Revista Shopping 95

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Ano XXV - 2016

Centros

ENTREVISTA Fernando Guedes de Oliveira CEO Sonae Sierra segurança privada Alteração à Lei da Segurança Privada é prioridade da APCC Internacional Retrospectiva dos momentos mais marcantes do ano

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editorial

Desafio

editorial:

Foram diversos os desafios que enfrentámos para tornar a revista mais moderna, apelativa e útil, com manifesto e evidente interesse para o nosso sector de actividade, mas não só

António Sampaio de Mattos Presidente

É

com entusiasmo que relançamos a revista SHOPPING, após um interregno em que o projecto editorial foi sujeito a uma reflexão e posterior reformulação. Foram diversos os desafios que enfrentámos para tornar a revista mais moderna, apelativa e útil, com manifesto e evidente interesse para o nosso sector de actividade, mas não só.

Juntou-se à remodelação gráfica uma revisão ao nível dos conteúdos, em que prosseguiremos um equilíbrio entre as matérias de cariz técnico e as informação com características de magazine, de âmbito mais visual e ilustrado. Outro dos desafios patente neste trabalho foi o de pensar a SHOPPING no plano digital, como complementar ao papel, vocacionada para uma futura disponibilidade em plataforma on-line. Esperemos que o leitor aprecie esta edição n.º 95 da SHOPPING, a primeira de uma nova era da revista da APCC, já com 25 anos de existência. Uma nota final para a situação de recuo dos índices de vendas em centros comerciais, cujas variações homólogas se encontram estagnadas há dois trimestres, depois de doze trimestres consecutivos em crescimento. Tememos que este indicador seja um reflexo do actual rumo da situação económica do país. Como operadores responsáveis e preocupados com o futuro, não poderemos deixar de evidenciar esta realidade, apelando ao poder executivo que opte por uma governação rigorosa sem cedências de ocasião, e virada para atracção de investimento. Sem capital disponível, a situação pode retroceder, em pouco tempo, tomando proporções que nos levarão, de novo, a dias muito difíceis.

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Índice

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Entrevista Fernando Guedes de Oliveira - CEO Sonae Sierra

Especialidades Segurança Privada em Centros Comerciais

NOTÍCIAS Actividade Institucional da APCC

FORMAÇÃO INTERNACIONAL Viagem de Estudo Retrospectiva APCC ao Dubai e do Ano Abu Dhabi

Destaques para O CEO da Sonae A Lei 34/2013 de a intervenção Sierra sublinha 16 de Maio (Lei da Associação em entrevista da Segurança Portuguesa de à SHOPPING, a Privada - LSP) Centros Comerciais integração digital que regulamentou em diversos como estratégia o exercício da fóruns relativos imprescindível actividade de às temáticas da para o futuro da segurança privada Segurança e do indústria dos Centros e as medidas de Orçamento de Comerciais. segurança a adoptar Estado, com especial por entidades ênfase na oposição públicas e privadas. ao novo imposto adicional ao IMI.

No passado mês de Setembro, a APCC organizou mais uma viagem de estudo a um mercado de interesse a nível mundial ao Dubai e Abu Dhabi. Um grupo de 15 profissionais participaram em mais esta experiência formativa.

30 Nesta edição, fazemos o balanço dos momentos mais relevantes a nível internacional e que espelham o dinamismo desta área de actividade, nomeamente no referente às actividades do International Council of Shopping Centres e do World Retail Congress.

em capa

Ano XXV - 2016

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Propriedade Associação Portuguesa de Centros Comerciais Av. Eng.º Duarte Pacheco Amoreiras Torre 2 - Piso 9 - Sala 2 1070-102 Lisboa - Portugal Tel.: 21 319 31 88 - Fax: 21 354 34 01 E-mail: geral@apcc.pt

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Foto de capa: The Galleria at Al Maryah Island - Abu Dhabi Shopping 95.indd

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Direcção António Sampaio de Mattos

03/12/2016 13:48:29

Direcção Executiva Pedro Teixeira

HOPPING Centros Comerciais em Revista Bimestral • Ano XV - 2016 - Edição 95

Produção e Edição Mediapearl - Comunic. e Serv., Lda. Rua de Xabregas, 2, Piso 2, Sala 2.06 1900-440 Lisboa - Tel.: 21 602 47 13 mediapearl@mediapearl.pt Publicidade Lurdes Dias - Tel: 21 403 76 56 ldias@mediapearl.pt Elisabete Pais de Sousa Tel: 21 403 76 56 epaisdesousa@mediapearl.pt

Estudo Gráfico Mediapearl Tiragem: 15 000 exemplares Distribuição Gratuita Depósito Legal n.º 54-808/92 Registo na Entidade Reguladora para a Comunicação Social - ERC n.º 117131 Estatuto Editorial

A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista”, é uma publicação Associativa, propriedade da Associação Portuguesa de Centros Comerciais - APCC, de divulgação de informação e de opinião sobre a indústria dos Centros Comerciais aos níveis nacional e internacional, que tem por objectivos a promoção e dignificação destes empreendimentos de comércio integrado designados de “Centros Comerciais”, bem como das entidades suas Proprietárias, Promotoras e Gestoras. A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista” presta, para além da informação institucional relativa às actividades Associativas, informa-

ção sobre a actividade empresarial e operacional dos próprios Centros Comerciais em todas as suas vertentes, desde a promoção imobiliária, passando pela gestão de marketing e comercial, pela a gestão técnica de edifícios, segurança humana e electrónica, fiscalidade, arquitectura e projecto. Por outro lado, a publicação assume-se ainda como o meio de divulgação privilegiado, de informações relevantes provenientes dos Associados, dirigidas ao mercado em geral. A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista”, é impressa em papel e encontra-se disponível em formato digital, visando a divulgação, no estrito cumprimento dos Estatutos e do Regulamento Interno da APCC, dos conteúdos de cariz informativo e técnico deste sector de actividade económica e empresarial. A Revista “SHOPPING - Centros Comerciais em Revista”, é dirigida a todos os profissionais do sector, a prestadores de serviços e consultores, academias e entidades públicas e privadas, e aos consumidores em geral. Nota de Redacção: A redacção da “SHOPPING Centros Comerciais em Revista” segue as regras da anterior ortografia do Português Europeu.


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Entrevista

Fernando Guedes de Oliveira CEO Sonae Sierra

Entrevista com:

“O Digital será um imperativo para o sucesso dos centros comerciais do futuro”

F

ernando Oliveira, CEO da Sonae Sierra diz que 2015 foi um ano em que o desempenho dos Centro Comerciais reflectiu a tendência para uma melhoria do panorama económico, mas alerta que é preciso rigor e adequação da oferta comercial, não esquecendo ainda o canal digital que é imperativo no sucesso dos centros do futuro. Shopping - A Sonae Sierra tem vindo a apresentar resultados positivos, quais são as razões para o bom desempenho? Fernando Oliveira – O desempenho da Sonae Sierra em 2015 excedeu as nossas expectativas, tendo sido um ano marcado pela acentuada melhoria nos resultados operacionais e pela consolidação da nossa performance financeira. No que respeita aos resultados, importa destacar que a Sonae Sierra registou um resultado líquido de €141.7 milhões em 2015, um aumento de 47% face aos €96 milhões obtidos em 2014. Já o resultado directo atingiu os €61 milhões, um crescimento de 16% face ao período homólogo e que resulta de uma combinação de factores como a melhoria nos resultados operacionais, o crescimento da prestação de serviços a terceiros e descida das taxas de juro. Numa base de portefólio comparável, o resultado directo aumentou 22%, o que traduz a resiliência e a qualidade do portefólio de activos, bem como a nossa capacidade de gestão. Em termos operacionais, as vendas dos lojistas do portefólio europeu registaram uma subida de 2,5% em 2015 comparativamente com o ano anterior e nos primeiros seis meses de 2016, este valor subiu para 3,9% igualmente numa base comparável.

A taxa de ocupação do portefólio europeu foi de 96% em 2015, tendo atingido os 97,1% no 1º semestre deste ano, face a igual período do ano anterior. Ao nível do desenvolvimento de novos projectos, foi um ano de oportunidades de crescimento do negócio com o anúncio do primeiro investimento no mercado colombiano e avanços significativos em projectos relevantes em Marrocos e na Roménia, onde abrimos recentemente o Centro Comercial ParkLake. Em 2016 procuraremos consolidar os bons resultados financeiros e operacionais e prosseguir com a execução da nossa estratégia, ou seja, aumentar a exposição a novas oportunidades de desenvolvimento; a aposta na valorização dos ativos; a gestão activa do portfólio de investimento e o reforço da actividade de prestação de serviços. Shopping - Como analisa a performance dos centros comerciais em Portugal, em termos de desempenho, face ao actual contexto socio-económico? F.O. – O bom desempenho em termos de resultados operacionais reflecte a tendência de melhoria do contexto económico e de recuperação do mercado em geral, o aumento da confiança por parte de consumidores e também de lojistas, que é visível pela entrada de novas marcas no mercado e pela maior dinâmica na abertura de lojas. Em resultado destes factores, em Portugal as vendas dos lojistas nos centros comerciais que gerimos registaram uma subida de 3,5% comparativamente com o ano anterior e acima do valor do portefólio europeu. Para estes resultados foi determinante a qualidade da nossa gestão, da correcta adequação da oferta comercial a cada Centro e o nosso foco na permanente melhoria da experiência de



Entrevista

A nossa estratégia de reciclagem de capital tem como objectivo combinar uma maior exposição a novas oportunidades de desenvolvimento com uma redução da exposição ao investimento em propriedades

Na actividade de prestação de serviços é fundamental mostrar know-how

visita que fazem dos centros comerciais que gerimos destinos de compras de referência. Shopping - A propósito da operação dos centros comerciais à escala internacional, como define e quais os objectivos da estratégia de “reciclagem” do capital? F.O. – A nossa estratégia de reciclagem de capital tem como objectivo combinar uma maior exposição a novas oportunidades de desenvolvimento com uma redução da exposição ao investimento em propriedades. Ou seja, reciclamos o capital investido para o alocarmos ao desenvolvimento de novos projectos, passando de uma concentração em mercados maduros para um maior peso em mercados emergentes. A Sonae Sierra tem comprovado a sua capacidade de explorar oportunidades de crescimento do negócio, como demonstram os investimentos que temos vindo a fazer, na Europa, Norte de África e América do Sul, e que refletem o nosso desejo de aumentar a exposição da empresa a novos projectos e a novos mercados. Exemplos desta estratégia são o desenvolvimento do Málaga Designer Outlet 8

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em Espanha, o desenvolvimento do Centro Comercial Zenata em Marrocos e do nosso primeiro projecto em Cucúta, na Colômbia. Shopping - No que respeita aos mercados emergentes, como se avalia e quais os critérios que determinam o investimento em promoção de novos centros? F.O. – Trata-se de uma avaliação complexa e muito rigorosa, mas de uma forma simplista podemos afirmar que se baseia essencialmente na estabilidade política - que é fundamental -, bem como, no potencial de desenvolvimento socio económico e de crescimento da indústria de centros comerciais. Todos estes factores influenciam a decisão de avançar com determinado investimento, a par de outros como a localização, a caracterização da área de influência, a análise de potenciais concorrentes e o potencial de atractividade de lojistas. Shopping - Que experiência é importante salientar nos processos de negociação com terceiros, visando a oferta de prestação de serviços de gestão?

F.O. – Na actividade de prestação de serviços é fundamental mostrar know-how, um conhecimento e visão integrada de todo o processo (desde a conceção, desenvolvimento, passando pela gestão operacional e gestão de investimento), experiência comprovada na gestão de centros comerciais com bons desempenhos, bem como, a flexibilidade e capacidade de adaptação para desenvolver esta actividade em qualquer parte, independentemente da geografia ou das características do mercado. Shopping - Sendo a Sonae Sierra uma empresa de raiz portuguesa, este facto tem de algum modo sido positivo? Ou pelo contrário? F.O. – A nossa experiência internacional tem-nos ensinado que a chave para o sucesso é, de facto, a experiência e know how acumulados ao longo de 27 anos de actividade que levamos aos nossos parceiros e clientes. Ser uma empresa de referência e reconhecida no sector é determinante, independentemente do país de origem. Tal é atestado pelas parcerias de sucesso e de longo-prazo que temos estabelecido com parceiros e investidores de diferentes nacionalidades


e pelos inúmeros reconhecimentos e prémios que atestam a qualidade e a proposta de valor da Sonae Sierra. No entanto, a raiz portuguesa da empresa foi facilitadora na abordagem a mercados como o espanhol ou o brasileiro, com os quais existem proximidade geográfica e afinidades culturais ou linguísticas e históricas, no caso do Brasil, que ajudaram certamente na criação de sinergias. Shopping - Que observação faz da exposição da Sonae Sierra a mercados em dificuldades sócio-económicas crescentes, como é o caso, por exemplo, do Brasil? F.O. – A diversificação do portefólio faz parte da nossa estratégia. Numa altura em que a Europa estava a atravessar um período de abrandamento económico, a operação no Brasil estava a crescer. Agora assistimos ao

inverso - recuperação na Europa e abrandamento no Brasil. Em termos operacionais, o Brasil apresentou uma performance positiva com uma subida das vendas dos lojistas de 2,2% (em BRL) em 2015, comparativamente com o período homólogo de 2014 e que no primeiro semestre deste ano registaram um crescimento de 0% (em BRL) também numa base comparativa, apesar da situação de crise económica influenciada pela instabilidade política que o país atravessa. No entanto, estamos atentos e temos procurado adaptar a nossa estratégia à situação sócio-económica que o país atravessa, adoptando uma postura conservadora em termos de promoção de novos projectos e uma estratégia de redução de custos dos lojistas que permita manter taxas de ocupação elevadas nos nossos centros.

A médio prazo acreditamos que existirão novas oportunidades no Brasil e continuamos confiantes de que o investimento a longo prazo neste mercado nos trará o devido retorno. Shopping - Falando agora da mudança de paradigma no retalho e nos centros comerciais: Na perspectiva da operação dos centros comerciais, como vê o retalho digital versus o retalho físico? F.O. – Na Sonae Sierra estamos permanentemente atentos à mudança, em particular no que diz respeito ao consumidor e ao retalho, e na integração destes dois ambientes: o digital e o espaço físico. A indústria do retalho está em constante transformação, por isso, a evolução dos comportamentos dos consumidores e o comércio electrónico são oportunidades chave para a Sonae Sierra e para os nossos lojistas.

Encaramos o comércio eletrónico, bem como as diferentes plataformas digitais, como oportunidades a utilizar como novos canais de comunicação

A diversificação do portefólio faz parte da nossa estratégia

Mas esta evolução é acompanhada também da evolução tecnológica. O digital é um caminho que temos vindo a explorar e que acreditamos será um imperativo para o sucesso dos centros comerciais do futuro, que deverão ter a capacidade de encontrar soluções integradas que possibilitem combinar as mais-valias da oferta no espaço físico com as potencialidades que as novas tecnologias oferecem. Encaramos o comércio eletrónico, bem como as diferentes plataformas digitais, como oportunidades a utilizar como novos canais de comunicação para entrar em contacto com os consumidores e atraí-los para os centros comerciais que gerimos através HOPPING 9


Entrevista

uma das maiores evoluções foi a transformação do centro comercial num local mais vocacionado para a fruição e convívio, evoluindo de um mero destino de compras para um local também de lazer

do envio de informação relevante e campanhas específicas. Estamos satisfeitos com o que conseguimos fazer até aqui e que reflecte a nossa forma de pensar a integração do digital com o espaço físico. Desde a criação de plataformas digitais que fazem a ponte entre o online (uma aplicação) e o espaço físico (as lojas), a novos conceitos de retalho mais flexíveis que promovem negócios locais (muitos deles que nascem em ambientes digitais) ou serviços de apoio ao cliente através das redes sociais (serviço WhatsApp). Shopping - Ainda pelo lado da operação dos centros comerciais, como comenta a incessante procura de novos retalhistas e a evolução do papel do lazer e serviços, face ao retalho? F.O. – Ao longo dos últimos anos, uma das maiores evoluções foi a transformação do centro comercial num local mais vocacionado para a fruição e convívio, evoluindo de um mero destino de compras para um local também de lazer, com espaços confortáveis, propícios à socialização e ao bem-estar. No futuro, consideramos que esta tendência irá manter-se, assim como irá continuar a nossa procura por soluções que reflictam os gostos 10

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e preferências dos nossos visitantes, sempre com o foco em proporcionar a melhor experiência a quem nos visita. Atravessamos períodos de grande mudança: tecnológica, demográfica, urbanística e ambiental. Na Sonae Sierra estamos a acompanhar esta evolução e encaramos estas mudanças como desafios e oportunidades para acompanhar esta revolução no retalho. Assistimos à entrada de novos e diferentes formatos de retalho nos nossos centros; cada vez mais lojistas integram o digital nas suas lojas e nos seus processos de promoção e venda; uma sofisticação crescente na oferta de serviços e nos formatos de entretenimento e lazer, bem como, a evolução nos conceitos arquitectónicos que têm transformado os centros comerciais em espaços cada vez mais sofisticados e atentos às características dos clientes actuais e às suas preocupações ambientais. Com a expansão para novas geografias e a presença cada vez maior num conjunto alargado de países via actividade de prestação de serviços, as nossas equipas de market intelligence e de inovação serão decisivas para analisar tendências e ajudar-nos a repensar a nossa proposta de valor em cada mercado.

Sempre fomos uma empresa pioneira no sector e estou confiante que a Sonae Sierra irá continuar a trazer novos e relevantes conceitos para o mercado, permitindo a diferenciação dos centros que gerimos e uma melhor experiência para lojistas e visitantes. Shopping - Consegue perspectivar a médio-longo prazo (10 anos), como serão os centros comerciais nos mercados maduros como o nosso? F.O. – Não consigo prever o futuro a tão longo prazo num mundo que muda a cada instante e a um ritmo tão acelerado. Na Sonae Sierra estamos permanentemente atentos à mudança, em particular no que diz respeito às necessidades de investidores, clientes e lojistas, bem como, à evolução do consumidor e do retalho. Temos uma cultura de inovação e de colocar desafios em tudo que fazemos, por isso, continuaremos a ser uma organização focada na performance do presente e, simultaneamente, empenhada na construção do futuro. n


ESPECIALIDADES

Segurança Privada e Centros Comerciais Desde que foi publicada a Lei 34/2013 de 16 de Maio (Lei da Segurança Privada - LSP) que regulamentou o exercício da actividade de segurança privada e as medidas de segurança a adoptar por entidades públicas e privadas, que a Associação Portuguesa de Centros Comerciais - APCC tem contestado este diploma.

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o propósito que visa a prevenção da prática de crimes, de forma subsidiária e complementar da actividade das forças de segurança, esta peça legislativa incluiu os conjuntos comerciais com uma área bruta locável igual ou superior a 20 000 m2, e as grandes superfícies de comércio, que disponham, a nível nacional, de uma área de venda acumulada igual ou superior a 30 000 m2, para além de outras entidades. A abrangência deste regime jurídico a sectores com espaços de livre acesso ao público onde se desenvolvem actividades susceptíveis de gerar especiais riscos de segurança, encontra um enquadramento com mais de trinta anos, no que respeita às entidades bancárias, ou a estabelecimentos de restauração e bebidas com espaços destinados à dança. Neste sentido, a inclusão dos centros comerciais na Lei não consubstancia, por si só, qualquer problemática. A questão reside no facto de revelar um assinalável desconhecimento por parte do legislador, no que se refere a este sector de actividade no plano operacional da segurança. Desadequação conceptual Não tendo considerado que o imperativo da actividade económica desenvolvida pelos centros comerciais é o da segurança de pessoas e bens no seu interior, seja quais forem as formas que o conceito “Segurança” assuma (Safety & Security), o diploma veio impor a obrigatoriedade desta indústria se adaptar a uma imensa lista de itens, alguns dos quais, de uma forma

ou de outra, já contemplados nos modelos de organização e gestão da segurança desenvolvidos pelo sector muito antes desta legislação ser publicada. Refira-se que a esmagadora maioria dos promotores, proprietários e gestores dos centros comerciais incluídos na LSP, pela própria dimensão destas unidades, têm desde sempre recorrido às melhores práticas de security ao nível nacional e internacional, implementando paradigmas de comprovada eficácia face ao risco, sempre na perspectiva dos centros comerciais enquanto clientes de serviços de vigilância humana e electrónica, num trabalho continuo com os fornecedores, esses sim, empresas de segurança.

O diploma veio impor a obrigatoriedade desta indústria se adaptar a uma imensa lista de itens, muitos já contemplados no sector

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ESPECIALIDADES

A problemática da avaliação do risco, aspecto central para a determinação dos níveis de risco, não encontra qualquer referência no clausulado no que diz respeito aos centros comerciais, mesmo sendo uma das principais características na operação de segurança

Esta desadequação conceptual foi ainda mais longe, ao equiparar as centrais de controlo dos centros comerciais às instalações das empresas de segurança com “Alvará C” no que se refere aos requisitos e medidas impostas. Este paralelismo tem fomentado um considerável agravamento dos custos nos orçamentos operacionais das unidades abrangidas, sem que isso corresponda, no entendimento dos operadores, a um evidente acréscimo dos níveis de segurança face à avaliação do risco. Aliás, refira-se que a problemática da avaliação do risco, aspecto central para a determinação dos níveis de risco, não encontra qualquer referência no clausulado no que diz respeito aos centros comerciais, mesmo sendo uma das principais características na operação de segurança das grandes unidades de retalho imobiliário. O sector não deixou, porém, de trabalhar com as entidades responsáveis pelo licenciamento e fiscalização de modo a proceder à integração de todas as condições impostas ou, tal como é previsto na nova redacção do Art. 114.º da 273/2013 de 20 de Agosto, alterada pela Portaria 106/2015 de 13 de Abril, de apresentar soluções alternativas aos sistemas e requisitos obrigatórios, substituindo-os por outros sistemas com capacidade para assegurarem os níveis de segurança. Modelo genérico de gestão e organização da segurança em centros comerciais A organização e gestão da segurança (Safety & Security), encontra na indústria dos centros comerciais o seu expoente máximo no que respeita a entidades privadas gestoras de edifícios de uso público. Estes edifícios comerciais de serviços e lazer são, por natureza, geradores de níveis de tráfego elevados ao longo dos períodos de operação diários, depreendendo-se que os gestores estão entre os principais interessados na inexistência de quaisquer incidentes que ponham em causa a segurança. Por este motivo fundamental, desde o início da instalação da moderna indústria dos Centros Comerciais, que constatamos a adopção e evolução de modelos de gestão próprios com 12

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A avaliação do risco é efectuada pelos operadores centralistas

aspectos comuns à operação entre todas as unidades com estas características. Neste ponto a avaliação do risco é produzida através da análise de informações provenientes dos sinais de alarme, das câmaras de videovigilância, ou pelo reporte via rádio das equipas do centro, às centrais de segurança. A avaliação do risco é efectuada em cada momento pelos operadores centralistas, sendo que estes podem fazer deslocar equipas de vigilância ao local específico onde a informação tem origem, no sentido de verificar a ocorrência, sejam estas registadas em sinal de video, ou suscitadas por disparos de um sistema de alarme de incêndio, ou de intrusão. Segundo o tipo de ocorrência identificado, são accionados protocolos de actuação pré-determinados, inscritos em manuais de procedimentos, com uma base de reporte em plataforma própria, segundo o local e o tipo de eventos, correspondendo a modos de actuação devidamente treinados. O mecanismo de segurança ajusta-se assim com precisão e rapidez, seguindo uma check-list procedimental em função do tipo de ocorrência. Sublinhe-se a proactividade e previsão de risco efectuada com base na análise a eventos calendarizados, no interior ou na periferia dos centros, que possam afectar o normal funcionamento destes centros. Outro capítulo do modelo refere-se à organização integrada da componente de vigilância humana e electrónica. A vigilância humana obedece a uma hierarquia instituída e clara para todos os elementos definindo-se níveis de acessos e actuações diferenciadas. São a este nível de organização contempladas acções de formação específica sobre as características próprias do centro, o que resulta de um trabalho continuo entre o cliente e o fornecedor de serviços. É também um aspecto central a definição de prioridades e o planeamento e treinos de emergência em cenários simulados de acontecimentos diversos. De igual forma, a organização dos sistemas incide ainda no planeamento, gestão e operação de todos os meios de vigilância eletrónica do centro, quer seja a alarmística ou as unidades de videovigilância instalados, cujos sinais são primeiramente replicados na central de segurança, centro nevrálgico de toda a operação de segurança do centro.


Safety / Security Modelo Genérico de Gestão e Organização da Segurança em Centros Comerciais Avaliação e Análise do Risco Registo de Ocorrências: - Em modelo próprio de registo de ocorrências [segundo o tipo]: - C lassificação/Tipificação das ocorrências - [segundo o potencial de risco]; - Estabelecimento de procedimentos de atuação para cada tipo de ocorrência;

Organização integrada da componente da vigilância humana e electrónica Vigilância humana contratada segundo modelo formal hierarquizado: - Descritivo das funções de vigilantes e hierarquias [organigrama] no Centro Comercial; - F ormação específica para todos os operacionais de segurança sobre o modus operandi de um Centro Comercial; - Formação e simulação de operações de emergência respostas a ocorrências Safety e de Security no Centro Comercial e empreendimento onde se integra;

Avaliação dos Níveis de Risco: - Avaliação do Nível Geral de Risco do Centro Comercial Rácio [n.º de ocorrências/n.º visitantes]; - Avaliação do Nível Específico de Risco por zonas/lojas do Centro Comercial - Rácio [n.º e tipo Policiamento gratificado: de ocorrência por zonas/local]; - Predefinição e procedimentos de articulação entre agentes Análise prospectiva do risco: gratificados e Direcção de Se- C aracterização de eventos gurança do Centro Comercial; potencialmente perigosos [meet’s; concertos; manif. Vigilância electrónica (secupolíticas, manif. Desporti- rity): vas, etc.]; - P laneamento, organização, - Agendamento e registo de instalação e operação (capeventos futuros nos centros, tação/gravação) - CCTV; - P laneamento, organização, ou em zonas contíguas; - Adaptação do dispositivo de instalação e operação – Antisegurança, face às expectati-intrusão; vas de evolução do risco;

Outro capítulo contempla a existência e caracterização da plataforma integrada de comunicações, baseada numa estrutura independente de rádio e num sistema interno de som para comunicações no interior do centro para clientes e lojistas. Por seu turno, as comunicações rádio entre as equipas do centro recorrem a protocolos de codificação próprios e a procedimentos pré-determinados para o nível de emergência. A instituição prévia de canais de comunicação directos às forças policiais territorialmente competentes, fazem igualmente parte do planeamento e são usados sempre que se justifica. Por último refira-se que o modelo de organização e gestão da segurança contempla a operacionalização efectiva de todas as medidas tipificadas em função das ocorrências. A informação é revelada através de fluxograma próprio, simples e claro, sendo esta informação organizada por ordem

Organização dos Sistemas de Comunicações

Operacionalização das Medidas de Segurança

Sistema de som interno - para Definição dos níveis de acesso as áreas comuns - clientes e às centrais de segurança; lojistas; Mestragem de chaveiro e sisEstrutura de comunicações in- temas de segurança; dependente via rádio; Existência de equipamentos de Modelo formal hierarquizado apoio: das comunicações; - Unidades Portáteis (U.P.) receptor/emissor rádio; Parâmetros de comunicações - U.P. de sinalização (sinaléde emergência; tica); - U.P. aviso sonoro (megafone); Predefinição de protocolo de - U.P. iluminação (lanternas); comunicação com as autoridades policiais; Manual de procedimentos pré-definidos: Envolvimento de todas as equi- - Procedimentos preventivos; pas no modelo de comunica- - P rocedimentos de atuação ções: em função do nível de risco - Vigilância humana e gestores da ocorrência; da segurança (internas e/ou - Procedimentos de registo de contratadas); ocorrências; - Limpeza (equipas internas e/ - P rocedimentos de atuação ou contratadas); pós-ocorrência; - Manutenção técnica do edifí- - Procedimentos de ligações a cios e equipamentos (equipas forças de segurança; internas e/ou contratadas); - Administração do Centro Comercial;

cronológica e por prioridades de cada uma das tarefas. Estes esquemas de actuação existem em termos físicos na central de controlo, prontos a serem usados a todo o momento, não estando as suas versões originais em suportes informáticos. Também inerentes à operacionalização estão a mestragem dos chaveiros das lojas, ou os equipamentos portáteis de rádio, iluminação, som e sinalização, sempre carregados e em prontidão de uso. De um modo resumido, foram descritas nesta peça as práticas levadas a cabo pelo sector. Esta formulação constitui o núcleo central dos contributos que a indústria tem proposto como elementos válidos num compromisso de adaptação da legislação à realidade operacional dos centros comerciais com Área Bruta Locável superior a 20.000 m2. n

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Notícias APCC

Centros Comerciais reivindicam alteração da Lei da Segurança Privada Proteger 2016 - 2.ª Conferência de Segurança Privada No decorrer da Proteger 2016, Congresso e Feira da Associação Portuguesa de Segurança - APSEI, teve lugar a 2.ª Conferência da Segurança Privada, onde a APCC apresentou os contributos da indústria dos Centros Comerciais para a revisão do actual quadro jurídico

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ntre os dias 18 e 20 de Outubro teve lugar no Centro de Congressos do Estoril a “Proteger 5.ª Conferência de Segurança” organizada pela Associação Portuguesa de Segurança - APSEI. No âmbito deste evento, que se constitui como o encontro mais importante ao nível nacional no que se refere aos temas da Segurança (em todas as vertentes), decorreu a “2.ª Conferência de Segurança Privada”, encontro que contou uma vez mais com a coorganização, participação e intervenção da APCC. A intervenção da APCC, desenvolvida pelo Secretário-geral, focou-se numa reflexão construtiva sobre o que poderá ser a alteração à Lei da Segurança Privada, prevista para os próximos meses. Neste âmbito, foram apresentadas resumidamente as conclusões do primeiro “Inquérito às ocorrências no interior dos centros comerciais”, trabalho de recolha de informação relativa ao ano 2015, desenvolvido junto das unidades com área bruta locável igual ou superior a 20.000 m2. Este estudo, considerado fundamental para a determinação dos níveis de risco em três zonas distintas dos centros comerciais (Lojas, Zonas Comuns 14

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e Estacionamento), resultou em dados de muito baixa incidência de actos criminosos em todas as zonas dos centros, sendo zonas comuns e estacionamento áreas de muito menor frequência do que no interior das lojas. A maioria dos eventos registados são acidentes, doenças súbitas e pessoas perdidas (maioritariamente crianças) nas zonas comuns, bem como pequenos acidentes entre viaturas nos estacionamentos. Já no interior das lojas a maioria das ocorrências são do tipo furto/roubo sendo, porém, de níveis extremamente baixos face à média registada na via pública pelo Relatório Anual de Segurança Interna - RASI de 2015. No que respeita às ocorrências criminais em 2015 no interior dos centros, constata-se um valor de 0,0137/1.000 visitantes, ao passo que do RASI afere-se uma frequência de 30,47/1.000 habitantes. Significa que no interior dos centros comerciais se registam, em média, 2.224 vezes menos ocorrências de índole criminal do que na via pública, o que não deixa de ser significativo. Poderemos assim afirmar, perante a diferença registada, que este indicador em muito contribui para a robusta percepção de segurança que os clientes têm dos shoppings, que resulta, por outro

lado, num efeito dissuasor que o dispositivo montado nos centros tem sobre os eventuais elementos prevaricadores. Ao nível internacional, a APCC desenvolveu, em conjunto com o International Council of Shopping Centers - ICSC, um inquérito sobre o modo como estão consagrados os centros comerciais de grande dimensão, nas leis da segurança privada em diversos países europeus. O resultado deste estudo de direito comparado, em que se obtiveram respostas de Espanha, França, Rússia e

“Mesa das entidades obrigadas a adotar medidas e sistemas de segurança da esq. p/ dir.: Pedro Teixeira - Secretário-geral APCC; Moderador: Ricardo Carrilho - Secretário-geral Adjunto do Ministério da Administração Interna: Raúl Ferreira - Presidente da Associação de Diretores de Hotéis de Portugal; Rui Pereira - Diretor de Segurança do Sport Lisboa e Benfica


segurança dos centros comerciais, às das empresas de segurança privada portadoras de “Alvará - C”.

A intervenção da APCC centrou-se no que poderá ser a alteração à Lei da Segurança Privada

Turquia, permite concluir que a Lei da Segurança Privada, actualmente em vigor em Portugal, é a mais impositiva no que se refere a exigências relativas aos sistemas, bem como aos requisi-

tos técnicos das centrais de segurança. Neste último aspecto, nota para o facto de, incompreensivelmente, o regime jurídico equiparar sob o ponto de vista dos requisitos técnicos, as centrais de

Por último, a apresentação versou o aspecto das boas práticas desta indústria descritas em pormenor no Tema Técnico desta edição da SHOPPING. Refira-se que estes modelos de organização e gestão da segurança há muito desenvolvidos pelos operadores deste sector como um todo (Safety & Security), não foram considerados em qualquer das suas vertentes no enquadramento legal consubstanciado na Lei 34/2013 de 16 de Maio e respectivas Portarias regulamentares. Estas são as principais mensagens da APCC e que se constituem como núcleo dos nossos contributos para a reformulação da Lei da Segurança Privada. n

Seminário de Gestão e Direcção de Segurança

Associação de Directores de Segurança de Portugal - ADSP A APCC foi uma das entidades convidadas a intervir no Seminário de Gestão e Direcção de Segurança, organizado pela Associação de Directores de Segurança de Portugal - ADSP e pela Universidade Autónoma de Lisboa - UAL, o qual decorreu no passado dia 13 de Outubro no campus deste estabelecimento de ensino

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evento que reuniu cerca de cem participantes, contou com a intervenção da APCC que participou na mesa especialmente destinada às empresas obrigadas a adoptar medidas de segurança, onde foram expostas as experiências do passado e expectativas face à alteração da legislação vigente.

Da esq. para a dir. - D. Javier Ruiz - Vice-presidente da ADSI (Espanha - Asociación de Directivos de Seguridad Integral); Superintendente Pedro Neto Gouveia - Director do Departamento de Segurança Privada da PSP: Coronel Ludovico Jara Franco - Presidente da ADSP; Comissário Manuel Yanguas Menéndez, Chefe da Brigada de Segurança Privada do Corpo Nacional de Polícia (Espanha); D. Francisco Poley - Presidente ADSI

Das conclusões, destaque para o tema “Experiência Espanhola”, país onde os Directores de Segurança têm um papel de capital importância, não só nas empresas onde prestam serviço, mas também no contexto global da segurança no país, em estreita colaboração com as forças de segurança pública.

Este seminário debateu “A Lei de Segurança Privada: avaliações e melhorias”, e apontou algumas linhas orientadoras para este sector que tem de se adaptar à transformação imposta pela sociedade contemporânea. n

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Notícias APCC

Conferência Internacional “Comércio é transformação” debateu o futuro da actividade Mendes, Rui Assis, João Barreta e Pedro Guimarães, nomeadamente em franchising, grande distribuição, venda directa, mercados e internet. Durante todo o dia a conferência reuniu mais de 250 pessoas que partilharam as suas visões do sector, os seus casos de sucesso e a forma como evoluíram ao longo dos anos.

O auditório da sede da União de Associações do Comércio e Serviços de Lisboa e Vale do Tejo (UACS) foi o palco para a conferência internacional “Comércio é Transformação” que a 25 de Outubro juntou, pela primeira vez, todos os sectores do comércio num só evento para debaterem as tendências e o futuro da actividade

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APCC participou no primeiro painel onde o presidente, António Sampaio de Mattos, fez uma curta retrospectiva do sector, salientando a necessidade de ter uma política fiscal que continue a permitir a existência de investimento e que possibilite o consumo. Sampaio de Mattos referiu ainda que o comércio de rua “não é inimigo dos centros comerciais, mas que os dois “são complementares”.

Em resposta a uma questão da plateia relativamente ao comércio digital, o presidente da APCC referiu que há um estudo em vários mercados maduros, entre os quais os Estados Unidos, que avalia a possibilidade dos centros comerciais permanecerem abertos 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além da APCC, no mesmo painel estiveram os representantes do retalho independente, com José Ferreira de Matos, os especialistas Patrick

Prémio APCC destaca investimento no comércio

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arranque do ano lectivo da Escola de Comércio de Lisboa foi assinalado com a Aula Inaugural ocasião em que são premiados os alunos em fim de ciclo desta instituição que ao longo dos anos tem contado com o apoio da APCC. 16

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Tal como é habitual o “Prémio APCC”, com um valor pecuniário de 500,00 euros, foi atribuído a um finalista do Curso Técnico de Comércio, distinguindo o “Melhor Projecto de Investimento” tendo este sido entregue pelo Secretário-geral da APCC - Pedro Teixeira, à aluna Vânia Rodrigues. n

“Surpreender todos os dias o consumidor é a essência para vender mais e melhor”, sublinhou Ana Penim, administradora do INV, coorganizador do evento. A visão da especialista confirma que “as insígnias de retalho estão cada vez mais apostadas em proporcionar uma experiência de qualidade aos clientes, seja qual for o formato de comércio, em diferenciarem o conceito do seu negócio e em proporcionarem às suas equipas as ferramentas comportamentais para um serviço de excelência”, refere uma nota sobre a conferência. O evento, moderado pelo speaker e especialista em negociação e vendas João Alberto Catalão (INV), contou com a abertura do Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que apresentou a estratégia do município para o comércio e não fugiu ao tema das obras na capital. n


Parceria Sonae Sierra CBRE Global Investors

APCC intervém no debate

sobre o Orçamento de Estado A propósito do Orçamento de Estado para 2017, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa - FDUL, realizou um Seminário, tendo convidado a APCC a manifestar a opinião dos operadores do sector sobre a criação do novo imposto adicional ao IMI

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Seminário sobre o Orçamento de Estado 2017 promovido pela FDUL, foi mais uma oportunidade para a APCC demonstrar publicamente a profunda preocupação dos operadores do sector e o total desacordo com a criação do imposto Adicional ao IMI, apresentado pelo Governo e votado na generalidade em Outubro. De acordo com a APCC, que em junho expôs a sua preocupação junto do Ministério das Finanças quando foi analisada a possibilidade de alteração dos escalões do IMI, qualquer aumento de tributação sobre o património a incidir neste sector de atividade “criador de emprego e gerador de desenvolvimento local e regional”, iria aportar “consequências graves”, forçando as empresas a reajustarem-se, nomeadamente em termos de postos de trabalho, para

poderem enfrentar encargos adicionais não previstos. A ameaça de um desinvestimento real, a curto prazo, no sector dos centros comerciais e em outros mercados imobiliários, levou a uma reflexão mais avisada por parte dos partidos no debate do orçamento na especialidade, , tendo o Governo assumido a isenção dos edifícios afectos ao comércio e aos serviços. Como é do conhecimento público, a proposta inicial que esteve na origem da criação deste novo imposto, que inicialmente isentava apenas imóveis afectos às actividades industrial e turística, foi alterada, incluindo na isenção também os imóveis afectos às actividades de comércio e serviços. n

Tarkett aposta nos pavimentos luminosos

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ruto de uma parceria entre a Tarkett e a Philips Lighting surgiu no mercado a Luminous Carpets, uma solução inovadora para os pavimentos. A Luminous Carpets funciona com um esquema integrado de painéis de LED, sobre os quais se instalam mosaicos de alcatifa Desso, permitindo a interacção entre os utilizadores e os espaços, como escritórios, hotéis ou lojas. n

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Algarve Shopping, o Estação Viana e o Luz del Tajo, em Espanha, anteriormente detidos pelo Fundo Sierra foram adquiridos pela CBRE e Sonae Sierra, ficando o primeiro com uma posição maioritária, assumindo a Sonae Sierra uma posição minoritária, e o parceiro responsável pela sua gestão operacional e pela gestão dos referidos Centros Comerciais. O acordo foi o resultado de uma parceria estratégica entre a Sonae Sierra e a CBRE Global Investment Partners (GIP) para adquirir e gerir os principais centros comerciais da Península Ibérica. n

Novos associados Manvia

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Manvia é o mais recente associado APCC. Esta empresa do Grupo Mota-Engil, oferece um serviço integrado de gestão da manutenção. Com 18 anos de atividade e presente em 15 países, a empresa conta actualmente com 600 colaboradores em várias áreas de negócio. Dinâmica e inovadora, a MANVIA afirma-se como um importante player no mercado da manutenção e do facility management prestando serviço nas áreas da Gestão, Edifícios, Indústria, Saúde, Eficiência Energética, Ambiente e Energia. O conceito multisserviços abrange desde a manutenção, até à gestão de contratos externos, garantindo aos seus clientes uma prestação de serviços técnicos altamente especializados, o que permite responder a todas as valências específicas necessidades à actividade dos seus clientes. n HOPPING 17


actualidade

MAR

SHOPPING

MAR Shopping Algarve é o nome do novo empreendimento da Ikea que irá inaugurar em Loulé. A unidade aproveita a visibilidade já conseguida através dos oito anos de actividade do seu “irmão” de Matosinhos e acrescenta a localização geográfica ao nome. O novo centro, tem abertura planeada para o Verão de 2017.

“MAR” do Algarve

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novo empreendimento da Ikea no Algarve é um conjunto multifacetado que agrega diferentes valências: o Centro Comercial em si, uma unidade Ikea, um outlet e área de lazer ao ar livre, o que se justifica plenamente face às características climáticas da região. O complexo representa um investimento na ordem dos 200 milhões de euros e ocupa uma área de 82.000 metros quadrados. Face à especificidade da oferta, nomeadamente o Designer Outlet Algarve, conceito que naquela zona do país tem estado destinado a unidades de pequena dimensão e com uma

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penetração local, e sobretudo devido à loja Ikea, um chamariz fundamental para captação de visitas, o novo complexo terá uma área de influência que se estende a toda a região algarvia e também às localidades fronteiriças em Espanha. O centro terá 220 lojas e 3.500 lugares de estacionamento, assumindo, segundo a administração, uma vocação familiar, à semelhança do seu primeiro projecto em Matosinhos, que perfaz já oito anos em funcionamento. Responsáveis do Ikea referiram ainda que o empreendimento irá gerar três mil postos de trabalho, entre directos e indirectos.

Este é o segundo centro comercial do grupo em Portugal e define igualmente que investimentos futuros estarão também sob alçada da umbrela Mar Shopping. Recorde-se que, a nível europeu, o grupo Ikea gere um total de 41 centros comerciais e 25 retail parks, localizados em 14 países. Segundo a Directora de Marketing do Ikea Centres, Ana Machado, «nenhum outro país tem um passado e um presente tão intimamente ligados ao mar. Dos descobrimentos, à influência no sucesso do turismo para a economia e projecção de Portugal, poucos países têm neste elemento um activo tão estratégico para o seu desenvolvimento futuro».


A responsável da marca sublinhou ainda as características marítimas do país para reforçar a decisão, lembrando que temos ao dispor 2.830 km de linha de costa e a maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia, também relevante a nível mundial, onde ocupa a 11ª posição do ranking. Além disso, considera Ana Machado, «a marca MAR Shopping tem hoje uma ligação muito forte com a comunidade em que se insere no norte do país e acreditamos que Loulé e todo o Algarve se identificarão da mesma forma com os valores que ela transporta: simplicidade, sustentabilidade, membro activo da comunidade e promotor da cultura local com a grande responsabilidade de contribuir para um melhor dia-a-dia das pessoas que nos visitam».

No corredor comercial está confirmada a presença de âncoras como Primark, C&A, Zara, Mango

Em termos de planeamento, as perspectivas apontam para a inauguração da loja Ikea em Abril do próximo ano, enquanto o complexo comercial,

assim como a primeira fase do outlet, deverão estar concluídos alguns meses mais tarde, ainda a tempo de aproveitar o Verão. O MAR Shopping Algarve será um edifício moderno, com inspiração no estilo escandinavo, enquanto o Designer Outlet Algarve se assemelhará a uma típica vila rural algarvia, exibindo muitos dos elementos tradicionais da arquitectura regional. Terá, numa primeira fase, aproximadamente 70 lojas ao ar livre. Destaque ainda para o corredor comercial destinado a lojas de maior dimensão, no qual já está confirmada a presença de âncoras como Primark, C&A, Zara, Mango. As unidades Pingo Doce e Worten complementam o poder de atracção do Complexo. n

A nível europeu, o grupo Ikea gere um total de 41 centros comerciais e 25 retail parks, em 14 países.

O centro terá 220 lojas e 3.500 lugares de estacionamento, assumindo, uma vocação familiar, à semelhança do seu primeiro projecto da Ikea em Portugal, situado Matosinhos HOPPING 19


actualidade

Freeport Fashion Outlet

Remodelação de 20 milhões de euros e reforça aposta na experiência do cliente

Com obras “invisíveis” aos clientes durante 12 meses, o Freeport Fashion Outlet está a investir mais de 20 milhões de euros na transformação para um centro ainda mais acolhedor, mais elegante, com uma oferta superior de moda e restauração, onde é cada vez mais evidente a aproximação ao turismo

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objectivo da remodelação é aumentar o tempo de visita dos clientes cuja média actual é de 90 minutos e consequentemente o share of wallet. O centro pretende ainda atrair mais turistas e aproximar cada vez mais a experiência do cliente à que ele teria num resort turístico, disse Nuno Oliveira, Director-geral do Freeport, à SHOPPING.

remodelação vamos ser um espaço de retalho ainda mais virado para o turismo. Porque o potencial é brutal”.

“Somos entendidos como ponto turístico, mas não somos um destino turístico. Isso parece redutor”, referiu Nuno Oliveira, mas sublinhou que “com esta

O novo outlet será inspirado em hotéis lisboetas e terá ícones de ligação à capital, como o eléctrico 28 (que será um café) localizado numa das praças, azu-

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O centro está a sofrer intervenções em praticamente todas as áreas, incluindo espaços verdes, mobiliário de rua e fachadas de lojas, podendo dizer-se que será um “novo” Freeport aquele que surgirá no primeiro semestre de 2017.

Área bruta locável do novo Freeport aumenta para 37.786m2 após conclusão das obras


Perspectiva de aumentar o volume de negócios em 20% Nuno Oliveira referiu que com a renovação e ampliação do Freeport, é expectável um aumento de 20% do volume de negócios. Em 2015 o número de visitantes do Freeport aumentou 3,8% e atingiu um recorde nas vendas com mais 6,2% face ao ano anterior, disse o responsável do outlet sem, no entanto, revelar números. O maior número de turistas e visitantes estrangeiros, que gastam em média cinco a seis vezes mais do que os nacionais, foi determinante para os resultados das vendas. Os compradores estrangeiros já têm peso de 20% no volume de negócios do Freeport. No ano passado o outlet recebeu visitantes de 120 nacionalidades, com destaque para a China, Brasil e Angola.

cesso de renovação. A Gant vai reabrir este novembro após completa renovação

Depois de terminada a remodelação, o Freeport terá mais 35 lojas e cerca de 38 mil m2 de ABL

lejos nas fachadas das lojas, calçada portuguesa, candeeiros e canteiros. No final da intervenção, prevista para o primeiro semestre de 2017, irá surgir um Freeport novo, com mais 35 lojas das quais 10 praticamente serão dedicadas à restauração e 25 à moda, totalizando uma oferta de 130 lojas, e pelo menos mais 150 postos de trabalho. O projeto de reformulação vai permitir ao Freeport Fashion Outlet efectuar um ajustamento na área bruta locável para 37.786m2.

Sobre novas marcas a administração do Freeport não quis adiantar muito, apenas afirmou que a Swarovski abriu uma loja em outubro e que a Bikini a Porter irá ter uma pop up store até ao final deste ano. Até agora as lojas que foram relocalizadas foram a Desigual, Sunglass Hut, Ana Sousa, Dockers, Home & Cook. Os responsáveis do Freeport disseram ainda que a Fifty Factory, Hugo Boss, Be on time, Bimba y Lola, também passaram ou estão em pro-

A zona Norte, onde estão localizadas as marcas premium, é a mais intervencionada e aqui surgem mais 25 lojas na sua maioria ligadas à moda que Nuno Oliveira diz serem marcas “com notoriedade” e algumas com preços “acima da média”. Também aqui fica localizada uma nova praça de gastronomia com 10 pontos de restauração na sua maioria de cozinha portuguesa, a pensar nos turistas. A restauração representava, até agora, entre 5% a 10% do volume de negócios. Além da zona Norte, haverá alterações na área por onde acedem mais de 90% dos visitantes e que fica a seguir ao parque de estacionamento ao ar livre. Ali será construído um pórtico que identifica a entrada do centro e um café com esplanada deixando de existir a conhecida estrutura redonda à entrada do Freeport. A área em frente ao centro de congressos será intervencionada e surgirá com uma zona de recreio infantil. n

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REPORTAGEM

Amoreiras 360º Panoramic View A melhor vista de Lisboa marca o ano A abertura do Amoreiras 360º Panoramic View e um profundo refresh no parque de estacionamento marcam o ano do Amoreiras Shopping Center que cumpriu no final de Setembro o seu 31º aniversário

Mais de 20 mil pessoas já subiram ao miradouro 360 no Amoreiras

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Amoreiras Shopping Center, na senda da sua permanente e continua renovação, tem todos os anos surpreendido os visitantes e clientes com novidades de assinalável interesse e qualidade. Após a profunda reformulação que o foodcourt foi alvo no ano passado, tor22

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nando-o num dos mais atractivos e confortáveis espaços de restauração instalados em Centros Comerciais, a Mundicenter, empresa proprietária e gestora do espaço, concretizou o projecto do miradouro. Situado numa das torres do complexo comercial, este novo equipamento permite uma vista panorâmica sobre

a cidade de Lisboa, assumindo-se como um local de visita turística de características únicas. Do ponto de vista operacional, é um exemplo de como os centros podem aproveitar o espaço e as suas potencialidades, inovando nas ideias de forma a potenciar valências. Um centro moderno ultrapassa em


históricos mais relevantes. A visita, que custa cinco euros, tem a duração de 15 minutos e está sujeita a marcação. O acesso ao Miradouro está localizado no piso 2 do Amoreiras Shopping Center junto à loja AREA, e os ingressos podem se adquiridos no Balcão de Informações do centro.

Desde a sua inauguração, o 360 já foi visitado por mais de 20 mil pessoas e a Mundicenter prepara para o próximo exercício a implementação de diversas novidades para melhorar a experiência, estando igualmente previstos alguns eventos com operadores turísticos e empresas especializadas.

Com o ambiente totalmente reformulado, fruto das pinturas e pavimentos, da iluminação e do sistema de gestão de espaços livres, o Amoreiras incrementou consideravelmente o conforto ao cliente nos espaços de estacionamento

muito a função retalhista e é através da concretização de projectos dinamizadores que, mesmo passados 30 anos, o Amoreiras mantém intacta a sua actualidade.

O Amoreiras 360º Panoramic View, está situado a 174 metros de altura, numa plataforma está equipada com lunetas de longo alcance de focagem e mapas informativos sobre os pontos

Outra das recentes novidades no Centro Amoreiras foi a reconfiguração e melhoramento geral das condições de conforto e ambiente do parque de estacionamento. Os trabalhos de beneficiação foram efectuados no pavimento, pintura e no acesso aos elevadores. Os melhoramentos incluíram ainda a introdução de um sistema de Gestão de Controlo de Estacionamento que permite uma fácil distribuição e circulação dos veículos no seu interior. A esta operação acrescem serviços como o Jumbo DRIVE e o VIP Parking, que permitem ao Shopping manter uma oferta diferenciadora. n HOPPING 23


FORMAÇÃO

Viagem de Estudo APCC 2016 Emirados Árabes Unidos - EAU No passado mês de Setembro, a APCC organizou mais uma viagem de estudo a um mercado de interesse relevante no panorama dos centros comerciais a nível mundial. Um grupo de 15 profissionais participaram em mais esta experiência formativa de assinalável interesse, onde foram efectuadas visitas técnicas a empreendimentos no Dubai e Abu Dhabi

A

APCC organizou mais uma Viagem de Estudo a um mercado de substancial interesse para o nosso sector. Desta vez o destino foi o Médio Oriente, nomeadamente os Emirados Árabes Unidos (UAE) - Dubai e Abu Dhabi. Dez anos após a realização da Viagem da APCC a estes destinos, foi agora possível observar o resultado de um desenvolvimento imobiliário, turístico e comercial únicos no mundo. Os gigantescos estaleiros de obras e gruas que se erguiam nas paisagens há uma década, deram agora lugar a uma malha urbana contínua, ao longo do litoral do Golfo Pérsico, onde se situam os Emirados, verdadeiras cidades policêntricas, vibrantes de animação e com uma capacidade de atracção de visitantes a nível global. O crescimento imobiliário voltou a ser a palavra de ordem a todos os níveis, de-

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pois da crise de 2009. A título de exemplo, no Dubai, posteriormente à construção das célebres palmeiras de Jumeirah e da quase pronta Jebel-Ali (três vezes maior que a primeira), em pleno Golfo Pérsico, iniciou-se já a construção do maior canal artificial do mundo, que irá rodear toda a malha urbana deste emirado, o segundo maior dos EAU, depois do Abu Dhabi. Está previsto que este projecto faraónico comporte nas suas margens a maior plantação de mangal do mundo, criando um ecossistema pleno de vida, onde agora nada existe para além da aridez do deserto, do mesmo modo que se prevê que, por consequência, este canal proporcione um decréscimo de 5.ºC na temperatura média. Sendo um dos destinos mais procurados do mundo para o turismo, comércio e serviços, assiste-se a uma forte aposta na promoção da cultura e educação, facto que não passou despercebido a algumas das mais emble-


máticas universidades do mundo, tais como o MIT - Massachusetts Institute of Technology ou a Sorbonne Université, que estão aqui a construir polos. No que se refere à indústria dos centros comerciais, o desenvolvimento relativamente recente tem permitido a estes dois emirados um posicionamento de referência ao nível internacional, tam-

bém nesta esfera do retalho imobiliário. Com uma massa crítica de clientes a crescer exponencialmente de ano para ano, os centros encontram excelentes condições de operação. Refira-se que para além do turismo estar a crescer a dois dígitos ao ano, as grandes multinacionais encontraram nos EAU um país muito seguro, com ex-

cepcionais infraestruturas aeroportuárias, portuárias e viárias. A localização geográfica a meio caminho entre a Europa e a Asia, e as redes de operadores aéreos de alta qualidade que os ligam às maiores cidades do mundo com uma assinalável frequência, tem favorecido a manutenção e crescimento de colossais fluxos de expatriados provenientes de todos os cantos do globo.

Visitas Técnicas aos Centros Esta Viagem de Estudo teve lugar nos dias 25 e 30 de Setembro e foi constituída por oito visitas técnicas programadas a Centros Comerciais e Factory Outlet Center de referência mundial nos dois emirados, encon-

trando-se na lista de centros alguns dos maiores empreendimentos do mundo. No primeiro dia de visitas, o Grupo teve oportunidade de conhecer no Dubai o City Center Mirdif, o Ibn Battuta Mall e o Mall of the Emira-

> City Centre Mirdif Área Bruta Locável: 197.500 m2 N.º de Lojas: 465 Ano de inauguração: 2010 Promotor: Majid Al Futtaim Classe: Super Regional Shopping Mall web: http://www.citycentremirdif. com/ Visitado em: 26 de Setembro às 10:30h.

No primeiro dia, o grupo dirigiu-se ao City Centre Mirdif, este é um centro

localizado muito próximo do Aeroporto Internacional do Dubai. Serve tendencialmente um público árabe de diversas nacionalidades e não apenas emiraden-

> Ibn Battuta Mall Área Bruta Locável: 110.000 m2 N.º de Lojas: 346 Ano de inauguração: 2005 / ext. 2012 Promotor: Nakheel Retail Classe: Super Regional Shopping Mall web: http://www.ibnbattutamall. com/ Visitado em: 26 de Setembro às 12:30h.

Localizado no lado oposto ao City Centre Mirdif face ao centro do Dubai, em Jebel-Ali, o Ibn Battuta Mall é uma ex-

periência muito interessante sobre o ponto de vista da tematização das diferentes áreas de retalho e restauração, nomeadamente no que se refere aos

tes, qualquer um destes empreendimentos de grandes dimensões, onde estão presentes as principais marcas retalhistas da actualidade.

ses que vivem nos bairros circundantes maioritariamente de classe média. O centro cujo projecto se desenvolve em dois pisos, ancorado num hipermercado Carrefour, assume-se como uma proposta de retalho e lazer para a toda a família. Sublinhe-se que socialmente a instituição familiar é muito enraizada na cultura árabe, sendo comum a coabitação entre três e quatro gerações na mesma casa. Esta realidade social encontra-se bem espelhada no tipo de projecto, na oferta comercial e nos layouts deste empreendimento que, embora moderno, não deixa de lembrar os Souks (mercados tradicionais), porém, sob um ponto de vista sofisticado. distintos layouts. O nome advém de um explorador árabe do séc. XIV, que no decurso da sua vida visitou vários pontos do mundo antigo. A narrativa das viagens está patente ao longo de um mall linear com mais de 1Km de comprimento, dividido por seis grandes zonas temáticas: Andaluzia, Tunísia, Egipto, Pérsia, India e China. Tal como toda a zona envolvente, eminentemente frequentada por expatriados ocidentais a trabalhar no Dubai, o empreendimento irá muito em breve sofrer uma ampliação considerável, acompanhando o profundo crescimento de toda a área envolvente.

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FORMAÇÃO

> Mall of the Emirates Área Bruta Locável: 255.489 m2 N.º de Lojas: 630 Ano de inauguração: 2005 / ext. 2012 Promotor: Majid Al Futtaim Classe: Super Regional Shopping Mall web: http://www.malloftheemirates.com/ Visitado em: 26 de Setembro às 15:15h.

Um dos pontos altos desta viagem de estudo foi a visita ao icónico Mall of the

Emirates, um dos mais interessantes centros comerciais ao nível global. A importância deste centro revela-se

> Dubai Mall Área Bruta Locável: 502.000 m2 N.º de Lojas: 1.200 Ano de inauguração: 2008 Promotor: Emaar Properties Classe: Super Regional Shopping Mall web: http://www.thedubaimall. com/en/Index.aspx Visitado em: 27 de Setembro às 10:00h.

Outra estrela das visitas técnicas foi o Dubai Mall, considerado um dos

maiores centros comerciais do mundo e instalado na zona designada Dubai Downtown. É difícil descrever em pouco espaço este gigantesco empreendi-

> Dubai Marina Mall Área Bruta Locável: 37.000 m2 N.º de Lojas: 130 Ano de inauguração: 2011 Promotor: Emaar Properties Classe: Sub-Regional Shopping Mall web: http://www.dubaimarinamall.com/ Visitado em: 27 de Setembro às 15:15h.

Embora seja o centro mais pequeno visitado pelo grupo nesta viagem ao 26

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Dubai e Abu Dhabi, o Dubai Marina Mall tem um interesse muito particular uma vez que se assume como um

não só pela sua dimensão e projecto, pela qualidade e amplitude do retalho instalado, mas também pelo facto de comportar no seu interior a maior pista de ski indoor do mundo, com uma área total de 22.500 m2 e uma elevação de 85 metros de altura. Neste centro destaca-se ainda a qualidade dos materiais de revestimento das zonas comuns. Aqui são usados massivamente em chãos e acabamentos alguns materiais cujo preço torna proibitiva a sua utilização em larga escala noutras latitudes, como é o caso dos mármores azuis. Uma última nota para o sucesso comercial deste centro que acolhe em média 48 Milhões de visitas/ano.

mento de três pisos, que contempla todo o tipo de retalho com destaque para a presença das marcas de luxo em zonas de extremo conforto para os visitantes. Como inúmeras âncoras de lazer e entretenimento, destaca-se o Dubai Aquarium & Undewater Zoo, e uma pista de gelo, entre muitos outros pontos de interesse. Na envolvente do centro, é incontornável a presença da Burj Khalif (a torre mais alta do mundo), com 828 metros de altura e 163 pisos, bem como das Fontes Dubai, que nos finais de tarde e noites brindam os visitantes com extraordinários espectáculos de água, luz e cor.

verdadeiro centro de conveniência para os expatriados a trabalhar no Dubai que residem na zona da Dubai JBR e Dubai Marina. Ancorado por um supermercado topo-de-gama da cadeia britânica Waitrose, este centro oferece uma selecção criteriosa de retalho de elevada qualidade, tendo como outro atractivo uma zona de restauração exclusiva designada como “Pier 7”, onde estão instalados alguns dos melhores restaurantes do Dubai. A envolvente da Marina é uma das zonas mais procuradas pelos jovens no fim-de-semana, com inúmeros bares e discotecas onde é possível o consumo de bebidas alcoólicas.


> The Galleria Área Bruta Locável: 33.000 m2 N.º de Lojas: 130 Ano de inauguração: 2013 Promotor: GULF Related Classe: Luxury Lifestyle Center web: http://thegalleria.ae/ Visitado em: 28 de Setembro às 10:00h.

“The Galleria Al Maryah Island”, no Abu Dhabi, entrou na selecção de centros a

> YAS Mall

visitar, por se tratar de um empreendimento exclusivo, onde se encontram instaladas a maior parte das marcas de luxo e da alta costura europeias que

Área Bruta Locável: 235.000 m2 N.º de Lojas: 370 Ano de inauguração: 2014 Promotor: Aldar Properties Classe: Super Regional Shopping Mall web: http://www.yasmall.ae/ Visitado em: 28 de Setembro às 12:00h.

Ainda no Abu Dhabi, foi visitado o Yas

de futuro crescimento do Abu Dhabi, junto ao autódromo de Yas Island, paredes meias com o centro temático da Ferrari, sem dúvida a grande âncora deste Yas Mall. O desenvolvimento que se projecta para esta zona da cidade do Abu Dhabi, mais chegada à via rápida para o Dubai, é assinalável.

Mall, um centro comercial de grande dimensão, moderno e atractivo, com todas as grandes marcas de retalho presentes e construído numa das zonas

> Dubai Outlet Mall - DOM Área Bruta Locável: 37.000 m2 N.º de Lojas: 130 Ano de inauguração: 2011 Promotor: Emaar Properties Classe: Sub-Regional Shopping Mall web: http://www.dubaimarinamall.com/ Visitado em: 27 de Setembro às 15:15h.

Recentemente considerado pelo ICSC como o sexto maior Factory Outlet do

escolheram a capital dos Emirados Árabes Unidos para abrir loja. O requinte e prestígio apoderam-se de todos os sentidos dos visitantes, patente desde a porta de entrada, passando pela beleza do projecto do centro, pela luminosidade natural, ou mesmo patente no design dos mais ínfimos pormenores de decoração interior das zonas comuns, com um destaque muito especial para as zonas de conforto designadas como sitting areas. Esta combinação de retalho de luxo, instalado num edifício moderno e sofisticado, a par de uma oferta de serviços de excepção, torna efectiva a experiência de Lifestyle Center proporcionada a um cliente que gosta de se sentir único.

tram uma grande parte das marcas tradicionalmente presentes neste tipo de formato especializado. Apesar da sua localização periférica, na estrada para o deserto do Dubai, o DOM funciona como por si só como um destino de compras para clientes locais, expatriados ou turistas, onde o merchandising a preços de Outlet são, evidentemente, o drive deste negócio. A amplitude de oferta a par do conforto do projecto, são de igual forma aspectos de interessante realce.

mundo, o DOM, é um empreendimento fechado com características de centro comercial tradicional, onde se enconHOPPING 27


Internacional

Centros Comerciais em crescente dinâmica internacional

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exercício de 2016 voltou a mostrar um sector de Centros Comerciais dinâmico. Se algumas regiões reflectem níveis de maturidade que têm orientado os investimentos para reformulações e extensões, noutras persistem índices elevados de construção e desenvolvimento. Ao longo do ano diversos eventos reflectiram essa realidade e perspectivaram o que está a mudar, os desafios e as exigências operacionais e estratégicas que se antecipam para o futuro. Nesta edição, fazemos o balanço dos momentos mais relevantes a nível internacional e que espelham o dinamismo desta área de actividade.

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Turquia volta a evidenciar-se nos European Shopping Centers Awards Os ICSC Awards constituem a mais reconhecida atribuição para celebração da excelência na construção de centros comerciais.

pela actualidade, quantidade e qualidade dos recentes empreendimentos, voltou a contracenar como personagem principal.

O evento, que decorreu em Milão, é conhecido por reflectir com fiabilidade as grandes tendências conceptuais e por identificar as localizações privilegiadas ao nível de investimento, celebrou 40 anos em 2016 e mostrou, uma vez mais, que o sector permanece ávido de inovação e florescente na criatividade. Istambul, cidade que se tem destacado

Os prémios foram anunciados durante o jantar de gala da Conferência Europeia do ICSC, pelo presidente do júri, João Correia de Sampaio, director na Sonae Sierra e pelo vice-presidente Robert Pearce, consultor na Haskoll Architects and Designers.


> Remodelações/Expansões de grande dimensão – Prémio Ulemiste Shopping Center – Tallinn - Estónia Este era já um dos maiores e bem-sucedidos centros comerciais em Tallinn. Após um projecto de remodelação operado ao longo de dois anos, apresenta agora, nos seus quase 60 mil metros quadrados, uma experiência recreativa, recorrendo a uma arquitectura contemporânea. Utiliza elementos naturais como pedra, madeira, água ou flores, e abarca algumas das marcas de maior renome internacional. A oferta de restauração foi amplamente melhorada, foram criadas

novas zonas de lazer, tanto na área interna como externa, e foram acrescentados diversos serviços inovadores. Desenvolvimento: Linstow AS Arquitectura: AMB Architects, Novarc Grupp ABL: 58,800 m2 Nº Lojas: 210

> Remodelações/Expansões de média dimensão – Prémio Frederiksberg Centret – Copenhaga – Dinamarca O complexo foi alvo de uma inovadora expansão que acrescentou 19 mil metros quadrados à área do centro e permitiu aumentar a oferta em cerca de 50 por cento. Com as alterações, o equipamento consolidou uma nova imagem, mais moderna. O objectivo era incrementar o impacto visual, ao mesmo tempo que estrategicamente o centro reforçava o seu posicionamento de estilo de vida urbano. O resultado foi a unificação da identidade visual

de todo o complexo e uma melhoria global de toda a ambiência. Desenvolvimento: Danica Pension Arquitectura: KHR e Haskoll ABL: 32,766 m2 Nº Lojas: 90

> Novos Centros – Menção Honrosa BIG Ashdod Mall – Ashdod – Israel Trata-se do maior centro lifestyle do país. Estrategicamente localizado junto à estação de comboios da cidade, a um hospital e a um complexo intermodal de transportes, tem uma esfera de influência calculada em mais de meio milhão de habitantes a apenas 12 minutos de distância. Foi desenhado de forma a se assemelhar a trajectos pedestres. Cada loja prima pela originalidade da fachada, isto ao longo de um total de 25 mil metros quadrados nos quais encontramos 121 pontos de venda.

A experiência para o visitante é melhorada através do recurso a piscinas com peixes e flora aquática, fontes e “sitting zones”. Desenvolvimento: BIG Shopping Centers Ltd Arquitectura: Gal Peleg Architects e Moshe Tzur Architects ABL: 24,883 m2 Nº Lojas: 121

> Novos Centros Grande Dimensão Mall of Istanbul – Istambul – Turquia Situado no lado europeu da cidade e apenas a oito quilómetros do aeroporto internacional, este centro com mais de 160 mil metros quadrados encontra-se inserido na zona de maior densidade populacional do distrito. É o maior centro multi-valências do país, combinando escritórios, área residencial e centro comercial, incluindo a componente lazer. Será ainda alvo de uma segunda fase de intervenção, na qual irá juntar zona ao ar livre e um hotel de cinco estrelas. Destaque

para o aproveitamento da luz natural e para a arquitectura, inspirada nas variante mais tradicionais de Istambul. Inclui o maior complexo de cinemas em solo turco, assim como o maior parque de divertimentos coberto. Desenvolvimento: Torunlar Reic Arquitectura: DDG USA ABL: 162,505 m2 Nº Lojas: 350

HOPPING 29


Internacional

> Novos Centros – pequena ou média dimensão – Prémio Markthal Rotterdam - Roterdão – Holanda Um centro a céu aberto com um total de 114 lojas e cerca de 10 mil metros quadrados de ABL. Junta as valências de retalho a um complexo de apartamentos e estacionamento subterrâneo, que combina exemplarmente com a oferta de retalho. E revela uma forma única, isto a par da originalidade das cores utilizadas. O impacto visual é por demais evidente pela surpresa da sua estrutura.

Desenvolvimento: Provast Propriedade: Klepierre Management Nederland BV Arquitectura: MVRDV ABL: 9,658 m2 Nº Lojas: 114

> Resource Award – Novos centros Milaneo Stuttgart – Estugarda – Alemanha Construído sob os alicerces de uma antiga estação rodoviária de mercadorias, tornou-se num vibrante pólo de atracção através do recurso ao vidro transparente como elemento central do desenho. Inclui 200 unidades de retalho, 415 fogos residenciais e ainda zona de escritórios e hotel. Combina apurado planeamento urbano e mostra-se um exemplo de como o retalho moderno pode contribuir para a regeneração urbana. Reconhecido como um centro de excelência a nível ambiental pela maior autoridade

de certificação do país. Desenvolvimento: Strabag Real Estate e ECE Projekmanagement Propriedade: Hamburg Trust ECE Arquitectura: RKW Rhode Kellermann Wawrowsky Architektur e Stadtebau em cooperação com a ECE Architects ABL: 54,150 m2 Nº Lojas: 200

> Novos Centros Grande Dimensão – Prémio Zorlu Center – Istambul – Turquia Combina a zona comercial com um hotel de referência, zona residencial, escritórios e área para exposições, destacando-se pela capacidade imaginativa ao nível do planeamento. Localizado no coração de Istambul, ostenta uma impressionante praça central e um total de 191 lojas, incluindo a icónica loja da Apple em forma cúbica, directamente “importada” de Nova Iorque. Mix comercial de luxo numa área de 72 mil metros quadrados e onde se

destaca a abordagem amiga do ambiente em toda a concepção do espaço. Acrescenta um parque no qual os visitantes podem gozar de momentos de descontracção ou assistir a filmes gratuitos e concertos. Desenvolvimento: Zorlu Yapi Yatirim A.S. Propriedade: Zorlu Group Arquitectura: Emre Arolat/Murat Tabanlioglu ABL: 71,656 m2 Nº Lojas: 191

> Centros já estabelecidos - Prémio Bullring – Birmingham – Reino Unido Inaugurado em 2003 e localizado no centro da cidade, tornou-se um dos destinos de compras de maior sucesso no Reino Unido devido a um excelente mix de lojas, que vão desde importantes marcas regionais até aos maiores operadores internacionais. O reconhecimento por parte do ICSC deve-se ao sucesso das estratégias de promoção e gestão ao longo dos 13 anos em que se encontra em funcionamento, com crescimentos sustentados nas vendas e também nos níveis de satisfação

30

HOPPING

dos clientes. Desenvolvimento: Hammerson Propriedade: Birmingham Alliance Arquitectura: Benoy and Future Systems ABL: 105,000 m2 Nº Lojas: 163


base a capacidade de intervenção social das iniciativas. Esta é uma atribuição de particular prestígio e que reflecte os resultados efectivos que foram conseguidos. O sucesso foi tal que a caixa de donativos está agora presente de forma permanente nos respectivos centros comerciais, dando à acção um cariz permanente que inicialmente não estava previsto. Os galardoados pelo Solal Awards em reconhecimento das melhores práticas de marketing em centros comerciais

Portugal destaca-se no “Euro” dos Solal Wards Os Solal Awards designam e reconhecem as melhores práticas de marketing em centros comerciais. Na edição 2016, e perante um quadro total de 238 candidaturas, oriundas de 21 países, Portugal foi um dos países em destaque, após obtenção de quatro distinções, uma delas Gold.

Na categoria de “Brand Awareness and (re)Positioning” um dos premiados Gold foi o Almada Forum, através da sua campanha “Red Bull Paper Wings”, elaborada em parceria com a conhecida marca de bebidas energéticas e que resultou na organização da final mundial do campeonato de aviões de papel.

Portugal tem-se destacado em quase todas as edições dos Solal Awards, o que mostra a qualidade do trabalho que tem vindo a ser feito no sector de centros comerciais. Se, do ponto de vista da construção e gestão, o sector em Portugal tem sido reconhecido várias vezes ao longo dos últimos anos, também no marketing os profissionais nacionais têm demonstrado não apenas a actualidade das suas ideias, mas também a capacidade para desenvolver intervenções criativas e ao mesmo tempo eficientes do ponto de vista operacional.

Na categoria “Corporate Social Responsability” encontramos outro “português”, desta feita a Immochan, nomeadamente através dos Alegros de Setúbal e Alfragide. Em causa estava a campanha “Blind Date…com Livros”, cuja principal missão era gerar donativos para crianças desfavorecidas ao mesmo tempo que se promovia hábitos de leitura. O ICSC atribui prata a esta campanha. Para além do galardão Solal, a referida campanha obteve ainda a distinção European Community Support Award 2016 para a ICSC Foundation, que tem por

O ICSC atribuiu a distinção prata à campanha Blind Date... com Livros da Immochan

A Sonae Sierra foi outra das contempladas nos Solal. A distinção coube ao Centro Colombo, reconhecendo o trabalho desenvolvido na zona de cuidados para bebé que o shopping implementou. O galardão de prata foi entregue devido à utilidade e funcionalidade desta zona agora disponibilizada aos visitantes. O grupo Multi Portugal pode orgulhar-se de inscrever pela segunda vez o seu nome na edição 2016 dos Solal Awards. Novamente com direito a prata, os Armazéns do Chiado destacaram-se com a sua campanha “Árvore de Abraços”, que desafiava os visitantes a participarem num abraço solidário em que cada um individualmente gerava um donativo para a fundação Make-a-Wish. Em suma, mais uma edição dos prestigiados prémios na qual os profissionais da indústria de centros comerciais nacional se voltaram a destacar pela originalidade e eficácia das suas campanhas. Esta tem sido uma situação recorrente nas diferentes edições dos Solal e mostra a qualidade e competência que o sector tem desenvolvido, ao nível das melhores práticas em termos europeus. n

os profissionais nacionais têm demonstrado não apenas a actualidade das suas ideias, mas também a capacidade para desenvolver intervenções criativas e ao mesmo tempo eficientes do ponto de vista operacional HOPPING 31


Internacional

espicaçar os participantes, logo pelas 7.45h da manhã.

World Retail Congress aprender com o Consumidor Um cenário paradisíaco foi promessa cumprida por parte do World Retail Congress, certame que ano após ano vai ganhando relevância no panorama dos eventos do sector do retalho. A edição de 2016, que teve lugar no Dubai, confirmou os critérios de rigor que têm norteado a organização e também a dimensão verdadeiramente internacional que o evento já atingiu. Já na sua quinta edição, o relatório “Global Retail Sentiment”, que é sempre apresentado aos participantes como “estímulo” inicial, revelou a manutenção de níveis de optimismo interessantes no sector. Segundo o documento, as expectativas para o corrente ano são ligeiramente mais fracas na Europa Ocidental, quando comparadas com 2015, mas nos mercados asiáticos assistimos a uma tendência inversa, com maior grau de optimismo face ao ano anterior. Paralelamente, o cenário para a Índia e Europa de Leste aponta para acréscimos nas vendas, enquanto se esperam bons indicadores na América do Norte. Em contraponto, os principais operadores mostram-se mais comedidos quanto aos desenvolvimentos em África, no Médio Oriente e nas Américas Central e do Sul. Em suma, assinala o relatório, os níveis de confiança encontram-se estáveis, ainda que haja variações consoante as geografias em causa. O mercado asiático continua a ser visto como a principal oportunidade de crescimento e, regra geral, os operadores referem que a vertente física das lojas continua a ser o mais importante veículo de vendas, não obstante os avanços da economia digital. Neste particular, é de assinalar que cerca de 60 por cento dos retalhistas prevêem o incremento do número de pontos de venda nos próximos 12 meses. Apenas 32

HOPPING

20 por cento dos inquiridos esperam uma diminuição de lojas, justificada por um foco crescente no canal digital. A vertente mobile continua a entusiasmar e apelar a uma abordagem mais criativa nas vendas, mas o sentimento face às redes sociais parece ter refreado, devido aos fracos níveis de assistência ao consumidor, confirma o estudo, cujo diagnóstico encaixou na perfeição com a temática do primeiro dia de Congresso: “Onde estamos Hoje?”, era o desafio que se colocava aos oradores. Ao longo dos painéis foi evidente o desígnio de traçar a radiografia actual, mas perspectivando de imediato a reinvenção do retalho face às novas realidades emergentes. Paralelamente, foram ainda abordadas questões como as flutuações económicas a nível global e suas implicações no retalho, a obrigatoriedade de estratégias multi-canal, a integração do sector no desenvolvimento das cidades do futuro ou a criação de marcas digitais com cenário perspectivado para 2020. O segundo dia de evento foi inteiramente dedicado à experiência de consumidor e à forma como os retalhistas podem criar empatia junto dos potenciais clientes. Desde há largos anos que esta questão tem sido central nas preocupações dos operadores, em particular quando falamos de intervenientes internacionais, que necessitam de fazer ajustes consoante os diferentes mercados. O testemunho de algumas das marcas de maior sucesso ocupou boa parte dos trabalhos. Em destaque esteve naturalmente o “consumidor conectado”, que está a obrigar a uma reinvenção por parte do sector: “Business as Unusuall”, como foi classificado num briefing de pequeno-almoço que teve o mérito de

Quanto ao terceiro dia, manteve a óptica no consumidor, afinal a grande razão de ser do retalho. As palestras procuraram traçar o perfil do consumidor de amanhã em toda a sua globalidade e complexidade. “A Revolução do Retalho”, ouviu-se. Era o mote para falar daquilo que a tecnologia nos traz e daquilo a que nos obriga. A relação com o consumidor esteve presente ao longo de todo o dia, tanto nos aspectos mais criativos, em particular na forma de diversificar os momentos de contacto, como funcionais, por exemplo ao nível das melhores práticas de home banking. Uma coisa pareceu consensual: o sector quer mudar com o consumidor. Esta perspectiva, transversal aos diferentes painéis, mostra que a indústria do retalho compreendeu que terá, acima de tudo, de respeitar o novo consumidor, aprendendo com ele as melhores formas de relacionamento. Esta capacidade foi, em resumo, considerada a chave para o sucesso.

Bill Kistler é o novo vice-presidente e director executivo EMEA no ICSC Bill Kistler é o novo vice-presidente e director executivo para a região EMEA nomeado pelo International Council of Shopping Centers (ICSC), reportando directamente ao CEO e presidente Tom McGee. Os seus mais de 30 anos de experiência internacional profissional são vistos pelo ICSC como uma mais-valia na estratégia para a região da Europa, Médio Oriente e África. Bill Kistler aporta mais de 30 anos de experiência internacional no suporte ao investimento, promoção e estratégia organizacional do setor imobiliário global. Foi fundador da Rede de Inovação Urbana (UIN), uma plataforma que liga cidades, universidades e negócios, onde irá continuar a ser o seu presidente não-executivo. n


INDICADORES

Índices APCC

Vendas ainda crescem no 3.º Trimestre

A

leitura dos Índices de Tráfego e Vendas em Centros Comerciais relativos ao 3.º Trimestre de 2016, permite aferir que o tráfego continua em terreno negativo face ao trimestre homólogo de 2015, continuando o desempenho iniciado no trimestre anterior. Porém, a análise ao desempenho semestral é atenuada pela performance positiva do 1.º Trimestre de 2016, resultando num valor de -0,2% de variação, face a idêntico semestre de 2015. No que diz respeito ao Índice de Vendas, verificou-se um ligeiro crescimento da variação, no confronto com o 2.º Trimestre de 2016, passando para um valor de variação homóloga positivo (0,2%), o que é assinalável. Todavia, uma análise à série de variação das vendas em centros comerciais permite verificar uma estagnação no crescimento deste indicador que se mantinha há 12 trimestres consecutivos.

Índice de Tráfego APCC BASE 2010=100 Variações Homólogas (%)

Índice de vendas APCC BASE 2010=100 Variações Homólogas (%)

2012/2011 1.º Trimestre

2.º Trimestre

-3,1% -3,1% -3,1%

2012/2011

3.º Trimestre

4.º Trimestre

-6,6% -5,4% -6,0%

1.º Trimestre

2.º Trimestre

-4,6% 2013/2012

2013/2012

2.º Trimestre

3.º Trimestre

4.º Trimestre

1.º Trimestre

2.º Trimestre

0,1%

2,6%

3,2%

3,3%

-0,1%

0,9%

3,2%

-0,5% -0,6% -0,6%

2014/2013

3.º Trimestre

4.º Trimestre

-0,5% -2,3% -1,4%

1.º Trimestre

2.º Trimestre

2,0%

4,6%

0,2%

-1,9% -0,8%

5,9%

3,3% 4,5%

4,0% 2015/2014

3.º Trimestre

4.º Trimestre

1.º Trimestre

2.º Trimestre

0,6%

0,3%

5,0%

3,3%

0,5%

2.º Trimestre

3.º Trimestre

1,3%

-1,6%

-2,2%

3,9%

4,2% 4,1%

4,0%

2016/2015 1.º Trimestre

3.º Trimestre 4.º Trimestre

4,1%

-0,2%

-0,2%

3.º Trimestre 4.º Trimestre

3,4%

2015/2014 2.º Trimestre

4,0% 3,2%

-1,0% 1.º Trimestre

2,1%

1,9%

2014/2013 2.º Trimestre

3.º Trimestre 4.º Trimestre

0,4%

2,3% 1.º Trimestre

-4,2% -5,4% -4,9%

-6,1%

1.º Trimestre

1,4%

3.º Trimestre 4.º Trimestre

-9,0% -5,8% -7,4%

2016/2015 4.º Trimestre

1.º Trimestre

2.º Trimestre

3,1%

-0,6%

3.º Trimestre 4.º Trimestre

0,2%

1,2%

HOPPING 33


INDICADORES

Índice de Tráfego Fev

Jan

Mar

Abr

Mai

Jun

Jan-2010 a Set-2016 Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

130,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

125,0 120,0 115,0 110,0 105,0 100,0 100,0 95,0 90,0 85,0

2016

80,0 75,0

2.º Trimestre

1.º Trimestre

4.º Trimestre

3.º Trimestre

Índice de Vendas Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jan-2010 a Set-2016 Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

180,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

170,0 160,0 150,0 140,0 130,0 120,0 110,0 100,0 100,0 90,0 80,0

2016

70,0 60,0

1.º Trimestre

34

HOPPING

2.º Trimestre

3.º Trimestre

4.º Trimestre


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