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Lá fora sou a portuguesa opinião
Mais do que o sol e praia: a afirmação do turismo rural no Algarve
análise
ATIF: Será que estamos prontos para a disrupção?
10 insights Saber ler as pessoas. Conheça 10 dos sinais corporais
Análise
Saiba quais as novas tendências dentro do crime cibernético
GRANDE entrevista Elisabete Jacinto piloto de todo-o-terreno
Ficha Técnica
Índice
“Lá fora não sou a Elisabete, sou a portuguesa”
Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal
Sede Avenida Duque D’Avila, n.º 46 - 3º B 1050-083 Lisboa Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com
Diretor Geral
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Elisabete Jacinto abriu as portas da sua casa para uma entrevista à Ponto Turismo. Fácil de se gostar, a piloto falou com emoção das suas opções de vida e da dureza das provas
Miguel Ángel Puertas
Diretor da Ponto Turismo Miguel Ángel Puertas Bimestral · Ano - 2017 - Edição 30
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Coordenação Editorial
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pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99
Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt
Publicidade marketing@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99
Ilustração Capa Pedro Taquelim
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Opinião
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Grande Entrevista
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Em Foco
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Entrevista Caderno
Fotografia
A afirmação do Turismo Rural no Algarve
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Tecnologia
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Análise
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10 Insights
Travis: Se eu falo 80 línguas, então também consegue!
Mediapearl
Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Rua de Xabregas, 2, Piso 2, Sala 2.06 / 2.07 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt
Impressão e Acabamento RBM - Artes Gráficas
Tiragem 1300 exemplares
Registo na ERC N.º 126281
Depósito Legal N.º 350109/12
A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.
Elisabete Jacinto - “Lá fora não sou a Elisabete, sou a portuguesa”
European Sweet Itineraries - Itinerários Europeus De Doçaria Para Jovens Estudantes
Yong Liang - “Voo direto entre a China e Portugal vai beneficiar muito o turismo e a economia”
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Soluções
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Notícias
Técnicas de sinais corporais
Lifestyle
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Febre dos Festivais: Eventos movimentam mais de 2 milhões de pessoas por ano só em Portugal
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Viagem de:
Amadeus Selling Platform Connect
Novo branding: Amadeus Portugal tem “casa nova”
- As novas tendências do crime cibernético - ATIF: Estamos prontos para a disrupção? As últimas tendências de tecnologia e tecnologia e como abordamos a inovação na Amadeus
Ana Paula Vila No Dubai somos tratados principescamente
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Editorial
Turismo e Novas Tecnologias: Amigos Improváveis
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uas décadas atrás ninguém diria que estaria ao nosso alcance organizar as viagens e as férias recorrendo apenas ao nosso telemóvel. Se na altura nos dissessem que, sem sair de casa, poderíamos definir completamente o itinerário, reservar o alojamento, comprar bilhetes de avião, teríamos acreditado? As novas tecnologias têm revolucionado várias componentes das nossas vidas, desde os detalhes menos significativos, aos aspectos mais importantes e transcendentais. Quanto ao turismo, assiste-se também a mudanças significativas na forma como viajamos. Sem ir muito longe, a Amadeus é um exemplo ilustrativo da empresa que tem como premissa a tecnologia ao serviço dos clientes. Perante a crescente procura por Portugal enquanto ponto turístico de eleição, e pela forma como, atualmente, o turismo é vivenciado, é indispensável que este setor acompanhe a evolução das tecnologias de informação e comunicação tentando modernizar as suas estruturas e os seus ativos. Com intuito de conseguir uma maior interação entre o turista e os locais de visita, tem se desenvolvido novas “pontes” tecnológicas. Penso que o uso da tecnologia tem início logo no hotel quando recorremos a um gadget tradutor para comunicar com o staff , mas também num restaurante, com o menu digital à nossa disposição, fazer pedido de uma refeição com o sabor tradicional, será uma experiência mais rápida e agradável. Sem deixar de parte os museus, galerias em que as exposições podem ser complementadas em tempo real com texto, imagens e até animações tridimensionais. O processo de armazenamento, pesquisa e recepção de informação foi dos que sofreu uma maior transformação e é aqui que uma empresa como a nossa tem maior impacto. Amadeus eleva as expectativas no que diz respeito à informação digital para um nível em que a dis-
ponibilidade de dados se traduz numa simples palavra “Agora”. O aparecimento recente do Amadeus Airport Pay, só comprova este facto. Pagamento de serviços complementares mais conveniente, seguro e à um tempo praticamente instantâneo. Mas não basta inovar só à nível da oferta, é necessário impulsionar esta tendência também numa perspetiva interna. A mudança do espaço de trabalho pareceu nos um dos importantes passos em direção à inovação. O novo escritório fornece um ambiente mais limpo, fresco e dinâmico que irá potenciar a criação de novos planos e ideias! Nesta edição da Ponto voltamos a focar nas últimas tendências tecnológicas, Travis The Translator é uma delas, que nos deixa 80 idiomas diferentes, literalmente na palma da mão. Se tem dificuldade em abordar um desconhecido que parece tão interessante quanto inacessível, e não domina as técnicas de quebra de gelo, então o artigo 10 Insights, foi feito a pensar em si. Assim como o Verão, a secção “Em foco” também é marcada pelos festivais, desde dos mais remotos aos mais alternativos. E,tradicionalmente, na “Grande Entrevista” temos uma importante figura, Elisabete Jacinto, a falar sobre o seu percurso enquanto piloto de moto e camiões. Desejos de uma boa leitura! l
Miguel Ángel Puertas Diretor Geral
é indispensável que este setor acompanhe a evolução das tecnologias de informação e comunicação
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Opinião A afirmação do Turismo Rural no Algarve
Helder Martins Grupo de trabalho de revitalização da TER-ALGARVE
A afirmação do
Turismo Rural no Algarve A atividade turística no Algarve começou há poucas dezenas de anos. Os primeiros hotéis, dignos desse nome, estão agora a comemorar os cinquenta anos. Por estranho que pareça o Algarve começou por ser um destino de inverno. As amendoeiras em flor eram um dos cartazes mais apreciados. Não existia nesse tempo a verdadeira apetência pelo produto sol e praia.
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pós a revolução, o incremento de novos projetos turísticos na região vocacionou o Algarve para o turismo como atividade principal e, fruto de uma sazonalidade muito elevada, apenas o produto sol e praia tinha expressão. Posteriormente foram criadas outras motivações para a vinda de turistas, como o golfe, os congressos, a saúde e bem-estar, etc., os quais têm contribuído, e muito, para a redução da sazonalidade no Algarve. É neste contexto que surge o turismo rural como produto complementar à atividade turística e que, mesmo assim, tinha um significado muito reduzido. Foram aparecendo algumas casas, classificadas como Turismo em Espaço Rural (TER), localizadas essencialmente no interior, mas cuja atividade não seria, decerto, tão lucrativa como outros negócios na faixa litoral, o que originou o desencorajamento dos empresários. Isto acontecia ao mesmo tempo que, por motivos semelhantes, o mundo rural era abandonado. Enquanto noutras regiões do país o turismo em espaço rural continuava a crescer, no Algarve a atividade mantinha-se estagnada. Quando há poucos anos a esta parte começam a sentir-se necessidades de diversificação da oferta turística, aliadas a novas motivações por parte dos turistas, as atividades no mundo rural começam a ser vistas de outra forma. Perceberam os empresários que um bom projeto, seja ele localizado no interior ou num local mais recôndito do interior, pode merecer a atenção
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dos turistas mais atentos. Assim, desde há cerca de uma dezena de anos que tem vindo a ver a luz do sol um conjunto de pequenas unidades, integradas em TER, e que hoje já têm uma dimensão que permite ser olhada em conjunto. Não somos quantidade, nem queremos ser! A autenticidade que um turista encontra nas unidades de TER, espalhadas por todo o Algarve, com dimensões desde os três ou quatro quartos até aos 25 a 30, não tem comparação com a oferta que encontra noutras zonas da região. Hoje deparam-se aos que decidiram investir nesta actividade um conjunto de desafios que devem ser olhados com muita atenção. Se é bem verdade que a internet e as redes sociais são ferramentas que muito nos ajudam a chegar aos potenciais clientes e a fazer negócio, o facto de não termos dimensão é verdadeiramente limitativo na abordagem a canais de distribuição que procuram o lucro e a quantidade. É assim que foi decidido, recentemente, a revitalização de uma asso-
Nome do Conteúdo do Capítulo do Capítulo A afirmação do Turismo RuralNome no Algarve Opinião
esta é uma atividade económica que fixa pessoas no interior, através da criação de empregos
ciação do sector a TER-Algarve, Associação de Turismo em Espaço Rural do Algarve, com vista a solucionar os problemas que cada um encontra para “divulgar” o seu pequeno espaço. Perceberam os empresários que, em conjunto, poderão aparecer em alguns certames promocionais, abordar tour-operadores, convidar opinion-makers, jornalistas e outras pessoas que podem levar a “nossa” imagem mais longe. A responsabilidade de cada um é enorme. Só conseguiremos incrementar uma atividade económica, localizada essencialmente no interior, se tivermos muita persistência, muita força e nunca baixarmos os braços. Para obtermos qualquer “facilidade” ao dispor de quem investe no litoral temos que passar as “passas do Algarve”. Refiro-me a acessibilidades, quer sejam físicas quer tecnológicas, recursos humanos, entre outras. Ferramentas como a internet, cruciais no desenvolvimento da ativi-
dade, por vezes, não chegam aos nossos espaços ou para lá chegarem custam milhares de euros. O mesmo se passa com a estrada, a água ou os esgotos, para citar apenas alguns casos. O slogan “revitalizar o interior”, sempre presente em discursos oficiais, muitas vezes tem passado pela realização de estudos e projectos e, em concreto, nada se vislumbra na realidade! Em resumo, estou certo de que esta é uma atividade económica que fixa pessoas no interior, através da criação de empregos (que outra forma existe de fixar pessoas no interior?), dinamiza a região e poderá criar uma forma de actividade em rede, onde todos teremos muito a ganhar. Pela nossa parte estamos a dar os primeiros passos nesse sentido. A seguir teremos de levar a nossa mensagem a todos os intervenientes no sector, públicos ou privados, no sentido de lembrar que não pretendemos roubar negócio ao litoral, mas sim disponibilizar as nossas casas a um tipo de turismo que as procura. No entanto, é necessário que estes turistas saibam que nós existimos!!! Em paralelo, a contínua busca da qualidade a disponibilizar aos clientes é fulcral. Não tenhamos medo de lhes mostrar como se cultivam as hortaliças, de onde provêm os ovos, o que se pode fazer com as alfarrobas ou as amêndoas, mostrar as nossas tradições culturais e, estou certo, estaremos a fidelizar um número cada vez maior de turistas que nos visitam em busca de conhecer o “outro Algarve”, onde não há só palmeiras ou outras espécies exóticas! Sejamos nós próprios! l
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Grande Entrevista Elisabete Jacinto
Elisabete Jacinto Piloto de todo-o-terreno
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Elisabete Jacinto Grande Entrevista
Elisabete Jacinto
“Lá fora não sou a Elisabete, sou a portuguesa” Paixão, perseverança e muitas emoções, preenchem a vida de Elisabete Jacinto, a única mulher em Portugal que, atrás de um volante de um camião, percorre as duras etapas das diversas provas em que participa. A passagem da “pacatez” de uma vida académica como professora de geografia, para uma vida de “competição” enquanto piloto deu-se por acaso e depois nunca mais parou. A realidade das aulas de geografia ficou no passado, apesar do seu gosto por ensinar. Ponto Turismo › Ponto Turismo - Como é que uma professora de geografia se transforma em piloto? Elisabete Jacinto › Foi por acaso. As coisas começaram num dia em que eu e o Jorge estávamos num quiosque de Lisboa e ao vermos uma revista de motas decidimos tirar a carta. Depois comprámos uma mota para os dois, uma Cagiva Elefant 125, daquelas tipo motocross que eu usava para ir dar aulas. Entretanto inscrevemo-nos num clube de Todo o Terreno, e depois do Jorge ter comprado uma mota de maior cilindrada e ficarmos com uma moto para cada um, resolvemos fazer o passeio que era a Ronda dos Castelos, na serra da Lousã. Eu nunca tinha andado na terra, não tinha experiência nenhuma, o passeio tinha 200 quilómetros, eu fiz 80, cai duas ou três vezes, o radiador da mota abriu e eu não consegui andar mais. O Jorge fez o percurso todo, mas como a moto dele era grande e era pesada, fez com muita dificuldade. No final, olhámos um para o outro e dissemos “isto é o hobby das nossas vidas! As motas é que não prestam!” Então decidimos estar um ano em casa fechados a guardar o dinheiro para comprar duas motas de todo o terreno, uma para cada um. Depois era giro porque líamos nas revistas da especialidade aquelas técnicas de condução dos craques e depois ao fim-de-semana íamos por em prá-
Esta minha progressão no desporto foi uma luta comigo própria contra os meus sentimentos, a minha insegurança, os meus medos
tica, juntávamos amigos. Andávamos pelo Alentejo fora, até que um se lembrou de fazer uma prova de competição. Estava a nascer em Portugal o campeonato nacional Todo o Terreno e desafiou-nos a todos para ir também. Eu pus-me logo de parte porque dizia que não tinha físico, que não era capaz… mas eles insistiam que eu tinha de ir, diziam que eu conseguia, que havia outras raparigas, e eu às tantas dei comigo a pensar que se eles acreditavam que eu seria capaz, talvez fosse mesmo e lá fui eu, num voto de confiança, fazer o Grândola 300, que foi a primeira corrida, na Serra de Grândola e tinha 300 quilómetros. Eu pensava que não conseguia fazer 300km aos saltos em cima de uma mota… Só sei que a adrenalina disparou, ao final de 100 quilómetros já não me conseguia mexer com dores em cima da mota, cerrava os dentes e só pensava que tinha de conseguir. Caí numa ribeirinha e não consegui levantar logo a moto do chão, entrou água para dentro do motor e a mota não trabalhou mais e com isso tive de desistir da prova, mas se perguntassem qual era a pessoa mais feliz daquele raid não era o rapaz que tinha ganho, era eu que tinha desistido, porque #30 JUL/AGO 2017
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estava quase a acabar a prova. Desisti por volta do quilómetro 270, estava super realizada e super feliz. A partir daí foi aquela sensação de paixão verdadeiramente, passava os dias a pensar no que podia fazer para arranjar dinheiro, para arranjar físico, para arranjar técnica, o que eu podia fazer para me organizar para poder ter tempo para fazer corridas e nunca mais parei.
Durante muitos anos fingi que não havia discriminação e que éramos iguais
Ponto T. › Conduz um camião, gosta de mergulho, fez um curso de paraquedismo, já fez alpinismo. É uma radical por natureza? E.J. › (Risos) Acho que sou uma pessoa que cresci e cheguei à idade adulta pensando que toda a minha experiência de juventude não tinha sido enriquecedora e que não me tinha dado aquela bagagem que eu gostava de ter e portanto inicio a minha idade adulta cheia de vontade de fazer conquistas. Percebi, com a mota e com o todo-o-terreno, que nós somos capazes de fazer muito mais do que julgamos. Esta minha progressão no desporto foi uma luta comigo própria contra os meus sentimentos, a minha insegurança, os meus medos, contra tudo aquilo que nos ensinam: que ser mulher é ser medricas, é ser sossegadinha e eu percebi que aprendi muito e evolui muito como pessoa; e que me tornei numa pessoa melhor e portanto, a mota foi o veículo mas depois houve outras experiências. O mergulho foi uma conquista enorme porque se havia coisa que eu temia era a água. Era um desafio e foi uma conquista muito difícil. Hoje em dia sinto-me bem dentro de água, ultrapassei aqueles medos todos.
Ponto T. › Mas temos de ter consciência do medo… E.J. › Temos de ter consciência dele e o medo é o meu grande amigo, o meu grande aliado. Eu digo sempre isto porque a ausência do medo faz com que não tenhamos consciência das coisas. Eu, enquanto piloto de mota, sei que fiz muito melhor porque eu aprendi a lidar com muitos medos, entre eles de cair, de #30 JUL/AGO 2017
me magoar, de ficar numa cadeira de rodas para o resto da vida e eu defendia-me muito. Eu travava primeiro do que os outros rapazes com o perigo, passava nas zonas perigosas mais devagar, defendia-me muito e com isso eu caia menos, magoava-me menos e conseguia estar em prova de uma forma mais saudável e isso para mim foi muito bom.
Ponto T. › Todas as opções que fazemos na vida implicam sacrifício. Também lhe aconteceu? E.J. - Sem dúvida porque ao dedicar-me tanto ao desporto, abdiquei de muitas coisas. Agora consegui uma situação de maior equilíbrio, mas durante muitos anos eu não tinha um fim-de-semana, não tinha um feriado, porque eu trabalhava e treinava, aproveitava todos os tempos livres para treinar e não me sobrava tempo para nada. A questão dos filhos também foi algo que fui adiando, adiando… e todas essas coisas acabam por pesar nas nossas opções. Eu queria ser mãe de corpo inteiro, e queria dedicar-me a 100% às crianças e sabia que tinha uma vida de risco, principalmente enquanto fui piloto de mota, tudo isso acabou por contar. Houve muitas opções que tive de fazer. Em relação à minha família e aos meus sobrinhos, lembro-me que um dia apanhei um grande susto quando a minha sobrinha mais velha me disse que eu ia ser tia-avó. Fazia a vida de um forma tão intensiva eu não parava para essas pequenas coisas do dia-a-dia que também são importantes. Não me arrependo. Também fiz outras conquistas, ganhei outras coisas, e a vida é assim mesmo, não se pode ter tudo. Ponto T. › Como é ser piloto-mulher num desporto ainda muito masculino? E.J. › Não é fácil. Durante muitos anos fingi que não havia discriminação e
Elisabete Jacinto Grande Entrevista 11
que éramos iguais. Percebi que tinha algumas vantagens em alguns aspetos e tinha alguns inconvenientes noutros e aprendi a lidar com isso. Enquanto piloto de mota as coisas foram muito pacíficas, os rapazes que faziam corridas comigo sentiam o cansaço e a dureza das provas e quando olhavam para mim e me viam com um ar de quem ia morrer, percebiam perfeitamente e tinham sempre uma palavra simpática, tinha sempre alguém que me dava uma mãozinha para levantar a mota do chão, depois eu também não era uma adversária de peso porque comecei a andar de mota muito tarde, eu fazia tudo igual: o meu percurso era igual ao dos rapazes, a mota era igual, o regulamento era igual, só o meu físico é que não era igual ao deles. Eu tinha muito mais dificuldade. A capacidade muscular das mulheres não é a mesma, por muito que treinem e se calhar eu treinava mais do que a maioria dos rapazes que lá andavam. Não temos a mesma capacidade de força instantânea. Eu tinha de travar mais cedo para fazer a curva mais devagar portanto eu perdia sempre algum tempo em relação a eles por muito bem que conduzisse. Ganhava na navegação e isso permitia-me fazer um pouco melhor e havia pilotos muito bons, excelentes, que por vezes me ultrapassavam duas e três vezes na mesma etapa porque andavam perdidos e eu enchia o peito com isso, mas depois, na prática, eles acabavam à minha frente. Depois, como piloto de camião, comecei a ter a meta de conseguir com o camião o que não consegui com a mota e comecei a lutar pelos lugares da frente. E sei que não tendo tantas condições como a maior parte dos meus adversários, ganho pela minha experiência e consigo “guerrear” e disputar os primeiros lugares o que muitas vezes os deixa chocados porque não aceitam, não só porque sou mulher, mas também porque conduzo um camião de série e os deles são muito melhores e por isso às vezes reagem mal. Por vezes vivo situações que me custam digerir, mas que eu vou tolerando, sem entrar em guerras. Mas depois tenho aquele dissabor de perceber que as pessoas não valorizam da mesma forma o que eu faço. Se fosse um rapaz eu era um craque, mas sendo mulher, enfim… se ela ficou em terceiro é porque só havia 3 camiões, e se fico em décimo na geral, entre camiões e carros, é porque não havia equipas boas…, há um certo desvalorizar. Posso contar uma situação que representa isto mesmo. Eu ganhei o rally de Marrocos há dois anos na categoria dos camiões e houve um jornalista marroquino que foi entrevistar o meu marido, não me entrevistou a mim, e perguntou-lhe se não achava que o facto de uma mulher ganhar na categoria dos camiões não desvalorizava a modalidade. E ele traduz exatamente aquilo que a maioria das pessoas pensa: É uma coisa de homens que só os homens conseguem fazer, as mulheres não conseguem fazer, é muito difícil! Se as mulheres fazem, então afinal já não é tão difícil. É horrível, mas é a mentalidade que nós temos. Eu digo sempre que a sociedade mais equilibrada é aquela em que as mulheres e os homens têm o seu papel ativo e cada um dá o que tem de melhor. Há
que aceitar a diferença, homens e mulheres são realmente diferentes, mas se cada um fizer aquilo que melhor sabe fazer e se trabalharmos em equipa... O bom trabalho de equipa é aquele em que se tira mais benefícios e acho que as mulheres aí ainda não aprenderam bem a estar na sociedade moderna.
fiz o meu primeiro Dakar convencida que era a supermulher, que era capaz de fazer aquilo que poucos homens faziam
Ponto T. › No fundo o que me está a dizer é que temos de ser mais inteligentes naquilo que fazemos. E.J. › Exatamente. As mulheres têm de ser mais inteligentes do que os homens para conquistar um lugar numa sociedade que foi construída sobretudo pelos homens. Nós estamos a fazer uma conquista que pode ser encarada, não como um roubar espaço, mas como um aumento da qualidade e eu acho que isso é muito importante. É claro que esta entrada da mulher no mercado de trabalho também trouxe desvantagens e nós estamos a pagar o preço, mas se calhar podíamos encontrar um equilíbrio muito bom, mas nós não pensamos nisso em termos sociais. Por exemplo uma mulher quer ter filhos, quer educá-los tem de ter mais tempo para os educar… devia haver uma situação que lhes permitisse trabalhar menos horas, porque é que não se incentiva o trabalho em part-time? Porque é que isso não existe para as mulheres ou homens que querem educar? Falta-nos dar um grande passo em termos sociais para termos uma sociedade equilibrada. Ponto T. › Houve alguma situação em que ponderou parar? E.J. › Quando comecei a andar de mota, em todas as corridas, durante a etapa, naquela fase difícil, tomava a decisão de nunca mais voltar. Depois quando a corrida acabava, eu comia, descansava, olhava para aquilo que os outros tinham feito e para aquilo que eu tinha feito e pensava que afinal não era assim tão mau. Tinha custado mas pensava no que podia fazer para melhorar. A partir do momento em que decidi fazer o Dakar foi uma obsessão absoluta, uma entrega total, eu vivi o Dakar 24horas para tentar fazer aquilo que poucos homens conseguiam fazer. E a partir daí nunca mais pensei em desistir. Depois, como deixei as motas com algum sentimento de frustração, o camião ocupou aquele espaço e era o provar de sou capaz. Atirei-me para a frente com um projeto que era ambicioso, houve muitas pessoas que me ajudaram, que colaboraram comigo e depois eu senti, de certa forma, que tinha defraudado essas pessoas porque não tinha atingido o objetivo e com o camião disse que era capaz de fazer, eu quero fazer e vou lá chegar, e tem sido esse o meu cavalo de batalha durante estes últimos anos. Ponto T. › Mas o Dakar de mota de 2001 foi particularmente difícil… E.J. › Sim, essa foi uma história triste, complicada... Eu fiz o meu primeiro Dakar convencida que era a supermulher, que era capaz de fazer aquilo que poucos homens faziam. Tive problemas mecânicos, não consegui terminar. Como foi a moto que #30 JUL/AGO 2017
12 Grande Entrevista Elisabete Jacinto
avariou eu pensei: eu consigo porque tenho muita força de vontade, tenho um grande espírito de sacrifício. Tentei uma segunda vez, o motor da mota partiu na etapa mais longa do rally e eu mais uma vez vim para casa com aquele sentimento de fracasso e então tentei uma terceira vez. Nessa vez a preparação do rally foi horrível, correu tudo mal, mas curiosamente a corrida correu espetacularmente e no final eu terminei o Dakar e ganhei a taça das Senhoras. E aquilo foi o meu sonho realizado, aquilo por que tinha lutado todos aqueles anos. Nesse ano 2000 o Dakar teve menos 4 dias por causa dos atentados e terminou à beira das pirâmides, no Egito, estavam imensos portugueses, e as pessoas davam-me os parabéns, diziam que tinha sido fantástica, mas todas as pessoas sem
calçar a bota. Portanto no final eu percebi que tinha concluído o Dakar duro e difícil, não tive honra nem glória, mas na minha cabeça foi claro que eu tinha feito aquilo que pouca gente tinha feito. Eu não sou uma pessoa vaidosa, mas digo que 90% dos homens que lá estavam não teriam conseguido terminar nas minhas circunstâncias. Ponto T. › Considera-se uma bandeira de Portugal quando corre lá fora? E.J. › Sim, aliás foi das primeiras aprendizagens giras que eu fiz no desporto foi perceber que quando chegava lá fora eu não era a Elisabete, eu era a portuguesa. E parecendo que não, isso dá-nos uma força enorme. O primeiro rally que fiz, o Dakar, senti-me muito sozinha, a solidão foi uma coisa que pesou muito porque eu fiz muitos sacrifícios, e de repente eu percebi que era a portuguesa e isso deu-me uma força enorme para suportar aquilo tudo e foi muito giro. Eu não sou só eu, sou um país inteiro e tenho de fazer bem, tenho de representar da melhor forma e portanto não posso ceder facilmente e isso foi uma aprendizagem muito gira e durante todo este tempo eu vivi com isso. Depois outra coisa foi perceber que eu era um exemplo acima de tudo para as mulheres, e isso também foi uma coisa que me deu um impulso grande para suportar todos aqueles momentos em que já não aguentamos mais. Faz sentido porque, no fundo, eu faço uma coisa que poucas mulheres fazem, mas defendo que o podem fazer se quiserem. E sempre disse que não considero que tenha dotes sobrenaturais nem que seja mais vocacionada do que as outras mulheres, pura e simplesmente tive as minhas metas e entreguei-me a eles. Qualquer pessoa que o queira pode fazer. Porque é que nós havemos de viver no preconceito? . Ponto T. › Qual foi o título que melhor lhe soube e porquê? E.J. › Houve vários e é sempre difícil escolher. O meu camião ardeu na Argentina e esse foi um momento extremamente doloroso porque vi arder todo o meu sonho de ser um bom piloto, todo o trabalho, toda a dedicação. Para mim era evidente que eu nunca mais ia voltar a fazer corridas. Mas o facto de o patrocinador ter-me dado a oportunidade de continuar, foi dos melhores prémios. Através dele senti-me reconhecida no meu trabalho, poder continuar foi uma coisa excelente. Esse foi um deles. Logo no princípio, como disse antes, fiz o primeiro Dakar, foi extremamente difícil e depois não consegui terminar senti uma frustração enorme, mas por acaso, o Presidente da República, no dia da Mulher decidiu-me condecorar com a Ordem de Mérito e isso foi excelente para mim porque isso foi dizer que não estava sozinha, que tinha um país inteiro a apoiar-me e isso deu-me uma força enorme para continuar.
exceção, davam-me uma palmadinha nas costas e diziam: “mas tiveste sorte, o Dakar este ano teve menos 4 dias...” e portanto percebi que as pessoas não acreditavam que eu teria acabado se o Dakar tivesse tido todos os dias. Aquelas etapas eram as mais difíceis e eu fiquei na dúvida, a pensar se seria capaz e decidi voltar e provar a toda a gente que era capaz de fazer um Dakar duro e difícil. E foi horrível porque eu consegui concluir um Dakar duro e difícil, nas piores condições. Foi um Dakar duríssimo em termos de percurso, o meu carro de assistência pisou uma mina na passagem da fronteira para a Mauritânia, eu fiquei sozinha, mas decidi avançar até ao fim, sem condições nenhumas, sem roupa, sem peças, sem ferramentas, sem nada! Aturdida, naturalmente porque a situação mexeu muito comigo. Disseram-me que a última coisa que o rapaz que tinha sido hospitalizado queria era que eu desistisse e então tomei a decisão de só desistir no momento em que caísse para o chão e não me conseguisse levantar. E foi com esta mentalidade que eu fiz metade do rally. Como costumo dizer caí 300 mil vezes e 300 mil vezes me levantei. Fiz uma lesão na virilha; parti duas costelas; pegava no braço para o por em cima do volante porque ele não ia lá sozinho, e fiz uma fratura num pé que os médicos queriam engessar mas não deixei e passei a levantar-me uma hora mais cedo para conseguir #30 JUL/AGO 2017
Ponto T. › O que é traz de cada prova onde entra? E.J. › Nas últimas etapas de cada prova tomo sempre uma série de decisões que quero fazer e posso melhorar, portanto há sempre uma aprendizagem enorme em cada prova que me leva a fazer cada vez melhor. Eu tenho feito uma progressão muito lenta. Eu iniciei um projeto extremamente difícil de fazer corridas de camião com muitos poucos meios. É muito mais difícil do que as pessoas pensam. É extremamente violento em muitos aspetos, exige muito de nós. Mas eu tenho a sorte de ter o meu marido do meu lado e portanto como somos os dois suportam-se as coisas com mais facilidade. Tive de aprender lentamente e às minhas custas, mas fiz uma progressão muito sólida. Eu, com um camião que é pesado, que tem uma conceção de série, consigo fazer melhor do que outros que têm muito mais dinheiro e camiões muito mais competitivos do que eu, porque fui aprendendo, e em cada prova vou aprendendo mais qualquer coisa, nem que seja sobre mim própria, sobre o meu stress, sobre a minha maneira de estar, de lidar com a equipa, de gerir o meu cansaço porque os anos vão passando e temos de ser mas racionais, temos de aprender a gerir o esforço de maneira diferente. Isso são aprendizagens que se fazem em cada corrida e em cada uma eu tenho de trazer uma bagagem muito grande para me enriquecer para a próxima, para fazer muitos progressos. l
European Sweet Itineraries - Itinerários Europeus De Doçaria Para Jovens Estudantes Em Foco 13
European Sweet Itineraries -
Itinerários Europeus De Doçaria Para Jovens Estudantes ESI - European Sweets Itineraries é um projecto Financiado pelo programa Europeu COSME, e é fruto de uma parceria entre Portugal, Espanha e Itália.
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pós uma análise dos territórios e tecidos produtivos dos três Países envolvidos, os parceiros do projeto ESI conceberam três percursos pelo sector da doçaria e pastelaria em Espanha, Portugal e Itália. Cada roteiro inclui atividades didáticas relacionadas com as antigas tradições da doçaria e pastelaria local, associadas aos aspetos históricos e culturais das cidades de destino. Os percursos destinam-se principalmente a jovens inscritos em escolas e institutos de formação profissional na área do turismo, hotelaria e restauração, mas não só. Qualquer grupo, profissional ou foodie poderá percorrer os itinerários propostos, uma vez comercializados, ou realizar umas algumas das atividades formativas previstas. Em Novembro do ano passado, um total de 36 estudantes das escolas de hotelaria e turismo da Letónia têm examinado os itinerários selecionados, confirmando que as rotas ESI dispõem das condições ideais para serem escolhidas como destinos de formação para estudantes de toda a Europa e para os apaixonados pela gastronomia em geral e doçaria em particular. Segundo os parceiros do projeto, ESI não pretende apenas promover a
oferta turística nas cidades selecionadas, como também fomentar o desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas dos setores e territórios envolvidos. Os pacotes turísticos criados serão mantidos pelo menos durante os próximos dois anos, favorecendo assim a visibilidade dos territórios, empresas e operadores turísticos. Para as escolas que pretenderem utilizar os itinerários criados, está ainda disponível uma plataforma online de elearning que permite - através de módulos, testes e material interativo - fornecer conhecimentos aos alunos sobre os países envolvidos e as localidades que serão visitadas, quer do ponto de vista gastronómico, quer do ponto turístico, histórico e cultural. Relativamente a Portugal, os parceiros “lusos” do projeto são a Câmara de Comércio Luso-Italiana (project leader), a Câmara Municipal de Óbidos, o #30 JUL/AGO 2017
14 Em Foco European Sweet Itineraries - Itinerários Europeus De Doçaria Para Jovens Estudantes
Cada roteiro inclui atividades didáticas relacionadas com as antigas tradições da doçaria e pastelaria local
operador turístico Pinto Lopes Viagens e a associação Évora Jovem. Tendo acabado o período de um ano de financiamento do projeto pelo programa Cosme, e depois de registada a marca “European Sweets Itineraries” a nível europeu, atualmente estão a ser preparados os protocolos de colaboração entre as entidades envolvidas, para garantir a continuidade do projeto e criar novos itinerários nos três países e avaliar a possibilidade de criar itinerários em mais países. Depois dos encontros em Bruxelas e Lisboa, da sessão de divulgação junto da representação da Comissao Europeia em Madrid, da apresentação aos operadores turísticos na Embaixada de Itália em Lisboa e da presença nas Feiras “Fitur” de Madrid e “Alimentaria” de Lisboa, o projeto será divulgado em muitos mais eventos em 2017 e 2018, entre os quais assinalamos Chocolart (Tubinga, Alemanha), ChocoModica (Sicília, Itália), Salon du Chocolat (Bruxelas) Os três itinerários atualmente propostos são:
Tomé de Toledo e a prestigiada pastelaria Mamá Framboise de Madrid.
Itália O itinerário atravessa as regiões de Abruzos e Úmbria, incluindo as seguintes cidades: Scanno, Sulmona, L’Aquila, Perugia, Assisi e Silvi. Entre os locais de interesse encontram-se o Museu Confetti Pelino (Sulmona), com exposição de máquinas antigas para a produção de amêndoas e a sede das empresas Cioccolato Glober Dolciaria (L’Aquila) e Perugina (Perugia), ambas empresas históricas na produção de chocolate. Os itinerários foram projetados em colaboração com a Agência para o Desenvolvimento de L’Aquila, a Agência Turística de Recepção Abruzzo Aquilano, a Cidade de Silvi, o Centro de Estudos da Cidade de Foligno, a Smart Travel Viagens e Turismo e a Associação “Strade del Cioccolato”.
Portugal Espanha O roteiro espanhol - concebido em parceria com a Direcção de Educação, Juventude e Desporto da Câmara de Madrid e o Instituto Internacional de Gastronomia, Cultura, Artes e Turismo – inclui passagens pelas seguintes cidades: Barcelona, San Pol de Mar, Tossa de Mar, Alcalá de Henares, Toledo e Madrid. Entre os locais de interesse cultural e gastronómico incluídos no percurso, destacam-se o Museu do Chocolate de Barcelona, o Obrador Santo #30 JUL/AGO 2017
Definida em colaboração com a Câmara Municipal de Óbidos, o operador turístico Pinto Lopes Viagens e a associação EvoraJovem, além da Câmara de Comércio Luso-Italiana, a rota visita Lisboa, Estoril, Sintra, Óbidos, Caldas de Rainha, Marvão, Évora e Azeitão. Imprescindível é a visita à fábrica dos famosos pastéis de Belém em Lisboa, como também uma paragem para provar as deliciosas queijadas de Sintra. l
Yong Liang Entrevista Caderno 15
CADERNO 16
Voo direto vai ser bom para o turismo e economia
Yong Liang diretor geral Asinworld
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Soluções
Amadeus Selling Platform Connect: Explica-se cada uma das pastas que se encontram na Main Page.
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Notícias
A Amadeus Portugal tel um novo escritório, novo branding e um chester para receber clientes, convidados e parceiros
#30 JUL/AGO 2017
Caderno Amadeus 16 Entrevista Caderno Yong Liang
Yong Liang
director geral Asinworld
#30 JUL/AGO 2017
Caderno Amadeus Yong Liang Entrevista Caderno 17 Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo
Yong Liang:
“Voo direto entre a China e Portugal vai beneficiar muito o turismo e a economia” Numa altura em que começa a operar o voo direto entre a China e Portugal, a Asinworld, uma das mais antigas agências de viagens para o mercado chinês a operar em Portugal e que se está a lançar na expansão da rede, diz que o novo voo será muito importante para a economia portuguesa. Ponto Turismo › Como é que surgiu a Asinworld? Como é que se lembrou de fazer uma agência de viagens? Yong Liang › Eu tirei o bacharelato na Univ. da Aviação Civil da China e recebi o mestrado da Univ. de Beijing Jiaotong. A partir de 1997 fui trabalhar para a China Southern Airlines em Beijing Capital Airport. Tinha de gerir a operação e todos os voos da China Southern de e para os aeroportos de Pequim. Foi interessante para mim porque tratávamos de tudo o que era preciso para viajar, fossem passageiros, tripulações, técnicos caso houvesse problemas para resolver, catering... foi interessante porque conhecemos pessoas todos os dias e todos os dias eram diferentes, com questões para resolver. Em 2000 fui convidado para o IST, para o departamento de Engenharia Mecânica, como investigador pelo atual ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Manuel Heitor. Mais tarde comecei a pensar na minha carreira profissional e uma das opções era continuar na universidade, mas eu queria fazer algo diferente e decidi abrir uma agência de viagens em 2004 porque na altura não havia muitas que trabalhassem para os turistas chineses.
Y.L. › Sim, esse é o futuro. Ponto T. › E qual vai ser o vosso futuro? Y.L. › A nossa estratégia é seguir as tendências. Penso que o crescimento da economia chinesa vai aumentar o interesse por viajar dos turistas chineses. Isso já aconteceu nos últimos anos porque o rendimento dos chineses está a aumentar muito depressa e por isso as pessoas têm mais dinheiro para viajarem e para comprar. Penso que nos próximos 10/20 anos será assim.
como vamos ter um voo direto para a China, estou muito confiante que o mercado recupere e cresça
Ponto T. › E como é que tem sido o percurso até hoje? Y.L. › No início foi bom, não havia muitas agências a trabalhar o mercado chinês. Depois chegou a crise e sofremos com a depressão económica. Mas penso que sendo a China um dos maiores mercados para o turismo, para os turistas de outgoing para a Europa e agora como vamos ter um voo direto para a China, estou muito confiante que o mercado recupere e cresça. Ponto T. › Então está a pensar também nos chineses que chegam da China e que querem ir para a Europa.
Ponto T. › A população das cidades de média dimensão está a começar a ter dinheiro para viajar e isso representa muita gente. Y.L. › Se pensarmos que, por exemplo, a região costeira de Guangzhou (Cantão), perto de Hong Kong e Macau, tem o mesmo PIB que Espanha… Mas não é a única, cinco regiões costeiras da China: Guangzhou, Fujian, Zhejiang, Jiangsu e até Shandong, estão muito bem, acredito que sejam responsáveis por 2/3 do PIB chinês e nesse caso acho que essa população tem desejo de viajar. Em primeiro lugar acredito que a maioria irá começar por ir para o sudeste da Ásia, como a Tailândia por exemplo, Singapura, Japão ou Coreia do Sul e Austrália, mas depois irão para a Europa que não está assim tão longe. Com o voo direto está a cerca de 10/12 horas. Até agora para quem queria visitar Portugal não tinha voo direto mas agora com a nova ligação vão ter mais oportunidade. Ponto T. - Tem ideia do crescimento que poderá ter com o voo direto da Beijing Capital Airlines? Y.L. › Não pensamos dessa maneira. Como disse antes, sigo as tendências #30 JUL/AGO 2017
Caderno Amadeus 18 Entrevista Nome do Capítulo CadernoNome Yongdo Liang Conteúdo do Capítulo
e se estas forem boas é bom para todos. Recentemente participei numa cerimónia da Beijing Capital Airlines para a nova rota Pequim-Lisboa onde estiveram presentes diversas individualidades ligadas ao turismo e foi dito que esperam atingir em breve os 200 mil turistas chineses e com o novo voo estão à espera de crescer mais 40 mil passageiros por ano. Mas a deia da Capital Airlines é trabalhar Portugal também na perspetiva de um hub, reforçando as ligações comerciais com outras regiões como por exemplo Cabo Verde, Brasil, África do Sul. Nessa perspetiva Portugal é muito importante porque também tem as ligações aéreas para a América do Sul e dá mais opções aos chineses. Eu penso que os governos da China e de Portugal estão a tentar estreitar ainda mais as relações e promover o desenvolvimento da economia e o turismo é um dos sectores, um dos mais importantes, tanto para Portugal como para a China. Por isso querem essas ligações aéreas e essas são boas notícias para as agências de viagens. Ponto T. › E desses 40 mil passageiros que vierem a mais, quantos serão vossos? Y.L. › (risos) Essa é sempre a questão! O que sabemos é que o novo voo irá certamente contribuir muito para ajudar a indústria das agências de viagens portuguesas e consequentemente será muito bom para a economia portuguesa. Ponto T. › Como é que vê a compra da Skyscanner pela C-Trip? Y.L. › C-Trip é uma agência online mas na China penso que eles trabalham online e offline, penso que na Europa irão trabalhar mais ou menos da mesma forma. E na Europa também têm alguns gigantes, como a e-dreams, mas acho que o seu desenvolvimento não será tão grande como na China. É difícil comentar a sua compra, mas penso que não é muito agressiva. Penso que a ideia será a de desenvolver o seu negócio mas não sei qual será a sua ambição
sucesso apenas com o online e ninguém consegue ter sucesso só com o offline. Temos de combinar as duas coisas. Ponto T. - Como é que estão a fazer isso? Y.L. › Estamos a desenvolver a expansão da nossa agência em Portugal, através de franchising em Lisboa, Porto e Algarve, mas não é só em Portugal. A ideia é desenvolver o modelo em Espanha, França, Itália, Grã-Bretanha... Queremos ligar todos os pontos na rede. Queremos encontrar pessoas, com as mesmas ideias e ambição, que percebam que o mercado é bom para eles trabalharem. Isso é o principal. Esperamos encontrar profissionais, chineses ou portugueses, com quem possamos trabalhar em conjunto para desenvolver a rede e possamos enviar passageiros para a China e receber turistas da China. A nossa ideia é ajudá-los a desenvolver o seu negócio, contando com o nosso apoio técnico, para que possam estar mais focados no serviço.
Estamos a desenvolver a expansão da nossa agência em Portugal, através de franchising
Ponto T. › A vossa agência só trabalha offline, não pensam ir para o digital? Y.L. › Sim, até agora só trabalhamos offline mas essa é uma pergunta para todos, não só para mim. Se a tendência é para o digital, então não há lugar para o offline, para as agências locais, mas até agora não tenho sentido essa necessidade das pessoas comprarem online. Claro que algumas sentem, mas não as mais velhas. As pessoas gostam de trabalhar com uma agência em que possam confiar e gostam de ter uma perto de si porque em caso de terem dificuldades ou algum problema podem encontrar alguém que as ajude. Com o online também poderão encontrar mas não será tão disponível como uma local ou uma que conheçam há muitos anos. Ponto T. › Mas o digital seria mais um canal de distribuição. Y.L. › É um bom canal, não só para mim, mas para todos. Mas depende dos custos, dos resultados e ainda há desconfiança em relação aos pagamentos online. O que eu penso que, por agora, as agências de viagens offline em Portugal e na Europa ainda são bem-sucedidas. Eu penso que o futuro é que todas as agências trabalhem tanto o online como o offline, é o que a C-trip fez na China e o que eu penso que fará agora. Ninguém pode ter #30 JUL/AGO 2017
Ponto T. - Como acha que será o papel do agente de viagens, será um consultor, um vendedor… Y.L. › O agente de viagens tem sempre de ser um consultor, não apenas um vendedor porque precisam de responder às perguntas dos clientes. Têm de se colocar na situação do cliente, não é apenas vender. Eles têm de ter mais conhecimento, mais experiência e mais ideias. Dessa perspetiva acho que a profissão ainda resulta! Não existe um programa que consiga fazer tudo o que uma agência de viagens faz. Podemos resolver rapidamente problemas reais dos clientes que acontecem inesperadamente. Esta é uma mais-valia dos agentes de viagens sobre os robots ou os computadores. Ponto T. - Como é que vê a Amadeus como parceiro tecnológico? Y.L. › Já trabalhamos com a Amadeus há mais de 13 anos e sempre considerámos a Amadeus um parceiro importante e bom. Confiamos na Amadeus como nossa solução técnica. l
Caderno Amadeus Nome doAmadeus ConteúdoSelling do Capítulo PlatformNome Connect do Soluções Capítulo 19
Amadeus Selling Platform Connect
Na última edição explicamos como navegar no Amadeus Selling Platform Connect para mais facilmente ai trabalhar. Se bem se lembra a “MAIN PAGE” é fixa sendo sempre a base do seu trabalho. Falamos hoje de cada uma das pastas que ai encontra. Os separadores do “MAIN PAGE” poderão estar ou não visíveis. Em “YOUR DESKTOP” é possível recuperar até 5 últimos PNRs trabalhados: Ou iniciar uma reserva ou perfil:
Em “RETRIEVE BOOKING FILE” é possível recuperar um PNR através dos elementos abaixo: Sendo que através do apelido poderá adicionar mais opções. Sempre que o campo aparece a amarelo é de preenchimento obrigatório. Para a data da partida tem a ajuda de um calendário.
O “CLAIM BOOKING FILE” é uma funcionalidade Amadeus que permite obter a responsabilidade sobre um PNR que foi originalmente criado ou reservado noutro escritório (companhia aérea). Para tal ser possível a companhia aérea deverá permitir que o CLAIM seja permitido. Mais explicações na página HELP críptica – HE RO.
Poderá a partir de “RETRIEVE PROFILE” recuperar um perfil de viajante, empresa, grupo (novo em Sell Connect) e agência. (os campos obrigatórios vão sendo assinalados a amarelo). Na próxima edição desta revista os perfis serão explicados de uma forma mais abrangente.
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Caderno Amadeus 20 Soluções Nome do Capítulo Amadeus Selling Nome Platform do Conteúdo Connect do Capítulo
Em “RETRIEVE E-TICKET OR EMD” encontra a possibilidade de em modo gráfico recuperar a imagem do seu bilhete ou EMD emitido.
“EXTERNAL LINKS” permite-lhe, sem sair da sua plataforma de trabalho, aceder a links externos para facilitar o seu trabalho diário.
“QUEUES” permite-lhe, fazer a gestão de Queues em modo gráfico. Ao abrir um PNR de Queue poderá depois tomar as seguintes ações:
Em “TOOLS” faz a gestão de 3 módulos: FILE FINISHING Um interface gráfico interativo que permite construir regras de negócio e adiciona-las ao Booking File de forma automática a cada EOT. 1. Productivity Suite SMART TRIGGERS Uma solução que aplica de forma automática, em determinado contexto Scripts ou Smart Flows. QUALITY MONITOR Solução com regras pré-definidas que fazem o controlo de qualidade do PNR e que garantem que toda a informação necessária esteja ai contida. Dependendo da forma como é configurado, envia ao utilizador mensagens informativas ou que bloqueiam a finalização do PNR. Por defeito aparecem disponíveis em Amadeus Selling Platform Connect as seguintes ferramentas: SMART FLOWS Antigas SmartKeys que fornecem um fluxo de comandos pré-definidos e personalizáveis, de forma a criar e suportar tarefas de reserva repetitivas. SMARTKEY TRANSLATION Uma solução que o irá ajudar a traduzir as “SmartKeys” em “Smart Flows” As “Smart Flows”podem ser: Pessoais: São as “Smart Flows” específicas para cada utilizador (criadas pelo/aplicadas ao utilizador)
Escritório: São as “Smart Flows” geridas por um administrador e aplicadas a todo o escritório
2. Sales Report
3. Australian Visa
Gere em modo gráfico todos os relatórios de venda Amadeus.
Para gestão do visto Australiano.
Em “Personal Settings” fará a gestão do formato da sua página de comandos (críptico). 1- Aqui escolhe ter o pop-up gráfico ativo ou não na página de comandos para TST. 2 - Aqui escolhe ter o pop-up gráfico ativo ou não na página de comandos para catálogo de serviços. 3 - Aqui poderá fazer alteração da cordo ecrã, tipo de letra e tamanho. 4 - Aqui escolhe se deseja ativar ou não o speed mode. Nota: o protocolo 4505 deverá estar ativado. 5 - Aqui escolhe o tipo de protocolo a ativar. 6 - Aqui escolhe se deseja permitir a alternância de protocolos na página de comandos #30 JUL/AGO 2017
Caderno Amadeus Novo branding Nome do Amadeus Conteúdo Portugal do Capítulo tem “casa Nome nova” do Capítulo Notícias 21
Novo branding
Amadeus Portugal tem “casa nova”
A
tas entre os colaboradores irão facilitar a interação e a troca de informações pertinentes de trabalho o que, em última instância, acaba por fomentar a proximidade entre os colegas. A formação não passa só pela credibilidade do formador, mas também pelas infraestruturas que podem beneficiar ou condicionar de forma radical a qualidade de qualquer sessão formativa. A sala de formação está, por isso, localizada no coração do escritório. Equipada com mobiliário versátil, incluindo equipamentos portáteis de apresentação, mesas e cadeiras dispostas de maneira a garantir o relacionamento interpessoal entre o formador e os clientes, o que é essencial em qualquer processo cognitivo. Outra divisão de destaque no novo escritório é a sala de reuniões espaçosa para toda a equipa da Amadeus Portugal. Esta sala está equipada com o material necessário e é o lugar ideal para realizar staff briefings ou reuniões periódicas onde novos negócios serão fechados. O escritório não é só um local de trabalho, mas também é onde os colaboradores despendem muitas horas diárias, e foi por esta razão que também se investiu numa cozinha multifuncional que funciona como um espaço de necessidades básicas onde os colaboradores podem tomar refeições, bem como um local de convívio. O layout desta divisão é industrial e informal, equipado com microondas e frigorífico e máquina de lavar loiça que pode ser utilizada por todos. l
Uma das novidades é o novo branding da Amadeus, mas o detalhe mais importante deste espaço é o Chester
Amadeus Portugal mudou de escritório para um espaço maior e mais luminoso na Av. Duque D’Ávila, nº46, Saldanha Lisboa, a equipa encontra-se no 3º piso, sempre com disposição para atender às necessidades dos clientes. O novo design do escritório não é meramente funcional, oferece também áreas de trabalho confortáveis para todos os colaboradores. Uma das novidades encontra-se logo na recepção do escritório e é o novo branding da Amadeus, mas o detalhe mais importante deste espaço é o Chester. Mais do que um simples sofá, é um elo de ligação onde se criam relações de proximidade com os clientes, convidados ou potenciais parceiros que atravessam as portas do escritório da Amadeus Portugal. No que diz respeito à área de trabalho, o novo espaço é mais aberto, de modo a reduzir as barreiras à comunicação entre os colegas. As distâncias mais cur-
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Caderno Amadeus 22 Notícias Nome do Breves Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo
Amadeus Airport Pay Pagamento dos serviços complementares no aeroporto está mais fácil A Amadeus e a Ingenico lançam o Amadeus Airport Pay, que poderá ser usado por diversas companhias aéreas, empresas de assistência em terra (handling) e por múltiplos bancos em qualquer aeroporto do mundo, independentemente da infraestrutura de check-in que utilizam. A partir de agora, os pagamentos efetuados no aeroporto serão operações mais agradáveis, já que a Amadeus e a Ingenico desenvolveram o Amadeus Airport Pay, a primeira solução sem fios que aceita pagamentos com cartões equipados com chip EMV e que pode ser utilizada por diversas companhias aéreas, empresas de assistência em terra e bancos distintos. Com o Amadeus Airport Pay, as companhias aéreas e operadoras terrestres podem contactar com qualquer passageiro que usufrua de cartão com chip EMV ou um porta-moedas eletrónico compatível com os standards de EMV,
em qualquer aeroporto do mundo, seja qual for a estrutura do check-in utilizada, permite que as operações asseguradas pelas companhias sejam mais rápidas em todo o mundo. Como resultado, as companhias aéreas podem processar mais vendas de serviços complementares, oferecendo aos passageiros um método de pagamento mais rápido e seguro que supera os inconvenientes, com os quais até hoje tinham de se confrontar nos aeroportos. Como o serviço inovador não está vinculado a nenhuma infraestrutura física, podem ser aceites pagamentos em qualquer parte do aeroporto. No início de junho, a Lufthansa Group, enquanto sócio do desenvolvimento deste serviço iniciou a implementação da solução nos balcões de check-in e nas portas de embarque em mais de 170 aeroportos mundiais, melhorando desta forma a experiência dos passageiros, pois disponibiliza opções de pagamento mais seguras e adequadas durante a viagem.
Nova liderança Decius Valmorbida lidera o negócio de Travel Channels na Amadeus Decius Valmorbida é o novo Senior Vice President, Travel Channels, assumindo esse cargo de imediato, passando também a ser membro do Executive Committee da empresa, anunciou a Amadeus. Valmorbida, anterior Vice-Presidente da EMEA, Travel Channels, substitui Laurens Leurink, que foi integrado na equipa da Amadeus em 2016, mas que irá agora deixar a empresa após um período de transição. O novo Senior Vice President, Travel Channels é considerado um veterano de 13 anos da Amadeus, tendo-se juntado à empresa como Diretor Operacional do Brasil. Posteriormente, assumiu o cargo de Vice-Presidente de América Latina em 2009 e supervisionou um período de crescimento nas áreas de distribuição e de TI da região.
Em 2013, Valmorbida mudou-se para Madrid assumindo a posição de Vice-Presidente de Marketing na área de Distribuição e nesse cargo geriu tanto a estratégia comercial como a de marketing para aquela unidade de negócios, que cresceu fortemente durante um período desafiante. Foi nomeado VP EMEA no início de 2017. “Decius enquanto responsável do cargo que agora assume, proporciona uma compreensão profunda da indústria, mas também atende às necessidades dos utilizadores no setor de viagens. Bem como apresenta uma forte experiência de negociação com os fornecedores de viagens. Ele é um líder inovador e energético e acredito que irá impulsionar o negócio “, disse Luis Maroto, Presidente e CEO da Amadeus. “Gostaria de agradecer a Laurens pela sua contribuição positiva durante o período em que trabalhou na Amadeus”.
Agência de viagens online Kiwi Crescimento exponencial com nova tecnologia de pesquisa da Amadeus Graças à nova tecnologia de pesquisa da Amadeus, a agência de viagens online Kiwi.com poderá contar com 750 milhões de combinações de voos, expandindo significativamente a sua capacidade de pesquisa, o que irá permitir à empresa oferecer um serviço de maior valor e rapidez a todos os passageiros de todo o mundo. Com planos de expansão internacional, que envolve a abertura de inúmeros novos escritórios em todo o mundo durante este ano, a Kiwi.com está em parceria com a Amadeus para incrementar a sua capacidade de pesquisa e preparar-se para um aumento da procura. Para enfrentar este desafio, a Amadeus está a desenvolver uma solução personalizada que combina a sua tecnologia de pesquisa instantânea, Instant Search, com o seu volume incomparável de informações de pesquisa de voos. A Amadeus está desenvolver esta solução para complementar os algoritmos de pesquisa exclusivos da Kiwi.com, que combinam segmentos de voos de mais de 200 companhias aéreas low cost com conteúdo de #30 JUL/AGO 2017
viagens disponível no canal de distribuição da Amadeus, para configurar itinerários que os passageiros não encontrarão em nenhuma outra agência de viagens. Isso requer capacidade de pesquisa em massa e poder de processamento de dados enorme, e resulta em economias potenciais no valor aproximado de 50% para os passageiros em algumas rotas. A Kiwi.com irá construir os itinerários combinados, com base nos dados recebidos de vários fornecedores, companhias aéreas e entidades terceiras. Com esta nova tecnologia da Amadeus, a Kiwi.com poderá enriquecer a sua base de dados com 750 milhões de combinações de voos pré-concebidos, o que resulta num aumento significativo do número de itinerários combinados que a Kiwi.com pode gerar. Esta nova solução irá proporcionar à Kiwi.com a capacidade de oferecer uma multiplicidade de opções de voos, particularmente de longo curso. Para os passageiros, isso significa taxas ainda mais competitivas e um tempo de resposta de apenas milissegundos sem comprometer a precisão do serviço.
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24 Tecnologia Travis
Travis:
Se eu falo 80 línguas, então também consegue! Imagine que está a desfrutar as suas férias, num país estrangeiro, cujos nativos falam uma língua diferente da sua e que não domina, tenta comunicar com as pessoas do hotel ou restaurante mas sem sucesso? O passo seguinte é fazer gestos, desenhos numa tentativa de explicar o que pretende dizer, mas na maioria dos casos nem esse plano é suficientemente eficaz? Esta situação é lhe é familiar?
Agora já deixa de haver a necessidade de fazer estas figurinhas tristes, isto tudo graças ao Travis. Não se trata de uma pessoa, mas sim de um aparelho que traduz tudo aquilo que dizemos de uma forma instantânea e em tempo real. Uma das muitas vantagens é o seu tamanho que é ideal para ser transportado nos nossos bolsos, para estarmos sempre conectados a um mundo tão internacional como o nosso!
Travis: Como tudo começou? Lennart e Nickt,dois jovens, mas também dois co-fundadores do Travis, conheceram-se num dos encontros semanais do “Venture Coffe” em Roterdão (Holanda). Há cerca de um ano surgiu a ideia de começarem um projeto em #30 JUL/AGO 2017
conjunto. Nick, com mais de 20 anos de experiência no desenvolvimento de hardware e vendas, impulsionou a componente lógica na conceção do produto, mas quem promoveu o Travis sob a perspetiva social foi o Lennart. Uma das preocupações que o atormentava é (e foi) não falar uma única língua durante as férias ou durante as viagens em negócios. Eles queriam descobrir uma forma de criar um produto que minimizasse as barreiras linguísticas entre as pessoas. E foi aí que nós entrámos em acção!
Travis Tecnologia 25
Um tradudor de bolso? Isso existe?
Travis é um pequeno gadget portátil que recorre à inteligência artificial para reconhecer e traduzir instantaneamente até 80 idiomas
Agora sim! Travis é um pequeno gadget portátil que recorre à inteligência artificial para reconhecer e traduzir instantaneamente até 80 idiomas distintos, todo este processo realizado em menos de dois segundos. O nosso objectivo é contribuir para um mundo sem barreiras linguísticas, onde as pessoas de diferentes países podem comunicar entre si na língua materna. Estamos a construir um movimento mundial de utilizadores activos. E a adesão ao nosso produto por parte dos clientes só comprova que é possível deitar abaixo as barreiras linguísticas, como também melhorar a tecnologia de tradução com as suas informações e feedback. O número dos potenciais utilizadores já atingiu cerca de 5 mil, clientes de mais de 90 países distintos, que irão receber o seu Travis ainda durante este verão. Em 2017, pretendemos alargar esta lista para 50 mil.
com intuito de oferecer uma tradução eficaz, atualmente o software conta com 7 sistemas, no futuro mais plataformas serão integradas.
Os principais desafios e como foram enfrentados? Os principais desafios incluem o tratamento de todos os pedidos da startup, ONGs para os aparelhos piloto, é uma ne-
Como funciona este aparelho inovador? Travis é uma solução fantástica para quem viaja com regularidade ou comunica com pessoas estrangeiras no seu dia-a-dia. Com este aparelho, a comunicação com o outro lado do mundo deixa de ser um problema, e as pessoas não têm de recorrer a plataformas de tradução que vão comprometer a conversa em tempo real. O software que está na base do dispositivo resulta da combinação dos melhores sistemas de tradução, assim, 80 dos idiomas mais usados ao nível mundial são reconhecidos pelo Travis. As ferramentas hardware, como é o caso dos microfones embutidos com cancelamento de ruído, permitem manter a tradução em tempo real para os dois intervenientes da conversa. Todas as ferramentas de software funcionam com o recurso à Inteligência artificial, sendo assim quanto mais o dispositivo for utilizado, mais eficiente será!
cessidade muito grande para nós. Mundo dividido devido à existência de diferentes formas de comunicação, o que por consequência gera muitos problemas práticos no contexto de trabalho, na vida quotidiana. Apresentamos uma equipa dedicada composta por 10 membros que dão uso às suas principais capacidades com intuito de criar sinergias e oferecer melhores resultados. Acreditamos que podemos ser os melhores naquilo que fazemos e tal só será possível se todos estiverem a contribuir com habilidades certas e únicas na área específica.
Metas a atingir a curto e longo prazo? Porquê escolher Travis em detrimento de outras plataformas de tradução? - Travis reconhece, interpreta e traduz, tornando possível as conversas face to face,numa língua que não dominamos, seja com estranhos na rua ou com um colega para discutir algo na sala de reuniões em contexto negocial. - Na utilização do Travis não precisa de fones o que irá fomentar ainda mais a proximidade entre os interlocutores durante a conversa. Basta apenas, pressionar no dispositivo e falar! - Dispõe de um microfone embutido de cancelamento de ruído duplo + altifalantes. - Travis é um dispositivo independente pelo que, não terá a necessidade de utilizar o seu telemóvel. Equipado com uma bateria que dura 12 horas, por isso não haverá conversas que fiquem por perceber. - Somos os pioneiros a integrar os melhores sistemas,
Numa perspetiva de longo prazo - apontamos para uma base de clientes beta de 50.000 utilizadores, já em 2017. Queremos ainda lançar dispositivos complementares no sentido de testar o mercado. Com esses utilizadores e dispositivos, queremos elevar as traduções para um nível superior e também conhecer o perfil e as necessidades dos nossos clientes. Isso irá proporcionar-nos a oportunidade de aumentar as vendas e desenvolver os nossos produtos num rumo certo. Já a curto prazo - pretendemos executar com sucesso as campanhas de crowdfunding locais e oferecer Travis à aqueles quem mais dele necessitam ao nível local, nomeadamente Espanha, Holanda e China, numa fase inicial, e os restantes países num futuro próximo).l Celia Travis Travis
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26 Análise As novas tendências do crime cibernético
As novas tendências do
crime cibernético
Sabia que as passwords dos utilizadores do Gmail e da Yahoo estão à venda na Deep Web? Há pelo menos um hacker a vender mais de um milhão de passwords obtidas através de ataques a servidores de grandes empresas como o Gmail, Yahoo, LinkedIn, MySpace, etc. O hacker listou a sua oferta (nome do utilizador e password não encriptada) em vários locais da Deep Web.
S
abia que existem programas para desencriptar passwords gravadas e supostamente seguras no seu browser? O “Chrome Password Decryptor” é uma dessas ferramentas. Sabia que quando anda na rua e está a usar o seu smartphone ligado à Internet, pode estar a sofrer ataques de intrusão, onde os atacantes acedem a toda a informação que lá tem, bem como podem, inclusive, ficar com o comando do mesmo, podendo a partir de aí, ouvir as suas chamadas ou mesmo efetuar chamadas com o seu dispositivo móvel? É um típico ataque de EvilAP (Evil Access Point) onde o atacante imita uma rede Wireless, por onde as vítimas se ligam, por exemplo a da NOS, MEO ou Vodafone. Já ouviu falar do vírus Polícia Judiciária de Portugal? É um dos diversos ataques que bloqueiam o ecrã do computador e pede para pagar uma quantia para #30 JUL/AGO 2017
o desbloquear. É propagado de diversas formas, sendo a mais tradicional um e-mail, com o logotipo da Polícia Judiciária e em correto português a informar que foi autuado. A vítima ao clicar no link fornecido, executa o vírus que bloqueia completamente o acesso à sua área de trabalho e desativa todas as funções do Windows que permitem fechar a mensagem. Estes são alguns exemplos dos atuais ataques a que todos os dias estamos sujeitos. E se anteriormente estes estavam direcionados para os computadores, com a utilização maciça de dispositivos móveis, os atacantes cada vez mais investem os ataques para os smartphones, sendo os Android os mais vulneráveis. Hoje, os atacantes já conseguem comprometer sites legítimos através de ataques diretos, aproveitando vulnerabilidades existentes, ou indiretamente, ao comprometer o computador ou o dispositivo móvel de utilizador autorizado. Por isso basta ter computador ou dispositivo móvel e navegar na Internet para poder ser atacado. Até pode utilizar os equipamentos de forma segura e mesmo assim ser atacado, devido ao ataque ter sido realizado sobre empresas onde colocamos a nossa informação, como se pode ver nos exemplos anteriores. Na realidade, os ataques por base em engenharia social: enganar ou levar o utili-
As novas tendências do crime cibernético Análise 27
zador a fazer algo, vieram para ficar, dado que as vítimas, desconhecendo estas táticas, são facilmente enganadas, permitindo que os seus equipamentos sejam comprometidos. Por outro lado, os ataques às grandes empresas, que deviam de ser um baluarte de segurança, não o são, e às vezes até são displicentes na parte da segurança informática, permitem aceder direta ou indiretamente à nossa informação. Quantas passwords diferentes utiliza? A maioria das pessoas a nível mundial, usa uma ou duas passwords diferentes em todos os fornecedores que usa. Será que a sua password do Facebook não é a mesma da sua conta de correio eletrónico, do Twitter, do LinkedIn, etc.? Se for o caso, considere que se o atacante obtiver a sua password num qualquer site, que poderá ter criado conta, irá tentá-la em todos os sites de redes sociais, de fornecedores de correio eletrónico, etc. Será que o atacante irá ter sorte? E já alterou a sua password da sua caixa de correio do Gmail ou Yahoo, dado que foram comprometidos? E a password que tinha, não a continua a usar noutras contas? Se tem dúvidas sobre a possibilidade de a sua password ter sido comprometida, poderá confirmar nos seguintes sites: • https://haveibeenpwned.com/ • https://www.hacked-db.com/checkAccount.php Outra das grandes ameaças atualmente é o Ransomware. Este termo significa que pastas e ficheiros ou mesmo o sistema operativo ficam reféns dos atacantes. Na realidade consiste em tentar introduzir um vírus no computador ou equipamento móvel da vítima, de modo a encriptar pastas e respetivos ficheiros ou mesmo funções críticas do sistema operativo. Desta forma, a vítima fica incapacitada de aceder àquelas pastas e respetivos ficheiros, ou mesmo a usar o computador. Descobrir a chave de desencriptação é tarefa quase impossível, por isso, ou temos uma cópia de segurança ou perdemos o acesso aos dados. Em Fevereiro do ano passado, ocorreu um ataque de grande impacto com a vítima a ser o hospital Hollywood Presbyterian de Los Angeles, ficando bloqueado o sistema informático do hospital. Dada a situação catastrófica, a administração do hospital decidiu pagar o resgate: 17 mil dólares em bitcoin. Apesar dos alertas de segurança e com a indicação de que não se deve pagar o resgate, nesta situação extrema, a decisão foi a de pagar. E estas situações acontecem inúmeras vezes, todos os dias, em todo o mundo, ficando as vítimas com a decisão de pagar (e por vezes mesmo pagando não recuperam os dados) ou não. O ataque mais mediático ocorreu recentemen-
te e foi noticiado em todo o mundo. De acordo com a Europol, mais de 150 países foram atacados e pelo menos 200 mil vítimas confirmadas. Chama-se “Wanna Cry” (quero chorar). Neste caso, os atacantes combinaram o ataque de Ramsomware com um programa “worm”. Os “worms” são virus que não necessitam de interação por parte dos utilizadores. Ou seja, não é necessário executar o ficheiro para ficar com o computador contaminado e replicam-se automáticamente pelos computadores da rede. O “Wanna Cry” aproveita uma falha dos sistemas operativos Windows, falha essa que já tinha sido detectada e corrigida. No entanto, é necessário que os utilizadores e os administradores actualizem os seus computadores. Uma vez instalado num computador da empresa ele começa a procurar outras máquinas vulneráveis dentro dessa rede infectando-os, numa típica reação em cadeia. A atualização de segurança existente foi disponibilizada para os sistemas operativos Windows 7 e Windows Server 2008 e mais recentes e como existe um elevado número de computadores ainda com sistemas operativos mais antigos como o Windows XP e o Windows Server 2003, a Microsoft numa ação inédita, disponibilizou, após o ataque, as atualizações de segurança também para o Windows XP. Atualmente há dois tipos de Ransomware: • Lockscreen • Encryption O do tipo Lockscreen consiste em apresentar uma imagem à vítima, não a deixando usar o computador. A do tipo Encryption, encripta ficheiros tornando-os inoperativos para a vítima. Ambos os tipos de Ransomware pedem um resgate para devolver o acesso do computador ou dos ficheiros, normalmente bitcoins. E quem são os alvos preferenciais dos atacantes? Qualquer pessoa ou empresa. Os atacantes não se preocupam com quem são as vítimas. Agem indiscriminadamente até porque o objetivo é encontrar vítimas dispostas a pagar o resgate. E tanto faz que o sistema operativo seja Windows, Mac OS ou Android. Este tipo de vírus existe para todas estas plataformas. E a tendência é para aumentar devido ao fenómeno do IoT. A Internet of Things (IoT) é a nova realidade de qualquer equipamento, incluindo eletrodomésticos passa a comunicar com a Internet. Estima-
-se que neste momento há mais equipamentos a comunicar na Internet do que seres humanos. Isso significa que as SmartTV, os SmartWatch, os Pacemakers, sistemas de vídeo vigilância, enfim praticamente quase tudo, pode passar a ser atacado por um tipo de Ransomware. E a pergunta que eu faço é: se eu tenho um Pacemaker e ele é alvo de resgate, irei pensar se pago ou não pago esse resgate, mesmo correndo o risco do atacante não me devolver o controlo do Pacemaker? E o que pensar dos sistemas de suporte à vida nos hospitais, e o controlo dos semáforos e a gestão de uma central nuclear? As possibilidades são ilimitadas. Não pretendo causar o pânico, apenas alertar e sensibilizar. Tudo isto pode ser bastante limitado se as pessoas e as empresas passarem a considerar que o investimento na segurança, tanto a nível de procedimentos (fator humano) como a nível de desenvolver sistemas seguros não é essencial, é crítico. Como é que podemos enfrentar estas ameaças? • Ter cópias de segurança atualizadas: se os ficheiros ficarem reféns, apagam-se e recuperam-se da cópia de segurança; • Desabilitar as macros: voltaram a estar na moda, como fonte de infeção; • Usar passwords seguras: devem ser complexas (letras, números e símbolos) e de preferência usar dois fatores de autenticação - uma password e um código ou usar sistemas biométricos, como a impressão digital, a mão, a iris ou retina, reconhecimento facial ou de voz, etc.; • Ter passwords diferentes para cada conta; • Antivírus e antimalware robusto e atualizado: se não formos as primeiras vítimas, é provável que esse vírus já seja conhecido; • Instalar as atualizações dos sistemas operativos e das aplicações: para evitar que tenham vulnerabilidades conhecidas; • Nunca clicar no link que vem no correio eletrónico a não ser que esteja seguro que não é malicioso; • E nunca confiar em ninguém: desconfiar sempre dos mails recebidos, das chamadas telefónicas, de ficheiros em anexol
E quem são os alvos preferenciais dos atacantes? Qualquer pessoa ou empresa.
António Silva Formador na GALILEU #30 JUL/AGO 2017
28 Análise As últimas tendências de tecnologia e tecnologia e como abordamos a inovação no Amadeus
ATIF: Estamos prontos para a disrupção?
As últimas tendências de tecnologia e tecnologia e como abordamos a inovação na Amadeus
Penso que a primeira edição do Amadeus Technology Innovation Forum excedeu todas as nossas expectativas. Os conteúdos interessantes e oradores inspiradores envolveram-se com clientes em temas como millennials, gen Z, inovação ou criatividade. Tive a sorte de fazer parte disso e aproveitei a oportunidade para compartilhar o que significa inovação para a Amadeus.
Por trás de cada disrupção, há inovação. Algumas palavras sobre disrupção, antes de explicar como é que nós, na Amadeus, vemos a inovação. Para abrir a minha apresentação, escolhi o Airbnb como exemplo de uma empresa disruptiva na indústria de viagens. A Airbnb desenvolveu uma nova maneira de disponibilizar alojamento alternativo e estão a criar formas totalmente novas de inventário (por exemplo, castelos, casas de árvores ou mesmo igloos!). Em menos de dez anos, esta startup conseguiu atingir uma avaliação muito maior do que a maioria dos seus homólogos em mais de 50 anos (comparando, a avaliação atual da Airbnb é de $31 mil milhões enquanto a da AccorHotels é de €12 mil milhões, a da Starwood é de $13 mil milhões, Hilton $20 mil milhões, Marriott $38 mil milhões). A empresa definitivamente não está parada e agora quer oferecer experiências e gestão de viagens, incluindo voos, passeios e atividades e guias da cidade. Da mesma forma, a Uber desconstruiu o transporte terrestre e agora quer orientar-se para os viajantes de negócios e explorar outras oportunidades - por ex. Uber EATS, Uber Pool. Embora, a empresa tenha enfrentado muitos desafios legais recentemente e tem que lidar agora com a saída surpreendente de seu CEO. Para alguns, pode ser surpreendente, mas o Google e o Facebook também são considerados disruptores no sector das viagens. Eles dominam o panorama da publicidade digital e têm sido cada vez mais ativos na #30 JUL/AGO 2017
indústria de viagens, escalando o funil do planeamento das viagens (sites de críticas no topo, seguidos por metasearches, OTAs e sites de companhias aéreas na parte inferior). O Google tem vindo a construir os seus recursos desde 2014 e ultimamente tem acelerado, tentando capturar mais fluxo de tráfego. O Google lançou recentemente o Trips (Coisas para fazer) e anunciou novos desenvolvimentos no Google Flights e desenvolvimentos-chave em áreas como anúncios de Hotéis, Maps, Earth ou no tradutor. O Facebook lançou guias de cidades e anúncios dinâmicos para viagens, companhias aéreas especificamente, para estarem melhor posicionados contra o Google. Acreditamos que as novas tecnologias que estão a emergir, como a Inteligência Artificial, as plataformas de mensagens ou as blockchain, irão trazer uma onda de disrupções. A Inteligência Artificial vai mudar a forma como sentimos, experimentamos e navegamos no mundo. E a altura para explorar esta tecnologia nunca foi melhor, com o suficiente poder de computação, armazenamento mais barato de dados e melhores algoritmos. O Google, por exemplo, está a usar cada vez mais Inteligência Artificial/Aprendizagem mecânica sobre viagens para tornar as suas ferramentas mais assistivas e conver-
As últimas tendências de tecnologia e tecnologia e como abordamos a inovação no Amadeus Análise 29
sativas. As empresas de viagem e os intermediários agregam uma quantidade gigantesca de dados e a AI tem um enorme potencial para usá-los de forma eficaz. Os aeroportos usam máquinas inteligentes para melhorar as operações aeroportuárias, os hotéis usam AI para que os hóspedes encontrem unidades que se encaixem perfeitamente no que pretendem e outros intermediários visam melhorar o atendimento ao cliente e a experiência com a aprendizagem mecânica. As plataformas de mensagens e os bots vão tornar a conversa mais rápida e mais personalizada. As marcas de viagem usam os bots especialmente para o apoio ao cliente e para o marketing dos seus produtos. Os Bots podem responder às perguntas frequentes, facilitar o check-in, fornecer informações de voo/hotel, alertas personalizados ou partilhar a previsão do tempo. Mas só quando são combinados com AI é que eles realmente se tornam uma ferramenta poderosa. E finalmente, as blockchain irão garantir que nossas jornadas sejam mais seguras e mais agradáveis. Já vemos muitos casos de utilização em áreas como gestão de identidade, fidelidade ou rastreamento de bagagem. Podemos esperar que a viagem seja uma das indústrias mais impactadas por esta onda. Então, a pergunta que eu tinha para nossos clientes era: “Estamos prontos para a disrupção?”.
tivas e impulsionam mudanças efetivas para acelerar a inovação. Estes incluem Plataformas de Mensagens, Conversão Melhorada, Operações e Desempenho, Conteúdo Desenvolvido, Modelos Disruptivos e Blockchain para viagens. Todos os temas estão alinhados tanto com a nossa estratégia como com as necessidades do cliente e cada um deles é liderado por um especialista interno. Em segundo lugar, executamos inovação internamente, através das nossas soluções, e externamente através dos 3 programas de inovação: Amadeus Ventures, Amadeus for Developers e o Amadeus Innovation Partners. O Amadeus Ventures é um fundo corporativo de capital de risco que tem como objetivo impulsionar o valor estratégico através de investimentos minoritários em fase inicial em start-ups de tecnologia de viagens. Desde o início há 3 anos, o Ventures investiu em 8 empresas. Durante esse período, a equipa avaliou mais de 1.200 startups, criou mais de 50 parcerias no ecossistema das starups e tem sido muito ativo, tanto através de apresentações orais como em avaliações, em muitos eventos. Amadeus for Developers proporciona inovação aberta através de API’s self servisse. Serve como um canal mais antigo para detetar novas tendências e tentativas de inovação. Por último, mas não menos importante, o Amadeus Innovation Partners são uma poderosa rede de parcerias à procura de novas oportunidades e iniciativas em áreas específicas, que trabalham de perto com as diretrizes dos temas.
as novas tecnologias que estão a emergir, [...] irão trazer uma onda de disrupções
Inovação está no cerne de tudo o que fazemos A indústria de viagens é muito dinâmica e um ecossistema em rápida mudança. É por isso que a inovação está no cerne de tudo o que fazemos na Amadeus. Não só para permanecer relevante no nosso próprio negócio, mas também para ajudar os nossos clientes a adaptarem-se ao ambiente em mudança. Na Amadeus, inovação significa fazer as coisas de forma diferente, à escala, de forma a oferecer valor aos clientes tanto a curto como a longo prazo. O objetivo da Amadeus é ser visto como líder absoluto do mercado em inovação em tecnologia de viagens. E para ter sucesso, a inovação precisa ser estruturada e executada. Em primeiro lugar, para estruturar nossa abordagem à inovação, pensámos em 6 temas de inovação que refletem as prioridades corpora-
Moldar o futuro das viagens O objetivo principal da minha apresentação foi mostrar aos nossos clientes que não somos apenas um GDS, mas sim uma empresa inovadora, com ideias excelentes, com uma cultura inovadora e com muita ambição para o futuro. A mensagem principal que tentei transmitir foi que se trabalharmos todos juntos, podemos ser aqueles que irão moldar o futuro das viagens l
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30 10 Insights técnicas de sinais corporais
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Insights:
técnicas de sinais corporais
O corpo reflete os pensamentos e traduz em gestos, posturas e expressões faciais os verdadeiros sentimentos das pessoas. Revela a sua verdadeira personalidade, intenções, graus de ligação, emoções, interesses e até a posição que ocupam numa conversa. Não ver ou não dar importância a estes sinais é perder uma grande parte da mensagem mais verdadeira e secreta das pessoas. Saber interpretar e otimizar a linguagem corporal permitir-lhe-á ter uma vida melhor, ter emprego, proteger a família, fazer bons ou maus negócios, falar em público com sucesso, seduzir a pessoa da sua vida, compreender e comunicar melhor com os filhos e ainda ganhar mais dinheiro.
Sorrir Sorrir é sinal de que não vamos atacar, revela boas intenções e vontade de ligação. Se for em grupo, entre no meio e à frente para ser identificado como mais confiante e líder.
Olhar olhos nos olhos Olhar olhos nos olhos demonstra confiança e credibilidade. Cabeça levantada, queixo na horizontal e olhar nos olhos das pessoas com quem vai interagir, quando entra no local e durante o cumprimento do aperto de mão.
Palmas das mãos visíveis Palmas das mãos visíveis e viradas para cima, postura aberta, não colocar objetos à frente do peito como malas ou livros e vire o peito para a pessoa de forma a minimizar o domínio, demonstrando total interesse e que não é nem perigoso nem uma ameaça.
Aparência visual Vista-se para impressionar e não para chocar. O ideal é vestir de forma parecida com as outras pessoas ou do modo como esperam que se vista. Adapte a sua forma de vestir à situação ou ao evento para que o identifiquem como semelhante.
Diga o nome da Pessoa Dizer o nome irá gerar mais foco, atenção e aumentar o grau de ligação inconscientemente. Para o poder usar tem de o ouvir; logo, obrigue-se a ouvir o nome da pessoa e durante a interação diga-o pelo menos três vezes: início da conversa ao cumprimentar, no meio e na despedida.
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técnicas de sinais corporais 10 Insights 31
6. Queixo da horizontal Se adota a posição do queixo erguido, o seu ego está elevado, podendo ser interpretado como uma pessoa egocêntrica, que quer transmitir superioridade naquela situação, ou que a pessoa com quem está a interagir não representa uma ameaça.
Vire o tronco para a pessoa Vire o tronco para a pessoa para criar uma maior ligação inconsciente com as pessoas que quer influenciar. Isto é percebido pelo outro como interesse, e o mais provável é que lho devolvam, porque temos uma necessidade inconsciente de devolver o que nos dão. Esta técnica funciona tal como quando quer pedir um favor.
Mexa os braços e as mãos Um sinal de alerta é a ausência de movimento dos braços, ou quando escondem as mãos debaixo da mesa: a pessoa quer passar despercebida porque poderá estar a esconder alguma informação ou fez algo errado. Também deverá desconfiar do excesso de movimentos com os braços. Ao esticar os braços e colocá-los por cima da cadeira ao lado, está a ocupar demasiado espaço, é uma demonstração de poder e domínio. As mãos devem estar calmas e os movimentos controlados para gerar confiança.
Pés ligeiramente afastados A distância entre os pés é o melhor indicador de confiança e domínio, quanto maior for a distância entre os pés, mais territorial e autoritária é a pessoa. Para otimizar a imagem de confiança e autoridade, assente bem os pés no chão, afaste-os ligeiramente, não mais do que a largura dos ombros As senhoras podem avançar um pouco um pé ou afastar ligeiramente o joelho.
10. Proteja-se!!! Microexpressão Desprezo O sorrir assimetricamente está associado à expressão facial de desprezo, revela ausência de consideração, superioridade moral e que não considera o outro como ameaça; é um sentimento que poderá ter quando se sente superior. Alexandre Monteiro Especialista em Decifrar Pessoas
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32 Lifestyle Febre dos Festivais
Febre dos Festivais
Eventos movimentam mais de 2 milhões de pessoas por ano só em Portugal Chega o verão e chegam também os festivais de verão tendo Portugal agendados 186 eventos já anunciados, numa lista que continua a ser atualizada. A grande fatia concentra-se entre 15 de junho e 15 de setembro de acordo com a Associação Portuguesa de Festivais de Música. O número ainda está longe do de 2016 em que se realizaram 249 festivais com enfoque central na música, um aumento de 18% relativamente ao ano anterior, refere ainda a APORFEST na sua análise.
A
associação refere ainda que em 2016, 2,1 milhões de pessoas assistiram aos festivais, de acordo com os dados fornecidos pelas respetivas organizações ou estimados perante a lotação dos recintos, um número que excedeu o de 2015, que foi de 1,8 milhões. Na mesma análise, a associação diz que se nota uma clivagem entre os festivais ditos grandes e os restantes festivais. Em 2016, a maioria dos festivais ocorridos não ultrapassou os 500 espectadores diários. Da mesma forma, a grande maioria dos novos festivais, de 1ª edição, não ultrapassou os 1000 espectadores por dia Em 2016 o grande campeão de assistência foi o Rock in Rio, com 329 mil espetadores em 5 dias, seguido do NOS em D’Bandada, com 200 mil num dia. Este foi um festival de entrada livre. O MEO Sudoeste e o Nos Alive seguiram o ranking com respetivamente 195 mil e 165 mil. Também em termos económicos o setor dos festivais está a melhorar de acordo com o estudo da mesma associação que analisou o perfil dos festivaleiros. Em 2016 o poder de compra dos portugueses que estive#30 JUL/AGO 2017
ram em festivais de música aumentou o que se refletiu em consumo nos eventos. De acordo com a Associação os inquiridos no estudo tinham um rendimento mensal entre 500 e 1000 euros, enquanto em 2015, o rendimento médio era de 500 euros. Segundo o estudo sobre o perfil, também há mais espetadores a gastar entre 10 e 20 euros por dia nos festivais. O estudo, feito online e que contou com 1217 respostas validadas, identificou ainda que 69% dos espectadores dos festivais é feminino, tem entre 21 e 24 anos, é solteiro e licenciado. Em média os festivaleiros assistiram a 2,7 festivais de música em 2016, a maioria de rock, música alternativa e independente. Sessenta por cento dos espectadores inquiridos diz que aproveita a ida a um festival para outras atividades culturais e turísticas. MEO Sudoeste deverá ser o mais procurado Em ano off do Rock in Rio, sem notícias do NOS Em D’Bandada no Porto e com muitos festivais como o NOS Alive, o RFM Somnii 2017, o Super Bock
Febre dos Festivais Lifestyle 33
Super Rock, o Meo Marés Vivas a acontecerem em Julho, serão o MEO Sudoeste e o Vodafone Paredes de Coura que irão atrair mais visitantes. Jamiroquai, ChainSmokers, Crystal Fighters e o estreante em Portugal Lil Wayne, são os nomes que irão atrair mais espectadores ao palco principal do MEO Sudoeste, que se realiza de 1 a 5 de agosto na Zambujeira do Mar pelo 20º ano. Já o Vodafone Paredes de Coura, que conta mais de 20 edições, muitos serão os que de 16 a 19 de agosto irão estar no plateia natural da praia fluvial do Taboão, para ver novos talentos ou bandas consagradas como os brasileiros Mão Morta, ou os britânicos, Kate Tempest, The Wedding Present (indie rock) ou os Foals (rock alternativo) entre outros. Mas se em Paredes de Coura ouvem-se bandas mais recentes, o velhinho festival de Vilar de Mouros, que decorre de 24 a 26 de agosto, aposta este ano em bandas de outros tempos como Jesus & Mary Chain Psychedelic Furs, Boomtown Rats, Primal Scream ou Young Gods. Além dos eventos maiores, existem outros mais pequenos ou intermédios como Med Loulé, o Sol da Caparica ou o Bons Sons, que no entender da Associação estão a crescer, apesar da diferença para os maiores estar a acentuar-se. Aliás, segundo o estudo do perfil dos festivais e tendo em conta o panorama dos festivais de música, a Aporfest refere que “há muitos festivais de pequena dimensão e pode haver uma certa canibalização entre eles”.
Agenda Data
Nome
Local
1a5 Meo Sudoeste de agosto
Zambujeira do Mar Jamiroquai; Lil Wayne, Afrojack, Martin Garrix, The Chainsmokers
3a5 NeoPop de agosto
viana do Castelo/ Forte da Barra
Kraftwerk 3-D; Dax J, Tale of Us
3a5 Flower Power de agosto Fest
Carcavelos
David Brighton & Space Oddity, Taxi, The Watch; DJ Rui Remix
8 a 11 de Andanças Agosto
Castelo de Vide
11 a 14 Bons Sons de agosto
Cem Soldos (Tomar)
11 a 13 Sol da Caparica Caparica de Agosto
Né Ladeiras; Paulo Bragança; Virgen Suta Carlos do Carmo, Xutos & Pontapés, Mariza, António Zambujo, Bonga
16-19 de Festival Paredes Praia Fluvial do Rio Kate Tempest; Mão Morta; Nick agosto de Coura Tabuão, Paredes Murphy; Beach House, Ty Segall de Coura 24-26 agosto
EDP Vilar de Mouros
Vilar de Mouros
Catalunha lidera top de festivais em Espanha Em Espanha a febre dos festivais também incendeia multidões, mas com uma dimensão e impacto maior. Em 2016, os 50 maiores do país vizinho dos 970 eventos que se realizaram levaram 3,52 milhões de pessoas somando mais 460 mil do que em 2015, destes, 21 aumentaram o número de espetadores e 12 mantiveram. Destes 50, apenas dois não se realizarão em 2017, informa a distribuidora Ticketea. Catalunha, Andaluzia e Madrid lideram o top de destinos anfitriões organizadores dos eventos musicais. Só a Catalunha recebeu em 2016, 167 eventos. A Andaluzia recebeu 119 e a Comunidade de Madrid organizou 109. Do ranking espanhol, apenas quatro ultrapassam os 200 mil espectadores: Arenal Sound (de 1 a 6 de agosto), Rototom Sunsplash, (de 12 a 19 de agosto), Primavera Sound e Viña Rock, ao passo que nove recebem entre 100 mil a 200 mil pessoas. Os assistentes, tal como em Portugal, são na sua maioria mulheres. Dos grandes, depois do Primavera Sound em Barcelona, que aconteceu de 30 de maio a 3 de junho e do Viña Rock, que aconteceu em Abril, faltam dois. O Arenal Sound, em Burriana, na Comunidade de Valencia, que terá no seu cartaz nomes como Lory Meyers, Martin Garrix, Bastille, Icona Pop, Fedde Le Grand, Sam Feldt, Clean Bandit, Yellow Claw ou Kase.O. O Rototom Sunsplash, realizado anualmente em Benacasim, a norte de Valencia, é considerado um dos maiores festivais europeus dedicados à música reggae. Este ano conta, em cartaz, com nomes como do senegalês Youssou Ndour, The Specials, Shaggy, The Wailers, Steel Pulse, Chronix, Beenie Man, entre muitos outros. A chave do sucesso dos festivais, na opinião de um dos responsáveis do Primavera Sound, está no modelo diferenciador e no cartaz. O que conta é a qualidade, mais do que a quantidade. l
Cartaz
Primal Scream, The Jesus and MaryChain; Morcheeba; Psycadelic Furs; The Mission; Capitão Fausto; Salvador Sobral; The Boomtown Rats;
21 a 26 Festival do Crato Portalegre de agosto
Matias Damásio; John Newman; David Fonseca; Samuel Úria, Eagles of Death Metal
1 a 3 de Festa do Avante Atalaia setembro
Gisela João, Rui Veloso, António Zambujo; Margem Sul; João Afonso; João Gil, The Black Wizards
15 e 16 Caixa Alfama de setembro
Gisela João; Marina Mota; António Zambujo; Os Mestres; Marco Rodrigues; Bárbara Santos; Luís Guerreiro;
Lisboa
Em média os festivaleiros assistiram a 2,7 festivais de música em 2016
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34 Viagem de: Ana Paula Vila
É uma cidade cosmopolita, não tem nada a ver com o resto dos países árabes
Ana Paula Vila
Ponto Turismo › Qual é o teu destino upscale de eleição? Margarida Pereira Müller › É sem dúvida o Dubai porque encontramos tudo o que queremos a nível de hotéis, restaurantes, serviços tudo upscale. A partir do momento em que chegamos ao Dubai somos tratados principescamente. Ponto T. › Quais são os locais que é imperioso visitar? A.P.V. › É imperioso visitar a downtown Dubai, ver a fonte com águas dançantes com música, todas as noites, de meia em meia hora, existe um show. Jantar no Atmosphere, no último andar do Burj Khalifa. Tem que se reservar sempre. Acho fundamental fazer um passeio no deserto ao fim do dia. Eles vão-nos buscar ao hotel e levam-nos em moto quatro, depois vamos em jipe pelas dunas e depois acaba a andar de camelo até um recinto todo preparado para um jantar árabe. Outra coisa fundamental é o City Walk que é uma parte nova do Dubai. É um centro comercial em espaço aberto, todo refrigerado, e quando se põe o sol também tem um espetáculo de luzes fabuloso numa praça. Ponto T. › Qual é o hotel que recomendas? A.P.V. › O grupo Jumeirah é fabuloso para quem tem crianças. Tem o Jumeirah Beach, o Jumeirah Mina A’Salam, que é o meu favorito é a que chamam Veneza do Dubai porque tem um lago e vai-se de barco para a piscina ou para os restaurantes, o Jumeirah al Qasr e o Burj al Arab, que é o de sete estrelas. Ficam todos no mesmo sítio e movemo-nos de barco entre os hotéis e se for do Jumeirah Beach para o Mina A’Salam é de carrinho de golfe. Ali é mordomia total.. Tem um parque aquático, o Wild Body, que é gratuito para quem estiver nesse recinto por isso é ótimo para crianças. Continua a ser um dos meus hotéis de eleição e a praia aí é fantástica. Eu aconselho sempre um hotel com club room porque tem acesso a um clube onde têm um pequeno-almoço privado, snacks, fruta, água e à noite há sempre uma happy hour. É um “luxosinho” que vale a pena. Da última vez fiquei no Ritz Carlton Dubai que é mesmo ao pé do Marina Walk onde há muitos vendedores, muita vida, muita street art. Ponto T. › E de comida o que é que se come e em que restaurantes? A.P.V. › Para os amantes de carne há uma cadeia sul-africana que é a Meat & Company, é fabulosa. Há outro que é o Nurs.Et, que é o que está mais na moda agora. Tem de se reservar sempre com antecedência e o concierge do hotel trata #30 JUL/AGO 2017
No Dubai somos tratados principescamente disso. É fundamental dizer a hora. Eu gosto muito de comida libanesa e sempre que chegamos ao Dubai vamos ao Reem Al Bawadi, onde a comida é mais light. Ponto T. -É um destino recomendado para que tipo de turista? A.P.V. › Eu acho que é para todos os gostos. O Dubai tem uma praia lindíssima, principalmente na zona dos hotéis do Jumeirah, com um mar verde do Golfo Arábico, não é artificial como muitos pensam. O mar é quente. A Palm, que foi construída no mar, também tem praia mas o mar é mais parado, não é a mesma coisa,. O Dubai é uma cidade nova, tem poucos museus, tem a opera, mas visitar a parte velha é giro e pode fazer compras no Dubai Mall que é gigantesco. Ponto T. › Que outras atividades interessantes há mais para fazer? Eu gosto de visitar os mercados locais por isso aconselho ir ver os mercados de peixe e de legumes que estão um ao lado do outro. Depois há um passeio de barco que é o Dhow Cruise. Gosto também de ir aos souks. Eu adoro o spice souk e se formos ao final do dia já não há turistas, estão só os locais. Ponto T. › E como nos podemos mover no Dubai? A.P.V. › É muito barato andar de táxi e depois há um upgrade em que se paga um bocadinho mais e andamos de Lexus com motoristas. Podemos alugar por um dia inteiro e esses preços negoceiam-se um bocadinho. Os motoristas ficam por nossa conta para o que for necessário. Ponto T. › E em termos de segurança? A.P.V. › É seguríssimo andar na rua. Há o mito de que não se pode usar biquíni e imagino que nas praias públicas não se possa. Nos hotéis há praia privada e podemos andar de biquíni, de calções... Eles pedem para sermos respeitosos.. É uma cidade cosmopolita, não tem nada a ver com o resto dos países árabes. l
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