Ponto turismo 34

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MAR/ABR

2018 €5

muitos desafios no futuro do sector opinião

Turismo deve ter um crescimento controlado diz a Quercus

tecnologia

Saiba como proteger os seus dados e navegar em segurança

análise

Relatório Tendências 2018 - A economia partilhada, o que é?

lifestyle

5 Apps (indispensáveis) que tem de instalar quando vai viajar

GRANDE entrevista Pedro costa ferreira Presidente da Apavt



Ficha Técnica

Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal

Sede Avenida Duque D’Avila, n.º 46 - 3º B 1050-083 Lisboa Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com

Diretor Comercial Cláudio Santos

Diretor da Ponto Turismo Cláudio Santos

Índice

Mar de dificuldades no futuro da atividade Na sua

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entrevista Pedro Costa Ferreira, Presidente da APAVT, fala, dos vários temas que preocupam atualmente o sector das agências de viagens, nomeadamente as novas directivas europeias , o aeroporto de Lisboa e as relações com as companhias aéreas.

Bimestral · Ano - 2018 - Edição 34

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Coordenação Editorial

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pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt

Publicidade marketing@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração Capa Pedro Taquelim

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Opinião

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Grande Entrevista

Fotografia Mediapearl

Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Rua de Xabregas, 2, Piso 2, Sala 2.06 / 2.07 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt

Impressão e Acabamento

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RBM - Artes Gráficas

Tiragem 1300 exemplares

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Turismo Sustentável

Pedro Costa Ferreira Portugal “encontrou”, nos últimos tempos, os resultados de vários anos de trabalho

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Tecnologia

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Análise

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10 Insights

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Lifestyle

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Viagem de:

Em Foco Escape Dinner - Desperte o ‘Sherlock Holmes’ que há em si!

Soluções Amadeus All Fares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

Segurança dos dados, redes sociais e internet

- A economia partilhada - National Geographic Summit 2018 celebrou o planeta Terra - Como o smartphone está a “invadir” a hotelaria

Gestão do Tempo: 10 Boas Práticas

Tendências: 5 Apps (indispensáveis) que tem de instalar na hora de viajar

Luís Canto A arquitectura no Irão é fascinante

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

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Editorial

Digitalização q.b.

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ão é segredo para ninguém que o crescimento exponencial da digitalização veio trazer mudanças fortes nas nossas vidas. No modo como nos relacionamos, como vivemos o dia-a-dia, como digerimos toda a informação e notícias , como percepcionamos o mundo... Também já falámos muitas vezes sobre o modo como esta digitalização mudou também o mundo das viagens. E as empresas que desse setor fazem parte tiveram de se adaptar a estas novas realidades, pois já a teoria de evolução do Darwin dizia que os que se adaptam com um maior facilitismo têm maiores oportunidades de “sobrevivência”, e o turismo não é exceção! Comodidade, segurança, armazenamento, automatização, são muitos os benefícios que a digitalização nos aporta. Mas qualquer mudança tem sempre duas perspetivas, e também nos chegam dia a dia exemplos contrários: invasão de privacidade, manipulação, fake news, para citar alguns. Diz-se popularmente que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose, e creio que podemos aplicar o mesmo princípio à digitalização. Independentemente do setor em que atuamos, devemos introduzir a tecnologia tendo o nosso foco apontado na geração de valor para as pessoas. Afinal de contas o digital existe para ajudar as pessoas a viver e não para dominá-las. Na Amadeus Portugal, as pessoas são um dos principais focos da nossa atenção, e consideramos importante nos preocuparmos não só com as necessidades dos nossos parceiros, clientes e colaboradores, mas também com o bem-estar da comunidade ao nosso redor.

Nesta edição da Ponto na secção da Grande Entrevista damos destaque ao Presidente Pedro Costa Ferreira, que destaca algumas novidades da APAVT e esclarece questões relevantes do setor turístico. Com a época das férias ao virar a esquina recomendámos “5 Apps (indispensáveis) que tem de instalar na hora de viajar”, na secção lifestyle. Em Tecnologia não esquecemos o tema, tão na ordem do dia, da importância da segurança com os nosso dados pessoais. Na opinião, Nuno Sequeira, aborda um dos temas mais tendências da atualidade, “Turismo Sustentável”.l

Cláudio Figueiredo dos Santos Diretor Comercial

devemos introduzir a tecnologia tendo o nosso foco apontado na geração de valor para as pessoas

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Opinião Turismo Sustentável

Nuno Sequeira

Vogal da Direção Nacional da Quercus

Foto: José João Sá

Turismo Sustentável A indústria turística, para além do enorme peso que tem na economia de diversos países e regiões, como é o caso de Portugal, envolve uma relação especial entre consumidores, comunidades locais e ambiente, tendo a possibilidade de dar um valioso contributo para um desenvolvimento mais sustentável das regiões recetoras.

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turismo sustentável deve ser aquele que salvaguarda a comunidade dos possíveis impactes sociais, económicos e ambientais, garantindo o crescimento económico da atividade e capaz de satisfazer as necessidades das presentes e futuras gerações. Desenvolvê-lo, implica realizar ações que tragam benefícios económicos para a comunidade visitada, respeitando assim os pilares do desenvolvimento sustentável - ambiente, cultura e economia e enquadramento social Esta prática surge assim como uma alternativa ao turismo de massas, pois preocupa-se com a quantidade de pessoas que visitam as regiões recetoras. Neste sentido, o planeamento e a gestão do turismo deve estar atenta aos pilares anteriormente referidos e à singularidade da região que é visitada. Apesar do turismo ser uma indústria importante para a economia de muitos países, é necessário, ainda assim, que tenha um crescimento controlado e sejam antecipados os impactes que o mesmo terá no comércio local. A média de crescimento, a nível mundial, do número de turistas que visita um país situa-se atualmente nos 4% (em Portugal 13%), criando um grande défice entre o comércio local e as grandes superfícies. Com o boom de turistas que utilizam os recursos da cidade, existe uma tendên#34 MAR/ABR 2018

cia para as multinacionais continuarem a ter a grande parte dos lucros, deixando uma parte mais pequena para o comércio mais tradicional. Para esta realidade existem algumas alternativas, como limitar a taxa de frações destinadas ao arrendamento turístico, o limite de entrada de pessoas, de voos diários ou até ao número de quartos de hotel disponíveis. Por exemplo, a tecnologia pode ser uma das soluções para satisfazer a procura com maior transparência, permitindo que o turista organize a sua viagem e o seu tempo. No entanto, cada medida deve ser estudada face à realidade existente, à necessidade e à abundância (ou não) de espaço e recursos, indicadores que não são transversais a todas as cidades do mundo. Ao impor algum tipo de limitação numa cidade é importante observar o impacte económico desses visitantes. É, também, necessário equilibrar a classe económica dos visitantes podendo, consoante as características do destino, torná-lo mais caro para se realizar uma seleção dos turistas, não descurando totalmente este equilíbrio entres os tipos de turista.


Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo Turismo Sustentável Opinião

Apesar do turismo ser uma indústria importante para a economia de muitos países, é necessário, ainda assim, que tenha nacional de reum crescimento ferência para o reconhecimento das controlado boas práticas em projetos que promovam o desenvolvimento sustentável, que permite aos vários players do setor colaborar em prol de uma meta comum: criar um movimento de desenvolvimento sustentável, mobilizando a sociedade civil, envolvendo os jovens e as empresas em torno da agenda da sustentabilidade.

Uma das prioridades atuais do setor é a regulamentação de várias plataformas, como o Airbnb. É uma consequência do turismo em massa, que está a trazer várias preocupações a nível habitacional. Neste momento, assistimos a bairros quase inteiros em regime Airbnb, fazendo com que a comunidade local e a singularidade desse local se perca. Esta é uma consequência séria a médio e longo prazo, porque estamos a deixar que as pessoas saiam da sua própria cidade para dar lugar a outras que vão usufruir da cidade por um tempo bastante limitado. As soluções apontadas passam pela construção de mais hotéis, alargar a capacidade de aeroportos, entre outras, no entanto estas são soluções que não equivalem a um crescimento sustentável.

Este ano, a 2ª Conferência do Green Project Awards, agendada para 23 de maio, terá como temática a Sustentabilidade Imobiliária - Cidades Sustentáveis para o Futuro das Gerações onde serão debatidas soluções e projetos residenciais baseados em princípios de excelência, sustentáveis e integrados com o ambiente, a comunidade envolvente e stakeholders, respondendo igualmente às exigências de conforto e de qualidade dos utilizadores. Este tema vai ao encontro dos objetivos traçados pela Estratégia Turismo 2027, projeto do governo, tendo por base posicionar Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo, num modelo sustentável a longo prazo e extensível a todo o território nacional, com enfoque nas pessoas e nas comunidades. l

Em Portugal, tem existido uma preocupação cada vez maior na área do turismo sustentável, surgindo algumas iniciativas com o objetivo de melhorar processos e encontrar soluções. O Green Project Awards é um excelente exemplo, uma plataforma multissetorial e iniciativa #34 MAR/ABR 2018

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Grande Entrevista Pedro Costa Ferreira

Pedro Costa Ferreira presidente apavt

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Pedro Costa Ferreira Grande Entrevista

Pedro Costa Ferreira

Portugal “encontrou”, nos últimos tempos, os resultados de vários anos de trabalho Presidente da APAVT eleito pela primeira vez em 2011, Pedro Costa Ferreira iniciou em dezembro, o seu terceiro mandato. Ao longo destes anos, diz que o mercado evoluiu com rapidez, mas define essa evolução como “agridoce”. Na sua entrevista, o Presidente fala, entre outros assuntos, da urgência em arranjar uma solução para o aeroporto de Lisboa e das maiores responsabilidades para as agências de viagens e maiores riscos para a actividade que implica a entrada em vigor da nova directiva europeia para as viagens organizadas.

Ponto Turismo › Que diferença encontra no mercado das agências de viagens desde que foi eleito a primeira vez em 2011 para a presidência da APAVT? Pedro Costa Ferreira › Bem, a atmosfera do mercado tem evoluído com rapidez, e não necessariamente para parâmetros de maior facilidade. Digamos que podemos resumir a evolução, com uma espécie de sentimento ”agridoce”. Por um lado, há a registar um aumento significativo da confiança do consumidor, facto que tem permitido crescimento dos diversos sectores da actividade, e este facto é naturalmente positivo. Por outro lado, entre outros aspectos, as condições de venda de passagens aéreas têm-se deteriorado a olhos vistos, quer do ponto de vista da rentabilidade directa, quer do ponto de vista da gestão de prazos de pagamento, sendo que a relação entre agências de viagens e companhias aéreas, no futuro, não tenderá a melhorar…

as condições gerais de actuação De registar, ainda, que as condições no mercado serão gerais de actuação virão certamente afectadas, com noa sermercado certamente a entrada em vigor da nova afectadas, com a entrada em vigor da directiva comunitária nova directiva comunitária sobre viagens sobre viagens organizadas, ou até com o novo regime de protecção organizadas de dados. Ou seja, em resumo, um desempenho recente assinalável, mas, sim, um mar de dificuldades pela frente !...

Ponto T. › Quer comentar o boom da presença de empresas portuguesas nas feiras de turismo, em particular na Fitur? #34 MAR/ABR 2018


10 Grande Entrevista Pedro Costa Ferreira

P.C.F. › Reflecte exactamente o crescimento do sector, assente na confiança do consumidor. As feiras, no actual contexto económico e de desenvolvimento tecnológico, não serão mais espaço privilegiado de realização de negócios, mas mantêm-se, com toda a certeza, importantes momentos de networking.

Portugal tem, enquanto destino turístico, valências que “colam” com as principais vertentes da procura europeia

Ponto T. › Na vertente de incoming Portugal está com um bom desempenho turístico, a que é que se deve esses resultados e como o podemos manter no futuro? P.C.F. › Em primeiro lugar, e desde logo, ao fantástico trabalho dos empresários, com especialíssimo destaque para o inigualável trabalho dos agentes de viagens. De um modo geral, Portugal tem, enquanto destino turístico, valências que “colam” com as principais vertentes da procura europeia, mas sim, diria que Portugal “encontrou”, nos últimos tempos, os resultados de vários anos de trabalho. Muita nova oferta, mais moderna, decorrente de investimentos recentes relevantes, que permitiu turismo em mais território e em mais segmentos de procura; novas rotas aéreas e o desenvolvimento das “low-cost”; o boom do alojamento local e da animação turística; uma promoção absolutamente moderna, de bom gosto, “state of the art”; no final, como já referi, o extraordinário trabalho dos agentes de viagens, que souberam transformar estas oportunidades em negócio efectivo. #34 MAR/ABR 2018

Os desafios do futuro passarão certamente pela necessidade de manutenção de crescimento, o que certamente exigirá optar pela qualidade (para podermos crescer mais em receita do que em turistas), e pela diversificação da oferta ( que permitirá crescermos em territórios menos explorados do ponto de vista turístico).

Ponto T. › Uma parte importante da boa imagem de Portugal começa logo no aeroporto. Lisboa, que é a porta principal de entrada dos turistas, tem um aeroporto que os operadores dizem estar a chegar ao limite. Há alguma proposta intermédia até haver um novo aeroporto no Montijo em 2021, partindo do princípio que o Montijo vai mesmo adiante? P.C.F. › O aeroporto não está a chegar ao limite, está já no seu limite! Simplesmente existem, já hoje, milhares de slots em espera, naquilo que representará, provavelmente, a maior ameaça ao crescimento do turismo em Portugal, dependentes que estamos da vertente aérea, face à nossa posição geográfica.


Pedro Costa Ferreira Grande Entrevista 11

Os problemas existentes no aeroporto de Lisboa não afectam Esta inexistência de pagamentos adicionais represenapenas as operações tou uma das linhas estratégicas inegociáveis por parte de incoming, afectam da APAVT, no âmbito do processo de diálogo com a tutela. igualmente o Ponto T. › Quais são as outras outgoing

Temos, sem hesitações, que decidir sobre novo aeroporto, bem como temos que satisfazer todas as possibilidades de aumentar a capacidade do actual. Urge finalizar acordos com a força aérea, que permitam maior espaço aéreo de aproximação, bem como avançar para maior espaço horário permitido, entrando pelo período nocturno. Sinceramente, não vejo outra maneira de evitar o bloqueio total do crescimento, que não passe por ser totalmente pragmático e objectivo, relativamente ao problema.

Ponto T. › Em termos de mercado de outgoing, os portugueses estão a viajar mais? Os resultados são tão animadores como os do incoming? P.C.F. › Sem dúvida! O sector está a beneficiar do aumento da confiança do consumidor e, após anos de crescimento, a expectativa é que o sector cresça novamente. Ainda assim, devemos todos estar atentos. Os problemas existentes no aeroporto de Lisboa não afectam apenas as operações de incoming, afectam igualmente as operações de outgoing, uma vez que existem igualmente centenas de slots, que dizem respeito a operações turísticas, e que estão, neste momento, em perigo. Mais uma razão para que se resolvam, com celeridade, os problemas relativamente aos quais ainda existe capacidade de acção. Ponto T. › Quais são as expectativas para este verão? Tanto no incoming como no outgoing. P.C.F. › Como já tive a oportunidade de expressar, as expectativas são positivas, o momento é favorável, esperamos crescimento, mas temos também condicionantes à actividade, algumas das quais, já referidas. É o tal momento “agridoce”… Ponto T. › A nova revisão da lei, que foi publicada recentemente em Diário da República, prevê algumas alterações para o sector, nomeadamente no que diz respeito ao Fundo de Garantia de Viagens e Turismo. Quer comentar? P.C.F. › Bem, se me coloca a questão do FGVT, eu diria que as consequências práticas são nulas, como era objectivo da APAVT. Na realidade, nos próximos anos, as agências continuarão a estar dispensadas de realizar novas entregas para o fundo, a não ser que se verifiquem sinistros muito significativos.

consequências para o sector, da transposição da Directiva comunitária relativa às viagens organizadas e aos serviços de viagem conexos que entra em vigor até julho, mesmo sabendo que a maior parte das viagens profissionais não estarem dentro do âmbito da mesma? P.C.F. › A directiva implica maiores responsabilidades para as agências de viagens, maiores riscos para a actividade, mais custos para as empresas, toda uma atmosfera mais exigente está absolutamente garantida, digamos assim. Julgo que a intervenção da APAVT no processo representou, apesar de tudo, um importante elemento equilibrador. Entre outros aspectos relevantes, afastámos uma importante parte da actividade do âmbito da directiva, permitindo assim menor risco para as agências e viagens, e impedimos o cenário de novas contribuições financeiras, no âmbito da garantia dos consumidores. Finalmente, o modo como realizámos o nosso trabalho, em constante diálogo com os nossos associados, acabou por ser um excelente momento de associativismo, que fortaleceu a capacidade de intervenção da APAVT, bem como solidificou a união dos agentes de viagens, junto da sua associação. Ponto T. › Uma das preocupações que referiu no seu discurso em Macau referia-se ao novo regulamento europeu sobre proteção de dados. A escassas semanas de entrar em vigor, a luz do túnel a que se referiu continua a ser a de um comboio a vir em nossa direção ou já se transformou numa luz que realmente esclareceu o sector? P.C.F. › Esperamos que não se verifique embate com nenhum comboio, mas esclarecidos é que não estamos!... Aliás, bem pelo contrário, decorridos estes meses, os nossos comentários confirmam-se em pleno, infelizmente, todas as nossas preocupações se revelaram absolutamente legítimas.

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12 Grande Entrevista Pedro Costa Ferreira

As abstracções a que a lei está amarrada ainda não foram resolvidas, afectando de forma significativa a etapa de preparação que todos estamos a percorrer. O problema não é do sector, é de toda a economia nacional, e espera-se que haja equilíbrio e compreensão, nos primeiros momentos de vigência da nova portaria europeia. Uma nota triste, o Estado já fez o favor de “se pôr ao fresco”, ao decidir que, durante três anos, não pode ser sujeito a coimas. Nunca percebo a economia, quando o Estado legisla, para logo decidir, “é para todos, menos para mim”… )

Ponto T. › Como vê a APAVT e o sector dos Agentes de Viagens daqui a uns anos? P.C.F. › Daqui a dez anos ? Tenho dificuldade em dizer o que vejo, com honestidade. Mas também não consigo determinar o futuro da operação bancária, do serviço nacional de saúde, das reformas ou dos notários!... A importância da evolução tecnológica e a velocidade com que adquire valor económico, junto com o processo de globalização, tornam qualquer tentativa de previsão, absolutamente inútil. Mas .claro, tenho a noção de que sobreviverão os sectores que conseguirem continuar a criar valor para os seus clientes, e nesse âmbito, tudo indica que teremos muitas cartas para dar… Ponto T. › Noutro âmbito, a APAVT anunciou no congresso o lançamento de uma plataforma de promoção do Turismo do Centro “O Centro das Atenções”. Em que é que consiste e já está online? P.C.F. › No seguimento dos tristes acontecimentos deste verão, e tendo em consideração igualmente que o Centro de Portugal é o nosso “destino preferido 2018”, programa anual de marketing da APAVT, decidimos desenvolver várias ideias e acções que possibilitem aos agentes de viagens, e ao consumidor final, adquirir a percepção de que há muita oferta intocada na região, bem como a ideia de que não há melhor forma de ajudar , do que viajar para o centro, quer em férias, quer em reuniões corporativas. O Site, que já está online, pretende aglutinar estas oportunidades, dando visibilidade a esta ideia central. l

Os agentes de viagem encontram refugio, onde sempre o encontraram, criando valor junto do cliente

Ponto T. › Além destas preocupações que outras grandes ameaças pairam sobre os profissionais das agências de viagens e como se podem defender? P.C.F. › Teremos uma atmosfera jurídica mais exigente, temos uma relação com as companhias aéreas que não vai melhorar, enfrentamos dificuldades quanto ao crescimento do aeroporto e na operação turística nas grandes cidades, há inúmeros desafios à nossa frente. Os agentes de viagem encontram refugio, onde sempre o encontraram, criando valor junto do cliente! No mercado, não há outro porto de abrigo… #34 MAR/ABR 2018


Escape Dinner - Desperte o ‘Sherlock Holmes’ que há em si! Em Foco 13

Escape Dinners

Desperte o ‘Sherlock Holmes’ que há em si! Cluedo é um jogo de tabuleiro, inventado nos anos 1950, que teve muito sucesso durante uma determinada época. O propósito do jogo era descobrir quem assassinou o Dr. Black (na versão britânica) ou o Dr. Neves (na versão portuguesa) na sua mansão. Os jogadores/detetives tinham de ter uma estratégia para descobrirem quem era o assassino, qual a arma do crime e o local onde ocorrera o crime: “Foi o Coronel Mostarda, na biblioteca, com o candelabro!”, podia ser uma das soluções do crime de uma das sessões de jogo que divertia o grupo.

F

ruto da natureza curiosa e inquisitiva do ser humano, do desejo subliminar de testar as nossas capacidades, de descobrir o Sherlock Holmes que há dentro de cada um de nós, o jogo teve um grande sucesso, mas tal como tudo, também os jogos evoluem e a dinâmica das deduções saltou para o plano terreno e foi neste contexto que surgiram uma série de propostas de animação, umas com mais êxito do que outras. Umas são experiências mais radicais, onde se inserem, por exemplo, a simulação de raptos em que os próprios contratam empresas para simularem os seus raptos por pura diversão, o que na verdade constitui crime; até peças de teatro interativo onde os espetadores fazem parte do espetáculo e participam da ação. No campo dos jantares, ou experiências, existe a empresa dinamarquesa Silver.Spoon cujo conceito passa por criar um evento gastronómico em torno de um tema, num local invulgar. Os comensais, sujeitos a inscrição e a seleção posterior, só sabem o local do evento e recebem as instruções na véspera. Muito do mistério reside aí, na experiência do local e do inusitado das recriações, porque a ementa criada tem por base o tema. Nestes janta-

res, os participantes não precisam de utilizar os seus dotes dedutivos, apenas apreciarem a experiência que lhes é proporcionada. Portugal já recebeu diversos jantares Silver.Spoon. Odeón, palácio São Miguel, estação de metro do Terreiro do Paço em Lisboa, Fortaleza do Beliche em Sagres, Museu da Carris ou Palácio São Vicente foram algumas das localizações dos jantares. Entre os temas que passaram por Portugal estiveram a recriação do set de filmagem da série dinamarquesa “The Killing” em que havia contornos de corpos desenhados no chão, câmaras, luvas para os convidados ou o Under the Deep Sea, realizado na estação do metro Terreiro do Paço. Mas não é preciso recorrer a uma empresa dinamarquesa para ter um tipo de experiência de jantar diferente. Para saciar a curiosidade e a natureza inquisitiva humana de uma forma diferente, para proporcionar uma experiência distinta, em que as capacidades de dedução, estratégicas e de lógica são postas à prova, é que surgiu uma #34 MAR/ABR 2018


14 Em Foco Escape Dinner - Desperte o ‘Sherlock Holmes’ que há em si!

Os jantares­-mistério e as escape-rooms são muitas vezes escolhidos para eventos de teambuilding

nova tendência no universo das experiências: os jantares-mistério, os escape-rooms, agora numa evolução ainda maior, os escape-dinners que misturam os dois conceitos: o do jantar e o da fuga, mas sem fugirem...a ideia é resolverem o problema. Os jantares-mistério e as escape-rooms são muitas vezes escolhidos para eventos de teambuilding, mas não necessariamente, também são muito procurados por particulares ou porque um grupo de amigos decidiu que aquela seria uma excelente forma de cimentarem ainda mais os seus laços. O fim último do jantar-mistério é, além de por à prova as capacidades detectivescas de cada um, também proporcionar uma experiência ligada à gastronomia. Há jantares-mistério em que os convidados assumem personagens fictícias e são ações que já existem em Portugal há mais de uma década. É um jogo onde as personagens (os comensais) têm um caso para resolver, que pode ser roubo, assassinato, etc., e interagem entre si, trocando informações e descobrindo pistas. Cada personagem tem a sua própria história e características que a diferencia dos outros, e, para tornar o ambiente ainda mais misterioso, todos têm segredos, que podem ser descobertos no desenrolar do jogo. A ideia é combinar as pistas e os segredos para desvendar o mistério, no decorrer de um jantar. As escape rooms são um conceito mais recente e está associado a uma das experiências de maior sucesso no mundo: o escape game. É um jogo em que os participantes tentam encontrar a solução para diversos enigmas de for-

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ma a conseguir escapar de uma sala. Normalmente existe um tempo estipulado. Os escape dinners são um bocadinho diferentes, mas acabam por ser uma evolução natural das escape-rooms. Existem empresas cuja experiência começa num jogo de escape room e que termina depois com um jantar em que o grupo convive e fala da experiência como é o caso dos Escape Hunt Lisboa. Aqui a experiência dura cerca de 3 horas e começa com um briefing sobre a atividade, passando depois à sala do jogo de onde as equipas, que têm um mínimo de dois participantes e um máximo de 5, têm 60 minutos para escapar. O jantar acontece no terceiro momento, numa sala adjunta ao espaço do Escape Hunt. Noutros casos o próprio jantar é o mistério. Ou seja, o jogo começa logo no início do jantar. Em Portugal já algumas empresas que misturam os conceitos. A Enigmind – Real Life, de Famalicão, foi o primeiro projecto de escape room de Vila Nova de Famalicão. Agora está a fazer parcerias com restaurantes para realizar os seus jantares Paranoia, que juntam a refeição com o escape room. O objetivo é fazer um por mês, mas a procura já fez com que mais datas fossem marcadas. Em Lisboa o restaurante Casa do Chef fez uma parceria com a empresa Grand’ideia para organizarem Escape Dinners todos os meses. Em Março estrearam um novo tema, “A Fábrica de Chocolate” em que o desafio é ultrapassar uma série de obstáculos até chegar à receita do melhor bombom do mundo. O jantar, que dura cerca de duas horas, tem um valor por pessoa de 35 euros, e realiza-se na quarta 6ª feira de cada mês. l


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CADERNO 18

Amadeus e Flight Centre

anunciam aliança estratégica Soluções

A Solução Amadeus All Fares está integrada no Front Office Amadeus Selling Platform Connect.

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Caderno Amadeus 16 Soluções Amadeus All Fares

Amadeus All Fares Ofereça as melhores tarifas aos seus clientes.

A Solução Amadeus All Fares está integrada no Front Office Amadeus Selling Platform Connect. É uma Solução gráfica totalmente baseada na Web, que permite pesquisar e comparar tarifas, e efetuar uma reserva de voo de uma forma simples e intuitiva.

• Menu BAR » New Booking File » Air

Com esta Solução os agentes de viagens beneficiam de uma vasta oferta de tarifas e de critérios de pesquisa que garantem a flexibilidade exigida pelos seus clientes, e com o melhor preço. Como começar com o Amadeus All Fares? A Solução Amadeus All Fares está disponível a partir do separador AIR. Existem 3 formas distintas de aceder a esta Solução:

No separador AIR existem várias opções. A opção AVAILABILITY (AN) está selecionada por defeito. Para selecionar a opção All Fares clicar no drop list menu.

• Your Desktop » Air Search

Como efetuar uma pesquisa de voo? • Menu BAR » File » New Booking File » Air

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Em Your Air Search Options selecionar uma das opções: • One-way • Round-trip • Multi-destinations (até 6 segmentos de voo.)


Caderno Amadeus Nome do Conteúdo do Capítulo Amadeus Nome All Faresdo Soluções Capítulo 17

Preencher os campos amarelos obrigatórios com a origem e destino, e as datas da viagem. Opcionalmente também é possível selecionar a hora de partida e a companhia aérea.

Em Global Flight Search Options podem ser selecionadas as opções Calender, One Way fares, voos Non-Stop e a cabine desejada.

Em Amadeus Fare Types e Other Fare Types podem ser selecionados os seguintes tipos de tarifas, assim como o número e tipos de passageiros:

Outras opções de pesquisa permitem reter taxas e sobretaxas. Excluir o Pre-check Ticketability selecionado por defeito e ainda escolher outra moeda.

A opção Calendar permite pesquisas alargadas com +/- 1 dia e +/- 3 dias a partir das datas selecionadas no formulário de pesquisa.

Beat PNR Price Com um PNR ativo é possível pesquisar a melhor tarifa com as seguintes opções: com as mesmas ligações; o mesmo aeroporto; e sem considerar as mesmas companhias aéreas da reserva

Detalhes do passageiro e confirmação de reserva Em detalhes do passageiro existem 4 áreas de trabalho distintas, antes de confirmar a sua reserva: detalhes do itinerário; informação sobre os passageiros; informação sobre o pagamento; opção para inserir dados para faturação Com a opção One Way fares selecionada é possível escolher primeiro o voo de ida e posteriormente o voo de regresso.

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Caderno Amadeus 18 Notícias Nome do Aliança Capítulo estratégica Nome do para Conteúdo impulsionar do Capítulo o padrão NDC

Amadeus e Flight Centre anunciam

Aliança estratégica para impulsionar o padrão NDC

A

Amadeus e o Flight Center Travel Group anunciaram que a Amadeus irá fornecer tecnologia de distribuição para os negócios do Flight Center nas regiões EMEA e Ásia. Como um dos parceiros preferidos do Flight Center, a Amadeus irá colaborar estritamente com a empresa para transformar os seus sistemas e operações de IT através da incorporação de soluções inovadoras, assim como apoiar a sua expansão nesses mercados. Graças à adoção da plataforma Amadeus Selling Platform Connect e de uma variedade de funcionalidades móveis e business intelligence, as agências de viagens do Flight Center poderão oferecer serviços personalizados e de alta qualidade aos viajantes em 17 diferentes países. O Flight Center também será um parceiro importante no desenvolvimento da nova solução Amadeus NDC para as agências de viagens. As empresas irão trabalhar em conjunto e o Flight Center irá dar input no desenho da solução Amadeus NDC. A solução irá possibilitar aos distribuidores de viagens de todo o mundo comprar, solicitar e pagar voos e serviços similares, e ainda, alterar e cancelar reservas, dentro da plataforma de vendas da Amadeus. Isso significa que distribuidores vão poder oferecer aos seus clientes uma gama #34 MAR/ABR 2018

ainda maior de tarifas e serviços auxiliares consistentes com os princípios do protocolo NDC, dentro da dinâmica de trabalho com a qual já estão familiarizados. Amadeus conta com a colaboração de várias companhias aéreas para definir uma solução que irá providenciar às agências acesso a conteúdos de viagens utilizando o padrão NDC.. O objetivo é que o conteúdo do NDC seja facilmente acessível e comparável, para que os fornecedores e distribuidores possam oferecer os seus serviços aos viajantes com facilidade, rapidez e precisão. O objetivo da Amadeus é conseguir alcançar a certificação Nível 3 NDC – nível mais alto - e, em 2019, desenvolver a primeira solução totalmente escalável para distribuidores de viagens em todo o mundo e assim melhorar e evoluir através da incorporação de funcionalidades práticas e mais sofisticadas durante o processo. As agências de viagens do Flight Center irão implementar uma ampla gama de soluções Amadeus nos mercados seguintes: região EMEA (Reino Unido, Irlanda, Holanda, Alemanha, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Noruega, África do Sul, Namíbia Árabe Emirates) e Ásia (Singapura, Hong Kong, Malásia e Índia). Na Austrália e na Nova Zelândia, a Amadeus também irá fornecer soluções de tecnologia para algumas agências de viagens online do Flight Center. Além disso, a Amadeus é um parceiro tecnológico fundamental que irá ajudar o Flight Centre a expandir os seus negócios em novos mercados e segmentos. l

O objetivo da Amadeus é conseguir alcançar a certificação Nível 3 NDC


Caderno Amadeus Nome do Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo Notícias 19

Investimento em gestão aeroportuária Amadeus investe em CrowdVision para ajudar os aeroportos na gestão do volume crescente de passageiros. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) prevê que em 2035 o número de passageiros irá subir para 7,2 mil milhões - um valor que corresponde ao dobro dos passageiros que viajaram de avião durante 2016 - e não há indícios que prevêem a diminuição do crescimento do volume de passageiros. A CrowdVision, a mais recente empresa em que a Amadeus investiu, ajuda os aeroportos a gerir esse incremento, para que os viajantes possam beneficiar de um processo de faturação mais rápido e filas mais curtas nos pontos do controlo de segurança. A CrowdVision é uma empresa que utiliza um software de visão e inteligência artificial para facilitar infraestruturas aeroportuárias monitorizar o fluxo de passageiros em tempo real, a fim de evitar filas e gerir recursos de forma mais eficiente. O software foi concebido para responder plenamente à legislação de segurança e privacidade em vigor. Os dados providenciados pela CrowdVision melhoram o planeamento e podem ajudar os aeroportos a reagir de forma mais decisiva para que os viajantes não sofram por causa dos atrasos e, consequentemente oferecer uma experiência mais agradável. Os aeroportos clientes da CrowdVision conseguem filas e tempos de espera mais curtos, possibilitando aos passageiros poupar mais tempo que irão puder gastar na área comercial. Outros otimizam a alocação do staff, dos ecrãs, das portas de embarque eletrónico e controlos de segurança para tirar o máximo proveito das infraestruturas existentes e adiar grandes gastos em expansões do espaço.

Amadeus Ventures, o braço corporativo de investimentos da Amadeus, investe em startups no setor de turismo e tecnologia. A Amadeus lançou esta iniciativa em 2014 e a CrowdVision é a última a aderir ao portfólio da Amadeus formado por startups como Avuxi, Betterez, Bluesmart, BookingPal, Flyr e Yapta. que coloca a Amadeus como companhia líder de seu setor (Software & Serviços) em sustentabilidade e responsabilidade social.

Chatbot baseado em Inteligência Artificial Amadeus lança chatbot Amanda para os agentes de viagens Amadeus acaba de lançar o chatbot Amanda nos mercados Latam, que, sob a forma de uma imagem feminina, foi criado para atender as necessidades dos agentes de viagens. O chatbot está disponível para as agências que trabalham com o Amadeus Selling Platform Connect. De momento, Amanda está apenas disponível em espanhol, no entanto, futuramente outros como o inglês e o português, serão integrados.

O acesso a este chatbot é possível através de qualquer tipo de dispositivo (PC, tablet ou telemóvel) e as consultas que são enviadas através desses canais são totalmente grátis. Baseada em Inteligência Artificial (AI), Amanda é o primeiro interface para ajudar os clientes da Amadeus a resolver as dúvidas e efetuar consultas, de uma forma rápida e eficiente, disponível na própria plataforma de reservas Amadeus. Para os agentes de viagens que usam o Amadeus Selling Platform Connect, minimizar a janela da plataforma de reservas para obter suporte adicional faz parte do passado. O chatbot Amanda atua como primeira instância de suporte a possíveis dúvidas dos agentes sobre comandos e reservas. Amanda já está disponível em todos os mercados da América Latina, e tem registado uma taxa de sucesso superior a 80%, resolvendo instantaneamente as dúvidas dos utilizadores e contribuindo simultaneamente para a melhoria da produtividade dos agentes de viagens. Amanda consegue interpretar a linguagem informal e as necessidades do agente, podendo mesmo interagir praticamente como um ser humano com o utilizador da plataforma Amadeus. Está configurado para responder a perguntas sobre taxas, emissão, reemissões, hotéis, automóveis, formas de pagamento, EMD’s, entre outros casos. Se a primeira resposta não satisfizer o cliente, o chatbot oferece soluções alternativas para resolver a dúvida do interlocutor.

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Caderno Amadeus 20 Notícias Nome do Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo

Amadeus Altéa Suite

Philippine Airlines escolhe a tecnologia Amadeus para ajudar a atingir rating de 5 estrelas “Queremos posicionar a Philippine Airlines no patamar em que se encontram as melhores companhias aéreas a nível global. Estamos muito orgulhosos do nosso rating de 4 estrelas, que só nos motivou a trabalhar mais e melhor. O nosso objetivo é representar o melhor das Filipinas e o melhor dos filipinos para o mundo. Assim sendo, o nosso próximo objetivo é obter a 5ª Estrela em 2020 “, disse Jaime J. Bautista, Presidente e COO da Philippine Airlines. Tendo em vista a atualização e a inovação de produtos e sistemas, a Philippine Airlines assinou um acordo com a Amadeus e assim transformar os seus principais sistemas de tecnologia. A Philippine Airlines irá adotar a Ama-

deus Altéa Suite, a solução completa do Passenger Service System que visa racionalizar e aprimorar todos os processos principais dos passageiros para PAL, inclusive reservas, inventários, controlo das partidas e gestão de voos. A transformação significa que os clientes da Philippine Airlines irão desfrutar de uma experiência mais tranquila, desde a reserva até o embarque. Os sistemas de serviço de passageiros são plataformas altamente complexas que formam a espinha dorsal da tecnologia para as companhias aéreas. O Amadeus Altéa Suite é um sistema de IT sofisticado que, uma vez implementado, irá ajudar o PAL a melhorar a experiência do cliente, proporcionando serviços ao cliente mais consistentes e personalizados, e, por consequência irá desenvolver novos fluxos de receitas e melhorar a eficiência operacional. Os benefícios tangíveis incluem um check-in mais rápido e mais simples para os viajantes, a capacidade de reacomodar passageiros, em questão de segundos, maior eficiência na gestão do tempo e a aplicação automática consistente com as preferências do cliente em cada ponto de contato. A adoção da Altéa também irá ao encontro dos objetivos da Philippine Airlines de se juntar a uma aliança aérea. Mais de dois terços das companhias aéreas da Star Alliance, três quartos das companhias aéreas Oneworld e metade das companhias aéreas Skyteam usam Altéa. Enquanto plataforma comunitária para as companhias aéreas, a Altéa permite uma melhor integração entre as companhias aéreas parceiras, com a partilha em tempo real da disponibilidade, de tarifas, informações sobre os clientes e reservas de modo a oferecer uma experiência mais personalizada ao cliente.

Pagamentos mais seguros Finnair adota Agent Pay da Amadeus A Finnair é a primeira companhia aérea a adoptar a solução Amadeus Agent Pay, que permite que as companhias aéreas efetuem pagamentos com uma maior segurança, o que melhora a experiência do cliente. Ao excluir o pagamento dos call centers, os agentes das companhias aéreas podem focar-se totalmente no atendimento ao cliente, conduzindo a uma melhoria na eficiência. A finlandesa é a primeira companhia aérea a implementar essa solução no seu call center em Finlândia, onde a adoção do Agent Pay contribuiu para reduzir as incidências no processamento manual de pagamentos e melhorar o tempo para resolver as consultas. Os operadores que utilizam esta solução inovadora enviam aos seus clientes um link via SMS ou e-mail, que os redirecciona para uma página web segura onde poderão efetuar o pagamento através de seu smartphone, tablet ou computador. Entretanto, o bilhete é reservado e emitido automaticamente quando o processo de pagamento estiver concluído. Isso permite que os clientes façam o pagamento como e quando querem e melhoram a segurança dos centros de atendimento, que não precisam mais de gerir os dados do cartão de crédito. Após o sucesso da implementação da solução, a Finnair percebeu imediatamente a utilidade que Agent Pay poderia ter em outros canais, passando a disponibilizar a solução aos seus agentes para auxiliar o atendimento ao cliente via chat. Esse sistema facilitador dos pagamentos permitiu-lhes resolver um número muito maior de solicitações de clientes com apenas uma única interação, o que melhora o atendimento ao cliente e deixa mais tempo livre para os operadores. Além disso, a Finnair está a testar o Agent Pay no aeroporto. #34 MAR/ABR 2018

“Agent Pay da Amadeus permite que os viajantes façam pagamentos com maior facilidade, segurança e conforto e obtenham o máximo das suas conversas com os operadores dos centros de atendimento. Estamos muito satisfeitos por trabalhar com uma companhia aérea tão inovadora como a Finnair e estamos confiantes de que esta nova solução de pagamento irá ajudar às companhias aéreas a oferecer uma experiência melhor através deste canal, reduzindo os custos”, comenta Celia Pereiro, Chefe de Pagamentos da Amadeus. Pereiro acrescentou: “Métodos de pagamento alternativos ganharam relevância nos últimos anos. No atual cenário do mercado, as companhias aéreas devem antecipar as necessidades dos clientes, independentemente de onde estejam, portanto não nos pudemos dar ao luxo de ignorá-las. O Agent Pay é uma solução simples para as companhias aéreas oferecerem uma gama mais ampla de opções e melhorarem a experiência em call centers.



22 Tecnologia Segurança dos dados, redes sociais e internet

Está protegido?

Segurança dos dados, redes sociais e internet Hoje em dia passamos muito tempo da nossa vida ligados à internet, tempo demais em minha opinião, seja em casa, no escritório (os que deixam) seja em movimento com smartphones cada vez mais poderosos, muitos já nem conseguem viver sem estar online, sejam redes sociais sejam portais de notícias, jogos, qualquer coisa desde que sirva de entretenimento.

E

sta utilização ora é paga ou gratuita, na maioria dos casos, mas esta dita gratuidade requer, muitas vezes, que nós nos identifiquemos, um “registo gratuito” para que seja possível usarmos este ou aquele serviço ou participar num qualquer passatempo ou sorteio. Grande parte das pessoas fazem-no inconscientemente e de livre vontade, são informações básicas da nossa identificação, nome, contacto, morada e data de nascimento, para quê isto tudo para aceder a um sítio qualquer? Se eu ou qualquer pessoa quiser, fazer uma compra ou uma subscrição, algo que envolva um contrato de relacionamento entre a entidade e o utilizador, então sim que sejam recolhidos os dados essenciais e não mais do que isso, de modo a que a transacção seja possível. Ora isto serve para exemplificar o quê? Na maior parte dos casos, os nossos dados, deixados assim, isoladamente não servem para nada, não têm valor nenhum a não ser para o fim em que foram registados, mas a sua agregação em grandes bases de dados e respectivo processamento por algoritmos (cálculos efetuados por computadores) tem um valor precioso, pois essa agregação permite formular perfis e padrões de comportamentos, discernir tendências, propensões, etc. Isto é o que se vem #34 MAR/ABR 2018

chamando ultimamente de “big data”, permite utilizações de natureza muito diversa, como por exemplo marketing (creio que talvez tenha sido a ideia original e mais ingénua, se é que se pode chamar ingénuo ao acto de recolher informação para depois agir em função de…) mas depois temos aplicações no âmbito militar, político e para mim o mais grave, a manipulação psicológica. Devido a tudo isto, a venda de dados privados é um negócio multimilionário desenvolvido por algumas companhias designadas de “data broker”. Não é possível negar que esta recolha de dados possa ser, em muitas situações, um atentado as liberdades cívicas e violadora dos direitos de personalidade, e muito em especial do direito à privacidade. Isto é porque os titulares dos dados, muitas vezes, desconhecem que informação sobre eles é detida por empresas ou os fins para que a utilizam. Estes fenómenos agravam-se também devido à falta de transparência de muitas das


Segurança dos dados, redes sociais e internet Tecnologia 23

entidades que se dedicam a este tipo de comércio ou aos cada vez mais frequentes roubos de identidade ou ataques informáticos de grande escala como o WannaCry, ocorrido em Maio de 2017. Dados da União Europeia confirmam que no último ano, 80% das empresas europeias sofreram pelo menos um ciberataque e que por dia ocorreram 4000 ataques de “ransomware” (tipo de ataque que impede o acesso a todo o tipo dados com ou sem ameaça da sua divulgação para extorquir uma quantia ou para obrigar uma certa conduta da vítima). Devido a tudo isto, são reais e graves os perigos para a segurança de cada pessoa, da comunidade ou dos grupos em que se integram. A título de exemplo disto tudo, e um facto muito badalado na comunicação social, a recente revelação pública, por parte de um analista (cuja consciência talvez tenha ficado demasiado pesada) que uma determinada empresa, através de uma aplicação “inocente” feita para o Facebook limitou-se a recolher toda a informação disponibilizada nesta rede social, os “Likes”, as buscas, o tipo de posts, as suas relações com outros utilizadores e outras páginas, enfim, todo o nosso rasto digital. Com isso permitiu-lhes compilar perfis de utilizadores que seriam alvo de injeção de informação falsa, por meio de posts aparentemente fidedignos e com isso influenciar uma decisão, neste caso a votação para a presidência dos EUA. E é isto! Há que alertar os utilizadores para as consequências do que fazem quando estão online. Quando estamos ligados são trocados diariamente grandes quantidades de códigos, o que se converte numa oportunidade para a entrada de software malicioso malware no nosso computador sem darmos por isso. Devemos ter alguns cuidados para evitar infectar os nossos computadores e assim impedir a perda de informação importante, de privacidade e de dados confidenciais. Utilize uma firewall. Este programa vigia as “portas” do computador que permitem o tráfego de informação entre o computador e a rede, impedindo o acesso de estranhos ao nosso computador. • Instale um antivírus/antispyware. É essencial que o computador tenha estes programas instalados, actualizados e activos, já que permitem detectar e eliminar os vírus e os spywares informáticos. • Utilize canais seguros nas transações online. Se aparecer a indicação https:// no URL, estamos num site seguro. Adicionalmente deverá aparecer o símbolo de um cadeado. • Certifique-se que o sistema operativo e os programas instalados apresentam as últimas versões. Nas actualizações são corrigidas falhas de segurança. • Utilize um bloqueador de pop-ups. Pode acontecer que, em sites pouco fidedignos, os pop-ups transportem código malicioso de informações enganadoras e/ou endereços manipulados.

Dados da União Europeia confirmam que no último ano, 80% das empresas europeias sofreram pelo menos um ciberataque

• Suspeite de todas as mensagens de correio electrónico de origem desconhecida, mesmo que o seu conteúdo pareça inofensivo à primeira vista. • Não clique em links que apareçam no corpo das mensagens de correio electrónico. É aconselhável copiá-los e colá-los no navegador de Internet. • Suspeite sempre dos ficheiros em anexo, mesmo enviados por quem conhece. O endereço do remetente poderá ter sido forjado (esquema conhecido por spoofing).

• Não responda a mensagens que lhe peçam informação sobre dados pessoais, a grande maioria das empresas e instituições públicas nunca solicitam informação confidencial através de correio electrónico ou telefone. • Seja crítico quanto aos programas que instala no seu computador. Antes de o fazer deve fazer uma pesquisa sobre a sua origem e condições de segurança. • Não utilize computadores públicos (ou de terceiros) para aceder a websites onde tem de digitar informação privada. Estes dados poderão ficar guardados no computador e usados com intenções maliciosas. Em conclusão. Nós somos os donos da nossa informação, devemos ter a consciência e o cuidado de saber o que fazer com ela. l O autor escreve segundo a anterior norma ortográfica.

Alberto Barroso Consultor TI #34 MAR/ABR 2018


24 Análise A economia partilhada

Tendências 2018

A economia partilhada Airbnb, Uber, e Lyft – são atualmente três das empresas mais conhecidas no mundo. Embora atualmente possam ter histórias e patamares de fama (ou de infâmia) muito diferentes, eles têm muito em comum. A principal semelhança é que, neste momento, pelo menos um dos seus aplicativos está provavelmente no seu dispositivo móvel. Cada uma dessas empresas desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento daquilo que os especialistas chamam agora de economia partilhada.

O que é a economia partilhada? Embora ainda seja um termo genérico para várias empresas e indústrias separadas, no setor de viagens, a economia partilhada é composta principalmente por empresas como Airbnb, BlaBlaCar, Uber, Couchsurfing e Lyft. Em especial, vincula-se fortemente aos ideais da viagem autêntica e experiencial.

Por que isso é importante? A ideia da economia partilhada liga-se ao aspeto de viagem mais experiencial que molda a cultura atual. Com um número cada vez maior de pessoas que olham para as viagens como um direito e não como um privilégio de elite como tem sido ao longo da história, os resorts de cinco estrelas deixam de ser a única ideia em mente para umas férias modernas. Além disso, os métodos tradicionais de transporte, como táxis, podem ser mais caros e outros modos de transporte público podem não ser tão convenientes para os turistas quanto as viagens de carro. Num estudo de 2014, 44% da população adulta nos Estados Unidos da América disseram que estavam familiarizados com a economia partilhada. #34 MAR/ABR 2018

Um estudo da PwC de 2015 concluiu que a economia partilhada gerou receita de 4 mil milhões de dólares e representou 28 mil milhões de dólares em transações na Europa. Em 2017, o Airbnb foi avaliado em 31 mil milhões de dólares, enquanto as empresas de partilha de viagens Uber e Lyft foram avaliadas em 68 mil milhões de dólares e 7,5 mil milhões de dólares, respectivamente. Isso traz seu mercado combinado para 106 mil milhões de dólares. Empresas como a Lyft e a Uber desempenharam um papel fundamental na redução do número de condutores que operam um veículo sob influência (de álcool ou outras substâncias). Um estudo realizado na Geórgia, nos Estados Unidos, constatou que houve 50.000 menos detenções de DUI (Drivers Under Influence) nos anos entre 2008 e 2017. A Airbnb possui mais de 200 milhões de reservas desde o seu lançamento em 2008 e, à data deste relatório de tendências para 2018, a Uber registou mais de dois milhões de motoristas em todo o mundo.

E sobre as experiências de viagem entre pares? Em março de 2017, Olan O’Sullivan, COO da TrekkSoft, colocou a questão: “Airbnb Trips: Golpe publicitário ou Disruptor da Indústria?” Ele escreveu que


A economia partilhada Análise 25

para o projecto de experiências da Airbnb ter sucesso, exigirá compromisso de longo prazo para igualar o grande número de produtos existentes no mercado com um fluxo consistente de reservas. É pouco provável que um anfitrião que realize alguns tours por ano torne a plataforma Experiências do Airbnb uma parte essencial de seus negócios. No entanto, para anfitriões com procura suficiente, funciona. Em Outubro de 2017, Brian Chesky, CEO da Airbnb, disse à Forbes, que a plataforma “Experiências” estava a crescer até treze vezes mais depressa do que a plataforma “Homes”, no mesmo período de tempo. As experiências peer-to-peer também estão a mudar a nossa imagem ou perceção de quem é um guia turístico, como enfatizado por David O’Kelly, CEO da Sandemans New Europe, no nosso painel na WTM London 2017: “Eu acho que há uma imagem desatualizada de um guia-turístico com um guarda-chuva e um anorak a aborrecerem as pessoas de morte - isso mudou agora. E a mudança só será mais pronunciada através do sucesso das Experiências do Airbnb e do fenómeno

As experiências peer-to-peer também estão a mudar a nossa imagem ou perceção de quem é um guia turístico

da economia do “gig” em que qualquer um é um possível e potencial líder de experiência ou um guia turístico. Isso encaixa-se muito bem com o crescente desejo da geração dos Millennials por algo aparentemente mais autêntico, aparentemente mais local, aparentemente mais único”. Na TrekkSoft, também vemos o potencial de combinar os anfitriões do Airbnb com os fornecedores de tours e atividades que existem. Como escreve Olan O’Sullivan, isso tem o potencial de posicionar firmemente o Airbnb como um canal de distribuição de experiências e de ganhar onde outros mercados peer-to-peer lutaram. Os operadores que desejam abraçar a economia partilhada devem: ● Trabalhar com redes locais de motoristas e arrendatários na área. ● Considerar em envolver-se na comunidade de experiências do Airbnb. ● Estar informado sobre os mais recentes desenvolvimentos dos principais players, como o Airbnb e o Uber, para entender melhor as oportunidades do seu negócio. l

Sara Burkhard Travel Trend Report TrekkSoft 2018 https://www.trekksoft.com/en/library/ebook-travel-trend-report-2018

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26 Análise National Geographic Summit 2018 Celebrou O Planeta Terra!

Lisboa

National Geographic Summit 2018 celebrou o planeta Terra Após o grande sucesso da primeira edição do National Geographic (Nat GEO Summit), realizado no ano passado e que juntou 1200 pessoas durante dois dias, este evento inspirador e único regressou a Lisboa, levando os participantes a embarcar numa viagem arrebatadora e extraordinária à volta do planeta. O Nat Geo Summit teve lugar no Coliseu dos Recreios, nos dias 11 e 12 de abril, e foi o primeiro das três edições europeias, seguindo-se Madrid e Paris.

E

porque um dos principais valores da National Geographic passa por acreditar verdadeiramente no poder da ciência e da exploração, este ano, o National Geographic Summit convidou o público a experienciar uma sensacional viagem à volta do mundo em que vivemos, e relembrando a todos a razão pela qual é considerado tão único: a começar pelo ESPAÇO, um conjunto de mil miilhões de planetas e estrelas em eterna expansão, que fez recordar quão pequenos somos, levando à TERRA, um lugar muito especial, visto que tanto quanto se sabe até hoje, é o único planeta que apresenta todos os complexos ecossistémicos necessários à existência de vida, até aos OCEANOS, um dos quatro vitais elementos da natureza, que banha quase três quartos da superfície terrestre e fornece metade do seu oxigénio. E, por fim, o National Geographic Summit convidou todos os participantes explorar de forma mais profunda o tópico da HUMANIDADE, que torna a pequena bola azul chamada Terra tão especial. Este ano, as cabeças do cartaz, foram cinco oradores de renome internacional que abordaram temas de grande relevância, contaram as suas histórias de vida e partilharam as suas mensagens inspiradoras, com o intuito de motivar as mentes e trazer aos participantes uma visão mais ampla do mundo que os rodeia. No primeiro dia ( 11 de Abril), a abertura do evento deu-se com a apresentação de Terry Virts, o astronauta com maior número de dias consecutivos no espaço, #34 MAR/ABR 2018

em seguida a jornalista da Nat Geo, Mariana van Zeller, teve o prestigiado lugar no palco. E esta oradora merece um lugar de destaque pois é a portuguesa entre os oradores, começou a sua carreira no canal português SIC, mas mais tarde partiu para Nova Iorque para estudar jornalismo. Na National Geographic, para além de se dedicar ao jornalismo, é, ainda, protagonista da série Inside USA, na qual partilha as suas experiências de vida e transmite uma mensagem de esperança e contributo para a preservação do nosso planeta. Em seguida, o evento contou com a presença da ativista norte-coreana Hyeonseo Lee que fugiu da Coreia do Norte aos 17 anos e que contou como é viver naquele país; o ultra premiado fotógrafo especializado em vida selvagem Charlie Hamilton James e a exploradora angolana Adjany Costa. No fim do evento, a cereja no topo do bolo foi a apresentação da mais conceituada biólogo marinha do nosso planeta, Sylvia Earle.


National Geographic Summit 2018 Celebrou O Planeta Terra Análise 27

O tema central do debate anual foi, numa fase inicial, tentar fazer o levantamento das razões pelas quais a espécie mais racional e inteligente da Terra é a responsável máxima pela destruição gradual do nosso planeta. Mais tarde alertou-se para a necessidade de consciencialização da humanidade e a consequente mudança de atitude para contrabalançar os danos já causados. O grande propósito do evento foi ajudar os participantes a perceber qual é o caminho mais acertado que todos devemos seguir para proteger a natureza. O segundo dia (12 de Abril) teve um programa diferente, foi dedicado às escolas e ao storytelling. A manhã foi reservada para os alunos de várias escolas, tanto privadas como públicas, de todo o país, que tiveram a oportunidade de assistir à apresentação e trocar experiências com o astronauta Terry Virts. Além disso, foram também apresentados os trabalhos desenvolvidos por esses mesmos alunos (entre o 7º e o 9º ano de escolaridade) subordinados ao tema “Ideias Espaciais” e ainda, uma sessão fotográfica exclusiva com o astronauta teve um lugar de destaque no programa. No momento da tarde, e dado a importância atribuída ao storytelling da Nat Geo, bastante presente nas produções da National Geographic, houve uma Masterclass dedicada ao tema com a presença do orador e escritor Will Stor, conhecido no campo do

jornalismo de investigação pelas suas obras e trabalhos desenvolvidos. A organização do National Geographic Summit teve como objetivo principal a celebração do nosso planeta através da partilha de histórias ímpares contadas na primeira pessoa e ao vivo pelos oradores convidados, cada um com a sua visão particular sobre o mundo, que o seu percurso extraordinário permitiu formar. Este evento, através da partilha de ideias e factos, convida ainda, todos nós a agir hoje para um presente mais consciente e para um futuro com mais ações sustentáveis e maior responsabilidade. O que no fim, representa o verdadeiro rosto da National Geographic, que propõe uma missão elevada mas dentro dos limites de alcance de todos, com práticas tangíveis e impactantes. Tal como a própria organização defende “A National Geographic é uma instituição líder mundial em exploração, ciência e aventura, e sede de talentos que atravessam gerações e fronteiras. Não perca a oportunidade de descobrir o mundo da National Geographic de perto, num dia que vai ser consagrado à celebração do milagre que é o nosso planeta!”, e o Summit veio a comprovar esta afirmação. l Vlada Lenkautsan Marketing Amadeus #34 MAR/ABR 2018


28 Análise Como o smartphone está a “invadir” a hotelaria

Hotel digital

Como o smartphone está a “invadir” a hotelaria A utilização de tecnologia em hotéis é algo que já não é uma novidade, até porque hoje em dia a tecnologia está presente em virtualmente tudo, seja ela visível ou invisível para o consumidor. Mas há, obviamente diferentes níveis de integração de tecnologia nos hotéis. Esta pode ir desde a utilização mais básica, como dar as boas vindas ao cliente no ecrã de televisão no quarto, até à robótica, com robots a fazerem algumas tarefas dentro das unidades.

U

ma das novidades mais recentes tem a ver mais com a “transformação” do smartphone num verdadeiro controlo remoto para um quarto de hotel. Recentemente, Budapeste tornou-se na primeira cidade europeia a ter um hotel em que os clientes controlam quase todos os procedimentos através de uma aplicação instalada no seu smartphone. Em termos informáticos as aplicações são um software desenvolvido para ser instalado em dispositivos móveis e estas não são novidade no universo hoteleiro. Quase todas as grandes cadeias já têm uma aplicação desenvolvida que permitem ao utilizador fazer algumas tarefas. A novidade do hotel na Hungria prende-se com outro facto: o de não ter quase nenhum staff e o do software ter sido desenvolvido para hotéis em geral, por isso pode ser utilizado em qualquer hotel que venha a adquirir o programa. O KViHotel Budapest, de 4-estrelas e 40 quartos, abriu em março e apresenta-se como o hotel “inventado para o viajante do futuro, onde tudo é controlado pelo seu smartphone” e funciona quase sem equipa, já que a maioria dos processos necessários são feitos através da aplicação TMRW Hotels que pode ser acedida através do WI FI gratuita disponível em todo o hotel. A aplicação funciona em sistemas operativos iOS e Android e também em PC. Os clientes podem reservar e escolher o quarto até 48horas antes da data de entrada, podem fazer o check-in no hotel também através da aplicação, bem como pagar, pedir factura e fazer o check-out. #34 MAR/ABR 2018

Se quiserem chegar ao quarto e ter uma determinada temperatura, também podem controlar o ar condicionado através do seu smartphone que por sua vez serve de chave para entrar no quarto. Se por acaso a entrada no hotel é tardia, também é possível utilizar o smartphone para abrir a porta principal do edifício. Se ao chegar a WI FI o hotel o quarto não estiver pronto, pode esperar no bar, onde efetivamente existem funcionários. Para aprender a funcionar com a aplicação existem tutoriais em formato vídeo e texto, bem como apoio virtual ao cliente disponível 24horas. O serviço de atendimento também está disponível via telefone em diversas plataformas digitais de chat. A utilização deste tipo de aplicações pode suscitar algumas interrogações, nomeadamente no que diz respeito a segurança, mas, tal como em qualquer outra unidade, para efetuar o processo de check-in é necessário confirmar a identificação por isso convém ter uma fotografia com os dados do documento


Como o smartphone está a “invadir” a hotelaria Análise 29

ou abrir a porta do quarto com a chave digital e tem em teste uma extensão dessa aplicação, a Connected Room, que irá disponibilizar durante este ano, que permitirá ao hóspede controlar até 15 funções do quarto através do seu telefone inteligente. Ao contrário do que acontece com a TMRW, esta aplicação foi desenvolvida especificamente para a Hilton. A Connected Room é uma plataforma high-tech que, entre outras funções, permite aos hóspedes controlar a temperatura do quarto, a iluminação, as persianas, televisão e outras amenidades através do smartphone. Os hóspedes poderão personalizar os quartos com os seus canais de streaming preferidos como o Netflix e outros para que quando cheguem ao seu quarto já tenham o seu entretenimento favorito carregado. O Connected Room suportará uma gama de dispositivos, compromissos e experiências conectados. Os hóspedes poderão usar comandos de voz para controlar sua sala ou acessar seu conteúdo, e carregar suas próprias obras de arte e fotos para serem exibidas automaticamente em sua sala. Os hóspedes também poderão configurar várias preferências no perfil da sua conta Hilton Honors para personalizar ainda mais sua experiência no quarto para suas preferências individuais. Noutro registo, mas ainda utilizando os smartphones, uma empresa baseada em Hong Kong disponibiliza aparelhos gratuitos nos quartos de hotel em todo o mundo, permitindo aos hóspedes consultar os guias das cidades onde estão, navegar pela internet, ter informação sobre restaurantes, de onde ir, onde comprar e telefonar sem qualquer custo (através de tecnologia VOIP) acabando com os custos de roaming, caso estejam fora do espaço europeu. Além destas funções, a segunda geração destes telefones, que acaba de ser lançada, permite ainda utilizar o dispositivo como chave para entrar no quarto do hotel e como controlo remoto podendo controlar a iluminação, cortinas, temperatura. O objetivo da Tink Labs é ter um milhão de smartphones distribuídos, metade deles na Europa, até ao final do ano. Para o CEO Phil Yuen os clientes não se importam de pagar um pouco mais por ter um telemóvel disponível no quarto e para os hotéis constitui uma vantagem porque ajuda a vender serviços-extra. l

A tecnologia da TMRW não é exclusiva do hotel em Budapeste. Está feita para facilitar a gestão de qualquer unidade

e imagem, seja passaporte ou cartão de cidadão. Também o acesso a todos os serviços de gestão da estada no hotel só estarão disponíveis depois do check-in, como é o caso da chave, e cada hóspede só poderá abrir o seu próprio quarto, através de bluetooth. A tecnologia da TMRW não é exclusiva do hotel em Budapeste. Aliás está feita para facilitar a gestão de qualquer unidade seja hotel, hostels ou outro tipo de alojamento. Mas, tal como referido anteriormente, este não é o único hotel a proporcionar tecnologia através do smartphone. Na verdade a Hilton tem uma aplicação, a Hilton Honors, que permite realizar alguns processos como escolher o quarto, fazer o check-in

Antónia Barroso jornalista #34 MAR/ABR 2018


30 10 Insights Gestão do Tempo

10

Insights:

Gestão do Tempo: 10 Boas Práticas

Sentimos hoje que o tempo é um dos recursos escassos. Veja a seguir algumas práticas que, no quotidiano nos podem ajudar a rentabilizar o tempo, diminuindo os desperdícios.

Defina e atribua prioridades não apenas com base no urgente Considere a importância e a urgência para a definição de prioridades. Questione e não assuma a questão da urgência de forma automática, abandonando uma atividade para passar a outra!

Utilize a agenda e planeie o seu dia e semana No início da semana ou de cada dia planeie e registe na agenda todas as atividades importantes e urgentes a realizar e como vão estar alinhadas ao longo do dia. Reserve espaço para os imprevistos!

Gaste tempo conscientemente O tempo não se poupa apenas se gasta! Não podemos poupar 30’ para gastar amanhã. Ganhe tempo e pense previamente como quer gastá-lo, mesmo que seja para descansar, trabalhar ou divertir-se!

Agrupe as atividades semelhantes Procure realizar algumas atividades em blocos, agrupando-as para lhe permitir ganhar algum tempo. Ex: telefonemas ou contactos.

Prepare as reuniões Prepare as reuniões quer elas sejam da sua coordenação, quer seja participante numa reunião marcada por outros. Envie sempre o objetivo e a agenda da reunião com o tempo suficiente para as pessoas se documentarem. #34 MAR/ABR 2018


Gestão do Tempo 10 Insights 31

Saiba dizer “não” Saber dizer “não” é dar alternativas à outra pessoa quer de data para realizar o pedido, quer mesmo indicando outra pessoa que o possa ajudar mais eficazmente.

Delegue Se possível prepare as pessoas e delegue. A delegação permite aos outros desenvolverem-se e ganharem autonomia. A si permite-lhe ganhar tempo.

Minimize as interrupções Limite as interrupções quando está a realizar uma atividade que lhe exige concentração. Feche a porta ou vá para outro espaço. Prepare as pessoas para identificarem o que é mesmo urgente.

Utilize os dispositivos e ferramentas digitais facilitadores da atividade Aplicações, funcionalidades do Outlook, telemóvel, etc.

Faça pausas para rentabilizar as suas capacidades A nossa capacidade, ao realizar uma atividade, diminui em cada 2 horas aprox. Assim, faça uma pausa, levante-se dê umas passadas e a seguir retome o trabalho.

Fátima Gonçalves Head of Learning & Development Solutions Digital Learning Coordinator CEGOC-TEA

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32 Lifestyle Tendências

Tendências

5 Apps (indispensáveis) que tem de instalar na hora de viajar O sucesso da sua próxima viagem para Paris, Macau ou Indonésia, está à distância do download de cinco aplicações no seu telemóvel. Não! Não vamos sugerir que descarregue o WhatsApp para contactar a família ou que tenha o TripAdviser e o Booking atualizados. Isso seria esta a repetir algo que já todos sabemos. As apps que vão realmente ajudar – e revolucionar as suas férias - são outras. E a boa notícia é que são todas gratuitas.

D

esde saber qual é a melhor altura para comprar um bilhete de avião até ter um guia turístico personalizado. Com a chegada destas aplicações, o facilitismo e a simplificação começam a fazer parte dos seus hábitos, na hora de planear a viagem.

Live Trekker

Flyover Country

Se é um apaixonado por viagens e gosta de guardar memórias recolhidas de vários cantos do mundo, então esta app foi criada a pensar em si. Live Trekker é uma aplicação que permite criar em tempo real o registo das suas viagens num mapa interativo e ajuda a recolher o máximo de memórias dos destinos por onde passou. Pode facilmente criar um verdadeiro diário de viagens digital e interativo no seu telemóvel, com vídeos, imagens, textos e mapas que serão um rico testemunho do que viu e por onde passou. Claro que para além de armazenar, a informação ainda pode ser exportada, tal como a indexou. Pode enviar via email ou através das redes sociais todo o trajeto percorrido e todas as aventuras que experienciou! O que adianta guardarmos estas recordações se depois não as pudermos partilhar com os nossos familiares e amigos? Não é verdade?

Esta dentro de um avião, o seu olhar é desviado para a janela, e a paisagem deslumbrante desperta a curiosidade de saber o que esta lá em baixo. De certeza que a situação lhe é familiar. Agora não precisa de incomodar os assistentes de bordo com perguntas, a solução para os seus problemas está aqui. A Flyover Country é um aplicação que, em modo online, consegue mostrar aos passageiros as maiores atrações da rota. Recorre a mapas e dados geográficos e geológicos interativos para localizar os viajantes. Basta apenas abrir a aplicação antes de entrar no avião, indicar o seu voo e fazer o download do conteúdo. Assim a qualquer momento pode saber, as montanhas, a cidade ou o rio que está a atravessar. Simples, não é verdade? E para os que tem medo, torna o ato de voar mais relaxante e interessante.

#34 MAR/ABR 2018


Tendências! Lifestyle 33

Triplt Organizar uma viagem pode tornar-se uma tarefa demorada: muitas confirmações, reservas e emails. O Triplt é uma aplicação muito prática que pode ajudar a resolver esse problema. É muito intuitiva e fácil de usar, apenas precisa de reencaminhar as suas confirmações de voos, aluguer de automóveis e hotéis para o plans@triplt.com e a aplicação irá organizar automaticamente todos os itinerários com horários, moradas e percursos e até fornece aos familiares o tempo certo do voo que irá apanhar. Recentemente ganhou uma nova funcionalidade: informar a hora ideal para sair de casa e evitar atrasos para o aeroporto. A Triplt utiliza o GPS para determinar a sua localização, às condições do trânsito e ainda o estado real do seu voo para saber com precisão a hora a que tem de pegar o seu carro ou chamar o Uber em direção ao aeroporto.

Clarice A aplicação Clarice reúne as informações detalhadas sobre a estadia e dispõe um guia turístico personalizado com sugestões de coisas para fazer em várias cidades, possibilitando ao viajante descobrir o destino como um local. Mas a grande vantagem competitiva é o facto de lhe dar a possibilidade de contactar diretamente, via chat, com os hotéis, precisamente, com um total de 10 mil espaços de alojamento. A aplicação, também oferece acesso a listas de coleções, dando conhecer ao viajante os eventos que irão decorrer em breve no lugar que pretende visitar. Usufruir das “sugestões da Clarice” é muito simples e prático: primeiro, como já seria de esperar, terá de escolher a cidade que pretende visitar, depois identificar o tipo de viagem (família, amigos, negócios, romance,..) para serem disponibilizadas ofertas mais personalizadas. A Clarice, em resposta, oferece-lhe instantaneamente locais de alojamento e melhores maneiras para explorar a cidade e passar a conhecê-la como a palma da sua mão!

Hopper “O que é o Hopper?”, perguntam vocês. É uma aplicação “vidente” dos preços dos voos, pois a sua principal funcionalidade é informar qual é a altura ideal para comprar um bilhete de avião. Por outras palavras, a aplicação analisa diariamente um milhão de milhões de preços, sendo por isso capaz de fazer previsões sobre as subidas e as descidas de preços nos próximos meses e fornecer aos utilizadores as melhores oportunidades. Para poupar dinheiro e tempo, precisa apenas de informar do destino para onde quer voar, e o Hopper irá oferecer-lhe informações sobre onde e quando comprar as viagens e ainda faz uma previsão do dinheiro que irá gastar durante a sua viagem. O Hopper foi a única aplicação de viagem a entrar no Top 25 da lista da Apple. l

O Hopper foi a única aplicação de viagem a entrar no Top 25 da lista da Apple

Vlada Lenkautsan Marketing Amadeus

#34 MAR/ABR 2018


34 Viagem de: Luís Canto

é sempre interessante visitar um país em que os hábitos culturais e as tradições são tão diferentes das nossas.

Foto: Miguel Moura

Luís Canto - jornalista

Ponto T › Porque é que escolhes o Irão como destino? Luís Canto › Como a maior parte das viagens que faço, não foi uma escolha, foi trabalho. Mas fiquei muito feliz quando vi o convite, porque já tinha lido algumas coisas sobre o Irão e tinha muita vontade de conhecer. O problema é que foi uma viagem de quatro dias e só fiquei a conhecer Teerão e Isfahan.. Ponto T › O que é que te fascinou no Irão? L.C. › A imponência das mesquitas, o detalhe da arquitectura islâmica e a dimensão da praça principal de Isfahan... é de uma beleza que deixa qualquer um fascinado. Gostei tanto que consegui perder-me do resto do grupo. Não parava de fotografar e os outros continuaram a andar pelas ruas labirínticas do mercado... Em Teerão, uma cidade imensa, com muito trânsito, surpreendeu-me andar a passear pelo mercado e encontrar uma pessoa a oferecer chá. Vim a saber que é muito frequente junto às mesquitas haver pessoas a oferecer chá e também comida em homenagem a familiares falecidos. E, claro, seria injusto não referir que há muitas mulheres muito bonitas, muito bem arranjadas. Isso também é fascinante, sobretudo quando se destacam até a usar um lenço! Ponto T › O Irão não é propriamente um destino turístico, o que é que pode levar uma pessoa a querer visitar o país? L.C. › A arquitectura islâmica, sem dúvida. É impressionante. Infelizmente não visitei o Sul do país, mas é lá que se encontram vestígios de uma das civilizações mais antigas do mundo. Isso sem dúvida que conta, e muito, na escolha do Irão como destino, ou não estivessemos a falar da antiga Pérsia. Na minha opinião, é sempre interessante visitar um país em que os hábitos culturais e as tradições são tão diferentes das nossas. Ponto T › Como é que descreves os locais por onde passaste? L.C. › Creio que não me vou esquecer da sensação de estar na praça Naqsh-e Jahan, em Isfahan. É enorme e para qualquer lado que se olhe há edifícios lindíssimos. Em redor da praça é um labirinto infinito de ruas estreitas só para comércio. Encontra-se de tudo. Roupa, comida típica, artesanato... Num dos lados da praça está uma mesquita enorme. As cores dos mosaicos são qualquer coisa de extraordinário. E não é só uma delícia para os olhos. O nosso guia mostrou-nos com a sua própria voz como é perfeita a acústica em certos pontos específicos. #34 MAR/ABR 2018

A arquitectura no Irão é fascinante Ponto T › O que é que recomendarias em termos de gastronomia? L.C. › O pão é óptimo, o lavash, para acompanhar tudo o que vier para a mesa. Vale a pena experimentar o Dizi, um prato tradicional com carne, grão e um molho muito condimentado. Ponto T › Como é a oferta hoteleira? L.C. › Em Teerão ficámos no Espinas Palace. É um hotel de cidade, orientado para negócios. Tem instalações muito boas e uma vista fantástica sobre Teerão. Ponto T › O que é que se pode visitar e pode-se fazê-lo em segurança? L.C. › Como estava num grupo, acompanhado por um motorista iraniano e uma pessoa que falava português e pársi, senti que não experienciei o que um viajante sozinho iria sentir. Mas posso dizer que nunca senti insegurança. E não nos esqueçamos que cheguei a perder-me do resto do grupo. Todos os sítios que visitámos pareceram-me muito seguros. As mulheres têm de usar sempre o lenço a cobrir a cabeça. Tirando esse grande detalhe, não me pareceu que corressem riscos. Em Isfahan é obrigatório visitar a praça Naqsh-e Jahan, a mesquita e o mercado que a rodeia. Em Teerão, há que visitar pelo menos um dos bazares e uma mesquita. Vale a pena passear também no bairro de Darband, junto à montanha, preferencialmente ao fim da tarde, quando acendem as luzes. As casas de chá são muito giras, com tapetes coloridos e montes de plantas. Havendo oportunidade, o que não é fácil, vale a pena visitar o mausoléu de Khomeini, o líder da revolução iraniana que transformou o país numa república islâmica. Ponto T › Como é que os iranianos recebem os estrangeiros? L.C. › Dizem que recebem muito bem os turistas estrangeiros. Eu, estando inserido num grupo de jornalistas, com visitas marcadas, possivelmente tive um tratamento especial. Mas, do que experienciei ao passear pelas ruas, posso dizer que são acolhedores. No meu caso até familiares... nunca fui tão confudido com um local como no Irão. Vinham falar comigo em pársi onde quer que estivesse l




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