o que é dito e não dito, e sobretudo aprender a relacionarmo-nos com os nossos clientes. Utilizem o twitter search como ferramenta de pesquisa. É um excelente barómetro para perceber a nossa marca pelo prisma dos consumidores e estudar o consumidor, perceber do que gosta, e a partir daí entrar na conversa e criar valor através dos nossos relacionamentos.

Search É fundamental preparar as nossas marcas para serem encontradas. 78% dos consumidores pesquisam online antes de comprar a sua viagem ou destino. Este número mostra a importância que a área de search tem para os negócios de turismo. Ferramentas como: Google Places, Yelp, Adwords são fundamentais para manter a nossa marca no radar. #19 JUN/JUL 2015


para criar uma marca forte no Turismo 10 Insights 31

Mobile 1/3 da pesquisa global já é mobile e as Apps Mobile são mainstream. Por isso, pelo que esperam para desenvolver a vossa estratégia Mobile? E se ao Mobile juntarmos uma estratégia efetiva de engagement e de georeferenciação, temos o que os gurus de marketing apelidam de SOLOMO. Uma ferramenta que cruza as variáveis: Social, Local e Mobile.

Confiança Confiança no produto e no serviço, que passa pela comunicação, pela forma como somos recebidos, pela vivência da experiência e sobretudo pela hospitalidade. Quando chega a hora de transmistir a experiência, os amigos, os familiares e os nossos pares online são aqueles que mais facilmente serão impactados positiva ou negativamente pelo relato.

Monitorização Uma marca tem de ser capaz de monitorizar e medir tudo aquilo que está a ser dito sobre si. Serviços como o: social mention, radian 6 ou o google alerts são hoje fundamentais para qualquer estrutura de marca na área do turismo, pois permitem saber em tempo real o que está a acontecer de bom ou de mau com a nossa marca.

CRM Optimization As plataformas de CRM permitem uma gestão mais detalhada e profissional da nossa base de clientes e são uma ferramenta fundamental. É fundamental manter o contacto com os consumidores de uma forma inteligente, isto significa, sermos criativos, relevantes e sobretudo fazermos abordagens personalizadas que não sejam chatas.

Ser Estratégico Uma marca para ser forte e relevante tem de olhar para o seu mix de produto a longo prazo. A tentação de cair em ofertas de preço baixo é enorme, no entanto as marcas que resistem às descidas abruptas de preços são as que a longo prazo conseguem manter-se mais sólidas e top-of-mind nos consumidores.

Rui Ventura Presidente da Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing #19 JUN/JUL 2015


32 Lifestyle Amadeus Terrace: as melhores festas do verão estão de volta

Amadeus Terrace

As melhores festas do verão estão de volta! As melhores festas do verão estão de volta ao Amadeus Terrace. A partir de 23 de Julho o trade turístico poderá divertir-se ao som de vários ritmos, todas as quintas-feiras ao final da tarde, durante sete semanas seguidas.

E

las estão aí! As Festas no Amadeus Terrace regressam a 23 de julho para animar os fins de tarde de quinta-feira dos profissionais de turismo até 3 de setembro. A grande novidade deste ano é a festa na cidade do Porto, logo a abrir a temporada. “Jolidey Amadeus Terrace” dará o mote em Lisboa com ritmos de discoteca na festa que terá como parceiro o operador Jolidey. Depois seguem-se os ritmos latinos na festa “Bailando” a 6 e o twist dos anos 50 na “Twistin’ Terrace” a 13.

Data

Tema

Música

Parceiros

23/07/15

Porto

30/07/15

Jolidey Amadeus Terrace

Discoteca

Jolidey

06/08/15

Bailando

Latina

13/08/15

Twistin’ Terrace

50’s

20/08/15

Eighties Rock

Rock

27/08/15

Bom p’ra Xuxu

Musica Brasileira

03/09/15

Made in Portugal

Popular Portuguesa

#19 JUN/JUL 2015

Iberia/BA

O convívio entre os profissionais de turismo será animado pelos sons do rock dos anos 80 que a 20 de agosto invadirão o Terrace da Amadeus. Presença obrigatória, a música brasileira não poderia faltar nesta terceira temporada das Festas Amdeus Terrace. “Bom p’ra Xuxu” irá por toda a gente a mexer a 27 de agosto. Uma das festas mais animadas é sempre a dedicada à portucalidade e, tal como no ano passado, a temporada encerra com a festa “Made in Portugal”, onde a música popular portuguesa será a rainha da festa, com a chancela da Iberia/British Airways. Em 2014, foram mais de 300 pessoas as que conviveram, dançaram, comeram e beberam em cada uma das festas temáticas Amadeus Terrace. Além da alegria e do convívio, as Festas Amadeus Terrace revelam-se uma oportunidade de networking entre os profissionais de turismo. A expetativa para este ano é grande. As inscrições para a primeira festa já estão abertas em www.terrace.amadeus.pt l


Amadeus Terrace: as melhores festas do ver達o est達o de volta Lifestyle 33

#19 JUN/JUL 2015


34 Viagem de: Rui Porto Nunes

Escolho sempre destinos que sei à partida que vou gostar

Rui Porto Nunes

Ponto Turismo › Qual foi o destino favorito até hoje? Rui Porto Nunes › Marrocos, mas também gostei muito de uma viagem que fiz às Bahamas e Miami. Foram viagens diferentes. Marrocos foi à descoberta, era um país que gostava muito de conhecer por causa do Paris-Dakar sempre tive curiosidade em conhecer, o deserto, o Atlas. Miami e Bahamas foi mais para descontrair Mas eu tento ir sempre à descoberta. Escolho sempre destinos que sei à partida que vou gostar.

“Marrocos foi uma viagem de descoberta”

Ponto T. › O que é que leva sempre na mala quando vai de viagem R.P.N. › Levo sempre o essencial de roupa. Trago sempre uma t-shirt de cada local porque faço coleção.

Ponto T. › O que o faz perder a cabeça em termos de compras? R.P.N. › Não sei, eu não sou muito consumista… não sou obcecado por nada, quando preciso de comprar compro. Com a comida talvez, restaurantes.

Ponto T. › Qual a situação mais caricata que guarda de uma viagem? R.P.N. › Em Marrocos, numa bomba de gasolina muito conhecida porque entra em muitos filmes e nós parámos para tirar uma fotografia mas a senhora não permitia e veio atrás de nós com um machado.

Ponto T. › O que é que não vestiria? R.P.N. › Chinelos, não consigo andar de chinelos.

Ponto T. › Qual é o destino que ainda falta conhecer? Tantos… Uma grande viagem pelos Estados Unidos. Fazer um pouco da Route 66, Nova Iorque, São Francisco, Las Vegas. Ponto T. › Quando tem tempo livre, como é que prefere passá-lo? R.P.N. › Gosto de ir ao cinema, ouvir música, costumava andar de moto, desporto. Ponto T. › Não quer partir desta vida sem?… R.P.N. › Sem aproveitá-la ao máximo. Tirar o melhor partido das coisas, da minha família, amigos. Ponto T. › Qual é o seu ídolo? R.P.N. › Não tenho ídolos, tenho referências. Podia dizer o meu pai e apesar das controvérsias, tenho Lance Armstrong que é uma grande história de vida. Ponto T. › O que é que o público não sabe sobre si? R.P.N. › (risos) Acho que se não sabe, também não vai ficar a saber. #19 JUN/JUL 2015

Ponto T. › Tem alguma mania ou tique que queira partilhar? R.P.N. › Roer as unhas. Ponto T. › Tem algum objeto velho do qual não se desfaz? R.P.N. › O primeiro capacete quando participava nas provas de BTT, a minha primeira consola, a primeira bicicleta. Ponto T. › Se tivesse um dom de super-herói qual seria? R.P.N. › Voar. Adoro o super-homem. Ponto T. › Se fosse para uma ilha deserta quem levaria consigo? R.P.N. › Levava os meus amigos todos, umas colunas e fazia-se a festa. Ponto T. › Se reencarnasse num animal qual seria? R.P.N. › Tubarão, porque é um animal poderoso. Ponto T. › Já teve ou tem alguma alcunha? R.P.N. › Sim, “Planta” por causa do meu irmão mais velho porque eu comia pão com Planta em excesso. l





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