Jasmine Haynes West Coast #1 Vingança [

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Disp. e Tradução: Rachael Revisora Inicial: Claudia Revisora Final: Rachael Formatação: Rachael Logo/Arte: Dyllan

Um homem, uma hotwife1 que ele não pode controlar... e a mulher que quer consertar o que está errado com ele. O resistente e autocrático Executivo de Finanças Clay Blackwell instiga tanto medo quanto lealdade nos corações de seus empregados. Mas ele tem uma peculiaridade que ninguém na West Coast Manufacturing sabe; ele adora a ideia de sua namorada Ruby ficar com outro homem... e depois voltar para ele com o melhor sexo de sua vida enquanto descreve cada detalhe pervertido. Ele só tem três determinações: nada de sexo com alguém do trabalho, nada de sexo com outro homem em sua própria casa, e ela sempre tem que dizer-lhe quando tem um encontro. O problema? O que fazer com uma “hotwife” que tem toda a liberdade que qualquer mulher poderia querer, mas mesmo assim não consegue seguir três regras simples.

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Termo usado para uma esposa ou namorada que sai com outros homens com o consentimento do parceiro, uma fantasia que torna a relação sexual mais apimentada.

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Jessica Murphy tem maior respeito e admiração por seu executivo. Ela também tem fantasias sexuais selvagens com Clay todas as noites. Não que ela já tenha contado a alguém. Até que ela encontra a namorada de Clay, Ruby, se enroscando com Bradley, o analista financeiro, direto na mesa de Clay. Todas as apostas estão fora e um pouco de sexo por vingança é o nome do jogo. Ruby acha que vai aplacar Clay, dizendo-lhe para transar com outra mulher e dar-lhe o troco por toda a sua quebra de regras. Quando Jessica fica sabendo disso, ela sabe que precisa seduzir seu chefe para valer, e não apenas por uma noite de vingança. Mas ela pode se tornar a mulher de mais-de-um-homem que Clay Blackwell quer? Ou será que os desejos dele vão separá-los?

Dedicação

Para Cody Alston Por me contar sobre Hotwifing!

Agradecimentos

Agradeço a minha rede especial de amigos que me apoiam, debatem comigo e me incentivam, Bella Andre, Shelley Bates, Jenny Andersen, Jackie Yau, Ellen Higuchi, Kathy Coatney, Pamela Fryer, Rosemary Gunn e Laurel Jacobson. Agradeço também ao Clio por uma grande lista de sites para investigar! E um agradecimento especial a Rae Monet por uma cobertura tão sexy.

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Revisoras Comentam...

Claudia: Esse livro é meio diferente do que eu estou acostumada a ler, mas não deixa de ser interessante conhecer novos tipos de desejos e fantasias, e olha que fui dar uma olhada no assunto e é uma coisa bem comum! Essa série promete, leiam e comentem se gostaram ou não.

Rachael: Uauu novo tema no ar... quando comecei a ler os livros da Jasmine não entendi porque umas das nossas revisoras nos disse que eram muitooo bons, até chegar na série West Coast. Vocês irão se surpreender com a história. Eu adorei a química da Jessica e do Clay e gostei muito da forma com que foi conduzida a história!

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Capítulo Um Erguendo-a na mesa de trabalho, Bradley abriu suas pernas e puxou sua linda calcinha roxa. “Oh, sim, baby, é isso, rasgue-a.” Ruby amava o ato de homem forte de Bradley. É claro que a calcinha não rasgou, mas e daí, ele ainda conseguiu deslizar o fio dental por suas pernas e atirá-lo a um canto. Ruby estava molhada e pronta antes mesmo que Bradley a lambesse. Ela esteve molhada todo o dia planejando aquele pequeno encontro impertinente. “Eu vou fazer você gritar,” ele se gabou e em seguida, colocou a língua nela. Na verdade, ela queria gritar. “Oh, isso mesmo, baby. Clay nunca faz as coisas assim. Ele nunca encontra o ponto certo.” Bradley sempre precisava de um pouco de impulso do ego para acontecer, e que forma melhor do que lhe dizer o quanto ele era melhor do que Clay, seu namorado, amante de relacionamento aberto – seja o que for que você queira chamá-lo – e mais importante, o chefe de Bradley. Inclinando-se para trás em seus cotovelos, ela levantou os joelhos para que pudesse assistir a cada movimento que ele fazia. O cabelo dele era de um castanho escuro e brilhante contra a carne branca e perfeita de suas coxas. Os ombros eram largos, e ela adorou vê-lo em sua camisa branca quando ele foi para a cidade com ela. Ela adorava observar um homem lhe fazer amor com a boca. Adorava o roçar do cabelo macio contra sua pele, e o eriçar da barba indefinida de Bradley. Ela saboreou cada sensação.

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Ela amava especialmente trair Clay em sua grande mesa, às dez horas de uma noite da semana após o pessoal da limpeza ter ido para casa. O escritório dele era no segundo andar com vista para o estacionamento e a estrada, ainda que a mesa de conferências fosse entre as janelas e a mesa de Clay, eles eram praticamente imperceptíveis do lado de fora. Então, Ruby deixou as luzes acesas, tanto melhor para ver Bradley lá embaixo entre suas pernas. “Ooh,” ela sussurrou. “Clay quase nunca me lambe.” Ela gemeu. “E eu amo tanto a forma como você faz.” Bradley tinha vinte e nove anos e era um mero analista financeiro, então ela teve que encontrar maneiras de tirar melhor proveito dele – jovens ainda tinham muito a aprender. E uma dessas formas era dizer-lhe o quanto ele era mais viril do que seu chefe, ou melhor, seu chefe duas vezes. Bradley trabalhava para o gerente de finanças que, por sua vez trabalhava para Clay, mas realmente era a Clay a quem Bradley tinha que impressionar. Para ser honesta, Clay nem sempre apreciava o trabalho do jovem, então Ruby tinha tomado a missão de ajudá-lo a sentir que ele era bom o suficiente em outras esferas. Como ficar com ela de nove maneiras aos domingo. Ou em uma noite de quarta-feira. Então ela parou de pensar e deixou a sensação assumir. “Não pare, me lambe, baby, isso, assim.” O calor se construiu dentro dela, pronto para estourar, mas ela o empurrou um pouco mais, como montar uma magnífica onda pouco antes desta quebrar. Bradley colocou dois dedos dentro dela do jeito que ela havia lhe ensinado, e encontrou seu ponto G imediatamente. Oh, aquele menino estava melhorando. Ela estremeceu, em seguida, gritou: “Sim, sim, sim.” E o clímax pulsou através de seu corpo. Antes que pudesse terminar, ela o agarrou pelos cabelos. “Foda-me agora.” Bradley agarrou seus quadris e a virou, sua barriga nua contra a madeira fria da mesa. Ela amava aquilo por trás, ser empurrada contra uma superfície dura, tomada, quase forçada. Especialmente quando Clay a pegava desta maneira. Ele era tão grande, tão alto, uns oito centímetros mais alto do que os 1,80m de Bradley.

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Atrás dela, Bradley fez um trabalho rápido com o preservativo. “Vai ser tão bom, você não vai nem mesmo querer voltar para ele.” Ela não lhe disse que aquilo nunca iria acontecer; melhor não estragar o momento. “Quando ele me tem, baby, eu imagino que é você.” Na verdade, quando Bradley estava com ela, ela imaginava contando a Clay sobre isso mais tarde, o quão quente ele ia ficar, como ela o transformava em um homem selvagem. Seu homem selvagem. Bradley mergulhou fundo. Exaltando a sensação dele, ela estendeu as mãos, batendo acidentalmente sobre a foto de Clay e seus dois filhos adolescentes. Oops. Mas oh, isso era bom, muito bom. Ele era jovem e forte, sua técnica não melhor que a de Clay, apenas diferente. Ele ainda precisava de refino, mas era um aprendiz rápido, pelo menos no departamento do sexo. Ela adorava ensinar truques novos a um jovem. Ela tinha quarenta anos – um número quente, se dissesse a si mesma – e orgulhosa de sua figura tonificada e de seu rosto ter apenas um punhado de linhas de idade. Estava melhor agora do que antes e Bradley não conseguia o suficiente dela. “Oh, meu Deus,” ela gritou. “Você me preencheu. Você é muito maior e mais grosso do que Clay.” Com estas palavras, Bradley foi à loucura, assumindo o quanto era mais viril do que Clay. Estes jovens se apresentavam tão bem quando você lhes dizia o que eles queriam ouvir. Estendendo os braços, ela fechou os dedos em torno da borda da mesa e entregou-se ao momento, à sensação de um pênis jovem e duro dentro dela e a doce segunda subida ao auge.

***** Jessica Murphy se retesou, então estalou para uma posição sentada no sofá da sala de descanso. No escuro, o relógio do microondas mostrava dez e cinco em letras azuis brilhantes. Meu Deus, tudo o que ela queria era descansar os olhos, uma soneca de cinco minutos; mas tinha

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dormido por mais de uma hora. A reunião do conselho foi na sexta-feira, e ela precisava rever os relatórios financeiros trimestrais amanhã com Clay Blackwell, seu Presidente. Mas havia um problema no CIP, a conta de obras em andamento. Um barulho a acordou. Não podia ser o pessoal da limpeza, pois eles foram embora antes de sua chamada soneca. Ela se levantou do sofá, indo até a porta pela iluminação do relógio do microondas. O corredor estava escuro. Tinha desligado todas as luzes, não querendo desperdiçar energia elétrica, especialmente quando estava gerenciando a conta da West Coast Indústria, o que significava que ela sabia exatamente quanto era a conta da PG & E. Lá estava ele novamente. Apoiando-se no batente da porta, ela se esforçou para ouvir. Um gemido, em seguida, ela teve certeza que poderia ouvir vozes, embora as palavras fossem indistinguíveis. Estremeceu ligeiramente. O termostato automático tinha baixado o aquecimento para nove, elevando-o de novo às seis da manhã. Apesar de ser o início de abril, a área da Baía de San Francisco ainda era fria à noite. Saindo para o corredor, que dava acesso a todos os cubículos no meio de um grande departamento de contabilidade, ela localizou luzes do outro lado. Do escritório do Presidente. Mas Clay tinha ido há muito tempo, antes que ela caísse no sofá da sala de descanso. Obviamente, ele teria voltado. E se ele a descobriu dormindo? Jessica ajeitou o cabelo, que era encaracolado e tendia a ficar amassado depois que dormia sobre ele. Devia parecer um ninho de ratos. E seu batom provavelmente estava manchado. Ela passou um dedo sob cada olho para se livrar de algum rímel, então alisou seus lábios, esperando estar bom o suficiente para fixar o batom. Odiava a ideia de Clay Blackwell vê-la com nada menos do que o seu melhor. Ele vivia com a administradora executiva, Ruby Williams, e Jessica não tinha projetos sobre ele – ela não era uma destruidora de lares – mas o admirava imensamente e... bem... uma mulher poderia ter suas fantasias no meio da noite quando ninguém mais suspeitava.

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Tudo bem, nada poderia ser feito sobre sua aparência agora. Ela marchou até a pequena passagem entre os compartimentos, e os sons do outro lado das divisórias finas crescia exponencialmente a cada passo que dava. Seu coração começou a bater forte, e ela pensou em se virar e dar o fora. Porque realmente, o que estava fazendo Clay Blackwell em seu escritório? E, quem estava com ele? Ela podia ter fugido também, se não tivesse ouvido palavras distintas em uma voz feminina – “Clay nunca me fodeu assim” – pontuado por um rosnado baixo de prazer de um homem. Virando a esquina, no final de uma parede do compartimento, Jessica conseguia avistar diretamente o escritório de Clay. Sua respiração parou. Ruby Williams estava de bruços sobre a mesa, a saia empurrada para cima sobre sua bunda, o cabelo escuro fluindo ao redor de seus ombros, os olhos fechados, os lábios vermelhos separados em um gemido de prazer intenso. Atrás, Bradley Palmer batia nela, cada impulso empurrando-a sobre a mesa. Bradley era alto, suas feições tensas, o queixo com barba por fazer em uma linha rígida. As garotas da AP deliravam sobre sua semelhança com Brad Pitt. Jessica nunca gostou de Brad Pitt, e particularmente também não gostava de Bradley Palmer. E ela odiava Ruby por deixar Bradley transar com ela direito na mesa de Clay. Ela e Clay viviam juntos há três anos, pouco antes de Jessica começar na West Coast Indústria. Mesmo que não fossem casados, Clay era significante para Ruby em todos os sentidos da palavra. E Ruby também trabalhava na West Coast, pelo amor de Deus. Isso era tão totalmente errado. Jessica devia ter fugido logo em seguida, mas seus pés estavam enraizados no tapete justo em frente ao clarão de luz da porta aberta. Ela não conseguia se mexer, só conseguia olhar. E ouvir. “Não é excitante, baby? Amanhã, quando você se reunir com ele” – Ruby riu, “– você pode pensar no que estava fazendo comigo bem aqui.”

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“Foda-se, sim.” Bradley resmungou. Não, ele não era bonito afinal, era um mosquito em comparação com Clay. Como Ruby poderia fazer isso? No entanto, Ruby estremeceu e gemeu. “Você é muito melhor do que Clay, baby.” Ruby nunca foi boa o suficiente para Clay. Ela era vaidosa e egoísta. Como poderia humilhá-lo transando em seu escritório? Isso era um tapa na cara dele, pior ainda, com Bradley, um covarde chorão que sempre reclamou por Clay não achar que seu trabalho era bom o suficiente. Bem, não era. Além do sexo, o que diabos Clay via naquela mulher horrível? Jessica nunca iria trair um homem que amava. Ela valorizaria Clay e nunca deixaria outro homem dobrá-la sobre a mesa e possuí-la como um cão. Mas deixaria Clay fazê-lo. Ela o deixaria fazer qualquer coisa. Tudo. Por um momento – um momento muito longo – ela fechou os olhos e sentiu Clay dentro dela. Do jeito que o tinha imaginado em suas fantasias. Até Ruby fazer outro som, um cruzamento entre um suspiro e um gemido. Suas pálpebras estavam bem fechadas e ela mordeu o lábio enquanto o rosto se contorcia em clímax. Talvez Jessica tinha sempre tido ciúmes dela, porque mesmo bagunçada e de bruços na mesa de Clay, ela ainda era bonita, ainda perfeita. Aos quarenta anos, cinco anos mais velha do que Jessica, Ruby era mais sexy do que Jessica nunca foi. Em seguida, Ruby abriu os olhos e empurrou Bradley para trás. “Não goze em mim ainda. Quero que você goze na minha boca.” Ele fez uma careta. “Foda-se, baby.” “Eu quero o seu gozo em minha boca,” ela insistiu com um lindo biquinho nos lábios. Ele riu. “Tudo bem, me chupe, baby.” Retirando-se, ele jogou o preservativo na lixeira de Clay e em seguida, caiu para trás na poltrona de couro em que Clay preenchia muito melhor do que ele. A cadeira rolou até bater na parede.

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Bom Senhor. Essa foi a primeira coisa impressionante que ela já viu sobre Bradley. Ele era grande e grosso, e Ruby caiu de joelhos para em seguida, tomá-lo na boca. Jessica sentiu algo em seu interior. Uma mudança, uma necessidade. De repente, difícil de respirar, e mais do que tudo, ela queria se tocar. Estava inexplicavelmente molhada, parte dela estava horrorizada, mas uma parte bem maior viu Clay naquela cadeira, e ela era a mulher de joelhos na frente dele. Quase podia sentir o gosto dele. Ruby gemia e grunhia, sua boca lisa e escorregadia soando em torno dele. Repulsiva, mas ainda fascinada, Jessica apertou as mãos enquanto observava. Então Ruby levantou a cabeça. “Eu quero o seu gozo no meu rosto quando tenho que ir para casa dele. Quero sentir seu cheiro em mim, para me lembrar como isso é bom.” Com a mão em torno do pênis, Bradley acariciava a si mesmo enquanto Ruby chupava sua coroa. Ele jogou a cabeça para trás contra a cadeira e empurrou os quadris para cima, forçando o pênis mais profundo na boca dela. Então, quando seu corpo começou a tremer, Ruby recuou e o sêmen disparou contra seu rosto, em seguida, este pulsou, escorrendo em sua mão. Ruby se inclinou para lambê-lo. Quando terminou, ela esfregou o gozo de Bradley em sua bochecha e então chupou os dedos. Então ela se voltou para a porta aberta e riu. “Eu sei que você está ai fora espionando, Jessica.”

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Capítulo Dois A pele de Jessica ficou úmida. Ruby levantou graciosamente, nem mesmo tentando esconder seu sexo bem aparado, então deslizou a curta saia lápis para baixo. Sua bochecha ainda brilhava de gozo, mas o batom não tinha uma única mancha. “Não se preocupe com isso, Bradley,” ela balbuciou. “Eu vou cuidar disso.” Ela sorriu. “Apenas se livre do preservativo.” Jessica não esperou para descobrir como Ruby planejava cuidar disso. Ela correu em torno dos cubículos para o seu escritório, acendeu as luzes e pegou a bolsa da gaveta da escrivaninha. Quando se endireitou, Ruby bloqueou sua entrada. “Eu suponho que você está morrendo de vontade de contar a Clay tudo sobre isso.” A garganta dela estava seca e doeu engolir. Ruby a intimidava. Com seus saltos altos, ela se elevou sobre Jessica – e ela tinha um e setenta, pelo amor de Deus. Mas aquilo era mais. Ruby era mais em tudo: mais de mamas, mais curvas, mais sex appeal. Jessica não tinha retocado o cabelo loiro em meses – demasiada ocupada desde o final de ano – e ao lado de Ruby, ela era deselegante. Mesmo que usasse a sexy roupa da mulher, ela não pareceria a mesma nele. Ruby Williams poderia usar a camisola de flanela de sua avó e ainda era sexy de se olhar. Jessica lambeu os lábios, tentando parar a boca seca. “Eu não pensei tão adiante.” Ela pensou apenas sobre o quanto desprezava Ruby, o quanto lamentava por Clay, e como diabos ia sair deste edifício. “O que você está fazendo aqui tão tarde assim?” Ruby jogou um olhar para os fichários e pastas espalhadas na pequena mesa de conferência de Jessica. “Tentando impressionar Clay sobre o quanto você é trabalhadora?”

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“É o final do trimestre. A reunião do conselho é na sexta-feira e tudo tem que estar pronto.” Ruby bufou. “Você é um modelo.” Ao contrário de Ruby que, como assistente executiva do Presidente, estava a par de todos os trabalhos internos da empresa, presente em reuniões de diretoria, convidada para jantares e anfitriã de todas as festas da empresa de Clay, mas ela nunca trabalhou até tarde, nunca veio aos sábados e nunca se debruçou sobre o monitor até o pescoço doer. Cadela. “Eu não sabia que foder você estava na descrição do trabalho de Bradley.” Ruby apontou um dedo de ponta vermelha para ela. “Tsk, tsk, Jessica. Você parece que está com ciúmes.” “De Bradley?” Jessica fez uma careta. “Dificilmente.” Ruby sorriu. “De Clay e eu.” Desta vez, Jessica não conseguiu engolir o nó na garganta. “Eu vejo todos os olhares que você dá para o lado dele quando acha que não há ninguém olhando.” Nada como a verdade para roubar as palavras da sua boca. Ela queria o homem de outra mulher; à sua maneira, Jessica era tão culpada quanto Ruby. “O gato comeu sua língua?” Ruby provocou. Ela não conseguia dizer nada. O gato definitivamente comeu a sua língua. “Aqui está a coisa. Clay sabe de tudo sobre isso.” Os olhos da mulher brilhavam como joias de topázio. Ela estava gostando disso. “E ele adora. Depois que eu termino, ele não pode esperar para colocar as mãos em mim. Por que você acha que eu quis que Bradley gozasse em mim?” “Não.” A mente de Jessica girou. Não era verdade. Ruby estava tentando ludibriá-la.

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Ruby apenas balançou a cabeça, respondendo à sua própria pergunta. “Ele adora cheirar outros homens em mim. Isso o deixa excitado.” Então ela baixou a voz sedutoramente que fez a pele de Jessica se arrepiar. “Então nós temos absolutamente o melhor sexo de todos os tempos.” Ela ia vomitar. Direto nos saltos altos de Ruby. “Você pode dizer a Clay o que viu” – Ruby arqueou uma sobrancelha perfeita – “mas você só vai se envergonhar. Porque eu sou a pequena esposa de exibição dele.” “Mas você não é casada,” disse Jessica com voz pateticamente frágil. Ruby revirou os olhos. “Você não sabe de nada? Procure na Internet. A hotwife não tem de ser casada; é apenas um termo que significa que seu homem adora vê-la foder outros homens, e depois ela volta para ele com o cheiro de sexo em cima dela.” Ela deixou um sorriso crescer em seus lábios carnudos. “E ele fica totalmente selvagem para ela. Ele não precisa de outras mulheres, apenas ela.” Com isso, ela balançou os dedos e escorregou para fora da porta. Momentos mais tarde, Jessica ouviu vozes, uma porta se fechando, mais sussurros no corredor e então passos na escada. A porta do lobby foi aberta e fechada. Depois, o silêncio. Eles tinham ido embora. Ela pensou sobre o que Ruby lhe tinha dito. Mas os homens não foram construídos dessa maneira, eles eram possessivos, territoriais. Clay era um homem forte e viril, ele nunca deixaria outro cara tocar sua mulher, e certamente não Bradley Palmer. Mas por que Ruby mentiria? Ela não podia esperar para se livrar disso se Jessica decidisse contar a Clay o que ela tinha visto. E, no entanto... Vince às vezes gostava de ouvir sobre as escapadas sexuais passadas de Jessica; aquilo o deixava excitado. Mas Vince não era seu namorado, ele era seu amigo com benefícios. Ok, ele era seu caso para ligar, o homem que ela poderia simplesmente contar quando estava com muito tesão, o que acontecia geralmente depois que se torturava com alguma fantasia quente sobre Clay. Ela até mesmo contou a Vince sobre essas fantasias e elas o deixaram selvagem. Mas Clay não poderia...

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Deus, e se fosse o caso? E se era isso o que Clay via em Ruby? Ela era sexy e poderia escolher qualquer homem. Talvez fosse exatamente o que ele queria. Ruby estava certa, Jessica não podia dizer uma palavra a ele porque seria horrível tê-lo admitindo a verdade. Ela não conseguiu dizer por que fez isso, mas voltou à cena do crime. Eles nem mesmo trancaram a porta de Clay quando saíram. Acendendo a luz, ela olhou para a mesa. O porta-lápis estava de volta no lugar, as pastas de arquivos organizadas, tudo limpo e arrumado do jeito que Clay gostava. Exceto por algo descartado de cor púrpura jogado no armário. Ela pegou entre o polegar e o indicador. Uma calcinha fio dental. Por um longo momento, ela simplesmente olhou para o material. Então ela abriu a última gaveta da mesa e a atirou lá dentro. Não, ela não diria uma palavra a Clay. Não teria que fazê-lo.

***** Clay Blackwell já estava duro quando Ruby atravessou a porta. “Onde você o conheceu?” Ele exigiu. “Eu o encontrei no bar do hotel. Ele estava na cidade para alguma convenção.” Ruby adorava fazer com estranhos. Ela os escolhia, ia para seu quarto de hotel, transava com eles rápido e sujo e, em seguida, longo e forte. Empresários eram uma raça relativamente segura para uma rapidinha enquanto estavam fora da cidade, sem amarras. Ruby gostava mais dessa forma e fazia de tudo do jeito que ela queria. Como dizia, ela era uma garota crescida. Pela parte dele, ele insistia que ela ligasse antes, durante, depois e a caminho de casa para que ele soubesse que ela estava bem.

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Agora, ele queria todos os detalhes sujos. “Conte”, ele ordenou. Se, ocasionalmente, ela voltasse para casa com o cheiro de outro homem quando ele não tinha aprovado um encontro, ele estava bem com isso. Ele até gostava da surpresa. Ocasionalmente. Fazia parte do seu jogo enquanto ela seguisse as outras regras básicas que havia entre eles. Hoje à noite, porém, ela lhe disse que ia sair, e ele ficou pensando nisso a noite toda, então ele teve seu auge no momento em que ela passeou pela porta. Ela tinha cheiro de gozo e o odor almíscar sexual fez disparar a pulsação dele. “Ele me fodeu na varanda com as luzes apagadas. Mas eu sei que o cara no quarto ao lado poderia nos ver.” Ruby adorava ser observada. Ela era linda e observá-la transando era um espetáculo para ser visto. Ela era alta, tinha cerca de 1,75m, mesmo sem os saltos altíssimos. Os seios eram cheios e exuberantes, sua figura curvilínea certa em todos os lugares. Os homens amavam seus seios, as pernas longas, até mesmo seus cabelos aloirados que acariciavam os ombros. Ele puxou a saia para cima. Ela não estava usando calcinha. “Sua cadela suja, onde você deixou o fio dental?” Ela riu. “Ele queria uma lembrança.” Clay conseguia imaginar o homem cheirando-o e batendo punheta com a lembrança. “Ele pegou você por trás?” Ruby riu. “Por trás, de frente, ao contrário, com minhas pernas para o ar, de cabeça para baixo e de dentro para fora.” Ela sabia como deixá-lo excitado. Ele esmagou-a contra a porta da frente, enterrou o rosto em seu cabelo macio e respirou o aroma de outro homem em sua pele. “Ele lambeu você?” “Oh, sim. Eu gozei duas vezes.” Ele a ergueu, enrolou as pernas em volta de sua cintura e fez gesto de fodê-la através de suas calças. Ele não sabia por que gostava da ideia de outro homem transar com a sua mulher, mas gostava. Sempre gostou, era uma necessidade louca. E Ruby amava cumprir aquilo para ele. Ele

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não a amava, mas apreciava que ela estivesse disposta a dar-lhe a sua fantasia. Se às vezes sentia que as coisas entre eles estavam a um passo de completamente explosivas, bem, ele disse a si mesmo que o que conseguiu foi melhor do que a maioria dos homens sempre esperou. Talvez o problema fosse ele; a vida impossibilitava o gene emocional extra que permitia a conexão total. “Você o chupou?” “Deus, sim, Clay. Ele era tão grande, e tinha um gosto tão doce. Como se tivesse comido abacaxi.” Ele arrancou seu zíper, tirou o pênis para fora e apertou-se em sua boceta molhada. Ela estava quente e pronta para ele. Ele a beijou, provando o restante do gozo em seus lábios. E ele não esperou por mais um momento, empurrou profundo, e ela gemeu, apertando-lhe os ombros com longas unhas, que ele podia sentir marcando-o mesmo através de sua camisa. Ela era a melhor amiga que alguém como ele poderia esperar, uma mulher que não esperava devoção eterna de um homem que já não era capaz disso. Tinha passado pela deterioração longa e lenta de amor e casamento e não estava disposto a fazê-lo novamente, especialmente para o bem de seus filhos. Já se passaram cinco anos desde o divórcio, e ele não queria pensar em casamento por pelo menos mais três, quando ambos estivessem fora da escola. Tudo isso fazia dele o melhor homem para Ruby também. Ela era livre para jogar como gostava, mas ele não exigia outras mulheres; Ruby nunca precisava ficar com ciúmes, pois teria odiado se ele sequer olhasse para outra mulher. Ele estava bem exatamente com isso, uma foda dura enquanto ela lhe contava todas as coisas imundas que tinha feito em seu encontro. Mais tarde, na cama deles, o sexo seria lento e suave, mas primeiro ele precisava disso rápido e safado. Isso era tudo o que o relacionamento deles era: sexo bom e quente. “Diga-me o quanto foi bom,” ele insistiu. “Eu não conseguia o suficiente.” Ela pôs a cabeça contra a porta e ele a possuiu duro. “E eu continuei gozando, pensando em como você ia me jogar no tapete e me foder sem sentido logo

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que eu chegasse em casa.” Não importava quantas vezes gozava com outro homem, ela nunca estava cansada para mais. Ruby era insaciável. “Foda-me, Clay.” Enquanto ele a possuía profundamente, o corpo dela se apertava em torno dele, apertando, trabalhando-o. Suas bolas estavam tão apertadas, que doía. E então ela gritou, e seu clímax o alcançou. Ele estava alheio a tudo, exceto do cheiro do outro homem em cima dela.

***** Droga, ela tinha esquecido sua calcinha. Como pode ser tão estúpida? Ver Jessica Murphy no corredor a tinha deixado tonta. Não que ela não tivesse tido uma bela recuperação e drenado toda a cor do rosto da mulher. Houve também aqueles longos minutos enquanto ela sabia que Jessica estava assistindo, quando Ruby estava tão excitada, tão louca e gozou com tanta força. Ela adorava ser olhada e não importava que fosse por uma mulher. Na verdade, foi ainda melhor porque Jessica tinha tesão por Clay e era como a cereja no topo do bolo. Little Miss Muffet2 – era assim que ela pensava de Jessica – com sua calcinha acolchoada. A mulher era como se tivesse uma vara presa no traseiro. Ruby realmente amou dar a Jessica algo com o que trabalhar. Aquilo empurrou as atividades da noite para o alto, simplesmente o tipo de pontapé que ela tinha procurado desde que as coisas com Clay começaram a ficar um pouco obsoletas. Com o tempo, ela o sentiu ficar um pouco distante também e isso não era culpa dele. Ou dela. Eles estavam juntos há muito tempo e Ruby tinha de admitir que gostava do novo e do diferente. Mas o cenário desta

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Referência a personagem de uma cantiga de ninar.

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noite certamente não foi monótono, porque deixar a Little Miss Muffet com ciúmes e raiva foi a cobertura do bolo. Até que ela percebeu que tinha esquecido a maldita calcinha. Ela só tinha que ir para o trabalho cedo e dizer a Clay que tinha algumas coisas para se preparar para a reunião do conselho. Eles nunca foram juntos de qualquer maneira; moravam em Palo Alto, a apenas dez minutos da fábrica. Sim, ela poderia chegar cedo, pegar sua calcinha e tudo ficaria bem. Jessica nunca diria o que tinha visto. Se acreditava que Clay sabia disso ou não, ela estaria muito envergonhada para trazê-lo à tona. Clay e suas regras tolas: nada de sexo no trabalho ou com alguém do trabalho. Ruby pensava que era mais sexy ter alguns segredos, ir além dos limites, fingir que ela tinha saído com uma amiga e ver se ele podia sentir o cheiro do gozo quando ela chegasse em casa, para ver se ele percebia o cheiro dela por toda a mesa de trabalho. Ah, sim, isso era sexy. Ela não estava preocupada; ele esperava que ela traísse, e adorava o sexo deles. Aquilo era o mais quente que ele já teve em sua vida, ainda melhor do que com sua esposa. E quando as coisas ficassem um pouco chatas, Clay naturalmente esperaria que ela as tornasse mais apimentadas. É claro que esperaria. Ruby se aconchegou mais perto de Clay e adormeceu saciada e contente. Mas quando ela procurou no escritório dele na manhã seguinte, seu fio dental roxo estava longe de ser encontrado.

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Capítulo Três “Está tudo bem, Jessica?” Clay Blackwell perguntou com uma sobrancelha arqueada em questão. O sol do meio da tarde fluía através dos papéis de trabalho de Jessica. Eles estavam sentados à mesa de conferência de Clay na janela do escritório com vista para o estacionamento. Graças a Deus não estavam enfrentando um ao outro através de sua secretária, pois ela não teria sido capaz de dizer uma palavra coerente. Não, ela não estava bem. A reunião do conselho era na manhã seguinte, sexta-feira, a partir das nove horas da manhã, e ela sempre ficava um pouco no limite quando estavam revisando seus números. Hoje foi pior, pois toda vez que ela viu Ruby, a mulher sorriu. O departamento de contabilidade ficava no segundo andar da sede corporativa da West Coast. Holt Montgomery, CEO3 da empresa, ficava no primeiro andar, junto com Marketing e Vendas, o que significava que Ruby, administradora do CEO, também ficava lá em baixo. Mas ela tinha feito algumas incursões no andar de cima e dado uma série de sorrisos irritantes. Obviamente, o fio dental na gaveta de Clay não tinha tido qualquer efeito. Aquilo começou a desgastar os nervos de Jessica quando ela chegou à tarde no escritório de Clay para a avaliação financeira com ele. Sentiu-se mal com todas as perguntas que atravessavam sua cabeça, sem mencionar a imagem de Ruby em cima da mesa de Clay. “É apenas esta conta da CIP”, disse ela, tentando entrar no trilho. “Eu não consigo entender.” A West Coast Manufacturing estava no ramo de revestimento de filme, e seus revestimentos tinham várias aplicações em qualquer tipo de janelas e películas para telas sensíveis

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Presidente da empresa

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ao toque em painéis de computador. As máquinas de produção dos revestimentos eram grandes e caras e exigiam todo um departamento de especialistas, no qual os técnicos e engenheiros mantinham e renovavam quatro máquinas de revestimento da empresa. Eles estavam em processo de reforma da C1, sua primeira revestidora, que agora tinha vinte anos. A renovação era uma despesa de capital, mas consistia em horas de trabalho, materiais e fornecedores externos, os quais mereciam um acompanhamento cuidadoso por seu contador ativo fixo. No mês passado, a renovação superou o orçamento, e Jessica temiam que alguns dos custos foram categorizados de forma incorreta e isso realmente foi oneroso. E era o final do trimestre, caramba. É claro que essa não era a verdadeira questão a incomodando, mas era a única sobre a qual ela estava disposta a falar agora. “Faça disso a prioridade de Mike,” disse Clay, referindo-se ao seu contador ativo fixo. “Eu vou avisar ao conselho que há um problema e que os números podem mudar antes de serem finalizados.” Clay fazia tudo parecer tão lógico e fácil. Ele tratava cada situação com diplomacia, e sempre tinha uma resposta. Ela admirava um homem que não se estressava fácil. Ele era um homem de verdade, de um metro e oitenta e em grande forma para 45 anos de idade – ou de qualquer idade, pelo que importa. Tinha uma pitada de grisalho em seu cabelo escuro e olhos castanhos que às vezes viam demais. Ela sempre gostou de homens mais velhos, predominando, homens inteligentes. O que torna tudo muito mais difícil de acreditar no que Ruby disse, porque Clay não poderia ser o tipo de cara fracote que deixava sua mulher solta por aí para brincar com ele. Jessica não foi capaz de resistir à provocação de Ruby. Na noite passada, quando chegou ao seu apartamento, ela pegou o computador e procurou pelo termo hotwife. E este voltou com uma tonelada de sites para um fenômeno chamado hotwifing e, bom Senhor, era como Ruby tinha dito. Havia homens que amavam que suas esposas os traíssem, adoravam ouvi-las sobre isso, até

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mesmo amavam vê-las e participavam para tirar fotos ou realmente segurar suas esposas enquanto outro homem... Ela se forçou a voltar do abismo. Clay estava falando e ela tinha perdido tudo o que ele disse. “Não é uma grande coisa.” Clay assegurou-lhe, obviamente vendo algo em seu rosto. “Eu não gosto de não saber exatamente o que está em uma conta.” “Se você é o controlador, tem que dar um passo atrás no detalhe e deixar a sua equipe lidar com isso. Você tem que confiar neles.” “Eu sei.” Ela fez seu caminho através de outras empresas, do analista financeiro ao contador geral e o supervisor de contas a pagar, finalmente chegando a West Coast Manufacturing há três anos como gerente da contabilidade deles. Era um bom trabalho e um excelente salário, que, depois do mercado imobiliário ter despencado, tinha lhe permitido comprar um apartamento em um bairro agradável, com um curto trajeto para o trabalho. Ela era responsável pela folha de pagamento, ativo imobilizado, contas a pagar e receber, gestão de caixa e todas as contas do balanço patrimonial. Ela tinha trinta e cinco anos, e o próximo passo em sua escada era a controladoria. Clay vinha sendo o controlador em ação desde que o seu antigo patrão saiu em licença médica e, algumas semanas atrás, tornou-se claro que ele não ia voltar. Jessica não gostava agir pelas costas de um homem doente, mas ela queria esse trabalho. Tanto ela quanto Greg Stevens, gerente de finanças e orçamento – e chefe de Bradley – o tinham reivindicado. Talvez esse fosse outro motivo de não querer balançar o barco sobre Ruby, o medo de prejudicar a promoção. “Estou definido para a reunião do conselho, então.” Clay fechou a pasta sobre as finanças trimestrais que ela lhe dera. “Bom trabalho, Jessica.” “Obrigada.” Ela levantou-se, reunindo sua pasta e bloco de notas. O elogio a fez se sentir extraordinariamente satisfeita, como uma estrela de ouro por parte do professor, quando era uma criança. Ele sempre elogiava, sempre motivava seus empregados, e

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não a tratava de forma diferente de seus outros subordinados. Exceto Bradley. Clay não parecia ter muito respeito pelo trabalho de Bradley, mas este se reportava para Greg Stevens, e Greg pensava que poderia, eventualmente, trazer Bradley à tona. “Eu vou conseguir as respostas para suas duas perguntas antes do final do dia.” Ela tomou notas durante a reunião. “Ótimo.” Ele já estava se movendo atrás da mesa e se aproximando do telefone. Jessica voltou para seu escritório, perguntando-se se Clay estava chamando Ruby. Era isso o que a incomodava, Ruby com Bradley. Como Clay conduzia seu relacionamento era problema dele, se ele gostava que sua namorada transasse com outros homens em sua mesa, tudo bem. Mas Bradley? Um homem como Clay não toleraria o caso de sua namorada com um idiota; iria querer que ela escolhesse alguém que ele respeitava. Então novamente, talvez Bradley o fizesse se sentir uma grande homem. Só que Clay não precisa de uma erva doninha como Bradley para construir o seu próprio ego. Mas ela podia ouvir a voz de Ruby: Você é muito melhor do que Clay. Ela virou ao lado do cubículo de Bradley, que era à direita do escritório de Greg. Estava de costas para ela, mas ela podia ver seu reflexo no monitor vazio. Como se a tivesse ouvido, ele bateu no teclado e trouxe o monitor à vida. Há quanto tempo ele estava sonhando? Provavelmente estava revivendo a última noite com Ruby. E se ela estivesse mentindo? Ela era boa em transformar as coisas ao redor para se adequar a si mesma, manipulando, levando as pessoas a fazerem o que ela, dizendo que Holt Montgomery, o Presidente, com ênfase, tinha pedido aquilo. Talvez Ruby a tivesse enganado. Se ela o fez, o que diabos Jessica ia fazer sobre isso?

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Clay esfregou a nuca e em seguida, flexionou a cabeça para tirar a tensão. Cristo, aquela foi uma longa reunião do conselho. Eles geralmente iam até depois do almoço, mas a reunião de hoje tinha ido até as quatro. Seu sistema de computador estava ultrapassado, e vários membros do conselho eram a favor de fazer uma oferta pública para financiar um sistema corporativo e algumas outras melhorias de capital, incluindo a atualização do laboratório. Tanto ele quanto Holt haviam argumentado que a oferta pública no atual clima econômico era suicídio, pois acabariam desvalorizando o estoque. Os mercados eram muito voláteis de prever. “Será que eles têm alguma dúvida sobre as finanças?” Jessica estava em sua porta. Ela era boa em seu trabalho, inteligente, com excelentes habilidades de resolução de problemas, e ele admirava sua dedicação e ética de trabalho. Ele era a favor de fazê-la a próxima controladora, mas Holt estava inclinado para Greg Stevens. Jessica, apesar de ter a perícia, era às vezes muito envolvida nos detalhes e tinha problemas com delegação. Como controladora, ela teria que dar um passo atrás nas minúcias e deixar sua equipe lidar com isso. Greg, por outro lado, não tinha problema algum em descarregar. Enquanto Clay valorizava a opinião de Holt – trabalhavam juntos na West Coast por dez anos, além de outros cinco na empresa anterior – ele faria sua própria escolha. “Um par de coisas.” disse ele a Jessica. “Venha participar. Feche a porta.” Ela tinha o direito de ouvir suas reservas sobre a promoção. Ela sentou-se no lado oposto, abrindo a pasta que continha as finanças e brincando com os papéis do momento. Jessica Murphy era uma mulher bonita, cabelo loiro que caia em cachos pelos ombros e intensos olhos azuis. Faltavam-lhe as curvas e a sedução natural de Ruby, as saias eram mais longas, as blusas menos ajustadas, a maquiagem discreta, mas havia algo de novo sobre ela, a garota ao lado, que era em muitos aspectos tão atraente, se não mais assim. Sua relação com Ruby impedia outras mulheres, pois ela jogava, ele não. Era assim que ele gostava: nenhum ciúme da parte dela, nenhuma briga de vadias, apenas sexo quente, e sua vida em equilíbrio.

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Isso não o impedia de apreciar Jessica como uma mulher extremamente atraente. Ele não se permitia, no entanto, ter pensamentos sexuais com ela, pois se eles conseguissem atravessar suas defesas, ele impiedosamente os fechava. Ela trabalhava para ele, e ele nunca comprometeria um de seus empregados, nem a avaliação dos atributos físicos dela afetariam sua decisão sobre a controladoria. Jessica sentou pronta, com a caneta suspensa. “Henckel quer mais sobre a reserva de anti-reflexo.” ele lhe disse. Eles desenvolveram um filme que eliminava o brilho do monitor, mas houve problemas com arranhões e até que isso fosse resolvido, eles tinham uma reserva contra retornos. O membro do conselho júnior, Henckel, sempre quis saber mais e aquilo o fez sentir-se importante. “Mande por e-mail a planilha do cálculo.” “Claro.” Jessica rabiscou uma nota. Ela fez mais algumas marcas no seu bloco enquanto ele examinava mais alguma coisa da lista. Quando não estava escrevendo, ela estalava a caneta. Não o encarava, e ele podia ouvir o toque suave de seu calcanhar no tapete enquanto ela balançava o joelho. Talvez a porta fechada a deixasse nervosa. Ela provavelmente suspeitava que ele queria falar sobre a posição de controlador. “É só isso?” ela perguntou e em seguida, apertou os lábios como se lamentasse a pergunta. “No que diz respeito as finanças, sim.” Ela ficou de pé antes que ele tivesse a chance de abrir suas questões sobre o trabalho. Deu dois passos para a porta e então se virou abruptamente, voltando para a borda da mesa. Ele nunca a tinha visto assim, pois ela não era uma pessoa nervosa. Se algo a estava incomodando ontem; hoje era pior. “Jessica.”

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Ela estufou uma respiração afiada. “Eu não sei exatamente como abordar este tema, então vou simplesmente dizê-lo.” Ela inalou como se precisasse de ar extra. “Vi Ruby transando com Bradley em sua mesa há duas noites.” Ele abriu a boca, fechou-a novamente. Seu peito estava apertado de repente e seu único pensamento era que ela deve ter se enganado. “Isso não é possível.” Ruby gostava de flertar com as regras dele, mas tinham duas que ela nunca iria quebrar. Em primeiro lugar, ela nunca ficaria com alguém do trabalho, e, segundo, nada de sexo no escritório. Ambas as circunstâncias poderiam comprometer, especialmente porque os dois eram empregados na West Coast. Era uma pequena empresa com tendência a fofocas e a vida sexual dele era privada e separada. Ela não faria sexo no escritório, não em seu escritório, e certamente não com Bradley Palmer. “Abra a gaveta de baixo.” Jessica apontou para o lado esquerdo da mesa dele. Ele a deslizou aberta e não viu nada. “Verifique na parte de trás.” disse ela. Ele se inclinou um pouco para ver. Algo roxo. Renda. Minúsculo. Puxou o fio dental que Ruby usara na quarta-feira. O fio dental que ela disse que tinha deixado para trás em um quarto de hotel como lembrança. Sabendo que ela estava indo a um encontro, ele a observou vesti-lo naquela manhã. Talvez ela o tenha colocado lá ontem de manhã para ele encontrar mais tarde, para que eles pudessem reviver um pouco. Mas, então, lembrou-se da foto de seus filhos. Semana passada ele a havia encontrado no chão e assumiu que foi pela equipe de limpeza. Agora, não havia outra possibilidade. Seu sangue bombeou mais rápido. “Ela me disse que você sabe sobre as coisas que ela faz.” Jessica continuou quando ele ficou em silêncio por tanto tempo. “E que você está bem com tudo. Mas eu não tinha certeza...” Ela parou, incerta.

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Droga! Não havia dúvida agora, e ele estava chateado com Ruby por tê-lo colocado nesta posição. “Sente-se.” Ele indicou a cadeira que ela tinha desocupado. Ela sentou-se, empoleirada primeiramente na borda, os joelhos balançando novamente. “Eu sei que não é da minha conta, mas se você não sabe sobre isso, eu simplesmente não podia deixar para lá.” ela tagarelava. Ele levantou a calcinha. “E isso?” Ela revirou os lábios entre os dentes e os mordeu um momento. “Ela deixou para trás, e eu o coloquei como prova.” Jesus. Como Ruby poderia ser tão estúpida para ostentar sua vida sexual não convencional? Como ela podia foder Bradley Palmer? Seu mau gosto foi o pior crime de todos. “Eu percebo que deve ter sido um choque,” disse ele, obviamente subestimado. “Lamento que tenha ficado no meio disso, mas Ruby está certa, eu sei.” Ele não ia defender; simplesmente se recusou a mentir sobre isso. Só que Ruby não devia ter trazido esse tipo de porcaria para o trabalho. Assim como não deveria fazê-lo em casa também, pois ele não queria que um ou ambos os seus filhos ao redor. Claro, eles estavam no ensino médio – e ficavam com ele dois fins de semana por mês – mas eles não precisavam saber tudo o que ele e Ruby faziam. Tudo o que Ruby precisava fazer era mostrar um pouco de discrição. “Oh”, disse Jessica, emoções passando pelo seu rosto. Confusão, consternação, então condenação. Ele não sabia por que deixou aquele olhar incomodá-lo. Sempre soube como as outras pessoas iriam reagir aos seus desejos excêntricos, tinha se divorciado por causa disso. Em momentos acalorados, ele e sua ex tinham ocasionalmente fantasiado sobre ela estar com outros homens, mas quando ele finalmente disse que gostaria de fazê-lo de verdade, ela o esfriou. Com esse mesmo olhar que Jessica usava agora.

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Droga de Ruby para fazer isso. Jessica ficou de pé, abraçando-a pasta em seu peito. “Eu não entendo,” ela disse perplexa como uma criança diante de seu primeiro peixinho morto. “Você não se sente enganado?” Ele não podia dizer que aquele amor nunca esteve com ele e Ruby; que aquilo era entre os dois. “Eu não estou enredado como a maioria dos homens.” No entanto, ele sabia que isso não explicaria nada, pois Jessica não conseguia entender. Sua ex-mulher nunca tinha entendido as suas necessidades e, no final, ela foi embora por causa delas. Jessica parecia engolir ar. “Como pode deixá-la fazer isso com você?” Ele se levantou para olhá-la de cima. As feições dela estavam tensas e ele percebeu que ela tinha permitido que isso a atormentasse por dois dias. Pelo interesse dele. “Ela não fez isso comigo. Ela não me magoou, é o jeito que eu gosto.” Ela largou a pasta para o lado e o olhou como se ele não fosse o homem para o qual ela trabalhava – ou esperançosamente admirava – nos últimos três anos. Na verdade, ele se sentiu diminuído. Jessica finalmente desviou o olhar. “Ela disse que isso o excita.” “Isso mesmo.” admitiu. Devia-lhe a verdade, depois do que Ruby a fez passar. “Ela disse” – ela lambeu o lábios – “que você gosta de transar com ela em seguida.” A boca dela brilhava. Seus olhos eram de um azul profundo, as pupilas dilatadas. Um rubor coloriu suas bochechas. Ela estava respirando mais rápido e um pulso vibrava em sua garganta. E debaixo da blusa, seus mamilos estavam como picos duros. Olhando para ela, ele estava inexplicavelmente rígido. Não era sobre Ruby; era de repente sobre Jessica, a conversa íntima, seus pensamentos anteriores sobre a atração dela. “Eu gosto.” “Você quis transar quando ela chegou em casa na quarta-feira?” ela perguntou em voz baixa.

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A conversa estava calorosa, as paredes do escritório mais próximas, a mesa entre eles quase não separando nada. Ele observou seus seios subindo e descendo e, como um cão selvagem, sentiu também seu cheiro, o fino aroma de excitação e emoção. “Foi bom?” Ela falou quase sem um som, mas ele leu as palavras em seus lábios. Podia sentir o sexo daquela noite, e calor de repente queimado todo o caminho até seu intestino. “Sim, foi.” Mas, por um momento, o rosto da mulher que ele viu em sua mente, a sensação da pele feminina e suave sob seus dedos, o calor engolindo-o, não era mais de Ruby. Era de Jessica.

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Capítulo Quatro “Isso não vai acontecer novamente. Aqui, não.” A voz de Clay parecia vir de muito longe, mas eram as imagens em sua mente que consumiam Jessica. Clay com Ruby, revivendo as coisas que ela tinha acabado de fazer com Bradley. Clay nu, lindo, poderoso. “Ruby não vai envergonhá-la desta forma novamente.” Envergonhá-la? Foi o que Ruby fez com ele que Jessica odiou. Ele disse que sabia de tudo sobre isso, mas algo em seu rosto – seus músculos ficaram tensos, os lábios se apertaram numa linha fina – testemunhou que Ruby fez algumas coisas que ele não tinha conhecimento. Como onde e com quem. Esse mesmo olhar em seus olhos agora enquanto se desculpava. Quando você tem que pedir desculpas por alguém, este obviamente fez algo errado. “Obrigada.” disse ela. Parecia uma resposta tão fútil. Ela não se importava se Ruby fizesse isso de novo; só se preocupava como Clay se sentia, se aquilo o magoava. Ela nunca iria fazer nada parecida com isso. No entanto, que Deus a ajudasse, mas o pensamento de sexo, e ele, e quarta-feira. A ousadia a deixou molhada, seus mamilos duros, sua pele corada, e ela queria saber muito mais. Como por que ele gostava de deixar Ruby fazê-lo de bobo, pois não parecia o tipo. No entanto, após a leitura que ela fez na internet, parecia haver homens que não pensavam assim. Talvez eles não sentissem ciúmes, talvez não amassem da mesma forma. Talvez Clay realmente não amasse Ruby. Todas as perguntas ardendo para serem respondidas a levaram até a porta, antes que se derramassem. “Eu vou pegar as respostas sobre aquelas questões.” Graças a Deus ela as tinha

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escrito, porque não se lembrava de nada do que ocorreu antes que deixasse escapar o que tinha visto. “Jessica.” Por favor, não diga mais nada. Ela não queria saber de mais nada. “Por que você estava aqui tão tarde na quarta-feira?” Não era o que ela estava esperando. “A revisão para a reunião do conselho. Eu tinha algumas coisas para terminar.” “Eu não espero que você trabalhe até dez horas da noite.” Mas ela faria, por ele, se ele precisasse de alguma coisa. Percebeu o quanto soava patética, mesmo em sua própria mente. “É apenas uma vez por trimestre.” Na verdade, ela o fez todos os meses, ficava até mais tarde ou entrava em um sábado para trabalhar sem interrupções. “Agradeço a dedicação.” Mas ela era tão dedicada? Talvez ele pensasse que ela não tinha uma vida fora da West Coast. Talvez pensasse que ela deu muita atenção ao que Ruby fez. “Está tudo bem agora, Jessica. Não se preocupe com isso.” Ele voltou a Ruby. Não estava tudo bem. Ela tinha fantasiado sobre ele antes, mas tinha tido isso em perspectiva. Ele era apenas uma fantasia sexual. Agora, ela se imaginava como sua salvadora, salvando-o de sua namorada horrível. Imaginou-se tomando o lugar de Ruby.

***** Clay permitiu que sua raiva fervesse até que chegou em casa. O cheiro de comida chinesa flutuava da cozinha, fruto do grau das habilidades culinárias de Ruby. Ele não se importou.

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“Ei, baby, estou aqui.” ela chamou. Ruby tinha uma voz rouca, sempre no limite da sedução. Ela gostava de conquistar os homens, e ele gostava quando ela chegava em casa depois de uma pequena conquista. Aos quarenta anos, ela estava em seu auge, os músculos firmes debaixo de uma saia curta que abraçavam seu bumbum. A jaqueta elegante mergulhava por baixo. A maioria das mulheres teria usado uma blusa por baixo, mas não Ruby. Ela desafiava os homens a olharem para a frente. Ele sempre gostou aquela sensação de ousadia nela, o ar da sexualidade que deixava os homens aos seus joelhos. Ele estava na porta da cozinha, observando do outro lado da ilha central enquanto ela desempacotava a bolsa no balcão de granito, puxava dois pratos dos armários novos que ele tinha instalado, e abria as caixas. Mais aromas deliciosos encheram o ar. Ele não conseguia identificar por que desta vez era diferente? É verdade que ela quebrou uma de suas regras firmes, mas ele não era estúpido o suficiente para pensar que foi a primeira vez. Ela gostava de surpreendê-lo, e ele ele gostava de surpresas. Era Jessica? Como pode deixá-la fazer isso com você? A verdade era que Ruby tinha transado com outro homem em sua mesa, deixando sua marca nela em um aumento quase flagrante do dedo médio. Sem mencionar o homem que ela escolheu – embora a palavra homem não descrevesse Bradley. Clay não reclamava sobre seus subordinados, mas Ruby sabia o suficiente para entender que Bradley era menos que adequado. Se Greg Stevens já não tinha chutado o garoto – Clay acreditava que um gerente tinha o direito de tomar as decisões sobre seus próprios funcionários – ele já o teria feito há muito tempo. Havia uma afirmação na escolha de Ruby, do lugar e do parceiro. Não foi a mesma liga para chegar em casa e contar-lhe que ela estava tendo um encontro só para chegar em casa coberta de gozo. Ou talvez fosse um grau maior do mesmo problema. Quando ele a deixava seguir em frente com uma coisa, ela, então, precisava pagar a aposta.

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“O que foi?” Ela estava olhando para ele. Ele percebeu que estava olhando para ela, mas realmente não vendo-a. Ou vendo-a muito claramente. Enfiando a mão no bolso, ele tirou a calcinha dela e a deixou cair no centro da ilha da cozinha. Ruby sorriu, seu batom ainda fresco e brilhante. “Você achou minha surpresa. Eu estava me perguntando quando o faria.” Ela não perdeu uma única batida. “Quando você deixou lá para mim?” Ela piscou. “Na outra manhã.” Então ela já passava o molho de carne para as panquecas finas. “Você tem sorte que eu a encontrei no armário de arquivo, em vez de Angie.” Ele não tinha uma secretária, mas uma das garotas de contas a pagar fazia o arquivamento por ele. Ruby lambeu a colher que tinha usado, então riu. “Ela só faz isso para você uma vez por mês. Eu percebi que você ia encontrá-la antes.” Só que ela não estava em seu gabinete de arquivo. Se Jessica não lhe tivesse contado o que contou, no entanto, ele teria assumido que Ruby a deixou para excitá-lo durante o dia. “Não minta para mim, Ruby.” Ela parou, uma colher de frango com limão entre a caixa e uma placa. A grande queda de molho amarelo pulou em cima do balcão. “Eu não minto, baby. Apenas estico a verdade.” A resposta era típica de Ruby. “Por que não para de esticar e me diga o que você realmente fez na quarta-feira.” Ela apertou os lábios. Não era um bom olhar para ela, adicionando cinco anos para seu rosto. “Eu tenho certeza que ela já lhe disse tudo.” “Eu quero ouvir de você.” “Os pratos estão esfriando.” queixou-se, ganhando tempo. “Nós podemos comer enquanto você me conta.”

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Ela encolheu os ombros, terminou de servir a comida e em seguida, levou os dois pratos para a mesa no recanto com vista para o jardim escuro. Clay transportou as caixas e as colocou no centro entre eles. “Eu só queria ver se isso ia funcionar para você de manhã, quando começasse a trabalhar.” O mais provável é que ela queria ver se ele detectava seu cheiro em cima da mesa. “Eu pensei que seria excepcionalmente quente.” “Nós temos uma regra.” Ela estalou. “Já era tarde. Ninguém estava lá.” “Jessica Murphy estava lá.” Ela apertou os lábios. “Como eu ia saber que ela estaria se esgueirando por lá, às dez horas? Não havia nenhuma luz acesa.” “Ruby, é exatamente por isso que não podemos fazer nada no trabalho. Porque você nunca sabe quando alguém vai aparecer.” Ela sorriu maliciosamente. “Oh, eu me lembro o quanto você queria fazer algumas coisas no trabalho, querido.” Quando eles começaram a namorar – se transar aos montes pudesse ser chamado de namoro – ele falou sobre o desejo de transar com ela sobre a mesa, mas nunca tinha quebrado essa regra, por mais quente que pudesse ter sido. Ele se perguntou se ela fez Bradley Palmer fazer as mesmas coisas que tinham descrito um para o outro naquela época. Seu descuido e falta de respeito o irritavam, porque, por mais estranho que parecesse, quando ela transava com outros homens, quilo era para os dois. Enquanto ela estava fora, ele imaginava o que ela estaria fazendo. E ela devia estar pensando nele, sobre como ele estaria em cima dela no minuto que ela entrasse, querendo ouvir tudo enquanto ele a fodia. Quando ela mentiu, o sexo tornou-se sobre ela, não sobre eles. Se ela já não sabia disso, ele não conseguia explicar. Então ele atacou em um nível que ela pudesse entender. “Ele é um risco, Ruby. Ele pode espalhar fofocas.” Bradley se gabaria.

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“Oh, meu bem, ninguém vai acreditar nele.” Na verdade, eles iriam, pois Ruby não tinha uma reputação pura. Afinal de contas, ela trabalhava na West Coast por quase um ano antes que eles começassem seu caso, e ela já tinha a reputação. “Você não fode outros homens no trabalho, Ruby. Sem se, e ou mas.” “Desmancha-prazeres.” ela murmurou. Ele teve que dar-lhe crédito. Não a incomodou ter sido pega, nas não foi por isso que ele fez as coisas mais permanentes com ela, levando-a para casa? Porque ela era selvagem. Porque fazia todas as coisas que ele sonhou que uma mulher fizesse por ele. Porque ela fodia qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer hora, e corria para casa para contar-lhe sobre isso. Ele tinha conseguido tudo o que queria. Cuidado com o que você pede. O problema era que ele não podia controlá-la. Por causa disso, havia estabelecido apenas três regras. Nada de sexo com qualquer um do ou no trabalho, nunca trazer o cara para casa, e informar ao seu namorado cada detalhe sujo sobre o que fazia. Ela tinha quebrado a primeira e a última regra. Quanto tempo antes de quebrar a segunda? Talvez ela já tivesse tido outro homem na cama deles. “Demita-o.” Ela fez bico. “Foi uma coisa boba, Clay. Sinto muito. Ele deu em cima de mim, e você e eu já tínhamos planejado o meu encontro e eu estava tão excitada, que apenas fiz isso sem pensar a respeito.” Em seguida, ela bateu as pestanas para ele. “Como posso me redimir para você?” Ele não acreditava nela, pois esta não foi a primeira vez. E ele duvidava de quem deu em cima de quem. “Eu não sei, Ruby.” Ele não fazia joguinhos – nem liderava joguinhosos de qualquer forma – mas a verdade era mais complicada. Algo havia mudado nele quando Jessica perguntou como ele poderia deixar Ruby humilhá-lo.

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Ela ergueu a sobrancelha, um pouco sexy do jeito que normalmente o animava. “Que tal um dos meus boquetes especiais?” Então ela piscou. “Lá no jardim para que o garoto do vizinho possa assistir.” Ela adorava exibicionismo. O chamado garoto do vizinho tinha, na verdade, 25 anos de idade e trabalhava em uma pizzaria, porque, com a especialização em História na faculdade, ele não conseguia encontrar um emprego. Ela era a mesma mulher de quarta-feira. E de terça-feira. E, no entanto algo havia mudado. “Não, Ruby.” “Mas, querido.” Pela primeira vez, a preocupação penetrou em sua voz, mas ela nunca se abatia ou desistia. Ela sorriu, em seguida, levantou-se sinuosamente de sua cadeira e caminhou para o lado da cadeira dele, os quadris balançando a cada passo, e pôs as mãos atrás das costas. “Eu sei o que podemos fazer,” disse ela, seus lábios vermelhos se curvaram em um sorriso malicioso. “Que tal um pouco de inversão de papéis?” Ele não disse nada. O que a obrigou a ir em frente. “Você vai a um encontro e depois volta para casa e me tortura com todos os detalhes.” Isso era novo. Ruby amava transar com outros homens, mas não estava interessada em compartilhá-lo com ninguém. Alegava que não iria se sentir mais especial. As necessidades deles estavam em perfeita sincronia. Ele não queria outras mulheres; precisava de uma mulher que o deixasse louco com seus contos picantes. Então, por que ela estava lhe oferecendo isso agora? Ele não tinha ideia de qual poderia ser o verdadeiro motivo. A única maneira de descobrir era aceitar a sua oferta. Ele deixou o silêncio perdurar na cozinha cinco batidas mais do que o necessário, até que o sorriso dela foi desaparecendo. “Essa é uma ideia muito boa. Vamos inverter as coisas.” Ela alternou o peso para o calcanhar oposto e sua mandíbula se apertou de forma quase imperceptível. Ele não admirou aquilo em si mesmo, mas sentiu uma nota de triunfo em aceitar o

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blefe, pois ela não esperava que ele concordasse. Talvez ela pensou que ele fosse contornar tudo e dizer que ela precisava sair para um encontro e fazer o certo desta vez. “Você ficou arrogante e complacente,” disse ele, “pensando que pode fazer qualquer coisa.” Ele deixou aquilo afundar. “Você precisa aprender uma lição.” Ela engoliu em seco, bloqueada. “E então você vai me perdoar?” Não havia nada a perdoar. Ela era a mulher que ele convidou para morar em sua casa e não tinha mudado. Ele simplesmente não gostou da mentira. Foda-se tudo isso, ele não gostou da imagem de Bradley ficando com ela na mesa do chefe também. Bradley Palmer era a mancha e uma parte dele não podia deixar de sentir que ela tinha escolhido o cara por essa mesma razão. “Depois de ter sido punida por todas as suas mentiras, então sim, você será perdoada.” Talvez fosse o que eles precisavam: um novo começo com novas regras, e mais deles. “Quando você vai fazer isso?” perguntou ela, de repente evitando seu olhar enquanto se sentava novamente na mesa. “Amanhã. Eu vou para a academia.” Sábado de manhã o lugar seria lotado. “Tenho certeza que vou encontrar uma candidata adequada lá.” A academia era um mercado de carne, mas ele não tinha a intenção de ir a um encontro ou transar com outra mulher, simplesmente queria a ilusão daquilo. Ele não tinha tomado uma mão suficientemente firme com Ruby e ela precisava de muito mais controle. “E, no futuro, vou assistir os seus encontros.” A cabeça dela disparou. “O que quer dizer? Ele comeu e forçou um tom agradável na voz. “Nós vamos para um bar, encontrar um candidato adequado.” Ele sorriu, mostrando os dentes. “Então você vai me chamar para o quarto quando tiver terminado e eu vou tê-la no momento em que ele se for.” A respiração dela ficou mais rápida. Sim, novas regras seria muito bom para eles. Ele deveria ter pensado nisso antes.

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No entanto, mais tarde naquela noite, mesmo após o boquete que Ruby insistiu em lhe dar, ele não conseguia dormir. Não conseguia tirar o rosto de Jessica Murphy de sua mente ou o cheiro dela de sua cabeça. E não conseguia parar a reação de seu corpo para seus pensamentos. Mesmo depois do boquete de Ruby. Antes, Jessica tinha sido uma mulher atraente: agora ela era uma fantasia sexual. Algo definitivamente aconteceu em seu escritório. E ele temia que não era bom para nenhum deles.

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Capítulo Cinco Aquele homem sabia como balançar seu mundo. Por que ela não tinha pensado nisso antes? Ter Clay para ajudá-la a escolher um homem e deixá-lo esperar no bar enquanto ela ia para um quarto. Quando terminasse, ela o deixaria lambê-la, limpá-la, e então fodê-la até o paraíso. Ele foi brilhante. Sábado de manhã, Ruby enviou Clay para a academia com um preservativo no bolso, o seu próprio esconderijo especial que ela usava para seus encontros. Ele não ia fazer coisa alguma, só queria puni-la, permitindo que ela pensasse que ele o faria. As coisas estavam ficando obsoletas, mesmo tempo, mesma idade. Foi por isso que ela tinha notado Bradley, e ele trilhou em seu rastro como um cachorrinho cheirando-a. Ele era exatamente o que o médico receitou para apimentar as coisas, e tinha funcionado até melhor do que ela imaginou. O que ela não percebeu foi que o próprio Clay precisava ser temperado também, e seu desprezo pelas regras lhe deram uma desculpa para se tornar dominador com ela, algo que ele obviamente necessitava nesta fase do relacionamento. Seu único foi deixar Jessica Murphy pegá-la. Ruby sorriu para si mesma no espelho enquanto aplicava a maquiagem. O que precisava agora era algo verdadeiramente extraordinário para fazer Clay tirar completamente aquilo de sua mente. O treino levaria pelo menos duas horas, especialmente quando ele estava ensinando-lhe uma lição, deixando-a imaginar que estava verificando todas as coelhinhas da academia. Puxa, ele podia levar até três horas, só para puni-la ainda mais. Era mais do que tempo suficiente para ela executar o plano. Ela entrou no quarto vestindo apenas uma calcinha de renda branca e pegou o telefone, digitando uma mensagem rápida. Venha aqui, agora. Ela pensou por um momento, então digitou

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novamente. E estacione na rua. Não faria com que os vizinhos começassem a falar, pois isso irritaria Clay em vez de excitá-lo. Mas, oh, ela teria uma agradável surpresa quando ele chegasse em casa. O cheiro de gozo por toda a sua cama. Quem sabia o tipo de ideias estimulantes que ele traria quando ela lhe desse o incentivo certo? Ruby teve pensamentos tão molhados sobre as possibilidades que teve que tocar a si mesmo antes mesmo de Bradley tocar a campainha.

***** Sexta à noite, Jessica tinha ido para a cama pensando em Clay e acordado com sonhos sobre ele na manhã de sábado. Ainda não conseguia parar de imaginar os dois juntos enquanto se vestia com leggings e uma camiseta de mangas compridas. Depois de puxar o cabelo para trás em um rabo de cavalo, ela preparou-se para uma fuga antes de ir para a West Coast trabalhar nas respostas para Clay. Ela fez aquilo tão logo chegou ao estacionamento do seu complexo de condomínio. De pé ao lado do carro, fez uma ligação. “Você está ocupado?” A voz de Vince era um sotaque baixo. “Não, o que você tem em mente?” “Eu preciso de alívio.” “Estou à sua disposição.” Ela tinha tido relacionamentos sérios – o último terminou antes que ela fosse para a West Coast – mas nunca encontrou um homem com quem quisesse se casar. Agora, ela visitava Vince quando seus hormônios estavam em fúria, quando tinha que ter alívio ou enlouqueceria. Era como Clay a fazia se sentir. Ela precisava de algo imenso para tirá-lo de seu sistema e Vince teria que fazê-lo.

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Ela tinha uma chave, mas sempre ligava primeiro. Algumas vezes, durante o acordo deles de três anos, eles deram uma pausa enquanto ele namorava uma garota ou outra, mas ele nunca pediu sua chave de volta. Ela destrancou a porta. O apartamento estava em silêncio, mas ela sentiu o cheiro do chuveiro e sabão fresco quando passou pelo banheiro. Quando entrou no quarto, ele estava na cama de braços cruzados, acariciando seu pênis. Vince tinha quarenta e nove anos, mas tinha o corpo de um homem dez anos mais jovem, e trabalhava para mantê-lo dessa forma. Ele lhe lembrava de Clay: sua aparência, sua idade, seu corpo quente. A boca dela encheu de água. “Então, como você quer, querida?” a voz dele era profunda; o cabelo era grisalho; seu pênis era grosso, longo e tinha um gosto bom. Suas feições eram suaves sobre os olhos, também. “Eu não tenho muito tempo. Tenho que ir para o trabalho.” “Duro e rápido, então.” Ela pensou em Ruby na mesa de Clay. Então pensou em Clay e sua mesa e do que ela gostou que ele lhe fez ontem à tarde, enquanto a porta estava fechada. “Eu quero por trás.” Ela balançou um polegar por cima do ombro. “Em seu escritório.” Vince era um escritor técnico contratado e fazia a maior parte de seu trabalho fora de seu escritório de casa. Ele sorriu. Ela sempre gostou daquele sorriso. Eles se conheceram na empresa anterior dela, quando fez algum trabalho para eles. Eles se encaixavam perfeitamente como amigos com benefícios, mas alguns de seus hábitos a deixariam louca em um namorado. Como o jeito que ele simplesmente decidia e saia de férias por um mês ou dois. E ele não ter um 401K4 ou um IRA.5 Ele se levantou da cama e passou por ela através da porta aberta, e com o pau no ponto. “Você quer me chamar de Sr. Blackwell, enquanto eu pego você por trás na minha grande mesa?”

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Um tipo de plano de aposentadoria patrocinado pelo empregador, adotado nos Estados Unidos e outros países. Plano Individual de Aposentadoria (Individual Retirement Account)

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Normalmente, sua irreverência a fazia rir. Vince foi a única pessoa no mundo que ela contou sobre seus sonhos quentes com o seu chefe e ele a deixava jogar fora suas fantasias. Hoje, porém, ela se sentia um pouco crua sobre isso. “Não”, ela disse. “Apenas faça.” Já estava empurrando a calça de corrida sobre seus quadris. Vince simplesmente a ergueu, chutou a cadeira do caminho e então a colocou no chão em frente à mesa. Ela gostava de sua estatura, sua força. Outro lembrete de Clay. Às vezes, ele a empurrava na parede e a possuía assim. Agora, ele empurrou-a de bruços sobre a mesa. “Eu vou puxar sua calcinha, Srta. Murphy, e foder você como um louco.” Era o sinal deles, Srta. Murphy e Sr. Blackwell, não que ela fosse tão formal com Clay. Vince o estava encenando, apesar do que ela havia dito. Com o legging até a metade de suas coxas, ele se inclinou sobre ela e pôs a mão entre suas pernas. “Você está molhada, Srta. Murphy. Estava pensando sobre isso na reunião de equipe?” Ela fechou os olhos. “Sim.” Ele tocou seu clitóris. “Eu estava pensando como queria jogá-la sobre a mesa de conferências e foder você, Srta. Murphy.” Ela gemeu. A fantasia a consumia. “Foda-me, Sr. Blackwell. Por favor.” “Não me apresse. Eu quero brincar com sua linda boceta antes.” Ela fechou os dedos em punhos enquanto ele descia e a lambia. “Oh Deus, Clay.” Ela queria isso. Ela o queria. Saber de seus desejos excêntricos, falar sobre sexo com ele, amplificar seu desejo. “Eu vou te foder tanto, Srta. Murphy.” “Deus, sim.” Ela manteve os olhos fechados, segurando a fantasia enquanto ele abria a gaveta da escrivaninha. Ele mantinha um estoque de preservativos em cada quarto, para que pudesse ser espontâneo.

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Entrou nela com um golpe duro e sem mais preparação do que a rápida lambida ao longo de sua boceta. Jessica não precisava disso. Ela colocou as mãos sobre a mesa e empurrou para trás contra ele. “Foda, você está quente hoje, baby. Tão molhada e selvagem.” Já não era Vince, era Clay, seus tons profundos, seu pau duro tomando-a. Geralmente, ela precisava se tocar bem, mas hoje, bastou o incessante impulso de seu pênis, a profunda voz masculina chamando-a de Srta Murphy, dizendo-lhe o quanto a queria nestes últimos três anos, e que não podia esperar. Que ela era sua. A onda de orgasmo começou borbulhando em seu clitóris, então semeando adiante como um incêndio por suas veias, através de sua pele. Ela ofegou enquanto o sentia pulsar nela. “Não goze em mim.” Pensou no que disse Ruby, que Clay amava o cheiro de gozo nela. “Goze em cima de mim.” Ele resmungou, mas fez o que ela pediu, retirando-se, jogando fora o preservativo, então ela sentiu o jato quente sobre sua bunda, no que ela estendeu a mão para trás e o esfregou. Deus, Clay adoraria isso. Então ela se virou. “Deixe-me chupá-lo.” Ela caiu de joelhos para levá-lo em sua boca, reunindo o último do sêmen em sua língua e engolindo. Fingiu que estava saboreando Clay.

***** Ruby lhe tinha dado um maldito preservativo quando ele saiu, sorrindo, empurrando-o para fora da porta. Ela estava tão segura de si mesma, com tanta certeza dele. Não tinha o menor arrependimento. O que ela faria se ele realmente o utilizasse?

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Clay fez seus habituais 45 minutos na esteira. Ele não estava interessado nas coelhinhas da academia. Se seguisse sua rotina da manhã de sábado, terminaria a sessão de pesos e então seguia para a máquina de escada. No entanto, ele foi embora após a corrida na esteira, o preservativo de Ruby queimando um buraco em seu bolso. Ela sempre o divertiu, mas ainda assim suas travessuras dos últimos dias já não pareciam tão divertidas e eles precisavam ter uma discussão séria. Sua casa em Palo Alto tinha tetos altos e um piso plano aberto. O som viajava. A cozinha, a sala da família e seu gabinete eram para a esquerda. O corredor da frente se abria em uma sala de jantar e sala de estar, com lareira de estilo dos anos sessenta e calha no centro. Quando reformou o lugar, ele preservou a sensação da era vintage. Os quartos – um para cada um dos seus filhos, outro que ele usava como escritório, e a suíte máster – eram à direita. Sons filtravam por baixo da ala dos quartos. Ele não estava com raiva. Na verdade, estava sem emoção. Ruby tinha feito nada menos do que ele esperava. O salão era acarpetado e seus passos efetivamente amortecidos, e ele se perguntou à toa em que posição iria encontrá-la. A cama king-size era instalada embaixo da janela, de frente para a porta. Ruby estava em processo de execução de uma amazona ao inverso, pernas abertas, um pau enterrado profundamente na sua buceta exuberante. Clay teve que admitir, a visão era impressionante. O tamanho do pênis de Bradley certamente não correspondia à pequenez de sua mente. Ruby se inclinou para trás, apoiando-se com um braço sobre o peito de Bradley e o vibrador em seu clitóris. Suas coxas estavam tensas pelo esforço e Bradley fazendo todo o trabalho com as mãos em sua cintura e bombeando seus quadris. Com os olhos apertados e fechados de prazer, ela gemeu. “Oh, baby. Sim, sim.” Ele estava duro. Como não poderia deixar de ser enquanto observava uma mulher linda ser fodida, o cheiro de seu sexo no ar. No entanto, ele também estava imparcial. Imóvel. Insensível.

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“Ele não pode fazer assim com você, pois é muito velho. Ele provavelmente precisa de Viagra.” Bradley. Babaca. Clay a ensinara as delícias dessa posição, especialmente com o vibrador. Ela gozava forte quando o montava assim. “Não, nunca desse jeito.” ela concordou, então suspirou. “Oh, Deus, você não pode imaginar o quanto isso é melhor do que qualquer coisa que ele faz para mim.” Assistindo, Clay apenas respirou fundo. “Gosto muito de te comer em sua cama.” Bradley pontuou com um grunhido. “Você vai pensar em mim, enquanto ele estiver transando com você.” Ruby gemeu e suas pernas começaram a tremer, um sinal claro do orgasmo iminente, e sentindo-o, Bradley bombeou mais duro, estocando dentro dela. Ele ponderou se os deixava terminar e no final, decidiu que era um tiro barato cortá-los na melhor parte. Ruby gritou, choramingou alto, na verdade – ela provavelmente odiava saber que choramingava quando gozava – e se curvou sobre ele. Do seu ponto de vista, Clay podia ver o pulso do orgasmo de Bradley através de seu pênis. Graças a Deus, ela o fez usar preservativo, pelo menos. “Oh, merda,” disse Bradley com um gemido, seus braços caindo frouxos contra o colchão, seu corpo se flexionando, enquanto Ruby continuava a tremer em cima dele. E Clay começou a bater palmas.

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Capítulo Seis Ruby gritou e Bradley praticamente a jogou fora. Rolando da cama, ele pegou sua calça jeans e enfiou-se dentro dela, mesmo sem a remoção do preservativo. “Não se apresse por minha causa.” Clay arrastou. “Ruby não contou que eu gosto de assistir? Especialmente porque você é muito melhor nisso do que eu, por ser tão velho, é claro.” O imbecil gritou com o pau travado no zíper. “Clay, você me assustou.” Ruby colocou a mão no peito, sua pele ainda corada. Ela não pulou para suas roupas, tudo o que fez foi se inclinar de volta em um cotovelo, com as pernas ainda afastadas e o vibrador entre elas. “Por que você não trabalhou suas habituais duas horas?” “Eu queria voltar para casa e pegar você no ato.” Ela bateu as pestanas para ele. “Eu queria que você viesse depois de tudo acabado e cheirasse o gozo na cama.” Enquanto isso, Bradley tinha aberto a calça, fechado o ziper corretamente, e puxado a camiseta sobre a cabeça. Ele olhava ao redor loucamente, com o peito arfando e os olhos arregalados quando percebeu que a única saída era pela porta em que estava Clay. Bradley olhou Ruby para o resgate. “Eu realmente deveria ir,” disse ele. Clay sorriu. “Sim, você realmente devia.” Em seguida, ele se afastou e Bradley correu para fora como se Clay acendesse um fogo sob sua bunda. Ele certamente nunca mostrou tanta urgência em seu trabalho. A porta da frente bateu. Clay não disse uma palavra no eco dela. Ruby fez beicinho. “Você estragou minha surpresa.” Ele não sabia se ela estava fingindo que tinha a intenção de dizer-lhe o que estava fazendo em sua cama, ou se ela realmente planejou surpreendê-lo com lençóis perfumados-de-gozo.

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Ele a olhou, tentando ver direto em sua cabeça. “Que parte de não fazer em casa e ninguém do trabalho você não entendeu?” Ela bateu a mão para ele. “Oh, querido, você sabe que precisamos apimentar as coisas.” Ela torceu o nariz e depois sorriu. Ele nunca conheceu uma mulher que poderia ter tal sexo sujo nunca nem mesmo atrapalhava seu batom. “Eu queria levá-lo à loucura quando você chegasse da academia todo suado e sexy.” Ela tinha quebrado as regras dele, transado em sua mesa, transado em sua cama, e todas com um homem pelo qual ele não tinha absolutamente nenhum respeito. Ele entendeu a verdadeira mensagem que ela estava enviando, ela tinha perdido todo o respeito por ele também. Ele tinha lhe dado a liberdade; e isto não foi o suficiente. Ou teria sido demais. “É isso o que você faz com todos os encontros, dizer-lhes que eu não sou bom na cama, então você tem de encontrar alguém melhor.” Ela franziu a testa. “Oh, querido.” Então sinuosamente rolou para ficar de joelhos. “Não é nada disso. Mas, às vezes esses outros homens precisam de um pouco de motivação.” Ela não entendeu nada. O outro homem era apenas um veículo para deixar o sexo mais quente para eles, uma força externa que os levava à satisfação, e em vez disso, ela o desrespeitava a fim de motivá-los. Ele se perguntou se sua ex-mulher estava certa o tempo todo, que o que ele queria era impossível. “Oh, vamos lá, baby,” Ruby seduzia. “Venha e me faça gozar. Eu chupo o seu pau e você pode sentir o cheiro dele em cima de mim.” Ela levou as mãos até o abdômen e apertou os seios. Então olhou para a virilha dele. “Posso ver que você quer.” Ele ainda estava duro, mas seu pênis e seu cérebro eram duas entidades diferentes. “Vou terminar o meu treino.” Ou talvez fosse trabalhar por um tempo, ler alguns relatórios financeiros e se recompor. Ela inclinou a cabeça. “Você não está realmente zangado, está?”

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“Zangado não é a palavra certa.” Ele simplesmente tinha a cabeça muito confusa e precisava de algum tempo longe dela para descobrir o que estava errado. Porque no rosto dela, ela só estava fazendo o que ele lhe disse, adicionando tempero à sua vida. Ele só não tinha certeza de qual tipo de tempero queria mais.

***** Ir para casa tomar banho e se trocar teria significado dirigir na direção oposta e já que vestiu roupas de corrida frescas esta manhã, Jessica decidiu esquecê-lo. Além disso, era sábado e a West Coast estaria vazia. Quando ela chegou, embora o estacionamento frontal estivesse vazio, o alarme havia sido desligado. Ela inclinou a cabeça, mas não ouviu nada. Talvez os zeladores tenham esquecido de armá-lo. Isso foi um grande não-não. Ela subiu as escadas, virou a esquina para o seu escritório e bateu direto em um corpo grande e duro do sexo masculino. O sangue começou a cantarolar. Clay. Ele cheirava a suor fresco de treino, não era ruim, mas sexy e muito masculino. Jessica engoliu em seco. Suas fantasias. Vince. Deus, ela ainda nem tomou banho, ainda podia sentir o cheiro do gozo sobre ela, e o gosto dele permanecia em sua língua. Então, ela olhou para cima, para cima, até encontrar o olhar de Clay, que segurava um copo de café no alto, presumivelmente quase o derramou quando ela correu para ele. Fumaça e um aroma rico subiam desta. Seus olhos estavam mais escuros que a cor de avelã de costume, e suas narinas como se estivessem cheirando-a. “O que você está fazendo aqui, Jessica?” Sua voz era profunda, nervosa, como se ela tivesse cometido um crime.

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Ele não tinha se afastado muito da colisão inicial com ela, e a proximidade fez a cabeça dela ficar um pouco zonza. Ela procurou uma resposta adequada. “Aquelas questões que você tinha. Eu queria consultá-las.” “Isso pode esperar até segunda-feira,” disse ele em um rosnado baixo que não combinava com suas palavras. “Eu não estava fazendo mais nada hoje.” Exceto se enroscando com Vince. De repente, tornou-se difícil de engolir, difícil até de pensar. Ele cheirava tão bem! A pele dela estava vermelha do sexo, seu corpo molhado. E pronto. “Você deve ter coisas melhores para fazer no sábado.” Ela resistiu à vontade de lamber os lábios. Havia algo diferente no olhar dele, não era sua expressão impessoal habitual. “Nada melhor,” disse ela, sentindo-se como se estivesse dizendo algo mais, e que ele também estava. Então, de repente ele se afastou. “Eu vou deixar você trabalhar. Tem café fresco.” “Ok. Obrigada.” Ela tinha a chave do escritório, mas não se mexeu. Ele a contornou e se dirigiu ao seu escritório. Seu coração batia forte no peito quando ela deixou escapar um longo suspiro. A maneira como ele a olhou... como se pudesse comê-la. Como se, de repente e inexplicavelmente, sentisse por ela todas as coisas que ela sentia por ele durante anos. Suas mãos tremiam; ela precisava de café. De volta ao escritório, ela pôs a caneca sobre a mesa, mas depois de apenas alguns momentos, seus pés se moveram, saindo novamente. Não conseguia resistir, não conseguia parar a si mesma. Ela era uma idiota. Ele estava do outro lado da mesa de conferência, de costas para a janela com vista para o estacionamento. Sem um lampejo de movimento, ele olhava para a mesa como se pudesse ver Ruby sobre ela. Jessica tentou não pensar sobre isso, pois se o fizesse, iria se lembrar do que fez Vince fazer com ela esta manhã. “Sobre o CIP...” Ela parou. “Onde está o seu carro? Eu não o vi lá fora.”

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“Eu estacionei lá atrás.” disse ele sem olhar em sua direção. Ela tinha estacionado lá atrás na outra noite, talvez seja por isso que Ruby não sabia que ela estava lá. “Você devia ir.” disse ele. “Eu tenho trabalho a fazer.” Suas palavras eram tão bruscas, elas arderam.”Sinto muito,” disse ela. “Eu vou começar a trabalhar nessas coisas.” Finalmente, ele se virou. “Não. Quer dizer que você deve ir para casa e terminá-lo na segunda-feira.” “Mas...” Ele contornou a mesa de conferência. “Você trabalha demais. Tudo isso de horas extras não é necessário. Aqui tão tarde na quarta-feira, e hoje.” Ele estava se referindo a Ruby. Se ela não tivesse trabalhando até tarde, nunca a teria visto, então não teria contado a ele, e eles não teriam necessidade de trocar intimidades sobre a vida privada dele. “Você está certo,” disse ela em voz baixa. “Sinto muito.” “Pare de se desculpar.” Ele estava a poucos passos agora. “Eu –” Ela parou porque outro pedido de desculpas estava prestes a sair. “Isto é sobre Ruby, não é?” Ele não disse nada. “Eu sei que não era da minha conta.” ela começou a explicar. “Não se trata de Ruby. É sobre você.” Ela parou, engolindo em seco. “O que?” Ele estava entre ela e a porta agora, tão perto que ela podia sentir o calor do seu corpo escaldante. “Isto é sobre você,” disse ele de novo, então baixou a voz para um sussurro. “E o que estava fazendo esta manhã, antes de chegar aqui.”

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Ela estava fazendo sexo. De repente, ela não conseguia respirar. Suas feições eram duras e inflexíveis. “Você nem precisa dar o fora daqui agora” – Mas o seu tom de voz ainda era baixo e sedutor – “ou me diga o que você estava fazendo.” Ela pensou nas coisas que ele gostava. Cheiro de outro homem em sua mulher, no gosto de outro homem em seus lábios. Ele lhe disse para ir embora; ela ainda tinha uma chance. Podia fingir que não estava fazendo nada esta manhã, mentir e dizer que tinha aliviado a si mesma. Podia até fingir que não sabia o que ele estava perguntando. Ou poderia simplesmente sair. Mas não fez nenhuma dessas coisas. Ela deu-lhe a verdade. “Eu estava fazendo sexo.” Algo brilhou nos olhos dele. E ela contou-lhe o resto. “E imaginei que ele era você.”

***** Ela era o fogo em sua barriga. Foda, ele sabia que era errado, mas não se importou, pois queria ouvir cada detalhe sujo do que ela tinha feito, enquanto pensava nele. “Quem é ele?” Ela não sorriu, não fingiu ser recatada. Estava sem todas as artimanhas de Ruby. “Meu amigo com benefícios.” disse ela. O pênis dele subiu no jeans. “Com que frequência você o ver?” Os olhos dela eram de um azul cristalino, seu olhar nunca vacilava. “Sempre que estou pensando em transar com você e preciso de um pouco de alívio.” Aquilo não era ego. Também não era apenas sexo. Era ela querendo transar com ele, era sobre eles, com nada mais do que palavras. E foi a onda de emoção – talvez de ciúme, ele não podia ter certeza – que ela tivesse um amigo de foda, um homem que ela via apenas para o sexo,

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um homem que ela usava para tirá-lo do seu sistema. Aquilo deixou tudo muito mais quente. “O que ele fez com você?” “Eu fiz com que ele me levasse ao escritório e me curvasse sobre a mesa.” A cabeça dele girava com as imagens evocadas de sua história. E com o cheiro dela. No momento em que ele esbarrou nela no corredor, seu aroma sexual começou a embaçar a mente dele. Ele cheirava o sexo nela, e não apenas seu perfume, mas o odor salgado do gozo em seus lábios, vagando do seu corpo. Ele tentou dizer-lhe para ir embora, pois sabia que estava em perigo de se perder ali. Ruby com o babaca do Bradley, o cheiro de Jessica, a forma como ela se tornou completamente sexualizada em sua mente ontem à tarde, quando lhe contou o que Ruby fez em sua mesa. Ele esteve perto de perder o controle lá fora, no corredor. Ela nunca deveria tê-lo seguido até seu escritório, pois ele não sabia se ia deixá-la ir, mesmo que ela tentasse. “Conte-me,” ele implorou. Aquilo não era assim com Ruby. Era visceral, incontrolável. Em seguida, Jessica deu-lhe o que ele desejava. “Ele puxou minha calça para baixo e pôs a mão entre minhas pernas.” Sua respiração ficou mais rápida, os seios subindo e descendo abaixo da camiseta movimentando-se apertada. “Eu já estava molhada porque estive sonhando com você a noite toda.” A umidade que o homem tocou pertencia a ele. E era para ele. “Então ele ficou de joelhos e lambeu minha buceta.” Jesus, ele quase podia prová-la, cheirá-la, e ele queria, precisava. Disse a si mesmo que não iria tocá-la, que só queria a história, enquanto a outra parte de sua mente ria de sua ingenuidade. Você é um baita mentiroso. “Como você se sentiu?” Ela fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás. “Deus, foi tão bom.” A porta do escritório estava aberta e qualquer um poderia chegar para recuperar o atraso com um pouco de trabalho. E ele estava prestes a quebrar suas próprias regras. Nada de sexo no

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escritório, nada de sexo com colega de trabalho, especialmente não alguém que trabalhava para ele. Aquilo era errado, era estúpido. Mas ele não dava a mínima. “Então, eu implorei para ele me foder,” continuou ela, captando-o completamente. “Ele me deixa fingir que é você. Eu o chamo de Sr. Blackwell e ele me chama de Srta. Murphy, como nos velhos filmes em preto e branco. É sexy.” Ela fazia aquilo sexy para ele também. Poderia ela saber o que estava fazendo com ele? “Ele me possuiu assim, curvada sobre a mesa, e me fodeu tão duro e bom que eu poderia ter gritado.” Sua pele estava vermelha-rosada pela excitação, as pupilas dilatadas, os mamilos apertadados contra o sutiã esportivo. Ele queria tocá-la. Porra, ele doía para tocá-la. Ele não soube quem chegou mais perto, ela ou ele, mas aqueles seios roçavam nele quando ela sussurrou: “Ele gozou em mim. Então esfreguei em mim e o chupei, deixando-o limpo.” Depois, ela deu o golpe de misericórdia. “Você quer sentir o gosto dele em mim?” “Foda-se, sim.” A voz dele soou embargada até mesmo para ele. Ela recuou, fechou a porta, depois inclinou-se contra ela. “Ele é alto como você, e gosta de me foder contra uma porta ou uma parede.” Clay não poderia esperar outro momento para colocar as mãos nela. Puxou-a pelas axilas, e ela pôs as pernas em volta de sua cintura, com os braços em volta do pescoço. O pênis duro montou seu centro quente e úmido. Em seguida, ele a provou do jeito que estava morrendo de vontade.

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Capítulo Sete Ele se banqueteava dela como se fosse uma iguaria que ele não poderia obter o suficiente. Seu gosto era melhor do que ela poderia ter imaginado, café, hortelã e masculino. Entre suas pernas, o pau dele pressionava duro, insistente. As mãos estavam em cima dela, segurando sua bunda, deslizando para cima de seu torso, beliscando o mamilo. Ela recuou para sussurrar contra seus lábios: “Você pode saboreá-lo?” “Cristo, sim.” Em seguida, ele provou um pouco mais. Ela apertou os braços em volta de seu pescoço e balançou contra ele, mas não conseguia parar de falar, ele precisava da conversa e ela não queria que ele pensasse em Ruby. “Eu pergunto, 'Sr. Blackwell, quer transar comigo?' E ele diz: 'Deus, Srta. Murphy, eu preciso que você chupe o meu pau.” Ele gemeu. Foda! Ele apertou a bunda dela e empurrou-a com força contra a porta, deslizando contra ela através do fino tecido da calça de corrida. “Quero que você tire minha roupa e me lamba. Quero que você o prove. Ele gozou em mim e eu quero você lá em baixo.” Ele a puxou para longe da porta e, com as pernas ainda envoltas em torno dele, levou-a para a mesa de conferência. “Eu quero você.” Ele não disse que queria provar outro homem em cima dela, mas que ele a queria. Seu coração começou a bater mais forte no peito. Empurrando-a de costas na mesa, ele fez o trabalho com o legging mais rápido do que Vince, mas não retirou sua calcinha. Inclinando-se sobre ela, de olhos fechados, ele deslizou os dedos sobre sua virilha úmida. Era de algodão liso; ele não parecia se importar. “Você ainda está molhada por ele.”

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“Estou molhada por você,” disse ela. Os olhos dele se aprofundaram a cor de uma floresta selvagem escura enquanto ele acariciava os lábios de seu sexo através do tecido. “Ele tocou em você desse jeito?” “Sim.” Ele se abaixou para dar ao seu mamilo uma mordida suave e em seguida empurrou sua camiseta até a borda do sutiã esportivo. “Sua pele é tão suave.” Ele beijou seu abdômen e continuou descendo. Lambeu ao longo da cintura elástica da calcinha e sua pele tremeu sob o toque. Em seguida, arrastou o nariz sobre seu monte até o centro. “Oh sim, você está molhada.” Ele respirou fundo. “Você cheira a gozo. E a mulher quente e molhada.” Então afastou-lhe as pernas, deixando os joelhos sobre a borda da mesa, e traçou o dedo ao longo da fenda de sua vagina. No caminho de volta para cima, brincou com seu clitóris. “Ele tocou você desse jeito?” “Não, ele só tirou minha calcinha e começou a me lamber.” Embora ele a tivesse lambido apenas uma vez antes que ela pedisse para fodê-la. Ela queria que Clay demorasse, para provar, para conhecer todos os seus pontos internos e externos. Puxando uma cadeira de perto com o pé, ele se sentou entre suas pernas e então pôs as mãos debaixo dela, segurando-lhe o bumbum e puxando-a para a borda da mesa. Jessica subiu em seus cotovelos para vê-lo. “Você gosta quando ele a lambe?” Ela podia sentir sua respiração em cima dela. “Eu gosto mais quando finjo que é você.” Ruby tinha falado sobre o quanto Bradley era melhor, e ela queria que Clay soubesse que não havia ninguém melhor. Ele a acariciou e lambeu-a através da calcinha. Ela precisava de mais. “Tire-a. Por favor.” Ela começou a empurrar sua calcinha para baixo.

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Ele ajudou a puxá-la o resto do caminho, por suas pernas, então levou o algodão para o rosto, os olhos fechados, como se estivesse em êxtase. Ele estava bebendo dela, deleitando-se em seus aromas. Foi a coisa mais incrivelmente sensual que um homem já lhe fez. “Eu vou ficar com ela,” ele empurrou a calcinha no bolso de trás e separou suas coxas, mais uma vez, olhando para ela. “Você é tão bonita,” sussurrou. O coração dela foi para a garganta. Em seguida, ele se inclinou para esfregar o rosto contra ela, sentindo seu cheiro, marcando-a. E finalmente os lábios, oh, Deus, mordiscando, a língua lambendo, então tudo, sugando-a, deixando-a louca. “Ele não fez desse jeito.” Ela gritou para ele. “Ninguém faz isso como você.” O pico lhe veio tão rápido que ela segurou as pernas em torno da cabeça dele. “Sim, sim, sim. Ele está todo sobre mim. Você pode saboreá-lo, cheirá-lo.” E ela gozou forte para ele. Antes de seu clímax ir embora, ele a rolou para seu estômago, com os pés plantados no tapete. Então colocou os dedos dentro dela e beijou sua bunda onde Vince tinha gozado. Desta vez, ela realmente gritou quando gozou.

***** Deus, o que ele não daria para estar profundamente dentro dela, mas não chegou a possuíla. Aquilo estava errado, e então totalmente fodido. Ele perdeu completamente o controle e quebrou também muitas de suas próprias regras. Em vez disso, ele absorveu o pulso do clímax dela, o cheiro inebriante de sua excitação misturada com o sêmen do seu amigo de foda. Ele podia provar os dois em seus lábios. Ela era doce, o gozo salgado, uma mistura perfeita.

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Ele se divertia com a conexão, seus corpos se fundiam, duas mentes girando com as mesmas necessidades e desejos. Isso era o que ele queria do sexo. Outros homens o encontravam com uma mulher; ele reivindicava aquilo depois de dar a sua mulher uma noite fora, sabendo que ela mal podia esperar para voltar para ele e deixá-lo louco com todos os detalhes. Ele nunca poderia explicar a sua ex-mulher. Não podia explicar por que nunca tinha sentido isso tão intensamente com Ruby. Ele não sabia por quê, isso desafiava a lógica. Era simplesmente o que era. No entanto, ele não tinha o direito de levar aquilo com Jessica. O calor dela infiltrou-se através de suas roupas enquanto ele estava deitado enrolado sobre seu corpo de bruços em cima da mesa. Ele absorveu, saboreou, festejou. Mas quando sua respiração desacelerou e ele já não podia sentir seu coração acelerado debaixo dele, sabia que era hora de deixar ir. Ele se levantou, o arrepio sem o calor dela enchendo-o. “Você não quer que –” Ela parou quando viu que ele tinha recuperado suas calças de corrida. “Você me deu mais do que eu esperava.” Ele queria saborear o que tinha feito. “Oh, mas eu poderia –” Seu rosto ficou vermelho quando ela parou de falar. Ambos sabiam o que ela estava para oferecer, mas o momento foi perdido. “O que tivemos foi perfeito, Jessica.” Cristo, ele precisava de muito mais, mas estava errado em tantos níveis. Ela não discutiu, simplesmente pegou as calças dele e deu um passo para elas, sem jeito. As barras ficaram presas em seus tênis. O cabelo tinha escapado do rabo de cavalo e mechas brotavam em cachos suaves. “Sim, bem... “ Ela moveu as mãos, em seguida, apertou os dedos em punhos. “É melhor eu conseguir aquelas respostas que você queria.” Esgueirou-se por ele em direção à porta com as bochechas de um vermelho flamejante de vergonha.

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Ele não podia dizer que o que acabara de acontecer era sem sentido, mas nem podia dizerlhe que significava tudo. Não conseguia admitir que Ruby nunca lhe tinha dado o mesmo senso de conexão. Ele encontrou algo com Ruby, sim, mas com Jessica, foi de algum modo mais, melhor, mais além. E o fato de não saber por que era realmente aterrorizante. Não, não podia dizer nada disso. “Obrigado”, foi tudo o que conseguiu lhe dar. “Gostaria de agradecer a você, com certeza...” As mãos dela vibraram novamente, então ela pegou a maçaneta. Não correu para o seu escritório, mas virou-se na direção oposta, e momentos depois a porta para o banheiro das mulheres foi fechada. Ele era um idiota, mas não estava arrependido por tocá-la. Só podia lamentar as circunstâncias. Estava irritado com Ruby, e tinha o maldito preservativo no bolso. Podia senti-lo lá agora, juntamente com a calcinha de Jessica. Ele queria usá-lo, esfregar na cara de Ruby, queria a sua vingança. Esse último pensamento foi a única coisa que o parou, pois não poderia usar Jessica para chegar em Ruby. Ela era melhor do que a vingança do sexo com a camisinha que sua namorada lhe dera. Em apenas três dias, muita coisa havia mudado. Ele olhou para a mesa onde Ruby tinha transado com seu amante. Podia senti-la ali, ouvir seus gemidos, o lamento rouco que ela faz quando goza. Os sons de três dias atrás ecoavam em seu escritório. Apenas Jessica os afogou, pois quando ele a tocou, Ruby não existia. Se esse preservativo em seu bolso não tivesse vindo do esconderijo de Ruby, ele teria transado com Jessica. No entanto, a sua presença lembrava de quem ele era. O chefe dela. Um homem quebrando suas próprias regras. A porta do banheiro não se abriu novamente, ela estava esperando por ele para ir embora. Ele desejava que houvesse algo que pudesse ter dito para mudar isso, mas não havia absolutamente nada.

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Depois de um último olhar para a mesa onde Ruby havia lhe traído, e então para a mesa onde tinha possuído Jessica com tudo, exceto seu pênis, ele saiu do escritório e trancou a porta. Não gostou de como se sentia ou do que tinha feito, do quanto aquilo foi importante. Ele não gostava do homem que poderia se tornar se ele não parasse.

***** Aquilo era patético, sentada na tampa do sanitário com a porta do box trancada como se ele pudesse segui-la até o banheiro das mulheres. Fora ela quem foi para o escritório dele. Ele lhe disse para ir embora, mas ela apenas continuou falando. Então ela se jogou sobre ele. Jessica enterrou o calor embaraçoso de seu rosto entre as mãos. Ela confessou suas fantasias. Deus, ela parecia uma adolescente embriagada em vez de uma mulher de trinta e cinco anos. Ela respirou fundo. Ele nunca faria dela a Controladora agora. Não depois de saber como ela esteve salivando sobre ele durante anos. Sua carreira na West Coast tinha simplesmente virado fumaça, e ela acendeu o fósforo. Idiota. Quando se levantou, sentindo as pernas bambas, ela se lembrou novamente de como perfeito fora o toque dele. Ruby tinha mentido para Bradley, pois ninguém poderia se comparar a Clay. Esgueirou-se para fora da porta. A porta do escritório estava fechada, o edifício em silêncio. Não teria que verificar a tranca para saber que ele tinha ido embora. Depois de lavar as mãos, ela jogou água fria no rosto. Suas bochechas ainda estavam vermelhas, os lábios ainda inchados dos beijos. Naquele momento, ela não precisa de maquiagem, tudo o que precisava era de sexo com Clay.

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Apenas sexo? Ela poderia ter um caso com seu chefe. Poderia até fazer um excelente trabalho como Controladora, enquanto estivesse transando com ele. Ela podia separar sexo e trabalho. Mas não podia separar o que sentia por Clay. O sexo não foi o mesmo que era com Vince. Clay fez o coração delar inchar de necessidade. Ela queria se enterrar dentro dele, dormir em seus braços, acordar ao lado dele, voltar para casa com ele. Na quarta-feira de manhã, ela poderia ter vivido sem aquilo. Não sabia dos desejos íntimos dele, do seu toque, seu gosto, ou como era sua pele sob os dedos dela. Ela não sabia o quanto ele poderia fazê-la sentir-se bem em tantas formas mais do que apenas sexo. Quarta-feira foi uma vida atrás. Agora, ela odiava que ele estivesse indo para a casa de Ruby, uma mulher que não o merecia.

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Capítulo Oito Ruby admitiu que ela regiamente estragou tudo. Mas não foi tudo culpa dela. Iria explicarlhe como ela não entendia o que ele queria, porque ele emitia sinais mistos. Ela esperou toda a manhã e toda a tarde para ele voltar, e por volta das quatro horas estava ficando um pouco louca. Bradley ligou e ela o mandou para a caixa postal, pois ele tinha que descobrir o seu próprio caminho para sair da confusão. Com os nervos à flor da pele, ela recorreu a comer queijo e molho picante, porque não havia mais nada na casa. Queijo deixaria suas coxas irregulares, mas o molho era bom, todos os tomates. A porta da frente se abriu e seu coração ameaçou pular direto para fora de seu peito. Sentada no sofá, ela podia ver Clay através da lareira. Deixou de lado prato de queijo e o tilintar da cerâmica na mesa de café chamou a atenção dele. Seu rosto estava tão grave. Nenhum sorriso, nem um vislumbre de esperança. Ele desceu para a sala, parou ao lado da fogueira, então se recostou na grande borda de pedra em torno desta. “Onde você esteve?” perguntou ela. “Tomei uma cerveja.” Ele tinha demorado tanto que podia ter tomado um fardo inteiro, mas não parecia bêbado. “Posso explicar?” ela perguntou, parecendo adequadamente melancólica. “Você não tem que explicar.” Sua voz era plana e o som fez os nervos dela saltarem ainda mais. “Mas eu preciso.” Ele não disse nada, nem para dizer-lhe para calar a boca, nem para ir em frente.

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Mas ela poderia explicá-lo. “Eu não entendo o que você quer. Tipo, se eu digo que vou sair com uma amiga, quando na verdade estou indo me encontrar com um homem, você fica todo quente e incomodado quando eu chego em casa, farejando para ver se eu cheiro a gozo, e se eu cheirar, você fica selvagem. Mas isso ainda quebra sua regra de não contar que estou indo em um encontro.” “Você está certa,” disse ele sem expressão. “Esta é uma regra que eu não me importo se você quebrar.” “Mas não está certo quebrar a regra sobre sexo com um colega de trabalho ou sexo na casa.” Ela estendeu as mãos. “Como vou saber quais as regras que não posso quebrar?” “Eu não tenho uma resposta,” disse ele. Ela ficou boquiaberta, começando a sentir-se deslocada. Ele a fez ser a garota má por nenhuma boa razão. “Então o que eu devo fazer?” “Você sempre diz a eles que eu não sou um bom amante?” Ela quase caiu de alívio. Então, era isso, o ego dele. “Depende do homem. Às vezes, eles precisam de incentivo.” “Então você me derruba para fazê-lo.” Sua voz era como a borda lisa de uma faca: não cortava, mas tudo o que ele tinha a fazer era afiá-la e esta iria cortar através dela. “Não é sobre você,” disse ela. “É sobre eles.” “Eu sei disso.” Ela sentiu o fio da navalha atravessando-a e não tinha certeza de como pará-la. “Você sempre gostou do que fizemos.” “Por que Bradley? Por que no meu escritório?” Ela pensou melhor encolhendo os ombros. “Eu não sei. Simplesmente aconteceu.” Ela percebeu o erro quando as feições dele se afiaram e sua mandíbula ficou tensa. Ela precisava de algo que Clay não estava mais lhe dando. Não conseguia dizer o quê, é claro, mas devia voltar aquilo para ele. “Eu pensei que você estava entediado comigo.”

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“Então você deveria ter me dito que queria fazer um jogo diferente.” “Sinto muito. Eu vou fazer isso na próxima vez.” “As regras eram sobre a segurança.” “Uh, sim.” Mas ela não tinha estado insegura. “Você me conta sobre um encontro para que eu saiba onde você está e, se algo der errado, possa ir até você.” Ela queria revirar os olhos. Ele era tão cauteloso. “Isso é verdade, mas...” “E não colocamos os nossos empregos em risco.” “Foi estúpido, eu sei.” “E não o fazemos em casa, porque os meninos poderiam vir.” Jesus. Eles estavam na casa da mãe e vinham para Clay todo fim de semana. O mais velho tinha acabado de conseguir sua licença, mas uma visita surpresa para a casa do pai não seria o seu primeiro destino. Clay se preocupava com tudo. E por nada. Mas Ruby não ia apontar as falácias de seu argumento. “Eu o ouvi entrar.” “Você me ouviu?” “Claro.” Não realmente. Ela não tinha certeza de como ele conseguiu ser tão tranquilo. Não importava, porém, que ela queria que ele soubesse, eventualmente. Quando ele fosse para a cama e cheirasse o sexo nos lençóis. “Então, você sabia que eu estava assistindo.” “Isso me deixou excitada.” Foi quando ele bateu palmas. O orgasmo a teria atingido se Bradley não tivesse se assustado. O imbecil. Ele foi definitivamente um erro. Clay ficou de pé e ela percebeu que mais uma vez tinha dito algo errado. “Nós precisamos de um tempo, Ruby.” Havia um rugido repentino em seus ouvidos, como se ela tivesse caído sob as rodas de um trem de carga. “O que você quer dizer?”

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“Eu quero dizer,” ele afirmou categoricamente, “que estou indo para um hotel por algumas noites para que possamos pensar sobre a situação.” Ela pulou, batendo a canela na mesa de café. “Eu sinto muito, Clay. Entendo agora e não vou fazer isso de novo. Eu não percebi o quanto as regras significavam para você.” Era verdade. Ela não achava que ele se importava, pois a deixava transar com quem ela queria. Deu-lhe toda a liberdade que ela pediu e ela não tinha entendido que iria realmente desenhar uma linha que ela não deveria atravessar. Ele enfiou a mão no bolso de trás, em seguida, jogou algo para a mesa de café. O preservativo que ela lhe deu esta manhã. “Eu quase usei isso hoje.” “Mas você não fez.” Se tivesse, ela viveria com aquilo, mas estava feliz por ele não ter feito. “Você não conseguiu.” “Eu disse que você podia. Para me dar o troco.” Ele olhou para ela por tanto tempo que sua pele começou a coçar. Então, finalmente, disse: “Eu não quero dar o troco, não quero que a gente seja de dar trocos.” “Então o que você quer? Porque eu realmente não sei.” Foi a primeira coisa honesta que ela disse. Ela pode não ser honesta com qualquer outra pessoa, mas pelo menos era com ela mesma. Mentiras não eram uma coisa tão ruim. Às vezes, elas eram necessárias. Ele fechou os olhos por cinco segundos, uma quantidade interminável de tempo em que ela viu seu pequeno mundo desmoronando. “Eu não sei, Ruby. Se soubesse, não estaríamos onde estamos agora.” Em seguida, ele entrou em seu quarto e fez uma mala. Dez minutos mais tarde, após o eco do fechamento da porta da frente e o motor do carro desaparecido nos sons de cortadores de grama e crianças gritando, ela se deixou cair no sofá. O queijo e a salsa que ela tinha consumido ameaçaram sair. Se ele a chutasse para fora, ela não tinha para onde ir.

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“Tudo vai ficar bem,” ela sussurrou. “Os meninos estão chegando na próxima semana. Ele vai ter que voltar para casa depois.”

***** “Você ouviu? Bradley se demitiu.” Os rumores na manhã de segunda estavam desenfreados nos corredores da West Coasts. Por ser gerente, Jessica não dava ouvidos a fofocas – era pouco profissional – e desanimador para seus funcionários. Mas este boato, ela não podia ignorar e recolheu todos os fatos de cada fonte. E havia uma grande quantidade de fontes. “Ele nem sequer deu aviso prévio.” “Apenas empacotou suas coisas e foi embora.” “Ele disse que este lugar era horrível.” “Você tem certeza que ele não chegou a ser demitido?” Era o que Jessica queria saber. Coisa engraçada, Ruby tinha ligado informando que estava doente hoje. Será que Clay tinha algo a ver com tudo isso? No final, Jessica não se conteve e foi direto para a boca do cavalo, o gerente de Bradley, aparecendo em seu escritório ao lado. “É verdade?” Greg Stevens levantou a cabeça das mãos e olhou para ela sombriamente. Com cabelo curto loiro, olhos azuis e as bochechas angelicais, ele era bem escandinavo. E seu sorriso característico estava ausente esta manhã. “Eu vou matá-lo,” ele murmurou. Sua mesa era uma confusão de pastas e outras que tinham começado a migrar para a mesa de reunião redonda no canto perto da janela. O teclado do computador estava enterrado em algum lugar abaixo da bagunça, sua caixa de entrada empilhada

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com centímetros de altura, e três das gavetas do arquivo em seu armário estavam abertas como se tivessem sido desarrumadas recentemente. “Acho que é verdade, então.” ela simpatizou. Finanças e Orçamento era um departamento de dois homens e Greg perdeu cinquenta por cento de sua força de trabalho. “O que aconteceu?” tinha que ter sido Clay. “Eu juro que o garoto deve ter estado aqui no raiar do dia.” Greg balançou a cabeça. “Ele limpou seu cubículo e empurrou uma carta de demissão debaixo da minha porta.” Jessica queria ser Controladora, pois sentia que era mais qualificada. Greg era íntimo com o funcionamento de cada departamento, mas ele não tinha conhecimento em fundo de capital, em ativos fixos ou a perícia de folha de pagamento que ela tinha. Ainda assim, ter o seu único empregado abandonando-o era um negócio cru. “Ele disse por quê?” Greg riu sem o mínimo de humor. “Ele escreveu que foi devido a um ambiente de trabalho hostil.” Ele bateu as duas mãos contra o peito e projetou a cabeça para ela. “Eu pareço hostil?” “Nem um pouco.” Na verdade, Greg tinha se curvado para dar desculpas ao trabalho de baixa qualidade de Bradley. Esse foi outro golpe contra ele como controlador. Empregados precisavam ter expectativas colocadas sobre eles, e tinha que haver consequências se não executadas. Greg simplesmente continuou balançando a cabeça. “Eu liguei para ele, mas seu telefone foi para a caixa postal. Espero que ele esteja bem.” Crédito para Greg por se preocupar com o cara. Ele é um completo idiota, e muito provavelmente saiu porque estava com medo que Clay fosse demiti-lo. Mas ela se compadeceu. “Tenho certeza que ele está bem. Você preencheu a requisição de um novo analista financeiro?” Ele assentiu com a cabeça. “Graças a Deus que ele não fez isso no meio do processo de orçamento.”

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Greg provavelmente teria feito a maior parte do trabalho de qualquer maneira. “Se você precisar de alguma ajuda na análise do quadrimestre, deixe-me saber.” Ele acenou com agradecimentos. Ela parou por um momento fora da porta de seu escritório. Era impossível não checar com Clay também. Ela não tinha feito nada além de pensar sobre o que aconteceu entre eles no sábado. O que isso significa? Como seria mudar as coisas? Seu pior pensamento foi que ele ia fingir que não tinha acontecido. Mas confrontá-lo? Bem, ia ter que tomar um pouco de coragem também. Se não queria limpar sua mesa, deixar sua demissão sob a porta e deslizar para longe como Bradley fez, ela ia ter que enfrentar.

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Capítulo Nove Inclinando-se para trás na cadeira, Clay estava lendo um maço de papéis. O coração de Jessica rolou em seu peito. Ela sempre o achou atraente, mas agora doía olhar para ele. Era bom, e era ruim. Ela quase desejou nunca ter visto Ruby, nunca ter pedido a Clay para tocá-la. Fantasiar era muito mais fácil. Ela bateu no batente da porta e ele deixou os papéis de lado. “Jessica, entre.” Ela conseguiu dar alguns passos sem tropeçar ou não parecer uma idiota apaixonada. “Ouvi sobre Bradley e disse a Greg que posso ajudar com alguma das análises do quadrimestre.” “Tenho certeza que Greg apreciou. Feche a porta e sente-se.” Ela podia sentir o sangue pulsando em seus dedos. “Claro.” Ela tomou a cadeira em frente e em seguida, perguntou por que diabos estava sendo reticente. “Você quis demiti-lo?” Ele bufou e sacudiu a cabeça. “Ele saiu por conta própria.” Então riu. “Pelo menos eu não tenho que chamá-lo para um duelo pela honra da minha namorada.” Ruby não tinha nenhuma honra. “Ele estava com medo do que você faria, então fez um ataque preventivo para evitar ter que dizer que foi demitido em seu currículo.” Não que alguém realmente admitisse que foi demitido. Você reivindica uma diferença de opinião, a disparidade no estilo de gestão, redução de pessoal. “Eu quero pedir desculpas pelo sábado,” disse ele. Ela engoliu em seco. No sábado, ela veio fresca pelo sexo com outro homem, com o cheiro de gozo em cima dela, exatamente o que excitava Clay. O que aconteceu não tinha sido sobre ela, mas sobre o momento e era inevitável que ele iria se arrepender, mas doía de qualquer maneira. Ela não ia, no entanto, mostrar qualquer fraqueza. “Você não precisa se desculpar.”

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“Eu preciso. Primeiro Ruby a coloca numa saia justa, e então eu erro com você. Não era justo.” Ela não gostava do som disso. Errou com ela. O eufemismo menosprezando o que tinha acontecido entre eles. Suas feições eram bonitas, ainda que inexpressivas quando ele continuou. “Espero que possamos continuar a nossa relação de trabalho, sem deixar isso no meio. Você é excelente em seu trabalho.” “Claro. Não se preocupe. “ Ela levantou-se abruptamente. Se ele dissesse mais uma coisa, ela ia gritar. “É melhor eu ver como posso ajudar Greg.” Apressando-se para a porta, ela estava meio temerosa que ele fosse chamá-la de volta para que pudesse triturá-la um pouco mais. Graças a Deus ele não o fez. No banheiro, ela verificou o rosto e os olhos. Sua maquiagem estava bem e ela não parecia devastada, ninguém saberia que Clay simplesmente a esmagou. Seu blazer estava impecável, a blusa abotoada até o pescoço, a saia circunspecta. Ruby Williams nunca usaria tais trajes de negócios tão antiquados. Seus tops eram apertados e decotados, as saias curtas e justas. Maldita Ruby. Jessica sabia que tinha que parar de se comparar a ela, deixar de querer o que Ruby tinha, a mulher merecendo ou não. E ela tinha que parar de se esconder no banheiro feminino, caramba.

***** “Você perdeu outra abelha operária, Clay. Onde estamos com o novo controlador?” Holt Montgomery estava sentado na cabeceira da mesa de conferência da sala da diretoria, e a reunião das tardes de segunda-feira com a equipe executiva em pleno andamento. Em seus cinquenta e poucos anos, Holt tinha um par de olhos cinzentos que penetrava até a nuvem mais espessa de

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fumaça que alguém soprava para ele. Embora as empresas tivessem mudado, Clay trabalhava com ele por quase vinte anos, e havia um respeito mútuo saudável entre eles. Eles tiveram relatos de David Farris, fabricação, Ward Restin, R & D, e Neal Thomas do desenvolvimento de negócios, em seguida, veio o relatório das finanças de Clay, seguido por Spencer Benedict de marketing e vendas. Da sua parte, Clay já tinha coberto a previsão de caixa e o orçamento do quadrimestre. Agora eles iam até a minúcia. “Eu estou no plano,” disse ele, “vou entrevistar os candidatos de fora e tomar a decisão final até o início da próxima semana.” Procedimento operacional padrão, você sempre entrevista os de fora, bem como os internos. Holt balançou a cabeça. “Enquanto isso, você está gastando muito tempo para administrar todo o grupo da contabilidade.” “Jessica Murphy está fazendo um bom trabalho mantendo tudo na linha.” Holt levantou uma sobrancelha. “Então, promova-a. Nosso fluxograma de gestão é muito pesado na versão masculino contra feminino, de qualquer forma.” Holt tinha sido a favor de Greg Stevens até hoje, mas Clay não o alertou sobre isso, especialmente quando Holt tinha um ponto. Ele não teria chamado a si mesmo de relapso, mas estava definitivamente indeciso sobre Jessica, embora ela fosse a melhor escolha. Ou teria sido antes de sábado. O sol de abril estava brilhando através das cortinas abertas, e Clay sentiu como se estivesse sentado na berlinda. O café, que havia feito antes do almoço, cheirava a azedo. Ruby estava fora hoje e não havia café fresco para a reunião. “Por que Bradley saiu, afinal?” David Farris queria saber. Como vice-presidente da produção, ele tinha trabalhado extensivamente com Bradley e Greg sobre a previsão de cinco anos, um feito incrível, considerando que a esposa do homem estava morrendo de câncer. Ela havia morrido pouco antes do Natal e pelo menos seus dois filhos estavam em casa na época, vindos da faculdade. Farris foi militar, serviu na Tempestade no Deserto, e apesar do fato de que estava fora

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do serviço há mais de 15 anos, ele ainda tinha o porte militar. Não demonstrava um pingo de emoção, ainda que raias frescas de grisalho tenham aparecido em seu cabelo cor de areia, e seus olhos eram sombrios. “Ele estava bem na semana passada durante a nossa reunião,” David continuou. “Estamos em um processo judicial?” Farris estava se referindo ao ambiente de trabalho hostil, mas Clay rapidamente dissipou quaisquer preocupações sobre isso. “Não. O pessoal de Recursos Humanos está revendo os detalhes. Palmer nunca relatou um problema e os únicos incidentes registrados no seu processo consideravam seu atraso.” Além do fato de que a acusação era uma porcaria, Clay tinha certeza de que Palmer não traria problemas por medo que suas atividades depois do expediente na propriedade da empresa viessem à tona. “Tudo bem,” disse Holt, parecendo entediado. “Cuide do negócio do Controlador. Vamos seguir em frente.” Ele apontou para Spence. “Relatório de Marketing.” O restante da reunião foi um pouco repetitivo, não importava como Holt a conduziu. Clay já sabia os pontos mais importantes e sua mente não caminhava tanto com o foco em duas coisas ao mesmo tempo. Tudo tinha começado fodido. Ele transou com uma subordinada, então deixou Ruby. Ele teria perdoado Ruby por trazer Bradley em sua casa, pois ela estava correta: ele a deixou mudar as regras, não se importou. E tinha-lhe enviado mensagens contraditórias. Mas o que ele fez com Jessica em seu escritório foi importante e aquilo mudou como ele se sentia sobre Ruby. Ele de repente reconheceu que seu relacionamento com ela não era suficiente. No entanto, não era do tipo que simplesmente jogava a toalha em três anos de relacionamento. Ele precisava de tempo para pensar, avaliar, reagrupar. Então havia Jessica. O que ele fez foi injusto e contra todos os seus princípios. No entanto, não mudava o fato de que a queria. Ela já não era apenas sua empregada: era uma mulher que ele queria muito e como seu chefe, ele não iria sabotar a sua carreira na West Coast porque não

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conseguia parar de pensar nela. E foi por isso que se desculpou com ela esta manhã, porque o que eles fizeram não poderia acontecer novamente. Ele a comprometeu, a sua ética e a política da empresa. No entanto, ele ainda estava preso entre a rocha proverbial e um lugar duro porque ele não poderia desligar o que ela já tinha ligado. A mistura era como um jogo de um barril de pólvora, pronto para explodir. Neste exato momento, a calcinha dela estava no bolso do paletó. No sábado, ela já estava no bolso de trás, junto com o preservativo de Ruby. Ele sentiu o algodão macio contra sua mão antes de jogar o preservativo na mesa de café e tinha pensado em Jessica quase todos os momentos desde então. Não conseguia parar. “Tem um minuto?” A reunião terminou e Holt situou-se em seu cotovelo, enquanto os outros saíam. “Claro.” Saindo da sala de conferências, Clay andou mais devagar do que o resto, deixando a distância crescer de modo que não fossem ouvidos. Passaram pelo Recursos Humanos. “Ruby está bem?” Holt queria saber. “Ela nunca fica doente.” Verdade. Ela era tão saudável quanto um cavalo. Ele muitas vezes se perguntou se isso tinha a ver com uma boa vida sexual. “Tenho certeza que ela está bem.” Holt levantou uma sobrancelha. “Você não sabe?” Eles entraram no anexo ao escritório de Holt. Este era o domínio de Ruby, uma área limpa, que incluía duas cadeiras confortáveis e uma mesa lateral entre elas para revistas. Era onde Ruby ficava de sentinela atrás de sua mesa, sequestrando Holt quando ele precisava, colocando suas chamadas, vetando seus visitantes, levando-lhes café se desejado. Ela era uma atração, mas também era muito boa administradora executiva. Holt o olhou quando ele não respondeu. “Problemas no paraíso?” Ele não era apenas o chefe de Clay, mas também seu amigo. Eles tinham saído em numerosas viagens de negócios e conversavam durante as bebidas. Holt sabia por que a mulher de

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Clay havia se divorciado e sabia o tipo de jogo que ele tinha com Ruby e que sua relação era baseada principalmente no sexo. E Clay sabia que Holt – que casou jovem, divorciou-se jovem e tinha uma filha – gostava de brincar com dominação e submissão. No entanto, eles não entravam em confronto sobre namorada ou discussões pessoais excessivamente profundas. Mas Clay tinha que lhe dizer algo. “Eu vou ficar no Marriott no momento.” A declaração realizou uma riqueza de informações. Holt assentiu, recebendo a mensagem subliminar, sem pressionar para obter mais detalhes. “Lamento ouvir isso.” “Você tem meu número de celular, se precisar se apossar de mim.” Ele fez uma pausa. “E Ruby e eu concordamos nunca trazer os nossos problemas pessoais ao local de trabalho.” “Eu confio em vocês dois.” Holt bateu-lhe no ombro. “Ruby estava precisando de um dia de folga.” Duas mulheres teriam levado horas para dizer o que precisava ser dito. Os homens não eram assim. Ele levaria algumas noites para o pensamento e estratégia, determinar o que precisava ser feito. Então, ele o faria.

***** Clay deixou Ruby. Jessica estava na máquina de xerox do RH, seus ouvidos rugindo e o coração acelerado. Ela estava no caminho para pegar alguns papéis da folha de pagamento e não tinha a intenção de espionar quando mal parou na porta do escritório de Holt Montgomery. Mas ela ouviu. Ruby estava doente hoje e Clay estava hospedado no Marriott. No entanto, ele disse que queria manter a sua relação profissional com Jessica intacta. O que significava não brincar com ela por aí.

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Um punho se fechou em torno de seu peito, tornando-se difícil respirar. O que isso significava? Que ele não queria mais Ruby, mas também não precisava dela?

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Capítulo Dez Ruby usava seus chinelos rosas felpudos e as calças largas. Roupas comfortáveis. No domingo, ela tinha tido certeza que Clay voltaria, pois não tinha feito nada tão ruim assim. Mas ele não voltou para casa, e não ligou. Segunda de manhã ela avisou que estava doente, pois imaginou que Clay precisava de um sinal do seu remorso, como se ela tivesse tão chateada neste fim de semana que não poderia nem mesmo ir para o trabalho na segunda-feira. É claro que estava chateada, totalmente. Teria sido muito difícil passar por tudo aquilo enquanto Clay estava trabalhando no andar de cima em seu escritório. A solução perfeita, um dia doente. Ele ainda não tinha ligado na segunda-feira à tarde. Ela já acabou uma tigela de sorvete. Alguma comida como conforto estava em ordem. A campainha tocou e seu coração pulou de alegria. Seria apenas o jeito dele para tocar a campainha. Não era Clay. “O que diabos você está fazendo aqui?” Ela retrucou. Bradley estava bem onde Clay deveria estar, com a cara de abatido e se desculpando. Claro, ele parecia bem em jeans desbotado que apresentava o seu pacote encantador. “Nós temos que conversar, Ruby.” “Não, não temos.” disse ela, começando a fechar a porta. Tudo o que precisava era que Clay aparecesse e encontrasse Bradley ali. Ela não ia errar desse jeito novamente. Mas Bradley colocou o pé na porta. “Eu me demiti.” Ela ficou boquiaberta. “Por que diabos você fez isso?” não era uma coisa saudável sair de seu trabalho. “Então ele não tem nada para me acusar.”

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“Clay não iria acusar você de nada.” Clay não era assim. Então, novamente, ela não esperava que ele fosse sair. “Ele teria feito a nossa vida miserável.” Ele deu-lhe um olhar sério, com os olhos castanhos caramelo como um animal de estimação de adoração. Mas, na verdade, ele não estava fazendo sentido. “Por que ele faria isso?” “Quando você o deixasse por mim.” Não foi um bom olhar para ela, ela sabia, mas Ruby deixou cair o queixo. “Você está louco?” “É a única maneira, agora que ele sabe sobre nós.” Ele sorriu, fazendo o queixo mal barbeado mais proeminente. Ela lembrou de que realmente não gostava da coceira daquela barba entre suas coxas, e seu rosto sempre ficava um pouco sensível depois que ela o beijava por muito tempo. “Eu nunca deixaria Clay por você.” Suas feições pareciam inclinar-se como um cachorro triste. “Mas...” Ela cortou. “Nós tivemos sexo. Isso é tudo. E agora você não tem sequer um emprego.” “Eu vou arranjar outro.” disse ele, com o olhar esperançoso. “Certo,” ela retrucou. “Você faria melhor implorando Greg para aceitá-lo de volta.” Ele estendeu a mão, e depois deixou-a cair, como se tivesse pensado melhor por tocá-la neste estado de espírito. “Por favor, Ruby,” suplicou. “Isso pode funcionar e ser perfeito para nós.” “O que eu tinha era perfeito.” Bradley estragou tudo. E se Clay a jogasse fora? Ela não podia pagar nada naquele bairro com seu salário. Então, ela se aproveitou do fato de que Bradley tinha tirado o pé do batente e bateu a porta na cara dele. E puxou a fechadura para uma boa medida. Puxando a cortina de renda que cobria a janela lateral estreita, ela olhou para toda a extensão do gramado. Bradley entrou em seu carro e se sentou. E ficou sentado. Como se imaginasse que, eventualmente, ela teria pena dele. O que ela tinha visto no garoto, além do fato

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de que ele a pegou em um momento carente quando ela encontrou uma nova ruga se formando no canto do olho. Ela amava a sua aparência, estava orgulhosa de seu corpo em boa forma, mas mesmo Ruby era, por vezes, pega de surpresa. Foi um momento de fraqueza. Ela deveria ter escutado Clay. Havia uma razão muito boa para não ter relações sexuais com alguém com quem trabalhava. E, para não fazê-lo em sua própria cama. Porque quando o cara ficava absolutamente histérico de amor por ela, ele sabia onde ela trabalhava e onde ela morava. Se Bradley não fosse embora, ela podia ter que chamar a polícia.

***** Na manhã seguinte, Ruby manteve um perfil baixo – algo que não estava acostumada a fazer no trabalho – e foi excepcionalmente educada com qualquer um que tentasse entrar para ver Holt. Seu escritório bem menor ficava de frente ao mais espaçoso de Holt, mas pelo menos ela tinha uma janela. Depois de ter ficado presa dentro de casa, no dia anterior, o sol que fluía através das cortinas abertas era uma sensação boa em seus braços enquanto fazia o arquivo de Holt. Ela tinha um sistema perfeito e poderia pôr os dedos sobre qualquer coisa a qualquer momento. Não deixaria uma das meninas da AP arquivar para ela do jeito que Clay fazia. Elas estragariam seu sistema e a tornariam ineficiente. Ela não considerou subir para ver Clay. Ele estava em seu momento homem-caverna, aquela coisa que homens faziam quando tinham que pensar. Era melhor deixá-lo fazer isso. Ele superaria isso e odiaria se ela se lamentasse. Seu interfone tocou. Holt não era o tipo que deixava uma garota louca com as demandas constantes. Oh, sim, ela tinha patrões como esse.

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Ela apertou o botão. “Sim, Holt?” “Você tem um minuto?” “Claro.” Ela desligou. O escritório de Holt era multi-funcional. Dois monitores ocupavam sua mesa grande, para que ele pudesse alternar entre as tarefas. Holt era uma maravilha, sempre fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo. No canto, a mesa de conferência com capacidade para seis pessoas era para as reuniões com o pessoal, e pelo grande banco de janelas, ele tinha um conjunto de sofá-ecadeira para discussões mais informais com clientes, investidores e profissionais da indústria. Toda a apresentação era feita no anexo de Ruby. Holt estava sentado atrás de sua mesa e Ruby delicadamente tomou a cadeira ao lado dele, que era utilizada para discussões informais um-a-um. Ela não se deu ao trabalho de puxar a saia sobre os joelhos. Não que esta fosse alcançar, de qualquer maneira. “Você está bem, Ruby?” a testa dele esta franzida de preocupação. “Eu estou bem.” Droga, o que Clay disse a ele? “Você estava doente ontem. Eu fiquei preocupado.” Ela baixou o queixo ligeiramente, olhando para ele. “Preocupado?” Holt Montgomery era um bom chefe, um homem justo, inteligente, espirituoso, e mortalmente lindo. Era enxuto aos cinquenta e dois, com cabelos grisalhos sexy e um rosto forte, que tinha muito menos linhas do que um homem de sua idade merecia. Ele se casou muito jovem e sua única filha tinha 33 anos. Ele nunca esquecia seu aniversário e nunca fez Ruby correr para comprar um presente para ela. Ela nunca foi o tipo mãe, mas havia algo sobre um homem que adorava a filha. É da mesma forma que ela se sentia por Clay e seus meninos. Como se pode não admirar um homem que era excepcionalmente bom pai? Ele a estava olhando como se quisesse algo mais dela. Ela pensou que sabia o que era. “Clay foi embora...”

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Ele ergueu a mão. “Não é da minha conta. O que é da minha conta é se você está bem hoje para trabalhar.” Se você está bem para trabalhar? Ele parecia preocupado com os sentimentos dela. Mas isso não faz sentido, ela era sua secretária, por que ele se importa? Ele era um bom patrão, não um tipo de cara meloso. “Eu estou aqui,” disse ela, que deveria ter-lhe contado tudo. Mas Holt continuou insistindo. “Eu sei. Mas também vou entender se você precisar de outro dia.” Ela olhou para ele. Seu rosto não dizia nada. Sendo um CEO ou um jogador, ele tinha que ter controle completo sobre suas feições. Ela não podia dizer se isso era desaprovação, ou se ele mesmo sabia porque Clay foi embora. Ela não estava a ponto de dar-lhe mais alguma informação. “Eu posso funcionar muito bem.” Clay provavelmente a tinha pintado sob a pior luz. Ela traiu, sem ressalva, sem mencionar o fato de que ele realmente a enviou para transar com outros homens. Então ela sorriu, para tirar a mordida de seu tom. Afinal, Holt era um homem e seu chefe, e ela aprendeu desde cedo que era sempre melhor manter os homens em sua vida felizes. “Mas eu realmente aprecio a sua preocupação. Mais alguma coisa?” Ele olhou para ela por mais um momento, seus olhos irritantemente ilegíveis. “Não, Ruby. Nada mais por agora.” “Eu vou voltar para o depósito.” Ela deu-lhe mais um sorriso antes de sair. Uma vez que estava de volta em sua própria mesa, o sorriso desapareceu de seus lábios. Não só Clay foi embora, pior, ele tinha falado com Holt sobre isso. O que significava que as coisas eram muito mais graves do que ela imaginava. O problema era que Ruby – que tinha um plano para tudo, quando um homem estava envolvido – não tinha a menor ideia do que fazer.

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***** Depois de seu pedido de desculpas inicial na segunda-feira, Clay não tinha dito uma palavra pessoal para ela em dois dias. Era tudo sobre negócios o tempo todo. Jessica esperou, e nada aconteceu. Ele sequer tinha olhado para ela como se nunca a tivesse tocado. Lambido e a feito gozar. Como deveria fazê-lo notá-la? Na quarta-feira de manhã, ela estava pronta para gritar de frustração, até que teve uma ideia. Uma ideia brilhante. Logo após o almoço, ela teria uma reunião com Clay sobre a conta de obras em andamento. E, durante o almoço... “Isso foi gostoso demais.” Vince. Ele sempre soube a coisa certa a dizer. Jessica lambeu os dedos e em seguida esfregou o sêmen em seu peito, ao redor dos mamilos, arrastando-o para baixo de seu abdômen. Eles estavam em sua cama; a casa dele era muito longe. Jessica olhou para o relógio. Ela tinha 20 minutos, tempo de sobra para se vestir e voltar ao trabalho. “Nós deveríamos fazer isso mais vezes,” disse Vince, relaxando contra os travesseiros, braço por cima da cabeça, olhos fechados e um sorriso de comedor de merda no rosto. “Rapidinhas na hora do almoço são ótimas para reenergizar a tarde.” “Normalmente, eu não tenho tempo.” Jessica normalmente tomava banho depois de uma chamada dessas, mas ela tinha visto os benefícios de usar o aroma do sexo como se fosse perfume. Ela não queria pensar sobre como estava borrando as linhas entre o trabalho e o pessoal, que estava realmente dando em cima de seu chefe, e que isso só poderia terminar em...

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“Ei,” Vince disse, felizmente cortando seus pensamentos. “Eu tenho em mente uma posição de Controladora para você.” O coração dela saltou todo o caminho até sua garganta. Havia somente a West Coast, apenas Clay. Jessica engoliu em seco, se recompondo. “Ah, é?” Bom, ela parecia levemente interessada. “Jack está ajustando sua renúncia na sexta-feira.” Vince tinha começado seu trabalho atual de contratação através de seu amigo Jack, que passou a ser Controlador. Jessica acenou para ele continuar, mas sua barriga estava em ondas. Ela não podia sair da West Coast, não poderia deixar Clay. As coisas tinham ficado tão confusas. Vince passou a mão pelo cabelo grisalho, então sorriu. “Dê-me o seu currículo e eu vou dar uma boa referência para você.” Ela pulou da cama, pegando suas roupas da cadeira da penteadeira. “Eu tenho uma boa chance de ser Controladora na West Coast.” Vince bufou. “Olhe quanto tempo que você estava esperando. Eles gostam da coisa de bom-e-velho-rapaz deles. As mulheres não tem uma chance lá.” Silicon Valley era um mundo pequeno, especialmente quando você era um escritor de tecnologia contratado vagando por aí. Esta não foi a primeira vez que Vince disse coisas semelhantes. “Eles não são sexistas,” insistiu ela, fechando o zíper da saia. “Tem que ser o ajuste perfeito.” Vince atirou-lhe um dedo. “Você é o ajuste prefeito. Deviam já ter lhe dado o trabalho.” Ele estava matando seu murmúrio com uma dose de realidade. Mas Clay não era assim. Ele contratava a melhor pessoa, independentemente do sexo. Uma pequena voz penetrou em sua cabeça. Então, por que Clay entrevistou pessoas de fora esta semana? “Ele vai me dar o trabalho,” disse ela enfaticamente. Clay não iria passar o seu cargo.

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Pelo menos ela estava certa disso até quarta-feira à noite, quando todo seu mundo se inclinou sobre o seu eixo. Vince rolou, então arrastou-se da cama como um gato selvagem e elegante, inclinando-se para agarrar seus jeans. Então ele a olhou. “Você já pensou que se trabalhasse em outra empresa, poderia ter o seu querido Sr. Blackwell a qualquer momento que quisesse?” “Eu não espero fazer dessas fantasias a realidade.” Mas um flash revelador rastejou em seu rosto. Ela não ia contar a Vince o que tinha feito com o Sr. Blackwell, ou porque queria uma rapidinha na hora do almoço. “Você está vivendo na Terra da Fantasia, querida,” disse Vince, mas sua voz mostrou a sua habitual risada boa-índole. “Eu vou lhe enviar e-mail com o meu currículo.” Ela concordou para que ele parasse de chateá-la. Ela terminou de se vestir, reaplicou o batom e ajeitou o cabelo. No momento em que estava voltando para o escritório, ela se convenceu de que ele estava errado. Tudo ficaria bem. Quando subiu as escadas para o seu escritório, tudo o mais deixou de ter importância, exceto o que aconteceria nos próximos minutos atrás das portas fechadas de Clay. O cheiro do sexo estava todo sobre ela e Clay iria enlouquecer uma vez que o sentisse.

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Capítulo Onze Ele completou toda a maldita reunião com a porta fechada, com a voz sem sentido de Jessica em seu ouvido, e o calor de sua coxa apenas um centímetro da dele. Os três primeiros botões da blusa dela estavam desfeitos sob o blazer. Clay conseguia sentir o cheiro do sexo com ela. O único efeito externo acima da mesa? Suas mãos tremiam. E mais abaixo, seu pênis era como ferro. Droga. Ela tinha saído para transar. Uma transa da hora do almoço. Ela não tinha aprendido que ele estava sintonizado com tudo o que ela fazia, que ele era o leão macho farejando cada movimento que ela fazia, que estava louco com o pensamento de outro homem tocá-la, transando com ela, fazendo-a gozar. Ela estava falando, a voz sexy ficando sob a pele dele. “Sim”, disse ele. Ele diria sim a qualquer coisa neste momento, pois não estava ouvindo uma palavra do que ela dizia. Em vez disso, estava pensando como seria aquela saia puritana e profissional empurrada em volta de sua cintura. “Ótimo,” disse ela. “Então é assim que nós vamos lidar com a conta CIP.” Com o que ele tinha concordado? Quem diabos se importava? Tudo o que ele queria era enterrar o rosto entre aqueles seios, sentir o gosto de sua pele e lamber até deixá-la limpa. Isso estava fora de questão. Ela juntou as planilhas, fechou a pasta e empurrou de volta da mesa de conferência. E ele cheirando sobre ela como um cão de caça. Sexo. Gozo. Mulher. O pequeno pingente balançava em uma fina corrente de ouro. A divisão de seus seios ondulou. “Está tudo bem, Clay?”

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As palavras dela vieram de longe. Havia apenas paixão, desejo, a pele dela, seu aroma sexual e o quanto ele precisava tocá-la. Ele nem mesmo sentiu-se mover, mas suas mãos estavam sobre os braços da cadeira dela, rolando-a para mais perto, até que seus joelhos estavam entre as pernas abertas dele. “Não, eu não vou foder com tudo,” ele rosnou. Então fez o que esteve pensando na última meia hora, enfiou as mãos acima de sua saia, no alto das coxas. “Foda-se,” disse ele com os dentes cerrados. Ela não estava usando calcinha. “Clay, o que você está fazendo? Qualquer um pode entrar.” Mas ela não o afastou. Em vez disso, moveu-se de modo que o polegar dele deslizou em seu calor. “Eu não me importo,” ele disse com palavras guturais e se inclinou sobre ela, colocando a boca na pele cremosa acima dos seios. Ele provou o sal e cheirou o gozo, então a lambeu. Jessica gemeu e segurou-o para ela. Clay queria tudo de uma vez, seu pênis dentro dela, enchendo-a, onde outro homem tinha acabado de estar, os mamilos em sua boca, as mãos em todos os lugares que o outro tinha tocado. Encaixando a bunda dela, ele a puxou da cadeira para o seu colo. A saia subiu e ela abriu as pernas em cima dele. “Não podemos,” ela sussurrou, mesmo quando ele lambeu sua pele e mordeu o mamilo, provocando. Ele se ergueu para respirar. “Oh, sim, foda, nós podemos.” Ele já não era seu chefe. Era simplesmente um homem. Segurando-a com força contra ele, balançou o pênis ao longo de seu centro. Ela deixou marcas em suas roupas, uma marca. Ele não dava a mínima. “Ele fodeu você.” “Sim.” Ele enfiou a mão entre as pernas dela. “Você está tão molhada.” Ela umedeceu-lhe os dedos enquanto ele tocava seu clitóris. Seu corpo se movia e ela gemeu, agarrando-o com mais força. “Ele se chamou de Sr. Blackwell?” Ele tinha que saber.

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“Sim.” Ela montou-lhe os dedos, ofegando. “Implorei para ele me foder.” Ela colocou os lábios no ouvido dele. “Foda-me, Sr. Blackwell, por favor, me foda, eu preciso tanto.” Em seguida, as mãos estavam no cinto dele, trabalhando, puxando, desafivelando, tocando. Ele pensou que ia morrer quando aquele punho se envolveu em torno de sua carne. Ele a acariciou; Ela o masturbou e ele entrou nela com dois dedos. Ela o pagou de volta descendo a mão para tocar suas bolas, apertando e excitando-o sem sentido. Satisfação mútua. Então seus tremores o percorreram e ele não sabia se era um orgasmo completo ou simplesmente uma série de pequenos tremores. “Quantas vezes ele fez você gozar?” “Você,” ela ressaltou, “me fez gozar três vezes.” Em seguida, ela cerrou os dentes no lóbulo da orelha dele. “Faça-me gozar agora, me faça gozar duro.” Ele foi bem profundo, com o polegar em seu clitóris e os dedos em seu ponto G. O corpo dela o montava quanto mais ele possuía sua boceta doce, o pênis em seu aperto implacável durante todo o tempo. Loucura. Sentiu-a se contrair ao redor de seus dedos. Deus, como ele se sentiria se fosse seu pênis. O orgasmo dela continuou e continuou, dançando através de seu corpo, seu perfume subindo, nublando, intoxicando. Ele sentia o cheiro do outro homem também. Ele queria tanto estar dentro dela. Já devia estar dentro dela, mais ainda com sua última grama de sensibilidade, ele se lembrou de proteção e não tinha nenhuma. Foi quando apertou a mão grande sobre a dela e, com apenas mais duas puxadas, cobriu o sexo dela com sua essência.

***** Nada nunca foi tão íntimo. Clay esfregou o sêmen na vagina dela e em seu abdômen, concentrando. Jessica puxou sua mão para cima e lambeu os dedos. Só então ele encontrou o seu olhar. Havia algo no dele, uma coisa escura que a chamou, fazendo-a querer ficar louca de novo. “Use-a durante toda a tarde” ele sussurrou. “Não lave-a.”

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“Eu não vou,” disse ela com a mesma suavidade. Ela veio aqui querendo que ele a tocasse, transou com Vince para seduzir Clay. No entanto, ele não fez um movimento, não em toda a meia hora da reunião. Até o último momento. “Você precisa ir.” A respiração dele ainda estava dura. “Sim.” Ela não se moveu. Nunca mais queria ficar fora de seu colo. “Qualquer um pode abrir essa porta e eu não quero que falem de você.” No início, ela foi a pessoa que mencionou a descoberta e ele não se importou. “Ninguém vai saber,” disse ela. No entanto, sua saia ainda estava empurrada por suas coxas, sua buceta exposta e o pau dele ali mesmo, de modo muito tentador. “Você não pode entrar aqui coberta e gozar de novo.” O peito dela se apertou. Por que ele não podia simplesmente desfrutar? “Eu tenho o direito de fazer sexo na hora do almoço, se eu quiser. Você deve manter suas mãos para si mesmo.” Ele agarrou-lhe o queixo, forçando sua cabeça para cima. “Você fez de propósito. É por isso que não estava usando calcinha.” Ela sustentou o olhar de forma constante durante cinco batimentos cardíacos. “Eu nunca uso calcinha.” As pupilas dele dilataram até que não havia quase nada de suas íris. “Eu gosto de estar nua sob meus ternos de negócio quando ninguém mais tem uma pista.” Ela estava mentindo, mas valeu a pena esse alargamento das narinas dele. “Pelo amor de Deus, Jessica, você está no trabalho.” Ela desceu graciosamente de seu colo – graças a Deus não estava embaralhada – puxou a saia para baixo, ajeitou o paletó e a abertura do decote da blusa. Ela tinha planejado até o último detalhe, os botões abertos, a falta de roupas íntimas, o sêmen de Vince, seu suor sexual. Maldita seja, Clay tinha querido tudo.

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Mas agora ele já estava todo fechado e diante de seus olhos transformado de volta para Clay, CFO, chefe. Ela queria bater nele. “Você nunca fez com Ruby no trabalho?” Ela retrucou. “Não vamos falar disso.” Jessica cerrou os dentes. “Você está certo.” Ela não queria saber nada sobre Ruby. Ele deixou Ruby, mas claramente não estava à procura de uma substituta. Ele a colocou em seu lugar, mas não era mais do que ela merecia. O que ela estava pensando ao tentar seduzir o chefe em seu escritório no meio do dia? Ela pegou a pasta de arquivos da mesa e a ergueu. “Eu vou cuidar disso.” Em seguida, aproximou-se da porta. “Jessica,” disse ele. Ela não parou, pois não havia mais nada a dizer. No entanto, de volta em seu escritório, podia sentir o calor do gozo dele sobre ela, sentir o cheiro dele, o gosto dele. E sabia que estava irremediavelmente viciada em Clay Blackwell.

***** Jessica não ia deixar o encontro tête-à-tête do final da tarde de quarta-feira abatê-la. E não iria se deixar abater porque Clay foi o profissional habitual ao longo dos próximos dois dias. Ele poderia transformar aquilo tão facilmente, o que significava que ela precisava de medidas mais extremas. Ela certamente não iria desistir – embora provavelmente deveria – mas aqui era a coisa: Clay disse que eles não podiam transar no local de trabalho, não que não pudessem fazê-lo em outro lugar. Então, na sexta à noite, depois de 48 horas de Sim, eu deveria contra Não, eu não posso, Jessica estava na frente da porta do armário espelhado de calcinha e sutiã. O que vestir? Ela saiu

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do trabalho às cinco, nem um minuto depois, correndo para casa para seu pequeno condomínio em Mountain View. Tinha tomado banho, feito o cabelo, a maquiagem, então vasculhou sua gaveta de lingerie para encontrar a calcinha e o sutiã mais sexies. Claro, ela tinha dito a Clay que não usava calcinha no trabalho, mas não tinha coragem de seguir adiante. O sutiã de renda empurrava seus seios em um decote real. A calcinha preta de cava alta marcava a curva do seu bumbum, não era bem uma calcinha e nem uma tanga. Ela pensou que eram chamados de calcinhas de estilo ou algo assim. Ela abriu a porta do armário. Pense sexy. A maioria de suas roupas não era, mas havia uma possibilidade. Linda lhe dera a roupa. Linda costumava fazer suas unhas antes de se tornar uma agente imobiliária, elas se tornaram grandes amigas além das unhas de Jessica, até que finalmente ela programava Jessica como seu último compromisso e depois elas saíam para bebidas e jantar. Linda sabia tudo sobre Vince. E quando tirou a licença de imóveis, ela reformou o closet, mudando seu estilo para a nova carreira. O conjunto que Jessica escolheu era elegante e sexy, uma blusa de seda preta com mangas transparentes e uma saia justa que delineava seu corpo. Ela deixou a blusa desabotoada até o fecho central do sutiã e prendeu um colar de gota de ônix que pendia em seu decote. Completou o look com sapatos de salto alto pretos e meias pretas, que ela raramente usava, mas eram um coringa para o armário de qualquer mulher. Afastou-se mais uma vez para avaliar a si mesma. Sexy em todos os negros, Jessica sorriu. Com suas ondas loiras, ela parecia absolutamente pronta para transar. Agora, tudo o que precisava era o perfume especial que iria deixar Clay louco. No oco de sua garganta, em seus lábios, entre os seios. Ela tinha uma parada a fazer e não levaria muito tempo. Vince era tão fácil, e tudo o que ela tinha a dizer era que tinha um desejo insaciável por um boquete. E mergulharia a si mesma com o cheiro de sexo. Clay não seria capaz de resisti-la.

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Capítulo Doze Jessica sentiu um pânico momentâneo quando entrou no saguão do Marriott quarenta e cinco minutos mais tarde. Era uma leva de viajantes, arrastando malas de rodinhas, filas para o check-in para uma conferência de fim de semana ou férias, ou se alinhando na entrada do restaurante. O bar do hotel era do outro lado de uma linha de vasos de plantas na altura da cintura cheios de samambaias e filodendros. O pânico a atingiu quando ela viu Clay através da profusão verde sentado em uma cabine em frente a Holt Montgomery. Droga. Eles estavam em uma reunião de negócios. Não poderiam tê-la terminado no trabalho? Ela resmungou baixinho. A coisa boa, no entanto, era que pelo menos ela escolheu o Marriott certo. Então acendeu-lhe uma outra ideia. Originalmente ela tinha planejado um ataque frontal completo dos sentidos dele na linha do que havia feito na quarta-feira. Mas, e se ela o fizesse pensar que tinha encontrado um homem ali? Ainda melhor. Com um balanço exagerado dos quadris, ela entrou no bar, sem olhar na direção deles. As cabines e a maioria das mesas estavam preenchidas, mais ainda não estava particularmente barulhento, apesar do número de pessoas. As velas tremeluzentes se refletiram no piso de ladrilho preto brilhante quando ela foi direto para o bar e para uma cadeira vazia na extremidade. Apoiando-se na banqueta, ela apoiou a bolsa grande – cheia de tudo o que uma garota precisava para impressionar seu homem – no chão ao lado dela. Então sorriu para o bartender. A cabine de Clay era visível no espelho e ele estava olhando em sua direção. Perfeito. “O que posso fazer por você?” Em seus vinte anos, o barman era alto, magro e bonito. Ele veio para ela à frente dos dois cavalheiros que já sinalizaram para ele. “Um chardonnay, por favor.”

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“Algum safra antiga em particular?” Ele listou uma quantidade impressionante. O vinho da casa, ela queria dizer, porque era parcimoniosa por natureza, mas a ocasião pedia algo especial. “O que você recomendaria?” “O Wente é uma boa aposta. Eles são de uma vinícola local após Livermore.” “Eu vou tentar este.” “Ótimo.” Ele deu um sorriso quando saiu para preencher seu pedido. O olhar dela se desviou para o reflexo no espelho atrás do bar. Clay tomava uma caneca alta de cerveja. Estava sem paletó, com as mangas da camisa arregaçadas, a gravata em falta e a camisa desfeita em um par de botões. Ela bebeu diante da visão dele em seu relaxamento casual. Nunca houve um chefe de finanças mais sexy. Holt falava com ele animadamente, com as mãos cortando o ar. Em seus cinquenta e poucos anos, o CEO era excepcionalmente um homem de boa aparência, com um espesso cabelo grisalho e olhos cinzentos que viam através de você se você estivesse tentando alimentá-lo uma carga de touro. Apesar de não ser tão alto quanto Clay, ele era uma figura dominante em uma sala de reuniões, e ela tinha muito respeito por ele. Mas estava pronta para que ele gozasse suas férias. “Aqui está.” O barman esperou que ela experimentasse o vinho e depois que ela tomou um gole, ele inclinou a cabeça para ela. “Bom?” “Ótimo.” Ela não era uma conhecedora, mas este era suave e aveludado. Ele acenou-lhe um polegar para cima, em seguida, recuou quando um dos caras que ele estava ignorando estalou os dedos. Vinte e alguma coisa, ou um homem como Clay, que era maduro, bem sucedido e bonito como o diabo? Definitivamente Clay. Ou alguém como Holt Montgomery. Os homens mais velhos eram muito mais sexy. Por que Ruby tinha dado a Bradley a hora do dia era um mistério para ela. Não que isso importasse porque Ruby ofereceu a Jessica a chance que ela nunca sonhou em ter. Ela não era uma destruidora de lares, mas Ruby tinha destruído sua própria casa e ela destinou-se a recolher os pedaços.

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“Este assento está ocupado?” Ela se assustou, segurando a haste do copo de vinho com muita força e derrubando algumas gotas sobre a borda. “Não,” respondeu ao homem depois de se recuperar. “Eu não queria assustá-la.” Ela havia se concentrado em Clay e não tinha percebido que alguém estava perto até que o homem falou. “Você não me assustou,” disse ela, sorrindo. “Na verdade, eu estava guardando a cadeira para você.” Ele era exatamente o tipo dela. Ele levantou uma sobrancelha. Ok, talvez estivesse indo longe demais. Ela não sabia como flertar, especialmente com um homem atraente em seus quarenta e poucos anos, que usava um terno de negócio como se fosse uma segunda pele. Adicione a isso o cabelo escuro e curto, com um punhado de cinza assim como Clay, bem, em uma palavra, ele era exatamente o que ela estava procurando. E ela tinha estragado tudo por ser demasiada para a frente. “Desculpe,” disse ela. “Isso simplesmente saiu. Eu não estava guardando-o, apenas fique à vontade.” Ele se estabeleceu sobre a banqueta. “Meu dia de sorte, então.” Ok, isso foi um pouco sedutor. Talvez ela não tivesse estragado tudo, afinal. Olhou no espelho. Holt ainda estava falando, mas Clay estava olhando para ela. Calor espalhou-se através de sua barriga. Ela estendeu a mão. “Eu sou Linda.” Ele a balançou com um aperto firme, pele quente, palmas secas, e sem anel de casamento. “Mitch.” Mitch parecia real. Ela não sabia por que tinha dado a ele o nome da sua amiga. “Está aqui a negócios?” “Conferência. E você?” Tentando pegar um homem para que eu possa excitar o meu chefe e deixá-lo louco. “Puramente prazer.” Ela sorriu e então pensou em outro jogo. “Na verdade, trabalho e lazer.” Ele levantou uma sobrancelha novamente. “Isso merece explicação.”

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“Bem...” Ela olhou ao redor, certificando-se de que ninguém estava ouvindo, em seguida, voltou seu olhar de volta à Clay no espelho. Ele estava jogando algumas notas sobre a mesa. Holt empurrou-as para trás e jogou algumas próprias e em seguida, levantou-se da cabine. Clay estava indo embora, caramba. Então Holt fez uma saudação simulada e saiu e Clay ficou ali mesmo onde estava. E olhou para ela. Será que descobriu que ela podia vê-lo no espelho? “Bem,” continuou ela, baixando a voz. “Eu sou uma garota trabalhando.” “Que tipo de trabalho?” Mitch pediu solenemente, como se nunca tivesse ouvido falar do termo. “Tra-ba-lhando” ela enunciou claramente, então notou o brilho nos seus olhos azuis. “Ah,” disse ele, em seguida, sinalizou para o bartender. “Eu acho que preciso de uma bebida para essa discussão.” O jovem estava lá em um instante. Por causa dela, ela se perguntou? “Sim, senhor?” “Um uísque com gelo.” Ooh, ela gostava dele. Frugal. Jessica tomou um gole de vinho. “Tudo bem, conte-me mais,” disse Mitch após o bartender sair para fazer a bebida. “O que você gostaria de saber?” “Você vem sempre aqui?” “De vez em quando.” Ela cruzou as pernas e ele observou o movimento. “Quantas pessoas você fica em uma noite?” “Depende.” Eles fizeram uma pausa quando o barman colocou o uísque no balcão. O jovem olhou especulativamente antes de ir para o outro lado do bar, onde a garçonete estava acenando para ele. “Saúde”. Mitch acenou o copo para ela. “Ok, depende do que?” “Por quanto tempo um homem quer passar.” Até agora ela não tinha tido tempo suficiente com Clay. Ela queria horas, e as queria esta noite. Mitch sacudiu o gelo no copo. “Você faz qualquer coisa?”

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“Bem, sim. Eu acho. Como o quê?” “Uma outra mulher?” Ela riu. “Não esta qualquer coisa.” A boca dele se curvou em um meio sorriso. “E quanto a dois homens ao mesmo tempo?” Ela quase ficou boquiaberta, perguntando se ele estava incitando-a a ir adiante. “Não ao mesmo tempo, se você sabe o que quero dizer. Mas juntos na mesma cama.” Ela pensou em Clay. E Vince. Um fazendo isso, o outro fazendo aquilo. Sua pele queimou com o calor de sua imaginação. Vendo aquilo, os olhos de Mitch brilharam como joias na cintilação de uma vela nas proximidades. “E o que de especiais você faz?” “Hum, bem. “Ela sentou-se em linha reta. “Nada de animais ou vegetais.” Ele riu alto, chamando a atenção do barman e um casal de homens no bar. E Clay. Ela tinha certeza de que ele tinha drenado mais da metade da cerveja que estava apenas cuidando antes. “Isso certamente limita as coisas,” Mitch disse e tomou um gole de uísque. “Nada de animais, vegetais ou DP?” “DP?”perguntou ela. Ele se inclinou para perto. “A penetração dupla.” “Ohh,” disse ela, alongando a palavra. “Você realmente deve aprender a terminologia adequada para o seu negócio.” “Eu sou muito nova nele.” “Perdeu seu trabalho regular?” Ele mastigou um cubo de gelo. “Perdi meu sugar daddy6.” Veja, ela sabia alguma terminologia. “Mas eu encontrei alguém que está me ajudando.” “Ajudando você?” Ele tinha um belo sorriso, e estava certamente apreciando aquilo, embora ela não acreditasse por um minuto que ele estava comprando qualquer coisa que ela dizia. 66

Expressão para um homem que paga tudo para uma mulher no relacionamento.

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“Sim. Ele é a minha proteção. Ele senta no bar, observa para se certificar de que estou bem, apronta o quarto, então eu dou-lhe o dinheiro quando volto para baixo.” Oh, Clay adoraria esse papel. Mitch puxou para trás. “Tudo isso?” “Ele fica com 25 por cento e me dá o resto.” “Uau. Como um agente.” “Exatamente.” “Onde ele está agora?” “O cara naquela cabine lá.” Ela apontou para o espelho. Mitch se virou e olhou diretamente para Clay. “Ele parece ser um homem de negócios comum.” Ela olhou para Clay também, encontrando seu olhar penetrante pela primeira vez. “Eu diria que ele é o CFO, já que me ajuda a cuidar do aspecto dinheiro.” “Ah,” disse Mitch novamente, então tomou sua bebida. “Bem, isso tem sido extremamente interessante. Vou me encontrar com um cliente para o jantar”. Ele ergueu aquela testa arrogante novamente. “Talvez você vá estar aqui mais tarde.” Ela sorriu e inclinou a cabeça coquete. “Você nunca sabe.” Em seguida, Mitch ondulou através de algumas mesas e atingiu o piso do átrio, voltando para o banco de elevadores. Isso foi fácil. Ainda não tinha havido um momento estranho em que ela teve que se livrar dele. Garota de sorte. Depois de um último gole de vinho, Jessica pegou a bolsa, piscou para o barman, então foi direto para a mesa de Clay, esgueirando-se ao lado dele. “O que diabos você está fazendo?” ele perguntou. Ela suspirou. “Estou pegando um homem.” “Mentirosa”, disse ele suavemente.

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“Não sou. Mas aqui está o problema. Ele está hospedado em algum motel troncudo no final da rua, e eu não quero ir para lá então preciso de um quarto.” “Jessica”, ele começou. Ela inclinou-se perto. Era uma jogada ousada, mas sentia como se fosse sua única chance, e ela estava disposta a fazer qualquer coisa. “Não é isso que você gosta que suas mulheres façam? Saiam com outros homens e depois voltam para você.” Ela esperou um pouco, deixando aquilo afundar até suas narinas inflamarem, e ela sabia o que tinha feito. “Dê-me sua chave. Eu quero usar o seu quarto.” Ele engoliu em seco. Ela o deixou sem palavras. Mas, em seguida, ele puxou uma chave de cartão do bolso da camisa. Ela a pegou e deslizou o guardanapo da bebida de Holt para ele. “Escreva o número do quarto aqui e eu te ligo quando terminar.” Ela inclinou-se, os lábios quase tocando sua bochecha. “Então você pode vir e me foder.” Ela lambeu o lóbulo de sua orelha. “Se eu tiver energia de sobra para você. “ mordeu o lóbulo e saiu da cabine, com a chave e o guardanapo e escorregou em frente ao bar. Quando olhou para ele da entrada, ela tinha certeza que o homem estava em estado de choque.

***** Ela tinha estado tão perto, Clay podia cheirar a excitação sobre ela. Jessica nunca se pavoneava. O coração dele deu um salto lento no peito simplesmente assistindo. Não levou nada mais do que isso e sua voz rouca para escravizá-lo. Ele estava enlouquecendo nas últimas 48 horas, querendo-a e ainda dizendo a si mesmo que isso era uma loucura. O cheiro dela agarrou-se a suas roupas, permaneceu em seu escritório, deixando-o absolutamente louco.

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Aquilo nunca foi assim com Ruby. Sexy, quente, excepcionalmente divertido, sim, mas não com aquela luxúria violenta e frenética. Seu pulso disparou. Ele podia sentir seu coração batendo contra seu peito, suas bolas doíam, seu pênis pulsava. Ele necessitava, queria, não conseguia pensar em mais nada. Foi bom com Ruby, mas isso era completamente explosivo. Enquanto esperava, ele quase terminou a segunda cerveja que tinha pedido, mas não estava bêbado pelo álcool, ele estava bêbado dela. Como ela sabia onde ele estava hospedado? Não tinha dito a ninguém, além de Holt. Que merda isso importa? Ela estava ali, no andar de cima. Com o cara que ela pegou bem ali no bar. Ele honestamente não podia acreditar, vindo de Jessica. Mas então ele nunca teria imaginado que ela também teria um amigo de foda. Era demais para a distância profissional que ele queria manter. Ele não podia ter ido embora, mesmo sabendo que esse era o maior erro de sua vida, o que poderia muito bem ser. Tudo estava errado e não importava nem um pouco que era isso o que Ruby lhe tinha dito para fazer. Ter uma aventura, dar-lhe o troco. Um pouco de sexo por vingança. Ele viu Jessica no momento em que ela entrou no bar. A moça de preto. Teve que fazer um duplo esforço e foi uma coisa boa Holt não ter notado. Cristo, ele ficou duro logo em seguida. Viu-a flertar com o barman, o coração batendo forte no peito, o sangue espesso em suas veias. Houve uma potente mistura de desejo, ciúme e necessidade. Nunca foi apenas uma coisa, a de querer transar com ela, era sobre todas as outras emoções que foram rolando por ele, esperando que ela não fizesse isso, rezando para que fizesse, a necessidade de enterrar o rosto entre as pernas dela. Toda essa coisa louca que o deixava absolutamente louco até que tudo o que podia pensar era em possuí-la, reclamando-a para ele. Era elementar, como veados lutando, mas ainda humilhante enquanto ele era forçado a esperar. A mistura insana de emoções explodindo em desejo, necessidade e sexo inacreditável. Ele gostava do sexo com Ruby. Mas, Cristo, ele precisava disso com Jessica, não podia viver sem ela. Sem passar desta noite, nem deste momento.

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Ent達o o telefone tocou. Ele sabia que era ela, sem sequer olhar.

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Capítulo Treze Clay conseguiu o segundo cartão do quarto. A porta se abriu silenciosamente. Havia apenas o tic-tac do coração contra o seu peito. Luz se infiltrava para fora da porta do banheiro, iluminando o corredor e os saltos altos dela sobre o tapete, juntamente com a calcinha preta de renda, como se o cara tivesse começado com ela ali mesmo, sem sequer ir para o quarto adequado. Vapor de uma ducha recente ainda embaçava o espelho do banheiro, com uma toalha deixada de lado no canto. Uma combinação de sabão e sexo perfumava o ar e a cabeça dele estava tão nublada quanto o espelho. Seus dedos coçavam para tocá-la e a necessidade era uma dor em suas bolas. Adiante ficava o quarto, as cortinas ainda abertas, luzes brilhando através da janela. O robe branco e macio que estava pendurado no gancho do banheiro agora estava do outro lado da cadeira. Apenas uma lâmpada de cabeceira foi deixada. Com as pernas ligeiramente abertas, um joelho flexionado, Jessica era a imagem de uma mulher que tinha acabado de ser completamente possuída. Ela usava meias na altura das coxas, a única peça de roupa restante. O celular estava ao lado dela, seus olhos estavam fechados, os cabelos loiros desgrenhados e espalhados por todo o travesseiro espesso. Mais travesseiros foram espalhados ao redor dela, atirados para todos os lados, o edredom amarrotado empurrado para o fundo da cama. Invólucros metálicos, lubrificante, o vibrador e uma caixa aberta de preservativos estavam espalhados na mesa ao lado. Outro pacote de preservativo estava no chão, fechado, ao lado de sua pilha de roupas, que tinha ficado exatamente onde ele deve tê-la despido. Um sutiã pairava sobre o abajur do outro lado da cama. Catalogando cada item, Clay tremia de desejo até mesmo quando sua barriga se revirava de inveja. O homem a tinha provado, chupado, transado com ela. Ele usou dois preservativos para

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possuí-la, tomou banho e foi embora, tudo em exatamente uma hora. Em sua posição deitada, ela estava saciada, relaxada. Adormecida? Ela não se movia, não disse uma palavra. Ele não caiu sobre ela como um animal selvagem, simplesmente saboreou seu cheiro, sua beleza, a cremosidade da sua pele. Ela escondia muita perfeição sob os ternos e blusas de trabalho diário. Seus seios eram pequenos, mas os mamilos eram rosados e suculentos, ainda rígidos e implorando por sua boca. As pernas envoltas em preto eram fortes e firmes. O orvalho de seus orgasmos era perolizado em seus cachos púbicos, que foram aparados, mas ainda mais cheios do que os de Ruby. Orgasmos, sim, ela teve mais de um. As entranhas dele realmente se retorceram ao saber que outro homem a havia possuído antes mesmo de ele ter estado dentro dela, mas seu pênis pulsava com as imagens. Cristo, ele deveria ter implorado para assistir. Ela se estendeu então, levantando os braços sobre a cabeça e balançando as pernas sobre o colchão, um pouco de mmm doce de prazer escapou dela e então ela abriu os olhos. Eles estavam escuros, quase um azul ardósia. “Beeem,” disse ela, alongando a palavra e pontuando com um suspiro. “Eu só não sei se posso cuidar de você também.” Ela fez mais um daqueles zumbidos sensuais e em seguida, rolou na cama, puxando um joelho para cima e colocando um travesseiro ao longo do abdômen, abraçando-o como se fosse um homem. “Ele me deixou exausta.” Ela se aconchegou mais no travesseiro. As linhas suaves de seu flanco o deixavam louco. Ele queria lambê-la, beijá-la, mordê-la, espancá-la. Mas sua provocação a deixou sobre a borda. Ele subiu na cama. “Cadela,” murmurou pouco antes de cair sobre ela. Ela se contorceu debaixo dele. “Saia.” Ele a rolou, prendeu-a e estendeu seus braços sobre a cabeça. “Diga-me o que ele fez com você.”

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O olhar dela estava em chamas. Ela não poderia ter sabido, mesmo que ele não soubesse o quanto queria uma batalha, mas a luta chiou entre eles, disparando todos os seus neurônios, transformando-o em concreto duro. Ele empurrou-lhe as pernas, montou seu centro... “Conte-me tudo.” Aqueles mamilos rígidos roçaram seu peito. “Por que? Essa é a única maneira que você pode obtê-lo?” “Oh, eu estou pronto, querida.” Ele empurrou com força contra ela. Ela ofegou, mas conseguiu segurar o gemido que ele sabia que pairava em seus lábios, morrendo de vontade de se libertar. “Ele foi excelente,” ela sussurrou, fechando os olhos, inclinando a cabeça para trás e arqueando-se nele. “Não posso contar o número de vezes que ele me fez gozar.” Ele inchou, querendo esmagar todos os pensamentos do outro homem fora de sua mente, mas precisando das palavras também. O choque de emoções contrastantes o fez tremer de necessidade quando ele se preparou em cima dela. “Ele estava em você no momento em que abriu a porta, não estava?” “Sim. Sem beijos, nem preliminares. Apenas as mãos para cima da minha saia como se ele estivesse morrendo por mim.” Ela sacudiu a cabeça, como se a lembrança a deixasse selvagem novamente. “E você adorou isso como uma cadela no cio.” Ela abriu os lábios e respirou fundo. “Deus, sim.” “Com toda aquela provocação no bar, estou surpreso que você não o deixou colocar a mão em sua saia, então.” Ela abriu os olhos e o olhou. “Alguém precisava, porque você certamente não têm cuidado de mim.”

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Ele balançou e rolou contra ela, sentindo o seu calor através da calça, seu cheiro sexual intoxicando-o. “Eu a fiz gozar com tanta força que você não teria sido capaz de se levantar, se eu não a estivesse segurando.” Ela sorriu. “Certo. Mas você não me deu tanto tempo, e veio com essa porcaria sobre a manutenção da nossa relação profissional.” De repente, ela arranhou-lhe os braços com as unhas, deixando sua marca nele sem rasgar a pele. A dor era boa demais, ele gemeu. Ela o estava colocando no espremedor, mas ele merecia. Ele a tinha magoado, ela confessou suas fantasias, mas quando ele finalmente a tocou, terminou antes de transar com ela e citou todos os motivos pelos quais não deveria ter feito isso em primeiro lugar. Mas ele a havia tocado, duas vezes, e a queria, e foda-se se poderia continuar a respirar se ele não tivesse tudo agora. “Fodedor Profissional” ela murmurou, então trancou-o com os dedos como se fossem garras. “Me foda agora ou vou chamá-lo de volta,” – ela sorriu maliciosamente,”– para ele terminar o que você não pode.” “Foda que você vai.” Ele estendeu a mão entre eles e encontrou seu centro úmido. “Você precisa disso, precisa de mim. Ele foi apenas um aperitivo, mas não foi homem o suficiente para fodê-la do jeito que você precisa.” Ela gemia e se contorcia embaixo dele. Seu corpo estava escorregadio, quente, delicioso. Ele tinha que prová-la. Aprisionando o queixo dela nas mãos, ele tomou seus lábios. Porra, ela era tão doce! Suas bocas se fundiram, suas línguas se acariciaram e ela estremeceu com o toque ainda se aprofundando entre suas pernas. “Ele não poderia beijá-la assim,” ele murmurou contra sua boca. “Ele não poderia beijá-la como se tivesse sonhado em fazer isso por três malditos anos.” Ela riu dele. “Você não sonhou com isso. Você sequer me via realmente.”

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Ele arrastou beijos em todo seu rosto, até que os lábios estavam em seu ouvido. “Oh, eu sonhei. Eu queria, mas simplesmente não podia ter. Ele te beijou assim?” passou a língua ao longo da orelha dela e sentiu seu corpo tremer profundamente dentro do seu próprio. “Ele não me beijou.” Ela entrelaçou os dedos em seus cabelos e o abraçou contra seu pescoço por um longo momento, então agarrou-lhe a mão e o afastou, rosnando para ele como uma leoa que ele estava tentando subjugar. Mais uma vez, a dor aguda alavancou seu desejo. Ele não era um masoquista, mas amava a batalha. “Mas ele me lambeu,” disse ela, “e me chupou até que eu gritei.” Ela o estava provocando. Ele deslizou por seu corpo, arrastando os lábios ao longo de sua pele. Então ele a provou, a doçura salgada do gozo em seu peito. “Ele gozou em você.” Jesus, ela iria deixá-lo louco. Ele chupou os mamilos e os lambeu até deixá-los limpos. “Eu o fiz gozar.” Ela levantou a cabeça dele pelos cabelos. “Então você vai saber que homem ele é. Todo esse gozo.” “Eu vou fazer você gozar até gritar.” E mais alto do que seu amante anterior. “Ho, hum.” disse ela, batendo os cílios para ele. “Já estive lá, já terminei por esta noite.” Um desafio. Ele se arrastou para baixo de seu corpo delicioso, a pele trêmula sob cada beijo que ele lhe dava. Quando chegou ao ápice de suas coxas, ele empurrou as suas pernas mais abertas. “Meu Deus, você é linda.” Ele tocou, até mesmo lambeu-a para a um orgasmo, mas não tinha tido tempo suficiente para apreciar seu perfume doce, suas dobras inchadas ou o botão apertado de seu clitóris intumescido pela necessidade. “Não seja bobo.” Ela estava apoiada nos cotovelos, observando-o como se o visse pela primeira vez. Cristo, aquela necessidade dela de ver o deixava louco. “Ele não lhe falou da boceta linda que você tem, não é?”

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Ela corou, então revirou os lábios entre os dentes para esconder o sorriso para que ele não soubesse o quanto ela gostou do elogio. “Você é linda,” afirmou. Ele nunca se permitiu a fantasias, mas elas estavam esperando por ele logo abaixo da superfície, primeiro com aquela pontada rápida em suas entranhas quando a viu, quando a quis, e então pelo toque inevitável da culpa. Mas hoje ele teria tudo. “Eu preciso provar você ou vou ficar completamente insano.” Ele a tocou com a língua, provocando seu clitóris. Ela ofegou acentuadamente e então prendeu a respiração ao vê-lo. Enquanto a lambia, provocava e chupava, ele a observou: os olhos azuis de ardósia, os dentes mordendo o lábio inferior, os seios roliços e acenando, a ligeira vibração do coração visível sob a pele corada e rosada. O gosto explodiu em sua língua, e ele adorou cada gota de umidade. Ela estava tão molhada, tão doce. Seu corpo ondulou contra ele, que agarrou suas nádegas nas palmas das mãos e tomou-a com fervor. Ela sussurrou apenas uma palavra. “Sim,” Em seguida, a respiração saiu com um gemido de prazer. Ela colocou a mão sobre a sua cabeça, os dedos tocando levemente em seu cabelo como se tivesse que tocá-lo enquanto lhe dava prazer. Ele deslizou um dedo em sua vagina enquanto tocava o clitóris com o polegar. Ela balançou e ele roçou seu ponto G. Ela era pequena e apertada em torno dele, que imaginou a sensação em torno de seu pênis. Cada vez que sentia seu corpo à beira da libertação, ele se afastava, abrandava e então a empurrava mais à beira do precipício. Mais e mais, até que, finalmente, ela gritou seu nome. “Por favor, oh, Deus, por favor, Clay.” Em seguida, com dois dedos dentro dela, a língua e os lábios conduzindo-a, ele a empurrou sobre a borda.

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Ela gritou e depois implorou. “Clay, por favor. Eu preciso de você agora, dentro de mim.” Enquanto ele se movia, as mãos dela o puxavam para perto, com os braços envolta dele. Ele tomou seus lábios, deixando-a provar a si mesma, saboreá-lo. Prendendo as pernas ao redor de seus quadris, ela simulou o sexo, balançando com ele. “Por favor, por favor, por favor”, ela entoou em um simples sopro. Aquela necessidade alimentou a dele. Seus gritos o arrastaram com ela. Ele tinha que estar dentro dela, e com a última célula do cérebro trabalhando, ele alcançou a mesa lateral para caixa de preservativos. Afastando-se sobre os calcanhares entre as pernas dela, ele abriu o zíper e tirou o pênis para fora. “Ajude-me a colocá-lo.” “Olhe para você,” ela sussurrou e lambeu os lábios, então olhou para ele. E sorriu. “Oh, Sr. Blackwell, eu decidi que não devemos ter pressa.” Colocou a mão em torno dele, e ele sabia que ela ia matá-lo de prazer antes que tivesse

terminado com ele.

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Capítulo Quatorze Ele era grande, bonito, grosso e duro como uma rocha. Ele encheu a mão dela, pulsando contra sua palma. “Você está me matando, Srta. Murphy.” Ele estava jogando sua fantasia e ela adorou. Seu corpo ainda estava molhado e trêmulo pelo orgasmo, melhor até do que os que ele tinha lhe dado em seu escritório. Certamente melhor do que os poucos que a tinham aquecido antes que ele chegasse até o quarto. “Eu não vou perder isso, Sr. Blackwell.” Sem soltá-lo, ela torceu as pernas e se inclinou para a fenda de seu pênis. Ele arqueou para o pequeno assalto daquela língua sobre ele. “Deus.” Então, ele prendeu a respiração quando ela tomou conta da cabeça de seu pênis. Foda! Ela olhou para cima para ver sua cabeça cair para trás. Quantas vezes tinha sonhado com isso? A realidade era muito melhor. A gota do sêmen era agridoce. Ela queria mais, não queria que esta noite acabasse. Segurando-o com força, deslizou lentamente para baixo até que os lábios se encontraram com o punho, para depois deslizar um longo caminho de volta. As pernas dele tremeram e ela recuou, trabalhando-o suavemente com a mão. “Eu nunca poderia ter adivinhado, Sr. Blackwell, que você estava escondendo isso sob todos aqueles ternos caros,” ela o imitou. Na quarta-feira, ela o pegou nas mãos, mas estava muito envolvida no que ele estava lhe fazendo para fazer um balanço completo dele. “Eu não estava escondendo, Srta. Murphy. Você nunca pediu para vê-lo de perto e pessoalmente.”

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Ela o acariciou, uma veia proeminente em seu pênis pulsando contra a palma da mão. “Eu era uma garota boba, não era?” “Sim, você era.” Ele empurrou a mão pelos cabelos dela, puxando sua cabeça para trás para olhá-lo. “Melhor do que o outro pau que você teve esta noite?” Ela bateu as pestanas. “Você não pode imaginar como é muito melhor.” Depois, tomou-o profundamente de novo, amando o sabor, a sensação, a sua carne dura e grossa toda dela. Não tinha certeza se ele percebeu que ela o teria ao invés de Mitch. Já perfumada com o gozo de sua visita ao Vince antes, ela preparou o palco, e depois usou o vibrador para esgotar-se. Ou, pelo menos, para fazer parecer que estava completamente satisfeita. Do que ele chamou aquilo? O aperitivo. Este era o prato principal. Trabalhando com ele tanto com a boca quanto com a mão, ela deixou a necessidade dele crescer, mas manteve o ritmo lento. Queria provocá-lo do jeito que ele fez com ela, deixando-lhe a um fio do orgasmo e então recuando, até que precisava tanto que ela realmente sentiu as lágrimas. “Jesus.” Ele atirou uma respiração dura pelas narinas quando ela circulou o cume sensível sob sua coroa. Em seguida, ela chupou a ponta, acariciando-o com dois dedos logo abaixo. Ele estremeceu, e ela sabia que tinha atingido o local perfeito. “Porra, porra, porra,” ele disse entre as respirações rápidas. “Srta. Murphy, não me faça gozar em sua boca.” Ela parou, lambendo outra gota doce da fenda de seu pênis. “Oh, Sr. Blackwell, meu amigo anterior gozou duas vezes, por que você não pode?” “Cadela,” ele sussurrou, sem ênfase. Ela não sabia de onde aquela travessura geniosa veio. Talvez tenha sido por todos os anos em que o desejou, talvez por aquele discurso no escritório sobre as relações profissionais. Troco, vingança. Ela queria provocá-lo e tornar aquilo divertido. Ele supostamente gostava quando sua

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mulher estava com outro homem. Ah, mas gostaria que o outro homem fosse o melhor? Talvez por isso Ruby fizesse todas aquelas comparações para Bradley. Mas, inferno, ela não queria pensar em Ruby agora. Olhando para ele, com o gosto de seu grande pau bonito ainda na boca, com aquela carne bem ali, dela, toda dela, ela não queria jogar o estilo de jogo de Ruby. “Eu precisava de você, esta noite, Sr. Blackwell. Eu queria você. Eu pensei em você me beijando, me tocando, me lambendo e me fodendo, Sr. Blackwell.” Os olhos dele anuviaram, as linhas do rosto ficaram tensas e ela pegou o pacote de preservativos da colcha onde ele tinha deixado cair. “Não posso esperar mais um minuto por você, Sr. Blackwell. Tire suas roupas, quero a sua pele na minha.” Seus olhares se encontraram quando ele desabotoou a camisa branca. “Você nunca usa uma camiseta por baixo,” disse ela, chegando a tocar um mamilo redondo. “Às vezes eu posso vê-los sob o tecido. É tão sexy, eu fico completamente distraída com o que estamos discutindo.” Quando ele jogou a camisa de lado, ela inclinou-se e lambeu um mamilo, a pele salgada e deliciosa. “Oh, Sr. Blackwell, quantas vezes eu sonhei com isso.” Ele agarrou seus braços e puxou-a contra seu corpo, tomando sua boca duro e rápido. “Srta. Murphy, posso dizer com segurança que nenhuma mulher jamais me impulsionou à distração do jeito que você faz.” “Sim, bem, você está demorando muito para tirar as roupas.” Ele estava fora da cama em um segundo plano. As calças já estavam desabotoadas, mas ele soltou e empurrou tudo para baixo, tirando os sapatos ao mesmo tempo. Ele era magnífico. Ela tinha estado preocupado em ficar nua quando ele entrou, exposta e vulnerável, era por isso que fingia dormir. Agora, desejou manter os olhos abertos para que pudesse ver a reação dele ao seu corpo, esperando que fosse o mesmo que a reação dela ao dele.

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“Sr. Blackwell,” disse ela, um traço de temor varrendo através de sua voz, “Eu acho que devemos seriamente ter todas as nossas reuniões com você nu.” Ele riu, um som profundo.”Nós nunca teríamos todo o trabalho feito, Srta. Murphy. Ela lhe deu um olhar firme. “Ele não era nada como você, o homem lá no bar.” “Quantas vezes ele fez você gozar?” Ela contou o número de orgasmos que tinha dado a si mesma para se preparar para ele. “Cinco.” Gozar era fácil com um vibrador, mas nunca foi o mesmo que um homem. “De quantas maneiras?” Ele precisava disso, da narração. Neste momento, ela não se importou. “Um com os dedos, dois com a boca, e três, enquanto ele estava me fodendo.” “Isso são seis.” Oops. “Eu quis dizer dois, enquanto ele estava me fodendo.” Ele colocou o joelho na cama. “O meu vai ser muito melhor.” E certamente o faria. “Venha aqui.” Ela rasgou a embalagem de alumínio, posicionou o preservativo e o rolou para baixo. “Você tem prática.” Ela inclinou a cabeça e sorriu. “Você quer saber quantos homens eu tive?” Seus olhos se anuviaram ainda mais. “Sim.” Ela podia contá-los em duas mãos. “É difícil dizer. Cinquenta, eu acho.” Ele levantou uma sobrancelha. “Cinquenta?” Ela pegou suas bolas. “Eu amo os homens, amo transar e adoro provar um novo pau.” Em seguida, ela as apertou até que ele gemeu. “E eu quero este pau dentro de mim, pois esperei muito tempo, Sr. Blackwell.” Rolou de costas e estendeu as mãos para ele, que veio direto para seus braços.

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Ela o possuiu profundamente, e foi como voltar para casa. Ele tinha sexo quente e pervertido com Ruby após suas noites fora, mas este era de alguma forma além do mero físico, privando-o de todo o controle, toda a racionalidade. Não, era mais do que isso, de uma forma que ele não conseguia explicar até para si mesmo, exceto para dizer que Jessica cabia-lhe tão perfeitamente, que ele podia jurar que ela foi feita para ele, o corpo firme, o perfume doce, a pele quente ao longo da sua. Ele ainda tinha um longo momento com ela o engolindo. “Deixe-me saborear isto,” ele sussurrou. Amava que ela tivesse estado com outro antes dele, e ainda assim ele ainda era o que ela mais precisava. Ele se afastou para pegar o rosto dela entre as mãos. Ela era tão delicada embaixo dele. “Eu nunca fiz o papai-e-mamãe,” ele murmurou. “Eu gosto do seu peso sobre mim,” disse ela, levantando-se para tocar o nariz com o dele, e então seus lábios na boca dele. “Eu quero um homem de verdade em cima de mim.” Então ela disse as palavras sem som: “Agora me tome.” Ele se moveu lentamente no início, seu corpo acomodando a cintura dele, mas ainda apertado. “Você é como o paraíso.” “Sim.” Ela acariciou o cabelo em sua nuca quando ele empurrou com mais força, mais profundo. “Cristo, você é tão apertada.” Beijou-a até que ele não conseguia respirar, então a possuiu a sério, mergulhando profundamente. A pele dela ficou úmida, acentuando a neblina sensual do gozo, e ele baixou a cabeça para lamber seu peito. “Cristo.” O puxa e empurra de desejo e ciúme, necessidade e medo o despencou para outra esfera. Ela era sua; ele nunca poderia ficar com ela. Ela tinha que tê-lo; amanhã pode ser outra coisa.

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“Oh, Deus, Clay.” Ela arrastou-o para as estrelas com seu nome nos lábios. Seu nome. Seu pênis. O corpo dela se contraiu em torno dele, e ele derramou-se dentro dela, bombeando, batendo, tendo, precisando. Quando ele desceu das alturas, a estava esmagando. E quando tentou se mover, ela o segurou. “Não, não se mova ainda,” ela sussurrou. Então ele ficou, embora deslizasse para o lado um pouco para evitar esmagá-la. Ela acariciou seu rosto. “Você foi muito melhor,” sussurrou. “Isso não importa.” Nesse momento, ele queria aquelas emoções em conflito. Agora ele simplesmente queria a sensação dela. Sua pele estava úmida, o cabelo uma bagunça sexy, a maquiagem inexistente. Ficaram deitados assim até que ele começou a sentir o ar condicionado e estendeu a mão para o lençol. “É melhor eu ir.” Ela se desembaraçou. Ele assumiu que ela iria passar a noite em sua cama. Mas havia Ruby e não tinha o direito de pedir a Jessica para ficar. Não tinha direito ao que ele possuiu esta noite. Mas não iria se arrepender. Afastou-se dela, ignorando a dor. “Vou levá-la lá para baixo.” Desceu da cama e foi para o banheiro, onde se desfez do preservativo. Queria que ela dormisse em seus braços. Como se não houvesse tantas coisas entre eles. Ele perdeu a cabeça – não, não poderia dizer isso – ele escolheu. Mas deveria ter esperado. Quando voltou, ela já tinha posto a saia e estava abotoando a blusa. Ele pegou sua cueca da pilha no chão no final da cama. Pensou em todas as coisas que deveria dizer enquanto vestia suas roupas, então se sentou na ponta da cama para amarrar os sapatos. Mas ele não podia dizer nada, enquanto Ruby estivesse entre eles. “Você realmente não precisa me levar lá para baixo.” disse ela. “Sim, eu preciso.” ele insistiu.

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“Tudo bem.” Ela se atrapalhou na mesa do lado, pegando apenas o vibrador e deixando o resto. Ele não o usou nela. Cristo, ele teria adorado isso. “Jessica.” “Estou muito cansada.” Ela não olhou para ele. Foda! Tudo tinha ido à merda. No calor do momento, ele foi perfeito, então bam, foi tudo por água abaixo. A chave do cartão estava em seu bolso quando ele fechou a porta atrás deles. Ela apertou o botão do elevador. Ficaram em silêncio enquanto esperavam, e em silêncio enquanto desciam. O saguão estava barulhento e cheio de pessoas de negócios. Ele olhou para o relógio, surpreso ao descobrir que não era nem mesmo nove horas ainda. Ela se apressou. Ele não a deixou escapar. Droga, ele não poderia deixá-la sair dessa maneira, pois precisavam conversar. Ele precisava contar a ela sobre Ruby. Tinha que... Um homem entrou no caminho deles. O cara do bar, o que ela levou lá em cima. “Ei, querida. Eu disse que estaria de volta depois do jantar.” Ele sorriu para Jessica. “E estou todo pronto para você.” Em seguida, ele piscou para Clay. “A menos que você tenha outro cliente.” “Você já teve a sua vez,” rosnou Clay, que já não estava no clima para isso. “Uma vez por noite é o suficiente.” Mudou-se para empurrar o cara para fora do caminho. “Ainda não, eu não tive. Nunca tive, e acho a ideia intrigante.” Ele bateu no bolso de trás, em seguida, baixou a voz. “Mas nós não discutimos o preço ainda. Já que é o cafetão dela, eu negocio com você?”

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Capítulo Quinze Ah, merda. Jessica ficou congelada. Droga, ela tinha esquecido completamente de Mitch. Não que imaginou que ele ainda estivesse rondando por aí, pois seu engajamento no jantar tinha soado como uma desculpa para fugir dela. Finalmente, Clay disse: “O cafetão dela.” O olhar brilhou dela para Mitch e de volta para ela mais uma vez. “Eu nunca tinha sido referido dessa forma antes, mas acho que se encaixa.” “Então, quanto?” Mitch perguntou, e se Jessica não estava enganada, havia um brilho em seu olho. “Durante uma hora? Ou a noite inteira?” Clay perguntou secamente. “Por que você não me dá um orçamento para tanto?” Mitch respondeu. Que inferno, alguém poderia ouvi-los? Ela olhou em volta para descobrir que eles eram apenas mais um grupo de profissionais de negócios que ninguém mais se importava. Clay considerou aquilo seriamente. “Mil durante uma hora, mas eu vou fazer um acordo sobre a noite inteira em apenas três mil.” Jessica sentiu seu queixo cair. “Isso é muito dinheiro,” Mitch ponderou, passando seu olhar sobre ela da cabeça aos pés. “Ela vale a pena,” Clay respondeu simplesmente. Quando ela disse que era hora de ir embora, ele não tinha lhe pedido para passar a noite com ele, mas agora valia três mil dólares. Ela não sabia se ficava ofendida ou tonta. Mitch ergueu as duas mãos em sinal de rendição. “Eu não tenho tanto dinheiro comigo.” “Aceitamos cartões de crédito.” A expressão de Clay manteve-se estável. Desta vez, Mitch realmente riu. “Eu não tenho tanto crédito também.”

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Jessica não aguentou mais. “Oh, vamos lá, nós dois sabemos que isso é uma piada. Sinto muito, Mitch, mas eu inventei tudo isso sobre ser uma garota de programa.” Ela gostou do sorriso dele quando disse, “Eu percebi, mas não consegui evitar, só tinha de me juntar a sua diversão. Isso é algum tipo de cena que vocês estão fazendo.” “Sim,” Clay concordou secamente. “Parece que ela é muito boa em inventar histórias.” “Eu realmente vou ter que tentar isso um dia.” “Certo,” disse Clay com um ênfase no final. “Agora temos de ir.” Com um aperto implacável no braço dela, ele a levou para a entrada do saguão, deixando Mitch rindo. Para algo que poderia ter sido extremamente constrangedor, até que não foi tão ruim. “Onde está seu carro?” O tom de Clay era muito acentuado, uma vez que tinha deixado Mitch para trás. “Lá.” Ela apontou para um corredor. “Você está me arrastando,” ela acrescentou, quando ele não soltou seu braço. Clay não pareceu se importar. “O que está errado?” Mitch tinha de alguma forma o irritado? Ele parou no porta-malas do carro dela, soltando-a finalmente. “Você mentiu,” acusou. Ela se surpreendeu com o calor da raiva em seus olhos. Podia entendê-lo por estar ofendido, mas isso era muito mais. “Porque eu disse a ele que era uma prostituta? Foi uma brincadeira.” Tudo bem, ela sabia que esse não era o problema dele. “Ele não fodeu você, ninguém o fez. Por que diabos você arrumou o quarto?” “Porque eu achei que você ia gostar.” Ela apertou os lábios e cruzou os braços sobre o peito. “Mas eu não queria transar com um homem que eu não conhecia apenas para ter o seu interesse.” “Você tinha o meu interesse, não precisava mentir.” Este foi de longe o argumento mais estranho que ela já teve com um homem. Ele estava, na verdade, com raiva porque ela não tinha transado com outro cara. “Você gostou do que nós

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fizemos, eu não entendo o que está errado.” Só que ela veio aqui para seduzi-lo, ele não a tinha convidado e sequer esperava por ela. Ela o seduziu e ele aceitou a isca. Mas, depois que acabou, ele não lhe pediu para passar a noite, ele a quis só quando pensou que ela esteve com outra pessoa. Nas três vezes em que a tocou, sempre teve o cheiro do sêmen de outro homem sobre ela. O que há de errado com este cenário, Jessica? Ela era uma tola. “E quanto ao gozo? Você tinha gosto de gozo,” ele retrucou, terminando cada palavra áspera. De repente, ela viu o quão ruim aquilo parecia. Ela o queria, teve a intenção de seduzi-lo e usou Vince para enganá-lo. “Meu amigo,” admitiu ela, sentindo-se doente por ter sido tão conivente. “Eu fui até ele antes de vir aqui.” “E ele fodeu você?” As luzes do estacionamento brilhavam atrás dele e deixavam seu rosto na sombra. “Não. Eu o chupei e ele gozou em mim.” “Ele sequer deu-lhe um orgasmo?” “Esse não era o ponto. Eu queria que você sentisse o cheiro dele do jeito que sentiu no escritório.” Porque aquilo o deixou selvagem. “Você gostou. Qual é a diferença agora?” Embora entendesse a diferença. Ele ficou em silêncio, como se os comprimentos que ela fez na tentativa de seduzi-lo o deixassem sem palavras. Então ela lhe contou tudo, porque para o inferno, já estava humilhada. “Eu ouvi você dizendo a Holt onde estava hospedado e queria que visse que eu poderia ser melhor para você do que Ruby. Ela não o merece.” “Então você mentiu,” disse ele em voz baixa. “Assim como ela faz.” Ela não podia negar. Não tinha jogado o jogo da maneira que deveria, e o decepcionou, estragando suas expectativas. Ele queria o que queria do jeito dele, nunca escondeu isso, e ela não entendeu. Não tinha certeza se algum dia poderia.

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Jessica não podia nem olhar para ele. Ela só podia ouvir o som de seus passos enquanto ele se afastava.

***** Ruby se escondeu em um nicho até Clay cruzar o lobby e apertou o botão do elevador. Que diabos? Ela chegou pouco antes das nove, estava indo falar com ele, e droga, mas ele ia ouvi-la. Ela poderia explicar sobre Bradley. Mas lá estava ele, saindo do elevador com a pequena Srta. Perfeita Jessica Muffet. Eles estavam no andar de cima e com aquela saia preta e uma blusa sexy, sem mencionar os saltos, eles certamente não tinham ido para discutir as finanças trimestrais. Clay estava com camisa de mangas e calças. Onde estava a gravata, e o paletó? Ruby sentiu fumaça soprando de suas orelhas. Ele desapareceu no elevador, ladeado por um casal e outro homem de negócios. Ela podia segui-lo. Ele ligou para ela com o hotel e o número do quarto, então ela sabia onde ele estava se absolutamente precisasse dele. Absolutamente. Palavra dele. Como se fosse melhor ela ter um motivo muito bom. Maldito. Ela não ia até seu quarto para mendigar. Não, a situação exigia mais planejamento antes que agisse. Tudo bem, então ela lhe disse para dar-lhe o troco, fino e elegante. Mas não esperava que ele o fizesse, mas se o fizesse, certamente não era para ser com Jessica Murphy. Ela não podia transar com Bradley porque ele trabalhava para Clay, mas ele foi autorizado a transar com Jessica? A mulher era inteligente, boa em seu trabalho, um verdadeiro paradigma aos olhos de Clay. Como ele pôde escolhê-la?

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Talvez este tenha sido o ponto. Ele escolheu a pior candidata possível para seu flerte de vingança. A única mulher que mais feriria Ruby. Ruby queria chorar. Queria gritar. Ela queria pagar a pequena Srta Muffet por dez vezes.

***** Clay olhou para a bagunça em seu quarto. Roupas espalhadas, embalagens de preservativos, lubrificante, toalhas no banheiro. E o cheiro de sexo enchendo o ar. Seu sexo, o sexo dela. Dos dois. Juntos. Ela teve muitos problemas. Elaborou um cenário até o último detalhe, pensou em tudo, até mesmo a visita ao seu amigo de foda antes para cobrir-se de sêmen. Ela arranjou o provimento, levou-o a perfeição, e ele acreditou. Tudo foi perfeito. Ele nunca teve uma mulher que pensasse tanto em fornecer o cenário que ela pensou que ele queria. Mas a mentira ficou presa em sua garganta. Ela poderia ter chegado a ele direto do seu amigo de foda e se mentiu sobre isso, poderia mentir sobre qualquer coisa. Como Ruby. Ele pegou o cesto de lixo e começou a jogar os detritos da sessão deles. Desligou o roupão de volta no cabide. Ela até mesmo ligou o chuveiro para fazer parecer que seu amante o tinha usado antes de sair. Tal plano meticuloso, mas era uma mentira elaborada. No entanto, ele realmente poderia dizer que ela era como Ruby? As mentiras de Ruby eram sobre si mesma, sobre o que ela queria. Uma justificação para foder quem ela queria, quando queria e onde, inclusive na mesa dele. Ela tinha feito aquilo para humilhá-lo.

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Jessica fez de tudo para agradá-lo. Ele começou tudo em seu escritório. Ele a tocou, e quis. E tacitamente concedeu permissão para tentar mais. Ela montou a cerca, dando-lhe o que ele queria, sem comprometer-se se enroscando com alguém que ela não conhecia. Ela lhe disse que teve perto de cinquenta homens – longe da verdade, ele percebeu agora. Mas, como em tudo o mais que tinha feito, ela tentou dar-lhe exatamente o que ele queria. Antecipando-se às suas necessidades, ela disse e fez todas as coisas que pensou que iria torná-la melhor para ele. Isso era simples para Ruby; ela pegou inúmeros homens e mentir era tão fácil para ela. Jessica estava em uma classe completamente diferente. Sua solução para o dilema foi melhor do que qualquer coisa que ele poderia ter esperado. Ele nunca teria sabido que não era real, se o cara não os tivesse abordado depois. No entanto, aquilo nunca poderia funcionar por muitos motivos. Ela não podia continuar a jogar com as necessidades dele quando não estava em sua natureza. Ele não poderia pedir-lhe isso porque ela também era sua subordinada. Era um compromisso que eles não podiam fazer. E então havia Ruby. Não importa o que ela fez, ela lhe deu três bons anos, e ele se sentia como o total cafajeste na situação. Teve coisas com Jessica que ele nunca deveria ter enquanto Ruby ainda vivia em sua casa. Havia apenas uma escolha a ser feita. Ele sabia disso desde o dia em que encontrou Ruby e Bradley em sua cama. De fato, a verdade era o que ele sentiu em suas entranhas no momento em que primeiro se permitiu pensar em Jessica em uma luz sexual.

*****

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“O que quer dizer com você está levando os meninos à Santa Cruz para o fim de semana?” Os olhos de Ruby começaram a doer. Esperou durante toda a semana para que Clay voltasse para casa, e quando o fez, ele estava saindo novamente. “Nós precisamos falar sobre isso,” ela insistiu. Clay estava no corredor da frente, com os traços resolutos. “Não há nada para discutir, Ruby. Você sabia como eu me sentia na semana passada.” Ela não sabia o que dizer, o que fazer. Homens não a deixavam; ela os deixava. Eles não decidiam quando acabava; ela sim. “Mas eu sinto muito por Bradley.” Será que ela realmente soou chorona? “Quantas vezes eu tenho que pedir desculpas?” “Nenhuma,” disse ele implacavelmente. “Eu não sou seu dono e você está livre para sair quando não gosta das restrições que eu coloquei em você.” Ela colocou a mão em seu braço. Graças a Deus ele não a jogou fora. Um milhão de coisas para dizer e elas não passaram por sua mente. Ela podia pedir, poderia dizer a ele que o amava, poderia acusá-lo de querer a Pequena Miss Muffet. Mas Ruby não implorava para homem nenhum, Clay não acreditaria que ela o amava, e ele a acusaria de espionagem se ela dissesse que o tinha visto com Jessica. Mencioná-la seria um enorme erro tático. Mas, oh, Deus, ele a estava deixando para a mulher insípida? Não podia ser. Era a casa dele. Ruby não tinha para onde ir, e ela gostava da sua vida do jeito que era, onde pagava por suas próprias despesas pessoais, contribuía para os custos domésticos e comprava-lhe presentes generosos como um agradecimento por tudo o que ele fazia. Desistir de tudo isso? Ela fechou todo aquele emocionalismo, todo o ciúme. O que era necessário era a verdade crua. “Clay, eu gostaria de outra chance. O que temos é bom e entendo o quanto as regras significam para você, o que eu não entendia antes, e não vou cometer os mesmos erros novamente.” Algo brilhou em seus olhos. Ela ficou horrorizada ao pensar que era piedade. “Foi muito bom,” disse ele. “Mas acabou agora.”

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Pânico cresceu, agarrou-lhe o peito, apertou a respiração dela. “Não tem que ser.” Deus, mesmo sua voz tremeu pateticamente. “Está feito.” Ela não poderia confundir a finalidade naquelas palavras. Ruby queria gritar. É ela, não é? Mas Clay só iria sair. “Talvez devêssemos fazer uma pausa por um tempo.” “Não, Ruby.” Se houvesse pena em seu olhar, ela se foi agora. A coisa que ela sempre admirou em Clay era a sua capacidade de tomar uma decisão e cumpri-la. Ela nunca tinha sido capaz de envolvê-lo em torno de seu dedo mindinho. Se tivesse feito, bem, ela provavelmente teria ido há muito tempo. Mas funcionou contra ela agora. “Eu vou levar os meninos para Santa Cruz no fim de semana. Se você precisar de mais tempo para se arranjar, tudo bem. Ou eu posso colocá-la em um hotel.” Colocá-la em um hotel? Bem, muito obrigado, droga. No entanto, Ruby estava atordoada demais para dizer uma palavra. Ele fechou a porta atrás de si antes que ela pudesse reagir. Quando ouviu o carro dele ser ligado, ela agarrou a coisa mais próxima e a jogou. O vaso – que tinha encontrado em um festival de vinho, há dois anos – quebrou contra a porta, estilhaços voando para fora, ardendo em suas bochechas. Em seguida, ela atacou de volta para o quarto, pegou sua maior mala do armário, jogou-se na cama e começou a enfiar a roupa lá dentro. Mesmo que fosse a última coisa que fizesse, ela faria aquela cadela pagar por roubar Clay.

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Capítulo Dezesseis Jessica não sabia como ia enfrentar Clay hoje, mais uma segunda-feira após um acontecimento importante entre eles. Ela nunca iria aprender a fazer aquele jogo corretamente. Clay a queria apenas se ela desse pedaços de si mesma para outros homens. Não era sobre o sexo, porque é claro que ela poderia fazer isso, era sobre a sensação de que era boa o suficiente apenas se fizesse aquilo por ele. Era muita pressão. Era por isso que você nunca transa com o patrão, porque você ferra sua vida amorosa e o seu trabalho. Mas, droga, ela não ia conseguia se esconder em seu escritório para sempre, tinha coisas para fazer e decidiu atacar as contas a pagar primeiro. Enfiou a cabeça no primeiro cubículo. “Ei, Yuan, você conseguiu toda a papelada que precisava para colocar as faturas da Wrainger na checagem?” “Sim, senhora.” Yuan falava Inglês fluente, mas seu sotaque carregado deixava os telefonemas difíceis. Ela era excelente no tratamento das questões por e-mail, mas a moça do contas a receber da Wrainger era terrível para responder a qualquer coisa diferente de um telefonema. Jessica, por vezes, teve que intervir para ajudar. “Ótimo.” Ok, isso não foi tão ruim. Ela podia fazer seu trabalho, apesar do que aconteceu na sexta à noite. Ela se moveu, oferecendo um comentário, um pequeno elogio, respondendo a uma pergunta. Ela não fazia microgestão, mas os funcionários necessitavam se sentirem apreciados, que eles estavam disponíveis, e que poderiam vir até você com qualquer coisa. Caso contrário, pequenos problemas se tornariam grandes questões.

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Ela não podia dizer quando se tornou consciente dos sussurros. Foi como a segunda-feira anterior, quando os salões zumbiam com a notícia da renúncia de Bradley, mas em um nível mais baixo. Como se todo mundo quisesse ouvir, mas ninguém queria ser acusado de espalhar essa fofoca particular. Então ela começou a buscar a essência daquilo através de trechos de conversas. “Você está brincando. Eles fizeram sexo?” “Ali mesmo no escritório.” Ela começou a se sentir mal. “Cristo Santo, ele não pode conseguir isso mais?” “Na verdade, ele paga as pessoas para transar com ela.” “Quem te disse isso?” “Eu não acredito nisso.” “Eu juro.” “Que doentio.” “Isso é uma porcaria.” Buzz, Buzz, buzz. Como fofocas viajam tão rápido? Estava por todo o escritório. Até que ela percebeu que não era sobre o que Clay fez para ela. Era sobre Ruby e Bradley, e que Clay era impotente e pagava a outros homens para cuidar de Ruby. E ele gostava de assistir. Oh. Meu.Deus. Parecia haver uma distribuição igual entre aqueles que acreditavam e os que pensavam que era besteira. O problema era que a metade do que estava sendo cogitado era verdade. Reunidos em torno da máquina de café, ninguém a ouviu entrar na sala de descanso. Roger, da engenharia – o que ele estava fazendo aqui na contabilidade – seu contador líder Willard, Grace, que fazia a folha de pagamento, Lisa, do atendimento ao cliente e, bom Deus, a Rochelle, do depósito.

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“O que está acontecendo aqui?”Apesar do mal-estar na boca do estômago, ela olhou para eles. “Vocês não têm trabalho a fazer? A fofoca é totalmente inaceitável, especialmente maliciosa e sobre cosias sem fundamento.” Todos se apressaram em passar por ela até que ela ficou abençoadamente sozinha. Seus ouvidos estavam rugindo e ela não conseguia pensar. Tudo no que podia se perguntar era como isso afetaria Clay? Será que ele sabia sobre isso? E realmente, quem tinha começado com tudo isso?

***** “Jesus Cristo,” Clay rosnou. “Quem diabos iria espalhar isso por aí?” “Sua namorada?” Holt perguntou secamente e recostou-se em uma cadeira, com as mãos atrás da cabeça, as pernas cruzadas, e os calcanhares apoiados na mesa de conferência de Clay. “Ruby não é tão estúpida.” Clay passeava na frente de sua mesa. Cristo, ele estava chateado. “É aquele babaca do Palmer. Ele está falando com alguém aqui.” “A coisa boa é”, Holt disse, “isso é tão por fora, que ninguém vai acreditar.” “Só que isso é verdade.” A maior parte. “Ninguém vai acreditar que você é impotente,” Holt bufou. Clay riu. “Obrigado pelo voto de confiança.” “Ou,” Holt continuou, “que você realmente tem que pagar alguém para transar com Ruby.” Ruby não fazia segredo de que adorava sexo. Ou que era muito, muito boa no que fazia. “Eu tenho que admitir que ela é muito, muito corajosa para transar na sua mesa.” Ele terminou com uma sobrancelha levantada. Quando Clay soube dos rumores, não havia como ele pudesse deixar Holt de fora sobre a situação. Agora Holt entendia por que ele estava hospedado em um hotel. A única coisa que ele

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não mencionou foi o papel de Jessica. Ele não iria trazer o nome dela à tona, porque não seria justo com ela. Isso era sobre Ruby e ele. E o idiota do Bradley Palmer. “Até amanhã,” disse Holt, “isso vai ter explodido.” “Você está muito indiferente sobre isso. Eu não gosto deste tipo de perturbações no fluxo de trabalho.” Holt colocou os pés para baixo, bateu as mãos sobre os joelhos e se inclinou para frente. “Encare os fatos, Clay. Fofocas existem e você não pode acabar com elas. Se tentasse, você sentiria a hostilidade se construindo. Eu aceito que é apenas outra leva e enquanto os embarques estão no tempo, as faturas saindo, nós formos pagos e o preço das ações continuarem a subir, mesmo em um mercado para baixo, eu não vou mexer com as coisas.” “Esta é pior.” Não porque era sobre ele, mas porque Bradley deixou um gosto ruim na boca de todo mundo desde que saiu. Agora, o babaca estava tentando derrubar Clay, mas ele estava prejudicando a West Coast no processo. “Eu vou cuidar disso,” disse a Holt. Ele não iria deixar sua vida pessoal bagunçar com a empresa. É por isso que você nunca transa com um colega de trabalho. Ou um subordinado. Suas ações poderiam muito bem ter efeito sobre Jessica também. Cristo, ele deveria ter escutado a si mesmo. Ruby não era a única desparafusada ali.

***** “Bem, se não é a Pequena Srta. Muffet,” Ruby demorou. Jessica manteve sua posição. A porta do escritório de Clay estava fechada quando ela passou por lá. Atrás de Ruby, ela podia ver que o escritório de Holt estava vazio.

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Talvez Holt estivesse lá em cima contando a Clay sobre a fofoca. Talvez Holt estivesse confrontando Clay. Isso não poderia estar acontecendo. Concentrou-se em Ruby. A outra mulher não batia um cílio e parecia indiferente, como se não tivesse ouvido o que as pessoas estavam dizendo. Ela parecia... maliciosa. Parecia como se fosse a única que começou tudo. “Você fez isso, não é verdade?” Jessica acusou, suave e baixo, de modo que suas palavras não flutuassem pelo corredor até o Recursos Humanos ou para o saguão da frente, onde a recepcionista pudesse ouvir. “Do que você está falando?” Os lábios de Ruby flexionaram em um leve rosnado. Ela usava um blazer creme e curto que expunha o demasiado decote. Por que Holt deixava sua secretária andar por aí se vestindo como uma vadia? “A fofoca,” Jessica afirmou categoricamente. Ela não sabia por que Ruby teria feito isso, mas tinha suas impressões digitais sujas em tudo. Ela estava com raiva por Clay ter ido embora, e esta era a vingança. “Que fofoca?” Ruby perguntou suavemente. “Você sabe cada detalhe sujo da fofoca que todo mundo está espalhando por aí.” “Para sua informação, eu me sento na minha mesa, cuido da minha vida e cumpro as ordens do meu chefe.” Ruby jogou o cabelo sobre o ombro. “É isso o que você faz, Jessica? Cumpre as ordens do seu chefe?” Ela ficou de pé. A saia estava na metade de suas coxas. Pegando um arquivo de sua mesa, ela abriu a caixa e enfiou a pasta dentro. Então, ela estava com o quadril levantado e o braço apoiado ao longo da gaveta. “Até onde você iria para ser Controladora, Jessica?” “Eu faço o meu trabalho bem, isso é o quão longe eu iria.” “Certo.” Ruby olhou-a de cima. “E foi por isso que você estava no Marriott na sexta-feira. Fazendo o seu trabalho?”

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Jessica deu um passo para trás como se Ruby a tivesse esbofeteado. Ruby circulou o final de sua mesa, perseguindo Jessica. “Oh, sim,” continuou ela, “Clay me contou tudo sobre sua visitinha lá quando ele chegou em casa, para mim, no sábado de manhã.” “Em casa, para você?” repetiu ela. “Sim. Casa. Para mim. Eu disse a ele para ter uma aventura e me dar o troco pelo que fiz com Bradley na mesa dele.” Ela sorriu, o que nunca alcançava seus olhos. “Agora nós estamos quites, e as coisas vão voltar a ser como eram.” O coração de Jessica martelou, suas mãos ficaram úmidas e os olhos doíam. Ela piscou. Não iria chorar na frente de Ruby. “Gostaria de agradecer a você.” Ruby continuou virando a faca. “Ele estava tão excitado que mal podia esperar para colocar as mãos em mim.” Não é verdade. Não podia ser. “Então por que contar a todos sobre Bradley?” Jessica sussurrou. “Por que disse a eles que Clay era impotente e que ele pagou aos homens para fazer sexo com você só porque ele não consegue?” Com os olhos arregalados, Ruby a olhou como se ela tivesse ficado completamente louca. “Do que você está falando?” “A fofoca. O que todo mundo está dizendo nos corredores.” O queixo de Ruby caiu e Jessica teria rido se a coisa toda não fosse tão horrível – da maledicência a Clay transar com ela para dar o troco em Ruby, e então retornar para Ruby na manhã seguinte. “Quem está dizendo isso?” Ruby finalmente conseguiu. “Todo mundo.”

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Algo começou a arder nas profundezas da íris de Ruby, então ela estreitou os olhos e apertou os lábios até pequenas linhas espalhararem de seu delineador de lábios como bigodes. “Aquele desgraçado. Eu deveria ter sabido que ele ia estragar tudo.” Claro. Jessica deveria ter sabido, também. Os rumores não eram insolência de Ruby. A vingança que neste momento fazia rondas na West Coast era de Bradley.

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Capítulo Dezessete Clay odiava resolver negócios pessoais no trabalho. Não era o lugar. Mas Holt tinha ido para a fabricação, e Ruby estava sozinha. O problema precisava de atenção imediata. Sentada em sua mesa, ela tinha mastigado seu batom, uma coisa muito antiRuby para se fazer. Quando se ficava para trás e olhava para ela, a partir de uma perspectiva puramente masculina, ela era uma mulher extraordinariamente atraente. Chegar aos quarenta não havia diminuído o seu apelo sexual. Ela era autêntica, do cabelo escuro aos seios lindos, para sua figura esbelta. Sem falar que ela era como um tipo clássico de Lana Turner7. Não se fica muito melhor do que Lana Turner em O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes. Sim, essa era Ruby, linda por fora, podre por dentro, embora ainda não tivesse exibido tendências assassinas. Ela era cheia de segredos e de latente sensualidade. Jessica era a garota ao lado morrendo de vontade de ser impertinente para o bad boy da rua. “O que você tem?” Ruby disse. “O que poderia haver de errado, minha querida?” “Você só fica ai de pé, olhando para mim. É enervante.” Ele recuou e fechou a porta do anexo dela ao lado do escritório de Holt. “Então, eu ouvi por aí que sou impotente e que pago aos homens para foder você.” Ela soltou um suspiro. “Isso não é minha culpa.” Ele ergueu uma sobrancelha para ela, então dobrou-se em uma cadeira ao lado da mesa. “Então você não tem ideia de como tudo começou.” Ela apertou os lábios. “Talvez Jessica Murphy queira se vingar de mim.” Ele a olhou até que ela baixou o olhar. 7

Atriz americana, símbolo sexual.

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“Tudo bem, não foi ela. Foi Bradley.” Ela olhou para ele mais uma vez, os lindos olhos castanhos revirando e se desculpando. “Você estava certo, eu fui uma idiota e estraguei tudo. Sinto muito, Clay.” “Foi uma tolice.” Ele deu de ombros e decidiu não derrubá-la ainda mais. “Mas ele foi longe demais. Você tem seu endereço ou eu preciso consegui-lo do Recursos Humanos?” Ela levantou-se da mesa, os lábios torcendo um momento antes de dizer: “Você vai vê-lo?” “Ele precisa ouvir algo pesado.” Ele esmagaria o cara como um inseto. Ela levantou as mãos de manicure perfeita. “Isso vai piorar a situação. Precisamos dele para iniciar outro rumor sobre porque ele fez tudo isso...” Ela parou. “E por que ele diria que fez tudo isso? Porque está chateado comigo? É pior, Ruby. Tudo isso tem que parar.” “Clay, por favor,” ela implorou, e ele percebeu que ela estava realmente falando sério. “Eu preciso falar com ele, não posso deixar você fazê-lo. Eu estraguei tudo e preciso corrigi-lo.” Ela estava certa, precisava consertar suas próprias burradas. Então, ela não iria fazê-las novamente. “Bem.” Ele segurou seu olhar incisivamente. “Mas se ele não parar, então eu vou lidar com ele.” “Eu vou cuidar disso.” Ela pôs as mãos espalmadas sobre a mesa. “Então, tudo pode voltar ao normal.” “Ruby,” disse ele, “nós não podemos voltar atrás.” “Oh, oh, eu não quis dizer isso, pois sei que as coisas têm de mudar.” Ela bateu no peito. “Eu tenho que mudar.” Era tarde demais. Ele já tinha feito a mudança para os dois, e não havia como voltar atrás. “Ruby...” Ela levantou a mão. “Apenas deixe-me corrigir isso e depois vamos conversar. Por favor, Clay?”

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Ele suspirou e levantou da cadeira. “Tudo certo, resolva-o.” Mas não haveria nenhuma conversa, estava terminado.

***** Jessica encarava a sua caixa de entrada de e-mail. O representante de Recursos Humanos da empresa de Vince tinha agendado uma entrevista com ela para as cinco e meia. Ela tinha enviado a Vince seu currículo quinta-feira passada, e ele passou para seu amigo: agora isso. O que ela ia fazer? Ela subiu a escada corporativa, fez todas as suas escolhas para promover sua carreira. Isso sempre vinha primeiro. Até que ela viu Ruby no escritório de Clay. Então ela perdeu completamente o controle de tudo. O telefone tocou e ela deu um salto. A chamada vinha do ramal de Clay. Oh, Deus... Ela o pegou com a mão trêmula. “Sim?” “Tem um minuto? Nós precisamos conversar.” A voz dele realmente criou uma dor física dentro dela. “Claro,” disse ela. “Estarei aí.” Pelo frio em sua barriga, ela sabia que, o que fosse tinha de ser ruim. Ele estava sentado à mesa de reuniões, arquivos e pastas espalhadas diante dele, com um pé apoiado no joelho oposto, onde um bloco de papel descansava enquanto fazia anotações. “Feche a porta.” Sim, era ruim. Com a porta fechada, ela podia sentir seu pós-barba, um aroma sutil que era picante em vez de doce. O cheiro ficou com ela na sexta à noite, enquanto tentava adormecer. E quando fechava os olhos, ela ainda podia senti-lo, se ele estava lá ou não.

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“Me desculpe se menti na sexta-feira. Eu não pensei nisso como uma mentira no momento, apenas uma fantasia.” Ela não mencionou que o perseguiu, pois essencialmente foi o que fez, aparecendo em seu hotel. Ele bateu a borracha da ponta do lápis contra o bloco no colo. “Eu exagerei. Você não é como a Ruby.” Isso não a fez se sentir melhor. Era um preâmbulo e podia ouvir o mas, e mais do que qualquer coisa, ela não queria que ele dissesse isso. Então, deu-lhe o seu próprio discurso. “Eu tenho estragado tudo ao longo da última semana, e fiz algumas coisas que eu não faria em circunstâncias normais.” Ela limpou a garganta, em seguida, permitiu-se uma respiração profunda. “Especialmente desde que trabalho para você.” Seus olhos doíam e seu peito doía, e de repente era difícil respirar. Ele ainda estava batendo a borracha no seu bloco de notas, sua expressão ilegível. “Então você quer esquecer o que fizemos.” Ela nunca iria esquecer o que tinham feito. “A situação parece ruim.” Ela era subordinada direta dele e aquilo era a aparência da impropriedade. Tanto o Controlador quanto o Diretor Executivo têm autoridade de assinatura, e eles poderiam aprovar transferências um para o outro e cometerem uma série de outras atividades de colusão. Não que eles o fariam, mas.... “É isso mesmo.” Ele fez uma pausa longa o suficiente para dar-lhe um leve tremor na mão. “A menos que o candidato que escolhermos como controlador seja Greg Spencer ou alguém de fora.” O coração dela balançou. “É o que você vai fazer?” “Não.” Ele fez uma pausa, segurando seu olhar. “Estou dando o trabalho para você.” Uma semana atrás, ela teria dito uma frase banal educada. Obrigada pela oportunidade. Você não vai se decepcionar, blah, blah, blah. E então teria corrido de volta para seu escritório, fechado a porta e feito uma dança feliz. Agora, aquilo doía, pois ele não a queria. Ela não fez o jogo do jeito que ele queria, tanto que voltou para Ruby. Fazê-la sua Controladora foi o prêmio de consolação.

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Era uma loucura, pois ela queria tanto aquele trabalho, trabalhou tão duro para isso e, no entanto, tudo o que significava era que ele não a queria. Ele a olhou com intenso escrutínio. “Você não o quer?” Ela não podia vê-lo dia após dia, lembrando-se do que fizeram juntos. Querendo que acontecesse de novo e de novo. Não queria que ele voltasse para Ruby, ela queria tudo o que Ruby tinha. Mas ele não lhe ofereceu a posição de Ruby. Havia oferecido apenas a Controladoria. “Holt já aprovou.” disse ele. Foi provavelmente por isso que ele a chamou até seu escritório. Não tinha nada a ver com a sexta-feira. Ele já esqueceu e ela se envergonhou por nada. Ele fez uma nota no bloco, só Deus sabia o porquê. “Talvez você queira saber do salário antes.” Ela não se importava. “Sim. Claro.” Ele falou um número que era razoável, mas não extravagante. “Você disse que eu valia o equivalente a três mil dólares por noite.” Ela não sabia de onde aquilo veio, porque não tinha pensado sobre o preço que ele deu a Mitch até este momento. A sala começou a esquentar. Os olhos dele escureceram. “Esse é um trabalho diferente.” Deus, ela queria tocá-lo, provar sua boca, subir em seu colo, tirar seu pênis e sugá-lo. Jessica engoliu em seco. “Quanto a isso, você está muito atrasado. Eu pus currículo em outra empresa. Na verdade” – ela virou o pulso para olhar a hora – “Eu tenho uma entrevista depois do trabalho.” Pela primeira vez, a emoção atravessou o rosto dele, uma súbita tensão ao longo de sua mandíbula. “Você está indo embora?” “É impossível ficar após o que fizemos.” Ele balançou a cabeça. “Não é impossível.”

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Ela queria bater nele por ser tão obtuso. “Nós transamos. Agora você decide que temos que parar. Você decide que eu deveria ser Controladora, ao invés disso, e sequer perguntou o que eu queria.” “Mas você sempre quis ser Controladora,” disse ele, confuso. Ela inclinou-se para o rosto dele, respirando-o, querendo chorar. “Isso foi antes. Você nunca me perguntou se eu tinha mudado de ideia.” “E você mudou?” ele murmurou baixinho. Droga! Ela não queria implorar. Estava com medo do que ele ia lhe fazer e depois voltar para Ruby de qualquer maneira. “O que fiz foi pensar que não vou chegar a lugar nenhum na West Coast. Então estou procurando outro lugar.” Ela marchou até a porta, abriu-a e o deixou. De volta ao escritório, antes que pudesse mudar de ideia, ela correu para responder o email anterior, aceitando a entrevista das cinco e meia.

***** Cinco minutos depois, Clay finalmente colocou o bloco de notas sobre a mesa. Ele tinha pensado bastante desde sexta-feira à noite. Sobre as razões no qual encontrou-se enredado demais em Jessica ao longo de duas semanas do que esteve com Ruby em dois anos. E encontrou as respostas. No entanto, Jessica havia lhe surpreendido com seu anúncio. Claro, era inevitável. Ela o deixou em todos os sentidos que podia, profissional, sexual e emocionalmente. Nunca seria possível limpar sua mente de tudo o que aconteceu entre eles, pois ele a queria demais. Não podia sentar-se à maldita mesa de conferência sem lembrar do que fez com ela. Ele teve que segurar o bloco de notas no colo para que ela não visse sua ereção.

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Ela valia muito mais do que três mil dólares e agora, ele pagaria qualquer coisa para mais uma noite com ela. Mas ele não tinha escolha. Não podia negar-lhe o trabalho quando ela trabalhou tão duro e era a mais qualificada. Aquilo faltava toda a aparência do jogo justo e ele não podia pedir-lhe para ir embora para que pudesse tê-la. E não podia fugir de Holt e da West Coast só porque a queria. No entanto, ela desistiu dele; não ainda, é verdade, mas o avisou de que estava indo, sem importar o que ele lhe ofereceu. E enquanto estava chateada, acusando-o de tomar todas as decisões – o que ele fez – ela abriu outra porta. E ele pretendia atravessá-la.

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Capítulo Dezoito Isso tudo era culpa de Bradley. Não, era para culpar a Pequena Srta. Muffet. Porra daquela mulher. Se ela não tivesse aberto a boca grande para Clay, nada disso teria acontecido, o que tornava tão satisfatório acusá-la de divulgar todos os rumores horríveis. Não que ela esperasse que Clay fosse comprá-los. Só seria bom por um momento. Ok, caramba, Ruby sabia que tinha feito o primeiro movimento errado. Mas como Clay poderia correr para a Srta. Muffet? Ruby estremeceu ao volante do seu BMW azul enquanto dirigia para o apartamento de Bradley. Ela ia matar aquele garoto. Sábado, depois que Clay a chutou, ela conseguiu um quarto de hotel – um muito agradável no mesmo Marriott em que ele estava hospedado e poderia pagar a maldita conta – então tinha ido chorar no ombro de Bradley. Podia dizer que fez uma boa lamentação com pena de si mesma; e Bradley ficou disposto a fazer qualquer coisa por ela. Mas ele ferrou com tudo, pois não deveria começar um boato sobre Clay e ela. Seu trabalho era ferrar a Pequena Srta. Muffet. Ela deveria ter tido o cuidado de não espalhar rumores sobre si mesma. Então ela tinha que corrigir sua bagunça, por isso estava correndo para o apartamento de Bradley no momento. Holt foi ótimo. Ele não ficava estressado sobre negócio ser apenas negócio. Se uma garota tinha que tirar um par de horas para dar algum sentido a um cérebro masculino imbecil, estava bem para ele, que não era o tipo executivo viciado em trabalho sem alma e percebia que as pessoas tinham vidas. Ainda assim, ela deixou as coisas escaparem de sua mão. Que tolice havia sido, pois devido a esse pequeno rumor desagradável, ela não conseguiu satisfação alguma em contar a

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Jessica que Clay foi para casa na manhã de sábado. É claro que não mencionou que ele terminou com ela. Bradley roubou seu trovão e a colocou na posição relaxada, de modo que ela teve que pedir desculpas a Clay, em vez do contrário. Oh, Deus, ela poderia perdê-lo. Realmente podia. Ruby não chorava – bem, não realmente – mas a lembrança de Clay abandoná-la a levou ao mais próximo das lágrimas que ela esteve desde o colegial. Ele foi tão calmo, tão insensível. Ela sabia a verdade na própria boca do estômago, não importava o quanto não queria admitir; já o tinha perdido, não que podia, devia ou iria. Era melhor Bradley estar em casa. Ela fez uma careta quando se lembrou da expressão no rosto de Clay quando perguntou se ela sabia o endereço de Bradley. Ela tinha estado lá duas vezes, ou talvez tenha sido três. E droga, Clay tinha se beneficiado dos frutos do seu trabalho cada vez. O Condomínio de Bradley estava em ruínas, a pintura desbotada e as ervas daninhas cresciam pelas fissuras no pavimento do estacionamento. Os acessos eram desiguais, onde as raízes das árvores subiam pelo concreto, e ela conseguiu uma farpa no dedo quando colocou a mão no corrimão enquanto subia as escadas. Não tinha se importado antes, mas sua relação com Bradley era como aquele apartamento, no lado desprezível das coisas. A campainha já não funcionava, então ela bateu. Ele abriu quase imediatamente, vestindo uma camisa Ralph Lauren e jeans Tommy Hilfiger. Ela não se importava que seus estilos não coincidissem. E era ali que o dinheiro de Bradley ia, em suas roupas, o Corvette e seus brinquedos. A HDTV de 65 polegadas com som surround estava sintonizada na rede Bloomberg e infelizmente, o mercado estava para baixo. Mais uma vez. “Oh, baby, estou tão contente de ver você.”

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Ele fechou a porta atrás dela. A mesa de café estava repleta de embalagens de fast food e ele já tinha entornado uma cerveja pelo dia. “Não me venha com baby.” Ela estendeu as mãos. “O que você estava pensando?” “O que foi?” Ele tentou parecer inocente, mas não conseguiu manter contato visual tempo suficiente para ir em frente. “Você sabe do que estou falando. Todas essas mentiras sobre Clay.” “Eu não menti. Estava apenas conversando com os caras. E você me disse que queria fazêlo pagar.” Ela o olhou. Era muito orgulhosa do seu olhar, que fazia a maioria dos homens se acovardarem. Não, Clay, é claro. Ou Holt. Mas Bradley foi definitivamente se encolhendo, se espremer mão significava nada. Sério, o que ela viu nele? “Você não estava conversando. Estava mentindo.” “Não, não,” suplicou ele, andando pela sala pequena completamente dominada pela TV super grande. “Eu estava chateado demais e tive que tirar isso do meu peito.” “Você disse que Clay era impotente e que pagou a você para fazer sexo comigo.” Ele engasgou, de olhos arregalados, e murmurou, “Nããão,” os lábios ficaram arredondados em um ó por um bom tempo. “Feche a boca. Você se parece com um peixe.” Ela pôs as mãos nos quadris. Ele era mais alto, mas ela era muito mais poderosa. “E então, para quem foi que você contou?” Ele deu de ombros. “Apenas para a equipe de softball. Nós saímos para algumas cervejas depois da prática de ontem.” “O que?” Ela bateu a mão na testa. A West Coast patrocinava uma equipe da comunidade e vários funcionários jogavam. Desde o armazém, fabricação, manutenção de máquina e serviço ao cliente. “Oh. Meu. Deus.” Ele contou a todos. “Eu nunca fiquei tão irritada em toda a minha vida. Por que diabos você fez isso?”

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Ele enfiou a ponta do sapato no tapete. Como um garoto. “Eu queria humilhá-lo para você perceber que eu era a melhor escolha.” Ela respirou fundo para não gritar com ele. “Vocês tem vinte e nove anos, e não dez. Você ferrou seu trabalho, estragou qualquer chance de conseguir uma recomendação decente.” – ela apontou o dedo para o rosto dele – “e ferrou qualquer chance de alguma vez voltar a transar comigo.” “Mas, Ruby.” Havia um gemido distinto na voz dele. Deus, sim, ela foi uma completa idiota. Tinha uma coisa tão boa com Clay, e por uma questão de um pouco de tédio e necessidade de agitar as coisas um pouco, ferrou com tudo totalmente. “Se não retirar isso,” disse ela, “eu vou dizer a todos que você tem um pau bem pequenininho, e é um ejaculador precoce.” Ele baixou a cabeça. “Você vai me dar outra chance, se eu fizer?” “Não tente negociar comigo. Apenas corrija isso.” “Sinto muito,” ele murmurou. Ele parecia tão perdido que, por alguma razão inexplicável, ela teve pena dele. “Bradley, você tem algumas qualidades muito boas que eu tenho certeza que alguma linda garota da sua idade vai apreciar completamente. Mas eu estou velha demais para você.” “E quanto a Ashton Kutcher e Demi Moore?” “Novidades: eles estão se divorciando! Pelo amor de Deus, cresça. Você não me ama, eu não te amo. Nós transamos, foi agradável, mas agora temos que seguir em frente.” Ele suspirou. “Eu posso ter sido precipitado em sair do meu trabalho.” “Sim, você foi.” Ela acariciou sua bochecha. “Mas você sabe que não pode voltar agora.” “Eu estava pensando em voltar para casa. Meu pai é um CPA 8. Ele sempre queria que eu fosse para o negócio, mas eu só queria fazer a minha fortuna na Califórnia.” 8

Contador público

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Certo. Como se ali houvesse muita fortuna ainda a ser feita. Bradley não era um Mark Zuckerberg9. “Quando é a próxima prática de softball?” “Depois do trabalho de hoje.” Rapaz, eles praticavam bastante, embora provavelmente fosse mais pela cerveja depois do que o próprio treino. “Eu quero que você diga a eles que fez tudo isso.” “Eles não vão acreditar em mim agora.” “Eles vão se você lhes disser que queria ver o quanto eles eram ingênuos. A piada é sobre eles.” Ele puxou a cabeça para trás. “Mas, então, eles vão ficar putos comigo.” “Esse é o preço que você paga, querido.” Ela foi para a porta e suspirou. Os homens eram tão idiotas. Não, alguns homens eram garotos e agiam como idiotas. Ela certamente tinha idade suficiente para ter aprendido a diferença. Então, por que ela foi tão idiota?

***** Clay sabia onde Jessica morava, pelo coquetel que ela ofereceu ao departamento dois natais atrás. Engraçado que ele nunca esqueceu o seu caminho até ela. Após ter dado a ela um extra de duas horas para sua entrevista, ele agora estava em sua porta. O apartamento era em um pequeno complexo arborizado, com vasos de flores da primavera florescendo nos degraus da entrada. Ele não tinha pensado nela como o tipo de mulher que tinha vasos de flores – orientada demais para a carreira – mas ele aprendeu muito mais sobre ela na semana passada. Alguns detalhes eram íntimos, alguns importantes e outros bem pequenos, como o fato de que ela adorava flores.

9

Criador do Facebook.

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No momento em que ela abriu a porta da frente, as palmas das mãos dele estavam úmidas pelo nervosismo. Uma mulher nunca fez suas mãos suarem antes. Mas ele nunca esperou três anos para descobrir o quanto a queria. Ela não era nada como sua ex-esposa, que nunca em um milhão de anos considerou ter um amigo de transa. Era o oposto de Ruby também, que tinha muitos amigos-com-benefícios. Jessica estava linda em jeans desbotados e uma camiseta apertada. “Eu sinto muito,” disse ele. “Pelo quê?” O único traço das emoções dela foi o aperto de seus dedos na porta da frente. Ele enumerou seus próprios erros. “Eu pedi a Ruby para ir embora no sábado. Devia ter lhe contado. E decidi que não podia pedir para você sair do seu trabalho, para que pudéssemos ficar juntos. Devia ter perguntado como se sentia, dito o que eu sentia. Devíamos ter tomado todas as decisões em conjunto.” Os olhos dela escureceram. Isso podia ter sido o limite da umidade neles ou a construção de uma tempestade. “Você não me deve nada. Tudo o que fizemos foi transar.” Ele queria que ela o convidasse a entrar, mas tinha desistido do direito de pedir. Tinha permitido que ela acreditasse que o que eles tinham compartilhado era meramente físico. “Foi muito mais, e eu deveria ter dito isso também.” Ela respirou fundo, e não disse nada. As próximas palavras dele vieram do oco em seu estômago. “Por favor, não vá embora.” Ela soltou a respiração em um sopro afiado. “Eu não posso ser a sua Controladora. Não depois de tudo.” Cristo, ele queria tanto tocá-la, suas mãos tremiam, mas ainda estava do lado de fora olhando para dentro. “Não estou falando sobre a West Coast. Estou falando de mim. Por favor, não me deixe.”

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Ela ficou em silêncio e imóvel tanto tempo, que ele pensou que ela podia acabar batendo a porta na cara dele. Até que finalmente ela deu um passo para trás. “Provavelmente seria melhor se você entrasse para podermos conversar.”

***** Seu coração batia tão forte que ela estava apavorada de tê-lo entendido mal. Mas Clay entrou em sua casa. Ele tolheu sua pequena sala de estar. Era um local para uma mulher solteira, com apenas uma namoradeira em vez do sofá, uma pequena mesa de café e uma cadeira extra. Mesmo a mesa na sala de jantar foi feita para um, a não ser que ela puxasse para colocar uma tábua nela. Jessica não queria ser apenas mais uma. Mas tinha que saber exatamente o que ele queria. Não me deixe. Ela estava apavorada pensando que tudo aquilo seria apenas para descobrir que ele só queria o mesmo tipo de relação que tinha com Ruby. Transitória. Até que ela quebrasse as regras. Não conseguiria suportar se ele a jogasse de lado. No entanto, ela queria se jogar em seus braços, tomar tudo o que poderia pelo tempo que ele lhe oferecesse. “Eu nunca amei Ruby,” disse ele. Ela engoliu em seco, tentou esconder suas emoções quando dentro de si estava gritando para ele lhe dizer aquelas palavras. “Então acho que não te magoei quando lhe disse que ela estava com Bradley.” Ele segurou seu olhar. “Não magoou, apenas me irritou. Se tivesse sido você a fazer o que ela fez, então sim, isso teria me esmagado.” “Por que?” ela sussurrou. Honestamente, ela não sabia, pois ele a tocou pela primeira vez há apenas dez dias. Antes disso, ela foi apenas sua empregada.

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“Às vezes você quer alguém, mas tira-o da sua mente, porque sabe que nunca poderá têlo. Até que de repente você percebe que talvez possa ter tudo o que quiser. Era assim que eu me sentia, e agora não posso deixar de querer você, de pensar em você, precisar de você. Estava aqui o tempo todo, só que agora eu sei o que é.” “E o que é?” Ela não sabia se tinha dito aquilo em voz alta ou meramente gesticulou as palavras. “Desejo, amor, necessidade, luxúria, admiração, respeito.” Ele sustentou seu olhar por longos momentos. “Tudo.” Amor. Ela não podia acreditar, tinha que manter o questionamento. “E quanto aos outros homens? Como o que você teve com Ruby?” “Eu ainda amo isso. Quis com a minha ex-mulher, gostei com Ruby. Com você, isso me deixa louco.” “Eu sei,” disse ela. Alguns homens ficavam excitados de forma diferente, e ter outro homem querendo o que eles tinham aumentava ainda mais o seu desejo. Sim, ela leu em todos os blogs que encontrou na Internet. Mas isso não era suficiente; por que Clay queria com ela? Deus, ela podia ter tudo se apenas calasse a boca. Mas ela não podia; eventualmente, ele iria voltar a chutar sua bunda. “Ainda me faz sentir como se realmente você não me quisesse, apenas eu, somente eu.” Ele deu um passo tão perto que ela podia sentir o calor do seu corpo, o cheiro de algo indefinível de macho que era tão dele. Ele tocou seu cabelo, sem chegar a tocá-la. “Eu nunca tinha definido realmente isso para mim.” Ela sorriu para ele um pouco, sentindo algo derreter dentro dela como se tivesse estado no congelador e, finalmente, alguém encontrou uma maneira de descongelá-la. “Sim, aquela coisa toda sobre os homens que não querem analisar suas emoções.” Ele riu baixinho. “Nós nem sequer gostamos de admitir que as temos. Mas eu sabia que você ia ter que entender isso.” Desta vez, ele segurou seu rosto, segurou-a com mais ternura do

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que aquele pequeno toque de quando estava enterrado profundamente dentro dela. “Deixe-me dizer-lhe.” “Tudo bem,” disse ela, inclinando-se na palma da mão. “É algo que nós compartilhamos. Estou pensando em você, você está pensando em mim. O outro homem é apenas um veículo que faz com que seja mais quente, melhor, alucinante. Ele é uma força externa que nos une de forma explosiva. E quando você voltar para mim, é como se estivesse dizendo mais uma vez que você é minha. Que já provou, tocou e teve, mas ainda tem que voltar para mim, que você precisa de mim. Era o que eu queria com a minha esposa, mas ela me odiava por isso. Eu tentei tê-lo com Ruby, mas não senti o suficiente para ela conseguir a conexão que eu estava procurando.” Ele inclinou-se para tocar os lábios em sua testa. “Mas com você, isso me eletriza, vira tudo de cabeça para baixo. Eu queria você, mas um de nós teria que ir embora. Eu não poderia pedir-lhe para fazer isso. E não podia fazer isso com Holt ou a West Coast. Então decidi que tinha que parar.” Flexionou-a em seus braços. “Só que eu não posso parar. Vou deixar a West Coast se é o que preciso para ter você. E vou continuar querendo que você me deixe louco com os outros homens, mas também percebi que a fantasia que você fez com aquele cara no hotel foi tão poderosa quanto a coisa real.” Pela primeira vez, ela se permitiu abraçá-lo, tanto quanto ele a abraçou. Ele a amava, realmente amava. “Eu fiz a entrevista e vou começar o trabalho. E vou fazer tão bem lá quanto fiz na West Coast.” Ele se afastou. “Não posso forçá-la a fazer o sacrifício.” “Eu já o fiz, Clay. Não quero ser Controladora na West Coast com outra pessoa no comando. Este é o melhor caminho.” “Jessica...” Ela pôs os dedos sobre seus lábios. “Cale a boca e faça amor comigo.” Amor. Ela havia dito. Isso estava dormente nela por três anos, mas agora ela sentiu que estourou livre dentro dela. “Foda-se, sim,” ele sussurrou.

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Ela o empurrou sobre o tapete ao lado da mesa do café. “E quanto a cama?”ele perguntou, já empurrando sua camiseta para cima. “Muito longe.” Ela soltou seu cinto, então se inclinou para um beijo rápido. “Eu preciso de você dentro de mim agora.” “Eu tenho um preservativo na minha carteira.” Ele empurrou a camiseta sobre os seios dela. Ela riu. Parecia real, bom, honesto. “Você estava seguro de si.” “Não. Eu simplesmente não tinha a intenção de deixá-la ir, não importa o que tinha que fazer.” Então ele puxou o sutiã para baixo e chupou seu mamilo. “Oh, Deus,” ela murmurou, saboreando a sensação quente e úmida daquela boca. “Eu amo o sexo com você.” Ele gemeu seu acordo contra o mamilo. “Tire minha calça,” ela pediu, sentindo-se gloriosa para pedir tudo o que queria. “Sim, senhora.” Ele empurrou sua calça para baixo, levando a calcinha com ela. Então rolaram sem elegância em torno do tapete, ficando nus, rindo, provando, provocando, encontrando o preservativo, colocando-o. “Oh, sim.” Montando seus quadris, ela o segurou na mão. “Eu já lhe falei o quanto você tem um pau magnífico?” Clay riu. “Sim, mas sinta-se livre para dizer isso de novo.” Ela apertou até que ele gemeu. “É o maior, mais gordo, mais suculento e mais quente.” Ele resmungou. “Venha baby, eu sou seu.” E então o celular dela tocou. Ele estava na mesa de café ao lado deles. Jessica congelou quando leu o identificador de chamadas. “É ele, não é,” disse Clay. Ela lambeu os lábios. Falando em mau momento. Mas balançou a cabeça. Com uma mão no quadril dela e a outra em seu pênis, acariciando-a com este entre as pernas, ele disse: “Atenda.”

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Muito lentamente, ela estendeu a mão, pegou o telefone e apertou o botão. “É uma hora boa para uma rapidinha?” Vince perguntou. Clay a segurou firme, com o pênis em sua entrada. O olhar era ainda mais firme sobre ela. “Que tal um pouco de sexo por telefone?” ela respondeu. Vince riu. “Parece quente.” “Deixe-me colocá-lo no viva-voz para eu ficar com as mãos livres.” “Sim, baby,” Vince disse enquanto os olhos de Clay se iluminavam e seu pênis a cutucou mais forte, latejante. Ela baixou o telefone e colocou as duas mãos no peito de Clay. “Foda-me, Sr. Blackwell, por favor, eu preciso disso.” No telefone, Vince resmungou. “O prazer é meu, Srta. Murphy.” Com essas palavras e o olhar quente sobre ela, Clay a empalou. Jessica gritou. “Oh, Deus, Sr. Blackwell, você é tão grande, é tão bom.” “E você é tão apertada, Srta. Murphy. “Vince disse as palavras, mas eram as mãos de Clay em seu corpo, seu pênis dentro dela. “Foda-me com força, por favor,” ela implorou a Clay. Silenciosamente, ele segurou seus quadris, controlou os movimentos e foi fundo, levantando-a, e em seguida empurrando com força novamente. As palavras de Vince, o corpo de Clay. Aquilo era selvagem, completamente louco. Jessica sentiu-se ir sem sentido com a necessidade, as palavras saindo de sua boca, palavras sem sentido, palavras de sexo, palavras de amor, Vince dizendo-as de volta para ela, mas era Clay quem a possuía. Nunca houve nada parecido, com Vince e certamente não no telefone, e nem quando ele estava dentro dela também. No entanto, com Clay era mais selvagem, mais louco, mais íntimo. Mesmo com outra voz no meio do ato de amor deles. Especialmente com outra voz. O corpo dela tremia ao limite, e então, com uma mão na nuca, Clay a puxou para baixo e tomou sua boca. E ela se perdeu nele para sempre.

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***** “Porra, isso foi quente, baby.” Uma voz. Do telefone na mesa de café. Clay estremeceu dentro dela. Suas pernas ainda o apertavam com força nos quadris, os seios esmagados em seu peito, os mamilos duros, sua boceta molhada e quente. Cristo. Aquilo nunca foi desse jeito. Como se ele tivesse perdido a última gota de sua essência com ela, a voz, seu corpo, o corpo dela, tudo tinha se tornado um. Eles eram um só. “Eu te amo,” ele sussurrou em seu cabelo, o corpo dela no seu. “Jessica?”A voz novamente. Ela virou a cabeça no ombro de Clay. “Estou aqui. Isso foi quente, muito obrigada. Eu tenho que ir.” Ela estendeu a mão para encerrar a chamada, cortando o cara em meio a risos. “Você estava certo,” disse ela, os lábios contra o ombro dele. “Isso foi o mais sexy.” “Isso pode funcionar de qualquer jeito se você quiser.” Ele iria aceitá-la de qualquer maneira que pudesse tê-la. Até se demitiria da West Coast. Nunca lhe pediria para ficar com outro homem, nem mesmo o seu amigo foda. Sim, do jeito que ela quisesse. “Estou pensando” – ela beijou-lhe o pescoço – “que existem todos os tipos de possibilidades que eu nunca considerei.” Ela lambeu o lóbulo de sua orelha, o corpo se movendo sinuosamente contra o dele. Dentro dela, seu pênis flexionado cresceu. “Por exemplo, como seria se eu te ligasse enquanto ele estava dentro de mim?” ela meditou. “Inacreditável,” ele respondeu, tentando soar leve, mas o pulso rugia em seus ouvidos. Ele queria qualquer coisa que ela lhe desse. Cristo. Ela o deixava louco com nada mais do que palavras. “Ou” – ela beliscou o lóbulo – “e se eu tivesse os dois juntos?”

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De repente, ele estava quente e duro dentro dela de novo, seu corpo arqueando, empurrando. Jessica gemeu. “Tantas possibilidades.” Ele agarrou seus quadris, empurrou-a para baixo em seu pênis e então estocou curto dentro dela. “Talvez existam maneiras que isso possa funcionar.” Ela brincou com ele dentro de um centímetro de sua vida. “Devemos falar sobre as regras... “ A voz dela sumiu em um gemido. Sua vagina se contraiu e o apertou, levando-o a borda. “Você me diz as regras, baby, e eu vou seguir cada uma.” “Devemos fazê-las juntos,” disse ela com voz suave e distante, dando-lhe tudo o que ele sempre quis. E, então, muito mais.

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