espirito vs matéria Caderno Fotográfico Sílvia Matias
Faculdade de Belas-Artes | U. Lisboa Design de Comunicação DCIII 2º Ano | 2º Semestre
Em Busca das Esfinges Aladas Trans (a) parências Caderno de Fotografia
espirito vs matéria Caderno Fotográfico Sílvia Matias
O ESPÍRITO
Faltam aos planos das cidades esfinges aladas palmas fora de tempo, matagais pequenos acrescentos a vermelho Faltam atlas com algum detalhe para as emissões nocturnas nos agudos da nossa incerteza falta uma beleza a olhar por nós indiscernível, entreaberta ainda Talvez a nós próprios falte essa grande medida insondáveis cordas na travessia uma juventude que o mundo possa documentar os teus olhos são o que resta dos livros sagrados e da grande pintura perdida. José Tolentino Mendonça
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A palavra espírito tem sua raiz etimológica do Latim “spiritus”, significando “respiração” ou “sopro”. Mas também “alma”. Espírito é definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais. Ele é frequentemente considerado como um princípio ou essência da vida incorpórea (religião e tradição espiritualista da filosofia).
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Todo aquele que se lance mais animado pela palavra espírito, não creia que faz mais do que estar sujeito a uma determinante actual. A consciência material, como acontece hoje, dá entrada natural para o campo do espírito. Assim também o espírito tem existência vital segundo a qualidade de consciência da matéria. O espírito apartando da matéria não é deste mundo. Espírito e matéria confundem-se em vida. Almada Negreiros, in ‘Textos de Intervenção’
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A CIDADE
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“Há horas em que a Cidade parece regressar àquele instante inicial da paz e criação: o sol cai a pino sobre a calçada reverberante e os quintallórios adormecidos; calam-se os pregões, há um recolhimento no ar, uma vela vermelha e cautelosa rasteja (como ao empo dos califas) no esmalte azul do Tejo, um calor voluptuoso irradia corações” Retirado do livro Lisboa Cidade Triste e Alegre
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A MATÉRIA
“Uma tentação imediata do nosso tempo é o desperdício. Não é só resultado duma invenção constante da oferta que leva ao apetite do consumo, como é, sobretudo, uma forma de aristocracia técnica.“ Agustina Bessa-Luís, em ‘Dicionário Imperfeito’
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O fim material de toda a actividade humana ĂŠ o consumo. William Beveridge
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O apagamento da personalidade acompanha as condições da existência concretamente submetida às normas espectaculares da sociedade de consumo, e também cada vez mais separada das possibilidades de conhecer experiências que sejam autênticas e, através delas, descobrir as suas preferências individuais. Guy Debord, in ‘Comentários sobre a Sociedade do Espectáculo’
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“Criámos a época da velocidade, mas senti-mo-nos enclausurados dentro dela. Os nossos conhecimentos tornaram-nos cépticos; a nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.” Charlin Chaplin
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Todas as fotografias presentes no caderno fotográfico, são o resultado de uma selecção do conjunto elaborado para este trabalho. O caderno foi organizado segundo uma tríade: Espírito, Cidade e Matéria. Como também sob a ordem do dia - de manhã para a noite.