Inovar para ter sucesso A inovação em seus diversos aspectos, como gestão, processo, serviços e tecnologia é o tema tratado no Guia Valor Econômico de Inovação nas Empresas.
Inovação quer dizer ter uma idéia que os concorrentes ainda não tiveram e implantá-Ia com sucesso. Pode ser uma iniciativa modesta ou revolucionária que surge como novidade para a organização e para o mercado e que, quando aplicada na prática, traz resultados econômicos positivos. É o que mostram o professor e consultor Moysés Simantob e a jornalista Roberta Lippi no Guia Valor Econômico de Inovação nas Empresas, nono título da série Guia Valor Econômico, da Editora Globo. (R$ 29,00, 152 p.) Por causa da atualidade do tema, o livro é o primeiro, no Brasil, com ênfase nas transformações que o conceito de inovação está promovendo no país. Foram ouvidos mais de 30 presidentes de empresas brasileiras para traçar um quadro de como as empresas nacionais vêm se relacionando com o conceito. O propósito é, segundo os autores, além de tornar o assunto acessível a leigos, empregados e executivos, servir também de guia para ajudar a disseminar a inovação no Brasil. Com isso, pretende-se acabar com mitos como o de que somente as pessoas de comando podem deflagrar a inovação nas empresas. Uma das conclusões é que, embora muito falado, o assunto ainda não ganhou no país a prioridade obtida em outras partes do mundo. Simantob e Lippi afirmam que, mesmo assim, a inovação faz parte da agenda de prioridades em diferentes níveis de porte das empresas. O processo tornou-se inevitável como forma de sobrevivência à abertura do mercado brasileiro na década de 90. Assim, os empresários passaram a aprimorar seus processos de gestão, a incorporar avanços tecnológicos, a preocupar-se com atração e retenção de talentos e a investir em programas internos de qualidade. Tem sido um processo lento. Alguns executivos ainda não se desprenderam dos antigos referenciais para criar uma mentalidade inovadora e insistem em copiar produtos e modelos de sucesso de outros países ou das concorrentes de primeira linha. Nesse contexto, o guia mostra como é importante o estímulo à cultura de inovação, principalmente entre os funcionários - por meio de um ambiente favorável, vivo, divertido e informal, composto por perfis distintos e complementares. Explica também por que inovar
pode ajudar a projetar uma empresa, a promover uma reviravolta no mercado e até a redimensionar o capital de uma empresa. Ou, simplesmente, tornar seu processo produtivo mais eficiente. Outro mito derrubado pelo livro é o de que a inovação só acontece em produtos e serviços. Na verdade, pode-se fazê-Ia, pelo menos, de quatro formas. A primeira, com o aprimoramento e a comercialização de produtos ou serviços novos, fundamentados em novas tecnologias e vinculados à satisfação de necessidades dos clientes. A segunda, por meio do desenvolvimento de novos meios de fabricação de produtos e de novas formas de relacionamento para a prestação de serviços. A terceira, pela criação de novos negócios que forneçam uma vantagem competitiva sustentável. E, a última, pela implantação de novas estruturas de poder e liderança na estrutura da empresa.
Revista Fecomércio – Brasília – pg. 49 Editora Globo Data: Agosto/2003